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ECV5149-Geologia de Engenharia

Capítulo 2
MINERAIS

2.1. Definição

Conceito mais aceitável é o proposto por Klein e Hurlbut (1999):

“Um mineral é um sólido, homogêneo, natural, com composição química definida (mas geralmente não
fixa) e um arranjo atômico altamente ordenado”.

2.2. Estado cristalino

 Passagem da matéria do estado físico amorfo para o cristalino, em ambiente geológico quente.
Ex.: Cristalização de magma, condensação de materiais rochosos em estado de vapor, quando os cristais se
formam diretamente do vapor sem passar pelo estágio intermediário do estado líquido.


o
Cristalização de substâncias a partir de soluções aquosas a baixa temperatura (<100 C)

Cristalização → Grupo de íons → Atraídos por forças eletrostática→ distribuição ordenada no espaço

Cela unitária ou Retículo cristalino → É a menor unidade da rede tridimensional e pode condicionar além da
forma externa do cristal, outras propriedades físicas como a dureza.

Estrutura do Cloreto de Sódio

Estrutura cristalina do diamante e da grafita


2.2.1 Sistemas cristalinos

 Os eixos cristalográficos são elementos de referência utilizados na descrição do cristal.


 Estes eixos passam pelo centro do cristal e estabelecem relações entre si que dependem da simetria
cristalina

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2.3.Origem

2.3.1.Classificação quanto a origem

 Minerais Magmáticos

 Minerais Metamórficos

 Minerais sublimados

 Minerais formados a partir de soluções


o Evaporação do solvente
o Perda de gás agindo como solvente
o Diminuição da temperatura e/ou pressão
o Interação de soluções
o Interação de gases com soluções

Minerais magmáticos→ são aqueles que resultam da


cristalização do magma.

Diamante

Minerais metamórficos → originam-se principalmente


pela ação da temperatura, pressão litostática e pressão
das fases voláteis sobre rochas magmáticas,
sedimentares e também sobre outras rochas
metamórficas.

Granada

Minerais sublimados → são aqueles formados


diretamente da cristalização de um vapor, como
também da interação entre vapores e destes com as
rochas dos condutos por onde passam.

Enxofre

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Minerais formados a partir de soluções → Evaporação do solvente; Perda de gás agindo como
solvente;Diminuição da temperatura e/ou pressão;Interação de soluções;Interação de gases com soluções;Ação
de organismos sobre soluções

Evaporação do solvente - Neste processo a


precipitação ocorre quando a concentração
ultrapassar o coeficiente de solubilidade pelo
processo de evaporação, fato que ocorre
principalmente em regiões quentes e secas,
formando sulfatos (anidrita, gipsita etc.),
halogenetos (halita, silvita etc.) etc. Gipsita
Perda de gás agindo como solvente - Processo
que ocorre quando uma solução contendo gases
entra em contados com rochas provocando reação,
a exemplo do que ocorre quando solução aquosa
contendo dióxido de carbono entra em contato com
rochas calcárias, caso em que o carbonato de
cálcio é parcialmente dissolvido formando o
bicarbonato de cálcio (CaH2(CO3)2), composto
solúvel na solução.
Calcário de caverna

Diminuição da temperatura e/ou pressão - As


soluções de origem profunda resultantes de
transformações metamórficas (desidratação,
descarbonatação, etc.) ou de cristalizações
magmáticas normalmente contêm significativas
quantidade de material dissolvido. Quando essas
soluções esfriam ou a pressão diminui, formam-se
minerais hidrotermais, depositados na forma de
veios ou filões.
Quartzo

Interação de soluções - O encontro de soluções


aquosas com solutos diferentes, ao interagirem,
pode formar composto insolúvel ou com
coeficiente de solubilidade bem mais baixo, que se
precipita. Como exemplo pode ser citado o
encontro de uma solução com sulfato de cálcio
(CaSO4) com outra contendo carbonato de bário
(BaCO3), resultando na formação de um
precipitado de barita (BaSO4).
Barita

Interação de gases com soluções - A passagem


de gás por uma solução contendo íons pode gerar
precipitados, a exemplo do que ocorre com a
passagem de H2S (gás sulfídrico) por uma solução
contendo cátions de Fe, Cu, Zn etc., formando
sulfetos de ferro como pirita (FeS2), calcopirita
(CuFeS2), esfalerita (ZnS), etc..

Pirita

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2.4. Propriedade físicas dos minerais

Estão diretamente relacionadas à composição química e características estruturais, sendo utilizadas com
freqüência para a identificação de um mineral desconhecido, e pela sua facilidade de estudo são de emprego
corriqueiro por mineralogitas, tanto no campo como em laboratório.

 Hábito
 Clivagem
 Fratura
 Partição
 Dureza
 Transparência
 Cor
 Brilho
 Traço
 Densidade relativa
 Tenacidade

Hábito

Forma geométrica externa habitual, exibida pelos cristais dos minerais, que reflete a sua estrutura cristalina.
HÁBITO CARACTÉRISTICAS
Acicular Mineral em cristais delgados, semelhantes a agulhas
Colunar Mineral em indivíduos grossos, semelhantes a colunas
Tabular ou lamelar Mineral achatado, em lamelas sobrepostas
Laminado Mineral em finas lâminas achatadas
Foliáceo Mineral que se separa facilmente em lâminas ou folhas
Fibroso Agregado subparalelo de minerais finos e fibrosos
Granular Mineral em forma de agregado de grãos
Maciço Mineral compacto de forma irregular
Terroso Mineral com aspecto de barro seco
Botroidal Agregado com proeminências arredondadas, tipo cacho de uva

Asbesto (crisotilo). As fibras são retiradas do mineral com muita facilidade (Livro: Para Entender a Terra)

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Clivagem

 È a propriedade que tem uma substância cristalina em dividir-se em planos paralelos.


 Os planos de clivagem são sempre paralelos a uma possível face do cristal, podendo ocorrer em uma ou
mais direções.

Direções de clivagem. A) Clivagem segundo uma única direção, B) Clivagem segundo dois planos que se cortam
em ângulo reto, C) Clivagem em três direções, D) Três direções que não se cortam em ângulo reto, E) Clivagem
em quatro direções.

