Você está na página 1de 114

Cátia Ramalhete

22/02/2021_Aula 3
catiar@uatlantica.pt
2
FORMAS FARMACÊUTICAS
Forma como os medicamentos são dispostos para uso imediato, resultante da
mistura de substâncias adequadas para determinadas finalidades terapêuticas.

Depende:

1. As propriedades físico-químicas do fármaco a usar.

2. De acordo com a via de administração (Já que de acordo


com a forma farmacêutica, têm-se a via de administração).

CONSTITUINTES 3
FORMAS FARMACÊUTICAS

Classificação de acordo com a via de administração:

1- Medicamentos administrados pela via oral


Ex: comprimidos, cápsulas (sólidos), Xaropes, soluções (líquidas), comprimidos
efervescentes, granulados efervescentes (efervescentes)

2- Medicamentos administrados pela via tópica


Ex: pomada, loções

3- Medicamentos administrados pela via parentérica


Ex: injectável

4- Medicamentos administrados pela mucosas


Ex: supositório

4
FORMAS FARMACÊUTICAS

TÓPICA

Loções

Óleos emulsionados em 60 a 80% de água, de modo a formar um


líquido espesso ou um sólido mole.

 Óxido de zinco
 Loção de calamina

 Calmantes, protecção da pele e aliviar o rubor e prurido

 Agitar antes de usar


5
FORMAS FARMACÊUTICAS

TÓPICA

CREMES

São um tipo de pomada em que o excipiente utilizado é uma emulsão do


tipo A/O (emolientes) ou O/A (cremes para uso durante o dia)

Cremes anti-fúngicos

7
FORMAS FARMACÊUTICAS

TÓPICA

POMADAS

Preparações semi-sólidas numa base gorda como a lanolina ou a vaselina,


destinadas a ser aplicadas externamente.

 Completa ou moderadamente absorvidas pela pele

 Conservam a humidade pelo que aumentam a absorção do


fármaco – são o veículo mais eficaz para a absorção de
fármacos pela pele
8
FORMAS FARMACÊUTICAS

TÓPICA

Pós

Partículas sólidas finas de um fármaco que têm o talco como base.

 Normalmente são espalhados na pele – secam a pele

 Desaparecem facilmente – aplicação frequente

9
FORMAS FARMACÊUTICAS

PARENTÉRICA

AMPOLAS

Recipiente de vidro, com uma preparação medicamentosa para utilização numa só


dosagem.

 Não guardar ampolas abertas

10
FORMAS FARMACÊUTICAS

PARENTÉRICA

FRASCO - AMPOLA

Recipientes de vidro com tampa selada, contendo um


medicamento para uma ou mais administrações.

 Fármaco em solução ou pó estéril que precisa ser reconstituído


antes da administração

11
FORMAS FARMACÊUTICAS

PARENTÉRICA

SERINGAS PRÉ - CHEIAS

Medicamentos pré-preparados

 Seringas de insulina

 Heparina de baixo peso molecular

12
FORMAS FARMACÊUTICAS

PARENTÉRICA

Recipientes para soluções de grande volume (soros)

Frascos ou sacos de diversos volumes ( 100, 250, 500 e 1000 mL )

13
FORMAS FARMACÊUTICAS

MUCOSAS_RECTAL

Supositórios

Formas sólidas, destinadas a ser introduzidas num orifício corporal (ânus). À temperatura do
corpo, a substância dissolve-se e é absorvida pela mucosa

 Devem ser armazenados em local fresco

Micro-clisteres

Solução para enema de pequeno volume, previamente embalada.


14
FORMAS FARMACÊUTICAS

MUCOSAS_VAGINAL

Óvulos e cremes vaginais

 Fornecidos com aplicador

Irrigação vaginal

15
FORMAS FARMACÊUTICAS

MUCOSAS_NASAL

GOTAS NASAIS

VAPORIZADOR NASAL

 Pequenas gotas de solução contendo o fármaco, são rapidamente


absorvidas

16
FORMAS FARMACÊUTICAS

MUCOSAS_OCULAR

Gotas oftálmicas

As soluções oftálmicas são estéreis, facilmente administráveis e


habitualmente não interferem com a visão

Pomadas oftálmicas

Provocam alterações da acuidade visual.


