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CAPÍTULO 18

Vulcão Santa Helena antes da erupção de 1980.

JeffGoulden/iStockphoto.com

Vulcão Santa Helena, após a erupção de 1980, com o nível do cume rebaixado 400 metros.
Samson1976/iStockphoto.com

Por dentro do planeta Terra


Professor, os alunos já estudaram a estrutura da Terra no 6o ano; por isso, estimule-os a usar
seus conhecimentos prévios para pensar sobre como seriam os indícios que mostram que o
vulcão pode entrar em erupção. Alguns exemplos que podem ser citados são: tremores de
terra, aumento da acidez da água no entorno, morte de seres vivos devido aos gases
eliminados, entre outras evidências. A importância de monitorar os vulcões pode ser abordada a
partir da discussão desses indícios. Comente que, com o monitoramento, a população próxima
dos vulcões fica alerta para, se for preciso, evacuar o local; dessa forma, acidentes e até mortes
podem ser evitados.

Neste capítulo, serão trabalhadas as habilidades: EF07CI15 e EF07CI16 da BNCC.

Há 30 anos, em 18 de maio, o Monte Santa Helena perdeu seu cume – 2,8 milhões de
metros cúbicos de montanha, para ser exata. Com a erupção do vulcão, o topo do ícone
da costa noroeste do Pacífico baixou cerca de 400 metros em questão de segundos,
levando consigo árvores suficientes para a construção de 300 mil casas de dois
dormitórios. Também, foram aniquiladas 200 residências, 57 vidas humanas e a maior
parte da vida selvagem visível num raio de 596 quilômetros quadrados.

[...]

Aquelas desoladoras impressões iniciais baseavam-se em vistas aéreas. Mas quando os


cientistas puderam examinar mais de perto o solo coberto de cinzas, descobriram que
as perdas devastadoras haviam dado espaço a ganhos memoráveis, tanto em termos de
produtividade do ecossistema quanto de avanço científico.

Plantas e animais, que nunca puderam sobreviver sob as fechadas copas das árvores ou
aos predadores dominantes, começaram a proliferar. [...] Os novos ecossistemas
resultantes mostraram-se ainda mais produtivos do que os das antigas florestas pré-
erupção.

Com o passar dos anos, multiplicaram-se as lições em campos tão diversos como
Biologia, Engenharia e Meteorologia. Zoólogos estudaram casos curiosos de aranhas
levadas pelo vento para a zona de erupção; vulcanólogos montaram sensores de aço
inoxidável para monitorar a contínua atividade vulcânica; e guardas florestais
perceberam que as áreas intocadas pelo homem após a erupção geraram maior
biodiversidade do que os lugares onde procuraram acelerar a revitalização tentando
salvar árvores mortas ou plantando novas.
[...]

Lynne Peeples. “Erupção do Monte Santa Helena permitiu novas formas de vida”. Scientific
American Brasil. Disponível em: <https://sciam.com.br/erupcao-do-monte-santa-helena-
permitiu-novas-formas-de-
vida/#:~:text=Com%20a%20erup%C3%A7%C3%A3o%20do%20vulc%C3%A3o,mil%20cas
as%20de%20dois%20dormit%C3%B3rios>. Acesso em: 15 jan. 2021.

O Vulcão Santa Helena estava há cerca de 120 anos sem entrar em erupção,
embora fosse considerado ativo. Você acha que um vulcão dá indícios de que
entrará em erupção?

Qual é a importância de monitorar vulcões ativos e inativos?

Como catástrofes como essa podem auxiliar os estudos da biodiversidade?

As camadas da Terra
A litosfera é a camada mais externa do planeta Terra, conforme já estudamos no ano
anterior. O termo vem do grego “lithos”, que significa “rocha”, um dos elementos
presentes na composição dessa camada. Quando estudamos o nosso planeta,
percebemos que a litosfera, a hidrosfera e a atmosfera formam os três ambientes
físicos da Terra, que abrigam a vida que hoje existe.

