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Curso Online:

Espeleologia
História da Espeleologia......................................................................................2

Prospecção Espeleológica..................................................................................5

Geomorfologia Cárstica.......................................................................................6

Geoespeleologia................................................................................................10

Bioespeleologia (Invertebrados)........................................................................13

Bioespeleologia (Quirópteros)...........................................................................14

Espeleotopografia e Espeleofotografia.............................................................15

Educação Ambiental..........................................................................................17

Legislação Espeleológica..................................................................................20

Arqueologia e Paleontologia.............................................................................21

Referências bibliográficas.................................................................................22

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HISTÓRIA DA ESPELEOLOGIA

Em tempos pré-históricos as cavernas protegiam os nossos antepassados das


intempérides e dos animais selvagens. Os achados mais antigos da presença
do homem nas cavernas datam de 450 mil anos atrás e foram encontrados na
Gruta Arago, na região francesa de Tautavel. Nesta gruta foi encontrado o
esqueleto do mais antigo povoador europeu, baptizado como Homem de
Tautavel. Com a evolução, este primata dá origem ao Homem
do Paleolítico Superior, muito mais avançado que o anterior. É neste periodo
(350.000 A.C. - 10.000 A.C.) que surgem as primeiras pinturas rupestres, fruto
do ócio e do instinto artístico, ilustrando principalmente cenas domésticas e de
caça.

Com o fim das eras glaciares, o homem abandona as grutas e instala-se nos
campos. As cavernas passam a servir de armazéns, lugares de culto ou
túmulos funerários. Na Idade Média dá-se uma regressão de mentalidades,
passando as cavidades a serem consideradas lugares do demónio e onde se
escondem os leprosos e os doentes da peste. A Espeleologia passa por anos
negros. A pouco e pouco as cavernas começam novamente a ser alvo de
visitas e explorações, sendo alvo de estudos científicos a partir da segunda
metade do séc. XIX. Agora já não é a busca de proteção, mas sim a
curiosidade, que faz o homem regressar às grutas. As primeiras expedições de
carácter científico eram motivadas pela Paleontologia, ciência que busca os
vestígios do homem e dos animais pré-históricos. Crê-se que tenham sido os
ajudantes dessas expedições que mais tarde se agruparam e se tornaram os
primeiros espeleólogos, aqueles que estudam as cavidades.

Ricardo Krone, pioneiro da espeleologia brasileira (1861-1917)

Caverna, gruta ou furna é toda cavidade natural rochosa com dimensões que
permitam acesso a seres humanos. Podem ter desenvolvimento horizontal ou
vertical em forma de galerias e salões. Ocorrem com maior frequência em

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terrenos formados por rochas sedimentares, mas também em rochas
ígneas e metamórficas, além de geleiras e recifes de coral.

São originárias de uma série de processos geológicos que podem envolver


uma combinação de transformações químicas, tectônicas, biológicas
e atmosféricas. Devido às condições ambientais exclusivas das cavernas,
esse ecossistema apresenta uma fauna especializada para viver em ambientes
escuros e sem vegetação nativa.

Outros animais, como os morcegos, podem transitar entre seu interior e


exterior. As cavernas também foram utilizadas, em idades remotas, como
ambiente seguro e moradia para o homem primitivo, fato comprovado pela
imensa variedade de evidências arqueológicas e pela arte rupestre. Em alguns
casos essas cavidades também podem ser chamadas
de tocas, lapas ou abismos.

As cavernas são estudadas pela espeleologia, uma ciência multidisciplinar que


envolve diversos ramos do conhecimento, como a
geologia, hidrologia, biologia, paleontologia e arqueologia. Além da importância
científica, a exploração de cavernas representa um grande papel no turismo de
aventura (ou ecoturismo), sendo uma parte importante da economia das
regiões em que ocorrem.

As cavernas e grutas podem ser de diversos tipos de acordo com


sua topografia, tamanho, morfologia, constituição e pela presença ou não de
água. O ambiente cavernícola é caracterizado pela elevada humidade e pela
ausência parcial ou total de luz. Cavernas de grandes dimensões podem
formar ambientes meteorológicos distintos da superfície, possuindo pouca
variabilidade térmica ao longo do ano e temperaturas diferentes das do exterior
(mais quentes ou mais frias).

Os espeleotemas são resultado da carstificação construtiva, ou seja, os


minerais que foram removidos de camadas superiores da rocha e se
encontram dissolvidos na água se cristalizam e criam diversos tipos de
formação no teto, paredes e chão das cavernas.

Quando a água rica em carbonato de cálcio entra em contato com a atmosfera


da caverna, ocorre liberação de gás carbônico (CO2) para a atmosfera, o que
torna a solução mineral supersaturada e faz com que ocorra precipitação. No
caso do precipitado ser carbonato de cálcio (CaCO3), ele forma cristais de
calcita ou aragonita.

O mesmo ocorre se os sais contêm magnésio (como CaMg( CO3 )2), quando
há precipitação de dolomita. As formas construídas pelos cristais dependem de
diversos fatores. Elas podem se formar no teto, nas paredes e no chão, podem

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ser resultado de gotejamento por frestas no teto, por disseminação da água
através da porosidade de paredes e teto (exsudação) ou também pela
sedimentação e decantação em poças e represamentos.