Têm maior duração de acção que as gotas.
Frascos ou bisnagas sempre individualizados
17
FORMAS FARMACÊUTICAS

MUCOSAS_aplicação otológica

Gotas otológicas

São medicamentos sob a forma de gotas normalmente para aplicação no


ouvido externo
 Para o tratamento de infecções; ou limpeza/remoção de cera

18
FORMAS FARMACÊUTICAS

INALAÇÃO

Condução de medicamentos para os pulmões através das vias nasal ou oral

 Vaporização – medicamento é transportado através de um fluxo de vapor.

 Atomização e nebulização – separação da solução em pequenas gotículas


para ser inalada.

19
FORMAS FARMACÊUTICAS

INALAÇÃO

Condução de medicamentos para os pulmões através das vias nasal ou oral

20
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

 Factores que influenciam a escolha da via de administração:

 Propriedades fisicas e químicas do fármaco

 Local em que se pretende a ação

 Velocidade e extensão de absorção

 Efeitos dos sucos digestivos e do metabolismo de 1ª passagem

 Rapidez com que se pretende obter a resposta

 Exactidão da dose necessária

 Estado do doente
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

 CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DA VIA DE ADMINISTRAÇÃO:

Quanto ao 1. Compliance (adesão)


Paciente
2. Patologias existentes (Úlcera...)
3. Nível de consciência
Quanto ao efeito
4. Impedimento físico de acesso desejado

1. Sistémico ou localizado
Quanto ao
medicamento 2. Latência

1. Propriedades físico-químicas 2. Propriedades organolépticas 3. Duração

Solubilidade 3. Farmacocinética
Estabilidade em meio ácido
 pKa
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

Um medicamento, para actuar necessita de atingir concentrações terapêuticas


eficazes no local onde exerce acção

Administração local Administração Sistémica


Medicamento em contacto directo Medicamento é veiculado pelo sangue que o
com a estrutura.
(pele, mucosas) distribui pelos diversos tecidos do organismo
onde irá exercer a sua acção.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

ADMINISTRAÇÃO LOCAL
Aplicação externa do fármaco, para uma acção localizada

Tópica Tecidos mais profundos

Pele Mucosas Injecção intra-articular


VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

ADMINISTRAÇÃO LOCAL

Tópica: Cremes, pomadas, soluções, emulsões, pós, sprays, aerossóis, etc.

Vantagens  Bons efeitos locais


 Alta concentração local

Desvantagens  Ínicio de ação lento


 Reações locais
 Pode dar efeitos tóxicos locais
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

Administração
localizada

28
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA

Parentérica

Entérica Indirecta Directa

 Oral  Cutânea
 Endovenosa
 Rectal  Inalatória
 Intramuscular
 Respiratória
 Subcutânea
 Vaginal
Sub-lingual  Intradérmica (percutânea)
 Intra-raquídea
 Absorção para o sangue e distribuição por todo o
organismo
ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA

ORAL: Comprimidos, cápsulas, granulados, pós, xaropes, emulsões.

 É a via mais comum para administração de medicamentos;

Vantagens  Segurança – Administração oral não envolve agressão


intencional das defesas do corpo;
 Económica - Cómodo e permite a colaboração do doente
 Simplicidade _ método não invasivo
 Alta concentração local
 Permite o uso de formas de libertação modificada.
Poderá ter ação
localizada....
ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA

ORAL: Comprimidos, cápsulas, granulados, pós, xaropes, emulsões.

Desvantagens  Medicamentos podem ser irritantes para a mucosa gástrica;


Absorção lenta e irregular, não apropriada a emergências;
 Pode causar naúseas e vómitos (emetina).
 Desagradáveis ao paladar.
 Certos fármacos não são absorvidos (Estreptomicina)
 Certos fármacos são destruídos pelo suco gástrico (insulina)
 Efeito de 1ª passagem
 Efeitos sobre os dentes, existem determinados medicamentos
que afetam o esmalte (fármacos com ferro)
Poderá ter acção
localizada....
EFEITO DE PRIMEIRA PASSAGEM

 Ocorre quando o fármaco antes de atingir o local de acção sofre um processo de


biotransformação.

 Pode ocorrer na:  Parede do intestino


 Sangue mesentérico
 Fígado

Todos os vasos que irrigam o sistema digestivo


convergem na veia porta hepática que vai para
o fígado.
EFEITO DE PRIMEIRA PASSAGEM

 Todos os vasos que irrigam o sistema digestivo convergem na veia porta hepática
que vai para o fígado.

