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SISTEMAS HIDROTERMAIS MAGMÁTICOS

O que são? Depósitos originados por plumas hidrotermais que foram desenvolvidas a partir
de intrusões ígneas na litosfera.
● Presença de um corpo ígneo na litosfera
● Desenvolvimento do corpo ígneo gerando uma pluma hidrotermal (água e vapor
d’água)
● Formação de um sistema térmico de convecção, capaz de deslocar os fluidos para
superfície
● Fluidos que contém metais em soluções (cátions), que precipitam formando os
minérios e os corpos mineralizados

Como saber se um minério é deste tipo de sistema?


● presença de um corpo ígneo próximo e contemporâneo (ou um pouco mais antigo)
do depósito
● minérios formados a temperaturas elevadas (>200C) por fluidos movidos e/ou
expelidos pelo corpo ígneo
● presença de alteração hidrotermal co-genética ao minério

DEPÓSITOS PÓRFIROS - Hidrotermal plutônico


● Metais: Cu, Cu-Au, W, Mo
● Minerais: calcopirita, bornita, molibdenita, cassiterita, wolframita
● Profundidade entre 2 e 10 km
● Ambiente: ambiente tectônico de arco magmático em regime compressivo
● Temperaturas entre 100 e 500
● Rochas: tonalitos, dioritos, quartzo-dioritos.
● Minérios na forma disseminada ou em veios
● Depende da composição do magma
A grande maioria se dá por composição granítica
Granitos do Tipo I: granitos de derivação magmática, num ambiente de arcos magmáticos
em margens continentais (cordilheiranos) - geram Cu, Mo e Au
Granitos do Tipo S: granitos de derivação sedimentar, em ambientes de colisão - geram Sn
eW
Depósitos do tipo Pórfiros são formados em ambientes arco magmático em regime
compressivo, em que ocorre o MASH da crosta (melting, assimilation, storage and
homogenization).
Com a fusão da crosta, uma nova pluma mantélica se formará e buscará ascender
pela crosta continental, onde também irá interagir com as rochas já resfriadas. A
mineralização ocorre devido à liberação de fluidos hidrotermais durante o resfriamento,
trazendo consigo substâncias voláteis que carregam elementos da diferenciação
magmática.
O minério vai depender muito da composição do magma granítico (Tipo I - Cu, Au; Tipo S -
Sn, W) pois magmas menos evoluídos (Tipo I) geram mineralogia oxidante e magmas mais evoluídos
(Tipo S) geram mineralogia redutora

1) Depósitos Apicais disseminados de Cu-Mo-Au

Esse tipo de depósito conta com minérios disseminados e dispersos em fraturas,


fissuras e brechas. As mineralizações e as alterações hidrotermais estão distribuídas na
zona apical do pluton e nas rochas encaixantes.
Depósitos de idades mesozóicas e cenozóicas

● Alterações Hipogênicas

- Zona Potássica: Enriquecimento em K da rocha


Diminuição de Ca e Na dos minerais aluminossilicatos
Minerais: ortoclásio, albita, sericita, anidrita e apatita
Opacos: magnetita, calcopirita, bornita e pirita
(biotita, magnetita, feldspato potássico, quartzo, anidrita, calcopirita)
obs: O k-feld do granito fica mais rico em K e a biotita fica mais magnesiana e o Fe liberado cristaliza
os opacos
A zona potássica ocorre no centro ou muito próxima do centro da pluma hidrotermal

- Zona Fílica/Sericitica: Formada pela lixiviação de Ca, Na e Mg do aluminossilicatos


Substituição dos silicatos por sericita (muscovita), pirita (pode
ocupar até 10% do volume da rocha) e qrtz
Alteração intensa que geralmente destrói a textura original
sericita, quartzo, pirita

- Zona Propilítica: Cristalização de minerais cálcio-magnesianos


Minerais: clorita, epidoto e calcita
Pouca ou Nenhuma pirita e calcopirita
(clorita, epidoto, albita, calcita, pirita)

