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U C Solos

Matéria Orgânica
do Solo
Caracterização da matéria orgânica do solo:
Determinação do teor de carbono orgânico do solo: Demonstração do
método de “combustão por via húmida” (Springer & Klee) e breve
referência a outros métodos correntes. Cálculo do teor de matéria
orgânica a partir do teor de carbono.
Fraccionamento da matéria orgânica do solo: matéria orgânica
humificada e matéria orgânica não humificada. Execução do protocolo de
fraccionamento da matéria orgânica de diferentes amostras de solo, para
observação dos resíduos orgânicos, dos ácidos fúlvicos e dos ácidos
húmicos. Discussão do método aplicado e sua relação com a estrutura e
propriedades das moléculas húmicas.

Nota : todos os slides desta apresentação foram apresentados também na aula teórica,
excepto o slide nº 9, referente ao método laboratorial de fraccionamento da MO.
Determinações analíticas
Determinação do teor de carbono orgânico do solo
Os métodos existentes baseiam-se :
1) Na conversão do C do solo em CO2 por combustão a elevada
temperatura (após remoção das formas inorgânicas de C), ou por
oxidação com dicromato de potássio (também designada
“combustão por via húmida”), e
2) Subsequente quantificação do CO2 libertado por titulação,
gravimetria, volumetria (p. e., com equipamento de Ströhlein),
espectrofotometria (via condutividade térmica ou detectores não
dispersivos de infravermelhos – NDIR), cromatografia de gás, etc..

MO = 1,724 X C (factor de conversão pode variar entre 1,724 e 2)

Fraccionamento da M. O.
Crivagem a 50 mm, dispersão com NaOH e floculação com HCl
Determinação do C orgânico pelo método do dicromato de
potássio (“combustão por via húmida”, Springer & Klee, modif.)

O método baseia-se na acção oxidante do dicromato de potássio, em


meio ácido, sobre o carbono orgânico do solo, a qual pode ser traduzida
pela equação:
2 K2Cr2O7+ 8 H2SO4 + 3 C ↔ 2 K2SO4 + 2 Cr2(SO4)3 + 8H2O + 3 CO2

A equação representativa do método é, portanto:


2Cr2O72- + 28H3O+ + 3C0 ↔ 4Cr3+ + 42H2O + 3C4+,

e as semi-reacções balanceadas:
2Cr2O72- + 12e- ↔ 4Cr3+ e 3C0 - 12e- ↔ 3C4+

Como uma mole de carga do dicromatião (Cr2O72-/6) ≡ (2 Cr2O72-/12)


oxida uma mole de carga de carbono (3C/12), a equivalência da reacção é:

(2Cr2O72-)/12 ≡ 3C/12 ,  1 mL de dicromato N ≡ 3,0028 mg de C


O excesso de dicromato de potássio resultante da oxidação da matéria
orgânica é titulado com uma solução de sulfato ferroso amoniacal,
Fe(NH4)2(SO4)2.6H2O, utilizado a difenilamina como indicador.
As reacções parciais envolvidas na titulação são:

Cr2O72- + 14 H+ + 6 e- ↔ 2Cr3++ 7 H2O (Eo= + 1,33)

Fe3+ + e- ↔ Fe2+ (Eo= + 0,77)

Cr2O72- + 6 Fe2+ + 14 H+ ↔ 2Cr3++ 6 Fe3+ + 7 H2O

O Fe3+ libertado para a solução causa o aparecimento de uma cor


amarela que dificulta a percepção do fim da titulação. Para evitar este
inconveniente adiciona-se ácido orto-fosfórico, o qual forma um
complexo incolor com o Fe3+ [Fe(PO4)2]3- e baixa o potencial redox do
sistema no ponto de equivalência, aproximando assim o ponto final do
ponto de equivalência da titulação.
Método de “combustão por via húmida” (Springer &
Klee, mod.): procedimento resumido

0,15 a 5 g “terra
fina” Perfazer Ad. 10 mL ác.
2 g dicromato K volume ortofosfórico
40 mL ác. sulfúrico com água e 10 gotas
destilada difenilamina

Arrefecer 50 mL

Titulação do
Aquecer 10 excesso de
min. dicromato de K
em banho de com sulfato
óleo a 157- ferroso de título
160 °C 200 conhecido
mL
Quantificação do C orgânico
(método de Springer & Klee, mod.)

200 (EB − V T] Eq𝐂


𝐂 =
50 m

Sendo:
EB – a média dos volumes de sulfato ferroso gastos na titulação da
parte alíquota dos ensaios em branco dos reagentes, em mL;
V – o volume médio de sulfato ferroso gasto na titulação da parte
alíquota da amostra, em mL;
T – o título do sulfato ferroso (em molc L-1, ≡ mmolc mL-1);
Eq C – o equivalente para o C na reacção = 3,0028 mg;
m – a massa da amostra de solo, seca a 105 °C, em g.

C virá expresso em mg C g-1 de solo (≡ g C kg-1 de solo).


Constituintes da M. O. dos solos

• Organismos vivos, biomassa

• Resíduos vegetais ou animais

• Húmus
– Substâncias húmicas
– Substâncias não húmicas
Componentes da matéria orgânica do solo
Fraccionamento da matéria orgânica do solo

5 g “terra fina” 50 mL NaOH Humina e fracção


50 mL água destilada 0,1 M mineral do solo <50 μm
esferas ágata

Resíduos orgânicos
e fracção mineral
Agitar do solo >50 μm
15 min

Filtrar
Crivo Decantar
50 μm
Decantar
Ácidos Ácidos
Centrifugar fúlvicos húmicos
Agitar (dispersos) (floculados)
15 min
Juntar
NaCl
Centrifugar Acidificar
HCl 1 M
Tubo de centrífuga
Diferenciação dos componentes das substâncias húmicas
Características gerais das substâncias húmicas

• Material amorfo (não cristalino) com baixa massa volúmica


• São polímeros constituídos por macromoléculas muito
complexas, com propriedades coloidais e carácter poliácido:
– Apresentam carga electronegativa que depende exclusivamente do pH
do meio (desprotonização de diversos grupos funcionais num intervalo
de pH alargado)
– São susceptíveis de floculação e dispersão;
– Têm forte poder tamponizante.
• Ligam-se à matéria mineral (por via da formação de complexos
argilo-húmicos e da quelatização de iões metálicos)
• Elevada resistência à mineralização
• Elevados poder de retenção de água e expansibilidade
• Baixas tenacidade, plasticidade e adesividade
• Cor em geral escura
Importância da M.O. no solo

-Fonte de nutrientes por mineralização

-Acção estimulante do crescimento

-Capacidade de retenção de catiões (adsorvidos) - CTC

-Poder tamponizante – devido também à sua CTC

-Melhora a retenção de água em solos de textura grosseira

-Melhora a agregação em solos de textura fina (formação de


complexos argilo-húmicos) e, consequentemente:

- Melhora a sua macroporosidade

- Melhora a drenagem e o arejamento

-Favorece a resistência do solo à compactação

-Escurece a cor do solo – influencia o regime térmico

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