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ABSTRACT ca " pedr a ve rde" : a o rigem do te rmo é mundo revela que, sob o ponto de vista
This paper rev iews th e m ain oc- um ta nto duvidosa , tendo -se deri vado geo lógico, estes se man ifestam com
currences of emerald in Brazil ineludi ng provavelmente do pe rsa ou do hindu uma série de caracte rísticas pratica -
the M ines of Itabira (M inas Gerais Sta - ant igo. Na ant igu idade eram assim de - mente idênticas com relação ao tipo de
tel. Santa Teresinha de Go iás ( Go iás nom inadas não somente a esmeralda , ocorrência , gênese. rocha encaixante e
State ) and Carnaíba 1 Socotó ( Bahia mas poss ivelmente todas as gemas ver- geolog ia regiona l.
State ). des ' conhecid as. A esmeralda , por defi- No presente art igo são discutidas
The M in e of Itabi ra is associ ated nição , é a varieda de verde- g ram a do algumas das pr in cipa is características
w ith schists wh ich contain meta u ltra- berilo ( Be3A I2 ( Si03 16 I cuj a intensi - m ineralógicas e geológicas e ocorrên -
mafic intercalati o ns of biotit e/ phlogo - dad e de co r é altamente dependente do cias prod utoras de esm eraldas no Brasil.
pite -, chl o ri te-, and tremolite/act in olite - teor do s elementos crom o, ferro e va - Elas ineluem as jazidas de Santa Teresi -
schist , as we ll as pegmatoid and quartz nád io , os quais substit u em o aluminio n ha de Go iás ( GO L It abira ( MG ) e o
ve ins from adjcent granitic rocks. X -Ray na est rutu ra cristalin a. As suas p rinc i - con jun to Carn aiba/So cotó ( BA L além
diffraction studies revea led m ica, qua rtzo pai s pro priedades f isicas são a dur eza de out ras oco rrênci as de me nor rele -
carbonete, feldsp ar. am p hi bole . apatite relat iv a va rian do de 7 112 a 8, a dens i - vância espalhadas pelo territ ó rio nacio -
and ralston it e as crystall ine inclusio ns. dade relativa cujo valor var ia ent re 2,65 nal.
In add it ion , optical stu dies revealed a a 2,78 e os índices de ref ração com p re -
great amount of m inu t e g rowth tub es endidos ent re 1,570 e 1.600 ( Sin kankas, 2 - A ESMERALDA NO BRASil
parall el to t he c-axis of t he em erald an d 1981, We bster , 1983 l. Embora a esm e - Como aponta Sauer ( 1982 b l.
many cavities filled w ith two -, th ree- , or ralda seja um mineral de dureza relati - desde a descoberta o Bras il t em a sua
mu ltiphase inclusio ns. vam ente alta, ela ~ pou co tenaz , um a história marcada pela t rilha das pedras
Emerald from Santa Te resinha vez que as su bst itu ições estr utura is de precios as. Os portugueses que aqui
de Goiás occurs in talc-schists of the cro m o dim inuem as forças de ligações aportaram em 1500 já alimentavam sua
Santa Teresinha sequence de rived from . ent re os an éis de silício . Est rutu ral- am bição com os tão sonhados tesouros,
metaultrabasic rocks . The or ig in of the mente, o be rilo é um m ineral do sistema representados por ou ro e pedras pre -
beryll ium is a controverted subject, but hexagona l, cuj a estrutu ra cristalina fo i ciosas . As príme iras incu rsõ es pelo in -
seems to be derived trom surroundin p dete rm in ada por Bragg e West ( 1926, in terior do Brasil , na busca dessas rique-
granitic rocks . The beryl is usually id io - Sin ' ank as. 1981 ). É im po rt ante notar sas, tiveram in icio com as chamadas
morphic and contains a gr eat number of ainda q ue c s característi cas físicas da Entradas e Bandeiras, ocorridas por
opaque an transparent clouds. Most of esm eralda, especialme nte a dens idade volta da segunda metade do século XVI.
