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Cátia Ramalhete

15/02/2021
catiar@uatlantica.pt
Ano 2020-2021
Conteúdos Programáticos

1. INTRODUÇÃO – Farmacologia como ciência e as suas diferentes vertentes

2. FARMACOLOGIA GERAL:

 Noções de terapêutica: Medicamento; Ação farmacológica; Tóxico; Dose; Dose


Tóxica; Margem terapêutica.
 Noções e exemplos de: acumulação, habituação, dependência fisica e psiquica,
hipersensibilidade, alergia, sinergismo, antagonismo, antidotismo e
incompatibilidade
 Cuidados especiais na conservação de medicamentos e formas farmacêuticas.
Vias de administração
 Noções de farmacocinética: absorção, distribuição, metabolismo e excreção
Conteúdos Programáticos

3. FARMACOLOGIA ESPECIAL:

 Principais grupos terapêuticos: mecanismo de acção geral e principais reacções


adversas.

Quimioterapia anti-infecciosa:

Etiotrópicos: noções de antibióticos

Imunoterápicos : vacinas, imunoglobulinas e soros

Antissépticos e desinfectantes

 Resistência aos antibióticos

 Analgésicos e antipiréticos

 Intoxicações e antídotos
Conteúdos Programáticos

4. ASPECTOS TÉCNICOS E SÓCIO-ECONÓMICOS DA TERAPÊUTICA

 Noções elementares sobre o funcionamento da Indústria Farmacêutica

 Custo dos medicamentos

 Medicamentos genéricos

 Papel do Infarmed

 Autorização de introdução no mercado (AIM)

 Medicamentos a nível hospitalar: comissões de escolha; formulário hospitalar


Nacional de Medicamentos e distribuição unitária de medicamentos, unidose
Ano 2020-2021
Cronograma de aulas (2018/2019)
DATAS Duração PROGRAMA CURRICULAR
15/02/2021 2 Apresentação. Conteúdos programáticos. Metodologia de Avaliação.
Farmacologia como ciência e suas diferentes vertentes.
Noções básicas de terapêutica.
16/02/2021 3 Formas farmacêuticas: Cuidados especiais na conservação de medicamentos e
formas farmacêuticas. Vias de administração
22/02/2021 3 Vias de administração (conclusão). Farmacocinética (ADME)

15/03/2021 2,5 Exercícios de aplicação (ADME). Grupos terapêuticos

16/03/2021 3 Grupos terapêuticos

22/03/2021 1,5 Ficha (1)


23/03/2021 3 Grupos terapêuticos + venenos e Antídotos
29/03/2021 2 venenos e Antídotos
Antibióticos
30/03/2021 3 Antissépticos + vacinas
05/04/2021 2 Analgésicos
06/04/2021 3 ASPETOS TÉCNICOS E SOCIOECONÓMICOS DA TERAPÊUTICA + FICHA (2)
12/04/2021 2 TESTE
Ano 2020-2021
Avaliação contínua

Método de Avaliação Ponderação

Teste 70 % * (min. 8 valores)

Ficha (1) 20 % *

Ficha (2) 10% *

*
BIBLIOGRAFIA
Noções básicas
Ciência que estuda os fármacos, envolvendo o conhecimento da história, origem,
propriedades físicas e químicas, composição, absorção, biotransformação e excreção,
efeitos bioquímicos e fisiológicos, mecanismos de acção e uso dos fármacos.

Pharmacon + Logos =
Ciências relacionadas com a farmacologia

Farmacognosia
Estuda os fármacos de origem animal e vegetal (produtos
naturais usados como medicamentos)

Farmacogenética Ginkgo biloba

Estuda a influência dos factores genéticos sobre a


farmacodinânica, farmacocinética e a toxicologia de fármacos
ou eventuais modificações induzidas por fármacos no material
genético do organismo.
Ciências relacionadas com a farmacologia

Farmacocinética
Estuda a absorção, distribuição, metabolização e excreção
dos fármacos

(Corpo – fármaco)

Farmacodinâmica
Estuda as ações farmacológicas e seus mecanismos.

