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N019A

NOTíCIA EXPLICATIVA
DA fOLHA 19-A
CANTANHEDE

B. P. BARBOSA
A. F. SOARES
R. B. ROCHA
G. MANUPPELLA
M. H. HENRIQUES

DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA

INSTITUTO NACIONAL
DE ENGENHARIA,
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
LISBOA, 2008
Ministério da Economia e da Inovação
SECRETARIA DE ESTADO DA INDúSTRIA E DA INOVAÇAO
INSTITUTO NACIONAL DEENGENHARIA.TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Estrada da Portela - zambujal


2721 -866 ALFRAGID E - PORTUGA L
NOTíCIA EXPLICATIVA
DA FOLHA 19-A
CANTANHEDE

B. P. BARBOSAI1)
A. F. SOARESI')
R. B. ROCHAI3)
G. MANUPPELLA(1)
M . H. HENRIQUESI2l

DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA

INSTITUTO NACIONAL
DE ENGENHARIA,
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
LISBOA, 2008

1' 1 Instituto
Nacional de Engenharia. Tecnologia e Inovação
'" Universidade de Coimbra
PI Universidade Nova de Usboa
COLABORADORES:

ANTUNES. M. T. (Univ. Nova de Usboa) - Vertebrados (Cretácico)


BATTEN, D. (Univ. Aberdeen) - Palinologia (Cretácico)
FERREIRA, O. V. (Serviços Geológicos de PortugaQ- Arqueologia
GRADE. J. & MOURA, C. (lnst, Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação) - Mineralogia de argilas
MACHADO. S. (Ins!. Nacional de Engenharia. Tecnologia e Inovação) - Revisão e actualização da 2· edição
MOUTERDE. R. (Univ. Cath. Lyon, U. A. 11 C. N. R. S.) - Estratigrafia e Paleontologia (Jurássico)
PAIS, J. (Univ. Nova de Usboa) - Palinologia (Cretácico)
SAMPAIO. J. (lnst. Nacional de Engenharia, Tecnologiae Inovação) - Hidrogeologia
íNDICE

I - INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

II - GEOMORFOLOGIA 6

III - GEOLOGIA .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

IV - TECTÓNICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

V - RECURSOS GEOLÓGICOS 25

V - HIDROGEOLOGIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

VII - ARQUEOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

VIII - BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
I - INTRODUÇÃO
o mapa geológ ico de Cantanhede , a que se refere esta notícia explicativa, cor-
responde à folha 19-A do mapa corográfico da escala 1/50 000 do Instituto Geográ-
fico Português.
A cartografia geológica para a 1a edição da carta geológ ica de Cantanhede rea-
lizou-se de 1982 a 1986, sobre a base topográfica da escala 1/25 000 do Instituto
Geográfico do Exército, nas folhas n° 217-Tocha, 218-Cantanhede, 227-S-Mur-
tinheira, 228-Quia ios e 229-Ançã.
As actuais edições correspondentes à nova carta geológ ica e respectiva notícia
explicativa, foram revistas e actualizadas pontualmente , nomeadamente no que se
refere à nomenclatura de algumas unidades estratigráficas e sua idade , bem como
a pequenas imprecisões de diversa índole que as anteriores edições da carta e da
notícia apresentavam.
Os aglomerados populac ionais mais importantes situam-se principalmente para
oriente da E.N. 109, isto é, das dunas de Quiaios e de Cantanhede . Salientam-se,
além das povoações que emprestam nomes aos mapas do Instituto Geográf ico do
Exército, Arazede, Seixo de Gatões, Cadima, Pocariça, Ourenta, Cordinhã, Portunhos
e, na margem direita do Mondego , S. João do Campo , S. Silvestre, Zouparria , Ten-
túgal e Meãs do Campo , entre outras.
O traçado da rede viária, devido à planura do terreno é praticamente rectil íneo e
permite fácil acesso a todas as localidades. A linha de caminho de ferro da Figueira
da Foz à Pampilhosa cruza, praticamente na diagonal , a metade Nascente do mapa,
na direcção SW-NE.
Do ponto de vista agrícola, sobressai o cultivo da vinha sobre os calcários mar-
gosos e margas da região de Cantanhede-Ançã e ainda nas gresosas do Cretácico
de Tentúgal. O pinhal vai ocupar grande parte dos terrenos arenosos: evita, por um
lado, o avanço do manto eólico para o interior e ocupa, por outro , os fracos solos
areníticos cretácicos. As culturas hortícolas e os campos de milho situam-se em
solos de aluvião arenítico, em áreas de areias hidroeólicas e em alguns depósitos do
Quaternário. Nas baixas aluvionares, alagadas, de Gatões, predomina a orizicultura.
Os primeiros trabalhos , datam praticamente do tempo de P. CHOFFAT (1897,
1900, 1904, 1927), com cronostratigrafia definida a partir do estudo de macrot ós-
seis, descrição de aflorame ntos e de perfis , e ainda com cartografia (1900, 1927 e
inéditos).
E. FLEURY (arq. ServoFom. Min., 1937) apresenta trabalhos de prospecção para
carvões na bacia do Cabo Mondego, com execução das primeiras sondagens
profundas (id., 1944).
É, porém , G. S. DE CARVALHO (1949, 1950, 1952, 1953, 1954, 1964) que dedica
especial atenção aos sedimentos do PIia-Quaternário, apresentando , pela primeira
vez, base metodológica para caracterização desses depósitos e sua cartog rafia,
sem recurso a critérios altimétricos (id., 1981).
Na década de 50, a C.P.P. leva a cabo trabalhos de cartografia à escala 1/50 000
(relatórios do arq. D.G.G.M.) com vista à pesquisa de petróleos , bem como ao
estudo da estratigrafia das formações jurássicas (Scuorr & STAESCHE, 1957).
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A estratigrafia das formações jurássicas da região abrangida pela carta é retomada,
primeiro por CH. RUGET (1961), que estudou o Dogger da região, e, mais tarde, por
vários autoresque apresentam os traçosgerais da lito e da biostratigrafia da totalidade
das formações jurássicas (MOUTERDE, ROCHA & RUGET, 1978, 1980; ROCHA et aI., 1981;
HENRIQUES, 1986; ELMI et aI., 1988). A paleontologia dos amonóidesjurássicostem dado
lugar igualmente a vários trabalhos (MOUTERDE et el., 1983; HENRIQUES et aI. , 1985; ELMI
& CALOO-FoRTIER, 1985; HENRIQUES, 1986). Um ensaio de interpretação dinâmica da
paleogeografia da região foi apresentado por SOARES et aI., em 1988.
A. F. SOARES(1966,1980) e A. F. SOARES et aI. , (1967, 1982) concorrem para a es-
tratigrafia e paleogeografia dos sedimentos pós-jurássicos da região do Baixo-
Mondego. A cartografia (id. bd., 1966) à escala 1/25 000, é praticamente integrada
no presente mapa, mas com introdução de nova base metodológica para a defini-
ção e cartografia dos terraços do Mondego (SOARES et ai., 1986).
P. Y. BERTHOU (1973, 1974, 1979, 1984), P. Y. BERTHOU et aI. , (1979), J. LAUVERJAT
(1978, 1982), J. LAUVERJAT et aI. (1973-74), dão largo contributo para o conhecimen-
to da biostratigrafia e paleogeografia do Cretácico.
B. BARBOSA(1986) define a formação de Queridas, suposta correlativa da Forma-
ção de Bom Sucesso, considerada do Paleogénico-Miocénico indiferenciados
(ROCHA et aI. , 1981).

II - GEOMORFOLOGIA
Do ponto de vista morfológico, a área da carta pode considerar-se aplanada de
baixa altitude. A superfície mais elevada, da ordem dos 100 rn, é correspondente a
aplanamentos tidos como do Plio-Plistocénico e integram o extenso planalto do Ju-
rássico de Cantanhede-Ançã e ainda as plataformas plio-plistocénicas de Murtede-
Cordinhã e de Gordos-Meco.
O segundo grande aplanamento inicia-se e prossegue no Quaternário. Ficaram
como testemunhos os depósitos das Areias de Arazede e de Cantanhede, a cotas
que vão dos 90 m aos 50 m, e que ligam, em declive suave e contínuo, até à linha
de costa, o planalto plio-plistocénico. As areias eólicas intervêm na cobertura de
algumas dessas superfícies, dando lugar à extensa planície da Gândara, identificá-
vel, em parte, com a "Plataforma de Cantanhede-Mira" (CARVALHO, 1952).
No canto SW da folha, ressalta já a elevação da frente Norte da Serra da Boa
Viagem, com escarpa de falha sobre a planície da Gândara.
No planalto carbonatado de Cantanhede-Ançã, a erosão diferencial define, ao
longo do contacto entre as Margas calcárias de S. Gião e os Calcários margosos de
Póvoa da Lomba, pequena costeira decorrente do arco estrutural. Nas margas, ins-
tala-se rede de drenagem muito pouco incisiva, de tipo subsequente e obsequente,
subsidiário das ribeiras de Pocariça e de Cantanhede, com direcções aparentemen-
te de fractura.
Sobre os Calcários margosos de Póvoa da Lomba, Calcários de Ançã e de
Andorinha, a rede de drenagem é incisiva, de tipo subsequente. Ressaltam os
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subsidiários, confluentes para a ribeira de Ançã, de tipo obsequente e consequente,
rectilíneos e encaixados em direcções NW-SE de fractura .
Os Calcários de Ançã apresentam carsificacão superficial seca, localmente pe-
netrativa até à dezena de metros. Porém, nos Calcários de Andorinha , observa-se
carso evoluído , com preenchimento argiloso de dalinas e lapiares.
O Cretácico , também em costeira com cornija (cam. D DE CHOFFAT) na linha de
alturas de 100 m, que vai de Carapinheira a Ançã, define, para Sul de Andorinha,
basculamento flexural para o vale do Mondego. Na sua parte mais baixa, instalam -
se os terraço s do rio Mondego. A rede de drenagem, no Cretácico, é de tipo den-
drítico consequente: ravina os Arenitos de Carrascal, disseca os Calcários de Ten-
túgal e recort a os terraços do Mond ego.
Na área a Norte , as ribeiras de Varziela (E-W) e Corujeira, e seus subsidiários,
confluem para a Lagoa de Mira com aparente dependência do declive topográfico
regional e do manto eólico .
Na parte Sul, região de Viso-Gatõ es, o escoamento superficial orienta-se princi-
palmente segundo direcções de lineamentos, divergentes para o quadrante NW: de
Gatões-Liceia-Tocha, de Resgatados-Barrins, de Queridas e de Casal do Chouriço.
Directamente para o Atlânt ico, sobre o manto eólico (db), instala-se rede de dre-
nagem praticamente rectilínea (E-W), de circulação apenas invernal, controlada por
valas que drenam as lagoas.

