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GEORREFERENCIAMENTO DE
IMÓVEIS RURAIS
CARTOGRAFIA GERAL
APLICADA
2020
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
SUMÁRIO
1. Introdução ............................................................................................................................ 6
1.1. Definições ............................................................................................................................ 6
1.2. Generalidades sobre Cartas e Mapas. .................................................................................. 7
1.3. Características das Cartas .................................................................................................. 10
1.4. Classificação ...................................................................................................................... 10
1.4.1. Quanto à finalidade (ABNT) ............................................................................................. 10
1.4.2. Classificação segundo a Diretoria do Serviço Geográfico do Exército (DSG) ................. 11
2. Processo Cartográfico ........................................................................................................ 12
2.1. Aquisição de Mapas .......................................................................................................... 12
3. Superfícies de referência usadas em cartografia. .............................................................. 17
3.1. Superfície de referência geoidal ........................................................................................ 17
3.2. Superfície de referência esférica ....................................................................................... 17
3.3. Superfície de referência elipsoidal .................................................................................... 18
3.4. O relacionamento entre as superfícies física, geoidal e elipsoidal. ................................... 19
4. Geometria do Elipsoide. .................................................................................................... 20
4.1. Raios de curvatura do elipsoide de revolução. .................................................................. 21
4.2. Comprimento de um arco de meridiano (S) ...................................................................... 23
4.3. Área de um setor elipsóidico (A)....................................................................................... 24
4.4. Área de um quadrilátero elipsóidico (T) ........................................................................... 25
4.5. Aproximação esférica. ....................................................................................................... 25
5. Sistemas de Referência ...................................................................................................... 26
5.1. Sistemas de Coordenadas Geográficas e Geodésicas ........................................................ 26
5.2. Latitudes Geocêntrica e Reduzida. .................................................................................... 28
5.3. Sistemas de Coordenadas Cartesianas Tridimensionais. ................................................... 29
5.4. Transformação de Coordenadas Geográficas em Cartesianas........................................... 29
5.5. Transformação de Coordenadas Cartesianas em Geográficas. .......................................... 30
6. Datum. ............................................................................................................................... 33
6.1. Datum Horizontal .............................................................................................................. 33
6.2. Mudança de Datum............................................................................................................ 36
6.2.1. Transformação de Coordenadas Geodésicas para Cartesianas Tridimensionais ............... 36
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Representação esquemática da finalidade das cartas. .................................................... 7
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Figura 38 – Projeção Cilíndrica de Plate Carrée. Atribuída a Anaximander (550 a.C.) ............... 71
Figura 39 – Projeção Azimutal Estereográfica. Atribuída a Hiparcus (160 - 125 a.C.) ............... 72
Figura 40 – Projeção Azimutal Gnomônica. Atribuída a Thales (636 - 546 a.C.) ........................ 72
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ÍNDICE DE TABELAS
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CARTOGRAFIA
1. Introdução
1.1. Definições
ou
“Produto do conhecimento obtido no estudo de mapas geográficos, dos métodos para sua
produção e reprodução, e de seu uso.”
Nestas definições aparecem duas palavras que aparentemente tem o mesmo significado,
Carta e Mapa.
A palavra carta vem do latim charta que significa “folha para escrita” e do grego
Karthes, que significa “folha de papiro” ou simplificando, papel. A palavra mapa vem do latim
mappa que significa “lenço ou pedaço de tecido”. A partir da origem das palavras observa-se
então que a diferença vem da origem do material de base (substrato) onde eram produzidos. As
cartas eram feitas sobre papel e os mapas sobre tecido.
O problema desse enfoque é estabelecer qual o limiar entre escala média e pequena.
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Por ser uma representação visual deve ser entendido que nem tudo que existe na
superfície física da Terra será reproduzido na carta (mapa) ao contrário de imagens orbitais ou de
ortomosaicos fotogramétricos. Haverá uma seleção daquilo que é importante em função do
objetivo e da escala de saída do produto. Em função da escala deverão ser utilizados símbolos
para a representação das diversas feições cartográficas. Por isso o termo codificado. Neste caso
poderão ser utilizadas as convenções ou legendas cartográficas. As convenções são símbolos
normatizados por órgãos que tem essa competência (ABNT, IBGE, DSG, ICA, DHN e outros)1 e
as legendas são símbolos criados pelo próprio produtor do mapa. Com exceção aos globos e as
maquetes, os mapas são apresentados fisicamente na forma plana. Em função da extensão da
superfície da Terra a ser cartografada, da escala e da projeção cartográfica utilizada pode-se
representar a Terra toda ou parte dela. Também se podem utilizar as técnicas de mapeamento
para fazer mapas da esfera celeste, de outros planetas, de prédios ou monumentos históricos ou
até mesmo do corpo humano.
1
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnica; IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística; DSG – Diretoria do Serviço Geográfico do Exercito; ICA – Instituto Cartográfico da
Aeronáutica; DHN – Diretoria de Hidro Navegação (Marinha)
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• cartógrafos devem se preocupar com o uso tanto quanto com a sua construção.
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CO N CR ET IZAÇÃO E F E IT O DA I. C. C O M P R E E N D ID A
D A I. C.
1 3 3 1’
2 2
8
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natureza
Qualitativas: forma Feições
distribuição
posições geográficas
Altitudes
Quantitativas: Distâncias
Direções
áreas, volumes
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1.4. Classificação
1.4.1. Quanto à finalidade (ABNT)
Cadastrais, plantas
Aeronáuticas
Navegação
Náuticas
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2
Mosaico fotográfico é a montagem de fotografias aéreas de eixo vertical, de modo que a justaposição da área de
sobreposição, deve assegurar a melhor coincidência de detalhes possível.
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2. Processo Cartográfico
Entende-se por mapeamento a aplicação do processo cartográfico sobre uma coleção de
dados ou informações, com vistas à obtenção de uma representação gráfica da realidade
perceptível, comunicada a partir da associação de símbolos e outros recursos gráficos que
caracterizam a linguagem cartográfica.
O planejamento de qualquer atividade que de alguma forma se relaciona com o espaço
físico que habitamos requer, inicialmente, o conhecimento deste espaço. Neste contexto, passa a
ser necessária alguma forma de visualização da região da superfície física do planeta, onde
desejamos desenvolver nossa atividade. Para alcançar este objetivo, lançamos mão do processo
cartográfico.
Pode-se dividir, no processo cartográfico em três fases distintas: a concepção, a produção e
a interpretação ou utilização. As três fases admitem uma só origem, os levantamentos dos dados
necessários à descrição de uma realidade a ser comunicada através da representação cartográfica.
No caso do mapa compilado a documentação coletada terá vital importância na atualização
da base cartográfica compilada.
1:500.000 2º x 3º 68 36,90
1:250.000 1º x 1º30’ 444 80,72
1:100.000 30’ x 30’ 2.289 75,39
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Atualmente com o uso de imagens orbitais com resolução média (2,5 m) o problema da
atualização cartográfica está gradativamente sendo resolvido. No entanto, para muitos trabalhos,
o acesso as cartas é a solução.
Para se adquirir mapas em papel (formato analógico), basta visitar alguma loja do IBGE e
adquirir uma cópia do mapa. Se a utilização do documento for diretamente sobre o papel, o
problema do usuário está resolvido. Porém, se o usuário desejar utilizar o mapa em ambiente
computacional, será necessário digitalizá-lo. Isto pode ser feito utilizando-se scanners ou mesas
digitalizadoras, que é um processo geralmente lento e oneroso devido as etapas de vetorização e
edição. Para resolver este problema, atualmente o IBGE vem disponibilizando mapas em
formato digital gratuitamente na Internet.
