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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS


DEPARTAMENTO DE GEOTECNIA

GEOTECNIA ?. 3
(1992)
g

i
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Ü1 B
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w A.J.S. Bjornberg
ò
T.B. Celestino
J.C.A. Cintra
N. Gaioto
N. Gandolfí
A.B. Paraguassu
J. E. Rodrigues
i fila O. M. Vilar

•e.l

SÃO CARLOS, 1994


PUBLICAÇÃO 091/94
APRESENTAÇÃO

A produção científica dos docentes do Departamento


de Geotecnia da EESC/USP é publicada geralmente em
congressos e revistas, nacionais e internacionais. Portanto,
para ter acesso a essas publicações é preciso consultar
inúmeros anais de congressos e volumes de revistas, o que
não é prática comum entre os alunos de graduação.
Por isso,resolveu-se criar essa coleção, reunindo
em cada volume os principais trabalhos científicos do ano,
o
começando pelo ano de 1990. Apresentamos agora o n . 3,
correspondente ao ano de 1992. o objetivo é facilitar ao
máximo a consulta pelos alunos de graduação e, também,
divulgar a parte mais importante da produção científica dos
docentes do Departamento de Geotecnia. Muitos dos trabalhos
são publicados em co-autoria com pós-graduandos da área de
Geotecnia ou com docentes credenciados na área de pós-
graduação em Geotecnia da EESC/USP mas vinculados a outras
instituições.
No índice são destacas as referências completas
das publicações originais, em ordem alfabética do primeiro
autor de cada trabalho.

São Carlos, outubro de 1994

Prof.Dr. José Carlos A. Cintra


Coordenador da Área de Pós-Graduação
em Geotecnia
ÍNDICE

1. BJORNBERG, A.J.S. Microestrutura dos solos. In: MESA ~DONQ~:_S():L.C>,S


DA CIDADE DE SÃO PAULO, São Paulo, 12-14 mai., 1992. ;i Anais. São ·~: :,~ ••-. i" :
Paulo, ABMSIABEF, 1992. p. 95-109 ....................... ···--· ~·. ;·.<~ ~~~-. ..1

2. CELESTINO, T. B. Proj etc de revestimento de túneis em concreto


projetado. In: ENCONTRO TÉCNICO DO CBT TÚNEIS EM SOLOS, 1., São
Paulo, dez. 1992. Anais. São Paulo, ABMSICBT, 1992. p.1-21 ..... 16

3. LEVACHER, D.; GARNIER, J.; CINTRA, J. C .A. Essais de pieux en


centrifugeuse. In: JOURNÉES NATIONALES GÉNIE CIVIL - GÉNIE CÔTIER,
Nantes, France, 26-28 fev., 1992. Annales. Nantes, Université de
Nantes, 1992. p .• 200-208 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . • . . . . . . . . . . . . . . . . 37

4. PARAGUASSU, A.B.; RODRIGUES, J.E.; VILAR, O.M.; GANDOLFI, N.;


ZUQUETTE, L.V. Engineering geological mapping and potential
geological hazards in east-central region of Sao Paulo State
(Brazil). In: SIMPOSIO LATINO AMERICANO DE RIESGO GEOLOGICO
URBANO, 2. I CONFERENCIA COLOMBIANA DE GEOLOGIA AMBIENTAL, 2.,
Pereira, Colombia, Jul 15-18, 1992. Memorias. Pereira, Sociedad
Colombiana de Geologia, 1992. v.2, p.411-422 ..•.................. 46

S. PARAGUASSU, A.B.; ROHM, s.A. Evolução da resistência da superfície


de taludes em sedimentos cenozóicos provocada pela cimentação
natural. Geociências, v.1l, n.2, p.181-190, 1992 ..•....•......... 57

6. QUEIRÓZ, R.C.; GAIOTO, N. Study of slope stability on tropical


regions utilising back analysis. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON
LANDSLIDES, 6., Christchurch, N.Zealand, Feb. 10-14, 1992.
Proceedings. Rotterdam, Balkema, 1992. p.1399-1403 .............. 67

7. ROCHA, H.C.; CELESTINO, T.B. conhecimentos recentes sobre a bacia de


São Paulo e o projeto e construção de túneis. In: SEMINÁRIO SOBRE
PROBLEMAS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO
PAULO, São Paulo, 8-10 abr. 1992. Anais. São Paulo,
ABASIABGEISBG, 1992. p.97-113 .......................•............ 72

8. VILAR, O.M.; GANDOUR, R. A expansibilidade de sedimentos da Formação


Corumbataí quando compactados. Geociências, v.11, n.2, p.163-179,
1992 . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . • . • . . . . . . • . . . . . . . 89

9. ZUQUETTE, L. V.; GANDOLFI, N. The importance o f the engineering


geological mapping for regional planning: an example from the
Campinas region (Brazil). In: SIMPOSIO LATINO AMERICANO DE RIESGO
GEOLOGICO URBANO, 2. I CONFERENCIA COLOMBIANA DE GEOLOGIA
AMBIENTAL, 2., Pereira, Jul. 15-18, 1992. Memorias Pereira,
Sociedad Colombiana de Geologia, 1992. v.1, p.469-482 ........•... 106
10. ZUQUETTE, L. V. ; GANDOLFI, N. Mapeamento geotécnico da reg~ao de
Campinas (SP, Brasil) e sua importância para o planejamento
regional. Geociências, v.11, n.2, p.191-206, 1992 ...•.•..••...... 120

11. ZUQUETTE, L.V.; PEJON, O.J.; GANDOLFI, N. Sistemática para


elaboração de cartas de riscos para fins de planejamento regional.
In: SIMPOSIO LATINO AMERICANO DE RIESGO GEOLOGICO URBANO, 2. I
CONFERENCIA COLOMBIANA DE GEOLOGIA AMBIENTAL, 2., Pereira,
Colombia, Jul. 15-18, 1992. Memorias. Pereira, Sociedad
Colombiana de Geologia, 1992. v.2, p.525-541 .....••••••.•••.••••• 136

12. ZUQUETTE, L. V. i PEJON, O. J. ; SINELLI, O. ; GANDOLFI, N. i SOUZA,


N.C.D.C. Zonification preliminar de los posibles riesgos y
condiciones geotecnicas de la region nordeste del Estado de Sao
Paulo (Brasil) . In SIMPOSIO LATINO AMERICANO DE RIESGO GEOLOGICO
URBANO, 2. I CONFERENCIA COLOMBIANA DE GEOLOGIA AMBIENTAL, 2,
Pereira, Jul. 15-18, 1992. Memorias. Pereira, Sociedade Colombiana
de Geologia, 1992. v.1, p. 495-501. .........••••••••••.•..•.•••... 152
1

MICROES1RUNRA DOS SOLOS


Alfredo J. S. Bjomberg

OBJETIVO

O trabalho se refere a micro estruturas definidas como des


continuidades menores que falhamentos e também, a canalículos de
origem orgânica. São fornecidos alguns exemplos de interesse geotéE
nico e seu provável relacionamento com estruturas de maior porte
(no caso das descontinuidades). Foi adotado um modelo tectônico sim
ples para facilitar a avaliação das condições e previsões de ocor-
rência. Com relação aos canalículos são consideradas suas origens e
também futuras possibilidades de aparecimento na bacia sedimentar.

1. INTRODUçAO

A experiência adquirida em escavações subterrâneas e estudos


de risco, na área da Grande são Paulo e, adicionalmente, informações
verbais e bibliográficas de especialistas que trabalham na mesma
região, forneceram subsídios para que se pudesse apresentar alguns
comentários referentes às rnicroestruturas encontradas.
O objetivo principal deste trabalho é o de fornecer alguns ele
mentes adicionais aos numerosos e excelentes estudos já executados
sobre o assunto e que possam ter alguma utilidade aos que realizam
obras civis nessa área.
As rnicroestruturas a serem abordadas referem-se a desconti
nuidades de menor porte, corno fissuras, fraturas, diaclasses e ca-
naliculos.
1.1. DEFINiçAo DE MICROESTRUTURAS

As rnicroestruturas a serern.consideradas são de dois tipos


principais: fraturas e canaliculos. As primeiras definem-se como
planos de rupturas de menor potência que os falhamentos, entretan
to, diretamente relacionadas a essas estruturas maiores. Como os
falhamentos possuem vários quilômetros de extensão, as microfratu
ras são consideradas como descontinuidades que variam, em tamanho~
de centímetros a vários metros, e facilmente visíveis nos aflorame~
tos·ã vista desarmada. Os canaliculos podem ser definidos como p~
quenas aberturas alongadas, aproximadamente cilíndricas, de diâme-
tro máximo centimétrico e de extensão métrica. Os canaliculos, con
siderados neste trabalho, são microestruturas encontradas em argT
las variegadas, logo abaixo da argila porosa da Av. Paulista (esc~
2

vações do METRO) .

1. 2. SÜMULA SOBRE A TECTÔNICA DA BACIA

Sabe-se gue a Bacia de São Paulo se desenvolve sobre rochas


cristalinas pre-cambrianas muito tectonizadas por falhamentos e do
bramentos. Os tectonismos mais antigos foram de caráter transcor--
rente, dextrais, com forte estiramento na direção N-60-70-E a E-W
(Fig. 1). No início do Terciário, ocorreram falhamentos normais (de

Figura l. Falhamento Transcorrente

t~ação} cue permitiram o acúmulo de sedimentos nas bacias de afunda


T:1·'2Tlt::Jge:~adas nessa época. A distensão maior foi segundo NW-SE com
plaDos de fraturamento dispostos perpendicularmente a esta direção,
acompanhando a antiga orientação transcorrente, porim com mergulhos
mais brandos, adaptados ao novo estado de tensões, compativel ao ar
CJ.'.lec.c'<entc ocorrente (Fig. 2). Mais recentemente, surgiram esforços

la FASE
Inicio porslmplestrcç<:ro

2c FASE
Clsctl'lamonto

tronscorrentes anteriores

Figura 2. Falhamento Normal

compressivos, dirigidos para NW, atuando agora também sobre os sedi


mentes, gerando transcorrências vol tada.s para o setor mencionado e
falhamentos inversos (de baixo ãngulo), aproximadamente paralelos
às antigas direções N-60-70-E (Fig. 3). Acredita-se que, em fase
3

ainda mais recente, teriam ocorrido novas reativações.

NNW.... 2a tronscorrenclo

/z
Falha normal
./
Folh., lnvono~ t r,
Figura 3. Falhamento Inverso

1. 3. FALHAMENTOS TRANSCORREN'TES

Falhamentos transcorrentes de direção N-60-70-E até E-W sao


muito longos, alguns extendendo-se pela Bacia de São Paulo e Vale
do Paraíba; com várias dezenas de quilõmetros. As transcorrências
orientadas segundo NW e NE apresentam-se menos alongadas, algumas
não chegando aos limites da Bacia. Os falhamentos transcorrentes
apresentam características importantes, que devem ser consideradas
antes de se analisar os exemplos de interesse ocorrentes na Bacia
de São Paulo.
São enumeradas, a seguir, algumas de suas propriedades . (Koide
e Bhattakarji, 1977):
Verticalidade e movimentação horizontal cisalhante acampa-
nhando aproximadamente a direção do fraturamento.
As irregularidades do contato entre dois planos cisalhantes
(imbricacões ou ondulações) se constituem em obstáculos à movimen
tacão dos blocos, formando pontos de acúmulo de tensões.
As tensões, nesse caso, serão compressivas (zonas secundárias
de compressão), quando localizadas ã frente dos blocos que se movi
mentam, ou de tração (zonas secundárias de tração), quando os blÕ
cos já ultrapassaram úm determinado obstáculo (Fig. 4).
As extremidades do plano de falhamento transcorrente sao tam
bém considerada~ como limitações ã movimentação dos blocos de com
pressão e tração, conforme já esclarecido no item anterior (Fig. sT
(Koide e Bhattakarji, 1977).
Certos tipos de abalos sísmicos podem ocorrer nas áreas onde
tais obstáculos devem ser vencidos, portanto, onde é mobilizada a
coesão aparente do maciço rochoso (Goodman, 1976).
Nas zonas secundárias de compressão, além dos abalos sismi
cos mencionados, são comuns os falhamentos inversos.
Após estas considerações, fica claro ao leitor, que em áreas
de recorrência sucessiva de transcorrências isodirecionais há um
"alisamento" entre planos cisalhantes, perdendo-se totalmente o
efeito coesivo (coesão aparente mencionada), havendo uma forte qu~
da na resistência cisalhamente.
As transcorréncias N-60-70-E a E-W longas e retilíneas seriam
desse tipo, não tivessem elas sofrido imbricamento e bloqueio cau-
sado pelos falhamentos subsequentes (normais e transcorrentes), dis
postos em direções cruzadas aos primeiros (Fig. 4).
4

Zona da eamprcs$êio:C
Zona de traça' o" T

Figura 4. Transcorrência com Acúmulo de Tensões

Lembra-se que, sob tensões elevadas, a ruptura no falhamento


principal caus~ redistribuição de esforços capazes de gerar cisalha
mentos direcionais secundários e ramificações em atitudes diferen
tes da principal.

Acllmulo tletens6es

Figura 5. Transcorrência Incipiente


5
1. 4. FALBAMENTOS NORMAIS

Os falhamentos normais sao os mais claros na geomorfologia


paulistana, tipicamente representados por blocos adernados para N e
NW. As drenagens consequentes e subsequentes implantadas sobre es-
sas massas são facilmente encontradas nas plantas geológica e top2
gráficas existentes. Entretanto, algumas evidências morfolÓgicas,
tais como escalonamento de cristas da Serra da Cantareira, dirigi
das no eixo NEE-SWW, e a drenagem de longos trechos dos rios Baqui~
rivu, Paraitinga, alto Tietê, trechos do Aricanduva, trechos do São
João, Poá-Pirajussara e outros, indicam que teria ocorrido também
um arqueamento na direção N-40-60-E de flexão e adernamentos mais
brandos, ocupando o eixo longitudinal da Bacia (Fig. 6). Evidências

N ARQUEAMENTO BRAHOO E

Figura 6. Desenho Esquemático dos Dois Tipos de Arqueamento.

comprobatórias adicionais são indicadas pelos "nick points" ou divi-


são de quedas dos rios que drenam toda a área. Falhamentos secundá-
rios de direção aproximada NS, nas bordas da Bacia, favorecem a mes
ma idéia (Coimbra et al, 1983).

1.5. DIVISÃO DE QUEDAS

A divisão de quedas é indício característico dos arqueamentos


crustais. A cada levantamento da crosta '(soerguimentos), correspon
de um degrau de alteamento topográfico e quebra na seção longitudT
nal do rio que drena a área afetada. A curvatura do perfil longitu~
dinal, de um "nick point" a outro, mostra algumas características do
movimento ascendente e o conjunto ~e divisões fornece o subsidio
para análise do arqueamento como um todo. Com base em plantas topo-
gráficas cotadas, de restituição aerofotogramétrica, foi possível
traçar alguns perfis longitudinais e determinar a equação das cur-
vas, bem como seu grau de correlação com os pontos cartografados.
Levantamentos preliminares, resultantes desse estudo, revelam
alguns dados de interesse, relatados a seguir.
As correlações estatísticas indicam melhor aderência dos per
fis a curvas exponenciais, do tipo y = BeMx, em cada trecho entre
divisão de quedas (Fig. 7).
Este tipo de curva, com assíntota longa, indica que o proce~
so de arqueamento se deu em etapas breves, com prolongados periodos
de quietude. Dentro da Bacia, partindo-se do Tietê para niveis mais
6

o 100m
'-o Rio das Pedraa
'-o
'-....,o............ y• 769.5 8 1,34E-5x
0....___0

~770m
Rib. euolubo
----o770m
"""-o
----
....__o ---~-----o~ y= 759, 80 1,12E-19:a
Rlb.Gamellnha
y= 749,tsea,9E-6:a
o
--------------o~Om
-
Figura 7. Exemplo de Divisão de Quedas. Rio das Pedras.

altos, são encontradas quatro nítidas quebras de perfil. Há peque


nas discrepãncias altimétricas entre os "nick points" em perfis vi:
zinhos, sobre litologias iguais, indicando que em um mesmo grande
bloco adernado poderá haver deslocamentos diferenciais próximos.
Ao longo do eixo maior da Bacia, o fraturamento causado pelo
arqueamento brando é de caráter incipiente, encontrando-se no está
gio inicial dos falhamentos normais. t representado por fraturas
curtas, de meio metro a um metro de extensão, com características
nítidas de tração, isto é, sem evidências claras de cisalharnento,
e enquadram-se perfeitamente na definição de microestrutura propos
ta. Geralmente, os blocos intervenientes apenas se afastam perpendi
cularmente ao maior eixo mencionado e a ruptura se apresenta próxi:
ma à vertical, e, adicionalmente, irregular (ondulada ou serrilha
da) (Fig. 2 - 1<1 fase). A densidade dessas fraturas normalmente e
pequena, ocorrendo em poucos afloramentos. A área onde aparecem com
mais nitidez encontra-se junto aos contrafortes da Serra da Canta-
reira, Favela da Santa Casa, Vila Filhos da Terra (sobre filitos),
bem corno, no túnel sob o rio Pinheiros, em sedimentos da Formação
São Paulo (Taguá). Nota-se que estas fraturas encontram-se, prefe-
rencialmente, no meio das grandes massas adernadas. (Fig. 8)

1. 6. FALBAMENTOS INVERSOS

Os falhamentos inversos, geralmente, acompanham os falha~n


tos transcorrentes, porque resultam de um estado de tensóes simil~
ao que gera estes últimos. Os esforços compressivos horizontais ne-
cessários devem localizar-se próximos à superfície e o esforco ver
tical advindo do peso próprio do maciço deve ser baixo. Assim, as
condições ideais encontram-se nas áreas profundamente erodidas, com
remoção de grandes volumes de rocha, como, por exemplo, nas encos-
tas dos vales abertos e principalmente na própria calha dos rios de
7

Figura 8. Desenho de Afloramento. Favela da Santa Casa.


Vila Filhos da Terra (Filito Alterado). A Xis
tosidade é Paralela ao Talude e a Fratura Per
pendicular a Ambas.

maior porte de uma determinada região, afetada pelos esforços hori


zontais mencionados (Patton & Hendron, 1~74). Nas áreas intensamen-
te aplainadas, poderá ocorrer o mesmo fenômeno, sempre à pouca pro
fundidade. Geralmente, as fraturas subhorizontais são curtas, centi
métricas até poucos metros de extensão, enquadrando-se bem na defi~
nição de microestruturas. Aqui, do mesmo modo que no caso das fra-
turas normais, que se originam por simples tração (Fig. 2), as des-
continuidades subhorizontais mostram-se, muitas vezes, pouco estria
das e/ou até mesmo onduladas.

2. AFLORAMENTOS COM MICROESTRU'tURAS FRATURADAS DE INTERESSE

2.1. RIO PINHEIROS E TIETE


Nas es~avações realizadas sob o Rio Pinheiros, no prolongame~
to da Av. Presidente Juscelino Kubitschek, em argilas rijas e duras
da Formação São Pau,lo, foram encontradas, predominantemente, fratu
ras curtas de extensão centimétrica, estriadas algumas vezes, subho
rizontais (inclinadas 250 a 40° com a horizontal). Os mergulhos mais
frequentes de fraturas conjugadas dispõem-se no sentido NE-SW e
NS-SN. Há, também, alguns planos secundários inclinados para SE
(Fig. 9A- estereograma}. Estes fraturamentos, quando mais extensos
que o normal e combinando-se por entrecruzamento, geraram desloca
mente de blocos na abóbada da escavação junto às estacas 115 a
115+10 (Fig. 9B). Em poço aberto no piso do túnel, próximo à estaca
138, surgiram fraturas com inclinação mais acentuada, de 450 a 50°,
e de direções voltadas para todos os azimutes. Outros afloramentos,
também com fraturas subhorizontais, oco~rem: na ombreira direita da
Barragem de Traição, sobre gnaisses e migmatitos (Fig. 101; no en-
contro do Tietê e Pinheiros (barragem móvel), sobre idênticas lito
logias; o mesmo acontecendo sob pilares da Ponte do Limão. Neste ca
so, a direção de descontinuidades é N-40-E e o mergulho, cerca de
400 para N.
Nas escavações do METRO da Av. Paulista, pouco abaixo do con
tato da argila porosa com argila variegada, junto da Estação da coTí
solacão, foram encontrados planos retilíneos laterizados, com vá=
rios centímetros de espessura e vários metros de extensão, ao lon
go da parede escavada.
Em razão de sua constante retilineidade e mergulho de a
8
40° em direção SW, são citados aqui como possíveis planos de fratu

\
\ I
v--,-
- -/'y/
/( \
I

Figura 9A. Fraturas de Maior Interesse

ramento subhorizontal, que teriam sido posteriormente consolidados


por minerais ferruginosos. Sua extensão para o interior do maciço
sedimentar não foi determinada.

Microfraturas, que podem ser consideradas como feições ~n!


ciais de falhamento normal, foram encontradas acompanhando paralel!
mente o eixo de escavação do túnel sob o rio Pinheiros (Fig. llA).
Estas fraturas, junto às subhorizontais mencionadas acima, indicu
superposição de eventos tectõnicos em épocas e condições diferentes
das que geraram as fraturas subhorizontais.
Nas escavações subterrâneas do METRO, entre Itaquera e Guaia
nazes, numa certa fase da obra, ocorreram abatimentos que culminã
ram com a queda de 300 m3 do maciço sedimentar (progressiva - cambQ
ta 128). Estes abatimentos ocorreram principalmente em razão do a~
mento do teor em areia dos sedimentos arena argilosos, existentes

Oesplaccnnento

Figura 9B. Desplacamento


9

Figura 10. Ombreira Direita. Usina de Traição.


Desenho de Fotografia.

nessa região e em razão do tempo de espera para implantar a conten


são do túnel. Entretanto, durante a execução do túnel, houve um sis
temático e rápido desplacamento da frente, com a formação de fatias
regulares e retas, de aiguns centímetros de espessura, o que fez su-
por que, além das razões apontadas acima, deveria também existir um
fraturamento incipiente paralelo ao avanço. Estas fraturas seriam si
milares às encontradas no túnel sob o rio Pinheiros porém, neste ca=
so, perpendiculares ao eixo de escavação (Fig. llB).
lO

Figura llA. Fratura de Tração nas Argilas


sob o Rio Pinheiros.

Figura llB. Fraturas Potenciais de Tração.


Trecho Itaquera-Guaianazes.

3. CAHALÍCULOS E CAVIDADES TUBULARES

3. 1. INTRODUçJ\0

Cavidades tubulares e canaliculos foram encontrados durante


a escavação do METRO na Av. Paulista, nas proximidades da Estação da
Consolação, na cota 796 a 800rn, pouco abaixo do contato argila por2
sa e argila variegada. Logo após a escavação, surgiram, por estes C!
naliculos, jatos d'água que atingiram inicialmente distâncias pouco
menores que 1 m da parede e que continuam vertendo água em pequenas
proporções. Com o intuito de se tentar estabelecer, de forma preli-
minar, a origem de tais feições, foram elas comparadas com oito
tipos de canaliculos, estudados em detalhe, e que tiveram irnportâ~
cia corno condicionantes de projeto em obras na Amazônia (Jury, 1989
e Jury e Paraguaçu, 1990) e em são Paulo, FEPASA de Araraquara {Quel
roz, 1986). Esses exemplos foram reunidos e condensados em uma úni·
ca tabela (a seguir) , çom um resumo de suas características mais im-
portantes.

3. 2 • OS CANAL!COLOS 00 METRO

Os canalículos do METRO localizam-se entre as cotas 796 e


800 rn, nas proximidades da estação Consolação e do túnel Paraiso,po~
11

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LOCAL/ CXJIT!IlJI- Dt~oo) l'I!!EII:Hl-
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co abaixo (de 16 a 20 m da Av. Paulista) do contato entre a argila


porosa e argila variegada. Os tubos maiores, com até 2 em de diâme-
tro, estão afastados, entre si, de um a vários m~tros, dispostos na
maioria dos casos subhorizontalrnente e limonitizados de forma con-
cêntrica, permanecendo muitas vezes um furo de diâmetro rnilimétrico
no seu eixo. Intercaladamente aos furos de maior diâmetro, ocorrem
furos menores, com inclinações mais aleatórias e dispostos em gru-
12

pos, mais densos, como mostra a Fig. 12 .. Os furos de maior di5.metro,


quando dispostos horizontalmente, acham-se. algumas vezes achatados e
as raras ocorrências subverticais apresentam diâmetro regular contí
nuo e preenchimento similar ao material circunvizinho de argila va=

... . ..

Figura 12. Esquema de Parte da Parede de Escavação.


Vista Frontal.

riegada, ou com um preenchimento limonitico pulverulento. Os canalí


culos penetram alguns metros para o interior do maciço, porém sua
continuidade e extensão não foram determinadas com precisão. Segundo
estimativas muito aproximadas, a camada de 4 m de espessura ocupada
pelos canalículos, comparada com a argila variegada, sem as referi-
das feições, apresenta uma permeabilidade cerca de dez vezes maior
que esta. ·
Ainda escoa água pelos canaliculos que se encontram na parte
inferior da camada de 4 metros mencionada, porém, com vazões sensi
velmente diminuídas quando comparadas com as originais.
Comparando-se os canaliculos do METRO, com os da Amazônia e do
interior de São Paulo, observa-se que apresentam poucas similarid~
des. As formas do METRO se assemelham vagamente àquelas onde~há ação
de raizes, aos tipos indicados como III e VI. As investigações rea-
lizadas, logo após a abertura do túnel e nas amostras coletadas, pe!
mitiram reconstruir e extrapolar a disposição dos canalículos para
o interior do maciço, como mostra a Fig. 13.
Admite-se, portanto, uma gênese radicular vegetal para as ref~
ridas feições. Poder-se-ia por em dúvida a capacidade das plantas ~
netrarem 20 m no solo (cota 816 do topo da Av. Paulista até 796 m,
cota dos canaliculos). Entretanto, na camada de 4 m, mais densamente
ocupada pelos canaliculos (entre cotas 800 e 796 m) ocorrem subhori
zontalmente canaliculos achatados, o que indica um substancial aden-
samento do solo . .
Acredita-se, portanto, que durante a formação das raizes as
plantas desenvolviam-se em solo (argila variegada) , 6uja cota máxima
teria atingido 800 m. Posteriormente, este solo teria sido recoberto
por argila porosa, as plantas teriam rnorrido e os maiore~ canalic~
los deixados pelos vegetais teriam se achatado por pressao da nova
camada sobrejacente. Estas hipóteses deverão, ainda, ser confirmadas
futuramente.
13

Figura 13. Corte Transversal ao Túnel (esquema)


Possíveis Condições de Enraizamento.

4. CONSIDERACOES FINAIS - PREVIS0ES

4.1. FRATURAS

Os sedimentos e solos da Bacia de São Paulo são solidários ao


Embasamento Cristalino e, portanto, apresentam microestruturas fra-
turadas coerentes ao macrotectonismo existente. A superposição de
ocorrências tectônicas, em diferentes épocas, em um mesmo local da
Bacia, bem como, as mudanças de estado de tensões, em trechos próxi
mos, modificando o tipo e grau de fraturamento, dificultam previ=
sões. Entretanto, de vários tectonismos, geralmente um prevalece so
bre os demais, o que permite fazer prognósticos aproximados em ai
quns casos, quando um mínimo de afloramentos e evidências geológicas
forem disponíveis nas proximidades ou na própria área de interesse.

4. 2. CANAL!CULOS

Os canaliculos estudados, dispõem-se entre cotas definidas


(aproximadamente), o que permite prever ocorrências similares nos
~smos niveis, em locais próximos. Novos estudos, executados com
~ior detalhe, deverão esclarecer melhor estas feições, até o pre-
sente, pouco investigadas e permitir prognósticos.

