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Universidade Paulista

Curso de Graduação e Licenciatura em Ciências Biológicas


D i s c i p l i n a : G e o l o g i a e Pa l e o n t o l o g i a

Aula 5:
Rochas Igneas ou
Magmáticas

Prof. Dr. Marcelo Pisetta


marcelopisetta@hotmail.com
SOLOS
SOLOS
SOLOS
SOLOS
SOLOS
MINERAIS
MINERALOGIA
É o ramo da Geologia que estuda os minerais, a base para muitas outras
investigações geológicas. Trata dos minerais que formam a Terra,
analisando suas propriedades físicas e químicas, classificações e
utilizações.

MINERAL: é todo elemento ou composto químico, resultante de


processos inorgânicos, apresentando composição química definida,
cristalizado, e que é encontrado naturalmente na crosta terrestre.

CRISTAL: é também um mineral, só que apresenta suas faces externas o


arranjo interno (arranjo cristalino), o que resulta em superfícies planas e
lisas, formando figuras geométricas (ex., cubos, hexágonos). (todo cristal
é um mineral, mas nem todo mineral é um cristal)
MINERAIS

MINERALÓIDE: é a categoria que reúne materiais tais como conchas,


pérolas, marfim, âmbar, corais, vidro, etc. Embora sejam formados por
minerais, foram “fabricados” por um animal ou planta.

GEMAS: são minerais ou outros elementos (p.ex., conchas, marfim,


coral) que têm grande valor ornamental, seja na fabricação de jóias,
estátuas, botões ou outros objetos decorativos.

MINÉRIOS: são os minerais que têm grande valor na indústria como as


siderúrgicas (ferro e aço), e são usados em grandes quantidades.
MINERAIS

Já que foi apresentada a definição de mineral, como esse elemento


natural pode ser formado?

Geralmente sua formação ocorre:

(a) a partir do resfriamento e consolidação do magma.

(b) através da precipitação de um soluto (composto) presente em uma


solução saturada

(c) a partir da mudança de estado gasoso diretamente para o sólido que


ocorre em alguns gases emitidos pelo interior do planeta.
MINERAIS

Os minerais podem ser estudados de acordo com várias propriedades


físicas e químicas que são fundamentais para sua classificação, ou seja,
para identificar o tipo de mineral e a qual grupo ele pertence.
MINERAIS
As principais características que devem ser analisadas são:

- Quebra: aparência do mineral quando quebrado. Pode ser na forma de


Clivagem (fragmentação dos minerais obedecendo planos de fraqueza
pré-definidos pela disposição espacial dos átomos, geralmente paralelos
às faces planas dos cristais) ou Fratura: fragmentação dos minerais sem
obedecer a planos de fraqueza pré-definidos;

- Cor: muito importante na identificação dos diversos minerais, embora


diferentes minerais possam ter cores parecidas, ou um mesmo mineral
possa ter diversas cores (devido a impurezas ou variação na estrutura
interna) e alguns minerais possam mudar de cor de acordo com
temperatura, umidade, etc;
MINERAIS

- Brilho: depende da absorção, reflexão ou refração da luz pela superfície


do mineral. Costuma-se dizer que os minerais têm brilho METÁLICO ou
NÃO-METÁLICO, nesse último caso podendo ser adamantino (parecido
com o do diamante), vítreo (do vidro), sedoso (da seda), grasso (da
gordura), nacarado (da concha), etc;

- Transparência: a capacidade do mineral em barrar ou não a passagem


de luz; pode ser Transparente, translúcido ou opaco;

- Traço: avalia a cor do pó deixado pelo mineral ao ser raspado contra


uma superfície de cerâmica branca.
MINERAIS
- Magnetismo: raros minerais podem ser atraídos pelo imã (Ex.,
Magnetita);

- Fluorescência: raros minerais emitem luminosidade ao serem


aquecidos (Ex., Fluorita);

-Dureza: representa a resistência de um mineral à abrasão ou, em outras


palavras, qual mineral pode ser riscado por outro; aquele que for mais
fraco vai se desfazer e ficará em uma posição inferior na escala de
dureza.
Os minerais quanto à sua dureza seguem a chamada “Escala de Mohs”,
onde o talco é o mineral mais frágil e o diamante o mais resistente.
Todos os demais podem ser inseridos nos valores intermediários;
MINERAIS

