Você está na página 1de 10

Potencial para Remineralização de Solos com Rochas do

Complexo Alcalino Carbonatítico de Serra Negra / MG

Cristiane Oliveira de Moura


Geóloga, Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Programa de Pós-graduação em
Geologia, Brasília, Brasil, cmoura.geo@gmail.com

Flávio Henrique Freitas e Silva


Geólogo, Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Brasília, Brasil, fhfsilva@unb.br

RESUMO: A pesquisa apresenta uma síntese acerca da caracterização geoquímica e mineralógica


das rochas do Complexo Alcalino Carbonatítico de Serra Negra / MG para utilização como
remineralizadores de solos. As rochas aqui consideradas incluem dunitos, peridotitos, piroxenitos
e seus equivalentes foscoríticos, isto é, foscoritos peridotíticos e piroxêníticos (bebedouritos)
“metassomatizados/hidrotemalizados”, mais ou menos injetados por veios e diques de
carbonatitos. As rochas metassomatizadas apresentam teores médios de P2O5 em torno de 2%,
com faixas mineralizadas onde os teores de P2O5 variam entre 3-10%. Os teores de MgO + CaO
situam-se em torno de 10 a 42% e valor médio de 30%. Nas rochas investigadas os teores de sílica
estiveram em média acima de 30%, o que associado com a caracterização mineralógica, pode ser
atribuído predominantemente a sílica estrutural presente nos minerais silicáticos ferro
magnesianos das rochas do complexo. Os teores de K2O são caracteristicamente baixos, situando-
se abaixo de 1%. O MnO e o NiO situam-se em geral acima dos valores mínimos para que possam
ser enquadrados como elementos mineralizadores, de acordo com a norma técnica IN 05/2016.

PALAVRAS-CHAVE: Complexo alcalino carbonatítico de Serra Negra; Remineralizadores de


solos; Rochas ultrabásicas; Foscoritos.

ABSTRACT: The research presents a synthesis of the geochemical and mineralogical


characterization of rocks from the Alkaline Carbonatite Complex of Serra Negra - MG for use as
soil remineralizers. The rocks considered here include dunites, peridotites, pyroxenites and their
phoscorites equivalents, that is, “metasomatized/hydrothemalized” peridotite and pyroxenitic
phoscorites (bebedourites), more or less injected by carbonatite veins and dikes. Metasomatized
rocks have average P2O5 values of around 2%, with mineralized bands where P2O5 vary between
3-10%. The MgO + CaO contents are around 10 to 42% and an average value of 30%. In the rocks
investigated, silica contents were on average above 30%, which, associated with the mineralogical
characterization, can be predominantly attributed to the structural silica present in the iron-
magnesian silicate minerals of the complex's rocks. K2O contend are characteristically low, below
1%. MnO and NiO are generally above the minimum values for them to be classified as
mineralizing elements, in accordance with technical standard IN 05/2016.

KEYWORDS: Serra Negra alkaline-carbonatite complex; Soil remineralizers; Ultrabasic rocks;