(Fármaco – corpo)
Ciências relacionadas com a farmacologia

Toxicologia
Ciência que estuda os efeitos nocivos dos agentes químicos
ou físicos (xenobióticos) nos organismos vivos.

Farmácia Galénica
Farmacotécnica Preparação dos medicamentos em formas farmacêuticas
que permitam a sua administração aos doentes.

Farmacoterapia
Classificação, dosagem e acção terapêutica dos fármacos
Farmacologia Geral
Estuda os príncipos e os conceitos gerais aplicáveis a todos
os fármacos
Farmacologia Especial
Estuda cada fármaco em particular
Farmacologia Experimental
Estuda a farmacodinâmica (PD), farmacocinética (PK) e
toxicidade em animais de experiência intactos (cobaias) ou
órgãos isolados
Farmacologia Clínica
Estuda a PD, PK e toxicidade em humanos (apenas se a F.
Experimental se revelar SEGURA)
Farmacologia Farmacologia
experimental Clínica
Estuda a farmacodinâmica (PD), farmacocinética (PK) e toxicidade de
fármacos em animais de experiência intactos (cobaias) ou órgãos
isolados.

Consiste na presença de dois ou mais grupos que diferem em relação a uma


intervenção, controlada pelo investigador.
1. GRUPO CONTROLE: OBRIGATÓRIO
NOTA: No caso de não existir para a doença a estudar um tratamento
comprovadamente eficaz dá-se a este grupo controle um Placebo.

2. ALEATORIZAÇÃO: OBRIGATÓRIO
É impossivel predizer a que grupo irá pertencer o próximo animal/paciente
(caso de ensaios clínicos)

Ensaios pré-clínicos - são realizados em laboratório e em animais e incluem ensaios físico-


químicos, farmacocinéticos, farmacodinâmicos (dose efectiva_determinar a eficácia do
medicamento), toxicológicos (dose letal, etc)
Estuda a PD, PK e toxicidade em humanos (apenas se a F. Experimental se revelar
SEGURA)

ENSAIOS CLÍNICOS
Apresenta 4 fases:

Fase I – Toxicidade e Farmacologia

Fase II – Investigação Clínica Preliminar da Eficácia Terapêutica

Fase III – Avaliação Terapêutica em Larga Escala

Fase IV – Monitorização Após Introdução no Mercado


Ensaios Clínicos:
Divididos em quatro fases

Fase I – Toxicidade e Farmacologia

 Primeiros ensaios, desenvolvidos em voluntários humanos sãos, em nº restrito


(Ex. Empregados das companhias farmacêuticas).

 Avaliação preliminar da segurança do medicamento (aumento das doses até dose


máxima sem efeitos adversos)_ Toxicidade

 Estudo do metabolismo do fármaco e biodisponibilidade.

Farmacocinética
Ensaios Clínicos:
Divididos em quatro fases

Fase II – Investigação Clínica Preliminar da Eficácia Terapêutica

 Ensaio em pequena escala para avaliação inicial da eficácia e segurança do medicamento

 Determina-se a relação dose/resposta e o intervalo dose/posologia

 Estipula-se a dose terapêutica humana e avalia-se a segurança a curto prazo.

 Amostras de 100-200 voluntários doentes (geralmente a patologia bem caracterizada para


evitar erros de interpretação).
Ensaios Clínicos:
Divididos em quatro fases

Fase III – Avaliação Terapêutica em Larga Escala

 Demonstração/confirmação do benefício terapêutico (ensaio comparativo) 


Comparação com terapêuticas alternativas para a mesma patologia

 Elevado nº de doentes (1000-2000)

 Permite estabelecer a relação risco/benefício, avaliando a eficácia e segurança a curto e


longo prazo_AVALIAÇÃO DO VALOR TERAPÊUTICO RELATIVO E GLOBAL.

 Ensaio com desenho controlado (grupo exposto e não exposto ao novo medicamento _ pode
ser oculto ou duplamente oculto)
Ensaios Clínicos:
Divididos em quatro fases

Fase IV – Monitorização Após Introdução no Mercado

 Fase desenvolvida após o medicamento ser introduzido no mercado e começar a ser usado
em larga escala.