Para adquirir gratuitamente os mapas digitais disponibilizados pelo IBGE, o usuário deve
acessar o site do IBGE através do seguinte endereço http://www.ibge.gov.br/home/, em seguida
é necessário clicar em Geociências/Cartografia (Figura 3)
Após isso, o usuário deve acessar o link Produtos sob a opção Mapeamento
Topográfico, conforme se pode observar na Figura 4:
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Monte Evereste
9 Km
Fossa das Marianas
Km 0,2 m
m
k m
78
6.3
6 cm
nível médio
dos mares
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b
a
a
Levantamento : Geodésia.
Cálculos: Geodésicos .
Escala : “médias “
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n v
i
P
S.F.
H
h
P’
S.G.
N
P”
S.E.
Na figura aparecem as superfícies física (SF), elipsoidal (SE) e geoidal (SG). A separação
entre as superfícies elipsoidal e geoidal recebe o nome de ondulação do geóide e é representado
pela letra N.
Um ponto P, na superfície física, sendo projetado segundo a direção da vertical (linha de
prumo) e da direção da normal (reta ortogonal a superfície do elipsóide) geram os pontos P’ e
P’’. Ao segmento PP ' corresponde a altitude ortométrica (H), e ao segmento PP" corresponde
a altitude geométrica ou elipsoidal (h). O ângulo formado entre a vertical e a normal é definido
como desvio da vertical (i). Este ângulo é da ordem do segundo de arco e deste modo é possível
se fazer uma relação entre as superfícies considerando que a vertical e a normal são paralelas
entre si sem incorrer em erro significativo, assim pode-se escrever a equação que liga altitude
geométrico, altitude ortométrica e ondulação do geóide.
h=H+N
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4. Geometria do Elipsoide.
a−b
f =
a
a 2 − b2
e2 = ou e 2 = 2 f − f 2 (primeira excentricidade ao quadrado) ;
a2
a2 − b2
e '2 = (segunda excentricidade ao quadrado).
b2
a−b
f '=
b
Na Figura 11, observa-se um ponto P na superfície do elipsoide. Por este ponto passa a
reta normal (ortogonal ao plano tangente em P) que cruza o eixo de rotação no ponto O. Esta
mesma reta gera o ponto Q quando cruza o plano do equador, formando um ângulo com este,
denominado latitude geodésica. Ao segmento OP dá-se o nome de grande normal ou seção 1°
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N'
N
Q
E quad o
r
o
PS
N=
a
e (
N '= N 1 − e2 )
1 − e sen
2 2
a (1 − e 2 )
M=
(1 − e sen )
2 2 3
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A junção destes dois valores nos permite calcular o raio médio de curvatura.
R0 = N M
1 cos2 sen2
= +
R M N
PN
Normal
r P
r = N cos
N
Equ ado
r
o
PS
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1 1
𝑆 = 𝑎(1 − 𝑒 2 ) ⋅ [𝐴 ⋅ (𝜑2 − 𝜑1 ) − 2 𝐵 ⋅ (𝑠𝑒𝑛 2 𝜑2 − 𝑠𝑒𝑛 2 𝜑1 ) + 4 𝐶 ⋅ (𝑠𝑒𝑛 4 𝜑2 −
𝑠𝑒𝑛 4 𝜑1 )
1 1 1
− 𝐷 ⋅ (𝑠𝑒𝑛 6 𝜑2 − 𝑠𝑒𝑛 6 𝜑1 ) − 𝐸 ⋅ (𝑠𝑒𝑛 8 𝜑2 − 𝑠𝑒𝑛 8 𝜑1 ) + 𝐹 ⋅ (𝑠𝑒𝑛 1 0𝜑2 − 𝑠𝑒𝑛 1 0𝜑1 )
6 8 10
− ⋯]
onde :
35 6 315 8 31185 10
𝐷= 𝑒 + 𝑒 + 𝑒 + ⋯
512 2048 131072
315 8 3465 10
𝐸= 𝑒 + 𝑒 + ⋯
16384 65536
693
𝐹= 𝑒 10 + ⋯
131072
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A área de um setor elipsóidico (Figura 13) pode ser calculado pela fórmula:
PN
A
2
Equado
r
PS
𝜑
𝐴𝜑21 = 4𝜋 ⋅ 𝑏 2 ⋅ [𝐴' ⋅ 𝑠𝑒𝑛 Δ 𝜑 ⋅ 𝑐𝑜𝑠 𝜑𝑚 − 𝐵' ⋅ 𝑠𝑒𝑛 3 Δ𝜑 ⋅ 𝑐𝑜𝑠 3 𝜑𝑚 + 𝐶' ⋅ 𝑠𝑒𝑛 5 Δ𝜑 ⋅ 𝑐𝑜𝑠 5 𝜑𝑚 − ⋯ ]
onde :
2 − 1 2 + 1
= e m =
2 2
3 2 3 5 35 8 63
𝐴' = 1 + 𝑒 + 𝑒4 + 𝑒6 + 𝑒 + 𝑒 10 + ⋯
2 8 16 28 256
1 3 3 35 45
𝐵' = 𝑒2 + 𝑒4 + 𝑒6 + 𝑒8 + 𝑒 10 + ⋯
6 16 16 192 256
3 1 5 45
𝐶' = 𝑒4 + 𝑒6 + 𝑒8 + 𝑒 10 + ⋯
80 16 64 512
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T 2
Equ ador
PS
Figura 14 – Área de um quadrilátero elipsóidico.
2a + b f
R= = a (1 − )
3 3
𝑒2 17𝑒 4 67𝑒 6
𝑅𝐴 = 𝑎 [1 − − − 3024 − ⋯ ]
6 360
𝑒2 5𝑒 4 55𝑒 6
𝑅𝑉 = 𝑎 [1 − − − 1296 − ⋯ ]
6 72
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5. Sistemas de Referência
O sistema de coordenadas geográficas divide o mundo nos hemisférios norte e sul, que
utiliza o equador como plano de divisão, e em oriente e ocidente que adota o meridiano de
Greenwich como fronteira (Figura 15). Neste sistema um ponto na superfície terrestre fica
determinado pela sua latitude e longitude.
Meridiano de P PN
Paralelo de P
Vertical
P Meridiano
Equador de
j Greenwich
PS
Figura 15 – Sistema de coordenadas geográficas
Latitude (j) – define-se latitude de um lugar como sendo o ângulo formado entre a
vertical do lugar e o plano do equador, ou a distância angular contada
sobre o meridiano deste, desde o equador até ele. A latitude varia de 0º
a 90º sendo considerada negativa no hemisfério sul.
Longitude (L) – define-se longitude de um lugar como sendo o ângulo diedro formado
pelo plano meridiano de Greenwich e o plano meridiano do lugar, ou a
distância angular contada sobre o equador desde o meridiano origem
(Greenwich) até o meridiano deste. A longitude varia de 0º a 180º
sendo considerada negativa a oeste de Greenwich (hemisfério
ocidental).
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Normal
PN Paralelo de P
P h
Meridiano
de
Superfície Greenwich
Física
Equador
Meridiano de P PS
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c tg = (1 − e 2 ) tg
Equado
r
o
PS
Figura 17 – Latitude geocêntrica.
