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O que é farmacologia?
É o estudo dos efeitos das substâncias químicas que interagem com sistemas vivos por meio de
processos químicos, principalmente por ligação a moléculas reguladoras, e ativação ou inibição de
processos corporais normais, resultando em um efeito (maléfico ou benéfico).
O mesmo composto químico pode trazer um efeito medicamentoso ou tóxico. O que diferencia é a
dose e a via de administração.
A janela terapêutica é a faixa de concentração do fármaco, na qual ele traz um benefício terapêutico
ou tóxico. As concentrações mais baixas são aquelas onde se inicia o efeito terapêutico do
medicamento e as concentrações mais altas são aquelas onde se inicia o efeito tóxico do
medicamento.
● Farmacocinética
Estuda o destino dos fármacos no organismo, desde a administração até a eliminação do organismo,
indicando a movimentação dos fármacos pelo organismo. Abrange os processos de absorção,
distribuição, biotransformação e excreção.
Absorção: vai da via de administração (oral, intravenosa, intramuscular, sublingual) até a chegada na
corrente sanguínea. Efeito de primeira passagem é o processo da metabolização do fármaco pelo
fígado e pelos microrganismos intestinais.
Distribuição: é a etapa em que a droga é distribuída no corpo através da circulação chegando aos
locais onde vai atuar, sendo primeiro aos órgãos mais vascularizados (SNC, Pulmões, coração) e
depois aos tecidos menos irrigados (tecido adiposo). Sofre influência da concentração de proteínas
plasmáticas no sangue que são necessárias para formar a fração ligada do medicamento.
Excreção: processo de remoção dos compostos do organismo para o meio externo, sendo a forma
mais comum a excreção por via renal.
● Farmacodinâmica
É o estudo dos efeitos fisiológicos, bioquímicos e mecanismo de ação dos fármacos, ou seja, estuda
o efeito do fármaco. Tem como objetivo principal delinear as interações físicas e químicas entre droga
e célula-alvo.
A droga ou fármaco, para exercer suas ações e produzir efeitos, precisa atingir seu local ou alvo
específico. Esses locais de ação são principalmente de natureza protéica e representados
especialmente por enzimas, moléculas transportadoras, canais iônicos e receptores. Para produzir
seus efeitos, a droga deve apresentar elevado grau de especificidade de ligação com seu local de
ação. Nenhuma droga, entretanto, é completamente específica nas suas ações. Ela pode afetar
outros alvos celulares e provocar efeitos colaterais.
Exemplo: A insulina é produzida pelo pâncreas e ela faz efeito nos receptores (músculo, tecido
adiposo, fígado). Ela se liga ao receptor na membrana da célula, ativa a sinalização, fazendo com que
a glicose vá para a membrana, é captada e é utilizada para fazer ATP. O excesso da glicose é
armazenado na forma de gordura no tecido adiposo.
Os fármacos têm diferentes fontes, podendo ser vegetal, animal, mineral, microrganismos e
sintéticos.
Algumas Definições
➔ Droga
Matéria prima mineral, vegetal ou animal da qual se pode extrair um ou mais princípios ativos e que
pode ou não ter propriedades terapêuticas. Por exemplo, álcool.
É uma substância química de estrutura conhecida, que não seja um nutriente ou ingrediente essencial
da dieta, que, quando administrada a um organismo vivo, produz um efeito biológico.
Pode ser:
➔ Fármaco
Substância química de constituição definida que pode ser aplicada em farmácia e que produz efeito
terapêutico. Por exemplo, diclofenaco. Uma droga com ação terapêutica é chamada de fármaco.
➔ Medicamento
É o mesmo que fármaco, mas especificamente quando se encontra em sua forma farmacêutica.
Todo fármaco/medicamento é uma droga, mas nem toda droga é um fármaco, porque nem toda
droga tem ação terapêutica.
● Referência
Original, que foi registrado primeiro após comprovação de eficácia e segurança. Tem comercialização
exclusiva até que expire o prazo de patente do laboratório, em geral de 10 a 20 anos.
● Genérico
Contém o mesmo princípio ativo e pode ser usado no lugar do medicamento de referência, mas não
tem nome de marca. Para assegurar a intercambialidade, são realizados os testes de equivalência
farmacêutica e bioequivalência.
● Similar
Também passa pelos mesmos testes exigidos para os genéricos. Uma lista da ANVISA informa quais
são os similares já reconhecidos como intercambiáveis, ou seja, equivalentes aos respectivos
medicamentos de referência.
➔ Forma Farmacêutica
➔ Dose efetiva
➔ Efeito dose-resposta
➔ Biodisponibilidade
Consiste na fração da dose administrada que atinge a circulação sistêmica na sua forma ativa,
estando disponível para ser distribuída e causar seus efeitos Relaciona se apenas com a proporção
total de fármaco que alcança a circulação, desprezando a velocidade de absorção.
Efeito sobre o fármaco, resultante de sua passagem pelo fígado antes de alcançar a via sistêmica,
que pode inativá-lo. A depuração hepática (clearance hepático) acontece quando o fígado retira
moléculas do fármaco, inativando-o, ou seja, o fármaco perde a capacidade de reconhecer seu sítio
ativo.
➔ Meia Vida
É o tempo necessário para que metade de uma substância seja removida do organismo por um
processo químico ou físico.
➔ Especificidade
➔ Afinidade
Estudos Pré-Clínicos
É o período de descoberta da droga, é quando alguém tem uma ideia de uma estrutura ou interação
de um fármaco. Ele é sintetizado e testado em laboratório (in vitro e in vivo) para identificação de
possível atividade farmacológica. Há a produção da substância em grande escala, desenvolvimento
da formulação e realização de novos testes em animais. Solicita-se à agência reguladora sanitária (no
Brasil é a ANVISA, nos EUA é o FDA) e ao comitê de ética em pesquisa para realização de ensaios
clínicos.
