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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE FÍSICA DE SÃO CARLOS

LAURA SCHUTZ TORRES


11352251

A IMPORTÂNCIA NO CONHECIMENTO SOBRE OS MARES E OCEANOS


As profundezas e sua relevância na ciência

SÃO CARLOS
2020
LAURA
A IMPORTÂNCIA NO CONHECIMENTO SOBRE OS MARES E OCEANOS
As profundezas e sua relevância na ciência

Devido à muitas problemáticas envolvendo as


profundezas dos oceanos, esse trabalho tem
como objetivo expor o andamento dessa
ciência até o atual momento, tal como estudar
as peculiaridades das criaturas que lá vivem.
SÃO CARLOS
2020

RESUMO

A Terra é composta por água em sua grande maioria e 97% de toda essa água do mundo
pertence aos oceanos, que compõem a maior parte do planeta sendo extremamente vastos em
superfície e em profundidade, com isso uma grande problemática da ciência é a dificuldade
em acessar essas áreas por estarem condicionadas a alta pressão, frio intenso e luminosidade
quase nula. O interesse por essas áreas é tanto para fins de conhecimento do ecossistema
quanto para fins econômicos fornecendo altos investimentos sobre a área.
Ao longo da história, muitos fatores contribuíram para o avanço e melhor conhecimento sobre
a zona abissal como a Segunda Guerra. Assim como o interesse sobre as criaturas que lá
habitam é alto e também sua capacidade de adaptação e suas peculiaridades fascinam os
cientistas.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO……………………………..…………………..……………………………..
DESENVOLVIMENTO……………......……………....………..……………………………..
O interesse pelo desconhecido
As profundezas
Seres que habitam
Atualmente
REFERÊNCIAS…………………..........……………....………..……………………………..
INTRODUÇÃO

Os oceanos e mares do planeta Terra são primordiais, a vida surgiu a partir deles e por
consequência disso a diferenciação das espécies se deu em grande parte na água, dando uma
enorme variedade de filos sendo cerca de 2,5 milhões de espécies catalogadas e estimativas de
existirem até 10 milhões de espécies macro e 100 milhões micro. Tem-se também que dos 35
filos conhecidos, 14 são oceânicos sendo que alguns foram descobertos em meados de 1990.
O oceano também é o que constitui a maior parte da Terra, sendo 72% da superfície terrestre
tomada por água, ou seja, é um espaço imenso, tomado por vários seres vivos e minérios e de
extremo interesse tanto científico quanto capitalista, porém é quase que totalmente
desconhecido tendo apenas 0.00001% de suas profundezas exploradas por especialistas.
Por constituir a maior parte do planeta, os oceanos são enormes reguladores do clima na
Terra; por estarem sujeitos a absorção de gases, devido à ação do homem ou até os naturais,
eles agem diretamente para manter o equilíbrio do ecossistema.

O interesse pelo desconhecido

Dado a reconhecida importância dos oceanos em processos vitais para as sociedades humanas
o seu estudo, sob os diversos pontos de vista, biológico e físico, tem vindo a ganhar particular
relevância no âmbito das estratégias de financiamento internacionais. Há uma convenção feita
chamada Eurocean onde em 2004 foi realizada para definir limites e objetivos para a pesquisa
constante dessas profundezas. E foi definido que suas prioridades seriam: visar a
sustentabilidade em prol do ecossistema, a integração das novas descobertas da biologia
marinha para compreensão de seu funcionamento, a conservação da biodiversidade, a
exploração do mar profundo e margens continentais, uma das últimas fronteiras do planeta,
tendo em vista descobrir os seus mistérios e estar de acordo aos recursos potenciais e por fim
em um mundo capitalista, buscar suas vantagens e utilizações a nível comercial.
Com suas prioridades definidas, o mundo todo aderiu ao projeto e as grandes empresas
começaram a investir na ciência do mar, em uma pesquisa do Censo da Vida Marinha pode-se
ver o avanço imenso que foi acrescentado nos estudos.
Figura 1: pesquisa feita pelo Censo da Vida Marinha, referente a 2010.