A litosfera é formada pela crosta terrestre e por uma parte externa do manto. Já a
parte interna do planeta é constituída do manto e do núcleo. Neste capítulo, vamos
nos aprofundar nos estudos sobre a crosta e o manto e entender sua dinâmica e
importância para a formação do relevo dos continentes.

O planeta Terra é formado por crosta terrestre, manto e núcleo.


Yuri_Arcurs/iStockphoto.com
A litosfera
A litosfera é composta da crosta terrestre, a camada mais superficial na qual os seres
vivos habitam, e da porção externa do manto. A crosta terrestre fornece recursos
para a sobrevivência de toda a biodiversidade do planeta. É uma camada rígida, com
espessura que pode variar de 5 a 100 km, constituindo continentes, ilhas e assoalhos
oceânicos. Sob ela, as rochas da parte externa do manto apresentam-se de forma
pastosa devido às altas temperaturas.

As rochas da crosta terrestre dão origem ao solo devido ao intemperismo, que


consiste em transformações e desgastes pelos quais elas passam, produzindo
variados tipos de solos ao longo do tempo. É importante conhecermos os processos
de formação dos solos para que seja possível identificar regiões que ofereçam
recursos a inúmeras atividades humanas, como a agricultura, a extração de minerais e
o estudo dos fósseis (que possibilita a compreensão de como era nosso planeta há
milhares de anos). A seguir, relembramos os diferentes intemperismos:

A crosta terrestre é formada por rochas de maneira não contínua, composta de 12


blocos denominados placas litosféricas, também conhecidas como placas
tectônicas. Essas placas se encaixam umas nas outras como um quebra-cabeça por
cima do manto.

Você já observou algum líquido fervendo em uma panela? O calor produzido pela
chama é distribuído pela panela, fazendo a temperatura do líquido aumentar. Com
isso, ocorre a movimentação do líquido, formando correntes que sobem e descem.
Esse fenômeno é chamado de convecção, e é por meio dele que as placas
litosféricas se movimentam. A convecção acontece no manto terrestre, afastando as
placas umas das outras ou fazendo com que elas colidam entre si para se acomodar.
Esses movimentos são responsáveis por fenômenos naturais que provocam grandes
catástrofes, como os terremotos, os tsunamis, e as erupções vulcânicas, ou
alterações no relevo, como a formação das cadeias de montanhas.

Localização das placas tectônicas (ou litosféricas)


Adaptado do: Atlas geográfico escolar/IBGE. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016,
p.12.

Observando o mapa, é possível analisar a direção do movimento das placas


litosféricas, representada pelas setas vermelhas. Repare que a dinâmica dessa
movimentação promove linhas de colisão de placas, como ocorre na região dos
Andes (América do Sul).

Cordilheira Huayhuash, localizada nos Andes peruanos.


Oliclimb/iStockphoto.com

A deriva continental

Alfred Lothar Wegener.


Arquivo de Fotografias de Marburgo,
Alemanha/Wikimedia Commons
Os movimentos das placas litosféricas são lentos, imperceptíveis aos habitantes da
Terra e ocorrem há milhões de anos, determinando a posição atual dos continentes
no planeta. Alfred Lothar Wegener (1880-1930) foi um dos pioneiros no estudo da
movimentação dos continentes. Ele formulou, em 1912, a teoria da deriva
continental, e seus estudos permitiram desenvolver a teoria da litosférica de placas,
que explica a existência das placas litosféricas. A teoria da deriva continental
propunha que, há cerca de 250 milhões de anos, muitos animais, vegetais, fungos e
outras formas de vida viviam espalhados por um continente único chamado
Pangeia, e um único oceano denominado Pantalassa.

De onde vêm as palavras

Pangeia e Pantalassa

“Pangeia” vem do grego e significa “todas as terras”. Já “Pantalassa”, também de


origem grega, significa “todos os mares”, uma menção ao fato de que todos os
oceanos que conhecemos hoje eram um só.

Segundo a teoria da deriva continental, a Pangeia era um ­supercontinente que, ao


longo do tempo, se rompeu e se dividiu em dois continentes: a ­Gondwana e a
Laurásia. Esses grandes continentes continuaram a dividir-se e, em milhões de anos,
geraram os continentes que conhecemos, na posição em que se encontram hoje. Os
continentes atuais continuam afastando-se, porém em uma velocidade muito baixa,
produzindo uma distância não significativa. Por isso, os deslocamentos só podem ser
observados em períodos de tempo muito longos.

