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TEMA 3- Escarnitos - Preparado por Profa. Lydia Maria Lobato - Dept.

Geologia - IGC - UFMG

DISCIPLINA: GEOLOGIA ECONÔMICA - A


TEXTOS DIDÁTICOS
TEMA 3

Depósitos de Escarnitos
“METAL DEPOSITS IN RELATION TO PLATE TECTONICS” (F.J. SAWKINS, 1990, SPRINGER-VERLAG). PARTE I
AMBIENTES NO CONTATO ENTRE PLACAS CONVERGENTES
CAPÍTULO 1 ARCOS PRINCIPAIS E SEUS DEPÓSITOS MINERAIS ASSOCIADOS

1- DEFINIÇÃO, SITUAÇÃO GEOTECTÔNICA


‹ Depósitos em escarnitos (DEscs) constituem a principal fonte de tungstênio do mundo, importantes
fontes de Cu e ainda de Fe, Mo, Zn e Au e, menos importante, de Co, Ag, Pb, Bi, Sn, Be, F e B. Também
servem como fonte de minerais industriais como grafita, asbestos, wolastonita, magnetita, flogopita, talco
e fluorita. Esse grande número de bens minerais, ocorrendo em variados ambientes geológicos, é
unificado sob o título de “Depósitos em Escarnitos” para designar qualquer processo genético que envolva
a substituição metassomática de rochas predominantemente carbonáticas por silicatos de Ca-Fe-Mg-Al-
Mn.
‹ O termo escarnito (Esc) é aplicado a uma variedade de associações de rochas cálcio-silicáticas,
inclusive mármore, ricas em silicatos metamórficos-metassomáticos de Ca-Fe-Mg-Al-Mn, de granulação
grossa, formadas pela substituição de rochas carbonáticas, independentemente de seu valor econômico e
sem implicações genéticas. O metamorfismo de encaixantes como folhelhos e a maior parte de rochas
máficas produz hornfelses cálcio-silicáticos, (Figura 1AMEa), anfibolitos ou rochas meta-ígneas; arenitos e
siltitos produzem quartzitos. Os escarnitos de reação (reaction skarns) formam-se do metamorfismo
isoquímico de folhelhos e calcáreos intercalados, com transferência metassomática entre camadas
ocorrendo em pequena escala (Figura 1BMEa). Escarnóide é utilizado para descrever rochas de grã fina,
pobres em Fe, que refletem parcialmente a composição do protólito (Figura 1CMEa). Escarnóide é
intermediário entre um hornfels metamórfico e um metassomático, este último sendo o próprio escarnito
(Figura 1DMEa).
‹ Origem. Escarnitos formam-se adjacentes a plútons, sendo espacial- e geneticamente a eles
relacionados. Ocorrem ao longo de falhas e grandes zonas de cisalhamento, em sistemas geotermais
rasos e em níveis crustais mais fundos em terrenos metamórficos soterrados. Os Escs desenvolvem-se
preferencialmente em volta da periferia de massas intrusivas de tamanho pequeno a moderado,
discordantes e de composição intermediária, como monzonitos e granodioritos. Exo-escarnitos formam-se
nas partes externas dos plútons e Endo-escarnitos nas internas, substituindo os minerais da rocha
intrusiva.
Relacionam-se à recristalização metamórfica (regional e termal) de margas, calcáreo argiloso ou rochas
carbonáticas silicosas. Tais produtos do metamorfismo termal, hornfelses e mármores, são
subseqüentemente transformados em Escs “progressivos” (paragênese anidra) por substituição
metassomática pela reação com o fluido hidrotermal magmático (fluido aquoso que se separae do
magma). A maior parte das concentrações econômicas ocorrem durante o resfriamento do sistema
hidrotermal, que é coincidente com a alteração “retrógrada”. Constituem, assim, uma classe de depósitos
minerais diretamente relacionados à colocação, cristalização e evolução hidrotermal de sistemas
magmáticos.
Para o presente texto, o termo escarnito é usado de forma mais restrita para designar associações
minerais formadas como resultado de processos hidrotermais magmáticos, relacionados no tempo e no
espaço ao resfriamento de corpos ígneos intermediários a félsicos. Vale mencionar que algumas intrusões
bem máficas associam-se aos DEscs a Fe e que Escs podem formar-se de encaixantes que
essencialmente não contêm componentes carbonáticos.
‹ Ambiente tectônico. Escs de contato, mineralizados, desenvolvem-se em margens continentais e
em arcos principais oceânicos, principalmente onde intrusões atravessam rochas carbonáticas. Ao
longo de arcos de margens continentais, tais tipos rochosos são mais comuns. Nos sistemas de arcos de
ilha, rochas carbonáticas são menos comuns e tendem a limitar-se ao desenvolvimento localizado de
calcáreos de corais (vide Figura 6MEa). Os depósitos de Pb-Zn e Ag ocorrem nos retro-arcos. Embora os

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Escs associados a depósitos pórfiros a Cu (DPs a Cu) representam um importante subgrupo, tais
depósitos também ocorrem grandemente em retro-arcos, onde rochas encaixantes carbonáticas tendem a
serem mais desenvolvidas.
Os terrenos de arcos principais que contêm essas mineralizações incluem os batólitos de Sierra Nevada,
Aconchi, Sonora (nos EUA) e terrenos menos erodidos no Japão, Filipinas, Indonésia. Embora escarnitos
associados a DPs a Cu representem um importante subgrupo, tais depósitos ocorrem principalmente nos
ambientes de intra-arco onde encaixantes carbonáticas tendem a serem mais distribuídas.
‹ Idade. A maioria dos depósitos é do Mesozóico ou mais novos. Alguns exemplos no Paleozóico são
de W e Sn e parecem representar ambientes relativamente profundos (Figura 1.18S). Os mais antigos, no
Precambriano, são mal compreendidos em termos de origem. Os de Cu e Zn-Pb representam, na maior
parte, ambiente mais raso e dominam no Terciário. Tal distribuição de idades parece relacionar-se com o
nível de erosão.
‹ Controle do minério. Os depósitos minerais associados a Escs são encontrados no contato (Figura
11-20PG), ou próximo ao contato, entre os plútons ígneos e as rochas sedimentares, ou em fissuras distais
nas rochas carbonáticas (vide Figura 3MEa). A maior parte dos DEscs econômicos do mundo ocorrem em
Exo-escarnitos. Os contatos ígneos nem sempre estão presentes. A formação desses depósitos cobre um
espectro grande de Ts, sendo a distinção entre as importâncias relativas dos processos metamórfico e
metassomático pouco claras, seja para cada depósito individual seja para a classe de depósitos como um
todo. Os depósitos formam um continuum entre processos puramente metamórficos e uma combinação
de processos metamórficos e metassomáticos.
‹ Petrogênese. A maioria dos depósitos são associados com granitóides da série magnetita, tipo I, mas
no Japão associam-se à série ilmenita, especialmente aqueles que contêm mineralização de Sn e
wolframita. Os padrões do magmatismo de granitóides do Mesozóico e Cenozóico no Japão são
particularmente complexos, mas as intrusões da série ilmenita não são relacionadas ao magmatismo do
arco principal, em rochas cálcio-alcalinas (Figura 2MEb).

2 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
‹ Composição mineralógica. As associações minerais dos Escs dependem das rochas encaixantes e do
fluido metassomático embora, no caso de DEscs, grandes quantidades de materiais sejam adicionadas.
Quando um plúton a 800-1000oC invade uma seqüência mais fria a 50oC, a T de contato deve atingir
cerca de 450oC. As porções externas “enxergam” Ts 50% menores. As isotermas expandem-se para fora,
com T em qualquer ponto aumentando, com tanto que a medida que o plúton continue a fornecer calor,
vão estar predominando reações progressivas (prograde). Quando começa a esfriar, as isotermas
retraem-se e condições retrógradas ocorrem (retrograde).
Na interação com calcáreo puro, a recristalização a mármore pode produzir poucas agulhas de
wolastonita ou tremolita. Próximo ao contato com o plúton, os Escs são marmorizados e muitos têm cor
branca. Em calcáreos, Escs são caracterizados por minerais ricos em Ca, como grossularita e andradita,
wolastonita, tremolita, epidoto e Ca-Fe-piroxênios (hedenbergita ou salita). Nos dolomitos desenvolvem-se
serpentina, diopsídio, minerais do grupo da humita-chondrodita e outros ricos em Mg. Escs em rochas
carbonáticas também contêm outros minerais dos grupos da granada e escapolita. Podem ocorrer
minerais menos comuns, como ilvaita [CaFe+22Fe+3(SiO4)2.OH], piedmontita (epidoto de Mn) e os das
séries dos piroxênios e piroxenóides, como johannensita e bustamita (vide Tabela 1MEa, Figura 11-21PG).
À medida que as isotermas movem-se para fora, também move-se a frente de formação de mármore.
Essa é tipicamente seguida por uma frente expansiva de formação de minerais anidros, especialmente
granada-diopsídio. A granada é a grandita, isto é, grossularita (Ca3Al2Si3O12)-andradita (Ca3Fe2Si3O12),
resultando de uma combinação de Ca do calcáreo com caolinita, junto com sílica e Fe de adição ou
original da própria rocha.
3 calcita + caolinita + SiO2 = grossularita + 3 CO2 + 2 H2O
3 calcita + Fe2O3 + SiO2 = andradita + 3 CO2
Grossularita tem sido encontrada em calcáreos puros, em DEscs a Sn e W; Al deve ser adicionado pelo
fluido hidrotermal (Figuras 1 e 4).
Os piroxênios são de Mg (diopsídico) e, junto com andradita, ocorrem em ambiente envolvendo
metassomatismo de sílica, Fe, Mg e Al, em um meio de composição cálcica original com ou sem Mg.
Rochas dolomíticas favorecem a formação de diopsídio, periclásio, forsterita e até piropo. Uma banda de
wolastonita é normalmente encontrada entre o granada-piroxênio-Esc e o mármore externo. Rochas
vulcânicas intermediárias, com Ca e Mg, podem alterar-se à suítes contendo diopsídio, plagioclásio e
granada.