A pesquisa clínica é usualmente classificada em 4 fases: I, II, III e IV. Para se estudar clinicamente
um medicamento, ele já deverá ter sido aprovado em testes pré-clínicos, ou seja, aspectos de
segurança são avaliados em animais de experimentação antes da aplicação dessa droga em seres
humanos. Quando essa medicação está pronta para ser testada no ser humano, as fases de
investigação clínica iniciam-se e seguem uma após a outra, até que o maior volume possível de
informações sobre o medicamento seja obtido.
Fase I: refere-se ao uso do medicamento pela primeira vez em um ser humano, geralmente um
indivíduo saudável e que não tem a doença para a qual o medicamento está sendo estudado. Nesta
fase serão avaliadas diferentes vias de administração e diferentes doses, realizando-se testes iniciais
de segurança e de interação com outras drogas ou álcool.
Fase II: indivíduos que têm a doença ou condição para a qual o procedimento está sendo estudado
participam desta fase, que tem como objetivo obter mais dados de segurança e começar a avaliar a
eficácia do novo medicamento ou procedimento. Geralmente diferentes dosagens, assim como
diferentes indicações do novo medicamento, também são avaliadas nesta fase.
Fase III: depois de concluído o estudo piloto, grandes estudos multicêntricos acompanham milhares
de pacientes por um período maior de tempo, geralmente sendo comparados a outros tratamentos
existentes e recomendados para o mesmo problema. Durante esta fase se espera obter maiores
informações sobre segurança, eficácia e interação de drogas. Ao participar de uma pesquisa em fase
III, o voluntário poderá receber ou o novo tratamento ou o tratamento habitual (ou placebo).
Recebendo o tratamento habitual, o paciente será tratado com a qual os especialistas avaliam como o
melhor tratamento da atualidade. Se o paciente receber o novo tratamento, será tratado com uma
alternativa de tratamento que os especialistas esperam obter vantagens significativas sobre o
habitual. O objetivo desta fase de estudo é comparar ambos os tratamentos e estabelecer a
superioridade de um sobre o outro. Os testes de fase III devem fornecer todas as informações
necessárias para a elaboração do rótulo e da bula do medicamento. A análise dos dados obtidos na
fase III pode levar ao registro e aprovação para uso comercial do novo medicamento ou
procedimento, pelas autoridades sanitárias.
Fase IV: após um medicamento ou procedimento diagnóstico ou terapêutico ser aprovado e levado ao
mercado, testes de acompanhamento de seu uso são elaborados e implementados em milhares de
pessoas, possibilitando o conhecimento de detalhes adicionais sobre a segurança e a eficácia do
produto. Um dos objetivos importantes dos estudos fase IV é detectar e definir efeitos colaterais
previamente desconhecidos ou incompletamente qualificados, assim como os fatores de risco
relacionados. Esta fase é conhecida como Farmacovigilância.
Membrana Celular
Apresenta em sua constituição proteínas, lipídios, entre outras substâncias. O modelo que representa
a estrutura da membrana plasmática é denominado de mosaico fluido. Este modelo foi introduzido
para explicar os movimentos laterais dos componentes da membrana. Os lipídeos da membrana
estão organizados em bicamada com as cabeças polares dos fosfolipídios voltadas para a superfície
externa e interna da membrana. Intercaladas dentro dos lipídios, há moléculas de colesterol e
proteínas.
Além de proteínas e lipídeos, a membrana plasmática também apresenta em sua constituição cadeias
de carboidratos. Essas cadeias encontram-se ligadas às proteínas ou lipídios presentes na superfície
externa da membrana, formando glicoproteínas e glicolipídios, respectivamente.
Como agem os fármacos
Para que os efeitos farmacológicos ocorram, em geral, é preciso que haja uma distribuição não
uniforme das moléculas do fármaco dentro do organismo ou tecido, ou seja, as moléculas de um
fármaco precisam ligar-se a constituintes específicos de células ou tecidos para produzir um efeito.
Esses sítios de ligação são chamados “alvos farmacológicos”. A maioria dos alvos farmacológicos é
representada por moléculas proteicas.
Há 4 tipos principais de proteínas reguladoras que normalmente atuam como alvos farmacológicos
primários:
● Receptores
● Enzimas (por exemplo: bloqueadores de enzimas ECA para evitar a transformação da
angiotensina I em angiotensina II)
● Moléculas carreadoras (transportadoras)
● Canais iônicos
Receptores Farmacológicos
Esse termo descreve as moléculas-alvo por meio das quais mediadores fisiológicos solúveis
(hormônios, neurotransmissores, etc) produzem seus efeitos. Indica uma molécula de
reconhecimento para um mediador químico.
Às vezes, o termo “receptor” é utilizado para indicar qualquer molécula-alvo com a qual uma molécula
de um fármaco tem que se combinar para desencadear seu efeito específico.
Eles constituem um componente chave do sistema de comunicação química que todos os organismos
multicelulares utilizam para coordenar as atividades de suas células e órgãos.
● Canais iônicos controlados por ligantes: são também chamados de receptores ionotrópicos.
São os receptores nos quais os neurotransmissores rápidos agem. Exemplos: receptor
nicotínico da acetilcolina, GABA, receptor de glutamato.
● Receptores acoplados à proteína G: também chamados de receptores metabotrópicos ou
heptaelicoidais. São receptores de membrana que estão acoplados a sistemas efetores
intracelulares por uma proteína G. Eles constituem a maior família e incluem receptores para
vários hormônios e transmissores lentos, como o receptor muscarínico da acetilcolina,
receptores adrenérgicos e receptores de quimiocinas.
Interações fármaco-receptor
A interação fármaco-receptor pode ou não resultar na ativação desse receptor. Quando fala-se em
ativação, quer dizer que o receptor é afetado de um tal modo pela molécula ligada a ele que acaba
desencadeando uma resposta tecidual.
