Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
,
O MIOCENICO
, .
. DO
.....
LITORAL $UL PORTUGUES
ENSAIO · DE SINTESE
LISBOA
1982
JOAO JOSÉ CARDOSO PAIS
, ~
LtSBOA
1982
I
I
S uMA R I O
Pág.
Resumo •.••.....•••••••••••.•.••.••••.•••.••.•• 2
- Introdução . . . . . . . . ". . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2 Um pouco de história ....•.....•.....•......... 4
3 - Principais unidades estratigráficas do Miocéni-
co da faixa litoral algarvia ••.....•...•••..•. 15
3.1 - Formação carbonatada de Lagos-Portimão ..... 16
3.1.1 - Datação ..•..........................•... 21
3.2 - Série essencialmente arenosa, de fácies con
tinental,com uma intercalação marinha, deA..!:.
rifio,Olhos de Agua e praia do hotel Auramar ..•.... 23
3.2.1 - Datação,interpretação tectónica e paleo-
geográfica ... -: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3A3 - Depósitos 1 fmnicos e marinhos de Tunes-Mem
Moniz, Ponte das Lavadeiras e Galvana (Fa-
ro), Quelfes, Olhão, Arroteia (Fuzeta)
, e
Morgadinho (Luz de Tavira) .....•.•....•••. 26
3.3.1 - Depósitos 1 fmnicos de Tunes-Mem Moniz,
Ponte das Lavadeiras (Faro) e Morgadinho
(Luz de Tav i ra) ........................ . 26
3.3.1.1 - Datação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.3.2 - Depósitos marinhos de Tunes-Mem Moniz,Po~
vira 28
3.3.3 - Datação, interpretação tectónica e paleo-
geográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.4 - Formação de Cacela ...•...•.••..•.•••...•••. 33
3.4.1 - Datação, interpretação paleogeográfica •. 37
3.5 - Vulcanismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . 38
4 - Conclusões • . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . • . . . . . . . 39
Bibliografia ................................. . 44
R E S U MO
3
2- UM POUCO DE HISTORIA
4
provenientes de Cacela.
Ainda J.B.COTTER em G.DOLLFUS et alo (1903-1904) apresenta tam-
bém uma descrição do Neogénico do Algarve. Assinala várias unida
des I itológicas (molassos, areias diversas) e apresenta uma lis-
ta de fósseis de Cacela. Segundo J.B.Cotter (op.cit.)~ fau~a se~
5
datadas. Do ponto de vista litológico, afirma que o Miocénico é
constitufdo por calcários fossilfferos, molassos e areias finas;
apresenta a distribuição geográfica das principais manchas mio-
cénicas. Cita, ainda, os pequenos retalhos de Aljezur e de Bensa
frim, que considera "helvecianos".
6
perior.
A pu b 1 i c a ç ã o pós tum a de P. CHOF FAT " Gé o I o g i e d u Ce noz o" que
du Portugal" (950) veio trazer novos elementos acerca do cen6zoico do
Algarve. Assim, refere pela la. vez calcários lacustres com BuZi
mus,Pupa,PZanorbis e HeZix na Ponte das Lavadeiras, a NW de Faro;
cita ainda, nTveis calcários intercalados nas areias da região
de Tavira com aspecto de lacustres. O primeiro destes afloramen-
tos não é hoje observável, mas, na região de Tavira há, de facto,
como veremos adiante, margas e calcários margosas com carófitas
e PZanorbis.
1
O.V.FERREIRA (1951, pp. 153-180) estudou pectinídeos de al
gumas jazidas do Miocénico do Algarve. Após apresentar a descri-
ção de várias espécies tenta tirar conclusões estratigráficas.A~
sim, refere que "no Algarve existe um Vindoboniano bem caracteri
zado por formas próprias ao Helveciano e ao Tortoniano". A pro-
pósito de Cacela refere que a presença de ChZamys excisa indica
ria o "Saneliano" ou o P1iocénico inferior.
8
unidades (Paleozotco superior, Mesozolco, Neogénico) separadas
por discordinctas importantes. Os terrenos mais modernos compr~
endem, níveis estratificados e, outros, menos bem ordenados, r~
vinados por vales antigos em geral preenchidos. Este conjunt~em
1O
ferem que terão havido vários episódios vulcânicos: hetangianos,
ante-cretácicos e cretácicos e/ou pós-cretácicos.
