1) O documento discute a teoria da biogeografia de ilhas, que analisa como as taxas de imigração e extinção afetam o número de espécies em ilhas.
2) A teoria prevê que o número de espécies em uma ilha atinge um equilíbrio quando as taxas de imigração e extinção são iguais.
3) A teoria tem aplicações práticas para a conservação, como determinar o tamanho mínimo de áreas protegidas e os efeitos da fragmentação.
1) O documento discute a teoria da biogeografia de ilhas, que analisa como as taxas de imigração e extinção afetam o número de espécies em ilhas.
2) A teoria prevê que o número de espécies em uma ilha atinge um equilíbrio quando as taxas de imigração e extinção são iguais.
3) A teoria tem aplicações práticas para a conservação, como determinar o tamanho mínimo de áreas protegidas e os efeitos da fragmentação.
1) O documento discute a teoria da biogeografia de ilhas, que analisa como as taxas de imigração e extinção afetam o número de espécies em ilhas.
2) A teoria prevê que o número de espécies em uma ilha atinge um equilíbrio quando as taxas de imigração e extinção são iguais.
3) A teoria tem aplicações práticas para a conservação, como determinar o tamanho mínimo de áreas protegidas e os efeitos da fragmentação.
TEORIA DE BIOGEOGRAFIA DE ILHAS UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPRITO SANTO - UFES CENTRO DE CINCIAS HUMANAS E NATURAIS DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA E RECURSOS NATURAIS Disciplina: Ecologia II Prof. Gilberto Fonseca Barroso; e-mail: fonseca@npd.ufes.br Revisado em 21 de maro de 2002 Elaborado em 10 de junho de 1994 TEORIA DE BIOGEOGRAFIA DE ILHAS A Biogeografia clssica considera grupamentos caractersticos de indivduos, em nvel de gneros e famlias, em seis regies biogeogrficas bsicas: Australiana, Nertica, Neotropical, Etipica e Palertica (Figura 1). Estas regies encontram-se separadas uma das outras, por barreiras fsicas (cordilheiras, desertos, oceanos e mares interiores) que impedem a disperso das plantas e animais. Atualmente, a biogeografia aceita a deriva continental como meio para disperso das espcies e no apenas a disperso dos organismos em balsas no meio aqutico. Algumas regras biogeogrficas foram desenvolvidas, tais como: a regra de Bergman que se refere a relao superfcie/volume dos animais; a regra de Allen sobre os apndices de animais de climas quentes e frios; e a regra de Goller sobre as cores dos animais de regies ridas e de regies midas. Figura 1: As seis principais regies biogeogrficas da Terra. Estas consideraes so basicamente descritivas. O entendimento das respostas ecolgicas e evolutivas, como as amplitudes de nicho de vrias espcies componentes de uma dada comunidade em funo da presena ou ausncia de outras espcies, requer experimentos ecolgicos em sistemas naturais. Os ambientes de ilhas ocenicas funcionam como um laboratrio natural para estes estudos, como por exemplo a recolonizao da Ilha de Krakatoa no Oceano ndico aps violenta atividade vulcnica em 1883. O conceito de "ilha" foi estendido para a paisagem terrestre onde, uma rea de floresta separada de uma massa de rvores maior pode ser considerada como uma ilha de hbitats. Por analogia, os lagos separados e os cumes de montanhas tambm podem representar "ilhas". Seja qual for o tipo de ambiente, as consideraes bsicas referem-se as relaes espcie/rea, predao, competio interespecfica e excluso competitiva, sendo estes fatores influenciados pelas taxas de imigrao e extino de espcies. No entanto, a capacidade de suporte das ilhas depende do equilbrio entre estas duas taxas. A teoria do equilbrio de biogeografia de ilhas tem recebido grande ateno desde sua introduo em 1963 (MacArthur & Wilson, 1963). O modelo conceitualmente simples, propondo um mecanismo explicativo para um nmero de fenmenos naturais que so de interesse dos bilogos h muito tempo, alm de possuir um vasto potencial de aplicaes prticas e tericas. Em sua forma mais simples, o modelo prediz que o nmero de espcies em uma ilha, ou similarmente em uma rea isolada, resultado de um equilbrio dinmico entre imigraes e extines. A taxa de imigrao entendida como funo da reduo do nmero de espcies j presentes na ilha, enquanto a taxa de extino vista em funo do aumento do nmero de espcies. O equilbrio ocorre na interseo das funes das duas taxas. Ou seja, quando as espcies existentes se extinguem com a mesma velocidade com que ocorre a invaso de novas espcies (Figura 2). 