Fluorita, Halita e Calcita exibem clivagem perfeita

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O mineral mica apresenta clivagem bem definida em uma única direção (Livro: Para Entender a Terra)

Exemplo de clivagem romboidal na calcita (Livro: Para Entender a Terra)

Fratura

 Um mineral sem clivagem apresenta fratura.


 A fratura é formada por uma superfície irregular e curva resultante da quebra do mineral.
 Irregulares ou conchoidais.

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Quartzo (SiO2) exibe Fratura conchoidal

Partição

 Esta associada a planos cristalográficos, mas não é bem desenvolvida.


 Alguns indivíduos de uma espécie mineral podem apresentar partição enquanto outros não a possuem.

Dureza

 È a resistência que o mineral apresenta ao ser riscado.


 Para a classificação utiliza-se a escala de Mohs

Escala de dureza de Mohs


Transparência

 Transparentes - Não absorvem ou absorvem pouco a luz são ditos.


 Translúcidos - Absorvem a luz consideravelmente.
 Opacos - Absorvem totalmente a luz Ex.:elementos nativos metálicos, óxidos e sulfetos

Cor

 Idiocromático - minerais com cores bastante características (ex.: enxofre).


 Alocromáticos - cor varia completamente (ex.: quartzo).

Desta forma, a cor do mineral nem sempre é uma propriedade confiável na sua identificação.

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Quartzo (SiO2) exibe grande variedade de cores

Brilho

 Metálico - Refletem mais que 75% da luz incidente. Ocorre apenas nos minerais não–transparentes
 Não-metálico - que ocorre nos minerais transparentes ou translúcidos.

Galena (PbS) apresenta brilho metálico

Traço

 È a cor do pó mineral que se observa quando este é risca uma superfície áspera de porcelana branca.
 Propriedade só é útil como elemento identificador dos minerais opacos ou minerais ferrosos que
apresentam freqüentemente traço colorido (vermelho, marrom, verde, etc.)

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Traço de um mineral metálico em placa de porcelana

Densidade relativa

 A maioria dos minerais formadores de rochas possui uma densidade de 2,5 a 4. Quando acima de 4 são
denomiandos pesados.
 Este valor é constante para cada espécie, pois tem ralação com a composição e a estrutura cristalina. Ex.:
Quartzo – 2,65, Calcita - 2,75, Ferro – 7,3 a 7,9, Ouro – 19,4.

Tenacidade

A tenacidade é uma medida da coesão de um mineral, ou seja, a sua resistência a ser quebrado, esmagado,
dobrado ou rasgado. Os seguintes termos qualitativos soa usados para expressar a tenacidade de um mineral:

 Quebradiço- O mineral rompe ou é pulverizado com facilidade


 Maleável – O mineral pode ser transformado em lâminas, por aplicação de impactos.
 Séctil – O mineral pode ser cortado por uma lâmina de aço.
 Dúctil – O mineral pode ser estirado para formar fios.
 Flexível – O mineral pode ser curvado, mas não volta a sua forma original após cessado o esforço.
 Elástico - O mineral pode ser curvado, mas volta a sua forma original após cessado o esforço.

Ductilidade, secticidade e maleabilidade são típicos de minerais constituídos por ligações metálica. O
comportamento flexível é típico de minerais com estrutura em folhas, como o talco e a clorita. As micas
apresentam propriedades elásticas.

2.5. Principais minerais formadores das rochas

 Já foram classificadas em torno de 200 espécies de minerais


 Aproximadamente 16 destes minerais são formadores de rochas.

Os minerais formadores das rochas mais comuns, são divididos em duas grandes categorias: os minerais silicatos
e os não –silicatos.

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2.5.1 Minerais silicatos

 É a mais importante das classes de minerais


 Aproximadamente 30% de todos os minerais conhecidos são silicatos.
 As rochas magmáticas são praticamente formadas de silicatos, constituindo assim, cerca de 90% da
crosta terrestre.

Elementos constituintes da crosta: (% em peso) 46,6/O; 27,72/Si; 8,13/Al; 5/Fe; 3,63/Ca;2,59/K; 2,08/Mg.

 Os silicatos estruturalmente apresentam o íon Si +4 situado entre quatro íons O-2 compondo um arranjo
tetraédrico (SiO4)-4.
 Nos silicatos os tetraedros unem-se pelo vértice.
 Polimerização - Capacidade dos tetraedros unirem-se entre si compartilhando o átomo de oxigênio.

Os diferentes arranjos dos tetraédros de silicato possibilitam definir as seguintes classificação:

 Nesossilicatos
 Inossilicatos
 Filossilicatos
 Tectossilicatos

2.5.1.1 Nesossilicato

 Estes minerais contem tetraedros independentemente ligados por cátions de Fe, Mg e etc.
 Os principais minerais formadores desta subclasse são os do grupo da olivina

Grupo da Olivina

 Silicato de magnésio e ferro, com fórmula química (Mg,Fe)2SiO4


 É um dos minerais mais comuns na terra
 A razão Fe/Mg varia entre os dois extremos da série formada por forsterite (rica em Mg) e faialite (rica em
Fe).

