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Revista Brasileira de Geografia Física v.14, n.03 (2021) 1787-1804.

Revista Brasileira de
Geografia Física
ISSN:1984-2295
Homepage: https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe

Caracterização Física e Mineralógica de Materiais Intempéricos na Área


Urbana de Juiz de Fora – MG, através de Análise Macroscópica, Difratômetro
de Raios-X (DRX) e Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV)1
Rafaela Teixeira Paula 1 ; Geraldo César Rocha 2
1
Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Juiz de Fora, Programa de Pós Graduação em Geografia, CEP: 36037000, Juiz de Fora (MG),
Brasil, Tel: (+5532) 9 9134-1552, e-mail: rafaelatpaula@gmail.com.
2
Prof. Dr. do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Juiz de Fora, CEP: 36037000, Juiz de Fora (MG),
Brasil, Tel: (+5532) 9 9139-5202, e-mail: geraldo.rocha@ufjf.edu.br.
Artigo recebido em 02/05/2020 e aceito em 21/05/2021
RESUMO
Materiais saprolíticos constituem importantes seções no recorte vertical da paisagem. São materiais ainda pouco
conhecidos e demandam maior dedicação. Para caracterização destes materiais pode-se fazer uso de técnicas de
mineralogia e micromorfologia como a difração de Raios-X (DRX) e o Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV). O
DRX é uma técnica de caracterização de estruturas cristalinas. O MEV é um tipo de microscópio capaz de produzir
imagens de alta resolução da superfície de materiais sólidos. O objetivo é caracterizar amostras de materiais
intemperizados de diferentes rochas. Foram selecionados cinco perfis de intemperismo em Juiz de Fora - MG. Os
parâmetros utilizados para a análise física e mineralógica foram os seguintes: cor, textura, consistência, rocha de origem
e grau de alteração, mineralogia e micromorfologia. A cor é variável entre e intra amostras, é dependente dos minera is
constituintes e do grau de alteração. A textura está ligada aos minerais constituintes e seus tamanhos, que são dependentes
de seus graus de alteração. A consistência é dependente da resistência dos minerais constituintes e da alteração. As rochas
de origem são o quartzito ou o gnaisse. Os principais minerais encontrados foram quartzo, biotita, muscovita e caulinita.
Quanto maior a porcentagem de argila, menor a consistência e maior o grau de alteração. A presença de minerais mais
resistentes tende a dificultar a pedogênese, resultando em perfis mais arenosos, com poucos minerais de argila e sem
atividade biológica. Nos perfis em que predomina o quartzo, apesar da presença desse mineral, o grau de alteração é
elevado.
Palavras chave: Mineralogia; Micromorfologia; Material de intemperismo.

Physical and Mineralogical Characterization of Weathering Materials in the


Urban Area of Juiz de Fora - MG through Macroscopic Analysis, X-Ray
Diffractometer and Scanning Electron Microscope
ABSTRACT
Saprolitic materials are important sections in the vertical cutout of the landscape. These materials are still little known
and demand greater dedication. To characterize these materials, we can use mineral and micromorphological techniques
such as X-ray diffraction, a technique for characterizing crystalline structures and the Scanning Electron Microscope, a
type of microscope capable of producing high-resolution images of the surface of solid materials. The objective is to
characterize weathered colors of different stones. Five weathering profiles were selected in Juiz de Fora - MG. The
parameters used for physical and mineralogical analysis were as follows: color, texture, consistency, original rock and
degree of change, mineralogy and micromorphology. The color is variable, depends on the constituent minerals and the
degree of change. The texture is linked to the constituent minerals and their sizes, which depend on their degree of change.
The consistency is dependent on the strength of the constituent minerals and the degree of change. The original rocks are

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* Texto extraído de Dissertação de Mestrado

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quartzite and gneiss. The main minerals found were quartz, biotite, muscovite and kaolinite. The higher the clay
percentage, the lower the consistency and the greater the degree of change. The presence of more resistant minerals
makes pedogenesis difficult, resulting in more sandy profiles, with few clay minerals and without biological activity. In
profiles that predominate quartz, despite the presence of this mineral, the degree of change is high.
Keywords: Mineralogy; Micromorphology; Weathering material.