 Permite a confirmação do valor terapêutico e da estratégia terapêutica desenhada

Farmacovigilância

Tem por objectivo descobrir com a maior brevidade


possível os efeitos adversos causados ainda não detetados
e registar as suas características.
Ensaios Clínicos:
Não controlados - administração do fármaco a um grupo de
pacientes sem grande rigor de seleção de diagnóstico e sem
grupo controlo.

Ensaios clínicos Abertos


Estudo em que tanto o investigador como
o doente sabem qual a medicação que está
a ser administrada.

Controlados
Ocultação Simples
•Doente n sabem
Cegos/oculto

Ocultação Dupla
•Ambos n sabem
Ensaios Clínicos:

Razões para a Ocultação:

 Doente não modificar comportamento e registar maior número de efeitos


adversos

 Profissionais de saúde não modificarem o regime (alteração da dose, terapêutica


adiciona) ou procederem a seguimento preferencial.

 Evitar erros sistemáticos de avaliação. O Investigador pode registar os resultados


mais favoráveis nos doentes submetidos ao novo tratamento.
http://www.roche.pt/corporate/index.cfm/farmaceutica/ensaios-clinicos-profissionais-
de-saude/fases-dos-ensaios-clinicos/
FÁRMACO
Agentes químicos capazes de modificar as funções dos seres vivos.

• Efeitos colaterais
Exercem ações farmacológicas

• Efeitos terapêuticos

MEDICAMENTOS
Exercem acções tóxicas

Meios químicos de diagnóstico


VENENOS
FÁRMACO

Uso terapêutico ou
profilático Ajuda no diagnóstico

MORTE

MEDICAMENTOS Meios químicos de


diagnóstico

VENENOS
12ª
alteração
MEDICAMENTO

Toda a substância ou composição que possua propriedades curativas ou


preventivas das doenças ou dos seus sintomas, do Homem, com vista a estabelecer
um diagnótico médico ou a restaurar, corrigir, ou modificar as suas funções
orgânicas.

Ação…

M. Organotrópicos M. Etiotrópicos

Medicamentos cujo efeito terapêutico Medicamentos cujo efeito terapêutico resulta


resulta de uma ação directa sobre o de uma ação sobre organismos patogénicos,
que infectam o Homem (m.o)
organismo do doente

Anti-hipertensores; etc Vírus, bactérias, fungos, protozoários...


MEDICAMENTOS ORFÃOS

São utilizados no diagnóstico, tratamento ou prevenção de uma doença rara, em que não há

expectativa razoável de que o custo envolvido no seu desenvolvimento e comercialização seja

recuperado com as vendas

1. Critério geral

2. Critério Epidemiológico (5 casos em cada 10.000 pessoas pessoas;

3. Critério Económico - o medicamento não perfazer o retorno necessário ao


seu desenvolvimento e investigação;

4. Métodos inexistentes ou superioridade clínica do tratamento


MEDICAMENTOS ORFÃOS

São utilizados no diagnóstico, tratamento ou prevenção de uma doença rara, em que não há
expectativa razoável de que o custo envolvido no seu desenvolvimento e comercialização seja
recuperado com as vendas

- Atrofia muscular espinal infantil;


- Neurofibromatose, da osteogenese;
- Síndroma de Rett;
- Doença de Huntington;
- Doença de Crohn
TÓXICO

Substância que quando introduzida no organismo, mesmo em pequenas


quantidades, pode provocar a morte.

DOSE

É a quantidade apropriada administrada de um fármaco que produz um


determinado grau de resposta.
DOSE TÓXICA

Quantidade do fármaco responsável por efeitos tóxicos

Tempo de Semi-vida (t1/2)

Tempo necessário para que a concentração plasmática do fármaco (quantidade de


fármaco no organismo) se reduza a 50%

MARGEM TERAPÊUTICA
???
MARGEM TERAPÊUTICA

É a relação existente entre a


Concentração Mínima Efectiva (CME) e a
Concentração Máxima Tolerada (CMT). É
representada graficamente por:

 Concentração Eficaz Mínima/Concentração Mínima Efectiva - a mais baixa


concentração capaz de produzir o efeito desejado

 Concentração Tóxica Mínima/ Concentração Máxima Tolerada - menor concentração


que já origina efeitos tóxicos.
MARGEM TERAPÊUTICA

A
MARGEM TERAPÊUTICA

O Fármaco A apresenta acção farmacológica, pois


ultrapassou o CME.
MARGEM TERAPÊUTICA

B
MARGEM TERAPÊUTICA

O Fármaco B não apresenta acção


farmacológica,pois não atingiu o CME.
MARGEM TERAPÊUTICA

C
MARGEM TERAPÊUTICA

o Fármaco C apresenta acção farmacológica, pois


ultrapassou a CME, contudo também são visíveis efeitos
tóxicos, pois a CMT também foi ultrapassada.
MARGEM TERAPÊUTICA

D
MARGEM TERAPÊUTICA

O Fármaco D apresenta acção farmacológica, pois atingiu a CME,


não apresentando tóxicidade, já que a CMT não foi ultrapassada.
MARGEM TERAPÊUTICA

E
MARGEM TERAPÊUTICA

O Fármaco E apresenta acção farmacológica, pois atingiu a CME,


não apresentando tóxicidade, embora tenha sido atingida a
CMT, contudo não foi ultrapassada
DOSE

É a quantidade apropriada administrada de um fármaco que produz um


determinado grau de resposta.

DOSE DE IMPREGNAÇÃO

Dose ou série de doses que são administradas no inicio do tratamento com o


objectivo de atingir rapidamente a concentração desejada.

DOSE DE MANUTENÇÃO

Doses repetitivas ou sob a forma de infusão contínua – Permitem manter uma


concentração em equilíbrio no plasma dentro de uma determinada amplitude
terapêutica
MEDICAMENTOS

Classificação de medicamentos quanto à origem:

 Natural
- Mineral
- Animal
- Vegetal

 Síntese

 Semi-síntese – medicamentos origem natural aos


quais se retiram, acrescentam ou substituem
determinados grupos químicos.
MEDICAMENTOS

Classificação quanto à ação:

 Etiotrópicos – não influenciam qualquer actividade biológica. A sua


finalidade é matar ou impedir multiplicação de microrganismos patogénicos.

 Organotrópicos – lavam à alteração de um parâmetro biológico (Ex:


anti-hipertensores)
MEDICAMENTOS

Podem ser agrupados:

 Utilização a título preventivo:


– Prevenção – vacinas
– Modificar processo biológico – anticoncepcionais

 Tratamento de substituição - compensar carência do organismo:


– Exógena – vitaminas
– Endógena: Definitiva – insulina
Provisória – hemorragia, diarreia
MEDICAMENTOS

Podem ser agrupados:


Medicamentos etiotrópicos
 Suprimem a causa da doença:
– Bactericidas – morte do agente causal
– Bacteriostáticos – dificultam o crescimento e multiplicação

 Sintomáticos – corrigem os sintomas, sem eliminar a causa


(analgésicos, anti-inflamatórios).
Medicamento organotrópicos
MEDICAMENTOS

Podem ser agrupados:

 Nome químico – descreve a substância quimicamente


ex: 1-(isopropilamino)-3-(1-naftilóxi)propan-2-ol

 Nome genérico – nome dado por um orgão científico competente


ex: paracetamol

 Nome comercial – nome dado pelo fabricante


ex: Ben-u-ron
Noções Básicas
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

PODEM SER:

 UTEIS: Exemplo: potenciação mútua do Trimetoprim e do Sulfametoxazol;

 a potenciação dos anti-hipertensores pela administração


conjunta com diuréticos.

 NOCIVAS: Quando conduzem à insuficiência ou anulação do efeito terapêutico,


ou estão na origem de reacções secundárias ou tóxicas graves ou
mesmo fatais.
(Ex. Tetraciclinas e produtos lácteos e antiácidos; varfarina e AINE)
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Assim as interacções podem traduzir-se por:

 Um reforço da acção de um dos medicamentos (adição;


potenciação)
Sinergismo

 Redução dos efeitos (antagonismo)


INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

ANTAGONISMO

Quando um fármaco diminui ou inibe a acção de outro

 Competitivo ou farmacológico

 Fisiológico

 Químico
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

ANTAGONISMO

Quando um fármaco diminui ou inibe a acção de outro

 Competitivo ou farmacológico
O antagonista compete pelos mesmos sítios de receptores.