phoscorites.
1 Introdução

Nas últimas três décadas do século XX e nos primeiros anos do século XXI, as pesquisas
sobre fertilização natural de solos ganhou destaque, com a rochagem sendo reconhecida como
uma eficiente técnica de remineralização. No Brasil, importantes marcos incluem a publicação
“Rochagem: O método de aumento da fertilidade em solos lixiviados e arenosos”
(LEONARDOS; FYFE; KRONBERG, 1976), e diversos estudos subsequentes que têm
demonstrado que a utilização de rochagem constitui um eficiente agente remineralizador
(LOUREIRO; MELAMED; FIGUEIREDO-NETO, 2009; MARTINS et al., 2010; SOUZA,
2014; BERGMANN, 2016; MACHADO et al., 2016; PILLON, 2016; STRAATEN, 2016;
THEODORO, 2016; SANTOS, 2020; CASTRO; RIBEIRO; GOMES, 2021).
No entanto, apesar dos avanços técnicos quanto aos aspectos legais existem ainda
controvérsias e mesmo indefinições na qualificação e avaliação da eficiência agronômica de
remineralizadores de solo (SILVEIRA et al., 2016; THEODORO, 2016). No ano de 2012
diferentes instituições governamentais formaram o “Grupo de Trabalho de Normatização do Uso
de Pó de Rocha para a Agricultura”, tendo como resultado a redação e aprovação da Lei N°12.890,
de dezembro de 2013, que alterou a Lei dos Fertilizantes (Lei N°6.894, de 16 de dezembro de
1980) por meio da inserção dos mineralizadores como categoria de insumos para uso na
agricultura. Conforme a Lei N°12.980/2013, remineralizador constitui o material de origem
mineral que tenha apenas redução e classificação de tamanho por processos mecânicos e que
altere os índices de fertilidade do solo por meio da adição de macro e micronutrientes para as
plantas, bem como promova a melhoria das propriedades físicas ou físico-químicas ou da
atividade biológica do solo (CASTRO; RIBEIRO; GOMES, 2021). Contudo, somente em 2016
o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou as instruções normativas IN 05 e
IN 06, de 10 de março de 2016, sobre o registro de uso e comercialização dos remineralizadores.
Diversos tipos de rochas apresentam possibilidades de serem aplicadas na rochagem, com
base em sua composição química e mineralógica específica, por exemplo, as rochas graníticas são
adequadas para fornecer potássio, enquanto rochas basálticas são fontes de cálcio, magnésio,
silício e vários micronutrientes. (ASSUNÇÃO; TREVISANUTO, 2018; CAMARA et al., 2021;
CASTRO; RIBEIRO; GOMES, 2021; DETTMER et al., 2020; DUARTE et al., 2013;
IMAIZUMI; ROSSI; FORTE, 2018; MACHADO et al., 2016; MARTINS et al., 2006;
PEROZINI et al., 2019; SILVA et al., 2012). A eficiência das rochas na remineralização do solo
depende ainda de suas propriedades físicas, como granulometria, dureza e da lenta liberação de
nutrientes durante a intemperização, sendo que a cinética das reações está diretamente relacionada
à “Série de Dissolução de Goldich”, “Cristalização de Bowen” e seu entendimento é essencial
para efetividade dos programas de remineralização de solos (GOLDICH, 1938; SILVEIRA et al.,
2016).
O Complexo Alcalino Carbonatítico de Serra Negra, situado no oeste do Estado de Minas
Gerais, é composto principalmente por dunitos e engloba várias intrusões alcalinas do Cretáceo
Superior. Há áreas onde predominam veios e diques de carbonatito, nas quais foram identificados
apatita calciocarbonatitos, que gradam localmente para cumulados foscoríticos bandados e
flogopita picritos (GRASSO, 2010). Essa pesquisa explora o potencial de uso das rochas
foscoríticas do Complexo de Serra Negra, assim como suas variedades serpentinizadas, mais ou
menos injetados por veios carbonatíticos, como remineralizadores de solos.
2 Contexto Geológico

A área de estudo está inserida no Complexo Alcalino Carbonatítico de Serra Negra-MG


