Você está na página 1de 15

o

D IVISÃO DE E NGENHARIA

uir
C URSO DE L ICENCIATURA EM E NGENHARIA DE M INAS
C URSO DE L ICENCIATURA EM E NGENHARIA DE
P ROCESSAMENTO M INERAL

ss M ATEMÁTICA I
Na
Capítulo I: Expressões Algébricas
tor

Victor Zaqueu Nassuiro


Vic

victor.nassuiro@ispt.ac.mz
victorzaqueunassuiro@yahoo.com.br

26 de Fevereiro de 2020
o
Conteúdo

uir
1 Álgebra 2
1.1 Expressões Algébricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.1.1 Valor numérico (VN) duma expressão algébrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.1.2 Classificação de expressões algébricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.1.3 Domínio de existência de expressões algébricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.1.4 Termos algébricos semelhantes e expressões algébricas equivalentes . . . . . . . . . 5

ss
1.1.5 Racionalização de denominador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2 Polinómios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2.1 Raiz dum polinómio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2.2 Operações sobre polinómios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2.3 Divisão de polinómios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.2.4 Dispositivo prático de Briot-Ruffini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.3 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Na
Bibliografia 14
tor
Vic

1
o
Capítulo 1

uir
Álgebra

1.1 Expressões Algébricas


Definição 1.1. Uma expressão diz-se algébrica ou literal é uma expressão matemática que apresentam

ss
números (coeficientes), letras e operações algébricas ou por somente letras e operações algébricas.

Exemplo 1.1. As expressões que se seguem são chamadas expressões algébricas:

i. (x − 1)2 + x + 5; iv. 2x y + x − 5;
Na
x3 − 3
ii. ; 3x 3 + x + 1
(x − 1) (x + 2) 2 v.
x
p
x −1 p
iii. 2 ; vi. x 2 + 2x + 1
x −1

1.1.1 Valor numérico (VN) duma expressão algébrico


Definição 1.2. Chama-se valor numérico duma expressão algébrica ao valor obtido ao substituir a(s)
variável(is) da expressão por números dados e efectuados os cálculos indicados.
tor


p
x −1
Exemplo 1.2. Ache o valor numérico da expressão para x = 5.
x2 − 1
Resolução.
p
5−1 4 2 1
VN = 2 = = = .
5 − 1 25 − 1 24 12

Vic

1.1.2 Classificação de expressões algébricas


As expressões algébricas classificam-se em: racionais e irracionais.

Expressões algébricas racionais - diz-se que uma expressão algébrica é racional se não apresenta va-
riáveis sub sinal de radical.

2
i. chama-se expressão algébrica racional inteira se a expressão algébrica não apresenta variá-
vel no denominador.
ii. chama-se expressão algébrica racional fraccionária se a expressão algébrica apresenta va-

o
riável no denominador.

Expressões algébricas irracionais - diz-se que uma expressão algébrica é irracional se apresenta variá-
veis sub sinal de radical ou se tiver a variável elevada a expoente fraccionária.

uir
p
Exemplo 1.3. As expressões x 2 + 2, 2x 5 + 7x 2 − 2x e (x − 2)2 + x − 5 são inteiras.

x3 − 3 3x 2 + x + 1
Exemplo 1.4. As expressões e são fraccionárias.
(x − 1)(x + 2)2 x
p
p
2
x −1
Exemplo 1.5. As expressões x + 2x − 1 e 2 são irracionais.
x −1

1.1.3 Domínio de existência de expressões algébricas

ss
Definição 1.3. Chama-se domínio de existência ou simplesmente domíniode uma expressão algébrica
ao conjunto de valores que dão sentido a uma expressão.

Exemplo 1.6. Determine os domínios de existência das expressões algébricas seguintes:

a) x 2 + 3x − 9
Na
Resolução. Antes de determinar o domínio de existência duma expressão algébrica é necessário
classifica-la. Aa expressão dada é racional inteira, sendo assim o seu domínio de existência é o
conjunto dos números reais, isto é,

D x 2 +3x−9 = R.

1−x
b)
x 2 + 2x
tor

Demonstração. A expressão dada aqui classifica-se como expressão racional fraccionário, sendo
assim, o seu domínio de existência é tal que o seu denominador seja diferente de zero, isto é,

D = x ∈ R| x 2 + 2x 6= 0 ⇐⇒ {x ∈ R| x(x + 2) 6= 0}
© ª

⇐⇒ {x ∈ R| x 6= 0 ∨ x + 2 6= 0}
⇐⇒ {x ∈ R| x 6= 0 ∨ x 6= −2} .

