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DIVISÃO DE EMGEMHARIAS

ENGENHARIA DE PROCESSAMENTO MINERAL

2° ANO, TURMA ‘’B’’

Depósitos de Carbonatitos

Docente:

dr.Pedro Saca Francisco

Tete, Agosto de 2021


Mise da Nissia Manhiça

Depósitos de Carbonatitos

Tete, Agosto de 2021


ÍNDICE

1. Introdução..................................................................................................................2
2. Depositos de Carbonatitos..........................................................................................3
2.1. Classificação do Carbonatito..............................................................................3
2.2. Texturas e microestruturas..................................................................................3
3. Carbonatitos em Moçambique...................................................................................4
3.1. Carbonatitos de Fema-Muande-Rio Mufa..........................................................4
3.2. Carbonatitos de Evate.........................................................................................5
3.3. Carbonatito de Xiluvo.........................................................................................6
3.4. Carbonatito de Muambe......................................................................................7
4. Conclusão...................................................................................................................8
5. Referências Bibliográficas.........................................................................................9

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1. Introdução
O continente africano é o mais afectado, não apenas em número mas em área total
exposta de carbonatitos e rochas associadas. Das cerca de 450 ocorrências de
carbanatitos conhecidos em todo mundo,40% estão localizados na África. Henrich
(1966) e Woolley (2001) fizeram uma descrição sumaria de 170 carbonatitos africanos,
dos quais 70% estão concentrados no sul da África. Das 272 localidades de rochas
alcalinas, incluindo carbonatitos, descritas por Woolley (2001), apenas cerca de 35%
foram datadas, com idade predominante do Cretáceo.

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2. Depósitos de Carbonatitos
São rochas ígneas contendo mais de 50% de minerais carbonatados, são comuns aos
complexos de origem magmática associadas a rochas alcalinas. São caracterizadas pela
presença de Feldspatos e ou Piroxénios e Anfibólios alcalinos. As rochas associadas
são, sienitos, nefelínicos (fonólitos) e ijolitos (nefelinitos), basanitos e rochas gabróicas
com feldspatóides, sienitos peralcalinos (isto é, contendo piroxênio ou anfibólios
alcalinos), quartzo sienitos e alcali-granitos, juntamente com traquitos peralcalinos,
comenditos e pantelleritos.Fenitos também são incluídos por causa da sua relação íntima
com rochas alcalinas e carbonatitos, assim como certas rochas ultramáficas e melilitos,
incluindo alnöitos e melilitolitos.

2.1. Classificação do Carbonatito


O nome carbonatito classifica uma considerável variedade de rochas vulcânicas e ígneas
intrusivas cujos principais constituintes são minerais carbonáticos na proporção de 50%
ou mais. O carbonatito é exceção quanto ao índice de coloração: é a única rocha
ultrabásica que é constituída essencialmente por minerais pesados claros (carbonatos),
classificando-a como leucocrática. São rochas ultrabásicas, alcalinas e insaturadas.

2.2. Texturas e microestruturas


Estrutura geralmente compacta. São rochas holocristalinas, faneríticas, com textura que
pode variar de densa a até granulação grossa, com cristais geralmente inequigranulares.
A relação geométrica entre os cristais é comumente panxenomórfica, com articulação
irregular e trama frequentemente granular.

Classe de Origem Família Composição Minerais Acessórios


coloração Mineralogica

Leucocrática Ígnea, Peridotitos, Calcita, dolomita Magnetita, olivina,


Plutônica, piroxenitos e ou ankerita nefelina, piroxênios,
Hipoabissal rochas afins biotita, granada,

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apatita, sulfetos.

3. Carbonatitos em Moçambique
Com exceção do corbonatito de Evate, os carbonatitos e rochas alcalinas associadas,
estudadas neste trabalho, ocorrem numa área adjacente ao país vizinho, Malawi, e
também formam parte da Província Alcalina de Chilwa, definida por Bloomfeild
(1968), do lado malawiano.

Segundo Real (1966), os carbonatitos e sienitos do território moçambicano motram


grande afinidade petrográfica, não só entre si, como com ocorrências conhecidas no
território malawiano e devem corresponder a intrusões conteporâneas.

