Você está na página 1de 58

CONCEITOS GERAIS DE FARMACOLOGIA

Os fármacos possuem 3 fases de ação:

● Fase farmacêutica → Desintegração da forma farmacêutica e


dissolução do fármaco

-Forma farmacêutica que está trabalhando. Ex : cápsula abrindo.


-Etapa que faz com que haja diferença entre fármacos de mesmo PA,
porém de indústrias diferentes (ex: modo de prensar, amido
utilizado, etc).

● Fase Farmacocinética → Absorção, Distribuição, Biotransformação


e Eliminação.

-O que o organismo vai fazer com o fármaco.


- Relacionado a velocidade de absorção, metabolização e excreção.
- O fármaco na circulação sistêmica:
↪ Pode ser metabolizado e/ou excretado (eliminação)
↪ Pode entrar nos tecidos após distribuição
(biodisponibilidade)

● Fase Farmacodinâmica →Interação Fármaco- Receptor

-O que o fármaco faz no organismo (ex:desativa receptor, enzima, e


tc)

Droga: é a matéria prima que contém 1 ou mais fármacos cuja


administração modifica as funções biológicas e a estrutura do
organismo.
Fármaco: é o princípio ativo, toda substância que, introduzida no
organismo vivo, pode modificar uma ou mais de suas funções.

Medicamento: É toda substância química que tem ação profilática,


terapêutica ou que atua como auxiliar de diagnóstico. É o fármaco
com indicação terapêutica.

Remédio: Todo processo utilizado para promover a cura.

Princípio Ativo: é a substância em uma fórmula farmacêutica, a qual é


responsável pelo efeito terapêutico, é o principal agente da fórmula.
(Sinônimos: Fármaco, Droga, Base Medicamentosa, etc).

Fórmula Farmacêutica: É a descrição dos componentes ativos e não


ativos de um produto farmacêutico e suas respectivas dosagens.
● A granulometria e a fórmula alteram na superfície de absorção,
na velocidade e intensidade da absorção dos fármacos.

Forma Farmacêutica: É o modo que o medicamento se apresenta, ex.:


gotas, cápsula, comprimido etc.

Associação Medicamentosa: Quando uma Forma Farmacêutica possui


dois ou mais Princípios Ativos.

Excipiente: Termo utilizado para designar a parte sólida e semi sólida,


não medicamentosa de uma formulação, da volume a fórmula.

Veículo: Termo utilizado para designar a parte não medicamentosa de


uma formulação. Exemplo: Água, Álcool, etc.

Edulcorantes- composto para dar sabor


Forma Farmacêutica: É a forma como o medicamento se apresenta. Os
medicamentos podem se apresentar na forma sólida, líquida, pastosa
ou gasosa, ainda na forma de adesivos, chicletes, etc. São feitas com
a finalidade de facilitar sua administração, obter o maior efeito
possível, favorecer a estabilidade do P.A, além de mascarar as
características organolépticas. (odor e sabor). Por exemplo, o
cloranfenicol não tem em solução porque não se consegue mascarar o
sabor, então aumenta o tamanho das partículas, diminui a área de
contato,diminuindo o sabor.

Formas sólidas:
● Pó: O medicamento que se apresenta na forma de pó, deve se
diluído em líquido
● Comprimido: É o pó comprimido em formato próprio, redondo ou
ovalado. Pode ser sulcado, isto é, trazer uma marca que auxilia
sua divisão em partes, o que garante metade do P.A para cada
lado.
● Drágea: Contém um núcleo com o medicamento, revestido por
uma solução de queratina, açúcar e corante. Enquanto a maioria
dos comprimidos se dissolve no estômago as drágeas têm
liberação entérica, isto é, são liberadas no intestino.
São usadas para:
- Evitar sabor e odor desagradáveis
- Mascarar substâncias que atacam as mucosas
- Facilitar a deglutição
● Cápsula: O Medicamento está envolvido em um invólucro de
gelatina ,também mascaram sabor e odor desagradáveis.
● Supositório: Destina-se à aplicação retal. São apresentados na
forma “cônica” (absorção mais rápida do P.A) ou de "torpedo"
(absorção mais lenta do P.A) Sua ação pode ser local ou
sistêmica.
● Óvulo: Tem a forma ovóide e é de aplicação vaginal.

Formas líquidas:
● Solução: Mistura homogênea de líquidos ou de líquidos e sólidos
● Xarope: Solução que contém água e açúcar (é bem doce para ser
hiperosmótico e não contaminar)
● Elixir: Solução que além do soluto, contém 20%de álcool e 20%
de açucar
● Suspensão: Mistura não homogênea de uma substância sólida e
um líquido, ficando a parte sólida suspensa no líquido (Agitar
antes de usar).
● Emulsão: Formada de dois líquidos imiscíveis (que não se
misturam). É composta de água e óleo.

Observação: Os líquidos injetáveis apresentam-se na forma de


soluções, suspensões ou emulsões.

Forma pastosa:

● Pomada: Forma Semi- Sólida de consistência macia e oleosa,


pouca penetração na pele.
● Creme: Forma Semi- Sólida de consistência macia e mais
aquosa, possui maior penetração que a pomada.
● Gel: Forma Semi- Sólida de pouca penetração na pele.
● Pasta: Forma Semi- Sólida de consistência macia, contendo 20%
de pó. Atua na superfície da pele sem penetrá-la.

Formas gasosas:

● São usadas principalmente para a administração de substâncias


voláteis. Entre elas incluem-se os aerossóis, que são
medicamentos sólidos ou líquidos acrescidos de gases para
nebulização

Medicamentos de Uso Interno: São formas farmacêuticas que passam


pelo trato gastrointestinal (TGI: boca, estômago, intestino),sofrendo
ação do suco gástrico. Normalmente são mais sólidos e líquidos,
porém exige do paciente a ingestão do medicamento.
Exemplo: Pó, Comprimido, Drágea, Comprimido, Solução, Xarope,
Elixir, Suspensão, etc.

Medicamentos de Uso Externo: São formas farmacêuticas que não


passam pelo TGI, não sofrendo ação do suco gástrico.
Exemplo: Supositório, Óvulo Vaginal, Injeções, Pomada, Gel, Creme,
Spray, etc.

Observação: Alguns Princípios Ativos, só devem ser administrados


externamente (não por via oral), por serem destruídos pelo suco
gástrico.

Biodisponibilidade - é uma medida da extensão de uma droga


terapeuticamente ativa que atinge a circulação sistêmica e está
disponível no local de ação. Indica a velocidade e a extensão de
absorção de um princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de
sua curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua
excreção na urina.
(Biodisponibilidade é a concentração do medicamento disponível no
sangue).
CEM- Concentração eficaz mínima

Biodisponibilidade relativa: é a comparação da biodisponibilidade de um


fármaco a partir de diferentes formas de administração.
● Dependendo da via, a curva de biodisponibilidade pode variar,
o pico também.

Bioequivalência: são duas formas de apresentação do mesmo fármaco,


que apresentam a mesma biodisponibilidade.
● medicamentos genéricos são aprovados com base nisso
● não quer dizer que tenham a mesma via de administração ou a
mesma forma, só precisam atingir a mesma biodisponibilidade

Reação adversa: É qualquer resposta a um medicamento que seja


prejudicial, não intencional, e que ocorra nas doses normalmente
utilizadas em seres humanos para profilaxia, diagnóstico e
tratamento de doenças, ou para a modificação de uma função
fisiológica.
Efeito colateral – Efeito associado ao medicamento, que pode ser o
objetivo principal do remédio. Ex: AAS é um analgésico, antitérmico
(antipirético), AINE, utilizado para dor. Um dos efeitos associados é
a diminuição da agregação plaquetária.

O alcance do efeito terapêutico depende das vias de


administração, das características fisiológicas do paciente e do
próprio PA do medicamento. Para observar o efeito terapêutico, é
ideal que as concentrações plasmáticas ultrapassem a Concentração
Mínima Eficaz a partir da qual o efeito terapêutico será observado.
Acima desta faixa temos toxicidade. Abaixo dessa faixa tem efeito
subterapêutico.

Fator de disponibilidade: é a fração da dose que chega inalterada a


circulação sistêmica.

Vias de administração
É o modo no qual o medicamento é introduzido no organismo.
OBS: A DIFERENÇA NA ABSORÇÃO DO FÁRMACO ENTRE AS
FORMAS FARMACÊUTICAS É FUNÇÃO DA FORMULAÇÃO E DA
VIA DE ADMINISTRAÇÃO.

Fatores que orientam a escolha da via de administração:

1)Propriedades físicas e químicas da droga


(sólida/líquida/gasosa;solubilidade;estabilidade;pH;irritação)

2)Local de ação desejado (tópica ou sistêmica)

3)Velocidade e extensão de absorção da droga por diferentes vias,


rapidez com que se deseja obter a resposta (rotina ou emergência).

4)Efeito dos sucos digestivos e do metabolismo de primeira


passagem sobre a droga.

5)Exatidão de dados é necessária (as vias IV e inalatórias podem


proporcionar um controle preciso).

6)Estado do paciente (inconsciente, com vômito).

Ação local ou Ação sistêmica

● Ação Local - Diz-se que um medicamento tem ação local, quando


ele age no próprio local onde é aplicado (na pele ou mucosas
(revestimento das cavidades). Sem passar pela corrente
sanguínea.

● Ação Sistêmica - Diz-se que um medicamento tem ação


sistêmica, quando seu princípio ativo precisa primeiro ser
absorvido (entrar na corrente sanguínea) para, só depois,
chegar ao local de ação.
Via enteral ou Gastroenteral
● Utiliza o sistema gastrointestinal
● Pode ter ação local ou sistêmica
● Considera todo o TGI, inclusive sublingual e reto

Via Paraenteral
● Não utiliza o TGI
● Intramuscular, Subcutânea, Tópico, Inalação, transdérmico,
epidural .