Os animais podem usar as cavernas como abrigo ou habitá-la durante toda a


sua vida. De acordo com seus hábitos esses animais são divididos em três
grupos:

Trogloxenos. Animais que utilizam a caverna apenas para abrigo, reprodução


ou alimentação, mas saem para realizar outras etapas de suas vidas. Todos
os mamíferos cavernícolas podem ser classificados nesse grupo. Os principais
trogloxenos são os morcegos. As espécies frutíferas também exercem um
papel importante na alimentação das demais espécies, ao trazerem sementes
e fragmentos de folhas em suas fezes (guano).

Troglófilos. Animais que podem viver tanto dentro como fora da caverna,
embora não possuam órgãos especializados. Essas espécies são
suficientemente adaptadas para viver toda a sua vida dentro das cavernas,
mas nada impede que vivam igualmente bem fora dela. Entre eles estão
alguns crustáceos, aracnídeos e insetos.

Troglóbios. Animais que se especializaram para a vida dentro das cavernas. A


maioria não possui pigmentação e pode ter os olhos atrofiados ou mesmo
ausentes. Ao invés disso possuem longas e numerosas antenas ou
órgãos olfativos muito sensíveis. Entre esses há diversos tipos de peixes, como
o bagre-cego, insetos, crustáceos, anelídeos e aracnídeos.

Embora não haja plantas na maior parte das cavernas, elas podem se
desenvolver próximas às entradas e outras aberturas. A água e animais
trogloxenos e troglófilos podem trazer fragmentos usados para a alimentação
dos animais vegetarianos da caverna. Também há espécies carnívoras, que se
alimentam dos animais menores. Algumas bactérias e fungos vivem no guano
de morcego, podendo servir de alimento para alguns dos insetos.

Algumas cavernas podem ser iluminadas artificialmente para facilitar a


visitação. Ao longo do tempo, isso pode ter o efeito de permitir o crescimento
de plantas superiores, o que pode alterar diversas condições climáticas,
químicas e biológicas das cavernas.

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PROSPECÇÃO ESPELEOLÓGICA

Todo empreendimento deve controlar os riscos ligados ao seu licenciamento


e/ou à sua viabilidade, no que tange as intervenções no meio ambiente,
abordando-se neste texto as questões ligadas às regiões com ocorrência de
cavernas.

A Prospecção Espeleológica é o método direto para identificação de cavidades


naturais subterrâneas e feições geomorfológicas de interesse espeleológico. A
partir da realização desse trabalho é possível conhecer o patrimônio
espeleológico da área de interesse, ter informações para subsidiar o
planejamento de estudos espeleológicos complementares (quando
necessários), visando uma completa caracterização espeleológica ou para
licenciamento ambiental de empreendimentos potencialmente lesivos ao
patrimônio espeleológico brasileiro.

A prospecção espeleológica, etapa fundamental nos estudos espeleológicos,


consiste no inventariamento sistemático do patrimônio espeleológico envolvido
em determinado contexto. Normalmente antecedida por estudos de
potencialidade a ocorrência de cavernas, a prospecção espeleológica envolve
atividades de gabinete e de campo.

Espeleologia é uma área do conhecimento que se preocupa com o estudo das


cavernas, observando as condições de sua gênese e evolução no decorrer do
tempo. Além disso, os pesquisadores da espeleologia têm como preocupação
ainda o meio físico das cavernas, bem como as formas de vida que se
desenvolvem ou se utilizam destes ambientes.

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Espeleologia já catalogou mais de 5 mil


cavernas em todas as regiões do país e ainda acredita que existam milhares a
serem catalogadas.

A importância deste trabalho é não apenas explorar e desvendar os


ecossistemas, materiais fósseis e históricos como também preservar as
cavernas.

Vários campos da ciência se utilizam dos conhecimentos da espeleologia,


como a geologia, a geografia, a hidrologia, biologia, arqueologia, climatologia, e
demais que tem como função a compreensão do meio físico terrestre.

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GEOMORFOLOGIA CÁRSTICA

Geomorfologia é um ramo da Geografia que estuda as formas da


superfície terrestre. Para isso, tende a identificar, descrever e analisar tais
formas, entendidas aqui como relevos, assim como todos seus aspectos
genéticos, cronológicos, morfológicos, morfométricos e dinâmicos, tanto
pretéritos como atuais e naturais ou antropogênico.

A geomorfologia centra-se no estudo das formas das paisagens, mas porque


estes são o resultado da dinâmica da litosfera como um todo, integra o
conhecimento, em primeiro lugar de outros ramos da geografia como
a Climatologia, Hidrografia, Pedologia, Glaciologia, Paleogeografia e, do outro
lado, também integra contributos de outras ciências, para incluir o impacto dos
fenómenos biológicos, geológicos e antrópicos no relevo.

Cársico, carso ou karst, também conhecido como relevo cárstico ou cársico, é


um tipo de relevo geológico caracterizado pela dissolução química (corrosão)
das rochas, que leva ao aparecimento de uma série de características físicas,
tais como cavernas, dolinas, vale seco vale cegos, cones
cársticos, rios subterrâneos, canhões fluviocársicos, paredões rochosos
expostos e lapiás. O relevo cárstico ocorre predominantemente em terrenos
constituídos de rocha calcária, mas também pode ocorrer em outros tipos
de rochas carbonáticas, como o mármore e rochas dolomíticas.

O termo Carste deriva do alemão Karst (em português, Carso), nome de uma
região que se estende do norte da Itália até o sudoeste da Eslovênia e o
noroeste da Croácia. O nome local em língua eslovena Kras, significa
aproximadamente "campo de pedras calcárias". A região também é chamada
Carso em italiano. Esta região possui um sistema geológico cárstico e foi a
primeira região onde esse fenômeno foi estudado.

