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INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL

José Pires Neto


Nadiny Paim Solano
Caso clínico
• JPN, masculino, 85 anos, institucionalizado, da entrada
na UPA de Mineiros-GO trazido pelo SAMU devido a
confusão mental e rebaixamento do nível de consciência
• Classificado pela cor amarela de Manchester
Caso clínico
• Durante exame físico, apresentava-se:
• MEG, hipocorado ++/4+, hidratado, acianótico, ictérico +/4+, afebril
• ACV: RCR2T, BNF sem sopros
• AR: MV abolido em base pulmonar esquerda, com presença de
estertores creptantes difusos, com uso de musculatura acessória.
• Sinais vitais:
• FC: 101bpm
• FR: 35irpm
• SpO2: 88% em aa
• PA: 90x50mmHg (PAM 63mmHg)
• Tax: 37ºC
• Glasgow-P: 9(O2V3M4P0)
Caso clínico
• HD:
• Sepse de foco pulmonar
• Insuficiência respiratória aguda

• CD:
• Monitorização, Oxigênio e acesso venoso
• Estabilização hemodinâmica
• Intubação orotraqueal em SRI
• Encaminhar pct estabilizado para UTI para manejo da sepse
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL

José Pires Neto


Nadiny Paim Solano
Intubação Orotraqueal (IOT)
• Procedimento médico especializado, indicado para várias
circunstâncias clínicas, onde o intuito é a colocação de
uma cânula no interior de traqueia
• Considerado uma VA definitiva
Materiais utilizados
• Laringoscópio
• Vídeo-laringoscópio
• Tubo endotraqueal com cuff
• Fio guia
• Bougie
Indicações para IOT
• Analise inicial:
1. Há dificuldade em manter a via aérea do paciente pérvia ou
protegida?
2. Há dificuldade em manter a ventilação ou oxigenação do
paciente?
3. Há algum sinal que indique um curso clinico desfavorável para
as vias aéreas?
Indicações para IOT
Algoritmos da IOT
Algoritmos da IOT
Algoritmo de VA difícil
Escolha do laringoscópio e TOT
Escolha do laringoscópio e TOT
• Homem: lamina curva (Macintosh) de 4 a 5
• Mulheres: lamina curva (Macintosh) de 3 a 4
• Crianças:
Escolha do laringoscópio e TOT
• Carol Gattaz, 1,92m
• Arthur Zanetti 1,56m
Sequência rápida de intubação
• Técnica que vai administrar anestésicos venosos +
bloqueador neuromuscular de ação rápida e
posteriormente realizar rápida laringoscopia e rápida IOT
idealmente na primeira tentativa
Sequência rápida de intubação
1. Preparação
2. Pré-oxigenação
3. Pré-tratamento
4. Paralisia com indução
5. Posicionamento
6. Passagem do tubo com confirmação
7. Pós-intubação
1º Preparação
• O primeiro passo deve assegurar que a intubação ocorra
sem erros de equipamentos, além de prever se a
intubação será difícil.
• Esse passo deve durar menos que 5 min e é
sistematizado pelo mnemônico STOP-MAID.
1º Preparação
• S: Sucção – Deixe o aspirador pronto
• T: Teste todos os equipamentos necessários
• O: Oxigênio pronto para a pré-oxigenação
• P: Posicione o tudo na mesa para facilitar o procedimento

• M: Monitorize o paciente com cardioscopia e oxímetro de


pulso
• A: Avalie a via aérea do paciente
• I: IV – deixe sempre um acesso pérvio periférico com
jelco 18
• D: Drogas para utilização – escolher e preparar as drogas
1º Preparação
• A avaliação da via aérea do paciente pode ser feita
através da técnica LEMON ou simplesmente pela
Classificação de Mallampati e Classificação de
Cormack-Lehane (esta última durante a intubação)

L Look externally Edema, traumas faciais, desvio traqueal


E Evaluate (avaliar) 3 – 3 – 2
M Mallampati Visualização da orofaringe
O Obstruction Traumas, epiglotites, abcessos
N Neck mobility Flexão, extensão , colar cervical
1º Preparação
L Look externally Edema, traumas faciais, desvio
traqueal
E Evaluate (avaliar) 3 – 3 – 2 (imagem abaixo)
M Mallampati Visualização da orofaringe
O Obstruction Traumas, epiglotites, abcessos
N Neck mobility Flexão, extensão , colar cervical
1º Preparação
L Look externally Edema, traumas faciais, desvio
traqueal
E Evaluate (avaliar) 3–3–2
M Mallampati Visualização da orofaringe
O Obstruction Traumas, epiglotites, abcessos
N Neck mobility Flexão, extensão , colar cervical
1º Preparação
2º Pré-oxigenação
• Objetivo principal: desnitrogenação alveolar
• Pré-oxigenar pelo menos 3 minutos com 40 a 70 L/min de
O2 bolsa-válvula-máscara ou máscara não reinalante
3º Pré-tratamento
• Administração de drogas com objetivo de diminuir os
efeitos indesejados da laringoscopia e intubação
• Duas drogas principais: fentanil e lidocaína
3º Pré-tratamento
3º Pré-tratamento
3º Pré-tratamento
• Otimização do status hemodinâmico no paciente
hipotenso

• “Solução do Thiagão®”
• Diluir 1 amp de adrenalina + 19ml sf0,9%
• Fazer 1amp antes da IOT
4º Paralisia com indução
• Nessa etapa é administrada uma droga hipnótica seguida
de um bloqueador neuromuscular
O
• Hipnóticos: !!! OI S
• Etomidato à O EP AR
N Ç D UL
• Cetamina
T E CO C
A TI US
• Propofol
N Ó OM
I P
H EUR
• Midazolam
• BNM: O N
R O R
• Succinilcolina EI D O
• Rocurônio RI
M EA
P QU
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4º Paralisia com indução
5º Posicionamento
Sniffing Position (posição do cheirador)
6º Intubação + confirmação
1. Segurar o tubo com mão direita e laringoscópio com
mão esquerda;
2. Colocar o laringoscópio pela rima labial direita e
deslocar a língua para esquerda;
6º Intubação + confirmação
3. Tracionar o laringoscópio para cima e para frente, a
aproximadamente 45º, posicionando-o na valécula (evitar
movimento de báscula);
4. Visualizar as cordas vocais
6º Intubação + confirmação
5. Introduzir tubo até que a borda proximal do cuff
ultrapasse as cordas vocais. Parte distal do tubo deve
estar a 5-7cm da carina (normalmente isso é a marca de
22cm em adultos);
6. Retirar fio guia;
7. Insuflar cuff com seringa de 6 a 10 ml de ar (20mmHg);
8. Acoplar ambu e insuflar, auscultando epigástrio, pulmão
esquerdo e pulmão direito, respectivamente.
6º Intubação + confirmação
Manobras auxiliares
• BURP (backward, upward, rightward pressure on the
thyroid cartilage)
• SELICK (Pressão da cartilage tireoidiana sobre o
esôfago)
6º Intubação + confirmação
7º Cuidados pós intubação
• Fixação do tubo
• Realização de radiografia de tórax
• Acoplamento a ventilação mecânica
• Cuidados com status hemodinâmico

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