5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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15

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São Paulo.
16

Projeto de Revestimento de Túneis


em Concreto Projetado

Tarcísio Barreto Celestino

INTF!OOUÇiO

O~ métodos usuats de dtmenstonamento de suporte de túneis


con~•tleram o configuração da escavação e suporte, nem como
os carregamentos, corresponoente~ situação <Je
Otdormações estatlt tzoaas. Esta conftguração costuma
oçorrar cer~a de 2 dtàmetros atras aa frente ae escavação,
e não neces~artamaote corresponde à condtção mats críttca
nd lltdd de um túnel <Cetesttno. 1991). Pelo contrário, a
grande matorta dos actdentes com túnets ocorre exatamente
no tntervalo não analtsado constumetramente, ou
}unto frente escavação. Por exemplo, Ao c na e
Celesttno <1992) relatam a ocorrêncta de 2 actdentes com
túnets de esca~açiio ttpu mtnetra no Metrô de São Paulo em
1989 e 1990. Estas rupturas ocorreram a uma dtstâocta não
supertor a 2 dtiimetros da frente de escavação. Excett.taaos
problemas 1 1 gados a fenômeno físlco-químtcos lentos
tntrinsecos à mtneratogta de alguns mactços CEirekke e
Howard, 1972), dc1aentes distantes oa frente lle escavar;~o

5~0 raros. Dentre aqueles problemas eles tacam-se a


Ots~oluc;~o de CdiCttas e a expansão de esmectttas.

A1 9 uns fato r e s c o n t r 1 b u em par a torna r a reg tio Junto


frente como mat& vulner~vel. Entre eles destacam-se:
17

•l reg1io onoe õ$ v~r1ações de esforços aecorrent~~ ü~

escawaçio s~o ma1s pronunc1aaa~ e ma1s rap1das.

bl reg•io onae as veloctoaae ae aeformaç~o ao


oepanaentes ao tempo ~~o ~a1ores.

~> regtio onoe o suporte <no caso ae concreto proJetJOol


pooe &Inda não ter aaqu1r1do res1stênc1a suf1c•ente

~l reg•io onde o suporte poae a.naa não e~tar completo


tp~r e•emplo, arco •nvert1ao dtn~a não fecn~ao>.

o mac.ço e para o suporte, UtiÍIZdllàS


com o metol.lo ó 1:

c.,n~erginc•a-conf•namento, n~o seJcm ún1ca:.. A r•9••r

~epenae~ aa veloc10ade ae avanço oo túnel.

A cons&aeraçio ae cada um oeste~ fatores tera de tevJr em

conta ocr,gator.amente o trta.men~tonal tsmo úo con)ulltu


mac,ço-suporte pró••mo a frente e a ae~enaênc•a ao tt:miJ"
Jos co•portamentos ae aeformaçdo ao mac1ço e do concrc:t"
proJetaao, bem como da res1stênc1a oeste ulttmo.

A tntroauçio oestes efeitos po~e represent~r

$~O~~ancea1s de c~lculo nos moaelos ex1stente~. lsto poa~

eApl 1car por que n~o se tem levado em conta e~tes tJtor~~

em proJetos traatc•onals, A cons.aeração aa componente


w•s,osa de oeforma~io ao mac1ço poae ser fe1ta em muoelu~

fiumer•cos compleKOS <Costa et ai., 1985}. Entretdnto ~~

não se JuSttf•ca detKar de considerar fatores t~u

.mportantes e~ viSta aa capaCidade corrente de


ae ••toaos numer1cos, sem comprometer a S I mp I I C I da (I e
1,1t 11 llACiO.

Outro aspecto mu1to 1mportante ao prOJeto de um tilnel .Que


tem corr•que1ramente s100 resolv•Oo emptr1camente oentru
oas 1 1m1tações aa e.perJincta de métodos construt1 110~

correntes. é a necessidade ae cresc1mento oa res1stãnc•~

ao concreto proJetado a pequenas 1dades. Curvas oe


18

cre~ctmento ubualm~nte aaotddas bào obtidas a part.r ae


e~~.perliin'ctas bem suceataas com m<Htços semelnantes. e para
veiOCJ4ades oe escdwação compativet~ com os metoaos
construttvos correntes. O desenvolvimento oe no~os

equipamentos tem aumenta ao substanct<tlmente estas


veloc•oaoes. Na últtma década. no Mêtro de São Paulo por

exemplo, asststtu-se e um aumento na velOCidade de avanço


de túnets duplos oe 2m/ata para iOm/Ota. Em algum momento
estas velocidades seria multo elevadas para as
res1stinc1as a pequenas Idades ao concreto proJetao~

usualmente empregado, e uma redef1n1ção aestdS


reststinctas em bases empirtcas s~rà mutto dlspenatosa.
SerQ portanto Imprescindível lançar mão de modelos
numer1cos conftávete.

Esta trabalho apresenta o desenvolvimento de um mitooo oe


cálculo do t1po convergincta-conftnamento que levd em
conta comportamentos dependentes do tampo para o mactço e
para o concreto proJetado. São fettas comparações entre
ra~ultaaos obtidos e 1e1turas ae tnstrumentação em um
túnel ao Metrô ae S~o Paulo. Apresenta-~e a necessidade oe
resJstêncta a pequenas Idades parii túneis escallddos a
veloc1aaoas matares. Alem Otsto, são tndlcaoos os aspectús
relacionados a oepenaênc1a do tf'mrJo uo~ cunq.1urt •mentt•·· rtoc,

mactços e ao concreto proJetado que dever.iio ser m~lltor

c o n n e c 1 o os par a u t 1 11 z a ç ii o ma 1 s e f 1 c a z a e mu a e 1 os como
aqu1 apresentado.

MECANISMOS OE CARREGAMENTO DO SUPORTE JUNTO à FRENTE

A figura 1 apresenta esquematicamente os mecan1smos que


contribuem para o carregamento ao suporte práx1mo ii fren.t~

de escavação do túnel. Eles podem ser sumar1'Zaáos como


d e c o r r e n. t e s de do 1 s f at o r es b ás 1 c o s :

a> efetto trtdtmenstonal escavaçio ao < 1 + 1) éstmo


avanço, que SOliCitará pe 1 a vez o ú 1t 1 mo
19

i.-2. i-1

II
L_ ____. E= E(t)

FIGURA 1 - Mecanismos de carregamento do suporte junto à frente;


a) por avanço da frente; b) por deformação lenta do
maciço e do suporte.
20

segmento de suportetnstalado (t >. como também os


aamats, Ja carregados ater1ormente. e

D) aetormaç~o lenta do mac1ço após escavação. esta


reaçio Pc<t> ao suporte contra o
mõcaço, crescente com o tempo,mesmo que a frente ae
esca11c:tçio não allitnce. Este fenômeno, que será analisado
no ltem 2, 41 facilmente observado na Instrumentação em
reg1ões próx1mas a frentes áe escavaç~o que permanecem
p~rdOgS durante algum tempo <Ftgura 2). Como
curnosH!aae. estetúnel. antes da parai tsação,
prosseguHI sem nenhum problema. Após para I 1 sação
granaes desplacamentos passaram a ocorrer, e•tgtndo,
medtda~. não adotadas anteriormente. Isto é prova aa
1nfluincJa de aepenaincta ao tempo ao comportamento au
mac1ço, e sua 1mportinc1a, ;untamente com a sequêncla
oe avanços e paralisações, no desempenho ca obra.

A estes óo1s fatores deve-se acrescer a difiCuldade de que


d deformabl I Idade do suporte, no caso de concreto
pru;etado, ~ altamente dependente oo tempo. De fato, o
modulo de eldStlctdade var1a de praticamente zero no
ln5tdnte do lançamento até valores da ordem de 21GPa aos
28 dias, além de fluincta e retração. As matares
velOCidades ae acréscimo do módulo ocorrem extamente a
pequenas Hlades. Este fenômeno ser~ analtsado no 1 tem 'l.

Como a na 1 1 sado em ma1s aetathe no


será Item 5,
res1stinc1a do suporte cresce tambam ae valores quase
nulos após o lançamento até cerca ae 20 HPa aos 28 a1as.
Sob este aspecto, o conhecimento tecnoló91Co do concreto
evo1u1u bem ma1s que os métoaos de proJeto. Oe fato,
m~ttodos IOdlrtttos permitem a avaltaçio da res1stinc1a ao
concreto de6de cerca oe 6 mtnutos, enqudnto os métodos ae
proJeto usua1s somente conseguem calcular a resistência
necessar1a após alguns dias. O hiato ae conheCimento tem
stao suprido com tnformaçio puramente empirtca, constando
de curvas de res1stinc1a ao longo de tempo, usadas para
21

sa-~ iecdque SUJIU!icid e hafunda


SilCl lia• ; lC~O Pro~rtsliva ; ,S.t R

.
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·: s
·S ~
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·a i • ·U.O I

·:~ ~ ·lS. ·U 1••

•.• t.

FIGURA 2 . Exemplo de Recalque devido a deformação lenta do maciço.


22

tt1ferentee cond•çõea de màclço, águo, etc. fstaa curvos


vim principalmente de e~perlinc•a européia.

O efeito tr1d1mens1onaJ ae 01stànc1a crescente à trente a~

I!SC8\I&ÇàO em a na 1 1 s es planas fOI considerado por


diversos autores <Panet G u e I I e c. 1974. Schwartz
E1nste1n, 1980, etc.>. No presente trdbalho stlriio toma ao~
os resultados obtidOS por Scwartz e E1nste1n ( 1 980 )
iHHilltação oeste efetto. Em termos gerats, pode-se
que o mac•ço no entorno de um aeterm1nado segmento de
suporte t soliCitado
um acrésc1mapor ele carregamento
f1ctlc1o APe (figura 3) dado por

(1)
ano e
>-. " O, 9 B - O • 57 Ld/ R ( 2)

quandO a frente passa de uma diStância ld 1 para ld~· À e O


fator que 1 19a o carregamento flcticlo f1na1 Ptl do mac1ço
no entorno ae um se9mento Instalado a uma dlstãnc•a Ld ~a

frente de escavaç~o. R í o ra1o ao túnel e PI e a ten::.ão


tntclal do maciço.

Na fãs e apbs escavação, os ~esloc<:tmento:. no lance


analisado são resultantes ao carregamento ftctíc1o Pe=: PIA
<F1gura 4b). Após concretagem (figura 4c) atua no contorno
escavado a tensio Pc, reaçio ao concreto proJetado. Do
ponto de v1sta de deslocamento no maCIÇO, equ1va1ente
ana I 1sa r - 5e o ma c 1 ç o c om c a r r e g a m t: n t o P " Pe - p, .

As mesmas h1p6teses s1mpl lf1caaoras ao metoao ae scnawatz


e Etnsteln serão aqui assum1aas. Um método de c~lculo ora
em aesenvo1~1mento na Escola ae Engennar1a de S~o Carlos.
acopla elementos de contorno <para o mac1ço> e elemento:>
ae Darra para o suporte. Com IStO,serão e 1 1m1 nadas
htpbteses de seção transversal c•rculélr, profunatoade,
etc. A rapidez e 5 I mp I I C I da de de ut1 •zação serão
mantidas.
23

Pe

I l l l ~
__..,.

-
--
Pe

-
___.,..
® -
-
Pe

t f
Pe

Àd

ldl ldz ld
R R R

A Pe • ll À.d P1

----,.-..,.--,..,..,-l1"7'7'1--i--- - -,
I
I
I
I
---------+---A----- ...1

ldz

FIGURA 3 - Acréscimo de carregamento devido a distanciamento da frente de' escavação.


24

--
---
P1
--
- -- PI

t t t f
(a )
Ld

Pe

'' ~ -- -
-- o -
:: ttt
Pe
Pe

---
f t t t
--
---
Pe

( b) Pe

-- - --- --
-
--
-- --
-Pe c)-
o -- p

t t Pe t t t tp t t
( c) P = Pe- Pc
FIGURA 4 ~ Relação entre tensão inicial no maciço Pe, tensão fictícia no
lance analisado Pe, e carregamento no suporte Pc.
25
AEOLOGIA DO MACIÇO APôS ESCAVAClO

O çoaportamento ~e deformação ao longo ao tempo oe


mater•a•s como solo, rocna. concreto, etc poae ser
traouztdo pelo "odeio de Burgers apresentado na Figuro 5o.
Aquele modelo o capaz de representar aeformoção
tnstantlnea &o <decorrente da Instantânea
F1gura Se>. creep prlaárto caractertzaao pelas constdnte~
b, e lla • e c r 111 e p a e cu n dá r 1 o c a r a c te r t z a a o p e I a v 1 s c os 1 o c tl e
~e longo prazo n 2 . Este comportamento • oastcnte
caracterist•co tanto para rochas <Goooman. 1980) cumo
para SOlOS <MitChel I, 1976).

Oetara•nações dos~ parâmetros deformlllbll Idade por a


mac1ÇO& brasileiros &Inda são Celestino { 1985)
apresentou valores obtidOS em ensa1os de creep para umd
atteraçio n1droterma1 de casolto oa Usina ~e Porto
Pr11111&wera.

A cquaçio d1ferenc1a1 óas deformações <Hase, 1970) i


por·

Est& equação Jé fOI Integrada para alguns casos


carregaaento Simples. No caso de escavação Instantânea de
um túnel Circular sem suporte, em mac1ço com tens~o
•neceal &sotrópiCê 1gual a Pl, o problema pode ser trdtollo
c o ao ça r r e gaafl n to P c o n s ta n te . Go o dma n < 1 9 8 1 ) a p r e s e n t d a
1
solução oos ceelocamentos oe convergência ao longo do
tOIIIIIPO Gados por:

... = l
c. ... exp ( -

A eqwaçio Otferenc1a1 <3> p o oe se r f a c 1 1 mente 1 n te 9 r a o a


para representar Situações Maes real 1stas de escavação. Se
a 011111 t 1 r- a e por e uunp I o que o a 1 i v 1o pro v o c a do pela
26

p
l'Jz p
. . .___, \1\r--~D~--
- -
( Q )

SECUNDARIO

PRIMAR IO

... "
D€FOAMAÇAO INSTANTANEA

(b) t

Figura 5 - Modelo de Burgers para deformação lenta; a) Modelo Reológico


b) deformação ao longo do tempo para carregamento constante
27

5u b 5 t 1 tu t n do <4 > •• <3 >• a e q u a ç i o d 1 t 1 r 1 n c 1 11 & e r á I 1 na a r


Ge segunda ordelll, nio holftoginea. A antegraçio com
cona.ções •ntc•••s aproprtadas resulta em:

R
2

n• a ( 1 ~]
[ ~ ~ c, +
1-1
G.J - cç ••P ( -

<5)

• e$cavaçio ele u• lance de e11men~io S ao longo ae um tempo


t- provocare u• ativto que pode ser aproximado peta
função lenear

Pl (À.o - À. s /a )
t (6 )
te

o~ aestoca111entos poaerio ser ODttaos pala substttutçio ao


~.ilar Ge a obtidO em <6), na equação <5> e Po O E

ha aa lançamento ele concreto proJetado,


fa~e a frente
encontra-se parada, e não ha portanto acréscimo c:le

c•rregaatento Pe. Assume-se que o concreto só adquire


r,g,aez após a operação de concret~gem.

decorrentes apenas do Cleformeçio de

•• o

(7)
28

SubstttulnCo-se <2> em (7):

0, 57PUi1
Po " 2R <a>

REOLOGIA 00 CONCRETO PROJETADO A PEQUENAS IDADES

Pouco se conhece sobre a reologla co concreto proJetado a


paquenae Idades (0 a 4 dias>. Por outro lado, cu acordo
com recentes medidas de tensões obtidas com métodos
desen~ol~ldo na Unl~erstdade de Leoben <Gol ser et ai.,
1989) o exatamente nesta fase que a relação entre
aol 1c1taçio e reelstincla do concreto atinge valores ma1e
altos na v1da do túnel.

Parti reaiiHiçio cue medidas acima menc 1 onacJae. fOI

1n1c1ado na mesma Universidade um programa de pesquisa


para desenvolvimento de um modelo reológlco adequado para
concreto proJetado a pequenas Idades.

Aquela pesquisa ainda se encontra em andamento. Os


fundamentos foram apresentados por Schubert (1988> e
resultados bastante coerente& Já têm SidO obtidos.

Bas1camente, a deformação em um Instante L~z é obtida a


partir da equação:

& : & • (Q - Q ) /E • Q lll:; v b,c • A& (9)


2 & 2 i i 2 cS .IIK

onde os índices e 2 correspondem a doia lnataAtes


consecutl~os L
&
e t z Os símbolos c. o. E, llc.. A&d 8 A&s ..
correspondem respectivamente a deformação especifica,
tensão, módulo de elasticidade, variação ele fluência,
var1açio da deformaçio etéat1ca diferida e retração. Para
a vartaçio do módulo de elasticidade com o tempo é usada a
expressão proposta pelo CES - FIP 1978:

( 1 o)
29
• y
unoe E28 e o modulo ~os 28 C•~~ e'L a Idade em d1as.

Par~ a ret(açio, usa-se a e•pressio proposta pelo ACl t!ffi

1978·

( 11 )

onde &Stt» e a retração f 1 nal e B uma constante.

grandezad!i, ou não

P wb I I C O.

1hlfRACiO MACICO-SUPORTE

P~ra a solução co problema c e Interação entre mdc.~u.


suporte de concreto proJetado < 1 tem ~ l
eQuação (3) se torna não 1 1near, e sua tntegraçito :it:rct

oot1da numericamente.

O valor de p na equação <3> deve agora ser entendtCO comu


olferença entre o carregamento ftCtÍCIO atuant~: nu
~ac.ço Pe a tensão no contato com o concreto Pc.

Cao~ 1nstante t corresponde a um passo de tntegraç~o


ü conhecamento oas oertvadas ae p e u envolwem os valor!!~
P e u
I~ I•&

Ate~ equação 3, pode-se também


c~ correlacionar
acresc••o ce deslocamento no anel de concreto com o
acresc••o ele carrege11ento Pc, ut1112anao a equação 9
~ ... a for•• co11p1eta ou s1mp1 afacaoa. GeneriCamente,

.. I +t
- wI • <P C I +t - P C I ) a I • 11 I
<12)

Onde o. 1 I 6 1 sio ODtldOS aa equação (9).


30
As equações <3> e (12> p~rm1tem ~ Obtenç~o ~os novo~

valores ~e u e p a cada passo.

Com o moaelo apresentado ó ent~o possível obter os


aealoamentos e a tens~o no concreto proJetado aesae seu
lançamento.

APLICACIO

O modelo foi utl llzado para aJuste dos deslocamentos de


convergência observados em um túnel do Metrô ae s~o Paulo,
desde a fase de escavação até os pr•me•ros dias após
concretagem. O deslocamento rad1al do perímetro escavado
fol apro~1mado pela leitura do tassõmetro maas profundo,
s1tuaao cerca de 2m ac1ma ao topo ao túnel

Como nio se conhecem oe parâmetros de deformaç~o com o


tempo nem ao maciço nem dO concreto proJetado,
aJustaram-se os parâmetros ae ambos até se obter uma
concoraâncla razoável entre Instrumentação e moae1o.
Restringiram-se oe valores de G4 e G2 a ~alore~

compatíveis com o que se connece da Oeformabl I Idade do


maciço. Nio nouve preocupação de se obter o meJnor aJuste
possível, mesmo porque os pontos Instrumentação são
escassos.

Em relação ao concreto proJetado eKlstem as ma1ores


lacunas oe conhecimento oa reologla nas pr1me1ras noras
apóa lançamento. Nio valer ta a pena portanto ut1 I •zar a
forma mala geral da equação CS> para aumentar o esforço de
aJuste de parâmetros nesta faee tão prel 1m1nar. fm vez
disto, variou-se apenas o módulo de elasticidade f,
aaaumlndo que eate parâmetro englobe deformações devidas
nio só a varlaçio oe tensões, mas também a fluinc1a e
retração. Realmente, como será vtsto nos resultados, os
valores oe E após aJuste aio baixos.
31

a
protundldad~ de cerca de 15 metros. O aJuate fo1 fe•to com
o~ oado6 Ge escavação da calota. que tem área escavada oe
.,!l • z . os tempos de escavaçao
- e concretagem de cada 1 ance.
e • veloctdaoe med•a oe avanço eram respectivamente 2. 7
nora~. 2,0 noras e 2.0 m/dia.

ü~ oeslocamentos obtidos após aJuste dos parâmetros. e os


re~ultaoos de Instrumentação são apresen~ados na flgurõ
bà. tagura 6D apresenta os valores de módulo oe
e1a~t•c•aaoe do concreto ao longo ao tempo, após ii)USte.
o~ parâMetros ao solo após aJuste são G: 10 MPa, G ; 'o l z
1000 e valor elevado de n~
O
1 u:>t I f I C ta-se por não se ter rea I 1 2cHlO uma anel 1 se de 10090
pr,no. A nio concordância na F1gura 6a. resultanttl •

A tensão atuante no concreto proJetado ao longo do tampu


em confruntu
cum • curva de um aos concretos PrOJetados padroniZados
Austrta. Niio se apresenta aqui uma cur11a oe
e:.r.ectfacação IHas•1e1ra. Jil que. pelo menos em proJetos
~u Metr5 ae São Paulo, &Inda não se tornou usual
e:.~ec•f•car reststinc1as antes de 10 horas.

OL~er~a-se que as reststinctas são sempre superiores


ten~ies ~tuantes para a 11e1oc1daae de avanço efetivamente
•~oteaa. Entretanto a Situação maas critica. de menor
rela,ão entre reststinc•a disponível e tensão atuante.
ocvrre a cerca ae 15 noras.

Gol ser et a 1. (1989)

~o~tram taabtm que o momento ma1s crítiCO de SOliCitação


ao concreto proJetado ocorre ate os 3 prtmearos atas após
••n,aaento. MeG1Gas aa tensões após ast&bll tzação <t> 28
o a as> coa~11adas por Negro et ai. <1992> mostram tensões
mu•to Caixas comparadas com à res1stinc1a característica
oo concreto.
32

Fig. 6-a - Comparação de deslocamentos com instrumentação

18

16

14

12


li
E
;.;. 8

6
---M<xklo
4
lnstrumc:n~o

o
o 2 3 4 6 7
L (m)

Fig. 6-b - Módulos de elasticidade do concreto

t (h)

FIGURA 6 - Resultado do ajuste do modelo


33

\
I

f&:J (E$pecafi~
4 austriaa)

3
Tensões
( MPa)
2

o 6 12 18 24 30 36 42
t (h)

FIGURA 7 - Confronto entre tensões atuantes e resistências do concreto. projetado para diferentes
velocidades de avanço do túnel
34
Sa POr outro lado se adotasse uma velocidade de avanço de
20m/dia, observe-se claramente que as res1stâncaas
idotadaa nio ser1am suflc•entes, como também mostra a
f1gura 7.

Os moamos parâmetros do solo e concreto foram usados para


analise de um tilnel singelo (6m de diâmetro> e o ajuste de
deSlOCamento foi de Igual qualidade.

CONCLUSOES

Apresentou-se um modelo para c~lculo de tensões e


deslocamentos próximo à frente de escavação de túne1s.

Este mo de 1 o pode e I I m1 na r 1 nc o ng r u ê n c 1a u sua 1 no proJeto


de túneis do somente ver1f1car soliCitação no concreto
pro J e t & do aPós esta D 1 1 1 z a ç i o das de f o r mações, que n ii o é <t
fase critica da obra.

Os resultados apresentados são coerentes com dados de


Instrumentação porém para que sua utilização resulte em
previsões classe I • é necessáriO que se conheçam os
parãmetros do solo e do concreto proJetado que definem
suas deformações dependentes do tempo <equações 3 e 9).
Para o solo, ensaloa do tipo dalatométrJcos, como proposto
por Goodman (1980> parecem ser o mais aproprtaaos. Para o
concreto proJetado, pesquisas complementares ~s conduZidas
na Universidade de Leoben e em outros centros serão
necessárias prinCipalmente para determlnaç~o da
dependência doe parâmetros com o histórico de carregamento
tíPICO de cada método construtivo. Porém, como ocorre com
todo nowo modelo proposto, alím de resultados ae ensa1o
para obtençio de parâmetros as melhores anformações
advlrio ueretroanállses ae dados disponíveis de
1nstr~ment1çio. Para tsto, será essenc•al que as
Informações de Instrumentação em algumas seções se1am
obtidas com frequincla sufiCiente para que se separem os
35

ete1tO$ 4a escewaçio <pari•etros ae solo apenes> e ae


c~ncretege•.

AGRAOfCtMENTOS

o agradece a C•a. co "etropolltano cse Sio Paulo que


•~tor

~erlt•llftente se 01spõs a fazer leituras frequente:~ de um11


~eção tnstrymentaoa no Túnel ConaD para ai 1mentar o moae1o

aqu1 oescr1to. Interessantes 01scussães com vários Oe seus


tecn•cos oesce a oora ae um oos tunees oa Extensão Norte
em 1986 tncent1varam o desenvolvimento ora apresentado.

A aecacaçio ae alguns técnecos aa Themag Engenharia, na


prograaaçio e apltcaçio oe modelo, além da paresentaçio
toncl oo texto e f1guras. é tamo•m reconneciO&. Nio fosse
u trabalho oe alguns em JOrnaaas estenOIO&s, nio terld
~·ao possivel atenoer a prazo estabelecidO pela comtss~o

urcg<ln•zeoora.

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37

ESSAIS DE PIEUX EN CENTRIFUGEUSE

D. LEVACHER (1). J. GARNIER (2). J.C.A CINTRA (3)


-
(I) Moitre de Conférences. Laborotoire Méconique des Fluides -
UNIVERSITE OU HAVRE
(2) lngénieur. Docteur. LCPC- NANTES
(3) Professeur assistant. Université de Son Canos (Brésil)

ABSTRACT

The use ot centrituge to onolyse the pl1e behoviour under oxiol or laterolloodings
is very useful for civil ond coostol engineering. An importont reseorch progrom
on pile behoviour is corried out ot L.C.P.C. centrifuge center. Moinly, studies
relate to single piles ond e/ementory pile groups. Studied oreos ore conceming :
lood-displocement relotionships. p-y cuNes onolysis, rigid or flexible type ot
piles behoviour, group etticiency, speciol test monitoring. stotic or cyclic loods.
design computer codes... In this poper, only some results ore presented. They
concem directly elementory group of piles for different contigurotions submitted
to laterolloodings. Also first oxiollooding test results ore given.

1. INTRODUCTION

l'utilisotion de fondotions profondes ne cesse de croitre otín de répondre oux


besoins de construction. l'urbanisotion des districts des villes impose de
construire sur des sites sensibles (morécoges. déchetteries ... ). l'oménogement
des ports et du littoral nécessite des ouvrages tondés sur pieux tout comme
l'installation de plateformes pétroliéres.

Dons lo pluport des cas. les efforts oppliqués ou niveau des tondotions sollicitent
les pieux en groupe. Quelques ouvroges maritimes s·apparentent à un pieu isolé
comme les pieux d'accostage ou d'amarroge. les ducs d'Aibe ...

L'étude du comportement du ou des pieux atin de définir ou volider des régles


de colcul et des recommandations nécessite des essais de chargement sur site
ou en laboratoire. Les essois sur site sont difficilement envisageables voire
impossible à réaliser. Les essois de loborotoire à 1 g soutfrent aussi de
· Problémes de similitude et l'extropolotion des résultats ou pieu réel reste
délicote.
38

Les essais en centrifugeuse offrent une nouvelle vaie expérimentale aux


géotechniciens. le respect des conditions de simifitude lors des essois permet
lo transposition des résultats. du pieu modéle ou pieu réel ou prototype.

L'article ropporte quelques résultats d'essais récents dons différents cas


d'utilisation et de sollicitation de pieux isolés-ou non.

2. PHASE EXPERIMENTALE

Les essais ont été réolisés sur lo centrifugeuse du LCPC de Nontes. dons le codre
de trovoux de recherche menés en colloborotion ovec les Universités du Hovre.
de Nontes et de Son Carlos. lo copocité de cette centrifugeuse est de 200
tonnes x g ce qui lo classe pormi les grandes centrifugeuses octuellement
installées dons le monde.