III - GEOLOGIA
JURÁSSICO

Liásico

J 'Co - Formação de Coimbra -11 0 m - SINEMURIANO

Esta unidade é bem visível na região sudoeste da carta, entre Quiaios e Murtinheira.
Na parte inferior (cerca de 70 m), corresponde a espessa série de calcários
cinzentos compactos, sublitográficos, em bancos espessos, com inclinação de 20
a 25° para Sul; a associação de "Terebratula" ribeiro i CHOF., Zeilleria quiaiosensis
CHOFF., Gryphaea cymb ium (LAM.), Pholadomya sp. varo e pequenos ostreídeos no
terço superior da série, permite datá- Ia do Lotaringian o inferior a médio, e talvez
mesmo da base do Lotaringiano superior.
A parte superior da Formação de Coimbra (40 a 45 m) pode dividir- se em três
conjuntos litológicos:
a) Na base (cerca de 15 a 20 m), alternância de bancos compactos ou ligeira-
mente argilosos e de margas xistosas, mais ou menos espessas, com associação
de G. cymbium (LAM.), G. geyeri TRAUTH , Z. quiaiosensis CHOF., Homeorhynchia
ranina (SUESS), Piarorhynchia radst ockiensis (DAV).
b) Na parte média, alternânc ia de calcários margosos e margas xisto sas, com
alguns níveis betuminosos (cerca de 17,50 m). Além dos braquiópodes das cama-
7
das anteriores (na metade inferior), alguns níveis são ricos de Paltechioceras (P.
delicatum BUCK., P. nobile TR. & WILL.); este conjunto é, assim , datado da zona de
Raricostatum.
c) Na parte superior, esta unidade termina por bancos espessos de calcário
compacto alternando com pequenos leitos margosos (8 m). Na superfície dos ban-
cos superiores , que correspondem a "hard-grounds", recolheram-se amonites de
grandes dimensões (0=20/25 cm) - Apoderoceras cf. dunrobinense SPATH, Eode-
roceras subtriangu/are (Y. & BIRD) - associadas a numerosos artículos de crinóides;
nas margas são correntes rostos e fragmocones de Belemnites sp., artículos de cri-
nóides e pequenas amonites Iimonitizadas (Leptonotoceras leptonotum SPATH).
Este conjunto é também datado da zona de Raricostatum.
Para NW de Cantanhede , vários pequenos afloramentos desta unidade locali-
zam-se na região do vértice geodésico do Carriçal e ao longo da margem Norte da
Vala da Vela, a Oeste da povoação de Lírios; os calcários lotaringianos apresentam
na generalidade dolomitização importante. Trata-se de pequenos afloramentos de
calcários dolomitizados que se encontram à superfície devido ao jogo estrutural dos
diferentes blocos, ao longo das falhas de Arunca-Montemor (N-S) e da Vala da Vela
(E-W) (vide esboço estrutural).

J1 VF - Formação de Vale das Fontes, 70-75m - CARIXIANO INFERIOR


a OOMERIANO INFERIOR
Podem observar-se em dois afloramentos principais:
- entre a estrada Quiaios-Boa Viagem e Murtinheira , no flanco Norte do mono-
c1inal da Serra de Boa Viagem;
- no núcleo do anticlinal de Cantanhede , desde o Norte de Arazede até Ourentã,
parcialmente coberto pelas Areias de Cantanhede e de Gândara.

Outro afloramento de menor importância localiza-se na Carapinheira e constitui


o prolongamento para Norte da estrutura de Montemor-o-velho.
No seu conjunto, esta unidade corresponde a alternância de margas e calcários
margosos com desenvolvimento local quer de bancadas de calcário compacto pouco
espesso , quer de margas xistosas ou grumosas.
Na região de Quiaios o corte-tipo desta unidade localiza-se no Valedas Fontes, onde
é possível observar, de baixo para cima (MOUTERDE, ROCHA & RUGET, 1978 , pp. 89-94):
a) Uma série essencialmente margosa com pequenos bancos de calcário mar-
goso (8-9 m); a fauna, abundante, é constituída por amonites limonitizadas de
pequeno diâmetro , artículos de crinóides (belemnites) e raros braquiópodes:
- no terço inferior, Phricodoceras tay/ori (SOW,), L. leptotnoum SPATH, Poly-
morphytes sp.;
- na parte média, Metoxynoticeras involutum (POMP.), Metaderoceras muti-
cum (d'ORB.), Polymorphites lineatus (QUENST.), P. costatus (QUENST.),
Pseudophricodoceras caprariforme MOUT., DOM. & ROCHA, P. dayiforme
Mour., DOM. & ROCHA, P/atyp/euroceras sp. var.;
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- no terço superior, M. involutum (POMP.), M. muticum (d'ORB.), Epideroceras
trigonale MOUT. , DOM. & ROCHA, Platypleuroceras sp. var., Zeilleria numismalis
(LAM.), P. radstockiensis (DAV.).
b) Uma série (17 m) de calcários compactos, mais ou menos margosos, espes-
sos, separados por margas azuladas , grumosas na metade superior. A fauna ,
particularmente abundante na parte média da série, é constituída exclusivamen -
te por amonites - M. muticum (d'ORB.), Platypleuroceras oblongum (QUENST.),
Uptonia jamesoni (SOW.), U. confusa (QUENST), U. cf. ignota (SIMP.).
c) Uma série de margas grumosas e xistosas, alternando com bancos de calcá-
rio margoso, por vezes grumoso (22 m). Na metade inferior são abundantes
os Oayiceras {O. dayiceroides (Mour.), O. renzi (MEIST.), O. po/ymorphoides
SPATH], formas típicas da bacia lusitaniana; na metade superior recolheram-se
associações de Metaderoceras beirense MOUT. e Acanthop/euroceras /epidum
TUT. & TR. e de Aegoceras [A. luridum (SIMP.), A. (B) costatum SPATH , A. (A)
maculatum (Y. & BIRO)].
d) Uma série de calcários margosos compactos separados por pequenos níveis
de margas , mais ou menos xistosas (20-25 m). A fauna, rara, compreende es-
sencialmente Amaltheus stokesi (SOW.) e A. margaritatus (MONTF.).
As associações faunísticas assinaladas perm item datar estas subunidades do
seguinte modo: .
a) Carixiano inferior, zona de Jamesoni , subzonas de Taylori e de Polymorphus;
b) Carixiano inferior, zona de Jamesoni, subzonas de Brevispina e de Jamesoni;
c) Carixiano médio e superior, zonas de Ibex e de Davoei;
d) Domeriano inferior a médio, zonas de Stokesi e de Margaritatus.
Na região de Cantanhede estes terrenos são utilizados para cultivo da vinha,
pelo que não existe qualquer corte passível de permitir boa observação do seu con-
junto; é possível , no entanto, individualizar as diferentes subunidades reconhecidas
no corte de Vale das Fontes .
As associações faunísticas são também as mesmas anteriormente assinaladas.
Apenas na subunidade d), a fauna de amonites piritosas é mais abundante; além de
Amaltheus já assinalados , citam-se ainda A. subnodosus (Y. & BIRD), Lytoceras tortum
(QUENST.) e Rhynchonella scalpellum QUENST. na parte inferior e Reynesoceras
tournadousense (MON.) na parte superior.

J'Le - Formação de Lemede, 50 m - OOMERIANO SUPERIOR


- BASE 00 TOARCIANO

Corresponde a do is conjuntos de afloramentos, já citados para a unidade anterior:


- entre a estrada de Quiaios - Boa Viagem e Murtinheira no flanco Norte do mo-
noclinal da Serra de Boa Viagem ;
- nos flancos do anticlinal de Cantanhede, desde o Norte de Arazede até Ourentã
e a Sul e Este de Cadima.
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No conjunto, esta unidade é formada por alternância de calcários argilosos bas-
tante compactos, de cor cinzento-amarelado ou esbranquiçada, em bancos mais
ou menos espessos (0,20 a 0,50 m), separados por finos leitos de margas, mais
desenvolvidos na base da série. A espessura é variável, de 40 a 45 m em Vale das
Fontes a cerca de 50 m em Cantanhede.
As associações faunísticas presentes, de baixo para cima , são as seguintes:
- Ama/theus margaritatus (MONTF.) na base;
- abundância de P/euraceras solare (PHIL.), acompanhados, primeiro por A.
margaritatus (MONTF.) e, depois , por Lioceratoides sp. varo [L. expu/sus (FUC.),
L. micitoi (FUC.), L. naumachense (FUC.), L. aradasi (FUC.)] e P. spinatum
(BRUG.);
- abundância de Emaciaticeras [E. emaciatum (CAT.), E. imitator FUC.) associa-
dos a Taurameniceras nerina (FUC.) e Lioceratoides [L. seratinum (BEn.), L.
diodori (FUC.)), nos dez últimos metros;
- Eodacty/ites pse udo- crassu/osum (FUC.), E. simp/ex (FUC.) e E. po/ym orphus
(FUC.).
Estas associações datam o topo da zona de Margaritatus e a zona de Spinatum
do Domeriano superior. A última associação assinalada, observável nos 0,50 m do
topo da Formação de Lemede, que corresponde a níveis de paragem de sedimenta-
ção ("hard-grounds")" é já de idade toarciana (base da zona de Semicelatum).

J1 SG - Formação de S. Gião, 300m - TOARCIANO

Esta unidade é bem visível em três grupos de afloramentos principais:


- no canto SW da carta , no flanco Norte do monoclinal da Serra de Boa Viagem;
- no flanco Sul do anticlinal de Cantanhede, desde a região a Sul de Arazede até
Ourentã-Cordinhã; este afloramento prolonga-se até à região de Murtede en-
contrando-se parcialmente coberto pelas Areias de Cordinhã e de Arazede;
- no flanco Norte do anticlinal de Cantanhede, em dois pequenos afloramentos
localizados a Norte de Cadima e para Leste da Pocariça. '
No conjunto corresponde a espessa série (300 m) de margas e calcários margo-
sos tenros originando topografia deprimida com ligeiros relevos devidos aos níveis
mais resistentes de calcário de plaquetas da base da zona de Serpentinus.
Devido à descontinuidade de afloramentos, largamente aproveitados para fins
agrícolas, não existe nenhum corte- tipo para o conj unto desta form ação. O conjun -
to de elementos agora utilizado foi, principalmente, obtido nos cortes de Vale das
Fontes, para a parte inferior (Toarciano inferior) e de S. Gião, a Sul de Cadim a, para
a parte média e superior (Toarciano médio a superior pars) da unidade.
Várias subunidades podem ser individualizadas, a saber:
a) Na base, uma série essencialmente margosa, rica de pequen os Dac ty/ioceras
piritosos, sobreposta por calcários margosos também ricos de Dacty/ioceras,
D. semice/atum (Y. & BIRO) (1 0 a 15 m), formando depressão morfológi ca entre
os calcários de Lemede e os calcários de plaquetas.
10
Nas margas assinala-se uma associação de formas anãs de pequenos bra-
quiópodes (Nannirhynchia pygmaea (MOR.), Pseudokingena deslongchampsi
(DAV.), Koninckella liasina (BOUCH.), Zeilleria (Z.) sarthacensis (d'ORB.)]; no
conjunto a fauna data a zona de Semicelatum do Toarciano inferior.
b) Calcários sub litográficos compactos (cerca de 10m), em plaquetas de 2 a 5
cm de espessura, de calcário micrítico pouco fossilífero , contendo raros Hil-
daites sp .. Seguem-se-Ihes cerca de 55 a 60 m de calcários margosos, nodu-
losos , compactos, em bancos decimétricos irregulares, separados por finos
níveis margosos , com H. gr. serpentinus (REIN.) na base, e, na parte superior,
Polyplectus pluricostatus (HAAS), Nodicoeloceras sp. e Harpoceratoides sp..
Este conjunto é atribuído à zona de Serpentinus do Toarciano inferior.
c) Calcários nodulosos e calcários margosos alternando com margas cinzentas
(60-65 m na Serra da Boa Viagem, 100 m em S. Gião). A presença de Hildo-
ceras {H. sublevisoni FUC., H. lusitanicum MEISTER, H. bifrons (BRUG.)] as-
sociados a Orthildaites sp., Peronoceras sp. e Harpoceras sp. varo perm item
datar a zona de Bifrons ; nos últimos 20 m, a associação de grandes Phymato-
ceras sp. , Podagrosites aratus (BUCK.), Crassiceras gradatum (MERlA),
Pseudopolyplecivs bicarinatus (OPPEL) e Paconiceras sp. e, no topo , de Pseu-
dogrammoceras subregale PINNA, Meslaites alticarinatus (MERLA), Ham-
matoceras sp. novo (in Elmi et aI., 1974, pI. 5, fig. 1), datam a zona de Gradata .
d) Espessa série margosa (55 m na Serra de Boa Viagem, 80 m em S. Gião) onde
se intercalam algumas bancadas finas de calcário margoso e apresentando
localmente acumulações de fósseis ligadas a pequenas bioconstruções de
espongiários. As várias associações faunísticas presentes permitiram definir
uma nova escala zonal para o Toarciano português (ELMI & aI., 1988):
- na base, a zona de Bonarellii com Hammatoceras bonarellii (PAR. & VIALE),
Pseudogrammoceras fallaciosum (BAYLE), Polyplectus disco ides (ZIET.) e
Erycites sp.;
- a seguir, a zona de Speciosum com Hammatoceras speciosum JAN. , H.
insigne (ZIET.), Podagrosites pseudogrunovi GUEX e os prime iros Osperlio-
ceras sp. ;
- no topo, a zona de Meneghinii com Catulloceras meneghinii (ZITI.-HAUG) ,
Hammatoceras meneghinii BON., H. victorii BON., a que corresponde o
acme dos Osperlioceras sp. [O. reynesi (MON.), O. nadorense ELMI, O.
matteii ELMI] e o aparecimento de Vacekia (Nadorites).

Dogger

Jl.2pL - Formação de Póvoa da Lomba, 100±20m - TOARCIANO SUPERIOR


- BAJOCIANO INFERIOR

É constituído por alternâncias de calcários margosos mais ou menos compac-


tos, em bancadas com 0,10 m a 0,30 m de espessura , e de margas de espessura
11
ligeiramente superior (10m na serra de Boa Viagem, 40 m em S. Gião). Nas associa-
ções faunísticas , muito abundantes, salientam-se as amonites, tanto piritosas como
calcárias {Pleydellia sp. var., Cotteswoldia sp. var., Vacekia (Nadorites) sp.] , típicas
da zona de Aalensis. Porém, a espessura das camadas de calcário aumenta
progressivamente para o topo, em detrimento da das margas.
00 ponto de vista biostratigráfico, salienta-se a presença da zona de Opalinum
(30 m) com a seguinte associação: Leioceras Iineatum BUCKMAN na base, Leioce-
ras gr. comptum (REINECKE) e Vacekia (Vacekia) sp. acima e Tmetoceras scissum
(BENECKE) no topo. .
Ao Km 3 da EN 234-1 , recolheram -se alguns exemplares de Ludwigia gr. crassa
(HORN), típica da base da zona de Murchisonae.
Ch. RUGET-PERROT (1961 , p. 73) refere a presença de associações faunísticas que
atribui ao topo do Aaleniano .
A passagem ao Bajociano inferior (zona de Oiscites) deve situar-se nas proximi-
dades do Km 3,4 da EN 234-1 (ibid.); colhe ita antiga mostrou a presenga de Toxo-
lioceras sp.
Ao Km 3,55 da mesma estrada , foi recolhida uma associação de amonites cons -
tituída por Witchellia sp., Maceratites sp. e Mollístephanus sp ., típica da zona de
Laeviuscula.

J 2AC - Calcários de Ançã (s./.), 250±30m - BAJOCIANO (pars) - BATONIANO

Na base, são constituídos por espessas bancadas a atingirem 2-3 m de calcário


micrítico cinzento, muito compacto e pobre de fauna de amon ites. Seguem-se-Ihes
calcários compactos brancos cresosos a micríticos, por vezes mesmo calco-detrí-
ticos em bancadas com 0,5 a 1 m de espessura , ricos em amonites e com frequen-
tes Zoophycos sp. A fauna de amonites recolhida neste conjunto permite estabele-
cer a zona de Sauzei (HENRIQUES et el., 1985; HENRIQUES, 1986).
A zona de Humphriesianum é constituída por calcários brancos cresosos e/ou
calco-detríticos ricos de lamelibrânquios e muito pobres de amonites, observáveis
em diversas pedreiras junta a Pena. Os raros fósse is silicificados, até agora recolhi -
dos , correspondem a Stephanoceras humphriesianum (SOWERBY) (RUGET-PERROT,
1961; HENRIQUES, 1986).
A ocorrência, numa pedreira situada a 600 m a SW da Lagoa de Outil , de alguns
exemplares atribuídos a Procerites sp., permite identificar aí a presença de Batoniano
(HENRIQUES, 1986). Neste sentido, pensa-se estar aqui representado não só o Bajo-
ciano como parte do Batoniano .

J 2Ad - Calcários de Andorinha, GOm - BAJOCIANO? - BATONIANO

A unidade é dominantemente carbonatada e aflora no flanco SE do anticlinal de


Cantanhede, na região de Andorinha. Corresponde a uma pequena mancha que
desaparece para SW e SE sob unidades cretácicas , enquanto a NE é seccionada
por falha pertencente ao sistema de fracturas de Ançã , que a põe em contacto com
12
os Calcários de Ançã (s.I.); para Norte, é limitada pelo topo dos Calcários de Ançã.
Todo o afloramento é afectado por profundo carso, normalmente preench ido
pelas Areias de Arazede, que muito dificultam as observações de campo.
Admite -se que o seu limite inferior seja diacrónico: é const ituído pelo apareci-
mento de calcários oolíticos e calciclásticos, sendo também frequentes os calcários
microconglomeráticos. A passagem dos Calcários de Ançã aos Calcários de Ando -
rinha faz-se em continuidade de sedimentação. O seu limite superior corresponde
à discordância jurássico-c retácica.
Contrariamente ao que acontece na Serra de Boa Viagem, onde durante todo o
Batoniano sedimentavam calcários margosos de plataforma aberta com amonói -
des, na região de Cantanhede a série litost ratigráfica do Oogger, a partir do Bajo-
ciano inferior apresenta uma fácies de tendência francamente regressiva que
culmina com o aparecimento dos Calcários de Andorinha.
A falta de macrofósseis que permitissem a datação desta unidade impôs um
estudo micrográfico da série litostratigráfica, mesmo com as limitações apontadas
anteriormente, que permitiu definir quer o seu conteúdo micropaleontológico, quer
a sua composição litológ ica.
A litologia é essencialmente carbonatada e é constante a presença de oólitos e
"pelets" a que se associam esporadicamente intraclastos e bioclastos. O cimento é
dominantemente esparítico e mais frequentem ente microsparítico, por vezes sujo,
para a base da unidade. Pode assim dizer-se que os Calcários de Andor inha são
constituídos por alternância de oopelintrabiosparites e de peloointrabiosparites , em
geral de cor branca , raramente cinzenta.
Os microrrestos são constituídos por uma associação de foraminíferos em que
predominam Protopeneroplis striata WEINCHENK, Trocholina sp. , Lagenídeos e fila-
mentos, estes mais frequentes na base da unidade e desaparecendo na parte mé-
dia e no topo. A única forma de foraminíferos susceptível de fornecer uma datação
é P. striata, que segundo 1. Pelissier, B. Peybernes e J . Rey (1984) estaria canto nada
no Bajociano-Batoniano.

CRETÁCICO

No períodode tempo que decorre aproximadamente entreos 115 MA e os 66 MA, isto


é, do Aptiano ao Maastrichtiano, na região do mapa de Cantanhede, a coluna sedimentar
cretácicatem à volta de 300 m de espessura de sedimentos. Apenascerca de 15% desses
sedimentos, no máximo, são carbonatos e os restantes representados por grés argi-
losos e/ou quartzosos e pelitos que, em termos litostratigráficos, definem 5 unidades.
Do ponto de vista cronológico, tem sido difícil datar e correlacionar cronostrati-
graficamente grande parte dessas unidades devido à escassez de elementos pa-
leontológicos. Apenas nos Calcários de Tentúgal foram recolhidas associações tau-
nísticas que permitem o seu posicionamento cronostratigráfico . Os Arenitos e Argi-
las de Viso são considerados do Campaniano - Maastrichtiano.
No quadro que se segue, apresenta-se equivalência das unidades agora carto-
grafadas com as dos mapas de Vagos, a Norte e de Figueira da Foz, a Sul.
13
C1-2er - Arenitos de Carrascal, 50-150m - APTIANO-CENOMAN IANO
(Folha 19-C , Figueira da Foz)

São no geral quartzarenitos a areosarenitos grosseiros a muito grosseiros, con-


glomeráticos, com cascalheiras e seixos , dom inantemente quartzosos, mal calibra-
dos a que sucedem, por vezes, leitos pelíticos, de espessura variável, que normal-
mente preenchem concavidades ou sulcos de escavação. Organizam-se em estru-
turas entrecruzadas, no geral curvilíneas , que se articulam em sequência simples,
do tipo (a-b), geralmente , incompletas ou truncadas. No seu todo, a unidade define
macrossequência positiva, evidenciando, para o topo , clara maturidade textural , re-
conhecida na definição dos membros a, b, e c de A. F. SOARES (1966). A cor com
que geralmente se apresenta, é esbranquiçada ou acinzentada, mas frequentemen-
te manchada de vermelho , amarelo ou violeta .
Avalia-se espessura de 60± 10m a Oriente e de 120±30 m a Ocidente, a partir
da cartografia.
Análises granulométricas mostram domínio da fracção arenosa grosseira-média
de 65% relativamente à silto-argilosa. A fracção argilosa (10%), apresenta-se com
associação mineralógica dominante de caulin ite-ilíte .
J. PAIS et aI. (1983), no estudo de macrorrestos florais e análises palinológicas
das jazidas de Tavarede, Grada e Almas do Juncal , atribuem ao Aptiano médio -
Albiano inferior, a base desta unidade, podendo, contudo, ir até ao Barremiano, na
de Buarcos (PAIS et aI., 1980- 81). Porém, todas estas jazidas estão situadas na carta
geológica da Figueira da Foz.

