Os magmas são representados por complexos materiais rochosos fundidos, que
apresentam consistência viscosa e temperaturas em torno de 700 a 1200º C. São compostos por uma mistura de líquido magmático, voláteis (fase gasosa) e qualquer cristal ou fragmentos de rochas que podem estar em suspensão. O líquido magmático refere-se ao material liquefeito, livre de qualquer material sólido que possa estar em suspensão ou associado a ele de alguma forma. É formado por silicatos fundidos (exceção: magma carbonatítico), contendo proporções variadas de cátions (Si, Mg, Fe, Ca, Na, K, etc) e íons metálicos (Fe2+, Fe3+, Mg2+, etc). A fase gasosa é constituída basicamente por vapor d’água e CO2, além de S, Cl e F. Quando o magma chega à superfície e perde parte de seus voláteis, é chamado de lava. As rochas formadas após o resfriamento da lava são denominadas de rochas vulcânicas ou extrusivas. No entanto, o resfriamento pode acontecer quando a lava ainda é magma, no interior da terra ou próximo da superfície, originando rochas plutônicas ou intrusivas. As rochas plutônicas, assim como as vulcânicas, são consideradas rochas ígneas. As características mineralógicas e químicas das rochas ígneas estão relacionadas à variabilidade química dos magmas que as originaram. Com base nos teores de sílica, existem basicamente quatro tipos de rocha: ultrabasica, básica, intermediária e ácida. As rochas ultrabásicas, na maioria das vezes ultramáficas também, são originadas por magmas pobres em sílica, apresentando concentrações menores que 45% de sílica em análises químicas de rocha total. Também apresenta altas concentrações de Fe, Mg, Ca e baixos teores de Na, K. São formadas em temperaturas muito altas, em torno de 1200°C. São fontes de informações importantes sobre a gênese de magmas basálticos e os domínios de fontes mantélicas. São representadas por rochas plutônicas presentes na base da litosfera como peritotitos, dunitos, websteritos, entre outras, que foram transportadas à superfície por processos vulcânicos ou tectônicos. Também são representadas por rochas extrusivas conhecidas como komatiítos. Os peridotítos são compostos por mais de 40% de olivina, e quantidades variáveis de clino e ortopiroxenio. Com base nas proporções desses minerais eles podem ser subdivididos em dunito, lherzolito, hasburgito e wehrlito. Os dunitos são compostos, quase que totalmente, por olivinas; o lherzolito por olivina (>40%), ortopiroxênio e ortopiroxênio; hasburgito por olivina (>40%) e ortopiroxênio; wehrlito por olivina e clinopiroxênio. Os piroxenitos são compostos por orto e/ou clinopiroxênios, podendo ou não apresentar olivina. São classificados em ortopiroxenito, websterito e clinopiroxenito. Os nomes são bem sujestivos quanto as suas composições, sendo o websterito o único que apresenta o orto e o clinopiroxenio. Quando há a ocorrências de olivina a nomenclatura muda para olivina websterito, olivina clinopiroxenito e olivina ortopiroxenito. As rochas básicas são originadas por magmas pouco viscosos, apresentando temperaturas entre 1200 e 1000°C. Apresentam concentrações de sílica entre 45% e 52%, altas concentrações de Fe, Mg, Ca e baixos teores de Na, K. São representados pelos basaltos, em ambientes vulcânicos, e pelos gabros em ambientes plutônicos. As rochas gabróicas são rochas ígneas de granulação grossa, plutônicas, apresentando composições equivalentes a dos basaltos. Formam-se nos mesmos ambientes tectônicos dos basaltos e só podem ser observadas quando elas são exumadas por soerguimento ou erosão. A definição mais simples de gabro pode ser entendida como uma rocha ígnea de granulação grossa composta essencialmente por piroxenio e plagioclásio cálcico (An > 50). Quando apresentam granulação média é chamada de dolerito ou diabásio. Assim, como os basaltos, podem ser classificados em toleíticos e alcalinos. Os gabros toleíticos são caracterizados por apresentarem enstatita (ortopiroxenio), augita, pequenos teores de quartzo intersticial, podendo ou não apresentar olivina. Os gabros alcalinos podem apresentar olivina, quantidades subordinadas de feldspatóides, hornblenda e biotita também podem ocorrer. As intrusões gabroicas volumosas apresentam uma arquitetura química e mineralógica denominada de estratificação ígnea, decorrentes dos processos de cristalização fracionada de seus magmas, resultando em concentrações de minerais em camadas, originando uma variedade de rochas gabroicas denominadas de anortosito, troctolito, norito e gabronorito. O anortosito é composto por mais de 90% de plagioclásio cálcico; troctolito é composto basicamente por plagioclásio cálcico e olivina, norito por plagioclásio e ortopiroxênio; e gabronorito por plagioclásio, clino e ortopiroxenio. A IUGS recomenda o termo “gabroide” para descrever de maneira provisória, em campo, rochas plutônicas semelhantes ao gabro, antes de uma análise petrográfica ao microscópio. As rochas intermediárias apresentam concentrações de sílica entre 52 e 66%, concentrações intermediárias de Fe, Mg, Ca, K e Na. São cristalizadas em temperaturas que variam entre 1000 e 800°C. Os andesitos são os principais representantes vulcânicos enquanto que os dioritos e monzonitos são os principais representantes plutônicos. As rochas ácidas são originada de magmas viscosos, com temperaturas em torno de 800 a 700°C, apresentando composições maiores que 66% de sílica, enriquecimento em Na e K e baixas concentrações de Fe, Mg e Ca. Os riolitos correspondem aos seus representantes vulcânicos, enquanto que sienogranitos e monzogranitos são os principais representantes plutônicos. As rochas plutônicas graníticas são as mais abundantes na crosta continental da Terra. Elas são encontradas em uma variedade de ambientes tectônicos, desde zonas orogênicas e de colisão continental como Andes e Himalaia, zonas anorogênicas intraplaca e pequenos volumes formados em dorsais meso-oceânicas, originando os chamados plagiogranitos. A origem das rochas graníticas, em sua maioria, é derivada da anatexia crustal, porém fontes mantélicas comumente estão envolvidas, fornecendo calor ou contribuindo com material também. O termo granítico ou granitóide é usado genericamente para designar rochas de granulação grossa, mesocráticas a hololeucocráticas, compostas essencialmente por quartzo e conteúdos variáveis de feldspato alcalino e plagiocásio, apresentando conteúdos de quartzo superiores a 20% na classificação QAP. São representados pelos álcalis-feldspatos granitos, granitos, granodioritos e tonalitos / trondhjemitos. Os álcali-feldspatos granitos são leucocráricos a hololeucocráticos, compostos principalmente por quartzo e feldspato alcalino, com teores irrelevantes de plagioclásio. Os granitos são representados pelos sienogranitos e monzogranitos, apresentam os dois tipos de feldspatos em questão, sendo o monzogranito mais enriquecido em plagioclásio. Os granodioritos são geralmente leucocráticos e distinguem-se dos granitos pela predominância de plagioclásio. Os tonalitos são compostos principalmente por plagioclásio e quartzo. Quando apresentam menos de 10% de minerais máficos são chamados de trondhjemitos.