Teus les pieux en groupe ou isolés ont été implontés dons des conteneurs
rectonguloires identiques de dimensions 1.20x0.80m et 0.36m de haut. remplis de
sable sec de Fontainebleau. Le remplissoge se foit par pluviotion à raide d'une
trémie mobile. Ce procédé permet d'obtenir une densité initiole moyennne
choisie. Pour l"ensemble des essois lo voleur retenue du poids volumique est
16kN/m3.
Le soble de Fontoinebleou est un soble fin. à gronulométrie três serrée (voir figure
1). 11 s·ogit d'un soble communément utilisé dons les loborotoires de
géotechnique. Les principales coroctéristiques physiques sont présentées sur lo
figure 1.

100

I
/ Yd min. (kN/m3)
Ydm:lX. (I:Ntm3)
13.9
16.6
d60/d!O 1.5
I
0.17

I
d50

./
v N
ô
CD
ô

tamisenmm

Fig. 1: Le scble de Fontoinebleou et ses ccroctéristiques


39

Le pieu modéle est un pieu tubuloire fermé à lo base. de diomêtre 8mm.long de


300mm dant lo fiche est de 200mm. voir figure 2. Seules deux mises en oeuvre
sont utilisées:

- pour les pieux dit "farés·: pluviotion du soble outour des pieux.
- pour les pieux dit "bottus·: bottoge à"'l g.

Les contigurotions retenues dons le cas de l'étude des groupes sont les pieux en
ligne ou en rangées pour les couples et en contigurotion trianguloire pour les
triplets. Les essais de chargement sont tous réalisés à un niveau d'accélération
de 40g. de maniére à simuler le cos de pieux prototypes de diamêtre 320mm
fichés de 8 métres (figure 2). lls sont tous doublés ofin de vérifier lo reproductibilité
des essois. Par ailleurs dons le cos des groupes. un essoi sur pieu isolé est
effectué à trtre de référence.
o
M
yS-1.."-"'.r-."'""
55
yl - -<:::::>'
1----+--t> F H 95
65 45
-::·;::;=?"
.. -...
yo
·.·
:.··.._ : ::
200

sable EI = 28,9 N.m2


$ext= 8 mm
65(mm)

EI=74 MN.m2
,
conteneur $ext =0,32 m
Fig. 2: Positionnement d'un pieu. Modele et prototype

Le chorgement s'effectue par polier aussi bien en latérol qu'en axial. Ce


processus s'opporente à lo procédure de ressai classique de chorgement
axial. Les voleurs des poliers de chorgement ont été définies à partir d'un essai
sur pieu mené jusqu'à lo rupture.

3. PIEUX ISOLES CHARGES LATERALEMENT

Les essais entrepris sur des pieux isolés dons du sable ont permis d'étudier
diftérents aspects du comportement :

- chargement - dêchargement d'un pieu chorgé lotêralement. non-


finéarité de lo réponse du pieu en effort-déplacement illustrée sur la figure 3.
- essai de rupture d'un pieu. voir figure 3. (définition des poliers de
chargement pour les essais).
40
o) Chorgemeot- déchorqement b) Ruoture d'un o1eu

,., 'a,.. Yo

' ' •. .. '.~.


' •••.•:··,·· Yi
....,~ Y,

25
charge latérale (da.t'D charge latérale (da.!.'f)

Fig. 3 : Relotion effort-déplocement (données modéle)


Yo déplocement à lo surfoce du sol
Y1 déplocement à 65mm de lo surfoce du sol

Ys déplccement à 95mm de la surtoce du sol

Des comporoisons avec des cedes de colcul peuvent être entreprises.


L'utilisotion du code de PILATE- LCPC o permis de montrer une bonne corrélotion
entre les courbes de chorgement colculée et mesurée (réf 1. 2 et SJ L'étude
expérimentole des courbes p-y peut être faite lorsque les pieux sont équipés de
jauges à différents niveaux (réf.3l.

4. COUPLES DE PIEUX CHARGES LATERALEMENT

Le couple de pieux reste une configurotion simple mais constitue l'élément de


base d'un groupe. Les paramétres géométriques le plus souvent retenus sont
l'espacement (S) de centre à centre en fonction du diamétre du pieu CB> et
l'orientation ~ de la charge oppliquée en fonction de lo ligne que forme les deux
pieux (rongée ou ligne).

Différents tests ont été effectués sur des pieux en ligne et en rongée. Comme leS
pieux n'étaient pas équipés de jouges de déformation. l'onolyse a tout d'obOf'd
portê sur l'étude des courbes effort-dêplacement en tête. dons le but
d'opprécier l'importonce de l'interaction. Par exemple. pour un déplocement
donné en tête la variotion. en fonction de l'espocement. de lo charge 101é~
reprise par pieu troduit bien ce phénoméne d'interaction. La figure 4. momre
cette voriation pour une rongée et une ligne de pieux dant les espocementS
varient de 1 à 126 et pour un déplacement en tête êgal à 12.5% du d1ométre B.
41

. I . pieu isolé ,
pieu isolé ----------1
o o~ o o o
e-~---:-t--1 - t -

. .-
lO
•-
• :o
s/B s/B

o) p1eux en hgne o ) pieux en rangée


Fig. 4: Effet de groupe

S. PIEUX EN TRIPLETS CHARGES LATERALEMENT

Des pieux en contigurotion triongulo~re éQuilotérale ont été testés. pour des
espocements variant de 1 ó 128. La variction de lo char<.;~e reprise par pieu. en
fonction des espacements. est donnée o lo figure S.
:o
pieu isolé I .
----------------'l---
o
I O

o
o o

'

• ....-
o
6
• 10 12

s/B
Fig. 5: Ettet de groupe - cas de pieux en triplets.

Un triplet représente une configurotion simple de groupe de pieux Cependont.


cet arrongement est déjõ une combinoison d'un couple (rangée) et d'un pieu.
Hormis l'interoction en tonction de l'espacement pour les cas présentés (figure 4
et 5). il est difficile d'onolyser réellement l'effet de groupe global ou retticccité
des groupes.
42

6. EFFICACITE DES GROUPES

11 s'agit de comparer la charge moyenne que supporte choque pieu du groupe


(Hg/N) et lo charge d'un pieu isolé Hi et ce. pour une même déflection y
L'efficacité Eg d'un groupe est ainsi dêfinie por:

Eg = (Hg / Hi. N l . lOJ (l)

Si Eg est égole à 100%. il n·y o pas d'interoction entre les pieux. lls se comportent
comme des pieux isolés.

Lo figure 6 montre l'évolution de Eg en fonction de respocement. L'interoction

dons le cos d'un triplet s'intercale entre les cas de la ligne et de la rongée.

s/6

Fig. 6: Efficocité de groupes élémentoires de pieux

7. PIEUX CHARGES AXIALEMENT

De premiers essais sur des pieux-modéles battus à lg ont été réolisés en


centrifugeuse (réf 4). lls constituent une expérience importante dons lo mesure
ou cette opproche pourroit oussi remplocer les essois en vroie grondeur et
fournir des renseignements sur la capocité portonte de pieux. Les voleurs oinsi
obtenues peuvent être comparées à celles données por diverses formules
usuelles de copocité portonte.

Le bottoge s'effectue à 1g c e qui n'est pos représentotif d'un battoge réel cor
l'étot de controintes dons le sol est différent. 11 faudroit sons doute à ravenlt
effectuer le battoge ou niveau d'occélérotian requis c·est-à·dire ici à 40g. oes
études ont déjà été engagées concernont la foisabilité du bottoge en cours oe
centrifugotion (coopérotion LCPC - ECN - Université du Havre).
43

LO pertlnence de to modélisotion peut être exominée por te ·modelling ot


modets·. On étudie otors un même pieu prototype à l'oide de plusieurs modéles
correspondont à des échelles de réduction et Clone des niveoux d'occélérotion
différents. Le tobleou 1 donne tes caractéristiques des différents modétes testés
CécheUes de réduction voriant de 1/53 õ 1/23) simulont tous un pieu prototype de
320mm de diomêtre et 4m de fiche.

~
d'essai B (mm) Fiche (mm) Niveau de g

B6 6 75 53,33
B6B 6 15 53,33
B8B 8 100 40
B8C 8 100 40
BlO 10 125 32
BlOB 10 125 32
B12 12 150 26,66
B14 14 175 22.85

TABLEAU 1: Effet d'écheile: Porométres utilisés.

La figure 7 donne pour te pieu prototype l'évotution de lo copocité portonte en


tonction du déplocement. Dons te domoine de petits déplocements ecos des
pieux en service). les courbes sont similoires et indiquent donc l'obsence d'effet
d'échelle. justifiant oinsi te recours oux modéles réduits centrifugés.

Lo copocité portonte. pour deux pieux de différents diométres. évoluée à l'aide


de diverses formules ou méthodes a été comporée oux voleurs déduites des
essois sur modéles centrifugés. Les résultots sont récopitutés dons te tobleou 11.
On note une bonne concordance entre les prévisions théoriques et tes voleurs
expérimentoles.
44

Q75 I I I

.......
~
..;::.
(I)

.....~as
~
... -
E .,
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Fig. 7 : Copocité portonte du pieu prototype

Méthode lnterprétarion des courbes Formule de


Essai stariqu Davisson Tena~hiet Dõrr
utilisée (méthode d..irecte)
ID=83 241 255 243 200-250

ID=97 423 430 435 300-400

TABLEAU 11 : Voleurs comporées des copocités portontes


(données prototype- kN)

S. CONCLUSION

Lo répétitivité d"essois sur des pieux-modêles en centrifugeuse est c1o1retnefto.


démontrée. Cette méthode constitue une vaie expérimentole nouvelle pt:ll#
l'étude des problémes de comportement de pieux isolés ou en graupe. tclftl'
seus charge tronsversole qu·axiole.
45

Sous charges tronsversoles. l'interoction entre pieux opporoit pour des petits
espocements. Dons le cos des pieux en ligne ou en triplet elle est plus
importante. Pour les pieux les plus serrés (s/B=2). lo capocité de mobiliser une
réoction lotérole est réduite de 30%.

L'étude de capocité portonte de pieux peut s·envisager à raide de modéles


centrifugés. Bien que les conditions de similitude n oient pas toujours été
totolement respectées (bottoge des pieux ã 1g). rétude expérimentole o
montré l'obsence d'effet d'échelle (modelling ot models). Les forces portantes
observées concordent assez bien ovec les prévtsions de plusieurs méthodes
de colcul usuelles.

REFERENCES BIBLIOGRAPHIQUES

(1) LEVACHER D.. 1992. "loterally looded pile groups in sands. • Piling Europe
Conference. Londres. ovril 1992.

(2) CINTRA J. C. A.. 1989. "Modelos de grupos de estocas en areia


submetidas o carregamento lateral en centrufuga·. Ropport LCPC. 32p.

(3) BOUAFIA A.. GAANIER J et LEVACHER D.. 1991. "Comportement d'un pieu
isolé chargé lotéralement dons le sable". Colloque Fondotions Profondes.
Paris. pp.129-136.

(4) LEVACHER D.. 1992. "Modélisotion numérique et physique du bottage-


simulation en centritugeuse du comportement des pieux·. thése de
Doctorot d'Etat. ECN. Nontes. 223p.

(5) MEZAZIGH S., GARNIER J .. LEVACHER D.. 1992. "Etude sur modeles
centrifugés de lo résistonce latérale des pieux dons le soble". Journées
Génie Cõtier-Génie Civil. Février 1992. Nantes.
46

PARAGUUSO, A.l!l. ,IIODRIOOU, .J .I., VILAR. O.lt. ,GAIIDOLFI, 111. 1t; ZUQU&fii, L.V. u

IHTRODUCTION:

This study presents the geotechnical zoning of

the east-central region of the State of Sio Paulo,

cover ing 10.000 km2 on the basis o f a map on 1:200.000

scale. This document was prepared according to the

methodology developed in the Departamento de Geotecnia of

the São Carlos School of Engineering of the University of

São Paulo (Zuquette, 1987). This methodology, associated

with field observations, permitted the analysis of

different types of geological hazards and their causes in


the research area.

The region under study has a great socio-

economic importance, wi th national relevance, in view o f

various aspects: population of more than 4 million

inhabitants with more than 80% located in urban areas

covering around 50 municipalities, one of them of a larga

size, various of medium size ( 100. 000 to 300. 000


inhabitants) and the rest of small size (20.000 to 100.000

inhabitants); accelerated economic growth, resulting from

1 DEPTO. DE GEOTECJIA, ESCOLA ·og EIGERHAi!A DE SiO CARLOS - OSP, 135'0 SiO CAiLOS-SP, BRAIIL
** FACULDADE DE FILOSOFIA, CllRCIAS E LETRAS DE iiBIIBiO PiiTO - OSP, iiBEIRiO PRE!O-SP, BIA%IL
47

the expansion of agricultura! activities as well as from


the intensiva process of industrialization; development of
a larga consumar market and finally, the existence of
complex road transport network connecting all the cities.

The mapped region, according to the Topographic


Map of Campinas prepared by IBGE (1980) at 1:250.000
scale, ia situated in east-central region of the State of

São Paulo and is comprised between latitudes 22° and 23°S


and longitudes 4 7° and 48°, wi th an approximate are a o f
10.000 km2·

Regional geomorphology presents a reasonable


diversity; it is composed of three different geomorphic

provinces according to Ponçano et al. (1981). Nearlt all

of the area is located in the Peripheric Depression


Province , where there is a great diversity of slope and
relief forros ( small hills, hills 1 mountain ranges): the
amplitudes of the relief reach 300 m and the drainage

density varies from low to high. In the North-West, a


small area is situated in the Basaltic Cuestas Province,

with strong relief, _slopes greater than 15%, local

amplitudes of relief largar than 300 m and high drainage


densities. Finally, a small area in the south-east belongs
to the Atlantic Plateau Province where there is
predominance of slopes greater than 15% 1 local relief

amplitude of lesa than 100 m and drainage densities


ranqinq from medium to low.
48

From the point of view of surface waters, the

region is well drained by rivers belonging mainly to the

hydrographic basins of Mogi-Guaçu and Piracicaba Rivers

and secondarily to the Jacaré-Guaçu and Corumbatai Rivers.


With regards to groundwaters, there are four
aquifers of different types and capacities. Despite of the

availability 1 their utilization is rather limited as

compared to the total consumption.

As f ar as geology is concerned I li thologies o f

Parana Sedimentary Basin are predominant 1 associated with

basic magmatites resulting from lava flows and intrusions;


at a lower level, rocks of crystalline basement occur in

the eastern portion of the area. (Table 1).

This research was supported by Programa de Apoio

ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico

(PADCT/FINEP/CNPq).

METHODOLOGY

In the preparation of geotechnical mapping

( Zuquet te & Gandolf i 1 1990) the determination o f severa!

character istics representa the essential step. It starts

with a survey and critical analysis of previous studies in

the region under study. This includes maps (topographical,

geological, pedological, geomorphological, hydrological,

etc.), borehole data, data from in situ studies and

laboratory. These data should be complemented with the


49

analysis of air and satellite photographs, field studies


(involving surface and subsurface investigations),
laboratory essays and estimates of properties of the land.
It is necessary to emphasize that, despi te of the fact
that the study is conducted at 1:50.000 {or largar}, the
resul ts from a global study o f a largar area are being
presented at 1: 200. 000 scale as a map containing the
synthesis of geotechnical units associated to a
simultaneous analysis of the type of possible geological
hazards.
TABLE I - SYNTHESIS OF REGIONAL GBOLOGY
Cenozoic Rio Claro Formation
Pirassununga Formation
Recent sedi.ments
Bauru Marilia Formation sandstonas and
Group COnglomerates
São Bento serra Geral Formation Basalts and Diabases
Group Botucatu Formation Sandstones
Pirambóia Formation Sandstones with 0-20%
fines

Passa Dois COrumbatai Formation Siltites, Argillites and


Group Shales
Irati Formation Argillites, Siltites and
Shales
Dolomi tes and Limestones
Tubarão Tatui Formation Sandy siltites and
Group Sandstones
Aquidauna Formation Sandy Siltites
Itararé Formation sandstones, Siltites and
fine cyclic sediments

Amparo and Granites, Granitoids,


Varginha Magmatites, Gneisses, etc.
Groups
50

GBOTBCHHICAL UHITS AMO GBOLOGICAL HAZARDS


The synthesis map of Geotechnical units shows 8
units of residual materials and 4 units of reworked
(Residual and Transported) materials. Fig. 1 shows a
portion of the mapped region as example.
In the following, a brief description of each
geotechnical uni t and a short analysis of the possible
geological hazards associated with these units.

RESIDUAL GBOTBCBNICAL URITS


1. Granites and gneisses

It is composed of residual material resulting

from granites and gneisses from the crystalline basement.

It has variable thickness up to 25 m in some placas, being

frequently as low as 2 meters. In nearly all the area of


occurence of this unit boulders of various dimensione are
found. It is quite common to find the profile in which the

layer of saprolite is predominant as compared to the layer


of more nature materials (with small percentage of mica)

which is put under.

Types of hazards: Movement of soil mass,

occurence of various dimensions boulders collapsing soils,

accentuated rainwater erosion of fersiallitic material and

instability of artificial slopes.


51

Fig. 1 - ENGINEERING GEOLOGICAL UNITS MAP

EXPLANATION

1,3.~,5,6,7,3 e 9 Residual Mater-iais Units

2, 10, 11 e 12 : Re:s i duo I and Tr-anspor-ted Mate r- i a ts

N.G.
o
@
6 ktn
®
2 1 2 '
Cities tíii lrid hi!!l
52

2. Hydromorphic

It is represented by alluvial and residual


materials where, in most of the year, the phreatic level
stays at a depth lower than 1 m. This unit consista of
areas which are subject to floods limiting their use for
occupation. It presents abrupt structural variations, in
area or in depth. In all this areas I agricultura! and
cattle raising activities are common.

Types of hazards: Periodical inundations and


soil settlements.

3. Corumbatai Formation
Composed predominantly by materials of fine
textura (expansiva clay minerals and silt), it always
presents a thickness smaller than 5 m and is subject to
the process of intensa disaggregation by weathering.
Types o f hazards: Instabili ty of slope due to
disaggregation by weathering phenomena.

4. Serra Geral Formation


Constituted of unconsolidated materiais

associated to basic magmatics of Serra Geral Formation and


respectiva intrusions. It has a thickness varying from few
centimeters to 20 m. In profiles it is possible to
distinguish three layers of geotechnical interests 1
specifically: the upper layer of minerals like gibbsite 1

kaolini te, quartz and Fe and Al oxides and hydroxides


53

classified as lateritic; the other where structure and


textura of the parent rock are not observed, classified

as non lateritic; finally a lower layer with the rock:

structure still intact and having some primary materials.

Types of hazards: Soil settlement due to the

unconsolidated collapsible materials. When the


constructions have foundations in collapsible materiais
and when blasting and/or excavations are used, conditions

of risk occurs.

5. Botucatu and Pirambóia Formations


This unit is constituted by homogeneous thick

layers where fine materials are less than 20i; in some


locations, rather anomalously, the clay fraction has high
values of cation exchange capacity (more than 15 meq/lOOç
of clay) and presents higher susceptibility to erosion.

Types of hazards: accentuated erosion and


sedimentation in water bodies.

6. Marilia Formation

It is formed by unconsolidated materiais derived

from sandstones, siltites and argillites. There is a


relationship between the position of layers and the
topography which causes a textural alternance i.n space.
Thus changes occur in distances smaller than 100 meters
54

with the presence of sandy, silty, clayey and mixtures

materials and even carbonates in some locations.


Types of hazards: rainwater erosion

7. Itararé Foraation (fine sediB&nts)


In this unit the thickness of layers varies from

few centimeters to values close to 20m, prevailing

thickness below 10 m. Fine textura of residual materials


is due to the weathering of siltites, argillites,
diamicti tes, mudstone and other sedimentary li thologies.

Hazards are absent.

8. Itararé Formation (sandy sediments)


The thickness of layers varies as unit 7 does.
This unit have a great importance with respect to
occupation because it is susceptible to erosion and
because it representa aquifers vulnerable to pollution.
Hazards are absent.

9. Irati and Tatui Formations

This unit is constituted of unconsolidated


materiais of di verse texturas and great spatial

variability: it possessas a variety of thicknesses with

predominance of values lower than 10 m; it has been little


studied, even at the level of characterization.
Types o f hazards: In strict sense, the hazards

are absent but problema with excavations, steep relief and


high salt contents of water are common.
55

Reworked Geotechnical Units


10. Clayey and Sandy Materials

This is composed of unconsolidated materials

alternating between fine and sandy texturas; variabJe

thicknesses reaching 25 m, seldon less than 5 m. This unit

occurs in land depressions or at the foot of slopes


originating from different types of lithologies.

11. Clayey Materials


This unit occurs in thick packets and goes up to

20 m thickness found in natural slopes and always

associated to fine lithologies and basic magamatites.

Types of hazards: Units 10 and 11 are

collapsible units.

12. Sandy Materials


This unit also occurs in thick packets, covering

practically all the types of lithologies of the region;

sometimes, fine materials reach about 50% of the textural

·composition.

Types of hazards: Strong and deep gully erosion

(in Brazil named "bossoroca"). Risks may be present

everywhere where this unit occurs.

CONCLUSIONS

The mapped region is lightly susceptible to

hazards wi th v ar ious in tens i ties co ver ing large are as;


56

however, hazards of low intensity and high frequency like

erosion, instability of slopes, floods, aquifer pollution

and soil settlement are expected.


The proposed zoning makes possible an overview
of each unit in terms of its geological-geotechnical

attributes and more probable hazards.

The zoning at the proposed scale is essential as


a guide for studies at more detailed scales and planning

for land-use.

The units 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10, 11 and 12 are

more susceptible to hazards. Further, units 1, 5, 6 and


12 should be given higher priority than the units 2, 4,

10 and 11 in futura detailed studies.

REFERENCES

IBGE-INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATíSTICA,


1980. Hapa Topográfico- Folha de Campinas (SF-23-Y-A),
Escala 1:250.000. Rio de Janeiro.
PONÇANO, W.L.; CARNERO, C.D.R.; BISTRICHI, C.A.; ALMEIDA,
F.F.M. & PRANDINI, F.L., 1981. Mapa geomorfológico do
Estado de São Paulo. Instituto de Pesquisas
Tecnológicas de São Paulo.

ZUQUETTE, L.V., 1987. Análise critica da cartografia


geotécnica e proposta metodológica para as condições
brasileiras. Ph.D. Escola de Engenharia de São Carlos -
USP.

ZUQUETTE, L.V. & GANDOLFI, N. 1990. Mapeamento Geotécnico:


Uma proposta metodológica, Geociências-UNESP, Vol.9, p.
55-66.
57

EVOLUÇÃO DA RESISTÊNCIA DA SUPERFÍCIE DE TALUDES


EM SEDIMENTOS CENOZÓICOS PROVOCADA PELA
CIMENTAÇÃO NATURAL

Antenor Braga PARAGUASSÚ*


Sérgio Antônio ROHM"*

m RESUMO Um estudo m situ do aumento da res1stênc1a mecãruca da superfície exposta de sedimentos


cenozóicos em um talude experimental. construído em escala real. é desenvolvido. Observa-se que o
processo de cJmentação da superfície do talude mstala-se e evolUJ rapidamente. A resistência mecânica
desta superfície atinge, com o tempo, valores vá nas vezes supenores àqueles dos sedimentos em suas
condições originais, ainda não expostos ao meio amb1ente

111 UNITERMOS: Taludes. c1mentação; sed1mentos cenozóicos. cortes rodoviários; resistência mecânica

Introdução

Taludes escavados em sedimentos arenosos na região central do Estado de


São Paulo se apresentam capeados por material mais resistente, originado por
processos naturais de cimentação. Essa cimentação superficial é de grande
importância geotécnica para obras viárias, porque auxilia na estabilização de
cortes em maciços de baixa coesão, melhorando as condições da superfície exposta
frente aos agentes erosivos
Estudos vêm sendo realizados para determinação dos fatores que influenciam
na velocidade da cimentação. utilizando-se desde simulações de processos geológicns
em laboratório até experimentos no campo em taludes construidos em escala real
A presente pesquisa é o resultado dos ensaios realizados em um talude
construido para esta finalidade, que permitiu a execução de medidas diretas sobre a
sua superfície e possibilitou o acompanhamento da evolução do fenômeno.

• Escola de Engenharia de São Carlos- USP- 13560- São Carlos- SP


•• Departamento de Engenharia Civil- Universidade Federal de Viçosa . 36570 - Viçosa . MG
58

Considerações sobre a cimentação superficial


de sedimentos arenosos

A cimentação natural de taludes na região estudada está relacionada com a


percolação da água nos maciços arenosos (Paraguassú4 , Vilar et al. 9 ). Os processos
de transferência da água no solo, associados ao gradiente térmico e aos fenômenos de
evaporação e sucção, resultam na movimentação alternada da água próxima à
superfície do talude, onde se deposita o material solúvel transportado.
Para se estudar o movimento da água de um solo (de perfil homogêneo, sem
cobertura vegetal e exposto à radiação solar) sob efeito da temperatura, pode-se
considerar que a trajetória aparente do sol em relação ao terreno é uma função senóide
(Wierenga 10 , Decico 1).
O movimento da água sob o efeito da temperatura em maciços de sedimentos
cenozóicos foi estudado por Paraguassú & Rohm in situ, e analisada segundo as
considerações de Raudkivi & Van U'u 6 , Philip & De Vries 5 , Sophocleous 8 e Milly3 e
Geraminegad & Saxenaz As conclusões encontram-se a seguir apresentadas:

a) durante todo o tempo, a temperatura do solo varia em função do aquecimento


solar (dia) ou do resfriamento noturno. Assim, a água do solo fica sujeita a gradientes
térmicos movimentando-se, continuamente, da superfície para o interior do maciço
ou em sentido contrário buscando a condição de equilibrio de energia;

b) com relação à fase vapor, quando ocorre o aquecimento da superfície, sua


concentração tende a aumentar gerando uma fuga para a atmosfera e, também, um
movimento para a porção mais fria no interior do maciço onde uma parte se condensa;

c) durante os períodos mais quentes do dia, a sucção aumenta, diminuindo com


o decréscimo de temperatura, quando a noite se aproxima. Pela manhã antes do nascer
do sol, a sucção é a menor do período, voltando a crescer com o aumento da
temperatura; e assim sucessivamente. Quando ocorrem chuvas, a sucção diminui,
expressando variações proporcionais à quantidade de água precipitada.

Um dos fatores básicos que determinam a cimentação natural dos taludes em


maciços arenosos é o volume de água (solução) evaporado na superfície. O mecanismo
da cimentação, em principio, é simples: as variações de temperatura e pluviométricas
(diárias e sazonais) promovem o movimento da água no maciço, em todo seu corpo
e, principalmente, na superfície exposta ao ambiente onde se dá sua evaporação,
precipitando ai o material dissolvido. Simultaneamente, também provocado pelo
aquecimento solar. processam-se fenômenos de endurecimento dos materiais finos e
dos óxidos que se encontram misturados na fração areia. A posição do talude em
relação ao sol determina a intensidade da evaporação, o que influencia diretamente
na velocidade do processo de cimentação.
59

Equipamentos de medidas de resistência mecânica

Para se estudar a evolução do endurecimento da superfície exposta dos taludes


de escavação, em condições naturais, construiu-se um talude em escala real. em local
de fácil acesso no Campus da Escola de Engenharia de São Carlos- USP (Figura 1}.
As características geométricas e geológicas deste talude reproduzem as ocorrências
regionais encontradas em cortes rodoviários principalmente. Dessa forma, o talude foi
construído na direção N55°E com inclinação de 30° para NVV, em sedimentos
cenozóicos que sé assentam em conglomerados do Grupo Bauru (K).

PATAMAR

FIGURA 1 - Vista geral do talude.

