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8654688
Terræ Didatica
Abstract: This paper seeks to make accessible the geological language used in Manuscrito:
technical maps, and to represent cartographically, in a simplified and representative Recebido: 20/12/2017
form, geological elements of Rio Grande do Norte (RN) state. This was achieved
Correção: 02/10/2018
through manipulation and generalization of spatial data contained in the Geological
Map of RN, 1:500,000 scale, produced by the Geological Service of Brazil, in 2006. Aceito: 27/12/2018
To create the simplified cartographic material, the use of GIS as a tool for integra-
Citation: Oliveira, R. R., & Nascimento, M. A. L.
tion and analysis of geological and cartographical knowledge was key. Thematic
(2019). Mapa Geológico Simplificado do Estado do Rio
cartography concepts were also applied, seeking to better represent data available.
Grande do Norte: representação cartográfica de ele-
Cartographic products produced were the Simplified Geological Map of RN, scale
mentos geológicos para divulgação das Geociências.
1:500,000, and different inserts in 1:2,500,000 scale. These maps are available
Terræ Didatica, 15, 1-13, e019003. doi:10.20396/
in printed and digital format in the context of a GIS. The maps produced can be
td.v15i0.8654688
used by students, researchers, managers and decision-makers, to understand the
physical environment. Palavras-chaves: Geologia, mapas, representação
cartográfica, SIG
Introdução
Devido os atuais padrões de consumo da socie- Neste panorama, as Geociências apresentam as
dade, o ambiente natural tem sido explorado de ferramentas básicas para a execução e implementa-
modo desordenado e acelerado. Isto tem causado ção do desenvolvimento sustentável. No entanto,
instabilidade dos seus sistemas de sustentação e observa-se que este ramo da Ciência ainda é pou-
ocasionado problemas ambientais e transtornos co difundido e compreendido pela sociedade em
socioeconômicos. Frente a isto, nas últimas déca- geral. Isto ocorre, em sua maior parte, pela falta de
das, diversos ramos da ciência têm aliado forças uma comunicação eficiente e significativa entre a
para equacionar os problemas ambientais e pro- sociedade e este tema. Boa parte do conteúdo dispo-
por medidas que garantam um desenvolvimento nibilizado ou apresenta simplificação demasiada ou
sustentável. Dentre estes ramos, as Geociências se fornece informações muito complexas para serem
preocupam em compreender o meio físico e seus utilizadas pelo público em geral. O objeto de estu-
processos (Borges, 2013). do deste artigo, o Estado do Rio Grande do Norte,
O conhecimento geológico identifica, de situado na porção oriental do Nordeste do Brasil,
maneira mais segura, as aptidões e restrições de apresenta sua geologia representada de dois modos
uso dos recursos naturais abióticos, bem como extremos: o primeiro, contido em atlas escolares e
os impactos advindos de seu manejo inadequado. livros didáticos, apresenta uma expressiva genera-
Além disso, amplia o conhecimento dos recursos lização do território, com a geologia apresentada de
minerais, os riscos geológicos e as paisagens naturais forma simplista, enquanto que o segundo, contido
compostas por tipos específicos de minerais, rochas, em trabalhos técnicos, apresenta complexa rede de
relevo, solos e clima (Pfaltzgraff & Torres, 2010). informações.
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No Brasil, exemplos de representação carto- do Norte, na escala 1:500.000, elaborado
gráfica de elementos geológicos em linguagem em 2006 pelo Serviço Geológico do Brasil –
acessível ao público, por meio de mapas, já foram CPRM (Angelim, Medeiros & Nesi, 2006);
realizados, sendo o caso do Mapa Geológico Sim- Mapa Geodiversidade do Estado do Rio
plificado do Brasil, na escala 1:6.000.000, publica- Grande do Norte, na escala 1:500.000, ela-
do pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM borado em 2009 pelo Serviço Geológico do
(Santos et al., 2015). Neste mapa, o Brasil é Brasil – CPRM (CPRM, 2009, Pfaltzgraff &
segmentado, de acordo com as classes de rochas, Torres, 2010);
nas unidades: Terrenos constituídos predomi-
Imagens de radar em formato raster da Shu-
nantemente por rochas metamórficas; Áreas com
ttle Radar Topography Mission (SRTM)
predominância de rochas ígneas vulcânicas; Áreas
disponibilizados pelo Serviço Geológico dos
com predominância de rochas ígneas intrusivas; Estados Unidos (https://earthexplorer.usgs.
