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PETROGRAFIA DAS ROCHAS DO COMPLEXO METACARBONATÍTICO

DE ANGICO DOS DIAS, DIVISA BAHIA/PIAUÍ, BRASIL.


PETROGRAPHY OF THE ROCKS OF THE METACARBONATITE COMPLEX OF ANGICO DOS
DIAS, BAHIA / PIAUÍ LANDMARK, BRAZIL.
Rejane Lima LUCIANO1, Antonio Misson GODOY2
1
Programa de Pós-Graduação em Geociências, Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – CBPM, Salvador. Email: rejane.lima@cbpm.ba.gov.br
2
Universidade Estadual Paulista - UNESP Departamento de Petrologia e Metalogenia, Instituto de Geociências e Ciências Exatas.
Rio Claro, SP. Email: mgodoy@rc.unesp.br

Introdução
Rochas Carbonatíticas
Contexto Geológico
Geologia da Área
Petrografia das rochas do CMCAD
Rochas Metacarbonáticas do CMCAD
Rochas Associadas do CMCAD
Considerações Petrográficas
Conclusões
Agradecimentos
Referências Bibliográficas

RESUMO - As rochas do Complexo Metacarbonatítico de Angico dos Dias são lavradas para minerais fosfatados pela Unidade de
Mineração GALVANI, na região do extremo noroeste do Estado da Bahia. São rochas de idade paleoproterozoica que ocorrem
intrusivas em rochas arqueana-paleoproterozoica do Complexo Gnáissico-Migmatítico Sobradinho-Remanso e, são constituídas por
metacarbonatitos primários, metassienitos variados, metapiroxenitos, metassienogranitos, tremolitito, biotita xisto, metalamprófiros e
fenitos. Os depósitos secundários e/ou residuais formam-se por processos supergênicos, que geraram um manto de intemperismo
instalado sobre o carbonatito que deu origem ao depósito de fosfato residual, denominado de apatitito. Estes depósitos encontram-se
associados com as carapaças descontínuas ferruginosas e/ou silicificadas. As rochas carbonatíticas são classificadas principalmente
como calciocarbonatito e/ou sovito e são constituídas dominantemente por calcita e apatita e, subordinado dolomita, olivina,
flogopita e magnetita. São originados por cristalização fracionada, por segregação gravítica, principal mecanismo responsável pela
evolução do magma, originando um acamamento cumulático, que é definido por níveis diferenciados, mais enriquecidos em apatita,
minerais ferro-magnesiano e magnetita. O processo de diferenciação permite a geração de variados litotipos de rochas ultrabásicas e
possibilitam individualizar principalmente cinco tipos petrográficos de carbonatitos na lavra: o apatita metacarbonatito; olivina-
apatita metacarbonatito; flogopita-apatita-olivina metacarbonatito; olivina-apatita biotita/flogopita metacarbonatito e metacarbonatito
silicificado. As associações minerais identificam metamorfismo em fácies anfibolito alto, apresentando paragêneses superimpostas
retrometamórficas em xisto verde médio a alto.
Palavras-chave: carbonatito; mineralogia; petrografia.

ABSTRACT - The Angico dos Dias Metacarbonatite Complex rocks are mined for mineral phosphate by GALVANI Mining Unit,
in the extreme northwest region of Bahia State. These are intrusive Paleoproterozoic rocks occurring in Archean-Paleoproterozoic
rocks of the Sobradinho-Remanso gneissic-migmatitic Complex and consist of primary metacarbonatites, varied metasyenites,
metapyroxenites, metassyenogranites, tremolitite, biotite schist, metalamprophyres and fenites. Secondary and/or residual deposits
are formed by supergene processes, generating weathering mantle installed on the carbonatite which gave rise to residual phosphate
deposit, called apatite-rock. These deposits are associated with ferruginous and/or silicified discontinuous shell. The carbonatite
rocks are mainly classified as calcium-carbonatite and/or sovite and consist dominantly by calcite and apatite and subordinate
dolomite, olivine, phlogopite and magnetite. These arise by fractional crystallization, gravitational segregation, main mechanism
responsible for magma evolution, generating a cumulatic layering, which is defined by different levels, more enriched in apatite,
iron-magnesium minerals and magnetite. The process of differentiation allowed the generation of various lithologies of ultrabasic
rocks and enables to individualize mainly five petrographic types of carbonatites in the mining: the apatite metacarbonatite; olivine-
apatite metacarbonatite; phlogopite-apatite-olivine metacarbonatite; olivine-apatite biotite/phlogopite metacarbonatite and silicified
metacarbonatite. The mineral assemblages identify high amphibolite facies metamorphism, with superimposed parageneses by
retrograde metamorphism over medium to high green schist.
Keywords: carbonatite; mineralogy; petrography.

INTRODUÇÃO
Os estudos das rochas carbonatíticas na região da Índia e, em seguida Högbom
iniciaram-se no fim do século XIX, e tiveram (1895) reconhece a rochas carbonatíticas em
como premissa, o reconhecimento quanto aos complexos alcalinos da Suécia. A partir de
aspectos mineralógico e petrológico deste descrições mineralógicas, foi definida a
conjunto de rochas. A primeira descrição deste primeira proposta de origem do magma
conjunto de rochas deve-se a Bose (1884), que carbonatítico, como resultado do produto final
reconheceu os carbonatitos, como produto da diferenciação de magmas alcalinos (Stutzer,
magmático, associados a complexos alcalinos 1907).