(Figuras 1), pertencente a Província Ígnea do Alto Paranaíba (PIAP), que faz parte do intenso
magmatismo alcalino ocorrido na região centro sul do Brasil e no Paraguai oriental, durante o
final do Cretáceo até o início do Eoceno (TOLEDO; PEREIRA, 2001). A PIAP (ALMEIDA;
HASUI, 1984; GIBSON et al., 1995) no centro-sudeste do Brasil compreende um volumoso
magmatismo colocado em rochas do cinturão neoproterozoico Brasília em uma área relativamente
estreita de direção noroeste situada entre a margem SW do Cratón São Francisco e a margem NE
da Bacia do Paleozóico do Paraná (Figura 1). Os dados geocronológicos definem um estreito
intervalo de idade do magmatismo entre 80 e 90Ma (GIBSON et al., 1995; SGARBI; VALENÇA,
2004; SONOKI; GARDA, 1988; ULBRICH; GOMES, 1981).
Três séries magmáticas compõem os complexos da PIAP: (a) bebedourítica, (b) foscoritos
e (c) carbonatitos (BARBOSA et al., 2012; GRASSO, 2010). A primeira (a) é produto da
cristalização fracionada de magma primitivo de afinidade kamafugítica, constituindo litotipos
contendo clinopiroxênio (principalmente diopsídio), flogopita, apatita, olivina, perovskita e
magnetita. A foscorítica (b) é formada por rochas provenientes de magmas enriquecidos em
fósforo e seus termos são definidos por variações modais de apatita, magnetita e olivina. Por fim,
a carbonatítica (c) é formada por rochas com mais de 50% de carbonatos, essencialmente calcita,
dolomita, Fe-dolomita e ankerita.
As rochas que compõem o Complexo de Serra Negra raramente estão expostas, sendo em
geral capeadas por um espesso manto de intemperismo que comumente atinge espessuras da
ordem de centenas de metros e que promoveu a formação de depósitos supergênicos de fosfato,
nióbio, titânio, terras raras, vermiculita e barita (GRASSO, 2010; BROD et al., 2004, RIBEIRO
et al., 2014). Os poucos afloramentos observados correspondem a rochas duníticas, piroxênitícas
(bebedouritos) seguidas por foscoritos, carbonatitos e raros sienitos (GRASSO, 2010; BARBOSA
et al., 2012; ARAÚJO, 2015).

3 Materiais e Metódos

As amostras consideradas neste estudo de potencial de remineralização de solos com rochas


foscoríticas do Complexo de Serra Negra foram obtidas em testemunhos de sondagem rotativa.
As análises geoquímicas de rocha total foram realizadas pelo método de fluorescência de raios-x,
com abertura por meio de fusão alcalina utilizando tetraborato de lítio, realizadas pelos
laboratórios da SGS-Geosol. Os dados de difração de raios-X foram adquiridos, para amostras
representativas do foscorito, no laboratório da Universidade de Brasília (UnB), utilizando um
difratômetro RIGAKU- ULTIMA IV, equipado com tubo de cobre como fonte de radiação Kα e
filtro de níquel com tensão de 35kV, corrente de 15mA e detector DTEX/ULTRA. As leituras
foram feitas por passo, com variação de 0.05, velocidade de 5°/min e varredura no intervalo 2Ө
de 2° a 60° para amostra total, e de 2° a 40° para fração argila seca ao ar, solvatada com
etilenoglicol e aquecida a 490°C por 4 horas. A partir dos difratogramas, a identificação dos
minerais foi realizada com apoio do software JADE 9.0 da MDI, que dispõem de rotinas de busca
automática de picos e pesquisa de possíveis minerais no banco de dados mineralógico do
International Centre for Diffraction Data (ICDD).
Figura 1. Mapa geológico da região do Complexo de Serra Negra (Modificado de BARBOSA et
al., 2012; GRASSO, 2010; HEINECK et al., 2004).

4 Resultados e Discussão

Os litotipos pertencentes ao Complexo de Serra Negra que foram estudados consistem em