PN P’
P
A relação entre a latitude geodésica e a
c u reduzida é estabelecida pela seguinte fórmula:
E quad
or
o
PS tgu = (1 − e2 ) tg
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PN
Meridiano de Z
= 90º E
Greenwich
Equador
Y
X
PS
Figura 19 – Sistema cartesiano tridimensional.
x = R cosj cos L;
y = R cosj sen L;
z = R senj
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R = x2 + y2 + z 2 ;
z
j = arctg ;
x2 + y2
y
L = arctg
x
j - Latitude geográfica;
L - Longitude geográfica.
A latitude é um ângulo que varia de 0º a 90º e o sinal da equação indica se o ponto está no
hemisfério norte ou sul. Entretanto, a longitude é um ângulo que tem uma variabilidade maior (0º
180º) e neste caso, deve-se proceder a um estudo de sinal indicado no quadro da
Figura 20.
x y Longitude Hemisfério
+ + L
Leste
- + L + 180°
+ - L
Oeste
- - L - 180°
Exemplo 1 – Dada as coordenadas geográficas de um local P sobre a superfície física da Terra calcule as
coordenadas cartesianas tridimensionais desse ponto. Considere as dimensões do elipsoide internacional Referência
1967 para fazer a aproximação esférica.
jP = 16°19’20,00” Sul
LP = 50º45’01,00” Oeste
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Inicialmente se precisa dos dados referentes ao elipsoide Referência 1967 para fazer a aproximação esférica, ou seja:
a= 6.378.160,000 m
b= 6.356.774,719 m
f= 1/298,25
2.𝑎+𝑏 2𝑥6.378.160+6.356.774,719
Aplicando na equação de aproximação esférica 𝑅= 𝑅=
3 3
R = 6.371.031,573 m
Z = R.sen (j);
Na Figura 21 é representada graficamente a posição desse ponto nos dois sistemas, geográfico e cartesiano
tridimensional.
PN
Meridiano de Z
Greenwich
y x
Y
jP z LP
P X
PS
Figura 21 – Representação gráfica das coordenadas geográficas e cartesianas tridimensionais do ponto P.
Exemplo 2 – Dada as coordenadas cartesianas tridimensionais de um local A sobre a superfície física da Terra
calcule as coordenadas geográficas desse ponto.
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xA = -4.949.713,671 m
yA = 2.964.950,508 m
zA = -2.701.748,761 m
R = 6.371.031,573 m
−2.701.748,761
𝜑 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔
𝑍
𝜑 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 j = -25°05’30,00”
√𝑋 2 +𝑌 2 √(−4.949.713,671) 2 + 2.964.950,5082
𝑌 2.964.950,508
𝐿 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 𝐿 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 L = -30°55’20,00”
𝑋 −4.949.713,671
Finalmente :
𝑋𝐴 = −4.949.713,671 𝑚
𝜑𝐴 = 25°05′ 30,00" 𝑆𝑢𝑙
𝑌𝐴 = 2.964.950,508 𝑚
𝐿𝐴 = 149°04′ 40,00" 𝐸𝑠𝑡𝑒
𝑍𝐴 = −2.701.748,761 𝑚
Na Figura 22 é representada graficamente a posição desse ponto nos dois sistemas, geográfico e cartesiano
tridimensional.
PN
Z
Meridiano de
Greenwich
x
y
LA
z jA
X
A Y
PS
Figura 22 – Representação gráfica das coordenadas geográficas e cartesianas tridimensionais do ponto A.
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6. Datum.
De 1950 até meados da década de 70, o Brasil adotava o Datum de Córrego Alegre. Este
Datum utiliza como superfície de referência, o Elipsóide de Hayford (1924) que teve a sua
origem (centro) deslocada do centro de massa da Terra, de modo a melhor ajustá-lo à superfície
topográfica do País. Este procedimento tornou o sistema topocêntrico (não geocêntrico). Por
questões de simplificação adotou-se ondulação geoidal como nula (N = 0 – distância medida
sobre a vertical do local entre o elipsoide e o geoide).
O Datum SAD-69 (South American Data) é um sistema regional não geocêntrico, que
teve a sua recomendação indicada em 1969 na XI Reunião pan-americana de Consulta sobre
Cartografia. Nem todos os países do continente seguiram a recomendação e oficialmente
somente em 1979, o Brasil o adotou.
33
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Sob esse novo enfoque, desde 25/02/2005 através da resolução IBGE nº 1/2005 o
presidente daquela instituição, resolveu alterar a caracterização do referencial geodésico
brasileiro, que passou a ser o SIRGAS 2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as
Américas) época 2000,4.
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Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
a = 6.378.137,0000000000 m
b = 6.356.752,3141403558 m
f= 1/298,257222101
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Transformação de sistema
Os Datum de Córrego Alegre, SAD 69, SIRGAS 2000 e WGS 84 são, para efeito de
transformação, considerados paralelos entre si, a alteração neste caso, envolve apenas translação
de eixos.
X2 = X1 + X12
Y2 = Y1 + Y12
Z2 = Z1 + Z12
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onde: X, Y e Z são parâmetros de transformação, definidos nas resoluções e estão listados
na Tabela 3.
onde:
tgu 1 Z2 a2
sen u = ; cosu = ; tgu =
1 + tg 2u 1 + tg 2u X 22 + Y22 b2
SAD 69 SIRGAS
Córr. Alegre SAD 69 SAD 69 WGS 84
Parâmetros de - 2000
- - – –
Transformação SIRGAS –
SAD 69 Córr. Alegre WGS 84 SAD 69
2000 SAD 69
obs: Dados obtidos do Boletim de Serviço Nº 1602 (suplemento) e nas resoluções Nº 23/89 e Nº 1/2005 – IBGE.
Os parâmetros que definem o elipsóide utilizado pelo sistema WGS 84 são os seguintes:
a= 6.378.137,000 m
WGS 84 b= 6.356.752,314 m
f= 1/298,257223563
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Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Exemplo 3 – São dadas as coordenadas geodésicas de um local P sobre a superfície física da Terra no Datum
Córrego Alegre. Calcule as coordenadas desse ponto no Datum SIRGAS 2000.
P = 25°25’50,00” Sul
P = 49º19’01,00” Oeste
h = 980,425 m
Para fazer a transformação de coordenadas geodésicas para cartesianas tridimensionais é necessário os dados
referentes ao Datum Córrego Alegre (Elipsóide de Hayford), ou seja:
a= 6.378.388,000 m
b= 6.356.911,946 m
f= 1/297
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Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
𝑎 𝑎2 −𝑏 2
𝑁= e 𝑒2 =
√1− 𝑒 2 𝑠𝑒𝑛2 ∅ 𝑎2
Então:
Com as coordenadas cartesianas tridimensionais calculadas é necessário se fazer a translação para o novo Datum.
Na tabela 3 temos os parâmetros para transformar de Córrego para SAD 69 e de SAD 69 para SIRGAS 2000.