Contração muscular pelo efeito do agonista (acetilcolina) e


deslocamento da curva pelo antagonista (atropina).
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

ANTAGONISMO

Quando um fármaco diminui ou inibe a acção de outro

 Fisiológico
Quando duas substâncias químicas produzem efeitos opostos na mesma
função fisiológica, agindo sobre estruturas diferentes

Glucagon e insulina sobre o nível de glicémia


INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

ANTAGONISMO

Quando um fármaco diminui ou inibe a acção de outro

 Químico - Duas substâncias não reagem com os receptores do organismo, mas


reagem quimicamente entre si em solução, antagonizando-se.

Quelantes de metais utilizados no tratamento de intoxicações por metais


pesados, como o arsénio e chumbo.
Estuda as alterações que o medicamento provoca no organismo

COMPLEXO FÁRMACO-RECEPTOR

AFINIDADE ACTIVIDADE INTRÍNSECA OU


EFICÁCIA

Capacidade de um fármaco se fixar Capacidade de um fármaco produzir um


sobre o receptor efeito após fixação aos receptores
COMPLEXO FÁRMACO-RECEPTOR

Agonista

Um agonista é um fármaco que possui afinidade e actividade intrínseca .

Pode ser: - Total (100%) Quando ao actuar num dado órgão produz efeito de
100%.
- Parcial (<100%) Quando não consegue induzir 100% de resposta.

Antagonista

Um antagonista é um fármaco com afinidade mas sem actividade intrínseca


COMPLEXO
COMPLEXO FÁRMACO-RECEPTOR
FÁRMACO-RECEPTOR

Agonista Antagonista
Noções Básicas
TOXICIDADE MEDICAMENTOSA

MEDICAMENTOS

1. Efeito principal

2. Efeitos secundários

3. Efeitos tóxicos:

Surgem por sobredosagem ou por reactividade


especial do indivíduo. Podem ser imediatos ou a
longo prazo
TOXICIDADE MEDICAMENTOSA

A toxicidade dos medicamentos pode ter um orgão como alvo.

1. MEDULA ÓSSEA é um dos alvos

2. FÍGADO e RIM são outros dois órgãos atingidos frequentemente

Os medicamentos podem ter efeitos teratogénicos sobre o


embrião e o feto.
TOXICIDADE MEDICAMENTOSA

ACUMULAÇÃO

 Quando a eliminação de um fármaco é demorada e a sua administração


repetida frequentemente.

 Ex: Digoxina, cloroquina


TOXICIDADE MEDICAMENTOSA

HABITUAÇÃO OU ACOSTUMAÇÃO

 Quando se verifica uma redução progressiva dos efeitos de um fármaco após


a sua administração prolongada.

 Ex: chá, café, purgantes, narcóticos e tranquilizantes.

O paciente que toma cronicamente estes fármacos, suporta doses


elevadissimas, altamente tóxicas para aqueles que nunca os tenham
tomado.
A supressão brusca implica sintomas de abstinência.
TOXICIDADE MEDICAMENTOSA

INTOXICAÇÃO

 É o efeito que resulta da acção de um tóxico a nível dos vários sistemas


orgânicos.

 A sua terapêutica assenta em quatro princípios básicos:

1. Identificação do tóxico;
2. Cálculo da quantidade ingerida;
3. Remoção e/ou neutralização do tóxico; ANTIDOTISMO

4. Manutenção das funções vitais.


TOXICIDADE MEDICAMENTOSA

.
ANTIDOTISMO

 Quando por processos mecânicos, físicos ou químicos, se anula ou diminui a


acção ou absorção de um tóxico.

Ex. Existem antídotos tais como a atropina, acetilcisteína, vitamina K,


dimercaprol, fisostigmina, glucagon, oximas, entre outras.

ATROPINA
Desempenha um papel muito importante no tratamento das intoxicações agudas por
organofosforados.
Noções Básicas
FÁRMACO-DEPENDÊNCIA

Trata-se de uma dependência do doente ao fármaco

1. DEPENDÊNCIA PSÍQUICA
Desejo de tomar um fármaco, leva a um estado de bem estar.

2. DEPENDÊNCIA FÍSICA
Aparecimento de sintomas físicos – síndrome de abstinência quando se
suspende a administração do fármaco.