dunitos e piroxenitos / bebedouritos, e seus equivalentes foscoríticos, isto é, foscoritos
peridotíticos e piroxêníticos (bebedouritos) “metassomatizados/hidrotemalizados”, mais ou
menos injetados por veios e diques de carbonatitos.
Os dunitos são representados por rochas praticamente monominerálicas nas quais
predominam as olivinas magnesianas (forsterita) euédricas a subéudricas mais ou menos
serpentinizadas, de coloração macroscópica preta, em contraste os piroxenitos são rochas
compostas quase que exclusivamente pelo piroxênio cálcico (diopsídio), apresentando uma cor
cinza escuro esverdeada, por vezes, sendo referidos na literatura como bebedouritos. Em geral,
são raros os termos intermediários (peridotíticos) entre os dunitos e os piroxenitos. As rochas
ultrabásicas que apresentam em sua moda proporções variáveis dos minerais: flogopita,
perovskita, carbonatos e Fe-Ti-óxidos, são classificadas como foscoritos. Em meio a estes
litotipos dominantes ocorrem veios/diques e/ou intercalações subordinadas de carbonatitos,
anfibolitos e serpentinitos.
Os foscoritos apresentam teores médios de P2O5 em torno de 2%, com faixas
mineralizadas onde os teores de P2O5 variam entre 3-10%. Os teores de MgO + CaO situam-se
em torno de 10 a 42% e valor médio de 30%. Deste total, o CaO contribui em média com cerca
de 10 a 15%, em função da presença dos carbonatos. Com isso, além do poder de neutralização
maior que aqueles dunitos exclusivamente magnesianos, contribui também como suprimento de
cálcio para as culturas. Nas rochas investigadas os teores de sílica estiveram em média acima de
30%, o que associado com a caracterização mineralógica, pode ser atribuído predominantemente
a sílica estrutural presente nos minerais silicáticos ferro magnesianos das rochas do complexo. O
Al2O3 apresenta teores inferiores a 3%, colocando em evidência o caráter dunítico das rochas. A
maior parte deste elemento está na estrutura da flogopita. Os teores de K2O são
caracteristicamente baixos, situando-se abaixo de 1% (Tabela 1).

Tabela 1 . Comparação entre os valores mínimos de elementos remineralizadores regulamentados


pela IN 05/2016 e os observados em foscoritos do Complexo de Serra Negra (Nº de amostras =
140). * Os teores de Sílica Livre são indicados pela ausência ou pela quantidade subordinada de
quartzo na moda mineral. N.A = Não se aplica.

Elementos IN05/2016 Teor Mínimo (%) Teor Máximo (%) Teor Médio (%)
CaO + MgO + K2O > 9% 11 42 30
Sílica Livre < 25% 0* << 25* << 25*
Si > 0,05% 9,49 34,78 18,31
P 2O5 >1% 1 10 3,5
Mn > 0,1% 0,06 0,66 0,14
Ni > 0,005% 0,01 0,46 0,07
Al N.A 0,13 5,50 1,39

Os resultados obtidos nas análises por DRX na fração total para as rochas frescas indicam
uma composição mineralógica dominada por forsterita e diopsídio, com proporções variáveis de
perovskita, flogopita, carbonato e óxidos de Fe e Ti, em função da maior ou menor intensidade
do metassomatismo (Figura 2).
As características geoquímicas e mineralógicas das rochas ultrabásicas foscoríticas,
confrontadas com os dados da literatura, indicam que estes recursos minerais podem ser
empregados como insumos para remineralização/rochagem de solos. As rochas ultrabásicas
presentes na área do alvará apresentam características que indicam que devem apresentar
performance para rochagem até superiores àquelas comumente descritas na literatura como
corretoras de pH e no suprimento dos macronutrientes Mg, Ca, Si e (K) e pelo menos dos micro
nutrientes Mn e Ni. Quando intemperizadas os argilominerais neoformados apresentam
predominantemente estruturas 2:1, alguns com propriedades expansivas como a vermiculitas
(Figura 3), bastante apropriadas para a retenção de água e álcalis no solo, contribuindo para a
manutenção de elevadas capacidades de troca de cátions dos solos.
Os silicatos presentes nas rochas ultrabásicas (olivina/forsterita, piroxênio/diopsídio)
contribuem para a correção da acidez, promovendo no solo a elevação do pH, por meio da ação
neutralizante da base SiO3-2, de acordo com as seguintes reações:

MgSiO3 ↔ Mg+2 + SiO3-2 (1)


SiO3-2 + H2O (solo) ↔ HSiO3- + OH- (2)
HSiO3- + H2O (solo) ↔ H2SiO3 + OH- (3)
H2SiO3 + H2O (solo) ↔ H4SiO4 (ácido monossilícico) (4)
Vermiculita Clinocrisotila Antigorita Forsterita

Figura 2 . Difratogramas empilhados mostrando o intemperimo progressivo de um forsterita


foscorito da área de estudo.