Assim:
Parâmetros de
Córr. Alegre - SAD 69 SAD 69 – SIRGAS 2000 Córr. Alegre – SIRGAS 2000
Transformação
X -138,70 m - 67,35 m -206,05 m
Y 164,40 m 3,88 m 168,28 m
Z 34,40 m -38,22 m -3,82 m
Z 2 + e'22 b2 sen3 u
2 = arctg
X + Y − e a cos u
2 2 2 3
2 2 2 2
Y
2 = arctg 2
X2
X 22 + Y22
h2 = − N2
cos2
tgu ; ; tgu = Z2 a2
sen u = cosu =
1
1 + tg u
2
1 + tg u 2
X +Y
2
2 2
2 b2
39
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
−2.722.686,44706 6.378.137
𝑡𝑔𝑢 = x = −0,473903582
3.757.732685772 + (−4.371.452,99622)2 6.356.752,314140358
−0,473903582 1
𝑠𝑒𝑛𝑢 = = −0,428248247 𝑐𝑜𝑠𝑢 = = 0,903661131
√1+ (−0,473903582)2 √1+ (−0,473903582)2
−4.371.452,99622
𝜆2 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) = −49°19′ 02,6658"
3.757.73268577
6.378.137 𝑚
𝑁= = 6.382.077,4665 m
√1− 0,00669438002 x 𝑠𝑒𝑛2 (−25°25′ 51,4690")
√3.757.732685772 + (−4.371.452,99622)2
ℎ2 = − 6.382.077,4665 = 979,7129 𝑚
cos ( −25°25′ 51,4690")
Finalmente tem-se:
Exemplo 4 – Um levantamento feito em 1995 com GPS de um ponto na superfície da Terra, teve as coordenadas
geodésicas obtidas transformadas para o Datum oficial da época, SAD 69. A resolução n° 1 de 25 de fevereiro de
2005 mudou o Datum brasileiro para o SIRGAS 2000 e impôs um prazo de 10 anos para que os trabalhos feitos em
outros sistemas sejam convertidos para o novo. Sendo assim, converta as coordenas do ponto P que estão em SAD
69 para o SIRGAS 2000
P = 15°05’32,00” Sul
P = 52º49’05,00” Oeste
h = 1083,531 m
40
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
a= 6.378.160,000 m
b= 6.356.774,719 m e² = 0,00669454185458779
f= 1/298,25
6.378.160 𝑚
𝑁= = 6.379.607,86315 m
√1− 𝑒 2 𝑠𝑒𝑛2 (−15°05′32,00")
Para fazer a mudança de Datum basta somar as constantes de translação X, Y e Z. No entanto, se deve tomar
cuidado porque, tanto o Datum SIRGAS 2000 como o WGS 84 são geocêntricos, os seus semi-eixos maiores são
iguais (a = 6.378.137 m) e o achatamento é idêntico até a 5ª casa depois da vírgula (f = 1/298,257222101 – SIRGAS
2000 e f = 1/298,257223563 – WGS 84) de modo que em termos práticos, WGS 84 e SIRGAS 2000 são
considerados iguais. Entretanto, as constantes de translação são diferentes e, em 1995, o ponto P que estava
referenciado ao centro de massa da Terra foi transladado para um não geocêntrico, SAD 69. Dessa forma, o correto
é fazer o caminho inverso daquela época voltando para o WGS 84 e assumindo que a coordenada está em SIRGAS
2000. Em outras palavras, no presente caso, usar as constantes de translação do SAD 69 para o WGS 84.
41
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
−1.650.280,94971 6.378.137
𝑡𝑔𝑢 = 2 2
x = −0,268779025148
3.097.164,03967 + (−5.325.430,60420) 6.356.752,31424518
−0,268779025148 1
𝑠𝑒𝑛𝑢 = = −0,2595666749 𝑐𝑜𝑠𝑢 = = 0,96572518931
√1+ (−0,268779025148)2 √1+ (−0,268779025148)2
−5.325.430,60420
𝜆2 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) = −52°4919′ 06,86"
3.097.164,03967
6.378.137 𝑚
𝑁= = 6.379.584,9013 𝑚
√1− 0,00669437999 x 𝑠𝑒𝑛2 (−15°05′ 33,52")
√3.097.164,039672 + (−5.325.430,60420)2
ℎ2 = − 6.379.584,9013 = 1080,4143 𝑚
cos ( −15°05′ 33,52")
Se fosse utilizado as constantes de translação do SAD 69 para SIRGAS 2000, introduziria um erro planimétrico de
0,76 m.
42
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
O Marégrafo de Torres foi obtido com observações do nível do mar por um período de 1
ano, tempo insuficiente para abranger e reduzir todas as variações periódicas causadas por
influencias astronômicas. O ideal seria pelo menos 19 anos de observações. No entanto, para dar
suporte a cadeia de triangulação de 1ª ordem, iniciada em 1945, ao longo do meridiano 49° oeste
e que iria dar apoio básico ao mapeamento da Zona Carbonífera de Santa Catarina, adotou-se
provisoriamente este marégrafo.
Em 1958 o Datum de Torres é substituído pelo Datum de Imbituba, Santa Catarina, cujo
nível foi determinado a partir de 9 anos de observações maregráficas (1949 – 1957). Nesta época
a rede de nivelamento já tinha alcançado o estado da Paraíba, totalizando 30 mil quilômetros,
espalhados em 78 circuitos que estavam sendo ajustados em bloco.
43
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
7. Projeções Cartográficas
7.1. Introdução
Essa relação entre a superfície física e a do papel se dá através de funções matemáticas de tal
modo que cada projeção possui equações únicas.
x = f1() = f3()
ou
y = f2() = f4()
Estas equações tanto servem para definir a projeção como para construí-la.
TERRA MAPA
A Terra é um corpo plástico que sofre deformações percebidas pela maré terrestre. Sua
forma é aproximadamente esférica, mas não tem uma forma geométrica definida. Por essa razão,
são utilizados modelos para representá-la (esférico e elipsóidico). A partir desse modelamento é
que se estabelecem as relações matemáticas, contudo, a correspondência entre os pontos da
superfície e do mapa não é exata. Em primeiro lugar existe um fator de escala que deve ser
considerado e em segundo lugar é impossível transformar uma superfície curva em uma plana
44
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Qualquer uma destas superfícies pode estar na posição normal, transversa ou oblíqua,
dependendo da necessidade. Essas situações podem ser visualizadas no quadro da Figura 24.
ASPECTO D AS PROJEÇÕES
NORMA L TRA NSVERSO OBLÍQUO
AZ IMUT AL
PL A NA
PROJE ÇÃO
PROJE ÇÕES
CÔ NI CA
CÔ NI CA
DE
DAS
SU PER FÍCI ES
CLASSES
C I LÍ N D R IC A
C I LÍ N D R IC A
45
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
r = f(); x = r.sen
= y = r.cos
dr dr r r
h= =− e k= =
d d sen cos
r = f(); x = r.sen
= y = C − r.cos
46
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
dr dr r r
h= =− e k= =
d d sen cos
As projeções cilindricas são aquelas que utilizam o cilindro como superfície de projeção.
Como já mostrado na Figura 24, dependendo da posição que o cilindro ocupa, ela pode ser
classificada quanto ao aspecto como normal, oblíqua ou transversa, além de poder ser tangente
ou secante ao modelo de referência.
As fórmulas gerais para as projeções cilindricas, no caso normal e tangente, são as
seguintes.
x=
y = f()
dy
h= e k = sec
d
47
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Projeções Azimutais
Superfície de projeção
Superfície de referência
(Esfera modelo - R=1)
PN r
P`
P
R
PS
r
P`
Lei de projeção :
r = f() = F ()
=
r r
h=- =
r r
k = cos= sen
Superfície de projeção
48
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Projeções Cônicas
V
Superfície de projeção
C
Superfície de referência
(Esfera modelo - R=1) P`
PN Paralelo-padrão (L.d.z.)