Introdução sua vida geológica (Berisavljević & Berisavljević,


2018).
Grande parte do território brasileiro está O desenvolvimento de técnicas de análise
situado em ambiente tropical, onde o clima provoca para pesquisa geoquímica e mineralógica em
a formação de perfis espessos de solos. O exploração mineral tem evoluído nos últimos anos.
intemperismo tem um importante papel na Analisadores fluorescentes de raios-X e técnicas
transformação das rochas, formação dos solos e hiperespectrais foram desenvolvidas com intuito de
estruturação do relevo. Processos de intemperismo identificação mineralógica e micromorfológica de
químico, com geração de profundos e complexos diferentes tipos de rocha, minério e materiais de
perfis saprolíticos e lateríticos, são fenômenos de amostra (Sarala & Koskinen, 2018).
grande relevância para a compreensão da evolução A descrição de solos em escala
morfodinâmica das paisagens e caracterização de microscópica foi iniciada em 1938 por Walter
espessos e diversificados mantos de alteração em Kubiena em seu livro “Micropedologia”, que
regiões intertropicais úmidas e semiúmidas apresenta pela primeira vez a identificação das
(Ramos, et al, 2020). microestruturas do solo e as interpretações de sua
O saprolito é um horizonte residual do origem e evolução relacionadas aos processos
solo, resultado do intemperismo das rochas e tem pedogenéticos e reconhece a importância de
presença marcante em ambiente tropical. Sua classificá-las. O uso dessa ciência cresceu na
principal característica é manter a estrutura década de 1970, com o desenvolvimento de
reliquiar da rocha de origem, assim como eventuais instrumentos microscópicos mais modernos (De
descontinuidades, tais como falhas e juntas. Sua Castro & Cooper, 2019).
espessura e granulometria são variáveis que A difração de Raios-X, conhecida como
dependem da posição no relevo e da rocha de DRX, é uma técnica de caracterização de estruturas
origem (Wanderley Neto, 2020). Ocorre abaixo dos cristalinas amplamente utilizada em diversos
horizontes superficiais em regiões de perfil bem setores da ciência e tecnologia, como a medicinal,
evoluído e acima da rocha alterada, aflorando em farmacêutica, indústria eletroeletrônica,
regiões de perfil pouco evoluído (Rocha, 2018). aeronáutica e espacial, automobilística, petrolífera,
Materiais saprolíticos constituem metalúrgica entre outras. A aplicação da
importantes seções no recorte vertical da paisagem, micromorfologia do solo foi focada em estudos
mas são ainda pouco conhecidos e demandam pedogenéticos, e também levam em consideração
maior estudo. Mineralogia e estrutura são dois dos aspectos geomorfológicos e geológicos. Outros
parâmetros que devem ser investigados para se usos desta técnica podem ser encontrados em
entender o comportamento destes materiais (Paula arqueologia, engenharia, geotecnia e
& Rocha, 2020). comportamento físico de solos (De Castro &
A mineralogia predominante no perfil do Cooper, 2019). No campo das Geociências, é
solo interfere em sua evolução pedológica e é utilizada para caracterização mineralógica da rocha
também determinante nas outras propriedades do e identificação de argilo-minerais (Fonseca Filho &
solo como textura, consistência, grau de alteração Carvalho Lopes, 2013).
etc. (Marcolin & Calegari, 2020). O método de difração de Raios-X é
A estrutura influencia significativamente o utilizado para a investigação da estrutura atômica e
comportamento mecânico do solo. O termo molecular da matéria e permite a avaliação do
estrutura pode ser conceituado como a combinação tamanho e orientação de microcristais (Barros,
do arranjo das partículas componentes, e as forças 2019). Segundo Costa (2015), essa técnica auxilia
interpartículas. De um modo geral, todos os solos na caracterização da micromorfologia do solo e é
podem ser considerados como tendo uma estrutura um estudo importante para compreender a
que é mais ou menos pronunciada, dependendo dos pedogênese e avaliar as práticas agrícolas. A
processos de deposição e pós-deposição pelos difração de Raios-X resulta de um processo em que
quais um determinado solo foi submetido durante os raios X são dispersos pelos elétrons dos átomos
componentes de um material, sem mudança de
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comprimento de onda, sendo obedecidas certas direto da grande profundidade de campo


