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GEOMETRIA
GRÁFICA PARA
ENGENHARIA
REVISÃO:
BRENDA CHAVES COELHO LEITE
CHENG LIANG YEE
EDUARDO TOLEDO SANTOS
ELSA VÁSQUEZ ALVAREZ (ED.)
FABIANO ROGERIO CORRÊA
FERNANDO AKIRA KUROKAWA
JOÃO ROBERTO DIEGO PETRECHE
SÉRGIO LEAL FERREIRA
2022
TEORIA
PCC3101 GEOMETRIA GRÁFICA PARA ENGENHARIA
Índice
1.1 Objetivos............................................................................................................................... 3
2 GEOMETRIA DESCRITIVA............................................................................................. 18
2.1 Objetivos............................................................................................................................. 18
2.8 Objetivos............................................................................................................................. 42
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DESENHO GEOMÉTRICO
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PCC3101 GEOMETRIA GRÁFICA PARA ENGENHARIA
1 DESENHO GEOMÉTRICO
1.1 OBJETIVOS
▪ Entender o conceito de lugar geométrico (LG), e ser capaz de identificar e construir
alguns dos principais lugares geométricos usados no desenho geométrico.
▪ Aprender o Método dos Lugares Geométricos.
▪ Adquirir habilidades na resolução dos problemas geométricos bidimensionais
(geometria plana).
1.2 INTRODUÇÃO
Nesta parte do curso nos preocuparemos com os elementos geométricos
bidimensionais, e o objetivo será o aprendizado da construção de alguns deles, enfatizando
problemas de tangência. O conceito de tangência é intuitivo e dois casos típicos são
mostrados na Figura 1.1.
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DESENHO GEOMÉTRICO
Figura 1.3: Exemplos de ângulos central (), inscrito () e secante ()
Para se ter uma idéia dos tipos de problemas que trataremos, apresentam-se a seguir
dois exemplos:
Exemplo 1: Dados uma circunferência de raio r, uma reta t e uma distância s,
traçar as circunferências de raio s que são tangentes externamente à circunferência dada e à
reta t (Figura 1.4).
1
Veja um exemplo em http://www.mathsisfun.com/geometry/construct-ruler-triangle.html
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PCC3101 GEOMETRIA GRÁFICA PARA ENGENHARIA
Ambos são problemas que têm aplicações práticas interessantes. Basta pensar em
um sistema de engrenagens ou polias, por exemplo. Pare e pense um pouco se você é capaz
de resolvê-los. De fato, são problemas complexos, que são muito difíceis de serem
resolvidos sem o auxílio de um método. A seguir apresentaremos um método para solução
de diversos problemas planos semelhantes a estes, e cujo raciocínio pode ser usado
inclusive para resolução de problemas espaciais (como veremos no Capítulo 2 sobre
Geometria Descritiva).
2
Este livro pode ser encontrado nas bibliotecas central da Poli e da eng. Civil (localização: EPBC
/744 - M345c - v.2 ou EPEC /744 - M345c - v.2)
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DESENHO GEOMÉTRICO
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PCC3101 GEOMETRIA GRÁFICA PARA ENGENHARIA
Agora, que você já viu o Método dos Lugares Geométricos, vamos começar a tratar
dos principais lugares geométricos. Não se iluda com a aparente simplicidade deles.
Leve o estudo com seriedade! Entenda bem tanto suas definições como as construções.
1.4.1 A circunferência
O Lugar Geométrico dos pontos que “enxergam” uma circunferência sob um ângulo
dado também é uma circunferência. Acompanhemos a construção:
Dada a circunferência de centro C e o ângulo α, traça-se uma reta s de T1 a C e a
reta t1 que sai de T1 e é perpendicular a s. Traça-se uma reta a partir de C formando α com
s e obtém-se T2 (ponto da circunferência). A partir de T2 traça-se uma reta t2 perpendicular
que, por isso, será tangente à circunferência. As retas t1 e t2 se cruzarão no ponto A que é
um dos infinitos pontos que “enxergam” a circunferência segundo o ângulo α O Lugar
Geométrico procurado é uma circunferência de centro C e raio CA (Figura 1.7).
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DESENHO GEOMÉTRICO
Figura 1.7: Construção dos pontos que “enxergam” a circunferência C sob o ângulo α.
Este exercício resolvido pode nos servir também como um exemplo de como usar o
Método dos Lugares Geométricos: (1) Esboçamos (à mão livre) num rascunho os dados do
problema, as circunferências (A, rA) e (B, rB) (2) Esboçamos apenas uma solução, a
circunferência (C, rC) (3) Obtemos as propriedades geométricas de dois LGs de um único
ponto, o centro C (4) Desenhamos na folha original do enunciado os dois LGs, as
circunferências (A , rC + rA) e (B , rC + rB) completas (e não apenas dois arcos passando
por C); (5) Encontramos nas suas interseções todos os pontos que (somente eles) são os
centros das circunferências solução do problema.