.11
necessário demonstrá-lo.
C.TEIXEIRA & F.GONÇALVES (198Q, pp.160-162) referem resu-
midamente o Miocénico do litoral algarvio. Citam os principais
afloramentos daquilo que aqui denominamos formação carbonatada;
consideraram-na pela fauna de idade vindoboniana, equivalente do
horizonte Vlc de Lisboa. Referem-se ainda, aos afloramentos de
Bensafrim, estudados por G.Zbyszewski, bem como aos dep6sitos de
Albufeira, Faro-Tavira e de Cacela, sem nada acrescentarem aos
elementos já conhecidos.
Em I 980 M. T . ANT UNE S & J. PA I S a p r e s e n t a r a m, p a r a i n c I u são no
relat6rio final do projecto 25 {Stratigraphic correlation Tet~~
-Paratethys Neogene) do I.C.M.N. CIUGS), a coluna I itol6gica in-
terpretativa da área n9 305-A1garve.
12
Do Pontiano ao Vi lafranquiano alternam-se fases de aplan~
çao de materiais em séries progradantes e de talude e,de escava
mento por recuo das cabeceiras dos canhões.
Posteriormente ao Vilafranquiano deram-se deformações in-
traplacas nomeadamente sob a forma de desl igamentos esquerdos.
M.T~ANTUNESet al.(trab.ein publicação-l) descrevem a fau-
na de vertebrados (crocodilos e peixes) provenientes do Miocén~
co da região de Albufeira (Praia Grande). A. Nascimento, co-au-
tor da nota, recolheu ali alguns milhares de dentes pertencentes
a um crocodilo e a mais de quarenta espécies de pelxes.Caracte-
rizam, de forma geral, o Miocénico do litoral algarvio, entre a
praia do Canavial e Albufeira. Segundo os autores, predominam
calcários organodetríticos em série rítmica caracterizada pela
repetição de unidades com calcarenitos mais grosseiros na base
e terminando em níveis mais finos.
13
cénico.
*
* *
Ressalta desta resenha histórica,a quase ausência de ele
mentos precisos de datação do Neogénico algarvio. Apesar de exis
tirem 1 istas de fósseis, o valor estratigráfico respectivo é di
minuto, senão discutfvel. Apenas podem ser utilizados para esta
belecer certas correlações com a região de Lisboa, onde a cro-
nostratigrafia é hoje bastante bem conhecida.
14
3-PRINCIPAIS UNIDADES ESTRATIGRAFICAS DO MIOCtNICO DA FAIXA LI-
TORAL ALGARV IA
a) inferior
b) médio
c) superior
15
~ Calcário slllcltlcado
~ Arglllto
~
~ Espongolltos e diatomltos
~
Moluscos
1:0 :: :: o: :: 01 SlItlto f} ~ * Pectlnídeos e outros Indlteren·
cladOs*
lo .00
Fe
~.Fe ·1
o·
SlItlto ferruginoso 1 @~JiJ 1 Ostras
~
U
Arenitos e areias médias e
finas I· \J V I Bloturbações
~
Areias grosseiras e conglo- G)
• • •• • merados
I/)
I/)
O
....
I/)
8 Raro
rm
O
--
---
Marga
"O
o
ro @] Frequente
c
·ro
"O
~ ~
C
Calcarlo organodetritlco :J Abundante
!l
<I:
16
mar pujante de vida, sobre litoral baixo e ainda pouco deforma-
do tectonicamente.
des.
Na parte média, aparecem camadas também carbonatadas,ri-
cas de briozoirios e com frequentes heterosteginas de dimens5es
médias.
17
Ponta do Castelo (SW de Albufeira) o Miocénico está coberto por
terrenos mais recentes.
1B
-----------------------------
."
tO
n
.,o
r-t
~
Q. ç; ./
~ ~ Aqultanlano ? B U A O I G A L I A N O Langhiano ? ~errav? Cronostratlgrafla
):lo
.,., p:;~j: :)j, ~ 'lU ~ 'lH' ~. ~~
:::Q~_ -[I. : f.II". HH: , ~~
-ti
1111 ~~r.' :.1' ~ l' ~ :~ :1: : ~~~ Coluna IItológlca
O
~. ·r .~ - - · · h l . M- ~ -."
