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UNIVERSIDADE DE FRANCA

1227497 CAIO TEÓFILO CARVALHO


15173291 DANIEL JÚNIOR BARRETO CHAVES
15083977 HELLEN CHRISTINE ALVES
1242265 PEDRO HENRIQUE DOS SANTOS RODRIGUES

PROJETO GEOMÉTRICO DE UMA RODOVIA FICTÍCIA.

Trabalho complementar à
disciplina de Transportes II a ser
apresentada como parte dos
critérios de avaliação.

FRANCA, 2020.
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Sumário
Lista de figuras. .............................................................................................................. 4

Lista de tabelas. .............................................................................................................. 6

Lista de equações. ........................................................................................................... 7

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 9

2. OBJETIVO ......................................................................................................... 11

3. CLASSIFICAÇÃO GERAL DE RODOVIAS .................................................. 12

3.1 Classificação conforme a jurisdição ............................................................... 12

3.2 Classificação em função do espaço geométrico.............................................. 12

3.3 Classificação Funcional e técnica ....................................................................... 13

3.3.1 Classificação funcional ............................................................................. 13

3.3.2 Classificação técnica ................................................................................. 13

4. POSIÇÃO GEOGRÁFICA ................................................................................ 15

5. VELOCIDADE DE PROJETO (VP) / VELOCIDADE DIRETRIZ ................. 17

6. LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO ............................................................ 19

7. CURVA HORIZONTAL CIRCULAR .............................................................. 21

7.1 Equações da curva horizontal circular: ........................................................... 23

8. CURVA HORIZONTAL COM TRANSIÇÃO ................................................. 24

8.1 Tipos de curvas de transição ............................................................................... 25

8.2 Equações da curva horizontal com transição: ................................................. 28

8.3 Comprimento da curva de transição ............................................................... 30

8.3.1 Critério Dinâmico ..................................................................................... 30

8.3.2 Critério de tempo ...................................................................................... 31

8.3.3 Critério estético ......................................................................................... 31

8.3.4 Ls desejável ............................................................................................... 32

8.3.5 Comprimento máximo da transição .......................................................... 32

8.3.6 Alocação.................................................................................................... 33

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9. EXECUÇÃO DAS CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES ...................... 33

9.1 Cálculo da curva horizontal circular ............................................................... 34

9.2 Cálculo da curva horizontal circular com transição........................................ 45

10. LEVANTAMENTO ALTIMÉTRICO ............................................................... 55

10.1 Elementos altimétricos ................................................................................ 56

11. SEÇÃO TRANSVERSAL ................................................................................. 58

11.1 Elementos geométricos da seção transversal .............................................. 59

12. SUPERELEVAÇÃO .......................................................................................... 68

12.1 Valores máximos de coeficiente de atrito ................................................... 71

12.2 Superelevação e raio da curva ..................................................................... 71

12.2.1 Cálculo do raio mínimo........................................................................... 72

12.3 Paralelogramo de valores aceitáveis ........................................................... 72

12.4 Distribuição da superelevação..................................................................... 74

12.4.1 Pista dupla: .............................................................................................. 76

13. PERFIL LONGITUDINAL................................................................................ 78

13.1 Distância de visibilidade ............................................................................. 80

14. CURVAS VERTICAIS ...................................................................................... 81

14.1 Comprimento mínimo das curvas verticais ................................................. 84

15. EXECUÇÃO DA CURVA VERTICAL ............................................................ 86

16. ANEXOS ............................................................................................................ 89

17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 90

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Lista de figuras.

FIGURA 1: CLASSIFICAÇÃO DA POSIÇÃO GEOGRÁFICA ......................................................................................... 17


FIGURA 2: RESTITUIÇÃO AEROFOTOGRAMÉTRICA DA REGIÃO ............................................................................ 20
FIGURA 3: FAIXA DE DOMÍNIO .............................................................................................................................. 21
FIGURA 4: TRAÇADO ESCOLHIDO .......................................................................................................................... 21
FIGURA 5: CURVA HORIZONTAL CIRCULAR ........................................................................................................... 22
FIGURA 6: PARÂMETROS DA CLOTOÍDE ................................................................................................................ 26
FIGURA 7: CURVA HORIZONTAL CIRCULAR COM TRANSIÇÃO .............................................................................. 27
FIGURA 8: CURVA 1 – CURVA HORIZONTAL CIRCULAR ......................................................................................... 35
FIGURA 9: CURVA 2 – CURVA HORIZONTAL CIRCULAR ......................................................................................... 39
FIGURA 10: CURVA 3 – CURVA HORIZONTAL CIRCULAR ....................................................................................... 42
FIGURA 11: CURVA 4 – CURVA HORIZONTAL CIRCULAR ....................................................................................... 44
FIGURA 12: CURVA 1 – CURVA HORIZONTAL CIRCULAR COM TRANSIÇÃO .......................................................... 50
FIGURA 13: CURVA 2 – CURVA HORIZONTAL CIRCULAR COM TRANSIÇÃO .......................................................... 55
FIGURA 14: COTA E ALTITUDE ............................................................................................................................... 56
FIGURA 15: CÁLCULO DA DECLIVIDADE ................................................................................................................ 56
FIGURA 16: GREIDES RETOS E GREIDES CURVOS .................................................................................................. 57
FIGURA 17: CURVA CONVEXA E CURVA CÔNCAVA ............................................................................................... 57
FIGURA 18: SEÇÃO EM CORTE ............................................................................................................................... 58
FIGURA 19: SEÇÃO EM ATERRO............................................................................................................................. 59
FIGURA 20: SEÇÃO MISTA ..................................................................................................................................... 59
FIGURA 21: ELEMENTOS GEOMÉTRICO DA SEÇÃO TRANSVERSAL ....................................................................... 60
FIGURA 22: PISTA DE ROLAMENTO E FAIXA DE TRÁFEGO .................................................................................... 61
FIGURA 23: PLATAFORMA DA PISTA SIMPLES ....................................................................................................... 62
FIGURA 24: PLATAFORMA DA PISTA DUPLA ......................................................................................................... 63
FIGURA 25: SEÇÃO TRANSVERSAL DA PISTA 3D .................................................................................................... 63
FIGURA 26: SEÇÃO TRANSVERSAL ......................................................................................................................... 63
FIGURA 27: TALUDE ............................................................................................................................................... 64
FIGURA 28: RELAÇÃO V:H DOS TALUDES .............................................................................................................. 65
FIGURA 29: CANTEIRO CENTRAL ........................................................................................................................... 65
FIGURA 30: EQUILÍBRIO DE FORÇAS ...................................................................................................................... 68
FIGURA 31: PROJEÇÃO DE CURVA À DIREITA ........................................................................................................ 69
FIGURA 32: PROJEÇÃO DE CURVA À ESQUERDA ................................................................................................... 70
FIGURA 33: PARALELOGRAMO DE VALORES ACEITÁVEIS ..................................................................................... 73
FIGURA 34: GRÁFICOS DOS CRITÉRIOS PARA A DETERMINAÇÃO DA SUPERELEVAÇÃO ....................................... 74
FIGURA 35: VARIAÇÃO DA SUPERELEVAÇÃO ........................................................................................................ 75

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FIGURA 36: COTAS DAS BORDAS E DO EIXO.......................................................................................................... 76
FIGURA 37: GIRO AO REDOR DO EIXO ................................................................................................................... 77
FIGURA 38: GIRO AO REDOR DAS BORDAS ........................................................................................................... 77
FIGURA 39: GIRO AO REDOR DO CENTRO ............................................................................................................. 77
FIGURA 40: EXEMPLO PERFIL LONGITUDINAL ....................................................................................................... 79
FIGURA 41: CURVAS CONVEXAS ............................................................................................................................ 81
FIGURA 42: CURVAS CÔNCAVAS ........................................................................................................................... 82
FIGURA 43: CURVA VERTICAL (PARABÓLICA SIMPLES) ......................................................................................... 83
FIGURA 44: PONTOS SINGULARES DA CURVA VERTICAL....................................................................................... 84
FIGURA 45: INCLINAÇÃO CURVA VERTICAL 1 ........................................................................................................ 86
FIGURA 46: CURVA VERTICAL ................................................................................................................................ 88
FIGURA 47: CURVA VERTICAL ................................................................................................................................ 88

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Lista de tabelas.

TABELA 1: CLASSES DE RODOVIAS ......................................................................................................................... 20


TABELA 2: PARÂMETROS DA CURVA HORIZONTAL CIRCULAR .............................................................................. 22
TABELA 3: PARÂMETROS DA CURVA HORIZONTAL CIRCULAR COM TRANSIÇÃO ................................................. 27
TABELA 4: ALOCAÇÃO CURVA HORIZONTAL CIRCULAR 2 ..................................................................................... 38
TABELA 5: ALOCAÇÃO CURVA HORIZONTAL CIRCULAR 3 ..................................................................................... 41
TABELA 6: ALOCAÇÃO CURVA HORIZONTAL CIRCULAR 4 ..................................................................................... 44
TABELA 7: ALOCAÇÃO CURVA HORIZONTAL CIRCULAR COM TRANSIÇÃO 1......................................................... 49
TABELA 8: ALOCAÇÃO CURVA HORIZONTAL CIRCULAR COM TRANSIÇÃO 2......................................................... 54
TABELA 9: LARGURAS DE FAIXA DE TRÁFEGO ....................................................................................................... 60
TABELA 10: LARGURAS DOS ACOSTAMENTOS EXTERNOS .................................................................................... 61
TABELA 11: LARGURA DO CANTEIRO CENTRAL ..................................................................................................... 65
TABELA 12: LARGURA DA FAIXA DE DOMÍNIO ...................................................................................................... 66
TABELA 13: VALORES PARA O COEFICIENTE DE ATRITO TRANSVERSAL MÁXIMO ................................................ 71
TABELA 14: CÁLCULO PARALELOGRAMO DE VALORES ACEITÁVEIS...................................................................... 74
TABELA 15: INCLINAÇÃO MÁXIMA DE RAMPA (%)................................................................................................ 80
TABELA 16: DISTÂNCIA DE VISIBILIDADE ............................................................................................................... 81
TABELA 17: PONTOS NOTÁVEIS DA CURVA VERTICAL .......................................................................................... 88

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Lista de equações.

EQUAÇÃO 1 ........................................................................................................................................................... 23
EQUAÇÃO 2 ........................................................................................................................................................... 23
EQUAÇÃO 3 ........................................................................................................................................................... 24
EQUAÇÃO 4 ........................................................................................................................................................... 24
EQUAÇÃO 5 ........................................................................................................................................................... 24
EQUAÇÃO 6 ........................................................................................................................................................... 24
EQUAÇÃO 7 ........................................................................................................................................................... 26
EQUAÇÃO 8 ........................................................................................................................................................... 28
EQUAÇÃO 9 ........................................................................................................................................................... 28
EQUAÇÃO 10 ......................................................................................................................................................... 29
EQUAÇÃO 11 ......................................................................................................................................................... 29
EQUAÇÃO 12 ......................................................................................................................................................... 29
EQUAÇÃO 13 ......................................................................................................................................................... 29
EQUAÇÃO 14 ......................................................................................................................................................... 29
EQUAÇÃO 15 ......................................................................................................................................................... 29
EQUAÇÃO 16 ......................................................................................................................................................... 30
EQUAÇÃO 17 ......................................................................................................................................................... 30
EQUAÇÃO 18 ......................................................................................................................................................... 30
EQUAÇÃO 19 ......................................................................................................................................................... 30
EQUAÇÃO 20 ......................................................................................................................................................... 31
EQUAÇÃO 21 ......................................................................................................................................................... 31
EQUAÇÃO 22 ......................................................................................................................................................... 31
EQUAÇÃO 23 ......................................................................................................................................................... 31
EQUAÇÃO 24 ......................................................................................................................................................... 32
EQUAÇÃO 25 ......................................................................................................................................................... 32
EQUAÇÃO 26 ......................................................................................................................................................... 32
EQUAÇÃO 27 ......................................................................................................................................................... 33
EQUAÇÃO 28 ......................................................................................................................................................... 33
EQUAÇÃO 29 ......................................................................................................................................................... 33
EQUAÇÃO 30 ......................................................................................................................................................... 33
EQUAÇÃO 31 ......................................................................................................................................................... 69
EQUAÇÃO 32 ......................................................................................................................................................... 71
EQUAÇÃO 33 ......................................................................................................................................................... 71
EQUAÇÃO 34 ......................................................................................................................................................... 72
EQUAÇÃO 35 ......................................................................................................................................................... 73

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EQUAÇÃO 36 ......................................................................................................................................................... 78
EQUAÇÃO 37 ......................................................................................................................................................... 83
EQUAÇÃO 38 ......................................................................................................................................................... 83
EQUAÇÃO 39 ......................................................................................................................................................... 84
EQUAÇÃO 40 ......................................................................................................................................................... 85
EQUAÇÃO 41 ......................................................................................................................................................... 85
EQUAÇÃO 42 ......................................................................................................................................................... 85

