Ambientes com pH menor que 4 são muito ácidos para a maioria
Sempre nos perguntamos acerca de como a vida surgiu em nosso planeta. A dos seres vivos, e em geral existem devido à atividade vulcânica ou à mineração, astronomia é o campo que cuida dos saberes sobre o universo: sua origem, leis e embora haja exceções. curiosidades. Entretanto, para responder a muitas perguntas, esse campo precisou se A origem da vida na Terra e fora dela. Em 2009, a Nasa lançou ao espaço o desmembrar em outras áreas complementares. Para responder sobre a questão do satélite Kepler, destinado a descobrir planetas localizados fora do Sistema Solar. surgimento da vida, a astrobiologia surgiu como uma forma de reunir os estudos e Durante quatro anos, ele permaneceu apontado fixamente para um pedacinho de céu, pesquisa sobre o assunto. tentando flagrar pequenas reduções de brilho das estrelas que indicassem a passagem A astrobiologia é uma área de pesquisa recente; o departamento de de um planeta à frente delas. Satélite Kepler. A estratégia resultou em milhares de astrobiologia da Agência Espacial Americana (NASA) completou 50 anos em 2015. descobertas, e o experimento demonstrou que mundos rochosos, como o nosso, na zona De modo geral, a astrobiologia busca compreender a origem, evolução, futuro e habitável de seus sistemas planetários, são abundantes no cosmos. Em resumo: há distribuição da vida tanto na Terra como em outras partes do Universo. Ao longo dos muitas Terras por aí onde o fenômeno da vida pode ter florescido. É o que sugere a anos, pesquisadores vêm encontrando indícios de como a vida se estabeleceu e evoluiu Equação de Drake, formulada pelo astrofísico Frank Drake para estimar a prevalência na Terra e algumas dicas de como ela sobreviveria em outras partes do Universo. de vida no Universo. Ao mesmo tempo, a exploração do próprio Sistema Solar ampliou Algumas espécies terrestres, chamados de extremófilos, vivem em condições de o número de possíveis habitats na nossa vizinhança. Em 2004, o jipe robótico ambientes extremos e quase insuportáveis como à beira de vulcões ou debaixo de Opportunity encontrou em Marte as primeiras evidências em solo de que o planeta extensas calotas de gelo. Esses animais ajudam os pesquisadores a entender como seria vermelho já teve mares, há 4 bilhões de anos. Ao mesmo tempo, análises dos dados das a adaptação da vida em planetas muito quentes como Mercúrio ou a locais muito sondas americanas Galileo e Cassini revelaram que entre as luas de Júpiter e Saturno há gelados como Plutão. duas especialmente amigáveis à vida: Europa, em Júpiter, e Encélado, Saturno, Microrganismos extremófilos são ótimos exemplo de que a vida, de fato, sempre possuem, sob sua crosta de gelo, oceanos globais de água líquida, mantidos aquecidos encontra um caminho. Vários mecanismos de adaptação evoluíram em uma variedade pelo poderoso efeito de maré gerado pelos planetas gigantes em torno dos quais de espécies microbianas, ao longo de milhões de anos, para permitir que esses orbitam. O grande desafio dos próximos anos é buscar evidências telescópicas de que microrganismos habitassem as zonas mais diferentes e inóspitas do planeta! O termo há vida em algum dos mundos fora do Sistema Solar e explorar com espaçonaves nossa extremófilos se refere aos microrganismos que possuem ótimas taxas de crescimento própria vizinhança, em busca de uma “segunda origem” para formas biológicas. Caso em condições ambientais severas, as quais normalmente são inviáveis para outras isso venha a acontecer, a astrobiologia promete ser uma das ciências mais formas de vida. O modo como esses organismos conseguem viver tão bem nesses revolucionárias do século 21. ambientes é uma boa fonte de exploração cienfica e de oportunidades biotecnológicas. Zonas habitáveis uma série de fatores foram importantes para o Existem várias classes de extremófilos de acordo com o tipo de situação desenvolvimento da vida na Terra. Mas para muitos cientistas, a existência de água ambiental (temperaturas muito altas ou baixas, presença de metais, valores extremos de líquida é a condição mais importante para possibilitar a existência de vida. A presença pH, entre outros). Em muitos casos os extremófilos são tão adaptados aos seus de água líquida e as condições que a permitam existir nesse estado físico são uti lizadas ambientes que eles nem sequer são capazes de sobreviver em condições normais. como parâmetros para a definição de zonas habitáveis. A zona habitável de um sistema Termófilos São microrganismos que conseguem sobreviver e se multiplicar em planetário, portanto, é a região ao redor de uma estrela cuja radiação emiti da permita altas temperaturas, geralmente em uma faixa entre 40 a 70 ˚C. Grande parte dos temperaturas suficientes para que a água seja encontrada no estado líquido. membros desse grupo vivem em águas quentes associadas a atividades vulcânicas ou Nesse senti do, os planetas localizados em zonas habitáveis podem conter água fontes hidrotermais. líquida, e, consequentemente, abrigar vida. Veja a zona habitável do Sistema Solar Halófilos Uma célula microbiana comum perderia água até secar se estivesse representada na ilustração a seguir. Apenas o planeta Terra está localizado nesta faixa em um ambiente muito salino. Porém, para um seleto grupo de microrganismos de habitualidade. Observe qual seria a zona habitável de outros possíveis sistemas chamados halófilos, viver sob alta salinidade não é um problema. Halófilos possuem planetários que tivessem estrelas de massa superior ou inferior à do Sol. mecanismos de adaptação que impedem os efeitos maléficos do excesso de sais. Psicrófilos Vivem no extremo oposto dos termófilos. São microrganismos que se reproduzem em baixas temperaturas, de no máximo 20 ˚C, e que possuem uma temperatura ótima de crescimento de até 15 ˚C. Muitas espécies vivem em regiões com frio abaixo de zero. Acidófilos São microrganismos que, como o nome sugere, vivem