A ideia da deriva continental foi rejeitada por décadas pela comunidade acadêmica, e
foi somente em meados de 1960 que ela foi comprovada. Isso ocorreu quando,
durante uma atividade de exploração de petróleo em alto-mar, pesquisadores
perceberam que o assoalho oceânico se expandia, comprovando que realmente
ocorria um distanciamento entre as partes da crosta. Outro fato observado a favor da
teoria foi a diferença de idade das rochas: as rochas das partes mais distantes do
assoalho eram mais antigas, o que significa que estava ocorrendo o movimento de
“abertura” ao longo dos anos. Esse movimento das placas é responsável pela
formação do relevo, mostrando que a superfície terrestre não é estática, mas
dinâmica.
Evidências da teoria da deriva continental
Existem diversas evidências que confirmam a teoria da deriva continental, como as
descritas a seguir:

Os continentes são menos densos do que as bacias oceânicas; por isso, eles
flutuam acima do manto, e a movimentação observada é uma importante
evidência da teoria.

A crosta terrestre é constituída de 12 placas, e seu deslocamento sobre o manto


de rocha fluida acontece por conta das correntes de convecção, que surgem
devido ao calor gerado no núcleo.

A formação das cadeias montanhosas, dos terremotos e dos vulcões seria


explicada por meio da movimentação e do choque das placas.
Cordilheira dos Andes: formação que surgiu do choque entre a placa Sul-americana e a de Nazca.

andyKRAKOVSKI/iStockphoto.com

Cordilheira do Himalaia: colisão das placas Indiana e Australiana (que, na época, eram uma placa
única, a Indo-australiana) com a placa da Eurásia.

RNMitra/iStockphoto.com

Há semelhanças entre a costa ocidental da África e a costa oriental da América do


Sul: as rochas, em ambas as costas, possuem a mesma idade geológica e
apresentam constituição semelhante. Isso também é observado na comparação
entre América do Norte e Europa e entre África e Índia.

São encontrados registros fósseis de seres da mesma espécie em diferentes


continentes, distantes entre si atualmente.

Presença de sedimentos do Polo Sul em regiões da África do Sul e da Índia.


Encaixe das costas e evidências fósseis.

Reflexão

[...]

Os fósseis são uma espécie de arquivo onde está registrada a memória da evolução do
planeta. Basta saber ler e interpretar. Tanto as plantas quanto os animais fósseis servem
para definir a geografia de uma determinada região. Se em lugares hoje de baixas
altitudes se encontram restos de plantas típicas de grandes altitudes, é sinal de que em
outras épocas ocorreram ali mudanças topográficas. [...]

Maria Inês Zanchetta. “Memórias da Terra”. Superinteressante, ed. 23, ago. 1989. Disponível
em: <http://super.abril.com.br/historia/memorias-da-terra>. Acesso em: 10 jan. 2023.

Considerando o que foi abordado no trecho apresentado, reflita com seus colegas
sobre a importância do estudo dos fósseis e os fatores que podem ter causado a
alteração da topografia nos locais em que são encontrados.

Os fósseis ajudam a desvendar como era a geografia do planeta e a posição das placas
listosféricas há milhões de anos. Se são encontrados fósseis iguais em diferentes altitudes, isso
pode significar que, no passado, as porções de terra localizavam-se em um mesmo nível e
modificaram-se com o tempo. A movimentação das placas litosféricas pode contribuir para a
alteração da topografia. Esses movimentos podem ocasionar, por exemplo, a formação de
cordilheiras, abismos e vulcões, além de terremotos, que modificam o ambiente em que
ocorrem.
1 A Terra é composta da crosta terrestre, do manto e do núcleo. A crosta é
formada por rochas que, por ação do intemperismo, originam o solo. Qual a
importância de entendermos esse processo de formação do solo?

