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RELEVO CÁRSTICO.

CAVERNAS: PESQUISA,
CONHECIMENTO E
PRESERVÇÃO.

Professora: Cristiane Gonçalves Rodrigues


Das Cavernas,

Nada se tira além de fotografias;


Nada se mata além do tempo;
Nada se deixa além de pegadas...
...nos lugares certos!!!
ESPELEOLOGIA

 Do grego: Spelaion = Cavernas e Logia = Estudos


Espeleologia - ciência que se preocupa com o estudo e
a exploração das cavidades naturais subterrâneas.

 A Espeleologia vista como pesquisa científica está


diretamente ligada a outras ciências correlatas, como a
Biologia, a Geologia, a Geomorfologia, a Arqueologia, a
Paleontologia; além da Química, Física, etc.

 A Espeleologia também pode ser tida como uma


prática esportiva que se caracteriza pela aventura e
pelo prazer de descobrir lugares nunca dantes
visitados.
 Espeleólogo é aquele que explora, documenta, estuda
e interessa-se pela conservação e preservação das
cavernas.
 A Espeleologia surgiu no século XIX, na França, com
Martel.
 Espeleotemas (Do grego, "depósito de caverna") ou
concreção é o nome genérico de todas as formações
rochosas que ocorrem tipicamente no interior de
cavernas como resultado da sedimentação e
cristalização de minerais dissolvidos na água.
 Os primeiros visitantes de cavernas que se têm
notícias foram os índios pré-colombianos, com datações
de 7, 8, 10 e 14 mil anos, nos chamados “Sítios
Arqueológicos”. Desde 1548 tem-se registro histórico de
cavernas no Brasil.
 Todos estes registros cercados de misticismo e
religiosidade.

 Outras cavernas serviram para fins militares e até


mesmo como abrigo para “Quilombos”, tais como a
Gruta do Monge, a Toca do Avelino (SE).

Entrada
da Toca

Interior da
cavidade.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE
ESPELEOLOGIA - SBE

Associação fundada em 1969, qualificada como


Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
(OSCIP), sem fins lucrativos e dedicada à pesquisa,
pratica desportiva e preservação das cavernas
brasileiras.

A SBE tem sede em Campinas-SP dentro do parque


Portugal (Taquaral) e nela mantém a Biblioteca "Guy-
Christian Collet", uma biblioteca específica de
espeleologia e assuntos relacionados. É a responsável
pela realização dos eventos: Congresso Brasileiro de
Espeleologia (bianual) e dos encontros
estaduais/regionais de espeleologia.
GEOESPELEOLOGIA
FEIÇÕES CÁRSTICAS - EXOCARSTE
FEIÇÕES DO EXOCARSTE
A formação e evolução do relevo cárstico se dá através dá
infiltração da água da chuva nas fraturas e camadas das
rochas, chamadas zonas de acamamento. Em contato
com o carbono existente nas rochas deste tipo de relevo,
a água se torna mais ácida sendo assim capaz de
esculpir as suas formas, devido à porosidade secundária,
formada por juntas, fraturas e cavernas.

A formação de um exocarste se dá na medida em que a


água infiltra, entra em contato com o carbono e dissolve
a rocha, formando grandes fendas na estrutura calcária
interna, dessa forma acontecem os abatimentos da
estrutura superior formando as dolinas,
Dolinas - são depressões fechadas, tendo várias formas
em sua abertura, podendo variar de poucos centímetros
a dezenas de metros, em geral mais largas que
profundas. podem ser formar por colapso ou abatimento
– quando devido a presença de uma cavidade mais
profunda, ocorre o desabamento de seu teto, surgindo
uma depressão na superfície, que pode ou não , se
comunicar com o interior da cavidade. Vista do interior
da cavidade natural é chamada de clarabóia.
Essas dolinas evoluem cada vez mais, simultaneamente
ao processo de dissolução das rochas calcárias em
camadas abaixo delas. Com a evolução das dolinas se
tornando cada vez maiores, acabam por se formar as
uvalas.