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O evento anidro termal é geralmente seguido, no tempo e no espaço, por um evento envolvendo vênulas
e massas de minerais hidratados equivalentes de Ca-Mg-Fe, como tremolita, epidoto, clinocloro, calcita e
quartzo. Sulfetos são introduzidos nessa fase e ocorrem em veios que cortam o granada-diopsídio-Esc.
Na Figura 11-24MPG observam-se seqüências paragenéticas com essas fases. Embora possa ser
interpretado que os Escs anidros sejam equivalentes ao metamorfismo termal gerado propriamente “no
contato”, com a fusão da intrusão, e que a formação de escarnito e o enriquecimento metálico hidratado
superimposto seja de afinidade hidrotermal final ou tardia, associações de ambas fases são formadas por
metassomatismo hidrotermal. Em muitos Escs relacionados a DPs a Cu, a alteração potássica ocorre em
contato com o Esc anidro de sedimentos adjacentes e as fases hidratadas nas auréolas são tardias e
equivalentes, no tempo, à imposição das associações fílicas.
Sílica e Fe são os componentes mais abundantes adicionados às zonas ígneas-metamórficas. A primeira
pode entrar em silicatos ou silicificar a rocha, ou ainda formar cristais isolados de quartzo ou depósitos
maciços de jaspe criptocristalino. A silicificação ocorre em rochas carbonáticas e em folhelhos.
Os minerais minérios são óxidos e sulfetos. Incluem esfalerita rica em Fe, galena, calcopirita, bornita e,
localmente, molibdenita. Alguns são comparativamente livres de Fe, mas contêm abundante pirita ou
magnetita e hematita.
‹ Arenitos podem ser recristalizados a quartzitos, mas são pouco reativos, a não ser quando contêm
argila ou carbonato. Calcáreos impuros comportam-se de forma mais variada. Em rochas clásticas, o
metamorfismo produz cozimento, com rochas recristalizadas, densas, granoblásticas, conhecidas como
hornfelses. Hornfelses são o produto de metamorfismo termal simples, embora adição e subtração,
principalmente de sílica, seja comum. Folhelhos nas auréolas ígneas-metamórficas têm textura nodular,
com grãos de granada, cordierita, biotita, anfibólio e outros porfiroblastos. Rochas vulcânicas são
silicificadas e também produzem auréolas de hornfelses. Vulcânicas ricas em Ca alteram-se para cálcio-
silicáticas parecidas com Escs, com minerais progressivos (fase prograde) incluindo o diopsídio, granada
e plagioclásio (anortita), seguidos por minerais retrógrados (fase retrograde) como actinolita, escapolita,
epidoto e clorita.
Nos folhelhos os produtos ainda são ricos em Al, incluindo biotita, otrelita [H2(Fe,Mn)Al2SiO7] e outras
micas, andalusita, silimanita, hornblenda, actinolita, granadas, escapolita, cordierita e muitos outros.
Minerais de Escs e hornfelses são comumente distribuídos em zonas mais ou menos bem definidas,
regulares, em volta das intrusivas ígneas. Sua composição e distribuição dependem não só da natureza
dos fluidos e das rochas, como também das Ts e Ps do ambiente de reação (Figura 7MEa).

3 - TIPOS E CLASSES
‹ Com base nas paragêneses de alteração, Escs podem ser divididos nos tipos magnesianos e
cálcicos. Os primeiros, relacionados a rochas vulcânicas e sedimentares (dolomitos) magnesianas,
contêm forsterita, flogopita, serpentina, espinélio, Mg-clinopiroxênio, Mg-clorita, ortopiroxênio, granada,
pargasita e minerais do grupo da humita. Os cálcicos associam-se a calcáreos e rochas sedimentares e
vulcânicas ricas em Ca, com produção de granada, clinopiroxênio, epidoto, anfibólio cálcico e wolastonita.
A classificação dos DEscs é também pelo metal dominante, com sete subclasses mais importantes: Fe,
W, Cu, Zn-Pb, Mo, Sn e Au. Podem ocorrer tanto com as classes a Mg como com as de Ca, mas os Escs
magnesianos a W, Cu e Zn-Pb são bem mais raros. As variações dentro das subclasses são
reconhecidas como uma função do tipo de magma, profundidade de colocação, capacidade redutora e
composição das encaixantes, distância do horizonte carbonático até a fonte magmática e grau de
envolvimento de águas meteóricas. A combinação de tais fatores pode permitir uma transição contínua
entre algumas classes (Figura 1.18S; Tabelas 1E e 2MEa).
Existe uma correlação genérica entre conteúdo metálico nos DEscs e sua associação ígnea e ambiente
tectônico. As rochas ígneas mais máficas dos arcos de ilha produzem magnetita Escs com significativo
conteúdo de Cu, Co e Au. As de composição intermediária a cálcio-alcalinas silicosas das margens
continentais produzem DEscs a W, alguns poucos a Zn no ambiente mesoabissal e a Fe, Cu, Mo, Pb e Zn
no ambiente hipabissal. Já os magmas graníticos mais evoluídos dos ambientes continentais tardi- a pós-
orogênicos (ou em ambientes cratônicos estáveis ou incipientemente rifteados) produzem DEscs a Sn, W,
Mo, Zn, Be e F (Figuras 5MEa; 6MEa; 1MEb; 2MEb, 3MEb; Tabela 2MEa).
3.1. DESCS A W
• Produção mundial. São responsáveis por cerca de 30% do W no mundo e 60% da produção do mundo
ocidental. Os principais exemplos estão no Canadá (Territórios Yukon e Northwest; Distrito Salmo-BC),
Tasmânia (King Island); Coréia do Sul (Sangdong); Rússia (Tyrnyauz e Vostok-2); China (Shizhuyuan);
EUA (Distrito Bishop, Califórnia); King Island (Tasmânia); Sang Dong (Coréia do Sul). Ambos os exemplos
da América do Norte e os de Sang Dong são mais apropriadamente identificados como de retro-arco.

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São, na maioria, de origem metassomática associados com plutonismo cálcio-alcalino, com raros
exemplos como ocorrências metamórficas. Caracterizam-se por minerais reduzidos, com opacos e cálcio-
silicatos, separando-os muito bem dos DEscs a Fe, Cu, Zn-Pb, também associados com rochas intrusivas
cálcio-alcalinas (Tabela 5E).
• Tipos. São divididos em dois tipos. O tipo reduzido é formado em encaixantes carbonosas e/ou em
maiores profundidades, e o tipo oxidado formado em rochas não carbonosas ou ricas em hematita e/ou
em menores profundidades. A composição dos minerais dos DEscs a W cálcicos é uma função de
profundidade de formação e da composição da encaixante e pode ser expressa como um continuum entre
esses dois membros extremos.
No tipo reduzido os minerais diagnósticos refletem: estado de oxidação baixo, com hedenbergita e
almandina, biotita e hornblenda ricas em Fe, magnetita; estado de sulfidação baixo com pirrotita, rara
pirita e traços de bismuto nativo (também ocorre Mo-scheelita ou powelita). Granadas tardias são
subcálcicas, ricas em esperssatina (até 80% da molécula) e almandina. Esta granada é associada com a
lixiviação da scheelita inicial disseminada e com sua redeposição como scheelita de baixo teor de Mo, em
grã grossa, controlada por veios; é também associada com a formação de sulfetos, além de biotita e
hornblenda. O tipo reduzido é mais comum e geralmente menor, mas os maiores teores em ambos os
tipos relacionam-se aos minerais hidratados e à alteração retrógrada.
No tipo oxidado os minerais diagnósticos no Depósito de Springer (Nevada, EUA) refletem estado de
oxidação intermediária, com diopsídio (< Hd40), andradita (em bordos de cristais zonados), epidoto e
estado de sulfidação intermediária, com pirita, alguma pirrotita e traços de bismutinita (Tabela 6E).
Nesses, a scheelita é mais pobre em Mo.
• Teores. Dependem da tonelagem, método de mineração, localização geográfica, tamanho da scheelita
e subprodutos. Os teores de scheelita são geralmente limitados ao mármore metassomatizado. De forma
geral, têm teores entre 0,4 a 2% WO3 (tipicamente 0,7%). Operações a céu-aberto no oeste dos EUA vêm
minerando Esc com teores médios baixos na faixa de 0,35% WO3, enquanto que, para operação
subterrânea, um teor de 0,7% ou maior é necessário. Em locais menos acessíveis, como no Canadá,
teores de 1% ou maiores são necessários. A maior parte dos depósitos produtivos contêm reservas de >
10.000 t, mas variam entre 0,1 a > 30 Mt. Somente um grande depósito (> 10 Mt) ocorre no terreno de
arco principal da Sierra Nevada: a mina de Pine Creek.
A abundância, tamanho do grão e conteúdo em Mo da scheelita afetam o potencial de um depósito. Os
Escs iniciais, anidros, contêm teores consistentes e moderados em scheelita de grã fina, de alto Mo. Escs
alterados durante o evento retrógrado contêm scheelita de grã média a grossa, de alto a baixo teor, com
baixo Mo. Na mina de Sangdong, os teores econômicos de tungstênio são encontrados em Esc com
biotita e hornblenda (teores médios de 0,3 a 2,5% WO3), enquanto que teores subeconômicos na média
de 0,5% caracterizam o granada-piroxênio-Esc não alterado. Os DEscs que possuem muita alteração
retrógrada são de fácil mineração seletiva de pequena escala, pois têm veios de alto teor e zonas de
alteração com teores erráticos.
• Ambiente tectônico. os DEscs a W e os de sulfeto de Cu, Zn-Pb, Mo são mais característicos de
margens continentais. Relacionam-se a plútons orogenéticos intrusos em seqüências silto-carbonáticas
profundas. Podem ainda se formar em sucessões espessadas por tectônica, nos ambientes de retro-arco.
• Petrogênese. Depósitos associam-se com tonalitos, granodioritos, quartzo monzonitos e granitos de
grã grossa, porfiríticos com megacristais de feldspato potássico, de ambos tipos I e S. Comparados aos
plútons dos DEscs a Cu, os de W são mais diferenciados, mais contaminados por material sedimentar e
de cristalização mais profunda.
São plútons e batólitos equigranulares colocados em seqüências com calcáreo ± vulcânicas, contornados
por largas auréolas de alteração metamórfica de alta T. Aplitos, pegmatitos e diques são comuns. Não
existem indicações de colocação forçada e/ou liberação rápida de voláteis, já que não existem redes de
diques, condutos de brechas, brechas hidráulicas e fraturas abundantes, sugerindo, portanto, colocação
profunda. Rochas dolomíticas inibem a formação dos DEscs a W, que são dominados pelos tipos
cálcicos.
Os Descs a W, associados com plútons e batólitos de granodiorito, de grã grossa, são comuns nos arcos
principais do oeste dos EUA e norte do México. A maioria dos Escs com scheelita desenvolve-se a ≥ 5
km. A literatura sobre o assunto considera que, nessas regiões, sua ocorrência reflete coincidência de
intrusões e encaixantes favoráveis, níveis de erosão apropriados e não províncias geoquímicas ricas em
W (Figura 1.17S).
Tipicamente ocorrem em rochas carbonáticas argilosas com intercalações de seqüências carbonáticas-
pelíticas ou vulcânicas-carbonáticas. Em alguns casos, as encaixantes têm muito carbono impondo um
estado de oxidação baixo para a formação do Esc. As auréolas metamórficas de alta T contêm hornfels e
escarnóide em abundância, dessas rochas de composição mista (Figuras 1-A-C e 3BMEa).