Áreas com predominância de rochas sedimenta- gov/);
res; e Coberturas sedimentares recentes. A nível
estadual tem-se o Mapa Simplificado do Estado Dados planimétricos do Instituto Brasileiro
do Rio de Janeiro (Mansur et al,. 2004) e o Mapa de Geografia e Estatística (IBGE) (https://
Geológico Simplificado do Estado de Rondônia downloads.ibge.gov.br/downloads_geocien-
(Iza & Costa, 2010). Ambos levam em conside- cias.htm).
ração apenas o quesito classe de rocha. Estes mapas consistiam de versões impressas e
O Rio Grande do Norte possui uma geologia em formato digital (shapefile, PDF, CAD).
singular e didática, haja vista sua diversidade de Para o tratamento dos dados foram utilizados
elementos significativos dentro de uma ampla os programas ArcGIS 10.1 (Environmental Systems
faixa de tempo geológico (do Arqueano até o Research Institute - ESRI), Corel Draw Graphics
recente). Ao longo deste século, esta sua singula- Suite X7 (Corel Corporation) e Excel 2013 (Micro-
ridade, aliada a seu potencial econômico, rendeu soft Corporation). Todos os dados geográficos foram
diversas publicações científicas e gerou um vasto reprojetados para o DATUM SIRGAS 2000, tendo
banco de informações geológicas. Espacialmen- em conta a vigência de tal projeção no continente
te, estas informações foram representadas pelo americano. Reprojetados, estes dados foram separa-
Serviço Geológico do Brasil - CPRM no Mapa dos em duas grandes categorias: dados sistemáticos
Geológico do Estado do Rio Grande do Norte, e dados temáticos. Nos sistemáticos, estão inclusos
confeccionado na escala 1:500.000 e lançado em aqueles que remetem à feições das cartas-base, tais
2006 (Angelim, Medeiros & Nesi, 2006). Neste como sedes municipais, localidades, vias de acesso,
mapa, o território do Estado é segmentado em 64 hidrografia e limites municipais. Enquanto que os
unidades litoestratigráficas e diversas estruturas temáticos incluem dados geológicos (estratigrafia,
tectônicas. Trata-se de um produto rico em deta- estruturas tectônicas, ocorrência minerais) e geo-
lhes e informações, que é extremamente útil para morfológicos.
geocientistas, porém de difícil entendimento para Após a organização dos dados, foi realizada
a sociedade em geral. uma leitura visual do produto cartográfico, obser-
Desta forma, a representação gráfica simplificada vando seus temas significantes e suas dificuldades
dos elementos geológicos encontrados no Estado do interpretativas. Foram definidos os temas “tempo
Rio Grande do Norte permite tornar a Geologia uma geológico”, “classes de rochas” e “estruturas tec-
ciência mais acessível a sociedade, possibilitando o tônicas” como os “atores” do mapa. Além disso, o
uso do banco de dados criado na educação, gestão excesso destes mesmos temas é um dos causadores
territorial por parte de instituições governamentais da sobrecarga visual do produto cartográfico.
e não governamentais e proteção ambiental. Tomando por base a literatura, foram definidos
os tempos Pré-cambriano (Arqueano, Paleoprote-
Materiais, métodos e técnicas rozoico e Neoproterozoico), Mesozoico e Ceno-
zoico como os mais representativos da história geo-
Para a confecção deste trabalho foram utilizadas lógica do Estado do Rio Grande do Norte. Foram
as seguintes fontes de informação: ainda subdivididas as classes de rocha que ocorrem
no estado em: i) ígnea: plutônica e vulcânica; ii)
Mapa Geológico do Estado do Rio Grande metamórfica: ortoderivadas e paraderivadas; e ii)
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sedimentar: consolidadas siliciclásticas; consolidada e valor nos modos de implantação zonal, linear e
carbonática e sedimentos inconsolidados. pontual. As cores e valores escolhidos resultam de
De posse destas diretrizes, todas as 64 unidades uma combinação e adequação daqueles utilizados
litoestratigráficas do estado do RN foram classifi- no Mapa Geológico do Estado do Rio Grande do
cadas. Por exemplo, a unidade “Metatonalito Bom Norte e no Mapa Geodiversidade do Estado do Rio
Jesus” foi classificada como rocha metamórfica orto- Grande do Norte.