- Zona Argílica: Intermediária - K, Ca e Mg na rocha - ocorre a cristalização de


montmorilonita, ilita, hidromicas e clorita
(sericita, clorita, caulinita e illita, pirita, calcita),

Avançada - presença de caulinita-dickita, pirofilita (rara), diásporo, qrtz,


andaluzita de coríndon (raro)
(alunita, caolinita, pirofilita, quartzo, dickita, gibbsita, pirita, enargita, covellita)
Observações importantes:
● Pórfiro tem plange (ângulo de mergulho da camada mineral) alto, quase vertical
● base da câmara magmática: sulfetos que cristalizam numa forma disseminada
● 1 boiling: quando as bolhas escapam - formação de sulfetos maciços - local perfeito
p/ pórfiros (500C/ 4-2 km)
● no duto da câmara - sulfetos maciços - formação de depósitos
● Pós 1b: fluxo de baixa densidade e pobre em Cl, logo o meio de transporte passa a
ser SO4
● 2 boiling: uma ebulição bem menos intensa que marca o fim da fase “pórfiro”
● Pós 2b: EPITERMAIS - fluido mais rico em S04- gera Au, Ag, Zn, Pb, Sb, Hg

Os fluidos que geram depósitos pórfiros são ricos em sal (Cl-), ou seja, quanto mais salino
for o fluido, mais sulfeto ele irá gerar

Subindo para a superfície, o fluxo se torna menos denso e mais ácido favorecendo o
transporte de íons por S02 e SO4 que são ótimos para formação dos depósitos epitermais
com minérios de Au, Ag, Zn, Pb, Sb e Hg

DEPÓSITOS EPITERMAIS - Hidrotermal subvulcânico


● Metais: Au, Ag, Zn, Pb, Sb, Hg
● Minerais:
● Temperaturas entre 200 - 300
● Profundidades rasas - até 2 km
● Ambiente de arcos vulcânicos subaéreos
● Influência de fluxos superficiais e de água meteórica
● Depósitos em formas de lagos e fontes termais (muito ácidos) na superfície
HALO DE ALTERAÇÃO - aumento da acidez
1) Propílica - epidoto e actinolita
2) Argílica
3) Argílica avançada - se dá por causa da HS e fluidos ácidos (menor ph e maior
acidez)
4) Sílica - vuggy sílica (textura no quartzo em que o fluido precipita sílica e corroe as
outras sílicas) - Halo em que se encontra o depósito
5) Lixiviação

Controles:
- Acidez
- Fugacidade de enxofre
- T
- PH
- Fugacidade de O2

TIPOS DE SULFETAÇÃO

1) Alta sulfetação (HS)


● alta correlação com depósitos pórfiros
● Associa-se a rochas formadas por magmas oxidados (tipicamente cálcio-alcalinos)
● Fluidos ácidos e oxidados
● Alteração argílica avançada e sulfatos (alunita)
● Minerais indicadores: pirita, bornita, enargita. (As e Mg)
2) Baixa sulfetação
● Associa-se a rochas formadas por magmas mais reduzidos
● Fluidos com grande participação de águas meteóricas
● Podem ser formados pela neutralização primária dos fluidos hidrotermais
● Fluidos reduzidos, neutros
● Mais Fe e Zn
● Minerais indicadores: Arsenopirita, pirrotita
3) Sulfetação Intermediária
● Tipicamente enriquecida em sulfetos de metais de base (calcopirita, galena,
esfalerita) e carbonatos com manganês ou de manganês (calcita manganesífera e
rodocrosita)
● Presença local de adularia ou de pirofilita
● Presença de carbonatos – calcita e calcita manganesífera
● Ricas em sulfetos de metais de base (calcopirita, galena, esfalerita)
Observações importantes:
● quanto maior a temperatura, mais alta é a sulfetação
● quanto maior a fugacidade de enxofre, mais alta é a sulfetação
● grandes quantidades de Fe e Zn na amostra indica que ela é de baixa sulfetação
● altíssima fugacidade de enxofre representa a condensação do enxofre, ou seja,
enxofre nativo - O contrário representa esfalerita

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