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1. INTRODUÇÃO

A rodovia é, o elemento principal da malha viária brasileira, é definida em termos


técnicos como sendo uma via de transportes destinada principalmente ao tráfego de veículos
automotores, na qual, também é conhecida como estrada de rodagem.
A decisão de construir uma rodovia deve ser o resultado de um planejamento detalhado
que, analisando as demandas e características regionais, defina os meios de transportes a serem
utilizados e atenda às necessidades através dos meios mais adequados. O planejamento geral
deve gerar um plano viário, que irá definir a oportunidade de construção da rodovia, serão feitos
estudos de viabilidade econômica, características regionais, analise de demanda de transportes,
disponibilidade orçamentaria ao longo da sua vida útil, devido as futuras manutenções.
Após definir o plano viário, define-se as diretrizes do projeto, procede-se ao estudo das
características básicas da obra, que consiste em dimensionar a capacidade de tráfego, número
de pistas e de faixas, velocidade de projeto, dimensionamento das curvas horizontais circulares
e curvas horizontais circulares com transição, superelevação, dimensionamento das curvas
verticais, seções transversais, acessos a canteiros de obras, imposições ambientais e custos.
Definido as diretrizes do projeto, passa-se a elaboração do projeto geométrico, na qual
consiste na definição do traçado da rodovia. Neste ponto, é importante ter em mente que uma
rodovia é um ente tridimensional, que deve ajustar-se de forma harmoniosa ao relevo, agredindo
minimamente o meio ambiente, com baixo custo, respeitando as normas técnicas, e sempre
atendendo às necessidades do tráfego.
O projeto geométrico de uma rodovia pode ser determinado como o estudo das
características do seu traçado, como curvas, inclinações, largura de faixa, entre outros
elementos, com o intuito de se atender determinada demanda, tanto em relação do tráfego
quanto à segurança dos usuários.
Como ponto inicial na determinação do projeto, está a necessidade de se construir uma
rodovia que passe por três pontos do mapa, e passando-se obrigatoriamente dentro da cidade
fictícia, que fora determinada no projeto altimétrico os pontos “A”, “F” e E”.
Tendo em vista a impossibilidade de se traçar a rodovia como uma linha reta, por conta
de parâmetros normativos e alterações topográficas, o traçado busca-se amenizar os efeitos
causados pela topografia da região, além de efeitos causados por trechos muitos longos e retos,
e sempre atendendo os critérios de segurança para os usuários da via.

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Parâmetros como classe da rodovia, localidade, volume de tráfego diário, declividade
longitudinal, número de pistas e de faixas, e topografia foram previamente definidas, dessa
forma a adaptação do projeto, no que diz respeito a raios das curvas, cumprimentos da rodovia,
inclinações e outros, fora-se realizada durante o traçado da pista.
Portanto, com base nas questões citadas anteriormente, este projeto busca-se atender da
melhor forma possível os usuários que trafegarão entre os pontos escolhidos, sendo apresentado
a seguir, o desenvolvimento do projeto, os dimensionamentos da pista, memória de cálculo,
planilhas e imagens da rodovia.

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2. OBJETIVO

O presente trabalho, tem como objetivo apresentar o dimensionamento de uma rodovia


fictícia, realizando-se os cálculos necessários para a obtenção do projeto planimétrico, na qual,
obtém-se o dimensionamento das curvas horizontais circulares, e curvas horizontais circulares
com transição e o projeto altimétrico, na qual, obtém-se o dimensionamento das curvas
verticais, desenho do perfil do terreno e lançamento de greide da rodovia, seções transversais e
projeto da superelevação. Portanto, este projeto de rodovia será composto por dois grupos,
sendo, projeto planimétrico e projeto altimétrico.
Para determinação do projeto geométrico, fora realizada a combinação de
equacionamento presentes em literaturas, alinhados aos dados pré-existentes.

Composição do trabalho foi-se da seguinte forma:

 Classificação geral de rodovias;


 Posição geográfica;
 Velocidade de projeto;
 Levantamento planimétrico
 Curvas horizontais circulares e com transição;
 Execução das curvas horizontais;
 Levantamento altimétrico;
 Seção transversal;
 Superelevação;
 Perfil Longitudinal;
 Curvas verticais;
 Execução da curva vertical;

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3. CLASSIFICAÇÃO GERAL DE RODOVIAS

3.1 CLASSIFICAÇÃO CONFORME A JURISDIÇÃO

 Federal: Via que interessa diretamente à nação quase sempre percorrendo mais de um
estado. Construídas e mantidas pelo governo federal.

 Estaduais: Ligam as cidades entre si e a capital de um estado. Atende às necessidades


do estado ficando contida em seu território.

 Municipais: Construídas e mantidas pelo governo municipal.


Interesse de um município ou de vizinhos.
Atende ao municio que o administra.

 Vicinais: Estradas municipais, pavimentadas ou não.


Uma só pista e de padrão modesto – às vezes não privadas.
Setor primário – agricultura.

3.2 CLASSIFICAÇÃO EM FUNÇÃO DO ESPAÇO GEOMÉTRICO

 Rodovia urbana: Que são os trechos de rodovias localizados dentro do perímetro


urbano dos municípios.

 Rodovia Rural: Que são os trechos de rodovias que conectam áreas urbanas e industrial,
pontos de geração e atração de tráfego e pontos significativos dos segmentos modais,
atravessando a área rural.

 Rodovia Vicinal: Que é uma estrada local, destinada principalmente a dar acessos a
propriedades lindeiras (propriedades a margem da rodovia que possuem animais e
devem ter cercas para evitar que fiquem soltou na rodovia ou na faixa de domínio), ou
caminho que liga povoações relativamente pequenas e próximas.

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3.3 CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL E TÉCNICA

Em função da diversidade das características das rodovias, buscou-se agrupa-las em


conjuntos de características comuns que permitam classificá-las adequadamente.
1 – Classificação em função do tipo de serviço que as rodovias proporcionam e as
funções que exercem;
2 – Classificação em função das características técnicas para projetos.

3.3.1 Classificação funcional

A Classificação Funcional Rodoviária, visa agrupar as rodovias da Rede Rodoviária


Nacional em sistemas e classes, de acordo com a função de mobilidade de tráfego e acesso que
elas exercem na malha.

 Sistema arterial: caracterizam-se por proporcionarem alto nível de mobilidade para


grandes volumes de tráfego. Sua função é atender ao tráfego de longa distância
interestadual ou internacional.

 Sistema coletor: são aquelas que atendem núcleos populacionais ou centros geradores
de tráfego de menor vulto, não servidos pelo sistema arterial. A função deste sistema é
proporcionar mobilidade e acesso dentro de uma área específica.

 Sistema local: são aquelas constituídas geralmente, por rodovias de pequena extensão,
destinadas basicamente a proporcionar acesso ao tráfego intramunicipal de áreas rurais
e de pequenas localidades às rodovias mais importantes, consideradas de nível superior.

3.3.2 Classificação técnica

A classificação técnica rodoviária utiliza como critério de classificação o volume de


tráfego previsto para o décimo ano de operação após a sua abertura ao tráfego, ou seja, o VDM
(volume diário médio) no ano-horizonte de projeto.

 Classe 0: via expressa ou de classe especial, considerada como do mais elevado padrão
técnico, com cruzamentos em desnível, com controle total de acesso e bloqueio total de

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pedestres. O critério de seleção dessas rodovias será o de decisão administrativas de
órgãos competentes.

 Classe I: são subdivididas em rodovias de classe IA (pista dupla) e classe IB (pista


simples). As classes IA possuem controle parcial de acesso e são previstas para
atenderem situações em que os volumes de tráfego causam níveis de serviços inferiores
ao nível C para regiões planas ou onduladas ou nível D para regiões montanhosas ou
urbanas, numa pista simples. O número total de faixas será função dos volumes de
tráfegos previsto para o ano-horizonte do projeto.
As estradas pertencentes à classe IB são caracterizadas por rodovias de alto
padrão, suportando volumes de tráfego, no ano-horizonte, com VMH (volume médio
horário) maior que 200 veículos bidirecionais, ou VDM maior que 1400 veículos
bidirecionais.

 Classe II: rodovia de pista simples, suportando volumes de tráfego diário médio no
ano-horizonte compreendidos entre 700 e 1400 veículos bidirecionais.

 Classe III: rodovia de pista simples, suportando volumes de tráfego diário médio no
ano-horizonte compreendidos entre 300 e 700 veículos bidirecionais.

 Classe IV: rodovia de pista simples, suportando volumes de tráfego diário médio no
ano-horizonte com valores inferiores a 300 veículos bidirecionais.

Quadro 1: Classificação técnica (classes/vdm)

Classe Características VDM (veículos/dia)


0 Via expressa Decisão administrativa
Ia Pista dupla VDM > 1400
Ib Pista simples VDM > 1400
II Pista simples 700 ≤ VDM ≤ 1400
III Pista simples 300 ≤ VDM ≤ 700
IVa Pista simples 50 ≤ VDM ≤ 300
IVb Pista simples VDM < 50

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Obs: VDM (veículo médio diário) é definido como a quantidade média de veículos que
passa numa seção de estrada durante o dia, considerando os dados pré-definidos, na qual é,
classe I, a característica da via será de pista dupla e o VDM > 1400 veículos/dia.

4. POSIÇÃO GEOGRÁFICA

As rodovias integrantes do Subsistema Rodoviário Federal são classificadas de acordo


com a sua orientação geográfica e são identificadas pela sigla BR seguida de três algarismos,
onde o primeiro se refere à classificação geográfica e os outros dois se referem ao rumo geral
da rodovia, relativamente à capital federal, tem-se assim:
 Estradas federais: BR – X Y Z

 PARA X:
0 – radiais 3 - diagonais
1 - longitudinais 4 – de ligação
2 – transversais

 PARA Y E Z: indicam a posição da rodovia em relação à capital federal e aos limites


extremos do país.

 Rodovias radiais: que são as que partem de Brasília, em qualquer direção, para liga-la
a capitais estaduais ou a pontos periféricos importantes do país.
Classificadas com algarismo 0 e a numeração varia de 000 a 099 (sentido horário).
Ex: BR – 040 - ligação Brasília – Rio de Janeiro;

 Rodovias longitudinais: que são as que se orientam na direção Norte-Sul.


Classificadas com algarismo 1 e a numeração varia da direita para a esquerda, entre 100
e 199.
Ex: BR – 101 inicia-se na cidade de Touros/RN e termina na cidade de São José do
Norte/RS;
Brasília o número é 150.

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 Rodovias transversais: que são as que se orientam na direção Leste-Oeste.
Classificadas com algarismo 2 e a numeração varia de 200 (extremo norte) a 299
(extremo sul).
Ex: BR – 222 estende-se de Fortaleza/CE a Marabá/PA
Brasília o número é 250;

 Rodovias diagonais (pares): que são as que se orientam nas direções Nordeste-
Sudoeste.
Classificadas com algarismo 3 e a numeração varia de 300 (extremo NE) a 398 (extremo
SO).
Ex: BR – 304 - liga a cidade de Natal/RN a Russas/CE;
Brasília o número é 350;

 Rodovias diagonais (ímpares): que são as que se orientam nas direções Noroeste-
Sudeste.
Classificadas com algarismo 3 e a numeração varia de 301 (extremo NO) a 399 (extremo
SE).
Ex: Brasília o número é 351;

 Rodovias de ligação: que são aquelas que não se enquadram em nenhuma das
características precedentes.
Classificadas com algarismo 4, 400-450 se estiver ao norte de Brasília e 401-499 se
estiver ao sul de Brasília.
Ex: BR – 408 - liga a cidade de Campina Grande/PB a Jaboatão dos Guararapes/PE.

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Figura 1: Classificação da posição geográfica

5. VELOCIDADE DE PROJETO (VP) / VELOCIDADE DIRETRIZ

É a velocidade selecionada para fins de projeto da via que condiciona certas


características da mesma, tais como: curvatura, superelevação e distância de visibilidade, das
quais depende a operação segura e confortável dos veículos. Portanto, é a maior velocidade que
um veículo pode desenvolver, em um trecho da rodovia com segurança.
A velocidade média da rodovia pode ser definida levando em consideração a classe do
projeto e o tipo de topografia, dividida pelos órgãos regulamentadores como plana, ondulada e
montanhosa. Portanto, considerando-se a classe Ia e topografia ondulada, tem-se que a
velocidade de projeto é de 80 km/h, conforme ilustrado no Quadro 2 a seguir;

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Quadro 2: Velocidade de projeto de acordo com a classe

Velocidade de Projeto (Km/h)


Classe Plana Ondulada Montanhosa
0 120 100 80
Ia 100 80 60
Ib 100 80 60
II 100 70 50
III 80 60 40
IVa 80 40 30
IVb 60 40 30
FONTE 1: DNER (RODOVIAS NOVAS)

Obs: VP (velocidade de projeto) é definida como a maior velocidade de um veículo


padrão numa seção de estrada, considerando os dados já pré-definidos, na qual é, Classe I e
região ondulada, a velocidade de projeto será de 80 Km/h).