A ligação e a ativação representam duas etapas distintas da geração de uma resposta mediada por
receptor.
O fármaco que se liga a um receptor sem causar sua ativação e, como consequência disso, impede
que um agonista se ligue a esse mesmo receptor, recebe a denominação de antagonista do receptor,
ou seja, é aquele que se liga e não ativa o receptor, não promovendo um efeito celular.
Os agonistas parciais são aqueles que não conseguem produzir a resposta máxima que pode ser
obtida, por mais que se aumente a dose, ou seja, tem um efeito parcial, visto que os canais iônicos
abrem parcialmente.
Os agonistas inversos possuem afinidade pelos canais em repouso e produzem um efeito oposto ao
agonista pleno, ou seja, se a ação do agonista é fechar o canal, o agonista inverso irá abrir o canal.
Se a ação do agonista é abrir o canal, o agonista inverso irá fechar o canal.
A tendência de um fármaco de se ligar aos receptores é governada por sua afinidade, ao passo que
a tendência de um fármaco de, uma vez ligado, ativar o receptor é indicada pela sua eficácia.
Os fármacos com alta potência geralmente apresentam alta afinidade pelos receptores e,
consequentemente, ocupam uma porcentagem significativa de receptores, mesmo em baixas
concentrações.
Para que haja efeito, a molécula tem que se ligar ao receptor de acordo com as interações (dipolo-
dipolo, van der Waals ou eletrostática).
A unidade amplificadora mais simples consiste de uma proteína receptora acoplada a uma molécula
de enzima, denominada sítio efetor do receptor.
A interação da molécula de hormônio com o sítio receptor vai causar uma perturbação conformacional
no centro ativo da enzima, tornando-a apta a converter centenas de moléculas de substrato em
moléculas de produto. Se essas unidades estiverem acopladas, o produto formado, que é chamado
de segundo mensageiro (em contraste com o hormônio, que é o primeiro mensageiro), irá iniciar uma
“cascata” de eventos característica da resposta hormonal.
Potencial de Ação
As células nervosas e outras células do corpo possuem uma diferença de voltagem entre um lado e o
outro da membrana celular, ou seja, entre dentro e fora da célula. Essa diferença de voltagem
acontece pela diferença na concentração de íons carregados positivamente ou negativamente no
meio interno e externo da célula.
Quando a célula nervosa está em repouso, seu interior é carregado negativamente em comparação
ao meio externo da célula, que está carregado positivamente, isso chamamos de potencial de
repouso da membrana. Essa polaridade acontece porque, dentro da célula, existe maior
concentração de moléculas carregadas negativamente que não conseguem atravessar a membrana
celular.
Íons importantes no potencial de ação são sódio (Na+) e potássio (K+), ambos carregados
positivamente. No repouso, quando a célula não está recebendo estímulo, o seu interior tem uma
maior concentração de potássio e o meio extracelular possui uma maior concentração de sódio.
Na membrana celular existe uma proteína responsável pela manutenção desse potencial de
membrana, ou seja, pela concentração dos íons sódio e potássio dentro e fora da célula - a bomba de
sódio e potássio. Ela realiza o transporte ativo de 3 sódios para fora da célula e 2 potássios para
dentro da célula. O transporte ativo é aquele que exige gasto de energia, ou seja, a bomba de sódio e
potássio utiliza energia vinda do ATP para bombear o sódio e o potássio.
As células nervosas e algumas outras células do corpo possuem a capacidade de modificar o seu
potencial de membrana, invertendo sua polaridade.
Quando uma célula nervosa recebe um estímulo, canais de sódio presentes na membrana celular se
abrem e o sódio, que está mais concentrado fora da célula, por difusão, ele entra na célula. Visto que
dentro da célula o meio é carregado negativamente, conforme os íons de sódio vão entrando, o meio
vai se tornando menos negativo. Isso acontece até que a célula atinja uma voltagem limiar, que é de
aproximadamente -50mV. A partir desse momento, outros canais de sódio, que percebem esse limiar,
eles se abrem e a membrana celular se torna altamente permeável ao sódio, e o sódio entra em
grande quantidade de forma abrupta dentro da célula, fazendo com que ela inverta sua polaridade,
deixando de ser negativa e tornando-se positiva - isso se chama despolarização.
Então, os canais de sódio se fecham e, ao mesmo tempo, os canais de potássio se abrem. Visto que
o potássio está concentrado mais dentro do que fora da célula, com a abertura dos canais de
potássio, eles saem de dentro da célula e vão para o lado externo, por difusão. A partir do momento
que as cargas positivas vão saindo da célula, o potencial de membrana vai caindo, a célula vai se
tornando cada vez menos positiva, até ficar negativa de novo. Esse processo de restauração de
polaridade da célula chama-se de repolarização.
Os canais de potássio possuem um fechamento tardio, ou seja, sai mais potássio do que a
quantidade basal que tinha quando a célula estava em repouso, isso resulta em uma
hiperpolarização, ou seja, o interior da célula fica mais negativo do que no começo.
Depois que esses eventos acontecem, a bomba sódio e potássio fica responsável por restaurar as
quantidades basais de sódio e potássio dentro e fora da célula, garantindo o potencial de repouso da
membrana celular. Isso acontece em pedaços pequenos da membrana celular ao longo de todo o
neurônio e são essas alterações de potencial de membrana que chama-se de potencial de ação ou
impulso nervoso.
Sempre que um neurônio recebe um estímulo que atinge aquele limiar, o potencial de ação acontece,
ou seja, aquela região da membrana despolariza. Por outro lado, quando esse estímulo não é
suficiente para chegar naquele limiar de voltagem, o potencial de ação não acontece.
Sinapses
Uma sinapse é uma região de comunicação entre um neurônio e outro neurônio (nervosa) ou entre
um neurônio e um órgão efetor (músculo ou glândula).
