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Sebenta de

Matemática
12º Ano
Ano Letivo 2020/21

Escola Secundária
Alfredo da Cruz Silva

Edmilson Barros & José da Costa


C ONTEÚDO

1 Derivadas 4 1.5 Função derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10


1.6 Regras de derivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.1 Taxa de variação média. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.7 Aplicações da derivada de uma função . . . . . . . . . 15
1.2 Derivada de uma função num ponto . . . . . . . . . . . . . 6
1.8 Segunda derivada de uma função . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3 Derivadas laterais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 1.9 Estudo de função. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.4 Derivabilidade e continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Ficha de Exercícios 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1 S UCESSÕES

"A intuição precede geralmente a lógica,


no processo de criação matemática"
Henry Poincaré

Introdução

As sucessões reais estão ligadas à matemática da medição (medições de um


fenômeno realizado em intervalos regulares de tempo) e à análise (uma
sucessão real é o equivalente discreto de uma função real).

A noção de sucessão foi apresentada assim que métodos de cálculo ilimi-


tados apareceram. Encontra-se, por exemplo, na matemática babilônica,
com Arquimedes, métodos de aproximação ilimitados para cálculos de área
e volume, ou mesmo no Egito, no século I dC, no processo de extração de
uma raiz quadrada pelo método de Heron de Alexandria.

No inicio do século XX, quando o estudo das funções foi formalizado, é Nota histórica
que as sucessões foram definidas como funções de variável natural. Na Leonardo Fibonacci , também conhecido
segunda metade do século XX, o desenvolvimento de calculadoras e com- como Leonardo de Pisa, foi um mate-
mático italiano, tido como o primeiro
putadores deu um segundo suspiro ao estudo das sucessões na Análise grande matemático europeu da Idade Mé-
Numérica usando o método dos elementos finitos. dia. No ano de 1202 publicou o livro
Liber Abaci em que apresenta uma se-
quencia que descreve o crescimento de
As sucessões entraram no estudo da Álgebra, no cálculo de raízes de uma população de coelhos. Ficou tam-
polinómios, por aproximações sucessivas. Émile Picard, matemático francês, bém conhecido pelo seu papel na introdu-
ção dos algarismos arábicos na Europa.
generalizou este procedimento à resolução de equações em Física.

O estudo de sucessões despertou o interesse de vários pesquisadores. Fi-


bonacci, entretanto, foi o primeiro a propor os primeiros problemas sobre
sucessões, através da observação de fenómenos naturais. Seu problema
mais famoso é:

"Um casal de coelhos torna-se produtivo após dois meses de vida, a partir de então,
produz um novo casal a cada mês. Começando com um único casal de coelhos
recém-nascidos, quantos casais serão ao final de um ano?".

Existem diversas sucessões na natureza, mas as que nos interessarão são


Leonardo Fibonacci, 1170-1250
as numéricas.
CAPÍTULO 1. SUCESSÕES

1.1 Noção de Sucessão

DEFINIÇÃO: Uma sucessão de números reais, (un ) é uma função


real de variável natural em que o domínio é o conjunto dos números
naturais.

• Os valores da função: u1 , u2 , . . . un , . . . são os termos da


sucessão.
• f (n) = un é o termo geral da sucessão.

A imagem de um natural n po uma sucessão (un ) : N → R é denotada por


un (que se lê "u índice n"). O real un é chamado termo geral da sucessão e
não confunde-se com a própria sucessão denotada por (un ).

Em resumo, tem-se:

n → ordem do termo;
un → valor do termo de ordem n ou termo geral;
(un ) → sucessão;
{un } → contradomínio da sucessão.

Exemplo 1.1 Das expressões algébricas seguintes, indique as que são termo
geral de sucessões e justifique:

(a) un = 2n2 − n + 5 5n
(c) w n =
2n + 3
2n √
(b) v n = 4
(d) zn = cos nπ
n−1
E.1. Das expressões seguintes indique
e justifique aquelas que são ou
Resolução: Em cada caso, temos que analisar o domínio da expressão. não, termo geral de uma suces-
são:

(a) A expressão (vn ) um polinómio, por isso é um termo geral de uma (a) an = 1 − n
sucessão, porque o seu domínio é conjunto N. n2 + 2n
(b) bn =
2n n2 − 1
(b) A expressão vn = não representa uma sucessão porque não 1 − 2n
n−1 (c) cn =
admite todos os números naturais como objeto, o 1 por exemplo, logo o n
3+n
seu domínio não pode ser N. (d) dn =
n−3
(c) (wn ) é uma expressão algébrica racional fracionária, mas o seu denomi-
nador não se anula para nenhum número natural, por isso o seu domínio
contém o conjunto N, ou seja, trata-se um termo geral de uma sucessão.
q √
(d) Reparemos que, para n = 3 temos cos(3π ) = −1 que não é real.
Logo o natural 3 não pertence ao domínio desta expressão algébrica.
Portanto não se trata de um termo geral de uma sucessão.

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CAPÍTULO 1. SUCESSÕES

DEFINIÇÃO: Um número p ∈ R, diz-se termo de uma sucessão (un ),


se e somente se, a equação un = p for possível em N, ou seja,

∃n ∈ N : un = p.

3n − 2
Exemplo 1.2 Considere a sucessão de termo geral an = .
2n
(a) Escreva os três primeiros termos da sucessão;
(b) Escreva o termo de ordem n + 1;
11
(c) Será termo de sucessão? E o número real 1, 2? Justifique a resposta.
8
E.2. É definida a sucessão (vn ) pelo
seu termo geral:
3n − 2 2n − 1
Resolução: A sucessão tem como termo geral an = . vn = .
2n n+3
(a) Calcule os três primeiros ter-
(a) Substituindo a ordem n por 1, 2 e 3 no termo geral vem sucessivamente:
mos da sucessão
3·1−2 3−2 1 (b) Calcule o quinto e o sétimo ter-
1º termo: a1 = = =
2·1 2 2 mos da sucessão
3·2−2 6−2 4 (c) Mostre que 8v5 + 10v7 = 22
2º termo: a2 = = = =1
2·2 4 4 7
(d) Verifique se é termo da su-
3·3−2 9−2 7 2
3º termo: a3 = = = cessão (vn ) e, em caso afirma-
2·3 6 6 tivo, indique a sua ordem
(b) Aqui, substituímos a ordem n por n + 1, simplificamos e obtemos:
E.3. Calcule o valor numérico da ex-
3( n + 1) − 2 3n + 3 − 2 3n + 1 pressão
a n +1 = = =
2( n + 1) 2n + 2 2n + 2 4u2 − 5u5 ,

sabendo que a sucessão (un ) é tal


(c) Para verificar se um número termo de uma sucessão aplicamos a que:
definição acima. Assim:
1
11 un = (−1)n · 5 + (−1)n+1 ·
n
• Supondo que an = , vem
8
E.4. Considere a sucessão de termo ge-
11 3n − 2 11 ral ( an )
an = ⇔ =
8 2n 8  n
 ⇐ n<3
 n+1

⇔ 24n − 16 = 22n

an =
⇔ 2n = 16 ⇔ n = 8
 n · (−1)n
⇐ n>3



n2 + 1
11 (a) Calcule os 5 primeiros termos
Como n = 8 é um número natural, conclui-se que é termo da da sucessão;
8
sucessão. É termo de ordem 8. 10
(b) Prove que é termo da su-
101
• De modo semelhante, se fizermos an = 1, 2, vem cessão.

3n − 2
an = 1, 2 ⇔ = 1, 2
2n
3n − 2 12
⇔ =
2n 10
⇔ 30n − 20 = 24n
20 10
⇔ 6n = 20 ⇔ n = =
6 3
10
Como n = 6∈ N, conclui-se que 1, 2 não é termo da sucessão
3
( a n ).

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CAPÍTULO 1. SUCESSÕES

1.2 Modos de designar uma sucessão

Há três formas habituais de se designar uma sucessão de números reais:

• Pelos seus termos

• Pelo termo geral

• Por um processo de recorrência

1.2.1 Pelos seus termos

Para designar uma sucessão, é habitual escrever ordenadamente uma quan-


tidade suficiente de termos da sucessão, de modo a ficarmos com uma
ideia do comportamento desta sucessão.

Exemplo 1.3 Represente pelos seus termos as sucessões dos:

(a) números naturais ímpares


(b) quadrados perfeitos dos números naturais
(c) quíntuplos dos números naturais

E.5. Indique que sucessão de números


Resolução: Para o efeito escolhemos alguns dos primeiros termos destas reais se encontram representadas
pelos seguintes termos:
sucessões:
(a) 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, . . .
(a) 1, 3, 5, 7, 9, . . . (b) 1,
1 1 1 1 1 1
, , , , , ,...
2 3 4 5 6 7
(b) 1, 4, 9, 16, 25, . . . (c) 1, 8, 27, 64, 125, 216, . . .
(c) 5, 10, 15, 20, 25, . . . (d) −1, −2, −3, −4, −5, −6, . . .

1.2.2 Pelo termo geral


Nota
A forma mais comum de designar uma sucessão, consiste em indicar uma
fórmula por meio da qual se pode obter, para cada natural n, o correspon- • Uma sucessão (un ) é chamada su-
dente n−ésimo termo. cessão alternada se os seus termos
são alternadamente positivos e nega-
tivos. O termo geral é da forma
un = (−1)n · vn com vn ∈ R
Exemplo 1.4 Escreva o termo geral an de cada uma das seguintes sucessões
• Uma sucessão (un ) de termo geral
dadas pelos seus termos:
un = k
(a) 0, 3, 8, 15, 24, 35, . . . sendo k um número real é chamada
1 1 1 sucessão constante. Os seus ter-
(b) −1, , − , , . . . mos são todos iguais a k.
2 4 8
(c) 7, 7, 7, 7, 7, 7, . . .

E.6. Sabendo que todos os termos se-


Resolução: Observando cada conjunto de termos, concluímos: guem a mesma lei de formação,
escreva o termo geral de cada uma
das seguintes sequencias:
(a) a n = n2 − 1
(a) 1, 4, 7, 10, . . .
(−1)n
(b ) a n = n −1 Trata-se uma sucessão alternada. 5 9 13 17
2 (b) , ,
3 5 7
,
9
, ...
(c) a n = 7 Trata-se de uma sucessão constante. 4 6 8
(c) 2, , , , . . .
3 5 7

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CAPÍTULO 1. SUCESSÕES

1.2.3 Por um processo de recorrência

Outro modo de designar uma sucessão, consiste em indicar as instruções


de como obter os termos sucessores conhecido um ou mais dos primeiros
termos. Isto é, quando os termos de uma sucessão se podem calcular a
partir de termos anteriores.

Exemplo 1.5 A sucessão (un ) dada a seguir, está representada por um pro-
cesso de recorrência:
(
u1 = 3
un+1 = un + 4, ∀n ∈ N

(a) Calcule os cinco primeiros termos da sucessão;


(b) Escreva uma expressão do termo geral da sucessão.

E.7. Indique os cinco primeiros termos


da sucessão (vn ) definida recursi-
Resolução: Nesta sucessão sabemos que u1 = 3 e todos os outros termos vamente por:

podem ser determinados a partir de termos anteriores conhecidos.  v1 = 1
v =2
 2
(a) Como un+1 = un + 4, vem que: v n +2 = v n +1 + v n , ∀ n

Se n = 1 ⇒ u2 = u1 + 4 = 3 + 4 = 7 E.8. Escreva os três primeiros termos


da sucessão (vn ) assim definida:
Se n = 2 ⇒ u3 = u2 + 4 = 7 + 4 = 11 p
v1 = 2 e vn = 2 + vn−1 , n ≥ 2.
Se n = 3 ⇒ u4 = u3 + 4 = 11 + 4 = 15
Se n = 4 ⇒ u5 = u4 + 4 = 15 + 4 = 19 E.9. Defina por um processo de recor-
rência a sucessão cujos primeiros
Os cinco termos da sucessão são: 3, 7, 11, 15 e 19. termos são

(b) Um expressão do termo geral da sucessão dada é un = 4n − 1. 2, 5, 8, 11, 14, . . . .

Exemplo 1.6 Defina por um processo de recorrência a sucessão de Fibonacci


e resolva o problema proposto na introdução deste capítulo.

E.10. Considere a sucessão (bn ) defi-


nida por recorrência.
Resolução: Definindo un :“número de casais de coelhos, após n − 1 meses" 
b1 = 5
e, de acordo com o enunciado do problema tem-se bn = 3 + bn − 1 , n > 2
(a) Escreva alguns termos da su-
u1 = 1, u2 = 1, u3 = 2, u4 = 3, u5 = 5, u6 = 8, . . . . cessão. O que observou?
(b) Faça uma previsão para um
Pode-se reparar que, a partir do 3º, cada termo é dado pela soma dos dois processo que permita encon-
termos anteriores, ou seja, trar qualquer termo da suces-
são conhecida a sua ordem.

 u1 = 1

u2 = 1

 u =u
n n −1 + u n −2 , para n > 3

Para determinar o número de casal de coelhos após 12 meses, faz-se


n − 1 = 12 ⇔ n = 13. Listando os termos da sucessão de Fibonacci tem-se:

1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, . . . .

Portanto, após um ano tem-se 233 casais de coelhos.

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CAPÍTULO 1. SUCESSÕES

1.3 Representação gráfica de uma sucessão

A representação gráfica de uma sucessão, num sistema de eixos cartesianos,


faz-se do mesmo modo como para qualquer função. No eixo das abscissas
indicamos os números naturais e no das ordenadas as correspondentes
imagens por meio da sucessão (termo da sucessão).

DEFINIÇÃO: A representação gráfica de uma sucessão (un ) é o con-


junto dos pontos isolados

{(n, un ) : n ∈ N}

Exemplo 1.7 Considera a sucessão definida pelo termo geral

n2
un = −3
2
(a) Calcule os cinco primeiros termos de un
(b) Represente graficamente a sucessão dada.

E.11. Calcule os quatro primeiros ter-


mos de cada uma das sucessões e
represente-as graficamente:
n2
Resolução: Consideremos termo geral da sucessão un = − 3. (a) an = 2n−1
2
(b) bn = 5 + sin (nπ )
5 3
(a) Desta sucessão sabe-se que u1 = − , u2 = −1, u3 = , u4 = 4 e (
c1 = −7
2 2 (c) cn + 2
19 c n +1 = ∀n > 1
u5 = . 3
2
4 · (−1)n
(d) dn =
     
5 3 19 n+2
(b) Assim 1, − , (2, −1), 3, , (4, 4) e 5, são as coordena-
2 2 2
das dos cinco primeiros pontos da representação gráfica.

un
30

25

20

15

10

0 1 2 3 4 5 6 7 8 n

−5

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CAPÍTULO 1. SUCESSÕES

1.4 Subsucessão de uma sucessão

DEFINIÇÃO: Seja (un ) uma sucessão e (φn ) uma sucessão estritamente


crescente de elementos de N. A sucessão de termo geral vn = uφn
diz-se uma subsucessão de (un ).

Uma subsucessão de uma sucessão (un ) é simplesmente uma sucessão que


é extraída da original escolhendo certos índices, em números infinitos, por
ordem crescente.

Escolhendo φ1 , φ2 , φ3 , . . . , com φ1 < φ2 < φ3 < . . ., e considerando a su-


cessão uφ1 , uφ2 , uφ3 , . . . , constituída pelos elementos da sucessão original,
obtemos uma subsucessão da sucessão original.

Duma sucessão (un ) podem extrair-se uma infinidade de subsucessões:

(a) u2 , u4 , . . . , u2n , . . . (dos termos de índice par);

(b) u1 , u3 , . . . , u2n−1 , . . . (dos termos de índice ímpar);

(c) u3 , u6 , . . . , u3n , . . . (dos termos de índice múltiplo de 3);

(d) etc.

Exemplo 1.8 Considere a sucessão ( an ) de tremo geral

3n
an =
n+1
(a) Determine o termo geral da subsucessão de ( an ) de termos de índice
ímpar
(b) Determine o termo geral da subsucessão de ( an ) de termos de índice
múltiplo de 5

E.12. Considere a sucessão de termo ge-


3n ral
Resolução: Considerando o termo geral da sucessão an = , temos: n+5
un =
n+1 3n
determine o termo geral de um
(a) Seja φn = 2n − 1 a sucessão dos índices ímpares e (bn ) a subsucessão subsucessão de (un ):
procurada, então temos
(a) De termos de índice par

3(2n − 1) 6n − 3 (b) De termos de índice quadra-


bn = aφn = a2n−1 = = dos perfeitos
2n − 1 + 1 2n
(c) De termos de índice múltiplo
6n − 3 de três
A subsucessão procurada é de termo geral bn = .
2n
(b) Chamemos de cn esta subsucessão. Os índices dos seus termos são
termos da sucessão ψn = 5n. Assim temos

3(5n) 15n
cn = aψn = a5n = =
5n + 1 5n + 1
15n
A subsucessão procurada é de termo geral cn = .
5n + 1

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CAPÍTULO 1. SUCESSÕES

Exemplo 1.9 Considere a sucessão de números reais definida pelo termo geral

(−1)n · 3
un = .
n
(a) Represente graficamente a sucessão un
(b) Determine os termos gerais das subsucessões de termos de ordens pares
( pn ) e de ordens ímpares (in ).
(c) Represente num mesmo sistema de eixos cartesianos os gráficos de ( pn )
e (i n )

E.13. Considere as seguintes sucessões


(−1)n ·3 un = (−1)n−1 · 5n+1
Resolução: Consideremos o termo geral da sucessão un = , cujos
n  nπ 
termos são vn = 2 sin
2
(a) Represente-e as graficamente
(a) u1 = −3 un (b) Escreva o termo geral da sub-
sucessão de termos de índice
3 3
u2 = ímpar de (un ) e determine os
2 seu quatro primeiros termos.
u3 = −1 2
(c) Determine o termo geral da
3 1
u4 = subsucessão dos termos de or-
4 dem par de (vn ) e represente
3 o graficamente.
u5 = − 0 1 2 3 4 5 6 7 8 n
5 −1
1
u6 =
2 −2
3
u7 = − −3
7
3
u8 =
8

(b) Temos que escolher o termo geral para cada uma das ordens. Assim:
• Para termos de ordem par, temos φn = 2n, portanto

(−1)2n · 3 3
pn = u2n = =
2n 2n

• Para termos de ordem ímpar, fazemos ψn = 2n − 1 e temos

(−1)2n−1 · 3 −3
in = u2n−1 = =
2n − 1 2n − 1

3 −3
(c) Considerando os termos gerais pn = e in = , obtemos:
2n 2n − 1

un
3

1 pn

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 n
−1 in
−2

−3

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CAPÍTULO 1. SUCESSÕES

1.5 Monotonia de sucessão

Uma sucessão diz-se monótona crescente, se qualquer dos seus termos for
menor ou igual que seu sucessor. Diz-se que uma sucessão é monótona
decrescente, se qualquer dos seus termos for maior ou igual que o seu su-
cessor. Uma sucessão diz-se, apenas monótona, se for monótona crescente
ou decrescente.

DEFINIÇÃO: Uma sucessão (un ) diz-se monótona crescente, se


un
u n +1 > u n ⇔ u n +1 − u n > 0 ∀n ∈ N.

Uma sucessão (un ) diz-se monótona decrescente, se

u n +1 6 u n ⇔ u n +1 − u n 6 0 ∀n ∈ N.
n
No caso de se ter Figura 1.1: Sucessão crescente.
u n +1 − u n > 0 ∀n ∈ N, un

diz-se que (un ) é estritamente crescente. Se

u n +1 − u n < 0 ∀n ∈ N,

diz-se que (un ) é estritamente decrescente.


n
Figura 1.2: Sucessão decrescente.
Quando houver necessidade de fazer distinção, referir-se-á à monotonia
da definição anterior como sendo em sentido lato.

Convém referir que, por vezes, a monotonia ou não de uma sucessão só


se descortina após um número finito de termos. Neste caso, diremos que
a sucessão é monótona a partir do termo da ordem em que verifica a
condição da definição.

Exemplo 1.10 Estude a monotonia da sucessão (un ) definida por:

2n + 4
un = .
3n

E.14. Estude quanto à monotonia cada


uma das sucessões definidas por:
Resolução: Começa-se por determinar a diferença un+1 − un e compará-la 8n
(a) un =
com zero. Com efeito, 1 + 2n
2n + 1
(b) vn =
2(n + 1) + 4 2n + 4 2n + 6 2n + 4 3n + 2
u n +1 − u n = − = − 2n − 1
3( n + 1) 3n 3n + 3 3n (c) wn =
n+3
6n2 + 18n − (6n2 + 12n + 6n + 12)
=
3n(3n + 3)
6n2 + 18n − 6n2 − 18n − 12
=
3n(3n + 3)
−12
= .
3n(3n + 3)

Como −12 < 0 e 3n(3n + 3) > 0, ∀n ∈ N, logo un+1 − un < 0, ∀n ∈ N,


o que leva a conclusão que a sucessão é monótona decrescente.

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CAPÍTULO 1. SUCESSÕES

Se uma sucessão não é crescente nem decrescente para todo os números


naturais, diz-se que a sucessão é não monótona.

Exemplo 1.11 Estude a monotonia da sucessão de termo geral

d n = ( n − 4)2 .

E.15. Estude a monotonia das seguintes


sucessões:
Resolução: Seguindo a definição, calculemos o valor da diferença dn+1 − dn . (a) un = 2n2
Com efeito, (b) vn = n2 + n
(c) wn = n2 − 10n + 27
d n +1 − d n = ( n + 1 − 4)2 − ( n − 4)2
= ( n − 3)2 − ( n − 4)2
= n2 − 6n + 9 − n2 + 8n − 16
= 2n − 7

Logo (dn ) não é monótona pois a expressão 2n − 7 tanto é positiva ou


negativa, depende do valor de n.

As vezes o estudo da monotonia de uma sucessão necessita de outros


artifícios do cálculos.

Exemplo 1.12 Estude a monotonia das seguintes sucessões:


( 
2n se n < 4  0 se n é par
(a) z n = (b) y n = 1
n se n > 4  se n é ímpar
n+2
E.16. Estude a monotonia das seguintes
sucessões:
Resolução: Tentemos aplicar a definição em cada caso.

 1 + 2n
, n < 100
( (a) an = 2n + 6
 n + 1, n > 100
2n se n < 4
(a) z n = n+1
n se n ≥ 4 (b) bn = (−1)n ·
n
Se n < 3: zn+1 − zn = 2(n + 1) − 2n = 2 > 0
E.17. Mostre que a sucessão (wn ) defi-
Se n > 3: zn+1 − zn = (n + 1) − n = 1 > 0 nida pelo seu termo geral

Se n = 3: zn+1 − zn = z4 − z3 = 4 − 6 = −2 < 0 1
wn = 5 + (−1)n ·
n
Logo (zn ) não é monótona. não é monótona.


 0 n é par
(b) y n = 1
 n é ímpar
n+2
1 1
Se n par, n + 1 ímpar: yn+1 − yn = −0 = >0
n+1+2 n+3
1
Se n ímpar, n + 1 par: yn+1 − yn = 0 − <0
n+2
A sucessão não é monótona.

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CAPÍTULO 1. SUCESSÕES

1.6 Sucessões limitadas

DEFINIÇÃO: Seja C um subconjunto de R.


O número M é majorante do conjunto C sse M é maior ou igual que
qualquer elemento de C.
O número m é minorante do conjunto C sse m é menor ou igual que
qualquer elemento de C.

Um subconjunto de R é majorado (ou limitado superiormente) se tiver um


majorante, minorado (ou limitado inferiormente) se tiver um minorante.

Um conjunto que não seja limitado diz-se ilimitado.

Exemplo 1.13 Consideremos o conjunto

B = [−1 , 4[∪{5}.

(a) Determine um majorante e um minorante do conjunto B caso existam.


(b) O conjunto B é limitado? Justifique.

E.18. Diga, justificando, se são limita-


dos os seguintes conjuntos. Em
Resolução: Observemos o conjunto. caso afirmativo, indique um mi-
norante e um majorante.
(a) −1 é um minorante de B e, consequentemente, todos os números me- (a) [0 , 1]
nores que −1 também o são. Portanto o ] − ∞ , −1] é o conjunto de (b) ] − ∞ , −2[
todos os minorantes de B. (c) R0+
5 é um majorante de B e, consequentemente, todos os números maiores (d) {2, 4, 6, 8, 10}
que 5 também o são. Logo, [5 , +∞[ é o conjunto dos majorantes de B.
 
1
(e) un : un = ,n ∈ N
n+1

(b) O conjunto B é portanto limitado, pois tem minorante e majorante.

Uma sucessão é limitada quando o conjunto dos seus termos tem um


majorante e um minorante, ou seja, o conjunto dos termos da sucessão é
majorado e minorado.

De um modo geral, temos:

DEFINIÇÃO: Uma sucessão (un ) diz-se limitada se existirem dois an


números reais m e M tais que
M

m 6 un 6 M, ∀n ∈ N.

Graficamente, os termos da sucessão encontram-se numa região do plano 0 n


limitada pelas retas y = m e y = M. m

Para determinar um minorante m e um majorante M de uma sucessão


limitada, usa-se habitualmente uma técnica conhecido por enquadramento.

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CAPÍTULO 1. SUCESSÕES

Exemplo 1.14 Mostre que é limitada a sucessão definida por: Nota


n+2 Enquadrar os termos de uma sucessão
un = . (un ) significa determinar dois números
n a e b tais
a 6 un 6 b, ∀n ∈ N.
Com efeito, seja n é um número natural
Resolução: Usando enquadramento: tem-se que n > 1, pelo que:

n+2 2 1
= 1+ efetuar a divisão 6 1.
n
n n
1 1
Sabe-se também que é sempre um nú-
0< 61 desigualdade de referência n
n mero positivo para todo n ∈ N.
2 Tem-se então:
0< 62 multiplica-se por 2
n 1
> 0.
2 n
1 < 1+ 6 3 adiciona-se 2 Logo, utiliza-se como referencia o se-
n
1 < un 6 3 sucessão enquadrada guinte enquadramento:
1
0< 6 1, ∀n ∈ N.
A sucessão é limitada porque o conjunto dos seu termos é minorado e majorado. n
1 é um minorante e 3 é um majorante.

Exemplo 1.15 Use o processo de enquadramento para mostrar que é limitada


a sucessão definida por
2n2 − 5
dn = .
n2
E.19. Mostre que são limitadas as suces-
sões:
Resolução: Usando enquadramento, tem-se sucessivamente: 1
(a) an = 1 +
n
2n2 − 5 5 (b) en =
3n + 10
2
= 2− 2 efetuar a divisão n
n n
1
1 (c) f n = √
0< 61 desigualdade de referência n2 + 3
n
1 E.20. Considere a sucessão definida por
0< 2 61 elevar ao quadrado
n 2n − 7
5 un =
−5 6 − 2 < 0 multiplicar por −1 3n + 2
n (a) Mostre que (un ) é estritamente
5 crescente
−3 6 2 − 2 < 2 adicionar 2
n (b) Mostre (un ) que admite −1
−3 6 d n < 2 sucessão enquadrada como minorante

Logo, ∀n ∈ N, −3 < dn 6 2, ou seja, a sucessão (dn ) é limitada.

Muitas vezes, é fácil ver se uma sucessão é ou não limitada apenas obser-
vando o seu termo geral.

Exemplo 1.16 Justifique que é limitada a sucessão un = 4 + (−1)n E.21. Diz se é ou não limitada cada uma
as seguintes sucessões e justifique:
(a) an = 5
1
Resolução: Sabe-se que −1 6 (−1)n 6 1. Portanto, adicionando 4, temos (b) an =
n
− (−1)n

(c) an = 5 + 4 cos(n)
3 6 an 6 5

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Usando notação de módulo, também se pode definir sucessão limitada de


forma diferente. Nota
Recorde que
DEFINIÇÃO: Uma sucessão (un ) diz-se limitada se existe um número |un | 6 L ⇔ − L 6 un 6 L.
L > 0 tal que, para todo n ∈ N, se verifica a desigualdade |un | 6 L,
ou seja,
∃ L ∈ R+ : |un | 6 L, ∀n ∈ N.

3n + 1
Exemplo 1.17 Mostre que a sucessão ( an ) é limitada, sendo an = .
2n + 3

E.22. Mostre que são limitadas cada


uma das seguintes sucessões:
+
Resolução: Mostremos que ∃ L ∈ R : | an | 6 L, ∀n ∈ N. n+1
(a) vn =
Com efeito, n+3
3n − 2
(b) xn =
n+1

3n + 1
| an | 6 L ⇔
6L 2n + 6
2n + 3 (c) wn =
2n + 3
3n + 1
⇔ 6L porque é positiva
2n + 3 E.23. Considere a sucessão
⇔ 3n + 1 6 2nL + 3L un = −
1
−4
n
⇔ 2nL + 3L > 3n + 1
(a) Prove que é verdadeira a pro-
⇔ 2nL − 3n > 1 − 3L posição

⇔ n(2L − 3) > 1 − 3L ∃ L ∈ R+ , |un | < L, ∀n ∈ N.


1 − 3L (b) O que pode concluir -se da ve-
⇔n>
2L − 3 racidade da proposição ante-
rior relativamente à sucessão.
1 − 3L
Isto é, há uma ordem (primeiro número natural maior ou igual )a
2L − 3
partir da qual se tem | an | 6 L. Portanto ( an ) é limitada porque

∃ L > 0, ∀n ∈ N : | an | 6 L ⇔ ( an ) é limitada,

A seguir exemplifica-se caso em que a sucessão é de termos negativos:

2 − 5n
Exemplo 1.18 Mostre que a sucessão ( an ) é limitada, sendo bn = .
4n + 7

E.24. Mostre que são limitadas cada


uma das seguintes sucessões:
Resolução: Aplicando a definição temos, 1 − 4n
(a) vn =
n+2
2 − 5n
6 L ⇔ − 2 − 5n 6 L ⇔ 5n − 2 6 L
 
2n + 3
| bn | 6 L ⇔
4n + 7 (b) xn =
4n + 7 4n + 7 n+5
⇔ 5n − 2 6 4nL + 7L ⇔ 4nL + 7L > 5n − 2 3−n
(c) wn =
n+1
⇔ 4nL − 5n > −2 − 7L ⇔ n(4L − 5) > −2 − 7L
−2 − 7L
⇔ n>
4L − 5
−23
Se L = 3 tem-se n > , que é um condição universal em N.
7
Portanto há uma ordem . Isto é, (bn ) é limitada porque

∃ L > 0, ∀n ∈ N : | an | 6 L ⇔ (bn ) é limitada,

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Pode-se também aplicar as propriedades do módulo de um número real


para verificar se uma sucessão é limitada. Nota
Sejam x, y ∈ R. Temos:
Exemplo 1.19 Prove que são limitadas as seguintes sucessões: (a) | x · y | = | x | · | y |

x |x|
(b) Se y 6= 0, =
y |y|
1 3n − 2
(a) un = −5 + (−1)n · (b) v n = (c) | x + y | 6 | x | + | y |
n 4n + 1
E.25. Mostre que são limitadas as suces-
sões de termos gerais:
Resolução: Em cada caso, tentemos aplicar as propriedades à margem:


4 cos(n)
(a) un = 1 −
n
(a) Calculemos o valor absoluto da sucessão, 2
(b) xn = 6 − (−1)n ·
n
1
|un | = −5 + (−1)n ·

3n + 1
(c) zn =
n 2n + 3

Como | x + y| 6 | x | + |y|, vem que:



n 1 1

|un | 6 | − 5| + (−1) · ⇔ |un | 6 5 +

n n

Ora,
1
6 1, ∀nN
n
e, portanto,
|un | 6 5 + 1 ⇔ |un | 6 6, ∀n ∈ N.
A sucessão é limitada, por ser verdadeira a proposição.

∃ L > 0, ∀n ∈ N : |un | 6 L.

Neste caso pode ser L = 6.


(b) Utilizando o algoritmo da divisão inteira, temos que
3n − 2 3 11
vn = = −
4n + 1 4 16n + 4
Logo vem

3 11 3 11
|vn | = −
6 + −
4 16n + 4 4 16n + 4

3 11 3 11
⇔ − 6 +
4 16n + 4 4 20

3 11 26
⇔ − 6
4 16n + 4 20
13
⇔ |vn | 6
10
Portanto a sucessão (vn ) é limitada pois

13
∀n ∈ N : |vn | 6 .
10

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FICHA DE EXERCÍCIOS CAPÍTULO 1. SUCESSÕES

1. Calcule os três primeiros termos das sucessões de- 5. Considere a sucessão (un ) de termo geral
finidas por:
3n − 2
un =
(a) un = 2n + 1 (n) un = 1 + cos(nπ ) n+3
 πn 
(b) un =2 (o) un = cos Calcule:
(c) un =
n+1 2π 
3n − 2 (p) un = n sin
n n (a) u1 e u10 (b) un+1 − un
(d) un = (q) u = 3 n
n+2 n
n−1 n
(e) un = (r) un = n 6. Escreva os quatro primeiros termos de cada uma
n+1 2
πn das sucessões dadas por recorrência:
n2 (s) u =
(f) un = n
4n
(
2n + 1 a1 = 2
 n
2 (a)
(n + 1)(n + 2)
(t) u = 5 · an+1 = an + 3, ∀n ∈ N
(g) un = n
2n 2 5 (
n +1 u1 = 3
(h) un = (−1) ·5 n+3 n
 
(b)
(u) un = u n = 2 ( u n −1 − u 1 ), ( n > 2 )
(i) un = 1 + (−1)n n+1 (
n 2 n a1 = 4
 
(j) un = (−1) · (n − 1) (c) √
(v) un = 1 − 2
(−1)n+1 n a n +1 = ( a n + 1 ) , ∀ n ∈ N
(k) un = 2
( 
n 4 se n > 3
 a1 = −5

3 (w) un =
n 2n

(l) un = (−1) 3 n se n < 3 (d) a2 = −8
n +1 a
 an+2 = n+1 + 3an − 4, ∀n ∈ N
p 
(x) un = n2 + 3n − n

(m) un = sin(nπ ) 3
(
a1 = 2
2. Considere as sucessões seguintes: (e)
an+1 = ( an )2 + 1, ∀n ∈ N
un = 2 − 7n
3n − 1 (f) a1 = −2 ∧ an = −3 × an−1 , ∀n > 2
vn =
n+4
7. Qual é o termos geral das seguintes sucessões defi-
2n − 3
wn = (−1)2−n · nidas pelos seus termos:
 3n
 5n + 4, se n < 3 (a) 1, 4, 7, 10, 13, . . . (d) −1, −2, −3, −4, . . .
xn = 3n + 2
 , se n > 3 (b) 0, 3, 8, 15, 24, . . . (e) 1, 0, 1, 0, 1, . . .
n−1
(c) 2, −2, 2, −2, . . . (f) 2, −4, 2, −4, 2, . . .
(
y1 = 3
y n = 2 ( y n −1 − y 1 ), ( n > 2 )
8. Em cada alínea, encontre o termo geral da suces-
(a) Calcule os cinco primeiros termos de cada uma
são:
e represente-as graficamente;
1 1 1 1 2 3 4
(b) Escreva os termos u p+3 , w2k−2 e xn+1 ; (a) 1, − , , − , . . . (c) , , , , ...
3 9 27 3 9 27 81
(c) Calcule vn+1 − vn ; 4 6 8 5 6 7 8
(b) 2, , , , . . . (d) , , , , ...
(d) Será 117 um termo de (un )? E −117? Justifique; 3 5 7 10 20 30 40
92
(e) Mostre que ∃n ∈ N : vn = . 9. Sabendo que todos os termos seguem a mesma lei
35
9 9 de formação, escreva o termo geral de cada uma
3. Investigue se e são termos da sucessão de das seguintes sucessões:
16 11
termo geral 4 8 16
2n − 5 (a) −2, ,− , , ...
an = 3 9 27
3n + 5 1 4 9 16
49 (b) √ , √ 3
, √
4
, √
5
, ...
4. Mostre que ∃n ∈ N : un = , onde a sucessão √
π π

π

π
√  √ √ 
10  
(un ) é tal que: (c) 2− 3 , 3− 4 , 4− 5 , ...
       
1 1 1 1 1 1 1 1
un = (−1)n · 5 + (−1)n+1 · . (d) 1 − , − , − , − , ...
n 2 2 3 3 4 4 5

– 18 –
10. Seja t1 um triângulo equilátero. Construa-se t2 14. Calcule os cinco primeiros termos das sucessões
a partir de t1 , unindo os pontos médios dos la- definidas por recorrência, depois represente-as gra-
dos de t1 e pintando a negro o triângulo central. ficamente:
(
Construa-se tn a partir de tn−1 , (n > 2) repetindo, c1 = 5
(a)
em cada um dos triângulos que ficaram em branco, c n +1 = − n · c n , ∀ n ∈ N
a construção indicada, de acordo com a figura.
(
d1 = 2
(b)
d n +1 = ( d n ) − n +3 , ∀ n ∈ N

 e1 = 1
(c) 1
 en+1 = · en + 10, ∀n ∈ N
 2
t1 t2 t3 t4  1
 g = 1
(d) g2 = 3
(a) Quantos triângulos brancos há em t5 ? ∀n ∈ N

n +2 = g n + g n +1 ,
 g

(b) Seja ( xn ) a sucessão que nos dá o número de tri- 15. Determine duas subsucessões de cada uma das
ângulos brancos em cada triângulo. Determine sucessões:
a expressão do termo geral de ( xn ); (a) un = (−1)n+1 · (n − 4)
(c) Considerando que o lado do triângulo t1 mede (b) un = cos(nπ )
2 cm, determine a expressão do termo geral da
16. Dada a sucessão
sucessão ( pn ), sendo pn o perímetro de cada um
dos triângulos brancos do triângulo tn . un = (−1)n (n + 3),

calcule:
11. Represente por um processo de recorrência as se-
guintes sucessões de números reais: (a) A subsucessão de (un ) dos termos de ordem par
(b) A subsucessão de (un ) dos termos de ordem
(a) ( an ): 4, 11, 18, 25, . . . ímpar
(b) (bn ): 99, 88, 77, 66, . . . (c) A subsucessão de (un ) dos termos cuja ordem é
múltiplo de 5
r q
√ q √ √
(c) (cn ): 5, 5 5, 5 5 5, . . .
17. Estude quanto à monotonia as sucessões a seguir
r
√ q √ q √ definidas:
(d) (dn ): 6, 6 + 6, 6 + 6 + 6, . . .
(a) un = 2n − 3 4n + 1
(m) un =
12. Considere as sucessões ( an ) e (vn ), definidas do n+3
(b) cn = 5
seguinte modo: 8n
(c) un = −3n (n) un =
n+1
2 1 − 4n
  (d) un = −n + 4
 a1 = 3  v1 = 0 (o) un =
n+1
 
a2 = 0 e v2 = −2 (e) bn = (3 − n)2
n 3n

 a =a 
(f) un = (p) un =
n −1 + a n −2
 v =v
n n n −2 + v n −1 2n + 1 n+2
1 − 2n n−1
(g) un = (q) an =
Com n ∈ N ∧ n > 3. 2 n+2
n+1 2n
(a) Determine a4 + a8 (h) un = (r) un =
2n n+1
(b) Determine v7 − v3 1 3
(i) un = 1 − (s) un = 2
n n +1
n 1
13. Calcule os 5 primeiros das sucessões propostas, (j) un = (t) un =
4n − 1 n3
depois represente-as graficamente: 5−n 5 3n − 1
(k) un = (u) un = −
n+1 2 2n
2n n2 + 1 n+4
(a) an = 12 − 3n (f) an = (l) un = (v) un =
n2 + 2 n n
(b) an = 9
n 18. Prove que ∀n ∈ N, an+1 − an > 0, onde
(c) an = 2n + 5 (g) an = (−1)n ·
3n − 2 n+1 5n + 3
(d) an = 2 an = .
n +1 1 1+n
(e) an = 2 + (0, 8)n (h) an = √
n

– 19 –
19. Estude a monotonia das seguintes sucessões: 7
(a) Mostre que é termo da sucessão
11
(a) un = |n − 10| (b) Mostre que é verdadeira a proposição
3n
(b) un = n+1 3
2  ∀n ∈ N, < wn 6 1.
2 n

5
(c) un =
3 25. Das sucessões definidas a seguir pelo seu termo
(d) dn = cos(nπ )
geral, indique as que são limitadas e justifique:
(−1)n
(e) un = 1 +
n 2 1
(f) un = (−1)n + 2n (a) an = 3 − (c) an = 2n +
n n
(g) wn = (−1)n+1 (2n + 1) 2
(b) an = (−1)n · 2 (d) an = (−1)n ·
n

(h) en = 2 − (−1)n · n2 + n

26. Verifique se as sucessões definidas são ou não limi-


(
u1 = 5
(i) tadas:
u n = 5 + u n −1 , ∀ n > 2
20. Nesta sequência de figuras o primeiro quadrado (a) tn = 2n + 3 3n + 3
(j) tn =
tem 12 cm de lado (b) tn = 2n − 1 n+4
1 2n − 3
(c) tn = 5n − (k) tn =
2 2
4 n−1
(d) tn = 3n − (l) tn =
3 n+3
3n + 7 3−n
(e) tn = (m) tn =
n+2 n+1
3n − 1 5n + 7
(f) tn = (n) tn =
(a) Escreva os primeiros termos das seguintes su- 5 2n + 3
1−n
cessões: (g) tn = n2 + 1
5n (o) tn = 1+
Qn : Número de quadrados de cada figura 2n − 3 n
(h) tn = 2
Ln : Medida do lado dos quadrados sombreados n (p) tn = 2(−1)n ·
n2 + 3 n+1
An : Área dos quadrados sombreados (i) tn =
n (q) tn = n · [(−1)n + 1]
Pn : Perímetro dos quadrados sombreados
(b) Escreva o termo geral de cada uma destas suces- 27. Verifique se as sucessões definidas são ou não limi-
sões tadas:
(c) Indique quais destas sucessões são monótonas 5 sin(n) − 2n 4n
(crescentes ou decrescentes) (a) un = (d) un = (−1)n ·
n+3 n+1
21. Diga se os seguintes são limitados. Justifique: 7−n n 11
(b) un = (e) bn = (−1) +
2n − 5 n + 1
1)n

(a) A =] − 7, 12] (c) C = Z+ ∪ [0, 7[ 2n2 − n + 5 7 · (−
(c) un = 2 (f) an = 2 −
3n − 2n − 4 n
(b) B = Q+ (d) D = [0, 5[∪ {−3}
28. Seja (cn ) a sucessão definida por cn = 30 − 2n.
22. Considere o conjunto de números reais
Indique, se existirem, o conjunto dos majorantes e
A = [1, 2] ∪ {3}. o conjunto dos minorantes de (cn ).
n
29. Seja (dn ) a sucessão definida por dn = .
(a) Indique dois majorantes e dois minorantes do 2n − 1
conjunto A; Mostre que
(b) O conjunto A é limitado? Justifique a sua res- ∃ L ∈ R+ : ∀n ∈ N, |dn | 6 L
posta.
e justifique que (dn ) é limitada.
23. Comente a firmação:
"A sucessão de termo geral un = (−1)n é limitada, 3−n
30. Prove que a sucessão de termo geral un = é
pois o conjunto dos seus termos {−1, 1} é um conjunto n+1
limitada
limitado.“
3n + 4
24. O termo geral de uma sucessão é wn =
5n + 2

– 20 –
2n + 6 37. Definida a sucessão ( an ) pelo seu termos geral
31. Dada a sucessão definida por an = .
n+1
(a) Será 7, 3 tero da sucessão? Justifique a resposta. 2n − 1
an =
n+3
(b) Mostre que a sucessão é monótona.
mostre que:
(c) Mostre que todos os termos da sucessão são
29
maiores do que 2. (a) é termo da sucessão e calcule a sua ordem
8
(d) Mostre que a sucessão é limitada. (b) 1, 6 não é tremo da sucessão
3n + 1 (c) É verdadeira a proposição
32. Dada a sucessão de termo geral un =
2n
1
(a) Calcule a soma dos três primeiros termos; 6 an < 2, ∀n ∈ N.
4
23
(b) Averigue se é termo da sucessão, e em caso 2 − 3n
15 38. Considere a sucessão de termo geral un =
afirmativo, indique a sua ordem. n+1
(c) Prove que: (a) Determine quantos termos de (un ) são superio-
res a 2, 7
3
∀n ∈ N, < un 6 2. (b) Investigue se −2, 8 é termo da sucessão
2
(c) Calcule os termos de ordem 500 e de ordem
33. Considere a sucessão ( an ) cujo termo geral é
1000
an = (−1)n+1 · 3 + 1. (d) Estude a monotonia da sucessão
(e) Mostre que (un ) é limitada
(a) Represente graficamente ( an ) para n 6 5.
4n + 1
(b) Justifique ( an ) é limitada. 39. Seja un = o termo geral de uma sucessão.
n+1
(c) Indique uma expressão que quando adicionada (a) Determine u6 e u10
a an se obtenha o termo geral de uma sucessão 37
(b) Averigue se é termo da sucessão e em caso
monótona. 10
afirmativo indique a sua ordem
n+2
34. Seja un = o termo geral de uma sucessão. (c) Classifique (un ) quanto a monotonia
2n
(a) Verifique se existe ou não uma ordem para a (d) Investigue se (un ) é limitada
qual (un ) admite um termo nulo; 40. Considere a sucessão ( an ) definida por
(b) Estude analiticamente a monotonia da sucessão
8n − 1
( u n ); an =
n+5
(c) A sucessão é limitada? Justifique;
45 (a) Calcule a diferença entre os quinto e terceiro
(d) Averigue se é termo da sucessão. termos
21 83
2n + 1 (b) Verifique se é termo de ( an ) e, em caso afir-
35. Considere a sucessão un = . 12
n+2 mativo, indique a sua ordem
(a) Estude a monotonia da sucessão; (c) Prove que a sucessão dada é monótona crescente
(b) Verifique, apresentando os cálculos, que a suces- (d) Mostre que qualquer termos de ( an ) é inferior a
são é limitada; 8
(c) Indique, justificando, o valor lógico da proposi- (e) Prove que ( an ) é limitada, indicando o conjunto
31 A dos majorantes e o conjunto B dos minorantes
ção: ∃n ∈ N : un = .
17
41. Considere a sucessão (un ) definida por
36. Considere a sucessão (un ) assim definida:

 2n + 3 se n < 9
3n


 se n é ímpar un = 3n + 2
 n+1
  se n > 9
n+1
 n + 1 se n é par

(a) Calcule o primeiro, o oitavo, o nono e o décimo


n termos da sucessão.
(a) Mostre que a sucessão (un ) é limitada; 59
(b) Diga, justificando, se há algum termo igual a
(b) Estude a monotonia da sucessão; 20
(c) Estude a monotonia da sucessão
51
(c) Verifique se é ou não termo da sucessão (un ). (d) A sucessão é limitada? Justifique
11

– 21 –
2 P ROGRESSÕES A RITMÉTICAS E G EOMÉTRICAS

"Eu tentei 99 vezes e falhei, mas na centésima tentativa eu


consegui, nunca desista de seus objetivos mesmo que esses pareçam
impossíveis, a próxima tentativa pode ser a vitoriosa."
Albert Einstein

Introdução

As progressões são sucessões com características especiais e que tem várias


aplicações na vida quotidiana.

À uma destas está associada uma lenda muito curiosa:

Conta-se que o jogo de xadrez foi criado para entreter um rei da Índia, de nome
Iadava. O jovem Lahur Sessa, apresentou o jogo ao rei e este ficou maravilhado.
Querendo recompensar o inventor do jogo de xadrez, Iadava perguntou qual pre-
sente ele gostaria de receber: jóias, terras, um palácio... Nota histórica
Uma ilustração da lenda sobre a inven-
O pedido do jovem inventor deixou o rei perplexo, Lahur disse que como recom- ção do jogo de Xadrez.
pensa, queria receber uma quantidade de trigo da seguinte forma: 1 grão de trigo
pela 1ª casa; 2 grãos de trigo pela 2ª casa; 4 grãos de trigo pela 3ª casa; 8 grãos de
trigo pela 4ª casa e assim sucessivamente.

A quantidade de grãos deveria ser dobrada a cada casa subsequente, e como sabe-
mos, o jogo de xadrez tem 64 casas. O rei achou o pedido muito insignificante e
pediu que fosse calculado a quantidade de grãos para atender o desejo do inventor
do jogo de xadrez do jeito que este havia proposto.

Depois que o rei soube da resposta, Lahur Sessa desistiu da proposta.

Diga porquê que o inventor desistiu da proposta.

Esse é um problema que envolve a soma dos termos de um progressão


geométrica e resolveremo-lo neste capitulo.
CAPÍTULO 2. PROGRESSÕES

2.1 Progressões Aritméticas

2.1.1 Definição

Consideremos definida por recorrência a sucessão (un ).


(
u1 = 4
un+1 = un + 2, ∀n ∈ N
Como un+1 − un = 2, a diferença entre cada termo e o termo anterior é
un
constante e igual 2. A esta sucessão chama-se progressão aritmética de
10
razão 2. 9
8
7
DEFINIÇÃO: Chama-se progressão aritmética (abrevia-se P.A) à toda 6
5
sucessão em que é constante a diferença entre cada termo e o anterior. 4
Simbolicamente, tem-se: 3
2
(un ) é uma P.A ⇔ un+1 − un = r, ∀n ∈ N e r ∈ R. 1
0 1 2 3 4 n

Na definição acima, o número real r, que é a diferença entre dois termos Figura 2.1: Gráfico da sucessão
consecutivos da P.A, é denominado de razão desta P.A.

Isto é, se u1 , u2 , u3 , . . . , un , são n termos consecutivos de uma progressão


aritmética tem-se que

u2 − u1 = u3 − u2 = u4 − u3 = . . . = un+1 − un = r.