Exemplos:
Inalação- Pulmão -Ar Expirado: via local e parenteral.
Inalação -Pulmão- Circulação Sistêmica: via sistêmica parenteral.
Intramuscular- Músculo- Circulação Sistêmica: via sistêmica
parenteral.
Intravenoso-Circulação Sistêmica: via sistêmica parenteral .
Subcutâneo- Pele- Circulação Sistêmica: via sistêmica
parenteral.
Oral /Fecal -TGI- Fígado/ Circulação Sistêmica -Circulação
Sistêmica: via sistêmica enteral.
Oral /Fecal -TGI- Fezes: via local enteral

Efeito de primeira passagem (biotransformação) - consiste na passagem


do fármaco da luz intestinal para o fígado, por meio da veia porta,
antes de atingir a circulação sistêmica, reduzindo sua
biodisponibilidade (aumenta a hidrossolubilidade, ficando na faixa
subterapêutica). Só ocorre na via oral e retal
OBS: Solução para isso: aumentar a quantidade de PA ou mudar a via
de administração

Vias de administração sistêmica:


-Via enteral
● via oral- mais demorada,primeiro vai para o estômago, depois
para o intestino onde o P.A é absorvido (C.S).As desvantagens
da via oral incluem a incapacidade de administração de alguns
fármacos por causa de suas características (Ex: Benzetacil®),
o vômito resultante da irritação da mucosa gastrintestinal,
irregularidades na absorção na presença de alimentos
(captopril) ou a necessidade de colaboração do paciente.
Deglutição -> esôfago ->estômago -> no intestino, libera o PA ->
CS
↪Fígado -> coração ->CS
● retal- Com freqüência, a via retal é útil quando a ingestão oral
não é possível por causa do vômito ou porque o paciente está
inconsciente.No entanto, a absorção retal é geralmente
irregular e incompleta, sendo que muitos fármacos irritam a
mucosa do reto.
● sublingual- A absorção pela mucosa oral tem importância
especial, pois determinados fármacos são absorvidos muito
rapidamente, como a drenagem venosa da boca. Não é drenado
por vasos que se comunicam com o sistema porta (sem
metabolismo de primeira passagem)

OBS: o fígado é o principal órgão relacionado com a


biotransformação de medicamentos, pela grande quantidade de
enzimas.

-Via parenteral
● Via Intravenosa- Aplicação no interior de uma veia,indicada
quando se quer obter concentrações sanguíneas elevadas e/ou
efeitos imediatos. Certas soluções irritantes só podem ser
dadas dessa maneira, uma vez que as paredes dos vasos
sanguíneos são relativamente insensíveis, e a injeção lenta do
fármaco faz com que este seja bastante diluído pelo sangue. Os
fármacos em um veículo oleoso não devem ser administrados
por essa via, não existe recuperação depois que a droga é
injetada. Depositado direto na circulação sistêmica
● Via Intramuscular- Aplicação direta no músculo. É a via de
administração de soluções e suspensões. Os fármacos em uma
solução aquosa são absorvidos muito rapidamente depois da
injeção intramuscular.
● Via Subcutânea
● Intradermal
● Peridural
● Intraperitoneal

Via Padrão de Utilidade Limitações de


absorção especial Precauções

Intravenosa Efeitos Útil em Como regra, as


potencialmente emergências. soluções devem
imediatos Adequada no ser injetadas
caso de lentamente.
grandes Inadequadas
volumes. para soluções
oleosas ou
substâncias
insolúveis.

Subcutânea Imediata. A Adequada para Inadequada


partir de uma algumas para grandes
solução aquosa. suspensões e volumes,
Lenta, a partir para o implante possível dor ou
de preparados de pellets necrose por
de depósito. sólidos. substâncias
irritativas.

Intramuscular Imediata a Adequada para Efeito mais


partir de uma volumes lento se a
solução aquosa. moderados, droga se
Lenta a partir veículos oleosos precipitar no
de preparados e algumas local da
de depósitos substâncias aplicação.
irritativas.

Ingestão oral Variável, Muito Requer a


depende de conveniente e colaboração do
muitos fatores. econômica; paciente.
geralmente
mais segura.

-Via inalatoria
● Soluções
● Gases (N2, O2)

Vias de administração tópicas:

-Aplicações sobre superfícies epiteliais


● epiderme
● epitélio brônquico
● córnea
● vagina

-Injetáveis tópicos:
● Anestesia local
● Toxina botulínica

Interações medicamentosas
-Interações medicamentosas é o evento clínico em que os efeitos de
um fármaco são alterados pela presença de outro fármaco, alimento
ou bebida.
Exemplo: Paracetamol +Codeína (Tylex®)- Sinergismo
Acetilcisteína +Paracetamol- Antagonismo
A.A.S + Ginko Biloba
Captopril + Alimentos
Calmantes + Álcool- Sinergismo

● Quando dois medicamentos são administrados,


concomitantemente, a um paciente, eles podem agir de forma
independente ou interagirem entre si. Com aumento ou
diminuição de efeito terapêutico.
● O desfecho de uma interação medicamentosa pode ser perigoso
quando promove aumento da toxicidade de um fármaco. Por
exemplo, pacientes que fazem uso de varfarina podem ter
sangramentos se passarem a usar um antiinflamatório não-
esteróide (AINE) sem reduzir a dose do anticoagulante.
● Algumas vezes, a interação medicamentosa reduz a eficácia de
um fármaco, Por exemplo, tetraciclina sofre quelação por
antiácidos e alimentos lácteos, sendo excretada nas fezes, sem
produzir o efeito antimicrobiano desejado.
● Há interações que podem ser benéficas e muito úteis, como na
prescrição de anti hipertensivos e diuréticos, em que esses
aumentam o efeito dos primeiros.
● Supostamente, a incidência de problemas é mais alta nos idosos
porque a idade afeta o funcionamento de rins e fígado, de modo
que muitos fármacos são eliminados muito mais lentamente do
organismo. Por exemplo, álcool reforça o efeito sedativo de
hipnóticos e anti-histamínicos.

Efeitos de alimentos sobre a absorção de medicamentos

● Alimentos atrasam o esvaziamento gástrico e reduzem a taxa


de absorção de muitos fármacos; a quantidade total absorvida
de fármaco pode ser ou não reduzida. Contudo, alguns fármacos
são preferencialmente administrados com alimento, seja para
aumentar a absorção ou para diminuir o efeito irritante sobre o
estômago.
● Alguns medicamentos muito lipossolúveis precisam do conteúdo
lipídico dos alimentos para serem maior absorvidos
● Interação com alimentos:

Reduzida Retardada Aumentada Não


alterada

Captopril Acido Valproico Carbamazepina Etambutol


Eritromicina Cimetidina Fenitoína Ranitidina
Isoniazida Paracetamol Propranolol Indoprofeno
Rifampicina Teofilina Diazepam Oxazepam
Tetraciclina
Varfarina

Velocidade para atingir a circulação:


● IV > IM> Subcutâneo > Oral
Velocidade para atingir o SNC
● Inalação > Injeção > Ingestão
OBS: por isso que cheirar cocaína causa mais dependência. O cérebro
associa mais facilmente causa e efeito.

Farmacocinética

É a passagem do fármaco através de membranas. Os mecanismos


envolvidos na passagem do fármaco e as características físico-
químicas das moléculas e membranas irão influenciar todos esses
processos. A membrana plasmática representa a barreira comum
entre todos os tipos de difusão e transporte de fármacos.
Absorção
● É a passagem dos fármacos pelas barreiras biológicas desde o
seu local de administração até atingir a circulação sistêmica
● IV não tem absorção porque já cai direto na circulação
● Na maioria dos casos, o fármaco necessita penetrar no plasma
para alcançar o seu local de ação.
● A velocidade e a eficiência da absorção dependem da via de
administração. Na via intravenosa, por exemplo, a absorção “já
ocorreu”. Ou seja, a dose total do fármaco alcança a circulação
sistêmica. Por outras vias, pode ocorrer absorção apenas
parcial, o que diminui sua biodisponibilidade (fração do fármaco
que atinge a circulação).
O fármaco é ingerido, ocorre a liberação dos seus componentes e
com isso, pode ser absorvido. Na corrente sanguínea (compartimento
central), a maioria dos fármacos não é solúvel nos fluidos biológicos
então uma parte deles se liga a proteínas (fármaco-proteína não tem
atividade biológica pois nao consegue ir ao seu local de ação),
somente o fármaco livre tem ação biológica e pode se ligar ao seu
local de ação. Alguns fármacos livres se ligam a receptores no seu
local de ação terapêutica e outros podem ter grande afinidade com
alguns tecidos de armazenamento, sendo liberados à medida que o
fármaco for eliminado (ex: fármacos lipossolúveis tem afinidade com
o tecido adiposo). Alguns fármacos livres são metabolizados pelo
fígado (a metabolização pode fazer o fármaco ser ativado ou
somente prepará-lo para a excreção tornando -o hidrossolúvel)

OBS- é tudo um sistema de feedback, quanto mais fármacos ligados


a receptores, menos fármacos livres na corrente sanguínea. Com isso,
os fármacos ligados a proteínas ficam livres para balancear.