Os sedimentos cenozóicos são compostos por 8% de areia média, 45% de areia


fina e 47% de finos e são formados predominantemente por quartzo e argila minerais
caolirúticos. Este material apresenta massa específica dos sólidos de 2,8 g/cm3. índice
de vazios de 0,9 e um coeficiente de permeabilidade de 5 x 10·4 cm/s.
Estas características são típicas dos sedimentos que ocorrem na área estudada
e o seu conhecimento permite fazer extrapolações sobre o comportamento de um
grande número de taludes já construídos na região.
60

Equipamentos de campo

Para realização de medidas de resistência mecânica sobre a superfície do talude,


visando determinar a evolução do fenômeno de cimentação, utilizaram-se os seguintes
equipamentos: penetrôrnetro dinâmico, penetrôrnetro estático de bolso e prensa de
Mini-CBR.

Penetrõmetro din.âmico

O penetrômetro dinâmico usado é do tipo portátil, desenvolvido no Departamen-


to de Transportes da Escola de Engenharia de São Carlos- USP (Figura 2). Consiste
de um martelo de massa de 1,5 kg, que cai livremente de uma altura padronizada de
30,5 em sobre uma bigorna, que transfere a energia do martelo para o haste de
penetração.

~--~· t~,-.'

~~~~";;~;·te.,.,.. . , ~_;~~L~~~~

FIGURA 2 - Penetrômetro dinâmico portátil


61

Este sistema possui uma escala de leituras com nônio que permite fazerem-se
as leituras de penetração, decorrentes dos golpes, com facilidade, rapidez e precisão
de 0,1 mm.
Os resultados obtidos com este equipamento mostraram que, apesar das suas
boas qualidades construtivas e operacionais, não se conseguem boas detemúnações
comparativas, principalmente na fase inicial do processo de cirnentação. A causa
deste inconveniente reside na potência do aparelho, porque a cada golpe a ponta
penetrou uma profundidade maior que a espessura da superfície em processo de
endurecimento (Figura 3).
Por este motivo, e por não possibilitar o acompanhamento do ganho de
resistência com o tempo, procuraram-se outros equipamentos que atenderam satis-
fatoriamente às necessidades da pesquisa. Este penetrômetro, embora não se preste
para medidas nas fases iniciais do processo de cimentação, poderá, no entanto, ser
usado em fases mais avançadas. quando a resistência atingir valores compatíveis com
a sensibilidade do aparelho.

120
ALTURA DE QUEDA
3:),5 em O- I"ONTA CIL I NORICA ~ • 10"'"'
A- ~NTA CILINORICA 41• 16 mm
V • PONTA CÕNICA i 30•
C - PONTA CÕNICA ~ 6o•

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<{ 60
0:
::::>
I-
UJ 40
..J

20

o
o 5 10 15 20 25 35
GOLPES

FIGURA 3 - Curva de penetração x número de golpes obtido com penetrõmetro dinâmico.


62

Penetrômetro estático de bolso

É constituído basicamente por um pistão de penetração que, sendo pressionado


contra a superfície do terreno. permite avaliar em um dinamômetro (mola) a sua
resistência.
Por se tratar de um aparelho usado manualmente, sem um controle rigoroso
de operação, deve~se esperar alguma dispersão dos resultados. Além disso. sua
capacidade de penetração. ao contrário do penetrômetro dinâmico, já apresentado,
é muito pequena, não se prestando às fases mais avançadas do processo de
cimentação.
O uso deste tipo de penetrôrnetro justificou-se pela facilidade de operação, por
permitir comparações entre diversas determinações feitas em tempos, locais e
profundidades diferentes e como uma análise preliminar da área de estudo.

Prensa de Mini -CBR

O equipamento de Mini-CBR de campo (Rohm & Correa?), embora não tenha


sido concebido para este fim, em sua aplicabilidade na pesquisa em curso apresentou
uma resposta bastante adequada, permitindo medidas de resistência, desde o início
até fases mais adiantadas do processo de endurecimento da superfície.
As vantagens decorrentes da utilização desse equipamento são: seu baixo
custo; pequenas cargas desenvolvidas durante as determinações (cerca de 500 kgf
em solos compactados e de 100 kgf em solos naturais), portatibilidade, alta
produtividade, reduzido esforço físico; baixa dispersão dos resultados e boa sensibi-
lidade.
O aparelho, apresentado na Figura 4, é composto de: estrutura que permite o
uso de caixa de reação; macaco mecânico, com manivela, que impele um pistão (cj> =
5/8") contra o solo; anel dinamométrico; relógio cornparador para se acompanhar a
penetração do pistão no terreno; e cronômetro para medir a velocidade de penetração
do pistão.
Para a determinação da resistência in situ, posiciona-se o equipamento no local
desejado, efetua-se a penetração do pistão a uma velocidade de 1,27 mm/min
(girando-se a manivela). Anotam-se as leituras do anel dinamornétrico em intervalos
de penetrações pré-determinados (de 0,5 em 0,5 mm). Com estes valores, constrói-se
uma curva de resistência versus penetração, a partir da qual se determina a resistência
do material da superfície exposta do talude.
Quando se deseja avaliar a resistência do solo em profundidades diferentes.
abre-se uma cava de seção 20 em x 20 em até a cota de interesse, usando-se pontas
de comprimentos maiores, se for necessário.
63

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FIGURA 4 -Prensa pma determinação de Míní CBR in situ.

Resultados

Os resultados discutidos a seguir referem-se às determinações efetuadas com o


equipamento de Mini-CBR. que se mostrou mais adequado para o acompanhamento
da evolução do fenômeno de cimentação da superfície exposta do talude experimental.
As primeiras medidas foram efetuadas imediatamente após a construção do
talude, mostrando um valor bastante baixo da resistência mecânica dos sedimentos
em suas condições naturais, de índice de vazios e de teor de umidade.
Após duas semanas, efetuou-se o segundo conjunto de determinações e obte-
ve-se uma resistência superior à inicial, indicando que o processo de endurecimentc
já havia se instalado.
Outras determinações foram efetuadas e mostraram acréscimos sucessivos de
resistência, a tal popto que, decorridos onze meses, foi possível retirar com facilidade
blocos indeformados, para me•:tções mais precisas em laboratório. Estas medidas
foram executadas em prensa motorizada, na qual adaptou-se o mesmo conjunto de
64
penetração (anel dinamométrico e pistão, Figura 4) utilizado no equipamento de
Mini-CBR de campo.
Decorridos catorze meses de processo de cimentação natural, foram efetua-
das medidas que mostraram valores mais elevados, indicando a continuidade do
fenômeno.
Como o teor de umidade influi na resistência dos sedimentos estudados.
realizaram-se também determinações com graus de saturação próximos a 100%. Nesta
nova situação. os valores de resistência diminuíram significativamente em relação ao
valor obtido nas condições de umidade natural. Contudo, tais valores permaneceram
ainda elevados. quando comparados com a resistência inicial, demonstrando que esta
cimentação natural é irreversível, inclusive durante as estações chuvosas.
A Figura 5 quantifica a resistência mecânica versus a penetração, ilustrando o
desenvolvimento do processo de cimentação na superfície do talude, num período de
catorze meses.

s.or-----------------------------------------------------~
• - INICIAL.

o X - 2 SEMANAS
ll..
I V - 6 MESES
4 - 1-' MESES
O - 1.( MESES (SATURADO}

<)
z.
1111
1-
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1,0 t,S 2,0 2,5 ,,o 5.0


PENETRAÇÃO I mm I

FIGURA 5 -Evolução da resistência mecânica da superfície do talude provocada pela cimentação natural.
65

Considerações finais

Até então, o conhecimento que se tinha sobre o acréscimo natural da resistência


mecânica de superfícies expostas de sedimentos arenosos era apenas qualitativo.
A construção do talude próximo ao local de trabalho, protegido de maneira que
a superfície se mantivesse íntegra todo o tempo de duração da experiência, possibi-
litou medições diretas e contínuas da evolução do processo de cimentação.
A instalação do fenômeno se deu rapidamente após a abertura do corte, tanto
que em duas semanas dobrou a resistência inicial da superfície arenosa. Esta fase
inicial é de suma importância para a preservação futura do talude, porque dificulta o
arraste do material exposto, impedindo o ravinarnento provocado pelas primeiras
chuvas que caem sobre a superfície.
Esse endurecimento rápido explica a conservação das marcas (estrias) deixadas
pelas máquinas de terraplenagem sobre as superfícies de taludes construídos há mais
de quinze anos, em maciços cenozóicos da região estudada.
O conhecimento detalhado do processo de cimentação superficial de sedimentos
arenosos fornecem ao geotécnico importantes subsídios para construção e para
previsão do comportamento de obras viárias executadas em maciços de baixa coesão.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e


Tecnológico (CNPq- Proc. 30.08.73/86-7), pelo apoio à realização desta pesquisa, aos
professores Glauco Túlio Pessa Fabri e Manoel Alba Sória. do Departamento de TranspJrte
da EESC-USP, pelo empréstimo e orientação no uso dos equipamentos de campo, e aos
técnicos Antonio Garcia, Antonio Carlos Gigante e Décio Aparecido Lourenço. pelo
auxílio na condução dos experimentos.

PARAGUASSÚ, A B.. RÓHM, S. A The mechanical strength increase of Cenozoic secliment


surfaces resulting from natural cementation process. Geociências. São Paulo. v. 11. n. 2.
p. 181-190, 1992.

• ABSTRACT: An in situ scudy on the mechanical strength increase of cenozoic sediment surfaces on an
experimental slope, built in actual scale, is presenteei. The quick appearance and development of slope
cementation process is observed. The surface strength reachs values several times larger than those
for sediments in original conditions and that had never. been exposed.

• KEYWORDS: Slope; cimentation; cenozoic sediments; road cuts; shear strength.


66

Referências bibliográficas

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v. 83. n. 9. p. 2853-2858. 1972.
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10. WIERENGA, P J. An analysis of temperature behavior in irrigated soil profiles. Califomia.
1969. Thesis (Ph.D): University of California, 1969.
67

Study of slope stability on tropical regions utilising back analysis


Rudney C. Queiroz
Department ofCivil Engineering, Universidad Estadual Paulista, Bauru, SP. Brazil
Nelio Gaioto
Department ofGeotech., Universidad de São Paulo, São Carlos, SP. Brazi/

ABSTRACT: Medium values of the soil strenght pararneters (cohesion and friction angle) we
re deterrnined in slopes along railway lines in São Paulo State. It was utilized in the
stability analysis the method developed by Hoek (1972). During field work some particu-
lar and general aspects, greatly influencing the instabilization of slopes, were obser-
ved. A chart of inclination versus height of slopes was produced based on measurements
obtained in fie1dsurveys. The conclusion made evident that the methodology can be used
in slopes design for the studied region.

1 lNTRODUCTION 2 THE STUDIED AREA

In stability study of natural and artifi- The studied area in the FEPASA Railway
cial slopes, the instabilising process in- (Ferrovia Paulista S. A.), ranges from Ara-
volves highly complex phenomena, which may raquara to são Jose do Rio Preto, about
be analysed according to severa1 empirical 200 km long. The railway extends along
or analytica1 methods. In order to minimi- soíls that belong to the Adamantine Forma-
ze exploration costs and quick1y analyse tion of the Grupo de Arenito Bauru (Figure
the safety of mine and roads cuts slopes, 1). This Formation occur on the west re-
many authors devclopod dosign charts based gion of the São Paulo State and constitu-
on observations of the behavior of rnassifs tes the major part of the Planalto Ociden-
for each specific region. These charts ve- tal. It covers the preterite unities and
re obtained by plotting steepness versus it is partly covered by the Marília Forma-
height for critical slopes Employing tion and cenozoic deposits.
Hoek's (1972) circular rupture charts, it Thc recent sediments in this region cor-
is posible to develop a stability study respond to the colluvium occured on the
of slopes without performing laboratory geomorphic province of the Planalto Ociden
tests. Examining the rupture scars in slo tal. This tipical profile includes basical
pes cuts at the same geologic formations, ly two kinds of materiais; redidual sandy
we can determine the average parameter of soils, coinciding with the interfluvial
field strenght (c and ~). These average pa top relief, and reddish colluvionary silty
rameters plus the field data, made possi- clayey sands, occurring frequently on the
ble to plot steepness against height in or slopes of the val1eys, eventually limited,
der to quicken and simplify the applica- on the bottom, by lines of gravels.
tions.
Based on field observations, Shuk (1965),
Rana & Bullock (1969), Lutton (1970) and 3 HETHODOLOGY
Barton (1971), obtained steepness versus
height average curves considering a appro With data supplied by the Railway and di-
ximate safety factor of 1.0. Mello (1979), re~t observations, it was possible to veri
proposes the utilization of natural models fy that cut slopes were executed at a cons
of existing slopes instead of startingfrom tant inclination angle (a), approximattly
elaborate calculations based on parameters 60°, independing on the height (H) of the
from laboratory experiments. slope (Figure 2).
The analysed slopes were excavated about
35 years ago and have a similar rupture
pattern characterized by an approximate
shape of an amphitheatre (Figure 3).
68

IIINAS MIIAIS STATII:

., P~INCII'AL CITY

~ RAILWAY

- - PRINCIPAL ROADS

Fig.l Stretch studied in the present ~ork

Fig.2 Slopes with constant inclination and Fig.3 Tipical rupture shaped like an amphi
varied hcight theatre
69

3. Approximated positions of the water


level inside the slope (Hy).
4. Approximated depths o f tens íon cracks
on the top the slopes (Z0 ).
5. Average natural specific weight of
the soil in the studied slopes (y).
The idea consists basically in the analv
sis of the slope stability by limit equili
brium, considering that the slope posses-
ses, at the rupture, a safety factor equal
to unity, i.e. SF•l.O. Based on field ob-
servations, it was considered that the slo
pes were at the following conditions at the
failure moment:
1. Existence of tension cracks filled up
by 1o1ater.
2. Normal down1o1ard seepage.
On Figure 5, these conditions correspond
to the following equations:

X• a - ~ . (1.2 - 0.3 Hw/B)

z
y = 1 + [( a 100
- 10) ...2.)
. H •
r.:.!!
c

Due to inexistance of horizontal layers


it 1o1as assumed isotropical soil and down-
W'ard water seepage in side the slope. The
level of water inside the tension cracks
Fig.4 Roles caused by digging animais insí
was taken as the probable level of the
de the s lopes
phreat i c water table at the time o f the big

3.1 Particular features observed


11.0~ AIIGI.E I'IIIIC:nON X SI.OI'E KEIGKT I'Utlc:t"IOII Y

During the field work it was observed a


great amount of boles made by digging ani-
mais (arrnadillos). This holes have diame-
ter around 0.20 m and become preferencial
ducts of water, favouring the internai era
sion and increasing pore pressures.
X oCl-I.Z.D Y•'f.ll/c
Some of those boles reach the top (usual
ly inside the draining gutter), often with
C-IIOIUUL DCWIIWAIIIO D- DII.AIIIE:D Tl!:IISION CRACIC
ramifications into the slope (Figure 4). SII:II!I'AM
Sometimes the armadillos don't reach an

~~
exit. In thís case the water is captured
insid the soil increasing saturation.

3.2 Aplication of the Hoek's method


1-IIOIIIZOIITAI. WA~II F· ~NSION CIIACIC FII.I.ED
Observing the ruptures on the studied a- SE:E:PAGE WITII WA~II
rea, it became clear that the most suita-

~~
ble method to analyse the stability of tho
se slopes is one based on prev1ous experi-
ments, as proposed by Hoek (1972). It is
fundamentally based in the use of addimen- X•Cl·D.(I.t-0.15.!!.) y.f,JO.-IO~.k
~ - 'lõõ'jj'J c
tional functions slope height Y, slope an-
gle X, and on basic elements (Figure 5): "
( WATU TADI.E FUIICTIOIIl (Z, FUIICTION l
1. Inclination angle (a), presented by
the slope after failure. Fig.S Func:tions (X,Y) to accompany the
2. Height of slope (H). Hoek's circular rupture chart
70

gest precipitation. The approximate posi- Z0 /H, for each rupture, it was possible to
tion of the water level was obtained from get a series of functions X•f($) and Y•f(c).
measurings the heights (Hw) on the marks Based on these functions, assuming $ vary-
left by the flowing surfaces of water. The ing from 50 to 350 and unitary safety fac-
se marks can be observed only on intact cor (SF•l.O), utilising Hoek's circular
slopes next to the failure lines. Through failure chart, it was possible to deter-
these marks it is possible to estimate the mine the values of Y, for each assumed va-
maximum height reached on the surface of lue of ~ (Figure 7).
the slope by the water level (Hy), at the
time of the rupture. The average values of
Hw for each studied cut were related to the U.I'IIETY FACTOII (Sfl
height (H) of the slope. The values of the c~•o••..,ce:•
..; .. ó . o
se relations proved to be relatively high. ICe!
In arder to simplify the use of the rela-
8C
tion Hw/H in the function X, it was assu-
med Hw•hw and thc following values: IIIC

I
ã
H.,_./H: O. 6 0.7 0.8 :iz: 70
The surface material carried by the wa-
...
i! IICI
ter or the thick vegetation on the top of
the slope, often fills the tension cracks ..
:z;
50 I\
making difficult the survey. After the slid .....3
::
40
I\

ing, a practical measurement of Z0 , can be


dane using a scale on the stretch in which
the rupture surface remained practically
. \.
!\1\
'\.

vertical (Figure 6). 20 -' .... I'

_.SCALE
lO ~~ I'
r-.~~~r-:-ii
li r--.
..... I--.

o
·20 -10 o 10 1!0 liO 40 50 80
l r I -11=11-'=1/ SLOPE Al'4 SLE FUNCTIOII li

ORI81MAL I z. Fig.7 Hoek's circular rupture chart


SLOP~ I
!..
I ,,,,
~

Observing the pairs of values c and $


I RUPTURE SUIIIFACE
that satisfy the conditions imposed by the
chosen limit slopes, the curves c•f($) in-
tercept at different points, defining the
Fig.6 Depth estimare of the tension crack satisfactory conditions for two or more
in failured slopes slopes. On the curve·of a same slope, any
pair c and $ substituted in the equations
X and Y will result in unitary safety fac
tor. Therefore, two or more curves will
As in the case of Hw/H, it was adopted meet at the same values for c and $. This
the following values: will happen probably due to a certain pro-
portionallity between a and H. Analysing
0.3 0.2 O.l the values of these interceptions, it was
observed that the parameters could be rea-
sonable represented by the average values:
3.3 Obtained results
c ; 23.1 kPa and ~ z 19.60
Trying to verify the behavior of the cur-
ves c•f(~) for each analysed rupture, nine
possible combinations between the relations 3.4 Design chart inclination versus height
H~/H and Z0 /H were made, allowing an esti- of slopes
mated average of the parameters c and ~
for the soil of the slopes. Based on field For the construction of the design charts
observations, and on equations X and Y,the (Figure 8) it was considered the X and Y
values of thc inclination angle (a) ,height equations, chosen for the observed condi-
(H), average specific weight (18.3 kNJrn3), tions in the studied region, and average
and the nine combinations between Ry/H and values:
71

l. H,.,/H • 0.69 REFERENCES


2. Z0 /H • 0.17
3. y - 18.3 kN/m3 Cachapuz, F.G.M. 1978. Estabelecimento de
4. c • 23.1 kPa parâmetros geotêcnicos para análise de
S. q, - 19.6° estabilidade de taludes de cortes a s~
rem executadas em terrenos virgens. In:
With these values and considering the sa Anais do 29 CBGE, são Paulo, SP, vol 1:
fety factor in the interval from 0.5 to 157-172.
2.0, it was possible to obtain, in the cir Cavaguti, N. 1982. Geologia, estruturas e
cular failure chart, the value of the func características hidrogeolÕgicas mesozói-
tion Y permiting to determine the corres- cas da região de Bauru - Estado de são
ponding height of slope H. Paulo. PhD thesis, FFCL - Bauru, SP.
Guidicini, G. & Nieble, C.M. 1984. Estabi-
lidade de taludes naturais e de escava-
.
SF•q~ ~ .,
- ..;
0
..; o o
\
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.•"' l
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...
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..
310
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retroanãlise no estudo da estabilidade
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height of slopes oriundos da formação Adamantina. MsC the
sis. Universidade de São Paulo, Brazil.
Vilar, O.M. et alii. 1985. Geotechnical cha
4 CONCLUSIONS racteristics of tropical cenozoic sedi-
ment from São Carlos region (Brazíl). In:
Back analysis method in slope stability is Int. Conf. on Geomechanics in Tropical
when it is desirable to get the average pa Lateritic an Soils. Brasí:lia, vol 1: 461-
rameters o f the soil resistence (c and 4>) 470.
in great construction extensions, such as
slope flatenings of cuts on roads in ins-
tabilizing process, duplication of roads
and railway. The method can also be used
to estimare the inclination of cuts to be
constructed.
Triaxial compression tests executed in
undisturbed samp1es from the studied s1o-
pes provided average va1ues o f c' •35kPa and
q,••30.5°. The eva1uation of the stability
with these values would provida less con-
servative reuslts than those obtained in
the back ana1ysis.
The holes made by animais reduce the sta
bility, creating conditions for saturation
and internal erosion. To avoid the digging
of holes from the longitudinal drainage
gutter on the top of the slope, concrete
coatings or concreta half pipes tubes
should be employed.
72

CONHECIMENTOS RECENTES SOBRE A BACIA DE


SÃO PAULO E O PROJETO E CONSTRUÇÃO DE TÚNEIS

Hugo Clfsslo Rocha, Cia do Metropolitano de S~ Paulo - METRÓ


Tsrcfslo 8. Celflstino, Themag Engenhan·a Uda. & USP I São Carlos

ABSTRACT

This paper presents a summary of the evolvtion of lhe geological knowl9dge


about the São Paulo Sedimentary Basín, and how this has contritxJted for the
design and construction of tunnels. Co"elations are made between progress in
geology knowledge and the behavior o f tunnels recentfy excavated.

RESUMO
Este trabalho apresenta de forma resumida as evoluç68s do conhecimento da
geologia da Bacia de São Paulo e de que forma contrb.Jem para o prr>jeto 11 a
construção de túneis. São feitas correlações entre os avanços dos conh9Ci~
tos de geologia, e o comportamento de túneis recentement9 escavados.

1 INTRODUÇÃO
Na década de BO foram produzidos inúmeros trabalhos sobre a geologia da Bacia sedimentar
de S. Paulo. O avanço em termos de consolidação dos conhecimentos e introdução de novas
abordagens foi enorme. O trabalho ·o Rift continental do sudeste do Brasir de Riccomini ( 1989)
é a primeira proposta de uma abordagem baseada mais na geologia do que nos aspectos
g90técnicos das litologias.
Inúmeras dúvidas têm sido levantadas por vários autores relativas à estratigrafia, sedimen-
tologia, interpretações paleoclimáticas e tectônicas propostas, porém hoje já não é possfwl
discutir a geologia e a geotecnia da Bacia de São Paulo sem considerar o referido trabalho.
Assim sendo, neste relato procura-se analisar quais dessas contribuições são relevantes para
o projeto e construção de obras subterrâneas, principalmente túneis.
Tenta-se também explicar comportamentos dos maciços observados em obras exscutadas. à
luz dos novos conceitos de estratigrafia e tectônica.

2 ASPECTOS GEOLÓGICOS

2.1 Estratigrafia
Até 1980 a estratigrafia da Bacia de São Paulo era mais baseada em aspectos g90técnioos
do que geológicos.
73

Excelentes trabalhos foram produzidos, podendo-se destacar o trabalho "Considerações sobre


o conceito de camadas do ponto de vista geotécnico na Bacia de São Paulo" (Cozzolino, 1980)
que introduz de forma clara o problema do grau de alteração dos sedimentos. Porém a carência
de fundamentação geológica era grande e o modelo estratigráfico adotado acabava sendo
aplicado desconsiderando observações de cunho geológico relevantes. Exemplo disso ~ o
conceito da ausência de tectonismo recente na região. Hoje esta hipótese está totalmente
descartada e algumas estruturas provocadas por esse tectonismo sin e pós-sedimentar são
de relevante importância para as obras de engenharia.
A estratigrafia até agora considerada separava os sedimentos terciários em 5 "camadas·
principais que seguem:
1) "AREIAS BASAIS"- localizadas sob as atuais drenagens e sobre o embasamento pr~­
cambriano • abaixo da cota 715 m.
2) AREIAS E ARGILAS cinzentas esverdeadas (T AGUÁ)- localizadas nos fundos de vales,
com poucos afloramentos, quase sempre abaixo do atual nfvel de base das drenagens
principais.
3) CAMADAS INTERMEDIÁRIAS de areias argilosas e argilas arenosas variegadas
localizadas entre as cotas 715m a 790m, sempre à meia encosta dos espigões.
4) ARGILAS VERMELHAS RIJAS -ocorrendo sob as camadas de argilas porosas entre as
cotas 71 O m. e 800 m..
5) ARGILAS POROSAS VERMELHAS- localizadas nos topos dos espigões entre as cotas
790m e820m.
6) ALUVIOES ANTIGOS DOS RIOS TIETI: E PINHEIROS- ocorrendo sob os aluviões
quaternários dos rios Tietê e Pinheiros principalmente na região de ltaquaquecetuba.

Após uma análise geológica regional, Riccomini (1989) propôs uma nova coluna estratigráfica
dos sedimentos terciários com descrição faciológica detalhada de 20 diferentes fácies que
foram agrupadas nas seguintes formações:

a) Formaçio Resende: leques aluviais associados à planrcie aluvial de rios entrelaçados,


ocorrendo quase sempre abaixo da cota 750 m. Constitufdas de camadas de argilas pouco
arenosas cinzentas (taguá) e areias cinzentas e amareladas em geral pouca argilosas. São
sedimentos pouco afetados pelo intomperismo, principalmente as camadas mais próximas
das drenagens. As areias são bastante imaturas do ponto de vista mineralógico, apresen-
tando elevados teores de feldspato.
b) Formaçio TrememW: constituida por sedimentos argilosos de origem lacustre. Na grande
São Paulo foi descrita na região da Barra Funda, próxima do Memorial da America Latina.
c) Formeçio Sio Paulo: sistema fluvial meandrante, constitufda por argilas siltosas e
arenosas e areias argilosas vermelhas e variegadas. Predominam as argilas sittosas com
lentes de areias argilosas finas e médias. São sedimentos que ocorrem em geral acima