Fração argila aquecida

Fração argila solvatada c/ etilenoglicol

Fração argila

Amostra
total

Figura 3 . Empilhamento dos difratogramas da amostra total, fração argila, fração argila
solvatada com etilenoglicol e fração argila aquecida.
Trabalhos experimentais com aplicação do pó de dunito em diversas culturas, mostraram
uma grande eficiência para suprir os macroelementos Mg, Ca, Si; na elevação da capacidade de
troca de cátions e do pH dos diferentes tipos de solos ensaiados, resultando em melhoria das
características bioquímicas das diferentes plantas consideradas, bem como de significativo ganho
de produção (IMAIZUMI; ROSSI; FORTE, 2018; ASSUNÇÃO; TREVISANUTO, 2018;
CRUSCIOL et al., 2019; DETTMER et al., 2020; MORETTI et al., 2021).
De acordo com Imaizumi, Rossi e Forte (2018, p.7), a elevação do pH do solo, em
decorrência do efeito corretivo dos silicatos do dunito, proporciona aumento da solubilidade dos
fosfatos de ferro e alumínio, além de reduzir a adsorção do ânion fosfato à fase sólida do solo,
contribuindo para a diminuição dos processos de fixação de fósforo. Além do efeito corretivo e
do fornecimento de magnésio, o produto disponibiliza o ânion silicato (H3SiO4-), que se adsorve
aos óxidos de ferro e alumínio da fração argila, impedindo ou dificultando a adsorção de fosfato
(H2PO4-) que, desta maneira, torna-se mais disponível na solução do solo.
Além disso, o silício solúvel desprovido de carga elétrica (H4SiO4) pode ser absorvido pelas
raízes e proporcionar consequências benéficas no comportamento dos vegetais, tais como: maior
resistência ao acamamento; maior resistência à infecção de fitopatógenos e pragas; melhoria na
arquitetura foliar e na taxa fotossintética, bem como o aumento da tolerância ao déficit hídrico.
As rochas ultrabásicas consistem em uma fonte de liberação natural e controlada de Mg e
Si, o mecanismo de liberação do Mg e Si do produto é regulado pela demanda da planta, sendo
dependente da remoção dos produtos dos equilíbrios de dissolução e hidrólise dos minerais que
compõem a rocha tendo como principal desdobramento da liberação o aumento da eficiência da
adubação magnesiana, com menores perdas por lixiviação de Mg em decorrência da cinética de
dissolução ser mais lenta que fontes solúveis convencionais (IMAIZUMI; ROSSI; FORTE,
2018).

4 Conclusões

A caracterização geoquímica e mineralógica das rochas ultrabásicas do Complexo de Serra