Uvalas - são na verdade um ajuntamento de dolinas, a


união de várias dolinas. Em decorrência da evolução das
uvalas dá-se o início do processo de formação dos morros
residuais. As uvalas aumentam de tamanho, o material
da superfície e de profundidade são carreados e começam
a formar planícies com presença de morros residuais,
resultantes de parte das rochas que não foram
dissolvidas durante todo o processo de dissolução
química.
As Planícies Cársticas ou Poliês, fazem parte da fase
final de evolução do relevo exocarste, após todo o
processo de dissolução química, formação de dolinas,
uvalas e morros residuais formam-se enormes
depressões fechadas no nível de base, por vez atingindo
vários quilômetros, que quando inundados formam uma
lagoa cárstica.
Os Poliês São delimitados normalmente por maciços,
paredes abruptas com fundo plano, frequentemente
impermeável, extensões de rochas calcárias e mistas,
onde diversas formações são notadas – torres, estrias
verticais, arcos, lapiás ou anfiteatros cársticos (quando
a água dissolve sua base formando uma concavidade até
túneis ou passagens) etc.
Lapiás - compreendem um vasto conjunto de feições
mistas, incluindo estruturas em depressão (feições
reentrantes) e estruturas em relevo (feições
remanescentes), e, conforme seu aspecto morfológico,
recebe inúmeras denominações: canaletas, canelura, furo,
poço, pegada, marmita, cortina alveolar, agulhas,
lâminas, cálices e outros, podendo ser encontradas na
superfície como nos espaços subterrâneos.

Campo de
lapiás
Os Poliês podem apresentar vales cegos formados por
ação da água, porém, depois se tornam secos por
ausência desta, como a falta de chuva ou abaixamento de
fluxo d’água. Os vales cegos, que são vales fechados onde
a água penetra no solo por sumidouros, há o
desaparecimento da água na qual a perda pode ser total
ou parcial.

Sumidouros - Trata-se de uma abertura natural que se


comunica com uma rede de galerias e através da qual o
curso de água adentra o subsolo. Depressão onde pode
existir uma circulação subterrânea. O mesmo que
chaminé cárstica.
Ressurgência - Ponto de saída de água subterrânea nas
bordas de relevos cársticos. Fonte de água que aparece
em terrenos calcários, sendo também chamada de fonte
voclusiana. Na maioria dos casos não passam de antigos
cursos de água sumidos, que ressurgem
Poljé – grande depressão de fundo plano, em terreno
calcário, estendendo-se às vezes, por dezenas de
quilômetros. Deve-se aqui frisar que poljé significa
simplesmente planície. Todavia, os geomorfólogos
reservam a denominação poljé para as planícies
calcárias.
Planície com dimensões consideráveis e vertentes com
um declive acentuado e abruptas, com o fundo
geralmente plano e coberto de terra roxa e aluviões. A
bacia de recepção tem uma drenagem endorreica.
BIOESPELEOLOGIA
A Bioespeleologia representa o estudo biológico
do ambiente subterrâneo, abordando os aspectos
ecológicos e evolutivos deste ecossistema.

 Fauna Cavernícola.

Morcegos Escutígeras Amplipígeos


Bagres (cegos e sem pigmentação Aranhas

ESPELEO ARQUEO-PALEONTOLÓGICO

Arqueologia - ciência que, utilizando processos como


coleta e escavação, estuda os costumes e culturas dos
povos antigos através do material (fósseis, artefatos,
monumentos etc.) que restou da vida desses povos.
Pintura rupestre - Gruta Picoteamento - Gruta do
do Caboclo. Desenho.
Vale do Peruaçu
Vale do Peruaçu
Paleontologia - ciência que estuda as formas de vida
existentes em períodos geológicos passados, a partir
dos seus fósseis.

Lapa da Ossada – PE Lapa Grande Escavação Abrigo do Malhador


Montes Claros. Vale do Peruaçu
LEGISLAÇÃO
A legislação brasileira relativa à proteção das
cavidades naturais é bastante recente (segunda
metade da década de 1980).
Constituição Federal de 1988 **
05 de Outubro de 1988 - Cavernas
Art.20. Definidas como bens da União
Art.216. Definidas como patrimônio cultural;
Art.225. Definidas como patrimônio natural.

