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FOLHA SA.

21-SANTARÉM
VOLUMES PUBLICADOS 2 Perfil Altimétrico (*)
Ao longo de cada linha de vôo, espaçadas de cerca de
27km, foram registrados, graficamente, perfis na escala
V .1 - PARTE DAS FOLHAS SC.23 RIO SÃO FRANCISCO horizontal aproximada de 1 :400 000 ou 1 :250.000.
E SC.24 ARACAJU, 1973 (ESGOTADO)
3 Aerofotografias em infravermelho
V.2 - FOLHA SB.23 TERESINA E PARTE DA FOLHA a) Coloridas, na escala aproximada de 1:130 000, com
SB.24 JAGUARIBE, 1973 (ESGOTADO) recobrimento longitudinal e lateral de 60% e 10% res-
pectivamente, discriminadas em fotoíndice, na escala de
V.3 - FOLHA SA.23 SÃO LUÍS E PARTE DA FOLHA 1 500 000 (*)
SA 24 FORTALEZA, 1973 (ESGOTADO)
b) Em preto-e-branco, na escala aproximada de 1 75 000,
V.4 - FOLHA SB.22 ARAGUAIA E PARTE DA FOLHA ocupando a parte central da foto colorida
SC.22 TOCANTINS, 1974 (ESGOTADO)
4 Aerofotografias multiespectrais
v 5 FOLHA SA.22 BELÉM, 1974 Fotos, na escala aproximada de 1:70 000, em quatro canais
(azul, verde, vermelho e infravermelho), ocupando a parte
V6 FOLHA NA/NB 22 MACAPÁ, 1974 central da foto em infravermelho, colorida

V.7 FOLHA SB 21 TAPAJÓS, 1975 5 Vídeo tape


Tapes, na escala aproximada de 1 23 000, correspondentes
V8 FOLHA NA.20 BOA VISTA E PARTE DAS FOLHAS ao centro das linhas de vôo do aerolevantamento
NA 21 TUMUCUMAQUE, NB.20 RORAIMA E A utilização dos produtos relativos aos itens 3, 4 e 5
NB21,1975 oferece restrições quando da presença de nuvens ou
nevoeiro
V 9 - FOLHA NA.21 TUMUCUMAQUE E PARTE DA
FOLHA NB.21, 1975 6 Mosaicos semicontrolados de Radar
a) Mosaicos na escala de 1 1 000 000 com amplitude de 4°
de latitude por 6° de longitude, organizados com base na
redução dos mosaicos na escala de 1 :250 000
Os mosaicos encontram-se também impressos

7 Carta Planimétrica
OUTROS PRODUTOS DO AEROLEVANTAMENTO 186 folhas de 1° de latitude por 1 °30' de longitude,
impressas na escala de 1 250 000, no Sistema de Projeção
UTM
1. Imagem de Radar(*)
Faixas de aproximadamente 37km de largura, na escala
1 :400 000, com recobrimento lateral de ce1·ca de 25% (') Abrange todo o território brasileiro
ERNESTO GEISEL
PRESIDENTE DA REPÚBLICA

SHIGEAKI UEKI
MINISTRO DAS MINAS E ENERGIA

ACYR AVILA DA LUZ


DIRETOR-GERAL DO DNPM

PROJETO RADAMBRASIL
ACYR AVILA DA LUZ
PRESIDENTE

ANTONIO LUÍS SAMPAIO DE ALMEIDA


SECRETARIO-EXECUTIVO

OTTO BITTENCOURT NETTO


SUPERINTENDENTE TÉCNICO E OPERACIONAL
MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA
DEPARTAMENTO NACIONAL DA PRODUÇAO MINERAL
PROJETO RADAMBRASIL

LEVANTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS


VOLUME 10

FOLHA SA.21-SANT ARÉM

GEOLOGIA
GEOMORFOLOGIA
PEDOLOGIA
VEGETAÇÃO
USO POTENCIAL DA TERRA

RIO DE JANEIRO
1976
I

SUMÁRIO GERAL

11 APRESENTAÇÃO
13 PREFÁCIO
15 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA

Em envelope:
Mapa Geológico

.· ·.· ·. ·.·. I
'<,';
~
;

Em envelope:
Mapa Geomorfológico

199 Jlu . .:. . flEDOLOGIA


I
Em envelope: Mapa de Aptidão Agrícola dos Solos
Mapa exploratório de solos

.• .

309 }irpj \ ..... VEGETAÇÃO


Em envelope Mapa Fitoecológico
Anexo Análise Estatística de Dados

415
Em envelope:
Mapa de Uso Potencial da Terra
Mapa de Subsídios ao Planejamento Regional
APRESENTAÇÃO

Com este 10. 0 volume da Série LEVANTAMENTO DE


RECURSOS NATURAIS elaborado pelo RADAMBRASIL, ultra-
passaram-se os 2,5 milhões de quilômetros quadrados, alcan-
çando 30% do território brasileiro já diagnosticado quanto às
potencialidades dos seus recursos naturais. Desse total cerca de
70% referem-se à região Amazônica e o restante à Nordestina e
pré-Amazônica.

O presente volume refere-se a uma das mais importantes


regiões geoeconômicas da Amazônia, abrangendo áreas influen-
ciadas por Manaus (fora da área) a oeste e por Santarém e
municípios vizinhos a leste.

Componentes primários do mais alto significado econômico


têm substancial expressão nesta Folha: rio Amazonas, rio Tapajós,
rio Trombetas, estradas Santarém-Cuiabá, Oriximiná-Perimetral
Norte e Transamazônica, bauxita, ouro, terra roxa estruturada,
terras de várzea e florestas de alto valor comercial. Só a presença
desses elementos possibilita uma antevisão de um fabuloso
desenvolvimento em um futuro próximo. O estudo integrado levado
a efeito pelo Projeto indica e sugere atividades e normas a serem
estudadas e pesquisadas visando a um desenvolvimento harmônico
das diversas características naturais, enfatizando, no entanto, os
aspectos conservacionistas que têm por objetivo final o bem-estar
do homem.

Os resultados alcançados no presente levantamento são fruto


de um exaustivo trabalho, ao qual não só os constituintes das
diversas equipes do RADAMBRASIL mas um sem-número de
entidades e pessoas emprestaram suas valiosas contribuições. A
todos eles nosso reconhecimento e em particular ao Instituto do
Desenvolvimento Econômico-Social do PÇlrá - IDESP pelo seu
suporte técnico-administrativo e à Força Aérea Brasileira pela
segurança e dedicação com que assume as responsabilidades das
operações de helicópteros.

Acyr Avila da Luz


Diretor-Geral do Departamento
Nacional da Produção Mineral
PREFÁCIO

A Folha referente ao presente trabalho recebe, pelo corte internacional, a sigla de


SA.21-Santarém e abrange 295.160 km2 do território brasileiro, compreendidos
entre os paralelos 0°00' /4°00' Sul e 54°00' /60°00' WGr.
Trata-se da ârea amazônica de maior interesse geoeconômico, abrangendo os
Estados do Amazonas e Parâ, sendo atravessada transversalmente pelo rio
Amazonas, em sua região média, balizado a este e oeste pelas cidades de
Santarém e Manaus, respectivamente.
O mapeamento integrado dos recursos naturais desta ârea, efetuado pelo Projeto
RADAMBRASIL, tornou-se possível, em tão curto e~paço de tempo, graças à
existência de imagens de radar, a par de exaustiva consulta bibliogrâfica e
imprescindível trabalho de campo. Convém ressaltar que, até recentemente, os
trabalhos desenvolvidos nesta ârea iam pouco além das vârzeas dos rios
navegâveis, em virtude do impraticâvel acesso terrestre.
As dificuldades de acesso só foram vencidas graças ao esforço conjunto de toda a
equipe de operações do Projeto, que antecedia e preparava as visitas dos
técnicos aos mais lingínquos e desconhecidos locais.
Ao lado de operações fluviais e algumas poucas rodoviârias, a ârea foi sobrevoada
intensamente e executadas 377 visitas ao terreno, através de helicópteros.
A interpretação das imagens de radar, complementada pela bibliografia dispo-
nível e a análise do material de campo, possibilitou a elaboração dos mapas e
ralatórios que compõem este volume: Geologia, Geomorfoiogia, Pedologia
(Levantamento Exploratório de Solos e Aptidão Agricola), Vegetação e Uso
Potencial da Terra.
As informações contidas na seção referente à Geologia indicam a presença de
quatro províncias geológicas, estruturadas estratigraficamente em doze uni-
dades. Em cada uma destas unidades são discutidos aspectos petrográficos,
estruturais e metalogenéticos, com o intuito de melhor caracterizá-las no
contexto geológico regional.
Datações geocronológicas e anâlises químicas forneceram também importantes
subsídios ao seu posicionamento temporal e às potencialidades econômicas.
Grandes jazimentos bauxitíferos, ocorrência de gipsita, salgema e ferro cons-
tituem os recursos minerais cujas possibilidades de produção a curto prazo são
as mais viáveis. Ocorrências e possibilidades de ocorrências de ametista, berilo,
calcârio, cassiterita, caulim, chumbo, cobre, columbita, diamante, ilmenita,
manganês, minerais radioativos, niquel, ouro, rutilo, tantalita, titânio, topázio e
wolframita são discutidas e analisadas.
A caracterização das diversas formas de relevo, sua compartimentação e evolução
estrutural e morfoclimática são analisadas e discutidas na seção referente à
Geomorfologia.
Oito unidades morfoestruturais e dois domínios morfoclimáticos, assim como
duas faixas de transição no ambiente intertropical úmido, são individualizados,
localizados e descritos, levando-se em conta suas características e implicações
mais importantes.
Oscilações paleoclimáticas são identificadas e explicam a desarmonia entre as
formas de relevo e o clima atual. A drenagem regional é exaustivamente estudada
e muitas anomalias são observadas, assim como os numerosos fenômenos
específicos da drenagem do rio Amazonas, que possibilitavam uma tipologia de
"furos" e lagos.
Foram selecionados treze sítios propícios ao aproveitamento hidrelétrico.
Considerando-se a densidade demográfica, relativamente elevada para a Ama-
zônia, e a presença de vários centros_ urbanos, são ?<:'nsi~erad~s os pl~nos
rodoviários projetados e em implantaçao, e neles mod1f1caçoes sao sugendas.
o estudo dos solos, sua distribuição, cara9terísticas mo_rfológicas, físicas e
químicas são discutidos e analisados na seçao de Pedolog1a.
São identificadas quinze unidades taxonômicas de solos, dentro do caráter
generalizado do levantamento - nível exploratório - e julgadas suas aptidões
agrícolas, aliando-se às características de clima, relevo e vegetação, represen-
tadas em quatro classes, definindo-se a aptidão para culturas de ciclo curto e de
ciclo longo.
Dois sistemas de manejo são adotados: o primitivo e o desenvolvido (sem
irrigação). No primeiro, a classe melhor se refere à área dos Solos Aluviais que
margeiam os rios de água barrenta, sendo classificados, devido a riscos anuais de
inundação, como solos de aptidão regular, apesar de sua fertilidade alta, para
culturas de ciclo curto adaptadas ao excesso de água, como o arroz e a juta. Uma
larga faixa de terra, na região de Monte Alegre, apresentando solos de fertilidade
elevada, em relevo entre plano e suavemente ondulado, merece estudo mais
detalhado, para um aproveitamento mais específico, como área de produção de
sementes para a região.
No sistema de manejo desenvolvido, o aspecto se transforma, sendo mais de
40% da área tidos como de aptidão regular, tanto para as culturas de ciclo curto,
como para as de ciclo longo.
A vegetação que reveste esta ampla faixa da região Amazônica foi subdividida em
quatro Regiões Fitoecológicas e Áreas de Tensão Ecológica, incluindo Floresta
Trooical Densa, Flo~esta Tropical Aberta, Formações Pioneiras, Comunidades
Serais, Savana e as Areas de Tensão Ecológica (Contatos).
As Regiões Florestais ocupam maior parte da área, com destaque a Floresta
Tropical Densa, que alcança aproximadamente 245.520km2 (85,25% da área) e
secundariamente a Floresta Tropical Aberta, com área de 4.840km2 (1,68%).
A descrição fisionômico-ecológica da vegetação é feita de forma dinâmica,
enfatizando a acentuada diversificação morfológica, além de outros fatores
ecológicos (litologia e clima) que condicionam a variação da cobertura vegetal. É
citada a florística que caracteriza cada região, bem como as comunidades
vegetais dos ecossistemas encontrados.
Em volume anexo são analisados os dados do potencial madeireiro da área, cuja
volumetria é apresentada com base nos 1.290.000m2 de área amestrada, sub-
dividida em unidades de amostras de 1 hectare, e distribuídos pelas diferentes
Regiões Ecológicas, onde foram encontradas 376 espécies diferentes, com
troncos de diâmetro comercial.
As condições de explotabilidade das Florestas são indicadas por Sub-~egi~o
Ecológica, acompanhadas de recomendações quanto aos cui~~do_s na a~l1~açao
dos princípios conservacionistas, a fim de se evitar o desequ1llbno ecolog1co.
O estudo do potencial econômico-florestal é complementado pela análise dos
recursos extra ti vistas presentes na área, ressaltando-se a balata, o óleo essencial
de pau-rosa, a sorva e o látex da seringueira.
Em função dos resultados produzidos pelo levantamento dos recursos naturais, a
seção competente ao Uso Potencial da Terra proporciona a integração dos dados
através de uma avaliação conjunta que teve como finalidade indicar as melhores
opções de utilização da área estudada. Dessa maneira foi possível verificar a
existência de um alto potencial de madeira na maioria da região e a presença de
áreas com capacidade natural média para a diversificação agrícola e pecuária,
tanto em terra firme como na várzea.
O estudo efetuado sugere também, dentro do espírito conservacionista que deve
nortear o uso da terra, a criação do Parque Nacional de Parintins, cuja finalidade
primordial seria a preservação do peixe-boi, e do Parque Estadual do Lago das
Piranhas, no Município de Juruti, Estado do Pará, local de grande beleza
paisagística e possuidor de elevado potencial turístico a ser aproveitado.
É apresentado pela primeira vez um estudo mais específico e detalhado qu~n~o às
melhores opções de investimento em toda área abrangida por este relatono. O
mapa de subsídios ao planejamento agora incorporado pretende informar, dentro
de uma realidade pragmática, aquelas opções que a curto prazo produzam
resultados de maior rendimento. Para tanto foram realizadas pesquisas sócio-
econômicas no campo e nas principais cidades cujos dados e informações
obtidas são analisados e discutidos.

~~17N:1~·t~
Superintendente Técnico e Operacional
LOCALIZAÇÃO DA AREA
36'

O 500 km

ANTERIORES
A- VOLUME 1
B- VOLUME 2
C- VOLUME 3
D- VOLUME 4
E- VOLUME 5
F- VOLUME 6
G- VOLUME 7 44°
H- VOLUME 8

48'

72' 66' 54'


60' oo· 58' 30 57''00' 55' 30' 54' 00'
o· oo o· oo

RIO JATAPU RIO MAPUERA RIO TROMBETAS RIO MAICURU


SA.21-V-A SA.21-V-B SA.21-X-A SA.21-X-B

8o I' 00 I' 00'


o
10
...
~

<(
RIO CAPUCAPU RIO NHAMUNDÁ ÚBIDOS ALENQUER
SA.21-V-C SA.21-V-D SA.21-X-C SA.21-X-D
...1
<(
&J
w
2' 00 2' oo·

<(
z RIO UATUMÃ URUCARÁ PARINTINS SANTARÉM

~ SA.21-Y-A SA.21-Y-B SA.21-Z-A SA.21-Z-B


:J:
...1
o
~
3' 00 3' 00'

NOVA OLINDA DO NORTE ITAQUATIARA RIO MAMURU AVEIRO


SA.21-Y-C SA.21-Y-D SA.21-Z-C SA.21-Z-D

4' 00 4' 00'


60' 00 58' 30 57' 00 55' 30 54' 00'
Geologia
FOLHA SA.21-SANTARÉM
GEOLOGIA

I
AUTORES

Jaime Franklin Vidal Araujo


Raimundo Montenegro Garcia de Montalvão
Mário Ivan Cardoso de Lima
Paulo Édison Caldeira André Fernandes
Francisco Mota Bezerra da Cunha
Caubi André Caldeira Fernandes
Miguel Angelo Stipp Basei

PARTICIPANTES

Abelardo da Silva Oliveira


Atlel Salles Abreu
Sandoval da Silva Pinheiro
José Waterloo Lopes Leal
Wilson Teixeira
Jaime Heitor Lisboa Pitthan
Aluizio Roberto Ferreira de Andrade

GEOLOGIA/19
AGRADECIMENTOS

A Divisão de Geologia do Projeto RADAMBRASIL expressa seus agrade-


cimentos à PETROBRAS, DOCEGEO, UNIGEO e aos 5. o e 8. o Distritos do
DNPM, pela colaboração prestada, sob a forma de Informações geológicas
adicionais que possibilitaram o melhor conhecimento de algumas áreas.

I
20/GEOLOGIA

l
SUMARIO

RESUMO ...................................... . o •••••••••••• • 27

ABSTRACT ............ . 28

1 - INTRODUÇÃO ..... . 29
1.1_ Localização .................... . 29
1.2- Objetivos do Trabalho .......... . 29
1.3_ Método do Trabalho ........ . 29

2 - ESTRATIGRAFIA 30
2 1 _ Províncias Geológicas 30
2 1 1- Craton do Guaporé 32
2 1 2_ Craton Guianês .. 32

I
2.1.2.1_ Embasamento Guriense 32
2 1 2 2- Faixa Orogênica Tumucumaque-Vila Nova 32
2 1 2 3_ Vulcano-Piutonismo Uatumã 32
2 1 2 4_ Cobertura Tabular Prosperança 32
2 1.2 5_ Vulcanismo Toleítico Trombetas-Jatapu 33
2.1 .3_ Sinéclise do Amazonas 33
2.1.3.1- Sedimentos Paleozóicos da Sinéclise do Amazonas 33
'2.1 3 2_ Vulcanismo Toleitico Prainha-Trombetas 33
2.1.4_ Cobertura Meso-Cenozóica 33
2.2- Descrição das Unidades 33
2.2.1_ Complexo Xingu 33
2.2.2_ Complexo Guianense 34
2.2.2.1_ Generalidades 34
2.2.2.2- Posição Estratigráfica 35
2.2.2.3_ Distribuição na Área 35
2.2.2.4_ Geocronologia 35
2.2.2.5- Petrografia 36
2.2.2.5 1_ Granitos 36
2.2 2.5.2- Granodioritos 37
2.2.2.5 3_ Gnaisses 38
2.2.3_ Grupo Vila Nova 38
2 2.4_ Grupo Uatumã 39
2 2.4.1- Generalidades 39
2 2.4 2_ Formação lricoumé 39
2.2 4.2 1- Generalidades 39
2 2 4 2 2- Posição Estratigráfica 42
2.2.4.2 3_ Distribuição na Área 42
2.2.4.2.4_ Geocronologia 42
2.2.4.2.5_ Petrografia 43
2.2.4.2.5 1- Andesitos 43
2.2.4.2.5.2_ Dacitos 44
2.2.4 2.5.3_ Riodacitos 45
2.2.4 2.5.4_ Riolitos 45
2.2.4.2.5.5_ Tufos . 46
2.2.4.2.5.5.1 _Tufos de Cristais 47
2.2.4.2.5.5.2_ Tufos Líticos e de Cristais 48
2.2.4.2.5.6_ lgnimbritos . 49
2.2.4.2.6_ Análises Químicas 49
2.2.4.3_ Granito Mapuera 51
2.2.4.3.1 _ General idades . 51
2.2.4.3.2_ Posição Estratigráfica 51
2.2.4.3.3_ Distribuição na Área 51
2.2.4.3.4_ Geocronologia 52
2.2.4.3.5_ Petrografia . . 52
2.2.4.3.5.1_ Granitos e Microgranitos 52
2.2.4.3.5.2_ Adamelitos .... .. . 53
2.2.4.3.5.3_ Granodioritos e Microgranodioritos 55

- GEOLOGIA/21
2.2.4.3.5.4_ Monzonitos e Dioritos ..................................... . 56
2.2.4.3.5.5~ Granófiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ....... . 56
2.2.4.3.6- Análises Químicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .......... . 57
2.2.4.4_ Sienito Serra do Acari . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
2.2.4.4. L Generalidades . . . . . . . . . . . . . . . . . ............ . 57
2.2.4.4.2- Posição Estratigráfica . . . . . . . . . . . . . .. . 58
2.2.4.4.3- Distribuição na Area . . . . . . . . . . . 58
2.2.4.4.4- Petrografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
2.2.5- Formação Prosperança .. 59
2.2.5.1- Generalidades ..... . 59
2.2.5.2- PosiçãÕ Estratigráfica 60
2.2.5.3_ Distribuição na Area . 60
2.2.5.4_ Petrografia . . . .. 61
2.2.5.4.1_ Arcóseos e Arenitos . . . . . . .. 61
2.2.5.4.2- Meta-Arenitos e Meta-Argilitos Sílticos .. 62
2.2.6- Gabro Suretama ...... . 62
2.2.6.1- Generalidades . . . . . . . 62
2.2.6.2_ Posição Estratigráfica . . . . . . . . 62
2.2.6.3- Distribuição na Area . . ... 62
2.2.6.4_ Geocronologia 63
2.2.6.5_ Petrografia . 63
2.2.7 _Grupo Urupadi .. 64
2.2. 7 1 _Generalidades 64
2.2.7.2_ Formação Trombetas 64
2.2. 7.2.1- Generalidades 64
2.2. 7 2.2_ Posição Estratigráfica . 64
2.2. 7 .2.3_ Distribuição na Area . . 65
2.2. 7 .2.4_ Litologias . 65
2 2. 7 .2.5_ Petrografia 66
2 2.7 3_ Formação Maecuru . 66
2.2. 7 .3.1 _ Generalidades ..... . 66
2.2. 7.3.2_ Posição Estratigráfica 67
2.2. 7 .3.3_ Distribuição na Area .. 67
2.2. 7 .3.4_ Litologias . 67
2.2. 7 .3.5_ Petrografia .. 68
2.2 7.4_ Formação Ererê 68
2.2 7.4.1 _ Generalidades . . . 68
2.2. 7 4.2_ Posição Estratigráfica 69
2 2. 7 .4.3_ Distribuição na Area 69
2.2 7 4.4_ Litologias 69
2.2.8- Formação Curuá 69
2.2.8.1- Generalidades . 69
2.2.8.2- Posição Estratigráfica 70
2.2.8.3_ Distribuição na Area .. 70
2.2.8.4- Litologias 71
2.2.9- Grupo Tapajós 72
2.2.9.1- Generalidades 72
2.2.9.2_ Formação Monte Alegre . 73
2.2.9.2.1 _ Generalidades 73
2.2.9.2.2- Posição Estrat!Wáfica 73
2.2 9 2.3_ Distribuição na Area . 73
2 2.9.2.4- Litologias . . . . . 74
'2 2.9.3_ Formação ltaituba .. 74
2 2.9.3.1 _ Generalidades 74
2.2.9.3.2- Posição Estratigráfica 74
2.2.9.3.3- Distribuição na Area ... 75
2.2.9.3 4_ Litologias . . . . . . . . . . . . . 75
2.2.9.4- Formação Nova Olinda . . . . 76.
2.2.9.4.1- Generalidades . . . . . . . . . 76
2.2.9.4.2- Posição Estratigráfica . 76
2.2.9.4.3- Distribuição na Area ... 76
2.2.9.4.4- Litologias . . . . . . . . 76
2.2.10- Diabásio Penatecaua ... . 76
2.2.10.1- Generalidades . . . . . . . 76
2.2.1 0.2- Posição Estratigráfica ..... . 77
2..2.10.3- Distribuição na A'rea ................. . 77
2.2.1 0.4_ Geocronologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

22/GEOLOGIA
2.2.1 0.5_ Petrografia . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
2.2.11- Formação Barreiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ........... . 78
2.2.11. L Generalidades ............. . 78
2.2.11.2_ Posição Estratigráfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 79
2.2.11 .3_ Distribuição na Área . . . . . .... . 80
2.2.11.4- Litologias .............. . 80
2.2.12_ Aluviões . . . . . . . . . . . . . . .. 81
2.2.12. L Aluviões Antigas . . . . . .... 81
2.2.12.2_ Aluviões Recentes . . . . . .. 81

3 - ESTRUTURAS 81
3.1_ Estruturas Regionais 84
3.1.1- Sinéclise do Amazonas 84
3.1.2- Lineamento Paru de Este-Monte Alegre 84
3.1.3-Aiinhamento do Rio Cachorro 84
3.2_ Estruturas Locais 84
3.2.1 _ Falha do Cachorro 84
3.2 2_ Falha do Erepecuru (Paru de Oeste) 85
3.2.3_ Falha do Barreirinha . 85
3 2.4- Falha do Jangada . . . . 85
3.2.5_ Falha da Serra do Maicuru 85
3 2 6_ Falha do Cuminapanema 85
3.2. 7 _ Falha do Pitinga . . . . 85
3.2.8- Falha do Cidade Velha 85
3 2. 9 _ Horst do Cachorro 85
3 2 1O_Graben do Jatapu . 86
3.2 1LGraben do Médio Mapuera 86
3 2 12_Graben do Capucapu 86
3.2.13- Sinclinal do Pitinga 86
3.2.14_ Braquianticlinal de Monte Alegre 86
3.2.15_ Domo do Nhamundá . . 8&
3.2.16- Dobramentos da Serra do Jatapu 87
3.2.17 _Estruturas Circulares 87
3 2 17.1 _ Serra do Maicuru 87
3 2.17.2- Região dos Rios ltapi-Velho 87
3 2 17.3- Igarapé Tamaquaré 87
3 2 17 .4;... Igarapé Grande 87
3 2.17 5_ Serra do Acari 88
3.2.18_ Corpos Tabulares 88
3.2 19_ Outras Estruturas 88

4 - HISTÓRIA GEOLÓGICA 88

5 - GEOLOGIA ECONÔMICA 89
51_ Generalidades 89
5 2_ Ocorrências Minerais 90
5.2.1_ Minerais Metálicos 90
5.2.1 .1 _ Metais Ferrosos 90
5.2.1 1.1_ ntânio 90
5.2.1 .1 .2_ Ferro . 90
5.2.1.2_ Metais não Ferrosos 91
5.2.1.2.1- Galena 91
5.2.1.2.2_ Cobre . 91
5.2.1.2.3- Alumínio 91
5.2.1 .2.4_ Estanho 91
5.2.2- Minerais não Metálicos 92
5.2.2.1- Matéria-Prima para a Indústria Química 92
5.2.2.1 .1 _ Calcário 92
5.2.2.1 .2- Salgema .. 92
5.2,2.1.3- Gipsita . . . . . . .. 92
5.3- Possibilidades Metalogenéticas da Area . . . . , . . . . ......... . 93
5.4- Situação Legal dos Trabalhos de Lavra e Pesquisa Mineral na Área 93
5.4.1 _ Decretos de Lavra ............... ·············· 94

GEOLOGIA/23
5.4.2- Alvarás de Pesquisa 94
5.4.3_ Pedidos de Pesquisa 98

6 - CONCLUSÕES ... 106

7 - RECOMENDAÇÕES 107

8 - BIBLIOGRAFIA 107

ILUSTRAÇÕES
Mapa Geológico da Folha SA 21-Santarém

FIGURAS
1 - Mapa de Localização da Folha SA.21- Santarém 29
2 Sumário da Estratigrafia . . . 31
3 lsócrona de Referência Rb/Sr para as Rochas do Complexo
Guianense . 36
4 lsócrona de Referência Rb/Sr para as Rochas da Formação lricoumé 43
5 Diagrama R das Efusivas Ácidas e Intermediárias da Formação
lricoumé , 49
6 Diagrama S dos Riolitos, Riodacitos, Andesitos e· Dacitos da
Formação lricoumé . 50
7 Diagrama de Wright. Intrusivas Subvulcânicas, Anorogênicas
Granito Mapuera 59
8 Diagramas das Feições Estruturais do Complexo Guianense,
Formação Prosperança e Diabásio Penatecaua 82
9 Diagramas das Feições Estruturais da Formação lricoumé, Granito
Mapuera e Gabro Suretama 83
10- Braquianticlinal de Monte Alegre 114
11 Intrusiva da Serra do Maicuru 115
12 Falha do Erepecuru 116
13 Inconformidade entre o Grupo Urupadi e a Formação lricoumé 11 7
14 Alinhamento do Rio Cachorro 118
15 Gabro Suretama 119
16 - Graben do Médio Mapuera 120
17 - Horst do Cachorro 121
18- Sinclinal do Pitinga 122

TABELAS
I Dados Analíticos Rb/Sr das Rochas do Complexo Guianense 36
11 Granitos 37
111 Granodioritos 38
IV Gnaisses .. 38
v Dados Analíticos e Idades Convencionais Rb/Sr das Rochas
da Formação lricoumé 43
VI Andesitos . 44
VIl Dacitos .... 45
VIII Riodacitos 46
IX Riolitos 47
X Tufos . . . . .... 48
XI lgnimbritos 49
XII Análises Químicas das Efusivas Ácidas e Intermediárias da
Formação lricoumé .... . .. 50
XIII Procedência das Efusivas Ácidas e Intermediárias da Formação
lricoumé. . . . . . . ... .. 50
XIV Valores de R e S das Efusivas Ácidas e Intermediárias da
Formação lricoumé 50
XV Dados Analíticos e Idades Convencionais Rb/Sr das Rochas
do Granito Mapuera .... 52

24/GEOLOGIA
XVI Granitos-Microgranitos ... 54
XVII Adamelitos. . .. .. .. .. . . 55
XVIII G ranod ioritos-M icrog ranodioritos 56
XIX Monzo nitos-Dioritos-M icrod ioritos 57
XX Granófiros . . . . . ......... . 58
XXI Análises Químicas do Granito Mapuera . 58
XXII Procedência das Intrusivas Subvulcânicas, Anorogênicas do
Granito Mapuera . . . . . .. 58
XXIII Arcóseos e Arenitos .... 61
XXIV Meta-Arenitos e Meta-Argilitos Silticos . . . 62
XXV Dados Analiticos e Idades K/ Ar das Rochas do Gabro Suretama 63
XXVI Diabásios..... . . . . . . . . . . . . .. 63
XXVII Dados Analíticos e Idades K I Ar das Rochas do Diabásio
Penatecaua . . . . . . ... 78
XXVIII Diabásios..... . . . . . . . . 78
XXIX Análises Químicas da Intrusiva do Maecuru .. 90
XXX Análises Químicas da Intrusiva do Maecuru .. 90

ESTAMPAS

I
I. 1 Aspecto da Cachoeira do Chuvisco no Rio Erepecuru
I. 2 Pequena Anticlinal do Braquianticlinal de Monte Alegre
u. 1 Aspecto da Fonte de Agua Sulfurosa da Formação Curuá
11. 2 Blocos do Arenito de Manaus no Lago lripixi
111. 1 Vista Aérea do Lago Localizado na Estrutura do Maecuru
111. 2- Complexo Guianense. Fotomicrografia da Amostra PT-16A
IV. 1 Complexo Guianense. Fotomicrografia da Amostra PT-596.2
IV. 2 Formação lricoumé. Fotomicrografia da Amostra PT-06
v.. 1- Fprmação lricoumé. Fotomicrografia da Amostra PT-8.2
v. 2- f!"ormação lricoumé. Fotomicrografia da Amostra PT-10
VI. 1 - Granito Mapuera-: Fotomicrografia da Amostra PT-08A
VI. 2- Granito Mapuera. Fotomicrografia da Amostra PT-16
VIl. 1 Formação Prosperança. Fotomicrografia da Amostra PT-05A
VIl. 2 Gabro Suretama. Fotomicrografia da Amostra PT-J.8
VIII. 1 Gabro Suretama. Fotomicrografia da Amostra PT-29
VIII. 2 Diabásio Penatecaua. Fotomicrografia da Amostra PT-09.8

GEOLOGIA/25
RESUMO

Neste relatório são apresentados os resultados do reco- Os processos epiroforéticos e epirogenéticos que atuaram
nhecimento geológico, utilizando principalmente interpre- na área em apreço conferiram-lhe feições estruturais de
tação de imagens de radar, complementada com trabalhos amplitudes regionais e locais, aquelas compreendendo o
de campo da Folha SA 21-Santarém, que ocupa uma área Lineamento Paru-Monte Alegre e à Sinéclise do Ama-
de 295.156km2 e abrange, administrativamente, terras dos zonas, enquanto estas são representadas por falhas e
Estados dó Pará e do Amazonas. estruturas dobradas, circulares e dos tipos horst e
grabens.
Esta área encerra rochas dos Cratons do Guaporé e Guia-

I
nês e da Sinéclise do Amazonas, além de Coberturas
Sedimentares Meso-Cenozóicas, que se distribuem desde Nos domínios desta Folha, os grandes jazimentos bauxi-
o Pré-Cambriano até o Quaternário, sendo as mais antigas tíferos do município de Oriximiná, as ocorrências de
representadas pelos Complexos Guianense e Xingu, e as gipsita do rio Cupari, o salgema da região de Aveiro e o
mais recentes pelas aluviões. ferro do rio Jatapu constituem os recursos minerais cujas
possibilidades de produção a curto prazo são as mais
Algumas unidades foram aqui submetidas a datações viáveis. É aqui também apresentado um estudo sobre as
geocronológicas, que forneceram importantes subsídios, possibilidades metalogenéticas da área, baseado na ava-
para melhor posicioná-las temporalmente, enquanto aná- liação dos litotipos amostrados e tomando-se como mo-
lises petrográficas foram efetuadas com o intuito de delo dados da metalogênese dos demais cratons do
melhor caracterizar suas litologias. mundo.

GEOLOGIA/27
ABSTRACT

This report shows the results of geological survey, using The epeirophorethic and epirogenetic processes which
mainly radar-imagery interpretation, complemented with took place in this area, brought about structural features
field work, of Sheet SA.21 Santarém, comprising an area of with local and regional range, the former comprising the
295.156 square kilometers, which legally includes parts of Paru-Monte Alegre Lineament and the Amazon Syneclt-
the States of Pará and Amazonas se, while the latter are represented by faults and folds,
rings, besides horst and graben-type structures
In the area are found rocks from the Guaporé and Guianês
Cratons, from the Amazon Syneclise and Meso-Cenozoic

I sedimentary cover as well, which range from Pre-Cambrian


to Quaternary, the oldest, being found in the Xingu and
Guianense Complexes, and the most recent, in the allu-
vium.

Some stratigraphic units have been submitted to geo-


In such a region, are located the great deposits of bauxite
(Oriximiná), the occurrence of gypsum on the Cu pari River,
rock-salt in the Aveiro area and iron ore on the Jatapu
River, ali of them presenting possibilities of being exploi-
ted in the near future A survey of the metalogenetic possi-
chronological dating, thus yielding valuable data for better bilities of the area is also presented, based both on the
age deterrninations while petrographic analysis were car- evaluation of lithotypes sampled as on metalogenetic data
ried out in arder to ascertain their lithology models of other cratons in the world

28/GEOLOGIA
1 - INTRODUÇÃO Com a implantação das rodovias Transamazônica e San-
tarém-Cachimbo, os núcleos populacionais deixaram de
1.1 - Localização restringir-se apenas às margens dos rios, para se estabe-
lecerem agora também nas proximidades dessas vias,
A área, cujos resultados do levantamento geológi9o reali- abrindo novos horizontes para a ocupação efetiva da
zado através da utilizaÇão de imagens de radar sao apre- região.
sentados neste trabalho, ocupa porções quase iguais das
regiões leste do Estado do Amazonas e centro-oeste do
Estado do Pará; seus limites situam-se entre a linha 1.2 - Objetivos do Trabalho
Equatorial e o paralelo de 04°00'8 e os meridianos de
54ooo· e 60°00'WGr., que pelo corte cartográfico interna- O Projeto RADAMBRASIL tem por meta primordial mapear
cional constituem a Folha SA.21-iSantarém. e avaliar recursos naturais, em escala regional e a relativo
curto prazo, a fim de que, alcançados esses objetivos, as
A expressão fisiográfica de maior área é representada pela regiões mais promissoras sob o ponto de vista de suas
Planície Amazônica, cuja forma alongada se estende na potencialidades naturais sejam submetidas a estudos mais
direção leste-oeste, encerrando em seu eixo o rio Ama- detalhados.
zonas, ao qual está afeta toda a rede de drenagem da
região. Além do Amazonas, os rios de maior destaque são É portanto estribados nessa filosofia de trabalho que
o Jatapu, Nhamundá, Trombetas, Erepecuru e Maicuru, estamos apresentando o mapeamento geológico da Folha
que drenam a parte norte da área, enquanto na porção sul o SA 21-Santarém
Tapajós é o mais expressivo e aqui apresenta a sua maior
largura, que chega a sobrepujar a do Amazonas.

A densidade demográfica é, como na quase totalidade da


Amazônia, baixíssima, exceção feita aos centros popula-
cionais representados pelas cidades de Óbidos, Oriximiná,
Alenquer, Monte Alegre e Santarém, esta possuindo o
13 - Método do Trabalho

A metodologia adotada durante a execução dos trabalhos


de mapeamento geológico da Folha SA 21-Santarém foi a
mesma utilizada pelo Projeto RADAMBRASIL para outras
I
maior agrupamento. áreas amazônicas, como segue'

o 55

Flg. 1 - Mapa de localização da Folha SA.21-·Santarém

GEOLOGIA/29
- consulta bibliográfica para análise e seleção da do- angular, ocorre uma seqüência de rochas xistosas, dobra-
cumentação geológica e das ciências correlatas com infor- das e com grau metamórfico correspondendo a facies
mações da área e vizinhanças; xistos verdes a anfibolito, denominada Grupo Vila Nova.

- interpretação preliminar, utilizando-se mosaicos semi- Sobre essas unidades repousam também em discordância
controlados de imagens de radar na escala 1 :250.000, as vulcânicas e piroclásticas de caráter ácido a interme-
fotografias em infravermelho na escala 1 :130 000 e multies- diário com clastos intercalados, que constituem a For-
pectrais na escala 1 :70.000, além do uso eventual de mação lricoumé, a qual acha-se intrudida por rochas gra-
outros tipos de imagens obtidas em aerolevantamentos nitóides, comagmáticas, pertencentes ao Granito Ma-
anteriores e/ ou as tomadas por espaçonaves; puera, e rochas sieníticas e monzoníticas do Sienito Serra
do Acari, todas essas unidades constituindo o Grupo
- mapa preliminar; Uatumã.

~ locação de alvos para sobrevôo à baixa altura, objeti- A seguir a área foi submetida a uma intensa e prolon-
vando confirmar algumas discriminações litológicas da gada fase erosiva com sedimentação rápida em bacia ou
interpretação, passíveis de controle por esta atividade; bacias pouco subsidentes de clastos grosseiros a finos
que se espalharam sobre as demais unidades, formando
mapa de progresso; conglomerados, arenitos, arcóseos e siltitos, que cons-
tituem a Formação Prosperança.
seleção de pontos para verificação no campo;
O último evento na área registrado no Pré-Cambriano
trabalho de campo, utilizando-se viaturas terrestres, foram intrusões de caráter toleítico, dando origem à uni-
barcos e helicópteros, estes últimos operando tanto em dade litoestratigráfica que recebeu a designação de Gabro
clareiras naturais como nas abertas pelo RADAMBRASIL, Suretama.
onde se fizer necessário;
No final do Pré-Cambriano ou limiar do Paleozóico, pro-
- mapas de amostragem na escala 1 :250 000; cessou-se o estabelecimento da Sinéclise (rift) do Ama-
zonas, cujos sedimentos remontam do Siluriano ao Car-
- análises petrográficas, geocronológicas químicas, bonífero e são representados pelos Grupos Urupadi e
etc.; Tapajós, além da Formação Curuá (Devoniano Superior),
constituída essencialmente de folhelhos O Grupo Urupadi
- interpretação final na escala 1 :250 000 e redução à (Siluro-Meso-Devoniano) é constituído pelas Formações
escala ao milionésimo; Trombetas, Maecuru e Ererê, e representado, predomi-
nantemente, por sedimentos arenosos com facies argi-
- redação do Relatório e compilação do Mapa Geoló- loso O Grupo Tapajós (Carbonífero) abarca as Formações
gico sobre base cartográfica elaborado pelo RADAM- Monte Alegre, ltaituba e Nova Olinda, constituídas por
BRASIL arenitos, folhelhos, siltitos, margas, calcários e evapo-
ritos
Cumpre ressaltar serem o Relatório e o Mapa Geológico
aqui apresentados fruto de trabalho de equipe, mas as No decorrer do Mesozóico desencadeou-se um vulcanismo
prinçipais atividades desenvolvidas pelos autores, além básico de natureza toleítica, sob a forma de diques, si//s e
dos trabalhos de campo, foram: Araujo & Montalvão na stocks, que afetou todas as unidades da Sinécl ise do
redação da maior parte do Relatório, Lima & P Fernandes Amazonas, denominado Diabásio Penatecaua, posicio-
na interpretação das imagens e elaboração dos mapas, nado no Jurássico-Cretáceo, após o qual, e até o inicio do
exceção feita às áreas da Sinéclise do Amazonas, cuja Cenozóico, no intervalo Cretáceo-Terciário, processou-se
interpretação esteve a cargo de Cunha; Basei com a uma sedimentação com características continentais de
participação de Teixeira nas determinações radiométricas ambiente flúvio-lacustre e paludal, com um facies ma-
efetuadas em convênio com o I G. - USP (CPGeo) e na rinho, representada pela Formação Barreiras, que se
interpretação dos dados geocronológicos; C Fernandes estende predominantemente na área da sinéclise e, subor-
na geologia econômica; Araujo & Abreu na parte de petro- dinadamente, recobre áreas pericratônicas
grafia. R. S. lssler asnssorou a equipe e G Galeão da
Silva dirigiu os trabalhos. A unidade mais jovem é posicionada no Quaternário, com
depósitos de rios e lagos, constituídos por conglome-
rados, areias, síltes e argilas
2 - ESTRATIGRAFIA
A Folha SA.21-Santarém representa uma vasta região
caracterizada por even"tos geológicos que lhe conferiram 2.1 - Províncias Geológicas
feições estruturais e petrográficas distintas.
Com o intuito de reconstituir os eventos geológicos que
Essa porção apresenta unidades estratigráficas pré-cam- afetaram a área, tanto espacial quanto temporalmente, a
brianas, bem distintas e separadas entre si por discor- mesma foi dividida em Províncias Geológicas:
dância de natureza angular e paralela. A unidade basal
compreende o Complexo Guianense, constituído na
porção brasileira do· Craton Guianês por metamorfitos Craton do Guaporé
pertencentes a facies anfibolito a granulito, com dobra-
mentos de direções NW-SE, WNW-SSE e menos frequen- Craton Guianês:
temente NE-SW. Separada desta unidade por discordância Embasamento Guriense

30/GEOLOGIA
UNIDADE L ITO EST R ATI G RA F I CA
ERA PERIODO IDADE (MA) SIMBOLOGIA
COMPLEXO GRUPO FORMAÇAO LITOLOGIA

·aa Aluviões: Cascalhos, Are1as, Silte e Argila


CENOZOICO QUATERNÁRIO
Qal Aluviões: Cascalhos, AreJas, Silte e Argila, Terraços Antigos
DISCORDANCIA
Arenitos Finos, Médios; Siltitos e Argilitos Vermelhos, Mal Consolidados:
CRETÁCEO-TERCIÁRIO BARREIRAS KTb Conglomerados; Estratificação Cruzada
DISCORDANCIA
MESOZOICO DIABÁSIO JKp Diabás1os Finos a Grosse1ros
JURA-CRETÁCEO 183-135 PENATECAUA

DISCORDANCIA
Halitas, Amdritas, Folhelhos e Siltitos Pretos; Calcanos e Arenitos Subor-
NOVAOLINDA
di nados

Margas e Calcanos com An1drita Disseminada; Aren"itos; Siltitos e Fo-


TAPAJOS ITAITUBA
CARBONIFERO Ct lhelhos

Arenitos Finos a Médios com Intercalações de FolhelhQS e Siltitos e com


MONTE ALEGRE
Honzontes de Conglomerados na Base
PALEOZ01CO
Folhelhos Pretos. Pintosos: Folhelhos Siltíticos, Siltitos Argilosos,
CURUÁ Oca
Arenitos

DEVONIANO Arenitos e Siltitos C1nza e Verdes, Lam1nados. Argilosos. Fossilíferos


ERER!:

Arenitos Finos a Conglomeráticos com Intercalações de Siltitos; Falhe-


URUPADI MAECURU SOu
lhos. Siltitos e Aren•tos
DISCORDÂNCIA
TROMBETAS Arenitos Micaceos: Foltlelhos e Siltitos com Arenitos e Sllexitos Inter-
SILURIANO calados
DISCORDÂNCIA
GABAO SURETAMA Gabros Norma1s. Oliv1na GabroS e Diabas•os Finos a Grosse1ros
1.420 - 1.200 PE:s

DISCORDÂNCIA
PROSPERAN-ÇA Conglomerados com Se1xos de Vulcânicas; Arenitos Arcos1anos, Arcós•os
PE:p e Arenitos Ortoquartziticos, Folhelhos e Argilitos, Grauvacas

DISCORDÂNCIA
SIENITO PE:sa Quartzo Sienitos a Quartzo Monzonitos

SUPERIOR SERRA 00 ACARI


ANTIGO
UATUMÃ DISCORDÂNCIA
GRANITO MAPUÊRA Granitos. Microgranitos. Granóliros. Adamelitos. Granodioritos. Micro-
1.790-1.410 PE:m granodiontos. Monzonitos. Dioritos, Microdioritos: Subvulcan1cas. Grato-
gên1cas
PRE-CAMBRIANO DISCORDANCIA
Riolitos. Riodacitos, Dacitos, Andesitos. Piroclásticos e lgn1mbritos, Inter.-
IRICOUME
P€ic calações Loca1s de Quartzitos, Meta-Grauvacas e Meta-Arcos1os
1.695
DISCORDANCIA
Anfibolitos, Quartzitos, Xistos, Gonditos, Lentes de Mármore Manganes1-
MEDI O 2.090 fero, Xisto Grafítico e de Hematita, Fac1es Xistos Verdes a Almandina
VILA NOVA Pe:vn
Anfibolito. Litolog1as Observadas na Folha NA/ NB.22-Macapa

DISCORDÂNCIA
I P€gul- Kinz1gitos, Anfibolitos, Tr.ondjemitos, Dioritos, Granodioritos,
Granitos, Migmatitos, Gna1sses, Granulitos Ac1dos e Bás1cos,
G') Fac1es Anfibolito e Granulito.
m ~ - Migmatitos, Gna1sse, Granitos, Adamelitos, Granodioritos,
1.910
o
r
MEDIO
(REJUVENE&-
GUIANENSE/ PE:gn ; PE:x Sienitos, Dioritos, Anfibolitos, Metabasitos, Granulitos Ac1dos a
1ntermediánas Xistos e. Quartzitos. Na Folha SA.21-Santarém as
A XINGU
o
G') INFERIOR CIMENTO)
Rochas Coletadas são Predominantemente Homogêneas: Grant-
tos Granodioritos e Gna1sses.
5>
~

Flg. 2 - Sumérlo da Estratigrafia


Faixa Orogênica Tumucumaque-Vila Nova Complexo Guianense, que é a unidade basal do Craton
Vulcano-Piutonismo Uatumã Guianês nos domínios da Folha SA 21-Santarém, não
Cobertura Tabular Prosperança atestam pertencer esta unidade ao Ciclo Guriense, po1s
Vulcanismo Toleítico Trombetas-Jatapu forneceram idades apenas situadas no intervalo de duração
do Ciclo Transamazônico. Entretanto isto não invalida
Sinéclise do Amazonas totalmente a idéia generalizada de a constituição do
Sedimentos Paleozóicos da Sinéclise do Amazonas Complexo Guianense ter-se processado antes de 2600MA,
Vulcanismo Toleítico Prainha-Trombetas pois esta unidade na área em apreço foi estudada somente
em caráter de reconhecimento, sendo sua amostragem e
Cobertura Meso-Cenozóica determinações geocronológicas bastante escassas para
permitirem uma análise conclusiva. A esses fatos tem-se a
acrescentar a possibilidade do Ciclo Orogênico Transa-
2.1 1 - Craton do Guaporé mazônico, cuja atuação possivelmente afetou extensas
áreas, ter mascarado quase que totalmente o ciclo an-
Esta unidade, cuja extensão da área na Folha SA 21- terior
Santarém é bastante restrita, pertence á Plataforma Bra-
sileira, como definida por Almeida (1967), ou à Plataforma Na Folha SA 21-Santarém, o Complexo Guianense pa-
Amazônica, no sentido de Susczynski (1970) e Ferreira rece-nos ser constituído de rochas bem mais homogêneas
(1969) Na área em apreço é representada pela sua unidade -granitos e granodioritos, com raros gnaisses- que em
basal que é o Complexo Xingu, o qual neste trabalho é outras regiões, onde foram observados, dentre outros,
abordado de maneira bastante sumarizada, visto jà ter sido granulitos, migmatitos, gnaisses, anfibolitos, kinzigitos e
explanado com maiores detalhes em outras áreas já estu- quartzitos
dadas pelo RADAMBRASIL

212 2 - Faixa Orogênica Tumucumaque-Vila Nova


21 2 - Craton Guianês
Os remanescentes desta Faixa Orogênica apresentam
Esta unidade geotectônica está aqui representada por sua maior distribuição areal na porção oriental do Craton
porção centro-sul e que no decorrer dos tempos recebeu Guianês (Folha NA/ NB 22- Macapá), sob a forma de duas
denominações tais como Escudo Orenocoano ou das faixas longilineas com direções paralelas Essas faixas,
Guianas (Oliveira & Leonardos, 1943), "Bouclier Guianais" constituídas por epi e mesometamorfitos que receberam a
(Choubert, 1957), Escudo Guianense (Barbosa & Ramos, denominação de Grupo Vila Nova, assomam com direção
1959), Núcleo Cratônico Guianês (Susczynski, 1970), Cra- NW-SE, truncando a foliação dos metamorfitos do Com-
ton das Guianas (Neves, 1971 ), Escudo da Guayana plexo Guianense, constituindo portanto uma inconfor-
(Bellizia. 1972) e Craton Guianês (lssler et alii, 1974) Sua midade
amplitude é de dimensão continental. tendo como limites
aproximados a oeste a faixa do Orenoco e os contrafortes Na área em apreço as exposições destes metamorfitos
andinos, enquanto a norte, leste e sul limita-se com o restringem-se apenas a duas serras, situadas na sua
Oceano Atlântico porção oriental

Esta entidade geotectônica é representada por rochas


dobradas e metamorfizadas, parcial ou totalmente grani- 21 23 - Vulcano-Piutonismo Uatumã
tizadas, com idades de 2500-1800MA, e parece ter sido
remobilizada entre 2000-1800MA O desenvolvimento de A norte da Sinéclise do Amazonas, este evento ígneo
rifts favoreceu a sedimentação de psamitos e pelitos com ocupa uma vasta área com distribuição pelas Folhas
lentes de calcários manganesiferos, seqüências quartzosa- NA 21-Tumucumaque, SA 21-Santarém e SA.20-Manaus
ferríferos, impurezas carbonosas e aluminosas, associa- E formado por uma associação de rochas vulcano-plu-
das a um vulcanismo básico e ultrabásico, tais rochas tõnicas, que apresentam maior distribuição na Folha
foram dobradas e metamorfizadas na facies xistos verdes a SA 21-Santarém e que ocorrem desde o rio Uatumã até
anfibolito, por volta de 21 00-1800MA Um extenso vulcano- o rio Maicuru As vulcânicas mostram composição desde
plutonismo com idade de 1900-1500MA é representado por ácida a intermediária, com litotipos variando de andesitos
rochas vulcânicas e piroclásticas ácidas a intermediárias, a riolitos, tendo piroclásticas associadas de mesma
com sedimentos intercalados, e corpos granitóides anoro- composição. A facies plutônica é representada por gra-
gênicos, comagmáticos Outro evento significativo na nitos, granodioritos e quartzo sienitos a quartzo mon-
evolução geológica deste craton é o representado por zonitos, que ocorrem como diques (retilíneos e anelares),
sedimentos de cobertura de plataforma, que se apresen- stocks e batólitos, formando uma associação comagmá-
tam controlados por falhas que formam estruturas tipos tica com as vulcânicas
horst e graben. Após sua estabilização a área foi subme-
tida a movimentos verticais, com reativações represen-
tadas por um magmatiSillO de caráter básico e alcalino 21 24 - Cobertura Tabular Prosperança
associado, assim como a formação de faixas de milonitos,
cataclasitos e brechas de falha, muitas vezes limitando Esta cobertura é constituída por sedimentos elásticos
horsts e grabens representados por conglomerado basal, arenitos, arcó-
seos, grauvacas e siltitos, que ocorrem em formas predo-
minantemente tabulares e mostram-se capeando tanto o
2 1.2.1 - Embasamento Guriense Complexo Guianense como as rochas vulcânicas do Grupo
Uatumã Apesar de não apresentarem uma distribuição
As datações geocronológicas executadas em rochas do contínua por extensas áreas, porções maiores desta cober-

32/GEOLOGIA
tura ocorrem nos interftuvios Uatumã-Jatapu, Jatapu-Nha- 2.1.4 - Cobertura Meso-Cenozóica
mundá, Mapuera-Cachorro e Pitinga-Jatápu. A Formação
Prosperança é a unidade estratigráfica aue forma esta Os sedimentos mesa-cenozóicos que se apresentam em
cobertura, apresentando-se controlada, por vezes, por camadas praticamente horizontalizadas possuem sua
falhas que constituem estruturas dos tipos horst e graben. maior distribuição' sobre a Sinéclise (rift) do Amazonas,
sendo que raramente transgridem sobre o Craton Guianês.

2.1.2.5 - Vulcanismo Toleitico Trombetas-Jatapu Esta cobertura é constituída por sedimentos continentais,
de natureza flúvio-lacustre e paludal e representados por
Este evento compreende a manifestação ígnea básica de arenitos, siltitos e argiiitos, encimados ás vezes por platôs
natureza toleitica que sob a forma de diques, sil/s e stocks bauxitíferos.
intrudiu as rochas metamórficas do Complexo Guianense,
a seqoência vulcânico-plutônica do Grupo Uatumã e os Estes sedimentos constituem a Formação Barreiras,
sedimentos da Formação Prosperança, cuja unidade lito- que engloba também o denominado Arenito de Manaus,
estratigráfica correspondente recebeu a denominação de representado por arenitos e arcóseos bem silicificados.
Gabro Suretama.
Com área bem mais restrita ocorrem sedimentos recentes,
Os diques e sills que por vezes ocorrem como verdadeiros representados por aluviões e sedimentos de planície de
enxames apresentam direções NW-SE, NE-SW e dimen- inundação.
sões máximas que não ultrapassam 50km de elongação

I
nas imagens de radar. Os stocks situam-se predominan-
temente na região Trombetas"Cachorro e Jatapu-Nha- 2.2 - Descrição das Unidades
mundá.

2 2.1 - Complexo Xingu


2.1 .3 - Sinéclise do Amazonas
Esta unidade estratigráfica, por apresentar-se na Folha
Esta unidade geotectônica que ocupa uma área considerá- SA.21-Santarém com uma extensão inexpressiva, não ter
vel na Folha SA.21-Santarém, e cuja elaboração deu-se no sido amestrada e já haver sido submetida a trabalhos de
final do Pré-Cambriano ou início do Paleozóico, encontra- caráter regional mais detalhados em áreas vizinhas, é aqui
se confinada entre as exposições do Craton Guianês e do abordada de maneira bastante resumida.
Craton do Guaporé. Seus afloramentos distribuem-se nu-
ma faixa orientada segundo WSW-ENE, sendo que as Dentre os trabalhos de âmbito regional, merecem destaque
unidades basais estãojassentes em inconformidade sobre os efetuados por Barbosa et :~lii (1966), Puty et alii (1972),
rochas dos Complexos ·Guianense e Xingu, Grupo Uatumã sendo a Silva et alii (1974) que se deve a denominação de
e Formação Prosperança. Complexo Xingu. lssler et ali i (1974) e Santos et ali i (1975)
foram os dois últimos autores que estenderam o Complexo
Esta seqüência sedimentar paleozóica foi afetada durante Xingu para as Folhas SA 22-Belém e SB.21-Tapajós, res-
o Jura-Cretáceo· por vulcanismo !Jásico, denominado Dia- pectivamente
básio Penatecaua.
As rochas deste Complexo, que se acham metamorfizadas
nas facies anfibolito a granulito, são representadas, entre
2.1.3.1 - Sedimentos Paleozóicos da Sinéclise do Ama- outras, por anfibolitos, migmatitos, gnaisses e granulitos.
zonas
O Complexo Xingu representa a unidade mais basal do
A sedimentação paleozóica desta sinéclise está represen- Craton do Guaporé, sendo que na área em questão está
tada em superfície predominantemente por arenitos e recoberto discordantemente pelos sedimentos mais anti-
siltitos do Grupo Urupadi (Formações Trombetas, Maecuru gos da Sinéclise do Amazonas.
e Ererê), folhelhos da Formação Curuá e arenitos, siltitos,
folhelhos, margas, calcários e evaporitos do Grupo Tapa- Na área em epígrafe, esta unidade estratigráfica está restri-
jós, que abrange as Formações Monte Alegre, ltaituba e ta a apenas duas porções localizadas no extremo sudeste
Nova Olinda. Estas unidades remontam desde o Siluriano da Folha SA.21-Z-D
até o Carbonífero.
Nos domínios da Folha SA.21-Santarém, desconhecemos
qualquer datação geocronológica em rochas do Complexo
2.1.3.2 - Vulcanismo Tol~ítico Prainha-Trombetas Xingu. Porém, em outras áreas este complexo foi submeti-
do a inúmeros trabalhos geocronológicos com vista a sua
Este evento ígneo expressa-se pelos diques, si//s e corpos caracterização temporal, dentre os quais podemos desta-
de diabásios, de caráter toleítico, que se mostram predo- car:
minantemente intrudidos nos sedimentos paleozóicos da
Sinéclise do Amazonas. Estes corpos denominados Diabá- Almaraz (1967) obteve idade por volta de 2000MA, pelo
sio Penatecaua mostram-se com dir'eções N-S, NNE-SSW método K/ Ar, para rochas dos rios Itacai unas e Tocantins.
e NE-SW, e apresentam-se em geral isoladamente, poden-
do seus diques constituir verdadeiros enxames, distribu- Amaral (1969) mencionou que o último evento metamórfi-
indo-se de maneira expressiva desde a região da Colônia co que afetou as rochas deste complexo ocorreu a
da Mulata (Monte Alegre) até o interflúvio Trombetas· 2000MA, tendo obtido também uma idade de 3280 ±
Maouera. 113MA para um anfibolito da serra Tapirapé.

GEOLOGIA/33
Gomes et alli (1971) obtiveram pelo método K/ Ar Idade em ayant un facies caráibe (2200MA) (Choubert, 1964, e Mai-
torno de 2000MA para rochas provenientes das serras charas, 1963)".
Misteriosa, Cinzento, Buritirama e Carajás; enquanto para
um anfibolito do rio ltacaiunas o método K/ Ar indicou Spooner, Berrangé e Fairbairn (1971) estimaram uma idade
idade de 2540 ±. 75MA. Rb/Sr em rocha total, para o "Complexo Kanuku" no
sudeste da Guiana, entre 2180 e 2020MA; no entanto,
Base i (1973) obteve pelo método K/ Ar em biotita valor ao Singh (1966) referiu-se a um episódio tectônico situado
redor de 1800MA, sendo que na região do Bacajá, numa ent-re 3000 e 2700MA representado pela faixa de dobramen-
isócrona de referência Rb/Sr em rocha total, forneceu tos Guriense e que compreende o "Complexo Kanuku".
idade de 1864 :!: 60MA.
Hurley et ali i (1972) apresentaram isócrona Rb/Sr em rocha
total, para os granulitos do "Complexo de lmataca" na
2.2.2 - Complexo Guianense Venezuela, que forneceu idade compreendida entre 3400-
3000MA.
2.2.2.1 - Generalidades
Braun & Ramgrab (1972) subdividiram as rochas do Com-
lssler et alii (1974) denominaram de Complexo Guianense plexo Basal ocorrentes no Território Federal de Roraima,
uma seqoência de metamorfitos de fa,ç}es anfibolito a nas Associações Anauá, Maracá e Rupununi; posterior-
granulito, que representam a unidade mais antiga do mente, Amaral (1974) para a mesma região dividiu o
flanco norte da Amazônia Brasileira. Complexo Cristalino em duas porções denominadas Muca-
jaí e Anauá-Uraricoera, baseando-se em graus de metamor-
O termo "Série Guayana" foi utilizado por Liddle (1928) pa- fismo diferentes. Entretanto, Montalvão et aiii (1975) não
ra os gnaisses intensamente dobrados e granitos gnáis- concordaram com as subdivisôes propostas pelos autores
sicos na porção venezuelana do Escudo da Guiana; sendo acima mencionados, referindo-se à unidade basal do Terri-
que posteriormente Newhouse & Zuloaga (1929) denomi- tório Federal de Roraima como Complexo Guianense.
naram de "Série de lmataca" um conjunto de quartzitos
ferruginosos de granulação média, com coloração cinza- Na região norte da Amazônia Brasileira diversos pesquisa-
chumbo e estratificação bem marcada. Bellizzia & Martin dores - Dequech & Klepper (1946), Ackerman (1948), Leinz
Bellizzia em 1956 redefiniram a "Série lmataca" para abar- (1949), Guerra (1952), Moraes (1957), Nagell (1962), Scar-
car a seqOência de rochas metamórficas de alto grau e os pelli (1966), Marotta et alii (1966), Neves & Menezes (1967),
quartzitos ferruginosos (Ministério de Minas y Hidrocar- Carvalho & Silva (1969), Vale et ali i (1972) e Braun (1973)-
buros, 1970), enquanto a denominação de "Complexo de estudaram as rochas mais basais e atribuiram-lhes dife-
lmataca" é devida a Chase (1964). rentes denominações, tais como· Complexo Basal, Com-
plexo Cristalino e Embasamento Cristalino
Paiva (1939) foi o primeiro a confeccionar um esboço
geológico oa região do alto rio Branco, no Território
Federal de Roraima. Lima et alii (1974) incluíram no Complexo Guianense uma
unidade constituída quase que essencialmente de gnais-
Oliveira & Leonardos (1943) assinalaram uma área extensa ses e a denominaram de Gnaisse Tumucumaque
a norte do Amazonas constituída de gnaisses e granitos,
que já tinham sido estudados petrograficamente por Oli- Oliveira et alii (1975) relatam a presença de vasta área de
veira (1929) rochas poli metamórficas pertencentes ao Complexo Guiac
nense na Folha NA.21-Tumucumaque.
Choubert (1954) designou de "Sistema llle de Cayenne", na
Guiana Francesa, uma associação semelhante à do Com- Montalvão et alii (1975) separaram, quando com controle
plexo Guianense. de campo, porções mais homogêneas constituídas de
rochas graniticas a quartzo dioriticas, produto de graniti-
Barbosa & Ramos (1959) descreveram os gnaisses e os zação, às quais atribuíram a designação de Granodiorito
quartzitos da "Série Rio Branco", de Paiva (1939), e a Rio Novo.
(,lenominaram de "Sistema Guiana".
A denominação de "Grupo Falawatra" é devida a Bosma &
Singh (1966), após desenvolver estudos geológicos e pe- Groeneweg (1973), tendo sido também adotada por Priem
trológicos de parte do Escudo das Guianas na área "South et alii (1973) para designar rochas metamórficas de alto
Savana-Rewa", situada na Guiana, reportou-se ao Grupo grau ocorrentes na área Adampada-Fallawatra, na porção
Kanuku como sendo constituído por biotita gnaisses ca- ocidental do Suriname. Recentemente De Roever (1975)
racterizados pela associação mineral biotita, granada, cor- referiu-se a esta unidade como constituída por uma se-
dierita e sillimanita - características da subfacies silli- qoência charnoquítica, sillimanita gnaisses, anfibolitos a
manlta almandina da facies almandina anfibolito; e granu- clinopiroxênio e doleritos de alto grau de metamorfismo.
litos ácidos e básicos. Kroonenberg (1975) mencionou que Mulder (1968) sugeriu a
possibilidade de correlação entre o Grupo Coeroeni, Grupo
Falawatra e Complexo Kanuku, a qual é aceita até o
Choubert (1969) relatou Idade de 4100-3770MA, na Guiana presente. No tocante à filologia do Grupo Coeroenl, Kro-
Francesa, sendo que no tocante ao "Granito Guyanais" onenberg (1975) mencionou: "Among the high-grade meta-
reportou-se: "L'âge minlmum des granites guyanais se morphic rocks of the Coeroeni Group migmatic biotite
situarait vers 26Q0-2550MA; le rejeunissement a dú se paragneisses, hornblenda gneisses and amphibolites are
produire entre 2350 et 2100MA. En même temps commen- the most common rocks types, whereas quartzites and
çaient à se formar, en profundeur, les premiers granites calesillcate rocks are rather rare".

34/GEOLOGIA
Nas áreas já trabalhadas pelo Projeto RADAMBRASIL, o apresentadas mostrando resultados variáveis entre
Complexo Guianense é constituído por rochas de origem 2000-1700MA para as rochas do Complexo Guianense.
orto e parametamórfica, fruto de metamorfismo regional,
correspondente a facies anfibolito a granulito, e que Na Folha NA.21-Tumucumaque, Oliveira et ali i (1975)
apresentam foliação com rumo predominantemente apresentaram uma isócrona de referência Rb/ Sr, em rocha
NW-SE e WNW-ESE, podendo contudo mostrar variações total, com razão inicial sr87J sr86 = O. 7077, que forneceu
locais para NE-SW. idade de 1791 ± 1OMA para as rochas polimetamórficas do
Complexo Guianense. Para Teixeira & Basei (1975) esse
Montalvão et alii (1975) mencionaram que as rochas mais valor representa um evento metassomático tardio do Tran-
comuns do Complexo Guianense são granulitos, gnaisses, samazônico.
migmatitos, anfibolitos, granitos de anatexia e metasso-
máticos, dioritos, gabros e ultramafitos; os granulitos que Na Folha NA.20-Boa Vista e parte das Folhas NA.21-Tumu-
são representados por termos ácidos e básicos têm ocor- cumaque e NB.20-Roraima, Montalvão et alii (1975) apre-
rência restrita enquanto os migmatitos possuem a maior sentaram idades K/ Ar em anfibólio e biotita das rocha&
extensão areal. dos rios Parima e Auari que revelaram idades de 1800MA.
Basei (1975) interpreta tal evento como resfriamento regio-
Na Folha SA.21-Santarém, parece-nos ser esta unidade nal das rochas do Ciclo Orogênico Transamazônico
constituída por rochas bem mais homogêneas: granitos e
granodioritos, apesar dos dados disponíveis serem escas· A região compreendida entre os rios Tacutu e Cauaburi,
sos. que forma uma faixa controlada por falhas de direções
NE-SW, apresentou isócrona de referência Rb/Sr de 1783
± 33MA, com razão inicial sr87Jsr86 = 0.702.
2.2.2.2 - Posição Estratigráfica
Para Dahlberg (1975), as rochas graníticas estão envoltas
O Complexo Guianense constitui a parte mais basal do por cinturões arqueados de depósitos geossinclinais, cor-
Craton Guianense e está sotoposto aos metamorfitos do respondendo em idade com o "Guinean Diastrophism" de
Grupo Vila Nova, ás rochas vulcânicas e piroclásticas da 2200-2050MA.
Formação lricoumé e aos sedimentos de cobertura de
plataforma de idade Pré-Cambriana, da Formação Prospe- Jharap (1975), levando em consideração que o grupo
rança. Acha-se intrudido por rochas granitóides do deno- granulítico foi altamente empobrecido em água de modo a
minado Granito Mapuera e corpos básicos designados não sofrer anatexia e que suas idades provisórias variam de
Gabro Suretama Ao sul é capeado discordantemente 2520-1820MA, conclui que o maior volume dos granulitos
pelos sedimentos paleozóicos da Sinéclise do Amazonas formou-se antes do magmatismo Transamazônico, não
sendo porém afastada a possibilidade da formação de
2.2.2.3 - Distribuição na Área granulitos durante o metamorfismo Transamazônico

Esta unidade estratigráfica mostra-se pouco representada Na Folha SA 21-Santarém foi obtida para as rochas graní-
na Folha SA.21-Santarém Suas maiores concentrações ticas e granodioríticas deste Complexo uma isócrona de
situam-se a NE e NW da área mapeada. A NE assoma na referência Rb/Sr, em rocha total, apresentando uma idade
bacia do rio Maicuru e médio rio Curuá, prolongando-se de 1910 ± 70MA (Basei & Teixeira, 1975a), com razão
para norte em direção do interflúvio dos rios Curuá e inicial sr87J sr86 = 0.7038 ± 0.0011 e que indica atuação
Cuminapanema, em uma faixa em média com 30km de do Transamazônico nessas rochas.
largura A NW expõe-se no rio Jatapu e igarapé Cidade
Velha, compondo uma zona de exposição de direção NE.
Na quadrícula SA.21-X-B, um granodiorito forneceu uma
Distribui-se ainda no rio Erepecuru, já nas proximidades idade K/ Ar em biotita, de 2040 ± 23MA. Esta deve ser
do equador e na bacia do alto rio Caxipacoro, seguindo interpretada como indicativa do resfriamento regional do
para oeste em direção aos rios Trombetas e Cachorro, Ciclo Orogênico Transamazônico
voltando a aflorar a oeste do rio Mapuera.

No limite oeste da Folha SA 21-Santarém mostra-se em Como vimos, as isócronas de referência para as rochas do
contato com sedimentos paleozóicos da bacia do médio Complexo Guianense apresentam idades diferentes,
Amazonas e Grupo Uatumã, este na região da bacia do rio apesar das suas rochas mostrarem, em geral, mesma
homônimo composição mineralógica, mesmo grau de metamorfismo,
isto aliado também ao fato desta unidade apresentar
continuidade física entre as Folhas contíguas situadas ao
2.2.2 4 - Geocronologia
norte do rio Amazonas.
Mandetta (1970) apresentou uma idade de 2527 ± 126MA,
obtida pelo método K/ Ar, para um gnaisse aflorante no rio Em vista disso, somos levados a crer que durante a
A nau á. tectogênese Transamazônica as rochas preexistentes so-
freram um fracionamento isotópico que parece estar ligado
Cordani (1974) realizou a interpretação dos dados geocro- a granitização, cuja intensidade foi variável, a episódios
nológicos da Folha NA/ NB.22-Macapá, apresentando tectotermais durante as efusões e intrusões das rochas
duas idades convencionais Rb/Sr em rocha total, com do Grupo Uatumã que afetaram toda a região em epígrafe
razão inicial sr87Jsr86= 0.706, de 2600 ± 50 MA e 2400 ou mesmo a episódios tafrogênicos que afetaram o Craton
± 45MA. Outras idades K/ Ar em biotita e muscovita foram Guianês, no decorrer de sua evolução geotectônica.

GEOLOGIA/35
sr87fSr86

080

079

078

077

076

075

074
11 1
ÀRb -1.47><10' anos'
073 (sr87tsr86J 0 -o 7038±0 0011

072

071

070
o 2 3
Fig. 3 - lsócrona de Referência Rb/Sr para as rochas do Cõmplexo Gulanense

TABELA I 2.2.2.5.1 -Granitos

Dados Analíticos RbiSr das Rochas do Complexo Guianense Estas rochas não se constituem, como em outras áreas já
trabalhadas, no tipo dominante da unidade.
No
Campo Quadrícula Litotogia Rb (ppm) Sr (ppm) Rb87tR~ s.87tsr86 Em escala de afloramento suas variações texturais e
mineralógicas são pouco significativas. Estes afloramen-
PT11B SA 21-X:.A Granodiorito 138 o 7404
596 SA 21-X-D Biotita Gnaisse 199
311 1 287
tos, na forma de lajeiros e boulders, apresentam invariavel-
224 2 599 07776
PT926B SA 21-X-B Granodiorito 172 469 1 019 o 7329 mente sistemas de diáclase e com certa regularidade são
PT03 SA 21-X-B Granodiorlto 90.9 706 o 3730 o 7158 cortados por diques de aplito, cuja possança pode variar
PT03A SA 21-X-0 Granodiorito 964 614 o 4550 o 7144
CA/PT02 SA 21-X-C Granodiorito 112 155 1 ()()() o 7325
de poucos centímetros a alguns decímetros.
PT11A SA 21-X-A Granito 129 254 1 479 o 7442
A coloração da rocha varia de róseo pálido a esbranquiça-
do, pontuada por máficos. A textura varia de porfiroblástica
À Rb = 1,47 x 10-11 anos-1 a granoblástica, granulação média a grosseira; localmente
pode ter grau variável de deformação devido à cataclase.
(Sr86Jsr88Jn = 0,1194
Os constituintes minerais essenciais são quartzo, micro-
Rb87JRbBS = 2,57 clina, plagioclásio sádico e menos comumente ortoclásio;
o varietal mais freqOênte é biotità, enquanto os acessórios
são zircão, apatita, opaco, mais raramente alanita, titanita
2.2.2.5 - Petrografia e muscovita.

Na Folha SA.21-Santaré·m, comparativamente a outras já Quartzo é anédrico, intersticial - como inclusão tende a
trabalhadas pelo RADAMBRASIL, esta unidade estratigrá- assumir formas arredondadas -, extinção ondulante mais
fica possui uma amostragem mais restrita, não só quanti- ou menos intensa, bordos saturados e eventualmente
tativamente mas também em variedades litológicas.Estas microfraturados com granulação variável. Seu teor na
são predominantemente de composição granodiorítica e rocha encontra-se aproximadamente compreendido entre
granítica. · 1/8 e 5/8 dos minerais totais. Dos feldspatos potássicos a
microclina é bem mais comum que o ortoclásio; especial-
Para melhor estudar estas rochas optou-se em considerar mente este pode apresentar intercrescimento pertítico,
caracteres preferencialmente mineralógicos, e ainda agru- macia de Carlsbad, enquanto na microclina a macia carac-
param-se algumas, levando-se em consideração seu as- terística é segundo a Lei de Albita-Periclina. Quanto
pecto textura!. à forma e dimensões, variam de idioblásticos a xe-

36/GEOLOGIA
noblásticos; podem formar porfiroblastos, que regu- lo-minerais. O plagioclásio, oligoclásio, é ídioblástico a
larmente têm inclusões de quartzo arredondado, pla- subidioblástico, em geral maclado polissinteticamente e
gioclásio sericitizado, biotita e eventualmente clorita. com leve substituição por sericita. Quartzo é xenoblástico,
A transformação mais comum destes feldspatos é de- apresentando microfraturas e extinção ondulante.
composição em argilo-minerais. Nestas rochas os pla-
gioclásios constituem entre 3/8 e 1/8 dos feldspatos to- Tendo em vista a composição meneralógica, algumas
tais, são fundamentalmente sádicos, havendo número mais rochas são enquadradas neste clã, mostrando-se a textura
expressivo cuja composição é oligoclásio seguido de original totalmente destruída pela ação do metamorfismo
albita. Quanto à forma, têm tendências idioblásticas, predominantemente dinâmico, do que resultaram deforma-
raramente zonados, sendo freqüentes as macias polissin- ções, cizalhamento, intenso fraturamento e o desenvolvi-
téticas Fenômenos de metassomatose potássico-sódica mento de ampla mineralogia secundária. A cataclase e
são regularmente observados, especialmente nas zonas milo'nitização comumente desenvolvem faixas mais inten-
que possuem deformações. A alteração característica é em samente fragmentadas, apresentando os grãos granulação
sericita e com menor freqüência epídoto O máfico e variável; os minerais micáceos e aciculares tendem a
varietal mais característico é biotita, sendo casual o anfi- assumir orientação paralela aos planos de cizalhamento;
bólio do tipo hornblenda-hastingsítica. A mica, normal- no plagioclásio observam-se planos de macia deformados;
mente xenoblástica, tem pleocroísmo marrom amarelado a o quartzo com forte extinção ondulante pode ter textura
marrom escuro, sendo a cor marrom avermelhado menos tipo ribbon.
comum A cloritização principia com alteração no pleocro-
ismo. birrefringência e deposição de opaco ao longo das 2.2.2.5.2 - Granodioritos
clivagens; epídoto e titanita desenvolvem-se também no
seio da biotita alterada O anfibólio tem pleocroísmo mar- Constituem o tipo litológico predominante na amostra-
rom a verde azulado e baixo ângulo 2v; na rocha em que gem São agrupadas aqui as rochas com teor de sílica
ocorre é o máfico predominante. Pode ocorrer substituição livre acima de 1/8 e abaixo de 5/8 dos minerais totais da
local do anfibólio por biotita e também clorita Os acessó- rocha e com teor de plagioclásio compreendido entre 3/8
rios mais frequentes são apatita, opaco, zircão, casual- e 7/8 dos feldspatos totais, sendo o teor de anortita nestes
mente podem conter titanita e alanita. plagioclásios inferior a 50%
As rochas aplíticas que constituem corpos na forma de Os afloramentos e relações de campo, em geral, são
diques são leucocráticas, cor creme a róseo, granulação idênticos aos dos granitos, diferindo daqueles pela menor
fina, textura granoblástica. Sua composição mineral é incidência de diques de aplito, que quando ocorrem têm a
essencialmente "ortoclásio micropertítico, quartzo e plagio- mineralogia essencial normalmente semelhante à encai-
clásio sódico, os máfícos são bastante escassos, assina- xante
lando-se a presença de muscovita-sericita, opaco, biotita,
epídoto e zircão (?) O intercrescimento pertítico é bastan- Estas rochas têm coloração de tonalidade cinza, pontuada
te suave no ortoclásio, neste mineral a alteração é em argi- por máficos. A textura hipidiomórfica granoblástica média
ocasionalmente pode tender a porfiroblástica Os mine-
TABELA 11 rais essenciais são quartzo, oligoclásio, andesina, orto-
Granitos
clásio e microclina; o varietal mais comum é biotita, sendo
também significativa a participação do anfibólio; os aces-

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sórios são apatita, opaco, titanita e ainda de forma

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menos significativa zircão e alanita. Da assembléia de
secundários pode-se enumerar clorita, sericita, epidoto,
opaco, fluorita, carbonato, quartzo e albita.
Ou.artzo X X X X X X X
Ortodásio X(1) ?(1) X(1) O quartzo é xenoblástico e ocupa os interstícios deixados
Microclina X(2) X X X X pelos feldspatos na forma de cristais isolados, ocasional-
Oligoclásio X X X X
mente em agregados semelhantes a mosaicos, encontran-
Plagiocl Sádico X X X do-se ainda incluso na microclina e de forma secundária
Biotita X X X X X X X em veios. Extingue-se de forma ondulante e apresenta
Anfibólio X(3) X dimensões variáveis mas sempre inferiores à dos feldspa-
Opaco X X X X X X X
tos. O plagioclásio sádico, quando determinado, em mé-
Zircão X X X X ? dia apresenta composição do oligoclásio cálcico. Quanto à
A palita X X X X forma, são subidioblásticos a idioblásticos, normalmente
Titanita X X maclados polissinteticamente, ocorrendo também zona-
Epídoto X X X X X X dos. Podem apresentar diversos estágios de transformação
Alanita X ou substituição por microclina e albita, desenvolvendo-
Clorita X X X X X X se comumente nos bordos intercrescimento mirmequítico.
Muscovita )\ X X As inclusões usualmente observadas são biotita, quartzo
Se ri cita X X X X X X X
de forma arredonda, zircão e apatita. Os tipos de alteração
Carbonato X na ordem de freqüência são sericita e epídoto, raramente
Arg Minerais X X X carbonato. Ortoclásio geralmente pertítico e microclina
ocorrem ora simultânea ora independentemente. O primei-
ro tem formas melhor desenvolvidas, macia de Carlsbad e
alteração em argila-minerais. Microclina, caracteristica-
(1) Ortocfásio P13rtitico (2) Microclina Pertitica (3) Hornblenda-Hastingsitica mente geminada albita-periclina, contrasta vivamente com
X) presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada os demais feldspatos pela quase ausência de alteração.

GEOLOGIA/37
Seus cristais, quando ocorrem, são intersticiais, geralmen- O quartzo é xenoblástico com bordos suturados, tem forte
te de dimensões reduzidas, desenvolvendo-se melhor à extinção ondulante e ocupa posição intersticial, constituin-
medida que substituem metassomaticamente em especial do ainda agregados com aspecto de mosaico lentiforme,
o plagioclásio, restando deste nos estágios mais avança- talvez resquício de textura sedimentar. Os plagioclásios
dos relictos eticamente orientados. Dos máficos, a biotita têm composição albita-oligoclásio, normalmente xeno-
é a mais expressiva, seguida de pE·to pelo anfibólio. A mica blásticos, maclados polissinteticamente e em algumas ro-
tem cores de pleocroísmo marrom avermelhado, marrom chas podem ter composição ligeiramente mais cálcica, in-
escuro, sendo rara com cor esverdeada. O anfibólio típico cipiente zoneamento e formas subidioblásticas A substi-
é hornblenda com pleocroísmo de tons marrom e esverdea- tuição mais freqüente é sericita e nos bordos pode haver
do; pode encontrar-se maclada e ocasionalmente conter intercrescimento mirmequítico O feldspato potássico mais
relíquias de piroxênio. A hornblenda pode apresentar subs- freqüente neste tipo de rocha é microclina, por vezes
tituição em biotita e clorita Muscovita e clorita podem micropertitica, enquanto o ortoclásio foi observado so-
também desenvolver-se em detrimento da biolita, restando mente em uma amostra da Folha SA 21-X-B. Em geral
resíduos de opacos e epídoto ao longo das clivagens xenoblástico a subidioblástico, contrasta a microclina com
os demais por apresentar macia albita-periclina, ter a
A freqüência de rochas cataclásticas entre os granodiori- superfície mais límpida e poder formar cristais menores e
tos é menos significativa que entre as rochas de composi- intersticiais As alterações quando ocorrem são de prefe-
ção granítica rência em argilo-minerais, eventualmente em sericita. Nas
rochas estudadas. os plaoioclásio~ sódicos predominam
2.2 2 5 3 - Gnaisses ligeiramente frente' aos feldspatos potássicos Biotita é in-
variavelmente o máfico dominante, com formas subidio-
Em escala de afloramento são, via de regra, sensíveis às blásticas, regularmente orientada, cores de pleocroísmo
que variam de marrom a quase extinção, ocasionalmente
variações estruturais e texturais. São rochas de baixo a
com tons esverdeados É acompanhada em geral por zircão,
médio grau de metamorfismo, fundamentalmente caracte-
apatita, opaco e titanita. Os minerais secundários que a
ri· adas pelo bandeamento ou foliação gnáissica A colora-
substituem comumente são, clorita, opaco ao longo das
ç, o reflete a alternância de máficos a félsicos, bem como a
es~essura desses leitos As texturas mais representativas
clivagens e epídoto
s~nam granolepidoblástica a lepidoblástica com granula-
çao respectivamente média a fina, irregularmente podem
ocorrer feldspatos com tendências porfiroblásticas. TABELA IV
Gnaisses
TABELA 111

~
Granodioritos lll lll c c
>!: .... >!: ~ c;; >!: "' >!:
.o
"'j!o c;; "' <i"'
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Ortoclásio X
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t!ci
Q.(/)
t!ci
0.(/)
Mlcrocllna X (1) (1J X
Alblta-OIIgocláslo X X
Quartzo X
Ortoctásio X(1J X(1) X(1i X(1)
Oligocláslo X X
Microclina Xi3J Biotlta X X X X
Ptagiocl. Sódico
Opaco X ? X
Oligoctàsio
Oligocl. Andesina Zlrcão X X ?
Homblenda X(2) A palita X
Biotita
Muscovita
Titanita X
Sericita Epídoto X X
Opaco
Pistaclta X
Zircão
A palita Clorita X X X _x
T1tanita Sericita X X X X
Fluorita
Epidoto
Argílo-Minerais X X X
Alanila
Clinozoisita (1) M1croclrna Pertít1ca
Cio ri ta
Carbonato
(X) presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada
~Le~uc~o~,ê~ni~o---+----~~-+---4----~---+---+~~~--~ ~
Arg Minerais
2 2.3 - Grupo Vila Nova

As mesmas considerações utilizadas ao ser abordado o


Complexo Xingu são válidas para o Grupo Vila Nova,
motivo pelo qual o mesmo encontra-se aqui sumarizado
(1) Ortoclásio Pertitico
(2) C! Rellcto de Piroxênio Mantemos na Folha SA.21-Santarém a mesma conceitua-
. (3) Microclina Pertítica ção proposta por lssler et alii (1974), que consideram o
(X) presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada Grupo Vila Nova como constituído por uma seqüência de

38/GEOLOGIA
metamorfitos com rochas pertencentes ao facies xistos Estratigraficamente, o Grupo Uatumã foi subdividido, a ní-
verdes e almandina-anfibolito/ (Turner & Verhoogen, 1960), vel de reconhecimento, em duas unidades: uma, constituí-
e representados em geral por quartzitos, anfibolitos, mus- da de rochas efusivas e piroclásticas, ás vezes com interca-
covita xistos, biotita xistos, biotita-granada xistos, actino- lações de sedimentos ... A segunda unidade é constituída
lita-tremolita xistos, clorita xistos, talco xistos, talco-anto- por uma fase mais grosseira com jazimento hipoabissal
filita xistos, itabiritos, minérios de manganês e ferro, e (subvulcânico) e plutônico, de composição predominan-
camadas de mármores calciferos e manganesiferos. Para temente granítica a granodioritica.
os autores acima mencionados, a ocorrência nesta unida-
de de rochas ofioliticas caracterizadas pela presença de Esta seqüência vulcano-plutônica apresenta-se com ida-
serpentinito, associado a talco, antofilita, tremolita e acti- des situadas no intervalo de 1900-1400MA, sendo que as
nolita xistos, é conclusiva para a identificação de faixa rochas com idades entre 1500 e 1400MA ocorrentes em
orogênica eugeossinclinal. Pela sua disposição estrutural, áreas isoladas podem pertencer a evento de ativação ligado
consideramos o Grupo Vila Nova como sendo uma trafro- a área cratônica.
geossinclinal (is).
Na Folha SA.21-Santarém, consideramos o Grupo Uatumã
O Grupo Vila Nova, que se apresenta assente em discor- como proposto por Montalvão {op.cit.), sendo que a se-
dância angular sobre a seqüência dobrada e granitizada do qüência vulcânica e piroclástica juntamente com as elásti-
Complexo Guianense, não está recoberto por nenhuma cas locais é aqui representada pela Formação lricoumé,
outra unidade. enquanto a seqüência plutônica a hipoabissal recebeu
denominação dé Granito Mapuera (Lima et alii, 1974) e
O Grupo Vila Nova, cuja presença na Folha SA.21-Santa- Sienito Serra do Acari (Fernandes & Moraes, 1975).
rém foi atestada somente por interpretação através de
imagens de radar, ocorre em apenas duas porções da Folha Correlacionamos ainda esse vulcanismo com o ocorrente
SA.21-X-B. Uma delas situa-se aproximadamente 15km a ao sul da Sinéclise do Amazonas, exceção feita ao de
NNW da serra do Maicuru, enquanto a outra é o prolonga- Rondônia, o qual admitimos possa pertencer a uma reati-
mento da serra do Cuiapocu, que está em sua maior parte vação tectomagmática, quiçá ligada à Orogenia Grenville.
localizada na Folha SA 22-V-A

Nos domínios da Folha SA 21-Santarém, esta unidade não 2.2.4.2 - Formação lricoumé
foi objeto de determinações geocronológicas; entretanto,
em áreas vizinhas, algumas datações foram executadas; 2.2.4.2.1 - Generalidades
assim, análises em xistos e anfibolitos da serra do Navio
indicam idade de 1750 ± 70MA, pelo método K/ Ar, em mi- A designação de Formação lricoumé, cuja seção tipo
cas e hornblenda, enquanto valores situados entre 1975 a localiza-se na serra homônima, é devida a Oliveira et alii
2530MA foram obtidos pelo método Rb/Sr em rocha total. (1975), para um conjunto não metamorfizado de vulcânicas
Hurley et alii (1968) determinaram uma isócrona Rb/Sr de intermediárias a ácidas, ocorrentes em áreas bastante
2210MA, ao passo que Cordani (1974) obteve para rochas diversas da Folha NA.21-Tumucumaque.
da serra do Navio uma isócrona de 2090MA.
A primeira referência à presença de rochas vulcânicas na
2.2.4 - Grupo Uatumã Folha SA.21-Santarém é devida a Derby (1877), quando,
depois de percorrer o rio Trombetas, escreveu: "Achamos
no rio Trombetas uma série muito semelhante a uma parte
2.2.4.1 - Generalidades da do Tapajós. É exposta na terceira cachoeira denomina-
da de Quebra-Potes e no curso inferior do rio Cachorro,
Coube _a Barbosa (1967) a denominação informal de Grupo que entra no Trombetas logo acima daquela cachoeira. A
Uatuma -_com idade pré-Siluriana - a. um conjunto de rocha varia em cor, tem camadas coradas de roxo-escuro,
rochas sedimentares, piroclásticas e vulcanitos de um outras de purpúreo e, como a do Tapajós, é marcada por
~agma an_d~sítico-riolítíco, ocorrentes nos bordos da Ba- pontos verdes. A massa é amorpha, feldspáthica, e M
Cia ~~azon1ca, tanto do seu lado setentrional como do vezes com pequenos grãos de quartzo, podendo classificá-
mend1onal. la como fel sito ou eu rito". Mais adiante, o referido autor diz
ainda: "As camadas de felsito repousam sobre o syenito já
descripto (também marcado pelo mineral verde) e inclinam-
Entretanto a designação formal de Grupo Uatumã é devida se 20° a NE com orientação N 30° 0".
a Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971 ), que situaram
localidade e seção tipo no rio homônimo, entre a cachoeira Oliveira (1928) efetuou o reconhecimento geológico do rio
Balbina e 2~m. a jusante do afluente Pitinga, sendo este Erepecuru, reportando-se à ocorrência de bostonito na
grupo constitUI do por piroclásticas, vulcânicas e intrusões soleira da cachoeira do Tronco e sienito tanto no leito do
freqüentes de rochas ácidas e intermediárias· estes auto- igarapé da Carnaúba como por mais de 6km através do
res não se referiram às rochas sedimentares ~encionadas varadouro dos Porcos, sendo que na cachoeira do Inferno
por Barbosa (op. cit.). aflora um pórfiro, que se estende até o igarapé Samaúma.
No estirão do Tapiu, referiu-se a dique de rochas felsíticas
Além de outros estudos de diversos autores recentemente verde e verde clara, atravessando granito.
esta unidade foi submetida a um reestudo 'por Montalvão
(1 ~75), que assi":l se expres~ou: "~ Grupo Uatumã consti- As rochas coletadas por Avelino Oliveira na campanha do
~ul uma seqüência vulcano-plutômca de composição ácida rio Erepecuru foram submetidas a estudo petrográfico por
mter_mediária com intercalações locais (bacias restritas) de Guimarães (1928), o qual identificou dacitos na boca de
aremtos, arcóseos e grauvacas." cima do varadouro dos Porcos, quartzo keratófiro na

GEOLOGIA/39
cachoeira Cajual e alguns pórfiros graníticos que poderiam ácidas a intermediárias (riolitos, dacitos, riodacitos com
estar associados com as vulcânicas. epidotização) e arcóseos com estratificação cruzada.

Barbosa & Ramos (1959) denominaram de Formaçao Suru- Forman (1969d) quando do estudo_do rio Tromb~ta.s descre-
mu as vulcânicas ocorrentes no Território Federal de Rorai- veu uma extensa faixa de vulcanicas const1tumdo um
ma, e as correlacionaram com o vulcanismo ocorrente nas complexo litológico, englobando termos ácidos .que gra-
demais porções da Amazônia Brasileira. dam a intermediários. Considerou este vulcamsmo, ao
qual atribui idade prê-cambriana, como r~presentante do
Ferreira (1959) referiu-se à "Série Uatumã" como constituí- último evento geológico de monta na reg1ao.
da por arenitos metamórficos, arcóseos, grauvacas, jas~e­
litos, silexitos, etc., os quais estão intimamente associa- Forman (1969b) ao efetuar o reconhecimento geológico do
dos com quartzo pórfiros, keratófiros, quartzo keratófiros, rio Erepecuru mencionou que a faixa de rochas vulcânicas
tordrilitos, tsingtauitos, etc., responsáveis pelo metamor- é pouco expressiva, estendendo-se desde o norte da ilha
fismo experimentado por aqueles. da Martinha até as proximidades do igarapé P:enecauro, e
sendo representada por riolitos, tufos ácidos, dacitos,
Barron (1966) referiu-se à Formação lwokrama como sendo ignimbritos e andesitos.
constituída por lavas ácidas e intermediárias- com menor
quantidade de "Ash flow tuffs" - e maciços graníticos de No tocante ao rio Mapuera, Forman (1969c) observou que
granulação grosseira, tendendo a tiposyórfir?s _Nas v~l­ os riolitos mostram-se bastante subordinados em relação
cânicas e piroclásticas as camadas honzonta1s sao mu1to aos andesitos, pois enquanto estes afloram por cerca de
raras sendo que o bandeamento de fluxo ou estratificação 35km quase contínuos, aqueles apresentam apenas 5km
apre~enta normalmente mergulhos menores que 60° de extensão No tocante aos ignimbritos, estes são ainda
mais restritos, aflorantes apenas a jusante e montante da
Leonardos (1968), ao efetuar o reconhecimento geológico
ilha da Lancha.
do rio Uatumã, reconheceu efusivas ácidas e intermediá-
rias com grande variação textura!, e presença de sulfetos, No rio Curuá o vulcanismo está quase ausente, sendo que
as quais se estendem desde a cachoeira Balbina até a única referência ao mesmo é devida a Forman (1969a) que
a Usina Pau Rosa (Usina Nova), no igarapé do Caititu. A mencionou um dique de dacito pórfiro ocorrente nas
partir daí á praia dos Arrependidos observou rochas efusi- proximidades da cachoeira do Pilão.
vas, hipoabissais ácidas e intermediárias cortadas por
granitos com fraturamento intenso e epidotização associa- Kloosterman (1973) apresentou uma interpretação da geo-
da logia pré-cambriana do Escudo da Guiana, na qual se
referiu: "Several giant ringvolcanoes with diameters of
Rodrigues (1968) referiu-se á presença de rochas riolíticas many hundred of kilometers, which were emplaced between
no varadouro dos Porcos, na cachoeira do Chuvisco. 1900 and 1800 m.y" Estes vulcões fariam parte de uma
Marques (1969) corroborou a assertiva de Rodrigues faixa de rochas vulcânicas e plutônicas ácidas a interme-
(op cit ), quando se referiu á ocorrência de riolitos e piro- diárias, comagmáticas, desde o Orenoco ao Brasil Central
clásticas ácidas associadas, desde o igarapé Grande ao e talvez abaixo dos sedimentos e traps basálticos até o sul
longo do varadouro dos Porcos até a cachoeira do Caldei- do Brasil. A um desses vulcões com dimensões de 500 x
rão, sendo que a partir daí reaparecem somente no igarapé 900km designou de "Roraima ringvoicano" em virtude do
Santa Luzia Seus afloramentos apresentam-se sob a monte Roraima situar-se na sua parte central.
forma de extensos lajeiros como também em matacões
angulosos. As rochas andesíticas surgem no local denomi- Não subscrevemos esta interpretação do autor acima refe-
nado Porcos e ocorrem ae maneira esparsa até a boca do rido, pois tais estruturas gigantes não foram até o momen-
igarapé Penecauro to observadas em toda a área já trabalhada pelo RADAM-
BRASIL. Foram verificadas em toda a região norte do rio
Montalvão (1969) mapeando o rio Trombetas mencionou Amazonas apenas algumas zonas de abatimento de peque-
"Quanto à estratigrafia das vulcânicas não se tem uma nas dimensões, com granitos circulares intrusivos e vulcâ-
seqüência normal, uma vez que a área foi afetada por uma nicas.
tectônica de falhamento que impede o estabelecimento de
uma estratigrafia correta Contudo foi possível observar Berrangé (1973) assim se expressou: "The Kuyuwini Group
que, a montante da cachoeira do Viramundo até as proxi- has been dated (Rb: Sr, w.r. isochron, Berrangé, in press)
midades do rio Cachorro, as rochas de composição inter- at 1814 + 64 m.y lt is correlated with the Burro-Burro
mediárias estão sotopostas às ácidas e a partir deste ponto Group (1915 + 80 m.y.) ... " O mesmo autor considerou o
não se tem mais controle, ora as ácidas aparecem por cima Grupo Kuyuwini como sendo constituído por vulcânicas
das intermediárias ora por baixo A princípio se pensava ácidas a intermediárias e tufos consanguíneos com rochas
num vulcanismo, horizontal a subhorizontal, mas na va- graníticas subvulcânicas e granófiros, sendo que as vul-
zante máxima do rio é observado que tais rochas apresen- cânicas ocorrentes na parte sul mostram-se virtualmente
tam atitudes quase verticais causadas por uma tectônica não metamorfizadas, contrastando com as da porção sul
de dobramento que afetou a área ou mesmo por simples que denotam leve metamorfismo, que o autor não
acomodação de derrames a paleotopografia irregular" soube definir se devido à ação dinamotermal ou tér-
Esse autor associou os granitos e granófiros às vulcânicas mica causada por intrusões de plutões subvulcânicos.
que ali ocorrem. No tocante à Formação lwokrama, Berrangé (op. cit.)
considerou-a como metamorfizada na facies xistos
Leal (1969) observou no rio Jatapu que a montante das verdes, entretanto esta assertiva não encontra suporte
últimas exposições das rochas sedimentares da Sinéclise no Território Federal de Roraima, pois a Formação Suru-
do Amazonas ocorre uma seqüência de rochas vulcânicas mu, que se apresenta como uma continuidade da Formação

40/GEOLOGIA
lwokrama, é considerada desde sua definição como não Na Folha SA.21-Santarém, as rochas vulcânicas e piro-
metamorflzada. Mais recentemente Montalvão et alii (1975) clásticas da Formação lricoumé foram observadas, além
ao estudarem a Formação Surumu observaram que, nas das localidades já mencionadas, em diversas outras, como
regiões onde o me~amorfismo faz-se presente, o __seu seguem:
caráter é dinâmico, rsto é, as rochas sofreram modrfrca-
ções decorrentes de esforços mecânicos por vezes inten- No rio Jatapu, desde a montante da cachoeira Alegria até a
sos mas a baixas temperaturas. cachoeira do Pote, quase no paralelo 00°00', afloram
rochas efusivas de composição ácida a intermediária asso-
Ramgrab & Santos (1974) apresentaram uma concei~uação ciadas a outros litotipos do Grupo Uatumã. Aproximada-
para 0 Grupo Uatumã que engloba a Formação Rio Fresco, mente 1 km acima da cachoeira Alegria ocorrem rochas
0 Grupo Fumaça, as efusivas áci_das e as ~eqüências vulcâ- de composição Andesítica-Dacítica, sendo que a 0,8km a
nicas e intrusivas do rio Jamanxrm. Refenram-se ao fato de jusante do igarapé Nova Vida a rocha observada é um tufo.
que, caso estas rochas tenham idades ratificadas no Matacões e boulders de rocha piroclástica, com estrutura
intervalo 1800-1600MA, então este grupo seria correlacio- de fluxo, emergem na foz do igarapé Pongó. No igarapé
nado com os Grupos Burro-Burro e Kuyuwini, da Guiana, Cidade Velha, afluente pela margem direita do rio Jatapu,
Formação Surumu, de Roraima e a Associação Granitico- assoma uma seqüência de rochas vulcânicas com granitos
Vulcânica, do Suriname. associados. A 18km da foz, aflora em forma de lajeiro no
leito do rio com direção N35W um tufo de cristal dacítico,
Quanto às rochas aflorantes no rio Uatumã, Montalvão com fraturas de rumos N-S, N80°W e N70°W; 8km acima
(1974c) referiu-se à presença de dique de granodiorito desse afloramento, assoma, novamente em forma de lajei-

I
porfiritico na cachoeira Balbina, tufo-lava de composição ro, tufo de cristal dacítico com veios e lentes de sericita,
dacítica com estrutura de fluxo bem evidenciada na ca- estrutura de fluxo e fraturas com direções N20°E e N50°E.
choeira ltapacu, riolito em contato com tufo (15km a A 27km -da foz deste igarapé aflora na sua margem esquer-
montante do igarapé Esperança), andesitos brechados e da, em forma de lajeiro com direção E-W, andesito com
silicificados desde 15km a partir da cachoeira do Antenor pirita disseminada e fraturas com direções N70°W, N55°E
até a cachoeira Tucumaí, augita andesito desde 13km a e N20° E. Esta rocha é ai.nda observada a 6 e 15km a
montante do igarapé dos Arrependidos até as proximida- montante do afloramento anterior.
des do igarapé Jacami, andesito pórfiro possivelmente sob
a forma de dique 5km a montante da praia dos Arrependi- No rio Capucapu afloram rochas vulcânicas e piroclásticas
dos, tufo de cristal dacítico a 2km a montante da cachoeira associadas, sendo que o afloramento situado a 57km da
do lacacá, dacitos a jusante da cachoeira ltaboca e tufo sua foz, próximo ao contato com as rochas sedimentares
riolitico a 6km acima do igarapé Água Branca. paleozÓicas da Sinéclise do Amazonas, é constituído por
tufo dacítico, em forma de placas, com fraturamento de
No rio Jatapu foram observados, segundo Montalvão rumo N60°W e N10°E. A 15km deste afloramento as-
(1974b), dacito a jusante da cachoeira do Pica-Pau, tufo soma um dacito bastante fraturado. A 86km da foz foi
dacito, 1Okm a montante da foz do igarapé do Farol, dacito observado um dacito, com fraturas subortogonais, com
a 15km do igarapé Tanoé, riolitos a 3,6 e 8km acima da rumos N70°E e N20°W, devido a forças de distensões
cachoeira do Pote e 4,5km acima do igarapé Rio Novo, tufo durante o resfriamento; 35km acima deste aflora um tufo
riolitico e augita andesitos a 3km da cachoeira do Sucupira de cristal e lítico, bastante fraturado, com textura piroclás-
e dacito a 1 km desta cachoeira. tica e ainda próximo à cabeceira do rio ocorre rocha
andesítica ou dacítica bastante fraturada.
Bosma & De Roever (1975) referiram-se ao "Dalbana Rhyo-
lite" como constituído por metavulcânicas, encontradas Na mesopotâmia Jatapu-Capucapu, entre a topografia
entre rochas granitóides, representadas por riolitos, rioda- el~vada das serras de granitos assomam rochas vulcâni-
citos, dacitos e ocasionalmente andesitos, além de "ash- cas. No centro da estrutura do Pitinga aflora riodacito ou
flow tuffs"; sendo que a esse metamorfismo os autores tufo de cristais riodacítico capeados por arenitos.
acima mencionados consideram-no como sendo de caráter
regional, e de baixo grau, anterior às intrusões graníticas. No rio Cachorrinho, afluente da margem direita do rio
Anteriormente, Singh (1974) referiu-se à Formação Dalba- Cachorro, foi estudada um_a seqüência de vulcânicas e
ma como equivalente à Formação Surumu, apesar desta piroclásticas de composição ácida-intermediária, assim
não apresentar metamorfismo de caráter regional. distribuídas: a partir de sua confluência com o rio Cachor-
ro até 1 ,5km a montante aflora uma seqüência de vulcâni-
Sobre a área de "Linker Coppename", Jharap (1975) repor- cas dacíticas-andesíticas com piroclastos associados.
tou-se: "The rocks of the granitoid-volcanic suíte have Neste ponto as vulcânicas estão em contato com as rochas
been classified into tive map-units: medium to coarse grai- ácidas e piroclastos de mesma composição prolongando-
netl biotite granites and related rocks; volcanic rocks; fine se 25km rio acima, sendo essa exposição interrompida a
to medium grained porphyritic leucogranites; varicoloured 15km do contato por uma faixa de 2km de andesitos e
granophyric granites; and mylonitic gneisses". Esta se- dacitos. A 27km a montante da foz aflora novamente a
qüência foi correlacionada ao Grupo Kuyuwini, Formação seqüência de rochas andesíticas-dacíticas, que se prolon-
Caicara e tentativamente com o Grupo Uatumã. ga por mais de 25km ao longo da calha do rio. Estas
vulcânicas apresentam-se bastante fraturadas nas direções
McCandless et alii (1975) propuseram que o conjunto de N30°-60°W e N30°-40°E.
rochas ígneas ácidas ocorrentes na região drenada pelo rio
lriri, no Estado do Pará, seja correlacionado com a No rio Cachorro, afluente pela margem direita do rio
a
província petrográfica ácida representada NW pelo Grupo Trombetas, afloram vulcânicas quase que continuamente
Uatumã e Formação Surumu no Brasil, Formação lwokra- desde sua foz até a cachoeira Cair dos Pretos, e a partir
ma na Guiana e Cuchivero na Venezuela. daí, esparsamente, até pouco acima do 00°00'. Da foz até

GEOLOGIA/41.
5km as rochas são andesiticas-dacíticas, que estão em flúvios dos rios Jatapu e Cidade Velha observam-se
contato com vulcânicas ácidas (riolito), as quais se prolon- algumas ocorrências isoladas desta unidade.
gam por uns Bkm, sendo que acima da cachoeira do Chico
Gomes se alternam com rochas graníticas. A partir daí Uma outra faixa de ocorrência da Formação lricoumé
afloram novamente rochas andesíticas-dacíticas até a ca- acha-se bem caracterizada nas bacias do médio Jatapu e
choeira São Pedro, sendo interrompidas por granito intruc seu afluente Capucapu, bem como no médio curso do rio
sivo que ali emerge. Na cachoeira de São Marçal essas Nhamundá, envolvendo por total o domo do Nhamundá e
vulcânicas formam uma ilha isolada no meio dos granitos, em contato direto com os sedimentos de cobertura de
sendo que, 2km acima, novamente, a seqüência andesíti- plataforma da Formação Prosperança.
ca-dacítica expõe-se por mais de 4km, em contato com as
vulcânicas ácidas. A 15km a montante da foz do igarapé do Na parte central da Folha SA.21-Santarém duas grahdes
Ambrósio afloram vulcânicas intermediárias que se esten- áreas de ocorrência desta unidade são bem distintas. A
dem ao longo da calha do rio até as proximidades da primeira, como preenchimento do Graben do Médio Ma-
cachoeira Cair dos Pretos, onde está em contato por falha puera, no médio curso dos rios Mapuera, Cachorro e
com riolitos e tufos ácidos. No interflúvio entre o rio Cachorrinho, seguindo após para norte, onde se denotam
Cachorro e o igarapé do Ambrósio, as vulcânicas ácidas três porções bem marcantes na serra do Cachorro, morro
formam áreas isoladas sobre os granitos. do Acari e alto Mapuera. A segunda, compreendendo
talvez a maior faixa de exposição da área em foco, abran-
Na região do interflúvio Cachorro-Mapuera as rochas vul- gendo o médio e alto Trombetas, seguindo com direção NE
cânicas intermediárias afloram em faixas isoladas, envol- através da calha do rio Caxipacoro, com direção EW até a
tas por seqüência maior de vulcânicas ácidas e granitos calha do rio Paru de Oeste, em contato com sedimentos
paleozóicos, que constituem a serra de Santa Luzia.
Na estrada que liga a cachoeira da Porteira no rio Trombe-
tas até a frente de trabalhos na rodovia Perimetral Norte Na parte leste da Folha SA.21- Santarém apresenta sua
aflora, no km 9,58 a partir desta cachoeira, tufo rio- menor expressão, em porÇões isoladas e descontínuas,
lítico em forma de blocos, em contato com sedimentos nos rios Curuá e Cuminapanema, em seus trechos supe-
paleozóicos da Sinéclise do Amazonas. A partir dai ocor- riores a medianos e na pequena ocorrência no rio Azul,
rem afloramentos esparsos de traquito ou traquiandesito e afluente pela margem direita do rio Maicuru.
tufo ácido bastante cataclasado. Uma ocorrência de dacito
foi registrada no km 42,8, a qual está associada a rioda-
citos no km 48; esta seqüência parece estender-se até -:> 2 2.4 2.4 - Geocronologia
km 68,35, onde é interrompida por sedimentos e riolitos,
reaparecendo novamente no km 74,8, para acima do rio Maijer (1969) relatou: "Recent isotopic age determinations
Caxipacoro ser representada por uma variedade mais rica of a few volcanic rocks of the Avanavero region in NW
em plagioclásio e com menor teor em quartzo Suriname - in part probably equivalent to the Zuidrivier
area - revealed ages of 1800-1900 m y "

Singh (1974) referiu-se a uma idade de 1915 ± SOMA,


2 2 4.2 2 - Posição Estratigráfica
obtida pelo método K/ Ar em muscovita, de uma rocha
vulcânica ácida da Formação lwokrama.
A Formação lricoumé acha-se sobreposta discordante-
mente ao Complexo Guianense e sotoposta tanto aos
Priem et alii (1973) referiram-se: "The maximum age is
sedimentos de cobertura de plataforma pré-siluriana (For-
firmly established by Rb-Sr isochron investigations in
mação Prosperança), como aos da Sinéclise do Amazonas.
Suriname on granitoide and acidic volcanic rocks of the
Mostra-se intrudida pelo Granito Mapuera, Sienito Serra
underlying shield, that is, 1810 '± 40 m.y. (Priem et alii,
Alta e também pelas rochas básicas do Gabro Suretama.
1973)"
A seqüência basal desta unidade é constituída, freqüen·
temente, por andesitos, havendo para o topo uma gra- Jharap (1975) assim reportou-se:"Whole rock dating of the
dação para tipos mais ácidos representada por riolitos e granitoid and volcanic rocks of Wilhelmina Mountains
rochas afins shows that these rocks belong to the Trans-Amazonian
orogenic Cycle, for which at the present an age of
1920 ± 40 m y. has been determined (Priem, 1973)".
2 2.4 2.3 - Distribuição na Área
Basei (1975) apresentou isócrona de referência Rb/Sr, que
Esta unidade estratigráfica encontra-se amplamente distri- forneceu valor de 1890MA para as rochas vulcânicas e
buída por toda a área mapeada, constituindo faixas con- piroclásticas da Formação Surumu.
tínuas com dezenas de quilômetros, ou pequenas expo-
sições esparsas e isoladas. No tocante às rochas da Formação lricoumé, ocorrente na
Folha NA.21- Tumucumaque, Teixeira & Basei (1975)
A oeste da Folha SA.21- Santarém encontra-se em con- obtiveram uma isócrona de referência Rb/Sr, que forneceu
tato direto com unidades paleozóicas da Sinéclise do idade de 1835 ± 35MA.
Amazonas, ocorrendo na calha do rio Uatumã e esten-
dendo-se lateralmente por cerca de Bkm com direção NW Amaral & Halpern (1975) apresentaram isócrona Rb/Sr em
até o limite mais ocidental da área, infletindo após com rocha total, que forneceu idade de 1609 ± 42MA para o
direção NE envolvendo parcialmente a estrutura do Pi- extenso vulcanismo ácido a intermediário da região da
tinga, adquirindo após, grosso modo, direção N abrangen- Amazônia Brasileira, enquanto que as idades K/ Ar dessas
do as bacias dos rios Jatapu e Cidade Velha. Nos inter- rochas situaram-se no intervalo 1400-1000MA.

42/GEOLOGIA
TABELA V
Dados Anallticos e Idades Convencionais Rb/Srdas Rochas da Formação lrlcoumé

N." Campo Quadrícula Lltologla Rb(PPm) S,(PPm) Rb87tS,88 s,S7t&r88 IDADE(M.A)

PT-27A SA.21-V-B Tufo 117 530 0,6410 0,71>13 1500 ± 360


J-3 SA.21-V-C Andeslto 140 458 0,8860 0,7278 1730 ± 250
PT-04 SA.21-V-B Rlodaclto 151 337 1.303 0,7386 1730 ± 200
PT-29A SA.21-V-C Daclto 112 155 2.102 0.7574 1680 ± 120
PT-14 SA.21-V-B Rlodaclto 158 210 2.185 0.7576 1620 ± 100
PT-25 SA.21-V-B Rlollto 185 65.4 8.367 0,9150 1690 ± 60
PT-20A SA.21-V-B Rlollto Cataclâstlco 164 137 3.494 0.7891 1620 ± 80
PT-31 SA.21-V-A Rlollto 270 95,6 8.326 0.8919 1510 ±50
PT-03 SA.21-V-A Rlollto 244 67.5 10.70 0.9425 1490 ±50
CA/PT-06 SA.21-X-A Rlollto 204 39.4 15.55 1.108 1740 ±50
PT-32 SA.21-V-C Riodacito 153 96.0 4.616 0.8319 1770.
SP-004 SA.21·X-A Riollto 172 77.0 6.470 0.8760 1720'
• Resultados a serem confirmados pelo computador
t. r.b_= t-.!17 x 10·11 X anos·1 (Sr-87 ISrBS)o = O705
(S~IS~) = O 1194 Rb851Rb87 = 2 57

I
sr87;sr86

092 ./PT 25
090

088

086

084
r.()..}"P- • CA/PT 06x3
f/J<:/5-
082 ,'0

Fig. 4 - lsócrona de Referência RbiSr para as rochas da Formação lrlcoumé

Na Folha SA.21-Santarém, Basei & Teixeira (1975a) obti- Santarém por rochas efusivas de composição andesitica,
veram, para as rochas vulcânicas e piroclásticas desta dacítica, riodacítica e riolítica, sendo que as duas últimas
unidade, isócrona de referência Rb/Sr que forneceu idade variedades predominam sobre as primeiras.' Variedades
de 1695 ± 40MA. piroclásticas de composição semelhante ocorrem asso-
Estas idades vêm corroborar o intervalo de 1900-1400MA ciadas às efusivas. As variedades andesíticas e dacíticas
para o Grupo Uatumã como proposto por Montalvão (1975). ocorrem mais comumente sotopostas às variedades mais
ácidas.
2.2.4.2.5 - Petrografia 2.2.4.2.5.1 - Andesitos
A Formação lricoumé está representada na Folha SA.21- Estes têm coloração freqUentemente cinza e cinza esver-

GEOLOGIA/43
deado; algumas amostras no entanto são róseo a marrom. ções. Vesículas preenchidaS" por clorita, epídoto e carbo-
A granulação é fina e a textura porfiritica, com fenocristais nato foram observadas nesse litotipo.
de feldspatos e por vezes ferromagnesianos. A matriz é em
geral afanítica, podendo-se no entanto observar em raras A matriz é de granulação muito fina, podendo-se em
amostras a textura pilotaxítica, com feldspatos ripiformes algumas lâminas discernir micrólitos de plagioclásio,
orientados. Sob a forma de pontuações são discerr>íveis mostrando arranjo de fluxo, característico da textura pilo-
clorita, epídoto e opacos. Algumas microfraturas são taxítica. Diminutos cristais de piroxênio mostram-se por
preenchidas por carbonato. vezes dispostos na matriz. A mineralogia restante é cons-
tituída por opacos apatita e leucoxênio por vezes envol-
As amostras estudadas ao microscópio apresentam tex- vendo opacos. Algumas rochas possuem fraturas preen-
tura porfirítica, com fenocristais tanto de plagioclásio chidas por carbonato, quartzo e epídoto.
como de piroxênio, havendo indistintamente predomínio
ligeiro ora de um ora de outro. O plagioclásio cuja compo- Foi coletada uma amostra cor cinza a preto, porfirítica,
sição pode oscilar entre. oligoclásio e andesina forma com fenocristais de plagioclásio - mostrando alteração a
cristais anédricos, subédricos e euédricos, os dois últimos epídoto-, raramente quartzo e máficos, tendo uma matriz
ocorrendo com mais freqüência. A macia de Albita é afanítica. Ao microscópio foi classificada como traquian-
bastante comum, por vezes associada á da Periclina. Estão desito, com textura porfirítica e a matriz microfelsítica,
presentes tanto cristais inalterados como outros nos quais !raquítica, apresentando intercrescimento quartzo/felds-
a alteração a sericita, epídoto e carbonato é acentuada. pato

Dentre os fenocristais de piroxênio, a augita tem larga Os fenocristais predominantes são de p/agioclásio, duvi-
distribuição, em cristais euédricos, incolores, maclados, dosamente de composição de andesina, geminado se-
com algumas inclusões de opacos e incipiente alteração a gundo a Lei da Albita e mostrando-se total ou parcial-
clorita mente substituído por epídoto, ocorrendo ainda sericita e
carbonato Os poucos fenocristais de ortoclá:sio têm di-
TABELA VI mensões mais reduzidas, e menor grau de alteração que o
Andesitos plagioclásio e macia de Carlsbad.