De descritiva e classificatória na sua origem, a geomorfologia evoluiu, como


qualquer outra ciência, para o estudo das causas e inter-relações entre
processos e formas. Esta abordagem, conhecida como a "geomorfologia
dinâmica", tem beneficiado muito dos avanços tecnológicos, da redução de
custos em equipamento de medição e do aumento exponencial do poder de
processamento dos computadores. A geomorfologia dinâmica é fundamental
no estudo dos processos de erosão e transporte de sedimentos.

A "geomorfologia climática" estuda a influência do clima sobre a evolução do


relevo. O clima é responsável pelos ventos e precipitação, que agem na

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modelagem contínua da superfície da Terra. A diversidade climática implica
velocidades diferentes na evolução do ciclo: em climas áridos, o ritmo evolutivo
é mais lento, enquanto que climas muito úmidos apresentam maiores taxas de
evolução. A modelagem climática depende ainda dos fatores predominantes
em cada região: gelo, vento, rios ou outros. Este conhecimento é resumido no
que se chama de "domínios morfoclimáticos".

A "geomorfologia fluvial" é o ramo especializado da geomorfologia que lida


com o estudo das formas e estruturas provocadas pela dinâmica dos rios. Este
subcampo é muitas vezes confundido com o campo da hidrografia.

A "geomorfologia de encostas" é a que estuda os fenômenos produzidos no


sopé das montanhas, os movimentos de massa, estabilização de encostas e
outros. Tem grande importância para o estudo dos riscos naturais.

A "geomorfologia eólica" estuda os processos e formas provocados pelo


vento, especialmente em domínios morfoclimáticos onde o vento é
predominante, por exemplo, nas zonas costeiras, desertos quentes e frios e
regiões polares.

A "geomorfologia glacial" estuda as formações e os processos causados


pelas geleiras e alívio periglacial. Este ramo é estreitamente ligado à
Glaciologia.

A "geomorfologia estrutural", coloca o ênfase na influência dos processos


geológicos no desenvolvimento do relevo. Esta disciplina é importante em
áreas com forte atividade geológica, onde falhas e dobras podem
predeterminar a existência de picos ou vales, ou a existência de baías e
promontórios, ou outros afloramentos rochosos mais ou menos resistentes à
erosão.

O sucesso da capacidade preditiva de alguns modelos e suas aplicações


potenciais nas áreas de planejamento urbano, engenharia civil, estratégia
militar, desenvolvimento costeiro, entre outros, forjou nas últimas décadas a
"geomorfologia aplicada", mais proeminente na geografia francesa graças ao
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Instituto do Geografia Aplicada, fundado por Jean Tricart. Esta aplicação
concentra-se principalmente na interação entre as atividades humanas e as
formas de terra, com ênfase na gestão dos riscos causados pelas mudanças
na superfície terrestre (natural ou induzida), conhecidos como "georriscos".
Esses estudos incluem movimentos de massa, erosão das praias, atenuação
das inundações, maremotos e outros.

A expansão dos estudos geomorfológicos no Brasil se deu nos últimos 50


anos, devido à valorização das questões ambientais e por aplicar-se
diretamente à análise ambiental.

O processo de carstificação ou dissolução química se inicia pela combinação


da água da chuva ou de rios superficiais com o dióxido de carbono (CO2)
proveniente da atmosfera ou do solo (proveniente das raízes da vegetação e
matéria orgânica em decomposição). O resultado é uma solução de ácido
carbônico (H2CO3), ou água ácida:

H2O + CO2 → H2CO3

Este tipo de paisagem ocorre principalmente em regiões com pluviosidade


elevada, que garante um fluxo de água suficiente para dissolver grandes
porções de rocha. Também é importante a presença de vegetação para
garantir que a água penetre no solo e não seja perdida para a atmosfera.
Regiões cársticas possuem muito poucas águas superficiais, uma vez que a
água da chuva é rapidamente absorvida pelo solo e se acumula na zona
freática. Ao passar pelas fissuras a água corrói o carbonato de cálcio (CaCO3)
ou outros sais constituintes da rocha, como sulfato de cálcio ou carbonato de
magnésio. No caso da calcita, composta basicamente de carbonato de cálcio, o
resultante dessa reação é uma solução de bicarbonato de cálcio:

CaCO3 + H2CO3 → Ca(HCO3)2

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Os sais removidos da rocha são carregados pela água em direção às camadas
geológicas mais baixas. Ao atingir a zona freática, a água pode correr em rios
subterrâneos abrindo cavidades na rocha, principalmente por erosão química,
mas também pode ocorrer erosão mecânica em zonas vadosas (acima do
lençol freático). Os sais podem se sedimentar em camadas geológicas
inferiores ou serem arrastados para fora através de nascentes ou
ressurgências.

Quando a água é absorvida pelo solo seu pH é ácido. À medida que a água se
infiltra na rocha e o carbonato de cálcio se dissolve, o pH se torna cada vez
mais básico. Nos locais em que esse processo ocorre é comum a presença
de água dura (com alta quantidade de magnésio e cálcio). O pH alcalino faz
com que os sedimentos se precipitem rapidamente. Isso favorece a formação
de espeleotemas no interior das cavernas e também mantém as águas de
regiões cársticas sempre límpidas.

Para que o fenômeno de dissolução das rochas, também chamado


de carstificação, possa acontecer algumas condições são necessárias. A mais
importante delas é a presença de rochas solúveis. Entende-se por rocha
solúvel “aquela que, após sofrer intemperismo químico produz pouco resíduo
insolúvel” (Karmann (2000), pg 130). As principais rochas carstificáveis são
as rochas carbonáticas, constituídas principalmente de calcita ou dolomita.
Essas rochas ao sofrerem corrosão química se dissociam em íons Ca++ ou
Mg++ e CO3-, que podem se combinar em bicarbonatos ou permanecer
dissolvidos na água em forma iônica.

