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COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ LOURENÇO DE CARVALHO

Aluno/a: __________________________________________________________
Série: 1ª Turma: ____ Turno: __________________ Data: ____ /____/____
Professor/a: Humberto Júnior Disciplina: Geografia Unidade: II
ENTENDA AS 5
EXTINÇÕES EM MASSA DO PLANETA TERRA

A gente ouve falar bastante sobre a catástrofe que acabou dizimando os dinossauros. Essa é
a extinção em massa mais conhecida, mas outras quatro aconteceram no planeta antes dessa. E,
ao que tudo indica, o desaparecimento dos dinossauros não foi o último fenômeno desse tipo:
uma extinção em massa estaria acontecendo agora, no período em que vivemos.
A extinção de espécies não é nada extraordinário por si só: cerca de 98% dos seres vivos
que já habitaram o planeta, em seus 4,5 bilhões de anos, não existem mais. Contudo, isso costuma
acontecer a uma taxa de 0,1 a 1 por 10 mil espécies, a cada 100 anos. Ou seja, bem lentamente.
Durante os fenômenos de extinção em massa, as espécies foram extintas a uma velocidade
muito maior, sem que outras pudessem surgir para substituí-las. Segundo o Museu de História
Natural do Reino Unido, uma extinção em massa acontece quando “cerca de 75% das espécies
do mundo são perdidas em um ‘curto’ período de tempo geológico”. Curto, nesse caso, é algo
bem relativo: menos de 2,8 milhões de anos.
O paleontólogo Mario Cozzuol, do
Instituto de Ciências Biológicas da
Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), cita outra característica
fundamental desses acontecimentos: eles
aconteceram de forma homogênea em
todas as partes do mundo. “Falamos de
eventos em escala global, com uma
grande extensão, num tempo geológico
relativamente próximo”, acrescenta. De
qualquer maneira, são eventos muito
extensos, de escala global, que impactam
a grande maioria dos seres vivos que habitam o planeta.
Mas que eventos de extinção de massa são esses? E como os cientistas conseguem
determinar que eles de fato ocorreram?
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1. Extinção do Ordoviciano
Quando aconteceu: cerca de 440 milhões de anos atrás
A vida em nosso planeta surgiu em algum momento do
Éon Pré-Cambriano e passou por uma grande expansão no era
geológica seguinte, a Cambriana. Essa expansão de formas de
vidas ficou conhecida como Explosão Cambriana ou
Explosão Câmbrica. Numa publicação disponível online, o
Museu da Vida da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) explica
que, nessa era, o planeta vivia um momento de progresso. “O
número de espécies, principalmente de animais marinhos, estava em crescimento. Foi nessa
época que surgiram também as primeiras plantas terrestres”, contextualiza o artigo.
Mas a bonança acabou com o desaparecimento de 85% das espécies, especialmente de
pequenos seres marinhos invertebrados. Essa foi a primeira extinção em massa do nosso planeta
e aconteceu entre o fim do período Ordoviciano e o início do Siluriano.
Entre as possíveis causas para a crise, os cientistas apontam a movimentação dos continentes
em direção ao polo sul, as quedas na temperatura, a formação de glaciares e a redução do nível
dos mares (dos quais boa parte da vida dependia).
2. Extinção do Devoniano
Quando aconteceu: entre 370 e 360 milhões de anos atrás
70 milhões de anos depois da primeira extinção em
massa, o planeta era habitado por peixes primitivos, insetos,
plantas mais altas e as primeiras espécies de animais terrestres
vertebrados com quatro patas. Até que 70% a 80% dos seres
vivos sumiram.
Ainda não foi possível traçar uma linha do tempo com
exatidão. Mas acredita-se que a extinção em massa tenha
acontecido em, pelo menos, dois eventos separados, com poucos milhões de anos de diferença.
Alterações diversas e intercaladas no ambiente — aumento e diminuição de temperaturas e