Seguindo o embasamento teórico sobre a classificação de rodovias e velocidade de


projeto, pode-se iniciar o dimensionamento da rodovia considerando os dados à seguir já pré-
definidos:

 Classe de projeto de rodovia: I;


 Região ondulada;
 Velocidade de projeto: 80 km/h (em função do Quadro 2, considera-se classe I e
região ondulada);
 Máximo volume de tráfego médio viário (VDM) previsto ao fim de vinte anos: 1800
veículos/dia (em função do Quadro 1, considera-se classe I, a característica da
rodovia é de pista dupla e VDM > 1400);
 Número de pistas: 2 (norte e sul);
 Número de faixas de rolamento: 2;
 Largura da faixa de rolamento: 3,50 m;
 Largura do acostamento: 2,80 m;
 Faixa de domínio: 50,00 m;
 Estaqueamento: 20 em 20 m;
 Superelevação máxima de 6%;
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 Superelevação mínima de 2%;
 Veículo de projeto tipo SR – Comercial Semi Reboque (9 eixos);
 Rampa longitudinal máxima de 6%.

6. LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO

A planimetria é o conjunto de procedimentos empregados na obtenção da representação


gráfica da projeção horizontal do terreno (planta) e das diversas particularidades dessa
superfície, trabalha essencialmente com ângulos e distâncias horizontais.
Obtemos os dados de campo pela tecnologia de medição pela carta topográfica já
existente e fornecida para a realização desse trabalho. As cartas topográficas existentes da
região podem ser utilizadas como referência topográfica, como bases de dados espaciais para a
melhor escolha do traçado da rodovia.
Determinado os dados relativos ao tipo do traçado, velocidade de projeto e pontos de
interesse que serão atendidos pela rodovia, é feito o desenho planimétrico e altimétrico da
rodovia.
A planimetria foi feita respeitando dados normativos e de projeto, tais como:

 Extensão mínima de projeto é de 5 km;


 Número de faixas de rolamento.
 Raio mínimo das curvas de concordância horizontal.

Segundo o DNER, o raio mínimo das curvas horizontais, pode ser determinada a partir
da Tabela 1 a seguir;

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Tabela 1: Classes de rodovias

Obs: em função da tabela de classes de rodovias, o raio mínimo da curva horizontal é


de 210m.
A figura representa a restituição aerofotogramétrica da região à ser estudado, e na qual
iremos executar à rodovia fictícia deste trabalho, foi informado, que o traçado passara pelos
pontos A, F e E, e obrigatoriamente pela cidade que está na representado no meio da região.

Figura 2: Restituição aerofotogramétrica da região

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A seguir, segue traçado escolhido, detalhamento da faixa de domínio e ao final do
projeto a representação do projeto no formato A1.

Figura 3: Faixa de domínio

Figura 4: Traçado escolhido

7. CURVA HORIZONTAL CIRCULAR

O traçado de uma rodovia é constituído por trechos retos e trechos curvos que se
alternam ao longo da sua diretriz. No plano horizontal, os trechos retos recebem o nome de
tangentes e os trechos curvos de curvas horizontais, as curvas, podem ser compostas apenas de
curvas circulares e de curvas de transição.
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O relevo da região, as características do terreno, problemas de desapropriações, pontos
de passagem obrigatórios, rios, ferrovias, e outros determinam a quantidade de curvas a serem
utilizados no traçado. Sempre priorizando curvas de raios grandes, evitando tangentes muitas
longas, por estimular aumento da velocidade, monotonia na estrada, e consequentemente
sonolência.
Como a direção já foi definida, ela é composta por trechos consecutivos chamados de
tangentes, estas devem ser concordadas através de curvas, para dar mais suavidade ao traçado,
o mesmo, percorre no sentido crescente do estaqueamento.

Figura 5: Curva horizontal circular

Tabela 2: Parâmetros da curva horizontal circular

PC Ponto de curva Ponto de contato entre o fim da tangente e o começo da


curva circular.

PI Ponto de interseção Ponto onde se interceptam as tangentes concordadas pela


curva.

PT Ponto de tangente Ponto de contato entre o fim da curva circular e o começo da


tangente seguinte.

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D Desenvolvimento É o comprimento do arco da curva de concordância, do ponto
PC e PT.

G Grau da curva É o ângulo central formado pelos raios que passam pelos
extremos da corda.

R Raio da curva Distância do centro da curva ao ponto PC ou PT.

D Deflexão Ângulo formado pelo prolongamento de um alinhamento e o


alinhamento seguinte.

E Afastamento Distância entre PI e a curva, medida sobre a reta que une o PI


ao centro da curva.

T Tangentes externas Segmentos retos das tangentes originais, entre o PC e PI ou


também pelo PT e PI.

C Corda Distância em reta, do PC ao PT

AC Ângulo central Ângulo formado pelos raios que passam pelos extremos do
arco da curva, ou seja, PC e PT.

7.1 EQUAÇÕES DA CURVA HORIZONTAL CIRCULAR:

 Comprimento da tangente (T);

São os segmentos de retas que unem o (PC) e o (PT) ao (PI).


Equação 1

𝐴𝐶
𝑇 = 𝑅 ∗ tan ( )
2

 Grau da Curva (G)

É o ângulo central que corresponde a um arco de 20°.


Equação 2

1145
𝐺=
𝑅
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 Afastamento (E);

É a distância entre o (PI) e o ponto médio da curva (PM).


Equação 3

1
𝐸=𝑅[ − 1]
𝐴𝐶
cos 2

 Corda (C);

É o segmento de reta entre o (PC) e o (PT).


Equação 4

𝐴𝐶
𝐶 = 2𝑅 ∗ 𝑠𝑒𝑛 ( )
2

 Desenvolvimento da curva (D);

É o comprimento da curva dado pelo arco de círculo entre o (PC) e o (PT).


Equação 5

𝐷 = 𝐴𝐶 ∗ 𝑅

Sendo:
Ac: Ângulo central, em radianos;
R: Radio da curva, em metros.

Equação 6

𝜋 . 𝑅𝑐 . 𝐴𝐶
𝐷=
180°

Sendo:
Ac: Ângulo central, em graus.

8. CURVA HORIZONTAL COM TRANSIÇÃO

Quando um veículo passa de um alinhamento reto para um trecho curvo, surge uma
força centrífuga atuando sobre o mesmo, que tende a desviá-lo da trajetória que normalmente
deveria percorrer. Este fato representa um perigo, podendo haver deslizamento (derrapagem) e
capotamento.

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Em outras palavras, a partir da passagem pelo PC, o veículo segue uma trajetória de
“transição intermediária” entre a tangente e a curva, a qual varia de acordo com a velocidade,
o raio de curvatura e a superelevação. Para evitar o deslizamento ou tombamento, estabeleceu-
se uma inclinação do bordo externo da pista, concordando com outro bordo, atingindo o
equilíbrio das forças, essa inclinação é chamada de “superelevação”.
Portanto, as funções geométricas da curva de transição, é, permitir uma variação
contínua da superelevação, criar uma variação contínua de aceleração centrípeta na passagem
do trecho reto para o trecho circular, gerar um traçado que possibilite ao veículo manter-se no
centro de sua faixa de rolamento e proporcionar um trecho fluente, sem descontinuidade da
curvatura e esteticamente agradável.

8.1 TIPOS DE CURVAS DE TRANSIÇÃO

Do ponto de vista geométrico, qualquer tipo de curva cujo raio varie de infinito até o
valor do raio circular, em uma extensão conveniente, pode ser usado como curva de transição,
entretanto, devido algumas propriedades geométricas, são melhores para essa função, as mais
usadas são:

 Clotoíde ou espiral: definida por R * L = K


 Lemniscata: definida por R * P = Kl
 Parábola cúbica: definida por y = ax³

Sendo:

R: raio do trecho de transição, (m);


L: comprimento do trecho de transição, (m);
P: raio vetor;
K, Kl: constantes das curvas;
a: parâmetro da equação.

A constante (K) determina o comprimento do arco da curva espiral em que o grau da


curva varia linearmente de zero até o valor de (G=1145/R). Cada valor de K corresponde a uma

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determinada curva dentro da família de clotoíde, definir um valor de K significa escolher a
clotoíde que será usada como curva de transição.
Neste trabalho, foi adotado a clotoíde, abaixo segue os parâmetros que são utilizados
para os cálculos, em função dos elementos indicados na Figura 6.

Figura 6: Parâmetros da clotoíde

Tem-se:

Equação 7

𝜃 𝜃 𝜃 𝜃
𝑌 =𝐿∗( − + − + ⋯)
3 42 1320 75600

Os elementos e os parâmetros da curva circular com transição estão demonstrados na


Figura 7, nota-se que o ponto (SC) da curva espiral coincidente com o início do trecho circular,
onde o raio assume o valor de Rc e o comprimento da clotoíde Le / Ls.
Portanto, os pontos principais da curva de transição são:

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Figura 7: Curva horizontal circular com transição

Tabela 3: Parâmetros da curva horizontal circular com transição

PI Ponto de interseção Ponto definido pelo cruzamento das tangentes.

TT Tangente externa Tangente externa da curva com transição.

TS Tangente espiral Ponto onde termina a tangente e tem início o primeiro ramo
espiral.
SC Espiral circular Ponto onde termina o primeiro ramo da espiral e inicia o
tramo circular.

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CS Circular espiral Ponto onde termina o primeiro tramo da circular e começa o
segundo ramo da espiral.
ST Espiral tangente Ponto onde termina o segundo ramo da espiral e tem
continuidade o alinhamento seguinte.
Xc, Coordenadas Coordenadas de SC.
Yc
R Raio da circular Raio constante do tramo circular da curva

qep Coordenadas Coordenas de PC’.

θ θ Ângulo central do trecho circular

Φ Φ Ângulo central do trecho da espiral

Le/Ls Comprimento do Distância medida na espiral, do ponto TS até SC ou ST até


trecho de transição CS
O’ Centro Centro da curva circular deslocada

AC Ângulo central da Ângulo central total do tramo circular


circular

8.2 EQUAÇÕES DA CURVA HORIZONTAL COM TRANSIÇÃO:

 Ângulo de transição (θs);

Equação 8

𝐿𝑠
𝜃𝑠 = , 𝑒𝑚 𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑛𝑜𝑠
2. 𝑅𝑐

 Pares ordenados (Xs e Ys);

Equação 9

𝜃𝑠 𝜃𝑠 𝜃𝑠
𝑋𝑠 = 𝐿𝑠 ∗ (1 − + − + ⋯)
10 216 9360
Página | 28
Equação 10

𝜃𝑠 𝜃𝑠 𝜃𝑠 𝜃𝑠
𝑌𝑠 = 𝐿𝑠 ∗ ( − + − + ⋯)
3 42 1320 75600

 Abscissa do ponto (Q);

O valor de Q, é utilizado para localizar o centro (O’) em relação aos pontos TS e ST.

Equação 11

𝑄 = 𝑋𝑠 − (𝑅𝑐 . 𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑠)

 Afastamento da circular (p) ;

O valor de p, mede o afastamento da curva circular em relação às tangentes.

Equação 12

𝑝 = 𝑌𝑠 − 𝑅𝑐 . (1 − cos 𝜃𝑠)

 Tangente total (TT);

O valor de TT, é utilizado para localizar os pontos TS e ST em relação ao ponto PI.


Equação 13

𝐴𝐶
𝑇𝑇 = 𝑄 + [ (𝑅𝑐 + 𝑝) ∗ tan( )]
2

 Desenvolvimento da circular (Dc) ;

Equação 14

𝐷𝑐 = (𝐴𝐶 − 2. 𝜃𝑠) ∗ 𝑅𝑐

 Afastamento (E);

Equação 15

𝑅𝑐 + 𝑝
𝐸=[ ] − 𝑅𝑐
𝐴𝐶
cos ( 2 )

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8.3 Comprimento da curva de transição

O comprimento do trecho de transição é calculado em função da velocidade de projeto,


superelevação e do padrão da rodovia. Existe, três critérios usados para estabelecer o
comprimento mínimo para o trecho de transição, sendo:

8.3.1 Critério Dinâmico

Consiste em estabelecer a taxa máxima de variação da aceleração centrípeta por unidade


de tempo, representada pelo parâmetro (J);

Equação 16

𝑉
𝐽=
𝑅𝑐 . 𝐿𝑠

Da equação acima, obtém-se o valor de Ls;


Equação 17

𝑽³
𝑳𝒔 =
𝑱. 𝑹𝒄

Quando J=Jmax e V=Vp , obtém-se o comprimento mínimo para o trecho de transição;


Internacionalmente,
Equação 18

𝑚/𝑠²
𝐽𝑚𝑎𝑥 = 0,6
𝑠

Obtendo-se;
Equação 19

0,036 . 𝑉𝑝³
𝐿𝑠, min =
𝑅𝑐

Sendo:
Vp: Velocidade de projeto, em (Km/h)

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8.3.2 Critério de tempo

Estabelece tempo mínimo de 2 segundos para que o condutor realize o giro do volante
para o percurso do trecho de transição;

Equação 20

𝐿𝑠, min = 2. 𝑉𝑝 ou

Sendo:
Vp: Velocidade de projeto, em (m/s);
Ls, min: Comprimento mínimo, em (m).
Equação 21

𝐿𝑠, min = ,
ou

Sendo:
Vp: Velocidade de projeto, em (Km/h)
Equação 22

𝐿𝑠, min = 0,555. 𝑉𝑝

Sendo:
Vp: Velocidade de projeto, em Km/h.