Órgão onde se dá a metabolização dos fármacos.

Só a partir daqui é que o fármaco passa para a


corrente sanguínea (através da veia porta) onde é
transportado até ao seu órgão-alvo.

A circulação entero-hepática permite aumentar a permanência do fármaco no


organismo.
ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA

ORAL: Comprimidos, cápsulas, granulados, pós, xaropes, emulsões

Na sua grande maioria são administrados sob a forma sólida.

A biodisponibilidade pode variar de fármaco para fármaco e dentro do


mesmo fármaco de forma farmacêutica para forma farmacêutica.

Factores que afectam a biodisponibilidade: excipientes; o grau de


desintegração ou dissolução; compressão; substância activa; fenómenos de 1ª
passagem no fígado.
ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA

 SUB-LÍNGUAL: Comprimidos, pastilhas Via pouco usada

Vantagens  Rápido início de acção


 Sem efeito de primeira passagem (veia cava superior)

Desvantagens  Nem todos os fármacos podem ser absorvidos por esta via
(moléculas pequenas ou de elevado coeficiente de partilha
óleo/água  lipofilia)
 Mal tolerada (mau gosto, vómitos)

Ex. Nitroglicerina no tratamento de angina de peito


(vasodilatador coronário | Angina de peito).
ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA

 RECTAL: Supositórios, enemas de retenção

Vantagens  Doente com vómitos recorrentes ou inconscientes ou não sabem deglutir


 Rápido ínicio de acção (RÁPIDA ABSORÇÃO)
 Efeito de primeira passagem parcialmente evitado (50%)
- Veias hemorroidárias superiores: absorção retardada (ligação à veia
porta hepática)
- Veias hemorroidárias med/inf: absorção imediata (ligação directa à
veia cava inferior).

Daí a diferença existente na ação.

 Facilidade de administração
Evita a irritação gástrica e/ou degradação por secreções
ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA

 RECTAL: Supositórios, emenas de retenção

Desvantagens  Desconfortável
 Irritação da mucosa (pode causar sangramento rectal)
 Absorção lenta na presença de fezes
 Psicologicamente desagradável
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA

Entéricas
ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA

 CUTÂNEA: Pomadas, adesívos transdérmicos de nicotina e NO

Vantagens  Absorção lenta e prolongada


 Boa aceitação por parte dos doentes

Desvantagens Início de acção lento

Irritação e eritema local


ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA

 RESPIRATÓRIA:
gases (anestésicos gerais); Aerossol, sprays (Ação local / sistémica)

 Corresponde à administração desde a mucosa nasal até aos alvéolos


 A mesma pode ser usada para obtenção de efeitos locais ou
sistémicos.
 Os medicamentos são administrados por inalação, estando estes sob
a forma de gás ou contidos em pequenas partículas líquidas ou sólidas,
geradas por nebulização ou aerossóis.

INSTILAÇÃO NASAL
ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA

 RESPIRATÓRIA:
gases (anestésicos gerais); Aerossol, sprays (Ação local / sistémica)

Vantagens  Acção muito rápida


 Grande área de absorção
 Permite administração controlada com ajuste contínuo

Desvantagens  Inflamação do tracto respiratório

 Aumento de secreções

INSTILAÇÃO NASAL
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA

Entéricas
ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA _ Parentérica

 INTRADÉRMICA: (Injecção na pele-vacina BCG, testes de sensibilidade)

Indicação
 Para um fim específico

Desvantagens  Dolorosa (zona com muitas terminações nervosas).

Deltóide-ombro ou gluteo-nádega.
ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA _ Parentérica

 SUBCUTÂNEA: Injecção no tecido subcutâneo_insulina

O medicamento (solução aquosa, oleosa ou alcoólica, ou suspensão, ou emulsão) é


injetado debaixo da derme, ficando na vizinhança dos capilares sanguíneos e
linfáticos, que terá de atravessar para ser absorvido

Vantagens  Possível a auto-injecção


 Absorção lenta_no caso de ser de acção lenta ou
intermédia (insulina, relacionado com o tipo de molécula).

