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ZOOARQUEOLOGIA
Sítio Jabuticabeira II
Este sítio de 320.000 m de volume e altura máxima de 9m, situado sobre depósitos eólicos
datados do holocênico, é composto de dois depósitos estratificados principais: um de conchas na
parte inferior e outro, preto, composto principalmente de ossos de peixe que constitui a parte
superior de quase todo sítio. Portanto, o sítio Jabuticabeira II é essencialmente um Sambaqui
composto por um depósito conchífero coberto por um depósito ictiológico. O início deste sítio
estima-se ter sido por volta de1.700 anos AP e seu abandono 1180 anos AP.
Uma das características mais notáveis do depósito conchífero é a combinação sucessiva de
camadas espessas. Essas camadas de conhas geralmente não possuem estruturas internas ou
artefatos, ao passo que as camadas escuras contêm numerosos sepultamentos, fogueiras e buracos
de estaca, além de artefatos líticos e ósseos. Nos estudos, 99% dos sepultamentos foram
encontrados nesta camada. Essas camadas receberam o nome de “áreas funerárias”
A análise das estruturas (covas, buracos de estaca e fogueiras) mostrou que a composição se
assemelha às características das camadas escuras, mas com maior grau de queimas dos materiais
recuperados das fogueiras e a presença de animais “exóticos” , o que nos leva a crer que foram
usados como oferendas. O termo cova tem que ser relevado pois os enterramentos eram superficiais,
apresentando apenas a cobertura necessária para acomodar o corpo.
A ausência de artefatos fora dos contextos funerários, bem como de áreas para o preparo
diário de comida, assim como a recorrente presença de estruturas associadas aos sepultamentos,
como fogueiras e buracos de estaca, são indícios da função eminentemente funerária do sítio.
Alguns ossos encontrados nessa área podem corresponder aos festins funerários realizados em
homenagem aos mortos.
Estimativas indicam que peixes foram a mais importante fonte de alimento, tanto nas
camadas de cobertura quanto nas áreas funerárias. Os resultados demonstram que a maior parte da
pesca era empreendida na laguna vizinha e que as espécies encontradas eram similares, o que indica
grupos de afinidades distintos tinham acesso a áreas de pesca semelhantes. As áreas estudadas
apresentam uma média de 281kg de carne de peixe disponível por metro cúbico o que leva a crer
que a comida poderia ter sido usada com um número elevado de participantes.
Geoarqueologia do íctio-montículo
As sondagens externas ao sítio mostraram uma sucessão de fáceis arenosas, amarelo claro,
sob uma fáceis de lama arenosa preta, o que leva a crer que são de margem paleolagunar, de praia,
de brejo, respectivamente. Também apresentam fragmentos de ossos de peixes não selecionados e
areia terrena de granulometria fina a muito fina. Alguns fragmentos de carvão foram encontrados
com diferente tamanhos.
As análises geoarqueológicas mostraram sete fáceis:
1) coloração marrom-escuro, mais compactadas e com elementos intrusivos modernos, tais como
tijolos e plásticos;
2) Unidades centimétricas pretas compostas de carvão e fragmentos de ossos queimados (10% a
15%);
3) Unidades decimétricas de coloração marrom com ossos de peixes fragmentados e
intemperizados (10% a 30%);
4) Camadas centimétricas de coloração cinza compostas de carvão, cinzas e ossos queimados
(10% a 15%);
5) Camadas decimétricas de coloração marrom claro com ossos de peixes muito fragmentados (30
%a 50%), queimados e intemperizados, com lentes de areia e cinzas;
6) Fogueiras in situ;
7) Lâminas de areia solta.
comprimento e 15m de largura. Sua confecção é datada de aproximadamente 4.420 anos AP (em
concha) e 4.320 anos AP (em carvão). Outra datação, por meio do carvão do topo do sítio fornece
um uso mais recente com cerca de 740 anos AP e que pode não ter relação com o uso do sambaqui.
Este tipo de sambaqui é classificado como estrutura satélite de um sambaqui monumental e
apresenta uma estratigrafia mais simples.
Geoarqueologia
Zooarqueologia
de práticas de pequena escala e expressam a interação das comunidades costeiras com o ambiente
que habitam.