8.3.3 Critério estético

Estabelece que a diferença de greide entre a borda e o eixo da rodovia não deve
ultrapassar certo valor, que depende da velocidade de projeto.

 Para Vp ≤ 80 Km/h

Equação 23

𝑒. 𝑙𝑓
𝐿𝑠, min =
0,9 − (0,005 . 𝑉𝑝)

Sendo:

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Ls, min: (m)
e: Superelevação, em porcentagem (%)
Lf: largura da faixa, em (m)
Vp: Velocidade de projeto, em (Km/h)

 Para Vp > 80 Km/h


Equação 24

𝑒. 𝑙𝑓
𝐿𝑠, min =
0,71 − (0,0026 . 𝑉𝑝)

Obs: Após o cálculo dos três critérios para a definição do comprimento mínimo do
trecho, deve-se adotar como Ls, min o maior deles.

8.3.4 Ls desejável

𝑉
𝐿𝑠, 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗á𝑣𝑒𝑙 = 0,072 ( )
𝑅𝑐

8.3.5 Comprimento máximo da transição

Equação 25

𝐿𝑠, max = 𝐴𝐶 . 𝑅𝑐

Sendo:
AC: ângulo central, em radianos (rad.);
Rc: Raio do trecho circular, em (m).

Equação 26

𝜋 . 𝐴𝐶 . 𝑅𝑐
𝐿𝑠, max =
180

Sendo:
AC: Ângulo central, em graus;

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Rc: Raio do trecho circular, em (m);

8.3.6 Alocação

Equação 27 Equação 29

𝐿² 𝜃 𝜃
𝜃= 𝑦=𝐿( − )
2 ∗ 𝑅𝑐 ∗ 𝐿𝑠 3 42

Equação 28 Equação 30

𝜃 𝜃 𝑦
𝑥 = 𝐿 (1 − + ) 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑒𝑥ã𝑜 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔
10 216 𝑥

9. EXECUÇÃO DAS CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES

O objetivo deste módulo é o completo estudo, detalhamento e aplicação das definições


consideradas acima, seguindo o memorial de cálculo adotado para a execução desta rodovia.
O eixo da estrada é definido como “Diretriz” e é composto por sua planta, perfil
longitudinal (Greide) e Seção transversal.
A definição da diretriz dever harmonizar as condições de planta com as de greide, da
melhor forma possível, o greide mais conveniente é aquele que terá menos movimentação de
terra (terraplanagem).
A diretriz planimétrica interliga os pontos “A”, “F” e “E”, passando pelos pontos
notáveis (PC, PI, PT, TS, SC, CS, ST). Sua extensão total é de 15015,0612 m ou 15,01506 Km
(considerando-se lançamento plano). Possui seis curvas horizontais, sendo quatro circulares
simples e duas circulares com transição.
Na planilha de cálculo, foi-se demonstrado todos os cálculos, ou seja, raio, ângulo
central, desenvolvimento, afastamento, trecho de transição, e a demonstração de todas as
estacas dos pontos notáveis, de todas as curvas do trecho, do ponto A (ponto inicial) ao ponto
B (ponto final) que é a estaca final [750 + 15,0612].

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9.1 CÁLCULO DA CURVA HORIZONTAL CIRCULAR

Curva 1

 Raio da curva: O raio foi-se adotado por meio de concordância das tangentes pelo
software AutoCAD, respeitando-se o raio mínimo (210 m ), de acordo com a velocidade
de projeto.
R1, adotado: 475 m

 Comprimento da tangente (T);


𝐴𝐶
𝑇 = 𝑅 ∗ tan ( )
2
𝑇 = 475 ∗ tan ( )
𝑇 = 158,9328 m

 Grau da Curva (G)


1145
𝐺=
𝑅
1145
𝐺=
475

G = 2,4105 °

 Afastamento (E);
1
𝐸=𝑅[ − 1]
𝐴𝐶
cos 2

1
𝐸 = 475 [ − 1]
37
cos 2
E = 25,8838 m

 Corda (C);
𝐴𝐶
𝐶 = 2𝑅 ∗ 𝑠𝑒𝑛 ( )
2
37
𝐶 = 2.475 ∗ 𝑠𝑒𝑛 ( )
2
C = 301,4394 m

Página | 34
 Desenvolvimento da curva (D);
𝐷 = 𝐴𝐶 ∗ 𝑅
𝐷 = 0,6458 ∗ 475
D = 306,7416m

 Cálculo dos pontos notáveis:

Estaca do PC1 = trecho reto


Estaca do PC1 = 70,01
Estaca do PC1 = [3 + 10,01 m]

Estaca do PT1 = PC1 + Desenvolvimento


Estaca do PT1 = 70,01 + 306,7416
Estaca do PT1 = 376,7416 m
Estaca do PT1 = [18 + 16,7416 m)

Estaca do PI1 = PC1 + Tangente


Estaca do PI1 = 70,01 + 158,9328
Estaca do PI1 = 228,9428 m
Estaca do PI1 = [11 + 8,9428 m]

Figura 8: Curva 1 – Curva horizontal circular

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 Alocação

Curva
Distância
Estaca Estaca (m) Corda (m) Deflexão
1 (m)

PC 3 + 10,01 70,0100 0,00 0,00 0,0000


4 80 9,99 9,99 0,6025
5 100 20,00 29,99 1,8087
6 120 20,00 49,99 3,0150
7 140 20,00 69,99 4,2212
8 160 20,00 89,99 5,4274
9 180 20,00 109,99 6,6336
10 200 20,00 129,99 7,8399
11 220 20,00 149,99 9,0461
12 240 20,00 169,99 10,2523
15 300 20,00 189,99 11,4586
16 320 20,00 209,99 12,6648
17 340 20,00 229,99 13,8710
18 360 20,00 249,99 15,0772
PT 18 + 16,7416 376,7516 16,75 266,74 16,0875

Curva Estaca Distância


Estaca Corda (m) Deflexão °
1 (m) (m)

PC 3 + 10,01 70,0100 0,00 0,00 0,0000


4 80 9,99 9,99 0,6025
5 100 20,00 29,99 1,8087
6 120 20,00 49,99 3,0150
7 140 20,00 69,99 4,2212
8 160 20,00 89,99 5,4274
9 180 20,00 109,99 6,6336
10 200 20,00 129,99 7,8399
11 220 20,00 149,99 9,0461
12 240 20,00 169,99 10,2523
15 300 20,00 189,99 11,4586
16 320 20,00 209,99 12,6648
17 340 20,00 229,99 13,8710
18 360 20,00 249,99 15,0772
PT 18 + 16,7416 376,7416 16,74 266,73 16,0869

Página | 36
Curva 2

 Raio da curva: O raio foi-se adotado por meio de concordância das tangentes pelo
software AutoCAD, respeitando-se o raio mínimo (210 m ), de acordo com a velocidade
de projeto.
R1, adotado: 925 m

 Comprimento da tangente (T);


𝐴𝐶
𝑇 = 𝑅 ∗ tan ( )
2
𝑇 = 925 ∗ tan ( )
𝑇 = 179,8018 m

 Grau da Curva (G)


1145
𝐺=
𝑅
1145
𝐺=
925

G = 1,2378 °

 Afastamento (E);
1
𝐸=𝑅[ − 1]
𝐴𝐶
cos 2

1
𝐸 = 925 [ − 1]
22
cos 2
E = 17,3129 m

 Corda (C);
𝐴𝐶
𝐶 = 2𝑅 ∗ 𝑠𝑒𝑛 ( )
2
22
𝐶 = 2.925 ∗ 𝑠𝑒𝑛 ( )
2
C = 352,9966 m

 Desenvolvimento da curva (D);


𝐷 = 𝐴𝐶 ∗ 𝑅

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𝐷 = 0,3840 ∗ 925
D = 355,1745 m

 Cálculo dos pontos notáveis:

Estaca do PC2 = PT1 + trecho reto


Estaca do PC2 = 376,7516 + 493,35
Estaca do PC2 = 870,1016 m
Estaca do PC2 = [43 + 10,1016 m)

Estaca do PT2 = PC2 + Desenvolvimento


Estaca do PT2 = 870,1016 + 355,1745
Estaca do PT2 = 1225,2761 m
Estaca do PT2 = [61 + 5,2761 m)
Estaca do PI1 = PC2 + Tangente
Estaca do PI1 = 870,1016 + 205,0676
Estaca do PI1 = 1049,9034 m
Estaca do PI1 = [52 + 9,034 m]

 Alocação
Tabela 4: Alocação curva horizontal circular 2

Curva Estaca Corda Distância Deflexão


Estaca
2 (m) (m) (m) °
PC 43 + 10,1016 870,1016 0,00 0,00 0,0000
44 880 9,90 9,90 0,3066
45 900 20,00 29,90 0,9260
46 920 20,00 49,90 1,5454
47 940 20,00 69,90 2,1648
48 960 20,00 89,90 2,7842
49 980 20,00 109,90 3,4036
50 1000 20,00 129,90 4,0230
51 1020 20,00 149,90 4,6425
52 1040 20,00 169,90 5,2619
53 1060 20,00 189,90 5,8813
54 1080 20,00 209,90 6,5007
55 1100 20,00 229,90 7,1201
Página | 38
56 1120 20,00 249,90 7,7395
57 1140 20,00 269,90 8,3589
58 1160 20,00 289,90 8,9784
59 1180 20,00 309,90 9,5978
60 1200 20,00 329,90 10,2172
61 1220 20,00 349,90 10,8366
PT 61 + 5,2761 1225,2761 5,2761 355,1745 11,0000

Figura 9: Curva 2 – Curva horizontal circular

Curva 3

 Raio da curva: O raio foi-se adotado por meio de concordância das tangentes pelo
software AutoCAD, respeitando-se o raio mínimo (210 m ), de acordo com a velocidade
de projeto.
R1, adotado: 575 m

 Comprimento da tangente (T);


𝐴𝐶
𝑇 = 𝑅 ∗ tan ( )
2
𝑇 = 575 ∗ tan ( )
T = 209,2829 m

Página | 39
 Grau da Curva (G)
1145
𝐺=
𝑅
1145
𝐺=
575

G = 1,9913 °

 Afastamento (E);
1
𝐸=𝑅[ − 1]
𝐴𝐶
cos 2

1
𝐸 = 575 [ − 1]
40
cos 2
E = 36,9022 m

 Corda (C);
𝐴𝐶
𝐶 = 2𝑅 ∗ 𝑠𝑒𝑛 ( )
2
40
𝐶 = 2.575 ∗ 𝑠𝑒𝑛 ( )
2
C = 393,3232 m

 Desenvolvimento da curva (D);


𝐷 = 𝐴𝐶 ∗ 𝑅
𝐷 = 0,6981 ∗ 575
D = 401,4257 m

 Cálculo dos pontos notáveis:

Estaca do PC3 = PT2 + trecho


Estaca do PC3 = 1225,2761 + 39,28
Estaca do PC3 = 1264,5561 m
Estaca do PC3 = [63 + 4,5561 m]

Estaca PT3 = PC3 + Desenvolvimento


Estaca PT3 = 1264,5561 + 401,4257
Página | 40
Estaca PT3 = 1665,9818 m
Estaca PT3 = [83 + 5,9818 m]

Estaca PI3 = PC3 + T


Estaca PI3 = 1264,5561 + 209,2829
Estaca PI3 = 1473,8390
Estaca PI3 = [73 + 13,8390 m]

 Alocação
Tabela 5: Alocação curva horizontal circular 3

Curva Estaca Corda Distância Deflexão


Estaca
3 (m) (m) (m) °
PC 63 + 4,5561 1264,5561 0,00 0,00 0,0000
64 1280 15,44 15,44 0,7695
65 1300 20,00 35,44 1,7659
66 1320 20,00 55,44 2,7623
67 1340 20,00 75,44 3,7588
68 1360 20,00 95,44 4,7552
69 1380 20,00 115,44 5,7517
70 1400 20,00 135,44 6,7481
71 1420 20,00 155,44 7,7446
72 1440 20,00 175,44 8,7410
73 1460 20,00 195,44 9,7375
74 1480 20,00 215,44 10,7339
75 1500 20,00 235,44 11,7304
76 1520 20,00 255,44 12,7268
77 1540 20,00 275,44 13,7233
78 1560 20,00 295,44 14,7197
79 1580 20,00 315,44 15,7162
80 1600 20,00 335,44 16,7126
81 1620 20,00 355,44 17,7091
82 1640 20,00 375,44 18,7055
83 1660 20,00 395,44 19,7020
PT 83 + 5,9818 1665,9818 5,9818 401,43 20,0000

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Figura 10: Curva 3 – Curva horizontal circular

Curva 4

 Raio da curva: O raio foi-se adotado por meio de concordância das tangentes pelo
software AutoCAD, respeitando-se o raio mínimo (210 m ), de acordo com a velocidade
de projeto.
R1, adotado: 850 m

