Você está na página 1de 45

MORFOMETRIA

Aplicações em Hidrologia
Geomorfometria
• Ciência de análise quantitativa da superfície terrestre;
• Medir as formas de relevo a partir de análises sistêmicas e racionais;
• Reconhecimento no final do século XIX nos países germânicos (síntese de Henri
BAULIG – 1959);
• Teorias suplantadas por pesquisas de Willian Morris DAVIS;
• Morfometria retoma na Segunda Guerra Mundial com o Engenheiro Hidráulico
Robert E. HORTON (1945) e seus estudos sobre o desenvolvimento dos rios e de
suas bacias;
Geomorfometria
• Os estudos sobre drenagens fluviais sempre estiveram associados com a
Geomorfologia:
• “cada vale foi escavado pelo seu rio, e a relação entre os vales é a mesma que
entre os rios” – Léonard da Vinci
• “cada rio consiste em um tronco principal, alimentado por um certo número de
tributários, sendo que cada um deles corre em um vale proporcional ao seu
tamanho, e o conjunto forma um sistema de vales comunicantes com declividades
tão perfeitamente ajustadas que nenhum deles se une ao vale principal em um
nível demasiado superior ou inferior: circunstancia que seria infinitamente
improvável se cada vale não fosse obra do rio que ocupa.” (PLAYFAIR, 1802) – Lei
das confluências concordantes ou lei de Playfair.
Geomorfometria
• Os cursos d’água são processos morfogenéticos ativos na esculturação da
paisagem terrestre;

• A configuração da drenagem é um desenho da erosão: relação causa e efeito.

• Mas, o que se analisa são resultados graficamente retirados de fotografias aéreas.


Geomorfometria
• Por muito tempo as observações sobre as bacias hidrográficas ocorreram de forma
qualitativa, baseadas em observações pessoais e raciocínios indutivo;

• Quando houve a possibilidade de utilizar documentos cartográficos com maior


precisão, foi a caracterização dos padrões de drenagem que mais se desenvolveu;

• Horton (1945) marcou uma nova fase na morfometria ao propor inúmeros índices
analíticos para os cursos d’água, incluindo redes de drenagem, vertentes e
interflúvios.
Morfometria de bacias

Padrões de drenagem
Hierarquia fluvial
Análise linear
Análise areal
Análise hipsométrica
Análise topológica
Bacias hidrográficas do brasil
Padrões de drenagem
Arranjamento espacial dos cursos fluviais

Morfogênese relaciona-se com:

- Disposição das camadas rochosas;


- Resistência litológica variável;
- Diferenças de declividade;
- Evolução geomorfológica.

Causa – efeito
Erosão – rede de drenagem
Padrões de drenagem
Arranjamento espacial dos cursos fluviais

Dentrítica – configuração de uma árvore, ângulos


agudos.
Pinada – dentrítico subsidiário, tributários paralelos
com ângulos agudos.

Treliça - rios principais paralelos, afluentes


transversais em ângulos retos -
Forte controle estrutural, camadas inclinadas com
resistência desigual.
Retangular – modificação da treliça, alterações
bruscas no fluxo fluvial.
Padrões de drenagem
Arranjamento espacial dos cursos fluviais

Paralela – fluxos correm paralelamente –


Vertentes com declividades acentuadas ou falhas
paralelas.
Distributária – ramificações quase paralelas de um
único afluente

Radial/Centrífuga – Divergem a partir de um ponto ou


área elevada, como domos.
Centrípeta – Convergem para um ponto central mais
baixa, como crateras vulcânicas ou depressões
topográficas.
Padrões de drenagem
Arranjamento espacial dos cursos fluviais

Anelar – assemelham-se a anéis, aflorando em rochas


menos resistentes –
Áreas dômicas profundamente entalhadas
Padrões de drenagem

Cratera Vulcão em Patrocínio - MG


Padrões de drenagem

Cratera Vulcão em Patrocínio - MG


Padrões de drenagem

Domo de Caldas Novas - GO


Padrões de drenagem

Domo de Caldas Novas - GO


Padrões de drenagem
Padrões de drenagem
Hierarquia fluvial
• Grau de ramificação ou bifurcação dentro de uma
bacia de drenagem;
• Objetivo de facilitar e tornar mais objetivo a
morfometria de bacias.
Método: Horton (1945) + Strahler (1964)

STRAHLER, A. N. Dynamic basis of geomorphology


Bulletim of Geological Society of America, n. 63, p. 923
– 937,1952.
Critérios para canal
principal:
a) Menor ângulo;
b) Maior extensão.
Horton Strahler
Geral: toda junção
contribui para
modificar a ordem do Rio aumenta 1 ordem se
canal principal, entra em confluência
alterando propriedades com outro da mesma
da rede e criando um ordem
novo segmento.

Scheidegger Shreve

Cada ordem apresenta Magnitude 1 – Nascente


uma característica até primeira confluência;
Seguintes magnitudes =
N = log2 (2r + 2s) soma dos afluentes.
Ligamento = n de
nascentes que lhe é
atribuido
Strahler
Análise linear
Índices e relações sobre a rede hidrológica, os quais consideram medições feitas ao longo da linha de escoamento.

- Relação de bifurcação;
- Relação entre o comprimento médio dos canais de cada ordem;
- Relação entre o índice do comprimento médio dos canais e índice de bifurcação;
- Comprimento do rio principal;
- Extensão do percurso superficial;
- Relação equivalente vectorial;
- Gradiente dos canais.
Strahler
Análise areal
Índices com medições planimétricas e lineares.

- Área da bacia;
- Comprimento da bacia;
- Relação entre comprimento do rio principal e área da bacia;
- Forma da bacia;
- Densidade de rios;
- Densidade de drenagem;
- Densidade de segmentos da bacia;
- Relação entre as áreas da bacia;
- Coeficiente de manutenção.
Densidade de drenagem
Análise Hipsométrica
Considera as inter-relações existentes em determinada unidade horizontal de espaço em relação às faixas altitudinais

- Curva hipsométrica (unidade geométrica);


- Coeficiente de massividade e coeficiente orográfico;
- Amplitude altimétrica máxima da bacia;
- Relação de relevo;
- Índice de rugosidade.
Análise topológica
Como os vários canais se encontram conectados, sem considerar área, comprimento ou orientação.
Linha de cumeada: linha que une os pontos mais altos de uma cadeia de montanha ou topos – divisor de água.

Você também pode gostar