Encontre agora na figura 1.9 o centro da outra circunferência solução, e depois
releia com atenção o quadro II – Como obter as Propriedades (LGs) do ponto.
Faça o exercício 1-5.
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1.4.2 A mediatriz
Como os dois pontos fixos dados definem um segmento, diz-se que a mediatriz de
dois pontos A e B é a mediatriz do segmento AB. Como conseqüência óbvia a mediatriz
cruza com o segmento AB no seu ponto médio.
Para construí-la com compasso obtemos dois de seus pontos e os ligamos (ver P1 e
P2 na Figura 1.11 abaixo). Para obter o ponto P1 abre-se o compasso com uma abertura
qualquer ligeiramente maior que a metade do segmento AB, com a ponta seca no ponto A
risca-se um arco. Depois, com a mesma abertura de compasso e ponta seca no ponto B
risca-se outro arco cruzando com o primeiro. Para encontrar o ponto P2 faz-se a mesma
coisa com a mesma ou outra abertura, de preferência para o outro lado do segmento AB.
Para se obter P1 (ou P2, já que o processo é o mesmo), pense em termos de lugares
geométricos: o ponto P1 dista igualmente de A e de B. Seja esta distância comum igual à d1,
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DESENHO GEOMÉTRICO
então o ponto P1 dista d1 de A. Qual o Lugar Geométrico dos pontos que distam d1 de A?
(você já deve saber que é uma circunferência). O ponto P1 também dista d1 de B. Qual o
Lugar Geométrico associado? O ponto P1 fica definido pela interseção dos dois arcos
obtidos. O mesmo processo é usado para se achar o ponto P2.
Podemos agora provar que a reta obtida é de fato o Lugar Geométrico dos pontos
equidistantes de A e B. Por construção (Figura 1.10), os triângulos P1AP3 e P1BP3 são
congruentes (P1P3 comum, P1A ≡ P1B, P3A ≡ P3B). Assim, a reta P1P3 é bissetriz do ângulo
P1. Daí, os triângulos P1AM e P1BM são congruentes e AM ≡ MB. Logo, o ângulo em M é
reto, o que significa que AB e P1P3 são perpendiculares. Tomando-se um ponto qualquer P2
em P1P3, por congruência de triângulos (P2MA ≡P2MB, P2M comum, AM ≡ MB, M
reto) sai que os segmentos P2A e P2B têm o mesmo comprimento. Logo, qualquer ponto
pertencente à reta P1P3 dista igualmente de A e B.
Faça os exercícios 1-6 e 1-7
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DESENHO GEOMÉTRICO
Par de paralelas: dadas uma reta e uma distância, o LG par de paralelas é o conjunto
de pontos que estão à distância dada da reta.
Sua construção pode ser feita por meio de esquadros (Figura 1.18).
A partir de um ponto P qualquer da reta dada trace uma perpendicular (com
esquadros ou régua e compasso) e sobre ela marque os pontos P´ e P´´ à uma distância d da
reta. Pelos pontos P´ e P´´ trace o par de paralelas com os esquadros.
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DESENHO GEOMÉTRICO
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DESENHO GEOMÉTRICO
Seja um ponto P em uma posição tal que Pot(P, A) = Pot(P, B) e um ponto N sobre
AB tal que Pot(N, A) = Pot(N, B).
Sejam dados dois pontos A e B e uma circunferência (C, r), conforme ilustrado na Figura
1.25. O problema é achar as circunferências que passam por A e B e são tangentes (interna
ou externamente) à circunferência (C, r).
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PCC3101 GEOMETRIA GRÁFICA PARA ENGENHARIA
Para entender como resolver esse problema usando o LG eixo radical, desenhe uma
circunferência D qualquer que passe por A e B, e que seja secante à (C, r). O centro desta
circunferência deve estar sobre a mediatriz do segmento AB (acompanhe na Figura 1.26).
Desenhe outra circunferência E, diferente da primeira, e que também passe por A e B.
Trace os eixos radicais de C e D e de C e E. Eles se interceptam no ponto P sobre a reta
AB. O ponto P tem a mesma potência em relação à circunferência C e em relação a todas as
circunferências do feixe de circunferências que passam por A e B (qual é o eixo radical das
circunferências deste feixe?).
Vemos então que todas as circunferências que passam por A e B e são secantes à
circunferência C definem eixos radicais que passam por um ponto P. Este ponto é
denominado centro radical. Veja que essa propriedade vale também para o caso limite da
circunferência ser tangente à C. Pense então neste caso limite, quando a circunferência
secante passa a ser tangente à C, e desenhe o eixo radical correspondente.