P
(Cone - tangente)
R
PS
P`
Lei de projeção :
r = f() = F ()
Superfície de projeção
=
= constante do cone
r r
h=- k = cos
49
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Projeções Cilindricas
Superfície de projeção
Paralelo-padrão (L.d.z.)
“Equador”
(Cilindro - tangente)
Superfície de referência
(Esfera modelo - R=1)
PN
P`
P
Lei de projeção :
x=
R y = f() = F ()
y cos
h= k = cos
PS
Superfície de projeção
90º N
Meridiano de Greenwich
Equador
90º S
180º W
180º E
0º
50
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Fonte : MALING, D.H. Coordinate Systems and Map Projections. Pergamon Press Inc. New York. 1992.
51
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Fonte : MALING, D.H. Coordinate Systems and Map Projections. Pergamon Press Inc. New York. 1992.
Figura 29 – Representação cartográfica contínua.
52
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Todavia pode-se usar outra formulação mais adequada para cartografia. Essa nova
equação tem relação direta com o conceito de esfera modelo ou globo gerador.
Define-se esfera modelo como o modelo reduzido da Terra Real. Essa entidade
matemática tem raio unitário.
Então a partir dessa conceituação pode-se definir escala principal de um mapa como a
relação entre o raio da esfera modelo com o da Terra real.
1 R
= onde : R - raio da esfera modelo;
E RT RT - raio da Terra real.
1 1
=
𝐸 𝑅𝑅𝑇
53
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Quadrilátero
infinitesimal
rp
Superfície d B C + d
de A
Referência ds
R
A D
d
+ d
Q’ C’
P’ B’ ’
g’
Superfície ’
de dy ds’
Projeção
’
g’
’
D’
R’
A’ S’ X
dx
Estes deslocamentos têm significado geométrico e podem ser representados simbolicamente por
uma notação de derivadas parciais, que estão explicitados no quadro da
Figura 31.
Figura 31 – Significados das deformações na transformação da superfície referência de projeção para a de projeção.
54
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2
y x
2
y 2 x 2 2
A' B' = dj 2 + dj 2 => A' B' = + dj
j j j j
𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2
e fazendo (𝜕𝜑) + (𝜕𝜑) = 𝐸 vem 𝐴’𝐵’ = √𝐸𝑑𝜑
Finalmente
E d
h= h= E
d
55
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
x
2
y
2
x 2 y 2 2
A' D' = d2 + d2 => A' B' = + d
𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2
e fazendo (𝜕𝜆) + (𝜕𝜆 ) = 𝐺 vem 𝐴’𝐷’ = √𝐺𝑑𝜆
A rp A r p = cos.R
d D
R
R
56
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o
idian
I I’
Mer
a ’
x C x’
a a C’
’
y’
ds’
y
ds
II ’ I I’
A A’ b
k
h Pa
rale
lo
a
a
na esfera na projeção
Teorema de Tissot:
“Sobre qualquer ponto de uma projeção existem duas direções perpendiculares entre si,
que ao serem transformadas, embora existindo deformação angular, permanecem
perpendiculares entre si. “
Essas direções são conhecidas como direções principais e é sobre elas que
ocorrem as deformações máxima e mínima (a e b). Na estão representadas por I e II.
Na esfera os paralelos se cruzam segundo um ângulo de 90º, porém esse valor é alterado
pela distorção sendo representado por ’ (Figura 34).
57
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Y
Q’
C’
P’
B’ ’
g’
’
dy ds’
’
g’
’ D’
R’
A’ S’
dx
X
Figura 34 – Quadrilátero infinitesimal na superfície de projeção.
𝛼 ′ + 𝛾 ′ + (𝜃 ′ − 𝛼 ′ ) = 180° ∴ 𝜃 ′ = 180° − 𝛾′
cos 𝜃 ′ = cos(180° − 𝛾 ′ )
mas
58
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
𝟐 𝟐 𝟐
𝒅𝒔′ −𝑨′ 𝑩′ −𝑩′ 𝑪′
− 𝐜𝐨𝐬 𝜸′ = (1)
𝟐∙𝑨′ 𝑩′ ∙𝑩′ 𝑪′
2 2
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝑑𝑠′2 = ( 𝑑𝜑 + 𝑑𝜆) + ( 𝑑𝜑 + 𝑑𝜆)
𝜕𝜑 𝜕𝜆 𝜕𝜑 𝜕𝜆
𝜕𝑥 2 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦 2
= ( ) 𝑑𝜑 2 + 2 ∙ 𝑑𝜑 ∙ 𝑑𝜆 + ( ) 𝑑𝜆2 + ( ) 𝑑𝜑 2 + 2 ∙ 𝑑𝜑 ∙ 𝑑𝜆 + ( ) 𝑑𝜆2
𝜕𝜑 𝜕𝜑 𝜕𝜆 𝜕𝜆 𝜕𝜑 𝜕𝜑 𝜕𝜆 𝜕𝜆
𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2
= [(𝜕𝜑) + (𝜕𝜑) ] 𝑑𝜑 2 + 2 ∙ [(𝜕𝜑 ∙ 𝜕𝜆) + (𝜕𝜑 ∙ 𝜕𝜆 )] ∙ 𝑑𝜑𝑑𝜆 + [(𝜕𝜆) + (𝜕𝜆 ) ] 𝑑𝜆2
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦
Chamando de 𝐹 = [( ∙ )+( ∙ )] e lembrando que:
𝜕𝜑 𝜕𝜆 𝜕𝜑 𝜕𝜆
𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2 𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2
𝐸 = (𝜕𝜑) + (𝜕𝜑) 𝑒 𝐺 = (𝜕𝜆) + (𝜕𝜆 )
59
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Substituindo na equação 1.
′
𝐸𝑑𝜑 2 + 2 ∙ 𝐹 ∙ 𝑑𝜑𝑑𝜆 + 𝐺𝑑𝜆2 − 𝐸𝑑𝜑 2 − 𝐺𝑑𝜆2 𝐹
− cos 𝛾 = =
2 ∙ √𝐸𝑑𝜑 ∙ √𝐺𝑑𝜆 √𝐸 ∙ √𝐺
h = √E ; k = √G ∙ sec φ
Finalmente:
𝐹
𝑐𝑜𝑠𝜃 ′ =
ℎ ∙ 𝑘 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑
As seguintes relações podem ser deduzidas a partir do conceito de elipse das distorções.
h2 = a2.cos2’ + b2.sen2’
k2 = a2.sen2’ + b2.cos2’
associando as duas equações:
h2 + k2 = a2 + b2 (2)
Esta expressão representa o 1º Teorema de Apolônio, que mostra que a soma ao quadrado
de dois diâmetros conjugados na elipse é uma constante.