É importante conhecermos os processos de formação do solo, pois, assim, podemos


identificar onde encontrar recursos minerais, reconhecer o melhor tipo de solo para a
agricultura e compreender a história do planeta por meio do estudo do solo e dos fósseis.

2 As placas litosféricas estão em constante movimento, deslocando-se na


escala de centímetros por ano, em média. Estima-se que as placas que
separam o Brasil da África, por exemplo, distanciam-se uma da outra cerca
de três centímetros a cada ano. Sabendo que a distância entre João Pessoa,
na Paraíba, e Serrekunda, no litoral de Gâmbia, na África, é de 3 042 km,
calcule qual era a distância, em metros, entre essas duas cidades no ano de
1500, quando o Brasil foi encontrado pelos portugueses.

Dados: 1 km = 1 000 m

1 m = 100 cm

Vulcanismo
As erupções vulcânicas são formadas quando o magma, os gases e as cinzas
escapam por uma abertura na crosta terrestre, o que pode ocorrer tanto nos
continentes como nos oceanos. Quando chega à superfície, o magma passa a ser
chamado de lava, que, ao se esfriar, dá origem às rochas magmáticas (ou ígneas). Os
vulcões podem ficar inativos por anos ou até mesmo séculos, mas, quando estão em
atividade, causam grande preocupação às populações que vivem em suas
proximidades. O derramamento de magma pode ocorrer de duas formas:

Explosiva: nesse caso, além do magma, também são expelidos fragmentos de


rochas incandescentes, conhecidas como piroclastos, que formam o que
chamamos de nuvem piroclástica, lançando esses fragmentos a centenas de
metros de altura. Um exemplo de vulcão que apresenta esse tipo de erupção é o
Stromboli, um dos três vulcões em atividade na Itália.

Passiva: já nesse caso, o magma derrama-se lentamente pela superfície,


geralmente através de fendas ou orifícios. Erupções passivas são comuns em
vulcões situados no Havaí e na Islândia.

Erupção do vulcão Stromboli com sua nuvem piroclástica.


oriredmouse/iStockphoto.com

A lava expelida pelos vulcões pode chegar a, aproximadamente, 1 000 °C, afetando
os seres vivos por onde passa. Ademais, ela pode aquecer as águas e, com isso, levar
seres aquáticos à morte. Além da lava, a fumaça e as cinzas produzidas pelas
erupções vulcânicas também são prejudiciais aos animais e às plantas, pois, quando
inaladas, tornam-se tóxicas. Por isso, quando um vulcão entra em erupção, a
população que mora ao redor deve evacuar a área, dirigindo-se a um local seguro.
Para o solo, entretanto, as consequências não são tão negativas: as cinzas expelidas
possuem muitos minerais, e, desse modo, os solos das regiões vulcânicas são ricos
em nutrientes e, consequentemente, mais férteis. Logo que as cinzas caem, a
vegetação e muitos outros seres que vivem na região morrem. No entanto, após
alguns anos, o solo enriquecido favorece o crescimento das florestas, e, com isso, os
animais retornam à região. Os locais utilizados para a agricultura que ­foram afetados
pela atividade vulcânica também podem voltar a produzir com intensidade até maior
depois da erupção, como é o caso do Monte Santa Helena, abordado no texto de
abertura.

O estudo da lava dos vulcões é de extrema importância para a Geologia, pois auxilia
na compreensão do passado do planeta, antes mesmo de as rochas magmáticas
serem formadas.

Vegetação abundante em região vulcânica.


© Lovász Árpád | Dreamstime.com
Vegetação afetada por cinzas vulcânicas após erupção.
AFP/Getty Images

Pessoa que vive próxima a vulcão ativo usando máscara para não inalar as cinzas expelidas.
AFP/Getty Images

Questão invertida

Nesta atividade, apresentaremos apenas as respostas, pois as perguntas serão


elaboradas por você.

a)

Em que consiste a Pangeia?


Segundo a teoria da deriva continental, era um supercontinente banhado por um único
oceano chamado Pantalassa.

b)

O que defende a teoria da deriva continental?


Defende a ideia de que um supercontinente, denominado Pangeia, teria se dividido em
partes menores devido ao movimento das placas litosféricas, originando os continentes
tal como os conhecemos hoje.