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Forsterita Foto do Mineral Forma Cristalográfica

 Fórmula Química - Mg2SiO4


 Composição - 57,29 % - MgO, 42,71% - SiO2
 Cristalografia – Ortorrômbico
 Classe - Bipiramidal Ortorrômbica
 Hábito - Tabular, prismático
 Clivagem - Imperfeita
 Dureza - 6,5 – 7
 Densidade relativa - 3,2 - 3,3
 Fratura – Conchoídal
 Brilho – Resinoso
 Cor - Incolor, branco, verde ou amarelo
 Propriedades Diagnósticas - Propriedades Direções ópticas e
Cristal de forsterita
ópticas, dureza, hábito, associação mineral. cristalográficas
 Ocorrência - Encontrada em rochas ígneas
como basaltos, entre outras.
 Usos - Gema, cerâmica.

knebelita (faialita) Foto do Mineral Forma Cristalográfica

 Fórmula Química - Fe2SiO4


 Composição - 70,51%FeO, 29,49%SiO2
 Cristalografia – Ortorrômbico
 Classe - Bipiramidal ortorrômbica
 Propriedades Ópticas - Biaxial negativo
 Hábito - Tabular, prismático
 Clivagem - Moderada {010}
 Dureza - 6 - 6,5
 Densidade relativa - 3,7 - 4,2
 Fratura – Conchoídal
 Brilho - Lustroso a víttreo
 Cor - Marrom-escuro, cinza-escuro, incolor Rocha rica em cristais de Direções ópticas e
 Associação - Associada a minerais ricos
em ferro e manganês. knebelita cristalográficas
 Propriedades Diagnósticas - Propriedades
ópticas, dureza, hábito, associação mineral.
 Ocorrência - Encontrada em depósitos
ferro-manganesianos, presente também em
skarnitos.
 Usos - Fonte de ferro e manganês

2.5.1.2 Inossilicatos

 Os minerais desta subclasse contêm unidades tetraédicras ligadas por oxigênios em comum, formando
cadeias simples (Si2O6)-6 ou duplas (Si4O11)-6. Por isso, o hábito destes minerais é em geral alongado, do
tipo prismático.

-4
a) Cadeia Simples [Si2O6]-4 b) Cadeia Dupla [Si6O10]

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Os inossilicatos formadores de rochas reúnem-se em dois grupos principais:

 Pirixênios
 Anfibólios

Grupo dos Piroxênios

 Os Piroxênios são um importante grupo de silicatos de cadeia simples encontrados em múltiplas rochas
ígneas e metamórficas, em muitas das quais constituem o grupo mineral dominante
 O nome piroxena deriva do grego pyros, significando fogo, e de xenos, significando estranho
 Encontrados em múltiplas rochas ígneas e metamórficas, em muitas das quais constituem o grupo mineral
dominante.
 Cristaliza-se nos sistemas monoclínico ou ortorrômbico
 Fórmula geral: XY(Si,Al)2O6,onde:
X representa cálcio, sódio, ferro+2, magnésio ou, mais raramente, zinco, manganês e lítio
Y representa íons de menor dimensão, tais como, alumínio, Ferro+3, Magnésio.

 As piroxenas são minerais muito comuns nas rochas vulcânicas, com destaque para os basaltos. Também
ocorrem com alguma frequência em rochas plutônica
 Com menor frequência, em rochas metamórficas.
 O manto superior da Terra é composto principalmente por olivinas e por piroxenas, daí a abundância
destes minerais nas rochas ígneas.

Diopsídio Foto do Mineral Forma Cristalográfica

 Fórmula Química - CaMgSi2O6


 Cristalografia – Monoclínico
 Classe – Prísmática
 Hábito - Prismático, colunar, lamelar
 Clivagem - Distinta em {110}
 Partição - Em {001}, {100} e {010}
 Dureza - 5,5 - 6,5
 Densidade relativa - 3,2 - 3,5
 Fratura - Presente em {001}
 Brilho - Lustroso a vítreo
 Cor - Incolor, branco, amarelo, cinza, verde-
pálido, verde-escuro a preto
 Propriedades Diagnósticas - Hábito dureza,
partição, propriedades ópticas. Cristais de diopsídio Direções ópticas e
Ocorrência - Ocorre em rochas metamórficas e (verdes) cristalográficas
em rochas básicas como basaltos.

Grupo dos Anfibólios

 São constituídos por silicatos complexos de dupla cadeia de SiO4,


 Agrupam-se geralmente em anfíbolas monoclínicas e anfíbolas ortorrômbicas.
 De cores escuras, com predominância para o verde e o azul
 Estão presentes em rochas ígneas e metamórficas, sendo contudo mais abundantes nas primeiras.
 A fórmula geral destes minerais pode ser traduzida por RSiO3. Em geral contêm íons de ferro e magnésio
embebidos na sua estruturas, o que contribui para as suas cores escuras.
 A sua composição química e características gerais levam-nos a ser semelhantes às piroxenas
 A principal característica distintiva entre anfíbolas e piroxenas é a clivagem: as anfíbolas formam planos
de clivagem oblíquos, enquanto as piroxenas formam ângulos normais (aproximadamente 90º entre
planos).
 As anfíbolas são também em geral menos densas que as correspondentes piroxenas
 Apresentam em geral forte pleocroísmo, ou seja cores diferentes de acordo com a direcção em que o
mineral é observado, o que em geral não acontece com as piroxenas.

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Hornblenda Foto do Mineral Forma Cristalográfica

 Fórmula Química -
Ca2Na(Mg,Fe)4(Al,Fe,Ti)AlSi8AlO22(OH,O)2
 Cristalografia – Monoclínico
 Hábito - Prismático, acicular, fibroso ou
granular
 Clivagem - Perfeita em {110}
 Dureza - 5 - 6
 Densidade relativa - 2,9 - 3,5
 Brilho – Vítreo
 Cor - Incolor, verde ou castanho
 Propriedades Diagnósticas - Pode ser
identificada pelo seu traço amarelo-
acinzentado ou castanho a vermelho, cor, Direções ópticas e
hábito e propriedades ópticas. Cristais de hornblenda
 Ocorrência - As horneblendas são cristalográficas
minerais muito comuns nas rochas ígneas
e metamórficas, tais como os granitos,
gabros, basaltos, xistos.
 As horneblendas negras e castanho muito
escuro, ricas em titânio, são em geral
designadas por horneblendas basálticas,
dado serem um dos constituintes comuns
dos basaltos e rochas vulcânicas
similares.
 Usos - Pode ser usada como pedra
estatuária e seu pó, como inerte para
veículo de inseticidas. Quando bem
cristalizada pode ser usada como gema.

2.5.1.3 Filossilicatos

A palavra filossilicato deriva do grego phylon, que significa folha.