Você deve perceber que, antes de encontrar os centros das circunferências
tangentes, deverá achar os seus pontos de tangência com C. Para isto usamos um ponto
auxiliar, o centro radical P, desenhando dois LGs (dois eixos radicais). Então, a partir de
P, achamos os pontos de tangência e os unimos ao centro de C. Teremos assim retas que
são outros LGs dos centros, além do LG mediatriz de AB (lembrando: o ponto de
tangência entre duas circunferências está na reta que une os seus centros).
Na apostila de exercícios, além dos 30 exercícios propostos, que você deve procurar
resolver usando o método dos lugares geométricos, apresentamos mais alguns exercícios
complementares. Alguns fáceis, alguns verdadeiros desafios para que você exercite as
idéias. Você deve prestar atenção no “uso de simetrias” e “na contração e dilatação de
circunferências” usados na resolução de alguns destes problemas3.
3
Como bibliografia complementar, sugerimos o livro Desenho Geométrico de Benjamin de A.
Carvalho disponível na biblioteca da Civil (localização: EPEC /744 - C253d3)
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GEOMETRIA DESCRITIVA
2 GEOMETRIA DESCRITIVA
2.1 OBJETIVOS
O objetivo principal é apresentar ao leitor os fundamentos da Geometria Descritiva
(GD), que é uma ferramenta gráfica bidimensional para a representação e solução de
problemas geométricos do espaço tridimensional. Nossa experiência indica que o tema,
apesar de ser de fácil leitura e compreensão, é de difícil aplicação para os iniciantes. A
melhor forma de se dominar a aplicação da Geometria Descritiva é complementar o esforço
de compreensão dos conceitos com exercícios. Estes servem tanto para praticar a
representação dos elementos geométricos usando uma notação adequada quanto para fixar a
utilização das estratégias de solução de problemas geométricos que se aprendeu em
exercícios anteriores, em geral mais simples.
Um Raio Visual (ou projetante) parte do Centro de Projeção, passa por um ponto
genérico P do objeto, e atinge o Quadro de Projeção em P’. Dizemos que o ponto P’ é a
projeção de P em . Projetando-se todos os pontos do objeto, obtém-se a sua projeção.
Quando o Centro de Projeção está a uma distância finita (cuidado com os
conceitos de finito e infinito 4), aqueles objetos que estão mais próximos do Centro de
Projeção têm projeção maior do que aqueles mais distantes, como mostrado na Figura 2.2.
4
Se você consegue dar um valor limitante para distância, por maior que seja, ela é finita. Por
exemplo, se digo que a distância entre você e a Praça do Relógio é menor que um milhão de anos luz, então
essa distância é finita.
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Quando o Centro de Projeção está a uma distância finita, temos o Sistema Cônico
de Projeção (Figura 2.1 e 2.2), e quando está a uma distância infinita, temos o Sistema
Cilíndrico de Projeção (Figura 2.4)5.
5
Trata-se então de uma abstração, certo?
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GEOMETRIA DESCRITIVA
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PCC3101 GEOMETRIA GRÁFICA PARA ENGENHARIA
Figura 2.8: Sistema de Monge (dois quadros de projeção perpendiculares entre si).
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GEOMETRIA DESCRITIVA
Assim, a posição de um dado ponto P pode ser totalmente descrita por suas
projeções em e , dispostos em um único plano denominado épura. Na Figura 2.11, a
representação da épura é a que está do lado direito. Na épura, logo acima e abaixo da Linha
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PCC3101 GEOMETRIA GRÁFICA PARA ENGENHARIA
de Terra normalmente são identificadas as regiões positivas6 dos planos que dão origem a
ela (com os nomes e , ou simplesmente com os algarismos 1 e 2).
Ainda na Figura 2.11, o segmento que une as duas projeções do ponto P ( P1 e P2) é
denominado Linha de Chamada. Perceba que ela deve ser perpendicular à Linha de Terra.
Convencionaremos neste curso designar o plano 1, que contém os eixos x e y, de Plano
Horizontal de Projeção, e o plano 2, que contém os eixos x e z, de Plano Vertical de
Projeção. A projeção de um ponto no Plano Horizontal de Projeção é usualmente
denominada Projeção Horizontal (P1), e a projeção sobre o Plano Vertical de Projeção,
de Projeção Vertical (P2).
Em resumo, um ponto no espaço pode ser completamente especificado dadas as
suas projeções ortogonais em dois planos perpendiculares, uma vez que temos, no conjunto
das projeções, as três coordenadas x, y, z de cada ponto.