C\e - Calcários de Tentúgal, 10-40m - CENOMANIANO - TURONIANO


INFERIOR (=Calcários apinhoados de Costa d 'Arnes Folha 19-C,
Fig. da Foz)

São calcários, calcários margosos, grés calcários e margas, reconhecidos e gran-


de parte, pela sua textura concrecionada ou apinhoada, em camadas ou níveis defi-
nidos desde P. CHOFFAT (1897, 1900). Salienta-se o nível D, com Anorthopygus michelini
con., const ituído por calcário compacto, cristalino, muito rijo, praticament e sem
fracção terrígena. Define, de modo geral, camada guia, desde Carapinheira, a Oeste a
S. João do Campo, a Este, com espessurasque variam de 2,5 m a 1 m respectivamerte.
No conjunto, os Calcários de Tentúgal apresentam espessura que varia entre 10
m e 40 m, com valores máximos para SW (SOARES, 1966).
Um perfil desta unidade pode ser observado, com razoável exposição, próximo
da Capela da Sra. dos Olivais (Tentúgal), que P. CHOFFAT (1900, p. 41) descreve pela
prime ira vez. Só mais tarde é retomad o por A. F. Soares (1966, p. 149), dep ois, em
1979, por P. BERTHOU et aI., e, em 1982, por J. LAuvERJAT.
A passagem ao Turoniano é consi derada , hoje, no nível com Pachyvascoceras,
no topo da camada J de P. CHOFFAT, com Fagesia sup erstes (KOSS.) (BERTHOU, 1984
a, p. 50) e onde se recon hece, para tod os os afloramentos a Oeste de Montemor-
o-Velho , descontinuidade de sedimentação, colocando-se (SOARES, 1980, p. 103),
14
EQUIVALÊNCIA L1STOSTRA TIGRAFI CA ENTRE AS UNIDADES CRETA c l CA S E PALEOGÉNICAS-M I O C ENI CA S
AGORA CARTO GRAFADAS E A S DOS MAPAS G EO LO GI C OS DE VA GO S E D A FI G UEIRA D A FOZ
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PALEOGÉNICO
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K 1M ER ID G IAN O -PO RT L AN DI ANO BAJO CIANO -B A TO NI A N O
porém, o limite estratigraficamente mais baixo , isto é, na zona com Vascoceras
gamai CHOF. (E + F + G pars in CHOF).

C3 Fu - Grés de Furadouro, 10-20m - CENOMANIANO SUPERIOR-


TURONIANO (Folha 16-C, de Vagos)

Reconhecem-se duas subunidades: - a inferior; essencialmente quartzarenítica, rnicá-


cea, fina a muito fina, de cor amarelaacastanhada, com estratificação laminítica alou oblí-
qua planar de baixo ângulo, praticamente identificável com os "Grés micáceos finos a muito
finos" de A. F. SoARES (1966) e B. BARBOSA (1981); a superior, é essencialmente subarcosa-
renítica a arcosarenítica, grosseira a muito grosseira, de cor amarela torrada, com estratifica-
ção entrecruzada curvilínea a oblíquaplanarde ângulomédio a elevadoe com seixo de quart-
zo, pequeno , sub-rolado a subanguloso, disposto em cordões de extensão decamétrica.
Para Oriente e Norte, em termos de espessura, esta aumenta relativamente aos
Calcários de Tentúgal subjacentes, que por seu lado, apresentam diminuição de es-
pessura naquele sentido.
Em Vila Verde (Tentúgal), J. & C. GROOT (1962, p. 133) apontam, como idade
pro vável , o Cenomaniano superior por identificação pal inológica.
Relat ivamente à subunidade superior, trata-se de um arenito bastante friável e
muito pouco argiloso: análises granulométricas e mineralógicas evidenciam domínio
arenoso superior a 75%, com menos de 15% de fracção silto-argilosa. A fracção ar-
gilosa, inferior a 5% , é essencialmente caulinítica.

C 20 i - Grés de Oiã, 20±10m - TURONIANO (Folha 16-C Vagos)

Apresenta-se com espessura variável entre 20±10 m e com continuidade estra-


tigráfica com os Grés de Furadouro subjacentes, mas de fraca representatividade
na presente carta geológica.
São quartzarenitos a arcosarenitos, médios a finos, com matriz silto-argilosa e, no
geral, bem consolidados. Apresentam-se frequentemente manchados de vermelho
ferruginoso , violeta ou amarelo, com estruturas sedimentares entrecruzadas, no geral,
curvilíneas, com seixo subanguloso na base de sulcos ou com enchimentos pelíticos
lenticulares. São petrográfica e estruturalmente semelhantes aos Arenitos de Carrascal,
Análises granu lométricas e mineralógicas mostram que a fracção arenosa é su-
perior a 60% e a silto-argilosa inferior a 40%. Na fracção argilosa, inferior a 15%,
verifica-se domínio franco da caulinite relativamente a i1ite.

C 2Vi - Arenitos e Argilas de Viso, 130±20m - CAMPANIANO-MAASTRICHTIANO


(CHOFFAT 1900, SOARES et aI., 1982 )

Circunscrevem-se praticamente à região de Seixo de Gatões e Viso, desapare-


cendo para Norte por debaixo da cobertura eólica da Gândara.
Recobre as unidades anteriores, quer por discordância angular, que varia entre
20° a 30°, em Fonte Quente (M = + 46,2 Km; P = - 61 ,1 Km) e Ninho do Grou (M =
16
+ 46,1 Km; P = - 62,4Km), quer por falha, com os Arenitos de Carrascal , em Casal
Raposa (M = + 46,5 Km; P = - 60,5 Km) e em Vale Saramago.
Apresenta diferenciação litológica, expressa cartograficamente, quer em fácies
dominantemente pelítica quer dominantemente arenítica: - a fácies pelítica, reco-
nhece-se pelo tom de vermelho vivo, estrutura maciça , por vezes, argilo-margosa,
com concreções carbonatadas soltas e/ou fina camada carbonatada de espessura
centimétrica, no geral fossilífera. Também com tom esverdeado e estrutura lamina-
da, com Cyrena marioni CHOF. quando no geral, preenche pequenas depressões,
em forma lenticular, nos arenitos, como em Gatões. O afloramento de Corujeira , no
limite Norte do mapa, de fácies pelítica, considera-se pertencer ao domínio ambien-
tai das Argilas de Aveiro-Vagos, enquanto que a fácies arenítica, é, no geral, fina e
bem calibrada, assemelhando-se às areias eólicas com as quais se pode confundir.
Uma sondagem realizada em Liceia, atingiu os 120 m de profundidade sem,
contudo, ter atravessado completamente as argilas.
P. CHOFFAT (1900, pp . 22. - 30) assinala jazidas de vertebrados e de vegetais
fósseis em Viso (ao Km 20 da linha férrea), Bebedouro, Cabeça Alta e Bizarros,
sendo as identificações de M. SAUVAGE (1897-1898).
M. T. ANTUNES (com. esc.) identifica numa camada carbonatada e nas argilas do
talude da estrada , em frente ao cemitério da Liceia, associação faunística compatí-
vel com as das jazidas do Cretácico terminal de Aveiro, Viso e Taveiro, da qual se
salientam: Atroctosteus lusitanicus (SAUVAGE), Amia sp., Ichtyodectidae indet. ,
Paralbula casei ESTES, Actinopterygii indet. , Crocodylia indet. e ainda Clithrocythe-
ridea sp. (ident. de A. Nascimento), considerando a jazida paralelizável com as do
Campaniano sup. - Maastrichtiano daquelas localidades da Beira Litoral.
D. J. BATTEN (com. esc.), a partir de colheitas realizadas em Amieiro (M = + 46,7Km;
P = - 65,8Km) , em Bebedouro (M = + 46,8 Km; P = - 66,8 Km) e em Resgatados (M
= + 48,6 Km; P = - 66,4 Km), identifica várias associações de espécies de pólenes
e esporos , na sua maioria também comuns nas jazidas de Aveiro, Arada e Presa
(KEDVES et aI., 1967, 1975, 1979 e 1980-81). Em 1987, D. J. BATTEN e L. MORRISON,
relativamente ao género Papillopollis, citam uma nova espécie e apresentam revisão
de algumas das espécies identificadas por M. KEDVES et aI., (1979), aceitando,
contudo, a sua distribuição e significado estratigráfico: desde o Santoniano ao
Campan iano, com possibilidade de atingirem o Maastrichtiano inferior.
Amostras da fácies pelítica deram composição granulométrica dominantemente
silto-argilosa (90%). A fracção argilosa representa cerca de 30% e apresenta, tam-
bém, composição essencialmente montmorilonítica.

PALEOGÉNICO E MIOCÉNICO INDIFERENCIADaS

«l>MQ - Arenitos conglomeráticos de Queridas, 30±10m - PALEOGÉNICO


E MIOCÉNICO INDIFERENCIADaS (BARBOSA, 1986)

Apresentam-se com litofácies arenítica, com seixos e cascalheiras, subangulo-


sas a sub-roladas, mal calibradas. As estruturas sedimentares são entrecruzadas e
a cor é, no geral, esbranquiçada, assemelhando-os aos grés cretácicos.
17
Análises granulométricas mostram domínio essencialmente arenítico-conglome-
rático (85%), com 15% de fracção siltoargilosa. A fracção argilosa, inferior a 10%,
é dominantemente caulínitica em relação à ilite. .
. A análise de Iitofácies e arranjo sequencial (BARBOSA, 1986), permitem pensar numa
equivalência com os dois primeiros membros da Formação argilo-gresosa e conglo-
merática da Sra. do Bom Sucesso (REIS, 1979, p. 16, carta da Figueira da Foz).
Não foi possível observar as relações estratigráficas com a unidade subjacente.
Assinalam-se no mapa blocos silicificados (BARBOSA, 1981) encontrados à super-
ficie dos terrenos, já anteriormente identificados e primeiramente cartografados por
P. CHOFFAT (1900b) que os designa por "blocos erráticos". São mais tarde denomi-
nados por residuais ou pseudoerráticos (TEIXEIRA, 1954).
Ocorrem quase sempre soltos , à superficie, ou ligeiramente enterrados , de tama-
nhos vários, atingindo por vezes dimensoes próximas do metro cúbico e com grau de
rolamento e esfericidade normalmente razoáveis. Apresentam composição arenítica
grosseira a muito grosseira, conglomeráticos e fortemente cimentados por pasta
vítrea siliciosa, macroscopicamente semelhantes ao "Grés do Buçaco" . Surgem com
certa frequência sobre os Arenitos de CarrascaI e as Areias de Arazede e de
Cordinhã, na região entre Pocariça e Lapa, e na plataforma de Gordos até Arazede.

