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Máficos e ultramáficos - Sistemas que ocorrem associados a uma câmara

magmática, tendo sua evolução ligada à evolução magmática


Os sistemas endomagmáticos M-UM fechados ocorrem dentro de uma câmara
magmática, sem entrada de fluidos no sistema e assimilação com a crosta. Os depósitos
formados nesse sistema estão totalmente ligados às câmaras magmáticas e apresentam
bandamentos rítmicos com cromita, magnetita, ilmenita e EGPs, formando extensas
camadas regulares. Um ponto importante desse sistema é que há a presença de enxofre
por contaminação crustal nas zonas laterais da câmara; a solução sulfetada formada
permite uma maior atração dos elementos que estão disponíveis no magma, os calcófilos
(muito atraídos pelo enxofre, como por exemplo os EGP’s). A parte do magma rica nesses
elementos, sofre cristalização e dá origem aos sulfetos de Ni, Cu, Fe, principalmente.
Um exemplo mundial desse sistema é o depósito de Bushveld, na África do Sul com
idade paleoproterozóica. Esse depósito é marcado por apresentar extensas camadas de
minério, sendo o “Merensky Reef” horizonte mais importante por apresentar e a maior
concentração de platinóides no mundo (também tem cromita e EGP’s)
Já os sistemas endomagmáticos abertos não se desenvolvem dentro de uma
câmara magmática e são formados por interações com magma e com rochas encaixantes,
adicionando enxofre ao sistema. Esse sistema geram depósitos de Cromita podiforme em
zonas de espalhamento oceanico; em uma zona de subducção de placas oceânicas, o
magma ultramáfico (rico em Ni,Mg, Fe, Cr e Co) ascende e interage com as rochas da
crosta oceânica formando pequenas câmaras magmáticas, onde formam dunitos e cromitos
pela cristalização e precipitação de olivina e cromita, respectivamente. De forma geral, o
melt reagem com os piroxênios (Opx e Cpx) da crosta oceânica gerando olivina sólida e
silica líquida; sílica diminui a solubilidade do cromo e, então, ele precipita junto com oxigênio
formando cromita.
Há também depósitos de Ni-Cu-EGP’s, como por exemplo o depósito de Kambalda
(Austrália), de idade Arqueano-Paleoproterozóico, formados em profundidades mais rasas
da crosta, onde há derrame de lavas komatiíticas, e associados a Komatiitos não
depletados em alumínio com sulfetos maciços.

Au Orogênico

Depósitos de ouro orogênico são depósitos hidatogênicos que ocorrem associados a


fluidos metamórficos e em ambientes com porções deformadas, sua química é formada por
metais como … A maioria dos depósitos são de idades arqueano/paleoproterozóico
presentes na Austrália, Canadá, África do Sul, Brasil… e são importantes por serem uma
fonte de ouro, além disso, formam minerais de minério como a Pirita, Arsenopirita e Pirrotita.
Fluidos pré enriquecidos, em enxofre, de origem metamórfica (gerados pela
desidratação de rochas metamórficas) são canalizados e conduzidos na crosta/manto por
um “corredor” (zona de cisalhamento) até encontrar uma trapa (rocha encaixante reativa) e
precipitar, ou até encontrar um selo estratigráfico e precipitar em profundidades mais rasas.
Esse depósito é dividido de acordo com sua profundidade de ocorrência, podendo
ser hipozonais, mesozonais e epizonais. Os hipozonais ocorrem em profundidade de 12 a
20 km e temperaturas de +/- 500, possuem maior ocorrência de Au, As, Bi e W, estão
associados a rochas metamórficas de fase anfibolito e a deformações dúcteis. Os
mesozonais estão a 12 a 6 km de profundidade com temperaturas de +/- 350, possuem
maior ocorrência de Sb e As, estão associados a rochas metamórficas de fase xisto verde e
a deformações dúcteis e rúpteis. Por fim, os epizonais estão mais próximos da superfície
com 8 a 12 km de profundidade e temperaturas de 200 - 250, são mais novos com
ocorrência de Sb e Hg, e estão associados a rochas metamórficas na fase xisto verde e a
deformações rúpteis

Quadrilátero ferrífero:

IOCG’s

Os IOCG’s fazem parte do sistema hidrotermal magmático do tipo vulcanogênico, ou


seja, sua gênese está associada ao magmatismo e hidrotermalismo na crosta continental
(bacias de back-arc). Este depósito contém concentrações de minerais de Fe, Cu, Au e
ETRs - magnetita, hematita (Fe), calcopirita, bornita, covelita (Cu), ouro (Au), apatita
(etrs)…Idade 1,8
Sua gênese começa com uma intrusão magmática, com influência alcalina,
(granitóide do tipo A) na crosta terrestre, onde as rochas são aquecidas e liberam fluidos
ricos em metais, como Fe, Cu e Au. Esses fluidos ascendem em estruturas (falhas, zc…)
nas rochas hospedeiras, que por sua vez, sendo ricas em ferro e sílica, promovem a
formação de minerais de óxido de ferro, como magnetita e hematita. À medida que os
fluidos perdem calor e pressão, ocorre a precipitação dos minerais de Fe, Cu, Au e outros
minerais associados; com o tempo, esses fluidos continuam a enriquecer os minerais,
formando depósitos IOCG’s.
Vale ressaltar que esse depósito sofre alterações hidrotermais do tipo sódica
(característico) e potássica. A alteração sódica é regional, servindo como indicador
geológico, e é marcada pela substituição de minerais pré-existentes por minerais ricos em
sódio (albita, escapolita, cpx, act/clorita). A alteração potássica pode ou não ocorrer e é
marcada pela presença da biotita e de k-feld. Há outras alterações presentes como a
silicificação em veios de quartzo, onde a sílica preenche as fraturas e fissuras das rochas
substituindo minerais pré-existentes por quartzo; e a sericitação em que há a substituição
de minerais pré-existentes por minerais de sericita, um tipo de mica branca.

Clássico: minerais de óxido de ferro associados a minerais de cobre, além de ouro e outros
metais. ambientes submarinos profundos. Olympic Dam (Austrália)
Alcalino: minerais ricos em álcalis associados a minerais de óxido de Fe, Cu e Au.
ambientes associados a magmas alcalinos. Candelaria (Chile).
Carbonatito: a intrusões de carbonatitos. minerais de óxido de Fe, Cu, Au e outros.
enriquecidos nas zonas de contato entre o carbonatito e as rochas circundantes. Olympic
Dam
Sedimentar: sequências sedimentares. precipitação de minerais de óxido de Fe, Cu e Au
em ambientes sedimentares marinhos (bacias e perto de falhas ou zc). Ernest Henry
(Austrália)
BIFF’s

São depósitos sedimentares compostos por camadas alternadas de minerais de


ferro e sílica de idade arqueana (2,5 G.a) e proterozóica (2,5 a 0,5 G.a). São fontes de
minério de ferro, além de outros metais como manganês, cobre, ouro e fosfatos (Fe
Mn-Cu-Au-P) (hematita, magnetita, chert, carbonatos e sulfetos).
Sua gênese é dividida em estágios. O primeiro estágio é a sedimentação química
em que a água rica em Fe e sílica flui para um ambiente marinho ou lacustre, e precipita de
camadas de minerais de ferro (hematita e magnetita) e sílica (quartzo). Após essa etapa,
ocorre o ciclo da sedimentação onde camadas de Fe e SiO2 são depositadas em
sequência. Por fim, há o estágio de oxidação e intemperismo das camadas, podendo formar
minerais de óxido de ferro secundários (goethita e limonita)
Concentração de ferro em determinados minerais -> metamorfizados
Fácie de óxido: Hematita e Magnetita -> Itabirito
Fácies de carbonatos: Siderita e Ankerita -> Mármores Sideríticos
Fácies de sulfeto: Pirita -> Pirrotita
Fácies silicáticas: greenalita (argilomineral semelhante a serpetinitas) e stilpnomelano

Tipo Algoma: Até o Mesoarqueano (3.2 a 2.8 Ga), associados a rochas vulcânicas -
camadas lenticulares no meio do basalto no fundo oceanico junto com fumarolas
Tipo Lago Superior: do Mesoarqueano ao Paleoproterozóico (2.8 a 2.5 Ga), rochas
sedimentares químicas constituída pela alternância de Fe-Mg e Sílica pela influência de
terrenos metamórficos
Tipo Rapitan: Paleoproterozoica (2,45 Ga) no NW do Canadá (Great Slave Lake), depósitos
glaciais com bandas estreitas e rítmicas de óxidos de ferro intercalada com quartzo e
carbonato férrico

