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04.

03 – Sexta-feira
Farmacologia Aplicada –
Formas farmacêuticas
Uma fórmula farmacêutica é constituída por:
1. Princípio ativo, base medicamentosa ou base : substância PRINCIPAL da fórmula. As
formulações podem ter mais de um princípio ativo.
2. Adjuvantes: são substâncias empregadas para auxiliar a preparação da fórmula
farmacêutica, tais como: conservantes, estabilizantes, diluentes, desagregantes,
aglutinantes, deslizantes, antiaderentes (depende da apresentação que queremos) etc.
Estas substâncias devem ser inócuas nas quantidade adicionadas e NÃO devem
prejudicar a eficácia terapêutica do medicamento (fundamental), caso tenha alguma
ação deve aparecer como princípio/base e deixa de ser adjuvante. Adjuvante não está
especificado na fórmula, apenas é informado no processo de registro do produto
(informação sigilosa, interesse da indústria farmacêutica  diferencia das outras
indústrias, inovação e competitividade do mercado).
3. Corretivos: substâncias que tornam mais agradáveis, ou aceitáveis os constituintes de
formulações orais. São exemplos: edulcorantes (corrigem o sabor), flavorizantes
(corrigem odor e sabor, importante para os animais, olfato mais aguçado do que o
nosso, corretivo na maioria das vezes não é informado, não é obrigado informar).
4. Veículo ou excipiente: meio no qual o princípio ativo é colocado, sendo em geral o
termo veículo empregado para líquidos e excipiente para sólidos. Empregam-se as
abreviaturas latinas q.s. (quantum satis = quantidade suficiente) ou q.s.p. (quantum
sufficit para = quantidade suficiente para) referindo-se à quantidade que deve ser
ACRESCENTADA para completar o volume ou a massa desejada (lembrar excipiente
das cápsulas no laboratório). Veículo ou excipiente também não são informados,
somente a quantidade.

 Pureza da molécula, quanto mais pura, maior valor agregado. Pistas que a matéria
prima é de maior pureza: laboratório tem BPF, caso tenha, sinal de que o produto
tem boa qualidade, diferença de preços do produto final = qualidade e pureza da
molécula. Grau de pureza é relativo, há padrões.
 Sulfato  sal conjugado, procaína (efeito analgésico)  sal cloridrato.
 Volume dos princípios ativos é descontado do veículo.
 O que vem primeiro? O mais importante do medicamento (geralmente de maior
quantidade/volume).
 Importante verificar as unidades.
 Inflamação: resposta do organismo frente uma agressão. Sinais da inflamação: dor,
calor, rubor, edema, perda da função  reação de proteção também pode ocasionar
dano, dependendo do lugar e da intensidade da resposta terá um caminho de
resolução do problema que demorará mais tempo.
Classificação das formas farmacêuticas:
Em relação a ação:
1. Tópica: exercem ação no local da aplicação (creme, loções e gel, apresentação
diferente, absorção rápida, absorção lenta onde a pele não absorva, ficando na parte
mais superficial da derme)
2. Sistêmica: através da distribuição pela corrente sanguínea (comprimidos, cápsulas,
injetáveis).
 Produto de aplicação tópica em que somente o princípio ativo é absorvido e tem ação
sistêmica  puron
 Produto que não é absorvido: período de carência curto ou zero, ficando apenas na pele,
produto que é absorvido (tópico  se torna sistêmico) período de carência longo,
organismo leva tempo para eliminar a droga.
Em relação a apresentação:
1. Sólidas: capsulas, comprimidos (orais, vaginais  conhecido como vela na medicina
veterinária), drágeas, implantes (coleira), óvulos, papeis, pílulas, pós e supositórios.
2. Semissólidas (pastosas): cremes, pastas, pomadas, loções, unguentos
3. Liquidas: suspensões, emulsões, soluções, gotas, xaropes, enemas, óleos medicinais,
colutórios.
4. Gasosas: inalantes
5. Especiais: são aquelas formas farmacêuticas que, ou podem se encontrar e mais do que
uma forma física, ou se encontram num estado de matéria diferente das anteriores
(sprays, aerossóis, mousse).