 Comprimento da tangente (T);


𝐴𝐶
𝑇 = 𝑅 ∗ tan ( )
2
𝑇 = 850 ∗ tan ( )
T = 149,8779 m

 Grau da Curva (G)


1145
𝐺=
𝑅
1145
𝐺=
850

G = 1,3471 °

 Afastamento (E);
1
𝐸=𝑅[ − 1]
𝐴𝐶
cos 2

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1
𝐸 = 850 [ − 1]
20
cos 2
E = 13,1126 m

 Corda (C);
𝐴𝐶
𝐶 = 2𝑅 ∗ 𝑠𝑒𝑛 ( )
2
20
𝐶 = 2.850 ∗ 𝑠𝑒𝑛 ( )
2
C = 295,2019 m

 Desenvolvimento da curva (D);


𝐷 = 𝐴𝐶 ∗ 𝑅
𝐷 = 0,3491 ∗ 850
D = 296,7060 m

 Cálculo dos pontos notáveis:

Estaca do PC10: ST4 + trecho


Estaca do PC10: 11128,1952 + 846,14
Estaca do PC10: 11974,3352 m
Estaca do PC10: [598 + 14,3352 m]

Estaca do PT10: PC10 + Desenvolvimento


Estaca do PT10: 11974,3352 + 296,7090
Estaca do PT10: 12271,0412 m
Estaca do PT10: [613 + 11,0412 m]

Estaca do PI10: PC10 + Tangente

Página | 43
Estaca do PI10: 11974,3352 + 149,8779
Estaca do PI10: 12124,2131 m
Estaca do PI10: [606 + 4,2131 m]

Figura 11: Curva 4 – Curva horizontal circular

 Alocação

Tabela 6: Alocação curva horizontal circular 4

Curva 4 Estaca Estaca (m) Corda Distância Deflexão


(m) (m) °

PC 598 + 14,3352 11974,3352 0,00 0,00 0,0000


599 11980 5,66 5,66 0,1909
600 12000 20,00 25,66 0,8650
601 12020 20,00 45,66 1,5391
602 12040 20,00 65,66 2,2131
603 12060 20,00 85,66 2,8872
604 12080 20,00 105,66 3,5613
605 12100 20,00 125,66 4,2353
606 12120 20,00 145,66 4,9094
607 12140 20,00 165,66 5,5835
608 12160 20,00 185,66 6,2575

Página | 44
609 12180 20,00 205,66 6,9316
610 12200 20,00 225,66 7,6057
611 12220 20,00 245,66 8,2797
612 12240 20,00 265,66 8,9538
613 12260 20,00 285,66 9,6279
PT 613 + 11,0412 12271,0412 11,04 296,71 10,0000

9.2 CÁLCULO DA CURVA HORIZONTAL CIRCULAR COM TRANSIÇÃO

Curva 1

Considerar dados já pré-existentes, sendo:


 Velocidade de projeto: 80 Km/h = 22,22 m/s
 Largura da faixa de rolamento: 3,50 m
 Superelevação (e) máxima: 6%
 Ângulo central (obtido pelo software AutoCAD): 42° = 0,7330 rad
 Raio da curva (obtido pelo software AutoCAD): 300 m

 Critério Dinâmico
0,036 . 𝑉𝑝³
𝐿𝑠, min =
𝑅𝑐

0,036 . 80³
𝐿𝑠, min =
300

Ls, min = 61,4400 m

 Critério de tempo
𝐿𝑠, min = 2. 𝑉𝑝
𝐿𝑠, min = 2. 𝟐𝟐, 𝟐
Ls, min = 44,40 m
Ou

𝐿𝑠, min = ,

80
𝐿𝑠, min =
1,8
Página | 45
Ls, min = 44,44 m

 Critério estético
Para Vp ≤ 80 Km/h

𝑒. 𝑙𝑓
𝐿𝑠, min =
0,9 − (0,005 . 𝑉𝑝)
6 ∗ 3,50
𝐿𝑠, min =
0,9 − (0,005 . 80)
Ls, min = 42 m

 Ls desejável
𝑉
𝐿𝑠, 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗á𝑣𝑒𝑙 = 0,072 ( )
𝑅𝑐
80
𝐿𝑠, 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗á𝑣𝑒𝑙 = 0,072 ( )
300
Ls, desejável = 122,88 m

 Comprimento máximo da transição


𝐿𝑠, max = 𝐴𝐶 . 𝑅𝑐
𝐿𝑠, max = 0,7330 . 300
Ls, max = 219,9115 m

O Ls adotado será em base ao livro Projeto Geométrico de Rodovias, na qual diz


“adotem, sempre que possível e sem comprometer a segurança e o conforto dos usuários, o
valor (Ls=2.Ls, min), calculado pelo critério dinâmico. Este comprimento é denominado
comprimento de transição desejável”.
Portanto, Ls = Ls, desejável = 130 m.

 Ângulo de transição (θs);

𝐿𝑠
𝜃𝑠 =
2. 𝑅𝑐

Página | 46
130
𝜃𝑠 =
2.300
𝜃𝑠 = 0,2167 𝑟𝑎𝑑

 Pares ordenados (Xs e Ys);

𝜃𝑠 𝜃𝑠 𝜃𝑠
𝑋𝑠 = 𝐿𝑠 ∗ (1 − + − + ⋯)
10 216 9360
0,2167 0,2167 0,2167
𝑋𝑠 = 130 ∗ (1 − + − +⋯)
10 216 9360
Xs = 129,3910

𝜃𝑠 𝜃𝑠 𝜃𝑠 𝜃𝑠
𝑌𝑠 = 𝐿𝑠 ∗ ( − + − + ⋯)
3 42 1320 75600
0,2167 0,2167 0,2167
𝑌𝑠 = 130 ∗ ( − + − ⋯)
3 42 1320
Ys = 9,3575

 Abscissa do ponto (Q);

𝑄 = 𝑋𝑠 − (𝑅𝑐 . 𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑠)


𝑄 = 129,3910 − (300 . 𝑠𝑒𝑛 0,2167)
Q = 64,8984 m

 Afastamento da circular (p) ;

𝑝 = 𝑌𝑠 − 𝑅𝑐 . (1 − cos 𝜃𝑠)
𝑝 = 9,3575 − 300 . (1 − cos 0,2167)
p = 2,3433 m

 Tangente total (TT);

𝐴𝐶
𝑇𝑇 = 𝑄 + [ (𝑅𝑐 + 𝑝) ∗ tan( )]
2
0,7330
𝑇𝑇 = 64,8984 + [ (300 + 2,3433) ∗ tan( )]
2
TT = 180,9571m

 Desenvolvimento da circular (Dc) ;

𝐷𝑐 = (𝐴𝐶 − 2. 𝜃𝑠) ∗ 𝑅𝑐
𝐷𝑐 = (0,7330 − 2.0,2167) ∗ 300
Página | 47
Dc = 89,9115 m

 Afastamento (E);

𝑅𝑐 + 𝑝
𝐸=[ ] − 𝑅𝑐
𝐴𝐶
cos ( 2 )
300 + 2,3433
𝐸=[ ] − 300
0,7330
cos ( 2 )
E = 90,8591 m

 Pontos notáveis;

Estaca TS1 = PT3 + trecho


Estaca TS1 = 1665,9818 + 562,24
Estaca TS1 = 2228,2218
Estaca TS1 = [111 + 8,2218 m]

Estaca SC1 = TS + Ls,adotado


Estaca SC1 = 2228,2218 + 130
Estaca SC1 = 2358,2218
Estaca SC1 = [117 + 18,2218 m]
Estaca CS1 = SC1 + Desenvolvimento Circular
Estaca CS1 = 2358,2218 + 89,9115
Estaca CS1 = 2448,1333
Estaca CS1 = [122 + 8,1333 m]
Estaca ST1 = CS1 + Ls, adotado
Estaca ST1 = 2448,1333 + 130
Estaca ST1 = 2578,1333
Estaca ST1 = [128 + 18,1333 m]

Página | 48
 Alocação

Tabela 7: Alocação curva horizontal circular com transição 1

Curva Estaca Corda


Estaca L (m) θ (m) x (m) y (m) Deflexão °
1 (m) (m)
TS 111 + 8,2218 2228 0,0000 0,0000 0 0 0 0,0000
112 2240 11,7782 11,7782 0,0018 11,7781 0,0070 0,0006
113 2260 20 31,7782 0,0129 31,7776 0,1371 0,0043
114 2280 20 51,7782 0,0344 51,7720 0,5932 0,0115
115 2300 20 71,7782 0,0661 71,7468 1,5799 0,0220
116 2320 20 91,7782 0,1080 91,6712 3,3010 0,0360
117 2340 20 111,7782 0,1602 111,4917 5,9574 0,0534
SC 117 + 18,2218 2358,2218 18,2218 130,0000 0,2167 129,3910 9,3574 0,0722
118 2360 1,78 131,7782 0,2226 131,1265 9,7448 0,0742
119 2380 20 151,7782 0,2953 150,4596 14,8490 0,0984
120 2400 20 171,7782 0,3783 169,3361 21,4400 0,1259
121 2420 20 191,7782 0,4715 187,5581 29,6640 0,1569
122 2440 20 211,7782 0,5750 204,8834 39,6322 0,1911
CS 122 + 8,1333 2448,1333 8,13 219,9115 0,6200 211,6082 44,2014 0,2059
123 2460 11,87 231,7782 0,6887 221,0252 51,4081 0,2285
124 2480 20 251,7782 0,8127 235,6564 64,9904 0,2690
125 2500 20 271,7782 0,9470 248,4184 80,2932 0,3124
126 2520 20 291,7782 1,0915 258,9357 97,1224 0,3584
127 2540 20 311,7782 1,2462 266,8381 115,1477 0,4066
128 2560 20 331,7782 1,4112 271,7938 133,8704 0,4562
ST 128 + 18,1333 2578,1333 18,13 349,9115 1,5697 273,5281 150,8639 0,5017

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Figura 12: Curva 1 – Curva horizontal circular com transição

Curva 2

Considerar dados já pré-existentes, sendo:


 Velocidade de projeto: 80 Km/h = 22,22 m/s
 Largura da faixa de rolamento: 3,50 m
 Superelevação (e) máxima: 6%
 Ângulo central (obtido pelo software AutoCAD): 71° = 1,2392 rad
 Raio da curva (obtido pelo software AutoCAD): 500 m

 Critério Dinâmico
0,036 . 𝑉𝑝³
𝐿𝑠, min =
𝑅𝑐

0,036 . 80³
𝐿𝑠, min =
500

Ls, min = 36,8640 m

 Critério de tempo
𝐿𝑠, min = 2. 𝑉𝑝
𝐿𝑠, min = 2. 𝟐𝟐, 𝟐
Ls, min = 44,40 m

Página | 50
Ou

𝐿𝑠, min = ,

80
𝐿𝑠, min =
1,8
Ls, min = 44,44 m

 Critério estético

Para Vp ≤ 80 Km/h

𝑒. 𝑙𝑓
𝐿𝑠, min =
0,9 − (0,005 . 𝑉𝑝)
6 ∗ 3,50
𝐿𝑠, min =
0,9 − (0,005 . 80)
Ls, min = 42 m

 Ls desejável
𝑉
𝐿𝑠, 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗á𝑣𝑒𝑙 = 0,072 ( )
𝑅𝑐
80
𝐿𝑠, 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗á𝑣𝑒𝑙 = 0,072 ( )
500
Ls, desejável = 73,7280 m

 Comprimento máximo da transição


𝐿𝑠, max = 𝐴𝐶 . 𝑅𝑐
𝐿𝑠, max = 1,2392 . 500
Ls, max = 619,5919 m

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O Ls adotado será em base ao livro Projeto Geométrico de Rodovias, na qual diz
“adotem, sempre que possível e sem comprometer a segurança e o conforto dos usuários,
o valor (Ls=2.Ls, min), calculado pelo critério dinâmico. Este comprimento é
denominado comprimento de transição desejável”.
Portanto, Ls = Ls, desejável = 75 m.