the clouds are related to crystall ine in - relat iv a. o índi ce de refr ação e a birre - Em 1672, a ar istocracia paul ista se dis -
e1usion of picotite , carbonate, talc, pyri - f rin gên cia, assim com o o pleocro isrno. p ôs. pelos seus próprios recursos, a
te, chalcopyrite, pent land ite . m ica, am- variam de jazida para jazida. As dema is procurar riquezas m inera is no interi or
ph iboles, melanterite , du mortier it e and var ieda d es do ber ilo são o heliodoro da então co lõnia. Cabe lembrar aqu i o
pat ronite. ( am arelo ) . a água -ma rin ha ( azul L a nome de Fernão Dias Paes Lem e como
In Carna iba /Socotó t he em erald m organ it a ( rósea l. a b ixb ita ( verm e- o m ais im po rtante dessa fase, inici ando.
occu rs in me taultrabasic rocks wh ich are lh o- salm ão l e a gosh enita ( incolo r ) em 1674, a sua investid a em busca da
intercaleted w ith quartz ites of the Jaco - ( Schu m an n, 1982 ). " terra das esmera ldas" . Ent retanto o
bina Group surrou nd in g t he Carna íba fam oso bandeirante na sua bu sca insa-
Por serem os berilos min erais
Gra nite, and in the me tabas ic enelaves na não encontrou o qu e procurava , mas ,
acessór ios com uns em ve ios gra n it icos
o f th e Campo Formoso Bat ho lite. M ica sim . tu rma linas verdes.
de caráter pegm atíti co, a form ação d a
( biotit,e/ph logopit e I is t tie m ost fre - esm eralda está gera lmente associada às
que nt m ineral inelusion in t he em era ld . fases finais d e con solid ação do mag ma
Oth er crystalline inelu sio ns are t rem o li - gra nítico ( fases peqm at ttica. pne uma - * Depa rtamento de Geo log ia da Un i -
te, carbo nate, molybden ite , hernat ite, to lít ica e hidro terma l I. A massa peg- vers idade Federa l de Ouro Preto -
goeth ite, pyrite and emera ld . Flake -Ii ke ma tít ica rica em Be, entr and o em con - DEGEO/UFOP
flu id inelusions and growth phenomena tato com ro chas ma is ou menos pl ást i - * * Departamento de Geo logia da Un i -
are present too .
cas e ricas em cromo. poss ib ilita a cris - vers idade Federa l de Ouro Preto -
1 - INTRODUÇÃO talização da esm eral da ( Beus , 1966 ). DEGEO/UFOP
O nome esm er alda veio até nós Uma análise comparativa entre *** Instituto de Geologia da Universi-
através do grego "s rnaraqdo s" e sign if i - os principa is depósitos de esmeralda do dade de São Paulo - IG IUSP
18 Terceiro Trimestre/87
As oco rrências das verdad eira s recentes são repr esentada s pela jazid a pela est rada não pavimenta da que liga
esmeraldas só apa recem nas pr im eiras de ltabira ( Bastos , 1981 I, localiz ada nas Ita bir a a Nov a Era ( MG-1 20 ). Esta ja-
décadas do século XX , po rém semp re pro xim idades da cidade hom ônim a, em zida, descobe rta acidentalmen te em
desprovida s de in teresse econ ôm ico . Mi nas Gerais, descob erta em 1978, pela 1978 po r um funci onári o ferrov iário, é
Brumado, na Bahia ( ex-Bom J esus das jazid a de Santa Te resinha de Goiás mi ner ada pela empresa Belmont Gemas
M eiras l. constitui, possive lmente, a re - (Cassedann e & Saue r, 1984 I, desco berta Ltda ., detentora do decreto de lavra
ferênc ia mais ant iga de oco rrênc ia de em 1981, e, po r últ im o, pela jazida de concedido em junho de 1981 .: A lavr a ~
esmeralda no Brasil. Ent re 1912 e 1913 Socotó , Bahia, descoberta em 1983. A executada a céu aberto, segu indo-se um
foram descobertas esmeraldas de exce- g rande potencial idade em te rmos pro - plane jamento racional para o aprovei -
lente qualidade no flanco ocidenta l do dutivos dessas t rês jazida s, em especial tamento da esme ralda.