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• Idade. Os Descs a W são encontrados pelo mundo em calcáreos do Precambriano ao Triássico,


geralmente associados com intrusivas félsicas, cálcio-alcalinas do Mesoproterozóico ao Cretáceo Inferior.
A maioria dos depósitos é datada como do Mesozóico, mas podem ser de qualquer idade.
• O metamorfismo de rochas carbonáticas impuras pelos plútons produz rochas cálcio-silicáticas. A
ocorrência de cálcio-silicáticas não mineralizadas, pobres em Fe, para além dos Escs ricos em scheelita
dos distritos de W ricos em Fe (entre os Escs e os mármores), é uma característica comum. Essas rochas
são de importância considerável porque elas contêm pouco ou nenhum W, são comumente intercaladas
com Escs ricos em W, causando dificuldades para a mineração. Formam rochas com wolastonita-
grossularita-idiocrásio que contornam Esc a granada-piroxênio.
Os Escs típicos da Sierra Nevada, por exemplo, podem ser subdivididos em zonas mineralógicas
distintas. A zona distal, adjacente a mármore, é tipicamente representada por wolastonita-Esc, com menor
quantidade de grossularita, idiocrásio e diopsídio. Mais próximo ao contato intrusivo ocorrem zonas de
granada-Esc com andradita-grossularita, diopsídio-hedenbergita e scheelita e, finalmente adjacente à
rocha intrusiva, hornblenda-Esc contendo plagioclásio, microclina, magnetita e scheelita. A seqüência
como um todo pode ser vista como uma frente metassomática entre a rocha intrusiva e o mármore, na
qual CaO e CO2 são progressivamente removidos pelo fluido metassomático e SiO2, Fe (total), MgO,
MnO, Al2O3, Na2O, K2O e WO3 adicionados. A variação entre esses tipos de DEscs, de depósito para
depósito, é mais provavelmente controlada pela composição das encaixantes e padrões de fluxo de
fluidos do que propriamente por diferenças fundamentais na química dos fluidos que emanam das
intrusões.
Tanto o mármore, como hornfelses e mármores cálcio-silicáticos, são alterados durante o
metassomatismo, produzindo padrões zonais complexos. Os hornfelses pelíticos intercalados, os Escs e
os mármores são superimpostos por infiltração relacionada a fluido magmático e metassomatismo por
difusão. Os padrões de zonamento são constantes, consistindo de Esc não mineralizado a piroxênio-
plagioclásio (epidoto) com uma zona externa de anfibólio hornfels e de granada-piroxênio-Esc com uma
zona externa de wolastonita-idiocrásio no mármore.
• Controle do minério. Caracterizado por: (i) rochas carbonáticas em extensas auréolas termais
contornando intrusões; (ii) contatos intrusivos e acamamento levemente inclinado; armadilhas estruturais
e/ou estratigráficas, em rochas sedimentares, e partes irregulares dos contatos plúton/encaixantes.
• Forma. Os DEscs a W desenvolvem essencialmente exo-escarnitos, em corpos de minério
estratiformes, tabulares e lenticulares, dezenas a centenas de metros do contato da intrusão. Em alguns
casos, o Esc é contínuo por centenas de metros ao longo de contatos litológicos intrusivos, mas é menos
espesso que 15 m. Também formam corpos discordantes e semiconcordantes, imediatamente adjacentes
aos contatos intrusivos. Veios são mais raros. Os formados de mármore impuro tendem a ser de grã
grossa, vesicular e de teores de tungstênio heterogêneos. Os formados de mármore puro tendem a ter
granulação média, serem compactos e de teores uniformes.
• Outros aspectos do minério. Texturas ígneas estão presentes nos endo-escarnitos, Os exo-escarnitos
são de grã fina, granoblásticos, maciços e mineralogicamente acamadados. Texturas hornfélsicas a
biotita são comuns.
Os minerais do minério (principais e subordinados) incluem: scheelita ± molibdenita ± calcopirita ±
pirrotita ± esfalerita ± arsenopirita ± pirita ± powelita. Pode conter traços de wolframita, fluorita,
cassiterita, galena, marcassita e bornita. Os tipos reduzidos caracterizam-se por conter
pirrotita, magnetita, bismutinita, bismuto nativo e alta razão pirrotita:pirita. Quantidades variáveis de
stockwork de veios de quartzo (localmente com molibdenita) podem cortar ambos endo- e exo-escarnito.
• Alteração. A alteração retrógrada tardia é um fator importante já que a mineralização inicial de baixo
teor é alterada e redepositada em zonas de alto grau.
Rochas intrusivas têm alteração geralmente limitada a uma zona estreita de endo-escarnito, contendo
clinopiroxênio-plagioclásio-epidoto adjacente aos contatos do escarnito. Em poucos casos, pode ocorrer
alteração a quartzo-feldspato mirmequítico nas intrusivas, mas em geral não há nas rochas ígneas sinais
de alteração de alta T contemporânea à formação inicial de Escs. Pode ocorrer, localmente, alteração a
moscovita (ou biotita)-quartzo-pirita adjacente às zonas de alteração retrógrada no Esc. Este é um
contraste importante com os DEscs a Cu que exibem intrusivas fortemente alteradas, sugerindo uma
condição geológica muito diferente para os dois tipos relacionados à cálcio-alcalinas.
As associações de contato e de reações do escarnito são superimpostas por Esc cálcico metassomático,
consistindo de granada-piroxênio (± scheelita) e zonas externas com wolastonita, idiocrásio no mármore e
piroxênio-plagioclásio-epidoto nos plútons e em hornfelses pelíticos. Zonas de silicatos hidratados,
particularmente biotita e hornblenda com quartzo, feldspato e calcita acessórios, cortam os padrões de
Escs iniciais e comumente contêm abundante scheelita e sulfetos.

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Os minerais hidratados incluem biotita, hornblenda, actinolita e epidoto, particularmente próximo à


intrusiva e contatos litológicos e ao longo de canais de percolação hidrotermal. São interpretados como
parte da seqüência de zonamento isotérmico da intrusiva para o mármore, mas dados de inclusões fluidas
indicam que foram formados a mais baixas Ts. As temperaturas típicas são 600 a 500oC para o Esc inicial
e 400 a 300oC para a alteração retrógrada. A mineralização de W também associa-se a alteração
retrógrada. Nessas, também ocorrem calcopirita, pirrotita e pirita, próximo ao contato com a intrusiva. Em
geral, a geologia e mineralogia dos DEscs a W é radicalmente diferente das dos de Cu e Zn-Pb. Tais
diferenças sugerem a formação dos DEscs a W, em Ts relativamente mais altas e em ambientes mais
profundos do que os de metais básicos.
• Modelo e fluidos. O W, outros metais, S e cátions, para além do Ca, vêm do plúton, pela separação do
fluido magmático-hidrotermal. Os opacos, depositados durante o resfriamento do sistema, derivam de um
fluido hidrotermal evoluído e também da alteração dos minerais iniciais. A formação de mármore e
hornfels precede o estágio principal de reações metassomáticas progressivas, causadas por fluidos
hidrotermais quentes, emanados do plúton adjacente, em processo de cristalização e hidrofraturamento.
Endo-escarnito forma-se no plúton pela introdução de Ca das encaixantes; Mg exo-escarnito forma-se em
dolomitos e o exo-escarnito cálcico do calcáreo. A associação final é função de T, composição das rochas
e fO2.
O principal período de deposição dos opacos segue o final do estágio progressivo, relacionando-se ao
resfriamento do sistema e influxo de águas meteóricas, com alteração retrógrada.
Estudos no depósito de King Island (Tasmânia, Austrália) indicam fluidos mineralizadores que
progressivamente diminuíram em T (máxima de 800oC) e salinidades (máxima de 65% em álcali-cloretos),
tanto com respeito à distância do granodiorito Devoniano, como com o tempo. Tais mudanças foram
acompanhadas por variações na química das granadas, piroxênios e anfibólios. A P estimada é de 650
bars para a mineralização. Esse ambiente relativamente raso parece ter permitido mistura de fluidos
meteórico + magmático durante a mineralização e um resultado disso foi a dissolução parcial de scheelita
original rica em Mo, com sua redeposição como scheelita pobre em Mo e molibdenita (vide Tabela 5E e
Figura 10E).
3.2. DESCS A FE
• Ainda que contenham algum Cu, Co, Ni e Au, DEscs a Fe são explorados essencialmente pelo Fe. Os
mais ricos em Cu são transicionais para os DEscs a Cu. Exemplos: Tasu, Jessie, Merry Widow
(Cordilheira do Canadá); Shinyama (Japão); Cornwall (Pensilvânia), Iron Springs (Utah), Eagle Mountain
(Califórnia), todos no EUA; Perschansk, Dashkesan, Sheregesh e Teya (Rússia); Daiquiri (Cuba), Dan
Leone (Itália); El Romeral (Chile).
• Ambientes. Os DEscs com concentrações econômicas de magnetita cobrem todo o espectro de
ambientes (Tabelas 2MEa e 2E). São encontrados em ambientes de arcos de ilha associados com dioritos e
suas extrusivas equivalentes. Em margens continentais tipo Andina associam-se a plútons de quartzo
monzonitos; em terrenos pós-orogênicos associam-se a quartzo monzonito e granito; em margens
continentais rifteadas associam-se a diabásios.
• Teores e tamanho. São os maiores tipos de DEscs. Embora já tenham sido fonte importante de Fe, nos
últimos 40 anos a extração de Fe é dominada de formações ferríferas bandadas. Depósitos pequenos
contêm tipicamente de 2 a 10 Mt de Fe; os maiores de 40 a > 500 Mt de Fe. Os cálcicos vão de 3 a 150
Mt e os magnesianos podem exceder 250 Mt. Os teores variam de 40 a 60%.
• Tipos. Dois ambientes produzem depósitos especializados em Fe (só magnetita), formando dois tipos
principais. Os depósitos de magnetita Escs são assim divididos nos tipos cálcicos, que se formam nos
arcos de ilha, e nos tipos magnesianos encontrados nos arcos cordilleranos e nas suas margens internas
(Tabelas 3 e 4E).
(1) Os magnetita DEscs cálcicos parecem ser os únicos encontrados em arcos de ilha e são tipicamente
associados com intrusões gabróicas-dioríticas. Incluem os depósitos de magnetita cálcio-escarníticos e os
de magnetita em escapolita-albita-escarnitos. São comuns nos Urais, Filipinas e British Columbia
(Canadá). São ainda exemplos os depósitos de Larap, Filipinas; Daiquiri, Cuba e Empire Mine, Ilha de
Vancouver e alguns depósitos grandes (> 100 Mt) dos Urals (Tabela 3E).
Minerais do minério, principais e subordinados, incluem magnetita ± calcopirita ± pirita ±
cobaltita ± pirrotita ± arsenopirita ± esfalerita ± galena ± molibdenita ± bornita ±
hematita ± martita ± ouro. Raramente contêm telurobismutita ± fluorita ± scheelita. A
pouca quantidade de sulfetos reflete baixo estado de sulfidação.
O zonamento dos minerais cálcio-silicáticos é pouco desenvolvido ou de difícil reconhecimento. Incluem
granada, piroxênio, com menores quantidades de epidoto, ilvaita e actinolita (todos ricos em Fe). A
alteração das ígneas é comum, com veios e substituições de albita, ortoclásio e escapolita.
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TEMA 3- Escarnitos - Preparado por Profa. Lydia Maria Lobato - Dept. Geologia - IGC - UFMG