E.1. Verifique quais das sucessões


Exemplo 2.1 Mostre que a sucessão de termo geral un = 2n + 7 é uma abaixo representa uma P.A; Deter-
progressão aritmética de razão 2. mine as razões dessa sucessões:

(a) 3, 11, 2, 1, . . .
(b) −2, −4, −8, −16, . . .
Resolução: Aplicando a definição, temos que mostrar que 2 7 5 13
(c) , , , , ...
3 6 3 6
un+1 − un = 2, ∀n ∈ N.
E.2. Considera sucessão (un )
Com efeito, 
u1 = 2
un+1 = un + 3, ∀n ∈ N
un+1 − un = 2(n + 1) + 7 − (2n + 7) = 2n + 2 + 7 − 2n − 7 = 2.
(a) Mostre que (un ) é uma pro-
gressão e indique a razão
Logo, a sucessão (un ) é uma progressão aritmética de razão 2.
(b) Calcule u3 − u9

Exemplo 2.2 Mostre (bn ) não é uma P.A, sendo que bn = n − n 2 .

E.3. Verifique algebricamente, se são


Resolução: Verifiquemos se a sucessão satisfaz a definição de uma P.A: P.A, cada uma das sucessões e
calcule os três primeiros termos
de cada uma.
bn + 1 − bn = n + 1 − ( n + 1)2 − ( n − n2 )
1 − 6n
(a) an =
= n + 1 − (n2 + 2n + 1) − n + n2 2
(b) bn = n2 − 1
= 1 − n2 − 2n − 1 + n2
2n
(c) cn =
= −2n n+1

A diferença bn+1 − bn = −2n não é constante, pois depende de n. Logo, a


sucessão (bn ) não é uma progressão aritmética.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 23
CAPÍTULO 2. PROGRESSÕES

Podemos verificar se uma sucessão é, ou não, uma progressão aritmética,


quando esta etá definida por alguns dos seus termos.

Exemplo 2.3 Calcule o valor de x, sabendo que numa progressão aritmética


os três primeiros termos são respectivamente x, 2x + 1 e 4x − 1.

E.4. Determine o valor de x de modo


Resolução: Sabe-se que: x + 3, 4x − 2 e x − 1, nessa or-
dem, formem os três primeiros
termos de uma progressão aritmé-
u1 = x, u2 = 2x + 1 e u3 = 4x − 1 tica.

e, ainda que u2 − u1 = u3 − u2 .
Substituindo esses valores temos que

2x + 1 − x = 4x − 1 − (2x + 1) ⇔ x + 1 = 2x − 2 ⇔ x = 3.

Como x = 3, então u1 = 3, u2 = 7 e u3 = 11.

2.1.2 Monotonia de uma progressão aritmética

Sendo (un ) uma progressão aritmética, sabe-se que un+1 − un = r, sendo r


uma constante. Então pode-se concluir que:

• Se r > 0, a sucessão (un ) é estritamente crescente ;

• Se r < 0, a sucessão (un ) é estritamente decrescente ;

• Se r = 0, a sucessão (un ) é constante .

Exemplo 2.4 Considere as sucessões de números reais definidas por

(a) un = 2n − 5 (b) un = 2 − 7n

Para cada uma,mostre que se trata de uma progressão aritmética e analise-a


quanto a monotonia.

E.5. Estude a monotonia das progres-


Resolução: Em cada caso, calculamos a diferença un+1 − un , ∀n ∈ N. sões aritméticas de termo geral:
(a) un = −2n + 1
(a) Sendo un = 2n − 5, então 3n + 1
(b) un =
2
un+1 − un = 2(n + 1) − 5 − (2n − 5) = 2n + 2 − 5 − 2n + 5 = 2 (
u1 = −9
(c) 2
u n +1 = u n − , ∀n ∈ N
Portanto trata-se de uma P.A de razão 2. Sendo r = 2 > 0 a sucessão 5

(un ) é uma progressão aritmética estritamente crescente.


(b) Sendo un = 2 − 7n, então

un+1 − un = 2 − 7(n + 1) − (2 − 7n) = 2 − 7n − 7 − 2 + 7n = −7

Como un+1 − un = −7, ∀n ∈ N, a sucessão (un ) é uma progressão


aritmética estritamente decrescente.

24 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 2. PROGRESSÕES

2.1.3 Termo geral de uma progressão aritmética

Sejam u1 , u2 , . . ., uk , . . ., un , . . . termos de uma progressão aritmética de


razão r. Tem-se sucessivamente, Nota
u1 = u1 Porquê que as progressões aritméticas
são chamadas aritméticas?
u2 = u1 + r Note que cada termo é a média aritmé-
tica dos dois vizinhos.
u3 = u1 + r + r ⇔ u3 = u1 + 2r Isto é,
u4 = u1 + r + r + r ⇔ u4 = u1 + 3r u n −1 + u n +1
un = , ∀n ∈ N
2
..
. Verifique!

u n = u1 + r + r + r + . . . + r ⇔ u n = u1 + ( n − 1)r
| {z }
(n−1) parcelas

TEOREMA: Numa progressão aritmética (un ), em que o primeiro


termo é u1 e razão é r, o n-ésimo termo, ou termo geral, é

un = u1 + (n − 1) · r, ∀n ∈ N

Exemplo 2.5 Dada a progressão aritmética −5, −7, −9, −11, . . . E.6. Numa P.A. (un ) o primeiro termo
Determine o termo geral e o termo de ordem 500. e a razão são, respetivamente,
iguais a 12 e 4.
(a) Determine o n − ésimo termo
de (un )
Resolução: Como u1 = −5 e r = −2 e a fórmula un = u1 + (n − 1) · r, (b) Calcule o sétimo e o nono ter-
temos mos da sucessão
(c) Classifique (un ) quanto a mo-
un = −5 + (n − 1)(−2) ⇔ un = −5 − 2n + 2 ⇔ un = −2n − 3 notonia

Tendo o termo geral un = −2n − 3, podemos calcular um termo de qualquer E.7. Quantos múltiplos de 7 existem
ordem. Com efeito tem-se entre 99 e 303?

u500 = −2 · 500 − 3 = −1000 − 3 = −1003.

Podemos também determinar o termo geral de uma P.A, conhecendo a


razão e um termo de ordem k qualquer.
Aplicando a fórmula
un = u1 + (n − 1) · r, (2.1)
pode-se obter o valor de qualquer termo de ordem k, sendo

uk = u1 + (k − 1)r. (2.2)

Subtraindo as duas igualdades, membro a membro, vem

un − uk = 
u1 + ( n − 1)r − (1 + ( k − 1)r )
u ⇔ un − uk = nr − r − kr + r
⇔ u n = u k + ( n − k )r

Logo,

PROPRIEDADE: A relação entre dois quaisquer termos de uma pro-


gressão aritmética (un ) é dada pela fórmula:

un = uk + (n − k) · r, ∀n ∈ N

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 25
CAPÍTULO 2. PROGRESSÕES

Exemplo 2.6 Numa progressão aritmética ( an ) sabe-se que

a3 = 5 e a5 = 15.

Calcule a razão da progressão e escreve uma expressão do seu termo geral. E.8. Escreva uma expressão do termo
geral de uma progressão aritmé-
tica ( an ) de razão 2, sabendo que
a soma dos 5 primeiros termos é
igual a 35.
Resolução: Para escrever a expressão do termo geral da progressão, utiliza-
E.9. Escreva uma expressão do termo
se a fórmula geral de uma progressão aritmé-
un = uk + (n − k) · r, tica ( an ) sabendo que

a1 + a6 = 26 e a4 + a8 = 36
visto que, se conhece dois quaisquer termos da progressão.
Sabe-se que: E.10. A sucessão
4, x2 , x3 , x4 , x5 , 18, . . .
u5 = u3 + (5 − 3) · r ⇔ 15 = 5 + 2r ⇔ r = 5.
é uma P.A.. Determine x4 .
Logo, o termo geral será:

un = u3 + (n − 3) · r ⇔ un = 5 + (n − 3) · 5 ⇔ un = 5n − 10.

2.1.4 Soma de n termos consecutivos de uma progressão aritmética


Nota
Denotemos por Sn , a soma de n primeiros termos consecutivos de uma
Sendo (un ) uma sucessão de números
sucessão (un ). reais tem-se:
S1 = u1
Vamos escrever a soma Sn de duas formas diferentes: do primeiro ao
S2 = u1 + u2
último termo e vice-versa. S3 = u1 + u2 + u3
...
Sn = u1 + u2 + . . . + u n
Sn = u1 + u2 + . . . + u n .
S n = u n + u n −1 + . . . + u 1

de onde, adicionando membro a membro, teremos

2Sn = (u1 + un ) + (u2 + un−1 ) + . . . + (un + u1 ). Nota histórica


Soma de Gauss
Vejamos agora que cada soma entre parênteses conduz sempre ao mesmo Com sete anos, Carl Friedrich Gauss co-
resultado: meçou a escola primária, e seu potencial
foi notado quase imediatamente. Seu
professor, Büttner, e seu assistente, Mar-
tin Bartels, ficaram espantados quando
u 2 + u n −1 = u 1 + r + u n −1 = u 1 + u n Gauss somou os inteiros de 1 a 100 ins-
tantaneamente através da identificação
u 3 + u n −2 = u1 + 2r + un−2 = u1 + un de que a soma era 50 pares de núme-
ros equidistante, cada par somando 101.
... ... ...

Por conseguinte, obtemos

n ( u1 + u n )
2Sn = n(u1 + un ) ⇔ Sn = .
2
Portanto

TEOREMA: Em toda a progressão aritmética (un ), tem-se:

( u1 + u n )
Sn = ·n
2
Carl Friedrich Gauss, 1777-1855

26 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 2. PROGRESSÕES

Exemplo 2.7 Calcule a soma dos 10 primeiros termos da sucessão (un )


definida por
un = 4n − 1. E.11. Considerando a P.A ( an ) definida
por:
2 1
−1, − , − , 0, . . . .
3 3
Resolução: Utilizando a fórmula acima deduzida, temos que
(a) Determine o seu termos geral
(u1 + u10 ) (b) Calcule a1 + . . . + a20
S10 = · 10. (2.3)
2 (c) Calcule a10 + a11 + . . . + a20 .

Para calcular essa soma, precisamos calcular u1 e u10 . Com efeito,


100
E.12. Calcule ∑ 2n
u1 = 4 · 1 − 1 = 3 e u10 = 4 · 10 − 1 = 39. n =1

Substituindo em (??), temos que E.13. Mostre que


3 + 39 42 1 + 3 + 5 + . . . + (2n − 1) = n2 .
S10 = · 10 = · 10 = 21 · 10 = 210.
2 2

Exemplo 2.8 Escreva uma expressão do termo geral de uma progressão arit-
mética e calcule a soma dos 50 primeiros termos, sabendo que a soma do
terceiro com o sexto termos é 12 e que o quinto termo é 5.

E.14. Calcule a soma dos 13 termos con-


Resolução: Considerando tal sucessão (un ), sabemos que: secutivos de uma progressão arit-
mética a partir do termo de ordem
( 5 inclusive, sabendo que
u3 + u6 = 12
(2.4) r = 5 e a1 + a4 = 25.
u5 = 5

Vamos expressar todos os termos em função de u1 e r, obtendo assim E.15. O quarto termo de uma P.A. é
igual ao triplo do primeiro termo
u3 = u1 + 2r u6 = u1 + 5r e u5 = u1 + 4r. e o sétimo termo é dobro do ter-
ceiro. Determine a razão desta
progressão.
Substituindo no sistema de equações (??), vem:
( ( (
u1 + 2r + u1 + 5r = 12 2u1 + 7r = 12 u1 = 13 E.16. A soma dos quarto e oitavo ter-
⇔ ⇔ mos de uma P.A. é 24 e a soma
u1 + 4r = 5 u1 + 4r = 5 r = −2 dos sexto e décimo termos é 34.
Determine os primeiros quatro ter-
Logo, podemos expressar o termo geral mos da P.A..

un = 13 + (n − 1) · (−2) ⇔ un = −2n + 15.

Aplicando a fórmula da soma, fazemos

(u1 + u50 )
S50 = · 50. (2.5)
2
Calculando u50 , temos que

u50 = −2 · 50 + 15 = −85.

Substituindo em (??), temos que

13 − 85
S50 = · 50 = −1800.
2

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 27
CAPÍTULO 2. PROGRESSÕES

Exemplo 2.9 Obtenha uma P.A em que a soma dos n primeiros termos é
E.17. A soma de três termos consecu-
n2 + 2n para todo n natural. tivos de uma P.A. é 15 e o seu
produto é 105.
Determine esses números.

Resolução: Como Sn = n2 + 2n, ∀n ∈ N, temos: E.18. A soma de quatro termos numa


P.A. é 20 e a soma dos seus qua-
S1 = 12 + 2 · 1 = 3 ⇒ a1 = 3 drados é 120. Determine esses ter-
mos.
S2 = 22 + 2 · 2 = 8 ⇒ a1 + a2 = 8 ⇔ a2 = 5
E.19. Determine n numa P.A. cujos
e a P.A é a1 = 159, r = 5 e Sn = 2604.
3, 5, 7, 9, . . . .

PROPRIEDADE: A soma de termos consecutivos de uma progressão


aritmética a partir do termo de ordem k inclusive é dada pela fórmula

( u k + u n + k −1 )
Sn = · n.
2

Exemplo 2.10 Seja (un ) uma sucessão de termo geral

un = 3n − 7.

Determine a soma de doze termos consecutivos, a partir do quinto termo


inclusive.

E.20. Calcule a soma de 11 termos con-


Resolução: Para aplicarmos a fórmula, vejamos aqui que secutivos da P.A. definida
an = −5n + 8
n = 12 e k = 5, a partir de oitavo termo inclusive.

por isso fazemos


E.21. Calcule:
u + u12+5−1 u + u16
S12 = 5 · 12 = 5 · 12 (2.6) 27 40
2 2 (a) ∑ (8n − 1) (b) ∑ 10n
n =5 n=10
Para o efeito calculamos

u5 = 3 · 5 − 7 = 15 − 7 = 8
u16 = 3 · 16 − 7 = 48 − 7 = 41

Assim, substituindo os valores em (??) obtemos a soma


8 + 41
S12 = · 12
2
49
= · 12
2
= 294

28 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 2. PROGRESSÕES

2.1.5 Problemas

Exemplo 2.11 Uma fábrica de camisas vendeu no primeiro mês deste ano
2500 camisas. O departamento de marketing tem como objetivo aumentar
as vendas de 150 camisas em cada mês do ano. Se o objetivo foi conseguido,
quantas camisas foram vendidas no final do ano?

E.22. Um veículo parte de uma cidade


Resolução: Considerando un como o "número de camisas vendidas no A em direção a uma cidade B, dis-
tante 500 km. Na primeira hora de
n-ésimo ano" teremos que u1 = 2500 e que r = 150. Como um ano tem trajeto ele percorre 20 km, na se-
12 meses, então vamos calcular a soma das camisas vendidas durante os 12 gunda hora 22, 5 km, na terceira
hora 25 km, e assim sucessiva-
meses do ano. Substituindo os dados na fórmula da soma, temos que mente. Ao completar a décima
segunda hora de percurso, a que
u1 + u12
S12 = · 12 (2.7) distância esse veículo estará de B?
2
E.23. Em um certo telhado, as telhas
Para determinar o valor da soma, precisamos conhecer u12 . Como se sabe que dispõem-se de modo que cada
fila tem 2 telhas a mais que a an-
terior. Um telhadista está calcu-
u12 = u1 + 11r ⇔ u12 = 2500 + 11 · 150 = 4150. lando quantas telhas precisa para
as 4 faces do telhado. Ajude-o
Substituindo u12 em (??), vem que a calcular o número de telhas sa-
bendo que cada face leva 4 telhas
2500 + 4150 na primeira fileira e 38 na última
S12 = · 12 = 8650 · 6 = 399 000. fileira de cima para baixo.
2
Logo, no final do ano foram vendidas 399 000 camisas.

Exemplo 2.12 As medidas dos lados de um triângulo retângulo estão em


P.A. de razão 3. Calcule essas medidas.

E.24. As medidas, expressas em graus,


Resolução: Sejam a, b e c as medidas dos lados do triângulo, onde a é a dos ângulos internos de um qua-
drilátero convexo, constituem ter-
hipotenusa, b a base e c o outro lado. Como eles estão em P.A., (b, c, a) nesta mos consecutivos de uma progres-
ordem, de razão 3 vem que: são aritmética de razão 15.
Qual é a medida de cada ângulo
interno do quadrilátero?
b = a−6 e c = a−3
E.25. Um professor de educação física
organizou seus 210 alunos para
Por outro lado, do Teorema de Pitágoras para um triângulo retângulo, temos
formar um triângulo. Colocou um
que: aluno na primeira linha, dois na
a2 = b2 + c2 ⇔ a2 = ( a − 6)2 + ( a − 3)2 segunda, três na terceira, e assim
por diante.
Aplicando caso notáveis da multiplicação: Quanto é número de linhas do tri-
ângulo.

a2 = a2 − 12a + 36 + a2 − 6a + 9 ⇔ a2 = 2a2 − 18a + 45


⇔ a2 − 18a + 45 = 0
⇔ a = 15 ∨ a = 3

Mas a não pode ser igual 3, uma vez que teríamos c = 0 e b = −3, o que
contradiz claramente o fato de serem medidas dos lados de um triângulo
retângulo. Logo:

a = 15 ⇔ b = 15 − 6 = 9 e c = 15 − 3 = 12

E a P.A. é:
(9, 12, 15).

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 29
CAPÍTULO 2. PROGRESSÕES

2.2 Progressões Geométricas

2.2.1 Definição

Consideremos definida por recorrência a sucessão (un ):


(
u1 = 3
u n +1 = 5 · u n , ∀n ∈ N
Termos da sucessão (un )
u
Como n+1 = 5, o quociente entre cada termo e o termo anterior é {un } = {3, 15, 45, 135, . . .}
un
constante e igual 5. (veja alguns dos termos ao lado). A esta sucessão
chama-se progressão geométrica de razão 5.

DEFINIÇÃO: Chama-se progressão geométrica (abreviamos P.G) a


toda sucessão, de termos não nulos, em que é constante o quociente
entre cada termo e o anterior. Simbolicamente, temos:
u n +1
(un ) é uma P.G ⇔ = r (com r constante), ∀n ∈ N.
un

Asim como para as progressões aritméticas, o número real r que aparece


na definição de uma P.G, é a razão da mesma.
u2 u u u
= 3 = 4 = . . . = n+1 = r.
u1 u2 u3 un

2.2.2 Monotonia de uma progressão geométrica


Nota
Seja ( an ) uma progressão geométrica de razão r:
• Se r < 0, ( an ) não é monótona porque a sucessão é alternada. Crescente a1 > 0 e r > 1

• Se 0 < r < 1 e a1 < 0 ou r > 1 e a1 > 0, então ( an ) é monótona a1 < 0 e 0 < r < 1

crescente. Constante r=1


Decrescente a1 > 0 e 0 < r < 1
• Se r = 1, ( an ) é uma sucessão constante.
a1 < 0 e r > 1
• Se (0 < r < 1 e a1 > 0) ou (r > 1 e a1 < 0), em ambos os casos, ( an ) Não r<0
é monótona decrescente. monótona

Exemplo 2.13 Prove que a sucessão de termo geral un = 3 · 6n−2 é uma


progressão geométrica e classifique-a quanto a monotonia.
E.26. Prove que as sucessões cujos ter-
mos gerais são progressões geo-
métricas e classifique-as quanto a
u n +1 monotonia
Resolução: Atendendo a definição (un ) é uma PG ⇔ = r, ∀n ∈ N.
un   n +2
1
Então, temos que (a) an =
2
(b) bn = 5 · (−2)n+1
u n +1 3 · 6n +1−2 6n −1
= n − 2
= n−2 = 6n−1−(n−2) = 6. (
v1 = 9
un 3·6 6 (c) vn
v n +1 = , ∀n ∈ N
3
Logo, (un ) é uma progressão geométrica de razão 6. Para estudar a monotonia
temos de calcular u1 . Com efeito,
E.27. Escreva o termo geral de uma pro-
1 1 gressão geométrica ( an ) que seja:
1−2
u1 = 3 · 6 = 3· = ,
6 2 (a) crescente e a1 = 2;
(b) decrescente e a3 = 12
ou seja, r > 1. Logo concluímos que (un ) que é uma progressão geométrica
(c) não monótona e a5 = −16
monótona decrescente, visto que u1 > 0 e r > 1.

30 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 2. PROGRESSÕES

2.2.3 Termo geral de Progressão Geométrica

Consideremos uma progressão geométrica (un ) em que u1 6= 0 e r 6= 0. Da


definição resulta que, para todo o n, tem-se Nota
u n +1 Porquê que as progressões geométricas
= r ⇔ un+1 = un · r, são chamadas geométricas?
un Note que cada termo é a média geomé-
logo, trica dos dois termos vizinhos.
Isto é
u2 = u1 · r √
u n = u n −1 · u n +1 , ∀ n ∈ N
u3 = u2 · r ⇔ u3 = u1 · r · r = u1 · r 2 Verifique!
2 3
u4 = u3 · r = u1 · r · r ⇔ u4 = u1 · r
..
.
u n = u n −1 · r = u 1 · r n −2 · r = u 1 · r n −1

o que nos leva a concluir o seguinte.

TEOREMA: Numa progressão geométrica, em que o primeiro termo


é u1 e razão é r, o n-ésimo termo é

u n = u 1 · r n −1 , ∀n ∈ N

Exemplo 2.14 Escreva o termo geral de cada uma das progressões geométri-
cas, sabendo que:
1 E.28. Determine o termo geral e o termo
(a) a1 = 5 e r = 7
(b) b1 = er=3 de ordem 12 da sucessão
27
−6, 18, −54, . . .

Resolução: Aplicamos, em cada caso, a fórmula un = u1 · r n−1 E.29. As raízes da equação


x2 − 5x + 6 = 0
(a) O seu termo geral é: an = 5 · 7n−1 .
são dois primeiros termos de uma
1
(b) O termo geral é: bn = · 3 n − 1 ⇔ bn = 3 − 3 · 3 n − 1 ⇔ bn = 3 n − 4 P.G crescente. Determine u2 , a
27 razão e o termo geral.

Podemos também determinar o termo geral de uma P.G, conhecendo a


razão e um termo de ordem k qualquer. Vejamos:

Se uk é um termo qualquer de uma progressão geométrica un vem, substi-


tuindo n por k, uk = u1 · r k−1 .

Então,
un u · r n−1 un
= 1 k−1 ⇔ 1−k+1 ⇔ u = u · r n−k

= r n n k
uk u
1 · r u k
Portanto temos a seguinte relação.

PROPRIEDADE: A relação entre dois quaisquer termos de uma pro-


gressão geométrica (un ) é dada pela seguinte fórmula:

un = uk · r n−k , ∀n ∈ N

Uma progressão geométrica fica bem definida conhecendo-se um termo


qualquer e a razão.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 31
CAPÍTULO 2. PROGRESSÕES

Exemplo 2.15 Escreva o termo geral de uma progressão geométrica ( an ),


1
sabendo que o quarto e o nono termo são respectivamente 4 e .
8

E.30. Escreva uma expressão do termo


Resolução: Para escrever a expressão do termo geral da progressão, vamos geral de uma progressão geomé-
trica (un ) em que se conhece:
utilizar a fórmula
1
un = uk · r n−k , ∀n ∈ N (a) u1 = 8 e u6 =
4
(b) u3 = 16 e r = 2
Isto é,
(c) r = 2 e u2 + u5 = 54
u n = u 4 · r n −4 , ∀ n ∈ N

Para isso precisamos conhecer a razão da progressão.


E.31. Sejam x e y, números reais tal que
Sabe-se que
3, x, y, 81, . . .
1 1 1
u9 = u4 · r 5 ⇔ = 4 · r5 ⇔ r5 = ⇔r= . é uma P.G.. Determine os valores
8 32 2 de x e y

Logo,
  n −4  n  n
1 1 1
un = 4 · = 4· · 24 = 64 · .
2 2 2
Como   −6
6 1
64 = 2 = ,
2
podemos escrever
  n −6
1
un = .
2

Exemplo 2.16 Encontre x e y de modo que a sequência (15 , y, x) seja uma


P.A de termos positivos e a sequência (x − 2, 12, 5y − 2) seja uma P.G.

E.32. A sucessão
Resolução: Se (15, y, x) é uma P.A, então 8, 2, a, b, . . .

15 + x é uma P.G e a sucessão


y= (2.8) 3
2 b, , c, . . .
16
Se (x − 2, 12, 5y − 2) é P.G, então é uma P.A

(a) Qual é o valor de c?


122 = ( x − 2)(5y − 2) (2.9)
(b) O número a pertence à P.A?
Em caso afirmativo, qual a sua
Substituindo (??) em (??), encontramos ordem?
 
5x + 75
144 = ( x − 2) − 2 ⇔ x = 5 ∨ x = 17, 2
2 E.33. O sétimo termo de uma P.G. é
8 vezes o quarto termo. Deter-
• Quando x = 5, em (??) encontramos y = 10; assim a P.A é (15, 10, 5) mine o termo geral, sabendo que
o quinto termo é 48.
e a P.G é (3, 12, 48).
• Quando x = −17, 2, em (??) encontramos y = −1, 1 e teríamos a P.A
(15; −1, 1; −17, 2), que não possui todos os termos positivos. Assim
esse caso não ocorre.

32 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 2. PROGRESSÕES

Exemplo 2.17 Uma progressão aritmética e uma progressão geométrica têm,


ambas, o primeiro termo igual a 4, sendo que os seus terceiros termos são
estritamente positivos e coincidem. Sabe-se ainda que o segundo termo da
progressão aritmética excede o segundo termo da progressão geométrica em 2.
Qual é o terceiro termo das progressões?

E.34. Três números cuja soma é 15 estão


Resolução: Sejam (a1 , a2 , a3 , . . .) a P.A. de razão r e (b1 , b2 , b3 , . . .) a em P.A.. Se adicionarmos a esses
termos 8, 6 e 4 respetivamente, es-
P.G. de razão q. ses formarão termos de uma P.G..
Temos como condições iniciais: Determine esses números.

a1 = b1 = 4 (1) E.35. A soma de três números que são


termos consecutivos de uma pro-
a3 > 0, b3 > 0 e a3 = b3 (2) gressão geométrica é 70.
a2 = b2 + 2 (3) Se multiplicarmos o primeiro por
4, o segundo por 5 e o terceiro por
4, os números resultantes estão
Reescrevendo ?? e ?? utilizando as fórmulas gerais dos termos de uma P.A. e em progressão aritmética. Deter-
de uma P.G. e ?? obtemos o seguinte sistema de equações: mine os números.
 
a3 = a1 + 2r e b3 = b1 · q2 ⇒ 4 + 2r = 4q2 (4)
( a2 = a1 + r e b2 = b1 · q) ⇒ 4 + r = 4q + 2 (5)

Expressando, a partir da equação ??, o valor de r em função de q e substituindo


r em ?? vem:

?? ⇔ r = 4q + 2 − 4 ⇔ r = 4q − 2
?? ⇔ 4 + 2(4q − 2) = 4q2
⇔ 4 + 8q − 4 = 4q2
⇔ 4q2 − 8q = 0
⇔ q(4q − 8) = 0
⇔ q = 0 ∨ 4q − 8 = 0
⇔ q=0 ∨ q=2

Como b3 > 0, q não pode ser zero e então q = 2. Para obter r basta substituir
q na equação ??:
r = 4q − 2 ⇔ r = 8 − 2 = 6

Para concluir calculamos a3 e b3 :

a3 = a1 + 2r ⇔ a3 = 4 + 12 = 16
b3 = b1 · q2 ⇔ b3 = 4 · 4 = 16

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 33
CAPÍTULO 2. PROGRESSÕES

2.2.4 Soma de n primeiros termos de uma P.G

Consideremos os n primeiros termos de uma progressão geométrica (un )


de razão r e primeiro termo u1 :

u1 , u2 , u3 , . . . , u n .

Vamos procurar uma fórmula que permita calcular a soma Sn de todos


estes termos:
Sn = u1 + u2 + u3 + . . . + u n
Atendendo a que

u2 = u1 · r; u3 = u1 · r2 , . . . , un = u1 · r n−1 ,

pode escrever-se
 
S n = u 1 · 1 + r + r 2 + . . . + r n −1 (2.10)

e  
r · Sn = u1 · r + r 2 + r 3 + . . . + r n (2.11)

Subtraindo membro a membro (??) e (??), vem:

Sn − r · Sn = u1 (1 − r n ) ⇔ Sn (1 − r ) = u1 (1 − r n ).

Supondo que r 6= 1, resulta que

1 − rn
Sn = u1 · .
1−r
Disto resulta o seguinte teorema:

TEOREMA: A soma dos n termos iniciais de uma progressão geomé-


trica é
1 − rn
Sn = u1 · , com r 6= 1.
1−r

Portanto, podemos calcular a soma de n termos consecutivos de uma


progressão geométrica conhecendo o primeiro e a razão, lembrando que
essa fórmula só pode ser usada se r 6= 1.

Se a razão da progressão geométrica é 1, então todos os termos são iguais.


Por exemplo: 2, 2, 2, . . .

Genericamente u1 , u1 , u1 , . . . , u1 . Neste caso, a soma será dada pela


fórmula
Sn = n · u1 se r = 1.

34 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 2. PROGRESSÕES

Exemplo 2.18 Resolva o problema proposto na introdução deste capítulo.

E.36. Determine a soma dos 10 primei-


Resolução: Como um tabuleiro de xadrez tem 64 casas, trata-se de obter a ros termos de uma progressão ge-
ométrica em que o termo geral é
soma dos 64 termos de uma progressão geométrica, cujo primeiro termo a1 é u n = 3n .
igual a 1 e razão igual a 2, ou seja, o termo geral é
E.37. Seja ( an ) uma P.G de razão 2 em
a n = 2n −1 1
que a1 = .
2
Calcule a soma
Aplicando a fórmula da soma
a9 + a10 + . . . + a18 .
1 − rn
Sn = a1 ·
1−r
ao nosso caso do tabuleiro de xadrez, em que n = 64 obtemos:
Nota
1 − 264 De facto, nem a Índia inteira, semeados
S64 = 1 · = 18 446 744 073 709 551 615. todos os seus campos, não produziria,
1−2
num século, tal quantidade de trigo. Não
Isto mesmo, 18 quintilhões, 446 quatrilhões, 744 trilhões, 73 bilhões, 709 se admira portanto que Sessa tenha reti-
rado a proposta de recompensa feita ao
milhões, 551 mil, 615 (ufa!) - um número astronômico! Como se vê, o criador rei.
do xadrez não tinha nada de bobo!

Exemplo 2.19 O quarto e o oitavo termos de uma progressão geométrica


crescente (un ) são, respectivamente 4 e 64. Determine o primeiro termo, a
razão e a soma dos dez primeiros termos da sucessão.

E.38. Escreva uma expressão do termo


Resolução: Sabe-se que geral de uma P.G de razão 2, sa-
bendo que a soma dos primeiros
5 termos é igual a 62.
u8 = u4 · r4 ⇔ 64 = 8r4 ⇔ r4 = 16 ⇔ r = 2 ∨ −
r= 
2 ⇔ r = 2,

pois (un ) é monótona crescente. E ainda que E.39. Calcule três termos consecutivos
de uma P.G sabendo que a sua
1 soma é igual a 14 e seu produto é
u 4 = u 1 · r 3 ⇔ 4 = u 1 · 23 ⇔ u 1 = . igual a 64.
2
Para calcular a soma dos 10 termos da sucessão, utilizamos a fórmula E.40. Numa P.G, S5 = 1, 21 e a razão é
−2
1 − rn Calcule u6 .
Sn = u1 · .
1−r
Assim,

1 − r10 1 1 − 210 1 1 − 1024 1023


S10 = u1 · = · = · = = 511, 2.
1−r 2 1−2 2 −1 2

Assim como nas P.A., também se pode calcular a soma de n termos


consecutivos de uma progressão geométrica, a partir um termo de ordem
k qualquer, inclusive. Para tal usa-se o seguinte resultado:

PROPRIEDADE: A soma de n termos consecutivos de uma progressão


geométrica a partir do termo de ordem k inclusive é dada pela fórmula

1 − rn
Sn = u k · , com r 6= 1.
1−r

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 35
CAPÍTULO 2. PROGRESSÕES

2.2.5 Problemas

Exemplo 2.20 Um cliente maçador sempre aborrecia o seu alfaiate com pedi-
dos insistentes de descontos. Certa vez tratava-se de um fato de 30 contos, o
alfaiate já farto disse-lhe:
"Pois então leve o fato de graça e pague-me só os 12 botões do casaco:
10 escudos pelo primeiro botão, 20 escudos pelo segundo, 40 escudos
pelo terceiro e assim sucessivamente."
Encantado, o cliente, aceitou o negócio. Quem foi o espertalhão?

E.41. Uma alga cresce de modo que a


Resolução: Sabe-se que n = 12, u1 = 10, u2 = 20, u3 = 40, . . ., e cada dia ela cobre uma superfície
de área igual ao dobro da coberta
portanto r = 2. no dia anterior, isto é, no primeiro
Substituindo os dados na fórmula da soma, temos que dia ela cobre um metro quadrado
de superfície, no segundo dia 2
1 − 212 1 − 4096 metros quadrados, no terceiro dia
S12 = 10 · = 10 · = 40950. 4 metros quadrados, e assim su-
1−2 −1 cessivamente. Quantos metros ela
vai cobrir no final de 9 dias?
Portanto, o cliente vai pagar pelos 12 botões 40 950 escudos. O que podemos
concluir que, o alfaiate foi o espertalhão.

Exemplo 2.21 Uma bola de tênis quando caiu no chão ressalta para metade
da altura da qual caiu. Se cair de uma altura de 16 metros, determine a
distância total que percorre quando atinge o chão pela décima vez.

E.42. Uma bola é lançada de uma altura


Resolução: Na primeira vez que atinge o chão, a distância é de 16 m. de 48 m e ressalta dois terços da
distância que ela cai. Se continuar
A distância total percorrida pela bola quando atinge o chão pela segunda vez é a cair e ressaltar dessa forma, até
    onde ele viajará antes de descan-
1 1 1 sar?
16 + 16 · + 16 · = 16 + 2 16 · m
2 2 2 E.43. As vibrações de um sistema são
amortecidas de modo que a am-
A distância total percorrida pela bola quando atinge o chão pela terceira vez é plitude das sucessivas deflexões
são
16
"  2  3 #
1 1 1 1 12, 8, , ...
16 + 16 · + 16 · + 16 · + 16 · 3
2 2 2 2 Determine a amplitude da 6a de-
"  2 # "  3 # flexão e também a deflexão total
1 1 1 1 antes que o sistema venha a des-
= 16 + 16 · + 16 · + 16 · + 16 · cansar
2 2 2 2
"  2 #
1 1
= 16 + 2 16 · + 16 · m
2 2

A distância total percorrida pela bola quando atinge o chão pela décima vez é
"  2  9 #
1 1 1
16 + 16 · + 16 · + . . . + 16 ·
2 2 2
"  2  8 #
1 1 1
= 16 + 16 1 + + +...+
2 2 2
  9 
1
1 − "  9 #
 2  1 24544
= 16 + 16   = 16 + 32 1 − = ≈ 47, 94 m
 
1  2 512
1−

2

36 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 2. PROGRESSÕES

Exemplo 2.22 Um trabalhador concordou em trabalhar sob as seguintes


condições: seu salário para o primeiro mês de trabalho será de 1 000 escudos,
para o segundo mês de trabalho 2 000 escudos, para o terceiro mês de trabalho
4 000 escudos, e assim por diante.
Quanto tempo ele tem que trabalhar para ganhar 4 095 000 escudos?

E.44. Um lado de um triângulo equi-


Resolução: Nessa situação conclui-se que a1 = 1000, r = 2 Sn = 40 950, látero mede 24 cm. O ponto
médio de seus lados são unidos
quer-se determinar n. para formar ainda outro triângulo.
Para o efeito, fazemos Esse processo continua, indefini-
damente. Determine a soma dos
a1 (1 − r n ) 1000 (1 − 2n ) perímetros de todos os triângulos.
Sn = ⇔ 4 095 000 =
1−r 1−2
1 − 2n
⇔ 4095 =
1−2
⇔ 4095 = 2n − 1
⇔ 4096 = 2n
⇔ 212 = 2n
⇔ n = 12

O trabalhador precisa trabalhar por 12 meses.

Exemplo 2.23 Um mentiroso conta uma mentira a três amigos. Ao fim de


10 minutos cada um deles conta-a a outros três que, por sua vez a contam a
outros três (cada um).
Quantas pessoas, incluindo o mentiroso, conhecem a mentira ao de uma hora?

E.45. A Ana descobriu que a namorada


Resolução: Aqui, consideramos do Victor, campeão de surf, era
a Nini. Num minuto ela contou
a quatro colegas da escola e cada
un : o numero de pessoas que conhecem a mentira ao fim de 10 · n minutos. uma destas contou a outros qua-
tro no minuto seguinte e assim
Assim sabemos u1 = 3 e r = 3 e pretende-se calcular S6 que é a soma do sucessivamente.
número de pessoas que conhecem esta mentira ao fim do 10 × 6 = 60 min. (a) Quantos vão transmitir a notí-
Para o efeito calculamos, cia ao fim de quatro minutos?
(b) Quanto tempo levaria para
1 − 36 que 3000 alunos estivessem a
S6 = u1 · transmitir a noticia?
1−3
1 − 36
= 3·
1−3
3 · 728
=
2
= 1092

Portanto, uma hora depois, 1092 saberão desta mentira.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 37
FICHA DE EXERCÍCIOS CAPÍTULO 2. PROGRESSÕES

1. Verifique se (un ) é uma progressão aritmética se: 12. Determine o primeiro termo negativo da sucessão

5 4n 4 2020, 2015, 2010, 2005, 2000, . . .


(a) un = − (c) un =
3 3 n 13. Calcule:
2
2
(b) un = n + 1 (d) un = n − 1 13 15
3 (a) ∑ (5n + 1) (c) ∑ (2n − 1)
n =1 n =1
2. Para que valores de x as expressões 14   12
1
2 2
(b) ∑ 2
n+1 (d) ∑ (7 − n )
x + 1, 3x + 4 e 5x + 2x + 5 n =1 n =1

são termos consecutivos de uma P.A? Escreva a 14. Determine a soma dos n primeiros termos da pro-
expressão do termo geral. gressão aritmética.
(a) 6, 18, 30, 42, . . . , n = 20
3. Determine x para que a sequência
(b) −6, −2, 2, 6, . . . , n = 10
{3x − 4; x + 12; 9x − 12} (c) 0, 5; 0, 9; 1, 3; 1, 7; . . . , n = 18
15. Utilizando os conhecimentos sobre progressões
forme uma P.A.
aritméticas, calcule:
4. Estude a monotonia das progressões aritméticas e (a) 7 + 14 + 21 + . . . + 77
termo geral: (b) 14 + 10, 5 + 7 + 3, 5 + . . . + (−17, 5)
1 (c) 64 591 + 64 486 + 64 381 + . . . + 63 436
(a) un = −2n + 1 (b) vn = 3n +
2 16. Determine a soma de todos os números naturais
entre 100 e 1000 que são múltiplos de 5
5. Escreva o termo geral da progressão arimética em
que: 17. Qual é o número
 mínimo 
de termos que se deve
7 3
somar na P.A.: , 1, , . . . , a partir do primeiro
(a) u1 = 3 e r = 10 (d) u2 = 10 e u4 = 20 5 5
termo, para que a soma seja negativa?
(b) u1 = 1 e r = 5 (e) u6 + u8 = 28 e r = 3
18. Quantos termos deve ter a soma
(c) u3 = −10 e r = 5 (f) u10 = 5 e u30 = −5
18 + 15 + 12 + . . .
6. Qual é o oitavo termo de uma P.A. onde a5 = 6 e
sabendo que ela é igual a 45.
a17 = 30.
19. Os ângulos de um quadrilátero estão em P.A. cres-
7. As raízes da equação 3x2 + 2x = 1, são os dois cente de razão 10◦ . Determine a amplitude de cada
primeiros termos de uma progressão aritmética ângulo.
decrescente. Determine uma expressão do termo
20. A soma de quatro inteiros em P.A. é 24 e o seu
geral desta progressão.
produto é 945. Determine os números.
8. Quantos múltiplos de 5 existem entre 99 e 303?
21. Se a soma de n primeiros de termos de uma P.A. é
9. Quantos termos existe na P.A. 5n2 + 2n, determine o seu termo geral.
[Sugestão: Sn = Sn−1 + an ]
20, 25, 30, . . . , 100?
22. Calcule:

10. 667 é um termo da sucessão 8 12


(a) ∑ (7n − 1) (d) ∑ 12n
11, 18, 25, 32, . . .? n =2 n =3
12 14  
n+4
Justifique. (b) ∑ (6n − 4) (e) ∑ 2
n =3 n =3
11. Quantos são os múltiplos de 5 que podemos escre- 14 11
n
ver com três algarismos?
(c) ∑ ( n + 6) (f) ∑ 2
n =8 n =4

– 38 –
23. Uma sucessão a1 = −5 e an+1 = an + 3, ∀n ∈ N 31. O Sr. Adriano aceitou um emprego em que no
primeiro ano de trabalho ganha um total de 16 800
(a) Mostre que ( an ) é uma progressão aritmética e
escudos e nos quatro anos seguintes terá m au-
indique a razão da progressão.
mento anual de 1700 escudos.
(b) Escreva an em função de n
Quanto ganhará o Sr. Adriano nos cinco anos com-
(c) Calcule a6 + a7 + . . . + a18 pletos de trabalho?
(d) Determine n sabendo que
32. Um escritor escreveu, em certo dia, as 20 primeiras
linhas de um livro. A partir desse dia, ele escreveu,
a6 + a7 + . . . + an = 913
em cada dia, tantas linhas quantas havia escrito no
24. Seja a sucessão (un ) definida por
dia anterior mais 5 linhas. O livro tem 17 páginas,
cada uma com exatamente 25 linhas. Em quantos
(
u1 = 2 dias o escritor terminou de escrever o livro?
un+1 = un − 7, ∀n ∈ N 33. Um doente toma duas pílulas de certo remédio
no primeiro dia, quatro no segundo dia, seis no
(a) Calcule os quatro primeiros termos
terceiro dia e assim sucessivamente até terminar o
(b) A sucessão (un ) é uma progressão aritmética? conteúdo do vidro. Em quantos dias terá tomado
Justifique. todo o conteúdo, que é de 72 pílulas?
(c) Estude quanto a monotonia a sucessão (un )
34. Ao escalar uma trilha de montanha, um alpinista
(d) Escreva un em função de n percorre 256 m na primeira hora, 128 na segunda
(e) Se a soma dos primeiros p termos de (un ) é −93, hora, 64 na terceira
quantos termos se somaram?
35. Verifique, para cada caso, se se trata de uma pro-
25. As idades de Bruno, Magno e André estão, nesta gressão geométrica e, em caso afirmativo, indique
ordem, em progressão aritmética. Sabendo-se que a razão:
Bruno tem 19 anos e André 53 anos, qual é a idade (a) un = 51−n (d) un = (−1)2n+1
de Magno?   n +3   3− n
1 1
(b) un = (e) un = 2
2 3
26. Um atleta resolveu aumentar em cada dia 3 km nos   n +3
treinos. 1 −1
(c) un = (f) un =
2 5n
Se no primeiro dia correu 20 km, quantos quilóme-
tros correu no total ao fim de 20 dias?
36. Escreva os cinco primeiros termos da progressão
27. Num cofre há 1000 moedas iguais, retirando 10 geométrica em que:
a a a
moedas na 1 vez, 30 na 2 , 50 na 3 e assim su-
cessivamente, depois de quantas retiradas o cofre (a) a1 = −3 e r = 2 (c) a4 = −1 e r = −1
ficará vazio. (b) a2 = 10 e r = −2 (d) a4 = 6 e a2 = 3

28. Folheando uma revista, na página 56 um homem 37. Para que valores de k, os números
avista uma mulher muito atraente e pára para ver.
5 13
A revista estava rasgada em seu começo, iniciando- 1 + k, +k e +k
6 18
se na página 8. Ele chegou na página da atraente
mulher em 13 folheadas. Quantas páginas o tarado são termos de uma P.G.?
passava em uma folheada? 38. Determine valor de k, tal que k, k + 3, k + 9
são os primeiros três termos de uma P.G.?
29. Um pai em cada aniversário do seu filho, deposita
no banco uma quantia em contos igual á idade do
filho. No dia em que essa poupança for de 153
contos, que idade terá o filho?

30. Uma gráfica cobra 500 escudos para imprimir 100


cartões de visita. Para cada centena adicional ela co-
bra 25 escudos a menos do que a precedente. Assim
sendo, qual o custo para imprimir 1 200 cartões?

– 39 –
39. Obtenha a razão de cada uma das seguintes pro- 50. Simplifique a expressão utilizando progressões ge-
gressões geométricas: ométricas:
1
√ √ √ 3+ 19 + 27
1 1
+ 81
(a) 5, 15, 45, . . . (c) 2 2, 4 6, 24 2, . . . 1 1 1 1
5 + 25 + 125 + 625
2
(b) −12; −3; −0, 75; . . . (d) −10, −2, − , . . . 51. Determine três números que formam uma P.G.
5
cuja soma é 52 e a soma dos seus quadrados é 624.
40. As raízes da equação x2 − 5x + 6 = 0 são os dois
52. Numa progressão geométrica de termos positivos,
primeiros termos de uma P.G crescente. Determine
u2 , a razão e o termo geral. u3 = 208 e u5 = 3328.
41. Escreva o termo geral de uma progressão geomé-
trica ( an ) que seja: Calcule a soma dos cinco termos consecutivos a
partir do 2◦ , inclusive.
(a) crescente e a1 = 2
(b) decrescente e a3 = 12 53. Considere a sucessão definida por recorrência

(c) não monótona e a5 = −16 (


b1 = 5
42. Classifique cada quanto a monotonia as progres- bn+1 = 2bn , ∀n ∈ N
sões geométricas (un ) definidas por:
(a) Mostre que se trata de uma progressão geomé-
 n (
1 u1 = −5 trica de razão 2 e escreva uma expressão do
(a) un = 3 · (b)
2 un+1 = 2un , ∀n ∈ N termo geral;
(b) Calcule b2 , b4 e b6 e verifique que b2 · b6 = (b4 )2 ;
43. Determine o termo geral de uma progressão geo- (c) Calcule a soma dos 4 primeiros termos da suces-
métrica em que: são.
(a) u1 = 3 e r = 2 (d) u1 = 14 e u5 = 112 54. Seja (un ) a sucessão assim definida:
(b) u1 = −5 e r = −3 (e) u2 = 8 e u4 = 128 
128  u1 = 1

(c) u3 = 4 e r = 5 (f) u4 = 27 e u11 = 5
81 n+1
 u n +1 =
 · un , ∀n ∈ N
44. Determine o 10◦ termo de uma progressão geomé- 3n
trica em que u7 + u6 = −488 e a razão é 3. (a) Calcule u2 e u3
un
45. Numa P.G., o quarto termo é 20% do terceiro (b) Mostre que a sucessão de termo geral vn =
n
termo. Sabendo-se que a1 = 2 000, qual é o va- é uma progressão geométrica.
lor de a5 ? (c) Escreva o termo geral da sucessão (vn ) em fun-
46. Calcule a soma dos 10 primeiros termos da pro- ção de n.
  n −2
1 55. Determine x, y e z, sabendo que x, y e z são termos
gressão geométrica de termo geral: an = .
2 consecutivos de uma progressão aritmética, z, y − 1
47. Calcule: e x são termos consecutivos de uma progressão ge-
(a) 1 + 22 + 24 + 26 + 28 + 210 ométrica e x + y + z = 15.
1 1 1 1
(b) + + + . . . + 21 56. Determine a, b, c e d sabendo que os três primeiros
4 8 16 2
1 1 1 1 termos são termos consecutivos de uma progressão
(c) + + +...+ geométrica , os três últimos são termos consecu-
3 6 12 1536
2 1 1 81 tivos de uma progressão aritmética, e ainda que
(d) + + +...+
9 3 2 32 a + d = 14 e b + c = 12.
48. Quantos termos são necessários para que a soma
57. Se cada coelha de uma colónia gera três coelhas,
(a) 1 + 3 + 32 + 33 + . . . seja igual 3280?
2
qual o número de coelhas da 7a geração que serão
(b) 1 + 3 + 3 + . . . sejam maior que 1000?
descendentes de uma única coelha?
3 3 3069
(c) 3, , + . . . seja igual a ?
2 4 512 58. Um Homem foi multado 5 vezes, tendo duplicado
49. A soma de n primeiros termos de uma progressão de cada vez que pagava nova multa. A última
geométrica é 2186. Determine n, sabendo que a multa que pagou foi de 816$00. Quanto pagou ao
razão da progressão é 3 e o primeiro termo é 2. todo?

