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HISTÓRIA |6º ANO


PROFESSORA NEILIA
ENSINO FUNDAMENTAL
CENTRO DE EDUCAÇÃO INTEGRAL

Pré-história do Brasil
Revisando

Nas aulas anteriores, vimos que:

as pesquisas de Walter Neves e de Niède Guidom divergem sobre a data em que


ocorreu a ocupação humana na América;

existem importantes sítios arqueológicos, que contam a Pré-História do Brasil, como o


Parque Nacional da Serra da Capivara no Piauí e um conjunto de grutas na região de
Lagoa Santa em Minas Gerais;

vários pesquisadores dedicam seus estudos para encontrar vestígios da existência


humana; datar os achados; identificar parentescos entre os indivíduos encontrados
nos diversos sítios arqueológicos ao redor do mundo; descobrir como era sua
alimentação; quais ferramentas construíam; com quais exemplares da fauna
conviveram; doenças que tiveram... e muito mais.
E os indígenas brasileiros?

Os estudos recentes, que utilizam o DNA de fósseis, afirmam que os indígenas da


América do Sul são descendentes dos grupos humanos que atravessaram o Estreito de
Bering. Sendo assim, os povos encontrados por Cristóvão Colombo e Pedro Álvares
Cabral eram parentes distantes dos povos asiáticos.

(Quer saber mais? <https://super.abril.com.br/blog/alexandre-versignassi/como-os-


siberianos-deram-origem-aos-brasileiros/> Acesso em 11/05)
Watatakalu Yawalapiti (MT), do grupo Mulher da Mongólia | Ásia
Yawalapiti, Brasil | América do Sul Imagem de Pinterest
Os primeiros povos do território brasileiro...

Quando os primeiros seres humanos aqui chegaram, as características das terras onde é hoje
o Brasil eram muito diferentes das atuais: predominavam campos de vegetação baixa, um
clima seco e frio com invernos rigorosos. Os humanos que aqui viviam davam grande
importância ao fogo. Eles faziam grandes fogueiras para aquecer seus corpos, cozinhar e
afugentar animais perigosos.

Nessas terras viviam também mamíferos, como o


mastodonte, a preguiça-gigante, a macrauquênia e
o tigre-dentes-de-sabre. Por volta de 9500 a.C.,
alguns desses grandes mamíferos como o
mastodonte e a macrauquênia desapareceram sem
deixar parentes. Já a preguiça-gigante tem
parentesco com os bichos-preguiça da nossa fauna
atual.
Macrauquênia
Povos caçadores e coletores: O povo de Lagoa Santa

O primeiro cientista a estudar vestígios arqueológicos no


Brasil, o dinamarquês Peter Lund, encontrou, em 1843,
ossadas humanas e a de animais extintos na região de
Lagoa Santa, em Minas Gerais. Nos anos de 1970, nessa
mesma região, outros cientistas descobriram a maior
coleção de esqueletos disponíveis para o estudo dos
primeiros habitantes da América, incluindo a Luzia.

Os esqueletos encontrados permitem dizer que o povo de


Lagoa Santa viveu entre 8 mil e 4 mil a.C.; que era baixo e
magro e comia pequenos animais, frutos, peixes e
caramujos grandes que viviam nos rios. Sua expectativa de
vida era baixa: muitas crianças morriam cedo e Peter Lund
pouquíssimos adultos atingiam 30 anos de idade.
Povos caçadores e coletores: Povos de Umbu

Nas florestas do Sul e do Sudeste do Brasil viviam grupos


humanos muito habilidosos no trabalho com pedra. Com esse
material, eles faziam uma grande variedade de objetos, como
facas de corte afiado, anzóis e, especialmente, pontas de
flechas.

O povo de Umbu, como ficou conhecido, foi responsável pela


difusão, entre os primeiros habitantes do território brasileiro, de
duas grandes inovações daqueles tempos: o uso do arco e
flecha e da boleadeira (arma composta de três bolas de pedra
ligadas entre si por cordas de couro). Tais armas tornaram
possível a caça de animais velozes, veados e emas, por exemplo,
e de pássaros em pleno voo.
Povos caçadores e coletores: Sambaquis

Há aproximadamente seis mil anos, o litoral do Brasil atual, entre o Espírito Santo e
o Rio Grande do Sul, começou a ser ocupado por povos que viviam dos recursos
que o mar oferecia. Eles são chamados de homens das conchas ou povos dos
sambaquis.

Caçavam pequenos animais e coletavam alimentos vegetais como coquinhos. Mas


a dieta principal desses habitantes era composta por peixes e moluscos. O
alimento era tão abundante que esses povos não precisavam mudar
constantemente de local, por isso, é possível que fossem sedentários. Escolhiam
locais elevados próximos à praia, em especial se havia água doce por perto, e aí se
estabeleciam.
As conchas vazias eram deixadas no chão e iam se acumulando. Com o passar
dos anos, foram se formando verdadeiras montanhas de conchas, sobre as quais
as pessoas construíam suas cabanas e dentro das quais enterravam seus
mortos. Chamamos essas montanhas de sambaquis.

Há cerca de 2 mil anos, os povos dos sambaquis desapareceram, provavelmente,


porque foram vencidos pelos grupos Tupi, que na época se expandiam pelo
litoral.

(Fonte: GUARINELLO, Norberto Luiz. Apud: BOULOS JR, A. História, Cidadania &
Sociedade. 6º Ano. SP: FTD, 2018. )
https://ensinarhistoriajoelza.com.br/ Esqueleto em Sambaqui em Ilhabela
pre-historia-parte-4-sambaqui/
O zoólito é um artefato de
esculpido em pedra por
homens pré-históricos,
encontrados em regiões de
Sambaquis. Podem ser
objetos para cortar, triturar,
raspar ou instrumentos
mortuários. Alguns foram
encontrados junto com
esqueletos humanos.

(Para saber mais: https://hav120151.wordpress.com/2015/12/07/zoolito-no-sambaqui/)


Povos Agricultores da Amazônia

Segundo a arqueóloga Anna Roosevelt, os povos da região amazônica


começaram a praticar a agricultura há cerca de 7 mil anos. Eles desenvolveram
cultivos próprios, como plantas medicinais e corantes; mas a descoberta mais
importante desses grupos foi o cultivo da mandioca, raiz de alto valor nutritivo
com algumas variedades venenosas.

Os agricultores da Amazônia descobriram que ralando, prensando e torrando


essas espécies de mandioca conseguiam extrair o veneno que elas continham.
Eles produziam alimentos como a farinha, o beiju e a tapioca.
Produção de Mandioca por indígenas amazônicos

Textos adaptados de BOULOS JR, A. História, Cidadania & Sociedade. 6º Ano. SP: FTD, 2018.

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