O neurônio anterior à sinapse (o que vai passar a informação) é chamado de neurônio pré-sináptico.
Já o neurônio posterior à sinapse (que vai receber a informação) é chamado de neurônio pós-
sináptico. O espaço entre esses dois neurônios é chamado de fenda sináptica. As terminações dos
neurônios pré-sinápticos são chamadas de botões terminais.
● Elétricas
● Químicas
Acontece na maior parte do corpo. Os neurônios se aproximam um do outro, mas não se tocam. Elas
são unidirecionais, ou seja, sempre vão do neurônio pré-sináptico para o pós-sináptico e acontecem
através de neurotransmissores.
Os neurotransmissores são substâncias químicas que possuem a função de passar a informação de
um neurônio para outro. São mensageiros que atuam no processo de comunicação entre os
neurônios. São produzidos pelos neurônios e ficam armazenados dentro de vesículas sinápticas, que
ficam posicionadas no botão terminal, perto da membrana pré-sináptica, prontas para liberar os
neurotransmissores na fenda sináptica.
Quando o potencial de ação chega no botão terminal, canais de cálcio localizados na membrana se
abrem, por difusão o cálcio entra no neurônio pré-sináptico. Com a entrada de cálcio, as vesículas
são deslocadas até a membrana pré-sináptica, onde os neurotransmissores serão liberados. Quando
elas chegam lá, elas se fundem à membrana e liberam os neurotransmissores na fenda por
exocitose. A partir do momento que os neurotransmissores são liberados na fenda sináptica, eles se
ligam a receptores específicos localizados na membrana do neurônio pós-sináptico. O que acontece
depois dessa ligação depende do tipo de neurotransmissor que está atuando naquela sinapse.
● Excitatórios
Capazes de estimular um neurônio pós-sináptico, fazendo com que ele seja despolarizado e haja um
novo potencial de ação. Por exemplo: serotonina, glutamato, acetilcolina.
● Inibitórios
Hiperpolarizam o neurônio pós-sináptico, inibindo sua ação. Por exemplo: GABA e glicina.
Aula 02 - Farmacocinética
A absorção, distribuição, metabolismo (biotransformação) e a excreção dos fármacos constituem os
processos conhecidos como farmacocinética. O entendimento e a utilização dos princípios
farmacocinéticos podem ampliar a probabilidade de sucesso terapêutico e reduzir a ocorrência de
efeitos adversos dos fármacos no organismo.
Moduladores:
● Via de administração
● Características específicas da droga (como acidez ou caráter básico)
● Peso molecular
● Polaridade da molécula
● Grau de ionização
● Conformação estrutural
● Lipossolubilidade
● Ligação a proteínas séricas e teciduais
Difusão passiva
Também chamada difusão simples. A força motora da absorção passiva de um fármaco é o gradiente
de concentração através da membrana que separa dois compartimentos corporais. Em outros termos,
o fármaco se move da região de concentração alta para a de concentração baixa. A difusão passiva
não envolve transportador, não é saturável e apresenta baixa especificidade estrutural. A maioria dos
fármacos é absorvida por esse mecanismo. Os fármacos hidrossolúveis atravessam as membranas
celulares através de canais ou poros aquosos, e os lipossolúveis movem-se facilmente através da
maioria das membranas biológicas, devido à sua solubilidade na bicamada lipídica.
Difusão facilitada
Outros fármacos podem entrar na célula por meio de proteínas transportadoras transmembrana
especializadas que facilitam a passagem de moléculas grandes. Essas proteínas transportadoras
sofrem alterações conformacionais, permitindo a passagem de fármacos ou moléculas endógenas
para o interior da célula, movendo-os de áreas de alta concentração para áreas de baixa
concentração. Esse processo é denominado difusão facilitada. Ele não requer energia, pode ser
saturado e pode ser inibido por compostos que competem pelo transportador.
Transporte ativo
Esta forma de entrada de fármacos também envolve transportadores proteicos específicos que
atravessam a membrana. Poucos fármacos cujas estruturas se assemelham às de metabólitos de
ocorrência natural são transportados através da membrana celular usando esses transportadores
proteicos específicos. O transporte ativo dependente de energia é movido pela hidrólise de trifosfato
de adenosina. Ele é capaz de mover fármacos contra um gradiente de concentração – ou seja, de
uma região com baixa concentração de fármaco para outra com concentração mais elevada. Esse
processo é saturável. Os sistemas de transporte ativo são seletivos e podem ser inibidos
competitivamente por outras substâncias cotransportadas.
Endocitose
É processo pelo qual partículas sólidas ou líquidas entram em contato com a membrana celular, a
qual se invagina e se estrangula em seguida, para largar o material englobado dentro de um vacúolo
de membrana no interior da célula, restituindo-se a fração de membrana celular utilizada.
Biodisponibilidade
A distribuição dos fármacos se dá através dos vasos sanguíneos para todos os tecidos do organismo,
principalmente para os mais vascularizados.
A ligação reversível às proteínas plasmáticas fixa os fármacos de forma não difusível e retarda
sua transferência para fora do compartimento vascular.
A albumina é a principal proteína ligadora dos fármacos ácidos e pode atuar como uma reserva de
fármaco (à medida que a concentração do fármaco livre diminui, devido à eliminação, o fármaco
ligado se dissocia da proteína). Isso mantém a concentração de fármaco livre como uma fração
constante do fármaco total no plasma.
Vários fármacos se acumulam nos tecidos, levando a concentrações mais elevadas no tecido do
que no líquido extracelular e no sangue. Os fármacos podem acumular como resultado da ligação a
lipídeos, proteínas ou ácidos nucleicos. Os fármacos também podem ser transportados ativamente
aos tecidos. Os reservatórios nos tecidos podem servir de fonte principal de fármaco e prolongar sua
ação ou causar toxicidade local ao fármaco.