 Os minerais desta classe são hidratados e suas unidades tetraédricas se dispõem em folhas, onde cada
tetraedro é ligado a outros três por oxigênios em comum.
 Estas folhas são flexíveis elásticas ou plásticas, mais raramente quebradiças

-2
Uma série de cadeias em comum, formadas pela unidade de [(Si, Al)2 O5] , se repete indefinidamente em
duas direções.
 O hábito destes minerais é foliáceo, com uma direção principal de clivagem segundo o plano das folhas
tetraédricas.

-6
● : Si; ○: o; [Si4O10]

Arranjos de unidades tetraédricas em filossilicatos


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 Os filossilicatos constituem um grupo de minerais, com grande importância para a geologia, pedologia e
para a indústria.
 São constituintes essenciais de muitas rochas metamórficas, magmáticas, sedimentares e dos solos.
Resultam de processos metamórficos, magmáticos, intempéricos
 De um modo geral, os filossilicatos exibem dureza baixa, normalmente inferior a 3,
 Densidade relativamente baixa em relação a outros silicatos.

Os grupos que reúnem os minerais formadores destas rochas são:

 Micas
 Argilominerais
 Flissilicatos de alteração

Grupo das Micas

 O grupo de minerais mica têm a divisão basal altamente perfeita.


 A divisão altamente perfeita, que é a característica mais proeminente da mica, é explicada pela disposição
hexagonal de seus átomos ao longo de planos sucessivamente paralelos

Muscovita
Foto do Mineral Forma Cristalográfica
 Fórmula Química - KAl2Si3AlO10(OH,F)2
 Hábito - Micáceo
 Clivagem - Perfeita em {001}
 Dureza - 2 - 2,5
 Densidade relativa - 2,76 - 3,1
 Brilho - Vitreo a sedoso
 Cor - Incolor, transparente
 Associação - Mineral comum, em rochas
tais como gnaisses, xistos, granitos,
arenitos e pegmatitos, onde forma cristais
grandes, atingindo dimensões métricas.
 Propriedades Diagnósticas - Pode ser
identificada pelo hábito e cor.
 Ocorrência - Formada por processos
hidrotermais e metamórficos (metamorfismo
regional e de contato em condições de
temperaturas baixas e altas); forma-se
também na cristalização magmática de Cristais micáceos de Direções ópticas e
rochas ácidas, especialmente em fase final, muscovita cristalográficas
aparecendo nos granitos e pegmatitos
 Nos granitos a maioria dos casos resulta de É usada normalmente em placas, mas seu pó é um bom
transformações pós-magmáticas isolante térmico, e com ele, aglomerado, fabrica-se a mica
(Metamorfismos e hidrotermalismo). sintética. Excelente isolante elétrico, sendo usado em
 Usos - As variedades exfoliáveis e limpas condensadores, reostatos, telefones, lâmpadas elétricas e
são principalmente empregadas na fusíveis. Já se usou também em janelas, como substituto
construção de aparelhos elétricos, por do vidro.
causa do seu baixo coeficiente de
condutibilidade térmica, por resistir a altas
temperaturas e choques térmicos, por seu
baixo coeficiente de dilatação etc.

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Biotita Foto do Mineral Forma Cristalográfica


2+ 3+
 Fórmula Química - K2(Mg, Fe )6-4(Fe ,Al,
Ti)0-2Si6-5Al2-3O20(OH,F)4
 Cristalografia – Monoclínico
 Classe – Prismática
 Hábito – Micáceo
 Clivagem - Perfeita em {001}
 Dureza - 2,5 – 3
 Densidade relativa - 2,7 - 3,5
 Brilho – Micáceo
 Cor - Preto, às vezes marrom-escuro ou
verde-escuro
 Associação - Mineral comum, pode estar
associado a fesdspatos e outras micas.
 Propriedades Diagnósticas - Pode ser
identificada pela hábito e cor.
 Ocorrência - É formada por processos Direções ópticas e
magmáticos hidrotermais e metamórficos, Cristais de biotita
cristalográficas
onde exibe evidências de mudanças
composicionais com a variação da
temperatura, pressão e composição
litológica, constituindo-se em bom
geotermômetro. granitos, veios
pegmatíticos, gnaisses e rochas
metamórficas em geral.
 Usos - Argamassas para revestimentos
arquitetônicos.

Grupo dos Argilominerais

 A argila é uma família de minerais filossilicatos hidratados


 Diminutas dimensões (partículas menores do que 1/256 mm ou 4 μm de diâmetro

Origem - Desagregação de rochas que comumente contém feldspato, por ataque químico (por exemplo pelo ácido
carbônico) ou fisico ( erosão, vulcanismo), que produz a fragmentação em partículas muito pequenas.
Normalmente as jazidas são formadas pelo processo de depósito aluvial.

Por sua plasticidade enquanto úmida e extrema dureza depois de cozida a mais de 800 oC, a argila é largamente
empregada na cerâmica para produzir vários artefatos que vão desde os tijolos até semicondutores utilizados em
computadores.

As espécies mais comuns são:

 Caulinita
 Ilita
 Montmorilonita.

A estrutura dos minerais argílicos compõem-se do agrupamento de duas unidades cristalográficas fundametais:

 Um tetraedro de sílica com oxigênio


 Um octaedro com um átomo de alumino no centro envolvido por seis oxigênio ou grupos de oxidrilas.

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A associação entre si destes elementos, forma as diversas espécies de minerais argílicos.

Unidades cristalográficas fundamentais

Caulinita

 As caolinitas são formadas por unidades de silício e alumínio, que se unem alternadamente, conferindo-
lhes uma estrutura rígida, sendo portanto, uma argila que apresenta a relação Si/Al de 1:1.
 Não apresentam , além de Si e Al, outros cátions em sua estrutura.
 São relativamente estáveis em presença de água.
 Sua superfície específica varia de 10 a 20 m 2/g. Entre as argilas pertence ao grupo que apresenta maior
dimensão( 0,1 a 3 mícrons) e assim sendo menor plasticidade e menor expansão.