** Subsidiada pelos documentos e ações de espeleólogos a partir


da Resolução Nº 005/1987.
Resolução 005/1987
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
• Comissão Especial para tratar de assuntos relativos
a preservação do patrimônio espeleológico.
• Implantar o Programa Nacional de Proteção do
Patrimônio Espeleológico.

Portaria Nº 887/1990
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis.
• Ressaltou a necessidade de um diagnóstico do
patrimônio espeleológico, da definição de ações
adequadas ao uso das cavernas e da delimitação da
área de influência nas cavidades naturais.
Decreto Federal 99.556/1990

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
• Dispõe sobre a proteção das cavidades naturais
subterrâneas existentes no território nacional, e dá outras
providências.

Portaria Nº 057/1997

Criação do Centro Nacional de Estudo, Proteção e


Manejo de Cavernas – CECAV no âmbito do IBAMA.

Transferido a partir de 2007 para o Instituto Chico


Mendes de Biodiversidade - ICMBio, criado através da
Lei 11.516 em 28 de Agosto de 2007.
CRITÉRIOS DE RELEVÂNCIA –
(RES. CONAMA 347, 2004)

1. Dimensão
2. Morfologia
3. Valores paisagísticos
4. Peculiaridades geológicas
CRITÉRIOS DE RELEVÂNCIA
(RES. CONAMA – 347, 2004)

1. Dimensão
2. Morfologia
3. Valores paisagísticos
4. Peculiaridades geológicas
5. Peculiaridades geomorfológicas
6. Peculiaridades mineralógicas
7. Recursos hídricos significativos
8. Vestígios arqueológicos
9. Vestígios paleontológicos
10. Eco
10. Ecossistemas frágeis
11. Espécies endêmicas
12. Espécies raras
13. Espécies ameaçadas de extinção
14. Diversidade biológica
15. Relevância histórico-cultural
16. Relevância Socioeconômica.
As primeiras informações e dados sobre cavernas estão
relacionadas à sua utilização: religiosa, esconderijo e
mineração (exploração do salitre).

Existem vários casos de conflitos e destruição de


cavernas ou mesmo achados arqueológicos, paleontológicos,
sem falar em geomorfológicos por mineradoras. Perdem se aí
uma grande quantidade de informações. A saber:
ESPELEOTURISMO

O Espeleoturismo (ou Turismo em Cavernas) é a


prática de visitação às cavernas. É uma ramificação da
espeleologia, que aborda o estudo do meio subterrâneo,
abrangendo não apenas a evolução das cavernas e seus
ambientes, como também a comunidade biótica e os
resquícios paleonto-arqueológicos, exploração e
topografia, resgate e mergulho desenvolvidos
especificamente nestes ambientes.
IMPACTOS NEGATIVOS

Depredação das Cavernas


REFERÊNCIAS
CECAV. Documento base do Plano de Ação Nacional
para Conservação do Patrimônio Espeleológico da
Bacia do Rio São Francisco. 2011. [Acessar em
http://www4.icmbio.gov.br/cecav/download.php?id_d
ownload=1351].
ESPIRITO DA TERRA. Disponível em:
<http://www.espiritodaterra.com.br/preserva1.htm>.
Acesso em Out-2011.

LOBO, A.S.L.; PERINOTTO, J.A.J.; BOGGIANI, P.C.


Espeleoturismo no Brasil: Panorama geral e perspectivas
de sustentabilidade, Revista Brasileira de Ecoturismo,
São Paulo, v.1, n.1, 2008, pp.62-83.
MARRA, R.J.C. Critérios de relevância para
classificação de cavernas no Brasil, Brasília, 2008, 393
p. il.

SBE. Disponível em:


<http://www.sbe.com.br/informacoes_legislacao.asp>.
Acesso em: Out-2011.

file:///C:/Users/Cristiane/Downloads/ecardozodacunhajun
ior,+44169-Texto+do+artigo-205542-4-11-20190731.pdf

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