● Sistema Nervoso Central, Barreira Hematoencefálica e Líquido Cerebroespinal
● Ossos
Fármacos que tenham na sua estrutura molecular íons metálicos bivalentes podem se acumular nos
ossos.
Basicamente, todas as transformações de fármacos podem ser agrupadas em quatro tipos: oxidação,
redução, hidrólise e conjugação (ou síntese). Um fármaco pode sofrer uma simples transformação,
porém, na maioria das vezes, sofre transformações sucessivas, até chegar a seu metabólito final.
Assim, a biotransformação costuma ser dividida em duas fases:
● Reação de fase 1
Pró-fármacos são fármacos inativos que são metabolizados em compostos ativos (hidrólise de ligação
éster ou amida). Para que tenham efeito, é necessário que sejam convertidos.
● Reação de fase 2
Os fármacos são eliminados do organismo pelo processo de excreção sem qualquer alteração (forma
inalterada) ou como metabólitos.
Três processos fundamentais são responsáveis pela eliminação renal dos fármacos:
● Filtração glomerular
Fármacos de baixo peso molecular são filtrados desde que não estejam unidos às proteínas. Assim,
apenas a fração livre do fármaco dissolvido na água do plasma encontra condições de ser excretada
por filtração glomerular. Sua taxa de excreção depende diretamente da taxa de filtração glomerular.
As moléculas do fármaco são transferidas para a luz do túbulo por sistemas de transportadores
(carreadores), um para fármacos ácidos e outro para fármacos básicos.
Enquanto o fármaco se desloca em direção ao túbulo contorcido distal, sua concentração aumenta e
excede a do espaço perivascular. O fármaco, se for neutro, pode difundir-se para fora do lúmen,
retornando à circulação sistêmica. A manipulação do pH da urina, para aumentar a fração ionizada do
fármaco no lúmen, pode ser feita para minimizar a retrodifusão e, assim, aumentar a depuração de
um fármaco indesejável. Como regra geral, ácidos fracos podem ser eliminados alcalinizando a urina,
ao passo que a eliminação de bases fracas pode ser aumentada por acidificação da urina. Esse
processo é denominado prisão iônica. Por exemplo, um paciente apresentando dose excessiva de
fenobarbital (um ácido fraco) pode receber bicarbonato, que alcaliniza a urina e mantém o fármaco
ionizado, diminuindo, assim, a sua reabsorção.
Resumindo:
fármacos ácidos = pouca excreção
fármacos básicos = excreção
Dose de manutenção
Quando se administra um fármaco, em uma série de doses repetidas ou em infusão contínua, com o
objetivo de manter a concentração de equilíbrio do fármaco associada à janela terapêutica.
Dose de ataque
Uma ou várias doses administradas no início do tratamento com o objetivo de alcançar rapidamente a
concentração alvo. Exemplo: em infecções graves ou arritmias.
Ao se considerar a administração de um fármaco, é fácil prever que a situação ideal seria administrá-
lo diretamente no local onde sua ação é desejável. Essa estratégia não somente aumenta a eficácia
farmacológica, mas também diminui a dose do fármaco necessária para a obtenção do efeito
desejado e tende a atenuar sua toxicidade.
Existem, no entanto, fatores que dificultam a aplicação direta de fármacos no local de ação. São
exemplos, a pequena cooperação do paciente (pelo eventual desconforto causado pela via de
administração e/ou pela habituação prévia com outras vias) bem como a dificuldade de acesso ao
local específico de ação etc.
Por outro lado, a distância implica sua absorção e distribuição pelo organismo ou em parte dele. O
volume de distribuição desse fármaco irá ditar a concentração inicial a ser obtida. Na maioria das
vezes, elege-se uma dose do fármaco que permita manter níveis sanguíneos terapêuticos, em geral
elevados, de maneira a fazer com que quantidade suficiente do fármaco atinja o seu sítio de ação.
A concentração do fármaco depende ainda do fluxo sanguíneo regional e local, bem como de sua
capacidade de difusão. A ligação às proteínas plasmáticas é mais um fator limitante à ação do
fármaco. Quando esses processos deixam de ocorrer, ou passam a ocorrer de maneira inadequada,
imprevista ou anormal, manifestam-se os efeitos tóxicos ou a ausência do efeito desejado.
Formas farmacêuticas
Vias de administração
❖ Na emergência.
❖ Para administrar grandes volumes de soro ou plasma ou substitutos plasmáticos.
❖ Para administrar soluções que por outra via seria extremamente irritante.
❖ Para administrar soluções hipertônicas.
❖ Quando se deseja manter os níveis plasmáticos do fármaco.
● Transcutânea: os fármacos administrados por esta via são absorvidos a partir da pele e dos
tecidos subcutâneos diretamente no sangue.
● Pele: a aplicação tópica é usada quando se deseja um efeito local do fármaco. Por exemplo,
o clotrimazol em pomada é aplicado diretamente na pele para o tratamento de infecções por
fungos.
Tem fármaco que tem afinidade com gordura, será distribuído nos tecidos e vai ser depositado no
tecido adiposo. Com o aumento do peso, existe diferença na distribuição do fármaco.
No plasma, o fármaco pode estar ligado a proteínas transportadoras, apresentando frações livres
(dissolvida) ou ligada proporcionalmente fixas, assim, quando a primeira (a fração ativa) é distribuída
para os tecidos, parte da fração ligada se torna livre.
Fármacos lipossolúveis têm afinidade com proteínas plasmáticas (globulina), é transportado então
pelas proteínas plasmáticas. Quando ele se torna livre, ele então vai ser distribuído.
O fármaco só faz efeito quando tem receptor específico para ele. Ao mesmo tempo que ele faz efeito,
ele vai para o fígado, é metabolizado e excretado pelos rins. Sua concentração vai diminuindo
conforme vai sendo metabolizado e excretado.