Negra mostraram que essas apresentam características compatíveis com aquelas exigidas pela
legislação que regulamenta o uso de rochas como agentes remineralizadores. Por suas dimensões
o Complexo de Serra Negra apresenta um enorme potencial para a produção de pó de rocha
derivado de dunitos e piroxenitos. Neste contexto, são particularmente importantes a presença das
rochas foscoríticas, que além das vantagens proporcionadas pelo cálcio, magnésio e silíca
estrutural, são enriquecidas em fósforo. Cabendo ressaltar que, além dessas qualidades químicas,
as rochas pesquisadas e seus respectivos produtos de intemperismo, apresentam mineralogia
bastante favorável à utilização em rochagem, como a presença de flogopita e argilominerais
expansivos 2:1.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à A&M Mineração Ltda e Galapágos Capital Ltda, por fornecerem
amostras de testemunhos de perfuração e suporte de campo. Nós gostaríamos também de
agradecer ao Laboratório de Difratometria de Raios-X, do Instituto de Geociências da
Universidade de Brasília, pelo acesso as instalações analíticas e à CAPES pelo apoio financeiro
a esta pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Almeida, F. F. M.; Hasuí, Y. (1984). O Pré-Cambriano do Brasil. São Paulo: Edgard Blücher.
378p.
Araújo, I.M.C.P. (2015). Gênese e Controles da Mineralização Secundária de P, Ti e ETR no
Complexo Alcalino Carbonatítico de Salitre, MG. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós
Graduação em Geologia, Instituto de Geociências, Universidade de Brasília / UnB, 143p.
Assunção, P. S.; Trevisanuto, H. (2018). Eficiência da aplicação de dunito em diferentes doses
pré-semeadura da cultura da soja. Tangará da Serra. PA Consultoria Agronômica, Pesquisa &
Agricultura de Precisão, 10p.
Barbosa, E. S. R.; Brod, J. A.; Junqueira-Brod, T. C.; Dantas, E. L.; Cordeiro, P. F. O.; Gomide,
C. S. (2012). Bebedourite from its type area (Salitre I complex): a key petrogenetic series in
the Late-Cretaceous Alto Paranaíba kamafugite–carbonatite–phoscorite association, Central
Brazil. Lithos, 144–145, 56–72.
Bergmann, M. (2016). Remineralizadores no Brasil: O trabalho da CPRM – Serviço Geológico
do Brasil. In: Bamberg, A. L.; Silveira, C. A. P.; Martins, E. S.; Bergmann, M.; Martinazzo, R.
Theodoro, S. H. (eds). Anais do III Congresso Brasileiro de Rochagem. Pelotas: Embrapa
Clima Temperado; Brasília: Embrapa Cerrados; Assis: Triunfal Gráfica e Editora. p. 71-90.
Brod, J. A.; Ribeiro, C. C.; Gaspar, J. C.; Junqueira-Brod, T. C.; Barbosa, E. S. R.; Riffel, B. F.;
Silva, J. F.; Chaban, N.; Ferrarri, A. J. D. (2004). Geologia e Mineralizações dos Complexos
Alcalino Carbonatíticos da Província Ígnea do Alto Paranaíba. In: 42° Congresso Brasileiro
de Geologia, Araxá, Minas Gerais, Guias de Excursões. 1-29 (CD-ROM).
Camara, G. R.; Faitanin, B. X.; Silveira, L. L.; Chiodi Filho, C.; Santos, E. S. (2021). Utilização
de rochas ornamentais ricas em minerais potássicos como fonte alternativa de insumo agrícola
via rochagem - Parte I. Rio de Janeiro: CETEM/MCTI. Série Rochas e Minerais Industriais,
30. 71p.
Castro, V. R.; Ribeiro, V.; Gomes, R. (2021). Uso de pó de rochas silicáticas como fonte de
nutrientes para solos da agricultura: revisão. Revista Latino-Americana de Inovação e
Engenharia de Produção. Impactos das Tecnologias na Engenharia de Materiais e
Metalúrgica, 2, Capítulo 11, p.107-118.