Os planos vertical e horizontal de projeção dividem o espaço em quatro espaços
chamados Diedros como é mostrado na Figura 2.12.
6
Veremos mais adiante as partes positivas e negativas dos Planos de Projeção.
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GEOMETRIA DESCRITIVA
2.4.1 Objetivos
Os elementos geométricos principais para a resolução de qualquer problema
espacial são pontos e retas. Nesta seção, examinaremos esses entes procurando fomentar o
amadurecimento de idéias relacionadas ao espaço geométrico, como representado no
Sistema de Monge.
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PCC3101 GEOMETRIA GRÁFICA PARA ENGENHARIA
r2
r1 A1
B1
Figura 2.15: Perspectiva e épura dos Traços Horizontal (T) e Vertical (Q) de uma
reta qualquer.
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GEOMETRIA DESCRITIVA
Figura 2.16: Perspectiva e épura dos Traços de uma reta que intercepta a Linha de
Terra.
Veja que o Traço no Plano Horizontal (ponto T) tem cota nula e, portanto, na épura,
a Projeção Vertical de tal Traço deve estar sobre a Linha de Terra. Raciocínio análogo
pode ser feito para o Traço no Plano Vertical. Note também que as Linhas de Chamada são
sempre perpendiculares à Linha de Terra. Na figura abaixo, temos a representação de retas
em posições particulares. Você conseguiria encontrar os traços destas retas?
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PCC3101 GEOMETRIA GRÁFICA PARA ENGENHARIA
2.5 PLANOS
2.5.1 Objetivos
Prosseguiremos analisando os principais elementos da Geometria Descritiva.
Veremos agora os planos e suas relações com pontos e retas, elementos que já vimos no
item 2.4. Vamos ter agora três elementos; assim o número de combinações e inter-relações
entre eles é necessariamente maior que quando tínhamos apenas pontos e retas para estudar.
Concretamente, algumas das relações a serem estudadas são:
• Interseção de plano com os Quadros de Projeção e
• Pertinência de ponto a plano;
• Interseção de plano com plano;
• Interseção entre reta e plano.
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GEOMETRIA DESCRITIVA
Se você atentar bem, e , que são retas e estão contidas respectivamente
em e , se interceptam em um ponto A pertencente à Linha de Terra. Isso deveria
realmente acontecer, pois a Linha de Terra é resultado da interseção , e a interseção
de uma reta e um plano é um ponto. Daí:
() =A ()() =A
A épura fica então como a Figura 2.19.
A Figura 2.19 é realmente importante. Note que cada Traço do plano , que são
retas, tem duas projeções. Por exemplo, a reta tem as projeções ()1 e ()2.
Ocorre que a projeção ()1 está exatamente sobre o plano e a projeção ()2,
exatamente sobre a Linha de Terra. Então, para evitarmos confusão de linhas, símbolos e
índices, podemos convencionar representar apenas a projeção mais significativa do Traço,
ou seja, aquela que não coincidir com a Linha de Terra. Deste modo, com essa
simplificação, a épura da Figura 2.19 fica sendo como mostrada na Figura 2.20. Simplifica-
se também a notação: de para , por exemplo.
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PCC3101 GEOMETRIA GRÁFICA PARA ENGENHARIA
Um plano no espaço fica definido de várias maneiras: a) quando são dados três de
seus pontos (distintos); b) quando são definidas uma reta e um ponto fora dela, ambos
pertencentes ao plano; c) dadas duas retas paralelas ou concorrentes; d) sua normal (reta
perpendicular ao plano) e um ponto do plano; e) uma reta contida no plano e o requisito de
que o plano deve ser paralelo a uma outra reta, etc.
Realmente, existem várias formas de se especificar um plano no espaço, mas
convencionaremos que um plano somente é conhecido em Épura se os Traços nos Planos
de Projeção são dados.
Como exemplo, suponha que são dados três pontos A, B e C pertencentes a um
plano , e pede-se determinar os Traços de . Para achar um ponto pertencente ao Traço de
em , basta unir dois pontos dados, digamos A e B, e determinar o Traço da reta AB em
. Determinando-se os Traços de, digamos, AB e AC, nos Planos de Projeção, e ligando
pontos correspondentes, pode-se determinar os Traços do plano . A situação toda está
ilustrada na Figura 2.21 Isso acontece porque os traços (horizontal / vertical) de um plano
contêm os traços (horizontais / verticais) de todas as retas contidas nesse plano.
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GEOMETRIA DESCRITIVA
Figura 2.21: Traços de um plano a partir dos Traços de retas que passam por 3 pontos contidos no
plano.
Figura 2.22: Traços (retas AB e CD) de um plano e Traços (pontos A, B, C e D) de retas nele
contidas.