Transpiração, ansiedade, excitação, agressividade, alucinações, dor,


náuseas, vómitos, diarreia, febre, morte.
FÁRMACO-DEPENDÊNCIA

Trata-se de uma dependência do doente ao fármaco

Qualquer fármaco que altere as manisfestações do comportamento


é potencialmente capaz de produzir dependência após repetidas
administrações.

Opiáceos; barbitúricos; hipnóticos; etanol; anfetaminas;

cocaína
FÁRMACO-DEPENDÊNCIA

DEVE-SE A:

1. TOLERÂNCIA

Indica a necessidade de uma dose maior de fármaco para produzir determinada


resposta.

Natural – raça negra tem tolerância aos midriáticos

Adquirida – à acção sedativa do Fenobarbital

Dilatação da pupila
FÁRMACO-DEPENDÊNCIA

DEVE-SE A:

2. TOLERÂNCIA CRUZADA

Desenvolvimento de tolerância aos agentes farmacologicamente relacionados.

Ex: Os alcoólicos são relativamente tolerantes aos barbitúricos e


anestésicos gerais
FÁRMACO-DEPENDÊNCIA

DEPENDÊNCIAS PODEM SER CLASSIFICADAS:

1. Dependência tipo álcool ou barbitúrico

Depêndencia Psíquica – não regular.

Dependência Física – lenta mas em grau muito marcado – pode dar convulsões
e morte.

Toxicologia- pequena, mas cruzada.


FÁRMACO-DEPENDÊNCIA

DEPENDÊNCIAS PODEM SER CLASSIFICADAS:

2. Dependência tipo opiáceos (morfina, codeina )

Depêndencia Psíquica – rápida e intensa

Depêndencia Física – instala-se cedo, sindrome de abstinência violento

Toxicologica – desenvolve-se rapidamente


FÁRMACO-DEPENDÊNCIA

DEPENDÊNCIAS PODEM SER CLASSIFICADAS:

3. Dependência tipo alucinogénicas (LSD, marijuana )

Depêndencia Psíquica – depende da dose, de leve a forte

Depêndencia Física – não tem, pequena

Toxicologica – marcada, só para doses elevadas


Noções Básicas
INCOMPATIBILIDADES MEDICAMENTOSAS

INCOMPATIBILIDADE

Quando duas substâncias associadas, dão lugar a modificações não desejadas e


que podem prejudicar o efeito terapêutico que se pretende obter.

Dada a frequência com que nos hospitais se administram


medicamentos diluídos em soluções injectáveis de grande
volume, este é um problema de grande importância.
INCOMPATIBILIDADES MEDICAMENTOSAS

1. Só deverá adicionar-se um fármaco a uma solução injectável quando


expressamente indicado e de forma simples;
2. A adição do fármaco à solução injectável deverá efectuar-se pouco antes da sua
utilização;
3. Se possível adicionar um só fármaco;
4. Não adicionar fármacos a frascos contendo: sangue, soluções de aminoácidos ou
emulsões lipidicas;
5. Os frascos devem conter um rótulo com o nome e quantidade do fármaco
adicionado, data e hora da aditivação e tempo durante o qual deve ser
administrada a mistura;
6. Trabalhar com assépsia.
Noções Básicas
HIPERSENSIBILIDADES

Hipersensibilidade ou intolerância :

Resposta exagerada de um indivíduo a uma dose normal de um


determinado fármaco.

A explicação deste fenómeno pode encontrar-se num aumento


da sensibilidade da célula onde actua o fármaco, ou na
ausência ou diminuição congénita de enzimas encarregados da
metabolização do fármaco.
HIPERSENSIBILIDADES

Alergia

A alergia é uma reacção imunologicamente mediada que produz sintomas


estereotipados não relacionados com o perfil do fármaco e que
depende da dose

Os portadores de alergias são chamados de


“atópicos”.

Ex: Penicilinas, Cefalosporinas, Salicilatos,


Tetraciclinas

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