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Vulcão Santa Helena, após a erupção de 1980, com o nível do cume rebaixado 400 metros.
Samson1976/iStockphoto.com
Há 30 anos, em 18 de maio, o Monte Santa Helena perdeu seu cume – 2,8 milhões de
metros cúbicos de montanha, para ser exata. Com a erupção do vulcão, o topo do ícone
da costa noroeste do Pacífico baixou cerca de 400 metros em questão de segundos,
levando consigo árvores suficientes para a construção de 300 mil casas de dois
dormitórios. Também, foram aniquiladas 200 residências, 57 vidas humanas e a maior
parte da vida selvagem visível num raio de 596 quilômetros quadrados.
[...]
Plantas e animais, que nunca puderam sobreviver sob as fechadas copas das árvores ou
aos predadores dominantes, começaram a proliferar. [...] Os novos ecossistemas
resultantes mostraram-se ainda mais produtivos do que os das antigas florestas pré-
erupção.
Com o passar dos anos, multiplicaram-se as lições em campos tão diversos como
Biologia, Engenharia e Meteorologia. Zoólogos estudaram casos curiosos de aranhas
levadas pelo vento para a zona de erupção; vulcanólogos montaram sensores de aço
inoxidável para monitorar a contínua atividade vulcânica; e guardas florestais
perceberam que as áreas intocadas pelo homem após a erupção geraram maior
biodiversidade do que os lugares onde procuraram acelerar a revitalização tentando
salvar árvores mortas ou plantando novas.
[...]
Lynne Peeples. “Erupção do Monte Santa Helena permitiu novas formas de vida”. Scientific
American Brasil. Disponível em: <https://sciam.com.br/erupcao-do-monte-santa-helena-
permitiu-novas-formas-de-
vida/#:~:text=Com%20a%20erup%C3%A7%C3%A3o%20do%20vulc%C3%A3o,mil%20cas
as%20de%20dois%20dormit%C3%B3rios>. Acesso em: 15 jan. 2021.
O Vulcão Santa Helena estava há cerca de 120 anos sem entrar em erupção,
embora fosse considerado ativo. Você acha que um vulcão dá indícios de que
entrará em erupção?
As camadas da Terra
A litosfera é a camada mais externa do planeta Terra, conforme já estudamos no ano
anterior. O termo vem do grego “lithos”, que significa “rocha”, um dos elementos
presentes na composição dessa camada. Quando estudamos o nosso planeta,
percebemos que a litosfera, a hidrosfera e a atmosfera formam os três ambientes
físicos da Terra, que abrigam a vida que hoje existe.
A litosfera é formada pela crosta terrestre e por uma parte externa do manto. Já a
parte interna do planeta é constituída do manto e do núcleo. Neste capítulo, vamos
nos aprofundar nos estudos sobre a crosta e o manto e entender sua dinâmica e
importância para a formação do relevo dos continentes.
Você já observou algum líquido fervendo em uma panela? O calor produzido pela
chama é distribuído pela panela, fazendo a temperatura do líquido aumentar. Com
isso, ocorre a movimentação do líquido, formando correntes que sobem e descem.
Esse fenômeno é chamado de convecção, e é por meio dele que as placas
litosféricas se movimentam. A convecção acontece no manto terrestre, afastando as
placas umas das outras ou fazendo com que elas colidam entre si para se acomodar.
Esses movimentos são responsáveis por fenômenos naturais que provocam grandes
catástrofes, como os terremotos, os tsunamis, e as erupções vulcânicas, ou
alterações no relevo, como a formação das cadeias de montanhas.
A deriva continental
Pangeia e Pantalassa
A ideia da deriva continental foi rejeitada por décadas pela comunidade acadêmica, e
foi somente em meados de 1960 que ela foi comprovada. Isso ocorreu quando,
durante uma atividade de exploração de petróleo em alto-mar, pesquisadores
perceberam que o assoalho oceânico se expandia, comprovando que realmente
ocorria um distanciamento entre as partes da crosta. Outro fato observado a favor da
teoria foi a diferença de idade das rochas: as rochas das partes mais distantes do
assoalho eram mais antigas, o que significa que estava ocorrendo o movimento de
“abertura” ao longo dos anos. Esse movimento das placas é responsável pela
formação do relevo, mostrando que a superfície terrestre não é estática, mas
dinâmica.