Quando tem dois fármacos, um sempre tem mais afinidade do que o outro. O que tem menos
afinidade ele fica livre primeiro para fazer efeito e o que tem mais afinidade, quando o que tem
menos, ele é liberado e faz efeito.
O fármaco se desliga da proteína plasmática por conta do aumento da concentração de fármaco livre.
Nesse equilíbrio sempre devemos levar em conta os tecidos de depósito, sendo que para substâncias
lipofílicas o tecido gorduroso é um importante sítio.
Quanto mais tecido adiposo um indivíduo possui, a liberação do fármaco para o sangue é feita em
menor quantidade e mais lentamente, visto que a maior parte das moléculas estão ligadas às
proteínas plasmáticas, dificultando a excreção do fármaco. O contrário também ocorre, quanto menos
tecido adiposo, mais rápida é a excreção, pois as moléculas estão livres.
Algumas drogas intoxicam, porque quando tem afinidade à gordura (organoclorado), ele se deposita
no tecido adiposo. Quando a pessoa emagrece, o fármaco é liberado, e faz efeito aumentando a
acetilcolina, o que aumenta a contração muscular. Isso faz com que a pessoa tenha convulsões,
podendo causar morte.
Esteróide é utilizado em progesterona e testosterona, para aumentar a síntese proteica. Tem muita
afinidade à gordura. A fração livre se equilibra com a parte interior da célula, fazendo efeito no
receptor.
O medicamento tem que ter eficácia e sua concentração é maior que sua eficácia, para que seja
suficiente para entrar na célula e fazer efeito. É importante que ele tenha o menor efeito colateral
possível. Então, deve existir um equilíbrio na concentração entre alta eficácia e menor efeito colateral.
Todo medicamento tem efeito colateral.
A superdosagem traz um efeito adverso. É uma dosagem bem maior do que o recomendado para
aquele medicamento.
A ligação a proteínas plasmáticas geralmente ocorre para substâncias com caráter ácido (albumina).
Substâncias de caráter básico - alfa-1-glicoproteína ácida.
Dependendo da quantidade de gordura presente no organismo, o medicamento pode demorar para
sair do organismo, por ter afinidade com gordura. Essa afinidade pode trazer efeitos colaterais.
Alguns medicamentos favorecem o ganho de peso pelo seu efeito, pois a pessoa acaba comendo
mais devido ao fato do seu emocional estar mais estabilizado. Estimula a fome.
Pacientes com desnutrição apresentam menores níveis de albumina sérica, gerando uma alteração
na fração disponível de medicamentos de caráter ácido. Baixa proteína, gera uma baixa concentração
de fármaco ligado, aumentando a disponibilidade dele.
Pacientes com processos inflamatórios, por exemplo, favorecem a elevação dos níveis da alfa 1
glicoproteína (globulina), modificando a fração livre de medicamentos de caráter básico. Por exemplo,
obesidade, glúten e açúcar. Aumenta a fração de fármaco básico livre, aumentando a disponibilidade
do fármaco livre.
Quanto menor a molécula, mais lipossolúvel, menor grau de ionização (menos carga), melhor
passagem na barreira hematoencefálica. É essencial que psicotrópicos sejam lipossolúveis para
passar por esta barreira para fazer seu efeito.
Resumo
Metabolismo = transformação
● Reação de fase 01: oxidação, redução, hidrólise. Há a introdução de grupos funcionais (-OH,
-COOH, -SH, -O ou NH2). Enzimas que inativam ou biotransformam os fármacos.
Pró-farmacos: você toma o medicamento, passa por metabolismo, é ativado e aí sim ele tem
o efeito esperado. Fármacos inativos que são metabolizados em compostos ativos.
Exemplos:
● Codeína
Toda vez que ele passa pelo fígado, se transforma em morfina. Efeito narcótico, tira a dor. Leva à
dependência química.
● Fenitoína
Anticonvulsivante.
Passa pela fase 01 no fígado - citocromo P450 para colocar uma hidroxila (-OH) -> biotransformação.
Passa pela fase 02 - glicuronídeo -> conjugação. É um complexo de enzimas que faz com que retire o
H e coloque outra molécula, para deixar a molécula mais hidrossolúvel, facilitando a excreção pelos
rins.
Locais do metabolismo dos fármacos
O Complexo citocromo P-oxirredutase está localizado no retículo endoplasmático rugoso. Ali temos o
metabolismo dos fármacos, na região dos hepatócitos. A usina metabólica é o fígado, o grande
responsável pelo metabolismo. Temos metabolismo também nos pulmões, mucosa nasal e trato
gastrointestinal.
Cirrose hepática -> tem uma diminuição nas células hepáticas, o que dificulta a metabolização dos
fármacos, aumentando o tempo de ação, gerando efeito tóxico do mesmo, pela sobrecarga do
fármaco que não está sendo metabolizando, fazendo seu efeito constantemente.
Existem vários tipos de citocromos que fazem o papel de transferir moléculas para metabolizar o
fármaco.
● Desalquilação
● Hidroxilação
● Oxidação
● Desaminação
● Hidrólise
● Glicuronidação
● Sulfatação
● Acetilação
● Metilação
● Glutationilação
★ Excreção
Experimento 01
Fenobarbital (anticonvulsivante, hipnótico e sedativo): age no sistema nervoso central, utilizado para
prevenir o aparecimento de convulsões em indivíduos com epilepsia ou crises convulsivas de outras
origens. Indutor enzimático.
Rato 01: cloranfenicol 4 dias antes do experimento + pentobarbital sódico -> foi o primeiro a dormir,
porque o pentobarbital já fez efeito, porque tem bloqueio das enzimas, sem metabolismo, continuando
o efeito.
Rato 02: fenobarbital 1 hora antes do experimento + pentobarbital sódico -> ele é metabolizado
rapidamente, pelo fato de ter muitas enzimas que metabolizam, aumentando a excreção.