da cota 750 m, chegando até a cota 820m. São muito afetados pelo intemperismo,
apresentando elevadas concentrações de óxidos de ferro, principalmente acima da cota
BOOm
74

Devido à sua gênese, são sedimentos que apresentam bruscas variações granulométricas.
tanto verticalmente como lateralmente. Este aspedo é de fundamental importância para
as obras subterrâneas, uma vez que é bastante difícil interpretar um perfil geológico e
geot&cnico com base em sondagens pontuais devido a esta grande variabilidade dos
sedimentos.
d) Formação ltaquaquecetuba: constituída por leques aluviais com conglomerados, blocos
e matacões em matriz arenosa, sem argila, associados à planfcie aluvial com canais
entrelaçados. Embora existam argumentos correlacionado-<>s com as ·AREIAS BASAIS~
(Melo et ai., 1989), há uma tendência maior de adm~i-los como materiais sobrepostos à
Formação São Paulo.
Porém independentemente da sua posição estratigráfica, encontra-se sob as calhas das
atuais drenagens principais, sob os aluviões quaternários e sobre o embasam&mo. Nio
têm sido observada suas relações com as demais unidades sedimentares terciárias
(Riccomini 1989).
Informações obtidas recentemente em sondagens e em frentes de escavação do túneis
em várias regiões da cidade têm sido muito coerentes com aquela coluna estratigrâfeca.
No centro da cidade, infelizmente não houve escavações mineiras em volume expressivo
nos últimos anos. Nesta região, discrepâncias em propriedades geotécnicas com solos de
mesma cota na periferia (ex. Vargas, 1951) têm sugerido a possibilidade de deposição
posterior até cota inferior à da periferia. As maiores discrepâncias são observadas em
resistências a penetração e na pressão de pré-adensamento das argilas.
Espera-se que futuras escavações de túneis no centro possam esclarGCer esta questão.

2.2 Tectônica
O modelo tectônico estabelecido para a região (Riccomini, 1989) mostra uma complexidade
geológica maior que a anteriomente admitida para a área. decorrente das movimentaç6es da
placa Sul-Americana. As quatro fases estabelecidas são:

111 FASE EXTENSIONAL NNW • SSE • INICIAL: geradora do. Aift original. sincrónica l
deposição das Formações Resende, Tremembé e inicio da deposição da Formação $lo
Paulo (Paleogeno).
1111 FASE TRANSCORRENTE SINISTRAL: reativando descontinuidades mais antigas e
gerando novas fraturas conjugadas que desf.guram o rift original (Neogeno). Tom sua
maior expressão durante a deposição dos sedimentos da Formação ltaquaqUG~CGtuba.
Seguida de relativa calmaria tedõnica.

1111 FASE TRANSCORRENTE DEXTRAL: vem deformar todo o pacote sedimentar


depositado, até mesmo os colúvio-aluviais pleistocênicos originários na fase de calmaria
tectônica.
111 FASE EXTENCIONAL NW (WNW) • SE(ESE) FINAL:. regime extensional seguinte à
transcorrência dextral, que afeta as coberturas colúvio-aluviais do Pleistoceno superior •
eventualmente do Holoceno.
75

3 EXPERI~NCIAS DE OBRAS SUBTERRANEAS E CONDICiONANTES GEOLóGICOS


O METRO de São Paulo tem construfdo obras enterradas e subterrâneas nos sedimentos
terciários de São Paulo já há mais de 20 anos. Outras obras t~m sido empreendidas, se bem
que em menor volume há mais de meio século.
Ao longo de todo este período, tem-se lançado mAo de método@ construtivos que, em maior
ou menor escala, solicitam o maciço, exigindo diferentes graus de qualidade geotécnica. Neste
aspecto, em ordem crescente, exigem mais do maciço as valas a c9u ab;;~rto, os túneis
escavados com shield, e os túneis escavados por método mineiro. Exatamente por exigirem
qualidade melhor e portanto mostrarem mais claramente o grau de influência de condicionantes
geológicos, os exemplos de túneis mineiros serão os mais abordados neste trabalho.
Escavações desta têm sido empr~ados desde a década de 40 (ex. Silva Telles e
Ma.rchetti, 1945; Silva T alies s Vargas, 1950) para construção dos túneis Moringuinho e Nove
de Julho. Foi entretanto após a sistematização do NATM (New Austrian Tunnelling Method)
que a confiabilidade das escavações minarias cresceu a ponto se serem adotadas em larga
escala em maciços da solo, em área urbana.
A primeira aplicação daquele método em São Paulo foi feita para um túnel de 3m de diâmetro
em argila porosa (Negro e Eisenstein, 1981) om 1979. A primeira aplicação para túneis do
Metrô ocorreu em 1981 para dois túneis singelos na Extensão Norte da Unha Norte-Sul. O
trecho escavado em argila rija da Formação Resende comportou-se bastante bem. Entretanto
no trecho inicial, escavado em aluviões recentes muito comprassfvais e pouco resistentes,
ocorreu instabilidade de frente, provocando recalques Gxagerados, agravados pelo
rebaixamento do lençol freático (Cruz et ai., 1982; Celestino et ai., 1982).
DGsde ei~nt~. após o domfnio dos conce~os do método no Brasil, ele tem sido largamenh~
utilizado pela Companhia do Metrô, principalmente pelos atrativos de dispensa de utilização de
equipamentos sofisticados, baixo custo e flexibilidade para construção de seções transversais
das mais difen~ntas geometrias. Desde a última dkada, foram escavados ou estão em
escavação vários quilómetros de túneis singelos, duplos, ou seções contfguas para atender aos
grandes vãos nacessálios para acomodar estações. Uma compilaç~ dos dados daqueles e de
outros túneis escavados nos sedimentos de São Paulo, é apresentada por Negro et a.l., (1992).
Escavações por NATM já existam portanto em número expressivo nas Formações Resende
e São Paulo, em cada uma de suas unidades (areias, argilas porosa, vermelha e variegada e
·cinza). Nas chamadas ·areias basais", na região central da cidade, não há escavações
mineiras em YOiume expressivo. AP. obras do Metrô até o momento escavaram aquele maciço
apenas com "shield", utilizando combinações de rebaixamento do lençol freático por poços e
pressão interna de ar comprimido.

3.1 Túneis tm Arglltut

Os materiais argilosos das diferentes Formações têm-s-e mostrado bastante competentes para
as escavações mineiras empreendidas pelo Metrô.
Os parâmetros de resistência, tempo de auto-sustentação e deformabilidade são bastante
apropriados, de modo geral, para os túneis escavados às profundidades usuais (5 a SOm) com
seções transversais de 30 a 80m 2 , em seções individuais. Os problemas relatados se referem
em sua maioria à presença de fraturas no maciço, conferindo-lhe comportamento semelhante
76

ao de um maciço rochoso. O caráter descontínuo propicia por vezes o despr&endimento de


blocos junto à frente de escavação. Devido ao aspecto progressivo do fenômeno. amplificado
pelo desconfinamento. os volumes envolvidos nestes eventos são freqüentes com ordem de
grandeza de 1m 3 , mas já chegaram a centenas de metros cúbicos.
A argila vermelha apresenta-se usualmente bem mais plástica que a cinza. Embora a
resistência da primeira seja mais baixa, a plasticidade maior lhe confere capacidade mais
ampla de acomodar deformações acentuadas, sem que ocorra frarturamento intenso. Este fato,
d9COrrente de diferenças nos tipos de curvas de tensão-deformação (maior ductibilidade da
argila vermelha), é o responsáve' pela freqüência significativamente maior de fraturas na argila
cinza que na vermelha.
Grande parte das fraturas á decorrente de movimentações tectônicas no maciQ:>, conforme
fartamente observando vários autores. Entretanto, é importante sal~ntar que parte do
fraturamento mais pronuciando é frequentemente exacerbado pelo alívio d~ tensões
provocado pela escavação do túnel. ~comum que quando ocorre deficiência de suporte (SGja
por uma maior distância entre a frente de escavação e o local de fechamMto completo do
suporte, que consegue restituir confinamento ao maciço, seja por deficiência na qualidade do
concreto projetado} o maciço se apresenta mais fraturado e os desplacamentos aumentam.
Uma vez sanadas as deficiências, bruscamente as fraturas parecem desaparecer do maciço.
Outras evidências existem para comprovar a influência do alfm de tensões no fraturamento
observado. Em túneis escavados na Extensão Norte em 1982 e 1986, no mesmo mac'ço.
porém com avanços em sentidos opostos. chegou-se a observar algumas fraturas. sif'Mtricas
em relação aos planos das frentes de escavação. e não com a mesma atitude.
Outra evidência está em dados apresentados por Bjõrnberg {1 992). Segundo aquele autor. no
túnel sob o Rio Pinheiros. escavado em argila da Formação Resende com &levada razão de
sobreadensamento, foram encontradas sistematicamente fraturas subhorizontais no teto, e
subverticais, paralelas ao eixo, na frente de escavação. Fraturas no teto chegaram a con-
dicionar a queda de blocos de psquena altura. Entretanto, segundo Bjõrnberg, em um poço
escavado no piso, surgiram fraturas com inclinação acentuada, e 4'fiJ a 50°, e dir~s 'ti'Oitadas
para todos os "azimutes·. As diferentes atitudes nas diversas regiões do túnel podem ser
facilmente explicadas pelas diferentes direções predominantes de alívio de tensões em cada
região. No piso, por exemplo as elévadas tensões horizontais são ~as parcialmente
aliviadas com a escavação do túnel. (Para a razão de sobreadensamento do material, a relação
entre tensões horizontais e verticais é maior que 1,O). Como a tensão vertical bgo abaixo do
piso é reduzida a zero após a escavação do túnel, o material é solicitado de maneira
semelhante à que ocorre no mecanismo de falhas inversas. Caso as tensões horizontais sejam
aproximadamente iguais ao longo de todos oa azimutes. não haverá direção preferencial e a
ruptura por cisalhamento ocorrerá em todas as direções. léndendo a isolar um bloco que se
destaca para o interior do túnel.
Nos casos de ruptura ocorridos, parece sistemático que o fechamento completo do suporte
não se encontrava junto à frente, e portanto maiores deformações permitiram o Pfíndpio de
desarticulação do maciço. No túnelltaquera-Pêssego, da Extensão Leste do Metrô Bjõmberg
( 1992), relata que o desmoronamento de volume equivalente a 300m 3 foi condiciooado por
aumento de teor de areia no maciço de argila varisgada. Rocha (1 990) ressalta, para a mesma
ruptura, a condição desfavorável decorrente da proximidade de poços abandonados. e de
77

maior intensidade de fraturamento. Ambos os autores narram também deficiências no suporte,


decorrentes de atraso no fechamento completo da seção escavada.
Na ruptura do túnel entre as estações Clínicas e Sumaré, da linha Vila Madalena-Vila Prudente
do Metrô, Rocha (1990) relata que a argila vermelha apresentava no local estrutura de placas
centimétricas, conferindo ao maciço caráter descontínuo, agravado por aumento no teor de
umidade. Também aqui havia atraso entre a frente de escavação e o fechamento completo do
suporte.
A avaliação da influência do grau de fraturamento na resistência do maciço, permanece como
uma questão para a qual se necessita de mais informações. Em uma retroanálise de resultados
de instrumentação de um túnel duplo da extensão Norte, adotando comportamento elasto-
plãstico para o maciço, Celestino (1989) encontrou resistência a cisalhamento para o maciço
argiloso fraturado da Formação Resende de 67kPa. A mesma resistência, para o mesmo nível
de 1ensões, deíeiminada em laboratório, em corpos de prova isentos de fratura, era de 1 19
kPa. A informação, se bem que limitada, é que o fraturamento influiu em reduzir a resistência
a cisalhamento em cerca de 40%.
Para coibir o aumento do processo da fraturamanto na frente de escavação, as seguintes
medidas têm sido adotadas com sucesso:
111 fechamento completo do suporte mais próximo à frente de escavação;
lii parcializaç~ da escavação;
111 redução do avanço de escavação;
1111 uso de anfilagens, em regiões de interseções de túneis, onde o desconfinamento é mais
prenunciado.

3.2 Túneis em Areias


Enquanto os problemas com os túneis em argila parecem ser os mesmos independentemente
da Formação, o mesmo não ocorre com as areias. As diferenças em granulometria, em grau
de intemperismo, no regime de deposiç~o e consequentemente na distribuição espacial das
camadas, conferem substanciais diferenças de comportamento entre areias das Formações
Resende e São Paulo, quando presentes na frente de escavação de túneis.
Diferenças de granulometria podem ser observadas na Figura 1. O maior teor de finos presente
nas areias da Formação São Paulo confere maior coesão e maior resistência ao carreamento,
mesmo com escavação abaixo do nfvel d'água.
Em areias da Formação Resende encontradas na Extensão Norte, a curva granulométrica
apresenta um erro sistemático. Grãos de caulim se desagregam com a ação mecânica do
processo de determinação da granulometria, enquanto que in-situ se comportam como grãos
maiores. O teor de finos in-situ é portanto menor que o representado pelas curvas
granulométricas.
A sedimentação da areia em regime meandrante na Formação São Paulo, (Riccomini, 1989)
confere uma distribuição espacial das camadas de areia bastante mais errática que a da
Formação Resende. A maior extensão das camadas nesta última possibiha em alguns casos
alimentação mais franca de água, e uma maior previsibilidade de comportamento. Na
78

Formação São Paulo, embora possa ocorrer alimentação franca, ela é menos prováwl, porém
menos previsfvel. As alternâncias areia-argila são também menos previsíveis.
Outro ponto distinto do comportamento das areias das duas FOfmaçóes diz respeito ao grau
de intemperismo, bem maior na Formação São Paulo.
Todas estas diferenças podem ser sumarizadas nos comportamentos bastante distintos que
se observaram durante a construção dos túneis Zuquim (Formação Resende) e Cohab
(Formação São Paulo}, algumas das quais apontadas por Celestino e Martins (1999). No Túnel
Zuquim numa camada de areia fina a média (a faixa granulométrica apresentada na F.gura 1 .
foi obtida com material colhido ao longo daquele túnel) estEWe em posições variáveis na frente
de escavação ao longo de cerca de 350m de extensão. bastante de ê!ICOfdo com o qu. havia
sido previsto no perfil geológico elaborado a partir de sondagGms. A instalação de drenos
horizontais profundos a partir da frente do túnel resu~ou em vazões elevadas inicialmente
(cerca de 20 1/min),porém os gradientes de safda, principalmente logo acima do contato inferior
da areia, eram ainda bastante elevados para provocar significativos carreamentos de material.
Uma vez que os drenes foram conectados a uma bomba de vácuo, a condição de trabalho na
frente de escavação melhorou sobremaneira. A altura piazométrica residual acima do contato
inferior da areia reduziu-se a um valor controlável com a cravação de perfis metálicos, ou
ponteiras drenantes, dependendo de quão crftica era sua posição na frente de escavação.
Quando o teto da escavação se encontrava totalmente em areia, foram cravadas m~ntes
(barras de aço curtas de diâmetro 12mm, espaçadas cerca de 30cm), como mostra a Figura
2. As marchavantes têm a finalidade de prot9ger o próximo lance a ser escavado. Atuam
diminuindo o vão de arqueamento, que passa a ser o espaçamento entre as barras. Em outras
palavras. o vão, para efeito de tempo de auto-sustentação, diminui de 6m para 30cm.
As posições dos niveis piezométricos antes e após a instalação do sistema de rebaixamento
interno com vácuo são apresentadas na Figura 3. A influencia do vácuo nas vazões e ;.ituras
de piezõmetro é apresentada na Figura 4.
No túnel Cohab, na Formação São Paulo, a localização nas camadas de areia era muito mais
errática. Eram muito mais argilosas na maiOfia dos casos, a ponto de não exigifen"l tratamento
sistemático de marchavantes. Em compensação uma camada de areia limpa~ ~a. com
alimentação franca. foi interceptada pela frénte de escavação, resultando em vazões ~ubst~
ciais. Sobre aquela camada, a alguma distância do túnel apoiava-se um depósito r.cente de
argila mole que sofreu severos recalques, danificando casas simples, com fundação direta
sobre a argila mole.
Nas escavações, ainda em andamento, do túnel Sumaré-Vila Madalena. sob a Avenida Heitor
Penteado. observa-se a elevada erraticidade dos sedimentos da Formação São Paulo. As
camadas de areia apresentam pequena continuidade lateral e quando são continuas, o teor
de argila é bastante variável. Nas r9giões onde o teor de argila 6 baixo fOfmam-se bolsõM de
acumulação de água que uma vez atingidos pela escavação, provocam considerável piora nas
condições da frente que pode evoluir até provocar desplacamentos de alguns metros cúbicos.
Neste caso a execução de drenas horizontais profundos sistemática passou a ter um çar6ter
preventivo, uma vez que é diffcil prever o comportamento da areia somente pelas seçOos
geologicas baseadas em sondagens. A utilização de vácuo nos D.H.P.s. tem-se mo6trado.
mais uma vez, muito eficiente.
79

Mais uma vez é possível afirmar que apesar dos problemas localizados, os sedimentos da
Formação São Paulo apresentam um histórico de sucesso e de condições geotécnicas gerais
bastante favoráveis, principalmente em decorrência da predominância das argilas.
No Poço Ignácio Gaú,localizado na rua homônima, de onde parte o túnel acima referido , foram
executados ensaios de tempo de auto-sustentação, a fim de analisar as condições de contorno
que potencialmente poderiam induzir a ruptura do teto do túnel, face ao avanço não escorado.
Os ensaios foram efetuado em camada de areia fina e média argilosa e tiveram 42 horas de
monitoramento com utilização de extensõmotros, tensi6metros e piez6metros. Baseando-se
nos resultados concluiu-se que o tempo de auto-sustentação é superior a 66h/30cm
Uma dara lição que se deduz das experiências narradas acima é a necessidade de drenagem
exploratória na frente de escavação de túneis na Formaçêo Sêo Paulo, em locais crfticos.

4 PERSPECTIVAS
O conhecimento acumulado na última década, tanto em geologia como em geotecnia da Bacia
de São Paulo 9 bastante grande, a ponto de possibilitar rápidas previsões dos tipos e
comportamentos dos maciços para novas linhas de metrô ou outras obras subterrâneas em
estudo de viabilidade. Porém ainda nêo há uma massa crítica dedados geotécnicos associados
às formações geológicas, à faciologia e a compartimentação tectônica que possam fornecer
subsídios decisivos aos projetos de engenharia.
Cabe ressaltar que todos os dados geotécnicos referentes à estratigrafia proposta até 1980
continuam válidos, uma vez que os novos estudos geológicos só vieram acrescentar dados e
dar uma nova "roupagem· aos conhecimentos já existentes e estes estudos podem ser
reinterpretados baseados nos novos dados de geologia.
Para que a geologia possa contribuir decisivamente, eetudos mais detalhados devem ser
desenvolvidos con-elacionandos as fácies de cada Formação com os paramêtros geotécnioos.
Uma interpretaçêo tectônica e estrutural detalhada pode definir blocos, ademamentos, bas-
culamentos, etc; e os principais sls1emu de descontinuidades que cortam os sedimentos
devem ser determinados. Bjomberg (1992) apresenta um estudo bastante detalhado nessa
linha. Um exemplo disso pode ser observado na figura 5.
A figura 5 (A, B e C) apresenta uma secção ao longo do futuro trecho Paulista-Pari da linha
Ferreira-Pari do Metrô de São Paulo. Nesta secção ainda não foram diferenciadas as
Formações São Paulo, Resende e ltaquaquecetuba porém a •quebra· de relevo observada
entre as ruas Araújo e Rego Freitas sugere o contato entre a Formação São Paulo, predominan-
temente argilosa e a Formaçêo Resende predominantemente arenosa. Já no vale do
Tamanduatef observa-se um hiato das camadas argilosas e as areias deste vale apresentam
caracterfsticas bastante semelhantes às descritas da Formação ltaquaquecetuba. Com base
nestas obeservações pode-se inferir a existência de um contato lateral provável entre as
Formações Resende e ltaquaquecetuba. Com o prosseguimento das investigações, estes
locais deverão merecer mais atenção no projeto dos túneis.
Algumas destas possfveis conclusões ainda carecem de estudos mais aprofundados, porém
são um in feio para interpretações que muito poderão contribuir para uma melhor adequação
das obras de engenharia. Pode-se ainda notar claramente a possibilidade da existência de
falhamentos normais nos locais indicados. Caso se confirmem esses locais deverão merecer
80

especial aten~o nos projetos dos túneis.


Paralelamente a isto. programas de investigações gootácnicas devem ser desenvolvidos, para
aumentar a massa de dados que possam refletir o comportamento médio de pof'Ç{>es dos
maciços delimitados à luz da estratigrafia. Nesta linha vem sendo des&nYOMdo um programa
de investigações geofísicas ·cross-hole· para determinações in-situ dos param6tros elásticoe
dos solos terciários. Estes ensaios cobrirão uma lacuna na determinação dos paramili'C$
in-situ. principalmente quando f alamos das areias das Formações Resande e ltaquaquecetuba
onde a carência de dados e obras é grande.

5 CONCLUSÕES
Novos conhecimentos adquiridos na última década sobre a geologia da bacia Sediment~~~r d•
São Paulo vieram complementar e fornecer um arcaboU<;O lógico às informaç6es d$ origem
geotécnica. Algumas correlações ainda são necessárias. porém os padrõ9s de comportam.mo
de frentes de escavação de túneis já podem ser previstos em grandes linhas~ menos nas
Formações Sáo Paulo e Resende. Ainda há carência de informações geotécnicas obtidas
in-situ. Neste aspecto a retroanálise dos resultados de instrumentação de obras em andamento
pode desempenhar um papel muito importante. É essencial portanto que não se disp4»rdieem
estas informações. indiscutível patrimônio técl'lico.
Foram apresentadas sugestões espedficas para os problemas mais frequentemente en-
contrados em túneis nas duas Formações. quais sejam o fraturamonto da argila rija, • a
carreabilidade ê imprevisibilidade de locação espacial das areias da Formação Resende.

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ESTACAS L-80 L-90 L-100 L-110

FIG. 3 - N(VEIS D'AGUA NATURAL E APÓS REBAIXAMENTO PELO


INTERIOR
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DO TUNEL SAO PAULO ( EXTENSAO
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NORTE}
85

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F'IG. 4 - EFEITO DE VÁCUO EM OHP


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A. A ( 3' TA(CHOI
89

AEXPANSffillJDADEDESEDTIMENTOSDAFORMAÇÃO
CORUMBATAÍ QUANDO COMPACTADOS

Orêncio Monj e VIlAR ..


Ricardo GANDOUR ..

• RESUMO: A ocorrência de solos expansivos em diversas regiões do globo tem acarretado inúmeros
problemas em obras de engenharia. Por vezes, em determinados locais, tem-se que recorrer à utilização
desses solos como material de construção, dada a carência de solos com melhores qualidades
geotécnicas, como ocorre com os sedimentos da Formação Corumbatai presentes na região de Rio
Claro (SPi que têm mostrado indícios de expansibilidade. Esses sedimentos após escavação e
compactação tendem a desfazer-se e a apresentar textura de si\te, com comportamento semelhante
ao de um solo. Neste estudo procurou-se quantificar a influência de alguns fatores sobre as
características de expansibilidade de sedimentos da Formação Corumbatai destorroados e compacta-
dos, empregando-se o ensaio de adensamento convencional. Pôde-se verificar que as tensões de
expansão foram condicionadas pela massa específica seca e, para amostras moldadas nas mesmas
condições, não se mostraram afetadas pelo teor de umidade de moldagem nem pelas sobrecargas
aplicadas quando da saturação. As expansões volumétricas revelaram-se dependentes do teor de
umidade e da sobrecarga, sendo pouco influenciadas pela densidade do solo. Constatou-se ainda que
as expansões e contrações volumétricas não tenderam a anular-se quando se submeteu o solo a ciclos
de umedecimento e secagem.
• UNJTERMOS: Solo expansivo; Formação Corumbataí: tensão de expansão: expansão volumÉ
compactação.

Introdução

Os relatos sobre os problemas associados à ocorrência de solos expansivos em


todo o mundo são bastante numerosos na literatura geotécnica. Recalques em
fundações, instabilidade de taludes, danos em pavimentos. em revestimentos de
canais e em tubulações são alguns dos problemas que surgem quando se constrói em
regiões onde os solos apresentam características expansivas2. 7. s. 16 .

• Departamento de Geotecnia- Escola de Engenharia de São Carlos- USP- 13560- São Carlos- SP.
90
Embora de uma forma geral possa dizer-se que todos os solos, em maior ou
menor escala. expandem-se quando a tensão efetiva entre suas partículas é reduzida
por uma razão qualquer. costuma-se admitir como solos expansivos aqueles que
apresentam expansões superiores a 1%, quando essa variação volumétrica decorre
apenas da alteração do teor de umidade, sem qualquer variação nas cargas aplicadasa
A ocorrência de solos expansivos está intimamente associada à presença de
argilominerais da familia das esmectitas. principalmente as montmorilonitas Assim.
não é de estranhar que haja uma grande concentração de solos expansivos em regiões
semi-áridas das zonas de clima tropical e temperado, principalmente naquelas
regiões onde a evapotranspiração anual excede à precipitação (Chen 2), o que gera
uma baixa lixiviação e a possibilidade de formação de argilominerais expansivos.
como a montmorilonita. Deve-se frisar que problemas de expansibilidade não estão
associados somente a solos. Características expansivas são notadas em diversos tipos
de rochas. principalmente nas sedimentares, como em siltitos, argilitos, folhelhos,
margas e calcários, em cujas composições aparecem argilominerais expansivos 1· 6 .
Seed et al. 16 dividem os fatores que influenciam a expansão de solos compacta-
dos em dois grupos. O primeiro congrega os aspectos que determinam o potencial de
expansão e que depende da natureza das partículas, sendo representado pelo tipo e
pela quantidade de argila no solo. O segundo grupo determina a magrútude da
expansão e depende das condições de compactação e do ambiente. Compõem este
grupo a estrutura do solo, a massa específica seca (ou o grau de compactação). o teor
de umidade irúcial, o método de compactação. a disponibilidade de água, a concen-
tração de eletrólitos e a sobrecarga atuante.
No Brasil existem diversos registros de ocorrência de problemas associados à
expansibilidade de solos, como os massapês do Recôncavo Baiano e de rochas,
principalmente das sedimentares, como as da Formação Morro Pelado e Rio do
Rasto 5 ; da Formação Rosário do Sul 17 , da Formação Aliança 16 e do Grupo Tubarão6 .
Problemas relacionados à desagregação superficial de cortes que atravessam a