Propriedade dos fármacos e sua permeabilidade

● Fármacos lipossolúveis têm maior absorção


● Fármacos com menor peso molecular tem maior permeabilidade
● Coeficiente de partição óleo/água, quanto maior o coeficiente,
maior a permeabilidade do fármaco em lipídeos
(lipossolubilidade)
● A maioria os fármacos são bases fracas ou ácidos fracos, por
isso, tem capacidade de ionização
● Quando o fármaco está na sua forma molecular (não ionizado),
ele é mais lipossolúvel do que hidrossolúvel
● Quando o fármaco está na sua forma ionizada, ele não tem
capacidade de atravessar as membranas biológicas por causa
das suas cargas elétricas. Acaba se tornando hidrossolúvel
Fatores que modificam a absorção dos fármacos

- Polaridade do fármaco
- Ph do meio
- Solubilidade (Para que um fármaco possa ser absorvido
com facilidade, é necessário que ele seja lipossolúvel.
Porém, com alguma hidrossolubilidade para que possa ser
dissolvido em soluções aquosas)
- Tipos de formulação do medicamento. O tamanho das
partículas e a forma farmacêutica em que a droga é
administrada influenciam na facilidade da dissolução. Portanto,
na velocidade de absorção.
- Velocidade de dissolução do fármaco
- Características físico-químicas do fármaco
- Circulação no local (O aumento do fluxo sanguíneo potencializa a
velocidade de absorção).
– Área de superfície de absorção
– Mecanismos de transporte
– Presença de alimentos / Motilidade intestinal
- Glicoproteína P, no intestino, a glicoproteína P bombeia ( ATP
dependente ) alguns fármacos de volta para o lúmen intestinal,
diminuindo a sua absorção.
- A inflamação facilita o processo de absorção porque a
permeabilidade vascular é maior
- O inchaço diminui o processo de absorção pois promove uma
barreira para a passagem do fármaco

Fatores Maior absorção Menor absorção

Concentração Maior Menor


(dosagem)

Forma farmacêutica Líquida Sólida


Área absortiva Grande Pequena

Circulação local Grande Pequena

Condições Inflamação Inchaço


patológicas

Transporte através da membrana

● PARACELULAR: passa pelo espaço entre as células


- Depende da integridade das tight junction (junções
comunicantes)
- BHE não passa por essa via
- Moléculas pequenas e hidrofílicas
- A favor do gradiente de concentração

● DIFUSÃO PASSIVA: passa através da membrana celular


- Moléculas lipofílicas e solúveis em água
- A favor do gradiente de concentração
- Difusão por poros (fármacos hidrossolúveis com baixo peso
molecular)

● DIFUSÃO FACILITADA: passa através de canais de membrana


- Pode sofrer saturação, inibição e competição
- A favor do gradiente de concentração

● TRANSPORTE ATIVO: passa a através de transportadores de


membrana
- Pode sofrer saturação, inibição e competição
- Ocorre contra o gradiente de concentração com gasto de
energia

OBS- DIFUSÃO PASSIVA


Segue a Lei de Fick, a velocidade só depende da concentração do
fármaco.
Sofre interferência do pH
Os fármacos não podem estar ionizados, polares, hidrofílicos e pouco
lipofílicos porque não atravessam a membrana
A ionização dos fármacos depende :
- do pH do meio
- da natureza do fármaco ( ácido/básico)
- do pKa do fármaco
Fármacos ácidos ionizam em meio básico então é melhor que sejam
absorvidas no estômago, por exemplo, porque tem um pH ácido e o
fármaco não vai ionizar.
Fármacos básicos ionizam em meio ácido então não pode ser
absorvido no estômago porque tem pH ácido e vai ionizar.
O FÁRMACO NÃO PODE IONIZAR, PORQUE SE IONIZAR, NÃO
VAI PASSAR PELA MEMBRANA

OBS- Íon trapping


É a forma de aprisionar o íon na mudança de PH e assim, o fármaco
não consegue voltar
Ex: Um fármaco ácido de pKa=4,4 no pH ácido do estômago ( =1, 4)
ele se mantém neutro e consegue ser absorvido para o sangue.
Quando entra e m contato com o sangue, ele entra em meio de pH
básico ( =7,4) e sofre ionização, ficando aprisionado ali .
Dosagem terapêutica- mesma concentração da dose do medicamento
ao longo dos dias
Dosagem de ataque- primeira dose com uma concentração mais alta
do que as próximas doses.
Fatores que influenciam na velocidade de absorção dos
fármacos

Fatores Maior absorção Menor absorção

Tempo de Menor tempo Maior tempo


esvaziamento
gástrico

Motilidade intestinal Menor Maior

Alimento Ausência Presença

Fatores na Presença Ausência


formulação

Metabolismo Ausência Presença


entérico

Distribuição

A distribuição é o processo pelo qual um fármaco abandona


(reversivelmente) a corrente circulatória, passando para o interstício
e/ou interior das células.
● Transporte do fármaco do local onde ele foi absorvido para as
diversas regiões do organismo.
● Passagem do fármaco do sangue para os demais tecidos.
● Os fármacos são transportados ligados a proteínas
plasmáticas, eles passam pelas barreiras biológicas por
transporte passivo.
● Albumina -> drogas ácidas
● Beta globulina e glicoproteínas ácida -> drogas básicas
● Somente a fração livre do fármaco é distribuída, fármacos
ligados a proteínas não atravessam a barreira endotelial (não
saem dos vasos sanguíneos), não têm ação farmacológica
● A alta afinidade dos fármacos com as proteínas plasmáticas
diminui a distribuição, diminui o metabolismo e aumenta o tempo
de ação

Fatores que interferem na distribuição

- Perfusão sanguínea, é o volume do fluxo sanguíneo que


determinado órgão recebe do coração
↪ quanto maior a perfusão, maior a distribuição
↪ órgãos que recebem maior volume sanguíneo, tem maior
distribuição de fármacos (rins, coração e fígado)

- Tamanho/volume do órgão, órgãos menores recebem mais


rapidamente

- Propriedades físico-químicas do fármaco, tecidos mais


lipofílicos acumulam moléculas mais lipofílicas

- Permeabilidade capilar do órgão

- Ligação do fármaco às proteínas plasmáticas


↪a ligação do fármaco e sua proteína determina sua distribuição
↪ tem função de transportar os fármacos pela corrente sang
↪ Pode ocorrer competição e eventual deslocamento (um
fármaco ácido dificilmente vai competir pelo mesmo sítio de ligação de um
fármaco básico)
↪ Passível de saturação

- Diferença de PH
- Desnutrição

Ligação às proteínas plasmáticas

● Fármacos ácidos que têm carga negativa ( doa prótons em meio


aquoso) se ligam à albumina positiva
● Fármacos básicos que têm cargas positivas ( recebem próton
em meio aquoso) se ligam na lipoproteína ácida alfa 1 que é
negativa.
● A ligação dos fármacos com as proteínas plasmáticas são
reversíveis, o que permite a dissociação do complexo fármaco/
proteína.
● FRAÇÃO LIGADA inativa
● FRAÇÃO LIVRE ativa, atuam no seu sítio de ação
● Fármacos hidrofóbicos possuem afinidade pela albumina
● Além disso , determinados fármacos são capazes de deslocar
outros fármacos ligados a proteínas devido à maior afinidade de
ligação
↪ Ex: A Fenilbutazona ( antiinflamatório) e as sulfonamidas
deslocam a Varfarina da ligação com a Albumina, fazendo com
que a fração livre da Varfarina aumente muito, isso pode
causar um quadro hemorrágico perigoso.
● Então, os fármacos que se ligam à proteínas podem sofrer
duas interferências: saturação (falta proteínas plasmáticas
para se ligar) e competição (existência de outro fármaco
com maior afinidade pela proteína plasmática).

A quantidade de um fármaco que se liga a proteínas plasmáticas vai


depender de 3 fatores:

- Concentração do fármaco livre


- Afinidade do fármaco pelos locais de ligação
- Concentração das proteínas

Tipos de fármacos e suas ligações à proteínas

- Fármacos de Classe 1, quando a dose do fármaco é menor que


o número de locais de ligação disponíveis (a maioria das
moléculas do fármaco estão ligadas a proteínas e a
concentração de fármaco livre é baixa)

- Fármacos de Classe 2, quando a dose do fármaco é maior do que


o número de locais de ligação ( a concentração do fármaco livre
é significativa)

OBS: administração de fármacos de Classe 1 e 2, o deslocamento do


fármaco de Classe 1 ocorre quando um fármaco de Classe 2 é
administrado simultaneamente.

Fatores que interferem na disponibilidade de proteínas


plasmáticas

● DISTÚRBIOS HEPÁTICOS: pacientes com distúrbios


hepáticos, como cirrose ou desnutrição, apresentam
hipoalbuminemia, tendo um padrão de distribuição de fármacos
alterado.
● DISTÚRBIOS RENAIS: perda de proteínas plasmáticas pela
urina: proteinúria
● DISTÚRBIOS CARDÍACOS: o Infarto Agudo do Miocárdio
(IAM) aumenta a quantidade de alfa 1 -glicoproteína ácida no
sangue (câncer e artrite tb aumentam).
● DISTÚRBIOS TIREOIDIANOS: hipertireoidismo tende a
diminuir e hipotireoidismo tende a aumentar as proteínas
plasmáticas.
● A Alfa 1- glicoproteína ácida também varia em estados
inflamatórios
● Nesses casos acima, precisa ser feito um ajuste na dosagem do
fármaco para que o efeito seja mantido.