Forma farmacêutica ou preparação medicamentosa:
1. Gargarismo: forma farmacêutica líquida destinada a tratar a cavidade bucal dos animais
(corresponde ao gargarejo na espécie humana). Deve-se impedir a deglutição do
medicamento pela tração da língua do animal para fora da cavidade bucal, mantendo-se
sua cabeça abaixada enquanto o medicamento é aspergido
2. Colutório: também é destinado a cavidade bucal, porém tem consistência xaroposa (usa
como veículo glicerina, mel etc.). Como não deve ser deglutido, pode ser colocado com
o auxílio de uma espátula na ponta da língua do anima, que ao movimentá-la, distribui o
medicamento na cavidade oral.
3. Sopa e barbotage: são obtidas pelo cozimento de vegetais (sopa) ou de farináceos
(barbotage) nos quais quando frios adiciona-se o medicamento. Esta mistura é ingerida
espontaneamente pelo animal
4. Bebida e beberagem: são formas medicamentosas liquidas oferecidas em grandes
volumes
 750 a 1000mL para grandes animais
 200 a 500mL para animais de médio porte
 50 a 100mL para pequenos animais
 A bebida é deglutida espontaneamente pelo animal.
 A beberagem é fornecida a força (sondas).
5. Provenda (mash): medicamento é oferecido escondido no alimento que é deglutido pelo
animal
6. Poção: também é uma forma medicamentosa líquida que deve ser deglutida, porém é
fornecida em pequena quantidade (em colher ou seringa plástica sem agulha com
dosador oral, na qual o medicamento é colocado vagarosamente entre a bochecha e a
arcada dentária do animal).
7. Eletuário: forma farmacêutica pastosa, administrada a forca ao animal, com a finalidade
de ser deglutida. Antigamente o medicamento era colocado, com o auxílio de uma
espátula, na base da língua tracionada para fora da cavidade oral e ao soltá-la, o animal
deglutia o medicamento. Atualmente foram desenvolvidos aplicadores para tal
finalidade.
8. Bolo e pílula: forma farmacêutica semidura (empregam-se excipientes pilulares para
não grudarem umas nas outras), esférica, que deve ser deglutida, atualmente está em
desuso. O bolo pesa entre 0,5 e 4,0g (destinado a grandes animais), e a pílula entre 0,15
e 0,30g (usado em pequenos animais).
 O uso do bolo (do latim bolus): foi retomado, porém não mais com as
características descritas anteriormente. Tem sido empregado para
administração, por exemplo, de anti-helmínticos por VO, a bovinos pelo “lança-
bolo”; o princípio ativo fica protegido dentro de um invólucro rígido que libera
gradativamente o medicamento no rúmen do animal, mantendo os níveis
terapêuticos do medicamento por período prolongado
 O termo “bólo” também tem sido usado para se referir a administração rápida e
de curta duração de uma certa quantidade de medicamento por IV.
9. Grânulo ou glóbulo: forma esférica, rígido, pesa entre 0,05 e 0,15g
10. Cápsula: forma farmacêutica na qual o medicamento (geralmente na forma solida) é
colocado dentro de um envoltório (de amido ou gelatina) constituído de duas metas
justapostas.
11. Pérola ou cápsula mole: é constituída de uma única parte, estando o conteúdo
hermeticamente selado em seu interior. Destina-se a acondicionar líquidos
(preferencialmente).
12. Drágea: medicamento é colocado no interior de um envoltório rígido, de formato
variável, geralmente brilhante. Pode proteger o princípio ativo do pH estomacal, odor
ou sabor desagradável.
13. Comprimido: geralmente adiciona-se ao princípio ativo amido, sendo este o material
prensado, dando-se a forma cilíndrica com alguns milímetros de altura
14. Pastilha: forma farmacêutica solida moldada ou comprimida, geralmente flavorizada,
que para animais, diferentemente do que ocorre na espécie humana, é mastigável.