Massagem; exercício físico e aplicação local de calor facilitam


a absorção

Desvantagens  Absorção + reduzida em doentes em choque


(vasoconstrição)
 Volumes reduzidos (mas maiores que a intramuscular)
 Muito usada para administração de insulina
Implantes
ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA _ Parentérica

 INTRAMUSCULAR: Injecção no músculo esquelético

Vantagens  Menos dolorosa (tecido mais vascularizado e menos rico em


nervos)
 Podem-se injetar soluções (oleosas, alcoólicas), emulsões e
suspensões, em volumes não superior a 5 mL.
 Sem efeito de primeira passagem

Absorção Uniforme

MÚSCULO GRANDE
ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA _ Parentérica

 INTRAMUSCULAR: Injecção no músculo esquelético

Desvantagens  Absorção mais reduzida em doentes em choque


(vasoconstrição)

 Risco de hematomas

 Dor e irritação no local de injecção

 Volumes reduzidos

Há fármacos que não podem ser injetados no músculo, pois


podem provocar necrose devido ao seu pH ácido (citotóxicos)
Absorção Uniforme estes devem ser injetados por via venosa que é mais
vascularizada.
MÚSCULO GRANDE
ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA _ Parentérica

 INTRAVENOSA: Injecção directa na veia

 Efeito imediato
Vantagens
 Administração de fármacos irritantes (diluição)

 Soluções aquosas, também podem ser alcoólicas ou


hidroalcóolicas.

 Permite a administração de grandes volumes

 Menor dose (biodisponibilidade a 100%)

Desvantagens  Desconfortável para o paciente


 Tromboflebites; necrose tecidular
 Via mais perigosa (maior risco de reacções
adversas_Reacções do tipo anafilático)
ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA _ Parentérica

 INTRA-ARTERIAL:

INDICAÇÕES  Via de foro hospitalar


 Administração de substâncias radiopacas (arteriografia)

 INTRA-RAQUÍDEA:

INDICAÇÕES  Em situações de anestesia


 O fármaco é aplicado no líquido cefalo-raquideano
ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA

 INTRA-PERITONEAL:

INDICAÇÕES  Fármaco é colocado na cavidade abdominal (muito


vascularizada)
 Via rápida, semelhante à via intravenosa

 INTRA-CARDÍACA:

INDICAÇÕES  Administração directa no coração.


 Situações de paragem cardíaca, administração de
adrenalina.
ADMINISTRAÇÃO PARENTÉRICA
ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA

Factores genéricos que afectam a absorção:

1 • ÁREA DE ABSORÇÃO

2 • TEMPO DE CONTACTO

3 • INTIMIDADE DE CONTACTO

4 • INTENSIDADE DE IRRIGAÇÃO

5 • ESPESSURA DA ESTRUTURA ABSORVENTE


ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA

FACTORES GENÉRICOS QUE INFLUENCIAM A ABSORÇÃO

1 • ÁREA DE ABSORÇÃO

 Intestino delgado- elevada área de absorção (vilosidades)


 Alvéolos pulmonares – elevada área de absorção
 Via intramuscular - Massagem na área de aplicação ajuda a que o
fármaco injectado

2 • TEMPO DE CONTACTO

Via gástrica- esvaziamento gástrico


 Via respiratória – Tamanho das partículas
ADMINISTRAÇÃO SISTÉMICA

FACTORES GENÉRICOS QUE INFLUENCIAM A ABSORÇÃO

3 • INTIMIDADE DE CONTACTO

4 • INTENSIDADE DE IRRIGAÇÃO

5 • ESPESSURA DA ESTRUTURA ABSORVENTE


ACTIVIDADE DOS FÁRMACOS

Factores que afectam a ação dos fármacos:

Função
gastrointestinal
Ingestão de
álcool

Função Renal

Gravidez Fármacos
CICLO GERAL DO MEDICAMENTO

FARMACOCINÉTICA 55
FARMACOCINÉTICA
Para que um fármaco exerça o seu efeito farmacológico deverá ser
processado pelo organismo e transportado numa concentração efectiva e
no tempo certo até ao receptor.

A farmacocinética estuda estes processos,


ou seja:

E AINDA…..

Dissolução
56
FARMACOCINÉTICA
Libertação

 Meio pelo qual se dá a dispersão da substância activa a partir da forma


farmacêutica.

 Aplica-se, fundamentalmente a compostos administrados por via oral (sólidos,


ou em solução oleosa ou em suspensão).