Os corpos de magnetita mostram uma associação espacial com zonas de granada ou ocorrem no
calcáreo para além da zona de escarnito. As morfologias variam de corpos pequenos, irregulares, de 5 a
20 Mt na América do Norte e Japão, para os corpos estratiformes imensos de dezenas a centenas de
metros em espessura e vários quilômetros de comprimento. Magnetita é o mineral minério e hematita
ocorre como oxidação. Pirita e calcopirita são comuns em pequeno conteúdo. Teores de cerca de 0,2%
de Cu são comuns. Em valores anômalos, mas anti-econômicos, ainda ocorrem Co (por exemplo 0,03%
Co, em cobaltita) e traços de Zn, Ni, Mo, Au, Ag.
Sua diferenciação dos magnetita Escs magnesianos inclui: (1) associação com plútons de gabros e
dioritos em seqüências vulcanossedimentares, de colocação cogenética com basaltos e andesitos; (2)
volume relativamente grande de escarnito formado na rocha ígnea; (3) presença de metassomatismo de
Na; (4) concentrações anômalas de Co e, em alguns casos, Ni; (5) minerais de ganga ricos em Fe, com
epidoto-grandita-ferrosalita e clorita-actinolita retrógradas, refletindo estado de oxidação intermediário; (6)
alteração das plutônicas e vulcânicas dominada por epidoto-piroxênio ou albita-escapolita; (7) baixo
conteúdo em sulfetos; (8) pequena quantidade de Cu, Zn e Au.
(2) Os magnetita DEscs magnesianos ocorrem com diversos tipos de plútons, em variados ambientes
tectônicos. São típicos de margens continentais, tipo ambientes cordilleranos, associados com rochas
mais félsicas, como plútons mesozonais e epizonais e diques hipabissais de quartzo monzonitos ou
granodioritos pobres em Fe e, mais raramente, granitos. Formam-se somente em encaixantes
dolomíticas, que reagem para formar silicatos de Mg, com Fe ficando livre para cristalizar magnetita. Os
exemplos incluem a mina de Eagle Mountain, na Califórnia (> 50 Mt; Tabela 4E). O depósito de Fierro, no
distrito mineiro central de Novo México, parece representar um ambiente de retro-arco.
São encontrados na maior parte dos distritos com sulfetos de metais básicos aonde a dolomita está
presente. Nesse caso, o alto conteúdo de magnetita é função não da associação ígnea, mas das
encaixantes dolomíticas, nas quais minerais cálcio-silicatos ricos em Mg (como serpentina, forsterita,
talco) não assimilam muito do Fe em solução sólida no estado de oxidação do ambiente de escarnito e,
assim, qualquer Fe em solução tenderá a formar magnetita. Essa mesma solução, encontrando calcáreo
a mais alta T, tenderia a formar granada e piroxênio de Fe.
Zonas internas (próximas ao plúton) de diopsídio-espinélio e externas (próximas ao dolomito) de forsterita-
calcita do estágio inicial, de alta temperatura (escarnitos magmáticos), têm uma composição distinta
daquelas de menor T, quando então o piroxênio torna-se empobrecido em Al e enriquecido em Fe. A
formação superimposta de escarnito cálcico a granada e piroxênio ocorre quando o Esc evolui para tipo
de composição rica em sulfetos.
Uma alteração de estágio final substitui esses minerais, em baixas Ts, por humita, boratos, magnetita,
flogopita e serpentina, típico dos depósitos pobres em sulfetos. Quantidades menores de sulfetos refletem
estado de sulfidação intermediário e incluem pirrotita, pirita, calcopirita e esfalerita. Depósitos desse tipo
comumente mostram transição para DEscs a Cu. Variações mineralógicas podem ser observadas na
Figura 4MEa. Minerais do minério, principais e subordinados, incluem magnetita ± calcopirita ±
bornita ± pirita ± pirrotita ± esfalerita ± molibdenita. A mineralogia desses depósitos é
essencialmente pobre em Fe.
♥ Exemplo: Santa Rita, Novo México
O Distrito central no sudoeste do Novo México, EUA, também conhecido como área de Santa Rita,
encerra DEscs a Fe e Zn, um DP a Cu disseminado, substituição de esfalerita em calcáreo e veios
polimetálicos de Zn-Pb-Cu (Figura 11-22PG). A geologia da área compreende granitos, gnaisses, xistos e
hornfelses precambrianos, calcáreos e folhelhos paleozóicos, recobrindo uma unidade basal de arenitos,
e rochas ígneas e clásticas do Cretáceo Superior ao Terciário. Essas ígneas incluem sills de diorito,
andesitos e piroclásticas associadas, sills e lacólitos de quartzo dioritos, plútons de granodiorito e quartzo
monzonito, diques de quartzo monzonito e granodiorito, quartzo latitos e piroclásticas riolíticas e derrames
de basaltos.
A mineralização do final do Cretáceo-início do Terciário é relacionada aos plútons e diques de
granodiorito-quartzo monzonito, embora alguma mineralização acompanhe também a atividade ígnea do
final do Terciário. Existem três plútons principais (Figura 11-22PG). O Pinos Altos, com grande DP a Cu, o
Hanover-Fierro, que é o maior dos plútons, e o de Santa Rita, que é o menor.
Cada corpo é circundado por uma auréola metamórfica, principalmente manifestada pela substituição de
rochas carbonáticas e folhelhos. As diferenças de composição das rochas intrusivas causou diferenças
nos produtos de alteração formados nas zonas metamórficas. Perto de Fierro, o Esc contém minerais de
Fe-Mg (serpentina, tremolita e magnetita, com alguma wolastonita). Em Hanover, a associação é rica em
granada de Ca-Fe, epidoto, hedenbergita, tremolita, ilvaita e esfalerita Alguns minerais metamórficos são
restritos a certas encaixantes. A formação de epidoto, p. ex., foi favorecida em rochas ricas em Fe e Al,
como folhelhos e calcáreos pelíticos e esfalerita escolheu calcáreo puro. A auréola de Esc é zonada em

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TEMA 3- Escarnitos - Preparado por Profa. Lydia Maria Lobato - Dept. Geologia - IGC - UFMG

si, com minério anidro a granada-piroxênio próximo das intrusivas. Essa zona é separada da zona de Esc
hidratado, com actinolita-tremolita, por uma banda de mármore de grã grossa.
A deposição do minério no Esc é governada pela proximidade com os corpos intrusivos e pelo tipo
rochoso local e geologia estrutural. As zonas metamórficas formam uma zona contínua entre Hanover e
Santa Rita (Figura 11-23PG). Esfalerita ocorre nas partes mais externas das auréolas metamórficas e
acha-se associada com hedenbergita e salita nos Escs. Minério de Zn ainda ocorre como substituição nos
calcáreos, em condições de mais baixa T.
Os DEscs a Fe exibem magnetita próxima aos contatos com a rocha ígnea. Ocorre principalmente em
Fierro, especialmente onde o contato do plúton paraleliza-se com o acamamento sedimentar. São corpos
tabulares alternando-se com camadas de serpentina, wolastonita e menores quantidades de granada,
hedenbergita, tremolita e epidoto (Tabela 11-2; Figuras 11-24; 11-25PG).
3.3. DESCS A CU
• Teor e tamanho. Constitui a classe provavelmente mais abundante de DEScs. Foram importantes até
cerca de 30 anos atrás, tendo os DPs a Cu dominado a partir de então. Alguns depósitos ainda estão
ativos, como na China, Indonésia e EUA. Exemplos: vários depósitos na cordilheira do oeste do Canadá;
Gaspé (Quebec); os do sudoeste dos EUA, com reservas típicas de 50 a 600 Mt a céu-aberto (500 mil a 5
Mt de Cu) no Esc e nos hornfelses cálcio-silicáticos, como Ruth, Mason Valley e Copper Canyon
(Nevada); Ok Tedi (Papua Nova Guiné); Big Gossan, Ertsberg, Gunung Bijih Timor (Indonésia); Rosita
(Nicarágua); Candelária (Chile); Antamina (Perú).
Para o tipo relacionado aos DPs a Cu, os Escs cálcicos são os mais importantes. Os teores hipogênicos
médios para as rochas sedimentares mineralizadas em operação a céu-aberto são de 0,6 a 0,9 de Cu
para um cutoff de mina a 0,3 a 0,4% de Cu, sendo que o escarnito em si contribui com 1% Cu. As
reservas nas rochas sedimentares são da ordem de 50 a 500 Mt. Em subsuperfície métodos de
mineração fornecem teores próximos de 2% (cutoff a 0,8 a 1% de Cu) para reservas de 5 a 60 Mt. Outros
metais contidos são apresentados na Tabela 12E (vide também Figura12E).
• Ambientes e Petrogênese. Colocados em margens continentais, onde associam-se a plútons
porfiríticos, diques e condutos de brechas (alcalinos e subalcalinos) de quartzo diorito, granodioritos,
monzogranito e tonalito, encaixados em rochas carbonáticas, vulcânicas calcáreas e tufos.. Importantes
do Mesozóico ao Terciário e distribuem-se no Perú, México, EUA, Japão e na antiga URSS. Alguns
poucos associam-se a arcos de ilha oceânicos, junto com quartzo diorito a granodioritos. A maioria
associa-se com ígneas do tipo I, da série magnetita, em plútons porfiríticos cálcio-alcalinos, aos quais
relacionam-se vulcânicas cogenéticas, venulação tipo stockwork, fraturamento hidráulico, brechação e
intensa alteração hidrotermal. São todas feições indicativas de ambiente relativamente raso de formação.
No grupo como um todo os DEscs a Cu cálcicos são caracterizados por: uma associação com plútons
félsicos, de textura porfirítica, de colocação hipabissal; proximidade com contatos com plúton; razão alta
de granada:piroxênio; associações relativamente oxidadas (granada andradítica com diopsídio, magnetita
com hematita); conteúdo moderado de sulfetos de estado de sulfidação intermediário (pirita, calcopirita,
menos tenantita, esfalerita). Ainda incluem vesuvianita, wolastonita, actinolita e epidoto.
A presença de encaixantes dolomíticas coincide com lodes maciços de magnetita, que podem ser
explorados localmente para Fe.
Os DEscs a Cu são comumente zonados, com grandita maciça junto ao plúton e piroxênio aumentando
para longe do contato e, finalmente, vesuvianita e/ou wolastonita ocorrendo próximo ao contato com
mármore. A granada tem cor marrom-avermelhada próximo ao plúton e verde-amarelada mais
distalmente. Os tipos de sulfetos e as razões metálicas podem ter, sistematicamente, padrões zonados
relativamente ao plúton: pirita e calcopirita são proximais, com calcopirita aumentando para porções
distais, e bornita com wolastonita ocorrem próximas do mármore. Nos DEscs a Cu com monticelita,
bornita-calcosita são os sulfetos dominantes de Fe-Cu, ao invés de pirita-calcopirita.
• Forma do minério. Muito variada, incluindo corpos de minério estratiformes e tabulares, condutos
verticais, lentes estreitas e zonas irregulares que são controladas por contatos intrusivos, rochas
encaixantes ou estruturas.
• Minerais do minério, principais e subordinados, incluem calcopirita ± pirita ± magnetita na zona
interna com granada-piroxênio. Bornita ± calcopirita ± esfalerita ± tenantita em zona externa
com wolastonita. Hematita, pirita, pirrotita ou magnetita pode predominar (dependendo dos estados de
oxidação e sulfidação). Scheelita e traços de calcossita, molibdenita, bismutinita, galena,
cossalita, arsenopirita, enargita, tenantita, loelingita, cobaltita, goetita,
tetraedrita, covelita, digenita, electrum, ouro nativo, cobre nativo e rutilo podem
estar presentes. Em posição distal ao escarnito, podem aparecer veios de pirita, calcopirita, galena e