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Quartzo, biotita e opacos ocorrem tanto como fenocristais
< < o o ~o < < < <~ < como também estão dispostos na matriz. Os opacos
> ..,.;;:> M;_> <:i- . >:: co X co>< o>::

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ci.oei =>< =><
mostram-se com aspecto esqueletiforme e com alguma
alteração a /eucoxênio Os demais minerais são actinolita
dispersa na rocha com dimensões superiores á matriz,
apatita, zircão e clorita
Quartzo X X X X X
Ortoclásio X
Feldspato Potássico X
2.2 4 2.5.2 - Dacitos
Plagioclásio X X X X
Estas rochas apresentam o marrom com tonalidades às
Oligoclásio X vezes escuras como cor característica, enquanto o cinza
Andesina X X X X esverdeado constitui uma exceção
Biotita X X
Hornblenda X A matriz é afanítica, sendo observados fenocristais de
Actinolita X X X X feldspatos, alguns dos quais revelam indícios de epido-
Piroxênio X tização Opacos e máficos ocorrem como pontuações
Augita X X X disseminadas, sendo que macroscopicamente não foram
Pigeonita X
encontrados fenocristais de quartzo. Epídoto também
Apatita
apresenta-se sob a forma de veios. Fraturas são obser-
X X X X X X X
vadas com certa freqüência
Epidoto X X X X X X X X
Opacos X X X X X X X X X X Ao microscópio a textura porfirítica é constante, sendo
Titanita X que os fenocristais são fundamentalmente de plagioclásio
Carbonato X X X X X X sódico, com exceção de certas amostras onde está pre-
Saussurita X X X sente a andesina Os plagioclásios mostram-se tanto
Clorita X X X X X X X X X X anédricos como euédricos maclados segundo a Lei da
Sericita X X X X X X X X Albita, que por vezes associa-se à de Carlsbad ou Periclina
Leucoxênio X X X X X X
A alteração mais comum é a sericita, porém epídoto e
Prehnita ? X
algumas vezes carbonato estão presentes. Mostram gra-
Zeolita X nulação variada e dispõem-se tanto em cristais indivi-
Zircão X dualizados como em aglomerados.
(x)- presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada
O feldspato alcalino é bastante subordinado em relação ao
plagioclásio, podendo mesmo até estar ausente. Sua
granulação é semelhante à do plagioclásio, no entanto
Outras variedades apresentam, em lugar da augita, pigeo- suas formas têm a maior tendência ao anedrismo e seus
nita por vezes euédrica e maclada. Nessas amostras tam- cristais mostram-se bem menos alterados, sendo que esta
bém foi observado feldspato alcalino em pequenas propor- é a argilo-minerais. É representado pelo ortoclásio micro-

44/GEOLOGIA
perutico, nos quais algumas vezes e observada a macia de os fenocristais que ocorrem dispersos ou em aglomerados
Carlsbad. O quartzo está restrito à matriz e raramente são quase que exclusivamente constituídos por feldspatos
ocorre como fenocristais. e quartzo com tamanhos diversificados. Aqueles são larga-
mente dominantes sobre este e estão representados por
Os efeitos de tensão são observáveis nos minerais pelo plagioclásios e feldspatos alcalinos. Os plagioclásios
desenvolvimento de microfraturas, redução na granulação, freqüentemente apresentam ligeira predominância e têm
bordos suturados, extinção ondulante e planos de macia quase sempre a composição do oligoclásio, raramente
ora recurvados ora até mesmo rompidos. ocorrendo oligoclásio/andesina. Seus cristais são comu-
mente euédricos, porém podem apresentar formas anédri-
A matriz é microcristalina, dominantemente quartzo/felds- cas e subédricas. A macia da Albita é quase uma constan-
pática, estando a ela associados, e com granulação por te, por vezes associando-se à de Carisbad ou Periclina. Zo-
vezes mais desenvolvida, opacos, alguns com bordos de neamento foi observado em inúmeros cristais, tendo,
leucoxênio, apatita, epídoto, clorita, argilo-minerais, car- como produto de alteração, sericita, epídoto e carbonato,
bonato e zircão. Diferentemente dos riolitos e rioda- que por vezes dispõem-se preferencialmente em suas
citos, a matriz aqui não apresenta os finos e densos partes interiores.
intercrescimentos entre quartzo e feldspato. Algumas
microfraturas acham-se preenchidas por sílica, epídoto olJ Dentre os feldspatos alcalinos o ortoclásio micropertítico
carbonato. e/ou sanidina predominam largamente sobre a microclina,
que está parcialmente substituindo-o. Seus cristais podem
apresentar formas anédricas, porém as euédricas e su-
TABELA VIl bédricas são as mais constantes. Contrastam com o pla-

Oacito~
gioclásio por estarem sempre menos alterados, sendo esta
a argilo-minerais que conferem um aspecto anuviado aos
seus cristais. Inúmeras vezes não estão maclados, porém
quando esta está presente é representada pela de Carlsbad.
I
~
o o
* ~ O quartzo é bastante subordinado em relação aos felds-
... c(
* ~
o

*
~
patos, podendo mesmo estar quase que ausente como
N u
~ ~

~~
~ N N N
fenocristal ou ser restrito à matriz.
li: ci. ci.
~
::;) ::;)
M 111 D.. 111 D..

Suas formas vão de desde arredondadas até subédricas


Quartzo X X
com algumas faces bem formadas. Efeitos de corrosão
X X
Ortoclásio
magmática, que são pouco desenvolvidos nos feldspatos,
X
no quartzo mostram-se bem marcados.
Feldsp Ale Pertitico X X
Plagioclásio Sódico X X Ocorre hornblenda verde-azulada hastingsítica em cristais
Oligoclásio X corroídos isolados ou formando agregados, mostrando
Andesina X alteração a clorita, enquanto que em outras amostras foi
Apatita X X X X observada uma mistura de tremolita, actinolita e clorita,
Epidoto X X X substituindo o máfico original.
Opacos X X X X
Leucoxênio X X X
Os efeitos cataclásticos mostram extinção ondulante dos
Zircão
cristais, microfraturas, bordos suturados, planos de
X
macias recurvados e por vezes rompidos e, ainda em
Argilo-Minerais X X X algumas amostras, redução de granulação.
Carbonato X X
Clorita X X X A matriz é comumente microcristalina, raramente cripto-
Sericita X X X X cristalina, quartzo/feldspática, que em diversas amostras
Calcedónia X apresentam estes minerais formando fino e denso inter-
crescimento com aspecto por vezes plumoso e esponjoso.
Foram observados diversos cristais euédricos de plagio-
(x)- presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada clásio sódico, integrando a matriz.

2.2.4.2.5.3 - Riodacitos Associam-se à matriz inúmeros minerais acessórios e de


alteração, com granulação equivalente a esta ou mesmo
Estes litotipos mostram coloração diversificada, tal como: até formando "subfenocristais", e representados por
m~rrom, róseo-avermelhado ou acinzentado, lilás e pardo- opacos, argilo-minerais, sericita, epídoto, apatita, carbo-
acmzentado. Macroscopicamente são compactos e muito nato, biotita, clorita, titanita, zircão e fluorita. As inú-
esporadicamente apresentam estruturas de fluxo. Têm meras fraturas que atravessam as rochas e têm espessuras
textura porfirítica, onde em uma matriz afanítica estão variáveis mostram-se às vezes preenchidas por sílica,
imersos dominantemente fenocristais de quartzo e felds- carbonato e epídoto.
patos, podendo-se obseriar, porém subordinadamente
anfibólio, biotita, magnet'ita;e epídoto, além de sulfetos. Á
'Semelhança dos riolitos, as fraturas são bastante freqüen- 2.2.4.2.5.4 - Riolitos
tes, algumas das quais preenchidas por sílica e epídoto.
Estas rochas macroscopicamente apresentam cores bas-
Ao microscópio apresentam textura porfirítica, sendo que tante dive"rsificadas, tais como: vermelho-carne, averme-

GEOLOGIAi45
TABELA VIII li nos, mostra dominantemente cristais com tendências ao
Rlodacltos euedrísmo, porém podem ser anédrícos e subéd~icos. A
macia é do tipo Albita, raramente ocorrendo a de Carlsbad
associada. O oligoclásio é o mais comum, ocorrendo
AMOSTRAS porém albita/oligoclásio e oligoclásio/andesina em
algumas amostras. Mostra-se sempre com grau de alte-
., ração mais forte que os feldspatos alcalinos, sendo esta
~
..
o
~ . o
~ ...
g
~ representada por epídoto, sericita e carbonato. Em

MINERAIS
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o
algumas amostras a sericita chega a substituí-los quase
que totalmente. Por vezes são observadas algumas inclu-
sões de fluorita.

O quartzo, normalmente subordinado em relação aos


Quartzo X X X X X X X X X X
Microclina
X feldspatos, tem formas desde arredondadas até cristais
X X
Ortoc\. Pertítico X X X X X X X
com faces parcialmente desenvolvidas. Em algumas amos-
Felds Alcal Pertit X X X X tras suas dimensões são bem menores que as alcançadas
Plagioclásio Sódico X X X X pelos feldspatos. Formas que sugerem corrosão mag-
Oligoclàsio X X X X X mática são bem mais desenvolvidas no quartzo que em
Oligoclásio/ Andesina X X outros fenocristais.
Blotita X X X
Muscovita X

I
Hornblenda X Numa amostra, apresentando textura poiquilítica, foram
Tremolita/ Actinolita X observadas hornblenda amarelo-esverdeada, clonta e blo-
Allanita ? tita esta ainda ocorrendo em diminutos cristais na matriz
Apatita X X
X X X X X X Em' certas amostras a hornblenda constitui fenocristais,
Epídoto X X X X X X X X X X
Fluorita ?
X em geral substituídos por clorita
Opacos X X X X X X X )( X
Titanita ? X
X
Os efeitos cataclásticos presentes em todas as amostras,
? X X
Zircão X X X X X
com intensidade variável, foram responsáveis pelas
Argilo-Minerais X X X X X X X X deformações dos minerais, tais como extinção ondulante,
Carbonato X X X X X X X X X bordos suturados, variação de granulação, microfraturas,
Clorita X X x X X X X planos de macia retorcidos, por vezes deslocados, e
Sericit"a X X X X X X X X X X X muitas vezes orientação dos mesmos
Saussurita X X X
Mirmequita X
A matriz é microcristalina e sempre quartzo/feldspática,
mostrando-se em inúmeras amostras com aspecto espon-
joso, constituída por fino e denso intercrescimento entre
(x)- presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada
quartzo e feldspato Por vezes são observados localmente
esferulitos A alteração na matriz é sempre mais acentuada
lhada, róseo, róseo-escuro, marrom com tons avermelha- que nos fenocristais, notando-se argila-minerais e fre-
dos ou rosados e cinza acastanhado ou avermelhado quentemente sericita e clorita Os minerais acessórios e de
alteração são representados por freqúentes opacos, apa-
Os fenocristais são representados por feldspatcs e tita, zircão, epídoto, titanita- formando por vezes cristais
quartzo, os primeiros por vezes com aspecto alterado, bem desenvolvidos-, carbonato, fluorita e leucoxênio. As
enquanto o segundo é límpido e mostra, em diversas inúmeras fraturas que atravessam, por vezes intercruza-
rochas, formas de corrosão. A matriz é sempre afanítica, das, as amostras são preenchidas comumente por sílica e
raramente mostrando bandeamertto de fluxo, sendo por epídoto e mais raramente carbonato e material ferruginoso
vezes discerníveís clorita, opacos, epídoto e titanita Apre-
sentam-se sempre fraturadas, algumas das quais estão Existem amostras que possuem matriz com forte orienta-
preenchidas por sílica e/ou epídoto. ção, acentuada pela presença de abundante sericita e
clorita, classificadas 1 como meta-riolitos, sendo o meta-
Ao microscópio mostram sempre a textura porfirítica, com morfismo atuante de caráter dinâmico. Outra amostra
o feldspato alcalino predominante, sendo estes ortoclásio encerra fragmento de rocha de cerca de 1 em, com com-
micropertítico e/ou sanidina, no qual os primeiros, em posição semelhante à hospedeira
certas amostras, foram parcial ou totalmente mícroclíní-
zados.

Apresentam tamanhos diversificados, formas subédricas a 2 2.4 2.5 5 - Tufos


anédrícas e raramente euédricas, tanto dispersos como em
aglomerados A microclina nas amostras acima citadas Como as rochas do Grupo Uatumã estão comumente
substitui também o plagioclásio e mostra inclusões de afetadas por cataclase e mostram diversos estágios de
epídoto e calcíta Os feldspatos alcalinos mostram a típica transformações, algumas rochas tufáceas podem ter sido
macia de Carlsbad e raríssimas vezes Baveno, e políssinté- incluídas em outros litotipos em virtude de seus caracteres
tica cruzada, no caso .da microclina Estão na sua grande originais terem sido obliteradõs pelos fenõmenos acima
maioria inalterados, porém alguma incipiente alteração a referidos.
argila-minerais é observada. Raramente possuem in-
clusões de carbonato, zircão e serícíta. Apenas para facilidade de explanação, as rochas tufáceas
aqui são separadas em tufos de cristais, tufos vítreos e
O plagíoclásio, sempre sobrepujado pelos feldspatos alca- tufos líticos, não implicando isto em nenhuma variação na

46/GEOLOGIA
TABELA IX

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1111 111 "'f.
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-
Quartzo X X X X X X X X X X X X X )I

Mlcrocllna X X
Ortocláslo Pert. X X X X X X X X X X X X
Feldsp. Alcal. Pertlt. X X
Plaglocláslo Sódlco X X X X
Alblta/ Ollgocláslo X
Ollgocláslo X X X X X X
Ollgoc' ./Andes i na X
Blotlta X Xl X
Hornblenda X
Apatlta X X X X X X X X X X X
Epldoto X X X X X X X X X X X X

I
Pledmontita X
Fluorlta X X X ? X
Opacos X X X X X X X X X X X X X X
Tltanita X X X
-
Leucoxênlo X X
Zlrcão X X X X X X X X X X X X X
Argilo-Minerais X X X X X X X X X X
Carbonato X X X X X X X X
Clorita X X X X X X X X
Sericlta X X X X X X X X X X
Rutilo ?
Mirmequita
Frag. Rocha X
CalcedOnia X X

11 Cloritizada (x)- presença do mineral sem indicação da percentagem estimada

composição, distribuição areal ou posicionamento es- Dentre os fenoclastos, os de plagioclásio - em algumas


pacial entre eles Essas rochas apresentam composição amostras identificados como oligoclásio - são comu-
semelhante às rochas vulcânicas associadas mente predominantes, porém em algumas rochas cedem
seu lugar para que os feldspatos alcalinos ou até mesmo o
quartzo atinjam maiores proporções. Seus cristais, com
2 2 4.2 5.5 1 - Tufos de Cristais tamanhos variados, possuem formas euédricas até ané-
dricas, tipicamente fragmentárias com aspectos pon-
Neste litotipo os fragmentos são de cristais, porém tiagudos. A macia mais comum é a da Albita, ,que espo-
algumas poucas rochas podem encerrar raríssimos frag- radicamente está associada à de Carlsbad ou da Periclina.
mentos de rochas. Seu grau de alteração é bastante variado, pois ao lado de
cristais inalterados podem existir outros, fraca ou forte-
Macroscopicamente possuem cores variadas, tais como mente transformados a sericita, epídoto e menos comu-
cinza, verde-escuro, preta, marrom e róseo, mostram mente carbonato, dispondo-se esta alteração, no caso de
variedades com granulação desde finíssima a afanitica e apresentarem zoneamento, no seu interior. Os feldspatos
alguns tipos possuem estratificação tanto incipiente como alcalinos, à semelhança do plagioclásio, mostram feno-
bem marcante clastos de tamanhos variados e formas que podem ser
euédricas ou fragmentárias com aspectos de lascas. Seus
Por vezes mostram fratura subconchoidal ou mesmo con- cristais são comumente límpidos, sendo que a alteração
choidal e os minerais observados são feldspatos, quartzo, quando presente é sempre fraca e a argila-minerais. A
ferromagnesianos, magnetita e epídoto, que podem cons- microclina em algumas rochas acha-se presente junta-
tituir agregados, e raríssimos sulfetos. O fraturamento é mente com o ortoclásio, e em determinados cristais parece
freqüente, encontrando-se por vezes preenchidos por estar substituindo-o. As macias observadas são Carlsbad e
epídoto. polissintética cruzada, respectivamente. O quartzo pode às
vezes mostrar crescimento autigênico; possui tamanhos e
Ao microscópio mostram a típica textura piroclástica, formas comparáveis aos minerais acima citados, sendo os
onde são mais comuns os fenoclastos de feldspatos e fenômenos de corrosão magmática marcantes.
quartzo com formas e tamanhos variados, que ocorrem
com relação à matriz em quantidades que oscilam desde A tensão que atuou sobre a grande maioria das rochas do
subordinados, a quase dominantes. Grupo Uatumã aqui também mostra seus efeitos, que são

GEOLOGIA/ 47
refletidos em cristais microfraturados, com bordos sutu- representados por vulcânicas, granófiros e mais raramente
rados, extinção ondulante, redução de granulação, planos tufos.
de macia retorcidos e por vezes arrebentados.
Dentre os cristais, os de feldspatos predominam sobre o
A matriz varia desde criptocristalina até com granulação quartzo, sendo que os plagioclásios são mais freqüentes
muito fina, de natureza quartzo/feldspática, e pode pos- que os feldspatos alcalinos e podem no entanto em certas
suir alguma orientação, que se faz mais acentuada quando amostras inverter esta situação. Tanto o plagioclásio
da presença de minerais micáceos. A ela estão também (oligoclásio e andesina) como os feldspatos alcalinos
comumente associados, além de sericita, clorita e espora- (ortoclásio pertítico, microclina e sanidina) têm dimensões
dicamente biotita, opacos, apatita, carbonato, titanita, e formas semelhantes, que podem variar desde euédricas
leucoxênio e zircão. Algumas das microfraturas presentes até anédricas, lascadas e pontiagudas. Nos plagioclásios a
acham-se preenchidas por quartzo e/ ou epídoto. macia é do tipo Albita, enquanto os alcalinos mostram
Carlsbad e Polissintética Cruzada. Os primeiros, tanto
2.2.4.2.5.5.2 - Tufos Líticos e de Cristais inalterados como fortemente alterados em sericita, epí-
doto e carbonato, mostram-se no conjunto. bem distintos
Nestas rochas, ao contrário das anteriores, os fragmentos dos alcalinos, pois estes estão quase sempre praticamente
de rocha são bastante freqüentes, podendo mesmo em límpidos e muito pouco argilizados. Em algumas rochas a
certas amostras sobrepujar os cristais. Suas cores são microclina acha-se substituindo parcialmente o plagio-
marrom, cinza, cinza-esverdeado e róseo; a granulação é clásio O quartzo é sempre subordinado em relação aos
fina, chegando em algumas rochas a ser afanítica. São demais fragmentos, ocorrendo em seções desde hexa-
compactas, sendo raras aquelas que denotam leve estrati-

I
gonais até arredondadas, pontiagudas etc. Certos cristais
ficação. Os constituintes discerníveis a vista desarmada denotam fortes efeitos de ação corrosiva, com profundas
são feldspatos, quartzo, fragmentos de rochas, ferro- reentrâncias Os fragmentos de rochas e cristais são mal
magnesianos e opacos. As fraturas são bastante freqüen- selecionados, podendo-se em certas amostras perceber
tes e apresentam sílica, carbonato e epídoto como material tanto disposição gradaclonal como incipiente estratifi-
de preenchimento cação

As amostras estudadas ao microscop10 mostram textura No que diz respeito aos efeitos de deformações, as mes-
piroclástica, onde são observados fragmentos de rochas e mas considerações aplicadas aos litotipos anteriores são
de cristais, hav,endo indistintamente predomínio de um válidas para as amostras aqui descritas
tipo sobre o outro. Com relação à matriz, os fragmentos
podem ser tanto subordinados como dominantes. Os A matriz na grande maioria das rochas mostra-se devi-
fragmentos de rochas possuem formas variadas e estão trificada, cripta a microcristalina e quartzo/feldspática,

TABELA X
Tufos

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Quartzo X X X X X X X X X X X X X X X X
Ortoclásio Pertitico X X X ? X X X
Microclina X X X X X
Feldspato Alcalino X X X X X X X
Plagioclásio X X X X X X X
Plagiocl. Sódico X X X
Oligoclásio X X X X X
Andes i na X X
Biotita X X X X X X
Granada X ?
Apatita X X X X X X X X X X X X
Epidoto X X X X X X X X X X X X X X
Piedmontita X
Opacos X X X X X X X X X X X X X
Lacoxênio X X X X X X X X
Titanita X X X
Zircão X X X X X X
Argilo·Minerais X X X X X X
Carbonato X X X X X
Clorita X X X X X X X X X X
Xenotima ?
Sericita X X X X X X X X X X X X X X
Calcedônla X X X
Frag de Rochas X ? X ? X X ? X X

(x)- presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada

48/GEOLOGIA
enquanto que em umas raras amostras ainda apresenta A matriz cripto a microcristalina, que pode localmente
porções vítreas. ainda ser vítrea, tem como associados: opacos, clorita,
sericita, carbonato, epídoto, apatita e fluorita. Os efeitos
A mineralogia-é complementada pela presença de epídoto, cataclàsticos imprimiram feições aos minerais, semelhan-
clorita, zircão, apatita, opacos, titanita, carbonato, cal- tes às amostras anteriormente descritas. Veios de epídoto
cedônia e pqssivelme.[lte granada. É bastante comum a e sílica atravessam diversas rochas estudadas.
presença de veios de epídoto e/ ou sílica.

2.2.4.2.6 - Análises Químicas


2.2.4.2.5.6 - lgnimbritos
Com o intuito de apresentarmos alguns dados quantita-
Estas rochas possuem dominantemente coloração mar- tivos sobre as rochas vulcânicas da Formação lricoumé,
rom, com tonalidades chocolate, avermelhada a acinzen- algumas destas foram submetidas a análises químicas, as
tada e muito esporadicamente preta. A estrutura é comu- quais foram efetuadas no Laboratório de Anàlises Quí-
mente maciça, porém em algumas amostras pode-se micas de Rochas e Minerais do Instituto de Geociências da
observar bandeamento. A matriz é afanitica e foram iden- UFRGS.
tificados quartzo, feldspatos, màficos e fragmentos de
rochas. ~ fraturamento é bem desenvolvido, tendo por Com base nas anàlises encontradas nas tabelas XII e XIII
vezes ep1doto como material de preenchimento. foram calculados os parâmetros de Jung (1955), represen-
tados por R e S, sendo o valor de R = 100 X CaO/CaO +
Ao microscópio, apresentam com alguma freqüência ban- K20 + Na20, enquanto S = 100 X K20/K20 + Na20.
deamento de fluxo, acamadamento e localmente textura
axiolítica e desenvolvimento de esferulitos. Os fragmentos
tanto de cristais como de rochas estão presentes, aqueles Assim pode-se constituir um diagrama onde, sobre os dois
exercendo maior predomínio, sendo que estes estão repre- eixos de coordenadas retangulares, cada rocha é repre-
sentados por andesitos e esporadicamente ignimbritos o sentada pelo seu teor em Si02 'na abscissa, e na ordenada
o valor de R Neste diagrama, uma associação vulcânica
grau de seleção é pobre, enquanto a granulação é bastante
diversificada e a forma freqüentemente angulosa. representada por um bom número de anàlises exibe sobre
o mesmo uma banda um pouco retilínea, que corta obli-
Plagioclàsio (oligoclàsio e andesina), ortoclàsio e quartzo quamente o eixo de coordenadas horizontal, com ele
estão sempre presentes, com os feldspatos normalmente formando um ângulo reto que, em todos os casos,
pouco alterados a sericita e argilo-minerais, e macias da permanece sensivelmente o mesmo. A posição desta
banda no diagrama pode ser comodamente definida pelo
Albita e Carlsbad estão presentes. Formas que sugerem
corrosão são mais desenvolvidas no quartzo. Piroxênio valor de Si02 =
i, correspondendo ao _lugar de sua
identificado como pigeonita, foi observado em pouca~ interseção com a reta horizontal R =
50. E fàcil ver que
amostras. este valor de "i" corresponde ao índice de calcoalcali-
nidade (Aicali-lime index) de Peacock (1931 ), cuja classi-
ficação de associações regionais é a seguinte:
TABELA XI
lgnimbrltos i <51 = séries alcalinas
51 >
i< 56 - séries àlcali-càlcicas
56> i< 61 = séries-calcoalcalinas

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Do exame da figura 5, observa-se que a mesma apresenta


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uma dispersão de pontos cuja freqüência, 100% do total,

Quartzo X X X X X X X R
Ortoclásio X X 90
Felds. Alcalino X X X X
Plagiocláslo X X 80
Plaglocl. Sódlco X X X
Oligócl./ Andeslna y 70
Andes ina X
X 60
Pigeonita
Apatita X X X
50~--------------~~-------------------------
Epidoto X X X X X X X
Fluorita X
40
Opacos X X X X
Zircão X X X
30

Argila-Minerais X X x
Carbonato X X X X
20
Clorita X X X X X X
X X X X X X X
Sericita
X X X
10 ••
L------.----~-.-.-.---.---.~'-.~·~~--,----Si0 2 %
Calcedônia
Frag de rochas X X X X
40 50 52.5 60 70 80

(1} Micropertitlcos Flg. 5 - Diagrama R das efusivas ácidas e Intermediárias


(x}- presença do mineral sem Indicação da porcentagem estimada da Formação lrlcoumé

GEOLOGIA/49
TABELA XII

Anllllses Qulmlcas das Efusivas e lntermedlllrlas da Formação lrlcoumé

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5102 72,20 68,32 71,26 69,48 70,75 76,02 68,16 67,93 67,26 68,11 50,74 59,24 54,34 61,73
AI203 10,56 16,93 12,94 13,68 14,50 10;82 14,15 14,21 14,00 16,94 17,81 13,28 15,91 11,37
Fe203 1,37 0,71 0,68 0,37 nll 0,27 0,56 2,62 0,52 1,04 4,39 1,90 2,01 3,00
FeO 3,22 2,90 2,72 3,01 3,22 3,45 4,54 3,08 3,52 3,40 6,93 6,06 6,68 5,24
MnO 0,14 0,12 0,12 0,14 0,14 0,16 0,20 0,18 0,18 0,20 0,25 0,27 0,24 0,24
Ti02 0,65 0,52 0,52 0,56 0,55 0,44 0,62 0,65 0,59 0,44 1,32 0,87 0,83 0,77
CaO 0,32 0,38 0,16 0,16 0,74 0,72 0,10 1,32 0,25 0,95 0,55 6,62 3,99 5,30
MgO 0,71 0,41 0,50 0,59 0,40 0,41 0,75 0,54 0,76 0,42 3,80 3,93 6,69 5,43
Na2o 2,67 2,49 2,37 4,10 4,18 2,49 3,87 3,74 3,93 4,24 3,74 3,62 2,87 2,43
K20 6,24 7,23 7,99 6.,35 5,61 5,49 5,50 5,37 5,99 5,12 2,99 4,24 3,37 4,74
P205 0,08 0,05 0,04 0,07 0,05 0,03 0,15 0,21 0,79 0,07 0,40 0,28 0,27 0,17
H20 0,29 ni) 0,11 0,08 0,07 0,13 0,14 0,22 0,09 0,02 0,05 0,26 0,18 0,33
P F 1 000°C 0,85 0,31 0,06 0,21 nil 0,21 0,04 0,56 0,96 0,10 0,65 1,71 1,44 1,08
99,32 100,37 99,45 99,40 100,19 100,02 100,&& 99,66 99,54 100,65 99,69 99,65 100,43 99,55

TABELA XIII
Procedência das Efusivas Acldas e lntermedlllrlas da Formação lrlcoume
s
90
AMOSTRAS ROCHAS FOLHAS
80

PT-03 Rio li! o SA 21-V-A 70


PT-J 10 Riolito SA 21-V-A
PT-31 60
Riolito SA.21-V-A
0
PT-20A Riolito Cataclástico SA 21-V-B 50 / 13
PT-25 Riolito SA 21-V-B oll
PT-82 Rlollto SA 21-V-C 40
PT-14 Riodacito Granofirico SA 21-V-8 Riolitos Riodacítos
30
PT-A Rlodaclto SA 21-V-C Andesitos e Dacitos
PT-20 Rlodacito SA.21-V-C 20
PT-14A(C) Rlodaclto SA 21-X-A
10
PT-17 Daclto SA 21-V-C
PT-10 Andesito SA 21-V-C
PT-01 SA.21-X-A 40 50 60 70 80
Augita Andesito
PT-15C Andesito SA 21-X-A Fig 6 - DiagramaS dos riolitos, riodacitos, andesitos e-
dacitos da Formação lrlcoumé

TABELA XIV

Valores de R e 5 das Efusivas Acldas e Intermediárias da Formação lrlcoumé

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AMOS-
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.......
... .,!.

TRAS lt~

R 3,47 3,76 1,52 6,61 6,85 1,24 12,35 2,67 8,74 5,55 49,59 33,67 45,93 29,64
s 70,03 74,38 77,12 60,76 57,30 68,80 56,70 58,95 60,38 54,70 44,43 53,94 54,01 68,11

50/GEOLOGIA
possui valores de R inferiores a 50. Por outro lado, foi Lima et alii (1974), Oliveira et alii (1975) e Montalvão (1975)
construída uma curva, que deixou de ambos os lados o incluíram o Granito Mapuera no Grupo Uatumã, represen-
mesmo número de pontos, que interceptou a reta horizon- tando a fase mais grosseira com jazimento hipoabissal
tal R = 50 numa posição cujo valor de Si02 = i= 52,5, (subvulcânico) e plutônico deste grupo.
caracterizando deste modo uma associação álcali-cálcica.
Lima et alii (op.cit.) referem-se à ocorrência do Granito
o segundo diagrama foi confeccionado nos moldes do Mapuera, na Folha NA/ NB.22-Macapá, como assomando
primeiro, sendo que a abscissa representa o teor em Si02 na sua porção sudoeste, na margem direita do rio lpitinga e
enquanto a ordenada corresponde ao valor de S. prolongando-se em direção ao Paru. Dispõe-se também no
médio curso do rio Jari e prolonga-se em direção à margem
direita do rio Mapari; uma outra unidade denominada
Na análise da figura 6, observa-se que o conjunto de Granodiorito Falsino foi correlacionada ao Grupo Uatumã.
pontos que caracterizam rochas tais como: riolitos, rioda-
citos, andesitos e dacitos, faz grosseiramente um ângulo Oliveira et alii (1975) incluíram sob a denominação de
de 45° com a abscissa Si02 e apresenta um valor médio de Granito Mapuera um conjunto ígneo formado por granitos
S igual a 60 normais, granitos peralcalinos, aplitos, granófiros, adame-
litos, monzonitos e quartzo diorito, ocorrendo geralmente
2.2 4.3 - Granito Mapuera como necks, stocks e até mesmo batólitos.

O facies a riebeckita, ao que parece, é representado por


2 2 4.3 1 - Generalidades duas fases: uma bem anterior ao vulcanismo e outra mais
tardia.
Forman (1969c) cita texturalmente: "Os granitos que su-
pomos serem associados ao vulcanismo afloram numa Montalvão (1975) observou na Folha NA.20- Boa Vista e
extensão de cerca de 75km, desde a cachoeira Quebra- parte das Folhas NA.21-Tumucumaque, NB 20-Roraima
Unha, onde são capeados através de uma "nonconformity" e NB.21 a existência de duas unidades constituídas por
pelos arenitos da Formação Trombetas (Derby, 1877), até a corpos intrusivos anorogênicos, as quais denominou de
cachoeira da Egua, onde parece transicionar com os Granodiorito Serra do Mel e Granito Surucucu, o primeiro
granófiros do Grupo Fumaça" com idades próximas a 1700MA, e o segundo com 1500MA.

O Granito Surucucu, pelo fato de apresentar localmente


Ainda o referido autor, em trabalhos nos rios Erepecuru, textura rapakivi, foi objeto de um estudo mais acurado por
Trombetas e Curuá, reportou-se a corpos de microgra- parte de Daii'Agnol et alii (1975). Estes autores relaciona-
nitos, granófiros e menos comumente microgranodioritos, ram este granito ao mesmo evento magmático que gerou o
que ocorrem sob a forma de intrusões de porte médio ou plutonismo anorogênico da Venezuela, incluindo o Granito
constituindo diques Rapakivi "EI Parguaza". Com base em datações geocro-
nológicas, correlacionamos o Granito Surucucu com a fase
mais tardia do Granito Mapuera como ocorrente r.;; Folha
Nos trabalhos desenvolvidos pela Geomineração (1972), SA 21-Santarém, apesar de neste não ter sido observada
geólogos daquela empresa atribuíram a denominação de a textura rapakivi.
Granito Mapuera às rochas remobilizadas do antigo emba-
samento cristalofiliano Entretanto, trabalhos desenvol- Na Folha SA.21-Santarém mantemos para o Granito
vidos pelo Projeto RADAMBRASIL atribuem a esta unidade Mapuera a mesma conceituação proposta pelos autores
uma íntima associação com as rochas vulcânicas, como anteriormente referidos, sendo seu modo de ocorrência
anteriormente aventadas por Forman (1969c). similar ao da Folha NA 21- Tumucumaque, não tendo
sido amostrado, no entanto, o facies sódico
Mendoza (1972), quando do mapeamento da área do rio
Suapure, apresentou um estudo petrogràfico do Granitc El Os litotipos aqui representados são constituídos predomi-
Parguaza, definido por McCandless (1965), que consiste nantemente por granitos e microgranitos, secundados por
em cristais ovais com "anéis" alternados de microclina- granófiros, adamelitos, granodioritos e microgranodio-
pertita (40-50% em volume) geralmente no núcleo, e pla- ritos, monzonitos, dioritos e microdioritos.
gioclásio sódico (às vezes zonado), principalmente oli-
goclásio (25-30%) nos bordos; o quartzo (1 0-20%) aparece
mormente como inclusões no feldspato potássico, e ainda 2 2.4 3.2 - Posição Estratigráfica
como grandes cristais subidiomórficos. Observa-se biotita
marrom fora da textura rapakivi em grandes cristais bem O Granito Mapuera apresenta-se tanto intrudido no Com-
desenvolvidos; está comumente associada com hornblen- plexo Guianense como nas vulcânicas da Formaçao lri-
da (1 0-15%) verde-escura, regularmente maclada, que pode coumé, com as quais apresenta consangüinidade Està
apresentar-se como inclusões na textura rapakivi, ou cortar atravessado 1pelo J Sienito Serra do Acari e por rochas
esta em grandes cristais subidiomórficos, que às vezes básicas do Gabro Suretama, mostrando-se sobreposto
exibem exsolução de ortopiroxênio (0-1%) pleocróico com discordantemehte pelas Formações Prosperança e Trom-
as características do hiperstênio Entre os acessórios, a betas.
apatita é o mais freqüente (0-8%) em cristais euedrais; os
opacos (magnetita e ilmenita) são abundantes (1-5% ).
Posteriormente Hurley et alii (1968) obtiveram para esse 2.2.4.3.3 - Distribuição na Área
granito uma isócrona Rb/Sr em rocha total que forneceu
idade de 1490MA. Esta unidade estratigtáfica, uma das de maior represen-

GEOLOGIA/51
!atividade dentro da Folha SA.21-Santarém, compreende Cuminapanema e para NE no médio e alto cursos deste
extensas áreas de exposiç.ão, bem como corpos menores último rio, em contato direto com as rochas polimeta-
circulares tipo necks. mórficas do Complexo Guianense. A segunda diz respeito
ao médio e alto cursos do rio Curuá e alto rio Maicuru.
A leste desta Folha, o Granito Mapuera encontra-se ex-
posto no interflúvio dos baixos rios Uatumã e Capucapu,
constituindo uma larga faixa de exposição tomando rumo,
grosso modo, para N, sendo truncado por rochas vulcâ- 2.2.4 3.4 - Geocronologia
nicas no baixo curso do rio Pitinga e pela estrutura do
Pitinga, surgindo no médio curso deste rio, espalhando-se Teixeira & Basei (1975) obtiveram para o Granito Mapuera
lateralmente até o limite mais oriental da ~='olha SA.21- na Folha NA 21-Tumucumaque, pelo método Rb/ Sr em
Santarém, e em direção aos cursos dos rios Jatapu e rocha total, idades compreendidas entre 1880 ± 60MA e
Nhamundá Outras pequenas áreas podem ainda ser cita- 1229 ± 41 MA, sem contudo chegarem a estabelecer uma
das, como na confluência dos rios Uatumã e Pitinga, bem isócrona.
como pequenos corpos circulares intrudidos nos vulca-
nitos da Formação lricoumé. Na Folha SA 21-Santarém, Basei & Teixeira (1975a) obti-
veram para o Granito Mapuera, pelo método Rb/Sr em
Na parte central da Folha em apreço esta unidade está rocha total, idades situadas entre 1790 ± 100MA e
exposta desde o baixo curso do rio Jatapu, seguindo com 141 O ± 90MA, não chegando também a obter uma isó-
direção NE, passando pelo rio Nhamundá, atingindo os crona para essa unidade Entretanto consideram que a
rios Mapuera, Cachorrinho e Cachorro, constituindo o alto intrusão destes corpos situou-se por volta de 1500MA

I estrutural do Cachorro e penetrando na Folha NA 21-


Tumucumaque, representando a maior área de exposição
desta unidade

A oeste duas grandes faixas de ocorrências estão bem


Estes mesmos autores, tomando como base os dados
obtidos nas Folhas NA 21-Tumucumaque e SA 21-San-
tarém, acreditam que houve uma sucessão de intrusões de
granitóides com características petrográficas e petroqui-
caracterizadas, sendo a primeira no médio curso do rio micas típicas do Granito Mapuera, ocorrendo intrusões
Erepecuru, estendendo-se para SE até o baixo curso do rio numa fase bem mais tardia por volta de 1500MA

TABELA XV
Dados Analíticos e Idades Convencionais Rb/ Sr das Rochas do Granito Mapuera

N. 0 de Campo Quadrícula Litolo9ia Rb(ppm) Sr(ppm) Rb87;Sr88 5 ,s71Srss Idade (Ma)

PT-10A SA.21-V-B Granito 294 31 28,04 1 422 1710 •


CA/PT 08 SA.21-X-A Granito 197 239 2.405 o 7692 1790±100
PT-33 SA 21-V-C Granito 270 90 8 8.772 09064 1540±50
PT-1-2 SA 21-V-C Granito 338 37 8 27 34 1 278 1410±90
PT-30 SA 21-V-A Biotita 142 254 1 619 o 7416 1520 + 130
Adamelito

• Resultado a ser confirmado pelo computador À Rb = 1,47X10-11 Xanos-1 (sr87Jsr86J0 = o,705

(Sr86JSrB8J n = 0,1194 Rb85J Rb87 = 2,57


2 2.4 3.5 - Petrografia fluorita e sulfetos, tendo sido identificada, com alguma
dúvida, molibdenita em uma amostra coletada na Folha
Na Folha SA 21-Santarém, a amostragem efetuada pelo SA 21-V-B
Projeto RADAMBRASIL acusou granitos e microgranitos
como os litotipos predominantes, secundados por gra- Ao microscópio a textura hipidiomórfica granular fina a
nófiros, adamelitos, granodioritos e microgranodioritos, grosseira, localmente porfirítica, possui ampla distribui-
monzonitos, dioritos e microdioritos. ção e predominância sobre a xenomórfica granular A
textura gráfica, quando presente, é bastante local

2 2 4 3.5 1 - Granitos e M icrogranitos Os feldspatos e o quartzo são os minerais amplamente


dominantes, sendo que dentre aqueles os alcalinos sobre-
Os granitos apresentam comumente coloração rósea e pujam os. plagioclásios. Os feldspatos alcalinos com ma-
mais raramente creme com tonalidades cinza e branca A elas Carlsbad e Albita/ Periclina são representados por
granulação é bastante variada, indo desde os tipos finos ortoclásio e microclina, pertíticos, com formas comumente
aos grosseiros, sendo que nos primeiros é bastante subédricas, porém sendo observados cristais desde ané-
comum a presença de pórfiros Os efeitos cataclásticos dricos a euédricos Na maioria das vezes estão límpidos,
atuaram com intensidades variáveis, sendo que em al- porém a alteração a argilo-mirierais pode alcançar intensi-
gumas rochas existe incipiente bandeamento. Quartzo e dade média O ortoclásio tem distribuição mais ampla e
feldspato são os minerais essenciais, secundados por proporções mais elevadas que a microclina, que é vista
proporções variáveis de biotita, anfibólio, opacos, titanita, com mais freqüência em rochas submetidas a cataclase

52/GEOLOGIA
Pode substituir tanto o ortococlásio, como o plagioclásio, estar preenchendo fraturas. Ao microscópio a textura
este ainda ocorrendo como relíquias. Os feldspatos alcali- porfirítica é predominante, sendo que a sacaroidal ocorre
nos mostram variação de granulação, extinção ondulante apenas em raras amostras na Folha SA.21-V-C. A minera-
desde fraca até forte, esta presente nas amostras onde a logia é bastante simples, tendo como constituintes essen-
cataclase é mais intensa e também foi responsável por ciais feldspatos e quartzo. Os feldspatos alcalinos sobre-
impor a estes minerais microfraturas e bordos denteados. pujam os demais minerais e são representados em todas
Em alguns locais onde feldspatos alcalinos e plagioclásio as amostras pelo ortoclásio pertítico, exceção feita a uma
estão em contatos há formação de mirmequita. Os plagio- rocha situada na Folha SA.21-X-A, que está cataclasada,
clásios, em sua maioria zonados, na quase totalidade das onde ocorre também microclina, que por sinal é dominan-
amostras, sobrepujam o quartzo, sendo que raramente te Seus cristais evidenciam tendências ao euedrismo,
acontece o inverso. Foram observados cristais com com- quando constituem pórfiros, tendo formas anédricas a su-
posição osci Iando desde albita/ oi igoclásio até oi igoclá- bédricas nas restantes. A macia é Carlsbad, e a da Albi-
sio/andesina, tendo entretanto como composição mais ta-Periclina quando presente a microlina. Os cristais são
freqüente o oligoclásio. No que diz respeito a forma e a normalmente límpidos e a fraca alteração por vezes obser-
granulação, são semelhantes aos feldspatos alcalinos, vada é a argila-minerais. Localmente esboçam algum
porém normalmente têm maiores tendências ao euedris- intercrescimento micrográfico com o quartzo. Este pode
mo. Mostram comumente a macia da Albita, à qual associ- superar o plagioclásio, tendo formas anédricas, algumas
am-se alguns cristais, Carlsbad ou Periclina Apesar de faces com incipiente desenvolvimento e formas que suge-
estarem mais freqüentemente com maior grau de alteração rem corrosão bem mais acentuada que nos feldspatos
-sericita, epídoto e esporadicamente carbonato que os alcalinos e plagioclásios. Suas dimensões são compará-
feldspatos alcalinos, podem ter ainda cristais límpidos. veis às dos feldspatos e por vezes quase atingindo tama-
nho dos pórfiros. O plagioclásio é o oligoclásio, que tam-
Nas amostras mais cataclasadas, além de extinção ondu- bém pode constituir pórfiros maclados segundo a Lei da
lante, microfraturas e bordos denteados, são observados Albita e em cristais mais comumente euédricos. Estão
planos de macias recurvados e até mesmo rompidos. Com sempre com maior grau de alteração a sericita, epídoto e
respeito ao quartzo, as formas anédricas ou arredondadas raramente calcita que os feldspatos alcalinos, isto porém
são as mais comuns, com faces pouco desenvolvidas. não impedindo que alguns cristais encontrem-se límpidos.
lntercrescimentos micrográficos, apesar de observados Os demais minerais são de ocorrência bastante restrita e
numa grande quantidade de amostras, são locais e bastan- representados pór opacos, clorita, zircão, muscovita, apa-
te subordinados, o mesmo ocorrendo com os cristais que tita e titanita
mostram tendências ao euedrismo ou formas esqueletifor-
mes Inclusões com aspecto goticular foram por vezes
observadas nos feldspatos Extinção ondulante e microfra- 2 2 4 3 5.2 - Adamelitos
turas são constantes, enquanto cristais com bordos
denteados e redução de granulação estão presentes nos Destes litotipos, somente poucas amostras foram coleta-
tipos mais cataclasados A biotita, apesar de não ocorrer das, tendo coloração ora rósea ora cinza claro a médio
em proporções elevadas, tem ampla distribuição e é domi- São inequigranulares, variando desde finas a grosseiras,
nante sobre os demais máficos Seu pleocroísmo pode ser observando-se em algumas amostras desenvolvimento de
tanto verde-amarelado, pardo-amarelado, marrom, como pórfiros Macroscopicamente foram identificados feldspa-
até mesmo marrom-avermelhado. Dispõe-se tanto disper- tos, quartzo, biotita, anfibólio, opacos, titanita e pirita em
sa, como em aglomerados, em palhetas de dimensões alguns exemplares da Folha SA 21-V-A. As amostras estu-
reduzidas até bem desenvolvidas e com inclusões, por dadas ao microscópio apresentam textura hipidiomórfica
vezes, de zircão, opacos e apatita Pode apresentar-se granular porfiróide, tendo como minerais largamente do-
tanto inalterada, como totalmente substituída pela clorita, minantes os feldspatos e o quartzo Os primeiros são
havendo contudo diversos estágios de alteração Muito representados tanto pelos alcalinos como pelos plagioclá-
raramente mostra-se interdigitada com a muscovita, cuja sios, com leve ascendência ora de um tipo ora de outro. O
ocorrência é bastante restrita. A hornblenda ocorre em ortoclásio pertítico é observado em todas as amostras,
poucas amostras, tendo pleocroismo em tons de marrom é enquanto a microclina tem uma distribuição um pouco
verde, cristais subeuedrais a euedrais, com alteração tanto mais restrita e sempre subordinada. Seus cristais variam
a biotita como clorita e alguns de seus cristais encemmdo de anédricos a subédricos e muito raramente inclinam-se
relíquias de piroxênio. A hornblenda hastingsítica foi ao euedrismo; são mais comumente límpidos, sendo que a
observada em uma amostra, enquanto hornblenda actinoli- alteração a argila-minerais, quando presente, é sempre
ta o foi noutra, ambas pertencentes à Folha SA.21-X-A. fraca As macias observadas são do tipo Carlsbad e polis-
Associados tanto à biotita como à hornblenda, são obser- sintética cruzada. A microclina pode substituir em diver-
vados zircão, opacos, apatita, titanita e leucoxênio, poden- sos estágios tanto o ortoclásio como o plagioclásio. Os
do também ocorrer dispersos, juntamente com alanita, pórfiros mostram-se por vezes bem desenvolvidos e são
xenotima, ambas raríssimas, e fluorita que se dispõe no somente constituídos por feldspatos.
interior dos feldspatos e quartzo como também em cristais
individualizados por vezes com bom desenvolvimento. O plagioclásio sádico, maclado segundo a Lei da Al.b~ta
que é observado em todas as amostras, tem compos1çao
Nos microgranitos, as cores são dominantemente róseas, oligoclásica, exceção feita à rocha coletada na Folha
ocorrendo variedades avermelhadas subordinadas. A gra- SA.21-X-A cuja determinação indicou oligoclásio/andesi-
nulação é fina, notando-se com alguma constância pórfi- na. Comp~rados aos feldspatos alcalinos, seus cristais
ros de feldspatos. Quartzo e feldspatos são os minerais apresentam maiores tendências ao euedrismo, no entanto
essenciais; ocorrendo em proporções bastante reduzidas formas anédricas e subédricas são observadas. Quanto ao
com relação aos granitos, são observados clorita opacos e
epídoto, sendo que este, juntamente com a sílica, pode
e
grau de alteração a sericita e epídoto, o mesmo bastante
variado, com cristais tanto ·Hmpidos como até mesmo em

GEOLOGIA/53
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TABELA XVI

Granitos - Mlcrogranitos

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MINERAIS

Quartzo X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Microclina Pertita X X X X X X X X ? X
OrtoclàSIO Pertitico X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Plag1oclás1o Sódico X X X X X X X X X
Albita/OiigoclàSIO X X X
OliQoclàs1o X X X X X X X X
Oligoclàs1o/ Andesina X X
Biotita X X X X X X X X X X X X X
Muscovita X X X X
Mica de Litio ?

Hornblenda X X X
Hornblenda Hasting. X
Hornblenda Actin. X
Piroxêmo ?

A palita X X X X X X X X X X X X X X X
Epidoto X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Fluorita X X X X X X X
Opacos X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Tltanita X X X X X X X
Leucoxêmo X X
Zircão X X X X X X X X X X X X X X X X X
Argilo-Minerals X X ? X X X X X X X X X X X X
Carbonato X X X
Clorita X X X X X X X X X X X X X X X X X
Sencita X X X X X X X X X X X X X X X X X
Mirmequita X X X X X
Allanita X ?

Xenotima X

(X) - presença do mmeral sem Indicação da porcentagem estimada


raras amostras, quase totalr11ente substituídos pelos mes- TABELA XVII
mos. Em algumas amostras o plagioclásio pode localmen- Adamelltos
te envolver o feldspato alcalino. O quartzo não atinge c c () c c
dimensões de pórfiros, tendo granulação mais fina que os > ......."f~ 11>~'
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feldspatos, mostrando formas anédricas, sendo que as
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MINERAIS !;_!~ ~N IDN ":'~ .... C'!
subédr~cas com desenvolvimento de poucas faces são
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escassas; alguns cristais possuindo reentrâncias são re-
portados a efeitos de corrosão. Numa amostra coletada na Quartzo X X X X X X X X
Folha SA.21-V-D, quartzo e feldspato alcalino podem ocor- Mlcrocllna Pertlta X X X X X
rer sob a forma de intercrescimentos micrográficos, restri- Ortocláslo Pertítlco x1 X x1 x1 X X X
tos a determinadas porções da lâmina. Anfibólio e biotita Plaglocláslo Sódlco X
estão presentes em quase todas as amostras, aquele Albita/ Olígocláslo X
comumente em proporções algo mais elevadas. A hasting- Ollgoclásio X X X X X
sita(?), que em alguns pontos da Folha SA 21-V-A é poi-
Ollgocláslo/ Andesina X
quilítica, tem distribuição mais ampla que a hornblenda;
a primeira com pleocroísmo em tons de verde a verde Biotita X X X X X X X
azulado, enquanto esta é verde marrom. Restos de piroxê- Hornblenda X X
nio ocorrem com certa freqüência no interior de ambas, Hastingsita X X X
sendo a alteração mais comum a clorita, com epídoto e Piroxênio X ? X X
opacos associados A biotita, que em raríssimas amostras Apalita X X X X X X X X
supera o anfibólio, tem pleocroísmo em tons de amarelo, Epidoto X X X X X X X X
verde, marrom e marrom-avermelhado Diversos estágios Fluorita X
de alteração a clorita são observados, chegando mesmo
Opacos X X X X X X X X
até sua ampla substituição, com opacos e zircão associa-
Titanita X X X X X
dos. Os minerais acessprios são representados por opa-
cos, apatita, titanita, zircão e fluorita, esta também encon- Zircão X X X X X X
trada no interior do plagioclásio. Aqui os efeitos de Argila-Minerais X X
cataclase foram de pouca monta e provocam nos minerais Clorita X X X X X X X
extinção ondulante, microfraturas e ligeiro denteamento Ser! cita X X X X X X X X
nos bordos Allanita X X
(1) Inclui m1crocllna
(X) presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada
224353 - Granodioritos e Microgranodioritos
palhetas intersticiais, e ainda como produto de alteração
Apresentando esta composição, poucas amostras foram do anfibólio, este representado ora por hornblenda ora por
coletadas, tendo os granodioritos coloração cinza com hastingsita, presentes em amostras distintas. Estes têm
tons claros e escuros, sendo o rosado uma exceção A formas subédricas a euédricas, pleocroísmo em tons de
granulação é média a grosseira, inequigranular, tendo sido verde e marrom, sendo a hastingsita caracterizada pelo seu
identificados feldspatos, quartzo, biotita, anfibólio, titani- baixo ângulo 2v Mostra-se também com alguma alteração
ta e sulfetos na amostra coletada na Folha SA.21-X-C. Ao a clorita Como acessórios estão presentes opacos, apati-
microscópio apresentam textura hipidiomórfica granular, ta, zircão e titanita. Quanto aos microgranodioritos, suas
havendo em algumas amostras desenvolvimento de pórfi- cores são sempre crnza, granulação fina, porfiróides, e
ros. O plagioclásio sódico destaca-se dos demais consti- constituídos por feldspatos, quartzo, biotita, anfibólio e
tuintes pela sua maior abundância aliada à tendência de opacos. Ao microscópio mostram textura porfiróide, tendo
desenvolver pórfiros. Seus cristais sào subédricos a eué- como mineral predominante o plagioclásio, cuja composi-
dricos, maclados segundo a Lei da Albita, a qual raramente ção é albita/oligoclásio, com formas anédricas a subédri-
associa-se à de Carlsbad Com certa freqüência seus cas, maclado segundo a Lei da Albita e raramente a de
cristais mostram-se zonados e com alteração variável a Carlsbad, associada A intensidade de alteração a sericita
sericita e epídoto, sendo o carbonato esporádico. Diversos e epídoto é bastante variável. Somente o plagioclásio
estágios de substituição pela microclina são observados, desenvolve pórfiros, sendo que o feldspato alcalino, repre-
havendo mesmo situações em que aparecem restos de sentado pela microclina, ocorre subordinadamente e com
plagioclásio no interior do mesmo Ortoclásio e microclina granulação fina. Apresenta-se anédrico, maclado segundo
pertiticos podem tanto coexistir na mesma rocha como Albita/Periclina e fracamente alterado a argila-minerais O
somente estar presente o segundo, fato este observado quartzo tem granulação fina, contornos irregulares, com
n~s amostras da Folha SA 21-X-C Os feldspatos alcalinos formas tendendo a arredondadas, e algumas vezes corroí-
nao alcançam as mesmas dimensões do plagioclásio, e dos
seus cristais são anédricos a subédricos, límpidos ou com
incipiente alteração a argila-minerais Alguma mirmequita Biotita, hornblenda e hornblenda hastingsítica são os
desenvolve-se ao longo de contatos entre os feldspatos. O máficos dominantes, a primeira com formas anédricas a
quartzo é anédrico e com relação aos feldspatos tem ocor- subédricas, pleocroísmo pardo a marrom e em cristais
rência subordinada e cristais bem menos desenvolvidos, desde tamanhos diminutos até bem desenvolvidos, porém
havendo mesmo alguns com caráter intersticial. A biotita sem alcançarem as maiores dimensões dos plagioclásios.
mostra ampla distribuição, podendo mesmo em algumas Freqüentemente mostra-se alterada a clorita e com inclu-
sobrepujar o anfibólio. Seus cristais são subédricos a eué- sões de titanita, apatita, quartzo, alanita e opacos.
dricos com pleocroísmo em tons de marrom, por vezes to-
talmente cloritizados, com titanita e opacos associados A hornblenda verde que ocorre em amostras situadas na
Mostra-se bem desenvolvida, como também em diminutas Folha SA 21-X-A possui cristais diminutos, anédricos, tan-

GEOLOGIA/55
to dispersos como formando agregados. A hornblenda has- sendo a alteração a argila-minerais pouco expressiva.
tingsita anédrica a subédrica, com cor marrom a esverdea- O quartzo, que é bastante restrito, pode ser tanto inters-
da, é poiquilítica, com inclusões diversas, alteração a ticial, como formar localmente intercrescimentos gráfi-
biotita e clorita, e dispõe-se em agregados cos com o feldspato alcalino, e raramente possui faces
com algum desenvolvimento. A biotita possui ampla dis-
tribuição, porém em proporções bastante variadas, pois
Os acessórios são representados por apatita, titanita, epí- tanto pode ser o máfico dominante, como estar subordina-
doto, opacos, zircão, alanita e leucoxênio (?). da aos demais Apresenta pleocroísmo em tons verde e
marrom-claro, grau de alteração a clorita variado e freqüen-
Tanto nos granodioritos como nos microgranodioritos os tes inclusões de zircão. Numa amostra na Folha SA 21-V-A,
efeitos cataclásticos foram bastante suaves, produzindo, ocorre interdigitada com hornblenda, que possui pleo-
apenas nos minerais, microfraturas e extinção ondulante. croísmo em tons esverdeados. Em outra amostra situada
na Folha SA 21-V-A a pigeonita é o máfico dominante, com
alteração a clorita, tremolita e óxido de ferro Como
2.2.4.3 5.4 - Monzonitos e Dioritos acessórios foram observados opacos e titanita

Estes li,totipos estão aqui representados por raríssimas A amostra classificada como diorito e coletada na Folha
amostras, refletindo sua ocorrência bastante restrita na SA 21-V-C possui cor cinza médio, granulação fina, textura
unidade. Os monzonitos possuem coloração cinza com hipidiomórfica granular, tendo como principal constituinte
tonalidades oscilando desde média a rosada A granulação oligoclásio/ andesina Este encontra-se zonado, mais co-
varia de fina a média, sendo identificados feldspatos, mumente maclado segundo a Lei da Albita, e altera-se a
quartzo, biotita, anfibólio, opacos, titanita e sulfeto. Apre- sericita e saussurita. Micropertita intersticial é pouco
sentam textura hipidiomórfica granular, sendo que os pla- freqüente, estando levemente alterada a argila-minerais
gioclásios oligoclásio/andesina e andesina predominam Quartzo ocupa os espaços entre os demais, com extinção
ligeiramente sobre os feldspatos alcalinos Os primeiros praticamente normal e formas que por vezes lembram
tendem ao euedrismo, estando os cristais maclados se- caracteres gráficos Biotita mar~om-avermelhada desenv?l-
gundo a Lei da Albita, que por vezes associa-se à da Peri- veu-se em detrimento do piroxen1o, o qual pode lambem
clina Alteram-se a sericita, epídoto e carbonato, com estar sendo substituído em determinados locais, quase
intensidades diferentes, dispondo-se estes minerais totalmente, pela hornblenda, e são representados por
em faixas concêntricas ou tomando o núcleo dos cris- pigeonita e hiperstênio Os acessórios são apatita e opa-
tais O ortoclásio pertítico ocorre em todas as amos- cos, tendo clorita como produto de alteração da biotita
tras, o mesmo não acontecendo com a microclina de
distribuição mais restrita Ambos são normalmente ané- Uma amostra da Folha SA 21-V-A foi classificada como
dricos, com macias Carlsbad e polissintética cruzada, meta-microdiorito granofírico, possuindo granulação fina,
cor cinza-esverdeada, estando o plagioclásio fortemente
TABELA XVIII alterado, tornando-se difícil sua determinação precisa
Granodioritos- Microgranodioritos Ortoclásio e microclina são esporádicos, ocorrendo o
quartzo tanto sob a forma de pequenos cristais interstici-

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cristais, formando normalmente agregados Completam a
mineralogia epídoto, clorita, carbonato e xenotima(?)
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Quartzo X X X X X X
224 355 - Granófiros
Microclina X X X X X X
Ortoclásio Pertítico X Estas rochas foram aqui englobadas levando-se em consi-
Plagioclásio Sódico X X X deração mais seus aspectos texturais
Albita/OIIgoclásio X X X
Biotita X X X X X X Macroscopicamente possuem em sua grande maioria cores
Hornblenda X X X X claras, oscilando do creme ao vermelho-claro, refletindo
Hornblenda Hastingsita X variedades de composição ácida, enquanto as de colora-
Hastingslta X
ção cinza inclinam-se a outras variedades A granulação
comumente fina pode alcançar dimensões médias, ambas
Apatita X X X X X X
possuindo cristais desenvolvidos de quartzo e feldspatos,
Epídoto X X X X
o primeiro por vezes com formas de corrosão Aliados a
Opacos X X X X X X estes minerais são também observados biotita, anfibólio,
Titanita X X X X X X opacos, epidoto e pirita em uma amostra da Folha
Leucoxênio ? SA 21-V-A
Zircão X X X X X
Argilo-Minerals X X X Ao miscroscópio, a feição mais expressiva é a presença de
Carbonato X abundantes e largamente distribuídos intercrescimentos
Clorlta X X X X X X
micrográficos entre o quartzo e os feldspatos alcalinos,
sendo que estes juntamente com o plagioclásio podem
Ser! cita X X X X
desenvolver, em diversas amostras, pórfiros Dentre os
Mlrmequlta X X X feldspatos, os alcalinos sobrepujam constantemente o
Allanlta X plagioclásio, que pode em certas amostras estar ausente.
(X)- presença do mineral sem Indicação da porcentagem estimada Nos tipos básicos, que são uma exceção, ocorre o inverso,

56/GEOLOGIA

J
TABELA XIX 2.2.4.3.6 - Análises Químicas
Monzonltos - Dlorltos- Mlcrodlorltos
Com o ~bj~tivo de melhor caracterizar as rochas intrusivas

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"' "' subvul?amcas anorogênicas ocorrentes na Folha SA.21-
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* * ~* *
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Santarem, algumas dessas amostras foram submetidas a
an~li~es químicas, efetuadas no Laboratório de Análises
~u1m1cas de Rochas e Minerais do Instituto de Geociên-
Quartzo X X X X Cias da UFRGS.
Mlcrocllna Pertitlca X
Ortocláslo Pertltico X x1 X X Essas análises foram utilizadas no cálculo da razão de
Oligocláslo X alcalinidade de Wright (1969), o qual é definido como log.
Ollgocláslo/ Andeslna X X AI203 + CaO + total de alcalinos/ AI203 + CaO - total
Andes i na X de alcalinos.
Blotlta X X X X Quando Si02,> 50% e 2,5>.K20/ Na20>1, então usa-se
Hornblenda X X 2(Na20) em lugar do total de alcalinos.
Tremolita X
Plgeonlta X X
Hlperstênio X Os resultados obtidos foram posicionados no diagrama da
Apatita X X X X
razão de alcalinidade de Wright (1969), onde a ordenada
Epídoto X X corresponde aos valores de Si02%, e a abscissa represen-
X X
Opacos ta os valores dos logarítimos das razões de análises quími-
X X X
cas, estabelecendo no diagrama três campos distintos:
Titanita X X
calcoalcalino, alcalino e peralcalino
Zlrcão X
Argila-Minerais X X X
Carbonato X
Da análise da figura 7 observa-se que aproximadamente
X
Clorita
57% das amostras analisadas situam-se no campo alcali-
X X X X no, enquanto as restantes 43% das amostras analisadas
Sericlta X X X ocupam o campo calcoalcalino, porém muito próximas da
Uralita X linha divisória entre os campos alcalino e calcoalcalino,
Xenotima ? ensejando desse modo uma consangüidade entre o evento
(1) Inclui M1croclma
vulcânico-plutônico
(X) presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada

2.2.4.4 - Sienito Serra do Acari


com o plagioclásio largamente dominante. O ortoclásio
pertítico maclado segundo Carlsbad di&tribui-se em todas
as amostras, sendo que somente numa amostra da Folha
SA 21-X-A mostra-se em parte substituído pela microclina. 2 2.4 4 1 - Generalidades
A a_ltera~ão, ~uando presente, reflete-se na formação de
argllo-m1nera1s, que provocam enuviamentos dos cristais. Fernandes & Moraes (1975) denominaram de Sienito Serra
Nos pórfiros são por vezes observadas formas euédricas do Acari o corpo que constitui a serra homônima, e cujo
porém contornos difusos são mais comuns. Estas feiçõe~ tipo litológico predominante é o quartzo-sienito, secunda-
são também discerníveis nos plagioclásios, que em algu- do por quartzo-monzonito, para o qual parece transicionar
mas amostras estão restritos à matriz O ortoclásio é a
variedade mais comum, tendo albita/oligoclásio com ocor-
rênci~ bast.ante restrita. A macia é da Albita, enquanto
Na Folha NA.21-Tumucumaque, Oliveira et alii (1975)
senc1ta, ep1doto e carbonato são os produtos de alteração denominaram de Sienito Erepecuru e Sienito Cachorro as
cuja intensidade é variável. O quartzo, que também pod~ rochas consideradas como comagmáticas às intrusões de
atingir dimensões de pórfiros, tem formas desde arredon- rochas calcoalcalinas, alcalinas e peralcalinas do chamado
dadas até euédricas, muitos de seus cristais possuindo Granito Mapuera.
profundas reentr,âncias, evidenciando parcial reabsorção
Enquanto nas variedades ácidas sua ocorrência é bastante
expressiva, nos tipos básicos tende a tornar-se subordina- No tocante ao Sienito Erepecuru, Oliveira et alii (op cit.)
do A biotita, apesar de não estar presente em todas as mencionaram idade de 1806 ± 69MA obtida através do
amostras, é o máfico predominante, porém não alcançan- método Rb/Sr em rocha total, enquanto o mesmo método
do proporções elevadas. O pleocroísmo varia de marrom a forneceu idade de 1479 ± 34MA para o Sienito Cachorro,
marrom avermelhado, havendo por vezes tonalidades es- que foi considerado como representando possivelmente
verdeadas nos cristais, em que a clorita começa a substi- uma fase mais tardia do referido plutonismo ácido a
tuí-la. A hornblenda ocorre ainda com menos freqüência intermediário.
que. ~ biotita, com pleocroísmo marrom, parcialmente
clont1zada e tendo algumas vezes remanescentes de piro- Com respeito ao Sienito Serra do Acari, consideramo-lc
xênio no seu interior. A augita incolor em cristais subédri- como possivelmente comagmático ao vulcano-plutonismo
cos a euédricos foi somente observada em uma amostra do Grupo Uatumã, sendo que por sua posição estratigráfi-
da Folha SA.21-V-A. ca é aqui correlacionado tentativamente ao Sienito Cachor-
Os demais minerais são representados por opacos, apati- ro e representando, portando, uma fase mais tardia desse
ta, zircão. titanita e fluorita. vulcano-plutonismo.

GEOLOGIA/57
TABELA XX
GranOflros

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Quartzo X X X X X X X X X X X
Microcllna X
Ortoclàsio Pertitico X >E X X X X X X
Feldsp. Ale. Pertítico X X X
Plaaloclàslo Sódico X X X X X X
Albita/OIIgoclàsio X
Oligoclàsio X X X
Biotlta X X X X X
Muscovita X
Hornblenda X X X X
Augita X X
Apatita X X X X X \(

l:pídoto X X X X X X \( X
Fluorita \(

Opacos X X X X X X X X X X
Titanita X X X ? X
Zircão X X ? X X X \( \(

Argílo-Míneraís X X X X X \( \( \( \(

Clorita X X X X X v v
Sericita
" \(

X X X X X X X
Carbonato X X \( \(

Mirmequita X X X X
(XJ - presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada
TABELA XXII
2 2 4.4 2 - Posição Estratigráfica Procedência das Intrusivas Subvulcãnícas, Anorogênicas, Mapuera

O Sienito Serra do Acari mostra-se intrudido tanto nas AMOSTRAS ROCHAS FOLHAS
vulcânicas da Formação lricoumé como nas rochas grani-
tóides do Granito Mapuera. Não foram observadas rochas
PT-12 Granito Cataclástíco SA 21-V-A
básicas, do Gabro Suretama, seccionando esta unidade,
motivo pelo qual supomos, com alguma reserva, face à PT-10A Granito SA 21-V-B
inexistência de datações radiométricas, ser o Sienito Serra PT-B3 Granito SA 21-V-C
do Acari Pós-Mapuera e Pré-Suretama. PT-33 Granito SA.21-V-C
PT-85 Adamelíto SA 21-V-C
TABELA XXI PT-J9 Granófíro SA 21-V-A
Anàllses Químicas do Granito Mapuera PT-13 Granófiro

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SA 21-V-A

Granito Mapuera
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AI203 11,95 12,27 13,62 14,14 15,14 14,33 14,83 Si02 73.71 75.77 73.50 73.65 67.71 67.49 67.53
Fe203 0,60 0,24 0,02 nll 1,21 2,97 1,31
Razão de
FeO 1,48 1,93 1,83 1,79 2,10 2,57 3,71 Alcalinidade
0.468481 0.42057 0.384233 0.471984 0.439515 0.41333 0.40216
MnO 0,12 0,11 0,12 0,10 0,12 0,13 0,16
TI02 0,35 0,35 0,34 0,36 0,64 0,70 0,65 2 2.4.4.3 - Distribuição na Área
eao 0,72 0,23 0,48 0,47 1,14 0,30 1,03
MgO 0,62 0,29 0,31 0,33 1,11 0,57 0,53 O Sienito Serra do Acari, cuja localidade tipo é a serra
Na~ 3,12 2,81 2,93 3,62 3,80 3,24 3,43 homônima, constitui um corpo de forma eliptica, cujos
K~ 5,74 5,62 6,51 5,49 5,49 6,38 6,61 eixos maior e menor orientam-se nas direções E-W e N-S,
p~5 0,03 0,03 0,03 0,03 0,10 0,11 0,11 respectivamente. Ocupa uma pequena área, nas porções
H20 0,21 0,31 0,23 0,21 0,30 0,39 0,14 nordeste da Folha SA.2f-V-A e noroeste da Folha
P F.1.ooo•c 0,99 0,52 0,40 0,39 0,82 1,10 0,37
SA.21-V-B, tendo o seu eixo maior uma extensão de apro-
ximadamente 12km, enquanto o eixo menor estende-se
99,64 100,48 100,32 100,58 99,68 100,28 100,41
por ?km aproximadamente. Não obstante apenas esta

58/GEOLOGIA
menta de uma formação arenítica, homogênea, ~orizontal,

80 i*
~
3• .24 ... 1
apresentando até Mirapinima, ou um pouco abaixo, nume-
rosos afloramentos nas pontas aas enseadas, caprichosa-
mente re'cortadas na margem direita do Negro". A esta
seqüência referiu-se como "Arenito de Prosperança", atri-
70 6 buindo-lhe idade Eopaleozóica.
5
CALCOALCALINO • ALCALINO PERALCALINO

60 Devido a sua grande distribuição espacial, aliada à falta


de continuidade lateral em diversos locais, sofreu no
decorrer de quase meio século, desde sua identificação
por Paiva (op. cit), inúmeras variações de idade, como
segue

Campbell (1950), em trabalho no rio Su.::unduri, conside-


Razão de Alcalinidade
rou-a como pertencente ao Cretáceo.
JOL_Of-c!------;!0:;-2----,0;!,3------;!0~4------,!-;05,-----;!0-;:-6--;0~7-----:.CO8;------;0C-;:9-----;1 O
Silva (1952), no rio Abacaxis, posicionou-a no Terciario.

Fig 7 - Diagrama de Wright Intrusivas subvulcànicas, Almeida & Nogueira Filho (1957), no rio Aripuanã, atribuí-
anorogênicas Granito Mapuera ram-lhe a denominação de Formação Prainha, posicionan-

I
do-a duvidosamente no Permo-Triássico.
estrutura ter sido submeti_da a verificação de campo, outras
baseadas apenas em interpretações de imagens de radar
Swan (1958), denominou Formação Jaú aos sedimentos
estão sendo a ela correlacionadas, dentre as quais merece
acima descritos por Paiva (1929), considerando-a Pós-Car-
destaque o corpo situado aproximadamente 2km ao norte
da serra do Acari Ainda na Folha SA 21-V-B, dois corpos bonífero e Pré-Jurássico.
menores situam-se na porção SW, entre os rios Nhamundá
Bouman (1959), ainda trabalhando na mesma área, conser-
e Mapuera Outra ocorrência, com feições e dimensões
vou a denominação de Swan (op. cit ), atribuindo porém à
semelhantes à da serra do Acari, situa-se na Folha
SA 21-X-B, no seu terço superior, no interflúvio Curuá- Formação Jaú idade Pré-Siluriana
Maicuru
Roberts (1960), em trabalho de reconhecimento geológico
no rio ltuxi, aventou idade carbonífera para estes sedimen-
2 2.4.4 4 - Petrografia tos, baseando-se em correlação com camadas da mesma
idade da Bacia do Acre.
O afloramento desta unidade estratigráfica é constituído
por rochas de coloração rosa a acinzentada, com granula- A formalização do termo Formação Prosperança coube a
ção média, onde são observados feldspatos, quartzo, Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971 ), nome este deri-
anfibólio e opacos Estas rochas acham-se atravessadas vado da localidade homônima, onde foi primeiro estudada
por diques de aplito de composição granítica, de coloração por Paiva (1929); para seção-tipo consideraram a seqüência
rósea, com textura sacaróide fina, onde são observados que se desenvolve no rio Negro desde o igarapé Prosperan-
quartzo, feldspatos e com menor proporção biotita, opa- ça até 15km a jusante da localidade Mirapinima. Estes
cos e sulfetos. autores incluíram nesta formação as rochas que Moura
(1932) no alto rio Tapajós considerou c<!~o pert.ence~tes
Ao microscópio a textura é hipidiomórfica granular, tendo ao Cretáceo. Posteriormente Santos et al11 (1975) mciUiram
como mineral predominante o ortoclásio em cristais que esta seqüência no Grupo Beneficente.
podem atingir dimensões de cerca de 1 em O plagioclásio
tende a assumir formas mais perfeitas e tamanhos que não As primeiras referências á ocorrência de rochas sedimenta-
ultrapassam 0,3cm, podendo constituir agregados No res, desvinculadas da Sinéclise do Amazonas, na Folha
feldspato alcalino a macia é a de Carlsbad e a alteração a SA 21-Santarém são devidas a Freydank (1957a), que as
arg i lo-minerais, enquanto no plag ioclásio-ol igoclásio localizou em trabalho no rio Jatapu e as considerou como
cálcico aquela é da Albita e esta é representada por sericita pertencentes ao Paleozóico e Mesozóico, assim se expres-
e epídoto. O quartzo é intersticial, anédrico, com forte sando: "On the basement ridge there are some sedimenta-
extinção ondulante e microfraturas. O principal máfico, a ry residuais which either belong to the northern or sou-
hornblenda, encontra-se parcial ou totalmente substituído thern area". No tocante às rochas aflorantes no rio Capuca-
especialmente por clorita. A mineralogia restante é consti- pu, Freydank (op. cit.) referiu-se: "Ali these sedimentary
tuída por opacos, com alteração a Jeucoxênio, zircão, exposures on the basement on the rio Capu-Capu are
apatita e raramente titanita. dipping southeast not northwest as those on t~e rio Jata
pu They definitely belong to the Amaz~:mas basm a~d most
probably are of Silurian age. The r~lattvely steep dtps and
2.2.5 - Formação Prosperança the breccia Jead us to the concluston that the sedtments
were strongly displaced along faults. They represent an
2.2.5.1 - Generalidades eroslon rest, preserved in a Graben-Jike structure on the
basement". As rochas observadas foram descritas como:
As primeiras referências a esta unidade estratigráfica são granito porfirítico, arenito conglomerátlco levemente me-
devidas a Paiva (1929), que assim se referiu: "A 20km a tamorfizado, chert, arenito e breccla, além de si// de
jusante de Moura acha-se Prosperança, primeiro desponta- dlabásio.

GEOLOGIA/59
Neste mesmo trecho do rio Capucapu, a amostragem do mã, transgredindo ainda em diversas regiões sobre rochas
Projeto RADAMBRASIL indicou a presença de vulcânicas e do Complexo Metamórfico e unidades mais antigas de
piroclásticas, o que também foi corroborado pelos levanta- cobertura de plataforma - ao sul da Sinéclise do Amazo-
mentos executados pela DOCEGEO (informação verbal). nas - como a Formação Gorotire e Grupo Beneficente.
Em vista disso, somos levados a crer que os sedimentos e
metassedimentos mapeados por Freydank (op. cit.) neste Acha-se recoberta discordantemente tanto pela Formação
rio, nada mais são que piroclásticas. Trombetas como até mesmo pela Formação Barreiras, isto
verificado na Folha SB 21-Tapajós. Em subsuperfície en-
Cabe à Geomineração (1972) a designação informal de contra-se sotoposta discordantemente às Formações Aca-
Formação Sete Quedas a um conjunto de rochas sedimen- ri, Trombetas, Ererê, Curuá e Monte Alegre.
tares representadas por grauvacas e siltitos, ocorrendo sob
a forma de delgados capeamentos na serra Sete Quedas,
Sete de Setembro e Cansaço Na Folha SA 21-Santarém, acha-se sobreposta discordan-
temente tanto ao Complexo Guianense como à Formação
Esta unidade estratigráfica, quando de sua definição, foi lricoumé. No tocante ao seu contato superior com a
correlacionada à Formação Uatumã, como considerada Formação Trombetas, o mesmo não foi observado direta-
antes de Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (op. cit ). Estes mente em trabalhos de campo.
autores atualmente referem-se à seqüência de cobertura
ocorrente em ambos os flancos da Sinéclise do Amazonas, Com respeito ao seu conteúdo fossilifero, Sommer &
como Formação Prosperança. Costa (1972) estudaram algas em sedimentos tomados
como Prosperança aflorantes na região do igarapé Preto, a

I Neste trabalho a designação de Formação Prosperança sudoeste da Folha SA 21-Santarém, baseada nas quais a
que abrange os sedimentos de cobertura da plataforma Formação Prosperança é considerada Pré-Cambriana Su-
Pré-Siluriana é mantida, em detrimento da utilização da perior e Eopaleozóica Além dessa referência, no rio Ja-
denominação Sete Quedas, com base na lei da prioridade, tapu têm-se noticias sobre a presença de fósseis, os quais
aliada ao fato desta formação não ter seção-tipo. Freydank (op. cit ) reportou: "In this outcrop in a bed of
siltstones, fossils were found, which could not be defined
Segundo Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971 ), corro- up to now"
borados por Santos et alii (1975), esta unidade estratigráfi-
ca é constituída por arenitos freqüentemente arcoseanos A Formação Prosperança acha-se intrudida por inúmeros
que normalmente apresentam cores de oxidação e são diques e stocks de rochas básicas do Gabro Suretama,
geralmente de .granulação fina a média, esbranquiçados, cujas idades situaram-se no intervalo 1164 :l:: 62 e 1420 ±.
marron-claros, vermelhos, homogêneos ou com estratifi- 32MA, valores estes obtidos pelo método K/ Ar em plagio-
cação plana e cruzada, muitas vezes friáveis, com grãos clásios Esses valores, aliados ao fato do Granito Mapuera,
arredondados e grau de seleção regular. O grau de cimen- que é considerado Pré-Cambriano Superior, estar sotopos-
tação é variável, desde arenitos desprovidos de cimento to a esses sedimentos de cobertura, levaram-nos a posi-
silicoso até fortemente cimentado Os siltitos são comu- cionar a Formação Prosperança no Pré-Cambriano Supe-
mente maciços ou com interlaminação paralela, micáceos, rior
avermelhados, castanho-claros, róseos, meio moles e com
desagregação platiforme Freqüentemente, ocorrem frag- Apresenta-se em camadas horizontais a subhorizontais,
mentos de argilito, esparsos ou concentrados em certos porém, localmente, mergulhos de 7° a 9°NW até 15° a
níveis Não raro, bancos de folhelho ou argilito encontram- 35°SE foram observados, sendo estes atribuídos a intru-
se presentes através de toda a seção. Os conglomerados sões básicas e/ ou falhamentos.
são formados por seixos rolados, predominantemente de
quartzo, quartzito e riolito, com diâmetro de 1 a 25cm
2 2.5 3 - Distribuição na Área
Para Santos et alii (1974), a Formação Prosperança na
Folha SA.20-Manaus é formada por arcóseos, subarcó- A maior área de ocorrência da Formação Prosperança
seos, arenitos silicificados e arenitos argilosos, com con- situa-se na Folha SA.21-V-A, estando tanto representada
glomerados de ocorrência restrita. As cores são normal- no rio Jatapu - nos trechos compreendidos entre a
mente amareladas ou avermelhadas, tendo acentuado grau cachoeira Brilhantina e o igarapé Pongó e o igarapé Ouro
de consolidação Nas proximidades dos contatos com Preto e a cachoeira do Pote - como nos interflúvios
rochas do embasamento, a formação está representada Jatapu-Nhamundá e Jatapu-Pitinga.
exclusivamente por arcóseos, subarcóseos e conglomera-
dos, que representam a sua seção inferior. Entretanto a Na Folha SA.21-V-C seus aflorantes são esparsos, concen-
presença destas rochas não parece estar somente condi- tra(ldo-se mais na porção norte desta Folha e tornando-se
cionada a sua seção basal, pois Caputo & Sad (1974) escassos na direção sul.
indicaram, na base da Formação Prosperança, arenito
branco e variegado com porções conglomeráticas, e no Ocorre ainda no interflúvio Cachorrinho-Mapuera, na Folha
topo, arenitos e conglomerados finos, brancos a variega- SA.21-V-B, em pequenas exposições descontínuas, po-
dos, feldspáticos, caulínicos. dendo-se destacar as ocorrências nas serras do Cansaço e
Sete Quedas.

2.2.5.2 - Posição Estratigráfica As exposições mais orientais desta unidade situam-se na


Folha SA.21-X-A, nas proximidades do rio Trombetas e
A Formação Prosperança sobrepõe-se discordantemente região compreendida entre os rios Acapu, Erepecuru,
às vulcânicas, piroclásticos e granitóides do Grupo Uatu- Caxipacoro e igarapé Penecauro.

50/GEOLOGIA
De acordo com Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971) a velmente, a dínamo-metamorfismo e ação local de intru-
espessura estimada é em torno de 200m no rio ltuxi, 100m sões básicas.
no rio Aripuanã e no rio Negro 1250m. A maior espessura
penetrada em subsuperfícíe, porém incompleta, encontra-
se no poço 2-SLST-1AM, e é de 985m. 2.2.5.4.1 - Arcóseos e Arenitos
A melhor seção até o momento descrita é devida a Frey- Ao microscópio os arcóseos têm os constituintes elásticos
dank (op. cit) no rio Jatapu, no trecho compreendido entre sem nenhuma orientação visível, mal selecionamento,
o km 61 tomado a partir da cachoeira Pica-Pau e a formas dominantemente angulosas, granulação areia fina
cachoeira do Pote. Nas estações 120/121 desse levanta- a média. Frente aos clastos a matriz é reduzida, consistin-
mento, ocorrem arenitos fortemente arcoseanos, grossei- do de sericita, argilo-minerais e também sílica. Nestas
ramente acamados, endurecidos pelo cimento silicoso rochas sente-se uma significativa contribuição de minerais
na base e com estratificação cruzada no topo; granulação e fragmentos de rochas provenientes de vulcânicas, po-
fina a média, branco a róseo quando frescos e vermelhos dendo em alguns casos parecer de origem híbrida. Quanto
quando intemperizados, tendo atitudes N40°E, N50° e à natureza, as partículas são principalmente quartzo e·
N60°E,com 7-9°NW. A partir da estação 68 ocorrem areni- feldspatos, seguindo-se fragmentos de rocha, chert, opa-
tos bem acamados, com atitudes N40°E/9°NW, intem- co, epídoto, zircão, sericita, turmalina, rutilo incluso em
perízados e arcoseanos. Na estação 28 ocorre uma seqüên- quartzo, argilo-minerais e cimento silicoso. Os fragmentos
cia de folhelhos cinza com arenitos e siltitos interacama- de rocha assinalados são de vulcânica, quartzito e de
dos. A partir da estação 25, rio acima, os arenitos são rochas provenientes do -complexo. Dentre os feldspatos
diferentes dos anteriormente descritos não são mais identificam-se ortoclásio, microclina e oligoclásio.

I
arcoseanos nem friáveis, mas finamente acamados, endu-
recidos por sílica, semelhantes a quartzitos, às vezes com Os arenitos são rochas constituídas por partículas com
marcas de ondas. granulometria de areia muito fina, fina e raramente média,
bem selecionada, estratificação raramente distinguível.
Quartzo é o constituinte fundamental, podendo assinalar-
2.2.5.4 - Petrografia se m1nera1s taiS como carbonato, chert, zircao, turmalina,
sericita, opaco, rutilo, óxido de ferro. Quartzo normalmen-
Na área em estudo, considerando a amostragem realizada, te apresenta crescimento autigênico, eventualmente defor.:
predominam os arenitos ortoquartzíticos seguidos de per- mação e certa orientação desenvolvidas pela diagênese
to por arcóseos e subarcóseos; de forma menos expressiva e/ou tensão Há predomínio de cimento silicoso podendo
há conglomerados e localmente meta-arenitos e meta-argi- estar acompanhado de carbonato, óxido de ferro e argilo-
lito-síltico. A existência destes últimos prende-se, prova- minerais
TABELA XXIII
Arcóseos e Arenitos

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Quartzo X X X X X X X X X X X X X
Ortoclàslo X X
Mlcrocllna X X
Feldspato Alcalino X X X
Plagloclàslo Sódlco X
Opaco X X X X X X X X X X
Zlrcão X X X X X X X
Turmalina X X X X X
Blotlta X
Serlclta X X X X X X X X
Clorlta X
Chert X X X X X X X X X X
Epldoto X X X
Rutilo X X X X X X X
carbonato X X
Frag. de Rocha X X X X X X X
Argllo Minerais X X X X
Cimento Silicoso X
Oxido de ferro X X X X X X X X
(1) Andesina-OIIgociàsio
(X) presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada

GEOLOGIA/51
2.2.5.4.2 - Meta-Arenitos e Meta-Argilitos Sílticos tículas; sericita ocorre com alguma freqüência Comple-
tando a mineralogia existem grãos esparsos de chert,
No âmbito desta unidade estratigráfica, há um meta-areni- zircão arredondado e raríssimos opacos.
to conglomerático coletado em um ilha do rio Uatumã, na
~olha SA.21-V-A, sobreposto à rocha vulcânica, constitu-
Indo provavelmente a base desta formação. Em lâmina 2.2.6 - Gabro Suretama
delgada, a textura elástica original encontra-se mascarada
pela recristalização ou forte diagênese sofrida. Quartzo é o
principal componente mineral, sempre anédrico, entremea- 2.2.6.1 - Generalidades
do especialmente com sericita. Chert e óxido de ferro
completam a mineralogia. Nos trabalhos executados pela Geomineração (1972) foram
mencionados afloramentos de gabros em três localidades
Na região do vale do rio Trombetas, médio curso na Folha distintas, com áreas aproximadas de 80km2, 15km2 e
SA.21-X-A, três amostras de metassedimentos' de baixe 12km2, o maior destes formando a ilha e serra do Sureta-
grau são correlacionadas às rochas da Formação Prospe ma.
rança.
Coube a Montalvão (1974a) denominar de Gabro Suretama
Uma destas rochas, a coletada a 1 ,5km a montante da as rochas básicas de idade pré-cambriana, ocorrentes na
estação SP-005 no leito do rio Trombetas, denota efeitos Folha SA.21-Santarém, e tendo como localidade tipo a
dÍnamo-metamórficos, contendo dominantemente grãos serra e ilha homônima, no rio Mapuera
de quartzo com granulometria de areia fina a média dispon-

I do-se o eixo maior dos grãos aproximadamente paralelos


Est_as partículas têm os bordos fortemente engranzados,
extmçao ondulante, microfraturas, visualizando-se em al-
guns o contorno original Assinalam-se como acessórios
microclina, zircão, turmalina, sericita e material ferrugino-
~i ma et ali i (1974) referiram-se na Folha NA/ NB 22-Macapá
a presença de rochas intermediárias, básicas e ultrabási-
cas representadas por dioritos, quartzodioritos, gabros,
piroxenitos, harzburgitos, incluindo ainda epidotitos Ne-
nhuma dessas rochas foi submetida a datações geocrono-
lógicas
so.

As outras duas rochas foram coletadas num corte da vari- A presença de rochas básicas, representada por um leuco-
ante rodoviária Porteira-Perimetral Norte; no campo temos gabro, foi mencionada por Oliveira et alii (1975), na Folha
meta-argilito síltico de cor esverdeada, quebradiço, inter- NA.21/NB 21-Tumucumaque, os quais se basearam mais
calado e parecendo transicionar lateralmente para meta- em parâmetro{ de interpretação de imagens de radar, face
arenito friável, esbranquiçado, com acamamento N21 °E, à carência de confirmação no campo, e não sendo subme-
57°NW. A primeira é constituída fundamentalmente por di- tidas a determinações geocronológicas
minutas palhetas de sericita que se encontram cortando a
estratificação plana-paralela original da rocha; quartzo No Território Federal de Roraima, Montalvão et alii (1975)
ocorre como pequenos grãos dispersos, porém em deter- referiram-se às rochas básicas como Diabàsio Pedra Preta
minados níveis há maior concentração dos mesmos en- cuja datação mais aceita é devida a Snelling & McConneli
quanto zircão e opacos são também assinalados. A outra (1969) com uma isócrona Rb/Sr de 1593 ± 66MA
amostra tem textura granoblástica e evidencia os efeitos
cataclásticos; quartzo é quase que o único mineral presen- Na Folha SA 21-Santarém esta unidade em epígrafe é
te, tem granulação variável em torno de areia fina, bordos constituída por gabros e diabásios que se mostram mais
engranzados, forte extinção o-ndulante, apertado empaco- comumente com direção NW-SE As porcentagens de
tamento, notando-se por vezes desenvolvimento de cres- potássio de 1 ,095, 2,66 e 2,93 sugerem para essas rochas
cimento autigênico marcado por linhas de antigas inclu- uma associação alcalina.
sões. Efeitos de tensão fazem-se notar pelo desenvolvi-
mento de microgranulação marginal em algumas par- 2.2 6 2 - Posição Estratigráfica

Tabela XXIV O Gabro Suretama apresenta-se intrudindo o Complexo


Meta-Arenitos e Meta-Argilitos Sílticos Guianense, as rochas vulcânicas e graníticas do Grupo
Uatumã, bem como os sedimentos da Formação Prospe-

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s 0.. Ul U)U) O.. fi) Q_ Ul 2 2.6 3 Distribuição na Área
Quartzo X X X I X
Esta unidade estratigráfica está representada nas Folhas
Microclina X SA 21-V-A e SA.21-V-C, por uma grande quantidade de
Zircão X X pequenos corpos com formas alongadas ou arredondadas,
Turmalina X e cuja maior distribuição verifica-se nos interflúvios Capu-
Opaco X X capu-Jatapu e Jatapu-Nhamundá.
Chert X X
Sericita X X X X Na Folha SA.21-V-B, apesar de sua ocorrência ser mais
Biotita ? restrita, destacam-se dois grandes corpos: um deles, com
Oxido de ferro X
direção NNE, que forma a serra e ilha de Suretama e
X
apresenta-se com aproximadamente 25km de comprimento
(x; - ~resença ae mineral sem indicação da porcentagem estimada por 5km de largura, enquanto o outro, situado pouco a

62/GEOLOGIA
oeste do primeiro, possui direção N-S e prolonga-se pela As outras idades obtidas foram de 1385 ± 39 e 1375 ±.
Folha SA.21-V-D, apresentando comprimento total de 37MA esta obtida na Folha SA.21-V-A para um olivtna
40km com largura máxima de 11 ki'T' diabá~io, que corta sedimentos da Formação Prosperança.

Na Folha SA.21-X-A, a única ocorrência situa-se pouco a Na localidade tipo desta unidade estratigráfica foi obtida
NNE da serra Jundiá, enquanto na Folha SA.21-X-B so- uma idade de 1420MA (Cordani, com. verbal).
mente aflora na sua extremidade NW.
As idades obtidas para esta unidade situam-se aproxi-
madamente no mesmo intervalo de tempo das intrusões
2.2.6.4 - Geocronologia alcalinas do Mapari (Lima et alii, 1974) e que forneceram
idades compreendidas entre 1335 ± 39 e 1680 ± 63MA.
As datações geocronológicas foram executadas por Basei Estes dados, aliados ao fato das rochas do Gabro de
& Teixeira (1975a) pelo método K/ Ar em plagioclásio, e Suretama mostrarem uma tendência alcalina, parecem
situaram-se no intervalo entre 1164 + 62 e 1420 + 32MA. indicar uma possível filiação genética entre elas.
TABELA XXV
Dados Analltlcos e Idade K/ Ar das Rochas do Gabro Suretama

ERRO
N."CAMPO QUADRICULA ROCHA MATERIAL %K ERRO(%) A,40rad X 1o-5 IA,40rad X 1o-5 %ATM IDADE (MAJ ERRO
Olivina
PT-29 SA.21-V-A Dlabàslo Plagloclàslo 2,66 0,1477 17,03 0,2740 0,84 1164 + 62
Ollvlna
PT-218 SA 21-V-A Dlabàslo Plagloclàslo 0,7665 0,0140 6,178 0,1205 2,0 1375 + 37
PT 17 SA.21-V-B Dlabàslo Plagloclàslo 2,93 0,0299 23,88 0,7058 0,76 1385 + 39
PT J-8 SA.21-V-A Dlabàslo Plagloclàslo 1,095 0,0164 9,244 0,1559 3,7 1420.±.32

/.. total = O 530 X 10-9 anos-1 K = 0.585 X 10-10 anos -1 K4o = 1,19 X 10-2 do K total
2 2.6.5 - Petrografia molita-actinolita e clorita. A olivina é substituída ao longo
de bordos e fraturas em serpentina e iddingsita.
As rochas pertencentes ao Gabro Suretama são repre-
sentadas predominantemente por diabásios e, em menor Opacos podem constituir cristais desenvolvidos, com
quantidade, gabros. Essas rochas são de composição certo grau de euedrismo e significativa participação na
mineralógica normal, ocorrendo algumas variedades com rocha. Quartzo quando presente constitui intercrescimen-
olivina.
TABELA XXVI
DiabásiOS
São rochas de cor predominantemente preta a verde-es·

::s::::
curo, equigranulares, isótropas, granulação fina a média,
..<f
c( 111
c(
<f 19
textura ofítica, raramente porfirítica e granular. :> ......
** *
111>
....... ~ ~~
"!'.,!.
-,N NN ~l'i g:l;j .-N ~l'i ~l'i
Dentre estas, microscopicamente distinguem-se augita s li:~ li:~ li:~ li:~ li:~ li:~ li:~
diabásios, olivina diabásios, diabásios amigdalóides e
diabásios porfiríticos. A textura mais freqüente é subofí- Quartzo X X X X X X
tica fina a média, seguindo-se a ofítica, podendo ocorrer Feldspato Alcalino X ? X
ainda variações como ofítica fina amigdalóide e porfi- Labradorita X X X X X X X
rítica. A mineralogia mais representativa é labradorita, Ollvlna X X
augita, pigeonita e opaco. Hiperstênio e olivina podem H1perstên lo X
constituir-se em varietais e até mesmo essenciais. Com
Plgeonita X X X X X
certa regularidade ocorrem como acessórios quartzo,
apatita, feldspato alcalino e biotita. O plagioclásio, labra- Auglta X X X X
dorita, normalmente constitui prismas orientados ao Hornblenda X X
acaso, equigranulares, subédricos e euédricos. Num único Hornbi.-Actlnollta X X X
exemplar estes feldspatos constituíam fenocristais per- Tremol ita-Actlnollta X
feitamente orientados, com dimensões grosseiras, euédri- Opaco X X X X X X X
cos, envolvidos por matriz subofítica fina. Os cristais Apatlta X X X X X X ?
maclados são bem mais freqüentes que os zonados; as Blotita X X X X X X
alterações desenvolvem-se tanto no núcleo como ao longo Clorita X X X X
de fraturas e clivagens, constituindo-se de sericita, saus-
Damourlta X X
surita, clorita e carbonato.
Saussurlta X X X X
Do grupo dos piroxênios os mais freqüentes são augita e Epidoto X X
pigeonita, enquanto que hiperstênio e augita titanífera Serpentina X X
ocorrem ocasionalmente. Reações de reajustes e estabili- lddlngslta X
dade são registradas entre estes minerais; nas rochas carbonato X X
portadoras de olivina a textura coronítica também ocorre. Zaóllta X
Cristais portadores de macias são ocasionais. Como prin-
cipais substituições podem apresentar: hornblenda, tre- (X) - presença do mineral sem Indicação da porcentagem estimada

GEOLOGIA/63
tos gráficos com feldspato alcalino. Nas rochas estudadas 2.2.7.2 - Formação Trombetas
contendo biotita esta é sempre pardo-avermelhada, em
pequenos cristais desenvolvidos tardiamente.
2.2.7.2.1 - Generalidades
2.2.7 - Grupo Urupadi Devem-se a Derby (1877) as primeiras descrições porme-
norizadas das rochas silurianas do rio Trombetas, as quais
2.2.7.1 - Generalidades correlacionou com o "Medina Sandstone" - sub-
divisões do período do Niagara, dos geólogos americanos
Santos et alii (1975) assim se referem: "O termo Grupo -, baseado em inúmeros fósseis, dentre os quais merece
Urupadi é usado neste trabalho para o conjunto das destaque o "Arthrophycus Harlani" de Conrad, encontrado
Formações Trombetas, Maecuru e Ererê, porção basal, no outeiro do Cachorro.
siluro-eo-mesodevoniana, da Sinéclise do Amazonas. Con-
juntamente elas oferecem uma mesma zona isomórfica nas A proposição de Trombetas a estes sedimentos é devida a
imagens de radar, definidas por topografia forte, cuesti- Derby (1898) que assim se referiu: "Logo abaixo da Ca-
forme". choeira Viramundo, a base d'esta série, que se poderá
chamar o Grés do Trombetas, está bem exposto, e vê-se-o
Possivelmente os autores acima citados basearam-se em jazendo em estratificação discordante sobre uma rocha
Cunha (1973) que assim se expressou: "Apesar de local- metamÓrfica ou ígnea, ... "
mente as expressões morfológicas possibilitarem a iden-

I
tificação das formações paleozóicas, não foi possível Ludwig (1964) criou o Grupo Trombetas, no qual incluía
estendê-las em toda a bacia, motivo por que as agrupamos desde a base da Formação Trombetas até o topo da
em três grandes unidades morfologicamente distintas, que Formação Ererê, alegando não ter observado nenhuma
gozam de individualização e boa continuidade lateral". discordância entre essas unidades

Na Folha SA.21-Santarém a designação do Grupo Uru- Lange (1 967) mostrou-se em desacordo com Ludwig, resta-
padi é mantida como a proposta por Santos et alii belecendo as unidades Trombetas, Maecuru e Ererê, sendo
(op. cit.), em face da impossibilidade de individualização que a primeira unidade foi swbdividida do topo para a base
perfeita e contínua nas imagens de radar, das Formações nos membros: Pitinga, Nhamundá, Cajari e Urubu
Trombetas, Maecuru e Ererê. Os sedimentos aqui aflo-
rantes correspondem ao flanco norte da sinéclise e a uma Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1 971) subdividiram a
porção rest:fta do flanco sul, estando expostos também Formação Trombetas, da base para o topo, nos seguintes
na parte central da braquianticlinal de Monte Alegre. membros: Autás-Mirim, Nhamundá, Pitinga e Manaca-
puru. Quanto ao primeiro, sua ocorrência foi verificada
No flanco norte, esta unidade estratigráfica penetra tanto somente através de sondagens, enquanto o Nhamundá
na área das Folhas SA 20-Manaus como SA.22-Belém, afiara unicamente na porção oeste do flanco norte Para
onde quiçá, indevidamente nesta última, recebeu a desig- estes autores o membro Autás-Mirim engloba os membros
nação de Formação Trombetas (lssler et ali i, 1974) também Urubu e Cajari, de Lange (op. cit.), enquanto o Mana-
aplicada no flanco sul. capuru corresponde á porção superior do Pitinga do
mesmo autor, sendo constituído por arenitos e siltitos
No flanco norte da Sinéclise do Amazonas, o Grupo
Urupadi afiara numa faixa contínua, com distribuição por
toda a Folha SA.21- Santarém, que apresenta largura 2.2.7.2.2 - Posição Estratigráfica
méaia em torno de 10km sendo que a serra Jundiá repre-
senta sua porção mais setentrional. A partir do meridiano Na área em apreço, a Formação Trombetas assenta direta e
de 54°00'WGr. até o rio Maicuru sua direção é ENE, discordantemente ora sobre as rochas polimetamórficas
infletindo a partir daí para WNW até alcançar o rio Trom- do Complexo Guianense, ora sobre o Grupo Uatumã.
betas, quando retoma sua direção anterior, que se pro-
longa até o rio Uatumã, a partir do qual volta a dirigir-se No rio Mapuera está em contato tipo "nonconformity" com
para WNW até alcançar o meridiano de 60°00'WGr. Ocupa o granito associado ao vulcanismo, denominado Mapuera.
também a parte central da braquianticlinal de Monte Na cachoeira Viramundo no rio Trombetas está sobre-
Alegre. posta a um corpo de granófiro. Este mesmo corpo tinha
sido identificado anos atrás por Derby (op cit ) e classifi-
Limita-se ao norte com o Complexo Guianense, Grupo cado como sienito.
Uatumã- representado pela Formação lricoumé e Granito
Mapuera -, Formação Prosperança e Gabro Suretama; Bischoff (1 957) observou que aproximadamente 15m de
enquanto ao sul mostra-se em contato com a Formação sedimentos da Formação Trombetas sobrepostos ao em-
Curuá- por quase toda sua extensão -, Grupo Tapajós e basamento acham-se metamorfizados, tendo ainda encon-
Formação Barreiras. trado resto de arenito metamorfizado incluso em rocha
granítica; entretanto trabalhos posteriores não confirma-
ram essa assertiva.
No flanco sul suas exposições na Folha SA.21-Santarém
são bastante restritas, ocorrendo nos rios TutUí e Sal obre e Na Folha SA 21-Tapajós. segundo Santos et alii (1975),
numa pequena porção dos seus interflúvios. repousa discordantemente também sobre as Formações
Gorotire e Prosperança.
Seus limites processam-se a norte com a Formação Curuá
e a sul com o Complexo Xingu. Santos et ali i (1974), no tocante às relações estratigráficas

64/GEOLOGIA
entre as Formações Trombetas e Prosperança, na Folha Freydank (1959) indicou arenitos finos bem selecionados,
SA.20-Manaus, assim se reportaram: "Mais a Oeste, no algo micáceos, com cimento silicoso ou argiloso, com os
rio Negro, um quilômetro a montante de Velho Airão, o grãos freqüentemente cimentados por material ferrugi-
contato corresponde a uma disconformidade, onde o .con- noso, mostrando cores marrom-avermelhado.
glomerado basal e horizontal da Formação Trombetas
repousa sobre um arenito silicificado da Formação Pros- Lange (1967) propôs as seguintes litologias:
perança também horizontal, através de uma superfície
irregular de descontinuidade deposicional". Membro Pitinga: a base é formada por delgadas camadas
alternantes de arenitos muito finos e siltitos, cinzentos a
Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971 ), baseados em esverdeados, os quais passam para cima, até o topo, a
estudos de Lange (op. cit.), Daemon & Contraíras (1971), siltitos e folhelhos cinza a cinza-esverdeados, nos quais se
atribuíram à Formação Trombetas uma distribuição desde encontram intercalados diversos leitos de sílex leitoso
Ordoviciano Superior até o Siluriano Inferior. (chert) amarelado. Em superfície é constituído principal-
mente de folhelhos com siltito e arenitos subordinados,
contendo localmente leitos sideríticos e hematita no topo.
2.2.7.2.3 - Distribuição na Área
Membro Nhamundá: arenitos acinzentados a amarelados,
Esta unidade estratigráfica apresenta ampla distribuição de granulação fina, locai mente quartzíticos. Em subsuper-
geográfica em ambos os flancos, estando presente no fície o membro é arenoso, sendo que em alguns locais
Arco de Gurupá, nas Bacias do Baixo e Médio Amazonas, contém delgadas inclusões de folhelhos.
acunhando-se no Arco de Purus, não mais sendo detecta-
da no poço 2-CSST-1-AM Torna a reaparecer na Bacia do Membro Cajari: siltito laminado, cinza-esverdeado a ama-
Alto Amazonas, a partir do poço 2-JTST-1-AM, para logo a relado, com planos de estratificação altamente micáceos
seguir desaparecer no Arco de lquitos. No flanco sul, em (sericita), intercala arenitos muito finos, argilosos, lami-
algumas localidades de sua porção oeste, cede lugar à nados, lentes de quartzito e leito de folhelho síltico.
Formação Maecuru, segundo Bemerguy (1964)
Membro Urubu: arenito com coloração variegada, granu-
O membro Autás-Mirim, não aflorante, tem sua distribui- lação grosseira, classificação pobre, localmente com
ção mal controlada sendo detectada em aproximadamente traços de silicificação secundária, incluindo uma ou mais
uma dezena de poços, com sua maior espessura no poço lentes de chert amarelado passando a branco na alteração
1-AM-1-AM, 290m
Forman (1969b) no rio Erepecuru observou finas camadas
O membro Nhamundá acha-se mormente confinado em de arenitos e siltitos com leitos e impregnação de óxido de
subsuperfície, com apenas alguns afloramentos na porção ferro e manganês, no rio Trombetas, indicou alternância de
oeste do flanco norte, sendo que no rio Urubu foi obser- leitos de arenitos e siltitos com níveis ferruginosos, e em
vada sua maior espessura aflorante No poço 1-RX-2-AM, diversos perfis geológicos observou que a parte basal da
foi alcançada sua maior espessura, 338m. formação que se encontra em contato com corpos de
granófiro é constituída por arenito micáceo claro, tendo
O membro Pitinga ocorre em ambas as faixas de aflora- níveis descontínuos, de material mais fino, seguindo-se
mentos da Bacia do Amazonas, tendo no flanco sul arenitos amarelados e claros, com óxido de ferro e refe-
espessuras variando de 8 a 58m, enquanto no flanco norte ridos pelo autor como pertencentes ao membro Nhamun-
oscilam de 45 até 65m No poço 2-0AST-1-PA, foi alcan- dá; no rio Mapuera, incluiu na Formação Trombetas areni-
çada a maior espessura, 248m tos ortoquartziticos, com granulometria fina a média, cor
cinza-claro a rosa-claro, tendo os grãos bem arredondados
O membro Manacapuru aflora por todo o flanco norte, ao e esféricos, podendo por vezes apresentar-se micáceos ou
passo que no flanco sul está restrito a sua porção leste A ferrificados, constituídos de 95% de quartzo e raros grãos
sua maior espessura foi detectada no poço 2-0ASTc1-PA, de feldspato, ilmenita e zircão. São bastante subordinadas
com 220m as intercalações de siltitos branco ou creme; e no rio Curuá
encontrou arenitos bem estratificados suborizontal-
2 2.7 2 4 - Litologias mente, ortoquartzíticos, com coloração róseo-claro, gra-
nulometria fina, geralmente friável, com bom grau de
No outeiro do Cachorro, Derby (1898) refere-se a uma série seleção e esfericidade dos grãos Mineralogicamente são
de grés duros em camadas finas ou lajeadas, um tanto bastante semelhantes aos do rio Mapuera.
micáceas e argilosas, com variações de cor, tendo como
matizes mais comuns vermelho e preto, com muitas listras As litologias mais aceitas, atualmente, são as proposta~
brancas As camadas inclinam-se para SSW com ângulo de por Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1911 ), que consi-
cerca de 5° Ainda o mesmo autor cita que logo abaixo da deraram
cachoeira do Viramundo ocorrem diversas camadas de
uma rocha peculiar síltico-argilosa, com caracteres de Membro Autás-Mirim: intercalações de arenitos predomi-
chert, muitas vezes listrada com cores cinza-claro a escura nantemente finos e subordl{ladamente médios, _princ.ipal-
e manchadas de vermelho. Acima destas ocorre um grés mente brancos no topo e, ~m menor proporçao, cmza-
compacto de granulação fina, branco-amarelado e fos- esverdeados castanhos e vermelhos na base, laminados,
silifero duros com ~ilicificação variável e razoável matriz caulínica
com s'iltitos e folhelhos, verde-claros e cinza-esverdeados,
Freydank (1957a) no rio Jatapu referiu-se a uma seqüência bastante micáceos, laminados e duros.
anormalmente espessa, constituída por arenitos, argilitos
e folhelhos sílticos e laminados. Membro Nhamundá: arenitos finos a médios, em geral

GEOLOGIA/65
com aspecto sacaróide, brancos ~ cinza-claros, limpps, Fragmentos de chert e quartzito podem ocorrer em di-
com cimento silicoso, bem selecionados, e com graos versas amostras, enquanto zircão, turmalina, sericita e
subarredondados. Comumente o arenito possui bioturba- opacos mostram maior distribuição. Por vezes, material
ções verticais. São poucas as intercalações de folhelhos ferruginoso sob a forma de fina película acha-se disposto
cinza no topo. entre os constituintes.

Membro Pitinga: folhelhos, siltitos com arenitos e sile- Uma amostra coletada na Folha SA.21-V-D recebeu a
xitos intercalados, estes ocorrendo apenas em flanco denominação de sericita quartzito, sendo constituíd_a
norte. Os folhelhos cinza-claros e cinza-escuros, micro- dominantemente por grãos de quartzo, com formas domi-
micáceos, laminados e plásticos têm fissilidade regular, nantemente angulares, podendo porém alguns grãos ser
nódulos de pirita e intercalam-se com siltitos do mesmo arredondados. A extinção ondulante é forte, os bordos
aspecto. Os arenitos são lenticulares, predominantemente estão saturados e as microfraturas são bastante fre-
muito finos e raramente médios, cinza-claros a brancos e qüentes, sendo o crescimento autigênico marcado por
caulínicos, com estratificação paralela e cruzada. linhas de antigas inclusões. A granulação é variada, tendo
alguns grãos de quartzo e inclusões de zircão. A serí-
Membro Manacapuru: arenitos finos a médios, micáceos cita é bastante comum, dispondo-se preferencialmente
ou não, Iam i nados, algo argilosos, cores cinza-claras, com entre os demais constituintes, havendo mesmo presença
alteração desde creme a vermelho-claro, duros e coesos. de rara muscovita. Em determinados locais a sericita
Os siltitos são intercalados, mostrando cores cinza-média dispõe-se em aglomerados, parecendo resultantes da al-
a escura, são micáceos, laminados e em parte arenosos teração de feldspato (?) Foram observados freqüentes
fragmentos de chert e quartzito, enquanto o epídoto é raro
Dentre as unidades pertencentes ao Grupo Urupadi, a O óxido de ferro tanto pode estar disseminado como
Formação Trombetas foi pelo Projeto RADAMBRASIL a dispor-se entre os minerais. Ainda restam vestígios de
mais bem amostrada; é constituída dominantemente por: incipiente acamadamento, enquanto outra amostra da
arenitos com granulação desde muito fina a fina, cores Folha SA.21-V-D, constituída por grãos de quartzo, com
claras, notadamente brancas, creme e amareladas - granulação da fração sílte, e argí}o-minerais, foi classifi-
estas com níveis esbranquiçados -, ocorrendo também cada como siltito argiloso. Os graos de quartzo possuem
coloração avermelhada e róseo-claro nas amostras onde a formas e granulometria bastante diversificadas. A sericita
impregnação por material ferruginoso foi mais intensa; é abundante em finíssimas palhetas, dispostas em níveis
friáveis, duros quando presente o cimento silicoso, por Feldspatos ~ zircão são raros, enquanto o óxido de ferro é
vezes com matriz argilosa, selecionamento moderado freqüente.
- raramente bem selecionados - grãos subarredon-
dados, alguns opacos disseminados e por vezes sericita.
As camadas são subhorizontais. Na serra Jundiá a sua
2.2.7.3 - Formação Maecuru
parte superior é constituída por arenitos de coloração
branca a avermelhada com granulação média a grosseira,
contendo seixos esparsos, planos de estratificação deci- 2.2 7.3.1 - Generalidades
métricos, e com mergulho ~e aproximadamente 4°S Em
algumas amostras o arenito possui cor cinza-claro com A designação de Grupo Maecuru é devida a Derby (1877), o
leitos serícíticos e apresenta-se fossilífero. Subordina- qual atribuiu-lhe idade devoniana inferior, correlacionan-
damente ocorrem siltítos, bem estratificados, por vezes do-o ao "Corniferous Group", dos Estados Unidos, ba-
com alternância de leitos claros e escuros, duros e com seando-se em fósseis, dentre os quais destacou: "Amphi-
opacos e serícita. Muito raramente foram observados genia elongata" e "Spirifera duodenaria". Este autor não
argilitos algo síltosos. localizou nem delimitou a região de ocorrência desta
unidade, tendo Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971)
Nas proximidades do rio Trombetas, na estrada aberta para assim se expressado: "De acordo com a fauna encontrada
atingir o eixo da rodovia Perimetral Norte foi observada e as descrições litológicas de Bastos & Moura (1929),
uma seção cuja base é constituída por arenitos que constatou-se que a seção localizou-se logo a montante da
passam na sua porção intermediária a folhelhos pretos, cachoeira Teuapixuna ou Alagação, no local denominado
sendo que sua parte superior é constituída por folhelh?s 19 Cachoeira, por Smith (1879), no rio Maecuru". Esta
cinza-esverdeados com manchas avermelhadas, algo fls- referência já tinha sido mencionada anteriormente por
seis, bem laminados e micromicáceos. Lange (1967).

A esta unidade estratigráfica, Moura (1938) referiu-se como


2.2.7.2.5 - Petrografia andar inferior - Maecuru - do Devoniano Amazônico.

As amostras de arenito estudadas ao microscópio pos- Freydank (1957a) fez referência no rio Jatapu a esta uni-
suem textura elástica, com granulometria variando de areia dade e subdividiu-a em Maecuru 1 e Maecuru 2.
muito fina a fina, estando os constituintes freqüente-
mente comprimidos uns contra os outros; os grãos variam Posteriormente Freydank (1959) apresentou-a como cons-
desde subangulares a arredondados tituída pelos membros Ariramba (superior) e Jatapu (in-
ferior), sendo qu~ os sedimentos do rio Abacate fora_m
São em sua grande maioria arenitos ortoquartziticos, com colocados tentat1vamente neste membro, apesar de nao
grãos detríticos de quartzo podendo mostrar crescimento terem sido observados fósseis e nem apresentarem a típica
autigênico, extinção ondulante variada, bordos que por aparência daqueles da Formação Maecuru.
vezes estão engranzados, e nas amostras situadas na
Folha SA.22-V-C, inclusões aciculares de rutilo. Ludwig (1964) incluiu-a no Grupo Trombetas.

66/GEOLOGIA
Para Lange (op. cit.) a Formação Maecuru é constituída sul, sendo sua espessura máxima em torno de 160m nos
pelos membros Lontra e Jatapu, superior e inferior, res- poços 2-0AST-1-PA e 2-LIST-1-AP.
pectivamente. No tocante ao membro inferior, este autor
assim se reportou: "Breitbach" aparentemente foi o pri- O membro Lontra, com exceção da regiao norte do Baixo
meiro a empregar a denominação de Membro Jatapu na Amazonas, ocorre em ambos os flanoos da bacia, alcan-
coluna estratigráfica para designar os arenitos basais da çando no flanco sul maior desenvolvimento, com espes-
Formação Maecuru". sura variando de 40 a BOm. O poço 1-RX-1-AM penetrou a
sua maior espessura que é da ordem de 118m.
A mesma subdivisão proposta pelo autor acima citado foi
adotada por Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (op. cit.).
2.2.7.3.4 - Litologias
A Formação Maecuru adentra tanto na Folha SA.20I-Ma-
naus - pelo flanco norte - como na SA.22-Belém, por Derby (op. cit.) referiu-se a grés grosso, branco ou aver-
ambos os flancos. melhado, duro ou friável.

