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E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DE
MEDICAMENTOS
UNIDADE IV
DESENVOLVIMENTO DE NOVOS
FÁRMACOS
Elaboração
Juliana Meira Guedes
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS...............................................................................1
UNIDADE IV
DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS...............................................................................5
CAPÍTULO 1
FARMACOLOGIA CLÍNICA..................................................................................................... 5
CAPÍTULO 2
FARMACOVIGILÂNCIA........................................................................................................ 11
CAPÍTULO 3
UTILIZAÇÃO SEGURA DE MEDICAMENTOS......................................................................... 13
PARA (NÃO) FINALIZAR........................................................................................................17
REFERÊNCIAS.........................................................................................................................19
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DESENVOLVIMENTO DE
NOVOS FÁRMACOS
UNIDADE IV
Capítulo 1
FARMACOLOGIA CLÍNICA
Os fármacos são substâncias químicas que podem ter sua origem animal, vegetal,
mineral ou sintética. Essas substâncias químicas são utilizadas para prevenir,
diagnosticar e tratar doenças.
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UNIDADE IV | Desenvolvimento de novos fármacos
Entretanto, é totalmente conhecido que a relação existente entre dose e efeito dos
fármacos é muito variável entre cada indivíduo. Tais variações dependem não só da
dose, mas também da gravidade da doença, das funções cardiológicas, hepatológicas,
renais e da motilidade gastrintestinal, da atividade hormonal e da farmacocinética do
princípio ativo. Assim, várias fases estão envolvidas na resposta terapêutica do fármaco:
fase farmacêutica, fase farmacocinética e fase farmacodinâmica.
Os primeiros testes são os ensaios pré-clínicos. Têm duração de 1 a 6 anos, podem ser
in vitro ou in vivo e podem ser divididos em farmacológicos e toxicológicos.
In vitro é uma expressão do latim e significa “em vidro”, ou seja, processos biológicos
que são realizados em ambiente fechado, controlado, de um laboratório, normalmente
feitos em recipientes de vidro (exemplo: fertilização in vitro realizada por meio de
técnicas de reprodução assistida).
In vivo, palavra derivada do latim, que significa “dentro do vivo”, ou seja, que ocorre ou
tem lugar dentro de um organismo. Em ciência, in vivo se refere a experimentos com
animais (ratos, cães, camundongos ou outras espécies) ou com tecidos vivos de animais.
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Desenvolvimento de novos fármacos | UNIDADE IV
as funções corporais por meio das mudanças bioquímicas nos fluidos e nos tecidos
corporais. Descreve o mecanismo de ação e seus efeitos terapêuticos.
Nos ensaios pré-clínicos in vivo, os estudos toxicológicos mais comuns são por meio
da avaliação da dose letal 50% (DL50), dose eficaz 50% (DE50) e índice terapêutico (IT),
que chamamos de fase aguda.
DE50 é a dose “eficaz” para 50% da população. Sendo assim, depende da medida de
eficácia usada.
Cálculo do índice terapêutico (índice que indica a margem de segurança dos fármacos
– considera as doses letal e eficaz em seu cálculo – quanto maior o IT, maior a sua
segurança):
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UNIDADE IV | Desenvolvimento de novos fármacos
Durante a Fase I, a droga vai ser testada em um pequeno número de indivíduos (na
casa da dezena) voluntários e saudáveis. Essas pesquisas se propõem a estabelecer
uma evolução preliminar da segurança e do perfil farmacocinético e, quando
possível, um perfil farmacodinâmico. Farmacocinética no ser humano (metabolismo e
biodisponibilidade).
» Relação dose/efeito.
» Duração do efeito.
» Efeitos colaterais.
» Confirmação da segurança.
Fase lll: estudos internacionais, de larga escala, em múltiplos centros, com diferentes
populações de pacientes para demonstrar eficácia e segurança (população mínima
aprox. 800).
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» Indicações.
» Contraindicações.
» Efeitos colaterais.
» Medidas de precaução.
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Essas pesquisas são executadas com base nas características com que foi autorizado
o medicamento e/ou especialidade medicinal. Geralmente são estudos de vigilância
pós-comercialização, para estabelecer o valor terapêutico, o surgimento de novas
reações adversas e/ou confirmação da frequência de surgimento das já conhecidas, e
as estratégias de tratamento.
Nas pesquisas de Fase IV, devem-se seguir as mesmas normas éticas e científicas
aplicadas às pesquisas de fases anteriores (ANVISA, s/d).