Dureza Dureza
1 Talco 6 Ortoclásio
2 Gesso 7 Quartzo
3 Calcita 8 Topázio
4 Fluorita 9 Coríndon
5 Apatita 10 Diamante
MINERAIS
MINERAIS
MINERAIS
-ROCHAS ÍGNEAS ou MAGMÁTICAS

- Originadas a partir do resfriamento e consolidação da lava

-MAGMA é o material quando ainda está no interior da Terra


ou dentro de um vulcão.

- LAVA é o mesmo material quando já chegou à superfície.

Consideraremos os dois como o mesmo material.


O MAGMA é um material formado por rocha em fusão (derretidas),
portanto é um fluído natural, muito quente (entre 700o-1200oC),
geralmente avermelhado. Apresenta 3 componentes diferentes:

Þ Líquidos: solução complexa onde predominam silicatos em fusão;

Þ Gases: composta principalmente por água (vapor) e pequenas


quantidades de CO2, HCl, etc;

ÞSólidos: cristais em formação ou fragmentos de rochas que não


derreteram;
Sua formação ocorre com a fusão parcial das rochas, geralmente no
manto superior ou partes profundas da crosta, ou então na Astenosfera
(parte do manto entre 100 e 200km de profundidade).

Em casos isolados o magma é formado mais no interior do planeta,


perto do limite entre manto e núcleo externo e, nesse caso, é chamado
de pluma mantélica.

Não existe um oceano contínuo de magma no interior do planeta.

Os locais de extravasão magma são fixos, os mecanismos tectônicos (de


movimentação das placas litosféricas) controlam a variação de pressão e
temperatura.

Essas regiões são nas dorsais meso-oceânicas (cadeias de montanhas no


centro dos oceanos), margens continentais convergentes (placas
litosféricas em colisão), ilhas vulcânicas, etc.
Atividades magmáticas

-Plutonismo: é o processo de movimentação do magma no


interior da Terra, sem que ele chegue à superfície; quando
esse magma sofre resfriamento e consolidação no interior
da crosta, forma as rochas ígneas intrusivas que têm como
característica marcante, alto teor de sílica e, grande parte
das vezes, uma coloração clara e minerais grandes, bem
visíveis a olho nu.

- Ex.: granito.
Vulcanismo:

Processo de movimentação que faz o magma sair do interior


do planeta e chegar à superfície; quando esse magma sofre
resfriamento e consolidação na superfície da Terra, forma as
rochas ígneas extrusivas que têm baixo teor de sílica sendo,
geralmente, escuras e com grãos muito pequenos, invisíveis
a olho nu.

Ex.: basalto.
As formas de ocorrência das rochas
magmáticas intrusivas:

a) SILL: são corpos extensos, pouco espesso e de


forma tabular quando visto em corte;

b) LACÓLITO: o magma, é mais viscoso, formando


massas intrusivas de forma lenticular, plano
convexa;
As formas de ocorrência das rochas magmáticas intrusivas:

c) LAPÓLITO: tem a forma de uma bacia, de grandes dimensões e,


ocorre sempre no fundo das dobras do tipo sinclinal;

d) FACÓLITO: é um corpo intrusivo concordante, confinado nas


cristas das dobras dos anticlinais ou no fundo dos sinclinais;
e) DIQUE: é uma massa magmática que preenche uma fenda de uma
rocha;

f) NECK: são corpos cilíndricos, verticais que cortam as rochas pré-


existentes. São condutos antigos de vulcões cuja parte superior foi
erodida;

g) BATÓLITO: são massas enormes de material magmático (granítico)


que afloram numa extensão de pelo menos 100 Km2. Denomina-se
STOCK quando ocupar uma área inferior a 100 km2;

h) VEIOS: são massas produzidas pela injeção de magma em fraturas


menores e menos regulares que os diques.
Mas o que faz com que um magma atinja ou não a superfície?

