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Engenharia Civil – 3º e 4º Períodos


Disciplina: Topografia I “Notas de aulas”
Prof. Lucas de Paula F. Souza

Sumário

1. Introdução..............................................................................................................
Introdução...................................................................................................................................................................
..................................................... 2
2. Estudo da Topografia................................................
.........................................................................................................................................................
.........................................................................................................
3
2.1 Divisão da Topografia............................................................................
Topografia..........................................................................................................................
.................................................................. 3
2.2 Goniologia ......................................................................................................
.................................................................................................................................................................
........................................................... 3
2.3 Bússola ........................................
.....................................................................................................................................................................
............................................................................................................................. 8
2.4 Declinação Magnética ....................................................................................................
................................................................................................................................................. 8
2.5 Método de determinação do norte verdadeiro ou geográfico da terra NV ....................................................
............................................................... 9
2.6 Teodolito .........................................................
...................................................................................................................................................................
.......................................................................................................... 10
2.7 Nível Óptico ............................................................................................................
................................................................................................................................
.......................................................
10
2.8 Leituras de mira ........................................................................................................
.........................................................................................................................................................
.................................................11
2.9 Miras utilizadas em topografia ...................................................................................................................................
..................................................................................................................... 11
2.10 Irradiações e poligonais do levantamento topográfico ..................................................................
.........................................................................................14
2.11 Conceitos matemáticos fundamentais para topografia planimétrica, altimétrica e plani plani-altimétrica .......................15
2.12 Algarismos Significativos e técnicas de arredondamento .......................................................................................
.................................................... 16

2.13 Exercícios de levantamento topográfico plani


plani-altimétrico ................................................................................... 17

3. Referências Bibliográficas........................................................................................................................................... 20
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1) Introdução:

A presente apostila, aborda os assuntos de introdução à topografia,, estudo da bússola na determinação do norte
magnético, método de determinação de norte verdadeiro através de teodolito, ângul ângulos
os horizontais “azimute x rumo”,
ângulos verticais “zenital e nadiral”, leituras de mira e ângulos, construção e cálculos da caderneta de campo,
conhecimento dos aparelhos e instrumentos utilizados em topografia e principalmente fornecer conceitos e métodos
método de
levantamento topográfico planimétrico,
étrico, desenhando a planta topográfica em determinada escala definida, e enfim,
noções de introdução à altimetria (cotas e diferenças de níveis) para a disciplina de Topografia do 2º período ao qual se
destina ao levantamento
amento topográfico plani
plani-altimétrico e altimétrico.

A Topografia é a ciência que estuda a representação detalhada de parte da superfície terrestre, sen
sendo esta terra
considerada plana. A topografia abrange a planimetria, altimetria e em conjunto, ou seja, plani-altimetria.
plani

A planimetria
imetria é a parte da topografia que trata dos métodos e instrumentos empregados no estudo para
representação de uma determinada área. O estudo da área de um determinado terreno consiste na determinação dos
ângulos horizontais a partir
tir de um alinhamento e distâncias horizontais de um ponto ao outro. A planimetria tem por
finalidade determinar a distância horizontal entre diversos pontos.

O levantamento plani-altimétrico
altimétrico tem por finalidade determinar a área e cotas de altitude do te terreno,
fornecendo uma planta topográfica tanto no plano quanto na
nas alturas dos pontos determinados, o qual será estudo no 2º
período do curso, juntamente com o levantamento topográfico altimétrico.

O objetivo principal dessa aapostila é descrever conceitos e fundamentos para aplicação da topometria em
levantamentos topográficos planimétricos
planimétricos, fornecendo uma melhor capacidade de visualização e compreensão do
assunto para os estudantes.

Em geral, os equipamentos topográficos básicos utilizados para o desenv


desenvolvimento
olvimento das atividades poderão ser
descritos conforme a seguir:

- Estação total;
- Teodolito analógico ou digital,, ou;
- Nível óptico com limbo horizontal graduado;
- Tripé;
- Mira topográfica;
- Bússola;
- Demais acessórios.
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2) Estudo da Topografia:

A Topografia é a ciência que estuda a representação detalhada de parte da superfície terrestre, sen
sendo esta terra
considerada plana. A topografia abrange a planimetria, altimetria e em conjunto, ou seja, plani
plani-altimetria, conforme
descrito na introdução.

2.1) Divisão da topografia:

Topometria  dividida em topografia planimetria e topografia altimetria

Taqueometria  Parte da topografia em que as distâncias horizontais e verticais, são obtidas principalmente de
resoluções trigonométricas.