– 40 –
59. O Jorge resolveu vender os selos de uma coleção carta, determine o valor gasto na postagem quando

completa do seguinte modo: O 1 selo vendia por o 8◦ conjunto de cartas for enviado.
300$00 e cada selo seguinte venderia pelo dobro
65. O Sr. Viriato quer comprar um carro que custa 2295
do preço anterior. Sabendo que ao fim da venda
contos. O stand propõe que o pagamento seja feito
total ele contou 76.500$00, determine quantos selos
em 8 prestações de acordo com a seguinte regra: a
tinha a coleção do Jorge.
segunda prestação será o dobro da primeira, a ter-
60. Em um triângulo, a medida da base, a medida da ceira o dobro da segunda e assim sucessivamente.
altura e a medida da área formam, nessa ordem, Calcule quanto pagará o sr. Viriato na primeira
uma PG de razão 8. Então quanto vale a medida prestação.
da base?
66. Alguns tipos de células reproduzem-se por bipar-
61. As medidas, expressas em graus, dos ângulos in- tição, isto é, cada uma delas divide-se em duas,
ternos de um quadrilátero, constituem termos con- dando cada uma das metades origem a uma nova
secutivos de uma progressão geométrica de razão célula completa. Em condições ideais a bipartição
2. Qual é a medida de cada ângulo interno do dá-se de 4 em 4 horas. Sabendo que inicialmente
quadrilátero? existiam 50 células, quantas existirão ao fim de 24
62. Uma bola caiu da altura de 82 metros. Cada vez
horas?
1
que toca o solo, sobe de novo até da distância 67. O Senhor Nivaldo comprou um televisor e teve
2
anterior. que pagá-lo em 4 prestações de valores em P.G. A
(a) De que altura caiu a bola quando tocou o solo 1a foi de 40 contos e a última de 5 contos.
pela sétima vez? (a) Calcule as outras prestações;
(b) Que distância percorre a bola até que pare. (b) Qual foi o preço do televisor?
63. Afonso, Bruna, Célia, Danilo e Eduardo são irmãos 68. Um quadrado é desenhado unindo os pontos mé-
cujos nomes formam uma sequência segundo a or- dios dos lados de um determinado quadrado. Um
dem em que nasceram, sendo Afonso o mais velho. terceiro quadrado é desenhado dentro do segundo
O fato curioso é que as idades dos três homens quadrado da mesma forma e esse processo con-
formam uma progressão geométrica e as dos cinco tinua indefinidamente. Se um lado do primeiro
irmãos formam uma progressão aritmética. Se a quadrado for 16 cm, determine a soma das áreas
soma de todas a idades for igual a 100, quanto é a de todos os quadrados.
soma das idades dos três homens?
69. Considere as sucessões ( an ) e (bn ) definidas por:
E.46. Certo digitador, trabalhando sem interrupções, con- (
segue dar 2 400 toques na primeira hora de traba- a1 = 3
e bn = 2 · 3 n − 1
lho do dia, 1 200, na segunda hora, 600, na terceira, an+1 = an + 5, ∀n ∈ N
e assim sucessivamente. Qual o tempo mínimo
necessário para que ele cumpra um trabalho que (a) Mostre que ( an ) é uma progressão aritmética e
exija 4.725? determine a expressão do termo geral
(b) Determine n ∈ N tal que bn = 2 + a98
64. Uma pessoa escreve uma carta para quatro de seus
amigos. Ele pede a cada um deles para copiar (c) Calcule a soma:
a carta e o enviar para quatro pessoas diferentes i. dos primeiros 10 termos de cada uma das
com a instrução de que eles movam a corrente da sucessões
mesma forma. Supondo que a corrente não seja ii. dos 8 termos de cada uma das sucessões ( an )
quebrada e que custe 50 escudos para enviar uma e (bn ) a partir do 5◦ , inclusive.

– 41 –
3 L IMITES DE SUCESSÕES

"A parte que ignoramos é muito maior


que tudo quanto sabemos"
Platão

Introdução

No século V a.C o grego Zenão de Eleia propôs o clássico paradoxo de


Aquiles e da tartaruga que surpreendeu os filósofos daquele tempo:

Dizia Zenão: Nota histórica


«Aquiles percorre 100 m e chega ao ponto de onde parte a tartaruga; entretanto, Muito pouco se sabe sobre este filósofo
a tartaruga percorre um décimo do que percorreu Aquiles e, portanto, está 10 m grego. Fazia parte da corrente Sofista
e seus paradoxos contribuíram para
à frente dele; Aquiles corre estes 10 metros e a tartaruga corre um metro e fica fomentar a investigação sobre o conceito
à frente dele um metro; quando Aquiles anda este metro, tartaruga anda um de infinito.
decímetro. Portanto, Aquiles está sempre a aproximar-se da tartaruga mas nunca
Os seus problemas ficaram sem solução
a apanha.» por vários séculos até ao desenvolvimen-
tos da teoria das series infinitas.
Esse paradoxo, e outros propostos por Zenão, só vieram a ser solucionados
muitos séculos depois com o desenvolvimento da Matemática nomeada-
mente a aplicação do cálculo de limites na soma de infinitos números.

Após terminar o seção "Soma de todos os termos de uma progressão


geométrica", resolva este problema.

Zenão de Eleia, 490 a.C-425 a.C


CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

3.1 Vizinhança de um número real

Dizemos que x é valor aproximado de a com erro inferior a δ se: | x − a| < δ,


sendo | x − a| o erro de x em relação a a.
Repare-se que:
x
| x − a| < δ ⇔ −δ < x − a < δ
⇔ a−δ < x < a+δ a−δ a a+δ
logo, x ∈] a − δ, a + δ[

DEFINIÇÃO: Sendo a, δ ∈ R e δ > 0 chama-se vizinhança de centro


a e raio δ e representa-se por Vδ ( a), ao o intervalo

Vδ ( a) =] a − δ, a + δ[

Portanto, vizinhança de a de raio δ é o conjunto de todos os valores


aproximados de a com erro inferior a δ.

Exemplo 3.1 Escreva em notação de intervalo as seguintes vizinhanças de


números reais:
E.1. Represente, usando intervalos de
(a) V0,1 (3) (b) V 1 (−5) números reais:
10

(a) V0,1 (5) (c) V0.01 (12)


 
1
(b) V0,02 (4, 36) (d) V 0,2
Resolução: Aplicando a fórmula da definição temos: 8

(a) V0,1 (3) = ]3 − 0, 1; 3 + 0, 1[ = ]2, 9; 3, 1[


E.2. Considere a sucessão de termo ge-
(b) V 1 (−5) = ]−5 − 0, 1; −5 + 1, 1[ = ]−5, 1; −4, 9[ ral
3n + 1
10 un =
n
(a) Defina em compreensão o con-
Um intervalo de números reais aberto pode ser escrito sob a forma de junto dos termos da sucessão
vizinhança do seguinte modo: que são valores aproximados
  de 3 a menos de 0, 01.
b+a
] a, b[ = V b−a (b) Dos termos referidos em (a),
2 2 calcule o de menor ordem.

Exemplo 3.2 Escreva sob a forma de vizinhança, os seguintes conjuntos de


números reais:
(a) ]10, 6; 11, 4[ (b) { x ∈ R : | x − 2| < 3}

E.3. Defina como vizinhança os con-


Resolução: Aplicando a fórmula acima, temos: juntos seguintes:
  (a) ]5, 7[
11, 4 + 10, 6
(a) ]10, 6; 11, 4[ = V 11,4−10,6 = V0,4 (11) (b) ]2, 32; 2, 48[
2 2
(c) { x ∈ R : | x − 3| < 0, 02}
(b) Aqui vamos antes escrever o conjunto em notação de intervalos e
(d) { x ∈ R : 1, 47 < x < 1, 49}
finalmente em vizinhança, com efeito

{ x ∈ R : | x − 2| < 3} = { x ∈ R : −3 < x − 2 < 3}


= { x ∈ R : −1 < x < 5} = ]−1, 5[
 
5 + (−1)
= V 5−(−1) = V3 (2)
2 2

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 43
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

3.2 Limite de uma sucessão

n−1
Consideremos a sucessão (un ) de termo geral un = .
n
Calculemos os seus primeiro termos e esbocemos o seu gráfico.

1 2 3 4 99
u1 = 0; u2 = ; u3 = ; u4 = ; u5 = ; . . . ; u100 = ; ...
2 3 4 5 100

un

2
3
1
2

··· n
0 1 2 3 4 5 6 7 10 100

Verifica-se que os termos da sucessão se vão aproximando de 1


Analisemos o erro de cada termo em relação a 1:

• u1 = 0 → |0 − 1| = 1

1 1
− 1 = 1 = 0, 5

• u2 = →
2 2 2

2 − 1 = 1 = 0, (3)
2
• u3 = →
3 3 3

3 3
− 1 = 1 = 0, 25

• u4 = →
4 4 4

4 4
− 1 = 1 = 0, 2

• u5 = →
5 5 5

99 99 1
• u100 = → − 1 = = 0, 01
100 100 100

Observa-se que os erros estão a aproximarem-se de zero, logo os termos


da sucessão se aproximam de 1. Portanto, fixando um erro qualquer δ,
podemos sempre determinar uma ordem a partir da qual todos os termos
da sucessão são valores aproximados de 1, com erro inferior a δ, isto é,

∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ |un − 1| < δ


ou
∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ un ∈ Vδ (1) .
Neste caso, dizemos que 1 é o limite da sucessão e representa-se por:
lim un = 1 ou un → 1 (lê-se un tende para 1 ou un converge para 1).

44 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

DEFINIÇÃO: Uma sucessão (un ) tem por limite a, (a ∈ R) se para


todo o número real δ > 0 existir uma ordem p ∈ N tal que

∀n ∈ N, n > p ⇒ |un − a| < δ

Exemplo 3.3 Aplicando a definição, mostre que a sucessão de termo geral

2n
an =
n+3
tende para 2.

E.4. Aplicando a definição de limite de


Resolução: Aplicando a definição de limite neste caso vem, uma sucessão, prove que:
2 + 3n 3
(a) lim =
lim an = 2 ⇔ ∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ | an − 2| < δ. 5n 5
4n
(b) lim =2
2n + 1
Ora,  
3n
(c) lim 1 − = −2
2n 2n − 2n − 6 −6 n+1
| a n − 2| < δ ⇔
− 2 < δ ⇔

< δ ⇔ n + 3 < δ

2
n+3 n+3 (d) lim =0
n
6
⇔ < δ ⇔ 6 < nδ + 3δ ⇔ nδ + 3δ > 6
n+3
6 − 3δ E.5. Considere a sucessão de termo ge-
⇔n> . ral
δ 5n + 3
un = .
n
Logo, para cada δ > 0, existe uma ordem p ∈ N tal que:
(a) Quais os termos da sucessão

2n
que são valores aproximados
∀n ∈ N, n > p ⇒

− 2 < δ de 5 com erro inferior a 0, 03?
n+3
(b) Prove, aplicando a definição
que a sucessão tende para 5.
6 − 3δ
sendo p um número natural maior que .
δ
Por exemplo, se δ = 0, 1, temos que

6 − 0, 3 5, 7
p> = = 57
0, 1 0, 1
ou seja p > 57 ⇒ p = 58.
Então, lim an = 2 ou ( an ) tende para 2.

3.2.1 Sucessões convergentes

Se o limite de uma sucessão existir e for uma número real, dizemos que
esta sucessão é convergente.

DEFINIÇÃO: Uma sucessão (un ) é convergente se tem por limite um


número real a. Simbolicamente escreve-se:

lim un = a ou un → a, com a ∈ R.

Uma sucessão que não converge para nenhum número real diz-se uma
sucessão divergente.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 45
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

Exemplo 3.4 Mostre, a partir da definição, que a sucessão

4n + 1
un =
3n + 1
4
converge para .
3

E.6. A sucessão (wn ) está definida por


Resolução: Seja δ um número positivo qualquer, 1−n
wn = .
2n + 1
4 4n + 1 4 12n + 3 − 12n − 4
un − <δ⇔ − <δ⇔ <δ (a) Calcule o termo a partir do
3 3n + 1 3 9n + 3 qual se verifica

−1 1
⇔ <δ⇔ < δ ⇔ 1 < 9nδ + 3δ wn + 1 < 0, 01

9n + 3 9n + 3 2
1 − 3δ 1
⇔ 9δn > 1 − 3δ ⇔ n > . (b) Prove que wn → −
9δ 2

1 − 3δ 4
Portanto podemos escrever, n > ⇒ un − < δ e, consequente-

E.7. Baseando-se diretamente na defi-
9δ 3
nição de limite de sucessão mostre
1 − 3δ
mente, sendo p > , é verdadeira a proposição que:

2n − 1
(a) →2
4n + 1 4 n+1
∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ − < δ. 3n + 1
3n + 1 3 (b) →3
n+5
4 n+5 1
Então lim un = . Esta sucessão é convergente, visto ter limite real. (c) →−
1 − 3n 3
3

Exemplo 3.5 Aplicando a definição de limite de uma sucessão, mostre que

(−1)n
 
lim 1 − = 1.
n

E.8. Calcule:
Resolução: Seja δ um número positivo qualquer,
 
n+5 3
(a) lim −1 − =−
2n − 1 2
n n

1 − (−1) − 1 < δ ⇔ − (−1) < δ ⇔
1 (−1)n · 3
<δ (b) lim =0
n n n n+2
1 1 − 3n
⇔ < δ ⇔ 1 < nδ (c) lim = −3
n+5
n
1
⇔ nδ > 1 ⇔ n > .
δ
1
Logo, para cada δ > 0 existe uma ordem p ∈ N maior ou igual a , tal que
δ
(−1)n

∀n ∈ N, n > p ⇒ 1 −

− 1 < δ
n

(−1)n
 
Portanto lim 1 − = 1.
n

46 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

Exemplo 3.6 Mostre, a partir da definição, que a sucessão de termo geral

2n + 1
wn =
n
não converge para 1.

E.9. Prove que a sucessão definida por


Resolução: Suponhamos que wn → 1. Apliquemos a definição un = 2n + 5 não tende para 5


2n + 1
E.10. Prove que:

| w n − 1| < δ ⇔ n − 1 < δ

n+3 3

2n + 1 − n (a) não tende para
n+2 2
⇔ <δ
n
(b)
1
não tende para 1

n + 1
n+1
⇔ n <δ

(c)
7n
não tende para 7
−n + 3
n+1
⇔ <δ
n
⇔ n + 1 < nδ
⇔ nδ > n + 1
⇔ nδ − n > 1
⇔ n ( δ − 1) > 1
1
⇔n>
δ−1
• Se δ − 1 > 0 ⇔ δ > 1 vem
1
n> .
δ−1
Podemos constatar que apesar de todos os termos a partir da ordem
1
serem valores aproximados de 1 a menos de δ, tal só acontece se
δ−1
δ > 1 e não para qualquer δ > 0, como exige a definição.
• Se δ − 1 < 0 ⇔ δ < 1 vem
1
n< .
δ−1
Neste caso, os únicos temos que são valores aproximados de 1 a menos
1
de δ são apenas os de ordem inferior a e não todos a partir de uma
δ−1
certa ordem como exige a definição.

Portanto, é falso que wn → 1, ou seja, wn não converge para 1.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 47
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

3.2.2 Infinitésimos

DEFINIÇÃO: Uma sucessão (un ) é um infinitésimo se o seu limite é


zero. Simbolicamente escreve-se:

(un ) é infinitésimo ⇔ lim un = 0 ⇔ ∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ |un | < δ

5
Exemplo 3.7 Prove que a sucessão de termo geral an = é um infini-
2n + 5
tésimo.

E.11. Prove, usando a definição, que as


Resolução: Queremos mostrar que δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ | an | < δ. seguintes sucessões são infinitési-
mos:
Ora, 1
(a) an =

5
n
5
| an | < δ ⇔
<δ⇔ < δ ⇔ 5 < 2nδ + 5δ (b) bn =
n+1
2n + 5 2n + 5 n2
5 − 5δ 2
⇔2nδ + 5δ > 5 ⇔ 2nδ > 5 − 5δ ⇔ n > . (c) cn =
2n + 3

5 − 5δ
Assim, tomando p > , temos que é verdadeira a proposição

∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ | an | < δ.

Então, lim an = 0 ou an tende para 0. Portanto, an é um infinitésimo.

Consideram-se infinitésimos de referência as sucessões de termo geral:

1 1 1 1
an = bn = cn = √ dn =
n n2 n 2n

3.2.3 Teoremas sobre sucessões convergentes

TEOREMA: (Limite de uma constante)


Toda a sucessão constante é convergente e converge para essa cons-
tante.

Exemplo 3.8 Calcule:


(a) lim 5 (c) lim 7
  √
2 1− 5
(b) lim − (d) lim
3 2

E.12. Calcule:
Resolução: Aplicamos o teorema acima e obtemos: 1
(a) lim
7
(a) lim 5 = 5 (b) lim π + lim(−π )
 
2 2 (c) lim(−7)
(b) lim − =−
3 3
√ √
(c) lim 7 = 7
√ √
1− 5 1− 5
(d) lim =
2 2

48 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

O teorema acima é geralmente enunciado da seguinte forma: o limite de


uma constante é a própria constante.

TEOREMA: (Unicidade do limite)


O limite de uma sucessão, quando existe, é único.

O teorema a seguir está relacionado com o teorema da unicidade do limite.

TEOREMA: (Subsucessão de uma sucessão convergente)


Toda a subsucessão de uma sucessão convergente converge para o
mesmo limite.

Exemplo 3.9 Mostre que a sucessão de termo geral un = (−1)n−2 · 5 é


divergente.

E.13. Utilizando a definição de limite,


Resolução: Abrindo as sucessão em duas subsucessões, uma de termos de demostre os teoremas acima enun-
ciados.
ordem par e outra de termos de ordem ímpar, verificamos que
( E.14. Prove que a sucessão de termo ge-
−5 se n é ímpar
un = (−1)n−2 · 5 = ral
1 + (−1)n
5 se n é par un =
2
é divergente.
A subsucessão dos termos de ordem par converge para 5 e a dos termos de
ordem ímpar converge para −5. Pelos dois últimos teoremas conclui-se que
(un ) não tem limite.

TEOREMA: Sendo (un ) uma sucessão limitada e (vn ) uma sucessão


tal que vn → 0 então:
lim (un · vn ) = 0

Exemplo 3.10 Justifique que un → 0, sendo:

1 sin n
(a) un = (−1)n (b) u n =
n n+1

E.15. Mostre que a sucessão ( an ) defi-


Resolução: Verifiquemos as condições do teorema acima: nida por
3
an = (−1)n ·
(a) Na sucessão (un ) o fator (−1)n é uma sucessão de termos alternada- n
mente −1 e 1. Logo, −1 6 (−1)n 6 1, o que significa que é limitada. tem por limite 0.
1
Por outro lado, sabemos que lim = 0.
n E.16. Justifique que as sucessões ten-
1
Então un = (−1)n → 0 dem para 0.
n
cos(−n)
1 (a) an =
(b) ∀n ∈ N, −1 6 sin n 6 1 e lim . 2n + 1
 n + 1 1 + 2 sin n
sin n 1 (b) bn =
1 + 3n
Logo, lim = lim sin n · =0
n+1 n+1

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 49
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

TEOREMA: (Critério de convergência)


Toda a sucessão monótona e limitada é convergente.

Exemplo 3.11 Prove, utilizando o critério de convergência, que são conver-


gentes as sucessões:

2n + 1 1
(a) a n = ( b ) bn = 7 +
n+3 n

E.17. Utilize o Teorema ?? para justificar


Resolução: Faremos o estudo da sucessão quanto a monotonia e a limitação. que são convergentes as sucessões
definidas por:
(a) Monotonia: 2 1
(a) an = (b) bn = 5 −
Aplicando a definição, vem: n n

2(n + 1) + 1 2n + 1 2n + 3 2n + 1 E.18. Nem todas a sucessões limitadas


a n +1 − a n = − = − são convergentes. Dê um exemplo
n+1+3 n+3 n+4 n+3 que confirme esta afirmação.
2n2 + 6n + 3n + 9 − 2n2 − n − 8n − 4
=
(n + 3)(n + 4) E.19. Justifique que toda a sucessão con-
5 vergente é limitada.
= > 0, ∀n ∈ N.
(n + 3)(n + 4)

Como an+1 − an > 0, ∀n ∈ N, então ( an ) é monótona crescente.


Limitação:
Pretende-se mostrar que ∃ L ∈ R+ : | an | 6 L, ∀n ∈ N.
Ora,

2n + 1 2n + 1
n + 3 6 L ⇔ n + 3 6 L ⇔ 2n + 1 6 nL + 3L

1 − 3L
⇔ nL − 2n > 1 − 3L ⇔ n( L − 2) > 1 − 3L ⇔ n >
L−2
Tomando L = 3, tem-se n > −8, que é uma condição universal em
N. Logo, ( an ) é limitada.
Portanto, como ( an ) é monótona e limitada, então é convergente.
(b) Monotonia:
Aplicando a definição, vem:

−1
   
1 1
bn + 1 − bn = 7+ − 7+ = <0
n+1 n n ( n + 1)

Como bn+1 − bn < 0, ∀n ∈ N, então ( an ) é monótona decrescente.


Limitação:


7 + 1 6 |7| + 1 ⇔ 7 + 1 6 8

n n n

Logo, (bn ) é limitada, pois |bn | 6 8, ∀n ∈ N.


Portanto, como (bn ) é monótona e limitada, então é convergente.

50 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

3.3 Infinitamente grandes

Consideremos a sucessão dos números pares: un = 2n e escrevemos seus


seis primeiros termos:

2, 4, 6, 8, 10, 12, . . .

Por maior que seja o número par que se imagine, existe sempre um maior
do que ele e todos os números pares seguintes são também maiores do
que o número imaginado.

Diz-se que a sucessão dos números pares é um infinitamente grande


positivo ou que tende para mais infinito. Simbolicamente escreve-se:

lim(2n) = +∞ ou 2n → +∞.

3.3.1 Infinitamente grande positivo

DEFINIÇÃO: Uma sucessão (un ) é um infinitamente grande positivo


(lim un = +∞) quando, para todo o número real L > 0, existir uma
ordem p ∈ N tal que:

∀n ∈ N, n > p ⇒ un > L.

Exemplo 3.12 Mostre que a sucessão de termo geral bn = 2n + 1 é um


infinitamente grande positivo.

E.20. Prove que são infinitamente gran-


Resolução: Pretende-se provar que ∀ L > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ bn > L. des positivos, as sucessões defini-
das por:
Seja L > 0 qualquer,
(a) un = 3n + 1
L−1 (b) vn = 5n + 1
un > L ⇔ 2n + 1 > L ⇔ 2n > L − 1 ⇔ n > .
2 3n + 4
(c) wn =
7
L−1
Assim, tomando p um número natural maior que , temos que todos os
2
termos da sucessão de ordem superior ou igual a p são maiores do que L, ou
seja, é verdadeira a proposição ∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ bn > L.
100 − 1
Por exemplo, se L = 100 vem p > = 49, 5, e portanto p = 50.
2
Então, lim bn = +∞.

Consideram-se infinitamente grandes positivos de referência as seguin-


tes:

an = n bn = n 2 cn = n d n = 2n

3.3.2 Infinitamente grande negativo

DEFINIÇÃO: Uma sucessão (un ) é um infinitamente grande negativo


(lim un = −∞) quando, para todo L > 0, existir uma ordem p ∈ N
tal que:
∀n ∈ N, n > p ⇒ un < − L.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 51
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

Exemplo 3.13 Mostre que a a sucessão de termo geral cn = 1 − 5n é um


infinitamente grande positivo.

E.21. Prove que são infinitamente gran-


Resolução: Para tal temos que mostrar des negativos as sucessões defini-
das por:

∀ L > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ un < − L. (a) an = 8 − n


(b) bn = 1 − n
Seja L > 0 qualquer. −5n + 7
(c) cn =
L+1 4
Ora, un < − L ⇔ 1 − 5n < − L ⇔ 5n > L + 1 ⇔ n > .
5
Portanto, para qualquer número real positivo L, existe um ordem p ∈ N:

∀n ∈ N, n > p ⇒ un < − L.
L+1
Neste caso, p é um número maior que .
5
Logo, lim un = −∞.

Consideram-se infinitamente grandes negativos de referência as seguin-


tes sucessões de termo geral:

an = −n bn = − n 2 cn = − n d n = −2n

3.3.3 Teorema sobre infinitamente grandes e infinitésimos

TEOREMA: O inverso de uma infinitamente grande é um infinitésimo


e vice-versa, isto é,
1
se un → ∞, então → 0 com un 6= 0, ∀n ∈ N e
un
1
se un → 0, então → ∞ com un 6= 0, ∀n ∈ N.
un

3.3.4 Classificação de sucessões

Quanto à existência e natureza do limite, as sucessões classificam-se em:




 CONVERGENTE




 quando o limite existe e é




 um único número real.











 

 
 PROPRIAMENTE
SUCESSÃO








 DIVERGENTE

o limite é +∞ ou −∞.

 

 


 





 • DIVERGENTE

 


 


 


OSCILANTE

 



 
 
quando não existe o limite.

 

52 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

3.4 Operações com sucessões convergentes

A operação com sucessões convergentes obedecem as seguinte proprieda-


des:

PROPRIEDADE: Sejam ( an ) e (bn ) sucessões convergentes em que


lim an = a e lim bn = b, com a, b ∈ R:

• lim( an ± bn ) = lim an ± lim bn = a ± b


• lim( an × bn ) = lim an × lim bn = a × b
 
an lim an a
• lim = = (bn 6= 0, ∀n ∈ N e b 6= 0)
bn lim bn b
 
• lim abnn = (lim an )lim bn = ab (a e b não simultaneamente
nulos)
√ p √
• lim k an = k lim an = k a (se k é par, então an > 0, ∀n ∈
N ∧ a > 0)

Exemplo 3.14 Considerando as sucessões de termo geral

1 3n + 1
un = 1 − e vn = .
n 2n
Calcule:
" 2 #
(a) lim un 2un − vn
(c) lim
(b) lim vn un

E.22. Calcule os seguintes limites:


Resolução: Em cada caso, aplicamosas propriedades, 
1

(a) lim 4 +
  n
1 1
(a) lim un = lim 1 − = lim 1 − lim = 1−0 = 1
  
1 2n + 1
n n (b) lim 3 −
n n
(b) Abrindo a soma primeiro, vem 4n2 − 9
(c) lim
  n2
3n + 1 3n 1 3n 1 r
lim vn = lim = lim + = lim + lim (d) lim 4 −
1
2n 2n 2n 2n 2n n
3 1 1 3 1 3 3 r
n2 + 1
= lim + lim = + × 0 = + 0 = (e) lim
2 2 n 2 2 2 2 n2

(c) Aplicamos as propriedades:


1
E.23. A sucessão de termo geral un =
"  #  n
2un − vn 2 2un − vn lim 2
 
é um infinitésimo.
lim = lim Prove que:
un un
2  2 1
(a) lim =0
  
2un vn vn n2
= lim − = lim 2 −
un un un 1
(b) lim p = 0, sendo p ∈ N
 2  2 n
vn lim vn
= lim 2 − lim = 2− k
(c) lim p = 0, sendo p ∈ N e
un lim un n
k∈R
3 2
!
3 2
 
2
= 2− = 2−
1 2
 2
1 1
= = .
2 4

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CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

3.5 Operações com sucessões divergentes

Considere-se duas sucessões ( an ) e (bn ) que têm por limite +∞, ou seja,
lim an = +∞ e lim bn = +∞.
Então, lim( an + bn ) = lim an + lim bn = +∞.

Simbolicamente, escreve-se: (+∞) + (+∞) = +∞.


Tomando a ∈ R \ {0}, outros resultados podem simbolicamente ser assim
escritos:

PROPRIEDADE: Sejam a ∈ R, +∞ e −∞ os limites de uma sucessão:

• (+∞) + (+∞) = +∞ +∞
• = +∞ se a > 0
a
• (−∞) + (−∞) = −∞ +∞
• = −∞ se a < 0
• (+∞) × (+∞) = +∞ a
−∞
• (−∞) × (−∞) = +∞ • = −∞ se a > 0
a
• (+∞) × (−∞) = −∞ −∞
• = +∞ se a < 0
a
• a × (+∞) = +∞ se a > 0 a
• = +∞ se a > 0
• a × (+∞) = −∞ se a < 0 0+
a
• = −∞ se a < 0
• a × (−∞) = −∞ se a > 0 0+
a
• a × (−∞) = +∞ se a < 0 • = −∞ se a > 0
0−
a a a
• =0 e =0 • = +∞ se a < 0
+∞ −∞ 0−

3
Exemplo 3.15 Considerando as sucessões de termo geral un = 2 + e
n
vn = −2n. Calcule:
  E.24. Determine
(a) lim un (c) lim(un · vn ) 1
(e) lim − vn (a) lim(n3 + n4 )
(b) lim vn (d) lim(3vn ) 2
(b) lim(−3n3 + 1)
√ √
(c) lim( n + 1 + n)

Resolução: aaaaaa
E.25. Considere as sucessões (un ) e (vn )
  definidas por:
3 3 1
(a) lim un = lim 2 + = lim 2 + lim = 2 + 3 lim 2n + 3
n n n un = e vn = 2n − 1.
= 2+3×0 = 2 5n
Calcule:
(b) lim vn = lim(−2n) = lim(−2) lim n = −2 × lim n
(a) lim un
= −2 × (+∞) = −∞
(b) lim(un + vn )
(c) lim(un · vn ) = lim un · lim vn = 2 × (−∞) = −∞ (c) lim(un − vn )
(d) lim(3vn ) = lim 3 · lim vn = 3 × (−∞) = −∞ (d) lim(un × vn )
    un
1 1 1 (e) lim
(e) lim − vn = lim − · lim vn = − × (−∞) = +∞ vn
2 2 2 vn
(f) lim
un

54 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

3.6 Indeterminações

Do cálculo de limites com sucessões convergentes podem resultar situações


0
do tipo ou 00 e quando os cálculos envolvem operações com sucessões
0

divergentes podem acontecer casos de ∞ − ∞, , 0 × ∞, ∞0 e 1∞ .

Nestes casos não é possível indicar, de uma forma direta, o limite. Por
vezes esse limite nem existe. São situações chamadas de indeterminação.

Quando, efetuando alguns cálculos, se consegue determinar o limite, diz-se


que se levantou a indeterminações.

∞ 0
As indeterminações a estudar são do tipo , , 0 × ∞ e ∞ − ∞.
∞ 0


3.6.1 Indeterminações do tipo

3n2 + 2n + 1
Exemplo 3.16 Calcule o seguinte limite: lim .
−4n2 + 2

E.26. Determine os seguintes limites:


Resolução: Aplicando as propriedades e substituindo os infinitamente gran- 4n2 + 3n + 5
(a) lim
des positivos por +∞, temos: 5n2 + 3
3n3 + 4n2 − 3n + 2
(b) lim
3n2 + 2n + 1 lim(3n2 + 2n + 1) 3 × (+∞) + 2 × (+∞) + 1 4n2 + 3n + 2
lim = =
−4n2 + 2 lim(−4n2 + 2) −4 × (+∞) + 2 1 − 2n + 3n2
(c) lim
(+∞) + (+∞) + 1 +∞ + 1 +∞ 1 − n3
= = =
−∞ −∞ −∞
3n2 + 2n + 1 ∞
Logo, lim = .
−4n2 + 2 ∞

Para levantar indeterminações deste tipo existem dois processos diferentes:


Processo 1: Para levantar indeterminações do tipo em que o numera-

dor e o denominador são polinómios em N, divide-se o numerador e o
denominador pela maior potência de n.

3n2 + 2n + 1
Exemplo 3.17 Utilize o Processo 1 acima para calcular lim .
−4n2 + 2

E.27. Calcule os seguintes limites:


Resolução: Com efeito, 3−n
(a) lim
2n2 − 18
3n2
3n2 + 2n + 1 ( ∞
∞) n2
+ 2n n2
+ n12 3+ 2
n + 1
n2
3n2 + 2n + 5
lim = lim = lim (b) lim
−4n2 + 2 2
−4n + 2 2 2n2 − 7
−4 + n2
n2 n2 n2 + 1
(c) lim
lim 3 + lim n2 + lim n12 3+0+0 3 3n − 2
= = =−
lim(−4) + lim n22 −4 + 0 4

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 55
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES


Processo 2: Para levantar indeterminações do tipo em que o numerador e

o denominador são polinómios em N, pode-se pôr em evidência no numera-
dor e no denominador os termos em n de maior grau respectivamente.

3n2 + 2n + 1
Exemplo 3.18 Utilize o Processo 2 para calcular lim .
−4n2 + 2

E.28. Calcule o limite para cada uma


Resolução: Com efeito, fazemos das sucessões de termo geral

(2n + 1)3 + n
(a)
 
2 1
3n2 + 2n + 1 ( ∞
∞)
3n2 1+ + 3n 3n2
n3 + 1
lim = lim (2n + 1)3 + n2
−4n2 + 2
 
−4n2 1 − 4n2 2 (b)
( n + 1)2 ( n + 2)
2
+ 3n1 2 (n + 1)2 + 2n4
3n2 1 + 3n (c)
= lim × (n + 1)4 + 2n2
−4n2 1 − 4n2 2
2
lim 1 + lim 3n + lim 3n1 2
 
3
= lim − ×
4 lim 1 − lim 4n2 2
3 1+0+0 3
=− × =−
4 1−0 4


De um modo geral, as indeterminações do tipo levantam-se da seguinte

forma:

P(n) a 0 n p + a 1 n p −1 + . . . + a p
lim = lim
Q(n) b0 nq + b1 nq−1 + . . . + bq
 
∞ a n p 1 + a1 + . . . + a p
(∞) 0 a0 n a0 n p
= lim 
b

a1
b0 n 1 + b n + . . . + b nq q
q
0 0
a1 ap
a0 n p 1+ a0 n +...+ a0 n p
= lim q × bq
b0 n 1+ a1
+...+
b0 n b0 nq
a0 np
= lim ×1
b0 nq
a np
= lim 0 q .
b0 n

Ou seja, este tipo de indeterminação levanta-se, normalmente, através do


cálculo do limite do quociente entre os termos de mais alta potência do
numerador e do denominador.
Em resumo, tem-se:
Seja, p, q ∈ N, a0 , b0 ∈ R, temos:
 a
0
p
 se p = q
b

P(n) a n 
0
lim = lim 0 q = 0 se p < q
Q(n) b0 n 
 ±∞ se p > q.

Reparemos aqui, que p e q os graus dos polinómios P(n) e Q(n) respecti-


vamente, a0 e b0 são os coeficientes dos termos de maiores graus de P(n) e
Q(n) respectivamente.

56 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

Exemplo 3.19 Calcule os seguintes limites:

7n + 4 n3
(a) lim (d) lim
3n − 1 2n2 + 7n − 9
n−5 n4 − 8n2 + 16
(b) lim (e) lim
2n2 − 2n + 1 2n4 − 64
3n2 − n + n 3n2 − 2n + 1
(c) lim (f) lim
1 − n2 −n − 4

E.29. Calcule os seguintes limites:


Resolução: Aplicando a processo descrito acima, temos: −2n2 − 3
(a) lim
n+1
7n + 4 7n 7
(a) lim = lim = 3n3 + 2n − 1
3n − 1 3n 3 (b) lim
1 − 4n
n−5 n 1 2 − n2
(b) lim 2 = lim 2 = lim =0 (c) lim
2n − 2n + 1 2n 2n 5n2 + 3
3n2 − n + n 3n2 4n4 − 4n + 4
(c) lim = lim = −3 (d) lim
n2
1 − n2 − n2  2
n2 + 3

n
n3 n3 n (e) lim −
(d) lim 2 = lim 2 = lim = +∞ n+2 n+1
2n + 7n − 9 2n 2
n2 + 1
n4 − 8n2 + 16 n4 1 (f) lim
n(n + 1)(n + 2)
(e) lim = lim 4 =
2n4 − 64 2n 2 
1 + 2n 3

(g) lim
3n2 − 2n + 1 3n2 3n + 5
(f) lim = lim = lim (−3n) = −∞
−n − 4 −n


Para indeterminações do tipo em que na sucessão aparecem radicais,

pode-se extrair do radical o termo de maior grau e usar os processos acima.


2n + n2 + 1
Exemplo 3.20 Calcule lim √
n+ n+3

E.30. Calcule:

Resolução: Com efeito, fazemos n2 + 1 + 2n
(a) lim
n+3

  s
2
1 n2 + n + 3 + n
√ n 1 2n +
+ (b) lim √
2n + n2 + 1 ( ∞
∞)
n2 4n2 + n
lim √ = lim √
n − n2 + n
s 
n+ n+3 1 3

(c) lim √
n+ n 2 + 1 − n2 + 1
n n2
r !
r
1 1
2n + n 1 + 2 n 2+1 1+ 2
n n
= lim r = lim r !
1 3 1 3
n+n + n 1+1 +
n n2 n n2
r
1 √
2+1 1+ 2
n 2+1 1+0 3
= lim r = √ = =3
1 3 1+1 0+0 1
1+1 + 2
n n

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CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

3.6.2 Indeterminações do tipo 0 × ∞


As indeterminação do tipo 0 × ∞ reduzem-se a indeterminações do tipo ,

efetuando cálculos.

1 n3 + 5
 
Exemplo 3.21 Calcular o seguinte limite: lim · .
n n2

E.31. Definidas duas sucessões por


Resolução: Com efeito, 1
an = e bn = 3n2 + n,
2n + 1
1 n3 + 5 n3 + 5
 
(0×∞) calcule:
lim · = lim
n n2 n3
( ∞∞ ) (a) lim an (c) lim( an · bn )
n3
= lim 3 = 1 (b) lim bn
n

0 E.32. Defina duas sucessões (un ) e (vn ),


3.6.3 Indeterminações uma infinitésimo e outra infinita-
0
mente grande, de modo que
0 ∞ lim(un · vn ) = 2
As indeterminação do tipo reduzem-se a indeterminações do tipo , efetu-
0 ∞
ando cálculos. .

2
n2 + n
Exemplo 3.22 Calcule lim 5
.
n2 +7

E.33. Sejam (un ) e (vn ) as sucessões de-


Resolução: Com efeito, finidas por:
2 4
2 un = e vn =
n2 + n ( 00 ) 2( n2 + 7) 2n2 + 14 1 − 3n n+1
lim 5
= lim 2
= lim 2 (a) (un ) e (vn ) são infinitésimos.
5( n + n ) 5n + 5n
n2 +7 Porquê?
( ∞∞ ) 2n2 2 (b) Calcule lim
un
= lim 2 = vn
5n 5

E.34. Calcule o limite do quociente dos


seguintes pares de infinitésimos:
√1
n
Exemplo 3.23 Calcule lim . 1 2
2 (a) un = e vn = 3
n +3 3 − n2 n +1
1 2
(b) an = e bn =
3 − 2n4 n
2 3
(c) tn = e sn =
Resolução: Com efeito, 3n + 1 2n + 3

√1
n ( 00 ) n+3
lim 2
= lim √
n +3
2 n
( ∞∞ ) n +3
n
= lim √
2 n
n
1 + n3 1
= lim q = = +∞
2 1 0
n

58 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

3.6.4 Indeterminações do tipo ∞ − ∞

Este tipo de indeterminações levanta-se por dois processos diferentes:

Processo 1: Para levantar indeterminações do tipo ∞ − ∞, em que a sucessão


é polinomial, pode-se pôr em evidência o termo em n de maior grau.

Exemplo 3.24 Calcular o seguinte limite: lim(2n3 − n). E.35. Calcule, se existir, o limite de an ,
em cada um dos seguintes casos:
(a) an = 5n + 3
Resolução: Quebra de linha (b) an = 2n3 − 8n + 3
 
(∞−∞) n i 1 3
h   3
5n − n2
lim(2n3 − n) = lim 2n3 1− 3 3
= lim 2n · lim 1 − 2 (c) an =
2n 2n 2

= (+∞) × (1 − 0) = +∞
Nota
Processo 2: Para levantar indeterminações do tipo ∞ − ∞ em que a su- Sendo a, b ∈ R o conjugado de a + b é
cessão apresenta radicais quadráticos, pode-se multiplicar e dividir pelo a − b e vice-versa.
conjugado da soma. Repare que
( a + b)( a − b) = a2 − b2 .

√ √ 
Exemplo 3.25 Calcular o seguinte limite: lim n−1− n .

E.36. Calcule:
√ √
Resolução: Quebra de linha √ (a) lim( n + 1 − n)
√ √  √ √ 
√  (∞−∞) n−1− n n−1+ n p 
lim n−1− n = lim √ √  (b) lim n2 − 1 − n
n−1+ n √ √ 
√ 2 √ 2 (c) lim n+5− n−3
n−1 − n n−1−n
= lim √ √  = lim √ √ 
n−1+ n n−1+ n
−1
= lim √ √  =0
n−1+ n

Há casos semelhantes ao anterior em há necessidade de aplicar mais que


um processo no levantamento de indeterminações.

 p 
Exemplo 3.26 Calcule lim n − n2 + 2n

E.37. Calcule:
√ √
Resolução: Com efeito,

(a) lim 2n − n + 1
 √  √  p p 
 p  (∞−∞) n − n2 + 2n n + n2 + 2n (b) lim n2 + n − n2 + 1
lim n − n2 + 2n = lim √ p p 
n + n2 + 2n (c) lim n2 + 3n − n2 + 1

n2 − n2 − 2n −2n
= lim √ = lim √
n + n2 + 2n n + n2 + 2n E.38. Calcule os limites anteriores apli-

 
cando o Processo 1.
∞ −2n −2
= lim r = lim r
2 2
n+n 1+ 1+ 1+
n n
−2
= lim = −1
1+1

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 59
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

3.7 Sucessão do tipo an ( a ∈ R, n ∈ N)

Seja (un ) uma sucessão de termo geral un = an .

Então, quanto à monotonia e à convergência, tem-se:

Monotonia a∈R Convergência

Propriamente divergente
Monótona crescente a>1
un → +∞

Convergente
Constante a=1
un → 1

Monótona decrescente 0<a<1


Convergente
Constante a=0 (infinitésimo)
un → 0
−1 < a < 0
Não monótona a = −1
Divergente oscilante
a < −1

3.7.1 Limites de sucessões do tipo an ( a ∈ R, n ∈ N)

Ao calcule limites envolvendo sucessão do tipo ( an ) podem surgir indeter-



minação do tipo .

Para levantar indeterminação nestes casos devemos dividir ambos os ter-
mos da fração pelo termo ( an ) de maior base ou maior expoente.

2n +1 + 3n
Exemplo 3.27 Calcule o seguinte limite lim .
2n

E.39. Calcule, se existir, os seguintes li-


Resolução: Dividindo pela potencia de maior base vem mites:
2n +1 + 3n +1
∞ 2n ·2 3n 2n (a) lim
2n +1 + 3n ( )
∞ 3n + 3n 3n ·2+1 2n + 3n
lim = lim 2n
= lim 2 n 1 + 2− n + 3− n
2n

3n 3 (b) lim
2 + 3− n + 4− n
2 n

·2+1 0·2+1 1 3n +2 − 2n + 1
= lim 3
2 n
= +
= + = +∞ (c) lim
3n + 3
0 0

3

Dividindo pela potência de maior expoente, vem

2n +1 3n 3n
2n +1 + 3n ( ∞∞ ) 2n +1
+ 2n +1 1+ 2n · 1
2
lim = lim 2n
= lim 2n
2n 2n · 1
2n +1 2
3 n 1
1 + (+∞)

1+ ·
= lim 2
1
2
= 1
= +∞
1· 2 2

60 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

No tratamento de limite de sucessões do tipo ( an ) podem aparecer indeter-


minações tipo ∞ − ∞.
Para levantar a indeterminação devemos colocar em evidência o termo ( an )
de maior base ou maior expoente.

Exemplo 3.28 Determine cada um dos seguintes limites:


 
lim 5n+1 − 6n .

E.40. Calcule, se existir, o limite de:


Resolução: Se optarmos por pôr em evidência a potência de maior base, vem
 
(a) lim 9n+3 − 5n + 7

(∞−∞) (b) lim (3n − π n )


 
lim 5n+1 − 6n = lim (5n · 5 − 6n )  
  n (c) lim 1 − 22n + 5n+1
5 ·5

= lim 6n − 1
6n
 n 
5
= lim (6n ) · · 5 − 1
6n
 n 
n 5
= lim (6 ) · lim ·5−1
6
= +∞ · (0 · 5 − 1) = +∞ · (−1) = −∞.

3.7.2 Soma de todos os termos de uma progressão geométrica

Ao estudar-se as progressões geométricas, foi apresentada a fórmula para


determinar a soma de n termos consecutivos de uma progressão geométrica
( u n ):
1 − rn
Sn = u1 · , com r 6= 1.
1−r
Se se designar por S a soma de todos os termos de (un ), ou seja, o limite
de Sn quando n → +∞, tem-se:

1 − rn
 
S = lim Sn = lim u1 · , com r 6= 1.
1−r

Se |r | < 1, ou seja, −1 < r < 1, então r n → 0, logo vem


u1
S = lim Sn = .
1−r

Exemplo 3.29 Determine a soma de todos os termos de uma progressão


1
geométrica (un ) em que u1 = 1 e r = .
2
E.41. Determine a soma de todos os ter-
mos da progressão geométrica de
que conhece:
u1 1
Resolução: Como −1 < r < 1, então S = . (a) r = e u1 = −9
1−r 3
Logo, 1 1
1 1 (b) r = e u1 = −
2 4
S= 1
= 1
= 2.
1− (c) u2 = −30 e u3 = −90
2 2
Portanto, a soma de todos os termos de (un ) é 2.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 61
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

Exemplo 3.30 Determine a soma de todos os termos da progressão geométrica


de termo geral
3n −2
vn = .
5

E.42. Considere a sucessão de termo ge-


Resolução: Determinemos a razão da P.G. e o primeiro termos. Com efeito, ral
u n = 3 · 2n −1 .
3n +1−2
v n +1 5 · 3n −1 (a) Prove que (un ) é uma progres-
r= = 5
= = 3n−1−n+2 = 3, ∀n ∈ N são geométrica;
vn 3n −2 5 · 3n −2
5 (b) Calcule a soma Sn do n pri-
meiro termos da sucessão;
e
1
31−2 3−1 1 (c) Calcule o limite de (Sn ).
v1 = = = 3 = .
5 5 5 15
Logo, E.43. Calcule:
1 − 3n 1 − 3n ∞
   
1 ∞  n −1
1
S = lim Sn = lim · = lim (a) ∑ (c) ∑ 7 · 2n −1
15 1 − 3 −30 n =1
5 n =1
 
1 ∞  ∞
1 n −1

= lim − · lim (1 − 3n ) (b) ∑ − (d) ∑ (−0, 2)n−1
30 n =1
3 n =1
1 1
= − · [1 − (+∞)] = − · (−∞) = +∞.
30 30
Portanto, a soma de todos os termos de (vn ) é +∞.

Este resultado sobre a soma de todos os termos de uma P.G. pode ser usado
para determinar uma fração geratriz de uma dízima infinita periódica.

Exemplo 3.31 Determine uma designação fracionária da dízima infinita


periódica 0, (45).

E.44. Escreva cada dízima na forma fra-


Resolução: Consideremos a sucessão 0, 45; 0, 0045; 0, 000045; . . .. cionária:

Trata-se de uma progressão geométrica de razão (a) 0, (2)


(b) 1, (27)
0, 0045 0, 000045 1
r= = = ... = . (c) 2, 5(126)
0, 45 0, 0045 100
Ora a soma de todos os termos desta sucessão

0, 45 + 0, 0045 + 0, 000045 + . . .

é o número 0, 45454545 . . . = 0, (45).


De uma forma geral, temos u1 = 0, 45, r = 0, 01 e quer-se calcular S.

Sendo |r | < 1 fazemos,

u1 0, 45 0, 45 45 5
lim S = Sn = = = = = ,
1−r 1 − 0, 01 0, 99 99 11
ou seja,
5
0, (45) = .
11

62 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

3.8 O número de Neper

1 n
 
Considere-se a sucessão (un ) de termo geral un = . 1+
n
Determine-se alguns dos seus termos e veja-se o que acontece quando
n → ∞.

1 1
 
u1 = 1+ =2
1
1 2
 
u2 = 1+ = 2, 25
2
1 3
 
u3 = 1+ = 2, (370)
3
...
1 5
 
u5 = 1+ = 2, 48832
5
...
1 10
 
u10 = 1+ = 2, 59374
10
...
1 100
 
u100 = 1+ = 2, 70481
100
...
 1000
1
u1000 = 1+ = 2, 71692
1000
...
 10 000
1
u10 000 = 1+ = 2, 71815
10 000

Verifica-se que a sucessão se aproxima cada vez mais de um número.


A esse número irracional dá-se o nome de número de Neper e representa-
se por e. A sua descoberta atribui-se a um lorde escocês chamado John
Napier, que em 1614 publicou um livro que lhe levou mais de 20 anos a
escrever e que revolucionou a Matemática da época.

Neper não se apercebeu da importância deste número. Só um século de-


pois, com o desenvolvimento do cálculo infinitesimal, se veio a reconhecer
o papel de relevo de tal número.

Hoje este número é importante em quase todas as áreas do conhecimento:


economia, engenharia, biologia, sociologia, etc.

Assim, escreve-se:
 n  n
1 1
lim 1+ = e ou 1+ → e.
n→∞ n n

Uma aproximação do número e com dez casas decimais é a seguinte:

e = 2, 7182818284.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 63
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

3.8.1 Aplicação do número de Neper ao cálculo de limites

Sejam (un ) uma sucessão de números reais, a, k ∈ R e k 6= 0.