Para Moura (op. cit.), o andar Maecuru é caracterizado por


2.2.7.3.2 - Posição Estratigráfica arenitos brancos ou amarelados, às vezes duros, e arenitos
com leitos de folhelhos, sendo os arenitos amarelados
Na área em apreço a Formação Maecuru assenta Ooscor- altamente fossilíferos.
dantemente sobre a Formação Trombetas, sendo este
contato mais marcante, quando folhelhos ferruginosos Freydank (1957a) posicionou no seu Maecuru 1: arenitos
estão assentes sobre arenitos e siltitos do topo desta finos e siltitos finamente Iam i nados, mostrando marcas de
formação ondas e marcas de vermes, os arenitos podendo conter
grãos mais grosseiros e apresentar estratificação cruzada;
e no Maecuru 2: arenitos que gradam para siltitos e
Albuquerque (1922) não observou a presença do Siluriano folhelhos sílticos. Os tolhelhos que são primeiramente
no rio Erepecuru, estando o Devoniano diretamente as- argilosos tornam-se gradualmente siltosos e depois argi-
sente sobre o embasamento; porém posteriormente For- losos; suas cores mudam de marrom-amarelado a cinza e
man (1969b) neste mesmo rio identificou a Formação finalmente cinza-escuro e preto.
Trombetas como sendo a unidade que estava assente
sobre as rochas do embasamento. Os membros Jatapu e Ariramba de Freydank (op. cit.) são
bastante semelhantes litologicamente às unidades Mae-
Na parte oeste da área central do flanco sul, Bemerguy curu 1 e Maecuru 2, respectivamente.
(1964) observou que esta unidade estratigráfica repousa
discordantemente sobre o embasamento cristalino. Bouman, Mesner e Padden (1960) para o membro Jatapl
propuseram: arenito fino, quartzoso, ocasionalmente
O membro Jatapu acunha-se em direção do flanco sul, no feldspático, com estratificação cruzada local; camada
qual, segundo Santos et alii (1975), aflora somente o basal de arenito siltoso e siltitos finamente acamadados;
Lontra. O contato entre esses membros é tido como alguns siltitos e finas camadas de folhelhos micáceos; e
gradacional tanto no sentido horizontal como vertical. por sua vez o membro Ariramba constava de siltitos com
intercalações de folhelhos cinza a cinza-escuro e arenitos
Katzer (1897) assim se reportou: "A fauna do rio Maecuru finos subordinados. Toda a seqüência é micromicácea,
aproxima-se mais do Devoniano Médio da América do havendo maior quantidade de tolhelhos para o topo.
Norte do que do Devoniano Inferior, onde até agora foi
sempre colocada"
Para Lange (op. cit.) a Formação Maecuru é constituída por
Posteriormente Moura (op. cit.), com respeito ao seu andar dois membros: Jatapu (inferior) e Lontra (superior), aquele
Maecuru, referiu-se: "Ciarke estabeleceu a correspon- sendo possivelmente correlacionado ao que Freydank
dência entre esse andar e o "Helderberg-Oriskany" ameri- (op. cit.) denominou de Maecuru 1. Quanto ao membro
cano e que é seguido até hoje". Lontra, é representado por arenito amarelado, passando,
quando exposto, a avermelhado, granulometria fina a
Para Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (op. cit.), ambos os média, matriz argilosa, grãos subangulares a subarredon-
membros apresentam parcialmente a mesma idade e foram dados e estratificação horizontal. Em superfície ocorrem
posicionados no Eodevoniano (Emsiano). localmente intercalações de siltito e folhelhos arenosos

No rio Curuá, Forman (1969a) referiu-se a esta unidade


2.2.7.3.3 - Distribuição na Área estratigráfica como constituída de arenitos - com boa
estratificação cruzada - em camadas tinas a média~. -,
Sua distribuição é mais restrita que a da Formação Trom- ortoquartzitos róseo a amarelo-claro, geralmente fnavel,
betas, ocorrendo no Arco de Gurupá, nas Bacias do Baixo finos a muito finos, por vezes passando a arenito síltico.
e Médio Ama;z:onas, desaparecendo no Arco de Purus, Por vezes são observados sericita, opacos e zirconita;
antes daquela unidade estratigráfica, pois já não foi mais grãos coin bom- arredondamento, esfericidade e classifi-
detectada no poço 2-CSST-2-AM. Está ausente na Bacia do cação; no rio Mapuera afloram arenitos. ~inos a mé?ios,
Alto Amazonas. geralmente friáveis, cor rosa, ortoquartz1t1cos, com ;lme-
nita, zirconita, sericíta, feldspatos e cimento ferruginoso.
O membro Jatapu ocorre em todo o flanco norte da Bacia Arredondamento, classificação e esfericidade são bons.
do Médio Amazonas, não ocorrendo no entanto no flanco Como intercalações ocorrem camadas de siltito branco a

GEOLOGIA/67
creme ou arenito micáceo com marcas ae ondas. Dado o ~ de grão tão fino que parece jaspe ou pederneira". Baseado
caráter do trabalho ter sido a nível de reconhecimento, este na presença de Spirifer, Chonetes, Tentaculites e Trilo-
autor não afastou a possibilidade de haver incluído nesta bitas, etc ... , considerou essas camadas como pertencen-
unidade alguma porção da Formação Curuá. tes ao Devoniano. Observou também a presença de abun-
dantes diques de diorito ou trap.
De acordo com Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (op. cit.),
o membro Jatapu é representado por finas intercalações de No entanto, deve-se a Derby (1877) a denominação de Série
folhelhos, siltitos e arenitos finos, fortemente bioturbados ou Grupo do Ererê ao conjunto de rochas ocupando uma
e localmente com aleitamentos regulares e irregulares; considerável área na planície central entre as montanhas
camadas lenticulares de arenito médio, cinza-claro, duro, do Ererê. O citado autor referiu-se: " ... houve, antes do
com grãos subangulares e subarredondados, enquanto o depósito das camadas terciárias, erupções consideráveis
membro Lontra, no flanco norte, na seção tipo, possui de trap e de diorito, bem como deslocações em pelo
arenitos muito finos a grossos com estratificação cruzada. menos uma região, a do Ererê ... ". Mais adiante, con-
No flanco sul os arenitos variam de finos a conglome- tinua: " ... grupo isolado de montanhas consistindo em
ráticos, com cores branca a cinza-pálido-esbranquiçado, pequenas serras monoclinaes, muito numerosas, desta-
mal selecionados, subangulares a subarredondados, cadas umas das outras e dispostas em ellipse ao redor de
friáveis, com abundante estratificação cruzada; sittitos uma planície central, resto de uma elevação anticlinal cuja
micáceos, argilosos, cor cinza-méd1o, moles, com alei- parte central e maior foi destruída pela denudação" A
tamento regular com folhelhos. serra Paituna não foi incluída neste conjunto, sendo
considerada como sinclinal
Dentre as amostras desta unidade coletadas pelo Projeto

I RADAMBRASIL, aquelas da região da braquianticlinal de


Monte Alegre são aqui descritas separadamente das
demais. Isto prende-se ao fato de que algumas rochas
daquela estrutura podem pertencer a outras unidades, cuja
separação não pode ser efetuada, em face do caráter dos
Katzer (1933) referi u-se: "As serras da Coroa de montanhas
de Monte Alegre são restos da erosão de sedimentos que
originalmente constituíam um conjunto e que se acham
imediatamente superpostos a estratos paleozóicos. Como
tipo pode ser considerada a serra do Ererê"
trabalhos ter sido desenvolvido a nível de reconhecimento.
Este autor considerou os picos de Santa Helena, serra do
Nas demais áreas a unidade é representada por arenitos ltauaiuri e morros mais baixos com os quais são conec-
predominantemente brancos e subordinadamente ama- tados como pertencentes ao Devoniano A sua seção
relados, marrom-amarelados e avermelhados, com gra- geológica apresenta as camadas com aspecto de anti-
nulometria muito fina a fina - às vezes com níveis mais clinal, corroborando portanto a interpretação inicial pro-
grosseiros-, e raramente média, grãos desde angulosos posta por Derby (op cit ). Para as serras que formam a
a arredondados e selecionamento moderado a bom. O coroa da estrutura, com exceção das acima mencionadas,
cimento é notadamente silicoso, podendo ocorrer também propôs idade paleógena
o ferruginoso. São freqüentemente micáceos, tendo por
vezes matriz argilosa. Moura (1938) posicionou o seu andar Ererê acima do andar
Curuá, assim se referindo: "É preciso chamar a atenção,
As rochas tidas como da Formação Maecuru, na bra- para evitar confusão, que dos três grupos de Derby, neste
quianticlinal de Monte Alegre, afloram na sua parte interior trabalho, o Maecuru apresenta o mesmo nome; os dois
e são representadas por arenitos finos, com coloração outros - Ererê e Curuá - estão englobados no Devo-
cinza, amarelados e avermelhados, duros, silicificados, niano Médio sob a denominação de andar Curuá; para o
selecionamento variado, com siltitos intercalados; e sil- Devoniano Superior reservamos o nome de andar Ererê,
titos cinza, duros e fraturados. proposto pelo Dr. Euzébio de Oliveira, por ser nesta
localidade descoberto o fóssil que mostra o caráter do
devoniano superior para o folhelho onde foi encontrado
2.2 7.3.5 - Petrografia "Schizobolus truncatus"
As amostras estudadas ao microscópio são arenitos orto- Desde então passou a reinar grande confusão com relação
quartzíticos, com o quartzo mostrando extinção ondulante ao Devoniano da Bacia Amazônica, sendo que Kremer
com intensidade variável, microfraturas e crescimento (1956a), na região do Ererê, não mais fez menção a essa
autigênico. O cimento é silicoso e/ou ferruginoso. Estão unidade, o mesmo ocorrendo com Freydank (1957b).
presentes em quase todas as amostras pequenas quanti-
dades de zircão, turmalina, sericita - também inclusa no Mendes (1957) propôs a designação de Série Amazonas
quartzo -, epídoto, chert e titanita. Feldspato foi obser- para o Devoniano, alegando que foi motivado a isto em
vado unicamente em uma amostra da Folha SA.21-V-D. face da grande confusão estratigráfica e cronológica entre
os grupos ou andares Maecuru, Curuá e Ererê.
2.2.7.4 - Formação Ererê
Bouman, Mesner e Padden (1960) retiraram definitivamente
esta unidade estratigráfica do Paleozóico da Amazônia,
2.2 7.4.1 - Generalidades ficando o Devonian'O restrito às Formações Maecuru e
Curuá, sendo o contato entre ambas de natureza grada-
Em 1870, Hartt (1896) fez referência à planície situada ao cional.
norte da serra do Ererê como constituída por camadas
horizontais, fossilíferas, e que mantêm essa horizontali· Coube a Lange (1967), após detalhado reestudo do Devo-
daae até bem próximo ao pé da serra, e formadas por: niano, restabelecer o nome Ererê e recolocar esta unidade
" ... schistos arenosos,schistosargilosos e de um quartzito na sua posição original, tal como definida por Derby

58/GEOLOGIA
(op. cit.). A unidade estratigráfica foi subdividida nos foi observada no poço 2-CSST-2-AM. Sua presença na
membros: Cachoeira (inferior) e Ariramba (superior), este Bacia do Alto Amazonas é duvidosa. Sua maior espessura
abrangendo parte do membro do mesmo nome de Bischoff foi atingida no poço 2-LIST-1-AP, com 250m.
(1957), o qual tinha sido referido à Formação Maecuru.

Recentemente, Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971) 2.2.7.4.4 - Litologias


não propuseram nenhuma subdivisão para a Formação
Ererê, alegando que as camadas designadas como seção De acordo com Derby (op. cit.), o Grupo Ererê era cons-
tipo do membro Cachoeira de Lange (op. cit.) correspon- tituído por grés micáceo, branco ou amarelado, de granu-
dem ao membro Barreirinha da Formação Curuá, enquanto lometria fina, disposto em leitos folhetados ou xistosos,
em subsuperfície este mesmo membro (Cachoeira) não é com camadas subordinadas de xisto argiloso preto;
subdivisível do membro Lontra - no qual foi incluído - algumas camadas da base sendo muito compactas e de
da Formação Maecuru. caráter silicoso.

Em seu andar Ererê, Moura (op. cit.) reportou-se a tolhe-


2.2. 7 .4.2 - Posição Estratigráfica lhos pretos, como as rochas típicas.

Antes de Lange (op. cit.) o posicionamento estratigráfico Para Lange (op. cit.) o membro Cachoeira é constituído
da Formação Ererê sofreu diversas modificações, desde por: rocha amorfa, silicificada, com aspecto de jaspe ou
sotoposta à Formação Curuá até mesmo sobreposta ela,a corneita, coloração cinza-escuro, intercalando folhelhos e
culminando com a sua retirada da coluna da Bacia Ama- siltitos argilosos laminados, também parcialmente silici-
zônica a partir de 1957 por geólogos da Petrobrás. ficados; enquanto o membro Ariramba contém arenitos
finos a siltitos laminados, avermelhados, constituindo
Coube a Lange, como já referii:lo no item anterior, seu horizonte fossilífero; e arenitos escuros com intercalações
posicionamento entre as Formações Maecuru e Curuá, o de folhelhos.
que foi corroborado por Caputo, Rodrigues e Vasconcelos
(op. cit ), havendo divergência entre esses autores no Presentemente as litologias mais aceitas para a Formação
tocante a sua subdivisão em membros, não aceita pelos Ererê são devidas a Caputo, Rodrigues e Vasconce-los
últimos (op. cit.), e assim definidas na base: siltitos com inter-
calações de arenitos; aqueles são cinza-esverdeados,
Para Lange (op cit ) o membro Cachoeira estaria sobre- laminados, argilosos, micáceos, fossilíferos, enquanto os
posto ao membro Lontra (Formação Maecuru) e sotoposto arenitos são geralmente finos, argilosos, laminados e mi-
aos siltitos e folhelhos do membro Ariramba; este por sua cáceos. Na parte média da seção ocorrem siltitos cinza-
vez seria coberto aparentemente de modo concordante médios e escuros, interaleitadós com arenitos muito fi-
pelos folhelhos da Formação Curuá nos, cinza-claro. No topo as camadas são de arenitos finos,
argilosos, bioturbados ou laminados, passando lateral-
De acordo com Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (op. cit.), mente a siltitos cinza-escuros aleitados com folhelhos
esta unidade é concordante e parcialmente gradacional negros.
com o membro Lontra da Formação Maecuru e está
normalmente sobreposta pelo membro Barreirinha da Esta unidade deixou de ser amestrada pelo Projeto
Formação Curuá, podendo com esta unidade apresentar RADAMBRASIL, eni face das inúmeras dificuldades para
caráter tanto gradacional como abrupto; neste caso, repre- sua identificação, dentre as quais pode-se mencionar:
sentados por folhelhos cinza-médios Iam i nados (Formação caráter de reconhecimento dos trabalhos, contatos grada-
Curuá) sobrepostos a arenitos desde finos a grosseiros da cionais tanto com a Formação Maecuru como com a
Formação Ererê. Formação Ererê, e extensão de afloramentos bem restrita
em relação às demais unidades do Devoniano.
Na Folha SA.20-Manaus, .Santos et alíi (1974) não obser-
varam a presença da Formação Ererê, estando o Devoniano
representado pela Formação Maecuru e possivelmente 2.2.8 - Formação Curuá
Curuá, e alegaram que anteriormente Swa11 (1958) e Frey-
dank (1959) referiram-se somente a essas duas unidades.
Isto pcrém não invalida a presença da Formação Ererê na 2.2.8.1 - Generalidades
área, visto que, quando do trabalho destes autores, essa Dentre as unidades que compõem o Paleozóico da Siné-
unidade estratigráfica já estava em vias de ser retirada da clise do Amazonas, a Formação Curuá foi a única que, no
coluna, sendo bem possível que suas camadas tivessem mapeamento geológico através de imagens de radar, con-
sido incluídas tanto nas Formações Maecuru como Curuá. S':lguíu gozar de individualização em ambos os flancos.
Para Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (op. cit.) a Forma- Com respeito a esta unidade estratigráfica, cabe aqui
ção Ererê pertence ao Meso-Devoniano, andares Eifeliano salientar as palavras de Cunha (1973): "A unidade mais
a Givetiano. conspícua é caracterizada pela Formação Curuá, onde a
seqOência dos membros Orixlmíná-Curiri forma uma topo-
grafia escarpada facilmente seguível em quase todo o
2.2.7.4.3 - Distribuição na Area flanco sul".

Observa-se esta unidade estratigráfica no Arco do Gurupá, Santos et ali i (1975), baseados ·na interpretação do autor
nas Bacias do Baixo e Médio Amazonas, desaparecendo acima citado, mantiveram a individualidade da Formação
no Arco de Purus, onde, como a Formação Maecuru, 'não Curuá na Folha SB.21-Tapajós.

GEOLOGIA/69
A denominação da Série ou Grupo Curuá é devida a Derby rinha de Bouman, Mesner e Padden (1960), cada um deles
(1877), que lhe atribuiu idade Devoniana Superior, consis- abrangendo grosso modo uma subdivisão destes membros
tindo quase exclusivamente de "schistos pretos e aver- dos referidos autores. O membro Faro foi proposto para
melhados passando às vezes ao grés schistoso". Este substituir o membro Superior, também de Bouman, Mes-
autor não delimitou sua área de ocorrência, mencionando ner e Padden (op. cit.), compreendendo as unidades estra-
que a unidade é encontrada nos rios Maecuru, Curuá, tigráficas designadas informalmente como "Bianketshale"
e "Ciean Sand".
Trombetas e região do Ererê. Com respeito à distribuição
desta unidade estratigráfica em outras regiões, assim se Posteriormente nova subdivisão para esta formação foi
referiu: "No Tapajós certos schistos contendo "Spirophy- proposta por Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971 ), a
ton" e concreções calcárias referidas provisoriamente ao qual vem sendo utili<;ada até o presente momento e
terreno carbonífero pelo Professor Hartt pareceram-me comporta os membros Barreirinha, Curlri e Oriximiná, este
ser devonianos, e refiro-me a mesma idade aos schistos último englobando parte do membro Faro, de Lange (op.
pretos encontrados no Xingu pelo Sr Ferreira Pena". cit.), cuja seção restante foi elevada à categoria de forma-
ção, mantendo o mesmo nome (Faro). Esta unidade ocorre
Uma das primeiras tentativas para individualização de fundamentalmente em subsuperfície.
unidades estratigráficas dentro da Formação Curuá coube
a Carvalho & Oliveira (1926) que assim se reportaram 2.2.8.2 - Posição Estratigráfica
"Continuando a subir o Tapajós, logo acima da boca do
Tapacurá-assu, na margem esquerda, encontramos um Esta unidade estratigráfica, que primeiramente foi definida
alto corte, também denominado Paredão, sendo porém como sobreposta à Formação Ererê, esteve submetida
aqui constituído pelo folhelho cinzento, que denominamos durante muitos anos a modificações no seu posiciona-
"folhelho de Barreirinha". Anteriormente Hartt (1896) e mento estratigráfico.
Katzer (1933) já tinham tecido comentários acerca das
rochas ocorrentes na região de Barreirinha, porém as posi- Antes de Lange (op. cit.), esta unidade era considerada por
cionaram no Carbonífero Carvalho (op cit.), apesar de não geólogos da Petrobrás como assente sobre a Formação
se referir à idade do "folhelho de Barreirinha", cita que Maecuru - sendo o contato entre ambos de natureza
Derby colocou-o no Devoniano, o mesmo ocorrendo com gradacional - e recoberta discordantemente pela Forma-
Clark, devido à presença de "Spirophyton H ali". ção Monte Alegre. Para este autor os folhelhos pretos do
membro Barreirinha jazem em contato normal sobre os
Moura (1938) englobou os Grupos Ererê e Curuá, de Derby siltitos e folhelhos do membro Ariramba da Formação Ere-
(op. cit.), sob a denominação de Andar Curuá, posicionan- rê e passam normalmente para o topo, aos folhelhos do
do-o entre seus andares Maecuru e Ererê. Corroborou a membro Panacu. Este membro grada a folhelhos sílticos e
idade devoniana atribuída por Derby, assim se referindo: seixosos do membro Curiri, que por sua vez é capeado
"Pelos trabalhos realizados pelo Serviço Geológico, princi- discordantemente pelos arenitos da Formáção Monte Ale-
palmente por nós obtidos no Vale do Tapajós, nenhuma gre, quando o membro Faro está ausente. Quanto ao
dúvida pode haver mais a respeito". membro Faro, o seu contato é normal e concordante com o
membro Curiri, e aparentemente discordante com a Forma-
Mendes (1957) inclui a Formação Curuá na sua Série ção Monte Alegre.
Amazonas.
Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (op. cit.) consideram
Na região de Monte Alegre, Kremer (1956a) referiu-se a esta como gradacional o contato do membro Barreirinha, tanto
unidade estratigráfica como membro Curuá e que poste- com a unidade estratigráfica sotoposta (Formação Ererê)
riormente na mesma região recebeu a denominação de como com o membro Curiri, que lhe é sobreposto. O seu
Curuá 2, por Freydank (1957b). Este mesmo autor, nos rios contato é gradacional com o membro Oriximiná, enqt~anto
Jatapu e Capucapu, mencionou a presença de camadas este mostra que seu limite superior com a Formação Faro é
Curuá 1 e 2. O membro Barreirinha foi utilizado por concordante, podendo ser gradacional ou, como a maioria
Freydank (1959) como a parte basal da Formação Curuá. das vezes, abrupto Nos flancos norte e sul e no Arco de
Purus o topo da Formação Curuá é truncado pelas Forma-
De acordo com Bouman, Mesner e Padden (1960) a Forma- ções Monte Alegre ou ltaituba.
ção Curuá era constituída por dois membros: o inferior e o
superior, sendo que o primeiro tinha a denominação de Nas porções mais ocidentais da bacia paleozóica, o Cretá-
Barreirinha, podendo ser dividido em três subunidades ceo/Terciário alcança maior desenvolvimento e mostra-se
mais ou menos gradacionais. transgredindo sobre a Formação Çuruá.

Ludwig (1964) utilizou a denominação de Grupo Curuá Esta unidade é tida por Caputo, Rodrigues e Vasconcelos
para as rochas desta unidade estratigráfica, e subdividiu-o (op. cit.) como Devoniano Superior a Eocarbonífero,
em Curuá inferior, médio e superior. abrangendo desde o andar Frasniano até o Tournaisiano.

Coube a Lange (1967) a recolocação da Formação Curuá


como pertencente à porção superior das camadas devonia- 2.2.8.3 - Distribuição na Area
nas da Bacia Amazônica, subdividindo-a da base para o
topo nos membros Barreirinha - como anteriormente A Formação Curuá tem no flanco norte da Sinéclise do
proposto por Carvalho (op.cit.) -, Panacu- utilizado por Amazonas uma distribuição bem mais restrita que o Grupo
Derby (1898), de forma provisória-, Curiri e Faro. Urupadi, pois sua faixa de afloramentos, que possui
largura média de aproximadamente 5km, situa-se desde o
Os três primeiros englobam totalmente o membro Barrei- limite oriental da Folha SA.21-Santarém até pouco a oeste

?O/GEOLOGIA
do rio Capucapu, com direção geral E-W, acompanhando Barreirinha a mesma seqüência de folhelhos bem lamina-
porém de maneira mais suave as inflexões apresentadas dos, cinza-escuros a cinza-azulados, localmente silicifica-
pelo Grupo Urupadi. Ocorre também na braquianticlinal de dos e então duros e ardosianos; poucos siltitos intercama-
Monte Alegre, ocupando sua porção mediana. dos com leitos finos, marrons a cinza, facilmente silicifica-
dos; raramente arenitos em pequenos leitos na parte
Encontra-se encravada entre os Grupos Urupadi e Tapajós, inferior do membro.
exceção feita a um pequeno trecho a montante das cabe-
ceiras do rio Robaça onde, pela ausência do Grupo Tapa- Bouman, Mesner e Padden (1960) referiram-se ao membro
jós, está limitada pela Formação Barreiras. Barreirinha (inferior) como sendo constituído . por três
subunidades mais ou menos gradacionais, sendo que a
No flanco sul está exposta na parte SE da Folha SA. porção basal consistia de folhelho cinza, muito escuro a
21-Santarém, numa faixa estreita com direção E-W com preto, carbonoso, localmente betuminoso, mostrando alta
largura máxima situada em torno de 10km - ocorrente radioatividade, piritoso; a porção média representada por
desde o limite .oriental da Folha em apreço até pouco a folhelhos finamente Iam i nados, micáceos, cinza-escuros a
oeste do meridiano 55°00'WGr. pretos; alguns siltitos e zonas de arenitos siltosos interca-
lados; e a porção superior constando de folhelhos micá-
Ao norte limita-se com o Grupo Tapajós e a Formação ceos, cinza-escuros a pretos com intercalações de siltitos
Barreiras, enquanto ao sul contacta com o Grupo Urupadi. e arenitos cinza. Ocorrem numerosos rafted pebbles de
origem glacial. Quanto ao membro superior, nenhuma
O membro Barreirinha ocorre tanto nas Bacias do Baixo e denominaçao particular foi-lhe atribuída, sendo represen-
Médio Amazonas, como também no Alto Amazonas (poço tado por intercalações de folhelhos cinza-escuros a pretos,
2-EPST-1-AM), estando ausente no Arco de Purus. A sua físseis e arenitos finos a médios.
máxima espessura foi obtida no poço 2-IBST-1A-PA, com
230m; nos flancos sul e norte, as espessuras são 120m e
150m, respectivamente. Para Lange (1967), o membro Barreirinha consistia de
folhelho preto, carbonoso e betuminoso, finamente lami-
O membro Curiri, no flanco norte, ocorre desde o rio Paru nado, bem litificado; físsil, contendo pirita e com grande
até o Capucapu, e no flanco sul aflora desde o rio Nambi quantidade de esporomorfos, além de concreções calcá-
até depois do Xingu A maior espessura observada em rias e arenosas, localmente com delgadas intercalações de
superfície foi de 120m no rio Curuá siltitos laminados. Os folhelhos são caracterizados por
uma radioatividade muito elevada; o membro Panacu era
No tocante ao membro Oriximiná, sua ocorrência em representado em subsuperfície por folhelhos argilosos,
superfície restringe-se à braquianticlinal de Monte Alegre e cinza a cinza-escuros, carbonosos a betuminosos, geral-
alguns rios vizinhos. Sua maior espessura foi alcançada no mente micáceos, finaménte laminados, com siltitos subor-
poço 2-LFST-1-AM, com aproximadamente 350m. dinados, sendo que nos flancos da bacia aparecem delga-
das intercalações de arenito fino; a parte superior do
membro Curiri consistindo de folhelho preto, arenoso,
desenvolvendo-se para a base argilitos e siltitos argilosos e
2.2 8.4 - Litologias arenosos, micáceos, cinza, com laminação indistinta e
irregular, retorcida, intercalando lâminas de arenito cin-
A característica fundamental da Formação Curuá é que, zento e contendo localmente grande quantidade de seixos;
desde a sua criação, a mesma foi sempre reportada como o membro Faro consistindo de folhelho cinza a claro,
consistindo predominantemente de folhelhos Assim sen- argiloso, micromicáceo, intercalando folhelho arenoso,
do, Derby (1877) mencionou "O terceiro grupo, o de cinza-escuro, folhelho argiloso preto físsil, siltito cinza e
Curuá, consiste quase exclusivamente em schistos pretos- arenito; arenito branco-cinza, variando de fino, silicoso, a
avermelhados passando às vezes ao grés schistoso". Refe- médio e grosseiro, poroso, com alternância de folhelhos e
riu-se posteriormente ao "schisto preto", dizendo "é bem siltitos.
laminado, tendo quase a estrutura da ardósia e na parte
inferior numerosas e grandes concreções calcárias e are-
nosas". Para Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971) a porção
basal do membro Barreirinha apresenta folhelhos com
Apesar do seu posicionamento estratigráfico diferir do de lâminas cinza-escuras e cinza-claras, micáceos, meio moc
Derby (op. cit.), Moura (1938) considerou o andar Curuá les, seguindo-se folhelhos pretos laminados, aparente-
como sendo constituído por folhelhos variegados, argilo- mente carbonosos, com raros interaleitamentos regulares
sos e silicosos, folhelhos pretos ardosianos em brancos de arenitos muito finos, micáceos, enquanto a parte
espessos, e folhelhos argilosos e sílico-argilosos, com restante da seçliO consiste de folhelhos cinza-médios a
calcários e arenitos subordinados. cinza-plúmbeos, Iam i nados, às vezes sílticos, fratura plana
a subconchoidal, duros, com aspectos subardosianos,
De acordo com Freydank (1957a) a Formação Curuá 1, no rio possuindo camadas ocasionais de síltitos calcíferos e
Jatapu, consiste de folhelhos cinza a pretos, laminados, arenitos silicificados; o membro Curiri caracterizando-se
em alguns locais betuminosos, contendo pirita em peque- por folhelhos silticos. cinza-plúmbeos a cinza-escuros,
nos cristais; enquanto a Fomiação Curuá 2, na região de laminados, ondulados, muito micáceos, intercalando-se
Monte Alegre, era representada por folhelhos e siltitos lentes de arenitos muito finos, argilosos, amarelos, extre-
avermelhados, sendo os folhelhos algumas vezes ardosia- mamente micáceos, laminados, coesos, sendo superpos-
nos, tornando-se siltosos, passando gradualmente a pe· tos por siltitos argilosos, cinza-médios a pretos, quase
quehos leitos de siltitos. maciços, meio moles, micáceos, piritosos, contendo
grãos de areia bem arrendondados e seixos disseminados
Posteriormente, Freydank (1959) denominou de membro de folhelhos, quartzo, riollto, silexito, arenito, quartzito,

GEOLOGIA/71
etc., sendo comuns diamictitos com seixos estriados; o tato entre o Carbonífero e o Devoniano Superior foi coloca-
membro Oriximiná consistindo de arenitos brancos a cin- do na base da última cuesta, que se julga pertencer à
za, muito finos a médios, piritosos, argilosos, mal classifi- Formação Curuá. Esse contato, talvez por ser discordante,
cados, com grãos subangulares, porosidade regular a po- tem boa continuidade e foi possível estendê-lo em toda a
bre, cimentação irregular e interca)ações de diamictitos.Os área. Em alguns locais, com informações de campo, é
folhelhos e siltitos intercalados são cinza-escuros e pre- possível marcar os contatos entre as formações deste
tos, fisseis, micáceos, pouco calcíferos, em geral duros, grupo.
contendo lentes de arenitos cinza-claros, argilosos, finos,
micáceos, por vezes bioturbados. Os primeiros trabalhos e observações geológicas sobre
esta unidade estratigráfica datam da segunda metade do
As verificações de campo executadas pelo Projeto RA- século XIX. Os estudos pioneiros devem-se às expedições
DAMBRASIL foram efetuadas nos flancos norte e sul, e de Thayer (1865-1866) e M organ (1870-1871 ), ambas norte-
também na região da braquianticlinal de Monte Alegre. americanas. Trabalhos e prospecções de tal natureza pro-
cessaram-se periodicamente, com intensidade variável, até
No rio Jatapu, no porto de embarque da Siderama, ocorrem nossos dias.
folhelhos pretos, carbonosos, físseis, bem laminados em
camadas subhorizontais com abundante pirita, sobrepos- Parece ter sido o major Silva Coutinho, em 1863, quem
tas por arenito esbranquiçado a amarelado, mal seleciona- primeiro coletou fósseis destes terrenos carboníferos em
do, friável e argiloso. Na estrada que liga o porto de ltaituba no Tapajós, fato este notado pelo professor Agas-
embarque à jazida da Siderama, no km 7, aflora folhelho siz em sua obra "Voyage Au Brézil" publicada em 1869.

I
cinza-escuro, algo micáceo, bem laminado, subhorizontal,
recoberto por arenito argiloso, avermelhado, friável, local- Derby (1898) menciona ter recebido em Óbidos, no ano de
mente caulínico 1871, amostras contendo fósseis tiradas ao longo do Ara-
picu, no vale do Trombetas, e do exame delas reconheceu
Nas amostras coletadas na Folha SA.21-X-D, o folhelho é e anunciou a existência da formação carbonífera no lado
preto, carbonoso subhorizontal e forma pequenos platôs. norte do Amazonas.

Segundo Montalvão & Oliveira (1975), na estrada Monte Os terrenos carboníferos dd vale do Tapajós foram desig-
Alegre- INCRA, no km 6,3 afloram folhelhos cinza-escu- nados por Hartt, em 1874, como "Série lta:ituba", constituí-
ros, finamente Iam i nados, fraturados, quebradiços, asso- da por calcário fossilifero, folhelho, arenitos e leitos de
ciados com siltitos marrom-avermelhados de aspecto maci- gipsita.
ço, com cimento silicoso, e atitude N-S 20°E. Seqüência
semelhante ocorre no km 9,6 porém com folhelho piritoso. Depois dos estudos de Katzer (1933), o antigo Serviço
No km 11,3 afloram folhelhos lilás, bem laminados e Geológico e Mineralógico do Brasil retomou as investiga-
siltitos silicificados, cinza-claros a rosados, bastante dia- ções geológicas (1921) e pesquisas por meio de sondagens
clasados visando a possibilidade de existência de carvão, e mais
tarde dirigiu o programa para pesquisa de petróleo
A 700m da variante para a serra do Ererê ocorrem blocos de
folhelhos cinza a lilás, bem laminados e arenito cinza, Na Folha SA 22-Belém, o Grupo Tapajós corresponderia
fino, silicificado, sendo que no rio Urubu somente o no flanco norte da sinécl i se à Formação ltaituba e no flanco
folhelho foi observado Uma pequena anticlinal assimétri- sul à Formação Monte Alegre
ca foi observada no km 7,6, constitui da de folhelho cinza e
arenito fino, sendo que logo adiante (100m) o folhelho No flanco norte a faixa de afloramentos do Grupo Tapajós
apresenta direção N40°W e mergulho 20°SW. segue aproximadamente a mesma orientação do Grupo
Urupadi, estendendo-se continuamente desde o limite
oriental da Folha SA.21-Santarém até a montante das
2 2 9. Grupo Tapajós cabeceiras do rio Robaça, onde sofre uma pequena inter-
rupção, para logo após continuar aflorando até pouco a
norte das cabeceiras do igarapé Cafuia. Ocupa também a
2.2 9 1 Generalidades parte externa da braquianticlinal de Monte Alegre, sendo
observado isoladamente nas proximidades do extremo
Santos et alii (1975) denominam Grupo Tapajós à seção leste da Folha em foco, envolto pela Formação Curuá
pensilvaniana da Sinéclise do Amazonas, constituída pelas
Formações Monte Alegre, ltaituba e Nova Olinda. Em
contato discordante com as formações siluro-devonianas As maiores espessuras de afloramento são observadas nas
sotopostas, o Grupo Tapajós é o equivalente litoestratigrá- regiões dos rios Maicuru e Curuá, onde podem alcançar até
fico da "Série ltaituba" definida por Hartt (1896). 45km.

Apesar das imagens de radar possibilitarem uma visão Seus limites fazem-se ao norte com a Formação Curuá e
global das formações e o reconhecimento de expressões com o Grupo Urupadi, enquanto a sul os mesmos são:
morfológicas localmente a elas relacionadas, não é possí- Formação Barreiras e sedimentos quaternários.
vel estendê-las a toda sinéclise, razão por que Cunha
(1973) foi levado a agrupá-las em três grandes unidades No flanco sul sua área de exposição é bem mais restrita,
estratigráficas morfologicamente distintas. situando-se na porção SE da Folha SA 21-Santarém, e
apresentando direção geral E-W com distribuição desde o
Na faixa de afloramentos da seção carbonífera, constituída limite leste da Folha em epígrafe até pouco a oeste do rio
por intercalações de folhelhos, calcários e arenitos, esses Tapajós, encontrando-se ausente na região compreendida
últimos formam discretas topografias cuestiformes. O con- entre o meridiano 55°00'WGr. e 5km a leste da estrada

72/GEOLOGIA
Santarém-Cachimbo, além de nas margens do rio Tapa- figuram se acham debaixo dos folhelhos, sendo porém
jós onde ocorrem sedimentos quaternários. Dentre as devonianos e não devendo ser confundidos com os areni-
unidades da Sinéclise do Amazonas que compõem este tos de Samaúma, ltapeua e imediações de ltaituba, que
flanco, é esta que apresenta maior distribuição, sendo que são do Carbonífero e que estão omissos no citado perfil.
ao longo do rio Salobra está localizada sua máxima Moura (op. cit.) cita que a montante de Paredão, na
extensão aflorante com cerca de 35km. margem esquerda do Tíipajós, os arenitos são vistos
debaixo de calcário, estendendo-se desde Samaútna até a
Ao norte limita-se com a Formação Barreiras, enquanto ao montante de Maloquinha, mostrando estar em conexão
sul seu contato é com a Formação Curuá. clara com os calcários e logo abaixo destes.

2.2.9.2 - Formação Monte Alegre Kremer (1956a) refere-se aos arenitos de cobertura do
médio Devoniano, folhelhos e siltitos, na região de Monte
Alegre, como representantes do Carbonífero Inferior, cor-
2.2.9.2.1 - Generalidades relacionáveis com os leitos carboníferos inferiores do rio
Tapajós. A seção de arenitos seria Mississipiana Superior.
A primeira referência feita a esta unidade estratigráfica Entretanto, não há evidência fossilífera para essa afirma-
deve-se a Albuquerque (1922), quando denominou o areni- ção.
to basal, da seção de calcários carboniferos, de Arenito do
Forno, nome derivado da Pedreira do Forno, no rio Jatapu. Freydank (1957b) afirma que o Arenito Monte Alegre grado
Moura (1938) refere-se aos arenitos carboníferos de Malo- no topo para siltitos e folhelhos da Formação ltaituba na
quinha, ltapeua, Samaúma, imediações de ltaituba e ou- seção tipo. O contato entre ambas teria lugar onde ocorre
tras regiões, posicionando-os na base do Carbonífero sem uma abrupta mudança ou inflexão no mergulho .
fazer referência à denominação dada por Albuquerque (op.
cit.). Dixon & Silva (1951) referem-se ao Arenito do Forno
como sendo a unidade basal do Carbonífero. Kremer Segundo Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971), " ... em
(1956b), em trabalho no vale do Tapajós, na mesma região superfície, encobre discordantemente todas as unidades
estudada por Moura (op cit ), descreve aqueles arenitos sotopostas desde o Uatumã até a Formação Faro, princi-
denominando-os Maloquinha. Freydank (1957b), em inves- palmente no flanco leste do Arco de Purus. Nas faixas de
tigações levadas a efeito na região de Monte Alegre, refe- afloramentos, em geral, sobrepõe-se ao membro Curiri da
re-se pela primeira vez aos elásticos basais do Carboní- Formação Curuá. Lateralmente grada para a Formação
fero co~o Formação Monte Alegre. Morales (1959), Capu- ltaituba, chegando a desaparecer em algumas regiões.
to, Rodngues e Vasconcelos (1971) e Santos et ali i (1975) Pelos raios gama, observa-se uma sensível redução da
também fazem uso desta denominação em seus trabalhos. curva da radioatividade nas passagens da Formação Curuá
ou Faro para a Formação Monte Alegre. Quando o contato
Naturalmente, se fôssemos considerar o termo prioritário a é feito com os Arenitos Faro, torna-se difícil sua delimita-
denominação correta para esta unidade estratigráfica se- ção. Em superfície, o contato superior é arbitrado na base
ria Arenito do Forno, com seção e localidade tipo no rio de uma camada de anidrita da Formação ltaituba".
Jatapu, pedreira do Forno; contudo, no consenso geral o
termo Monte Alegre está mais difundido. Em síntese nesta área assenta em discordância sobre a
Formação Curuá, sendo recoberta em alguns locais, tam-
Freydank (op cit ) em seu trabalho não deixou uma seção bém discordantemente, pela Formação Barreiras.
detalhada; pode-se concluir, entretanto, por seu relatório e
área de trabalho que a seção tipo encontra-se na região
leste e sul da braquianticlinal de Monte Alegre, na série de 22923 - Distribuição na Área
cristas com formato anelar, mais especialmente em ambos
os lados da estrada Monte Alegre-Mulata, próximo ao Ocorre ao longo de quase todo o flanco norte da sinéclise.
local chamado Jacaré e ainda nas serras do Ererê, Lua e É mencionada sua presença nos principais afluentes da
Paituna. margem esquerda do Amazonas. Não ocorre na região do
Arco do Gurupá, encontrando-se as últimas exposições
orientais a oeste de Monte Alegre, próximo ao limite das
2 2.9.2 2 - Posição Estratigráfica Folhas Santarém-Belém. A sudeste da área, flanco sul da
sinéclise, vale do Tapajós, encontram-se boas exposições
Derby (1877) af ir ma terem sido reconhecidas com certeza desta unidade estratigráfica.
camadas cretácicas na serra do Ererê, pois aí encontrou-
se, em 1871, madeira fossilizada classificada pelo Dr.
Dawson como Dicotiledôneas; Moura (1938) vai mais lon- Na área de Monte Alegre, Kremer (1956a) estima a espessu-
ge: refere ao Cretáceo não só a serra do Ererê mas toda a ra do arenito em torno de 300m, enquanto Bemerguy
coroa de serras de Monte Alegre. Oliveira & Leonardos (1964), na área central do flanco sul da Bacia do Médio
(1943) supõem também serem aquelas rochas cretácicas. Amazonas, calcula a espessura da Formação Monte Alegre
Cabe a Dixon (1950) e Kremer (1956a) situá-las no Carboni- com base em perfis nos rios Cupari-Tinga, Curuá-Una,
fero. Tutuí, Curuá-Tinga e a leste deste rio - tomando por base
o mergulho médio de 2°30'- entre 56 a 130m.
No corte geológico de Katzer (1933) do rio Tapajós, está
omisso o arenito carbonífero que fica sotoposto ao calcá- Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971) referem-se a sua
rio, mostrando o aludido claramente assentar-se a rocha espessura como variável até um máximo de 70m, sendo
calcária sobre os folhelhos de Barreirinha. Moura (1934) que no flanco sul pode variar de 30 a 40m desde o rio
observa tal equívoco e assinala que os arenitos que parauari até próximo ao Xingu.

GEOLOGIA/73
2.2.9.2.4 - Litologlas ções cruzadas, ocasionalmente sendo encontrados níveis
de arenitos grosseiros e camadas lenticulares de tolhe-
Esta unidade estratigráfica basal é constituída por arenitos lhos.
de coloração esbranquiçada, cinza-claro e marrom-claro,
de granulometria geralmente fina a média, com grãos de Dentro desta unidade na região da braquianticlinal de
quartzo bem compactados, subangulares ou subarredon- Monte Alegre, as amostras co latadas pelo Projeto RADAM-
dados. Na base estes arenitos são grosseiros a conglome- BRASIL representam uma seqüência de arenitos, siltitos e
ráticos com grânulos de quartzo bem rolados, encontran- folhelhos. As primeiras são as rochas constituídas predo-
do-se eventualmente seixos de granito, vulcânica, quartzo minantemente por partículas com dimensões areia média a
leitoso e folhelho. Geralmente os arenitos são friáveis e fina, bem selecionadas e subarredondadas. Eventualmen-
porosos - localmente têm silificação secundária -, te, na base da seção ocorrem particulas grosseiras, carac-
duros, densos e quartzíticos. As camadas superiores da terizando microconglomerados. A coesão das partículas
seção têm as partículas gradualmente mais finas, ocorren- varia de regular a boa, evidentemente em função do
do arenitos sílticos e siltitos argilosos com lentes de tolhe- cimento normalmente silicoso, e às vezes com significativa
lhos calei feros e calcários argilosos no topo. Macrofósseis contribuição argilosa. Suas colorações variam: branco,
não são assinalados. amarelado, marrom e também cinza-escuro.

Katzer (1933) refere-se aos arenitos do Carbonífero Inferior Os siltitos têm cores desde cinza, verde, marrom, róseo e
do Tapajós como constituídos por grãos de tamanho areia amarelado, havendo lentes interdigitadas de arenito fino e
fina com cerca de 90% de quartzo hialino, 5% de feldspato argilito. O cimento mais ou menos intenso alterna-se em
potássico, alguma hematia, limonita e 5% aproximada- silicoso e ferruginoso

I mente de cimento caolínico. Os estratos superiores são


duros, silicificados, ao passo que os inferiores são friá-
veis. Nestes arenitos não se encontrou um vestígio sequer
de fósseis.

Albuquerque (1922) descreve esta unidade estratigráfica na


Na amostragem realizada os folhelhos são subordinados,
resultado de variações faciológicas laterais de siltitos e
arenitos. Suas cores mais comuns seriam cinza-esverdea-
do a marrom-amarelado q1-1ando intemperizadas

Pedreira do Forno como constituída por "arenito amarelo


friável, com estratificação falsa, capeado de concreções 2.2.9.3 - Formação ltaituba
de ferro, semelhantes aos arenitos do rio Uatumã. Um
outro de gran fina~ com listras e pontos de caolim, é o
dominante, mas ainda encontra-se um outro, de grãos 2.2.9.3.1 - Generalidades
muito rolados, redondos, como ovos de peixe, igualmente
protegidos por uma carapaça de óxido de ferro. As cama- As investigações realizadas por Hartt (1876) e Derby (1898)
das superiores formam bancos espessos, com falsa estra- nas proximidades de ltaituba deram a conhecer a série de
tificação". mesmo nome, a qual é contituída de calcário fossilífero,
folhelho, arenito e leitos de gipsita. Trabalhos realizados
por Silva (1952) e Freydank (1957b) fazem referência à
Moura (1934), no rio Erepecuru, assinala os terrenos carbo- Formação ltaituba Os arenitos, litologia predominante
níferos das imediações cl_a foz do igarapé Pedreiras às na base da série, são destacados por Freydank (op. cit )
proximidades de Araçá, sendo as rochas arenitos e tolhe- como constituindo a Formação Monte Alegre. Calcários e
lhos subordinados; faltam nesse rio os calcários. Também anidrita passam então a constituir a Formação ltaituba
no rio Curuá, o Carbonífero está representado por tolhe- enquanto a seqüência superior, formada por calcário e
lhos e arenitos, não havendo afloramentos de calcário. No
evaporitos em geral, é destacada, passando a constituir
rio Maicuru o calcário ainda não se mostra, ocorrendo o
a Formação Nova Olinda
arenito a jusante do igarapé Julião, do Coussu. Tem cor
branca, granulação fina, friável, com listras ferruginosas,
mergulhado para oeste.
2.2.9.3.2 - Posição Estratigráfica
Freydank (1957b) refere-se a estes arenitos como de granu-
lação fina a média, ocasionalmente interdigitados por A Formação ltaituba situa-se estratigraficamente entre as
leitos de siltito. Sua cor é cinza quando frescos e ama- Formações Monte Alegre e Nova Olinda. O contato entre
relo-acastanhado quando intemperizados: com certa estas formaçoes é normalmente gradacional, sendo menos
freqüência são duros e quartzíticos. Em geral pode-se dizer freqüente o contato abrupto.
que os leitos da base são constituídos por partículas
grosseiras e seixos ocasionais. Derby (1898) já havia sugerido, para esta unidade, Carboní-
fero Superior; Duarte (1938) e Kegel (1951) concordam com
Para Bemerguy (1964), na área central do flanco sul da Derby. Petri (1952) verificou a presença de foraminíferos
Bacia do Médio Amazonas os arenitos são brancos a que ratificam aquela idade.
róseos, granulação fina a média, geralmente friáveis, es-
tratificação cruzada comum, localmente pouco calcíferos, Moura (1934) cita que a montante de Paredão, na margem
porosidade aparente média a pobre, raras intercalações de esquerda do rio Tapajós, os arenitos são vistos abaixo do
siltitos e folhelhos, amarelo-amarronzados, micáceos. Não calcário, estendendo-se desde Samaúma até a montante de
foram observados macrofósseis. Maloquinha, mostrando estar em conexão clara com os
calcários e logo abaixo destes, sendo esta relação ainda
Santos et ali i (1975) descrevem estes arenitos como predo- perfeitamente visível no rio Parauari, no Estado do Ama-
minantemente claros, friáveis, grãos médios a finos, lim- zonas, a montante de Casa de Pedra e nos igarapés que
pos, bem selecionados, exibindo proeminentes estratifica- ficam a oeste de Vila Braga. ·

74/GEOLOGIA
Freydank (1957b) menciona o contato entre ambas as riquíssima, constando de mais de cem espécies de Bra-
formações como uma gradação entre o arenito da unidade quiópodos, Lamellibranquios, Gasterópodos, Coraes, Brio-
basal e siltitos e folhelhos da superior. São alternadamen- zoários, Trilobitas. Equinodermas e Peixes. sendo estas
te cinza a esverdeados, com siltitos cinza e finos leitos de três últimas classes comparativamente raras. Assinala a
arenito. notável coincidência entre estes estratos e a seqOência car-
bonífera superior (Coai Measures) dos Estados Unidos,
Bemerguy (1964) refere-se à Formação ltaituba como su- notando ainda que as faunas carboníferas boliviana e peru-
perposta aos arenitos da Formação Monte Alegre de idade ana pertencem ao mesmo horizonte geológico, mencio-
Pensilvaniana inferior e sotoposta à Formação Nova OI in- nando ainda que, comparados com os depósitos europeus,
da, atribuída ao Pensilvaniano médio. Tanto o contato os do Brasil são, pelos seus fósseis, mais relacionados
inferior como o superior são concordantes. com os de idade Permiana do que com os de idade sub-
carbonífera ou "Mountain Limestone".
Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971) referem-se ao
contato entre a Formação Monte Alegre e a Formação !tal- Derby (1898) cita que do lago Arapicu ao lago Abui, numa
tuba como sendo gradacionai ou abrupto. No primeiro ca- distância de 34km, encontram-se superfícies expostas de
so surgem no topo do Monte Alegre intercalações de tolhe- rochas indubitavelmente carboníferas. No lago Abui cons-
lhos, calcários, dolomitos e arenitos, que passam para a tatou uma seção geológica ascendente, que é a seguinte:
anidrita da base da Formação ltaituba. Quando abrupto, as calcário argiloso, argila azulada, folhelho calcífero, calcá-
anidritas ou calcários da Formação ltaituba recobrem rio fossilífero e folhelho arenoso com fósseis do Carboní-
diretamente os arenitos inferiores. fero.

Katzer (1933) descreve poucas espécies fósseis, referindo-


2.2.9.3.3 - Distribuição na Area se ao calcário nas proximidades de ltaituba como sedimen-
tos pardo-escuros, delgados, intercalados a leitos pardo-
Nesta área a Formação ltaituba ocorre nos rios Jatapu, claros ou amarelos, de espessura variável.
Capucapu, Trombetas e na estrutura de Monte Alegre,
penetrando a noroeste da Folha SA.22-Belém, mais especi- Albuquerque (1922), no rio Jatapu, a pouco mais de 2km da
ficamente na Folha SA.22-V-C. Sua litologia mais caracte- foz do rio Capucapu encontrou " ... bancos de calcário car-
rística, calcário, encontra-se omissa nos rios Erepecuru, comido, deixando salientes e bem conservados abundan-
Curuá e Maicuru Sem dúvida, suas melhores exposições tes fósseis silicificados, principalmente braquiópodos,
encontram-se a sudoeste da Folha SB.21-Tapajós, no vale sendo comuns diversos "Productos", "Spiríferas", "Ort-
do Tapajós, mais especificamente região de ltaituba. his", "Orthotheles", "Schuchertelas", etc. sendo o mais
conspícuo a "Seminula argentea" Junto ao calcário
Seu registro no extremo leste da Bacia Amazônica situa-se acha-se um folhelho cinzento e manchado de preto tam-
a oeste de Almerim, enquanto a oeste ocorre aproximada- bém ricamente fossilífero, e no qual se acham intercalados
mente no flanco leste do Arco de lquitos; não ocorre no os bancos de calcário". Pareceu a este autor ser esta fauna
Arco Gurupá. igual à de Pedra do Barco, Bacia do Maués-Açú, daí
considerá-la, bem como as formações correlativas, como
Especialmente nas sondagens para petróleo sua espessura Carbonífero Superior
é estimada entre 100 e 400m. Bemerguy (op. cit.) em
mapeamento ao sul desta área avalia sua espessura tam- Derby (1877) já havia constatado a presença de foraminífe-
bém aproximadamente dentro daqueles limites. ros. Petri (1952) descreveu-os, identificando as seguintes
espécies. Fusulinella silvai, Millerella marblensis,Tetrata-
xis, Paramillerella derby e os gêneros Plectogyra e Textula-
2 2.9.3.4 - Litologias ria. A identificação do gênero Fusulinella veio contribuir
para melhor definição da idade des.ta forma~ão, uma. v~z
Sem dúvida os calcários se constituem no principal litoti- que este gênero é considerado restnto ao honzonte medto
po, não só por serem portadores de abundante fauna fossi- do Carbonífero Superior.
lífera como ainda por não ser registrada a sua ocorrência
de forma tão significativa nas camadas de outros períodos Mendes (1957) assinala que não se pode considerar a
de paleozóico amazônico. Além de calcários ocorrem paleofauna da Formação ltaituba propriamente como ende-
folhelhos, siltitos, arenitos finos e, associados aos dois mias, apesar dos vários gêneros novos propostos e da
primeiros, existem evaporitos. presença de apenas poucas espécies comuns à fauna
contemporânea do Peru. Mas, indubitavelmente, as suces-
Na serra ltauaiuri o calcário aflora sob arenito no sopé da sivas revisões enfraquecem as supostas vinculações ínti-
elevação. Os calcários são cinza maciços a pretos, haven- mas com as faunas carboníferas da América do Norte.
do horizontes esbranquiçados. Esta rocha é predominante-
mente calcitíca, ocorrendo sulfetos disseminados. Para Kremer (1956a), o calcário encontrado nas proximida-
des das pequenas vilas de Mulata e Jacaré é de cor cinza a
Na área de Monte Alegre a amostragem efetuada pelo escuro, finamente cristalino a argiloso, compacto e duro.
Projeto RADAMBRASIL registra ação metamórfica dinâ- FreqUentemente o calcário contém grandes cristais de
mica e também térmica resultante de falhamentos e intru- pirita.
sões básicas. Deste último efeito resultou calcário crista-
lino cortado por veio de epídoto e pirita disseminada; a Bemerguy (1964), na Bacia do Médio Amazonas, refere-se à
ação do esforço desenvolveu rocha carbonática milonítica. Formação ltaituba como compreendendo uma seqOência de
carbonatos, evaporitos e elásticos intercalados. A seção
Derby (1877) refere-se à fauna destes "calcários" como por ele mapeada está composta principalmente por calcá-

GEOLOGIA/75
rios e arenitos com alguns folhelhos subordinados e hori- sills de diabásio atravessados, cujo somatório das espes-
zontes delgados de sílex. suras pode alcançar algumas centenas de metros.

Caputo, Rodriques e Vasconcelos (1971) citam que em Caputo & Andrade (1968) em seções parciais dessa forma-
perfície assina~am a predominância de calcários na base e ção, em quase todos os rios que atravessa"':l a fai~a de
tos, arenitos, siltitos 'e folhelhos intercalados. Em subsu- afloramentos paleozóicos no flanco sul da bacia, estimam
perfície assinalam a predominância de calcários na base e as seguintes espessuras: 417 m no rio Cupari, 250m no rio
anidritas no topo, sendo comuns no Alto Amazonas cama- Urupadi, 53m no rio Parauari e 155m no rio Amanã
das de sal confundindo-se com a litologia da unidade
superior. Para Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971 ), distribuiu-
se esta unidade nas Bacias do Alto, Médio e Baixo
Santos et ali i (1975) apresentam esta formação constituída Amazonas, desde próximo ao Arco de lquitos até o Arco de
por calcários associados a arenitos, folhelhos e siltitos, Gurupá, estimando sua espessura em subsuperfície como
sendo os evaporitos raramente encontrados em superfície, superior a 1200m
dada sua fácil dissolução
Segundo Santos et alii (1975), em poços perfurados na
exploração de petróleo nos rios Maués e Abacaxis as
espessuras estariam compreendidas respectivamente en-
2.2.9 4 - Formação Nova Olinda
tre 450-897m e 930-1025m

I 2 2 9.4 1 - Generalidades

Atribui-se a Kistler (1954) a criação do Grupo Nova OI inda


Trabalhos posteriores colocam esta unidade na categoria
de formação, sendo o seu uso consagrado.
229 44 - Litologias

Fundamentando-se especialmente em dados obtidos em


subsuperfície, nesta área, a litologia predominante seria
de evaporitos, encontrando-se camadas e lentes inter-
digitadas constituídas de folhelhos, siltitos, calcários e
Apesar da grande espessura destes sedimentos verificada arenitos. A leste de Santarém os evaporitos não são mais
em subsuperfície, especialmente sua composição litológi- observados, dando lugar gradativamente à sedimentação
ca e secundariamente os sedimentos de cobertura não elástica até o Arco de Gurupá a leste desta Folha A oeste,
permitiram sua perfeita caracterização em superfície. So- região do Alto Amazonas, também mudanças faciológicas
mente a perfuração do poço pioneiro na margem direita do propiciam variações no caráter litológico dos sedimentos,
rio Madeira, na localidade conhecida por Fazenda Nova trazendo como resultado uma sedimentação principal-
Olinda, no ano de 1953, é que revelou a existência deste mente carbonática.
espesso pacote predominantemente qui m ico-evaporítico,
que segundo Daemon & Contreiras (1971) tem a idade O conteúdo fossilífero desta unidade, como seria de se
compreendida no intervalo que vai do Neocarbonífero até esperar, é mais pobre que o da Formação ltaituba
ao Mesopermiano
Nos evaporitos segundo Caputo, Rodrigues e Vascon-
celos (1971) ocorre especialmente halita que varia de
branca incolor a rósea e vermelha, predominantemente
2 2.9 4.2 - Posição Estratigráfica
pura e cristalina. lnterlaminações com anidrita e tolhe-
lho são ocasionais, dispondo-se em camadas cujas espes-
Estratigraficamente repousa sobre a Formação ltaituba, suras tiveram um máximo registrado de 100m. As camadas
sendo o contato gradacional, do que resulta certa flexibili- de anidrita podem apresentar em média uma potência de
dade na sua definição É truncada pelo manto terciário em 5 a 40m. Folhelhos e siltitos encontrados no topo da
superfície, e segundo Caputo, Rodrigues e Vasconcelos, seqüência são calcíferos e podem conter fósseis vegetais,
(1971) nas regiões onde ocorre a Formação Andirá, o
sendo que suas cores são preto, cinza, verde, marrom e
contato com esta é gradacional e concordante
avermelhado Arenitos predominam na base da seção;
variam de finos a médios, com cores branca, creme,
castanha e verde.
2.2.9 4.3 - Distribuição na Área

Apesar de sua não freqüente constatação de forma direta 2.2.1 O - Diabásio Penatecaua
em superfície, a paleogeografia, trabalhos de sondagem
para petróleo, trabalhos de campo e as imagens de radar
permitem prever sua presença sob espesso manto intem- 2 2 10.1 - Generalidades
périco nos vales e interflúvios dos rios Nhamundá, Trom-
betas, Paru de Oeste, Maicuru e Curuá. É de se notar ainda No tocante a essa unidade estratigráfica, lssler et alii
que sua espessura aparente e o mapeamento de superfície (1974) assim escreveram: "Neste trabalho é proposta a
sofrem influências da desnudação e recuo da unidade denominação de Diabásio Penatecaua- termo da litologia
Terciária da cobertura. mais importante da unidade e do nome de um pequeno rio
formador do Jurauçu, que corta a rodovia Transamazônica
A sudoeste de Parintins, vale do Madeira, no poço 8km a oeste da Rurópolis Pres. Médici - conforme
1-AD-1 A-AM da Petrobrás a espessura é estimada em proposição de Andrade (1973) quanto à localidade-tipo, à
1500m; a oeste de Saritarém, foz do Tapajós, no poço unidade composta de rochas básicas introduzidas durante
1-AC-1-PA, a espessura é estimada em 1250m. Deve-se o intervalo jurássico-cretáceo em sedimentos da Sinéclise
notar que destes resultados não foram descontados os do Amazonas".

76/GEOLOGIA
Entretanto a ocorrência de rochas de caráter básico, afe- Barbosa (1967) atribuiu-lhes idade triássica inferior~ men-
tando sedimentos da Sinéclise do Amazonas, é de há cionando datação de 21 OMA.
muito conhecida, sendo que Derby (1877) referiu-se:
" ... na região paleozóica, o diorito é muito comum, for- Com respeito ao Diabásio Penatecaua, na sua localidade
mando diques enormes, e às vezes, parecendo ter sahido tipo, Andrade (1973) referiu-se ao mesmo como estando
dos planos de estratificação, tomando a aparência de estratigraficamente acima dos arenitos da Formação
camadas interestratificadas nas camadas sedimentárias". Trombetas e abaixo dos folhelhos da Formação Curuá.
Mencionou também outro tipo de rocha eruptiva, a qual Entretanto, esta situação estratigráfica é aparente, pois
denominou vagamente de "trapp", e ocorrente sob a forma este corpo básico ocorre sob a forma de si//, portanto
de diques estreitos, nas regiões de Ererê, Cajubim e considerado como posterior a essas unidades, e mais
Curumu (próxima de Alenquer). precisamente de idade Jurássico-Cretáceo.

Também Hartt (1898) referiu-se a "dykes de trapp" nas Santos et ali i (1975) atribuíram para a unidade em epígrafe
regiões de Monte Alegre e Ererê. idade Jurássico-Cretáceo, baseados em datações radio-
métricas, corroborando portanto a assertiva de lssler et ali i
Posteriormente a presença de rochas em outras regiões foi (1974).
atestada por inúmeros pesquisadores, dentre os quais
destacaram-se: Albuquerque (1922) no rio Uatumã, Oliveira Na Folha SA.21-Santarém, determinações geocronoló-
(1926) em sondagem no rio Urupadi, Oliveira (1928) no rio gicas efetuadas em rochas desta unidade confirmaram
Erepecuru, Albuquerque (1922) no rio Curuá de Alenquer, também seu posicionamento no Jurássico-Cretáceo.
Moura & Bastos (1929) no rio Maicuru

Com o advento da Petrobrás, a Bacia Amazônica foi sub- 2 2 10.2 - Posição Estratigráfica
metida a estudos maiores e mais acurados; assim, Kremer
(1956a) mencionou que as rochas intrusivas na região de O Diabásio Penatecaua apresenta-se intrudido na seqüên-
Monte Alegre consistiam de diorito, diorito pegmatítíco e cia paleozóica da Sinéclise do Amazonas, sob a forma de
dial;lásio O primeiro, sob a forma de um grande stock, foi corpos concordantes e discordantes, tais como diques,
o responsável pela formação da estrutura de Monte Alegre, sills e stocks Os diques e stocks mostram-se pene-
que soergueu as camadas do Siluriano, Devoniano e trando até rochas do Carbonífero Superior, enquanto os
Carbonifero O pegmatito foi observado somente na serra sills situam-se em diversos níveis da seção paleozóica.
ltauaiuri. Os diabásios foram encontrados principalmente Essas manifestações básicas não foram até o momento
na parte norte e oeste da área observadas em rochas da Formação Barreiras, cuja sedi-
mentação teria iniciado no final do Cretáceo Inferior.
Bischoff (1957) referiu-se a dois diques de diabásio, com
direção N42°E, no rio Acapu, constituídos por plagioclá-
sio, augita, alguma olivina e minerais acessórios 2 2 1O 3 - Distribuição na Área

No rio Uatumã, Freydank (1959) observou somente um Os diques, feições mais marcantes desta unidade, apre-
afloramento de rocha básica afetando a seção paleozóica, sentam direções predominantemente NNE e N-S e secun-
sendo que o autor supôs que o mesmo era devido a uma dariamente NNW. Suas maiores concentrações situam-se
pequena exposição de um grande corpo intrusivo de na- nos domínios da Sinéclise do Amazonas, entre os rios
tureza gabróide, que afetou a parte inferior do membro Erepecuru e Maicuru, porém seus prolongamentos podem
Ariramba da Formação Maecuru e foi responsável por afetar rochas do Complexo Guianense, da Formação
mergulhos em todas as direções e inúmeras pequenas Surumu e do Granito Mapuera.
falhas
Excelente exposição desta unidade é observada no rio
No tocante à estrutura de Monte Alegre, Montalvão & Maicuru, ainda dentro dos limites da Sinéclise do Ama-
Oliveira (1975) referiram-se à mesma como sendo uma zonas, constituindo um afloramento contínuo por cerca de
"braquianticlinal", a qual se formou por intrusão de rocha 10km e que se estende lateralmente por volta de 34km.
ígnea básica toleítica Portanto, esses autores mantiveram
para a origem desta estrutura a mesma hipótese anterior- Na Folha SA 21-X-C, foi observado o maior dique desta
mente formulada por Kremer (op. cit ) unidade, o qual se estendeu por cerca de 50km.' com dir~­
ção NE-SW, desde o norte do rio Trombetas ate após o no
Fato digno de menção é o dique de diorito, encontrado por Acapu.
Albuquerque (1922) no lago do Erepecu, que possivelmente
corresponde ao extenso d;que de olivina diabásio, amos- Uma outra concentração de diques situa-se na porção NE
trado pelo Projeto RADAMBRASIL, e que se estende por da Folha SA.21-V-D, os quais se prolongam em menor
mais de 60km, com direção NE-SW. Este dique é obser- quantidade pela Folha SA.21-V-B.
vado desde a região compreendida entre a margem es-
querda do rio Trombetas e o lago do Erepecu, prolon-
gando-se até após o rio Acapu e mostrando uma feição 2.2.1 0.4 - Geocronologia
bastante nítida nas imagens de radar.
Na Folha SA.22-Belém, lssler et alii (1974) mencionaram
No tocante ao posicionamento dessas rochas básicas, idades de 134 ± 4MA e 175 ± ?MA, obtidas pelo método
Oliveira & Leonardos (1943) referiram-nas ao Rético. K/ Ar, para essas rochas básicas, e reiteraram a correlação
desta unidade com a Formação Orozimbo, ocorrente na
Bemerguy (1964) citou-as como pré-cretáceas, enquanto Sinéclise do Maranhão-Piauí.

GEOLOGIA/??
Idades muito prox1mas às acima mencionadas foram 24MA. Essas idades representam até o momento a última
obtidas por Basei (1974) para o Diabásio Penatecaua na reativação que teria afetado a região cratônica.
Folha SB.21-Tapajós, utilizando o método K/ Ar, que
forneceu valores de 144 ± 6MA e 177 ± 8MA. Para as rochas da Formação Apoteri, Mandetta (1970)
obteve idades, pelo método K/ Ar, compreendidas entre
O magmatismo básico que se acha bem caracterizado no 127 e 178MA; depreende-se desse modo que este vulca-
Território Federal do Amapá, principalmente sob a forma nismo é, ao menos em parte, contemporâneo ao Diabásio
de possantes diques com rumo N0°-50°W, recebeu de Penatecaua.
Lima et ali i (1974) a denominação de Diabásio Cassiporé, e
acusou idades, pelo método K/ Ar, compreendidas entre Basei & Teixeira (1975a) forneceram idades compreendidas
180 e 250MA. Da mesma ordem de grandeza foi a idade entre 135 ± 53MA e 183 ± 14MA, obtidas pelo método
obtida pelo método K/ Ar, para um dique de diabásio, K/ Ar em plagioclásio, para o Diabásio Penatecaua, na
mencionado por Oliveira et alii (1975). como tendo 201 ± Folha SA 21-Santarém

TABELA XXVII
Dados Analíticos e Idades K/ Ar das Rochas do Diabásio Penatecaua

ERRO
N.° Camoo Quadrícula Rocha Material %K Erro(%) A,4Drac~Xws Ar4Drad x 1o-s %ATM Idade (MA) Erro

M-143 SA.21-X-D Dlabáslo Plagloclásio 0,3877 0,0031 0,2163 0,00703 47 135..±..53


M-114 SA.21-X-D Dlabáslo Plaglocláslo 0,3116 0,0097 0,2270 0,01313 35 175..±.. 15
PT-X SA.21-X-D Dlabáslo Plaglocláslo 0,3849 0,0043 0,2947 0,0199 32 183..±..14

TOTAL = 0,530 X 10-9 anos -1 K = 0,585 X 10"10 anos·1 K4o = 1,9 x 1o-2 do K total
2.2.10.5 - Petrbgrafia TABELA XXVIII
Diabásios
As amostras coletadas desta unidade estratigráfica são

~
representadas por diabásios que ocorrem sob a forma de
diques, com extensões bastante variáveis. No tocante aos
seus aspectos macroscópicos, possuem normalmente
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(J

-
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>l:
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coloração preta, que no entanto às vezes tende ao esver- s li:~ ~~ ~~
deado. A granulação é fina a média e muito raramente
grosseira, a textura é subofitica e são observados plagio- Quartzo X X
clásios e piroxênio como minerais essenciais, enquanto a Feldspato Alcalino X X
magnetita é um acessório comum e sulfetos e quartzo são Labradorita/ Andes i na X
esporádicos. Labradorita X X
Olivlna X
Ao microscópio a textura subofitica é largamente domi- Augita X
nante, sendo a ofítica bastante rara. Dentre os minerais
Pigeonita X X
essenciais o plagioclásio predomina sob o piroxêAio,
aquele representado quase sempre pela labradorita, en- Anflbólio X
quanto andesina/labradorita foi observada em uma amos- Biotíta X X X
tra da Folha SA.21-X-D Seus cristais mostram-se alon- Apatíta X X X
gados com formas euédricas a subédricas, com macias de Opaco X X X
Albita e por vezes Carlsbad. O zoneamento é freqüente, Sericita X X
sendo que a alteração é variável, mostrando como pro- Clorita X X
dutos sericita, saussurita e carbonato. Urallta X X
Carbonato X X X
Dentre os piroxênios a pigeonita apresenta maior distribui- lddlngslta X
ção do que a augita, diferenciando-se desta pelo seu baixo Zeolita ? X
ângulo 2v. O primeiro tem formas anédricas e subédricas e Epidoto ?
mostra transformações a uralita e clorita principalmente,
apresentando também pequenos cristais de biotita e zeoli- (X) - presença do mineral sem Indicação da porcentagem estimada
ta (?)associados. A augita tem formas semelhantes às da
pigeonita, mostra-se menos alterada, e quando a mesma 2.2 11 - Formação Barreiras
está presente é o anfibólio. A presença de olivina foi
observada somente em uma amostra da Folha SA.21-X-C,
ocorrendo com formas arredondadas, incolor, bastante 2.2.11 .1 - Generalidades
fraturada e mostrando formação de iddingsita. Mostra-se
por vezes circundada pelo piroxênio, não tendo sido obser-
vada, no entanto, nenhuma reação entre ambos. Opacos e A primeira referência a esta unidade estratigráfica é encon-
apatita são os acessórios mais comuns, sendo que em trada em Oliveira & Leonardos (1943) - à qual se referem
algumas amostras pode-se observar localmente intercres- como Série das Barreiras - e que assim se reportaram:
cimento micrográfico entre quartzo e feldspato alcalino. "A primeira descrição das barreiras da costa baiana encon-

78/GEOLOGIA
tr-a-se na magnífica carta em que Pero Vaz de Caminha se expressou: "Moura, em 1940, aplicou a designação
comunica ao Rei de Portugal, em abril de 1500, a desco- Série Barreiras no Recôncavo Baiano. Barnes, em 1949,
berta do Brasil. .. " usou a designação de Formação ... Recentemente Biga-
relia & Andrade (1964) definiram o Grupo, e subdividiram-
Na Região Amazônica deve-se a Albuquerque (1922) a ma i~ no em duas formações (Guararapes e Riacho Morno) e
remota tentativa para denominação do Terciário, quando Campos Silva (1966) destacou mais duas, principalmente
se referiu ao "Arenito de Manaus". Posteriormente Maury na região de Natal (Macaiba e Potengi)". f:stas formações
(1924) atribuiu outra designação ao Terciário, quando crióu estão separadas entre si por discordâncias.
a Formação Pirabas, representada pelas camadas ma-
rinhas, fossilíferas, que ocorrem a leste de Belém, na faixa Fràncisco et ali i (1971 ), para sedimentos considerados
costeira dos Estados do Pará, Maranhão e Piauí. como Terciário Inferior, propuseram a denominação infor-
mal de Formação lpixuna, sendo o Terciário Superior
No entanto, diversos autores, que se seguiram, conti- representado pela Formação Pirabas e Grupo Barreiras,
nuaram a referir-se ao Terciário de uma maneira genera- este sobrepondo-se àquela.
lizada, como se pode observar.
Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971) preferiram a utili-
Carvalho & Oliveira (1926), sobre o Terciário no rio Aba- zação do termo Formação Alter do Chão - na qual está
caxis, assim se expressaram: "No traçado do perfil, incluí- incluso o "Arenito Manaus" db Albuquerque (1922) - em
mos numa só faixa todas as feições do terreno terciário detrimento de Barreiras por acharem esta designação
superficial, argilas variegadas e arenitos mais ou menos imprópria para definir formações que ocorrem em bacias
friáveis, porque, como já foi demonstrado pelo Dr. Odorico diferentes, além de alegarem a não existência de seção ou
R de Albuquerque, não há ordem na sucessão, quer localidade tipo.
horizontal quer vertical, dos elementos que constituem
esta capa que reveste todo o vale do Amazonas" Entretanto, o termo Barreiras continuou a ser utilizado
tanto como Formação ou Grupo, enquanto a Formação
Paiva (1929) referiu-se ao Terciário como "Terra Geral do Alter do Chão mantém-se em uso quase que apenas por
Japurá", "Barreiras Vermelha", Arenitos e Argilitos, como técnicos da Petrobrás
tendo similaridade com os depósitos terrígenos da costa
do Brasil Nunes et alii (1973) referiram-se· "Tanto a Formação Pira-
bas como a Formação lpixuna do Terciário Inferior (Fran-
Moura (1932) assim se reportou "As formações atribuídas cisco et alii, 1971) constituem no presente trabalho va-
ao Plioceno são idênticas às da Série das Barreiras da riações de facies da Formação Barreiras, impossíveis de
costa do Brasil, sem fósseis, até hoje consideradas dessa serem representadas, devido ao caráter do mapeamento e á
idade e que, no Baixo Amazonas, constituem as terras escala utilizada".
firmes que flanqueiam o grande rio até perto do estuário,
o baixo curso dos seus tributários e as terras firmes com- Para Santos et ali i (1975), as Formações Pirabas, Manaus,
preendidas entre estes, na região do seu curso inferior" Solimões, Araguaia, Macapá e outras podem ser síncronas
Incluiu nesta Série o Arenito de Manaus e portanto uma única unidade, neste caso, Formação
Barreiras.
No tocante ao Cretáceo, Derby (1877) afirma tê-lo reco-
nhecido com certeza nas montanhas do Ererê, baseando- Neste relatório mantemos a Formação Barreiras com a
se na presença de "dicotyledones", aliado ao fato dessas mesma conceituação proposta por Santos et ali i (op cit.),
camadas que se mostram perturbadas estarem recobertas considerando no entanto que a Formação Alter do Chão
pelos depósitos horizontais referidos ao Terciário. corresponde à unidade em epígrafe

À semelhança do Terciário, o Cretáceo manteve-se sem A característica mais notável desta unidade é pertinente ao
denominação especial, sendo devida a Oliveira & Leonar- aspecto econômico, pois a mesma encerra grandes jazidas
dos (op cit ) a denominação de Série ltauajari a um de bauxita, que estão localizadas principalmente nos
conjunto de arenitos - constituindo o coroamento das municípios de Almerim, Oriximiná, Faro e Paragominas.
serras da região de Monte Alegre - predominantemente Os bauxitos do vale Amazônico situam-se nas partes
de granulação fina, friáveis, existindo subordinadamente superiores dos platôs - em camadas praticamente hori-
tipos grosseiros que às vezes passam a conglomerados, zontais - que variam de 1OOm a 200m em relação ao rio
tendo cor escura-pardacenta ou vermelha. Amazonas, e que se mostram geralmente isolados. Se-
gundo Wolf (1972), o período de bauxitização é possi-
Com respeito à Formação Alter do Chão, ela foi primeira- velmente Plio-Pieistoceno, podendo atingir até o Ho-
mente referida por Kistler (1954), porém essa denomina- loceno.
ção não parece ter sido aceita de imediato, pois o Cre-
táceo/Terciário continuou sem nenhuma designação
especial por técnicos da Petrobrás, tais como Kremer 2 2 11 .2 - Posição Estratigráfica
(1956a), Freydank (1957a) e Freydank (1959)
A Formação Barreiras, devido a sua grande distribuição
Molnar & Urdidineia (1966) não concordaram com a deno- espacial, acha-se recobrindo discordantemente inúmeras
minação de Formação Pirabas e atribuíram-lhe a categoria unidades estratigráficas, tais como: na Folha NA/NB.22-
de membro, o qual foi posicionado na Formação Alter do Macapá ao Complexo Guianense; na Folha SA.22-Belém
Chão. aos Complexos Guianenses e Xingu, Grupo Tocantins,
sedimentos do Siluriano ao Carbonífero da Sinéclise do
Brito Neves (1968), com respeito ao Grupo Barreiras, assim Amazonas e Formação ltapecuru; na Folha SB.21-

GEOLOGIA/79
TapaJÓS, ao Complexo Xingu, Formação de Cobertura de desta faixa é o rio Amazonas, enquanto o limite sul é
Plataforma e Formações do Siluriano ao Carbonífero da representado pelo flanco sul da Sinéclise do Amazonas
Sinéclise do Amazonas. Mostra-se recoberta parcialmente que aflora até próximo do rio Tapajós, após o qual os
por sedimentos quaternários aluvíonários. sedimentos da Formação Barreiras penetram na Folha
SB.21 -Tapajós.
Nos domínios da Folha SA.21-Santarém, a Formação
Barreiras mostra-se também sotoposta, em parte, aos
sedimentos quaternários aluvionares, e sobreposta às 2.2.11 .4 - Litologias
rochas do Complexo Guianense, Formação Prosperança,
Grupo Urupadi, Formação Curuá e Grupo Tapajós A Formação Barreiras é constituída mormente por sedi-
mentos continentais vermelhos, exceção feita ao facies
Uma das características que auxiliam o posicionamento Pirabas - de caráter marinho, porém com alguma in-
estratigráfico desta unidade estratigráfica é que até o fluência continental - que é constituído, segundo Molnar
presente momento não foram observados em suas ca- & Urdidineia (1966), por arenito fino e folhelho cinza,
madas corpos básicos, quer concordantes quer discor- calcífero, fossilífero, calcário, coquina, meio duro a
dantes, e cujas manifestações mais recentes na Folha macio, amarelo, forma bem desenvolvida, calcarenito
S'A.21-Santarém situam-se no intervalo de 135 ± 53MA a muito duro com estratificação cruzada, pouco fossilífero,
183 ± 14MA arenito calcífero, fino; folhelho cinza, piritoso, com restos
No tocante a sua idade, Bouman, Mesner e Padden (op vegetais, calcilutito cinza-marrom, argilas calcíferas e ar-
cit.) referiram-se a um dente de réptil - encontrado no gilas cinza-amareladas, com finas intercalações de argila
azulada.

I
poço N0-1-AM na seção pertencente à Formação Alter do
Chão - identificado pelo Dr L I Price como de "Dinos-
sauro carnívoro", posicionando-o no Cretáceo Superior
Com respeito ao Arenito Manaus, Albuquerque (1922)
Molnar & Urdidineia (op cit ) atribuíram-lhe idade Oligo- definiu-o como arenito de textura média, cimento caoli-
Piioceno, baseados no fato do Calcário Pirabas ser bem nico, branco, geralmente manchado de vermelho, consis-
posicionado no Mioceno, enquanto Francisco et ~lii tente, consolidado com impregnações de óxido de ferro e
(op cit ) admitiram idade do Mioceno ao Plioceno, porem ocorrendo em Manaus,' no rio Urubu e muitas outras
este limite superior permanecendo com alguma dúvida localidades do Baixo Amazonas. Este arenito foi identifi-
cado por Montalvão & Oliveira (1975) na margem esquerda
Para Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (op. cit ), sua idade do rio Trombetas, na cidade de Oriximiná, constituindo o
é Eocenomaniana a Eomiocênica, podendo mesmo al- barranco do rio, onde na base ocorre conglomerado silici-
cançar o Plioceno, ao passo que para Daemon (1975) ficado com seixos de até 2cm de tamanho, cor vermelha a
situa-se no intervalo entre o Albiano Médio a Superior, até vermelha-esbranquiçada, com nódulos arredondados,
o Cenomaniano e Turoniano, restringindo-a portanto ao brancos, compostos de grãos de quartzo e feldspato, este
Cretáceo último alcançando até 5% da rocha, a matriz é cons-
tituída de arenito fino a muito fino e argila, na parte média
~ o arenito é grosseiro a conglomerático, com estratificação
Neste relatório consideramos a Formação Barreiras como cruzada, direção E-W e mergulho 35°S; na parte superior a
pertencente ao Cretáceo/Terciário e muito possivelmente granulometria é média a fina, a cor avermelhada, silicifi-
como tendo idade abrangendo desde o Albiano Médio e cado
Superior até o Plioceno, pois consideramos o calcário
Pirabas como parte desta unidade estratigráfica.
A seqüência litológica de natureza continental mais aceita
para a Formação Barreiras é constituída por intercalações
de arenitos e argilitos, com conglomerados fubordinados
2 2 11 3 - Distribuição na Área Os arenitos são finos a médios, geralmente com estra-
tificação cruzada, tendo cores vermelhas a variegados,
Esta é a unidade estratigráfica que apresenta maior distri- argilosos, caulínicos, friáveis, podendo ter bancos silici-
buição espacial na Folha SA.21-Santarém; sendo que, ao ficados e duros, mal classificados, contendo grânulos e
norte do rio Amazonas, bordeja a parte sul da braquianti- seixos de quartzo esparsos, bem como bolas de argilas
clinal de Monte Alegre, seguindo com direção oeste por Os argilitos têm cores vermelho-tijolo e variegados,
uma faixa com aproximadamente 30km de largura e que se pobremente consolidados, são maciços, Iam i nados, tendo
estende lateralmente por toda a área mapeada, tendo como bolsas de areias Os conglomerados possuem seixos
limites, ao norte, as formações paleozóicas do flanco norte subarredondados com 5cm a 15cm de diâmetro, de quartzo
da Sinéclise do Amazonas, e ao sul, o rio Amazonas Esta e arenito silicificado
faixa acha-se truncada próximo da cidade de Alenquer
pelos sedimentos carboníferos do Grupo Tapajós, vol-
tando entretanto a aflorar na confluência dos rios Curuá e No vale Amazônico os platôs bauxitíferos apresentam
Amazonas, estendendo-se através do baixo Trombetas e segundo Wolf (1972) o seguinte perfil esquemático da base
baixo Nhamundá, onde é novamente truncada por sedi- para o topo argila mosqueada rósea, vermelha e branca;
mentos mais recentes, localizados nas calhas dos rios zona de transição que consiste em bauxita, alterando-se em
Jatapu e Uatumã. caulinita (0-2m); bauxita róseo, vermelho gibbsítico (0-4m);
ferralita ferruginosa em blocos (0-1 ,5m); concreções esfe-
Ao sul do rio Amazonas ocorre desde o limite leste da roidais e disformes de óxido de ferro cimentado por
Folha SA.21-Santarém, compreendendo os rios Curuá- gibbsita (0-1 ,5m), concreções esferoidais de gibbsita e
Una e Baixo Tapajós, prolongando-se com direção SSW óxido de ferro com estrutura pisolítica e vermicular
até o extremo ocidental da Folha em apreço. O limite norte (0-1 ,5m) e argila amarela plástica (0-8m).

80/GEOLOGIA
2.2.12 - Aluviões mento de minerais durante a granitização, fluxo de mi-
nerais devido a intrusões graníticas e processos rupturais
Os sedimentos quaternários que ocorrem nos domínios da posteriores. As paráclases exibem maior incidência na
Folha SA.21-Santarém são representados pelas aluviões, direção N45°-60°E e menos comumente nas direções
que ocorrem praticamente em todos os rios da região. N60°-75°W e N30°-45°W. As juntas estão presentes em
Algumas dessas aluviões, por serem bastante extensas, todos os quadrantes, porém com maior concentração nas
puderam ser mapeadas na escala adotada neste trabalho. direções N45°E e N45°-60°W.

O Grupo Vila Nova com apenas duas exposições mapeá-


2.2.12.1 - Aluviões Antigas veis, dispostas na Folha SA.21-X-B em seu canto nor-
deste, mostra lineações e fraturas dominantes nas di-
Esses sedimentos que constituem terraços antigos reções NW-SE.
ocupam uma posição topográfica elevada e estão assentes
discordantemente sobre unidades mais antigas que aflo- As vulcânicas da Formação lricoumé, que foram afetadas
ram na região, fato este comprovado por Santos et alii por feições estruturais causadas por forças verticais,
(1975), que quando o mapeamento da Folha SB.21-Ta- apresentam dobras locais, causadas por intrusões e falha-
pajós observaram a existência de sedimentos aluvionares mantos em blocos. As lineações destas vulcânicas
jazendo em inconformidade sobre rochas sedimentares do mostram concentrações nas direções N45°-60°W e N45°-
Devoniano, às proximidades de ltaituba 600E, secundadas pela direção N30°-45°W, enquanto
outras com menores amplitudes distribuem-se direta-
Essas aluviões que estão condicionadas aos vales dos rios mente para leste e oeste. Quanto às falhas, sua maior
Tapajós, Jatapu e Nhamundá são constituídas por arenitos convergência situa-se na direção N45°-60°E, seguidas por
finos argilosos, conglomerados e siltitos aquelas com direções N45°-60°W e N30°-45°E.

2 2 12 2 - Aluviões Recentes No tocante às fraturas, sua maior distribuição possui


direções N30°-45° e N45°-60°W, seguidas daquelas com
Esses sedimentos que se distribuem ao longo das calhas direção N45°-60°E.
dos rios, igarapés e demais cursos d'água, e constituem
também terraços aluvionares mais recentes, ocupam o As lineações dominantes no Granito Mapuera apresentam-
topo da coluna estratigráfica da Folha SA 21-Santarém. se com direções segundo N45°-60°W e N30°-45°W, as
De uma maneira geral são representados por areias, argilas quais são secundadas por aquelas com direção N45°-60°E.
e cascalhos, quase sempre inconsolidados As falhas concentram-se em maior abundância na direção
N45°-60°E, em menor proporção na direção N45°-60°W e
Suas potencialidades minerais são referidas a diamante, menos comumente segundo as direções N30°-45°W e
cassiterita, wolframita, columbita-tantalita, ouro, ilmenita N30°-45°E; enquanto as diáclases apresentam concen-
e rutilo As areias e cascalhos podem ser aproveitados no trações maiores segundo N45°-60°E e N45°-60°W, secun-
campo da construção civil dadas pelas de direção N30°-45°E e N30°-45°W.

Na Formação Prosperança as lineações concentram-


3 - ESTRUTURAS se na direção N45°-60°W, sendo menos comuns nas
direções N45°-60°E e N15°-30°W, para se tornarem quase
Baseadas em interpretação radargeológica, apoiada em inexpressivas segundo outras direções. Os falhamentos
dados de campo, foram mapeados na Folha SA.21-San- que afetaram esta unidade dispõem-se geralmente na
tarém feições estruturais de âmbito local e regional, rela- direção N45°-60°E, seguidas daquelas com direções
cionadas a eventos orogenéticos e epirogenéticos que N30°-45°W e N60°-75°E, enquanto as diáclases estão bem
sofreu a região. representadas segundo N45°-60°W, N30°-45°W e N45°-
600E, ao passo que em outras direções são praticamente
Na Folha SA.21-Santarém os processos resultantes de ausentes.
eventos orogenéticos apresentam idades ao redor de
2000MA, enquanto nas Folhas vizinhas situam-se entre
2600 e 1800MA; e aquelas devido a movimentos epiro- O Gabro Suretama apresenta falhas concentradas em
genéticos situam-se predominantemente entre 1790 a maior proporção segundo N45°-60°E, secundadas por
1200MA, no Craton Guianês, e 183 a 135MA na esfera da aquelas com N45°-60°W, enquanto as de menor número
Sinéclise do Amazonas situam-se nas direções N30°-45°W e N60°-75°E.

As estruturas causadas por forças verticais apresentam-se O Grupo Urupadi mostra maior incidência de fraturamento
controladas por fraturas ortogonais, de direções NW-SE e segundo a direção N-S, secundariamente ENE-WSW e
NE-SW, sendo truncadas por sedimentos da Bacia do WNW-SSE.
Médio Amazonas.
A Formação Curuá foi afetada principalmente por rupturas
As rochas concernentes ao Complexo Guianense, que na ortogonais, segundo as direções E-W e N-S, secundadas
Folha trabalhada ocupa porções restritas, em relação com por NE-SW e NW-SE.
as Folhas SA.22-Belém, NA.22/NB.22-Macapá e
NA.21-Tumucumaque, apresentam lineações com dire- o Grupo Tãpajós apresenta fraturas segundo N-S, ENE-
ção predominante N45°-60°E, secundadas por aquelas WSW e WNW-ESE.
com direções N30°-45°E e N60°-75°W, enquanto as menos
expressivas situam-se nas direções diretamente para leste Os diques e sills foram separados em dois grupos: o de
e oeste Essas lineações são atribuídas ao fluxo e cresci- idade entre 1400-1200MA e outros indeterminados, que

GEOLOGIA/81
DIQUES DE DIABASIO
DIABASIO PENATECAUA Leituras 128
Leituras 163

I COMPLEXO GUIANENSE ·FALHAS


Leituras 249

COMPLEXO GUIANENSE-LINEAÇÕES
COMPLEXO GUIANENSE-FRATURAS
Letturas 1526
Leituras 300

FORMAÇÃO PROSPERANÇA-FALHAS
Leituras 126

FORMAÇÃO PROSPERANÇA-LINEAÇÕES
FORMAÇÃO PROSPERANÇA-FRATURAS Leituras 31 O
Letturas 102

Fig 8 - Diagramas das Feições Estruturais do Complexo Gulanense, Formação Prosperança e Olabásio Penatecaua

82/GEOLOGIA
GABAO SURETAMA- FRATURAS GABAO SURETAMA-FALHAS
Leituras 35 Le1turas 24

FORMAÇÃO IRICOUMt- FALHAS


Leituras 455

FORMAÇÃO IRICOUMt- FRATURAS FORMAÇÃO IRICOUMt-LINEAÇÔES


Leituras 630 Leituras 946

GRANITO MAPUERA-FALHAS
Leituras 511

GRANITO MAPUERA-FRATURAS GRANITO MAPUERA-LINEAÇÔES


Leituras 1147 Leituras 1603

Fig 9 - Diagramas das Feições Estruturais da Formação lricoumé, Granito Mapuera e Gabro Suretama

GEOLOGIA/83
associamos ao Craton Guianês, que apresentam grande Esta estruturação é representada por falhas e diques
concentração na direção N1 0°-15°E e em proporções básicos, os quais podem ser correlacionados ao Diabásio
menores segundo N15°-45°W e N0°-15°W; enquanto o Penatecaua, de idade Jura-Cretáceo, de direções seme-
outro grupo, associado principalmente à Sinéclise do lhantes Mostram uma direção geral N-S e NWN e NEN,
Amazonas - Oiabásio Penatecaua -, possui direções estendendo-se desde os limites norte da Folha SA.21-V-B
dominantes segundo N15°-30°E e N0°-15°E, e raramente até o âmbito da Sinéclise do Amazonas, quando então
para N30°-45°E e N0°-15°W. foram denominados Diabásio Penatecaua.

Os se8imentos Barreiras dispõem-se subhorizontalmente Neste trato de fraturamento foram mapeadas cerca de oito
em forma de platôs com alinhamentos de drenagem se- "bossas" de cerca de 5km de diâmetro, que parecem
gundo principalmente NW-SE e NE-SW truncar este alinhamento; porém, por ausência de dados
de campo, foram referidas ao Granito Mapuera No en-
tanto, admitimos que os mesmos estejam relacionados ao
evento tectono-magmático, definido por Lima et alii
31 - Estruturas Regionais (op cit ) como Episódio Cassiporé.

31.1 - Sinéclise (ríft) do Amazonas 32 - Estruturas Locais


A implantação da Sinéclise do Amazonas parece ter ocor- Como estruturas de caráter local, foi assinalada na Folha
rido no final do Pré-Cambriano ou inicio do Paleozóico, SA.21-Santarém uma série de paráclasses, estruturas
como resultado do rompimento da vasta massa continental falhadas e dobradas, assim como estruturas circulares,
da Plataforma Amazônica. Estes blocos (Guaporé e Guia- corpos tabulares e anomalias de drenagem
nês) deslocaram-se de maneira lenta, com prováveis ader-
namentos, para sul e para norte, respectivamente Dentre os falhamentos, os de maior importância receberam
as seguintes denominações Falha do Cachorro, Falha do
Seu afundamento processou-se de maneira lenta e foi Erepecuru (Paru de Oeste), Falha do Barreirinha, Falha da
seguido de uma sedimentação marinha, relativamente Jangada, Falha Serra do Maicuru, Falha do Cuminapa"
calma, que abrangeu quase todo o Paleozóico, tendo o mar nema, Falha do Pitinga e Falha do Cidade Velha.
se retirado definitivamente, a partir do inicio do Permiano
Durante o Mesozóico, mais precisamente no Jura-Cretá- Com relação às estruturas falhadas ressaltamos Horst do
ceo, ocorreu um evento tectono-magmático representado Cachorro, Graben do Jatapu, Graben do Médio Mapuera e
por um plutonismo básico sob a forma de diques, sills e Graben do Capucapu
stocks, inclusive com a elaboração de dobramentos des-
contínuos (Braquianticlinal de Monte Alegre), provocado Dentre os dobramentos idiomórficos, ressàltamos Sincli-
por estas intrusões No final do Mesozóico e no Ceno- nal do Pitinga, Braquianticlinal de Monte Alegre, Domo de
zóico, voltou-se a efetuar uma grande sedimentação, Nhamundá e Dobramentos da Serra do Jatapu
porém já de natureza continental.
As "bossas" mais características na Folha SA 21-Santa-
rém localizam-se na serra do Maicuru, região dos rios
3.1.2. - Lineamento Paru de Este-Monte Alegre
ltapi-Velho, igarapé Tamaquaré, igarapé Grande e serra do
Acari
Constitui a principal feição lineagênica observada na Folha
SA.21-Santarém, estendendo-se desde a região do rio
Na região do rio Cachorro, médio rio Curuá e na bacia do
Paru de Este, na Folha NA.21-Tumucumaque, até as
Médio Amazonas dispõe-se uma série de diques básicos e
cercanias da Braquianticlinal de Monte Alegre, numa ex- ácidos, compondo marcantes alinhamentos estruturais
tensão aproximada de 250km e direção geral N-S.

Esta feição é representada por falhas, fluxo dos minerais Nos domínios da Sinéclise do Amazonas, foram interpreta-
das rochas do Complexo Guianense e diques básicos, os das cinco anomalias de drenagem
quais apresentam maior realce e intensidade nos domínios
da Sinéclise do Amazonas, devido a maior resistência à
erosão, em especial na Folha SA 21-X-D Este evento foi 3 2.1 - Falha do Cach'orro
datado através de alguns corpos básicos, pelo método
K/Ar, fornecendo idades entre'183-135MA (Jura-Cretáceo), Esta feição ruptura! acha-se bem representada na Folha
sendo correlacionável ao Episódio Cassiporé de Lima SA 21-V-B, a qual corta em sentido diagonal, adentrando
et alii (1974), definido na Folha NA.22/NB.22-Macapá, e com pouca extensão para as Folhas SA 21-V-C e
Episódio Takutu, de Berrangé et alii (1973), que ader1tra SA 21-V-D
nas Folhas NA.20/NB.20-Boa Vista, segundo Montalvão
et alii (1975) Mostra uma continuidade de aproximadamente 190km,
constituindo-se em verdade numa zona de falha (com um
jogo de falhas paralelas de cerca de 10km), a qual empresta
31 3 - Alinhamento do Rio Cachorro às rochas do Grupo Uatumã uma marcante foliação, princi-
palmente na porção média da Folha SA 21-V-A A nordeste
Corresponde a uma feição ruptura! bem marcante locali- da Folha essa zona de falha é truncada por um enxame de
zada na Folha SA 21-V-A, a leste do rio Cachorro, que diques de diabásio de direção N-S, aproximadamente, que
inclusive apresenta uni caráter subseqüente, com direção podem estar relacionados ao evento Cassiporé, de Lima et
paralela a este alinhamento. alii (1974)

84/GEOLOGIA
Por toda sua extensão, apresenta-se cortada nas falhas NNW-SSE. Apresenta-se cortada por falhamentos perpen-
secundárias de direção NW-SE, principalmente no médio diculares, dentre os quais situam-se as Falhas do Jangada
rio Mapuera, orientado perpendicularmente ao falhamento e do Barreirinha.
em foco.
Aventamos aqui a possibilidade deste sistema de falhas
Acreditamos que esta falha, pela feição mostrada em ortogonais ser responsável pelo "emplacement" da alcali-
imagens de radar, seja de deslocamento horizontal (?). na jacente na serra do Malcuru.
Intercepta o Graben do Médio Mapuera, parecendo ser
mais jovem que o evento que elaborou este baixo estrutu-
ral. 3.2.6 - Falha do Cuminapanema

Esta fratura localiza-se na Folha SA,21-X-A, desde o médio


3.2.2 - Falha do Erepecuru (Paru de Oeste) rio Erepecuru até as cercanias do baixo rio Cuminapane-
ma
Este falhamento mostra-se exposto na Folha SA-21-X-A,
apresentando uma extensão de cerca 140km de direção Apresenta, inicialmente, direção geral de NW-SE. Quando
NW-SE Afeta rochas do Grupo Uatumã e perde expressão é truncada por outra paráclase de direção NE-SW, inflete
nos limites da Sinéclise do Amazonas, a sul, e proximida- para NNW-SSE até as proximidades do rio Erepecuru em
des do rio Trombetas, a norte da referida Folha. uma extensão de cerca de 11 Okm.

Nas imagens de radar, apresenta-se de forma retilínea, Na região em foco existe um jogo de falhamentos paralelos
bem evidente apesar da feição negativa, interceptando o aos do Cuminapanema que, juntamente com o de falhas do
rio Erepecuru em sua porção média, e constitui um dos Erepecuru, compõem um extenso e interno fraturamento
mais evidentes falhamentos na direção NW-SE Este falha- em forma de leque na Folha SA.21-X-A, penetrando para
menta tem deslocamento horizontal levogiro, que é perfei- as Folhas contíguas.
tamente discernível em imagens de radar

Foi mapeada, com base em interpretação, uma estrutura 3.2 7 - Falha do Pitinga
circular, relativa ao Granito Mapuera (?), na porção média
da Folha SA-21-X-A, que trunca esta feição ruptura!, Na sinclinal do Pitinga (interflúvio Pitinga-Jatapu), Folha
enquanto que a SE indicamos outra, através de alinhamen- SA.21-V-A, a porção central da estrutura é cortada por dois
tos circulares, sem estabelecer contatos Admitimos que falhamentos de direção NE-SW e NNE-SW, em ângulo
ambas poderiam estar ligadas a este processo ruptura! ag-udo. Denominamos o primeiro de Falha do Pitinga, em
vista de sua maior extensão, aproximadamente 60km,
cortar rochas do Grupo Uatumã nas periferias dessa sin-
323 - Falha do Barreirinha clinal

Situa-se na Folha SA 21-X-B, cortando rochas do Comple- É uma falha de deslocamento horizontal, seccionando o
xo Guianense, e controla o igarapé do Barreirinha, de eixo da sinclinal na sua porção mediana Provavelmente
caráter subseqüente, afluente da margem esquerda do rio estas falhas sejam contemporânes às fraturas de direção
Maicuru N-S que cortam a estrutura, algumas vezes preenchidas
por diques de diabásio, provavelmente relacionados ao
Mostra uma extensão de cerca de 90km, direção NE-SW, a Gabro Suretama, que intrude estes sedimentos.
qual a nordeste da Folha parece ser truncada na região da
serra do Maicuru, enquanto para sudoeste estabelece
contato por falha dos polimetamorfitos do Complexo Guia- 3.2.8 - Falha do Cidade Velha
nense com vulcânicas da Formação lricoumé
Dispõe-se no canto sudoeste da Folha SA 21-V-A, na
região do médio igarapé Cidade Velha Constitui uma falha
32 4- Falha do Jangada normal, de direção NE-SW, afetando rochas do Complexo
Guianense, ao qual imprime ali uma marcante foliação
Pertence ao mesmo conjunto de fraturas, da paráclase do neste sentido Apresenta uma extensão aproximada de
Barreirinhas, à qual é paralela. Corta rochas do Complexo 70km, e o conjunto de falhas que lhe são paralelas
GUJanense, controlando em grande parte o igarapé Janga- estabelece um contato estrutural entre o Complexo Guia-
da, afluente do Maicuru, o qual lhe confere um caráter nense e o Grupo Uatumã
subseqüente Intercepta a "Falha da Serra do Maicuru" a
partir da qual, em direção a leste, perde expressão. ' Salienta-se que dentro da faixa de atuação destes falha-
mentos foram mapeados dois corpos de composição gra-
Admitimos que esta falha, juntamente com a do Barreiri- nítica, relacionados ao Granito Mapuera, dEl idade pré-
nha, possa estar ligada ao Alinhamento Jari-Falsino, defi- cambriana superior
nido por Lima et alii (1974), nos domínios da Folha
NA 22/NB 22-Macapà.
3 2.9 - Horst do Cachorro

3.2.5 - Falha da Serra do Maicuru Este alto estrutural localiza-se na Folha SA.21-V-B, na
serra homônima, interflúvio Cachorro-Mapuera.
Constitui a feição ruptura! de maior realce da Folha
SA.21-X-B, com uma extensão de cerca de 140km e direção Mostra-se limitado por falhas normais e paralelas de

GEOLOGIA/85
direção NW-SE, séndo composto por rochas do Granito Duas paráclases paralelas de direção ENE-WSW limitam a
Mapuera com exposições na sua porção central de vulcâni- estrutura a N e a S e apresentam considerável extensão
cas lricoumé. Corresponde ao mesmo evento que elaborou fora dos domínios da mesma.
o Graben do Médio Mapuera, o qual limita-se a sul.
A sinclinal é composta por sedim_entos pré-cambrianos
relacionados à Formação Prosperança que mostram mer-
3.2.10 - Graben do Jatapu gulhos fracos chegando a subhorizontais no centro da
dobra É bordejada por rochas do Grupo Uatumã, represen-
Localiza-se na serra do Jatapu, no quadrante sudeste da tadas por intrusivas subvulcânicas de composição graníti-
Folha SA.21-V-A. Limita-se por falhas normais subparale- ca (Granito Mapuera) e efusivas (Formação lricoumé), as·
las de direção NNW-SSE. A zona abatida mostra-se preen- quais mostram lineamentos concordantes com a estrutura,
chida por rochas vulcânicas da Formação lricoumé e principalmente no nariz localizado no médio curso do rio
elásticos da Formação Prosperança. Pitinga. Nesta porção assomam quartzitos com mergulhos
de até 20° dispostos em cristas bem realçadas.que perdem
Aliás, na região da serra do Jatapu, dispõe-se uma série de a expressão na parte média da estrutura, e que foram
horst e grabens basculando rochas do Grupo Uatumã e originados por metamorfismo de contato pelas intrusivas
sedimentos da Formação Prosperança, ambos de idade subvulcânicas e efusivas do Gr.upo Uatumã.
pré-cambriana.
Deve ser ainda salientado que na periferia da sinclinal
Tendo em vista o grande número de intrusões do Gabro foi interpretado e estudado no campo um conjunto de

I
Suretama, nesta região, acreditamos que essas intrusões sedimentos relacionados à Formação Prosperança, alguns
foram responsáveis, em parte, pela formação destas estru- com disposição orientada à estrutura, parecendo ter sido
turas afetados pelos mesmos falhamentos que limitam em parte
a estrutura dobrada

3 2 11 - Graben do Médio Mapuera


3 2 14 - Braquianticlinal de Monte Alegre
Montalvão (1975) denominou de "Graben do Médio Mapue-
ra" a estrutura abatida que ocupa as partes central e Esta feição estrutural que se destaca dos domínios da
sudeste da Folha SA.21-V-B, e que se mostra controlada Sinéclise (rift) do Amazonas é constituída por rochas sedi-
por falhas de direções NW-SE e ENE-WSW. mentares siluro-devonianas e carboníferas Sua forma é
elipsoidal, com o eixo maior tendo direção ENE-WSW e
Delimita-se, tanto a norte como a sul, por rochas do comprimento de aproximadamente 30km, enquanto o eixo
Granito Mapuera, constituindo as partes elevadas da estru- menor estende-se por cérca de 20km com direção
tura, enquanto na parte abatida predominam ora vulcâni- NNW-SSE
cas da Formação lricoumé intrudidas por alguns stocks
relacionados ao Granito Mapuera, ora sedimentos Prospe- O centro da estrutura é constituído pelas rochas siluro-de-
rança visivelmente orientados NW-SE vonianas, enquanto as de idade carbonífera localizam-se
na sua parte externa

3 2 12 - Graben do Capucapu No flanco sudeste as camadas apresentam atitudes


N40°W-20°SW, e no flanco nordeste possuem direção
Baixo estrutural localizado na Folha SA.21-V-C, na reg1ao N30°-50°W com mergulho em torno de 20°NE.
do médio rio Capucapu, afluente da margem direita do rio
Jatapu Limita-se por falhas normais e paralelas de direção Esta estrutura foi bastante afetada por falhas e diques de
NE-SW, sendo que na parte abatida existem, predominan- díabásio, ocorrendo lacalmente pequenas anticlinais for-
temente, rochas vulcânicas da Formação lricoumé com madas por intrusões que metamorfizaram as rochas encai-
alguns stocks graníticos (Granito Mapuera) e esparsas xantes, sendo observados quartzitos e mármores Seu
exposições de sedimentos Prosperança. limite com sedimentos Cretáceo-Terciário da Formação
Barreiras foi interpretado como sendo uma falha normal
encoberta.
3.2 13 - Sinclínal do Pitinga
A origem desta braquianticr1inal é tida, ao que parece,
Esta ampla estrutura localiza-se na porção média inferior como tendo se originado durante o Mesozóico (Jura-Cretá-
da Folha SA 21-V-A, na mesopotâmia Pitinga-Jatapu, limi- nas rochas da região forneceram valores compreendidos
tada a ~orte e a sul pelas serras do Urupi e Ouro Preto, entre 183-135MA e levaram-nos a considerar esta estrutura
respectivamente como tendo se originado durante o Mesozóico (Jura-Cretá-
ceo)
Constitui uma dobra alongada, com uma extensão no
sentido longitudinal de cerca de 70km e na transversal de
30~m, em média Corresponde a uma sinclinal com duplo
3 2.15 - Domo do Nhamundá
ca1mento, cujo eixo apresenta a direção geral E-W, com
inflexões tanto para N como paraS, em vista do padrão de Esta feição dômíca localiza-se nos limites das Folhas
falhamentos NNE-SSW, NE-SW, N-S e NW-SE; sendo que SA 21-V-A e SA.21-V-B, na região das cabeceiras do rio
no centro da estrutura é bem marcante o cruzamento de Nhamundá, a leste da serra do Jatapu.
falhas com rumos NE-SW e NNE-SSW, em ângulo agudo
com esta última direção deslocando a da primeira Constitui uma estruturação circular, bem evidente em

86/GEOLOGIA
imagens de radar, em vista da presença de cristas e A seguir faremos uma descrição sucinta de cada estrutura,
alinhamentos circulares que acompanham o dobramento, baseada em dados de campo e características evidencia-
tanto no seu interior como nas partes periféricas. Apresen- das nas imagens de radar.
tam um diâmetro de aproximadamente 22km, cujo âmago
compõe-se de rochas graníticas (Granito Mapuera), envol-
vidas por vulcânicas lricoumé que ocupam as partes arra- 3.2.17.1 - Serra do Maicuru
sadas entre as cristas, com incipiente capeamento de
sedimentos inconsolidados. Esta estrutura assoma na parte centro-leste da Folha
SA.21-X-B, cuja morfologia assemelha-se a um "cone
Falhas normais de direção NE-SW e ENE-WSW cortam e seccionado", tendo como base um diâmetro de cerca de
limitam o domo, secundadas por paráclase NNW-SSE e 10km, em cujo topo dispõem-se lagos, emprestando uma
NW-SE, truncando as foliações circulares acima referidas feição pseudokárstica à referida serra.

A W e SW desta estrutura assomam sedimentos de cober- Ocorre na intercepção de fraturamentos orientados segun-
tura de plataforma, relacionados á Formação Prosperança, do NE-SW e NW-SE, aos quais correspondem a Falha
os quais revelam nas imagens de radar feições estruturais Serra do Maicuru, Falha do Jangada e Falha do Barreiri-
e distribuição dos afloramentos indicativos de perturba- nha Observa-se também a presença de alinhamentos
ções tectônicas inerentes a forças verticais, parecendo ter circulares nas periferias do corpo
sido afetados pelo plutão do Nhamundá, caracterizando-o
como pós-Formação Prosperança, fato este sem compro- Investigações de campo indicaram a presença de canga,

I
vação in loco hematita e magnetita, sendo que as análises químicas
efetuadas revelaram alto teor em titânio e elementos traços
No entanto, devido à falta de dados de campo, aventamos indicativos de paragênese alcalina, sugerindo um bed rock
as seguintes hipóteses para a origem desta feição dômica de composição alcalina-ultrabásica, com possível associa-
ção a um carbonatito.
- evento relacionado ao Sienito Serra do Acari, segura-
mente pós-Granito Mapuera,
3 2 17 2 - Região dos Rios ltapi-Velho
- plutonismo ligado ao Gabro Soretama, representado
por uma diferenciação magmática, haja vista que estas Nas cercanias do rio ltapi, afluente da margem esquerda
rochas intrudem os sedimentos Prosperança, do rio Cachorro, nos quadrantes nordeste e sudeste da
Folha SA 21-V-B, ocorrem nove corpos circulares de cerca
- estrutura ligada a uma caldeira de subsidência, de 5km de diâmetro cada, çom feições semelhantes em
imagens de radar, inclusive com espesso capeamento
- finalmente a que adotamos neste relatório. uma fase lateritico Fazemos destaque ao locado a 16km a oeste do
tardia no Granito Mapuera, em vista de sua grande distri- rio Velho, em vista do mesmo mostrar uma série de
buição temporal e espacial alinhamentos circulares ao redor do corpo, á semelhança
de d1ques anelares, além de apresentar um lago em sua
porção mediana
3 2 16 - Dobramentos da Serra do Jatapu
Este conjunto de "bossas" parece truncar o Alinhamento
Na Folha SA 21-V-A, serra do Jatapu, assomam quatro do Cachorro e foi aqui referido ao Granito Mapuera
dobramentos idiomórficos em elásticos da Formação
Prosperança, provocados por forças verticais, que admiti-
mos referidos ao plutonismo básico Suretama, tendo em 3 2 17 3 -'- Igarapé Tamaquaré
vista as relações de campo colhidas nesta região
Na porção centro-sul da Folha SA.21-V-B, nas proximida-
O par antjclinal/sinclinal apresenta seus eixos com dire- des do igarapé Tamaquaré, afluente da margem esquerda
ção NNE-SSW, com caimento para NNE A norte destes foi do rio Mapuera, expõe-se um corpo circular com apêndices
mapeada uma estrutura dômica, com alinhamentos circu- correspondentes a mega-apófises, com diâmetro de 12km
lares bem marcantes nos sedimentos, e a sudoeste foi e relacionado ao Granito Mapuera, e cuja parte central com
indicada uma estrutura dobrada com eixo não determina- cerca de 4km de diâmetro compõe-se de vulcânicas rioda-
do cíticas da Formação lricoumé. Ao redor do corpo dispõem-
se corpos graníticos alongadcs no sentido da estrutura.

3 2 17 - Estruturas Circulares
Fraturamentos de direção ENE-WSW e NE-SW cortam o
Dentre a série de corpos circulares mapeados na Folha referido corpo
SA 21-Santarém, destacamos aqueles que pelas suas fei-
ções texturais, morfológicas e litológicas merecem uma
posição de destaque, pelo seu posicionamento estrutural, 3 2 17 4 - Igarapé Grande
ou .. então, aqueles que possam apresentar um cunho de
ordem econômica. Na Folha SA.21-X-A, na região do igarapé Grande, afluente
da margem esquerda do rio Erepecuru, afloram três corpos
Os que se situam entre os parâmetros acima citados são: circulares de diâmetro igual a Bkm, referidos ao Granito
serra do Maicuru, região dos rios ltapi e Velho, igarapé Mapuera e intrusivos nos vulcanitos lricoumé que ocupam
Tamaquaré, igarapé Grande e serra do Acari. a região arrasada

GEOLOGIA/87
Morforlogicamente, esta região parece corresponder a uma Andirá e Jatapu foi detectada através de métodos geofísi-
zona abatida de um graben, porém não existem evidências cos (sísmica de refração).
de campo para corroborar esta hipótese.
- Direção estrutural dos rios Mamuru-Arapiuns. as falhas
observadas com direção N30°E foram responsáveis pelos
3.2 17.5 - Serra do Acari visíveis alinhamentos e grandes inflexões nos rios Mamuru
e Arapiuns.
Nos limites das Folhas SA.21-V-A e SA.21-V-B em sua
parte superior dispõem-se corpos de composição sieníti- - Agrupamentos de falhas das cabeceiras dos rios Cu pa-
ca, referidos ao Sienito Serra do Acari. Apresentam forma ri, Curuá-Una e Salobre estas falhas, grosseiramente
elips~idal com. cerca ~e 13km por 8km e 11 km por 5km
paralelas e com orientação geral N60°E, sugerem um
(relaçao dos e1xos ma1or e menor dos corpos situados a sistema escalonado.
norte e a sul, respectivamente).
- Tectônica do rio Tapajós. hipótese do baixo curso do
O corpo a norte mostra um conjunto de cristas circulares rio Tapajós ter-se desenvolvido em um graben foi baseada
que podem tratar-se de diques anelares · ' na presença da grande quantidade de diques básicos e no
aspecto retilíneo das margens desse rio, que sugerem a
Estes corpos dispõem-se no contato de vulcânicas lricou- existência de falhas Os falhamentos iniciais possivelmen-
mé e intrusivas Mapuera te se desenvulveram no Jura-Triássico, sendo portanto
cQntemporâneos com as intrusões básicas Estes falha-
mentes foram reativados após a deposição dos sedimen-
tos do Cretáceo-Terciário, havendo um afundamento do
3 2 18 - Corpos Tabulares graben em direção ao norte, passando a canalizar as águas
do rio
Dentre os corpos tabulares assinalados na Folha
SA.21-Santarém, ressaltamos os que ocorrem no médio
rio Curuá e a leste do rio Cachorro Cunha (op. cit ) observou também três grandes anomalias
de drenagem: a primeira formada pelas cabeceiras dos rios
Nas Folhas SA 21-X-B e SA 21-X-D, ocorre um enxame de Aruã, Arapiuns e afluentes do rio· Mamuru, a segunda
diques com direção geral NW-SE, que de acordo com visível a montante do cotovelo do rio Piratucu; a última
dados disponíveis mostram composição ácida e básica. situada nas cabeceiras do rio Anebá.
Suas disposições geom&tricas assemelham-se em certos
locais a diques anelares e radiais Lima & P Fernandes, quando da interpretação final em
imagens de radar dos sedimentos relacionados à Sinéclise
do Amazonas, evidenciaram nos domínios do Grupo
A leste do rio Cachorro, na Folha SA 21-V-8, assomam Tapajós duas anomalias de drenagem situadas nas Folhas
Jiques básicos que compõem o já referido Alinhamento do SA 21-X-C e SA 21-X-D, atinentes às bacias dos rios
rio Cachorro Trombetas e Mamiá, respectivamente

Nos domínios da Sinéelise do Amazonas expõe-se uma A estrutura existente na bacia do Trombetas tem forma
3érie de diques básicos, cuja maior incidência situa-se na aproximadamente circular, enquanto a da bacia do Curuá
Folha SA 21-X-D, perdendo expressão em direção a oeste, apresenta estruturação elipsoidal, com eixo maior de dire-
dos quais citamos o aflorante no lago do Erepecu, que ção aproximadamente E-W, ambas foram assinaladas em
apresenta uma extensão de cerca de 50km nosso mapa geológico como estruturas não determinadas,
contudo podem estar relacionadas às intrusivas básicas
Estes diques foram definidos como concernentes ao Dia- Penatecaua, de idade Jura-Cretácea, à semelhança da
básio Penatecaua e compõem o Lineamento Paru-Monte Braquianticlinal de Monte Alegre, ou então, como possibi-
Alegre, já citado anteriormente lidade mais remota, a diapiros salinos da Formação Nova
Olinda, uma vez que as mesmas parecem situar-se nas
áreas de exposição desta unidade, segundo trabalhos de
3 2 19 - Outras Estruturas campo efetuados nos rios Trombetas e Mamiá por geólo-
gos da Petrobrás
Quando da interpretação da Bacia do Médio Amazonas,
utilizando imagens de radar, Cunha (1973) observou as
seguintes estruturas: 4 - HISTÓRIA GEOLÓGICA

- Direção estrutural do rio Urubu ao rio Crepori: esta A área em apreço é constituída por duas unidades geotec-
feição com orientação geral N45°W foi verificada na porção tônicas bem marcantes, uma representada por um bloco
noroeste da Folha SA.21-Santarém, sendo caracterizada bastante antigo, cratonizado, e a outra pelo espesso
pelo curso predominantemente reto dos rios Urubu e pacote sedimentar paleozóico que constitui a Sinéclise
Paraconi. A partir deste rio, novos alinhamentos são (rift) do Amazonas.
visíveis na região do rio Crepori, os quais também foram
responsáveis pela grande inflexão do rio Abacaxis. O embasamento crustal é composto de rochas dobradas,
pertencentes aos facies metamórficos meso e catazonais
- Direção estrutural de ltaituba ao rio Jatapu: esta dire- arrasados, com formação e transformações provavelment~
ção estrutural tem suporte nos flancos com direção geral durante os Ciclos Orogênicos Guriense e Transamazônico
N40°W, situados ás proximidades da cidade de ltaituba e O processo de ultrametamorfismo que afetou essas rochas
que se prolongam para NW. Sua continuidade pelos rios deu-lhes uma plasticidade que desenvolveu estruturas de

88/GEOLOGIA
fluxo, resultantes de uma fusão parcial (reomorfismo e formam uma topografia escarpada, com serras alcantila-
palingênese) e/ ou fusão total (anatexia). As rochas que das nas bordas da Sinéclise (rift) do Amazonas e que
representam esta fase de granitização apresentam isócro- correspondem às Formações Trombetas, Maecuru e Ererê.
na de referência Rb/ Sr de 1900MA. SeguiÚ-se uma sedimentação com clastos mais finos, de
ambiente mais profundo, compostos predominantemente
Sobre esse embasamento crustal possivelmente desenvol- por folhelhos cinza, negros, lilás, arenitos e siititos, que
veram-se rift ou rifts que foram preenchidos por psamitos, constituem a Formação Curuá, cujo baixo relevo contrasta
palitos, com lentes de calcários manganesíferos, seqüên- com os das unidades anteriores. A última seqüência a se
cias quartzosa-ferríferas, impurezas carbonosas e alumi- depositar é constituída por arenitos, folhelhos, margas,
nosas, associadas a um vulcanismo básico e ultrabásico. calcários e evaporitos, representados pelas Formações
Tais rochas foram dobradas e metamorfizadas na facies Monte Alegre, ltaituba e Nova Olinda, pertencentes ao
xistos verdes a anfibolito, por volta de 1800-2100MA. Essa Carbonifero Superior, e cujas únicas feições mais desen-
seqüência de característica geossinclinal - está bem volvidas são devidas às camadas arenosas da Formação
representada e distribuída nas Folhas NA/ NB 22-Macapá e Monte Alegre, as quais podem formar serras.
SA 22-Belém, mostrando ainda remanescentes na Folha
SA 21-X-B - pela sua disposição estrutural levou-nos a No decorrer de quase toda a Era Mesozóica não temos
considerá-la como sendo um trafrogeossinclinal(is) forma- registro de sedimentação na Sinéclise (rift) do Amazonas,
do(s) dentro do Craton Guianês. Essas rochas pertencem tendo-se processado no entanto uma reativação tectomag-
ao Grupo Vila Nova, as quais acreditamos terem sido mática de caráter básico toleitico, com intrusões de di-
formadas por uma tectogênese posterior à que deu origem ques, si//s e stocks pertencentes ao Diabásio Penatecaua
aos polimetamorfitos do Complexo Guianense; pois estes
grupos mostram-se em discordância de natureza angular e Durante o Cretáceo-Terciário a Sinéclise (rift) do Amazonas
foi transgredida por sedimentos continentais de natureza
até o presente momento não foram observadas evidências
flúvio lacustre e paludal, constituídos por arenitos e silti-
de granitização nas rochas basais do Grupo Vila Nova tos da Formação Barreiras, que cobre uma vasta região,
A seguir houve um esmorecimento dos processos de com sedimentos de formas lenticulares, mostrando por
dobramento, com predominância de falhamentos e movi- vezes uma sedimentação típica de preenchimento de canal
mentos verticais em blocos, com soerguimento de cadeias e com deposição rápida, onde são observados arcóseos e
de montanhas Durante esta fase começou uma atividade brechas do Arenito de Manaus
magmática marcante, representada por vulcanismo calco-
alcalino e intrusivas de composição alcalina a peralcalina Os sedimentos recentes são representados pelas aluviões
dos rios e sedimentos argilosos do fundo dos lagos e das
pertencentes ao Grupo Uatumã, com idades situadas no
planícies de inundação
intervalo 1900-1500MA e paroxismo marcante por volta de
1700MA
5 - GEOLOGIA ECONÔMICA
A essa atividade magmática seguiu-se uma sedimentação
de arenitos e arcóseos, com menor contribuição de siltite:s
e folhelhos que preencheram bacia ou bacias, estendendo- 51 - Generalidades
se por grandes áreas, demonstrando uma subsidência e
levantamento lento da área. Estes eventos caracterizam um Dentro dos limites abrangidos pela Folha SA.21-Santarém
estágio de transição são conhecidos os grandes jazimentos bauxitíferos no
município de Oriximiná, com trabalhos de lavra a serem
Após a deposição desses sedimentos que constituem a iniciados em 1977 pelos Grupos Jari I AI coa e Companhia
Formação Prosperança, falhas profundas foram formadas Vale do Rio Doce
ou rejuvenescidas, sendo a área intrudida por diques sills e
stocks básicos, toleiticos, que afetaram as demais unida-
As ocorrências de gipsita, no rio Cupari, cujos trabalhos
des Esse magmatismo básico, denominado Gabro Sureta-
de pesquisa realizados pela Companhia de Pesquisa de
ma e que apresenta idades situadas entre 1400 e 1200MA,
Recursos Minerais encontram-se encerrados, e salgema,
representa juntamente com outras rochas magmáticas
na região de Aveiro, em fase de pesquisaJ pela Camitá,
alcalinas o estágio de estabilizàção do Craton (Montalvão,
1975) constituem os minerais não metálicos cujas possibilida-
des de produção a curto prazo se tornaram mais evidentes.
Posteriormente a região foi submetida a reativações com A Companhia Siderúrgica da Amazônia - SIDERAMA
falhamentos e desenvolvimento de faixas cataclasadas e desenvolve esforços para que os trabalhos de lavra de ferro
milonitizadas, com direções NE-SW e N-S, que constituem do rio Jatapu ora paralisados retornem às fases de produ-
o Episódio denominado Nickeriano ou K'Muduku ou Jari- ção normal, prosseguindo os ritmos anteriormente alcan-
Falsino, cuja atuação processou-se entre 1300-1 OOOMA. çados
Como podemos observar,os grandes jazimentos existentes
Possivelmente no final do Pré-Cambriano ou início do
na Folha SA.21-Santarém encontram-se em regiões de
Paleozóico houve, ao que parece, a separação do megablo-
co que correspondia ao Craton Guianês e do Guaporé ocorrências das rochas paleozóicas e terciárias; entre-
(Escudo das Guianas-Escudo Brasileiro), processando-se tanto as demais unidades estratigráficas também eviden-
ent~o a elabo_ração da Sinéclise (rift) do Amazonas, cujos ciam grandes possibilidades metalogenéticas, daí a ne-
sedimentos sao de natureza marinha. Sua seqüência basal cessidade de um tópico mais específico sobre a economi-
é constituída predominantemente de arenitos e siltitos que cidade da região no campo da mineração.