Por outras palavras pode-se dizer


Vic

D = R{−2, 0}.

p
c) 3x − 1
Resolução. Esta expressão classifica-se como expressão algébrica irracional com radical 2, o seu
domínio de existência é tal que o radicando seja não negativo, isto é,
½ ¾
1

o
D = {x ∈ R| 3x − 1 ≥ 0} ⇐⇒ {x ∈ R| 3x ≥ 1} ⇐⇒ x ∈ R| x ≥ .
3

Neste caso o domínio pode ser apresentado graficamente, isto é,

uir
p
Figura 1.1: Representação do domínio da expressão 3x − 1

ss

p
3x − 1
d) p
x − 2x − 1
Na
Resolução. Esta expressão é irracional fraccionária. O domínio desta expressão é dado por
n ¯ p o
D = x ∈ R ¯ 3x − 1 ≥ 0 ∧ x − 2x − 1 6= 0 ∧ 2x − 1 ≥ 0 .
¯

Para resolver este problema, vamos dividi-lo em três partes e depois intersectar os domínios en-
contrados em cada uma das partes, isto é,

Primira parte: este parte é igual ao exemplo c), logo o domínio é:


½ ½ ¯ ¾
1
D 1 = x ∈ R | 3x − 1 ≥ 0} ⇐⇒ x ∈ R ¯ x ≥
¯
.
tor

¯
3

Segunda parte:
n ¯ p o n ¯ p o
D 2 = x ∈ R ¯ x − 2x − 1 6= 0 = x ∈ R ¯ x 6= 2x − 1
¯ ¯

= x ∈ R ¯ x 2 6= 2x − 1 = x ∈ R ¯ x 2 − 2x + 1 6= 0
© ¯ ª © ¯ ª

= x ∈ R ¯ (x − 1)2 6= 0 = {x ∈ R | x − 1 6= 0}
© ¯ ª

= {x ∈ R | x 6= 1}
Vic

Terceira parte:
½ ½ ¯ ¾
1
D 3 = x ∈ R | 2x − 1 ≥ 0} = x ∈ R ¯¯ x ≥
¯
.
2
Como foi dito, o domínio da expressão será dado por

D = D 1 ∩ D 2 ∩ D 3,

o
para facilitar a interpretação, vamos apresentar a solução na forma gráfica.

uir
Figura 1.2:

ss
A zona violeta representa a intersecção dos domínios D 1 , D 2 e D 3 , que é a solução do problema,
mas não se esqueçam que o ponto x = 1 não faz parte da solução. Em outras palavras, a solução
será:
¤ £
D = [1/3; 1[ ∪ 1; +∞ .
Na

1.1.4 Termos algébricos semelhantes e expressões algébricas equivalentes


Definição 1.4. Dois termos algébricos são ditos semelhantes se eles tiverem a mesma parte literal e o
mesmo expoente.

Exemplo 1.7. Dada a expressão x 3 − 2x 2 + 3x 3 + 5x 2 + x − 6 + 4x, agrupe os termos semelhantes.

Resolução. Como vimos na Definição 1.4, dois termos são semelhantes se tiverem partes literais iguais
e com o mesmo grau (expoente). Vamos agrupar a expressão dada por ordem decrescente dos graus,
isto é,
tor

x 3 + 3x 3 − 2x 2 + 5x 2 + x + 4x − 6 = (1 + 3) x 3 + (−2 + 5) x 2 + (1 + 4) x − 6
= 4x 3 + 3x 2 + 5x − 6

Definição 1.5. Duas expressões algébricas dizem-se idênticas se elas têm o mesmo domínio de definição e
tomam o mesmo valor numérico.
Vic

1.1.5 Racionalização de denominador


Para racionalizar denominadores de expressões algébricas irracionais multiplicamos ambos os termos
da fracção por um radical de modo a obter um radical em que o índice é igual ao expoente do radicando.