Estrutura da Caulinita
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Caulinita Foto do Mineral Forma Cristalográfica

 Fórmula Química - Al2Si2O5(OH)4


 Composição - Silicato de alumíniohidratado,
com 39,5% Al2O3 - 46,5% SiO2 - 14,0% H2O.
 Hábito – Micáceo
 Clivagem - Perfeita em {001}
 Dureza - 2 - 2,5
 Densidade relativa - 2,6 - 2,63
 Brilho – Terroso
 Cor - Geralmente branco, variando conforme
grau de impureza
 Associação - Geralmente associada a minerais
aluminosos, solos e produtos de alteração. Cristais de caulinita com brilho Direções ópticas e
 Propriedades Diagnósticas - Pode ser terroso cristalográficas
reconhecida através de ensaios químicos.
 Ocorrência - Alteração de feldspatos,  Usos - É matéria prima-básica da indústria
feldspatóides e outros silicatos, durante o cerâmica, para a fabricação da porcelana, louça
intemperismo químico e também hidrotermal. sanitária etc., em mistura com outros produtos
Pode formar-se também por processos minerais; é também empregada na preparação de
diagenéticos em bacias sedimentares. Portanto pigmentos à base de anilina, veículo inerte para
pode ser formado às expensas de muitos inseticidas, abrasivos suaves, endurecedor na
minerais e rochas e em quantidades indústria têxtil, carga na fabricação de papel, carga e
consideráveis. È refratária e não-expansiva. revestimento de linóleos e oleados, em sabões e
pós dentifrícios, carga para gesso para parede,
constituinte do cimento Portland branco, em tintas, e
outros. Em medicina, como absorvente de toxinas
do aparelho digestivo e como base para muitos
desinfetantes. Na fabricação de borracha de alta
qualidade, empregada a confecção de luvas para
fins médicos e de revestimentos de fusíveis. Em
cosméticos e certos plásticos. Substâncias inertes,
como barita e talco, podem ser substituídas pelo
caulim, em muitos casos. No futuro poderá ser
empregado, em escala comercial, como fonte de
alumina, na produção de alumínio metálico.

Montmorilonita

 São estruturalmente formadas por uma unidade de alumínio entre duas unidades de silício.

2
Sua superfície específica fica em torno de 800 m /g.
 São os argilominerais de menor dimensão (<<1 micron) o que lhe confere elevada plasticidade.

++++ +++
Substiução isomórfica → Si por Al ( até cerca de 15%)
Camada octaédrica → Substiução isomórfica → Al +++ por Fé++ e Mg++.

Estas substituições causam uma deficiência positiva que atraem cátions hidratados que não
conseguem unir firmemente as unidades dos cristais de esmectitas o que permite a entrada de água
em grande quantidade, chegando a separar totalmente os cristais.

A montmorilonita é muito expansiva na presença de água.

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Estrutura da montmorilonita

Montmorilonita Foto do Mineral Forma Cristalográfica

 Fórmula Química - (Mg,


Ca)O.Al2O3Si5O10.nH2O
 Composição - Silicato de alumínio, magnésio
e cálcio hidratado
 Cristalografia – Monoclínico
 Clivagem - Perfeita {001}
 Dureza - 1 – 2
 Densidade relativa - 2 - 2,7
 Fratura - Conchoidal (no agregado)
 Brilho - Lustroso (no agregado)
 Cor - Branco, cinza, rosa, azul Agregado de cristais de Direções ópticas e
 Propriedades Diagnósticas - Associação
mineral, hábito, cor, propriedades ópticas e montmorillonita (cinzas) cristalográficas
mecânicas.
 Ocorrência - Produto de alteração de rochas
ígneas efusivas, metamórficas e
sedimentares em ambiente mal drenado. È o
principal e por vezes o único constituinte
dos basaltos alterados. Em meio aquoso,
caracteriza-se pela expansão por efeito da
adsorção de moléculas de água entre as
cadeias tetraédricas.
 Usos - Desodorante, descolante, inseticida,
etc.

Illita

 Grupo de argilominerais, de composição e estrutura intermediária entre a muscovita e montmorilonita.


 São estruturalmente análogas às montmorilonitas, sendo porém menos expansivas.
 Sua superfície específica varia de 65 a 200 m 2/g.
 Apresenta dimensão intermediária quando comparado aos dois grupos anteriores.

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Estrutura da Ilita

2.5.1.4 Tectossilicatos

 É o grupo dos silicatos mais importante volumetricamente, uma vez que, perfaz quase 75% do volume
ocupado pela crosta terrestre.
 Os minerais dessa subdivisão dos silicatos é constituída por tetraedros de SiO4 ligados
tridimensionalmente, de maneira que todos os oxigênios dos vértices dos tetraedros são compartilhados
com os tetraedros vizinhos, resultando uma estrutura fortemente unida, estável, em que a relação Si:O é
1:2.

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Faz parte desta subdivisão dos silicatos os seguintes grupos:

 Sílica
 Feldspatos
 Feldspatóides
 zeólita

Grupo da Sílica

 Este grupo abrange minerais compostos basicamente por SiO 2, que é um composto eletricamente neutro
e não contém outras unidades estruturais a não ser o tetraedro.
 Existem pelo menos nove maneiras diferentes de arranjar os tetraedros de modo a compartilhar todos os
oxigênios, gerando estrutura contínua e eletricamente neutra.
 Estes nove modos de arranjo geométrico correspondem aos nove polimorfos conhecidos de SiO2, dos
quais alguns são conhecidos apenas como substâncias sintéticas.