Fotogrametria  dividida em fotografia terrestre e aérea para áreas de difícil acesso.

Limites de medições de área naa topografia: 50 km de raio ~ 785.000 ha

Medida em alqueire (alq.)

1 alq. São Paulo  24.200 m² ~ 2,42 ha.


1 alq. Lavras  30.976 m² ~ 3,10 ha.
1 alq. Norte MG  48.400 m² ~ 4,84 ha.

2.2) Goniologia
É a parte da topografia que estuda tudo relacionado a ângulos. Os ângulos são horizontais e verticais.

Ângulo Horizontal (Conforme CEFET / SC)

Sendo o zero do limbo na direç


direção do plano horizontal do lugar,, o equipamento “Teodolito ou Nível Óptico
com limbo horizontal graduado, como por exemplo”
exemplo”, mede ângulos chamados horizontais, conforme figura 1.

Figura 1. Representação do ângulo horizontal


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Definição de ângulos
os horizontais ““Azimute x Rumo”

Define-se como azimute magnético


magnético,, o ângulo horizontal medido a partir do norte magnético até o segmento
“X” desejado, no sentido horário, podendo variar de 0 a 360º, conforme Figura 2.

NM
NW NE

W E

SW SE

SM
Figura 2. Representação do ângulo horizontal “azimute”

Define-se como rumo magnético


magnético,, o ângulo horizontal medido a partir do norte ou sul magnético, para leste ou
oeste até o segmento “X” desejado, podendo variar de 0 a 90º, conforme Figura 4.

NM
NW NE

W E

SW SE

SM
Figura 4. Representaçã
Representação do ângulo horizontal “rumo”

Exercícios para transformação de AZM em RM e vice versa:

Transformar Azimute magnético “AZM” em Rumo magnético “RM” e vice e versa, acrescentando a
orientação quando se tratar de Rumo. Faça os desenhos de cada ângulo, representando
sentando rumo e azimute, auxiliando no
sistema anterior de orientação.

a) AZM = 36º 00’  RM = ? b) RM 39º 30’ NE  AZM = ?

NM Cálculos: NM Cálculos:
NW NE NW NE

W E W E

SW SE SW SE

SM SM
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c) AZM = 131º 15’  RM = ? d) RM 44º 45’ SE  AZM = ?

NM Cálculos: NM Cálculos:
NW NE NW NE

W E W E

SW SE SW SE

SM SM

e) AZM = 228º 32’  RM = ? f) RM 45º 45’ SW  AZM = ?

NM Cálculos: NM Cálculos:
NW NE NW NE

W E W E

SW SE SW SE

SM SM

g) AZM = 311º 00’  RM = ? h) RM 49º 30’ NW  AZM = ?

NM Cálculos: NM Cálculos:
NW NE NW NE

W E W E

SW SE SW SE

SM SM

i) AZM = 321º 00’  RM = ? j) RM 89º 30’ NW  AZM = ?

NM Cálculos: NM Cálculos:
NW NE NW NE

W E W E

SW SE SW SE

SM SM
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Ângulo Vertical (Conforme CEFET / SC)

Em um teodolito ouu Estação Total, a origem da medida do ângulo vertical (0º00’00” do limbo vertical do
equipamento), pode ocorrer nas seguintes situações, ilustradas na Figura 5.
Sendo o zero do limbo na direção da vertical do lugar,, do Zênite, este equipamento mede ângulos
ângulo chamados
zenitais. Atualmente, este modelo é o mais utilizado pelos fabricantes.

Figura 5. Representação do ângulo zenital

Sendo o zero do limbo na direção do centro da Terra, o Nadir, este equipamento mede ângulos chamados
nadirais. São raros os equipamentos
uipamentos deste tipo, sendo este tipo de ângulo pouco utilizado. A Figura 6 representa o
ângulo vertical do tipo nadiral.

Figura 6. Representação do ângulo nadiral

Ressalta-se
se que no caso das Estações Totais, a origem da medida do ângulo vertical ppode ser configurada, tanto
no Zênite, quanto no Horizonte.

