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ReI.ista Escda <Etv1rns, 4q3):1&26.

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Aspectos Mineralógicos e Geológicos


das Esmeraldas Brasileiras

J ua rez Leal de Souza *


J ú lio César Mendes * *
Darcy P. Sv isero * **

ABSTRACT ca " pedr a ve rde" : a o rigem do te rmo é mundo revela que, sob o ponto de vista
This paper rev iews th e m ain oc- um ta nto duvidosa , tendo -se deri vado geo lógico, estes se man ifestam com
currences of emerald in Brazil ineludi ng provavelmente do pe rsa ou do hindu uma série de caracte rísticas pratica -
the M ines of Itabira (M inas Gerais Sta - ant igo. Na ant igu idade eram assim de - mente idênticas com relação ao tipo de
tel. Santa Teresinha de Go iás ( Go iás nom inadas não somente a esmeralda , ocorrência , gênese. rocha encaixante e
State ) and Carnaíba 1 Socotó ( Bahia mas poss ivelmente todas as gemas ver- geolog ia regiona l.
State ). des ' conhecid as. A esmeralda , por defi- No presente art igo são discutidas
The M in e of Itabi ra is associ ated nição , é a varieda de verde- g ram a do algumas das pr in cipa is características
w ith schists wh ich contain meta u ltra- berilo ( Be3A I2 ( Si03 16 I cuj a intensi - m ineralógicas e geológicas e ocorrên -
mafic intercalati o ns of biotit e/ phlogo - dad e de co r é altamente dependente do cias prod utoras de esm eraldas no Brasil.
pite -, chl o ri te-, and tremolite/act in olite - teor do s elementos crom o, ferro e va - Elas ineluem as jazidas de Santa Teresi -
schist , as we ll as pegmatoid and quartz nád io , os quais substit u em o aluminio n ha de Go iás ( GO L It abira ( MG ) e o
ve ins from adjcent granitic rocks. X -Ray na est rutu ra cristalin a. As suas p rinc i - con jun to Carn aiba/So cotó ( BA L além
diffraction studies revea led m ica, qua rtzo pai s pro priedades f isicas são a dur eza de out ras oco rrênci as de me nor rele -
carbonete, feldsp ar. am p hi bole . apatite relat iv a va rian do de 7 112 a 8, a dens i - vância espalhadas pelo territ ó rio nacio -
and ralston it e as crystall ine inclusio ns. dade relativa cujo valor var ia ent re 2,65 nal.
In add it ion , optical stu dies revealed a a 2,78 e os índices de ref ração com p re -
great amount of m inu t e g rowth tub es endidos ent re 1,570 e 1.600 ( Sin kankas, 2 - A ESMERALDA NO BRASil
parall el to t he c-axis of t he em erald an d 1981, We bster , 1983 l. Embora a esm e - Como aponta Sauer ( 1982 b l.
many cavities filled w ith two -, th ree- , or ralda seja um mineral de dureza relati - desde a descoberta o Bras il t em a sua
mu ltiphase inclusio ns. vam ente alta, ela ~ pou co tenaz , um a história marcada pela t rilha das pedras
Emerald from Santa Te resinha vez que as su bst itu ições estr utura is de precios as. Os portugueses que aqui
de Goiás occurs in talc-schists of the cro m o dim inuem as forças de ligações aportaram em 1500 já alimentavam sua
Santa Teresinha sequence de rived from . ent re os an éis de silício . Est rutu ral- am bição com os tão sonhados tesouros,
metaultrabasic rocks . The or ig in of the mente, o be rilo é um m ineral do sistema representados por ou ro e pedras pre -
beryll ium is a controverted subject, but hexagona l, cuj a estrutu ra cristalina fo i ciosas . As príme iras incu rsõ es pelo in -
seems to be derived trom surroundin p dete rm in ada por Bragg e West ( 1926, in terior do Brasil , na busca dessas rique-
granitic rocks . The beryl is usually id io - Sin ' ank as. 1981 ). É im po rt ante notar sas, tiveram in icio com as chamadas
morphic and contains a gr eat number of ainda q ue c s característi cas físicas da Entradas e Bandeiras, ocorridas por
opaque an transparent clouds. Most of esm eralda, especialme nte a dens idade volta da segunda metade do século XVI.
the clouds are related to crystall ine in - relat iv a. o índi ce de refr ação e a birre - Em 1672, a ar istocracia paul ista se dis -
e1usion of picotite , carbonate, talc, pyri - f rin gên cia, assim com o o pleocro isrno. p ôs. pelos seus próprios recursos, a
te, chalcopyrite, pent land ite . m ica, am- variam de jazida para jazida. As dema is procurar riquezas m inera is no interi or
ph iboles, melanterite , du mortier it e and var ieda d es do ber ilo são o heliodoro da então co lõnia. Cabe lembrar aqu i o
pat ronite. ( am arelo ) . a água -ma rin ha ( azul L a nome de Fernão Dias Paes Lem e como
In Carna iba /Socotó t he em erald m organ it a ( rósea l. a b ixb ita ( verm e- o m ais im po rtante dessa fase, inici ando.
occu rs in me taultrabasic rocks wh ich are lh o- salm ão l e a gosh enita ( incolo r ) em 1674, a sua investid a em busca da
intercaleted w ith quartz ites of the Jaco - ( Schu m an n, 1982 ). " terra das esmera ldas" . Ent retanto o
bina Group surrou nd in g t he Carna íba fam oso bandeirante na sua bu sca insa-
Por serem os berilos min erais
Gra nite, and in the me tabas ic enelaves na não encontrou o qu e procurava , mas ,
acessór ios com uns em ve ios gra n it icos
o f th e Campo Formoso Bat ho lite. M ica sim . tu rma linas verdes.
de caráter pegm atíti co, a form ação d a
( biotit,e/ph logopit e I is t tie m ost fre - esm eralda está gera lmente associada às
que nt m ineral inelusion in t he em era ld . fases finais d e con solid ação do mag ma
Oth er crystalline inelu sio ns are t rem o li - gra nítico ( fases peqm at ttica. pne uma - * Depa rtamento de Geo log ia da Un i -
te, carbo nate, molybden ite , hernat ite, to lít ica e hidro terma l I. A massa peg- vers idade Federa l de Ouro Preto -
goeth ite, pyrite and emera ld . Flake -Ii ke ma tít ica rica em Be, entr and o em con - DEGEO/UFOP
flu id inelusions and growth phenomena tato com ro chas ma is ou menos pl ást i - * * Departamento de Geo logia da Un i -
are present too .
cas e ricas em cromo. poss ib ilita a cris - vers idade Federa l de Ouro Preto -
1 - INTRODUÇÃO talização da esm eral da ( Beus , 1966 ). DEGEO/UFOP
O nome esm er alda veio até nós Uma análise comparativa entre *** Instituto de Geologia da Universi-
através do grego "s rnaraqdo s" e sign if i - os principa is depósitos de esmeralda do dade de São Paulo - IG IUSP