GEOLOGIA/89
5.2 - Ocorrências Minerais No nordeste da Folha SA.21-Santarém, mais precisamente
40km a leste do rio Maicuru no ponto de coordenadas
Os litotipos observados dentro da porção que compreende ooo3o'N e 54°20'WGr., a serra do Maicuru constitui um
a Folha SA.21-Santarém revelaram uma gama bastante corpo ígneo intrusivo circular, anômalo, isolado entre
diversificada de ocorrências minerais, sendo as mesmas rochas do Complexo Guianense, este intensamente cata-
expressas neste tópico geoeconômico segundo a classifi- clasado. Estruturas planares penetrativas de direção geral
cação químico-tecnológica (industrial) de Dorokhin et alii N45° E parecem cortar este corpo intrusivo, não se obtendo
(1969). relacionamentos estruturais mais conclusivos em virtude
do espesso capeamento laterítico existente sobre a serra.

5.2.1 - Minerais Metálicos Essa intrusiva apresenta feição morfoestrutural típica de


um complexo ultrabásico alcalino com carbonatito asso-
ciado.
5 2.1.1 - Metais Ferrosos
lssler et alii (1975) apresentaram análises qu1m1cas e
espectográficas realizadas em amostras de lateritos cujos
5.2.1.1.1 -Titânio resultados podem ser vistos nas Tabelas XXIX e XXX

TABELA XXIX
Análises Químicas da Intrusiva do Maecuru

I ~MUD· 11
MUDo 1 2
MUDo171
s
SI~
%

0,45
0,60
0,61
AI2Qa
%

4,5
5,0
1,7
Fi12Qa
%

67,09
67,25
72,51
FoO
%

1,89
1,48
1,26
MnO
%

0,25
0,24
0,20
TI~

18,6
18,1
17,8
%
CIIO
%

traços
traços
traços
MgO
%

2,9
2,7
3,6
K20
%

om
0,02'
0,02
No20
%

0,01
0,04
0,03
0,01
P20s
%

0,47
0,32
0,11
s
%

0,45 "'0,02
0,03
0,01
0,02
uaoa
ppm

<20
<20
<20
<20
Th~
ppm

<30
<30
<30
<30
P.F
%

3,9
3,9
1,6
0,0
MUD 17 2 0,30 2,0 69,68 1,82 0,27 19,4 traços 6,0 0,01
o, o
0

MUD 17 3
0
0,50 2,2 67,10 3,30 0,30 19,2 traços 7,5 0,04 0,12 <0,10 0,02 <20 <30
MUD o17 4 0,60 4,4 73,56 0,59 0,16 11,5 traços 1,3 0,01 0,02 0,40 0,03 <20 <30 6,7
MUD o17 5 0,35 1,7 72,12 1,70 0,20 19,4 traços 4,8 0,01 0,02 0,10 0,01 <20 <30 0,0
0,78 7,4 0,13 19,9 traços 1,2 0,01 0,01 0,32 0,07 <20 <30 8,5
MUDo18 60,40 0,30
MUDo 599 1,0 3,7 73,18 0,07 0,10 8,7 traços 0,57 0,01 0,02 1,4 0,03 <20 <30 10,4
MUDO 599A 0,45 2,5 74,10 0,30 0,13 11,1 traços 1,0 0,02 0,05 1,0 0,01 <20 <30 9,3
MUDo 599B 0,55 5,2 52,30 0,44 0,18 29,7 traços 1,1 0,01 0,01 1,7 0,02 <20 <30 8;5

GEOLOGIA E SONDAGEMS L TOA (GEOSOLJ Dosagens de Si02, AI203, Fe203, FeO, MnO, Ti02, CaO, MgO K20, Na20 P205
S, U305, Th02 e PF. MnO, FeO e Fe203 por Via úmida; MgO, Ti02, Si02, AI203, P205,
S, CaO, U305 e Th02 por Fluorescência de Raios-X (Amostras Fundidas); Na20 e K20 por Fotometrla de Chama Boletim n • 12.128 B

TABELA XXX
Análises Químicas da Intrusiva do Maecuru
..
AM
~
MUO~

MUD· 12
MUDo171
11 <
<
<
ppm
Sr

10
10
10
<
<
<
ppm
w

100
100
100
Au
ppm

< 0,05
< 0,05
< 0,05
ppm

<
<
<
Ag

0,5
0,5
0,5
To
ppm

<200
<200
<200
Mo
ppm

< 10
< 10
< 10
Nb
ppm

<20
<20
<20
lr
ppm

400
380
500
ppm

< 10
< 10
< 10
y cu
ppm

22
27
25
co
ppm

106
106
110
Nl

t!eO
600
720
Cr
..... ..... .....
2000
2100
2900
<10
< 10
< 10
-
v

270
250
410
MUDo 17 2 < 10 < 100 < 0,05 < 0,5 <200 < 10 <20 190 < 10 25 150 900 1450 < 10 310
MUDo 17 3 < 10 < 100 < 0,05 < 0,5 <200 < 10 <20 160 < 10 21 160 no 790 < 10 335
MUD o17 4 < 10 < 100 < 0,06 < 0,5 <200 < 10 <20 290 < 10 39 61 630 4700 < 10 390
MUD o17 5 < 10 < 100 < 0,05 < 0,5 <200 ~ 10 <20 140 < 10 20 140 790 1400 < 10 315
MUDo16 < 10 < 100 < 0,05 < 0,5 <200 < 10 <20 400 < 10 29 <10'\ 340 4400 < 10 230
MUD- 599 < 10 < 100 <0.05 < 0,5 <200 < 10 <20 160 < 10 20 72 720 3000 < 10 160
MUD- 599A < 10 < 100 <0,05 < 0,5 <200 < 10 <20 190 < 10 25 96 720 2000 < 10 220
MUD- 5998 < 10 < 100 < 0,05 < 0,5 <200 < 10 <20 790 < 10 60 <lO 130 520 < 10 430

GEOLOGIA E SONDAGENS LTDA. (GEOSOL) Dosagens de Sr, W, Ta, Ag, Mo, Nb, Zr, Y, Cu, Co, Nt, Cr, Sn, V por Espectrografta Ótica
Boletim n.• 12128; o método usado reporta a concentração total do elemento Dosagem de Au por Absorção Atômica feitas em 40 g da amostra.
Boletim, n.• 12128 A

5.2 1 1.2 - Ferro pertencentes à Formação Curuá, Devoniano Superior da


Sinéclise do Amazonas, bem como arenitos esbranQuiça-
Localização: margem esquerda do rio Jatapu, município de dos de cimentação constante, apresentando estratificação
Urucará, cujas coordenadas são: latitude 01 °30'S e longi- cruzada e mergulho muito incipiente para sul. Estes areni-
tude 58°30'WGr. tos de acordo com os trabalhos da Petrobrás pertencem à
Formação Maecuru, que remonta ao Devoniano Inferior
O minério de ferro do rio Jatapu dispõe-se discordante- O minério de ferro é constituTdo essencialmente de hemati-
mente sobre uma seqüência de siltitos cinza, micáceos, ta oolítica (80%), magnetitB e alguma limonita. Momenta-
alternada com camadas de arenito médio com tonalidade neamente, os trabalhos de lavra que vinham sendo efetua-
avermelhada com alta percentagem de ferro. Ao sul desta dos pela SIDERAMA - Cia. Siderúrgica da Amazônia
porção aparecem folhelhos cinza bem laminados, com foram suspensos, prevendo-se para o ano 1976 o reinício
camadas basais altamente compactadas provavelmente dos mesmos.

90/GEOLOGIA
5.2.1 .2 - Metais não Ferrosos Zinco

- secunda o cobre em áreas de predomínio do diabásio.


5.2.1 .2.1 - Galena
- próximo à zona de calcário e falhas seus valores
Localização: município de Alenquer, 8km a nordeste da anômalos não ultrapassam a 100ppm.
cidade homônima.
Neste caso especifico não há sinal da presença de cobre e
A ocorrência de galena em Alenquer é conhecida desde o níquel, parecendo refletir uma mineralização real pequena,
início do século XX (1917), sendo trabalhada pelo Sr. Rui sem influência do diabásio.
Brasil para I.B. SABBÁ & CIA. Durante trabalhos de
observação reali~ados pelo geólogo Otávio Blanco Rodri- Níquel
gues para o Departamento Nacional da Produção Mineral
- DNPM, em material retirado de uma escavação verifi-
normalmente acompanha o cobre e zinco, formando
cou-se que a mesma ocorre em cristais disseminados em
massa de barita, sendo os mesmos de dimensões variá- anomalias de pequena amplitude nas áreas com d.ia~á­
sio. Fora destes locais aparece com teores méd1os
veis atingindo até 25cm de diâmetro. Supõe-se que esta
inferiores a 50ppm.
galena tenha se formado por processos de substituição
metassomática, onde rochas carbonatadas, susceptíveis
Chumbo
de alteração, apresentando fissuramentos de camadas,
foram percoladas por soluções hidrotermais capazes de
nas anomalias de cobre, zinco e níquel, em região de
realizar tal substituição
ocorrência dos diabásios, os valores de chumbo sem-
pre estão presentes em menor concentração, ao passo
que longe destas rochas os valores médios destes
52122 - Cobre
elementos se igualam, ou os valores de chumbo su-
Uma ocorrência de minerais de cobre foi observada pela plantam os demais.
Geomineração Ltda , na serra do Sete de Setembro, mar-
gem direita do rio Trombetas, em rochas vulcânicas do 5 2.1.2 3 - Alumínio
Grupo Uatumã, alteradas hidrotermalmente (epidotização,
silicificação e propilitização) As principais ocorrências de bauxitos encontram-se na
porção setentrional da Sinéclise do Amazonas, em áreas
Em perfis geológicos realizados por técnicos daquela de grandes similitudes geológicas, destacando-se:
companhia ao longo da serra foram observados:
Serra do Papagaio (município de Oriximiná)
- 200m iniciais rochas andesíticas pórfiras com dissemi-
Lat. 01 °35'S - Long. 56°25'WGr
nações de calcita e epidoto
- 250m andesitos com alterações hidrotermais, forte Serra da Bela Cruz (município de Oriximiná)
Lat. 01°50'S- Long.56°30'WGr
epidotização posterior em vênulas e disseminações de
minério de cobre (Malaquita, Crisocola, Calcosita e Cobre
Nativo)
Serra do Jamari (município de Faro)
dos 400 aos 900m gossans Lat 01 °45'S - Long. 56°35'WGr

1300m· quartzo leitoso


Serra do Aramã (município de Oriximiná)
Lat 01 °50'S - Long. 56°26'WGr.
Existem nesta região cerca de 150 áreas de 10.000ha,
situadas entre os paralelos 01 °00'S-0°00' e meridianos
56°30'-58°20'WGr , sobre as quais co~panhias de minera-
ção como. Cachoeira Grande Ltda., Agua Branca Ltda., Monte Branco do Norte
Cabo Orange Ltda e Campo Grande Ltda realizam traba- Lat 01 °35'S - Long 56°28'WGr
lhos de prospecção para sulfetos

A este da serra do Sete de Setembro, nas proximidades do Apresentam-se em terraços de el~v~ções vari~das, com
topos normalmente aplainados e n1ve1s de ~rosao marc~n­
rio Curuá com a estrada PA-56 que liga Monte Alegre à tes. Sua composição inclui argilas e/ou sedimentos argila-
Colônia da Mulata, trabalhos de prospecção geoquímica arenosos pertencentes à Formação Barreiras, tendo na
ali realizados revelaram os seguintes resultados:
base areias semiconsolidadas.
Cobre
um perfil esquemático nesta seqüência é representado
- valores inferiores a 50ppm nas áreas sem fraturamento
e diabásio. por:
a) cobertura argilosa
- próximo aos diabásios 200 a 500ppm.
b) horizonte laterítico psolítico
- valores anômalos em zoné\S de fraturas sem corpos de
diabásio têm pequena distribuição espacial e amplitude. c) horizonte de concreções ferruginosas

GEOLOGIA/91
d) zona de gibbsita cristalizada radar observa-se um ravinamento oem desenvolvido nesta
região provavelmente devido à erosão diferencial, poden-
e) horizonte de argila caulinítica do-se in loco determinar prováveis colinas ou depressões
provenientes do desmoronamento de cavernas preexisten-
f) areias semiconsolidadas. tes.

Os resultados analíticos efetuados pelo Laboratório de A Companhia Siderúrgica da Amazônia - SIDERAMA,


Análises de Minério Macahil Ltda. - Rio de Janeiro em através dos laboratórios: Klockner Humboldt - Deutz A.
cerca de 400 amostras revelaram o seguinte resultado G., Alemanha; PolysiasG.M.B.H. - Neubeckum, Alema-
médio para a região "Monte Branco do Norte": nha; Firma F.L. Smidt, Copenhague, Dinamarca; Fábrica de
Cimento de Santa Helena,São Paulo, Brasil, efetuou diver-
sas análises químicas, obtendo o seguinte resultado mé-
Si02% Ai203% Fe203% Ti02% dio:
Bauxito nao Ferrug1-
nos o 17,2 49,7 6,9 2,7 Calcário Cinza(%) Calcário Negro(%)
Bauxito com Fe203 9,6 46,4 18,4 2,4 Si02 9,20 19,32 - -
Bauxito Total 14,6 48,6 10,8 2,6 AI203 0,74 3,32
Fe203 1,14 1,08
CaO 47,61 39,05
Geneticamente estes bauxitos parecem resultar de um MgO 1 ,82 2,90

I
processo de alteração puramente químico em regiões PF 38,80 33,0
tropicais e subtropicais, implicando também em condi- Na20 0,30 0,24
ções de peneplanização generalizadas. K20 0,48 0,14

Outra ocorrência de calcário conhecida ainda no município


5 2.1 2 4 - Estanho de Monte Alegre situa-se na serra do Jacaré, 23km a
noroeste daquela localida'de, sendo propriedade do Sr:
Localização: alto rio Curuá, município de Alenquer, região Douglas Carneiro Botelho Maiores dados a respeito desta
denominada de São Francisco, cujas coordenadas são· ocorrência são desconhecidos
latitude 00°31 'S e longitude 54°45'W.

Esta ocorrência situa-se em área onde predominam as 52212 - Salgema


rochas polimetamórficas do Complexo Guianense, obser-
vando-se logo a oeste feições características do Granito Localização localidades de Barreiros e Brasília Legal,
Mapuera. É freqüente a'existência de veios de quartzo e municípios de Aveíro e ltaituba, cujas coordenadas são
pegmatitos, parecendo estes os responsáveis pela minera- latitude 03°57'S e longitude 55°48'WGr
lização na área, pois certas aluviões evidenciam concentra-
ções de cassiterita em grandes quantidades. Relaciona- A Petrobrás, realizando trabalhos de sondagem nesta
mentos estruturais com mfneralizações não foram defini- região, fez menção à existência de um horizonte de salge-
dos, embora o grau de fraturamento local seja bast-ante ma com cerca de 20m de espessura à profundidade de
expressivo nas imagens de radar O posicionamento desta 520m (Poço BL-1-PA) Posteriormente, em trabalhos de
ocorrência ocupa o bordo leste do Graben do Mapuera, pesquisa para evaporitos efetuados pela Cal]lítà - Cia
definido por Oliveira et alii (1975) Agrç Mineradora e Industrial do Tapajós, novo horizonte
foi caracterizado, este a uma profundidade de ±160m com
40cm de espessura Dados mais recentes sem comprova-
5 22 - Minerais não Metálicos ções oficiais revelam um horizonte de halita de aproxima-
damente 23m à profundidade de 530m

Essas camadas evaporíticas assentam de modo concor-


52 2 1 - Matéria-Prima para a Indústria Química dante com os sedimentos da Formação ltaituba, carac-
terizando um facies da Formação Nova Olinda, esta
52211 - Calcário essencialmente composta de folhelhos, calcários e síltitos
subordinados A presença de gipsita, anídrita e salgema
Localização: Colônia Agrícola da Mulata no município de dentro desta última unidade caracteriza a existência em
Monte Alegre, cuja precisa situação é 36km a nordeste de tempos pretéritos de lagunas ou mares interiores rasos,
Monte Alegre que submetidos a condições climáticas especiais, quente
e seco, propiciaram intensa evaporação, dando como pro-
As ocorrências de calcário encontram-se dentro da Forma- duto de formação esta seqüência evaporítica
ção ltaituba, intercaladas a arenitos e folhelhos Local-
mente estas rochas carbonatadas apresentam-se intrudi- Dados mais específicos sobre esta ocorrência não foram
das por sills de diabásio - Diabásio Penatecaua (lssler et obtidos, sabendo-se apenas que os trabalhos de sonda-
alii, 1974), ocasionando mudanças marcantes nos teores gens efetuados pela Camitá prosseguem continuamente.
de sílica e magnésio destes litotipos.

A espessura média da camada de calcário é de aproxima- 5 2.2 1.3 - Gipsita


damente 10m, raramente atingindo valores mais expressi-
vos como na cachoeira Formosa, 15m. Em imagens de Localização: baixo curso do rio Cupari, município de

92/GEOLOGIA
Aveiro, mais precisamente na região da localidade Manoel - Pegmatitos com cassiterita, tantalita, columbita e
João, cujas coordenadas são: latitude 03°47'8 e longitude ouro;
55°20'WGr.
- Metamorfitos manganesíferos (xistos - manganesi-
A Formação Nova Olinda, unidade estratigráfica caracte- feros, anfibolitos, gonditos, rodocrosita).
rizada pela presença de evaporitos, apresenta na área desta
ocorrência blocos de siltitos e folhelhos, tendo como Grupo Uatumã
litologia complementar halita, calcários e arenitos. A
gipsita aparece na porção superior desta unidade com Formação lricoumé
espessura média de 19,88m, cor cinza-esverdeada e hábito
fibroso. A leste do rio Cupari, fragmentos de gipsita com Probabilidades metalogenéticas limitadas, entretanto
granulometria de seixos a matacões disseminados no como matéria-prima no campo das obras viárias,
capeamento são bastante freqüentes. indústria da construção civil, há amplas possibilidades
de aproveitamento.
As análises químicas obtidas foram realizadas no Labo-
ratório de Análises Minerais- CPRM, Rio de Janeiro, e o
Granito Mapuera
percentual de gipsita nas partes fraturadas, no Laboratório
de Química - CPRM da Agência Belém A composição
teórica encontrada apresenta os seguintes valores: Facies sódico (peralcalino) cassiterita, topázio, colum-
bita, tantalita, oirocloro e espécies minerais ra-
dioativas ·
CaO

46,6% 32,5% 20,9% Formação Prosperança

Geneticamente estes evaporitos estiveram submetidos a - Diamante, ouro, espécies minerais radioativas
um controle físico-químico, caracterizando um balanço
entre a água fornecida e a evaporação deste solvente Gabro Suretama
culminando com a deposição do sulfato em ambiente
pene-salino a salino. Disseminações de sulfetos de cobre e níquel, podendo
nos lateritos sobrejacentes ocorrer minerais de ferro
níquel e cobalto '
53 - Possibilidades Metalogenéticas da Área

Na porção territorial abrangida pela Folha SA.21-Santa- Grupo Tapajós


rém, eventos tais como metamorfismo, vulcanismo, pluto-
nismo e diagênese são evidentes e fundamentais para o - Anidrita, gipsita, salgema e calcários
processo da concentração de substâncias úteis

Assim, a análise geológica regional possibilitou a defini- Formação Curuá


ção de metalotectos com boas possibilidades (metalotect
Sulfetos de chumbo e cobre singenéticos associados
- a term used in metallogenic studies for any geologic
com folhelhos piritosos Espécies minerais radioativas
features tectonic, lithologic, geochemical, etc , consi-
dered to have influenced the concentration of elements to associadas aos folhelhos negros
form mineral deposits; an ore contrai, but without the
implication of economic value). Metalotectos seriam Diabásio Penatecaua
ambientes geológicos, com convergência de fatores favo-
ráveis à concentração de substâncias úteis Cobre nativo, ametista Matéria-prima no campo das
obras viárias
A avaliação dos litotipos amestrados, com base nos dados
da metalogênese dos demais cratons do mundo, leva-nos a
prognosticar a probabilidade de mineralizações nos meta- Formação Barreiras
lotectos individualizados da área:
_,. Bauxita e caulim
Complexo Guianense
Aluviões
Graisens com cassiterita,
Diamante, cassiterita, tantalita, columbita, ouro,
Pegmatitos com cassiterita, tantalita, columbita, berilo limenita, rutilo e wolframita.
e ouro;

Veeiros de quartzo com ouro, 5.4 - Situação Legal dos Trabalhos de Lavra e Pesquisa
Mineral na Área
Caulim nos pegmatitos intemperizados
Segundo informações obtidas junto ao DNPM, através dos
Grupo Vila Nova 5. o e 8. o Distritos, é a seguinte a situação legal dos
Trabalhos de Lavra e Pesquisa nos domínios da Folha
- Graisens com cassiterita;
SA.21-Santarém.

GEOLOGIA/93
5.4.1 - Decretos de Lavra

D.N.P.M. Interessado Dec. Lavra Substância Município

1.717/64 Bauxita Sta. Rita Ltda. 76.369/75 Bauxita Nhamundá


3.717/61 Mineração Bonfim Ltda. 64268 Ferro Urucará
3.718/61 Idem 642267 Idem Idem
3.719/61 Idem 64222 Idem Idem
5.988/63 Emp. Água Sta. Cláudia 72105/73 Água mineral Manaus
6.092/60 C ia. Siderúrgica da Amazônia 01854 Ferro Urucará
6.093/60 Mineração Bonfim Ltda. 64259 Idem Idem
8.468/57 Rui Nunes de Campos Rosa 54.715/64 Ouro Mau és
8.471/57 Idem 1.974/62 Idem Idem

54 2 - Alvarás de Pesquisa
O N.P M Interessado Dec. Lavra Substância Município

600.160/73 Min. ltajá Ltda. 1391/74 Cobre Monte Alegre


800.161/73 Idem 1392/74 Idem Idem
800.168/73 Idem 1343/73 Chumbo Idem
800.171/73 Idem 1404/73 Zinco Idem
800.172/73 Idem 1405/73 Idem Idem

I
800.173/73 Idem 1406/73 Idem Acará
800 174/73 Idem 1422/73 Idem Monte Alegre
800 175/73 M in. ltapui Ltda. 1346/73 Cobre Idem
800.176/73 Idem 1347/73 lder.n Idem
800.177/73 Idem 1348/73 Idem Idem
800.178/73 Idem 1349/73 Idem Idem
800.179/73 Idem 1350/73 Idem Idem
800 180/73 Idem 1357/7~ Chumbo Idem

D.N.P.M. Interessado Alv. Pesq. Substância Município


800 181/73 Min ltapui Ltda 1352/73 Chumbo Monte Alegre
800.182/73 Idem 1370/73 Idem Idem
800.183/73 Idem 1371/73 Idem Idem
800.184/73 Idem 1372/73 Idem Idem
800.185/73 Idem 1407/73 Zinco Alenquer
800.186/73 Idem 1433/73 Idem Idem
800.187/73 Idem 1408/73 Idem Idem
800.188/73 Idem 1409/73 Idem Idem
800.689/74 Mineração Rio Marmelos 815/75 Cromo Urucará
800.690/74 Idem 816/75 Idem Idem
800.691/74 Idem 817/75 Idem Nhamundá
800.692/74 Idem 818/75 Idem Idem
800.693/74 Idem 819/75 Idem Idem
8oo:694/74 Mibal Minerais da Bahia Ltda. 936/75 Idem Urucará
800.699/74 Min. Rio dos Marmelos Ltda. 937/75 Serpentiníto Idem
800.700174 Idem 938175 Idem Idem
800.702/74 Idem 937/75 Níquel Nhamundá
800.703/74 Idem 970/75 Idem Idem
800.706 Mibal Minerais da Bahia Ltda. 201/75 Idem Idem
800.707/74 Idem 940/75 Idem Idem
800.708/74 Idem 941/75 Idem Idem
800.852/73 Carmem A. de S. Marinho 450/75 Argila Manaus
802.680/72 Min. Urandi S.A. 1048/74 Chumbo Oriximiná
802.681/72 Idem 1049/74 Idem Idem
802.682/72 Idem 1050/74 Idem Idem
805.971/74 Min. Tapajós Ltda. 000276/71 Idem Curuçá
805.972/74 Idem 000277/71 Idem Idem
805.973/74 Idem Idem Idem
805.974/74 Idem Idem Idem
805.975/74 Idem Idem Idem
805.976/74 Min. Tapajós Ltda. Chumbo Curuçá
805.977/74 Idem Idem Idem
806.160/71 Cia. Agro lnd. de Monte Alegre 000424/72 Calcário Monte Alegre
806.161/71 Idem 000.376/72 Idem Idem
806.162/71 Idem 000.425/72 Idem Idem
806.163/71 Idem 000.377/72 Idem Idem

94/GEOLOGIA
D.N.P.M. Interessado Alv. Pesq. Substância Município

806.164/71 Cia Agro lnd. de Monte Alegre 000.426/72 Calcário Monte Alegre
806.165/71 Eduardo Dias 000.427/72 Idem Idem
806.166/71 Idem 000.~78/72 Idem Idem
806.167/71 Idem 000.428/72 Idem Idem
806.168/71 Idem 000.379/72 Idem Idem
806.169/71 Idem 000.429/72 Idem Idem
809.538/73 M in. I ri ri Ltda. 692/74 Enxofre Urucará
809.539/73 Idem 693/74 Idem Idem
809.540/73 Idem 694/74 Idem Idem
809.541/73 Idem 695/74 Idem Idem
809.542/73 Idem 696/74 Idem Idem
809.543/73 Min. ltacaiunas Lida. 868/74 Idem Idem
809.544/73 Idem 869/74 Idem Idem
809.545/73 Idem 870/74 Idem Idem
809 546/73 Idem 871/74 Idem Idem
809.595/73 Min. Santarém Lida. 789/74 Idem Idem
809.596173 Idem 775/74 Idem Idem
809.597173 Idem 726/74 Idem Idem
809.598173 Idem 735174 Idem Idem
809 599173 Idem 736/74 Idem Idem
81 o 393172 Cia. de Mineração Rio Acima 1200174 Molibdênio Oriximiná
810 396172 Idem 1201174 Idem Idem
810.397172 Idem 1202174 Idem Idem
810.399172 Cia de Mineração Rio Acima 1203174 Cobre Idem
810 401172 Idem 1204/74 Idem Idem
810 402172 Idem 1205174 Idem Ldem
811 .11417 4 Comminerium S A. 516/72 Tantalita Urucará
811 115174 Idem Idem Idem Idem
811 116174 Idem Idem Idem Idem
811 11717 4 Idem Idem Idem Idem
811 118174 Idem Idem Idem Idem
811 .119 I 74 Chromiun Min SA 630172 Idem Idem
811 120174 Idem Idem Idem Idem
811 121 I 74 Idem Idem Idem Idem
811 122174 Idem Idem Idem Idem
811 123174 Idem Idem Idem Idem
811 .124174 Aurum Mineração S.A. 631172 Idem Idem
811 125174 Idem Idem Idem Idem
811.126174 Idem Idem Idem Idem
811 127174 Idem Idem Idem Idem
811 128174 Idem Idem Idem Idem
811.573170 Otaviano R da Cruz 1751173 Bauxita Nhamundá
811.574170 Idem 1752173 Idem Idem
811 575170 Idem 1753173 Idem Idem
811 576170 Idem 1754173 Idem Idem
811 577170 Idem 1255173 Idem Idem
811.729171 J Cruz lnd & Com Ltda 625 Água Mineral Manaus
812.140173 Maria Clara P. S Tapajós 1398/74 Calcário Monte Alegre
813.634170 C ia Guanabara Com lnd 716/72 Cassiterita Manaus
813635170 Idem 690172 Idem Idem
813 636170 Atlântico Empreend. 1119 Idem Idem
813.637170 Idem 1120 Idem Idem
813.638170 Atlântico Empreend Administração 1094 Idem Idem
813 640170 Idem 1095 Idem Idem
814.288174 Min. Serra do Navio Ltda. 589/72 Cobre Urucará
814.289174 Idem Idem Idem Idem
814.290/74 Min. ltapagé Ltda. 810/72 Idem Nhamundá
814.291/74 Idem Idem Idem Idem
814.292/74 Idem Idem Idem Idem
814.293/74 Idem Idem Idem Idem
814.294/74 Idem Idem Idem Idem
814.296/74 Min. Amapari Lida. 587/72 Idem Urucará
814.297/74 Idem Idem Idem Idem
814.298/74 Idem Idem Idem Idem
814.299/74 Idem Idem Idem Idem

GEOLOGIA/95
D.N.P.M. Interessado Alv. Pesq. Substância Municlpio

814.302/74 Aporema Ltda. 588/72 Cobre Nhamundá


814.303/74 idem idem idem idem
814.304/74 idem idem Idem Idem
814.315/74 Min. ltaóba Ltda. 750/72 Idem Idem
814.316/74 Idem Idem Idem Idem
814.317/74 Idem Idem Idem Idem
814.318/74 Idem Idem Idem Idem
814.321/74 M in. Porto Santana Ltda. 586/72 Chumbo Urucará
814.322/74 Idem Idem Idem Idem
814.323/74 Idem Idem Idem Idem
814.324/74 Idem Idem Idem Idem
814.325/74 Min: Serra do Navio Ltda. 589/72 Idem Idem
814.326/74 Idem Idem Idem Idem
814.327/74 Idem Idem Idem Idem
814.328/74 Idem Idem Idem Idem
814.329/74 Idem Idem Idem Idem
814.330/74 M in. ltapagé Ltda. 810/72 Idem Idem
814.336/74 Min. Amapari Ltda. 587/72 Idem Idem

I 814.337/74
814.341/74
814.342/74
814.345/74
814.346/74
814.347/74
Idem
Aporema Ltda
Idem
Min. Cassiporé Ltda.
Idem
Idem
Idem
588/72
Idem
698/72
Idem
Idem
Idem
Idem
Idem
Idem
Idem
Idem
Idem
Nhamundá
Idem
Urucará
Idem
Idem
814 348/74 Idem Idem Idem Idem
814.349/74 Idem Idem l'dem Idem
814.353/74 Min. ltacurussá Lida. 812/72 Idem Brasiléia
814.354/74 Idem Idem Idem Idem
814 355/74 Min. ltamira Ltda 811/72 Idem Idem
814.356/74 Idem Idem Idem Idem
814.357/74 Idem Idem Idem Idem
814 358/74 Idem Idem Idem Idem
814.359/74 Idem Idem Idem Idem
814.360/74 Min. ltaúba Lida. 750/72 Idem Idem
814.361/74 Idem Idem Idem Idem
814 364/74 Idem Idem Idem Idem
814 365/74 Min. Porto Santana Lida. 586/72 Zinco Urucará
814.366/74 Idem Idem Idem Idem
814.367/74 Idem Idem Idem Idem
814.368/74 Idem Idem Idem Idem
814.370/74 M in. Serra do Navio Lida 589/72 Idem Idem
814.371/74 Idem Idem Idem Idem
814.372/74 Idem Idem Idem Idem
814 373/74 Idem Idem Idem Idem
814.374/74 Idem Idem Idem Idem
814.375/74 Min. ltapagé Ltda. 810/72 Idem Idem
814.376/74 Idem Idem Idem Idem
814.377/74 Idem Idem Idem Idem
814.378/74 Idem Idem Idem Idem
814.379/74 Idem Idem Idem Idem
814.380/74 Min. Aporema Lida 588/72 Idem Idem
814,381/74 Idem Idem Idem Idem
814.382/74 Idem Idem Idem Idem
814.383/74 Idem Idem Idem Idem
814.386/74 Min. Cassiporé Lida. 698/72 Idem Brasiléia
814.387/74 Idem Idem Idem Idem
814.388/74 Idem Idem Idem Idem
814.389/74 Idem Idem Idem Idem
814.390/74 Min. ltacurussá Lida. 812/72 Idem Idem
814.391/74 Idem Idem Idem Idem
814.392/74 Idem Idem Idem Idem
814.393/74 Idem Idem Idem Idem
814:394/74 Idem Idem Idem Idem
814.396/74 M in. ltamira Lida. 811/72 Idem Urucará
814.397/74 Idem Idem Idem Idem

96/GEOLOGIA
D.N.P.M. Interessado Alv. Pesq. Substância Munlclplo

814.398/74 Min. ltamira Ltda 811/72 Zinco Urucará


814.399/74 Idem Idem Idem Idem
814.400/74 Min. ltaúba Ltda. 750/72 Idem Idem
814.401/74 Idem Idem Idem Idem
814.402/74 Idem Idem Idem Idem
841.648/69 Pedro S. Lobo 000834/70 Estanho Alenquer
814.649/69 Idem 000742/70 Idem Idem
814.650/69 Idem 000743/70 Idem Idem
814 651/69 Idem 000744/70 Idem Idem
814.652/69 Idem 000745/70 Idem Idem
817.111/73 ParanapanemaS.A. Min. lnd. 000015/67 Níquel Urucará
817 116/73 Min Tapajós Ltda. 000276/71 Idem Idem
817.117/73 Idem Idem Idem Idem
817.118/73 Idem Idem Idem Idem
817.121/73 Min. Curuá Ltda. 020963/73 Idem Idem
823.103/69 Min Marabá Ltda 001149/71 Ferro Almerim
823 104/69 Idem 001148/71 Idem Idem
826.388/72 Min Água Branca Ltda. 2453/73 Níquel Oriximiná
826.389/72 Idem 2454/73 Idem Idem
826 390/72 Idem 2455/73 Idem Idem
826.391/72 Idem 2456/73 Idem Idem
826 392/72 Idem 2457/73 Idem Idem
826 393/72 Min Cabo Orange Ltda 2581/73 Cobre Idem
826 394/72 Idem 2582/73 Idem Idem
826 395/72 Idem 2583/73 Idem Idem
826.396/72 Idem 2584/73 Idem Idem
826 397/72 Idem 2585/73 Idem Idem
826 398/72 Idem 2586/73 Zinco Idem
826 399/72 Idem 2587/73 Idem Idem
826 400/72 Idem 2588/73 Idem Idem
826.401/72 Idem 2589/73 Idem Idem
826 402/72 Idem 2590/73 Idem Idem
826 403/72 Idem 2376/73 Níquel Idem
826.405/72 Idem 2378/73 Idem Idem
826 406/72 Idem 2379/73 Idem Idem
826 407/72 Idem 2380/73 Idem Idem
826 408/72 Min Cachoeira Grande Ltda 2268/73 Cobre Idem
826 409/72 Idem 2381/73 Idem Idem
826 410/72 Idem 2382173 Idem Idem
826411/72 Idem 2269173 Idem Idem
826 412/72 Idem 2383/73 Idem Idem
826 413/72 Idem 2270173 Zinco Idem
826 414172 Idem 2271/73 Idem Idem
826 415172 Idem 2272173 Idem Idem
826.416172 Idem 2273173 Idem Idem
826 417/72 Idem 2274173 Idem Idem
826 626/72 Idem 1981/73 Níquel Idem
826 627172 Idem 1982/73 Idem Idem
826.628/72 Idem 1983/73 Idem Idem
826.629172 Idem 1984173 Idem Idem
826.630/72 Idem 2524/73 Idem Idem
826 631/72 Min Campo Verde Ltda. 2384173 Cobre Idem
826 632/72 Idem 2525172 Idem Idem
826 633/72 Idem 2061172 Idem Idem
826.634/72 Idem 2062/72 Idem Idem
826.635/72 Idem 2385/72 Idem Idem
826 636/72 Idem 1985172 Zinco Idem
826.637/72 Idem 1986/72 Idem Idem
826.638/72 Idem 1987172 Idem Idem
826.639/72 Idem 1988/72 Idem Idem
826.640/72 Idem 1989/72 Idem Idem
826.641/72 Idem 1928/72 Níquel Idem
826.642/72 Idem 1843/72 Idem Idem
826.643/72 Idem 2002/72 Idem Idem
826.644/72 Idem 2C03/72 Idem Idem

GEOLOGIA/97
5.4.3 - Pedidos de Pesquisa

D.N.P.M Interessado Substância Munlclplo

Bauxita Sta. Rita Ltda. Bauxita Nhamundá


1.716/64
Idem Idem Idem
7.933/66
7.934/66 Idem Idem Idem
7.935/66 Idem Idem Idem
Idem Idem Idem
800.145/71
800.189/73 Min. ltapui Ltda. Zinco Alenquer
800.190/73 Min. !taquara Ltda. Cobre Idem
800.191/73 Idem Idem Idem
800.575/75 Vanadium Min. S.A. Sal gema Manaus
800.576/75 Idem Idem Idem
800.577/75 Idem Idem Idem
800 578/75 Idem Idem Idem
800.579/75 Idem Idem Idem
800 580/75 lridium Mineração S. A. Idem Idem
800 581/75 Idem Idem Idem
800 582/75 Idem Idem Idem

I 800 583/75
800.584/75
800.637/75
800.638/75
800.639/75
Idem
Idem
Cuprum Mineração S.A.
Idem
Idem
Idem
Idem
Tantalita
Idem
Idem
Idem
Idem
Mau és
Idem
Idem
Idem
800.640/75 Idem Idem
800 641/75 Idem Idem Idem
800.642/75 Idem Idem Idem
800.643/75 lridium Mineração S. A. Idem Idem
800 644/75 Idem Idem Idem
800.645/75 Idem Idem Idem
800 646/75 Idem Idem Idem
800647/75 Idem Idem Idem
800 64817!3 Vanadium Mineração S.A. Idem Idem
800.649/75 Idem Idem Idem
800 650/75 Idem Idem Idem
800.651/75 Idem Idem Idem
800 652/75 Idem Idem Idem
800 695/74 Mibal Minerais da Bahia Ltda. Cromo Urucará
800 696/74 Idem Idem Idem
800 697/74 Idem Idem Idem
800 698/74 Idem Idem Idem
800 701/74 Min. Rio dos Marmelos Ltda. Serpentina Urucará
800.704/74 Mibal Minerais da Bahia Ltda. Níquel Nhamundá
800.705/74 Idem Idem Idem
800.879/75 lridium Mineração S.A. Ouro Mau és
800JffiÕ/75 Idem Idem Idem
800.881/75 Idem Idem Idem
800.882/75 Idem Idem Idem
800 883/75 Mineração Catinguiba Ltda. Chumbo Idem
800.884/75 Idem Idem Idem
801.885/75 Idem Idem Idem
801.886/75 Idem Idem Idem
801.887/75 Idem Idem Idem
802.106/74 Idem Cromo Urucará
802.107/74 Idem Idem Idem
802.108/74 Idem Idem Idem
802.109/74 Idem Idem Idem
802.11,0/74 Idem Idem Idem
802.678/72 Min. Urandi S.A. Chumbo Oriximiná
802.679/72 Idem Idem Idem
802.687/72 Engescabo Eng. Esc. S.A. Molibdênio Idem
802.693/72 lnd. Com. de Minérios Chumbo Idem
802.694/72 lnd. Com. de Minérios S.A. Chumbo Orixim"iná
802.695/72 Idem Idem Idem
802.696/72 Idem Idem Idem

98/GEOLOGIA
D.N.P.M Interessado Substância Munlclplo

802.697/72 lnd. Com. de Minérios S.A. Chumbo Oriximiná


802.699/72 Idem Zinco Idem
802.700/72 Idem Idem Idem
802.701/72 Idem Idem Idem
802.702/72 Idem Idem Idem
802.703/72 Idem Idem' Idem
802.704/72 Idem Idem' Idem
802.708/72 Caraca Ferro e Aço Chumbo Idem
802.709/72 Idem Idem Idem
802.710/72 Idem Idem Idem
802.711/72 lde·m Idem Idem
802.712/72 Idem Idem Idem
802.714/72 Idem iZinco Idem
802.715/72 Idem Idem Idem
802.716/72 Idem Idem Idem
802.717/72 Idem Idem Idem
802.718/72 Idem Idem Idem
803.017/74 Sominas Ltda. Bauxita Urucará
805.577/75 Cia. de Pesq. de Rec. Minerais Cobre Silves
805.578/75 Idem Idem Idem
805.579/75 Idem Idem Idem
805.662/75 Cia. de Min. Santarém Bauxita Nhamundá
805.734/75 ECC do Brasil Mineração Ltda. Argila Manaus
805.735/75 Idem Idem Idem
805.736/75 Idem Idem Idem
~05.737/75 Idem Idem Idem
805.738/75 Idem Idem Manaus
805.971/74 Mineração Tapajós Ltda. Chumbo Urucará
805.972/74 Idem Idem Idem
805.973/74 Idem Idem Idem
805.974/74 Idem Idem Idem
805.975/74 Idem Idem Idem
805.976/74 Idem Cobre Idem
805.977/74 Idem Idem Idem
806.170/71 Antonio José F. Gillet Calcário Monte Alegre
806.171/71 Edgard G. Filho Calcário/ Argila Idem
806.172/71 Idem Idem Idem
806.403/75 Cuprum Mineração S.A. Zinco Urucará
806.404/75 Idem Idem Idem
806.405/75 Idem Idem Idem
806.406/75 Idem Idem Idem
806.711/75 Idem Idem Idem
806.823/75 Cia. de Pesq. de Rec. Minerais Sal gema Juruti e Parintins
806.824/75 Idem Idem Idem
806.825/75 Idem Idem Idem
806.826/75 Idem Idem Idem
806.827/75 Idem Idem Idem
806.828/75 Idem Idem Idem
806.829/75 Idem Idem Idem
806.830/75 Idem Idem Idem
806.831/75 Idem Idem Idem
806.832/75 Idem Idem Idem
806.833/75 Idem Idem Idem
806.834/75 Ídem Idem Idem
806.935/75 Idem Idem Idem
806.836/75 Idem Idem Idem
806."837/75 Idem Idem Idem
806.838/75 Idem Idem Idem
806.839/85 Idem Idem Idem
806.840/75 Idem Idem Idem
806.841/75 Idem Idem Idem
806.842/75 Idem Idem Idem
806.843/75 Idem Idem Idem
806.845/75 Idem Idem Nova OI inda do Norte

GEOLOGIA/99
D.N.P.M lntereaaado Substância Munlclplo

806.846/75 Cia. de Pesq. de Rec. Minerais Sal gema Nova Olinda do Norte
806.847/75 Idem Idem Idem
806.848/75 Idem Idem Idem
806.849/75 Idem Idem Idem
806.850/75 Idem Idem Nova Olinda do Norte e
Borba
806.851/75 Idem Idem Idem
806.852/75 Idem Idem Idem
806.853/75 Idem Idem Idem
806.854/75 Idem Idem Idem
806.856/75 Idem Idem Idem
806.857/75 Idem Idem Idem
806.858/75 Idem Idem Nova O linda do Norte e
ltupiranga
806.860/75 Idem Idem Idem
806.861/75 Idem Idem Idem
806.862/75 Idem Idem Idem
806.963/75 Idem Idem Idem
806.864/75 Idem Idem Idem
806.865/75 Idem Idem Idem
806.866/75 Idem Idem Idem
806.867/75 Idem Idem Idem
806.868/75 Idem Carnalita Nova Olinda do Norte e
Borba
806.869/75 Idem Idem Idem
806.870/75 Idem Idem Idem
806.8'Z1/75 Idem Idem Idem
806.872/75 Idem Carnal i ta Idem
806.873/75 Idem Idem Idem
806.874/75 Idem Idem Idem
806.875/75 Idem Idem Idem
806.876/75 Idem Idem ldern
806.877/75 Idem Idem Idem
806.878/75 Idem Idem Idem
806.879/75 Idem Idem Idem
806.880/75 Idem Idem Nova O linda do Norte
806.881/75 Idem Idem Idem
806.882/75 Idem Idem Idem
806.883/75 Idem Idem Idem
806.884/75 Idem Idem Nova Olinda do Norte e
ltupiranga
806.885/75 Idem Idem Idem
806.886/75 Idem Idem Idem
806.887/75 Idem Idem Mau és
806.888/75 Idem Idem Idem
806.889/75 Idem Idem Idem
806.890/75 Idem Idem Idem
806.891/75 Idem Idem Idem
806.892/75 Idem Idem Idem
806.893/75 Idem Idem Idem
806.894/75 Idem Idem Idem
806.895/75 Idem Idem Idem
806.896/75 Idem Idem Idem
806.897/75 Idem Idem Idem
806.898/75 Idem Idem Idem
806.899/75 Idem Idem Idem
806.900/75 Idem Idem Idem
806.977/73 Mlnerobrás Limonita Juruti
806.978/73 Idem Idem Idem
806.979/73 Idem Idem Idem
806.980/73 Idem Manganês Idem
806.981/73 Idem Idem Idem
806..982/73 Idem Idem Idem

100/GEOLOGIA
D.N.P.M Interessado Substância Munlclplo

806.983/73 Minerobrás Manganês Juruti


806.984/73 Idem Idem Idem
806.985/73 Idem Cobre Idem
806.986/73 Idem Idem Idem
806.987/73 Idem Idem Idem
806.988/73 Idem Idem Idem
806.990/73 Idem Cobalto Idem
806.991/73 Idem Idem Idem
806.992/73 Idem Idem Idem
806.993/73 Idem Idem Idem
806.994/73 Idem Idem Idem
807.267/75 Ermelino Matarazzo Doi omito Monte Alegre
807.268/75 Idem Idem Idem
807.269/75 IDem Idem Idem
807.273/75 IDem Idem Idem
807.274/75 Idem Idem Idem
807.304/72 Camargo Corrêa lnd. S.A. Nióbio ltupiranga
807.305/72 Idem Idem Idem
807.306/72 Idem Idem Idem
807.307/72 Idem Idem Idem
807.308/72 Idem Idem Idem
807.309/72 Idem Idem Idem
807.310/72 Idem Idem Idem
807.356/73 Milton Raulino de Souza Calcário Monte Alegre
807.357/73 Idem Idem Idem
807.358/73 Idem Idem Idem
807.359/73 Idem Idem Idem
807.360/73 Idem Idem Idem
807.426/73 Esmeraldino Q.G. Filho Idem Idem
807.427/73 Idem Idem Idem
807.428/73 Idem Idem Idem
807.429/73 Idem Idem Idem
807.430/73 Idem Idem Idem
807.431/73 lvanildo Monteiro Araujo Idem Idem
807.432/73 Idem Idem Idem
807.433/73 Idem Idem idem
807.434/73 Idem Idem Idem
807.435/73 Idem Idem Idem
807.443/75 Argentum Mineração S.A. Zinco Urucará
807.444/75 Idem Idem Idem
807.445/75 Comminerium Min. S.A Chumbo Idem
807.446/75 Idem Idem Idem
807.447/75 Idem Idem Idem
807.448/75 Idem Idem Idem
807.449/75 Idem Idem Idem
807.450/75 Chromium Mineração S.A. Zinco Idem
807.451/75 Idem Idem Idem
807.452/75 Idem Idem Idem
807.453/75 Idem Idem Idem
807.454/75 Idem Idem Idem
808.029/75 Cia. de Pesq. de Rec. Minerais Folhelho Betuminoso Parintins
808.030/75 Idem Idem Juruti e Parintins
808.031/75 Idem Idem Parintins
808.032/75 Idem Idem Juruti e Parintins
808.033/75 Idem Idem Idem
808.034/75 Idem Idem Idem
808.035/75 Idem Idem Idem
808.037/75 Idem Idem Idem
808.069/74 Aurum Mineração Dolomito Monte Alegre
808.070/74 Idem Idem Idem
808.071/74 Idem Idem Idem
808.072/74 Idem Idem Idem

GEOLOGIA/101
D.N.P.M Interessado Substância Munlciplo

808.073/74 Aurum Mineração Dolomito Monte Alegre


808.074/74 Argentum Mineração Idem Idem
808.975/74 Idem Idem Idem
808.076/74 Idem Idem Idem
808.077/74 Idem Idem Idem
808.078/74 Idem Idem Idem
808.079/74 Cuprum Mineração S.A. Idem Idem
808.080/74 Idem Idem Idem
808.081/74 Idem Idem Idem
808.082/74 Idem Idem Idem
808.083/74 Idem Idem Idem
808.084/74 Chromium Mineração S.A. Idem Idem
808.085/74 Idem Idem Idem
808.086/74 Idem Idem Idem
808.087/74 Idem Idem Idem
808.088/74 Idem Idem Idem
808.174/75 Argentum Mineração S.A. Zinco Urucará

I 808.572/75
808.573/75
808.574/75
808.575/75
808.576/75
Best. Metais e Solda S.A.
Idem
Idem
Idem
Idem
Calcário
Idem
Idem
Idem
Idem
Idem
Mau és
Idem
Idem
Idem
808.700/75 Cia. de Pesq. de Rec. Min·lrais Enxofre Idem
808.711/75 Idem Carnalita Nova Olinda do Norte
808.712/75 Idem Idem Idem
808.713175 Idem Idem Idem
808.714/75 Idem Idem Idem
808.715/75 Idem Idem Idem
808.716/75 Idem Idem Idem
808.717/75 Idem Idem Nova Olinda do Norte e
Borba
808.718/75 Idem Idem Idem
808.719175 Idem Idem Idem
808.720175 Idem Idem Maués e Nova Olinda do
Norte
808.721/75 Idem Idem Nova Olinda do Norte
808.722/75 Idem Idem Maués e Nova Olinda do
Norte
808.723175 Idem Idem Maués
808.724/75 Idem Idem Maués e Nova Olinda do
Norte
808.725/75 Idem Idem Mau és
808.726/75 Idem Idem Idem
808.727/75 Idem Idem Idem
808.728/75 Idem Enxofre Nova Olinda do Norte e
Autazes
808.729/75 Idem Idem Idem
808.730/75 Idem Idem Nova Olinda do Norte
808.731/75 Idem Idem Idem
808.732/75 Idem Idem Nova Olinda do Norte e
ltupiranga
808.733175 Idem Idem Idem
808.734/75 Idem Idem Idem
808.735/75 Idem Idem Idem
808.736/75 Idem Idem Idem
808.737/75 Idem Idem Idem
808.738175 Idem Idem Idem
808.739/75 Idem Idem Idem
806.740175 Idem Idem Idem
80&.741175 Idem Idem Idem
808.742/75 Idem Idem Mau és
808.743/75 Idem Idem ltupiranga e Maués
808.744/75 Idem Idem Mau és

102/GEOLOGIA
D.N.P.M Interessado Substância Munlclplo

808.745/75 Cia. de Pesq. de Rec. Minerais Enxofre ltupiranga e Maués


808.746/75 Idem Idem Mau és
808.747/75 Idem Idem Idem
808.748/75 Idem Idem ltupiranga e Maués
808.749/75 Idem Idem Maués
808.750/75 Idem Idem Idem
808.751/75 Idem Idem Idem
808.752/75 Idem Idem Idem
808.753/75 Idem Idem Idem
808.754/75 Idem Idem Idem
808.755/75 Idem Idem Idem
808.756/75 Idem Idem Idem
808.757/75 Idem Idem Idem
808.758/75 Idem Idem Idem
808.759/75 Idem Idem Idem
808.760/75 Idem Idem Idem
808.761/75 Idem Idem Idem
808.762/75 Idem Idem Idem
808.763/75 Idem

I
Idem Idem
808.764/75 Idem Idem Idem
808.765/75 Idem Idem Idem
808.766/75 Idem Idem Idem
808.767/75 Idem Idem Idem
808.768/75 Idem Idem Idem
808.769/75 Idem Idem Idem
808.771/75 Idem Idem Idem
808.772/75 Idem Idem Idem
808.773/75 Idem Idem Idem
808.774/75 Idem Idem Idem
808.775/75 Idem Idem Idem
808.776/75 Idem Idem Idem
808.777/75 Idem Idem Idem
808.878/73 Min. Bacajá Ltda. Idem Oriximiná
808.887/73 Emp de Mineração Curuá Ltda. Idem Idem
808.888/73 Idem Idem Idem
808.889/73 Idem Idem Idem
808.890/73 Idem Idem Idem
808.891/73 Idem ld.em Idem
808.892/73 Emp. de Min. Tapajós Ltda Idem Idem
808 893/73 Idem Idem r.ctem
808.894/73 Idem Idem Idem
808.895/73 Idem Idem Idem
808.897/73 Min. Bacajá Ltda. Idem Idem
808.905/73 Idem Idem Idem
808.906/73 Idem Idem Idem
808.907/73 Min. Capeirana Ltda. Idem Idem
808.908/73 Idem Idem Idem
808.909/73 Idem Idem Idem
808.912/73 Min. Goanhães Ltda. Idem Idem
808.913/73 Idem Idem Idem
808.914/73 Idem Idem Idem
808.976/75 Cia. de Pesq. de Rec Minerais Idem Mau és
808.977/75 Cia. de Pesq. de Rec. Minerais Salitre Maués
808.978/75 Idem Idem Maués e Urucurituba
808.979/75 Idem Idem Idem
808.980/75 Idem Idem Idem
808.981/75 Idem Idem Idem
808.982/75 Idem Idem Idem
808.983/75 Idem Idem Idem
808.984/75 Idem Idem Idem
808.985/75 Idem Idem Idem
808.986/75 Idem Idem Idem
808.987/75 Idem Idem Idem
808.988/75 Idem Idem Idem
808.989/75 Idem Idem Idem

GEOLOGIA/103
D.N.P.M Interessado Substância Munlclplo

808.990/75 Cia. de Pesq. de Rec. Minerais Salitre Maués e Urucurituba


808.991/75 Idem Idem Idem
808.992/75 Idem Idem Idem
808.993/75 Idem Idem Idem
808.994/75 Idem Idem Idem
808.995/75 Idem Idem Idem
809.000/75 Idem Idem Mau és
809.001/75 Idem Idem Maués e Barreirinha
809.005/75 Idem Idem Idem
809.006/75 Idem Idem Idem
809.007/75 Idem Idem Idem
809.008/75 Idem Idem Idem
809.009/75 Idem Idem Idem
809.010/75 Idem Idem Idem
809.011/75 Idem Idem Idem
809.012/75 Idem Idem Mau és
809.013/75 Idem Idem Idem
809.014/75 Idem Idem Barreirinha

I
809.015/75 Idem Idem Maués e Barreirinha
809.016/75 Idem Idem Idem
809.017/75 Idem Idem Idem
809.018/75 Idem Idem Idem
809.019/75 Idem Idem Barreirinha
809.020/75 Idem Idem Maués e Barreirinha
809.021/75 Idem Idem Barreirinha
809.022/75 Idem Idem Idem
809.023/75 Idem Idem Idem
809.024/75 Idem Idem Idem
809.025/75 Idem Idem Idem
809.026/75 Idem Folhelho Betuminoso Idem
809.027/75 Idem Idem Juruti e Parintins
809.028/75 Idem Idem Idem
809.562/73 C ia. Vale do Rio Doce Sal gema Urucará
809.563/73 Idem Idem Idem
809.564/73 Idem Idem Idem
809.565/73 Idem Idem Idem
809.566/73 Idem Idem Idem
809.581/73 Min. Nova Era Ltda. Idem Idem
809.582/73 C ia. Vale do Rio Doce Enxofre Idem
809.583/73 Idem Idem Idem
809.590/73 Min. Nova Era Ltda. Idem Idem
809.591/73 Idem Idem Idem
809.592/73 Idem Idem Idem
809.593/73 Idem Idem Idem
809.594/73 Idem Idem Idem
809.996/75 Cia. de Pesq. de Rec. Minerais Folhelho Betuminoso Maués e Barreirinha
809.997/75 Idem Idem Idem
809.998/75 Idem Idem Idem
809.999/75 Idem Salitre Mau és
810.064/75 Cia. Min. S. Lourenço Calcário Idem
810.065/75 Idem Idem Idem
810.066/75 Idem Idem Idem
810.067/75 Idem Idem Idem
810.068/75 Idem Idem Idem
810.069/75 Cia. lnd. Amazonense Idem Idem
810.070/75 Idem Idem Idem
810.071/75 Idem Idem Idem
810.072/75 Idem Idem Idem
810.073/75 Idem Idem Idem
810.117/75 Idem Idem Idem
810.118175 Idem Idem Idem
810.119/75 Idem Idem Idem
810.120/75 Idem Idem Idem
810.121/75 Idem Idem Idem
810.174/75 Esther S. Dreyfuss Ouro Idem

104/ GEOLOGIA
D.N.P.M Interessado Substância Municlpio

810.175/75 Esther S Dreytuss Ouro Mau és


810.176/75 Idem Idem Idem
810.394/72 Cia. de Mineração Rio Acima Molíbdênio Oríximiná
810.395/72 Idem Idem Idem
810.398/72 Idem Cobre Idem
810.400/72 Idem Idem Idem
810.433/74 Cia. Industrial Amazonense Ouro Maués
810.525/74 Cuprum Mineração S.A. Zinco Urucará
810.835/74 Petrônio M.V. do Nascimento Sá Arenito Manaus
810.836/74 José Maria C. Costa Ouro Maués
810.841/74 Luci o C. de S. Varela Idem Idem
810.842/74 Idem Idem Idem
810.843/74 Idem Idem Idem
811.114/74 Comminerium Mineração S.A. Tantalita Urucará
811.115/74 Idem Idem Idem
811.116/74 Idem Idem Idem
811.117/74 Idem Idem Idem
811 118/74 Idem Idem Idem
811 119/74 Chromium Mineração S A. Idem Idem
811 120/74 Idem Idem Idem
811 121/74 Idem Idem Idem
811 .122/74 Idem Idem Idem
811 123/74 Idem Idem Idem
811 124/74 Aurum Mineração S.A Idem Idem
811 125/74 Idem Idem Idem
811 126/74 Idem Idem Idem
811 127/74 Idem Idem Idem
811.128/74 Idem Idem Idem
812 103/73 Douglas Carneiro Botelho Calcário Monte Alegre
812.299/73 Eraldo Muniz de Farias Idem Idem
812.663/70 Kaiser Alumínio Ltda. Bauxita Urucará
813 177/73 lrawaldyr Waldner M da Rocha Cobre Maués
813 178/73 Idem Idem Idem
813 181/73 Idem Idem Idem
813 182/73 Idem Idem Idem
813 183/73 Idem lder1 Idem
813 486/73 Adeozinda de Jesus M Lo bato Idem Idem
813 487/73 Idem Idem Idem
813.488/73 Idem Idem Idem
813 489/73 Idem Idem Idem
813.877/74 Mineração ltamira Ltda Idem Urucará
813.878/74 Idem Idem Idem
813.879/74 Idem Idem Idem
814 190/74 ECC do Brasil Min Ltda Arenito Manaus
814 191/74 Idem Idem Idem
814 192/74 Idem Idem Idem
814 193/74 Idem Idem Idem
814.194/74 Idem Idem Idem
814.280/74 Min Porto Santana Ltda Cobre Nhamundá
814.281/74 Idem Idem Idem
814.282/74 Idem Idem Oriximiná
814 283/74 Idem Idem Idem
814.284/74 Idem Idem Idem
814.285/74 Min. Serra do Navio Ltda Idem Idem
814.287/74 Idem Idem Idem
814.341/74 Min. Aporema Ltda Chumbo Idem
814.342/74 Idem Idem Idem
814.343/74 Idem Idem Idem
814.370/74 Min. Serra do Navio Ltda. Zinco Urucará
814.371/74 Idem Idem Idem
814.372/74 Idem Idem Idem
814.374/74 Idem Idem Idem
814.643/69 Rony T. P. Ramos Estanho Alenquer
814.644/69 Idem Idem Idem
814.645/69 Idem Idem Idem

GEOLOGIA/105
D.N.P.M Interessado Substância Munlclplo
814.646/69 Rony T. P. Ramos Estanho Alenquer
814.647/69 Idem Idem Idem
817.116/73 Mineração Tapajós Ltda. Níquel Urucará
817.118/73 Idem Idem Idem
817.241/73 Idem Ouro Mau és
817.242/73 Idem Idem Idem
817.515170 Mineração Matapi Ltda. Bauxita ltaquatiara
817.516/70 Idem Idem Idem
819.633/70 Mineração do Paru Ltda. Idem Idem
819.634/70 Idem Idem Nhamundá
819.674/71 Cláudio Lemos Aguiar Água Mineral Manaus
819.675/71 Idem Idem Idem
819.796/71 Min. Trombetas Estanho Alenquer
819.797/71 Idem Idem Idem
819.798/71 Idem Idem Idem
819.799/71 Idem Idem Idem
819.800/71 Idem Idem Idem
819.895/71 Juruena Min. Ltda. Idem ttaituba
819.896/71 Min. Tinguá Ltda. Idem Alenquer

I 819.897/71
819.898/71
819.899/71
819.900/71
824.155/72
824.156/72
Idem
Idem
Idem
Idem
Rosomiro Clodoaldo A. B. T. Castro
Idem
Idem
Idem
Idem
Idem
Calcário/ Argila
Idem
Idem
Idem
Idem
Idem
Monte Alegre
Idem
824.157/72 Idem Idem Idem
824.158/72 Idem Idem Idem
824.159/72 Idem Idem Idem
826.048/72 Min. Cachoeira Grande Ltda. Molibdênio Oriximiná
826.049/72 Idem Idem Idem
826.050/72 Min. Cabo Orange Ltda. Idem Idem
826.051/72 Min. Orange Ltda. Idem Idem
826.052/72 Idem Idem Idem
826.053/72 Idem Idem Idem
826.054/72 Idem Idem Idem
826.055/72 Min. Água Branca Ltda. Idem Idem
826.056/72 Idem Idem Idem
826 057/72 Idem Idem Idem
826.058/72 Idem Idem Idem
826.059/72 Idem Idem Idem
827.386/72 Min. Cupixi Ltda. Cobre Idem
827.387/72 Idem Idem Idem
851.266/74 Micard Min. Com. Eng.a lnd. Ltda. Gnaisse e Granito ltupiranga
851.633/74 Idem Idem Idem
851.634/74 Idem Idem Idem

6 - CONCLUSÕES possível identificar-se pequenas exposições do Grupo Vila


Nova
Mais uma vez comprovou-se a excelência das imagens de
radar, no mapeamento geológico, principalmente no to- Os estudos levados a cabo nas rochas vulcânicas da
cante á identificação de estruturas, outrora insuspeitadas Formação lricoumé, do Granito Mapuera e do Sienito
Serra do Acari permitiram-nos considerá-las comagmá-
O Complexo Guianense que apresenta continuidade física ticas
com diversas outras Folhas vizinhas parece ter sido grande-
mente rejuvenescido durante a tectogênese Transamazô-
nica e outros eventos geotectônicos subseqüentes. Nos domínios da Sinéclise do Amazonas, os trabalhos de
campo que foram efetuados a nível de reconhecimento não
As possibilidades metalogenéticas dos Complexos Guia- permitiram a separação dos Grupos Urupadi e Tapajós nas
nense e Xingu são bastante reduzidas, sendo que em face suas unidades menores, motivo pelo qual apenas os
do grau de arrasamento dos mesmos e facies metamór- mesmos são apresentados neste mapeamento
fico dificilmente ocorrerão neles jazidas filoneanas, hipo-
termais e mesotermais. As rochas básicas do Diabásio Penatecaua, definido na
Folha SA.22-Belém, apresentam aqui sua maior expo-
Com base na interpretação de imagens de radar, foi sição.

106/GEOLOGIA
A Formação Barreiras é a unidade estratigráfica de maior Div. Geol. Mineral., Rio de Janeiro, 199, 1959.
distribuição espacial, estando entretanto restrita ao bordo 43p.
setentrional da Sinéclise do Amazonas.
7 - AMARAL, G. Nota prévia sobre o reconhecimento
geocronológico do Pré-Cambriano dá região
7 - RECOMENDAÇÕES Amazônica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
GEOLOGIA, 23. o, Salvador, 1969. Resumo das
As áreas de exposição do Grupo Vila Nova devem ser conferências e comunicações. Salvador, Socie-
objeto de estudos mais detalhados, pois podem como em dade Brasileira de Geologia, 1969. 89p. (Bole-
outras regiões apresentar mineralizações de interesse tim especial, 1) p. 81-82.
econômico.
8 - . Geologia Pré-Cambriana da região Ama-
A realização de uma amostragem sistemática em rochas zônica São Paulo, Universidade, Instituto de
graníticas do Granito Mapuera merece ser efetuada, vi- Geociências, 1974. 212p.l Tese de Livre Docên-
sando-se cassiterita e columbita, bem como a identifi- cia.
cação de seu facies sádico para estabelecer a especia-
lização metalogenética ou fertilidades dessas intrusivas 9 -AMARAL, G. & HALPERN, M. K-Ar iind Rb-Sr age·
para espécies minerais radioativas studies on the extensive precambrian volcanism
of the Brazilian Amazon region. In: CONFERÊN-
O exame do manto lateritico desenvolvido sobre o Granito CIA GEOLÓGICA INTERGUIANAS, 10;0 , Belém,
Mapuera mostra-se bastante viável, em face desta lato- 9-16 nov 1975 Resumo Roteiro das excursões
lização poder ter retido cassiterita e outros minerais

Recomendamos. com ênfase especial, estudo detalhado na


Intrusiva do Maecuru, pois os resultados das análises
químicas do capeamento lateritico indicam excelentes
10 -
Belém, Departamento Nacional da Produção Mi-
neral, 1975. (Boletim, 2) p 52
ANDRADE, A.R F de. Notas sobre a estratigrafia
da Folha SA 22 (área 8-//). Belém, Projeto
RADAM, 1973 n p (Relatório Interno RADAM,
I
perspectivas para magnetita-titanifera, anatásio e quiçá
outras espécies minerais economicamente exploráveis 8-G)

Na faixa paleozóica estudos detalhados merecem ser efe- 11 -ARAUJO, J.F.V & DALL'AGNOL, R. Petrografia e
tuados, principalmente. nos domínios do Grupo Tapajós, amostragem do Bloco C-11; relatório analítí.co.
tendo em vista suas potencialidades em rochas calcárias e Belém, Projeto RADAM, 1974 n.p. (Relatono
evaporiticas. e nos folhelhos da Formação Curuá. visando Interno RADAM, 3-G).
sulfetos singenéticos e espécies minerais radioativas
12- ARAÚJO, J.F.V. & ABREU, A.S. Petrografia e
Estudos mais detalhados são também recomendados para ampstragem do Bloco C-111; relatório analítico
a porção superior da Formação Barreiras. visando funda- Beiém, Projeto RADAMBRASIL, out 1975. n.p.
mentalmente caulim, bauxita e argilas expansíveís (Relatório Interno RADAMBRASIL, 66oG).

13 - BARBOSA, O Tectônica na bacia Amazônica. A tas


8 - BIBLIOGRAFIA Simp Biota Amazônica, Geoci., Rio de Janeiro,
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GEOLOGIAI107
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I
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1081GEOLOGIA
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DNPM, 1969b.

I
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I

GEOLOGIA/113
I

• AluviOes
Camada com mergulho fraco
Braquianticlinal
Camada com mergulho médio
Falha tracejada onde ínferida
• Grupo Tapajós
Camada com mergulho forte Falha encobetta
• Formaçlo Curua

• Grupo Urupadl COO.t8to definido Alinhamento. traço de C611\8da

Flg . 10 - Braqulantlcllnal elaborada pelo plutonlsmo bâslco Penatecaua arqueando sedimentos paleozóicos da Bacia do Mlldlo Amazonas. Diques
bUicos mesozóicos de direção geral N-S cortam a astrutura. RegUlo de Monte Alegre. Folha SA.21-X-O.

114/ GEOLOGIA
Fig 11 - Plutão alcalino lntrudldo no Complexo Guianense e capeado por espesso manio de laterl:açio cujo topo mostf'4 feições psell<focArstlcaa.
Falhamentos NE-SW parecem ser truncados pala Intrusiva Serra do Malcuru. Folha SA.21-X-B.

GEOLOGIA/115
• Aluvi!les

Contato dennido
• Formaç!o Prosperança Felha de d&SIOCIImento horizontal

• Granito Mapuera
Falhe Alinhamento
• For~n~~o lricoumé
..

Flg. 12 - Falhamentos de direção NW·SE, Cortando roch_a s da Formação lrlcoumê, Granito Mapuera e FormaçAo Prosperença. com paricr- dlf
direção NE..SW e N-S RIO Erepeçuru. Folha SA.2l·X·A.

1161GEOLOGIA
I

Camada com mergulho fraco Falhe tracejada onde ínf&rida

Contato definido Allt'lharryento

Flg. 13 - Discordância entre sedimentos paleol61cos da Sacia do Médio Amuonas e vulcânicas pr&-cambrfânas de composição lk:lda e lntermedlirla
da Formação lrlcoumé, sendo estas bem expostas na serra Sl!te de Setembro. Região da Serra Jundlê. Folha SA.21-X-A. ·

GEOLOGIA/117
I

Contato tracejado onde lnfwido AllnMmento


•• Gnihito Mapuera

' '. Falha tracejada onda inferlde Dique

Flg. 14 - Diques bâslcos de direção geral N-S, compondo um marcante alinhamento conando tanto unidades pr&-cambr1anas como a Falha do Cachorro
a nona. Rio Clçhorro Folha SA 21·V·B

118/GEOLOGIA
I

.:- : ~uviOes

COfltato. tracejado onde inf~rido

Falha. tr~jada onde infé<ida

Flg. 15 - Corpo básico Intrusivo de forma aiongada (Gabro Suretama), em discordância com subvulcànlcas (Granito Mapuera) e vulcânicas (Formação
ltlcoumé). A NE, sedimentos pré-cambrianos ProsperanCa afetados por falhamentos NW-SE. Serra da Suretama. Folha SA 21-V-B.

GEOLOGIA/119
Flg 16 - Falhas normal& de direção NW-SE e NE-SW afetando rochas do Grupo Uatumã e formando estruturas do tipo "Graben" Rio Mapuera
Folha SA 21-V-B.

1201GEOLOGIA
I

- Gabro SUretem&

- Gtênit<i"Maf)Uera

Falha, tracejeda onde lnferlde

Flg 17 - Relações de contato entre Intrusivas (Granito Mapuera) e vulc4nlcas (Formação lricoumé} " Horst" do Cachorro Serra do cachorro
Folha SA 21-V·B

GEOLOGIA /121
- Formaçao í>rosperança Foliaçllo
Braquissinclinal
- Granito Mapuara 20°
Atitude Falha. traoejada onde inferida
- Formaçllo lriooumé

- 'auartizito Contattl definido Fal~ de deslocamento horizontal

- 'Rocha Básica
• Contato litolbQiQO Alln))amento. traço de camada

Flg. 18 - Sedimentos pr&-cambrianos da Formação Prosperança capeando discordantemente rochas do Grupo Uatumã Falhamentos NE-SW parecem
limitar a estrutura, sendo marcante a presença de quanzltos da, Formação lricoumé (?) bordejando os sedimentos que preencheram uma
provável caldeira de subsidêncla Serra do Urupl Folha SA 21-V-A

122/ GEOLOGIA
ESTAMPA I

- Aspecto da cachoeira do Chuvisco no rio Erepecuru, onde se observam lgnlmbrltos e rlolilos


pertencentes à Formação lrlcoumé.

2 - Pequena anticlinal causada por intrusão bàsica na parte central da braqulan\lcllnal de Monte Alegre.
ESTAM PA 11

- Aspecto da fonte de âgua su lfurosa. local izada em folhelhos da Formação Curuà. a oeste da
cidade de Monte Alegre.

2 - Blocos do Arenito de Manaus , localizados no lago lripixi , âs proximidades da c idade de Oriximlnà.


ESTAMPA 111

1 - Vista aérea do lago localizado na parte superior da estrutura do Maecuru.

2 - Complexo Guianense. Fotomicrografla da amostra PT-16A - Blotlta Granodiorito LP X 10.


Palhetas de blotlta orientadas, dispostas entre feldspatos alcalinos e quartzo. Nos bordos dos
feldspatos observam-se Incipientes lntercresclmentos mirmequitlcos. Folha SA.21-X-B.
ESTAMPA IV

1 - Complexo Guíanerise. Fotomlcrog·ratia da amostra PT-596. 2 - Bíotita Parag11aisse LP X 10.


Aspecto da incipiente orientação da blotita em contraste com o aspecto granobl~tico assumido
por quartzo e feldspato. Folha SA.21 ·X-O.

2 - Formação tricoumé. Fotomlcrografía da amostra PT-06 - Tufo vítreo e de cristais lN X 10.


Fragmentos de cristais e "shards" desvitriticadas, em matriz de coloração amarelo-avermelhada.
em vias de alteração a argito-mineraís. Folha SA.21-V-B.
ESTAMPA V

1 - Formação lricoumb. Fotomicrografla da amostra do PT-B.2 - Riollto LP X 1O. Matriz constituída


por fino e denso intercrescimento mlcrogrâflco entre quartzo e feldspato alcalino, onde sobressaem
fenocrístais de ortoclâsio pertitico e quartzo. Folha SA.21-V-C.

2 - Formação lrlcoumé. Fotomicrografia da amostra PT-10 - Auglta Andeslto LP X 10. Fenocristais


de andesina e auglta, Imersos em matriz pllotaxitlca constituída por mlcrolltos de plagiocláslo.
Folha SA.21 -V-C.
ESTAMPA VI

1 - Granito Mapuera. Fotomicrogralia da amostra PT-08A - Gran61iro LP X 10. lntercrescimento


micrográfico envolvendo um cristal de ortoclàslo. geminado segundo carlsbad. Folha SA.21·V-B.

2 - Granito Mapuera. Fotomicrografia da amostra do PT-1 6 - Gran6flro LP X 10. Cristal de quartzo


corroldo. circundado por i ntercresclmentos micrográficos; observam-se ainda microclina e
ologocláslo com alteração a ser•cita. Folha SA.21·X·A.
ESTAMPA VIl

- Formação Prosperança. Fotomlcrografia da amostra PT-05A - Arcósio LP X 10. Gr!\os de quartzo,


ortoctàsio pertllico, mlcroclina, ptagloclàsio sódicoa e zircão, Imersos em matriz predomlnant~
mente argilosa. Folha SA.21-X· A.

2 - Gabro Suretama. Fotomicrografla da amostra do PT-J .8 - Oiabàslo LP X 10. Augita em vias


de substituição por hornblenda actinolijtica, e esta por biotlta; observa-se ainda plagloclâsio
zonado e com macias Albita Carfsbad . Folha SA.21·V·A.
ESTAMPA VIII

- Gabro Suretama. Fotomlcrografla da amostra PT-29 - Ollvlna Olabásio LP X 40. Pageonlta envolta
parcialmente por hornblenda, observandtrse ainda iabradorlta, quartzo e opaco. Folha SA.21-V-A.

2 - Diabásio Penatecaua. Fotomi crografia da amostra PT-09.8 - Ollvlna Dlabáslo LP X 10. Grãos de
olfvina circundados por euglta-plgeonlta. entrelaçados por prismas de iabradorlta: distinguem-se
ainda opaco. biotlfa e epldoto. Folha SA.21-X-C.
Geomorfologia
FOLHA SA.21-SANTARÉM
11- GEOMORFOLOGIA

AUTORES

Dilermando Alves do Nascimento


Claudio Antonio de Mauro
Maria das Graças Lobato Garcia

PARTICIPANTES

Leni Machado D'Avila


Regina Coeli Ribeiro da Costa

COORDENAÇÃO

Getúlio Vargas Barbosa

GEOMORFOLOGIA/133
SUMÁRIO

RESUMO .......................................................... . 137

ABSTRACT ....................................................... . 138

L INTRODUÇÃO ................................................. . 139

2- METODOLOGIA 141
2.1 _ Material e Métodos ............................................... . 141
2.2_ Problemas da Cartografia Geomorfológica .......................... . 141
2.3_ Chave da Legenda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... . 142
2.4_ Classificação do Mapa ............................................ . 143

3 NATUREZA DOS TRABALHOS ANTERIORES ........... . 143

4_ UNIDADES MORFOESTRUTURAIS ........................ . 145


4 1_ Planície Amazônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 145
4.2- Depressão Periférica do Norte do Pará . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 147
4.3- Planalto Rebaixado da Amazônia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
4.4_ Planalto Dissecado Rio Trombetas - Rio Negro ...................... . 149
4.5- Planalto Tapajós-Xingu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . 151
4.6_ Planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas . . . . . . . . ............. . 151
4 7_ Planalto Dissecado Norte da Amazônia ......................... . 152
4.8_ Pediplano Rio Branco-Rio Negro ................................ . 153

5_ UNIDADES MORFOCLIMÁTICAS ............................ . 154


5 1- Domínio Morfoclimático em Planaltos Dissecados e
Áreas Peoiplanadas ........................................ .

5.3_ Faixa de Transição em Planície Fluvial ...................... .


154
5 2- Domínio Morfoclimático em Planícies Inundáveis . . . . . . . . ........ . 157
157
I
5.4_ Faixa de Transição em Áreas Pedi planadas. . ....................... . 158

6_ EVOLUÇÃO DO RELEVO ..................................... . 158


6 1- Os Níveis de Aplainamento................................. . ..... . 158
6 2_ Evidências Geomorfológicas pela Análise da Drenagem....... . ..... . 161
6.2.1_ Conceito e Tipologia para os "Furos" e Lagos na Folha
SA.21-Santarém ............................................... . 165
6.2.2_ Efeitos da Colmatagem Fluvial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . 170
6.3_ Evolução da Depressão Periférica do Norte do Pará .................. . 171
6.4_ Influência da Tectônica Recente na Evolução do Relevo .............. . 172
6.5_ Seqüência da Evolução Geomorfológica ............................ . 173

7 _ APLICAÇÕES PRÁTICAS ..................................... . 173


7.1_ Aproveitamento do Potencial Hidrelétrico ........................... . 173
7 2- Vias de Comunicações ............................................ . 176
7 3- Condicionamento Geomorfológico para o Aproveitamento da Várzea ... . 180

8_ BIBLIOGRAFIA················································· 180
ILUSTRAÇÕES
Mapa Geomorfológico da Folha SA.2~ -Santarém

FIGURAS
1 - Posição das Folhas na Escala 1 :250.000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
2 - Limites Políticos, Rios e Cidades Principais ......................... 140

GEOMORFOLOGIA/135
3 - Unidades Morfoestruturais ..................... · · · · · · · · · · · ·.. . .. 146
4 - Diques Aluviais do Rio Jatapu .................. · · · · · · · · · · · · ..... . 150
5 - Cuesta na Borda Norte da Sinéclise do Amazonas· · · . · ........... . 152
Aplainamento Conservado no Topo do Planalto Dissecado Norte
6
da Amazônia ........................ · · · · · · · · · · ·' · · · · · · · · · · · · · · · 153
7 Serra do Maicuru . , .................. · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 153
8 Unidades Morfoclimáticas .................. · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 155
9 Percentagem dos Domínios Morfoclimáticos e Faixas de Transicão · · · 156
10- Desmonte do Pediplano Plio-Pieistocênico - A···················· 160
11 - Desmonte do Pediplano Plio-Pieistocênico - B · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 160
12 - Continuidade do Pedi plano Plio-Pieistocênico ............ · ........ . 162
13- Foz do Rio Tapajós ............................................ . 164
14 Captura do Rio Urubu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... . 165
15 Anomalia de Drenagem e Inflexão do Rio Piratucu ........ . 166
16 Quadro Sinótico dos Tipos de Furos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 167
17 Pedi plano Neo-Pieistocênico e Furo Urariá ............... . 168
18 Lago de Barragem do Rio Juruti . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
19 Quadro Sinótico dos Tipos de Lagos ........... . 170
20 Sítios Favoráveis para Implantação de Hidrelétricas - A .. 175
21 Sítio Favorável para a Implantação de Hidrelétrica - B 176
22 Trecho Favorável para Instalação de Rede Hidrelétrica- A . 177
23 Trecho Favorável para Instalação de Rede Hidrelétrica- B .. 177
24 Faixa Favorável para lmplan·tação de Roçjovia - A .......... . 178
25 Faixa Favorável para Implantação de Rodovia - B. . . . . 179

ESTAMPAS
I. 1 Planície Amazônica
2 Planície Fluvial Alagada
11. 1 Superfície de Aplainamento e /nselberg
2 Aplainamento Marginal ao Rio Maicuru
111 1 Aplainamento Alagado
2 Estrutura Anticlinal Escavada
IV 1 Pediplano Neo-Pieistocênico
2 Queda Dágua em Afluente do Rio Maicuru
v 1 Vale de Fundo Chato
2 Terraço Fluvial
VI. 1 Curuá-Una
2 Superimposição do Rio Maicuru
VIl. 1 Mesas Ravinadas
2 Stock do Maicuru
VIII. 1 Lago no Stock do Maicuru
2 Dissecado em Colinas
IX. 1 /nselberg
2 Areias Quartzosas
X. 1 Stone-line Oxidado
2 Borda Norte da Sinéclise do Amazonas
XI 1 Pequeno Terraço do Rio Erepexins
2 Ria Tapajós
XII 1 Ria Fluvial
2 Vale Fluvial Afogado
XIII. 1 Colmatagem na Planície Amazônica
2 Dique Aluvial do Rio Trombetas
XIV. 1 Delta Fluvial Alongado
2 Rio Maicuru
XV. 1 Front de Cuesta
2 Superfície de Aplainamento e Relevo Residual Tabular
XVI. 1 Superimposição do Rio Mapuera
2 - Cidade de Óbidos

136/GEOMORFOLOGIA
RESUMO

A área de 295.156km2 compreendida entre os paralelos tatada, exceto o da Transgressão Flandriana no início do
00°00' e 04°00' Sul e pelos meridianos 54°00 e 60°00WGr, Holoceno. Alguns vales com foz afogada como o rio
denominada no corte internacional de SA.21 - Santarém, é Tapajós são analisados. Muitas anomalias da drenagem
o objetivo deste relatório e do mapeamento geomorfo- foram identificadas tanto na estreita faixa da Planície
lógico. O material - imagem de radar - criou problemas Amazônica como fora dela. Os numerosos fenômenos
para a interpretação e representação cartográfica. Analisa específicos da drenagem do rio Amazonas possibilitaram
as soluções propostas para os problemas de cartografia uma tipologia dos "furos" e lagos. Tanto dentro como fora
geomorfológica. Sumariza o nível de conhecimento da Planície Amazônica muitas anomalias de drenagem
acumulado pelas pesquisas anteriores. Os variados tipos refletem movimentos estruturais da reativação da Plata-
de relevo são grupados em unidade morfoestrutural, onde forma Brasileira. Direções NW-SE e NE-SW orientam rios,
os diferentes graus de dissecação permitiram correlações afogam drenagens extensas e criam basculamentos nas
diretas com a organização litológica e estrutural. As uni- superfícies de aplainamentos. Como as superfícies de
dades morfoestruturais são: P·lanície Amazônica, Depres- aplainamento têm idades conhecidas, sua movimentação
são Periférica do Norte do Pará, Planalto Rebaixado da tectônica permitiu definir eventos tardios até durante o
Amazônia, Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro, Holoceno. ~os movimentos de basculaméntos refletidos
Planalto Tapajós-Xingu, Planalto da Bacia Sedimentar do na estrutura superficial do relevo opõe-se subsidência
Amazonas, Planalto Dissecado Norte da Amazônia e Pedi- lenta em vários trechos da Planície Esta subsidência afeta
plano Rio Branco-Rio Negro. A influência de climas atuais o próprio leito do rio Amazonas que está abaixo do nível
e a cobertura vegetal definiram as unidades morfoclimáti-
cas, onde muitas formas de relevo perderam o controle
geológico. Há dois domínios morfoclimáticos e duas fai-
xas de transição no ambiente intertropical úmido Os ti-
pos de unidades morfoestruturais e morfoclimáticas são
marinho. Os processos de sedimentação holocênica na
Planície Amazônica permitiram separar áreas para melhor
utilização de terra. Para um planejamen\o racional das
chamadas "várzeas~· são separadas as partes alagadas das
inundáveis e definidos os sistemas de "furos" para faci-
I
individualizados, localizados e descritos As formas de lidade de escoamento da produção. As análises geomor-
relevo e alguns tipos de solos mostram-se desajustados fológicas, considerados os tipos de clima e a conservação
aos processos geomorfogenéticos atuais Isto permitiu a dos aplainamentos, permitiram selecionar e classificar
organização das oscilações paleoclimáticas durante o dificuldades em sítios propícios para aproveitamento
Quaternário, no Pleistoceno Mapearam-se superfícies de hidrelétrico. Identificou-se o local mais estreito do rio
aplainamentos identificadas por processos de pedipla- Amazonas com margens consolidadas, para uma presu-
nação e datadas como Pediplano Plio-Pieistocênico e mível integração futura dos sistemas hidrelétricos que
Pediplano Neo-Pieistocênico. Mapeou-se também o aplai- forem implantados a norte e sul do rio Amazonas A
namento de topo do Planalto Dissecado Norte da Amazô- elevada densidade demográfica da área e a presença de
nia. Estes Pediplanos estão relacionados às oscilações várias cidades têm sugerido planos rodoviários munici-
paleoclimáticas caracterizadas por fases de climas secos. pais. Eles são desaconselhados, de modo geral, devido á
Grandes depósitos de bauxita estão relacionados ao Pedi- grande extensão de rios navegáveis Todavia são sugeridos
plano Pllo-Pieistocênico e às oscilações paleoclimáticas novos traçados para as rodovias em planejamento, defi-
posteriores. Uma relação direta dos paleoclimas com os nindo-se os trechos a serem aproveitados ou evitados em
movimentos glácio-eustáticos não foi possível ser cons- função da evolução do relevo durante o Cenozóico

GEOMORFOLOGIA/137
ABSTRACT

An area totalling 295 156 square km, located between bauxite deposits are related to the Plio-Pieistocenic Pe-
paralells 00°00' and 04°00' south, and meridians 54°00' and diplain and to the paleoclimatic oscilations that followed. A
60°00'WGr .. called, in terms of international division, direct relationship between paleoclimates and glacio-
SA.21 - Santarém, is the object of this paper and geomor- eustatic movements could not be proven, except for the
phological mapping The radar imagery material posed Flandrian Transgression at the beginning of the Holocene
problems as to their interpretation and cartographic repre- Some flooded valleys like that of the Tapajós River are
sentation This paper analises the solutions proposed fot analized. Many drainage anomalies were identified, both
the geomorphological mapping lt summarizes the levei of on the narrow areas of the Amazon Plain, as off it The
knowledge acumulated through previous research The various specific phenomena of the Amazon River drainage
various types of relief are grouped in morphostructural made possible a typology of the "furos" and lakes Both on
units; where the different degrees of dissection permitted and off the Amazon Plain many anomalies of drainage
direct correlation with the structural and lithological orga- reflect structural movements of' reactivation of the Brazi-
nization :rhe morphostructural units are as follows: lian Plataform The rivers are NW-SE and NE-SW oriented,
Amazon Plain (Pianicie Amazônica), Peripheric Depres- comprise long drainage and create basculation of levelling
sion of Northern Pará (Depressão Periférica do Norte do surfaces Since the levelling surfaces have been dated, its
Pará), Lowered Amazonic H ighlands (Planalto Rebaixado tectonic movement permitted a definition of latter events,
da Amazônia), Dissected Highlands of the Trombetas and even during the Holocene The basculation movements
Negro Rivers (Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Ne- reflected in the superficial relief structure opposes the

I gro), Tapajós-Xingu Highlands (Planalto Tapajós-Xingu),


Amazon Sedimentary Basin Highlands (Planalto da Bacia
Sedimentar do Amazonas), North Amazon Dissected High-
lands (Planalto Dissecado Norte da Amazônia), Rio Bran-
co-Rio Negro Pediplain (Pediplano Rio Branco-Rio Negro)
slow subsidence in various areas of the Plain This sub-
sidence affects the Amazon River's own bed. which is
bellow sealevel The hol.ocenic sedimentation processes in
the Amazon Plain permitted a separation of areas for a be.t"
ter use of lhe land. For a rational planning of lhe so-called
The influence of present climates and vegetation cover de- "várzeas" the flooded parts are separated from the flooda-
fined the morphoclimatic units, where many forms of re- ble, and the "furos" systems are defined to help the
lief lost geological control There are two morphoclima- production outlet The geomophological analysis, the
tic domains anda transition zone In the humid inter-tro- types of climate having been considered, lhe intensity of
pical area, two types of morphostructural and morpho- levelling, permitted a selection and a classification of
climatic units are defined, localized, and described The difficulties in sites apropriate for hidro-electric usage The
forms of relief and some types of soil appear to be narrowest point of the Amazon River, with consolidated
mal-adjusted to present geomorphogenetic processes margins, was identified, for a presumed future integration
This p!jrmitted the organization of lhe paleoclimatic osci~ of the hidroeletric systems to be built north and south of
lations during the Pleistocene in Quaternary Levelling the river The relatively high demographic density of the
swfaces, identified as being the result of pediplaini~g area and the presence of many towns have suggested oad
processes, were mapped and dated as belonging to the plans. They are generally unadvised due to the length, of
Plio-Pieistocene Pediplain, Eo-Pieistocene and Neo-Pieis- navigable rivers However, new courses are suggested for
tocenio Pediplain The top levelling of the North Amazon roads still in plannir1g stage, defining the parts to be used
Dissected Highlands (Planalto Dissecado Norte da Amazô- or avoided, having in mind the relief evolution during lhe
nia) was also mapped These pediplains are related to Cenozoic
paleoclimatic oscilations caracterized by dry fases Big

138/ GEOMORFOLOGIA
1 - INTRODUÇÃO os paralelos 00°00' e 04°00'8 e pelos meridianos 54°00' e
60°00'WGr. Engloba 16 folhas na escala 1 :250.000 confor-
Este relatório trata do mapeamento geomorfológico na me mostra a articulação na figura 1 abrangendo uma área
escala 1:1.000.000 referente à Folha SA.21-Santarêm. de 295.156km2, incluindo administrativamente terras dos
Pelo corte cartográfico internacional está delimitada entre Estados do Pará e do Amazonas.

60' 00' 58' 30' 57' 00' 55' 30' 54' 00'
o• oo o· oo

RIO JATAPU RIO MAPUERA RIO TROMBETAS RIO MAICURU


SA.21-V-A SA.21-V-B SA.21-X-A SA.21-X-B

I' 00 1' 00'

RIO CAPUCAPU RIO NHAMUNDÁ OBIDOS ALENQUER


SA.21-V-C SA.21-V-D SA.21-X-C SA.21-X-D

2' 00 2' 00'

RIO UATUMÃ URUCARÁ PARINTINS SANTARÉM


SA.21-Y-A SA.21-Y-B SA.21-Z-A SA.21-Z-B

3' 00 3' 00'

NOVA OLINDA DO NORTE ITAQUATIARA RIO MAMURU AVEIRO


SA.21-Y-C SA.21-Y-D SA.21-Z-C SA.21-Z-D

4' 00'
60 00. .
58 30 57' 00 55' 30'
4• 00'
54' 00'

Fig 1 - Posição das Folhas na Escala 1:250 000

A sua complexa rede de drenagem corresponde totalmente terciária A estreita calha do rio Amazonas, com colma-
à bacia hidrográfica do rio Amazonas, onde ressaltam os tagem em processamento, interrompe a continuidade da
vales afogados orientados .pelas deformações estruturais cobertura terciária. Aparentemente simples, estas grandes
como a feição geomorfológica mais evidente e genera- províncias geológicas (vide l-Geologia) apresentaram
lizada nos setores externos da parte central da Bacia uma grande variação litológica, indo desde migmatitos,
Amazônica O eixo principal da bacia tem direção aproxi- gnaisses, riolitos, ignimbritos, andesitos e granitos no
mada leste-oeste, correspondendo à estreita área da Craton Guianês, até as intercalações de arenitos, siltitos e
planície holocênica Aqui o aspecto principal é dado por folhelhos da cobertura terciária As litologias paleozóicas
um complexo sistema de "furos" e diques aluviais inter- são arenitos, siltitos, folhelhos e calcários A cobertura
cruzados que isolam ilhas e lagoas de formas e dimensões vegetal é bastante diferenciada, sendo delimitadas quatro
extremamente variadas Seus afluentes principais pela grandes regiões fitoecológicas assim distribuídas Flo-
margem esquerda são Maicuru, Curuá, Trombetas, Nha- resta Densa, Floresta Aberta, Savanas e Formações Pio-
mundá, Jatapu e pela margem direita, Curuá, Tapajós e neiras, comportando também áreas de Tensão Ecológica
Madeira, conforme a figura 2 A configuração do conjunto representadas pelo contato entre os' diferentes tipos de
do relevo mantêm uma relação direta com a estrutura vegetação, além das áreas de Vegetação Secundária Esta
geológica, mostrada com nitidez pela imagem de radar região é submetida, segundo a classificação bioclimática
Assim, na parte norte da Folha o Craton Guianês, Prê- de Bagnouls & Gaussen, a um clima Xeroquimênico, apre-
Cambriano, com suas litologias polimetamórficas e sentando dias curtos, temperatura média do mês mais frio
ígneas, aparece intensamente erodido e rebaixado em superior a 15°C e um período que se estende até 40 dias
relação às seqüências paleozóicas da Sinêclise do Ama- biologicamente secos, delimitados por chuvas torrenciais
zonas, arqueadas e desdobradas em cuestas Sobre as (vide IV-Vegetação). Dentro destas condições de lito-
litologias paleozóicas pouco expostas ocorre desde o logia, vegetação e clima ocorrem grandes variedades de
contato com o Craton Guianês até os limites sul da Folha unidades de solo com predominância para os Latossolos
uma extensa cobertura, de facies continental e de idade Amarelo Distrófico, Vermelho Amarelo Distrófico, Podzó-

GEOMORFOLOGIA/139
I
Fig 2 - Limites Politicos, Rios e Cidades Principais

lico Vermelho Amarelo e Terra Roxa Estruturada Em Par'intins, ltaquatiara, Obidos, Alenquer e Monte Alegre O
ocorrências menores aparecem os Aluviais Eutróficos, na setor de transportes ainda é predominantemente por via
Planície Amazônica, e os Litólicos Distróficos (vide fluvial, que constitui o mais viável e economicamente
111-Pedologia) explorado O rio Amazonas funciona como eixo principal
de escoamento, comportando embarcações de grande
calado Como as principais cidades estão nas margens do
De modo geral, os aspectos da geomorfologia da área rio Amazonas, as interligações ficam facilitadas Esta faci-
mapeada são representados por um conjunto de relevo lidade aumenta pelo complexo sistema de "furos" e lagos
bastante diferenciado, o que é indicativo das diversas que a planície comporta. Subindo-se os afluentes do rio
condições dos processos de evolução. Predominam áreas Amazonas, todos navegáveis, estabelecem-se as ligações
dissecadas com formas de relevo colinoso e em interflú- secundárias Não obstante as facilidades das hidrovias, a
vios tabulares. Foram mapeadas também extensas áreas área imageada na Folha SA.21-Santarém tende a inter-
planas, correspondendo a duas superfícies de aplaina- ligar suas principais cidades pela ampliação das rodovias
mentos bem distintas, reconhecidas como de idade plio- municipais e interligações com algumas estaduais e
pleistocênica e neo-pleistocênica. Essas áreas planas são federais Suas principais estradas são a BR-163 Cuiabá-
englobadas em suas máximas extensões nas unidades Santarém, a PA-010 Manaus-ltaquatiara e a PA-370
morfoestruturais do Planalto Tapajós-Xingu, Planalto Santarém-Curuá-Una, sendo estas duas últimas pavi-
Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas) e da Depressão mentadas
Periférica do Norte do Pará. Em termos de ocupação
humana esta área se apresenta bem povoada, com a Os detalhes sobre a constituição geológica, as carac-
ocupação preferencial dos trechos marginais aos rios, terísticas dos solos e a composição das associações
principalmente ao rio Amazonas, sendo que para norte da vegetais estão referidos nas partes próprias dentro deste
área, a partir do paralelo 01 °00'8, essa ocupação humana volume. Quando houver necessidade de remissão a deta-
quase ~nexiste. Pela posição geográfica que ocupa, sua lhes de geologia, solos e vegetação, ela será feita pela
expansao demográfica tende a atingir índices elevados, em numeração, em algarismos romanos, seguida do título de
decorrência da existência de elevado potencial no setor seções Em todos os casos foi mantida a terminologia
dos recursos naturais. Os maiores adensamentos popu- contida nos mapeamentos correspondentes a esta área,
lacionais ocorrem nas cidades de Manaus, SaAtarém, realizados pelo Projeto RADAMBRASIL.

140/GEOMORFOLOGIA
2 - METODOLOGIA Dirimidas as dúvidas pelo sobrevôo e trabalho de campo,
inicia-se a integração dos acetatos que contêm a inter-
pretação da imagem de radar a 1 250.000. Os problemas no
2.1 - Material e Métodos fechamento de interpretação entre acetatos contíguos são
diminuídos pela fixação da legenda prévia e pela definição
A interpretação e o mapeamento geomorfológico a dos padrões. A integração é operada sucessivamente, a
1 1 000.000 seguem a metodologia básica estabelecida 1 500.000 e a 1 :1 .000.000, escala final do mapeamento As
para o Projeto RADAMBRASIL. Depois das pesquisas reduções progressivas, feitas por processos de xerocópia,
cartográficas e bibliográficas, segue-se a interpretação fixam a dimensão do fato mapeado Isto evita as discri-
preliminar, basicamente efetuada a partir de material minações subjetivas, determina ou não a necessidade de
obtido no levantamento radargramétrico realizado em grupá-lo e assegura a fidedignidade do mapeamento final.
1971/72, obedecendo à seguinte ordem de precedência Após a redução das interpretações em xerocópia para a
técnica: mosaico semicontrolado na escala 1 :1.000.000, escala a 1 :1 000.000, o mapa é montado e transposto para
mosaicos semicontrolados a 1 :250.000, faixas .estereoscó- a base cartográfica (bfue-line) também elaborada a partir de
picas na mesma escala dos mosaicos e perfis de radar- imagens de radar
altímetro. Além destes, são empregadas, como recursos
auxiliares, fotografias em infravermelho em cópias colo- 2.2 - Problemas da Cartografia Geomorfolóçica
ridas e preto-e-branco na escala a 1:130 000, fotos multi-
espectrais na escala 1 :73.000 e imagens trimetrogon na Os preceitos normativos da cartografia geomorfológica no
escala 1 40 000 quando existe cobertura A utilização Brasil foram sumarizados por Ab'Sáber (1969) e Moreira
múltipla de todos esses elementos permite boa capacidade (1969) Baseando-se neles e visando atingir aos objetivos
de resolução, ao nivel de interpretação, tornando o método do Projeto RADAMBRASIL, deveriam ser solucionados os
muito adequado para o mapeamento da área seguintes problemas:

A interpretação preliminar da imagem de radar consta do a - A necessidade de figurar a base geológica como
traçado da rede de drenagem sobre acetatos na escala elemento do mapa geomorfológico
1 250 000 até o nivel de visibilidade dado pela mesma Em
operação simultânea seguem-se a delimitação das formas b - A fixação, delimitação e descrição precisas das
de relevo e sua definição Esta obedece aos padrões de formas de relevo em si mesmas, como registro de evento
imagens previamente selecionados, contidos em um posicionado em nível de coordenadas e de planimetria
álbum de convenções onde combinações de letras-símbolo desde que a interpretação destas formas seja, por natureza.
descrevem e classificam os tipos de formas, identificadas discutível e superável
nesses padrões A utilização deste recurso elimina por
completo uma possível subjetividade no mapeamento O c - A fixação de altimetria e relacionamento entre dife-
traçado da drenagem e as delimitações dos tipos de rentes massas de relevo, já que o mapeamento abrange
formas de relevo, quando não claramente definíveis, são área onde o levantamento planimétrico e altimétrico pre-
ciso ainda está se processando
isolados como áreas de duvida e não mapeados nesta fase
Estas são resolvidas através de sobrevôo e trabalho de
campo, por consulta a outras Divisões do Projeto RADAM- d -- A representação dos domínios morfoclimáticos e
BRASIL e por auxílio bibliográfico morfoestruturais.

e - A necessidade de grupar e de compartimentar as


Os sobrevôos representam a parte essencial da segunda formas de relevo, para atender ás solicitações operacionais
fase da metodologia São planejados e realizados ern internas do Projeto RADAMBRASIL e á utilização do
quantidade e duração suficientes para a solução das mapeamento pelo público
dúvidas existentes. As fotos tiradas em ângulos diferentes
permitem uma correlação visível com as imagens forne- f - A fixação de legenda aberta, devido á natureza
cidas pelo radar que atua na faixa invisível do espectro sistemática do mapeamento e á possibilidade de se
Possibilitando a comparação de padrões de imagem de encont~arem fatos insuspeitaoos ou de difícil previsão
radar com o terreno, os sobrevôos homogeneízam a inter- Isto porque a área em mapeamento se estende desde os
pretação preliminar pelo acúmulo de padrões de refe- domínios morfoclimáticos mais secos até os mais um idos
rência Com a variedade de feições geomorfológicas iden- do Brasil florestal, abrangendo desde os problemas geo-
tificadas até o presente estágio de mapeamento, a coleção morfológicos litorâneos até os fluviais da complexa hidro-
de padrões se amplia, a produtividade cresce e a inter- grafia amazônica.
pretação melhora em qualidade a cada mapeamento que se
sucede, a ponto de se poder considerá-la corno homo- g - A representação da dinâmica da evolução geomor-
gênea. O sobrevôo e a imagem de radar na escala 1.250.000 fológica atual
e/ou 1 1 000 000 permitem acompanhamento contínuo da
distribuição das formas de relevo. Em trabalhos de campo, h - A representação das formações superficiais, que são
para se considerarem como semelhantes as formas que dados comprovadores da geomorfogênese
aparecem distribuídas ern área muito extensa, como uma
superfície de aplainamento por exemplo, haveria neces- Esses problemas de cartografia geomorfológica exigiram
sidade de seções em várias direções diferentes, nem uma série de pesquisas para se encontrarem soluções
sempre possíveis nas áreas mapeadas Mesmo assim, na mais adequadas, que, uma vez configuradas em mapa, se
Folha SA.21 - Santarém, utilizou-se esse recurso para tornaram irreversíveis porque ele não possui caráter de
estudo dos perfis em exposição, percorrendo-se as rodo- amostragem regional ou de ensaio isolado, mas sim
vias que apresentam condições de trânsito. sistemático.

GEOMORFOLOGIA/141
Os problemas de representação da base geológica supe- fitoecológico Os pequenos ajustes realizados eram previ-
raram-se parcialmente, porque o Projeto RADAMBRASIL síveis porque não há termos de comparação entre a
publica carta geológica incluindo também representação proposição de esquemas e mapeamentos sistemáticos Na
dos principais dados que o mapeamento geomorfológico medida em que o mapeamento atinge áreas amazônicas,
requer Resta pequena dificuldade para a leitura a super- os desajustes são acentuados, principalmente porque
posição das duas cartas ainda que de mesma escala O ocorrem sob floresta, feições geomorfológicas antigas,
registro das formas de relevo foi solucionado pela meto- herdadas de geomorfogêneses diferentes, justapostas ou
dologia e pela interpretação da imagem de radar cujos até mesmo superpostas à feições geomorfológicas cor-
mosaicos ressaltam essas formas. A legenda completou a relacionadas à geomorfogênese atual Da mesma forma,
solução do problema A fixação de altimetria relativa das no que se refere às províncias morfoestruturais, os ex-
diversas massas de relevo resolveu-se pelo emprego de tensos depósitos de cobertura e a morfogênese umida
cores diferentes, com os tons mais fortes hierarquizados obliteram parcialmente influência~; litológicas e estru-
das partes altas para as mais baixas A solução dada ao turais. A definição das regiões de transição geomorfo-
problema de representação da idéia de altimetria relativa lógica começou a ser esboçada à medida que o mapea-
pelo emprego de cores poderia ser entendida como sub- mento progredia Em decorrência, foram mantidas as
aproveitamento de elemento gráfico de valor, se as cores proposições iniciais de Ab'Sáber como parâmetro para as
não solucionassem simultaneamente o problema da modificações que se fizerem necessárias Sem perder de
compartimentação e do grupamento das formas de relevo vista estas diretrizes, a denominação de províncias morto-
O emprego de cores dá, à média aproximação visual, a estruturais passou a ser empregada em sentido mais
idéia de altimetria relativa e de compartimentação do adaptado à realidade mapeada, adquirindo uma conotação
relevo mapeado e, à distância normal, pode-se identificar de unidades de relevo Os domínios morfoclimáticos são
as formas de relevo titulados com base nas unidades morfoestruturais, con-
tendo descrições de suas formas de relevo e das variações
O problema de representação das províncias morfoestru- fitoecológicas mapeadas pelo Projeto RADRAMBRASIL
turais e domínios morfoclimáticos foi solucionado em
nível diferente Graficamente não era possível ou reco-
mendável a superposição destas unidades seja em cores 23 - Chave de Legenda
seja em preto Resolveu-se a questão a nível de legenda,
onde as linhas de limite dos dois tipos de unidades foram A fixação de legenda aberta, depois de superadas muitas
superpostas, em esquema à parte, integradas e definidas experiências, foi resolvida por associação de letras que
Na medida em que se publicarem os mapeamentos do detalham as categorias de formas tomadas lato sensu
Projeto RADAMBRASIL, esta superposição continuará S - estruturais, E - erosivas e A - acumulação, que
O objetivo final é a divisão da extensa área territorial do iniciam o grupamento de letras sempre notadas em maius-
Brasil, delimitando-se suas unidades morfoestruturais e culas Esta categoria dá a gênese da forma As letras
os domínios morfoclimáticos podem ser combinadas entre si em raros casos (SE, EA ou
ES1 Ás letras maiusculas seguem-se associações minus-
O ponto de partida para essas divisões foram as propo- culas correspondentes ao registro da forma em si mesma
sições feitas por Ab'Sáber (1967), que serão mantidas A associação das minusculas pode co11ter também referên-
como parâmetro até que se necessitem modificações cia à sua gênese Adotou-se, para iniciar a chave de letras
plenamente justificáveis Aquele autor conceituou as uni- rr.inusculas, a letra com que se inicia o nome da forma.
dades morfoestruturais como grandes áreas onde o con- mas há também combinações de mais de uma letra,
trole da erosão é exercido primordialmente pelas con- quando a primeira estiver esgotada ou quando ocorrerem
dições geológicas Como dor11inio morfoclimático, definiu formas associadas A qualificação de gênese da forma é
as regiões onde as variações da erosão dependem de um colocada no final da combinação de letras O registro do
sistema morfoclimático, no qual a fisiologia da paisagem tipo da forma de relevo é colocado no meio, e a categoria.
está relacionada ás condições de clima, vegetação e solos lato sensu, em letra maiuscula abrindo a associação Isso
Em trabalho posterior, Ab'Sáber (1969) esquematizou, de permite uma separação clara do que é registro direto,
modo genérico, a distribuição do que chamou de "áreas portanto imutável, do que é interpretação, por isso sujeito
nucleares" dos domínios morfoclimáticos, considerando a transformação A interpretação é considerada como
que entre essas "áreas nucleares" de cada domínio exis- transitória não só dentro de um contexto cientifico global
tem processos geomorfológicos de transição, atribuídos a mas especificamente dentro do mapeamento do Projeto
influências bioclimáticas O problema de determinar os RADAMBRASIL, porque as dificuldades de comprovação
limites da preponderância de um ou outro processo foi são muitas para uma área florestada de difícil acesso Um
assim colocado por Ab'Sáber (1969) às pesquisas que destaque pelo valor pragmático, operacional e cientifico
seriam feitas posteriormente Ao admitir áreas de tran- foi dado aos tipos de dissecação, objetivando superar
sição entre "áreas nucleares", Ab'Sáber implicitamente designações inapreciáveis como forte, fraco e moderada-
não atribuiu ás palavras províncias e domínios os sentidos mente dissecado Desse modo, uma associação de letras-
específicos que têm em Geologia e Botânica. A definição símbolo qualifica seu tipo
foi de natureza geomorfológica Os mapeamentos reali-
zados pelo Projeto RADAMBRASIL ensejam a oportuni- Na lista de convenções, as letras-símbolo estão hierarqui-
dade de delimitação das áreas de transição geomorfoló- zadas em ordem alfabética apenas para facilidade de
gica entre as "áreas nucleares" porque também são consulta Esta hierarquia não implica, pois, em predo-
mapeados solos e vegetação A sensibilidade do mapa minância de uma forma sobre outra, nem indica ordem
Fitoecológico contribui para maior aproximação na divisão genética A legenda se esclarece com uma complementa-
dos domínios morfoclimáticos Desde o início do ma- ção sintética do significado de cada associação de letras
peamento constatou-se a utilidade do método de super- na área mapeada Como a legenda ê aberta, a associação
posição, porque ele começou em áreas bem individuali- de letras pode modificar-se de mapa para mapa sem perder
zadas do ponto de vista geológico, geomorfológico e homogeneidade em relação á carta precedente e sem

142/ GEOMORFOLOGIA
perder a qualificação de fatos que poderão aparecer em mapeamentos de superfícies aplainadas. A imagem de
outras Folhas a serem mapeadas. radar supre com êxito essas deficiências e justifica o
critério adotado. Sem mudar o conceito do fato, muda o
A limitação do uso de termos geomorfológicos na descri- método de identificá-lo e mapeá-lo em decorrência de
ção da legenda visa a facilitar a leitura do mapa. Esses recurso técnico utilizado
termos nem sempre são acessíveis a todos os usuários e,
algumas vezes, nem mesmo normalizados pelos especia- Dentro dos critérios usuais em que são elaborados os
listas, sobretudo em se tratando da geomorfologia da mapas geomorfológicos, o presente mapeamento apresen-
região Amazônica. Em vista dissso, estabeleceu-se uma ta limitações A primeira delas refere-se à interpretação: O
conceituação básica para a tradução das letras-símbolo, mapa identifica formas de relevo e as traduz em letras-sim-
fundamentada em três princípios o da declividade das bolo. Isto visa a torná-lo um elemento de consulta aberto a
vertentes (definidas como formas com vertentes de declive urh número maior de técnicos não especializados em
fraco e formas com vertentes de declive forte), o do grau de geomorfologia, mas que necessitam de dados sobre o
incisão dos talvegues para aprofundado, muito e pouco relevo para efeito de planejamento O levantamento das
aprofundado e o da densidade da drenagem para baixa e formações superficiais constitui-se em outro obstáculo em
alta Essa definição de cunho quantitativo não está ba- razão da dificuldade de acesso às áreas mapeadas Mapea-
seada em dados numéricos, mas decorre de uma padro- mentos em escalas que permitam melhor detalhe, comple-
nização definida por modelos de imagem de radar, pré- mentados com trabalhos de campo sistematizados, pode-
selecionados e constatados em campo rão fornecer esses informes O mapa também apresenta
deficiência dada pela dupla necessidade de apresentação
Os símbolos geomorfológicos necessários são impres- de tipos de formas simultaneamente com os processos
sos em preto, bem como os limites de formas de relevo. morfogenéticos Ao nível da escala a 1 :1 .000.000 esta
limitação não pode ainda ser superada sem prejuízos da
Deste modo o mapa atingiu, quanto á representação densidade de informes, que deveriam ser mapeados para
gráfica, a quase totalidade dos objetivos propostos por que o mapa pudesse registrar as formas e indicar proces-
Ab'Sáber (1969) e Moreira (1969), ficando ainda sem so- sos simultaneamente
lução gráfica e representação das formações superficiais e
a dinâmica da geomorfogênese As dificuldades de indi- Dentro das características da metodologia, da natureza
cação destes dois tipos de fenômenos têm sido senti- sistemática do mapeamento e da oportunidade de publica-
das até em mapeamentos feitos sobre aerofotos em escala ção em cores, o mapa geomorfológico resultante não
1 50 000 No caso do mapeamento do projeto RADAM- podia perder a informação dada pelas imagens de radar
BRASIL, especificamente para os trabalhos geomorfológi- para aumentar o conhecimento geomorfológico da área
cos, o problema cresce pelo nível de escala e pela impos- mapeada Assim, o mapeamento procurou associar, de
sibilidade de realização de trabalhos de campo, que permi- acordo com a escala, informações para uso em planeja-
tissem acompanhamento sistemático dos fatos referidos mento regional, como a compartimentação do relevo, às de
Alguns dados destes dois fenômenos podem ser deduzi- natureza essencialmente geomorfológica
dos, de modo indireto da legenda, e outros são referidos
em nível de relatório com base em bibliografia e outras
fontes Por utilizar instrumentos diferentes, por ter de solucionar
problemas de cartografia g~omorfológ.i~a para a escala
1 1 000.000 e por ter objetivos espec1f1cos, o presente
mapeamento não pode ser comparável a outros em escalas
24 - Classificação do Mapa maiores, fundamentados em aerofotogrametria e controle
sistemático de campo
O mapeamento conseguido com essa metodologia resulta
em um mapa que contém praticamente todas as formas de
relevo, determinadas até o nível atual de aproveitamento da Os mapeamentos geomorfológicos com base em sensor~s
imagem de radar remotos como o radar, fazem por merecer, pela extensao
das áre~s mapeadas e pela escala, uma classificação à
Alguns esclarecimentos preliminares tornam-se necessá- parte. Por isto não se enquadram ao lado de mapas que
rios para os usuários do mapa Geomorfológico. Usualmen- utilizam outros meios.
te aplica-se aos estudos geomorfológicos o critério de
concordância de topos de elevações para detectar os níveis
de aplainamento Nesse caso, adotou-se o critério de só se
mapearem as áreas aplainadas quando a imagem permitis- 3 - NATUREZA DOS TRABALHOS ANTERIORES
se essa identificação, as outras áreas foram qualificadas
conforme seu tipo de dissecação, identificadas por uma O levantamento bibliográfico efetuado para a Folha SA.21-
chave de letras-símbolo descritas na legenda. Deste modo, Santarém revelou a existência de trabalhos de caráter
as áreas planas que podem ser tomadas preferencialmente científico, que tratam especificamente da geomorfologia
ao uso da terra foram distintamente separadas das áreas da área mapeada. Outras referências bibliográficas consul-
em processo ativo de erosão. As rotas de sobrevôo e itine- tadas tratam, em geral, de trabalhos realizados e desenvol-
rário de campo permitiram concluir que a imagem de radar, vidos em âmbito regional na Amazônia.
ao nível da escala, é instrumento adequado para a separa-
ção das formas planas e dissecadas, as quais o planejador As primeiras informações de que se têm notícias foram
pode usar com maior objetividade. A falta de base carto- relatadas por Coudreau (1900, 1903a, 1903b e 1903c) que,
gráfica com curvas de nível precisas e a dificuldade de se fazendo os percursos dos rios Trombetas, Maicuru, Ma-
mapearem níveis aplainados por levantamentos altimétri- puera e Curuá, respectivamente, descreveu de modo geral
cos expeditos são problemas i,nerentes a quase todos os os aspectos paisagísticos destes rios do sistema amazôni-

GEOMORFOLOGIA /143
co. O mesmo ocorreu com Cruls (1973), conforme relata ca. Admite ainda a existência de aplainamento Pré-Yar-
em seu diário sobre a viagem que fez pelo rio Paru de Oeste mouth e Sangamon e do encaixamento da drenagem
ou Cuminá Pré-lllinoiano e Wisconsiniano, evidentes nos arredores de
óbidos e Alter do Chão, fato este confirmado no presente
Moura (1944), observando o curso do rio Tapajós, fez mapeamento
referências sobre a sua foz represada pelas águas do rio
Amazonas e os efeitos de preamar em Santarém e Aveiro. Ab'Sáber (1967) propôs que, após a dissecação inicial da
Gourou (1949) considerou este represamento como um Formação Barreiras, desenvolveu-se um processo de pedi-
fenômeno comum á paisagem amazônica no trecho entre mentação, relacionando os encaixamentos mais expressi-
Belém e Manaus. Identificou-o como sendo rias de água vos com o nível dos pedimentos de Santarém. Após este
doce, atribuindo diretamente a barragens efetuadas pela evento, admitiu uma alternância entre o afogamento dos
colmatagem do vale do rio Amazonas, posteriormente ao vales fluviais e a retomada de erosão, sob os efeitos das
movimento positivo do mar, o que teria inundado seu vale e variações glácio-eustáticas Diz o autor que a ação tectôni-
os de &eus afluentes Propôs também, como hipótese de ca foi a responsável pelo direcionamento de rios amazôni-
trabalho, que o entulhamento do vale Amazônico elevou o cos Identifica ainda calhas aluviais embutidas em áreas de
nivel de suas águas, represando a foz dos seus afluentes litologias terciárias e paleozóicas
Soares (1950) analisou os aspectos geomorfológicos das Efetuando reconhecimento geológico na região do rio
margens do Baixo Amazonas e Baixo Tapajós, sobretudo Trombetas, Forman (1969 d) definiu duas grandes unida-
dos níveis de terraços, vales submersos, e o afogamento e des geomorfológicas nesta área, diferenciadas pelos tipos
aprofundamento dos vales do baixo curso pela erosão, litológicos e feições estruturais A primeira unidade foi
transformando-os em verdadeiras rias de água doce. Atri- delimitada na área de ocorrência da Formação Trombetas
buiu 0 evento ao aLaixamento do nível de base desses rios, A segunda unidade foi constituída pelas áreas de ocorrên-
resultante dos movimentos eustáticos no Plioceno e Qua- cia de rochas vulcânicas, dividida em duas subunidades, a
ternário Correlacionou as falésias do Baixo Tapajós com saber áreas de terras baixas ou de "'mata de igapó", na
as falésias de Gurupá, mostrando as diferenças na evolu- planície de inundação, e áreas de "terra firme" nos planal-
ção genética das mesmas, relacionando-as com níveis de tos
terraços
Forman (1969 a), em trabalhos desenvolvidos no rio Curuá,
Em estudos sobre a Série das Barreiras, Amaral (1954) fez descreve em traços gerais os aspectos de geomorfologia
considerações, baseado em resultados de análises petro- da região, dividindo-a em três grandes zonas distintas,
gráficas em amostras coletadas ao longo das partes delimitadas pelas cachoeiras e corredeiras existentes nes-
marginais do rio Tapajós Considerou a evolução dos te rio Forman (1969 b) efetuou reconhecimento geológico
sedimentos Terciários como tendo sido depositados em detalhado e de prospecção geoquímica nos rios Erepecuru
ambiente aquoso, predominantemente lacustre. Observou ou Paru de Oeste e no Mapuera, onde foram feitas observa-
que os afloramentos à beira do rio Tapajós são devidos ao ções dos aspectos geomorfológicos, resultando em uma
trabalho de erosão fluvial e que as margens possuem mais divisão com três unidades distintas No rio Erepecuru são
ou menos de 20 a 30m de altura, com exceção de alguns caracterizadas pelas formas diferenciadas do relevo, corre-
testemunhos que formam elevações de mais de 1OOm laçionadas com rochas da Formação Trombetas, apresen-
Observou ainda a existência de dois níveis de terraços na tando platôs, morros testemunhos e pequenos canyons
cidade de Santarém Seguem-se as serras alongadas de vertentes suaves e
formas abobadadas de vertentes abruptas, relacionadas
Baseado no alinhamento paralelo com direção preferencial com as rochas de idade pré-cambriana Para o rio Mapuera
NW-SE de rios como o Urubu, Preto da Eva, Negro e a divisão em unidades foi baseada em limites de cachoei-
Uatumã, além de outras direções NE-SW, Sternberg (1950) ras, bem como nos tipos litológicos
propõe como hipótese de trabalho que a causa imediata da
padronagem hidrográfica seja um conjugado de fraturas e
falhas, que possivelmente estariam relacionadas a um Damião, Souza e Medeiros (1972), em trabalhos realizados
diastrofismo nas proximidades de Manaus, descrevem os aspectos
geomorfológicos da região, utilizando-os como guia para
Andrade (1956) apresenfou um estudo sobre a evolução prospecção de materiais" utilizáveis na indústria e constru-
dos termos "furos", "paranás" e "igarapés" como elemen- ção civil Os reflexos dessas feições geomorfológicas
tos do sistema potamográfico amazônico A partir deste foram também utilizados para explicar fenômenos de cará-
estudo, no presente relatório é proposto um conceito para ter estrutural As ocorrências de "terras caídas" foram
"furos" e "paranás" bem como uma tipologia para os observadas nas áreas de relevo baixo Referências foram
"furos" e lagos que ocorrem na Folha de Santarém feitas aos lagos, "paranás" e ilhas.