Exemplo 1.8. Racionalize os denominadores das seguintes expressões irracionais:


p3
1 + 3x
a) p
53x

Resolução. Para racionalizarp


a expressão a expressão dada, vamos multiplicar a expressão deno-

iro
3
minadora e numeradora por x 2 , assim teremos:
p ¡ p
3
¢ ³p
3
´
p p p p
3 1 + 3x x 2 3 3 3 3
1 + 3x x 2 + 3x 3 x 2 + 3x
p = ¡ p ¢ ³p ´ = p
3
= .
53x 53x
3
x2 5 x3 5x

4x 2
b) p p
2 3 − 5x

ssu
Resolução. Para racionalizar apexpressão
p a expressão dada, vamos multiplicar a expressão deno-
minadora e numeradora por 2 3 + 5x, assim teremos:
¡ 2¢ ¡ p p ¢ p p p p
4x 2 4x 2 3 + 5x 8x 2 3 + 5x 8x 2 3 + 5x
p p =¡ p p ¢¡ p p ¢= p p = .
2 3 − 5x 2 3 − 5x 2 3 + 5x 4 × 3 + 2 15x − 2 15x − 5x 12 − 5x

1.2 Polinómios
Na
Definição 1.6. Chama-se polinómio de uma variável a uma expressão do tipo

P (x) = a n x n + a n−1 x n−1 + · · · + a 2 x 2 + a 1 x + a 0 (1.1)

onde a 0 , a 1 , · · · , a n são números reais, com a n 6= 0.


Os números a 0 , a 1 , · · · , a n são denominados coeficientes e as parcelas a n x n , a n−1 x n−1 , · · · , a 1 x e a 0 são
chamados termos do polinómio P (x).
Definição 1.7. Seja P (x) = a n x n +a n−1 x n−1 +· · ·+a 2 x 2 +a 1 x +a 0 um polinómio não nulo. Chama-se grau
de P (x), e representa-se por g r (P ), ao expoente do termo de maior grau do polinómio depois de reduzido
todos os termos semelhantes e cujo coeficiente não é nulo.
tor

Exercício 1.1. O polinómio P (x) = x 5 + x 4 é do quinto grau.

1.2.1 Raiz dum polinómio


Definição 1.8. Dizemos que k é raiz do polinómio P (x) = a n x n +a n−1 x n−1 +· · ·+a 2 x 2 +a 1 x +a 0 se o valor
numérico do polinómio quando x = k é igual a zero, isto é,

P (k) = 0 ⇐⇒ P (k) = a n k n + a n−1 k n−1 + · · · + a 2 k 2 + a 1 k + a 0 = 0. (1.2)

Teorema 1.1 (Teorema fundamental da álgebra). Um polinómio de grau n tem exactamente n raízes
Vic

reais ou complexas.
Teorema 1.2. Dois polinómios P (x) = a n x n + a n−1 x n−1 + · · · + a 2 x 2 + a 1 x + a 0 e Q(x) = b n x n + b n−1 x n−1 +
· · · + b 2 x 2 + b 1 x + b 0 de mesmo grau são iguais se, e somente se, os coeficientes correspondentes de P (x) e
Q(x) forem iguais, isto é,

P (x) = Q(x) ⇐⇒ a i = b i , ∀i ∈ N. (1.3)


1.2.2 Operações sobre polinómios
Adição de polinómios

Definição 1.9. Dados dois polinómios

iro
P (x) = a n x n + a n−1 x n−1 + · · · + a 2 x 2 + a 1 x + a 0

e
Q(x) = b n x n + b n−1 x n−1 + · · · + b 2 x 2 + b 1 x + b 0
, chama-se soma de P com Q ao polinómio

(P +Q) (x) = (a n + b n ) x n + (a n−1 + b n−1 ) x n−1 + · · · + (a 2 + b 2 ) x 2 + (a 1 + b 1 ) x + (a 0 + b 0 ) , (1.4)

ssu
isto é,
0
(a i + b i ) x i
X
(P +Q) (x) = (1.5)
i =n

Exemplo 1.9. Somar P (x) = x 2 + 3x + 4 e Q(x) = x 4 + 3x 2 + 5.

Resolução. Os polinómios dados acima são de graus diferentes e têm termos em falta. Para achar a
soma destes polinómios vamos, primeiro, completar os termos que faltam e, no polinómio de menor
grau, vamos adicionar termos até que igualemos os graus destes polinómios, isto é,
Na
P (x) = x 2 + 3x + 4 = 0x 4 + 0x 3 + x 2 + 3x + 4

Q(x) = x 4 + 3x 2 + 5 = x 4 + 0x 3 + 3x 2 + 0x + 5.