Rato 03: grupo controle - não recebe nenhum pré-tratamento e recebe o pentobarbital sódico.
O primeiro rato continuou dormindo, enquanto o segundo não dormiu e o terceiro acordou assim que
o efeito passou (entre 60 e 90 min).
Experimento 02
Bicarbonato de sódio
Ácido acetilsalicílico: analgésico, antitérmico e antiinflamatório. É facilmente hidrolisado,
biotransformado no fígado. Meia-vida: 2 a 3h.
Amido
Cloreto férrico 10%
4 gts de cloreto férrico que age com o ácido salicílico e fica roxo.
Urina 01: bem roxo. Excretou mais. Urina ficou mais básica
Urina 02: pouco roxo. Excretou mais ou menos.
Urina 03: nada roxo. Quase não excretou. Urina ficou mais ácida
Prova:
1. A fração livre do fármaco estará aumentada, isto é, acima do normal. Um indivíduo com
desnutrição grave, tem uma quantidade de albumina abaixo do normal. Isso faz com que a
quantidade do fármaco livre de caráter ácido esteja disponível para fazer o efeito no tecido.
2. O omeprazol tem uma afinidade menor às proteínas plasmáticas comparado a fluoxetina, ele
estará em maior quantidade livre no plasma. A fluoxetina estará mais ligada às proteínas.
Aula 06 - Sistema Nervoso, Neurotransmissores e Sinapses
O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central (SNC: encéfalo e medula
espinhal) e periférico (SNP: tecidos neuronais fora do SNC). A porção motora (eferente) do
SN pode ser subdividida em duas partes: autonômica e somática.
É constituído de fibras nervosas periféricas que enviam informações para o SNC, além de
fibras motoras que inervam os músculos esqueléticos, que têm movimento voluntário. O
corpo da célula é localizado no encéfalo ou medula espinhal e se liga diretamente ao efetor
específico do SNS, o músculo esquelético, fazendo a sinapse química. As fibras destes
neurônios são longas e contém nas suas terminações a Acetilcolina (ACC) armazenada.
O sistema límbico é um conjunto de estruturas localizado no cérebro, abaixo do córtex,
sendo responsável por todas as respostas emocionais.
Neurotransmissores
Tendo em vista que a seletividade dos fármacos baseia-se no princípio de que diferentes
vias utilizam transmissores diferentes, um dos principais objetivos é identificar os
transmissores do SNC.
O termo depressão, na linguagem corrente, tem sido empregado para designar tanto um
estado afetivo normal (a tristeza), quanto um sintoma, uma síndrome e uma (ou várias)
doença(s).
Enquanto sintoma, a depressão pode surgir nos mais variados quadros clínicos, entre os
quais: transtorno de estresse pós-traumático, demência, esquizofrenia, alcoolismo, doenças
clínicas, etc. Pode ainda ocorrer como resposta a situações estressantes, ou a
circunstâncias sociais e econômicas adversas.
Enquanto doença, a depressão tem sido classificada de várias formas. Entre os quadros
mencionados na literatura atual encontram-se: transtorno depressivo maior, melancolia,
distimia, depressão integrante do transtorno bipolar tipos I e II, depressão como parte da
ciclotimia, etc.
Manifestações clínicas imprescindíveis ao diagnóstico
● Humor deprimido
● Perda de interesse
● Alteração de apetite
● Fatigabilidade
● Mudança no padrão de sono
● Redução da capacidade em se concentrar e manter a atenção
● Ideias de culpa e inutilidade
● Autoestima e autoconfiança reduzidas
● Ideação ou planejamento suicida
O Transtorno Depressivo Maior (TDM) caracteriza-se por humor deprimido na maior parte
do dia durante duas semanas ou por perda de interesse ou prazer na maioria das atividades
ou ambos.
Para evitar que os neurotransmissores diminuam, é preciso que eles fiquem com os valores
normais, é necessário impedir que eles sejam recaptados ou degradados pelos
neurotransmissores pré-sinápticos. Por isso os fármacos têm essa ação de impedir a
recaptação desses neurotransmissores. Inibidor de recaptação do neurotransmissor.
A etiologia da depressão não está muito bem estabelecida. Teorias mais aceitas associam
fatores biológicos, hereditários e ambientais. Fatores precipitadores incluem abuso de
drogas, comorbidade clínica e estressores vitais
● Aguda
● Continuação
● Manutenção
Fase Aguda
Se após 4 a 8 semanas não se observar pelo menos uma melhora moderada, deve-se
reavaliar o regime de tratamento, verificar a adesão e os fatores farmacocinéticos e
farmacodinâmicos.
Fase de Continuação
Geralmente, a dose que foi eficaz nas fases aguda e de continuação é mantida durante esta
fase. A redução da dose ainda não está bem estabelecida.
O Transtorno Depressivo Maior (TDM) caracteriza-se por humor deprimido na maior parte
do dia durante duas semanas ou por perda de interesse ou prazer na maioria das atividades
ou ambos.
● Distúrbio do sono
● Pensamentos de culpa
● Pensamento de inutilidade
● Pensamento suicida
● Perda de energia e cognição
Serotonina e noradrenalina.
Sintomas psíquicos:
Evidências Comportamentais
● Retraimento social;
● Crises de choro;
● Comportamentos suicidas;
● Retardo psicomotor e lentificação generalizada, ou agitação psicomotora.
Mania
Mania psicótica é a manifestação mais extrema, com sintomas psicóticos que podem ser
difíceis de distinguir da esquizofrenia. Os pacientes podem ter delírios extremamente
grandiosos ou persecutórios (p. ex., de ser Jesus, de ser perseguido pelo Federal Bureau of
Investigation FBI]), às vezes, com alucinações. O nível de atividade aumenta
marcadamente; os pacientes podem correr e gritar, xingar ou cantar. A labilidade de humor
aumenta, com frequência, com irritabilidade crescente. Delirium completo (mania delirante)
pode surgir, com perda completa do pensamento e comportamento coerentes.