2 A forma exata e a magnitude das curvas de imigrao e extino dependem de uma variedade de fatores. Nesse modelo, a taxa de extino uma funo da reduo do tamanho da rea pois grandes reas, teoricamente, suportam populaes maiores do que pequenas reas, sendo que a probabilidade de extino de qualquer espcie diminui com o aumento do tamanho da populao. Considera-se ainda que as taxas de imigrao esto inversamente correlacionadas com a distncia da potencial fonte de colonizao. Figura 2: O modelo de biogeografia de ilhas descreve as relaes entre as taxas de imigrao e extino em ilhas (MacArthur & Wilson, 1967). Conforme representado acima, o nmero de espcies que uma dada ilha pode suportar para uma pequena ilha afastada do continente (a), para uma pequena ilha prxima ao continente (b) e para uma grande ilha prxima ao continente Em termos de aplicaes prticas da teoria de biogeografia de ilhas podem ser citadas as propostas relacionadas determinao do tamanho mnimo crtico bem como, quanto ao formato das reas de conservao. Estas perspectivas so de grande importncia para a conservao das comunidades biticas, alm do monitoramento da taxa e do grau de insularizao. As conseqncias da fragmentao e do isolamento tm implicaes ecolgicas e genticas, tais como: extino (tamanho das populaes e disperso de espcies); perda da heterogeneidade de habitats; aumento do nmero de espcies invasoras; e consanginidade (aumento de variaes recessivas com menor variabilidade gentica para que a populao possa adaptar-se as mudanas ambientais). Disciplina: Ecologia II Prof. Gilberto Fonseca Barroso (DERN-UFES) TEORIA DE BIOGEOGRAFIA DE ILHAS Princpios do planejamento de unidades de conservao baseado na Teoria de Biogeografia de Ilhas. Imagine que as reservas so "ilhas" de hbitats naturais cercadas por reas que foram totalmente alteradas por atividades humanas. A aplicao prtica deste princpio ainda objetivo de estudos. Os princpios 2 e 5, em particular, tem sido objetivos de grande polmica (Diamond, 1975 in Primack, 1993). Os resultados dos estudos sobre o monitoramento dos efeitos de insularizao podem minimizar estes problemas. Basicamente, so considerados os conceitos de zona tampo e corredores visando a disperso da vida silvestre entre os fragmentos de habitats. Outro aspecto a ser destacado em programas de planejamento ambiental e de conservao da biodiversidade e da sade dos ecossistemas o efeito de borda causado pelo processo de insularizao. Quanto a esse aspecto, tem sido verificado que os efeitos de borda alteram o microclima da borda de um ilha de vegetao alm de facilitar a invaso de espcies exticas, o que pode levar a alteraes na estrutura da comunidade e nos processos funcionais do ecossistema. A reintroduo de animais e plantas nativas tambm deve ser considerada. Como ferramenta para compreenso do problema bem como, para a avaliao da eficincia dos mtodos utilizados pode-se aplicar um Sistema Informao Geogrfica (SIG). BIBLIOGRAFIA Diamond, J.M. & May, R.M. Island Biogeography and the design of natural reserves. In: May, R.M. (ed.). Theoretical Ecology: Principles and Aplications. 228-252 p. 1981 Diamond, J.M. Island biogeography and conservation: strategy and limitations. Science. 193:1027-1032. 1976 Gascon, C., Laurence, W.F. & Lovejoy, T. Fragmentao florestal e biodiversidade na Amaznia. In: Garay, I. & Dias, B. Conservao da biodiversidade em ecossistemas tropicais: avanos conceituais e reviso de novas metodologias de avaliao e monitoramento. Petrpolis, Editora Vozes, 112-127p. 2001 Fonseca, G.A.B. Muitas reservas pequenas: Uma soluo? Cincia Hoje.13(76):18-19. 1991 Fowler, H.G. & Delabie, J.H.C. Ilhas Galpagos entre o extermnio e a conservao. Cincia Hoje. 17(99):52-54. 1994 Macarthur, R.H. & WILSON, E.O. An equlibrium theory of insular zoogeography. Evolution. 17:373-387. 1963 Pianka, E.R. Ecologa Evolutiva. Barcelon. Ed. Omega. 365 p.1982 Primack, R.B. Essentials of conservation biology. Sinauer Assoc., Madison, 564p., 1993 Rey, J.R. Experimental tests of Island Biogeographic Theory. In: STRONG, D.R. et al., (eds.). Ecological Communities: Conceptual Issues and the Evidence. Princenton. Princenton University Press. p.101-1. 1984 Schierholz, T. Dinmica biolgica de fragmentos florestais. Cincia Hoje. 12(71): 22-29. 1991 Scott, J.M.; Csuti, B; Jacobi, J.D. & Estes, J.E. Species richness: a geographical approach to protecting future biological diversity. BioScience. 37(11):782-788. 1987 Simberloff, D. Experimental zoogeography of islands: effects of island size. Ecology. 57:629-648. 1976 Simberloff, D. Species turnover and equlibrium island biogeography. Science. 194:572-578. 1976 Spellerberg, I.F. Monitoring ecological change. Cambridge. Cambridge University Press. 334 p. 1991 Spellerberg, I.F. Biogeographical basis of conservation. In: SPELLERBERG, I.F.; 2 GOLDSMITH, F.B. & MORRIS, M.G. (eds.). The scientific management of temperate communities for conservation. London. Blackwell Scientif. Publ. 293-321 p. 1991 Wells, M.P. & Brandon, K.E. The principles and pratice of buffer zones and local participation in biodiversity conservation. Ambio. 22(2- 3):157-162. 1993