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O termo carbonatito somente foi usado e carbonatíticas no Brasil estão em fase de
definido por Brögger (1921) para descrição de exploração principalmente para fosfato e
rochas carbonatíticas e/ou carbonatito na nióbio, além dos trabalhos iniciais com a
Noruega e, foi definida como uma “rocha ígnea vertente direcionada aos estudos de elementos
composta predominantemente por carbonato e de terras raras. Comin-Chiaramonti & Gomes
que ocorre associado a um maciço sílico- (2005) apontam as principais ocorrências das
carbonático”. A definição mais aceita descreve rochas carbonatíticas que se encontram em fase
o carbonatito como um tipo especial de rocha de exploração e, respondem pela maior parte da
rica em carbonatos, geneticamente relacionada produção Araxá, Catalão I e II, Jacupiranga,
ao processo de formação de magmas alcalinos Tapira e Juquiá, além de Angico dos Dias, o
(Pecora, 1956). único complexo carbonatítico brasileiro
Ainda, esta definição pode ser estendida aos Paleoproterozoico identificado, apresentando
depósitos ricos em carbonatos formados por idade de 2.011±6Ma (Mariano, 1987).
fluidos magmáticos quentes, eliminando a Secundariamente, adiciona-se a estas as
conotação genética de magma, sugerida por ocorrências de rochas carbonatíticas de
Brögger (1921), exclusiva de maciço ígneo de Anitápolis, Iperó, Patrocínio e Ouvidor.
composição sílico-carbonático. Heinrich (1966) Dos carbonatitos se obtém uma série de
simplificou a definição com “carbonatito é uma produtos, como fósforo a partir de apatita, ferro
rocha rica em carbonato de derivação a partir de magnetita, nióbio a partir de
magmática aparente ou similar”. pirocloro, zircônio a partir de badeleíta e,
Segundo a classificação e nomenclatura diversos elementos terras raras a partir de
proposta pela IUGS (International Union monazita e bastnasita, entre outros minerais.
Geological Sciences), publicada por Em alguns maciços carbonatíticos a rocha
Streckeisen (1979), definiu-se “carbonatito parental possui um elevado teor natural de
como rocha ígnea que contém mais de 50% de apatita tornando-a explorável, sendo
minerais magmáticos carbonáticos primários”. denominado de minério de fosfato primário.
Geralmente os carbonatitos compreendem Porém, em países de clima tropical é comum
associações de carbonatos: dolomita, calcita, que no manto de alteração ocorra a
calcita-dolomita, ankerita e siderita, além de concentração de apatita, constituindo o minério
grande variedade de minerais acessórios. Todas principal. Os depósitos mais frequentes de
as recomendações para a classificação de fosfatos encontram-se associados aos
carbonatitos proposta pela subcomissão da complexos alcalinos-carbonáticos, que
IUGS são referidas por (Woolley & Kempe, apresentam uma complexidade mineralógica
1989). acentuada e em razão de variações intensas das
As rochas carbonatíticas constituem pequena suas rochas resultam na consequente qualidade
ocorrência e são um tipo de magma e complexidade de exploração do minério
relativamente raro e com uma mineralógica secundário.
muito específica, o que dificultou o avanço do À superimposição de processos de alteração
seu conhecimento, mas o interesse intempérica e laterização na formação dos
mineralógico-petrológico e os raros aspectos depósitos de fosfato, faz com que cada depósito
econômicos destes complexos alcalino- apresente peculiaridades no que se refere aos
carbonatíticos, contribuíram para descoberta de minerais de fosfato presentes, sendo a apatita o
novos corpos e o avanço do conhecimento. principal mineral possível de aproveitamento
A maioria dos estudos existentes dos (Kahn et al., 1990).
depósitos carbonatíticos, se concentram na O Brasil é um dos maiores produtores
valorização econômica dos bens minerais, mundiais de alimentos, sendo o agronegócio
necessitam, portanto, de um bom suporte de um dos mais fortes segmentos da sua economia.
informações geológica e mineralógica no No entanto, a maioria dos seus solos são pobres
sentido de um bom resultado no nos macronutrientes e a produção de
conhecimento das suas diversidades fertilizantes não acompanhou o desen-
mineralógicas. volvimento da agropecuária. Como quinto
Atualmente, raras ocorrências de rochas produtor mundial de alimentos e agronegócio e

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consequentemente, o país tornou-se o terceiro Luciano (2016) e Luciano & Godoy (2017)
maior importador mundial de macronutrientes e apresentam novos dados geológicos, petrográficos
o segundo no caso específico dos fosfatados. e geoquímicos de grande importância na lavra.
Neste contexto, o conjunto de rochas do Neste trabalho pretende-se a divulgação de
Complexo Metacarbonatito de Angico dos novos dados geológicos-mineralógicos,
Dias (CMCAD) reflete a sua importância no permitindo assim, um melhor conhecimento da
cenário de fosfato nacional, constituindo a sua variedade mineralógica e da sua
única lavra e fonte de fosfato da região. potencialidade econômica.
ROCHAS CARBONATÍTICAS
Woolley & Kempe (1989) enumeram cerca de carbonatito calcítico, ou o mineral carbonático
450 ocorrências de carbonatitos conhecidos em deverá preceder o nome da rocha, por exemplo
todo mundo, sendo que 40% deste estão calcita carbonatito. Os carbonatitos podem ainda
localizadas no continente africano. Deste total, conter um prefixo ao nome, quando à fase
segundo Woolley (2001), cerca de 330 são mineral acessória dominante for menor que 5%,
carbonatitos que se encontram associados a por exemplo carbonatito calcítico com pirocloro,
complexos alcalino-carbonatitos e, somente cerca ou pode preceder o nome da rocha, quando a fase
de 120 são corpos de carbonatito isolados. As mineral principal for maior que 5%, por exemplo
fácies intrusivas dominam claramente sobre as olivina carbonatito.
extrusivas, representando estas últimas apenas Pode-se utilizar para a fase mineral de
aproximadamente 10% das ocorrências importância, mais de um mineral, sendo que o
conhecidas em todo o mundo. primeiro mineral que acompanha o termo
A partir de dados mais atualizados de Woolley carbonatito é o de maior porcentagem, por
& Kjarsgaard (2008), reportam a ocorrência de exemplo piroxênio-olivina carbonatito. Quando a
527 carbonatitos no mundo, sendo 29 corpos necessidade de realçar características, a exemplo
descritos no Brasil. Dessas ocorrências mundiais, da granulação da rocha, deve-se usar calcita
cerca de 76% estão temporalmente e carbonatito de granulação grossa ou simplificar,
espacialmente associadas com rochas silicáticas por exemplo calcita carbonatito grosso.
alcalinas-carbonáticas. Segundo, Brod (2014) os Esta nomenclatura atual é a recomendada,
depósitos, prospectos e ocorrências mundiais mas alguns termos da literatura antiga ainda são
contemplam 744 ocorrências. utilizáveis: quando domina cálcio o mineral é
Os carbonatitos são identificados desde o calcita CaCO3, a rocha é designada de
Proterozoico ao Recente e encontram-se carbonatito calcítico ou sovito (granulação
dominantemente associados a um ambiente de grossa) e alvikito (granulação fina), quando
intraplaca continental anorogênicos, a partir de domina (cálcio e magnésio) o mineral é
hot spots em rifts, separação continental e dolomita CaMg(CO3)2, a rocha é designada de
extensões continentais de falhas transformantes. carbonatito dolomítico ou rauhaugito
Secundariamente, ocorrem associados com (granulação grossa) e beforsito (granulação
eventos orogênicos, em margens continentais e fina), quando domina (cálcio, magnésio e ferro)
separação de placas e ilhas oceânicas. Estão o mineral é siderita (FeCO3) e/ou ankerita
registradas somente duas ocorrências em [Ca(Mg,Fe)(C03)2], a rocha é designada de
ambientes intraplaca oceânico, as ilhas Cabo carbonatito siderítico ou ankerítico, e quando
Verde e Canárias e o único vulcão ativo de lavas domina o (sódio e o potássio), os minerais são
com composição carbonatítica no mundo ativo é nyerereita [Na2Ca(Co3)2] e gregoryita [(Na2,
o Ol Doinyio Lengai, na Tanzânia. K2, Ca)CO3] e a rocha é denominada de
Os carbonatitos segundo Streckeisen (1979) carbonatito alcalino, cujo único registro é no
são uma rocha magmática intrusiva ou extrusiva e vulcão da Tanzânia.
com mais de 50% de minerais carbonatados e Streckeisen (1979) também propõe
apresentando a sílica inferior a 10%. Para a designações das rochas em relação da
nomenclatura destas rochas deve-se ter em conta porcentagem (cálcio e magnésio), sendo
o carbonato dominante presente, que deverá denominado de calcita carbonatito (90-100% de
adjetivar o nome da rocha, por exemplo CaO), dolomita-calcita carbonatito (90-50% de