-
):lo
-INHlurH'" ~J;!::Ji:j;:'~ iA ; :::;;~.~ J~l~.~ -,~ camadas (n v... )
CT
C
-ti
~
~ ~S~~ ~
•
~;)~
•
§ ~ ~ ~ I~ 8·~ ~
@ @
I ~ I~I r----, 8 Algas
Espessura (m)
., •
.0.
O O • •• • • O
@ O
@ @ O
O.
••
@ Foramlníferos bentónlC08
BrlozoárlOs
III
--- •
O • ..
•
•
Corallarlos
GastrÓpodes
@ O@ @ C ••• O O O. O. O O O @ LamellbrãnqulOs
• • • ~.. O O O @ Equinodermes
•• • • • Ostracodo8
• O O Clrripedes
• • peixes
Cerca de 2m acima surge, talvez, o melhor nível de refe-
rência de toda a formação carbonatada. ~ um biocalcarenito (Ar-
rf 20) (1 ,55m) amarelo esbranquiçado, com tons rosados. A parte
inferior é uma massa de briozoários, algas (bonitas concreções),
alguns fragmentos de grandes ostras e pectinideos; para os 2/3
superiores os briozoários tornam-se menos abundantes predomina~
1"
como Ginglymostoma. A ausência total de fermas de água profunda
e a pequena abundincia de lamniformes (sobretudo Ppocapchapodon
e Isupus) , são mais uma indicação neste sentido.
2O
"
\O
\AI
n
o..,
M-
(\)
O-
III
"..,
Burdlgallano : Langhiano
." Serrava lia no --l
I........
. . . . "..'.., Cronostratigrafia
81-r F0.~~
Ó ' c:::C:. . "';-<--. - - - -... _ _
.•. ~. '['~:D'.
o ____" "-"
III
f- .~'. . I
. .«=(. • • .
"0 ..•"- ,
. . .!; ~
1. c:e:n:. .,:." ••
.IT,rfi-
III
=c.: .~~• 1
'--' ~ .~.~.
I t-t .......... "
rr :.
..... rrnJ
O- . --......... . - •• Coluna IItologlea
O "V"
I-
=r
O
-
itti j-f= Camadas (n~ ... )
M-
I\,) Ic:n{..., ai 10 I--
(\) UI
--._-_._--------_._.--_.. -._---._-
»
..
li
"o c
"ui ;;1
1..1 "'.
c c ~ ~\:c
ccg UI 1,0> '" o
(1
'"
"UI
Espessura Cm)
c
..,
III
•
@
•
-
Foraminiteros
'--"-""--"- f--"--"_. .
Brlozoarlos
--
"---- e---.-.-------
3
..,
III O O • . O • Ga~.!!"qp(?~~~" _______
@
@
@
@
• @ . (i)
."----_._---_. - - _ . < - ~~~!~.!>r ânqu_lo9
-- ~_9..lJ~'2?d~r mes
r-
• ------ Ostraeodos
_._------------
(\)
O @
•
-- S.!!.:.~_!.P~~.es
X
1111
O
• • • Peixes _ _ _o
O-
O
III
»
=r
O
III
'-"
"
posição dos biocalcarenitos da formação carbonatada. No entan-
to, alguns retalhos, como os do Moinho do Rebolo (a S de S.Bar
tolomeu de Messines) e o de Ludo, ainda que litologicamente s~
3.1.1 - Datação
21
Globigerinoides bisphericus (7)
Globoquadrina baroemoenensis
Outros indetermináveis
Foram identificados:
22
planctónicos. Porém, alguns ostracodos (estudados por A.Nasci-
mento) forneceram indicações. Assim, na camada 6 foi recolhida
Bosquetina pectinata, espécie apenas conhecida na região de Li~
boa (Foz da Fonte e Palença) no Burdigal iano. Além desta espe-
cie, (?) Cyanucytheridea punctateZZa apareceu na camada 7 e
Cytheretta sp. na C23 igualmente conhecidas, na região de Lis-
b o a , no Aq u i ta n i a nos u p e r i o r e n o Bu r d i g a I i a no.
23
tículas silto-argilosas, particularmente bem e~PQ~tas entre os
Olhos de Agua e a praia da Falésia.
'14
pontos, apresentam finos leitos de calhaus rolados. Devem corres
ponder a depósitos de praias quaternárias.