condições geométricas (Silva, 2013). A natureza (Monteiro, 2017). Permite, também, o exame em
dos Raios-X e as condições em que esses difratam pequenos aumentos e com grande profundidade de
permitem o estudo das substâncias cristalinas foco, o que é extremamente útil, pois a imagem
(Camargo, 1986). eletrônica complementa a informação dada pela
Os átomos dos cristais funcionam como imagem óptica (Dedavid, et.al, 2007).
redes de difração para os Raios-X, o que possibilita O objetivo deste trabalho é caracterizar
que substâncias bem cristalizadas sejam amostras de materiais intemperizados de diferentes
identificadas por essa radiação. Num determinado rochas com o auxílio das técnicas de Difratometria
mineral de estrutura cristalina, os átomos que o de Raios-X (DRX) e do Microscópio Eletrônico de
compõe funcionam como obstáculos ao serem Varredura (MEV). Objetiva-se também apontar
submetidos aos raios - X (Silva, 2013). Após como a mineralogia e a micromorfologia destes
colidirem com o material, os raios X mudam a sua materiais influencia em seu próprio intemperismo
direção de propagação, porém, mantém o e comportamento. Espera-se compreender como a
comprimento de onda da radiação incidente constituição mineralógica e microestrutural dos
(JENKINS e SNYDER, 1996). Através do ângulo materiais interfere nas propriedades físicas do
de difração e da intensidade é possível fazer a perfil como um todo. Pressupõe-se que perfis
reprodução atômica do material. intempéricos provindos de rochas compostas por
A caracterização física de materiais sólidos minerais mais resistentes possuem graus menores
ficou mais precisa com a chegada do Microscópio de alteração e que essa condição seja resultado de
Eletrônico de Varredura - MEV, um tipo especial sua constituição e disposição em escala
de microscópio que é capaz de produzir imagens de microscópica.
alta resolução da superfície de qualquer material
sólido, possibilitando, de forma rápida, a Material e Métodos
observação da morfologia de uma amostra sólida O trabalho pode ser dividido em três
(Dedavid, et.al, 2007). No campo da etapas: seleção de pontos de estudo e a coleta das
micromorfologia, o MEV é um dos instrumentos amostras em campo; análise física das amostras em
mais versáteis disponíveis para a observação e laboratório; análise da constituição mineralógica e
análise de microestruturas e microagregados micromorfológica das amostras em laboratório.
(Brizzi et al., 2019).
A microscopia eletrônica de varredura Pontos de estudo
permite a obtenção de uma imagem ampliada da O presente estudo foi realizado em perfis
amostra a partir da interação de um feixe de de intemperismo de rochas situadas na área urbana
elétrons com o material (Mannheimer, 2017). Uma da cidade de Juiz de Fora, cuja localização está
característica importante do MEV é a aparência apresentada abaixo (Figura 1).
tridimensional da imagem das amostras, resultado

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Figura 1. Localização do perímetro urbano de Juiz de Fora.

Foram selecionados cinco perfis de siglas GRAM, LIN, MAN.H., SAN.C. e BOR.. A
intemperismo em Juiz de Fora nos bairros Grama, localização dos pontos de estudos está demarcada
Linhares, Manoel Honório, Santa Cecília e no mapa a seguir (Figura 2).
Borboleta, denominados, respectivamente pelas

Figura 2. Localização dos pontos de estudo.

Análise física Matiz, Valor e Croma. A técnica utilizada para a


Os parâmetros utilizados para a análise determinação da textura segue as recomendações
física da amostra foram os seguintes: Cor, textura, de Lemos e Santos (2005). Para determinação da
consistência, rocha de origem e grau de alteração. resistência, Guerra (2015) propõe a categorização
A cor é obtida com o uso da Carta de dos graus de consistência (Tabela 1)
Munsell (1975) que considera os componentes

Tabela 1 - Classificação de graus de consistência de saprolitos.

Fonte: Guerra, 2015

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A rocha de origem pode ser classificada metodológicas de Frazão (2012), Ollier (1965)
associando as análises físicas e mineralógicas das Melton (1965) Thomas (1994), categorizando os
amostras de rochas coletadas com as informações graus de alteração a partir da pressão da batida com
do mapa litológico e outras observações o martelo geológico, dos pés e das mãos, e a
encontradas em campo conforme Menezes (1999). caracterização mineralógica das amostras
O grau de alteração foi determinado a (Tabela2)
partir da conciliação e adaptação das propostas

Tabela 2 – Graus de alteração.

Grau de Alteração Significado


Não alterado Material não alterado; não quebra com
martelo geológico
Fracamente alterado Apresenta traços iniciais de alteração,
prevalece minerais primários; quebra com
ajuda do martelo geológico
Moderadamente alterado Presença marcante de minerais primários;
quebra ao chute
Muito alterado Presença marcante de minerais secundários;
quebra com a mão
Completamente alterado formação de solo; os minerais secundários
compreendem quase que toda a totalidade;
quebra facilmente com a mão
Fonte: adaptado de Frazão (2012), Ollier (1965) Melton (1965) Thomas (1994)

Análise mineralógica e micromorfológica elétrons a níveis mais energéticos, ficando por um


Para a análise da constituição mineralógica momento numa situação instável, chamada “Estado
as amostras foram preparadas e submetidas à Excitado” (Oliveira, 2011).
análise no difratômetro de Raios-X. As amostras Como tudo na natureza, o átomo excitado
foram moídas em moinho de jarro e depois tende a retornar ao seu estado de estabilidade,
inseridas em Difratômetro de Raios-X automático voltando a seu estado fundamental (Beckhoff et. al,
de pó, da marca Bruker e modelo D8 Advance. 2006). Nesse momento ocorre uma emissão de
Esse modelo de difratômetro, que analisa a amostra energia de raios, conhecidos como Raios-X
pulverizada, possui um detector móvel que gira em "fluorescentes" (Melo Júnior, 2007). Esses raios
torno da amostra moída, de modo que vários possuem um comprimento de onda e uma energia
ângulos de reflexão sejam varridos. específicos para cada elemento do mineral,
Foi empregada a radiação CuKα usando portanto, através dessa técnica, eles podem ser
ótica instrumental de feixe paralelo. A varredura identificados e quantificados (Oliveira, 2011). O
foi no modo step scan, entre 5 a 90°. Foi utilizada resultado obtido é um difratograma de picos de
uma voltagem de 40 kV e corrente de 40 mA. intensidade de Raios-X x comprimento de onda,
Uma fonte de radiação de elevada únicos de cada material da amostra. Os picos são,
energia, provoca a excitação dos átomos da então, lidos pelo software Difracc.Eva.
substância analisada. Ao ficar sob a ação de uma A imagem a seguir (figura 3) retrata um
fonte externa de energia, o átomo, antes em Estado exemplo do formato de difratograma gerado neste
Fundamental (o estado/nível de energia mais baixa trabalho, seguida do gráfico da porcentagem dos
(Silva, 2015)), absorve esta energia, promovendo minerais encontrados.

