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ESPECIALIDADE

DE ARQUEOLOGIA BÍBLICA

Miguel André Abreu Martins

IASD Setúbal
1- Definir arqueologia e diferenciá-la da paleontologia.
A arqueologia é uma disciplina que estuda as sociedades humanas e suas culturas através da
análise de vestígios materiais deixados pelo homem ao longo do tempo. Esses vestígios incluem
artefatos, estruturas, monumentos e restos humanos, que podem ser encontrados em sítios
arqueológicos em todo o mundo. O objetivo da arqueologia é reconstruir a história e a evolução
das sociedades humanas desde os tempos mais antigos até os dias atuais, fornecendo informações
sobre como as pessoas viviam, trabalhavam e se relacionavam entre si e com o meio ambiente.

Fig. 1: Trabalhos arqueológicos


Já a paleontologia é uma disciplina que estuda a história da vida na Terra, analisando fósseis e
outros vestígios de organismos que viveram há milhões de anos. O objetivo da paleontologia é
compreender a evolução e a diversidade das espécies ao longo do tempo, incluindo a evolução
humana.

Fig. 2: Trabalhos de paleontologia


Uma das principais diferenças entre arqueologia e paleontologia é que a arqueologia concentra-
se principalmente nas atividades humanas e culturais, enquanto a paleontologia se concentra na
evolução e na história natural de todas as espécies, incluindo os seres humanos. Além disso, a
arqueologia estuda principalmente vestígios encontrados em sítios arqueológicos, enquanto a
paleontologia estuda fósseis e outros vestígios encontrados em depósitos geológicos específicos.

2- Defina os seguintes termos:


Papirologia é o estudo de textos escritos em papiro, um material vegetal usado pelos antigos
egípcios, gregos e romanos para escrever documentos e registos.
Egiptólogo é um especialista em história, cultura e língua do antigo Egito, estudando artefatos,
inscrições e documentos escritos para entender a vida e a sociedade dos antigos egípcios.
Assiriologia é o estudo da cultura e história da antiga civilização assíria, que existiu na região
que hoje compreende o Iraque, Síria e Turquia. Os assiriólogos estudam inscrições, documentos
e artefatos da cultura assíria para entender sua história e sociedade.
Orientalismo é um termo que se refere ao estudo e à representação do Oriente pelos ocidentais,
especialmente no século XIX. O orientalismo envolve uma variedade de disciplinas, incluindo
literatura, história, filosofia e arte.
Cuneiforme é um sistema de escrita usado pelos antigos sumérios, babilônios e assírios. Os
caracteres cuneiformes eram escritos em argila com um instrumento em forma de cunha.
Hieroglífico é um sistema de escrita usado pelos antigos egípcios. Os hieróglifos eram escritos
em papiro, pedra e outros materiais, e são conhecidos pelas suas imagens complexas e
simbólicas.
Paleografia é o estudo da escrita antiga e dos sistemas de escrita usados em diferentes culturas.
Os paleógrafos estudam manuscritos, documentos e inscrições para entender a história e a
evolução da escrita.
Antiquário é uma pessoa que estuda, coleciona e vende objetos antigos, especialmente artefatos
históricos e culturais.
Local arqueológico é um local onde foram descobertos vestígios de antigas civilizações e
culturas, como assentamentos, templos, cidades e cemitérios.
Estratigrafia é o estudo das camadas de rochas e sedimentos em sítios arqueológicos. Os
arqueólogos usam a estratigrafia para entender a sequência de eventos históricos num local
arqueológico.
Tel, tell e Khribet são termos usados para descrever colinas artificiais criadas pela acumulação
de camadas de entulho e restos arqueológicos. Essas colinas podem ser o local de sítios
arqueológicos importantes.
Réplica é uma cópia ou reprodução de um objeto histórico ou cultural. Réplicas são
frequentemente usadas em museus e exposições para permitir que as pessoas vejam e interajam
com objetos raros e valiosos que não estão disponíveis para exibição pública.
3- Definir maximalismo e minimalismo.
Maximalismo e minimalismo são termos que descrevem dois estilos opostos de design, arte e
cultura.
O maximalismo é um estilo de design que valoriza a abundância, a complexidade e o exagero.
Os designs maximalistas tendem a apresentar muitos elementos, cores, padrões e texturas,
criando uma aparência rica e exuberante. O maximalismo pode ser visto em estilos como o
barroco, o rococó e o art nouveau.
O minimalismo, por outro lado, é um estilo de design que valoriza a simplicidade, a clareza e a
redução aos elementos essenciais. Os designs minimalistas tendem a apresentar poucos
elementos, como linhas limpas e formas geométricas simples, criando uma aparência elegante e
sofisticada. O minimalismo pode ser visto em estilos como o modernismo, o design escandinavo
e a arquitetura minimalista japonesa.
Ambos os estilos podem ser aplicados em diferentes áreas, como moda, design de interiores, arte
e arquitetura. O maximalismo e o minimalismo podem ser vistos como extremos opostos e
complementares, cada um com seu próprio valor estético e emocional. Enquanto o maximalismo
pode transmitir uma sensação de exuberância e luxo, o minimalismo pode transmitir uma
sensação de tranquilidade e serenidade.