60
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
h2 + k2 2.h.k.sen’ = a2 + b2 2.a.b
finalmente
(a b)2 = h2 + k2 2.h.k.sen’
Então:
p = h.k.sen’ ou p = a.b
a − b
sen =
2 a+b
61
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
de área = p
Angular máxima =
Não obstante os mapas possuírem deformação, existem certos pontos ou linhas onde
essas deformações não ocorrem ou o fator de deformação é igual a 1. Esses locais são
conhecidos como pontos ou linhas de distorção zero (pdz ou ldz ) e ocorrem onde a superfície de
referência (esférica ou elipsóidica) toca a superfície de projeção. A figura 35 mostra essas
situações.
pdz
ldz
ldz
ldz
62
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Apesar da escala principal só ser preservada ao logo de certos pontos ou linhas (pdz ou
ldz) e as escalas particulares variarem tanto em posição como em direção num mapa, é possível
criar certas combinações especiais de escalas particulares que podem ser mantidas em toda a
extensão de um sistema de projeção, com exceção aos pontos singulares. Pontos singulares são
aqueles onde o Teorema de Tissot não se aplica. Por exemplo, em algumas projeções os Polos
aparecem como sendo linhas ao invés de pontos.
Escala
Propriedade Efeito Aplicação
particular
não há deformação
h=1
segundo os meridianos.
Mapas onde a conformidade ou a
Equidistância equivalência não sejam primordiais. Atlas,
mapas de planejamento estratégico.
não há deformação
k=1
segundo os paralelos.
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Fonte : MALING, D.H. Coordinate Systems and Map Projections. Pergamon Press Inc. New York. 1992
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A Projeção Cilíndrica Conforme de Mercator é uma das mais conhecidas e como forma
de exemplificação será aplicada a teoria das distorções nela. Ronan (1983) apud Maling(1993)
em sua obra “The Cambribge Ilustrated History of the World’s Science”, afirma que esta
projeção foi utilizada por Ch’ien Lo-Chih num primitivo mapa de estrelas (Tunhuang – 940). Na
Europa, a sua utilização é datada de 1511 por Etzlaud e 1569 por Mercator. A navegação passou
a adotá-la a partir de 1.599.
x =
j
y = ln tg +
4 2
a) Cálculo das derivadas parciais
x x y
= 0; = 1; = 0;
j
j
cos +
y j 2
sec 2 + 1 =
1 4 1 1
= 1 = ;
j j 4 2 2 j 2 j 2 j j
tg + sen ( + cos + 2sen + cos +
4 2 4 2 4 2 4 2 4 2
y 1 1 1 y
= = =
(
j sen2 4 + j2 )
sen(2 + j ) cos(j )
;
j
= sec(j );
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Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
h = E h = sec(j)
k = G sec(j ) k = sec(j)
F 0
cos( ' ) = = = 0 => ’ = 90º
h k cos(j ) h k cos(j )
p = a.b p=sec2(j)
a −b
sen = ; como a = b sen = 0 = 0
2 a+b
66
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
d) Tabela de deformações
Tabela 4 – Tabela de deformação da Projeção Cilíndrica de Mercator (aspecto normal)
j h k a b p
90 º Não definida
Observa-se na Tabela 4 que as deformações crescem na direção dos Pólos, tendendo para
o infinito. Isso acontece porque esta projeção não é definida para latitude de 90º.
A deformação angular máxima é igual a Zero, o que era de se esperar, uma vez que a
projeção é conforme e os ângulos, neste caso, são preservados.
Nota-se ainda, que uma área localizada na latitude de 75º, sofre uma ampliação na área da
ordem de 14,928 vezes.
Se por projeto for estabelecida uma tolerância de 3,5% em termos de deformação linear,
só a região compreendida entre os meridianos de 15º N e 15º S terá a sua área mapeada por esta
projeção. No entanto, ao se estabelecer uma tolerância de 3,5% pode-se entender que essa
deformação pode ser para mais ou para menos, ou seja, 1,035 ou 0,965. Para que essa situação
ocorra é necessário transformar a projeção de tangente para secante. Isso se consegue
multiplicando as equações da lei de projeção e de deformação por um coeficiente ko igual ao
limite de tolerância inferior, no caso ko = 0,965.
67
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
x =
j
y = k o. ln tg +
4 2
Tabela 5 – Tabela de deformação da Projeção Cilíndrica de Mercator (aspecto normal - secante) - ko = 0,965.
j h k a b p
90 º Não definida
Para se definir a área mapeada com deformação máxima aceitável de 3,5% basta resolver
a equação:
cos(𝜑) = 0,965
1,035
cos(j) = 0,932118 j = arccos(0,932118) j = 21°13’57,06”
Observa-se que houve um aumento de mais de 6°, tanto para o hemisfério norte, como
para o hemisfério sul.
Se considerarmos que 1° equivale a mais ou menos 111 km, a faixa que abrangia 3.330
km passou para 4.713,62 km mantendo o critério de deformação linear máxima aceitável de
3,5%.
68
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
j h k a b p
j h k a b p
0º Não definida
69
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Tabela 8 – Tabela de deformação da Projeção Equidistante nos Meridianos Azimutal de Postel (aspecto normal)
j h k a b p
j h k a b p
A partir destas tabelas é possível se fazer o estudo de que projeção é mais adequada para
o projeto cartográfico que se pretende. Este tipo de análise deve ser aplicado sempre que se
pretende utilizar uma projeção diferente das tradicionais.
70
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Para efeito de ilustração, criou-se na Projeção Cilíndrica de Plate Carrée uma feição
humana (rosto) para obtenção das coordenadas geográficas dos seus traços definidores (Figura
38). A partir destas coordenadas, gerou-se em diversas projeções o reticulado e o rosto para
demonstrar as diferenças que os contornos de uma área cartografada podem sofrer (Figura 39 a
47). Na Tabela 10 estão as escalas particulares dessa projeção
Tabela 10 – Tabela de deformação da Projeção Cilíndrica de Plate Carrée - Equidistante ao longo dos meridianos.
j h k a b p
90 º 1,00 1,00
x = h =
Lei da projeção: Fator de escala:
y = k = sec()
71
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76
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Nos mapas as diversas feições representadas podem ser referenciadas a dois tipos de
coordenadas planas: o quadriculado e o reticulado (figura 48).
y2 400 km
2 30º S Quadriculado
y3 300 km
31º S 200 km
y4
y5 100 km
x1 x2 x3 x4 x5 x6
100 km 200 km 300 km 400 km 500 km 600 km
Define-se como quadriculado ao conjunto de duas famílias de retas paralelas aos eixos
coordenados. Uma família aproximadamente na direção leste (y constante) e outra família
perpendicular a primeira e na direção norte (x constante).
No quadriculado as linhas são paralelas e equidistantes entre si, o que não ocorre com o
reticulado.
77
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
A partir do estudo destes geodesistas chegou-se ao UTM, que segundo Brunetti (1993), é
a denominação inglesa da Projeção de Gauss, com 60 fusos de 6° de amplitude e secante ao
elipsóide de revolução. Na é apresentado o aspecto geral do reticulado da projeção. Observa-
se que somente a zona central do mapa esta relativamente livre de exageros em termos de
distorção.
Fonte : BLACHUT, T.J. et. al. Urban Surveying and Mapping. Springer-Verlag New York Inc. New York. 1979.
78
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
𝑥 = 𝐵 + 𝑎 2 ℓ2 + 𝑎 4 ℓ4 + 𝑎 6 ℓ6 + ⋯ (4)
𝑦 = 𝑎1 ℓ + 𝑎3 ℓ3 + 𝑎5 ℓ5 + ⋯ (5)
3 2 15 2 35 2 63 2 99 2
A0 = 1− e' 1 − e' 1 − e' 1 − e' 1 − e' ;
4 16 36 64 100
3 2 25 2 77 2 837 2 2123
.
A1 = e' 1 − e' 1 − e' 1 − e' 1 − e'2 ;
4 16 60 704 1860.