18 Terceiro Trimestre/87
As oco rrências das verdad eira s recentes são repr esentada s pela jazid a pela est rada não pavimenta da que liga
esmeraldas só apa recem nas pr im eiras de ltabira ( Bastos , 1981 I, localiz ada nas Ita bir a a Nov a Era ( MG-1 20 ). Esta ja-
décadas do século XX , po rém semp re pro xim idades da cidade hom ônim a, em zida, descobe rta acidentalmen te em
desprovida s de in teresse econ ôm ico . Mi nas Gerais, descob erta em 1978, pela 1978 po r um funci onári o ferrov iário, é
Brumado, na Bahia ( ex-Bom J esus das jazid a de Santa Te resinha de Goiás mi ner ada pela empresa Belmont Gemas
M eiras l. constitui, possive lmente, a re - (Cassedann e & Saue r, 1984 I, desco berta Ltda ., detentora do decreto de lavra
ferênc ia mais ant iga de oco rrênc ia de em 1981, e, po r últ im o, pela jazida de concedido em junho de 1981 .: A lavr a ~
esmeralda no Brasil. Ent re 1912 e 1913 Socotó , Bahia, descoberta em 1983. A executada a céu aberto, segu indo-se um
foram descobertas esmeraldas de exce- g rande potencial idade em te rmos pro - plane jamento racional para o aprovei -
lente qualidade no flanco ocidenta l do dutivos dessas t rês jazida s, em especial tamento da esme ralda.
vale do Ribeirão Pira já (Just, 1926, Caso. a da jazida de Santa Teresinha de Goiás
sedanne e Cassedanne. 1978, Sauer. e a de Socotó . junta me nte com as jazi- 3.1 - CONTEXTO GEOLÓGICO
1982a, Cassedanne . 1984 I. Estas esme - das de Carnai ba. fez com qu e o Brasi l A jazida de Itabira encont ra -se
raldas foram exploradas por meio de passasse a ocupar, nos úl tim os anos , em área aind a caren te de trabalhos
catas e poços abertos na eluvião. Outras um lugar de destaqu e entre os princi - geológ icos sistemáticos em escala de
antigas ocorrências são reg istradas, por pais produtor es m undi ais desta gema . detalhe ou sem ide ta lhe. Haja vista que o
exemplo, na Fazenda das Lajes ( ou lta- mapea m ento USGS- DN PM, que' dotou
bera i l. no Estado de Goiás ( Lein z & 3 - A JAZIDA DE ITABIRA. MINAS a região do Quad rilátero Fer ríf ero na
Leonardos, 1959 l. descoberta em 1920; GERAIS parte central de Minas Gerais com a im -
em Santana dos Ferros , no Estado de A jazida de esmeralda de It abir a po rtante base geol ógica na escala de
Mi nas Gerais ( Cunha , 1961 ), desce- ou M ina Belmo nt está localizad a na re- 1:25.000, não incor po ra a referi da re-
ber ta também em 1920; na Fazenda dos gião central do Estado de Mi nas Gerai s. gião . Referências dessa jazida no con -
Pombos, Bahia ( Cassedanne, 1984 l. O acesso principal, a part ir de Belo Ho - texto geolég ico local ou regional pod em
descoberta em 1950; e em Tauá, Ceará ri zonte, é feito po r meio de rodovia pa- ser enco ntradas em Bastos ( 1981 l.
( Cassedanne et alii, 1979, Castelo Bran- vim entada até à cidade de Itabira, nu m Sauer ( 1982a ). Cassedan ne ( 1984 I,
co et alii, 1984, Cassedanne, 1984 l. des- percurso de ap ro ximadamen te 100 km , Men des et alii ( 1985 ) e H ânn i et alii
coberta em 1954. Em M inas Gerais, seguindo -se depoi s por cerca de 18 km ( 1987 l.
além de Santana dos Ferros, também
fo ram encontradas esme raldas em Ara-
çuaí, Guanhães, João Pinheiro, Sabinó -
po lis, São José do Corutuba ( Grão Mo -
gol I e Juerana ( Sauer, 1982b l. Contu -
do nenhuma dessas ocorrências produ -
ziu pedras com qualidade e quantidade
economi cam ente sign if icativas. .
A primeira descoberta de uma
ocorrência de esmeraldas com im po r-
tãncia comercial teve lugar em Salin inha
( Draper, 1963 l. ' no município de Pilão
Arcado, na Bahia, em 1963. É digno de
nota que o material ali descoberto não
foi cons ide rado de início como esme ral -
da propriamente dita. Confo rme asse-
guram Sauer ( 1982 a I e Cassedanne
( 1984 l. o " Gem o logical Institu te of
Am erica" foi a prime ir a insti tuição a re-
co nhecer de fato . em agosto de 1963.
esseS ber ilos colori dos pela presenç a de
vanádio como sendo verdadeiramente
esm eraldas de qual idade gemológica.
Em 1964, foi encontrada na serra da Ja -
cobi na, Bahi a , uma série de oco rrências V+(/;:;;;:I Gruv<> ltobiro (For;mação ferr lfera -
',::'/c','<,/ dolomilo s e cal cari as)
de esmera ldas , as quais são co nhecid as,
~ Grupo Cara ço (quortzitos,m lccl1ds
em seu con junto, co mo jazidas de Car- ~ tas e f ilitos ) -
naíba ( Selig , 1965, Gr iffon et alii, 1967,
Cassedanne & Cassedanne . 1974, Mo -
~ Seqüência de xistos verdes

reir a & Santana, 1982, Couto & Al me i-


da, 1982 I.
O MilJmati t os e gr ' ;.r ,,;=
co:-oJ Rochas met oultraméficos e melQ.
As descobertas das jazid as de ~ ult rabós lcos
Salininha e Carna íba estabeleceram um c+:;:+J Rochqs Qra .,;tóldes (Qran lla barrg o 4
nov o per íodo na história das gemas lL:...t.J chudo) ;

bras ileiras , passando a esmeralda a ser,


desde então, uma das gemas mais im -
portantes comercial izadas no me rcado Figura 1 - Mapa geo lóg ico da regi ão da jazida de esmeralda de ltabir e ,Iinas Gerais
bras ileiro. As outras ocorrências ma is ( mod ode Schorcher e Guimarães, 1976 I.