Formação Corumbatai na região de Rio Claro e que, em principio, poderiam estar
relacionados a fenômenos de expansão foram estudados por Santos 14 e Campos 1 . A
Formação Corumbataí é constituída de depósitos marinhos de planícies de maré,
incluindo argilitos, folhelhos e siltitos cinza. arroxeados ou avermelhados com
intercalações de bancos carbonáticos silexiticos e camadas de arenitos finos. No
Estado de São Paulo, a sua distribuição é contínua desde o Paraná até as fronteiras
de Minas Gerais, onde ela se estreita e desaparece 10 .
Santos14 , estudando problemas de instabilidades superficiais e profundas em
cortes na variante ferroviária Rio Claro- Itirapina, que atravessa a Formação Corumba-
taí, separou os materiais característicos presentes em dois grupos, denominados de
EN1 e EN2. O primeiro apresenta acentuada rigidez conferida pela cimentação por
carbonato de cálcio, além de ~er em sua constituição montmorilorúta e o segundo
mostra uma maior presença de argilas. Os dois materiais sofrem intensa desagregação
91

superficial quando expostos e o comportamento peculiar notado foi atribuído ao


intenso pré-adensamento experimentado pelos sedimentos em questão, não se
descartando, contudo, a contribuição da montmorilonita presente na amostra ENl
para a desagregação verificada. De qualquer forma, pôde-se constatar através de
ensaios laboratoriais que variações de umidade são essenciais para que a desagrega-
ção se processe. Campos!, estudando o mesmo fenômeno em amostras da região de
Rio Claro e de Piracicaba, corrobora as conclusões de Santos14 , no que concerne às
causas do fenômeno de desagregação superficial, e ressalta que os argilominerais
expansivos eventualmente presentes possam dar origem a elevadas pressões de
expansão nos solos derivados dos sedimentos da Formação Corumbatai.
No que se refere à caracterização da expansibilidade de solos e sedimentos.
diversos métodos têm sido propostos. os quais podem ser subdivididos em: métodos
de campo; métodos diretos; métodos de identificação mineralógica e métodos
indiretos 12 . Os métodos diretos empregam ensaios de laboratório, principalmente os
edométricos, os quais são interpretados de diferentes maneiras dando origem à
definição de diferentes pressões de expansão e de expansões volumétricas. Ignatius
& Frazão9 discutem as diferenças de resultados quando se utilizam diferentes
metodologias para a determinação da pressão de expansão em solos e rochas.
No presente trabalho estudam-se as características expansivas de sedimentos
da Formação Corumbatai destorroados e compactados em diferentes densidades e
umidades. visando à sua utilização como material de construção e empregando
ensaios de laboratório através dos quais se busca esclarecer a influência de diversos
fatores, tais como a densidade, a umidade e a sobrecarga sobre a expansibilidade
volumétrica e a pressão de expansão.

Materiais e métodos

As amostras de sedimento ensaiado foram retiradas de cortes efetuados na


Rodovia São Pedro-Araras. próximo à Rodovia Washington Luís em Rio Claro. Embora
predominem na área de amostragem sedimentos de coloração arroxeada, optou-se
por estudar um afloramento de coloração castanho claro, que era utilizado na época
(1984) como jazida de material de construção, principalmente para aterros e revesti-
mento primário de rodovias.
O sedimento foi escavado com o auxilio de enxadão, recolhido em sacos plásticos
e posteriormente conduzido ao laboratório, onde foi destorroado e caracterizado de
acordo com os ensaios tradicionais da Mecânica dos Solos, a saber: análise granulo-
métrica conjunta, empregando hexametafosfato de sódio como defloculante, limites
de consistência e massa especifica dos sólidos. Além dos ensaios de caracterização,
efetuou-se ensaio de compactação Proctor Normal e ensaio de compactação Mini-
MCV, buscando classificar o solo de acordo com a classificação MCT13.
92

Para caracterizar a expansibilidade, foram realizados ensaios de adensamento


(ou edométricos) em anéis com 6,3 em ou 7,6 em de diâmetro e 2.5 em de altura. O
solo, após destorroado, tinha sua umidade ajustada e era reservado em sacos plásticos
por 24 horas para homogeneização, após o que eram compactados dinamicamente
nos próprios anéis de adensamento, nas condições de densidade e unúdade desejadas.
Os ensaios foram conduzidos aplicando-se uma pequena sobrecarga inicial (aJ. na
maior parte dos corpos de prova de 2,5 kPa, para pernútir um boin ajuste da amostra.
Estabilizadas as deformações, inundava-se a amostra registrando-se a variação
volumétrica devida ao umedecimento. Uma vez cessadas essas deformações (comu-
mente após 36 horas) o corpo de prova era recarregado em estádios sucessivos de
carga: a tensão que promovia um retorno ao índice de vazios antes da inundação foi
tomada como a tensão de expansão (aE) do corpo de prova. enquanto a variação
volumétrica experimentada durante o umedecimento foi a expansão (E) medida.
Alternativamente, alguns corpos de prova foram inundados sob tensões (ou sobrecar-
gas- aJ. diferentes da tensão inicial (o). A Figura 1 referente ao ensaio 18, em que
ai= 12,5 kPa, 0"8 = 100 kPa, crE = 360 kPa e E= 2,9%, ilustra essas definições.

w•
O"~t•
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FIGURA 1 -Definição das caracteristicas de expansibilidade no ensaio edométrico. Tensão inicial (a;). tensão quando
da saturação (ou sobrecarga- aJ. tensão de expansão (aE) e expansão (E).
93

Resultados e discussão

A Tabela I sintetiza os resultados dos ensaios de caracterização e de compac-


tação, bem como apresenta a classificação segundo o Sistema Unificado, a HRB e o
Sistema MCT.

Tabela 1 - Características, parâmetros de compactação e classificação do sedimento


ensaiado

argila (%) 38 Classificação


silte (%) 57 Unificada MH
areia (%) 5 HRB A 7-6 (20)
D < 0,074 mm (%) 95 MCT NG'
LL (%) 94
LP (%) 50 Proctor normal
IP (%) 44
LC (%) 31 Pd máx = 1,28 g/cm 3
AC 0,46 wot = 34 (%)
ps (g/cm 3) 2,66

A simples verificação das características do sedimento em estudo permite, a


partir de constatações empíricas, antever um comportamento expansivo. Chen2,
estudando solos da região das Montanhas Rochosas (EUA), assinala que solos com
mais de 95% de partículas com diâmetro inferior a 0,074 mm e LL > 60% devem
apresentar um alto potencial de expansão; com efeito, o solo em questão mostrou
expansões de até 8% e tensões de expansão superiores a 400 kPa, dependendo da
densidade e da umidade dos corpos de prova. Na classificação MCT13 , os solos NG'
(argilosos de comportamento não lateritico). quando compactados nas condições
ótimas do Proctor Normal, são apresentados como fornecendo valores de expansão e
de contração variando de médios a altos.
A Figura 2 mostra a relação entre a tensão de expansão e a massa especifica
seca (pd), onde estão identificados separadamente os corpos de prova moldados com
umidade constante e os demais corpos moldados com outros teores de umidade, todos
saturados com sobrecarga de 2.5 kPa, além dos ensaios saturados com diferentes
sobrecargas. Na Figura 3 têm-se as expansões em função da massa especifica seca,
com identificação diferenciada dos ensaios realizados a teor de umidade constante.
Nesta Figura não estão inclui dos os ensaios em que a sobrecarga quando da saturação
94

foi diferente de 2,5 kPa, pois, como se discutirá adiante, a sobrecarga influencia
decisivamente as expansões volumétricas.

cr11 • z.s tcPO I


I
I
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~~.o----------~~.----------~,.~2-----------,~.3------------~,.~
f'd - MA.$$A I!GPEC ..FICA SECA I OI~"' 11

FIGURA 2 - Tensão de expansão em função da massa específica seca inicial.

Na análise dos resultados da Figura 2 foram calculadas regressões contem-


plando: a) os ensaios preparados com mesma umidade e b) o conjunto de todos
os ensaios. Tanto para a opção a) quanto para a b) obtiveram-se coeficientes de
correlação (R) praticamente iguais, da ordem de 0,8. Cumpre destacar nesta análise
a considerável dispersão de resultados. principalmente para os corpos de prova
preparados com mesma densidade (pd = 1,28 g/cm3) que mostraram tensões de
expansão variando de 95 a 425 kPa. Essa dispersão, atribuída em primeira
aproximação às diferentes estruturas obtidas após a compactação, será discutida
mais adiante quando da análise da influência das sobrecargas sobre as tensões de
expansão. As equações a seguir estabelecem a correlação eritr~ crE e Pd· conside-
rando todos os dados em análise:
95

O"E = 16,64 . pd11.27 R= 0,82 (1)


<JE = 0,0017. 11381,8 Pct R= 0,82 (2)

onde oE está em kPa e Pct em g/cm3.

~~-----------.------------r------------.-----------.

0-'fltiJJ~·t. c

o
o
c
o
o o

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o
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1,DD 1,10 1,3) t,JO t .~

Pd - MASSA ESPECÍFICA SG:CA I Oleto~~l

FIGURA 3 - Expansão em função da massa específica seca inicial.

As tendências apresentadas estão de acordo com as conclusões de outros autores 3 · 14


e uma explicação para essa relação reside no fato de que a massa específica seca
possa ser uma medida indireta da maior ou menor proximidade entre as partículas. o
que viria a ampliar ou a atenuar as forças de repulsão, principalmente as decorrentes
de variações no potencial osmótico, afetando assim as caracteristicas de expan-
sibilidade dos solos compactados.
Com respeito às expansões volumétricas. não foi possível constatar uma depen-
dência do grau de compactação (ou da massa específica seca). como se pode notar
dos dados da Figura 3, ainda que haja uma ligeira tendência de crescimento da
expansão com a massa específica seca. principalmente para os ensaios realizados
com as amostras preparadas com o mesmo teor de umidade inicial.
96
Apresenta-se na Figura 4 a tensão de expansão em função dos teores de umidade
e na Figura 5, a expansão relacionada também à umidade de moldagem, onde os
corpos de prova com mesma densidade estão marcados com símbolo próprío.

~.------------r------------r------------r----------~
C.Ta • 1.S •Pe
4 - Pd ot.U~
o - "" ~ t,teg~
400

8 • - O'a • VARIÁ VIU..


~ Pd • t, 28 ;/ctnJ

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tCIO o
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o

0~~----------~------------~-----------L----------__J
.1D 40 50
IN- TE~ DE UMIOAOE ,.,.1

FIGURA 4 - Tensão de expansão em relação ao teor de umidade inicial.

Em relação à influência do teor de umidade de moldagem, constatou-se um


comportamento inverso daquele verificado quando se observou a interferência das
densidades sobre os parâmetros de expansão. A tensão de expansão mostrou-se
independente do teor de umidade (Figura 4), enquanto a expansão tende a diminuir
com o aumento do teor de umidade segundo relações cujas equações são:

E:;:;; 6,23 . 105 . w·3.33 R= -0,89 (3)


E = 83,86 . 0,92W R= -0,89 (4)

onde tanto E quanto w são expressos em porcentagem. Nessas correlações foram


considerados todos os dados da Figura 5. Deve-se ressaltar que o conjunto de corpos
de prova preparados com igual densidade mostrou relações de dependência do mesmo
tipo das expressas nas equações (3) e (4), apenas com coeficientes de correlação
ligeiramente menores.
97
~~------r-------~------~------~------,-------1

.. •

~~.------~,2~------~~~------,f.o~----~"~------7.u~------~
W - TI!O<I IX UMI DAOE I •t.l

F1GURA 5- Expansão em função do teor de umidade inicial.

Vijayvergiya & Guazzaly18 , analisando dados próprios e de diversos autores,


referentes a amostras naturais ensaiadas a volume constante e separadas segundo
diversas faixas de limite de liquidez. obtiveram relações de dependência semelhantes
. às aqui obtidas. isto é, um decréscimo da expansão com a umidade e um aumento
da tensão de expansão com a massa específica seca. Além disso, foi constatado um
decréscimo da tensão de expansão com o aumento da umidade, fato que não ficou
evidenciado na análise dos resultados aqui apresentados.
A dependência ora do teor de umidade, ora da densidade levou à tentativa de
se verificar a influência de um índice que congregasse os dois índices citados sobre
os parâmetros de expansão. Nesse sentido, tentou-se expressar tanto a tensão de
expansão quanto a expansão em função da umidade volumétrica que corresponde ao
· produto teor de umidade (w), em peso e massa especifica seca (p d)· A Figura 6 traz
os resultados das expansões colocadas em função da umidade volumétrica (8 = VwN,
onde Vw-volume de água e V-volume total), para todos os ensaios, exceção feita
àqueles em que a sobrecarga variou quando da saturação.
98
I

O" 8 • 2,5 lcPa

• - p d •1.ll8gi-J
o- ,.d ~ 1.28;1~

o~:-------~------~,~0--------~~------~~~-------"L---~-~~~
8 • UMIDADE VOLUMÉTRICA I'J•I

FIGURA 6 - Expansão em função da umidade volumétrica

Os resultados colocados na Figura 6 permitem observar urna redução na


expansão com o acréscimo da umidade volumétrica, numa relação semelhante à que
se observou para o teor de umidade em peso (Figura 5), porém sem melhoria do
coeficiente de correlação R. A correlação que retrata essa dependência pode ser
expressa corno:

E= 68,62 . 0,946 R= -0,75 (5)

onde tanto E. quanto 6 são expressos em porcentagem.


Com referência à tensão de expansão, houve urna grande dispersão de resultados
não sendo possível estabelecer urna relação com a umidade volumétrica, deixando-se
de apresentar o gráfico correspondente.
A Figura 7 mostra o efeito da sobrecarga sobre as expansões e as tensões de
expansão, para corpos de prova cornpactados na mesma densidade (GC = 100%) e na
mesma umidade (w = wot).
99
r----------.----------.---------.----------.----------,~

4
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ÜE • 391.9 kPo - - - .....&. - - - 1D
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JOO ~

FIGURA 7 - lnOuP.ncia dn sobrecarga na expansão e na tensão de expansão para corpos de prova moldados nas
mesmas densidade e nmiclnde.

A influência da sobrecarga quando da saturação apresentou aspectos interes-


santes. A exceção dos ensaios que forneceram tensões de expansão de 95 e de 200
kPa, para sobrecargas de 2,5 kPa, as tensões de expansão mostraram-se praticamente
insensíveis à sobrecarga e apresentaram um valor médio de 391.9 kPa (343 kPa
considerando todos os ensaios). enquanto as expansões foram fortemente influencia-
das: maiores as sobrecargas, menores as expansões.
Nesse caso, os resultados obtidos concordaram com a afirmação de Chen2 que
diz ser a tensão de expansão independente do teor de umidade e da sobrecarga e
dependente apenas da massa específica seca inicial, embora os resultados de dois
ensaios tenham-se mostrado discrepantes. Esses dois resultados serão excluídos da
análise, porque acredita-se que as discrepâncias verificadas não devem refletir uma
tendência de comportamento, mas, antes, problemas não detectados durante a
realização dos citados ensaios, como pequenas expansões antes dos carregamentos
que reconhecidamente alteram as tensões de expansão4 .
Na verdade, a conclusão de Chen2 sobre ser a tensão de expansão comandada
apenas pela massa especifica seca não se confirma quando se observam resultados
de outros autores e as tendências observadas neste estudo. Santos & Marinho 15
encontraram relações de dependência entre a tensão de expansão e a sobrecarga; por
100

outro lado, sabe-se que as condições de compactação (grau de compactação,


umidade. energia e sua forma de aplicação) conduzem a diferentes estruturas 11 e a
variados comportamentos quando da expansão 16 Neste estudo, quando as condições
de compactação foram mantidas constantes. como no caso dos resultados da Figura 7,
obteve-se um comportamento semelhante para todos os corpos de prova. porém ao
alterar um dos fatores da compactação (no caso da Figura 2. os corpos de prova
compactados com massa específica seca de 1,28 g/cm3 tiveram teores de umidade
variando entre 30% e 38%), houve variações nas tensões de expansão medidas. que
se situaram entre 95 e 425 kPa
Assim. parece que a massa específica seca efetivamente condiciona a tensão
de expansão. porém não é suficiente para tal, principalmente quando se variam as
outras condições de compactação, como o teor de umidade ou a energia e sua forma
de aplicação
A expansão. desconsiderando os resultados dos dois ensaios anteriormente
citados, mostrou-se dependente da sobrecarga de acordo com a seguinte equação

E = 8,42 . 0,99 <J5 R= -0.94 (6)

A Figura 8 mostra as expansões colocadas como função da razão entre a tensão


de expansão e a sobrecarga.

.-.
4

& • O, 57 -+ !.50 " log I O"E I 0"$ I


R • O. 00

FIGURA 8- Expansão em !unção da razão ~entre


a tensão de expansão e a sobrecarga.

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(;: ii~liateca ~ l
\ ~ -' ç
1,_. C"~)

~>'
101
Caso se desprezem os ensaios em que se obteve 95 e 200 kPa para a tensão de
expansão, a correlação pode ser expressa como:

R= 0,99 (7}

Na Figura 9 aparecem os resultados das expansões em função das tensões de


expansão, para os corpos de prova ensaiados com a mesma sobrecarga.

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o - w • .,, .,. CT_, • t,S I<Pa

.t.- Pd • t,21g/c"':S

't - W>Wot

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I
...

C"E - TEN$io tE EXPilNsio III:Pa l

FIGURA 9 - Relação entre a tensão dP. expansão e a expansão para corpos de prova submetidos ã sobrecarga de 2.5
· kPa

A relação entre a expansão e a tensão de expansão mostrou um comportamento


semelhante, com coeficientes de correlação praticamente iguais, quer se considere
separadamente: a) o grupo de corpos de prova moldados com mesmo teor de umidade
inicial, b) o grupo de corpos de prova com mesma massa específica seca inicial ou c)
o conjunto de todos os corpos de prova. Considerando o conjunto total de dados, a
equação que relaciona as duas variáveis resulta:

R= 0,78 (8)
102
Assim, para uma mesma sobrecarga, há um crescimento da expansão com a
tensão de expansão. conforme também relatado por Vijayvergia & Guazzaly18 para
amostras naturais submetidas a ensaios a volume constante.
Por fim, tem-se na Figura 10 o resultado de ciclos de saturação e secagem aos
quais foi submetido um corpo de prova compactado na umidade ótima e com grau
de compactação de 100% do Proctor Normal. A sobrecarga, quando dos ciclos de
secagem e saturação. era de 100 kPa e no processo de secagem utilizou-se uma
lâmpada infravermelha que manteve a temperatura em torno de 35°C.

1,10r----------------------------.
w • '"· 2 .,.
C!& • tOO kPa

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FIGURA 10- Expansão e contração de um corpo de prova submetido a ciclos de saturação e secagem. Sobrecarga
de 100 kPa.

No tocante aos ciclos de umedecimento e secagem (fadiga), cumpre notar que


as variações volumétricas, por expansão ou por contração, mostraram uma tendência
de caminhar em direção a um valor constante. Isto sugere que o processo de expansão
e contração ocorra continuadarnente ao longo do tempo, ou seja, as variações
volumétricas devidas ao secamente e ao umedecimento do solo não tendem a
anular-se por fadiga.
103

Conclusão

Os resultados de laboratório sobre amostras de sedimento da Formação Corum-


bataí destorroadas e compactadas em diferentes urrúdades e densidades mostraram
que a· tensão de expansão depende da massa especifica seca e, para corpos de prova
compactados nas mesmas condições, independa do teor de umidade e da sobrecarga
aplicada ao solo. As expansões mostraram-se dependentes do teor de umidade e da
sobrecarga, havendo para amostras sujeitas à mesma sobrecarga uma tendência de
crescimento das expansões com a massa especifica seca, porém com uma grande
dispersão de dados.
As expansões mostraram-se relacionadas à tensão de expansão, para a mesma
sobrecarga e, para sobrecargas variando, as expansões mostraram-se dependentes da
relação entre a tensão de expansão e a sobrecarga aplicada.
A simulação em laboratório de variações sazonais de umidade (ciclos de
umedecimento e secagem) mostrou que as expansões e contrações ocorrem conti-
nuadamente ao longo do tempo, ou seja, as variações volumétricas não tendem a
anular-se por fadiga.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao CNPq, pela concessão de bolsa de Iniciação Científica,


e aos técnicos José Luís Guerra. Milton Tadeu Bogno e Benedito Osvaldo de Souza
pelo auxílio na realização dos ensaios.
104

VILAR, O. M .. GANDOUR, R. The expansive behavior of the Corumbataí Formation sediments


under compactations. Geociências, São Paulo, v. 11. n. 2. p. 163-179, 1992.

• ABSTRACT: Prob/ems in structures and earthworks related to the presence of expansiva soils are
world-wide. Expansive soils have need to be used as construcôon material in many areas dueto absence
or little ocurrence of soils with better geotechnical properties. In this sense, sediments of Corumbatai
Formation. mainly composed of silty and clayey rocks in Rio Claro area (SP). have shown signs of
expansive behavior These sediments are easily crushed and behave like a soil when excavated and
compacted. In this paper, the influence of some factors in the expansive characteristics of crushed
and compacted Corumbataí Formation sediments is quantified using conventional oedometer tests.
Based on such tests it was possible to verify that swe/1 pressures were related to unit dry weight and
did not depend on moisture content nor surchage. Volumetric expansions were found to be re/ated to
initial moisture content and surchage and less dependem on unit dry weight. It was a/so noticed that
the volumetric changes after wetting and drying cycles had not disappeared due to the fatighe of
swelling.

11 KEYWORDS: Expansive soil; Corumbataí Formation; swelling pressures; volumetric expansion; com-
paction.

Referências bibliográficas

1. CAMPOS, J. O. A desagregabilidade dos siltitos da Formação Corumbataí- consequências


práticas, fenomenologia provável e experimentação pertinente. Rio Claro, 1989, p.120.
Tese (Livre-Docência)- IGCE, Universidade Estadual Paulista.
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106

THE IMPORTANCE OF THE ENGJNEERING GEOLOGICAl MAPPING


FOR REGIONAL PLANNING: AN EXAMPLE FROM
THE CAMPINAS REGION (BRAZIL)

LA IMPORTANCIA DE LA CARTOGRAFIA DE
INGENIERIA GEOLOGBCA PARA LA PLANIFICACION REGIONAl:
UN EJEMPLO DE LA REGION DE CAMPINAS (BRASIL)

Zuquette, L. V. (*) & Gandolfl, N. (**)

RESUMEN

En este trabajo se describen los resultados obtenidos con la aplicaclón de una metodologia para el
mapeo geotécnico propuesta por ZUOUETTE (1987) en la región de Campinas (BrasiQ a escala 1:50.000.
En la reglón existen nesgos provenientes de la relación existente entre los procesos geológicos y la
umanización, que son: inundación pluvial, erosión, excavaclón y suelos colapsables. El mapeo geotéc-
nico permite la elaboración de mapas temáticos con el objetivo de definir áreas con condiciones
adecuadas en relaclón a: lrrigaclón, escavaclón, disposlción de resíduos y clmentaclones.

ABSTRACT

This papar presents the results obtained with the application oi zuquettes (1987) met.ho f9r Etngineering
geological mapping of ZUOUETTE (1987) in the Campinas region (Brazil), ata scale of 1:50.00 The region
shows severa! prcblems related to physical environmental and land USE: collapslbility, erosion, nooc1
and excavation. The engineenng geological mapping permltted the elaboration of severa! interpreta-
tivas charts for lhe definition of lhe units in terms of: erodibllity, excavation, foundation, irrlgatlon and
waste disposal.

INTRODUCTION In order to establish the relatrón behucen problem


areas and the several land uses an engineenng
The Campinas region, in the central eastem area geological map of the region was elaborated, at
of sao Paulo state (Figure 1), is one of the most 1:50.000 scale, through the production of several
densely populated area of Brazil (2,100 inhabi- baslc documents, where the principal geotechnical
tantslkm2j and presents a high rata of urban and çharacterlstics were registered.
industrial growth, compared wlth the rest of lhe
country. GENERAL CHARACTERISTICS OF THE
AREA
The occupatlon of thls region occurred without any
planning and the natural limitations imposed by The studied region, with a population of about 3
the natural environmentla (rocks, unconsolidated million inhabitants, is located in the central-eastem
materiais. waters, and relief) were not tablen into portion of the São Paulo state (Southeastern
account. A$ a result, countless senous problems Brazil, Figure 1) and covers an area of approxl-
appeared related to sanitation, floods, erosion, mately 710 km2.
stabiHty of slopes and polution of ground water
source. The predominant cfimate is of the Cwa Type
(Koppen Classification), wlth an average monthly
{•) Ribeirão Preto, São Paulo - Brazil. temperatura between 14"C and 24'C and average
{••) Geólogo, Escola de Engenharia de São Carlos. anual rainfall rale above 1.200 mtn. Topography
São Carlos, São Paulo - Brazil. is hilly.
107

FIGURE 1
Locallzatlon of the campinas Reglon
o
...v

CAI.IPINAS

D
METHODOLOGICAL ASPECTS tive, was elaborated the chart of general zoning
directed to the regional planning (Figure 1 O) through
The engineering geological mapping was made mechanism oi analysls called mtJtrfx snd IOglcal
at scale 1:50.000, according to the methOdOiogy tree, sitas were related to firnitlng attributes. The
proposed by zuquette & Gandolfi (1990), which analyses were carried out according to lhe criteria
is based on lhe analysis of a group oi attributes of proposed by va·rnes (1974) and Christofoletti
the naturav environmental used to prepare severa! (1979), 10 groups oi attributes which influentiate
aptitude charts (Table 1 ). the occupation factors with different intensity:
were defined
The relevant attributes were grouped in a basic
maps: decfivity (Figure 2), bedrok (Figure 3), 1. depth of ground water levei< 2. + annualfloocls;
unconsolidated materiais (Figure 4 and Table 2. colapsibles materiais- eo > 1.5; S.P.T. < 5;
2) and hydrogeological unlts (Figure 5), comple· · 3. depth oi the bedrock < 2m;
menled by explanatory texts. 4. occurence of boulders at depth < 5m + erosions
+ bedrocl< depth < 2m;
From the lnformation contained in the basic maps, 5. occasional floods (water accumulation zonas.;
interpretativa charts were elaborated for: founda- 6. erosion + recharge area + contamination