Sakamoto (1957), realizando trabalhos na Amazônia, espe- Coube a Cunha (1973) a interpretação dos aspectos geo-
cialmente com-o fim de estudar os depósitos de ferro, morfológicos da bacia considerada como Médio Amazo-
manganês, bauxita e evaporitos, fez observações de cará- nas, utilizando imagens de radar Mostrou que as direções
ter geomorfológico e sedimentológico. Referindo-se aos estruturais de rios como Urubu, Crepori, Abacaxis, Jatapu,
vales fluviais afogados, atribui sua gênese ao fenômeno Mamuru, Arapiuns e outros são coincidentes com direções
das variações glácio-eustáticas que geraram alterações no estruturais prognosticadas através de trabalhos de sís-
equilíbrio do sistema fluvial amazônico. Apresenta um mica. Relaciona os sedimentos quaternários que ocor-
corte idealizado para a Bacia Amazônica, mostrando a rem fora da planície atual de inundação dos rios Jatapu e
relação dos aplainamentos com a idade pré-pleistocênica, Uatumã, com uma reativação e soerguimento no flanco
e ao encaixamento da drenagem infere a idade pleistocêni- norte do alto estrutural do rio Jamanxim, atuante no

144/ GEOMORFOLOGIA
Eo-Devoniano (Cunha Apud Carrozzi, 1873). Considerou pós-pleistocênica. Este aplainamento prolonga-se além
ainda que o baixo curso do rio Tapajós se desenvolveu em das áreas estudadas, sendo identificado no presente ma-
um graben rift valley, cujos falhamentos iniciais se deram peamento e correlacionado com o mesmo nível altimétrico.
no período Jura-Triássico, e que após a deposição dos do Pediplano Nelo-Pieistocênico O Planalto Dissecado
sedimentos terciários teria sido reativado, havendo uma Norte da Amazonia, identificado pelos mesmos autores,
subsidência do graben passando a canalizar as águas do foi mais detalhadamente analisado por Costa & Melo
rio Este evento foi confirmado no presente relatório (1975) no estudo das Folhas NA.21-Tumucumaque e par-
te de NB 21-Roraima. Este planalto adentra na Folha SA
Tricart (1973) atribuiu ao período da regressão Pré-Fian- 21-Santarém, apresentando-se com as mesmas caracterís-
driana de Grimaldi a dissecação de interflúvios nas áreas ticas morfológicas e altimetria relativa.
próximas de Óbidos e Parintins, sob condições de clima
mais seco que o atual Responsabiliza a transgressão
Flandriana, acompanhada de oscilação climática úmida, 4 - UNIDADES MORFOESTRLJTURAIS
pelo afogamento dos vales fluviais nestas áreas Admite
ainda como hipótese que a parte localizada a oeste de A interpretação geomorfológica em imagem de radar pos-
óbidos permite estudar as relações entre a dissecação dos sibilitou reunir formas de relevo e altimetria relativa com
interfluvios e a recente evolução do rio Amazonas e de seu características semelhantes, resultando na divisão de oito
afluente, o rio Trombetas, como também pode ser estabe- Unidades Morfoestruturais em SA 21-Santarém, conforme
lecido um contexto cronológico para o Quaternário recen- a figura 3
te Considera que as diferenças na intensidade de
dissecação, que ocorre a oeste das cidades de Juruti na
Folha 8A 21-Z-A e em óbidos, Folha 8A 21-X-C, estão O Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro é a única
relacionadas a um problema conjunto disposição da rede unidade que aparece pela primeira vez no presente ma-
hidrográfica influenciada por deformações acompanhadas peamento e que possivelmente será ainda referida por
de fraturas locais, como também dos tipos litológicos ocasião do mapa e relatório da Folha SA.20-Manaus O
couraças, algumas delas bauxiticas, responsáveis pela Pediplano Rio Branco-Rio Negro e o Planalto Dissecado
conservação de formas de relevo, a exemplo das mesas Norte da Amazônia foram identificados e mapeados por
que ocorrem nestas áreas Estes eventos foram confirma- Franco, De I' Arco e Rivetti (1975) e posteriormente mapea-
dos no presente relatório O afogamento dos vales fluviais, dos por Costa & Melo (1976). As demais unidades foram
generalizado na Folha de Santarém, foi interpretado no registradas anteriormente por Barbosa, Rennó e Franco
presente mapeamento como sendo um fenômeno conjun- (1974) O Planalto Rebaixado da Amazônia foi identificado
to, principalmente relacionado com os efeitos de uma por Ventura, d'Avila e Barbosa (1975) Com exceção do
reativação tectônica de antigas estruturas falhadas de Planalto Tapajós-Xingu, todas as Unidades Morfoestrutu-
direções NE-SW e NW-8E, sobre as quais, em geral, estão rais de SA 21-Santarém prolongam-se para oeste
adaptados vários afluentes do rio Amazonas, como
também, sem maiores evidências, relacionado com os
movimentos glácio-eustáticos da transgressão Flandriana 41 - Planície Amazônica

Barbosa, Rennó e Franco (1974) ider.lificaram na Folha A Planície Amazônica é uma área alongada, estendendo-se
SA.22-Belém fenômenos que se prolongam para a Folha na Folha SA 21-Santarém na direção E-W tendo o rio
SA 21-Santarém. Assinalam a ocorrência de dois níveis de Amazonas em seu eixo O ponto extremo setentrional
aplainamentos que reconheceram como Pós-Barreiras e desta unidade de relevo ocorre no lago de Sapucuá, nas
Pleistocênico. Estas superfícies planas foram confirmadas proximidades de 01 °50'8. Para sul, o limite máximo em
e denominadas respectivamente em SA 21-Santarém como SA 21-Santarém ocorre próximo ao "igarapé" Chocolateira.
Plio-Pieistocênica e Neo-Pieistocêníca Estudaram a for- na ilha Tupinambarana, a 03°40'8. As principais cidades da
mação do rio Xíngu, onde são feitas analogias com o rio Planície Amazônica no presente mapeamento são: Alen-
Tapajós Atribuem como gênese para o rio Xingu os efeitos quer, Óbidos, Oriximiná, Parintins e ltaquatiara. Com
combinados de movimentos tectônicos e eventos eustáti- exceção de Parintins e ltaquatiara, o sítio urbano desses
cos no período Holocênico, justificando para esta ria sua municípios aproveitou-se das partes limítrofes da Planície
classificação de cherm Ventura, D'Ávila e Barbosa (1975) com outras unidades morfoestruturais mais elevadas alti-
referem-se aos efeitos de uma reativação tectônica tardia metricamente, oferecendo maior segurança no período das
em sedimentos terciários da Formação Barreiras na Folha enchentes do rio As unidades de relevo contíguas à
8B.21-Tapajós Estes efeitos são mostrados de modo Planície Amazônica são a nordeste e sul encontra-se o
genérico no encaixamento geral da drenagem em torno de Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas), a
1O a 15m dos rios das 2. a e 3. a gerações Relacionam a noroeste localiza-se o Planalto Dissecado Rio Trombetas-
retomada de erosão holocênica à subsidência e bascula- Rio Negro e a sudcst~ o Planalto Tapajós-Xíngu A leste a
mento do Pediplano Pleistocênico, no qual a retomada Planície Amazônica prolonga-se da Folha SA 22-Belém e a
encaixou os rios. Este evento também é marcado na Folha oeste estende-se para a Folha S.A.20-Manaus A vegetação
SA.21-Santarém pelo encaixamento da drenagem de 2. a e predominante nesta área é a de Campo, aparecendo tam-
3 a gerações, na faixa de relevo dissecado ao sul da área, bém os Parques e a Floresta de Várzea (vide IV-Vegetação).
por efeitos de virgações neste trecho, respectivamente no Do ponto de vista pedológico encontram-se Areias Ouart-
contato entre os sedimentos terciários da Formação Bar- zosas e principalmente Solos Hidromórficos, além de
reiras e das formações paleozóicas da Sinéclise do Amazo- Laterita Hidromórfica (vide 111-Pedologia). Pertencem a esta
nas. Franco, Dei'Arco e Rivetti (1975) no estudo das Folhas unidade geomorfológica as áreas submetidas diretamente
NA.20-Boa Vista e parte das Folhas NA.21-Tumucumaque, ao controle do rio Amazonas, que foram divididas em
NB.20-Roraima e NB.21 definiram que o aplainamento alagadas e inundáveis. A planície fluvial alagada (Apta)
denominado Pediplano Rio Branco-Rio Negro é de idade corresponde aos trechos que mesmo no período de menor

GEOMORFOLOGIA/145
l

Planície Amazônica Planalto Rebaixado Planalto Tapajós-Xingu


da Amazônia

~ Planalto Dissecado Rio Planalto da Bacia Sedi-


Ld Trombetas-Rio Negro mentar do Amazonas

Pediplano
Rio Branco-Rio Negro

Fig 3 - Un1aades Morfoestruturais

volume das águas do no Amazonas estão submersos, zonas limitando-se com rebordos pronunciados A própria
ainda que a lâmina d'água que as recubra seja de alguns cidade de Manaus, às margens do rio Negro, most_ra esse
centímetros, dando condições de áreas embrejadas desnível, seguindo-se os exemplos de Parintins e Obidos,
(Est I 1) Com a legenda de planície fluvial inundável (Apfi) esta última localizada sobre sedimentos arenosos quater-
mapearam-se as áreas que são alagadas apenas no período nários.
das enchentes Na Planície Amazônica registram-se fatos
específicos como os "paranás", "furos", "igarapés", vales O rio Amazonas entra na Folha SA 21-Santarém com
fluviais com foz afogada ou rias fluviais, lagos com forma e direção SW-NE, nas proximidades da ilha do Careiro;
gênese diferenciadas, diques aluviais, canais e cordões do condicionado pelos sedimentos terciários da Formação
tipo slíkke e schor,e, áreas de inundação e constantemente Barreiras, dirige-se para NW-SE até o rio Madeira, onde
alagadas com brejos e "igapós", cursos fluviais anastomo- novamente procura a direção SW-NE A leste de Urucará
sados com numerosas ilhas, além de outros dirige-se novamente de NW-SE até Parintins, onde inflete
para NE Nas proximidades de Obidos, em função da
À medida que segue para o Baixo Amazonas, a Planície litologia terciária, varia sua direção para NW-SE até Santa-
torna-se mais alargada No trecho quu vai da foz do rio rém, onde, de forma alinhada, volta-se outra vez para
Uatumã até a foz do rio Tapajós é constante a faixa com SW-NE.
alargamentos consideráveis, eventualmente superiores a
35km Tanto na margem direita como esquerda, freqüen- Dos principais cursos fluviais que alimentam o potencial
temente a Formação Barreiras aproxima-se do rio Ama- hídrico do rio Amazonas e que o ajudam a elaborar a

146/ GEOMORFOLOGIA
pl'anície fluvial, os rios Madeira, Tapajós e Curuá-Una são A análise da Planície Amazônica em SA.22-Belém e em
os mais importantes pela margem direita, e o Urubu, SA 21-Santarém permite definir as proximidades do Alto
Uatumã, Nhamundá, Curuá e Maicuru, os mais significati- Estrutural de Monte Alegre como limite para diferentes
vos pela margem esquerda. Muitos são os grandes lagos aspectos nas formas de relevo Barbosa, Rennó e Franco
que aparecem na Planície Amazônica; de leste para oeste (1974) reconheceram que na foz do rio Amazonas não há
temos: lago Grande, nas proximidades de Monte Alegre, atualmente condições de colmatagem ativa, ocorrendo
lago ltandéua, nas proximidades de Alenquer, lago de abertura de canais, classificando-o como "litoral de estuá-
Sapucuá, nas proximidades da foz do rio Trombetas, lago rio". Conforme os mesmos autores, os processos de
Canaçari, nas proximidades de ltaquatiara, além de outros. colmatagem são mais eficientes à montante da foz do rio
De modo geral esses lagos estão ligados ao sistema de Xingu Entre o rio Xingu e o Alto Estrutural de Monte
drenagem por pequenos "furos" que na época da estiagem, Alegre observa-se que a Planície Amazônica é compacta
eventualmente, ficam secos Grandes ilhas também em função da intensa colmatagem que ocorreu e que se
compõem esta unidade a ilha Grande do Tapará localiza- efetiva atualmente Em SA.21-Santarém, os lagos são de
se á frente de Santarém, a ilha Tupinambarana, entre maior porte e a drenagem secundária tem características
Parintins e Nova OI inda do Norte, a ilha do Careiro, a ilha de "labiríntica", os vales fluviais alagados (rias fluviais)
da Trindade e outras são constantes e a foz de diversos "furos" que deságuam
em lagos é feita com formação de deltas fluviais (Est XIV
A Planície Amazônica repete em toda a área SA.21-Santa- 1) As diferenças nas formas de relevo coincidem com a
rém os fenômenos referidos; entretanto ressaltam-se em divisão da Bacia Sedimentar Amazônica, Cunha (1973),
trechos diferentes as características que lhes são mais combinando-se esses critérios geomorfológico e geológi-
marcantes No trecho compreendido entre o extremo leste co, passou-se a reconhecer, no presente mapeamento, o
da Folha SA 21-Santarém e o rio Trombetas, configuram- Alto Estrutural de Monte Alegre como divisor do Baixo e
se lagos de tamanho muito grande, eventualmente com Médio rio Amazonas O Médio Amazonas prolonga-se para
largura superior a 15km nas margens mais distantes As oeste, sendo que, a montante de Manaus, o rio Amazonas
ilhas demonstram o efeito da colmatagem e muitas delas é conhecido pelo nome regional de Solimões
abrigam em seu interior lagos que geralmente se ligam ao
sistema de drenagem Este fato verifica-se na ilha Grande 42 - Depressão Periférica do Norte do Pará
do Tapará que se apresenta com boa parte da área alagada.
Ocorrem na várzea cursos de água que retornam ao mesmo Trata-se de área baixa altimetricamente que acompanha a
rio de onde se originaram são os "paranás" Excepcional- borda norte da Sinéclise do Amazonas. Foi identificada em
mente esses canais de drenagem apresentam em uma das mapeamentos anteriores por Barbosa, Rennó e Franco
margens litologias diferentes da aluvial Os "paranás" são (1974), Boaventura & Narita (1974) e Costa & Melo (1976)
constantes na área e, principalmente na Folha SA 21-Z-B, Em SA 21-Santarém tem forma de semicírculo com a parte
onde aparecem também canais e cordões do tipo slikke e mais interna voltada para norte no cruzamento do paralelo
schorre, além de depósitos aluviais que funcionam de de 01° OO'S, com o meridiano 57°00'W Alonga-se na di-
maneira semelhante às restingas, referidas no presente reção E-W, geralmente entre as linhas de 01 °00' e 02°00'S
mapeamento como restingas fluviais direcionadas geral- Limita-se a norte com o Planalto Dissecado Norte da Ama-
mente a favor do fluxo de águas do rio Amazonas (Est zônia, a sul com o Planalto da Bacia Sedimentar do Ama-
XIII 1 ). zonas, a leste penetra na Folha SA 22-Belém e a oestE:
prolonga-se para a Folha SA 20-Manaus
Entre o rio Trombetas e a foz do rio Uatumã, as lagoas são
menores e assumem forma arredondada. Pela margem Elaborada sobre litologias pré-cambrianas do Complexo
esquerda do rio Amazonas aparece um emaranhado dessas Guianense (vide l-Geologia), a Depressão é coberta por
pequenas lagoas interligadas por "furos" Pela margem Floresta Densa (vide IV-Vegetação) e solos do tipo Podzóli-
direita do rio Amazonas localiza-se a ilha Tupinambarana co Vermelho Amarelo (vide 111-Pedologia) O radar-altíme-
cuja drenagem, ligada à planície, é sumamente desorgani- tro forneceu dados referentes a esta unidade de relevo !

zada, com muitos lagos alinhados e afluentes de direções atribuindo-lhe altimetria inferior a 200m Geomorfologica-
ortogonais. Esta ilha é formada pelo "furo" Urariá, que liga mente predomina uma superfície de aplainamento conser-
o rio Madeira ao rio Amazonas, e apenas parte de sua área vado (Espp) (Est 11.1 ), sobre áreas onde grande densidade
apresenta-se na Planície Amazônica (Est I 2). Os rios da drenagem promoveu a dissecação, originando formas
Abacaxis, Maués-Açu, Andirá e Mamuru, além de outros, de relevo mapeadas como colinas (c) e interflúvios tabu-
são afluentes do "furo" Urariá Nas proximidades da ilha lares densamente drenados (itd)
Flexal, ainda na ilha Tupinambarana, ocorrem diques
aluviais bem orientados, o mesmo acontecendo nas proxi- Nas Folhas SA.21-X-A, SA 21-V-B e SA 21-V-D a Depres-
midades da foz do rio Uatumã, neste caso à margem são Periférica do Norte do Pará acha-se interrompida na
esquerda do rio Amazonas (Fig 14) função do nível altimétrico mais elevado do Planalto Disse-
cado Norte da Amazônia com o Planalto da Bacia Sedimen-
O trecho da Planície Amazônica, compreendido desde a foz tar do Amazonas. Em partes das Folhas SA.21-V-A, SA 21-
do rio Uatumã até a foz do rio Negro, caracteriza-se por -V-B, SA 21-X-A e SA 21-X-B, a Depressão passa nítida-
lagos mais isolados e distantes entre si, também com mente à característica de interplanáltica. Penetra a norte
formas arredondadas, ligados por "furos" e, eventualmen- acompanhada pelo rio Mapuera, localizando-se entre os
te, ao rio Amazonas. O grande lago registrado neste trecho blocos descontínuos do Planalto Dissecado Norte da Ama-
é o Canaçari, que recebe como rios principais o Urubu e zônia.
Anebá. Este lago tem forma circular e separa-se do rio
Amazonas por restinga fluvial. No lago Canaçari nasce o Descontínuas em quase toda a unidade observam-se for-
"furo" de Silves que, após coletar as águas do rio Uatumã, mas de relevo topograficamente mais elevadas, compor-
deságua no rio Amazonas tando-se como residuais da superfície de aplainamento

GEOMORFOLOGIA/147
Estes residuais forma mapeados como inselberg (Ei) do paralelo de 04°00'S por Ventura d'Avila e Barbosa
(Est. IX.1) (1975). Prolonga-se além dos 60°00'WGr., limite oeste de
SA 21-Santarém. A leste limita-se com o Planalto Ta-
pajós- Xingu nas proximidades do rio Tapajós No Pla-
Nas Folhas SA.21-X-A, entre os rios Trombetas e Paru de nalto Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas), lado sul
Oeste, e na SA 21-X-D, próximo ao rio Curuá encontra-se da Sinéclise do Amazonas, localizam-se os centros
um nível altimétrico mais elevado na Depres~ão Periférica urbanos de Santarém, Alter do Chão, Aveiro, Ariaú, além
do Norte do Pará, em que a drenagem muito densa e de outros A litologia sedimentar terciária da Formação
aprofundada marcou formas de colinas com vales encai- Barreiras alonga-se por toda a área (vide l-Geologia), que
xados (cv), eventual mente ocorrendo cristas (k) Mui tas apresenta Latossolo Amarelo (vide 111-Pedologia), onde se
vezes estas formas, quando vistas no campo, apresentam- instalou a Floresta Densa (vide IV-Vegetação) Os rios
se com topo convexo e/ou plano. Acompanhando o curso Madeirinha ou Autás-Açu, Madeira, Tapajós e o "furo"
do rio Curuá, a Depressão Periférica liga-se ao Planalto Urariá são os principais exemplos da drenagem na unidade
Reba!xado da Amazônia (Médio Amazonas) Marginais morfoestrutural, com direção SW-NE A direção seguida
aos nos Mapuera, Trombetas e Maicuru (Est 11 2), obser- pelos rios Maués-Açu e Mamuru é SE-NW De acordo com
vam-se áreas aplainadas, conservadas (Espp), mais rebai- os padrões de drenagem de Howard (1967), a drenagem
xadas que o restante da unidade morfoestrutural e que nela regional é predominantemente subdendrítica, sendo que a
foram incluídas em seu prolongamento para norte. Sobre- sudeste da unidade, entre os rios Curuá-Una e Mamuru,
voou-se estas áreas, que também foram percorridas no assume características de dendrítica O padrão ortogonal
trecho ro~oviário ligando Cachoeira Porteira até o igarapé registra-se intenso, principalmente nas proximidades da
do Camp1xe. Em cortes da rodovia observa-se linha de ilha Tupinambarana e do "furo" Urariá No presente
seixos muito próxima da superfície do solo sobre a qual o mapeamento localizaram-se e confirmaram-se no Planalto
solo orgânico, pouco espesso, suporta a Floresta Densa Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas) algumas ano-
malias de drenagem identificadas por Cunha (1973) Uma
As altitudes inferiores a 200m e formas de relevo, predo- delas localiza-se no divisor de águas do rio Arapiuns e
minantemente colinas (c) e superfície de aplainamento dos "igarapés" afluentes do rio Mamuru Outra posiciona-
(Espp), referentes a esta unidade são correlacionáveis com se entre os rios Urupadi e Maués-Açu Ambas enquadram-
o Pediplano Rio Branco-Rio Negro, que aparece a extremo se na classificação de Howard (1967) como dendrítica e
norte da Folha SA 21-Santarém radial com enclave anular, relacionadas com possíveis
estruturas sotopostas O rio Tapajós, na foz do rio Ara-
B_arbosa, .Rennó e Franco (1974) reconheceram a Depres- piuns, apresenta-se com mais de 40km de largura em seu
sao Penfenca do Norte do Pará, com piso em rochas curso (Fig 13) Nas proximidades da cidade de Maués o
pré-cambrianas dissecado por drenagem densa, de que rio Maués-Açu chega aos 5km de largura, fato similar 'ar
resultaram formas colinosas (c) e cristas (k). Em SA.21- que ocorre nos rios Andirá, Mamuru, Abacaxis, Uaicurapá
Santarém o aplainamento registrado na unidade está con- e Juruti, além de outros rios, cujo vale assume proporções
servado (Est 11 1 ). De maneira geral, os residuais mais de lagos nas proximidades da desembocadura (Fig. 18)
elevados apresentam-se circundados por aplainamento O alargamento no leito dos rios que possuem a foz afogada
con~ervado e são inselbergs (E i) No presente mapeamento
é uma característica desta unidade de relevo Para mon-
os l1m1tes da Depressão Periférica para norte são perfei- tante esses rios se estreitam, eventualmente sem visibi-
tamente definidos no Planalto Dissecado Norte da Ama- lidade possível na imagem de radar, embora o vale de
zônia, fato que não acontece em SA 22-Belém fundo chato seja muito largo e mapeável Em sobrevôo
foram constatados muitos desses vales fluviais alagados,
43 - Planalto Rebaixado da Amazônia principalmente nas proximidades do nível de base onde a
vegetação está fixando os sedimentos. Rios como Aba-
caxis, Maués-Açu e Mamuru têm a foz colmatada e se
Esta unidade de relevo, em SA 21-Santarém, estende-se
ligam ao rio principal através de "furos", no caso dos rios
pelos dois lados da Sinéclise do Amazonas com altimetria
exemplificados, o coletor de águas é o "furo" Urariá
de. a~rox~madame.nte 1OOm Sua denominação mereceu
M_uitos afluentes desses rios são afogados (rias fluviais) e
adjetlvaçao de Ba1xo e Médio Amazonas de acordo com
nao registram grau elevado de colmatagem na foz Even-
seu posicionamento dentro da bacia hidrográfica Para uso
tualmente seus interflúvios são inundáveis no período das
d~~s~ adjetiva9ão ~e m~neira adequada aproveitou-se a
d1v1sao da bac1al h1drografica do Rio Amazonas O limite chuvas mais intensas (Est 111.1)
do Baixo e Médio Amazonas se faz no Alto Estrutural de
Monte Alegre, a 54°00'W, onde também se limitam as Fo- Entre os rios Madeira e Amazonas localiza-se a ilha
lhas SA 22-Belém e SA.21-Santarém. Barbosa, Rennó e Tupinambarana, que se apresenta com trechos na Planície
Franco (1974) mapearam e denominaram o Planalto Rebai- Amazônica e outros no Planalto Rebaixado da Amazônia
xado da Amazônia (Baixo Amazonas). Em SA 21-San- (Médio Amazonas) Esta ilha é circundada pelo "furo"
tarém. o. Planalto Rebaixado da Amazônia tem adjetivação Urariá que recebe denominações regionais tais como
de Med1o Amazonas. Segue-se uma análise dos trechos "paraná" Abacaxis, "paraná" Urariá, "paraná" do Ramos e
localizados em cada margem do rio Amazonas. "paraná" do Cabral Seus afluentes que merecem referên-
cias são os rios Abacaxis, Paraconi, Apoquitaua, Maués-
Açu, Mamuru e Andirá, todos pela margem direita e com
4 3 1 - Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio Ama- direção preferencial SE-NW O "furo" Urariá apresenta
zonas) - lado sul da Sinéclise do Amazonas trechos retilíneos e em suas margens geralmente ocorrem
lagos, alguns dos quais com forma de meandro abando-
Situada na área que se estende desde a Planície Amazô- nado, conforme a figura 17 Os rios Madeira e Madeirinha
nica acompanhando a margem direita do rio Amazonas, também apresentam em suas margens diversos lagos
esta parte da Unidade Morfoestrutural foi mapeada a partir registrados na Folha SA 21-Y-C

148/GEOMORFOLOGIA
Na ilha Tupinambarana registrou-se o alagamento de paleozóicos. Ao descrever inflexão de aproximadamente
grande parte de sua área (Est. 111.1). Mapearam-se relevos 90°, o rio Curuá segue para a direção N-S, até confluir com
dissecados em interflúvios tabulares com grande densi- o rio Amazonas. Os rios Curuá e Maicuru ocorrem a oeste
dade de drenagem (itd) e superfície de aplainamento do Alto Estrutural de Monte Aleg. e
conservada (Espp), muitas vezes inundáveis pelas águas
da chuva e esporadicamente alagadas. Outras áreas ala-
gadas e com Formação Pioneira (vide IV-Vegetação) A altitude da unidade, na margem esquerda do rio Ama-
foram mapeadas na Folha SA 21-Y-D, entre os rios Ma- zonas, também está na cota dos 100m Nos relevos
muru e Maués-Açu. Na imagem de radar a tonalidade residuais do Alto Estrutural de Monte Alegre registram-se
dessas áreas corresponde a variações do cinza e foram altitudes superiores a 200m (Est IV 1 ). No Planalto Rebai-
mapeadas como áreas de acumulação inundáveis (Aai). xado da Amazônia (Médio Amazonas), pela margem es-
A litologia sedimentar da Formação Barreiras do Planalto querda do rio Amazonas, encontra-se o contato lítológíco
Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas), na margem dos sedimentos terciários da Formação Barreiras com os
direita do rio Amazonas, constitui também muitos trechos paleozóicos que constituem a borda norte da Sinéclise do
da ilha Tupinambarana (vide l-Geologia). O aplainamento Amazonas. Embora seja constante a identificação de
identificado ao longo do mapeamento está eventualmente diques de diabásio na unidade, é o trecho entre Alenquer e
conservado e foi mapeado nas Folhas SA.21-Y-B, SA.21- óbidos que registra a maior quantidade, mapeados como
Y-C, SA 21-Y-D, SA.21-Z-A, SA.21-Z-B, SA 21-Z-C e cristas (k), com direção geralmente SW-NE.
SA 21-Z-D. De maneira geral os relevos dissecados da área
têm forma tabular (it) com incipiência no aprofundamento A superfície de aplainamento conservada (Espp) pre-
dos talvegues e densamente drenados (itd), comparando- domina em toda a unidade, notando-se apenas a inci-
se com relevos dissecados do Planalto Dissecado Rio piência de entalhamento dos talvegues. Registram-se
Trombetas-Rio Negro Outros relevos dissecados ma- colinas e ravinas (cr) a oeste da Folha SA 21-X-D e a leste
peados foram: colinas e ravinas (cr), na Folha SA 21-Z-C, da Folha SA.21-X-C O domo esvaziado existente a sudeste
com localização sudeste na unidade morfoestrutural, da Folha SA.21-X-D, no município de Monte Alegre
colinas com ravinas e vales encaixados (crv), constituindo (Est 111.2), em sua parte central, está aplainado sobre
estas formas exceção diante da generalização dos tal- rochas básicas, fato que favorece o desenvolvimento da
vagues incipientes A conservação da superfície de aplai- agricultura na área (Est IV 1) As bordas do domo de
namento nestas áreas e a incipiência no entalhe de tal- Monte Alegre configuram-se como relevos pseudo-apala-
vagues são condições muito favoráveis para sua ocupação chianos, onde se mapearam cristas (k) alinhadas e para-
e conseqüente aproveitamento econômico A instalação de lelas além de colinas e ravinas (cr)
grandes projetos neste trecho de SA 21-Santarém deman-
dará estudos detalhados, principalmente onde aparecem Na parte norte da unidade observam-se rebordos abruptos
características de inundação, fato que será referido na voltados de maneira geral para norte São os fronts de
parte do relatório dedicada às Aplicações Práticas cuestas desdobradas em diferentes camadas da litologia
paleozóica, com reverso caindo para sul Nas proximi-
O contato entre o Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio dades do rio Curuá, tanto em sua margem direita como
Amazonas) e a Planície Amazônica ocorre eventualmente esquerda, a imagem de radar registrou manchas com tom
com escarpas de falha Um exemplo deste fato localiza-se cinza-claro inseridas na superfície de aplainamento con-
entre Paríntins e a lagoa do Poção, nas proximidades da servada (Espp) Em sobrevôo foram constatados os ala-
foz do rio Juruti gados aí existentes, com Formação Pioneira responsável
pela diferenciação de tonalidade na imagem de radar Fato
4.3 2 - Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio AfTla- semelhante, em menor proporção, ocorre às margens do
zonas) - lado norte na Sinéclise do Amazonas rio Maicuru (Est. IV 2)

Ocupando trecho menor do que a unidade descrita ante- No extremo oeste da unidade, na Folha SA 21-X-C loca-
riormente, o Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio liza-se o lago Erepecu que tem aproximadamente 35km de
Amazonas) na margem esquerda do rio Amazonas esten- extensão na direção E-W, ligado diretamente a sul com o
de-se entre os paralelos de 01 °00' e 02°00'8 Limita-se a rio Trombetas O lago Erepecu é cortado na parte central
norte com os relevos residuais da borda norte da Siné- por dique de diabásio de direção SW-NE que ·aparece na
clise do Amazonas, a exemplo do que acontece com a imagem de radar, desde a margem sul do lago até a
serra Azul, próxima dos 54°00'W. A oeste, o rio Trombetas margem direita do rio Acapu, afluente pela margem direita
separa-a do Planalto Dissecado Rir, Trombetas-Rio Negro; do rio Paru de Oeste ou Cuminá ou Erepecuru, impri-
a sul, nas proximidades de Monte Alegre, Alenquer, Ori- mindo-lhe direção em trecho de aproximadamente 5km
ximiná e Óbidos limita-se com a Planície Amazônica e a À montante, às margens do rio Acapu, ocorrem diversos
leste foi identificada na Folha SA.22-Belém, por Barbosa, vales com foz afogada, sem colmatagem expressiva O
Rennó e Franco (1074) com denominação de Planalto Re- "igarapé" Ariranha, afluente do rio Paru de Oeste pela
baixado da Amazônia (Baixo Amazonas). A litologia refe- margem esquerda, deságua próximo da foz do rio Acapu.
rente ao lado norte da Sinéclise do Amazonas, no Planalto Os dois rios cortam a depressão ortoclinal formando lago
Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas), é predominan- antes da confluência com o rio principal.
temente sedimentar, das formações paleozóicas, ocorren-
do também sedimentos terciários da Formação Barreiras
(vide l-Geologia); os solos característicos da unidade são 44 - Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro
os Latossolos Amarelos (vide 111-Pedologia) cobertos por
Floresta Aberta com Palmeiras e Floresta Densa (vide Esta Unidade Morfoestrutural com áreas de planaltos
IV-Vegetação). Em sua parte norte, penetra o rio Curuá que dissecados registrou-se, pela primeira vez, no presente
se dirige a princípio para NW-SE cortando sedimentos mapeamento Limita-se a norte com os relevos residuais

GEOMORFOLOGIA /149
da borda norte da Slnéclise do Amazonas, próximos do Os principais rios que drenam a área são o Nhamundá,
paralelo de 02°00'S. A sul os vales afogados dos rios Urubu , Uatumã, Jatapu e Preto da Eva, que estão ali-
Nhamundá, Uatumã, Anebá e Urubu situam-se em seu nhados geralmente na direção NW-SE, e os tributários de
limite com a Planície Amazônica, nas proximidades da primeira ordem na direção NE-SW. Os rios Urubu e Preto
rodovia AM-01 O que liga Manaus a ltaquatiara A leste da Eva possuem vales de fundo chato com seus leitos
desta unidade de relevo está o rio Trombetas que a separa atuais divagando e descrevendo meandros mal calibrados
do Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas) e a (Est. V.1 ). Outrossim, os rios Jatapu, Uatumã e Nhamundá
oeste prolonga-se para a Folha SA 20-Manaus, contígua apresentam feições diferenciadas. Em sobrevôo observa-
à SA.21-Santarém Sua denominação definiu-se a partir se ao longo de suas partes marginais a ocorrência de
de diversos nomes, entre os quais Planalto Dissecado pequenos lagos isolados Suas margens são planas, apre-
Amazon as-Pará, Planalto Dissecado Nordeste de Manaus sentando pouco caimento em direção à calha dos rios
e Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro. O pri- (Est v 2)
meiro nome indicaria a posição geográfica do Planalto
abrangendo terras dos Estados do Amazonas e do Pará, Nas proximidades da foz, o rio Jatapu assemelha-se ao rio
que possuem como limite interestadual o rio Nhamundá Trombetas, apresentando diques aluviais que acompa-
Sua desvantagem é permitir a idéia de que o Planalto nham o curso do rio e que multas vezes colocam-se como
ocupa grande parte das terras pertencentes aos dois barreiras, entre as quais o rio corre paralelamente, con-
estados, fato que não se configura, pois sua extensão é forme a fi gura 4 A nordeste da unidade entre os rios
mais restrita. No caso de Planalto Dissecado Nordeste de
Manaus, poder-se-ia permitir a idéia de restrição da área
ocupada pela unidade às proximidades de Manaus Mesmo
não se estendendo por todo o interflúvio Rio Trom-
betas-Rio Negro, sendo entretanto limitado pelo baixo
curso desses dois canais fluviais , preferiu-se essa deno-
minação Quanto à qualificação de dissecado, deriva do
fato de as áreas aplainadas conservadas serem extrema-
mente reduzidas e, quando ocorrem, localizarem-se nos
interflúvi os Sua altimetria oscila entre 120 e 170m, regis-
trada no trecho rodoviário entre Manaus-ltaquatiara As
menores altitudes registradas foram no vale do rio Preto da
Eva, SOm, e às margens do rio Urubu, 60m A unidade de
relevo distribui-se em SA 21-Santarém sobre o lado
norte da Sinécllse do Amazonas As formas de relevo são
talhadas em rochas sedimentares terciárias, pertencentes
á Formação Barreiras (vide l -Geologia), com solos do tipo
Latossolo Amarelo (vide 111-Pedologia) coberto por Flo-
resta Densa (vide IV-Vegetação) Os rios Nhamundá, Ja-
tapu , Uatumã e Preto da Eva atravessam o Planalto Dis-
secado Rio Trombetas-Rio Neqro na direcão NW-SE.
compartimentando-o em grandes interftúvios

As condições geomorfolól)icas deste Planalto refletem a


intensa atuação dos processos erosivos, resultando uma
grande faixa de dissecação em interflúvios com encostas
ravinadas (inr), interflúvlos tabulares (it), lntertlúvios tabu-
lares com drenagem densa (ltd), colinas e ravinas (cr)
Localmente ocorrem superfícies tabulares (Estb) ocupando
posição altimétrica mais elevada em relação aos relevos
dissecados próximos As colinas estão melhor represen-
tadas nas Folhas SA.21-X-C e SA 21-Y-A No município de
Orlximiná as formas de topo aplainado com crosta bauxi-
tlca são exploradas economicamente

De maneira geral a rede de drenagem apresenta padrão do


tipo dendritico, assinalando-se capturas fluviais Eventual-
mente ocorrem drenagens com feições distintas que re-
presentam anomalias dentro do conjunto. lJm exemplo
localiza-se no lnterftúvio dos rios Nhamundá e Jatapu,
mais precisamente numa das margens do rio Piratucu, na
Folha SA.21-Y-B. Comparado ao modelo de padrões de
drenagem propostos por Howard (1967), qualifica-se como
dendritlco com enclave rad ial anular (Fig. 15). Uma se-
gunda anomalia, posicionada no interflúvio dos rios Urubu - - PalecH:4nal ~ -u.. · Rebordo erosivo
e Ua!umã, apresenta padrão composto, radial-anular-
centripeda, combinando-se dois modelos básicos, para os 11I I I I- Dique aluvial
padr~es de drenagem do mesmo autor. Flg 4 - Olques Aluviais do Rio Jatapu

150/ GEOMORFOLOG.IA
Trombetas e Nhamundá o radar imageou uma área extre- apresentam-se com rebordos erosivo~ •. entreta~to em
mamente dissecada que ocorre nas proximidades do alguns trechos term·inam com fraca declividade, unmdo-se
contato litológico entre os sedimentos paleozóicos e ter- com relevos já dissecados. O "Platô de Belterr~". volta-se
ciários, onde a densidade da drenagem proporcionou para oeste com vertente erosiva de forte declividade. A
formas colinosas e vales encaixados. parte inversa desta superfície tabular possui fraca decli-
vidade para leste, misturando-se às formas de. relevo
45 - Planalto Tapajós-Xingu dissecado Entre as formas tabulares ocorrem fa1xas de
áreas com relevos dissecados em interflúvios tabulares (it),
O Planalto Tapajós-Xingu, identificado por Barbosa, interflúvios tabulares com drenagem densa (ítd) e, em
Rennó e Franco (1974), estende-se a sudeste da Folha menores proporções, dissecados em colinas e ravinas (cr)
SA 21-Santarém Limita-se a norte com a Planície Ama- compreendidas em faixas alongadas entre a superfície
zônica, eventualmente apresentando rebordos erosivos, tabular onde se localizam Belterra e o rio Curuá-Una
fato que se generaliza nas proximidades do rio Tapajós; a
sul o limite com o Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio
Amazonas) é gradativo. Na parte central, esta unidade é 4.6 - Planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas
atravessada pelo paralelo de 03°00'S e a oeste é cortada
pelo rio Tapajós que, na direção SSW-NNE, separa-a em Esta unidade de relevo tem forma alongada e semicircular,
duas partes com direção W-E, representada por relevos residuais eleva-
dos pertencentes a um setor de borda norte da sinéclise do
A parte ocidental deste planalto ocupa a área imageada a rio Amazonas. A parte sul da sinéclise não aparece neste
partir da margem direita do rio Tapajós, com altitudes mapeamento. Em sua parte mais ocidental, em SA.21-San-
oscilando entre 120m e 170m, constituindo-se de sedi- tarém, localiza-se a serra Azul com relevos de forma
mentos terciários da Formação Barreiras, depositados tabular O trecho mais setentrional ocorre nas proximida-
sobre a Sinéclise do Amazonas O principal rio que drena des da confluência do rio Cachorro com o rio Trombetas no
esta parte da unidade morfoestrutural é o rio Curuá-Una, paralelo 01 °00'N O Planalto da Bacia Sedimentar do
recebendo pela margem direita o rio Curuá do Sul como Amazonas, de Barbosa, Rennó e Franco (1974), tem, em
principal afluente Nas Folhas SA 21-Z-B e SA 21-Z-0 SA 21-Santarém, limites a norte com a Depressão Periféri-
localizam-se os fundos chatos dos vales desses rios Seus ca do Norte do Pará, de maneira geral, e, eventualmente.
meandros mal calibrados apresentam, em certos trechos, com o Planalto Dissecado da Amazônia quando este
inflexões bruscas de pequena amplitude Um exemplo interrompe a Depressão Periférica. A sul a delimitação é
disto ocorre no rio Curuá-Una, próximo à hidrelétrica do efetuada com o Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio
mesmo nome (Est Vl.1) Neste caso observa-se que a Amazonas) entre o rio Trombetas e a serra Azul, e com o
espessura de crosta ferruginosa utilizada como material de Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro, entre os rios
construção na barragem obrigou variações na direção do Trombetas e Urubu, alongando-se para SA.20-Manaus. a
rio Embora cortada pelo rio Tapajós, os rios pertencentes · oeste do presente mapeamento Suas altitudes estão entre
a esta unidade são afluentes diretos do rio Amazonas Nas as cotas dos 300 e 350m.
proximidades do rio Tapajós o desnível existente do Pla-
nalto Tapajós-Xingu para a sua m<J.rgem é de aproxima- Em alguns trechos, como por exemplo às margens dos rios
damente 150m Nesta área o caimento da superfície de Trombetas e Curuá, o Planalto da Bacia Sedimentar do
aplainamento é para leste, conforme a figura 12 Amazonas é interrompido, ocorrendo a ligação da Depres-
são Periférica e do Planalto Rebaixado da Amazônia (Mé-
A parte oriental da unidade morfoestrutural ocupa menor dio Amazonas)
espaço geográfico e caracteriza-se fundamentalmente por
relevo residual da Superfície Tabular (Estb) com aproxi- Esta unidade corresponde à borda norte da Sinéclise do
madamente 1OOkm de norte a sul e alguns outros de menor Amazonas, constituída de litologia sedimentar paleozóica
extensão. Limita-se a leste, oeste e sul com o Planalto (vide l-Geologia) e solos do tipo Latossolo Vermelho Ama-
Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas), sendo que relo (vide 111-Pedologia) coberto por Floresta Densa (vide
neste caso os limites são geralmente mais marcados e IV-Vetação) É uma área de pouca largura e muita extensão.
foram mapeados como rebordos erosivos Geralmente as locada entre os sedimentos terciários, a sul representados
formas de relevo limítrofes desta unidade fundem-se, gra- pela Formação Barreiras e a norte pelas litologias pré-cam-
dualmente, com o Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio brianas (vide l-Geologia), estas constituintes da Depressão
Amazonas), dificultando sua delimitação Periférica do Norte do Pará.
Nesta parte oriental do Planalto Tapajós-Xingu, as alti-
tudes tiimbém oscilam entre 120 e 170m e as formas de Na Folha SA.21-X-D a forma da unidade é, aproximada-
relevo são talhadas em sedimentos da Formação Barreiras mente, de uma letra V assimétrica, cujo vértice é estabele-
(vide l-Geologia). Ocorrem solos com predominâncias de cido no rio Maicuru que atravessa a unidade, apresentan-
Latossolos Amarelos com diferentes texturas (vide do-se encaixado (Est.IV.2). A partir do rio Maicuru, com
111-Pedologia) recobertos por Floresta Densa (vide direção leste, a unidade é dissecada por drenagP.m pouco
densa, originando interflúvios tabulares (it), incluindo al-
IV-Vegetação). Sua maior parte está imageada na Folha
SA.21-Z-B, com caimento da superfície para oeste a partir guns relevos cuestiformes Muitas dessas formas apresen-
da margem esquerda do rio Tapajós tam-se com encostas ravinadas (nr) (Est.Vll.1). A oeste do
rio Maicuru, até o rio Curuá, as formas de mesa (m) são
Esta unidade do relevo em SA.21-Santarém apresenta-se contínuas, entretanto, registram-se algumas cristas (k)
com extensas superfícies de forma tabular, mapeadas com direção preferencial SW-NE. Nas proximidades do rio
como superfície tabular erosiva (Estb), conhecidas e Cuminapanema, a oeste da Folha SA.21-X-D, e no extremo
denominadas na região como "platôs". Um exemplo re- leste da Folha SA.21-X-C, o Planalto da Bacia Sedimentar
presentativo é o "Platô de Belterra". As formas tabulares do Amazonas apresenta grande declividade, aproximando-

GEOMORFOLOGIA/151
se da altitude de 200m, correspondente à da Depressão A pariir da margem direita do rio Trombetas a unidade
Periférica do Norte do Pará, assumindo forma de interflü- morfoestrutural é cortada pelo rio Mapuera que a acompa-
vios tabulares (it), com drenagem incipiente. Em direção nha durante aproximadamente 70km Nesse trecho as
oeste a unidade eleva-se novamente, embora dissecada A formas residuais voltam a ser espalhadas e a área é
ligação das vertentes, no topo desses dissecados, não densamente drenada, resultando interflúvios tabulares
ocorre com grande angulosidade; constataram-se em so- (itd) Entre os rios Mapuer.a e Nhamundá mapearam-se a
brevôo o alongamento e a forma convexa desses relevos superfície tabular (Estb) e interflüvios tabulares (it). As
que a 1 .1 000 000 são mapeados como cristas (k). encostas ravinadas (nr) foram mapeadas no interflúvio
dos rios Jatapu e Nhamundá. Às margens do rio Jatapu o
Entre os rios Pa.ru de Oeste e Trombetas ocorrem cuestas e mapa geológico (vide l-Geologia) mostra aluviões localiza-
também superfícies tabulares (Estb), às vezes dissecadas, das sobre os terraços fluviais (Atf) A partir do rio Jatapu
configurando-se em interflúvios tabulares (it) e/ ou inter- para oeste o Planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas
flúvios abaulados (ia) À margem esquerda do rio Trombe- apresenta feições semelhantes às do Planalto Dissecado
tas, nas proximidades de Cachoeira Porteira, a imagem de Rio Trombetas-Rio Negro. São algumas formas da superfi-
radar registrou um relevo de cuesta com reverso conserva- cie tabular conservada (Estb) e dissecados em inlerflúvios
do e alongado na direção norte-sul, com fraco caimento tabulares (it), com entalhe da drenagem em vales de fundo
para sul (Fiç 5) chato com distâncias consideráveis entre os interflüvios
Os rios Uatumã, Jatapu e Nhamundá tiveram suas margens
alargadas e definidas como terraços fluviais (Atf) As
margens dos rios Trombetas e Mapuera também são
alargadas, entretanto, foram mapeadas como superfície de
aplainamento (Espp) prolongada da Depressão Periférica
do Norte do Pará

As ravinas são constantes nas vertentes das formas per-


tencentes ao Planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas
Os interflüvios, principalmente no trecho entre os rios
Mapuera e o extremo oeste da Folha SA.21-Santarém,
independentemente das formas que possuem, apresen-
tam-se com vertentes ravinadas Analisando-o de leste pa-
ra oeste, de SA 22-Belém até SA 20-Manaus, o Planalto
perde altitude e os sedimentos da Formação Barreiras
chegam até ele nos limites com o Planalto Dissecado do
Rio Trombetas-Rio Negro

O mergulho das litologias paleozóicas em direção da


calha amazônica caracteriza a borda nor•e da Sinéclise do
Amazonas, imprimindo-lhe relevo cuestiforme desdobrado
que acompanha toda a Folha SA 21-Santarém de leste a
oeste

47 - Planalto Dissecado Norte da Amazônia

Esta unidade de relevo foi identificada e caracterizada por


Franco, Dei'Arco e Rivetti (1975) e posteriormente por
Costa & Melo (1976). Sua denominação manteve-se em
SA 21-Santarém , pela similitude das formas de relevo e de
altimetria relativa, além da continuidade espacial que
apresenta das áreas citadas para esta No conjunto de sua
distribuição espacial, este planalto é das mais extensas
unidades mapeadas na Folha SA 21-Santarém Penetra
pela parte setentrional desta Folha e se prolonga para sul
até o contato com relevo plano e mais baixo que constitui a
Depressão Periférica do Norte do Pará, com a qual se
limita também a leste. A noroeste seu limite é feito com o
Pedlplano Rio Branco-Alo Negro e a ocidente prolonga-se
para a Folha contígua SA 20-Manaus.

De modo geral, as altitudes deste Planalto oscilam entre


400 e 500m, posicionando-se no bloco que constitui o
Craton Guianês, de lssler et alii (1974). As formas de relevo
são talhadas em rochas pré-cambrianas de origem vulcâni-
ca, subvulcânica e metamórfica, representadas por rioli-
~ ~ - "Fronf" de "cuesta" tos, granitos, granodioritos, gnaisses, migmatitos e areni-
tos arcosianos (vide l-Geologia) O Latossolo Vermelho
- Limite de forma de relevo
Amarelo (vide 111-Pedologia) é recoberto por Floresta Densa
Flg 5 - Cuesta na Borda Norte da Sinécllse do Amazonas (vide IV-Vegetação).

1521 GEOMORFOLOGIA
do Pltinga, com partes de seus flancos apresentando-se
em hog-baci<.Os rios, em certos trechos, assumem caráter
ortocllnal, como por exemplo o rio Uatumã, na Folha
SA.21-V-A, que, superimpondo-se pela parte periclinal da
Sincllnal do Pitinga, corre paralelo à direção das camadas.
O mesmo fenômeno se repete para o rio Nhamundà, na
Folha SA.21-V-A, que em alguns locais alinha-se na dire-
ção de camadas que correspondem à estrutura com forma
de hog-bacl<. Neste trecho mapearam-se os relevos res idu-
ais talhados em arenitos pertencentes ao Grupo Roraima
(vide l-Geologia).

As partes mais baixas do Planalto Dissecado Norte da


Amazônia caracterizam-se por intensa dissecação, com
drenagem muito densa, resultando formas em colinas (c),
colinas e vales (cv) e em colinas, ravinas e vales (crv). Estas
formas convexas representam-se bem no interflúvio entre
os rios Trombetas e Paru de Oeste ou Erepecuru, na Folha
SA.21-X-A . Aparecem também, com freqüência, nas proxi-
\.l.-J..I- ......,_ • Rebordo e ro$~>• midades da estrutura circula r de Maecuru , em SA.21-X-B,
com índices diferentes na dissecação. A estrutura de
Fig 6 - Aplainamento Conservado no Topo do Planalto Dissecado Norte
da AmazOnla
forma circular (Fig. 7} apresenta inúmeros lagos localíza-
dos no topo, correspondendo a feições geomorfológicas
Quando visualizadas em conjunto, as feições de relevo que do tipo pseudokárstico (Est VIl 2 e Est VIII 1)
compõem esta unidade apresentam , em certos trechos,
variações morfológicas e de altimetria relativa. A escala de
mapeamento 1 :1.000.000 grupou-as, não permitindo deli-
mitação de outra unidade morfoestrutural. Esses trechos
mais rebaixados penetram entre os relevos mais eleva-
dos, isolando-os e dando-lhes aspecto de residuais de
uma superfície de aplainamento (Fig 6) As fe ições mais
baixas assumem, neste caso, caráter lnterplanàltlco. O
conjunto elevado, com altítudes superiores a 400m , apre-
senta formas de topos planos conservados, mapeados
como interflúvios tabulares (it), interflúvios abaulados (la) e
superflcies tabulares erosivas (Estb). Representam-se me-
lhor nas Folhas SA.21-V-A , SA 21-V-B e SA.21-X-B,
ocupando respectivamente maiores extensões. Correspon-
dem a áreas afetadas por intensa ação tectônica refletida
pelos pares conjugados de fraturas e falhas com direções Crv
gerais SW-NE e SE-NW Apresentam rede de drenagem
pQ!JCO densa, geralmente orientada e adaptada aos alinha-
méntos estruturais Por isto, os rios Curuá e Mapuera, que
penetram na área com direção N-S, infletem bruscamente
para NW-SE. .
L pd • Pedlmento o ·la<,JOS
Os principais rios que drenam o Planalto Dissecado Norte Crv • Colinas vales e ravinas ...__ .-r<~ · rios
da Amazônia são: Paru de Oeste ou Erepecuru, Curuà,
6
Trombetas, Mapuera, Nhamunt;lá e Uatumã. Possuem o ' o ' • Estrutura circular elevada Interiormente erodita
vales encaixados e meandros mal calibrados, por vezes Flg 7 - Serra do Maicuru
apresentando trechos com cachoeiras adaptadas a falhas e
fraturas. Próximo ao rio Paru de Oeste ou Erepecuru, pela 48 - Pediplano Rio Branco-Rio Negro
margem esquerda, na Folha SA 21-X-A, vista em sobrevôo
e com maior nitidez na imagem de radar, é significativa a Mapeado e denominado por Franco, Dei'Arco e Rivetti
ruptura de declive resultado de falhamento ocorrido nE:ste (1975) e pos~eriormente por Costa & Melo (1976), o Pedi pla-
conjunto de relevo. O bloco mais elevado, neste exemplo, no Rio Branco-Rio Negro penetra a noroeste da área
apresenta uma escarpa de forte declive voltada para su- SA 21-Santarém, nas proximidades do paralelo de 00°00' e
doeste, onde as formas são mais conservadas. Na parte do meridiano de 60°00'W, constituindo-se em sua menor
reversa desta superfície, a drenagem do alto curso do rio unidade de relevo Limita-se a leste e sul com o Planalto
Cuminapanema apresenta-se com alguns vales dissimétri- Dissecado Norte da Amãzônla, estendendo-se a oeste para
cos, e vales mortos que sugerem cap'turas. a área referente à Folha SA.20-Manaus. Abrange as partes
noroeste e centro-norte da Folha SA.21-V-A. As bacias
Na parte nordeste da área mapeada, Folhas SA.21-V-A e hidrográficas dos rios Negro e Branco não drenam esta
SA.21 V-C, os blocos do Planalto Dissecado Norte da Ama- unidade; entretanto, a continuidade e a semelhança de
zônia apresentam aspecto de relevo pseudo-apalachiano. características da área, comparando-a com as mapeadas
São estruturas dobradas cujos aspectos geomorfológicos anteriormente, permitiram manter sua denominação. Em
caracterizam-se distintamente, destacando-se a Sinclinal SA 21-Santarém registram-se alguns trechos da superfície

GEOMOAFOLOGIA/153
de aplainamento rebaixada e conservada, talhada em ro- IV-Vegetação), enquadram a área no sistema intertropical
chas graníticas, subvulcânicas, de idade pré-cambriana úmido onde as ações química e bioquímica comandam a
(vide l-Geologia), com solos do tipo Podzólico Vermelho morfogênese. Nesta área de mapeamento, o "Domínio das
Amarelo (vide 111-Pedologia) e cobertos por Floresta Densa terras baixas florestadas da Amazônia", Ab'Sáber (1967a),
(vide IV-Vegetação). pode ser subdividido em dois Domínios Morfoclimáticos e
duas faixas transicionais, conforme a figura 8, aproveitan-
A densidade da drenagem com talvegues pouco aprofunda- do-se dos mapas Fitoecológico e Geomorfológico como
dos resultou em formas de colinas (c) que contrastam com recursos técnicos e seguindo-se os parâmetros propostos
as áreas planas, altimetricamente mais baixas, que acom- pelo referido autor. Segue-se a caracterização de cada uma
panham o rio Jatapu e alguns de seus afluentes. dessas unidades.

A principal bacia hidrográfica que drena esta unidade


morfoestrutural é a do rio Jatapu, que corta a Folha 51 - Domínio Morfoclimático em Planaltos Dissecados
SA 21-V-A no sentido N-S Constataram-se através de e Áreas Pediplanadas
sobrevôo, com linha de vôo acompanhando grande parte
doalto curso deste rio, onde corta a litologia pré-cambria- Estende-se pela maior parte da área SA 21-Santarém,
na, seus encaixamentos e sua adaptação à estrutura e à prolongando-se às quatro Folhas contíguas A oriente foi
litologia. Em muitos trechos o vale é assimétrico e forma registrada por Barbosa, Rennó e Franco (1974), na posição
numerosas ilhas; eventualmente na margem plana do vale setentrional por Costa & Melo (1976), na parte meridional
r<Jgistram-se dissecados em colinas (c) por Ventura, D'Avila e Barbosa (1975) e para ocidente
penetra em SA 20-Manaus Observando-se o espaço ocu-
Esparsos pela unidade observam-se relevos residuais mais pado por este Domínio nas Folhas já publicadas, verifi-
elevados, correlacionados altimétrica e geomorfologica- ca-se que a tendência é de sua ampliação à medida que o
mente com o Planalto Dissecado Norte da Amazônia Em mapeamento se dirige para ocidente Em SA.21-Santarém
sua superfície identificam-se colinas e pontões (cp) Entre ocupa área superior a 240 OOOkm2, correspondendo a
essas concentrações de relevos residuais elevados o Pedi- aproximadamente 85% do total, conforme a figura S As
plano Rio Branco-Rio Negro assume aspecto de interpla- condições pluviométricas da área registraram entre 10 e 25
náltico dias biologicamente secos no ano e temperatura média do
mês mais frio superior a 15° C (vide IV-Vegetação) Esta
situação confirma-se pela Floresta Densa típica do sistema
lntertropical úmido As litologias distribuídas pela área
5 - UNIDADES MORFOCLIMÁTICAS são extremamente variadas A partir do extremo norte de
SA 21-Santarém em direção ao rio Amazonas, encontram-
A reunião de dados fitogeográficos e climatológicos (vide -se as rochas pré-cambrianas ácidas e intermediárias com-
IV-Vegetação), pedológicos (vide 111-Pedologia) e litológi- ponentes do Planalto Dissecado Norte da Amazônia e De-
cos (vide l-Geologia) possibilita compartimentar na escala pressão Periférica Norte do Pará, em seguida os sedimen-
1 1 000 000 os Domínios Morfoclimáticos e as Faixas de tos paleozóicos no Planalto da Bacia Sedimentar do
Transição ao longo da área mapeada Dispondo desses Amazonas e posteriormente os sedimentos terciários da
dados faz-se possível uma análise das formas de relevo e Formação Barreiras (vide l-Geologia), no Planalto Disse-
das condições ambientais que submetem a área referente à cado Rio Trombetas-Rio Negro Ás margens do rio Ama-
SA 21-Santarém, ainda que carentes de melhores detalhes zonas, circundada pelo Domínio Morfoclimático em Pla-
sobre as formações superficiais naltos Dissecados e Áreas Pediplanadas, localiza-se uma
Faixa de Transiçãp em Planície Aluvial Da margem direi-
A divisão das unidades morfoestruturais salienta para a ta do rio Amazonas para su I ocorre novamente a Formação
área oito grandes compartimentos baseados em altimetria Barreiras ainda no Planalto Rebaixado da Amazônia (Mé-
relativa e similitude de formas de relevo Tentando-se a dio Amazonas) e no Planalto Tapajós-Xingu Os solos re-
explicação dessa variedade de formas do relevo observa- gistrados neste domínio morfoclimático são, de maneira
se, de início, que elas ocorrem sobre as mais diversas geral, os Lotossolos Vermelho Amarelo e Podzólico Verme-
litolqgias As áreas de aplainamento conservado (Espp), lho Amarelo coincidindo com as faixas de litologia pré-
por e).(emplo, registram-se no Planalto Dissecado Norte da cambriana e paleozóicas e os Latossolos Amarelos coinci-
Amazônia, elaboradas em rochas pré-cambrianas, no Pla- dindo com os sedimentos terciários (vide 111-Pedologia)
nalto Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas), em
sedimentos paleozóicos e terciários; no Planalto Tapajós- O mapeamento das colinas (c), características de áreas
Xingu, em sedimentos terciários. Igual situação acontece densamente drenadas, combina claramente com as condi-
com as colinas (c), mesas (m), interflúvios tabulares (it) e ções morfogenéticas, assim como com os processos
ravinas (r). As diferentes formas de relevo em mesmo tipo pedogenéticos que, ligados à litologia, desenvolvem gran-
litológico são explicadas muitas vezes pelo controle estru- des espessuras de alteritos argilosos, possibilitando enta-
tural. Um exemplo é o direcionamento da drenagem de rios lhamento deis talvegues no sistema morfoclimático inter-
como Tapajós, Jatapu, Uatumã, Urubu e Preto da Eva. Por tropical úmido (Est VIII 2) Acrescente-se que as colinas
outro lado a análise das condições climáticas explica repetem-se sobre as litologias poli metamórficas e vulcâni-
grande quantidade de fatos. A Folha SA.21-Santarém cas do P-ré-Cambriano e sobre os sedimentos paleozóicos
enquadra-se em uma única região climática, conforme a e terciários Por outro lado, os fatos relacionados a seguir
classificação de Bagnouls & Gaussen (vide IV-Vegetação), são comprobatórios da influência exercida nessas áreas
a Xeroqui.mênica, representada pela sub-região Subterma- pelas flutuações climáticas que ocorreram durante o Qua-
xérica. As temperaturas são sempre elevadas, superiores a ternário
o
15 o no mês mais frio, e variação de 1 dias, ao máximo
de 40 dias biologicamente secos durante todo o ano (vide - o mapeamento em grande extensão territorial da super-

154/ GEOMORFOLOGIA
o 55 110 km
'-------'---------'
I
!::···•.:.·>..•....·:".•: ..:. :I Domfnio Morfoplimático em Planaltos
Dissecados e Areas Pediplanadas
D Faixa de Transição
em Planfcie Fluvial

ficie de aplainamento conservada (Espp) e de interfluvios


tabulares (it), indiscriminadamente, nas unidades morto-
Domfnio Morfoclimático em
Planfcies Inundáveis

Fig 8 - Unidades Morfoclimáticas - Faixa de Transição em


Areas Pediplanadas

superfície de aplainamento mais elevada do Planalto Dis-


secado Rio Trombetas-Rio Negro,
estruturais de SA 21-Santarém,
- o entalhe incipiente da drenagem em muitos trechos da
- o mapeamento de residuais do aplainamento no topo
área, principalmente no Planalto Rebaixado da Amazônia
do Planalto Dissecado Norte da Amazônia, de Costa &
(Médio Amazonas), em sedimentos da Formação Barrei-
Melo (1976), prolongando-se no presente mapeamento,
persistindo mais elevados do que os dissecados, e com ras, configurando interfluvios tabulares sem que houvesse
forma aplainada conservada no topo; tempo suficiente para tornar convexas suas arestas;

- a abertura da Depressão Periférica do Norte do Pará por - os dois níveis de aplainamento no Planalto Tapajós-
circundesnudação em tempo Neo-Pieistocênico e a con- Xingu, um datado como Plio-Pieistocênico e outro Neo-
servação de trechos planos elaborados por essa fase de Pieistocênico, e seus desmontes efetuados com resulta-
aplainamento, dos morfológicos diferenciados, a exemplo do que aconte-
ce com o rio Juruti (Fíg. 10 e Fig. 11);
- o mapeamento de inselbergs nos diversos níveis de
aplainamento registrados na área, principalmente na De- - os afluentes do rio Juruti assinalando um padrão de
pressão Periférica e no Planalto Dissecado do Norte da drenagem que se entalha em toda a vertente, contrastando
Amazônia (Est.IX.1 ); com o aplainamento Plio-Pieistocêníco, do topo que está
nitidamente conservado, elaborado no mesmo tipo litoló-
- os encouraçamentos bauxíticos em relevos residuais da gíco (Fig. 18).

GEOMORFOLOGIA/155
Todos esses fatos enumerados são suficientes para se Ressalte-se que em estruturas geológicas propícias foram
reconhecer que o equilíbrio geomorfológíco estabelecido mapeadas cristas e escarpas abruptas; as Folhas SA.21-
pelas condições atuais, próprias do Domínio Morfocli- X-A e SA.21-X-D têm exemplos deste fato.

As áreas mapeadas como superfície de aplainamento


conservada (Espp) e as formas mapeadas como superfície
tabular (Estb), além dos inselbergs (Ei) (Est IX.1), são
consideradas como formas herdadas e elaboradas em
condições paleoclimáticas mais secas do que o clima
atual Desta maneira, as formas mais altas, aplainadas e
conservadas, mapeadas no Planalto Dissecado Norte da
Amazônia são correlacionadas ao aplainamento mais ele-
vado identificado por Costa & Melo (1976) (Fig. 6). O relevo
aplainado e conservado do Planalto Tapajós-Xingu é de
responsabilidade do aplainamento Plio-Pieistocênico
Nestas mesmas unidades morfoestruturais está o Pedi-
plano Neo-Pieistocênico em nível altimétrico mais rebai-
xado Toda essa seqúência de fatos define as oscilações
climáticas que atuaram neste Domínio Morfoclimático em
Planaltos Dissecados e Áreas Pediplanadas, de SA 21-
Santarém (Est IX 2) Tricart (1975), analisando os dife-
rentes índices de dissecação imageados nas Folhas SA 21-
X-C e SA 21-Z-A, considerou que as formas de aplai-
namento mais elevadas são conservadas por encouraça-
mento Este é o aplainamento elaborado em litologias
sedimentares da Formação Bàrreiras que Barbosa, Rennó
e Franco (1974) chamaram de Nível Pós-Barreiras e que em
SA 21-Santarém datou-se como Plio-Pieistocênico O
referido autor acrescenta que após o Mio-Piioceno ins-
talou-se o período úmido, ao qual atribuiu as intensas
dissecações que contrastam com o aplainamento conser-
vado Ainda Tricart (1974) considera que durante o Quater-
Domínio Morfoclimático em Planaltos Dissecados e Areas Pedi planadas
nário, nesta área próxima de Obidos, Oriximiná e Santa-
rém, ocorreram importantes oscilações climáticas até
atingir o atual estágio de equilíbrio ecológico, chamado de
D Faixa de Transição em Planície Fluvial Fitostasia Para o Território de Roraima, Franco1 Dei'Arco e
Rivetti (1975) dataram a fase de dissecação como halo-
cênica
[81 Faixa de Transição em Areas Pediplanadas
Para os dissecados em ravinas (r) que ocorrem sob Flo-
resta Densa em SA 21-Santarém, propõe-se que também
- - Domínio Morfoclimático em Planícies Inundáveis correspondam a formas herdadas A capacidade protetora
dos vegetais e o aproveitamento que fazem da umidade
Fig 9 - Percentagem dos Domínios Morfoclimátícos e Faixas de precipitada dificultam, pelo menos em vertentes de fraca
Transição declividade, a atuação dos processos mecânicos respon-
sáveis por ravina~ento O certo é que em SA 21-Santa-
mático em Planaltos Dissecados e Áreas Pediplanadas, é rém no Domínio Morfoclimático em Planaltos Dissecados
extremamente incoerente com as condições gerais da e Áreas Pediplanadas há generalização de ravinas (r) Para
geomorfologia Sioli & Klinge (1964), os rios de águas claras (límpidas e
transparentes) como o Tapajós não demonstram grande
As superfícies de aplainamento conservadas muitas vezes capacidade de transporte Essa coloração da água é res-
aparecem próximas de áreas em colinas (c) e as condições posta ao transporte de matéria orgânica em suspensão
litológicas, climáticas e da vegetação são semelhantes O fato desses rios terem pouca capacidade de transporte,
O Planalto Dissecado Norte da Amazônia tem vários regis- atualmente, é significativo para a proposição de que as
tros deste fato. Isto é indicação de que as duas formas vertentes ravinadas são herdadas de tempo geológico
foram elaboradas em condições climáticas diferenciadas muito próximo do atual Em NA 21-Tumucumaque, Costa
O sistema intertropical úmido vigorante tende a elaborar & Melo (1976) consideraram as ravinas como parcialmente
formas convexas. Nas áreas de litologias graníticas, por coerentes com as condições climáticas atuais. Salien-
exemplo, as condições são propícias á alteração química taram ainda que os topos aplainados estão em desacordo
com formação de espesso manto de intemperismo, favo- com a tendência geral á colinização implantada pelo clima
recendo o entalhe de talvegues, elaborando formas con- úmido
vexas O registro de grandes extensões das áreas onde o
aplainamento está conse~vado, permite concluir que as A Floresta Densa protegendo as vertentes da área contida
variações climáticas responsáveis por esses aplainamen- neste Domínio Morfoclimático é fato de muita importância
tos são muito recentes ou pelo menos ocorreram em para dificultar a instalação de processos de erosão mais
tempo suficientemente próximo, impedindo que os efeitos acelerados Diante da necessidade de se retirarem rendi-
da morfogênese úmida os desmontassem completam&nte. mentos econômicos da região, sua ocupação planejada

156/ GEOMORFOLOGIA
impedirá ao homem produzir desajustes que contribuirão a condições climáticas, morfológicas e pedogenéticas
para encadear desequilíbrios de ordem ecológica. diferentes das que se encontram em SA 21-Santarém
Estes fatos, acrescentados ao de que o rio Amazonas nas-
ce na região andina, o definem como um rio alóctone. Pelo
5.2 - Domínio Morfoclimático em Planícies Inundáveis fato de também ser alóctone, registrou-se em junho de
1975, em Manaus, o nível de águas na confluência dos rios
Esta unidade foi identificada por Barbosa, Rennó e Franco Negro e Amazonas cerca de 12m mais elevado do que
(1974), com o nome de Domínio Morfoclimático das Pla- anteriormente à enchente.
nícies Inundáveis recobertas por campos. Com o prolon-
gamento da unidade em SA.21-Santarém dificultando
uma visão de conjunto, esta área, que é uma Faixa de Outra situação que merece comentários mais detalhados é
Transição em planície fluvial, foi considerada como Domí- a ocorrência de Laterita Hidromórfica Distrófica a noroeste
nio Morfoclimático Em SA 21-Santarém penetra pela do lago ltandéua (vide 111-Pedologia). Há necessidade de
parte oriental, acompanhando o rio Amazonas até as pro- variação do nível hidrostático para sua formação. As
ximidades do rio Trombetas, onde suas características condições atuais dessas áreas planas indicam apenas
sofrem alterações, ocupando extensão aproximada de entre 25 a 40 dias biologicamente secos no ano (vide
9.500km2, perfazendo aproximadamente 3% do total da IV-Vegetação), o que é insuficiente para gênese desses
área mapeada (Fig 9). Os centros urbanos de Santarém solos Resulta considerar-se que a variação do nível de
Alenquer e Óbidos localizam-se em trechos das margen~ águas do rio Amazonas pode contribuir para essa pedo-
do rio Amazonas, assim como os lagos Grande, ltandéua e genização Sabe-se que este trecho leste da área SA 21-
Poção Santarém é de menor pluviosidade do que o restante da
área e a vegetação de Savana do tipo Parque aparece
Sobrepondo-se este Domínio ao mapa das Unidades Mor- com certa regularidade A reunião desses dados salienta a
foestruturais, percebe-se que há identidade de seus limites diversificação de condições fitogeográficas, pedológicas,
com os da Planície Amazônica A vegetação utilizada como geológicas e morfológicas da Planície Amazônica no con-
elemento básico em sua delimitação é caracterizada por texto geral de SA 21-Santarém Trata-se de um domínio
Vegetação Pioneira do tipo Campo em Planície Fluvial, morfoclimático do tipo Azonal, ligado à permanência de
contribuindo em muitos trechos no processo de colma- lâmina d'água submetida ao regime fluvial do rio Ama-
tagem dessas "várzeas" Essa vegetação é aproveitada zonas
para a pecuária extensiva servindo como alimento para o
gado Nas áreas alagadas apresenta-se com parte dos 53 - Faixa de Transição em Planície Fluvial.
caules submersos.

Nas proximidades da lagoa do Poção e lago Grande do


Curuaí, o Pediplano Neo-Pieistocênico é recoberto pela
vegetação de Savana com caracterização de Parques (vide
IV-Vegetação) A temperatura da área é constantemente
Esta Faixa de Transição é uma continuação do Domínio
Morfoclimático em Planícies Inundáveis Trata-se de uma
área azonal sob controle direto do rio Amazonas Estende-
se na direção NE-SW, acompanhando as margens do
grande rio, onde se localizam centros urbanos como
I
superior aos 15°C e registram-se de 25 a 40 dias biolo- Parintins, ltupiranga e ltaquatiara A Faixa de Transição
gicamente secos durante o ano (vide IV-Vegetação) Do em Planície Fluvial limita-se a norte e sul com o Domínio
ponto de vista de solos foram mapeados na área solos Morfoclimático em Planaltos Dissecados e Áreas Pedi-
Hidromórficos Gleyzados Eutróficos e em alguns trechos planadas A vegetação diversifica-se, predominando a
mais restritos, principalmente a noroeste do lago Grande, Floresta Tropical Densa de Planície Aluvial, ocorrendo
Laterita Hidromórfica Distrófica (vide 111-Pedologia) também as Formações Pioneiras Campestres e as Savanas
Geologicamente a condição reconhecida foi de aluviões em Parque (vide IV-Vegetação).
quaternárias depósitos flúvio-lacustres marginais aos
grandes rios com areias, siltes e argilas (vide l-Geologia) Nas cidades de Maués e ltaquatiara, as estações mete-
Geomorfologicamente o Domínio Morfoclimático em Pla- orológicas registram anualmente o máximo de dez dias
nícies Inundáveis se individualiza pela permanência de biologicamente secos e a temperatura média marcada no
fenômenos conhecidos como pertencentes à Planície mês mais frio é superior a 15°C, dados que classificam a
Amazônica Neste trecho o rio Amazonas tem como seus área na região climática Xeroquimênica de Bagnouls &
principais afluentes os rios Tapajós, Maicuru e Curuá e Gaussen (vide IV-Vegetação). Estudos fluviométricos
registram-se as ilhas do Arapiri, Grande do Tapará, ltuqui e realizados no rio Amazonas no período de 1927 a 1959
ilha do Meio, além de outras. Os maiores lagos aí loca- registraram mínima mensal de 2cm em novembro de 1929 e
lizados são Grande, Grande do Curuaí, do Poção, ltan- a máxima mensal de 1980cm em maio de 1959, conforme
déua e Piracacira. A ilha do Meio, coberta por vegetação dados fornecidos pelo DNAEE (MME). Definiram-se para
campestre de áreas alagadas (vide IV-Vegetação), tem esta Faixa de Transição em Planície Fluvial solos do tipo
solos do tipo Aluvial Eutrófico. Nesta ilha o lençol Hidromórfico Gleyzado Eutrófico, predominando entre
freático está a alguns centímetros da superfície no período Laterita Hidromórfica Distrófica e principalmente entre os
da estiagem. solos Aluviais Eutróficos que ocorrem nas ilhas e nas
proximidades do rio Amazonas (vide 111-Pedologia).
No sistema intertropical úmido onde se localiza este Mapeou-se nesta Faixa de Transição a cobertura aluvial
domínio morfoclimático, um rio autóctone deve ser homo- recente: depósitos flúvio-lacustres marginais aos grandes
gêneo durante todo o ano, em vista da pequena amplitude rios, areia, silte e argila (vide l-Geologia). Geomorfolo-
térmica e da pluviosidade constante. o rio Amazonas gicamente foram mapeadas as planícies fluviais alagadas
recebe afluentes pelas duas margens. Alguns desses (Apfa) e as planícies fluviais inundáveis (Apfi). lnterflúvios
afluentes, como são os casos dos rios Tapajós e Madeira, tabulares densamente drenados (itd) ocorrem principal-
nascem e atravessam longos trechos de áreas submetidas mente na ilha Tupinambarana.

GEOMORFOLOGIA/157
Na Faixa de Transição em Planície Fluvial, geralmente em Neo-Pieistocênico e que ocupa sua maior extensão. Na
seus limites com o Domínio Morfoclimático em Planaltos parte norte desta Faixa de Transição, no contato litológico
Dissecados e Áreas Pediplanadas, encontram-se os rios de das camadas dos sedimentos paleoz6icos, há o relevo
foz afogada Neste caso, mapearam-se os rios Maués-Açu desdobrado de cuestas e fronts geralmente voltados para
e Mamuru, afluentes do "furo" Urariá, além de rios como norte e caimento do reverso para sul (Est X.2). As super-
Nhamundá, Uatumã, Urubu e Preto da Eva. A rede de fícies de aplainamento conservado (Espp) e os relevos
drenagem ligada ao rio Amazonas, neste trecho da área, dissecados em interfluvios tabulares (it) são formas que
está nitidamente controlada pelos direcionamentos estru- dependem de tipo climático favorável para intemperização
turais definidos como NE-SW e NW-SE e erosão mecânicas As condições de clima e vegetação
atuais conforme se enumerou, referem-se ao sistema
O fato de mapear-se Laterita Hidromórfica Distrófica nesta intertr~pical úmido com predominância da ação química. É
área, onde os dias biologicamente secos do ano são portanto inevitável considerarem-se aquelas formas de
inferiores a dez, é significativo. Conforme afirmou-se na relevo como herdadas.
descrição do Domínio Morfoclimático em Planícies Inun-
dáveis, para a formação desses solos há necessidade de As áreas mapeadas como Areias Quartzosas Distróficas
variação do nível hidrostático, permitindo migração e (vide 111-Pedologia) nos interflúvios entre os rios Mamuru
precipitação do ferro (neste exemplo) Considera-se por- e Maués-Açu, Folha SA 21-Y-D, referem-se a depósitos
tanto a atuação na área de um período climático mais seco, efetuados na fase de pediplanação neo-pleistocênica Mais
com estações úmida e seca mais definidas, propiciando tal uma vez configura-se em SA 21-Santarém a inadequação
efeito É significativo o fato de mapearem-se interfluvios do relevo às atuais condições climáticas
tabulares (itd) na ilha Tupinambarana O topo plano desses
interflúvios elaborados por ação erosiva de pediplanação Em IV-Vegetação reconheceu-se nos "Campos do Ari-
indica que essas formas são herdadas de períodos cli- ramba" uma possível vegetação relíquia Esta área é niti-
máticos mais secos e que o clima intertropical um ido não damente aplainada e apresenta alguns trechos em que as
teve tempo suficiente para dissecá-las mesmo em litologia litologias sedimentares paleozóicas afloram com poucos
sedimentar terciária, tenra e propícia para tanto reflexos de pedogenização. Estas características deter-
minam os "Campos do Ariramba" A vegetação relíquia é o
resultado, ainda presente, dos climas mais secos que
A planície fluvial do rio Amazonas, fundamentalmente condicionaram a área e dos solos pouco desenvolvidos nas
responsável por esta Faixa de Transição, que se carac-
litologias paleozóicas
teriza por ser azonal, apresenta-se com numerosos
"furos", "paranás", lagos, ilhas e deltas fluviais, conforme A utilização econômica desta Faixa de Transição em Áreas
a figura 13 A colmatagem que ocorre nas margens do rio Pediplanadas é efetuada com a prática da pecuária exten-
Amazonas está nitidamente ligada ao regime do grande rio siva, aproveitando-se os solos mais férteis em função da
que acrescenta sedimentos à várzea O aproveitamento decomposição de diabásios referentes aos enxames de
econômico da várzea amazônica é de grande importância diques localizados nas proximidades de Alenquer
para a região, devendo por esse motivo obedecer sistema-
tização calcada em intensivo planejamento

6 - EVOLUÇÃO DO RELEVO
54 - Faixa de Transiçi:\o em Áreas Pediplanadas
A variação das formas de relevo no texto dedicado às
Entre os paralelos de 01 °00' e 02°00'S e a leste do
unidades morfoestruturais e a variedade de condições
meridiano de 56°00'W localiza-se a Faixa de Transição em
ambientais evidenciada pelas unidades morfoclimáticas
Áreas Pediplanadas, que é cortada no sentido N-S pelos
demonstram que os processos morfogenéticos estão con-
rios Maicuru, Curuá e igarapé Ariranha. Posiciona-se entre
dicionados a situações diferenciadas em SA 21-Santarém,
o Domínio Morfoclimático em Planalto Dissecado e Áreas
causando assim efeitos contrastantes. A imagem de radar,
Pediplanadas e o Domínio Morfoclimático em Planícies
aliada a outros auxiliares, assim como os trabalhos de
Inundáveis. A vegetação que cobre a área representa-se por
campo e as referências bibliográficas possibilitaram o
Savana Arbórea Densa, Floresta Tropical Aberta sem Pal-
conhecimento da evolução do relevo em SA 21-Santarém.
meiras, Vegetação Secundária sem Palmeiras, Formações
Pioneiras Campestres e Savana Arbórea Aberta englo-
badas na região de Floresta Aberta (vide IV-Vegetação)
A classificação de Bagnouls & Gaussen considera Xero- 6 1 - Os Níveis de Aplainamento
quimênica essa área cuja temperatura média no mês mais
frio é superior a 15°C e tem entre 25 a 40 dias biologi- O nível de aplainamento mais elevado em SA 21-Santarém
camente secos (vide IV-Vegetação) Os solos da área são ocorre na faixa norte da área, no Craton Guianês de Jssler
Podzólico Vermelho Amarelo além de algumas manchas de et alii (1974), representado por relevos residuais de topo
Areias Quartzosas Distróficas (vide 111-Pedologia) Do conservado pertencentes ao Planalto Dissecado Norte da
ponto de vista geológico, nessa área ocorre o contato Amazônia, com altimetria relativa de 400m Ocorre sobre o
litológico entre os grupos sedimentares paleozóicos e os Granito Mapuera e foi mapeado anteriormente por Costa &
sedimentos terciários da Formação Barreiras (Est X.1) No Melo (1976), que o identificaram como posterior ao Graben
extremo sudeste desta Faixa de Transição localizam-se os do Takutu, de idade Jura-Cretácica segundo Montalvão et
residuais do domo de Monte Alegre (Est 111.2) A Unidade alii (1975), e anteriormente ao Pediplano Rio Branco-Rio
Morfoestrutural que engloba todos estes fenômenos é o Negro, datado por Franco, Dei'Arco e Rivetti (1975) como
Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas). A Pós-Pieistocênico. Em SA 21-Santarém os residuais desse
característica geomorfológica mais marcante da área é o aplainamento são interpenetrados pelo Pediplano Pleisto-
aplainamento conservado (Espp), elaborado no tempo cênico, dando diferença altimétrica entre eles e eviden-

158/ GEOMORFOLOGIA
ciando duas fases distintas de pediplanação. Dai poder-se Dissecado Norte da Amazônia, constituindo-se mais um
confirmá-lo como de gênese anterior à fase da pediplana- elemento comprobatório da fase climática mais seca.
ção pleistocênica.
O segundo nível de altimetria rel~tiva é def_inido _em
A superfície tabular conservada (Estb) e os diversos relevos SA 21-Santarém pelo nível pós-Barreiras (170m) IdentifiCa-
residuais de topo aplainado que ocorrem entre os relevos do por Barbosa, Rennó e Franco (1974) e pos~eri_orn:'ente
dissecados com formas convexas nas Folhas SA.21-V-A, por Ventura, D'Avila e Barbosa (1975) A mex1stenc1a de
SA.21-V-B, SA.21-X-A e SA.21-X-B indicam a maior exten- elementos que permitam uma datação mais precisa para
são da superfície de aplainamento que existiu sobre as o aplainamento de topo do Planalto Diss~~ado Nort? da
rochas pré-cambrianas, nas partes de topo do Planalto Amazônia dificulta as relações morfogenet1cas poss1ve1s
Dissecado Norte da Amazônia (Fig.6) Esse aplainamento, de se fazer e de considerá-lo de idade igual ao nível
submetido a condições morfogenéticas em clima úmido, Pós-Barreiras. Ambos são interpenetrados pelo aplaina-
entalhando talvegues e ravinando as encostas, apresenta mento pleistocênico, o que os data como antecedentes a
tipos diferentes de dissecados controlados pela estrutura. esta fase de pediplanação. Utilizando apenas a diferença
A partir dos relevos residuais do aplainamento conservado, altimétrica poder-se-ia indicar que o aplainamento de topo
na Folha SA 21-X-B, distinguem-se na imagem de radar do Planalto Dissecado Norte da Amazônia é cronologica-
pelo menos quatro níveis diferentes de dissecação condi- mente anterior ao aplainamento do nível Pós-Barreiras Os
cionados a estruturas falhadas exumadas pela erosão. Na dois níveis de aplainamento estão afetados tectonicamen-
margem direita do rio Jatapu, Folha SA.21-V-C, as formas te Em SA.21-Santarém continua-se considerando-os iso-
de relevo estão submetidas à influência tectônica com ladamente
alinhamentos de direção SW-NE e SE-NW. A escarpa de
falha de direção SW-NE localizada a oeste desses relevos No Planalto Tapajós-Xingu está muito bem representada a
está conservada, e em suas proximidades as formas apre- superfície tabular (Estb) de topo extremamente conserva-
sentam o topo aplainado No Planalto Dissecado Norte da do, pertencente ao nível pós-Barreiras Após a deposição
Amazônia este fato é generalizado Eventos de tal ordem dos sedimentos da Formação Barreiras, o que ocorreu
permitem concluir que a conservação das formas de topo desde o Cretáceo até o Plioceno, conforme Daemon (1975),
plano se deve ao controle tectônico do tipo horst-graben baseado em dados palinológicos, ocorreram os processos
combinado com a espessura do Latossolo Vermelho Ama- de pediplanação responsáveis. pela instalação do aplaina-
relo muito argiloso (vide 111-Pedologia) existente na super- mento do nível pós-Barreiras (170m) A datação da Forma-
fície, permitindo a instalação da Floresta Densa que exerce ção Barreiras e o fato de que há interpenetração do
papel protetor Costa & Melo (1976) reconheceram que Pediplano Pleistocênico desmontando suas vertentes per-
esse material impermeável submetido à morfogênese úmi- mitem datá-lo e denominá-lo em SA.21-Santarém como
da é responsável pelas formas abauladas e áreas de Pediplano Plio-Pieistocênico Sua extensão se prolonga
dissecação desse planalto em NA 21-Tumucumaque, fato pelos lados norte e sul da Sinéclise do Amazonas, sendo
que se repete em SA 21-Santarém cortado pelo rio Tapajós e mesmo pelo Amazonas (Fig 2)
No Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro o Pedi-
Rebordos erosivos acompanham o curso do rio Paru de plano Plio-Pieistocênico apresenta-se conservado no topo
Oeste, na Folha SA 21-X-A, localizando-se também na dos interflúvios tabulares (it) Muitos desses interflúvios
Folha SA.21-X-B. Na margem esquerda do rio Paru de encontram-se mascarados pela morfogênese úmida, regis-
Oeste esses rebordos são abruptos, limitando, em alinha- trando encostas ravinadas (nr). Talhadas em sedimentos
mento estrutural, áreas colinosas e o aplainamento con- da Formação Barreiras, as formas tabulares se estendem
servado, localizado no topo do Planalto Dissecado Norte desde a margem direita do rio Trombetas, penetrando a
da Amazônia Dos rebordos para leste, a drenagem corre oeste na Folha SA.20-Manaus Observando-se desde o
em direção ao rio Cuminapanema, como em um relevo aplainamento conservado no topo do Planalto Dissecado
cuestiforme Tal situação se repete em SA.21-X-B com Norte da Amazônia em Jitologias pré-cambrianas,' passan-
rebordos abruptos da superfície conservada e apresentan- do-se pela borda norte da Sinéclise do Amazonas, consti-
do reverso onde se localiza o rio Curuá, funcionando como tuída pelos sedimentos paleozóicos, e cortando os resi-
o Cuminapanema, descrito no caso anterior. Diversas duais do Pediplano Plio-Pieistocênico conservado no Pla-
falhas cortam transversalmente o rio Paru de Oeste (vide l- nalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro em litologias da
Geologia) e deixam de ser observadas quando a imagem de Formação Barreiras, até se chegar à Planície Amazônica,
radar mostra os relevos residuais da superfície de aplaina- há um desnível gradativo dessas superfícies que vai dos
mento conservada, que provavelmente ainda as mascaram 400m das áreas pré-cambrianas aos 20m da calha do rio
Neste caso também são visíveis diferentes níveis de dis- Amazonas.
secação limitados por estruturas falhadas.
Após a elaboração do Pediplano Plio-Pieistocênico insta-
A leste da Folha SA.21-X-B localiza-se um relevo mais lou-se a drenagem dos rios Tapajós, Curuá-Una, Uatumã,
elevado, denominado de serra do Maicuru, apresentando- Nhamundá e outros que cortam esse aplainamento, conse-
se com características pseudokársticas no topo onde qüentemente de gênese posterior a ele. Aproveitando-se as
ocorre espessa crosta ferruginosa. Diversas são as lagoas condições favoráveis oferecidas pela abertura desses va-
aí presentes em diferentes posições altimétricas (Est les instalou-se outro nível altimétrico de aplainamento,
Vll.2). Fato semelhante foi identificado por Barbosa, Ren- nív~l Santarém (BOm). Este aplainamento também acom-
nó e Franco (1974) na serra Maraconaí. Nas vertentes da panha as margens dos rios Amazonas e Xingu e foi bem
serra do Maicuru, mape'aram-se pedimentos ravinados, delimitado por Barbosa, Rennó e Franco (1974), definindo-
elaborados em condição climática mais seca do que a o com idade pleistocênica. Em SA.21-Santarém, estende-
atual, também responsáveis pela formação do encouraça- se pelas margens do rio Amazonas e penetra pelo vale dos
mento. A serra do Maicuru localiza-se em nível altimétrico rios Tapajós e Curuá-Una, ligando-se à Depressão Periféri-
semelhante ao dos residuais de topo aplainado do Planalto ca do Sul do Pará, mapeada por Boaventura ~1974),

GEOMORFOLOGIA/159
Barbosa, Rennó e Franco (1974) e por Ventura, d'Avíla e
Barbosa (1975), também reconhecida como plelstocénica
Como o rio Tapajós corta o Pediplano Plio-Pieistocénico,
sendo portanto posterior a essa fase de aplainamento, e
como o Pedi plano Pleístocénico acompanha o curso do rio
Tapajós, dando ao rio idade anterior ao Pedi plano Pleisto-
cênlco, esta fase de aplainamento teve sua data confirma-
da para o Neo-Pieistoceno, nome pelo qual será chamada
em SA.21-Santarém. Seu prolongamento além da margem
direita do ri o Amazonas ocorre por tod o o Planalto Rebai-
xado da Amazônlé! (Médio Amazonas), prolongando-se
além dos 20° OO'W Na margem esquerda do rio Amazonas
os processos de pediplanação neo-pleistocênica são res-
ponsáveis pela abertura da Depressão Periférica do Norte
do Pará, ligando-a ao sul com o Planalto Rebaixado da
Amazônia (Médio Amazonas). No Planalto Dissecado Nor-
te da Amazônia, o Pediplano Neo-Pieistocênico acompa-
nha os cursos de rios como o Trombetas, Mapuera, Jatapu
e Uatumã Seus efeitos são menos nítidos no Planalto
Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro, onde o clima úmido.
impediu a conclusão das formas pelos processos de
Vfc · Vale de fundo chato
pedlplanação. Este fato é também verificado às margens
dos rios da bacia hidrográfica do rio Curuà-Una. Gourou Estb Superficie tabular do Podiplano Ploo-Pieostocémco
{1949) referiu-se a " terraços de erosão" de Santarém , Est>P • Superfocie do Podiplano Noo-Pfatstocénoco
ressaltando a preservação de morros testemunhos manti- .)).....o. -l.J, · Rebordo oroso110
dos por "crosta laterítica" Sakamoto (1957) assumiu posi- Fíg 10 - Desmonte do Pediplano Pllo-Pieistocênico-A
ção diferente, relacionando os arredores de Óbidos e Atler
do Chão ao efeito de aplainamento. Em Óbidos o mesmo
autor reconheceu a espessura de 20m de areias pleistocê-
nicas e seu contato com os sedimentos terciários a 12km a
norte da cidade Nascimento (1974) não Identificou ter-

I
raços fluviais nas proxi midades de Óbidos. Em trabalho de
campo confirmou-se a existência das areias referidas por
Sakamoto, considerando-as como depósito da fase final
do Pediplano Neo-Pielstocênico (Est. Xl.1) Na Folha
SA 21-Z-B, nas proximidades de Santarém, a imagem de
radar registrou o nítido recuo das vertentes do Pediplano
Plio-Pteistocênico, deixando um nível mais baixo aplai-
nado Ab'Sàber (1967) ressaltou que regionalmente os
mais intensos encaixamentos dos talvepues se proces-
saram a partir dos " pedimentos do nlvel de Santarém"
Pode-se considerar que os chamados "terraços de Santa-
rém " tratam-se na realidade de efeitos resul tantes da fasE:
de pediplanação neo-pleistocênica.
O Pediplano Plio-Pieistocénlco teve a principio um des-
monte ocasionado pelo recuo de suas vertentes, neste
caso originando o nível do Pediplano Neo-Pieistocénico,
conforme a figura 10. Posteriormente, o ataque àquela
superfície efetuou-se pelo clima úmido, responsável pela
dissecação em suas vertentes (Fig 11 ), às vezes comanda- Vfc Vale de fundo chato
da por afluentes do rio Amazonas, como é o caso dos rios
Estb - Superlicoe tabular do Pediplano Pho-PI4tstocén'CO
Juruti, Uatumã, Urubu e outros. No caso do rio Juruti , as
vertentes do nível Pós-Barreiras estão ravinadas com dre- .))....u. - 4 - RebordO erosivo
nagem radial centrípeta, segundo padrões de drenagem de Flg 11 - Desmonte do Pediplano Pllo-Pielslocênlco-8
Howard (1967). Estes rav inamentos contrastam com a
superfície aplainada que está conservada, o que indica a pelo Pediplano Plio-Pieistocênico Esses dissecados com ·
efetivação dessas formas em condições climáticas diferen- formas convexas acompanham a faixa dos sedimentos da
tes. Onde o Pedi plano Neo-Pieistocênico recuou as verten- Formação Barreiras que faz contato com a borda sul da
tes do Pediplano Plio-Pieistocênico, geralmente ocorrem Sinéclise do Amazonas Estendem-se desde o rio Curuà do
rebordos erosivos eventualmente com desníveis superiores Sul até as proximidades do rio Maués-Açu As drenagens
a 100m. Isto acontece,. por exemplo, na Folha SA.21 -Z-B, em padrão contorcido do rio Curuá do Sul e de afluentes da
entre Belterra e o Porto de Pindobat, este último localizado margem esquerda do rio Curuá-Una modificam a antiga
no nível mais baixo. De Belterra para leste, o Pediplano direção N-S, em que corriam a montante para a direção
Plio- Pteistocênico tem caimento gradativo, fundindo-se SW- NE, e, ao lado disto, a mudança de direção do rio
com o Pediplano Neo-Pieistocênico. Os trechos mais Mamuru na confluência com o Mariaquã. Tais eventos são
dissecados localizam-se a sudeste da Folha e resultam do representativos de virgações, na direção NW, que elevaram
desmonte em clima mais úmido que aquele responsável o relevo nas proximidades das Formações Paleozóicas

160/ GEOMORFOLOGIA
Exemplos desse fato são os rios Mamuru e Andirá que marginais. No período das chuvas, mesmo os interflúvios
tiveram modificação no gradiente bem como no perfil de desses rios apresentam-se alagados, resultando pouca
equilíbrio. Ventura, d'Avila e Barbosa (1975) afirmaram que ação erosiva, praticamente paralisando a dissecação. Na
o Pediplano Pleistocênico, no lado sul da Sinéclise do Folha SA.21-Z-C existem vales fluviais com características
Amazonas, encontra-se basculado para a direção NW. No bem diferenciadas. Alguns têm o fundo chato e apresen-
interflúvio entre os rios Mamuru e Mariaquã, na Folha tam-se com a foz afogada. Outros estão encaixados e o
SA.21-X-C, notam-se formas tabulares entre as colinas gradiente permite melhores condições para erodir, ocasio-
indicando que o aplainamento acompanhava relevo ondu- nando assim a repetição constante de fenômenos de
lado. As partes mais altas do interflúvio foram intensa- captura. Nos interflúvios entre os rios Mamuru e Mariaquã,
mente dissecadas, dando uma inversão de relevo. Esses Mariaquã e Andirá, os afluentes se capturam mutuamente
eventos responsabilizam-se pela dissecação mais intensa, descrevendo posteriormente cursos semicirculares. Análi-
acrescentando-se o fato de que as litologias terciárias da se de imagem de radar sugere a seguinte seqüência para
Formação Barreiras como sedimentos de ambiente conti- tais eventos: em uma fase de clima menos úmido abriram-
nental são muito diferenciadas, apresentando-se com se os vales de fundo chato e em clima úmido houve
facies argilosos e arenosos intercalados. No interflúvio afogamento da foz de diversos rios que se instalaram
dos rios Mapuera e Nhamundá, nas proximidades_ da nesses vales. A atuação do clima úmido favoreceu a
margem direita do rio Trombetas, localiza-se uma área com dissecação dos interflúvios, generalizando o fenômeno de
índice de dissecaçao semelhante à faixa que acompanha a capturas.
b~"::::a sul da Sinéclise do Amazonas Embora em menores
proporções, as duas areas têm similitudes geomorfológi- Entre os cursos dos rios Andirá e Maués-Açu a_ imagem de
cas e litológicas radar registrou tom cinza-claro. Essa tonalidade geral-
mente representa áreas alagadas com vegetação de peque-
No Pediplano Plio-Pieistocênico, a veaetari'i.o tem m;tinr no porte. Muitas dessas manchas cinza-claro localizam-se
volume madeireiro (vide IV-Vegetação) do que a existente em interflúvios de aplainamento conservado, portando-se
nas áreas dissecadas. A floresta ao se instalar preferiu a como arreicas e/ou precariamente ligadas ao sistema de
localização sobre a superfície mais conservada onde os drenagem. Outras estão diretamente ligadas a rios que
nutrientes básicos permaneceriam no solo. Sua rápida muitas vezes as atravessam. A vegetação desses locais foi
instalação protegeu essas áreas impedindo que a disseca- mapeada como Pioneira (vide IV-Vegetação) e os solos são
ção se efetuasse sobre maior extensão territorial Nas áreas Areias Quartzosas Distróficas e Podzol Hidromórfico (vide
já dissecadas a ocupação pela floresta seria mais lenta em 111-Pedologia). Os dados apresentados permitem conside-
virtude das dificuldades de ordem topográfica e pedológi- rar essas áreas como depósitos de detritos provenientes de

I
ca, empobrecendo-se por causa dessas restrições ambien- antigos níveis mais elevados da superfície de aplainamen-
tais to. A localização atual em áreas de interflúvios deve-se à
inversão de relevo.
Entre os rios Trombetas e Amazonas ~ara leste, a Sinéclise
do Amazonas tem posição estruturalmente mais elevada A norte do lago Grande, no Planalto Rebaixado da Amazô-
pelas próprias condições estruturais ligadas ao Alto Estru- nia (Médio Amazonas), nas proximidades da cidade de
ral e domo de Monte Alegre, o que permitiu menores Monte Alegre, localiza-se a estrutura dômica escavada de
depósitos da Formação Barreiras Para oeste, estes depó- Monte Alegre. Do processo de erosão resultou a inversão
sitos chegaram até as proximidades da borda norte da do relevo de modo que no interior da estrutura dômica
Sinéclise do Amazonas. Nesse trecho a superfície do penetrou o Pediplano Neo-Pieistocênico, aproveitando-se
Pediplano Plio-Pieistocênico está quase totalmente des- da pequena resistência das rochas básicas do interior. Os
montada, como na Folha SA.21-X-D. Nas proximidades de relevos residuais dessa estrutura dão forma de relevo
Oriximiná, na margem direita do rio Trombetas, Folha pseudo-apalachiano nas partes externas de rochas mais
SA.21-X-C, ocorrem relevos residuais do Pediplano Plio- resistentes. Muitos hog-backs foram mapeados, às vezes
Pieistocênico com couraças bauxiticas, onde já se faz a em forma de chevrons. As cristas estão alinhadas acompa-
extração desse minério em altitude aproximada de 170m. nhando a estrutura.
Na Folha SA.21-Z-D, ao sul da faixa de intensa dissecação,
ocorre um relevo aplainado, conservado (Espp), ligado ao No Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas), os
Pediplano Neo-Pieistocênico. Este nível de aplainamento processos da pediplanação neo-pleistocênica exumaram
embutido é cortado pela rodovia Transamazônica e está diques de diabásio que cortam as rochas paleozóicas. Na
instalado sobre os depósitos paleozóicos da borda sul da Folha SA.21-X-D, próximo a Alenquer, esses diques são
Bacia Sedimentar do Amazonas, refletindo variação litoló- mais constantes, eventualmente comportando-se como
gica e controle por alinhamentos estruturais. A sul dessa inselbergs.
forma aplainada há um relevo com características cuesti-
formes, correspondendo ao desdobramento da Cuesta de
Santa Cruz mapeada por Ventura, d' A vila e Barbosa (1974). 6.2 - Evidências Geomorfológicas pela Análise da Dre-
Nos· sedimentos da Formação Barreiras as condições nagem.
litológicas favoreceram a instalação de interflúvios, alguns
dos quais com aplainamento conservado no topo (it). O A Folha SA.21-Santarém tem o rio Amazonas atravessan-
Pediplano Neo-Pieistocênico também aparece com partes do-a no sentido W-E, servindo de eixo para a rede de
conserVadas e outras em que os processos de erosão drenagem. Rios de grande porte, navegáveis, provêm tanto
entalharam talvegues incipientes, resultando formas de do hemisfério norte como do sul e deságuam no rio
topo tabular (it). Na Folha SA.21-Y-C há exemplos desses Amazonas. Pela margem esquerda, o rio Amazonas recebe
fatos. Os rios Mamuru, Uaicurapá e Maués-Açu têm vales como afluentes os rios Maicuru, Curuá, Paru de Oeste,
afogados, proporcionando alagamento em extensas áreas Trombetas, Mapuera, Jatapu, Nhamundá, Uatumã, Urubu

GEOMORFOLOGIA/161
o,___ __ _...Js km
.J..l-tl. -4.. . Rebordo erosovo

Superfície de aplatnamento
neo-pleostocênico
Superfície de aplatnamento Superfícoe de apfaonamento 8
p lio-pleistocênico plio-pleistocênoco

Superfície de ap lainamento

I
100
neo-plei stocênico
R10 Tapatós

Fíg 12 - Continuidade da Superfície do Pedíplano Pho-Pieístocêníco

e Preto da Eva Pela margem direita os rios importantes aluviais são em forma de "cauuél de cometa", mais alarga-
são: Curuá-Una, Tapajós, Arapiuns, Mamuru , Andirá, Ma- dos para montante do rio Tapajós e com afinamento para
raú, Maués-Açu, Madeira e Madeirinha, além do " furo" jusante. Após a deposição dos sedimentos terciários da
Urarlá Os trechos desses rios que apresentam caracterís- Formação Barreiras instalaram-se os processos de pedi-
ticas especiais mereceram análise detalhada planação que originaram o Pediplano Plio-Pieistocênico A
imagem de radar mostra a continuidade dessa superfície
Nas proximidades de Aveiro, o rio Tapajós tem o curso de aplainamento em ambas as margens do rio Tapajós,
alargado a partir do contato das fitologias paleozóicas e conforme a figura 12 Na margem direita o Pediplano
terciárias, mantendo-se largo até a foz. Outros rios, tais Plio-Pieistocênico tem caimento para leste. Na margem
como o Trombetas e o Curuá-Una, não têm foz alargada e esquerda o caimento é para oeste, fatos que indicam a
atravessam a área éle contato dessas litoiogias. Procurou- virgação do relevo nessa área A maior concentração de
se causa tectôn ica para explicar o evento, fato também diques de diabásio de Idade Jura-Triássica (vide i-Geolo-
analisado por Cunha (1973). Um corte transversal no curso gia) na margem esquerda do ri o Amazonas alinha-se com
do rio Tapajós entre Santarém e a margem esquerda do rio as margens retilíneas do rio Tapajós. Em Alter do Chão, no
Arapiuns, rio de foz afogada, perfaz a distância de 45km , poço AC-1-PA, a Petrobrás mediu 545m de espessura para
quando o rio Amazonas nesse mesmo trecho tem largura a Formação Barreiras, em local onde a lâmina d'água do rio
Inferior a 5km. O levantamento batlmétriqo do rio Tapajós, está aproximadamente 20m de altitude em relação ao nível
efetuado pelo DNPVN , registra no trecho entre Avelro e a do mar. Esses eventos Indicam que houve subsldência
foz profundidades maiores do que para montante. Essas onde se Instalou o rio Tapajós, posteriormente à fase do
maiores profundidades ocorrem justamente onde o curso Pedi plano Plio-Pieistocênlco. A subsídêncla do graben e a
do rio é mais largo, quando seria de se esperar que nos instalação do rio Tapajós são cronologicamente posterio-
trechos mais estreitos o rio drenaria em talvegue mais res à deposição dos sedimentos da Formação Barreiras e
aprofundado (Est. Xl.2). Isto é comprovativo de que o rio ao Pediplano Plio-Pieistocênico, posto que atravessam
Tapajós tem a foz afogada. A instalação de diques aluviais este aplainamento elaborado sobre as lltologlas terciárias.
no rio Tapajós tem seu limite na ilha Cupari, próxima de O Pedlptano Neo-Pieistocênlco acompanhando o vale do
Avelro, permitindo-se reconhecer nesse trecho um nivef de rio Tapajós coloca a subsldência do graben e a instalação
base regional do rio. Daí para jusante não são mais do rio como anteriores a esta etapa morfogenétlca, conse-
observados depósitos aluviais originando ilhas. Os diques QOentemente no Eo ou Meso-Pieistoceno. Com a formação

162/G EOMOAFOLOGIA
do graben, o rio Tapajós abaixou s~u nível de base margem dfreita do rio Amazonas. Situação similar de
possibilitando ao rio Amazonas invadir sua foz. Ocorrendo inflexão do curso acontece com o rio Piratucu, afluente
a Transgressão Flandriana, holocênica, e a conseqüente pela margem direita do rio Trombetas. No ângulo de
subida do nível das águas do rio Amazonas, houve amplia- inflexão no direcionamento deste rio (Fig. 15), registrou-se
ção do afogamento nas áreas onde havia subsidência, uma anomalia de drenagem do tipo dendritico com enclave
principalmente na foz do rio Tapajós (Est.XII.1 ). Esses radial anular, combinando os padrões de drenagem de
efeitos são verificados no rio Arapiuns que anteriormente Howard (1967).
meandrava em uma fase de maior energia, nas Folhas
SA.21-Z-A e SA.21-Z-B A seqüência de eventos apresenta- O rio Mamuru tem seu curso sucessivamente interrompido
dos permite classificar a ria fluvial do Tapajós como do com partes alargadas e outras apresentando curso normal
tipo cherm, assim como Barbosa, Rennó e Franco (1974) Tal fato se repete no rio Andirá, na Folha SA.21-Z-C. Nos
consideraram a ria fluvial do Xingu. trechos em que estes rios se estreitam há evidências de
alinhamentos estruturais com direção SW-NE. A drenagem
No baixo curso do rio Tapajós, nas proximidades de sua secundária é do tipo contorcida conforme os padrões de
foz, ocorre um delta fluvial digitado, conforme a classifi- drenagem de Howard (1967).
cação proposta para os deltas litorâneos por Derruau
(1972). A formação desse delta fluvial é dependente di reta- Os rios Trombetas e Paru de Oeste aparecem encaixados
mente do regime dos rios Amazonas e Tapajós O rio na Folha SA.21-X-A, mesmo nas áreas do aplainamento
Amazonas tem regime mais regularizado do que o rio deixado pela abertura da Depressão Periférica do Norte do
Tapajós. O rio Tapajós, por nascer em áreas tropicais com Pará. São rios adaptados a zonas de fraquezas e se
duas estações definidas, apresenta-se com maior volume superimpõem ao relevo de cuesta da borda norte da
d'água no período de enchente, servindo-se de um "furo" Sinéclise do Amazonas. Como esses rios cortam as litolo-
como condutor de parte de suas águas para o rio Amazo- gias terciárias da Formação Barreiras, pode-se considerá-
nas. Na vazante, o nível de água do rio Tapajós é mais los com idade posterior ao Plioceno e anterior ao Neo-
baixo, permitindo que através do mesmo "furo" o rio Pieistoceno, posto que o Pediplano Neo-Pieistocênico
Amazonas despeje parte de suas águas nas proximidades acompanha os dois cursos fluviais.
da foz daquele rio Desta maneira, a maior carga transpor-
tada pelo rio Amazonas é depositada, originando a forma Em SA.21-X-A o radar imageou o rio Cachorro inicialmente
de delta fluvial digitado, conforme a figura 13. Barbosa, correndo no sentido N-S e sua inflexão para NW-SE, após
Rennó e Franco (1974) referiram-se ao "delta de colmata- confluir com o rio lmabu, adaptando-se à linha de fraqueza
gem do rio Jarauçu" em que este rio apresenta o canal cen- tectônica. Em um trecho a montante, o rio Cachorro
tral direcionado conforme o escoamento do rio Xingu, do atrave.ssa um grupamento de relevos residuais de forma
qual é afluente Neste caso o delta é efetuado pelo rio em convexa, mapeados como colinas (c), mais elevados em
sua foz O delta interno no rio Tapajós é ocasionado pela relação à área onde se encaixa, superimpondo-se à zona de
invasão do rio Amazonas no rio Tapajós através de um fraqueza e descrevendo curvas comprimidas e anômalas.
"furo". conforme os padrões de drenagem de Howard (1967) O rio
Mapuera de direção N-S sobre rochas pré-cambrianas
A adaptação às estruturas não é condição registrada inflete bruscamente para NW-SE, comportando-se de ma-
apenas no rio Tapajós em SA.21-Santarém. O rio Uaicurapá neira semelhante ao rio Cachorro
localiza-se na Folha SA.21-Z-C e tem seus afluentes da
margem direita e da margem esquerda acompanhando o A noroeste da Folha SA.21-V-D, o rio Nhamundá tem
mesmo alinhamento Essa mesma situação se repete com direção geral NW-SE A imagem de radar mostra o paleo-
os afluentes dos rios Preto da Eva, Urubu, Uatumã e curso do rio Nhamundá, obedecendo a sua direção geral
Nhamundá, descrevendo ângulo de aproximadamente 90° Esse rio sofreu captura, obrigando-o a infletir aproximida-
na confluência Em rochas sedimentares da Formação mente 90° para SW-NE, o que é indicativo de adaptação a
Barreiras, como geralmente acontece em SA.21-Santarém, uma linha de reativação posterior à instalação do rio
a tendência é o desenvolvimento do padrão de drenagem Como o rio Nhamundá corta os sedimentos terciários da
dendrítica. O padrão de drenagem ortogonal é resultado da Formação Barreiras, sendo de idade posterior a eles, a
orientação estrutural evidenciada na área. Os rios Preto da captura de seu curso fica restringida ao período Quaterná-
Eva, Urubu, Anebá, Uatumã, Jatapu, Nhamundá e Trombe- rio
tas têm direção preferencial NW-SE Esses direcionamen-
tos parecem continuados na margem direita do rio Amazo- Analisaram-se os fatos que se seguem para uma conclusão
nas, onde se adaptaram rios como o Paraconi, Maués-Açu sobre os vales fluviais com foz afogada e/ ou rias fluviais
e Mamuru. Há também outra direção preferencial a que se em SA.21-Santarém: os rios Preto da Eva, Urubu, Anebá,
submeteram os rios Madeirinha, Madeira, "furo" Urariá e Uatumã e Nhamundá estão alinhados em trechos de fra-
Arapiuns, seguindo SW-NE. O rio Andirá inicialmente queza tectônica; o curso desses rios é capturado e os
tinha direção SE-NW e logo após confluir com o Ariaú "furos" que os ligam ao rio Amazonas dirigem-se para
inflete bruscamente para SW-NE. SW-NE; o direcionamento definido pela captura dos rios
Urubu e Anebá indica ser prolongamento do alinhamento
Os rios Urubu, Caru, Anebá e Uatumã correm na direção do curso do rio Madeira, assim como da inflexão definida
geral NW-SE e desaguavam diretamente no rio Amazonas. no curso do rio Piratucu, afluente pela margem direita do
O prolongamento do antigo curso do rio Urubu é visto na rio Nhamundá; o alinhamento que define a adaptação do
figura 14. Com a foz capturada, esses rios infletiram "furo" Urariá condiciona a captura da foz dos rios Abaca-
bruscamente para SW-NE, desaguando em um "furo" que xis, Maués-Açu, Mamuru e Nhamundá (Fig. 17); o padrão
conduz as águas para o rio Amazonas. O direcionamento ortogonal marginalmente à ilha Tupinambarana, além do
do "furo" coletor das águas desses rios coincide com um afogamento do vale do Tapajós, submetido à subsidência
prolongamento do alinhamento do rio Madeirinha, na em zona de fraqueza, são evidências que permitem con-

GEOMORFOLOGIA/163
I

I I I/ I I · Resrtnga flw ial .l.\.....u. ~ • Rebordo erosivo


Flg 13 - Foz do Alo Tapajós

164/GEOMORFOLOGIA
cluir que a drenagem cujos vales fluviais têm a foz afogada lagos marginais a esses rios, principalmente os que acom·
em SA.21-Santarém está delineada em ajustamentos tectô- panham o curso do rio Nhamundá, indicam os limites de
nicos (Est.XII.2). Aventa-se ainda, sem argumentos mais afogamento a que esses cursos se submeteram. No caso
fortes, senão o próprio afogamento dos rios, que aos deste rio, seus meandros são mal calibrados e alinhados a
movimentos positivos e negativos do mar cabe parte da montante. Nas proximidades da foz constataram-se as
responsabilidade do fenômeno. Admitindo-se o possível re- vastas áreas de "igapó", confirmando a inundação pelo rio
flexo dos movimentos eustáticos em SA.21-Santarém, sobre o terraço fluvial (Atf).
atribuir-se-ia á regressão Pré-Fiandriana o aumento dos
gradientes que permitiu a muitos rios amazônicos maior
entalhe de talvegues. Durante a Transgressão Flandriana, 6 2 1 - Conceito e Tipologia para os "Furos" e Lagos na
holocênica, esses mesmos rios tiveram a foz recuada e o Folha SA 21-Santarém
nível de base elevado, permitindo alagamento a jusante.
Esta influência entretanto ocorreria após os encalxamen- A análise da drenagem em SA.21-Santarém levou a estudo
tos dos talvegues às condições de alinhamentos da reati- mais detalhado sobre a Planície Amazônica e os tipos de
vação tectônica que aconteceu durante o Quaternário Os canais fluviais que drenam essa área A necessidade de

ld · lago de dique
lv · lago de várzea
=:: · Paleo·curso do rio Urubu
Flg 14 - captura do RIO Urubu

GEOMORFOLOGIA/165
Abacaxis temos um exemplo deste tipo de furo, Folha
SA 21-Y-C

4 Furo em contato 1/to/ógico funciona em áreas de


contato litológico, geralmente de aluviões com sedimen-
tos da Formação Barreiras O furo que liga a foz do rio
Preto da Eva ao rio Amazonas, Folha SA 21 -Y-C entra
neste tipo da classificaxão '

5 Furo adaptado a tectônica. ocorre adaptado a alinha-


mentos estruturais, liga rios ou lagos Um exemplo
deste tipo de furo é o que corta a ilha Tupinambarana,
tendo em sua margem o lugarejo de Conceição na Folha
SA 21-Y-8

6 Furo ligando lagos : furo ligando um lago a outro


Funciona ligando um lago a outro, geralmente ocorrendo
na planlcie fluvial, um exemplo está na ilha Grande do
Tapará na Folha SA 21-Z-8 {Est Xlll1)

Ftg 15 - Anomatta oe Drenagem e Inflexão do Rio Plratucu A figura 16 é um quadro sinótico dos tipos de furos

O furo adaptado a tectônica exemplificado e que corta a


ilha Tupinambarana na parte cen tra l, ligando o furo Urarià à
Planície Am azônica, na Folha SA 21-Y-D, apresenta-se
com diversos afluentes de drenagem de padrão ortogonal
utilização de termos regionais como "furos" e "paranás" Ele mesmo tem o curso encaixado obedecendo retilinida-
exigiu maior precisão quanto aos seus significados. Apro- de A forma de L no curso desse furo, a planície aluvial
veitou-se o estudo da evoluçaõ dos conceitos de "furos" , existente em suas margens, nas proximidades do furo
" paranás" e " igarapés" realizado por Andrade (1956), para Uraríà, e seu ângulo de saída do furo Urarià indicam que
que se propusesse a utilização de um conceito básico para este furo tinha direção NW-SE Esses eventos sugerem

I tratar o assunto O referido autor sugere que o termo "furo" dupla origem para esse condu tor fluvial; captura e afoga-
foi adotado no sentido de Indicar a possibilidade de varar, mento tectônico de sua atual foz que ocorre na Planície
estabelecer ligação entre os riQs, "paranás", lagos e " iga- Amazônica, fato ocorrido no período Quaternário e que
rapés" Ratificando-se a sugestão de Andrade (1956), pro- está demonstrado na imagem de radar peta sua maior
poe-se o seguinte conceito para "furos" correspondem a largura em direção ao rio Amazonas
todo canal de drenagem que liga um rio a outro, um rio a
um lago ou um rio a ele mesmo, sendo, neste último caso O furo Urariá, pela sua complexidade, tem trechos que se
fora da planície aluvial Esta ressalva é feita para maio~ enquadram em mais de um tipo Ele localiza-se em área
diferenciação entre " ft•ros" e " paranás" . Andrade (1956) bastante instável, tectonicamente, com drenagem extre-
considerou que os "paranás" são necessariamente ligados mamente desorganizada. Os rios Paraconi, Apoquitaua.
à planície fluvial e que, em última análise, têm uma das Maués-Açu , Maués-Mirim , Andirà e Mamuru têm a foz
margens em sedimentos terciários. Utilizando-se essa afogada justamente no furo Urariá que serve de condutor
consideração, propõe-se o seguinte conceito para "para- para escoamento das águas desses rios Os rios Canumã e
n.ás" : correspondem a todo canal de drenagem que liga um Abacaxis apresentam nítida evidência de que se prolonga-
no a ele mesmo em áreas da planície aluvial ou com pelo vam além da margem esquerda do furo em direção ao rio
menos uma margem ligada à planície aluvial De acordo Amazonas Com adaptação às estruturas anteriormente
com a conceituação de " furos" , estabeleceu-se uma classi - falhadas, esses rios foram cortados em seu médio curso e
ficação dos tipos fundamentais encontrados em SA 21- se adaptaram ao direcionamento estrutural SW-NE, origi-
Santarém nando esse furo. Apesar de ligar o rio Madeira ao rio
Amazonas, o furo Urariá não nasceu com essa função Uma
1 Furo em captura : furo escoando âgua de rios captura- reconstituição do antigo curso do furo Urariá permite
dos Funciona como foz para um ou mais rios que deixam observar a retinitidade a que está submetido Ele teve sua
de escoar diretamente para o rio principal Ê o caso da foz fase de meandros divagantes, perfeitamente visível pelos
~o rio Preto da Eva, Folha SA.21-Y-C A figura 14 exempli- diques aluviais existentes em sua planície Dessa fase, os
flca este tipo de " furo" na foz do rio Urubu meandros passaram a mal calibrados com trechos retilinl-
zados O furo Urariá corta o Pediplano Neo-Pieistocênico
2 Furo em colmatagem furo interrompido apresentando que aparece na ilha Tupinambarana, o que indica sua idade
alguns trechos colmatados Funciona na época da cheia posterior ao aplainamento, ou seja, holocênica (Fig 17)
como condutor das âguas do rio principal para os lagos
que se encontram em colmatagem. Apresenta trechos Situação similar ao furo Urariá acontece em menores
colmatados. Exemplos sào encontrados nas proximidades proporções na margem esquerda do rio Amazonas Trata-
da foz do rio Nhamundá, Folha SA.21-Z-A (Fig . 13). se do furo responsável por conduzir as águas dos rios
Urubu , Anebá, Sanabani e Uatumã que foram capturados e
3 Furo em vale morto: furo aproveitando vale do antigo deixaram de correr diretamente para o rio Amazonas, dire-
curso fluvial. Funciona aproveitando vales abandonados c ionando-se para SW-NE, fato já referido. Neste caso, a
de rios que foram capturados. A leste da foz do rio captura dos rios Urubu e Anebá por adaptação tectônica é

166/GEOMORFOLOGIA
TIPO OCORR~NCIA FUNCIONAMENTO EXEMPLO

1 Furo em captura Geralmente em planície f lu- Como foz para um ou mais Foz do rio Urubu na Folha
via I rios que deixam de escoar SA.21-Y-A.
diretamente para o rio prin-
c i pai.