Então,

(P +Q) (x) = 0x 4 + 0x 3 + x 2 + 3x + 4 + x 4 + 0x 3 + 3x 2 + 0x + 5
¡ ¢ ¡ ¢

= (0 + 1) x 4 + (0 + 0)x 3 + (1 + 3)x 2 + (3 + 0)x + (4 + 5)


= x 4 + 4x 2 + 3x + 9.
tor

A adição também pode ser feita aplicando a seguinte regra prática:

0x 4 + 0x 3 + x 2 + 3x + 4
+ x 4 + 0x 3 + 3x 2 + 0x + 5
x 4 + 0x 3 + 4x 2 + 3x + 9

Subtracção de polinómios
Vic

Definição 1.10. Dados dois polinómios

P (x) = a n x n + a n−1 x n−1 + · · · + a 2 x 2 + a 1 x + a 0

e
Q(x) = b n x n + b n−1 x n−1 + · · · + b 2 x 2 + b 1 x + b 0
, chama-se diferença de P com Q ao polinómio

(P −Q) (x) = (a n − b n ) x n + (a n−1 − b n−1 ) x n−1 + · · · + (a 2 − b 2 ) x 2 + (a 1 − b 1 ) x + (a 0 − b 0 ) , (1.6)

o
isto é,
0
(a i − b i ) x i
X
(P −Q) (x) = (1.7)
i =n

uir
Exemplo 1.10. Subtrair P (x) = x 2 + 3x + 4 e Q(x) = x 4 + 3x 2 + 5.

Resolução. Na subtração de polinómios agimos do mesmo modo como na adição.

P (x) = x 2 + 3x + 4 = 0x 4 + 0x 3 + x 2 + 3x + 4

Q(x) = x 4 + 3x 2 + 5 = x 4 + 0x 3 + 3x 2 + 0x + 5.

Então,

ss
(P −Q) (x) = 0x 4 + 0x 3 + x 2 + 3x + 4 − x 4 + 0x 3 + 3x 2 + 0x + 5
¡ ¢ ¡ ¢

= (0 − 1) x 4 + (0 − 0)x 3 + (1 − 3)x 2 + (3 − 0)x + (4 − 5)


= −x 4 − 2x 2 + 3x − 1.

A adição também pode ser feita aplicando a seguinte regra prática:


0x 4 + 0x 3 + x 2 + 3x + 4
Na
+ −x 4 − 0x 3 − 3x 2 − 0x − 5
−x 4 + 0x 3 − 2x 2 + 3x − 1

Multiplicação

Definição 1.11. Dados dois polinómios

P (x) = a n x n + a n−1 x n−1 + · · · + a 2 x 2 + a 1 x + a 0


tor

e
Q(x) = b n x n + b n−1 x n−1 + · · · + b 2 x 2 + b 1 x + b 0
, chama-se produto de P com Q ao polinómio

(P ×Q) (x) = a m b n x m+n + · · · + (a 0 b 2 + a 1 b 1 + a 2 b 0 ) x 2 + (a 1 b 0 + a 0 b 1 ) x + a 0 b 1 . (1.8)

Exemplo 1.11. Multiplicar P (x) = x 2 − 2x + 1 por Q(x) = x + 4.

Resolução. Vamos usar a regra prática para determinar o produto destes polinómios, isto é,
x2 - 2x + 1
Vic

x + 4
4x2 - 8x + 4
x3 - 2x2 + x
x3 + 2x2 - 7x + 4

Exemplo 1.12. Resolução. Multiplique P (x) = x 2 + 3x + 1 por Q(x) = 2x 2 − 7x + 22.

x2 + 3x + 1
2x 2 − 7x + 22

o
22x 2 + 66x + 22
3
− 7x − 21x 2 − 7x
2x 4 + 6x 3 + 2x 2

uir
2x 4 − x3 + 3x 2 + 59x + 22

1.2.3 Divisão de polinómios


Definição 1.12. Considere dois polinómios P (x) (dividendo) e D(x) 6= 0 (divisor). Dividir P (x) por D(x)
significa determinar o polinómio Q(x) (quociente) e o polinómio R(x) (resto) tais que satisfaçam as se-
guintes condições:

ss
i. P (x) = Q(x) ×Q(x) + R(x);

ii. g r [R(x)] < g r [D(x)] ou R(x).