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Figura 3. Formato de difratograma gerado e gráfico da porcentagem dos minerais encontrados.

Cada cor corresponde a um padrão de amplificados fornecendo um sinal elétrico. Por fim,
difração, os picos. A cor preta representa a este sinal gera a imagem.
superposição de todos os picos de cada amostra e é Neste trabalho o detector de Raios-X
a base para a “comparação” e identificação de cada utilizado será o EDS. Esse procedimento foi
um dos picos, que correspondem aos diferentes realizado três vezes para cada amostra, totalizando
minerais que compõem as amostras, detalhados em três aumentos diferentes. A primeira corresponde
colorações diferentes, neste exemplo os minerais ao aumento mínimo para cada amostra; o segundo
A, B e C, em vermelho, verde e marrom, aumento foi o mais próximo de 300x e o terceiro
respectivamente. aumento foi o mais próximo de 1000x.
Como método complementar, para Ambas as análises foram realizadas no
identificação da mineralogia, a lupa binocular Laboratório de Metalurgia do Instituto Federal de
também foi utilizada. Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de MG
A análise da micromorfologia foi feita (IFET) – Campus Juiz de Fora.
através do Microscópio Eletrônico de Varredura
marca TESCAN, modelo Vega SBU que opera em Caracterização da área de estudo
alto e baixo vácuo já equipado com o
microanalisador EDS Bruker (MEV-EDS). Para a análise de materiais de
Foram selecionados pequenos torrões de intemperismo todo o quadro físico das áreas de
cada uma das amostras para serem submetidos ao estudo é importante. Por isso, a imagem a seguir
MEV. O feixe de elétrons gerado por efeito termo (Figura 4) apresenta o mapa de Litologia (a),
iônico é acelerado através de uma diferença de Declividade (b), Pedologia (c), Hidrografia(d),
potencial e colimado através de uma coluna ótico- Cobertura do solo (e) e Hipsometria (f) da cidade
eletrônica sendo conduzida à câmara que contém a de Juiz de Fora, onde estão demarcados os pontos
amostra (Monteiro, 2017). De acordo com a autora, estudados neste trabalho seguidas da legenda
ao focalizar em um ponto da amostra, este feixe de (Figura 5). Posteriormente tem-se o detalhamento
elétrons gera sinais que são captados e de cada mapa.

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Figuras 4 e 5. Mapas e respectivas legendas de Litologia (a), Declividade (b), Pedologia (c), Hidrografia(d), Cobertura
do solo (e), Hipsometria (f) do perímetro urbano de Juiz de Fora com destaque para os pontos de estudo. (Sistema de
Coordenadas: UTM; Datum: SIRGAS 2000). Fonte: Dados cartográficos: IBGE (2020); PJF (2017); IGAM (2020) /
Elaboração: Próprios autores.