2 Furo em colmatagem Em planície fluvial Como condutor das águas Próximo à foz do rio Nha-
do rio principal para os mundá na Folha SA.21-Z-A.
lagos que se encontram em
colmatagem.

3 Furo em vale morto Em vale fluvial abandonado Como ligação entre rios Leste do rio Abacaxis na
e/ ou lagos utilizando vale Folha SA.21-Y-C.
abandonado por ocorrência
de captura.

4 Furo em contato litológico Em áreas de contato lito- Como ligação entre rios Foz do rio Preto da Eva
lógico e/ou lagos em áreas de na Folha SA.21-Y-C
contato litológico, princi-
palmente de aluviões com
sedimentos da Formação
Barreiras.

5 Furo adaptado a tectônica Em alinhamentos estrutu- Como ligação entre rios Cortando a ilha Tupinam-
rais e/ ou lagos, adaptando-se a barana na Folha SA.21-'t-D.
alinhamentos de falhas ou
diáclase.

6 Furo ligando lagos Geralmente em planície flu- Como ligação entre lagos. Internamente na ilha Gran-
via I de do Tapará na Folha
SA.21-Z-B.

Fig 16 - Quadro Sinótlco dos Tipos de Furos

evidente. Outro fato importante refere-se aos diversos rios aluviais existentes tanto em sua margem direita como na
que inicialmente eram afluentes do rio Amazonas e que, esquerda demonstram várias fases na evolução de seu
após a colmatagem da foz, passaram a se comunicar com leito. Nas proximidades da foz do rio Trombetas apresen-
o rio principal através de um furo diretamente ligado à tam-se diversos lagos separados entre si por diques alu-
planície. O rio Preto da Eva é exemplo deste fato. Neste rio viais que funcionaram como restingas fluviais. Interna-
o maior volume d'água e a maior capacid,ade de transporte mente esses lagos estão em processo de colmatagem,
do rio Amazonas estabelecem um desequilíbrio que per- sendo que alguns furos deságuam em deltas tanto no lago
mite a colmatagem na foz. Ventura, d'Avila e Barbosa Sapucuá como nos lagos Paru e das Marrecas
(1975) já exp Iicaram essa gênese. Em SA 21-Santarém
esse processo é genérico, sendo que em alguns casos A observação da imagem de radar permitiu uma classifi-
combina-se a alinhamentos estruturais com direção cação para os lagos amazônicos em SA 21-Santarém
SW-NE, como acontece no rio Uatumã e nos rios ligados Considerando-se a variedade de formas, tentou-se inicial-
ao furo Urariá. O furo localizado a sul do lago Uruá, mente estabelecer uma tipologia em função da forma.
próximo da cidade de Nhamundá, liga o rio Amazonas aos Observou-se entretanto a possibilidade de se fornecer
lagos próximos do Posto Fiscal Macuricana. Na tipologia mais elementos, permitindo uma primeira visão genética
de furos, este exemplo enquadra-se entre os furos em dos lagos. Segue-se a classificação inicial efetivada para
colmatagem, ou seja, furo interrompido apresentando SA 21-Santarém
alguns trechos colmatados. A oeste de seu canal, a
imagem de radar reflete tonalidade cinza-claro, referente à
colmatagem que se efetua em seu curso. Mais para leste 1. Lago de várzea: lagos que ocorrem na planície fluvial e
seu funcionamento é perene, refletindo tonalidade negra. estão em colmatagem: São alimentados pelo rio principal
Já o furo Aduacá liga o lago Aduacá ao rio Nhamundá, que transborda nos períodos das cheias. Após a decan-
formando neste rio um delta fluvial. Sua continuidade para tação dos sedimentos, devolvem, através de fure, as águas
leste ê o furo Bom Jardim, que serve de condutor para as ao rio na estiagem; neste caso temos o lago Piracaina, na
águas do vale afogado do rio Nhamundá, desaguando no Folha SA.21-Z-B (Fig. 13).
rio Amazonas.
2. Lago de contato litológico: ocorre em áreas de contato
O rio Cachoeri é um furo cuja confluência indica a saída litológico, geralmente de aluviões com sedimentos da
do rio L>.mazonas e o deságue no rio Trombetas. Os di.ques Formação Barreiras. Alguns lagos marginais ao furo Urariá

GEOMORFOLOGIA/167
I

Espp • Superffcio do Podipleno Neo·Pieistocênico Lm • Lago da meandro

it • lntorfluvio tabular Apf · Planfcia fluvial

- - - - • Limite de forma de relevo

Ftg 17 - Pediplano N~Pielstocênlco e Furo Urarlâ

na Folha SA 21-Y-D servem para exemplificar este tipo alongada Na ilha Arapiuns, Folha SA 21-Z-8, obtêm-se
(Fig 17). exemplos deste tipo de lago (Fig 14)

3. Lago de meandro. lagos que ocorrem em meandros 5 Lago de restinga ocorre Isolado do rio principal por
abandonados Resultam da recuperação fluvial e são processo de colmatagem do tipo restinga fluvial Para
isolados do rio principal por colmatagem . Alguns lagos exemplificar este tipo de lago pode-se citar os lagos Paru.
marginais ao furo Urariá, na Folha SA 21-Y-C, são exem- Marrecas e Praia, localizados na Folha SA 21-X-C Na
plos deste tipo (Fig. 17). figura 23 há exemplos deste tipo

4. Lago de dique. ocorre entre diques aluviais e tem forma 6 Lago adaptado a tectônica: ocorre em áreas de subsi-

168/ GEOMORFOLOGIA
I

Estb • Superflcie tabular __ - • Padrao ortogonal de drenagem

it · lntarftúvio tabular J..l-.u.. -l..L.. • Rebordo erosivo

Apf • Planície fluvial


Flg 18 - Lago de Barragem do Rio Jurutl

dência localizada, controladas por alinhamentos estrutu- conta to litológico entre sedimentos paleozóicos e terciá-
rais; o melhor exemplo para este caso é o lago Canaçari, rios e tem direção W-E A oeste, o lago Erepecu recebe um
nas Folhas SA .21-Y-B e SA.21-Y-D afluente que, em seu curso de direção N-S, está encai-
xado. A leste deste lago localizam-se o rio Acapu e o
7 Lago de barragem ocorre a jusante dos rios que têm foz igarapé Ariranha que, na confluência com o rio Paru de
afogada ou barrada. Estes rios assumem na foz grande Oeste, formam lagos. Alguns vales fluviais que se ligam a
proporção de alargamento e são conhecidos como lagos. estes lagos aparecem com a foz afogada e drenagem
Exemplos deste tipo são os lagos Uaicurapá e Grande de ortogonal. Estes eventos indicam que o lago Erepecu é
Juruti, na Folha SA 21-Z-A (Fig. 18). A figura 19 é um um lago de contato litológico e também adaptado a
quadro sinótico dos tipos de lagos. tectônica com subsidência localizada

Na Folha SA 21-X-C localiza-se o lago Erepecu, nas pro-


ximidades da margem esquerda do rio Trombetas, cortado Uma análise mais detalhada do rio Acapu e do igarapé
por um dique de diabásio de direção SW-NE. É um lago de Ariranha permite observá-los a montante como rios ortocli-

GEOMORFOLOGIA /169
TIPO OCORRÊNCIA GÊNESE EXEMPLO

1 Lago de várzea Em planície fluvial Áreas alimentadas pelo Lago Piracaina na Folha
transbordamento do rio SA.21-Y-D.
principal promovendo de-
cantação dos sedimentos.

2 Lago de contato litoló- Em áreas de contato lito· Áreas alimentadas por Lagos marginais ao furo
gico lógico afluentes e/ ou pelas chu- Urariá na Folha SA.21-Y-D.
vas onde ocorre contato de
litologias.

3 Lago de meandro Geralmente em planície Áreas de recuperação flu- Lagos marginais ao furo
fluvial vial, isoladas do rio princi- Urariá na Folha SA.21-Y-C.
pai por colmatagem.

4 Lago de dique Em planície fluvial Áreas onde ocorrem os pro- Lagos internos da iLha Ara-
cessos de colmatagem do piuns na Folha SA.21-Z-B.
tipo slikke e schorre, man-
tendo um lago entre os
diques aluviais.

5 Lago de restinga Em planície fluvial Antigas "baías" fluviais, Lago Paru na Folha
isoladas do rio principal SA.21-X-C.
por processo de colmata-
gem do tipo restinga fluvial.

6 Lago adaptado a tectônica Em áreas de subsidência Áreas alimentadas por Lago Canaçari nas Folhas
localizada afluentes e/ ou pelas ch4- SA.21-Y-B e SA.21-Y-D.
vas onde ocorreu subsidên-
c ia localizada controlada
por alinhamentos estru-
turais.

7 Lago de barragem Em proximidades de foz Áreas onde a foz foi bar- Lago Grande de Juruti na
fluvial rada e/ou afogada assu- Folha SA.21-Z-A.
mindo a jusante grandes
proporções em alargamen-
to.
Fig 19 - Quadro Sinótico dos Tipos de L11gos

nais com direção W-E. 1\las proximidades do rio Paru de dos de suas possíveis influências em grandes projetos de
Oeste abrem percées cortando as litologias paleozóicas desenvolvimento regional, assim como a construção de
que favoreceram a instalação de cuesta desdobrada. O rio barragens para produção de energia elétrica.
Acapu e o igarapé Ariranha posicionaram-se em depressão
ortoclinal de um desses rebordos. Nestas áreas a vegeta-
ção é extremamente heterogênea, aparecendo Floresta-de- 6.2.2 - Efeitos da Colmatagem Fluvial
Galeria, Floresta Densa, Formação Pioneira, além de ou-
tras. Os sedimentos paleozóicos permitiram a formação de Os diques aluviais registrados no curso do rio Tapajós têm
solos pouco desenvolvidos dificultando a instalação flo- forma de "cauda de cometa" e são mais alargados para
restal. Estas são sugestões de que o clima seco permane- montante e afinados para jusante. No rio Trombetas os
ceu mais tempo nessas áreas e que parte da vegetação diques aluviais são contínuos e o controlam, canalizando o
seria relíquia (vide IV-Vegetação) dessa fase climática mais curso paralelamente ao fluxo maior da água (Est. Xll1.2).
seca. São diques mais antigos, habitados por vegetação arbó-
rea. Segundo a descrição de Sakamoto (1957), esses
Pela observação da imagem de radar, após a análise da cordões são constituídos de caolinita. Esses depósitos
drenagem e das formas de relevo em SA.21-Santarém, estão ligados ao desmonte do Planalto Dissecado Rio
pode-se concluir com fatos comprobatórios que as antigas Trombetas-Rio Negro e soos limites, a montante, estão no
fraturas funcionaram como centro de adaptação, ajustan- contato desta unidade morfoestrutural com o Planalto
do-se durante o Quaternário e definindo alinhamentos nas Sedimentar da Bacia Amazônica. O tipo de diques parale-
litologias terciárias. Essas movimentações estruturais são los ao fluxo de água do rio até o presente estágio de
de tal ordem recentes que exigem estudos muito detalha- mapeamento não tinha sido registrado. Em SA.21-Santa-

170/ GEOMORFOLOGIA
rém aparecem também no rio Jatapu (Fig. 4). Eles parecem sedimentos da Formaçao Barreiras (vide l-Geologia). Este
indicar duas fases no regime desses rios. A primeira, uma tipo de depósito permite afirmar que há trechos em que a
fase de deposição quando o rio seria evidentemente mais litologia terciária está submersa. Em SA.21-Santarém o rio
largo. A segunda fase indica um período de aprofundamen- Amazonas corta os sedimentos terciários da Formação
to de talvegue, quando ocorreu a fixação do canal atual. Barreiras. O poç_o 1TR-1-AZ da Petrobrás, localizado na ilha
No rio Amazonas a colmatagem dispõe os diques aluviais da Trindade, registrou 400m de espessura dos sedimentos
linearmente ao longo das margens do rio. Ele efetua terciários. O Pediplano Plio-Pieistocênico prolonga-se pe-
também a deposição em seu leito elevando-lhe o nível de las duas margens dos rios Amazonas e Tapajós, eventual-
água e possibilitando-lhe uma translação dentro da planí- mente chegando nas proximidades desses grandes rios
cie. Sakamoto (1957) afirmou que na ilha da Trindade, na Estes fatos são suficientes para serem datados os rios
confluência do rio Madeira com o rio Amazonas, ocorrem Amazonas e Tapajós como quaternários. Em tempo neo-
100m de aluviões depositadas sobre os sedimentos da pleistocênico, instalou-se outra fase de pediplanação
Formação Barreiras. Esta ilha localiza-se no alinhamento acompanhando o curso desses rios, assim como dos rios
tectônico que direciona o curso do rio Madeira, a captura Curuá-Una e Xingu. Portanto, a drenagem amazônica em
do rio Uatumã e a inflexão no curso do rio Piratucu. Santarém se instalou entre o Plio-Pieistoceno e o Neo-
Pieistoceno, ou seja, no Meso-Pieistoceno.
Os lagos ligados á várzea, classificados entre os lagos em
colmatagem por decantação, tiveram como exemplo o lago 6.3. - Evolução da Depressão Periférica do Norte do Pará
Piracaina em SA.21-Z-B. Na Planície Amazônica esse tipo
de l~o é bastante repetitivo, posicionando-se eventual- Ventura, d'Avila e Barbosa (1975) dataram como pleistocê-
mente no interior de muitas ilhas, como são os casos das nicb o aplainamento que produziu o recuo :JOr circundes-
ilhas Arapiri e Grande do Tapará, na Folha SA.21-Z-B. nudação da Formação Barreiras E'xumando os sedimentos
Esses lagos comunicam-se através de furos com o rio das formações paleozóicas e abrindo a Depressão Periféri-
Amazonas, alguns dos quais, marginais ao grande rio, ca do Sul do Pará. Os referidos autores encontraram relevos
recebem afluentes. Na época das cheias, os rios transbor- residuais da litologia terciária entre os dissecados em
dam e os alimentam com sedimentos que decantam. Com rochas pré-cambrianas. Isso lhes permitiu considerar a
a volta dos rios ao leito maior ocorre a devolução das maior extensão da Formação Barreiras encobrindo as lito-
águas que, nesse momento, já não estão mais carregadas logias paleozóicas e mesmo pré-cambrianas em alguns tre-
de sedimentos, posto que se depositaram nos lagos; chos. Em SA.21-Santarém não se constataram na Depres-
pertencem ao tipo do lago em colmatagem por decantação são Periférica do Norte do Pará relevos residuais terciários
A colmatagem elaborada pelo rio Amazonas é também além da borda norte da Sinéclise do Amazonas. A sudeste
submetida a canais e cordões de mecanismo do tipo slikke
e schorre A colmatagem na planície fluvial (Apfi) geral-
mente é conjunta com a colonização vegetal. Observações
de campo permitem salientar os efeitos da vegetação
de Campo em áreas alagadas (vide IV-Vegetação), fixando
os sedimentos nas margens e alargando a planície fluvial
da Folha SA.21-X-A, nas proximidades da margem esquer-
da do rio Trombetas, há um relevo cuestiforme (Fig. 5),
composto de litologia sedimentar paleozóica e Formação
Trombetas, que aparece fora do alinhamento geral da
borda norte da Sinéclise do Amazonas (Est. XV.1). Isso é
indicativo de que essa litologia sedimentar esteve mais
I
(Apfi). Este fato também é visto em diques aluviais que são avançada para norte e que foi recuada. Os fatos obrigam a
fixados por gramíneas, a exemplo do que acontece nas que se considere que os processos de pediplanação recua-
margens do rio Madeira, na Folha SA 21-Y-C. ram os sedimentos paleozóicos. A partir da margem es-
querda do rio Trombetas para norte, a Depressão Periférica
Em muitos lagos de várzea nota-se a formação de deltas do Norte do Pará comunica-se com o Planalto Rebaixado
fluviais comandados pelo rio Amazonas (Est. XIV.1). De da Amazônia (Médio Amazonas), aplainado pelo Pedi plano
maneira geral a colmatagem desses deltas fluviais se dá Neo-Pieistocênico. Desta forma se estabelece a relação
com forma alongada, acompanhando o curso do furo ou rio entre Pediplano Neo-Pieistocênico e o piso da Depressão
que penetra no lago No baixo curso do rio Tapajós Periférica do Norte do Pará. Esta unidade de relevo,
também existe um delta fluvial (Fig. 13), classificado elaborada em rochas pré-cambrianas, apresenta muitos
como digitado, conforme Derruau (1972). trechos que resistiram aos processos de aplainamento,
constituindo-se em inselbergs.
Barbosa, Rennó e Franco (1974) definiram três gerações
para a drenagem amazônica. Em SA.21-Santarém os rios O rio Curuá, após cortar a Depressão Periférica do Norte do
Curuá-Una, Tapajós, Madeira, Uatumã, Trombetas, Nha- Pará, superimpõe-se ao relevo desdobrado de cuesta do
mundá, Curuá e Maicuru (Est. XIV.2), além de outros Planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas, abrindo per-
grandes rios, pertencem à primeira geração. Na segunda cées. Esse rio ao penetrar no Planalto Rebaixado da
geração enquadram-se os rios Preto da Eva, Arapiuns, Amazônia (Médio Amazonas) segue direção NW-SE, dre-
Andirá, Uaicurapá, Apoquitaua, Piratucu, Sanabani e Ane- nando uma depressão ortoclinal onde ocorre paralelo à
bá. À terceira geração pertencem rios, igarapés, paranás e direção das camadas, à frente dos desdobramentos da
furos. Alguns deles são: furo Autás-Mirim, furo de Silves, cuesta elaborada nas litologias paleozóicas. A seqüência
igarapé do Mocuricana,. rio Cachoeri, rio Parieutuba e estratigráfica dos sedimentos paleozóicos exige que o rio
paraná do Careiro. Na Folha SA.21-Z-A, próximo á lagoa Curuá, ao se dirigir para NNE-SSW, varie seu curso com
do Poção, o Pediplano Neo-Pieistocênico é cortado por muita constância à medida que encontre contatos litológi-
rios da terceira geração, ligados ao sistema hidrográfico cos descrevendo sinuosidades.
do rio Amazonas, apresentando em suas margens {IS
Florestas-de-Galeria. Acompanhando o curso dos rios Nhamundá, Jatapu, Uatu-
mã e Urubu, a imagem de radar ressalta extenso aplaina-
O lago Grande do Curuai, em SA.21-Z-B, tem em seu mento que se prolonga em residuais localizados nos inter-
interior um extenso e espraiado depósito aluvial sobre flúvios, marcando a atuação do clima seco a que se sub-

GEOMORFOLOGIA/171
meteu a área Conforme já foi demonstrado na análise de senta uma ruptura por falha com desnível bastante acen-
drenagem, esses rios estão direcionados, obedecendo a tuado, com a superfície apresentando caimento para NE.
alinhamentos estruturais, e a posição ortogonal de seus Na parte reversa desta superfície ocorrem vales assimétri-
afluentes é nítida comprovação dessa influência tectônica cos e largos que sugerem uma movimentação recente por
Com a fase de clima úmido, os interflúvios mais argilosc,s soerguimento deste bloco Neste caso é viável uma corre-
foram intensamente dissecados, originando interflúvios lação com os eventos já citados na Folha contígua NA 21-
com encostas ravinadas (inr) Nas áreas de acumulação Tumucumaque, ou seja, com a captura do rio Paru de
onde os sedimentos são mais arenosos, a infiltração da Oeste, pois a situação geomorfológica é comum ao mes-
água não deu condições para dissecação intensa e os mo bloco
talvegues são menos numerosos Trata-se de áreas de
acumulação inundáveis (Aai). Ventura, d'Avila e Barbosa (1975) também referem-se aos
efeitos· mais tardios de uma reativação tectônica, no
Nos quilômetros 153 e 155 da estrada Cuiabá-Santarém estudo da Folha SB 21-Tapajós, mostram o encaixamento
afloramentos com variação de níveis de argila e de seixos, geral da drenagem dos rios de 2 a e 3 a gerações, ·como
em áreas de interflúvios, indicam oscilação climática re- também relacionam a retomada de erosão holocênica à
cente. Este fato é reforçado pela constatação de terraços subsidência da bacia do Médio Amazonas que basculou o
nas proximidades de "igarapés" que cortam a estrada, com Pediplano Pleistocênico, no qual a retomada de erosão
acúmulo de seixos de quartzo demonstrando uma fase de encaixou os rios
grande capacidade de transporte para esses "igarapés",
A análise de conjunto da rede de drenagem regional tem se
evidentemente em condição climática diferente da atual
constituído em um elemento de grande valia na interpreta-
Na estrada Obidos-Oriximiná encontraram-se conglome-
ção dos efeitos desta recente reativação tectônica Na
rados capeados por película de óxido de ferro que, não
Folha SA 21-Santarém destacam-se rios e lagos posi-
raras vezes, impregnava os seixos
cionados sobre os sedimentos terciários da Formação
A variação nas condições climáticas holocênicas constata- Barreiras que apresentam seus cursos sensivelmente retilí-
se também no trecho de estrada percorrida entre Manaus- neos, como por exemplo os rios Urubu e Preto da Eva, o
ltaquatiara Nos quilômetros 141, 142, 160 e 185 dessa lago Andirá e certos trechos do furo Urariá Essa distribui-
rodovia há contato sem gradação das linhas de seixos com ção sistematizada na rede hidrográfica da área mapeada
óxidos de ferro e os sedimentos argila-arenosos Todos não constitui uma feição morfológica restrita à mesma,
esses ever:1tos, embora não mapeáveis na escala a sendo indentificada com regularidade ao longo da bacia
1 1 000 000, 'são comprobatórios dessa fase mais seca hidrográfica. É sobre o prolongamento dessa disposição

I
recente retilínea e paralela dos cursos dos rios que são visíveis,
nas imagens de radar, estruturas falhadas com direr::ões
preferenciais NE-SW e NW-SE cortando indiscriminada-
6.4. - Influência Tectônica Recente na Evolução do Rele- mente rochas pré-cambrianas e paleozóicas Estes ele-
vo mentos estruturais sotopostos aos sedimentos terciários
são refletidos pelas feições geomorfológicas específicas
Durante o mapeamento geomorfológico da área coberta do padrão de drenagem, sendo confirmados através de
pelo Projeto RADAMBRASIL têm sido explicados fenôme- trabalhos de sísmica realizados pela Petrobrás, conforme
nos geomorfológicos relacionados diretamente a eventos Cunha (1973) O próprio rio Amazonas apresenta-se tam-
tectônicos recentes, que permitem melhor compreensão bém nitidamente submetido ao controle destas estruturas
no estudo da evolução do relevo Esta situação tem se falhadas, com direção NE-SW no trecho entre a cidade de
comportado de rJlodo diferente em cada área, ocorrendo ltaquatiara e a ilha do Flexal, ínfletíndo neste local no
entretanto com bastante regularidade em escala regional, sentido W-E para, em seguida, retornar à mesma direção no
ao longo da Sinéclise do Amazonas, incluindo o Craton trecho entre as cidades de Parintins e Obidos A largura
Guianês e o Craton do Guaporé A evidência desta influên- incomum de sua planície holocênica, os inúmeros lagos e
cia tectônica sobre o relevo torna-se cada vez mais proe- o complexo sistema de furos que ocorre nessa faixa, entre
minente à medida em que novas áreas contíguas são ltaquatiara e Obidos, são elementos que traduzem uma
mapeadas Assim, Costa & Melo (1976), no estudo da fase de evolução recente do rio Amazonas em conseqüên-
Folha NA 21-Tumucumaque, indentificaram as capturas cia da adaptação de seu curso a essas estruturas Este fato
do rio Paru de Oeste (Folha NA 21-Z-C) e do rio Anamu, observado na Folha SA 21-Santarém e a coincidência ao
como também observaram escarpas de falhas conserva- longo destes alinhamentos estruturais de eventos geomor-
das,com facetas triangulares visíveis, como as que ocor- fológicos como, por exemplo, as capturas dos cursos dos
rem na parte sudeste da serra Acaraí Atribuem esta rios Urubu e Anebá, o padrão ortogonal de drenagem em
situação geomorfológica á ação tardia da tectônica ao torno das margens do lago Canaçari e da lagoa do Poção
longo do terciário, por soerguimento Na Folha SA 21-San- são evidências que indicam uma recente movimentação
tarém são visíveis, sobre o relevo que compõe a unidade destas antigas estruturas falhadas.
morfoestrutural do Planalto Dissecado Norte da Amazônia,
escarpas de falhas que se intercruzam diagonalmente Na parte sul da área mapeada, no limite com a Folha
compondo um pad.·ão angular dominante, compartimen- SB 21-Tapajós, ocorre uma faixa nítida em que o relevo é
tando o relevo em blocos distintos. Essa disposição predominantemente colinoso, aparecendo também formas
estrutural foi condicionante no desenvolvimento da morto- tabulares de topos conservados, residuais do Pediplano
gênese deste relevo. Assim, na Folha SA.21-X-B, a norte Plio-Pieistocênico. Esta área, que se estende na direção
do stock do Maicuru ocorrem vários níveis altimétricos em leste-oeste, apresenta uma alta intensidade de dissecação
forma escalonada, comportando tipos diferenciados de em que os processos erosivos entalharam vales com
dissecação submetidos a controle deste sistema conjuga- talvegues aprofundados. Esse relevo muda bruscamente á
do de falhas. Na Folha SA;21-X-A, um destes blocos que medida que se passa em direção ao centro da Bacia
caracteriza o Planalto Dissecado Norte da Amazônia apre- Sedimentar Amazônica, onde as áreas planas pertencentes

172/GEOMORFOLOGIA
aos Pedi planos Plio-Pieistocênico e Neo-Pieistocênico es- SA.21-Santarém durante o tempo geológico holocênico. o
tão conservadas ou pouco dissecadàs O contato de ruptu- aluvionamento linear na Planície Amazônica e a colmata-
ra deste relevo colinoso com as áreas planas coincide com gem marginal a lagos, furos e paranás permanecem como
as mudanças bruscas na direção geral da drenagem de N-S eventos atuais.
para NE-SW com disposição em padrões de formas recur-
vadas Esta situação geomorfológica é indicativa de virga-
ções que elevaram o relevo nesta área, permitindo a 7 - APLICAÇÕES PRÁTICAS
instalação dos processos erosivos em condições ideais
para o entalhe e aprofundamento dos talvegues. Este
evento pode ser atribuído a movimentações recentes de A área compreendida pela Folha SA.21-Santarém apresen-
sistema escalonado de falhas de direyão NE-SW, identifi- ta privilegiada posição geográfica dentro da Região Ama•
cadas por Cunha (1973) e visíveis nas imagens de radar na zônica. Esta posição decorre de vários componentes: da lo-
Folha SA.21-Santarém passando pelas cabeceiras dos rios calização entre os dois grandes centros regionais Belém e
Cupari, Curuá-Una e Salobre. Neste caso pode-se precisar Manaus; da configuração geomorfológica regional com a
no tempo geológico a datação desta reativação tectônica Planície Amazônica cortando a Folha de leste a oeste; da
como sendo de idade quaternária, pois o soerguimento fácil navegabilidade do rio Amazonas e de seus afluentes
destas áreas basculou o Pediplano Plio-Pieistocênico re- de seu denso sistema de furos e "igarapés", encurtand~
presentado pelos residuais de topo plano na faixa de distâncias, e da extensão da Planície Amazônica muito
dissecação. alargada nesta Folha. Acrescentam-se os recursos mine-
rais, o potencial hidrelétrico em início de aproveitamento e
as riquezas em solos e vegetação Em conseqüência
6.5 - Seqüência da Evolução Geomorfológica destas predisposições naturais, a Fotha de Santarém abri-
ga um bom efetivo demográfico e uma rede urbana em
Os fatos geomorfológicos mais antigos registrados na processo de organização A problemática da energia elétri-
Folha SA.21-Santarém datam do Plio-Pieistoceno O aplai- ca constitui um requisito básico para o desenvolvimento
namento conservado no topo do Planalto Dissecado Norte da Amazônia, estando condicionado o aproveitamento do
da Amazônia ficou sem datação precisa, considerando-se seu elevado potencial aos planos de incentivos setorizados
entretanto que é posterior ao Jura-Cretáceo e anterior ao e às variações de custos de outras formas de energia
Neo-Pieistoceno As formas de relevo plio-pleistocênicas obtidas por usina termoelétrica isolada. Este problema
foram esculpidas por geomorfogênese mecânica em clima energético da Amazônia é meta prioritária do governo
seco, responsável pela formação do Pediplano Plio-Pieis- federal através do Ministério das Minas e Energia, criando
tocênico, registrado no Planalto Tapajós-Xingu e no Pla- em 1973 as Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/ A -
nalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro ELETRONORTE, subsidiária da ELETROBRÁS, com obje-
tivos de desenvolver estudos para aproveitamento hidrelé-
Durante o Meso-Pieistoceno ocorreram os primeiros des- trico na Bacia Amazônica
montes do Pediplano Plio-Pieistocênico, com entalhe de
talvegues submetidos à morfogênese química em clima Neste quadro, o mapa geomorfológico permite a identifica-
úmido. Nesta parte intermediária do Pleistoceno deram-se ção básica das formas de relevo e a evolução dos abundan-
a subsidência do baixo curso do rio Tapajós e a instalação tes fenômenos fluviais, de modo a ser utilizado diretamen-
dos rios Amazonas, Tapajós e Curuá-Una. te para a planificação e incentivos que a Folha de Santarém
necessita Além dos informes diretos, este relatório anali-
As condições morfogenéticas durante o Neo-Pieistoceno sa, equaciona e propõe soluções para os problemas mais
foram mecânicas, controladas pelo clima seco que origi- diretamente relacionados à geomorfologia.
nou o Pediplano Neo-Pieistocênico Este pediplano deixou
suas marcas mais expressivas no Planalto Rebaixado da
Amazônia (Est. XV.2), no piso da Depressão Periférica do 7.1. -Aproveitamento do Potencial Hidrelétrico
Norte do Parà, e acompanhou as margens dos rios Amazo-
nas, Tapajós e Curuá-Una, recuando as vertentes do Pedi- A análise do conjunto dos fenômenos geomorfológicos
plano Plio-Pieistocênico. Na fase de pediplanação neo- identificados para a Folha SA.21-Santarém tem como
pleistocênica efetuaram-se as depressões ortoclinais do objetivos mostrar a não-viabilidade de aproveitamento de
rio Acapu e do igarapé Ariranha, a formação dos pedimen- sítios para implantação de hidrelétricas na área sul e
tos do "nível de Santarém", assim como a exumação dos central da Sinéclise do Amazonas, como também as
diques de diabásio no Planalto Rebaixado da Amazônia condições favoráveis que permitiram uma pré-seleção de
pelo reéuo das litologias paleozóicas. treze sítios com possibilidades de aproveitamento hidrelé-
trico, localizados a norte da bacia.
Durante o Holoceno a instalação do clima úmido favoreceu
à morfogênese química, ocorrendo eventuais períodos No capítulo que trata da evolução do relevo foram discuti-
secos,· curtos e com morfogênese mecânica. O desmonte dos e explicados fenômenos geomorfológicos, interpreta-
do Pediplano Neo-Pieistocênico pelo entalhamento de dos muitos deles como sendo reflexo de uma reativação
redes de drenagens, a retomada na dissecação do Pedi pla- tectônica de antigas estruturas falhadas, que afett~ram os
no Plio-Pieistocênico e dos relevos residuais do aplaina- sedimentos terciários da Formação Barreiras O estudo
mento conservado no topo do Planalto Dissecado Norte da comparativo da distribuição espacial desses fenômenos
Amazônia são fatos erosivos que ainda funcionam em geomorfológicos sobre estes sedimentos resulta que os
SA.21-Santarém O furo Urariá capturou o baixo curso dos mesmos ocorrem localizados de preferência ao longo de
rios Abacaxis, Maicuru e Maués-Açu, durante o Holoceno, alinhamentos estruturais, falhas de direções NE-SW e
assim como ocorreu a captura na foz dos rios Urubu, NW-SE Estas falhas, pela sua continuidade, são identifi-
Uatumã e Preto da Eva (Fig. 17). A transgressão Flandriana cadas sobre rochas de idades paleozóicas e pré-cambria-
é outro evento que possivelmente acarretou efeitos na área nas Ainda que a reativação dessas falhas antigas apresen-

GEOMORFOLOGIA/173
te pequenos rejeitas, os efeitos deste evento estão marca- as condições naturais de equilíbrio no sistema ecologico
dos sobre a área sul da Sinéclise do Amazonas e em parte Este fato foi observado, jà em processo de evolução,
localiz<>dos na área a norte Assim, rios como o Abacaxis e apesar da pequena escala, nas áreas de Oriximiná, Óbidos
Ca;1umi1, que correm em sua mínima extensão na Folha e Santarém, em conseqüência das ultimas enchentes do
SA 21- Y -C, tiveram seus cursos capturados através do furo rio Amazonas que obrigaram o homem a migrar para a
do Urariá Fenômeno similar ocorre próximo à foz dos rios "terra firme", assim como pela abertura de estradas, cuja
Urubu e Anebà que, após a captura de seus cursos, colonização não foi controlada A reunião desses fatos e
passaram a canalizar suas águas através de furo que se liga as evidências de um potencial hidráulico com possibilida-
ao lago Saracà Na mesma direção NE-SW desse furo é des favoráveis para o aproveitamento hidrelétrico na área
visto um alinhamento de falha evidenciada na inflexão norte da Bacia Amazônica são argumentos que não justifi-
brusca do curso do rio Piratucu Os rios Urubu, Preto da cam projetos para construção de barragens no curso do rio
Eva, Anebà e o Crepori, que correm em sua máxima exten- Amazonas, mas especificamete no ilusório estreito de
são na Folha SB 21-Tapajós, apresentam seus cursos óbidos Posteriormente este projeto foi encaminhado ao
visivelmente retilíneos na direção NW-SE, que constituem Instituto Hudson, nos Estados Unidos, resultando no pro-
uma feição geomorfológica indicativa de estruturas solo- jeto "Grande Lago Amazônico" do Dr Hermann Kahn, de
postas a falhas ou fraturas Na ilha Tupinambarana foi acordo com as informações de Valverde (1971 ), com larga
identificado um padrão de drenagem ortogonal com vales divulgação e debates A plena impossibilidade de exe-
afogados, quando deveria ocorrer sobre esses sedimentos cução deste projeto fica demonstrada ao nível atual dos
um padrão de drenagem dendritico Um exemplo ocorre custos e das desvantagens Na área sul mapeada, os
nas margens da lagoa do Poção e do lago Grande, que no afluentes da margem direita do rio Amazonas, como os
presente mapeamento são classificados como lagos adap- rios Tapajós, Arapiuns, Mamuru. Andirá e Maués-Açu,
tados a tectônica Cunha (1973) observou uma escarpa de apresentam os seus vales afogados e largos na maior
falha sobre a Formação Barreiras, em continuidade à qual extens.ão de seus cursos Esta área encontra-se recoberta
são vistos alinhamentos nos sedimentos recentes, na planí- por 95% dos sedimentos terciários pertencentes à Forma-
cie holocênica a norte da cidade de Monte Alegre Esses ção Barreiras São camadas horizontais de composição
fenômenos geomorfológicos são demonstrativos dos refle- litológica com intercalações de arenitos, argilitos e con-
xos causados pelos efeitos tectônicos recentes de uma glomerados, alcançando a sua maior espessura no poço da
reativação Esse fato não se constitui em dado favorável à Petrobrás 1-AC-1 PA, em Alter do Chão, medindo 545m
implantação de projetos de engenharia civil de grande Para uma construção de grande porte em terrenos desta
porte para estas áreas Um exemplo específico seria a natureza é necessária a introdução de técnicas mais sofisti-
eventual possibilidade de construção de uma barragem cadas, aumentando consideravelmente o tempo e os cus-

I
para aproveitamento hidrelétrico do rio Amazonas tos da obra Um exemplo ocorre na área do mapeamento na
Folha SA 21-Z-B, onde se constrói a Usina Hidrelétrica de
O rio Amazonas, pelo seu volume d'água, é considerado Curuá-Una (Est VI 1) O destaque já registrado para os
permanentemente navegável em áreas territoriais brasilei- fenômenos que envolvem as evidências de uma instabilida-
ras Isto é indicativo de seu regime regular, cujo equilíbrio de tectônica para os sedimentos teciários da Formação
é função dos regimes variáveis dos afluentes de sua Barreiras, a sua composição litológica, como também as
complexa bacia hidrográfica Este fato não justifica a características de afogamento e alargamento dos rios que
construção de um sistema integrado de barragens em seu drenam a parte sul da Bacia Sedimentar Amazônica reu-
curso, para fins de regularizar o regime de suas águas O nem as evidências e sugestões que contra-indicam alguns
relevo de suas partes marginais apresenta desnível pouco sítios com possibilidades para aproveitamento hidrelétri-
acentuado em uma grande extensão de área em relação a co
sua planície holocênica Um exemplo são as áreas aplaina-
das a oeste do rio Arapiuns pertencentes ao Pediplano Excluídas as possibilidades de aproveitamento hidrelétrico
Neo-Pieistocênico A largura de sua planície de inundação do rio Amazonas e do sul da área mapeada, foram delimita-
chega a atingir 49km de extensão, medida entre a cidade dos treze sítios na área a norte da Sinéclise do Amazonas,
de óbidos num corte transversal e a margem direita do rio levando-se em consideração os aspectos de ordem geo-
Amazonas Conforme um perfil realizado por Sakamoto morfológica e estrutura geológica, que definem a priori as
(1957) sobre o vale do rio, em Óbidos, a profundidade do áreas que poderão ser aproveitadas em uma fase posterior
talvegue atinge 1OOm Para este local foi apresentado um de estudos detalhados Em geral os principais afluentes da
projeto de autoria do engenheiro Eudes Prado Lopes para a margem esquerda do rio Amazonas que drenam a Folha
construção de uma barragem para aproveitamento hidrelé- SA 21-Santarém apresentam similitudes morfológicas
trico posicionada no estreito de Óbidos, cujos cálculos São rios extensos, com trechos encachoeirados e em
iniciais previam custos da ordem de 1 bilhão e meio de corredeiras, geralmente adaptadas a falhas ou diàclases
dólares Um problema que surge de imediato para a Estes rios cortam indistintamente formas de relevo e
construção da barragem são os núcleos populacionais da litologias diferenciadas, penetrando no piso plano da
Amazônia, que ocupam de preferência as "terras baixas" Depressão Periférica do Norte do Pará, onde se superim-
situadas entre cinco e dez metros de altura em relação ao põem às estruturas sedimentares das formações paleozói-
nível médio das águas A construção de uma barragem cas, passando a correr posteriormente sobre os sedimen-
neste local inundaria a planície holocênica ou áreas de tos terciários São rios submetidos a dois períodos distin-
"várzeas" que são utilizadas para agricultura e em parte tos com enchentes e vazantes sob controle de duas
para a criação, aproveitando-se as condições de fertilidade estações durante o ano Assim é que, a partir de seus
natural do solo A destruição destes núcleos populacionais médios cursos para montante, este fenômeno de ordem
e de seus cultivos promoveria a migração do homem que vive climática é bem marcado pelo abaixamento nos seus níveis
e depende das várzeas, acarretando a destruição das áreas e volume d'água, expondo afloramentos rochosos que
florestadas. Concorreria para a aceleração dos processos formam ilhas fluviais ao longo de seus cursos Os rios
erosivos, introduzidos pela ação antrópica, e modificaria Maicuru, Curuá, Paru de Oeste, Trombetas, Jatapu, Uatumã

174/GEOMORFOLOGIA
e Nhamundá e os afluentes, como Cuminapanema, Mapue- Na Folha SA.21-X-D foram selecionados três sítios, locali-
ra e Cachorro, estes três últimos tributários dos rios Curuá e zados sobre os rios Maicuru, Curuá e Cuminapanema, com
Trombetas, em SA.21-Santarém, são classificados como as seguintes características. são áreas de contato entre
pertencentes à geração Xingu mais antiga, definida por rochas paleozóicas da Formação Trombetas e rochas pré-
Barbosa, Rennó e Franco (197 4), drenando rochas de idades cambrianas, Granito Mapuera, ocorrem no limite entre as
pré-cambrianas, paleozóicâs e terciárias, estando submeti- unidades morfoestruturais da Depressão Periférica do Nor-
dos, portanto, às variações pluviométricas de ordem regio- te do Pará e do Planalto da Bacia Sedimentar do Amazo-
nal que os caracterizam. De modo geral são rios encaixados nas, que apresentam formas de relevo e altimetria diferen-
possuindo meandros mal calibrados. Em certos trechos ciadas, formando ombreiras nas gargantas de superimpo-
estão adaptados à estrutura, como os exemplos dos rios sição. Estas estão adaptadas a direções estruturais, falhas
Trombetas e Paru de Oeste na Folha SA 21-X-C. No bordo ou fraturas A análise deste fato deve preceder estudos
da Sínéclise penetram nas litologias paleozóicas formando detalhados para uma melhor comprovação e compreensão
gargantas de superimposição por vezes adaptadas a ali- dos possiveis reáíustes destas estruturas, que podem ser
nhamentos estruturais, falhas ou fraturas. movimentadas em conseqüência de um volume muito

~ -!..- . "fronf de cúeSta • dissimulado


. Cachoeira
~ ~ • • Fronf" de ..cuesta
- - · Pontos favoráveis para fuga d água

• • Sugestões para aproveatamento hidrelétrico - - • Falhas ou Fraturas

Flg 20- SI tios Favoràvels para a lmplautação de Hidrelétricas- A

GEOMORFOLOGIA /175
grande de água a ser represad o A montante da cachoeira consideráveis trechos desta estrada. Além disto, a mon-
do Javarl, à margem esquerda do rio Maicuru, ocorre um tante da cachoeira Porteira, o rio Cachorro apresenta no
vale ~rtoclinal, isto é, paralelo à direção das cam adas, com seu lnterfl úvio com o rio Mapuera um relevo dissecado
patamares do tipo cuesta , apresentando seu front escar- com possibilidades de se constituir em pontos de fuga
pado aberto em boqueirões do t ipo percées. Fenômeno d'água Nesta área ocorrem rochas paleozóicas, arenitos e
similar é visto no rio Cuminapanema, pela sua margem siltltos da Formação Trombetas em contato com riolltos e
direita, a montante da cachoeira Tracajá. O relevo que granóflros do Grupo Uatumã. No sitio da cachoeira Fuma-
compõe as áreas laterais do rio Curuá nas Imediações do ça as litologias são do tipo granitos e granodioritos
sítio selecionado na Cachoeira do Cajueiro apresenta-se pertencentes ao Complexo Guianense. Na Folha
dissecado em cristas Estas áreas podem constituir-se SA. 21-V-B, os rios Mapuera (Est. XV1.1) e Cachorro apre-
em pontos de fuga d'água (Fig. 20). Sugerem-se levanta- sentam três sítios com possibilidades para aproveitamento
mentos topográficos a fim de serem aval iados os pontos hidrelétrico No rio Cachorro foi selecionado o sitio locali-
especiflcos com cotas mínimas para o nlvel de água a ser zado na cachoeira Salto do Cachorro. Para o rio Mapuera
represada os dois sít ios selecionados ocorrem respectivamente na
cachoeira Cumaru e no trecho a jusante da cachoeira
Na Folha SA 21-X-C foram selecionadas a cachoeira Fu ma- Carrasco Nestas áreas os rios se superimpõem a blocos
ç_a. no rio Trombetas, e a cachoeira do Chuvisco, sobre o topograficamente elevados de relevo tabular no Planalto
no Erepecuru ou Paru de Oeste (Fig 21 ). Estes locais Dissecado Norte da Amazônia No rio Mapuera esse relevo
constituem objeto de estudos pela ELETRONORTE O sítio tabular ocorre lnterpenetrado pelo relevo plano da Depres-
da cachoeira do Chuvisco apresenta um desnível aproxima- são Periférica do Norte do Pará. Nestas áreas ocorrem
do de 20m, estando posicionado sobre um alinhamento litologias de idade pré-cambriana, Granito Mapuera No rio
estrutural , falha ou fratura de direção NE-SW. Esse local Jatapu, Folha SA 21-V-C, além das cachoeiras no r.ama-
corresponde ao contato de rochas paleozóicas arenitos e leão e Picapau , já estudadas por Llano (1974), sugere-se
siltitos da Formação Trombetas, e rochas pré-dambrianas como parte deste sistema lntegradç a cachoeira Brilhanti-
rioli tos e ignimbritos do Grupo Uatumã O relevo, ~ na Esse sitio da cachoeira Brilhantina ocorre no contato
montante da cac~oeira, nas áreas laterais ao rio, é plano, de rochas subvulcânlcas, Granito Mapuera, e os arenitos
correspondendo a Depressão Periférica do Norte do Pará arcoseãnos da Formação Roraima A montante desta ca-
limitada pelo relevo tabular do Planalto da Bacia Sedimente; choeira, o rio superlmpõe-se às superfícies tabulares ele-
do Amazonas O rio Trombetas apresenta dois locais com vadas do Planalto Dissecado Norte da Ama zôni a talhados
possibilidades, que são respectivamente as cachoeiras sobre os are nitos
Porteira, com desnível entre três a cinco metros, e a da

I Fumaça, com desni~el aproximado de 40m. Para o aprovei- A cachoeira Morena no rio Uatumã é uma das áreas
tam~nto destes si t1 os, deve-se levar em consideração o estudadas pela ELETRONORTE para a instalação de hidre-
P?Siclonamento da BR-163, recentemente construída, pró- létrica Nesse local, as áreas laterais ao leito do rio
XIma á margem esquerda do rio Trombetas, lançada sobre apresentam um relevo plano atingindo uma extensão con-
as áreas planas da Depressão Periférica do Norte do Pará siderável, passando para um relevo dissecado, com drena-
podendo ser facilmente alagada. O represamento d 'águ~ gem densa e vales com talvegues aprofundados Este
nas cachoeiras Porteira e Fumaça ocasionaria a perda de relevo plano se afunila a montante dessa cachoeira, inter-
penetrando superfícies tabulares mais elevadas que ofere-
cem melhores condições para o represamento de água
Neste local, sugere-se o sitio a jusante da cachoeira Miriti
com feições geomorfológicas mais viáveis Essa área
ocorre no contato entre rochas paleozóicas, arenitos e
sillitos da Formação Trombetas e riolitos e ignimbritos do
Grupo Uatumã

Estas considerações e pré-seleção de sitio, assim como as


observações de Costa & Melo (1 976), revelam que as
Folhas SA 21-Santarém e NA .21-Tumucumaque, cuja dre-
nagem é comum, concentram um potencial hidrelétrico
muito grande Ao nivel de imagem de radar não é possível
uma avaliação quantitativa deste potencial. Os estudos
que estão sendo feitos pela ELETRONORTE revelarão
esta potencialidade brevemente. As maiores possibili-
dades concentram-se a norte do rio Amazonas e isto cria o
problema de integração com os sistemas j á instalados ao
sul do rio, desde que as grandes profundidades de seu
talvegue e a larga extensão da planície certamente solici-
tarão tecnologias de transmissão ainda não empregadas
no Brasil (Fig . 22 e Fig 23)

• Sugestllo p~ra apr<Woitamento hidrelétrico


72 - Vias de Comunicações
- --.Falha$ ou Frawras
Numa análise para avaliar o posicionamento dos núcleos
populacionais da Amazônia observa-se que quase todas as
Fig 21 Sitio Favorável P{lr& a Implantação de Hidrelétrica - B suas cidades estão situadas às margens dos rios, fato este

176/ GEOMOAFOLOGIA
Sitios fall()(éveia para aproveítamento Local com possibilidades para
A - hidrelétrico ····· ·-··· - instalaçOes de rede hidrelétnca
FiiJ 22 - Trecho Favorável para a Instalação de Rede HldreiMrlca - A

por si ligadas pelos rios Essa tendência surge como


paradoxal face à malha de drenagem navegável

A posição do rio Amazonas em relação à distribuição


espacial bastante regular dos afluentes que compõem a
sua bacia hidrográfica revela a existência de um verdadeiro
sistema fluvial integrado, que deve ser desenvolvido em
programas futuros para facilitar os meios de comunicação
no setor dos transportes hidroviários Os sistemas de
furos que ocorrem na parte central da Baci·a Amazônica
facilitam muito o trânsito ao nivel de vários tipos de
embarcações Os "barrancos", isto é, as falésias fluviais
com poucos metros acima do nível médio das águas e da
planície holocênica são locais que ocorrem com frequência
ás margens dos rios do sistema amazônico e que melhores
condições oferecem para a instalação de portos fluviais
Assim , as condições naturais podem ser complementadas
- 1-+-- . Trecho favorável para transmisSllo com um sistema de portos dimensionados ao nível da
demanda A navegabilidade dos rios amazônicos para
· Cidede embarcações de médio e grande calados em geral ocorre
Fig 23 - Trecho Favorável para a I nstalação de Rede Hidrelétrica - B até o limite do afogamento de seus vales Para a Folha
SA 21-Santarém esse límite é definido e ocorre em exten-
generalizado e comprovado na Folha SA.21-Santarém Isto são considerável A rigor, para estas áreas em que ainda
tem criado uma tendência de desenvolvimento de rodovias não aparecem trechos encachoeirados, uma complementa-
viclnals e municipais a se integrarem ligando cidades já ção rodoviária paralela aos cursos dos rios não se faz

GEOMORFOLOGIA/177
necessária, até o ponto em que esse potencial navegável "igapó", não oferecem condições que sejam favoráveis
pode ser desenvolvido Outrossim, essa complementação para planejamento e execução de projetos rodoviários Em
rodoviária é justificável com relação ao posicionamento contraposição, o relevo plano de áreas conservadas e em
geopolítico das rodovias BR-21 O (Perimetral Norte) e posição topográfica elevada constitui local apropriado Um
BR-230 (Transamazôníca), o que requer abertura de vias de exemplo é comprovado pelas estradas construídas sobre
acesso pela posição estratégica que ocupam dentro da as superfícies dos Pediplanos Plio-Pieistocênico e Neo-
Região Amazônica. Os trabalhos de campo e sobrevôos Pieistocênico, localizados sobre o Planalto de Belterra
têm revelado a existência de extensas áreas planas alaga- (BR-163, trecho Santarém-Rurópolis) e sobre a Depressão
das sob a floresta. Estas áreas, conhecidas como matas de Periférica do Norte do Pará (trecho da BR-163, rodovia de

Faixa favorável a implantação de estrada CJ Relevo com baixa intensidade de dissecação

Relevo com alta intensidade de dissecação Relevo plano ou pauca dissecação

~ Relevo com média intensidade de dissecação - - - - - - Estrada construfda

Fig 24 - Faixa Favorável para Implantação de Rodovia - A

178/ GEOMORFOLOGIA
Faixa favorável a implantação de estrada

LIIIIIIillJ Relevo com alta intensidade de dissecação

1:: ': ): ·:·· :·: .... l Relevo com média intensidade de dissecação

CJ Relevo com baixa intensidade de dissecação

Relevo plano ou pouca dissecação

o 20 40 km

Fig 25 - Faixa Favorável para Implantação de Rodovia - B

acesso à Perimetral Norte) As características morfogenéti-


cas desse relevo e os tipos de rochas em que foram
talhadas essas superfícies de aplainamentos, com algu-
mas restrições para as áreas em que ocorrem tipos de
rochas como os folhelhos da Formação Curuà, constituem
os locais com melhores condições para serem aproveita-
dos em projetos que venham a ser desenvolvidos integran-
do o eixo rodoviário. Prevendo essa possibilidade de
expansão, apresenta-se a sugestão de áreas que podem
ser utilizadas para uma possível ligação da BR-163 entre
Cachoeira Porteira, indo encontrar a PA-254, que é o eixo
principal de integração entre as cidades de Oriximinà,
Obidos, Alenquer, Monte Alegre e Prainha Esta estrada de
ligação deve cortar as áreas planas da Depressão Periférica
do Norte do Pará, paralela ao bordo norte da Sinéclise
Amazônica, cruzando o rio Paru de Oeste ou Erepecuru
(Fig 24) Neste local pode-se optar para uma mudança de
direção no sentido sul, até encontrar a área da Depressão
Ortoclinal dos "Campos do Ariramba" Não é aconselhável
um planejamento que englobe a área compreendida no
interfluvio dos rios Trombetas e Erepecuru, entre os disse-
cados da borda norte da Sinéclise do Amazonas, e a
margem esquerda do rio Trombetas. Neste trecho, além do
relevo intensamente dissecado, afloram camadas de tolhe-
lhos de cor cinza-escuro pertencentes à Formação Curuà
São ainda áreas facilmente alagáveis, como as que ocor-
rem a norte do lago Erepecu e próximo às margens dos
rios Trombetas e Paru de Oeste Em trechos da BR-163
(Cuiabá-Santarém), observou-se que nos lugares em que
afloram os folhelhos dessa formação os trabalhos de
terraplanagem são dificultadas e seu estado de conserva-
ção é precário. A BR-230 (Transamazônica) possui vários
de seus trechos construídos sobre a superfície de aplaina-
mento neo-pleistocênica talhada sobre as formações pa-
leozóicas. Alguns desses trechos não apresentam boas
condições de tráfego. Este fato pode estar relacionado com
seu posicionamento sobre estas camadas paleozóicas de
composição essencialmente argilosa. Para planejamentos
de estradas na Região Amazônica não é permissível uma
abordagem igual à que normalmente se faz para as regiões
de climas menos úmidos. A utilização de informes geo-
morfológicos, geológicos, pedológicos e de vegetação é
imprescindível. Estas informações se tornam necessárias
na medida em que se encontram face a uma ecologia cujos
fatos não se assemelham em nada aos de outras regiões
brasileiras.

GEOMORFOLOGIA /179
O mapa do Departamento de Estradas de Rodagem do gadas e periodicamente inundáveis, que. a priori podem ser
Estado do Pará (1970) mostra a existência de um projeto selecionadas para programas de planejamento da ocupa-
para ligar as cidades de ltaituba e Juruti. A projeção desta ção humana Os resultados obtidos são: Apfi - 1 684km2
estrada, que leva a sigla PA-192, indicada no referido e Apta - 1.198km2
mapa, obedece a um posicionamento quase retilíneo. O
mapeamento geomorfológico permite transformar esse
traçado preliminar em um primeiro estudo, aproveitando-
8 - BIBLIOGRAFIA
se áreas que diminuirão o custo da obra. As modificações AB'SÃBER, A. N - Domínios morfoclimáticos e pro-
do traçado compõem a figura 25. víncias fitogeográficas do Brasil. Orientação, São
Paulo, (3): 45-48, 1967a
7 .3. - Condicionamentos Geomorfológicos para o Aprovei- 2. Problemas geomorfológicos da Amazônia
tamento da "Varzea" brasileira Atas Simp Biota Amazônica, Geoci.,
Rio de Janeiro, 1: 35-67, 1967b. ·
A ocupação da terra na Amazônia fez-se desde seu início,
com a instalação de núcleos de povoamentos localizados 3 Problemas do mapeamento geomorfológico
nas margens dos rios Acompanhando os rios amazônicos no Brasil Geomorfologia, São Paulo (6), 1969 15p
pode-se perceber a preferência do homem em habitar as
áreas marginais destes rios, como também os espaços 4 AMARAL, S E do - Nota sobre a série dos Barreiras
mais elevados da planície holocênica, já colmatada ou em no Vale do rio Tapajós 8 Soe Bras Geol., São
fase de colmatagem, mais especificamente os diques
Paulo, 3 (1 ): 29, 1954. '
aluviais mais antigos consolidados, onde a vegetação já
está fixada A ocupação humana da planície holocênica
5. ANDRADE, G O de - Furos, Paranás e Igarapés,
ou das áreas de "várzeas" é justificada pela sua riqueza
análise genética de alguns elementos do sistema
natural, facilitando o estabelecimento da agricultura e da
potamográfico amazônico B. Carioca Geogr, Rio
pecuária, como também pela facilidade das vias de comu-
de Janeiro, 9 15-50, 1956, il
nicação através dos sistemas de furos e paranás Este fator
é condicionante e promove com maior facilidade a comer- 6 BARBOSA, G V, RENNÓ, C V; FRANCO, EM S
cialização dos produtos que são de fundamental importân- - Geomortologia da Folha SA.11-Belém. In:
cia para o homem que vive e depende das "várzeas". A BRASIL Departamento Nacional da Produção Mi-
presença humana nas "várzeas" é muito dificultada nas neral Projeto RADAM Folha SA 22- Belém. Rio
épocas de enchentes do rio Amazonas Neste período os de Janeiro, 1974 (Levantamento de Recursos Na-

I habitantes são obrigados a transferir suas habitações ou


trocar de residência, e nas enchentes excepcionais os
prejuízos podem ser elevados para a agricultura e a cria-
ção Apesar de já haver uma certa adaptação do homem a
estes períodos, a queda da produtividade é inevitável
turais, 5)

7 BOAVENTURA, F M C. & NARITA, C - Geomorfo-


logia da Folha NAINB 22-Macapá In: BRASIL
Departamento Nacional da Produção Mineral
Estes problemas poderão ser minimizados na medida em Projeto RADAM. Folha NA!NB.22-Macapá. Rio de
que se aumenta o conhecimento sobre a natureza das Janeiro, 1974 (Levantamento de Recursos Na-
"várzeas" Este co;Jhecimento dimensionará adequada- turais, 6)
mente os tipos, sistemas de culturas e os melhores locais
para programação que vise à estabilidade econômica 8 BOAVENTURA, R S - Geomorfologia da Folha
SB 22-Araguaia e parte da Folha SC.22- Tocan-
A contribuição geomorfológíca, em uma primeira fase de tins In BRASIL Departamento Nacional da Pro-
estudos para programas de planejamento na planície halo- dução Mineral Projeto RADAM Folha SB 22-
cênica ou áreas de "várzeas" da Amazônia, tem impor- Araguaia e parte da Folha SA.22- Tocantins. Rio
tância e é útil à medida em que se pode fornecer dados de de Janeiro, 1974 (Levantamento de Recursos Na-
alguns fenômenos morfológicos. São exemplos os pro- turais, 4)
cessos de evolução das áreas co Imatadas ou em fase atual
de colmatagem, de áreas que são permanentemente ala- 9. COSTA, R C. R & MELO, D P. - Geomorfologia
gadas ou que são apenas inundáveis periodicamente da Folha NA 21-Tumucumaque e parte da NB 21
Estes dados podem ser utilizados como um ponto de In: BRASIL Departamento Nacional da Produção
partida para uma pré-seleção de áreas a serem detalhadas Mineral. Projeto RADAMBRASIL Folha NA 21-
O mapa Geomorfológico, elaborado ao nível de padrão de Tumucumaque e parte da NB.21 Rio de Janeiro,
imagem de radar, sobrevôo e trabalhos de campo, delimita 1975 (Levantamento de Recursos Naturais, 9)
as formas de acumulação que ocorrem na planície, em
áreas permanentemente alagadas (Apta) e as áreas inun- 10. COUDREAU, O. - Voyage au Trombetas Paris, A
dáveis (Apfi). Os programas de aproveitamento destas Lahure, 1900. 141 p 6 mapas.
áreas deverão pré-selecionar os trechos mapeados como
planície fluvial inundável (Apfi). 11 Voyage à la Mapuera Paris, A. Lahure,
1903a. 166p. mapas.
Para a Folha SA 21-Z-B, pela sua privilegiada situação
dentro da área mapeada, englobando as áreas de "várzeas" 12. Voyage au Maycuru Paris, A. Lahure,
que comportam o adensamento populacional nas cidades 1903b. 151p. mapas.
de Santarém, Óbidos (Est. XV.12), Oriximiná, Alenquer e
Monte Alegre, efetuou-se um fevantamento planimétrico, 13. Voyage au rio Curuá. Paris, A. Lahure,
avaliando-se a extensão das áreas permanentemente ala- 1903c. 114p. mapas.

1801GEOMORFOLOGIA
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GEOMORFOLOGIA /181
ESTAMPA I

1 - Ptaníc1e Amazõnica Li!QOS de várzea. subm.e tidos ao regime do rio Amazonas. A vegetação age
atívament!! para fixação dos sed•mentos. No mlJpa geomorfológjcos estas àreas sào legendadas como
· planície fluvial alagada (Apta}. Folha SA.21-Z-B. Junho de 19·7 5.

2 - Planície Fluvial Alagada. Area de acumul<~ção fluvial, .submetida diretamente ao regime do furo Uraríà
que aparece ao fundo. Óbserva-se que mesmo os vegetais de maior porte eslào com parte do caule
submerso durante o períod o de enchen te tluvial . F~lha·SA.21-Z-A . Junho de 1975.
ESTAMPA 11

1 - Superfície de Aplamamento e lnselberg. Ao fundo. relevos residuais isolados e circundados pela


superfície de aplainamento conseNado , cobertos pela Floresta Densa. na Depressão Periférica do Norte
do Pará . próxrmos ao rio Maicuru. Folha SA .2t · X· B. Junho de t975.

2 - Aplarnamento Marginal ao Rio Malcuru. Aplainamento que acompanha o curso do rio Malcuru, unindo-se
à planície fluvral Ambos estão cobertos pela Floresta Densa que. o período da. enchente do rio.
apresenla-se com parte dos caulês submersos. Folha SA .21 -V-B. Junho de 1975.
ESTAMPA 111

- Aplainamento Alagado. Trechos alagados do Pedlplano Ne<>-Pielstocénlco na Ilha Tupinambarana. Estas


àreas alagadas pelas chuvas são precariamente ligadas ao sistema de drenagem. Folha SA .21-Y-8. Junho
· de 1975.

2 - Estrutura Anticlinal Escavada. Relevos residuais no domo de Monte Alegre. As rochas bãslcas existentes
em seu Interior favorecem a Instalação da agricultura. Ao fundo a rodovia PA-421 ligando Monte Alegre a
Miúdo. Folha SA .21-Z-B. Junho de 1975.
ESTAMPA IV

- Pedlplano Neo-Pfeístocênico. Em primeiro plano. érea interna do domo de Monte Alegre. mterpenetrada
pela pediptanação . Hé cobertura arenosa com vegetação herbàcea. Em segundo plano aparecem os
residuais da estrutura. Folha SA.21-X-O. Junho de 1975.

2 - Queda O'àgua em Afluente do Rio Maicuru. Cortando o Planalto Rebaixado da AmazOnica, o rio Mal curu
recebe um afluente pela margem direita. que nas proximidades da sua foz apresenta esta queda d'àgua.
Observa-se a vegetação de campos circundada pela Floresta -Densa na Faixa de Transição em Areas
Pediplanadas:·Folha SA.21-X-O. Junho de 1975.
ESTAMPA V

1 - Vale de Fundo Chato. Aio Preto da Eva em um trecho de·seu curso ret ilíneo. O vale de fundo chato, neste
caso. representa uma herança paleoclimâtica. Folha SA.21-Y-A. Junho de 1975.

2 - Terraço Fluvial. Margem esquerda do rio Uatumã. Observa-se a extensão do terraço fluvial Ao fundo
aparecem os relevos residuais do Planalto Dissecado Alo Trombetas-Rio Negro. circundados por âreas de
acumulação inundâveis. Folha SA.21-V-C. Junho de 1975.
ESTAMPA VI

1 - Curuà-Una. O rio Curuà-Una encaixa-se em sedimen.tos da Formação Barreiras sendo aproveitado pllfll
construção da usina hidrelétrica. Folha SA.21-Z-B. Junho de1975.

2 - Superlmposlção do Rio Maicuru. Encaixamento em estruturas paleozóicas da borda norte da Sinécllse do


Amazonas . ObseNa-se a Floresta Densa que cobre as àreas e os dissecados com formas tabulares e/ ou
de cristas. Folha SA.21-X-D. Junho de 1975.
ESTAMPA VIl

1 - Mesas Ravinadas . Relevos residuais do Planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas apresentando-se com
formas tabulares e vertentes ravlnadas. Observa-se o aproveitamento agríéola efetuado na área. Folha
SA.21-X-Q. Junho de 1975.

2 - Stoc~ do Maicuru. Relevo pseudokàrstic:o no topo do stock do Maícuru . Na parte Interior a estrutura
circular é erodida e suas vertentes são pedimentos ravinados. Folha SA.21-X-B. Junho de 1975.
ESTAMPA VIII

1 - Lago do Stock do Ma1curu. No topo do stock do Maicuru coofigura-se o relevo pseudokàrstico visto com
lagos circulares. Ao fundo aparecem residuais em forma de colinas e cnstas ravinadas do Planalto
Dissecado Norte da Amazõnoa. Folha SA.21·X·B. Junho de 1975.

2 - Dissecado em Colinas. Relevo da parte norte do Planalto Rebaixado da Amazônia, nas proximidades do
Planalto da Sacia Sedimentar do Amazõnas, apresentando-se dissecado em colinas. Este trecho próximo
ao rio Maicuru estâ sendo ocupado pelo homem. Folha SA.21·X·D. Junho de 1975.
ESTAMPA IX

1 - lnselberg. Residuéll, isolado pelo Pediplano Neo-Pieistocênico cujo, aplainamento apresenta-se conser-
vado. Folha SA.21 -X-D. Junho de 1975.

2 - AreiasOuartzosas. Areasde interfluvlosdo Pediplano Neo-Pieistocênico, estrada PA-439, distando 14km


de O~iximiná. Folha SA.21-Y-C. Abril de 1975.
ESTAMPA X

1 - Stone-Line Oxidado. Evidência de oscilaçào paleoclin'lática nos sedimentos ·terciârios. Corte na rodovia
PA-254, próximo ao rio Curuçamba. Folha SA.21-X-C. Abril de 1975.

2 - Borda Norte da Sinéclise do Amazonas. Relevos dissecados do Planalto da Bacia Sedimentar do


Amazonas, próximo ao rio Maicuru. Observam-se formas tabulares e cristas . Folha SA.21-X-D. Junho de
1975.
ESTAMPA XI

1 - Pequeno Terraço do Rio Erepexins. Depósitos quaternários em contato com o arenito Manaus. 6km a
norte de Orixtmlnâ. Folha SA.21-X-C. Abril de 1975.

2 - Rio Tapajós. Falésia fluvial na ris do Tapajós. Ao fundo a superlicie do aplainamento neo-pleistocênica.
coberta pela F•oresta Densa do Oomlnlo Morlocllmâtico em Planaltos Dissecados e Áreas Pedi planadas.
Folha SA.21-Z-D. Junho de 1975.
ESTAMP A XII

1 - Ria Fluvial . Vale· fluvial afogado pelo rio Tapajós. Ao fundo observa-se a superlicie tubular do Planallo
Tapajós-X Ingu, com vertentes ocupadas pelo homem, nas proximidades do rio. A vegetação e de Floresta
Densa e em alguns trechos está devastada para a prática de atividades agro-pastoris. Fo lha SA .21-Z·D.
Junho de 1975.

2 - Vale F luvial Afogado. Afluente com a loz invadida pelo rio Amazonas. Ot)servam-se os limlles do
afogamento e a variação da vegetação que acompanha o rio para montante. Ao fundo visualiza-se a foz do
rio Puraquequara que também é uma ria fluvial. Folha SA.21-Y-C. Junho de 1975.
ESTAMPA XIII

- Colmatagem na Planície Amazônica. Furos que ligam·o rio Amazonas aos lagos existentes na ilha Grande
do Tapará. E·s tes vales fluviais estão sendo colmatados por decantação. As partes mais alias e mais
en~utas suportàm vegetação arbórea.'Folha SA.21-Z-B. Junho de 1915.

2 - Dique Aluvial do Rib Trombelas. Observa-se o desdobramento paralelo. do curso do rio Trombetas,
En1re os dois·canais fluviaiS aparece o dique aluvial longlludinal. alagaçlo em virtude da enchente do rio
Folha SA .21·X-C. Junho de 1975.
ESTAMPA XIV

- Delta Fluvial Alongado. O rio Amazonas se comunica com o lago Grande do Taparà através de luro. Assi m
efetiva-se desenvolvimento do delta lluvial do lago. A vegetação de campo contribui no processo
de colmatagem. Folha SA.21-Z-B. Junho de 1975.

2 - Rio Maicuru. O rio Maicuru corta o Planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas. Observam-se a Inflexão e
o direcionamento em seu curso. Marginais ao rio Maicuru. neste trecho, .estão as colinas cobertas pela
Floresta Densa. FolhaSA.21-X-O. Junho dê 1975.
ESTAMPA XV

- Front de Cuesta. Exposição dos sedimento$ paleozóicos em front de cuesta da borda none da Sinéclise
do Amazonas. nas proximidades do no Trombetas. A Flores(a Densa •nstalou-se onde favorecem as
cond•ções geomorlológicas e pedológicas. ~=' olha SA.21·X·D. Junho de 1975.

2 - Superfície de Aplainamento e Relevo Residual Tabu lar. Trecho em que o Pedlplano Neo-Pielstocênico
acompanha o curso do rio Malcuru. Ao fundo aparece um residual com forma tat>ular, isolado e
circundado pelo aplainamento conservado. Folha SA.21 · X· O. Junho de 1975.
ESTAM PA XVI

1 - Superimposi~ão do Rio Mapuera. O rio Mapuera corta os relevos residuais da borda norte da Sí·néclise do
Amazonas. As colinas estão cobertas pela Floresta Densa demonstrando a estabilidade bioclimâtica na
ârea. Folha SA.21-V-B. Junho de 1975.

2 - Cidade de Obidos. A parte mais elevada está sobre o Pediplano Neo-Pieistocênico, postado em
sedimentos terclàrios. Folha SA.21·X·C. Abril de 1975
Pedologia
FOLHA SA.21-SANTARÉM
111 - PEDOLOGIA

PRIMEIRA PARTE
Levantamento Exploratório de Solos
AUTORES

REDAÇAO

Carlos Duval Bacelar Viana


João Viana Araújo
Leonam Furtado Pereira de Souza
Airton Luiz de Carvalho

EXECUÇAO DOS TRABALHOS DE CAMPO

Manoel Faustino Neto


Hugo Moller Roessing
Nelson Matos Serruya
Carlos Duval Bacelar Viana
Mário Pestana de Araújo
João Viana Araújo
Dirceu Rioji Yamazaki
Amarindo Fausto Soares
Jaime Pires Neves Filho
Raimundo Carlos Moia Barbosa
João Marcos Lima da Silva
Paulo Roberto Soares Corrêa

I
José Silva Rosatelli
João Souza Martins
Sérgio Sommer

INTERPRETAÇAO DE IMAGENS DE RADAR

Carlos Duval Bacelar Viana


Nelson Matos Serruya
Hugo Moller Roessing
João Viana Araújo
Roberto Nandes Per~s
João Souza Martins

SEGUNDA PARTE
Aptidão Agrícola
AUTORES

Carlos Duval Bacelar Viana


João Viana Araújo

ORIENTAÇAO

. José Silva Rosatelli

PEDOLOGIA/201
SUMÁRIO

PRIMEIRA PARTE
Levantamento Exploratório de Solos
RESUMO ................................................ 207

ABSTRACT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 208

INTRODUÇÃO .. 209

2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA 209

2.1 - Geomorfologia . . . . . . . . . . .. 209


2 1.1 - Planície Amazônica . . . . . . . . . . . . 209
2 1 .2 - Depressão Periférica do Norte do Pará . 210
2.1.3 - Planalto Rebaixado da Amazônia . . . . . . . . . . . . . . .... 210
2.1.4 - Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro 211
2.1.5 - Planalto Tapajós-Xingu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ........ . 211
2 1.6 - Planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas . . . . . . . . . . . .. 211
2 1. 7 - Planalto Dissecado Norte da Amazônia .......... . 211
2.1 .8 - Pedi plano Rio Branco-Rio Negro . . . . . . . . . ...... .. 211
2 2 - Geologia e Litologia . . . . . . . . .............. . 211
2 2 1 - Quaternário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . 211
2 2.2 - Cretáceo-Terciário . . . . . . . . . . . 211
2.2.3 - Jura-Cretáceo . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 211
2 2.4 - Carbonífero . . . . . . . . . . . ..... .. 211
2.2.5 - Devoniano . . . . . . . 211

I
2 2 6 - Siluriano . . . . . . . . . . . . . 211
2.2. 7 - Pré-Cambriano Superior . . . . . . . . . ...... ...... ... . 211
2.2 8 - Pré-Cambriano Superior a Médio . . . . . . . . . . . . ..... . 212
2.2.9 - Pré-Cambriano Médio . . . . . ............... . 212
2.2.1 o - Pré-Cambriano Médio a Inferior . . . . . . . . . . . ....... . 212
2.3 - Clima ......................................... . 212
2.3.1 - Classificação de Kõppen . . . . . . . . . . . . ..... . 212
2 3 2 - Classificação de Gaussen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 212
2.3.3 - Balanço Hídrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . 212
2.4 - Vegetação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 217
2 4.1 - Sistema da Savana (Cerradão) . . . . .... 217
2 4.2 - Sistema das Formações Pioneiras Aluviais .... 217
2 4 3 - Sistema da Floresta Tropical Densa . . . . .. . 218
2.4.4 - Sistema da Floresta Tropical Aberta . . . . . . . . . . . . ... . 218
2 4.5 - Refúgio Ecológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 218

3 - METODOLOGIA DO LEVANTAMENTO ......... .. 219

3.1 - Método de Trabalho de Escritório ...................... . 219


3.2 - Método de Trabalho de Campo ...................... · · · .. 219
3.3 - Métodos Analíticos de Laboratório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 220
3.3.1 - Análises Físicas ...................-........ · ...... .. 220
3.3.2 - Análises Químicas ...................... · · · .. · · · · · · · · · · 220
3.3.3 - Análises para Avaliação da Fertilidade dos Solos ......... . 221

PEDOLOGIA /203
4 - SOLOS 221

4.1 - Crit$rios de Classificação dos Solos e Fases Empregadas 222


4.2 - Descrição das Classes de Solos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222
4.2.1 - Latossolo Amarelo Distrófico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222
4.2.2 - Latossolo Verme'ho Amarelo Distrófico . . . . . . . . . . . . . . . 228
4.2.3 - Latossolo Vermelho Escuro Distrófico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ,231
4.2.4 - Podzólico Vermelho Amarelo Equivalente Eutrófico . . . . . . . . . . !'231
4.2.5 - Podzólico Vermelho Amarelo ....... ...... ............ 233
4.2.6 - Terra Roxa Estruturada Eutrófica . . . .......... . '244
4.2.7 - Areias Quartzosas Distróficas . . . . . . . ......... '246
4.2.8 - Solos Concrecionários Lateriticos Indiscriminados Distróficos 248
4.2.9 - Areias Quart;wsasHidromórficas Distróficas . . . . . . . . . . . . . 248
4.2.10- Gley Húmico Eutrófico....... .. . .. .. .. . .. .. .. . . .. 249
4.2 11 - Gley Pouco Húmico Eutrófico e Distrófico ......... 249
4.2.12 - Laterita Hidromórfica Distrófica . . . . . . . . . . . . ...... 251
4. 2.13 - Podzol H idromórfico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252
4.2.14 - Solos Aluviais Eutróficos .. .. . .. .. .. .. .. . . .. .. . 252
4 2 15 - Solos Litólicos Distróficos .. . . .. .. .. .. .. .. .. . . .. 254

5 LEGENDA 254

6 - USO ATUAL 259

6.1 - Agricultura 259


6.2 - Pecuária 259
6 3 - Extrativismo 264

7 APÊNDICE 265

8 BIBLIOGRAFIA 274

ILUSTRAÇÕES

I
Mapa Exploratório de Solos da Folha SA.21-Santarém

FIGURAS

1 - Microrregiões Homogêneas e Principais Cidades na


Folha SA 21- Santarém . . ........... . 210
2 - Precipitação Total Anual em mm (lsoietas) 213
3 - Temperatura Média Anual em oc (lsotermas) 213
4 - Unidade Relativa Média Anual em % (lsohigras) 213
5 - Tipos de Clima segundo K~ppen 213

ESTAMPAS

I. 1 -
Perfil de PODZOLICO VERMELHO AMARELO Textura Argilosa
Relevo Suave Ondulado. Folha SA.21-X-D
2 - Area de Dominância de LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFIOO
Textura Média. Folha SA.21-X-C
11 1 - Panorâmica da Area de PODZÓLICO VERMELHO AMARE-
LO Concrecionário Textura Muito Argilosa Relevo Forte
Ondulado. Folha SA.21-Z-D
2 - Perfil de LATERITA HIDROMÓRFICA DISTRÓFICA Textura Argilo-
sa Relevo Plano. Folha SA.21-Y-C
111. 1 - Perfil de LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO Tex-
tura Argilosa Relevo Suave Ondulado. Folha SA.21-V-C

204/ PEDOLOGIA
2 - Panorâmica (le Area de Dominância de LATOSSOLO AMARELO
DISTROFICO Textura Média. Folha SA.21-Z-B
IV. 1 - Panorâmica de Area Inundada Próxima a Alenquer: SOLOS ALU-
VIAIS EUTROFICOS E HIDROMORFICOS GLEYZADOS EUTROFI-
COS. Folha SA.21-Z-B

TABELAS
I - Balanço Hídrico Segundo Thornthwaite & Mather . . . . . . . . . . . . . . . . . 215
11 - Resultados Analíticos de Perfis de Solos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 260
111 - Resultados Analiticos para Avaliação da Fertilidade dos Solos ....... 266

SEGUNDA PARTE
Aptidão Agrícola

1 INTRODUÇÃO 276

2 CONDIÇÕES AGRíCOLAS DAS TER~AS E


SEUS GRAUS DE LIMITAÇÕES 276

2.1 - Deficiência de Fertilidade · .. 277


22 - Deficiência de Agua 21e
2.3 - Excesso de Água (Deficiência de Oxigênio) 279
2.4 - Susceptibilidade à Erosão 279
25 - Impedimentos ao Uso de Implementas Agrícolas (Mecanização) 280

3 - SISTEMAS DE MANEJO ADOTADOS .... 281

31 - Sistema de Manejo Primitivo e Classes de Aptidão Agrícola 281


3.2 - Sistema de Manejo Desenvolvido (sem Irrigação) e Classes de Aptidão
Agrícola · 283

4 - AVALIAÇÃO DA APTIDÃO DAS TERRAS


PARA O USO AGRÍCOLA, NOS DOIS
SISTEMAS DE MANEJO 284
I
4.1 Simbologias e Abreviaturas Usadas nas Tabelas 111 e IV .. 301

5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 302

6 - BIBLIOGRAFIA . 303

ILUSTRAÇÕES

Mapa de Aptidão Agrícola da Folha SA.21-Santarém

ESTAMPAS

IV. 2 - Desenvolvimento da Juta sobre TERRA ROXA ESTRUTURADA


EUTROFICA Textura Argilosa. Folha SA.21-X-C

PEDOLOGIA/205
TABELAS

- Conversão para Avaliação da Aptidão das Terras para o Uso Agrícola.


Sistema de Manejo Primitivo 285
11 - Conversão para Avaliação da Aptidão das Terras para o Uso Agrícola.
Sistema de Manejo Desenvolvido (sem Irrigação) 285
111 - Avaliação da Aptidão das Terras para o Uso Agrícola, nos dois
Sistemas de Manejo 286
IV - Aptidão Agrícola das Un1dades de Mapeamento, nos dois Sistemas
de Maneio 294
V - Area e Percentual das Classes de Aptidão, nos dois Sistemas de
Manejo 302

206/ PEDOLOGIJ\
RESUMO

Este trabalho faz parte do Levantamento dos Recursos foram fornecidas pelas respectivas Divisões do Projeto
Naturais, executado pelo Projeto RADAMBRASIL, e com- (vide I, 11 e IV)
preende uma área situada na região Norte do Brasil,
correspondendo, pelo corte cartográfico internacional, à O clima foi estudado de acordo com o método de classifi-
Folha SA 21-Santarém, abrangendo parte dos Estados do cação de Kõppen (Schmidt, 1947) e de Bagnouls & Gaus-
Pará e Amazonas, com superfície de 295.156km2. sen (1963), e o balanço hídrico foi determinado segundo
Thornthwaite & Mather (1955).
A metodologia de trabalho utilizada foi semelhante àquelas
adotadas nos trabalhos anteriores A delimitação das A legenda do Mapa de Solos leva o símbolo da unidade
taxonômica dominante ou da codominante mais impor-
unidades de mapeamento foi estabelecida, principal-
mente pela interpretação das imagens de radar- mosai- tante, citando, quando ocorrerem, também as classes
cos semicontrolados - na escala 1 250 000. subdominantes Após a classe de solo, são citados o seu
caráter distrófico ou eutrófico, quando a classe o requer,
sua textura e a vegetação e o relevo da unidade de
As classes de solos foram definidas através de amostra- mapeamento.
gens em campo e pelos resultados de laboratório, sendo
que nas áreas de difícil acesso, sem verificações de Com base no Mapa Exploratório de Solos, foi elaborado o
campo, foram determinadas por extrapolação, segundo os Mapa de Aptidão Agrícola, em dois sistemas de manejo -
padrões interpretativos, e correlacionadas com geologia, primitivo e desenvolvido - decorrentes dos julgamentos
relevo, clima e vegetação das unidades taxonômicas mapeadas na área, adotando-se
o sistema de classificação desenvolvido por Bennema,
As informações de Geologia, Geomorfologia e Vegetação Beek e Camargo (1965).

PEDOLOGIA/207
ABSTRACT

This paper is part of the Natural Resources Survey, under- The climate was analized according to the classification
taken by RADAMBRASIL Project, and comprises an area method of Ki:ippen (Schmidt, 1947) and Bagnouls & Gause-
located in the northern region of ~razil, which corres- sen (1963), and the hydric balance was determined accor-
ponds, according to the international carthographic divi- ding to Thornthwaite & Mather (1955)
sion, to sheet number SA.21-Santarém, including parts of
the states of Pará and Amazonas, with an area o f 295,156
The Map of Soil legend has the symbol of the dominante
square kilometers. The work method used was similar to
taxonomic unit, or the most important co-dominant,
those of previous papers. The mapping units delimitations mentioning also, wherever they occur, the subdominant
were established, mainly, by interpretation of radar 1m ages
classes. After the soil class, its distrophic or eutrophic
- semi-controlled mosaics - at the scale of 1 :250,000.
caracter is defined wherever required by its class, besides
its textura, and the vegetation and relief of the mapped
The classes of soils were defined through field samplings
unit
and laboratory results, while in areas of hard access,
without field work, they were determined by deduction,
according to interpretativa patterns and correlated to The Agricultura! Suitability Map was drawn on the Soil
geology, relief, climate and vegetation. Exploratory Map, with two managemerit systems- primi-
tiva and developed - having in view the judgements of the
The informations related to geology, geomorphology and taxonomic unfts mapped in the area, using the classifica-
vegetation were given by the respectiva Project Divisons tion system developed by Bennema, Beek and Camargo
(See I, 11 and IV). (1965)

208/ PEDOLOGIA
PRIMEIRA PARTE
Levantamento Exploratório de Solos

1 - INTRODUÇÃO escala aproximada 1:130.000, e foi auxiliada por faixas


estereoscópicas da própria imagem de radar, apoiada
ainda em observações de campo. Os solos coletados ou
A área a que se refere este trabalho constitui, pelo corte observados em campo foram classificados em nível de
cartográfico internacional, a Folha SA.21-Santarém e está grande grupo, adotando-se o sistema de classificação
localizada na região Norte do Brasil, abrangendo parte dos utilizado pela ex-Divisão de Pesquisa Pedológica do Minis-
Estados do Pará e do Amazonas, com uma área aproxima- tério da Agricultura, e correlacionados, tentativamente,
da de 295.160km2. com a classificação americana de solos.

Apesar de ser uma região razoavelmente bem habitada para A legenda que acompanha o mapa com as diversas unida-
a Amazônia- quase meio milhão de habitantes - encon- des de mapeamento consta do solo dominante ou de
tra-se ainda em grande parte despovoada e desconhecida, associações de solos, onde se lê, em primeiro lugar, o solo
já que os núcleos de civilização existentes situam-se que domina ou o codoininante mais importante. Após a
margeando apenas os grandes rios. No Estado do Pará, nomenclatura do solo citam-se, além da textura, a vegeta-
constam parcialmente as seguintes microrregiões: Médio ção e o relevo dominantes na unidade.
Amazonas Paraense 12, Tapajós 13 e do Baixo Amazonas
14. sendo as duas primeiras as mais importantes; e no
Estado do Amazonas, a do Madeira 7, a do Rio Negro 8 e a 2 - CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA
do Médio Amazonas 10, sendo a última de maior expres-
são Abaixo, as microrregiões e principais cidades que
ocorrem na área (Fig. 1). Localizada entre o Alto e Baixo Amazonas e encravada no
seio da Amazônia, esta área vem demonstrar a uniformida-
de climática que se imaginava ocorresse na planície do rio,
A sua posição geográfica é limitada pela linha do equador onde, apenas por nuanças, pode-se verificar diferencia-
e pelo paralelo 04°00' ao sul e pelos meridianos 54°00' e ções climáticas.
60°00' a oeste de Greenwich. É servida por vasta redEi
hidrográfica que funciona como a mais importante via de Situa-se desde a linha do equador, entre os paralelos de 0°
transporte da área. Destaca-se ai o rio Amazonas que, em e 4° latitude sul e os meridianos 54° e 60° WGr., ocupando
sentido oeste-leste, divide-a quase ao meio. A seguir vêm uma área aproximada de 295.160km2, que é cortada por
os seus principais afluentes, entre os quais se destacam o vasta rede hidrográfica.
Madeira, Tapajós, Trombetas, Uatumã, Nhamundá,
Maués-Açu, Andirá, Curuá, Maicuru e outros. A Geomorfologia, o Clima, a Geologia e a Vegetação que
caracterizam esta região têm suas ocorrências descritas a
seguir, baseadas em resumos cedidos pelas Divisões
O sistema rodoviário é ainda escasso, sendo de pouca
competentes.
significação em proporção à área. As principais estradas
são as que ligam Manaus a ltaquatiara; Oriximiná a Óbi-
dos, Alenquer, Monte Alegre e, recentemente, a que
integra Santarém ao eixo transamazônico. Rodovias meno-
res, de pequena significação, ocorrem isoladamente, ten-
do serventia geralmente de caráter privado.
2.1 - Geomorfologia

A interpretação geomorfológica, em imagem de radar,


possibilitou definir as seguintes Unidades Morfoestrutu-
I
O estudo desta área tem como objetivo o levantamento, em rais (vide 111 - Geomorfologia):
nível exploratório, dos solos que ai ocorrem e de seus jul-
gamentos para fins de uso agrícola. O mapa de solos é de
caráter generalizado, como diz o próprio nível, e tem como 2.1.1 - Planície Amazônica
utilidade principal a seleção de áreas para aproveitamen-
tos, ,imediatistas ou futuros, com projetos de médio e A Planlcie Amazônica na área SA.21-Santarém se estende
grande portes. As áreas selecionadas deverão sofrer estu- de forma alongada na direção leste-oeste, tendo o rio
dos mais detalhados em escalas menores, para que seja Amazonas em seu eixo. Está submetida diretamente ao rio
possível programarem-se, com mais exatidão, os projetos Amazonas, dividindo-se em trechos inundáveis e outros
que aí se propuserem. alagados. Na planície aparecem características tais como
paranás, furos, "igarapés", vales fluviais com foz afogada
Com base no Mapa Exploratório de Solos, escala final (ria fluvial), lagos diferenciados e cordões arenosos. Os
o
1 :1 .000.000, foi elaborado Mapa de Aptidão Agrícola dos processos de colmatagem estão em plena execução, geral-
Solos, em dois sistemas de manejo: primitivo e desenvol- mente auxiliados pela vegetação que serve para fixar os
vido (sem irrigação), com a mesma escala final do Mapa de sedimentos depositados. Muitas ilhas se distribuem por
Solos. esta unidade de relevo, destacando-se pela extensão a ilha
Tu'pinambarana que é contornada pelo furo Urariá que liga
A feitura do Mapa de Solos teve inicio com o delineamento o rio Madeira ao ·rio Amazonas. Outras ilhas importantes
das unidades de mapeamento por interpretação das ima- Gão as ilhas do Careiro e da Trindade, no curso do rio
gens de radar escala 1 :250.000, fotos em infravermelho, Amazonas.

PEDOLOGIA /209
~
L2::SJ Baixo Amazonas
Madeira Rio Negro Médio Amazonas Médio Amazonas Pa raense Tapajós

I Fig

21 2 -
1- Microrregiões Homogêneas e Principais Cidades na Folha SA 21-Santarém

Depressão Periférica do Norte do Pará direita do rio Amazonas, em sua sinéclise, apresentando
predominância de áreas dissecadas geralmente em inter-
A Depressão Periférica do Norte do Pará bordeja o Planalto flúvios tabulares com talvegues incipientes, além de coli-
da Bacia Sedimentar do Amazonas, mantendo-se periférica nas e ravinas A drenagem tem direcionamento preferen-
a esta unidade de relevo localizada no Craton Guianês cial obedecendo às direções gerais dos alinhamentos
Caracteriza-se por uma superfície de aplainamento conser- estruturais definidos para a Amazônia SE-NW e SW-NE
vado, reconhecida como de idade neo-pleistocênica Em Nesta unidade de relevo observa-se o alargamento no leito
quase toda a Depressão Periférica registram-se inse/- de diversos rios que possuem a foz afogada, como é o caso
bergs. São freqüentes os trechos desta unidade que se do rio Tapajós, classificado como ria do tipo cherm Os
apresentam dissecados pela drenagem que, eventualmen- rios Maués-Açu, Mamuru e Abacaxis também são exem-
te, aparece com alta densidade plos de rias fluviais, neste trecho da área, na parte norte da
Sinéclise do Amazonas Esta Unidade Morfoestrutural
apresenta predominância da superfície com aplainamento
conservado (Espp), observando-se eventualmente a
incipiência no entalhe dos talvegues Apresenta-se a
2.1 3 - Planalto Rebaixado da Amazônia sudeste desta 'trea a estrutura articlinal. escavada de
Monte Alegre com trechos aptainados na parte central
Esta Unidade Morfoestrutural estende-se pelas duas partes e configuração de relevo pseudo-apalachiano em suas
da Sinéclise do Amazonas, apresentando altitude aproxi- bordas O lago do Erepecu localiza-se a noroeste do
mada de 100m. Extensas áreas deste Planalto Rebaixado Planalto Rebaixado da Amazônia, na parte norte da Siné-
submeteram-se à atuação da pediplanação neo-pleistocê- clise do Amazonas. Este lago tem direção E-W, apresen-
nica A parte sul da unidade localiza-se a partir da margem tando-se ligado diretamente ao rio Trombetas

210/ PEDOLOGIA
2.1 4 - Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro chos e áreas onde a drenagem aprofundou talvegues,
resultando formas de relevos dissecados, com predomi-
O Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro apresenta nância de colinas.
formas de relevo tabulares, cujos topos foram aplainados
pela pediplanação plio-pleistocênica Estes interflúvios
apresentam suas vertentes marcadas pela morfogênese 2.2 - Geologia e Litologia
úmida, onde se instalaram ravinas. A rede de drenagem, de
modo geral, mostra padrão dendrítico com capturas flu- O estudo da Geologia e da Litologia desta região, de onde
viaiS. Os principais rios da unidade de relevo são o resultam os materiais formadores dos solos, preovenien-
Nhamundá, Urubu, Uatumã, Jatapu e Preto da Eva, todos tes da desagregação e decomposição de suas rochas por
eles apresentando a foz afogada e submetida a controles agentes físicos, químicos e biológicos, foi definido pela
de ordem estrutural Nas proximidades da margem direita Divisão de Geologia (vide I - Geologia), e. em resumo, é o
do rio Trombetas há relevos tabulares onde ocorre a que se segue:
exploração da bauxita.

221 - Quaternário
2.1.5 - Planalto Tapajós-Xíngu
Apresentando duas lítologias distintas (Qa) - aluviões
Esta unidade é cortada a leste pelo rio Tapajós, cuja idade areias, siltes e argilas; e (Qai)- conglomerados, arenitos
foi definida como meso-pleistocênica, separando esta ferruginosos, concreções lateritícas, siltes e argilas (sedi-
unidade em duas partes. O planalto apresenta-se com mentos ínconsolidados)
extensa superfície tabular erosiva elaborada pela pedipla-
nação plio-pleistocênica no topo de relevos com altitudes
entre 120 e 170m. Estes relevos foram desmontados d ife- 222 - Cretáceo-Terciário
rentemente por morfogênese úmida, resultando trechos
muito dissecados, e por morfogênese mecânica da pedi- Representado pela Formação Barreiras (Aiter do Chão)
planação neo-pleistocênica. Na margem direita do rio (Tb), é constituído por arenitos avermelhados, finos a
Tapajós, o Planalto Tapajós-Xingu tem caimento para leste grosseiros, mal selecionados, com estratificação cruzada,
e, na margem esquerda do rio, o caimento ocorre para siltitos e argilitos Inclui o Arenito Manaus
oeste.

223 - Jura-Cretáceo
2.1 6 - Planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas
Formado pelo Diabásio Penatecaua (JKp), é constituído
A unidade de relevo assim denominada é constituída pelos por diabásios finos e grosseiros, em formas de diques.
relevos residuais da borda norte da Sinéclise do Amazo-
nas. Apresenta-se geralmente dissecada por drenagem
pouco densa, originando interflúvios tabulares e mesas, 224 - Carbonífero
além de algumas cristas e poucas áreas de interflúvios
abaulados. O ca.imento da litologia paleozóica, para a Representado pelo Grupo Tapajós (Ct) e apresentando as
calha do rio Amazonas, imprime ao relevo desta unidade o seguintes Formações com suas respectivas litologias
desdobramento de relevos de cuestas que acompanham a
Folha SA.21-Santarém, no sentido E-W, desde as proximi-
dades do rio Maicuru até ao rio Trombetas A oeste do rio
Trombetas esta unidade de relevo tem feições semelhantes
ás do Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro
Nova Olinda - halitas, anidritas, folhelhos, siltitos e
arenitos, ltaituba - arenitos, folhelhos, margas e calcá-
rios, e Monte Alegre - arenitos finos, claros, com lentes
de siltitos e folhelhos I
2 2.5 - Devoniano
2.1.7 - Planalto Dissecado Norte da Amazônia
Representado pela Formação Curuá (DÇa) - folhelhos
cinza e negros, siltitos e arenitos finos - e pelo Grupo
O Planalto Dissecado Norte da Amazônia localiza- Urupadi (SDu), onde ocorrem as seguintes Formações:
se a norte da Folha SA.21-Santarém, cuja altimetria, nas Ererê - arenitos e siltitos, cinza-verde e laminados, e
á~eas de cimeira, está entre 400 e 500m É constituído por Maicuru - arenitos, conglomerados, siltitos e folhelhos
d1ve~sos blocos elevados com relevos residuais de topos
aplamados e conservados, apesar de submetidos á morfo-
gên~se úmida. Entre essas partes mais altas penetra o 226 - Siluriano
aplamamento neo-pleistocêníco, assumindo, nesse caso,
aspecto de depressão interplanáltica Na parte noroeste O Grupo Urupadi (SDu) representa este período pela For-
de~t~ Folha localiza-se a Sínclinal de Pitinga com relevos mação Trombetas, que tem a seguinte litologia: folhelhos,
prox1mos assumindo feições psendo-apalachianas siltitos e arenitos com camadas e lentes de silexitos;
arenitos micáceos com marcas de ondas e tubos de
vermes
2.1.8 - Pediplano Rio Branco-Rio Negro

A menor unidade de relevo relativa ao mapeamento é o 227 - Pré-Cambriano Superior


Pediplano Rio Branco-Rio Negro. É formada por relevos
rebaixados com aplainamento conservado em muitos tre- É representado pelas Formações Gabro Suretama (p€s) e

PEDOLOGIA /211
Prosperança (p€p), cujas litologias são as seguintes: (pEs) verificada no Município de Óbidos, onde alcança aoenas
- gabro normal, olivina gabro e diabásio; e (pEp) - 1 .650mm por ano.
conglomerados, arenitos arcóseos, siltitos, folhelhos e
argilitos. A temperatura média anual (Fig. 3) oscila em torno dos
26°C, com pequena amplitude térmica, e a umidade rela-
tiva (Fig. 4) é sempre superior a 80%.
2.2.8 - Pré-Cambriano Superior a Médio
2.3.1 - Classificação de Koppen
Representado pelo Grupo Uatumã, é constituído pelas
seguintes Formações: Sienito Serra do Acari (pE.~sa) - De acordo com esta classificação (Fig. 5) a região estudada
quartzo sienito e quartzo monzo - sienito, forma de é dominada pelo grupo climático A (Clima Tropical Chu-
"stock"de pequena dimensão; Granito Mapuera (pE.l.m)- voso), abrangendo os seguintes tipos e variedades cli-
biotita granitos, hornblenda granitos (composição alcali- máticas·
na-calcoalcalina), jazimento subvulcãnico a hipoabissal
com variedades pórfiro e micro; e lricoumé (pEle)- ande- Am (chuvas do tipo monção) - apresenta uma estação
sitos, dacitos, riodacitos, riolitos, piroclastos, ignimbri- seca de pequena duração, mas, devido aos totais elevados
tos, intercalações locais de quartzitos metagrauvacas e de precipitação, possui umidade suficiente para alimentar
metarcóseos. florestas de características tropicais.

Amw (chuvas do tipo monção)- representa uma variedade


2.2 9 - Pré-Cambriano Médio do tipo Am, possuindo todas as suas características,
diferindo apenas por apresentar as maiores quedas pluvio-
Grupo Vila Nova (pEvn) - actinolita-tremolita xistos, métricas durante o outono.
serpentinitos, talco xistos, quartzitos, itabiritos e lentes
de ferro, mangano xistos, gonditos e lentes de manganês, Aw' (verão úmido e inverno seco) - possui uma estação
muscovita-biotita xistos, sillimanita quartzitos e anfiboli- seca bem acentuada, coincidindo com o inverno, e tem.
tos. pelo menos, um mês com altura de chuva inferior a 60mm.
As temperaturas sofrem um mínimo de variação anual,
mantendo-se em nível algo elevado. A amplitude anual das
2 2.10 - Pré-Cambriano Médio a Inferior temperaturas médias mensais não ultrapassa a 5°C As
maiores quedas pluviométricas oc;orrem no outono.
Representado pelo Complexo Xingu-Guianense (pEx -
pEgu), que apresenta a seguinte litologia: granitos,
granodioritos, migmatitos, quartzitos, dioritos, quartzo- 2.. 3.2 - Classificação de Gaussen
dioritos, granulitos ácidos e básicos, anfibolitos e gnais-
ses com encraves de xistos (pEx); kinsigítos, anfíbolitos, A variação fitofisionômica de uma área é melhor explicada
trondjemitos, dioritos, granodioritos, granitos, migma- através da classificação de Bagnouls & Gaussen (1963).
titos, gnaisses, granulitos ácidos e básicos. Facies anfi- Baseia-se também n'a interação das nuanças litológicas,
bolito e granulito (pEgu) Na Folha SA 21-Santarém, as pedológicas e geomorfológicas, além dos fenômenos
rochas coletadas são predominantemente homogêneas meteorológicos: precipitação e temperatura. Assim, foi

I (granitos e granodioritos) constatada a ocorrência de uma única região climática: a


Xeroq ui mên ica.

O clima Xeroquimênico apresenta dias curtos, temperatura


2.3- Clima média do mês mais frio superior a 15°C e um período
desfavorável que se estende até 40 dias biologicamente
O estudo climático da área está respalpado em duas secos, delimitados por chuvas torrenciais. Esta região
classificações: a de Koppen e a de Gaussen. A classifica- climática está representada pela sub-região Subterma-
ção de Koppen, por sua facilidade, tem sido a mais difun- xérica.
dida e baseia-se apenas nos valores médios das temperatu-
ras do ar e precipitaçpes pluviométricas, o que, na realida-
de, não caracteriza satisfatoriamente as condições ambi- 2.3.3 - Balanço Hídrico
entais de uma região, sendo uma classificação essencial-
m~nte descritiva e sem preocupação com a gênese dos A retenção da água pelo solo (retenção hídrica- R.H.) é
climas. !'ara o estabelecimento de regiões com melhor fator de capital importância a ser estimado quando o
correlaçao entre estes fenômenos e suas ações sobre objetivo primordial é avaliar as condições hídricas para o
a vegetação natural, utilizou-se a classificação de Gaussen desenvolvimento dos vegetais. R~ramente determinações
que •. além_ do ritmo das temperaturas e precipitações, diretas da umidade retida pelo solo são feitas no campo.
avalia o numero de dias biologicamente secos durante as Em vista disso, e por não haver disponibilidade de tais
estações secas do ano, através de determinação do índice dados na área, são tomados valores previamente cal-
xerot_érmico, originando as regiões bioclimáticas, cor- culados, tendo por base as quantidades de umidade retida
relacionando mais amiúde clima e vegetação. no solo, registradas em diversos trabalhos sobre o
assunto.

A_ precipitação pluviométrica (Fig. 2) é bastante homo- Os dados assim obtidos foram correlacionados com as
genea e sempre superior a 2.000mm/ano, com exceção diferentes classes texturais dos solos em dois níveis de

212/ PEDOLOGIA
58'

Fonte: ATLAS CUMATOU)GICO 00 BRASIL

Fig 2 - Precipitação Total Anual em mm (isoietas) Fig 3 - Temperatura Média Anual em °C (isotermas)

Flg. 4 - Umidade Relativa Anual em % (lsohlgrasJ Flg. 5 - Tipos de Clima segundo Kéippen

PEDOLOGIA/213
profundidades considerados como zonas de maior in- potencial (E P ) de determinada área, tornando-os utili-
fluência para o desenvolvimento do sistema radicular das záveis ao julgamento das condições fito-edafo-climáticas
plantas cultivadas: 0-60cm para culturas anuais e 0-120cm
para culturas perenes. O método utiliza as temperaturas médias mensais e a
temperatura média anual de determinada localidade, que,
Os estudos que serviram à elaboração dos dados de convertidas através de um nomograma em valores de
retenção utilizados neste relatório revelam-nos que na evapotranspiração tabular mensal, são multiplicadas por
maioria dos casos existe uma significante correlação entre um fator de correção, variável de acordo com a latitude e o
as tensões com que a água se prende ao solo e a classe mês, determinando os valores de evapotranspiração po-
textura! em que ele se enquadra Assim, para solos are- tencial mensal, ponto de partida para o estabelecimento do
nosos não estratificados, as tensões são mais ou menos equilíbrio entre a água que o solo recebe pela chuva e a que
reais próximas a 1/10 de atmo~fera; para solos de textura é lançada na atmosfera por meio da evaporação e da
média, a 1/3 de atmosfera; e para solos argilosos, a uma transpiração das plantas. A partir desses dados são cal-
atmosfera. O conteúdo de umidade a 15 atmosferas é culados os valores de umidade· armazenada, em déficit e
considerado como ponto de murcha e a água disponível em excesso no solo. O excedente de água sujeito á
para as plantas é aquela compreendida entre este ponto e a percolação começa a se verificar desde que o solo fique
capacidade de campo saturado, isto é, quando o volume de chuva é maior que o
volume de água evapotranspirada, superando a capacidade
Os valores médios de água retida e que encerra a umidade de máxima retenção do solo.
disponível para as plantas estão abaixo discriminados
para solos de textura arenosa, média e argilosa: Para avaliação das disponibilidades hídricas da área estu-
dada, foram consideradas cinco estações meteorológicas
RETENÇAO HÍDRICA (mm) Santarém e Obidos (PA); Parintins, ltaquatiara e Ma-
PROFUNDIDADE
naus (AM)
textura textura textura
Todas as estações apresentam um período onde as preci-
arenosa média argilosa
pitações pluviométricas diminuem significantemente
(agosto a novembro) É neste período que ocorrem os
o- 60cm 30 50 70 meses com deficiência de umidade, ou seja, onde a
O - 120cm 50 100 150 precipitação não compensa a umidade requerida pela
evapotranspiração Como exemplo, poderemos citar a área
sob influência da estação de Santarém, onde os valores do
Convém esclarecer que tanto a presença de lençol freático déficit de umidade para solos arenosos variam anualmente
á superfície quanto à salinidade influenciam na disponi- de 336mm a 316mm. considerando-se, respectivamente.
bilidade e conteúdo de umidade e aqui não foram esti- profundidades de 60 a 120cm Os solos de textura média
mados O lençol freático superficial fornece umidade ás apresentam valores de 316mm e 268mm para a mesma
camadas superiores do solo, quando, pelos cálculos, situação. Para solos argilosos estes valores são 296mm e
haveria deficiência A salinidade relaciona-se à pressão 219mm
osmótica, influenciando positivamente na capacidade de
retenção Nesta mesma estação (Santarém) a água gravitacional
tabulada na coluna excedente do Balanço Hídrico apre-
senta níveis mais elevados para os solos arenosos.
O balanço hídrico determinado segundo Thornthwaite & decrescendo conforme a textura seja mais fina, estando
Mather (1955) tem como objetivo inter-relacionar os dados relacionada inversamente com a capacidade de retenção
quantitativos de precipitação (Precip ) e evapotranspiração dos solos

214/ PEDOLOGIA
TABELA I
Balanço Hídnco Segundo Thornthwaite & Mather.
Fonte da Situação das Estações: BALANÇO HIDRICO DO BRASIL

Estação: SANTARIOM-PARA Lat .. 02"25'S Long .. 54°42'W

~~·
ARENOSA MEDIA ARGILOSA
undldade 60 em 120 em 60 em 120 em SOem 120 em
MESES R. H. 30mm 50 mm SOmm 100 mm 70mm 150 mm
l"reclp. E.P~ Del. Exe: Def. Exe. Def. Exc. Def. Exe. Def. Exe. Def. Exe.

Jane1ro 179 134 o 15 o o o o o o o o o o


Fevere1ro 275 113 o 162 o 157 o 157 o 109 o 137 o 60
Março 358 125 o 233 o 233 o 233 o 233 o 233 o 233
Abril 362 121 o 241 o 241 o 241 o 241 o 241 o 241
Ma10 293 125 o 168 o 168 o 168 o 168 o 168 168
o
Junho 174 121 o 53 o 53 o 53 o 53 o 53 o 53
Julho 112 125 o o o o o o 1 o o o o o
Agosto 50 134 67 o 53 o 53 o 33 o 27 o 24 o
Setembro 39 136 97 o 91 o 91 o 74 o 97 o 57 o
Outubro 46 143 97 o 97 o 97 o 88 o 97 o 79 o
Novembro 85 141 58 o 58 o 58 o 54 o 58 o 50 o
Dezembro 123 142 19 o 19 o 19 o 18 o 19 o 9 o
ANO 2.096 1.580 336 872 316 852 316 852 268 804 296 832 219 755

Estação: ÓBIDOS-PARA Lat.. 01 °55'S Long .. 55°31 'W

~~·
ARENOSA MÉDIA ARGILOSA
ndldade SOem 120 em soem 120 em 60 em 120 em
MESES R. H. 30mm 50mm 50mm 100 mm 70 mm 150 mm
Precip. E. P~ Def. Exe. Def. Exe. De f. Exe. De f. Exe. Def. Exe. Def. Exe.

