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Divisão de Engenharia

Curso: Engenharia de Processamento Mineral

2o Ano, Turma – B, Curso Diurno

Cadeira:
Topografia I

Medição de distânciahorizontal (Medição direta e Indireta)


Medição de distância Vertical (Nivelamento Geométrico, trigonométrico e Barométrico)

Engº Filipe Sulo

Tete, Maio de 2020


Abdelkader Mansur CassamoTongolo

Medição de distância horizontal (Medição direta e Indireta)


Medição de distância Vertical (Nivelamento Geométrico, trigonométrico e Barométrico)

O presente trabalho é de caráter


individual e investigativo pra disciplina
de TopografiaI para efeito avaliativo,
orintada pelo Engº Filipe Sulo

Tete, Maio de 2020


Lista de figuras
Figure 1:Distâncias que se podem obter directamente numa estação total. .................................. 25
Figure 2: Para a determinação da diferença de nível entre A e B (dNAB) com nivelamento
trigonométrico, estacionou-se um teodolito no ponto A e visou-se um ponto na vertical do ponto
B. ................................................................................................................................................... 27
Figure 3:Nivelamento geométrico para a determinação da diferença de nível. ............................ 29
Figure 4:Representação esquemática de um nível bloco. ............................................................. 30
Figure 5:Representação esquemática de um nível de horizontalização automática. 1 . ............... 32
Figure 6:O erro de inclinação do nível representado é β, fazendo-se devido a esse erro ............. 33
Figure 7:Estacionamento de um nível a igual distância de A e B (DA = DB). ............................ 34
Figure 8:Posição dos níveis relativamente aos pontos A e B quando da utilização do ................ 34
Figure 9:Visadas feitas do nível estacionado em 1 para os pontos A e B. ................................... 35
Figure 10:Visadas feitas do nível estacionado em 2 para os pontos A e B. ................................. 35
Figure 11: Determinação da diferença de nível entre A e B com nivelamento geométrico. ........ 36
Figure 12:Execução de uma linha de nivelamento entre os pontos A e B. ................................... 37
Figure 13:Esquema de um nivelamento paralelo. ......................................................................... 38

ii
Indice

Lista de figuras ................................................................................................................................ ii

Objectivos ....................................................................................................................................... v

Objectivos Gerais ........................................................................................................................ v

Objectivos Especificos ................................................................................................................ v

1. Introdução ................................................................................................................................ 1

2. Medida de Distâncias............................................................................................................... 2

2.1. Medida Direta de Distâncias ............................................................................................ 2

2.1.1. Fita e Trena de Aço ................................................................................................... 2

2.1.2. Trena de Lona ........................................................................................................... 3

2.1.3. Trena de Fibra de Vidro ............................................................................................ 3

2.1.4. Piquetes ..................................................................................................................... 4

2.1.5. Estacas....................................................................................................................... 4

2.1.6. Fichas ........................................................................................................................ 5

2.1.7. Balizas ....................................................................................................................... 6

2.1.8. Barômetro de Bolso .................................................................................................. 6

2.1.9. Dinamômetro ............................................................................................................ 7

2.1.10. Cadernetas de Campo ............................................................................................... 7

2.2. Precisão e Cuidados na Medida Direta de Distâncias ...................................................... 7

2.3. Métodos de Medida com Diastímetros............................................................................. 8

2.3.1. Lance Único - Pontos Visíveis .................................................................................. 8

2.3.2. Vários Lances - Pontos Visíveis ............................................................................... 8

2.3.3. Traçado de Perpendiculares .................................................................................... 10

2.3.4. Transposição de Obstáculos .................................................................................... 13

2.3.5. Erros na Medida Direta de Distâncias .................................................................... 14


iii
2.4. Medida Indireta de Distâncias ........................................................................................ 18

2.4.1. Distância Horizontal - Visada Horizontal ............................................................... 20

2.4.2. Distância Horizontal - Visada Inclinada ................................................................. 22

3. Nivelamento........................................................................................................................... 25

3.1. MÉTODOS DE NIVELAMENTO ................................................................................ 26

3.1.1. Nivelamento trigonométrico ................................................................................... 26

3.1.2. Nivelamento Geométrico ........................................................................................ 29

3.1.3. Nível de horizontalização automática ..................................................................... 31

4. Método das visadas recíprocas .............................................................................................. 34

4.1.1. Execução de um nivelamento geométrico .............................................................. 37

4.1.2. Nivelamento barométrico........................................................................................ 39

Conclusão...................................................................................................................................... 40

Referências Bibliográficas ............................................................................................................ 41

iv
Objectivos

ObjectivosGerais
 Descrever medição de distânciahorizontal e Medição de distância Vertical

ObjectivosEspecificos
 Conhecer Medição de distância horizontal (Medição direta e Indireta)
 Saber a Medição de distância Vertical (Nivelamento Geométrico, trigonométrico e
Barométrico)

v
1. Introdução

A Topografia, (do grego TOPOS (lugar) + GRAFIA (descrição)) ocupava-se tradicionalmente da


representação plana de regiões pouco extensas da superfície terrestre. A representação de uma
zona restrita simplifica os problemas decorrentes de representação causadas pela curvatura da
superfície terrestre. Contudo a representação de zonas vizinhas e contínuas deve ser compatível,
pelo menos no âmbito geográfico dum país, o que tem como consequência a necessidade de
utilizar uma representação cartográfica que não pode ignorar o facto da superfície terrestre ser
curva.
A representação da superfície terrestre pode ser planimétrica e altimétrica, sendo a planimetria
relativa à representação bidimensional da posição dos pontos no plano da carta e a altimetria
relativa à representação da distância vertical dos pontos a uma superfície de referência, o que
permite fazer a representação do relevo.Ao decorrer desse trabalho passaremos a saber sobre
medição de distâncias e o nivelamento do mesmo.