-pI istocénicos.
no inferior).
A fauna marinha recolhida no terço superior indica o Mio-
cénico médio.
25
Assim, parece ter havido importantes movimentos tectóni-
cos com elevação de parte do Maciço Hespérico durante e apos a
qual se verificou erosão intensa.
;
lacustres com BuZimus, Pupa, PZanorbis, Limnaea e HeZix perto da
I Ponte das Lavadeiras, na saída oriental de Faro. Afirma, ainda,
que "l es sables des environs de Tavira contiennent des inclusi01S
de calcaires ayant l'aspect lacustre". As pesquisas agora efectu,2,
das não permitiram observar tais níveis. Todavia, a abertura de
2 fi
um poço em Morgadinho, SOOm a N de Luz de Tavira, permitiu reco-
nhecer(l}, de cima para baixo, os seguintes níveis:
3.3.1.1 - Datação
28
Sphenolithus abies
Discolithina multipora
Nonion boueanum
Virgulinella cf. pertusa
Bo livina s p.
Cassidulina sp.
Hopkinsina sp.
Cibicides lobatulus
formas características de meio muito litoral .Reconheceu,també~
Globigerina praebulloides
Globigerina bulloides
Globorotalia druryi
Globorotalia cf.nepenthes
Globorotalia acostaensis (sinestra)
I GloborotaZia continuosa
Globoquadrina sp.
Globigerinoides cf. obliquus
I Dentre as espículas de espongiários predominam as de 1 itis
tídeos da família Corallistidae, representadas por "dichoctriae-
nes" e "triaenes"; são abundantes as monáxonas (diactinelídeos e
monacti leI ídeos), bem comQ as tetráxonas (tetractinel ídeos). Ac-
tualmente, as máximas concentrações I itistídeos ocorrem entre os
100 e 300m, mas podem ocorrer a apenas 12m e, mesmo, a 1920m de
profundidade em mares quentes (P.D'ESTEVOU et al~1981, p.75, L.
MORET in J.PIVETEAU, 1952, p.359, 370).
29
Mutilus cf.labiatus
Nonurocythereis seminuZum
Aurila zbyszewskii
Carinocythereis gaZiZea.
A idade destes depósitos bem como o modelo sedimentar da
sua formação são comparáveis com os de outros da região de Ponte
das Lavadeiras, Faro, Arroteia (Fuzeta) e de Luz de Tavira.
l O
OrbuZina suturaZis
OrbuZina biZobata
GZobigerinoides triZobus
GZobigerinoides subquadratus
insuficientes para datar os depósitos, mas compatíveis com o Mi~
cénico médio, podendo atingir o Miocénico superior (Tortoniano).
A presença frequente do pequeno ouriço Arbacina sp. é compatível
com esta idade. Sobre estas areias assentam siltes mais ou menos
carbonatados amarelados (ocres) e que afloram aqui com espessura
de cerca de 2 m.
ona?) •
31
de Morgadinho devem corresponder à parte alta do Miocénico médio
ou a parte inferior do Miocénico superior (Tortoniano inferior).
\
I
I
32
3.4 - FORMAC~O
, DE CACELA
33
.."
\O
.t:-
n
o
.,
.....
C1I
a.
III MESSINIANO Cronostratlgrafla
.,
tr
T"'''I
__
Tortonlano superior
z·
_~-..,J
GI
Z
.....
--
Zonas de Blow
C1I -- r-
.,
III ~~it!~ tb
~~;' .::: .. 0-
-~
'. .
- -
·1 .
I (1)
1
Coluna IItológlca
- Jl
a.
C1I
n
III
~~ ::., .
.
. .
-... --
O
C1I - I; I\,) CoI .lo UI 01 CD cc o Camadas (n V . . . )
- -=. IS;. -
~""
j; ~o
III .11,)
i.I t: oo Espessura (m)
o ~
o UI
--
_. __._ _---
..