Rev ista Escala de M inas 19


A regiã o da jazid a de esme ralda ret irada m ecànica do material esmeral - um número relativamente pequeno de
de lta bira. obse rv ada em um contexto d ifero "i n loco" . O desmonte tanto do inclusões cr istal inas . Determ inações
geo ló gico regiona l. pod e ser subd iv id i - esté ril. p rat icam ente inexi stente , qu ant o efetuadas por meio da difração de raios
da em vá ri as unidades litoest rat ig ráfi - . do "m at erial ap roveitáve l, é feito po r lâ- X ( Souza & Sv isero. 1987 ) indi car am a
cas e litoest ruturai s im p o rta ntesj id enti- mi na de tra to r. obed ecendo ao mé tod o oresença de mica ( biotita I floglopita ),
fi cad as,em escala mai o r, na parte meri- clássico de bancadas sucessivas. Esse quartzo e ralston ita entre as inclu sões
dio nal do Cráton do São Fran cisco. A m aterial é depo is tr anspo rt ad o po r in - cr istalinas presentes nessa esmeralda.
Fig ura 1, ad aptad a de Schorscher e terméd io de car regadeira pn eumática Hãnni et alii ( 1987 l. utilizando técnicas da
Gu ima rães ( 1976 l. representa um qua- para a usina de beneficiamento , o qua l microssonda eletrônica ou a difração de
dr o d a ge ol o gia regi o nal bás ica, estando tem ini cio com a lavagem p rév ia do raios X , determ inaram também . além
a jazida d e Ita bira situada praticamente con ju nto para depoi s ser gra nu lo met ri- da mica e do quartzo. vtrernolita . dolo -
na sua po rção cent ral. As un idades li to- cam ente sepa rado e finalmente " cata- rnita . andesina e apatita. En tretanto,
lóg icas m aio res são rep resent adas pelo do " em traba lho manua l. Dados referi - como apontam Souza e Svisero ( 1987 l.
embasame nt o cratôn ico arqueano com- dos por Sauer ( 1982a ) e Cassedanne a inclusão mineral mais freqüente e
po sto po r t err enos gnáissico-m igmatíti- ( 1984 ) dão con ta que as reserva s, com notável é representada pela m ica ( bio -
cos de car áter pQlimetamórfico e pol i- cerca de 11 qu ilates por m 3 de m ateri al, t ita /flogopita ), a qua l se manifes ta se-
genético , inclui nd o rochas graníticas do co rresponderi am a um volume to ta l de gundo duas gerações dist intas e com
tipo " g ra nito Bo rr achudo" ; pelo cintu- um pouco mais de um tonelada de es- várias tonalidades do marrom . A pri -
rão de rochas verdes arqueanas ("gre- meralda bruta. meira geração, observada sob a forma
enstone bel t" ) do supergrupo Rio das 3.3 - A ESMERALDA de placas ou escamas de coloração
Velhas ; por metassedimentos do Pro - A grande totalidade das esme- acastanhada não orientadas, ex ibe
terozóic:o inferior pertencentes a,! super- ral d as d e Itab ir a é encontrada sob a contornos geralmente arredondados ou
g rupo M in as; e fin almente por metasse - forma de pequenos f ragmentos sem às vezes irregulares e, em alguns casos,
dimentos do Proterozói co t'{Iédio , es- forma definid a, geralm ente , com di - aprese nta feições que sugerem proces-
sencialm ente quartzíti co s, pertencentes m ens ões entre 1 e 3 cent ím etros. Os sos de dissolução, tratando -se, portan -
ao supergrupo Espinhaço. cri stais idio m o rf os são co nstituídos por to, de uma inclusão protogenética. A
Loc almente, a área da mi na é p ris m as relativamente long os ( até cer ca segunda geração, por sua vez, car acteri-
cara cter izada pel a presença de m ica- de 8 em ) e grossos, exi bindo . por vezes, za-se pela presença d e cr istais eu éd ricos
xis to s pelit ico s intemperizados com in - faces pr ismáticas bem desenvolvidas. A de contornos ligeiramente rômbicos ou
tercalaçõ es decimétricas a métricas de c1ivagem basal é pobre e confere ás hexagonais orientados paralelamente
ro chas m et au lt ram áf icas, representadas term inações dos crista is um aspecto li- ao plano basal(OOOl] da esmeralda .
especialm ente' por biotita/flogopita- ge iramente serrilh ado . As co res predo - Essa disposição orientada sugere uma
xist o, clo rita-xi sto e tremolita/actinolita- m in antes são verde lige iramente azula- c1assif ícação temporal singenétíca para
xi sto. Ramifi cações pegmatóides de do e o verde -g rama, sendo menos fre - esse tipo de mica .
dimensõe s cent imét ricas a decimétricas qüente o verd e li ge iramente amarelado , Um outro grupo d e inclusões!
preenchem , ju nt amente com massas ou típic o das g radu ações de melhor qua li- tam bém mu ito importante nessas es-
veioc de quartzo, pequenas falhas e f is- dad e. Os indices de refra ção, obtidos mera ldas . é rep resen tado pelas inclu-
sura s na rocha s preexist entes. Confor- pe lo método de im er são empregando- soes flu idas. Destacam -se . sobretudo .
me Sauer ( 1982a l. os xistos e as me- se mate rial de cor verde lige iramente os tubos de crescimento constituídos
ta ult ram áfi cas são intensam en te dobra- p ~lida. forneceram os segu inte valores: por m inúsculos canaliculos preenchidos
das, ap resentando planos axiais de dire- n e = 1,579-1,584, no = 1,584 -1 , 588 e por duas ou mais fases . orientados na
ção N N E-SSW e mergulho para oeste . Ó n = 0,004-0,006. A transparência é direção cristalográfica c. Por vezes
A s dobras são inv erti das, apertadas e de classificad a como sem itransparente, aparecem, também", tubos de dimen -
pequ ena amplitude. Os veios-pegmatói- podendo ser levem ente afetada pela sões maiores. em quantidades var iáve is,
des co nsist em pr incipalmente de quart- presen ça de inclusões tubula res parale - que acompanham os canaliculos. Con -
zo e cau li m, sendo encontrados prefe- las e ext remam ente finas, dispostas na forme asseguram Schwarz e Mendes
rencialmente nas prox imidades do direção do eixo c do cri stal, ím primi nd o ( 1985a l. o grupo mais interessante de
contato entre os xistos e as rochas um asp ecto algo ave ludado ou leitoso à inclusões nas esmera ldas de Itabi ra é,
gná issicas/mi gmatít icas adjacentes a gema lapi dada. Este aspecto ave ludado sem dúvida, formado pelas inclu sõ es
oeste. aparece preferencialmente quando a bifásicas e polifásicas que apresentam
32 - LAVRA E APROVEITAMENTO mesa da ped ra lapidada é disposta pa- uma grande riqueza de formas e uma
A exploração da esmeralda de rale lamente ao eix o c do cristal , ao pas- var iação considerável de conteúdos. É
Itabi ra, ini cialm ente feita através de ga - so que quando colocada perpend icu- válido salientar ainda a presença de
rimpagem até a concessão do decreto larmente ao referido eixo a transparên- fraturas de tensão de formas ligeira-
de lav ra para a empresa Belmont Ge- cia é aumentada e a cor verde ligeira - mente elipsoidais muito próprias dessas
m as Ltda ., é realizada a céu aberto, mente amarelada tende a predom inar esmeraldas. Essas fraturas, geralmente
con tando com sistema de mecan ização sobre o verde -azulado. Um fato im por - apresentando em seu interior cavidades
desde a ext ração at é o beneficiamento tante que se verifica na produção global preenchidas po r duas ou ma is fases , de -
final. A fre nte de lav ra é realizada em das esmera ldas dessa jazida é a pe r- senvolvem-se segundo arranjos para-
uma área de aproximadamente 120x80 centagem relat ivamente alta de material lelo s entre si e lige iramente paralelos
m et ros, por cerca de 6 metros de pro- de boa qual idade quando comparado à face basal da esmeralda . As inclusõ es
fu ndi dad e, ut il izando-se máqu inas es- com outros depósitos brasileiros e com fluidas são encontradas, também, em
cavade i ras par~ o t rabalho direto sobre a maioria das jazidas estrangeiras. cavidades bem delimitadas ou quase
o corpo m ine ralizado. O xisto altamente Inclusões: as esmeraldas de lta- retangulares bem como no interi o r de
decomposto " favo rece sobremaneira a bí ra são caracterizadas por apresentar cristais negativos. Fraturas e fissuras