vale do Ribeirão Pira já (Just, 1926, Caso. a da jazida de Santa Teresinha de Goiás
sedanne e Cassedanne. 1978, Sauer. e a de Socotó . junta me nte com as jazi- 3.1 - CONTEXTO GEOLÓGICO
1982a, Cassedanne . 1984 I. Estas esme - das de Carnai ba. fez com qu e o Brasi l A jazida de Itabira encont ra -se
raldas foram exploradas por meio de passasse a ocupar, nos úl tim os anos , em área aind a caren te de trabalhos
catas e poços abertos na eluvião. Outras um lugar de destaqu e entre os princi - geológ icos sistemáticos em escala de
antigas ocorrências são reg istradas, por pais produtor es m undi ais desta gema . detalhe ou sem ide ta lhe. Haja vista que o
exemplo, na Fazenda das Lajes ( ou lta- mapea m ento USGS- DN PM, que' dotou
bera i l. no Estado de Goiás ( Lein z & 3 - A JAZIDA DE ITABIRA. MINAS a região do Quad rilátero Fer ríf ero na
Leonardos, 1959 l. descoberta em 1920; GERAIS parte central de Minas Gerais com a im -
em Santana dos Ferros , no Estado de A jazida de esmeralda de It abir a po rtante base geol ógica na escala de
Mi nas Gerais ( Cunha , 1961 ), desce- ou M ina Belmo nt está localizad a na re- 1:25.000, não incor po ra a referi da re-
ber ta também em 1920; na Fazenda dos gião central do Estado de Mi nas Gerai s. gião . Referências dessa jazida no con -
Pombos, Bahia ( Cassedanne, 1984 l. O acesso principal, a part ir de Belo Ho - texto geolég ico local ou regional pod em
descoberta em 1950; e em Tauá, Ceará ri zonte, é feito po r meio de rodovia pa- ser enco ntradas em Bastos ( 1981 l.
( Cassedanne et alii, 1979, Castelo Bran- vim entada até à cidade de Itabira, nu m Sauer ( 1982a ). Cassedan ne ( 1984 I,
co et alii, 1984, Cassedanne, 1984 l. des- percurso de ap ro ximadamen te 100 km , Men des et alii ( 1985 ) e H ânn i et alii
coberta em 1954. Em M inas Gerais, seguindo -se depoi s por cerca de 18 km ( 1987 l.
além de Santana dos Ferros, também
fo ram encontradas esme raldas em Ara-
çuaí, Guanhães, João Pinheiro, Sabinó -
po lis, São José do Corutuba ( Grão Mo -
gol I e Juerana ( Sauer, 1982b l. Contu -
do nenhuma dessas ocorrências produ -
ziu pedras com qualidade e quantidade
economi cam ente sign if icativas. .
A primeira descoberta de uma
ocorrência de esmeraldas com im po r-
tãncia comercial teve lugar em Salin inha
( Draper, 1963 l. ' no município de Pilão
Arcado, na Bahia, em 1963. É digno de
nota que o material ali descoberto não
foi cons ide rado de início como esme ral -
da propriamente dita. Confo rme asse-
guram Sauer ( 1982 a I e Cassedanne
( 1984 l. o " Gem o logical Institu te of
Am erica" foi a prime ir a insti tuição a re-
co nhecer de fato . em agosto de 1963.
esseS ber ilos colori dos pela presenç a de
vanádio como sendo verdadeiramente
esm eraldas de qual idade gemológica.