(a) Quebra de linha


1 un
  un
k
lim 1 + =e e lim 1 + = ek
un un

Exemplo 3.32 Calcule:


 2n   3n
1 2
(a) lim 1 + (b) lim 1 − n
2n 3
E.45. Calcule:
3 n
 
(a) lim 1 +
n
Resolução: Seguindo o resultado acima, temos 
2n − 5 2n

(b) lim
2n
1 2n
 
(a) lim 1 + =e  2
n −3
 n2
2n (c) lim
n n2
2 3

1
(b) lim 1 − n = e −2 = 2
3 e

(b) Quebra de linha


1 n+ a 1 n 1 a
      
lim 1 + = lim 1+ · 1+
n n n
n
1 a
  
1
= lim 1 + · lim 1 +
n n
= e·1 = e

Exemplo 3.33 Calcule:

1 3+ n 1 n −5
   
(a) lim 1 + (b) lim 1 +
n n
E.46. Calcule:
1 3n−7
 
(a) lim 1 +
3n
Resolução: De acordo com o resultado acima, temos 
n + 1 n +1

(b) lim
1 3+ n 1 n
   3   n
1
(a) lim 1 + = lim 1 + · lim 1 + = 1·e = e 
5n − 2 5n+7

n n n (c) lim
5n
1 n −5 1 n 1 −5
     
(b) lim 1 + = lim 1 + · lim 1 + = e·1 = e
n n n

(c) Quebra de linha


 n  n+ a− a
1 1
lim 1 + = lim 1 +
n+a n+a
" n+ a  − a #
1 1
= lim 1 + · 1+
n+a n+a
 n+ a  − a
1 1
= lim 1 + · lim 1 +
n+a n+a
= e·1 = e

64 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

Exemplo 3.34 Calcule:


 n  n
1 1
(a) lim 1 + (b) lim 1 +
n+3 n−4

E.47. Calcule:
n
Resolução: Com efeito,

3
(a) lim 1 +
 n   n +3−3 n−7
1 1  n2
(a) lim 1 + = lim 1 +

4
n+3 n+3 (b) lim 1 −
n2 + 5
  n +3   −3
1 1 
3n + 5 3n

= lim 1 + · lim 1 + = e·1 = e (c) lim
n+3 n+3 3n + 4
 n   n −4+4
1 1
(b) lim 1 + = lim 1 +
n−4 n−4
  n −4  4
1 1
= lim 1 + · lim 1 + = e·1 = e
n−4 n−4

(d) Quebra de linha


 k   lim k
1 kn 1 n 1 n
   
lim 1 + = lim 1 + = lim 1 + = ek
n n n

Exemplo 3.35 Calcule:

1 −3n 5 6n
   
(a) lim 1 + (b) lim 1 −
n 3n

E.48. Calcule:
Resolução: Com efeito, 3 6n
 
(a) lim 1 +
  −3 2n
1 −3n 1 n
 
 2
(a) lim 1 + = lim 1 + 
4 10n
n n (b) lim 1 − 2
  n lim(−3) 5n
1 1 
n − 2 −n

= lim 1 + = e −3 = 3 (c) lim
n e n
 6n " 2·3n #
5 5
(b) lim 1 − = lim 1 −
3n 3n
"  3n #lim 2  2
5 1
= lim 1 − = e−5 = e−10 = 10
3n e

(e) Quebra de linha


" kn· 1 #
1 n
 
1 k
lim 1 + = lim 1+
kn kn
"  kn #lim 1k
1 1
= lim 1 + = ek
kn

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 65
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

Exemplo 3.36 Calcule:


 n  n
1 2
(a) lim 1 + (b) lim 1 −
10n 3n

E.49. Calcule:
Resolução: Com feito, fazemos  2
3 n

(a) lim 1 + 2
" 1 9n
1 10n· 10
#
1 n
  
13 n
 
(a) lim 1 + = lim 1 + (b) lim 1 −
10n 10n 2n
1
2n + 4 n
 
" # lim 10
1 10n
 
1 (c) lim
= lim 1 + = e 10 2n
10n
"  1#
2 n 2 3n· 3
 
(b) lim 1 − = lim 1 −
3n 3n
1
"  lim 3
#
2 3n 1
 
3 2 1 1
= lim 1 − = e −2 = e − 3 = 2 = √3 2
3n e 3 e

 
3.8.2 Limite da sucessão abnn

∞ 0
Para além das indeterminações já estudadas: ; ; 0 × ∞ e ∞ − ∞ são
∞ 0
∞ 0 0
também indeterminações: 1 ; 0 e ∞
Estas
  indeterminações podem surgir no cálculo do limite da sucessão
abnn .
Para já vamos resolver alguns casos de indeterminações do tipo 1∞ apli-
cando seguinte teorema.

TEOREMA: Se ( an ) e (bn ) são duas sucessões tais que:

lim an = 1 e lim bn = +∞

então
lim abnn = elim bn (an −1) .

 n +5
n2 + n − 3

Exemplo 3.37 Calcule lim
n2 − 2

E.50. Calcule cada um dos seguintes li-


mites:
n2 + n − 3
Resolução: Como → 1 e (n + 5) → +∞ aplicamos o Teorema 
n+1
n
n2 − 2 (a) lim
3

e vem: n+3
 n +5 2n2 +3
n2 + n + 1
 2  2 
(1∞ )
h i
n +n−3 lim (n+5)· n + n −3
2 −2 −1 (b) lim
lim = e n n2 + 5
n2 − 2  2 5n2 −3n
h  2 2
i n +1
lim (n+5)· n +n−23−n +2 (c) lim
= e h 
n −
i
2 n2 + 3
lim (n+5)· n2−1
= e n −2

= e1 = e

66 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

Um outro modo de levantar indeterminações do tipo (1∞ ) consiste em,


k bn
 
primeiro, escrever a sucessão abnn na forma 1 + , utilizando a divisão
vn
do polinómios a base an . De seguida, procede-se com a seguir:

 bn  bn · v n
(1∞ )
 
k k vn
lim 1 + = lim 1 +
vn vn
  v n  bn
k vn
= lim 1 +
vn
b
 lim n
= e k v n

Exemplo 3.38 Calcule:


 √n 7n2 +n−5
3 n2 + 3

(a) lim 1 + (b) lim
n n2 + 7

E.51. Calcule cada um dos seguintes li-


Resolução: Em cada caso, aplicamos o resultado acima: mites:
4n + 2 2n+3
 
(a) lim 5 −
(a) Com efeito, n+3
√3n+1
n−2

√n √n· n (b) lim
(1∞ ) n+3
 
3 3 n
lim 1 + = lim 1 + n2 −5n
n n 
1 − 3n2 + n
√ (c) lim
  n 5 − 3n2
3 n n

n
= lim 1 + 5 + 4 3 −2
 n
n (d) lim n
5 +3

 lim nn
3 n
  0
= lim 1 + = e3 = 1
n

(b) Com efeito,


7n2 +n−5 7n2 +n−5
n2 + 3 (1∞ )
 
4
lim = lim 1 − 2
n2 + 7 n +7
2
 (7n2 +n−5)· n + 7
4 n2 + 7
= lim 1 − 2
n +7
7n2 + n − 5
"  n2 +7 #
4 n2 + 7
= lim 1−
n2 + 7
2
 lim 7n + n − 5
= e −4 n2 + 7
 7
= e −4
1
= e−28 =
e28

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 67
FICHA DE EXERCÍCIOS CAPÍTULO 3. LIMITES DE SUCESSÕES

1. Indique os erros de 3; −2; 1, 7 e 2, 01 relativamente (a) Determine uma ordem p ∈ N, a partir da qual
ao número 2. todos os termos da sucessão (un ) verificam a
condição |un − 3| < 0, 001.
2. Averigue se π pertence à vizinhança de raio 0.04
de 3.1. (b) Prove, usando a definição, que un → 3.
1
3. Defina, na forma de intervalo, as seguintes vizi- 10. Seja a sucessão de termo geral vn = .
2n
nhanças e indique o centro e o raio da vizinhança: (a) Mostre, pela definição, lim vn = 0.
 
5 (b) Determine a ordem a partir da qual todos os
(a) V2,1 (4) (c)V√
  9 3 termos da sucessão se encontram na vizinhança
1
(b) V0,5 (d) V0,3 (0, 7) δ = 0.25 do limite 0.
8
11. Prove, por definição, que as sucessões definidas
4. Defina como uma vizinhança os conjuntos: pelos termos gerais seguintes tendem para −2:

(a) ]3, 7 ; 8, 2[ (c) ] 9 , 6[ 1 6n + 7
  (a) an = −2 − (c) cn =
2 n 1 − 3n
(d) x ∈ R : | x + 2| <
(b) ]4 , 6[ 3 1 − 2n 1 − 8n
(b) bn = (d) dn =
n 4n + 5
5. Verifique se cada um dos seguintes conjuntos é ou
12. Prove por definição de limite que são verdadeiras
não vizinhança dos números a indicados:
as proposições:
(a) [−2, 2] e a = 0
(b) { x ∈ R : −3 < x < 1} e a = −1 2 2n + 5 2
(a) lim =0 (f) lim =
(c) { x ∈ R : | x | < 5} e a = 5 n+5 3n − 25 3
n−3 1 − 2n 2
(d) { x ∈ R : −5 < x + 2 < 5} e a = −2 (b) lim =1 (g) lim =−
n+5 3n + 4 3
2 + 3n 4n − 3 −2
6. Considere a sucessão un = . Prove que a (c) lim =4 (h) lim =0
2n + 3 n+2 3n + 17
partir de u11 (exclusive) todos os termos verificam 2n + 1 2 5n + 4 5
(d) lim = (i) lim =
  3n 3 3n + 2 3
3 2n + 2 −2n + 4 2
un ∈ V0,1 . (e) lim =2 (j) lim =
2 n −5n 5
Interprete graficamente. 13. Mostre que a sucessão de termo geral
7. Considere a sucessão de termo geral (−1)n
un = 2 −
3n + 2 n
un = .
2n + 3 converge para 2 e não é monótona.
Verifique que é verdadeira a proposição 14. Considere a sucessão (un ) de termo geral

3n + 2
 
3
n > 11 ⇒ un ∈ V0,1 . un =
2 n+1
(a) Prove que (un ) é monótona e limitada e daí con-
8. Determine a menor ordem que verifica a condição:
clua sobre a sua convergência.
3n + 3
(a) un ∈ V0,01 (3) sendo un =
n+3 15. Considere a sucessão (un ) de termo geral
−5n − 2
(b) un ∈ V0,001 (−1) sendo un =
5n + 1 un = 1 − 4n.
n−2
 
1
(c) un ∈ V0,1 − sendo un = (a) Determine uma ordem a partir da qual todos os
2 −2n − 4
termos da sucessão são inferiores a −10 000.
9. Considere a sucessão (un ) definida por
(b) Prove, usando a definição de limite, que
3n + 1 lim un = −∞.
un = .
n

– 68 –
16. Dadas as seguintes sucessões: 23. Calcule cada um dos limites:
 
an = 3 + 3n 3 + 2n (a) lim(1 − 3n)5 (e) lim n2 −
1
cn =
4 −2n + 7 n
1 −2n+3
 
(b) lim √
bn = − dn = 1 − n  3

2  (f) lim 2n − 1
(c) lim −2 + n5

 
(a) Mostre que as sucessões an e cn são infinita-   1
(d) lim 3n4 − 5 (g) lim n+1−2+
mente grandes positivos. n+1
(b) Mostre que as sucessões bn e dn são infinita- 24. Calcule cada um dos limites, identificando as inde-
mente grandes negativos. terminações:
17. Mostre que as seguintes sucessões são infinita- 2n + 9 − n5 − n + 1
(a) lim (j) lim
mente grandes positivos: 4n − 3 2n2 + 3n5 − n3 + 2
5n − 3
(b) lim 2 2n + 1
 
(a) an = 3 − 2n 3 n +7
(b) bn =
2n n2 − 5n + 7 (k) lim  3n 
 
(c) lim 2 1 + 2n
3n + 6n + 4
18. Mostre que: n2
5n2 + 6n − 1
(d) lim 3 3n2 n2
 
n + 2n2 − 7n + 2 (l) lim −
4 − 2n
 
(a) (−4n + 2) → −∞ (b) → −∞ 5n + 2 n2 − 1 n2 + 1
2 (e) lim +4
n+3 1
8n − 5 3

n3 + 1 (m) lim
(f) lim 2 27n
19. Considere as sucessões definidas por: n + 2n − 1
−n2 + 2n + 3 1
n+3 2n + 1 (g) lim 
32n + 3 2
an = e bn = . 5 − 4n2 (n) lim
n n 3 − n2 2n + 1
(h) lim 3
Calcule: 2n + n − 1 s
(n + 3)3 − 27 100n2 − 23
(i) lim (o) lim
an n 4n2 − 1
(a) lim( an + bn ) (c) lim
b
√n 25. Determine os seguintes limites
(b) lim( an × bn ) (d) lim an
√ √
n−3 n2 + n + 3 + n
20. Considere os seguintes Sucessões de termo geral: (a) lim (g) lim √
n−9 4n2 + n
1 − 5n 2

2 (b) lim √ n − n
an = 5n − 2 cn = (h) lim √
n4 + 1 6
2n + 3
5− n
√ √3n − 5
2n + 6 2n − 1 (c) lim n2 + 1 + 2n
bn = dn = 25 − n (i) lim
n+1 2−n √ 3+n
n2 + 3 1 + n2
Calcule o limite da sucessão: (d) lim √ (j) lim √
n+1 n4 + 1

(a) lim( an ± bn ) (c) lim(bn ± cn ) n2 + 9 − n2 + 1
(e) lim (k) lim √
3
3n + 3 n4 + 3n
(b) lim(cn · dn ) (d) lim( an ÷ cn ) √ √
3

2n − 4n2 + 1 n+1 n
(f) lim √ (l) lim √
21. Calcule os seguintes limites: n − n2 + 1 3n2 + 1
26. Calcule os seguintes limites, caso existam:
3 2
(a) lim (b) lim
n+1 n4 n2 + 1

1

−2  2 
(a) lim · 2 (c) lim · n +3
4 n −2  n+2
22. Considere as sucessões de termo geral 
1 p
2
(b) lim n2 + 2n (d) lim · ( n + 1)
3 √ n2 + 3 3
n −1
un = 2 + v n = n3 + 2 wn = − n
n 27. Calcule os seguintes limites, caso existam:
Indique, se possível:    
(a) lim 2 + 3n − n2 (c) lim 2n2 + 1n2 + 1
 
(a) lim (wn vn ) (c) lim (un wn ) (b) lim −3n3 + 2n − 1
p
(d) lim n3 − n + 1
(b) lim (un + vn ) (d) lim (wn )2

– 69 –
28. Calcule, caso existam: 32. Calcule:

2
 
(a) lim(5n + 2n ) n (c) lim 2n+1 − 3 · 5n−1
 p  p 
(a) lim n − +1 n2 (c) lim n2+2−n  
√ √  √  (b) lim 4n+1 − π n (d) lim (3n − 2n cos n)
(b) lim n+5− n (d) lim n+1−n
33. Calcule os valores em cada soma:
29. Calcule: (a) a1 = 12 e S = 96. Determine r
1
p p 
(a) lim n2 + 5n −
−n n2 (b) S = 12 e r = . Determine a1
p p  6
(b) lim n2 + 2n + 3 − n2 + 1 34. Sabendo-se que
p p 
(c) lim n2 + 2n + 3 − n2 + 4n + 5 1 1 1 67
16x + + + +... = ,
p p  5 25 125 12
(d) lim n2 + 2n + 3 − n2 + 2n determine o valor de x.
30. Diga se as seguintes sucessões são convergentes 35. Calcule a soma dos termos da progressão geomé-
ou divergentes e, no caso de serem convergentes, trica
2 4 8
calcule o limite: + + +...
2 5 25 125
(a) lim(−1)n E.52. Calcule:
 n +1 
n+1
(b) lim (−1)n · ∞ ∞
  n −1   n −1
1 1

n
 (a) ∑ 3
4
(c) ∑ 15
100 n =1 n =1
(c) lim 2(−1)n + ∞
1 ∞
n+1 (b) ∑ 2n
(d) ∑ 2 · (0, 5)n−1
(−1)n+2 +n n =1 n =1
(d) lim
3n

100n + 1
 36. Determine as frações geratrizes das seguintes dízi-
2n
(e) lim 3(−1) + mas periódicas:
n+1
2n3− cos n
(f) lim 3 + cos n
(a) 0, (8) (b) 3, (56) (c) 1, (131)
n
 5n + 1 n par
 sua conta no fim do primeiro ano se a capitalização
(g) lim n
5n − 1 dos juros se faz:

 n ímpar
h√ n√ √ i 37. Determine os seguintes limites
(h) lim n n+a− n
3 n  2
 
2 n

31. Calcule os seguintes limites: (a) lim 1 + (e) lim 1 − 4
n n
 2
3 n +5 1 n
  
3n +1 + 5n 3n − 2 · 7n +1 (b) lim 1 − (f) lim 1 + 3
(a) lim (k) lim 2n n
3n + 5n +1 3n +1 + 7n +1
 2n
8n +1 + 6n +1

e n +1 + 2n

4 5n
 1
(b) lim (l) lim (g) lim 1 + n−1
8n + 6n (c) lim 1 + 2
en + 1 n
3 − 2 · 7n +1
4
(c) lim 4 5n − e n n+ 1
3 − 7n +2 0, 5 2n
  
(m) lim n 3 2
5 + e n +1 (d) lim 1 − (h) un = 1− 2
3n + 2n +1 2n 4n
(d) lim n−1
3 + 3n +2 2n +1 + 3n
(n) lim
3 · 4 + 2 · 7n +1
n n 4n 38. Estude quanto a convergência as sucessões seguin-
(e) lim
12n + 5n 4n
+1 tes:
2 − 3n +1
n (o) lim  n
1  e n +3n
(f) lim n+1 3

2n + 1

2n + 5 3n

2 − 3n (a) lim (d) un =
(g) lim(3n − 5) × 2−n 4n + 2n −1 − π n +1 2n 2n − 3
2n − π n +1 (p) lim 
n
n
22n−2 − 3n
 4n
(h) lim n 2n + 3 (e) lim
π − 2n +1 (b) lim n+5
3n + 5n −1 1 + 2n
2 · 3n −1 − 6 · 3n (q) lim n + 1
(i) lim n+1 4n + 2n 
1 + 2n
2n+1 
5n − 3
3 − 4 · 3n (c) lim (f) lim 2
3n + 4n 2n+1 + 22n−1 − 32n 2n 5n + 1
(j) lim n (r) lim
5 + 4n + 1 4n + 9n +1

– 70 –
" #
39. Calcule o limite de cada uma das seguintes suces- n + 7 n +1 n 2 − 3

(a) lim + 2
sões: n+3 n +1
 − n2
n2 + 3 n2
  
(a) un =  2
  −
n2 (b) un = nn · 1 + n2 2 
2n−1
n2 + n + 2

(b) un =
n2 + 1
h i
(c) un = n−(n+1) · (n + 1)n
 2  n2
3n + 1 
2n − 1 n
  n 
3
(c) un = (d) un = +
n2 + 3 2n + 5 5
 10  n5
n −1  4 1 − n2
n − 3n2 + 2

(d) un =
n10 (e) un =
n4 − 1
 12  n6
n −1 42. Calcule c de modo que:
(e) un =
n12
en cn+1
en

n+2

(f) un = lim = e3
−1 + e n n+3
n + 1 2n
 
(g) un = 1 + 43. Relacione a e b de modo que:
3n
 n2  n +1  abn−1
4 − n2
 
an + 2 n+1

(h) un = lim = lim
n2 an n+3
 2 n
n + 3n + 5
(i) lim 44. Dada a sucessão
n2 + 3
 n2 −7  n r n
 2
n +2 3 p
(j) un = an = 1+ − 1+ ,
n2 + 3 n n
 2  n2
n + 3n + 1 determine p de modo que ( an ) seja um infinité-
(k) un =
n2 + 5 simo.
 2 2n
n + 4n − 4 45. Sabendo que ( an ) e (bn ) tem o mesmo limite e que
(l) un =
n2 + 2n + 1
 n2 +3  2n+3  qn+4
 2
n +1 n+p n+3
(m) un = an = e bn =
n2 − 1 n+1 n+2
 2 1− n
4n + 5n + 1 (a) Escreva uma fórmula que permite calcular p e q
(n) un =
4n2 + 3 (b) Calcule p se q = 1
 2  n +1
n + 3n + 5
(o) un = 46. Determine a relação existente entre a e b reais, de
n2 + 3
r !5n−2 modo que se verifique a condição:
2n − 3
(p) un = 3 n 4 bn
   
2n + 7 (a) lim 1 − = lim 1 +
2an 5n
40. Mostre que: 2 n 5 n
   
   n  (b) lim 1 + = lim 1 −
2 n 3an n
(a) lim · =0  n −2
3 n+2 
an + 2

2n + 1 abn+1

  
3 n
n  (c) lim = lim
(b) lim · = +∞ an 2n + 3
2 n+2
n + 1 abn−1
  n +1  
an + 2
41. Calcule: (d) lim = lim
an n+3

– 71 –
4 F UNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

"Aquele que tentou e não conseguiu é superior


àquele que nada tentou."
Arquimedes

Introdução

Os babilônios foram os primeiros a utilizar potências.

Várias de suas tabletas trazem registros de tabelas de números exponenci-


ais, por meio das quais eles calculavam juros compostos.

As potências foram utilizadas na Antiga Grécia por Arquimedes e Diofanto,


no século III. Arquimedes, em uma de suas teorias, mostrou que para pre-
encher o Universo seriam necessários 1063 grãos de areia; e Diofanto, em
sua principal obra, Arithmetica, apresentou um sistema de abreviações para
potências.

Na Europa do século XIV, Nicole Oresme sugeriu, em sua obra Algorismus Nota histórica
Proportionum, o uso de notações especiais para potências fracionárias e as Arquimedes foi um dos maiores mate-
primeiras ideias sobre potência irracional. máticos e provavelmente o maior da
antiguidade.
Pouco se sabe sobre a sua vida, apenas
Nicolas Chuquet, matemático francês, em sua obra Triparty, propôs expres- que nasceu e viveu na cidade grega de
sões com expoente zero e expoentes negativos, juntamente com potências Siracusa e escreveu várias obras sobre
Matemática e Física.
inteiras positivas. Seu interesse em aplicações era muito
grande, razão que o levou a criar vários
dispositivos mecânicos, dentre eles a
A notação exponencial para potências, na forma que utilizamos hoje, foi bomba de água em parafuso, utilizada
introduzida por Descartes, século XVII. para irrigar campos.

Em muitos problemas aplicados, estudamos fenômenos que apresentam


um crescimento ou decrescimento que não pode ser representado por uma
função polinomial ou racional. Problemas cuja modelagem exige o em-
prego de uma função exponencial, o tema central desse capítulo, ocorrem
em áreas tão distintas como a economia (cálculo de juros de investimentos
e dívidas bancárias), a biologia (determinação da população de bactérias)
e química (decaimento de material radioativo).

As funções logarítmicas, por sua vez, desempenham o papel contrário,


permitindo-nos, por exemplo, determinar o instante em que uma função
exponencial atinge um valor preestabelecido.
Arquimedes, 287-212 a.C.
CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

4.1 Função exponencial

DEFINIÇÃO: Uma função exponencial de base a é uma função


f : R → R da forma f ( x ) = a x , em que a é uma constante real
positiva e diferente de 1.

A base a = 1 é excluída porque tornaria f ( x ) = 1x = 1 que é uma função


constante, não uma função exponencial.

Exemplo 4.1 Considere as funções reais


 x
(a) f ( x ) = 2 x 1
(b) g ( x ) =
2

Represente graficamente cada uma delas e estude-as quanto ao domínio, ao


contradomínio, zeros, monotonia e injetividade.

E.1. Represente numa mesmo referen-


Resolução: Consideremos a expressão algébrica de cada função cial o gráfico das seguintes fun-
ções.
(a) Esboçamos o gráfico da função, ponto por ponto, usando uma tabela. (a) f ( x ) = 3x
(b) g( x ) = 5x
f (x) (c) h( x ) = 10x
x f ( x ) = 2x 5
1 4
−2 E.2. Represente numa mesmo referen-
4 cial o gráfico das seguintes fun-
1 3
ções.
−1
2 2
(a) f ( x ) = 0.1x
0 1 1 (b) g( x ) = 0.3x
(c) h( x ) = 0.7x
1 2 −2 −1 1 2 x
−1
2 4

Notemos que D f = R, D 0f = R+ , a função não tem zeros, é estrita-


mente crescente e injetiva no seu domínio.
(b) Esboçamos o gráfico da função, ponto por ponto, usando uma tabela.

 x
1 g( x )
x g( x ) = 5
2
−2 4 4
3
−1 2
2
0 1 1
1
1 −2 −1 1 2 x
2
1 −1
2
4

Notemos que Dg = R, Dg0 = R+ , a função não tem zeros, é estritamente


decrescente e injetiva no seu domínio.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 73
CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

4.2 Equação exponencial


Nota
DEFINIÇÃO: Chama-se equação exponencial à toda equação cuja in- Sendo a, b, m, n ∈ R tem-se:
cógnita se apresenta no expoente de uma ou mais potencias de bases • am · an = am+n
positivas e diferentes de 1. • am · bm = ( ab)m
am
• = am−n , com a 6= 0
an
A resolução de uma equação exponencial baseia-se no fato da função am  a m
• m = , com b 6= 0
exponencial ser injectiva, o que resulta no seguinte. b b
• ( am )n = am·n
1
PROPRIEDADE: Sendo a > 0 e a 6= 1, tem-se que: • a−n = , com a 6= 0
an
• a0 = 1
a x = ay ⇔ x = y m

n

n
• am = a n (caso, am exista)

Exemplo 4.2 Resolva em R as seguintes equações:

(a) 125x = 625 (b) 2 x = 1 (c) 3 x = 2 x

E.3. Resolva em R as equações:


Resolução: Resolvemos estas equações transformando-as em igualdades de (a) 64x = 256
duas potências de mesma base. Em seguida aplicamos a propriedade. √6
5 √
3
(b) 32x+1 = 2
 x 4
(a) 125x = 625 ⇔ 53 = 54 ⇔ 53x = 54 ⇔ 3x = 4 ⇔ x = (c) 52x−1 = 1
3
(d) 7x = 8x
 
4
Logo, S = . 4 x −1
3 (e) = 128
2 x +2
( b ) 2 x = 1 ⇔ 2 x = 20 ⇔ x = 0
Logo, S = {0}.
 x   x  0
3x 2x 3 3 3
(c) 3 x = 2 x ⇔ x = x ⇔ =1⇔ = ⇔x=0
2 2 2 2 2
Logo, S = {0}.

Algumas equações exponenciais exigem mais artifícios de cálculos antes


da aplicação da propriedade.

Exemplo 4.3 Resolva em R a equação 3x+1 − 3x+2 = −54

E.4. Resolva as equações:


(a) 2x+3 + 2x−1 = 17
Resolução: Com efeito,
11
(b) 3x+1 + 3x − 3x−1 =
9
3x+1 − 3x+2 = −54 ⇔ 3x · 3 − 3x · 32 = −54 (c) 5x+4 + 5x+1 + 5x+2 = 131
 
⇔ 3x 3 − 32 = −54 (d) 54x−1 − 54x − 54x+1 + 54x+2 = 480

⇔ 3x (−6) = −54
−54
⇔ 3x =
−6
x
⇔ 3 =9
⇔ 3 x = 32 ⇔ x = 2

Portanto S = {2}.

74 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

Há equações exponenciais cuja resolução pode ser feito com recurso a uma
mudança de variável.

Exemplo 4.4 Resolva, em R, a equação 9x − 10 · 3x + 9 = 0.

E.5. Determine o conjunto dos valo-


Resolução: A equação pode ser escrita sob a forma: res x, x ∈ R, que satisfazem cada
uma das equações:

(32 ) x − 10 · 3x + 9 = 0 ⇔ (3x )2 − 10 · 3x + 9 = 0. (a) 4x+1 − 2x+1 − 56 = 0


(b) 9x − 4 · 3x+1 + 27 = 0
x
Fazendo a mudança de variável 3 = t, temos: (c) e2x − 3e x + 2 = 0
√ 2 2
(d) 4x − 5 · 2x + 4 = 0
10 ± 64 10 ± 8
t2 − 10t + 9 = 0 ⇒ t = = ⇔ t = 9 ∨ t = 1.
2 2
Voltando a variável x, temos:

3x = 9 ∨ 3x = 1 ⇔ 3x = 32 ∨ 3x = 30
⇔ x = 2 ∨ x = 0.

Logo, S = {0, 2}.

 x
 8 2 · 16y−1 = 1
Exemplo 4.5 Resolva o sistema de equações exponenciais: x 1
 5 4 −4y =
5

E.6. Resolva os seguintes sistemas de


Resolução: Criamos as condições para aplicar a propriedade e, em seguida, equações:
 x
aplicamos o método de substituição e vem 2 − 2y = 24
(a)
x+y = 8
 x   x  
 8 2 · 16y−1 = 1 y −1  x
2 3 − 3y = 8
23 · 24 = 20

(b)
x −4y 1 ⇔ 3x −y = 9
x
 54 =  5 4 −4y = 5−1
2 + 3y −2 = 7
 x
5
(c)
2x−1 + 2 · 3y = 56
( 3x ( 3x
2 2 · 24y−4 = 20 2 2 +4y−4 = 20
⇔ x −4y −
⇔ x
54 =5 1
5 4 −4y = 5−1

 3x + 4y − 4 = 0
 (
 2

3x + 8y = −8
⇔ ⇔

 x x − 16y = −4

 − 4y = −1
( 4 (
3(−4 + 16y) + 8y = 8
48y + 8y = 20
⇔ ⇔
x = −4 + 16y − − −−
5

( 
5  y=

56y = 20 
y=

 14
⇔ ⇔ 14 ⇔
− − −−  − − −−
 x = 12



7
 
12 5
Portanto S= , .
7 14

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 75
CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

4.3 Inequação exponencial

DEFINIÇÃO: Inequação exponencial é toda inequação cuja incógnita


se apresenta no expoente de uma ou mais potências de bases positivas
e diferentes de 1.

A resolução de uma inequação exponencial baseia-se em uma das proprie-


dades seguintes, que resultam da monotonia da função exponencial.

PROPRIEDADE: Sendo a ∈ R \ {1}, x, y ∈ R, tem-se:

• a x > ay ⇔ x > y, se a > 1.


x y
• a > a ⇔ x < y, se 0 < a < 1.

Exemplo 4.6 Resolva em R as inequações:

(a) 253x−1 > 125x+2


 2x−5   x+1
1 1
(b) 6
8 4

E.7. Resolva em R as inequações:


Resolução: Em cada caso, aplicamos as propriedades acima. (a) 163x−1 > 82x+5
 3x−1  2x
1 1
(a) Com efeito, (b) 6
9 3
 3x−1   x+2 √ 3x−1 √ 4
(c) ( 2) 6 8
253x−1 > 125x+2 ⇔ 52 > 53 ⇔ 56x−2 > 53x+6  2x−1
1
⇔ 6x − 2 > 3x + 6 ⇔ 6x − 3x > 6 + 2 (d) > 3 x +2
3
8
⇔ 3x > 8 ⇔ x >
3
   
8 8
Logo, S = x ∈ R : x > = , +∞ .
3 3
(b) Com efeito
 2x−5   x+1 "  #2x−5 "  # x+1
1 1 1 3 1 2
6 ⇔ 6
8 4 2 2
 6x−15  2x+2
1 1
⇔ 6
2 2
⇔ 6x − 15 > 2x + 2
⇔ 6x − 2x > 2 + 15
⇔ 4x > 17
17
⇔ x>
4
   
17 17
Logo, S = x ∈ R : x > = , +∞
4 4

76 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

Exemplo 4.7 Resolver em R a inequação


 x  x
1 1
2 −3 + 1 > 0.
4 2

E.8. Resolva em R as inequações:


Resolução: Com efeito, (a) 3 · 4x 6 72 − 6 · 4x
 x  x "  # x  x (b) 3 · 2x+2 − 22x > 32
1 1 1 2 1
2 −3 +1 > 0 ⇔ 2 −3 +1 > 0 (c) 2e2x + e x − 10 6 0
4 2 2 2
  x 2  x
1 1 E.9. Resolva em R as inequações
⇔2 −3 + 1 > 0.
2 2
3 − 9 x +1
(a) <0
 x 4 − 2 x −1
1
Fazendo a mudança de variável = t, temos: 42x+3 − 16
2 (b) >4
8x − 4

2t2 − 3t + 1 > 0

O gráfico da função f (t) = 2t2 − 3t + 1 é uma parábola:

Temos que

+ + 1
f (t) > 0 ⇔ t 6 ∨ t > 1.
x 2
1 1
2

Voltando à variável x, temos:


 x
1 1
6 ⇔x>1 (I)
2 2
ou  x   x  0
1 1 1
>1⇔ > ⇔ x 6 0. (II)
2 2 2

0 1

Portanto, (I) ∪ (II) = { x ∈ R : x 6 0 ∨ x > 1}.

Logo,

S = { x ∈ R : x 6 0 ∨ x > 1} =] − ∞, 0] ∪ [1, +∞[.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 77
CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

4.4 Logaritmo de um número

Para compreender o que é um logaritmo, considere uma potencia de base Nota histórica
positiva e diferente de 1. Por exemplo:
Os logaritmos foram inventados pelo ma-
3 temático escocês John Napier.
2 = 8. No séc. XVI e inicio do séc XVII, com
o avanço da Astronomia e das outras
Ao expoente dessa potência damos o nome de logaritmo. Dizemos que 3 é áreas, os cientistas sentiam necessidade
de realizarem cálculos tediosos. Tendo
o logaritmo de 8 na base 2.
em conta o pouco avanço ainda das cal-
Em símbolos: culadoras, inventaram-se os logaritmos
23 = 8 ⇔ log2 8 = 3. com o objectivo de se substituírem as
operações de multiplicação e divisão por
outras mais simples (adição e divisão),
quando se trabalha com números muito
DEFINIÇÃO: Sejam x e a números reais positivos e a 6= 1. Chama-se grandes ou muito pequenos.
Até ao melhoramento das calculadoras e
logaritmo de x da base a o expoente y tal que ay = x. o aparecimento do computador, os loga-
Simbolicamente: ritmos foram uma das maiores invenções
loga x = y ⇔ ay = x. de sempre.

Notação:
Na expressão loga x = y:

• x é chamado de logaritmando ou argumento,

• a é chamada de base do logaritmo,

• y é chamada de logaritmo de x na base a.

Exemplo 4.8 Calcule os valor de:



(a) log2 16 1 (c) log7 1. (d) log5
3
5 John Napier, 1550-1617
(b) log5
25

Resolução: Aplicando a definição temos:


E.10. Calcule, aplicando a definição, os
(a) log2 16 = y ⇔ 2y = 16 ⇔ 2y = 24 ⇔ y = 4. logaritmos:
1 1 √
(b) log5 = y ⇔ 5y = ⇔ 5y = 5−2 ⇔ y = −2. (a) log7 49 (d) log2
5
16
25 25
(b) log128 1024
(c) log7 1 = y ⇔ 7y = 1 ⇔ 7y = 70 ⇔ y = 0. (e) log5 1
4
√3
√3 1 1 (c) log 3
2 9
(f) log4 4
(d) log5 5 = y ⇔ 5y = 5 ⇔ 5y = 5 3 ⇔ y = .
3

Nota:
• Quando a base é 10, omite-se o 10 e escreve-se log x; É chamado
logaritmo decimal. Em muitas calculadoras, este logaritmo é denotado
por LOG .

• Quando a base é e (número de Neper), omite-se o e e escreve-se


ln x (logaritmo neperiano ou logaritmo natural de x). Nas calculadoras é
denotado por LN .

78 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

4.4.1 Consequências da definição

Decorre imediatamente da definição que para números reais positivos x e


a, com a 6= 1, valem as seguintes propriedades:

• loga a = 1. Pois loga a = y ⇔ ay = a ⇔ y = 1


• loga 1 = 0. Porque, loga 1 = y ⇔ ay = 1 ⇔ ay = a0 ⇔ y = 0.
• loga a x = x. Porque loga a x = y ⇔ ay = a x ⇔ y = x.
• aloga x = x. Com loga x = y ⇔ ay = x vem aloga x = x.

Exemplo 4.9 Calcule a valor de:

(a) 8log2 5 (b) 31+log3 4 (c) e2 ln 5

E.11. Calcule o valor de:


Resolução: Aplicando a definição e as suas consequências, obtemos (a) 6log6 5
 log2 5  3 (b) 52 log5 3
(a) 8log2 5 = 23 = 2log2 5 = 53 = 125. (c) 52+log5 3

(b) 31+log3 4 = 31 · 3log3 4 = 3 · 4 = 12. (d) 92−log3 2

 2
(c) e2 ln 5 = eln 5 = 52 = 25.

Exemplo 4.10 Calcule o valor da expressão


5
E = 3log3 + log6 6 − log8 1

E.12. Calcule:
(a) 3log3 2 − 4log2 3 + 1
Resolução: Sabendo que 3log3 5 = 5, log6 6 = 1 e log8 1 = 0, temos (b) 5log25 2 + 21−log2 5
5 32−log3 6
E = 3log3 + log6 6 − log8 1 = 5 + 1 − 0 = 6. (c)
81+log2 3

Exemplo 4.11 Resolva em R as equações:

(a) 2 x = 3 (b) e x = 7

E.13. Resolva, em R,
√  x
(a) 2 =9
Resolução: Aplicando a definição obtemos
(b) e1− x = 7
(a) 2x = 3 ⇔ 2x = 2log2 3 ⇔ x = log2 3. (c) 52x−1 = 3
Portanto, S = {log2 3}.
(b) e x = 7 ⇔ e x = eln 7 ⇔ x = ln 7.
Assim, S = {ln 7}.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 79
CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

4.5 Propriedades dos logaritmos

Estudamos na secção anterior, quatro propriedades que derivaram-se dire-


tamente da definição de logaritmo de um número. Continuando veremos
mais quatro propriedades, que tornam vantajoso o emprego de logaritmos
nos cálculos.

Sendo x, y e a números reais positivos, com a 6= 1, temos:

Logaritmo do produto

.
Pelas consequência da definição tem-se x = aloga x e y = aloga y.
Multiplicando membro a membro, vem

xy = aloga x · aloga y = aloga x+loga y .

Pela definição de logaritmo vem loga ( xy) = loga x + loga y.

O logaritmo do produto é igual à soma dos logaritmos dos factores.

loga ( x · y) = loga x + loga y

Exemplo 4.12 Calcule:

(a) log3 (27 · 9) (b) log2 (8 · 128) (c) log5 (5 · 25 · 125)

E.14. Utilize a propriedade do loga-


Resolução: Aplicando a propriedade temos: ritmo para calcular o valor de:
(a) log3 (3 · 81)
(a) log3 (27 · 9) = log3 27 + log3 9 = 3 + 2 = 5 1
(b) log3 (3 · 243)
(b) log2 (8 · 128) = log2 27 + log2 128 = 3 + 7 = 10 2
(c) log2 (2 · 4 · 8 · 16)
(c) log5 (5 · 25 · 125) = log5 5 + log5 25 + log5 625 = 1 + 2 + 4 = 7

Logaritmo do quociente

Pelas consequência da definição tem-se

x = aloga x e y = aloga y .

Dividindo membro a membro temos

x aloga x
= log y = aloga x−loga y .
y a a
 
x
Pela definição, vem loga = loga x − loga y.
y
O logaritmo do quociente é igual à diferença entre os logaritmos dos termos.
 
x
loga = loga x − loga y
y

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CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

Exemplo 4.13 Calcule: E.15. Utilize a propriedade do loga-


      ritmo do quociente para calcular
4 32 625 o valor de:
(a) log2 (b) log2 (c) log5
16 4 125 
512

(a) log2
64
49 · 343
 
(b) log7
Resolução: Aplicando a propriedade temos: 7
  (c) log2 560 − log2 7 − log2 5
4
(a) log2 = log2 4 − log2 16 = 2 − 4 = −2 (d) log3 54 + log3 10 − log3 20
16
 
32
(b) log2 = log2 32 − log2 4 = 5 − 4 = 3 E.16. Qual é a expressão cujo desenvol-
4 vimento é:
 
625
(c) log5 = log5 625 − log5 125 = 4 − 3 = 1 (a) 1 + log2 a − log2 b − 2 log2 c
125
(b) log2 a + log2 b − log2 c

Logaritmo de uma potência

.
loga x
 que xp = a
Tem-se e que elevando a p, ambos os membros, vem
p loga x
x = a .
Pelas propriedade da potência tem-se que x p = a p loga x
Pela definição de logaritmo vem loga ( x p ) = p loga x.

O logaritmo de uma potência é igual ao produto do expoente pelo logaritmo


da base.
loga ( x p ) = p loga x

Exemplo 4.14 Calcule:


E.17. Aplique as propriedades e calcule:
    √
5
(a) log2 85 (b) log3 34 · 92 (c) log4 162 (a) log3 9
 
(b) log4 163
√3
(c) log6 6
Resolução: Aplicando as propriedades, temos:
 
(a) log2 85 = 5 · log2 8 = 5 · 3 = 15 E.18. Qual é a expressão cujo desenvol-
vimento é:
     
(b) log3 34 · 92 = log3 34 + log3 92 = 4 · log3 3 + 2 log3 9 1 1 3
(a) log a − log c − log b
3 2 2
= 4·1+2·2 = 8 1 1

2
 (b) 2 + loga a + log2 b − log2 c
√ 3 6
5 2 2 4
(c) log4 162 = log4 16 5  = log4 16 = · 2 =
5 5 5

Mudança de base

De um modo geral, tem-se:

loga x = y ⇔ ay = x ⇔ logb ( ay ) = logb x


⇔ y logb a = logb x
⇔ loga x × logb a = logb x porque y = loga x

logb x
Logo, loga x = .
logb a

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CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

logb x
loga x = ∀b, b ∈ R+ \ {1}
logb a

Exemplo 4.15 Calcule o valor de:

(a) log64 32 (b) log234 27

E.19. Escreva como logaritmos na base


2 e simplifique:
Resolução: Com efeito,
(a) log3 8 (c) log6 32
log2 32 5 (b) log 47 (d) log128 4
(a) log64 32 = =
log2 64 6
log3 27 log3 (33 ) 3
(b) log234 27 = = 5
=
log3 243 log3 (3 ) 5

Exemplo 4.16 Sabendo que log6 5 = 0, 898 e log6 2 = 0, 386, calcule:

(a) log6 10 (d) log6 20


5
(b) log6 2, 5 (e) log6
12

(c) log2 5 (f) log6 5

E.20. Assuma que log 4 ≈ 0.6,


log 5 ≈ 0.7 e log 6 = 0.8. Usando
Resolução: Com efeito, as propriedades do logaritmos cal-
cule os valores aproximados, às
décimas, de:
(a) log6 10 = log6 (5 · 2) = log6 5 + log6 2 = 0, 898 + 0, 386 = 1, 284
 
1
 
5 (a) log 24 (d) log
(b) log6 2, 5 = log6 = log6 5 − log6 2 = 0, 898 − 0, 386 = 0, 512 25
2 (b) log 30 √
(e) log 5
log6 5 0, 898
 
1
(c) log2 5 = = = 2, 326 (c) log
4 (f) log 125
log6 2 0, 386
   
(d) log6 20 = log6 22 · 5 = log6 22 + log6 5 = 2 log6 2 + log6 5
= 2 · 0, 386 + 0, 8981, 67.
5
(e) log6 = log6 5 − log6 12 = log6 5 − log6 (2 · 6)
12 
= log6 5 − log6 2 + log6 6 = 0, 898 − (0, 386 + 1)
= 0, 898 − 1, 386 = −0, 488.
√ 1 1 1
(f) log6 5 = log6 5 2 = log6 5 = · 0, 898 = 0, 449
2 2

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CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

4.6 Função logarítmica

DEFINIÇÃO: Chama-se função logarítmica toda função f : R+ → R


tal que
f ( x ) = loga x
com a ∈ R e a 6= 1.

Portanto, chamamos função logarítmica de base a (a > 0 e a 6= 1) a função


que associa a cada x positivo o número loga x.

4.6.1 Gráfico de uma função logarítmica

Exemplo 4.17 Consideremos a função f ( x ) = log2 x e g( x ) = log 1 x.


2
Represente cada uma graficamente e estude-as quanto ao domínio, contrado-
mínio, zeros, monotonia e injetividade.
E.21. Considere a função logarítmica
definida por
Resolução: Com efeito, f ( x ) = log3 x
(a) Calcule f (1), f (3) e f (9)
y (b) Indique x tal que f ( x ) = −2
x f ( x ) = log2 x (c) Represente f graficamente
2
1
−2 E.22. Represente num mesmo referen-
4 1 cial, o gráfico das seguintes fun-
1 ções:
−1
2
11 1 2 4 x (a) f ( x ) = log2 x;
1 0 (b) g( x ) = log 1 x;
−1 42 2

(c) h( x ) = log x;
2 1 −2 (d) i ( x ) = ln x;
4 2 (e) j( x ) = log0,2 x;
(f) k ( x ) = log√7 x.
Temos que D f = R , +
D 0f
= R, f tem um único zero em x = 1, f é estrita-
mente crescente e injetiva no seu domínio.

Analogamente fazemos para a função g.

y
x g( x ) = log 1 x
2
2
1
2
4 1
1
1
2
11 1 2 4 x
1 0
−1 42
2 −1 −2
4 −2

Temos que Dg = R+ , Dg0 = R, g tem um único zero em x = 1, g é


estritamente decrescente e injetiva no seu domínio.

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CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

4.6.2 Domínio da função logarítmica

Pela definição conclui-se que só existe o logaritmo de um numero real


positivo. Esta restrição permite-nos definir o domínio de uma função
logarítmica.

TEOREMA: Sendo f uma função definida por f ( x ) = loga x, com


a ∈ R+ \ {1} tem-se

D f = { x ∈ R : x > 0} .

Exemplo 4.18 Determine o domínio da função f ( x ) = log5 (3x − 6).

E.23. Determine o domínio de cada


Resolução: Temos que impor a condição sobre o logaritmando, isto é, uma das funções:
3x − 1
 
(a) g( x ) = 1 − 2 log 1
D f = { x ∈ R : 3x − 6 > 0} 3 2
(b) h( x ) = 3 + 7 ln(−3x + 5)
Resolvendo a condição, vem 
(c) f ( x ) = log7 − x2 + 3x + 4


3x − 1
 
3x − 6 > 0 ⇔ x > 2. (d) f ( x ) = log5
x−2

Logo, D f = { x ∈ R : x > 2} =]2, +∞[.

Em casos de operação com varias função logarítmicas, procede-se assim


como apreendemos em anos anteriores.

Exemplo 4.19 Determine o domínio da função exponencial definida por:

f ( x ) = log2 (3 − 5x ) + 2 log2 ( x + 4)

E.24. Determine o domínio das seguin-


tes funções definidas pelas expres-
Resolução: Tratando-se de soma de funções, intersectamos os respetivos sões algébricas:

domínios. Assim definimos D f = { x ∈ R : 3 − 5x > 0 ∧ x + 4 > 0} (a) log x + 3 log(2x + 3)


Resolvendo as condições, temos (b) log8 (5x − 15) − log5 ( x2 − 3x )

( 3
3 − 5x > 0 
x<
⇔ 5
x+4 > 0  x > −4

Cuja representação geométrica é

−4 3
5
   
3 3
Portanto, D f = x ∈ R : −4 < x < = −4, .
5 5

A determinação do domínio de uma função logarítmica, chamada condição


de existência da mesma, será fundamental na decisão se um determinado
número real pode ou não ser solução de uma dada equação logarítmica
(tema da próxima secção).

84 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

4.7 Equação logarítmica

DEFINIÇÃO: Chama-se equação logarítmica aquela que apresenta


incógnita no logaritmando de um logaritmo.

A resolução de uma equação logarítmica baseia-se no fato da função


logarítmica ser injectiva, o que resulta no seguinte.

PROPRIEDADE: Sendo a > 0 e a 6= 1,

loga x = loga y ⇔ x = y, ∀ x, y, a ∈ R+ e a 6= 1.

Exemplo 4.20 Resolva a equação log2 (4x + 24) = 5.

E.25. Resolva em R as equações:


Resolução: Antes da resolução, convém sempre determinar o domínio de (a) log3 (6x − 9) = 4
existência dos logaritmos.  
(b) log4 24x + 3 = x + 1
Domínio de existência:
(c) log5 (25x + 6) = x + 1

4x + 24 > 0 ⇔ x > −6 ∴ D = { x ∈ R : x > −6} =] − 6, +∞[

Resolução da equação:
Transformamos os dois membros em logaritmos de mesma base. Assim
fazemos 5 = log2 25 = log2 32, em seguida aplicarmos a propriedade,
obtendo

log2 (4x + 24) = 5 ⇔ log2 (4x + 24) = log2 32


⇔ 4x + 24 = 32 ⇔ x = 2

Note que 2 ∈ D. Portanto S = {2}.

Em algumas equações, temos que aplicar as propriedades do logaritmo.

Exemplo 4.21 Resolva a equação log3 ( x + 1) + log3 ( x − 7) = 2.

E.26. Determine, em R, o conjunto so-


Resolução: Com efeito, lução de cada uma das equações:

Condição de existência: (a) log( x2 − x ) + log x = log 9

( ( (b) log4 ( x + 10) + log4 ( x − 5) = 2


x+1 > 0 x > −1 (c) 2 · log x + log 2 = log(4 − 2x )
⇔ ⇔ x > 7 ∴ D =]7, +∞[
x−7 > 0 x > 7.
Resolução da equação:
log3 ( x + 1) + log3 ( x − 7) = 2 ⇔ log3 [( x + 1)( x − 7)] = log3 32
⇔ log3 ( x2 − 6x − 7) = log3 9
⇔ x2 − 6x − 7 = 9 ⇔ x2 − 6x − 16 = 0
⇔ x = 8 ∨ x = −2.

Note que apenas 8 ∈ D mas −2 6∈ D. Portanto S = {8}.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 85
CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

Exemplo 4.22 Resolva a equação log(18x + 10) − log( x + 5) = 1.

E.27. Resolva em R, cada uma das equa-


Resolução: Com efeito, ções:
 
Domínio de existência: (a) log x2 − log x = 2

( 5   (b) log 1 (3x + 2) − log 1 x = −1
18x + 10 > 0 x>− 5 5 2 2

⇔ 9 ⇔x>− ∴ D = − , +∞ (c) ln( x − 3) − 1 = ln( x + 2)
x+5 > 0  x > −5. 9 9

Resolução da equação:
log(18x + 10) − log( x + 5) = 1 ⇔ log(18x + 10) − log( x + 5) = log 10
 
18x + 10
⇔ log = log 10
x+5
18x + 10
⇔ = 10
x+5
⇔ 18x + 10 = 10x + 50
⇔ 18x − 10x = 50 − 10
⇔ 8x = 40 ⇔ x = 5.

Como 5 ∈ D temos que S = {5}.

Exemplo 4.23 Resolva a equação log2 ( x + 4) − log4 x = 2.

E.28. Resolva as seguintes equações:


Resolução: Nesta equação temos aplicar mudança de base para termos todos (a) log2 ( x + 3) − log4 x = 2
os logaritmos com a mesma base. (b) log3 ( x − 2) − log9 ( x − 4) = 1
Domínio de existência: (c) log2 x + log4 x + log8 x = 7
( (
x+4 > 0 x > −4
⇔ ⇔x>0 ∴ D = ]0, +∞[
x>0 x > 0.

Resolução da equação:
log2 x
log2 ( x + 4) − log4 x = 2 ⇔ log2 ( x + 4) − = log2 22
log2 4
log2 x
⇔ log2 ( x + 4) − = log2 4
2
2 log2 ( x + 4) − log2 x 2 log2 4
⇔ =
2 2
⇔ log2 ( x + 4)2 − log2 x = log2 42
( x + 4)2
 
⇔ log2 = log2 16
x
( x + 4)2
⇔ = 16 ⇔ x2 + 8x + 16 = 16x
x
⇔ x2 − 8x + 16 = 0 ⇔ x = 4

Temos que 4 ∈ D, então S = {4}.

86 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

Há casos em que podemos aplicar mudanças de variáveis.