Como pode ser visto no mapa a da figura 4 Barbacena com granito migmatítico-granuliticos
Juiz de Fora está inserida em três unidades do grupo Mantiqueira; um conjunto
geológicas, o Complexo Juiz de Fora, o Complexo metassedimentar associado a biotita gnaisses
Mantiqueira e o Grupo Andrelândia. No complexo bandados e biotita-granada gnaisses; ortognáisses
Juiz de Fora predominam rochas ortogranulíticas e migmatíticos, com rochas granulíticas, rochas
ortognáissicas com intercalações ultramáficas e anfibólitos, constituindo uma
metassedimentares e granitos (Heilbron, 1995; associação de alto grau metamórfico representam o
Duarte, 1998). No Complexo Mantiqueira há Grupo Andrelândia (Heilbron et. al, 1995). Os
ortognaisses tonalíticos a graníticos, bandados e pontos estudados estão demarcados no mapa de
migmatíticos, com lentes de metabasitos litologia do perímetro urbano de Juiz de Fora
associados e ortogranulitos enderbíticos e aplitos (figura 4).
graníticos cinzentos e rosados (Duarte, 1998). De acordo com o mapa e com informações
Associações granitogreenstone do Complexo já estudadas em Paula e Rocha (2020) e Paula e
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Rocha (2019), três (BOR, MAN.H. e SAN.C.) dos A vegetação original da cidade foi
cinco perfis estudados estão assentados sobre intensamente alterada, ficando restrita somente a
Biotita Gnaisse do Grupo Andrelândia. O ponto algumas áreas isoladas. A vegetação originária
GRAM está inserido sobre quartzito com corresponde à Floresta Estacional Semidecidual
intercalações de muscovita, quartzo e xisto também (Assis et. al, 2011). Nas áreas alteradas
do Grupo Andrelândia; e o ponto LIN tem como predominam pastagens, áreas edificadas e solo
litologia indicada no mapa Horblenda-Biotita, exposto. Por isso, o mapa de uso e ocupação do
Ortognaisse tonalítico a Granítico ou Anfibólito da solo foi produzido e apresentado na figura 4.
formação Andrelândia. Os pontos MAN.H., BORB e SAN.C. se
Em Juiz de Fora as declividades são, em localizam em áreas de influência urbana, o ponto
geral, elevadas (Eduardo, 2018), como pode ser GRAM está localizado numa das áreas
visto no mapa b da figura 4. Isso confere aos remanescentes de Floresta Estacional
diferentes setores das encostas, diferentes Semidecidual. Já o ponto LIN está inserido numa
distribuições de água, e, consequentemente, área de pastagem.
diferentes tipos e intensidades de intemperismo e O clima da cidade é úmido de verões
erosão. A figura 4 destaca a declividade em Juiz de brandos. Apresenta duas estações bem definidas,
Fora e os pontos de estudo. uma fria e seca e outra quente e chuvosa
Os perfis estudados estão situados em (Duarte,1998). Por apresentar influência
locais de média a alta declividade. Destaca-se que altimétrica, o clima pode ser definido também
os dois perfis situados em áreas de maior como Tropical de Altitude, sendo que o relevo
declividade são os mesmos assentados sob litologia local apresenta altitudes médias entre 700 e 900 m,
quartzítica. Os outros três pontos situados em áreas que contribuem para a amenização das
de média declividade estão sob litologias temperaturas (Torres e Martins, 2005). O mapa f da
gnáissicas. figura 4 apresenta os pontos de estudo inseridos
De acordo com o mapa de pedologia (mapa sobre o mapa de hipsometria da área urbano, fator
c da figura 4), na região predominam Latossolos que pode interferir no microclima da cidade.
vermelho-amarelos, amarelos e vermelhos e Os pontos SAN.C e MAN.H. estão
Cambissolos. Além destes, Campos (2018) situadas em média altitude, já os pontos BOR,
reconhece a presença de Cambissolos Háplicos, GRAM e LIN se localizam em locais com as
Neossolos Flúvicos e Litólicos e Gleissolos. maiores altitudes.
Segundo o mapa os pontos GRAM, LIN,
BOR e SAN.C. estão inseridos em Latossolo Resultados e discussão
Amarelo, Latossolo Vermelho-amarelo ou Cada amostra será detalhada a seguir
Cambissolo. O ponto MAN.H. está inserido onde através das fotos de campo e das amostras de mão;
pode haver essas mesma tipologias, incluindo-se o do diagrama de difração; do gráfico de
Latossolo Vermelho. Apesar de estar porcentagem dos constituintes minerais; das
aparentemente próximo do Rio Paraibuna, o ponto imagens do Microscópio Eletrônico de Varredura;
não está em contato com nenhum curso de água e e de um compilado com os resultados das análises
não está inserido em nenhuma planície fluvial. físicas
A cidade está inserida na Bacia Bairro Grama
Hidrográfica do Rio Paraibuna, que apresenta um As figuras 6, 7 e 8, apresentam,
percurso sinuoso, padrão de drenagem dendrítico e respectivamente fotos de campo e das amostras de
planície fluvial com larguras que podem alcançar 2 mão; o diagrama de difração; o gráfico de
km (IGAM, 2011). porcentagem dos constituintes minerais; as
Os pontos de estudo estão localizados nos imagens do Microscópio Eletrônico de Varredura;
trechos médio e alto do relevo, distantes da planície e a tabela 3 traz um compilado dos os resultados
fluvial, mas próximos de cursos d’água. O quadro das análises das amostras do bairro Grama.
hidrológico da cidade pode está apresentado no
mapa da figura 4.

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Figura 6. Fotos de campo e da amostra de mão (GRAM).

Figura 7. Diagrama de difração de Raios-X e gráfico de porcentagem de minerais (GRAM).

Figura 8. Imagens do MEV (GRAM) com aumento de 76x (a), 300x, (b) e 1000x (c).