Algumas rochas compostas de halita ou gipsita podem formar carstes apenas


em terrenos semi-áridos, pois sua solubilidade em águas naturais é tão elevada
que, em ambientes muito úmidos, elas são totalmente dissolvidas antes de
conseguirem gerar relevos cársticos. Rochas insolúveis como granitos não
geram relevos cársticos em condições normais, pois ao sofrerem intemperismo
químico geram resíduos insolúveis ou impermeáveis, como a argila. Embora o
quartzo tenha baixa solubilidade, alguns quartzitos e arenitos conseguem
desenvolver relevo cárstico se forem expostos à água por tempo suficiente.

É fundamental um suprimento de água de grande volume e frequente. Embora


haja carstes em regiões semi-aridas, isso é muito mais raro que nas regiões
com grande pluviosidade.

A dissolução química da rocha cria diversos tipos de formações, testemunhos


da ação da água. Algumas dessas formações são visíveis no exterior,
chamadas de exocarste. Outras são subterrâneas, representadas
principalmente pelas cavernas e são chamadas de endocarste.

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GEOESPELEOLOGIA

A prospecção espeleológica precede os demais estudos espeleológicos


(Topografia, Geoespeleologia e Bioespeleologia). Tem por objetivo localizar e
quantificar cavidades, identificar e descrever características básicas como
posição na paisagem e dificuldades de acesso e da própria cavidade (aspectos
geológicos, hidrológicos, biológicos entre outros).

O relevo de todas as partes do planeta apresenta saliências e depressões


oriundas das eras geológicas passadas. Estas saliências e depressões incluem
as montanhas, planaltos, planícies e depressões; além desses acidentes
existem outros menores, como as chapadas, as cuestas e as depressões
periféricas...

Estes acidentes resultaram da ação de dois tipos de agentes ou fatores do


relevo. De origem interna, que recebe o nome de endógenos
(vulcanismo, tectonismo e outros) e de origem externa, com o nome de
exógenos (água corrente, temperatura, chuva, vento, geleiras, seres vivos).

Tradicionalmente, o relevo divide-se tomando como base três classificações:


de Aroldo de Azevedo, Aziz Ab'Saber e Jurandyr Ross.

Sendo a crosta terrestre a base da estrutura geológica da Terra, várias rochas


passam a compor esta estrutura e distinguem-se conforme a origem:

Rochas Magmáticas (Rochas ígneas ou cristalinas): Formadas pela


solidificação do magma, material encontrado no interior do globo terrestre.
Podem ser plutônicas (ou intrusivas, ou abissais), solidificadas no interior da
crosta, e vulcânicas (ou extrusivas, ou efusivas), consolidadas na superfície.

Rochas Sedimentares: Formadas pela deposição de detritos de outras


rochas, pelo acúmulo de detritos orgânicos, ou pelo acúmulo de precipitados
químicos.

Rochas Metamórficas: Formadas em decorrência de transformações sofridas


por outras rochas, devido às novas condições de temperatura e pressão.

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Chama-se de espeleotema uma formação rochosa originada pela dissolução
de minerais e sua recristalização em níveis inferiores, no teto, paredes e chão
das cavernas. A substância mais comum nesse processo é o carbonato de
cálcio, que, ao recristalizar, forma os minerais calcita ou aragonita, ambos com
aquela composição química. Se há também magnésio dissolvido, pode-se
formar outro mineral, a dolomita. Outros possíveis minerais formadores de
espeleotemas são a gipsita (sulfato hidratado de magnésio) e a malaquita
(carbonato básico de cobre).

Estalactites – formam-se por gotejamento através de fendas ou furos no teto.


A água desce pela fenda ou furo e, ao chegar ao teto da caverna, para em
razão da tensão superficial, formando uma gota. Com isso, o carbonato de
cálcio precipita, como um anel em torno da gota. Quando a gota fica grande o
suficiente para cair, a água se vai e o carbonato de cálcio fica aderido à rocha.
O processo repete-se continuamente e assim vai surgindo a estalactite (do
grego stalassein, que significa pingar). Os anéis unem-se uns aos outros,
formando tubos cilíndricos com 2 a 9 mm de diâmetro interno e paredes com
aproximadamente 0,5 mm de espessura. Esses tubos crescem rumo ao chão,
de 6 a 25 mm por século. A forma cônica surge pelo escorrimento da água pela
parte externa de suas paredes. A Fig. 5 mostra estalactites e estalagmites na
Gruta da Lago Azul, em Bonito (MS). A cor azul da água deve-se ao carbonato
nela dissolvido.

Estalagmites – formam-se de modo similar, a partir do sal que ainda ficou na


gota quando esta caiu no chão. A água evapora e ele precipita, formando uma
estrutura semelhante à estalactite, mas que cresce debaixo para cima. A
estalagmite costuma ser cilíndrica e com a ponta arredondada. Pode ter mais
de um metro de diâmetro e vários metros de comprimento. Na maior parte dos
casos, há uma estalagmite para cada estalactite, mas as primeiras podem se
juntar em maciços estalagmíticos.

Colunas – forma-se pela união de uma estalactite e uma estalagmite.

Escorrimentos – ao longo das paredes da caverna, podem surgir outros tipos


de formação, que recebem nomes como órgãos, candelabros, pingentes,
discos, folhas e cascatas rochosas, dependendo da forma.