20 Terceiro Trimestre/87
não cicatrizadas ou preenchidas por pegmató ides ) e as rochas metaultra- 4 - A JAZIDA DE SANTA T ERESINHA
ma te ria l epigenético são, também . ob- máficas po rtadoras dos elemen tos cro - DE GOIÁS
serv adas. mófor.os ( cromo" ferro e vanád io l. A A jazida de esme ralda de Santa
percola ção dos veios peg matíticos nes- Teres inha de Goiás está localizada a 330
Mineralização e gênese - A es- km a no roes te de Brasíli a e cerca de 303
tas rochas promove, pelo efei to . metas -
m eralda da jazida de Itabira ocorre pre- km ao norte de Go iãnia. A região do s
somático de contato, a transferência do
dominantemente associada aos xistos gar impos dista aproxi madamente 21 km
derivados de rochas metaultramáficas eleme nto berílio e a crista lização da es-
a NE da cidade homôni ma, cujo acesso
em locais de intensa percolação pegma- mera lda nas au réolas de alte ração das
pode ser feito a partir da rodovi a Be-
tit ica. Estes xistos . •epresentados espe - rochas metaultramáficas, aqui repre - lém- Brasíli a, via Hidrolina ou Pilar de
cialmente po r biotita/flogopita-xisto. sentadas principalmente pelos bio ti - Goiás . A descoberta da jazida oco rreu
clo rita -x isto e tremolitalactinolita -x isto J aciden talmente, em 198 1. quando da
ta/flogopita -xistos, clorita -x istos e t re -
const ituem int ercalações decimétricas a abertura de uma estrada ru ral na reg ia'o
mo lita /actinolita -xistos. A cor ve rde -
m étricas associadas a micaxistos pelíti - m ineralizada.
cos e anf ibolitos, altamente intemperi - grama da esmeralda. a exemp lo do que
zados. A área mineralizada ocorre nas se veri fica em outros locais ( Fersman,
4.1 - CONTEXTO GEOLÓGICO .,' ..
proxim idades do contato entre os x istos e 1929 1. é um a conseq üência da incor po- Conforme most ra a Fig ur a 2, a
as rochas gná issicas estéreis a oeste . ração na sua rede cr istali na de ínfim as geologia da reg ião dos gar impos de
A formação da esmeralda, neste caso, Santa Teresinha de Goiás é marcada
está inti m am ente associada à interação quantidades de cromo , ferro e vanád io
por uma seqüência de três conjuntos
quím ica ocorrida entre a fase pegmatltir existe ntes na hospedeir a metau ltramáfi - tectôn icos distintos. Segu indo uma dis -
ca beri li f er a ( representada pelos veios ca. posição aproximadamente de SW para
NE, tem-se um con jun to de rochas de
baixo graú metamórf ico consti tuído de
c1orita-xistos, talco- xistos e sericita-
xistos, onde estão local izadas as m ine -
ralizações esmeraldíferas da região. Na
porção leste da área aparece um com-
plexo gnáissico-anfibolít ico contendo
gnaisses , anfibolitos calcossi licatados e
cian ita-xistos . Fina lmente, na porção
NW tem-se um complexo granit ico -
gnáiss ico, que , po r sua vez, é cor tado
por um batólito granitico a oeste ( Ri-
beiro & Sá, 1983 I.
'Souza e Neto (1984) denominaram a
seqüência de xistos c1oríticos e ultrabá-
sicos da área do garimpo de seqüênc ia
Santa Teresinha . Esta seqüência é re -
presentada por um con junto- de rochas
de baixo grau metamórfico . cujas "fa-
cies" mais comuns são clor ita-qua rtzo -
xistos, sericita -q uart zo-xistos e talco ..
xistos. Esse con junto estende-se das
im ediações da cida de de Santa Teres i -
nha de Goiás . para norte e nordeste, na
fo rma de uma fai xa estre ita. bordejada
por seqüências de alto grau me tamórfi-
co a SW , SE e NW. ficando em aberto a
EZj+
+
+
+
,
Granito Sôo Jose do Alegre 20>-" Foli a ção NE, na região do Rio dos Bois . Do pon to
de vista econômico , as rochas mai s im -
l-=-..::>1 Complexo granito - gnólsslco .,.
/
Ga rimpo em a t iv idade
portantes da área são os ta lco -x istos ,
visto serem o metalotecto das minera li -
~ Complexo gnóissico -anfibolltico // Fra tu ro
zaçôes de esmeralda até ago ra conheci-
~.
/ Folha das. Os talco-xistos são rochas de co -
SEQÜÊNCIA DE MICAXISTOS
II li ../ loração verde -clara, quando em estado
/ / 1 1 1 Magnetita-xista / / Es trodo s ecundór ia fresco, passando a amarelada com o
1I I
I
avanço do intemperismo . Exibem uma
r~f~~:1N{;.;] iaaicc:_":i::~' bioti t~ e dolom ita - sedos idade pecu liar ao tato, granulação
ESCA LA fina , est rutura fo liada e textu ra lepido-
~~l:2'01Se ricita - quartzo -xisto O
I
I 3km .
I
blástica. Podem conter, ainda, quanti-
dades var iáveis de c1orita, dando a im -
f :: :: : :: I
Clorito-xis to
(mod it . de Ribe iro e Só, 1983)
pressão de que existe uma gradação
completa entre os c1orita -xistos puros e
os talco -xist os puros. Ocorrem como
Fig ur a 2 - Mapa geológico da região dos garimpos de Santa Teresin ha de Go iás.

