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MINERAIS E ROCHAS NA

ENGENHARIA CIVIL
Paula de Moura Estevão Peroba
Geóloga (UFRN)
Mestranda em Geotecnia (PPCivam/UFRN)
paula.peroba@ufrn.br

Estágio em Docência na Graduação da UFRN


Turma: Geologia (CIV0406) – Turma 01

Natal
2022
Minerais e suas propriedades
Minerais são sólidos inorgânicos que têm composição química em proporções características, cujos átomos são arranjados num padrão
interno sistemático. Quando agregados em diferentes combinações de um ou mais minerais, formam as rochas.

São divididos em classes de acordo com seu ânion ou grupo aniônico. Minerais de um mesmo grupo são similares física e
morfologicamente. Os principais grupos aniônicos de minerais são:

Silicatos - SiO4 é a unidade fundamental: quartzo, feldspatos, micas, etc; abarcam até 90% da composição da crosta terrestre; 40% dos
minerais mais comuns pertencem a essa classe;
Elementos nativos: ouro, prata, cobre, chumbo, carbono, enxofre, etc;
Sulfetos - S2-: pirita, calcopirita (ouro dos tolos);
Óxidos/Hidróxidos - metal(is) ligados a O ou OH-: magnetita, hematita; limonita;
Haloides - ânion halógeno + cátion de baixa valência: halita (sal de cozinha);
Carbonatos - (CO3)2- : calcita, dolomita (calcários, utilizados na produção da cal);

Sulfatos - (SO4)2- : gipsita, anidrita (indústria salineira);

Fosfatos - (PO4)3- : apatita (insumo para fertilizantes).

As suas propriedades físicas macroscópicas podem ser muito úteis, tanto na identificação mineral, quanto na determinação do seu melhor
uso. Para a engenharia civil, as propriedades mais relevantes são: forma, clivagem, dureza e tenacidade.
Minerais e suas propriedades
Forma (ou hábito): é a aparência externa geral de um mineral individual, ou de um agregado de minerais da mesma
espécie. Esta forma pode refletir a estrutura interna, intrínseca do mineral; ou ser determinada pelas condições
ambientais em que ocorreu sua cristalização.
Uma mesma espécie pode ter hábitos diferentes... ...assim como espécies diferentes podem ter o mesmo hábito...
Minerais e suas propriedades
Clivagem: característica do mineral em se romper produzindo superfícies planas (planos de fraqueza) definidas e
paralelas entre si. Evidencia a estrutura cristalina do mineral. Pode ser perfeita, boa, regular ou imperfeita.

Clivagem perfeita da calcita

Clivagem perfeita da moscovita

Clivagem boa do feldspato alcalino


microclina
Minerais e suas propriedades
Dureza: é a resistência que a superfície lisa de um mineral oferece ao ser riscada. Para a identificação de minerais, a
dureza (relativa, não absoluta) pode ser avaliada através de escalas convencionais, sendo uma das mais utilizadas a
Escala de Mohs (criada pelo mineralogista austríaco Friedrich Mohs em 1824).

Na ausência dos minerais de referência, utilizam-se outros com dureza já


identificada, ou, ainda, materiais de dureza relativa conhecida.
Minerais e suas propriedades
Tenacidade: é a resistência que um mineral oferece ao ser quebrado, esmagado, curvado ou
rasgado, sendo sinônima de força de coesão (e de ligação) entre as partículas constituintes. Não
possui relação direta com a dureza. Pode ser:

 friável: se quebram facilmente e fragmentos ficam no lugar (bauxita)

 frágil: se quebram facilmente e fragmentos saltam para os lados (ex.: calcita)

 tenaz: grande resistência contra qualquer ataque mecânico (ex.: quartzo)

 séctil: pode ser cortado em lâminas por um canivete (ex.: gipsita)

 maleável: deforma-se sob o impacto, sem se romper (ex.: cobre, ouro)