derivada e pertencente ao eón Arqueano. Enquanto Em seguida foram adicionados no mapa prin-
que todas as unidades do Grupo Seridó (formações cipal as bases planimétricas (rodovias, sedes muni-
Jucurutu, Equador e Seridó) foram classificadas cipais, hidrografia). Além disso, foram incluídos os
como rochas paraderivadas pertencente ao Neopro- elementos representativos de um mapa (indicação
terozoico. O intercruzamento destas informações do Norte, escala, grid, legenda, projeções).
permitiu gerar dez subclasses: rochas metamórficas Foram selecionadas também quatro temas para
ortoderivadas arqueanas, rochas metamórficas orto- compor os mapas secundários: Eras Geológicas,
derivadas paleoproterozoicas, rochas metamórficas Classes de Rochas, Domínios Geomorfológicos e
paraderivadas neoproterozoicas, rochas ígneas plu- Padrões de Relevo.
tônicas neoproterozoicas, rochas ígneas vulcânicas O Mapa de Eras Geológicas foi confecciona-
mesozoicas, rochas sedimentares siliciclásticas meso- do a partir do arquivo vetorial geologia.shp. Para
zoicas, rochas sedimentares carbonáticas mesozoi- tal, foram aplicadas as mesmas técnicas de gene-
cas, rochas ígneas vulcânicas cenozoicas, coberturas ralização de dados utilizadas no Mapa geológico
sedimentares consolidadas do Paleógeno e coberturas simplificado. Sendo que, para este caso, foi levado
sedimentares inconsolidadas do Neógeno. em consideração apenas o atributo “ERA_MAXI-
Para agrupar estas classes no âmbito digital, MA”. Após as operações de generalização, foram
foi carregado o dado geográfico vetorial geologia. aplicadas as variáveis visuais cor e valor de acordo
shp na plataforma ArcGIS. Este arquivo apresenta com a Tabela Cronoestratigráfica Internacional de
um conjunto de dados alfanumérico associado aos Cohen, Finney, Gibbard & Fan (2013).
objetos espaciais. Cada entidade espacial (linha) é Assim como o mapa anterior, a confecção do
caracterizada por uma série de atributos (colunas). Mapa de Classes de Rochas seguiu os mesmos
Desta forma, para separar as subclasses, foi realiza- procedimentos de generalização, sendo considera-
da uma seleção das entidades que apresentavam o do apenas o atributo “CLASSE_ROC”. A variável
mesmo atributo. Para isto, foi utilizado o “Select by adotada para representação foi cor, sendo vermelho
Attributes” das opções da tabela. Por exemplo, foram para as rochas ígneas, magenta para as metamórficas
selecionadas todas as unidades das coberturas sedi- e tons de amarelo para as sedimentares.
mentares consolidadas do Paleógeno, que incluem Os Mapas de Domínios Geomorfológicos e
o Grupo Barreiras, as Formações Potengi, Serra dos Mapas de Padrões de Relevo foram reproduzidos
Martins e Tibau. do trabalho de Dantas & Ferreira (2010). Para tal
Após selecionados, os dados foram exportados reprodução, aplicou-se o georreferenciamento
para um novo arquivo vetorial, constituindo uma seguido de vetorização do mapa digital. As camadas
“pré-forma” de cada subclasse. Em seguida, todas vetoriais produzidas foram ainda colocadas sobre
as pré-formas foram carregadas no ArcGIS e cada um Modelo Digital de Terreno (MDT) produzidos
grupo foi submetido a fusão. Para tal, foi utilizada a partir da imagem raster SRTM obtida no website
a função “Merge” da Barra do Editor. https://earthexplorer.usgs.gov/.
Para compor as estruturas tectônicas, optou-se
por manter somente aquelas que foram expressi-
vas ao longo da história geológica do estado, que
Resultados e Discussão
foram as Zona de Cisalhamento Portalegre e Zona A simplificação da informação geológica con-
de Cisalhamento Picuí-João Câmara. Desta for- tida no Mapa Geológico do Estado do Rio Gran-
ma, foram excluídas todas as demais estruturas do de do Norte, escala 1:500.000, de 2006 produziu
arquivo vetorial. informações significativas e concisas que podem
Após classificar e generalizar todos estes dados ser facilmente lidas em todos os mapas produzidos
geológicos foram estabelecidas as variáveis visuais neste artigo.
mais adequadas para a representação dos dados. No total, foram confeccionados cinco mapas
Para isto, foram escolhidas as variáveis visuais cor temáticos qualitativos, sendo um deles tido como
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Figura 1. Mapa Geológico Simplificado do Estado do Rio Grande do Norte
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Figura 2. Comparação entre o empilhamento litoestratigráfico do Mapa Geológico do Estado do Rio Grande do Norte
(Angelim et al., 2006) e das unidades propostas para o Mapa Geológico Simplificado do Estado do Rio Grande
do Norte
5
até 541 Ma). Correspondendo ao maior grupo em
extensão areal e temporal.