Fig. 1) Estilo Maximalismo Fig. 2) Estilo Minimalista

4- Descrever ou ilustrar dez ferramentas que são usadas em escavações arqueológicas. Se


possível demonstrar como várias das ferramentas são utilizadas.
Existem várias ferramentas que são usadas em escavações arqueológicas, algumas delas são:
Colher de pedreiro - Usada para escavar o solo, é uma ferramenta importante na criação de áreas
de escavação e para remover camadas de solo.

Trincha - É uma ferramenta com uma lâmina reta e longa que é usada para escavar em
profundidade e remover camadas de solo.

Peneira - Usada para separar materiais arqueológicos como ossos, cerâmica e pedras do solo. A
peneiração permite que pequenos objetos sejam separados do solo.

Balde- Os baldes são usados para transportar o solo e outros materiais arqueológicos para fora da
área de escavação.
Escova - Usada para limpar e remover a sujeira dos objetos arqueológicos antes de serem
fotografados, registados e armazenados.

Fita métrica - Ferramenta de medição usada para medir as dimensões de um local arqueológico
ou objetos arqueológicos.
Lupa - Usada para examinar objetos arqueológicos e detalhes em artefatos.

Prumo - Usado para determinar a verticalidade ou a profundidade de um objeto ou de uma


parede de escavação.

Máquina escavadora - Em alguns casos, uma escavadora mecânica, máquina escavadora, é usada
para remover grandes quantidades de solo e rocha de um local arqueológico.
GPS - Usado para registar a localização precisa de objetos arqueológicos e áreas de escavação.

5- Descrever as principais técnicas de datar um artefato arqueológico.


Existem várias técnicas de datação de artefatos arqueológicos, incluindo:
Datação relativa - A datação relativa é uma técnica de datação que não determina a idade
absoluta de um objeto arqueológico, mas coloca-o numa sequência cronológica com base na sua
posição relativa em relação a outros objetos arqueológicos no mesmo local. Isto é conseguido
através da análise da estratigrafia da escavação, ou seja, da ordem em que as camadas de solo
foram depositadas.
Datação por radiocarbono - A datação por radiocarbono é uma técnica de datação absoluta que
usa a degradação radioativa do carbono-14 presente em objetos orgânicos para determinar a
idade do objeto. Esta técnica é eficaz para datar objetos que possuem menos de 50.000 anos de
idade, como ossos, madeira e tecidos.
Datação por dendrocronologia - A datação por dendrocronologia é uma técnica de datação
absoluta que usa os anéis de crescimento de árvores para determinar a idade de objetos de
madeira. Esta técnica é eficaz para datar objetos de madeira com até milhares de anos de idade.