Volume de distribuição

● É a medida de extensão da distribuição além do plasma


● Volume real- distribuição por todos os líquidos do organismo
● Volume aparente- relação da concentração do fármaco nos
tecidos e a concentração do fármaco no sangue
● Drogas lipossolúveis, aumenta o volume aparente
● Drogas ligadas, diminui o volume aparente
● Quanto maior o Vd, mais distribuído é o fármaco (pode até
ultrapassar o VCorporal total)
● Quanto menor o Vd mais confinados no sangue está o fármaco

Variação do volume aparente

● Variações dependentes da droga


- lipossolubilidade
- polaridade e ionização
- ligação a proteínas

● Variações dependentes do paciente


- Idade
- Peso
- Hemodinâmica (ICC diminui a perfusão)
- Concentração de proteínas plasmáticas
- Estados patológicos
- Genética

Reservatórios de fármacos

● Muitas drogas se acumulam em alguns tecidos em


concentrações maiores que no fluido extracelular e em
outros tecidos, lá elas estão ligadas a proteínas,
fosfolipídeos, íons...
● Quando esta ligação é reversível, o local pode ser
considerado como um reservatório -> REDISTRIBUIÇÃO
● Uma ação terapêutica curta pode se torna longa devido ao
processo de redistribuição.
● Em indivíduos obesos, a quantidade de fármaco que pode ir
para o tecido adiposo é muito grande. Isso faz com que diminua a
quantidade de fármaco que chega ao tecido alvo. O tecido adiposo,
pode ser considerado um sequestrador de medicamentos.
● Um fármaco pode chegar bem rápido ao cérebro e a tecidos
altamente vascularizados por conta da perfusão, porém são
facilmente eliminados
● Um fármaco pode demorar muito para ser distribuído na
gordura, mas ele se acumula por mais tempo
● Consequências da formação de depósitos
↪ Manutenção das concentrações plasmáticas
↪ Reduzem as concentrações plasmáticas iniciais
↪ Prolongam o tempo de ação dos fármacos

Distribuição dos fármacos em diferentes compartimentos


corporais
Depende de:
- Solubilidade do fármaco
- Tamanho da molécula
- Grau de ionização (pka, ion trapping)
- Coeficiente de partição óleo/água

Compartimento Exemplos

Água corporal total Pequenas moléculas


hidrossolúveis (etanol)

Água extracelular Moléculas hidrossolúveis maiores


(manitol)

Plasma sanguíneo Moléculas altamente ligadas a


proteínas plasmáticas, moléculas
muito grandes e moléculas
altamente carregadas (heparina)

Gordura Moléculas altamente


lipossolúveis (diazepam)

Ossos e dentes Certos íons (fluoreto)

Distribuição em barreiras anatômicas

- Barreira hematoencefálica

● O cérebro e a medula são protegidos da exposição a uma


diversidade de substâncias
● Junções muito apertadas entre as células capilares endoteliais
e processos gliais altamente resistentes que cercam os
capilares
● Os capilares sanguíneos quando passam pelo SNC apresentam
muitas tight junctions.
● A única maneira de sair é via membrana plasmática ou via
transportador:
↪ Via membrana plasmática, somente moléculas lipofílicas não
carregadas
↪As moléculas carregadas dependem dos transportadores

Substâncias que penetram o SNC:


↪ Drogas apolares
↪ Lipossolúveis
↪ Baixo tamanho molecular
↪ Elevado coeficiente de partição óleo/água
↪ Drogas com baixa ionização em Ph plasmático
↪ Drogas com baixa ligação à proteínas plasmáticas
↪ Drogas que possuam um transportador ativo

- Barreira placentária

● Os vasos sanguíneos do feto são revestidos por uma única


camada de células
● A maioria das drogas consegue atravessar, com somente um
atraso na transferência para o feto (10 a 15 min para equilibrio
mãe/feto)
● Plasma fetal é ligeiramente mais ácido que o materno (7,4 x 7)
↪ Risco de aprisionamento iônico para fármacos básicos

Substâncias que penetram a barreira placentária


↪ Altamente lipofílicas
↪ Não ionizadas
↪ Pequeno tamanho
Alterações farmacocinéticas na falência hepática

● Falência hepática -> menor produção de albumina -> maior


fração de fármaco livre
● Com a diminuição da albumina plasmática -> diminuição da
pressão osmótica
● Aumento do fluido tecidual -> aumento do Vd de fármacos
hidrossolúveis

Metabolismo

É a modificação da estrutura molecular de um fármaco por meio de


reações metabólicas enzimáticas, gerando uma nova substância
química.

- Um fármaco pode ser eliminado por excreção ou por


metabolização (biotransformação)
- Fármacos pequenos ou que apresentam características polares,
são facilmente eliminados pelos rins.
- Os fármacos em sua forma ativa tendem a ser lipofílicos, a
permanecerem não ionizados e, com freqüência, ligados a
proteínas. Substâncias com essas características são
dificilmente excretadas na urina.
- Um processo alternativo que pode levar ao término da
atividade da droga é o metabolismo
- Por exemplo, barbitúricos lipofílicos, como o tiopental, teriam
uma meia-vida muito longa, não fosse sua conversão metabólica
em compostos hidrossolúveis. Assim, muitos fármacos, para
serem excretados, necessitam sofrer transformações químicas.
- A biotransformação química de uma substância faz com ela se
torne inativa, ativa ou tóxica para o corpo.
↪Aumenta a biotransformação: diminuem o tempo de efeito
↪Diminui a biotransformação.: aumenta o tempo de efeito

- Se a molécula do fármaco já for hidrofílica, não precisa ser


metabolizada para excretar, assim que ela passar pelos rins, já
será excretado (aproximadamente 20% dos fármacos)

- FÁRMACO - -- -- -- -- METABOLISMO-- ---METABÓLITO

- Os metabólitos são produtos do metabolismo e possuem uma


estrutura química diferente do fármaco, além de propriedades
físico- químicas (ex: solubilidade) e /ou biológicas diferentes .

- Quase sempre um metabólito é mais solúvel que seu antecessor

OBS: Pró-fármaco ou pró-droga: precisa sofrer biotransformação


hepática para ser um metabólito ativo. A modificação aumenta a
hidrossolubilidade (excretado mais rápido), aumenta a polaridade das
substâncias.
↪ Para ser absorvido, quanto mais lipossolúvel (fórmula molecular) melhor
↪ Para ser eliminado quanto mais hidrossolúvel melhor
↪ Como os fármacos hidrossolúveis demoram a chegar no R.E– a não ser
que disponham de sistemas de transporte específicos – o metabolismo
hepático é mais importante para fármacos lipossolúveis. Até porque, como
dito, fármacos hidrossolúveis são facilmente excretados pelos rins.

Bioindicação
● Bioativação

↪ Um fármaco ingerido na forma de pró fármaco e o metabolismo


transforma ele em um fármaco ativo.
↪ Ex: o aciclovir é um medicamento muito hidrossolúvel e é absorvido na
boca perdendo seu efeito, portanto, tomamos sua forma pró-fármaco
Valaciclovir que é inativo e só será ativado em Aciclovir depois de
metabolizado .

● Bioinativação

↪Um fármaco ingerido em sua forma ativa, faz efeito e quando é


metabolizado, é transformado em metabólito inativo para excreção

● Biotoxificaçao

↪ O metabolismo torna a molécula mais tóxica.


↪ Ex: o METANOL sofre metabolismo e vira FORMALDEÍDO que é
muito tóxico. Uma forma de não deixar que ocorra essa metabolização, é
usar como antídoto o ETANOL, porque ambos sofrem metabolização pela
mesma enzima. Dessa forma, a velocidade de metabolização de metanol em
formaldeído é diminuída e conseguimos eliminar o metanol via respiração
antes de se tornar tóxico.
↪ Ex: O PARACETAMOL é um fármaco ativo e pouco tóxico, quando
sofre metabolização, ele se transforma em um metabólito inativo e
hepatotóxico. Podemos tomar porque existe uma enzima em nosso
organismo ( GLUTATIONA ) que reage com o metabólito. Porém, em
caso de overdose , não há glutationa suficiente para proteger contra o efeito
do citotóxico.

● Bio Detoxificação

↪Nosso metabolismo pode transformar um fármaco tóxico em não tóxico.


↪ Ex: quando a TERFENADINA foi criada, ela era ativa e tóxica, mas era
metabolizada em FEXOFENADINA, um metabólito também ativo e não
tóxico. Hoje em dia a fexofenadina já é comercializada e a terfenadina caiu
em desuso.

Locais de metabolização

Principais locais: FÍGADO E EPITÉLIO INTESTINAL


- Produzem CITOCROMO P450

- É a porta de entrada da via oral (atravessa o epitélio do


intestino -> veia porta ->fígado )

- Locai s onde ocorre o efeito de 1ªpassagem

Outros locais: SNC, PULMÃO, RINS e SANGUE

Reações de metabolismo

- Tem 2 fases
- Não necessariamente ocorrem as duas ou em sequência

● Fase 1

- Reações de FUNCIONALIZAÇÃO
- Há uma alteração necessária para que se possa acontecer a
conjugação (segunda fase) , em que o fármaco torna -se
suscetível para interagir com a estrutura química que será
conjugada com o fármaco, formando um metabólito reativo.
- Essa fase de ativação não determina a ativação das
propriedades terapêuticas da droga, ou seja, ele pode ter sua
composição alterada mas não ser ativado.
- Coloca ou revela grupos funcionais onde não havia
- Reaçoes catabolicas
- Produzem grupos reativos
- Esses grupos reativos servem de ponto de ataque para as
reações de conjugação
- Pode ativar, inativar ou não alterar o fármaco

- Reações de:

OXIDAÇÃO ( hidroxilação, desaminação, deaquilação)


↪ Podem ser não microssomais: quando ocorrem no citosol ou
mitocôndrias
↪ Pode ser microssomais: quando ocorre no retículo
endoplasmático liso

REDUÇÃO (cetona, etc)

HIDRÓLISE ( esterificação, aminação, etc)

● Fase 2

- Reações de conjugação
- Liga covalentemente uma molécula endógena ao fármaco
- Reações anabólicas
- Resultam em compostos inativos
- Reações de:

GLUCORONIDAÇAO
SULFATIZAÇAO
GLUTATIONIZAÇAO
AMINOÁCIDOS

Enzimas do metabolismo

● As principais são da família do CITOCROMO P450 (CYP´S)


● As CYPs são hemeproteínas ( contém o grupo HEME) e são
chamadas de MONOXIDASES, coloca um átomo de oxigênio na
molécula do fármaco.
● As CYP´s são enzimas pouco seletivas, ou seja, elas são capazes
de catalisar reações em vários fármacos com estruturas
diversas.
● As enzimas do metabolismo podem ser inibidas ou induzidas por
fármacos ou moléculas exógenas ( comida, tabagismo)
possibilitando a ocorrência de interação medicamentosa e
alterações no metabolismo.
● A CYP3A4 é a menos seletiva, é capaz de metabolizar 50% dos
fármacos.
● Se localizam principalmente no REA hepático
● Envolvidas em reações de oxidação

Fatores que afetam o metabolismo

● Interações medicamentosas
● Alimentos
● Hábitos de vida
● Idade
● Doenças
● Genética
● Via de administração
● Dosagem
Interação farmacológica

- Alguns fármacos agem nas enzimas que os metabolizam,


aumentando a atividade ou o número de moléculas de enzimas
presentes. Isto é denominado “indução metabólica de enzimas”
e uma droga que apresenta este efeito é o etanol (aumenta o
metabolismo e diminui o tempo de ação)
- Há fármacos, por exemplo, capazes de induzir aumento nos
níveis de citocromo P450, o que provoca aumento da velocidade
de metabolização do fármaco indutor, bem como de outros
fármacos biotransformados pelo sistema P450.
- Por outro lado, muitos fármacos podem inibir o sistema P450 e,
assim, potencializar as ações de outros fármacos que são
metabolizados pelas enzimas do citocromo (p. ex., quinidina).
- Na presença de um indutor:
Aumenta a atividade da CYP
Aumenta a velocidade do metabolismo do substrato
Aumenta a velocidade de excreção
Diminui a concentração de substrato no sangue
- Na presença de um inibidor:
Diminui a atividade da enzima
Diminui a velocidade do metabolismo
Diminui a velocidade de excreção
Aumenta a concentração do fármaco no sangue
- Ex: Omeprazol (substrato) x Rifampicina (indutor)
A rifampicina aumenta a atividade do CYP 2C19, aumenta a
velocidade do metabolismo do omeprazol, aumenta a velocidade
de excreção do omeprazol, diminui a concentração de omeprazol
do sangue.

Parâmetros farmacocinéticos
Clearance:
- Está relacionado à depuração- medida do volume de plasma
depurado por unidade de tempo.
- Mede a eficiência de eliminação do fármaco pelo organismo (o
quanto demora para limpar aquele fármaco do organismo)
- Ex: Cefalexina 4,3 mL/min/k g
- Ex: propranolol 16 mL/min/ kg
- O organismo é mais eficaz para eliminar o propranolol que a
cefalexina (elimina maior quantidade de propranolol por
unidade de tempo)

Steady State:
- Se um fármaco é administrado em uma velocidade constante,
ele vai atingir uma concentração de equilíbrio chamada steady
state (Css)
- O tempo para atingir a Css não depende da dose. O tempo para
atingir a Css é de quatro meias vidas ( t1/2).
- Se você administra o fármaco em uma velocidade constante, a
concentração vai subir no organismo, mas chega um hora que se
atinge uma concentração de equilíbrio.
- A velocidade com que o fármaco é eliminado depende da
concentração, quanto maior a concentração, mais rápido eu
elimino.
- Se a concentração que eu dou constantemente for maior, eu
chego em um Css maior.
Meia vida:
- tempo necessário para que a concentração do fármaco caia pela
metade . Se a cinética é de 1ª ordem, o t1/2 é utilizado para
calcular o intervalo de dose .

Dose de manutenção:
- É a dose utilizada por unidade de tempo que é igual a velocidade
de eliminação do fármaco.
Excreção

Os fármacos podem ser eliminados inalterados ou convertidos em


metabólitos. Os órgãos excretores (com exceção dos
pulmões) eliminam substâncias polares com mais facilidade.
A via excretória mais importante é a renal, por meio da urina.

Principais vias de excreção

● Rins (urina, principal via)


● Bile (fezes)
● Suor
● Saliva
● Expiração
● Lágrimas
● Leite

Eliminação renal de fármacos

Filtração glomerular

● Capilares dos glomérulos são muito frouxos, só não passa


proteína ( fármacos que estão intensamente ligados à proteína
plasmática sofre pouca filtração glomerular, mas a fração livre
passa).
● Hidrossolúveis e lipossolúveis livres são filtrados no glomérulo
● Devido às barreiras seletivas e as forças de filtração, quanto
menor o peso molecular de uma substância, melhor a sua
filtrabilidade .
● A albumina tem sua filtração impedida devido a sua carga
negativa e a repulsão exercida pelas cargas negativas dos
proteoglicanos da membrana basal do capilar glomerular.
● Por conta disso, fármacos ligados a proteínas plasmáticas não
sofrem filtração glomerular.
● A porcentagem filtrada é inversamente proporcional ao grau
de ligação e ao volume de distribuição.

Reabsorção tubular

● Na reabsorção só reabsorve quem é lipofílico (não carregados),


os hidrossolúveis são eliminados via urina. Os lipofílicos não
conseguem ser eliminados, via urina.
● Em alguns casos, após a sua filtração, as substâncias podem
retornar para a circulação, graças ao processo de reabsorção
tubular, que depende de mecanismos de transporte
transmembrana específicos (ex : glicose , ácido ascórbico,
vitamina D).
● As formas não ionizadas dos fármacos e seus metabólitos
também tendem a sofrer reabsorção.
● No entanto, considerando que a forma ionizada é melhor
excretada, e que este grau de ionização pode variar com o
pH local :
-A acidificação da urina tende a aumentar a reabsorção
e diminuir a excreção de ácidos fracos e fazer o contrário com
bases fracas
-A alcalinização da urina tem efeito contrário
● Nesse contexto vale lembrar que a manobra de alteração do pH
da urina é importante em situações de intoxicação, visando
acelerar a excreção do agente intoxicante . Ex : a alcalinização
da urina aumenta a excreção do AAS .

Secreção tubular

● É um processo ativo que ocorre por mecanismos separados para


ânions e cátions e independe do grau de ligação às proteínas
plasmáticas.
● A secreção é um importante ponto de interação entre
fármacos.
● Ex: a probenecida, por bloquear a secreção tubular da
penicilina, leva a um aumento da concentração plasmática
desta.
● Também ocorre competição entre altas doses de AAS e ácido
úrico.
● Ex de fármacos que sofrem secreção tubular: AAS, cocaína,
morfina, lidocaína, etc.

- O fármaco vai ser excretado dependendo da soma dos 3


- Ion trapping - para aumentar a eliminação do fármaco ácido,
preciso alcalinizar a urina para que fique mais ionizado

Excreção biliar de fármacos

● O fígado recebe suprimento sanguíneo de duas fontes:


- Artéria Hepática → sangue oxigenado
- Veia Porta → sangue venoso vindo do intestino delgado, rico
em nutrientes.
● O fígado contém sinusóides preenchidos com sangue ao redor
dos hepatócitos. Os produtos do metabolismo hepático são
assim removidos e adicionados a bile, que é armazenada na
vesícula para posterior liberação no intestino delgado.
● Dessa forma, substâncias do metabolismo hepático são
eliminadas pelas fezes.
● A depuração hepática pode ser influenciada por situações de :
- indução ou inibição enzimática
- alteração na circulação hepática
- estase biliar
-doenças do fígado

RECIRCULAÇÃO ENTERO- HEPÁTICA: A circulação entero-


hepática é a circulação dos ácidos biliares, bilirrubina, drogas ou
outras substâncias a partir do fígado para a bile, seguido da entrada
no intestino delgado, a absorção pelo enterócito e transporte de
volta para o fígado.

Drogas que atuam no SNA

- O sistema nervoso autônomo é independente , ou seja, não


voluntário.
- Ele está envolvido com atividades como: respiração, circulação,
digestão, temperatura corporal, metabolismo e sudorese .
- É dividido em SN Simpático e SN Parassimpático
- O SN SIMPÁTICO está relacionado com o mecanismo de luta ou
fuga → hipoperfusão periférica, taquicardia, taquipneia, contração dos
esfíncteres.
- O SN PARASSIMPÁTICO está relacionado ao repouso e
digestão : liberação de enzimas digestivas, movimentos
peristálticos, ritmo normal de frequência cardíaca e
respiratória.
- O SN AUTONÔMICO está relacionado com uma resposta
endócrina e comportamental .

Diferenças entre o sistema nervoso Simpatico e

Parassimpatico

● Entre o SNC e a ação no órgão alvo, ocorrem 2 sinapses. A


primeira ocorre nos Gânglios e a segunda nos receptores dos
órgãos alvo.
● Existem dois neurônios na via, um pré - ganglionar e outro pós-
ganglionar.

SIMPÁTICO
- Localização: toraco-lombar
- Fibra pré - ganglionar: cu rta
- Fibra pós- ganglionar: longa
- Gânglio: paravertebral
- Receptor no gânglio: nicotínico/ACh
- Receptores no Órgão:
Alfa e Beta/norepinefrina → nos órgãos
Muscarínico/ ACh → nas glândula as sudoríparas

PARASSIMPÁTICO
- Localização: crânio- sacral
- Fibra pré-ganglionar: longa
- Fibra pós- ganglionar: curta
- Gânglio: no órgão
- Receptor no gânglio: nicotínico/ ACh
- Receptores no Órgão:
Muscarínico/ACh
Nicotínico/ACh

FILOSOFIA DO SISTEMA NERVOSO: Quando o meu paciente está


sadio, simpático e parassimpático estão em equilíbrio. Toda vez que
uma porção estiver com uma função maior do que a outra, há uma
patologia.