As profundezas

É determinado como “mar profundo” a área descrita a partir de 200 milhas de profundidade,
passando desse ponto a luz solar não alcança e é disposto por pressões altíssimas e é esse
espaço que constitui a maior parte do planeta. Sendo altamente desconhecida, essa área é
vítima de inúmeros mitos e suposições sobre o que ela esconde.
No século XIX Edward Forbes, britânico, avançou com a teoria azóica que postulava que não
havia vida no oceano abaixo dos 500 metros de profundidade. Uma teoria que, como tantas
outras, obscurecia e adulterava algumas evidências obtidas já naquela época (1843). Mas,
ainda no século XIX esta hipótese foi refutada após a famosa expedição à volta do mundo do
navio inglês H.M.S. Challenger que aconteceu entre 1872 e 1876. Esta expedição representa a
revolução da oceanografia moderna. No século XX começaram desenvolvimentos no domínio
da investigação dos oceanos, para o que muito contribuíram os progressos na navegação, nas
tecnologias submarinas, ocorridas durante a 2ª Guerra Mundial. Multiplicaram-se os cruzeiros
científicos e nos anos 60, com um submarino americano, iniciou-se uma nova era da
investigação continuada do oceano profundo com acesso a sistemas de visualização. Só nos
anos 80 outros submarinos com capacidades equivalentes (mergulhar abaixo dos 4000 metros
de profundidade), o Nautile da França, os MIR da então União Soviética e o Shinkai do Japão
surgiram.
Seres que habitam
A denominação para os seres vivos que habitam nas áreas mais profundas é “ser abissal”.
Essas criaturas sobrevivem em condições extremamente difíceis, pressão imensa, pequenas
quantidades de oxigênio, muito pouco alimento, sem luz solar e frio constante e extremo. A
maioria das criaturas tem que depender dos alimentos que fluem de cima para baixo. Essas
criaturas vivem em ambientes muito exigentes, como a zona abissal que, a milhares de metros
abaixo da superfície, é quase completamente desprovidas de luz, em que a água fica entre 3 e
10 graus.
Para sobreviverem num ambiente tão inóspito apresentam diversas adaptações. Alguns peixes
abissais têm boca e estômago capazes de engolir e digerir presas com o dobro do seu
tamanho, pois a comida é escassa e possuem um corpo elástico. Muitos desses peixes também
apresentam bioluminescência para atrair suas presas ou lançam flashes ocasionais, ajudando a
iluminar o ambiente; também possuem esqueletos leves.
Para aguentarem a enorme pressão, muitos dos peixes são pequenos e tem estrutura gelatinosa
quase sem esqueleto, um outro problema é a escuridão por isso muitos são cegos, alguns
possuem a capacidade de emitir luz por meio de reações químicas.A reprodução é outra
dificuldade para esses seres, muitos abissais são hermafroditas, e quando não encontram um
parceiro fecundam-se a si mesmos; em alguns a diferenciação sexual é apenas uma questão de
amadurecimento.

Figura 2: um exemplo de criatura abissal. Stargazer fish ou peixe ogro

Atualmente

As pesquisas dependem das águas jurisdicionais, que precisam da liberação da Convenção das
Nações Unidas, o Brasil por exemplo procura expandir sua jurisdição para estudos. Em 2019
foi achado o ponto continental mais profundo da Terra, localizado na Antártida:
"Este é, sem dúvida, o retrato mais preciso até agora do que está embaixo do manto de gelo da
Antártica", disse Mathieu Morlighem, que trabalha no projeto há seis anos.
As pesquisas não param e é possível ver progresso na área de pesquisa apesar das
dificuldades.
REFERÊNCIAS
sites:
http://agencia.fapesp.br/cientistas-calculam-quantas-especies-existem/14383/
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/0079661165900182
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ser_abissal
https://marine.rutgers.edu/dmcs/ms309/Lec3/Grassle%201991.pdf
https://www.biologiatotal.com.br/blog/os-estranhos-seres-abissais.html
https://marinebio.org/oceans/deep-sea/
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/seres-zona-abissal.htm
http://biolum.eemb.ucsb.edu/chem/
https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/12/13/ponto-continental-mais-profundo-da-
planeta-e-encontrado-na-antartida.ghtml

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