35 4 125 2 221069 .
A4 = e' 1 − e' 1 − e'2 ;
72 64 150.000
105 6 1179.
A6 = e' 1 − e' 2 ;
256 400
231 8
A8 = e' .
640
onde : a2
c= ( raio polar de curvatura );
b
a2 − b2
e' 2 = ( segunda excentricidade );
b2
a e b (semi-eixo maior e menor respectivamente).
79
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
2 −12
1 2
𝑎1 = 𝑐 ⋅ [(𝑐𝑜𝑠 𝜑) + 𝑒' ] ;
1
𝑎2 = 2 𝑎1 𝑠𝑒𝑛 𝜑 a 2 = 12 a1 sen ;
1
𝑎3 = 6 𝑎1 (−1 + 2 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 + 𝑒'2 𝑐𝑜𝑠 4 𝜑);
1
𝑎4 = 12 𝑎2 (−1 + 6 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 + 9𝑒'2 𝑐𝑜𝑠 4 𝜑 + 4𝑒'4 𝑐𝑜𝑠 6 𝜑);
1
𝑎5 = 120 𝑎1 [1 − 20 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 + (24 − 58𝑒'2 ) 𝑐𝑜𝑠 4 𝜑 + 72𝑒'2 𝑐𝑜𝑠 6 𝜑 + ⋯ ];
1
𝑎6 = 360 𝑎2 (1 − 60 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 + 120 𝑐𝑜𝑠 4 𝜑 + ⋯ );
A expressão que calcula o fator de deformação da projeção ou fator de escala, é dada por :
𝑘 = 1 + 𝑎8 ℓ2 + 𝑎10 ℓ4 + ⋯ (6)
1
onde : 𝑎8 = 2 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 (1 + 𝑒'2 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑);
1
𝑎10 = 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 [−4 + (9 − 28𝑒'2 ) 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 + 42𝑒'2 𝑐𝑜𝑠 4 𝜑 + ⋯ ]
24
𝛾 = 𝑎7 ℓ + 𝑎9 ℓ3 + 𝑎11 ℓ5 + ⋯ (7)
onde : 𝑎7 = 𝑠𝑒𝑛 𝜑;
1
𝑎9 = 3 𝑠𝑒𝑛 𝜑 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 (1 + 3𝑒'2 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 + 2𝑒'4 𝑐𝑜𝑠 4 𝜑);
1
𝑎11 = 15 𝑠𝑒𝑛 𝜑 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 [−1 + 3 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 + ⋯ ]
80
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
1
1 2
2
b1 = c
−1
+ e'2 ;
cos1
1
𝑏2 = − 2 𝑏1 2 𝑠𝑒𝑛 𝜑1 𝑐𝑜𝑠 𝜑1 (1 + 𝑒'2 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑1 );
1
𝑏3 = − 6 𝑏1 3 (2 − 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑1 + 𝑒'2 𝑐𝑜𝑠 4 𝜑1 );
( )
b4 = − 121 b1 b2 3 + 2 − 9e'2 cos2 1 + 10e'2 cos4 1 − 4e'4 cos6 1 ;
2
1
𝑏5 = 120 𝑏1 5 [24 − 20 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑1 + (1 + 8𝑒'2 ) 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑1 − 2𝑒'2 𝑐𝑜𝑠 6 𝜑1 + ⋯ ];
1
𝑏6 = 𝑏 4 𝑏 (45 + 16 𝑐𝑜𝑠 4 𝜑1 + ⋯ );
360 1 2
⋮
N=X
1 =F(X)
X
M.C.
E=Y
81
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
X − B( i )
1( i + 1) = 1( i ) +
A 0c
X
na primeira iteração 1 =
A0c
𝑘 = 1 + 𝑏8 𝑦 2 + 𝑏10 𝑦 4 + ⋯ (10)
1 1
onde : 𝑏8 = 2 𝑅1 −2 = 2 𝑐 −2 (1 + 𝑒'2 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑1 )2;
1
𝑏10 = 24 𝑅1 −4 (1 + 4𝑒'2 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑1 + ⋯ ).
e a convergência meridiana plana (g) em coordenadas planas (de projeção) é obtido pela
equação :
sen1
b7 =
P1
b9 = −
(
sen1 1 − e' 2 cos4 1 − 2e' 4 cos6 1 )
3P13
b11 =
(
sen1 3 − cos2 1 + ... )
15P15
c cos 1
P = N1cos =
(1+ e' cos 2 1 )
1
2 2
82
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
N = N + k0x
E = E + k0y
𝑘 = 𝑘0 (1 + 𝑎8 ℓ2 + 𝑎10 ℓ4 + ⋯ )
onde k0, N e E assumem valores diferentes conforme a modificação que se pretende, como
pode ser constatado na Tabela 11.
Fuso 6° 1° 2°
83
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Fuso UTM PN
Anti-meridiano
Meridiano
de Greenwich de
Greenwich
Sentido de
contagem
dos fusos
Fusos
PS
Cilindro Secante
84
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
A origem do sistema plano está na interseção do meridiano central do fuso com o equador
(Figura 52). Para evitar coordenadas negativas convencionou-se adicionar 500.000 metros na
abscissa, e para pontos do hemisfério sul,10.000.000 metros na ordenada.
N
Meridiano
ordenada
Central
hn
Equador
abcissa E
6º
hs
Fuso UTM
E = k0.y + 500.000
hemisfério norte
N = k0.x
E = k0.y + 500.000
hemisfério sul
N = k0.x + 10.000.000
85
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Com respeito as faixas, a partir do equador, tanto para o hemisfério norte como para o sul, a
cada 4º de latitude adota-se sequencialmente uma letra do alfabeto (Figura 53).
D
12º Norte
C
8º Norte
B
4º Norte
Equador A
0º
A
4º Sul
B
8º Sul
C
12º Sul
D
Figura 53 – Faixas da articulação do mundo ao milionésimo.
Desta forma, uma carta na escala 1:1.000.000, que abrange uma área de 6º de longitude e 4º de
latitude , recebe o nome da seguinte forma : primeiro a letra indicadora do hemisfério (N ou S),
seguido da letra que indica a faixa de latitude e finalmente o número do fuso.
Por exemplo, a carta S.F-22 corresponde a uma região do hemisfério Sul, abrangida pelo
faixa de latitude F e pelo fuso 22.
86
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Esta latitude calculada representa o limite inferior da faixa, como ela possui 4º de largura,
então o limite superior é igual a = 20º sul.