 Ângulo de transição (θs);

𝐿𝑠
𝜃𝑠 =
2. 𝑅𝑐
75
𝜃𝑠 =
2.500
𝜃𝑠 = 0,0750 𝑟𝑎𝑑

 Pares ordenados (Xs e Ys);

𝜃𝑠 𝜃𝑠 𝜃𝑠
𝑋𝑠 = 𝐿𝑠 ∗ (1 − + − + ⋯)
10 216 9360
0,0750 0,0750 0,0750
𝑋𝑠 = 75 ∗ (1 − + − + ⋯)
10 216 9360
Xs = 74,9578

𝜃𝑠 𝜃𝑠 𝜃𝑠 𝜃𝑠
𝑌𝑠 = 𝐿𝑠 ∗ ( − + − + ⋯)
3 42 1320 75600
0,0750 0,0750 0,0750
𝑌𝑠 = 75 ∗ ( − + −⋯)
3 42 1320
Ys = 1,8742

 Abscissa do ponto (Q);

𝑄 = 𝑋𝑠 − (𝑅𝑐 . 𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑠)


𝑄 = 74,9578 − (500 . 𝑠𝑒𝑛 0,0750)
Q = 37,4930 m

 Afastamento da circular (p) ;

𝑝 = 𝑌𝑠 − 𝑅𝑐 . (1 − cos 𝜃𝑠)
𝑝 = 1,8742 − 500 . (1 − cos 0,0750)
p = 0,4687 m

Página | 52
 Tangente total (TT);

𝐴𝐶
𝑇𝑇 = 𝑄 + [ (𝑅𝑐 + 𝑝) ∗ tan( )]
2
1,2392
𝑇𝑇 = 37,4930 + [ (500 + 0,4687) ∗ tan( )]
2
TT = 394,47398 m

 Desenvolvimento da circular (Dc) ;

𝐷𝑐 = (𝐴𝐶 − 2. 𝜃𝑠) ∗ 𝑅𝑐
𝐷𝑐 = (1,2392 − 2.0,0750) ∗ 500
Dc = 544,5919 m

 Afastamento (E);

𝑅𝑐 + 𝑝
𝐸=[ ] − 𝑅𝑐
𝐴𝐶
cos ( 2 )
500 + 0,4687
𝐸=[ ] − 500
1,2392
cos ( 2 )
E = 160,2171 m

 Pontos notáveis;

Estaca TS3 = PT7 + trecho


Estaca TS3 = 5521,1334 + 1100,1
Estaca TS3 = 6621,2334 m
Estaca TS3 = [331 + 1,2334 m]

Estaca SC3 = TS3 + Ls, adotado


Estaca SC3 = 6621,2334 + 75
Estaca SC3 = 6696,2334 m
Estaca SC3 =[334 + 16,2334 m]
Estaca CS3 = SC3 + Desenvolvimento Circular
Estaca CS3 = 6696,2334 + 544,5919
Estaca CS3 = 7240,8253 m
Estaca CS3 = [362 + 0,8253 m]

Página | 53
Estaca ST3 = CS3 + Ls, adotado
Estaca ST3 = 7240,8253 + 75
Estaca ST3 = 7315,8253 m
Estaca ST3 = [365 + 15,8253 m]

 Alocação

Tabela 8: Alocação curva horizontal circular com transição 2

Curva Estaca Corda Deflexão


Estaca L (m) θ (m) x (m) y (m)
2 (m) (m) °
TS 331 + 1,2334 6621,2334 0 0 0 0 0 0
332 6640 18,7666 18,7666 0,0047 18,7666 0,0294 0,0016
333 6660 20 38,7666 0,0200 38,7651 0,2589 0,0067
334 6680 20 58,7666 0,0460 58,7542 0,9019 0,0153
SC 334 + 16,2334 6696,2334 16,2334 75,0000 0,0750 74,9578 1,8742 0,0250
335 6700 3,7666 78,7666 0,0827 78,7127 2,1709 0,0276
336 6720 20 98,7666 0,1301 98,5997 4,2768 0,0433
337 6740 20 118,7666 0,1881 118,3472 7,4268 0,0627
338 6760 20 138,7666 0,2567 137,8547 11,8201 0,0855
339 6780 20 158,7666 0,3361 156,9826 17,6432 0,1119
340 6800 20 178,7666 0,4261 175,5482 25,0615 0,1418
341 6820 20 198,7666 0,5268 193,3219 34,2100 0,1751
342 6840 20 218,7666 0,6381 210,0265 45,1795 0,2119
343 6860 20 238,7666 0,7601 225,3399 58,0008 0,2519
344 6880 20 258,7666 0,8928 238,9016 72,6246 0,2950
345 6900 20 278,7666 1,0361 250,3259 88,8975 0,3409
346 6920 20 298,7666 1,1902 259,2226 106,5340 0,3893
347 6940 20 318,7666 1,3548 265,2274 125,0835 0,4395
348 6960 20 338,7666 1,5302 268,0452 143,8921 0,4906
349 6980 20 358,7666 1,7162 267,5082 162,0592 0,5412
350 7000 20 378,7666 1,9129 263,6525 178,3883 0,5893
351 7020 20 398,7666 2,1202 256,8168 191,3318 0,6322
352 7040 20 418,7666 2,3382 247,7676 198,9284 0,6656
353 7060 20 438,7666 2,5669 237,8552 198,7348 0,6834
354 7080 20 458,7666 2,8062 229,2054 187,7494 0,6746
355 7100 20 478,7666 3,0562 224,9537 162,3285 0,6179
356 7120 20 498,7666 3,3169 229,5268 118,0946 0,4735
357 7140 20 518,7666 3,5883 248,9789 49,8365 0,1975
358 7160 20 538,7666 3,8703 291,3912 -48,5998 -0,1653

Página | 54
359 7180 20 558,7666 4,1629 367,3407 -184,4289 -0,4637
360 7200 20 578,7666 4,4663 490,4490 -366,0531 -0,6330
361 7220 20 598,7666 4,7803 678,0198 -603,1999 -0,7112
362 7240 20 618,7666 5,1050 951,7748 -907,0689 -0,7412
CS 362 + 0,8253 7240,8253 0,8253 619,5919 5,1186 965,2962 -921,2223 -0,7417
363 7260 19,1747 638,7666 5,4403 1338,7004 -1290,4899 -0,7461
364 7280 20 658,7666 5,7863 1872,0156 -1768,0916 -0,7373
365 7300 20 678,7666 6,1430 2592,2746 -2356,4815 -0,7207
ST 365 + 15,8253 7315,8253 15,8253 694,5919 6,4328 3326,7422 -2912,8678 -0,7042

Figura 13: Curva 2 – Curva horizontal circular com transição

10. LEVANTAMENTO ALTIMÉTRICO

A definição de altimetria é a parte da topografia que trata dos métodos e


instrumentos no estudo e representação do relevo da terra. O levantamento altimétrico
é composto pelo nivelamento, é o que determina as diferenças de nível ou distâncias
verticais entre pontos do terreno.
Sobre altitude, cota, diferença de nível e declividade, a altitude é a distância
vertical de um ponto da superfície terrestre à superfície média dos mares. A cota é a
distância vertical de um ponto da superfície terrestre à uma superfície qualquer de
referência. A diferença de nível é a distância vertical entre o plano de referência e a

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cota ou altitude de um ponto no terreno. A declividade é a relação entre a diferença
de nível e a distância horizontal.
Figura 14: Cota e altitude

Figura 15: Cálculo da declividade

10.1 ELEMENTOS ALTIMÉTRICOS

Perfil longitudinal do terreno - é a representação no plano vertical das


diferenças de nível, cotas ou altitudes, obtidas pela realização do nivelamento ao
longo do eixo de uma estrada.
Alinhamento vertical – greide da rodovia, com suas características
altimétricas.
Greide – Linha de declividade uniforme com a finalidade de substituir as
irregularidades do terreno. Perfil do eixo de uma via, complementado com os

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elementos que o definem (estacas e cotas de PCVs, PIVs, PTVs, etc). É adotado
como eixo de rotação da pista para desenvolvimento da superelevação.
Greides retos – quando possuem uma inclinação constante em um trecho
Greides curvos – quando utiliza uma curva de concordância para
concordar os greides retos.

Figura 16: Greides retos e Greides curvos

As curvas verticais compostas são constituídas por duas curvas de


equações diferentes, uma curva chamada convexa e uma curva chamada de côncava, elas
representam os dois tipos de greides curvos.

Figura 17: Curva convexa e curva côncava

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11. SEÇÃO TRANSVERSAL

Seção transversal é a representação geométrica, no plano vertical, de alguns


elementos dispostos transversalmente, em determinado ponto do eixo longitudinal da
estrada.
As seções transversais são geradas a partir de um corte realizado por um plano
vertical perpendicular à projeção horizontal do seu eixo sobre a superfícies do terreno,
nas estacas inteiras, e indicam a linha do terreno natural, com a indicação das cotas de
terraplanagem, taludes, dispositivos de drenagem, faixa de domínio, largura da faixa de
tráfego, largura do acostamento, plataforma e separador central.
Poderemos ter 3 tipos de seção transversal, seção em corte, seção em aterro ou
seção mista.
A seção em corte corresponde à situação em que a rodovia resulta abaixo da
superfície do terreno natural, conforme Figura 18: Seção em corte.

Figura 18: Seção em corte

A seção em aterro corresponde à situação contrária, isto é, a rodovia resultando


acima do terreno natural, conforme Figura 19.

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Figura 19: Seção em aterro

A seção mista ocorre quando na mesma seção, a rodovia resulta de um lado,


abaixo do terreno natural, e do outro, acima do terreno natural, conforme Figura 20.
Figura 20: Seção mista

11.1 Elementos geométricos da seção transversal

As dimensões e posicionamentos desses elementos são definidos em função do


relevo do terreno e das características operacionais da rodovia, como velocidade de
projeto, capacidade de trafego, nível de serviço, sinalização, estética e segurança.

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Figura 21: Elementos geométrico da seção transversal

Faixa de trafego: espaço destinado ao fluxo de sequência de veículos encadeados,


ou seja, o espaço transversal da pista projetado em função da largura de um veículo
padrão, que é aquele que representa a frota de veículos.

I Espaço destinado ao fluxo de veículos;


II Largura da faixa de trafego, em metros no quadro abaixo;
III A definição do número de faixa, depende do volume de trafego da pista. No
mínimo, deve ter duas faixas de trafego (pista simples), uma para cada sentido.
Caso, não seja suficiente, adotar (pista dupla), duas para cada sentindo.

Tabela 9: Larguras de faixa de tráfego

CLASSE DE PROJETO REGIÃO PLANA REGIÃO ONDULADA REGIÃO MONTANHOSA

0 3,60 3,60 3,60


I 3,60 3,60 3,50
II 3,60 3,50 3,30
III 3,50 3,30 3,30
IV 3,00 – 2,50 3,00 – 2,50 3,00 – 2,50

Obs: Faixa de tráfego adotada foi de 3,50, por ser um dado já pré-existente.

 Pista de rolamento: Espaço correspondente ao conjunto das faixas de tráfego.

I Sua largura é a soma das larguras das faixas.


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II Conjunto de faixas de trafego adjacentes;
III Largura da pista: soma das larguras de todas as faixas.

Figura 22: Pista de rolamento e faixa de tráfego

 Acostamentos: Espaços adjacentes à pista de rolamento, destinado a paradas


de emergência;

I É desejável que existam acostamentos externos ao longo de todo o traçado da


rodovia.
II Inclinação transversal: -3% a -5%.
III Servem como áreas de escape, área de estacionamento para veículos
acidentados/danificados ou para paradas de ônibus.
IV Ajudam a drenagem da pista, e quando pavimentados, protegem as bordas da
pista;
V Melhoram as condições de visibilidade nas curvas horizontais;
VI Garantem a inexistência de obstáculos próximos da vista;
VII Largura dos acostamentos, em metros, no quadro abaixo;

Tabela 10: Larguras dos acostamentos externos

LARGURA DOS ACOSTAMENTOS EXTERNOS


CLASSE DE PROJETO REGIÃO PLANA REGIÃO ONDULADA REGIÃO MONTANHOSA
0 3,50 3,00 3,00
I 3,50 2,50 2,50
II 2,50 2,50 2,00
III 2,50 2,00 2,00
IV 2,00 2,00 – 1,50 1,50 – 1,20

Obs: Largura do acostamento adotada foi de 2,80, por ser um dado já pré-
existente.

 Acostamento esquerdo

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I Largura das faixas de acostamentos internos, para pistas duplas, em metros;
PISTA DE MÃO ÚNICA – CLASSE 0 ou I
NÚMERO DE FAIXAS REGIÃO PLANA REGIÃO ONDULADA REGIÃO MONTANHOSA
2 1,20 – 0,60 1,00 – 0,60 0,60 – 0,50
3 3,00 – 2,50 2,50 – 2,00 2,50 – 2,00
4 3,00 3,00 3,00 – 2,50

 Drenagem:
I Espaços adjacentes ao acostamento para o escoamento da água superficial;
II Largura de 1 m.

 Plataforma: espaço compreendido entre os pontos de início dos taludes, isto


é, o pé do talude no caso de corte, e a crista do talude no caso de aterro. Ela é
composta, portanto, das pistas, acostamentos, espaços para drenagem e
separador central, no caso de pista dupla. Pista + acostamento + faixas de
drenagem

Figura 23: Plataforma da pista simples

 Pista dupla:

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Figura 24: Plataforma da pista dupla

Abaixo, segue as medidas adotados para a seção transversal da pista.