Segundo Belgrad (1984), considerara as rochas do Monte Muande e do Mote Fema


como mármores com um protolito sedimentar.

3.1. Carbonatitos de Fema-Muande-Rio Mufa


Os maciços do Monte Fema e do Monte Muande ocorrem a noroeste de Tete,
representam uma única entidade natural aparentemente injetada na zona de empurão ao
sul da suite de Tete, mas são separados pelo Rio Zambeze. Monte Fema está situado no
banco direito e monte Muande no banco esquerdo. O carbonatito do Rio Mufa,
recentemente descorberto, localiza-se a pouco mais de 10 Km SW do carbonatito do
Monte Fema.

Hunting et al (1984) e Belgrad et al (1984) considerara estas rochas como mármore da


Formação de Chìduè, todavia, reclassificou-as com base em rochas encaixante,
ambiente, estrutura\textura,litologia,mineralogia e litogioquìmica, incluindo os isótopos
de oxigénio e carbono. O critério mais decisivo para essa reclassificação, seja em
mármore ou carbonatito, foram as análises de rochas total, em que os mármores de
origem sedimentar apresentam 160-1530 ppm de Sr,<30 ppm de La e 40-<30 ppm de
Ce, enquanto que para ao carbonatitos os valores são 600-14900, 200-600 e 460-1530
ppm respectivamente. Diferença nos conteúdos de ferro e fósforo foram também

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considerados diagnósticos para distinguir os dois tipos de rochas carbonáticas. Outros
argumentos foram apresentados para a origem carbonatìtica do Monte Muande e Monte
Fema, tais como:

O alegado bandamento sedimentar no mármore do Monte Muande, referido


em várias publicações anteriores, foi re-interpretado como bandamento de
fluxo magmático formado por camadas ou láminas ricas em flogopita e ou
apatita, com espessuras variando de alguns milímetros a decímetros,
alternando-se com rocha formada essencialmente por carbonatos;
Os carbonatos no Monte Muande e Monte Fema compreendem tanto rochas
com dolomita-calcita como apenas de calcita, e em alguns locais as foram
enriquecidas, além de apatita e mica, com minerais metálicos e turmalina;
Análises espectrométricas de emissão semi-quantitativas de apatita indicam
alto flúor, >1500 ppm de Ce, 300 ppm de Y, 45 ppm de Zr, 1100 ppm de La e
800 ppm de Sr, valores típicos de apatita em carbonatitos ;
A ocorrência, na mesma área, de raros fragmentos de rocha eclogìtica,
contendo granada e piroxénico onfacita. Infere-se que estes eclogitos tenham
sido transportados como xenólitos a partir de uma zona profunda do manto,
pelo magma carbonatìtico.

Todas as rocha carbonáticas são injectadas com mineralizações de magnetita a


apatita, feição que permite diagnosticá-las como carbonatitos. São caracterizados
por composição razoavelmente homogénea e espessuras grandes de origem de
centenas de metros. Na parte de maior espessura, não se exclui a possibilidade da
duplicação estrutural das camadas por falhamento.

3.2. Carbonatitos de Evate


Os carbonatitos de Evate integram-se na estrutura de Monapo, situada próxima
da costa moçambicana, 150 Km ao sul de Pemba. Contrariamente á maioria dos
carbonatitos e intrusões alcalinas com idades Meso-Cenozóicas, as rochas dessa
estrutura possuem idade pré-Cambriana registrada, e foram metamorfoseados
durante eventos tectónicos Moçambicanos e ou Pan-Africanos. Na estrutura de
Monapo, os carbonatitos ocorrem no interior de unidade mais antiga e são

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deformados e metamorfoseados juntos aos outros componentes da estrutura de
Monapo.

A unidade considerada pré-Moçambicana da estrutura de Monapa é caracterizada


por três principais tipos de rochas:

Magnetita-Apatita carbonatitos;
Biotita-quartzo-feldspato gnaisses;
Quartzo-feldspato gnaisse leucocráticos.

Embora os carbonatitos, no geral, estejam meteorizados, quantidades significativas são


encontradas como afloramentos pouco alterados.