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Capítulo 2
FARMACOVIGILÂNCIA
Segundo a OMS, “um reporte de casos em farmacovigilância pode ser definido como:
uma notificação relativa a um paciente com um evento adverso médico (ou teste de
laboratório anormal) suspeito de haver sido induzido por um medicamento”.Essa suspeita
logo deve ser confirmada, e toda informação coletada é válida para começar. Dados
cronológicos são importantíssimos e um profissional capacitado é parte fundamental
do processo.
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regionais, sendo que cada uma tem seus métodos de tratamento e conduta. E, logo
mais, difundida por meio de cada ente regulador ao laboratório fabricante.
No boletim devem constar as iniciais dos pacientes, sexo e data de nascimento, os nomes
dos medicamentos envolvidos, o motivo do seu uso, a dosagem diária administrada, as
datas de início e fim do período de uso, o uso concomitante de outros medicamentos,
a descrição da reação suspeita observada e a identificação e o endereço do notificador.
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Capítulo 3
UTILIZAÇÃO SEGURA DE MEDICAMENTOS
É muito importante lembrar que, para um uso racional, em primeiro lugar, é necessário
estabelecer a necessidade do uso do medicamento. Convém destacar que o conceito de
dispensação é um ponto importante a se considerar quando se trata de uso racional de
medicamento, e a preocupação maior ainda é a automedicação, pois é uma das grandes
causas de Problemas Relacionados com os Medicamentos (PRMs).
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Conheça mais sobre o Consenso de Granada utilizando este endereço web: https://
www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/viewFile/1752/1329.
Para os Santos et al. (2004), a definição de PRM é a falha da farmacoterapia que resulta
no não alcance dos objetivos terapêuticos ou que ela produza efeitos não desejados.
› PRM 4: o paciente usa uma dose padrão e/ou duração inferior à necessária.
› PRM 5: o paciente usa uma dose padrão e/ou duração superior à necessária.
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Desenvolvimento de novos fármacos | UNIDADE IV
Para erradicar esses PRMs, devemos pôr em prática a atenção farmacêutica (AtenFar)
que engloba todas as atividades realizadas pelo farmacêutico em orientação ao paciente,
e que tem como objetivo conseguir o máximo de benefício dos medicamentos, assim
como a promoção de ações que proporcionem saúde e previnam doenças. Em uma
de suas etapas, está o seguimento farmacoterapêutico, que consiste no compromisso
do profissional, sempre em colaboração com os pacientes, e sua função incide em
identificar, prevenir e resolver os resultados negativos que estão associados à medicação,
juntamente com as causas que podem ser prevenidas. A falha na farmacoterapia ocorre
quando não se consegue os resultados terapêuticos desejados e quando provoca danos
adicionais. Essa falha tem um custo adicional à saúde dos pacientes e sobre os recursos
sanitários e sociais, o que a torna um verdadeiro problema de saúde pública.
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UNIDADE IV | Desenvolvimento de novos fármacos
positiva é que possui muito bem desenvolvida a parte de planejamento dos cuidados
ofertados.
Já o método de Dáder trata-se de um sistema simples que nos permite realizar esse
seguimento a qualquer paciente, em qualquer tipo de assistência sistematizada,
documentada e contínua, em que é permitido registrar, monitorar e avaliar os efeitos
da farmacoterapia, com a colaboração do próprio paciente e dos demais profissionais
de saúde, buscando alcançar resultados concretos que melhorem a saúde do paciente.
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PARA (NÃO) FINALIZAR
No Brasil, teve seu início quando Carlos da Silva Lacaz, médico, cientista e professor,
formado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, destacou-se no estudo
da medicina de doenças tropicais e, juntamente com seus colaboradores, publicou o
livro “Doenças Latrogênicas”, no início da década de 1970, com o objetivo de alertar
os profissionais de saúde quanto ao risco relacionado ao uso dos medicamentos.
Desse modo, podemos considerar o início das discussões relativas ao assunto
farmacoepidemiologia.
Observamos que os ensaios clínicos não são feitos sobre um número suficiente de
pacientes tratados durante um período suficientemente longo para permitir detectar
todos os efeitos indesejáveis do produto estudado, e necessitam às vezes de muitos
recursos para sua realização que infelizmente nem sempre está disponível. Os estudos
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Uma boa avalição requer tempo, com dados bem precisos, como datas, horários
início e términos da administração do medicamento, e o tempo em que surge o efeito
indesejável ou a anomalia e profissionais, além de aptos, dispostos a dedicar seu tempo
a esse seguimento.
Hoje contamos com sistemas on-line de notificação. A primeira portaria é a Portaria CVS
n. 04, publicada em 2005, que atualiza e institui os formulários de notificação de suspeita
de RAM e desvio de qualidade, dispõe sobre seus fluxos e dá outras providências
correlatas.
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REFERÊNCIAS
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