Em 1964, foi encontrada na serra da Ja -
cobi na, Bahi a , uma série de oco rrências V+(/;:;;;:I Gruv<> ltobiro (For;mação ferr lfera -
',::'/c','<,/ dolomilo s e cal cari as)
de esmera ldas , as quais são co nhecid as,
~ Grupo Cara ço (quortzitos,m lccl1ds
em seu con junto, co mo jazidas de Car- ~ tas e f ilitos ) -
naíba ( Selig , 1965, Gr iffon et alii, 1967,
Cassedanne & Cassedanne . 1974, Mo -
~ Seqüência de xistos verdes
20 Terceiro Trimestre/87
não cicatrizadas ou preenchidas por pegmató ides ) e as rochas metaultra- 4 - A JAZIDA DE SANTA T ERESINHA
ma te ria l epigenético são, também . ob- máficas po rtadoras dos elemen tos cro - DE GOIÁS
serv adas. mófor.os ( cromo" ferro e vanád io l. A A jazida de esme ralda de Santa
percola ção dos veios peg matíticos nes- Teres inha de Goiás está localizada a 330
Mineralização e gênese - A es- km a no roes te de Brasíli a e cerca de 303
tas rochas promove, pelo efei to . metas -
m eralda da jazida de Itabira ocorre pre- km ao norte de Go iãnia. A região do s
somático de contato, a transferência do
dominantemente associada aos xistos gar impos dista aproxi madamente 21 km
derivados de rochas metaultramáficas eleme nto berílio e a crista lização da es-
a NE da cidade homôni ma, cujo acesso
em locais de intensa percolação pegma- mera lda nas au réolas de alte ração das
pode ser feito a partir da rodovi a Be-
tit ica. Estes xistos . •epresentados espe - rochas metaultramáficas, aqui repre - lém- Brasíli a, via Hidrolina ou Pilar de
cialmente po r biotita/flogopita-xisto. sentadas principalmente pelos bio ti - Goiás . A descoberta da jazida oco rreu
clo rita -x isto e tremolitalactinolita -x isto J aciden talmente, em 198 1. quando da
ta/flogopita -xistos, clorita -x istos e t re -
const ituem int ercalações decimétricas a abertura de uma estrada ru ral na reg ia'o
mo lita /actinolita -xistos. A cor ve rde -
m étricas associadas a micaxistos pelíti - m ineralizada.
cos e anf ibolitos, altamente intemperi - grama da esmeralda. a exemp lo do que
zados. A área mineralizada ocorre nas se veri fica em outros locais ( Fersman,
4.1 - CONTEXTO GEOLÓGICO .,' ..
proxim idades do contato entre os x istos e 1929 1. é um a conseq üência da incor po- Conforme most ra a Fig ur a 2, a
as rochas gná issicas estéreis a oeste . ração na sua rede cr istali na de ínfim as geologia da reg ião dos gar impos de
A formação da esmeralda, neste caso, Santa Teresinha de Goiás é marcada
está inti m am ente associada à interação quantidades de cromo , ferro e vanád io
por uma seqüência de três conjuntos
quím ica ocorrida entre a fase pegmatltir existe ntes na hospedeir a metau ltramáfi - tectôn icos distintos. Segu indo uma dis -
ca beri li f er a ( representada pelos veios ca. posição aproximadamente de SW para
NE, tem-se um con jun to de rochas de
baixo graú metamórf ico consti tuído de
c1orita-xistos, talco- xistos e sericita-
xistos, onde estão local izadas as m ine -
ralizações esmeraldíferas da região. Na
porção leste da área aparece um com-
plexo gnáissico-anfibolít ico contendo
gnaisses , anfibolitos calcossi licatados e
cian ita-xistos . Fina lmente, na porção
NW tem-se um complexo granit ico -
gnáiss ico, que , po r sua vez, é cor tado
por um batólito granitico a oeste ( Ri-
beiro & Sá, 1983 I.