Cálculos dos ângulos verticais “Zenital x Nadiral”

A partir de um ângulo Zenital “Z”, pode


pode-se calcular o ângulo vertical alfa “”,
”, que é a inclinação da luneta do
aparelho topográfico em relação a uma linha horizontal “num plano”, utiliza-se
se a fórmula e o esquema em desenho a
seguir para entendimento do assunto.
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Z


90º

Fórmula:  = 90º - Z

A partir de um ângulo Nadira


Nadiral “N”, pode-se calcular o ângulo vertical alfa “”,
”, que é a inclinação da luneta do
aparelho topográfico em relação a uma linha horizontal “num plano”, utiliza-se
se a fórmula e o esquema em desenho a
seguir para entendimento do assunto.


90º
N


Fórmula:  = N - 90º

Exercício para cálculo dos ângulos verticais Z e N:

a) Calcular os ângulos verticais, Zenital “Z” e Nadiral “N”, a partir do ângulo  = 37º 30’ e identifique-os nos
desenhos a seguir.

0º 
90º

90º


Fórmulas:  = 90º - Z  = N - 90º

ângulo  = -37º 30’ e identifique-os nos


b) Calcular os ângulos verticais, Zenital “Z” e Nadiral “N”, a partir do ângul
desenhos a seguir.


90º

90º


Fórmulas:  = 90º - Z  = N - 90º
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2.3) Bússola

Instrumento utilizado em topografia para medir ângulos horizontais e determinar a direção do norte magnético.
Além dos erros, a leitura
itura de ângulos com bússola requer cuidados especiais referente à interferência de elementos
imantados sobre o posicionamento da agulha da bússola. Evitar fazer leituras próximos a elementos metálicos (relógios,
balizas, postes, alambrados, etc...). Outro problema específico é a baixa precisão quando
ando comparado com o teodolito.

Deve-se
se fazer 3 leituras de um mesmo ponto da poligonal de apoio e usar o valor do azimute médio,
calculando a partir deste, o valor dos azimutes dos demais pontos da poligonal.

Nota: Aulas
ulas práticas de utilização de bússola são utilizadas para determinação de ângulos horizontais a partir de
determinados alinhamentos, para identifica
identificação do norte magnético
ético “NM” e posteriormente conversão deverá ser feita
para o norte verdadeiro “NV”.

2.4) Declinação magnética

Declinação magnética é o ângulo formado entre o norte verdadeiro “geográfico da terra” e o norte magnético.
em um determinado local da superfície terrestre
terrestre. Este
ste ângulo é contado para leste (E) ou para oeste (W), a partir da
direção do Norte Verdadeiro. A Declinação Magnética varia em função de cada local da superfície terrestre, porque o
magnetismo terrestre varia de um local para o outro. É por isso que el
elaa não tem sempre o mesmo valor.

Além disso, o seu valor em cada local tam também


bém não é constante, apresentando variações de ano para ano.
Ela pode ainda variar para leste (E) ou para oeste (W), em relação à direção do Norte Verdadeiro.

A direção na qual a agulha da bússola aponta é conhecido como norte magnético e o ângulo entre o norte
magnético e a direção norte
orte verdadeiro é justamente chamado de declinação magnética. Se a bússola aponta no sentido
horário em relação ao norte verdadeiro, a declinação é positiva ou EAST. Se a bússola aponta no sentido contrário em
relação ao nortee verdadeiro, a declinação é negativa ou WEST
WEST, conforme Figuras 7 a seguir:

Figura 7.. Representação ddaa declinação magnética positiva e negativa

Portais para consultas da Declinação Magnética:

http://www.heliodon.com.br/calcular_declinacao_2.html

http://geomag.nrcan.gc.ca/apps/mdcal
http://geomag.nrcan.gc.ca/apps/mdcal-eng.php?Year=2001&Month=4&Day=01&Lat=21&Min=14.7&LatSign=
eng.php?Year=2001&Month=4&Day=01&Lat=21&Min=14.7&LatSign=-
1&Long=45&Min2=0&LongSign=--1&Submit=............clique+aqui+para+calcular.............&CityIndex=0#Year
1&Submit=............clique+aqui+para+calcular.............&CityIndex=0#Year
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Declinações magnéticas de alguns


uns locais na superfície terrestre (d) em datas diferentes

Lavras MG - ano 1660  13º E (leste)


Lavras MG - ano 1850  0º
Lavras MG - ano 2001  21º W (oeste)
Lavras MG - 05/2010  21º 33’ W (oeste)
Brasil – ano 2001  (lado oeste)
Linha do equador  1º W (oeste)

2.5) Método
étodo de determinação do norte verdadeiro ou geográfico da terra NV

Para determinação do norte verdadeiro ou geográfico da terra, torna


torna-se
se necessário a medição com visadas ao
sol, a partir da utilização de um teodolito. É necessári
necessário no mínimo um total de 8 médias de leituras,
leituras sendo 8 leituras na
parte da manhã e 8 leitura na parte da tarde, para tornar a determinação mais exata. Uma planilha deve ser elaborada
para registrar as informações de leitura, conforme modelo a seguir.