Revi st a Escola de M inas 21


camadas e len tes e não estão restr itos a cr o sso nd a elet rônica . mag nésio -fe rr ita , têm-se ma iores pos sib ilidades de qu e -
um nível estr ati gráfico específico ( Men- pi rita e mica . poss ivelmente biotita. bramento. favorecendo o surgimento de
des & Schwa rz, 1985 I. Carbonatos ( dol om ita e m agnesita ) fraturas que desenvolveram os maio res
ocorrem em m enor quantidade do que e melhores depósitos de esme ralda.
42 - LAVRA E APROVEITAMENTO a p icotita. Variam muito em sua forma A fonte do berílio nessa jazida é
A at ividade garimpeira desenvol- de apresentação . desde pequenos cr is - controvertida, podendo não ser pegma -
ve u- se. inic ial me nte , nas cobertu ras ta is distribu ídos ir regu lar m ente até con - titica como em Itabira, Socotó e Carna l -
el uvlais . atr avés da abertura de poços centrações maio res em algu m as reg iões ba. Ela pode estar 'relacio nada a uma
raso s e t ri ncheiras. Posterio rmente, da gema . Via de regra , apresentam -se remobil ização anatética do complexo
para se chegar aos horizontes rn inera li - com forma ro m boéd ri ca bem desenvol - basal goiano ou Iígada a de rrames áci -
zados de talco -x istos. foram feitos po - vida . O ta lco aparece em g ra nde quanti - dos. associados a uma seqüência "g re -
ços ve rt icais. Ao ating ir esse nível. são dade sob a fo rma de escamas ou fibras enstone belt" , A fonte do Cr e do V,
abertas gal eri as estreitas e irregulares. transparentes. Os cri stais de mica ( bio- conforme Costa ( 1986 I, está ligada a
O t ransp o rte do xist o m ine rali zado até à t ita/flogopita ) podem -se apresentar in- derrames ultramáficos relacionados
sup erf ície é feit o em caçambas de boro dividualmente, ou mais raramente na com essa mesma seqüência " g reensto-
racha puxa das por guinchos elétricos. A forma de agregados ir reg u lar es, às ve - ne belt " . A rocha enca ixante é rep re -
sep aração da esme ralda é feita por de - zes com col or ação rnarr o rn-i nten sa.Ou- sentada por talco- xistos e biotita-xistos
sagregação e lava gem do xi sto em ba - tras in clusões m ine rais pa recem oco rr er ( biotit itos l. onde os m inera is m ais co-
ted o res que são cilind ros de aço de intimamente associadas entre si, difi - muns. além do talco e da biotita, são a
1,Om de diâmetr o por 2,0 m de altura . cultando a separ ação e, con seqüente- clorita . os carbonatos, a pirita , o quartzo
m unidos de uma hélic e na parte inf e- mente, a id enti ficação p recisa da sua em veios e os cristais opacos. A esm e -
ri or . acionada por um moto r elétrico . O natu reza. Nesses casos. a id ent ificação rald a ocorre asso ciada a ve ios carbon a-
movi me nto me câni co das hél ices desa - só pôde ser efetuada a partir de dia- tados. a ta lco -c1 orita- xi stos car bo nata-
greg a o xisto libera nd o a esmeralda que gramas de raios X obtid os dessas m is- dos e a bols ões de b iotita-x istos ( bioti -
é retirada do recipi ente j u ntamente com tu ras. Entre as fases ident ifi cadas se- titos ). Veios qua rtzosos são abundan-
o rejeito. atra vés de uma abe rtura na guindo-se esse p rocedime nto, Me ndes tes. mas ve ios feldspáticos não fo ram
base do cilin dro. e Sv isero ( 1988 ) citam anfi bóli o s ( ter - obse rv ados .
ro-pa rg asit a e cummin gtonita/antofi lita l. 5 - A JAZIDA DE CARNAíBA I SO -
4.3 - A ESMERA LDA melanterit a, dumortier it a e patronita . COTÓ , BAHIA
O ga rim po de San t a Teres inh a A mina de Carnaíba, descoberta
Ou tro aspect o particular da es-
de Goiás é co nsi derad o o m aior produ- em 1964, está situada no município de
mera lda de Santa Te resinha de Go iás
tor de esme ralda do mu ndo na atuali- Pindobaçu, cerca de 30 km ao sul da ci-
são as incl usões flu id as. numerosas e
dade. De um modo gera l, suas gemas dade de Campo Formoso, no Estado da
variadas , po rém só observáveis a au -
são m uit o bem cristal izadas . apresen- Bah ia. A região da mina correspond e a
mentos acíma de 100 vezes . Apresen -
tando um a co lo ração verde -intensa , in - uma sér ie de gar impos espalhados so -
tam -se na forma de canais acicu lares.
dices de ref ração que variam de 1,586 a bre uma área de algumas dezenas de
canal iculos irregulares, cavi dades qua -
1,596. com birrefringência geralmente qu ilômetros quadrados no flanco oci -
dráticas e retangulares. gotas e outras
em torno de 0,008 , e háb ito comumente dental da serra da Jacobina . O garimpo
formas m enos defin idas . De um modo
hexa gonal e às vezes tabular. Entretan - de Socotó, por sua vez, descoberto, em
geral. apresentam -se dispostas ao lon -
to . um dos prob lemas das ped ras deste 1963. por um garimpeiro da reg ião de
go de linhas ou então form ando con-
ga rimpo é a gr ande quanti dad e de in - Carnaíba . localiza-se a 30 km a nordeste
cent rações no seio da esmera lda. A
clusões de co lo ração escur a denomina- de Campo Formoso. também na serr a
maior parte são bifásicas do tipo líq ui -
das pop ul arm ente pe los gar impeiros de da Jacobina.
do -gás . ocorrendo tam bém t ri f ásicas e
carv ões. Apesa r de a esme ralda produ- 5.1 - CONTEXTO GEOLÓGICO
polifásicas diversas. inclusiv e o tipo só -
zida possu ir exce lente aceitação comer - Segundo Couto ( 1983 ). na área
lido - líquido -gás.
ciaI. não existe aind a um- reconheci- do garimpo de Carnaiba ( Fig . 3 I, as
m ento in t ernacion al desse " stat us" elevações da serra da Jacobina são
motivado . talvez. pela falta de trad ição Minerali zação e gênese - Os sustentadas por quartzitos de granula -
das nossas jazida s. A lém di sso, o co - con t roles de m ineralização dos depós i - ção fina a méd ia pertencentes à forma -
m érci o e a lap ida ção da esmera ld a são tos esme rald íferos de Santa T eresinha ção Rio do Ouro ( Grupo Jacobina l , O
ain da pouco desenvolvidos em nosso de Goiás são litológicos e estruturais. co njunto apresenta feição estrutura l de
país. Do po nto de vi sta litológ ico. o rneta lo - antiforme, cujo núcleo fo i ocupado por
Indusões- As inclusões predominan- tecto é representado por cam adas ou u m corpo granítico de características
tes na esmeralda de SantaTeresinha de Goiás len tes de rochas me ta ultrabásicas. refe - int rusivas ( granito de Carnaibb I. Essa
são mineraisque seapresentamem quantida- ri d as. gener icamente. como talco -xistos rocha granítica apresenta composição
de e variedade não observadas nas esmeral- ou simplesmente xi sto s no ling uajar dos m ineralóg ica que se enca ixa na faixa de
das de-outras jazidas brasileiras. Entre asinclu- garimpeiros. O controle estr utura l é re - leucotonalito a muscovita-Ieucogranito,
sões descritas nos últimos anos, podem ser presentado pelos fraturamentos secun - variando para biotita -granito ou sim -
citadas a picotita, os carbonatos, a pirita, o talco dários, por onde ascenderam as solu - plesmente granito. Rochas metau lt ra -
e as micas( Schwarz & Mendes, 1985a I. A pi- ções m inera lizantes. Ou tro t ipo de con - máficas geralmente serpentin izadas,
cotita, mineral de fórmula (Mg, Fel (AI, Cr, trole estrutu ral é o co nhecid o pelos ga - portadoras das m ineralízações de es -
Fe)204, é a inclusão mais freqüente, tendo si- rimpeiros como "ca no óes onde a rni- meraldas. ocorrem em faixas intercala -
I do determinada oar Hânni e Kerez ( 1983) por nera lização está associada a monoel i - das nos quartzitos acompanhando os
meio de microssonda eletrônica. Miyata et alii nais com caim ento de 30Ç? a 40Ç? para seus dobramentos ou como enelaves no
( 1987 I dete rrni nar arn. tam bém , por rni - NW. Nesses mo noc linais ( canoões ) corpo gran ítico .