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Cortinas – interessante figura formada em tetos inclinados, onde a água, em
vez de pingar, escorre, sempre pelo mesmo caminho, criando finas paredes
onduladas. Essas cortinas podem atingir o chão e se tornar muito espessas e
resistentes.

Helictites e heligmites – espeleotemas espiralados que se formam em tetos,


paredes, no chão ou mesmo sobre outros espeleotemas por mecanismos não
totalmente conhecidos, e que, às vezes, lembram as raízes de uma árvore.

Flores – espeleotemas de aragonita, calcita ou gipsita, que se irradiam em


todas as direções, a partir de um ponto central ou de um eixo. Algumas são
esféricas como um dente-de-leão, outras lembram cachos de flores ou flocos
de algodão.

A Geoespeleologia é o estudo dos atributos físicos das cavernas, como sua


gênese, morfologia, depósitos secundários (espeleotemas, sedimentos), etc.

As feições características do relevo cárstico são originadas por fenômenos que


precisam ser entendidos como resultado de processos dinâmicos que vão
desde o surgimento de rochas carstificáveis, até sua fase final de
desenvolvimento (GABROVŠEK, 2002 in TRAVASSOS e DALLE VARELA,
2008).

Sendo assim, é necessária a compreensão dos estágios e processos de sua


evolução sob a ótica multidisciplinar da carstologia e da espeleologia, em
harmonia com os diversos ramos das chamadas Ciências da Terra.

Carstificação = Diversas formas desenvolvidas em rochas solúveis.

Rocha e Água

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BIOESPELEOLOGIA (INVERTEBRADOS)

As cavernas possuem basicamente dois ambientes:

Galerias, formadas principalmente por dissolução, corrosão, erosão mecânica,


fissuras ou fraturas ou ainda por tubos de lava. Constituem a maior parte dos
caminhos internos da caverna. Se forem largos e altos, permitem a caminhada
em pé. Quando estreitas ou muito baixas, exigem que se rasteje para
atravessá-las. Podem ter desníveis de diversos ângulos. Se forem muito
íngremes ou verticais, pode ser necessário escalar ou fazer descidas a rapel.

Salões, geralmente formados por desabamentos internos ou fraturas. Os


salões podem adquirir dimensões monumentais de até centenas de metros de
largura e altura. Grandes rochas desabadas e outros sedimentos podem se
acumular no chão e dificultar o trajeto. Em outros casos, os sedimentos já
podem ter sido dissolvidos e levados pela água em épocas remotas.

O habitat no interior das cavernas é conhecido


por cavernícola ou hipógeo (subterrâneo), em oposição ao meio epígeo (o meio
externo). O meio hipógeo é, na maior parte das vezes, totalmente desprovido
de iluminação natural. Alguns trechos das cavernas podem, no entanto, ser
iluminados nas proximidades das entradas, janelas e claraboias, aberturas
naturais causadas por desmoronamento ou pelo caminho da água. Além da
iluminação há uma série de outros fatores que tornam esse ambiente muito
diferente do exterior, como a pequena variação de temperatura, a umidade que
ocorre em certos trechos e a presença de gases em concentrações diferentes
do exterior.

A ausência de luz impede o crescimento de vegetação fotossintetizante. Pode


ocorrer a presença de alguns fungos, além de
folhas, frutos e sementes trazidos pela água ou animais maiores, mas de forma
geral pode-se considerar que a flora é praticamente inexistente.

Os animais podem usar as cavernas como abrigo ou habitá-la durante toda a


sua vida.

Envenenamento - Nas proximidades e interior de algumas cavernas é possível


encontrar animais peçonhentos como cobras, escorpiões e aranhas. O uso de
botas e roupas que protejam pernas e braços minimiza o risco de
envenenamento. Caso algum membro do grupo tenha sido atacado, deve-se
procurar imediatamente o hospital mais próximo. Se possível, o animal deve
ser levado para facilitar a identificação da espécie e o soro mais adequado.

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BIOESPELEOLOGIA (QUIRÓPTEROS)

Doenças - Uma das doenças que pode ser adquirida em cavernas é


a hidrofobia (raiva), transmitida por morcegos. Embora eles não costumem
atacar diretamente as pessoas, é possível o contato acidental com unhas e
dentes dos morcegos quando eles voam ao entrar e sair das grutas . Outra
doença possível é a histoplasmose, doença adquirida pela inalação dos
esporos do fungo Histoplasma capsulatum presente no guano de morcegos. É
uma doença oportunista que só ataca pessoas com baixa resistência, por isso
é recomendável evitar a visitação de cavernas quando estiver com alguma
doença que provoque queda imunológica. Por tratar-se de uma doença de
transmissão respiratória, recomenda-se a utilização de máscaras em áreas
propícias à presença do fungo.

Além da abundância de vida selvagem, de pássaros a ratos, passando por


morcegos, aranhas e escorpiões, esses locais possuem uma série de micro-
organismos prejudiciais à saúde, como o vírus de Marburg, que causa a febre
hemorrágica de mesmo nome. Já os carrapatos que se alimentam de alguns
desses animais transmitem a chamada "febre da caverna", uma doença rara
que às vezes também pode ser contraída em prédios abandonados.

Finalmente, as cavernas são escuras - a tal ponto que algumas criaturas que
ali habitam são totalmente cegas. Não é à toa que esses locais servem às
vezes de treinamento para astronautas, para ajudá-los a se preparar para a
vida no espaço.

Fezes de morcego - A histoplasmose é extremamente fácil de se contrair.