'Souza e Neto (1984) denominaram a
seqüência de xistos c1oríticos e ultrabá-
sicos da área do garimpo de seqüênc ia
Santa Teresinha . Esta seqüência é re -
presentada por um con junto- de rochas
de baixo grau metamórfico . cujas "fa-
cies" mais comuns são clor ita-qua rtzo -
xistos, sericita -q uart zo-xistos e talco ..
xistos. Esse con junto estende-se das
im ediações da cida de de Santa Teres i -
nha de Goiás . para norte e nordeste, na
fo rma de uma fai xa estre ita. bordejada
por seqüências de alto grau me tamórfi-
co a SW , SE e NW. ficando em aberto a
EZj+
+
+
+
,
Granito Sôo Jose do Alegre 20>-" Foli a ção NE, na região do Rio dos Bois . Do pon to
de vista econômico , as rochas mai s im -
l-=-..::>1 Complexo granito - gnólsslco .,.
/
Ga rimpo em a t iv idade
portantes da área são os ta lco -x istos ,
visto serem o metalotecto das minera li -
~ Complexo gnóissico -anfibolltico // Fra tu ro
zaçôes de esmeralda até ago ra conheci-
~.
/ Folha das. Os talco-xistos são rochas de co -
SEQÜÊNCIA DE MICAXISTOS
II li ../ loração verde -clara, quando em estado
/ / 1 1 1 Magnetita-xista / / Es trodo s ecundór ia fresco, passando a amarelada com o
1I I
I
avanço do intemperismo . Exibem uma
r~f~~:1N{;.;] iaaicc:_":i::~' bioti t~ e dolom ita - sedos idade pecu liar ao tato, granulação
ESCA LA fina , est rutura fo liada e textu ra lepido-
~~l:2'01Se ricita - quartzo -xisto O
I
I 3km .
I
blástica. Podem conter, ainda, quanti-
dades var iáveis de c1orita, dando a im -
f :: :: : :: I
Clorito-xis to
(mod it . de Ribe iro e Só, 1983)
pressão de que existe uma gradação
completa entre os c1orita -xistos puros e
os talco -xist os puros. Ocorrem como
Fig ur a 2 - Mapa geológico da região dos garimpos de Santa Teresin ha de Go iás.
22 Terceiro Trimestre/87
Em Socotó, um complexo de ro -
chas predom inantemente graníticas
( batól ito de Campo Formoso ) ocupa
LEGE NDA
um a área sem icircular de aproximada -
QUATERNÁRIO
mente 700 km 2 , com variaçoes para ti-
~ Alü..,lo$ • Colú... los
L~ pos pet rog ráficos def inidos como ada-
Q UATERN J(R IO . TERC IÁ R IO
me litos a g ranodi o ritos ( Fig . 4 I. Se -
D Ca noa, 101lrllo
gundo Couto ( 1984 ), na parte no rte
deste co rpo. existe uma d ivers idade de
~-""'",-- I
I~ ++ + + +3 Gra nito de Cornol'bo tipos pet rog ráf icos . onde são ident ifica-
dos desde quartzitos relacionados com
PRÉ - CAMBRIANO
D Grupo Jacob ino ... qua rtz itos
metassed imentos que compóem a serra
da Jacobina até anf ibo litos. ,{,etabas i-
rv:vJ .
~ Mlfa ull rObOl lcol tos e metau ltrabasitos . em ge ral ser-
pent in izados . além de man ifestações
E=-=3 Miomol lt os pegmatíticas. Esses corpos básicos e
ultra básicos. considerados como a ro-
,. .. " Rochos co, geló ,li cas cha encaixante da esmera lda . ocor rem
y Área de QorlmpoQem intercalados nos quartzitos do Grupo
/'
/"
.. ~
Contato lI tol óOlco 1I OU l'lrotlorátleo
-+'+".. . + +
+
+
+ +
+ técn ica de abertura de poços profundos
e de galerias. instalando na reg ião os
~
~.\
+.......