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PCC3101 GEOMETRIA GRÁFICA PARA ENGENHARIA
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Arbitrária, e não “aleatória” como muitos estudantes dizem. Esse erro dá até arrepios!
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GEOMETRIA DESCRITIVA
Plano Definição
Horizontal
Frontal
Vertical ⊥
De Topo ⊥
De Perfil ou ⊥ L.T.
Paralelo à Linha de Terra ⊥ ou L.T.
Contém a Linha de Terra ⊃ L. T.
Onde:
plano particular;
plano de projeção horizontal;
plano de projeção vertical;
plano de projeção lateral ( ⊥ e ⊥ ).
A Figura 2.22 e a Figura 2.23 ilustram esses planos e suas respectivas épuras.
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GEOMETRIA DESCRITIVA
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2.6 MÉTODOS
2.6.1 Objetivos
Veremos agora métodos geométricos poderosos para resolver problemas mais
difíceis. Se você realmente aprender este conteúdo, ficará bem claro que a resolução de
problemas em Geometria Descritiva não se baseia em um amontoado de regras arbitrárias,
mas sim em operações bem fundamentadas na geometria das projeções cilíndricas.
Concretamente, veremos dois métodos: Resolução de problemas na épura por Rotação de
Objetos e por Mudança de Planos de Projeção.
2.6.2 Rotações
Um problema clássico é a determinação da Verdadeira Grandeza (VG) de entes
geométricos, como segmentos de reta e áreas de polígonos, quando estes estão
representados na épura. Suponha que você deva obter o comprimento do segmento AB
representado na épura da Figura 2.24.
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GEOMETRIA DESCRITIVA
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GEOMETRIA DESCRITIVA
Plano
auxiliar
vertical
8
Uma foto é uma projeção, não é mesmo?
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PCC3101 GEOMETRIA GRÁFICA PARA ENGENHARIA
Note que, no primeiro caso (Figura 2.27), a cota do ponto, ou a distância do ponto P
à é constante, independente da posição do Plano Vertical ( ou outros).
Pode-se então colocar o Plano Vertical onde quisermos, sendo que, na épura, a
cota dos pontos representada em deve ser a mesma representada em .
Analogamente, se desejarmos substituir o Plano de Projeção Horizontal (1), nota-se
que o afastamento do ponto não se altera (Figura 2.30), e é a medida deste que deve ser
transportada para a projeção no novo plano horizontal, 3.
A essa operação de colocarmos Planos de Projeção adicionais na épura chamamos
de Mudança de Planos. Ela pode ser usada, por exemplo, para a obtenção da VG de figuras
no espaço.
Por exemplo, na Figura 2.27 é mostrada a obtenção da VG do segmento AB por
mudança de plano vertical. Será que a VG deste segmento poderia ser obtida por mudança
de plano horizontal? Experimente e veja se chega ao mesmo resultado.
Faça os exercícios 2.13 e 2.14
Como o exercício 2.14 é muito importante, sua resolução é mostrada na Figura 2.30.
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GEOMETRIA DESCRITIVA
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GEOMETRIA COTADA
2.8 OBJETIVOS
▪ Aprender os conceitos básicos das projeções cotadas, uma maneira conveniente de
representar superfícies geométricas e topologicamente complexas;
▪ Adquirir capacidade de resolver problemas geométricos espaciais usando projeções
cotadas.
2.9 INTRODUÇÃO
Assim como a Geometria Descritiva (GD), a Geometria Cotada (baseada em
projeções cotadas) é uma poderosa ferramenta gráfica para a representação e resolução de
problemas geométricos espaciais. A Geometria Cotada é especialmente adequada quando
os problemas envolvem superfícies topográficas9 que são difíceis de representar utilizando
a GD.
Dessa forma, a Geometria Cotada (GC) encontra inúmeras aplicações no desenho
técnico, principalmente no caso de objetos que apresentam superfícies topologicamente
complexas como a superfície de um terreno ou o casco de um navio. Essa classe de
superfícies aparece mais comumente nas engenharias civil e de minas, na agronomia,
engenharia florestal, geologia e, em menor escala, nas engenharias naval, aeronáutica,
automobilística e mecânica.
Para representar elementos geométricos tridimensionais num plano bidimensional
(uma folha de papel, por exemplo), a Geometria Cotada utiliza um sistema de
representação denominado de Projeções Cotadas. Em essência, trata-se de uma
representação semelhante à GD, porém substitui-se a projeção no plano vertical pelo valor
da cota dos pontos, escritos numericamente junto às suas projeções no plano horizontal.
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Superfície Topográfica é qualquer superfície que apresente uma única cota (altura) para cada par
(abscissa, ordenada).
