O RELEVO E A SUA IMPORTÂNCIA NAS INTER-RELAÇÕES DOS ASPECTOS

GEOAMBIENTAIS NO MUNICÍPIO DE PORTALEGRE – RN

Larissa Silva Queiroz Espaço para logomarcas institucionais

Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de
Minas Gerais
Diêgo Souza Albuquerque
Universidade Federal da Paraíba
Manoel Cirício Pereira Neto
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
Contato: lariqueiroz98@gmail.com

Tais características estruturais exercem papel fundamental na configuração do relevo

1. Introdução local, pois, como afirma Maia, Betárd e Bezerra (2016), os maciços cristalinos resguardam
em sua morfologia importantes indicadores de evolução morfotectônica e morfoclimática,
Os estudos geomorfológicos vêm, progressivamente, adotando a análise integrada dos dispondo-se na maioria dos casos como formas alongadas ou fortemente dissecadas por
sistemas as suas discussões, já que, o entendimento sistêmico apresenta um importante vales incisos. Logo, apresenta relevo Chapadas e Platôs, Escarpas Serranas, Planaltos,
arcabouço teórico-metodológico capaz de orientar a ocupação da superfície terrestre, de Superfícies Aplainadas, Retocadas ou Degradadas e Vertentes Recobertas por Depósitos
modo que a minimizar as problemáticas ocasionadas pela dinâmica natural, bem como pela de Encostas (Figura 02).
ação antrópica (SANTOS; GIRÃO, 2015). Dessa forma, compreender os componentes
geoambientais de forma sistêmica sob a ótica de Bertrand (1968), a qual considera a
paisagem como um conjunto único e indissociável,possibilita estudar e entender
determinados ambientes a partir de todos os seus aspectos, ou seja, o potencial ecológico,
a exploração biológica e ação antrópica, sabendo que, estes elementos encontram-se em
constante dinâmica e, consequentemente, evolução.

2. Área de estudo
O município de Portalegre (Figura 01) encontra-se inserido no Semiárido nordestino, no
Estado do Rio Grande Norte, atualmente pertencente à Região Geográfica Intermediária de
Mossoró, mais precisamente à Região Geográfica Imediata de Pau dos Ferros (IBGE,
2017).

Figura 2: Perfis topográficos do município de Portalegre

Fonte: elaborado pelos autores, 2020.

Mediante a compreensão dos aspectos geológicos e geomorfológicos, condicionantes

Figura 1: Localização do município de Portalegre – RN
Fonte: elaborado pelos autores, 2020.
3. Metodologia
Este trabalho apoia-se se na análise integrada de Bertrand (1968), enfatizando o
elemento relevo, para a compreensão dos aspectos geoambientais da área de estudo. Na
primeira etapa realizou-se o levantamento bibliográfico e de dados secundários, buscando
autores que trabalham com a perspectiva sistêmica e geomorfológica. A segunda etapa
consistiu na elaboração do material cartográfico, no software QGIS A Coruña versão 3.10.5,
em escala 1:100.000, em Sistema de Coordenadas UTM (Universal Tranversa Mercartor),
com o Datum SIRGAS 2000, fuso 24 Sul. Para as discussões buscou-se entender as
características geoambientais com ênfase nos aspectos geomorfológicos, concebendo a
interação e interdependência entre todos os elementos e a sua importância na configuração
geoambiental do município de Portalegre. Para isso, utilizou-se de algumas discussões
frutos da Dissertação de Mestrado da primeira autora, assim como demais dados
secundários e outros trabalhos de cunho municipal realizados na área de estudo proposta.
4. Resultados e Discussões
Inserido nos domínios da Província Borborema, o município presenta caráter diferenciado
ao evidenciar uma cobertura sedimentar, Formação Serra dos Martins (FSM), sobreposta ao
embasamento cristalino formado pela Suíte Intrusiva Itaporanga e Suíte Poço da Cruz.
Essas estruturas intrusivas, conforme apontado por Oliveira, Tavares e Corrêa (2018), além
de estruturar os compartimentos mais elevados, também constituem as áreas menos
elevadas, ocasionando assim desníveis topográficos significativos em zonas de mesma
litoestratigrafia.
estes que dão base para o entendimento dos demais elementos, faz-se importante entender
os tipos de solos, base para a vegetação e para os usos, que se dividem em três classes,
conforme mapeamento de Jacomine et al. (1971), a saber: Latossolos, Neossolos e uma
pequena porção de Planossolos.
Conforme mapeamento de Barbosa, Carvalho e Camacho (2017) e de Souza Neto,
Grígio e Carvalho (2020) especificamente para o município de Portalegre, evidenciaram
vegetação do tipo Floresta Estacional Semidecidual e Caatinga arbustiva arbórea. No
tocante aos usos, Souza Neto, Grígio e Carvalho (2020) identificaram áreas urbanizadas
ocupadas, de modo geral; cultura permanente, em especial a cajucultura, cultura
temporária, cultura mista, pastagem e uso não identificado. Dessa forma, faz-se necessário
destacar a presença da Floresta Estacional Semidecidual, ocasionada pela característica
climática, bem como a litologia e o relevo plano, que junto aos solos espessos, consegue
manter esses fragmentos vegetacionais. Evidenciando, assim, de forma factível, o relevo
enquanto condicionante dos demais elementos geoambientais, incluindo, a ação antrópica.
5. Considerações finais
A compreensão dos aspectos geoambientais perpassada e enfatizada pelo relevou
permitiu uma melhor compreensão do recorte espacial do estudo. Além disso, conforme
salientando durante todo o trabalho, concebe-se que o relevo atua como um agente
delineador e delimitador dos demais elementos geoambientais, pois à medida que suas
formas se modificam, os demais elementos também passam a se configurar e evoluir de
maneira diferente.
6. Referências
BERTRAND, G. O. Paisagem e geografia física global: Esboço metodológico. Cad. Ciências da Terra, São
Paulo: Cairu, 1972.
SANTOS, C. L.; GIRÃO, O. A teoria geossistêmica na pesquisa geomorfológica: uma abordagem teórico-
conceitual. Revista Geográfica de América Central, v. 2, n. 55, p. 49-65, 2015.
https://www.revistas.una.ac.cr/index.php/geografica/article/view/7470/8047. Acesso em: 05 jun. 2021.