Você está na página 1de 24

IPUC - Instituto Politécnico

Engenharia Metalúrgica

MINERALOGIA
CLASSIFICAÇÃO DOS MINERAIS QUANTO A ORIGEM/QUÍMICA
PROPRIEDADES FÍSICAS DE IDENTIFICÃO RÁPIDA
Prof. Manoel Robério Ferreira Fernandes.

E-MAIL: roberiofernandes@pucminas.br
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Os minerais podem ser classificados de acordo com sua origem, sendo: Diamante

Minerais magmáticos são aqueles que resultam da cristalização do magma e constituem


as rochas ígneas ou magmáticas.

Minerais metamórficos originam-se principalmente pela ação da temperatura, pressão litostática e pressão
das fases voláteis sobre rochas magmáticas, sedimentares e também sobre outras rochas metamórficas.
Minerais sublimados são aqueles formados diretamente da cristalização de um vapor,
como também da interação entre vapores e destes com as rochas dos condutos por onde
passam.
Enxofre

Granada

Minerais pneumatolíticos são formados pela reação dos constituintes voláteis oriundos da cristalização
magmática, desgaseificação do interior terrestre ou de reações metamórficas sobre as rochas adjacentes.
Turmalina
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais origem

Minerais formados a partir de soluções originam-se pela deposição devido a evaporação,


variações de temperatura, pressão, porosidade, pH e/ou eH.
Evaporação do solvente: neste processo a precipitação ocorre
quando a concentração ultrapassar o coeficiente de solubilidade
pelo processo de evaporação, fato que ocorre principalmente em
regiões quentes e secas, formando sulfatos (anidrita, gipsita
etc.), halogenetos (halita, silvita etc.) etc.
Gipsita
Perda de gás agindo como solvente: processo que ocorre quando uma
solução contendo gases entra em contados com rochas provocando
reação, a exemplo do que ocorre quando solução aquosa contendo
dióxido de carbono entra em contato com rochas calcárias, caso em que
o carbonato de cálcio é parcialmente dissolvido formando o bicarbonato
de cálcio (CaH2(CO3)2), composto solúvel na solução.
Caverna calcária

Diminuição da temperatura e/ou pressão: as soluções de origem profunda


resultantes de transformações metamórficas (desidratação, descarbonatação, etc.) ou
de cristalizações magmáticas normalmente contêm significativas quantidade de
material dissolvido. Quando essas soluções esfriam ou a pressão diminui, formam-se
minerais hidrotermais, depositados na forma de veios ou filões. Quartzo
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais origem

Interação de soluções: O encontro de soluções aquosas com solutos diferentes, ao


interagirem, pode formar composto insolúvel ou com coeficiente de solubilidade
bem mais baixo, que se precipita. Como exemplo pode ser citado o encontro de uma
solução com sulfato de cálcio (CaSO4) com outra contendo carbonato de bário
(BaCO3), resultando na formação de um precipitado de barita (BaSO4). Pirita

Barita

Interação de gases com soluções: A passagem de gás por uma solução contendo
íons pode gerar precipitados, a exemplo do que ocorre com a passagem de H2S (gás
sulfídrico) por uma solução contendo cátions de Fe, Cu, Zn etc., formando sulfetos
de ferro como pirita (FeS2), calcopirita (CuFeS2), esfalerita (ZnS), etc..

Ação de organismos sobre soluções: Esse processo resulta


da ação dos organismos vivos, animais ou vegetais, sobre as
soluções. Dessa forma um grande número de seres marinhos
(corais, crinóides, moluscos etc.) extraem o carbonato de
cálcio das águas salgadas para formar suas conchas e partes
duras de seus corpos, resultando na formação de calcita
(CaCO3) e, em menor quantidade, aragonita (CaCO3) e
dolomita [MgCa(CO3)2].
Calcita
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA
Óxidos
Elementos Nativos
Hematita (Fe2O3)
Ouro (Au)

Halóides
Sulfetos
Fluorita (CaF2)
Galena (PbS)

Nitratos
Salitre (KNO3)