1
2. Medida de Distâncias

A distância horizontal (DH) entre dois pontos, em Topografia, é o comprimento do segmento de


reta entre estes pontos, projetado sobre um plano horizontal. Para a obtenção desta distância,
existem alguns processos, os quais veremos a seguir.

2.1.Medida Direta de Distâncias


Alguns autores afirmam que o processo de medida de distâncias é direto, quando esta distância é
determinada em comparação a uma grandeza padrão previamente estabelecida; outros autores,
porém, afirmam que a medição é direta quando o instrumento de medida utilizado é aplicado
diretamente sobre o terreno. Segundo ESPARTEL (1987) os principais dispositivos utilizados na
medida direta de distâncias, também conhecidos por diastímetros, são os seguintes:

2.1.1. Fita e Trena de Aço


 São feitas de uma lâmina de aço inoxidável;
 A trena é graduada em metros, centímetros e milímetros só de um lado;
 A fita é graduada a cada metro; o meio metro (0,5m) é marcado com um furo e somente o
início e o final da fita são graduados em decímetros e centímetros;
 A largura destas fitas ou trenas varia de 10 a 12mm;
 O comprimento das utilizadas em levantamentos topográficos é de 30, 60, 100 e 150
metros;
 O comprimento das de bolso varia de 1 a 7,50 metros (as de 5 metros são as mais
utilizadas);
 Normalmente apresentam-se enroladas em um tambor (figura a seguir) ou cruzeta, com
cabos distensores nas extremidades;
 Por serem leves e praticamente indeformáveis, os levantamentos realizados com este tipo
de dispositivo nos fornecem uma maior precisão nas medidas, ou seja, estas medidas são
mais confiáveis;

2
 Desvantagens: as de fabricação mais antiga, enferrujam com facilidade e, quando
esticadas com nós, se rompem facilmente. Além disso, em caso de contato com a rede
elétrica, podem causar choques;

2.1.2. Trena de Lona


 É feita de pano oleado ao qual estão ligados fios de arame muito finos que lhe dão
alguma consistência e invariabilidade de comprimento;
 É graduada em metros, centímetros e milímetros em um ou ambos os lados e com
indicação dos decímetros;
 O comprimento varia de 20 a 50 metros;
 Não é um dispositivo preciso pois deforma com a temperatura, tensão e umidade (encolhe
e mofa);
 Pouquíssimo utilizada atualmente.

2.1.3. Trena de Fibra de Vidro


 É feita de material bastante resistente (produto inorgânico obtido do próprio vidro por
processos especiais);
 Conforme figura a seguir, pode ser encontrada com ou sem envólucro e, este, se presente,
tem o formato de uma cruzeta; sempre apresentam distensores (manoplas) nas suas
extremidades;
 Seu comprimento varia de 20 a 50m (com envólucro) e de 20 a 100m (sem envólucro);
 Comparada à trena de lona, deforma menos com a temperatura e a tensão;
 Não se deteriora facilmente;
 É resistente à umidade e à produtos químicos;

3
 são bastante prática e segura.

Apesar da qualidade e da grande variedade de diastímetros disponíveis no mercado, toda medida


direta de distância só poderá ser realizada se for feito uso de alguns ACESSÓRIOS especiais.
Segundo ESPARTEL (1987) os principais são:

2.1.4. Piquetes
 São necessários para marcar, convenientemente, os extremos do alinhamento a ser
medido;
 São feitos de madeira roliça ou de seção quadrada com a superfície no topo plana;
 São assinalados (marcados) por tachinhas de cobre;
 Seu comprimento varia de 15 a 30cm;
 Seu diâmetro varia de 3 a 5cm;
 É cravado no solo, porém, parte dele (cerca de 3 a 5cm) deve permanecer visível;
 Sua principal função é a materialização de um ponto topográfico no terreno.

2.1.5. Estacas
 São utilizadas como testemunhas da posição do piquete;
 São cravadas próximas ao piquete cerca de 30 a 50cm;

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 Seu comprimento varia de 15 a 40cm;
 Seu diâmetro varia de 3 a 5cm;
 São chanfradas na parte superior para permitir uma inscrição numérica ou alfabética, que
pertence ao piquete testemunhado.

2.1.6. Fichas
 São utilizadas na marcação dos lances efetuados com o diastímetro quando a distância a
ser medida é superior ao comprimento deste;
 São hastes de ferro ou aço;
 Seu comprimento é de 35 ou 55cm;
 Seu diâmetro é de 6mm;
 Conforme figura a seguir, uma das extremidades é pontiaguda e a outra é em formato de
argola, cujo diâmetro varia de 5 a 8cm.

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2.1.7. Balizas
 São utilizadas para manter o alinhamento, na medição entre pontos, quando há
necessidade de se executar vários lances com o diastímetro;
 Conforme figura a seguir, são feitas de madeira ou ferro; arredondado, sextavado ou
oitavado;

 São terminadas em ponta guarnecida de ferro;


 Seu comprimento é de 2 metros;
 Seu diâmetro varia de 16 a 20mm;
 São pintadas em cores contrastantes (branco e vermelho ou branco e preto) para permitir
que sejam facilmente visualizadas à distância;

2.1.8. Barômetro de Bolso


 Aparelho que se destina à medição da pressão atmosférica (em mb = milibares) para fins
de correção dos valores obtidos no levantamento;
 Atualmente estes aparelhos são digitais e, além de fornecerem valores de pressão,
fornecem valores de altitude com precisão de 0,10m (figura a seguir).