 Princípios:

Quanto maior a área da superfície da forma farmacêutica


em contacto com o solvente, maior a taxa de dissolução

57
FARMACOCINÉTICA
ABSORÇÃO

58
FARMACOCINÉTICA
ABSORÇÃO:
O tubo digestivo, os pulmões e a pele são as principais barreiras à
absorção de fármacos.

 Os fármacos terão de passar mais de uma membrana até atingir a


circulação ou as membranas que os levam ao receptor da célula/tecido alvo,
ou seja:

59
FARMACOCINÉTICA

Mucosas ou pele

Membrana capilar

Membrana capilar

Membrana celular do
tecido

Membrana do organelo

60
FARMACOCINÉTICA
 MEMBRANA CELULAR:

Transporte passivo (mais comum)


Difusão simples
 A favor do gradiente de concentração.
 Não necessita de fonte de energia.
 Não desenvolve fenómenos de inibição competitiva.
 Não apresenta características especificas em relação à substância a difundir
 Depende essencialmente da solubilidade e da ionização da substância activa

61
FARMACOCINÉTICA
 MEMBRANA CELULAR:

Transporte passivo
Difusão facilitada
 Transporte mediado por macromoléculas transportadoras
 A favor do gradiente de concentração
 Sem gasto de energia
 Saturável (passível de competição)

62
FARMACOCINÉTICA
 MEMBRANA CELULAR:

Transporte passivo
Difusão simples / Difusão facilitada
Pequenas
moléculas
Transporte de
hidrofílicas
glicose

Moléculas
hidrofóbicas

63
FARMACOCINÉTICA
 MEMBRANA CELULAR:

Transporte activo
 Requer um transportador específico de membrana
 Transporte dá-se contra o gradiente de concentração
 Implica o gasto de energia (ATP) – inibidores metabólicos
 Saturação do transportador
 O sistema de transporte é selectivo para certos aspectos estruturais
das substâncias activas, mas diferentes substâncias podem partilhar
o mesmo transportador

SELECTIVIDADE E SATURALIDADE 64
FARMACOCINÉTICA
 MEMBRANA CELULAR:

Transporte activo Substâncias de peso molecular


elevado, hidrossolúveis ou ionizadas

65
FARMACOCINÉTICA
 MEMBRANA CELULAR:

Endocitose: Fagocitose / Pinocitose


 Invaginação da membrana para rodear uma partícula ou gota
 Requer energia
 Moléculas grandes e partículas insolúveis

66
FARMACOCINÉTICA
 MEMBRANA CELULAR:

As membranas celulares consistem de uma bicamada de fosfolípidos com


grupos polares predominando na face interna e externa da membrana e os
ácidos gordos preenchendo o interstício da própria membrana

1. Relacionados com a membrana

2. Relacionados com a substância química

67
FARMACOCINÉTICA
 MEMBRANA CELULAR:

1. Relacionados com a membrana:

 Estrutura da membrana
 Espessura da membrana
 Área da membrana

68
FARMACOCINÉTICA
 MEMBRANA CELULAR:

2. Relacionados com a substância química:

 Solubilidade da substância (Lipossolúveis)


 Coeficiente de partição óleo/água
 Grau de ionização ou de dissociação

Ácidos ou bases fracas

Fácilmente ionizáveis

69
Forma ionizada / Não ionizada
FARMACOCINÉTICA
 Tipos de absorção:

1 • Absorção pelo tracto gastro intestinal

2 • Absorção pelo tracto respiratório

3 • Absorção cutânea

70
FARMACOCINÉTICA
1 • Absorção pelo tracto gastro intestinal

 A absorção poderá dar-se da boca ao recto.


 Bem vascularizada.
 pH variável.
 Larga área de superfície.

71
FARMACOCINÉTICA
1 • Absorção pelo tracto gastro intestinal

BOCA

 São poucas as substâncias que sofrem absorção na mucosa bucal.


 Está intimamente relacionada com o coeficiente de partição óleo/água. (> coeficiente)
 Não sofrem a acção química dos sucos digestivos e, nem o efeito de 1ª passagem ao
nível do fígado (sub-lingual), atingindo rapidamente a corrente sanguínea que os leva
directamente às estruturas-alvo.