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esfalerita. Raramente contêm telurobismutita ± fluorita ± scheelita. A quantidade de sulfetos


reflete baixo estado de sulfidação alto a moderado.
Dentro da classe dos DEscs a Cu, existe um continuum entre:
(i) DEscs a Cu pequenos (1 a 50 Mt de minério, com 25 a 120 mil t de Cu) associados com plútons não
alterados/não mineralizados e que mostram pouca alteração retrógrada, e
(ii) DEscs a Cu grandes associados com plútons alterados e mineralizados de DPs a Cu, comumente
exibindo granada mais rica em ferro férrico (Fe3+), alteração retrógrada extensa e maior conteúdo em
sulfetos. Esses podem conter > 1 bilhão de t de minério combinado do DP a Cu e do Esc, com mais de 5
Mt de Cu retirados do Esc. Os plútons mineralizados exibem alteração potássica e sericítica, que podem
ser correlacionadas respectivamente com a alteração progressiva a granada-piroxênio e a retrógrada a
epidoto-actinolita. A alteração retrógrada é intensa e destrói os minerais progressivos. Alguns desses
depósitos fornecem uma ligação entre os Cu- e DEscs a Fe e depósitos de afinidades vulcanogênica e
ortomagmática.
Alguns DEscs a Cu mostram suíte de metais associados, incluindo W, Mo, Bi, Zn e Au e associações
menos oxidadas (grandita com ferrosalita) e podem representar transições ou para os DEscs a W
oxidados ou para alguns DEscs a Mo.
3.4. DESCS A PB-ZN-AG
• Teor e tamanho. Tendem a serem pequenos (< 3 Mt), mas podem chegar a 45 Mt. São depósitos de
Zn, Pb e Ag, de alto teor, com Zn (dominante) em 15% e Pb 10% (10-20% Zn + Pb), Ag a > 150 g/t (30-
300 g/t Ag). Teores de Cu são geralmente < 0,2%. Alguns contêm Au.
DEscs a Pb-Zn são também chamados de depósitos manto. Exemplos incluem Sa Dena Hes, Quartz
Lake, Piedmont, Contact, Midway (Canadá); Groundhog (Novo México), Darwin (Califórnia), ambos nos
EUA; San Antonio, Santa Eulália e Naica (México); depósitos Yeonhwa-Ulchin (Coréia do Sul); depósitos
Nakatatsu (Japão); Shuikoushan, Tienpaoshan (China). Existem alguns produtores importantes no
passado e alguns nos dias de hoje, no México, China, EUA e Argentina.
• Ambiente. Os DEscs a Zn-Pb-Ag associam-se com plutonismo pós-tectônico, a tectônico tardio, de
margens continentais, embora possam ser sin-orogênicos. São assim ligados tanto a subducção como a
rifting continental, do estágio orogênico intermediário a final. No oeste do Canadá, alguns depósitos
encontram-se em arcos de ilha, onde formam sistemas de Escs cálcicos a Fe ou Cu. A maioria dos
depósitos é do Mesozóico.
São incluídos nos chamados Depósitos Metassomáticos de Contato (TEMA 4, dos Textos Didáticos em
Geologia Econômica), típicos de ambiente retro-arco, que podem exibir pequena quantidade de escarnito.
• Petrogênese. Associam-se com rochas cálcio-alcalinas, félsicas a intermediárias, na forma de batólitos
profundos, stocks, diques e sills, até extrusões vulcânicas. Têm composição de leucogranito de alta sílica
e topázio granito, até sienito e passando a granodiorito até diorito. Pequenos stocks de quartzo monzonito
são ainda comuns.
• Forma. São depósitos caracterizados por ocorrerem ao longo de contatos estruturais e/ou litológicos, a
alguma distância dos contatos plutônicos. Podem desenvolver chaminés ou veios subverticais ao longo de
falhas e fissuras e como camadas subhorizontais. Exibem alta razão piroxênio: granada; não exibem
auréolas metamórficas significativas centradas no Esc; contêm minerais ricos em Mn e Fe distintos.
Ocorrem em profundidades variadas, sendo tanto associados com diques e condutos de brecha rasos,
subvulcânicos e afaníticos, como batólitos profundos.
As variações dos DEscs a Pb-Zn podem estar relacionadas à distância do plúton, à T de formação,
proporção relativa de escarnito e sulfetos, forma geométrica do corpo de minério. Tais critérios não são
satisfatórios: a fonte magmática não pode ser identificada em alguns depósitos; a maior parte dos Escs se
desenvolvem em variadas Ts; os maiores depósitos podem conter ou não escarnito, em uma variedade
de formas, como mantos e condutos.
• Minerais de alteração. Têm uma associação com minerais ricos em Mn e Fe. Alteração no exo-
escarnito inclui Mn-hedenbergita (johanensítico inicial); granada andradítica (principalmente grossularita) ±
wolastonita ± bustamita ± rodonita. Minerais tardios são actinolita ± epidoto ricos em Mn ± ilvaita ± clorita
± danermorita ± rodocrosita ± axinita. A alteração no endo-escarnito é altamente variável. Em escarnitos
ricos em Zn, formados junto a stocks, endo-escarnitos são abundantes, contendo epidoto ± anfibóilio ±
clorita ± sericita e menos rodonita ± granada ± vesuvianita ± piroxênio ± feldspato potássico ± biotita e
raro topázio.
Em alguns depósitos a razão piroxênio/granada e o teor de Mn do piroxênio cresce sistematicamente ao
longo do caminho de percolação do fluido, permitindo identificar zonas distais (mais ricas em Mn) e
proximais de Escs individuais. A ocorrência de Esc a Zn distal pode assim servir de guia prospectivo.

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• Minerais do minério. Principal e subordinado: esfalerita ± galena ± pirrotita ± pirita ± magnetita ±