Figura 25: Seção transversal da pista 3D

Figura 26: Seção transversal

Acostamento: 2,80 m
Faixa de rolamento: 3,50 m
Canteiro central: 10 m

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Drenagem: 1,00 m
Faixa de domínio: 50,00 m

 Taludes

Um talude é de corte quando a borda da seção tipo encontra-se abaixo do leito


natural do terreno, o que exige que seja realizado um corte no terreno para concordar a
borda da seção tipo com o leito do terreno, no ponto de interseção entre as duas seções.
Em caso contrário, o talude é de aterro, a inclinação do mesmo, depende da altura do
aterro.
De qualquer maneira, devem ser suaves e acompanhar a inclinação do terreno
natural, para a rodovia ter um aspecto harmonioso com as condições topográficas do local
e garantir a segurança do tráfego.
A escolha da inclinação para um determinado talude depende se ele é de corte ou
de aterro, do tipo de solo e de sua altura. No caso de talude de corte, a inclinação deve ser
definida em função das características do solo, no de aterros, em função do material e do
grau de compactação adotado.

Figura 27: Talude

 Devem ser suaves;


 Acompanhar o terreno;
 Dar harmonia a estrada;
 Taludes pequenos (4 a 5 m);
 Inclinações grandes não
aumentam custo;
 Inclinação desejável 1:4; (a
cada 4m sobe 1m)
 Arredondado nas bordas.

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A inclinação da rampa do corte, sendo expresso pela relação v:h, que é entre os
catetos verticais (v) e horizontal (h) de um triângulo retângulo cuja hipotenusa coincide
com a superfície inclinada.

Figura 28: Relação V:H dos taludes

Separador central: elemento que separa as correntes de tráfego oposta em uma


pista dupla, pode ser constituído por defesas metálicas ou de concreto, por calçadas com
guias, ou por canteiros gramados que evitam erosão, compõem o paisagismo, também é
considerado como elemento de segurança, recomenda-se que os mesmos sejam
projetados com largura suficiente e de forma adequada para evitar que veículos que saiam,
acidentalmente, atinjam a pista oposta.
Figura 29: Canteiro central

São projetados com uma depressão central, que oferece condições favoráveis para os
dispositivos de drenagem e dificultar a passagem do veículo para a pista oposta. As inclinações
dos taludes da depressão variam de 1:6 a 1:10 (excepcionalmente 1:4).

Tabela 11: Largura do canteiro central

LARGURA DE CANTEIRO CENTRAL (m)


CLASSE SEÇÃO VALOR DESEJÁVEL
DA TRANSVERSAL NORMAL
RODOVIA RESTRITA

0 3a7 6a7 10 a 18
I 3a7 ≥6 10 a 12

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Obs: Em função da classe da rodovia, a largura do canteiro central adotada neste
trabalho é de 10m.

 Faixa de domínio: faixa de terra que pertence a rodovia e é destinada a


construção, operação e futuras ampliações da via. Deve oferecer o espaço
necessário à construção da rodovia incluindo cristas de cortes, saias de aterro,
obras complementares e uma folga mínima.

Tabela 12: Largura da faixa de domínio

LARGURA DA FAIXA DE DOMÍNIO (m)


CLASSE MÍNIMA CIDADES
E 100 120
I 50 80
II 50 80
III 50 80

 Guias: usadas para disciplinas a drenagem, delinear e proteger as bordas do


pavimento, melhorando a estética da rodovia e reduzindo custos de manutenção. Nas
áreas rurais, não é recomendado, dependendo do tipo e posição, podem afetar a segurança
e prejudicar o uso da via, por dificultares o escoamento da água superficial.

As curvas verticais convexas deverão ter no máximo 5.000 metros de raio para
garantir o escoamento da água nas proximidades do vértice da curva.

 Pista simples com duas faixas, dois sentidos: Neste caso, nos trechos em
tangente, as pistas e seus acostamentos são construídos com uma pequena inclinação
transversal para o escoamento da água. Deve-se criar inclinações opostas para as duas
faixas, a partir do eixo da pista.
I Os acostamentos devem, se possível, ter inclinação transversal maior que a da
pista, de forma a colaborar com a saída das aguas pluviais.
II Acostamentos pavimentados: 2% - 5%
III Acostamentos não pavimentados: 4% - 6%

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 Trechos em curva

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12. SUPERELEVAÇÃO

O desenvolvimento da superelevação, deve se dar ao longo do trecho da curva de


transição, de forma que ao se iniciar o trecho da curva circular a inclinação transversal já
seja iniciada. O valor a ser adotado, dever ser limitado a um valor máximo, uma curva
com “e” muito elevado, pode provocar deslizamento ou tombamento do veículo em
velocidades muito baixas.
Os valores máximos devem ser adotados em função de alguns fatores da pista e
região, sendo:
 Condições climáticas, considera-se, frequência de chuvas, ocorrência de neve ou
gelo;
 Condições topográficas do local;
 Localização, se é área rural ou urbana;
 Velocidade média do tráfego.

Para equilibrar a força centrifuga, além da força de atrito do pneu com a pista,
utiliza-se a execução de uma inclinação transversal da pista, com caimento para o lado
interno da curva, para que a força peso do veículo tenha um componente na mesma
direção e em sentido contrário da força centrifuga. Ou seja, a força peso pode ser
decomposta em duas outras, um perpendicular à pista, e outra paralela.

Figura 30: Equilíbrio de forças

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A tangente do ângulo formado pelo plano da pista com o plano horizonta define o
valor da superelevação, pela formula a seguir:
Equação 31

𝑒 = tan 𝛼
Sendo:
e: superelevação, em porcentagem;
𝛼: ângulo de inclinação da pista de rolamento.

Os veículos em movimento curvilíneo são submetidos à ação de forças transversais


que correspondem à força centrifuga. A força centrifuga que atua no veículo é maior,
quanto maior a velocidade e menor o raio. Em uma curva para a direita, o veículo deverá
projetar para a corrente de tráfego oposta.

Figura 31: Projeção de curva à direita

Em uma curva para a esquerda, o veículo será lançado para fora da pista, com isso
a absorção da força centrifuga terá que receber uma superelevação para eliminar esta
tendência.

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Figura 32: Projeção de curva à esquerda

Algumas definições em relação à superelevação:

Acostamento – área da plataforma adjacente à pista de rolamento destinada a:


estacionamento provisório de veículos, servir de faixa extra de rolamento para
emergências, contribuir para proteção da estrutura do pavimento e dos efeitos da erosão.
Em rodovias de pista dupla, os acostamentos à direita do sentido de tráfego são
denominados externos e aqueles à esquerda, internos.

Bordos (Bordas) da pista – limites laterais da pista de rolamento. Em rodovias


de pista dupla, o limite à direita do sentido de tráfego é denominado bordo externo e
aquele à esquerda, bordo interno.

Canteiro central – espaço compreendido entre os bordos internos de pistas de


rolamento, com tráfego geralmente em sentidos opostos, objetivando separá-las física,
operacional, psicológica e esteticamente. Por definição, inclui os acostamentos internos,
faixas de segurança ou faixa de espera e conversão à esquerda.

Superelevação – declividade transversal em um único sentido de que a pista é


dotada em curvas, com caimento orientado para o centro (lado interno) da curva, com o
objetivo de contrabalançar a atuação da aceleração centrífuga.

Superelevação negativa – declividade transversal da pista com caimento no


sentido do lado externo (oposto ao centro) da curva, reforçando a atuação da aceleração
centrífuga.
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12.1 VALORES MÁXIMOS DE COEFICIENTE DE ATRITO

A força de atrito é produto da força normal pelo coeficiente de atrito, e ela aumenta
até um valor máximo, quando o veículo começa a se deslizar. Portanto, o valor máximo
do coeficiente de atrito varia em função da velocidade.
Os valores máximos, constam na tabela abaixo:

Tabela 13: Valores para o coeficiente de atrito transversal máximo

Velocidade
de projeto 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
(km/h)
Coef. De
atrito
0,17 0,17 0,16 0,15 0,15 0,14 0,13 0,12 0,10 0,09
transversal
máx. (fmax)

12.2 Superelevação e raio da curva

Para a definição da relação entre a superelevação e o raio da curva, pose-se ser


considerado algumas equações:

Equação 32

𝑉²
𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟é𝑝𝑒𝑡𝑎 = 𝑔 (𝑒 + 𝑓) =
𝑅

Relacionando com o raio da curva, obtém-se;


Equação 33

𝑉²
𝑅=
127 ( 𝑒 + 𝑓)
Sendo:
Vp: Velocidade de projeto, em Km/h;
R: Raio da curva, em m;
e, f: adimensionais.

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Se for utilizado, a superelevação máxima e o coeficiente de atrito máximo, tem-
se o menor raio para o trecho com segurança, ou seja:

Equação 34

𝑉²
𝑅, 𝑚𝑖𝑛 =
127 ( 𝑒, 𝑚𝑎𝑥 + 𝑓, 𝑚𝑎𝑥)
Sendo:
f,max: 0,19 – Vp / 1600 = [0,19 – 80/1600] = 0,14
e, max: 10 % para rodovias de classe O e I, em regiões planas e onduladas.
8% em rodovias classe I em regiões montanhosas e rodovias com demais classes
de projeto.
6% em áreas urbanizadas e em trechos sujeitos a redução de velocidade.
4% em situações com extrema ocupação do solo adjacente.

12.2.1 Cálculo do raio mínimo

𝑉²
𝑅, 𝑚𝑖𝑛 =
127 ( 𝑒, 𝑚𝑎𝑥 + 𝑓, 𝑚𝑎𝑥)
80²
𝑅, 𝑚𝑖𝑛 =
127 ( 0,06 + 0,14)
𝑅, 𝑚𝑖𝑛 = 251,9685 𝑚

12.3 PARALELOGRAMO DE VALORES ACEITÁVEIS

Tomando esse paralelogramo, considera-se que todos os pares de valores, cujo


ponto correspondente fica no seu interior, garante a segurança para o veículo.

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Figura 33: Paralelogramo de valores aceitáveis

Após estabelecer o valor da superelevação máxima e a velocidade de projeto,


deve-se determinar o valor do raio mínimo e o grau máximo da curva.

Critério 1: Oferecer o maior conforto possível aos usuários que trafeguem na


velocidade de projeto. Assim, ocorre quando o ponto cai sobre a reta AB, onde f=0.

Critério 2: Oferecer o maior conforto possível aos usuários que percorrerem na


velocidade média de operação Vm. Isso, ocorre quando o ponto cai sobre a reta AE e EC.
Reta obtida nas condições (Vp = Vm) e (f=0) na seguinte equação:
Equação 35

𝑉𝑚 . 𝐺
𝑒=
1146 . 𝑔

Critério 3: Oferece mais conforto que os outros para veículos que tem velocidade
abaixo da média. A Superelevação e o coeficiente de atrito transversal variam sempre na
mesma proporção. Isso, é obtido quando o ponto cai sobre a diagonal maior, linha 3.

Critério 4: Método da AASHTO, o mais utilizado. A linha obtida indica a


superelevação em função do grau da curva. Proporciona maior conforto para veículos que
percorrem próximo da velocidade média (Vm) nas curvas horizontais de raios grandes ou
pequenos.

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Figura 34: Gráficos dos critérios para a determinação da superelevação

Cálculo do paralelogramo
Considerando e, max: 6%

Tabela 14: Cálculo paralelogramo de valores aceitáveis

Paralelogramo de valores aceitáveis


f 0
G 0,0000
e 0
f 0
G 0,1054
e,max 0,06
f,max 0,14
G 0,3513
e,max 0,06
f,max 0,14
G 0,2459
e 0
Valores considerando raio calculado da G 0,2204
curva vertical 1 e 5,4446

12.4 Distribuição da superelevação

Para passar da seção normal para a com superelevação, precisa de uma


determinada extensão de via para que a variação da inclinação transversal seja realizada
gradativamente, para garantir segurança aos usuários.

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Figura 35: Variação da superelevação

Giro em torno do bordo interno (BI): Usuário visualiza a superelevação, dando


maior confiança e exige maior terraplenagem.

Giro em torno do bordo externo (BE): pode ter problemas de drenagem no BI,
sensação de entrar em um buraco, mas é útil em muitos entroncamentos / acessos
rodoviários.

Giro em torno do eixo: menores alterações nas cotas do terreno (menos


distorção), menor terraplanagem, menos sensação de variação da superelevação, cota do
eixo não se altera e pequena variação nos bordos.

Etapa 1: nivelamento da superelevação do bordo externo (deve ocorrer antes do


TS).
Etapa 2: obtenção da superelevação ‘e’ do trecho circular (deve ocorrer no trecho
em transição, entre TS e SC).

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SN: Seção normal  ponto onde começamos a desfazer a elevação normal, deve
ser constante = variação na transição.
SP: Seção plana  onde as faixas formam um plano, -2% de um lado e 2% do
outro.

Figura 36: Cotas das bordas e do eixo

12.4.1 Pista dupla:

A inclusão do separador central altera o tratamento a ser dado para a aplicação da


superelevação.

1: toda a seção transversal, inclusive o separador central, gira em torno de um mesmo


ponto, deixando as duas pistas em um mesmo plano. Utiliza-se neste caso, separadores
de concreto com guias.

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Figura 37: Giro ao redor do eixo

2: o separador central é mantido horizontal (exceto a valeta de água) e as duas pistas


giram separadamente em torno das bordas do separador. Uma pista sofre giro na borda
interna e outra na borda externa. Utiliza-se, neste caso, tanto de concreto quanto canteiros
gramados.