É representado pelas unidades de rochas
metamórficas ortoderivadas arqueanas (Domínio
São José do Campestre), rochas metamórficas
ortoderivadas paleoproterozoicas (Complexo Caicó
dos domínio Rio Piranhas-Seridó e Jaguaribeano)
e rochas metamórficas paraderivadas neoprotero-
zoicas (Grupo Seridó do Domínio Rio Piranhas-
-Seridó). Intrusivas nestas litologias precedentes
encontram-se rochas ígneas (plutônicas) oriundas
das manifestações magmáticas que acometeram a
Província Borborema durante o Ciclo Brasiliano
(Neoproterozoico) (Fig. 5).
6
Figura 4. Distribuição dos subgrupos propostos para o Rio Grande do Norte. Categorias: 1- Rochas metamórficas orto-
derivadas arqueanas; 2- Rochas metamórficas ortoderivadas paleoproterozoicas; 3- Rochas metamórficas para-
derivadas neoproterozoicas; 4- Rochas ígneas plutônicas neoproterozoicas; 5- Vulcanismo mesozoico; 6- Rochas
sedimentares siliciclásticas mesozoicas; 7- Rochas sedimentares carbonáticas mesozoicas; 8- Vulcanismo cenozoico;
9- Coberturas sedimentares consolidadas do Paleógeno; e 10- Coberturas sedimentares inconsolidadas do Neógeno
7
morfismo em torno de 650 Ma (Van
Schmus et al., 2003). Nesta unidade
ocorrem os principais depósitos
minerais metálicos do estado.
8
-Nb, Sn, Be e Li, associados a Província
Pegmatítica da Borborema,
além das mineralizações de ouro em
veios de quartzo (Legrand et al., 1993;
Silva, 1993). Estes pegmatitos ocorrem
intrusivos na unidade de Rochas meta-
mórficas paraderivadas neoprotero-
zoicas e em seu prolongamento para o
sul em forma de diques e de pequenos
corpos. Apesar de sua expressividade, no
banco de dados adotado neste trabalho
os pegmatitos não são representados
cartograficamente devido a escala.
9
entre 110 Ma e 65Ma (Pessoa Neto
et al., 2007).
Vulcanismo cenozoico
Esta unidade corresponde ao
terceiro e último evento magmático
que atuou na Bacia Potiguar, entre
70-6 Ma (Pessoa Neto et al., 2007). Figura 10. Feições de campo das rochas do Grupo Coberturas Sedimentares
Ocupa 0,04% do território potiguar e Vulcanismo Cenozoico. (a) Pico do Cabugi, ao fundo, trata-se de
e distribui-se na porção centro norte um neck vulcânico oriundo do vulcanismo Macau (Foto: Marcos
do Rio Grande do Norte. Trata-se de Nascimento, 2012); (b) Falésias litorâneas da Barreira do Inferno, as
quais são constituídas por conglomerados e arenitos em tons creme
basaltos com filiação alcalina, conten- avermelhados e arenitos ferruginosos (beachrocks) de cor escura. Sobre
do xenólitos peridotíticos. Ocorrem eles assentam as coberturas inconsolidadas do Neógeno (Foto: Centro
sob a forma de derrames, diques, plugs de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), sem data); (c) Dunas
e necks. Podem ocorrer intercalados vegetadas que constituem a figura turística Morro do Careca, na Praia
de Ponta Negra, da cidade do Natal/RN (Foto: Marcos Nascimento,
a algumas coberturas sedimentares
2014); (d) Dunas do Rosado em Porto do Mangue. Estas dunas
consolidadas. O Pico do Cabugi é um abrangem mais de 10 km2 de extensão; suas areias apresentam vários
exemplo icônico da unidade (Fig. 10). tons de rosa. (Foto: Marcos Nascimento, 2011).
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10
(Figura 10b). Tendo como litotipos principais os e dunas eólicas (Figuras 10c, 10d). Em síntese, estão
conglomerados, arenitos finos a grossos, siltitos relacionadas aos sistemas de drenagens e praias.
e concreções ferruginosas. Estas rochas recobrem
indistintamente as unidades do embasamento pré-
-cambriano e da porção aflorante da Bacia Potiguar.