do nível do mar —, além dos baixos índices de oxigênio na atmosfera, podem ser os responsáveis
pela catástrofe. Atividade vulcânica, impactos e até uma supernova (a explosão extremamente
energética de uma estrela próxima da Terra) também são especulados como motivos.
3. Extinção do Permiano-Triássico
Quando aconteceu: 250 milhões de anos
Eis o pior evento de todos: esse evento é conhecido
como “A Grande Morte”, pois atingiu a maior parcela
da vida na Terra: 95% das espécies que existiam nessa
época teriam sumido do planeta. A extinção em massa
é, também, a fronteira entre os períodos Permiano e
Triássico.
É possível que a movimentação dos continentes, as
erupções vulcânicas, o aquecimento do clima e o
aumento da acidez dos oceanos tenham representado o fim da linha para muitas espécies que
habitavam o planeta. “Alguns cientistas acreditam ainda que a Terra foi atingida por um grande
asteroide, que encheu o ar de partículas de poeira, bloqueou a luz solar e provocou chuvas ácidas.
Outros pensam que uma grande explosão vulcânica aumentou a quantidade de dióxido de carbono
(CO²) e tornou os oceanos tóxicos”, detalha o Museu de História Natural de Londres.
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4. Extinção do Triássico-Jurássico
Quando aconteceu: 200 milhões de anos atrás
O quarto processo de extinção em massa do planeta Terra
aconteceu na passagem da Era Triássica para a Jurássica. A
principal causa seria a separação do supercontinente da
Pangeia, que desencadeou a erupção de vulcões, liberando
muito dióxido de carbono na atmosfera e deixando os oceanos
mais ácidos.
Estima-se que três quartos das espécies foram extintas
durante esse processo. Mas aquelas que conseguiram sobreviver se desenvolveram muito bem no
Jurássico — é o caso de várias espécies de dinossauros, plantas gimnospermas e dos primeiros
mamíferos.
5. Extinção do Cretáceo
Quando aconteceu: 65 milhões de anos atrás
Enfim chegamos à extinção em massa mais conhecida,
que dizimou os dinossauros. Estima-se que 80% das espécies
tenham perecido — entre os “dinos”, só sobraram os que deram
origem às aves. Todos os animais maiores, que precisavam de
mais recursos para sobreviver, sumiram — e isso abriu espaço
para o desenvolvimento de aves e mamíferos menores.
O impacto de um asteroide é a principal causa dessa extinção em massa: provavelmente, ele
caiu na Península de Yucatán, atual México. Mas ele não foi o responsável direto e único pelo
fim de todas as espécies. Na realidade, ele desencadeou diversas mudanças no ambiente que, ao
longo de um milhão de anos, acabou com os dinossauros.
6. Extinção do Holoceno ou Antropoceno
Quando aconteceu: agora
Alguns especialistas entendem que o planeta passa
atualmente pela sexta extinção em massa agora, no
momento em que vivemos. E, ao contrário dos cinco
episódios anteriores, as causas não são as mudanças
ambientais fortuitas ou a chegada de asteroides. Dessa vez,
a culpa é da humanidade.
Lembra aquela taxa “normal” de extinção de espécies?
Pois alguns cálculos apontam que ela está entre 100 e mil
vezes mais acelerada desde o surgimento dos hominídeos.
As pesquisas apontam que a atividade humana está por trás disso — e tudo só tem piorado
nos últimos séculos. “Desde a Revolução Industrial, nós estamos aumentando a pressão sobre a
natureza ao usar os recursos, sem pensar em como recuperá-los”, aponta o Museu de História
Natural de Londres. “Por exemplo, a mudança no uso da terra continua a destruir grandes porções
de paisagens naturais. Os seres humanos já transformaram mais de 70% das superfícies terrestres
e usam cerca de três quartos dos recursos de água doce”, continua o texto.
A atividade agropecuária é uma das principais fontes da degradação do solo, do
desmatamento, da poluição e da perda de biodiversidade. E isso, por sua vez, destrói o habitat de
diversas espécies, que passam a competir pelos mesmos recursos, cada vez mais escassos.