Exemplo 4.24 Resolva a equação log3 x


2
− 5 log3 x + 4 = 0. Nota
Notação:
(loga x )2 = log2a x.

Resolução: Com efeito, E.29. Resolva as seguintes equações:


2
D = { x ∈ R : x > 0} = ]0, +∞[ . (a) log3 x − 6 · log3 x + 9 = 0
(b) log25
x − log5 x − 6 = 0
Fazendo uma mudança de variável log3 x = t, vem: 2
 
(c) ln x + 6 = ln x5

t2 − 5t + 4 = 0 ⇔ t = 1 ∨ t = 4.

Voltando a variável original, temos:

log3 x = 1 ∨ log3 x = 4 ⇔ x = 3 ∨ x = 81.

Como 4 ∈ D e 81 ∈ D, temos S = {3, 81}.

Exemplo 4.25 Resolva os sistemas de equações:


( (
x+y = 7 log3 x + log3 y = 3
(a) (b)
log2 x + log2 y = log2 12 log3 x − log3 y = 1

E.30. Resolva, para x e y reais, os se-


Resolução: Com efeito, guintes sistemas de equações:

log x + log y = 2
( ( (a)
x+y = 7 x+y = 7 x−y = 5
(a) ⇔
log2 x + log2 y = log2 12 log2 ( xy) = log2 12

log2 x + log2 y = 3
(b)
( ( ( log2 x − log2 y = 1
x+y = 7 x=3 x=4
⇔ ⇔ ∨

 x 1
xy = 12 y=4 y=3 2 = 4+ y
(c) 2
 log (2x + y) = 1
Portanto S = {( x, y)} = {(3, 4), (4, 3)}. 2

(
log3 x + log3 y = 3
(b)
log3 x − log3 y = 1

Fazendo log3 x = a e log3 y = b o sistema será equivalente à

( ( (
a+b = 3 a+b = 3 1+b+b = 3
⇔ ⇔
a−b = 1 a = 1+b −−−
( (
2b = 2 b=1
⇔ ⇔
−−− a=2

mas a = log3 x e b = log3 y, então

log3 x = 2 ⇔ log3 x = log3 32 ⇔ x = 9


log3 y = 1 ⇔ log3 y = log3 3 ⇔ y = 3

Logo, S = {( x, y)} = {(9, 3)}.

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CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

4.8 Inequação logarítmica

DEFINIÇÃO: Chama-se inequação logarítmica aquela que apresenta


a incógnita no logaritmando ou na base de um logaritmo.

A resolução de uma inequação logarítmica baseia-se no fato de da função


logarítmica ser injetiva. Daí resulta as propriedades seguintes.

PROPRIEDADE: Sendo a ∈ R \ {1}, x, y ∈ R tem-se:

• loga x > loga y ⇔ x > y, se a > 1.


• loga x > loga y ⇔ x < y, se 0 < a < 1.

Exemplo 4.26 Resolva em R a inequação log2 (3x − 1) > 3.

E.31. Resolva em R as inequações:


Resolução: O processo de resolução de inequações logarítmicas é semelhante (a) log 1 ( x − 2) 6 −1
3
ao da resoluções de equações.
(b) ln(3x − 6) > ln(6 − x )
Com efeito,
(c) log0,5 (5x − 1) > log0,5 (5 − 2x )

Domínio de existência:
 
1 1
3x − 1 > 0 ⇔ x > ∴D= , +∞
3 3
Resolução da inequação:

log2 (3x − 1) > log2 23 ⇔ log2 (3x − 1) > log2 8


⇔ 3x − 1 > 8
⇔ 3x > 9
⇔ x>3

O conjunto solução S da inequação é a intersecção do conjunto dos valores x


tais que x > 3, com o domínio de existência. Geometricamente temos

1 3
3

Portanto S = { x ∈ R : x > 3} =]3, +∞[.

88 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

Exemplo 4.27 Resolva a inequação log3 (2x + 1) − log3 ( x + 8) 6 −1.

E.32. Determine o conjunto dos núme-


Resolução: Com efeito, ros reais x que satisfazem cada
uma das inequações:
Domínio de existência
 (a) log x + log( x + 3) < 1
( 1  
(b) log2 ( x + 3) − log4 x 6 2
2x + 1 > 0 
x>− 1 1
⇔ 2 ⇔x>− ∴ D = − , +∞ (c) log( x + 3) + log( x − 3) 6 2 log x
x+8 > 0  x > −8 2 2

Resolução da inequação

Escrevemos o número −1 como −1 = log3 3−1 .

Temos, então que log3 (2x + 1) − log3 ( x + 8) 6 log3 3−1 .


 
2x + 1
Pela propriedade dos logaritmos, escrevemos log3 6 log3 3−1 .
x+8

Como a base dos logaritmos é maior que 1, o sentido da desigualdade se


mantém para os logaritmandos. Isto é:
 
2x + 1 1 2x + 1 1 2x + 1 1
log3 6 log3 ⇔ 6 ⇔ − 60
x+8 3 x+8 3 x+8 3
3(2x + 1) − ( x + 8) 5x − 5
⇔ 60⇔ 6 0.
3( x + 8) 3x + 24

5x − 5
Construindo o quadro do estudo do sinal da expressão , temos:
3x + 24

x −8 1

5x − 5 − − − 0 +

3x + 24 − 0 + + +

5x − 5
+ N.D − 0 +
3x + 24
5x − 5
Portanto 6 0 ⇔ −8 < x 6 1.
3x + 24

O conjunto solução S da inequação é a intersecção do conjunto dos reais x


tais que −8 < x 6 1, com o conjunto dos reais x tais que obedecem a C.E.
1
x > − , ou seja:
2
 
1
S = x ∈ R : −8 < x 6 1∧ > − .
2

−8 1 1

2
   
1 1
Assim, S= x∈R:− <x61 = − ,1 .
2 2

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 89
CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

4.9 Estudo das funções exponenciais e logarítmica

Através de exemplos e com base nas secções anteriores, faremos o estudo


das funções exponenciais e logarítmica.

Exemplo 4.28 Considerando a função real definida por f ( x ) = −1 + 2x−1


determine:

(a) O domínio e o contradomínio de f ;


(b) Os zeros, se existirem;
(c) Os valores de x que verificam a condição f ( x ) > 1;
(d) A função inversa de f , sabendo que f é injetiva.

Resolução: Sendo f ( x ) = −1 + 2x−1 Nota


Para determinar a inversa de uma fun-
(a) Não existe restrição ao expoente de uma potência de base positiva,
ção e caraterizá-la, usamos o mesmo pro-
sendo assim D f = R. cedimento apreendido em anos anterio-
Para determinar o contradomínio de uma função exponencial, temos res:

em conta que a x > 0, ∀ a > 0, a 6= 1 e x ∈ R, e por um processo de 1º. Determina-se o domínio de f .

enquadramento fazemos a construção simultânea da função e do seu 2º. Substitui-se f ( x ) por y.

contradomínio: 3º. Trocam-se as variáveis x por y.


4º. Resolve-se a equação x = f (y) em
2 x −1
> 0 ⇔ −1 + 2 x −1
> −1 ⇔ f ( x ) > −1 ordem a y para obter y = f −1 ( x ).
5º. O domínio de f −1 é o contradomí-
Portanto, D 0f =] − 1, +∞[. nio de f e o contradomínio de f −1 é
o domínio de f .
(b) Igualando a expressão designatória da função a zero obtemos:
 2x+1
f ( x ) = 0 ⇔ 2x−1 − 1 = 0 ⇔ 2x−1 = 1 ⇔ 2x−1 = 20 ⇔ x = 1. E.33. Considere y = 1 +
1
.
3
Assim, Zero = {1}. (a) Indique o contradomínio;
(b) Determine os zeros, caso exis-
(c) f ( x ) > 1 ⇔ 2x−1 − 1 > 1 ⇔ 2x−1 > 2 ⇔ x − 1 > 1 ⇔ x > 2.
tam;
∴ x ∈ [2, +∞[.
(c) Prove que se trata de uma fun-
(d) Determina-se a sua expressão designatória seguindo o seguinte proce- ção injetiva;

dimento: (d) Caraterize a inversa desta fun-


ção;

y = − 1 + 2 x −1 ⇔ x = − 1 + 2y −1 (e) Os valores de x que tornam


y > 4.
⇔ 2y −1 = x + 1
E.34. Caracterize a função inversa de
⇔ y − 1 = log2 ( x + 1) cada uma das seguintes funções
reais de variável real definidas
⇔ y = 1 + log2 ( x + 1). analiticamente por:
(a) f ( x ) = 2 − e x−5
Portanto, f −1 ( x ) = 1 + log2 ( x + 1).  2x−5
2
Sabe-se que (b) g( x ) = 4 +
3

D f −1 = D 0f =] − 1, +∞[ e D 0f −1 = D f = R (c) h( x ) = 2 − 53x−2

A caracterização da função inversa será:


f −1 :] − 1, +∞[ → R
x 7→ 1 + log2 ( x + 1).

90 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

Exemplo 4.29 Considerando a função f real de variável real, tal que

f ( x ) = 2 + log2 ( x + 3),

determine:

(a) O domínio de f ;
(b) O contradomínio;
(c) Os zeros;
(d) A função inversa de f .

E.35. Considere a função real de variá-


Resolução: Sendo f ( x ) = 2 + log2 ( x + 3), vel real definida por
f ( x ) = 3 + log2 ( x2 − 1).
(a) De acordo com a definição de logaritmo de um número, só existe
(a) Calcule f (2) e f (3)
logaritmo de número positivo, logo,
(b) Determine o domínio e o con-
tradomínio
D f = { x ∈ R : x + 3 > 0} = { x ∈ R : x > −3} =] − 3, +∞[.
(c) Indique os zeros de f

(b) Como log2 ( x + 3) ∈ R, então 2 + log2 ( x + 3) ∈ R. Logo D 0f = R. (d) Calcule os valores de x que tor-
nam f ( x ) > log2 8
(c) Para determinar os zeros de uma função qualquer, iguala-se a expressão (e) A aplicação é injectiva? Justifi-
designatória à zero. Neste caso, obtemos sucessivamente: que
(f) Escreva a expressão designató-
2 + log2 ( x + 3) = 0 ⇔ log2 ( x + 3) = −2 ria de g−1

⇔ log2 ( x + 3) = log2 2−2 E.36. Dadas as f.r.v.r, definidas por

⇔ x + 3 = 2−2 f ( x ) = 2 − log 1 (−3x + 7)


3

11 e
⇔ x = − ∈ Df
4 g( x ) = 1 + ln(8x + 16)
 
11 determine:
Portanto, Zeros = − .
4 (a) D f , Dg , D 0f e Dg0
(d) Para determinar a expressão designatória da inversa de f ( x ), primeiro (b) Os zeros de f
escreve-se y = f ( x ), ou seja, (c) As coordenadas dos pontos
da intersecção do gráfico de
y = 2 + log2 ( x + 3). f com o eixo dos yy
(d) A inversa de g
e fazemos sucessivamente:

y = 2 + log2 ( x + 3) ⇔ x = 2 + log2 (y + 3)
⇔ log2 (y + 3) = x − 2
⇔ log2 (y + 3) = log2 2x−2
⇔ y + 3 = 2 x −2
⇔ y = − 3 + 2 x −2

Portanto f −1 ( x ) = −3 + 2x−2 .
Como sabemos, as funções inversas "trocam"entre si, o domínio e o
contradomínio. Assim, a caracterização da função inversa da função f é
dada por:

f −1 : R →] − 3, +∞[
x 7 → −3 + 2 x −2 .

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 91
FICHA DE EXERCÍCIOS CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

1. Partindo do gráfico da função y = 3x , descreva 6. Resolva cada uma das seguintes equações:
como pode obter o gráfico das funções seguintes: (a) 9x − 4 · 3x = −3
(b) 102x−1 − 10x = 0
(a) y1 = 3x−2 (c) y3 = 4 − 3x−2
(c) 2x+3 + 4x+1 − 320 = 0
(b) y2 = −3x−2 (d) y4 = 3| x|
(d) 4x − 6 · 2x + 8 = 0
2. Determine x tais que: (e) 25x − 3 × 5x + 2 = 0
(f) 9x − 5 × 3x + 5 = −1
x
(a) 2 = 512 1− x 2 1
(j) 2 = (g) 53x+2 + 3 · 56x+2 − 100 = 0
(b) 0, 2x = 25 8
2 −5 (k) 8x+1 = (4x )3 (h) 6x − 9 · 6− x + 8 = 0
(c) 3x = 81
x +1
  x −2
1 (i) 32( x+1) − 18 · 3x + 9 = 0
(d) 3 =9 (l) 32x+1 =
1 3 (j) 3 × 52x+1 − 16 × 5x + 4 = 0
(e) 3− x =
81 2
  −1
1 (k) 9x · 3x − 6 · 9x + 11 · 3x − 6 = 0
(m) 3x −1 =
 x
3 27 9x + 3
(f) = 9 (l) = 3x
2 8 4
 x (n) 9 · 3x = 729
1 7. Resolva a equação y2 − 9y + 8 = 0 e usa as soluções
(g) =2 (o) 25x+2 = 125x+5
8 para resolver a inequação 4x − 9 × 2x + 8 = 0.
1 (p) 9 2x −1
= 27 5x +1
(h) 4x = 8. Resolva, em R, as seguintes equações:
16  3x+1   x
1 2 8 4
(i) = 21 − x (q) = (a) 1 + 5 + 25 + 125 + . . . + 5x = 3906
16 27 9
(b) 3x + 3x−1 + 3x−2 + 3x−3 + 3x−4 + 3x−5 = 364
3. Resolva as equações:
9. Se

(a) 3
2x +1
3 = 27 6x
(h) = 243 3x + (3x + 4) + (3x + 8) + . . . + (3x + 64) = 371,
2 −11x +30 2x
(b) 4x = 16
x x 4 x +3 qual é o valor de 3− x ?
(c) 2 × 5 = 100 (i) = 64

3 2 x +2
(d) 2 x +3 = 4 10. Resolva cada uma dos seguintes sistemas:
√ x √ (j) e x−1 = e2( x+1)
(e) ( 2) = 8 ( (
(f) 8x = 2x × 32 (k) 33x+4 = 272x−2 3x+y = 243 2x + 2y = 24
√  √ 2 (a) (h)
3 x −1 =
5 x x +1 3x−y = 27 2x+y = 128
(g) 9 (l) 32x−3 = 27 3
(
32x+y = 37 (
(b) 3x + 3y = 90
4. Resolva em R: 3x−2y = 3 (i)
( 3x+y = 729
5x · 25y = 57
(a) 13 = 1 x x2 −5x +6 (c) (
(c) 5 =1 2x−1 · 2y+2 = 64 2x + 2y = 24
x2 −5x +5 x2 −3x +2 (j)
(b) 5 =1 (d) 7 =1 2x · 2y = 108

 23x · 4y = 32
(d) 4 (
5. Determine o conjunto dos valores x, x ∈ R, que

x +y = 1 5 · 3x+1 − 2y = 127
2 (k)
4 · 3x−1 + 2 · 2y = 28
(
satisfazem cada uma das equações: 42x · 2y = 1
(e)
(a) 2 · 3x−1 + 4 · 3x−2 = 30 2x−y = 16 (
2x+1 + 8 · 3y = 712
x +1 x −1
( (l)
(b) 2 −2 = 192 5 x + y − 56 = 0 2 x − 3y −1 = 5
(f)
(c) 2 x −2
+2 x −1
+ 2x = 56 5 x − y − 52 = 0 
x +1 x x −1
(  3x − 2y2 = 77
(d) 2 +2 +2 = 28 5x = 251+y (m) 2
(g)  3 2x − 2 y2 = 7
(e) 4x + 4x−1 + 4x−2 = 336 x + y = 11
(f) 2x−1 + 2x−2 + 2x−3 + 2x−4 = 960
(g) 3x+1 + 3x−2 − 3x−3 + 3x−4 = 750
(h) 4x x−1 + 4x−2 + 4x−3 + 4x−4 + 4x−5 = 341

– 92 –
11. Resolva as inequações: 19. Sem utilizar a calculadora, determine:
√ 
(a) 5x > 25 (e) 0, 12x > 100
4
(a) log10 100 (e) log 1 5 (h) log7 7
5

(b) 27 > 3 x (f) 163x−1 > 82x+5 (b) log2 64 (f) log2 (0, 25) √
5

2 +1
(c) log2 32 (i) log3 33
(g) 3x( x+1) > 3x
 
x x 1
(c) 3 > 2 (d) log9 3 (g) log2 (j) log√4 4
(h) 0, 25x 6 8x+1 8
1
(d) 3x+5 > (i) 81x > 27x
2 −5
27 20. Calcule:

12. Resolva, em R, as condições: (a) log 10 (h) 10log 7


√  x2 −6x+5 (b) log3 3 (i) 2loga a
2
(a) 4x+1 · 2x−1 < 128
(c) 1, 8 >1 (c) log0.5 1 √
a
1 √ 2 (j) 10loga
(b) √ 6 251− x
3x−2 (d) log5 5
(d) 0, 6 > 0, 6 1
5 (e) ln e−10 (k) eln( 3 )
 
1
 
13. Resolva as inequações: (f) log 1 (l) log10 log10 1010
2 2
 1  2

(g) log4 4− 3 (m) log10 1010 log10 10
(a) 3x−1 · 2x−1 > 12x−1 32x−1 − 3x
(f) <0
(b) 3x + 3x+1 6 12 9x
2x − 1 21. Simplifique a expressão:
(c) e2x − 19 + 30e− x 6 0 (g) >0
3−x
(d) 2e4x + e2x − 10 6 0 0, 5x + 3 0, 5x − 1 (a) 2log2 5 (c) 23 log2 4
(e) 3 x +1
+2·3 x −1
> 11 (h) > 2
0, 5x − 5 0, 5x − 2 (b) 7log7 x (d) 5log5 8−log5 2

14. Resolva em R as inequações: 22. Calcule:


x +1 2x −5 4x +1
(a) 9 6 27 6 243 (a) logb b + log6 36 − log√2 32
  x+3  2x+1  8x+1
2 25 2 (b) ln e + log 1 − log5 125
(b) 6 <
5 4 5 1
(c) log 1 a + logb
(c) 9x−1 < 81x+1 6 273x+5 a b
23. Determine x em cada uma das seguintes situações:
15. Resolva:

(a) 9x − 4 · 3x+1 + 27 > 0 (a) 3log3 27 = x (c) log5 x = 2



x −1

x +1 √
(b) 7 x +1 ÷ 7x−1 < 343 1
(b) eln 4 = x (d) log36 x =
2
16. Determine, em R, o domínio e os zeros (caso exis-
tam) das funções definidas por: 24. Sabendo que loga x = 9, calcule loga x6 .

25. Sabendo que loga x2 = 8 e que x > 0, calcule


1 1
(a) f ( x ) = x (d) f ( x ) =
πx loga x3 .
e −e
√ x+1
(b) f ( x ) = 2x − 4 x−2 26. Sem efetuar as operações dentro do parenteses,
(c) f ( x ) = e
x
x −3 (e) f ( x ) = calcule:
(e x − 1)(4x + 1)
 
17. Determine o domínio de cada função. (a) log2 (32 · 64) (c) log2 328
 √ 
2
2 (b) log ( 32 ÷ 64 ) (d) log a a a
p
(a) f ( x ) = 3x−2 − 1 2
p
4 x x + 4
(c) h( x ) = 4 −2
27. Sem usar calculadora, determine:
p q
(b) g( x ) = 5 2 2x − 1 −8 (d) f ( x ) = (2x − 1)(4 − 2x )
(a) log 5 + log 20
18. Resolva cada uma das equações seguintes: (b) log5 15 − log5 75
(c) log5 75 − log5 3
(a) log 1 x = 2 1
3 (d) = log4 x (d) log√3 18 − log√3 2
(b) log x = 1 8    
√ 1 1
(c) log8 2 4 = x
1
(e) log30 27 = x (e) log 1 + log 1
6 3 6 12

– 93 –
28. Calcule, sem recurso à calculadora: 35. Mostre que:

√ 1
3 (a) loga b =
(a) log2 128 (d) log2 82 logb a
√3
(b) log3 37 loga x 1
(e) ln e−3 (b) = 1 + loga
log a x b
 
1
(c) log25 (f) log5 625
b
5
36. Sabendo que log2 t = x, escreva em função de x:

29. Calcule: √
(a) log2 (16t) (c) log2 t
1
(a) log4 16 + log3 1 + log8 16 √
8 (b) log2
t (d) log2 (25 t) + log2 t3
(b) log 1 4 + log3 243 + log6216
2
1 √ 37. Sabendo que log 2 ≈ 0, 3 e que log 3 ≈ 0, 5, calcule:
(c) log 1 8 + log 1 + log4 2
2 3 9
(a) log 6 (c) log 64
30. Calcule: √3
(b) log 9 (d) log 36
1
   
(a) ln e5 + ln e2 (d) ln √
    e 38. Resolva cada uma das seguintes equações:
(b) ln e5 · ln e2 1

5 (a) log25 (2x − 1) =
4
(c) 2 ln e (e) ln e3  2 
(b) log 1 2x2 − 9x + 4 = −2
3
31. Expanda cada expressão logarítmica: (c) log(2x − 1) = log( x + 1)
  r  (d) log3 [log2 ( x + 6)] = 1
(a) log4 5x3 y y 3
 
(c) ln (e) [log( x + 1)] 3x x2 − 3x = 0
w4
x6
  q 
1 39. Resolva cada uma das seguintes equações:
(b) ln (d) log2 x ( x + 1)
2 y4
(a) ln( x + 1) + ln( x − 2) = 1
(b) log 1 ( x2 + 2x ) − log 1 x = −2
32. Desenvolva aplicando as propriedades dos logarit- 2 2

mos (a, b e c são reais positivos): 1


(c) log16 ( x − 2) + log16 ( x + 1) =
2
√ ! r (d) log2 x + log2 ( x − 2) − log2 ( x − 3) = 3
a2 b ab3
(a) log2 √3
(c) log 2 (e) ln( x − 5) = 1 + ln x
c sc √
3 (f) 2 log x = log 2 + log( x + 4)
4a ab
 
ab
√ (d) log2 √
 
(b) log3 3 3 (g) ln( x + 3) = ln 2 + ln x2
c a2 b a2 b
40. Resolva, em R:
33. Prove que a sucessão definida pelo termos geral
2 + log16 x2
(a) = log16 x2

an
 1 + log16 x
un = log 6
b n −1 (b) log3 x8 + = 18
1 + log3 x
é um progressão aritmética e determine a razão.
41. Resolva
34. Escreva cada expressão abaixo como o logaritmo (a) log2 (4x ) = log4 x + 7
de um único termo: (b) log6 ( x2 − 1) + log 1 ( x − 2) = log36 64
6
(a) log2 6 + log8 x (c) [log2 ( x + 1)]2 − log2 ( x + 1)6 + 8 = 0
(b) log2 x − log2 y  2
(d) log 1 x − log 1 x5 + 4 = 0
(c) 2 ln( x + 2) − ln x 4 4

1 42. Se log 2, log (2 − 1) e log (2x + 3) são, por esta


x
(d) log x + 3 log( x + 1)
2 ordem, termos de uma progressão aritmética, de-
(e) 3 log4 (2x + 3) − log2 ( x + 2) termine o valor de x.
h  x i 3
(f) 2 log( x + 3) − log − log x 43. Resolva a equação
2 2
log2 x − 3 log2 z
(g)

2 log3 log2 log5 x =1

– 94 –
44. Resolva cada um dos seguintes sistemas: 51. Determine o domínio de cada uma das seguintes
( ( funções:
log x + log y = 1 3 log3 x + log3 y = 3
(a) y = ln e x − 5 + 6e− x

(a) (e)
log x − 3 log y = −7 log3 ( xy) = 0
( 1
( 1
(b) y = log2 (2x − 5)
2 · log x + 2 log y = 1 log x 2 − log y 2 = log 3

2

(b) (f) (c) y = ln − x + 2x + 3
log x + log y = 3 9y3 − x2 = 90y
52. Determine o domínio e os zeros as funções reais
( (
log3 x + log3 y = 3 log x + log y = 30
(c) (g) de variável real definidas por:
log y − log3 y = 1 x + y = 60
( (
xy = 16 x − y = 25 (a) log2 ( x + 1) 1
(d) (h) (d)
log2 x = 2 + log2 y log y − 3 = log x − 1 log x
2
(b) log4 ( x − 5x + 6) 1
(e)
45. Resolva cada uma das seguintes inequações: 1 − log x
q
(a) log 1 ( x − 1) < log 1 2 (c) ln(1 − x2 ) (f) log3 x
5 5
(b) loge2 (3x − 1) > 5
53. Para cada uma das seguintes funções, indique o
(c) log 1 ( x + 3) > −3
3
  domínio o contradomínio e caraterize a função in-
1 versa, se existir:
(d) log 1 −x >0
e 3x
(a) a( x ) = 3 + log2 ( x + 2)
46. Obtenha o conjunto de todos os valores reais de x, 3
que satisfazem cada uma das desigualdades: (b) b( x ) = log ( x − 1)
2
(a) log 1 ( x − 1) + log 1 ( x + 5) 6 −4 1
2 2
(c) c( x ) = 1 + ln(3x − 1)
2
(b) log0,7 ( x2 − 1) > 2 log0,7 ( x − 2) (d) d( x ) = log3 (4 − x )
(c) log2 ( x − 3) + log2 ( x − 1) < 3
54. Caraterize a função inversa, se existir, de cada uma
(d) log 1 ( x + 1) − log 1 (5x + 1) > 1 das seguintes funções e represente graficamente f
4 4
(e) log 1 ( x − 1) + log 1 ( x + 5) 6 −4 e f −1 .
2 2
(f) ln(2x + 1) − ln( x + 8) > −1
(a) f ( x ) = 1 + ln x (e) f ( x ) = log0,3 ( x + 1)
(g) log6 ( x2 − 1) + log 1 ( x − 2) > log36 64
6 (b) f ( x ) = 1 + 2x (f) f ( x ) = 5 − ln(2x + 1)
47. Determine x, sabendo que: (c) f ( x ) = 4 − 3e − x +2
(g) f ( x ) = log2 (2 − x )
(d) f ( x ) = 4 − ln(1 − 2x ) (h) f ( x ) = 1 + ln( x − 3)
1 ≤ log2 x ≤ 2.

48. Determine os zeros, caso existam, de: 55. Uma função real de variável real, g, é definida por

3x + 1
(a) f ( x ) = 3x − 3 (c) h( x ) = 3x − 9x g( x ) = log2
x−2
2 x +3 + 4
(b) g( x ) =
3 (d) r ( x ) = 1 − π x (a) Determine o domínio de g
 
17
49. Num mesmo plano, esboce os gráficos de  (b) Calcule g
5
1 (c) Determine o conjunto solução da condição
f ( x ) = ln x, g( x ) = ln( x − 2) e h( x ) = ln .
x g( x ) 6 1
50. Represente graficamente: (d) Diga justificando, se a função g pode ser defi-
nida por:
(a) y = log1,2 x (c) y = log 1 x
2
(b) y = log√ 2 x (d) y = log0,1 x h( x ) = log2 (3x + 1) − log2 ( x − 2)

– 95 –
5 L IMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

"Sócrates disse à seus alunos que nos bons


sistemas de educação há um limite para além do
qual ninguém deve ir. Na geometria, basta saber como
medir a terra quando se quer vendê-la ou comprá-la ou
dividir uma herança ou dividi-la entre trabalhadores."
Xenofonte

Introdução

O Cálculo tem sido chamado o estudo das mudanças contínuas, e o limite


é o conceito básico que permite-nos descrever tais mudanças. A compre-
ensão do limite é necessária para entender continuidade e derivadas de
funções reais de variáveis reais.

O conceito de limite teve vários períodos de desenvolvimento do seu rigor


matemático começando pelo matemático francês - Augustin Louis Cauchy,
foi, entre outros, um grande estudioso da Teoria dos Limites. Antes dele,
Isaac Newton - inglês e Gottfried Wilhelm Leibniz - alemão, já haviam
desenvolvido o Cálculo Infinitesimal.

Um dos grandes nomes da Análise Matemática do século XIX foi Karl


Wilhelm Weierstrass (1815-1897). Ele foi o grande responsável por uma
definição formal do limite em termos distância real. Nota histórica
Pelas suas grandes contribuição e
A Teoria dos Limites, tópico introdutório e fundamental da Matemática especialmente pela de clarificar con-
ceitos antes obscuros e provar teo-
Superior, será vista aqui, de uma forma simplificada, sem aprofundamen- remas, é habitualmente chamado o
tos. Portanto, o que veremos a seguir, será uma introdução à Teoria dos pai da Matemática moderna, foi
Limites, dando ênfase principalmente ao cálculo de limites de funções, um prolífico escritor com trabalhos
em Astronomia, Física e Matemática
com base nas propriedades pertinentes.

Agoustin Louis Cauchy, 1789-1857


CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

5.1 A ideia de limite

Usamos a palavra limite no nosso cotidiano para indicar, genericamente,


um ponto que pode ser eventualmente atingido mas que jamais pode ser
ultrapassado.
Se f é uma função então
lim f ( x ) = b
x→a
lê-se "o limite f ( x ), quando x tende para a, é b“. Significa que se escolhermos
valores de x que são próximos, mas não igual, a a, então f ( x ) estará
próximo de b; além disso, f ( x ) se aproxima mais e mais para b enquanto x
se aproxima mais e mais para a.

y
Exemplo 5.1 Considere-se a função f ( x ) = 2x − 1.
5
Através de uma tabela, mostre o que acontece a f ( x ) quando x se aproxima
de 2. ↓

Resolução: De forma análoga, analisemos a tabela com os valores de x se ↑


aproximando de 2 pela esquerda e pela direita.
1

x 1, 9 1, 99 1, 999 1, 9999
−2 −1 0 1 → 2 ← 3 x
f (x) 2, 8 2, 98 2, 998 2, 9998
−1
x 2, 1 2, 01 2, 001 2, 0001 −2
f (x) 3, 2 3, 02 3, 002 3, 0002
−3
A tabela e o gráfico sugerem que à medida que x se aproxima de 2, f ( x ) se
aproxima de 3.
Diz-se, neste caso, que o limite de f ( x ) quando x tende para 2 é 3, e Figura 5.1: Gráfico de f ( x ) = 2x − 1.
escreve-se:
lim f ( x ) = 3.
x →2

(
x se x 6 2 y
Exemplo 5.2 Considere-se, agora, a função f (x) =
x + 1 se x > 2
Verifique se existe lim f ( x ). ↓
x →2 3

2

Resolução: As tabelas e o gráfico para respectiva função são as seguintes:

x 1, 9 1, 99 1, 999 1, 9999
x
f (x) 1, 9 1, 99 1, 999 1, 9999 −1 0 1 → 2 ← 3
−1
x 2, 1 2, 01 2, 001 2, 0001
f (x) 3, 1 3, 01 3, 001 3, 0001
O que acontece a f ( x ) quando x se aproxima de 2? Figura 5.2: Gráfico de função definida
Analisando a tabela e o gráfico conclui-se que à medida que x se aproxima de por ramos.
2, f ( x ) não se aproxima de uma constante única.
Neste caso, diz-se que não existe limite de f ( x ) quando x tende para 2,
e escreve-se
Não existe lim f ( x ) ou @ lim f ( x ).
x →2 x →2

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 97
CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

Para obter o valor do limite de f ( x ) quando x tende para 2 é suficiente,


como se observou, substituir x por 2 em f ( x ).

f ( x ) = 2x − 1 e lim f ( x ) = 2 × 2 − 1 = 3.
x →2

Este procedimento aplica-se também à outros tipos de funções.

Exemplo 5.3 Calcule os limites seguintes por concretização da variável inde-


pendente.

(a) lim x
x →5
(b) lim (−2)
x →3

(c) lim (− x2 − 1)
x →−1

E.1. Calcule:
(a) lim ( x2 − 1)
x →2
Resolução: Substituindo o valor de x em cada função temos:  
(b) lim x3 − 4x2 + 1
x →−3
(a) lim x = 5 
1

x →5 (c) lim − 5x
x →− 12 x
(b) lim (−2) = −2
x →3

(c) lim (− x2 − 1) = −(−1)2 − 1 = −1 − 1 = −2


x →−1

Exemplo 5.4 Calcule os limites seguintes:

5x − 1
(a) lim
x →−5 2x + 1
 
(b) lim 1 − 2 sin2 x
x →−π

3e x−1
(c) lim
x →2 6 − ln(2x − 1)

 5x − 1 se x > 1
(d) lim x+1
x →−3  se x < 1
2x − 4

E.2. Calcule:
1−x
(a) lim
Resolução: Em cada caso, substituímos o valor do x. 1+x
x →5

(b) lim 5x + 3
5x − 1 5(−5) − 1 −25 − 1 −26 26 x →3
(a) lim = = = =
2x + 1
x →−5 2(−5) + 1 −10 + 1 −9 9 (c) lim (1 − 2 sin x )
  x → 3π
2

(b) lim 1 − 2 sin2 x = 1 − 2 sin2 (−π ) = 1 − 2 · 02 = 1 1 − ln( x + 1)


x →−π (d) lim
x →0 ex + 1
3e x−1 3e1−1 3e0 3 1
(c) lim = = = =
x →2 6 − ln(2x − 1) 6 − ln(2 · 1 − 1) 6 − ln(1) 6 2

 5x − 1 se x > 1 −3 + 1 −2 1
(d) lim x+1 = = =
x →−3  se x < 1 2(−3) − 4 −10 5
2x − 4

98 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

5.2 Limite de uma função num ponto

Seja C um subconjunto de R e a um número real.

DEFINIÇÃO: O número a diz-se ponto de acumulação de um con-


junto C sse em qualquer vizinhança de a existe pelo menos um ele-
mento de C diferente de a.

Note-se que a pode ou não pertencer a C. Nota


O conjunto dos pontos de acumulação
de um conjunto A é chamado derivado
DEFINIÇÃO: O número a diz-se ponto isolado de um conjunto C se
de A e representa-se por A0
pertence a C e se existe pelo menos uma vizinhança de a que não
contenha nenhum elemento de C para além do próprio a.

Exemplo 5.5 Determine os pontos de acumulação e os pontos isolados dos


conjuntos:

(a) A =]1, 2[∪{3} (b) B = {−2, −1, 1} ∪ [2, 4]

E.3. Considere a função f , definida


Resolução: Para cada conjunto, analisamos as condições da definição: graficamente:

y
(a) Considerando a representação geométrica do conjunto A abaixo:
2

1
1 2 3
−2 −1 1 2 x

Embora 3 seja elemento de B, não é ponto de acumulação deste conjunto, −1


pois existe pelo menos a V0,1 (3) à qual não pertence nenhum elemento −2
de A diferente de 3. Portanto 3 é um ponto isolado de A.

(a) Determine o domínio D de f ;


Por outro lado, como mostra a figura os pontos de acumulação de A são
(b) Escreva na forma de intervalo
os pontos do conjunto A0 = [1, 2].
o conjunto V0,1 (2);
(b) Sendo B = {−2, −1, 1} ∪ [2, 4] temos que os pontos de acumulação (c) Determine V0,1 (2) ∩ D f e clas-
forma o conjunto [2, 4] e os pontos isolados são os pontos do conjunto sifique o ponto 2;

{−2, −1, 1}. (d) Determine todos os pontos de


acumulação (o derivado) do
conjunto D f .
As funções que vamos estudar têm por domínio um subconjunto de R sem
pontos isolados.

Assim o conceito de limite de função num ponto diz apenas respeito a


pontos de acumulação do domínio.

A seguir definimos limite de uma função segundo Heine, considerando f


uma função real de variável real e a um ponto de acumulação do domínio
de f .

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 99
CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

DEFINIÇÃO: (Limite de uma função num ponto segundo Heine) y


Diz-se que f ( x ) tende para b quando x tende para a e escreve-se f ( xn )

lim f ( x ) = b b
x→a

se e só se a toda a sucessão de valores de x do domínio de f con-


vergente para a (mas diferentes de a), corresponde uma sucessão de
imagens por f convergente para b, ou seja,
a ← xn x
lim f ( x ) = b ⇔ [lim xn = a ( xn 6= a, ∀n ∈ N)] ⇒ lim f ( xn ) = b.
x→a

Figura 5.3: Definição de limite segundo


Heine
3x
Exemplo 5.6 Consideremos, definida em R, a função x 7→ f ( x ) = . Nota histórica
x2 + 1
6
Prove a partir da definição de limite de Heine, que lim f ( x ) = .
x →2 5

Resolução: Seja ( xn ) uma qualquer sucessão de valores de x convergente


para 2 por valores diferentes de 2, ou seja,

xn → 2 ∧ xn 6= 2 ∀n ∈ N

Ora,
3xn 3 lim xn 3×2 6
lim f ( xn ) = lim = = 2 = .
xn2
+1 2
(lim xn ) + 1 2 +1 5
Heinrich Eduard Heine (1821-1881),
pois, xn → 2. matemático alemão, autor da definição
de limite que adotamos.
Então é verdadeira a proposição

6
∀( xn ) : xn → 2 ∧ ( xn ∈ Dy \ {2}, ∀n ∈ N) ⇒ yn → E.4. A partir da definição de Heine,
5 prove que:
6 2x
e, portanto, lim f ( x ) = . (a) lim = −4
x →2 5 x →−2 x+3
(b) lim x2 = 4
x →2
r
1
(c) lim x+ =1
3x − 4 x → 21 2
Exemplo 5.7 Através da definição de limite de Heine, calcule lim
x →−3 x + 1

E.5. Usando a definição de Heine, e


Resolução: Seja ( xn ) uma sucessão tal que sendo
f ( x ) = x2 − 3x
xn → −3 ∧ xn 6= 0, ∀n ∈ N. indique o valor de:

Calculando limite das imagens de xn temos: (a) lim f ( x ) (b) lim f ( x )


x →0 x →−1

3x − 4 3xn − 4 3(−3) − 4 13
lim = lim = =
x+1 xn + 1 (−3) + 1 2

100 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

5.3 Regras operatórias de limites de funções

Para determinar o limite de algumas funções pode recorrer-se as regras


operatórias com limites.

TEOREMA: (Limite da função constante)


Se f é a função constante, f ( x ) = k, então, para qualquer valor de
a ∈ R,
lim f ( x ) = lim k = k.
x→a x→a

TEOREMA: (Limite da função identidade)


Se f é a função identidade, f ( x ) = x, então, para qualquer valor de
a ∈ R,
lim f ( x ) = lim x = a.
x→a x→a

PROPRIEDADE: Se L1 e L2 são dois números reais, e lim f ( x ) = L1 e


x→a
lim g( x ) = L2 , então
x→a

• Limite da soma E.6. Sejam


lim [( f ± g)( x )] = lim f ( x ) ± lim g( x ) = L1 ± L2 lim f ( x ) = 4 e lim g( x ) = 2.
x→a x→a x→a
x →3 x →3
• Limite do produto Calcule o limite de y quando x →
lim [( f · g)( x )] = lim f ( x ) · lim g( x ) = L1 · L2 3, indicando as propriedades que
x→a x→a x→a
aplicou:
lim [k · f ( x )] = k · lim f ( x ) = k · L1
x→a x→a
(a) y = 3 f ( x ) + 4g( x )
• Limite do quociente
(b) y = f ( x ) · g( x )
 
f
 lim f ( x ) L
lim ( x ) = x→a = 1 sendo L2 6= 0 (c) y =
f (x)
x→a g lim g( x ) L2 g( x )
x→a q
• Limite da potência (d) y = f ( x ) · 2g( x )
h in
lim [ f ( x )]n = lim f ( x ) = L1n (e) y = [ f ( x )] g( x)
x→a x→a
(f) y = log2 [ f ( x )]
• Limite
q da raiz
cos (π · g( x ))
q p
lim n f ( x ) = n lim f ( x ) = n L1 , com L1 > 0 se n é par. (g) y =
x→a x→a 3

E.7. Calcule cada um dos seguintes li-


mites:
Exemplo 5.8 Calcule os seguintes limites:

3 3 (a) lim (−3);
x →2
(a) lim x − 2; x2 − 3

x →1 (b) lim 1− . (b) lim (−2x );
x →1 x+1 x →0

(c) lim ( x2 − 3x + 4)2 ;


x →1

( x − 3)( x + 9)
(d) lim ;
Resolução: Aplicando as propriedades temos: x →5 2x
r

3
q √
3 (e) lim
x+3
.
(a) lim x−2 = 3 lim ( x − 2) = −1 = −1; x →3 x
x →1 x →1
3 3 3
x2 − 3 x2 − 3 −2
  
(b) lim 1 − = lim 1 − lim = 1−
x →1 x+1 x →1 x →1 x + 1 2
= [1 − 1(−1)]3 = 8.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 101
CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

5.4 Limites laterais

Quando estabelecemos que "x se aproxima de a“, permitimos que x seja


maior ou menor que a que se aproxima de a.
• Se queremos explicitamente estudar o comportamento de f ( x ) quando
x se aproxima de a por valores maiores que a, então escrevemos:
lim f ( x ) ou lim f ( x ) limite lateral à direita
x → a+ x→a
x>a

• Para estudar o comportamento de f ( x ) quando x se aproxima de a


por valores menores que a, então escrevemos:
lim f ( x ) ou lim f ( x ) limite lateral à esquerda
x → a− x→a
x<a

Exemplo 5.9 Use a definição de Heine para calcular lim f ( x ) e lim f ( x )


x →2− x →2+
sendo 

 5x − 2 se x > 2

f (x) =
 3x + 2

 se x < 2
3−x
E.8. Usando a definição de Heine, de-
termine lim f ( x ) sendo
x →1
Resolução: Vejamos que a função é definida de forma diferente nos dois
4 − x2

se x 6 1
lados de 2: f (x) =
2 + x2 se x > 1

• Para valores menores que 2: Seja ( xn ) tal que


E.9. Determine os limites laterais nos
pontos indicados. Indique se
xn → 2 ∧ xn < 2, ∀n ∈ N existe limite nesses pontos:

| x | se x 6= 0
Temos lim f ( xn ) = lim (5xn − 2) = 5 · 2 − 2 = 8 (a) y =
2 se x = 0
Logo, lim f ( x ) = 8 em x = 0
x →2− 
 2 se x < −1
• Para valores maiores que 2: Consideremos (zn ) tal que (b) y = x2 se − 1 < x < 1
x+1 se x > 1

em x = −1. x = 0 e em x = 1
zn → 2 ∧ zn > 2, ∀n ∈ N
3zn + 2 3·2+2 8
Temos lim f (zn ) = lim = = =8
3 − zn 3−2 1
Portanto, lim f ( x ) = 8
x →2+

PROPRIEDADE: Se existirem os limites laterais de uma função num


ponto, o limite da função nesse ponto existe, se e só se os limites
laterais são iguais.

lim f ( x ) = b ⇔ lim f ( x ) = lim f ( x ) = b.


x→a x → a+ x → a−

Como corolário desta propriedade podemos dizer que


Se lim f ( x ) 6= lim f ( x ), então lim f ( x ) não existe.
x → a− x → a+ x→a

Para determinar o limite de uma função que envolve valor absoluto, ou


funções definidas por ramos, deve-se considerar ambos os limites à direita
e à esquerda.

102 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

Exemplo 5.10 Seja a função real de variável real definida por


E.10. Averigue se existe, ou não, o li-
 x −2 mite da função no ponto indicado.
e + log2 x se x > 2
Em caso afirmativo, indique esse



f (x) = √ valor.
 x+ 2−x

x + 3 , x > −1

se x 6 2

(a) f ( x ) =
3x − 5 1, , x > −1
(ponto −1);
Verifique se existe lim f ( x ) e, em caso afirmativo, determine esse valor. (b) g( x ) = | x |, (ponto 0);
x →2

 2x ⇐x<1
(c) h( x ) = 3 ⇐x=1
3−x ⇐ x > 1

(ponto 1).
Resolução: Sabe-se que

∃ lim f ( x ) ⇔ lim f ( x ) = lim f ( x ) E.11. Seja


x →2 x →2+ x →2−
 1
,x < 0
Com efeito,

 x


  f (x) = x2 ,0 6 x < 1
2 ,x = 1
e x−2 + log2 x = e0 + log2 2 = 2;

• lim f ( x ) = lim



x →2+ x →2+ 2−x ,x > 1

x+ 2−x 2+0 Calcule os limites indicados, se
• lim f ( x ) = lim = lim = 2; existirem:
x →2 − x →2 − 3x − 5 x →2 6 − 5

Logo, ∃ lim f ( x ) e lim f ( x ) = 2. (a) lim f ( x )


x →−1
(e) lim f ( x )
x →0
x →2 x →2
(b) lim f ( x ) (f) lim f ( x )
x →1 x →2+
(c) lim f ( x ) (g) lim f ( x )
x →0+ x →2−
Exemplo 5.11 Considere a função f definida graficamente: (d) lim f ( x ) (h) lim f ( x )
x →0− x →2
Determine: y
• lim f ( x ) 2
x →0
• lim f ( x ) 1
x →1
• lim f ( x ) x
x →2 −2 −1 1 2 3 4
E.12. Considere o gráfico da função f
• lim f ( x ) −1 seguinte:
x →3
y
f
2

Resolução: Observando a figura podemos concluir que: 1

• lim f ( x ) = 1 e lim f ( x ) = 2, logo @ lim f ( x ) 0 1 2 3 4 x


x →0− x →0+ x →0
−1

• lim f ( x ) = 1 e lim f ( x ) = 1, logo lim f ( x ) = 1


x →1− x →1+ x →1
Determine:

• lim f ( x ) = −1 e lim f ( x ) = −1, portanto lim f ( x ) = −1


x →2− x →2+ x →2 (a) lim f ( x ) (c) lim f ( x )
x →1 x →3

(b) lim f ( x ) (d) lim f ( x )


• lim f ( x ) = −1 e lim f ( x ) = 1, então @ lim f ( x ) x →2 x →4
x →3− x →3+ x →3

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 103
CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

5.5 Limites infinitos

No cálculo de limites infinitos, funciona, as regras operatórias que a seguir


se apresentam em notação simbólica e que podem ser consideradas exten-
sões das regras para limites infinitos com sucessões.

Nestas regras, k designa um número real e n designa um número natural. A


expressão 0+ significa que a função tende para zero por valores positivos e
a expressão 0− significa que a função tende para zero por valores negativos.
 
 ±∞  ±∞
 
 se k > 0 k
 se k > 0
k + (±∞) = ±∞ k · (±∞) = =

 ∓∞  ∓∞
 
se k < 0 se k < 0
 

k
k − (±∞) = ∓∞ +∞ · (±∞) = ±∞ =0
 ±∞
 ±∞ se k > 0 ou k = 0+

±∞

±∞ ± k = ±∞ −∞ · (±∞) = ∓∞ =
k
 ∓∞ se k < 0 ou k = 0−

(+∞) + (+∞) = +∞ √
(+∞)n = +∞ n
+∞ = +∞
(+∞) − (−∞) = +∞

(−∞) + (−∞) = −∞  −∞

 se n é par √
(−∞)n = n
−∞ = −∞, para n ímpar
(−∞) − (+∞) = −∞  −∞

se n é ímpar

Nota
Exemplo 5.12 Calcule: O símbolo ∞ não é um número real, mas
3 2 2 nos cálculos aplicam-se as mesma regras
(a) lim (20 − x ) (b) lim ( x + 3x ) (c) lim (− x + x ) operatórias.
x →−∞ x →+∞ x →−∞

E.13. Calcule:
(a) lim (−50 + x )
Resolução: Aplicando as regras, temos: x →+∞

(b) lim (1 − 2x )
x →−∞
(a) lim (20 − x ) = 20 − (−∞) = +∞
x →−∞ 2 + x5
 
(c) lim
x →−∞ 3
(b) lim ( x3 + 3x2 ) = (+∞)3 + 3(+∞)2 = +∞ + (+∞) = +∞
x →+∞  
(d) lim −4x4 − x7
x →+∞
 
(c) lim − x + x2 = −(−∞) + (−∞)2 = +∞ + (+∞) = +∞
x →−∞

Exemplo 5.13 Calcule:

−7 √
6
!
(a) lim 2x − 1 3
x →−∞ x2 + 1 (b) lim +
x →+∞ 3 5x − 1

E.14. Determine:
(a) lim [ x (3 − x )]
Resolução: Apliquemos as propriedades: x →−∞
 
1
(b) lim x2 +
−7 −7 −7 x →+∞ x
(a) lim = = =0
x →−∞x2 + 1 (−∞)2 + 1 −∞
p p 
(c) lim x + 1 + x2 − 1
2
√ ! x →+∞
2(+∞) − 1
6
p6
2x − 1 3 3
(b) lim + = +
x →+∞ 3 5x − 1 3 5(+∞) − 1
√6
+∞
 
3
= + = +∞ + 0 = +∞
3 +∞

104 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

Se lim f ( x ) = b, b ∈ R \ {0} e lim g( x ) = 0, calculamos os limites laterais


x→a x→a
f (x)
de lim e podemos obter +∞ ou −∞, de acordo coma as regras, ou o
x→a g( x )
limite pode não existir.

Exemplo 5.14 Calcule, se existirem, os seguintes limites:

−7 1
(a) lim (c) lim
x →2 2x − 4 x →−1 x2 − 1
x−1 3x
(b) lim (d) lim
x →4 4−x x →2 ( x − 2 )2

E.15. Calcule:
Resolução: Em cada caso temos que calcular os limites laterais para poder 2
(a) lim
concluir sobre o limite da função. x →1 1 − 3x
2
(b) lim
x →1 1 − 3x
(a) Com efeito,
3x + 5
(c) lim
−7 −7 x →2 x2 − 5x + 6
• lim = − = +∞ 2x − 4
x−1
x →2 2x − 4
− 0 + (d) lim
−7 −7 − −2 x x →3 ( x − 3 )2

• lim = + = −∞ x2 + x + 1
x →2 2x − 4
+ 0 (e) lim
1 1 1 x →−1 x+1
Logo, @ lim , porque lim 6= lim .
x →2 2x − 4 x →2− 2x − 4 x →2+ 2x − 4

(b) Com efeito,


x−1 3
• lim = + = +∞ 4−x
x →4−4−x 0 +
4 − x
x−1 3
• lim = − = −∞
x →4 4 − x
+ 0
x−1
Logo, @ lim .
x →2 4 − x

(c) Com efeito,


1 1
• lim = + = +∞ x2 − 1
x →−1−−1 0 x2 + +
1 1 −1 − 1 x
• lim 2
= − = −∞
x →−1 x − 1
+ 0
1
Como os limites laterais são diferentes, então @ lim .
x →2 x2 − 1

(d) Com efeito,


3x 6
• lim = + = +∞ ( x − 2)2
x →2− ( x − 2)2 0
+ + +
3x 6
• lim = + = +∞
x →2+ ( x − 2)2 0
2 x

1
Logo, lim = +∞.
x →2 ( x − 2)2

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 105
CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

5.6 Indeterminações

Algumas situações possíveis do calculo de limites não constam na tabela


das regras anterior, isso porque não correspondem sempre a um mesmos
limite (que até pode não existir). São as chamadas indeterminações. São as
seguintes:
∞ 0
, ∞ − ∞, 0 × ∞, 1∞ , , 00 , ∞0
∞ 0
Para o levantamento de indeterminações em funções procede-se de forma
semelhante a sucessões, na maioria dos casos.