Na
Exemplo 1.13. Determine o quociente e o resto da divisão de P (x) = x 2 − 2x + 1 por D(x) = x + 4.

Resolução.

x 2 − 2x + 1 x + 4

x 2 + 4x x −6
− 6x + 1
− 6x − 24
25
tor

O quociente é Q(x) = x − 6 e o resto é R(x) = 25. ■

Exemplo 1.14. Determine o quociente e o resto de P (x) = x 5 + 2x 4 − 2x 2 + x − 24 por D(x) = x 3 − 2x 2 + x.

Resolução.

x 5 + 2x 4 + 0x 3 − 2x 2 + x − 24 x 3 − 2x 2 + x

x 5 − 2x 4 + x 3 x 2 + 4x + 7
4x 4 − x 3 − 2x 2
4x 4 − 8x 3 + 4x 2
Vic

7x 3 − 6x 2 + x
7x 3 − 14x 2 + 7x
8x 2 − 6x − 24

O quociente é Q(x) = x 2 + 4x + 7 e o resto é R(x) = 8x 2 − 6x − 24. ■


Divisão por um binómio de 1º grau

Teorema 1.3 (Teorema do resto). O resto da divisão de um polinómio P (x) por x − a é igual ao valor
numérico de P (a).

o
Demonstração. De acordo com a Definição da divisão: P (x) = Q(x)(x − a) + R(x), então

P (a) = Q(a)(a − a) + R(a)

uir
= Q(a) × 0 + R(a)
= 0 + R(a),

portanto, R(x) = P (a). ■

Exemplo 1.15. Ache o resto da divisão de P (x) = 5x 4 + 3x 2 + 11 por x − 3.

Resolução. Devemos aplicar o teorema do resto para encontrar a resposta desta questão, mas antes
temos de encontrar a raiz do polinómio x − 3, isto é,

ss
x − 3 = 0 ⇐⇒ x = 3,

então, o valor numérico deste polinómio no ponto x = 3 é

P (3) = 5 × 34 + 3 × 32 + 11 = 405 + 27 + 11 = 443.

Então, o resto da divisão de P (x) = 5x 4 + 3x 2 + 11 por x − 3 é R(x) = 443. ■


Na
Teorema 1.4 (Teorema de D’Alembert). Um polinómio P (x) é divisível por x − a se, e somente se, a é raiz
de P (x).

Exemplo 1.16. Verifique que P (x) = x 5 − 4x 4 − 3x 2 + 7x − 1 é divisível por D(x) = x − 1.

Resolução. Achar a raiz de x − 1:

x − 1 = 0 ⇐⇒ x = 1.

Achar o valor numérico de P (x) no ponto x = 1


tor

P (1) = 15 − 4 × 14 − 3 × 12 + 7 × 1 − 1 = 0,

então P (x) é divisível por D(x).


Exemplo 1.17. Determine k de modo que P (x) = x 3 − 2kx 2 + (k − 1)x + 15 seja divisível por x − 5.

Resolução. Primeiro: achar a raiz do polinómio x − 5, isto é,

x − 5 = 0 ⇔ x = 5;
Vic

Segundo: achar o valor numérico do polinómio P (x) quando x = 5, isto é,

P (5) = 53 − 2k52 + (k − 1)5 + 15


= 125 − 50k + 5k − 5 + 15
= 135 − 45k.
Terceiro: do Teorema 1.4 (Teorema de D’Alambert) e do Teorema 1.3, sabemos que

R(x) = P (x = 5) = 0,

o
então, teremos

R(x) = 0 ⇐⇒ 135 − 45k = 0 =⇒ k = 3.

uir

Exemplo 1.18. Determine os valores de m e n de modo que o polinómio P (x) = x 3 + mx 2 + x + n seja


divisível pelo polinómio D(x) = x 2 + x − 6.

Resolução. A resolução desta questão vai seguir o mesmo raciocínio do exercício anterior mas com
algumas alterações, ora vejamos:

Primeiro: achar as raízes do polinómio D(x), isto é,

ss
x 2 + x − 6 = 0 ⇐⇒ (x − 2)(x + 3) = 0 ⇐⇒ x = 2 ∨ x = −3.