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CaO), calcita-dolomita carbonatito (50-90% de (Barker, 1989).
MgO) e dolomita carbonatito (90-100% de Os carbonatitos estão comumente associados
MgO). com rochas alcalinas, em complexos de origem
No caso em que a identificação dos carbonatos magmática. A designação “rocha alcalina”, em
não for possível, e a análise química de rocha termos de composição química, inclui
total estiver disponível, os carbonatitos deverão associações em complexos sílico-alcalino, o que
ser classificados com base no diagrama CMF, torna possível a identificação de várias séries
atendendo a percentagem em peso, petrogenéticas ou associações variando de
respectivamente de CaO, MgO e (FeO + Fe2O3 + saturadas a subsaturadas, de sódicas a potássicas e
MnO). Na utilização desta proposta deve-se de básicas até ácidas.
atender duas situações: as rochas apresentando Na maioria dos complexos carbonatíticos, a
teor de SiO2 > 20% são definidas como “sílico presença de uma auréola de metassomatismo é
carbonatito” e para rochas com teor de SiO2 < comum, resultado da transformação da rocha
20%, em situação de indefinição dos carbonatos encaixante sujeita à interação com fluidos
teremos: os “calciocarbonatitos”, quando residuais do processo de cristalização do
houver mais de 80% de CaO, os carbonatito. As rochas metassomáticas são
“magnesiocarbonatitos” quando o MgO > FeO designadas fenitos e o processo de transformação
+ Fe2O3 + MnO e os “ferrocarbonatitos” de fenitização, termos que foram propostos por
quando o FeO + Fe2O3 + MnO: > MgO Brögger (1921).
(Woolley, 1982). Adiciona-se a esta Os produtos gerais da fenitização em rochas
classificação os “natrocarbonatitos” ricos em encaixantes silicatadas parecem corresponder a
(sódio e potássio). diminuição gradual ou perda total do quartzo e o
O magma carbonatítico individualizado, aparecimento de associações potássico-sódicas
menos frequente, pode originar-se diretamente como piroxênios (aegirina), anfibólios sódicos
por fusão de uma fonte mantélica, caso em que (arfvedsonita), nefelina, flogopita, feldspatos
geralmente ocorre como corpos isolados, sem alcalinos e carbonatos. Podem ainda, ser ricos em
relação óbvia com outros tipos de rochas sódio produzindo albita ± anfibólio sódico ±
alcalinas, sendo designado carbonatito primário aegirina ou em potássio produzindo feldspato
(Gittins, 1989). potássico.
Os carbonatitos em associação com os A evolução desses complexos geralmente
complexos ultrabásicos-alcalinos correspondem a apresenta múltiplos estágios de intrusão e envolve
produtos de magmas mantélicos gerados e processos petrogenéticos como cristalização
instalados durante os eventos de reativação fracionada e/ou imiscibilidade de líquidos, a partir
tectono-magmática, que intrudem à crosta de magmas primitivos alcalinos, sódicos ou
terrestre a partir de um mecanismo de plumas potássicos. Os magmas primitivos sódicos,
mantélicas responsáveis pela geração de magma geralmente de composição nefelinítica dão
em rifting intracontinental, concentrados em origem às rochas silicáticas da série ijolítica
sistemas de falhas e lineamentos profundos (jacupiranguito-melteigitoijolito-urtito), enquanto
existentes na crosta que funcionariam como magmas primitivos ultrapotássicos tendem a
condutos permitindo o emplacement dessas produzir sequências plutônicas bimodais,
rochas. Frequentemente formam domos compostas por rochas ultramáficas (dunitos,
circulares-ovalados, circundados por uma auréola clinopiroxenitos, bebedouritos) e por rochas
de metassomatismo (fenitos) e apresentam alto félsicas (sienitos).
grau de intemperismo, devido à rápida dissolução Segundo Gittins (1989) para a gênese dos
de seus componentes (Barker, 1989). magmas carbonatíticos considera-se essencial-
A forma mais comum de ocorrência de mente duas hipóteses concorrentes: a)
carbonatitos são estruturas complexas multifá- fracionamento à baixa pressão na crosta de um
sicas em associação com rochas silicáticas magma parental derivado do manto (normalmente
alcalinas, na forma de complexos plutônicos, nefelinito carbonatado); e b) separação imiscível
plugs, cone sheets, diques, raros sills, tefra e em níveis crustais pouco profundos do magma
derrames, sendo que o volume do magma silicatado subsaturado depois de diferenciação
carbonatítico é sempre subordinado ao alcalino prolongada. Uma terceira possiblidade considera

