O Período Moderno
A Nova Arqueologia
Introdução
A Nova Arqueologia, movimento que surgiu na década
de 60, foi responsável pelo questionamento de muitos
conceitos tradicionais da Arqueologia.
Também conhecida como Arqueologia Processual,
teve como grande interlocutor Lewis Binford, que
lançou os preceitos da nova corrente em seus clássicos
livros → Archaeology as Anthropology de 1962 e New
Perspectives in Archaeology de 1968.
Recebeu influências do neoevolucionismo, através dos
antropólogos culturais Julian Steward e Leslie White.
Características
A Arqueologia Processual estava vinculada a teoria
antropológica, e ao desenvolvimento de metodologias
que explicassem os processos sociais, bem como o
funcionamento do comportamento cultural humano,
diante das condições e eventos do passado e do meio
ambiente. Essas metodologias tinham como objetivo,
dotar a Arqueologia com um caráter científico, por
meio da observação dos registros arqueológicos.
↪ O procedimento básico de identificação dos padrões
culturais, foram caracterizados através da Teoria de
Sistemas, que eram divididos em três subsistemas mais
importantes: o tecnológico, o social e o ideológico.
↪ A natureza da arqueologia passa a ser explanatória,
e não mais descritiva como até então, procurando
explicar o passado humano a partir do uso explícito de
teorias.
Lewis Binford
Arqueólogo americano mais influente do século 20,
mudou a maneira de como os arqueólogos pensam
sobre suas evidências através da Nova Arqueologia, que
consistia em trazer métodos científicos → o sucesso
dessa nova metodologia foi apresentado em seu livro,
New Perspectives in Archaeology de 1968.
Insatisfeito com os resultados, Binford decidiu mergulhar
em uma cultura contemporânea, estudando a caça ao
caribu dos Esquimós Nunamiut, no Alasca.
Em particular, ele revolucionou o estudo de ossos de
animais, ao fazer inferências sobre o comportamento
no passado.
Os Esquimós Nunamiut
Em seu livro Nunamiut Etnoarchaeology (1978), Binford
retrata seus estudos sobre a ecologia cultural dos
Nunamiut, um dos dois grupos que formam os Inuit,
esquimós do Alasca → a obra é dividida em duas partes
que descrevem a metodologia laboratorial que Binford
utilizou, bem como o comportamento dos Nunamiut e
sua relação com as renas (ou caribu) e com as ovelhas,
descrevendo os aspectos anatômicos e ecológicos
dessas espécies base na alimentação das comunidades.
↪ Binford desenvolve um trabalho de arqueologia
experimental sobre as várias técnicas de desmancho,
processamento e armazenamento dessas carnes;
↪ Desenvolveu ainda, índices referentes à quantidade
de gordura e tutano no processamento dos ossos;
↪ Foca nas atividades dessas comunidades durante as
estações do ano, como consumo e padrões de caça,
além do abandono dos restos em cada um dos sítios;
↪ Descreve os sítios de desmancho da carne, locais de
caça, abate de ovelhas, a fauna de cada sítio, etc.
↪ Binford recolheu materiais que se encontravam à
superfície e nas zonas de fácil acesso, limitando-se a
listar os ossos existentes, não fazendo o mapeamento
desses restos. Por conta disso, não se conhece o
remanescente das coleções que permaneceram em
cada um desses sítios.
Arqueologia Pós-Processual
A Arqueologia Pós-Processual foi um movimento
iniciado no Reino Unido, entre os anos 70 e 80, pelos
arqueólogos Ian Hodder, Christopher Tilley, Michael
Shanks, Peter Ucko e pelo antropólogo Daniel Miller.
Também conhecida como Arqueologia Interpretativa,
foi influenciada pela antropologia marxista francesa, pelo
pós-modernismo e tendências similares a antropologia
sociocultural.
↪ O pensamento pós-processualista acreditava que a
arqueologia era subjetiva, ou seja, a verdade averiguada
no registro arqueológico, era quase sempre relativa ao
ponto de vista do arqueólogo responsável em questão.
↪ Foi caracterizada pela predominância da diversidade
e o primeiro movimento arqueológico a dar importância
ao papel feminino na sociedade do passado.
 Fontes Disponíveis
 https://www.revistas.usp.br/revusp/article/download/29852/31738/34687
 https://revista.fct.unesp.br/index.php/topos/article/download/2233/2044
 https://www.theguardian.com/science/2011/may/17/lewis-binford-obituary
 https://www.britannica.com/biography/Lewis-R-Binford
 https://sapientia.ualg.pt/bitstream/10400.1/7114/1/12%20Nota%20Nuno%20Bicho.pdf
 https://www.hisour.com/pt/post-processual-archaeology-34524/