Boratos
Bórax Na2B4O5(OH)4.8(H2O)
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Sulfatos
Carbonatos
Barita (BaSO4)
Malaquita (CuCO3)

Fosfatos
Apatita (Ca5(PO4)3(F,OH,Cl))

Silicatos

Quartzo (SiO2)

Volframatos e Molibdatos
Scheelita (CaWO4)

Feldspato –
Microclínio (KAlSi3O8)
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

IDENTIFICAÇÃO
Para a identificação dos minerais através de suas propriedades físicas e morfológicas,
que são decorrentes de suas composições químicas e de suas estruturas cristalinas,
utilizamos características como: hábito, transparência, brilho, cor, traço, dureza,
fratura, clivagem, densidade relativa, geminação e propriedades elétricas e magnéticas.
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
IDENTIFICAÇÃO

Hábito – Forma geométrica externa, habitual, exibida pelos cristais dos minerais,
que reflete a sua estrutura cristalina.

Limonita – hábito cúbico

Quartzo – hábito prismático


PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
IDENTIFICAÇÃO

Tipos de Habitus mais comuns


PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
IDENTIFICAÇÃO

Transparência – São os minerais que não absorvem ou


absorvem pouco a luz. Os que absorvem a luz são considerados
translúcidos e dificultam que as imagens sejam reconhecidas
através deles. Opacos absorvem totalmente a Luz, não deixam
a luz passar por eles.

Diamante transparente
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
IDENTIFICAÇÃO

Brilho – Trata-se da quantidade de luz refletida pela superfície


de um mineral. Os minerais que refletem mais de 75% da luz
exibem brilho metálico.

Galena com brilho metálico Topázio com brilho vítreo


PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
IDENTIFICAÇÃO

Cor – A cor exibida por um mineral é o resultado da absorção seletiva da luz. O fato de o
mineral absorver mais um determinado comprimento de onda do que os outros faz com que os
comprimentos de onda restantes se componham numa cor diferente da luz branca que chegou
ao mineral. Os principais fatores que colaboram para a absorção seletiva são a presença de
elementos químicos de transição como Fe, Cu, Ni, V e Cr.
Vanadinita Pb5(VO4)3Cl Granada - Fe3Al2(Si3O12)

Azurita Cu3(CO3)2(OH)2
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
IDENTIFICAÇÃO

Traço
É definido como sendo a cor do pó fino do mineral deixado sobre a superfície de
uma placa de porcelana branca. A observação do traço de um mineral geralmente é
feita atritando-se o mineral contra a superfície de uma porcelana branca que possui
dureza ~ 6,5.
Embora a cor de um mineral seja frequentemente variável o seu traço tende a ser
geralmente constante. Magnetita traço preto, hematita traço avermelhado

Hematita – Traço vermelho Magnetita – Traço amarelo


PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
IDENTIFICAÇÃO

Dureza – É a resistência que o mineral apresenta ao ser riscado. Para a


classificação utiliza-se a escala de Mohs, que utiliza como parâmetros a dureza
de minerais comuns, variando de 1 até 10. esta escala foi construída por um
mineralogista austríaco chamado F. Mohs.
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Em termos de dureza absoluta, a progressão de


talco (1) Ao diamante (10) não é linear, mas
segue uma curva exponencial, de maneira que a
diferença de dureza entre o diamante e o
coríndon (9) é muito maior do que a diferença
de dureza entre a Gipsita (2) e o talco(1).
Como a dureza é uma propriedade direcional,
alguns minerais possuem dureza diferente
segundo direções cristalográficas distintas.
Quando este fato ocorre facilita na identificação
do mineral . Por exemplo a cianita possui dureza
5 na direção do comprimento e 7 na direção
perpendicular ao comprimento.
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
IDENTIFICAÇÃO
Clivagem, Partição e Fratura – São termos que se referem à reação de um material cristalino à uma
força excessiva aplicada sobre ele. São propriedades relacionadas a tendência do mineral se romper,
seguindo ou não planos preferenciais, em resposta a um esforço físico externo. Obviamente são
propriedades controladas pela estrutura atômica interna do mineral