Sistema nervoso autônomo

● Caracterizado pela existência de uma cadeia de gânglios que se


estende ao lado da coluna dorsal. Suas fibras possuem
emergência toraco-lombar.
● Possui neurônios pré-ganglionares curtos e formam, com os pós,
uma cadeira de corpos de neurônio paralelamente a medula
espinhal – cadeia ganglionar simpática.
● Os gânglios são conjuntos de corpos neuronais para
intensificar, amplificar o estímulo nervoso ao longo da fibra
pós-ganglionar, chegando de maneira eficaz ao seu órgão alvo.
● Grupo de neurônios especializados em promover a amplificação
fora do sistema nervoso = gânglio nervoso.
● Quando esse mesmo grupo se encontra dentro do sistema
nervoso, temos um Núcleo (neurônios que controlam
determinada função.)

Características dos receptores e neurotransmissores do SNS

Síntese, armazenamento e liberação das catecolaminas:


O aminoácido tirosina é um precursor direto das catecolaminas, esse
aminoácido é carreado para dentro do neurônio pré- ganglionar, onde
ele é transformado em dopa no citoplasma da célula pela enzima
tirosina hidroxilase, e em seguida essa dopa é transformada em
dopamina pela enzima dopamina descarboxilase, tudo isso ocorre no
citoplasma da célula. Agora a dopamina por sua vez entra na vesícula
onde ela será armazenada, se o neurônio of dopaminérgico ele
liberará dopamina, se o neurônio for noradrenérgico, lá dentro da
vesícula existe uma enzima chamada dopamina-hidroxilase ( reação
que ocorre no citoplasma do neurônio pré -ganglionar do sistema
nervoso central, quanto no citoplasma das células da adrenal ). Para
transformar a noradrenalina em adrenalina, transformação que
ocorre principalmente no citoplasma de células adrenais ( da glândula
adrenal), a noradrenalina sai de dentro da vesícula e volta para o
citoplasma e por sua vez é transformada em adrenalina por uma
enzima chamada fenil n-metiltransferase (reação que ocorre no
citoplasma das células da adrenal).
Liberação: ENTRADA DE CÁLCIO→ EXOCITOSE DA VESÍCULA NA
FENDA SINÁPTICA →SE LIGA A ADRENORECEPTORES POS-
SINÁPTICOS

OBS- Drogas adrenérgicas: todas as drogas que possuem um


mecanismo de ação semelhante com o da adrenalina. Elas pertencem,
quimicamente, ao mesmo grupo - que possui um radical catecol (anel
aromático com hidroxilas).
CATECOLAMINAS são aminas que têm um radical catecol.
Drogas adrenérgicas = drogas simpaticomiméticas = catecolaminas.
Isso possui uma importância muito grande na prática: o radical
catecol confere à molécula uma baixa lipossolubilidade e, então, essas
drogas não são bem absorvidas pelo trato gastrointestinal e,
portanto, precisam ser administradas de forma injetável, via
parenteral.

Sinapse Adrenérgica

A noradrenalina é o neurotransmissor (da família das catecolaminas)


liberado pela sinapse adrenérgica. Essa sinapse pode ser encontrada
em outros locais do SNC e SNA. O neurônio pós-ganglionar simpático
libera, no encontro com o órgão alvo, a noradrenalina.
A noradrenalina é um neurotransmissor complexo de ser produzido
pelo organismo. Sua síntese começa com muito gasto de energia.
Tem-se o início com o amn fenilalanina, que se transforma em
tirosina, que se transforma em dopa, que se transforma em
dopamina, que se transforma em Noradrenalina, que sofre uma
metilação (ganha um grupo metil - CH4) em uma glândula (adrenal) e,
aí sim, se transforma em adrenalina, que vai ser jogada na corrente
sanguínea toda vez que houver uma situação de luta e fuga. A vesícula
com noradrenalina se acopla à membrana, faz a exocitose, a
noradrenalina é liberada na fenda sináptica e pode se ligar a um de
seus receptores e/ou sofrer a recaptação neuronal (em que o
neurotransmissor é novamente transportado para o interior da cel e
recolocado em uma vesícula).

A noradrenalina pode:
● Se ligar ao seu receptor;
● Recaptação neuronal, com transportadores de membrana e
gasto de energia;
● Se difundir para fora da fenda, cair na circulação sanguínea e
sofrer a biotransformação no fígado.
● Ser degradada. Pode se dar por 2 enzimas:
• MAO (monoaminoxidase): que degrada a noradrenalina livre
no citoplasma e, por isso, a noradrenalina SEMPRE que for
recaptada deve ser revesiculada, pois, senão, ela vai dar de
cara com a MAO.
• Mas se a noradrenalina ficar de bobeira na sinapse, há outra
enzima – CATECOL-O-METILTRANSFERASE – que a degrada na
sinapse.

A noradrenalina fica armazenada dentro de vesículas nos neurônios e


é liberada, em pequenas quantidades de forma espontânea (sem que
haja um potencial de ação), e em grande quantidade quando há a
deflagração de potencial de ação. A chegada de um potencial de ação
promove a despolarização, liberação de acetilcolina (na sinapse
ganglionar, onde o neurônio pré ganglionar encontra com o pós
ganglionar), aumenta a permeabilidade da entrada do cálcio, o cálcio
entra e, então, há liberação da Noradrenalina na fenda sináptica.
OBS- Esse conhecimento é importante para se entender as drogas
que atuam no tratamento da depressão, que dão um up no SNC. São
drogas que promovem o aumento da atividade simpática, o aumento
de noradrenalina (que é um neurotransmissor excitatório, como a
serotonina, dopamina), aumento da recaptação na noradrenalina
(impedindo a sua degradação, preservando as quantidades da
noradrenalina em alta no SN).

Existe, também, drogas que promovem a excitação, porque a


noradrenalina não consegue voltar, ficando muito tempo na fenda
sináptica estimulando.
Ex: drogas de abuso - cocaína (droga n1 na criação nos
anestésicos locais), que faz com que a noradrenalina permaneça na
fenda deixando o cara em um quadro de excitação, com pupila
dilatada, pressão alta, frequência cardíaca nas alturas.

Também há drogas inibidoras da MAO, dificultam a degradação da


noradrenalina, dando mais tempo para a sua vesiculação

Receptores Adrenérgicos

Basicamente os receptores adrenérgicos são de 2 grandes grupos:


alfa e beta. A adrenalina se liga a todos esses receptores de forma
igual, enquanto que a noradrenalina tem mais afinidade pelos alpha.

Os receptores adrenérgicos são METABOTRÓPICOS ACOPLADOS


À PROTEÍNA G
● Alfa 1 ativa fosfolipase C → aumenta DAG e IP3 →Aumenta Ca2+
→efeito
● Alfa 2 INATIVA adenilciclase →inibe ATP →diminui AMPc→ efeito
(proteína G inibitória)
● Beta ativa a adenilciclase→ ativa ATP →Aumenta AMPc →efeito

Alfa 1
● VASOCONSTRIÇÃO
● Se situa na membrana pós-sináptica principalmente na
musculatura lisa de vasos, brônquios, aparecendo
muito na pele, nos músculos, nos rins... de tal maneira que a ação
da adrenalina e de drogas semelhantes a ela nesses receptores,
promove contração da musculatura lisa, principalmente dos
vasos - vasoconstrição.
● Pressão arterial aumenta.

Alfa 2
● FEEDBACK NEGATIVO
● Se situa na membrana pré-sináptica. Quando a noradrenalina é
liberada na fenda e o neurônio pós-sináptico se despolariza, ela
se liga ao ALFA 2 sinalizando um feedback negativo, para o
neurônio pós-sináptico parar de liberar mais noradrenalina.
● Diminui lipólise
● Diminui liberação de NE, ACh e insulina

BETA 1
● MIOCÁRDIO
● Produz excitação do miocárdio. O coração bate graças a
noradrenalina que está sendo liberada pelos neurônios e
estimulando as fibras cardíacas a se contraírem.
● A estimulação de beta 1 aumenta a frequência cardíaca -
taquicardia. O bloqueio de beta 1 diminui a frequência cardíaca
- bradicardia.

BETA 2
● RELAXAMENTO DA MUSCULATURA LISA.
● Broncodilatação e vasodilatação.
● Glicogenólise

- A maioria dos órgãos apresentam dupla inervação, simpática e


parassimpática. Pode ser que as duas se equivalham.
- EX: coração - a mesma capacidade que o simpático tem de
acelerar, o parassimpático tem de deprimir.
- Mas pode ser que uma inervação prevaleça sobre a outra.
- EX: vasos – um vaso sanguíneo tem predominância de inervação
simpática. Se eu quero causar vasoconstrição, estimulo o
simpático alfa1, mas se eu quero diminuir a pressão eu bloqueio
o simpático (mesmo que sejamos induzidos a pensar em
estimular o parassimpático).
- No intestino, o parassimpático que prevalece – um cavalo com
cólica precisa de diminuição de peristaltismo, então temos que
bloquear o parassimpático.
- Um animal com paralisia do íleo, que não consegue defecar –
estímulo parassimpático.
- Os vasos sanguíneos podem ter receptores alfa 1 e beta 2. Qual
vai prevalecer? O que tiver em maior quantidade. Quando há
injeção de adrenalina, os vasos cutâneos vão sofrer
vasoconstrição e, então, possuem maior quantidade de
receptores alfa 1. Já os vasos coronários vão sofrer
vasodilatação, tendo maior quantidade de receptores beta 2.
- Quando um cavalo está com cólicas intestinais pelo aumento do
peristaltismo intestinal, há a necessidade de utilizar uma droga
que iniba o parassimpático. Mas cuidado para não inibir demais e
acabar causando a dificuldade em defecar.
- Útero é um bom exemplo para se fixar aquela coisa de quem
predomina onde. A mucosa uterina tem receptores alfa 1 e beta
2. Há uma grávida: um susto faz com que a adrenal libere
adrenalina na corrente sanguínea, a adrenalina age nos
receptores alfa 1 do útero e causa contração uterina.
- Um estresse sofrido por uma égua prenha pode causar
contrações de parto, pois há uma descarga de adrenalina
endógena, então é preciso usar um agonista beta 2 seletiva (que
só age em beta 2), causando um relaxamento da musculatura
lisa uterina.
- Quando falamos em sistema nervoso adrenérgico, tudo é lise.
Lipólise, glicogenólise.... E diminui a secreção de insulina.