tions (figure 6}, waste disposal (Figure 7), erodibility potentiality;
(Figure 8), irrigation and excavation (Figure 9). 7. depth of the bedrock < 2m + possible expansi-
va de soils;
Finally, on lhe bases os these documents, 8. erosion + potentiaf of contamination of the
General Zoning, chart directed to planning was superficial water source;
prepared, in which lhe areas that present restric- 9. superficial water source + contaminatlon;
tions for occupation were singualed (Figure 10). 10. depth of the bedrock < 5 m.

ANAL YSIS FOR REGIONAL PLANNING Observing the chart obtained from the analysis
(Figure 10), it can be noticed that region presents
From lhe information obtained and registered in different types and leveis oi exposition to pmblems,
the documents classified as basic and interpreta- as considered in Table 3.
108

FIGURE2
Slope map

2- Oa2%
10 - 2 a 10%
15 - 10 a 15%
20 - 15 a20%
+20 - > 20%
109

FIGURE3
Roek substrate map

km 3 2 1 O 1500 2000 m
fwoootJ-1 . I
1. Amparo Group - {PEl) - Granites. Gneisses.
2. Itararé Formation - (P)
2.1 Claystones/siltstones
2.2 Sandstones
2.3 Fines (claystones. sillstones. mudstones)
2.4 Alterations between siltstones and claystones
2.5 Sandstones, sillstones. shales, claystones

3. Serra Geral Formation - (JK) - Diabases


110

FIGURE4
Unconsolldatec:l Materiais Map

km 3 2 1 O 1 500 2000 m
~'I
Strlpe Key
1. Diabases residuais AR predominant
2. Sandstones residuais A textura
3. Gnalssestgranites residuais 2-4 - thickness
4. Siltstonestclaystones residuais B (min. - máx.)
5. Diabaseslfines residuais S.P.T. index
6. Materiais with 50% - clay/silt C Beds (min. - máx.)
50%- sanei
7. Claystones/silstonestmudstones residuais Texture
8. Alluviun - water levei 2M A- Clay
9. Transporteds Materiais (depresslons) 5-Silt
water levei 2M AR-Sand
1o. ·Sancly Materiais I A.A - Weathered Rock
11. 5andy Materiais 11 1- lmpenetrable
lll

FIGURE 5
Hydrogeologlc unlts map

km 3 2 1 O 1 500 2000 m
;-tJ-1 I I

® unconfined aquifer StrlpeKey

~
ARG Claystones Uthology
Becls ARE
SIL silstones B 0-20 Thickness (m)
ARE sandstones
c DIA Lithology
SED seclimentary rocks
DIA diabases
CAIS gneissestgranites
ITA Itararé Formation
112

FIGURES
Foundatlon chart • levei 5 m

km 3 2 1 O 1 800 2000 m
H;;J-1 I I

2m Depth of bedrock < 2m


1 . Adequate units-
1.1 Bedrock between 2 and 5 m
1.2 S .P. T. - varying between 5 to 1O
1.3 S.P.T.- varying between 9 to 15
2. Moderate units
2.1 S.P.T. < 7
2.2 S.P.T. > 7
3. lnadequates units
113

FJGURE7
waste Olsposal Chart

km 3 2 1 O 1 500 2000 m
H-H I I

A Adequate
lnadequate (strongly)
I, textura: clay/silt
12 depth of rock substrate around 1Om
13 the landfill cannot be excavated
'• association of problems as: depth of rock substrate, very clayey textura and
depth of groundwater
15 association of problems as: depth of rock substrate and sandy texture
18 assodatlon oi constraints related to ali attributes
114

FIGURES
Erodlblllty Chart

km 3 2 1 O 1 800 2000 m
'e-I;;J-! I I

A Adequate units - low potential for erosion

R Moderate units - some attributes favorables for erosion

lnadequate unit - hight potential for erosion


115
FIGURE9
lrrlgatlon and excavablllty chart

km 3 2 1 O 1 800 2000 m
Excavablllty HwJ-1 , 1 lrrtgatlon
1. Adequate units I. Adequate units
2. Moderate units
2.1 ground water levei
andlor bedrock
between 2 to 5 m
2.2 Declivity- O to 5%
2.3 ground water levei
and/or bedrock < 2 m
Declivity - 1Oto 15%
3. lnadequate units
3.1 Ground water levei andlor bedrock < 2m
3.2 Declivity > 15%
116

FIGURE 10
General Zonlng chart for regional plannlng

km2 O 2000 m
i:::±:::==±===±===:!
1. Grounct water levei < 2m + annual flood
2. Colapsible materiais. SPT < 5
3. Bedrock <2m
4. Erosion + bedrock < 2m +
5. Occaslonal floods
6. Erosion + aquifer - area + potential contamination of the aquifer
7. Bedrock <2m+ expansiva minerais
8. Erosion + potencial contamination of the surface aqulfer
9. Surface aquifer + potenCial contamination
10. Bedrock < Sm
,o
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~
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CJ
c:
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C/l
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=>5.
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X o "ti o o o o o o o o Type of materiais

Profile variations
X o "tl o o )( X o o
"' o
~
X )( )( o o o o o o
[Thickness of
itJnconsolidates materiais
~
~
cn
o o o o o o o o o o iWater levei depth I»
"'
-
:::1
c.
o o o o o o o Decllvlty I»
$l
o
o o o o o Permeability ül
"' X

o )( o o o o )( o Expansibility -
2.
=r
o
CIQ
X o o o )( o Compresslbility ~
õ
CC
o )( X o Bearing capacrty Õ-i
~>
o to
o )(
Corrossiveness :::~r­
<m
o o X o )( )(
loods areas
ã-
:::1
3
o
o )( o o o o o )( :::1
Landslldes
i
o o o Landforms Q
11
tT
o o o X o Recharge area I»
cn
CEC (Cationic exchanga) .fF
o o o )(
Capacity)
11
o o o o )( Atrnosferics conditions ~
8
X Salintty g_

o
:$
X X Alterations Gradas

)( X )(
Fleld capacity

o o Channelslkm

X X o o X Denslty of fractures

o o X X Hydrologic basin !
'- L_ -

LU
TABLE 2
Characteristlcs of the unconsolldates materiais (average values).
ps. specific gravlty: pdnat ·natural dry denslty; pdmáx- maxlmum dry denslty; eo- volds ratto; Wopt- optlmum molsture content; GCnat- natural
compactatlon ratlo; LL • llquld limit; LP • P1astlc limlt.

Characteriatlc:a GRAINSIZE STANDAAD ATIEABERG


DENSITZ GoC CLASSIFICATION
COMPOSITION PROCTOR LIMITS
Types
of
uncontolldated SANO SILT CLAV pa pdoat pdmáx Wopt
NAT LL LP NOGAMI
80 Unlfied
matwlale (%) (%) (%) (gtcml) {gtcníJ) (gtcm3) (%)" (1979)
(%) (%) (%)
DIABASE·s RESIDUALS 28 20 52 3,000 1,0 1,522 1,625 24,0 93,E 47,0 35,0 Cl LG'

SANDSTONES RESIDUALS 70 5 25 2,64 0,80 1,460 1,905 13,0 76,6 19,0 16,0 SL LA'
GNEISSESIGRANITES
45 18 37 2,585 0,840 1,405 1,715 16,7 82,0 39,3 27,3 CL NA
RESIDUAL$
SILTSTONESI CLAVSTONES
11 52 37 2,687 0,516 1,722 1,810 17,2 97,0 35,5 18,8 ML NS
RESIDUALS

DIABASESIFINES RESIDUAL$ 42 19 39 2,617 1,40 1,160 1,635 23,3 72,1 36,2 27,25 CL

MATERIALS WITH 50% CLAVI


SILT • 50% SANO
49 10 41 2,644 1,07 1.2n 1,636 19,7 78,0 42,2 31,4 CL NG/LG'

CLAVSTONESISILTSTONESI
25 24 51 2,733 1,185 1,300 1,600 23,3 61,2 45,6 35,7 CL LA'
MUDSTONES RESIDUALS
ALLUVIUM- W.L. 2m

TRANSPOATED MATERIAL$
43 12 45 2,740 1,04 1,341 1,610 23,1 83,3 45,1 32.2 CL
IN DEPRESSIONS

SANDV MATERIALS I 71 12 17 2,594 o.ns 1,461 1,905 12,5 76,7 24,4 17,9 SL LA

SANDV MATERIAL$ 11 55 12 33 2,636 O,SOI 1,470 1,822 12,5 94,8 33,4 17,6 se LA
119

TABLE3
Groups of factors and attrlbutes thst should lnfluence the occupatlon
ofthe reglon

GROUPS FACTORS ANO ATTRIBUTES

1 Foundations + excavations + floods

2 Foundations + underground conduit

3 Foundations + excavations + cespool, septic tank anel sanitary landfill

4 Erosion + group 3 + group 2

5 Foundations + underground constructions + conduits + floods

6 Erosion + sanitary constructions + impermeabilization + rural occupations

7 Foundations + roads + settlements + ruptura in the constructions

8 Group 6 + water extraction + rural occupations

9 Sanitary constructions + impermeabilization + sand exploration

10 Foundations + excavatíons + underground constructions

CONCLUSIONS The region has problems relates to water supply


(for industries. drinking and irrigation), superficial
The resulls obtained wlth the apptication of the (due to polution) or subterranean (potentiality);
present methodology allow the lollowing conctu- therefore, the areas classitied as of groups 6, 8
sions: and 9 deserve emphasis in terrns of environmental
protection and more detailed studies.
Engineering geologicat mapping is an efficient
tool to define lhe characteristics of the natural
REFERENCES
environment of a region and their relations CHRISTOFOLETII,A., 1979, AnáUse de sistemas
concerning to the occupation, even in regio- em Geografia. Editora HUCITEC e EDUSP,
nal scales; sao Paulo, 106 p.

The etaboration ot documents like the general NOGAMI, J. & VILLIBOR, S., 1979. Soil characteri-
zoning chart for planning (figure 1O) is of zation of mapping units for highway purposes
fundamental h'nportance, because they define in a tropical area. Buli. I.A.E.G. No. 19, p. 196-
the principal kinds of problems for the region: 199.

The elaboration of the interpretativa charts VARNES, .D.J. 1974. The logic of geological maps.
with reference to their interpretation and use
permits specific analyses of the region with
for engineering purposes. Geological Survey
respect to a single aspect (e.g. erosion).
Professional Paper 837. Washington, USA,
48p.
The region presents severa! lirniting attributes
to land use; it is necessary to stress the fact that ZUQUETTE, L.V. & GANDOLFI, N., 1990. Mapea-
they present different leveis, according to the mento Geotécnico: uma proposta metodológica.
restrictions. Geociências, No. 9 p. 55-56.
120

MAPEAMENTO GEOTÉCNICO DA REGIÃO DE CAMPINAS


(SP, BRASU.) E SUA IMPORTÂNCIA PARA O
PLANEJAMENTO REGIONAL

Lázaro Valentim ZUOUETI'E*


Nilson GANDOLFI**

1111 RESUMO: Neste trabalho são apresentados os resultados obtidos com a aplicação da metodologia de
cartografia geotécnica proposta por Zuquette & Gandolfi4 em uma área de aproximadamente 700 km2 ,
compreendida entre os paralelos 22° 45' e 23°00'S e os meridianos 47°00' e 47 o 15'W em escala 1:50.000.
A região apresenta diversos problemas relacionados ao meio físico e à ocupação ambiental. tais como:
áreas inundáveis, solos colapsíveis, erosão e escavabilidade. Como resultado da cartDgrafia geotécnica.
foram obtidas diversas cartas interpretativas voltadas ao zoneamento da região em termos de
erodlbilidade, escavabilidade, fundações e disposição de rejeitas sépticos. Estas cartas permitiram a
identificação de áreas que reúnem condições fortemente limitantes à ocupação.
• UNITERMOS: Mapeamento geotécnico; metodologia; Campinas; planejamento regional.

Introdução

A região de Campinas, no centro-leste do Estado de São Paulo (Figura 1). é uma


das áreas mais densamente povoadas do Brasil (2.100 habitantesllan2) e apresenta uma
elevada taxa de crescimento urbano e industrial, comparativamente ao restante do País.
A ocupação dessa região tem-se dado sem qualquer planejamento e desrespeitando
as limitações naturais impostas pelo meio físico (rochas, materiais inconsolidados e
relevo). Corno decorrência, têm surgido inúmeros e graves problemas relacionados ao
saneamento. a inundações, à erosão, à estabilidade de taludes e à poluição de aqüíferos.
Com o objetivo de relacionar criteriosamente as áreas com problemas quanto às
diversas formas de ocupação, foi elaborada a cartografia geotécnica da região, na
escala 1:50.000, através da produção de diversos documentos básicos, onde foram
registradas as principais caracteristicas geotécnicas.

• Departamento de Goologia, Física e Matemática - Faculdade de Filosofia. Ciências e Letras de Ribeirão Preto-
USP- 14049- Ribeirão Preto- SP
•• Escola de Engenharia de São Carlos- 13560- São Carlos- SP.
121

Características gerais da área

A região estudada, com uma população da ordem de 3 milhões de habitantes,


situa-se na porção centro-leste do Estado de São Paulo (região sudeste do Brasil, Figura
1) e acha-se delimitada pelos paralelos de 22"45' e 23"00'8 e pelos meridianos de
47"00' e 47"15'W, compreendendo uma área de aproximadamente 710 km 2 .

o,....
-:-

CAMPINAS

FIGURA 1 -Localização da região de Campinas.

O clima predominante é do tipo CWa (Classificação Kbppen), com temperatura


média mensal entre 14°C e 24°C e pluviosidade média anual superior a 1.200 mm.
Quanto ao relevo, predominam colinas e morrotes.

Aspectos metodológicos

O mapeamento geotécnico foi realizado na escala 1:50.000, segundo a proposta


metodológica de Zuquette & GandolfP, que tem como fundamento a análise de um
grupo de atributos do meio físico, utilizados na elaboração das diversas cartas de
aptidão (Tabela 1).
Tabela 1 - Atributos e fatores de ocupação (O= Fundamentais; X= Secundários)

Atributos
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-ro
12 ~
o "'o o Ql
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Z"O ~5 õ: Cl 0.. tLl u
:::>
Cf.l u ;:;E
""" ·< "'
Cl Cf.l "'"'
Ü'O C) ~ co

Fundações o o o o o o o X X
Escavabilldade o X o o o X X
Deposição de
rejeitas
o o o o o o X X o o o o X X X X

Estradas o o o o o o o o X X o X o X .......
N
Obras enterradas o X o o X o o X o o X X
N

Estabilidade de
o X o o o o o o o o o X o
taludes

Materiais para
construção
o o X X o X o
Erod1bilidade o o o o X X o oo X
Irrigação o o X o o o X o o o o X
Poluição o o o o o o o X X o
Loteamento X X X o o o o X o o o o o o o
123

Os atributos investigados foram agrupados em um conjunto de documentos


básicos, a saber: carta de declividade (Figura 2), mapa do substrato rochoso (Figura
3), mapa dos materiais inconsolidados (Figura 4 e Tabela 2) e unidades hidrogeológicas
(Figura 5), acompanhadas dos respectivos textos explicativos.

ESCALA APROXIMADA
km 3 2 1 O 1800 2000m
~·I

FIGURA 2 - Carta de declividade

Classes:
2 · 0% a 2%
10 · 2% a 10%
15- 10% a 15%
20 · 15% a 20%
+ 20. > 20%
124

K"'3 2 I O 15002(0()m

FIGURA 3- Mapa do substrato rochoso·

1 - Grupo Amparo (PE) - granitos/gnaisses


2 -Formação Itararé:
2.1. - argilitos/siltitos
2.2. - arenitos
2.3. - siltitos!folhelhos/argilitos
2.4. - arenitos/siltitos/argilitos!Jamitos
3 - Formação Serra Geral (JK) diabásicos
125

11

QZ-6
~Z-4

Km 3 2. O t5002000m

FTGURA '1 - Mapa dos matennis inconsolidados

1 - Residurus dos diabasios


2 - Residuais do arenito fino
A AR textura predominante
3 - Residuais do granito e gnaisscs
2-4 -espessura (min -máx.)
4 - Residuais dos argilitos e siltitos
5 - Residuais dos finos e diabásio Camadas 3-5 S.P.T. (mín.-máx)
6 -Materiais com 50% dP. silte/argila e 50% de areia
7 - Residuais argilitos. siltitos e folhelhos
8- Aluviões- N A. < 2 m
c
9- Materiais transportados (depressão)
10- Materiais arenosos I
11 -Materiais arenosos II
126

'/"\J/
i
'
l
'
5

ESCALA APROXIMAQô.
Km 3 2 1 O 1500 20C0m

F:GURP. 5 -Carta das unid<ldes hidrogeológ1cas


1 o Aquífero superficml (material arenoso que pode atingir 40 m de espessura)

AHE - litologra ARG iHQJlito


aflorantc SIL - srltito
ARE - arenito
o 20 - espessura
SED - rochas sedimentares
(min-max)
DIA - dinbásio
DIA - litologia CRIS - gnaisses/granilos
sotoposta !TA - FM Itararé
Tabela 2 - Características dos materiais inconsolidados (valores médios}
ps -massa específica dos sólidos; pdnat- massa específica aparente seca natural; pdmáx- massa específica
aparente seca máxima; eo- índice de vazios natural; WoT- umidade ótima, GC.Nat - grau de compactação
natural; LL -limite de liquidez; LP -limite de plasticidade.

Características Proctor Limites de


Tipos de Granulometria Naturais GC Classificação
Normal Alterberg
materiais
inconsolídados Areia Silte Argila ps pdnat pdmáx Wot Nat. LL LP Nogami
eo Unificada
(%) (%) (%) (g/cm 3) (g/cm~ (g/cm~ (%) (%) (%) ('li.) & Villibot

Residual do diabásio 28 20 52 3.000 1.0 1.522 1.625 24.0 93,6 47,0 35,0 eL LG'

Residual do arenito fino 70 5 25 2.64 0,80 1.460 1,905 13.0 76.6 19,0 16,0 se LA'

Residuais dos gnaisses/granitos 45 18 37 2,585 0,840 1.405 1,715 16.7 82,0 39,3 27.3 eL NA

Residuais dos argilitos/siltitos 11 52 37 2,687 0.516 1.722 1,810 17,2 97,0 35,5 18,8 ML NS

Residuais dos finos e diabásios 42 19 39 2,817 1.40 1.180 1,635 23,3 72.1 36,2 27.25 eL
Materiais: 50% argila/silte. 50% areia 49 10 41 2,644 1.07 1,277 1,638 19,7 78.0 42,2 31.4 eL NG/LG'

Residuais dos siltitos, argilitos/tolhelhos 25 24 51 2,733 1,185 1,300 1,600 23,3 81,2 45,8 35.7 eL LA'

Aluviões
Associação de lentes de areia e argilas com alto grau de homogeneidade
N.A. <2m

Materiais transportados em depressões 43 12 45 2,740 1.04 1,341 1.610 23.1 83.3 45,1 32,2 eL
Materiais arenosos I 71 12 17 2,594 0,775 1.461 1,905 12,5 76.7 24,4 17,9 se LA

Materiais arenosos 11 55 12 33 2,636 0,801 1,470 1,822 12,5 94,8 33,4 17,6 se
128

A partir das informações contidas nos documentos básicos, foram elaboradas


cartas interpretativas para: fundações (Figura 6), rejeites sépticos (Figura 7), erodibi-
lidade (Figura 8) e irrigação e escavabilidade (Figura 9)

ESCALA APROXIMADA
km 3 2 1 O f8002QCX) rn
e-LJ--1 I I

FIGURA 6- Carta para fundações -nível 5 m


2 m - substrato rochoso à profundidade < 2 m
1 -Unidade adequada
i .1 - substrato rochoso - profundidade entre 2 e 5 m
1.2- SPT- 5 a 10- adequado para construção até 3 pavimentos
1.3- SPT- 9 a 15- adequado para diversos tipos de construção
2 - Unidade razoável
2.1-SPT<7
2.2- SPT > 7
3 - Unidades inadequadas
129

Km3 2 t O 15002000m
H '":-' ' I

FIGURA 7 -Carta para disposição de rejeitas:

(A- unirlnde arlequada; I- unidade totalmente madequada.)

11 - Textura Slltoargilosa
Unirlades 12 - Profundidade do substrato rochoso< 5 m
com
13 - Profundidade do substrato rochoso< 2m
limitações
parcmis 14 - Associação de profundidade do substrato rochoso. textura argilosa e
pJOfundidade do nível de água
15 - Associação de profundidade do substrato rochoso e textura arenosa
16 - Associação de diversos atnbutos limitantes
130

ESCALA APROXIMADA
km 3 2 1 O 1800 2000 m
~H I I

F'IGURA 8 - Carta para erodibilidade:


A - Adequada - materiais que apresentam baixo potencial de erodibilidade;
R - Razoável- materiais com algumas características favorâveis â erodibilidade:
I - Inadequada -materiais que reúnem muitas características favorâveis à erodibilidade.
I 3i

FIGURA 9 - Carta para escavabilidade e nngação

Escavabilidade lmgação
1 - Unidade adequada Urudade adequada
2 - Unidade razoável Áreas restantes podem ser adequadas mas apresentam
2 1 - N.A. e/ou substrato rochoso - 2 a 5 m problemas de qualidade da água e/ou fertilidade dos
2 2 Declividade - 0% a 5% matenaJs mconsolidados
2 3 - N.A e/ou substrato rochoso > 2 m
Declividade 10% a 15%
3 - Unidade inadequada
3 1 - N.A. e/ou substrato rochoso< 2 m
3 2 - Declividade > 15'ló para qualquer profundidade
do N.A ou do substrato rochoso
l 32

Finalmente. com base nesses diversos documentos. foi elaborada urna carta de
zoneamento geral. voltada ao planejamento, na qual foram relacionadas as áreas que
apresentam restrições à ocupação (Figura 10).

09

04

-10

o t
~L-JL----------~----------~~----~-L--------------------~·
23°
km 2 o 2000M

FIGURA 10- Carta de zoneamento geral voltada para o planejamento:


1 - Profundidade do nível de água < 2 m + inundações anuais
2 - Solos colapsiveis -eo > 1.5; SPT < 5
3 - Profundidade do substrato rochoso < 2 m
4 - Ocorrência de matações a profundidade < 5 m + erosões + profundidade do substrato sub-rochoso < 2 m
5 - Inundações esporadicas (zonas de acúmulo de aguas).
6 - Erosão + área de recarga do aqüífero profundo + potencialidade de contaminação
7 - Profundidade do substrato rochoso < 2 m + possiveis minerais expansivos
8 - Erosão -. potencial para contaminação do aqüifero superficial
9 - Aqüífero superficial + potencialidade á contaminação
10- Profundidade do substrato rochoso.< 5 m.
133
Análise para o planejamento regional

A partir das informações obtidas e registradas nos documentos classificados


como básicos e interpretativos, foi elaborada a carta de zoneamento geral, voltada
para o planejamento regional (Figura 1O), através dos mecanismos de análise deno-
minados matriz e árvore lógica e relacionando locais e atributos limitantes. As análises
foram realizadas segundo os critérios propostos por Varnes3 e Christofoletti 1 , tendo
sido definidos 1O graus de atributos que influenciam os fatores de ocupação com
intensidades diferentes, sendo:
1. profundidade do nível de água < 2 m +inundações anuais;
2. solos colapsíveis -eo > 1,5; SPT < 5;
3. profundidade do substrato rochoso< 2m;
4. ocorrência de matações à profundidade < 5 m + erosões + profundidade do
substrato sub-rochoso< 2m;
5. inundações esporádicas (zonas de acúmulo de águas);
6. erosão+ área de recargas+ potencialidade de contaminação;
7. profundidade do substrato rochoso< 2m+ possíveis minerais expansivos;
8. erosão + potencial para contaminação do aqüífero superficial;
9. aqüifero superficial + contaminação;
10. profundidade do substrato rochoso< 5 m.
Observando a carta obtida da análise (Figura 10), pode-se notar que a região, de
maneira geral, apresenta diferentes tipos e níveis de intensidades quanto aos proble-
mas, conforme considerados na Tabela 3.

Tabela 3 - Relações entre os grupos de atributos e fatores que condicionam a


ocupação

Grupos Fatores que podem ser influenciados


1 Fundações + escavações + enchentes
2 Fundações +tubulações enterradas
3 Fundações+ escavações+ instalações de rossas, tanques sépticos e aterros sanitários
4 Erosões em loteamentos • grupo 3 +grupo 7.
5 Fundações + obras enterradas+ tubulações+ enchentes
6 Erosões em loteamentos • sanenmento ~ impcrmeabilizaçéio + ocupnçiio agrícola
7 Fundações + estradas + recalques + trincnmcntos em construções
8 Grupo 6 ~ exploração de água com poços rasos + ocupação agrícola
9 Saneamento+ imporme<lhilização + extmçfio de areia
10 Fundações + escavações + obms enterradas
134

Conclusões

Os resultados obtidos com a aplicação da metodologia permitem concluir que:


- o mapeamento geotécnico é uma ferramenta eficiente para definir as caracte-
rísticas do meio físico de uma região e as relações quanto à ocupação, mesmo em
escalas regionais;
- a elaboração de documentos. como a carta de zoneamento geral para o
planejamento (Figura 10). é de fundamental importância, pois define os principais tipos
de problemas para cada parte da região;

- a elaboração das cartas interpretativas permite análises especificas da região


q11anto a um aspecto (ex.: erosão).
A região apresenta diversos atributos limitantes à ocupação, destacando-se que
apresentam níveis diferentes quanto às restrições para cada fator (ex.: fundações.
saneamento, escavações).
A região tem problemas em termos de águas (para uso potável, industrial,
irrigação e outros). sejam superficiais (devido à poluição) ou subterrâneas (potencia-
lidade). Assim, as áreas classificadas como dos grupos 6, B e 9 merecem destaque em
termos de proteção ambiental e de estudos mais detalhados.

ZUOUETTE. L. V.. GANDOLF1. N. Engineering geological mapping in the Campinas region {Brazil)
and their irnportance for the regional plannmg. Geociências, São Paulo, v. 11. n. 2. p. ·191-206,
1992.

a ABSTRACT: This paper presents tho results obtained with lhe application of the methodological
proposal for engineering geological mapping in the Campinas region (Brazil), ata scale ot 1:50.000. The
region presents severa/ problems having relations with the physical environmental and occupaôon such
as: collapsibility, erosíon. flood and excavatíon. The engineering geological mapping permited the
elabomtion of severa] interpretatives chans for tho definition of the unit in terms of: erodibility,
excavation, foundation, irrigation and waste disposa/.

a KEYWORDS: E:ngineering geological mapping; mcthodo/ogy; Campinas; regional planning.

Referências bibliográficas
1. CHRISTOFOLETTI. A. Análise de sistemas em geografia. São Paulo: Hucitec/Edusp, 1979.
106 p.
135

2. NOGAMI, J., VILUBOR. S. Soil charactertzation of mapping units for highway prnposes
in a tropical area. Bull. I. A. E. G., v. 19, p. 196-199, 1979.
3. VARNES. D. J. The logic of geological maps, wíth reference to theír interpretation and use
for engeneertng prnposes. Geol. Swv. Prof Pap., n. 837, 1974.
4: ZUQUE'ITE. L. V.. GANOOLFI. N. Mapeamento geotécníco: uma proposta metodológica.
Geociênc.. v. 9, p. 55-66, 1990.
l3b

SISTEMATICA PARA ELABORAÇAO DE CARTAS DE RISCOS PARA


FINS DE PLANEJAMENTO REGIONAL

ZUOUETTE,L.V. (*), PEJON,O.J.(*) e GANDOLFI,N.(**)


(*) USP I Ribeirão Preto
(**) USP I São Carlos

INTRODU~O

Na atualidade, h~ uma grande preocupaç~ dos


diferentes profissionais envolvidos ca. os estudos do
meio fisico no que se refere as condiç~es da avaliaç•o
dos eventos perigosos Chazards) e dos riscos associados
nos diferent~ paises. Nos últimos congresaos e
simpósios da Associaç~o Internacional de Geologia de
haria (I.A.E.S.) centenas da artigos foras
publicados, abordando os mais diferentes aspectos
relativos ao assunto. Estas publicaçOes podem ser
classificadas em dois grandes grupos:

1°) Os artigos oriundos dos paises mais


desenvolvidos, que na sua maioria, tratam de problemas
localizados, seguidos por trabalhos com enfoques
regionais e preventivos.

2°) Os artigos dos paises com condiçOes t6cnico-


econ0micos inferiores abordam problemas locais,
raramente s~o preventivos e com carater de estudos
regionais com a finalidade de orientar a ocupaç~o.
Da revis~o bibliogr~fica ainda pode-se afirmar
que os artigos oriundos dos paises desenvolvidos, mes.a
referindo-se a estudos locais, est=o baseados em
documentos com enfoques regionais e preventivos, em
escalas entre 1:250.000 e 1:50.000, o que nJio ocorre ca.
os artigos dos paises pouco desenvolvidos.
Do grupo de artigos analisados observa-se
também que os conceitos sobre riscos, desastres, eventos
137

perigosas (hazards) e outras termos relacionados s~o


diversas e n~a há uma proposta conceitual que predomina.
Dentre as publicaç~es existentes pode-se destacar
algumas que apresentam infarmaç~es que possibilitam a
arientaç~o das estudas futuras em paises pouco
desenvolvidos~ tais coma: Faokes(1987), Culshaw et alli
(1990), Braok and Marker (1987), Dearman (1987), Antoine
et alli (1987), Varnes (1984), Hearn & Fultan (1987),
Hansen (1984) e Demek (1972), porém estes trabalhos
consideram premissas tipicas de paises desenvolvidos,
ande há grande conhecimento sobre as componentes do meio
fisico. Nos paises menos desenvolvidos os conhecimentos
sobre o meio fisico s~o muito restritos, no Brasil s~o
poucas as áreas com informaç~es em escalas maiores que
1:250.000, e quando há n~o s~o gerais, mas somente sabre
um dos seus componentes (solo, geologia, etc.). Tais
condiç~es dificultam a elabaraç~o de documentos básicas
voltados a orientaç~o e ao planejamento da ocupaç~o,
como as cartas e mapas geotécnicos e de riscos.
Outro ponto que deve ser enfatizado é a
necessidade de trabalhos que sejam lógicos, assim como o
estabelcimenta de uma sistemática para avaliar o meio
fisico e determinar as áreas sujeitas a eventos naturais
ou de interface, que podem ser classificados como
perigosos.
Para o desenvolvimento de trabalhos lógicos e
sequenciais é necessário considerar alguns pressupostos
fundamentais que s~o:

1-0 uso de conceitos amplos,


2-Basear os trabalhos em principias metodológicos,
3-Elaborar trabalhos com objetivos de prevenç~o e
planejamento,
4-Elaborar documentos confiáveis que retratem o meio
fisico em termos de todos os seus componentes,
5-Equipe técnica com conhecimento adequado sobre as
variaç~es do meio fisico.

Na atualidade~ nos paises pouco desenvolvidos,


como o Brasil, a decis~o e o ato de planejar a ocupaç~o
de uma regi~o é politica, portanto os documentos
produzidos com o objetivo de auxiliar e direcionar as
formas de ocupaç~o, como os mapas geotécnicos, as cartas
de zoneamento de eventos perigosos (hazards) e de riscos
associados s~o pouco utilizados.
Somente quando ocorrem grandes perdas
econOmicas e sociais é que os planejadores procuram os
documentos técnicos na tentativa de reparar os prejuizos
ou evitar problemas maiores, como acontece nas cidades
de S~o Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte ~
Petrópolis entre outras.
1'38

ASPECTOS CONCEITUAIS

Dentre as refer@ncias consultadas as seguintes


relaçOes s~o comuns a grande maioria e sugere• uma
sequ~ncia lógica para a análise do meio fisico em termos

I(
de definir os riscos associados aos eventos perigosos:

ANTROPICOS
ORIGEM
11AN 11ADE)

/urr
FENO FENOMENOS
ME. /PURO[
NOS 1
NORMAIS PERI OSOS NORMAIS PERIGOSOS
(HAZ RDS) (HAZAR S)

IN
TER
FA
CE

OÇU
PA L)
ç~o

ACEITAVEL N~O ACEITAVEL

EX AREA ATINGIDA
TEN CHAZARD AREA)
s~o

Analisando a sequência lógica e as


possibilidades de ocorrerem eventos perigosos, pode-se
afirmar que uma regi•o está sujeita a eventos perigosos
originados devido a fatos antrópicos, fenOmenos naturais
(geológicos e atmosféricos) e/ou devido as interfaces.
Existem algun~ conceitos que se referem á alguns tipos
de eventos e n~o ao conjunto de possibilidades, citados
anteriormente, tais como:
Evento Perigoso Geológico (Geologic Hazard) - é uma
139

condiç~o natural e/ou de interface que coloca em risco


ou é um perigo potencial para a vida e/ou propriedades
(American Geological Institute, 1972, apud HANSEN,
1984).

Evento Perigoso Geológico (Geologic H•zard)


situaç~o ou estado de preocupaç~o causada pela interaç~o
entre atividades humanas e as condiç~es geolbQicas
adiversas (Soule, 1980).

Evento Perigoso Natural (Hazard Natural) é a


probabilidade de ocorrer no interior de uma área e num
periodo de tempo um fenOmeno perigoso (UNESCO apud
FOOKES, 1987).

Evento Perigoso (Hazard) - é um termo que significa


uma real ou potencial fonte de perigo.

As aç~es dos eventos perigosos (Hazards) sobre


as atividades antrópicas normais s~o consideradas
situaç~es de riscos que podem ser graduadas como
aceitáveis e n~o aceitáveis.
Assim s~o considerados riscos todas as mudanças
ou alteraçaes impostas ao ciclo normal das atividades
antrópicas pelos eventos considerados perigosos
(Hazards).

Area sujeita ao evento perigoso (Hazard Area)


significa a extens~o territorial que está sujeita a
sofrer influ~ncia de um fenOmeno ou evento perigoso.
Na tabela 1 observam-se os principais eventos
que podem ser classificados como perigosos (Hazards).
Segundo Antoine (1975) os eventos perigosos s~o
gerados por fatores fixos e/ou variáveis conforme
exemplificado na relaç~o a seguir:

FATORES GEOLOGICOS

Fixos - litologias
estruturas
constituiç~o geológica
evoluç~o
inclinaç~o das encostas
mineralogia
outras

Variáveis nivel de água


eros~o
sedimentaç~o
outras
140

FATORES ANIROPICOS

Variáveis Estradas
Hidroelétricas/Reservatórios
Miner.aç~o
Ocupac;~o Urbana
Agropecuária
Ocupac;~o de Vales
Disposiç~o de Rejeitas
Usinas Nucleares
Indústrias

FATORES ATMOSFÉRICOS

Variáveis Direç~o e velocidade dos ventos


Umidade relativa
Pluviosidade
Temperatura

Para que o trabalho a ser desenvolvido em uma


regi~o seia conduzido adequadamente é necess~rio
considerar quais as condic;aes básicas existentes em
termos das suas caracteristicas geológicas e
atmosféricas, assim como das condiçOes antrópicas.
Assim. cada regi~o deve ser anali&ada de
maneira a ser classificada em um dos seguintes grupos,
de maneira que facilite o desenvolvimento do trabalho.
As regiaes podem apresentar-se:
1. sem ocupaç~o
sem problemas geológicos
com condiçOes atmosféricas normais
2. sem ocupaç~o
sem problemas geológicos
com problemas atmosféricos com tempo de retorno < 20
anos
3. sem ocupaç~o
sem problemas geológicos
com problemas atmosféricos com tempo de retorno > 20
anos
4. sem ocupaç~o
com problemas geológicos
com condiçOes atmosféricas normais
5. sem ocupaç~o
com problemas geológicos
com condic;Oes atmosféricas variáveis
6. com ocupaç~o
sem problemas geológicos
com condiçaes atmosféricas variáveis
7. com ocupaç~o
com problemas geológicos
com condiçaes atmosféricas variáveis
141

7.1 Independente da ocupaç~o ou condiç~es atmosféricas


hà evento perigoso geológico.
7.2 Possibilidade de eventos perigosos geológicos com
ocupaç~o inadequada.
7.3 Possibilidade de eventos perigosos originado devido
a ocupaç~o.
7.4 Eventos perigosos originado devido a ocupaç~o e
condiç~es atmosféricas em regi~es geologicamente sem
problemas.

A classificaç~o da regi~o a ser estudada em um


destes grupos, possibilita uma melhor orientaç~o do
desenvolvimento dos trabalhos em termos de:

Seleç~o dos profissionais envolvidos~

Tipos de documentos, da Tabela 3, que devem ser


elaborados~

Escala do trabalho, e

Previs~o dos possiveis eventos que podem ocorrer.

IMPORTANCIA DO ZONEAMENTO DOS EVENTOS PERIGOSOS

O processo de planejamento e de desenvolvimento


de uma regi~orequer estudos para avaliar os possiveis
eventos perigosos naturais ou de interfaces que podem
ocorrer~ assim como os impactos que podem causar às
diferentes formas de ocupaç~o (JOHNSON & LUZA~ 1987).
Para que a condiç~o acima seja atendida é fundamental a
elaboraç~o de alguns documentos gráficos a partir da
carta de zoneamento dos eventos perigosos, como:

1- Carta de riscos para os tipos de ocupaç~o atuais.


~ Carta de riscos para os tipos de ocupaç~o a serem
impla~tados.

Estas cartas devem refletir o tipo de evento, a


área de sua influénc1a, o nivel de intensidade, os
riscos sobre as diferentes formas de ocupaç~o e as
interferências das formas de ocupaç~o sobre as condiçhes
geológicas e atmosféricas.
Os estudos para elaborar os documentos
relativos aos eventos perigosos e aos riscos associados
devem ser executados em funç~o da escala. informaçhes
142

existentes sobre o meio fisico e finalidades dos


documentos produzidos (Hearn & Fulton, 1987).
No quadro 1, a seguir, apresenta-se 3 niveis da
documentos que podem ser elaborados considerando as
faixas de escalas:

Quadro 1 - Relaç~o entre Escala x Finalidade x Niveis de


Informaç~es utilizadas.

ESCALAS FINALIDADE HIVEIS DAS IHFOR"AÇOES

t:250.000 - Avaliaç~o regional para definir! l-Tra- Ripas existenttt e inforaaçbls


i balhos e~ escalas aaiores. 2-&rande g~ prldoaiaanttetntt obtida por
1:100.000 pos de eventos, 3-Deficitncias de infot ~tios indiretos.
aaç8es e 4-Viabilidade dt obras longit~
dinais.

1:100.000 - Viabilidade e projeto básico das dife- Rapas rtftrentt aos diversos
a rentes foraas de ocupaç=a. coaponentes do 11io flsico •
1:25.000 - Elaboraç=a das cartas de zontaltnto dt da ocupaçto coa inforaaçDts ai
eventos e de riscos associados. tidas de aaneira direta 1 indi
- Definir as ~reas para strta estudadas reta.
11 detalhes.
- Propor aç8es preventivas.
- Deliaitar ireas totalaente restritas as
acupaç8es.

} 1:25.000 - Projetos espec!ficoa para dvsenvolviae~ Docueentos da fase anterior.


to das foreas de ocupaçto, proteçlo e An~lise e avaliaçlo 9lobal das
recuperaç=o de !res que estivera• suiet ~reas sujeitas aos eventos ,..
tas aos eventos perigosos. ri90505.
143

METODOLOGIA

A ocupaç~o e o desenvolvimento de uma regi:&o


normalmente n~o obedecem nenhum critério técnico-
administrativo, ocorrendo ao acaso conforme as
necessidades da populaç~o~ sem se preocupar com os
problemas presentes e futuros. Para que o
desenvolvimento de uma regi~o seja adequado e positivo é
necessário que os tipos de ocupaç~o implementados
produzam o máximo para um custo minimop ou seja as
características favoráveis do meio fisico devem ser
aproveitadas e as desfavoráveis respeitadas.
Este pressuposto vem sendo adotado regularmente
em paises desenvolvidos e desconsiderado em paises pouco
desenvolvidos, como o Brasil.
A n~o consideraç~o deste pressuposto deve-se a
diversos fatores, tais como:
1- Falta de conhecimento sobre as necessidades de cada
tipo de ocupaç~o pelos administradores públicos.
2- Os técnicos dos órg~os públicos n~o tem condiç~s
para avaliar projetos especificas e áreas quanto aos
riscos que podem ocorrer.
3- A ausência de documentos técnicos adequados que
retratem as condiçbes geológico-geotécnicas e
climáticas.
4- A n~o fiscalizaç~o dos projetos de ocupaç~o pelas
associaçôes de categorias profissionais.
5- A falta de conhecimento sobre os problemas da
populaç~o de maneira geral.

Nos raros casos em que os administradores


exigem respeito as limitaçOes do meio fisico para
aprovac~o dos projetos, surgem 2 problemas:
1- A n~o existência de informaç~es e
2- O alto custo e a demora para produç~o das
informaçôes.

Nos paises desenvolvidos há metodologias e


sistemáticas que orientam o desenvolvimento de trabalhos
para o pais ou para partes, assim esta proposta
metodológica tem como objetivo orientar de maneira
preliminar a elaboraç~o de documentos que dotem as
regiOes de informaçOes básicas sobre os eventos
perigosos (hazards) e riscos associados~ com baixo custo
e obedecendo uma sistemática lógica. A tabela 2,
apresenta a sistemática para desenvolvimento de estudos
com vistas a elaboraç~o de documentos que avaliam~
regis.tram e delimitam as áreas sujeitas as açt)es dos
eventos perigosos, assim como os tipos de eventos,
intensidades~ per-iodos de retornos e atributos do meio
144

fisico que condicionam os eventos perigosos. As


informaç~es contidas na tabela 2 est~o diretamente
relacionadas as exigências do quadro 1, que relaciona
escala, finalidade e niveis de informaçees que devem ser
consideradas.
É possivel avaliar que para elaborar os
documentos gráficos propostos na sistemática (Tabela 2)
s~o necessárias informações de todos os componentes do
meio fisico e caracterlsticas dos tipos de ocupaç~o. A
proposta tem como principio a elaboraç~o sequencial dos
documentos para cada nivel de escalas, considerando a
densidade das informaç~es, os tipos de eventos perigosos
e as caracteristicas geotécnicas de cada regi~o.

CONSIOERAçOES FINAIS

1- A proposta metodológica visa a elabora~o


trabalhos com finalidade preventivas e destinados
implantaç~o dos tipos de ocupaç~o,

2- É impossivel, na prática, separar a an~lise de


eventos perigosos (hazards) dos processos de mapeamento
geotécnico, principalmente para escalas entre 1:100.000
e 1:25.000,

3- A análise de eventos perigosos (hazards) e riscos


associados só pode ser utilizada como informaç~o básica
para o desenvolvimento regional, se forem elaborados
documentos que detalhem sequencialmente as
caracteristicas dos eventos perigosos e das respectivas
áreas de influência (hazard area),

4- A elaboraç~o de trabalhos em escalas maiores que


1:25.000 em áreas especificas, sem que existam trabalhos
básicos em escalas menores, normalmente caracterizam-se
como documentos para correç~o e nos quais as relaçbes
causa-área atingida meio fisico n~o s~o avaliados,
sendo que em muitos casos o uso dos documentos é
restrito.

5- A sistemática proposta adota para avaliaç~o dos


eventos perigosos e riscos associados uma análise
multivariável.
145

BIBLIOGRAFIA

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Fontes !leio Fisico Atsosftrico Interaç~ Antr6pica

Falhas Ativas I

Sisaos

TufGes

Poluiç:lo do ilr l I

Se 1inizaç3o I

lnundaç~o I (hculhtivol

Eros3o X

Sediaentaç3o(Assoreaaentol
----------------------------------------~-----------------------------------------
Subsid~ncia(Carstica,
llinal

l'lovi11ento llassa I I ou X Xou X

Expansibilidade X fixos e variáveis X

Vulnerabilidade X X
de Aquiferos(Poluiç~ol

Recalques/Colapsividade X X

Rompieento de Tubulaçbes

Roepinento de Reservatórios I

Desertificaçfles I X

Coabust~o Expont~nea de Turfas X ou X

Poluiç~o de ~gua superficial

Poluiç3o do Solo X
149

TABELA 2 - SistnUica ,m lmavolvimto dos Estados e Rmim lt Ohtea~~o ~as hfmaçtes do lltio Fhice.

ESCAlAS/
CATE&IIIAS lltTUOS IIIIIETOS lltTDHS IIIETIS

l:Z5t.I08 - Fites afrm. - Ohemçto ao m,o dt locais oe- l) Rapa du ocorrhciu '' Htatos
l · lU!fU dt uUlilt. 4e acorreram nutos ptri!ous peri!esos e ireu ati.••Hu.
l:lOG.OOO - Dacuntos uistntes mo: pm mliiçta prtlieiur du nt 2) Carh de zoaeattatD 4es natas
(FASE 1) - upu !toU,icos, ~@acias e os proHms dmrm- 'eri,om ~llt podu~ eurrtr.
- upas 4e solos, tes. ll Ra,a •u ~rm priuiUrias pa-
- u,as !tofisim, ra urn aapeacu u ucahs
- u~s cliaHicos, aaiores.
- u'as •eomfoló,icos. 4) Rapa üs coa4i~tes •Ht~caim
qerais.

!:100.000 - Fotos a@rm de ~pam di- - lmsti,aç:o de c;a,e. I) Rapa dt decaanta~~ 4os tvHhs
~ feremtes. - Aeostragets. peri9•sss ecarrides cea delili-
1:25.000 - Dacaeeatos ela~orados u - lnmti.açto sa~superfitial. taçto du üm atiD,i4u.
(F&Sf 2) fm aatuier. - Easaies i&Nrateriais Zl hmeates cita4K ea Tabela 3.
- Iu•m if s<Ulib. - Adlise das farm de oca,açto. 3) Carta dt mumto '"UcaicG
- RHodos ml6•icos e esli- 9ml.
tlstim. Obs.: Estes prm4imtos dma a- 4) Cartas de zoauaeatos 9eeUcai-
pmeahr 4mihde 4e iafa!:_ aicos esptcificos.
uç&'es coapaHveis coa a es- SI Carta de memato dos natas
cala adotdil. peri9eses.
&l Carh 4e hms pm H tiptS ~e
ocu,açto atul.
7) Carta 4e Riscas ,ara as u,.s de
ocupaçto a seres iepluuhCos.
81 Ka,a das üeas sejeitu m tVt!.
tos peritosos.

)l:ZUOO - Domentos elaborados m - Inmtigaç~o de mpo. 1) Carta de me mato ,eaucaico


fms aateriom. - Imshqaçto de subnJuflcie. qm!.
- Fotos aéreas. - AnHise das foms •e onp<ç:o. 2) Rapa 4os difemtes tipos 4e
- Iu~fls 4e saUlite. - Aaostra,ns. ena tas periçosos c•a•iu4es , ..
- AHo~os estatísticos. - EAsaios laboratoriais • Íl podea atiA.ir a reti1o •
- Rodelas. si h'. 31 Kapa das evates peritKH espe-
cffi(os e sus ~rns de iaflda-
cia.
41 Rapa dos 4ifemtes afveis h
riscos ea cada üta sujti h au
rvettos ,eri,eses.
~) a.pa ~ce retrata as tms je
castas, os Jrttfdi&Htes ceu-
trtlivos r os caibdes aects·
s~rios para iapleeeatar u 4ift-
ru hs forus de oc••~~~~.
149

Coatimçh 4a TAIEL.A 2

ESCAlAS/
CATEGRIAS ltTBHS IDIIETIS lltTIHS mms NCIIOTIS 6 SUEI ELAIIIAMS

61 lapa •H
ntrata n PfiKHiHt-
tes h "'"u~a ,ara a ..,.la-
çJD h caü im saiti ll H t'ft!.
te.
71 llltaerial ceüíaaçlll 1 11-
c11 a
fêl dts fttates •• k9tll ia•i-
car a retirda da pepehçte ~e
Udi mtb ""Ítfll•
11 Jadts n ac~t,a~W...ta du
iutmeta&hs 11 atHJUiaaHe-
te sishútica •u hrus cta
amrhtias dt eveebs "'íto-
sts.
i 'iO

TABELA 3-Documentos gráf~cos


que devem~ ser realizados e
util~zados como base para a elaboraç~o de
cartas de riscos em escalas entre 1:100.000 e
1:25.000.

CLIMATICOS

MAPA GERAL - Variac~o das direç~es do vento e fluxo~


predominantes.
Precipitaç~es e intensidades
Temperatura, Umidade relativa
Tempo de retorno dos eventos mais criticas
Qualidade do ar

\?sf.JLOGICOS

"·S:Jbstrato litologias
Rochoso estruturas ) aspectos espaciais
- anomalias

2-t"'a ter ia l - Tipos


inconsolidado Textura
- o.-igem
- Distr-ibuiç~o
- Perfis de alteraç~o
- Caracteristicas geotécnicas

GEOMORFOLOGICOS

l-Carta de Declividade classes e sentidos dominantes


altitudes extremas

2-Mapa Básico Tipos e formas de relevo


- Bacias hidrográficas
(3a ordem de STRALLER)
Morfogénese básica

AGUAS

l-Mapa Geral- Nascentes,Lagoas,Fontes, Zona de Inundaç~o


Leitos de água - Profundidade/Largura

2-Carta das taxas de escoamento superficial e


infiltraç~o.

3-Carta das condiç~es hidrogeol6gicas


Poços profundos existentes
Poços rasos
Feiç~es espaciais - hidrogeológicas
- Profundidade do nivel de água
151

Continuaç~o da TABELA 3

VEGETAÇAO

Mapa Concentraçees e áreas de ocorrências de


espécies terrestres e aquáticas (Raras e/
ou em extinç~o).
Registro das áreas que devem ser protegidas

FAUNA

Mapa Concentraç~s e áreas de ocorrências de


espécies terrestres e aquáticas (Raras e
e>:tinç:1Jo).
Registro das áreas que devem ser protegidas.

USO ~ OCUPAC!!!\0

l-Mapa - Distribuiç~o das propriedades agricolas


Principais formas de ocupaç~o desenvolvidas

2-Mapa ConcentracOes populacionais


Densidades
Areas institucionais

3-Mapa - Estradas - Rodoviárias, Ferroviárias


Linhas de alta tens~o, Polidutos
Equipamentos urbanos enterrados

4-Mapa - Indústrias e outras empresas que podem


colocar em perigo as pessoas ou propriedades
de uma determinada regi~o.
152
ZONIFICACION PRELIMINAR DE lOS POSIBlES RIESGOS Y
CONDICIONES GEOTECNICAS DE lA REGJON NORDESTE DEl
ESTADO DE SÃO PAULO (BRAS1L)

PRELIMINARY ZONING OF RISKS ANO GEOTECHNICAl


CONDITIONS OF NE SÃO PAULO (BRAZIL)

Zuquette, L. V.; Pejón, O. J.; S/nel/1, O.; {") Gandoltl, N. (.. ) & Souza, N. (•••)

RESUMEN

La región se encuentra situada entre los paralelos 20° y 22os y los meridianos 46°30' y 48°30W En
este trabaio se expone una zonificación preliminar de los posibles riesgos y otras características
~~_; eCen ocurrir en !a región

.2s 0n::sjc;s ker:Jn det:nidas :Je acuerdo con !os mapas geológicos. geornorfológicos. paisaje. as'
r.o~J oor estud:os de campo y por la caracterización de los posibles tipos de actividades humanas.

'óõ :"'<:i'r.ls:los oe nesgos considerados en este trabajo son erosión. contaminación. inundación.
: •3S'?''if>:2::·on. sa!inización. movimienlos en masa y otros provenientes de la propuesta de FOOKES
· ~ 98'' · En la ragión en función de los esludios. se han separado 1 uniddes o

~·le region 1s situated between paraftels 20"S and 22°S and meridians 46° 30' and 48° W This study
.~1 resents a prelimina!J' zoning in terms of hazards. Units were delimited on the basis of geological. and
;;aomorphological data ando f anthropic activities. The hazards phenomena considered in this paper are· fault
::one dryness. erosion. flood. pollution. subsidence. settlement, swelling, desertification. salinization.
;;:Jal ssontaneous combustion. landslide. and others to FOOKES {1987) proposal. The region was divided
·:~:o ·1 O are as.

INTRODUCClON cambio y reorientación de los usos actuales de los


terrenos.
La elaboración de estudios sobre el media natural
siempre tiene como objetivo proveer informaciones La región nordeste dei Estado São Paulo está
que son utilizadas como base para optimizar el situada entre los paralelos 20° y 22°S y los meri-
desarrollo y orientación dei uso de la tierra. La dianos 46°30' y 48°30" W (ver Figura 1) y su
escala de los estudios posíbilita diferentes nive- ocupaCión presenta diferentes intensidades y
les de precisión de las informaciones. y orienta tipos. reune grandes núcleos urbanos como los de
;os trabajos futuros en escalas mayores; asi los Ribeirão Preto. Araraquara y Franca y decanas
resultados pueden ser más prácticos y de de ciudades con poblaciones entre 20 y 150 mi I
mayor utilidad para los usuarios. En la mayoría habitantes, siempre asodadas a intensa ocupa-
de las regiones dei Brasil, la información sobre ción agrícola y pecuaria. La elaboradón de este
el medio natural ha sido poco utilizada y la ocupa· documento gráfico se basa en las infonnaciones
ción se desarrolla sin orientación técnica existentes: mapas geológicos. geomorfológicos,
Normalmente las regiones presentan diversos edalológJcos. geotécnicos y geofísicos. asr como
problemas ambientales con intensidades diferen- en informaciones puntuales y trabajo de campo
les. sin embargo aún existen posibilidades de EI mapa elaborado debe propiciar una mejor orien-
tación en el desarrollo de la región, un mejor
") Pibwáo Preto, SP. Brazil. conocimiento de I media ambiente y sobre todo una
i Escola de Engenharia· São Carlos, SP. Brazil. orientación adecuada para la elaboración de iutu·
"'') IPT Cidade Univers1taria ·São Paulo. SP: Brazil ros mapas geotécnicos a escalas más detalladas.
153

FIGURA 1
Locallzaclón de la reglón y artlculaclón de las subáreas 1 y 2

PROBLEMAS DE RIESGOS ocurrir en el Brasil están relacionadas con sequfas.


CONSIDERADOS zonas de falias. sísmos, mareas, variación del
nivel freático, vientos, ficuación de suelo. saliniza-
ción, inundaciones, erosión, subslclenclas (carsti-
La región fue estudlada considerando las situacio· cas y debidas a excavación de pozos), movimientos
nes de riesgos propuestas por FOOKES (1987) con en masa, expansibilidad, colapsividad, rompimien-
algunas modilicaciones y adaptaciones a las tos de tuberías y de tanques, almacenarniento,
condiciones del medio natural del Brasil. Asi, las desertificación, combustión espontânea, contarni-
principales situaciones de riesgos que pueden nación de aguas y de sue los.
154

CARACTERISTICAS GENERALES medias, morros amplies y alargados, morros


basálticos y escarpes. Las amplitudes dei relieve
En la región se encuentran !ormaciones geoló- pueden ser mayores de 500 m y las declividades
gicas de la cuenca sedimentaria dei Paraná y alcanzan en algunos lugares valores mayores del
dei basamento cristalino. En relación con la geo- 50%
mortotogía predomínan tas síguientes geo!ormas·
llanuras de aluvión, colinas amplias. colinas El perfil estratigráfico de la región es el siguiente

PERIODO UNIOAD ESTRATIGRAFICA ROCAS Y SEDIMENTOS

:: : '~ c Sedimentos continentales Materiates arenoarcillosos


i indiferenciados

Aluviones

~;f::!-3!10 I Coberturas indiferenciadas Sedimentos arenosos


Sierra de Santana
II
Análogas a Formación Rio Claro Sedimentos arenosos con intercalaciones
arcillosas
,.
?ractco
I
'•' Sedimentos análogos a Limos. arcillolitas. conglomerados
Formac1ón ltaquen.

Alcalinas de Poços de Caldas Sienita. sienita nefilínica

Formación Adamantina Areniscas con finos y cementos


carbonáticos

Cretácícoi Intrusivas básicas Dlabasas y otras rocas básicas


.J;;rásico
Formación Serra Geral Basaltos con areniscas intercaladas

Formación Botucatu Areniscas linas a medias

J:Jrásico/ Formación Pirambóia Areniscas finas a medias con limos,


areniscas arcillosas. Triásico

?érmíco Formación Corumbataí Argilitas. limolitas. margas

Formación Aquidauana Areniscas medias a gruesas, areniscas


finas. limolitas, margas.

Pre-Cambrico Grupo Canastra Cuarcitas metamórficas con esquistos


intercalados

Complejo Varginha Migmatitas, granitos, neises.


I
155

UNIDADES DE ZONIFICACION Esta unidad está sujeta a movimientos en masa ,


erosión y expansibilidad.
En las Figuras 2, 3 y en la Tabla 1 se observa
el mapa de ionificación de la región con las UNIDAD 5. Está compuesta de sedimentos areno-
unidades obtenidas . sos, sobrepuestos a diferentes tipos de roca con
espesores que pueden alcanzar 15m.
UNIDAD 1. Está constituída por sedimentes
arenosos y arcillosos que conlonnan las áreas de
Las ' pendientes son inferiores a 5%y el nível
inundación y que están sobrepuestas a otros tipos
freático está a 1om de profundidad.
fito lógicos con espesor media de 1O m. EI nível
freático está siempre a poca profundidad (<2m).
En esta unidad las pendientes son menores que Esta unidad presen.ta gran potencial como acui-
fero freático superficial y está sujeta a contamina-
2% y las geoformas más comunes son las planí-
cies . ción y erosión.

Esta unidad se caracteriza como una gran tuente UNIDAD 6. Predominan en ella los basaltos de
de arci llas y un gran acuifero superficial. Los la Formación Serra Geral y materiales incenso-
lugares de explotación de arcillas están muy dete- lidados residuales y transportados, principall'11ente
riorados . arcillosos y limosos . Los e~pesores de los mate-
riales inconsolidados varian de 0,5 a 25 m.
UNIDAD 2. Está compuesta por materiales incon-
solidados arenosos con espesores del orden de Las pendientes varían de O a 50% ; en algunos
40 m y pendientes menores que 5%. Presenta sitias pueden ocurrir escarpes. Esta unidad presen-
gran potencial como acuifero superficial y tiene ta problemas en cuanto a colapsividad y movi -
recarga rápida . mientos en masa en sitias muy inclinados . Es la
unidad más extensa .
Estas materiales están muy expuestos a erosión y
colapsividad y permiten una .contaminación rápida UNIDAD 7. Esta unidades una de las más exten-
del acuífero . sas; y está constituída por las formaciones Botucatu
(areniscas finas a medias) y Pirambóia (areniscas ·
UNIDAD 3. Está constituída por rocas ígneas y
finas y medias, areniscas limosas y arcillosas) y
metamórficas dei Grupo Canastra (esquistos,
se caracteriza como el principal acuífero subte-
cuarcitas) del Complejo Varginha (neises. granitos
rrâneo de I Brasil.
y migmatitas) y alcalinas del macizo de Poços de
Caldas. Los materiales inconsolidados son en
Los materiales inconsolidados son residuales y
su mayor parte residuales y secundariamente
transportados, con espesores que pueden alcan- profundos(> 10m).
zar 30 m. Las pendientes predominantes son
mayores de 20% y se encuentran pequeflas áreas Las pendientes están alrededor de 2%. Esta unidad
con valores inferiores a 2%. normalmente en los presenta problemas como erosión, contaminación
valles. Los posibles problemas de riesgos que y desertificación.
pueden ocurrir en esta unidad son: erosión , movi-
mientos de masa, zonas de falias, colapsividad y UNIDAD 8. Está constituída por las areniscas de
subsidencias . la unidad 7 con intercalaciones de rocas ígneas
intrusivas básicas (diabasas), también ocupa una
UNIDAD 4. Está constituída por rocas sedimen- gran extensi6n. Las áreas próximas a los limites
tares de la Fonnación Adamantina (areniscas entre las rocas ígneas y las arenlscas muestran un
finas) y sedimentos relacionados con la Formación aumento de la pendiente , que pueden alcanzar
ltaqueri (areniscas, arcillolitas. limolitas) . valores mayores que 20%. Predominan materiales
inconsolidados residuales (arenosos y arcillosos) y
Los materiales inconsolidados residuales , con transportados en los sítios próximos a los limites
espesores menores que 1O m, presentan también entre los arcillosos y arenosos. En esta unidad
pendientes que van hasta 20%. sin predomínio de pueden ocurrir problemas semejantes a los de la
valores específicos. unidad 7 y colapsividad .
156

FIGURA2
Mapa de zonlflcaclón subárea 2
157

FIGURA3
Mapa de zonlflcaclón subárea 1 20~ s
~~----~~~~~~~-----j-

---+~~~=--L~~~~~~~U---~~~~~----~------~u~s •
47~0W 46-2:y;)'w

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