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2.1.9. Dinamômetro
 Aparelho que se destina à medição das tensões que são aplicadas aos diastímetros para
fins de correção dos valores obtidos no levantamento;
 As correções são efetuadas em função do coeficiente de elasticidade do material com que
o diastímetro foi fabricado.

2.1.10. Cadernetas de Campo


 É um documento onde são registrados todos os elementos levantados no campo (leituras
de distâncias, ângulos, régua, croquis dos pontos, etc.);
 Normalmente são padronizadas, porém, nada impede que a empresa responsável pelo
levantamento topográfico adote cadernetas que melhor atendam suas necessidades.

Com relação aos seguintes acessórios: barômetro, termômetro e dinamômetro; pode-se afirmar
que os mesmos são raramente utilizados atualmente para correções das medidas efetuadas com
diastímetros. Isto se deve ao fato destes dispositivos terem sido substituídos, com o passar dos
anos, pelos equipamentos eletrônicos, muito mais precisos e fáceis de operar. Contudo, os
diastímetros são ainda largamente empregados em levantamentos que não exigem muita
precisão, ou, simplesmente, em missões de reconhecimento.

2.2.Precisão e Cuidados na Medida Direta de Distâncias

Segundo DOMINGUES (1979) a precisão com que as distâncias são obtidas depende,
principalmente:
Do dispositivo de medição utilizado,dos acessórios, e dos cuidados tomados durante a operação.

E, segundo RODRIGUES (1979), os cuidados que se deve tomar quando da realização de


medidas de distâncias com diastímetros são:
Que os operadores se mantenham no alinhamento a medir, Que se assegurem da horizontalidade
do diastímetro, e que mantenham tensão uniforme nas extremidades.

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A tabela abaixo fornece a precisão que é conseguida quando se utilizam diastímetros em um
levantamento, levando-se em consideração os efeitos da tensão, da temperatura, da
horizontalidade e do alinhamento.

Diastímetro Precisão
Fita e trena de aço 1cm/100m
Trenaplástica 5cm/100m
Trena de lona 25cm/100m

2.3.Métodos de Medida com Diastímetros

2.3.1. Lance Único - Pontos Visíveis


Segundo GARCIA (1984) e analisando a figura a seguir, na medição da distância horizontal
entre os pontos A e B, procura-se, na realidade, medir a projeção de AB no plano topográfico
horizontal HH'. Isto resulta na medição de A'B', paralela a AB.

Para realizar esta medição recomenda-se uma equipe de trabalho com:


Duas pessoas para tencionar o diastímetro (uma em cada extremidade);
Uma pessoa para fazer as anotações (dispensável).
A distância DH (entre os pontos A' e B') é igual à fração indicada pelo diastímetro.

2.3.2. Vários Lances - Pontos Visíveis


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Segundo GARCIA (1984) e analisando a figura a seguir, o balizeiro de ré (posicionado em A)
orienta o balizeiro intermediário, cuja posição coincide com o final do diastímetro, para que este
se mantenha no alinhamento.

Depois de executado o lance, o balizeiro intermediário marca o final do diastímetro com uma
ficha. O balizeiro de ré, então, ocupa a posição do balizeiro intermediário, e este, por sua vez,
ocupará nova posição ao final do diastímetro. Repete-se o processo de deslocamento das balizas
(ré e intermediária) e de marcação dos lances até que se chegue ao ponto B.
É de máxima importância que, durante a medição, os balizeiros se mantenham sobre o
alinhamento AB.
Para realizar esta medição recomenda-se uma equipe de trabalho com:
duas pessoas para tensionar o diastímetro (uma em cada extremidade).
um balizeiro de ré (móvel).
um balizeiro intermediário (móvel).
um balizeiro de vante (fixo).
uma pessoa para fazer as anotações (dispensável).
A distância DH será dada pelo somatório das distâncias parciais (contagem do número de fichas
pelo comprimento do diastímetro) mais a fração do último lance.

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2.3.3. Traçado de Perpendiculares
Segundo GARCIA (1984) o traçado de perpendiculares é necessário:
a) À amarração de detalhes em qualquer levantamento topográfico, e
b) Na determinação de um alinhamento perpendicular em função de um outro já existente.
Ex.: locação de uma obra.

i. Amarração de Detalhes
A amarração de detalhes (feições naturais e artificiais do terreno) é realizada utilizando-se
somente diastímetros. Para tanto, é necessário a montagem, no campo, de uma rede de linhas,
distribuídas em triângulos principais e secundários, às quais os detalhes serão amarrados.
A esta rede de linhas denomina-se triangulação.

(BORGES, 1988) ilustra uma determinada superfície já triangulada. Nesta triangulação, observa-
se que os triângulos maiores englobam os menores.O objetivo da formação de triângulos
principais (ABC e ACD) e secundários (ABE, BEG, EGF, EFH, FCD, GCF, DFH, AEH e AHI)
é atingir mais facilmente todos os detalhes que se queira levantar.

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Segundo BORGES (1988) a amarração dos detalhes pode ser feita:

Por perpendiculares tomadas a olho


É o caso da figura abaixo, onde se deve medir os alinhamentos Aa, ab, bc, cd, de, eBe, também,
os alinhamentos aa’, bb’, cc’, dd’ e ee’ para que o contorno da estrada fique determinado.

Por triangulação
Devendo-se medir os alinhamentos a e b, além do alinhamento principal DB, para que o canto
superior esquerdo da piscina representada na figura a seguir (BORGES, 1988) fique
determinado.
A referida piscina só estará completamente amarrada se os outros cantos também forem
triangulados.