Veja também em História

Antes de os espanhóis desembarcarem e dominarem grande parte das terras,


dizimando civilizações, vários povos se destacaram na América. Entre eles, os
mais conhecidos eram os maias, os astecas e os incas. Estes últimos viveram na
América do Sul entre os séculos XIII e XVI, espalhados pela Cordilheira dos
Andes. Eles acreditavam que os deuses auxiliavam o povo em suas necessidades,
inclusive no cultivo e na colheita dos alimentos. Montanhas e vulcões eram
considerados sagrados e, frequentemente, eles realizavam rituais e oferendas
para os deuses nesses locais. Segundo os registros, esses povos acreditavam que
as oferendas feitas aos deuses acalmavam as erupções vulcânicas e permitiam
que tivessem boas colheitas. O que eles não sabiam era que as cinzas expelidas
pelos vulcões próximos de onde viviam eram as responsáveis pelo aumento da
fertilidade dos solos.

Vulcanismo no Brasil
Não há vulcões ativos no Brasil. As últimas atividades vulcânicas do país datam do
Cenozoico e culminaram na formação das ilhas de Fernando de Noronha (PE),
Abrolhos (BA) e Trindade (ES). Anteriormente, ocorreram derramamentos em
cidades como Itatiaia, Poços de Caldas e Cananeia.
Fernando de Noronha é um distrito de Pernambuco.
© Alexandre Fagundes De Fagundes | Dreamstime.com

Terremotos

Sismógrafo.
Route55/iStockphoto.com
O movimento das placas traz resultados que podem ser facilmente observados na
superfície da crosta. São movimentos rápidos que, quando acontecem, podem
provocar dobras e falhas nas camadas rochosas.

As regiões onde os terremotos estão concentrados coincidem com os locais de


ocorrência dos vulcanismos. No entanto, nenhuma parte da superfície do planeta
está livre de terremotos. Um terremoto de grande magnitude ocorrido nas zonas de
choques entre placas pode gerar ondas sísmicas que afetam regiões bem distantes.
Um exemplo disso foi o terremoto no Chile em 2015, que foi percebido por
moradores de São Paulo e do Rio Grande do Sul.

As ondas produzidas pelos tremores dos terremotos são registradas por um aparelho
chamado sismógrafo. A intensidade da onda é definida em uma escala conhecida
como escala Richter, que distribui as magnitudes medidas em potências em uma
escala que varia de 1 a 10. Isso significa que um abalo que registra magnitude de 5 na
escala será 10 vezes maior que um abalo que registra 4 de magnitude.

Como o Brasil está localizado bem no meio da Placa Sul-americana, longe de suas
extremidades, não sofremos com terremotos, embora possamos sentir alguns
tremores com pouca magnitude, sem maiores consequências.

Tsunamis
Os tsunamis (também chamados de maremotos) são ondas gigantes, que reúnem
grande quantidade de força, provocadas por tremores que mobilizam muito volume
de água, produzindo, assim, ondas de grandes alturas. Essas ondas viajam pelo
oceano em grande velocidade, devastando o que estiver em seu caminho, como o
litoral de alguma ilha ou de algum continente, provocando muitos estragos devido à
força com que atingem esses locais. Um tsunami pode originar-se a partir de abalos
gerados pelo choque entre as placas litosféricas e, do mesmo modo, por erupções
vulcânicas.
Representação esquemática de um tsunami causado por choque entre placas litosféricas.
Designua/Shutterstock.com

No dia 26 de dezembro de 2004, o Sudeste Asiático sofreu um dos maiores


desastres naturais já registrados: um tremor no fundo oceânico atingiu 9,3 pontos na
escala Richter. O tsunami foi um dos mais poderosos dos últimos 40 anos e levou
220 mil pessoas à morte. Sete anos depois, em 2011, um tsunami quase tão intenso
quanto o anterior, com 8,9 de magnitude, atingiu o Japão. Mais recentemente, no dia
22 de dezembro de 2018, outro tremor atingiu as ilhas de Sumatra e Java, na
Indonésia. Dessa vez, o tsunami foi provocado por um deslizamento de terra sob a
água devido à erupção do Vulcão Anak Krakatoa, deixando 281 mortos, mais de 1
000 feridos e muitos desaparecidos. Se observarmos o mapa das placas, veremos
que a Indonésia está localizada justamente em um encontro de placas. É por esse
motivo que ocorre alta atividade tectônica na região.