Segundo: Achar o valor numérico do polinómio P (x) para x = 2 e para x = −3, isto é

P (2) = 23 + 22 m + 2 + n = 4m + n + 10

e
Na
P (−3) = (−3)3 + (−3)2 m + (−3) + n = 9m + n − 30

Terceiro: achar os valores de m e n, resolvendo o sistema


½ ½ ½
4m + n = −10 −4m − n = 10 m = 8
⇐⇒ ⇐⇒ .
9m + n = 30 9m + n = 30 n = −42


tor
Vic
1.2.4 Dispositivo prático de Briot-Ruffini
Trata-se de uma regra prática que permite determinar o quociente e o resto da divisão de P (x) por D(x) =
x − a.

o
Exemplo 1.19. Determine o quociente e o resto da divisão de P (x) = x 3 − x 2 − 2x + 1 por D(x) = x + 1.

Resolução. Para resolver esta questão vamos proceder do seguinte modo:


Primeiro: achar a raiz do polinómio D(x), isto é,

uir
x + 1 = 0 =⇒ x = −1.

Segundo: montar a tabela de Ruffini, onde a primeira linha é constituída pelos coeficientes do polinó-
mio P (x) e, do lado esquerdo, ao centro, coloca-se a raiz do polinómio D(x), isto é,
1 −1 2 1
−1 −1 2 −4
1 −2 4 -3

ss
Terceiro: o quociente e o resto são lidos (retirados) na (da) linha da da tabela, isto é, P (x) = x 2 − 2x + 4
e R(x) = −3.

Na divisão de P (x) por D(x) = ax − b, aplicando a regra de Ruffini, procede-se do seguinte modo:
b
Na
1º Divide-se P (x) por x − empregando o dispositivo de Ruffini (veja o Exemplo 1.19);
a
2º Divide-se o quociente encontrado pelo valor de a, obtendo o quociente do problema Q(x).
Exemplo 1.20. Encontrar o quociente da divisão P (x) = 3x 4 − 2x 3 + x 2 − 7x + 1 por D(x) = 3x − 5.

Resolução. Vamos resolver a questão seguindo o procedimento dado anteriormente. Assim:


Primeiro: achar a raiz do polinómio D(x) = 3x − 5, isto é,
5
3x − 5 = 0 =⇒ x = ;
3
Segundo: montar a tabela de Ruffini.
tor

3 −2 1 −7 1
5
/3 5 5 10 5
3 3 6 3 6

Terceiro: vamos dividir o polinómio (Q 0 (x)) encontrado no ponto anterior por a = 3, isto é,
Q 0 (x) 3x 3 + 3x 2 + 6x + 3
Q(x) = = = x 3 + x 2 + 2x + 1.
3 3
Quarto: o quociente da divisão de P (x) por D(x) é
Vic

Q(x) = x 3 + x 2 + 2x + 1
e o resto é
R(x) = 6.


1.3 Exercícios
p 7 1 5
Exercício 1.2. Determine o domínio de existência da expressão 7 x + x − x 3.
3

o
p
Exercício 1.3. Encontre o domínio da expressão x 5 + 3x 2 + x − 1.

Exercício 1.4. Dividindo o polinómio P (x) por x 2 − 3x + 5 obtêm-se o quociente Q(x) = x 2 + 1 e R(x) =
3x − 5, determine o polinómio P (x).

uir
Exercício 1.5. Numa divisão de polinómios em que o divisor tem grau 4, o quociente tem grau 2 e o resto
tem grau 1, qual é o grau do dividendo? Qual é grau do dividendo se o resto tiver o grau 2?

Exercício 1.6. Ache o quociente da divisão de P (x) por D(x), sabendo que:

i. P (x) = 3x 5 − x 4 + 2x 3 + 4x − 3 e D(x) = x 3 − 2x + 1;

ii. P (x) = x 4 − 2x + 13 e D(x) = x 2 + x + 1;

ss
iii. P (x) = 2x 5 − 3x + 12 e D(x) = x 2 + 1.

Exercício 1.7. Determine o valor de m de modo que o polinómio P (x) = x 3 + mx 2 − 1 seja divisível por
x 2 + x − 1.

Exercício 1.8. Sejam m e n determinados de tal modo que o polinómio P (x) = x 4 − 12x 3 + 47x 2 + mx + n
seja divisível por D(x) = x 2 − 7x + 6. Determine o valor de m + n.
Na
tor
Vic
o
Bibliografia

uir
[1] Pino, Isabel Sezinete; Atlas Matemático; Mariana Editores, LDA; Barcelona, 1997.

ss
Na
tor
Vic

14

Você também pode gostar