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ii. Alinhamentos Perpendiculares
Segundo ESPARTEL (1987) é possível levantar uma perpendicular a um alinhamento,
utilizando-se um diastímetro, através dos seguintes métodos:

Triângulo Retângulo
Este método consiste em passar por um ponto A, de um alinhamento AB conhecido, uma
perpendicular. Utilizando-se os doze (12) primeiros metros de uma trena, dispõe-se,
respectivamente, dos lados 3, 4 e 5 metros de um triângulo retângulo.

Como indicado na figura (GARCIA, 1984), o 0 e 12o metros estariam coincidentes em C,


situado a 3 metros do ponto A. O 7o metro (soma dos lados 3 e 4) e representado pelo ponto D,
se ajusta facilmente em função dos pontos A e C já marcados.

Obs.: para locar as paredes de uma casa, o mestre de obras normalmente se utiliza de uma linha
com nós. Esta linha representa um triângulo retângulo de lados 0,6m : 0,8m : 1,0m; equivalente
ao triângulo retângulo de 3m : 4m : 5m mencionado anteriormente.

Triângulo Equilátero

Diferentemente do anterior, este método consiste em passar uma perpendicular a um alinhamento


AB conhecido, por um ponto C qualquer deste alinhamento. Deste modo, marca-se, no campo,
um triângulo equilátero ao invés de um triângulo retângulo.

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Assim, utilizando-se os doze (12) primeiros metros de uma trena, dispõe-se, para o triângulo
equilátero, de três lados de 4 metros cada.
Como indicado na figura abaixo (GARCIA, 1984), o 0 e 12o metros estariam coincidentes em C.
O 2o metro estaria sobre o alinhamento AB à esquerda de C, definindo o ponto D. O 10o metro
estaria sobre o alinhamento AB à direita de C, definindo o ponto E. O ponto F, definido pelo 6o
metro, se ajusta facilmente em função dos pontos D e Ejá marcados.

.
2.3.4. Transposição de Obstáculos
Segundo GARCIA (1984), para a medida de distâncias entre pontos não intervisíveis, ou seja,
em que a mesma não possa ser obtida pela existência de algum obstáculo (edificação, lago,
alagado, mata, árvore etc.), costuma-se fazer uso da marcação, em campo, de triângulos
semelhantes.
Como indicado na figura a seguir (GARCIA, 1984), existe uma edificação sobre o alinhamento
AB, o que impede a determinação do seu comprimento pelos métodos explicitados
anteriormente.
Assim, para que a distância AB possa ser determinada, escolhe-se um ponto C qualquer do
terreno de onde possam ser avistados os pontos A e B. Medem-se as distâncias CA e CB e, a
meio caminho de CA e de CB são marcados os pontos D e E. A distância DE também deve ser
medida.

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Após estabelecer a relação de semelhança entre os triângulos CAB e CDE, a distância AB será
dada por:

2.3.5. Erros na Medida Direta de Distâncias


Os erros cometidos, voluntária ou involuntariamente, durante a medida direta de distâncias,
devem-se:
Aocomprimento do diastímetro: afetado pela tensão aplicada em suas extremidades e também
pela temperatura ambiente. A correção depende dos coeficientes de elasticidade e de dilatação do
material com que o mesmo é fabricado. Portanto, deve-se utilizar dinamômetro e termômetro
durante as medições para que estas correções possam ser efetuadas ou, proceder a aferição do
diastímetro de tempos em tempos.

A distância horizontal correta (DHc) entre dois pontos será dada dividindo-se o comprimento
aferido do diastímetro( a) pelo seu comprimento nominal ( ) e multiplicando-se pela distância
horizontal medida (DHm):

ao desvio vertical ou falta de horizontalidade: ocorre quando o terreno é muito inclinado.


Assim, mede-se uma série de linhas inclinadas em vez de medir as projeções destas linhas sobre
o plano horizontal, como na figura a seguir (BORGES, 1988).
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O erro devido ao desvio vertical (Cdv), para um único lance, pode ser encontrado através da
relação entre o desnível do terreno (DN) e o comprimento do diastímetro( ):

Este erro é cumulativo e sempre positivo. Assim, a distância horizontal correta (DHc) entre dois
pontos será encontrada subtraindo-se da distância horizontal medida (DHm), o desvio vertical
(Cdv) multiplicado pelo número de lances (N ) dado com o diastímetro:

Hácatenária: curvatura ou barriga que se forma ao tensionar o diastímetro e que é função do seu
peso e do seu comprimento. Para evitá-la, é necessário utilizar diastímetros leves, não muito
longos e aplicar tensão apropriada (segundo normas do fabricante) às suas extremidades.

A figura a seguir (DOMINGUES, 1979) indica a flecha (f) do arco formado pelo comprimento
do diastímetro com tensão (T) aplicada nas extremidades.

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O erro devido à catenária, para um único lance, pode ser encontrado através da relação:

Este erro é cumulativo, provoca uma redução do diastímetro e, consequentemente, resulta numa
medida de distância maior que a real. Assim, a distância horizontal correta (DHc) entre dois
pontos será encontrada subtraindo-se da distância horizontal medida (DHm), o erro da
catenária (Cc) multiplicado pelo número de lances (N ) dado com o diastímetro:

àverticalidade da baliza: como indicado na figura abaixo (BORGES, 1988), é ocasionado por
uma inclinação da baliza quando esta se encontra posicionada sobre o alinhamento a medir.
Provoca o encurtamento ou alongamento deste alinhamento caso esteja incorretamente
posicionada para trás ou para frente respectivamente. Este tipo de erro só poderá ser evitado se
for feito uso do nível de cantoneira.

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Ao desvio lateral do alinhamento: ocasionado por um descuido no balizamento intermediário,
mede-se uma linha cheia de quebras em vez de uma linha reta. Para evitar este tipo de erro é
necessário maior atenção por parte dos balizeiros.