--_.-
O @
• Foramlnlferos bentónlcos
• O
@
• ---
F _ planctonlcos
BrlOzoárlOS
@
@
OO@
O@ ~
O
O
O
O @O
• • •• Gastropodes
L ame~_~r ângulos
@ Ostracodos
O -
Clrripedes
Globorotalia scitula
Globorotalia pseudomiocenica
Globorotalia menardii
G loboro ta lia acostaensis(s'i'nestra)
Globorotalia humerosa (s'lnestl"a)
Globorotalia altispira
Reticulofenestra pseudoumbilica
Helicosphaera carteri
Discoaster variabilis
Braarudosphaera bigelowi
além de material retomado do Eocénico. t particularmente intere~
sante a existência de material eocénico uma vez que são desconhe
c i dos de pós i t os ma r i n h os d e s ta i d a d e n o 1 i to r a 1 sul de Po r t u g a 1 ,
mesmo na plataforma continental. Todavia, em Espanha, o 1 imite do
Eocénico marinho estende-se desde a foz do Guadalquivir (passan-
do a S de Sevi lha) até o Sul de Valêntia, prolongando-se, depoi~
pelas Baleares (M.ALVARADO, 1980, p.25).
i A lista inclui.
*Aurila (Cyrribaurila) diecii Callistocythere vigneauxi
I
* Auri la ex. 9 r. semi lunata Carinocythereis antiqua ta
Aurila (Ulicznina) oblonga *Carinocythereis galilea
Aurila zbyszewskii Carinovalva carinata
Bosquetina carinella Costa batei
Callistocythere cana li cu lata Costa punctatissima
Callistocythere aff. canaliculata Cyamocytheridea roeversa
34
cythereZZa aff. cQmpres$q OZunfaZunia pZicatuZa
CythereZZa confusa OZunfaZunia costata
cytheretta orthesensis Paraaypris po li ta
cytheretta rhenana rhenana Parakrithe sousthenensis
cytheY'UI'a aZata Paracytheridea triquetra
Echinocythereis scabra Pontocythere curvata
HenryoweZZa asperrima Pontocythere lithodomoides
Hermanites haidingeri Pterygocythereis ceratoptera
Leptoaythere foveoZata Pterygocythereis jonesii
Loxoconcha parvuZa Rectobuntonia posteropunctata
Loxoconcha punctateZZa Ruggima tetraptera tetraptera
Neocytherideis Zinearis Urocythereis favosa
*Nonurocythereis seminu Zum XestoZeberis gZabrescens
35
"le passage d'une couche à l'autre est brutal, sans transition.
11 évoque une transgression sur une surface struturale (pseudo-
-concordance parfaite)". Nunca encontramos, todavia, qualquer
destas espécies nas camadas intermédias de Cacela. Também adis
cordância atrás referida não foi observada. O contacto é normal
dentro de uma série rítmica de sequências positivas.
36
3.4. I - Datação, interpretação paleogeográfica
31
3.5 - VULCANISMO
3B
4 - C O N C L U 5 OE S
39
N
o Monchique
II,
Z
"..:
~
'I. ..",
f. .. ,
/~.,. . .,.~..
.',';,-...::- ....
~~:lw_. '~~~"" • '~I.. • ..... .. o,.."e'
__ ____..
j ,..:".
- ..
:(
r
....
~ ~- ...... < ... .
.. ': .. ,', .. '......... , ... ..
• o 25 Km
2 J
~~ CJ ITllIIIIl
Fig. 5 - PrincTpais afloramentos de Miocénico no I itoral algarvio e tentativa de reconstituição
paleogeográfica. Areas imersas: 1 - Miocénico Inferior; 2 - Miocénico médio; 3 - Serra
valiano superior a Tortoniano inferior; 4 - Tortoniano superior a Messiniano.
t ra s e pec ti n f d eos em descont h;u tdade com a formação· ca rl50natad a e
que devem ser correlati~as dos nTveis de Olhos de Agua. Este mo.
vimento transgressivo, talvez equivalente do que se verificou em
Lisboa na div. VI!, nunca penetrou muito para o interior e não d~
ve ter durado muito. Logo acima das areias com vertebrados, uma
lumachela denuncia nova fase regressiva.
4O
,ut;>, - f---r--
Q. <{
. --_._-----------------------------++-+=:...j
I~"
Z; ~_ ...J
~U U
Ig -~ z
<{
~r- 5 ~
z ?
Membro superior ...y' .... y' I
ÜJ 'V"Fe' I
CIJ
Formaç~ .9~.r.-.· .. iNI7 I
16
LLI
7 ~ ~ Membro media .. 7 I
I
~
Gl
O
Z :\
\\8"~~
""2.....---.:!.!:J
Cacela MembrO Inferior ~;.;;,:,.
