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O Sítio Hatahara foi descoberto em 1992, situado na margem esquerda do Rio Solimões, no

município de Iranduba, no estado da Amazônia, sobre um terraço elevado. O local foi impactado
por ocupações coloniais recentes. No sítio, situado em área urbana de Iranduba, dentro do terreno
de uma empresa privada, os arqueólogos encontraram a presença de vestígios que correspondem
a pelo menos quatro fases arqueológicas.
No local já foram encontradas urnas funerárias, vasos e utensílios de cerâmica. Muitos têm
apliques em formas de cabeças de pessoas ou animais, as chamadas 'caretinhas'.
No ano de 2006 foi achado o primeiro esqueleto inteiro de um indígena que viveu entre os
séculos 8 e 12 d.C. O esqueleto estava a um metro de profundidade em uma área conhecida
como cemitério indígena. De acordo com estudos do Centro de Arqueologia dos Biomas da
Amazônia, essa região próxima à bacia Amazônica é habitada há mais de 10 mil anos.Até
aproximadamente o século XV (1401-1500), a área era ocupada por diferentes povos indígenas,
cada um deles com modo de vida diferente. Algumas tribos eram nômades, se locomoviam
constantemente e outros grupos não e chegavam a constituir tribos hierarquizadas com normas e
costumes.
O projeto foi criado pelos pesquisadores Eduardo Góes Neves, Michael Heckenberg e James
Peterse. Dizem que a pesquisa foi patrocinada pelo PAC, que os níveis de abordagem aos sítios
foram variadas, mas que seguiu sempre a mesma metodologia. Pontuam que o trabalho de campo
objetivou “estabelecer o tamanho, densidade e ocupação dos sítios arqueológicos da região,” que
nove sítios foram estudados e um total de 7.789 fragmentos cerâmicos foram analisados dentro
de uma metodologia analítica que se prendeu em torno dos modos de forma, pasta, decoração e
estilo estrutural. O terreno tem alta capacidade de preservação orgânica, tanto que vários corpos
fossilizados foram encontrados, e são analisados com o objetivo e descobrir quantos foram
sepultados, e de quantos povos isso aconteceu, já que a área foi povoada várias vezes por
nômades.
Foram utilizados o método de fração de fósforo e potássio disponível para as plantas através da
Extração Mehlich III, bem como de cálcio e magnésio, muito utilizado no laboratório de ciência
de terra pra determinar a fertilidade através da qualificação desses nutrientes. O carbono e o
nitrogênio foram medidos através de combustão a seco.
A delimitação do sítio foi feita logo cedo em 1999, pertence a ela áreas com pouca vegetação e
áreas onde tem vestígios de urnas funerárias, cerâmicas e terras pretas. A forma principal de
preservação é com o cercamento das áreas de estudo, para previnir que água da chuva, animais,
micro-organismos e até seres humanos não contaminem ou destruam vestígios e objetos de
análise. O local é bom para preservação, embora esteja próximo a um rio, não há muitas chuvas,
o que acaba não comprometendo vestígios, e como grande parte dos locais não são permitidos
qualquer visitante, a chance de que algo seja roubado, contaminando ou quebrado é baixa,
matendo assim, uma ótima preservação

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