5.6.1 Indeterminação

Para uma função racional, tem-se

P( x ) a x n + a 1 x n −1 + . . . + a n a0 x n
lim = lim 0 m = lim
x →+∞ Q( x ) x →+∞ b0 x + b1 x m−1 + . . . + bm x →+∞ b0 x m

O valor do limite vai depender de o grau do polinómio do numerador ser


igual, superior ou inferior ao grau do polinómio do denominador.

Sejam P( x )eQ( x ) polinómios em R definidos acima, n, m ∈ N, a0 , b0 ∈ R,


temos:
 a
0
 se n = m
a0 x n b0

P( x ) 
lim = lim = 0 se n < m
x →±∞ Q ( x ) x →±∞ b0 x m 
 ±∞ se n > m.

Exemplo 5.15 Calcule os seguintes limites:

10x2 − 3x 8x2 − 3x
(a) lim (d) lim
x →+∞ 5x2 + x + 1 x →−∞ x3
+ 2x + 1
8x3 − x2 2
3x + 2x + 1
(b) lim (e) lim
x →−∞ 3x + 2x2 + 1
3 x →+∞ x−3
2x2 + 3x + 1 2
3x − 2x + 1
(c) lim (f) lim
x →+∞ x3 − 2x + 1 x →−∞ x−3
E.16. Calcule os seguintes limites:
2−x
Resolução: Com efeito, (a) lim
x →+∞ x−3
x2 − 3
10x2 − 3x ( ∞
∞) 10x2 10 (b) lim
1 − 3x2
x →−∞
(a) lim = lim = lim = 2.
x →+∞ 5x2 + x + 1 x →+∞ 5x2 x →+∞ 5
x2
 
2x
(c) lim +
8x3 − x2 ( ∞∞ ) 8x3 8 x →+∞ x − 1 1 − x2
(b) lim 3 2
= lim 3
= .
x →−∞ 3x + 2x + 1 x →−∞ 3x 3 1 − 3x2 + x3
(d) lim
2 ∞ 2 x →+∞ 1 − x25
2x + 3x + 1 ( ∞ ) 2x 2
(c) lim = lim = lim = 0.
x →+∞ x3 − 2x + 1 x →+∞ x3 x →+∞ x

8x2 − 3x ( ∞∞) 8x2 8


(d) lim 3 = lim = lim = 0.
x →−∞ x + 2x + 1 x →−∞ x3 x →−∞ x

3x2 + 2x + 1 ( ∞
∞) 3x2
(e) lim = lim = lim (3x ) = +∞.
x →+∞ x−3 x →+∞ x x →+∞
2 ∞ 2
3x − 2x + 1 ( ∞ ) 3x
(f) lim = lim = lim (3x ) = −∞.
x →−∞ x−3 x →−∞ x x →−∞

106 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

Outras técnicas estudadas em sucessões podem também ser usadas.


x+ x2 + 3x − 2
Exemplo 5.16 Calcule lim .
x →+∞ x−2

E.17. Calcule:

2x + x − 2
Resolução: Com efeito, (a) lim
x →+∞ x+4

s x − x2 + 2x
  (b) lim
3 2 x →−∞ 2x + 1
√ x+ x2 1 + − 2
x+ x2 + 3x − 2 ( ∞
∞)
x x (c) lim √
x+1
lim = lim x →+∞ x+1
x →+∞ x−2 x →+∞ x−2
r
3 2
x+x 1+ − 2
x x
= lim
x →+∞ x−2
r !
3 2
x 1+ 1+ − 2
x x
= lim  
x →+∞ 2
x 1−
x
r
3 2
1+ 1+ − 2
x x
= lim =2
x →+∞ 2
1−
x

5.6.2 Indeterminação ∞ − ∞

Para levantar indeterminações do tipo ∞ − ∞ usam-se as técnica usadas


para sucessões.

Exemplo 5.17 Calcule:


√ √
lim ( x2 − 3x + 1)

(a) (b) lim x− x−1
x →+∞ x →+∞

E.18. Calcule:
(a) lim ( x3 + 3x2 + 2)
Resolução: Em cada caso, aplicamos técnicas convenientes: x →−∞

(b) lim ( x5 − 2x7 + 2X )


x →+−∞
(a) Colocamos em evidência o termo de maior grau: p 
(c) lim 9x2 + 2 − 3x
   x →+∞
2 (∞−∞) 2 3 1 √ √
lim ( x − 3x + 1) = lim x 1 − + 2 2x − 2x + 3
x →+∞ x →+∞ x x (d) lim
x →+∞ 2
= (+∞)2 × (1 − 0 + 0)
= +∞.

(b) Multiplicamos e dividimos pelo conjugado:


√ √  √ √
√ √

 x− x−1 x+ x−1
lim x − x − 1 = lim √ √
x →+∞ x →+∞ x+ x−1
x − ( x − 1)
= lim √ √
x →+∞ x+ x−1
1 1
= lim √ √ = = 0.
x →+∞ x+ x−1 +∞

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 107
CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

5.6.3 Indeterminação 0 × ∞

Se lim f ( x ) = ∞ e lim g( x ) = 0
x→a x→a
temos
f (x)
lim [ f ( x ) × g( x )] = lim 1
.
x→a
g( x )

Passamos a ter uma indeterminação do tipo , já estudada.

 
1 2
Exemplo 5.18 Calcule lim ×x .
x →+∞ x E.19. Calcule:
 
1
(a) lim x·
x →+∞ x2
 
1 2
Resolução: Temos uma indeterminação do tipo (0 × ∞). (b) lim
x →−∞ x
x +1

x2 + 1
 
x2 ( ∞
∞) (c) lim x5 · 3
 
1 (0× ∞ )
lim × x2 = lim = lim x = +∞. x →+∞ x −1
x →+∞ x x →+∞ x x →+∞

0
5.6.4 Indeterminação
0
No caso de funções racionais, se depois de efetuarmos os cálculos possíveis
0
obtemos uma indeterminação do tipo é porque o valor para o qual x
0
está a tender é raiz do numerador e do denominador.
Normalmente, consegue-se levantar a indeterminação fatorizando o nume-
rador e o denominador e simplificando a fracção.

x3 − 2x2 − 5x + 6 Nota
Exemplo 5.19 Calcule lim
x →1 x2 − 3x + 2 Teorema do fator:
Um número real a é zero de P( x ) sse
( x − a) é um fator de P( x ).

E.20. Calcule:
Resolução: Por substituição (x → 1) temos:
2v − 5v2
(a) lim
x3 − 2x2 − 5x + 6 0 v →0 v
lim = ind. x2 + 4x + 3
x →1 x2 − 3x + 2 0 (b) lim
x →−1 x2 − x − 2
Fatorizando o numerador e o denominador, temos: x3 − 6x2 + 11x − 6
(c) lim
x →1 2x2 − 8x + 6
• x3 − 2x2 − 5x + 6 = ( x − 1)( x + 2)( x − 3) x3 − 2x2 − 15x + 36
(d) lim
x →3 x4 − 2x3 − 12x2 + 18x + 27
• x2 − 3x + 2 = ( x − 1)( x − 2)

Assim, obtemos

x3 − 2x2 − 5x + 6 ( 00 ) ( x − 1)( x + 2)( x − 3)


lim = lim
x →1 x2 − 3x + 2 x →1 ( x − 1)( x − 2)
( x + 2)( x − 3)
= lim
x →1 x−2
(3)(−2)
=
−1
=6

108 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

Nos casos em que a função apresenta radicais, aplicamos a multiplicação e


divisão pelo conjugado.

Exemplo 5.20 Calcule:


√ √ √
x+5−3 5− x+2
(a) lim (b) lim
x →4 x−4 x →3 x2 − 5x + 6

E.21. Calcule:

0 x+5−1
Resolução: Em cada caso, temos indeterminação em que aparece radical (a) lim
0 x →−4 x+4
na expressão. √ √
2
x + 7 − 8x − 5
(b) lim
x →2 x−2
(a) Com efeito, √
2x + 1 − 3
√ √  √ (c) lim √ √
x →4 x−2− 2

x + 5 − 3 ( 00 ) x+5−3 x+5+3
lim = lim √ 
x−3

x−4

x →4 x →4 ( x − 4) x+5+3 (d) lim log6 √
x →3 x+6−3
x+5−9
= lim √ 
x →4 ( x − 4 ) x+5+3
x−4
= lim √ 
x →4 ( x − 4 ) x+5+3
1
= lim √
x →4 x+5+3
1
=
6
(b) Com efeito,
√ √  √ √
√ √

5− x+2 0 ( 0
) 5 − x + 2 5 + x + 2
lim = lim √ √
x →3 x2 − 5x + 6

x →3 ( x2 − 5x + 6) 5+ x+2
5 − ( x + 2)
= lim √ √ 
x →3 ( x − 2)( x − 3) 5+ x+2
3−x
= lim √ √ 
x →3 ( x − 2)( x − 3) 5+ x+2
−1
= lim √ √ 
x →3 ( x − 2) 5+ x+2
−1
= √ √ 
(1) 5+ 5
1
=− √
2 5

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 109
CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

5.7 Infinitésimos simultâneos

Uma função definida por x − a tende para zero se x tender também para
zero. Se houver também uma função f tal que f ( x ) → 0 quando x → a,
dizemos que as duas são infinitésimos simultâneos.

DEFINIÇÃO: Uma f.r.v.r definida por f ( x ) diz-se um infinitésimo


simultâneo com x − a, se e só se lim f ( x ) = 0.
x→a

f ( x ) é um infinitésimo simultâneo com x − a ⇔ lim f ( x ) = 0.


x→a

Da definição acima, conclui-se que, se lim f ( x ) = b, a, b ∈ R, podemos


x→a
afirmar que f ( x ) − b e x − a são infinitésimos simultâneos.

Exemplo 5.21 Mostre que:

(a) f ( x ) = x2 + x − 30 é infinitésimo simultâneo com x−5



(b) g ( x ) = 2 − 1 − x é infinitésimo simultâneo com x+3
x3 − x2
(c) h ( x ) = é infinitésimo simultâneo com x
x3 + 5x2 + 6x

E.22. Prove que são infinitésimos:


Resolução: Em cada caso, identificamos o a e mostramos que a função tende (a) f ( x ) = x2 − 9, quando x → 3
para zero quando x → a 3x2 − 6x
(b) g( x ) = quando
  x2 + 5x + 1
(a) lim f ( x ) = lim x2 + x − 30 = 0 x→2
x →5 x →5 e x − ln( x + 1)
(c) h( x ) = quando
(b) Sendo x + 3 = x −(−3) temos: 2x
√ x→0
lim g( x ) = lim 2 − 1 − x = 0
x →−3 x →−3
(c) Sendo x = x − 0 temos:

x3 − x2 ( 00 ) x 2 ( x − 1)
lim h( x ) = lim = lim
x →0 x →0 x3 + 5x2 + 6x x →0 x ( x + 2)( x + 3)
x ( x − 1) 0(−1)
= lim = =0
x →0 ( x + 2)( x + 3) (2)(3)

5.7.1 Comparação das ordens de dois infinitésimos simultâneos

Sejam f e g duas f.r.v.r, tais que lim f ( x ) = lim g( x ) = 0, sendo a um


x→a x→a
ponto de acumulação de D f ∩ Dg .
f (x)
Nestas condições, f e g são simultâneos com ( x − a) e, existindo lim ,
x→a g( x )
três situações podem ocorrer:
Nota
 Uma função f diz-se um infinitésimo de

 k 6= 0 f e g são infinitésimos de mesma ordem ordem superior à g se f tender para 0


 mais rapidamente do que g.
f (x) 
lim = 0 f é um infinitésimo de ordem superior à g
x→a g( x ) 




±∞ f é um infinitésimo de ordem inferior à g

110 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

f (x)
Em particular, quando lim = 1 diz-se que f e g são infinitésimos
g( x ) x→a
equivalentes e escreve-se f ∼ g, lendo-se " f equivalente à g".

Exemplo 5.22 Sendo

f ( x ) = x2 − 2x + 1 e g( x ) = x3 + 4x2 + x − 6

mostre que ambas as funções são infinitésimos simultâneos com x e compare


as suas ordens.
E.23. Indique em que ponto as seguin-
tes funções são infinitésimos si-
Resolução: Com efeito, multâneos e compare a s suas or-
dens: √
f ( x ) = x + 1 − 1,
 
• lim f ( x ) = lim x2 − 2x + 1 = 0 g( x ) = x2 .
x →1 x →1
E.24. Prove que quando x → 0:
 
• lim g( x ) = lim x3 + 4x2 + x − 6 = 0
x →1 x →1 1 1
(a) 1 − √ ∼ x;
1+x 2
Para comparar a ordem dos infinitésimos fazemos,
1
(b) 1 − ∼ x;
1+x
f (x) x2 − 2x + 1 ( 00 ) ( x − 1)2
lim = lim 3 = lim p x3
x →0 g( x ) x →0 x + 4x2 + x − 6 x →0 ( x − 1)( x + 3)( x + 2) (c) 1 + x3 − 1 ∼ .
2
x−1
= lim =0
x →0 ( x + 3)( x + 2)

Logo, f é um infinitésimo de ordem superior a g.

Exemplo 5.23 Considere as seguintes f.r.v.r:



f (x) = 3 − x+6 e g( x ) = x2 − 4x + 3.

(a) Mostre que f e g são infinitésimos simultâneos com x − 3


(b) Compare as suas ordens

E.25. Sendo f e g duas funções r.v.r tais


Resolução: Considerando as expressões algébricas de cada uma funções. que

f (x) = x + 3x e g( x ) = x2 + x,
(a) Calculemos para cada função o limite quando x → 3:
 √  (a) prove que f e g são infinitési-
• lim f ( x ) = lim 3 − x + 6 = 0 mos simultâneos com x;
x →3 x →3
  (b) compare as ordens dos dois in-
• lim g( x ) = lim x2 − 4x + 3 = 0 finitésimos com x.
x →3 x →3
(b) Calculemos o limite do quociente das funções:
√ √ √
f ( x ) ( 00 ) 3− x+6 (3 − x + 6)(3 + x + 6)
lim = lim 2 = lim √
x →3 g ( x ) x →3 x − 4x + 3 x →3 ( x − 1)( x − 3)(3 + x + 6)

9 − ( x + 6)
= lim √
x →3 ( x − 1)( x − 3)(3 + x + 6)
3−x
= lim √
x →3 ( x − 1)( x − 3)(3 + x + 6)
−1 1
= lim √ =−
x →3 ( x − 1)(3 + x + 6) 12

Logo, f e g são infinitésimos simultâneos de mesma ordem.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 111
CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

5.8 Limites notáveis envolvendo exponenciais e logaritmos


ex
Como sabemos, o crescimento da função exponencial é muito rápido e x
x5
tem-se que:
ax 1 e
lim p = +∞, a > 1, p ∈ R
x →+∞ x
10 0, 22
No caso particular da função exponencial, existem os seguintes limites
notáveis muito importantes: 20 151, 6

ex ex − 1 50 1, 7 × 1013
lim = +∞; e lim = 1, com p ∈ R
x →+∞ xp x →0 x
100 2, 7 × 1033

→ +∞ → +∞
Exemplo 5.24 Calcule os limites:

3x + x πx ex
(a) lim (b) lim (c) lim
x →+∞ x5 x →+∞ 3x +2 x →−∞ 6x

E.26. Calcule:
2x + 1
(a) lim
Resolução: Com efeito, x →+∞ x6
e5x
3x + x 3x x (b) lim
(a) lim 5
= lim 5 + lim 5 = +∞ + 0 = +∞ x →−∞ x8
x →+∞ x x →+∞ x x →+∞ x
3 x − 3 x +1
πx πx  π x 1 (c) lim
x →+∞ x2
(b) lim x+2 = lim x 2
= lim × lim
x →+∞ 3 x →+∞ 3 × 3 x →+∞ 3 x →+∞ 9
  x 
1 π
1 (d) lim + x +1
x →+∞ 2
= +∞ × = +∞; 3
9
x    − x
e 0 6
(c) lim x = lim = +∞;
x →−∞ 6 0 x→−∞ e

Exemplo 5.25 Calcule:

e x − e5x e x −1 − 1
(a) lim ; (b) lim .
x →0 2x x →1 −2x + 2

E.27. Calcule cada um dos seguintes li-


ex −1 mites:
Resolução: Em cada caso aplicamos a fórmula lim = 1. ex − 1
x →0 x (a) lim
x →0 e2x − 1
(a) Com efeito, 2e x − 2
(b) lim
x →0 6x
e x − e5x ( 00 ) e x (1 − e4x ) −2e x (e4x − 1) e x −1 − 1
lim = lim = lim (c) lim
x→ 2x x →0 2x x →0 4x x →1 2x − 2
e 4x − 1
= lim (−2e x ) lim = (−2) · 1 · 1 = −2
x →0 x →0 4x

(b) Fazendo mudança de variável y = x − 1, temos que y → 0 quando


x → 1. Com efeito,

e x −1 − 1 e x −1 − 1
lim = lim
x →1 −2x + 2 x →1 −2 ( x − 1 )

( 00 ) ey − 1
= lim
y→0 −2y
ey − 1
 
1 1 1
= lim · lim = − ·1 = −
y →0 −2 y →0 y 2 2

112 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

Exemplo 5.26 Prove que:

ln ( x + 1) ln x
(a) lim =1 (b) lim =1
x →0 x x →1 x−1
E.28. Calcule:
ln x
(a) lim
Resolução: Em ambos os casos, fazemos mudança de variável de modo a x →0+ x
eliminarmos o logaritmo. ln( x + 1)3
(b) lim
x →0 2x
(a) Seja x + 1 = ey . Então x = ey − 1 e y = ln( x + 1). Temos que, x2 − 5x + 6
(c) lim
x → 0 implica y → 0. Assim temos, x →3 ln( x − 2)

 −1
ln ( x + 1) ( 00 ) ey − 1

y
lim = lim y = lim = 1−1 = 1
x →0 x y →0 e − 1 y →0 y

(b) De forma análoga, fazemos x = ey , y = ln x e x → 1 implica y → 0.


Com efeito,

ln x ( 00 ) y
lim = lim y =1
x →1 x−1 y →0 e − 1

Quanto às funções logarítmicas destaca-se o limite notável.

ln x
lim =0
x →+∞ x

Exemplo 5.27 Calcule:

ln x ln x3

(a) lim (c) lim
x →+∞ 2x x →+∞ 5x
ln(3x )
(b) lim (d) lim ( x − ln x )
x →+∞ 5x x →+∞

E.29. Calcule os seguintes limites:


Resolução: Aplicando a fórmula do limite notável com logaritmos, temos: ln(2x )
(a) lim
x →+∞ x
ln x ( ∞
∞)
 
1 ln x 1 ln(−3x )
(a) lim = lim · = ·0 = 0 (b) lim
x →+∞ 2x x →+∞ 2 x 2 x →−∞ x
 
ln(3x ) ( ∞
∞) ln 1 + 1x
 
1 ln(3x )
(b) lim = lim · (c) lim
x →+∞ x →+∞ 5 x 1
 5x 
x →+∞
 x
1 ln 3 ln x 1 (d) lim ( x ln x )
= · lim + = · (0 + 0) = 0 x →0+
5 x→+∞ x x 5
3
 ∞
ln x ( ∞ )
 
3 ln x 3 ln x 3
(c) lim = lim = lim · = ·0 = 0
x →+∞ 5x x →+ ∞ 5x x →+ ∞ 5 x 5
  
(∞−∞) ln x
(d) lim ( x − ln x ) = lim x 1 − = + ∞ (1 − 0)
x →+∞ x →+∞ x
= +∞

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 113
FICHA DE EXERCÍCIOS CAPÍTULO 5. LIMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

1. Seja C =] − ∞ , 2]∪]3 , 5] ∪ 6 , 7. 7. Aplicando as propriedades de operação com limi-


Indique o conjunto dos pontos isolados e o con- tes finitos, mostre que:
junto dos pontos de acumulação de C.
x+2 
2+x
2
2. Indique os pontos de acumulação dos seguintes (a) lim =0 (c) lim = 16
x →−2 x + 4 x →2 x−1
conjuntos: p
3
(b) lim x2 + 27 = 3
 
(d) lim x2 − 3x + 1 = −1
x →0 x →1
(a) [2 , 3] (c) {3 , 5 , 9 , 10}
(b) ]2 , 5] (d) [2, 6] ∩ N 8. Calcule:

3. Use a definição de Heine para calcular: 3−x x2 − 10


(a) lim (c) lim
x →5+x−5 x →5− 2x + 10
(a) lim (2x − 3) (c) lim [( x + 1) · ( x − 3)] 3−x x−2
x →3 x →0 (b) lim 2 (d) lim 2
x 1 x →2 x + x − 6
− x →1 x + x − 2
+
(b) lim (d) lim
x →1 x + 1 x →+∞ x+1
9. Para cada função f abaixo, calcule lim f ( x ) e
4. Mostre, aplicando a definição de Heine, que: x → a+
lim f ( x ):
x → a−
x+3 2−x 1
(a) lim =2 (d) lim = 4 1
x →1 x + 1 x →1 4 − x 3 (a) f ( x ) = (e) f ( x ) = 2
x x−6 x
  (e) lim =1 a=6 a=0
(b) lim x3 + 6x2 = 32 x →3 6 − x
3 1
x →2
(f) lim f ( x ) = 7 sendo (b) f ( x ) = (f) f ( x ) = 3
x →2 1−x x
1+x 1 
3x + 1 se x 6 2 a=1 a=0
(c) lim = f (x) =
5x − 3 se x > 2 2 1
x →2 4 + x 2 (c) f ( x ) = (g) f ( x ) = 2x + 2
| x − 5| x
a=5 a=0
5. Considere a função f , real de variável real definida 5x
x+5 (h) f ( x ) =
por: (d) f ( x ) = ( x − 1)2

3 x
 se x < −2 a=0 a=1
f (x) = x+1
 x2 − 2x se x > −2
10. Averigue a existência de limite para as funções:
Recorrendo à definição de limite segundo Heine, (
determine: 2x se x > 0
(a) h( x ) = quando x → 0
x+1 se x < 0
(a) lim f ( x ) (b) lim f ( x ) (c) lim f ( x ) (
x →−2 x →1 x →−4 | x | se x 6= 0
(b) i ( x ) = quando x → 0
1 se x = 0
6. Calcule:
11. Determine a de modo que a função h tenha limite
 2 2
(a) lim x − 3 2 (i) lim (3x + 2) 3 quando x → −1. Sabe-se que
x →2 x →7
x+1 √ √ (
(b) lim x x− 2 x + 2a se x < −1
x−1 
x →1  (j) lim h( x ) =
x →2 3x − 4 x2 − ax + 1 se x > −1
(c) lim x3 − 1  
x →1  (k) lim − x5 + 6x4 + 2
x →−1

3x + 1 12. Considere a função real de variável real definida
(d) lim
x →−2 5 x2
− 3x + 4 por:
p
3 (l) lim
2
(e) lim x + 3x 1 + x + x2
x →1
x →2 2x2 − 5x − 3
  
x+4 (m) lim − x2 + 5x se x > 3

(f) lim x →−3 f (x) = − x2 + 7x − 12
x →2 3x − 1   
2x − k se x 6 3
2x2 − x 1 2+x
(g) lim √
(n) lim −
x→ 2 3x x →2 x−1 x+1 (a) Calcule lim f ( x )
2 x →+∞
t + 5t + 6 1
(h) lim (o) lim √ (b) Determine k de forma que exista lim f ( x )
t →2 t+2 x →3 2x2 − 2 x →3

– 114 –
13. Averígue a existência de limites nos pontos de mu- 17. Calcule, caso existam:
dança de expressão analítica
(a) lim
1 x2
(h) lim
x →3 x − 3 x →2 x − 2
 3x
e −1

 se x > 0 x 2x − 4
x (b) lim

(i) lim

f (x) = x2 + 3 se 0 6 x < 2 x →2 x 2 − 4 x →3 ( x − 3 )2
1
 x+1


(c) lim 3x
se x > 2

x →3 | x − 3 | (j) lim
x x →−1 ( x + 1)2
3−x x+4
(d) lim (k) lim 2
14. Considere a função f cuja representação gráfica se x →4 x2 − 2x − 8
x →1 x −1
encontra na figura seguinte. y+6
(e) lim (l) lim | x + 3|
y→6 y2 − 36 x →−3
y 1 | x − 2|
(f) lim (m) lim
4 x →5 x − 5 x →2 x − 2
 
f x+2 3 4
3 (g) lim (n) lim − 2
x →2 2 − x x →−1− x + 1 x −1
2
18. Calcule cada um dos seguintes limites:
1  
(a) lim log3 ( x + 7) (h) lim x2 − 5x + 4
x →2 x →1
−2 −1 0 1 2 3 4 x (b) lim (e x + 4x )
−1 x →4 3x2 − 1
(i) lim
ln( x − 3)2 x →2 x + 3
−2 (c) lim √
x →3 ln x x+3
3x ln x4 (j) lim
(d) lim e x →6 1 − x 2
x →1 √ p 
3
2 (e) lim ( x2 − 2x + 1) (k) lim x + 1 · 1 − x2
(a) Determine lim f (un ) se un = −1 + x →1 x →0
n p
3
2n + 1 (f) lim x2 + 2x + 5 e x + e− x
(b) Determine lim f (vn ) se vn = x →1 (l) lim
n+1
s x →0 1 + e x
x2 + 1

(c) Mostre, recorrendo a definição de limite se-
h  i
(g) lim (m) lim ln 1 + x − x2
x →1 3x x →0
gundo Heine, que ∃ lim f ( x )
x →2
19. Calcule se existirem:
15. Determine os limites
2x x3 − 2x + 1
1 (a) lim (g) lim
(a) lim (2x + 1) x →−∞ x − 3 x →−∞ x2 − 1
x →−∞ (i) lim
x →+∞ x + 2 −2x + 1
1 (b) lim 3x5 − x2 + 7
(b) lim x →+∞ x2 + 3x
 
1 (h) lim
x →−∞ 3x2 (j) lim +2 x →−∞ 2 − x2
1 x →+∞ x x3 + 5x + 2
(c) lim 3 (c) lim
x →+∞ x 1 x →+∞ x−1 x2 + 3x + 1
(i) lim
1 (k) lim 2
x →+∞ x − 1
4x3 + 2x + 1 x →+∞ x
(d) lim 2 (d) lim
x →+∞ x x →+∞ x2 + 3
(l) lim (2 − e x ) 2x + 1 2x5 − 33 + 2
(e) lim x4 x →−∞ (j) lim
x →+∞
(e) lim x →+∞ − x2 + 7
2 x →+∞ x − 3

5
 (m) lim e1− x
(f) lim x2 + x →−∞ −5x3 + 2 4x5 − x2 + 4x − 1
x →−∞ 3x + 4 (f) lim (k) lim
−x x →−∞ 7x3 + 3 x →+∞ 2 − 3x5

(n) lim 10 + e
(g) lim 3x5 x →+∞
x →−∞ 20. Calcule os seguintes limites:
8
(h) lim e x (o) lim
x →+∞ x →+∞ x2 + 1 √ √
1+ x x2 + 1
(a) lim (d) lim
x →+∞ x − 1 x →+∞ x + 1
16. Determine, se existirem: √ √
3 5
x − 3x x4 + 2
(b) lim (e) lim
x →−∞ x2 + 4 x →+∞ x + 1
    
(a) lim − x − x2 1
x →+∞ (e) lim log x2 + √ 
1

x →0+ x 2x − x p
  (c) lim (f) lim · x2 + 1
(b) lim − x + x3 (f) lim (e x + 2) x →+∞ x + 1 x →−∞ x + 2
x →−∞ x →−∞
√
ex

(c) lim x + x4 (g) lim 21. Determine m de modo que:
x →+∞ x →−∞ x2 − 1
 √  (2 − mx )( x + 1)
(d) lim x2 + − x (h) lim (e x · ln( x − 1)) lim =5
x →−∞ x →1+ x →+∞ x2 − 4

– 115 –
22. Calcule, se existirem: 27. Calcule:
   
(a) lim 2x2 + x + 1 (d) lim e x − x3 x3 + 1 x2 − 4x − 5
x →−∞ x →+∞ (a) lim (g) lim
 2  p  x →1 x 2 − 1 x →5 x 3− 3x2 − 13x + 15
3x + 1 4x2 + x − x
(b) lim − 3x (e) lim
x →+∞ t3 + 4t2 + 4t x4 − 4x3 + x2
x →−∞ x (b) lim (h) lim 3
t→−2 ( t + 2)( t − 3) x →0 x + x 2 + x
 
(c) lim (3x − 2x ) (f) lim 2x5 − 3x2 + 6
x →+∞ x →−∞ x2 − 1 3x4 − 4x3 + 1
(c) lim 2 (i) lim
x →−1 x + 3x + 2 x →1 ( x − 1)2
23. Calcule, se existirem:
x2 − 5x + 6 x3 + x2 + x + 1
i (d) lim (j) lim
1

1
 h x →2 x−2 x →−1 x4 + x2 − 2
(a) lim − 2 (d) lim ( x2 − x )(2x3 + 5x )
x →+∞ x + 2x3 + x2 + 2
5 x + 3x2 + 2x
3
x →0+ x x
    (e) lim 3
x →−1 x − 3x2 − 2x + 2
(k) lim
x →−2 x2 − x − 6
(b) lim 2x5 − 3x2 + 6 (e) 3 2
lim x − 3x + 5x − 10
x →−∞ x →+∞ 3x3 + 2x − 5 x3 − 5x + 4

1 3
  (f) lim 4 (l) lim
x →1 x + x − 2 x3 − 1

x →1
(c) lim − 2 (f) lim 2x4 − 3x3 + x + 6
x →2+ x − 2 x −4 x →+∞

28. Determine, caso exista:


24. Calcule, se existirem:
√ √
x−3
p  p 
(a) lim x2 + 5 + x (d) lim x2 + 1 + x h−1
x →−∞ x →−∞
(a) lim √ (h) lim
√ √ 
x →9 x+7−4 h →1 h−1
p 

(b) lim x + 3 − x (e) lim x2 + 2 − x 5−x−1 1 − x2
x →+∞ x →+∞ (b) lim (i) lim √
p √  p  x →4 x−4 x →−1 x + 2 + x
(c) lim x2 + 1 − x (f) lim x2 − 3x − 2x √ √
x →+∞ x →+∞ x+1−2 2− x−3
(c) lim (j) lim
x →3 x−3 x →7 x2√− 49
25. Calcule, se existirem: √
x− x 3− 5+x
√ √  (d) lim 3 (k) lim √
(a) lim x+3− x+1 x →0+ x − x 2 x →4 1 − 5 − x
x →+∞ √ √ √
p p  x−1 x + 2 − 3x − 2
(b) lim x2 + x − x2 + 3 (e) lim √ (l) lim √
x →+∞ x →1 x2 − x x →2+ x−2
p p  √ x−1
(c) lim x2 + 2 − x2 + 1 x+3−2 (m) lim √
x →+∞ (f) lim x→
x →1 x−1 x2 √
+3−2
√ √ √
q 
(d) lim x+5 x− x x−2 5 − 28 − x
x →+∞ (g) lim (n) lim √ √
x →4 x − 4 x →3 x+5− 8
26. Calcule os limites seguintes, caso os houver:
29. Calcule:
x4 − 16 2x2 − 3x + 1
(a) lim (k) lim 2
x →2 x − 2 x → 12 2x − 5x + 2
    
2  2 2 2
x2 − 2x + 1 (a) lim · x + 1 (c) lim x − 25
(b) lim x3 + 1 x →+∞ x3 x →5+ x−5
x →1 x2 − 1 (l) lim
x →−1 x + 1
   
1   1 
b − b2
3 (b) lim √ · x2 + 3 (d) lim √ · x2 − 1
(c) lim 2 x3 − 6x2 + 11x − 6x x →+∞ x x →+∞ x
b→0 3b − b
(m) lim
x →1+ 2( x3 + x2 − 5x + 3)
t4 − 1 x3 − 2x2 + 3x − 2 30. Dadas as funções f , g e h, definidas por:
(d) lim (n) lim
t→−1 t + 1 x →1 x2 − 4x + 3
√ √
x4 − 16 x3 + 3x2 f ( x ) = x2 + x, g( x ) = 3x x, h( x ) = x2 + 2x
(e) lim 3 (o) lim
x →−2 x + 8 x →0 − x2 + 2x
2x + 2
 
x+1 (a) Mostre que são infinitésimos simultâneos com x
(f) lim 3 (p) lim · ( x2 − 6x + 9)
x →−1 x + 1 x →3 x − 3
(b) Compare as ordens destes infinitésimos
x3 − 3x
 
1 1
(g) lim 2 (q) lim − 2
x →0 x + x x →2 x − 2 x −4 31. Mostre que são infinitésimos com x − 2 as seguin-
x−1 x3 + 3x2 − 9x − 27 tes funções:
(h) lim (r) lim
x →1 ( x − 1)2 x →−3 x3 − 9x
x3 + 1 x2 − 4 x2 − 4
(i) lim (s) lim 2 (c) y = x2 − 3x + 2
x →−1 x + 1 x →2 x − 5x + 6
(a) y =
x+1
p
3 2 (d) y = x2 − 7x + 10
x2 − 8x + 15 x + x − 4x − 4 √
(j) lim (t) lim (b) y = 2 2x − 4 (e) y = x3 + x2 − 5x − 2
x →3 x2 − 9 x →−2 4 − x2

– 116 –
32. Calcule cada um dos seguintes limites: 36. Calcule os seguintes limites:

5x 3x + x
(a) lim (g) lim ln(5x ) ln x − e x−7
x →+∞ x5 x →+∞ x5 (a) lim (h) lim
x →+∞ x x →+∞ ex
ex πx
(b) lim x (h) lim x+2 ln x 5 + log3 x
x →+∞ 5 x →+∞ 3 (b) lim (i) lim
x →+∞ x − 1 x →+∞ log x
x2 ex h  21
(c) lim x (i) lim 4 ex + x i
x →0 3 x →+∞ x (c) lim (j) lim x e x − 1
x →+∞ log2 x + 4x x →+∞
4 · 5x − 5x4 e x − 3x  x +4
(d) lim

(j) lim x ln x 3
x →+∞ 5x x →−∞ 2x +1 (d) lim (k) lim 1 +
2x − e x
3 x →+∞ ( x + 1)2 x →+∞ 2x − 1
2x
(e) lim (k) lim −4x2 (3 − ln x ) (l) lim ( x ln( x − 4) − x ln x )
x →+∞ x3 x →−∞ − x3
(e) lim x →∞
2x − 6x   x →+∞ 2x2 + 7x + 4

3

(f) lim (l) lim x2 e− x (m) lim · 2x
x →+∞ x x →+∞ log x x →+∞ x − 2
(f) lim
x →+∞ x3
33. Calcule: 2 x +1
(g) lim (ln x − x ) (n) lim
x →+∞ x →+∞ ln( x + 1)
e x +1 − 1 e x −3 − 1
(a) lim (h) lim
x →−1 x + 1 x →3 2x − 6 37. Seja
e3x − 1 x3 
ln( x + 1)
(b) lim (i) lim x+3  se x > 0
x →0 1 − e x x →0 e − e3

h( x ) = kx
2
e − ex + x  x − 2x
2x
( e x )3 − 1 (j) lim

se x < 0
(c) lim x →0 ex − 1 x
x →0 6x
e − 2x −1
e x − e2 (k) lim Determine o valore de k para o qual existe lim h( x )
(d) lim x →0 x x →0
x →2 x − 2
4e x − 4 e x +1 − e 38. Seja
(e) lim (l) lim
x →0 8x x →0 x3  x
e x +1 − e e −1
2x  e − 2e2
(m) lim se x < 2
(f) lim f (x) = x−2
x →0 x x →0 1 − e3x  x
3e + ln( x − 1) se x > 0
2x e2x − 1
(g) lim (n) lim
x →0 e5x − 1 x →0 2x Verifique se existe lim f ( x ).
x →2
34. Calcule cada um dos seguintes limites:
39. Considere as funções reais de variável real f e g,
ln(1 − x2 ) ln(3x + 1) definidas por:
(a) lim (i) lim
x →0 3x x →0 2x
ln(5 + x ) e x +2 − e 2
1 + ln x (j) lim f (x) = e g( x ) = e2x − 3e x − 4
(b) lim x x →−4 4+x ln( x + 1)
x →0+ e − 1
ln x
1 − x2 (k) lim (a) Determine o domínio de f
(c) lim x →1 x − 1
x →1 ln(2 − x )
ln( x − 1) (b) Calcule lim f ( x )
(l) lim 2 x →0
ln( x + 1)
(d) lim x →2 x + x − 6 g( x )
x →0 3x x2 − 1 (c) Calcule, caso exita, lim
(m) lim x →0 x
ln( x + 1) x →1 ln x2
(e) lim
x →0 x2   40. Considere as funções reais de variável real f e g,
(n) lim 2x2 · ln x
ln( x + 1) x →0+ definidas por:
(f) lim
x →0 e x − 1 (o) lim ( x ln x )
x →0+
x−3   f ( x ) = 5e− x e g( x ) = e x − 4
(g) lim
x →3 ln( x − 2)
(p) lim 2x −3 ln x
x →0+
(a) Sendo A o ponto de intersecção dos gráficos
ln(−1 − x ) ln( x2 + 2x + 1)
(h) lim (q) lim de f e g, determine analiticamente e as suas
x →−2 x+2 x →0 x
coordenadas
35. Calcule os seguintes limites: (b) Calcule:
2
[ln( x + 2)] − ln(1 + x )2 i. lim [ x f ( x )]
(a) lim x →+∞
x →0 x
x f (x)
(b) lim 2
ii. lim
x →0 ln ( x + 2x + 5) − ln(3x + 5) x →−∞ g( x )

– 117 –
6 C ONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO

"De que me irei ocupar no céu, durante toda a Eternidade,


se não me derem uma infinidade de problemas de Matemática para resolver?"
Augustin Louis Cauchy

Introdução

O conceito de função é um dos mais importantes da Matemática.

A origem da noção de função confunde-se com os primórdios do Cálculo


Infinitesimal. Ela surgia de forma um tanto confusa nos "fluentes"e "flu-
xões"de Newton (1642 - 1727). Newton aproxima-se bastante do sentido
atual de função com a utilização dos termos "relatia quantias"para designar
variável dependente, e "genita"para designar uma quantidade obtida a
partir de outras por intermédio das quatro operações aritméticas funda-
mentais.

Foi Leibniz (1646 - 1716) quem primeiro usou o termo "função"em 1673 no Nota histórica
manuscrito Latino "Methodus tangentium inversa, seu de fuctionibus". Euler foi um matemático suíço que fez
enormes contribuições a uma ampla
gama de matemática e física, incluindo
O termo "função"não aparecia ainda num léxico matemático surgido em geometria analítica, trigonometria,
1716. Mas, dois anos mais tarde Johann Bernoulli publicou um artigo, que geometria, cálculo e teoria dos números.
viria a ter grande divulgação, contendo a sua definição de função de uma
certa variável como uma quantidade que é composta de qualquer forma
dessa variável e constantes.

Um retoque final nesta definição viria a ser dado em 1748 por Euler (1707
- 1783) substituindo o termo "quantidade"por "expressão analítica". Foi
também Euler quem introduziu a notação f ( x ).

Como consequência da evolução do estudo das funções surgem numerosas


aplicações da Matemática a outras ciências. A função era, então, o modelo
matemático que explicava a relação entre as variáveis.
Leonhard Euler, 1707-1783
A palavra "contínuo" significa, em linguagem corrente, que "não é inter-
rompido" ou "que não é dividido em partes separadas".

Quando se levanta o auscultador do telefone, ouve-se o sinal de ligação à


"rede" que é um som contínuo; pelo contrário, o sinal de chamada é um
som descontínuo.
CAPÍTULO 6. CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO

6.1 Noção de função contínua num ponto

Se um troço de um gráfico pode ser desenhado sem levantar o lápis do


papel, a função é contínua nesse troço.

Se o traçado do gráfico, num troço, obriga a levantar o lápis do papel


então a função não é contínua nesse troço. Os pontos onde a função não é
contínua diz-se pontos de descontinuidades.

Observe os gráficos seguintes dos quais só um representa uma função contínua


no ponto 2.

y y
x
5 x + 1, x62 5 f (x) =
(
f (x) = 1 ( x − 2)2
− x + 4, x>2
4 2 4
3 3
2 2
1 1

A. −1 0 1 2 3 4 5 x D. −1 0 1 2 3 4 5 x

y
5
y
4
5 f (x) = x + 1
3 x∈Z
4
2
3
1
2 
x + 1, x 6= 2
f (x) =
0, ., ..1x = 2
1 −1 0 1 2 3 4 5 x

−1 0 1 2 3 4 5 x E.
B.
1
(
y f (x) =
, x 6= 2
x−2
4 0, x=2

y 3
( x
5 , x62 2
f (x) = 2
4 3, x>2
1
3
2 −
−11
0 1 2 3 4 x
1 −2

C. −1 0 1 2 3 4 5 x F.

A. É contínua no ponto 2.

B. Há um salto no ponto x = 2. Embora esteja definida no ponto 2, a


marcação da imagem obriga a levantar o lápis do papel. O ponto 2 é
um ponto de descontinuidade.

C. Também neste caso, 2 é ponto de descontinuidade.

D. A função nem está definida no ponto x = 2; não se classifica a conti-


nuidade neste ponto;

E. O gráfico é formado por pontos isolados, f não pode ser contínua;

F. É descontínua no ponto x = 2.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 119
CAPÍTULO 6. CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO

A partir do conceito de limite, define-se a função contínua num ponto:

DEFINIÇÃO: Uma função real de variável real definida por f ( x ), diz-


se contínua no ponto a sse lim f ( x ) = f ( a).
x→a

f é contínua em a ⇔ lim f ( x ) = f ( a).


x→a

Esta definição resume três condições que se chamam teste de continuidade:

Teste de continuidade:

1) f ( a) está definido, isto é, a ∈ D f ;


2) lim f ( x ) existe, isto é, lim f ( x ) = lim f ( x ) = k, com k ∈ R;
x→a x → a− x → a+
3) lim f ( x ) = f ( a).
x→a

Exemplo 6.1 Seja f ( x ) = 3x2 + x − 1. Mostre que f é contínua em x = 1.

E.1. Estude a continuidade das seguin-


Resolução: Efetuando o teste de continuidade temos: tes funções no ponto de abcissa
x = 2:
y 4x − 1
• f (1) = 3, um número real (1 ∈ D f ) (a) f ( x ) =
3 3x + 2

• lim f ( x ) = 3, um número real, e 2 (b) g( x ) = 4x3 − 5x + 1


x →1 1 (c)
• lim f ( x ) = f (1)
x

x →1 −1 −10 1  x3 − 4x2 + 8
h( x ) = , x 6= 2
x−2
Portanto, f é contínua em x = 1.

−3x + 2, x=2

(Gráfico ao lado).

Exemplo 6.2 Estude a continuidade de f no ponto x = 0 sendo:



 x
 se x > 0
f (x) = 2 se x = 0
 x2

se x < 0

E.2. Estude a continuidade de cada


Resolução: Consideremos a função definida por f ( x ), temos: uma das seguintes funções nos
pontos indicados:

2x2 − 6x
(a) f ( x ) = , em x = 3
• 0 ∈ D f e f (0) = 2 y x−3
4x
• lim f ( x ) = 0 porque, 2 (b) h( x ) = 2 , em x = 5
x →0 x − 25
 √
x−2
lim f ( x ) = lim x = 0 1 (c) g( x ) =

, x>4
x →0+ x →0+  x +−2,4
x
x64
lim f ( x ) = lim ( x2 ) = 0 em x = 4
x →0− x →0− x
−1 0 1 2

• lim f ( x ) 6= f (0) = 2
x →0

Logo, a função f não é contínua em x = 0.

120 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 6. CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO

6.2 Continuidade lateral

Do mesmo modo que consideramos limites laterais pode também falar-se


de continuidade lateral de uma função num ponto do seu domínio.

De um modo geral podemos afirmar que:

DEFINIÇÃO: Seja f uma função de domínio D f e a um ponto de D f .


Diz-se que:

• f é contínua à esquerda no ponto a quando lim f ( x ) = f ( a);


x → a−
• f é contínua à direita no ponto a quando lim f ( x ) = f ( a);
x → a+

Se uma função é contínua num ponto a, é contínua à esquerda e à direita


de a.

Exemplo 6.3 Estude a continuidade lateral da seguinte função no ponto


x = 0.  x
e


 2
 −2 se x 6 0 E.3. Considere as funções reais de va-
riável real definidas por:
f (x) =  x
 ln(3x + 1)

√ se x < 0

se x > 0
 

 3− 9−x

2x 
g( x ) =  2x−1

 1
 −1 + se x > 0


4
Estude a continuidade de g no
Resolução: O domínio da função é R.
ponto x = 0.
ex E.4. Considere a função:

1 3
lim f ( x ) = lim −2 = −2 = −
x →0− x →0− 2 2 2

x2 − 6x + 8
se x > 2


x−2

ln(3x + 1) 3 ln(3x + 1) 3 3 g( x ) =
lim f ( x ) = lim = lim = ·1 = 
x →0+ x →0+ 2x 2 x →0+ 3x 2 2 

5 + log2 (3x − 4) se x 6 2

Como Estude a continuidade da função


g no ponto de abcissa 2.
lim f ( x ) 6= lim f ( x ), não existe lim f ( x )
x →−1− x →−1+ x →−1 E.5. Seja h uma f.r.v.r definida por:
Logo a função f é descontínua no ponto x = 0. 

 −1 + 21−2x se x 6 1

h( x ) = √
e0 3 3  x+3−2
se x > 1
f (0) = − 2 = − e lim f ( x ) = −


x2 − 1
2 2 x →0− 2
Mostre que h não é contínua em
Apesar de f ser descontínua no ponto x = 0, f é contínua à esquerda naquele x = 1.
ponto, dado que lim f ( x ) = f (0).
x →−

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 121
CAPÍTULO 6. CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO

Exemplo 6.4 Considere a função real definida por:


 √
 1− 2−x
se x < 1
f (x) = x−1
ln (2x − 1) − 3m se x > 1 E.6. Determine o valor da constante k,

para que a função seja contínua
Determine o valor de m de modo que a função f seja contínua em x = 1. em x = 2.

 x2 − 3x + 2
g( x ) = se x 6= 2
x2 − 4
3k + 2 se x = 2

Resolução: Uma função f é contínua em x = 1 sse lim f ( x ) = f (1). E.7. Seja f uma função real de variável
x →1
real definida por:
Determinemos o limite:
2x − 4

 √ se x > 2

0
! 
√ √ √ x+2−2
f (x) =
kx + 3 se x = 2
 
1− 2−x 0 1− 2−x 1+ 2−x 


lim f ( x ) = lim = lim 
9 − log3 ( x + 1) se x < 2
x−1

x →1− x →1− x →1− ( x − 1) 1 + 2 − x
√ 2 Determine o valor de k de modo
1− 2−x 1 − (2 − x ) que f seja contínua no ponto de
= lim √  = lim √  abcissa x0 = 2
x →1 ( x − 1 ) 1 + 2 − x
− x →1 ( x − 1 ) 1 + 2 − x

E.8. Considere a função real de variá-
x−1 1 1 vel real definida por
= lim √  = lim √ =
x →1− ( x − 1 ) 1 + 2 − x x →1− 1 + 2 − x 2
3x2 + 3x

⇐ x<0


lim f ( x ) = lim [ln (2x − 1) − 3m] = ln 1 − 3m = −3m = f (1)  2e x − 2

x →1+ x →1+ f (x) =
 1 + 32k+ x


⇐ x>0

Impondo a igualdade requerida na definição de continuidade de uma função, 2
temos: Determine o valor de k de modo
que f seja contínua no ponto de
1 1 abcissa 0.
lim f ( x ) = lim f ( x ) = f (1) ⇔ = −3m ⇔ 1 = −6m ⇔ m = − .
x →1− x →1+ 2 6

Exemplo 6.5 Determine, se possível, as constantes a e b ∈ R de modo que a


função abaixo sejam contínuas no ponto de abcissa x0 = 0, sendo:

 2a cos(π + x ) + 1 se x < 0

g( x ) = 7x − 3a se x = 0
 b − 2x2

se x > 0

E.9. Determine os números a e b de


Resolução: Temos que: modo que

 x+4 se x 6 1
• lim g( x ) = lim [2a cos(π + x ) + 1] = −2a + 1 f (x) = ax + b se 1 < x 6 3
x →0− x →0− 
3x − 8 se x > 3
 
• lim g( x ) = lim b − 2x2 = b é contínua em R.
x →0+ x →0+
• g(0) = 7 · 0 − 3a = 3a E.10. Determine os valores de m e n de
modo que a função f é dada seja
contínua:
Aplicando a definição, fazemos 
 mx, x<3
(a) f ( x ) = n, x=3
lim g( x ) = lim g( x ) = g(0) ⇔ −2a + 1 = b = 3a 
−2x + 9, x > 3
x →0− x →0+

 mx − n,

x<1
 a= 1
( 
−2a + 1 = b 5
(b) f ( x ) = 5, x=1
⇔ ⇔ 3

2mx + n, x > 1
b = 3a  b=

5
1 3
Portanto a função é contínua em 0 se tivermos a = eb= .
5 5

122 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 6. CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO

6.3 Função contínua num intervalo

DEFINIÇÃO: Uma função real de variável real é contínua num inter-


valo [ a, b] do seu domínio, se for contínua em todo o ponto de ] a, b[
e ainda à direita de a e a esquerda de b.