+, +
+
+ trabalhos subterrâneos. Em Carna íba e
+ :--~ ~"'b-Q.; +
Socotó os métodos de traba lho são
id ênticos aos de Santa Teresinha de
+["'1 + + O""
v +" +
Goi ás. O trabalho subterrãneo é execu-
+ tado por me io de escavações em poços
e galerias ( grunas l . os qua is têm a f i -
nalidade de da r acesso aos veios m ine -
rali zados em esmera lda . O desmonte do
material é feito manualmente co m a uti-
lização de picaretas. ponteiras e alavan -
caso ou com o auxl io de explosivos . O
transporte nos poços é realizado através
de caçambas fabr icadas com pneu máti-
cos, içadas por gu inchos elétricos ou
+ + +
sarilhos m anuais. Como em Santa Tere -
+
•
• +
• +
+
. • sinha , nesses do is gar impos, a organ i-
zação dos trabalhos é mantida pelos
" donos de serviço", que são pessoas
te:.: -J DeP&SlfOl d. talus • Campa•• o Itop lcu ru (quartzitos)
detentoras de capital para manter a la-
Ira Velol d. quartzo ·1_:.,: J Ir Ultromontol vra em andamento e pagar os ga rim-
+ + 80161110 Qfonltlco de. Co"1lO Formoso . rTlll Anllbolllo. (01). melobo.,1OI1mble
r+l. peiros semanalmente pelos dias traba-
L.!J ~ meIOl!"robo.'los (mub)
lhados, além de terem uma participação
')t Áreo de gorlmpogem Q! ?Km na produção de esmeralda . O gar impo
de Carnaíba contém ainda m ineraliza-
Figura 4 - Esboço geológico da região dos garimpos de Socotó, BA ( modificado de ções de molibdenita na forma de mas-
Couto, 1984 ) sas geralmente compactas. dissemina-
24 Terceiro Trimestre/8 7
1984 ). Local m ente p redom inam flo go - Pire nó po lis. Conform e Araúj o e Leo- CASSEDANNE. J . P. & CASSEDA N NE ,
pita-tremoli ta - xistos. micaxi sto s, anfi- na rdos ( 1986 l. a esm erald a ali encon - J. O . N ote su r la mine d'emerau de
bo litos, lentes apliticas e peg m at íticas tr ada é de col o ração ve rd e-escura, de de Carna íba . Ass. Franc, Gemm.
com apro ximadamente um metro de boa qualidade, on de o cr omo em torno 40 :4 -8,1974
espes sura . As lentes pegmat itica s são de 2.500 ppm é o pr incipal crom ófor o. CASSEDA N NE , J . P. & CA SSEDANN E,
comp ostas essenc ialmente po r quartz o, Ela oco rr e em cristais hexagonai s de 0.1 J . O. Famo us mi neral locali t ies; th e
feldspato e apatita . estand o pre sentes a 0,5 cm d e diâ metr o e comprim ento d e
Brum ado di strict, Bahia, Brazil. The
ocasionalmente, também , afrisita e tra- até 1,5 em, sendo que os pri sma s aco m -
Minera logical Record. 9 ( 3 ):
ço s d e bismuto ( Sauer, 1982a. Casse - panham as supe rf ícies da s microd o b ras
196- 205, 1978.
canne. 1984 ). de crenu lação dos biotit itos . A inda, se -
As esmeralda s são .enco nt radas g u ndo os referi dos au to res, a form ação CASSEDANNE, J . P.; CASSE DA N NE ,
geralmente no co nt ato das lentes peg - dessa esmera lda é resultante de proces- J. O.; MELLO, Z. F. As esm era ldas
m at iti cas com as enca ixantes xi sto sas e sos m e tassorn áticos que acompanha- de Tau á e Pilão Arcado. M in. Met .
mai s raram ent e no interi o r dos próp rios ram a greisen ização dos talco-x istos 43 ( 4 10 ): 50-8,1979.
pegm at itos. Conforme asseguram Cas - q ue oco rrem interca lad os aos m icax is -
CASSEDANNE, J . P. A s esmeral das do
telo Branco et al:j ( 1984 ). as esmera ldas tos e quartz itos considerados do Grupo
Bra sil. Brasil Relojoeiro e Joalheiro.
de Boa Esperança de ixam mu ito a de - A raxá. Estudos de i ncl usões d essa es-
25 ( 283 ): 76 -82, 1984.