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“Não é exagero pensar que várias espécies que nem conhecemos ainda estão sendo extintas
agora mesmo”, diz Cozzuol. Para complementar, o lançamento de toneladas e mais toneladas de
CO² na atmosfera por meio dos combustíveis fósseis e de outras fontes aumenta a temperatura
média do planeta e instiga secas, enchentes e outras catástrofes — o que inviabiliza a vida sob
muitos aspectos. “Se compararmos com o Cretáceo, os dinossauros declinaram ao longo de um
milhão de anos. Agora, estamos vendo isso acontecer numa escala de tempo muito menor”,
pontua Santos.
“Mesmo com tantas mudanças, o planeta vai continuar a existir. A maior preocupação é
justamente saber o que vai acontecer com a nossa própria espécie”, complementa. Cozzuol
pondera que, apesar de o ritmo acelerado da extinção atual ser um consenso dentro da
comunidade acadêmica, é difícil compará-lo ao de períodos anteriores.
Como os cientistas sabem disso tudo?
Para coletar essa montanha de informações, geólogos, paleontólogos e biólogos utilizam
uma série de métodos para analisar formações rochosas e fósseis. “Fazemos a datação desses
indícios ao longo das eras e comparamos aspectos qualitativos. A partir daí, é possível ver quais
espécies sobreviveram ou se extinguiram”, explica Santos.
Ou seja: se os especialistas viam fósseis de determinada espécie e, a partir de um certo
período, esse material desaparece, isso representa um indicativo de que aquele ser vivo deixou
de existir no planeta.
“Nessa linha do tempo, é possível ver que um número muito grande de espécies não passou
para o outro lado, ou seja, não conseguiu transpor alguma dificuldade que apareceu no ambiente.
E isso sugere uma extinção em massa”, resume Cozzuol. “E o que determina a segmentação do
tempo geológico em períodos são justamente as extinções. Todos os grandes períodos, como o
Paleozoico, o Mesozoico e o Cenozoico, foram marcados por esses fenômenos massivos”,
complementa.
Uma extinção ancestral?
Recentemente, uma equipe de pesquisadores americanos descreveu a possível ocorrência de
uma sétima extinção em massa — ou primeira, a depender do ponto de vista, pois ela teria
ocorrido antes da Extinção do Ordoviciano, de acordo com a pesquisa, conduzida na
Universidade da Califórnia em Riverside e na Virginia Tech, ambas nos Estados Unidos. Calcula-
se que 80% dos seres vivos tenham sumido do mapa.
“Os registros geológicos indicam que os oceanos perderam muito oxigênio durante aquele
período, e as poucas espécies que sobreviveram tinham organismos adaptados aos ambientes com
baixa oxigenação”, conta o paleoecólogo Chenyi Tu, um dos coautores do artigo.
Embora as descobertas sejam interessantes e curiosas, os especialistas consultados pela BBC
News Brasil entendem que essa extinção em massa ancestral ainda carece de mais evidências
para ser considerada do mesmo nível das outras cinco. “Ainda não há consenso sobre essa
extinção do Ediacarano e precisamos de mais informação antes de equipará-la às demais”, avalia
Santos. Na visão do biólogo, a grande dificuldade em analisar eras tão antigas está na dificuldade
em encontrar fósseis e outros registros geológicos. “Falamos de seres que não fossilizam, o que
dificulta a obtenção de um ‘extrato’ desse período”, conclui.
FONTES DO CONTEÚDO:
• BIERNATH, André. “As 6 grandes extinções em massa do planeta — e por que estamos passando por
uma delas agora” (adaptado). BBC News Brasil. Disponível em: As 6 grandes extinções em massa do
planeta — e por que estamos passando por uma delas agora - BBC News Brasil. Acesso em 27 de
junho de 2022;
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ATIVIDADE Nº 02
Com base na leitura da apostila “ENTENDA AS 5 EXTINÇÕES EM MASSA DO
PLANETA TERRA” responda em seu caderno o que se pede a seguir:
01º) Após a leitura do texto copie a tabela abaixo em seu caderno e complete-a com as
informações pedidas:
Prováveis
causas da
extinção
Espécies
extintas
Quando
ocorreu
oficial
Nome
em massa
Extinção

“Quem é mais tolo?


O tolo, ou o tolo que o segue?”
Mestre Jedi
Obi-Wan Kenobi

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