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um melt com origem no manto parcialmente dolomíticos.
carbonatado e metassomatizado que produzirá Hall (1996) propõe três maneiras a partir das
magmas carbonatitos primários e magmas quais um magma carbonatítico pode se originar:
silicatados separados. (i) como produto inicial de fusão parcial de um
Barker (1989) defende que o magma manto portador de uma pequena proporção de
carbonatítico pode inicialmente ser baixo em carbonatos (carbonatitos primários); (ii) como
álcalis, podendo fracionar e produzir líquido produto final de diferenciação de um líquido
alcalino como produto final, ou gerar um líquido silicático contendo carbonato dissolvido e; (iii)
alcalino que uma vez contaminado pelas rochas por imiscibilidade de líquidos em um sistema
hospedeiras originará líquidos calcíticos e carbonatítico-silicático.
CONTEXTO GEOLÓGICO
As rochas paleoproterozoicas do Complexo principais trabalhos da área produzidos por
Metacarbonatítico de Angico dos Dias estão Silva et al. (1987, 1988 e 1997). A literatura
situadas na divisa entre o município de Campo geológica específica dos aspectos geológicos
Alegre de Lourdes, extremo noroeste do Estado e mineralógicos destas rochas meta-
da Bahia, e o município de Caracol, extremo sul carbonatíticas são restritos a Lapin et al.
do Estado do Piauí, entre as coordenadas (1999), Antonini et al. (2003) e, atualmente,
geográficas 09º15’00” e 09º36’00” de latitude Luciano (2016).
sul e 43º02’00” e 43º31’00” de longitude oeste Silva et al. (1987) classificam as rochas
(Figura 1B). como carbonatitos e/ou sovito e apresentando
Quanto aos aspectos geológicos estão como mineralogia principal apatia, olivina
inseridas no extremo norte do segmento serpentinizada, flogopita e magnetita, além da
geológico do Bloco Gavião (Barbosa & calcita. As rochas associadas ao complexo
Sabaté, 2004), intrusivas em uma associação carbonático são constituídas por sienitos, que
de rochas gnáissicas e migmatíticas arqueana- ocorrem lateralmente aos carbonatitos e
paleoproterozoica do Complexo Gnáissico- subordinadamente por piroxenitos, álcali
Migmatítico Sobradinho-Remanso. dioritos e lamprófiros, comumente
Localizam-se no contexto do limite norte do gnaissificados e/ou milonitizados (Silva et al.,
Cráton São Francisco (Almeida, 1977), com 1988).
as faixas de dobramentos marginais Rio Preto Lapin et al. (1999) destacam a morfologia
e Riacho do Pontal (Alkmim et al., 1993) e, linear dos seus corpos e a associação a
refletem um arcabouço tectônico cinturões móveis e a falhamentos profundos e,
superimposto Neoproterozoico (Leite, 1997) definem o Complexo Carbonatítico Angico dos
(Figura 1A). Dias como o único do gênero conhecido até
Os trabalhos iniciais desta ocorrência de então no Brasil. Lateralmente, ao corpo
rochas metacarbonatíticas são da década de carbonatítico, identificam uma zoneografia dos
1970 e as ocorrências minerais foram sienitos e sugerem que não se trata de uma
identificadas pela primeira vez na literatura sequência de rochas magmáticas intrusivas, mas
geológica por Caldasso (1973). A partir desta sim, de fenitos reomórficos e metassomáticos,
ocorrência a Companhia Baiana de Pesquisa produzidos pela ação do magma carbonatítico
Mineral (CBPM) iniciou suas atividades sobre milonito-gnaisses.
geológicas regionais que se encontram Antonini et al. (2003) apresentam um
descritas em Lima et al. (1977) e (Salviano et enfoque isotópico para estas rochas e,
al. (1979). apresentam pequenas adições e adaptações
Embora essas mineralizações já tivessem aos mapas dos autores já descritos.
sido lavradas de modo rudimentar, foram Vários autores abordam especificamente a
consideradas antieconômicas pelas pesquisas natureza da apatita nas frentes de lavra e, do
até então realizadas. Os trabalhos geológicos aproveitamento e beneficiamento econômico
do corpo carbonático intensificaram em 1984 do minério de fosfato de Angico dos Dias
pela CBMM, quando iniciou-se um programa (Liberal & Cassola, 1989); Kahn et al., 1990;
de prospecção preliminar que resultou nos Neumann & Alcover, 1999 e Santos, 2001).

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Figura 1 – A) Mapa esquemático apresentando os limites e as maiores unidades estruturais do Cráton São Francisco. B)
Mapa de localização da área. Adaptado de Bizzi et al. (2003), Alkmim et al. (1993) e Leite (1997).

As atividades de mineração somente tiveram meio de tecnologia de concentração a seco,


início em 2005, pela Empresa GALVANI - superando desse modo o grande desafio do
Unidade de Mineração de Angico dos Dias, por empreendimento, a falta hídrica do semiárido.
GEOLOGIA DA ÁREA
Os metacarbonatitos dispõem-se em dois apresenta o mapa geológico da mina de fosfato
conjuntos de corpos com os direitos minerários da Mineração Galvani e a figura 2C apresenta o
pertencentes à Mineração Galvani e a CBPM. mapa geológico dos corpos secundários de
O mapa geológico regional da figura 2A, expressão areal mais restrita de rochas
apresenta a localização das rochas meta- metacarbonatíticas, estando localizados ao
carbonatíticas da região da fazenda Pimenteiras norte da lavra, nas proximidades da Fazenda
e da mina de fosfato, enquanto a figura 2B Pimenteira.
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Figura 2 – A) Mapa geológico e de localização das rochas metacarbonatíticas da região da fazenda Pimenteiras e da
mina de fosfato. B) Mapa geológico da mina de fosfato da Mineração Galvani. C) Mapa Geológico da região da
fazenda Pimenteiras. Adaptado de Bizzi et al. (2003), Leite (1997) e Galvani (2013).

Segundo Luciano (2016) as rochas do apatita metassovito), expressivos metassienitos


Complexo Metacarbonatítico de Angico dos (meta-albititos, álcali feldspato metassienitos e
Dias constituem uma associação alcalina- quartzo metassienitos) e, secundariamente,
carbonatítica intrusiva em ortognaisses metapiroxenitos, metadioritos, tremolititos e
graníticos, gnaisses migmatíticos de metalamprófiros.
composição tonalítica-granodiorítica-trondhje- O conjunto magmático apresenta localmente,
mítica (TTG) e, gnaisses graníticos e transformações metassomáticas de fenitização e
anfibolíticos miloníticos. processo de silicificação, que se encontram
São compostas predominantemente por parcialmente obliterada pelas feições
metacarbonatitos (olivina-apatita metassovito, metamórficas. Além disso, exibem manto
biotita-apatita metassovito e magnetita-olivina- intempérico, de espessura variável, associado às