 elástico: deformam-se pela aplicação de um esforço, mas retornam a sua forma original após a cessão deste
(ex.: moscovita)
 flexível: deformam-se sem se romper, quando submetidos a um esforço, e a forma permanece após a cessão
deste (ex.: talco)
 dúctil: formam fios sem se romper sob tração (ex.: ouro, prata)
Tipos de rochas e suas origens
Ciclo das Rochas
Os continentes se originam peta transferência de materiais
do manto para a superfície terrestre por processos
magmáticos, cuja cristalização gera rochas as rochas ígneas
e gases que contribuem para a formação da atmosfera,
hidrosfera e, consequentemente, da biosfera.
As rochas (seja ígnea, metamórfica ou sedimentar) expostas
ao intemperismo físico e químico perdem sua coesão, sendo
erodidas, transportadas e depositadas em depressões
topográficas, onde constituem rochas sedimentares.
De modo análogo, qualquer rocha que sofra ação de altas
pressões e temperaturas passa por transformações
mineralógicas e texturais, tornando-se uma rocha
metamórfica. Se as condições de metamorfismo forem
muito intensas, as rochas metamórficas podem se fundir
parcialmente gerando magmas, cuja cristalização dará
origem a novas rochas ígneas.
Rochas ígneas
No processo de resfriamento do magma que ascendeu do
manto à crosta terrestre, os minerais se cristalizam
conforme sua composição química e as condições de
temperatura, que diminui paulatinamente, conforme o
material fundido perde calor para as rochas encaixantes.
Os diferentes tipos de rochas ígneas são formados a partir
dessa diferenciação do magma durante sua cristalização.
As rochas formadas irão variar conforme a composição do
fluido magmático, assim como as condições do seu
arrefecimento.
A taxa de resfriamento do magma tem correlação com a
profundidade do seu sítio de consolidação, e determina a
textura (tamanho dos cristais) das rochas formadas
(plutônicas ou vulcânicas)
Rochas ígneas
Mineralogia essencial: os minerais essenciais são todos do grupo dos silicatos, como feldspatos alcalinos, plagioclásios, feldspatoides, quartzos; os
minerais máficos (a grosso modo, minerais de cor escura, mais ferro-magnesianos), como olivinas, piroxênios, anfibólios e micas, e minerais acessórios.

Olivinas Piroxênios Anfibólios Micas

Muscovita Biotita
Fórmula geral: (Mg,Fe)2SiO4
Fórmula geral: XYZ2O6, Fórmula geral: W0-1X2Y5Z8O22(OH,F)2, Fórmula geral:
– solução sólida
onde: onde: Muscovita - KAl2(AlSi3O10)(OH)2
Hábito: granulares, maciços
Cor: verde, do oliva ao X = Na+, Ca2+, Mn2+, Fe2+, Mg2+, Li+ W = Na+ e K+ Biotita - K(Mg,Fe)3(AlSi3O10)(OH)2
acinzentado ou acastanhado. Y = Mn2+, Fe2+, Mg2+, Fe3+, Al3+, Cr3+, Ti4+ X = Ca2+, Na+, Mn2+, Fe2+, Mg2+ ou Li+ Hábito: laminar, prismático
Clivagem: 2 direções ruins Z = Si4+ e Al3+ Y = Mn2+, Fe2+, Mg2+, Fe3+, Al3+ ou Ti4+ Cor: variada; verde escuro a castanho
Dureza: 6,5 – 7,0 Hábito: prismas colunares, granulares Z = Si4+ ou Al3+. escuro (biotita); incolor translúcida
Tenacidade: frágil Cor: tons de verde a preto; pode Hábito: prismático, fibroso, acicular (muscovita).
Densidade: assumir cores claras radial. Clivagem: perfeita (desplacamento
3,22g/cm³-4,39g/cm³ Clivagem: 2 direções boas (~90°) Cor: verde a castanho, azul ou preto das lâminas)
Usos: gema Dureza: 5,0-7,0 Clivagem: 2 direções boas (~56° e 124°) Dureza: 2,0-4,0
Tenacidade: frágil Dureza: 5,0-6,0 Tenacidade: flexível, elástico
Densidade: 3,03g/cm³ - 3,60g/cm³ Tenacidade: frágil Densidade: 2,70g/cm³ - 3,73g/cm³
Usos: telhas, ornamentação, Densidade: 2,90g/cm³ - 3,60g/cm³ Usos: isolamento elétrico (muscovita)
mineração (metais) Usos: gemas, ornamentação, produção
de asbesto
Rochas ígneas
Mineralogia essencial: feldspatos alcalinos, plagioclásios, feldspatoides, quartzos; os minerais máficos (a grosso modo,
minerais de cor escura, mais ferro-magnesianos), como olivinas, piroxênios, anfibólios e micas, e minerais acessórios.