A figura a seguir (ESPARTEL, 1987), indica como o balizeiro intermediário (C) deve se
posicionar em relação aos balizeiros de ré (A) e vante (B) para que não haja desvio lateral do
alinhamento.

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2.4.Medida Indireta de Distâncias
Segundo DOMINGUES (1979) diz-se que o processo de medida de distâncias é indireto quando
estas distâncias são calculadas em função da medida de outras grandezas, não havendo, portanto,
necessidade de percorrê-las para compará-las com a grandeza padrão.
Os equipamentos utilizados na medida indireta de distâncias são, principalmente:

Teodolito e/ou Nível: o teodolito é utilizado na leitura de ângulos horizontais e verticais e da


régua graduada; o nível é utilizado somente para a leitura da régua.

Três gerações de teodolitos: o trânsito (mecânico e de leitura externa); o ótico (prismático e com
leitura interna); e o eletrônico (leitura digital).

Acessórios: entre os acessórios mais comuns de um teodolito ou nível estão: o tripé (serve para
estacionar o aparelho); o fio de prumo (serve para posicionar o aparelho exatamente sobre o
ponto no terreno); e a lupa (para leitura dos ângulos).

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A seguir ilustração de um tripé de alumínio, normalmente utilizado com o trânsito; e um de
madeira, utilizado com teodolitos óticos ou eletrônicos. É interessante salientar que para cada
equipamento de medição existe um tripé apropriado.

Mira ou Régua graduada: é uma régua de madeira, alumínio ou PVC, graduada em m, dm, cm e
mm; utilizada na determinação de distâncias horizontais e verticais entre pontos.
A seguir (BORGES, 1988), ilustra parte de uma régua de quatro metros de comprimento e as
respectivas divisões do metro: dm, cm e mm.

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Nível de cantoneira: já mencionado na medida direta de distâncias, tem a função de tornar
vertical a posição da régua graduada.

Baliza: já mencionada na medida direta de distâncias, é utilizada com o teodolito para a


localização dos pontos no terreno e a medida de ângulos horizontais.
Ao processo de medida indireta denomina-se ESTADIMETRIA ou TAQUEOMETRIA, pois é
através do retículo ou estádia do teodolito que são obtidas asleituras dos ângulos verticais e
horizontais e da régua graduada, para o posterior cálculo das distâncias horizontais e verticais.
Como indicado na figura abaixo (BORGES, 1988), a estádia do teodolito é composta de: 3 fios
estadimétricos horizontais (FS, FM e FI) 1 fio estadimétrico vertical

Segundo GARCIA e PIEDADE (1984) os métodos indiretos de medida de distâncias são:

2.4.1. Distância Horizontal - Visada Horizontal


(GARCIA, 1984) ilustra um teodolito estacionado no ponto P e a régua graduada no ponto Q. Do
ponto P visa-se o ponto Q com o círculo vertical do teodolito zerado, ou seja, com a luneta na
posição horizontal. Procede-se a leitura dos fios estadimétricos inferior (FI), médio (FM) e
superior (FS). A distância horizontal entre os pontos será deduzida da relação existente entre os
triângulos a'b'Fe ABF, que são semelhantes e opostos pelo vértice.

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Da figura tem-se:
f = distância focal da objetiva
F = foco exterior à objetiva
c = distância do centro ótico do aparelho à objetiva
C = c + f = constante do instrumento
d = distância do foco à régua graduada
H = AB = B - A = FS - FI = diferença entre as leituras
M = FM = leitura do retículo médio
Pelas regras de semelhança pode-se escrever que:

fornecidopelofabricante

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C é a constante de Reichembach, que assume valor 0cm para equipamentos com lunetas
analáticas e valores que variam de 25cm a 50cm para equipamentos com lunetas aláticas.

2.4.2. Distância Horizontal - Visada Inclinada


Neste caso, para visar a régua graduada no ponto Q há necessidade de se inclinar a luneta, para
cima ou para baixo, de um ângulo ( ) em relação ao plano horizontal. Como indicado na figura
abaixo (GARCIA, 1984), a distância horizontal poderá ser deduzida através:

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Desprezando-se o termo (cos ) na segunda parcela da expressão tem-se:

A figura a seguir (GARCIA, 1984) ilustra a luneta de um teodolito inclinada no sentido


ascendente (para cima). Assim, a diferença de nível ou distância vertical entre dois pontos será
deduzida da relação:

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QS = RS + RM - MQ
onde,
QS = DN = diferença de nível
RS = I = altura do instrumento
MQ = M = FM = leitura do retículo médio

Do triângulo ORM, tem-se que

Cálculo de distâncias horizontais e verticais


As distâncias medidas com os distanciómetros são distâncias inclinadas, sendo
necessário entrar com a inclinação da visada para se obterem distâncias horizontais e
verticais.
Se se utilizar uma estação total (distanciómetro incorporado num teodolito)
podem-se obter imediatamente a distância inclinada (Dincl.), horizontal (Dhor) e vertical
(Dver) do distanciómetro ao reflector:
Dhor. = Dincl. sinz
Dver. = Dincl. cosz

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Figure 1:Distâncias que se podem obter directamente numa estação total.

NB.As distâncias Dhor.,Dver. eDincl indicadas são definidas pelo centro do distanciómetro e
pelo reflector, e não as distâncias entre os pontos onde estes são colocados. Para a obtenção
destas últimas é necessário ter em consideração as alturas do distanciómetro e do reflector.

3. Nivelamento
Consideram-se pertencentes à altimetria todas operações que permitam obter as cotas dos pontos
do terreno.
Cota de um ponto é a distância desse ponto a uma determinada superfície de referência. Em
topografia esta distância é sempre medida segundo a vertical do lugar e como superfície de
referência utiliza-se normalmente o Geóide, sendo neste caso as cotas também designadas por
altitudes.