NASCENTE POENTE
Horário Ângulo Angulo Horário Angulo Angulo Médias dos
Horizontal Vertical Horizontal Vertical ângulos horizontais
8:00 180º 00’ 74º 00’ 16:00 90º 00’ 74º 00’ 135º 00’

Exercício para determinação do NV


NV:

Completar a tabela abaixo, determinando o angulo horizontal (em graus e minutos)


minutos ao qual é direcionado N.V.

NASCENTE POENTE
Horário Ângulo Angulo Horário Angulo Angulo Médias dos
Horizontal Vertical Horizontal Vertical ângulos horizontais
8:30 169º 00’ 73º 00’ 101º 00’
9:00 Nuvem Nuvem -
9:30 140º 00’ 66º 30’ 130º 00’
10:00 130º 00’ 63º 15’ Chuva
10:30 108º 00’ 51º 15’ 162º 30’
11:00 95º 10’ 45º 30’ 174º 20’
ngulo Horizontal para o N.V. ____________________
“Média das médias” Ângulo

No desenho a seguir plote


lote o NV
NV, conforme a média das médias que direciona para o NV, a partir do
alinhamento V1  Réé a seguir. Faça também ao lado o desenho orientado na posição adequada pelo NV.
N.V.

V1
Mineradora


Rodovia BR...
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2.6) Teodolito

Instrumento óptico de precisão (tem luneta e micro


microscópio);
scópio); lê ângulos horizontais, do tipo goniométrico (ou
qualquer) e ângulos verticais (zenital, de inclinação e nadiral); permitindo fazer levantamentos planimétricos e
taqueometria (luneta com 3 fios paralelos e equidistantes = estadimetria).
Os fios estadimétricos
tadimétricos são paralelos e eqüidistantes entre si ( fs - fm = fm – fi) . Os fios estadimétricos verticais
permitem a execução de levantamentos utilizando
utilizando-se
se mira horizontal, e os fios horizontais são para utilização de mira
vertical (a mais utilizada). O princípio da estadimetria é usado em topografia para determinar, de forma indireta, a
distância horizontal entre a estação topográfica (ponto onde está instalado o teodolito) e um ponto visado (ponto onde
está a mira ou baliza).
A seguir, apresenta-se na Figura 8 a visualização na luneta de leitura dos fios estadimétricos de um teodolito,
também podendo ser de um nível óptico.

Figura 8. Luneta de um teodolito ou nível óptico com fios de leitura.

2.7) Nível óptico

Os níveis são equipamentos que permi


permitem
tem definir com precisão um plano horizontal ortogonal à vertical
definida peloo eixo principal do equipamento, conforme Figura a seguir:
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2.8) Leitura de mira

Durante a leitura em uma mira convencional devem ser lidos quatro algarismos, que corr corresponderão aos
valores do metro, decímetro, centímetro e milímetro, sendo que este último é obtido por uma estimativa e os demais por
leitura direta dos valores indicados na mira. Abaixo são apresentados alguns exemplos de leituras para um modelo de
mira bastante
astante empregado nos trabalhos de Topografia. A mira apresentada está graduada em centímetros (traços claros e
escuros).
A leitura do valor do metro é obtida através dos algarismos em romano (I, II, III) e/ou da observação do
símbolo acima dos números que indicam o decímetro. A convenção utilizada para estes símbolos, no caso da mira em
exemplo, é apresentada na Figura 9..

Figura 9. Convenção para leituras de números inteiros em metros.

A leitura do decímetro é realizada através dos algarismos arábicos (1,2,3, etc.). A leitura do centímetro é obtida
através da graduação existente na mira. Traços escuros correspondem a um valor de centímetro impar, e claros a um
valor par. Finalmente a leitura do milímetro é estimada visualmente
visualmente, conforme Figura 10.

Figura 10. Mira topográfica com leituras

2.9) Miras utilizadas em topografia


topografia: (Conforme CEFET / SC)

São réguas graduadas que servem para taqueometria e nivelamento geométrico. Existem no mercado diversos
modelos de miras, conforme pode ser visualizado nnaa figura anterior. Quanto ao material, as miras podem ser de
madeira, fibra de vidro, alumínio e ínvar.