sejar no que se refere ao aspecto da co r. mera lda bem como dados quantitativos
pureza e grau de cristalinidade. As pr in - da produção local não foram en contra- CASSE DANN E J . P. & SAUER. D. A.
cipai s inclusóes cr istal ina s são repre - dos na literatura . T he Sa nt a Teresinha of Go iás
sentadas po r m icas d e conto rn o hexa- eme rald deposits. Gem s & Gemo!.
gonal e hexago nal deformado. anfibólio 7 - AGR ADECIMENTOS 20 ( 1 ): 4,13 ,1984.
esverdeado seme lhante a bambu ( tr e- Os auto res de ixam consignados
molitalactin oli ta L placas escu ras d e os seus agradecimentos á empresa CASTELO BRA NCO , R. M. G.; SCH -
hem ati ta de tona lidad e li g eira men te Belmont Gemas Ltda .. na pessoa do Sr. WARZ , D.; SV ISERO, D. P.; MEN -
azul ada . de nt re ou tr as. Ron aldo Fonseca Ribeiro, que mu ito DES , J . C. Dados mineralógicos da
Salininha. Bah ia - Essa jazid a. gentilment e nos cede u amost ras para esm eral da da Fazenda Bo a Espe-
co n hecida também com o Piláo A rcado . estudos m ine ralóg icos e franqueou o rança , Mu nicíp io de Ta uá . Ceará .
fo i descoberta em 1963 e est á locali zad a acesso- ao local da M ina de Itabira . In : CONGR . BRAS . GEO L.. 33, Rio
a W SW de Ju azeiro. no NW do Esta do Ag ra dece m também ao geólo go Pedro de Janeiro, 1984. Anais... v. 10. p.
da Bah ia, estand o at ua lme nte subm ersa A . Co uto, da Compa nh ia de Pesqu isa e 4986 -94 .
pe las águas da bar ragem de So br ad i - Recu rsos M inerais ( CPRM l. pela col a - COSTA , S . A . G . Co rre lação da seq üên-
nho. A descobe rt a d esta oco rrência de boração p restada durante trabalhos cia enca ixa nte das esme raldas de
esmeralda fo i, para o Br asil, d e um a im - realiza do s nas jazid as de Socotó e Car - Sant a T eresinha de Goi ás com os
po rtância hi st ó ri ca relevan te . Resol veu na ib a, e ao Professor Dr . Evaristo Ri - terr enos do ti po gre ensto ne belt de
defini ti v am ente a qu es t ão refe rent e à beiro Filh o pe la leitura do m anuscri to . Crixás e ti pol o gia dos depó sit os. In :
aceit ação do elemento vanád io como Os autores Juarez Lea l de Souza e Júlio CONGR . BRAS . GEO L.. 34 . Go iâ-
um agente corante para as esmeralda s e César Mendes agradecem aos órgã os nia . Anais... 1986. v . 2. p.597 ·614.
m arcou o início da pr odução bras ile ira PICD/CAPES/UFOP e CNPq pel o su- COUTO. P. A . & ALME IDA. J . T . Geo -
de esmeraldas de im portância verda- porte f inanceiro obtido através de Bol - logia e mmera lizações na área d o
deiramente comercial. sas de M est rado, respecti vamente . Dar - garimpo de Carna íba . Bahia. In :
Os trabalhos de escava ção ao cy P. Sv isero e Juarez Leal de So uza CO N G R. BRAS . G EOL.. 32 . Salva -
lo ngo do contato de um pegm atito cau - agradecem ao CNPq pelo auxíl io d e dor. Anais ... 1982. v . 3, p. 850-61 .
lin izado encaixado em ta lco-xistos e- pesquisa recebid o ( Proc. n 2 407038/87
CO U T O , P. A. Garimpo s de esmeraldas
gn aisses perm itiram a ret irada de algu - GLlFV l.
de Carna íba . In: Ga rimpos do Bra-
m as centenas de qu ilogramas de es -
sil. Boletim Avulso n~ 5, Brasíl ia,
m er aldas durante um per 'odo de um
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Escola de Minas