Plagioclásio (feldspatos calco-sódicos) Feldspato Alcalino Quartzo

Fórmula geral: Na1-xCax(Si3-xAlx+1)O8, Fórmula geral: SiO2 (polimorfo da tridimita,


Fórmula geral: (K,Na)AlSi3O8 – solução sólida
x entre 0 e 1 - solução sólida cristobalita, coesita e stishovita)
Hábito: massas cliváveis, granulares, tabulares
Hábito: massas cliváveis, granulares, Hábito: prismático, faces estriadas, maciços, às
a prismáticas, geminados
tabulares a prismáticas, geminados vezes geminados
Cor: Branco, cinza, rosado, verde, branco
Cor: incolor, branco, acinzentado Cor: incolor ou branco, mas pode assumir diversas
amarelado
Clivagem: 2 direções boas a perfeitas colorações devido a impurezas
Clivagem: 2 direções boas a perfeitas
(~94°) e 1 imperfeita Clivagem: sem clivagem
Dureza: 6,0
Dureza: 6,0 Dureza: 7,0g
Tenacidade: frágil
Tenacidade: frágil Tenacidade: tenaz
Densidade: 2,54g/cm³ - 2,63g/cm³
Densidade: 2,60g/cm³ - 2,76g/cm³ Densidade: 2,65g/cm³
Usos: fabricação de porcelana
Usos: cerâmica, ornamentação, gema. Usos: indústria tecnológica, química e da
construção civil, além de gema e pedra ornamental
Rochas ígneas
Classificação: a principal forma de classificação das rochas ígneas (plutônicas e vulcânicas) é através dos diagramas
Streckeisen. Os diagramas mais utilizados servem para rochas com teor de máficos ≤90%. Para rochas com teores de máfico
>90%, existem diagramas específicos.

Fonte: CPRM
Rochas ígneas
Características gerais:
 Maciças, não foliadas
 Baixa porosidade
 Alta resistência a compressão e ao desgaste por
abrasão

Algumas aplicações: Granito Diorito


 Material de construção (confecção de fundações,
muros, calçamentos, enrocamento, agregado para
concreto)
 Rocha ornamental (pisos, revestimentos,
bancadas, etc.
 Indústria de refratários, vidros e cerâmicas (no Sienito Gabro
caso de rochas com alta concentração de alcalinos,
como o sienito)
 Caso especial: o pegmatito, rocha formada nas
fases finais de cristalização, é composta
essencialmente por feldspatos, quartzo e minerais
raros, ricos elementos químicos incompatíveis;
tem grande aplicação na produção de gemas,
insumos industriais e materiais para construção. Basalto amigdaloidal Pegmatito
Rochas sedimentares
Formação:
i) Intemperismo (físico e/ou químico) e remoção de materiais (sedimentos) de uma
área-fonte;
ii) Transporte por processos gravitacionais, fluviais ou eólicos;
iii) Deposição em região rebaixada topograficamente, em relação a área fonte;
iv) Processos diagenéticos (compactação, desidratação, reações minerais,
dissolução e cimentação) resultam na litificação do pacote sedimentar

Classificação (conforme formação):


 Clásticas ou detríticas: detritos de rochas e minerais transportados (ex.: arenitos,
siltitos, argilitos)
 Químicas: íons em solução precipitados (ex.: calcários, dolomitos, evaporitos,
formações ferríferas - BIFs)
 Biogênicas ou bioquímicas: por ação de organismos aquáticos ou acúmulo de
seus esqueletos (ex.: calcários, diatomitos)
 Orgânicas: acúmulo de matéria orgânica e restos vegetais formando (ex.: carvão
mineral)

Para a engenharia civil, as rochas mais relevantes são as clásticas e as


carbonáticas (calcários e dolomitos).
Rochas sedimentares: Clásticas (detríticas):
Mineralogia: quartzo, feldspatos alcalinos, minerais acessórios, e argilominerais (caulinita, ilita, montmorilonita), minerais secundários, de alteração
do feldspato.
Classificação: tamanho e forma dos sedimentos; e principal constituinte mineralógico.
Coesão: se deve a cimentação (ferruginoso e silicoso são mais comuns) e/ou a presença de argilominerais
Estrutura: são importantes atributos destas rochas, pois servem para deduzir os processos e as condições de deposição. A estratificação, por
exemplo, é uma estrutura bastante comum, que indica as sucessivas sequências deposicionais que, ao longo do tempo, formaram a rocha.

Conglomerado: Arenito Siltito Argilito (Folhelho)

Cascalhos arredondados numa Grãos de quartzo com Grãos de quartzo na fração


matriz arenosa; quando os Formado principalmente de argilominerais. Utilizado
feldspato alcalino silte e argilominerais. O silte na produção de cerâmicas. Quando estratificado em
cascalhos são angulosos, é subordinado, na fração confere certa aspereza à
chamado de brecha. Utilizado finas lâminas, chama-se folhelho, rocha com grande
areia. Estratificados e rocha, apesar de muito fina. concentração de matéria orgânica e fósseis, sendo
como pedra ornamental, muito porosos. Utilizado na produção de
principalmente se for um considerado uma rocha geradora de petróleo e gás
Utilizado como piso e argila para a fabricação de
metaconglomerado (pois revestimento. cerâmicas.
torna-se mais coeso).
Rochas sedimentares: Carbonáticas
Rochas sedimentares geralmente formadas em antigos mares, por ação de microorganismos, como algas e cianobactérias, e pelo
acúmulo de carapaças de animais no fundo marinho, cuja composição é carbonato de cálcio.