Para a determinação das altitudes é necessário conhecer pontos do Geóide, e portanto, definir o
nível médio das águas do mar, o que se consegue através de instrumentos registadores de marés,
os marégrafos.
Os marégrafos são colocados nas costas marítimas, usualmente nos estuários dos rios, devido ao
facto do mar ser aí mais calmo. Em virtude das discordâncias que se notam entre os valores do
nível médio das águas do mar em diversos pontos, discordâncias essas devidas principalmente às
correntes marítimas e às irregularidades das marés (geralmente causadas pelo vento), utiliza-se
em cada país um único marégrafo.
A diferença de nível entre dois pontos A e B é dada por:

25
dNAB= NB−NA
Sendo NA a cota do ponto A e NB a cota do ponto B.

A determinação das diferenças de nível faz-se por intermédio de uma operação topográfica a que
se dá o nome de nivelamento.

3.1.MÉTODOS DE NIVELAMENTO
A determinação das diferenças de nível pode ser feita por três métodos diferentes, dando origem
respectivamente a três tipos de nivelamento.

 Método trigonométrico ou indirecto→Nivelamento trigonométrico


 Método geométrico ou directo→Nivelamento geométrico
 Método barométrico → Nivelamento barométrico

Quanto à precisão, os métodos apresentados têm as seguintes tolerâncias:

Alta precisao - erro toleravel ≤1 mm/km

Nivelamento geométrico

Ordinario – erro total ≤1cm/km

Nivelamento trigonométrico - erro tolerável ≤1dm/km

Nivelamento barométrico - erro tolerável ≤1m/km

3.1.1. Nivelamento trigonométrico


Com este método podemos determinar o desnível entre dois pontos A e B do terreno,
conhecendo a distância horizontal D entre eles e o ângulo zenital z da linha de visada.
Da figura conclui-se que a distância vertical h, conhecida como altura trigonométrica é dada
por:

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h=Dcotz

Figure 2: Para a determinação da diferença de nível entre A e B (dNAB) com nivelamento


trigonométrico, estacionou-se um teodolito no ponto A e visou-se um ponto na vertical do ponto
B.
E portanto a diferença de nível entre A e B é dada por:

Note-se que quando é visada uma mira vertical colocada em B, Av= lm e portanto:

Fórmula taqueométrica do desnível para mira vertical

Quando a distância D for superior a 500 m tem que se ter em conta a refracção atmosférica e o
efeito da curvatura terrestre, determinando-se h a partir da seguinte expressão, chamada fórmula
topográfica:

Chamando-se à parcela qD2 depressão do horizonte. Nesta parcela D representa a distância


horizontal entre A e B e

27
Sendo R o raio da Terra e n o coeficiente de refracção da atmosfera, valor que varia entre 0.06 e
0.08.
O termo qD2 pode escrever-se

E vemos então que a primeira parcela apenas depende de R e D, sendo portanto relativa à
esfericidade da Terra. A segunda parcela, que depende também do valor do coeficiente de
refracção n, traduz a influência da refracção atmosférica.

Como n varia entre 0.06 e 0.08, observando a fórmula (1) facilmente se vê que o efeito da
curvatura da Terra é 6 a 8 vezes maior que o efeito da refracção atmosférica e portanto a parcela
qD2 é sempre positiva.

Na prática usa-se um valor aproximado para a depressão do horizonte. Efectivamente, se


considerarmos n = 0.07 e R = 6400000 m tem-se:

Ou, se utilizarmos o valor de D expresso em Km, teremos

utilizando-se normalmente esta expressão aproximada para obter o valor de qD2. Assim,

Onde o valor de D é introduzido em Km.

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Através da fórmula anterior se vê que a depressão do horizonte cresce com o quadrado da
distância. Para uma distância horizontal de 15 Km a depressão do horizonte é já de 15 m e para
uma distância de 150 Km, a depressão do horizonte será de 1500 m.

3.1.2. Nivelamento Geométrico

Este tipo de nivelamento utiliza instrumentos chamados níveis, cuja principal característica é a de
definirem com grande precisão linhas de visada horizontais. A diferença de nível entre os pontos
A e B obtém-se através da diferença das leituras feitas numa mira vertical colocada
sucessivamente nos pontos A e B, com um nível estacionado em qualquer ponto do terreno.
Tem-se:
dNAB=lA–lB

SendolA a leitura feita na mira colocada em A e lB a leitura feita na mira colocada em B.

Figure 3:Nivelamento geométrico para a determinação da diferença de nível.

Estudo dos níveis


Os níveis de luneta podem classificar-se da seguinte forma:

29
Nível bloco
As principais componentes de um nível bloco são a luneta e a nivela, que podem
rodar conjuntamente em torno de um eixo chamado eixo principal.

Figure 4:Representação esquemática de um nível bloco.

O nível bloco monta-se sobre um tripé e na sua base existem três parafusos nivelantes, ou um
dispositivo de rótula, que permitem verticalizar aproximadamente o eixo principal, verticalização
essa feita com o auxílio de uma nivela esférica existente na base do nível e solidária com o eixo
principal. Para a horizontalização rigorosa da linha de pontaria é necessário calar, com o auxílio
de um parafuso chamado parafuso de inclinação, uma nivela de grande sensibilidade, cuja
directriz deve ser paralela à linha de visada.
Um nível-bloco está construído de acordo com a sua idealização teórica quando, estando a nivela
calada, a linha de pontaria fica horizontal e o fio nivelador (traço horizontal do retículo) fica
também horizontal. Desta forma temos as seguintes condições de construção e de estação:

CONDIÇÃO DE ESTAÇÃO

iii. Eixo principal vertical

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Um nível bloco está em estação quando o eixo principal estiver vertical. Esta condição não é em
geral rigorosamente cumprida, pois a horizontalização do eixo óptico, que é o objetivo a cumprir,
é conseguida com o auxílio do parafuso de inclinação.