Figura 38: Giro ao redor das bordas

3: As duas pistas são tratadas separadamente resultando em uma diferença de cotas entre
as bordas do separador central. Utilizado para canteiros largos, quando o espaço entre as
bordas e a drenagem central não possui inclinações muito fortes. Neste caso, a
superelevação é projetada separadamente para cada pista.

Figura 39: Giro ao redor do centro

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13. PERFIL LONGITUDINAL

O traçado em planta de uma rodovia permite que o movimento sobre o plano


horizontal seja estabelecido, sendo compatíveis as devidas condições de segurança e
velocidade. A topografia e locais obrigados de passagem também impõem condições no
traçado.
Perfis longitudinais são gráficos, onde no eixo das ordenadas (y) são apresentadas
as cotas altimétricas e, no eixo das abscissas (x) são representadas as estacas ou distâncias
horizontais correspondentes (no caminhamento do eixo da rodovia).
Destes valores permitem-se obter as rampas, ou inclinações, do terreno e das
eventuais tangentes verticais que o perfil abriga.
Equação 36

𝐷𝑁
𝑖 (%) = ∗ 100
𝐷𝐻

Sendo:
DN: Diferença de nível;
DH: Distância horizontal.

O greide da rodovia é composto por uma sequência de rampas (ascendentes ou


descendentes), concordadas entre si por curvas verticais. Deve-se sempre que possível,
procurar usar rampas suaves e curvas de concordâncias verticais de raios grandes, de
forma a permitir que os veículos possam percorrer a rodovia com velocidade uniforme.
O perfil de uma rodovia é um gráfico cartesiano onde se representam, em abscissa,
o estaqueamento do eixo da rodovia e, em ordenadas, as altitudes do terreno e do greide
projetado para a via, além de outros elementos que completas as informações necessárias.

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Figura 40: Exemplo perfil longitudinal

Rampas: As rampas ascendentes são consideras positivas e as descendentes são


consideradas negativas. Esta convenção leva em consideração o sentido longitudinal do
perfil da rodovia, que é o mesmo do estaqueamento do projeto.
Os automóveis conseguem vencer rampas em aclive de 4% a 5% com redução de
velocidade muito pequena. Em rampas em aclive de até 3%, o comportamento desses
veículos é praticamente o mesmo que nos trechos em nível.
Em veículos comerciais (ônibus e caminhões) a redução de velocidade em rampas
em aclive é bem maior que a dos veículos de passageiros.

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Rampas máximas: é a maior inclinação que determinada curva pode term de
acordo com a classe de projeto a ser dimensionado, e seu relevo, dado em porcentagem.

Tabela 15: Inclinação máxima de rampa (%)

Classe de Relevo Relevo Ondulado Relevo


projeto Plano montanhoso
Classe 0 3 4 5
Classe 1 3 4,5 6
Classe 2 3 5 6
Classe 3 3 5a6 6a7
Classe 4 3 5a7 6a9

Obs: Rampa máxima adota é de 6% conforme dados já pré-estabelecidos.

13.1 DISTÂNCIA DE VISIBILIDADE

A distância de visibilidade pode ser definida como um fator de segurança e


eficiência da via, uma vez que trata da capacidade da pista em proporcionar segurança ao
motorista em condições de alteração de relevo.
Ela é a responsável por proporcionar ao motorista, condições de reagir, e parar o
veículo em condições onde há uma variação do terreno, podendo assim evitar possível
colisões com objetos ou veículos.

A distância de visibilidade pode ser determinada com base no Manual de Projeto


Geométrico do DNER, a partir da seguinte tabela.

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Tabela 16: Distância de visibilidade

DISTÂNCIA DE
COEFICIENTES DE
VELOCIDADES VISIBILIDADE DE
ATRITO
PARADA ( i = 0%)
Média de Desejável Mínima
Diretriz (V)
percurso Para V Para Vm (para V em (para Vm em
Km/h
(Vm) Km/h m) m)
30 30 0,40 0,40 30 30
40 38 0,38 0,39 45 45
50 46 0,35 0,36 65 60
60 54 0,33 0,34 85 75
70 62 0,31 0,33 110 90
80 70 0,30 0,31 140 110
90 78 0,30 0,30 175 130
100 86 0,29 0,30 210 155
110 92 0,28 0,30 255 180
120 98 0,27 0,29 310 205

14. CURVAS VERTICAIS

Existem dois tipos de curvas verticais:

Curvas convexas, subdivididas em:

Figura 41: Curvas convexas

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Curvas côncavas, subdivididas em:

Figura 42: Curvas côncavas

As de tipo I convexas apresentam problemas quanto à segurança da


ultrapassagem, já as de tipo I côncavas apresentam problemas quanto à drenagem.
Curvas de tipo II e III concordam segmentos de mesmo sentido de declividade.
Nas de tipo II o vértice virtual encontra-se à vante do PCV, nas de tipo III o vértice
encontra-se à ré do PTV.
Para dimensionamento das curvas verticais é necessário o levantamento
altimétrico da rodovia, por meio de sua projeção e lançamento do greide. Com essa
projeção, é possível visualizar a inclinação da rampa longitudinal, extensão da curva e
afins.
As curvas verticais concordam com as tangentes no PCV e no PTV em igual
distância a partir do PIV (ponto de intersecção das tangentes). A deflexão i corresponde
à diferença algébrica das declividades (i2-i1).
A constante k da curva vertical é a razão entre o seu comprimento e a deflexão em
porcentagem. Quanto maior o k, mais suave a curva.

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Figura 43: Curva vertical (parabólica simples)

Sendo:
PIV: Ponto de interseção das tangentes;
PCV: Ponto de curva vertical (início da curva);
PTV: Ponto de tangente vertical (fim da curva);
Lv: Comprimento da curva vertical
i1: Inclinação da primeira rampa;
i2: Inclinação da segunda rampa;
δi : Diferença algébrica de rampas (i2 – i1);
Lv: Comprimento da curva vertical;
Rv: Raio no vértice da parábola.

Para calcular o raio de curvatura no vértice da parábola, use-se:


Equação 37

𝐿𝑣
𝑅𝑣 =
δi
Equação 38

𝐿𝑣 = 𝑅𝑣 ∗ δi

O segmento PIV é dividido ao meio pela curva parabólica, definindo o valor da


flecha (f), o qual permite calcular o valor da cota do ponto (M) da curva. O povo V de
ordenada máxima ou mínima da curva vertical, para os casos de rampas com sinais
diferentes, e Lo a sua abscissa.

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Figura 44: Pontos singulares da curva vertical

Para a ordenada do ponto V, usa-se:


Equação 39

𝑖1 ∗ 𝐿𝑣
𝑦𝑜 =
2 ∗ 𝛿𝑖

Abaixo, segue equações matemáticas que podem ser utilizadas para o cálculo de
coordenadas de alguns pontos singulares da curva vertical parabólica simples.

PONTO X Y
PCV 0 0
PTV Lv (i1 + i2) * (Lv/2)
PIV Lv/2 i1 * (Lv/2)
M Lv/2 (δi * Lv/8) + (i1 * Lv/2)
V -i1 * (Lv / 𝛿𝑖) -i2² * (Lv / 2 δi)

14.1 Comprimento mínimo das curvas verticais

O Motorista deve também ter ao menos 2 segundos para perceber que está
passando por uma alteração na inclinação da seção longitudinal da rodovia, e para tal, é
necessário um comprimento mínimo, denominado Lv, que pode ser determinado a partir
das seguintes equações:
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Equação 40

𝐿𝑣, min = 0,6 ∗ 𝑉𝑝


Sendo:
Vp = velocidade de projeto em quilômetros por hora (km/h).
Lv, min = comprimento mínimo de curva vertical e metros (m).

 Curvas convexas

Caso 1: Df ≤ Lv
Equação 41

𝐷𝑓 ∗ |𝛿𝑖|
𝐿𝑣, min =
4,04
Caso 2: Df > Lv

Equação 42

4,04
𝐿𝑣, min = 2 ∗ 𝐷𝑓 −
|𝛿𝑖|

 Curvas côncavas
Caso 1: Df ≤ Lv
𝐷𝑓 ∗ |𝛿𝑖|
𝐿𝑣, 𝑚𝑖𝑛 =
1,2 + 0,035 ∗ 𝐷𝑓

Caso 2: Df > Lv
1,2 + 0,035 ∗ 𝐷𝑓
𝑳𝒗, 𝒎𝒊𝒏 = 2 ∗ 𝐷𝑓 −
|𝛿𝑖|

Sendo:
Df = distância de frenagem, definida pelo DNER.
|𝛿𝑖| = variação de inclinação em %.
Lv, min = comprimento mínimo de curva vertical e metros (m).

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15. EXECUÇÃO DA CURVA VERTICAL

No cálculo das curvas verticais do projeto, fora determinado por meio da projeção
vertical de trechos do trajeto as elevações verticais para o dimensionamento.
A partir do levantamento da elevação da rodovia e lançamento do greide, foi
possível por meio de equações empíricas levantar a inclinação e traçar as curvas verticais.
Porém por meio de limitações normativas em relação à inclinação máxima de
curva, adaptações foram feitas no projeto, a fim de se amenizar as oscilações do terreno.
Tais adaptações serão feitas a partir da movimentação de terra em determinados trechos
e serão explicadas mais a fundo posteriormente.

 Curva vertical 1 – Convexa

 Dados:
Conforme Tabela 16, a Distância de mínima de visibilidade é de 140 m.

Figura 45: Inclinação Curva vertical 1

 Inclinação:
𝐷𝑁
𝑖 (%) = ∗ 100
𝐷𝐻
19
𝑖 (%) = ∗ 100
396,63

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𝑖 (%) = 4,79 %
𝑖 (%) = 5 %

δi = i2 – i1
δi = 0 – 0,0479
δi = - 0,0479
δi = 0,05

 Comprimento mínimo
Caso 1: Df ≤ Lv

𝐷𝑓 ∗ |𝛿𝑖|
𝐿𝑣, min =
4,04
140 ∗ | − 0,05|
𝐿𝑣, min =
4,04
𝐿𝑣, min = 242,5743 𝑚

Caso 2: Df > Lv

4,04
𝐿𝑣, min = 2 ∗ 𝐷𝑓 −
|𝛿𝑖|
4,04
𝐿𝑣, min = 2 ∗ 140 −
| − 0,05|
𝐿𝑣, min = 199,20 𝑚

Caso 3:
𝐿𝑣, min = 0,60 ∗ 𝑉𝑝
𝐿𝑣, min = 0,60 ∗ 80
𝐿𝑣, min = 48 𝑚

Adota-se o LV múltiplo de 20 para facilitar a alocação, portanto, o Lv, adotado =


260 m.

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𝐿𝑣
𝑅𝑣 =
δi
260
𝑅𝑣 =
0,05
𝑅𝑣 = 5200 𝑚

Tabela 17: Pontos notáveis da curva vertical

PONTO X m estacas Y
PCV 0 6023,7634 301 + 3,7634 0 415,5
PTV 260 6283,7634 314 + 3,7634 6,5 422
PIV 130 6153,7634 307 + 13,7634 6,5 422
M 130 6153,7634 307 + 13,7634 4,875 417,125
V 260 6283,7634 314 + 3,7634 0 422

Figura 46: Curva vertical

Figura 47: Curva Vertical

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16. ANEXOS

 Planimetria ampliada do projeto, plotado em folha A.1 para melhor


identificação do projeto.
 Planilha utilizada para os respectivos cálculos pelo software Excel.

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17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Normas de projetos rodoviários, porto alegre, fevereiro de 1991


https://www.daer.rs.gov.br/upload/arquivos/201607/27143350-normas-projetos-
geometrico.pdf. Acesso em 08/04/2020.

 https://www.guiadaengenharia.com/curva-horizontal-transicao/. Acesso em
27/04/2020.

 http://www1.dnit.gov.br/ipr_new/..%5Carquivos_internet%5Cipr%5Cipr_new%
5Cmanuais%5CMANUAL_DE_PROJETO_DE_INTERSECOES_Versao_Final
.pdf

 http://www.cetsp.com.br/media/20695/nt178.pdf

 http://www.tecnologia.ufpr.br/portal/dtt/wp-
content/uploads/sites/12/2020/03/Apostila-PROJETO-GEOM%C3%89TRICO-
2019.pdf

 https://ecivilufes.files.wordpress.com/2011/04/elementos-geomc3a9tricos-das-
estradas-de-rodagem.pdf

 http://site.ufvjm.edu.br/icet/files/2016/10/Altimetria.pdf

 http://files.estradaspe.webnode.com/200000003-
0f3e610382/3_ESTRADAS1_INTRODU%C3%87%C3%83O_PROJETO_GE
OM%C3%89TRICO_REV0.pdf

 https://engcivil20142.files.wordpress.com/2017/08/notas-de-aulas-parte-2.pdf

 http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/10139/mate
rial/APOSTILA_ProjetoGeometrico_2010.pdf

 https://teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18137/tde-09022018-
181503/publico/Dissert_Vasconcelos_RaimundoE.pdf

 http://www.fec.unicamp.br/~caxd/falcetta/_resumos/eng17.pdf

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