Evidências da teoria da deriva continental
Existem diversas evidências que confirmam a teoria da deriva continental, como as
descritas a seguir:
Os continentes são menos densos do que as bacias oceânicas; por isso, eles
flutuam acima do manto, e a movimentação observada é uma importante
evidência da teoria.
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Cordilheira do Himalaia: colisão das placas Indiana e Australiana (que, na época, eram uma placa
única, a Indo-australiana) com a placa da Eurásia.
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Reflexão
[...]
Os fósseis são uma espécie de arquivo onde está registrada a memória da evolução do
planeta. Basta saber ler e interpretar. Tanto as plantas quanto os animais fósseis servem
para definir a geografia de uma determinada região. Se em lugares hoje de baixas
altitudes se encontram restos de plantas típicas de grandes altitudes, é sinal de que em
outras épocas ocorreram ali mudanças topográficas. [...]
Maria Inês Zanchetta. “Memórias da Terra”. Superinteressante, ed. 23, ago. 1989. Disponível
em: <http://super.abril.com.br/historia/memorias-da-terra>. Acesso em: 10 jan. 2023.
Considerando o que foi abordado no trecho apresentado, reflita com seus colegas
sobre a importância do estudo dos fósseis e os fatores que podem ter causado a
alteração da topografia nos locais em que são encontrados.
Os fósseis ajudam a desvendar como era a geografia do planeta e a posição das placas
listosféricas há milhões de anos. Se são encontrados fósseis iguais em diferentes altitudes, isso
pode significar que, no passado, as porções de terra localizavam-se em um mesmo nível e
modificaram-se com o tempo. A movimentação das placas litosféricas pode contribuir para a
alteração da topografia. Esses movimentos podem ocasionar, por exemplo, a formação de
cordilheiras, abismos e vulcões, além de terremotos, que modificam o ambiente em que
ocorrem.
1 A Terra é composta da crosta terrestre, do manto e do núcleo. A crosta é
formada por rochas que, por ação do intemperismo, originam o solo. Qual a
importância de entendermos esse processo de formação do solo?
Dados: 1 km = 1 000 m
1 m = 100 cm
Vulcanismo
As erupções vulcânicas são formadas quando o magma, os gases e as cinzas
escapam por uma abertura na crosta terrestre, o que pode ocorrer tanto nos
continentes como nos oceanos. Quando chega à superfície, o magma passa a ser
chamado de lava, que, ao se esfriar, dá origem às rochas magmáticas (ou ígneas). Os
vulcões podem ficar inativos por anos ou até mesmo séculos, mas, quando estão em
atividade, causam grande preocupação às populações que vivem em suas
proximidades. O derramamento de magma pode ocorrer de duas formas:
A lava expelida pelos vulcões pode chegar a, aproximadamente, 1 000 °C, afetando
os seres vivos por onde passa. Ademais, ela pode aquecer as águas e, com isso, levar
seres aquáticos à morte. Além da lava, a fumaça e as cinzas produzidas pelas
erupções vulcânicas também são prejudiciais aos animais e às plantas, pois, quando
inaladas, tornam-se tóxicas. Por isso, quando um vulcão entra em erupção, a
população que mora ao redor deve evacuar a área, dirigindo-se a um local seguro.
Para o solo, entretanto, as consequências não são tão negativas: as cinzas expelidas
possuem muitos minerais, e, desse modo, os solos das regiões vulcânicas são ricos
em nutrientes e, consequentemente, mais férteis. Logo que as cinzas caem, a
vegetação e muitos outros seres que vivem na região morrem. No entanto, após
alguns anos, o solo enriquecido favorece o crescimento das florestas, e, com isso, os
animais retornam à região. Os locais utilizados para a agricultura que foram afetados
pela atividade vulcânica também podem voltar a produzir com intensidade até maior
depois da erupção, como é o caso do Monte Santa Helena, abordado no texto de
abertura.