arsenopirita ± calcopirita ± bornita. Outros minerais traço são scheelita, bismutinita,
estanita, cassiterita, tetraedrita, molibdenita, fluorita e ouro nativo. Escs proximais
tendem a ser mais ricos em Cu e W, enquanto os distais têm mais Pb, Ag e Mn.
Escs proximais de Zn-Pb, mais pobres em Mn, contêm mais sulfetos no Esc do que no minério de
substituição do cálcareo e mostram uma razão granada/piroxênio mais alta e menor razão Pb:Cu do que
os Escs distais. Os distais comumente contêm a maior parte do minério na ganga carbonática mais longe
da zona de Esc e podem ser relacionáveis com certos tipos de depósitos de veio de Pb-Zn-Ag,
desenvolvendo-se no ambiente retro-arco. Um fator importante na formação dos DEscs a Zn-Pb é a
distância percorrida pelos fluidos hidrotermais, entre a fonte e os calcáreos, resultando no
empobrecimento de fluidos em Mg, Al e Cu e enriquecimento relativo de Mn, Fe, Zn e Pb.
Os DEscs a Zn gradam externamente de escarnitos para zonas sem escarnito, veios e corpos de sulfeto
maciço, que praticamente não contêm minerais de Escs. Entretanto, a presença de alguns desses
minerais é importante para distinguir os DEscs a Zn de depósitos do tipo Mississipi-Valley, que também
contêm Zn-Pb-Ag.
• O depósito de Darwin relaciona-se a ambiente de arco principal. Neste, a substituição de sulfetos
maciços ocorre no Esc composto de diopsídio, granada e vesuvianita, adjacente a quartzo monzonito do
Jurássico (~80 Ma; Figura 1.19S). A formação dos minerais progressivos é separada dos sulfetos por um
período de fraturamento. Dados isotópicos e de inclusões fluidas desse estágio tardio de enriquecimento
metálico indicam fluidos mineralizadores a 325oC, com salinidade de 25% em álcali-cloretos. As médias
isotópicas são de: δ34S 3‰, δ13C -3,5%o e δD -66‰. O pH inicial foi estimado a 4,8 e o final, após
interação com escarnitos e calcáreos, a 6,7. A mineralização foi efetuada por fluidos de origem
magmática, do quartzo monzonito, mas o carbono na calcita associada é uma mistura da encaixante e
carbono magmático.
3.5. DESCS A AU
• Teor e tamanho. DEscs a Au são definidos como aqueles em que o Au é o metal dominante. O Au é
geralmente associado ao Bi ou teluretos de Au e comumente como partículas < 40 μ dentro ou sobre
grãos de sulfeto. São geralmente do tipo cálcico e raramente do tipo magnesiano.
Ouro pode constituir o metal principal ou subproduto em DEscs a Fe, Cu, Pb-Zn e DPs a Cu. Relacionam-
se ou a intrusões não mineralizadas porfiríticas ou equigranulares, ou a plútons porfiríticos com
mineralização de Cu ou Mo.
Os teores variam de 0,4 a 13 Mt, com teores de 2 a 15 g/t Au. O depósito de Nickel Plate produziu 71 t de
Au de 13,4 Mt de minério a 5,3 g/t Au. Em Fortitude eram 10,3 Mt (6,9 g/t), enquanto McCoy era 13,2 Mt a
1,5 g/t Au. Os depósitos de mais altos teores (5-15 g/t) incluem Hedley District (Canadá); Fortitude,
McCoy e Tomboy-Minnie (Nevada), Buckhorn Mountain, Crown Jewel (Washington), Diamond Hill, New
World e Buttte Highlands (Montana), Nixon Fork (Alaska), nos EUA; Thanksgiving (Filipinas); Browns
Creek, Junction Reefs-Sheahan-Grants, Mount Biggenden, Savage Lode, Coogee (Austrália); Nambija
(Equador), Wabu (Indonésia).
Alguns depósitos significativos foram descobertos nos últimos anos. Embora a produção dos DEscs já
atinja > 1.000 t de Au, essa é mínima comparado com a produção de outros depósitos.
• Ambiente tectônico e ígneas associadas. Os ambientes tectônicos são: bacia de retro-arco de crosta
oceânica acrecionada; subducção abaixo de crosta possivelmente oceânica (?); bacia de retro-arco de
crosta oceânica acrecionada, respectivamente (Tabela 2MEa). A maior parte são do Fanerozóico
(Cenozóico e Mesozóico). Depósitos pouco usuais do oeste da Austrália são do Arqueano.
A maioria dos depósitos de alto teor está em plútons reduzidos (com ilmenita e Fe3+/Fe2+ < 0,75) e
complexos de diques e sills de gabro, diorito, quartzo diorito ou granodiorito. São dominados por Fe-
piroxênio (tipicamente > Hd50); zonas proximais podem conter grandita abundante. Outros minerais
comuns incluem feldspato potássico, escapolita, vesuvianita, apatita e Cl-Al-anfibólio. As zonas
distais/iniciais contêm biotita ± feldspato potássico hornfels que podem se estender por centenas de
metros para além do Esc maciço. Outros depósitos de menor teor (1-5 g/t; McCoy em Nevada, EUA) são
mais oxidados e contêm teores subeconômicos de Cu, Pb e Zn (Tabela 6.4ST).
Ocorrem no ambiente de exo-escarnito, embora endo-escarnitos possam localmente constituir minério.
São normalmente cálcicos, desenvolvidos em calcáreos e/ou siltitos carbonáticos, mas Mg-Esc podem
ocorrer. A maioria tem grã fina face à natureza clástica/carbonática das encaixantes.
• Forma. Os escarnitos localizam-se nas auréolas de contato, até cerca de 1 km da intrusão. Localmente
exo-escarnito (até ~3 km) desenvolvem mantos concordantes e chaminés discordantes, ambos de altas
tonelagem e teor (depósitos de sulfeto de Ag-Pb-Zn±Cu de alta T em rochas carbonáticas). O minério
aparece formando desde lentes e veios até corpos tabulares ou estratiformes, mantos stratabound, com
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TEMA 3- Escarnitos - Preparado por Profa. Lydia Maria Lobato - Dept. Geologia - IGC - UFMG

comprimentos de até muitas centenas de metros. Raramente, ocorrem corpos verticais tipo conduto, ao
longo de estruturas permeáveis (Figura 6.4ST). Falhas íngremes ou empinadas, pré-mineralização, que
ligaram intrusões progenitoras e locais da mineralização, agiram como alimentadoras para os fluidos.
• Desenvolvem-se em vários estágios: (1) inicial; (2) anidro; (3) progressivo; (4) tardio, hídrico e
retrógrado. Em (1) ocorrem Fe-granada e piroxênio. Em (4) os minerais originais são destruídos.
Como alteração final pode ocorrer alteração retrógrada a prehnita ou wolastonita. Em Hedley e Fortitude,
arsenopirita e pirrotita predominam como sulfetos, respectivamente. Au também ocorre como electrum e
associado a vários minerais de bismuto e teluretos, incluindo bismuto nativo, hedleyita, witchenita e
maldonita. Ouro pode ser precipitado tanto no estágio progressivo como no retrógrado. Escs proximais
geralmente exibem associação de ouro com eventos retrógrados. Em Escs distais, Au foi introduzido
durante a alteração progressiva. Os DEscs a Au são ricos em pirita e/ou pirrotita e, localmente, em
magnetita. Os sulfetos podem somar 10% até 50%.
Em Fortitude, num grande sistema de Esc zonado, Cu foi extraído da porção rica em granada. O Au-DEsc
de Crown Jewel é uma porção distal, rica em piroxênio, de um grande sistema de Esc, no qual a parte
proximal é rica em granada e que foi explorada, em pequena escala, para Fe e Cu. Tais sistemas
zonados sugerem que outros Escs de metais preciosos podem estar por serem descobertos (Figura
6.4ST).
3.6. DESCS A MO
• DEscs a Mo associam-se a plútons orogênicos tardios, derivados de crosta transicional. Alguns
ocorrem com sistemas porfiríticos a Mo em arcos de ilha. A maioria desenvolve-se em associação com
granitos leucocráticos (2 a 5% de máficos, com biotita e moscovita primárias), variando de depósitos de
alto teor para de pequeno porte, de baixo teor.
São depósitos entre 0,1 a 2 Mt, com teores de 0,1 a 2% de MoS2. São principalmente do Mesozóico e
Paleozóico, mas podem ser de qualquer idade. Pequenas ocorrências existem no Precambriano, em
crátons estáveis, onde associam-se com pegmatitos, aplitos e outras leucocráticas. Contêm W, Cu, Zn,
Pb, Bi, Sn e U, sendo alguns verdadeiramente polimetálicos, já que diversos metais têm que ser
recuperados juntos para que o depósito seja econômico. Mo-W-Cu é a associação mais comum, sendo
que alguns DEscs a W e Cu contêm Mo econômico.
Exemplos incluem Coxey, Novelty (Canadá); Mount Tennyson (Austrália); Little Boulder Creek (Idaho),
Cannivan Gulch (Montana), nos EUA; Azegour (Marrocos); Yangchiachangtze (China).
• A maior parte dos DEscs a Mo ocorrem em rochas carbonáticas siltosas ou calcáreos clásticos, com
uma exceção importante em dolomitos (Cannivan Gulch, Montana). Hedenbergita e menos grandita (com
algum componente piralspítico), além de wolastonita, anfibólio e fluorita, são os minerais mais comuns. A
mineralogia indica um ambiente redutor, com alta atividade de F. Minerais retrógrados são: hornblenda,
actinolita, epidoto, fluorita, clorita. Minerais minério incluem molibdenita, scheelita, calcopirita, bismutinita
e menos esfalerita e galena. No Marrocos, teores de MoS2 são de 1% e depósitos grandes têm de 1 a 7
Mt de minério.
3.7. DESCS A SN
• Ambiente e rochas ígneas associadas. Os DEscs a Sn associam-se com granitos de alta sílica,
peraluminosos, da fusão continental, usualmente causada por rifting. Relacionam-se a plútons da série
ilmenita dos tipos I e S, colocados tardia- a posteriormente no ciclo orogênico de arcos de margem
continental, ou em ambientes cratônicos relativamente estáveis ou incipientemente rifteados, em
espessas e profundas seqüências sedimentares de margem. Os granitos comumente contêm alteração
tipo greisen, associada com depósitos de elementos litofílicos. Exemplos incluem JC, Silver Diamond,
Atlin Magnetite e Daybreak (Canadá); Moina, Mount Lidsay, Hole 16, Mt. Garnet (Tasmânia, Austrália);
Lost River (Alaska).
• Idade. Depósitos econômicos são do Mesozóico ou Paleozóico, mas podem ocorrer em qualquer
idade. Os do oeste do Canadá são do Cretáceo.
• Teor e tamanho. Estanho é um elemento que se incorpora em silicatos, como granada (até 6%), titanita
e vesuvianita, de impossível extração. A alteração retrógrada tipo greisen permite a liberação do Sn, que
se precipita como minério em óxido ou sulfeto. Os corpos mais atrativos economicamente são os que
ocorrem em porções distais de grandes distritos escarníticos, onde substituições de sulfetos maciços ou
óxidos ocorrem sem significativa perda dos minerais cálcio-silicáticos, como granada.
Os depósitos em geral têm até 1% de Sn, mas a maior parte do metal ocorre em malayita, granada,
anfibólio e epidoto, não sendo assim recuperável economicamente. Podem ter até 30 Mt, mas a maior
parte está entre 0,1 a 3 Mt. Representam importante reserva de Sn. Entretanto, a produção em DEscs é
pequena comparada com aquela dos placers de Sn, a partir de greisens e mantos.