Crusciol, C. A. C.; Moretti, L. G.; Bossolani, J. W.; Moreira, A.; Micheri, P. H.; Rossi, R. (2019).
Can Dunite Promote Physiological Changes, Magnesium Nutrition and Increased Corn Grain
Yield? Communications in Soil Science and Plant Analysis, 50, p. 2343-2353.
Dettmer, C. A.; Abreu, U. G. P.; Guilherme, D. O.; Ferrari Neto, J.; Dettmer, T. L. (2020). Uso de
“pó de rocha” em sistemas de produção agrícola: breve análise sobre viabilidade técnica. In:
Encontro Internacional de Gestão, Desenvolvimento e Inovação, 4. Anais... Naviraí: UFMS,
p. 1-6.
Duarte, W. M.; Mafra, A. L.; Foresti, M. M.; Piccola, C. D.; Almeida, J. A. (2013). Potencial de
olivina melilito, granito e sienito na disponibilização de pótássio em solos. Revista de Ciências
Agroveterinárias, v. 12(1):68-77.
Gibson, S. A., Thompson, R. N., Dickin, A. P., Leonardos, O. H. (1995). High-Ti and low-Ti mafic
potassic magmas: key to plume-lithosphere interactions and continental flood-basalt genesis.
Earth and Planetary Science Letters, 136: 149-165.
Goldich, S. S. (1938). A study in rock-weathering. Journal of Geology, 46, 17-58.
Grasso, C. B. (2010). Petrologia do Complexo Alcalino-Carbonatítico de Serra Negra, MG.
Dissertação de Mestrado, Instituto de Geociências, Universidade de Brasília / UnB, 209 p.
Heineck, C. A; Vieira, V. S.; Drumond, J. B. V.; Leite, C. A. L.; Lacerda Filho, J. V.; Valente, C.
R.; Souza, J. D.; Lopes, R. C.; Malouf, R. F.; Oliveira, I. W. B.; Oliveira, C. C.; Sachs, L. L.
B; Paes, V. J. C.; Junqueira, P. A. (2004). Folha SE.23-Belo Horizonte. In: Schobbenhaus, C.;
Gonçalves, J. H.; Santos, J. O. S.; Abram, M. B; Leão Neto, R.; Matos, G. M. M; Vidotti, R.
M; Ramos, M. A. B.; Jesus, J. D. A. (eds.). Carta Geológica do Brasil ao Milionésimo,
Programa Geologia do Brasil - PGB. CPRM, Brasília. CD-ROM.
Imaizumi, C.; Rossi, R.; Forte, L. (2018). Potencialidades do dunito como fonte de silício e
magnésio para a agricultura. CMAG Fertilizantes. Jaboticabal (SP). Agosto de 2018
https://cmagfert.com.br/wp-content/uploads/2019/10/Dunito-CMAG-Fertilizantes.pdf.
Acesso em outubro de 2023.
Loureiro, F. E. L.; Melamed, R. G.; Figueiredo Neto, J. (2009). Fertilizantes agroindústria &
sustentabilidade. Rio de Janeiro: CETEM. 645p.
Leonardos, O. H.; Fyfe, W. S.; Kronberg, B. I. (1976). Rochagem: O método de aumento da
fertilidade em solos lixiviados e arenosos. In: Congresso Brasileiro de Geologia, 29.
Anais...Belo Horizonte, p. 137-145.
Machado, R. V.; Andrade, F. V.; Passos, R. R.; Ribeiro, R. C. D. C.; Mendonça, E. S.; Mesquita,
L. F. (2016). Characterization of ornamental rock residue and potassium liberation via organic
acid application. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 40, 1-13.
Martins, E. S.; Resende, A. V.; Oliveira, C. G.; Furtini Neto, A. E. (2010). Materiais silicáticos
como fontes regionais de nutrientes e condicionadores de solos. In: Luz, A. B. & e Lins, F. A.
F. (eds). Rochas & Minerais Industriais. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, p. 68-104.
Moretti, L. G.; Crusciol, C. A. C.; Bossolani, J. W.; Rossi, R.; Moreira, A. (2021). Dunite
solubilization kinetics in silicon-magnesium fertilization. Journal of Plant Nutrition, 44, 1-12.
Perozini, A. C.; Almeida Junior, J. J.; Smiljanic, K. B. A.; Matos, F. S. A.; Oliveira, S. M. A.;
Camargo, H. A. (2019). Avaliação das características agronômicas da cana-de-açúcar
tratada com doses crescentes do condicionador pó de rocha de origem “Basalto Gabro”. In:
II Colóquio Estadual de Pesquisa Multidisciplinar. IV Congresso Nacional de Pesquisa
Multidisciplinar, p. 6.
Pillon, C. N. (2016). Dos pós de rocha aos remineralizadores: passado, presente e desafios. In:
Bamberg, A. L.; Silveira, C. A. P.; Martins, E. S.; Bergmann, M.; Martinazzo, R. Theodoro, S.
H. (eds). 2016. Anais do III Congresso Brasileiro de Rochagem. Pelotas: Embrapa Clima
Temperado; Brasília: Embrapa Cerrados; Assis: Triunfal Gráfica e Editora. p. 1-22.
Ribeiro, C. C.; Brod, J. A.; Junqueira, T. C.; Gaspar, J. C.; Palmieri, M.; Cordeiro, P. F. O.; Torres,
M. G.; Grasso, C. B.; Barbosa, E. S. R.; Barbosa, P. A. R.; Ferrari, A. J. D.; Gomide, C. S.
2014. Potencial e Controles Metalogenéticos de ETR, Ti e Nb. In: Províncias alcalino-
carbonatíticas brasileiras. Metalogênese das Províncias Tectônicas Brasileiras. CPRM. Org.:
Silva, M. G.; Rocha Neto, M. B.; Jost, H.; Kuyumjian, R. M., 589 p.
Santos, R.A. (2020). Avaliação da capacidade de troca de cátions (CTC) em pó de rocha e solo
que recebeu aplicação. Dissertação de Mestrado, Ecologia de Agrosistemas, Universidade de
São Paulo, Piracicaba. 74 p.
Sgarbi, G. N. C.; Valença, J. G., (1994). Kalsilite in Brazilian kamafugitic rocks. Mineralogical
Magazine, 57: 165-171.
Silva, A.; Almeida, J. A.; Schmitt, C.; Coelho, C. M. M. (2012). Avaliação dos efeitos da aplicação
de basalto moído na fertilidade do solo e nutrição de Eucalyptus benthamii. Floresta, v. 42, n.
1, p. 69-76.
Silveira, C. A.; Bamberg, A. L.; Martinazzo, R.; Pillon, C. N.; Martin, E. S.; Piana, C. F. B. (2016).
Protocolo para avaliação da eficiência agronômica de remineralizadores de solo – uma
proposta da EMBRAPA. In: Bamberg, A. L.; Silveira, C. A. P.; Martins, E. S.; Bergmann, M.;
Martinazzo, R. Theodoro, S. H. (eds). 2016. Anais do III Congresso Brasileiro de Rochagem.
Pelotas: Embrapa Clima Temperado; Brasília: Embrapa Cerrados; Assis: Triunfal Gráfica e
Editora. p. 219-237.
Sonoki, I. K.; Garda, G. M. (1988). Idades K-Ar de rochas alcalinas do Brasil meridional e
Paraguai oriental: compilação e adaptação às novas constantes de decaimento. Boletim IG-
USP, Série Científica, São Paulo, 19, p. 63-85.
Souza, F. N. S. (2014). O potencial de agrominerais silicáticos como fonte de nutrientes na
agricultura tropical. Brasília. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós Graduação em
Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal de Brasília / UnB, 107 p.
Straaten, P. V. (2016). Rocks for crops’ in the world. In: Bamberg, A. L.; Silveira, C. A. P.; Martins,
E. S.; Bergmann, M.; Martinazzo, R. Theodoro, S. H. (eds). 2016. Anais do III Congresso
Brasileiro de Rochagem. Pelotas: Embrapa Clima Temperado; Brasília: Embrapa Cerrados;
Assis: Triunfal Gráfica e Editora. p. 59-70
Theodoro, S. H. (2016). A construção do marco legal dos remineralizadores. In: Bamberg, A. L.;
Silveira, C. A. P.; Martins, E. S.; Bergmann, M.; Martinazzo, R. Theodoro, S. H. (eds). 2016.
Anais do III Congresso Brasileiro de Rochagem. Pelotas: Embrapa Clima Temperado;
Brasília: Embrapa Cerrados; Assis: Triunfal Gráfica e Editora. p. 25-38.
Toledo, M. C. M.; Pereira, V. P. (2001). A variabilidade de composição da apatita associada a
carbonatitos. Revista do Instituto Geológico, 22, 1-2, 27-64.
Ulbrich, H. H. G. J. & Gomes, C. B. (1981). Alkaline rocks from continental Brazil. Earth Science
Reviews, 17:135-154.

Você também pode gostar