~.":;•••'rJi..
I
I V
~ ~ ~ E."ongohlo.
I
. a . .... IC!:,celal CarbonlCO, I
I
10 O? .' "'2...~ d.lI,omllo. BiocalcaranilO. com ~ --::I...:..- Trlaslco
t- .. ~~ h ~~. ?
a;
O -,.--..- IMem Moniz I alar"••aulO.. ... .1.....:..:_1.. :'. .' .•
.... Q ~ CalcÂrooa. e . Brach. -:~ t::í_:_'.~_' Calcários e peti-
~
r-- 12 r:r~ 7 - - _ - palitol hmnicos ~ tOllimmcoa
~ ~dO'? I Tunes I IPonte dasl ..
O <{ ~~.
'0 v Lavadelrasl I Luz .. Tavlral
~g a: ••• CooU' com ...c:::l:. . .' ..
II
Da" r'\' .•
~~ ffi ~'~ .Ci?~v ~ ~EJ:XI
O E 15
U CIJ I. A If - ~I
rr ao
trila 8 pectmí·,.
deoa
~
. ~ ..... " . ~
\ I ..... .....
Intere marinha
-Cam com vartabrado.
Albufeira : ..:: .. :: .... ::.. ~ _ralu .,có.,ca. lIuvl.,.
~r-'4 . ~~:;u:.~-,------_ ............ --_ .•....
;;i
õ ~~"
(!)
.....;:y"'t"...f
~ ,,~
~
Maru.. com dan.!:i?'?7
'e. de ~I"e.
chimen.o leo"1 Praia
do cer.ol . da 'I ~
10 I h os de~I
Topo d. Form@cm
carbonatada
~ ~ " ~ " Oura Aaua
o
ff 20
III
O
..
~~.....L'-~·r·~·~·~\\
.. 1\
_
41
clima bastante árido não atingiam o mar.
Do ponto de vista da evolução tectónica.l0 litoral S portu-
gues tem de ser enquadrado no contexto mais vasto da do S da Pe-
nínsula Ibérica.
C.MONTENAT (1977, pp. 296-326) esquematiza assim essa evo
lução:
I - Compressão no fim do Burdigaliano, generalizada ao conjunto
das Cordilheiras béticas.
Desmantel~mento (fracturação) quase total das camadas do Aqul
taniano e do Burdigaliano no extremo oriental das cordilheiras
béticas.
42
aZo (1981, p. 1035), terá ocorrido entre 7 e 5,7 MA (Messiniano me
dio a superior) e, segundo este autor, são "1es témoins tardifs du
magmatisme calco-alcalin (18 à 5,5 M.A.) de la marge ibérique médi
terraneenne.
Os basanitos de Figueira e outras rochas alcal inas do Alga~
43
B I B L I OGRAF I A
44
Geol. Portugal, Lisboa, t.XKI, pp.61-106, 2 pI., 1 tab.
CHOFFAT, P. (1950) - Géologie du cénozoique du Portugal. Com. Servo Geol.
Portugal, Lisboa, t.XXX, pp.9-182, 24 pI., 4 tab.
COSTA, E. & BRITES, A. (1979) - Cartografia hidrogeologica do Algarve oiiden
tal. Encontro de Geociências. Resumos das Comunicações, Lisboa, p.58.
COSTA, F.A. Pereira de (1866) - Gasteropodes dos depósitos terciários de
Portugal. Com. Geol. Portugal, Lisboa, pp.V-252, 28 est.
COTTER, J.B. (1879) - Fósseis das bacias terciárias marinhas do Tejo, do S~
do e do Algarve. J.Sc. Math.~ Phys. e Nat., Lisboa n~7, fase. 26, pp.
112-122.
DOLLFUS, G., et alo - (1903-1904) - Mol1usques tertiaires du Por
tugal. Planches de cephalopodes,gastéropodes et pélécypodes
laissées par F.A.Perei ra da Costa.Com. Serv.Geol.Portugal,
Lisbonne, pp. 1-46,4 fig., 22 pI.
ESTEVOU, P.O. DI et al. (1981) - La spongiofaune Néogene de Sorbas (Andalou-
sie Orientale, Espagne). Geol. Médit., t.VIII, n~2, pp.61-78, 3 fig.,
8 pI.