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PCC2121 GEOMETRIA GRÁFICA PARA ENGENHARIA
10
Lê-se “um para um”, “um para dois”, etc.
11
Lembre-se que agora não usaremos mais o plano de projeção vertical para representar elementos,
como fazíamos na GD.
12
Todos os pontos do plano de referência têm cota zero.
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GEOMETRIA COTADA
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PCC2121 GEOMETRIA GRÁFICA PARA ENGENHARIA
• Distância entre 2 pontos: Essa distância não é medida diretamente no desenho, mas
determinada algebricamente através de relações geométricas elementares (dAB na Figura
2.33).
• Distância horizontal entre 2 pontos: É o comprimento da projeção do segmento cujos
extremos são os pontos, ou seja, é a distância entre as projeções dos dois pontos. Numa
representação em folha cotada essa distância é medida diretamente sobre as projeções
dos pontos tomando-se o cuidado de considerar, entretanto, a escala na qual o desenho
está representado (DH na Figura 2.33).
• Distância vertical entre 2 pontos: É o valor absoluto da diferença de cotas entre os
pontos. Observe que o valor dessa distância é obtido algebricamente e, dessa forma, a
escala do desenho não afetará o seu resultado (DV na Figura 2.33).
Na Figura 2.32, percebe-se que distância vertical entre A e B é 2,6 m (4,3 m menos
1,7 m). Por outro lado, medindo-se no desenho o comprimento do segmento A1B1
encontra-se 38 mm; sabendo-se que esta folha cotada adota uma escala de 1:100 (isto é,
uma distância de 1 mm no desenho corresponde a 100 mm no objeto real) conclui-se que a
distância entre as projeções representadas em 1 é 3.800 mm ou 3,8 m. Essa é, também, a
distância horizontal entre os pontos A e B. Aplicando o Teorema de Pitágoras, a distância
efetiva entre os pontos A e B é:
Figura 2.33: Distâncias vertical (DV), horizontal (DH) e efetiva (dAB) entre 2
pontos e a inclinação da reta AB ()
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GEOMETRIA COTADA
A inclinação de uma reta é o ângulo que essa reta faz com o plano de projeção, isto é,
o ângulo que ela faz com a sua projeção ortogonal nesse plano.
A inclinação da reta AB, denotada por , pode ser calculada através da expressão:
= arctan (DV/DH).
Na Figura 3.3, o ângulo de inclinação da reta AB em relação ao plano 1 é:
= arctan (DV/DH), onde DV = 2,6 m e DH = 3,8 m.
Então,
= arctan (2,6/3,8) = arctan (0,684) z 34,4o.
Da mesma forma, define-se a declividade:
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PCC2121 GEOMETRIA GRÁFICA PARA ENGENHARIA
Em uma folha cotada, onde está representada uma reta AB, podemos, por operações gráficas,
determinar a sua inclinação e a sua declividade. A idéia é relativamente simples: basta
desenhar o ângulo formado entre reta AB e sua projeção A1B1.
Como AB e A1B1 estão contidas no plano vertical que passa por A1B1, para desenhar o
ângulo no papel precisamos rotacionar este plano vertical de 90o, fazendo-o coincidir com o
plano horizontal (“deitar” o plano vertical sobre o plano horizontal). Para isso podemos
escolher A1B1 como eixo de rotação.
Na prática basta:
a. Traçar uma reta perpendicular à A1B1, passando por A1 (linha de chamada);
b. Marcar nesta linha de chamada a projeção A2 (“projeção de A num plano vertical
2”) cuja distância a partir de A1B1 (que está no plano horizontal – cota zero) é
igual à cota de A (altura do ponto A ou sua distância ao plano de projeção
horizontal 1), aplicando a escala do desenho.
c. Traçar uma reta perpendicular à A1B1 e passando por B1 (linha de chamada);
d. Marcar na reta o ponto B2 cuja distância a partir de A1B1 é igual a cota de B,
aplicando a escala do desenho (analogamente ao que foi feito para o ponto A).
Assim, o ângulo de inclinação da reta AB (ângulo entre A2B2 e A1B1) pode ser medido
diretamente, quando se aplicam nas cotas a escala do desenho.
47
GEOMETRIA COTADA
Define-se intervalo de uma reta como a distância horizontal entre dois pontos
quaisquer dessa reta que apresentam diferença de cotas igual a 1 unidade
(normalmente 1 metro).
Isso mostra que, partindo-se da projeção A1, ao deslocarmos 1,46 cm (lembre-se que o
desenho está representado em escala 1:100) sobre A1B1, estaremos num ponto M da reta
AB com cota 1 m acima de A1,7 (cota de M = 1,7 m + 1 m = 2,7 m).