22 Terceiro Trimestre/87
Em Socotó, um complexo de ro -
chas predom inantemente graníticas
( batól ito de Campo Formoso ) ocupa
LEGE NDA
um a área sem icircular de aproximada -
QUATERNÁRIO
mente 700 km 2 , com variaçoes para ti-
~ Alü..,lo$ • Colú... los
L~ pos pet rog ráficos def inidos como ada-
Q UATERN J(R IO . TERC IÁ R IO
me litos a g ranodi o ritos ( Fig . 4 I. Se -
D Ca noa, 101lrllo
gundo Couto ( 1984 ), na parte no rte
deste co rpo. existe uma d ivers idade de
~-""'",-- I
I~ ++ + + +3 Gra nito de Cornol'bo tipos pet rog ráf icos . onde são ident ifica-
dos desde quartzitos relacionados com
PRÉ - CAMBRIANO
D Grupo Jacob ino ... qua rtz itos
metassed imentos que compóem a serra
da Jacobina até anf ibo litos. ,{,etabas i-
rv:vJ .
~ Mlfa ull rObOl lcol tos e metau ltrabasitos . em ge ral ser-
pent in izados . além de man ifestações
E=-=3 Miomol lt os pegmatíticas. Esses corpos básicos e
ultra básicos. considerados como a ro-
,. .. " Rochos co, geló ,li cas cha encaixante da esmera lda . ocor rem
y Área de QorlmpoQem intercalados nos quartzitos do Grupo

/'
/"
.. ~
Contato lI tol óOlco 1I OU l'lrotlorátleo

Falha CkI froluro


Jacobina e como enclaves no batól ito
de Campo Formoso ( Fig. 4 ). A área de
".....
~~
E•• radas
garimpagem de Socotó apresenta con-
~
dicionantes geológicos similares aos de
~ A'rea 1100 1 d i Qor lmpoOlm
Carnaiba,' guardando, portanto. poten -
o 400
~
l600 m cialidade para abr igar depósitos de es-
me ralda nas intercalações básicas e ul-
trabásicas adjacentes ao corpo granítico.
capazes de repetir ou até mesmo ultra -
Figura 3 - Mapa geológico da região dos garimpos de Carnaíba - BA ( modificado de
passar a produção até agora ve rifi cada
Couto, 1983 )
em Carna íba, tendo em vista que so -
mente os enclaves são lavrados na
atualidade,
52 - LAVRA E APROVEITAMENTO
+ + Os traba lhos iniciais na regi ão de
Carna íba eram feitos por meio de ga -
+~ rimpagem a céu aberto. Com o passar
do tempo os gar impeíros dominaram a
+

-+'+".. . + +
+
+
+ +
+ técn ica de abertura de poços profundos
e de galerias. instalando na reg ião os
~
~.\
+.......
+, +
+
+ trabalhos subterrâneos. Em Carna íba e
+ :--~ ~"'b-Q.; +
Socotó os métodos de traba lho são
id ênticos aos de Santa Teresinha de
+["'1 + + O""
v +" +
Goi ás. O trabalho subterrãneo é execu-
+ tado por me io de escavações em poços
e galerias ( grunas l . os qua is têm a f i -
nalidade de da r acesso aos veios m ine -
rali zados em esmera lda . O desmonte do
material é feito manualmente co m a uti-
lização de picaretas. ponteiras e alavan -
caso ou com o auxl io de explosivos . O
transporte nos poços é realizado através
de caçambas fabr icadas com pneu máti-
cos, içadas por gu inchos elétricos ou
+ + +
sarilhos m anuais. Como em Santa Tere -
+

• +
• +
+
. • sinha , nesses do is gar impos, a organ i-
zação dos trabalhos é mantida pelos
" donos de serviço", que são pessoas
te:.: -J DeP&SlfOl d. talus • Campa•• o Itop lcu ru (quartzitos)
detentoras de capital para manter a la-
Ira Velol d. quartzo ·1_:.,: J Ir Ultromontol vra em andamento e pagar os ga rim-
+ + 80161110 Qfonltlco de. Co"1lO Formoso . rTlll Anllbolllo. (01). melobo.,1OI1mble
r+l. peiros semanalmente pelos dias traba-
L.!J ~ meIOl!"robo.'los (mub)
lhados, além de terem uma participação
')t Áreo de gorlmpogem Q! ?Km na produção de esmeralda . O gar impo
de Carnaíba contém ainda m ineraliza-
Figura 4 - Esboço geológico da região dos garimpos de Socotó, BA ( modificado de ções de molibdenita na forma de mas-
Couto, 1984 ) sas geralmente compactas. dissemina-

