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Campus Maracanã
ARQUEOLOGIA
LABORATÓRIO DE CURADORIA
1.1 Introdução
O marfim e o osso arqueológicos, ao contrário dos líticos, metais e cerâmicas, são
artefactos orgânicos que foram outrora parte de animais vivos e a sua complexidade
reflete a sua origem. Na África Austral, os conservadores e arqueólogos tendem a
abordar o osso e o marfim de forma diferente. A conservação arqueológica é ainda
uma disciplina pouco desenvolvida e os museus geralmente assumem a
responsabilidade pela preservação e conservação a longo prazo das colecções
arqueológicas. Mas arqueólogos, por outro lado, utilizam as suas próprias técnicas e
materiais de investigação, manuseamento, e armazenamento, além disso autor
ressalta que é essencial que os arqueólogos adotem melhores práticas de gestão de
colecções que respeitem as normas mínimas, e tenham uma colaboração mais
estreita com os profissionais dos museus e conservadores para garantir a
longevidade da cultura material. Os objetivos da conservação envolvem todas as
medidas e ações que minimizem a futura deterioração. Mais importante ainda, estas
ações não interferem com a estrutura natural dos materiais nem modificam a sua
aparência original, preservando assim a sua integridade, assim facilitando a
apreciação, compreensão e utilização do material.
O autor usa como exemplo o K2( O maior assentamento ) e Mapungubwe(
local) de ossos e marfim o qual acumulou décadas de escavações arqueológicas,
análises invasivas subsequentes ,tratamentos laboratoriais e armazenamento
incorreto que afetaram a preservação destes artefactos. O conhecimento do
material e composição correta de um artefacto é importante para a interpretação da
sua utilização, origem, fabrico, data e outras informações. A natureza inata de um
artefacto arqueológico orgânico pode incluir provas da tecnologia e dos materiais
utilizados na sua produção e quaisquer modificações subsequentes antes do
enterramento, além da sua utilização e a natureza do seu ambiente de
enterramento. Todas as decisões sobre a ação apropriada devem ser tomadas em
conjunto com outros especialistas, tais como curadores, arqueólogos,
conservadores, gestores de coleções , devido à necessidade de revelar e preservar
todas as provas de investigação disponíveis.
3.2 Documentação:
- A importância da documentação adequada para preservar resultados de pesquisa.
- Registros eletrônicos e impressos como parte do registro permanente do museu.
Fotografia Digital:
Oferece vantagens na visualização da forma e da cor dos artefatos orgânicos de maneira
mais realista e precisa em comparação com a ilustração convencional.
- A fotografia digital usada com um microscópio é valiosa para documentar e registrar
características distintas e detalhes finos de ossos e marfim arqueológicos, como marcas de
produção, fraturas por estresse e desgaste de uso.
- A gravação adequada requer atenção à nitidez dos detalhes, pontos focais, profundidades
de campo, planos de fundo, medidas de escala, iluminação, exposição correta e detalhes de
alta resolução.
- Para manter a cor original do osso arqueológico e do marfim, é recomendável fotografá-los
em uma tenda fotográfica branca contra fundo branco, evitando distorção visual, sombras ou
manipulação de cores em imagens eletrônicas.
4.2. Estrutura:
Os ossos são classificados em dois tipos: esponjosos (esponjosos) e
compactos (corticais). O osso cortical é mais denso e forma uma camada externa
ao redor do núcleo do osso esponjoso ou de uma cavidade medular. O osso
esponjoso tem uma estrutura de treliça com espaços semelhantes a esponjas e é
mais proeminente nos corpos das vértebras e nas extremidades articulares dos
ossos longos. As hastes dos ossos longos contêm a maior quantidade de tecido
cortical.
5.5. Consolidação:
A consolidação desempenha um papel crucial na preservação de ossos e
marfins arqueológicos. No entanto, esse processo deve ser realizado por
conservadores treinados em laboratórios, utilizando polímeros orgânicos conhecidos
como consolidantes ou conservantes. A consolidação adiciona resistência estrutural
a materiais orgânicos frágeis e deteriorados. No entanto, é fundamental que a
consolidação seja feita adequadamente, pois uma abordagem inadequada no campo
pode resultar em danos irreversíveis a longo prazo. Além disso, os efeitos físicos e
químicos da consolidação em materiais orgânicos porosos podem ser complexos e,
em alguns casos, desconhecidos. Por exemplo, o uso de polímeros instáveis, como
o polímero de nitrato de celulose (glyptal), em consolidação de ossos em décadas
anteriores suscita preocupações sobre seus efeitos a longo prazo. Portanto,
compreender as interações entre o material orgânico, o ambiente e o processo de
consolidação é crucial para garantir a preservação eficaz e permitir pesquisas
futuras.
9.4. ARMAZENAMENTO
É necessário para o armazenamento deste material, o planejamento,
preparação e cuidado e organização de campo para o laboratório ou
armazenamento, para a conservação e até mesmo um diagrama de embalagem de
campo apropriado para materiais orgânicos frágeis, bordas de espuma devem ser
embutidas nas ferramentas de osso e outros materiais orgânicos, com fim de obter
suporte a longo prazo e proteção apropriada.
Para materiais orgânicos, é necessário o equilíbrio entre o contato de
umidade e o ambiente. Ossos e marfim são sensíveis à luz, em exposição
prolongada pode ocorrer descoloração, desbotamento e danos estruturais. Esses
materiais devem ser envoltos em papel de seda, livre de ácido, selados em
recipientes transparentes de proteção. saquetas de gel e sílica devem ser
armazenadas junto do recipiente com um cartão indicador de umidade relativa,
visível sem necessidade de contato com o recipiente, criando um microclima
monitorado.
Desumidificadores são uma solução acessível na ausência de
condicionadores de ar, desde que cumpram os requisitos de umidade relativa. Não
sendo possível controlar as condições ambientais do espaço do ambiente, é
preferível criar microambientes de armazenamento, usando embalagens adequadas.
Buscar manter níveis de luz reduzidos nas áreas de armazenamento e exibição
quando não estiverem em uso.
9.5. CONDIÇÕES DE EXIBIÇÃO
A exposição permanente ou temporária de materiais ósseos, deve ser
calculada de maneira metódica, envolvendo um design criativo que não comprometa
as estratégias de conservação, como agrupamentos de artefatos de osso com
requisitos de umidade semelhante juntos em um mesmo microambiente, evitando
flutuações rápidas de temperatura por meio de sistema de ar condicionado e
ventilação nas áreas de exposição, aproximadamente (18 - 21 graus celsius).
Ossos e marfim devem ser mantidos longe de luz direta, tanto naturais quanto
elétrica, evitando o calor devido a danos como rachaduras. Ossos e marfim devem
ser exibidos deitados, apoiados ou acolchoados, evitando ângulos ou
posicionamentos que podem estressar o material e causar rachaduras.