CONDIÇÃO DE CONSTRUÇÃO

iv. Paralelismo entre a directriz da nivela e o eixo óptico da luneta.


De facto sendo a directriz da nivela paralela à linha de visada, quando a nivelaestiver calada a
linha de visada fica horizontal.
Não se verificando a condição de construção temos o chamado erro de inclinação, que será
estudado mais à frente. Nos níveis bloco o erro de inclinação podeser rectificado, através de
procedimentos que não serão estudados neste curso, quando asua influência sobre a diferença de
nível for superior a 2 ou 3 mm

3.1.3. Nível de horizontalização automática


Os níveis deste tipo não têm qualquer nivela associada à luneta nem parafuso de inclinação. Um
dispositivo óptico pesado, intercalado no campo óptico da luneta permite, pela acção da
gravidade, compensar qualquer inclinação residual do eixo da luneta após a verticalização do
eixo principal, dando origem à horizontalização do eixo óptico. Este dispositivo, que tem o nome
de compensador, é essencialmente constituído por um conjunto de 3 prismas, um dos quais de
reflexão total, ou por um conjunto de 2 prismas e um espelho plano, suspensos do corpo da
luneta de modo que a sua posiçãorelativa varie com a inclinação da luneta.

31
Figure 5:Representação esquemática de um nível de horizontalização automática. 1 .

CONDIÇÃO DE ESTAÇÃO
Tal como para o nível-bloco, a condição de estação de um nível de horizontalização automática é
que o eixo principal esteja vertical.Realizada esta condição, o que se consegue com três
parafusos nivelantesexistentes na base do nível e com uma nivela esférica solidária com o eixo
principal, o compensador entra em funcionamento, colocando a linha de visada horizontal.
Enquanto o eixo principal não estiver sensivelmente vertical, o compensador fica encostado ao
corpo da luneta e fica bloqueado. Sendo assim, a nivela esférica solidária com o eixo principal
deve ter sensibilidade suficiente para que o sistema compensador possa actuar. Depois de calada
a nivela deve esperar-se alguns segundos antes de fazer as leituras nas miras, para que o
compensador deixe de oscilar.
Os níveis de horizontalização automática têm a vantagem de permitirem uma considerável
economia de tempo em relação aos outros tipos de níveis. No entanto, têm a desvantagem de
serem mais caros e permitirem atingir uma precisão inferior, exceptono caso em que o terreno
seja pouco firme, tornando-se muito difícil calar a nivela de um nível bloco.

Estudo do erro de inclinação de um nível

32
Como já foi dito, o erro de inclinação surge do facto de a visada feita com o nível não ser
rigorosamente horizontal, existindo uma pequena inclinação em relação à horizontal que vamos
designar por β.
Se a linha de pontaria estiver para cima da horizontal, o erro de inclinação βé positivo, se a linha
de pontaria descer em relação à horizontal βé negativo.

Figure 6:O erro de inclinação do nível representado é β, fazendo-se devido a esse erro

tem-seque:

Existem métodos para determinar a diferença de nível correcta entre dois pontos,
independentemente da existência ou não de erro de inclinação.
Método das visadas iguais:

Este método consiste em estacionar o nível a igual distância dos dois pontos onde são colocadas
as miras. No caso da Figura 62 as miras são colocadas nos pontos A e B, sendo DA = DB.

Se não houvesse erro de inclinação teríamos as leituras na mira lA e lB, sendo

33
Existindo erro de inclinação teremos as leituras l'A e l'B, no entanto,

Poder-se-ia ter imediatamente verificado que, como os triângulos são


semelhantes, temos:
l'A - lA = l'B - lB⇒l'A - l'B = lA - lB = Dnab

Figure 7:Estacionamento de um nível a igual distância de A e B (DA = DB).

4. Método das visadas recíprocas


Neste método fazem-se dois estacionamentos com o nível, de forma a que a distância aos pontos
A e B seja sensivelmente a mesma e nas mesmas condições.

Figure 8:Posição dos níveis relativamente aos pontos A e B quando da utilização do

34
Ao estacionar em (1) , junto ao ponto A , cala-se a nivela e, se esta estiver rectificada, a linha de
visada fica horizontal, obtendo-se nas miras as leituras a1 l e f1 l , sendo a diferença de nível
correcta dada por AB a1 f1 dN=l −l .
Estando a nivela desrectificada, e sendo i o erro de inclinação, obtém-se na mira as leituras a1 l ′
e f1 l ′ , que conduzem a um valor incorrecto da diferença de nívelAB a1 f1 dN′ =l ′−l ′

Figure 9:Visadas feitas do nível estacionado em 1 para os pontos A e B.

Figure 10:Visadas feitas do nível estacionado em 2 para os pontos A e B.


Estacionando de seguida em (2) , junto de B e a uma distância deste ponto sensivelmente igual à
de (1) a Ae nas mesmas condições, obtém-se as leituras na mira

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Pode então concluir-se que a diferença de nível correcta é igual à média dos desníveis calculados
pelo método das visadas recíprocas mesmo que o nível esteja desrectificado.

Determinação do erro de inclinação do nível, conhecendo a diferença de nível correcta entre dois
pontos:
Conhecendo-se a diferença de nível correcta entre dois pontos e fazendo leituras em miras
colocadas respectivamente nos pontos A e B, leituras estas influenciadas pelo erro de inclinação,
é possível calcular o erro de inclinação da seguinte forma .