A mineralização de apatita é confinada nas bandas corbonáticas dentro de sucessões de


gnaisses dobradas isoclinamente. Segundo Beltchev (1983), os fosfatos seriam de
origem sedimentar, entretanto uma associação carbonatìtica é agora favorecida.

Segundo Hunting (1984) indica que a variedade de apatita é fluorapatita, bem


cristalizada, de cor azul, azul-verde e amarela, não havendo sinais de uma cristalização
mais nova.

3.3. Carbonatito de Xiluvo


A suite Carbonatítica de Xiluvo é constituída por calciocarbonatitos de granulação fina
e média e localiza-se a cerca de 14 Km oeste da vila de Nhamatanda .

Morfologicamente, Xiluva é caracterizado por uma série de elevações formando uma


estrutura sub-circular vom mais de 4.5 Km em diâmetro externo, constituída por um
grupo de elevações com um máximo de 443 metros de altitude. Estas elevações
delimitam uma depressão intetna tipo caldeira com um diâmetro de cerca de 3 Km.

O complexo do Monte Xiluvo é formado, da parte interna para externa, pela sequência:

Um núcleo central constituído por carbonatito;


Um anel em volta do núcleo constituído de brechas vulcânicas, as quais
podem ou não apresentarem fragmentos de rochas carbonáticas ;
Uma zona externa em volta do anel, muito complexo, na qual rochas
traquíticas cortam rochas xistosas quartzo-feldspáticas.

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As rochas carbonáticas, ocupando a parte central da estrutura do anel, cobrem uma área
de aproximadamente 4.5 Km 2. Localmente, os carbonititos são cobertos de solos
avermelhados e por vezes apresentam fenómenos de carstificação. A litologia da zona
interna édominada pela ocorrência de carbonatitos maciços de core verde-escuro e
castanho claro, por aglomerados carbonatíticos e por veios carbonáticos. Um segundo
tipo de carbonatito ocorre em volta do primeiro e foi descrito como carbonatito
traquitóide, devido á sua similaridade com as rochas traquíticas. A litologia principal
dos carbonatitos pode ser descrita como aegirina-pirocloro-apatita carbonatito, de
granulação grossa e estrutura bandada, camadas carbonatíticas de hematita-calcita de
granulação média a fina cortam os carbonatitos primários.

3.4. Carbonatito de Muambe


O Monte Muambe, localizado a sudeste de Tete, é considerado a maior das ocorrências
da série de Chilwa, de atividade eruptiva mesozóica, a mais de 20 Km norte-nordeste do
extremo oeste da Garganta Lupata do Rio Zambeze. A estrutura circular com cerca de 7
Km de diâmetro corta o complexo gabro-anortosítico de Tete, Possui a parte esterna
composta de arenitos endurecidos e fenitizados dos Super-Grupo do Karoo e camadas
de lavas. O conjunto eleva-se cerca de 400 metros acima do plano circundante com
sedimentos inalterados.

As rochas feldspáticas, descritas essencialmente como fenitos potássicos, cortam


arenotos e formamm uma espécie de dique anelar elevado, com uma depressão interna.
Esta possui elevações íngremes de corbonatitos e rochas vulcânicas afins (aglomerados,
tufos e diques básicos), e em alguns lugares as rochas feldspáticas são intesamente
brechadas. São frequentes diques de nefelinito olivínico e fonolito. Os primeiros contém
fenocristais de augita e alguma olivina numa matriz rica em piroxénio e uma base de
grão muito fino que contem nefelina. Os fonolitos contem fonocristais de nefelina numa
matriz numa matriz de nefelina e augita, com feldspatos subordinados.

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4. Conclusão
Neste presente trabalho falarei de existência dos carbonatitos no mundo e em
particular em Moçambique, da sua classificação, estrutura, composição, origem e
família.

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5. Referências Bibliográficas

https://museuhe.com.br/rocha/carbonatito/

https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-12022009-155725/publico/
FRC1.pdf

https://repositorio.usp.br/directbitstream/488d635a-e72e-46d3-a873-a67ee154ed3c/
3002972.pdf

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