Tabela 3 – Síntese dos resultados (GRAM)


PONT COR TEXTUR MINERALOGI CONSISTÊNCI ROCHA GRAU DE
O A A A DE ALTERAÇÃO
ORIGEM
GRAM Rosado / Arenosa Quartzo, biotita Macia Quartzito Muito alterado
(Bairro Branco /
Grama) Amarelo
avermelhado

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A amostra GRAM apresenta coloração Embora não tenha sofrido pedogênese e ter
heterogênea definida, principalmente, pela cor de os minerais primários bem preservados, o material
cada mineral constituinte. Como constituintes foi classificado como muito alterado, onde o perfil
minerais apresenta o quartzo em abundância e a foi bastante intemperizado, mas manteve o mineral
biotita, em menor quantidade. Essa mineralogia mais resistente preservado, o quartzo. Pela
confere ao material uma textura grosseira, bastante localização e pela caracterização, o material é
arenosa e, por ser facilmente desagregada, uma resultado do intemperismo de quartzitos.
consistência considerada macia. As imagens produzidas pelo MEV
Destaca-se a inexistência de minerais de mostram que a micromorfologia da amostra é
argila, que pode ser pela ausência de minerais também grosseira, sendo possível observar a
como o feldspato, que se intemperizam em argilas. presença das lâminas da biotita e um material mais
O material de textura grosseira tende a apresentar grosseiro, provavelmente o quartzo.
boa drenagem e, dessa forma, “perder” a pequena
quantidade de minerais secundários formados, Bairro Linhares
além disso, apresenta boa condutividade de água, As figuras 9, 10 e 11, apresentam,
baixa capacidade de retenção de água; boa aeração; respectivamente fotos de campo e das amostras de
geralmente baixo teor de nutrientes, baixa mão; o diagrama de difração; o gráfico de
capacidade de adsorção; facilidade de porcentagem dos constituintes minerais; as
enraizamento; e é fácil de ser trabalhado imagens do Microscópio Eletrônico de Varredura;
(Schroeder, 2017; Tullio, 2019). e a tabela 4 traz um compilado dos os resultados
das análises do Bairro Linhares.

Figura 9. Fotos de campo e da amostra de mão (LIN).

Figura 10. Diagrama de difração de Raios-X e gráfico de porcentagem de minerais (LIN).

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Figura 11. Imagens do MEV (LIN) com aumento de 81x (a), 300x, (b) e 1000x (c).

Tabela 4 – Síntese dos resultados (LIN).


COR TEXTURA MINERALOGIA CONSISTÊNCIA ROCHA GRAU DE ALTERAÇÃO
PONTO DE
ORIGEM
LIN Branco/ Arenosa na Biotita, caulinita, Variável Não Completamente alterado na
(Bairro Cinzento mica e no quartzo identificada caulinita e fracamente alterado
Linh ares) quartzo e na mica e no quartzo
Argilosa na
Caulinita

A amostra LIN tem, entre os materiais constituída pela caulinita. É possível observar
analisados neste trabalho, maior heterogeneidade, também alguns arranjos laminares, possivelmente
perceptível no perfil em campo e nas amostras de da biotita. Destaca-se o grande número de poros, o
mão. O difratômetro de Raios-X identificou quase que indica um estágio avançado do intemperismo.
90% de caulinita e pouco mais de 10% de biotita. Segundo (Gonçalves, 2018), macro e
Macroscopicamente nota-se também a presença de microporosidades, estabilidade de agregados,
quartzo. Esses minerais são os responsáveis pela infiltração da água, resistência do solo à
variedade da coloração e textura do material, penetração, entre outros atributos físicos, podem
separando-os em dois grupos, um composto pela ser utilizados para análise da estrutura do solo.
biotita e pelo quartzo, sendo um material mais Bairro Manoel Honório
arenoso e francamente alterado e outro formado As figuras 12 e 13, apresentam,
pela caulinita, de textura argilosa e alterado respectivamente fotos de campo e das amostras de
completamente. No perfil esses dois grupos estão mão; as imagens do Microscópio Eletrônico de
separados de forma brusca e bem demarcada. Varredura; e a tabela 5 traz um compilado dos
As imagens do MEV mostram uma matriz resultados das análises do bairro Manoel Honório.
mais fina, diferentemente da amostra GRAM. Essa
matriz fina corresponde à faixa do perfil

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Figura 12. Fotos de campo e da amostra de mão (MAN.H).

Figura 13. Imagens do MEV (MAN.H.) com aumento de 86x (a), 305x, (b) e 1000x (c).

Tabela 5 – Síntese dos resultados (MAN.H.).


PONTO COR TEXTURA MINERALOGIA CONSISTÊNCIA ROCHA GRAU DE ALTERAÇÃO
DE
ORIGEM
MAN.H. Bruno/ Argilosa Quartzo, Biotita Dura Biotita- Muito alterado
(Bairro Amarelo/ Gnaisse
Manoel Cinzento
Honório)

A amostra MAN.H. é uma amostra amostra de consistência inquebrável e,


fracamente alterada, sendo considerada um consequentemente, ilegível, já que essa análise
material em início de alteração em alguns pontos exige o procedimento de pulverização da amostra.
isolados em meio à matriz rochosa. Os pontos com A análise macroscópica revela que a o quartzo e a
indício de início de alteração foram submetidas à biotita formam a principal constituição
análise de Raios-X, no entanto, não foi possível mineralógica da amostra e corresponde a uma
realizar a leitura pelo Difragrama por ser uma amostra de biotita-gnaisse em início de alteração.
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Revista Brasileira de Geografia Física v.14, n.03 (2021) 1787-1804.