PLlO-PLlSTOCÉNICO

Depósitos de praias antigas e de terraços fluviais

PCa - Areias de Cordinhã, 1S±Sm e PGo - Cascalheiras de Gordos-


PLlOCÉNICO

São quartzarenitos finos a muito finos e bem calibrados, de cor amarela torrada,
por vezes com alguma mica e, no geral, com seixo pequeno (amêndoa) em finas
lentículas ou cordões. Apresentam boas exposições nos areeiros de Vale de Água
(Portunhos) e de Cordinhã (folha de Mealhada). Integram a "plataforma de Murtede-
Cord inhã" considerada como possivelmente de idade Plaisanciano-Astiano
(CARVALHO, 1964, p. 10).
Sucedem-lhe, arcosarenitos a quartzarenitos grosseiros , por vezes, finos e leve-
mente micáceos, com seixo essencialmente quartzoso, subanguloso a sub-rolado,
com comprimento máximo de 6 cm e raros intraclastos pelíticos. Exibem , com fraca
nitidez, estruturas planares e curvilíneas entrecruzadas. São considerados depósi-
tos fluviais, possivelmente do Vilafranquiano (CARVALHO, 1964, pp . 10-11) e muito
provavelmente correlativos dos da plataforma de Gordos-Meco (SOARES et aI.,
1986). Nesta plataforma observam-se , sobre as areias, arcosarenitos grosseiros, con-
glomeráticos, com cascalheiras e seixos subangulosos a sub-rolados de quartzo e
quartzito, com dimensões máximas de 20 cm. Organizam-se em barras , com fre-
quentes texturas de suporte elástica , normalmente imbricados.
Nas areias, análises granulométricas mostram 70% a 90% de fracção silto-are-
nosa fina, com menos de 10% de fracção argilosa. Esta apresenta-se com compo-
sição mineralógica predominantemente caulinítica relativamente à ilite.
18
QAz - Areias de Arazede, 10±Sm - SICILIANO (SOARES et aI., 1986)

São quartzarenitos a arcosarenitos médios a grosseiros, de cor no geral amarela,


com lentículas e/ou feixes de seixos pequenos, bem rolados. Exibem quase sempre
estratificação entrecruzada bem marcada por feixes curvilíneos.
Situam-se entre os 75 m e os 95 m de cota em Poço Saibro, Vale Saramago e
Carapeto, e são constituídos por grés grosseiro rico de seixo fino, muito bem rolado
de quartzo e quartzito e em Poço Saibro , associam-se na base com raros calhaus
de grés macroscopicamente semelhante ao "Grés do Buçaco" (SOARES 1966, pp.
294-295).
No canto NE do mapa, recobrem , com continuidade lateral aparente, as Areias
de Cordinhã. Sobre o limite estabelecido, verifica-se ocorrência de seixos e casca-
lheiras, de quartzo e quartzito, suo-roladas, que cobrem , em alguns pontos, solos
avermelhados. Os seixos de quartzito mostram , com certa frequência, cortex fer-
ruginoso e nos areeiros de Sete Fontes, com cerca de 5 m de profund ida de, situa-
dos sobre aquele limite, não se ob servam areias finas do tipo Areias de Cordinhã.
A fracção micro-conglomerática e arenosa grosseira é superior a 75% , sendo a
fracção argilo sa inferior a 5%. Esta é composta pela associação caulinite-ilite, com
domíni o da caulinite a que se associa, por vezes, também , alguma goetite.

QC a - Are ias de Can tanhede, 10±Sm - SICILIANO?

Integram, com as Areias de Arazede, a "plataforma de Cantanhede-Mira" (CARVALHO,


1952, 1964). Sit uam-se a cotas entre os 50 m e os 70 rn, correspondentes aos níveis
Q2 antes cartog rafados.
1. A Norte , a região que vai desde Cantanhede, passando po r Varziela, até
Coruj eira, apresenta poucos aflorame ntos em corte , por estar bastante aplanada e
com cobertura eólica. Observam-se, nas proximidades do limite Norte do mapa, em
continuacão co m o Q2da folha de Vagos, arenitos finos, esbranquiçados, bem cal i-
brados, levemente argilosos e micáceos.
Análises granulométricas deram percentagens equilibradas entre as fracções
arenosa , média-fina e silto-argilosa. A fracção argilosa , no geral inferior a 5% , apre-
senta associação mineralógica em termos de i1ite, clorite e caulinite.
Duas son dagens , localizadas junto à vala do Juncal, evidenciaram enchimento
arenoso , superior a 100 m de espessura.
2. De Varziela até Lírios, pouco mais se observa que seixos , soltos à superfície,
po r acção da defl ação. O mesmo se verifica nos depósitos de Cadima até Fervença
e Resgatados.
Dois areeiros na Corujeira, mostram quartzarenitos e arcosarenitos, micáceos
co m seixos e cascalheiras, com domínio franco da fracção arenosa grosseira e con-
glomerática relativamente à arenosa média a fina. A fracção argilosa, inferior a 5%,
apre senta-se com associação mineralógica caulinite-ilite.
3. O "nível de Quiaios " (CARVALHO, 1952, 1964), é constituído por areias e areões
amarelos , med ianamente calibrados, com lentículas de seixo rolado e, também , de
cascalheiras calcárias com lentículas de areias eólic as ou areno pelíticas.
19
OZp - Areias de Zouparria, 20±5m (SOARES et aI., 1986)

Instalam-se ao longo de quase toda a margem d ireita do Mo ndego.


Ass entam sobre o Cretácico gresoso (s.I.), iniciando-se, na base, por cascalhei-
ras roladas constitu ídas por, apro ximadamente, 75% de quartzo e quartzito , 15%
de granito e xisto, e menos de 10% de feldspato . Passam superiormente a um en-
ch ime nto argilo-siltoso que define, para o topo da sequência, camada arg ilosa acin-
zentada, identificável, nesta margem, em quase todos os níveis de terraço equ iva-
lentes. A metade superior é constituída por areias médias e finas , medianamente
calibradas, de cor avermelhada ou acastanhada, com finas lentículas de seixos
pequenos e areão . Exibem , às vezes , denso diaclasamento subvertical.
Este conjunto sequencial ou parte dele , é identificado ao longo da E.N. 111:
junto da capela de Ouimbres; ao Km 24 ,6; na estrada para S. Catarina; em Tentúgal
e na mancha a Nascente de Meãs do Campo (apenas a parte superior, de areias
avermelhadas).
Estas areias apresentam domínio granulométrico da fracção arenosa média a fina,
com apenas 5% de fracção silto-argilosa. A fracção argilosa, da ordem dos 2% , apre-
senta -se com associação mineralógica dominantemente constituída por caulinite-ilite.

OSM - Cascalheiras de S. Martinho, 1-3m (=Terraços 0 3 de A. F. SOARES, 1966)

Posicionam-se ao nível do terraço inferior e apresentam boa exposição ao longo


de toda a margem.
Os conglomerados atingem por vezes a dimensão de bloco, na base dos
depósitos. São suo-roladas a roladas, de quartzo, quartzito, raro xisto e granito, e
sílex vestigial. Chegam a atingir mais de 2 m de espessura, em texturas de suporte
elástico , por vezes com imbricações. Graduam superiormente para arenitos gros-
seiros com seixos.

Tufos de Ançã, 10 a 15 m

Sem expressão cartográfica à escala da carta, situam-se sobre a povoação de


Ançã, de ambos os lados da ribeira. Descritos por A. F. SOARES (1966 , p. 301) e por
G. S. DE CARVALHO (1952 , p . 55), é MACHADO E COSTA (1924 , p. 41) quem determina a
sua espessura e indica ocorrência de impressões fósseis de dicotiledóneas e
conchas de Helix, Limnea e Rumina decol/ata UN .

HOLOCÉNICO

Areias da Gândara (5./.)

Abrangem, no sentido de P. CHOFFAT (1900, p. 40), todo o complexo manto eólico,


que actualmente se estende por cerca de 19 Km para o interior, segundo o paralelo
de Cantanhede.
20
Nas Areias da Gândara , cartografaram-se vários conjuntos de formas dunares e
areias eólicas , que seguidamente se descrevem.

ahe - Areias hidra-eólicas

As areias hidro-eólicas correspondem a parte das areias eólicas da carta de


Vagos e, também , pelo menos em parte , às Areias de Cavaleiros-Mourelos, Ten-
túgal, etc. , descritas por G. S. DECARVALHO (1951 , p. 30) e A. F. SOARES (1966, p. 299).
Consideram-se igualmente presentes nas Areias de Cantanhede, em alguns dos
terraços do Mondego e nas áreas interdunares das dunas (dd). Integram no conjun-
to as Areias da Gândara (5.5.) de G. S. DE CARVALHO (1964).
Na região de Seixo de Gatões, definem pequenas plataformas, sobre os sedi-
mentos cretácicos, a cotas compreendidas entre os 20 e os 50 m.
São areias finas , no geral bem calibradas que se consideram terem sido depo-
sitadas em meio subaquático , embora com transporte eólico .
Na Gândara, const ituem os solos ferro-húmicos ou podzólicos das áreas interdu-
nares, situados, no geral em horizontes a 2 ou 3 m de profundidade e conhecidos local-
mente pelas designações de "greda", "tufo" , "saibro" ou "sorraipa" (vide CARVALHO,
1954). A granulometria dom inante é a da fracção arenosa fina, com fracção argilosa
inferior a 10% , constituída pela associação caulinite-i1ite.
Na Lagoa Negra, cerca de 1 Km para Sul de Olhos de Fervença, detectou-se,
num pelito micáceo laminado , de cor cinzenta escura a negra, coberto por cerca de
4 m de arenitos e areias eólicas, associação de palinomorfos que leva a propor
idade quartenária, provavelmente Plistocénico médio (PAIS et aI., 1988).

ae - Areias eólicas (s.I.)

Equivalem também a uma parte das areias eólicas da carta de Vagos. Distin-
guem-se as zonas de areias entre os complexos dunares (de) e (db), as das margens
dos vales da região entre Meãs do Campo e S. João do Campo , sobre os Arenitos
de Carrascal e as que ocorrem , na maioria das vertentes dos vales da região de
Ferreira-a-Nova, sobre os Arenitos e Argilas de Viso.
São também areias finas, no geral bem calibradas, que apresentam por vezes
certa imaturidade e heterogeneidade, com seixo pequeno, subanguloso a anguloso ,
disperso. Tem origem secundária, quer por lavagem ou escorrência quer por deflação.
Análises granulométricas mostram tratar-se de areias médias a finas (70%), com
fracção silto-argilosa inferior a 10%. A fracção argilosa, apenas de 1 % , apresenta
associação mineralógica em termos de caulinite e ilite.

dd - Dunas (NW-SW?)

As dunas (dd) definem edifícios dunares mal conservados, uns protegidos pelo
pinhal , outros, progress ivamente destruídos pelo homem na conquista de novos
campos de cultura. Formam com as Areias hidro -eólicas as Areias da Gândara (5.5.)
de G. S. DE CARVALHO (1964) e seriam do interglaciar Siciliano-Tirreniano (ibid ., p.27).
21
dc - Dunas parabólicas

o agrupamento (dc) const itui formas por vezes mal definidas (num ponto ou
noutro controladas pela vegetação rasteira), que se espraiam sobre zonas alagadas
ou semi- pantanosas, fazendo barragem a lagoas, que aos poucos vão colmatando .

db - Dunas: Campo de dunas (W-E?)

Os cordões dunares (db) formam extenso , monótono e compa cto corredor, se-
gundo N-S, com largura máxima de 5 Km e mínima de 3 Km, composto por estreitos
cordões dunares de orientação aparente W-E, visivelmente vincados pela rede de
drenagem. Const ituem formas actualmente fixadas pelo pinhal.

da - Dunas: cordão dunar de praia

O cordão dunar de praia (da) constitu i o agrupamento eólico mais recente e


móbil , que coroa a actual linha de praia, de Norte a Sul.

v - Depósitos de vertente: cascalheiras

Formam mantos de cascalhe iras de calcário relativamente extensos , envolvidos


em areias eólicas , na base da encosta da Serra de Boa Viagem, sobre a povoação
de Murtinheira (vide CARVALHO, 1964, p. 25).