De acordo com a definição, uma função f é contínua num intervalo fechado


[ a, b] sse:

1) f está definida em [ a, b],

2) f é contínua em ] a, b[,

3) lim f ( x ) = f ( a) e
x → a+

4) lim f ( x ) = f (b).
x → a−

Exemplo 6.6 Estude a continuidade da função:


p
(a) f ( x ) = 1 − x2 em [−1, 1]
2
(b) g ( x ) = x − 4 em [−3, 3]

Resolução: Seguindo a definição obtemos:


E.11. Determine os domínios das se-
guintes funções e estude a conti-
(a) • f está definida em [−1, 1] y nuidade nos respetivos domínios.
√ √
(a) f ( x ) = x + 3 − 1 − x
• f é contínua em ] − 1, 1[ 1 √
1−x
(b) g( x ) = √
1− x
• lim f ( x ) = f (−1) = 0
x →−1+ x E.12. A função
−1 0 1 
• lim f ( x ) = f (1) = 0.  x4 − 1
f (x) = 2
, | x | 6= 1
x →1−  x −1
1, |x| = 1
Portanto, f é contínua no intervalo [−1, 1]. está definida em R e é contínua
nos intervalos
] − ∞, −1[∪] − 1, 1[∪]1, +∞[.
(b) • g está definida em [−3, 3] y
5
4
3
• g é contínua em ] − 3, 3[ 2
1

• lim g( x ) = g(−3) = 5 −110 1 2 3 4 5 x


−5−4−3−2−
x →−3+ −2
−3
−4
• lim g( x ) = g(3) = 5. −5
x →3−

Portanto, f é contínua no intervalo [−3, 3].

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 123
CAPÍTULO 6. CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO

6.4 Operações com funções contínuas

As propriedades operatórias dos limites de funções reais de variável real


refletem-se, como é evidente, na continuidade da soma, do produto, da
potência, do quociente e da raiz de funções contínuas.

TEOREMA: Se f e g são funções contínuas no ponto a, n ∈ N e k ∈ R


então:

• f + g, f − g, f × g e k · f são funções contínuas em a;


• f n é uma função contínua em a;
f
• é função contínua em a, se g( a) 6= 0;
g
p
• n f é função contínua em a se
– n é ímpar ou
– n é par e f > 0.

Exemplo 6.7 Justifique que as seguintes funções são contínuas nos respetivos
domínios:

(a) f ( x ) = 3x − 2x3 + 1
(
x2 se x 6 0
(c) h ( x ) = √
x3 − 3x + 1 x se x > 0
(b) g ( x ) =
x2 + 1

E.13. Sendo
Resolução: Em cada caso, determinamos o domínio da função e aplicamos o x−1 1
f (x) = e g( x ) = 1 + ,
Teorema: x x
estude o limite e a continuidade
3
(a) D f = R. A função f definida por f ( x ) = 3x − 2x + 1 é contínua das funções seguintes nos pontos
indicados:
porque é uma função polinomial.
(a) f + g em x = 4
x3 − 3x + 1
(b) Dg = R, A função g definida porg( x ) = é contínua (b) f · g em x = 2
x2 + 1
porque é uma função racional (quociente de funções polinomiais). (c) f − g em x = 0
f
(c) A função definida por (d) em x = 0.
g
(
x2 se x 6 0
h( x ) = √ E.14. Estude a continuidade das fun-
x se x > 0
ções reais de variável real defini-
das por:
de domínio R é contínua porque:
2 −x
(a) g( x ) = e x
• para x ∈] − ∞, 0] é uma função polinomial;
(b)
• para x ∈]0, +∞[ é uma função irracional de radicando positivo; 
 −3x2 + 7, x 6 −2
• para x = 0 tem-se que h( x ) = x+3
 , x > −2
2x + 5

h(0) = 0 = lim h( x ) = lim h( x )



 log2 x, x >1
x →0+ x →0− (c) j( x ) = 2, x =1
3 − 3x, x <1

uma vez que,
– lim h( x ) = h(0) = 02 = 0
x →0+

– lim h( x ) = 0 = 0
x →0−

124 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 6. CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO

6.5 Assíntotas

Em várias funções estudadas até agora, encontramos retas que orientam o


traçado do gráfico e que se chamam assíntotas do gráfico.

Vamos estudar regras gerais para a determinação de assíntotas, quer verti-


cais quer não verticais.

6.5.1 Assímptotas verticais

As assíntotas verticais ocorrem em qualquer ponto de acumulação do


domínio onde algum dos limites laterais da função seja infinita.

DEFINIÇÃO: A recta x = a é assíntota vertical do gráfico da função f


sse

lim f ( x ) = +∞ (ou − ∞) ou lim f ( x ) = +∞ (ou − ∞).


x → a− x → a+

Exemplo 6.8 Determine as assíntotas verticais ao gráfico da função definida


por
x
f (x) = ,
9 − x2
caso houver.

E.15. Determine o domínio e as equa-


Resolução: Como D f = R \ {−3, 3}, −3 e 3 são candidatos. ções das assímptotas verticais dos
gráficos das funções:

• Para −3: 3x − 2
(a) f ( x ) =
x+3
x −3 x2
lim f ( x ) = lim 2
= − = +∞ (b) f ( x ) =
x →−3− x →−3−9−x 0 x2 − 4x + 3

x −3 1
, x < −3
= + = −∞

lim f ( x ) = lim (c) f ( x ) = x+3
x →−3+ x →−3+ 9 − x2 0  x + 4, x > −3

A reta de equação x = −3 é assintota vertical bilateral ao gráfico de f .


• Para 3:
x 3
lim f ( x ) = lim 2
= + = +∞
x →3− x →3− 9−x 0
x 3
lim f ( x ) = lim = − = −∞
x →3+ x →3+ 9 − x 2 0

A reta de equação x = 3 é assintota vertical bilateral ao gráfico de f .

x = −3 y x=3 Nota
3 Uma reta vertical de equação x = a é
2 chamada assíntota vertical bilateral ao
1 gráfico de f sse
lim f ( x ) = ±∞ e lim f ( x ) = ±∞
−6 −5 −4 −3 −2 −
−11
0 1 2 3 4 5 6 x x → a− x → a+

simultaneamente.
−2
−3

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 125
CAPÍTULO 6. CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO

6.5.2 Assíntotas não verticais

Quando x tende para +∞ ou quando x tende para −∞, pode acontecer


que o gráfico duma função f se "confunda" com uma recta oblíqua ou
horizontal que será chamada assímptota não vertical do gráfico.

DEFINIÇÃO: A reta de equação y = mx + b é assíntota do gráfico de Nota


f ( x ) sse
• Se f ( x ) − (mx + b) > 0, o gráfico
de f está acima da assíntota;
lim [ f ( x ) − (mx + b)] = 0 ou lim [ f ( x ) − (mx + b)] = 0.
x →−∞ x →+∞ • Se f ( x ) − (mx + b) < 0, o gráfico
de f está abaixo da assíntota.

Isto que dizer que à medida que x → ±∞, a distancia entre um ponto do
gráfico de f ( x ) e da recta á cada vez menor.

A determinação da assímptota não vertical exige o cálculo de m e b para


obter a sua equação y = mx + b.

Com efeito, partindo da definição temos:

f ( x ) − (mx + b)
lim [ f ( x ) − (mx + b)] = 0 ⇔ lim =0
x →+∞ x →+∞ x
f (x) mx + b
⇔ lim − lim =0
x →+∞ x x →+∞ x
f (x) f (x)
⇔ lim − m = 0 ⇔ lim =m
x →+∞ x x →+∞ x

Conhecido o valor de m vejamos como obter o de b.

lim [ f ( x ) − (mx + b)] = 0 ⇔ b = lim [ f ( x ) − mx ]


x →+∞ x →+∞

E, analogamente, quando x → −∞:

f (x)
m = lim e b = lim [ f ( x ) − mx ].
x →−∞ x x →−∞

Na reta de equação y = mx + b, o coeficiente m chama-se declive e indica


o grau de inclinação da reta, o coeficiente b chama-se ordenada na origem
e indica a ordenado do ponto de intersecção da reta com o eixo yy.

Assim classificamos as assíntotas não verticais de acordo com o valor de m.

Sendo y = mx + b, com m, b ∈ R a reta da assíntota não vertical, esta


classifica-se em:

• Assíntota é horizontal se m = 0
• Assíntota oblíqua se m 6= 0.
Nota
Por conseguinte, o processo de acabamos de estudar para a determinação Quando uma mesma reta de equação
de assíntotas não verticais permite detectar simultaneamente a existência y = mx + b é assíntota não vertical
do gráfico de f ( x ) quando x → −∞ e
de assíntotas oblíquas ou horizontais.
quando x → +∞ simultaneamente, diz
que é uma assintota não vertical (oblíqua
Quando x → +∞, só pode haver uma assíntota não vertical neste sentido: ou horizontal) bilateral, caso contrário,
trata-se de uma assintota unilateral.
se houver horizontal, não há oblíqua e vice-versa (o mesmo para −∞).

126 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 6. CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO

Exemplo 6.9 Determine a equação da assíntota não vertical da função defi-


6x3 + 3x2 − 5
nida por f ( x ) = .
3x2 + 1

E.16. Determine as assíntotas verticais


Resolução: A função f , não tem assíntota vertical pois D f = R. e não verticais dos gráficos das
seguintes funções, caso existam:
Averiguemos se tem assíntotas não verticais.
x3 + 1
(a) f ( x ) =
x2 + 1
• Quando x → +∞: y
3x2 − 5x − 7

+1
f (x) 6x3 + 3x2 −5 5 (b) g( x ) =
x−2

2x
m = lim = lim 3 4
x →+∞ x x →+∞ 2x4 − 3x + 3

y=
3x + x (c) h( x ) =
x3 − 1
=2 2
b = lim [ f ( x ) − mx ] 1
x →+∞
x
−11 0 1 2 3
 3
6x + 3x2 − 5 −2−

= lim − 2x
x →+∞ 3x2 + 1 −2
3x2 − 2x − 5 −3
= lim =1 −4
x →+∞ 3x2 + 1
−5
• Quando x → −∞:
f (x)
m = lim =2 e b = lim [ f ( x ) − 2x ] = 1
x →−∞ x x →−∞

Então y = x + 2 é assíntota oblíqua ao gráfico da função (assíntota bilateral).

Uma função pode ter duas assíntotas não verticais diferentes.

Exemplo 6.10 Estude a função g quanto a assíntotas não verticais, sendo



 x2

 se x > 0
g( x ) = x+2
x2 y
se x < 0



2−x y
= 3 2
− 2 x

x
− =
2 1 y

Resolução: Sabe-se que Dg = R. −5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 x


−1
−2
• Quando x → +∞:
x2
g( x ) x2
m = lim = lim x+2 = lim 2 = 1; E.17. Determine as assíntotas dos gráfi-
x →+∞ x x →+∞ x x →+∞ x + 2x
 2 cos das funções:
−2x

x
b = lim [ g( x ) − mx ] = lim − x = lim = −2.
p
(a) f ( x ) = x2 − 4
x →+∞ x →+∞ x + 2 x →+∞ x + 2
(b)
Equação da assímptota y = x − 2 quando x → +∞ (gráfico ao lado). 
2x2 − 3x − 4

 , x>0
• Quando x → −∞: g( x ) =
x
2x − 5
2 + 2x − 1
, x<0


x+3
x2
g( x ) x2
m = lim = lim 2− x = lim = −1;  2
x −5
x →−∞ x x →−∞ x x →−∞ 2x − x2 , x<2


(c) h( x ) = x+1
 2 2
−2x  x − x, x > 2

x 
b = lim [ g( x ) − mx ] = lim + x = lim = −2. x−2
x →−∞ x →+∞ 2 − x x →−∞ 2 − x

Equação da assíntota y = − x − 2 quando x → −∞ (gráfico ao lado).

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 127
CAPÍTULO 6. CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO

Exemplo 6.11 Determine equações das assintotas


p do gráfico da função real
de variável real definida por f (x) = x + 1 + x2 + 1.
y

+1
4

2x
y=
Resolução: O gráfico desta função não tem assintotas verticais, visto que 3

D f = R. 2
Pesquisemos as assíntotas não verticais:
1
y=1
• Quando x → +∞
√ x
−3 −2 −1 0 1 2
f (x) x + 1 + x2 + 1 −1
m = lim = lim
x →+∞ x x →+∞ x
r !
1 1
= lim 1 + + 1 + 2 = 2
x →+∞ x x
 p  E.18. Estude a função g, real de variável
b = lim [ f ( x ) − mx ] = lim x + 1 + x2 + 1 − 2x real, definida por
x →+∞ x →+∞
2x2 + 1
 p  
= lim 1 + x2 + 1 − x se x < 0


x

x →+∞

h√ i h√ i f (x) = 4x se 0 6 x < 2
x 2 + 1 − ( x − 1) x 2 + 1 + ( x − 1)

 1 − x
(∞−∞) se x > 2


= lim √ x2
x →+∞ x 2 + 1 + ( x − 1) quanto à existência de assíntotas
x2 x2
+ 1 − + 2x − 1 ao seu gráfico.
= lim √ E.19. Seja dada a função real de variável
x →+∞ x 2 + 1 + ( x − 1)
real definida por
2x
= lim √ =1 x3 − 4x2 + 6x
x →+∞ 2
x + 1 + ( x − 1) f (x) = .
2x2 − 4x

A reta de equação y = 2x + 1 é assíntota oblíqua do gráfico, quando (a) Determine o domínio e as as-
síntotas verticais do gráfico, se
x → +∞. existirem.
• Quando x → −∞ (b) Se o gráfico tiver assíntota em
−∞, determine a sua equação
!
reduzida.
r
f (x) 1 1
m = lim = lim 1 + − 1 + 2 = 0
x →−∞ x x →−∞ x x
 p  E.20. Determine as assíntotas dos gráfi-
b = lim f ( x ) = lim x + 1 + x2 + 1 cos das funções reais de variável
x →−∞ x →−∞ real definidas por:
 √  √ 
(∞−∞) x + 1 + x2 + 1 x + 1 − x2 + 1 4x2 + 4x + 1
= lim √ (a) f ( x ) =
x →−∞ x2 + 1
x + 1 − x2 + 1 x
(b) f ( x ) =
x2 + 2x + 1 − x2 − 1 |x| + 1
= lim √
x →−∞ x + 1 − x2 + 1 (c) f ( x ) = e x − 2
2x
= lim √ =1
x →−∞ x + 1 − x2 + 1

A reta de equação y = 1 é assíntota horizontal do gráfico, quando


x → −∞.

128 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 6. CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO

A seguir vejamos exemplo de uma função com assíntotas verticais e não


verticais ao seu gráfico.

Exemplo 6.12 Determine as assintotas ao gráfico da função real definida por

x|x|
f (x) = .
x+1

E.21. Determine as assíntotas ao gráfico


Resolução: Abrindo o módulo, podemos escrever, das seguintes funções:

x2 + 2x + 16
(a) f ( x ) =

x2  x+2
x|x|

 se x > 0
f (x) = = x+1 2x3 − 2
(b) f ( x ) =
x+1 − x2 x2 − 1
se x < 0 ∧ x 6= −1



x+1 x2 + x − 20
(c) f ( x ) =
2x − 10
O domínio da função é D f = R \ {−1}.

• Assíntotas verticais: E.22. Seja f a função, real de variável


real, definida por:
− x2 −1
lim f ( x ) = lim = − = +∞ 
2x
x →−1 − x →−1 x + 1
− 0 
 se x < −1
f (x) = x+1
2
−1 − x2  3x se x > −1
= + = −∞

lim f ( x ) = lim x−4
x →−1+ x+1
x →−1+ 0
(a) Determina o domínio de f .
A reta de equação x = −1 é uma assíntota ao gráfico de f .
(b) Mostra que o gráfico de f tem
• Assíntotas não verticais: duas assíntotas verticais.
(c) Determina, caso existam, as as-
Quando x → +∞:
síntotas não verticais.
f (x) x2 x
m = lim = lim = lim =1
x →+∞ x x →+∞ x ( x + 1) x →+∞ x + 1
 2 
x
b = lim [ f ( x ) − mx ] = lim − x = −1
x →+∞ x →+∞ x + 1

A reta de equação y = x − 1 é uma assíntota oblíqua ao gráfico de f


quando x → +∞.
Quando x → −∞:
f (x) − x2 −x
m = lim = lim = lim = −1
x →−∞ x x →−∞ x ( x + 1) x →−∞ x + 1
− x2
 
b = lim [ f ( x ) − mx ] = lim +x =1
x →−∞ x →−∞ x + 1

A reta de equação y = − x + 1 é uma assíntota oblíqua ao gráfico de


f quando x → −∞.

y
y
=
6
− 5
x
+
1 4
1
x

3
=
y

2
1

−5 −4 −3 −2 − 0 1 2 3 4 5 x
−11
−2
x = −1

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 129
FICHA DE EXERCÍCIOS CAPÍTULO 6. CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO

1. Considere a função f , r.v.r, tal que 5. Seja f uma função r.v.r definida por:

 2
 x − 3x + 2 kx + x2
⇐x>3

, se x 6= 1

 ,
f (x) = x−1 f (x) = x−2
2

−1 se x = 1  x − 5x + 6

 ⇐x<3
x−3
(a) Indique o seu domínio. Determine o valor de k de modo que f seja contí-
(b) Calcule lim f ( x ) e f (1). nua no ponto de abcissa x0 = 3.
x →1
(c) A função é contínua no ponto 1? Justifique a 6. A função f real e variável real é definida, para uma
resposta. dado k ∈ R, por:
 2
2. Sejam as funções reais de variável real:  x + kx + 1
se x < −1
  1− x f (x) = x+1
1  2
x +x se x > −1
g ( x ) = −1 −
2
Determine o valore de k para o qual a função f é
1


 + log 1 ( x2 + 1) se x 6 1 contínua em x = −1.
 2
 2
m( x ) = √ 7. Considere a função h por
 1− x



se x > 1  √
x−1  1 − 1 + 4x2
h( x ) = se x 6= 0 ( k ∈ R)
2x2
(a) Resolva a inequação g( x ) 6 −5 e apresente o 
k se x = 0
conjunto-solução na forma de intervalo.
(a) Determine o valor de k de modo que a função h
(b) Caraterize a função inversa de g.
seja contínua em x = 0.
(c) Estude a continuidade da função m no ponto
(b) Para o valor de k na condições da alínea anterior,
x = 1.
justifica que a função h é contínua em R.
3. Averigua de a função g definida por: 8. Considere a família de funções f tais que:
6x − 6
 2 
x + 5x + 6 se x > 1
se x 6 −3
 
x3 − x2 + x − 1
 

g( x ) = x2 f (x) = k∈R
x 2 + 7x + 12 −k2 + 4k se x = 1 ,
se x > −3

 

2x + 1 se x < 1

3x + 19

é continua em x = −3. (a) Mostre que qualquer função da família é contí-


nua em x = 0.
4. Estude a continuidade das seguintes funções nos
(b) Determine para que valores de k a função f é
pontos indicados: contínua em 1.
x2 − 1 (c) Dê exemplo de um valor de k de modo que a
(a) f ( x ) = em x = 1
x+1 função f seja descontínua.
x2 + x − 6
(b) f (x) = em x = −3 9. Determine o número k de modo que
x+3
 √
x−1
(

se 0 6 x < 1 kx + 1, x63
f (x) =

(c) f (x) = x −1 em x = 1 2 − kx, x>3
 1

se x > 1
2 é contínua no número 3.
x2 − 1
(d) f (x) = em x1 = 1 10. Determine o valor a atribuir ao parâmetro real k
x−1
x2 − 3x + 2 para que a função definida por
(e) f (x) =
x2 − 4 x2 − 1

em x = 2, x = −2 e x = 1 , se x 6= 1

 2 f (x) = ( x − 3)( x + 1)
 x + 7x + 10 
k+3 se x = 1
se x 6= 2
(f) f (x) = x+2 em x = 2

3 se x = 2 seja contínua no ponto x = −1.

– 130 –
11. Determine, se possível, as constantes a e b ∈ R de 17. Considere a função real de variável real g definido
modo que as funções abaixo sejam contínuas no por
ponto x0 , sendo:
− 3 + e x −1

 
 se x < 1
 3x − 3 se x > −3 −2


f (x) = se x = 1
(a) f ( x ) = ax se x = −3 (x0 = −3) 2
 x − 8x + 7

se x < 3

 bx2 + 1

se x < −3 x2 − 1

12. Determine, se possível, as constantes a e b ∈ R de Relativamente à continuidade da função g, no


modo que as funções abaixo sejam contínuas no ponto 1, pode afirmar-se que:
ponto x0 , sendo: (a) é descontínua à esquerda e à direita;
 (b) é contínua à esquerda e descontínua à direita;
 3x − 3
 se x > −3
(a) f ( x ) = ax se x = −3 (x0 = −3) (c) é contínua à direita e descontínua à esquerda;
 bx2 + 1

se x < −3 (d) é contínua.
18. Considere a função real de variável real definida
x−2
13. Defina, se possível, f (2) para que f ( x ) = por
x2 − 4
seja contínua em x = 2. 
 | x + 1|
 se x > 1
14. Indique os pontos de descontinuidades das fun- f (x) = | x + 2| se x ∈ [−2 , 1]

 −3
ções, justificando, definidas como se segue: se x < −2

x2 + 3x + 1 (a) Indique o domínio


(a) f ( x ) =
x2 − 1 (b) Faça a sua representação gráfica
| x + 3|
(b) f ( x ) = (c) Conclua, utilizando ao gráfico, se f é ou não
x+3
( uma função contínua no seu domínio, e indique
x + 1 se x ≤ 0 os pontos de descontinuidades
(c) f ( x ) =
x + 4 se x > 0
 2 (d) Confirme, por via analítica, que f é descontínua
 x −1 para x = −2 mas que neste ponto apresenta
se x 6= 1
(d) f ( x ) = x−1 uma continuidade lateral
2 se x = 1

19. Determine f (3) de modo que f seja contínua em
√ √
 4
 x −4
se x 6 = − 2 ∧ x 6 = 2 R, sendo:
(e) f ( x ) = x2 − 2 √ √

4 se x = − 2 ∨ x = 2 ( x − 3)2
(a) f ( x ) = se x 6= 3
 | x − 3|
 3 se x ∈ N
 √
x+1−2
(f) f ( x ) = 1 se x ∈ Z ∧ x ∈ /N (b) f ( x ) = √ se x 6= 3
 x se x ∈ R \ Z
 x−3
20. Verifique se cada uma das funções, definidas como
15. Estude a continuidade lateral de f no ponto x = 0, se segue, é contínua no intervalo [−3 , 5]
sendo:
1
s
(a) f ( x ) = 4 − x2
(d) f ( x ) =

ln( x + 1) x+2
 1+

 se x > 0 x+2 1+x
x (b) f ( x ) =
f (x) = 1 se x = 0 x+4

 2 p x − |x|
(e) f ( x ) =

x +2 se x < 0 (c) f ( x ) = 9 − x2 x

16. Seja f a função, de domínio R, definida por  x + 3 se x < −2

(f) f ( x ) = x2 + 1 se x ∈ [−2 , 0]

 x  1 se x > 0
 √ se x < 1
 1− 1−x

21. Determine intervalos onde a função dada é contí-

f (x) = 2 se x = 1
nua:
 ln(1 + x ) + x


se x > 0

x x+6 x
(a) f ( x ) = (c) f ( x ) = √
x3√− x x2 −5
(a) Estude a função f quanto à continuidade.
4 − x2
(b) A equação f ( x ) = | x | tem uma solução inteira. (b) f ( x ) = 2
x − 4x + 3

– 131 –
22. Determine o valor da constante k, para que a fun- 30. Seja f a função de domínio R, definida por
ção seja contínua em R.  x
( √ se x < 0
x2 + 3x se x 6 2

 3− 9−x


(a) f ( x ) =
− x + k se x > 2 f (x) = 6 se x = 0
 ln(1 + x ) + 5x
( 

k2 x2 se x > 0

se x 6 2
(b) h( x ) = x
(1 − k) x se x > 2
Utilizando métodos exclusivamente analíticos, es-
23. Sendo a e b números reais, considere a família de
tude a função f quanto a continuidade.
funções reais de variável real.
 31. Estude quanto à continuidade as funções definidas,
 ax − b se x 6 −1
 respetivamente por:
f (x) = −2x se − 1 < x < 3 
 bx2 − a se x > 3
  3x2 − 3

 se x<1
(a) f ( x ) = x−1
x−1
Determine a e b de modo que:  √ 2 se x>1


x −1
(a) f seja contínua em R 
x−1
 se x < 1
(b) f seja contínua em R \ {−1} (b) g( x ) = x2 − 3x + 2

p
x2 − 1 se x > 1

24. Averígue se a função f ( x ) = x + 3 é contínua no  2
intervalo [−3 , +∞[ x −1
se x < −1



 x+1
π 

25. Defina, se possível f (0) para que sin seja con- 1 − 9x
x (c) h( x ) = se − 1 6 x < 0
tínua na origem. 
 √4

 4+x−2
se x > 0


26. Seja f a função, de domínio R, definida por: x
 32. Prove que e x + x2 − 3 é uma função contínua em
 e x −1 + 1 se x 6 1
f (x) = 3x − 3 − ln x cada ponto de R
 se x < 1
x−1 33. Considere as seguintes funções, reais de variável
(a) Utilizando métodos exclusivamente analíticos, real, definidas por
estude a função f quanto à continuidade. (
x + 3, se x 6 2
(b) Calcule lim f ( x ). f (x) =
x →+∞ x2 − 1 se x > 2
27. Para um certo valor de k, e um certo valor de b, (
considere a função f de domínio R, definido por: x+7 se x 6 2
g( x ) =
 x x2 + 3x + 1 se x > 2
 √ se x < 0
 4 − 16 − x

(a) Estude a continuidade de f e g no ponto x = 2.

f (x) = k se x = 0
(b) Defina ( f + g)
 ex − 1


 +b se x > 0 (c) Estude a continuidade da função ( f + g) no
x
ponto x = 2
Determine k e b de modo que f ( x ) seja contínua.
34. Considere a função f real de variável real, de do-
28. Determine o valor do parâmetro k de forma que a
mínio R, assim definida:
função real de variável real definida por
(
x2 + 3x + 1 se x > 0
 2
 x − 7x + 10 m( x ) =
se x 6= 2 x−3 se x < 0
f (x) = x−2
3k + 1 se x = 2

(a) Mostre que a função não é contínua em x = 0
seja contínua no seu domínio.
(b) Defina uma função n( x ) de modo que
29. Para um certo valor de k, é contínua em R a função
h, definida por: (m + n)( x )

x

 se x > 0 seja contínua em x = 0.
f (x) = ln( x + 1)
 k + ex se x 6 0

Determine o valor de k.

– 132 –
35. Estude quanto à existência de assintotas do gráfico 40. Determine as assíntotas do gráfico de cada uma
cada uma das seguintes funções: das funções:
(a) f : R → R com f ( x ) = f ( x ) = −2 + 2x2 e− x
x−3 2x2 − 3x3 (b) f : R → R com f ( x ) = f ( x ) = 2x − 2 ln x
(a) f ( x ) = (d) f ( x ) =
x+1 x2 − 1 (c) f : R → R com f ( x ) = x + 1 + ln x
x+2 5x2 − x (d) f : R → R com
(b) f ( x ) = (e) f ( x ) = 2
x−6 x − 5x + 6 
2x + 2 x3 − 5x2 + 4x 2
(c) f ( x ) = (f) f ( x ) = 3
 se x < 1
x−4 x − 4x2 + 3x f (x) = x+1
 x + ex se x > 1

41. Mostre que a reta de equação y = 2x − 1 é assíntota


36. Determine o domínio e as assintotas, caso houver,
do gráfico da função
das seguintes funções:
2x3 − x2 − x + 1
f : x 7→
x+2 x x2 − 1
(a) f ( x ) = (d) f ( x ) =
x2 − 4 x2
−9 42. Determine k de modo que a reta de equação
x−2 1
(b) f ( x ) = 2 (e) f ( x ) = 3 y = 3x − 1 seja uma assintota do gráfico de
x −4 x − 4x
x+1 1 kx3 − 3x2 + x + 1
(c) f ( x ) = 3 (f) f ( x ) = 2 y=
x + 4x2 x − 2x 3x2 + 1

43. Considere a função f , de domínio R, definida por:


37. Indique o domínio e determine as assíntotas das (
seguintes funções: x + ex se x < 0
f (x) =
1 + ln( x + 1) se x > 0

x2 + 3x x3 − 8 (a) Verifique que f é contínua no ponto x = 0.


(a) f ( x ) = (d) f ( x ) =
x+1 4 − x2 (b) Estude f quanto à existência de assíntotas do
x3 − 1 1 gráfico.
(b) f ( x ) = 2 (e) f ( x ) = −x
2x − 3 1−x
x2 + x 12 x 44. Seja f a função, de domínio R+ , definida por:
(c) f ( x ) = (f) f ( x ) = +
x−2 x+1 3
x−3

 √ se 0 < x < 3
f (x) = x − 3x
p
x2 + 7 − x se x > 3

38. Indique o domínio e determine as assíntotas das
seguintes funções: (a) Mostre que a função f não é continua em x = 3.
(b) O gráfico de f tem uma assíntota horizontal.
− 1)2 Determina uma equação dessa assíntota.
p
(x (d) f ( x ) = 1 − x2
(a) f ( x ) = √
2( x + 1) x2 − 1 45. Considere a função definida em ]0, 4[ por:
x2 (e) f ( x ) =
(b) f ( x ) = x−1  √
2 − |x| √ 12 − 3x
x2 + 16 
 se 2 6 x < 4
(f) f ( x ) =
p
x2 − 16

(c) l ( x ) = x2 − 4 | x + 1| f (x) = 2−8
2x
 √

 √ se 0 < x < 2
x− 2
39. Determine, se existirem, as assíntotas do gráfico de Determina, caso existam, as assíntotas ao gráfico
cada uma das seguintes funções reais de variável de f .
real.
46. Determine uma função que tenha assintota vertical
x = 3 e assíntota oblíqua y = x + 4.
(a) f ( x ) = 3x + ex ln x
(d) f ( x ) = 2x2 − 10
ex + 1 2x 47. Dada a função real f definida por f ( x ) = ,
(b) f ( x ) = x ax + b
e −1 (e) m( x ) = 1 − ln x x
determine a e b tal que y = + 2 seja assíntota
2e x 3
(c) f ( x ) = (f) f ( x ) = x − 3 ln x oblíqua ao gráfico da função f .
x−3

– 133 –
7 D ERIVADAS

"Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes."


Isaac Newton

Introdução
Nota histórica
Controvérsia sobre a invenção do Cálculo
Sir Isaac Newton nasceu em Wo-
olsthorpe, Inglaterra. Graduou-se na
O desenvolvimento dos estudos matemáticos acompanhou a necessidade Universidade de Cambridge em 1665.
do homem de conhecer melhor o universo físico que o cerca. Particu- Newton fez descobertas em matemática,
Ótica e física.
larmente, o Cálculo teve sua aplicação estendida aos fenômenos físicos
mensuráveis como, por exemplo, eletricidade, ondas de rádio, som, luz,
calor e gravitação.

A derivada é parte fundamental do Cálculo.

A controvérsia do cálculo surgiu em grande parte devido às datas das


publicações desses homens. Enquanto Newton fez suas descobertas em
1664-1666, essas não foram publicadas até 1693. Leibniz, por outro lado, fez
suas descobertas após Newton, no período de 1672-1676, mas os publicou
entre 1684 e 1686, antes de Newton. As diferenças entre as datas de desco-
berta e de publicação levaram a comunidade matemática a questionar se
Leibniz realmente descobriu o método de forma independente de Newton,
ou se ele tivesse apenas roubado ideias de Newton as juntou com sua
Newton, 1642-1727.
própria notação.
Gottfried Wilhelm von Leibniz nasceu
O orgulho nacional desempenhou um grande papel na exacerbação de uma em Leipzig, Alemanha. Estudou Direito
na Universidade de Leipzig. Foi em
disputa entre os envolvidos que perceberam que o crédito pela descoberta
grande parte, autodidata. Leibniz fez
de um novo ramo da matemática estava em jogo, e cada lado queria o descobertas em matemática e física.
crédito para o seu país. Em 1711, a controvérsia foi levada a tribunal. Uma
comissão foi nomeada pela Sociedade Real de Londres para analisar as
acusações. Sendo que Newton era o presidente Sociedade Real, não é de
surpreender que Leibniz tenha sido culpado de plágio.

Eventualmente, a comunidade matemática veio a perceber que Newton


e Leibniz tinham feito suas descobertas independentemente, mas não até
anos após a morte de Leibniz. Durante esse período, a Europa continuou a
usar a notação e os métodos mais fáceis de Leibniz enquanto a Inglaterra
permaneceu leal aos métodos mais complicados e à notação de Newton.
Por essa razão, a Inglaterra ficou muito atrás do resto do continente em
matemática por todo o século dezoito.
Leibniz, 1646-1716.
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

7.1 Taxa de variação média

A variação de uma função f num intervalo [ a , b], do seu domínio, é dada


por: f (b) − f ( a).

y f
DEFINIÇÃO: A taxa de variação média de uma função f no intervalo
[ a , b] é dada por f (b)

f (b) − f ( a)
T.V.M[ a , b] = .
b−a

f ( a)
A Taxa Média de Variação de uma função f no intervalo [ a, b] representa ge-
ometricamente o declive de reta definida pelos pontos ( a, f ( a)) e (b, f (b)),
chamada reta secante à curva. (veja figura ao lado) 0 a b x

Em física, a taxa média de variação está associada à velocidade média,


num certo intervalo de tempo.

Exemplo 7.1 Calcule a Taxa de Variação Média da função f ( x ) = 3x − 1,


no intervalo [2 , 4].

E.1. Calcule a T.V.M da função f ( x),


Resolução: Sejam f ( x ) = 3x − 1, f (2) = 3 · 2 − 1 = 5 e relativa ao intervalo E nos seguin-
tes casos:
f (4) = 3 · 4 − 1 = 11.
(a) f ( x ) = 3x2 − 1 em [2 , 3].
(b) f ( x ) = x2 + 3x − 1 em [1 , 3].
Então
f (4) − f (2) 11 − 5 6 (c) f ( x ) = x3 em [−1 , 1]
T.V.M[2 , 4] = = = =3
4−2 4−2 2

Exemplo 7.2 Durante uma campanha publicitária para a venda de uma certa
marca de telemóveis, o número de unidades vendidas foi modelado por:

n(t) = −t2 + 4t + 3, 06t64

n(t) é em milhares de unidades e t em meses.

(a) Determine a taxa média de variação do número de unidades vendi- E.2. Numa mercearia, uma maça foi
das nos primeiros dois meses de campanha e interprete o resultado no lançada ao ar, de baixo para cima.
contexto de situação apresentada. A altura da maça de baixo para
cima é dado por:

m(t) = 2 + 8t − t2
Onde t designa o tempo, em se-
Resolução: Aplicando a fórmula, teremos: gundos, e h a altura, em metros.

(a) Calcule a taxa de variação mé-


(a) Sendo n(2) = 7 e n(0) = 3 vem
dia nos dois primeiros segun-
dos após o lançamento.
n (2) − n (0) 7−3 4
T.V.M[0,2] = = = =2 (b) Calcule a taxa média de varia-
2−0 2−0 2 ção no intervalo [t, t + h].
Nos dois primeiros meses de campanha, o número de telemóveis vendidos
aumentou a uma média de 2000 unidades por mês.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 135
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

7.2 Derivada de uma função num ponto

DEFINIÇÃO: Chama-se derivada de uma função f num ponto x0 , e


representa-se por f 0 ( x0 ) ao limite, quando existir:

f ( x ) − f ( x0 ) f ( x0 + h ) − f ( x0 )
f 0 ( x0 ) = lim ou f 0 ( x0 ) = lim .
x → x0 x − x0 h →0 h

A passagem da primeira fórmula para a segunda faz-se através da mudança y


de variável x − x0 = h.
f ( x0 + h )

f ( x0 + h ) − f ( x0 )
Interpretações da derivada

• Geometricamente, f 0 ( x0 ) é o declive da recta tangente ao gráfico de


f no ponto de coordenadas ( x0 , f ( x0 )).
f ( x0 )
A equação da recta tangente à curva no ponto ( x0 , f ( x0 )) é dada por:
h
0
y = f ( x0 ) + f ( x0 ) · ( x − x0 ).
x0 x0 + h x
• Na Física, sendo e = f (t) a equação do movimento de ponto em
função do tempo t:

– a taxa de variação média do espaço relativamente ao tempo em


[ a , b] representa a velocidade média no intervalo [ a , b];
– a taxa de variação do espaço relativamente ao tempo em a, ou seja,
a derivada da função f no ponto a, f 0 ( a) representa a velocidade
instantânea ou velocidade em a;
Uma função f diz-se derivável em x0 ∈ D f se existe f 0 ( x0 ).

y y
Exemplo 7.3 Seja a função f : R → R tal que f ( x ) = x2 . Determine:
2
(a) a derivada de f no ponto de abcissa 1;
(b) a equação da reta t tangente ao gráfico de f no ponto P(1, 1). P
1

−1 1 2 x
Resolução: Seja f ( x ) = x2 .
−1
(a) Aplicando a definição, temos

f (1 + h ) − f (1) (1 + h)2 − 12
f 0 (1) = lim = lim
h →0 h h →0 h E.3. Determine a equação da reta tan-
2
1 + 2h + h − 1 2
h + 2h gente às seguintes funções, nos
= lim = lim ponto indicados:
h →0 h h →0 h
3x + 1
h ( h + 2) (a) g( x ) = em x = −3
= lim = lim (h + 2) = 2 x+1
h →0 h h →0
(b) h( x ) = 1 + 2e x−1 em x = 1

(b) Sendo f (1) = 1 e f 0 (1) = 2 aplicamos a fórmula acima e teremos (c) i ( x ) = 3 − ln x em x = 1

y = f (1) + f 0 (1)( x − 1) ⇔ y = 1 + 2( x − 1)
⇔ y = 1 + 2x − 2
⇔ y = 2x − 1

Logo, a equação y = 2x − 1 é a equação da reta tangente ao gráfico de f


no ponto de abcissa (1, 1). Veja o gráfico ao lado.

136 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

Exemplo 7.4 A distância, em metros, percorrida por um móvel ao longo de


uma linha recta, t segundos depois de partir, é dada pela função:

f (t) = 2t2 , 0 6 t 6 10.

(a) Calcule a velocidade média do móvel no intervalo [1 , 5].


(b) Calcule a velocidade instantânea do móvel quando t = 1.

E.4. Suponha que a posição de uma


2 partícula em movimento em linha
Resolução: Sendo f (t) = 2t , temos
reta r seja dada por

(a) A velocidade média é dada por p(t) = 3t2 + t,

onde p(t) é medida em metros e


f (5) − f (1) 2 × 25 − 2 × 1 50 − 2 t em segundos.
vm[1 , 5] = t.v.m[1 , 5] = = =
5−1 4 4
(a) Determine a velocidade mé-
48 dia da partícula no intervalo
= = 12
4 [1 , 5].
(b) Determine a velocidade em
A velocidade média do móvel no intervalo [1 , 5] é de 12 m/s.
um instante t = a qualquer.
(b) A velocidade instantânea é dada por (c) Determine a velocidade da
partícula no instante t = 2.
f (1 + h ) − f (1) 2(1 + h)2 − 2 × 12
v(1) = f 0 (1) = lim = lim (d) Determine a velocidade da
h →0 h h →0 h partícula em t = 0 e t = 4.
2
2(1 + 2h + h ) − 2 h(4 + 2h) (e) Em que instante a velocidade
= lim = lim é nula?
h →0 h h →0 h
= lim (4 + 2h) = 4
h →0

A velocidade do móvel no instante t = 1 é 4 m/s.

Uma fábrica produz x unidades de determinado produto por dia. O custo


total diário da produção é y escudos. y é uma função de x e é de se esperar
∆y
que quando x cresça y também cresça. A razão determina o que em
∆x
Economia é chamado custo marginal do produto. Esta razão, em geral,
depende do valor inicial de x. A partir do seu valor decide-se sobre a
conveniência ou não de aumentar a produção.

Exemplo 7.5 Uma indústria produz artefatos (pisos e azulejos) de cimento


cuja função custo total é f ( x ) = x2 + 30x + 1. Determine o custo marginal
de fabricação da 81a unidade.

E.5. A função receita total de uma


0 transportadora é
Resolução: O custo marginal é f (81). Aplicando a definição temos:
R( x ) = −3x2 + 1200x.
f (81 + h) − f (81)
f 0 (81) = lim Determine a receita decorrente da
h →0 h 11a viagem.
(81 + h)2 + 30 · (81 + h) + 1 − 812 + 30 · 81 + 1

= lim
h →0 h
81 + 30 · 81 + h + 30 · 81 + 30h + 1 − 812 − 30 · 81 − 1
2 2
= lim
h →0 h
h2 + 192h
= lim = lim (h + 192) = 192
h →0 h h →0

O custo marginal de fabricação da 81a unidades do produto é 192 escudos.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 137
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

7.3 Derivadas laterais

DEFINIÇÃO: Seja f uma função real de variável real e x0 um ponto


do domínio de f . Diz-se que:

• f é derivável à esquerda de x0 se existe:

f ( x ) − f ( x0 ) f ( x0 + h ) − f ( x0 )
lim ou lim
x → x0− x − x0 h →0− h
y
y = f (x)
a que se chama derivada à esquerda de x0 e se representa por
f 0 ( x0− )
• f é derivável à direita de x0 se existe:

f ( x ) − f ( x0 ) f ( x0 + h ) − f ( x0 )
lim ou lim
x → x0+ x − x0 h →0+ h semitangente
a esquerda

a que se chama derivada à direita de x0 e se representa por 0 x0 x


f 0 ( x0+ ) semitangente
a direita

• f é derivável em um ponto x0 , quando as derivada à direita e à


esquerda existem e são iguais.

f 0 ( x0 ) = f 0 ( x0− ) = f 0 ( x0+ )

Geometricamente, a derivada à esquerda de x0 representa o declive da


semitangente à esquerda e à direita de x0 representa o declive da semi-
tangente à direita de x0 .

Exemplo 7.6 Considerando a função f definida em R por: y

(
−x + 1 se x > 0 2
f (x) = 2
− x + 1, se x 6 0
1
y = f (x)
Calcule f 0 (0+ ), f 0 (0− ) e diga se existe f 0 (0).

−1 0 1 x

Resolução: Observando o gráfico de f verifica-se que não existe f 0 (0) por −1

que os declive das semitangentes no ponto (0 , 1) são diferentes.

Analiticamente, vem:
E.6. Considere a função real de variá-
vel real, de domínio R, definida
0 + f (0 + h ) − f (0) −(0 + h) + 1 − 1 por:
f (0 ) = lim = lim
h →0+ h h →0+ h  2
x − 1 se x < 1
−h f (x) =
2 ln x se x > 1
= lim = −1
h →0+ h Verifique se existe f 0 (1).
f (0 + h ) − f (0) −(0 + h)2 + 1 − 1
f 0 (0− ) = lim = lim
h →0− h h →0− h E.7. Mostre que a função definida por
= lim (−h) = 0 f (x) = |x|
h →0−
não é derivável no ponto de ab-
Como f 0 (0+ ) 6= f 0 (0− ), não existe f 0 (0). cissa 0.

138 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

7.4 Derivabilidade e continuidade

Assumindo que f é derivável em a então f está definida numa vizinhança


de a. Nesta condição temos

f ( x ) − f ( a)
 
lim f ( x ) = lim [ f ( x ) − f ( a) + f ( a)] = lim · ( x − a) + f ( a)
x→a x→a x→a x−a
f ( x ) − f ( a)
 
= lim · lim ( x − a) + f ( a) = f 0 ( a) · 0 + f ( a)
x→a x−a x→a

= f ( a)

Logo lim f ( x ) = f ( a), que implica que f é contínua em a.


x→a

TEOREMA: Toda a função com derivada finita num ponto, é contínua


nesse ponto.

Deste teorema também se pode concluir que se uma função é descontínua


num ponto, então, necessariamente, não é derivável nesse ponto.

Exemplo 7.7 Considerando a função f , de domínio R, definida por:


(
x2 se x < 0
f (x) = √
x se x > 0

Verifique que f é contínua, mas não derivável, no ponto x = 0.

E.8. Seja f uma função de domínio R


Resolução: Com efeito, definida por:
 x
e se x60
f (x) =
• Continuidade x+1 se x>0
 (a) Prove que f é derivável no
lim f ( x ) = lim x2 = 0  ponto x = 0.
x →0− x →0− √ ⇒ lim f ( x ) = 0
lim f ( x ) = lim x = 0  x →0 (b) Justifique que f é contínua no
x →0+ √ x →0+ ponto x = 0.
f (0) = 0 = 0 E.9. Dê um exemplo de uma função
Como lim f ( x ) = f (0), f é contínua em x = 0. contínua num ponto de abcissa 2
x →0 e não derivável nesse ponto.
• Derivabilidade E.10. Considere a função
f (0 + h ) − f (0) f ( x ) = | x + 1|.
f 0 (0− ) = lim
h →0 − h Mostre que esta função é contínua
2

h − 0 h2 no ponto de abcissa x = −1 mas
= lim = lim = lim h = 0 não é derivável neste ponto.
h →0− h h →0− h h →0−

√ √
0 + f (0 + h ) − f (0) h− 0
f (0 ) = lim = lim
h →0+ h h →0+ h
√ r r
h h 1
= lim = lim = lim = +∞
h →0+ h h →0+ h2 h →0+ h

Não existe f 0 (0) porque, f 0 (0+ ) não é um número real.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 139
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

7.5 Função derivada

Seja f uma função e D o conjunto dos pontos do seu domínio onde f é


derivável.

DEFINIÇÃO: Chama-se função derivada de f à função f 0 que faz


corresponder a cada elemento x ∈ D o número real f 0 ( x ):

f0 : D → R
f ( x + h) − f ( x )
x 7→ f 0 ( x ) = lim
h →0 h

Exemplo 7.8 Considere a função f definida por f ( x ) = x3 − 7x + 4.

(a) Caracterize f 0 usando a definição de função derivada.


(b) Calcule f 0 (1) e interprete geometricamente o resultado.

E.11. Derive as seguintes funções


3 x
Resolução: Seja f ( x ) = x − 7x + 4. (a) f ( x ) =
x−1
p
(a) Aplicando a definição de função derivada obtemos (b) g( x ) = 4x2 + 5
(c) h( x ) = ln( x + 1)
0 f ( x + h) − f ( x )
f (x) = lim E.12. Considere a função f , real de va-
h →0 h
riável real, definida por
( x + h) − 7( x + h) + 4 − x3 − 7x + 4
3

= lim f ( x ) = 3x2 .
h →0 h
(a) Verifique, usando a definição
x3 + 3x2 h + 3xh2 + h3 − 7x − 7h + 4 − x3 + 7x − 4 de derivada, que f 0 ( x ) = 6x.
= lim
h →0 h
(b) Determine uma equação da
2 2
3x h + 3xh + h − 7h 3
recta tangente ao gráfico de f
= lim no ponto de abcissa −1.
h →0 h
h 3x + 3xh + h2 − 7
2

= lim
h →0 h
 
= lim 3x + 3xh + h2 − 7
2
h →0
= 3x2 − 7

f0 : R → R
x 7→ 3x2 − 7

(b) Sendo f 0 ( x ) = 3x2 − 7 temos f 0 (1) = 3(1)2 − 7 = −4

Geometricamente, dizer que f 0 (1) = −4, significa que a recta tangente


ao gráfico de f no ponto de abcissa x = 1 tem declive (ou grau de
inclinação) igual a −4, ou seja, é uma reta decrescente.