Jane1ro 227 136 o 61 o 41 o 41 o o o 21 o o


Fevere1ro 226 115 o 111 o 111 o 111 o 102 o 111 o 52
Março 318 125 o 193 o 193 o 193 o 193 o 193 o 193
Abril 259 121 o 138 o 138 o 138 o 138 o 138 o 138
Ma1o 175 123 o 52 o 52 o 52 o 52 o 52 o 52
Junho 94 120 o o 5 o 5 o 3 o o o 2 o
Julho 60 127 63 o 45 o 45 o 28 o 23 o 21 o
-o
m
Agosto 23 141 118 o 111 o 111 o 91 o 118 o 72 o
o Setembro 39 144 105 o 105 o 105 o 98 o 105 o 88 o
o
r
Outubro 40 155 115 o 115 o 115 o 111 o 115 o 103 o
o
G)
Novembro 73 150 77 o 77 o 77 o 77 o 77 o 72 o
:; Dezembro 116 153 37 o 37 o 37 o 37 o 37 o 37 o
ANO 1.650 1.610 515 555 495 535 49~ 535 445 485 475 515 395 435
!::::1
(Jl
~ TABELA I - Continuação
a>
"U Estação: PARINTINS-AMAZONAS
m Lat.. 02°38'8 Long .. 56°44'W
o
o
r
o
~.,,,
undldade 60em
ARENOSA
120 em
MEDIA ARGILOSA
60 em 120 em 60 em 120 em
G)
MESES R. H. 30 mm 50 mm 50mm 100 mm 70mm 150mm
);
Preclp. E.P.~ Def. Exc. De f. Exe. Def. Exe. De f. Exe. Def. Exe. Def. Exe.
-
Jane1ro 256 135 o 115 o 95 o 95 o 49 o 75 o 12
Fevereiro 315 121 o 194 o 194 o 194 o 194 o 194 o 194
Março 323 134 o 189 o 189 o 189 o 189 o 189 o 189
Abril 320 130 o 190 o 190 o 190 o 190 o 190 o 190
MaiO 256 133 o 123 o 123 o 123 o 123 o 123 o 123
Junho 174 129 o 45 o 45 o 45 o 45 o 45 o 45
Julho 119 134 o o o o o o 1 o o o o o
Agosto 69 144 60 o 47 o 47 o 29 o 20 o 22 o
Setembro 46 148 102 o 95 o 95 o 76 o 102 o 58 o
Outubro 64 153 89 o 89 o 89 o 81 o 89 o 72 o
Novembro 123 150 27 ·a 27 o 27 o 25 o 27 o 23 o
Dezembro 169 145 o o o o o o o o o o o o
ANO 2.234 1.656 278 856 258 838 258 836 212 790 238 816 175 753
- --- -~ -

Estação: ITAQUATIARA-AMAZONAS Lat. 03"08'5 Long .. 58°25'W

~~" ARENOSA MEDI A ARGILOSA


ndidade 60 em 120 em 60 em 120 mm SOem 120 em
MESES R. H. 30 mm 50 mm 50mm 100 mm 70mm 150 mm
Precip. E.P~ Del. Exc. Del. Exe. Del. Exe. Del. Exe. Def. Exe. Def. Exe.

Jane1ro 279 135 o 143 o 123 o 123 o 77 o 103 o 39


Fevere1ro 307 105 o 202 o 202 o 202 o 202 o 202 o 202
Março 294 134 o 160 o 160 o 160 o 160 o 160 o 160
Abril 330 129 o 201 o 201 o 201 o 201 o 201 o 201
Ma10 247 133 o 114 o 114 o 114 o 114 o 114 o 114
Junho 142 129 o 13 o 13 o 13 o 13 o 13 o 13
Julho 99 133 4 o 8 o 8 o 4 o o o 3 o
Agosto 54 144 90 o 70 I o 70 o 48 o 54 o 38 o
Setembro 59 147 88 o 84 o 84 o 71 o 88 o 56 o
Outubro 88 147 59 o 59 o 59 o 54 o 59 o 48 o
Novembro 98 144 46 o 48 o 48 o 44 o 46 o 40 o
Dezembro 164 135 o o o o o o o o o o o o
247 793 183 729
-
ANO 2.161
L-.-----
1.615 287
---
833 267
I 813
- -
267
---
813 221 767
Pelo exposto podemos concluir que a água armazenada
:g~lõ:ll:l'ioooooo 011! sofre uma interrupção e decréscimo anual que, no entanto,
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<D não representa severa restrição ao desenvolvimento de
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E E espécies cultivadas, tendo em vista a constância das
precipitações, mesmo no período de deficiência hídriqa no
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solo. Esta situação pode ser extrapolada às outras esta-
ções, devido à semelhança existente entre os dados
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;! climatológicos registrados.
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As conceituações dos Ecossistemas que ocorrem nesta
área (vide IV - Vegetação) podem ser assim resumidas:
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2.4.1 - Sistema de Savana (Cerrado)

o É um Sistema Ecológico de clima quente e úmido, com


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...
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<D chuvas torrenciais bem demarcadas por um curto período
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seco e caracterizado por Formações Vegetais com certo
grau de esclerofilia, principalmente nos seus elementos
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lenhosos, cujas formas biológicas revelam adaptações a

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deficiências nutricionais, de causas ainda indeterminadas.

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Como subdivisões da Savana, podem ocorrer as seguintes
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formas:
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- Savana arbórea densa (Cerradão)
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Formação clímax de altura média entre 5 a 1Om, composta
uI:"' i5! de elementos arbóreos esclerófilos, alguns deciduais,
o o o o oom~8~!!lo
o ;! ... o~ contorcidos, com densa distribuição espacial, com as
I copas tocando-se, com tapete graminóide rarefeito, em
c( tufos, intercalado de elementos arbustivos e algumas
bromeliáceas e palmeiras anãs .
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- Savana arbórea aberta (Campo Cerrado)
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A fisionomia da Savana arbórea aberta apresenta árvores
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o o o o o de altura média entre 4 e ?m, composta de elementos
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... arbustivos esclerófilos, dispersos sobre um tapete conti-
o nuo dominado por Andropogon sp, Paspalum sp e Bul-
z bostylis spp.
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~ A Savana arbórea aberta é xeromorta, com folhas coriá-
ceas, tapete hemicriptófito e plantas lenhosas tortuosas
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com xilopódios.

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<Di':õ2l~!!loo~ - Savana parque (Parque)
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~ A Savana parque é uma formação caracterizada por gran-


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des extensões campestres cespitosas, interrompidas por
fanerófitas altas ou baixas, geralmente de poucas espé-
cies, que compõem a fisionomia natural, sendo comuns a
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Curatella americana e Tecoma caraiba, com presença de

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::;: :I Paspa/um sp, Aristida sp, Andropogon sp e Bulbosty/es
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,e. spp. Acompanhando os talvegues ou depressões, encon-
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'"' N N C') tram-se elementos ombrófitos formando as Florestas-de-
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o 2.4.2 - Sistema das Formações Pioneiras Aluviais
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~u_::;:<(::;:.;.; ~c7lõ~ Estas formações ocupam as planícies aluviais dos diversos
tributários do rio Amazonas, inclusive deste.

PEDOLOGIA /217
São formações edáficas, .resultantes da deposição de As principais espec1es que caracterizam o estrato emer-
material aluvional, cuja composição varia de acordo com a gente são Dinizzia excelsa, Bertholletia excelsa e Cedre-
fonte do material transportado e depositado Sofrem ainda linga catanaeformis. Quanto ao estrato uniforme, é carac-
a influência das cheias equinociais, cujo nível varia a cada terizado por Manilkara spp, Protium spp e Pouteria spp.
ano, sendo que as grandes cheias soem ocorrer aproxi- São Florestas Densas, com um alto volume madeireiro de
madamente a cada cinco anos grande valor comercial.

- Formação Pioneira arbórea


- Floresta Submontana
A fisionomia desta formação é florestal, com árvores
medianas, de altura aproximada entre 15 a 20m, sendo Esta fisionomia caracteriza-se por possuir árvores meno-
comuns a Licania sp, Bombax munguba, Humiria sp, res, distinguindo-se da anteriormente citada, e ocupa área
Roucheria sp, Hebepeta/um, Vatanea sp, Sacoglottis sp de relevo disseçado do Pré-Cambriano.
e algumas árvores de Dimorphandra sp e Pocie/um sp para
as áreas arenosas Possui um bom volume madeireiro, com gregarismos típi-
cos, principalmente para Mani/kara spp, Batesia f/oribunda
Na calha do Amazonas, com a ocorrência de ricos sedi- e Cinometra hootmanniana
mentos, o estrato arbóreo possui alguns "gigantes" da
planície aluvial, como a Ceiba pentandra, Huracreptans e Podem ser distinguidos dois estratos um emergente, com
Ca/ycophylum spruceanum e, na sinúsia codominante, Dinizzia excelsa e Cedrelinga catanaeformis, e outro uni-
Viro/a surinamensis, Tachigalia myrmecophila e a única forme, constituindo o estrato codominante
salicácea brasileira, a Salix martiana var Humboldtiana
(oeirana), típica para os rios de água clara acima do rio O sub-bosque é limpo, com poucas lianas e palmáceas.
Xingu

As palmáceas frequentes são a Mauritia flexuosa, Euterpe 24 4 - Sistema da Floresta Tropical Aberta
oleracea e Mauritia acu/eata, entre outras.
A conceituação desta fisionomia é a de uma floresta onde
as copas não se tocam, apresentando-se, às vezes, domi-
Comumente esta fisionomia ocupa os diques marginais nadas por cipós ou, então, com ocorrência de palmeiras.
dos rios e ilhas e raramente ocupa os "igapós" ou
"back-swam ps"
- Floresta Aberta sem palmeiras
- Formação Pioneira arbustiva
Esta fisionomia é caracterizada pela grande quantidade de
Esta fisionomia segue a mesma linha traçada para a ianerófitas sarmentosas, que envolvem os indivíduos arbó-
formação anterior, com diferentes espécies ocorrendo para reos de altura raramente superior a 25m, apresentando
as áreas arenosas e barrentas Os arbustos mais freqüen- grande número de árvores mortas e baixo volume madei-
reiro
tes para as primeiras são Schizaea sp, Xiridaceas e Euri-
caulaceas, Utricularia sp, Burmania sp e Cephalostema
cyperaceoides, com palmeiras Leopoldinea maior Os principais cipós são C/usia spp, Bauhinia spp e Davi/la
spp

- Formação Lenhoso-Graminóide
- Floresta Aberta com palmeiras
Esta formação é baixa, raramente atingindo mais de um
metro de altura, com seus elementos interligados, for- Esta fisionomia florestal pode ser definida como um tipo
mando densos tapetes. florestal onde as copas das árvores não se tocam e o
número de palmáceas adultas é igual ou superior a 50%.
É um tipo de vegetação de grande importância econô-
mica, em virtude do valor agrostológico dos seus elemen- De um modo geral, na Folha em estudo, a principal
tos, destacando-se as diversas -espécies de "canarana" palmeira responsável por esta fisionomia é a Orbigynia
martiana

2 4.3 - Sistema da Floresta Tropical Densa


24 5 - Refúgio Ecológico
A fisionomia de Floresta Densa ocorre em dois ecossis-
temas distintos: o da Floresta das Baixas Altitudes A N E da área desta Folha, sobre a serra do Maicuru, que se
ocupando os platôs Terciários e terraços de aluviõe~ eleva aproximadamente a uma altitude de 600m, foram
antigas, e o da Floresta Submontana, que ocupa as áreas encontradas espécies endêmicas com características fisio-
do Pré-Cambriano. nômicas semelhantes às de outras áreas de hematita e
limonita (Serra Norte), com lagoas de águas escuras com
- Floresta das Baixas Altitudes grande quantidade de ácidos húmicos A vegetação predo-
minante é herbácea e arbustiva.
Esta fisionomia refere-se à Floresta localizada principal-
mente nos platôs Terciários e terraços de aluviões antigas A vegetação hidrófila é composta, quase que exclusi-
e recentes e apresenta-se em dois estratos distintos um vamente, de Pontederia sp, Azo/la sp e algumas Eichornia
emergente e outro uniforme sp

218/PEDOLOGIA
Os arbustos são representados por Mirtaceas, Euforbia- pelas faixas estereoscópicas, que acompanham os mosai-
ceas e Clusias, enquanto que o tapete herbáceo se cons- cos, teve-se o cuidado de observar, além do relevo, fatores
titui quase que exclusivamente de A nanas anasoides. outros, como vegetação, drenagem e geologia.

Após os trabalhos de campo, com todos os pontos visi-


3 - METODOLOGIA DO LEVANTAMENTO tados e plotados nos respectivos "off-sets" e de posse
das anotações constantes nas cadernetas de campo, fez-se
A metodologia usada neste trabalho seguiu, dentro do um reajuste completo na legenda preliminar, acompanhado
possível, aquela adotada por outros estudos já feitos em de uma reinterpretação mais acurada, uma vez que se dis-
outras regiões do p~ís. punha de observações locais. Informações fornecidas pelas
Divisões de Geologia, Vegetação e Geomorfologia foram
Diz-se isto porque a agressividade da reg1ao, a falta de usadas na elaboração do delineamento e legenda do mapa
acesso terrestre e outros obstáculos encontrados durante final.
os trabalhos de amostragem e observações de campo
obrigaram a tomada de medidas mais onerosas, porém Os delineamentos finais feitos sobre o mosaico 1:250.000
indispensáveis à efetivação do presente levantamento. foram, posteriormente, reduzidos para a escala de
1 :1.000.000, escala final do mapa, e lançados sobre uma
O farto material usado em escritório veio ajudar, em parte, base "blue line" planimétrica, que também serviu como
a transpor estas dificuldades. base para o Mapa de Aptidão Agrícola, nos sistemas de
manejo primitivo e desenvolvido (sem irrigação).
3.1 - Método de Trabalho de Escritório
As unidades de mapeamento delineadas, que aparecem no
Inicialmente, pesquisou-se todo o material bibliográfico mapa final, englobam solos ou associações de solos, que
conhecido sobre a área, assim como outras publicações é como mais comumente ocorrem, devido ao nível genera-
que tivessem relacionamento com o assunto ou que pu- lizado do trabalho e à reduzida escala final, e estão
dessem servir de apoio para correlacionamentos. representadas por símbolos numerados, cujo significado
se lê na legenda do mapa.
Utilizando-se imagens radargramétricas adotadas pelo
Projeto e obtidas através de sobrevôos paralelos sobre a Estes símbolos são formados por letra ou letras, normal-
região, com uma aeronave Caravelle adotada de apare- mente relacionadas com a classe de solos em dominância
lhagem própria para a aplicação do Sistema Good Year de ou em codominância mais importante. No mapa, apó::;
abertura sintética e visada lateral, estudou-se, prelimi- cada classe de solo constante da unidade de mapeamentc..
narmente, o aspecto morfológico geral da área. citam-se, além da textura, o seu caráter Eutrófico o J
Distrófico, quando a classe o requer, e, finalmente. ,
Estas imagens de radar, inicialmente em escala 1 :400.000, vegetação e o relevo geral da unidade.
foram ampliadas, com todo o rigor necessário, chegando~
se finalmente ao modelo semicontrolado, escala 1 :250.000, Não vão citados, na legenda do mapa, os solos que
de área equivalente a 01 °00' entre paralelos, e por 01 °30'. ocorrem em pequena significância, embora estejam cons-
entre meridianos, com aproximadamente 18.000km2, tantes no relatório como inclusões. Isto acontece devido
que se tornou material básico para estes trabalhos. ao nível generalizado do mapa final: Mapa Exploratório de
Solos.
Além do material básico já citado, contou-se com a ajuda
de fotos em infravermelho, positivo e negativo, e de fotos O Mapa de Aptidão Agrícola, decorrência do Mapa de
multiespectrais, obtidas na época pela mesma aeronave, Solos, está na mesma escala que este (1 :1.000.000) e
mas de aproveitamento restrito devido à grande quanti- consiste de graus de aptidões para o uso agrícola, inde-
dade de nuvens existente. pendente de fatores sócio-econômicos, depois de julgadas
as diversas classes de solos, tanto para o aproveitamento
em sistema de manejo primitivo, como em sistema de
Municiados, então, de todo este material, referente à Folha
manejo desenvolvido (sem irrigação).
SA.21-Santarém - imagens de radar semicontroladas
1 :250.000, mosaico das imagens de radar em escala
Após a elaboração do Mapa de Aptidão Agrícola, foram
1:1.000.000 e fotos em infravermelho e multiespectral, com
agrupadas as classes de aptidão com mesmo grau de
escalas aproximadas, respectivamente, de 1 :130.000 e
julgamento e planimetradas as suas áreas, para ter-se idéia
1 :73.000, quando de áreas não cobertas por nuvens -
de sua participação em relação à área total.
iniciou-se uma interpretação, de caráter preliminar, .cuja
finalidade foi a de separar feições generalizadas, de as-
Finalmente foi elaborado, descrito e organizado todo o
pecto morfológico semelhante, para o estudo de uma
corpo final do relatório.
legenda inicial e marcação dos pontos mais representa-
tivos dos diversos ambientes, que fossem coletados ou
apenas estudados em campo. 3.2 - Método de Trabalho de Campo

Quando havia existência de rodovias que permitissem A significativa ausência de estradas na região fez com que
caminhamentos por estes ambientes, a coleta e observa- se partisse de uma legenda sumária de solos, estabelecida
ção de perfis tornavam-se mais fáceis, não necessitando durante a interpretação preliminar das unidades de ma-
da marcação prévia de pontos de amostragem. peamento - tanto por correlação das feições delineadas
com feições semelhantes, em áreas próximas, como por
Para o delineamento preliminar destes ambientes (unidade informações de trabalhos existentes - para a sua confir-
preliminar de mapeamento) com interpretação auxiliada mação ou determinação em campo, através de pontos

PEDOLOGIA /219
selecionados que representassem, do melhor modo pos- 3.3 - Métodos Analíticos de Laboratório
sível, os solos dominantes nas unidades
As amostras de solos coletadas na área foram devidamente
catalogadas e enviadas para laboratório, onde sofreram
Os pontos selecionados foram plotados em cópias "off- análises físicas e químicas, em caso de perfis seleciona-
set" dos mosaicos 1 :250 000, que serviram como material dos para melhor caracterização da unidade taxonômica, ou
básico em campo para melhor orientação na coleta das apenas analisadas para avaliação da fertilidade do solo.
amostras, observações do relevo, da vegetação e outras
anotações
A amostragem foi feita de modo a se coletarem solos em
locais selecionados, que fossem representativos das uni-
O alcance a estes pontos foi feito através de sub-bases dades delineadas. Para análises completas, as amostras
instaladas estrategicamente, de modo que toda a região foram retiradas em quantidade pouco superior a 2kg e,
pudesse ser atingida por helicóptero Clareiras e campos para avaliação da fertilidade do solo, apenas 500g.
naturais, margens de rios (praias). afloramentos de rochas
e fazendas foram usados para descida de pessoal, sempre A preparação inicial da amostra no laboratório consiste em
que coincidissem com o ponto plotado, sendo neces- pô-la sobre um tabuleiro, em lugar seco e ventilado, para
sário, no entanto, caminhamentos mais longos para torná-la seca ao ar Depois é destorroada e peneirada, em
alcançar-se o objetivo amostragem representativa da peneira de malha com furos circulares de 2mm de diâme-
unidade Na maioria das vezes, porém, a amostragem foi tro, obtendo-se, com isto, a separação da TFSA (terra fina
feita através de clareiras previamente abertas para esse seca ao ar) das frações maiores que 2mm (cascalhos e
fim calhaus)

A coleta das amostras de solos foi feita utilizando-se 331 - Análises Físicas
trados tipo "holandês" e de caneco, tipo "orchard", ou em
trincheiras abertas O trado tipo "holandês" foi usado para Análise granulométrica- tem como finalidade separar as
sondagens iniciais, antes da coleta do perfil, ou para partículas de solo, menores que 2mm, dentro dos seguin-
coleta de amostras para avaliação da fertilidade dos solos tes limites granulométricos:
O Irado de caneco foi usado nas amostragens de perfis
completos O uso de trincheira só foi possível nas proxi-
midades das sub-bases, onde havia mão-de-obra dispo- Partícula Diâmetro das Partículas (mm)
nível para isto

Areia Grossa 2 a 0,2


Nos percursos feitos, nas poucas estradas existentes,
procurou-se observar, com maior atenção, os solos ou Areia Fina 0,2 a 0,05
associações de solos, para fins de correlacionar-se me-
lhor, com os padrões interpretativos, as unidades ma- Silte 0,05 a 0,002
peadas Aí, a coleta de perfis foi feita em cortes e/ou com
trados tipo "orchard", utilizando-se ainda a faca e o Argila < 0,002
martelo pedológico

É determinada por sedimentação, pelo método internacio-


Para a descrição dos perfis coletados, adotaram-se as nal da pipeta, modificado, usando-se NaOH N como
normas e definições constantes no "Soil Survey Manual" e agente de dispersão e agitador de alta rotação.
no "Manual de Método de Trabalho de Campo" da Socie-
dade Brasileira de Ciência do Solo. A cor foi sempre Argila natural (argila dispersa em água)- determinada por
observada no solo úmido, não sendo, portanto, citada esta sedimentação, sendo usada água destilada como agente
característica na descrição dos perfis, à exceção de cores de dispersão
tiradas em outras condições que não úmido
O grau de floculação é obtido pela fórmula:
Com base nas descrições dos perfis, complementados por
estudos de correlação com os fatores de formação dos (arg. total- arg. natural) X 100
solos e pelos resultados analíticos das amostras, identi- argila total
ficaram-se, seguindo-se ainda os critérios de classificação
adotados pela C.P.P (Centro de Pesquisa Pedológica) da Equivalente de umidade (centrífuga)- quantidade de água
EMBRAPA, as unidades taxonômicas dos solos, acres- retida pelo solo quando o mesmo, previamente enchar-
centando-se-lhes o critério de fases, considerando-se os cado, é submetido a uma força centrífuga de 1 .000 vezes a
fatores relevo e vegetação, e, correlacionando-as, tenta- da gravidade.
tivamente, com a classificação americana de solos atual.

Nesta Folha foram coletados e descritos 61 perfis para 3.3.2 - Análises Químicas
análise completa, num total de 279 amostras de solos,
todos representativos das associações das unidades de Carbono orgânico - determinado pela ação oxidante do
mapeamento. Para avaliação da fertilidade dos solos foram biocromato de potássio 0,4N sobre a matéria orgânica,
coletados 89 pontos, num total de 298 amostras, tendo segundo o método de Tiurin, e pelo método de Walkley and
ainda sido feitas observações em 12 locais. Black, em 1934.

220/ PEDOLOGIA
Nitrogênio total - determinado pelo método de Kjeldahl V%= Sx100
que usa, como solução digP.stora, uma mistura de H2S04, -T-
CuS04 e Na2S04, a fim de decompor a matéria orgânica e
transformar o n it'rogên i o orgânico _em nitrogênio amon iacal. A saturação com alumínio trocável - calculada pela
Após a digestão, o nitrogênio amoniacal é deslocado por fórmula:
NaOH a 30% e o amoníaco é recolhido erri solução aquosa
de ácido bórico a 4% e titulado com HCI cr,01 N. 100 x AI+++
Ai+++ + S
pH - determinado em água e em- solução normal de KCI.

Fósforo assimilável -obtido por espectrometria de absor-


ção, medindo-se a coloração azul, desenvolvida pela re- 3.3.3 - Análise para Avaliação da Fertilidade dos Solos
ação dos fosfatos do solo com molibdato de amônio, em
presença de catalisador, um sal de bismuto. As amostras coletadas para avaliação da fertilidade dos
solos foram analisadas pelo método das análises rápidas de
óxido de ferro livre - obtido pelo método de Deb, em solos (Soil Testing).
1950, reduzindo-se o ferro com ditionito de sódio.
Os resultados destas análises são. considerados diagnosti-
Sesquióxidos de ferro e alumínio do complexo de lateriza- cadores da fertilidade do solo, mas dependem, para avalia-
ção- nesta operação é utilizado o H2S04 d = 1,47 como ção exata, de experimentação de campo, convenientemente
agente de decomposição de silicatos existentes no solo. delineada e conduzida.

Si02 - após separado dos sexquióxidos, é determinado O teor dos elementos analisados é indicado em três níveis
por processo colorimétrico ou por processo gravimétrico. - baixo, médio e alto - e é citado sob duas formas·

mE- equivalente químico, expresso como miliequivalente


AI203 - os metais pesados do ataque sulfúrico são
separados com NaOH a 40%; o filtrado é neutralizado, (meq) por 100cm3 de solo
gota a gota, com HCI 1:1 e determinado o alumínio pelo
EDTA 0,05M (ácido etileno-diamino-tetra-acético) que é ppm - parte por milhão em volume
titulado com solução de ZnS04 0,05M.
As determinações feitas nestas análises foram as seguin-
Fe203- é titulado com solução 0,0501 N de bicromato de tes:
potássio, empregando-se difenilamina a 1%, como indica-
dor, e solução de cloreto estanoso, como redutor. - teores trocáveis- potássio (K +),cálcio (Ca + ), magné-
sio (Mg + ), alumínio (AI+.+ +)e hidrogênio (H+), como
Ki e Kr- as relações Ki e Kr foram calculadas sob a forma base para o pH
molecular:
- teores assimilávejs - fósforo (P04
Ki = 1, 7 x % Si 02 - pH em água
% AI203
Níveis para os elementos determinados:
Elementos Baixo Médio Alto
Kr=1,7x % Si02
P(ppm) 0-10 11-30 > 30
%AI203 + 0,6375 x % Fe203 AI+ + + (mE/100cm3) 0-0,3 - >0,3
Ca+ + +Mg+ + (mE/100cm3) 0-2,0 2,1 -10 > 10
Cálcio, magnésio e alumínio permutáveis - são extraídos K + (ppm) 0-45 46 -150 >150
com solução de cloreto de potássio N e dosados por
complexometria. Posteriormente o Ca + + é dosado isola-
damente e o Mg + + é obtido por diferença As classes de reação de solos, geralmente adotadas em
relação aos níveis de pH, são as seguintes:
'
Potássio e sódio trocáveis- extraídos com solução de HCI
0,05N e determinados por fotometria de chama. pH <4,4 .............. . extremamente ácido
pH 4,4-5,3 ... . fortemente ácido
Valor S (bases permutáveis)- obtido pela soma de Ca + + pH 5,4-6,5' . . . . . . . . . . . . . . moderadamente ácido
Mg + + , K + e Na+ . pH 6,6-7,3 . . . . . . . . . . . . .... . praticamente neutro
pH 7,4-8,3 .............. .. moderadamente alcalino
Hidrogênio e alumínio trocáveis- determinados através de pH >8,3 ................. . fortemente alcalino
trata'!lento com acetato de cálcio N de pH 7,0/7,1 e como
antenormente com cloreto de potássio N foi extraído o
AI+ + +, calcula-se o hidrogênio por diferença. 4 - SOLOS
ValorT (capacidade de troca de cátions)- obtido pela soma Neste capítulo serão definidos os critérios adotados para a
de S, AI + + + e H + classificação dos solos e das fases empregadas, bem como
a descrição das unidades taxonômicas constantes da
Valor V (saturação de bases) - calculado pela fórmula: legenda, suas ocorrências na área, relevo em que se situam,

PEOOLOGIA/221
o material de origem e sua vegetação. Acompanhando as -fraco
unidades taxonômicas estão as descrições morfológicas - franco-argilo arenoso
dos perfis e seus resultados analíticos físicos e químicos. - franco-argiloso com menos de 35% de argila
-franco-arenoso com mais de 15% de argila

4.1 - Critérios de Classific"ação dos Solos e Fases em- d) Textura arenosa- quando apresentam menos de 15% de
pregadas argila:

Os critérios adotados para definição das classes de solos - areia


encontradas na região, e que ocorrem em caráter de - areia franca
dominância, codominância ou subdominância na legenda - franco-arenoso com menos de 15% de argila
do Mapa de Solos, vão citados nas descrições das unida-
des taxonômicas e são os mesmos constantes da classifi- - Relação Textura!
cação brasileira, proposta pelo Centro de Pesquisa Pedo-
lógica, e que se encontra em fase de desenvolvimento, e
estão de acordo com os constantes no "Soil Taxonomy" É ~ relação da média das percentagens de argila do
honzonte 8, excluindo 83, pela média das percentagens de
(1970). argila no horizonte A
- Caráter Eutrótico e Distrófico
- Mudança Textura! Abrupta
Usado para distinguir solos dt;! fertilidade alta, eutrófico -
saturação de bases (V% >que 50) - daqueles de fertilida- Está relacionada com a diferença textura! entre um "epipe-
de baixa, distrófico (V% < que 50). Quando, por definição, don" ócrico ou um horizonte álbico e o horizonte argílico. Se
a classe compreende somente solos distróficos ou somen- o conteúdo de argila do "epipedon" ócrico ou do horizonte
te eutróficos, deixa-se de acrescentar este caráter. álbico for inferior a 20%, no horizonte argilico deverá ser o
dobro, numa profunidade igual ou menor que 7,5cm. Se
Para determinação do caráter eutrófico ou·distrófico de·uma porém, o conteúdo ultrapassar a 20% de argila, o aumento
classe de solos, considera-se o valor (V%) dos horizontes 8 não poderá ser inferior a 20% no horizonte argílico, sendo
e/ ou C, ou do horizonte A de alguns solos, principalmente que, em algumas parte deste horizonte, deverá ter pelo
no caso de Solos Litólicos. menos o dobro da percentagem de argila do "epipedon"
ócrico ou do horizonte álbico
- Tipos de Horizonte A
- Classificação dos Solos pela Taxonomia de Solos
a) Chernozêmico - corresponde à caracterização usada na
Para classificação dos solos pelos critérios da Taxonomia
classificação americana de solos para o "epipedon" mólico.
de Solos (1970), foi necessário proceder-se a uma correla-
b) Prr;>e1J1inent~ - corresponde à caracteriziição dada ao ção da CTC (capacidade de troca de cátions), obtida pelo
"epipedon" úmbrico da classificação americana de solos. método proposto por Vettori (1969) e pelo da Taxonomia,
constante na 7~ Aproximação (1960)
c) Moderado- tem definição semelhante à do "epipedon"
ócrico da classificação americana de solos. Pelo primeiro método, a acidez trocável é determinada por
agitação com o acetato de cálcio 1 N a pH 7,0 e, pelo
d) Fraco - sua definição coincide também com a do segundo, a acidez é calculada pro percolação de cloreto de
"epipedon" ócrico da classificação americana de solos. bário tamponado a pH 8,2 com a trietanolamina, o que
Difere do A moderado por apresentar a seguinte combina- confere resultados diferentes na obtenção final da CTC.
ção de características: teores muito baixos de matéria
Raij & Kupper (1966), em estudo realizado em "45 amostras
orgânica, estrutura maciça ou em grãos simples ou fraca-
de solos ácidos, com ampla variação de textura, teor de
mente desenvolvida e coloração muito clara
matéria orgânica e saturação em bases" compararam estes
e outros métodos com o usado pelo IAC (Instituto Agronô-
- Classes Texturais mico de Campinas), obtendo dados que foram utilizados
para esta correlação de valores.
Foram utilizadas, para efeito de subdivisão de classes de
solos de acordo com a textura, as seguintes classes Com base nestes resultados, Oliveira & Rotta (1973) recal-
texturais: cul~ram os valores de V% (saturação de bases) e obtiveram,
ass1m, elementos suficientes para comparar os valores
a) Textura muito argilosa - quando apresentam mais de obtidos por estes dois métodos
60% de argila: argila pesada.

b) Textura argilosa- quando apresentam uma ou mais das 42 - Descrição das Classes de Solos
seguintes classes (entre 35 e 60% de argila)
A seguir serão descritas as classes de solos de maior
-argila significância encontradas na área, acompanhadas dé petfis
- argila arenosa representativos da unidade, com suas descrições morfoló-
- fraco-argiloso com mais de 35% de argila gicas e seus resultados analíticos.

c) Textura média - quando apresentam uma ou mais das


seguintes classes de textura (entre 15 e 35% de argila): 4.2.1 - Latossolo Amarelo Distrófico.

222/ PEDOLOGIA
Compreende solos minerais com horizonte B latossólico, ser maciça ou fraca a moderada, pequena, granular ou
que corresponde ao óxico da classificação americana, subangular.
geralmente ácidos, muito profundos e friáveis.
A baixa fertilidade natural, associada à ocorrência em locais
o horizonte óxico caracteriza-se por possuir estágio avan- sem infra-estrutura suficiente, condiciona um aproveita-
çado de intemperização, com predominância de sesquióxi- mento limitado desses solos, muito embora apresentem
dos, argilas do tipo 1 :1, quartzo e outros materiais resisten- condições físicas e relevo favorável à mecanização e ao uso
tes. Possui baixa capacidade de troca de cátions, baixa de fertilizantes.
soma de bases trocáveis e reduzido conteúdo de argila
natural, determinando com isto elevado grau de flocula- Correspondem, na classificação americana de solos, aos
ção. Neste horizonte os minerais de argila possuem peque- grandes grupos dos Haplorthox, dos Acrorthox e, mais
na mobilidade, o que concorre para a ausência ou quase raramente, ao dos Umbriorthox.
ausência de cerosidade revestindo os elementos estrutu-
rais e pequena diferenciação textura!. Como variação desta unidade, ocorre o Latossolo Amarelo
Distrófico plíntico de textura média e argilosa.
Estes solos apresentam perfis com seqoência de horizontes
A, B e C, com profundidades que alcançam freqUentemente Associados a esta classe estão os Solos Concrecionários
mais de 200cm e predomínio de transições difusas entre os Lateríticos Indiscriminados Distróficos textura indiscrimi-
horizontes A e B, ou às vezes graduais São ácidos, bem nada, Areias Quartzosas Distróficas, Gley Pouco Húmico
drenados a acentuadamente drenados, bastante porosos e Distrófico textura argilosa, Laterita Hidromórfica Distrófica
permeáveis, razão pela qual têm significante resistência à textura indiscriminada, Podzólico Vermelho Amarelo textu-
erosão. A coloração enquadra-se nos matizes 1OYR e 7 .5YR, ra média a muito argilosa, Podzólico Vermelho Amarelo
com cromas e valores altos no horizonte B, onde domina o cascalhento ou concrecionário textura argilosa, Podzol
amarelo Hidromórfico, Terra Roxa Estruturada Eutrófica textura
argilosa e Solos Litólicos Distróficos textura indiscrimina-
A saturação de bases (V%) é caracteristicamente baixa, da
quase sempre inferior a 20%, conseqOência imediata da
pobreza mineral do material de origem, representado por Estes solos ocorrem em diversos tipos de relevo, variando
sedimentos de textura variável do Terciário (Formação desde plano a forte ondulado, sob vegetação de Floresta
Barreiras). Densa, e são originados a partir de sedimentos do Terciário
(Formação Barreiras).
O horizonte A é fraco ou moderado, correspondendo ao
"epipedon" ócrico da classificação americana Com pouca Caracterização Morfológica e Analítica da Unidade.
freqOência, pode ocorrer um horizonte A proeminente que
corresponde ao "epipedon" úmbrico da classificação ameri- PERFIL N. 0 16
cana. O "epipedon" ócrico é aquele que apresenta cores
muito claras, cromas altos, muito baixo conteúdo de Classificação- LATOSSOLO AMARELO DISTROFICO A
matéria orgânica, estrutura maciça ou em grãos simples, ou fraco textura muito argilosa ACRORTHOX
fraca a moderadamente desenvolvida. Quando seco,
apresenta-se maciço ou duro O "epipedon" úmbrico Localização- Km 20 da estrada Macauari- Mina da Side-
apresenta elevados teores de matéria orgânica (maior rama Município de Nhamundá - Estado do Amazonas
que 1% nos primeiros 30cm), que interferem diretamen-
te na coloração do horizonte, dando-lhe valores e cro-
mas mais baixos - menor que 4, quando úmico - a
saturação de base (V%) nunca chega a ultrapassar 50%
(extração com NH40Ac). Sua estrutura é suficientemen-
te forte para que o horizonte não seja considerado maciço
Folha SA 21-V-D

Situação, declividade e erosão- Perfil coletado em corte


de estrada, em terreno com declividade de 1 a 2% e erosão
laminar ligeira
I
e duro ou muito duro quando seco; tem menos que 250 Material originário- Sedimentos argilosos do Terciário -
ppm de P205 solúvel em ácido cítrico. Formação Barreiras

Este horizonte A, de coloração bruno amarelada nos Relevo - Plano


matizes 10YR e 7.5YR, com cromas de 6 a 2 e valores de 7 a
3, está normalmente subdividido em A1 e A 3 , apresentando Drenagem - Bem drenado.
espessura média superior a 20cm. Devido a textura variar
desde franco-arenosa a argila pesada, sua consistência Cobertura vegetal - Floresta Densa.
pode situar-se desde ligeiramente duro, friável, ligeiramen-
te plástico e ligeiramente pegajoso, a duro, firme, muito A1 0-3cm; bruno amarelado claro (10YR 614); argila pesa-
plastico e muito pegajoso. da; fraca a moderada pequena granular; friável, muito
plástico e muito pegajoso; transição plana e clara.
O horizonte B normalmente está subdividido em B1. B21,
B22 e B23. possuindo profundidade média superior a A3 3-15cm; amarelo (10YR 716); argila pesada; fraca
150cm. A coloração tem matizes amarelados 10YR e 7.5YR, pequena granular; friável, muito plástico e muito
com cromas variando de 5 a 8 e valores de 4 a 8. A textura é pegajoso; transição plana e difusa.
desde franco-argila arenosa a argila pesada e a consistên-
cia! ligeíraf!lente duro_ a duro, friável a firme, plástico a B1 15-35cm; amarelo (1 OYR 8/6); argila pesada; fraca
mUlto plástrco e pegaJ?So a muito pegajoso, respectiva- muito pequena e pequena granular; friável, muito
mente para solo seco, um ido e molhado. A estrutura pode plástico e muito pegajoso; transição plana e difusa.

PEDOLOGIA /223
821 35-80cm, amarelo avermelhado (7 5YR 718), argila de caneco, em terreno com declividade de 2 a 3% e erosão
pesada, fraca pequena blocos subangulares e granu- laminar ligeira
lar, friável, muito plástico e muito pegajoso, transição
plana e difusa Material originário - Sedimentos argila-arenosos do Ter-
ciário - Formação E;larreiras
822 80-140cm, amarelo avermelhado (7 5YR 718), argila
pesada, fraca pequena blocos subangulares e granu-
lar, friável, muito plástico e muito pegajoso Relevo - Suave ondulado
Drenagem - Acentuadamente drenado
Análises Fisicas e Quimicas Lab : CES íl 316-7 320)
Cobertura vegetal - Floresta Densa
Comp Granulométrica%
Horizonte Argila
Esqueleto (t f s a) Grau de Silte

1Prof
%
Areia Silte Argila natural •j
floc % Argila
-- A1 0-15cm, bruno escuro (7 5YR 412), franco-arenoso,
fraca pequena granular e grãos simples; muito friável,
Simb1 em >2mm 2-0,05 0,05-0,002 <0,002
mm mm mm % e
não pláStiCO não pegajOSO, transição gradual

A1 0-3 9,4 14,8 75,8 15,8 79 0,19 15-70cm, (7 5YR 414), franco-arenoso, fraca pequena
A3 -15 5,8 12,1 82,1 1,2 98 0,14 granular, muito friável, ligeiramente plástico e ligeira-
mente pegajoso, transição difusa
81 -35 0,7 6,0 10,5 83,5 1,8 98 0,12
821 -80 0,8 5,1 4,3 90,6 1,1 99 0,04 15-70cm, bruno escuro (7 5YR 4/4), franco-arenoso;
822 -140 1,0 5,0 4,3 90,7 1,1 99 0,04
fraca pequena granular, muito friável, ligeiramente
plástico e ligeiramente pegajoso, transição difusa.
Dens pH
Umid Fe203 Ac total c MO po.;3 821 100-120cm, bruno forte (7 5YR 516), franco-arenoso,
Equ>v Jrvre (Cao AcJ
Dr j Da % % H 2oj KCI1N mE/100g % % mE1100g
fraca pequena granular, muito friável, ligeiramente
plástico e ligeiramente pegajoso, transição gradual

2,59 0,95 34,3 2,28 3,5 3,6 12,30 2,82 4,86 0,04
822 120-160cm + , vermelho amarelado (5YR 516); franco-
2,44 1,07 32,1 2,44 3,5 3,7 8,80 1,71 2,99 0,02 arenoso, fraca pequena granular, muito friável, ligei-
2,51 1,08 28,3 3,27 3,9 4,0 5,80 1,11 1,91 0,02
ramente plástico e ligeiramente pegajoso

2,55 1 '1 o 30,6 2,69 4,3 4,2 3,60 0,42 O, 72 0,02

2,58 1 ,09 30,7 2,87 4,5 4,4 3,30 0,30 0,52 0,01 Analises Fisicas e Ouimicas Lab: IPEAN (20 049-20 053)

I
Complexo Sorti v o mE/100g Comp Granulométrica (t f s a) %
v 100AI+3
Areia Argila
S>mb grossa <0,002
T %
2-0,2 mm mm

0,24 0,08 0,14 0,14 0,60 10,12 2,18 12,90 4,65 78,4
A1 G-15 o 71 8 13 8

0,08 0,05 0,08 0,14 0,35 6,74 2,06 9,15 3,82 85,5 A3 -70 o 2 57 14 11 18

0,03 0,03 0,04 0,12 0,22 4,76 1,04 6,02 3,75 82,5 81 -100 o 59 11 12 18

0,05 0,01 0,05 0,07 0,18 2,15 0,45 3,78 4,76 71,4 8 21 -12o o 58 13 11 18

0,16 0,16 0,03 0,11 0,46 2,95 0,35 3,76 12,23 43,2
8 22 -160 o 63 11 9 17

Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % AI203


PERFIL N. 0
33
natural da tloc -- Ki Kr --
% % Argila Si o 21A12 03\ Fe 2 o 3 Fe20 3
Classificação- LATOSSOLO AMARELO DISTROFICO A
moderado textura média HAPLORTHOX
2 75 1,62 4,77 3,83 1,79 2,12 1,63 3,35

10 44 0,61 7,90 6,38 1,59 2,11 1,82 6,29


Localização - Km 01 da estrada Obidos-Orixim in á, 1OOm
da margem direita Município de Obidos- Estado do Pará 13 28 0,66 7,90 7,91 1 ,39 1,70 1 ,53 8,93
Folha SA 21-X-D
9 50 0,61 8,87 8,93 ~.18 1,69 1,46 6,43

Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com Irado 94 0,52 8,63 8,42 2,18 1,74 1,50 6,06

2241 PEDOLOGIA
B22 110-135cm; amarelo brunado (10YR 6/6); argila are-
pH(1:1J P205 100AI+3 nosa; maciça porosa; friável, plástico e pegajoso;
c N MO .Q. transição difusa.
% % % N mg/100g Al+3+ S
H20 IKCI1N
B23 135-150cm +; amarelo (10YR 7/6); argila arenosa,
3,6 3,5 1,03 0,07 1,77 15 0,49 89 maciça porosa; friável, plástico e pegajoso
4,3 4,1 0,62 0,04 1,07 16 0,13 92

4,4 4,1 0,32 0,03 0,55 11 < 0,11 90 Análises Físicas e Químicas Lab: CES (1406-7 411)

4,5 4,0 0,26 0,02 0,45 13 < 0,11 88


Comp Granulométrica %
Horizonte Esqueleto Argila
4,5 4,1 0,17 0,01 0,29 17 < 0,11 91 (t f s a) Grau de Silte

\Prof
%
Areia Silte Argila natural
floc% Argila
--
Complexo Sort ivo mE/100g Simb1 em >2mm 2-0 05 0,05-0,002 <0,002
mm mm mm %
v
ca+2. T %
A1 0-30 0,2 70,5 3,4 26,1 14,7 44 0,13
A3 -60 62,5 1,6 35,9 24,6 31 0,04
81 -85 0,1 62,8 2,0 35,2 27,1 23 0,05
0,06 0,07 0,05 0,03 0,21 3,15 1,80 5,16 4 821 -110 0,1 59,1 3,1 37,8 26,5 29 0,08
822 -135 0,1 58,7 2,6 38,7 1.6 96 0,06
0,02 0,02 0,03 0,03 0,10 4,74 1,20 6,04 2 823 -150 0,1 56,4 2,4 41,2 0.9 98 0,05

0,01 0,02 0,03 0,02 0,08 3,98 0,80 4,86 2 Dens pH

I
Umid Fe203 Ac total c MO P043
0,01 0,04 0,03 0,02 0,10 3,49 0,80 4,39 2 Equiv livre (CaOAc)
Dr Da % % H20I KCI1N mE/100g % % mE/100g
0,01 0,01 0,03 0,02 0,07 2,83 0,80 3,70 ?

2,56 1,22 13,0 1,10 3,4 3,7 5,50 1 28 2.2 0,03


2,55 1,24 17,1 1,30 3,7 4.0 5 40 o 90 1,5 0,02
PERFIL N. o 47
2,53 1,31 15,8 1,32 4,0 4o 4 30 0.68 1,1 0,02
2,58 1,29 16,7 1,32 4,0 3,9 3.80 0.52 0,9 0,02
Classificação- LATOSSOLO AMARELO DISTROFICO A 2,58 1,28 17,1 1,39 4,1 4,0 3 40 0.38 0.6 0,01
moderado textura argilosa HAPLORTHOX. 2,59 1,28 17,1 1,55 4,3 4,0 3 10 J 22 o4 0,01

Complexo Sorti v o mE/100 g


Localização - Próximo ao rio Urubu. Município de v 100Ai+3
ltaquatiara - Estado do Amazonas. Folha SA.21-Y-C
ca+2 Ai+3 T % AI +3+ S

Material originário- Sedimentos argilosos do Terciário-


Formação Barreiras 0,02 0,14 0,04 0,06 0,26 4,36 1,14 5.76 4 51 81,4
0,01 0,11 0,01 0,02 0,15 4,52 0,88 5.55 2 70 85,4
0,02 0,08 0,01 0,02 0,13 3,34 0,96 4,43 2,93 88,1

I
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado 0,01 0,08 0,01 0,03 0,13 3,02 0,78 3.93 3.31 85,7
de caneco, em topo de baixo platô. com declividade de 1 a 0,01 0,10 0,01 0,02 0,14 2,82 0,58 3 54 3.95 80,5
3% e erosão nula a laminar ligeira. 0,01 0,06 0,02 0,02 0,11 2.58 0.52 3 21 3.43 82,5

Relevo - Plano a suave ondulado


PERFIL N. o 49
Drenagem - Bem drenado.
Classificação- LATOSSOLO AMARELO DISTROFICO A
Cobertura vegetal - Floresta Densa. moderado textura muito argilosa ACRORTHOX

A1 0-30cm; bruno (1 OYR 413); franco-argilo arenoso; Localização - Aproximadamente a 03°19'S e 57°27'W.
fraca pequena granular; friável, ligeiramente plástico Município de Barreirinha - Estado do Amazonas. Folha
e ligeiramente pegajoso, transição difusa. SA 21-Y-D

A3 30-60cm; bruno (1 OYR 5/3); argila arenosa; fraca Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
pequena granular; friável, plástico e ligeiramente de caneco, em área de relevo praticamente plano e com
pegajoso; transição difusa. erosão nula.

B1 60-85cni; bruno amarelado (1 OYR 5/4); argila arenosa; Material originário- Sedimentos argilosos do Terciário-
fraca pequena granular com aspecto de maciça in si tu; Formação Barreiras.
fr.iável, plástico e ligeiramente pegajoso; transição
d1fusa. Relevo - Plano

B21 85-11 Ocm; bruno amarelado (1 OYR 5/5 ); argila are- Drenagem - Bem drenado.
nosa; maciça porosa; friável, plástico e pegajoso;
transição difusa. Cobertura vegetal - Floresta Densa.

PEDOLOGIA /225
0-10cm; bruno (10YR 5/3); argila, fraca muito pequena Material originário- Sedimentos argilosos do Terciário -
granular, friável, plástico e pegajoso; transição Formação Barreiras
gradual
Relevo - Ondulado
A3 10-25cm; bruno amarelado (10YR 514), argila pesada,
fraca pequena granular, friável, muito plástico e Drenagem - Bem drenado
muito pegajoso, transição difusa.
Cobertura vegetal - Floresta Densa.
B1 25-55cm, amarelo brunado (10YR 616); argila pesada;
fraca pequena granular, friável, muito plástico e muito A1 0-20cm, bruno escuro (10YR 313); argila; fraca pe-
pegajoso, transição difusa quena granular; friável, plástico e pegajoso, transição
gradual
B21 55-90cm, amarelo (1 OYR 716), argila pesada, fraca
pequena a média granular, friável, muito plástico e A3 20-50cm, bruno amarelado escuro (1 OYR 414); argila;
muito pegajoso, transição difusa fraca pequena granular, friável, plástico e pegajoso;
transição difusa
B22 90-170cm; amarelo (10YR 716), argila pesada, fraca
pequena a média granular, friável, muito plástico e B1 50-?0cm, bruno amarelado (1 OYR 516); argila pesada;
muito pegajoso maciça que se desfaz em fraca pequena granular;
friável a firme, muito plástico e muito pegajoso;
Análises Físicas e Químicas Lab: CES (J 415-7 419) transição difusa

Comp Granulométrica % B21 70-110cm, bruno forte (7 5YR 516); argila pesada,
Horizonte Esqueleto Argila maciça que se desfaz em fraca pequena granular;
(t f s a 1 Grau de Silte

Simb)r:of
em >2mm
%
Areia
2-0.05 0.05-0,002 <0,002
I
Silte ! Argila natural floc % Argila
-- friável a firme, muito plástico e muito pegajoso,
transição difusa
mm mm mm %
B22 110-150cm, bruno forte (7 5YR 5/8); argila pesada,
A1 0-10 0,2 45,3 13,5 41,2 22 4 46 0,32 maciça que se desfaz em fraca pequena granular;
A3 -25 0,1 30,2 9,3 60,5 26,9 55 0,15 friável a firme, muito plástico e muito pegajoso
81 -55 0,1 25,6 7,2 67,2 1,2 98 0,10
821 -90 0,1 23,1 6,0 70,9 1,2 98 0,08
822 -170 o2 22.2 50 72,8 1o 99 006 Análises Flsicas e Químicas Lab : CES (J 424-7 428)

Dens pH
Umid Fe 2 o 3 Ac total c MO Po43 Comp Granulométrica% Argila

Dr I Da
Equiv
%
livre
%
(CaOAc)
H2ol KCI1N mE/100g % % mE/100g
Horizonte Esqueleto

Prol
%
Areia
(t f s a)

Silte , ~Argila
natural
Grau de Silte

floc 0/o Argila


--
Simb em >2mm 2-0 05 0.05-0,002 <0,002 %
2 46 1,06 27,2 1,84 3,3 3,2 12 :)( l 76
:1 u uo mm mm mm
2,59 1,17 28,2 2,32 3,8 3,8 6 90 I IIJ24 o 03
2,55 1,10 29,5 2,59 3,9 3,7 4 80 o 80 1,4 0,01 A1 0-20 0,2 44,4 7.7 47,9 19,4 59 0,16

I 2,54 1,07 30,7 2,86 4,3 3,8 4 10 o 52 o 9 0,01 A3 -50 0,3 35,5 5,4 59,1 3,3 94 0,09
2 55 1,44 2,69 4,6 3,9 3,50 81 -70 0,3 33,1 4,2 62,7 1,1 98 0,06
30.7 0,34 0,6 o 01
821 -110 0,4 33,7 4,3 62,0 1,4 98 0,06
822 -150 0,6 30,4 7,3 62,3 1,1 98 0,11
Complexo Sorti v o mE/100 g
v 100 AI +3
Dens pH
T % AI +3 ... S Umid Fe 2 o 3 Ac total c MO P043

-~ Equiv livre (CaOAc)


Dr Da H 2ol KCI1N mE/100g % % mE/100g
% %
0,16 0,56 0,14 0,09 0,95 10,56 1,94 13,45 7,06 67,1
0,19 0,66 0,06 0,06 0,97 5,72 1,18 7,87 12,32 54,8
0,04 0,19 0,03 0,12 0,38 3,66 1,14 5,18 7,33 75,0 2,41 1,02 22,32 2,15 3,0 3,2 14,91 3,60 6,2 0,06
0,05 0,14 0,02 0,04 0,25 3,12 0,98 4,35 5,48 79.7 2,47 0,94 26,38 2,63 3,8 3,9 9,90 1,96 3,4 0,02
0,03 0,11 0,02 0,04 0,20 2,62 0,88 3,70 5,40 81,5 2,55 1,01 23,56 2,46 4,0 3,9 6,60 1,01 1,7 0,01
2,40 0,99 24,50 2,19 3,9 3,7 4,88 0,57 0,9 0,02
2 47 1 04 24 00 2.23 42 4,0 3,68 0,45 0,8 0,02
PERFIL N. o 50

Complexo Sorti v o mE/100g


Classificação- LATOSSOLO AMARELO DISTROFICO A v 100 Al+3
proeminente textura muito argilosa UMBRIORTHOX

Localização - Aproximadamente a 02°13'8 e 56°55'W


Mun1cipio de Nhamundá - Estado do Amazonas Folha
Ca + 21 Mg + 21 K + l Na+ Is I H+ l
AI +3 T % AI+ 3 + S

SA 21-Z-A 0,29 0,09 0,10 0,77 11,45 3,46 15,65 4,92 81,8
o 29
0,13 0,16 0,04 0,04 0,37 8,14 1,76 10,27 3,60 82,6
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado 0,13 0,19 0,03 0,03 0,38 5,14 1,46 6,98 5,44 79,3
de caneco, em terço médio de encosta, com declividade de 0,11 0,11 0,02 0,03 0,27 3,74 1,14 5,15 19,15 80,8
8 a 9% e erosão laminar ligeira. 0,10 0,12 0,02 0,03 . 0,27 2,96 0,72 3,95 27,27 72.7

226/ PEDOLOGIA
PERFIL N. o 51
Complexo Sortivo mE/100g
V 100AI+3
Classificação - LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO A
fraco textura média. HAPLORTHOX. ca+2

Localização- Próximo ao rio de Juruti. Município de Juruti


- Estação do Pará. Folha SA.21-Z-A.
0,14 0,52 0,05 0,05 o.76 4,62 0,88 6,26 12,14 53,6
0,08 0,14 0,01 0,03 0,26 2, 70 0,70 3,66 7,10 72,9
0,11 0,07 0,02 0,03 0,23 2,52 0,66 3,41 6,74 74,1
0,05 0,08 0,06 0,05 0,24 2,66 0,56 3,14 7,64 70,0
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com Irado
de caneco, em baixo platô, com declividade de 2% e ero-
são laminar ligeira. PERFIL N.0 58

Material originário - Sedimentos argilo-arenosos do Ter- Classificação - LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO A


ciário - Formação Barreiras. fraco textura média. HAPLORTHOX.

Relevo - Plano e suave ondulado Localização - Km 109 da estrada Belterra-Curuá-Una.


Município de Santarém - Estado do Pará. Folha
Drenagem - Acentuadamente drenado. SA.21-Z-B.

Cobertura vegetal - Floresta Densa. Situação, declividade e erosão - Perfil coletado em cor-
te de estrada, em terço inferior de elevação, com declividade
A1 0-20cm; bruno escuro (7.5YR 412); franco-arenoso; de 4 a 6% e erosão laminar ligeira.
fraca muito pequenà a média granular e grãos simples;
friável, não plástico e não pegajoso; transição clara. Material originário - Sedimentos arena-argilosos do Ter-
ciário - Formação Barreiras
A3 20-40cm; bruno amarelado claro (10YR 614); franco-
argiloso arenoso; fraca muito pequena a média granu-
Relevo - Suave ondulado e ondulado.
lar e grãos simples; friável, ligeiramente plástico e li-
geiramente pegajoso; transição difusa.
Drenagem - Acentuadamente drenado.
B1 40-70cm; amarelo brunado (10YR 616), franco-argilo
Cobertura vegetal - Floresta Densa
arenoso; maciça porosa pouco coesa que se desfaz
em fraca muito pequena a média granular e blocos
subangulares; friável, ligeiramente plástico e ligeira- 0-6cm; bruno amarelado escuro (10YR 414); areia
mente pegajoso; transição difusa. franca; grãos simples; solto, não plástico e não pega-
joso; transição plana e gradual
B2 70-150cm ±;amarelo (10YR 716); franco-argilo areno- A3 6-15cm; bruno amarelado escuro (10YR 414); areia
so; maciça porosa pouco coesa que se desfaz em fra- franca, grãos simples; solto, não plástico e não pe-
c;a muito pequena a média granular e blocos subangu- gajoso; transição plana e difusa.
lares; friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pega-
joso.

Análises Fislcas e Quimlcas

Horizonte Comp Granulométrica%


Lab : CES (7.429-7 432)

Argila
B11 15-39cm; bruno amarelado (10YR 516); areia franca;
grãos simples; muito friável, não plástico e não pega-
joso; transição plana e difusa.

B12 39-BBcm; bruno amarelado (10YR 516); areia franca;


I
I
Esqueleto (t f s a) Grau de Silte grãos simples; muito friável, não plástico e não pega-
%
Areia Silte ! Argila natural floc %
Argila
-- joso, transição plana e difusa.
Simb,foi
em >2mm 2-0.05 0,05-0,002 <0,002
mm mm mm %
B2 88-165cm +; amarelo .brunado (10YR 618); franco-
A1 0-20 0,1 77,9 5,1 17,0 9,0 47 0,30
arenoso; fraca pequena granular; muito friável, não
A3 -40 0,1 71,3 3,6 25;1 7,6 70 0,14 plástico e não pegajoso.
~1 -70 0,1 65,7 3,0 31,3 2,5 92 0,09
2 -150 0,4 64,2 2,1 33,7 1,1 97 0,06
Análises Fisicas e Quimlcas Lab.: IPEAN (20.079-20.083)

Dens pH Comp Granulométrica (I f s a) %


Umid Fe2o 3 Ac total c MO Po43 Areia Argila
Equiv livre (CaOAc)
Dr / Da % H2ol KCI1N mE/100g grossa <0,002
% % % mE/100g 2-0,2 mm mm

0-~ o o 73 10 5 12
2,56 1 ,31 9,06 0,50 3,4 3,3 5,50 1,06 1 ,8 0,04 -15 o o 70 11 8 11
2,52 1 ,37 10,87 0,56 3,6 3,7 3,40 0,43 o, 7 0,02 -39 o o 73 11 5 11
2,51 1,36 12,29 0,72 3,9 3,8 3,18 0,21 0,4 0,02 -88 o o 65 16 9 10
2,67 1,30 13,96 0,66 4,3 3,9 2,90 0,15 0,3 0,02 -165 o o 65 14 5 16

PEDOLOGIA 1227
o horizonte B tem espessura média de 150cm; coloração
Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % Àl203 bruno amarelado, amarelo avermelhado e vermelho amare-
natural de floc -- Ki Kr -- lo, nos matizes 7.5YR e 5YR, valores variando de 5 a 7 e
% % Argila Si021 AI2031Fe203 Fe 2o 3 cromas de 4 a 8. A textura pertence à classe argila pesada;
a estrutura é geralmente fraca pequena a média granular,
2 83 0,41 4,28 3,57 1,99 2,04 1,50 2,81 podendo, em alguns casos, ser de aspecto maciço in sítu;
2 82 0,72 3,80 2,55 1,59 2,53 1,81 2,51 a consistência é friável e raramente firme, quando o solo
3 73 0,45 3,08 2,04 1,19 2,57 1,81 2,69
5 50 0,90 5,73 3,06 2,58 3,18 2,07 1,86 está úmido, e, quando molhado, é plastico ou muito
7 56 0,31 5,49 5,61 2,38 1,66 1,40 3,70 plástico e pegajoso ou muito pegajoso.

pH (1:1} 100AI+3 Nestes solos, de acordo com os dados obtiaos em labo-


P205
c N MO -º- ratório, a sQma de bases, a capacidade de troca de cátions e
% % % N
mg/100g Al+3+ S a saturação de bases, a capacidade de troca de cátions e a
H20 IKCI1N
saturação ·de bases são bastante baixas, como conse-
qüência da pobreza dos solos Em contraposição, a satu-
5,0 4,0 0,81 0,07 1,39 12 0,33 61
4,1 3,8 0,80 0,03 1,38 27 0,11 85 ração com alumínio é elevada e sempre superior a 70%.
4,5 4,0 0,52 0,03 0,89 17 <0,11 90
4,7 4,0 0,32 0,03 0,55 11 <0,11 90
4,4 4,0 0,42 0,03 0,72 14 <'0,11 90 Como variação desta unidade, ocorrem o Latossolo Ver-
melho Amarelo Distrófico plintico textura argilosa e média
e o Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico concrecionário
Complexo Sorti v o textura argilosa
v Ocorrem associados principalmente ao Podzólico Ver-
ca+2 T %
melho Amarelo textura argilosa e muito argilosa, Podzó-
lico Vermelho Amarelo concrecionário textura argilosa,
Latossolo Vermelho Escuro Distrófico textura argilosa,
0,25 0,17 0,06 0,03 0,51 2,50 0,80 3,81 13
0,04 0,04 0,04 0,02 0,14 2,00 0,80 2,94 5 Solos Concrecionários Lateríticos Indiscriminados Distró-
0,02 0,01 0,03 0,02 0,08 1,18 0,80 2,06 4 ficos textura variada e Solos Litólicos Distróficos textura
0,03 0,01 0,03 0,01 0,08 1,67 0,80 2,55 3 indiscriminada
0,02 0,01 0,03 0,02 0,08 2,01 0,80 189 4
Correspondem aos grandes grupos dos Acrorthox e
Haplorthox da classificação americana de solos atual.
4.2.2 - Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico
São encontrados em relevo que varia notadamente de suave
Compreende solos com horizonte B latossólico que, na ondulado a forte ondulado, sob vegetação de Floresta
classificação americana, equivale ao horizonte óxido, Densa e Aberta e originados pela intemperização de rochas
cujas principais feições estão em íntima relação com o alto do Pré-Cambriano e do Devoniano. Distribuem-se princi-
grau de intemperismo sofrido pelo material formador do palmente na parte norte da Folha, em todo sentido leste-
solo. Assim, justificam-se valores Ki sempre menores que oeste.
2,0; baixos teores de Fe203 ocasionando cores interme-
diárias entre vermelho e amarelo; baixo conteúdo de Caracterização Morfológica e Analítica da Unidade.

I materiais primários, exceto os muitos resistentes; fração


argila constituída por minerais do tipo caulinita e óxidos
de ferro e alumínio, originando baixo capacidade de troca
de cátions (valor T}; baixo teor de argila natural (argila
dispersa em água\ condicionando alto grau de floculação.
PERFIL N. o 03

Classificação - LATOSSOLO VERMELHO AMARELO


DISTRÓFICO A moderado textura argilosa. ACRORTHOX.
A relação textura! (BI A} está em torno de 1 ,0.
Localização - Próximo av rio Jatapu. Município de Uru-
A seqüência dos horizontes nos perfis normalmente é A, cará- Estado do Amazonas Folha SA.21-V-A.
B e C, estando estes horizontes quase sempre subdivi-
didos e apresentando entre si transição difusa ou gradual; Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
a profundidade normalmente é superior a 200cm. de caneco, em terço médio de elevação, com declividade
de 7 a 8% e erosão laminar ligeira.
O horizonte A fraco ou moderado está geralmente cons-
tituído por A1 e A3, correspondendo ao "epipedon" .ócrico
Material originário- Argilitos da Formação Prosperança-
da classificação americana. As principais características
Pré-Cambriano.
desses horizontes diagnósticos superficiais já se encon-
tram relatadas na d!)scrição da unidade Latossolo Ama-
relo. A espessura desse horizonte varia de 25 a 50cm, com Relevo - Ondulado.
coloração bruno forte a bruno amarelado, nos matizes
7.5YR e 10YR, valores de 3 a 5 e croma de 2 a 8. A textura é Drenagem - Bem drenado.
predominantemente argilosa, variando de argila arenosa a
Cobertura vegetal - Floresta Densa.
argila pesada; a estrutura dominante é a fraca pequena
granular que muitas vezes tem aspecto de maciça porosa; A1 0-15cm; bruno forte (7.5YR 516); argila; fraca pequena
consistência friável, para solo úmido, e plástico e pega- a média granular; friável, plástico e pegajoso; transi-
joso a muito plástico e muito pegajoso, para solo molhado. ção difusa.

2281 PEDOLOGIA
15-30cm; bruno forte (7 5YR 5/6); argila, fraca pe- Situação, declividade e erosão - Perfil coletado em corte
quena a média granular, friável, plástico e pegajoso, de estrada, em local praticamente plano e erosão nula.
transição gradual
Material originário - Folhelhos e siltitos da Formação
30-45cm; vermelho amarelado (5YR 5/6). argila, fraca Curuá.
pequena a média granular; friável, plástico e pega-
joso; transição difusa Relevo - Suave ondulado e, localmente, plano.

821 45-60cm, vermelho amarelado (5YR 516); argila, fraca Drenagem - Bem drenado
pequena a média granular; friável, plástico e pega-
joso; transição difusa Cobertura vegetal - Floresta Densa

822 60-75cm; vermelho amarelado (5YR 516); argila, fraca A1 0-20cm; bruno acinzentado muito escuro (10YR 3/2);
pequena a média granular; friável, plástico e pega- argila arenosa, fraca pequena granular com aspecto
joso; transição difusa de maciça porosa in situ, muito friável, plástico e
pegajoso; transição plana e gradual
823 75-90cm +, vermelho amarelado (5YR 516). argila
pesada, fraca pequena a média granular, friável, A31 20-40cm, bruno acinzentado escuro (1 OYR 4/2);
muito plástico e muito pegajoso argila, fraca pequena granular com aspecto de maciça
porosa in sítu, friável, plástico e pegajoso; transição
plana e difusa
Análises Físicas e Químicas Lab : CES (7 287-7 292) A32 40-65cm, bruno amarelado escuro (1 OYR 4/4); argila;
fraca muito pequena e pequena granular com aspecto
Comp Granulométrica% de maciça porosa in situ, friável, plástico e pegajoso;

1
Horizonte Esqueleto Argila
(t f s a) Grau de Silte transição plana e gradual
%
Areia;,, Silte Argila
natural
floc 0
--
/o Argila
•IProf
Simb em >2mm 2-0.05 0,05-0,002 <0,002 81 65-95cm; bruno (7 5YR 5/4); argila; fraca muito pe-
mm mm mm % quena granular com aspecto de maciça porosa in situ;
friável, plástico e pegajoso, transição plana e difusa.
A1 0-15 3.7 30,8 17,3 51,9 13,9 73 0,33
A3 -30 6,3 24,7 17,7 57,6 1,4 97 0,30 821 95-135cm, amarelo avermelhado (7 5YR 6/6); argila;
81 -45 6,3 24,0 16,8 59,2 1,2 98 0,28
fraca muito pequena granular com aspecto de maciça
821 -60 8,3 24,3 16,9 58,8 1,1 98 0,28
10,6 25,0 18,0 57,0 0,9 98 0,31
porosa in situ, friável, plástico e pegajoso; transição
822 -75
13,2 63,8 0,9 0,20 plana e difusa
823 -90 9,1 23,0 98

822 135-180cm +; bruno avermelhado (7.5YR 6/6); argila,


Dens pH
Umid Fe203 Ac total c MO POi fraca muito pequena granular com aspecto de maciça
Equiv livre (CaOAc) porosa in situ, friável, plástico e pegajoso
Dr I Da % % H20I KCI1N mE/100g % % mE/100g
OBS O horizonte A foi coletado na mata e o B em corte

I
de estrada
2,58 1,15 29,1 11,80 3,5 3,7 13,00 2,01 3,4 0,16
2,61 1,18 29,8 11,80 3,8 4,0 9,80 1,38 2,4 0,24
Analises Físicas e Químicas Lab.: CES (7.310-7.315)
2,61 1,17 30,6 11,64 4,0 4,1 9,70 1,08 1,9 0,32
2,59 1,12 31,5 12,00 4,0 4,3 8,80 1,05 1,8 0,37
2,60 1,17 30,6 12,00 4,4 4,4 0,84 1,4 0,42 Comp Granulométrica% Argila
8,30 Horizonte Esqueleto (t f s a) Grau de Silte

I
2,54 1,22 30,0 11,80 4,4 4,6 6,70 0,42 0,7 0,59
\Pro f
%
Areial Silte ! Argila
natural
floc % Argila
--
Complexo SorI ivo mE/100g Simb em >2mm 2-0 05 0.05-0.002 <0,002
v 100At+3
' mm mm mm %

T % At+3+ S A1 0-20 0,4 60,7 3,9 35,4 16,4 54 0,11


A31 -40 0,3 39,5 7,4 53,1 1,4 97 0,13
A32 -65 0,5 40,7 4,7 54,6 1 ,O 98 0,08
0,08 0,92 0,13 0,13 1,26 11,29 1,71 14,26 8,83 57,6 81 -95 0,5 39,6 4,6 55,8 1,1 98 0,08
0,10 0,46 0,07 0,09 0,72 8,76 1,04 10,52 6,84 59,1 8 21 -135 0,5 39,2 3,8 57,0 0,9 98 0,06
0,32 0,16 0,03 0,07 0,58 8,87 0,83 10,28 5,64 58,9 8 22 -180 0,4 40,4 2,2 57,4 0,9 98 0,03
0,24 0,24 0,04 0,06 0,58 8,14 0,66 9,38 6,18 53,2
0,24 0,08 0,03 0,07 0,42 8,09 0,40 8,72 4,82 48,8 Dens pH
0,24 0,14 0,02 0,06 0,46 6,54 0,16 7,16 6,42 25,8 Umid Fe20 3 Ac lotai c MO Po.;?

K~I1N
Equiv livre (CaOAc)
Dr / Da % % H20l mE/100g % % mE/100g
PERFIL N. o 15
2,54 1,12 18,8 1,18 3,5 3,5 10,60 1,56 2,7 0,07
Classificação - LATOSSOLO VERMELHO AMARELO 2,41 1,09 26,3 1,43 3,8 3,9 9,10 1,58 2,7 0,03
DISTROFICO A moderado textura argilosa. HAPLORTHOX. 2,53 1,17 25,5 1,43 4,0 3,9 6,50 1,08 1,9 0,02
2,54 1,08 25,4 1,99 4,4 4,0 4,50 0,57 1,0 0,02
Localização: - Próximo à vila Macauari. Município de 2,57 1,12 24,4 2,17 4,2 4,0 3,60 0,27 0,5 0,02
Nhamundá - Estado do Amazonas. Folha SA.21-V-C. 2,51 1,12 24,5 2,32 4,6 4,1 3,00 0,21 0,4 0,02

PEDOLOGIA I 229
Analises Físicas e Químicas Lab : IPEAN (18.948·18 953)
Complexo Sorti v o mE/100g
v 100AI+3
Comp Granulométnca (t f s a) %
AI +3 T % AI+ 3+ S Areia Argila
grossa <0.002
2·0.2 mm mm
0,08 0,06 0,10 0,12 0,36 8,33 2,27 10,96 3,28 86,3
0,08 0,08 0,03 0,05 0,24 6,86 2,22 9,34 2,57 90,2
0,06 0,08 0,03 0,09 0,26 4,85 1,65 6,76 3,85 86,4 A1 0-10 o o 3 25 71
0,06 0,07 0,03 0,16 0,32 3,41 1,09 4,82 6,64 77,3 A3 -25 o o 5 1 21 73
0,04 0,04 0,02 0,05 0,15 2,67 0,93 3,75 4,00 86,1 81 -60 o o 1 1 16 82
0,24 0,24 0,02 0,05 0,55 2,20 0,80 3,55 15,49 59,2 821 -90 o o 1 2 13 84
822 -130 o o 2 1 14 83
823 -170 o o 2 15 82

0
PERFIL N. 19
Arg1la Grau Silte Ataque por H2S04 % Al203
Classificação - LATOSSOLO VERMELHO AMARELO catural de floc -- Ki Kr --
o
o % Argila Si 0 2 \ A1 2 03 \ Fe2 03 Fe~ 3
DISTRÓFICO A moderado textura muito argilosa
ACRORTHOX.
22 69 0,35 29,32 28,82 6,16 1 ,73 1,52 7,34
Localização - Aproximadamente a 01 °13'S e 57°56'W X 100 0,28 32,22 28,05 6,75 1,95 1,69 6,52
Município de Oriximiná - Estado do Pará Folha X 100 0,19 30,78 28,69 5,96 1,82 1,61 7,55
SA 21-V-D. X 100 0,15 32,47 32,39 7,15 1 ,70 1,49 7,11
X 100 0,16 32,22 30,60 6,95 1 ,70 1,56 6,91
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado X 100 0,18 33,66 30,60 6 95 1,87 1,63 6,91
de caneco, em terço superior de encosta, com declividade
de 10 a 12% e erosão laminar ligeira pH(1:1J 100AI+3
P205

Material originário - Rochas da Formação lricoumé -


c N MO -º-
N Al+3+ S
% % % mg/100g
Pré-Cambriano. H20IKCI1N

Relevo- Ondulado. 4,5 4,0 1,65 0,24 2,85 7 0,16 84


4,8 4,2 1,51 0,15 2,60 10 < 0,11 87
Drenagem - Bem drenado 5,2 4,8 0,62 0,09 1,06 7 < 0,11 80
5,4 5,1 0,55 0,06 0,94 9 < 0,11 77
5,5 5,2 0,40 0,05 0,69 8 < 0,11 72
5,8 54 0,31 0,04 0,54 8 < 0,11 66
Cobertura vegetal - Floresta Densa

A1 0-10cm, bruno amarelado escuro (10YR 414), argila Complexo Sorti v o mE/100g
pesada; fraca pequena granular, friável, muito plás- v
tico e muito pegajoso; transição gradual. ca+2. T %

I A3 10-25cm, bruno amarelado (10YR 516), argila pesada,


fraca pequena granular, friável, muito plástico e
muito pegajoso, transição gradual
0,29
0,23
0,21
0,20
0,12
0,06
0,03
0,03
0,10
0,04
0,03
0,03
0,08
0,04
0,02
0,03
0,59
0,37
0,29
0,29
8,68
4,51
2,55
2,26
3,15
1,97
1,18
0,98
12,42
6,85
4,02
3,53
5
5
7
8
B1 25-60cm; amarelo avermelhado (7 5YR 616), argila 0,22 0,02 0,03 0,03 0,30 1,81 0,78 2,89 10
pesada; fraca a moderada pequena granular, friável. 0,22 0,02 0,03 0,03 0,30 2,00 0,59 2,89 10
muito plástico e muito pegajoso, transição difusa

B21 60-90cm; amarelo avermelhado (7 5YR 618); argila PERFIL N. 0 24


pesada; moderada pequena granular, firme, muito
plástico e muito pegajoso; transição difusa. Classificação - LATOSSOLO VERMELHO AMARELO
DISTRÓFICO A moderado textura muito argilosa
B22 90-130cm; amarelo avermelhado (7 5YR 718); argila ACRORTHOX
pesada, moderada pequena granular, firme, muito
plástico e muito pegajoso, transição difusa Localização- Próximo ao rio Acapu Município de Orixi-
miná - Estado do Pará Folha SA 21-X-A

B23 130-170cm+, amarelo avermelhado (7 5YR 718), ar- Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
gila pesada; moderada pequena granular, firme, de caneco, em topo de elevação, com declividade de 4 a
muito plástico e muito pegajoso. 6% e erosão laminar ligeira

Raízes - Finas e comuns no A1, poucas no A3 e raras Material originário - Argilitos da FormaÇão Prosperança
nos demais. - Pré-Cambriano

2301PEDOLOGIA
Relevo - Ondulado e forte ondulado e, localmente, suave profundidade se acentua. Os teores de silte, como em
ondulado. todos os latossolos, são caracteristicamente baixos, como
também as percentagens de minerais primários intemperi-
Drenagem - Bem drenado. záveis que, na maioria das vezes, estão ausentes.

Cobertura vegetal - Floresta Densa. Estes solos também apresentam seqOência de horizontes
A, B e C, sendo os dois primeiros normalmente subdividi-
0-30cm; bruno forte (7 .5YR 516); argila pesada; dos em At, A 3 , 8 1 e Bz e 8 3 •
fraca muito pequena granular; friável, muito plástico
e muito pegajoso; transição difusa. O horizonte A é geralmente fraco ou moderado, com
espessura variável, sempre em torno de 40cm; a cor é
30-60cm; bruno forte (7 .5YR 516); argila pesada; bruno avermelhado escuro ou vermelho escuro; a textura é
fraca muito pequena a pequena granular; friável, argilosa; a estrutura é fraca ou moderada, pequena a média,
muito plástico e muito pegajoso, transição gradual. granular; a consistência, quando úmido, é friável e, quan-
do o solo está molhado, é plástico e pegajoso; a transição
60-95cm; vermelho amarelado (5YR 516); argila mais comum é plana e difusa, podendo eventualmente ser
pesada; moderada pequena granular; friável a firme, gradual
muito plástico e muito pegajoso; transição difusa.
O horizonte B possui espessura média de 200cm; a colora-
B2 95-140cm, vermelho amarelado (5YR 516); argila ção é sempre vermelho escuro, com matizes 2.5YR e 10R, e
pesada; moderada pequena granular, firme, muito com valores e cromas ligeiramente mais elevados que no
plástico e muito pegajoso. horizonte A, a textura é argilosa, a estrutura é fraca, peque-
na, granular, ocorrendo também com aspecto de maciça
porosa; a consistência úmida é.friável, ou friável a firme e,
Analises Físicas e Químicas Lab : CES (J 335-7 338) quando o solo está molhado, é plástico e pegajoso

Comp Granulométrica% Os solos desta unidade estão associados principalmente


Horizonte Esqueleto Argila aos Latossolo Amarelo Distrófico textura argilosa e muito
(t f sai Grau de Sitie
%
Areia Silte ·!·Argila natural floc % Argila
-- argilosa, aos Solos Concrecionários Lateriticos Indiscrimi-
nados Distróficos textura variada, Solos Litólicos Distrófi-
Simb·\Prol
em >2mm 2·0.05 0,05-0,002 <0,002
mm mm mm % cos textura indiscriminada e Afloramentos de Rocha

São encontrados principalmente em relevo ondulado e


A1 0-30 O8 12,6 12,7 74,7 2,0 97 0,17
A3 -60 1,7 11,4 8,0 80,6
forte ondulado, sob vegetação de Floresta Densa e origina-
1,1 98 0,09
81 -95 3,3 10,1 6,9 83,0 0,5 99 0,08
dos pela decomposição de rochas do Pré-Cambriano.
82 -140 3.8 10,0 7,1 82,9 0,6 99 0,08

Dens pH
424 - Podzólico Vermelho Amarelo Equivalente Eu-

Dr I Da
Umid
Equiv
%
Fe203
livre
%
Ac total
(CaOAc)
H2o/ KCI1N mE/100g
c
%
MO Po43

% mE/100g
tráfico

São solos minerais que possuem horizonte B textura!, que


corresponde ao argilico da classificação americana, não
2,52 1,12 35,4 5,51 3,7 3,8 8,70 1,62 2.70 o 03 hidromórficos, geralmente bem desenvolvidos, profundos
2.52 1,11 35,1 5,26 4,1 4,0 6,50 1,14 1.96 0.01 ou medianamente profundos, porosos e bem drenados
2,58 1,08 35,4 5,96 4,4 4,1 5,30 0,69 1 19 o 01
2,60 1,08 35,4 5,05 4,7 4,2 3,90 0,57 0,98 o 01 Nestes solos, o horizonte argílico é caracterizado por
possuir mais significante aumento no conteúdo de minerais
Complexo Sorti VO mE/100g de argila do que o horizonte eluvial, e também por apre-
v 100 At+3 sentar cerosidade revestindo os elementos estruturais,
ca+2
At+3 AI +3+ S
no sentido vertical como no horizontal, caso a estrutura seja
T %
,~m blocos. Quando o solo não possuir estrutura, a cero-
:::idade deve estar presente em alguns poros e a argila
0,22 0,10 0,08 0,14 0,54 6,67 2,03 9,24 5,84 78,9 Hncontra-se recobrindo os grãos individuais ou consti-
0,10 0,06 0,03 0,08 0,27 4,95 1,55 6,77 3,99 85,2 tuindo pontes ligando as partículas grosseiras do solo.
0,13 0,03 0,03 0,08 0,27 4,31 0,99 5,57 4,85 78,6 Caso o horizonte A tenha menos do que 15% de argila, o B
0,13 0,03 0,02 0,06 0,24 3,24 0,66 4,14 5,80 73,3 deve ter, em alguma parte, pelo menos 3% a mais que o A.
Se o horizonte A contiver entre 15 e 40% de argila, a relação
4.2.3 - Latossolo Vermelho Escuro Distrófico textura! (B I A) deve ser superior a 1 ,2. Se o horizonte A
possuir conteúdo de argila superior a 40%, o argílico deve
São solos minerais, geralmente ácidos, profundos, bem ter pelo menos 8% a mais que o A.
drenados, que possuem B latossólico, que corresponde ao
horizont~ ~xico da classificação americna, cujas principais Estes solos possuem seqOência de horizontes A,B e C,
caractensttcas foram mencionadas anteriormente, apre- sendo os dois primeiros normalmente subdivididos em A1,
sentando, como diferenciação, elevados teores de Fe203, A3, B1, 82 e 83, podendo, em alguns casos, apresentar
que aeterminam a coloração do perfil. horizonte A2.
A va~iaç.ão textura! ao longo do perfil é pequena, ocorrendo Têm o horizonte A moderado, que corresponde ao "epi-
um ltgetro aumento do teor de argila à medida e'm que a pedon" ócrico da classificação americana; possuem es-

PEDOLOGIA 1231
pessura média em torno de 15cm; a coloração apresenta-se O-Bem; bruno avermelhado (5YR 414); franco-argilo
desde bruno escuro até vermelho amarelado, matiz 5YR, siltoso; moderada pequena e média granular, firme,
com valor 4 e cromas entre 4 e 6; a textura mais comum é da plástico e pegajoso; transição plana e gradual
classe franco-argilosa; a estrutura é normalmente mode-
rada, pequena e média, granular, a consistência, com o solo 8-15cm, vermelho amarelado (5YR 4/6), franco-argilo-
úmido, é firme e, com o solo molhado, é plástico e so; fraca a moderada pequena e média granular e
pegajoso; a transição para o horizonte 8 é plana e gradual blocos subangulares, firme, plástico e pegajoso, tran-
ou clara. sição plana e gradual

O horizonte B é espesso, com mais de 115cm; as cores mais 15-45cm, vermelho amarelado (5YR 418), argila; fraca
comuns variam entre vermelho amarelado e vermelho, nos a moderada pequena e média blocos subangulares;
matizes 5YR e 2 5YR, valor 4 e cromas entre 6 e 8, a textura cerosidade comum e fraca, firme plástico e pegajoso;
dominante pertence à classe argilosa; a estrutura normal- transição plana e gradual
mente encontrada é fraca a moderada pequena e média, em
blocos subangulares; a cerosidade é comum e fraca ou B, 45-90cm; vermelho (2.5YR 4/6); argila; fraca a modera-
moderada, a consistência no solo úmido é firme e, no solo da pequena e média blocos subangulares; cerosidade
molhado, é plástico e pegajoso comum e moderada; firme plástico e pegajoso, tran-
sição plana e difusa
De acordo com os dados analíticos de laboratório, a soma
de bases trocáveis (8) é bastante elevada no horizonte A, B22 90-130cm·, vermelho (2 5YR 4/6); argila; fraca a mode-
com valores desde 20,74 até 37,64mE, e no B varia de 3,05 a rada pequena e média blocos subangulares, cerosida-
4, 73mE, a capacidade de troca de cátions (T) varia de 24,83 a de comum e moderada; firme, plástico e pegajoso
42,55mE no horizonte A, e no B apresenta conteudo entre
4.66 e 7,66mE, a saturação de bases (V) é também elevada,
Análises Físicas e Químicas Lab : IPEAN (20 070-20 074)
tendo valores desde 84 até 88%, no horizonte A, sendo que
no B varia de 62 a 70%

Esta unidade de solo está associada principalmente ao Areia Argila


Podzólico Vermelho Amarelo textura argilosa e à Terra Roxa grossa <0,002
Estruturada Eutrófica textura argilosa 2-0,2 mm mm

Na tentativa de correlacioná-los com a classificação ame- A1 0-8 o o 7 10 55 28


ricana de solos, foram posicionados no grande grupo dos A3 -15 o o 8 14 40 38
Tropudalfs 81 -45 o o 10 8 37 45
821 -90 o 10 8 34 48
Os referidos solos ocorrem geralmente em relevo plano e 822 -130 o 14 22 10 26 42
suave ondulado, sob vegetação de Floresta Aberta e Densa
e são formados a partir da decomposição de rochas básicas Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % AI203
associadas a folhelhos, pertencentes à Formação Nova natural de floc -- Ki Kr --
Olinda do Carbonifero % % Argila Si 021 Al2 03TFe2 03 Fe~ 3

Caracterização Morfológica e Analítica da Unidade


16 43 1,96 14,18 10,71 23,24 2,25 0,94 0.72
20 47 1,05 14,66 14,03 23,04 1,78 0,87 0,95
21 53 0,82 19,49 16,58 27,80 2,00 0,97 0,93
PERFIL N o 38 X 100 0,70 20,45 18,36 26,41 1,89 0,99 1,08
X 100 0,61 20,21 16,32 27,21 2,11 1.02 o 94
Classificação - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO
EQUIVALENTE EUTRÓFICO A moderado textura argilosa pH(1:11 100 AI +3
_g__ P205
TROPUDALF c N MO
% % % N AI +3+ S
H20 IKCI1N mg/100g
Localização - Estrada Alenquer-Óbidos, a 7km da mar-
gem esquerda do rio Curuá Município de Alenquer - 5,9 5,6 6,12 0,55 10,53 11 0,92 o
Estado do Pará Folha SA 21-X-D 5,7 5,2 1,95 0,25 3,35 8 0,38 o
5,4 5,0 0,72 0,08 1,23 9 0,11 o
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado em corte 5,7 5,5 0,55 0,07 0,95 8 0,11 o
de estrada, em topo de suave ondulação, com declividade 5,5 5,1 0,49 0,95 0,83 10 0,16 o
de 4 a 5% e erosão laminar ligeira
Complexo Sorti v o
Material originário - Folhelhos e calcários do Grupo v
Tapajós ca+2 T %

Relevo - Suave ondulado.


34,30 2,79 0,50 0,05 37,64 4,91 0,00 42,55 88
18,70 1,82 0,18 0,04 20,74 4,09 0,00 24,83 84
Drenagem - Bem drenado.
3,43 1,22 0,05 0,03 4,73 2,93 0,00 7,66 62
2,87 1,12 0,05 0,03 4,07 1,78 0,00 5,85 70
Cobertura vegetal - Floresta Aberta. 2,12 0,70 0,20 0,03 3,05 1,61 0,00 4,66 65

232/ PEDOLOGIA
4.2.5 - Podzólico Vermelho Amarelo pedogenéticas, principalmente ao Latossolo Vermelho
Amarelo e ao Lotossolo Amarelo.
Esta unidade pedogenética compreende solos com horizon-
te B textura!, o horizonte argílico da classificação america- São solos que ocorrem nos mais diversificados tipos de
na, não hidromórfico e com argila de atividade baixa - relevo, sob vegetação de Floresta Densa e Aberta e origina-
valor T (capacidade de troca de cátions), após correção para dos, principalmente, pela decomposição de rochas do
carbono, inferior a 24mE/100g de argila. Pré-Cambriano e do Carbonífero, e de sedimentos argila-
arenosos referidos à Formação Barreiras, Terciário
São solos minerais, geralmente bem drenados, bem desen-
volvidos, ácidos, profundos ou moderadamente profundos. Caracterização Morfológica e Analítica da Unidade.
Possuem seqüência de horizontes A, B, e C, sendo o
primeiro subdividido em A 1 e A3 ou Ate A2, e o segundo em PERFIL N. o 05
B 1 , B2 e Bl-
Classificação - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO A
O horizonte A tem espessura variável entre 15 a 50cm; a moderado textura muito argilosa. PALEUDUL T
coloração varia de bruno escuro a bruno acinzentado, com
matizes 1OYR e 7 .5YR, valores 3 e 5 e cromas entre 2 e 4; a
Localização - Aproximadamente a 00°39'S e 58°35'W
textura mais comum varia de franco-argilo arenosa a
Município de Faro- Estado do Pará. Folha SA 21-V-A
argilosa; a estrutura geralmente_é !ra~a ~ ":lod~rad~, pe-
quena a média, granular, a cons1stenc1a um1da e fnavel a
firme e, quando o solo está molhado, varia de ligeiramente Situação, declividade e erosão -;- Perfil coletado com Irado
plástico a plástico e de ligeiramen_te pegajoso a pegajoso, de caneco, em terço superior de elevação, com declividade
a transição para o horizonte B e normalmente plana e de 35% e erosão laminar moderada.
gradual ou clarél Apresenta-se mais comumente como
moderado ou fraco, correspondendo às características do
"epipedon" ócrico da classificação americana de solos ou, Material originário - Granitos do Grupo Uatumã - Pré-
mais raramente, como proemi11ente, que tem definição Cambriano
semelhante ao "epipedon" úmbrico.

O horizonte B apresenta espessura bastante variável, sendo Relevo - Forte ondulado e, localmente, montanhoso
as mais comuns entre 70 e 135cm; as cores mais encontra-
das neste horizonte variam de bruno amarelado claro a Drenagem - Bem drenado
vermelho com matizes desde 10YR até 2 5YR, com eleva-
dos valores e cromas, a textura varia desde argila arenosa
até argila pesada, a estrutura comumente encontrada é Cobertura vegetal - Floresta Densa
fraca ou moderada, pequena a média, em blocos suban-
0-20cm; bruno escuro (1 OYR 4/3), argila, moderada
gulares, podendo, em alguns casos, encontrar-se blocos
muito pequena a pequena granular, duro, firme, plásti-
angulares; a cerosidade geralmente é pouca e fraca; a
co e pegajoso, transição gradual
consistência, com o solo úmido, varia de friável a firme e,
com o solo molhado, é plástico ou muito plástico e

I
20-50cm; bruno escuro (7 5YR 414), argila, moderada
pegajoso ou muito pegajoso.
pequena granular e fraca pequena blocos subangula-
res; duro, firme, plástico e pegajoso; transição clara
Conforme dados analíticos obtidos em laboratório, estes
solos possuem baixa soma de bases trocáveis (S), sendo 50-90cm; vermelho amarelado (6YR 5/6), argila pesada;
que o horizonte A possui valores bastante variáveis, geral- moderada pequena blocos subangulares; cerosidade
mente entre O, 15 e 0,90mE, enquanto que no B varia de 0,30 comum e moderada, duro firme, muito plástico e
a 0,45mE; baixa capacidade de troca de cátions (T), variando muito pegajoso; transição difusa
de 4,25 a 14,00mE, no horizonte A e no B de 2,60 a 5,85mE,
baixa saturação de bases, tendo valores sempre inferiores a 90-150cm+; vermelho amarelado (5YR 4/6); argila pe-
50% nos dois horizontes; a saturação com alumínio é sada· moderada pequena a média blocos subangula-
bastante elevada, geralmente acima de 50%, tanto no res; ~erosidade comum e moderada; duro, firme, muito
horizonte A como no B. plástico e muito pegajoso.

Esta unidade de solo, segundo características especiais, Lab : CES f1 293-7 296~
Analises Físicas e Químicas
apresenta, como variações, Podzólico Vermelho Amarelo
concrecionário, Podzólico Vermelho Amarelo cascalhen- Comp Granulométrica %
to, Podzólico Vermelho Amarelo plíntico e Podzólico Ver- Horizonte Esqueleto Argila

I
(t f s a.) Grau de Silte
melho Amarelo abrúptico raso. % --
>~~of
natural
Arei ai,, Silte ! Argila floc % Argila
Simb em >2mm 2-0,05 0,05-0,002 <0,002
mm mm mm %
Correspondem, na classificação americana de solos, princi-
p~lmente aos grandes grupos dos Paleudults, Tropudults e
Plmthudults e, mais raramente, a dos Tropohumults At 0-20 2,9 24,7 29,0 46,3 22,3 52 0,62
A3 -50 2,8 16,5 26,2 57,3 5,7 90 0,45
B21 -90 1,2 7,6 21,8 70,6 0,9 99 0,30
Estes solos encontram-se associados a outras unidades B22 -150 0,5 97 21,7 68,6 0,9 99 0,31

PEDOLOGIA /233
Análises Físicas e Químicas lab.: IPEAN (18.904-18.907)
Dens
o pH
Comp Granulométrica (I f s a) %

I
Umid Fe2 3 Ac total c MO POi

Dr Da
Equiv
%
livre
% H2 o/ (CaOAc)
KCI1N mE/100g % % mE/100g Argila
<0,002
mm
2,55 1,11 27,4 5,71 3,4 3,5 7,20 1,46 2,5 0,04
2,58 1,18 28,8 7,24 3,7 3,7 5,80 0,96 1,6 0,03 A1 0-5 o o 6 40
2,60 1,06 34,8 7,55 4,6 4,0 4,00 0,42 0,7 0,01 A3 -20 o 1 2 50
2,65 1 07 34,2 8,59 50 4,1 4,20 0,21 0,4 0,01 821 -45 o 1 2 62
822 -85 2 17 70

Complexo Sort ivo mEI100g


v 100At+3 Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % AI203
natural defloc -- Ki Kr --
T % Al+3+ S % % Argila Si o2J Al 2 o3JFe2 o3 Fe~ 3

18 55 1.22 23,35 19,13 5,96 2,08 1,73 5,03


0,32 0,29 0,14 O, 12 0,87 5,55 1,65 8,07 10,78 65,5 23 54 0,86 26,73 18,62 6,55 2,44 1.99 4,46
0,24 0,19 0,08 0,10 0,61 4,14 1,66 6,41 9, 52 73,1 40 35 0,53 29,82 22,95 7,35 2 21 1,83 4,90
0,16 0,16 0,06 0,06 0,44 3,25 0,75 4,44 9,91 63,0 48 31 0,38 27,70 19 89 6,75 2,37 1.95 4,62
0,24 0,08 0,05 O, 1O 0,47 4,07 0,69 4,67 10,06 59,5
pH (1:1) 100AI+3
P205
PERFIL N. 0
06
c
%
N
%
MO
%
-º-
N mg/100g AI +3+ S
H20 IKCi 1N
Classificação - PODZOLICO VERMELHO AMARELO A
38 35 1 .72 0,36 2,95 5 0.65 95
moderado textura muito argilosa TROPUDUL T 3,5 1,53 0,18 2,63 9 0,33
3.9 95
43 3,6 0,73 0,11 1,26 O, 13 97
Localização - Aproximadamente a 00°14'8 e 58°32'W 4,7 36 0,49 0.07 0,84 <0,11 96
Município de Oriximiná - Estado do Pará Folha
SA 21-V-A Complexo So ri ivo mEI100g
v
ca+2 T %
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
de caneco, em terço médio de elevação, com declividade de
2 a 4% e erosão nula a laminar ligeira
0,30 0,23 0,15 0,04 0,72 9,11 13,40 23,23 3
0,22 0,17 0,13 0,05 0,57 5,86 10,83 17 26 3
Material originário - Rochas do Grupo Uatumã - Pré- 0,16 0,05 006 0,03 0,30 3,86 9,26 13 42 2
Cambriano 0,24 0,05 0,05 0,03 0,37 1 ,75 10,24 12,36 3

Relevo - Plano e suave ondulado

I
PERFIL N. 0 09
Drenagem - Bem drenado
Classificação - PODZÚLICO VERMELHO AMARELO A
proeminente textura muito argilosa TROPOHUMUL T
Cobertura vegetal - Floresta Densa

A1 0-5cm, bruno avermelhado (5YR 414), argila siltosa; Localização- Próximo à pista do Cachorro, no rio Cachor-
fraca pequena granular, friável, plástico e ligeiramente ro. Município de Oriximiná - Estado do Pará Folha
pegajoso; transição gradual SA 21-V-B

Situação, declividade e erosão - Perfil coletado com trado


A3 5-20cm; vermelho amarelado (5YR 416);argila siltosa; de caneco, em topo de elevação, com declividade de 3 a 4%
fraca muito pequena blocos subangulares; friável, e erosão laminar ligeira.
plástico e pegajoso; transição clara
Material originário- Riolitos da Formação lricoumé- Pré-
Bz1 20-45cm; vermelho (2 5YR 416); argila pesada; fraca a Cambriano.
moderada pequena e muito pequena blocos subangula-
res; friável, plástico e pegajoso; transição gradual. Relevo - Suave ondulado.

Drenagem - Bem drenado.


Bzz 45-85cm; vermelho (2.5YR 518); argila pesada; modera-
da ~equena blocos subangulares; firme, muito plástico
mUlto pegajoso. Cobertura vegetal - Floresta Densa.

A 1 0-15cm; bruno escuro (7.5YR 312); argila; fraca peque-


OBS.: Rocha em estágio de intemperização a partir de na e muito pequena granular; friável, plástico e pegajo-
85cm so; transição difusa.

2341PEDOLOGIA
15-30cm; bruno escuro (7.5YR 4/3); argila; moderada A1 0-3cm; bruno amarelado (10YR 5/4); franco; fraca
pequena-e muito pequena granulare blocos subangula- pequena granular; friável, não plástico e ligeiramente
res; firme, plástico e pegajoso; transição clara. pegajoso; transição clara.

30-60cm; vermelho amarelado (5YR 5/8); argila; mode-


rada pequena e muito pequena blocos subangulares; 3-20cm; bruno amarelado (10YR 5/6); franco; fraca
pequena granular; friável, não plástico e ligeiramente
firme, plástico e pegajoso; transição gradual.
pegajoso; transição abrupta.
82 60-100cm+; vermelho claro (2.5YR 6/8); argila pesada;
moderada pequena blocos angulares e subangulares; 81 20-40cm; vermelho amarelado (5YR 5/8); argila; mode-
firme, muito plástico e muito pegajoso. rada pequena e muito pequena blocos angulares e
subangulares; firme, plástico e pegajoso; transição
gradual.
Analises Físicas e Químicas Lab.: CES (7.306-7.309)
Bu 40-65cm; amarelo avermelhado (5YR 6/8); argila; mo-
Comp Granulométrica% derada pequena e muito pequena blocos angulares e

l
Horizonte Esqueleto Argila
(t f s a J Grau de Silte subangulares; firme, muito plástico e muito pegajoso;
%
Areia; I·Silte Argila
natural -- transição difusa.
floc % Argila
Simb•trof
em >2mm 2-0.05 0.05-0.002 <0,002
mm mrn mm %
822 65-100cm+; amarelo avermelhado (5YR 6/8); argila
A1 o- 15 o,5 28,0 29,9 42,1 5,7
pesada; moderada pequena e muito pequena blocos
86 0,71
A3 - 30 1,2 26,3 29,0 44,7 2,1 95 0,64
angulares e subangulares;. firme, muito plástico e
B1 - 60 10,6 20,2 24,8 55,0 0,9 98 0,45 muito pegajoso.
B2 -100 1,7 6,6 21,8 71,6 0,8 99 0,30
Análises Físicas e Químicas Lab : IPEAN (18 917-18 921)
Dens
Umid o
Fe2 3
pH
Ac total c MO POi Comp Granulométrica (t f s a) %

Dr j Da Equiv
%
livre
% H2 oj (CaOAcJ
KCI1N mE/100g % % mE/100g Simb
Areia
grossa
Argila
<0,002
2-0.2 mm mm
2 51 0,96 36,8 2,06 3,2 3,1 23,60 4,08 7,0 0,03
2 45 1,14 30,1 2,09 3,6 3,5 12,60 1,59 2,7 0,02 A1 0-3 o 6 24 16 41 19
2.67 1,16 293 2,69 4,2 3,5 6,80 0,51 0,9 0,01 A2 -20 o 9 41 7 34 18
2 57 1,05 38 7 4,22 4,6 3,6 8,70 0,27 0,5 0,01 l:l1 -40 o 20 23 7 26 44
821 -65 o 10 14 7 22 57
Complexo Sorti v o mE/100g 922 -100 o 6 11 6 21 62
v 100AI+3

Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % AI203


% Al+3+ S

I --
T Ki Kr
natural defloc --
% % Argila Si 0 2 AI203 \Fe2 03 Fe~3

O 24
0,18
O, 19
O, 14
0,24
0,06
0,05
0,05
O, 16
0,08
0,04
0,03
0,08
0,07
0,03
0,03
0,72 14,08
0,39 6,80
0,31 1,73
0,25 1,58
9,52
5,80
5,07
7,12
24,32
12,99
7,11
8,95
2,96
3,00
4,36
2,79
92,9
93,7
94,2
96,6
5
4
19
17
X
74
78
57
70
100
2,15
1,86
0,59
0,38
0,33
10,07
9,59
16,35
19,49
20,45
11,99
13,52
16,58
16,58
17,85
2,78
3,77
3,77
4,37
5,96
1,43
1,21
1,68
2,00
1,95
1,24
1,02
1,46
1,71
1,63
6,77
5,63
6,48
5,95
4,70
I
PERFIL N. o 10
Classificação - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO pH(1:11 P205 100AI+3
abrúptico A fraco textura argilosa. PALEUDUL T c N MO .º-
% % % N mg/100g Al+3+ S
H20 IKCI1N
Localização- Próximo ao rio Pitinga. Município de Airão
- Estado do Amazonas. Folha SA.21-V-C. 3,9 3,5 1,47 0,15 2,53 10 0,38 77
3,8 3,4 0,83 0,09 1,43 9 0,27 86
Situação, declividade e erosã:J - Pedi I coletado com trato 4,5 3,9 0,50 0,05 0,86 10 0,13 92
de caneco, em terço médio de elevação, com declividade de 4,9 4,1 0,45 0,04 0,77 11 <0,11 94
6% e erosão laminar ligeira. 5,3 4,2 0,39 0,04 0,67 10 <0,11 92

Sort ivo mE/100g


Material originário- Riolitos da Formação lricoumé- Pré-
Cambriano v
ea+2 T %

Relevo - Suave ondulado.


0,08 0,08 0,04 0,83 4,86 2,75 8,44 10
0,63
Drenagem - Bem drenado. 0,30 0,05 0,05 0,03 0,43 3,11 2,55 6,10 7
0,16 0,03 0,04 0,02 0,25 1,42 2,95 4,62 5
0,14 0,02 0,03 0,02 0,21 1,71 3,15 5,07 4
Cobertura vegetal- Floresta Densa. 0,17 0,02 0,03 0,02 0,24 1,59 2,95 4,78 5

PEDOLOGIA/235
PERFIL N. 0 14 pH(1:11 10QAI-t-3
P205
c N MO -º-
Classificação - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO A % % % N mg/100g Al+3+ S
moderado textura argilosa PALEUDUL T H20 IKCI1N

Localização- Próximo ao rio Jatapu. Município de Urucará 5,9 3,5 1,84 0,19 3,16 10 0,22 88
4,3 3,9 0,84 0,09 1,44 9 <0,11 88
- Estado do Amazonas Folha SA.21-V-C
4,9 4,2 0,32 0,04 0,56 8 <0,11 86
5,3 4,3 0,24 0,03 0,41 8 <0,11 70
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado 5,0 4,3 0,22 0,03 0,37 7 <0,11 79
de caneco em local com declividade de 2 a 4% e erosão
laminar ligeira. Complexo So rt ivo mE/100g
v
Material originário- Riolitos da Formação lricoumé- Pré- ca+2 T %
Cambriano

Relevo - Suave ondulado. 6,25 8,72 3


0,14 0,05 0,05 0,06 0,30 2,17
0,13 0,03 0,03 0,03 0,22 2,79 1,58 4,$9 5
Drenagem - Bem drenado 0,14 0,03 0,03 0,03 0,23 1,05 1,38 2,66 9
0,23 0,05 0,02 0,03 0,33 1,15 0,79 2,27 15
0,14 0,03 0,02 0,02 0,21 0,99 0,79 1,99 11
Cobertura vegetal - Floresta Densa

A1 0-15cm, bruno amarelado escuro (10YR 414), franco-


argilo arenoso; fraca pequena granular; muito friável, PERFIL N. 0 17
ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, transi-
ção gradual Classificação - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO A
moderado textura muito argilosa TROPUDUL T. (?)
A3 15-45cm, bruno amarelado (1 OYR 516), franco-argiloso;
fraca pequena granular, friável, ligeiramente plástico e Localização - Aproximadamente a 01 °02'8 e 58°23'W
ligeiramente pegajoso, transição clara. Município de Faro- Estado do Pará Folha SA.21-V-D

B21 45 -90cm, amarelo avermelhado (7 5YR 616); argila; Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
fraca pequena blocos subangulares; friável, plástico e de caneco, em terço médio de elevação, com declividade de
pegajoso; transição difusa. 25% e erosão laminar ligeirà.

B, 90-130cm; vermelho amarelado (5YR 518); argila, fraca Material originário - Rochas do Grupo Uatumã - Pré-
pequena blocos subangulares; friável, plástico e pega- Cambriano.
joso, transição difusa
Relevo - Ondulado a forte ondulado.
B 23 130-160cm, vermelho amarelado (5YR 518); argila; 'raca
pequena blocos subangulares, friável, plástico e pega-
joso Drenagem - Bem drenado.

Cobertura vegetal - Floresta Densa.


Análises Físicas e Químicas Lab: IPEAN (18 927-18 931)

Comp Granulométrica (t f s a) % AI 0-3cm; bruno escuro (10YR 4/3); argila; moderada


pequena granular e blocos subangulares; fríável a
Areia Argila firme, plástico e 'pegajoso; t,ransíção clara.
grossa <0.002
2-0.2 mm mm
A, 3-20cm, amarelo avermelhado (7.5YR 6/6), argila pesa-
da; moderada pequena e muito pequena blocos suban-
A1 ().15 o 50 7 18 25 gulares, firme, muito plástico e muito pegajoso; transi-
A3 -45 o 1 35 9 19 37 ção gradual
821 -90 o o 35 9 9 47
822 -130 o o 36 9 9 46 B 21 20-40cm; amarelo avermelhado (7.5YR 6/8); argila
823 -160 o o 38 9 8 45 pesada; moderada pequena e muito pequena blocos
angulares e subangulares; cerosidade comum e fraca;
firme, muito plástico e muito pegajoso; transição
Arg1la Grau Sílte Ataque por H2S04 % AI203 difusa
natural de floc -- Kí Kr --
o, o % Argila Si o2 \ AI2031 Fe203 Fe~ 3
B22 40-70cm, amarelo avermelhado (5YR 6/6); argila pesa-
da; moderada pequena blocos angulares e subangula-
5 80 0,72 8,63 9,95 2,98 1,47 1,24 5,24 res; cerosidade comum e fraca; firme, muito plástico e
X 100 0,51 16,35 10,20 3,77 2,73 2,21 4,24 muito pegajoso; transição difusa.
X 100 0,19 18,28 12,24 3,77 2,54 2,12 5,09
X 100 0,19 18,28 12,75 4,77 2,44 1,97 4,19 B23 70-11 Ocm; amarelo avermelhado (5YR 6/8); argila pesa-
X 100 0,17 17,56 15,05 5,76 1,98 1,59 4,10 da, moderada pequena blocos angulares e subangula-

2361 PEDOLOGIA
res; cerosidade comum e fraca; firme, muito plástico e Cobertura vegetal - Floresta Densa.
muito pegajoso.
A1 0-10cm; bruno acinzentado escuro (10YR 412); areia
franca; fraca pequena granular; friável, não plástico e
Análises Físicas e Químicas Lab : IPEAN (18 938-18.942) não pegajoso; transição difusa.
Amostra seca ao ar Comp Granulométrica (I f s a) % A3 10-25cm; bruno (1 OYR 513); franco-arenoso; fraca
Honzonte

Slmb ~ProfCalhau
%

em >20mm1 20-2mm
~~scalho
Areia
grossa
Areia fina Silte ,jArgila
0,2·0,05 0,05-0.002 <0,002
I pequena granular; friável, não plástico e não pegajoso;
transição clara.
2-0.2 mm mm mm mm
81 25-40cm; bruno amarelado (1 OYR 514); franco-argilo
arenoso; fraca pequena e média granular; friável,
A1 0-3 o 2 8 2 32 58
ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transi-
A3 -20 o o 5 1 25 69
ção gradual.
821 -40 o o 2 1 20 77
822 -70 o o 1 X 24 75
823 -110 o o 1 X 32 67 821 40-55cm; bruno amarelado claro (10YR 614); franco-
argiloso arenoso; fraca a moderada pequena a média
blocos subangulares; firme, ligeiramente plástico e
Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % AI203
ligeiramente pegajoso; transição gradual
natural defloc -- Ki Kr --
% % Argila Si 02 \ Al2 031 Fe203 Fe~3
B 22 PI 55-70cm +;amarelo avermelhado (5YR 618) mosque-
ado abundante médio e distinto branco (5YR 8/1) e
18 69 0,55 21,18 8,93 4,37 4,03 3,07 3,20 pouco médio e difuso cinzento rosado (5YR 712),
X 100 0,36 29,32 10,20 5,96 4,89 2,58 2,68 franco-argilo arenoso; fraca a moderada pequena a
X 100 0,25 32,22 14,54 6,95 3,77 2,89 3,28
17,85 7,55 3,30 2,60 3,71
média blocos subangulares; firme, ligeiramente plás-
X 100 0,32 34,64
X 100 0,47 34,64 20,40 7,94 2,89 2,31 4,03 tico e ligeiramente pegajoso.

pH (1:11 100 Al+3


_Q_ P205
c N MO Análises Físicas e Químicas Lab: CES (J 321·7 325)
% % % N Ai+3+ S
H20 IKCI1N mg/100g
Comp Granulométrica% Argila
Horizonte Esqueleto
4o 0,32 3,42 6 0,38 (t f saI Grau de Silte

I
3,5 1,99 83
4,7 4,0 1,02 0,11 1,76 9 0,13 86 %
Areia' 1 Silte ! Argila
natural --
5,2 4,0 0,63 0,07 1,09 9 <0,11 81 \Prof floc % Argila
Simb1 em >2mm 2·0,05 10.05-0,002 <0,002
5,7 5,2 0,44 0,05 0,76 9 <0,11 81 mm mm mm %
56 5,2 0,27 0,03 0,46 9 <0.11 81
A1 0-10 1,9 80,6 10,1 9,3 5,4 42 1,08
Complexo So ri i v o A3 -25 2,0 75,2 12,3 12,5 7,6 39 0,98
81 -40 2,2 59,3 18,4 22,3 16,6 26 0,82
v -55 3,0 58,7 17 1 24,2 6,9 71 0,70
ca+2 821
T %
B22p1 -70 3,2 58,5 15,4 28,1 1,3 95 0,54

o 36
0,21
0,26
0,24
0,23
0,36
0,06
0,09
0,05
0,05
0,14
0,05
0,03
0,02
0,03
0,05
0,03
0,03
0,02
0,02
0,91
0,35
0,41
0,33
0,33
12,80
3,01
1,79
1,37
1,05
4,53
2,17
1,77
1,38
1,38
18 24
5,53
3,97
3,08
2.76
5
6
10
11
12
Dr
Dens

l Da
Umid
Equiv
%
Fe2o 3
livre
%
pH
Ac total c
(CaOAc)
H2ol KCI1N mE/100g %
MO Po43

% mE/100g
I
2.50 1,34 8,7 0,08 3,7 3,2 5,50 o 96 1,65 o 05
2,58 1,38 9,1 0,16 3,6 3,5 4,00 0,48 0,83 0,06
PERFIL N. 0 21 2,58 1,44 12,9 0,27 4,1 3,8 4,00 0.33 0,57 o 02
2,59 1,43 13,5 0,35 3,8 3,8 3,70 o 28 0,46 o 01
2.59 1,43 14,5 0,37 4,0 3,7 3,40 C,12 0,21 o 01
Classificação- PODZOUCO VERMELHO AMARELO plín-
tlco A fraco textura média. PLINTHUDUL T.
Complexo Sorti v o mE/100 g
v 100AI+3
Lo~~líz_a~ão -
Próximo ao rio Nhamundá. Municipio de
Onx1m1na- Estado do Pará. Folha SA 21-V-D. T % AI+ 3 + S

Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado


de caneco, em terço médio de elevação com declividade de 0,19 0,05 0,07 0,08 0,39 4,67 0,83 5,89 6,62 68,0
4 a 6% e erosão nula. ' 0,18 0,06 0,06 0,08 0,38 2,66 1,34 4,38 8,67 77,9
0,16 0,05 0,04 0,08 0,33 3,64 1,36 4,33 7,62 80,5
0,05 0,03 0,06 0,30 2,00 1,70 4,00 7,50 85,0
M_~t~rial originári~ - Sedimentos arena-argilosos do Ter- 0,16
3,87 12,14
0,19 0,03 0,03 0,22 0,47 1,61 1,79 79,2
Ciano - Formaçao Barreiras

Relevo - Suave ondulado. PERFIL N. 0 23


Classificação - PODZOLICO VERMELHO AMARELO A
Drenagem - Moderadamente drenado. moderado textura argilosa. PALEUDUL T.

PEDOLOGIA/237
Localização - Aproximadamente a 00°36'8 e 56°49'W
Complexo Sortivo mE/100g
Município de Oriximiná - Estado do Pará. Folha V 100Ai+3
SA.21-X-A.
ca+2
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
de caneco, em terço médio de elevação, com declividade de 0,91 2,05
ú,32 0,40 0,09 0,10 3,95 6,91 13,17 69,2
10 a 12% e erosão laminar ligeira 0,19 0,03 0,07 0,39 2,40 1,50 4,29
0,10 9,09 79,4
0,11 0,05 0,02 0,04 0,22 1,95 1,25 3,42 6,43 85,0
Material originário- Riolitos da Formação lricoum.é- Pré- 0,11 0,05 0,02 0,05 0,23 1,98 1,22 3,43 6,70 84,1
-Cambriano. 0,13 0,03 0,01 0,05 0,22 1,92 1,28 3,42 6,43 85,3

Relevo- Suave ondulado'e, localmente, ondulado


PERFIL N. 0 25
Drenagem - Bem drenado.
Classificação - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO A
moderado textura muito argilosa. TROPUDUL T
Cobertura vegetal - Floresta Densa
Localização - Aproximadamente a 00°19'8 e 56°34'W.
A, 0-30cm; bruno a bruno escuro (10YR 413); franco; fraca Município de Oriximiná - Estado do Pará. Folha
a moderada pequena granular e blocos subangulares; SA.21-X-A.
friável a firme, plástico e ligeiramente pegajoso; transi-
ção clara Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
de caneco, em terço de elevação, com declividade de 6 a
B, 30-60cm, amarelo avermelhado (7.5YR 616); argila; 10% e erosão laminar ligeira.
moderada muito pequena e pequena blocos angulares
e subangulares; friável e firme, plástico e pegajoso; Material originário - Granitos do Complexo Guianense -
transição gradual. Pré-Cambriano.

B21 60-90cm; amarelo avermelhado (5YR 618); argila; Relevo - Ondulado.


moderada pequena blocos angulares e subangulares;
firme; plástico e pegajoso; transição difusa
Drenagem - Bem drenado.
B 22 90-120cm; vermelho amarelado (5YR 518); argila; mo-
derada pequena blocos angulares e subangulares; Cobertura vegetal - Floresta Densa.
firme, plástico e pegajoso; transição difusa.
A1 0-10cm; bruno amarelado (10YR 516); argila; fraca
8 23 120-140cm +; vermelho amarelado (5YR 518); argila; pequena a média granular; friável, plástico e pegajoso;
moderada pequena blocos angulares e subangulares; transição gradual.
firme, plástico e pegajoso
A3 10-20cm; amarelo avermelhado (7.5YR 616); argila;
moderada média granular e blocos subangulares; friá-
vel, plástico e pegajoso; transição gradual.
Análises Físicas e Químicas Lab : CES (7 330-7 334)
B1 20-35cm; amarelo avermelhado (7.5YR 618), argila
pesada; moderada média granular e blocos subangula-
Horizonte Esqueleto
Comp Granulométrica %
Argila res; friável, muito plástico e muito pegajoso; transição
(t f s a) Grau de Silte difusa.
% --
·r~of
natural
Areia;,, Silte ,,Argila floc % Argila
Simb em >2mm 2-0 05 0,05-0,002 <0,002 B2, 35-50cm; amarelo avermelhado (5YR 618); argila pesa-
mm mm mm % da; moderada média blocos subangulares; friável,
muito plástico e muito pegajoso; transição difusa.
A1 0-30 5,4 47,0 29,2 23,8 7,6 68 1,22
81 23,5
B22 50-75cm+; amarelo avermelhado (5YR 618); argila pe-
-60 7,4 36,5 40,0 0,8 98 0,58
821 -90 1,1 31,7 21,9 46,4 0,8 98 0,47
sada; moderada média blocos subangulares; friável,
822 -120 1,4 28,9 22,7 46,4 0,6 99 0,46
muito plástico e muito pegajoso.
623 -140 0,6 28,5 22,1 49,4 0,9 98 0,44
Análises Físicas e Químicas Lab: IPEAN (18 377-18.381)

Dens pH Horizonte Amostra seca ao ar


Comp Granulométrica (t f s a) %
Umid Fe2 o 3 Ac total c MO Po43

Dr I Da
Equiv
%
livre
% H20I (CaOAc)
KCI1N mE/100g % % rnE/100g Somb
Areia
grossa
2-0,2 mm
Argila
<0,002
mm

2,52 1,29 18,7 1,14 3,5 3,6 6,00 1,08 1,86 0,05 A1 0-10 o 15 23 3 28 46
2,58 1,29 23,4 1,63 4,2 3,8 3,90 0,27 0,46 0,02 A3 -20 o 4 20 3 26 51
2,55 1,21 27,4 1,90 4,9 3,9 3,20 0,18 0,31 0,02 81 -35 o 9 17 4 16 63
2,52 1,19 29,2 1,99 5,1 3,9 3,20 0,15 0,26 0,01 821 -50 o 6 17 4 12 67
2,55 1,14 30,6 2,26 5,1 3,9 3,20 0,18. 0,31 0,02 822 -75 o 19 4 12
8 65

2381 PEDOLOGIA
Análises Físicas e Químicas Lab.: CES (7.357-7.360)
Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % AI203
natural de floc -- Ki Kr --
% % Argila Si 0 2 \ Al2 03lFe2 0 3 Fe203 Comp Granulométrica% Argila
Horizonte Esqueleto (tf s a) Grau de Silte
16
4
65
92
0,60
0,50
22,14
23,11
11,46
11,99
4,17
3,77
3,28
3,28
2,66
2,73
4,32
4,99
%
Areia; I· Silte
Argila natural
2-0.05 0,05-0.002 <0,002
floc% Argila
--
Simb)r:o'
em >2mm
X 100 0,25 25,28 15,30 4,57 2,81 2,36 5,25 mm mm mm %
X 100 0,17 21,90 16,07 5,96 2,32 1,87 4,23
X 100 0,18 25,77 19,64 8,34 2,23 1,76 3,69
A1/ A3 0-20 6,6 43,3 20,5 36,2 19,2 47 0,56
s1 -40 1,0 33,4 20,3 46,3 1,3 97 0,43
pH(1:11 P205 100AI+3 82 -80 8, 4 24,8 21,4 53,8 1,0 98 0,39
c N MO i<. 83 -120 19,5 28,3 33,3 38,4 0,9 98 0,86
% % % N mg/100g Al+3+ S
H 2 oiKCI1N

4,5 4,0 2,65 0,24 4,57 11 0,10 89 Dens pH


Ac total c MO POj.3

I
4,1 3,8 1,25 0,10 2,15 13 <0,11 92 Umid Fe 2 o 3
Equiv livre (CaOAc)
4,6 4,0 0,69 0,06 1,19 12 <0,11 92
Dr Da % % H20I KC11N mE/100g % % mE/100g
5,0 4,1 0,36 0,05 0,62 7 <0,11 93
4,9 4,1 0,41 0,04 0,71 10 <0,11 91

2,52 1,11 24,6 3,77 3,8 3,7 7,60 1,65 2,8 0,04
Complexo So rt ivo mE/100g 3,8 5,20 0,72 1,2 0,02
2,52 1,12 24,8 4,18 4,0
v 2,49 1,09 27,3 5,26 4,8 4,0 3,60 0,39 0,7 0,02
ca+2 T % 2,53 1,12 26..7 5,26 5,0 4,1 3,30 0,18 0,3 0,01

0,03 0,09 0,07 0,25 9,98 3 Complexo SorI ivo mE/100g


0,06 7,73 2,00
0,02 0,03 0,04 0,03 0,12 3,88 1,40 5,40 2
v 100AI+3
0,02 0,01 0,04 0,02 0,09 2,63 1,00 3,72 2
T % Al+3+ S
0,01 0,01 0,03 0,02 o,u7 1,51 0,80 2,38 3
0,01 0,01 0,03 0,01 0,06 1,71 0,60 2,37 3

0,32 0,40 0,21 0,09 1,02 6,10 1,50 8,62 11,83 59,5
PERFIL N. 0 26 0,19 0,05 0,06 0,04 0,34 3,73 1,47 5,4 6,14 81,2
0.21 0,03 0,03 0,05 0,32 2,80 0.80 3,92 8,16 71,4
Classificação - PODZOLICO VERMELHO AMARELO A 0,16 0,06 0,02 0,03 0,27 0,36 0,94 3,57 7,56 77,7
moderado textura argilosa. TROPUDUL T.

