A pesquisa etnográfica é um método milenar que atravessa os tempos e é
utilizado nos mais diversos campos do conhecimento. Inicialmente, era de
natureza histórica, limitando-se ao estudo da cultura de civilizações exóticas por meio da análise dos instrumentos por elas produzidos, obtidos por viajantes e analisados por etnógrafos existentes. Inicialmente, a pesquisa cultural envolvia apenas objetos manufaturados que depreciam as relações interpessoais, o pensamento e o comportamento humanos. Aos poucos, a etnografia ganhou novos espaços, passando a se fazer presente desde o estudo da cultura de outros países para fins jornalísticos até o estudo do comportamento humano para aplicações na saúde. Antes de a etnografia entrar na cena urbana, ela passou por três períodos críticos conhecidos como revoluções etnográficas. Alguns pesquisadores ainda acham o método etnográfico difícil de aplicar, e o uso do termo pesquisa etnográfica é inapropriado para pesquisas conduzidas em um ambiente urbano, com pessoas comuns falando nossa língua e em locais públicos. Nossa proposta é abordar a transição da etnografia das tribos para a etnografia das cidades e vilas, e a partir daí refletir sobre sua aplicação em nosso tempo. Por volta do século XIX, o chamado obras etnográficas, porém sem características antropológicas. A pesquisa foi realizada à distância. Não houve contato do pesquisador com o campo, nem do pesquisador com os informantes. O assim chamado o etnógrafo estudou civilizações distantes e exóticas, pessoas que considerava "estranhas" como os índios. Para obter os dados, o etnógrafo enviou questionários aos viajantes e missionários e pediu que trouxessem todos os artefatos possíveis, como flechas, itens de barro, lanças e roupas. Deve-se enfatizar que esses viajantes na maioria dos casos tinham seus próprios objetivos de viagem específicos, eles não viajavam para estudar a cultura das sociedades. A perícia antropológica torna-se uma exigência quando os fatos sociais, devido à sua complexidade, requerem conhecimentos especializados dos saberes antropológicos para serem compreendidos, em um estudo demonstrativo da prática antropológica, relatando achados de forma que resulte na demonstração da reconstrução do mundo social do grupo estudado. , na perspectiva do grupo, com os registros de seu cosmos, suas crenças, seus hábitos, seus costumes, suas práticas, seus valores, suas interações com o meio, suas interações sociais, suas ordens internas, organização do grupo, fatores geradores, entre outros o conceito de pertença.