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GERUNDO, Juliana; BUENO, João Vitor; SOARES, Ana Carolina; ARAUJO, Ana
Luiza; DIAS, Andrei; YURI, Brendon; ONO, Clayton; CRUZ, Felipe; QUADROS,
Henrique; CARVALHO, Isadora; GARCIA, Karoline; MENESTRINO, Kiefer;
ANDREOLA, Larissa; SILVA, Luan; MAIA, Natalia; KUKOWITCH, Paulo; WASKOW,
Pedro; MEDEIROS, Sheron; PETERLE, Thayná; GUTIERREZ, Theo; DIONYSIO,
Vinicius; CARTAGENA, Ana; SAAD, Bianca; HOEFLING, Fernanda; ANSALONI,
Julia; SARMENTO, Leandro; BERNARDI, Nathalia; SANTOS, Rafaella; MILBRATZ,
Saskia; RODRIGUES, Tobias; BATISTELLA, Fernando; WEISSHEIMER, Nícolas;
MISTURINI, Dairana; BUCOSKI, Wagner; ARAÚJO, Edwin; PINOTTI, Raphael
1 INTRODUÇÃO
Praias arenosas estão presentes em todas as costas, latitudes e climas do
planeta, tendo uma grande amplitude de tamanhos, morfologias, graus de
exposição e condições oceanográficas, e uma alta diversidade em características
bióticas (Rodil & Lastra, 2004). As praias arenosas do sul do Brasil estão entre as
mais ricas e produtivas do mundo (Gianuca, 1997).
Organismos bentônicos são aqueles que vivem relacionados diretamente
ao substrato, os quais podem desempenhar um importante papel ecológico e
socioeconômico, (Grey & Elliott, 2009). A utilização das populações ou das
assembléias bentônicas é de grande importância nos diagnósticos e
monitoramentos de impactos ambientais, devido ao seu modo de vida junto ao
substrato e o predomínio de formas de pouca mobilidade (Lana, 1997).
Um importante componente das tramas tróficas de praias arenosas do Sul
do Brasil é o poliqueta Scolelepis gaucha, uma espécie endêmica do litoral do Rio
Grande do Sul (RS). Sua distribuição se estende desde o norte do RS até o
Uruguai (Orensanz & Gianuca, 1974).
No início de dezembro de 2018 houve a ocorrência de um fenômeno de
deposição de sedimentos finos (silte e argila) sobre os sedimentos arenosos da
Praia do Cassino, em uma extensão de aproximadamente 2 km. O presente
estudo objetivou avaliar as possíveis diferenças nas densidades da espécie
Scolelepis gaucha antes e após o evento de lama, e investigar o período
necessário para a recuperação da espécie após o impacto da lama .
2 METODOLOGIA
Foram realizadas amostragens de Novembro/2018 a Março/2019. O ponto
amostral foi dividido em quatro níveis e o amostrador utilizado foi um corer
cilíndrico de PVC com 20 cm de diâmetro inserido a uma profundidade de 20 cm.
As amostras foram lavadas com água do mar em malha de 500 μm, armazenadas
Universidade Federal do Rio Grande - FURG
18ª Mostra da Produção Universitária - MPU
Rio Grande/RS, Brasil, 07 a 09 de outubro de 2019
ISSN: 2317-4420
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 1. Densidades médias (ind/m²) de Scolelepis gaucha nos níveis
amostrais (N1, N2, N3 e N4) durante os meses de estudo:
uma pequena parcela da população. Por sua vez, mesmo que o Nível N1 tenha
mantido baixos valores de densidades nos meses de verão (janeiro e fevereiro),
a não recuperação dos elevados valores neste N1 indica duas possibilidades: a
configuração sedimentar ainda inadequada para sua recolonização, visto que a
presença da lama foi observada até meados de março; ou a influência dos ciclos
sazonais que implicam em uma diminuição das densidades da espécie no final
do verão e início de outono, como observado por (Peyrer, 2006) na Praia do
Cassino.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O evento de lama deve ser considerado como uma das condições para que
tenha ocorrido a diminuição da densidade de indivíduos de Scolelepis gaucha na
Praia do Cassino. O presente trabalho faz parte de um monitoramento realizado
mensalmente, e seus resultados serão complementados a partir de novas
amostragens e análises. Além disso, espera-se compreender após quanto tempo
do impacto da lama ocorrerá uma total recuperação da espécie S. gaucha.
5 REFERÊNCIAS
GREY, J.S. & ELLIOTT, M (2009). Ecology of Marine Sediments: From Science
to Management. Edição: 2. Editora OUP Oxford. Oxford University Press. 225 pg.