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rochas carbonatíticas e que resultam no minério partir de estruturas cumuláticas. A estas rochas
de fosfato residual, denominado de apatitito. encontra-se superimposto o metamorfismo de
As rochas metassieníticas ocupam faixas baixo grau Neoproterozoico que dá origem aos
alongadas e estreitas intrusivas e possuem uma tremolititos.
morfologia tabular, por vezes lenticulares, As rochas metassienograníticas apresentam-
orientados e controlados por falhas de direção se foliadas e bandadas e estão associadas, de
NE-SW, que contornam os dois principais forma concordante, com os metassienitos e
corpos de rochas metacarbonatíticas. O contato metacarbonatitos.
com o carbonatito é difuso e nele ocorrem com Os diques são sempre de dimensões
frequência zonas de biotitização decimétricas reduzidas e os tipos litológicos mais comuns
metassomáticas. Às vezes é possível possuem composições lamprofíricas alcalinas
individualizar um zoneamento gradual as variadas.
diversas variedades de rochas metassieníticas. As rochas metacarbonáticas são classificadas
Os metapiroxenitos são encontrados na principalmente como apatita sovito e/ou
forma de um corpo de tamanho expressivo e calciocarbonatito, granulação média a grossa
estão associados de forma concordante com os constituídas necessariamente pela presença
metassienitos e metacarbonatitos. Geralmente, dominante de calcita e apatita, além de
ocorrem pequenos corpos associados a dolomita, olivina, flogopita, biotita, magnetita e
processos locais de diferenciação magmática, a serpentina.
PETROGRAFIA DAS ROCHAS DO CMCAD
As rochas do Complexo Metacarbonatíticos individualizar, a partir de contatos graduais,
de Angico dos Dias (CMCAD) apresentam cinco fácies petrográficas principais: o
concentrações de apatita que são responsáveis metacarbonatito; olivina-apatita metacarbonati-
pela formação de dois tipos de jazimentos to; flogopita-apatita-olivina metacarbonatito;
fosfáticos: o primário e o secundário. O olivina-apatita-biotita/flogopita metacarbonatito
primário, representado predominantemente por e metacarbonatito silicificado e que encontram-
apatita sovítos ou apatita calciocarbonatitos, se identificada as mineralogias das fácies na
foram originados por cristalização fracionada, tabela 1. As variedades são classificadas quanto
principal mecanismo responsável pela evolução ao seu padrão geoquímico em cálcio-
do magma, resultando em um acamamento carbonatitos, ferrocarbonatitos e magnésio-
cumulático definido por níveis mais carbonatitos (Luciano, 2016; Luciano & Godoy
enriquecidos em apatita, minerais ferro- 2017).
magnesiano e magnetita e possibilitando a O Apatita Metacarbonatito (Ap. MC) é
geração das variedades de carbonatitos e as constituído principalmente por carbonato
demais rochas ultrabásicas. (>79%), apresenta-se na cor cinza com porções
O secundário constitui nos depósitos verdes, com granulação fina e é encontrado na
residuais de espessura e teores irregulares porção centro-sul da mina de fosfato da
instalado sobre as rochas metacarbonatíticas, Galvani. Ocorre associado ao olivina apatita
originando o apatitito que ocorre associado com biotita/flogopita metacarbonatito.
as carapaças ferruginosas e/ou silicificadas Petrograficamente a rocha possui uma
descontínuas. As análises petrográficas de proporção de matriz relativamente elevada, de
várias fases minerais são dificultadas pela granulação fina e levemente orientada,
granulação micrométrica de alguns agregados, composta por calcita (< 0,4mm) e minerais
pelos efeitos de alteração metassomática e opacos (pirita e pirrotita < 0,15mm).
intempérica e pela natureza singular de algumas São identificadas texturas porfiroclástica de
das fases minerais. apatita (9% a 15%), com formas ovoides e
Rochas Metacarbonatíticas fraturadas (0,4 e 5,0mm) e de calcita (< 6,5mm)
Segundo Luciano (2016) os corpos de rochas imersos na matriz (Figura 3A).
metacarbonatíticas, apresentam litofácies A composição modal da matriz é de
distintas produzidas a partir de um mesmo carbonato (79% a 90%), pirrotita (1%) e traços
magma carbonatítico diferenciado permite de pirita e de biotita.

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Tabela 1 - Porcentagens mineralógicas das rochas metacarbonatíticas.

Mineral (%) Ap. MC Ol-Ap MC Phl-Ap-Ol MC Ol-Ap-Bt/Phl MC MCS


Mím. Máx. Mím. Máx. Mím. Máx. Mím. Máx. Mím. Máx.
Calcita 84 90 61 75 32 48 30 tr
Apatita 9 15 15 30 17 30 17 60 43%
Biotita-Flogopita 1 10 2 20 20 65 3%
Olivina-Serpentina 10 20 27 0 18 1%
Opacos-Pirrotita tr 1 1 8 tr 4 10 40 tr 7%
Ilmenita-Perovskita
Quartzo 30 55 100
Anfibólio. 11 2
Magnetita tr tr tr tr
Epidoto tr 1
Clorita tr tr
Piroxênio tr
Perovskita tr
Zircão tr
Granada tr
Limonita tr
Titanita tr

O Olivina-Apatita Metacarbonatito (Ol-Ap inclusões de apatita. A olivina serpentinizada


MC) possui elevado conteúdo de carbonato quando em contato com a matriz carbonática
(61% a 75%) e ocorre comumente associado ao pode exibir feição de coroa de reação, onde
flogopita-apatita-olivina metacarbonatito. constam anfibólio, serpentina e minerais opacos
Apresenta-se nas cores cinza esverdeado a (predominantemente magnetita).
amarela esverdeada a amarronzada, com Alguns porfiroclastos de biotita/flogopita
granulação variando desde fina a muito grossa, apresenta bordas descoloradas com baixa cor de
com propriedades magnéticas e, bandamento interferência sugerindo atuação de processo de
composicional de espessura inferior a 15cm, cloritização ou desferrificação. A pirrotita pode
marcado pela variação modal de biotita e exibir exsoluções de pirita e calcopirita, assim
minerais opacos, associado a uma foliação como a magnetita pode exibir exsoluções de
milonítica. ilmenita. A magnetita revela indícios de
Petrograficamente a rocha apresenta textura oxidação intensa (pelo desenvolvimento de
porfiroclástica formada por uma matriz orlas de hematita) que, não raras vezes, são
levemente orientada (Figuras 3B a 3F) alteradas/substituídas por hidróxidos ou óxidos
composta por calcita (< 0,3mm), minerais de ferro (goethita).
opacos (magnetita e pirrotita: < 0,4mm), A composição modal para a matriz é de
biotita/flogopita (< 0,6mm), mica branca e carbonato (30 a 75%), minerais opacos
clorita, além de porfiroclastos ovoides e (magnetita e pirrotita: (1 a 8%) podendo ocorrer
fraturados de apatita (0,2 e 6,0mm,), calcita (4,8 traços de clorita, biotita/flogopita e mica
e 8,0mm), levemente alongada, fraturada e branca. Quanto aos porfiroclastos tem-se as
recristalizada, biotita/flogopita (< 1,6 e 4,4mm), seguintes proporções: apatita (15 a 30%),
olivina serpentinizada (< 0,4 e 9,0mm) e carbonato (0 a 45%), biotita e/ou flogopita (0 a
minerais opacos (1,2 e 1,3mm) associados a aos 10%) e minerais opacos (magnetita e pirrotita:
dois últimos minerais, bem como porfiroblastos (0 a 7%). A olivina encontra-se transformada
de anfibólio (< 0,4 e 2,4mm). para serpentina (0 a 10%) e para anfibólio (0 a
Os porfiroclastos de apatita exibem alguns 2%).
raros subgrãos e fraturas preenchidas por mica O Flogopita-Apatita-Olivina Metacarbonati-
branca, minerais opacos e carbonato. Podem to (Phl-Ap-Ol MC) possui baixo conteúdo de
apresentar raras inclusões de olivina carbonato (< 32%) e é encontrado na porção
serpentinizada, assim como porfiroclastos de norte da mina da Galvani associado ao olivina-
olivina serpentinizada que apresentam raras apatita metacarbonatito.