Hipomania
● Transtorno Bipolar I: definido por episódios maníacos que duram, pelo menos, 7
dias ou por sintomas maníacos, que são tão graves que a pessoa precisa de
cuidados hospitalares imediatos. Geralmente, episódios depressivos ocorrem
também, tipicamente durando pelo menos 2 semanas. Episódios de depressão com
características mistas (com depressão e sintomas maníacos ao mesmo tempo)
também são possíveis.
Fisiopatologia
Passo 02: O córtex pré frontal ventrolateral, o córtex orbitofrontal, o córtex insular o giro
cingulado anterior à amígdala e o estriado participam da resposta afetiva frente aos
estímulos.
Passo 03: A regulação afetiva e comportamental, por sua vez, é desempenhada pelo córtex
pré frontal dorsolateral e dorsomedial, pelo hipocampo e pelo giro cingulado anterior dorsal.
● Neurotransmissores
❖ Sistema Serotoninérgico
❖ Sistema Dopaminérgico
❖ Sistema Noradrenérgico
❖ Sistema Glutamatérgico
Questões
A epigenética tem uma importância muito grande para desencadear processos patológicos.
● Cognição alterada
Impulsividade manifestada:
Terapia Medicamentosa
❖ Clorpromazina
❖ Haloperidol
❖ Clozapina
❖ Risperidona
❖ Olanzapina
❖ Quetiapina
❖ Ziprasidona
● Antidepressivos
Questões
Lucidez e insanidade.
Fisiopatologia
A patogênese dos transtornos de ansiedade têm como base a resposta ao sistema “luta e
fuga” com ativação do sistema nervoso simpático, mas também, respostas autonômicas,
neuroendócrinas, cognitivas e motoras. O núcleo central da amígdala capta a entrada
glutamatérgica excitatória de várias áreas corticais e do tálamo, e em resposta a amígdala
projeta para muitas regiões do cérebro dos sistemas monoaminérgicos que desencadeiam
manifestações clínicas comuns de ansiedade. A ansiedade permeia diversos aspectos da
vida do indivíduo e gera prejuízo a ele, com limitações a atividades diárias.
A ansiedade pode ser causada por diversos fatores, como ambientais, genéticos e
neurobiológicos - abuso de substâncias, doenças físicas, distúrbios hormonais, eventos
traumáticos, estresse, fatores ambientais e genética.
Tratamento
Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina podem ser efetivos para o alívio dos
sintomas de ansiedade, sendo considerados medicação de primeira escolha devido ao seu
perfil de efeitos colaterais, sua maior segurança.
★ HIPNÓTICOS E SEDATIVOS
Tratamento
Algumas plantas medicinais e fitoterápicos podem ser utilizados com segurança e eficácia
para o tratamento de distúrbios do sono. No entanto, não existe boa evidência que
quantifique e comprove a eficácia dos mesmos para o tratamento da insônia. Os
fitoterápicos que possuem mais estudos são a Valeriana Officinalise e o Piper Metysticum
G. Forst (kava-kava - hepatotóxico).
Questões
Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina podem ser efetivos para o alívio dos
sintomas de ansiedade, sendo considerados medicação de primeira escolha devido ao seu
perfil de efeitos colaterais, sua maior segurança. Esta classe farmacológica inibe
seletivamente a recaptação de serotonina, aumentando a concentração de serotonina na
fenda sináptica. Ao fazerem essa inibição seletiva, esses fármacos não têm efeito anti-alfa-
1, anti-histamínico, anticolinérgico, ou toxicidade cardiovascular como os tricíclicos. São
benéficos, pois os pacientes têm melhor tolerabilidade, não são letais em doses elevadas e
promovem uma melhor adesão ao tratamento.
Zolpidem e Triazolam.
Aula 11 - Medicamentos Antipsicóticos e Drogas de Abuso
★ MEDICAMENTOS ANTIPSICÓTICOS
Psicose
Epidemiologia
Características observadas:
Hipótese Dopaminérgica
A idade em que a droga é usada pela primeira vez, a experiência anterior com drogas, os
efeitos previstos da experiência, o estado nutricional e fatores sociais também podem
influenciar o risco de abuso e dependência.
É definida como “um padrão mal-adaptativo de uso de substâncias que leva a prejuízo ou
sofrimento clínico significativo, evidenciado por três (ou mais)” características, que incluem
tolerância, abstinência e abandono ou redução de “importantes atividades sociais,
ocupacionais ou recreativas… em razão do uso da substância” durante um período de 12
meses.
Complicações clínicas
● Toxicidade tecidual
● Alterações metabólicas induzidas
● Disfunção do órgão (álcool)
● Aumento da pressão arterial sistêmica
● Memória de curto prazo
● Doenças pulmonares e cardíacas
● Danos psicológicos
Uma pesquisa aprofundada sobre os estudos finais concluiu que a maconha parece ter
efeitos adversos específicos sobre os parâmetros espermáticos, ou seja, contagem de
espermatozoides, concentração, motilidade, morfologia, capacitação e viabilidade, afetando
assim a fertilidade nos homens Certos níveis hormonais, incluindo testosterona, hormônio
luteinizante e hormônio folículo estimulante, também chamaram a atenção, potencialmente
impactando a fertilidade dos homens no entanto, uma inferência finita não pôde ser
comprovada pelos estudos.
A maioria dos dados clínicos e pré-clínicos aponta para uma forte correlação entre a
exposição a canabinóides na adolescência e desfechos neuropsiquiátricos adversos
persistentes na idade adulta. Embora a literatura apoie a hipótese de que o uso de cannabis
em adolescentes esteja ligado a problemas cognitivos e de saúde mental em adultos, ela
não demonstra conclusivamente que o consumo de cannabis por si só é suficiente para
causar esses déficits em humanos.