O estudo da lava dos vulcões é de extrema importância para a Geologia, pois auxilia
na compreensão do passado do planeta, antes mesmo de as rochas magmáticas
serem formadas.
Pessoa que vive próxima a vulcão ativo usando máscara para não inalar as cinzas expelidas.
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Questão invertida
a)
b)
Vulcanismo no Brasil
Não há vulcões ativos no Brasil. As últimas atividades vulcânicas do país datam do
Cenozoico e culminaram na formação das ilhas de Fernando de Noronha (PE),
Abrolhos (BA) e Trindade (ES). Anteriormente, ocorreram derramamentos em
cidades como Itatiaia, Poços de Caldas e Cananeia.
Fernando de Noronha é um distrito de Pernambuco.
© Alexandre Fagundes De Fagundes | Dreamstime.com
Terremotos
Sismógrafo.
Route55/iStockphoto.com
O movimento das placas traz resultados que podem ser facilmente observados na
superfície da crosta. São movimentos rápidos que, quando acontecem, podem
provocar dobras e falhas nas camadas rochosas.
As ondas produzidas pelos tremores dos terremotos são registradas por um aparelho
chamado sismógrafo. A intensidade da onda é definida em uma escala conhecida
como escala Richter, que distribui as magnitudes medidas em potências em uma
escala que varia de 1 a 10. Isso significa que um abalo que registra magnitude de 5 na
escala será 10 vezes maior que um abalo que registra 4 de magnitude.
Como o Brasil está localizado bem no meio da Placa Sul-americana, longe de suas
extremidades, não sofremos com terremotos, embora possamos sentir alguns
tremores com pouca magnitude, sem maiores consequências.
Tsunamis
Os tsunamis (também chamados de maremotos) são ondas gigantes, que reúnem
grande quantidade de força, provocadas por tremores que mobilizam muito volume
de água, produzindo, assim, ondas de grandes alturas. Essas ondas viajam pelo
oceano em grande velocidade, devastando o que estiver em seu caminho, como o
litoral de alguma ilha ou de algum continente, provocando muitos estragos devido à
força com que atingem esses locais. Um tsunami pode originar-se a partir de abalos
gerados pelo choque entre as placas litosféricas e, do mesmo modo, por erupções
vulcânicas.
Representação esquemática de um tsunami causado por choque entre placas litosféricas.
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Atividades
Assinale a alternativa que contém o nome com o qual foi batizado este
supercontinente inicial.
a. ( ) Gaia.
b. ( ) Placas Tectônicas.
c. ( ) Folhelhos de Wegener.
d. ( ) Riftis.
e. ( ) Pangeia.
e. (x)
4 Complete as lacunas:
O Brasil está localizado bem no meio de uma placa litosféricas, portanto longe de sua
borda. Por isso, é muito difícil a formação de vulcões no território brasileiro atualmente. A
única condição para o surgimento de um vulcão ativo no Brasil é a fissura da crosta
terrestre em algum local do país.
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Quando um vulcão fica ativo, sua erupção pode ocorrer de duas formas
distintas. Explique-as.
As duas formas distintas de erupção são a explosiva, que libera fragmentos de rochas que
formam nuvens piroclásticas, e a passiva, na qual o magma simplesmente extravasa
através de orifícios ou de fendas no vulcão.
Síntese
Camadas da Terra
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Placas litosféricas
A crosta terrestre é formada por rochas de maneira não contínua, composta de 12
blocos, as placas litosféricas (ou placas tectônicas).
Adaptado do: Atlas geográfico escolar/IBGE. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016, p.12.
Atividade vulcânica
Os vulcões formam-se a partir do choque entre as placas litosféricas, sendo,
portanto, localizados próximos ao encontro dessas placas.
Terremotos
Originam-se da movimentação das placas litosféricas, que provocam tremores na
superfície.
São mais frequentes no encontro das placas. O Brasil, por estar no meio da Placa
Sul-americana, não sofre com esse fenômeno.
Os tremores são medidos pelo sismógrafo, que registra a magnitude do
terremoto pela escala Richter.
Tsunamis
Podem ser causados por abalos sísmicos, erupções vulcânicas, explosões de
bombas submarinas ou até mesmo deslizamentos de terra.