SUB-LINGUAL

72
FARMACOCINÉTICA
1 • Absorção pelo tracto gastro intestinal

 O meio gátrico é um meio ácido (pH 1.0 a 3.0). No duodeno o pH


ESTÔMAGO
é superior 4.2 a 8.0 e é básico no intestino delgado pH 7.5 a 8.0.
 Os ácidos fracos são melhor absorvidos ao nível do estômago,
enquanto as substâncias básicas tenderão a uma melhor absorção
a nível intestinal.

• As substâncias activas são na maioria ácidos ou bases fracas.


• Forma ionizada polar, hidrossolúvel e sem capacidade de
atravessar membranas por Difusão Simples.

• Grau de ionização é obtido pela Fórmula de


Henderson-Hasselbach
73
FARMACOCINÉTICA
1 • Absorção pelo tracto gastro intestinal

Fórmula de Henderson-Hasselbach

pKa - pH = log (([NI]/[I]) Ácidos fracos

pKa - pH = log ([I]/[NI]) Bases fracas

 Ácidos fracos – maior absorção na mucosa gástrica.


> Proporção de
 Bases fracas – maior absorção no intestino fracção Não Ionizada
74
FARMACOCINÉTICA
 Usando a equação de Henderson-Hasselbach, determine o local de
absorção do ácido acetilsalicílico no tracto gastrointestinal. Esta
substância é um ácido fraco (pKa = 3,4).

pKa - pH = log ([NI]/[I])

75
FARMACOCINÉTICA
1 • Absorção pelo tracto gastro intestinal

Fatores que condicionam a absorção digestiva

 Diferentes pH ao longo do lúmen intestinal


 Presença de enzimas digestivas
 Presença de alimentos
 Flora intestinal
 Presença de substâncias quelantes/complexantes

EXEMPLOS
76
ABSORÇÃO FACTORES

LIGADOS AO FÁRMACO
•Forma farmacêutica
•Lipossolubilidade
•Peso molecular
•Grau de ionização
•Concentração
•Via de administração

LIGADOS AO ORGANISMO

• Vascularização do local
• Superfície de contato
• Patologias
77
FARMACOCINÉTICA
2 • Absorção pelo tracto respiratório

Substâncias gasosas

78
FARMACOCINÉTICA
2 • Absorção pelo tracto respiratório

Alvéolos

A absorção realiza-se por difusão

passiva essencialmente.

P ar alveolar > P sangue: absorção


P ar alveolar < P sangue: eliminação
79
FARMACOCINÉTICA
2 • Absorção pelo tracto respiratório

Fatores que condicionam a absorção respiratória:


 Diâmetro, forma, densidade e carga das partículas.
 Lipossolubilidade da substância activa (lipossolúveis).
 Concentração da substância na atmosfera.
 Condições ambientais: pressão, temperatura, humidade e
ventilação.
 Parâmetros respiratórios (volume e frequência).

80
FARMACOCINÉTICA
3 • Absorção cutânea

81
FARMACOCINÉTICA
3 • Absorção cutânea

Fatores que condicionam a absorção cutânea:

 Fatores ligados ao agente:

• Lipossolubilidade  Fatores ligados ao indivíduo:


• Grau de ionização
• Região
• Volatilidade
• Integridade
• Viscosidade
• Humidade  Fatores ligados às condições de exposição:
• Vascularização • Duração e frequência
• Pilosidade • Temperatura
• Humidade 82
FARMACOCINÉTICA
DISTRIBUIÇÃO

83
FARMACOCINÉTICA
DISTRIBUIÇÃO
 Após a entrada da substância activa na corrente sanguínea (absorção, ou
directamente), esta está disponível para ser distribuído pelo organismo,
incluindo o local onde induz a sua acção – orgão ou tecido alvo.

Rapidez de
distribuição
1. Fluxo sanguíneo no tecido de um dado orgão

2. Facilidade com que a SA travessa a membrana celular


e penetra nas células de um dado tecido

84
FARMACOCINÉTICA
DISTRIBUIÇÃO
 Factores que influenciam a distribuição

AFINIDADE PARA DIFERENTES TECIDOS

• Ligação às proteínas plasmáticas e elementos figurados do sangue;


• Ligação celular, especialmente no fígado e rins;
• Armazenamento

PRSENÇA DE MEMBRANAS

• Barreia hemato-encefálica
• “Barreira” placentária
85
FARMACOCINÉTICA
DISTRIBUIÇÃO
 Factores que influenciam a distribuição