Ap - Areias de praia

Definem extenso areal, ao longo da costa , com areias médias a grosseiras e


areão, em contacto quase permanente com as águas do mar.

ea e ec - Eluviões

As eluviões constituem solos residuais provenientes de substratos areníticos


e/ou arenítico-argilosos (ea), que ocorrem nas áreas de Resgatados e a poente de
Arazede e Cadima; os carbonatados (ec) têm maior representação cartográfica na
região de Cantanhede e Arazede.

a - Aluviões

As aluviões do Mondego, junto à margem Norte, mostraram , em sondagens ,


espessuras de ordem dos 20 m até ao máximo de 40 rn, essencialmente lodosas.
Tanto no Mondego, como na Vala Real e seus subsidiários, existe igualmente espes-
so enchimento correspondente a assoreamento progressivo a partir do Flandriano.
22
IV - TECTÓNICA

Em esboço, salientam-se os principais traços estrutura is que a cartografia per-


mite visualizar.
I - Domínio estrutural de orientação para os quadrantes NW e NE:
1. Com eixos de dobramentos paralelos entre si, orientados segundo NE-SW,
que correspondem: a) ao "anticlinal de Tocha-Mogofores " (CHOFFAT, 1900) e ao
anticlinal de Cantanhede; b) ao sinclinal de Pena-Tentúgal.
2. Os "falhamentos de Pocariça-Ferraria (no seguimento do "graben" de Antuze-
de) com orientação sensivelmente normal à anterior (NW-SE), que: a) truncam o
anticlinal de Cantanhede e o sinclinal de Pena-Tentúgal, com aparente desligamento
esquerdo à superfície ; b) provocam o abatimento da estrutura monoclinal da Lapa,
segundo falha oculta pelo Quaternári o; c) afectam a cobertura pliocénica, observá-
vel, pelo menos , em Ferraria (M = + 33,1 Km; P = - 71,35 Km), a Sul de Cordinhã (M
= + 33,8 Km; P = - 73,5 Km) obrigando, a partir deste ponto para Sul, a que o limite
com o substrato cretácico passe para baixo da curva dos 100 m, e no pequeno de-
pósito de Ameixoeira, 3,5 Km a WSW de Ançã , com falha em direcção conjugada
daqu elas (NE-SW), que se prolonga até Meãs do Campo.
Na região de Viso-Queridas, os lineamentos de Gatões-Tocha, de Resgatados-
Barrins e de Queridas , orientados para o quadrante NW, alinham-se com a orienta-
ção superficial da drenagem.

II - Domínio das estruturas de orientação N-S e W-E (WSE-ENE):


1. A fracturação N-S, emergente a partir do intumescimento da Serra de Montemor
(folha da Figueira da Foz), que se continua para Norte, nas estruturas de Mamarrosa e
Palhaçada da folha de Vagos (eixo Arunca-Montemor-o-Velho in SOARES et ai., 1988):
a) em Vale Saramago (M =+ 45,7 Km; P =- 64,0 Km) atinge o depósito quaternário;
b) é responsável pelo afundimento do sector a Oeste (bacia de Viso-Queridas).

2. As estruturas W-E (WSE-ENE), estão representadas:


A - Pela falha de Quiaios , que acompanha a base da escarpa da serra de Boa
Viagem (Buarcos), com a planície da Gândara, até a Murtinheira e que se manifesta:
a) com o falha inversa e/ou cavalgante no areeiro do Cemitéri o de Quiaios (CARVALHO,
1952, SOARES, co m. oral, 1981, RIBEIRO, 1988); b) na estrutura do Pincho, onde, a par
da fract uração complexa nos calcários, se observa inversão da polarid ade estrati -
gráfica no Cretácico Inferior; c) pelo basculamento do depósito quaternário, dos 50 m,
na Murtinheira para os 90 m de cota, em Quiaios.
B - A Norte , pela falha provável , do vale da ribeira de Varziela, que sugere pe-
queno desligamento direito no eixo do anticlinal de Tocha-Mogofores.
C - A Sul, pela falha do vale do Mondego, com evidente dissimetria da margem
Norte (com basculamento f1exural) relativamente à margem Sul.
23
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v - RECURSOS GEOLÓGICOS
Calcários

o calc ário , para cantaria, extrai-se nas pedreiras de Ançã a Pena. J. L. VELHO et
aI. (1981) descrevem a petrografia, composição química , propriedades geotécnicas
e sua utilização na construção civil, para gravilhas, britas e outros inertes. Também,
com semelhante aplicação, e ainda para o fabrico da cal, se exploram calcários, nas
pedreiras de Portunhos a Outil e até Fornos. Ocorrem também outras explorações
no Aaleniano e Lotaringiano da Serra de Boa Viagem, para idênticos ou semelhantes
fins.
G. MANUPPELLA et aI. (1976, 1982) dão conta das principais aplicações dos cal-
cários jurássicos, da distribuição das pedreiras e das respectivas indústrias trans-
formadoras naquelas regiões, bem como de resultados de análises químicas de
amostras recolhidas em perfis localizad os em mapas.
Com vista à determinação do grau de alteração superfi cial e do tipo de calcári o,
localizam -se duas sondagens: - uma a cerca de 1 Km para SW de Ourentã , com 60
m de profundidade e alteração superf icial até 12 m e outra a 1,5 Km a NW de Outil,
com 70,5 m de profundidade .
Os calcários cretác icos foram outrora igualmente empregues na construção civil
e também no fabrico de cal. As pedreiras da região de Cadima e da mancha de
Meãs do Campo a Jo ão do Campo estão praticamente abandonadas.

Argilas

No Dogger de Andorinha ocorrem argilas hiperaluminosas. Correspondem a pe-


quenos enchimentos argilosos de fendas e dolinas no carso . Em 1969, 12 barreiros
produziram 370 t de argila (MOREIRA, reI. int, S.F.M., 1970), mas, desde daí que estão
praticamente paralizados . Const ituem , presentemente, uma curiosidade geológ ica.
As argilas brancas apresentam à volta de 35% de alumina, com interesse para o
refractário, mas estão hoje praticamente esgotadas. As vermelhas , com reservas
calculadas em 130 mil t, interessam, sobretudo, pelo seu teor em ferro e baixa plas-
ticidade, como fundentes ou para cimentos (BARBOSA, reI. int , S.F.M., 1977). Sonda-
gens realizadas numa das barreiras, apenas evidencia ram pequena bolsada de ar-
gila branca (Tecnasol, reI. int, arq. S.F.M., 1972).
C. GOMES (1 965, 1966, 1968 e 1970) apresenta vários estudos sob re a natureza ,
comp osição e estrutura mineralógicas destas argilas.
Os leitos argilosos dos grés cretácicos, que apresentam determinadas potencia-
lidades , são ainda hoje pouco aproveitados para fins cerâmicos.
As argilas da unidade de Viso têm sido pouco utilizadas para fins cerâmicos, de-
vido certamente à elevada plasticidade e conte údo carbonatado que por vezes
apresentam . Porém, loteadas em determinada percentagem com arenitos argilosos,
podem interessar à indústria do barro vermelho. São potenciais, em argilas verme-
lhas, as regiões de Liceia, Viso e, em Cova da Serpa, sob a cobertura de areias que
as sondagens de Alhadas mostram (BARBOSA, reI. int , S.F.M., 1981).
25
Areias e "saibros"

A componente arcósica dos Arenitos de Carrascal fornece normalmente bons


"saibros" para fins rodoviários , assim como o membro arcósico dos Grés de Fura-
douro. Porém, a maioria das explorações situam-se no Pliocénico e no Quaternário
de Cordinhã, de Arazede e de Cantanhede. As areias eólicas (s./.) são também muito
procuradas para a construção civil, assim como as areias finas, bem calibradas do
Pliocénico , em Vale de Água (Portunhos).
Em Alhadas (no limite Sul deste mapa com o da Figueira da Foz), exploram -se
areias para a indústria do vidro (garrafaria e cristalaria) e para fundição. A fracção
argilosa, à volta dos 10% , é essencialmente caulinítica e serve para cerâmica. Os
areeiros ocupam área com cerca de 12 ha, cuja produção média, em 1976, foi de
45 mil t tendo quintuplicado de 1969 a 1975 (BARBOSA, reI. int, S.F.M., 1979). Deza-
nove sondagens evidenciaram, parte delas, enchimento arenoso superior a 20 m, a
SE da área dos actuais areeiros, enquanto que, na área a NW, a cobertura arenosa
nunca chega a 10m de espessura (ibid., 1981).

Cascalheiras

Exploram-se seixos e cascalheiras, para fins rodoviários , na base dos Arenitos


de CarrascaI, em Viso (Cadima), nos Arenitos conglomeráticos de Queridas, em
Netos e Queridas, na plataforma de Gordos e em vários locais do terraço inferior do
Mondego.

Carvões

Para pesquisa de níveis carboníferos do Malm, da "bacia carbonífera do Cabo


Mondego", foi elaborado projecto de sondagens (FLEURY, arq. S.F.M., 1937) e exe-
cutada uma sondagem na baixa de Quiaios (arq. S.F.M., 1944) que atingiu 598 m de
profundidade, com registo modificado por K. D. WHITE (arq. C.P.P. , in S.F.M., 1950,
pp. 19-21).

VI - HIDROGEOLOGIA

Climatologia e recursos hídricos

Considerando os valores médios mensais de temperatura e precipitação calcu-


lados a partir dos dados dispon ibilizados pelo Sistema Nacional de Informação de
Recursos Hídricos (SNIRH) procedeu-se a uma breve caracterização hidroclimato-
lógica da área da folha 19-A. Os dados de precipitação reportam-se às estações
meteorológicas de Cantanhede, Ferreira-a-Nova e Tentúgal, sendo os valores de
temperatura obtidos na estação de Santo Varão.
Uma vez calculados os valores de evapotranspiração potencial e de evapotrans-
piração real, efectuaram -se os balanços climatológicos sequenciais mensais de
26
água no solo {método de Thornthwaite-Mather}, considerando uma capacidade de
campo de 100 mm. Na Figura 1 apresentam-se os resultados desses balanços,
efectuados para cada estação meteorológica, indicando-se para as respectivas
áreas de influência {polígonos de Thiessen}, os valores médios anuais de tempera-
tura, precipitação, evapotranspiração potencial, evapotranspiração real, deficit hí-
drico e superavit hídrico {escoamento superficial e infiltração eficaz}.
Os balanços relativos às três estações evidenciam que os superavits médios anuais
superam os deficits hídricos , pelo que as suas áreas de influência são excedentárias
em recursos hídricos.

Aptidão Aquífera das Formações Geológicas

Tendo por base dados de inventário do Departamento de Hidrogeologia {DH/INETI}


e dados de inventário e monitorização da Direcção de Serviços de Monitorização
Ambiental {DSMA} da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do
Centro {CCDRC}, apresenta-se uma caracterização sintética da aptidão aquífera
das formações litológicas cartografadas.