6- Nomeie três benefícios que a arqueologia bíblica pode fornecer um estudante da Bíblia.
A arqueologia bíblica pode fornecer vários benefícios para os estudantes da Bíblia, entre eles:
Contexto histórico - A arqueologia bíblica pode ajudar a fornecer um contexto histórico mais
amplo para os eventos e pessoas descritas na Bíblia. Ao explorar as escavações arqueológicas, os
estudantes da Bíblia podem ter uma compreensão mais precisa do ambiente físico, cultural e
social em que os textos bíblicos foram escritos.
Compreensão cultural - A arqueologia bíblica também pode fornecer uma compreensão mais
profunda da cultura e das tradições do mundo antigo descrito na Bíblia. Ao descobrir artefatos
antigos e explorar as práticas culturais e religiosas da época, os estudantes da Bíblia podem ter
uma compreensão mais rica e matizada da vida naquela época.
Confirmação histórica - A arqueologia bíblica pode ajudar a confirmar a historicidade dos
eventos e personagens descritos na Bíblia. Embora a Bíblia seja um texto religioso, muitos dos
eventos e personagens descritos nela são baseados em eventos e pessoas reais. A arqueologia
bíblica pode fornecer evidências tangíveis que confirmam a historicidade desses eventos e
personagens, aumentando assim a confiança dos estudantes da Bíblia na veracidade dos textos
sagrados.
7- Relata na história da arqueologia (mínimo de 20 eventos de importância) por: Ilustrando um
cronograma detalhado
1709 - Primeira escavação registada em Herculano, Itália.
1748 - Início das escavações em Pompeia, Itália.
1799 - Descoberta da Pedra de Roseta pelo exército de Napoleão Bonaparte durante a campanha
egípcia.
1819 - Descoberta da antiga cidade assíria de Nimrud, atual Iraque, pelo explorador britânico
Claudius James Rich.
1822 - Descoberta da tumba de Tutankamon pelo arqueólogo britânico Howard Carter.
1837 - Início das escavações do sítio de Khorsabad na Mesopotâmia pelo arqueólogo francês
Paul Émile Botta.
1868 - Descoberta da biblioteca de Nínive, um dos maiores acervos de escrita cuneiforme do
mundo antigo, pelo arqueólogo britânico Austen Henry Layard.
1871 - Fundação do Museu Egípcio, que hoje é o Museu do Cairo, pelo egípcio Auguste
Mariette.
1887 - Descoberta da cidade bíblica de Gezer pelo arqueólogo americano William F. Albright.
1900 - Início das escavações em Cnossos, na ilha de Creta, pelo arqueólogo britânico Arthur
Evans, onde ele descobriu evidências da civilização minoica.
1922 - Descoberta da tumba de Hatshepsut, uma das poucas mulheres faraós do Egito, pelo
arqueólogo americano Herbert E. Winlock.
1928 - Descoberta de uma série de cavernas em Qumran, Israel, contendo os famosos
Manuscritos do Mar Morto, pelo beduíno Mohammed edh-Dhib.
1947 - Descoberta de uma coleção de antigos manuscritos bíblicos em Nag Hammadi, Egito,
pelos camponeses locais.
1954 - Descoberta do palácio de Knossos, o maior sítio minoico, pelo arqueólogo grego
Spyridon Marinatos.
1960 - Início das escavações em Jericó, na Cisjordânia, pelo arqueólogo britânico Kathleen
Kenyon.
1974 - Descoberta da tumba de Qin Shi Huang, o primeiro imperador da China, contendo o
famoso Exército de Terracota, pelo fazendeiro local Yang Zhifa.
1977 - Descoberta do Templo de Karnak, no Egito, pelo arqueólogo francês Christiane
Desroches Noblecourt.
1982 - Descoberta do tesouro de Priam, rei de Troia, pelo arqueólogo alemão Manfred
Korfmann.
1994 - Descoberta do Túmulo de Tutu, um importante governante do Antigo Egito, pelo
arqueólogo egípcio Zahi Hawass.
2003 - Descoberta de uma série de tumbas da época dos faraós, na área de Abusir, Egito, pelo
arqueólogo tcheco Miroslav Bárta.
8- Compartilhe com um grupo ou instrutor o significado de cada um dos seguintes arqueólogos
famosos (ou outros arqueólogos relevantes para a sua região, país ou divisão).
Jean-François Champollion (1790-1832) foi um linguista francês
que se tornou famoso por decifrar os hieróglifos egípcios na Pedra de Roseta, em 1822. Ele
estudou vários dialetos egípcios antigos, incluindo o demótico e o copta, além do antigo grego, a
fim de desvendar o significado dos hieróglifos. Com suas descobertas, Champollion abriu uma
nova era de estudos sobre o Egito Antigo e ajudou a estabelecer a disciplina da Egiptologia.

Edward Robinson (1794-1863) foi um clérigo e arqueólogo


americano que se tornou conhecido pelos seus estudos bíblicos e explorações na Terra Santa. Ele
viajou para a Palestina em 1838, onde conduziu pesquisas sobre a topografia bíblica e identificou
diversos lugares mencionados na Bíblia, como a cidade de Betel e a fonte de Harode. Robinson
também se envolveu em escavações, incluindo as de Tel Beit Mirsim e Tel el-Hesi, e publicou
várias obras importantes sobre arqueologia bíblica.
William Foxwell Albright (1891-1971) foi um arqueólogo
americano que se destacou pelo seu trabalho no Oriente Médio. Ele escavou vários sítios bíblicos
importantes, incluindo Gezer e Tell Beit Mirsim em Israel, além de Tiro e Arslan Tash na Síria.
Albright é famoso pelos seus estudos sobre a língua e a cultura dos antigos hebreus, bem como
pelas suas pesquisas sobre a arqueologia do Antigo Oriente Próximo. Ele também é conhecido
por ter sido um defensor do "maximalismo" na interpretação dos textos bíblicos, defendendo que
muitos relatos bíblicos devem ser entendidos como históricos e não apenas como mitos ou
lendas.

Simular uma escavação arqueológica (muitas vezes referida on-line como uma “escola de
cavar”). Ou organizar uma escavação ou participar de uma forma significativa em todas as fases
do processo de escavação, incluindo:
Recolha de ferramentas
Marcação de área para escavação
Escavação
Identificar artefatos
Identificar contexto dos artefatos
Registo de dados
Avaliando a importância do processo de escavação

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