Revista Escola de Minas 23


das err aticame nte no m ater ial xi stoso . rneralda , bem de sen vo lvid os . apresen - Fazenda das Lajes ou Itaberaí,
Essa m oli bdenita . su b prod uto da extra- ta nd o um a orientaçã o qua se para lela ao Go iás - Esta j azid a está lo calízada a 14
ção da esmerald a. é ent reg ue aos g a - ei xo c do cristal hospedeiro . Os carbo - quil ô m et ros da cidade de Go iá s, cuj a
rim pei ro s qu e t rabal ham co m o d iaris - natos o cor rem na fo rm a d e g rãos pe - descoberta ocorreu por vo lt a de 1920. A
tas. co nsti tui nd o um a co mp lementação qu en o s ir reg ulares for man do agru pa- região da jazida está enc rav ada na serra
de seus ganh os . mento s planares. A turm alina . da m es - das Laje s. composta Iito logica m ente por
ma forma que nas esm er al d as de Car - intercalaçõ es de ta lco - xistos, clo rita,
5.3 - A ES M ERA LDA naiba . é u m a i nclu são rara nas ped ras xistos, act i no lita-xist o s e ma is raram ente
At ual m ent e o Brasil é con sidera - de So coto , A m o libden ita , que faz parte quartzit os, sendo todos de Ida d e Pré -
do u m g rande p roduto r de esme ra lda . das incl usões ma is raras. ap resenta- se Cam briana ( Sa uer, 1982a I. O garim po
tal vez u m dos m ais im po rtantes. se le- em placas hexa go na is most rand o na luz da esm er alda o corre em ' u m a co ncen-
v armos em conta o m o nta nte da p ro d u - ref let ida refl ex o s cinz a- p rateados tip i - t ração eluvia l arg ilosa com seixo s an -
çao e a qua lida d e das nossas pedras. A coso A hema tita. qu ase semp re alterada gu losos de xistos alterados e co ncentra -
po siçao brasil eira ad q uir iu im po rt ãncia em go et hita- limo nit a. ocorr e na forma ções de limon ita e pirita ox idada. A pro -
a parti r da desco be rta da j azida de Car - de f lo cos pretos o u 'borrões de t inta " . du ção fo i sempre ins ign if icante e co -
na íba no ano de 1964. a qual se revel o u en q uan to a lep idocrocita é reco nhecid a m ercia lm ente de pouca im po rtâ nci a.
um a g ra nde área produtora d e esme - por seus cristai s de form a esquelét ica de ch egando . todavia. a at ing ir 15 qu ilo -
raldas. co lo ra ç ão ave rmelhada . gramas em 1966. A pe rcentagem de
De um modo geral , a esmera ld a material gemol ógico é mu ito re duz ida,
Mineralização e gênese - Con -
de Carn aiba/ Socotó é mais limpa do
forme assegura Co uto ( 1983 l. as m i - dev ido à al ta concetraçã o de incl usoes.
que a de San ta T eres inha de Go iás, pelo A s gemas. cuja s cores va r iam do v er d e-
neral izaçõe s de Carn aíba e Socotó
fat o de a ro cha encaixante daquela não clara ao v erde - am are lado - escu ro . re -
guardam sim ilaridad e com as ja zid as do
apresentar um a abu ndá ncia em m ine - p resentam ao m áx imo 1/100 da produ -
co m plex o peg m atític o de Grave lotte -
ra is o pacos . Entretan to pOSSUi um a ne- ção . As p rincip ais incl usões sao repre -
M ica situa das no Cr áton do Kaapvaa l.
bul os idade esbranqu içad a e, além d isso , sentadas por romboed ros de carbona -
onde as esm eraldas estão co nd icio na ·
a to nalidade do ve rd e ( verde -grama l é to . cu bos de pirit a fre q üenteme nt e li -
da s em zon as pegm at íticas int rusiv as
menos intensa do que aquela o bserv ada monit iza da , agu lh as de rut ilo . palhet as
nos m icaxistos p ró ximos a co r pos plu -
na jaz ida goiana . de ta lco e ma is raramente de biot it a, e
t ôn ic o s de compo siçã o gran ít ica . As
Inclusões - Entre as incl usõ es ações meta ssomática s desses co r po s por incl usõ es bifá sicas do t ipo liqu ido -
ma is co m uns nas esm eral d as de Car - pegma titico s nas u lt ram áf icas propicia - gás con tidas em cav idades qua d ra ngu -
naiba, ocorrem fl ocos ou estrelas que ram a forma ção da esme ralda . Os filões lar es ou alongada s.
aparecem na luz transm iti da com um a con t end o berilo e/ o u esm eralda apre - Santana dos Ferro s, M ina s Ge-
coloração va riando de casta nha at é sentam núcleo s de qu artzo envol vidos rais - Esta oco rrên cia está loca lizad a na
p reta. Co m um aumento de 200 x no mi - po r flo go pit a/biot it a -xistos. que passam ser ra das Esm eral das, Fazen da Bom
croscó pio ge m oló gi co . estas estru t u ras gradativamente para ser pent in itos. Es- Sossego , a 2 quilôm etros do arr ai al de
apresentam -se co mpostas po r cav ida - tru t u ralm ent e fo ram def in idos do is ti - Esm eraldas no mu nicí pi o de Santana
de s rnonof ásicas ou bifá sicas do t ipo li - pos pr in ci pais de fil ões : um tipo relacio - dos Ferros. Apesa r de ser co nhecida
q uido - g ás ( Schw arz, 1984 l. Inclusões nado com fratu ras e out ro co m veios d e de sde 1920, essa oco rr ênc ia tem sido la-
cr istali nas são relat iv arne nte raras nes- co ntato en t re a rocha serp entin it ica e os vr ada de fo rm a mu ito ir reg ular e super -
sas esmeralda s. A incl usao m ais comum qu art zitos. T em -se , portanto, em Car - fic ial, em v ista do seu tamanho reduzido
é a mica ( bi otita / f log o pita l. co nsti t ui n - naiba e Socotó, o tipo c1ásssico de jaz i - e da baixa qualidade das esmeraldas
do desde cristais so b a fo rm a de ri pas rn eruo de esm eralda , isto é, onde o be- en contradas. Neste loca l tem - se u m ní -
até pl acas fin as co m co nto r no s pseudo - ril o provém d e pegmatitos graníticos v el de biotit a -xisto em contato com pe -
he xago nais. A lém de rnicas. ocorrem qu e co rtam rochas m et aultramáficas. quenas le nte s de pegmatito alterado ,
tam bém cr ista is de turma lin a. albi ta. le - geralm ent e rep rese nt adas po r f1ogo p i - estando tod os inclu ídos em rochas
pido crocit a e m ol ibden ita ( Schwarz & ta/ biotit a -xisto s e serpe nti ni tos. prov e- gná issicas. As esmeraldas. enc ont rada s
M end es. 1985b l. Ma rcas de cresc ime nto nientes de int r usões per idotiticas e lavas sempre encravadas no qu artzo de uma
são m ui to comuns ness as esm eraldas. u ltram áf icas. A s rochas forn ecedo ras m assa de biotita -quartzo . apresentam -
ln cluso es m ine ra is sáo ma is fre · dos elemento s cromófo ros são as u i - se g era lmente mu ito f raturadas e co m
q üen tes nas esm eraldas d e Socotó do tramáficas . sendo as en caix antes da es- baixo interesse co m ercial ( Sau er,
que nas de Carn aib a. Em So coto oco r- mera lda rep resentada s po r flogopi- 1982a, Cassedanne . 1984 l.
rem. al ém da m ica . cr ista is de tremol ita . ta/ biotita -xisto s e/ou ser pen tin itos. Fazend a Boa Esperança. Tau á.
car bo natos, molibden ita . hem at i - Ceará - A oco r rên cia de esme ralda da
ta /g oeth ita , pirit a. esm eral da e o ut ros 6 - OUTRAS OCORRÊNCIAS Fazenda Bo a Esperança loca liza -se no
o pacos . A m ica ocor re na form a d e cha - A lém da s jazida s an ter io rm ente mun ic'p ro de Tau á. na reg iao centro -
pas e, em menor f req üéncia. com o pl a- descr it as. consid er adas com o as p rinci - oeste do Estado do Ceará . Desd e a sua
cas hexag o nai s t ran spa rente s d e d im en - pa is fo ntes produtoras de esm eral da no d esco ber ta. em 1954 . o local tem sido
sões red uzida s. M ais o u menos co m a Bras il nos dias de ho je . m erecem ainda ex pl o rado de forma esporád ica . estan do
me sm a fr eqü ência da m ica, e mu ita v e- desta q ue o ut ras peq uenas oco rr ênc ias. as at iv idades de garimpagem para lisa -
zes j un to ' com ela , observ a-s e tam bé m cuj as descobertas são re ve stidas de in - das desde 1973 . A área do depósit o está
t rem oli t a acicular ou sob a forma de te res se histó r ico ou , às vezes, providas encaixada em uma série de rocha s me -
basto nete t ransparen te e quase incolo r. de im po rtâ ncia co me rc ial. Dentre ela s, tamórficas de alto grau, predominando
A s incl usõ es m inera is consideradas são digna s de nota algu ma s descobertas gna isses e m igmatitos de Idade Pré-
m ai s inte ressantes nas esmeraldas de ocorridas em Go iás, M inas Ge rais, Cambriana ( Casseda n ne et alii, 1979,
So co tó são cristais pr ismáticos de es- Ceará e Bahia. Sauer, 1982a , Castelo Branco et alii ,