Outro micro-organismo que muitas vezes habita cavernas é a


bactéria Leptospira. Encontrada em fluidos corporais como a urina de roedores,
é geralmente transmitida após o contato com água contaminada, já que pode
entrar sorrateiramente no corpo através de cortes na pele, ou pela boca, nariz,
olhos e pulmões.

A Leptospira causa a chamada doença de Weil (ou leptospirose), que se


assemelha inicialmente à gripe. Em 5% a 15% dos casos, evolui para algo mais
grave, com sintomas que incluem hemorragia interna e falência dos órgãos. Se
não for tratada a tempo, pode levar à morte. Muitos espeleólogos já contraíram
a doença.

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ESPELEOTOPOGRAFIA E ESPELEOFOTOGRAFIA

Desde a Pré-História os homens utilizam cavernas para se abrigar e como local


de sepultamento e também para rituais religiosos. As cavernas apresentam
condições ideais para a preservação de vestígios deixados pelo homem
primitivo.

Um dos ramos da espeleologia é a espeleoarqueologia, que estuda os


testemunhos da evolução humana encontrados nas cavernas, sobretudo
ossos, artefatos, restos de fogueiras e comida, além da arte rupestre, presente
em cavernas de todo o mundo.

As Cavernas como parte de uma paisagem bem diversificada, que chamamos


de Carste, é fascinante e rico em recursos. Nele estão incluídos as maiores
nascentes e águas subterrâneas mais produtivas na Terra. Na extração mineral
vemos um total de 175 diferentes minerais que ocorrem em cavernas de
calcário, alguns dos quais só podem ser encontrados nas cavernas (Moore e
Sullivan 1997). Cavernas e carste fornecem um habitat único para espécies de
animais raros. Ao longo da história as pessoas têm usado cavernas para
muitas finalidades: a partir da mineração de guano, mineração de Calcita, Cal,
Cimento e até para o turismo. O potencial das cavernas como laboratórios
naturais pode ser a sua futura utilização mais significativa de toda a historia da
humanidade.

A exploração das cavernas é feita atualmente com interesse científico ou


turístico. O desenvolvimento de equipamentos e técnicas de escalada,
mergulho e exploração tornaram essa atividade mais segura. Nunca na história
da humanidade as cavernas foram tão conhecidas. Pela mesma razão elas
nunca estiveram mais ameaçadas.

Os espeleotemas são resultado da carstificação construtiva, ou seja, os


minerais que foram removidos de camadas superiores da rocha e se
encontram dissolvidos na água se cristalizam e criam diversos tipos de
formação no teto, paredes e chão das cavernas.

Quando a água rica em carbonato de cálcio entra em contato com a atmosfera


da caverna, ocorre liberação de gás carbônico (CO2) para a atmosfera, o que
torna a solução mineral supersaturada e faz com que ocorra precipitação. No
caso do precipitado ser carbonato de cálcio (CaCO3), ele forma cristais de
calcita ou aragonita. O mesmo ocorre se os sais contêm magnésio (como
CaMg( CO3 )2), quando há precipitação de dolomita. As formas construídas
pelos cristais dependem de diversos fatores. Elas podem se formar no teto, nas
paredes e no chão, podem ser resultado de gotejamento por frestas no teto,

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por disseminação da água através da porosidade de paredes e teto
(exsudação) ou também pela sedimentação e decantação em poças e
represamentos.

O processo mais frequente de formação de cavernas é através da dissolução


da rocha pela água da chuva ou dos rios, um processo também chamado
de carstificação.

Este processo ocorre num tipo de paisagem chamado carste ou sistema


cárstico, terrenos constituídos predominantemente por rochas solúveis,
principalmente as rochas carbonáticas (calcário, mármore e dolomitos) ou
outros como evaporitos e gipsita. As regiões cársticas costumam
possuir vegetação cerrada, relevo acidentado e alta permeabilidade do solo,
que permite o escoamento rápido da água. Além de cavernas, o carste
apresenta diversas outras formações produzidas pela dissolução ou erosão
química das rochas, tais como dolinas, furnas, cones cársticos, cânions, vales
secos, vales cegos e lapiás.

O processo de carstificação ou dissolução química é resultado da combinação


da água da chuva ou de rios superficiais com o dióxido de carbono (CO2)
proveniente da atmosfera ou das raízes da vegetação. O resultado é uma
solução de ácido carbônico (H2CO3), ou água ácida, que corrói e dissolve os
minerais das rochas. O escoamento da água ácida ocorre preferencialmente
pelas fendas e planos de estratificação. Os minerais removidos combinam-se
ao ácido presente na água e são arrastados para rios subterrâneos ou para
camadas geológicas mais baixas, onde podem se sedimentar novamente. Em
outros casos podem ser arrastados para fora por rios que ressurgem e passam
a correr pela superfície. As fendas aos poucos se alargam e tornam-se grandes
galerias.

Quando o nível freático se rebaixa naturalmente devido à dissolução e aumento


de permeabilidade de camadas inferiores, as galerias formadas se esvaziam.
Em muitos casos, tetos que eram sustentados pela pressão da água podem
desmoronar, formando grandes salões de abatimento. Estes desmoronamentos
podem levar ao rebaixamento do solo acima dos salões, o que cria dolinas de
colapso. Em alguns casos, essas dolinas se abrem totalmente até o nível do
salão, resultando em uma entrada da caverna ou uma claraboia. Outras
entradas podem ser formadas em sumidouros (pontos em que rios entram no
solo formando rios subterrâneos) ou exsurgências (pontos de saída da água
subterrânea).