Drogas adrenérgicas
São conhecidas como simpaticomiméticas, adrenomiméticas ou
adrenérgicas. Estimulam as funções do Sistema Nervoso Simpático
por ativarem receptores alfa e beta adrenérgicos.

As drogas adrenérgicas podem ser divididas em:


● Adrenérgicos indiretos (não têm açao diretamente no
receptor), que interferem com a síntese, estoque, liberação ou
recaptação do neurotransmissor. Ou atuam com a biossíntese,
liberação, estocagem e recaptação do neurotransmissor, ou
atuam no sistema enzimático responsável pela inativação natural
do neurotransmissor, ou seja, a MAO e COMT.
• Drogas de ação indireta: Anfetamina e derivados e
efedrina e derivados, que atuam nos processos de liberação da
noradrenalina.
● Adrenérgicos diretos, que se ligam diretamente no receptor
alfa e beta.
• Drogas de ação direta: Adrenalina, noradrenalina,
dopamina, dobutamina, isoproterenol, agonistas beta2, fenilefrina e
nafazolina.
● Adrenérgicos mistos, ação nos receptores + ação indireta
• Drogas de ação mista: Efedrina

Catecolaminas

Aminas que possuem o radical catecol que confere a essas drogas


nenhuma lipossolubilidade e, por isso, quando injetadas no paciente,
não atravessam a barreira hematoencefálica e não conduzem efeitos
ao nível do SNC

Adrenalina:
● Secretada diretamente na corrente sanguínea pelas células das
gls. adrenais.
- Ações farmacológicas:
● Coração: É um estimulante cardíaco muito potente. Age nos
receptores beta 1 excitando o miocárdio e o sistema de
condução do coração. É um agente cronotrópico positivo
(aumenta a frequência cardíaca), inotrópico positivo (aumenta a
forma de batimento). Batmotrópico positivo (aumenta o
automatismo, o funcionamento das células marcapasso) e
dromotrópico positivo (aumenta a excitabilidade e a condução
do estímulo elétrico pelos nodos).
● Vasos Sanguíneos: os vasos que vão para o intestino, para os
rins e para a pele não precisam de sangue para a luta e fuga,
então eles possuem receptores alfa 1, sofrendo vasoconstrição.
Os vasos da musculatura esquelética precisam de maior fluxo
sanguíneo em uma situação de luta e fuga e, portanto, possuem
receptores beta 2 sofrendo vasodilatação sob o efeito da
adrenalina
● Pressão arterial: Aumento da pressão pela presença de alfa 1.
● Efeitos metabólicos: Como a adrenalina atua tanto em alfa
quanto em beta, independente de qual receptor que ela ativa, há
a promoção de LISE: glicólise, glicogenólise e lipólise. Há,
também, a diminuição da insulina.
● Respiração: Age no beta 2 do brônquio causando o relaxamento
da musculatura lisa: broncodilatação.
● SNC: Não há nenhuma alteração pela dificuldade da
catecolamina de atravessar a BHE. A Noradrenalina injetada
não tem nenhum efeito sobre o SNC. Mas a Noradrenalina
produzida no SNC, aí sim, pode agir sobre ele – os neurônios
adrenérgicos inundam o SNC de adrenalina.
● Órgãos ocos: Há predomínio de inervação parassimpática e,
então, não sofrem ação da adrenalina. Os efeitos vão depender
do predomínio do receptor no músculo. Estímulo beta relaxa o
cárdia (esôfago). Estímulo beta 2 relaxa o útero gravídico e o
músculo detrusor da bexiga.
OBS- Às vezes, quando um paciente está na UTI, ele precisa estar
sob o efeito de drogas adrenérgicas para manter a sua pressão
arterial e seus batimentos cardíacos. Mas isso diminui a função renal
dele, se tornando um problema, causando um acúmulo de fluidos e o
aparecimento de edemas, podendo chegar a um edema generalizado
(anasarca).

OBS- As gl.salivares possuem dupla inervação e ambas ocorrem em


momentos distintos. Possui inervação simpática e parassimpática.
Inervação simpática possui estímulo de alfa 1 com produção de
saliva menos abundante e mais espessa. Salivação parassimpática (a
do pacote de biscoito), com ativação do receptor muscarínico, com
saliva mais abundante e mais fluida.

-Absorção, metabolismo e excreção:


A droga, por ser muito hidrossolúvel, é administrada principalmente
pela via intravenosa. Mas também pode ser aplicada localmente para
causar uma vasoconstrição nos pequenos vasos (como os da pele),
diminuindo o sangramento de forma temporária. Pode ser usada,
também, via inalatória, mas é perigoso pelo fato de a adrenalina não
ser nada seletiva, produzindo efeito em todos os receptores.
A metabolização é feita pelas enzimas MAO e COMT e seus
metabólitos são excretados na urina.

-Usos Clínicos:
Alívio do broncoespasmo, parada cardiorespiratória, hipotensão
grande e reações alérgicas graves (choque anafilático). Há reações
adversas como tremores, palpitações e arritmias graves.
OBS- Arritmias graves: Quando um paciente está em parada cardíaca
e o médico dá adrenalina, o coração volta a bater, porém em arritmia,
em fibrilação.
OBS- No choque anafilático, grande quantidade de histamina é
liberada e isso age nos vasos, causando uma grande vasodilatação, de
tal maneira que a pressão arterial cai demais. Por isso é necessário
uma droga vasoconstritora para se opor a essa vasodilatação, ou seja,
um adrenérgico.
Normalmente a adrenalina é apresentada em ampolas, também com o
nome de epinefrina.

NORADRENALINA
● Também conhecida como norepinefrina. Basicamente as mesmas
características.
● A noradrenalina também não é seletiva, mas possui maior
afinidade pelo receptor beta. Então, se considerarmos
receptores alfa, a adrenalina tem ação maior ou igual ao da
noradrenalina e do isoproterenol. Já em relação ao beta, o
isoproterenol tem ação maior que o da nor que tem ação maior
ou igual ao da adrenalina. MAS NENHUM DESSES É
SELETIVO.
OBS- Mas, então... quando eu uso adrenalina e quando uso nor?
Imaginemos um cachorro que teve um problema durante a anestesia e
teve uma parada cardiorespiratória; Precisamos de efeito em beta 1
(miocárdio), em beta 2 (broncodilatação) e em alfa 1
(vasoconstrição); Então usamos a adrenalina que não faz distinção de
nenhuma forma por nenhum receptor. Se a parada for apenas
cardíaca, eu posso escolher a nor, no lugar da adrenalina para ter um
efeito beta melhor.

-Ações farmacológicas:
● É um potente estimulador alfa e beta 1, com fraca estimulação
no beta 2.
● Coração: Aumento da pressão sistólica e diastólica, aumento da
resistência periférica e aumento da pressão média. Redução do
fluxo sanguíneo para os rins, fígado e músculo esquelético
(efeito alfa 1).
● SNC: Não há efeitos, pois é uma catecolamina.
● Músculo liso não vascular: apresenta efeitos muito discretos e
sem relevância.

-Absorção, metabolismo e excreção:


Basicamente a mesma coisa da adrenalina. Administração I.V. É
degradada pela MAO e pela COMT e seus metabólitos são
excretados na urina.

ISOPROTERENOL:
● É diferente das demais por ser totalmente sintética - nosso
organismo não produz essa droga.
● É uma catecolamina sintética, também conhecida como isopropil
noradrenalina ou isoprenalina. Possui maior afinidade pelos
receptores beta.

-Ações farmacológicas:
● Coração: Débito cardíaco incrementado pelos efeitos
inotrópicos e cronotrópicos positivos, aumentando a força de
contração e a frequência cardíaca. Devido a isso, há sangue em
grande volume sendo bombeado com muita força, levando a um
aumento do fluxo vascular esquelético (todos os tecidos
recebendo mais sangue).
● Metabólitos: A glicogenólise e a hiperglicemia são menos
pronunciadas, mas a lipólise é comparável à que ocorre com a
adrenalina.

-Absorção, metabolismo e excreção:


Apesar de ser uma catecolamina, ela apresenta um pouco mais de
lipossolubilidade, sendo possível alguma absorção por via oral e
sublingual, mas não é utilizada clinicamente falando por ser muito
irregular e pouco confiável (demora muito e absorve mal). Então a
melhor forma é pela via I.V.
A degradação é feita pela COMT, sendo resistentes à ação da MAO.
-Usos clínicos: Asma brônquica, choque cardiogênico e parada
cardíaca. Tudo muito relacionado a beta.
Apresenta reações adversas como palpitações em pacientes
asmáticos, pois a droga vai agir em beta 2, causando broncodilatação,
mas acaba alterando o ritmo cardíaco por agir em beta 1.