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Figura 3 - Fotomicrografias: dos metacarbonatitos estudados. (A) Apatita Metacarbonatito com fenocristal de apatita
(Ap) imerso em matriz constituída por carbonato (Cb) e minerais opacos (Op), luz polarizada (NX); (B) Olivina-Apatita
Metacarbonatito com porfiroclastos de apatita (Ap), de pseudomorfos de olivina serpentinizada (Serp) e de minerais
opacos (Op) imersos numa matriz composta por carbonato (Cb), biotita (Bt) e/ou flogopita (Phl) e minerais opacos
(Op), luz polarizada (NX); (C e D) Olivina-Apatita Metacarbonatito com porfiroclastos de apatita (Ap), de
pseudomorfos de olivina serpentinizada (Srp) e de minerais opacos (Op) imersos em matriz constituída por carbonato
(Cb), biotita (Bt) e minerais opacos (Op), luz plana e polarizada, respectivamente (LP e NX); (E e F) Olivina-Apatita
Metacarbonatito com porfiroclastos de calcita (Cb), de apatita (Ap), de pseudomorfos de olivina serpentinizada (Serp),
de anfibólio (Anf) e de minerais opacos (Op) distribuídos numa matriz composta por carbonato (Cb) e minerais opacos,
luz plana e polarizada, respectivamente (LP e NX).

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Apresenta-se nas cores verde, cinza e preta porfiroclástica milonítica e com bandamento
com porções esverdeadas a amarronzadas, com composicional. Uma banda é formada por um
granulação média a grossa, destacando cristais mosaico contendo palhetas de biotita/flogopita
dispersos de apatita e de magnetita numa matriz (< 2,0mm), porfiroclastos de biotita/flogopita
carbonática. microdobrados, estirados e fraturados, de
Petrograficamente a rocha apresenta-se com apatita fraturada (0,2 a 8,0mm) e de
textura cumulática e porfirítica, onde se pseudomorfos de olivina completamente
destacam megacristais ovalados de apatita (< serpentinizada (> 8,0mm). A outra banda é
7,0mm), pseudomorfos de olivina composta por concentrados xenomórficos, que
serpentinizadas (arredondadas, alongadas e se dispõem numa matriz muito fina,
fraturadas), minerais opacos associados a representada por flogopita, quartzo e minerais
palhetas dobradas de biotita/flogopita (< opacos (< 1,2mm). Observam–se porfiroclastos
4,0mm) e porfiroclastos de calcita em contato de biotita/flogopita e de apatita, que exibem
reto com a biotita/flogopita (Figuras 4A e 4B), extinção ondulante com formação de alguns
imersos em uma matriz levemente orientada, raros subgrãos e intenso fraturamento, com
composta por calcita (< 2,0mm) e minerais algumas fraturas preenchidas por sericita,
opacos (magnetita). minerais opacos e carbonato.
É comum a exsolução de ilmenita em A composição modal para ambas as bandas é
porfiroclastos de magnetita (> 1,4mm). A respectivamente de biotita/flogopita (31% e
serpentina está presente como concentrações de 22%), apatita (13% e 4%), pseudomorfos de
granulação entre 0,5 e 3,2mm associada a olivina serpentinizadas (4 e 14%), de minerais
minerais opacos no interior ou nas bordas opacos (2 e 10%) e ocorrendo traços de sericita
externas de pseudomorfos de olivina, formando na primeira banda. No geral, a composição
faixas que preenchem provavelmente antigas modal, varia entre biotita/flogopita (1 a 65%),
fraturas do mineral primário e na forma de de apatita (4 a 40%), de minerais opacos (2 a
palhetas dispersas na matriz. Os porfiroclastos 40%), quartzo (0 a 30%) e pseudomorfos de
de apatita exibem raros subgrãos e fraturas olivina serpentinizadas (0 a 20%).
preenchidas por mica branca, minerais opacos e O Metacarbonatito Silicificado (MCS)
carbonato. A composição modal para a matriz é possui elevado conteúdo quartzo (55% a
de calcita (32 a 48%), de minerais opacos 100%), que substitui a calcita nas fases iniciais
(magnetita: 0 a 3%) e traços de mica branca. da deformação. É encontrado sotoposto ao
Além de porfiroclastos de olivina olivina apatita-biotita-flogopita metacarbonatito
serpentinizada (20 a 27%), de flogopita (2 a na Mina Galvani e a NW e a SW da sede da
20%), de apatita (17 a 30%) e de minerais Fazenda Pimenteiras, sob a forma de blocos e
opacos (magnetita < 1%). matacões e em situ, associado ao olivina-
O Olivina-Apatita-Biotita/Flogopita Meta- apatita-biotita/flogopita metacarbonatito.
carbonatito (Ol-Ap-Bt/Phl MC) possui quartzo Apresenta-se nas cores branca, marrom, cinza e
que substitui parcialmente o carbonato (< 30%), preta, com granulação muito fina a grossa,
é encontrado na porção sul e central da mina da envolvendo cristais/cavidades arredondadas
Galvani associada ao metacarbonatito com tamanhos menores 1,5cm, com porções
silicificado, ao apatita metacarbonatito e ao contendo carbonato, com veios com espessura
gnaisse milonitizado. Apresenta-se nas cores de 1,0mm de cor branca nas bordas e cor cinza
branca, verde e marrom com porções verde, escura no centro, com pequenos
branca e amarela, com granulação variando geodos/cavidades de dimensões inferiores
entre muito fina a grossa, com cristais de 0,7cm preenchidas por quartzo cristalino. Estas
biotita/flogopita em torno de 1,5cm e com rochas apresentam-se com ou sem propriedades
resquício de carbonato nas cavidades e poros. magnéticas (Figuras 4E e 4F).
Observa-se bandamento composicional Petrograficamente apresenta-se com textura
(Figuras 4C e 4D), cortado por foliação porfiroclástica, granular, representada por uma
associada à zona de cisalhamento. Fraturas e matriz composta por quartzo, minerais opacos
veios milimétricos de calcita são observados. (magnetita, ilmenita e pirrotita, inferiores à
Petrograficamente apresenta-se com textura 3,2mm), biotita/flogopita (< 2,0mm), calcita (<

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0,25mm), ilmenita, goethita/limonita, (0,55 e 10mm), titanita (traço), concentrações
piroxênio/clorita/epídoto, sericita, zircão, de biotita/flogopita, anfibólio alterado (<
perovskita, contendo porfiroclastos de apatita 1,6mm) e serpentina.