Efeitos do tsunami de 2004 que devastou a costa de Sumatra.


PHILIP A. MCDANIEL/US NAVY/AFP
Ondas do tsunami atingem casas em Natori, cidade japonesa, em 2011.
Reuters/Latinstock

Na história da humanidade, houve várias catástrofes originadas por terremotos,


erupções vulcânicas e tsunamis. Atualmente, a tecnologia está evoluindo para que
esses fenômenos possam ser previstos com certa antecedência. Cidades localizadas
em áreas de risco, por exemplo, costumam ter planos de evacuação, sirenes e
treinamentos frequentes para salvar o máximo de pessoas possível desses
fenômenos.

Atividades

1 A Terra é dividida em partes para facilitar o seu estudo, levando em


consideração os aspectos físico e químico de suas camadas. Descreva,
sucintamente, cada camada terrestre.

A Terra é composta da crosta terrestre, do manto e do núcleo. A crosta terrestre é a


camada mais superficial, constituída de rochas e fragmentada em grandes blocos. O
manto é uma camada formada por material fluido, composto, principalmente, de rocha
derretida. O núcleo da Terra é a porção mais quente entre as camadas e é responsável
por manter o material do manto aquecido.

2 Qual a importância da crosta terrestre para o ser humano?

A crosta terrestre é constituída de rochas que, quando sofrem intemperismo, originam os


diversos tipos de solo. Praticamos a agricultura na crosta terrestre e dela extraímos os
recursos minerais utilizados em vários setores da economia. Ainda, é sobre a crosta que
vivemos.
3 (Udesc) A Teoria da Deriva dos Continentes foi enunciada pelo cientista
alemão Alfred Lothar Wegener, em 1912. Segundo este autor a Terra teria
sido formada inicialmente por um único e enorme supercontinente que foi
se fragmentando e se deslocando continuamente desde o período
Mesozóico, como se fosse uma espécie de nata flutuando sobre um magma
semilíquido e passeando em diferentes direções.

Assinale a alternativa que contém o nome com o qual foi batizado este
supercontinente inicial.

a. ( ) Gaia.

b. ( ) Placas Tectônicas.

c. ( ) Folhelhos de Wegener.

d. ( ) Riftis.

e. ( ) Pangeia.

e. (x)

4 Complete as lacunas:

No início, o planeta Terra era composto de um supercontinente chamado


__________ e de um único ­oceano, o __________. Devido ao movimento das
__________, conhecido como __________, o supercontinente foi dividido em
dois, a __________ e a __________, e, com o passar de milhões de anos, os
continentes se moveram até a configuração atual.

No início, o planeta Terra era composto de um supercontinente chamado Pangeia e de


um único ­oceano, o Pantalassa. Devido ao movimento das placas litosféricas,
conhecido como deriva continental, o supercontinente foi dividido em dois, a
Gondwana e a Laurásia, e, com o passar de milhões de anos, os continentes se
moveram até a configuração atual.

5 Durante quase 40 anos, a teoria da deriva continental não foi reconhecida


pelos cientistas acadêmicos, e foi somente na década de 1960 que ela
finalmente foi comprovada. Quais foram os indícios que levaram os cientistas
a aceitar a teoria da deriva continental?

Os cientistas perceberam que a crosta terrestre, por baixo do oceano, expandia-se,


observando um distanciamento entre as partes mais antigas da crosta. Por isso, foi
constatado que quanto mais distantes entre si estavam as rochas encontradas na crosta,
mais antigas eram, o que significa que as rochas antigas estão se separando de outras
também antigas para expandir a crosta.