FEIO, M. (1951) - A evolução do relevo do Bafxo Alentejo e Algarve. Com.
Servo Geol. Port., Lisboa, t.XXXI I, pp.303-481, 42 fig., 22 est.
FERREIRA, O.V. (1951) - Os pectinídeos do Miocénico do Algarve. Com. Servo
Geol. Portugal, Lisboa, t.XXXII, pp.153-180, 3 quad., 11 est.
FRENEIX, S. (1957) - Lamel 1 ibranches nouveaux du Miocene du Portugal. Com.
Servo Geol. Portugal, Lisboa, t.XXXVIII, pp.227-239, 3 pI.
GERSONDE, R. (1979) - Diatoms in the Mediterranean Neogene, a short review.
Vllth Int. Congo on Medit. Neogene. Ann. Géol. Pays HélZ.én. Athenes,
t.hors série, fasc.lll, pp.1348-1351.
GOUVtA, A.M. (1938) - Algarve. Aspectos fisiográficos. Ed. autor, Lisboa,
161 p., 11 est., 1 esboço geol., 4 fig.
KREJCI-GRAF, K. (1955) - IKUstenzerstêlrung". 2 - ln den Miodln-Mergeln von
Algarve. Natur und Volk, Frankfurt, 85, heft 8, pp.252-261, bild 1-10.
MONTENAT, C. (1977) - Les' bassins néogenes du levant dlAlicante et de Murcia
(Cordil1eres bétiques orientales - Espagne). Stratigraphie paléogéogr~
phie et évolution dynamique. Doa. Lab. Géol. Fac. Se. Lyon, n~69, 345
p., 7 pI., 75 fig.
NASCIMENTO, A. (em publicação) - AuriLa zbyszehlskii (Ostracoda), espece nou-
velle du Miocene supérieur (Messinien et Tortonien) du Portugal. Volu
me de homenagem a G.Zbyszewski .
45
PIVETEAU, J. (sous la direction de) (1952) - Traité de Paléontologie. T.I.
Les stades inférieurs d'organisation du regne animal. Masson et Cie.,
Paris, pp.1-782, 970 fig., 40 pI.
RIBEIRO, A. et alo (1979) - Introduction à la géologie générale du Portu-
gal. Servo Geol.portugal, Lisboa, pp.3-114, figs.l.1-3.40.
ROCHA, R.S. (1971) - Contribuição para o estudo geológico da região do Ca-
bo de S.Vicente-Alvor. Bol. Soe. Geol. Portugal, Lisboa, vol .XV'f~
46
SOUSA, F.L. Pereira de (1922) - Sur les roches éruptives de la bordure meso-
zoique et cainozoique de 1 'Algarve et leur âge géologique. C.R. Aead.
Se. Paris, t.175, pp.822-824.
--------------------- (1927) - Sur les basaltes du Portugal, C.R. Aead.
Se. Paris, t.185, pp.545-5 47.
--------------------- (1930) - Sur les roches éruptives de la partie occi-
dentale de 1 'Algarve (Portugal). C.R.Aead. Se. Paris, t.191, pp.59 -
61.
-------------------- (1931) - As erupções na região mesozoica e cenozoica
e no carbónico do litoral ocidental do Algarve. Bol. Aead. Ciêne. Li~
boa, Coimbra, vo1.111 (n.ser.) pp.86-95.
TEIXEIRA, C. & GONÇALVES, F. (1980) - Introdução ã geologia de Portugal.
Inst. Naeion. Invest. Cient., Lisboa, pp. I~IV e 5-475, 68 fig., 5
quad.
VANNEY, J.R. & MOUGENOT, D. (1981) - La plate-forme continentale du Portu-
gal et les provinces adjacentes: analyse geomorfologique. Mem. Servo
Geol. Portugal, Lisboa, n~28, pp.9-86; 41 fig.
ZBYSZEWSKI, G. (1948) - O Miocénico marinho de Bensafrim (Algarve). Bol.
Soe. Geol. Port., Porto, vol .VI I, pp.55-66, 1 quad., 2 est.
ZBYSZEWSKI, G. & ALMEIDA, F.M. de (1950) - Os peixes miocénicos portugueses.
Com. Servo Geol. Portugal, Lisboa, t.XXXI, pp.309-412, 13 est.
47