Clivagem – É a tendência do mineral se partir paralelamente a seus planos atômicos. Como refletem a
estrutura cristalina, os planos de clivagem tendem a ser repetitivos desde a escala submicroscópica (
nanométrica) até atingir a escala macroscópica ( cristais em amostras de mão). Nem todos os minerais
apresentam clivagem, mas se um determinado mineral apresentar esta propriedade, TODOS os cristais
daquela espécie mineral exibirão a mesma clivagem. Podem ser perfeitas como nas micas, calcita, galena,
Fluorita ou menos proeminentes como no berilo.
São muito freqüentes, trata-se de superfícies de quebra que constituem planos de notável regularidade. Os
tipos mais comuns são: Octaédrica - Fluorita

Romboédrica - Calcita Cúbica - Galena


PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
IDENTIFICAÇÃO
Partição –(Pseudoclivagem)Certos minerais quando sujeitos a tensão
ou pressão, desenvolvem planos de menor resistência ao longo dos quais
podem romper-se subsequentemente. Ao contrário da clivagem a partição
só algumas especies de um mineral pode apresentá-la e há um número
limitado de planos de partição.
Os cristais geminados, especialmente os geminados polissintéticos, podem separar-se facilmente ao
longo dos planos de composição.
Quando se produzem superfícies planas em um mineral por meio de seu rompimento ao longo de algum
dos tais planos predeterminados, diz-se que o mineral tem partição. Este fenômeno assemelha-se à
clivagem, mas deve ser distinguido dela pelo fato de que nem todos os espécimes de um certo mineral o
apresentarão, mas somente os que são geminados ou tenham sido sujeitos a uma pressão adequada.
Mesmo nestes espécimes, haverá somente um certo número de planos em uma determinada direção ao
longo da qual o mineral se romperá .
Se um mineral possui clivagem, cada espécie dele em geral, a exibirá e poderá produzir-se em uma dada
direção em todas as partes do cristal.
Acham-se exemplo familiares desta propriedade na partição octaédrica da magnetita, na basal dos
piroxênios e na romboédrica do coríndon.
A geminação é associação, segundo uma determinada lei, de dois ou mais indivíduos da mesma espécie.
O que é notável é o fato destes cristais gêmeos se unirem apenas por uma parte ou um conjunto de faces
determinadas. Assim surgirá no contato dos cristais gêmeos um plano de menor coesão por onde se dará
o fenômeno da partição.
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
IDENTIFICAÇÃO

Geminação – É a propriedade de certos cristais de se desenvolverem


de maneira regular. A geminação pode ser classificada como simples
(dois cristais intercrescidos) ou múltipla (polissintética).

Labradorita – geminação
Estaurolita – geminação polissintética.
simples em cruz.
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
IDENTIFICAÇÃO

Fratura - Em alguns minerais a força de ligação é aproximadamente a mesma em todas as direções e


quando do seu rompimento o mesmo não seguirá nenhuma direção cristalográfica particular. Refere-se a
superfície irregular e curva resultante da quebra do mineral. Quando um mineral não se quebra por
planos de clivagem ou de partição, diz-se que o mineral se fratura. O padrão da fratura pode ser uma
importante característica diagnóstica para determinados minerais.

Os padrões mais comuns de fratura são:


1) Concóide ou Conchoidal: quando a fratura forma superfícies
lisas e curvas, semelhante à superfície interna de uma concha
Quartzo com
como ocorre no quartzo.
fratura conchoidal 2) Serrilhada: quando o mineral se rompe segundo uma
superfície denteada,com bordas cortantes,como no quartzo
hialino, figura ao lado.
3) Desigual ou Irregular: quando o mineral se rompe formando
superfícies rugosas e irregulares.
4) Fibrosa: quando o mineral se rompe segundo uma superfície
em forma de fios ou fibras,como no Asbesto e na Serpentina.
5) Estilhaçada: quando o mineral se rompe segundo superfícies
em formas de agulhas,como na Cianita e na Pirofilita.
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Você também pode gostar