11
TEMA 3- Escarnitos - Preparado por Profa. Lydia Maria Lobato - Dept. Geologia - IGC - UFMG

• Tipos. Podem ser divididos em tipos proximais e distais, cálcicos e magnesianos, ricos e pobres em
escarnito, ricos em sulfeto ou em óxido, relacionados a greisen ou a escarnito. Infelizmente, essas
categorias não são mutuamente exclusivas. Podem ser zonados, de partes ricas a pobres (ou ausentes)
em escarnito. Em Reninson Bell, Tasmânia, existe um único grande sistema hidrotermal que é zonado de
um Esc cálcico proximal, com pouca cassiterita disseminada em ganga de granada-piroxênio pobre em
sulfetos, para um sulfeto maciço distal magnesiano, de substituição, contendo abundante cassiterita e
sem cálcio-silicatos.
Os DEscs a Sn magnesianos exibem uma seqüência de evolução que inclui: (i) um estágio inicial de
formação de Esc com espinélio, piroxênio e forsterita; (ii) um estágio intermediário com Sn-boratos,
flogopita, magnetita e boratos de Fe-Mg contendo Sn; (iii) um estágio final com cassiterita, fluorita,
magnetita e micas. Este último é comumente acompanhado pela deposição de pequenas quantidades de
sulfetos de baixo estado de sulfidação, incluindo arsenopirita, pirrotita, galena e esfalerita. Em algumas
localidades, o estágio intermediário exibe superimposição de um Esc cálcico com magnetita, idiocrásio e
Sn-andradita.
Os DEscs a Sn cálcicos mostram padrão evolutivo similar, que envolve a formação de cassiterita somente
quando o sistema atinge Ts relativamente baixas e condições ácidas. O estágio inicial dos Escs cálcicos
formam Sn-andradita, wolastonita e malayita, ou idiocrásio-magnetita-fluorita, piroxênio hedenbergítico e
grandita com esperssatina. Durante os estágios finais, Sn é liberado pela alteração da andradita-malyita,
para formar cassiterita, calcita, quartzo e fluorita, e pela alteração de idiocrásio-piroxênio-grandita para
formar fluorita, anfibólio, flogopita, turmalina e magnetita. Em ambos tipos de DEscs a Sn, a quantidade
de cassiterita e, portanto de Sn recuperável, está diretamente relacionada ao grau de alteração
retrógrada. Depósitos de alto teor de Sn em corpos de sulfeto maciço de substituição em dolomitos
podem representar a situação análoga distal, de baixa T, dos DEscs a Sn magnesianos.
Existe uma ligação que é comum aos diversos tipos de DEscs a Sn: a suíte característica de elementos
traços (F, B, Be, Li, W, Mo e Rb) no minério e nas ígneas. Isso os distingue de outros DEscs. Além disso,
eles desenvolvem faixas de greisen, que se superpõem à intrusão, ao escarnito inicial e ao calcáreo não
alterado. Tais faixas são caracterizadas por alta atividade de F e presença de fluorita, topázio, turmalina,
moscovita, grunerita, ilmenita e quartzo em abundância. Este estágio pode destruir todos os outros
minerais.
3.8. OUTROS DESCS
• Existem os ricos em ETR, que são enriquecidos em fases minerais específicas, como granada,
vesuvianita, epidoto e alanita. Vesuvianita e alanita contêm até cerca de 20% de ETR (Ce > La > Pr > Nd)
e já foram encontradas em alguns DEscs a Au e Zn. Alguns contêm concentrações econômicas de
elementos de terras raras e urânio. No caso do depósito de Queensland, Austrália, dados de inclusões
fluidas indicam concentração desses metais a partir de fluidos hidrotermais de alta T.
EGP (elementos do grupo da platina) ocorrem em alguns DEscs. Não são bem documentados, parecendo
tratar-se de metassomatismo de rochas ultramáficas. Estudos geoquímicos sugerem que os EGP podem
ser transportados sob condições muito ácidas, oxidantes. Tais condições podem ser atingidas nos
estágios de alteração tipo greisen.
• Zonas de Escs podem ainda associar-se a metassomatismo em ambientes de metamorfismo regional.
No Cráton Yilgran, oeste da Austrália, ocorrem zonas de cisalhamento com veios de quartzo-ouro, em
vulcânicas, associados a alteração carbonática-sericítica. Abaixo desses, envelopes de alteração zonada
contornam os veios, com Ca-piroxênio e granada. A alteração tipo Esc é localmente maciça e melhor
desenvolvida em basalto rico em Fe, BIF e komatiito. Sua formação é interpretada como pós-pico
metamórfico e relacionada a domos sin-cinemáticos graníticos.
• Na Provínica Slave, Canadá, formação ferrífera bandada contém mineralização de ouro disseminada e
em veio, com arsenopirita e pirita (Mina de Lupin). O metamorfismo dessas rochas formou hedenbergita-
Esc junto com grunerita e granada. O Esc é mais abundante na parte central cisalhada da mina,
sugerindo que os fluidos metassomáticos circulando nas zonas de cisalhamento foram responsáveis por
estabilizar o piroxênio cálcico, nas encaixantes ricas em Fe, mas pobres em Ca.
• São potenciais fontes econômicas de minerais industriais, como flogopita e boratos (Rússia), granada e
wolastonita (EUA), rodonita, mármore (Canadá).

4 - CARACTERÍSTICAS EXPLORATÓRIAS
A maior parte dos Escs ocorrem próximos aos contatos com rochas ígneas, mas alguns podem aparecer
até cerca de 2 km ou mais de distância. Nesse último caso, uma combinação de estruturas que permitam
bom acesso para o fluido metassomático e contatos com encaixantes cálcio-silicáticas acabam por
controlar os locais de desenvolvimento dos Escs (Figura 1.20S). O desenvolvimento de Escs e sua
12
TEMA 3- Escarnitos - Preparado por Profa. Lydia Maria Lobato - Dept. Geologia - IGC - UFMG

mineralização associada (Figura 11-21PG) tendem a serem limitados pela extensão espacial, quando
comparados com DPs a Cu ou mineralizações em veio, o que faz sua exploração em subsuperfície muito
difícil. Muitos DEscs de metais básicos são transicionais a DPs a Cu; muitos de W são melhor
encontrados acima de plútons ou nos tetos de batólitos.
Outro problema é a localização da concentração principal dos metais. Isto requer conhecimento das
características do zonamento de cada Esc particular, tanto em termos mineralógicos como de química
mineral. Relações genéricas entre concentrações de sulfetos e minerais, como andradita de certa
composição química, parecem existir. Com trabalho cuidadoso tais relações podem ser utilizadas para
desenvolver padrões da superfície para a pesquisa em subsuperfície.

5 - GÊNESE E MODELOS DE MINERALIZAÇÃO


As feições características gerais dos Escs envolvem (i) contato metamórfico essencialmente isoquímico
que acompanha a colocação dos magmas; (ii) a formação metassomática do Esc e deposição inicial do
minério acompanham a cristalização do magma, resfriamento inicial do plúton e evolução do fluido
mineralizador; (iii) há alteração retrógrada e deposição continuada do minério que acompanham os
estágios finais do resfriamento do sistema. Os padrões zonais de cada estágio sucessivo comumente
cortam padrões iniciais, como conseqüência de variação de lugar dos condutos hidrotermais durante a
evolução estrutural. Os minerais metassomáticos comumente ocorrem como sobrecrescimentos nos
minerais metamórficos, ou em veios nesses últimos, que podem ser destruídos para formar misturas
poliminerálicas durante a alteração retrógrada. O grau de desenvolvimento de cada um desses estágios
varia bastante entre as classes de depósitos. Assim, o estágio metamórfico é mais intenso nos Escs
mesozonais localizados nos contatos com os plútons (DEscs a W), do que nos Escs epizonais localizados
a alguma distância dos plútons (Escs distais de Zn-Pb). Por outro lado, o estágio retrógrado é mais
intenso nos Escs epizonais localizados nos contatos com plútons (DEscs a Cu associados a DPs a Cu) do
que nos epizonais distais (DEscs a Zn-Pb) ou nos mesozonais (DEscs a W).
A maior parte dos estudos geoquímicos dos DEscs utiliza dados experimentais de equilíbrio de fases
(Figuras 2MEa; 5, 7, 8, 9E). Dados detalhados de inclusões fluidas e isótopos estáveis podem estimar
condições de P-T-X. Em geral, a formação inicial dos Escs ocorre entre 650 a 400oC. Ts mais altas são
mais características de ocorrências mais profundas (1 a 3 kb) do que das mais rasas (0,3 a 1 kb). Os
DEscs a W são típicos de Ts na faixa de 500oC enquanto que os de metais básicos de 500-350oC. Como
os estudos das inclusões são feitos em minerais (quartzo, carbonato e fluorita) que crescem
continuamente, e que aprisionam fluidos, sua interpretação é problemática.
Todos os DEscs listados na Tabela 2MEa, exceto os de Cu e Zn, indicam T de 700oC; salinidades de >
50% NaCl. Para aqueles dois tipos Ts de 300-550oC são indicadas. Tais dados são consistentes com o
ambiente relativamente raso para esses dois tipos (Cu e Zn). Minerais de saturação em estudos de Escs
incluem NaCl, KCl, CaCl2, FeCl2, CaCO3, CaF2, C, NaAlCO3(OH) 2, Fe2O3, Fe3O4, AsFeS, CuFeS2 e ZnS.
As variações reportadas nas relações NaCl:KCl:CaCl2 refletem diferenças na fonte de fluidos e grau de
mistura dos fluidos magmático, conato e meteórico. Os magmáticos têm KCl > CaCl2, enquanto que
fluidos de alto CaCl2 parecem ter interagido com encaixantes sedimentares.
Ts em granada e piroxênio são na faixa de > 700oC e 300-690oC, respectivamente, com salinidades de
50% NaCl. No epidoto retrógrado e em quartzo em veios, as Ts são de 245-250oC e 100-250oC,
respectivamente, com salinidades de < 25% NaCl. Dados isotópicos indicam que em DEscs a W, biotita e
anfibólio se formam em Ts relativamente altas de fluido magmático. Granada, piroxênio e quartzo têm
valores de δ18O entre +4 e +9‰, consistente com valores magmáticos (Tabela 2MEa). δ18O para calcita
sedimentar, quartzo e fluidos meteóricos mostram que há uma mistura contínua de fluidos hidrotermais no
estágio progressivo (valores de magmáticos a meteóricos). δ34C é indicativo de valores magmáticos, mas
em condições distais alguma contaminação dos sedimentos é indicada.
Todos esses dados convergem para que se conclua que DEscs formam-se de diversos fluidos, incluindo
fluidos iniciais de alta T, muito salinos e diretamente relacionados ao sistema magmático. Em alguns
depósitos, fluidos muito salinos coincidem com o pico da deposição de sulfetos. Misturas, pelo menos
parciais, com águas conatas ocorrem e os estágios mais finais de alteração relacionam-se a fluidos
meteóricos. Embora formados em grande faixa de T, é a parte de alta T (> 350oC) que distingue os DEscs
de depósitos como Mississipy Valley.
Os fluidos metassomáticos mostram predominância de CO2, que é menor que CH4 nos sistemas
reduzidos (DEscs a W) e maior nos oxidados (DEscs a Cu e Zn). Ebulição é mais comum em ambientes
rasos, mas o número de informações é pequeno. A formação progressiva dos Escs e o enriquecimento
metálico são efetuados por fluidos de origem magmática, mas os meteóricos passam a ter importância
nos estágios finais da atividade hidrotermal (retrógrada), sendo mais importantes no caso dos Escs de
metais básicos.