Calcários Calcita Dolomitos


Fórmula geral: CaCO3
Hábito: prismático, romboédrico
Cor: branco ou incolor, mas
devido a impurezas pode
apresentar colorações diversas
Clivagem: clivagem perfeita
romboédrica
Dureza: 3,0
Tenacidade: frágil
Densidade: 2,71g/cm³
Obs.: Reage fortemente ao HCl
Dolomita
Calcário mais magnesiano, em que
Fórmula geral: CaMg(CO3)2 predomina a dolomita, ao invés da calcita.
Compostos por >50% de carbonatos (principalmente Hábito: romboédrico, podendo
calcita), quartzo, calcedônia, argilominerais, glauconita, Reage mais fracamente com ácido e é mais
apresentar faces curvas resistente ao intemperismo. Os dois tipos
e minerais acessórios. Reagem com o ácido HCl pela
Cor: rosado, mas pode apresentar podem ocorrer intercalados na rocha. A
efervescência da calcita. Sob a ação de águas ácidas,
ocorre a dissolução da rocha nos caminhos preferenciais outras colorações presença de magnésio impede seu uso
do fluido, resultando na abertura paulatina de fraturas e Clivagem: perfeita romboédrica para fabricação de cimento, mas tem
vesículas. Regiões com alta incidência de calcário Dureza: 3,5-4,0 grande aplicação na indústria agrícola
assumem feições típicas de relevo, denominadas Tenacidade: frágil (correção de solos, aditivo para aumento
cársticas. É amplamente utilizado na indústria da Densidade: 2,85g/cm³ da produção, etc.)
construção (fabricação de cimentos, cal e Obs.: Reage ao HCl, mas de forma
argamassa), e agrícola (corretor de solos). mais branda do que a calcita.
Rochas Metamórficas
São modificações de rochas preexistentes, ocorridas
devido a mudanças nas condições de temperatura,
pressão e/ou pressão de fluidos , distintos dos atuantes no
período de formação da rocha original. O tempo também é
um importante componente.

Ocorre em temperatura superiores às da diagênese (entre


150 – 200ºC e 3 Kbar), e inferiores a da fusão (700 – 1000 ºC).

Tais modificações podem ser:


 Químicas
 Mineralógicas, com cristalização de novos minerais
(alguns, tipicamente metamórficos)
 Texturais (recristalização de minerais preexistentes);
 Estruturais (formação de foliação ou lineações minerais);
 Uma combinação de um ou mais destes.
Rochas Metamórficas
Classificação: conforme a composição mineral, a textura e estruturas presentes; porém, é mais complexa, pela ampla gama de
variáveis (temperatura, pressão, fluidos presentes, variedade de rochas protólito) atuantes no processo e suas possíveis combinações.

A clivagem/foliação (uma das estruturas mais típicas das rochas


metamórficas) é formada em decorrência da orientação mineral quando
a rocha é submetida a um estado de tensões. Porém, nem todas a
possuem (ex.: mármores e a maioria dos quartzitos).

A figura acima mostra a evolução do processo metamórfico ocorrido num mesmo


protólito (neste caso, um folhelho) . À medida que as condições de temperatura e
pressão aumentam, o grau metamórfico também aumenta, ocasionando
modificações estruturais, texturais e mineralógicas na rocha ao longo do tempo.
Rochas Metamórficas
Rochas metamórficas e suas aplicações na construção civil: rochas fortemente foliadas (devido ao alto teor de micas), como o
xisto e o filito, tendem a ter pouca ou nenhuma aplicação na construção civil, pois a xistosidade destas rochas consiste em planos
preferenciais de ruptura, além de apresentarem durezas relativamente baixas, tendo em vista a sua mineralogia. As rochas
metamórficas mais utilizadas na engenharia civil, são:
Ardósia Gnaisse