Mira de madeira:: são fabricadas com madeira seca e de pouca dilatação linear. A graduação pode ser pintada
diretamente na madeira ou através de adesiv
adesivos especiais.

Mira de fibra de vidro:: Estas miras não são fabricadas no Brasil, sendo importadas do Japão, e possuem pouca
dilatação linear. A gravação é feita diretamente sobre a mira, que é revestida por uma camada de PVC.
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Mira de alumínio: São fabricadas


cadas em alumínio, o qual possui um grande coeficiente de dilatação linear, que pode ser
corrigido através de uma tabela de temperatura gravada na própria mira.

Mira de Ínvar:: O ínvar é uma liga de aço e níquel numa proporção de 65% de aço e 35% de níquel
níquel. É o material com o
menor coeficiente de dilatação linear conhecido. As miras de ínvar são utilizadas apenas em nivelamento geométrico de
primeira ordem.

Quanto ao comprimento, as miras podem ser de 2 ou 4 m . Podem ser ainda de imagem inversa ou imagem
direta, em função da imagem do equipamento a ser utilizado. Quanto ao modo de articulação, a mira pode se de encaixe
(telescópica) ou mira de dobradiça. As miras de encaixe são mais leves e de fácil transporte. A mira de dobradiça resiste
à trabalhos mais intensos e têm a graduação do mesmo tamanho em toda a sua extensão, facilitando a leitura. A seguir
na Figura 11,, apresenta uma visualização de uma mira de código de barras utilizada para níveis digitais.

Figura 111. Mira de código de barras para níveis digitais

Exercícios de leituras de mira

a) Na Figura 12,, faça as leituras de mira dos fios superior e inferior na figura abaixo. Compare a soma das duas com o
dobro da leitura do fio médio.

Figura 12. Exercício de leitura de mira


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b) Na Figura 13, indicar nas miras, as seguintes leituras:

1,615m 1,705m 1,658m 1,600m


1,725m 1,605m 1,713m 1,595m
1,698m 1,635m 1,685m

Figura 113. Exercício para indicar leituras de mira

Obs: a mira da esquerda é chamada de mira em E, em função do tipo de marcação uti


utilizada.
lizada.

Erros nas leituras de mira (Conforme CEFET / SC)

Erro de má focalização do instrumento

A má focalização do instrumento, isto é, a falta de coincidência dos planos de imagem e dos fios
estadimétricos é a mais temível fonte de erros na medida ind
indireta de distâncias. A focalização dos instrumentos abrange:

Focalização do retículo:: Girando o anel da ocular, consegue


consegue-se
se que a imagem do retículo se apresente na distância
mínima da visão distinta, que varia de operador para operador. Quando os retículos os (fios estadimétricos) estão bem
focalizados, eles se apresentam nítidos e escuros.
Focalização da objetiva: Visando um objeto afastado e agindo no parafuso de focalização, desloca-se o conjunto
ocular até que a imagem do sinal apareça bem nítida, no pla
plano dos retículos. Reconhece--se que a focalização está bem
feita quando não há paralaxe, isto é, quando deslocando a vista em frente à ocular, as imagens do retículo e dos objeto
permanecem na mesma posição relativa.

A focalização simultânea dos fios estad


estadimétricos é impossível de ser realizada exatamente. Em todo o caso,
quando a focalização do fio médio é cuidadosamente realizada, os resíduos de paralaxe, os fios superior e inferior não
exercem influências sensíveis nas leituras da mira.

Erro da refração e reverberação

Em torno do meio-dia,
dia, a reverberação do ar dificulta ou mesmo impossibilita a leitura da mira. Sempre que
possível deve-se
se evitar medir distâncias com mira vertical entre 10 e 14 horas. Os dias nublados são os melhores para o
trabalho com mira. Nas visadas rasantes, as anomalias de refração acarretam desvios para os raios luminosos
correspondentes aos fios estadimétricos, resultando pequenos erros na leitura da mira. Sempre que possível, as
distâncias devem ser medidas com o fio inferior a um metro do solo, isto é, com o fio inferior na graduação 1,000.
A NBR 13.133 preconiza uma leitura mínima de 0,500. Quando a mira é observada com a face contra o sol, aparecem,
às vezes, discrepâncias nas leituras. Influi também na precisão das leituras,
ituras, o estado de pintura da mira. Em função do
uso, a pintura vai desaparecendo, dificultando as leituras.