24 Terceiro Trimestre/8 7
1984 ). Local m ente p redom inam flo go - Pire nó po lis. Conform e Araúj o e Leo- CASSEDANNE. J . P. & CASSEDA N NE ,
pita-tremoli ta - xistos. micaxi sto s, anfi- na rdos ( 1986 l. a esm erald a ali encon - J. O . N ote su r la mine d'emerau de
bo litos, lentes apliticas e peg m at íticas tr ada é de col o ração ve rd e-escura, de de Carna íba . Ass. Franc, Gemm.
com apro ximadamente um metro de boa qualidade, on de o cr omo em torno 40 :4 -8,1974
espes sura . As lentes pegmat itica s são de 2.500 ppm é o pr incipal crom ófor o. CASSEDA N NE , J . P. & CA SSEDANN E,
comp ostas essenc ialmente po r quartz o, Ela oco rr e em cristais hexagonai s de 0.1 J . O. Famo us mi neral locali t ies; th e
feldspato e apatita . estand o pre sentes a 0,5 cm d e diâ metr o e comprim ento d e
Brum ado di strict, Bahia, Brazil. The
ocasionalmente, também , afrisita e tra- até 1,5 em, sendo que os pri sma s aco m -
Minera logical Record. 9 ( 3 ):
ço s d e bismuto ( Sauer, 1982a. Casse - panham as supe rf ícies da s microd o b ras
196- 205, 1978.
canne. 1984 ). de crenu lação dos biotit itos . A inda, se -
As esmeralda s são .enco nt radas g u ndo os referi dos au to res, a form ação CASSEDANNE, J . P.; CASSE DA N NE ,
geralmente no co nt ato das lentes peg - dessa esmera lda é resultante de proces- J. O.; MELLO, Z. F. As esm era ldas
m at iti cas com as enca ixantes xi sto sas e sos m e tassorn áticos que acompanha- de Tau á e Pilão Arcado. M in. Met .
mai s raram ent e no interi o r dos próp rios ram a greisen ização dos talco-x istos 43 ( 4 10 ): 50-8,1979.
pegm at itos. Conforme asseguram Cas - q ue oco rrem interca lad os aos m icax is -
CASSEDANNE, J . P. A s esmeral das do
telo Branco et al:j ( 1984 ). as esmera ldas tos e quartz itos considerados do Grupo
Bra sil. Brasil Relojoeiro e Joalheiro.
de Boa Esperança de ixam mu ito a de - A raxá. Estudos de i ncl usões d essa es-
25 ( 283 ): 76 -82, 1984.
sejar no que se refere ao aspecto da co r. mera lda bem como dados quantitativos
pureza e grau de cristalinidade. As pr in - da produção local não foram en contra- CASSE DANN E J . P. & SAUER. D. A.
cipai s inclusóes cr istal ina s são repre - dos na literatura . T he Sa nt a Teresinha of Go iás
sentadas po r m icas d e conto rn o hexa- eme rald deposits. Gem s & Gemo!.
gonal e hexago nal deformado. anfibólio 7 - AGR ADECIMENTOS 20 ( 1 ): 4,13 ,1984.
esverdeado seme lhante a bambu ( tr e- Os auto res de ixam consignados
molitalactin oli ta L placas escu ras d e os seus agradecimentos á empresa CASTELO BRA NCO , R. M. G.; SCH -
hem ati ta de tona lidad e li g eira men te Belmont Gemas Ltda .. na pessoa do Sr. WARZ , D.; SV ISERO, D. P.; MEN -
azul ada . de nt re ou tr as. Ron aldo Fonseca Ribeiro, que mu ito DES , J . C. Dados mineralógicos da
Salininha. Bah ia - Essa jazid a. gentilment e nos cede u amost ras para esm eral da da Fazenda Bo a Espe-
co n hecida também com o Piláo A rcado . estudos m ine ralóg icos e franqueou o rança , Mu nicíp io de Ta uá . Ceará .
fo i descoberta em 1963 e est á locali zad a acesso- ao local da M ina de Itabira . In : CONGR . BRAS . GEO L.. 33, Rio
a W SW de Ju azeiro. no NW do Esta do Ag ra dece m também ao geólo go Pedro de Janeiro, 1984. Anais... v. 10. p.
da Bah ia, estand o at ua lme nte subm ersa A . Co uto, da Compa nh ia de Pesqu isa e 4986 -94 .
pe las águas da bar ragem de So br ad i - Recu rsos M inerais ( CPRM l. pela col a - COSTA , S . A . G . Co rre lação da seq üên-
nho. A descobe rt a d esta oco rrência de boração p restada durante trabalhos cia enca ixa nte das esme raldas de
esmeralda fo i, para o Br asil, d e um a im - realiza do s nas jazid as de Socotó e Car - Sant a T eresinha de Goi ás com os
po rtância hi st ó ri ca relevan te . Resol veu na ib a, e ao Professor Dr . Evaristo Ri - terr enos do ti po gre ensto ne belt de
defini ti v am ente a qu es t ão refe rent e à beiro Filh o pe la leitura do m anuscri to . Crixás e ti pol o gia dos depó sit os. In :
aceit ação do elemento vanád io como Os autores Juarez Lea l de Souza e Júlio CONGR . BRAS . GEO L.. 34 . Go iâ-
um agente corante para as esmeralda s e César Mendes agradecem aos órgã os nia . Anais... 1986. v . 2. p.597 ·614.
m arcou o início da pr odução bras ile ira PICD/CAPES/UFOP e CNPq pel o su- COUTO. P. A . & ALME IDA. J . T . Geo -
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Escola de Minas

26 Terceiro Trimestre /87

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