Figure 11: Determinação da diferença de nível entre A e B com nivelamento geométrico.

36
4.1.1. Execução de um nivelamento geométrico

A operação de nivelamento geométrico é normalmente feita ao longo de linhas, chamadas linhas


de nivelamento, sendo feitas várias estações do nível e observações sucessivas de cada estação
para o ponto anterior e seguinte.
Um nivelamento deve, por princípio, ser fechado. Isto é, a diferença entre as cotas do ponto
inicial e final deve ser conhecida. Muitas vezes utiliza-se igualmente um nivelamento fechado
sobre si mesmo, que corresponde ao caso em que o ponto final do nivelamento coincide com o
ponto inicial.

Figure 12:Execução de uma linha de nivelamento entre os pontos A e B.

No caso de não ser possível fazer um nivelamento fechado, depois de se ter feito o nivelamento
entre os pontos A e B, no sentido de A para B, deve fazer-se um contranivelamento agora no
sentido de B para A. Os valores de dNAB no nivelamento e no contra-nivelamento devem
coincidir, se tal não acontecer, e a diferença for aceitável, a média dos dois valores obtidos será
um valor mais preciso. Pode ainda fazer-se umnivelamento paralelo, que consiste em fazer em

37
cada estação do nível duas niveladas atrás e duas niveladas à frente, como indica a Figura 68.
Obtêm-se deste modo duas medidas para dN14, uma através do nivelamento (1, 2, 3, 4) e outra
através do nivelamento paralelo (1, 2’, 3’, 4), podendo então fazer-se um ajustamento.

Figure 13:Esquema de um nivelamento paralelo.

O erro de fecho de um nivelamento fechado é a diferença entre a diferença de nível correcta


entre o primeiro e o último ponto do nivelamento e a diferença de nível observada. O erro de
fecho obtido é normalmente distribuído uniformemente pelos desníveis calculados, obtendo-se
assim os desníveis compensados. No caso de se conhecerem as distâncias do nível a cada um dos
pontos visados, a distribuição do erro poderá (para maior precisão) ser feita proporcionalmente
às distâncias.
Para o registo, ajustamento e cálculo de um nivelamento geométrico, com vista ao cálculo das
cotas compensadas dos pontos, são normalmente executados os passos
Seguintes:
1- Cálculo dos desníveis observados;
2 - Determinação do erro de fecho e das correcções a aplicar aos desníveis

Observados;
3 - Cálculo dos desníveis compensados;
4 - Cálculo das cotas.
Exercício:
Determine as cotas ajustadas dos pontos 1, 2, 3, 4, 5 e 6 sabendo que
NA = 428,704m e NB = 426,610m.

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4.1.2. Nivelamento barométrico

O nivelamento barométrico baseia-se na seguinte lei física: a pressão atmosférica é igual ao peso
duma coluna cilíndrica vertical de ar atmosférico, com base unitária, e que atravessa toda a
atmosfera. Pela diferença de pressões atmosféricas entre dois pontos do terreno pode determinar-
se a diferença de nível entre eles. Os instrumentos utilizados neste tipo de nivelamento são os
barómetros e os altímetros.
A determinação de diferenças de altitudes por este processo é sempre pouco precisa, pois a
pressão atmosférica é influenciada por vários factores não controláveis.

39
Conclusão

Ao fim deste trabalho de pesquisa passou-se a saber os seguintes pontos. A medida de distâncias
de forma direta ocorre quando a mesma é determinada a partir da comparação com uma grandeza
padrão, previamente estabelecida, através de trenas ou diastímetros.
Uma distância é medida de maneira indireta, quando no campo são observadas grandezas que se
relacionam com esta, através de modelos matemáticos previamente conhecidos. Ou seja, é
necessário realizar alguns cálculos sobre as medidas efetuadas em campo, para se obter
indiretamente o valor da distância. Também abordou-se aspectos relacionados com nivelamento,
onde passamos a saber os três tipos a citar.
Nivelamento geométrico que é mais preciso dos métodos de nivelamento realizado através de
visadas horizontais utilizando como instrumentos: níveis topográficos e miras verticais
graduadas.
Nivelamento trigonométrico: realizado através de Teodolitos e Estações totais com visadas com
qualquer inclinação. Mais rápido que o Geométrico, menos preciso.
Nivelamento barométrico está por sua vez baseia-se na relação existente entre a pressão
atmosférica e a altitude. Tem pouca precisão. Há necessidade de se efetuar correções devido à
Maré Barométrica. Dispensa visibilidade entre os pontos a nivelar. Utiliza aneroides para a
determinação da pressão atmosférica no campo. E assim dou fim ao meu trabalho.

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Referências Bibliográficas
Antunes, A. Peixoto: "Topografia - Curso Geral ". Departamento de Matemática da FCTUC,
1991.

Burrough, P.A.: “Principles of Geographical Information Systems for Land Resources


Assessment”, Oxford University Press, 1986.

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Cadastral,

Laurila, S.: “Electronic Surveying in Practice”, John Wiley & Sons, 1983.

Moffit, F.; Mikhail, E.: “Photogrammetry”. Harper & Row. Publishers,


New York, 1980.

Robinson, Arthur H.: “Elements of Cartography”, John Wiley & Sons, 1985.

Weibel, R; Heller, M.: “Digital Terrain Modeling”. In: Geographical information Systems:
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Wells, David: “Guide to GPS Positioning”. Canadian GPS Associates, 1987

Xerez, A.: "Topografia Geral". Técnica - Revista de Engenharia, Associação dos estudantes do
I.S.T. - Lisboa, 1978.

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