Erro da graduação da Mira

Ao vender a mira, os fabricantes asseguram grande precisão na graduação. Os erros de graduação de reflexos
diretos na precisão da leitura da mira e são erros sistemáticos uma vez que sempre atuam no mesmo sentido. Na seleção
de miras, podemos rejeitar àquelas que apresentarem erros superiores a 0,3mm. Para um bom trabalho deve-se
deve efetuar
um exame criterioso, antes do início
cio dos trabalhos, na graduação das miras. Não é aconselhável a utilização de miras
repintadas.
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Erro de inclinação da Mira

Quando a inclinação da mira é no plano perpendicular a linha de visada do operador, ele pode observá-la e
corrigi-la. Porém, quando a mira está inclinada no sentido da linha de visada, o operador não percebe esta inclinação,
ocasionando uma leitura equivocada. Um auxiliar experiente, poderá, sem auxílio de um nível esférico, verticalizar a
mira dentro de mais ou menos 2°. Com a utiliz
utilização do nível esférico, pode-se
se verticalizar a mira com erro inferior a 1°.

Outros Acessórios:

Tripé: É utilizado para a sustentação do nível,

Prumo esférico de cantoneira:


Conforme Figura 14,, é utilizado para a verticalização da mira, com uma precisão melhor que 1º. Algumas miras já vêm
com encaixes próprios para prumos esféricos de encaixe.

Figura 14. Níveis esféricos de cantoneira

Leitura de ângulos

A leitura de ângulos pode ser de maneira analógica ou digital. A seguir um exemplo de leitura an
analógica, em
que na escala inferior lê-se
se os ângulos de 0,5 em 0,5 graus ( º ), ou seja de 30 em 30 minutos ( ’ ) e a escala superior de
1 em 1 minuto, quando o traço for coincidente. A leitura então será de 12º 30’ + 21’  12º 51’.
0 1 2 3
0 0 0

10 20

2.10) Irradiações
es e poligonais do levantamento topográfico
No levantamento topográfico, são obtidas as irradiações a partir de suas poligonais, as quais são registradas na
caderneta de campo, conforme modelo a seguir.

Vértice da Ponto NM Altura do Ângulo Ângulo FI FM FS D.H.


poligonal visado inst
instrumento Horizontal Vertical α (m)
V1 Ré 90º 1,60 0º 0º 1,00 1,50 2,00 100

Fórmulas: D.H. = (FS – FI) x 100 x cos


cos² α (ou sen² Z / N) FM = (FI + FS) / 2
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2.11) Conceitos matemáticos fundamentais para topografia planimétrica,


nimétrica, altimétrica e plani-altimétrica.
plani

Para melhor entendimento e aplicação dos cálculos em topografia, é necessário que o aluno compreenda os
conceitos matemáticos fundamentais a seguir.
Medidas lineares (metro):
km hcc dc m dm cm mm
1 1.000
0,001 0,01 0,1 1 10 100 1.000
Obs.: A medida de distância linear utilizada em topografia é o metro com duas casas após a vírgula, ou seja, obtêm-se
obtêm a
medida na resolução de centímetro
metro para leitura de miras. Técnicos que desejam trabalhar com maior resolução
resoluç e
consequentemente maior precisão, utilizam
utilizam-se
se uma aproximação de três casas após a vírgula, obtendo a leitura em
milímetros.

Exemplos de medidas lineares: comprimento, largura, altura, profundidade, espessura, perímetro, diâmetro, etc...

Perímetro circular (Pe)  Pe = 2 .  . R  Pe =  . Ø


R Ø
Diâmetro (Ø)  Ø = 2 . R ---------- R = Ø / 2

 = 3,1415927...

Nota: O perímetro também poderá ser calculado como exemplo, em uma área cercada por alambrado.

12,04 m
3m

4m

12 m
Nesse caso, o perímetro calculado é: 12,04m + 12m + 3m + 4m = 31,04m

O triângulo pitagórico é utilizado para melhor entendimento do cálculo da hipotenusa e também para alinhamento de
um terreno no ângulo de 90º.
Hipotenusa Pe = 3m + 4m + 5m = 12m
Cateto oposto

5m
3m

Hipotenusa = √ 3² + 4²
Área Área Hipotenusa = 5

4m Cateto adjacente Área = (3m x 4m) / 2 = 6m²

Medidas de Área (metros quadrados):


km² hc²
c² = ha dc² m² dm² cm² mm²
1 10.000
0,000001 0,0001 0,01 1 100 10.000 1.000.000
Obs: O metro quadrado é uma medida relativamente pequena para ser representado na topografia, utilizando
utilizando-se assim a
unidade em “ha” hectares (hectômetro quadrado)
Área 
100 m