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PCC2121 GEOMETRIA GRÁFICA PARA ENGENHARIA
que é a expressão da declividade calculada com os pontos A e M. Como A1M1 pode ser
obtido por leitura direta na folha, medindo-se o segmento A1M1 e considerando a escala do
desenho, obtém-se como resultado A1M1 = 2,6 m. Assim, tem-se que:
ZM = 2,6 m * 0,684 + 1,7 m = 3,48 m, que é a cota do ponto M da reta AB.
Da mesma forma, poderemos resolver o problema inverso, isto é, determinar
a projeção N1 de um ponto da reta AB que tem uma cota dada, por exemplo, 3,0 m
(observe a Figura 2.37).
3,0m − 17. m 3,0m − 1,7m
= 0,684 A1N1 = = 1,90m
A1 N 1 0,684
49
GEOMETRIA COTADA
Assim, para que um ponto pertença a uma reta são necessárias as seguintes
condições:
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Quando a cota do ponto comum não é dada, pode ser facilmente determinada, algébrica
ou graficamente como referido anteriormente. Feita essa determinação para cada reta e
verificando-se que a cota do ponto comum é a mesma para ambas as retas, conclui-se que
essas retas são concorrentes naquele ponto. A Figura 2.41 mostra duas retas r e s
concorrentes num ponto de cota igual a 3,7.
Rr
r1 Ss
5
R13,7
4
3
4 3
s1 5
6
S13,7
r1
5
4
3
4 3
s1 5
6
Retas paralelas
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• 3 pontos não-colineares.
• Uma reta e um ponto não pertencente a ela.
• Duas retas paralelas ou por duas retas concorrentes.
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(i) escolhemos arbitrariamente um ponto P do plano que será mantido fixo durante
todo o processo. Para facilidade de demonstração, tomaremos um ponto P de cota
unitária;
(ii) escolhemos agora outro ponto de , muito longe de P, que referiremos como ponto
Q. Esse ponto Q pode ser qualquer, mas o tomaremos sobre a interseção de
com 1. Medimos o ângulo de inclinação da reta PQ com o plano horizontal. Esse
ângulo é muito pequeno (no limite é nulo), pois a distância vertical é constante e a
distância horizontal tende a infinito (PQ = DVPQ/DHPQ=1/=0).
(iii) escolhendo um ponto Q (ainda na reta de interseção de com 1) cada vez mais
próximo ao ponto P, o ângulo de inclinação PQ da nova reta PQ aumentará
progressivamente, pois a distância horizontal diminui;
(iv) por outro lado, como já vimos, quando o ponto Q se afasta de P, caminhando
sobre a reta de interseção de com 1, o ângulo de inclinação PQ da reta PQ
novamente decresce, tornando-se, no limite, zero;
(v) assim, pode-se concluir que a inclinação da reta PQ atingirá seu valor máximo
quando a distância horizontal (DHPQ) for mínima. Isso ocorre quando a reta
projetada P1Q1 for perpendicular à reta de interseção de com 1. Como esta reta
de interseção de com 1 é, obviamente13, uma reta horizontal de , tem-se que a
reta PQ é, também, perpendicular à reta de interseção de com 1 (nesse caso, em
particular, o perpendicularismo entre as retas se mantém na projeção14).
Sendo assim, definimos:
Uma reta de maior declive (ou de maior inclinação) é uma reta do plano
perpendicular à reta de interseção do plano com 1
Uma reta de maior declive é uma reta do plano perpendicular a qualquer reta
horizontal do plano.
Vale ressaltar que uma reta de maior declive de um plano define completamente o
plano, por isso nas projeções cotadas os planos geralmente são representados por uma de
suas retas de maior declive.
Note que um plano contém infinitas retas de maior declive. Todas são paralelas
entre si.
É interessante observar que a reta de maior declive indica a direção de mínima
energia desse plano: uma esfera (que pode rolar livremente num determinado plano) ao ser
abandonada descerá plano abaixo segundo sua reta de maior declive. Da mesma forma, a
13
Afinal, qualquer reta contida num plano horizontal ( 1) também é horizontal!
14
Isso ocorre, pois, pelo menos uma das retas é paralela ao plano de projeção, no caso a horizontal.
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água da chuva, ao cair num telhado plano, percorrerá a direção da sua reta de maior declive
(linhas hidrodinâmicas).
Figura 2.48: Inclinação do plano e ângulo de inclinação de sua reta de maior declive
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Figura 2.52: Representação de um plano qualquer pela sua reta de maior declive
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Isto é, as retas de maior declive dos planos não são paralelas (Figura 2.54).
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3 SUPERFÍCIES TOPOGRÁFICAS
3.1 OBJETIVOS
▪ Aprender os conceitos básicos sobre as superfícies topográficas;
▪ Desenvolver algumas aplicações da Geometria Cotada em problemas típicos.