Rocha de grau metamórfico médio a alto, um dos tipos mais comuns. Pode
Rocha de origem sedimentar, de granulação muito fina (não visível a ser formado a partir do metamorfismo de granitoides ou de de rochas
olho nu),formada a partir de um siltito, sendo composta
sedimentares quarzo-argilosas. Possui foliação típica, denominada
principalmente de micas finas e quartzo. Devido ao metamorfismo
de baixo grau, possui foliação típica, pouco desenvolvida, de alta bandamento gnáissico, composta por leitos de coloração clara (quartzo e
fissilidade, denominada clivagem ardosiana. Coloração varia entre o feldspatos), intercalados com leitos de coloração escura (biotita e anfibólios).
cinza e verde, e possui um brilho muito característico, acetinado e O bandamento é geralmente descontínuo e de espessura variada. São
fosco, nos planos de foliação. Possui boa resistência mecânica e rochas de elevada resistência mecânica, baixa porosidade. Utilizadas na
propriedades de material isolante térmico. É utilizada como rocha construção civil (brita para fundação, pavimentação, enrocamento,
ornamental para pisos, tampos e bancadas. componente do concreto, etc.), e como rocha ornamental.
Rochas Metamórficas
Rochas metamórficas e suas aplicações na construção civil: as rochas metamórficas mais utilizadas na engenharia civil, são:

Quartzito Mármores

Rocha de cor geralmente branca a cinza, formada a partir do Rocha maciça, formada a partir do metamorfismo de calcários,
metamorfismo de arenitos, composta quase inteiramente por composta essencialmente por calcita e/ou dolomita, com outros
quartzo. São mais frequentemente maciços, mas podem minerais subordinados (quartzo, talco, tremolita, diopsídio, olivina),
desenvolver foliação devido a formação de moscovita, a partir que podem servir de minerais índice, para estimar a pressão a que a
do metamorfismo de argilominerais presentes no protólito.  São rocha esteve submetida. Utilizados principalmente como rocha
rochas duras, com alta resistência à britagem, ao corte, e a
ornamental para revestimentos em ambientes interiores,
alterações intempéricas e hidrotermais . É utilizado como
material de construção para pisos e calçamentos. podendo ser aplicados em pisos e paredes, bancadas, etc.
Prática
Em campo, como identificar o tipo da rocha?
-Conhecimento prévio da geologia da região (revisão bibliográfica)
-Lupa
-HCl diluido 10%
-Elementos para teste de dureza (unha, palito de fósforo, moeda de cobre, placa de vidro,
canivete, cristal de quartzo, etc.)
-Íma

O que observar, para classificação petrográfica da rocha?


-Mineralogia
-Estrutura (foliação, estratificação, maciça)
-Textura (tamanho dos cristais/grãos)
Prática
i) Granito versus Gabro? vi) Veio de Quartzo versus Mármore?
O segundo terá alto teor de minerais máficos. Veio não é riscado pelo canivete (dureza 7,0 do quartzo) e não
efervesce com aplicação do HCl, ao contrário do mármore.
ii) Gabro versus Basalto?
vii) Ardósia versus Folhelho?
O gabro é possível distinguir os cristais, no basalto não.
Folhelho possui menor resistência mecânica e maior fissilidade
iii) Gnaisse versus Granitoide? (estratificação laminar), enquanto que a ardósia possui
O gnaisse possui foliação metamórfica típica, com orientação mineral foliação bem menos evidente (clivagem ardosiana). O folhelho
e bandamento (alternância de faixas claras e escuras); podem haver não possui, na superfície das suas lâminas, o brilho fosco
feições que indiquem que sofreu deformação (sigmoides). acetinado, típico da ardósia.
viii) Ardósia versus Xisto
iv) Gnaisse versus Xisto?
Granulometria da ardósia é muito fina, indistinta a olho nu,
A mineralogia do xisto tende a ter maior teor de micas, a foliação é em
diferentemente do xisto. A foliação do xisto é bem mais
lâminas, não há bandamento.
marcante. O brilho do xisto é micáceo (lembra glitter),
v) Xisto versus Arenito? enquanto que o da ardósia é fosco e acetinado.
A mineralogia do xisto consiste em alto teor de micas e terá menos
coesão (fissilidade das “folhas” que compõem a foliação xistosa);
enquanto que o arenito é mais quartzozo e tende a ser mais coeso e
mais duro (senão estiver intemperizado), por causa do seu processo de
cimentação.
Bibliografia
Teixeira W. et al. (2009) Decifrando a Terra [2.ed.]. (livro disponível pela plataforma
da USP)
Materiais de aulas da Disciplina de Petrologia, disponibilizada pelo Instituto de Geoc
iências e Ciências Exatas da UNESP
Apostilas da disciplina de Geologia de Engenharia, disponibilizadas pela Universidad
e Nova de Lisboa
Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo 
Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert
Recursos Minerais de Minas Gerais - CODEMGE

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