Ex. Uma área quadrada de 10.000 m², têm suas medidas lineares 100m x 100m  10000 m²

100 m
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Exemplos de áreas: retângulo, círculo, triângulo, trapézio.


a
Retangular: A = a . b
b Área Área
Circular: A =  . R²   . ز
4
Triangular: A = a . b (para triângulo retângulo) b
2
b h Área
Área
Trapezoidal: A = (B maior + b menor) . altura h
2 a B

Unidades de Volume (metros cúbicos):


km³ hc³ dc³ m³ litro = dm³ ml = cm³ mm³
1 1.000
0,000000001 0,000001 0,001 1 1.000 1.000.000 1.000.000.000

Cubo: V = a . b . h a
b
Cilindro: V = Área x altura   . R² . h   . ز . h
4 h

2.12) Algarismos Significativos e técnicas de arredondamento:

Exemplo: Desejamos medir uma barra metálica, com uma trena cujas divisõ
divisões
es da escala estão em centímetros.
Cada divisão vale 1 cm. O comprimento AB tem 13 divisões completas. A fração entre 13 cm e 14 cm não pode ser
medida, mas pode ser estimada. Vamos supor que 3 pessoas fazem a leitura e registram:
- 1ª pessoa – 13,8 cm
- 2ª pessoa – 13,6 cm
- 3ª pessoa – 13, 7 cm

Nas três leituras a dúvida está no algarismo da fração de centímetro (0,8, 0,6 e 0,7 cm). Este algarismo,
portanto, é duvidoso. O resultado de uma medida é composto pelos algarismos corretos e também um, e apeapenas um,
algarismo duvidoso. Os algarismos corretos e o algarismo duvidoso são os algarismos significativos.
significativos

Exemplos:
 13,1 cm 3 algarismos significativos
 5 cm 1 algarismo significativo e ele próprio é duvidoso
 9,0 cm 2 algarismos significativos
 9,00 cm 3 algarismos significativos
 0,006 cm 1 algarismo significativo

Técnicas de arredondamento

Nos cálculos de Distâncias horizontais em Topografia, a partir de leitura de mira, devedeve-se apresentar o
resultado com 3 casas após a vírgula, proceden
procedendo
do a forma correta de arredondamento na terceira casa. Para arredondar
um número, deve verificar quantos algarismos deverão ficar no final numa única operação e proceder da seguinte
maneira:
Fl.: 017/020

a) Se o algarismo à direita do último dígito que se pret


pretende
ende representar for inferior a 5, 50, 5000, ...,
apenas desprezam-se
se as demais dígitos à direita.
Exemplos: 3,141592 com 3 A.S. 3,14 5,91338 com 3 A.S. 5,91 204, 91298 com 5 A.S. 204,91

b) Se o algarismo à direita do último dígito que se pr


pretende
etende representar for maior que 5, 50, 500, ...., adiciona-se
adiciona
uma unidade ao último dígito representado e desprezam
desprezam-sese os demais dígitos à direita.
Exemplos: 3,141592 com 5 A.S. 3,1416 5,91638 com 3 A.S. 5,92 204, 91298 com 3 A.S. 205

2.13) Exercícios de levantamento topográfico plani


plani-altimétrico:

1) Completar os dados da planilha do levantamento topográfico abaixo, calcula


calculando
ndo as distâncias horizontais e
diferenças de nível.

Vértice da Ponto NM Altura do Ângulo FI FM FS D.H. D.N.


poligonal visado º instrumento (m) Horizontal º (m) (m) (m) (m) (m)
V1 Ré 90º 1,60 1,08 1,14
V1 1 1,60 60º 00’ 1,80 1,82
V1 2 - 1,60 150º 00’ 2,17 2,205
V1 3 1,60 210º 00’ 2,255 2,29
V1 4 - 1,60 300º 00’ 1,83 1,85
V1 V2 - 180º 00’ 1,98 2,02
V2 V1 - 1,58 1,00
Fórmulas: D.H. = (FS – FI) x 100 “Nível óptico” ……. FM = (FS + FI) / 2 ........... DN = AI - FM

1.1)) Faça o croqui da planta topográfica abaixo em escala 1:100, conforme ângulos e distâncias horizontais calculadas
na planilha da questão anterior.
Obs.: Unir os pontos visados de leituras “Ré; 1; 2; 3 e 4” para delimitação da área e demarcar o vértice V2 e NM.