Figura 4 - Fotomicrografias de seções delgadas dos metacarbonatitos estudados: (A) Flogopita-Apatita-Olivina


Metacarbonatito com uma matriz composta por carbonato (Cb), biotita (Bt) e/ou flogopita (Phl), minerais opacos (Op) e
pórfiros de apatita (Ap), serpentina-olivina (Srp) e minerais opacos (Op), luz polarizada (NX); (B) Flogopita-Apatita-
Olivina Metacarbonatito com porfiroclastos de apatita (Ap), de pseudomorfos de olivina serpentinizada (Serp) e de
carbonato, luz polarizada (NX); (C e D) Olivina-Apatita-Biotita-Flogopita Metacarbonatito com bandamento
composicional marcado pela concentração de minerais opacos e biotita (Bt) e/ou flogopita (Phl) na banda B; constituída
por biotita (Bt) e/ou flogopita (Phl), apatita (Ap) e minerais opacos (Op), luz plana e polarizada, respectivamente (LP e
NX); (E e F) Metacarbonatito Silicificado com uma matriz composta por quartzo (Qtz), minerais opacos (Op), biotita
(Bt) e/ou flogopita (Phl) e porfiroclastos de apatita (Ap), luz plana e polarizada, respectivamente (LP e NX).

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O quartzo pode ocorrer em bolsões intersticial inferior a 2,8mm (Figuras 5A e 5B),
arredondados a alongados, com tamanhos entre clinozoisita (0,05 e 0,1mm), titanita inferior a
0,2 e 2,8mm, feições esqueletais de olivina 0,4mme zircão (0,4mm). A composição modal
serpentinizada ou faixa alongada e dobrada com é 95 a 81% de feldspato alcalino, menos de
até 1,6mm de espessura (antigas fraturas/veios), 19% plagioclásio, 4 a 6% de quartzo, menos de
contendo cristais de tamanhos de 0,2 e 0,8mm. 3% de minerais opaco, menos de 1% de biotita
A apatita exibe feição que sugere um processo e traços de titanita e de minerais secundários
de dissolução nas bordas, com contração de (sericita, epídoto e gohetita).
mica branca. O metassienogranito milonitizado é
Além disso, apresentam fraturas preenchidas encontrado na porção central da mina da
por quartzo, minerais opacos e goethita. A Galvani. Milonitizado, apresenta-se na cor
magnetita e a ilmenita correspondem marrom esverdeada, com granulação entre
geralmente aos maiores grãos de minerais muito fina e fina. Petrograficamente apresenta-
opacos, contudo grânulos finíssimos de pirrotita se com textura granolepdoblástica, milonítica.
e magnetita podem compor a matriz. A ilmenita É formado por porfiroclastos de plagioclásio (<
ocasionalmente encontra-se oxidada, 2,0mm), cristais de epidoto, de quartzo, de
transformando-se para gohetita e limonita. Nas minerais opacos, de muscovita/sericita (<
bordas dos maiores cristais de biotita/flogopita 2,0mm) e de leucoxênio (Figuras 5C e 5D). Os
é possível verificar variação de coloração, porfiroclastos de plagioclásio estão estirados,
sugerindo processo inicial de cloritização. resultando em feições sigmoidais, dobrados e
A composição modal para a matriz é de intensamente alterados pelos processos de
quartzo (55 a 90%), de minerais opacos sericitização e saussuritização.
(pirrotita e magnetita: < 5%), de O tremolititos apresenta tremolita (90%) e
biotita/flogopita (< 1%), epidoto (< 1%), além minerais opacos (10%) e é encontrado sob a
de traços de goethita, limonita, sericita, zircão, forma de pequenos blocos rolados na região
clorita, carbonato, piroxênio e perovskita. norte da sede da Fazenda Pimenteiras.
Quanto aos porfiroclastos são observadas: Petrograficamente exibe textura nematoblástica,
apatita (15 a 43%), minerais opacos (magnetita onde se observam cristais prismáticos e
e ilmenita: (< 7%), flogopita (< 3%), anfibólio aciculares de tremolita, por vezes impregnados
(< 2%), serpentina (< 1%) e titanita (traço). com óxido de ferro, resultantes de alteração de
Rochas Associadas ao CMCAD provável magnetita (Figuras 5E e 5F).
As demais rochas identificadas em Considerações Petrográficas
associação aos carbonatitos neste trabalho são As variedades de rochas carbonatíticas do
metassienito, metassienogranito, tremolitito, CMCAD, geralmente são dominadas pelas
biotita xisto e fenitos. Essas rochas encontram- grandes variações composicionais de cristais
se milonitizadas e hidrotermalizadas, não sendo cumuláticos desenvolvidos nas fases iniciais do
possível individualiza-las das rochas processo de cristalização fracionada
carbonatíticas em função da pequena (segregação gravítica), imersos numa matriz de
abrangência e escala trabalhada. composição carbonática. As variações
O metassienito é encontrado na porção composicionais e texturais definidas a partir dos
central da mina da Galvani e ocorre associado cristais de olivina serpentinizada, apatita,
olivina-apatita-biotita/flogopita metacarbonatito flogopita e minerais opacos imprimem a
e ao biotita xisto. Apresenta-se nas cores branca constituição das variedades litológicas dos
a amarelo claro com porções pretas a verdes, carbonatitos, além de ocorrerem localmente
com granulação fina a grossa. também disseminações, segregações e bolsões
Petrograficamente é formado por um mosaico de minerais principalmente de magnetita. Em
de megacristais bimodais de feldspato pertítico função dos vários fatores superimpostos, tem-se
de tamanhos de inferior 2,0mm e superior uma natureza composicional, textural e
12,0mm e plagioclásio. São comuns cristais estrutural adicional evidenciando relativa
intersticiais de quartzo (< 2,4mm), minerais heterogeneidade, devido ao grau de alterações
opacos inferior a 0,5mm, biotita eventualmente presentes no material rochoso.

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Figura 5 - Fotomicrografias: A e B) Metassienito, C a D) Metassienogranito e E e F) Tremolitito: (A e B) Metassienito
com textura granoblástica, porfiroclástica, formada por um mosaico de megacristais de pertita (Pert), plagioclásio (Pl),
quartzo (Qtz) e biotita (Bt), luz plana e polarizada, respectivamente (LP e NX); (C e D) Metassienogranito com textura
granolepdoblástica, porfiroclástica, formada por uma matriz de granulação fina composta por quartzo, epidoto (Ep),
sericita/muscovita (Ms), leucoxênio (Lcx) e minerais opacos, luz plana e polarizada, respectivamente (LP e NX); (E e
F) Tremolitito constituído por cristais de tremolita (Tr) alterados e minerais opacos (Op), luz plana e polarizada,
respectivamente (LP e NX).