Embora se reconheça que para haver a erupção vulcânica é necessário o


acúmulo de muita pressão, são as características do magma que
definirão seu local final de deposição. Nesse processo a quantidade
(teor) de sílica do magma é muito importante, pois quando presente em
grandes quantidades atua como um espessante do magma, tornando-o
mais grosso e dificultando sua movimentação pelos estreitos caminhos
no interior do planeta. Acompanhe na tabela a seguir:
Magma Granítico
Magma Basáltico
Teor de Sílica
alto (acima de 66%)
baixo (52% ou menos)
Viscosidade
muito viscoso
pouco viscoso
Fluidez
pouco fluído
muito fluído

Atenção!!!
Viscosidade aumenta quando aumenta o teor de sílica. A fluidez é
inversamente proporcional à viscosidade.
Vulcanismo de fissura : rachaduras na superfície da Terra permitem que
o magma saia.

Vulcanismo central: vulcões sozinhos ou em cadeias de montanhas, nas


proximidades do contato entre placas litosféricas.

Hot spots: são vulcões formados no interior de uma placa litosférica (e


não no seu limite com outra).
Quando falamos em erupção vulcânica estamos nos referindo a um
vulcanismo central.

As erupções são classificadas de modos diferentes de acordo com o


material que soltam, quantidade de magma liberado, intensidade, etc. e
recebem nomes diferentes como Pliniana, Stromboliana, Peléeana e
Havaiana.

Os principais tipos são: estrato-vulcão, vulcão de escudo, domo-


vulcânico e cone vulcânico piroclástico. De uma maneira geral as partes
de um vulcão são: cone vulcânico (a elevação), cratera (abertura
principal), câmara magmática (localizada abaixo do vulcão e onde o
magma se forma e é armazenado), conduto vulcânico (caminho que liga
a câmara magmática ao exterior).
- fragmentos vulcânicos: pode ser de diferentes tipos como pedaços da
parede do vulcão, cinzas e poeiras vulcânicas, bombas vulcânicas
(grandes gotas de magma lançados na erupção e que resfriam e
endurecem antes de chegar ao chão), blocos (como as bombas, só que
maiores), pumice (pedra-pomes), etc.;

- gases e vapores vulcânicos: antes durante e depois das erupções pode


haver liberação desses materiais; a maior parte do vapor (de 75% a 95%)
é de vapor de água; podem acontecer pela cratera ou por outros locais
menores como fumarolas, plumas hidrotermais submarinas e gêiseres.
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS ÍGNEAS

Para o estudo e compreensão das rochas ígneas é indispensável que


se analise as seguintes características:

1) Textura (analisa o tamanho, forma e disposição dos minerais na


rocha)

Ø Afanítica: minerais não são visíveis a olho nu. Ex.: basaltos.

Ø Fanerítica: minerais são visíveis a olho nu. Ex.: granitos.


CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS ÍGNEAS

Em uma rocha fanerítica podemos ver que os minerais apresentam


diferentes tamanhos, podendo ser:

Ø Equigranulares: minerais com mesmo tamanho;


Ø Inequigranulares: minerais com tamanhos distintos;
Ø Porfiríticos: cristais muito grandes em meio a minerais pequenos e
com dimensões próximas;

Já as rochas afaníticas (basaltos) podem apresentar estruturas especiais


causadas pelo aprisionamento de gás em bolhas, chamadas de Estrutura
vesicular (cavidade vazia) e Estrutura amigdalóide (cavidade
preenchida).
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS ÍGNEAS

2) Coloração (analisa apenas a proporção de minerais pretos da rocha)


Minerais claros: formados principalmente por Sílica e Alumínio;
Minerais pretos: formados principalmente por Ferro e Magnésio.

A classificação quanto a coloração é:


Ø Leucocrática: com até 30% de minerais negros;
Ø Mesocrática: entre 30% e 60% de minerais negros;
Ø Melanocrática e ultramelanocrática: acima de 60% de minerais
escuros.
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS ÍGNEAS

3) Teor de Sílica (obs.: não tem relação com pH)

Ø Rocha Ácida: mais de 55% de sílica (muitos minerais claros);


Ø Rocha Básica: menos de 55% de sílica (poucos minerais claros).

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