Os tipos principais de sílica são:

 Quartzo
 Calcedônia
 Opala

Quartzo
Foto do mineral Forma cristalográfica
 Fórmula Química - SiO2
 Composição - 46.74 % Si, 53.26 % O
 Hábito - Granular, prismático, compacto etc.
 Clivagem - Imperfeita segundo {1011} ou
{0111}
 Dureza – 7
 Densidade relativa - 2,65
 Fratura – Conchoidal
 Brilho – Vítreo
 Cor - Incolor, branco, púrpura, preto, cinza,
leitoso, etc.
 Associação - Feldspato, piroxênios,
anfibólios, micas etc.
 Propriedades Diagnósticas - Brilho, fratura
conchoidal, forma dos cristais, transparência e
propriedades óticas.
 Ocorrência - É gerado por processos  Variedades - As variedade incolores a coloridas
metamórficos, magmáticos, diagenéticos e empregadas como gemas são:
hidrotermais. o ametista [de cor violeta, que muitas
 Usos - Areia para moldes de fundição, vezes possui zonas coloridas de maior
fabricação de vidro, esmalte, saponáceos, refringência]
dentifrícios, abrasivos, lixas. É muito utilizado o citrino (de cor amarel, também obtida
também na construção civil como areia. pelo aquecimento de alguns tipos de
ametista)
o quartzo rosa (tonalidades rosa-clara de
intensidade variada, grosseiramente
cristalino, turvo

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Grupo dos Felddspatos

 A termo feldspato derivada do alemão feld (campo) + spath (pedra).


 Designa um dos grupo de minerais mais importante uma vez que perfaz o maior volume da crosta
terrestre, cerca de 60%.
 Além da grande freqüência esse grupo apresenta ampla distribuição, constituindo-se dessa forma na
principal base de classificação das rochas magmáticas.
 São os constituintes principais da maioria dos gnaisses e xistos e ocorrem também em muitas rochas
geradas por metamorfismo termal, regional e dinâmico.
 Embora os feldspatos sejam susceptíveis de alteração e meteorização, eles estão presentes de maneira
marcante nos sedimentos arenosos, onde aparecem sob a forma de grãos detríticos.

Da substituição parcial do Si pelo Al, formam-se 3 grupos principias:

 Feldspatos potássicos
 Feldspatos sódico-cálcicos
 Feldspato de bário

Feldspato Potássico

 Sanidina
 Microclínio
 Ortoclásio
 Adulária

Microclínio

 Fórmula Química - KAlSi3O8


 Composição - 16.92 % K2O, 18.32 % Al2O3,
64.76 % SiO2
 Hábito – Prismático
 Clivagem - Clivagens perfeitas {001}e {010}
 Dureza - 6 - 6,5
 Densidade relativa - 2,53 - 2,63
 Brilho – Vítreo
 Cor - Brancos, cinza-claro, amarelo-claro,
vermelho ou verde
 Associação - Mineral comum.
 Propriedades Diagnósticas - clivagem perfeita
em duas direções formando ângulos diferente
de 90º.
 Ocorrência - Gerado por processos
magmáticos, metamórficos, hidrotermais de alta
temperatura e mesmo processos diagenéticos.
Portanto, é encontrada em uma gama muito
grande de rochas, especialmente de origem
plutônica, tais como xistos, gnaisses, granitos,
pegmatitos, sienitos etc.
 Usos - fabricação do vidro, porcelanato e,
finamente moído, adubo potássico. As
variedades muito puras e ou de boa coloração,
a exemplo da amazonita, são usadas como
pedras de adorno e gemas, cangas etc.

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Ortoclásio

 Importante na formação de rochas ígneas sendo comum nos granitos e rochas relacionadas. É idêntica
ao microclínio em todas as suas propriedades físicas e apenas se pode distinguir daquela por meio de
microscópio de luz polarizada ou por difração de raios X.
 O nome ortoclase têm origem no Grego que significa "fratura rata," uma vez que os seus dois planos de
clivagem são perpendiculares.
 Cristaliza no sistema cristalino monoclínico
 Dureza é igual a 6
 Peso específico igual a 2.56-2.58
 Brilho vítreo
 Cor pode ser branca, cinzenta, amarela ou vermelha; raramente verde.
 Por meteorização, a ortoclase converte-se em caulino.
 Uso no fabrico de porcelanas e como constituinte de pós abrasivos.

Feldspatos sódico-cálcicos

Plagioclásio

A palavra plagioclásio deriva do grego plagios (oblíquo) + klasis (fratura), porque ao contrário de outros
feldspatos, tem ângulo entre as clivagens diferentes de 90º

Grupo de minerais que possui a formula geral (Ca, Na)Al (Al,Si)Si2O8 tendo como extremos a albita e a anortita
(com composição química NaAlSi3O8 e CaAl2Si2O8 respectivamente) em que os átomos de sódio e cálcio se
podem substituir uns pelos outros na estrutura cristalina dos minerais.

Minerais da série da plagioclase e suas composições


Nome % NaAlSi3O8(%Ab) % CaAl2Si2O8(%An)
Albita 100-90 0-10
Oligoclase 90-70 10-30
Andesina 70-50 30-50
Labrodorita 50-30 50-70
Bytownita 30-10 70-90
Anortita 10-0 90-100

Albita
 Fórmula Química - (Na1-0,9,Ca0-0,1)Al(Al0-0,1,Si1-
0,9)Si2O8
 Hábito – Tabular
 Clivagem - Perfeita em {010}, boa em {010} e má
em {110}
 Dureza - 6 - 6,5
 Densidade relativa - 2,63
 Brilho - Vítreo
 Cor - Incolor, branco ou esverdeado
 Associação - Pode estar associada a minerais
alcalinos, quartzo, muscovita etc.
 Ocorrência - Mineral típico de rochas magmáticas
ácidas (granitos, riólitos). Ocorre em rochas
metamórficas de grau baixo, de temperaturas
inferiores a 480ºC e normalmente superior a 350ºC.
 Usos - Vidrado de louças e porcelanas, fabricação
do vidro, fabricação de porcelanatos etc.

Anortita

 Fórmula Química - (Na0,1-0,Ca0,9-1)Al(Al0,9-1,Si0,1-0)Si2O8


 Composição - 0,56 % Na2O, 19,20 % CaO, 35,84 % Al2O3, 44,40 % SiO2
 Hábito – Tabular
 Clivagem - Perfeita em {010}, boa em {010} e má em {110}
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 Dureza - 6 - 6,5
 Densidade relativa - 2,76
 Brilho - Vítreo a nacarado
 Cor - Incolor, branco leitoso, esverdeado, amarelo ou vermelho-carne
 Associação - Pode estar associada a olivina, carbonato, piroxênios, anfibólios e biotita.
 Propriedades Diagnósticas - Geminações múltiplas de albita (010), Carlsbad simples (010), periclina de
repetição (001). Birrefringência e relevo relativamente altos para feldspato, caráter ótico (-).
 Ocorrência - Praticamente está restrito às rochas metamórficas de grau médio a alto, de origem
carbonática (margas e calcários impuros) ou que tem como protólito rochas magmáticas de natureza
básica e rochas magmáticas básicas.
Usos - Pode ser utilizado na indústria cerâmica.