Direção da
leitura de ré

V1
Fl.: 018/020

1.2)) Utilizando a régua em escala 1:100, calcular a área (m


(m²) e perímetro (m) do terreno.
Obs.: Utilizar para cálculos de área (retângulo, triângulo e trapézio se necessário) e demonstrar todos os cálculos.

1.3)) Calcular as diferenças de nível (m) entre o vértice 1 “V1” e os pontos visados “PV”, levando em consideração a
altura
ltura instrumento”AI” em V1 e os fios médios de leitura dos pontos visados. Fórmula: DNV1PV = AIV1 - FMPV
Demonstrar todos os cálculos.
V1  Ré
V1  1
V1  2
V1  3
V1  4
V1  V2
Fl.: 019/020

2)
2.1) Preencher os dados da caderne
caderneta
ta de campo do levantamento topográfico plani-altimétrico,
plani utilizando-se dos
conceitos aprendidos em aula sobre ângulos, calculando os fios de leitura, distâncias horizontais e diferenças
de níveis. Adotar como cota arbitrária, 20m do ponto visado de Ré.

2.2) Elaborar memorial de cálculo para todos os cálculos realizados da caderneta de campo, e escalas da planta
topográfica, aprendidos em sala de aula.

2.3) Elaborar uma planta topográfica plani


plani-altimétrica,
altimétrica, com cotas nos pontos medidos, em folha de papel
milimetrado,
do, no formato A3 e com escala calculada em função do referido formato. A planta deverá possuir
escala, direção do norte magnético, o qual deverá ser corrigido com uma declinação magnética de 22º 30’ W.,
legenda e selo.

Levantamento Topográfico Plani-altimétrico

Vértice da Ponto Altura do Ângulo


Poligonal Visado NM nível Horizontal FI FM FS D.H. DN (Cotas)
V1 Ré 80º horário 1,50 0,80 0,86 0,92 12
V1 1 - 3º 20' 0,89 0,97 1,05 16
V1 2 - - 23º 20' 1,00 1,06 1,12 12
V1 3 - - 337º 50' 0,84 0,91 0,98 14
V1 4 - - 220º 30' 1,44 1,48 1,52 8
V1 5 - - 122º 20' 2,04 2,08 2,12 8
V1 6 - - 165º 40' 3,59 3,75 3,91 32
V1 7 - - 179º 30' 3,51 3,71 3,91 40
V1 8 - - 197º 10' 1,99 2,17 18
V1 9 - - 194º 20' 3,27 3,54 3,81 54
V1 V2 - 180º 10' 2,54 2,64 2,74 20
V2 V1 1,55 0,12 0,32 20
V2 10 - 164º 30' 3,70 3,92 4,14 44
V2 11 - - 181º 30' 3,28 3,62 34
V2 12 - - 202º 10' 2,35 2,55 2,75 40
V2 13 - - 202º 07' 3,06 3,37 3,68 62
V2 V3 1,60 182º 40' 2,47 2,57 2,67 20
V3 V2 0,44 0,54 0,64 20
Fórmulas: DH = (FS - FI) x 100 ....... FM = (FS + FI) / 2
Fl.: 020/020

3) Referências Bibliográficas:

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13.133. Execução de Levantamento Topográfico. Rio de
Janeiro, 1994.

CEFET - Centro Federal de Educação Tecnológica. Apostila de Topografia II Altimetria. Departamento Acadêmico da
Construção Civil. SC. 21p.

http://www.heliodon.com.br/calcular_declinacao_2.html acessado em 18/05/2012

Bibliografias Sugeridas:

COMASTRI, J. A. & GRIPP, J. Topografia Aplicada; med


medição divisão e demarcação – Viçosa UFV, 1998. 203p.: il.

COMASTRI, José A.; TULER, José C.. Topografia – Altimetria. Universidade Federal de Viçosa. Imprensa
Universitária. 2ª Edição. Viçosa/MG, 1990.

LOCH, Carlos; CORDINI, Jucilei. Topografia contempo


contemporânea:
rânea: planimetria. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1995 320p.

Silva, Moacir Souza e. Manual de altimetria. Textos Acadêmicos. Lavras, MG: Ed. UFLA, 2002 149 p.

Pinto, Luiz Edmundo Kruscwsky; Universidade Federal da Bahia. Curso de topografia. 2. ed. Salvado
Salvador: Centro Editorial
e Didaticao da UFBA, 1988 339 p.

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