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Os calciocarbonatitos são de composição geração de serpentina, anfibólio
dominantemente calcítica, de granulação fina a (actinolita/tremolita) e minerais opacos
grossa. As fases fosfatadas são representadas secundários gerados a partir da desestabilização
por grãos de apatita disseminados na matriz. de olivinas e pelo processo de cloritização ou
Ocorrem disseminações na matriz de cristais desferrificação da biotita/flogopita.
de piroxênios, parcialmente ou totalmente Processos metassomáticos, resultaram ainda
substituído por agregados com hábitos na cristalização de biotita/flogopita na matriz
aciculares de anfibólios retrometamórficos. carbonática e na substituição do carbonato pela
As magnetitas, ao contrário do que acontece sílica (processo de silicificação), geralmente
nos ferrocarbonatitos, não desenvolvem associados a processos deformacionais dúctil-
disseminações relevantes, mas apresentam-se rúpteis.
alteradas para hidróxidos e óxidos de Fe Depósitos formados por enriquecimento
(goethita), que ocorrem associados a estágios residual a partir de processos de meteorização
tardios, principalmente ao longo de pequenos química incidem sobre as rochas do complexo
veios e fraturas. carbonatítico e minerais são concentrados em
Para os ferrocarbonatitos a matriz é de horizontes do perfil de meteorização, resultando
granulação fina a média e é constituída o minério secundário acumulativo (apatititos).
essencialmente por agregados finos de Os processos tardios, posteriormente
carbonato, essencialmente calcita, por vezes intensificados pela meteorização química, são
dolomita. cruciais ao desenvolvimento de associações
Destaca-se a presença variável e abundante mineralógicas que, com frequência, constituem
de magnetita magmática, muitas vezes disseminações na matriz tardia e
constituindo bolsões de granulação grossa, que preenchimentos de redes de veios, filonetes e
por processos metassomáticos, intensificados venulações.
pela meteorização química, preservam efeitos Os fenitos, associados às fases silicatadas
de oxidação intensa, geralmente materializada com associações potássico-sódicas são
pelo desenvolvimento de orlas hematíticas, observáveis nos metassienitos. Estas
muitas vezes substituídas por hidróxidos e associações caracterizam-se pela presença de
óxidos de ferro e manganês, os quais ocorrem agregados de feldspatos (microclínio e albita)
associados a fraturas. que constituem a matriz.
Em função dos fatores superimpostos temos Localmente, ocorre venulações tardias
a natureza composicional, textural e estrutural apresentando agregados de hidróxidos e óxidos
relativamente heterogênea. Os fatores de ferro (hematita + goethita), traduzindo
superimpostos devem-se à sobreposição de meteorização química relativamente intensa na
transformações por processos tardi-magmáticos área. A esta fase silicatada destaca-se a
e magmático-hidrotermais/metassomáticos, presença de fases acessórias como apatita,
associados às etapas finais de consolidação e óxidos de ferro e de titânio.
arrefecimento do corpo ígneo, em boa parte Os fenitos, associados às fases carbonatadas
síncronas aos processos de fenitização, são abundantes e apresentam a matriz resultante
envolvendo: disseminações heterogêneas, essencialmente calcítica ou quartzosa,
bolsões, veios e substituições. resultantes de processos de carbonatação.
Os processos generalizados metamórficos As rochas encontram-se deformadas e
são dominantemente de hidratação mineral em apresentam metamorfizadas em fácies xisto
fácies xisto verde médio, originam uma série de verde médio responsável pela hidratação e
minerais superimpostos metamórficos, que transformações metamórficas dos minerais, a
apresentam intensidades distintas de exemplo, a desestabilização de piroxênio e
deformações tectônicas, responsáveis pelas consequente geração de tremolitas, além de
feições foliadas (regionais e/ou miloníticas), processos de sericitização, saussuritização e
pela recristalização dos carbonatos, pela epidotização.
CONCLUSÕES
O Complexo Metacarbonatítico Angico dos Dias é constituído dominantemente por corpos

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de metacarbonatitos, metassienitos variados e metamorfizado no Paleoproterozoico em fácies
metapiroxenitos, além de raros anfibolito alto com superposição de
metassienogranitos, tremolititos e diques paragêneses em fácies xisto-verde média de
diversos de metalamprófiros, intrusivos em idade neoproterozóica.
metatonalitos, metaleucogranitos e granulitos. Ocorrem frequentes transformações
As rochas são classificadas dominantemente metamórficas caracterizadas por processos de
como calciocarbonatito e são constituídas sericitização/ muscovitização, saussuritização,
principalmente por calcita e apatita e, cloritização e epidotização.
subordinado dolomita, olivina, flogopita e A evolução das rochas metacarbonatíticas
magnetita. A variação no conteúdo de apatita, paleoproterozóicas encontram-se inicialmente
minerais ferro-magnesianos e magnetita, associadas à formação de plumas mantélicas e o
constituem um acamamento cumulático, que é domeamento crustal, que por mecanismos
o principal mecanismo responsável pela distensivos resulta no rifteamento da crosta de
evolução do magma, possibilitando composição tonalíticas-granodioríticas-trondh-
individualizar cinco litotipos petrográficos: jemítica de idade arqueana-paleoproterozoica
apatita metacarbonatito; olivina-apatita do Complexo Sobradinho-Remanso.
metacarbonatito; flogopita-apatita-olivina meta- A partir dos efeitos descompressionais há
carbonatito; olivina-apatita-biotita/flogopita geração e emplacement dos carbonatitos em
metacarbonatito e metacarbonatito silicificado. grandes falhamentos profundos.
O conjunto magmático apresenta localmente Posteriormente, uma tectônica colisional
transformações metassomáticas de fenitização, paleoproterozoica em fácies anfibolito alto
sendo o processo mais abrangente constitui o de afeta todo o conjunto de rochas da área.
silicificação. Um espesso manto de A tectônica colisional (tangencial e
intemperismo, proveniente da alteração dos transcorrente) Neoproterozoica superimposta
metacarbonatitos primários, concentra-se sobre foi responsável pelo formato lenticular dos
estes, constituindo um importante depósito de corpos do minério e as associações minerais
fosfato residual, denominado de apatitito. antigas são superpostas por paragêneses
O conjunto magmático encontra-se metamórficas em fácies xisto verde médio.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao apoio da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e a
Mineração Galvani
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