6 Cite três evidências que comprovam a teoria da deriva continental.

As evidências são: a formação de cadeias montanhosas; a ocorrência de terremotos e


vulcões; o aparente encaixe da costa ocidental da África com a costa oriental da América
do Sul; a idade geológica e a constituição equivalente das rochas nas costas da África e
da América do Sul, da América do Norte e da Europa, e da África e da Índia; e os registros
fósseis de espécies iguais entre a fauna da Oceania e da Índia e também entre a fauna
africana e a brasileira.

7 Observe a imagem a seguir e responda.

a) Considerando que os vulcões normalmente são formados onde há a divisa


de placas litosféricas, circule na imagem regiões que tenham mais chances
de ter vulcões ativos. Cite, ao menos, dois países nessa situação.

Possibilidades de resposta: Circular todos os locais onde há continente próximo à divisa


das placas litosféricas. Países como Chile, Estados Unidos e Japão podem ser citados.

b) Quais condições seriam necessárias para que houvesse um vulcão ativo no


Brasil hoje em dia?

O Brasil está localizado bem no meio de uma placa litosféricas, portanto longe de sua
borda. Por isso, é muito difícil a formação de vulcões no território brasileiro atualmente. A
única condição para o surgimento de um vulcão ativo no Brasil é a fissura da crosta
terrestre em algum local do país.

8 Observe o esquema a seguir:

snapgalleria/Shutterstock.com

Quando um vulcão fica ativo, sua erupção pode ocorrer de duas formas
distintas. Explique-as.

As duas formas distintas de erupção são a explosiva, que libera fragmentos de rochas que
formam nuvens piroclásticas, e a passiva, na qual o magma simplesmente extravasa
através de orifícios ou de fendas no vulcão.

9 Qual a relação dos terremotos com os tsunamis?

Quando ocorre um deslocamento de placa no assoalho oceânico, surge um terremoto


que pode mover grande volume de água, originando ondas gigantes que viajam em alta
velocidade e com muita força.

10 O Japão é um país situado em uma área que está no encontro de várias


placas e que, por isso, apresenta atividades sísmica e vulcânica muito
intensas. Como a população de países como o Japão pode se prevenir para
que os estragos provocados por essas catástrofes naturais sejam menores?

A população desses países pode prevenir-se por meio da tecnologia e do


monitoramento de vulcões e placas, além da implementação de sirenes de alerta e de
planos de evacuação.

Síntese

Camadas da Terra

Yuri_Arcurs/iStockphoto.com

Placas litosféricas
A crosta terrestre é formada por rochas de maneira não contínua, composta de 12
blocos, as placas litosféricas (ou placas tectônicas).

Adaptado do: Atlas geográfico escolar/IBGE. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016, p.12.

Teoria da deriva continental


De acordo com essa teoria, a Terra tinha apenas um supercontinente, a Pangeia, e
um único oceano, o Pantalassa.

Devido à deriva continental, a Pangeia teria se dividido e originado os continentes


da maneira que conhecemos hoje.

Evidências que reforçam a teoria da deriva continental:

Movimentação das placas sobre o manto fluido.

Ocorrência de terremotos e de vulcanismos e surgimento de cadeias


montanhosas.

Semelhança física entre as costas dos continentes, que se encaixam.

Registros fósseis de fauna e flora parecidos em diferentes costas.

Atividade vulcânica
Os vulcões formam-se a partir do choque entre as placas litosféricas, sendo,
portanto, localizados próximos ao encontro dessas placas.

A erupção pode acontecer de forma explosiva, liberando nuvens piroclásticas, ou


passiva, com o extravasamento do magma pela cratera ou por fendas.

Terremotos
Originam-se da movimentação das placas litosféricas, que provocam tremores na
superfície.

São mais frequentes no encontro das placas. O Brasil, por estar no meio da Placa
Sul-americana, não sofre com esse fenômeno.
Os tremores são medidos pelo sismógrafo, que registra a magnitude do
terremoto pela escala Richter.

Tsunamis
Podem ser causados por abalos sísmicos, erupções vulcânicas, explosões de
bombas submarinas ou até mesmo deslizamentos de terra.

Os abalos sísmicos provocam ondas gigantescas que, ao atingirem a costa,


podem devastar imensas áreas e trazer muitos prejuízos.

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