Pórfiros e Epitermais

Depósitos do Tipo Pórfiro são depósitos do sistema hidrotermal magmático, ou seja,


originados por plumas hidrotermais desenvolvidas a partir de intrusões ígneas na litosfera.
Neste tipo de depósito ocorre a mineralização de sulfetos (Cu, Cu-Au, Au, Mo, W) - (cobre,
cuprita, malaquita, calcopirita, bornita, molibdenita, cassiterita, wolframita) disseminados,
em brechas e/ou em veios de quartzo.
Este depósito possui alto plange e é formado no regime compressivo em ambientes
de arcos de ilha e de margens continentais ativas, com profundidade de até 10km e
temperaturas de 100 a 500; As principais rochas associadas a ele são as intrusões
graníticas do Tipo I e S e fluidos ricos em sal (Cl-), ou seja, quanto mais salino for o fluido,
mais sulfeto ele irá gerar.
Existem 2 tipos de depósitos que são separados pela composição do magma
granítico: Granitóides do Tipo I (menos evoluído) irão gerar mineralogia oxidante - Cu, Au,
Mo; já granitóides do Tipo S (mais evoluído) irão gerar mineralogia redutora - Sn, W, Tg.
Depósitos de idades mesozóicas e cenozóicas
O depósito é submetido a 4 zonas de alterações hidrotermais que estão distribuídas
na zona apical do pluton e nas rochas encaixantes. A 1 zona é Zona potássica em que há o
enriquecimento em K da rocha e a diminuição de Ca e Na dos minerais aluminossilicato; os
minerais índices desta zona são biotita e k-feld. A 2a zona é a Zona Fílica/Sericitica, onde
há a substituição dos silicatos por sericita (muscovita), pirita e quartzo. A 3 zona é a Zona
Propilítica, onde acontece a cristalização de minerais cálcio-magnesianos: clorita, epidoto e
calcita e pouca ou nenhuma pirita/calcopirita. A última zona é Zona Argílica que é dividida
em: Intermediária, marcada por caulinita e ilita; Avançada, marcada pela presença de
caulinita-dickita, pirofilita (rara).

Sobre a geometria da câmara: na base da câmara magmática, com a presença de


uma single fase de fluido, ocorre os sulfetos que cristalizam numa forma disseminada;
quando acontece o 1 boiling, há a formação de sulfetos maciços, ou seja, é o local perfeito
p/ pórfiros (500C/ 4-2 km) no duto da câmara; Após 1b: o fluxo perde densidade e fica pobre
em Cl, logo o meio de transporte dos íons passa a ser SO4 (fluido polifásico); 2 boiling:
uma ebulição bem menos intensa que marca o fim da fase “pórfiro”; Pós 2b: EPITERMAIS -
fluido mais rico em S04- gera Au, Ag, Zn, Pb, Sb, Hg

Os depósitos epitermais estão totalmente relacionados com os pórfiros pois


acontecem na fase final destes, como dito acima. Logo, são depósitos rasos (até 2km) de
fluidos muito ácidos que formam metais: Au, Ag, Zn, Pb, Sb, Hg.
Conforme o fluido aumenta a acidez, o depósito fica submetido a halos de alteração:
Propílica - epidoto e actinolita; Argílica; Argílica avançada; Sílica - vuggy sílica (textura no
quartzo em que o fluido precipita sílica e corrói as outras sílicas) - Halo em que se encontra
o depósito.
Esse depósito pode ser dividido em 3 grupos: Alta sulfetação, Sulfetação intermed e
Baixa sulfetação.
1- HS: alta correlação com depósitos pórfiros (porção mais funda e com maiores T dos
epitermais); presença de sílica vuggy; Cu, Au e Ag - Alunita; Ph ácido e condições oxidantes
2- Maior quantidade de Pb e Zn (galena e esfalerita); ph neutro e cond leve oxidantes
3- Fluidos com grande participação de águas meteóricas; Ph neutros e cond redutora; Mais
Fe e Zn; Minerais indicadores: Adulária

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