Frames Secundários
Devido ao seu pobre conteúdo fossilífero, a idade Para compor o mapa final foram adicionados
desta unidade é motivo de discussão de diversos os encartes temáticos, Eras Geológicas, Classes de
pesquisadores, sendo considerado, em média, 23 Rochas, Domínios Geomorfológicos e Padrões de
Ma para a idade da deposição destes sedimentos. Relevo (Figura 11).
Figura 11. Diferentes encartes relacionados a temas geológicos e geomorfológicos. (a) Mapa de Eras Geológicas; (b)
Mapa de Classes de Rochas; (c) Mapa de Domínios Geomorfológicos; (d) Mapa de Padrões de Relevo
11
Mapa de classes de rochas Verificou-se também a funcionalidade do Sis-
O Mapa de Classes de Rochas (Figura 11b) exi- tema de Informação Geográfica (SIG) na produção
be a distribuição espacial do atributo tipo rochoso. cartográfica e compreensão do meio físico. Nesta
Nesta representação, constata-se o predomínio das plataforma é possível intercruzar informações de
rochas cristalinas (ígneas e metamórficas) em rela- fontes e temáticas diversas para representar e ana-
ção às rochas sedimentares. Observação já verifica- lisar o espaço geográfico. O SIG revelou-se uma
da na descrição do Mapa Geológico Simplificado. poderosa ferramenta para compreensão do espaço
geográfico e implantação de um desenvolvimento
sustentável. Seu uso permite ainda que a Cartogra-
Mapa de domínios geomorfológicos fia atinja uma maior extensão e alcance na represen-
O Mapa de Domínios Geomorfológicos (Figu- tação e compreensão de dados de cunho espacial.
ra 11c) trata-se de um produto extraído integral- Recomenda-se que a percepção visual da infor-
mente do trabalho de Dantas e Ferreira (2010). mação contida nos mapas produzidos seja avaliada
Nesta concepção, o estado do Rio Grande do Norte junto ao público, de forma a proporcionar futuras
é compartimentado em sete domínios geomorfo- adequações do material.
lógicos, os quais são reflexos do substrato (tipo
rochoso) e das dinâmicas internas e externas atu-
antes. Os sete domínios são: Depressão Sertaneja,
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O Mapa de Padrões de Relevo (Figura 11d)
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também foi extraído de Dantas e Ferreira (2010).
ing granitic pegmatites from the Seridó Belt,
Neste mapa, a partir da análise de dados SRTM, Northeastern Brazil: genetic constraints from
os domínios geomorfológicos desdobram-se em U-Pb dating and Pb isotopes. The Canadian Min-
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Considerações Finais tecnologias da geoinformação (Dissertação de mestra-
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forma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas em Geociências.
transformam o mundo”. Com o conjunto cartográ- Cohen, K. M., Finney, S., Gibbard, P. L., & Fan J.–X.
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fico produzido neste artigo pretende-se aproximar a
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com a Geologia. phy.org/icschart/cohen2013_episodes.pdf. Acesso
Este trabalho propõe a representação cartográ- 07.01.2019.
fica de dados geológicos de maneira significativa e CPRM. (2009). Mapa Geodiversidade do Estado do Rio
sumarizada em ambiente digital e impresso. Nos Grande do Norte: Escala 1:500.000. Recife: CPRM/
produtos obtidos observa-se significativa melhoria Serv. Geol. Brasil, SGM, MME. URL: http://
no processo de comunicação visual entre o mapa e rigeo.cprm.gov.br/jspui/handle/doc/14709. Acesso
o leitor. Foi eliminado um excesso de informação 07.01.2019.
que propicia dispersão da compreensão do usuário Dantas, E. D. & Ferreira, R. V. (2010). Relevo. In: Pfal-
e dificulta na integração e representação da realida- tzgraff, P. A. S. & Torres, F. S. M. (Eds.), Geodi-
versidade do estado do Rio Grande do Norte (p.77-92).
de. Desta forma, estes mapas poderão ser utiliza-
Recife: CPRM.
dos por pesquisadores de diversas áreas, gestores e Dantas, E.L., Van Schmus, W.R., Hackspacher, P.C.,
leitores que necessitem compreender (melhor) o Fetter, A.H., Brito Neves, B.B., Cordani, U.,
meio abiótico sem possuir uma significativa baga- Nutman, A.P. & Williams, I.S. (2004). The 3.4-
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