AFINIDADE PARA DIFERENTES TECIDOS

• Ligação às proteínas plasmáticas e elementos figurados do sangue;


• Ligação celular, especialmente no fígado e rins;
• Armazenamento

PRSENÇA DE MEMBRANAS

• Barreia hemato-encefálica
• “Barreira” placentária
86
FARMACOCINÉTICA
o Ligação às proteínas plasmáticas

 Albumina – principal proteína plasmática de ligação Ác. fracos


 Outras: - Alfa-1 glicoproteína ácida; Bases fracas
- Lipoproteinas circulantes

- Proteinas de membrana (eritrócitos, leucócitos, plaquetas)

- Transportadores especifícos_Transferrina

- Outras macromoléculas (ácidos nucleicos, polipeptídeos e polissacarídeos)

Fármaco livre + proteína = Fármaco complexado

Forma livre Forma ligada

87
FARMACOCINÉTICA
o Ligação às proteínas plasmáticas

A ligação do fármacos às proteínas plasmáticas é feita, usualmente, pela


interação de grupos polares ou não polares das SA com certos grupos
proteicos.

Devido ao elevado peso molecular, o complexo SA-PP


não atravesserá as membranas dos capilares, não
estando disponível para distribuição.

À medida que o agente livre se difunde através da membrana


capilar, a fração ligada dissocia-se das proteínas, tornando-se apta
para ser distribuída.

88
FARMACOCINÉTICA
o Ligação às proteínas plasmáticas

 FACTORES QUE INFLUENCIAM A LIGAÇÃO: Interacções

1. Competição entre fármacos Varfarina e AAS


2. Condições patológicas (Hipoalbuminémia)
3. Concentração do SA
4. Concentração proteica (> ligação a proteínas)
5. pH (Teofilina > ligação a pH alcalino)
6. Idade

89
90
FARMACOCINÉTICA
o Ligação celular

 O tecido hepático e renal têm um papel especial, já que apresentam elevada


capacidade de se ligarem a certos fármacos.

91
FARMACOCINÉTICA
o Armazenamento

 Tecido adiposo: SA lipossolúveis (coeficiente óleo/água elevado) poderão


ser armazenados no tecido adiposo.

 Tecido ósseo: A captura corresponde a um fenómeno químico (troca)

O armazenamento não é irreversivel

92
FARMACOCINÉTICA
DISTRIBUIÇÃO
 Factores que influenciam a distribuição

AFINIDADE PARA DIFERENTES TECIDOS

• Ligação às proteínas plasmáticas e elementos figurados do sangue;


• Ligação celular, especialmente no fígado e rins;
• Armazenamento

PRSENÇA DE MEMBRANAS

• Barreia hemato-encefálica
• “Barreira” placentária
93
FARMACOCINÉTICA
o Barreira Hemato-encefálica

 A entrada de SA encontra-se dificultada devido:

1. Células endoteliais dos capilares são muito finas e quase sem poros;
2. Presença de células da glia
3. Concentração proteica diminuída.

MECANISMOS DE PROTECÇÃO

94
FARMACOCINÉTICA
o Barreira Hemato-encefálica

 Tecidos Normais:

1. Capilares revestidos por endotélio

As células não estão justapostas (fenestras)

 Capilares do cérebro:

1. As células encontram-se justapostas, sem fenestras e com tight-junctions

95
FARMACOCINÉTICA
o “Barreira” Placentária

 O plasma placentário é mais ácido que o da mãe

Passagem de iões e fármacos básicos

 Glicoproteína P placentária

Mantém o fármaco fora da circulação fetal

EFEITO PROTECTOR
FARMACOCINÉTICA
METABOLIZAÇÃO

97
FARMACOCINÉTICA
o Metabolização:

1. Diminuição do tempo de semi-vida do fármaco


2. Redução do tempo de exposição
3. Redução da possibilidade de acumulação
4. Provável modificação na actividade biológica
5. Bioactivação

 Tornar as moléculas mais polares


 Facilitar a excreção

98
FARMACOCINÉTICA
o Metabolização:

 Substâncias hidrofílicas são excretadas na urina;

 Substâncias lipofílicas são excretadas pela bílis;

 As enzimas responsáveis pela metabolização localizam-se,


principalmente, no retículo endoplasmático liso do fígado;

 A metabolização pode ainda decorrer ao nível do rim, pulmão,


epitélio intestinal ou mesmo plasma.