2.5.2 Não-Silicatos

Os minerais não-silicatos abrangem os seguintes grupos:

 Elementos nativos
 Sulfetos
 Óxidos e hidróxidos
 Carbonatos
 Halóides
 Sulfatos

2.5.2.1.Elementos nativos

Cerca de 34 elementos químicos podem ocorrer no estado nativo:

 Seis são gases nobres (He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn) que não podem formar compostos químicos.
 Quatro (H, N, O e Cl) apenas ocorrem no estado nativo como gases.
 Os outros 24 (vinte e quatro) elementos restantes (C, S, Mn, Fe, Co, Ni, Cu, Zn. Ru, Rh, Pd, Ag, Os, Ir, Pt,
Au, Hg, As, Se, Sn, Sb, Te, Pb e Bi) podem estar presente na crosta da Terra formando cristais ou
minerais.
 Os vinte e quatro elementos citados acima formam cerca de 80 espécie e variedades de minerais
classificados por critérios químicos e cristalográficos, excedendo em muito o numero de elementos
constituinte.
 Este fato resulta da ocorrência de variedades polimórficas (diamante-grafita), enxofre monoclínico-enxofre
ortorrômbico, etc.).

Enxofre

 Fórmula Química - S8
 Composição - 100% S
 Cristalografia – Ortorrômbico
 Classe – Bipiramidal
 Hábito - Maciço, estalactítico
 Clivagem - Imperfeita {001}, {110} e {111}
 Dureza - 1,5 – 2
 Densidade relativa - 2,05 - 2,09
 Brilho – Resinoso
 Cor - Amarelo - limão, incolor em secção
delgada
 Associação - Anidrita, gipsita
 Propriedades Diagnósticas - Insolúvel na
água e nos ácidos, cor amarelo-limão, incolor
em secções delgadas, quebradiço e sem odor.
No entanto ao misturar-se com o hidrogênio  Usos - Indústria de fertilizantes; na fabricação
desprende um odor característico de ovo de papel, fibras de celulose, explosivos, tintas
podre. de impressões, detergentes, inseticidas,
 Ocorrência - Produto de sublimações borracha; indústria petroquímica e metalurgia.
vulcânicas, fontes termais, reações de redução

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de sulfatos, oxidação parcial de sulfetos.


Encontrado em depósitos de anidrita/gipsita;
cones vulcânicos e fontes termais.

2.5.2.2 Sulfetos

Em química, um sulfeto é a combinação do enxofre ( estado de oxidação -2 ) com um elemento químico ou um


radical. A maioria são sulfetos metálicos. Muitos sulfetos são significativamente tóxicos por inalação ou ingestão,
especialmente se o seu íon metálico é tóxico. Como sulfeto destaca-se a pirita, mineral acessório ou secundário
em rochas ígneas, sedimentares e metamórficas.

Pirita Foto do Mineral Forma Cristalográfica

 Fórmula Química - FeS2


 Composição - Disulfeto de ferro. 53,4% S, 46,6%

 Cristalografia – Isométrico
 Classe – Piritoédrica
 Propriedades Ópticas - Anisotropia fraca a
ausente, branco-amarelado
 Hábito - Cúbico, octaédrico, dodecaédrico
pentagonal
 Clivagem - Muito fraco {001} Cristais de pirita Direções ópticas e cristalográficas
 Dureza - 6,0 - 6,5
 Densidade relativa - 4,95 - 5,10
 Fratura - Conchoídal a irregular
 Brilho – Metálico
 Cor - Amarelo-claro, amarelo-latão a preto
 Associação - Muito variada.
 Propriedades Diagnósticas - Duzera alta, brilho,
forma, cor amarela.
 Ocorrência - Gerado por processos metamórficos,
magmáticos, hidrotermais e sedimentares ou
diagenéticos em ambiente redutor.
 Usos - Obtenção de ácido sulfúrico e ferro.
Possui aplicação em joalherias.

2.5.2.3 Óxidos

 Os óxidos formam um grupo de minerais caracterizados por combinação de oxigênio com um ou mais
metais
 As características gerais dos minerais desta classe incluem dureza e densidade relativamente alta.
 Os óxidos são amplamente distribuídos, ocorrendo em rochas ígneas, metamórficas e sedimentares, em
proporções acessórias ou formando minérios.
 Esta classe de minerais que corresponde a quase 4% do volume da crosta terrestre

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Hematita

 Fórmula Química - Fe2O3


 Composição - Óxido de ferro. 70,0% de Fe,
30,0% de O
 Cristalografia – Trigonal Foto do Mineral Forma Cristalográfica
 Classe - Trigonal romboédrica
 Propriedades Ópticas - Anisotropia destinta,
branco a cinza-claro com matiz azulado.
 Hábito - Romboédrico, tabular, granular,
laminar, botroídal, compacto, terosso
 Dureza - 5,5 - 6,5
 Densidade relativa - 4,9 - 5,3
 Fratura - Subconchoídal a ausente
 Partição - Romboédrica e basal.
 Brilho - Metálico a esplêndido
 Cor - Vermelho-sangue, cinza metálico a preto
 Associação - Associada a limonita, siderita,
magnetita.
 Propriedades Diagnósticas - Possui
geminação, estrias na face c cristalográfica,
elasticidade quando lamelar, untuoso, cor de Direções ópticas e
Hematita botroídal
traço vermelho. cristalográficas
 Ocorrência - Ocorre em várias rochas como
granitos, sienitos, traquitos, andesitos, oriúndo  Usos - Importante fonte de ferro e o principal
da cristalização magmática. Ocorre em rochas mineral de minério da grande maioria das
metamórficas, como hematita quartzitos, em jazidas.
camadas com grande espessura. Forma
também massas irregulares, por concentração
devido ao intemperismo de rochas ricas em
ferro.