Formações do Plio-Quaternário

Os extensos depósitos plio-quaternários da área da folha 19-A são parte inte-


grante do "Sistema Aquífero Quaternário de Aveiro" {ALMEIDA et aI., 2000} que se
desenvolve para Norte, até Espinho. Este sistema é constituído por três unidades
aquíferas: duas livres, sendo uma suportada pelo manto dunar e pelas aluviões
recentes e outra pelos depósitos plio-plistocénicos; a terceira unidade é predominan-
temente confinada ou semiconfinada por uma ou duas camadas lodosas e suportada
pelos depósitos cascalhentos da base do Quaternário. Esta última unidade, embora
I
assuma grande importância em áreas mais a Norte, na área em apreço tem pouco
I
significado , pelo que importa agora considerar apenas as unidades aquíferas livres.
Conforme consta no Quadro 1, na zona de Palheiros da Tocha dois furos captam
em areias de duna do Quaternário Recente. Nas proximidades da Lagoa das Braças
existem diversos furos pouco profundos que captam nas areias plistocénicas; tam-
bém nestas areias, mas a Norte de Cantanhede e numa zona de espesso enchimen -
to sobre calcários do Jurássico Inferior, existem duas captações profundas.
Dos depósitos aluvionares destacam-se os que são parte integrante do designa-
do "Sistema Aquífero Aluviões do Mondego" {ALMEIDA et aI., 2000} e que ocorrem na
zona de S. Silvestre. Nesta zona, conhecem-se dois furos , cujas características
constam no Quadro 1, a captar camadas de areias grosseiras e lodosas com ca-
lhaus, conf inadas por camadas predominantemente lodosas.

Formações do Cretácico

As formações do Cretácico da área da folha 19-A suportam dois sistemas


aquíferos: o "Sistema de Tentúgal" e o "Sistema Viso-Queridas" {ALMEIDA et aI., 2000}.
27
BoIrço dl motolOg'co do Agueno solo.
CANTAN H:DE

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Folha 19-A
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ETR=537,7 mm E. M. Cantanhede • T=15,l° C
P=948,5mm
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Perlodo l001-2lDl ETP=780,5mm
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8 Perfodo 1954-2lXl7
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20 • (1TII1) T( 'C)
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Ol.t No. De Jlr1 F., M .. Abr M.. .ln ..li Ago Sol
------- ETP (mm)

Rg, 1 - Representação da folha 19·Adivididanasáreas de influência (A) relativas àsestações meteorológicas (E, M,)e respectivos resultados dos balanços climatológicos de
águano solo, sendo T: temperatura média anual obtidanaE, M. SantoVarão, P: precipitação, ETP: evapotranspiração potencial, ETR: evapotranspiração real, D: deficit
hidrico, S: superavit hídrico (escoamento superficial + infiltração eficaz) e AS: água no solo,

c r_
Quadro 1 - Dadossobrecaracterístícas geométricas e produtividade de furos dos
sistemas aquíferos do Plio-Quaternário.

Prof. doe Prof. d.. dreno. Com p. Prol. d.. nivel. c.udal
c.udaJ NH~HE
furoe (m) d......do (m) apeclflco
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o DoavIo Pedrio 2,3 0,8 0,7 10,0 0,53 2,49 2,53
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"8- Furo AC1 155,5 66,5 153,5 19,3 10,0 1,40 12,60 11,20 0,89
~

II Furo PC2 131,0 69,0 129,0 26,7 20,0 2,25 7,20 4,95 4,04


lO
8. Furo T01 40.5 32.96 38.5 13,7 36.0 0.20 4,30 4,10 8,78
~o~
_
'" '" eo
oe
Furo TD2
34,5 28,2 33,2 14,5 18,0 0,4(+) 1,25 1,65 10.91
:. ( bendalado)

Sistema Aquífero de Tentúgal

As formações do Cretácico que afloram na zonas Leste e Sudeste da folha 19-A


pertencem ao Sistema Aquífero de Tentúgal. Este sistema , na área considerada, é su-
portado pelas sequências Iitológicas que, do topo para a base, const ituem , sucessiva-
mente, o Grés de Oiã, o Grés de Furadouro, os Calcários de Tentúgal e os Arenitos de
Carrascal, tendo como base as formações carbonatadas do Jurássico Médio e Infe-
I
rior, Excluindo os Calcários de Tentúgal, que também são uma unidade aquífera, trata-
( se de um sistema const ituído, essencialmente, por materiais detríticas de granulome -
tria muito heterogénea, com estrutura lenticular e multicamada, estando as unidades
aquíferas separadas por camadas argilosas. Assim, o sistema tem permeab ilidade
intersticial e prod utividade muito variável de local para local e em profundidade. Do
ponto de vista hidráulico , apresenta carácter livre nas unidades mais superficiais e
mais altas, onde se processa a recarga, sendo tendencialmente conf inadas as unida-
des mais profundas, mormente as da parte Sul do sistema, que se prolong am sob as
aluviões do Mondego. No Quadro 2 apresentam-se alguns dados estatísticos relativos
às características geométricas e à produtividade de furos localizados na sua maioria ao
longo do eixo Carapinheira - S. João do Campo e nas zonas de Cordinhã e Ourentã.

Sistema Aquífero de Viso-Queridas

As formações cretácicas a Oeste do eixo Cadima-Arazede que se prolonga para


Sul seguindo , em Vale Saramago, o alinhamento das falhas de direcção N-S , fazem
29
parte da estrutura anticlinal da Tocha e do ench imento da bacia sinclinal de Viso-
Queridas , constituindo o sistema aquífero de igual designação. Este sistema é su-
portado pela mesma sequência de unidades litológicas do Sistema de Tentúgal ,
acrescendo, a topo, os Arenitos e Argilas de Viso. Trata-se portanto de um sistema
com comportamento hidráulico semelhante ao Sistema de Tentúgal, mas no qual a
fácies argilosa da unidade superior (Arenitos e Argilas de Viso) contribui para confi-
nar localmente o sistema. As unidades litostratigráficas que mais interessam à cap-
tação de água subterrânea são, neste caso , as camadas de fácies arenítica gros -
seira dos Arenitos e Argilas de Viso e, tal como no sistema ante rior, os Calcários de
Tentúgal e, sobretudo, os Arenitos de Carrasca!. No Quadro 2 apresentam-se as
características de furos que captam o sistema em apreço nas regiões de Seixo de
Gatões e Tocha.
Quadro 2 - Dados estatísticos relativos às característicasgeométrícas eàprodutividadedefuros dos sistemas
aquiferos deTentúgal eViso-Queridas, naáreadafolha 19-A.
Prof. do. Prof. dOlld......,. Comp. Prof. dOll nivell Caudal
Caudll NHD-NHE
fulUl (m) dronodo (m) Blpaclfico
(U.) (m)
(m) Iniciai FInai (%) NHE NHD (U..m)
N'd. Dadol 29 29 29 29 29 18 18 18 18

." lllrimo 29,4 11,4 29,4 13,6 0,5 0,00 6,00 0,40 0,04
e 1· Qulutll 60,0 26,0 54,0 21,1 2,0 11,25 27 ,00 6,78 0,11
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E~ 140,0 870 134,0 67,4 30,0 45,00 61,00 48,44
""'Imo 850
11 Médil 87,0 43,S 82,8 30,9 4,4 20,84 37,83 16,99 1,19
O;
Daevlo PMlrão 34,0 20,2 33,0 13,2 5,5 12.17 13,08 16,08 2,22
N'da Dadol 18 18 18 18 18 14 14 14 14
e ..
.e lO
MI....o 81,6 45,0 80,0 5,7 11 4,00 13,30 1,90 0,03
"5:!! 1· Quartil 119,3 54,3 110,0 13,0 5,0 5,07 23 ,69 8,35 0,19
a- Mediana 130,0 83,S 126,0 17,7 7,5 13,50 39,30 22,60 0,36
C !l
.. o 3" Quartil 230,8 108,5 219,0 25,3 10,9 18,95 49,75 41,50 1,86
E Ó
:! lO M"'lmo 3'\0,0 1750 300,0 33,9 200 40,00 80,CD 56,00 47
iii> Média 166,8 90,3 157,8 19,0 8,8 13 ,94 39 ,16 25,22 0,89
Daevlo PMlrio 73,4 39,S 72,2 7,3 5,5 10 ,51 19,80 18,25 0,98

Formações carbonatadas do Jurássico

As formações carbonatadas juráss icas da metade oriental da área da folha 19-


A suportam dois sistemas aquíferos cársicos: o de "Ançã-Cantanhede" (ALMEIDA et
aI. , 2000) e parte do "Sistema Cársico da Bairrada" (SERRANO & GARCIA, 1997) que se
prolonga para Leste.

Sistema Ançã-Cantanhede

o sistema é suportado pelo Jurássico Médio qu e, do topo para a base , é


representado, pelos Calcários de Andorinha, Calcários de Ançã e Formação de
Póvoa da Lomba, sucessivamente. Os Calcários de Andorinha e de Ançã consti-
tuem as principais unidades aquíferas do sistema , desempenhando as fácies mais
30
margosas das Formações de Póvoa da Lomba e de S. Gião (Jurássico Inferior) a
função de subst rato, individualizando também este sistema aquífero do subjacente
Cársico da Bairrada. Os principais pontos de descarga natural do sistema são as
nascentes de Ançã e de Portunhos que, pela sua localização na margem direita da
Ribeira de Ançã, indicam que o escoamento subterrâneo, através da rede cársica ,
se processa preferencialmente para Sudeste. O caudal da Nascente de Ançã varia
entre o valor mínimo de estio de 49 Us e o valor máximo invernal de 629 U s, sendo
a mediana de 268 U so A Figura 2 evidencia a elevada amplitude da variação sazonal
da produtividade desta nascente com comportamento típico dos meios cársicos .
No que diz respeito aos furos que captam neste sistema aquífero, os mais pro-
dutivos localizam-se perto das exsurgências, intersectanto as condutas cársicas.
No Quadro 3 apresentam-se alguns dados estatísticos relativos às suas caracterís-
ticas geométricas e prod utividade.

650
600
550 11
,'\ ' "1
500
450
• ,•
I
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.. 400
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J
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i ~ i ~ 1~ i ~ i ~ i ~ i ~ ~ ~ í ~ I ~ I J~ I i ~ i i i I i ~ i ~ ~ 1i i i ~
Fig. 2 - Variação do caudalda nascente de Ançã (período 1997-2006).
(Dados de monitorização cedidos pela DSMAlCCDRC)

Sistema Cársico da Bairrada

O Sistema Cársico da Bairrada é suportado por rochas do Jurássico Inferior


(Liásico) que, do topo para a base, constituem , sucessivamente, as Formações de
S. Gião (margas calcárias), Lemede (calcários margosos), Vale das Fontes (margas
e calcários margosos) e Coimbra (sequências essencialmente calcárias e calco-
margosas carsificadas das Camadas de Coimbra). Estas camadas da Formação de
Coimbra e os calcários margosos de Lemede apresentam melhor aptidão aquífera
do que as outras formações de carácter marcadamente margoso, com permeabili-
dade muito reduzida e que funcionam como aquitardos ou como substrato e/ou
tecto impermeável de unidades aquíferas.
Na área da folha 19-A, a exsurgência de Olhos de Fervença, existente nas Ca-
madas de Coimbra , const itui a principal descarga natural do sistema, variando o
caudal, conforme se evidencia na Figura 3, entre o valor mínimo de estio de 17 Us
31
e o valor máximo invernal de 193 Us , sendo a mediana de 92 Uso CORREIA et ai. ,
(1999), recorrendo à análise de hidrogramas de esgotamento da exsurgência , esti-
mam que em caso de um período de estio muito prolongado , o sistema tem capa -
cidade de garantir um caudal médio mensal na ordem de 221000 rn' durante cerca
de 9 meses consecutivos.