99
FARMACOCINÉTICA
o Metabolização: Produto de fase I

Acumulação
nos tecidos

Sem
transformação Fármacos Eliminação

Eliminação

Produto de fase II

100
FARMACOCINÉTICA
o Metabolização:

 A metabolização enzimática envolve dois tipos de reacções bioquímicas


que ocorrem de forma sequencial:

1. Reacções da fase I

2. Reacções da fase II

101
FARMACOCINÉTICA
o Metabolização:

Reacções da fase I Fase Pré-sintética

 Convertem o fármaco num metabolito (produto) mais polar por


oxidação (sistema do citocromo P450), redução e hidrólise.

 Resultam metabolitos que podem ser, do ponto de vista farmacológico:

 Inactivos
 Menos activos
 Mais activos (pró-fármaco)

102
FARMACOCINÉTICA
o Metabolização:

Pró-fármacos

Só activos após metabolização

Usam-se quando as moléculas de fármaco são de difícil


distribuição

Doença de Parkinson (baixa na concentração de dopamina)


– Administra-se levoDopa
103
FARMACOCINÉTICA
o Metabolização:

Fase
Reacções da fase II
sintética

 Correspondem a reacções de conjugação.

 Resultam compostos inactivos e menos lipossolúveis, excretados


na bílis ou urina.

 Implicam a união do fármaco ou do metabolito a substractos


endógenos como: glucoronato, sulfato, acetato

104
FARMACOCINÉTICA
o Metabolização:

Reacções da fase II

 Das reacções de conjugação resultam metabolitos com maior


tamanho molecular e consequentemente mais excretáveis

Aumento Maior Maior Maior


de tamanho polaridade Ionização Excreção

105
FARMACOCINÉTICA
o Metabolização:

FACTORES QUE INFLUÊNCIAM A METABOLIZAÇÃO

Dose e frequência (enzimas_saturação, ex. paracetamol)

 Dieta e estado nutricional (def. em vitaminas diminui a vel. de


metabolização)
 Inibição e Indução enzimática (enzimas do sistema Cit. P 450
induzidas pelo álcool e fenobarbital. Cit.P 450 inibido pelo
cloranfenicol)
 Sexo, idade, peso
106
FARMACOCINÉTICA
o Metabolização:

CONSEQUÊNCIAS DA METABOLIZAÇÃO

 Favorecer a excreção por formação de compostos mais polares.

 Transformar o produto original em compostos mais activos.

107
FARMACOCINÉTICA
o Metabolização:

CONSEQUÊNCIAS DA INIBIÇÃO ENZIMÁTICA:

 Pode ser:

1. Competitiva – Dois fármacos a ser biotransformados competem pelo


mesmo centro activo na enzima

2. Não competitiva – Substâncias ligam-se à enzima, noutro local.

108
FARMACOCINÉTICA
ELIMINAÇÃO

109
FARMACOCINÉTICA
o Eliminação:

Os fármacos são eliminados como:


- compostos não modificados
- metabolitos

O rim é o principal orgão de excreção.

A excreção de fármacos/ drogas e metabolitos pela


urina implica três processos:
1. filtração glomerular
2. secreção tubular activa
3. reabsorção tubular activa e passiva
110
FARMACOCINÉTICA
o Eliminação:

 Assim a eliminação dá-se por:

 Urina – mais importante (alcalinização > eliminação


barbitúricos )
 Fezes
 Ar expirado - anestésicos, álcool
 Saliva e suor – lítio, rifampicina
 Leite – aciclovir, ciclosporina, iodo

EXCREÇÃO URINÁRIA

111
FARMACOCINÉTICA
o Eliminação:

 Factores que afectam a velocidade e a via de excreção:

1. Via de introdução

2. Afinidade por elementos do sangue e outros tecidos (forma


livre é eliminado)

3. Facilidade de ser biotransformado

4. Frequência respiratória

5. Função renal

112
113
EXERCÍCIOS (1)
Um ácido fraco pKa= 6 vai distribuir-se de um lado e de outro da membrana
biológica, de um dos lados o pH=7 e do outro pH=5. Qual o total de moléculas de
um lado e outro da membrana biológica

pH 7 pH 5

M
E
M
B
R
A
N
A

114

Você também pode gostar