2.5.2.4 Hidróxidos

 São caracterizados pela presença de grupos (OH)- ou moléculas de H2O, o que causa o aparecimento de
ligações químicas muito mais fracas que as dos óxidos.
 Possuem estruturas geralmente em folhas (como as das micas), por vezes em cadeia.
 A maioria dos hidróxidos são formados em ambiente oxidante, como produto de alteração de outros
minerais que podem vir a formar importantes depósitos de minerais, tais como a bauxita.

Bauxita Foto de bauxita

 Composição - 50 a 70 de Al2O3, 0 a 25% de


Fe2O3; 12 a 40% de H2O, 2 a 30% de SiO2
além de TiO2, V2O3
 Cristalografia - Amorfo a microcristalino
 Hábito - pulvurulento, terroso, psolético,
granular ou maciço
 Dureza - 1 - 1,5 do agregado
 Densidade relativa - 2,5 - 2,6
 Brilho - Opaco a terroso
 Cor - Branco, cinza, amarelo e vermelho
 Associação - Caulinita e goethita.
 Propriedades Diagnósticas - Pode ser
identificada pelo brilho, densidade, cor e
hábito.
 Ocorrência - Origina-se sob condições Bauxita
climáticas subtropicais a tropicais, por
intemperismo de rochas ou sedimentos
aluminosos.
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 Usos - Produção do alumínio metálico e da Os cimentos com alto teor de alumina caracterizam-
alumina (Al2O3), que por sua vez é usada na se por seu rápido endurecimento e por sua
fabricação de abrasivos (alundun); produtos resistência à ação química e de calor.
refratários; cimento aluminoso; refinação de
óleos; alumina ativada; sais de alumínio etc.

2.5.2.5 Carbonatos

 Os carbonatos são minerais que apresentam na sua composição química o íon carbonato CO3- 2.
 São exemplos de carbonatos: Calcita, dolomita, aragonita, azulita, malaquita, siderita.

Calcita Foto do mineral

 Fórmula Química - CaCO3


 Composição - Carbonato de Cálcio. 53,0%
CaO , 44,0% CO2
 Cristalografia – Trigonal
 Classe - Hexagonal escalenoédrica
 Propriedades Ópticas - Uniaxial negativo
 Hábito - Prismático, romboédrico ou
Escalenoédrico
 Clivagem - Perfeita {10-11}, com ângulo de
74º55'
 Dureza - 3
 Densidade relativa - 2,72 Cristal romboédrico de calcita
 Brilho - Vítreo a terroso
 Cor - Usualmente branco ou incolor, cinza,  Usos - O emprego mais importante da calcita é
vermelho, verde , azul e amarelo. Também, na fabricação de cimentos e cal para
quando impura, castanho a preto argamassa. Também é usado como corretor de
pH em solos ácidos.
 Associação - Os cristais de calcita podem
incluir quantidades consideráveis de areias de  Ocorrência - É um dos minerais mais comuns
quartzo (até 60%) e formam o chamado cristal e disseminados. Ocorre como massas
de arenito. rochosas sedimentares enormes e amplamente
espalhadas, nas quais é o único mineral
 Propriedades Diagnósticas - Dureza 3,
preponderante, sendo o único presente em
clivagem perfeita, cor e brilho vítreo. Distingue-
certos calcários
se da dolomita, pela efervecência em HCl e da
aragonita por ter menor densidade e clivagem
romboédrica.

2.5.2.6 Halóides

Halóides são minerais caracterizados pela combinação dos íons halogênicos eletronegativos (Cl -, B-, F- e I-) com
metais e metalóides. Mineral solúvel em água. São exemplos de halóides: halita, fluorita, silvita, embolita.

5.2.7 Sulfatos

 Todos os sulfatos contém o catião sulfato na forma SO4.


 Os sulfatos formam-se geralmente em ambientes evaporíticos, onde águas de alta salinidade são
lentamente evaporadas, permitindo a formação de sulfatos e de halóides na interface entre a água e o
sedimento.
 Os sulfatos mais comuns são a anidrita (sulfato de cálcio), a celestita (sulfato de estrôncio) e a gpsita
(sulfato hidratado de cálcio).

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Gipsita
Foto do Mineral Forma Cristalográfica
 Fórmula Química - CaSO4.2H2O
 Composição - Sulfato de cálcio
hidratado. 46,6% SO3, 32,5% CaO,
20,9% H2O
 Cristalografia – Monoclínico
 Classe – Prismática
 Hábito - Fibroso (segundo {001}),
prismático, lamelar a tabular (segundo
{010}), maciço ou granular
 Clivagem - Clivagem em 4 direções
(perfeita {010} e menos perfeita a Direções ópticas e
imperfeita {100} e {111} Cristais de gipsita
cristalográficas
 Dureza - 1,5 – 3
 Usos - Gesso para moldes cerâmicos, odontológicos,
 Densidade relativa - 2,32 estatuetas, estuque etc.; fabricação de ácido sulfúrico,
 Fratura - Fratura conchoidal cimento Portland, para neutralizar o excesso de
 Brilho - Brilho vítreo, nacarado e sedoso cloreto de sódio nas terras cultiváveis, para diminuir a
 Cor - Incolor, branco a cinza, amarelo, rapidez de pega do cimento Portland, fundente de
vermelho, castanho minérios de níquel; purificação de água para
 Associação - Associada com calcários, fabricação de cerveja; quando na forma maciça e
folhelhos, margas e argilas. compacta (alabastro) é usado par fins ornamentais,
 Propriedades Diagnósticas - Dureza incorporado na fabricação do cimento. Também em
baixa; hábito; solubilidade em HCl diluído fornos, moldes, ortopedia, construção civil (forros) etc.
a quente; relevo negativo; baixa
birrefringência; forte dispersão inclinada
e caráter óptico. Geminação sobre (100),
com forma de ponta de flecha, e também
sobre (101).
 Por aquecimento perde água, formando a
128ºC o gesso.

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