3.2 INTRODUÇÃO
Vimos anteriormente que os principais elementos geométricos (como ponto, reta ou
plano) podem ser representados por suas projeções cotadas num plano horizontal tomado
como referência. A projeção horizontal de um ponto é complementada com o valor de sua
cota definindo-o, dessa forma, univocamente. A Figura 3.1 mostra a projeção cotada de
uma reta AB e a reta de maior declive de um plano .
A
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SUPERFÍCIES TOPOGRÁFICAS
Observe a Figura 3.2. Nela está representada uma parte de uma curva por meio da
‘discretização’, baseada nas marcações de suas cotas inteiras, e o seu perfil. O perfil da
curva é um diagrama que representa um sistema de projeção ortogonal, cujos planos
verticais têm como traço 15 no plano horizontal os segmentos retos (por exemplo, o
segmento L da figura) resultantes da curva discretizada. As cotas são lidas diretamente dos
pontos da curva. Nesse diagrama as abscissas e as cotas podem estar representadas em
escalas diferentes.
Dessa forma, uma superfície topográfica não admite exatidão no seu estudo ou na
sua representação. As soluções dos problemas não são exatas e apenas darão orientação
básica para a resolução dos mesmos.
15
Isto é, interseção.
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A Figura 3.4 apresenta exemplo de uma superfície topográfica, com suas curvas de
nível sobrepostas à fotografia aérea.
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SUPERFÍCIES TOPOGRÁFICAS
Observe a Figura 3.5 onde estão representados um terreno por suas curvas de nível
de metro em metro, e os pontos A, B e C. Vamos verificar inicialmente se os pontos A e B
pertencem à superfície desse terreno.
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determinada por interpolação é menor que o valor real; por outro lado, se o terreno for
côncavo, a cota de Q é maior que o seu valor real.
No nosso exemplo, por interpolação tem-se que a curva de nível da superfície que
passa pelo ponto Q tem cota 171,3 metros. Como o ponto B tem cota 171,7 m concluímos
que esse ponto não pertence à superfície desse terreno, situando-se 0,40 metros acima dela.
Por outro lado, sabendo que o ponto C pertence a esse terreno, podemos determinar
a sua cota. Usaremos, para isso, esse mesmo método: “desenhar” a curva de nível desse
terreno que contém o ponto C considerado. Visualmente constatamos que a cota do ponto
C está compreendida entre 170 e 171. Repetindo-se o mesmo processo de interpolação
linear aplicado anteriormente para o ponto Q determinamos que a cota de C é igual a 170,7
m.
Faça agora o exercício 4.1.
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SUPERFÍCIES TOPOGRÁFICAS
Como acabamos de mencionar, as águas das chuvas escoam do ponto mais alto para
o ponto mais baixo do terreno, seguindo as Linhas Hidrodinâmicas, A curva formada por
pontos onde ocorrem o encontro das águas é denominada de ravina, e equivale o trajeto
dos rios . Por outro lado, A curva formada por pontos onde partem as linhas
hidrodinâmicas é denominada de espigão, e equivalem aos divisores das bacias
hidrográficas.
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240
Escala 1: 2.000
230
220
210
200
190
180
A Escala 1: 10.000 B
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SUPERFÍCIES TOPOGRÁFICAS
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Corte
Aterro
Aterro
Figura 3.9: Interseção de um plano com uma superfície - regiões de aterro e corte.
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SUPERFÍCIES TOPOGRÁFICAS
Figura 3.10: Linhas de encontro das saias de aterro de uma barragem com a
superfície do terreno.
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▪ Jazida: uma camada, filão ou veio de minério, usualmente considerado como sendo
um plano inclinado de espessura uniforme. As capas da jazida são as faces
(planos) superior e inferior da mesma.
▪ Barragem: uma obra civil destinada a represar água de um rio. Pode ter formato
prismático (usualmente com secção trapezoidal), em arco, etc. Pode ser de concreto,
terra, etc. O topo da barragem é denominado “crista”. Bordos laterais são as
bordas da crista.
▪ Saias de aterro: são taludes (inclinações) resultantes do aterro de uma certa área de
terreno, isto é, rampas que se formam em torno de uma área que sofreu trabalhos de
terraplenagem, e que tinham, originalmente, cotas mais baixas.
▪ Montante: nome dado à região rio acima, isto é, entre o ponto mencionado e a
cabeceira ou nascente de um rio. As águas do rio correm em sentido contrário à sua
montante.
▪ Jusante: nome dado à região rio abaixo, isto é, entre o ponto mencionado e a foz de
um rio. As águas correm em direção à jusante do rio.
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