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Em relação ao percurso (planta), as cavernas podem apresentar diversas


formas de desenvolvimento:

Percurso linear: um único caminho, aproximadamente reto, de uma entrada a


outra ou até um estreitamento que não permita o avanço.

Caverna com meandros: um único caminho, que segue o curso de um rio


subterrâneo, com curvas e meandros.

Múltiplas galerias: possuem mais de um caminho e frequentemente diversas


saídas, apresentando bifurcações e, em alguns casos, sistemas complexos
e labirínticos.

Em relação ao perfil do terreno, as cavernas podem ser:

Predominantemente horizontal: desenvolvimento paralelo aos estratos da


rocha, com pequenos desníveis internos. Este tipo de caverna é constituído
principalmente por dissolução entre planos de estratificação, que estavam
inteiramente dentro da zona freática durante o período de sua formação.

Desenvolvimento inclinado: geralmente formadas em zonas vadosas,


possuem grandes desníveis, ocasionados pelo alargamento de fendas entre os
planos de estratificação.

Desenvolvimento vertical: assim como as inclinadas, são formadas pelo


alargamento de fendas ou fraturas verticais entre planos.

Muitos sistemas complexos possuem galerias em diversos níveis horizontais


que podem ser interligados por trechos inclinados ou mesmo abismos internos.
Nestes casos, alguns dos níveis podem se encontrar em zonas inundadas,
enquanto que as galerias mais altas já estão em zonas totalmente secas. A
soma total de todas as galerias de uma caverna pode chegar a diversos
quilômetros e os desníveis, a várias centenas de metros.

A exploração das cavernas é feita atualmente com interesse científico ou


turístico. O desenvolvimento de equipamentos e técnicas de escalada,
mergulho e exploração tornaram essa atividade mais segura. Nunca na história

17
da humanidade as cavernas foram tão conhecidas. Pela mesma razão elas
nunca estiveram mais ameaçadas.

Para explorar com segurança os ambientes subterrâneos, os espeleólogos


utilizam técnicas de caminhada em terrenos inundados e travessia de rios,
técnicas de águas brancas (natação equipada e rapel em cachoeiras), técnicas
verticais (escaladas, ascensões e descidas em cordas) e mergulho. Além disso
são necessários conhecimentos de técnicas de navegação e topografia. Entre
os equipamentos utilizados na exploração de cavernas os mais importantes
são listados a seguir:

Roupas - Em geral um macacão (fato-macaco, em Portugal) com reforços


em couro, lona ou outros tecidos de alta resistência à abrasão nos joelhos e na
parte traseira, destinado a proteger todo o corpo do atrito com as rochas.

Calçados - Botas ou calçados especiais para terrenos inundados e com solado


que permita caminhas sem escorregar na lama, rocha e terrenos argilosos.

Capacete - Fundamental para a passagem em trechos baixos e para evitar


ferimentos ocasionados por quedas de pedras soltas.

Equipamento de iluminação - Lanternas elétricas, ou a acetileno, em geral


fixadas ao capacete. As lanternas elétricas devem ser impermeáveis e ter
autonomia de várias horas. Lanternas de acetileno exigem um reator destinado
a produzir o gás a partir de pedras de carbureto de cálcio (CaC2), que liberam
o gás acetileno em contato com a água. Por ser fundamental à sobrevivência, o
equipamento de iluminação deve ser levado sempre em duplicidade. Pilhas e
pedras de carbureto devem ser protegidas da umidade e levadas em
quantidades suficientes para exceder o tempo de permanência previsto nas
áreas escuras.

Mochilas - Modelos de ataque (pequenas e resistentes) que podem ser


amarradas umas às outras, içadas através de cordas ou lançadas de um
explorador a outro.

Recipientes impermeáveis - Em geral, recipientes plásticos com tampa


rosqueável para carregar baterias, carbureto, roupas secas, equipamentos
eletrônicos e alimentos.

Equipamentos de escalada - Cordas, arnês, mosquetões, descensores e


ascensores, grampos, nuts, costuras e todos os equipamentos que possam ser
necessários à progressão através de abismos, cachoeiras e paredes internas.

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Equipamentos de mergulho - Equipamento autônomo de mergulho (SCUBA),
em configuração adequada para mergulho técnico em cavernas, com reservas
suficientes de ar, nitrox ou trimix, lanternas e cordas de guia.

Instrumentos topográficos - Recetor GNSS para demarcar as coordenadas


geográficas das entradas, trena de fita ou eletrônica, bússola e quaisquer
outros equipamentos necessários à medição e mapeamento das cavernas.

Ferramentas de escavação - Em alguns casos, para encontrar novas galerias


ou salões, é necessário remover detritos que podem obstruir passagens. Isso
deve ser feito manualmente com pás e picaretas. Podem ser necessárias
outras ferramentas para a escavação com fins arqueológicos.

A exploração de cavernas com qualquer finalidade sempre causa impacto ao


delicado ambiente cavernícola. Uma vez que as cavernas fazem parte dos
sistemas hidrogeológicos, qualquer poluição das águas em cavernas pode
contaminar fontes de águas potáveis, rios e poços. Além disso, esses
contaminantes podem matar os animais que vivem na caverna. Entre as fontes
de poluição, estão os despejos de lixo, que podem incluir baterias usadas,
restos de alimentos e mesmo excrementos humanos.

A própria adaptação de cavernas para o turismo pode provocar danos.