Através das análises do MEV, nota-se a diferença entre os processos de pedogênese e


micromorfologia maciça e com a presença de um intemperismo” (Tullio, 2019 b p.4).
poro de maior expressão, que indica avanço de
intemperismo. No poro onde é possível observar a Bairro Santa Cecília
presença de uma possível atividade biológica, que As figuras 14, 15 e 16, apresentam,
pode ser indício do início do processo pedológico respectivamente fotos de campo e das amostras de
nos segmentos de maior alteração, considerando mão; o diagrama de difração; o gráfico de
que “os organismos na formação do solo (…) são porcentagem dos constituintes minerais; as
considerados condicionantes para a pedogênese - a imagens do Microscópio Eletrônico de Varredura;
ação dos organismos no substrato representa a e a tabela 6 traz um compilado dos os resultados
das análises do bairro Santa Cecília.

Figura 14. Fotos de campo e da amostra de mão (SAN.C.).

Figura 15. Diagrama de difração de Raios-X e gráfico de porcentagem de minerais (SAN.C.).

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Paula., R., T., Rocha., G., C.
Revista Brasileira de Geografia Física v.14, n.03 (2021) 1787-1804.

Figura 16. Imagens do MEV (SAN.C.) com aumento de 87x (a), 300x, (b) e 984x (c).

Tabela 6 – Síntese dos resultados (SAN.C.).


PONTO COR TEXTURA MINERALOGIA CONSISTÊNCIA ROCHA GRAU DE ALTERAÇÃO
DE
ORIGEM
SAN.C. Amarelo Argiloso Caulinita, Macia Gnaisses Muito Alterado
(Santa Claro Muscovita e
Cecília) Acinzentado Dravita

Na amostra SAN.C. predomina o mineral argilosa e a presença de alguns microporos. Além


muscovita (que confere “faixas” acinzentadas ao disso nota-se a presença de lâminas bem definidas
perfil), em seguida a caulinita (amarelada), e, em que possivelmente correspondem à muscovita,
menor porcentagem, a dravita, uma variedade do mineral de arranjo laminar constatado pelo
mineral turmalina. É um material de matriz argilosa difratômetro de Raios-X.
caulinítica, com pontos bem demarcados da
muscovita em meio a argila. É considerado muito Bairro Borboleta
alterado por conta do estágio avançado de As figuras 17, 18 e 19, apresentam,
intemperismo devido à presença de caulinita. O respectivamente fotos de campo e das amostras de
intemperismo neste perfil ocorreu de forma a mão; o diagrama de difração; o gráfico de
preservar a orientação bandada dos minerais, que, porcentagem dos constituintes minerais; as
de acordo com as análises, corresponde a um imagens do Microscópio Eletrônico de Varredura;
gnaisse do tipo Anfibólito. e a tabela 7 traz um compilado dos os resultados
Percebe-se nas imagens geradas pelo das análises do bairro Borboleta
MEV, uma microestrutura maciça, com a matriz

Figura 17. Fotos de campo e da amostra de mão (BOR).

Figura 18. Diagrama de difração de Raios-X e gráfico de porcentagem de minerais (BOR).

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Revista Brasileira de Geografia Física v.14, n.03 (2021) 1787-1804.

Figura 19. Imagens do MEV (BOR) com aumento de 84x (a), 287x, (b) e 1001x (c).

Tabela 7 – Síntese dos resultados (BOR).


PONTO COR TEXTURA MINERALOGIA CONSISTÊNCIA ROCHA GRAU DE
DE ALTERAÇÃO
ORIGEM
BOR Amarelo Areno- Quartzo Muito Dura Biotita- Muito alterado
avermelhado Gnaisse
argilosa
/ Bruno
escuro