~r
.
115
~
60

- 115
X J I~ 1111
á
ii vo
171] ~\ [~ V A
h, /I
] 75
V ~ Y ~ J\

50
\J ~ I 7J , J 1
25
...J ~ IJ rl
.N -r

Fig. 3 - Variação do caudal dos Olhos de Fervença (período 1997-2006).


(Dados de monitorização cedidospeja DSMNCCDRC).

Nas proximidades dos Olhos de Fervença, é também de referir um conjunto de


três poços , dos quais um, com 16,7 m de profundidade, é capaz de proporcionar
um caudal de 200 Us com rebaixamento de nível de 4,4 m; os outros dois com 16,5
m de profund idade podem debitar 110 Us cada.
Relativamente aos furos de captação , como é caracter ístico neste tipo de siste-
mas, o seu sucesso depende da intersecção de acidentes tectónicos e de zonas
carsificadas, da proximidade dos circuitos de escoamento subterrâneo das princi -
pais.exsurgências e da proximidade de zonas de contacto Iitológico com contraste
de permeabil idade. Os caudais são bastante variáveis, tanto podendo ser pratica-
mente nulos, como atingir a dezena de litros por segundo . No Quadro 3 apresen-
tam-se alguns dados estatísticos relativos às características geométricas e à produ -
tividade de furos.
Em jeito de síntese, a aptidão aquífera das formações geológicas da área da
folha 19-A representa-se na coluna hidrogeológica simplificada, conforme Figura 4.

Hidroquímica

Com base em ALMEIDA et ai. (2000) e num conjunto de análises físico-químicas


que constam do inventário do Departamento de Hidrogeologia do INETI e outras
cedidas pela DSMNCCDRC, apresenta-se no Quadro 4 uma breve caracterização
do quimismo das águas subterrâneas.
32
Quadro 3 - Dados e sta tísticos relativos às ca racte rís tica s geométr ica s e à produtividad e de furos dos Sistemas
Ançã -Cantanhed e e Cársico da Bairrada na á rea da folha 19-A,

Prol. dos Prof . dos drenos Campo Prol. dos níveis Caudal
Ceudal NHD·NHE
furos (m) drenado (m) espe cifico
(Us) (m)
(m) Inicial Final ("lo) NHE NHD (Us. m)

NO de Dados 7 7 7 7 7 6 6 6 6
Mínimo 58.0 22,0 52,0 15,0 1,4 13.00 30.00 11,00 0,07
-8
.!J l ' Quartil 67,5 29,0 67,0 27,0 3,4 20.25 33.25 17,50 0.15
is: ~III ~o:: Mediana 80.0 50.0 75,0 34,1 4.0 23,00 42,50 19,50 0.18
e 0::« 3' Quartil 94.0 56,5 81,0 42,5 4,8 27,25 48.75 20.00 0.26
~ ~
o:: Máximo 120.0 65.0 100.0 517 5,5 30,00 60.00 32,00 0,45
~
c:l li Média 83.0 44.0 74,7 34,3 3,9 22.83 42.67 19.83 0.22
...... N
Desvio Padrio 22.0 17.0 15,6 13.2 1,4 6.18 11.52 6,85 0.13
.i NO de Dados 12 ' ope n-hole ' 11 9 9 9 9
.e -8 Minimo 12.6 0.0 0,00 0.85 0.85 0,05
'"" e
«'" c a l ' Quartil 15,3 1,0 2,08 5,50 2,30 0,38
lO B .r: Mediana 18.0 1.3 3.30 5.90 2.50 0.57
!. ~ 1:"oo::~

~
3' Quartil 20.3 12,0 3.60 6,00 2,70 3.59
iii "~ o. Mbimo 39.3 27.5 7,50 16.00 13.92 11,76
N
li Média 20.6 6.6 3.09 6,82 3,73 3.21
Desvio Padrio 8,2 8,9 2.06 4.14 3.91 4.76
NO de Dados 17 17 17 17 17 7 7 7 7
Mínimo 43.0 200 37 O 12,8 0.8 450 940 100 0,02
e
~8~
l 'Quartil 68,0 30,0 60,0 16,3 2,5 24.85 33,40 3.85 0,15
'" e
«';.:
Mediana 73.0 44,0 70,0 21,8 3,0 30.00 38,40 18.70 0,53
E~ ál 3' Quartil 110.0 60,0 107.0 26,5 4,8 30.75 59,00 28.75 0.96
!u~
iii
. Máximo
Média
180,0
91.1
130.0
48,5
172.0
84,9
41.7
23,1
10,0
3,9
33.00
25,53
133,00
52.23
102,00
26.70
5,00
1.11
Desvio Padrão 39,1 27,5 37,4 8.3 2.3 10.22 39,48 35.24 1.76

! Agradecimento

Em nome do DH/INETI, o autor agradece à CCDRC, nas pessoas do Presidente


e do Director dos Serviços de Monitorização Amb iental , o acolhimento pessoal
e a cedência de dados sobre captações de água subterrânea - Texto entregue a
17/Dezembro/2007,

33
Duna. e erele.
"' :;': ; ' , .,,:-. ',:, Sistema Aqu lfero
Pilo.
-O uatemãr1o
eóllcaa
Areias . sel)(os 8
.'..
.. , ...
. .. .,.., ...
.., .... ....
. ... Aqu lfe ro I
"
(Mio)-
I Aqu it a rd o P li o - Q u a te rn á rio
Miocénico-
.Paleogénlco

Arenitos e Argilas Aqu ifero I eU)


de Viso I Aq u itardo ~lIl
o - 1j
o :l 'C
"õ O"Q)
s G rés de 0111 «::J
~ G rés de Furad ou ro lIlO
o C alcário s de T entú g al E 6
............ Aqu lfe ro Q) U)
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~:~:~:~~:~:~:~:~:~:~:~~~:~:~~:~: i:i5
Arenitos de Carrascal

CalcArias de
A ndorinha
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~ I T Ql Ql
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::J c:
A qul fe ro o"CIl
Oercénce de Ança
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CIl CIl
8
"iii EY
III Ql Il1l
-l1l
..,:; :m g-
C/) <i.
Formaçllode
Póvoa da Lo m b a
Aq ulfero I
(calcários margosos) I Aqultardo

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~:.... _ -
- =-
- -=
-
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l:- =-=
-
Formaçllo de S .Gillo
(margas caíc ànas) ~:-. . -= --=- --=- A quit a r d o

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- - - - - -
- - -
sc: - - - - - -
,:....- - - - -
8
"iii
III
-l1l
~:....=-=-=
..,:; r=-=-=
- - - --

Fo rmaçllo de Lemede
(catcários margosos)
Aqu lfe ro

(m) Formaçllo de Vale


das Fo n tes Aqultardo
(margas e calcârios
150]
100
margosos)

Formaçao de Coimbra
50 (cerc ártos e A qulfero
ca lcérios m ar go so s)
O

Fig" 4 - Coluna hidrogeológica simplificada da área da folha 19-A.

34
Quadro 4 - Características hidroquimicas das formações geológicas.

Condutividade
Qualidade p a r a consumo
pH eléctrica Fácies Obse rvações
humano
(!JS/cm)

A qualidade das águas das unidades aquiferas


subordinadas ao rio é condicionada pela
qualidade da água deste , verificando-se também
Fraca ,
Aluviões do zonamento hidroquimico influenciado por
7,3 780 HC0 3-CI -Na com elevados teores de Fe e
Mondego descargas a part ir das formações geológ icas
presença de nitrilos .
adjacentes. Na zona de S. Silvesl1e, as aluviões
Pll o -ouaternário assentam sobre as formações del1lticas e
carbonatadas do Cretácico.

VariaçAo entre A qualidade das águas das unidades aquiferas


dois tipos Boa, subordinadas á lagoa é condicionada pela
Zona da Lagoa 5,5- 7,3 100-344 extremos : apesa r do pH por vezes baixo e qualidade da água desta que, por sua vez,
das Braças IN=6: Mediana=6.3) (N=6; Medíana=222)
CI-Na dos teores de Fe elevados . parece ser influenciada pela drenagem das
HC0 3-Ca formações carbonatadas do Cretácico .
Variação entre Boa,
dois tipos não excedendo em regra os Varia bilida de flsico-qulmica das águas
Sistema de Tentúgal
6,4; 6,5; 7,2 100; 130; 684 extremos: valores normativos . Casos de de três furos captadas em nlveis arenlticos e
(Cretácico)
CI·Na conta minação por nitratos na carbonatados.
HCO,.Ca zona de Tentúgal.
Varíaçãc entre Boa,
Sistema dois tipos n ão excedendo em regra os
6,3-7,7 140-570 Variabilidade fisico-quimica das águas
Vlso-oueridas extremos : valores normativos.
IN=6: Medíana=6.8) (N=6; Medíana=275) captadas em nlveis arenlticos e carbonatados.
(Cretáci co) CI·Na Contaminação por nitratos na
HCO,.Ca zona da Tocha .
Sistema Boa,
Observações nas nascentes de Ançã e
AnçA-Cantanhede 7,1; 7,2 670; 700 HCO,.Ca apesar de alguns indlcios de
Portunhos.
FormaçOes (Jurássico Médio) contaminação por nitratos ,
carbonatadas do
Ju ráss ico Sistema Cársico Boa, apesar de alguma • Observações na nascente dos Arcos (Anadia) .
HC0 3-Mg-Ca '
da Bairrada 7,5'; 7,6" 430' ; 470" contaminação por nitratos na .. Observações nos Olhos de Fervença
HC03-Ca"
(Jurássico Inferior) nascente dos Arcos (Anadia). (Cantanhede).

w
c.n
VII - ARQUEOLOGIA

Paleolítico - foram encontrados na área desta folha instrumentos do Paleolítico


antigo, médio e superior nos seguintes locais: Carga do Encheiro, a 2,5 km a Oeste
de Cadima (Cantanhede); Ferraria, 3 Km a NW de Portunhos ; Fonte Quente, a 2 Km
a WNW de Carapinheira; Arrotas: - a 1 Km a Sul de Cord inhã nos terraços de
Tentúgal e Lamarosa.
Pós-Paleolítico - Nesta rubrica há apenas a assinalar vestígios de monumentos
megalíticos encontrados, por volta de 1781, por curiosos que descobriram restos
de esqueletos humanos entre Quiaios e o oceano , por ocasião de uma tempestade,
a Sul, que removeu a areia de duna e pôs a descoberto aqueles monumentos.

36
VIII - BIBLIOGRAFIA
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