OBS- Há um cachorro com o coração acelerado demais. Posso


bloquear beta 1. Coração possui dupla inervação, simpática e
parassimpática e uma não prevalece sobre a outra. Então,
para diminuir o ritmo cardíaco, tanto posso bloquear o simpático
quanto estimular o parassimpático.

-Preparações comerciais: ISUPREL


● A indústria farmacêutica pegou o protótipo do isoproterenol e
criou várias drogas novas que fossem mais afins do receptor
beta 2 para não haver mais efeitos colaterais, ou haver menos
deles.
● Ex: metaproterenol (ALUPENT), terbutalina (BRICANYL),
salbutamol (AEROLIN), fenoterol (BEROTEC)... que são drogas
agonistas adrenérgicas, só que "seletivas" beta 2.

-Preparações comerciais:
● Essas drogas seletivas beta 2 são excelentes para o alívio do
broncoespasmo.
● Eficazes, também, contra o parto prematura e no tratamento
do aborto evitável, pois atua seletivamente em beta 2 e causa
relaxamento da musculatura uterina.
● Podem causar reações adversas como tremores, ansiedade,
palpitações, taquicardia, arritmias cardíacas se forem
administradas em altas doses.

DOPAMINA:
● Há receptores, ligados a atividade simpática, que são chamados
de dopaminérgicos. Mas também atua em alfa e beta, pois sua
estrutura molecular é parecida com a da adrenalina e
noradrenalina. Mas a adrenalina e noradrenalina não se ligam
aos receptores dopaminérgicos, por uma questão tridimensional.
● Surge com os estudos farmacêuticos bem depois da adrenalina
e noradrenalina. É uma catecolamina endógena, sendo um
neurotransmissor central de grande importância.
● É degradada pela MAO e COMT.

-Ações farmacológicas:
● Efeitos cardiovasculares: aumenta, principalmente, a força de
contração - inotropismo positivo por ação direta nos receptores
beta 1. Possui um efeito cronotrópico também positivo, só que
menos do que o isoproterenol.
● Os efeitos dopaminérgicos causam aumento de filtração
glomerular, fluxo sanguíneo renal e da excreção de sódio,
fazendo grande diferença num paciente com episódios
repetidos de parada cardiorrespiratória ou apenas cardíaca.

OBS- Esse paciente será encaminhado para a UTI. Só que não


podemos ficar injetando adrenalina toda hora nele por dois motivos:
o tempo de duração do efeito da adrenalina é pequeno e essa droga
não pode ser administrada de forma contínua na veia, como por um
soro, pois os efeitos colaterais seriam devastadores, como arritmia
cardíaca e hipertensão grave. Além disso, a adrenalina tem efeito de
vasoconstrição em vasos cutâneos, mesentéricos e renais, diminuindo
a taxa de filtração renal, diminuindo a taxa de formação da urina,
diminuindo a taxa de eliminação de substâncias tóxicas endógenas e
dos eletrólitos. A insuficiência renal causa acúmulo de líquido no
organismo, causando um edema generalizado. Então vamos usar uma
droga que tenha efeito adrenérgico e que possa ser utilizada de
forma contínua por gotejamento intravenoso (DOPAMINA). Ela
oferece aumento de batimento cardíaco, aumento de pressão
arterial e, ao mesmo tempo, mantém a taxa de filtração renal. A
dopamina, quando se liga ao receptor dopaminérgico das artérias
renais, mantém as artérias dilatadas, e não contraídas, havendo a
formação de filtrado e de urina.
OBS- Enquanto a adrenalina, noradrenalina e isoproterenol são
usados em doses na ordem de miligramas por quilo, a dopamina está
na ordem de microgramas por quilo, sendo muito mais potente que as
anteriores. Pode ser achada em ampola.

DOBUTAMINA:
● Também uma catecolamina sintética. Basicamente tem apenas
efeito/estimulação em beta 1.
● Administrada na forma de microgramas por quilo, administrado
normalmente na forma intravenosa.
● Doses excessivas podem causar taquicardia, arritmias, cefaléia,
ansiedade e tremores.
● Tem ação rápida (2 min) e meia vida plasmática muito curta (2 a
3 min) e, por isso, será dada de forma contínua. Sua
metabolização é rápida no fígado, através da COMT.
● É a droga de escolha inicial para aumentar o inotropismo
cardíaco na depressão da contratilidade miocárdica.
● Nomes comerciais: DOBUTAMINA, INOTAN, DOBUTREX…

OBS- Dopamina e Dobutamina são tão potentes que precisam ser


aplicados com um aparelho especializado, bomba infusora, que mede
com precisão a dose a ser injetada.

OBS- Outras drogas adrenérgicas de ação direta, mas que possuem


menor importância clínica e são menos potentes, servindo como
descongestionantes nasais e vasoconstritor ocular: Nafazolina,
tetraidrozolina, oximetazolina, xilometazolina...

DROGAS ADRENÉRGICAS AMINAS DE AÇÃO


INDIRETA E MISTA

-EFEDRINA:
● Possui resistência a MAO e é administrada oralmente. Sua meia
vida é longa se comparada com as catecolaminas.
● Geralmente é usada para estimular o SNC e em medicamentos
para combater a tosse. É considerada uma droga de efeito
central.
● Atua por liberação de NA (então possui ação indireta) e é um
agonista direto em receptores alfa e beta (ação direta) -
portanto é uma droga mista.

-Ações farmacológicas:
● Efeitos Cardiovasculares: iguais ao da adrenalina. Aumento da
frequência cardíaca, elevação da pressão média, sendo que a
duração desses efeitos é 10X superior ao da adrenalina.
● Provoca broncodilatação pela ativação dos receptores beta e
sua aplicação tópica promove midríase por estimulação alfa.
● Apresenta ações do SNC que podem causar excitação, tremores
e ansiedade.

-Usos Clínicos:
● Tratamento da asma brônquica, mas pode trazer reações
adversas como insônia, agitação, ansiedade, tremores,
palpitações, arritmias e elevação da pressão arterial.
● A efedrina geralmente está associada a um tranquilizante e
teofilina (broncodilatador).

FENILEFRINA:
● Usado em antigripais. Como é uma amina, pode ser ingerido
oralmente e é usado como descongestionante das vias aéreas
superiores. Pode estar associado a um analgésico, antitérmico
ou antihistamínico.

ANFETAMINA:
● Se liga no sítio de recaptação da NA, diminuindo a recaptação
da NA, deixando-a mais tempo na fenda.
● Era usado como prescrição para emagrecimentos (Anfepramona,
Femproporex) pelos doutores caveirinhas. Mas possui muitos
efeitos ruins, como aumento de pressão arterial, ação no SNC,
alterações de humor.
● Tem ações predominantes no SNC, estimulando o centro da
saciedade e depressão do centro da fome.
● Seu mecanismo de ação consiste em liberar NA nos terminais
adrenérgicos e tem ação direta nos receptores.
● Suas reações adversas envolvem dependência psíquica, insônia,
nervosismo, fadiga e tremores após o término do efeito. Doses
elevadas causam efeitos psicóticos.
● No Sistema Cardiovascular pode provocar palpitações,
taquicardia, arritmias e crises hipertensivas pela alta
estimulação do simpático.

INIBIDORES DA MAO:
● Podem ser usados em tratamentos para depressão. Inibindo a
MAO, deixo mais NA disponível no neurônio, que pode ser
vesiculada e liberada novamente na sinapse. Inibem o
metabolismo das catecolaminas.
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS:
● Inibem a recaptação da NA no SNC.

OBS- Nenhum destes possui usos clínicos na vet.

BLOQUEADORES ADRENÉRGICOS
● Drogas que inibem o simpático.

-Significado clínico do bloqueio:


● Bloqueio do alfa 1: (não do alfa 2, pois este é um receptor pré-
sináptico, não possuindo efeito nenhum sobre o órgão).
↪Tudo que é problema clínico, envolve um órgão involuntário, então a
farmacologia visa explicar formas de controlar os mesmos através da
estimulação ou inibição. Nós já estudamos a estimulação, agora vamos ver a
inibição.
↪Alfa 1 contrai musculatura lisa, como a musculatura lisa vascular e uterina.
↪Bloqueando alfa 1 deixa de ocorrer vasoconstrição. Mas por que impedir a
vasoconstrição é algo favorável? Impedir a vasoconstrição, significa impedir
o aumento da pressão arterial e muitos pacientes tem problema com pressão
alta, hipertensos. Bloquear alfa 1 serve para tratar a hipertensão.
↪** Hipertensão crônica congênita é uma doença do ser humano causada
por uma série de fatores. Animais podem apresentar uma hipertensão como
efeito secundário à alguma doença.
Então, o uso clínico do bloqueio de alfa 1 na vet é combater uma
pressão alterada, diminuindo a hipertensão momentânea do nosso
paciente.

● Bloqueio do beta:
↪Beta 1: responsável pelos batimentos cardíacos. O significado clínico do
bloqueio de beta 1 é diminuir o ritmo cardíaco - efeito inotrópico e
cronotrópico negativo. Há doenças que exigem uma diminuição da
frequência cardíaca, como as arritmias cardíacas.
↪Beta 2: Relaxamento de musculatura lisa, especificamente dos brônquios.
O significado clínico do bloqueio beta 2 é impedir a broncodilatação. Mas
isso não é benéfico de forma alguma. Então o bloqueio de beta 2 não tem
sentido e NÃO POSSUI SIGNIFICADO CLÍNICO.

↪As drogas bloqueadoras do SNA que tem importância clínica veterinária


são os bloqueadoras de beta 1,
basicamente.

Você também pode gostar