A difratometria de Raios-X indicou para a intemperiza, mas mantém uma variação agrupada
amostra BOR a presença predominante de quartzo. em minerais de diferentes resistências, até a
O outro constituinte registrado é o amido-phelonate completa alteração.
em pequena quantidade, composto de um dos A textura está diretamente ligada aos
produtos utilizados para tratamento de água e minerais constituintes e seus tamanhos, que por sua
esgoto e que pode ter entrado em contato com o vez, são dependentes de seus graus de alteração. A
material analisado. O predomínio do quartzo consistência é dependente da resistência dos
confere ao material uma textura arenosa. A amostra minerais constituintes e da alteração do perfil,
foi considerada muito alterada e de consistência podendo ser variável de acordo com o grau de
muito dura. Isso se deve ao fato de se tratar de um alteração, sendo que quanto mais alterado mais
produto de alteração de uma rocha com alta macio.
porcentagem de quartzo, um mineral de alta dureza As rochas de origem identificadas foram o
e resistente ao intemperismo. quartzito e o gnaisse. Em duas amostras não foi
As imagens do MEV indicam alguns possível a identificação pois o material se encontra
pontos de estrutura maciça, sem a presença de em um grau de alteração significativo e o litotipo
poros, mas alteração em outros, onde nota-se o indicado no mapa não condiz com a mineralogia
aparecimento de algumas cavidades, que podem encontrada.
indicar focos de alteração. Os principais minerais encontrados nos
perfis estudados foram quartzo, biotita, muscovita
Conclusão e caulinita. Nota-se que quanto maior a
porcentagem de argila, menor a consistência e
As análises física, macro e microscópica, e maior o grau de alteração. A presença de caulinita
mineralógica são técnicas importantes e auxiliam foi constatada onde consta que o material de
na caracterização de materiais de intemperismo. origem é o gnaisse e ausente onde o material de
A cor do material é variável entre e intra origem é o quartzito.
amostras, e é dependente de cada mineral Apesar de ser constituído
constituinte. A cor do produto de alteração tende a predominantemente por quartzo, um mineral
se homogeneizar à medida que o material se resistente ao intemperismo, a amostra que provém

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Paula., R., T., Rocha., G., C.
Revista Brasileira de Geografia Física v.14, n.03 (2021) 1787-1804.

da alteração de quartzito apresenta alto grau de energia dispersiva, Raega - O Espaço


alteração. O quartzo está bem preservado, mas o Geográfico em Análise, v. 46, n. 1, 25–40.
perfil se encontra num estado de alteração elevada. Camargo, O. A.; Moniz, A. C.; Jorge, J. A. ;
Isso mostra que a presença de minerais primários Valadares, J. M. A. S., 1986. Métodos de
mais resistentes não impede a alteração do perfil. A análise química, mineralógica e física de solos,
presença de minerais mais resistentes tende a do Instituto Agronômico de Campinas,
dificultar o processo de pedogênese, resultando em (Boletim Técnico).
perfis mais arenosos, com poucos minerais de Costa, D. G. da, 2015. Caracterização de solos
argila e sem a presença de atividade biológica. Nos tropicais com diferentes texturas para estudos
perfis em que predomina o quartzo, apesar da de volatilização do herbicida 2,4-D. Dissertação
presença desse mineral, o grau de alteração é (mestrado em Engenharia Civil), PUC-Rio
elevado. Pontifícia Universidade Católica, Rio de
Agradecimentos Janeiro,.
De Castro, S. & Cooper, M., 2019. Fundamentos
Agradeço ao Programa de Pós Graduação de Micromorfologia. Sociedade Brasileira de
em Geografia da Universidade Federal de Juiz de Ciência do Solo, 240.
Fora pela oportunidade de cursar o Mestrado; ao Dedavid, B. A.; Gomes, C. I. ; Machado, G., 2007.
meu orientador, Geraldo pelos conhecimentos Microscopia Eletrônica de Varredura-
passados; à CAPES, pelo fornecimento da bolsa de Aplicações e preparação de amostras.
pós graduação; ao Laboratório de Metalurgia do EDUPUCRS 1. Ed, v. 1, Porto Alegre, 60 p.
Instituto Federal de Juiz de Fora pelo auxílio nas Duarte, B. P., 1998. Evolução tectônica dos
análises. Ortognaisses dos complexos Juiz de Fora e
Mantiqueira na região de Juiz de Fora, MG,
Referências Geologia, Petrologia e Geoquímica. Tese
(Doutorado em Geoquímica e Geotectônica),
Assis, D. C. ; Oliveira, D. E. ; Ferreira, C. C. M., Universidade de São Paulo, São Paulo.
2018. Levantamento das Áreas Vegetadas para Eduardo, C. C., 2018. Cartografia geomorfológica
a Análise da Temperatura do ar: Um Estudo de comparada: aplicações no município de Juiz de
Caso dos Bairros Benfica e Centro, Juiz de Fora, Fora (MG) como subsídio ao planejamento.
MG. XIV Simpósio Brasileiro de Geografia Dissertação (Mestrado em Geografia),
Física Aplicada: Dinâmicas SocioAmbientais, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de
das inter-relações às interdependências, 01, 01- Fora.
14. Fonseca Filho, H. D. Da; Lopes, G. A. C., 2013.
Barros, F. B. M. de, 2019. Caracterização Avanços em caracterização de amostras sólidas
dimensional, morfológica e estrutural de cristalinas através de difratometria de Raios-X.
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em moinho planetário e o estudo da Frazão, E. B., 2012. Alteração de rochas como
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