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TEMA 3- Escarnitos - Preparado por Profa. Lydia Maria Lobato - Dept. Geologia - IGC - UFMG

Alguns autores sugerem que o movimento convectivo seria suficiente para mover águas meteóricas, de tal
forma que não haveria necessidade de contribuição do plúton. Outros sugerem que a subsaturação em
água na fusão leva Fe, Mg, Cu, Zn e S juntos com água para dentro da fusão, sendo que a deposição
acontece no contato. O modelo magmático hidrotermal mais clássico indica que os ajustes químicos
ocorrem por emanações dos plútons para fora, através da interface endo-escarnito com exo-escarnito. É
quase certo que a importância relativa dessas três alternativas varia de local para local.
Os Escs a sulfetos dos arcos principais parecem se formar em duas fases. Uma inicial de alta T, com
desenvolvimento de zonamento cálcio-silicático, e uma subsequente, de mais baixa T, produzindo
enriquecimento metálico dos sulfetos. Embora a scheelita possa acompanhar a formação do Esc
progressivo, a mineralização de scheelita tipicamente precede a mineralização de sulfetos. A fonte do
enxofre é considerada como magmática ou profunda e a origem da água varia de valores magmáticos nos
estágios iniciais para magmático + meteórico nos estágios retrógrados de alguns depósitos. Os fluidos
finais parecem auxiliar na redistribuição e alteração das fases depositadas anteriormente. O padrão de
zonamento progressivo é interpretado como resultante de metassomatismo por infiltração, com difusão
dos fluidos intergranulares tendo menor papel.
A deposição dos sulfetos ocorre após o principal período do desenvolvimento do Esc, como conseqüência
da diminuição de T. Reações de oxi-redução são deduzidas pela associação preferencial de sulfetos com
zonas cálcio-silicáticas específicas.

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Skarn Mineralogy

Group End members Abr. Composition Series


Garnet: Grossularite Gr Ca3Al2(SiO4) Grandite
Andradite Ad Ca3Fe2(SiO4)
Espessartine Sp MnAl2(SiO4) Grandite Spessartine
Almandine Al FeAl2(SiO4) Sub-calcic garnet
Pyrope Py MgAl2SiO4)

Pyroxene: Diopside Di CaMgSi2O6 salite


Hedenbergite Hd CaFeSi2O6
Johannsenite Jo CaMnSi2O6
Fassaite Fas Ca(Mg,Fe,Al)(Si,Al)2O6

Olivine: Larnite Ln Ca2SiO4 monticellite


Forsterite Fo Mg2SO4
Fayalite Fa Fe2SiO4 knebelite
Tephroite Tp Mn2SiO4

Pyroxenoid: Ferrosilite Fs FeSiO3 pyroxmangite


Rhodonite Rd MnSiO3
Wollastonite Wo CaSiO3 bustamite

Amphibole: Tremolite Tr Ca2Mg5Si8O22(OH)2 actinolite


Ferroactinolite Ft Ca2Fe5Si8O22(OH)2
Manganese actinolite Ma Ca2Mn5Si8O22(OH) 2
Hornblende Hb Ca2(Mg,Fe)4Al2Si7O22(OH) 2
Pargasite Pg NaCa2(Mg,Fe)4AlSi6O22(OH)2
Cummingtonite Cm Mg2(Mg,Fe)3Si8 O22(OH)2
Dannemorite Dm Mn2(Fe,Mg)5Si8O22(OH)2sub-calcic amphibole
Grunerite Gru Fe2(Fe,Mg)5Si8O22(OH)2

Epidote
Piedmontite Pm Ca2(Mn,Fe,Al)(SiO4) (OH)

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Allanite All (Ca,REE)2(Fe,Al)(SiO4)(OH)


Epidote Ep Ca2(Fe,Al)(SiO4) (OH)
Clinozoisite Cz Ca2Al(Si O4) (OH)

Plagioclase
Anorthite An CaAl2Si2O8
Albite Ab NaAlSiO8

Scapolite
Marialite Ml Na4AlSi9O24 (Cl,CO,OH,SO4)
Meionite Me Ca4AlSi6O24(CO,Cl,OH,SO4)

Other
Axinite Ax (Ca,Mn,Fe, Mg)Al2Bsi4O15(OH)
Vesuvianite (idocrase) Vs Ca10(Mg,Fe,Mn)2Al2Si9O4(OH, Cl, F)4
Prehnite Pr Ca2Al2SiO10(OH)2

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Caractéristiques des différents types de skarns (d'après Pirajno, 1992)


Fe W Sn Mo Cu Zn-Pb Au
Taille (Mt) 5-200 0,1-2 0,1-3 0,1 1-400 0,2-3
Teneur 40% 0,5% 0,1- 1-2% 9-15% 1,5 g t
0,7%0,1%
Métaux Cu, Co, Au Mo, Cu, Zn, W, F, Cu, Zn Cu, U, W, Mo, Zn, W, Ag, Cu, W Cu, Mo
associés Bi Ni Ag
Intrusif Gabbro, syénite, q-dior, q- granite granite, q- q-monzonite granod, Diorite
diorite monzonite monzonite diorite,
syénite
Type de Magnétite, I Ilménite, I et ilménite, S magnétite magnétite magnétite Magnétite
granite S types type
Ca-Mg Ca-Mg Ca Ca-Mg - Ca Ca Cipolins ou
dolomies
Profondeur Profond peu superficiel
profond
fO2 Réducteur Réducteur oxydé Oxydé
Minéraux Magnétite Scheelite chalcopyrite Pyrite, asp,
chalcopyrite molybdène hématite pyrrh,
cobaltine, chalcopyrite magnétite, chalcopyrite,
pyrrhotine pyrrhotine, pyrrhotine, tellurures
sphalérite, molybdénite,
magnétite, tennantite
pyrite
Silicates Ferros, gandite, Ferros, idocrase, grenat, andradite andradite, Wollastonite,
précoces épidote hédenbergite, spessartine, pyroxène, hédenbergite, rhodonite
grandite, andradite, wollastonite diopside
idocrase, datolite wollaston
wollastonite spessartine
Silicates Amphibole, Grenat, amphibole, amphibole, actinolite, actinolite, Chlorite,
tardifs chlorite, ilvaite biotite, mica, épidote, chlorite, chlorite, actinolite,
hornblende, chlorite, actinote, montmorillonit alvaite, épidote,
plagioclase tourmaline, chlorite e rhodonite scapolite
fluorine
Remarques Niveau volcano- Grenat porphyres Grenat Grenat
sédimentaire épidote pyroxène pyroxène
dans abondant abondant abondant
l’encaissant,
porphyres
T°C 400-700 400-600 Faciès
amphibolite

Tonnage Substance Autre Age


Nom District Pays Teneur Divers
TV Mt Principale substance encaissant
Altenberg Erzgebirge Allemagne ~ 200 kt Sn Sn ~ ~ ~
Borralha ~ Portugal ~ 12 kt WO3 WO3 ~ ~ ~
Cornouailles (St Grande-
~ ~ 3 Mt Sn ~ ~ Carbonifère ~
Austell) Bretagne
Enguialès. Leucamp Massif Central France ~ 10 kt WO3 WO3 ~ Carbonifère ~
Hub ~ R. Tchèque 35 90 kt Sn ~ 60 kt WO3 ~ ~
Montredon Tarn France ~ ~ ~ ~ Carbonifère ~
Mt Bischoff Tasmanie Australie 5.5 1.4 Sn ~ ~ soit 55 kt
Oulmès Maroc Centrale Maroc ~ ~ ~ ~ Carbonifère ~
Penasquiera ~ Portugal 11 0.45 WO3 3kt Sn ~ Cu et Ag (8 t)
Tungsten Queen Caroline USA ~ 9 kt ~ ~ ~ ~
Bernardan Marche France 1 0.53 U ~ Carbonifère ~
Fanay Limousin France ~ ~ ~ ~ Carbonifère ~
soit 22 Mt de Cu.
560 kt Mo. 1000 t
or. avec récupération
Bingham Utah USA 3000 0.8 Cu 0.25 g/t Au. ~
de Au. Ag. Mo. Bi.
Pt. Pd. Se. Rh. Pb.
Zn
Cerro Colorado ~ Equateur 3000 0.8 Cu ~ ~ ~
dont 0.5 Gt à 1.75%
Chuquicamata ~ Chili 10000 0.56 Cu ~ ~
+ 1.5 Gt à 1%

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TEMA 3- Escarnitos - Preparado por Profa. Lydia Maria Lobato - Dept. Geologia - IGC - UFMG

El Teniente; El
~ Chili 300 1.6 Cu ~ ~ ~
Salvador
Exotica ~ Chili 160 1.86 Cu ~ ~ ~
1260 t Au
Grasberg Irian Jaya Indonésie ~ 1.4 Cu ~ ~
(1.8 g/t)
Kaverong ~ ~ 900 0.48 Cu 3 g/t Ag ~ 0.55 g/t Au
Ok Tedi. Panguna ~ PNG 944 0.48 Cu 0.56 gt Au. ~ 3 g/t Ag
Ray Arizona USA 3000 ~ ~ ~ ~ ~
San Manuel Arizona USA 450 0.77 Cu ~ ~ ~
Sar Cheshmeh ~ Iran 450 11.3 Cu ~ ~ ~
Twin Buttes Arizona USA ~ ~ Cu ~ ~ ~
11 g/t Ag. 0.03 %
Antamina ~ Perou 500 1.2 Cu 1% Zn ~
Mo
1.9 Mt de Cu
Azegour Haut-Atlas Maroc 1 0.25 MoS2 Carbonifère ~
à 1.9%
Beal Mountain Montana USA 222 1.5 Au ~ Crétacé ~
Big Gossan.
Irian Jaya Indonésie 37.4 2.69 Cu 1.02 g/t Au ~ 16 g/t Ag
Erstberg
Bingham Utah USA ~ ~ Pb-Zn ~ ~ 4 Mt de Pb-Zn
Cantung NWT Canada 9 1.4 WO3 ~ ~ ~
Cerro de Pasco ~ Perou ~ ~ Pb-Zn-Ag ~ ~ 300 Mt Pb-Zn-Ag
Craigmont BC Canada 11 1.25 Cu 0.3% Mo ~ ~
Ely Nevada USA ~ ~ Cu ~ ~ 400 Mt Cu
Falemé ~ Sénégal 300 48 Fe ~ ~ ~
Fortitude. Battle Mt.Nevada USA ~ ~ Au 81 t Au ~ ~
Hedley (Nickel
BC Canada 13.4 5.3 Au 1.3 g/t Ag. ~ 0.02 % Cu
Plate)
Mactung Yukon USA 27 0.95 WO3 ~ ~ ~
Gaspésie.
Murdochville Canada 62 1.35 Cu 0.03 % Mo Dévonien ~
Québec
Pine Creek Nevada USA 16.2 0.6 WO3 0.15 Mo ~ (+ Cu. Ag. Au)
Protérozoiqu
Sadiola Kenieba Mali 40 3 Au zone oxydée ~
e
Salau Pyrénées France 30 1.2 WO3 ~ Carbonifère ~
Serbai ~ Russie ~ ~ Fe ~ ~ 725 Mt Fe

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