15. Tablete: forma farmacêutica solida, preparada a partir de massa, feita com solução
hidroalcóolica, o princípio ativo e a lactose ou da própria trituração umedecida em
solução hidroalcóolica. É moldado em tableteiros é frágil e quebradiço
16. Papel: forma farmacêutica em que o medicamento em pó é embalado, cuja dobradura é
cuidadosamente feita pelo farmacêutico; destinado a administração em dose individual
e única, permitindo o acondicionamento de volume relativamente grande. Atualmente,
emprega-se o envelope feito de papel manteiga.
17. Pomada: preparação tópica constituída de base monofásica na qual podem estar
dispersas substâncias sólidas ou liquidas.
18. Pasta: forma farmacêutica semissólida que contém uma elevada concentração de pós
finamente dispersos, variando normalmente de conteúdo de 20 a 60% sendo mais firmes
e espessas que as pomadas, mas, geralmente, MENOS gordurosas.
19. Creme: preparação semissólida obtida com bases emulsivas do tipo água/óleo ou
óleo/água, contendo um ou mais princípios ativos ou aditivos dissolvidos ou dispersos
na base adequada.
20. Gel: sistema semissólido que consiste na suspensão de pequenas partículas inorgânicas
ou de grandes moléculas orgânicas interpenetradas por um líquido.
21. Supositório: preparação sólida, dose única, que pode conter um ou mais principais
ativos, deve fundir-se a temperatura do organismo ou dispersar em meio aquoso, o
formato e a consistência do supositório devem ser adequados par a administração retal.
22. Vela: semelhante a anterior, proem tem forma cilíndrica, medindo de 5 a 7cm,
geralmente de uso intrauterino ou intravaginal.
23. Clister, clisma ou enema: introdução de líquido por via retal, pode ser de retenção
(visando absorção do medicamento) ou evacuante.
24. Óvulo: sólida, com formato adequado para aplicação vaginal, devendo dispensar ou
fundir a temperatura corporal.
25. Xarope: aquoso, caracterizado pela alta viscosidade, apresenta não menos de 45% de
sacarose e outros açúcares na sua composição, geralmente contém agentes flavorizantes
26. Elixir: líquida, límpida, hidroalcóolica, teor alcoólico na faixa de 20 a 50%
27. Loção: preparação líquida aquosa ou hidroalcóolica destinada ao uso externo mediante
aplicação sobre a pele.
28. Colírio: geralmente liquida, destinada aos olhos e pálpebras.
29. Extrato: liquida, solida ou semissólida obtida pela extração de princípio ativo de
vegetais ou animais, fresco ou seca, por meio de líquido extrator adequado, seguida de
evaporação total ou parcial, ajuste da concentração a padrão previamente estabelecido.
30. Emulsão: obtida pela dispersão de duas fases líquidas imiscíveis ou praticamente
imiscíveis.
31. Tintura ou alcoolatura: formas que se utilizam da ação dissolvente do álcool. As
tinturas são preparadas com plantas secas e as alcoolaturas com plantas frescas.
32. Suspensão: obtida através da dispersão de uma fase sólida insolúvel ou praticamente
insolúvel em uma fase líquida. (Agite bem antes de usar, devido a base sólida e líquida).
33. Injetáveis: preparações estéreis destinadas à administração parenteral, apresentadas
como soluções, suspensões ou emulsões; podem ser acondicionadas em ampolas,
cartuchos ou frascos, para administração em dose única (injeção), dose múltipla e para
perfusão.
34. Pour-on (nomenclatura para grandes animais, maior volume garupa  cernelha
[nuca]) e Spot-on (nomenclatura utilizada para pequenos animais): forma liquidas nas
quais o medicamento é depositado respectivamente, na linha do dorso do animal ou
sobre a cernelha.
35. Premix (pré-mistura): medicamento misturado na ração do animal, geralmente utilizado
para administração de vitaminas ao rebanho, normalmente se tem atb e vermífugo.
 Não confundir com pó solúvel, deve-se respeitar a dose e administração
36. Intramamário: administrado dentro da glândula mamária, comum em bovinos,
tratamento local (normalmente).

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