Passarelas e escadas têm que ser fixadas ao chão, muitas vezes sobre
espeleotemas ou em posições que podem impedir seu crescimento. A
iluminação artificial pode levar ao crescimento de vegetação no interior das
grutas. Isso pode modificar totalmente seu sistema climático e prejudicar o
equilíbrio de seu ecossistema.

Para minimizar os efeitos causados pela exposição turística, muitas cavernas


têm período de visitação limitado. As luzes não permanecem ligadas todo o
tempo e iluminação cenográfica colorida pode ser utilizada para reduzir a
probabilidade de desenvolvimento de vegetação.

Educação ambiental é um processo de educação, responsável por formar


indivíduos preocupados com os problemas ambientais e que busquem a
conservação e preservação dos recursos naturais e a sustentabilidade,
considerando a temática de forma holística, ou seja, abordando os seus
aspectos econômicos, sociais, políticos, ecológicos e éticos.

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LEGISLAÇÃO ESPELEOLÓGICA

Constituição Federal de 1988:

Art. 20 - São bens da União:

[...]

“X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-


históricos”;

Lei Complementar nº 140, de 08/12/2011 - Fixa normas, nos termos dos incisos
III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal,
para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência
comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do
meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à
preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de
agosto de 1981.

Portaria IBAMA nº 089 de 13/08/2001 - Regulamenta o mergulho em


cavernas (revogada pela IN n°100 de 05/06/2006).

Portaria IBAMA nº 887 de 15/06/1990 -– Dispõe sobre o uso das cavidades


subterrâneas, entre outros.

Portaria IBAMA nº 015 de 23/02/2001 - Disciplina o acesso e uso de cavernas


turísticas na Chapada Diamantina/BA.

Resolução CONAMA nº 347/04 de 10/09/2004 - Dispõe sobre a proteção do


patrimônio espeleológico.

20
ARQUEOLOGIA E PALEONTOLOGIA

A Paleontologia é uma ciência muito confundida com a arqueologia.

Paleontologia como a ciência que tem como objetivo entender a história da vida
na Terra através do estudo de vestígios preservados de seres vivos.

A Paleontologia estuda os vestígios de seres vivos.

Enquanto o objetivo principal da Arqueologia é o estudo da humanidade, desde


suas origens enquanto gênero Homo, a Paleontologia objetiva estudar as
outras espécies.

Os estudos de Arqueologia acabam por contribuir com outras ciências, mas


principalmente com o estudo da humanidade.

Já a Paleontologia pode ser considerada como um casamento entre as


ciências da terra (geociências) e as ciências biológicas (biociências).

Os vestígios analisados pela Paleontologia se resumem basicamente nos


fósseis (com algumas exceções, como pegadas), pois é um dos únicos tipos de
vestígio de seres vivos que se preserva por milhões de anos. Em períodos
mais recentes é possível estudar ossos que continuam preservados sem
passar por processos de fossilização (no caso dos animais), ou até mesmo o
pólen e os amidos que se preservam razoavelmente bem no sedimento (no
caso das plantas).

Em sítios arqueológicos é comum a presença de restos alimentares


constituídos de fauna pré-histórica. Nestes casos, não é necessário um estudo
paleontológico, mas um estudo zooarqueológico. A zooarqueologia é uma sub-
área da arqueologia preocupada em compreender a relação da humanidade
com as espécies animais. Há também a arqueobotânica, que busca
compreender a relação da humanidade com as plantas.

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Referências Bibliográficas

Wikipédia, a enciclopédia livre.História da espeleologia europeia.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_espeleologia_europeia

Blog do GPME - Grupo Pierre Martin de Espeleologia.

Disponível em:

http://www.blog.gpme.org.br/?cat=453

Wikipédia, a enciclopédia livre. Caverna.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Caverna

GEOEMP. Eng. Geólogo Thiago Faleiros Santos (CREA-MG 92910-D) -


GEOEMP Geologia Empreendimentos Ltda. PROSPECÇÃO
ESPELEOLÓGICA.

Disponível em:

http://www.geoemp.com.br/noticia/111/prospeccao-espeleologica

BioEspeleo. Prospecção.

Disponível em:

https://www.bioespeleo.com.br/servicos/prospeccao

Atendimento. Você sabe o que é espeleologia?

Disponível em:

https://insightedex.com.br/blog/voce-sabe-o-que-e-espeleologia

22
Wikipédia, a enciclopédia livre.Carste.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Carste

CECAV. GEOESPELEOLOGIA.

Disponível em:

https://dspace.icmbio.gov.br/jspui/handle/cecav/2

Ecossistema. Prospecção Espeleológica.

Disponível em:

http://www.ecossistema.bio.br/prospeccao_espeleologica.php

GERDAU. GEO – DESCOBRINDO AS GEOCIÊNCIAS.

Disponível em:

http://www.mmgerdau.org.br/museu-expandido/geo-espeleologia/

Cristiano Ferreira.GEOESPELEOLOGIA. ICM Bio.

Disponível em:

http://www.mpf.mp.br/

Zaria Gorvett.Da BBC Capital.

Disponível em:

https://www.bbc.com/portuguese/vert-cap-45134126

Wikipédia, a enciclopédia livre.Educação Ambiental.

23
Dipsonível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_ambiental

CECAV.LEGISLAÇÃO ESPELEOLÓGICA.

Disponível em:

https://www.icmbio.gov.br/cecav/downloads/legislacao.html

Texto de João Carlos Moreno de Sousa.Qual a diferença entre Paleontologia e


Arqueologia?

Disponível em:

https://arqueologiaeprehistoria.com/paleontologia-o-que-e-onde-estudar/

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