183º +
Fuso 22 F= MC = 6ºF − 183º
6º
O fuso tem 6° de amplitude ou seja 3° para cada lado do meridiano central, assim os extremos do
fuso são:
20º sul
S.F-22
24º sul
54º oeste 48º oeste
87
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
V X A B
1:500.000
S.F-22 22º sul S.F-22-V 21º sul
Y Z C D
1:250.000
24º sul 22º sul
54º oeste 51º oeste 48º oeste 54º oeste 52º30’ oeste 51º oeste
21º00’ sul
21º00’ sul
I II III 1 2
1:100.000
S.F-22-V-D 21º30’ sul 21º15’ sul
S.F-22-V-D-III
IV V VI 3 4
1:50.000
22º00’ sul
21º30’ sul
52º30’ oeste 52º’ oeste 51º30’ oeste 51º oeste 51º30’ oeste 51º15’ oeste 51º00’ oeste
21º15’00“ sul
NO NE
SO SE
1:25.000
21º30’00“ sul
51º15’ oeste 51º07’30“ oeste 51º00’ oeste
88
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
66º 60º
8º 8º
RORAIMA
NB-20 54º 48º
72º 1982
4º 4º
BOA VISTA MACAPÁ
NA-19 NA-20 NA-21 NA-22
1982 1982 1982 1982
42º 36º
0º 0º
IÇA MANAUS SANTARÉM BELÉM SÃO LUÍS FORTALEZA
SA-19 SA-20 SA-21 SA-22 SA-23 SA-24
1982 1980 1982 1979 1980 1980
78º 30º
4º 4º
JAVARI JURUÁ PURUS TAPAJÓS ARAGUAIA TERESINA JAGUARIBE NATAL
SB-18 SB-19 SB-20 SB-21 SB-22 SB-23 SB-24 SB-25
1982 1982 1980 1979 1979 1979 1978 1980
8º 8º
JURUENA TOCANTINS RIO SÃO
RIO BRANCO ARACAJU
CONTAMANA SC-21 SC-22
FRANCISCO RECIFE
SC-18 SC-19 SC-20 SC-23 SC-24
1979 1980 1978 SC-25
1982 1982 1979 1978
1980
12º 72º GOIÁS BRASÍLIA 12º
78º GUAPORÉ CUIABÁ SALVADOR 30º
SD-20 SD-21 SD-22 SD-23 SD-24
1980 1979 1979 1978 1978
16º
66º 16º
CORUMBÁ GOIÂNIA
SE-22 RIO DOCE
SE-21 SE-23
1980 SE-24
1979 1976 1976
20º
RIO APA 20º
SF-21 SF-22 VITÓRIA
(Carta do Mundo ao Milionésimo) SF-23
1976 SF-24
1980 1978 1979
0 150 300 450 600 km 24º
ASUNCIÓN CURITIBA IGUAPE 24º
Projeção Policônica SG-21 SG-22 SG-23
1979 1976 1989
28º
28º
42º
SH-21 SH-22
1976 1982
32º 32º
60º
SI-22
1976
36º 36º
54º 48º
89
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
a) Escala numérica
Esta escala implica em uma relação que indica quantas vezes um objeto foi reduzido ou
ampliado na fase de construção do mapa, ou seja :
b) Escala gráfica
Neste tipo de escala a relação entre o tamanho real e o representado é indicado por um
gráfico (Figura 57). Quando se deseja determinar uma distância através do mapa, basta
comparar esta com a escala gráfica.
Escala Gráfica
1 km 0 1 2 3 4 5 km
A vantagem da escala gráfica sobre a numérica reside no fato de se preservar a relação entre o
tamanho real com o representado nas copias com redução ou ampliação.
90
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
D = 14.000 m
p/ km corre-se a vírgula cinco casas decimais, como é área, implica em dez casas
decimais.
S = 100 km2.
91
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
84 84
Pern
a
ra
eb
Córr. do Lim
2 cm
1,5 cm
Qu
io
R
oei
84 82
ro
786 788
2cm 1,3cm
= E = 1.300 m
788.000 m - 786.000 m E
e
2cm 1,5cm
= N = 1.500 m
8.484.000m - 8.482.000m N
O processo de locar pontos numa carta é o mesmo, contudo a incógnita passa a ser a
distância do quadriculado até o ponto.
92
Curso de Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Cartografia Geral Aplicada
Referências Bibliográficas
MALING, D. H. Coordinate System and Map Projections. London : Philip and Son, 1973.
255p.
93
CURSO DE GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS
10. Existe alguma possibilidade de uma mapa (carta) onde a deformação seja
igual a 1 em toda a sua extensão? Explique
1 cm
12. Analise as tabelas de deformação e responda sempre usando o nome da
projeção (A, B,C ou D):
Projeção A Projeção B
a b h k p a b h k p
0° ∞ ∞ ∞ ∞ ∞ - 0° 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,00 °
15 ° 14,93 3,86 14,93 3,86 57,68 72,19 ° 15 ° 1,04 1,00 1,00 1,04 1,04 2,25 °
30 ° 4,00 2,00 4,00 2,00 8,00 38,94 ° 30 ° 1,15 1,00 1,00 1,15 1,15 8,00 °
45 ° 2,00 1,41 2,00 1,41 2,83 19,93 ° 45 ° 1,41 1,00 1,00 1,41 1,41 19,59 °
60 ° 1,33 1,15 1,33 1,15 1,54 8,32 ° 60 ° 2,00 1,00 1,00 2,00 2,00 38,94 °
75 ° 1,07 1,04 1,07 1,04 1,11 1,63 ° 75 ° 3,86 1,00 1,00 3,86 3,86 72,10 °
Projeção C Projeção D
a b h k p a b h k p
0° 1,20 0,84 0,84 1,20 1 20,50 ° 0° 0,97 0,97 0,97 0,97 0,93 0,00 °
15 ° 1,08 0,93 0,93 1,08 1 8,35 ° 15 ° 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,00 °
30 ° 1,00 1,00 1,00 1,00 1 0,00 ° 30 ° 1,12 1,12 1,12 1,12 1,24 0,00 °
45 ° 0,97 1,03 1,03 0,97 1 -3,90 ° 45 ° 1,37 1,37 1,37 1,37 1,87 0,00 °
60 ° 1,00 1,00 1,00 1,00 1 0,00 ° 60 ° 1,93 1,93 1,93 1,93 3,73 0,00 °
75 ° 1,30 0,77 0,77 1,30 1 29,88 ° 75 ° 3,73 3,73 3,73 3,73 13,93 0,00 °
90 ° - - - - - - 90 ° ∞ ∞ ∞ ∞ ∞ ∞
a) Se você precisasse fazer uma viajem de barco, qual delas escolheria? Por quê?
b) Qual das projeções é a de Plate Carrée sabendo-se que ela é equidistante nos meridianos?
c) Qual das projeções é a de Albers sabendo-se que ela não é afilática e nem conforme? Qual a
propriedade dessa projeção?
d) Qual das projeções é a Gnomônica sabendo-se que ela não apresenta nenhuma propriedade
especial?
e) Qual das projeções é a de Mercator?
f) Com os dados da tabela informe se existem projeções azimutais, cônicas e cilíndricas e, em
caso positivo, quais se enquadram nessa situação ?
h = sec²k = secsec²ondelatitude
a) Até que paralelo é possível representar considerando uma deformação nos
meridianos de 1% ?
2. Por que o Geóide, embora utilizado como referência para altitudes, não pode
ser utilizada em cartografia para produção de mapas (cartas)?
4. No ponto = 16º 27’45” Sul e = 49º 25’18” Oeste foi obtida a altitude
geométrica h = 728.75 m. Contudo, nesta coordenada a ondulação geoidal é
N = 1,29m. Qual é o valor da altitude ortométrica?
5. O que é Datum?
10. A partir de que ano o Brasil passou a ter um único Datum Vertical?
Sabendo-se que:
E = y + ko*y e N = x + ko*x,
6. As terras contínuas do Brasil estão entre as longitudes 74º Oeste e 34º 30’
Oeste. Quantos fusos UTM são necessários para mapear as terras contínuas
brasileiras? Faça uma lista contendo esses fusos com seus respectivos
meridianos centrais.
Av = 45°29’39,7345”.
02
05
01
03
06
04
08
07 10