140 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

7.6 Regras de derivação

Aplicando a definição de derivada, podemos deduzir as fórmulas para


derivar certas funções:

PROPRIEDADE: Sejam f e g funções reais de variável real e a, b, c ∈


R. Então:

• se f ( x ) = c então f 0 ( x ) = 0
• se f ( x ) = x então f 0 ( x ) = 1
• se f ( x ) = ax + b então f 0 ( x ) = a
• se f ( x ) = x n então f 0 ( x ) = ( x n )0 = nx n−1

Exemplo 7.9 Determine a deriva das funções:


E.13. Use a definição de derivada para
(a) y = e (b) y = −5x + 3 (c ) y = x −3 demonstrar as três primeiras pro-
priedades.
E.14. Calcule a derivada de f ( x) sendo:

Resolução: Aplicando a propriedade acima temos: (a) f ( x ) = −7 (c) f ( x ) = 8 − 7x


√4
(b) f ( x ) = x3 (d) f ( x ) = x3
(a) y 0 = 0 (b) y 0 = −5 (c) y0 = −3x −4

7.6.1 Derivada da soma

PROPRIEDADE: Se duas funções f e g são deriváveis em ] a , b[ , a Nota


função f + g é derivável em ] a , b[, e:
(u + v)0 = u0 + v0
( f ± g)0 ( x ) = [ f ( x ) ± g( x )]0 = f 0 ( x ) ± g0 ( x ) (u − v)0 = u0 − v0

Exemplo 7.10 Calcule y0 , sendo:

(a) y = x 3 + x 2 − x + 5 (b) y = x 2 +
1 1
+√
1
x2 3
x

E.15. Escreva uma expressão da função


Resolução: Aplicando a propriedade da derivada da soma e a propriedades derivada de:

anterior, obtemos: (a) f ( x ) = x3 + x5
8 7

0 3 2 0 2
(b) f ( x ) = x − x − 2
(a) y = ( x + x − x + 5) = 3x + 2x − 1 1 1 1
(c) f ( x ) = 1 + + 2 + 3
1 1 1 1 1 x x x
(b) Sendo y = x 2 + 2 + √
3
= x 2 + x −2 + x − 3 temos:
x x
 
1 1 −1 1 1
y0 = · x 2 + (−2) · x −2−1 + − x − 3 −1
2 3
1 −1 1 4 1 2 1
= · x 2 − 2x −3 − x − 3 = √ − 3 − √ 3 4
2 3 2 x x 3 x

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 141
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

7.6.2 Derivada do produto

PROPRIEDADE: Se f e g tem derivada em todos os pontos do inter- Nota


valo ] a , b[, f · g e derivável em ] a , b[ , e:
(u · v)0 = u0 v + uv0
( f × g)0 ( x ) = f 0 ( x ) · g( x ) + f ( x ) · g0 ( x )

Exemplo 7.11 Calcule y0 , sendo:



(a) y = ( x 4 + 1) x (b) y = x ( x − 2)( x3 + 3)

E.16. Prove que, sendo f uma f.r.v.r e


Resolução: Em cada caso, aplicamos a propriedade: k ∈ R, tem-se

(k · f ( x ))0 = k · f 0 ( x )
(a) Aplicando a regra da derivado do produto, vem
Use este resultado para calcular
√ √ 0 √  1 0 f 0 ( x ), sendo:
y 0 = ( x 4 + 1) 0
x + ( x 4 + 1) x = 4x3 x + ( x4 + 1) x 2
(a) f ( x ) = −5x3 + 9x2 − 4x + 5
√ 1 1 √ 1 5
= 4x 3
x + ( x4 + 1) · x − 2 = 4x 3
x + ( x 4 + 1) · √ (b) f ( x ) = 2x −4 + 2
2 2 x x
x  
(c) f ( x ) = −2 + 2 2x4 − 1
(b) A regra da derivada do produto pode ser generalizada para três ou mais 3

factores. E.17. Determine uma expressão simpli-


ficada da derivada de cada uma
Para o produto de três factores tem-se: das seguintes funções:
 
( f · g · h)0 = f 0 · g · h + f · g0 · h + f · g · h0 (a) f ( x ) = (2x − 3) x2 + 5
 
1
(b) f ( x ) = x + (1 − x )
Logo, x

(c) f ( x ) = 2x ( x3 + x )

x+1
y0 = x 0 ( x − 2)( x3 + 3) + x ( x − 2)0 ( x3 + 3) + x ( x − 2)( x3 + 3)
= ( x − 2)( x3 + 3) + x ( x3 + 3) + x ( x − 2)3x2

7.6.3 Derivada do quociente

PROPRIEDADE: Se f e g tem derivadas em todos os pontos do inter-


f
valo ] a , b[ , e se g não se anula neste intervalo, é derivável em Nota
g
] a , b[ , sendo:
 u 0 u0 v − uv0
=
v v2
 0
f f 0 ( x ) · g( x ) − f ( x ) · g0 ( x )
(x) =
g [ g( x )]2

E.18. Determine uma expressão da de-


Exemplo 7.12 Calcule y0 , sendo: rivada de cada uma das seguintes
funções:
(a) y =
1 x2 −1
x+1
(b) y = x2 + 3
x (a) f ( x ) =
x+3
x2 + 5x − 3
(b) f ( x ) =
x5 − 7x + 1
Resolução: Aplicando a propriedade temos:
5x2 − 5 1
(c) f ( x ) = −
(1) 0 ( x + 1) − 1 · ( x + 1) 0 0−1 1 2x − 1 x
(a) y 0 = = =− E.19. Determine a equação da reta√tan-
( x + 1)2 ( x + 1)2 ( x + 1)2
x
0 ( x2 − 1) 0 x − ( x 2 − 1) x 0 2x · x − ( x2 − 1) x2+1 gente ao gráfico de g( x ) =
x+1
(b) y = = = no ponto de abcissa x = 4.
x2 x2 x2

142 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

7.6.4 Derivada da função composta

PROPRIEDADE: Seja ( f ◦ g)( x ) a função composta das funções f e g


e x0 ∈ D f ◦ g . Nota
Se g é derivável em x0 e se f é derivável em g( x0 ), então f ◦ g é
[ f (u)]0 = u0 · f 0 (u)
derivável em x0 , e

( f ◦ g)0 ( x ) = f 0 [ g( x0 )] · g0 ( x0 )

Esta regra para derivar um função composta é chamada de regra da cadeia.

Exemplo 7.13 Sendo f e g duas funções reais de variável real tais que:
E.20. Aplique a regra da cadeia para
0
√ derivar a função y:
f ( x ) = 3x 2
e g( x ) = x, ∀x ∈ R0+
(a) y = u3 e u = x2 + 1
0
Calcule ( f ◦ g) (4) 5
(b) y = e u = 2x + 3
u3
 3 1
(c) y = u3 − 1 e u =
x+2
 1 0 1 E.21. Considera as f.r.v.r. definidas por
Resolução: Sabe-se que f 0 ( x ) = 3x2 e g0 ( x ) = x 2 = √ . √
2 x f (x) = x + 1 e g( x ) = 5x2 + 1
Aplicamos a propriedade
(a) Caracterize a função f ◦ g
0 0 0 0
( f ◦ g) ( x ) = ( f ( g( x ))) = f ( g( x )) · g ( x ) (b) Use a expressão encontrada no
item anterior para determinar
( f ◦ g)0
temos
(c) Calcule ( f ◦ g)0 utilizando a
0 0 0 propriedade e compare com o
( f ◦ g) (4) = f ( g(4)) · g (4) resultado do item anterior
√ 1 1 1
= f 0 ( 4) · √ = f 0 (2) · = 3 · 22 · = 3 (d) Calcule ( f ◦ g)0 (2)
2 4 2·2 4

Aplicando a regra da derivada da função composta verifica-se que,

PROPRIEDADE: Sendo u uma função de x

(un )0 = nun−1 u0 (n ∈ R)

3
2x − 1

0
Exemplo 7.14 Determine f ( x ) sendo f ( x ) = .
3x

E.22. Determine uma expressão da de-


3 rivada de cada uma das funções:
2x − 1

Resolução: Consideremos a função composta ( f ◦ g)( x ) = , (a) f ( x ) = (2x + 1)3
3x

2x − 1 (b) g( x ) = x+1
4
sendo g( x ) = , aplicamos a fórmula da derivada de função composta
3x r
x
(c) f ( x ) =
"  #0 1 − 3x
2x − 1 3 2x − 1 2 2x − 1 0
   
0 E.23. Determine a equação da reta tan-
f (x) = =3
3x 3x 3x gente ao gráfico de
2
2x − 1 2(3x ) − (2x − 1) · 3
 r
5x + 1
= 3· · f (x) = 3
3x (3x )2 x−1
no ponto de coordenadas (3, 8).
(2x − 1)2 3 (2x − 1)2
= 3· · =
(3x )2 (3x )2 9x4

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 143
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

7.6.5 Derivada da função exponencial

Por aplicação das propriedades operatórias das exponenciais e da regra


da derivada da função composta é possível deduzir as restantes regras de
derivação com exponenciais.

PROPRIEDADE: Seja u função real de variável real em x, a ∈ R+ \ {1}.


Então:

• (e x )0 = e x • ( a x )0 = a x · ln a
• (eu )0 = u0 eu • ( au )0 = u0 · au · ln a

Exemplo 7.15 Calcule y0 , sendo:


x √
(a) y = e3x−1 (b ) y = 2− 2 (c) y = 6 · e x

E.24. Determine uma expressão da de-


Resolução: Aplicando as propriedades acima, temos: rivada de cada uma das seguintes
funções:
 0
(a) y0 = e3x−1 = (3x − 1)0 · e3x−1 = 3e3x−1
2 +x
(a) f ( x ) = 2x
 x 0  x 0 (b) g( x ) = e2x · 25x+1
x ln 2 − x
(b ) y 0 = 2− 2 = − · 2− 2 · ln 2 = − ·2 2 1 − x2
2 2 (c) h( x ) =
√ ex
2

0
 √ 0
x
√ 0 √ x 1 √
x e x
(c) y = 6 · e = 6· x ·e = 6· √ ·e = √
2 x 3 x

7.6.6 Derivada da função logarítmica

Pelas regras operatórias dos logaritmos e pela regra da derivada da com-


posta pode-se concluir:

PROPRIEDADE: Seja u uma função real de variável real em x, a ∈


R+ \ {1}. Então:
1 1
• (ln x )0 = • (loga x )0 =
x x · ln a
u0 u0
• (ln u)0 = • (loga u)0 =
u u · ln a

Exemplo 7.16 Calcule y0 , sendo:

(a) y = ln( x2 + 1) (b) log2 ( x + 3)


E.25. Determine uma expressão da de-
rivada de cada uma das funções:
 
(a) f ( x ) = ln x3 − 5x2 + 4
Resolução: Aplicando a propriedade acima, temos:  
1
(b) g( x ) = log
h i0 ( x 2 + 1) 0 2x x
(a) y0 = ln( x2 + 1) = 2 = 2
x +1 x +1 e4x+1
(c) h( x ) =
( x + 3) 0 1 ln( x − 1)
(b) y0 = [log2 ( x + 3)]0 = =
( x + 3) ln 2 ( x + 3) ln 2

144 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

7.7 Aplicações da derivada de uma função

7.7.1 Sinal da derivada e monotonia de uma função

Seja f uma função real de variável real e m o declive da recta tangente ao


gráfico de f no ponto x = x0 .

Observemos cada um dos três casos seguintes:

y y y
m<0
m>0 f 0 ( x0 ) < 0 m=0
0
f ( x0 ) > 0 f 0 ( x0 ) = 0

0 a x0 b x 0 a x0 b x 0 a x0 b x

A observação do declive da tangente sugere-nos o seguinte:

TEOREMA: Seja f , contínua em ] a , b[ e derivável em ] a , b[:

• se f 0 ( x ) > 0 para todo x ∈] a , b[, então f é estritamente cres-


cente em ] a , b[
• se f 0 ( x ) < 0 para todo x ∈] a , b[, f é estritamente decrescente
em ] a , b[
• se f 0 ( x ) = 0 para todo x ∈] a , b[, então f é constante em ] a , b[

Exemplo 7.17 Determine os intervalos de monotonia da função real de va-


riável real definida por f ( x ) = 2x3 − 3x2 − 12x.

E.26. Determine os intervalos de cresci-


3 2 mento e decrescimento da função
Resolução: Sendo f ( x ) = 2x − 3x − 12x, sabe-se que D f = R e
f 0 ( x ) = 6x2 − 6x − 12. (a) f ( x ) = x3 − x2 − 8x + 6
(b) g( x ) = e x − x
0 2
f ( x ) = 0 ⇔ 6x − 6x − 12 = 0 ⇔ x = −1 ∨ x = 2 (c) h( x ) = ln( x2 − 1)

x −∞ −1 2 +∞

f 0 (x) + 0 − 0 +

f (x) % 7 & −20 %

De acordo como o Teorema temos:

• f é estritamente crescente em ]−∞ , −1] e em [2 , +∞[;


• f é estritamente decrescente em [−1 , 2].

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 145
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

7.7.2 Extremos relativos de uma função

Seja a um ponto do domínio de uma função f tal que f 0 ( a) = 0 ou f 0 ( a)


não existe e suponha-se que f e derivável num intervalo aberto contendo
a, com a possível excepção de poder não ser derivável em a:

1º CASO: f é contínua em a

• Se f 0 muda de positiva para negativa em a, então f ( a) é um máximo


relativo.

y y
x a
f ( a) f ( a)
f 0 (x) + −

f ( x ) % f ( a) &

0 a x 0 a x Máx.

• Se f 0 muda de negativa para positiva em a, então f ( a) é um mínimo


relativo.

y y
x a

f 0 (x) − +
f ( a) f ( a)
f ( x ) & f ( a) %

0 a x 0 a x Mín.

• Se f 0 ( x ) > 0 ou f 0 ( x ) < 0 para todo o x do intervalo E, excepto


para x = a, então f ( a) não é um extremo relativo de f .

y y y

0 a x 0 a x 0 a x
f 0 (c) = 0 f 0 (c) = 0 f 0 (c) não existe

146 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

2º CASO: f é descontínua em a
Neste caso, a existência de extremo relativo depende da mudança de
sinal das derivadas laterais no ponto de abcissa a.

y y y

f ( a) f ( a) f ( a)

0 a x 0 a x 0 a x

f 0 ( a− ) > 0 f 0 ( a− ) = −∞ f 0 ( a− ) = −∞
f 0 ( a+ ) = −∞ f 0 ( a+ ) > 0 f 0 ( a+ ) < 0
f ( a) é um máximo f ( a) é um mínimo f ( a) não é um
relativo relativo extremo relativo

Exemplo 7.18 Estude a monotonia e a existência de extremos relativos, a


função real definida por
x2
f (x) = .
2−x

E.27. Determine os intervalos de mono-


Resolução: Sendo f uma função fracionária, temos que D f = R \ {2}. tonia e os extremos relativos das
seguintes funções:
Calculando a derivada e os seus zeros obtemos:
x−1
 2 0 (a) f ( x ) =
x 2x · (2 − x ) − x2 · (−1) x2
0
f (x) = = 2x
2−x (2 − x )2 (b) g( x ) = 2
x +1
4x − 2x2 + x2 4x − x2  3
x − 3, x<2
= = (c) h( x ) =
(2 − x )2 (2 − x )2 ( x − 3)2 , x>2

4x − x2
f 0 (x) = 0 ⇔ = 0 ⇔ 4x − x2 = 0 ⇔ x (4 − x ) = 0
(2 − x )2
⇔ x = 0∨x = 4

x −∞ 0 2 4 +∞

4x − x2 − 0 + 4 + 0 −

(2 − x )2 + 4 + 0 + 2 +

f 0 (x) − 0 + n.d. + 0 −

f (x) & 0 % n.d. % −8 &

Mín. Máx.

Logo, conclui-se que:

• f é estritamente decrescente em ] − ∞, 0[ e em ]4, +∞[


• f é estritamente crescente em ]0, 2[ e em ]2, 4[
• a função tem um mínimo relativo no ponto de ordenada 0 e um máximo
relativo no ponto de ordenada −8.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 147
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

Exemplo 7.19 Estude quanto à monotonia


 eà existência de extremos relati-
vos a f.r.v.r. definida por f ( x ) = ln 1 − x2 .

E.28. Estude quanto à monotonia e


2 quanto à existência de extremos
Resolução: Neste caso temos D f = { x ∈ R : 1 − x > 0} =] − 1 , 1[.
relativos as seguintes funções:
2
(a) f ( x ) = (1 + x2 )e− x
Calculando a derivada de f e os seus zeros obtemos:
ex
(b) g( x ) =
h i0 (1 − x2 )0
−2x x+1
f 0 ( x ) = ln(1 − x2 ) = 2
= ln(3 − x )
1−x 1 − x2 (c) h( x ) =
3−x
−2x
f 0 (x) = 0 ⇔ = 0 ⇔ −2x = 0 ⇔ x = 0
1 − x2

x −1 0 1

f 0 ( x ) n.d. + 0 − n.d.

f (x) n.d. % 0 & n.d.

Máx.

Logo, tem-se que:

• f é estritamente crescente em ] − 1 , 0] e decrescente em [0 , 1[;


• f (0) = 0 é um máximo relativo de f .

Exemplo 7.20 Estude a monotonia e a existência de extremos relativos da



função f ( x ) = x 1 − x.

E.29. Estude a monotonia e determine,


Resolução: Tem-se que D f = { x ∈ R : 1 − x > 0} =] − ∞, 1]. Determi- caso existam, os extremos relati-
vos das seguintes funções:
nemos os zeros da derivada de f : √
(a) f ( x ) = 1 − x
 √ 0 √ −1 2 − 3x r
1+x
f 0 (x) = x 1 − x = 1 · 1 − x + x · √ = √ (b) g( x ) =
2 1−x 2 1−x 1−x
q
2 − 3x 2 (c) h( x ) = 2x − 3 (1 − x )2
3
f 0 (x) = 0 ⇔ √ = 0 ⇔ 2 − 3x = 0 ⇔ x =
2 1−x 3

2
x −∞ 1
3

f 0 (x) + 0 − n.d.

2 3
f (x) % & 0
9

Máx.

Sendo assim, a função f :


   
2 2
• é crescente em −∞, e decrescente em ,1
3 3

2 3
• tem um máximo relativo em
9

148 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

7.8 Segunda derivada de uma função

DEFINIÇÃO: Chama-se segunda derivada de uma função f (ou deri-


vada de ordem dois) à função derivada de f 0 .
Denota-se por f 00 .

2x
Exemplo 7.21 Seja f uma f.r.v.r. definida por f ( x ) = .
x−1
(a) Determine a derivada de f (b) Calcule f 00 E.30. Determine y00 :
(a) y = 5x3 + 4x2 + 6x + 3
p
(b) y = x2 + 1
2x x10 x5
Resolução: Sendo f ( x ) = , vem: (c) y = +
x−1 9 6
0 E.31. Considere a função real de variá-
2 · ( x − 1) − 2x · 1

0 2x 2
(a) f ( x ) = = 2
=− vel real definida por:
x−1 ( x − 1) ( x − 1)2
2x2
2 h( x ) =
(b) A segunda derivada será a derivada de f 0 ( x ) = − x−3
( x − 1)2
(a) Determine a equação da reta
tangente ao gráfico de h no
0
(−2)0 · ( x − 1)2 − (−2) ( x − 1) 2 0
  
2 ponto de abcissa x = 1.
f 00 ( x ) = − =
( x − 1)2 ( x − 1)4 (b) Estude a monotonia e os extre-
2
0 · ( x − 1) − (−2) · 2( x − 1) mos relativos da função h
= 36
( x − 1)4 (c) Mostre que h00 ( x ) =
( x − 3)2
2 · 2( x − 1) 4( x − 1) 4
= = =
( x − 1) 4 ( x − 1) 4 ( x − 1)3

Na física, a segunda derivada da função posição representa a aceleração.

Exemplo 7.22 Uma partícula se move ao logo do eixo xx com equação da


posição
x (t) = 2t3 − 14t2 + 22t − 5, t > 0. E.32. Um vendedor diz que o carro
pode ir de 0 a 60 km/h em 5 se-
(a) Determine a velocidade e aceleração da partícula. gundos. Determine a aceleração
média do carro nos 5 primeiros
(b) Determine a aceleração da partícula no instante t = 5 s. segundos.
E.33. A equação da posição de uma par-
tícula é dada por
x (t) = 3t3
Resolução: Sendo x (t) = 2t3 − 14t2 + 22t − 5, temos:
(a) Determine as equações da ve-
(a) A velocidade é locidade e da aceleração.
(b) Determine a aceleração da par-
v(t) = x 0 (t) = 6t2 − 28t + 22 tícula no instante t = 1 s.

e a aceleração é

a(t) = v0 (t) = x 00 (t) = 12t − 28.

(b) a(5) = 12 · 5 − 28 = 60 − 28 = 32

Veremos de seguida algumas aplicações da segunda derivada.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 149
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

7.8.1 Concavidades e pontos de inflexão do gráfico de uma função

DEFINIÇÃO: O ponto (c , f (c)) do gráfico f é um um ponto de infle-


xão se são verificadas as seguintes condições:

• f é contínua em c:
• existe um intervalo aberto ] a , b[, contendo c de tal modo que o
gráfico de f tem a concavidade voltada para baixo em ] a , c[ e a
concavidade voltada para cima em ]c , b[ ou vice-versa.

y y y
concavidade
voltada para
cima PI
concavidade
voltada para PI
PI
baixo

0 x 0 c x 0 c x

Se a segunda derivada de f , f 00 , existe, num intervalo aberto


I =] a , b[, então o gráfico de f :

• tem a concavidade voltada para cima em I, se f 00 ( x ) > 0, ∀ x ∈ I;


• tem a concavidade voltada para baixo em I, se f 00 ( x ) < 0, ∀ x ∈ I;

Exemplo 7.23 Estude a seguinte função quanto ao sentido da concavidade y


do gráfico e quanto à existência de pontos de inflexão. 6 y = f (x)

5
f ( x ) = x3 + 3x2 − x
4

P.I. 3

Resolução: Da função f ( x ) = x3 + 3x2 − x sabe-se D f = R. 2

 0 1
0 3 2 2
f ( x ) = x + 3x − x = 3x + 6x − 1
−4 −3 −2 −1 0 1 2 x
 0
f 00 ( x ) = 3x2 + 6x − 1 = 6x + 6 −1

f 00 ( x ) = 0 ⇔ 6x + 6 = 0 ⇔ x = −1
E.34. Estude quanto ao sentido das con-
• A concavidade do gráfico é:
x −∞ −1 +∞ cavidades do gráfico e à existência
de pontos inflexão das seguintes
f 00 ( x ) − 0 + – VPB em ] − ∞ , −1] funções:
(a) f ( x ) = x4 − 2x3 + x
f (x) ∩ 3 ∪ – VPC em [−1 , ∞]
x2 + 4
(b) g( x ) =
2x
P.I • Ponto de inflexão: (−1 , 3). (c) h( x ) = xe2x

Veja o gráfico ao lado.

150 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

Exemplo 7.24 Estude, quanto ao sentido da concavidade do gráfico e quanto


x2
à existência de pontos de inflexão, a seguinte função: f ( x ) = − ln x.
2

E.35. Estude o sentido da concavidade e


a existência de pontos de inflexão
x2 1
Resolução: Sendo f ( x ) = − ln x, D f = R+ , f 0 ( x ) = x − e das funções definidas por:
2 x
1 (a) y = 4x3 + 21x2 + 36x − 20
f 00 ( x ) = 1 +
x2 (b) y = − x4 + 4x3 − 4x + 1
(c) y = 2x1/5 + 3
Nota-se que f 00 ( x ) > 0, ∀ x ∈ R+ ⇒ a concavidade do gráfico de f é voltada
para cima em todo o domínio.
O gráfico de f não tem pontos de inflexão.

Em suma combinando os sinais de f 0 e f 00 tem-se:

Sinal de f 0 e f 00 Propriedades do gráfico de f Forma do gráfico

f 0 (x) > 0 f é crescente

f 00 ( x ) > 0 concavidade voltada para cima

f 0 (x) > 0 f é crescente

f 00 ( x ) < 0 concavidade voltada para baixo

f 0 (x) < 0 f é decrescente

f 00 ( x ) > 0 concavidade voltada para cima

f 0 (x) < 0 f é decrescente

f 00 ( x ) < 0 concavidade voltada para baixo

7.8.2 Teste da segunda derivada

Supondo que f é derivável num intervalo aberto I =] a , b[ contendo c e


f 0 (c) = 0:

• se f 00 (c) < 0, então f tem um máximo relativo em c;


• se f 00 (c) > 0, então f tem um mínimo relativo em c.

Exemplo 7.25 Determine os extremos relativos da função f , definida em R


por f ( x ) = x3 − 3x, usando o teste da segunda derivada.

E.36. Determine os extremos relativos


da função de domínio R+ , defi-
Resolução: Tem-se: f ( x ) = x3 − 3x, D f = R e f 0 ( x ) = 3x2 − 3
nida por
f 0 ( x ) = 0 ⇔ x = −1 ∨ x = 1
2
Sendo f 00 ( x ) = 6x temos f (x) = x −
x
− 3 ln x

usando o teste da segunda deri-


• f 00 (−1) = −6 < 0, logo f (−1) = 2 é um máximo relativo de f vada.
• f 00 (1) = 6 > 0, logo f (1) = −2 é um mínimo relativo de f

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 151
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

7.9 Estudo de função

O gráfico de uma função é muito útil para visualizar as propriedades


dessa função. Para representar graficamente uma função, normalmente
seguem-se os seguintes passos:

Estudo de um função

1) Determinar o domínio.

2) Determina as coordenadas dos pontos de intersecção do gráfico com os


eixos coordenados (zeros e ordenada na origem).
3) Estudar as simetrias do gráfico (paridade).

4) Estudar a monotonia e determinar os extremos.

5) Estudar o sentido da concavidade.

6) Determinar as equações das assímptotas.


7) Esboçar o gráfico e indicar o contradomínio.

Exemplo 7.26 Seguindo o roteiro acima, estude f.r.v.r. definida por

f ( x ) = − x4 + 6x2 − 5.

E.37. Faça o estudo das funções defini-


Resolução: Seguimos os passos indicados: das em R, por:
(a) f ( x ) = 2x2 − 3x − 2
1) D f = R
(b) g( x ) = 4 − x2
2) Intersecção com os eixos coordenados: (c) h( x ) = |16 − x2 |
√ √
• Zeros: f ( x ) = 0 ⇔ x = − 5 ∨ x = −1 ∨ x = 1 ∨ x = 5
• Ordenada na origem: f (0) = −5
3) Paridade: f (− x ) = −(− x )4 + 6(− x )2 − 5 = − x4 + 6x2 − 5 = f ( x )
A função é par. O seu gráfico é simétrico em relação ao eixo yy.
4) Monotonia: f 0 ( x ) = −4x3 + 12x = −4x ( x2 − 3)
√ √
f 0 ( x ) = 0 ⇔ −4x3 + 12x = 0 ⇔ x = − 3 ∨ x = 0 ∨ x = 3
√ √
x −∞ − 3 0 3 +∞
√ √
−4x + 4 3 + 0 − −4 3 −

x2 − 3 + 0 − −3 − 0 +

f 0 (x) + 0 − 0 + 0 −

f (x) % 4 & −5 % 4 &

Máx Mín Máx


√ √
• f é estritamente crescente em ] − ∞, − 3[ e em ]0, 3[
√ √
• f é estritamente decrescente em ] − 3, 0[ e em ] 3, +∞[
√ √
• (− 3, 4) e ( 3, 4) são pontos de máximo e (0, −5) é um ponto de
mínimo de f .

152 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

Resolução: (... continuação)


 0 E.38. Faça o estudo das funções defini-
5) Sentido da concavidade: f 00 ( x ) = −4x3 + 12 = −12x2 + 12 das em R, por:
00 2
f ( x ) = 0 ⇔ −12x + 12 = 0 ⇔ x = −1 ∨ x = 1 (a) f ( x ) = x3 − 6x2
(b) g( x ) = ( x + 1)3
x −∞ −1 1 +∞ (c) h( x ) = 3x5 − 5x3

f 00 ( x ) − 0 + 0 −

f (x) ∩ 0 ∪ 0 ∩

P.I P.I

Logo,
• a função f tem concavidade voltada para baixo em ] − ∞, −1[ e em
]1, +∞[
• a função f tem concavidade voltada para cima em ] − 1, 1[
• os pontos de coordenadas (−1, 0) e (1, 0) são pontos de inflexão da
função f .
6) Assíntotas:

• Verticais: não existe


• Não verticais: não existe
7) Representação gráfica

y
4

−5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 x
−1

−2

−3

−4

−5

D 0f =] − ∞, 4]

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 153
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

Exemplo 7.27 Faça o estuda da função real de variável real definida por

x2 + 1
g( x ) = .
x

E.39. Faça o estudo das funções defini-


Resolução: Seguimos os passos do procedimento: das em R, por:
2−x
(a) f ( x ) =
1) Dg = { x ∈ R : x 6= 0} = R \ {0} 2x + 1
2x + 1
(b) h( x ) = 2
2) Interseção com os eixos coordenadas: x − 4x
| x − 1|
x2 + 1 (c) g( x ) =
• Zeros: g( x ) = 0 ⇔ = 0 ⇔ x2 = −1 impossível em R. x+2
x
Não existe zeros reais de g.
• Ordenada na origem: g(0) não está definida, visto que 0 6∈ Dg .
3) Estudo da simetria/paridade:

(− x )2 + 1 x2 + 1 x2 + 1
 
g(− x ) = = =− = − g( x )
(− x ) −x x

A função g é ímpar, ou seja é simétrica em relação a origem do referencial


(0, 0).
4) Monotonia e extremos relativos:
0
x2 + 1 2x · x − ( x2 + 1) · 1 2x2 − x2 − 1

0
g (x) = = =
x x2 x2
x2 − 1
=
x2
x2 − 1
g0 ( x ) = 0 ⇔ = 0 ⇔ x 2 − 1 = 0 ⇔ x = −1 ∨ x = 1
x2

x −∞ −1 0 1 +∞

x2 − 1 + 0 − −1 − 0 +

x2 + 1 + 0 + 1 +

g0 ( x ) + 0 − n.d. − 0 +

g( x ) % −2 & n.d. & 2 %

Máx. Mín.

Em resumo, temos:
• g é estritamente crescente em ] − ∞, −1[ e em ]1, +∞[
• g é estritamente decrescente em ] − 1, 0[ e em ]0, 1[
• g tem um máximo relativo em −2 e um mínimo relativo em 2.

154 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

Resolução: (... Continuação)


E.40. Faça o estudo das funções definas
5) Sentido da concavidade: por
0 x2 + x + 1
x2 − 1 2x · x2 − ( x2 − 1) · 2x 2x3 − 2x3 + 2x

00 (a) p( x ) =
g (x) = = = ( x + 1)2
x2 x4 x4
( x + 1)2
2x 2 (b) q( x ) =
= 4 = 3 x2
x x 2
x +x−1
(c) r ( x ) =
x−1
Como o numerador é constante f 00 ( x ) 6= 0, ∀ x ∈ Dg e
00 3
g (x) > 0 ⇔ x > 0 ⇔ x > 0
g00 ( x ) < 0 ⇔ x3 < 0 ⇔ x < 0
Portanto, não há pontos de inflexão e
• g tem concavidade voltada para baixo em ] − ∞, 0[
• g tem concavidade voltada para cima em ]0, +∞[
6) Assíntotas:
• Assíntotas verticais
x2 + 1 1
lim g( x ) = lim = + = +∞
x →0 + x →0 + x 0
x2 + 1 1
lim g( x ) = lim = − = −∞
x →0 − x →0 − x 0

A reta de equação x = 0 é assíntota vertical ao gráfico de f .


• Assíntotas não verticais:
g( x ) x2 + 1
m = lim = lim =1
x →±∞ x x →±∞ x2
 2 
x +1 1
b = lim [ g( x ) − x ] = lim − x = lim =0
x →+∞ x →±∞ x x →± ∞ x

A reta de equação y = x é assíntota oblíqua de g.


7) Representação gráfica

y
6
5
4
3
2
1

−6 −5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 x
−1
−2
−3
−4
−5
−6

Dg0 =] − ∞, −2[∪]2, +∞[.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 155
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

Exemplo 7.28 Estude a função h, definida por h( x ) = x2 e− x .

E.41. Faça o estudo gráfico de cada uma


das seguintes funções.
Resolução: Sendo h( x ) = x2 e− x temos:
(a) f ( x ) = e x ( x2 − 4x )
1) Domínio: Dh = R. ln x
(b) f ( x ) = +1
x
2) Zeros:
(c) f ( x ) = ln x − x
x2
h( x ) = 0 ⇔ x2 e− x = 0 ⇔ = 0 ⇔ x2 = 0 ⇔ x = 0.
ex
Ordenada na origem:
h(0) = 02 · e−0 = 0
3) Paridade:
h(− x ) = (− x )2 e−(− x) = x2 e x . A função h não par nem ímpar.
4) Monotonia e extremos
0
x2 2x · e x − x2 · e x e x (2x − x2 ) 2x − x2

0
h (x) = = = =
ex e2x e2x ex
2x − x 2
h0 ( x ) = 0 ⇔ = 0 ⇔ 2x − x2 = 0 ⇔ x = 0 ∨ x = 2
ex

x −∞ 0 2 +∞

h0 ( x ) − 0 + 0 −
4
h( x ) & 0 % &
e2
Mín. Máx.

Conclui-se que:
• h é decrescente em ] − ∞, 0[ e em ]2, +∞[
• h é crescente em ]0, 2[
 2
e
• 2, é um ponto de mínimo de h
4
5) Concavidade do gráfico e pontos de inflexão
0
2x − x2 (2 − 2x )e x − (2x − x2 )e x

h00 ( x ) = =
ex e2x
e x (2 − 2x − 2x + x2 ) x2 − 4x + 2
= =
e 2x ex
2
x − 4x + 2 √
h00 ( x ) = 0 ⇔ x
= 0 ⇔ x2 − 4x + 2 = 0 ⇔ x = 2 ± 2
e

√ √
x −∞ 2− 2 2+ 2 +∞

h0 ( x ) + 0 − 0 +
√ √
(2 − 2)2 (2 + 2)2
h( x ) ∪ √ ∩ √ ∪
e 2− 2 e 2+ 2

P.I P.I

156 M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S
CAPÍTULO 7. DERIVADAS

Resolução: (... Continuação)


E.42. Estude as seguintes funções:
Analisando a tabela, conclui-se que:
√ (a) f ( x ) = e x − e− x
• h tem concavidade voltada para cima em ] − ∞, 2 − 2[  
√ (b) g( x ) = ln 4x − x2
• h tem concavidade voltada para baixo em ]2 + 2, +∞[
√ √ (c) h( x ) = (4 − x )e4− x
• 2 − 2, 2 + 2 são abcissas dos pontos de inflexão da função h.
6) Assímptotas

• Verticais: não há.


• Não verticais:
Quando x → +∞:

h( x ) x 1 1
m = lim = lim x = lim x = =0
x →+∞x x →+∞ e x →+∞ e +∞
x
x 2
b = lim (h( x )) = lim x = 0
x →+∞ x →+∞ e

Quando x → −∞:

h( x ) x
m = lim = lim x = −∞
x →−∞ x x →+∞ e

A função h tem assintota horizontal de equação y = 0 quando


x → +∞
7) Representação gráfica:

−1 0 1 2 3 4 5 x

Dh0 = [0, +∞[.

M AT E M ÁT I C A 1 2º | E S AC S 157
FICHA DE EXERCÍCIOS CAPÍTULO 7. DERIVADAS

1. Calcule a Taxa de Variação Média (T.V.M.) de: (c) Determine o(s) ponto(s) ( p, q) no gráfico de
2
(a) f ( x ) = 3x − 5, no intervalo [2, 10] y = x2 + 1 tal que a reta tangente à curva no
ponto ( p, q) passa pelo ponto (1, −7)
(b) g( x ) = x3 − 3x2 + x − 4 para x1 = −1 e x2 = 1
25 11. Obtenha a equação da reta tangente ao gráfico de
(c) h( x ) = no intervalo ]0, 4[ x
x+5 y= no ponto de abcissa x = 2
x+1
2. Dada f ( x ) = 5x2 + 6x − 1 determine f 0 (2).
12. Sendo u : R+ → R tal que u( x ) = ln x, obtenha:
3. Determine a função derivada através da definição:
2
(a) u0 (3)
(a) f ( x ) = x + 1, no ponto x0 = 5
2 (b) a equação da reta tangente ao gráfico de u no
(b) f ( x ) = x3 − x, no ponto x0 = ponto de abcissa 3
3
(c) f ( x ) = x2 − 8x + 9, no ponto x0 = 0 13. Consideremos a função f , de domínio R, definida
(d) f ( x ) = x2 − 2x + 1, no ponto x0 = −2 por
4. Use a definição de derivada para calcular f 0 (3), f ( x ) = 1 + 2e x−1
sendo:
.
(a) f ( x ) = x2 + 8 (c) f ( x ) = 2x3 − 5x
(a) Determine, usando a definição, a derivada de f
(b) f ( x ) = 5x2 − 2x (d) f ( x ) = 7x3 + x no ponto x = 1.
(b) Determine uma equação da recta tangente ao
5. Seja a função f : R → R tal que f ( x ) = 3x + 5. gráfico de f no ponto de abcissa 1.
Calcule f 0 ( a) para qualquer a, a ∈ R.
14. Um partícula move ao longo de uma linha reta de
6. Seja a função f : R → R tal que f ( x ) = | x |. Deter-
modo que a sua posição no tempo t > 0 é dado
mine:
pela função
(a) f 0 (3) (b) f 0 (−3) (c) f 0 (0) s(t) = t2 − 4t + 3,

7. Determine a derivada de cada função no número onde s é medida em metros e t é medida em se-
dado: gundos.

(a) f ( x ) = −4 + 3x em 1 (a) Determine a posição da partícula após 2 segun-


dos.
(b) f ( x ) = x3 + 4x em −1
−5x4 + 9x + 3 (b) Determine a velocidade média da partícula du-
(c) f ( x ) = em −3 rante os 4 segundos.
x2 + 5x2 − 6
(d) f ( x ) = x2 e− x em 2 (c) Determine a velocidade instantânea quando
t = 4 s.
8. Determine a derivada da função y = 2x2 − 13x + 5
e use-o para determinar a equação da reta tangente 15. Um objeto é largado do topo de uma torre de 100
à curva no ponto de abcissa x = 3. m de altura. A distância a que o objeto está do solo
após t segundos é 100 − 4, 9t2 m.
9. Determine a equação da reta tangente ao gráfico
Qual é a velocidade do objeto após dois segundos
nos pontos dados:
de queda?
(a) f ( x ) = −2x + 1 em (−1, 3)
2 16. Prove que função f : R \ {2} → R tal que
(b) f ( x ) = 3 − x em (1, 2)
(c) f ( x ) = x3 + x em (2, 10) x2 − 5x + 6
f (x) =
10. (a) Determine o ponto em que a tangente de
x−2
y = x2 + 1 é horizontal. é derivável em todo o seu domínio.
(b) Determine a equação da reta tangente ao gráfico  
1
de y = x2 + 1 no ponto ( p, q). 17. Dada a função f ( x ) = |2x − 1|, determine f 0 .
2

– 158 –
18. Usando derivadas laterais, mostre a função (c) f ( x ) = 6x4 − 3x2 + 7x − 4
 (d) f ( x ) = 8x6 + 2x17
 x2 + x

se x 6 1
f (x) = (e) f ( x ) = 2x12 + 6x7 + x4
 3x − 2

se x > 1 3 3
(f) y = 2 + √ + 7
x 2 x
não admite derivada em x = 1. 1 1 1
(g) y = x4 + x3 + x2
4 3 2
19. Determine o valor das constantes reais a e b para 8 6 4 2
as quais a função real: (h) y = 8 − 6 + 4 − 2
x √x √x x

 (i) y = x + x + 3 x + 5 x
 ax + b se x 6 −1

g( x ) = 25. Determine a derivada de cada função usando a
 ax3 + x + 2b

se x > −1 regra do produto:

seja derivável em x = −1 (a) f ( x ) = 4x · (10 − 4x )


 
20. Para cada uma das seguintes funções
(b) f ( x ) = (7x − 12) 4x3

1 (c) f ( x ) = (2x + 1) (4x − 3)

 −1 , x 6= 0  
(a) f ( x ) = 1 + ex (d) f ( x ) = x2 + 3 (4x − 5)

 0 ,x = 0   
 1/x (e) f ( x ) = 3x2 − 7x 4x2 − 5
 e −1
, x 6= 0

e 1/x +1 26. Nas seguintes alíneas, determine y0
(b) f ( x ) =

 0 ,x = 0 • aplicando a regra do produto e

 | x | , x 6= 0
 • multiplicando os fatores para produzir uma
(c) f ( x ) = x soma de termos mais simples para derivar
 0 ,x = 0
  
(a) y = x2 + 1 ( x + 1)2
diga se é:  
(b) f ( x ) = 6 (7x − 3) 2x2
(A) contínua e diferenciável em x = 0  
(B) contínua mas não diferenciável em x = 0 (c) f ( x ) = − 6x3 + 5x2 − 8x + 2 (4 − x )
  
(C) diferenciável mas não contínua em x = 0 (d) y = 3 x2 + 1 2x2 − 1 (2x + 3)
(D) nenhuma das anteriores
27. Usando as regras de derivação, calcule as derivadas
x−2
21. Dada f ( x ) = determine f 0 ( x ) para ∀ x ∈ D. das funções abaixo:
x+3
22. Determine a derivada das seguintes funções relati- x
(a) f ( x ) = 8 − x + 3x2
vamente a x usando a definição: 1−x (h) f ( x ) =
2 − 9x
3x + 4
(b) f ( x ) = 2
x + 3x − 9
(a) y = 3x2 + 5x − 1 x2 − 6 2x − 1 (i) f ( x ) =
(d) y = 3x − 5 x2 − 9x + 3
3
(b) y = x + 3x + 5 2 √x (c) f ( x ) =
4
(e) y = 2x + 3 4x + 1
6x + 2 (j) f ( x ) =
x+2 x3
(c) y = (f) y = (2x − 4) 5 (d) f ( x ) =
3x + 5 7x − 1 2x3 + 4
2x + 5 (k) f ( x ) =
(e) f ( x ) = x4
23. Determine a derivada das seguintes funções: 3x − 2
2x + 1 x4 + x
√ (f) f ( x ) = (l) f ( x ) =
3x2 + 4 x3
(a) y = 0 (e) y = 9x4 (i) y = 9
x
√ 2x2 + 1 x − x8
(b) y = e2 (f) y = 6x −5 7 (g) f ( x ) = (m) f ( x ) =
1− e
(j) y = x2 5x + 2 x−2
(c) y = x5 (g) y = x
3 1
(d) y = x π (h) y = 7 (k) y = √ 28. Determine y0 :
x 2 x

24. Determine a derivada das seguintes funções: (3x + 4) (2x − 3) ( x − 1)( x − 2)


(a) y = (c) y =
(2x + 1) (3x − 2) ( x − 3)( x − 4)
(a) f ( x ) = 4x3 − 3x2 + 2x − 1 (2 − 3x ) (1 − x )
(b) y = ( x − 5) (3 − 2x )
(b) f ( x ) = x5 + x4 + 2 (d) y =
( x + 2) (3x + 1) 4x + 2

– 159 –
29. Derive cada função em ordem a x, usando a regra 36. Calcule aa derivadas das funções seguintes:
do quociente: √ r
(a) y = 2x x + 1 3x − 2
√ (c) y =
1− x 1 x+1
(a) y = √ (c) y = √ p q
1+ x + 2xx2 (b) y = 8x2 − 2x + 3 (d) y = ( x − 3) ( x + 2)
x9 − 1 x2 + x + 1
(b) y = √ (d) y = √ 37. Calcule a derivada das funções abaixo:
x2 − 1 x
2
(a) y = e−3x (d) y = 3− x (g) y = 2x
5 3 √
30. Dadas as funções f ( x ) = 4x e g( x ) = x + 2x, en- x
(b) y = e (e) y = π x (h) y = 2x−e
contre a derivada da função composta ( f ◦ g) ( x ) − 4x

x 3 +x
(c) y = e (f) y = 5 (i) y = 8x
0
31. Encontre o valor de ( f ◦ g) para os valores dados
de x: 38. Derive cada uma das funções:
√ 2 √
(a) f (u) = u5 + 1, u = g( x ) = x, x = 1 (a) f ( x ) = 8e− x (d) f ( x ) = xe x
2u (b) f ( x ) = x3 e x (e) f ( x ) = x3 · 3x
(b) f (u) = 2 , u = g( x ) = 10x2 + x + 1, x = 0
u +1
(c) f ( x ) = 3x2 e x (f) f ( x ) = 2x e x
u−1 2
 
1
(c) f (u) = , u = g( x ) = 2 − 1, x = −1
u+1 x 39. Derive:
32. Dados y = f (u) e u = g( x ), determine ex x2
y0 = f 0 ( g( x )) g0 ( x ): (a) f ( x ) = (c) f ( x ) =
x5 ex
(a) y = u9 , u( x ) = 4 − 3x e−2x 3x
(b) f ( x ) = 2 (d) f ( x ) = x
x x 2
(b) y = u−10 , u( x ) = − 1
√ 2 40. Determine a derivada de cada função:
(c) y = u, u( x ) = 2x − 3
u 2
(a) y = e3x + x − 5 2
(d) y = , u( x ) = x2 + 1 (e) y =
u+1 − e− x
ex
 3 1 (b) y = x + 4x ex
+1
(e) y = u2 − 1 , u( x ) = (f) y = x
x+2 (c) y = x2 e x − xe x e −1
33. Obtenha a derivada de cada uma das seguintes
3x x2 + 3e x
(d) y = (g) y =
x+1 2e x − x
funções:
41. Determine a derivada de y em cada caso:
4 5
(a) y = (2x − 3) x2
−1

 6 (f) y = (a) y = ln (3x ) (f) f ( x ) = x2 ln x
(b) y = 2 − x3 x+3
(b) y = log2 5x (g) f ( x ) = x (ln x )2
3
(c) y = (2x − 3x + 2) 5 4 √
x2

 −3 (g) y = (c) y = ln( x2 + 1) (h) f ( x ) = x ln x
√ 

(d) y = x4 − 2 x+5
(d) y = log2 (3x + 1) (i) f ( x ) = e3x ln x
 2 2 3  
x −4 (j) f ( x ) = x ln x2 + 1

(e) y = (h) y = x+
1 (e) y = ln (1 + e x )
2x x
42. Determine a derivada das seguintes funções:
34. Derive:    
(a) y = ln x3 (e) y = ln4 x2 + 1
(b) y = ln(3xe− x )
 
(a) y = 4x2 (2x + 1)4 10
 
(c) y = 3x2 + 1 (2x − 4)3 (f) y = ln
x
 
 2 (c) y = log 2x4
(d) y = (2x + 1)3 x2 + 1
 
(b) y = (2 + x ) (1 − x )3 √ (g) y = log2
1
(d) y = log5 x x

35. Calcule a derivada das funções abaixo: 43. Determine a derivada de y:


s
ln(3x )
(2x )4 ( x − 1)3 (a) y = x2 + 1
(a) f ( x ) = (c) f ( x ) = e−2x (c) y = ln
(1 − x )3 ( x + 1)2 2x3
s
(3x − 1)3
 ln 5
(2x + 1)4 ln x 7x
(b) f ( x ) = (d) f ( x ) = (b) y = (d) y = log5
3x2 (2x + 3)2 1 + ln x 3x + 2

– 160 –
44. Determinar os pontos críticos das seguintes fun- 51. Determinar os intervalos onde as funções têm con-
ções, se existirem e estude-as quanto a monotonia: cavidade voltada para cima (C.V.C.) e concavidade
(a) f ( x ) = 1 − 12x − 9x − 2x2 3 voltada para baixo (C.V.B.). Determine também os
(b) f ( x ) = 3 − 2x2 + 4x4 pontos de inflexão (P.I.), caso houverem.
x4 5x3 (a) f ( x ) = x3 − 3x2 x−2
(c) g( x ) = − + 4x2 − 4x + 9 (c) f ( x ) =
4 3 x+9
(d) f ( x ) = ( x + 2)2 ( x + 5) 2x2 − x2
2 2 (b) f ( x ) = (d) f ( x ) = 2
(e) f ( x ) = − ( x + 1) ( x − 3) 9 − x2 x −x−2
45. Determine os intervalos em que cada uma das fun- 52. Estude o sentido da concavidade e a existência de
ções é crescente ou decrescente: pontos de inflexão as funções definidas por:

1 + x2 x (a) y = 4x3 + 21x2 + 36x − 20


(a) f ( x ) = (d) f ( x ) =
1 − x2
2
x −4 (b) y = − x4 + 4x3 − 4x + 1
x3 x2 − 3
(b) f ( x ) = 2 (e) f ( x ) = 53. Determine as equações das retas tangentes ao grá-
x +1 x−2 x4 − 6x2 + 4
1 x2 fico da função f ( x ) = nos seus pon-
(c) f ( x ) = 4 (f) f ( x ) = 8
x −1 x−1 tos de inflexão.

46. Determine os intervalos de monotonia e os extre- 54. De uma certa função f : R+ 7→ R sabe-se f (1) = 0
mos relativos das seguintes funções, caso existam: e a sua derivada é definida por
√ 1 + ln x
(a) y = 1−x x−3 f 0 (x) = .
(c) y = √ x
1 + x2 (a) Escreva uma equação da recta tangente ao grá-
p √
(b) y = x 8 − x2 (d) y = x − x − 1 fico de f no ponto de abcissa 1.
(b) Poderá concluir-se que f é sempre contínua para
47. • Encontre os intervalos onde a função é crescente
x = 1? Justifique a sua resposta.
e decrescente.
ln x
• Em seguida, identifique os valores extremos re- (c) Mostre que f 00 ( x ) = − 2 e estude f quanto
x
lativos da função, se houver, informando onde ao sentido das concavidades do seu gráfico e à
ela os assume. existência de pontos de inflexão.
• Alguns desses valores extremos são absolutas? 55. Efetue o estude completo das seguintes funções:
Quais?
(a) y = −2x3 + 6x2 − 3 x3
• Fundamente suas conclusões com uma calcula- (f) f ( x ) =
(b) y = ( x − 2)3 + 1 3x2 + 1
dora, software ou aplicativo gráfico. x
(g) f ( x ) =
(c) y = x4 − 2x2 1 + x2
(a) f ( x ) = (4 − x )e4− x (c) f ( x ) = e x · x2 x x+1
(d) f ( x ) = 2 (h) f ( x ) =
(b) f ( x ) = e2x + e− x (d) f ( x ) = e x ( x2 − x ) x −1 x−1
x2 − 3 x2 + x − 1
48. Determinar os intervalos nos quais as funções a (e) f ( x ) = (i) f ( x ) =
x−2 x−1
seguir são crescentes ou decrescentes.
56. Estude a seguintes funções
 
(a) f ( x ) = ln(1 − x ) x+2
(d) f ( x ) = ln −2x

(a) y = x2 − x (d) y = √

(b) f ( x ) = x − 2 ln x 2−x
x2 +√1

q
ln x  
(b) y = (2x + 1)3
(c) f ( x ) = (e) f ( x ) = ln 4x − x2 (e) y = x + 4 − x
x p p
mx − 1 (c) y = x 8 − x2 (f) y = x3 − 3x
49. Dada a função f definida por f ( x ) = , de-
x−m
termine m de modo que seja estritamente crescente 57. Represente graficamente as funções, seguindo os
∀ x ∈ R. passos do procedimento para construção de grá-
fico. Inclua as coordenadas de quaisquer extremos
50. Encontre a primeira e a segunda derivadas:
relativos e pontos de inflexão.
4x3 (c) y = −2x −1 +
4
(a) y = − x + 2e x (a) f ( x ) = xe− x (d) f ( x ) = x (ln x )2
3 x2
ex
x3 x2 x (b) f ( x ) = (e) f ( x ) = ln x − x
(b) y = + + (d) y = 4 − 2x − x −3 1 + ex
3 2 4 2
(c) f ( x ) = e− x (f) f ( x ) = ln(3 − x2 )

– 161 –

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