Localização - Próximo ao igarapé Caxipacoró. Município


de Oriximiná- Estado do Pará. Folha SA.21-X-A. PERFIL N. o 29

Situação, declividade e erosão - Perfil coletado com trado Classificação - PODZOLICO VERMELHO AMARELO cas-
de caneco, em terço médio de elevação, com declividade calhento A moderado textura muito argilosa. PALEUDUL T.
de 25% e erosão laminar moderada

Material originário -
Pré-Cambriano.
Granitos do Complexo Guianense -
Localização -
Município de
SA.21-X-A.
Aproximadamente a 00°10'S e 56°03'W.
Oriximiná - Estado do Pará. Folha I
Relevo - Ondulado e, localmente, forte ondulado. Situação, declívidade e erosão - Perfil coletado com trado
de caneco, em terço médio de encosta, com declividade de
Drenagem - Bem drenado. 6 a 8% e erosão laminar ligeira a moderada.
Cobertura Vegetal- Floresta Densa. Material originário - Granitos do Complexo Guianense
-Pré-Cambriano.
A,A30-20cm; bruno forte (7.5YR 516); franco-argiloso; fraca
pequena granular; friável, plástico e pegajoso; tran- Relevo- Ondulado.
sição gradual.
Drenagem - Bem drenado.
B, 20-40cm; bruno forte (7.5YR 518); argila; fraca peque-
na granular e blocos subangulares; friável, plástico e Cobertura vegetal - Floresta Densa.
pegajoso; transição gradual.
A1 0-20cm; bruno amarelado escuro (10YR 414); franco--
B2 40-80cm; vermelho amarelado (5YR 518); argila; fraca argilo arenoso; fraca pequena granular; solto, friável,
pequena granular e blocos subangulares; friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; tran-
plástico e pegajoso; transição clara. sição gradual.
B3 80-120cm•; vermelho (2.5YR 518); franco-argiloso; A3 20-45cm; bruno amarelado (10YA 5/4); argila-arenosa;
fraca pequena granular e blocos subangulares; friável, fraca pequena granular; ligeiramente duro, friável,
plástico e pegajoso. plástico e pegajoso; transição gradual.

PEDOLOGIA/239
81 45-80cm; bruno amarelado (10YR 514); argila; fraca Relevo - Suave ondulado.
pequena granular; ligeiramente duro, friável, plástico
e pegajoso; transição gradual. Drenagem - Bem drenado

Bz, 80-110cm, bruno forte (7.5YR 518), argila, fraca pe- Cobertura vegetal - Floresta Densa
quena granular e blocos subangulares; ligeiramente
duro, friável a firme, plástico e pegajoso; transição A, 0-15cm; bruno acinzentado (1 OYR 512); franco-argilo
difusa arenoso; fraca a moderada pequena granular e blocos
subangulares; friável a firme, ligeiramente plástico e
Bu 110-150cm, bruno forte (7 5YR 516), argila pesada; ligeiramente pegajoso; transição gradual.
fraca pequena granular e blocos subangulares; ligei-
ramente duro, friável a firme, muito plástico e muito A3 15-25cm, cinzento brunado claro (1 OYR 612); franco-
pegajoso argilo arenoso, moderada pequena a muito pequena
granular e blocos subangulares; friável a firme, ligei-
Raizes - Muitas no A,, A 3 e B,, comuns rio 8 21 e poucas ramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição
no 8 22 clara.

81 25-55cm; bruno amarelado claro (10YR 614); argila


Análises Físicas e Químicas arenosa; moderada pequena granular e blocos suban-
lab : CES (J 347-7 351)
gulares; friável a firme, plástico e pegajoso, transição
gradual.
Comp Granulométriea%
Horizonte Esqueleto Argila
(I I s a) Grau de Silte 8 21 55-75cm; amarelo (10YR 716); argila arenosa, mode-
Pro f
%
Areta jo 05-0.0()2
Silte _I Argila
natural -- rada pequena blocos subangulares; friável a firme,
floc /o Argila
0

Simb em >2mm 2-0 05 <0.002 plástico e pegajoso; transição difusa


mm mm mm %
8 22 75-95cm•; amarelo (1 OYR 718), argila arenosa; mode-
A1 0-20 24,0 58,0 14,0 28,0 14,0 50 0,50 rada pequena blocos subangulares, friável a firme,
A3 -45 26,2 53,6 10,9 35,5 20,5 42 0,30 plástico e pegajoso
81 -80 22,2 41,5 11,2 47,3 3,8 92 0,23
821 -110 25,9 35,2 8,7 56,1 0,8 98 0,15
822 -150 23,5 28,3 8,7 63,0 0,8 99 0,13
Análises Físicas e Químicas Lab : CES (7 352-7 356)
Dens pH
Umid Fe 2 o3 Ae total c MO po·l Comp Granulométriea% Argila
j Da Equiv livre
oj (CaOAe) Horizonte Esqueleto (t f s a) Grau de Silte
Dr

2,52 1 ,29
%

14,3
%

1,59
H2

3,6
KCI1N mE/100g

3,5 6,50
%

0,96
% mE/100g

1,6 0,06 Simbl o


emr >2mm
%
Areia,, Silte ! Argila
2-0 05 o 05-0.002 <0,002
I natural --
floc % Argila
mm j mm mm %
2,58 1 ,22 16,9 2,01 3,8 3,7 5,40 0,96 1,6 0,03
2,49 1,11 20,6 2,94 3,7 3,6 5,30 0,93 1,6 0,02
2,57 1,13 23,1 3,04 4,4 3,9 3,80 0,33 0,6 0,02 70,0 6,9 23,1 15,3 34
A1 (}-15 6,B 0,29
2 51 1,03 26,0 3,79 4,6 4,0 3,70 0,27 0,5 0,02 59,2 7,3 33,5 22,8 32
A3 -25 8,1 0,21
81 -55 8,7 49,7 5,4 44,9 1,9 96 0,12
Complexo Sorti v o mE/100g 821 -75 5,5 45,8 4,5 49,7 0,9 98 0,09
v 100At+3 822 -95 5,8 48,3 3,8 47,9 0,7 98 0,07

Ca + 2 J Mg + 2 J K + I Is I I
Na+ H+ AI +3 T % AI+3+S
Dens pH
Umid Fe 2 o 3 Ae total c MO POi?
0,21
0,14
0,17
0,10
0,14
0,07
0,13
0,06
0,65
0,37
5,19
3,83
1,31
1,57
7,15
5,77
9,09
6,41
66,8
80,9
Dr j Da
Equiv
%
livre
% H2oj (CaOAe)
KCI1N mE/100g % % mE/100g
0,16 0,08 0,07 0,07 0,38 3,67 1,63 5,68 6,69 81,1
0,13 0,06 0,04 0,05 0,28 2,49 1,31 4,08 6,86 82,4
0,16 0,06 0,05 2.54 1,39 12,5 0,19 4,2 3,7 3,90 0,60 1,0 0,03
0,05 0.32 2.84 0,86 4,02 7,96 72,9
2,53 1 .34 16,3 0,23 3,7 3,7 3,90 0,48 0.8 0,02
2,53 1 ,25 19,3 0.29 4,1 3,8 3,40 0,24 0,4 0,02
PERFIL N. o 30 2,43 1,19 21,2 0,33 4,3 3,8 3,00 0,18 0,3 0,02
2,54 1 ,20 22,3 0,33 4,3 3,8 2,90 0,18 0,3 0,01
Classificação - PODZÚLICO VERMELHO AMARELO A
fraco textura argilosa TROPUDUL T. (?) Complexo Sorti v o mE/100 g
v 100 Al+3
Localização - Margem .esquerda do rio Cuminapanema
Município de Obidos - Estado do Pará. Folha SA.21-X-A T % AI +3+ S

Situação, declividade e erosão - Perfil coletado com trado


de caneco, em local de suave ondulação, com declividade 0.24 0,08 0,08 0,03 0,43 3,08 0,82 4.33 9 93 65,6
de 5 a 6% e erosão laminar ligeira. 0.16 0,13 0,04 0,03 0,36 2,66 1,24 4,26 8 45 77,5
0,16 0,08 0,02 0,03 0,29 2,04 1,36 3,69 786 82,4
Material originário - Granitos do Complexo G'uianense - 0,14 0,05 0,02 0,03 0,24 1,72 1,28 3,24 7 41 84,2
Pré-Cambriano 0,16 0,05 0,01 0,02 0,24 1,75 1,15 3.14 7 64 82.7

2401PEDOLOGIA
PERFIL N. 0 32 Dens pH
c
1 Umid Fe203 Ac total MO Po-3+
Classificação - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO A Equiv livre (CaOAc)
moderado textura média. PALEUDUL T. Dr Da % % H20I KCI1N mE/100g % % mE/100g

Localização - Aproximadamente a 01 °30'S e 56°45'W. 2,40 1,12 13,4 0,79 3,9 3.0 13 60 6 40 11.0 0.07
Município de Oriximiná - Estado do Pará. Folha 2,58 1 ,44 8,4 1,09 3,6 3,7 5 40 1 20 20 0,03
SA.21-X-C. 2,54 1,32 14,2 2,21 3,7 4,0 5 50 1 02 17 0,02
2,53 1,35 16,4 2,40 4,1 4,1 4.50 o 74 1.2 0,01
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado em terço 2,58 1,31 14,9 2,32 4,2 4,1 3,60 o 54 0.9 0,01
médio de elevação, com declividade de 5 a 6% e erosão 2,58 1,34 13,8 2,17 4,3 4,0 2 50 o 28 0.5 0,01
laminar ligeira.
Complexo Sorti v o mE/100g
Material originário - Sedimentos do Terciário - Forma- v 100AI+3
ção Barreiras. % AI +3 + S
T

Relevo - Suave ondulado.


0,32 0,53 0,12 0.16 1,13 12.88 0,72 14,73 7,67 38.9
Drenagem - Bem drenado 4,46 0,94 5.35 7,69 67,6
0,10 0,27 0,03 0,05 0,45
0,03 0,24 0,03 0,06 0,36 4,62 0,88 5,86 6,14 70,9
Cobertura vegetal - Floresta Aberta. 0,03 0,10 0,02 0,03 0,18 3,94 0,56 4,68 3,85 75,7
0,03 0,10 0,02 0,04 O, 1'9 2.88 0,72 3,79 5,01 79,1
0,03 0,13 0,01 0,02 0,19 1,98 0,52 2,69 7,06 73,2
O 5-0cr:n; bruno escuro (10YR 313); areia franca; fraca
pequena granular; friável, não plástico e não pega-
joso, transição clara PERFIL N. o 36

A, 0-10cm; bruno avermelhado (7.5YR 414); franco are- Classificação- PODZÓLICO VERMELHO AMARELO raso
noso; fraca pequena granular e grãos simples; friável, A fraco textura média. TROPUDUL T.
não plástico e não pegajoso; transição gradual.
Localização - Estrada Óbidos-Aienquer, próximo ao
povoado de Cipoal. Município de Óbidos - Estado do
A3 10-35cm; bruno forte (7 5YR 516); franco-argilo are-' Pará. Folha SA.21-X-D.
noso; fraca pequena granular; friável, ligeiramente
plástico e ligeiramente pegajoso; transição gradual. Situação, declividade e erosão- Perfil coletc..do com Irado
de caneco, em terço superior de encosta, com declividade
B2, 35-55cm; bruno forte (7 .5YR 516); franco-argilo are- de 6 a 8% e erosão laminar ligeira
noso; fraca pequena granular e blocos subangulares;
firme, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; Material originário - Sedimentos do Terciário - Forma-
transição difusa. ção Barreiras.
Relevo - Suave ondulado e ondulado.
B 22 55-75cm; bruno forte (7.5YR 516); franco-argilo are- Drenagem - Bem drenado
noso; fraca pequena granular e blocos subangulares;
firme, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; Cobertura vegetal - Floresta Densa.
transição difusa.
A 0-10cm; bruno escuro (7.5YR 312); franco-arenoso,
grãos simples; solto, não plástico e não pegàjoso.
B23 75-135cm•; amarelo avermelhado (7.5YR 618); franco-
argilo arenoso; fraca pequena granular e blocos sub- B 40-60cm; bruno escuro (7.5YR 414); franco-argilo-
angulares;,firme, ligeiramente plástico e ligeiramente arenoso; fraca pequena blocos subangulares; friável a
pegajoso firme, plástico e ligeiramente pegajoso.

Análises· Físicas e Químicas lab : IPEAN (20 064-20 065)


Análises Físicas e Químicas lab : CES (l 367·7 372) Amostra seca ao ar
Horizonte Comp Granulométrica (t f s a) %
%

Horizonte Esqueleto
Comp Granulométrica%
Argila
S>mbJProf
em
Calhau ~~scalho
> 20 mm1 20- 2 mm
Areia JAreia final Silte
grossa
Argila
0,2-0,05 0,05-0,002 < 0,002
1
(t f s a J Grau de Silte

•IProf
Simb em >2mm
%
Areia; I Silte 1 Argila
2-0.05 0,05-0,0021 <0,002
natural --
floc % Arg>la A 0-10 o
o
6
2-0,2 mm

73
52
mm

6
4
mm

11
14
mm

10
mm mm mm % 8 40-60 2 30

Argila Grau Silte Ataque por H2S04 %


o 5-0 0,5 86,6 3,7 9,7 4,7 52 0,38 AI203
Al 0-10 0,8 79,3 2,2 18,5 11,3 39 0,11
natural defloc
% %
--
Argila
Ki Kr --
A3 -35 1,0 67,3 3,7 29,0 21,1 27 0,12 Si02l AI2031Fe203 Fe2o 3
821 -55 0,6 62,2 3,9 33,9 24,7 27 0,11
822 -75 0,8 60,9 4,1 35,0 7,9 77 0,11 1 90 1,10 4,28 3,06 1,99 2,38 1,68 2,41
823 -135 0,4 63,5 2;9 33,6 0,8 98 0,08 18 40 0,46 13,46 14,28 2,98 1,60 1,41 7,52

PEDOLOGIA/241
Análises Físicas e Químicas Lab.: IPEAN (20 OSÍI-20.063)
pH (1:11 P205 100At+3
c N MO -º-
% % % N Horizonte Amostra :eca ao ar Comp Granulométrica (t f s a) %
mg/100g At+3+ S 01
H20 IKCI1N

4,9 4,3 0,91 0,07 1,57 13 0,24 32


S•mb !Prol Calhau' ~:ascalho
em > 20 mm 20- 2 mm
Areia 'lAreia final Silte
grossa
Argila
0,2-0,05 0,05-0,002 <0,002
'j
4,7 3,9 0,67 0,05 1,16 13 0,16 73 2·0,2 mm mm mm mm

A11 0-8 o 6 6 36 43 15
S o ri i v o mE/100g -15 2 7 6 31 46
A12 17
v 81 -30 o 2 3 19 49 29
ea+2 T % 821 -70 o o 1 9 40 50
822 -100 o o 1 6 38 55

1,29 0,29 0,05 0,03 1,66 5,80 0,80 8,26 20


o·,o3 0,44 4,74 Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % AI203
0,25 0,12 0,04 1,20 6,38 7
natural de floc
% %
--
Argila Si 02 IAI203l Fe2 03
Ki Kr --
Fe203

PERFIL N. o 37
4 73 2,86 6,46 4,34 2,98 2,53 1,76 2,28
Classificação - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO A 6 65 2,70 8,15 4,34 2,18 3,19 2,42 3,12
moderado textura argilosa. TROPUDUL T 18 36 1,68 7,90 5,61 1,99 2,39 1,95 4,42
39 22 0,80 7,18 6,38 2,98 1,91 1,47 3,38
39 29 0,69 10,07 8,16 4,37 2,10 1,56 2,93

Localização - Km 60 da estrada Óbidos-Aienquer, lado


pH (1:1) 100AI+3
esquerdo Município de Óbidos - Estado do Pará Folha P205
SA 21-X-D c N MO -º-
% % % N mg/100g A1+3+ S
H20,KCI1N

Situação, declividade e erosão- Perfil coletado em corte 5,7 4,8 1,71 0,20 2,94 9 0,98 2
5,6 4,0 1,09 0,09 1,87 12 0,60 25
de estrada, em terço médio de encosta, com declividade de 8
4,5 3,9 0,76 0,09 1,31 0,33 56
4 a 5% erosão laminar ligeira. 4,4 3,8 0,78 0,11 1,34 7 0,16 79
4,7 4,0 0,54 0,07 0,94 8 <0,11 84
Material originário - Siltitos e folhelhos da Formação
Barreiras Sorti v o mE/100g
v
T %
Relevo - Suave ondulado.

Drenagem - Bem drenado. 0,20 10,60 67


4,56 1,94 0,60 0,04 7,14 3,26
1,18 1,16 0,58 0,06 2,98 2,79 1,00 6,77 44
Cobertura vegetal - Floresta Densa. 0,12 0,66 0,09 0,03 0,92 1,44 1,20 3,56 26
0,21 0,22 0,05 0,03 0,51 0,97 2,00 3,46 15
0,34 0,35 0,07 0,03 0,79 0,75 4,20 5,74 14
Au O-Bem; bruno avermelhado escuro (5YR 313), franco,
moderada pequena e média granular; firme, plástico e
ligeiramente pegajoso; transição plana e gradual PERFIL .N. 0 46

A 12 8-15cm, bruno avermelhado (5YR 414); franco; fraca a Classificação- PODZÓLICO VERMELHO AMARELO plin-
moderada pequena e média granular e blocos sub- tico A moderado textura argilosa PL/NTHUDUL T.
angulares, firme, plástico e ligeiramente pegajoso,
transiÇão plana e clara. Localização - Próximo ao paraná Madeirinha ou Autás-
Açu. Município de Autazes - Estado do Amazonas Folha
SA.21-Y-C
B, 15-30cm; bruno avermelhado (2 5YR 5/4); franco-argi-
loso, fraca a moderada pequéna e média blocos sub- Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com Irado
angulares, firme, plástico e pegajoso; transição plana de caneco, em local praticamente plano e com erosão nula
e clara.
a laminar ligeir.a

B2, 30-70cm; vermelho (2.5YR 4/8); argila; fraca a mode- Material originário- Sedimentos argilosos do Terciário -
rada pequena e média blocos subangulares; cerosi- Formação Barreiras.
dade comum e fraca; firme, plástico e pegajoso;
transição plana e difusa. Relevo - Plano a suave ondulado

Drenagem - Moderadamente drenado.


B22 70-100cm; vermelho (2.5YR 4/8); argila; fraca a mode-
rada pequena e média blocos subangulares; cerosi- Cobertura vegetal - Contato Floresta Densa com For-
dade comum e fraca; firme, plástico e pegajoso. mações Pioneiras.

2421PEDOLOGIA
A1 0-12cm; bruno acinzentado escuro (10YR 412); franco- Localização - Próximo ao rio Capixuá. Município de
argilo-siltoso; fraca pequena granular; friável, plástico Santarém - Estado do Pará. Folha SA.21-Z-B.
e ligeiramente pegajoso; transição gradual.
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
A3 12-24cm; bruno amarelado (1 OYR 514); argila siltosa; de caneco, em local praticamente plano e com erosão nula
moderada a forte pequena a média blocos suban- a laminar ligeira.
gulares; firme, plástico e pegajoso; transição gradual.
Material originário - Sedimentos do Terciário - Forma-
B 21 24-40cm; bruno amarelado (10YR 616); argila siltosa; ção Barreiras.
moderada a forte pequena a média blocos subangu-
lares; firme, plástico e pegajoso; transição gradual. Relevo - Plano e suave ondulado.

B22pl40-60cm, bruno amarelado (1 OYR 516); mosqueado Drenagem - Bem drenado.


pouco médio e distinto vermelho (2.5YR 418); argila
Cobertura vegetal - Floresta Densa.
siltosa; moderada a forte pequena a média blocos
subangulares; firme, plástico e pegajoso; transição
gradual. A1 0-5cm; bruno escuro (7.5YR 412); franco-argilo are-
noso; fraca a moderada pequena e muito pequena
granular; friável, ligeiramente plástico e ligeiramente
B23 pl 60-1 OOcm; coloração variegada, composta de verme- pegajoso; transição gradual.
lho (2.5YR 416), bruno amarelado (10YR 616) e cin-
zento claro (5Y 711 ); argila; moderada a forte pequena A3 5-15cm; bruno escuro (7.5YR 412); argila arenosa;
a média blocos subangulares; firme, plástico e fraca a moderada pequena e muito pequena granular
pegajoso. e blocos subangulares; friá~el, plástico e ligeiramente
pegajoso; transição gradual.
Análises Físicas e Químicas Lab: CES (J 401·7 405) B1 15-30cm; bruno (7.5YR 414); argila arenosa; fraca
pequena granular e blocos subangulares; friável a
Comp Granulométrica%
Horizonte Esqueleto Argila firme, plástico e pegajoso; transição gradual
(I f s a) Grau de Silte
%
Areia,,( Silte !!·Argila
natural --
floc % Argila
B21 30-60cm; bruno (7 5YR 5/4); argila, fraca pequena
Simb•trof
em >2mm 2-0.05 0,05-0,002 <0,002 granular e blocos subangulares, firme, plástico e
mm mm mm %
pegajoso, transição difusa
A1 0-12 o1 18,4 48,6 33,0 16,1 51 1,17 B 22 60-120cm'; amarelo avermelhado (7.5YR 6/6); argila
A3 -24 0.1 9,5 47,0 43,5 19,4 55 1,08 arenosa; fraca pequena granular e blocos subangu-
821 -40 0,2 02 43,4 49,4 1,4 97 0,87 lares; firme, plástico e pegajoso.
822p1 -60 06 6,3 40,2 53,5 0,9 98 0,75
823p1 -100 22 12,1 34,8 53,1 0,9 98 0,65
Raízes - Comuns nos horizontes A 1 e A 3 e pouc-as nos
demais
Dens pH
c
l
Umid Fe203 Ac total MO POj,3

Dr Da
Equiv
%
livre
% H2ol (CaOAc)
KC11N mE/100g % % mE/100g Análises Físicas e Químicas Lab : CES (J 443-7 447)

2,52 0,85 37,6 0,99 3,4 3,1 24,00 ,7,52 12,9 0,09
2,51 1,16 27,2 2,73 3,7 3,6 9,80 1,32 2,3 0,02 Comp Granulométrica % Argila
Horizonte Esqueleto (I f s a) Grau de Silte
2,52
2,54
1,25
1,18
26,9
29,2
3,41
4,51
4,1
4,3
4,7
3,7
3,7
3.7
7,80
6,80
7,00
0,68
0,52
1,2
0,9
0,01
0,01
Pro f
%
Areia; I
Silte !I Argila
natural
floc% Argila
--
2,62 1.15 30,1 7,14 0,32 0,5 0,02
Simb em >2mm 2-0.05 0,05-0,002 <0,002 %
mm mm mm
Complexo Sorti VO mE/100 g
v 100AI+3
A1 0-5 0,4 64,9 5,6 29,5 15,0 49 0,18
A3 -15 0,9 58,4 4,5 37,1 17,9 52 0,12
T % AI +3+ S 0,2 45,0 6,0 49,0 20,9 57 0,12
81 -30
821 -60 43,8 3,5 52,7 3,7 93 0,06
0,2
45,3 6,7 48,0 1,3 97 0,13
822 -120 0,1
0,18 0,14 0,35 0,06 0,73 18,32 5,68 24,73 2,95 88,6
0,05 0,21 0,06 0,03 0,35 6,42 3,38 10,15 3,45 90,6
0,05 0,17 0,07 0,02 0,31 4,44 3,36 8,11 3,82 91,5 Dens pH
0,03 0,21 0,07 0,03 0,34 3,42 3,38 7,14 4,76 91,3 Umid Fe 2 o3 Ac total c MO POi
0,05 0,16 0,06 0,03 0,30 3,04 3,96 7,30 4,11 92,9
Dr I Da
Equiv
%
livre
% H2 ol (CaOAc)
KCI1N mE/100g % % mE/100g

2,59 1,46 15,57 1,10 3,6 3,1 11,30 3,51 6,0 0,09
PERFIL N. o 54 2,55 1,13 16,0 1,41 3,2 3,3 8,52 2,16 3,7 0,06
2,52 1,10 18,7 1,82 3,7 3,7 6,94 1,12 1,9 0,02
Classificação - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO A 2,51 1,08 19,0 2,03 4,0 3,8 5,34 0,58 0,9 0,02
moderado textura argilosa. PALEUDUL T. 2,48 1,14 18,1 1,86 4,3 3.9 2,82 0,26 0,4 0,01

PEDOLOGIA /243
Complexo Sortivo mE/tOOg Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % AI203
V 100AI+3 natural de floc -- Ki Kr --
% % Argila Si 02 \ Al2 03 \ Fe2 03 Fe~ 3
ca+2

19 53 0,47 14,18 13,26 5,76 8,82 1,42 3,61


24 49 0,44 19,00 14,03 5,96 2,30 1,81 3,69
0,14 0,34 0,09 0,05 0,62 9,76 1,54 11,92 5,20 71,3
47 29 0,34 30,30 25,50 6,55 2,02 1,74 6,11
0,06 0,29 0,04 0,04 0,43 6,86 1,66 8,95 4,80 79,4
X 100 0,20 33,20 26,52 6,75 2,13 I ,83 0,10
0,06 0,13 0,02 0,05 0,26 5,46 1,48 7,20 3,67 85,0
X 100 0,40 31,26 26,27 8,94 2,02 1,66 4,61
0,08 0,22 0,02 0,03 0,35 4,14 1,20 5,69 6,15 77,4
0,14 0,05 0,01 0.03 0,23 1,96 0,86 3,05 7,54 78,9

pH(1:1J P205 100AI+3


PERFIL N. 0 61 c N MO -º-
N
% % % mg/100g Al+3+ S
Classificação - PODZOLICO VERMELHO AMARELO H20 IKCI1N
concrecionário A moderado textura muito argilosa.
TROPUDULT.
3,8 3,6 2,03 0,17 3,50 12 0,54 86
Localização - Km 14 da estrada Rurópolis Presidente 3,6 1,77 0,16 3,04 11 0,33 93
3,9
Médici-Santarém. Município de Santarém - Estado do 4,0 3,7 1,00 0,11 1,72 9 <0,11 96
Pará. Folha SA 21-Z-D 4,2 3,7 0,56 0,06 0,97 9 <0,11 97
4,5 3,9 0,39 0,06 0,67 7 <0,11 87
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado em corte
de estrada, no terço superior de elevação, com declividade
de 23 a 25% e erosão laminar moderada.
Sorti v o mE/100g
Material originário - Folhelhos do Grupo Tapajós - v
Pré-Cambriano. ca+2 T %

Relevo - Forte ondulado.

Drenagem - Bem drenado 0,18 0,30 0,18 0,03 0,69 6,12 4,60 11,41 6
0,11 0,19 0,13 0,02 0,45 4,36 6,20 11,01 4
Cobertura vegetal - Floresta Densa 0,04 0,04 0,05 0,02 0,15 5,26 4,80 10,21 1
0,04 0.03 0,04 0,02 0,13 3,15 4,60 7,88 2
A1 0-3cm; bruno amarelado (10YR 5/4); argila; moderada 0,04 0,15 0,04 0,02 0,25 4,30 1,80 6,35 4
pequena e média granular; firme, plástico e pegajoso;
transição plana e clara
A3 3-20cm; bruno amarelado (10YR 5/6); argila; mode-
rada pequena e média granular e blocos subangulares; 4 2.6 - Terra Roxa Estruturada Eutrófica
firme, plástico e pegajoso, transição plana e clara.
8 21 20-45cm; bruno forte (7 5YR 5/6); argila pesada; Esta unidade é constituída de solos com horizonte B
moderada pequena e média blocos subangulares; textura! (horizonte argilico da classificação americana),
firme, muito plástico e muito pegajoso; transição não hidromórficos, estruturados, geralmente argilosos,
plana e difusa apresentando cerosidade e saturação de bases (V%)
8 22 45-80cm; btuno forte (7 5YR 5/8); argila pesada; sempre superior a 50%.
moderada pequena e média blocos subangulares;
firme, muito plástico e muito pegajoso; transição São solos minerais, normalmente bem desenvolvidos,
plana e gradual medianamente profundos e profundos, bem drenados e
com argila de atividade baixa, (capacidade de troca de
83 80-110cm, amarelo avermelhado (7.5YR 6/6); mos- cátions, após correção para carbono, inferior a 24mE/
queado pouco pequeno e distinto rosete (7.5YR 7/4) e 100g).
mosqueado pouco pequeno e difuso vermelho ama-
relado (5YR 5/6); argila pesada; fraca a moderada Como características adicionais, nesta área, estes solos
pequena e média blocos subangulares, firme, muito apresentam-se com elevada soma e saturação de bases
plástico e muito pegajoso. trocáveis e baixa, ou mesmo ausência de saturação de
alumínio permutável.
Analises Fisicas e Ouimicas Lab : I PEAN (20 086-20 090)
Estes solos possuem seqüência de horizontes A, B e C,
Honzonte Comp Granulométrica (I f s a) % sendo os dois primeiros geralmente subdivididos em A 1 ,
Argila A3, 81, Bz e 83.
<0,002
mm O horizonte A é moderado - "epipedon" ócrico - e
6 31 10 19 40
possui espessura média de 20cm; a cor varia de bruno
A1
A3 -20 11 23 9 21 47
avermelhado escuro a vermelho amarelado, com matizes
B21 -45 19 7 4 23 66 5YR e 2.5YR, com valores 3 e 4 e cromas variando de 4 a 6;
B22 -80 1 46 7 4 15 74 a textura é franco-argilosa; a estrutura é geralmente mode-
B3 -110 o 21 5 4 26 65 rada pequena e média, granular; a consistência, em solo

244/ PEDOLOGIA
úmido, é firme e, em solo molhado, é plástico e pegajoso; lares; cerosidade abundante e forte; firme, plástico e
a transição para o B é plana e gradual. pegajoso; transição plana e gradual.

O horizonte B possui espessura média superior a 100cm; B21 19-55cm; vermelho escuro (2.5YR 316); argila pesada;
as cores são vermelho escuro e vermelho amarelado, com moderada média blocos angulares e subangulares;
matizes 5YR e 2 5YR, valores 3 e 4 e cromas 6 e 8; a textura cerosidade abundante e forte; firme, plástico e pega-
encontra-se entre franco-argilosa e argila pesada, sendo joso; transição plana e difusa.
mais comum a classe de textura argilosa; a estrutura é
geralmente moderada, média, blocos subangulares, B22 55-95cm; vermelho escuro (2.5YR 316); argila pesada;
podendo ter blocos angulares; a cerosidade é comum ou moderada média blocos angulares e subangulares;
abundante e moderada a forte; a consistência quando cerosidade abundante e forte; firme, plástico e pega-
úmida é firme e, quando molhada, é plástico e pegajoso. joso; transição plana e gradual

De acordo com os dados obtidos em laboratório, estes B3 95-130cm; vermelho escuro (2.5YR 316); mosqueado
solos possuem elevada soma de bases trocáveis em todo o pouco pequeno e proeminente amarelo avermelhado
perfil; capacidade de troca de cátions, variando de 10,21 (7.5YR 316); argila; moderada média blocos angulares
até 25,69mE, no horizonte A, e no B, de 7,44 até 11,27mE e e subangulares; cerosidade abundante e forte; firme,
saturação de bases permutáveis sempre mais alta que plástico e pegajoso
60%.

Estão correlacionados, tentativamente, com o grande Análises Fisicas e Ouimicas Lab : IPEAN (20 054-20 058)
grupo dos Tropudalfs, da classificação americana de
solos Amostra seca ao ar
Hortzonte Comp Granulométrica (t I s a) %
%
Estes solos ocorrem associados, mais significantemente, Argila
ao Podzólico Vermelho Amarelo Equivalente Eutrófico <0.002
textura argilosa, na unidade PB7, onde domina o Podzólico mm
Vermelho Amarelo textura argilosa, e estão em relevo
suave ondulado, sob vegetação de Floresta Aberta e Ap 0-7 o 2 10 9 45 36
Densa, e são origmados a partir da decomposição de 81 -19 o 15 9 6 45 40
rochas eruptivas básicas. 821 -55 o 1 2 4 32 62
822 -95 o o X 3 37 60
Ocorrem ainda, em menor significância, em outras uni- 83 -130 o o 5 40 54
dades, associados a podzólicos ou a latossolos, ou ainda
em dominância em área pequena de diques de diabásio,
com relevos mais movimentados. Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % AI203
-- Ki --
Caracterização Morfológica e Analítica da Unidade
natural de lloc
% % Argila Si o2j Al 2 o3JFe 2 03
Kr
Fe~3

PERFIL N. 0 35 16,35 12.24 13.31 2,27 1,34 1,44


27 25 1,25

I
36 10 1,12 17,80 13,52 14,90 2,24 1.31 1,42
Classificação - TERRA ROXA ESTRUTURADA EUTRÓ- 1 98 0,51 27,21 23,46 17,87 1,97 1,33 2,06
FICA A moderado textura argilosa. TROPUDALF. X 100 0,61 29,82 24,48 17.87 2,07 1,41 2,15
X 100 0,74 32,22 • 23,46 19,26 2.33 1.53 1,91
Localização - Km 28 da estrada de Óbidos-Aienquer,
margem direita Município de Óbidos - Estado do Pará.
Folha SA.21-X-D. pH (1:11 P205 100AI+3
c N MO .Q.
% % % N mg/100g Al+3+ S
Situação, declividade e erosão - Perfil coletado em corte H201KCI1N
de estrada, topo de colina, com declividade de 5 a 6% e
erosão laminar ligeira 9 0,11 o
5,5 5,0 1,18 0,13 2,02
5,7 5,0 0,73 0,07 1,36 10 <0,11 o
Material originário - Rochas básicas (diabásio em forma 5,9 5,3 0,43 0,05 0,73 9 <0,11 o
de diques). 6,0 5,5 0,27 0,06 0,46 5 <0,11 o
6,1 5,6 0,20 0,03 0,35 7 0,16 o
Relevo - Suave ondulado a ondulado

Drenagem - Bem drenado. Complexo Sorti v o mE/100g


v
Cobertura vegetal - Floresta Densa. ca+2 T %

Ap 0-?cm; bruno avermelhado (2.5YR 414)· franco-argi-


loso; moderada média granular; firme' plástico e 1,56 0,19 0,05 7,42 4,62 0,00 12,04 62
5,62
pegajoso; transição plana e gradual. ' 5,06 1,11 0,10 0,04 6,31 3,96 0,00 10,27 61
5,87 1,70 0,04 0,03 7,64 3,63 0,00 11,27 68
B1 7~19cm; vermelho escuro (2.5YR 316); franco-argilo 5,56 2,06 0,03 0,03 7,68 3,13 0,00 10,81 71
s1ltoso; moderada média blocos angulares e subangu- 5,62 2,79 0,03 0,03 8,47 2,80 0,00 11,27 75

PEDOLOGIA/245
PERFIL N. o 39 Sortivo mE/100g

Classificação - TERRA ROXA ESTRUTURADA SIMILAR


v
ca+2 T %
EUTRÓFICA A moderado textura argilosa. TROPUDALF.

Localização - Estrada Alenquer-Óbidos, a 53km da 21,20 2,06 0,60 0,05 23,91 1,78 0,00 25,69 93
margem do rio Curuá, em direção a Alenquer. Município de 4,87 1,70 0,35 0,03 6,95 3,26 0,00 10,21 58
Alenquer- Estado do Pará. Folha SA.21-X-D. 71
5,37 1,34 0,16 0,03 6,90 2,77 0,00 9,67
4,31 1,82 0,07 0,03 6,23 1,21 0,00 7,44 84
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
de caneco, em local praticamente plano e erosão nula 4 2. 7 - Areias Quartzosas Distróficas
Material originário - Folhelhos e calcários do Grupo Os solos que constituem esta unidade são pouco desen-
Tapajós. volvidos, não possuem horizonte B diagnosticador e com-
preendem solos areno-quartzosos, normalmente profun-
Relevo - Plano. dos, com muito baixos teores de argila nos horizontes
subsuperficiais - menos de 15% de argila até uma
Drenagem - Bem drenado. profundidade de 2 metros, ou menos, quando apresentam
contato lítico ou paralítico - e 95% da fração areia é
Cobertura vegetal - Floresta Aberta. constituída por quartzo, zírcônio, turmalina, rutilo ou
outros minerais, normalmente insolúveis, que não se
A1 0-10cm; bruno avermelhado escuro (5YR 314), franco- intemperizam liberando ferro ou alumínio.
argiloso; moderada pequena e média granular; firme,
plástico e pegajoso; transição gradual. São ácidos a muito ácidos, acentuada a fortemente dre-
nados, com baixa capacidade de retenção de umidade,
A, 10-20cm, vermelho amarelado (5YR 4/6); franco-argi- soma de basP.s freqüentemente baixa, e muito baixa satu-
loso, fraca a moderada pequena e média granular e ração de bases, condicionada pela baixa fertilidade natural
blocos subangulares, firme, plástico e pegajoso; destes solos São porosos, de textura arenosa, bastante
transição gradual desgastados e apresentando um horizonte A, normalmente
pouco profundo, sobrejacente ao horizonte C, bastante
81 20-35cm, vermelho amarelado (5YR 4/6), franco-argi- espesso.
loso, fraca a moderada pequena e média blocos
subangulares, firme, plástico e pegajoso; transição O horizonte A fracamente desenvolvido, com espessura
gradual
média de 30cm, corresponde ao "epipedon" ócrico da
classificação americana, entretanto apresenta coloração
B2 35-90cm +,vermelho amarelado (5YR 4/8); argila; fra- pouco mais escura, que varia de bruno escuro a bruno
ca a moderada pequena a média blocos sunangulares; acinzentado muito escuro, dentro do matiz 10YR, com
cerosidade comum e fraca, firme, plástico e pegajoso croma 3 e valores de 2 a 3,- devido à presença de matéria
Analises Fisicas e Ouimicas Lab : IPEAN (20 075-20 078) orgânica A textura é da classe areia, sem estrutura, e a
consistência é solto, tanto no solo seco como úmido, e
não plástico e não pegajoso, quando molhado, e a tran-

I
Comp Granulométrica (t f s a) %
sição é gradual e plana para o horizonte C.
Areia Argila
S1mb grossa <0,002
2-0,2 mm
Com espessura em torno de 140cm, o horizonte C apre-
senta-se diferenciado em C 1 , C,, c, e C,, sem diferen-
mm

A1 0-10 o 11 22 11 37 30 ciações morfológicas significantes, em relação ao hori-


A3 -20 o 4 21 9 41 29 zonte A, a não ser pela coloração mais clara que possui,
s, -35 o 4 20 10 35 35 correspondendo ao bruno ou bruno amarelado, no matiz
82 -90 o o 17 11 31 41 1OYR, valores 4 e 5 e croma variando de 3 a 8, com tran-
sição entre os horizontes plana e difusa ou gradual.
Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % AI203 Tentativamente foram correlacionados ao grande grupo
natural delloc -- Ki Kr -- dos Quartzipsamments, da atual classificação americana
% % Argila Si 02 \ AI2031 Fe203 Fe~3
de solos.
10 67 1,23 14,18 11,48 18,87 2,10 1,03 0,95
20 31 1,41 14,66 14,28 20,85 1,75 0,90 1,07 Ocorrem em dominância em pequenas manchas, as-
27 23 1,00 16,35 13,77 21.65 2,02 1,01 0,99 sociadas com o Latossolo Amarelo textura média ou com
34 17 0,75 17,80 15,30 21.85 1,98 1,04 1,09 Podzol Hidromórfico, em relevo plano e sob vegetação de
contato de Floresta Densa com Formações Pioneiras ou
pH (1:1) 100AI+3 apenas Formações Pioneiras. Em subdominância, estão
P205
c N MO -º- associadas a algumas unidades de Latossolo Amarelo
% % % N
mg/100g Al+3+ S Distrótico e Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico tex-
H20 IKCI1N
tura média e às Areias Quartzosas Hidromórficas Distró-
6,7 6.0 2,80 0,29 4,82 10 0,38 o ficas, em relevo plano a suave ondulado, sob vegetação de
5,7 5,0 1,33 0,12 2,29 11 0,11 o Floresta Densa ou contato de Floresta Densa com For-
5,7 5,1 0,94 0,12 1,62 8 <0,11 o mações Pioneiras. Estes solos são derivados de sedimen-
6,0 4,9 0,63 0,06 1,09 11 <J,11 o tos areno-quartzosos da Formação Barreiras, referida ao

246/ PEDOLOGIA
Terciário, e da decomposição de arenitos do Pré-Cam-
Complexo Sortivo mE/100 g
briano. V 100AI+3

ca+2
Caracterização Morfológica e Analítica da Unidade.

0,08 o,24 o;o4 0,08 0,44 3,40 0,50 4,34 1o, 14 53,2
PERFIL N. 0 53
0,08 0,22 0,02 0,03 0,35 4,36 0,62 5,33 6,57 63,9
0,08 0,19 0,01 0,02 0,30 3,34 0,42 4,06 7,39 58,3
Classificação - AREIAS QUARTZOSAS DISTRÓFICAS A 0,02 0,01 0,02 o, 11 2,60 o.2e 2,99 3,68 71,8
0,06
fraco. QUARTZ/PSAMMENT.

Localização - Próximo ao rio Arapiuns. Município de PERFIL N. 0 57


Santarém - Estado do Pará. Folha SA.21-Z-A. Classificação - AREIAS QUARTZOSAS DISTRÓFICAS
a fraco QUARTZIPSAMMENT.
Situação, declividade e erosão - Perfil coletado com
trado de caneco, em terço médio de encosta, com decli- Localização - Aproximadamente a 02°02'S e 54°26'W.
vid;:~de de 2 a 3% e erosão nula a laminar ligeira. Município de Monte Alegre - Estado do Pará. Folha
SA.21-Z-B.
Material originário - Sedimentos arenosos. Formação
Barreiras - Terciário. Situação, declividade e erosão - Perfil coletado com
trado de caneco, em local praticamente plano e erosão
Relevo - Plano e suave ondulado. nula a laminar ligeira.
Drenagem - Acentuadamente drenado. Material originário - Sedimentos arenosos Formação
Barreiras - Terciário.
Cobertura vegetal - Contato Floresta Densa com Sa-
vana Relevo - Plano a suave ondulado.

Drenagem - Acentuadamente drenado.


A, 0-40cm; bruno 3scuro (10YR 313); areia; grãos sim-
ples; solto, solto, não plástico e não pegajoso; tran- Cobertura vegetal - Contato Floresta Densa com Sa-
sição gradual. vana.
C, 40-?0cm; bruno (10YR 413); areia frélnca; grãos sim- A, 0-20cm; bruno acinzentado muito escuro (1 OYR 312);
ples; solto, solto, não plástico e não pegajoso; tran- areia; grãos simples; solto, solto, não plástico e não
sição difusa pegajoso; transição gradual.

C, 70-120cm; bruno (10YR 513); areia franca; maciça que C, 20-50cm; bruno (10YR 413); areia franca; grãos sim-
se desfaz em grãos simples; solto, solto, não plástico ples; solto, solto, não plástico e não pegajoso; tran-
e não pegajoso; transição difusa sição difusa.

C3 120-160cm; bruno amarelado (10YR 516); areia franca; C2 50-90cm; bruno amarelado (10YR 514); areia franca;
maciça que se desfaz em grãos simples; solto, solto, grãos simples; solto, solto, não plástico e não pega-
não plástico e não pegajoso. joso; transição difusa

Raízes- Muitas no A 1 e C,, comuns no C, e poucas no C3 • C3 90-130cm; bruno amarelado (10YR 516); franco-areno-
so; grãos simples; solto, solto, não plástico e não
Análises Físicas e Quimiéas Lab.: CES f1 439·7 442) pegajoso; transição difusa.

Comp Granulométrica% C4 130-160cm; bruno amarelado (1 OYR 5/8); franco-are-


Horizonte Argila
Esqueleto (t f saI Grau de Silte noso; grãos simples; solto, solto, não plástico e não

.r~of
%
Areia;,, Silte !_!·Argila
natural --
floc % Argila
pegajoso.
Simb em >2mm 2-0,05 0,05-0,002 <0,002
mm mm mm % Raízes - Comuns nos horizontes A~o C, e c, e poucas no
C3 e c •.
A1 0-40 1,2 91,9 1,9 6,2 3,3 47 0,30
c1 -70 2.1 82,9 4,6 12.5 6,0 52 0,36 Analises Físicas e Químicas Lab.: CES [1448-7 452)
c2 -12o o,9 84,7 3,4 11,9 8,0 33 0,28
c3 -160 2.1 83,5 4,1 12,4 1,6 87 0,33 Comp Granulométrica% Argila
Horizonte Esqueleto (t f s a.) Grau de Silte
Dens pH % natural --
l Fe2 o3
Umid Ac total c MO pQ-3+ Prol Areia;,, Silte ! !·Argila floc% Argila
Equiv livre ICaOAc) Simb em >2mm 2-0.05 0.05-0,002 <0,002
Dr Da mm mm mm %
% % H20I KCI1N mE/100g % % mE/100g

A1 0-20 1,2 86,4 4,1 7,5 4,3 43 0,54


2,55 1,58 3,4 1,55 3,8 3,8 3,90 1,14 1,9 0,03 c1 -50 1,3 85,4 4,5 10,1 5,4 46 0,44
2,53 1,52 5,3 0,89 4,2 4,0 4,98 0,49 0,8 0,02 c2 -90 1,5 85,0 4,4 10,6 8,2 23 0,41
2,55 1,51 5,4 0,95 4,6 4,2 3,76 0,49 0,8 0,01 c3 -130 3,2 78,9 7,8 13,3 2,1 84 0,58
2,52 1,55 4,7 0,87 4,7 4,2 2,86 0,25 0,4 0,01 c4 -160 3,8 81,3 6,2 12,5 1,4 89 0,49

PEDOLOGIAI247
Nos solos que apresentam horizonte B textura!, Identi-
Dens pH fica-se, com relativa facilidade, a presença de cerosidade,
Umid Fe2o3 Ac total c MO po-3+
principalmente junto às concreções lateríticas.
Equiv livre (CaOAc)
Dr I Da % % H20I KCI1N mE/100g % % mE/100g
Os dados analíticos de laboratório demonstram que, de um
2,60 1,55 4,7 0,64 4,1 3,8 4,58 1,36 2,3 0,04 modo geral, a soma de bases, a capacidade de troca cte
2,57 1,54 5,2 0,68 3,8 3,9 3,80 0,41 0,7 0,02 cátions e a saturação de bases trocáveis são baixas, devido
2,59 1,55 4,9 0,91 4,8 4,1 2,60 0,42 0,7 0,02 à limitada fertilidade natural.
2,59 1,44 5,3 0,91 4,8 4,1 2,16 0,22 0,4 0,02
2,61 1,50 5,0 0,66 4,9 4,1 1,62 0,10 0,2 0,02 Estes solos são encontrados em associação com outras
unidades pedogenéticas, destacando-se principalmente o
Complexo Sorti v o mE/100 g Latossolo Amarelo Distrófico textura argilosa e média, o
v 100AI+3 Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico textura média, o
Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico plíntico textura
ca+2 Al+3 T % AI+3+S
argilosa e o Podzólico Vermelho Amarelo textura argilosa.

0,10 0,25 0,04 0,05 0,44 4,06 0,52 5,02 8,76 54,2 São encontrados em relevo que varia desde o suave
0,08 0,16 0,03 0,04 0,31 3,38 0,42 4,11 7,54 57,5 ondulado até montanhoso, sob vegetação de Floresta
0,13 0,06 0,01 o 02 0,22 2,24 0,36 2,82 7,80 62,1 Densa, Aberta e contato entre Floresta Densa e Savana, e
0,08 0,03 o 01 0,03 0,15 1,98 0,18 2,31 6,49 54,5 são originados a partir da decomposição de rochas do
0,08 0,03 0,02 0,03 0,16 1,54 0,08 1,78 8,99 33,3 Pré-Cambriano e do Carbonífero e de sedimentos argilo-
. arenosos da Formação Barreiras, referida ao Terciário.
4.2 8 - Solos Concrecionários Lateríticos Indiscrimi-
nados Distróficos

Esta unidade é constituída de solos minerais, profundos 4.2.9 - Areias Quartzosas Hidromórficas Distróficas
ou medianamente profundos, geralmente bem a modera-
damente drenados, podendo apresentar horizonte B tex- São solos hidromórficos, areno-quartzosos, minerais,
tura! (argílico) ou B latossólico (óxico), diferenciando-se de pouco ou moderadamente profundos, geneticamente
outros solos pela acentuada quantidade de concreções pouco desenvolvidos, apresentando um horizonte A fraco
ferruginosas que possuem ao longo de todo o perfil. ou moderado. São ácidos a fortemente ácidos, mal dre-
nados e com teores de argila abaixo de 15%.
Estas concreções são formadas em condições especiais,
de onde resulta a perda de sílica e alumínio e, conse- A erosão destes solos é nula, uma vez que os mesmos se
qüentemente, concéntração de sesquióxidos de ferro. situam em relevo plano, sofrendo grande influência do
lençol freático, o que ocasiona a presença de cores cin-
Em outros solos, quando ocorrem estas concreções, estão zentas que indicam redução.
situadas isoladamente no perfil ou constituindo linhas
concrecionárias e, por vezes, em grandes concentrações Possuem seqüência de horizontes A e C, diferenciados em
formando bancada laterítica. A 11 , A 12 e Ct. Cz, C3 e C4 , respectivamente. A espessura de
A mais C varia entre 100 e 150cm.
Os Solos Concrecionários Lateríticos apresentam seqüên-
cia de horizontes Acn. Bcn e C, sendo os dois primeiros Convém salientar que as diferenciações morfológicas nos
geralmente subdivididos em A 1cn. A 3cn. B 1 cn. B 2cn e perfis destes solos são pequenas, o que dificulta sua
Blcn identificação.

O horizonte Acn tem espessura média de 25cm, encontra- O horizonte A, com espessura em média de 20cm, tem
se escurecido pela matéria orgânica e possui coloração, coloração variável, predominando o cinzento muito escuro,
em solo úmido, variando de bruno a bruno escuro, matiz no matiz 5Y, com valores e cromas baixos; apresenta
7.5YR, valores 4 e 5 e crema normalmente 4; a textura mais estrutura fraca, pequena a média, granular ou com aspecto
encontrada é da classe franco-argilo arenosa, podendo de maciça porosa constituída por grãos simples; a consis-
também ser argilosa; a estrutura é fraca a moderada, tência, quando seco, é macio, solto, quando úmido e não
pequena e média, granular; a consistência úmida é friável plástico e não pegajoso, quando molhado.
ou firme e, quando molhada, varia de ligeiramente plástico
a plástico e de ligeiramente pegajoso a pegajoso; a tran- O horizonte C possui espessura que varia de 70 a 120cm,
sição para o horizonte B é geralmente plana e gradual. coloração também variável, com predominância de ama-
relo claro acinzentado, bruno ou bruno acinzentado claro,
O horizonte Bcn possui espessura média de 65cm; a apresentando, nas partes inferiores, mosqueados normal-
coloração varia de amarelo avermelhado a vermelho ama- mente bruno amarelados; a estrutura se apresenta com
relado, com matizes 7.5YR e 5YR, valor 6 e cromas 6 e 8; a aspecto de maciça porosa; a consistência é solto, para
textura geralmente é da classe argilosa; a estrutura é fraca solo seco e úmido, e não plástico e não pegajoso, para
ou moderada, pequena e média, blocos subangulares; a solo molhado.
consistência úmida é friável ou firme e, quando o solo está
molhado, é plástico e pegajoso. No que concerne às propriedades físicas e químicas destes
solos, serão apenas comentadas, de modo muito geral, e
Nestes solos, por vezes, é muito difícil a caracterização baseadas em dados existentes em áreas similares ante-
da estrutura, como conseqüência da elevada concentração riormente estudadas, uma vez que, dada a insignificante
de concreções. expressão cartográfica destes solos na área levantada e o

248/ PEDOLOGIA
seu pouco interesse agrícola, não se obteve amostragem tos argilo-siltosos referidos ao Holoceno (Quaternário).
para caracterizá-los melhor em laboratório. Contudo, sabe- Encontram-se associados ao Gley Pouco Húmico Eutró-
se que são solos de fertilidade natural muito baixa. A satu- fico e Solos Aluviais Eutróficos.
ração de bases (V%), a soma de bases permutáveis (S) e a
capacidade de permuta de cátions (T) são baixos, decres- Ocupam áreas com relevo plano e são encontrados geral-
cendo com a profundidade, sendo, conseqüentemente, de mente sob vegetação de contato de Formações Pioneiras
pouco valor agrícola. com Floresta Densa, acompanhando as várzeas do rio
Amazonas e do rio Madeira.
Estão associados às Areias Quartzosas Distróficas e à
Laterita Hidromórfica Distrófica textura indiscriminada,
constituindo pequenas manchas isoladas, e se desenvol- 4.2.11 - Gley Pouco Húmico Eutrófico e Distrófico
vem a partir de sedimentos arenosos referidos ao Quater-
nário, sob vegetação de Formações Pioneiras, em relevo São solos pouco desenvolvidos, que sofrem ação do lençol
plano, ou de sedimentos arenosos inconsolidados, sob freático próximo à superfície, ou na superfície, em alguma
forma de cobertura, provenientes de rochas do Compl~xo época do ano, quando este aflora. Têm horizontes super-
Guianense- Pré-Cambriano, sob vegetação de contato de ficiais orgânico-minerais, de espessura variável, onde a
Floresta Densa com Savana, em relevo plano. matéria orgânica pode estar total ou parcialmente decom-
posta, constituindo um horizonte A moderado que corres-
pende ao "epipedon" ócrico da classificação americana.
4.2.10 - Gley Húmico Eutrófico
São solos não muito profundos, localizados em relevo
Esta classe é constituída de solos pouco desenvolvidos e plano, pouco permeáveis, imperfeitamente a mal drena-
que, devido à intensa ação da água, apresentam perfis com dos, com textura variável. A alternância de períodos com
horizontes fortemente gleyzados. A influência da água saturação de umidade e períodos onde é possível a aeração
nestes solos está normalmente condicionada pelo relevo. das camadas do solo faz com que, além da gleyzação
Quando associados a outras unidades, sempre se situam causada pela redução do ferro livre, ocorram também
nas cotas mais baixas dos terrenos. Esta situação, aliada mosqueados de coloração avermelhada, indicando oxi-
às características físicas do solo que induzem a má dre- dação.
nagem, faz com que, durante algum período do ano, os
perfis estejam saturados com água. Assim, além da gley- Estes solos variam de fortemente ácidos a moderadamente
zação, os horizontes podem apresentar mosqueamentos ácidos, apresentando saturação com alumínio com valores
em conseqüência do ferro livre sofrer, alternadamente, muito variáveis, mas que, no entanto, não representam
reduções e oxidações. O ferro trivalente, em condições de risco de toxidez aos vegetais, em razão do valor V% ser
hidromorfismo, é reduzido, dando coloração acinzentada; superior a 50, no caso dos eutróficos.
quando cessa a saturação hídric.a, permitindo introdução
de ar nas camadas do solo, toma lugar o processo de oxi- Nesta área, quando apresentam caráter eutrófico, apare-
dação do ferro, principalmente às proximidades das raízes, cem associados ao Gley Húmico Eutrófico, a Solos Alu-
fendas e poros, onde a aeração é mais fácil. O ferro assim viais Eutróficos, à Lateríta Hidromórfica Distrófica e ao
oxidado provoca o aparecimento de mosqueados de Podzólico Vermelho Amarelo plíntico, ocorrendo, carac-
coloração avermelhada. A erosão, pela situação e caracte- teristicamente, às margens do rio Amazonas e de seus
rísticas físicas do solo, apresenta-se geralmente nula. afluentes de água barrenta. Quando de caráter distrófico,
associam-se ao Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico
São solos medianamente profundos, apresentando se- plíntico, Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico e Areias
qüência de horizontes A e Cg. com saturação de bases Quartzosas Distróficas.
(V%) sempre superior a 50.
Estão correlacionados, tentativamente, aos grandes gru-
O horizonte A, que pode ou não estar subdividido em A 11 e pos dos Eutropepts e Dystropepts, da atual classificação
A12, apresenta-se como chernozêmico ou proeminente, americana de solos.
principalmente, e corresponde, na classificação ameri-
cana, ao"epipedon"mólico e úmbrico, respectivamente. O Estes solos ocupam áreas de relevo plano, apresentando-
"epipedon" mólico é um horizonte diagnóstico superficial se revestidos por vegetação de contato de Formações
formado pela decomposição de resíduos orgânicos na Pioneiras com Floresta Densa ou por Floresta Densa, e são
presença de cátions bivalentes, principalmente ca••. A originados de sedimentos argilo-siltosos referidos ao
espessura é superior a 25cm, com cromas, para cores Quaternário recente.
úm!d~s, inferiores a 4 e valores menores que 3,5; estrutura
s~f1c1entemente desenvolvida, permitindo qu~ o horizonte
Caracterização Morfológica e Analítica da Unidade.
nao seja nem maciço nem duro ou muito duro quando
s~c?; possui menos de 250ppm de P205 solúvel em ácido
PERFIL N. 0 48
c1tnco a 1% e pelo menos 1% de matéria orgânica.
Classificação - GLEY POUCO HÜMICO EUTRÓFICO A
O "epipedon" úmbrico, já descrito anteriormente, é espes- moderado textura média. EUTROPEPT.
so, escuro e aparentemente semelhante ao mólico mas
diferencia-se deste especialmente pela saturação de bases
(V%), que é inferior a 50% (pelo NH 4 0Ac). Localização - A 15 km da confluência do rio Madeira
com o rio Amazonas, a 200m da margem direita. Município
Estes solos, de textura que varia de argilosa a média, com de Nova Olinda do Norte - Estado do Amazonas. Folha
elevados teores de silte, desenvolvem-se sobre sedimen- SA.21-Y-C.

PEDOLOGIA/249
Situação, declividade e erosão - Perfil coletado com PERFIL N. 0 59
trado de caneco, em terraço aluvial, com declividade nula e
erosão nula. Classificação - GLEY POUCO HÚMICO EUTRÓFICO A
moderado textura média TROPAQUEPT.
Material originário - Sedimentos argilo-siltoso referidos
ao Quaternário. Localização - Aproximadamente a 02°24'8 e 54°01 'W.
Município de Prainha- Estado do Pará. Folha SA.21-Z-B
Relevo - Plano.

Drenagem - Mal drenado. Situação, declividade e erosão- Perfil coleta;~~o com trado
de caneco, no contato da várzea do rio AmÇi.Zonas com a
Cobertura vegetal - Formações Pioneiras. terra firme, com declividade de 1% e erosão nula.

Material originário - Sedimentos argilo-siltosos referidos


A1 0-20cm; bruno acinzentado (10YR 512); mosqueado ao Quaternário.
abundante médio e proeminente vermelho (2.5YR 416);
franco-siltoso; fraca pequena granular e média blocos Relevo - Plano.
subangulares; muito plástico e pegajoso; transição
gradual. Drenagem - Mal drenado

C, 20-50cm; bruno escuro (10YR 413); mosqueado pouco Cobertura vegetal - Contato Formações Pioneiras com
pequeno e proeminente bruno avermelhado escuro Floresta Densa.
(5YR 314), franco-siltoso, moderada média blocos
subangulares; muito plástico e pegajoso; transição 0-20cm· cinzento (10YR 5/1), franco-siltoso; fraca pe-
gradual. quena granular; friável, plástico e pegajoso, transição
gradual
C2 50-90cm; bruno (10YR 413); mosqueado comum pe-
queno e proeminente bruno averr1elhado escuro (5YR 20-45cm; cinzento (10YR 511); mosqueado pouco pe-
418), franco-siltoso; maciça pouco porosa, muito queno e proeminente bruno forte (7.5YR 518) e pouco
plástico e pegajoso; transição clara pequeno e proeminente vermelho (2.5YR 418); franco-
-siltoso; maciça; plástico e pegajoso; transição abrup-
C3 g 90cm·, cinzento (10YR 511) ta.

OBS A consistência e a estrutura foram prejudicadas 45-80cm; cinzento (10YR 611); mosqueado pouco pe-
pelo excesso de umidade queno e proeminente bruno forte (7.5YR 518) e pouco
muito grande e proeminente vermelho (2.5YR 4/6);
franco-argiloso; maciça; plástico e pegajoso; transi-
Análises Fisicas e Ouimicas Lab : CES (7 412-7 414) ção difusa.
Comp Granulométriea% C 3 g 80-11 Ocm; cinzento claro (1 OYR 711 ); mosqueado pou-
Horizonte Esqueleto Argila
(I f saI Grau de Silte co pequeno e proeminente bruno amarelado (10YR
%
Areia;,, Silte , !·Argila
natural -- 518), comum médio e proeminente amarelo averme-
\Prof floe % Argila
Simb1 em >2mm 2-0 05 0,05-0,002 <0,002 lhado (7.5YR 618), comum médio e proeminente bruno
mm mm mm % forte (7.5YR 516); franco-argiloso; maciça; plástico e
pegajoso; transição difusa.
2,4 77,9 19,7 9,6 51 3,95
1,6 81,8 16,6 9,6 42 4,92 C4 g 11 0-150cm; cinzento claro (1 OYR 711 ); mosqueado
1,8 79,4 18,8 10,2 46 4,22 comum muito grande e proeminente bruno forte
(7.5YR 516) e comum médio e proeminente amarelo
Dens pH avermelhado (7.5YR 616); franco-argiloso; maciça;
Umid Fe2 o 3 Ac total c MO po-3+ plástico e pegajoso.
Dr I Da
Equiv
%
livre
%
(CaOAel
H 2ol KCI1N mE/100g % % mE/100g

2,71 1,08 31,2 3,31 4,5 3,9 Analises Fisicas e Ouimicas Lab: CES (J 412-7 414)
4,60 0,88 1,5 0,27
2,75 1,14 27,2 3,09 5,3 4,3 3,30 0.56 0,9 0,32
2,61 1,10 28,5 3,39 5,1 4,1 3,40 0,56 Comp Granulométriea% Argila
0,9 0,22 Horizonte Esqueleto
(t f s a 1 Grau de Silte

Complexo Sorti v o mE/100g


%
Areia I
Silte , Argila natural
floe % Argila
--
\Prof
v 100AI+3 Simb1 em >2mm 2-0,05 0,05-0,002 <0,002
%
mm mm mm
T % AI+ 3 + S

A1g 0-20 24,1 71,2 4,7 2,4 49 15,14


C1g -45 1,1 25,3 64,5 10,2 4,1 60 6,32
C2g -80 0,3 21,1 46,1 32,8 1,4 96 1,40
5,60 2,68 0,34 O, 11 8,93 4,22 0,38 13,53 66,00 4,1
-110 0,1 28,6 40,4 31 ,O 1,3 96 1 30
5,60 3,04 0,13 O, 14 8,91 3,20 O, 1O 12,21 72,97 1,1 C3g
-150 0,1 29,1 42,2 28,7 3,9 86 1,47
5,52 2,99 0,14 0,16 8,81 3,14 0,26 12,21 72,15 2,9 C4g

2501 PEDOLOGIA
Dens pH
solo úmido e molhado é, respectivamente, firme, pegajoso
a muito pegajoso e muito plástico.
I
Umid Fe2 o 3 Ac total c MO po-3+
Equiv livre (CaOAc)
Dr Da % % H2 ol KCI1N mE/100g % % mE/100g O horizonte C, gleyzado; normalmente possui cores que se
aproximam do neutro.
2,53 1,23 10,08 0,08 3,7 3,5 4,96 1,36 2,3 0,08
2,63 1,25 10,00 0,66 4,0 3,7 4,00 0,64 1,1 0,02 Na classificação americana de solos, correspondem ao
2,56 1,40 19,03 2,28 4,9 3,5 7,04 0,28 0,5 0,01 grande grupo dos Plinthaquults.
2,54 1,34 23,40 1,90 5,2 3,7 3,62 0,12 0,2 0,01
2,53 1,31 27,10 2,11 5,6 4,2 2,10 0,04 0,1 0,01 Estão associados a Gley Pouco Húmico Eutrófico textura
argilosa, Podzóllco Vermelho Amarelo plíntico textura
argilosa e média, Podzólico Vermelho Amarelo textura
Complexo Sorti v o mE/100g
v 100AI+3 argilosa, Latossolo Amarelo Distrófico plíntico textura
média, Latossolo Amarelo Distrófico textura média, Latos-
ca+2 Al+3 T % Al+3+ S solo Vermelho Amarelo Distrófico textura média, Latos-
solo Vermelho Amarelo Distrófico plíntico textura argilosa
e média, Areias Quartzosas Hidromórficas Distróficas e
0,48 0,54 0,09 0,07 1,18 4,06 0,90 6,14 19,21 43,3 Solos Concrecionários Lateríticos Indiscriminados Distró-
0,21 0,80 0,04 0,05 1,10 2,78 1,22 4,90 22,45 52,6 ficos textura indiscriminada.
0,16 2,45 0,14 0,17 2,92 1,80 5,24 9,96 29,32 64,2
0,70 10,50 0,13 0,32 11,65 2,46 1,16 15,27 76,29 9,0
0,40 14,80 0,18 0,40 15,78 1,86 0,24 17,66 88,25 1,5
Ocupam áreas de relevo plano e suave ondulado, com
cobertura de Floresta Densa ou contato Floresta Densa
com Savana, e são formados a partir de sedimentos
argilosos do Quaternário e do Terciár.io.
4 2.12 - Laterita Hidromórfica Distrófica
Caracterização Morfológica e Analítica da Unidade.
Compõem esta classe solos minerais, fortemente intempe-
rizados, moderada a imperfeitamente drenados, de textura PERFIL N. o 45
argilosa a muito argilosa, que apresentam, próximo à
superfície, material rico em ferro, pobre em húmus, que Classificação- LATERITA HIDROMORFICA DISTROFICA
comumente ocorre como mosqueados cinzento claros, em A moderado textura muito argilosa. PLINTHAQUUL T
matriz avermelhada, denominado de plintita que, inicial-
mente, tem consistência branda, devido a continuados Localização- BR-319, km 30 no trecho Careiro-Manaus
períodos de saturação com água, mas que permitem um Município de Careiro - Estado do Amazonas. Folha
endurecimento irreversível (plintita dura; "ironstone"; con- SA.21-Y-C.
creções ferruginosas) quando em exposição.
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
Ocorrem em relevo plano e suave ondulado, onde a nature- de caneco, em local praticamente plano e erosão nula a
za do material originário e a presença de um substrato laminar ligeira.
lentamente permeável conferem ao solo drenagem insufi-
ciente, com o lençol freático próximo à superfície ou Material originário- Sedimentos argilosos do Terciário-
mesmo aflorando. Com isso a zona de aeração existente é Formação Barreiras.
bastante estreita, o que restringe a atividade das raízes e a
fauna do solo. A erosão normalmente é nula ou laminar Relevo - Plano.
ligeira, quando a textura do horizonte A apresenta-se bem
mais grosseira que a do B. Drenagem - Moderadamente drenado.

Estes solos apresentam seqOência de horizontes A 2, A 1 ou Cobertura vegetal - Floresta Densa.


A3, B1pl. BzP.I• B 3P.J e Cg, com profundidade acima de
150cm, transição clara ou gradual e em geral plana. Ap 0-10cm; bruno amarelado escuro (10YR 3/4); franco-
-siltoso; fraca a moderada pequena e média blocos
O horizonte A moderado ("epipedon" ócrico), com espes- subangulares; friável, ligeiramente plástico e ligeira-
s~ra variável, tem cores no matiz 10YR; textura franco- mente pegajoso; transição clara.
·SIItosa; estrutura fraca a moderada, pequena a média,
~locos subangulares; consistência firme, quando úmido, e A3 10-30cm; bruno amarelado (10YR 5/6); mosqueado
ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, quando comum médio e distinto vermelho (2.5YR 518) e
molhado. A presença de um horizonte A2 está na depen- comum médio e distinto cinzento claro (5Yj 611);
dência da maior ou menor intensidade do processo de franco-siltoso; moderada pequena e média blocos
podzolização atuante no solo. subangulares; firme, ligeiramente plástico e ligeira-
mente pegàjoso; transição clara.
O horizonte B plíntico apresenta muitas das características
do ~orizont~ B textura! ou argílic'!, cujas principais feições 8 1 30-45cm; vermelho (2.5YR 418); mosqueado comum
estao_ descntas na unidade Podzólico Vermelho Amarelo. médio e distinto cinzento claro (5Y 6/1 ); franco-argllo-
Su~ espessura está em torno de 100cm; tem coloração siltoso; forte pequena e média blocos subangulares;
vanegada com matiz 2.5YR, SY e 10R; a textura é de firme, plástico e pegajoso; transição gradual.
franco-argilo siltosa a argila pesada; a estrutura mais
freqoe_nte é em blocos subangulares, de tamanho pequeno 8 21 pl 45-60cm; coloração variegada, composta de verme-
a médio e em grau moderado a forte. A consistência para lho (2.5YR 418) e cinzento claro (SY 6/1 ); argUa silto-

PEDOLOGJAI251
sa, moderada a forte pequena e média blocos suban- O horizonte A 1 , pouco espesso, apresenta cores escuras;
gulares; firme, plástico e pegajoso; transição clara. textura arenosa; estrutura em grãos simples não coerentes
e consistência solto, para solo seco e úmido, e não
8 22 pl 60-90cm +; coloração variegada, composta de ver- plástico e não pegajoso, para solo molhado. O horizonte
melho (1 OR 5/8) e cinzento claro (5Y 7/1 ); argila pesa- A 2 , de maxima eluviação, corresponde ao horizonte álbico
da; moderada a forte pequena e média blocos suban- da classificação americana e é bastante espesso, apresen-
gulares; firme, muito plástico e muito pegajoso. tando coloração muito clara que ás vezes chega ao branco;
a textura também é arenosa; a estrutura é maciça não
Análises Físicas e Químicas Lab : CES í!453-7 457) coerente, desfazendo-se em grãos simples, e a consistên-
cia para solo seco e úmido é solto e, quando molhado, é
Comp Granulométrica% não plástico e não pegajoso.

l
Horizonte Esqueleto Argila
(t f s a) Grau de Silte

Pro f
%
Areia;,, Silte Argila
natural
floc % Argila
-- O horizonte B iluvial, com espessura variável, apresenta
Simb em >2mm 2-0 05 0,05-0,002 <0,002
colorações escuras ou brunadas, respectivamente para o
mm mm mm % Bh e Bir; a textura á comumente areia franca, onde a fração
areia grossa é dominante; a estrutura é maciça e ligeira a
Ap 0,10 0,1 13,6 68,6 17,8 5,8 67 3,85 moderadamente cimentada. Quando seco, a consistência
A3 -30 0,8 9,8 66,7 23,5 10,1 57 2,83 varia de ligeiramente duro a extremamente duro, quando
81 -45 1,2 6,5 55,8 37,7 0,9 98 1,48
0,8 4,4 46,0
úmido, de friável a firme, e não plástico e não pegajoso,
821 p1-60 49,6 0,8 98 0,92
B22p1-90 0,1 2,8 28,3 68,9
quando molhado.
0,7 99 0,41

Estes solos possuem muito baixa saturação de bases


Dens pH (valor V%) e baixas soma de bases (S) e capacidade de
Umid Fe203 Ac total c MO po-3+
troca de cátions (T).
~~
Equiv livre (CaOAc)
% % H 2o/ KCI1N mE/100g % % mE/100g
Estão associados, em caráter de subdominância, ás Areias
Quartzosas Distróficas e ao Latossolo Amarelo Distrófico
2,44 1,12 27,4 1,34 4,1 3,9 9,10 4,00 6,9 0,05 textura média, ocorrendo em relevo plano, sob vegetação
2,53 1,29 23,7 2,34 3,7 3,5 7,90 0,94 1,6 0,02 de Formações Pioneiras e de Floresta Densa, e são deriva-
2,51 1,31 26,8 3,82 4,1 3,5 8,70 0,60 1 ,O 0,02 dos de sedimentos arenosos referidos ao Terciário e ao
2,55 1,17 34,3 5,63 4,3 3,6 9,30 0,48 0,8 0,02
2.44 1,16 5,06 4.4 3,4 0,32
Quaternário.
39,1 15,80 0,5 0,02

Complexo Sorti v o mE/100g


v 100AI+3 4.2.14 - Solos Aluviais Eutróficos
ca+2 T % Al+3+ S Trata-se de solos com predominância de minerais primá-
rios facilmente decomponíveis, os quais constituem boas
fontes de nutrientes para as plantas, e que apresentam
4,40 1,01 0,23 0,06 5,70 8,28 0,82 14,80 38,51 12,6 fertilidade natural de média a alta, advindo daí sua grande
0,10 0,33 0,10 0,03 0,56 4,62 3,28 8,46 6,61 85,4 potencialidade agrícola.
0,05 0,29 0,04 0,03 0,41 3,52 5,18 9,11 4,50 92,7
0,02 0,30 0,06 0,03 0,41 2,92 6,38 9,71 4,22 93,9
0,03 0,42 0,09 0.04 0,58 3,12 12,68 16,38 3,54 95,6
São solos jovens, de formação recente, oriundos de depo-
sições de materiais sólidos que são arrastados pelos rios
de água barrenta e que, nos períodos de intensa pluviosi-
dade, recobrem as várzeas e baixadas do rio Amazonas e
seus afluentes.
4.2.13 - Podzol Hidromórfico
Apresentam textura que varia de franco-arenoso a franco-
São solos hidromórficos que apresentam horizonte B -siltoso e estrutura fracamente desenvolvida na camada
podzol, que equivale ao horizonte espódico da classifica- superficial, mostrando a formação de um horizonte A.
ção americana. Este horizonte caracteriza-se por apresen-
tar acumulação iluvial de carbono orgânico ou de sesquió- Estes solos possuem difícil diferenciação entre os horizon-
xidos livres, principalmente de ferro, ou ambos, não tes, que usualmente se constituem em camadas estratifi-
acompanhada de quantidade aproximadamente equivalen- cadas sobrepostas, as quais não guardam entre si relações
te de argila cristalina iluvial. É um horizonte onde se pedogenéticas e estão intimamente ligadas ao tipo de
precipitaram materiais ativos, amorfos, compostos de sedimentos depositados.
matéria orgânica e alumínio com ou sem ferro, ocorrendo
sempre abaixo de 12,5cm da superfície. Os grãos de areia A camada superficial ou horizonte A possui espessura em
estão revestidos com peliculas de material cimentante. torno de 20cm, cor bruno amarelado escuro no matiz 10YR,
com valores 3 e 4 e croma 4, para solo úmido. Seguem-se a·
São solos minerais, muito arenosos, onde a formação de este horizonte camadas estratificadas de composição e
um pan arenoso ("humus pan" ou "iron pan") implica na granulometria diferentes e sem disposição diferencial.
lenta permeabilidade do horizonte de acumulação, decor-
rendo disto as condições de má drenagem, embora tenham São solos pouco profundos ou profundos, moderada a
permeabilidade rápida no horizonte A. Normalmente os imperfeitamente drenados e sem problemas de erosão, em
perfis apresentam seqOência de horizontes A 1 , A 2 , Bh e Bir conseqOência de sua topografia plana. Possuem pH mode-
ou Bhir· radamente ácidos, médio a alto teor de fósforo assimilável,

252PEDOLOGIA
alta soma de bases trocáveis (S) e elevada saturação de
bases (V%). v
ca+2 T %
Correspondem, tentativamente, ao grande grupo dos Ha-
plaquents, da classificação americana de solos.
16,80 1,70 0,31 0,10 18,91 3,59 0,00 22,50 84
Ocorrem associados ao Gley Pouco Húmico Eutrófico e 5,18 1,26 0,16 0,05 6,65 5,57 0,00 12,22 54
Gley Húmico Eutrófico, de textura variada, sob vegetação
de contato Formações Pioneiras com Floresta Densa, em
relevo plano, e são formados por sedimentos areno-silto-
sos referidos ao Holoceno, Quaternário. PERFIL N°. 55

Caracterização Morfológica e Analitica da Unidade. Classificação - SOLO ALUVIAL EUTRÓFICO A proemi-


NENTE textura médiaHAPLAQUENT.

PERFIL N°. 34 Localização - Rio Amazonas, no trecho compreendido


entre óbidos e Alenquer. Município de Óbidos - Estado
Classificação - SOLO ALUVIAL EUTRÓFICO A chernozê- do Pará. Folha SA.21-Z-B.
mico textura média. HAPLAQUENT.
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
Localização - Ilha Amador, rio Amazonas. Município de holandês, em terraço aluvial, com declividade de O a 2% e
Óbidos- Estado do Pará. Folha SA.21-X-D. erosão praticamente nula.

Situação, declividade e erosão - Perfil coletado com trado Material originário- Sedimentqs argilo-siltosos referidos
holandês, em terraço aluvial, com declividade de O a 2% e ao Quaternário.
erosão praticamente nula.
Relevo - Plano.
Material originário - Sedimentos areno-siltosos referidos
ao Quaternário. Drenagem - Imperfeitamente drenado.

Relevo - Plano. Cobertura vegetal - Contato Formações Pioneiras com


Floresta Densa.
Drenagem - Imperfeitamente drenado.
A 0-20cm; cinzento (1 OYR 511 ); franco-siltoso; fraca
Cobertura vegetal - Formações Pioneiras. pequena e média blocos subangulares; firme, plástico
e pegajoso.
A 0-20cm; cinzento muito escuro (10YR 311); franco-
-siltoso; fraca pequena granular; muito friável, plásti- C 40-60cm; cinzento (1 OYR 5/1 ); franco-siltoso; fraca
co e ligeiramente pegajoso. pequena e média blocos subangulares; firme, plástico
e pegajoso.
IIC 40-60cm; cinzento escuro (10YR 411); franco-arenoso;
maciça; plástico e ligeiramente pegajoso.

Análises Físicas e Químicas

Hor.,zonte Amostra%seca ao ar
Lab : IPEAN (20 066-20 067)

Comp G ranu 1ometrica


• (t t s a) %
Análises Físicas e Químicas Lab : IPEAN (20 068-20 069)

Comp Granulométrica (t t s a) %

Argila
I
<0,002
Calhau ~:ascalho
mm
Simb jProt Areia 1Areia tina• I Silte 1 Argila
> 20 mm1 20- 2 mm grossa 0,2-0,05 0,0~0.0021 <0.002
] em 2-0,2 mm1 mm mm mm
o o X 18 64 18
A 0-20
o o 22 62 16
c 40-60 X
A 0-20 o o X 23 64 13 I
IIC 40-60 o o 59 36 4 Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % AI203
natural de tloc -- Ki Kr --
Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % % % Argila Si 0 2 \ Al2 03l Fe2 03 Fe203
Al203
natural detloc -- Ki Kr --
% % Argila Si 02 \ AI203\Fe203 Fe~3
3,55 19,47 7,65 4,77 4,44 3,18 2 51
14 22
3,87 15,63 8,42 4,97 3,16 2.29 2 65
9 44
10 23 4,92 13.70 8,42 5,36 2,77 1,97 2,46
2 50 9 00 8,39 5,87 3,77 2.43 1,72 2,44
pH(1:1) P205 100AI+3
pH(1:1) c N MO _ç_
P205 100AI+3 N
c N MO _ç_
H 2 oiKCI1N
% % % mg/100g Al+3+ S
% % % N Al+3+ S
H20 IKCI1N mg/100g

5,9 5,1 0,67 0,06 1,16 11 13,60 o 5,7 4,2 0,59 0,08 1 ,02 7 3,30 2
5,9 4,6 0,57 0,04 0,99 14 17,40 o 6,3 4,7 0,32 0,05 0,55 6 4,30 o

PEDOLOGIA/253
Complexo Sorti vo mE/100g 5 - LEGENDA
v
ca+2. T % Consiste da relação completa de todas as unidades pedo-
genéticas, isoladas ou agrupadas para constituírem as
unidades de mapeamento.
15,00 2,30 0,10 0,08 17,48 5,87 0,40 23,75 74
Devido ao caráter generalizado do levantamento, é raro a
15,60 4,61 0,09 0,22 20,52 5,57 0,00 26,09 79
existência de uma classe de solos ser cartografada separa-
damente, sendo mais freqüente a ocorrência de unidades
de mapeamento constituídas por associações de classes
de solos.
4.2.15 - Solos Litológicos Distróficos
Para evitar maior complexidade na composição das unida-
São solos minerais, pouco desenvolvidos, rasos, que des de mapeamento, foram considerados somente os três
apresentam um horizonte A sobrejacente diretamente so- grupos de solos de maior importância, embora sejam
bre a rocha matriz, ou sobre um horizonte C, ou ainda mencionadas, noutra parte deste relatório, referências
podem possuir um horizonte B incipiente. sobre solos com menor expressão na área, considerados
como inclusões.
O horizonte A possui espessura variando de 20 a 40cm,
geralmente fraco ou moderado, de coloração que varia de Em cada unidade de mapeamento constam os nomes dos
bruno acinzentado escuro a bruno amarelado escuro; tex- componentes, o caráter eutrófico ou distrófico, desde que
tura indiscriminada variando desde franco-arenosa até haja necessidade, além da textura, vegetação e relevo ou
argilosa; a estrutura mais comum é fraca a moderada, outro caráter específico do solo.
pequena e média, granular; a consistência do solo úmido é
friável a firme e, quando molhado, varia de ligeiramente Na unidade de mapeamento, é citado em primeiro lugar o
plástico a plástico e ligeiramente pegajoso a pegajoso. componente de maior importância do ponto de vista de
extensão, ou de melhores possibilidades para o uso agrí-
Os referidos solos possuem soma de bases, capacidade de cola, quando houver equivalência. Depois, figuram os
troca de cátions e saturação de bases baixas, como outros componentes, também sempre obedecendo ao cri-
conseqüência da fertilidade natural. tério de extensão e qualidade.

Estes solos encontram-se dispersos na área estudada e A simbologia que determina cada unidade de mapeamento
estão associados principalmente ao Latossolo Vermelho tem sua origem no primeiro componente da associação.
Amarelo Distrófico textura média a argilosa, ao Podzólico Partindo deste princípio, a associação que possuir o
Vermelho Amarelo textura argilosa, ao Podzólico Vermelho Latossolo Amarelo como primeiro componente terá LA
Amarelo cascalhento textura argilosa e a Afloramentos como símbolo.
Rochosos
A avaliação da área ocupada pelas unidades é determinada
São solos que ocupam áreas com relevo que varia do suave pelo padrão apresentado na imagem de radar, após
ondulado ao montanhoso, tendo como revestimento florís- correlação estabelecida no transcorrer dos trabalhos de
tico a Floresta Densa, Aberta ou mesmo a Savana, e são campo.

I
originados de materiais provE)nientes da decomposição de
variadas rochas referidas desde ao Carbonífero até ao A seguir vêm a legenda e composição das unidades de
Pré-Cambriano Inferior. mapeamento encontradas na área.

LEGENDA DE IDENTIFICAÇÃO DAS UNIDADES


DE MAPEAMENTO
LATOSSOLO AMARELO DJSTRÓFICO
LA, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura muito média Floresta Densa relevo plano e suave ondula-
argilosa Floresta Densa relevo plano. do.

LA2 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura muito LATOSSOLO AMARELO DJSTRÓFICO textura argi-
argilosa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFJCO losa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFJCO textura
textura argilosa Floresta Densa relevo plano a suave média Florestal Densa relevo suave ondulado e
ondulado. ondulado.

LA 3 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura muito LATOSSOLO AMARELO DJSTRÓFJCO textura argi-
argilosa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO losa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFJCO textura
textura argilosa Floresta Densa relev.o suave ondula- média Floresta Densa relevo ondulado.
do e ondulado.
LA 8 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi-
LA~ LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura muito losa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
argilosa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO média Floresta Densa relevo ondulado a forte ondu-
textura argilosa Floresta Densa relevo ondulado. lado.

LAs LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi- LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi-
losa e LATOSSOLO AMARELO DJSTRÓFICO textura losa e SOLOS CONCRECJONÁRIOS LATERITICOS

2541 PEDOLOGJA
INDISCRIMINADOS DISTRÓFICOS textura indiscri- LA24 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi-
minada Floresta Densa relevo suave ondulado e losa, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
ondulado. muito argilosa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓ-
FICO textura média Floresta Densa relevo ondulado
LA 1 o LATOSSQLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi- a forte ondulado.
losa e SOLOS CONCRECIONÁRIOS LATERITICOS LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi-
INDISCRIMINADOS DISTRÓFICOS textura indiscri- LA2s
losa, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
minada Floresta Densa relevo ondulado a forte média e PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textu-
ondulado. ra média Floresta Densa relevo suave ondulado.
LA 11 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura mé- LA2s LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi-
dia e AREIAS QUARTZOSAS DISTRÓFICAS Flores- losa LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
ta Densa relevo plano e suave ondulado. médÍa e SOLOS CONCRECIONÁRIOS LATERÍTI-
COS INDISCRIMINADOS DISTRÓFICOS textura
LAu LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO plíntico tex- indiscriminada. Floresta Densa relevo ondulado a
tura média e GLÉY POUCO HÚMICO DISTRÓFICO forte ondulado com áreas aplainadas.
textura argilosa Floresta Densa relevo plano.
LA21 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO t(:!xtum mé-
LA 13 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO plíntico tex- dia LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
tura média e LATE RITA HIDROMÓRFICA DISTRÓFI- argÍiosa e GLEY POUCO HÚMICO DISTRÓFICO
CA textura indiscriminada Floresta Densa relevo textura argilosa Floresta Densa relevo plano e
plano. suave ondulado.

LA2e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura mé-


LA 14 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura muito
dia, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
argilosa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO
argilosa e AREIAS QUARTZOSAS DISTRÓFICAS
textura argilosa Floresta Densa relevo plano com
Floresta Densa relevo plano e suave ondulado.
bordos dissecados.
LA20 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura mé-
LA, 5 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi- dia, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO Plíntico
losa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura textura argilosa e AREIAS QUARTZOSAS DISTRó-
muito argilosa Floresta Densa relevo suave ondula- FICAS contato Florestal Densa/ Savana relevo plano·
do. a suave ondulado.
LA,s LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi-
losa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura LA 30 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
média Floresta De~sa relevo suave ondulado. média, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO plín-
tico textura média e LATERITA HIDROMÓRFICA
LA 11 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura mé- DISTRÓFICA textura indiscriminada Floresta Densa
dia e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura relevo plano e suave ondulado.
argilosa Floresta Densa relevo suave ondulado.
LAJ, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
LAIB LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura mé- média, AREIAS QUARTZOSAS DISTRÓFICAS e
dia e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura PODZOL HIDROMÓRFICO Floresta Densa relevo
argilosa Floresta Densa relevo suave ondulado e plano e suave ondulado.
ondulado.
LA 32 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura muito
LA 19 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura mé- argilosa, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO tex-
dia e PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura tura argilosa e PODZÓLICO VERMELHO AMARELO
média Floresta Densa relevo suave ondulado. concrecionário textura argilosa Floresta Aberta re-
levo suave ondulado.
LA2o LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura mé-
dia e AREIAS QUATZOSAS DISTRÓFICAS Floresta LA 33 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
Densa relevo suave ondulado. muito argilosa, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓ-
LA 21 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi- FICO textura argilosa e PODZÓLICO VERMELHO
AMARELO textura argilosa Floresta Densa relevo
losa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura ondulado e forte ondulado.
muito argilosa Floresta Densa relevo ondulado a
forte ondulado. LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
LA34
média, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO tex-
LA22 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura mé- tura argilosa e SOLOS CONCRECIONÁRIOS LATE-
dia e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura RITICOS INDISCRIMINADOS DISTRÓFICOS textura
argilosa Floresta Densa relevo plano e suave ondula- indiscriminada Floresta Densa relevo plano a suave
do.
ondulado. ·
LA23 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi-
LAJs LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
losa, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura média, PODZÓLICO VERMELHO AMARELO DIS-
muito argilosa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓ- TRÓFICO plíntico textura média e AREIAS QUART-
FICO textura média Floresta Densa relevo suave ZOSAS DISTRÓFICAS Floresta Densa relevo plano
ondulado e ondulado. e suave ondulado.

PEDOLOGIA/255
LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO

LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO LV 13 LATOSSOLÓ VERMELHO AMARELO DISTROFICO


textura argilosa e PODZOLICO VERMELHO AMA- textura média, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO
RELO textura argilosa Floresta Densa relevo ondu- DISTROFICO textura argilosa e AREIAS QUART-
lado. ZOSAS DISTROFICAS Floresta Densa relevo suave
ondulado.
LV 2 LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO
textura argilosa e PODZOLICO VERMELHO AMA- LV 14 LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO
RELO textura argilosa Floresta Densa relevo ondu- textura média, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO
lado a forte ondulado. DISTROFICO plíntico textura argilosa e AREIAS
QUARTZOSAS DISTROFICAS contato Floresta
LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO Densa/Savana relevo plano e suave ondulado.
textura média e AREIAS QUARTZOSAS DISTAO-
FICAS Floresta Densa relevo suaite ondulado a LV 15 LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO
ondulado. textura média, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO
DISTROFICO textura argilosa e SOLOS LITOLICOS
DISTROFICOS textura indiscriminada Floresta Den-
LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO
sa relevo ondulado e forte ondulado
plíntico textura média e GLEY POUCO HÚMICO
DISTROFICO textura indiscriminada Floresta Densa
relevo plano a suave ondulado LV 16 LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO
textura argilosa, LATOSSOLO VERMELHO ESCURO
LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO DISTROFICO textura argilosa e SOLOS LITOLICOS
DISTROFICOS textura indiscriminada Floresta Den-
textura argilosa e LATOSSOLO VERMELHO AMA-
RELO DISTROFICO textura muito argilosa Floresta sa relevo ondulado e forte ondulado.
Densa relevo forte ondulado
LV 17 LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO
LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO textura argilosa, PODZOLICO VERMELHO AMA-
textura média e AREIAS QUARTZOSAS DISTAO- RELO concrecionário textura argilosa e SOLOS
FICAS Floresta Densa relevo plano e suave ondu- LITOLICOS DISTROFICOS textura indiscriminada
lado Floresta Densa relevo ondulado e forte ondulado

LV, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO LV 18 LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO


plintico textura média e LATOSSOLO VERMELHO textura argilosa, PODZOLICO VERMELHO AMA-
AMARELO DISTROFICO textura argilosa Floresta RELO textura argilosa e SOLOS LITOLICOS DIS-
Densa e Aberta relevo suave ondulado TROFICOS textura indiscriminada Floresta Densa
relevo forte ondulado
LV, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO
plintico textura argilosa e LATERITA HIDROMOR- LV 19 LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO
FICA DISTROFICA textura indiscriminada Floresta textura média, PODZOLICO VERMELHO AMARELO

I LV,
Densa e Aberta relevo plano e suave ondulado

LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO


textura muito argilosa e LATOSSOLO VERMELHO
AMARELO DISTROFICO textura argilosa Floresta LV 20
textura média e SOLOS CONCRECIONÁRIOS LA-
TERÍTICOS INDISCRIMINADOS DISTROFICOS tex-
tura indiscriminada Floresta Densa relevo ondulado

LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO


textura argilosa, LATOSSOLO VERMELHO AMA-
Densa relevo ondulado com topos aplainados
RELO DISTROFICO textura média e SOLOS LITO-
LV,o LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO LICOS DISTROFICOS textura indiscriminada Flo-
textura argilosa e LATOSSOLO VERMELHO AMA- resta Densa relevo suave ondulado e ondulado
RELO DISTROFICO concrecionário textura argilosa (com escarpas)
Floresta Densa relevo forte ondulado.

LV" LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO LV 21 LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO


textura argilosa, LATOSSOLO VERMELHO AMA- plintico textura argilosa, LATERITA HIDROMOR-
RELO DISTROFICO textura muito argilosa e LA- FICA DISTROFICA textura indiscriminada e SOLOS
TOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO CONCRECIONÁRIOS LATERÍTICOS INDISCRIMI-
textura média Floresta Densa relevo plano e suave NADOS DISTROFICOS textura indiscriminada con-
ondulado. tato Floresta Densa/ Savana relevo suave ondulado e
ondulado.

LV12 LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO LV 22 LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO


textura argilosa, LATOSSOLO VERMELHO AMA- textura muito argilosa, LATOSSOLO VERMELHO
RELO DISTROFICO textura muito argilosa e POD- AMARELO DISTROFICO textura argilosa e SOLOS
ZOLICO VERMELHO AMARELO textura muito argi- CON~RECIONÁRIOS LATERÍTICOS INDISCRIMI-
losa Floresta Densa relevo ondulado e forte ondu- NADOS DISTROFICOS textura indiscriminada Flo-
lado. · resta Densa relevo ondulado com topos aplainados.

256/ PEDOLOGIA
LV 23 LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO indiscriminada Floresta Densa relevo suave ondu-
textura média, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO lado (com escarpas).
DISTRÓFICO plíntico textura média e LATERITA
HIDROMÓRFICA DISTRÓFICA textura indiscrimi- LVzs LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO
nada Floresta Densa relevo plano e suave ondulado. textura média, SOLOS CONCRECIONÁRIOS LATE-
RÍTICOS INDISCRIMINADOS DISTRÓFICOS textura
LV 24 LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO indiscriminada e SOLOS LITÓLICOS DISTRÓFICOS
textura média, AREIAS QUARTZOSAS DISTRÓ- textura indiscriminada Floresta Aberta e Densa rele-
FICAS e SOLOS LITÓLICOS DISTRófiCOS textura vo forte ondulado e montanhoso.

PODZÓLICO VERMELHO AMARELO

PB 1 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO cascalhento PB 11 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi-


textura argilosa e PODZÓLICO VERMELHO AMA- losa, PODZóLICO VERMELHO AMARELO plintico
RELO textura argilosa Floresta Densa relevo suave textura média e LATOSSOLO VERMELHO AMA-
ondulado e ondulado. RELO DISTRÓFICO textura argilosa Floresta Densa
relevo suave ondulado.
PB 2 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi-
losa e LATOSSOLO VERMELHO AMARELO OIS- PB 12 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi-
TRÓFICO textura argilosa Floresta Densa relevo losa, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓ-
suave ondulado a ondulado. FICO textura argilosa e TERRA ROXA ESTRUTU-
RADA EUTRÓFICA textura argilosa Floresta Densa
PB 3 PODZÓLICOVERMELHOAMARELO textura argilosa relevo ondulado.
e LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓ"
FICO textura argilosa Floresta Densa relevo ondu-
lado. PB 13 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi-
losa, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓ-
PB 4 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi- FICO textura argilosa e SOLOS CONCRECIONÁ-
losa e LATOSSOLO VERMELHO AMARELO OIS- RIOS LATERÍTICOS INDISCRIMINADOS DISTRÓ-
TRÓFICO textura argilosa Floresta Densa relevo FIGOS textura indiscriminada Floresta Densa relevo
suave ondulado e ondulado. ondulado.

PB 5 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi- PB 14 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi-
losa e LATOSSOLO VERMELHO AMARELO OIS- losa, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓ-
TRÓFICO textura argilosa Floresta Densa relevo FICO textura argilosa e SOLOS LITÓLICOS DISTRÓ-
forte ondulado. FIGOS textura indiscriminada Floresta Densa relevo
ondulado.
PB 6 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO concrecionário
textura argilosa e SOLOS LITÓLICOS DISTRÓFICOS
PB, 5 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura arg i-

I
textura indiscriminada Floresta Densa relevo ondu-
losa, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓ-
lado e forte ondulado.
FICO textura argilosa e SOLOS CONCRECIONÁ-
PB 7 RIOS LATERÍTICOS INDISCRIMINADOS DISTRó-
PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi-
FIGOS textura indiscriminada Floresta Densa relevo
losa e PODZóLICO VERMELHO AMARELO EQUI-
ondulado a forte ondulado.
VALENTE EUTRÓFICO textura argilosa Floresta
Aberta e Densa relevo plano e suave ondulado
PB, 6 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi-
losa, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓ-
PB 8 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi- FICO textura muito argilosa e SOLOS CONCRECIO-
losa, PODZÓUCO VERMELHO AMARELO plintico NÁRIOS LATERÍTICOS INDISCRIMINADOS OIS-
textura argilosa e LATOSSOLO VERMELHO AMA- TRÓFICOS textura argilosa Floresta Densa relevo
RELO DISTRÓFICO textura argilosa Floresta Densa ondulado e forte ondulado.
relevo plano e suave ondulado.
PB 17 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO cascalhento
textura argilosa, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓ-
PB 9 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi- FICO textura argilosa e SOLOS CONCRECIONÁ•
losa, PODZÓLICO VERMELHO AMARELO plintico RIOS LATERÍTICOS INDISCRIMINADOS DISTRÓ-
textura .argilosa e LATOSSOLO VERMELHO AMA- FIGOS textura indiscriminada Floresta Densa relevo
RELO DISTRÓFICO textura argilosa Floresta Densa ondulado e forte ondulado.
relevo suave ondulado:
PB18 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO concrecionário
PB 10 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi- textura argilosa, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓ-
losa, PODZÓLICO VERMELHO AMARELO plíntico FICO textura argilosa e SOLOS CONCRECIONA-
textura argilosa e LATERITA HIDROMÓRFICA OIS- RIOS LATERITICOS INDISCRIMINADOS DISTRÓ-
TRóFICA textura argilosa Floresta Densa relevo FIGOS textura argilosa Floresta Densa relevo forte
suave ondulado. ondulado.

PEDOLOGIA /257
PODZÓLICO VERMELHO AMARELO plíntíco textu- VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO textura média
ra média, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO Floresta Densa relevo ondulado
DISTRóFICO textura argilosa e LATERITA HIDRO-
MÓRFICA DISTRÓFICA textura indiscriminada Flo- PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi-
resta Densa relevo plano e suave ondulado losa, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓ-
FICO textura argilosa e SOLOS LITÓLICOS DISTRÓ-
PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi- FICOS textura indiscriminada Floresta Densa relevo
losa, PODZÓLICO VERMELHO AMARELO casca- forte ondulado.
lhento textura argilosa e LATOSSOLO VERMELHO
AMARELO DISTRÓFICO textura argilosa Floresta PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi-
Densa relevo suave ondulado e ondulado. losa, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
argilosa e SOLOS CONCRECIONÁRIOS LATERÍ-
PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi- TICOS INDISCRIMINADOS DISTRÓFICOS textura
losa, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓ- indiscriminada Floresta Densa relevo forte ondulado
FICO cascalhento textura argilosa e LATOSSOLO a montanhoso.

TERRA ROXA ESTRUTURADA EUTRóFICA

TR TERRA ROXA ESTRUTURADA EUTRÓFICA textura indiscriminada Floresta Densa relevo forte ondu-
argilosa e SOLOS LITÓLICOS DISTRóFICOS textura lado

AREIAS QUARTZOSAS DISTRÓFICAS

AREIAS QUARTZOSAS DISTRÓFICAS e LATOS- plano


SOLO AMARELO DISTRÓFICO textura média con- AREIAS QUARTZOSAS DISTRÓFICAS e PODZOL
tato Formações Pioneiras/floresta Densa relevo HIDROMÓRFICO Formações Pioneiras relevo plano

AREIAS QUARTZOSAS HIDROMÓRFICAS DISTRÓFICAS

HAQ 1 AREIAS QUARTZOSAS HIDROMÓRFICAS DISTRÓ- HAQ 2 AREIAS QUARTZOSAS HIDROMÓRFICAS DISTRÓ-
FICAS e AREIAS QUARTZOSAS DISTRÓFICAS For- FICAS e LATERITA HIDROMÓRFICA DISTRÓFICA
mações Pioneiras relevo plano. textura indiscriminada contato Floresta Densa
I Savana relevo plano

SOLOS HIDROMÓRFICOS GLEYZADOS EUTRÓFICOS

GLEY POUCO HÚMICO EUTRÓFICO textura indis- HG 2 GLEY POUCO HúMICO EUTRÓFICO textura indis-
criminada e GLEY HÚMICO EUTRÓFICO textura criminada, GLEY HÚMICO EUTRÓFICO textura
indiscriminada contato Formações Pioneiras/ Flo- indiscriminada e SOLOS ALUVIAIS EUTRÓFICOS

I
resta Densa relevo plano textura indiscriminada contato Formações Pio-
neiras/ Floresta Densa relevo plano.

LATERITA HIDROMÓRFICA DISTRÓFICA

HL 1 LATERITA HIDROMÓRFICA DISTRÓFICA textura dá ria I Savana relevo plano


indiscriminada e PODZÓLICO VERMELHO AMA-
RELO plíntico textura argilosa Floresta Densa relevo LATERITA -HIDROMÓRFICA DISTRÓFICA textura
plano. indiscriminada, PODZÓLICO VERMELHO AMA-
RELO plíntico textura argilosa e GLEY POUCO
HL2 LATERITA HIDROMÓRFICA DISTRÓFICA textura HÚMICO EUTRÓFICO textura argilosa contato
indiscriminada e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓ- Floresta Densa/ Formações Pioneiras relevo plano
FICO plíntico textura média contato Floresta Secun- a suave ondulado

SOLOS ALUVIAIS EUTRÓFICOS

A SOLOS ALUVIAIS EUTRÓFICOS textura indiscrimi- tura indiscriminada contato Formações Pioneiras/
nada, GLEY HÚMICO EUTRÓFICO textura indiscri- Floresta Densa relevo plano
minada e GLEY POUCO HÚMICO EUTRÓFICO tex-

SOLOS LITÓLICOS DISTRÓFICOS


R, SOLOS LITÓLICOS DISTRÓFICOS textura indiscri- SOLOS LITÓLICOS DISTRÓFICOS textura indiscri-
minada e AFLORAMENTOS ROCHOSOS Savana minada e LATOSSOLO VERMELHO AMARELO
relevo suave ondulado. DISTRÓFICO textura média Floresta Aberta e Densa
relevo forte ondulado.

258/ PEDOLOGIA
SOLOS LITÓLICOS DISTRÓFICOS textura indiscri- SOLOS LITÓLICOS DISTRÓFICOS textura indiscri-
minada e AFLORAMENTOS ROCHOSOS Refúgio minada, PODZÓLICO VERMELHO AMARELO cas-
Ecológico relevo montanhoso. calhento textura argilosa e AFLORAMENTOS RO-
CHOSOS Floresta Densa relevo forte ondulado.

6 - USO ATUAL Nas áreas de maior produtividade, o grande problema


enfrentado pelos agricultores consiste no sistema defi-
Esta área apresenta grande similaridade com as outras já ciente de comercialização. Este fato tem como conse-
estudadas na região Amazônica. qüência principal a falta ou precariedade dos meios de
transportes, aliada à carência de crédito.
Submetida a um prolongado sistema primitivista de explo-
ração, não poderia proporcionar alternativas de desen- Na parte central desta área, logo acima da calha do rio
volvimento capazes de fazê-la concorrer com outras áreas Amazonas, existe uma estreita e descontínua faixa, que vai
brasileiras. desde Alenquer até Óbidos, onde ocorrem manchas de
terras férteis, podendo ser cultivadas por longos anos com
Até há bem pouco tempo, o único meio de penetração era bons rendimentos. Entretanto, esta região sofre um pro-
feito através de hidrovias. Atualmente, as rodovias que cesso de desmatamento considerável, no sentido de ser
surgem na região vêm constituindo um novo e eficiente transformada em pastagens, produzindo irreparáveis pre-
sjstema de ocupação humana e expansão das fronteiras juízos para a agricultura.
geo-econômicas.
Outra área que merece destaque especial, pela fertilidade
É natural que, com o advento das estradas que estão sendo que possui, é aquela que rT)argeia os rios Amazonas e
construídas, a feição dominante desta área será modifi- Madeira, constituindo as várzeas É evidente que a utili-
cada, tendo em vista permitir, com maior facilidade, a zação desta área exige certos cuidados especiais, por estar
exploração dos recursos naturais e com isto concorrer para condicionada ao regime das inundações periódicas do rio
o desenvolvimento regional.
Com relação às culturas produzidas, merecem destaque as
A criação do Programa de Pólos Agropecuários e Agromi- seguintes: cacau, mandioca, milho, feijão, arroz e juta,
nerais da Amazônia (POLAMAZONIA) sem dúvida alguma sendo esta última cultivada principalmente nas várzeas
contribuirá para promover o aproveitamento integrado das para a produção de fibras.
potencialidades existentes.
O aumento da oferta de produtos alimentares não acom-
Dentro deste contexto, é necessário e indispensável o panha o crescimento populacional, advindo daí grande
estudo pormenorizado de áreas selecionadas, no sentido preocupação dos setores responsáveis, para corrigir o
de orientar os tipos de exploração a que serão destinadas. desequilíbrio existente

6.1 - Agricultura
62 - Pecuária
Este ramo da atividade humana é praticado de maneira
Esta atividade, embora constitua uma das principais

I
muito rudimentar, caracterizado pelo empirismo, portanto,
sem apresentar resultados satisfatórios que promovam o fontes de divisas da área, encontra-se carente de orienta-
agricultor. ção a fim de melhorar o rendimento e proporcionar maiores
resultados para o pecuarista e para ~ região
O sistema de limpeza da área a ser cultivada é o tradi-
cional e consiste da broca, derrubada, queimada e coiva- A pecuária extensiva é o sistema vigente. Caracteriza-se
ramento, onde a madeira é totalmente destruída, sem pelas condições de criatório, em que normalmente o gado
nenhum aproveitamento, acarretando grandes prejuízos apresenta reduzido porte, pequeno desfrute e ausência
para a economia. quase completa de matrizes e reprodutores de raças me-
lhoradas.

Os solos, de uma maneira generalizada, são ácidos, com Entretanto, com as facilidades oriundas dos incentivos
baixo conteúdo de nutrientes disponíveis às culturas, o fiscais, a procura sempre crescente de carne bovina, a
que limita seriamente a produtividade. introdução de animais com melhor ganho de peso, a
implantação de pastagens de alta qualidade, é possível
A reduzida aquisição de insumos, principalmente de cor- ampliar consideravelmente o mercado produtor.
retivos e adubos, também concorre negativamente para o
desenvolvimento agrícola, considerando-se os custos ele- Outra grande vantagem desta área, como em toda a
vados e, em virtude disto, a aplicação torna-se restrita a Amazônica, é a extensão que possui e a pequena densida-
determinadas culturas, para as quais é dispensado certo de demográfica, concorrendo para a facilidade na aquisi-
grau de tecnicidade. ção e exploração de grandes glebas.

Os melhores solos, embora apresentem pequena per- As condições ecológicas permitem o desenvolvimento
centagem, podem, se utilizados corretamente, concorrer criatório com bom rendimento, desde que adotadas algu-
grandemente para elevar a produção de gêneros alimen- mas técnicas agronômicas.
tícios e suprir as necessidades cada vez mais crescentes
da população. O aproveitamento das pastagens naturais das várzeas,

PEDOLOGIA/259
TA8ELAII
Resultados Analíticos de Perfis de Solos

AMOSTRA SECA COMPOSIÇAO GRANULOMÉTRICA


HORIZONTE AOAR% (TERRA FINA SECA AO AR) %
Grau de H2S04 d = 1 ,47
Solo Perfil Prot. Argila %
Areia Areia Sllte Flocu-
Natural Ki Kr
locallz. N.• Lab. Calhau Cascalho Grossa Fina 0,05- Argila I ação
%
Símbolc Prol. <20 20-2 2-0,2 0,2-0,05 0,002 <0,002 %
(em) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) Si02 AI203 e203

LVA d 18 908 A1 0-10 o 4 54 X 13 33 3 91 9,59 10,20 1,79 1,60 1,44


arg 18 909 81 10-50 o 4 40 X 18 42 X 100 17,08 11,48 2,58 2,53 2,21
oo•38'S 01 18 910 821 50-100 o 4 30 2 11 57 X 100 18,04 13,52 2,98 2,27 1,99
59°51'W 18 911 822 100-160 o 9 30 2 13 55 X 100 22,87 17,09 5,76 2,28 1,87

LVA d 18 957 A1 0-10 o o 3 3 38 58 13 77 8,87 7,65 2,98 1,97 1,58


m arg 02 18 958 A3 10-40 o 1 3 2 28 67 1 99 13,94 10,71 2,18 2,21 1,96
oo•54'S 18 959 81 40-90 9 15 4 2 19 75 X HIO 16,72 22,06 4,97 1,29 1,13
59°34'W

PVA e 18 900 A1 0-10 o o 10 15 41 34 8 76 14,66 10,46 2,92 2,38 2,02


m arg 18 901 81 10-50 o 1 5 7 25 63 25 60 16,60 15,30 3,77 1,84 1,59
oo•4TS 04 18,902 821 50-95 o 1 4 7 19 70 X 100 17,80 15,30 4,97 1,98 1,64
58°40'W 18 903 822 95-150 o 6 5 6 19 70 X 100 17,58 16,32 6,95 1,83 1,44

PVA 18 922 A1 0-5 o o 7 5 64 24 6 75 14,18 10,20 3,38 2,36 1,95


arg 18 923 A3 5-25 o 3 9 8 44 39 11 72 14,91 11,48 3,77 2,21 1,83
01 °17'S 11 18 924 821 25-45 o 28 7 6 29 58 X 100 19,97 12,75 4,17 2,66 2,20
59°06'W 18 925 822 45-65 o 7 8 6 28 58 X 100 20,21 14,54 4,97 2,36 1,94
18 926 823 65-105 o 4 10 4 32 54 X 100 23,35 15,30 6,95 2,59 2,01

PVA 18 912 A1 0-5 o o 5 12 55 28 27 4 13,46 8,93 2,98 2,56 2,11


arg 18 913 A3 5-20 o o 4 13 46 37 17 54 15,87 14,54 3,77 1,86 1,59
01 °28'S 12 18 914 821 20-50 o o 5 9 42 44 11 75 17,56 15,30 3,97 1,95 1,67
58°55'W 18 915 822 50-80 o o 4 11 40 45 3 93 18,28 17,09 5,76 1,82 1,50
18 916 823 80-120 o o 3 9 39 49 X 100 19,97 19,13 6,95 1,77 1,44

I LVA d
arg
01 °22'S
58°42'W
13
18 932
18 933
18 934
18 935
18 936
A1
A3
81
821
822
0-5
5-20
20-60
60-100
100-130
o
o
o
o
o
4
37
3
3
2
46
34
32
35
25
2
3
3
2
4
19
20
13
11
14
33
43
52
52
57
12
16
X
X
X
64
63
100
100
100
14,91 8,93
17,56 12,75
23,83 14,54
18,52 15,30
22,39 17,85
2,38 2,84
2,98 2,34
3,77 2,79
4,97 2,06
6,36 2,13
2,43
2,04
2,39
1,70
1,74
18 937 823 130-170 o 8 29 3 16 52 X 100 21,42 18,87 7,35 1,93 1,55

LVA d 18 954 A1/A3 0-15 o o 11 9 32 48 17 65 19,73 10,97 2,18 3,06 2,71


plint m 18 18 955 81 15-55 o 1 9 8 21 62 X 100 22,87 12,24 3,97 3,18 2,63
arg 18 956 82 55-100 5 o 10 7 19 64 X 100 24,80 14,54 4,97 2,90 2,38
01°10'S
ss•oow

LA d 18 943 A1 0-10 o o 9 1 23 67 17 75 21,06 17,85 6,75 2,00 1,62


m arg 18 944 A3 10-30 o o 8 1 18 73 21 71 28,66 22,44 7,75 2,17 1,78
01 °36'S 20 18 945 81 30-70 o o 6 2 11 81 X 100 31,74 22,95 7,94 2.35 1,93
51 °57'W 18 946 821 70-100 o o 6 1 12 81 X 100 35,60 22,95 9,33 2,64 2,09
18.947 822 100-140 o o 5 1 14 80 X 100 33,20 21,68 8,94 2,60 2,06

Lad
m arg 20.084 A 0-20 o o 4 2 13 81 52 36 13,21 12,75 11,92 1,76 1,10
02°46'S 56 8 80-120 o o 2 1 10 89 X 100 26,25 20,40 9,73 2,19 1,68
20 0851
54°29'W

260/ PEDOLOGIA
pH % COMPLEXO SORTIVO mE/100g
v 100.AI+ + + P205
% AI+++ +S ASSIM IL
mg/100g

H20 KCIN c N M.O. C;N c.++ Mg+ + K+ Na+ s H+ AI++ T


4,3 3,9 1,49 0,17 2,57 9 0,24 0,11 0,07 0,03 0,45 3,93 1,58 5,96 8 78 <0,11
4,5 4.1 0,74 0,09 1,28 8 0,20 0,03 0,05 0,02 0,30 2,42 0,98 3,70 8 77 <0,11
5,0 4,4 0,77 0,07 1,33 11 0,18 0,03 0,04 0,03 0,28 1,80 0,79 2,87 10 74 <0,11
5,4 4,5 0,24 0.05 0,41 5 0,09 0,02 0,05 0,01 0,17 1,35 0,59 2,11 8 78 <0,11

4,8 4,4 2,07 0,35 3,56 6 0,18 0,27 0,13 0,08 0,66 13,88 3,94 18,48 4 86 0,16
5,7 5,0 1,36 0,14 2,33 10 0,03 0,08 0,04 0,05 0,20 4,39 177 6,36 3 90 <0,11
5,5 5,1 0,84 0",08 1,44 11 0,03 0,05 0,03 0,03 0,14 3,07 0,98 4,19 3 88 <0,11

5,6 5,1 1,88 0,29 3,23 6 7,70 1,07 0,15 0,03 18,95 3,89 0,00 22,84 83 o 0,38
6,1 5,6 0,64 0,13 1,11 5 4,11 0,91 0,06 0,03 5,11 2,27 0,00 7,38 69 o 0,98
6,2 5,9 0,40 0,08 0,69 5 1,72 0,88 0,05 0,02 2,67 1,62 0,00 4,29 62 o 1,63
6,1 5,7 0,13 0,05 0,23 3 1,33 0,80 0,05 0,02 2,20 1,13 0,00 3,33 66 o 2,16

3,9 3,4 5,12 0,43 8,81 12 0,37 0,31 0,20 0,06 0,94 17,76 4,92 23,62 4 84 0,43
4,0 3,7 1,28 0,13 2,20 10 0,21 0,14 0,05 0,03 0,43 4,63 3,15 8,21 5 88 0,13
4,9 4,2 0,58 0,08 0,99 7 0,22 0,08 0,04 0,04 0,38 2,37 2,17 4,92 8 85 <0,11
5,2 4,2 0,50 0,07 0,86 7 0,23 0,05 0,03 0,02 0,33 2,08 1,97 4,38 8 86 <0,11
5,3 4,2 0,42 0,05 0,72 8 0,16 0,05 0,03 0,03 0,27 1,79 1,77 3,83 7 88 <0,11

3,9 3,5 1,64 0,19 2,82 9 0,24 0,09 0,10 0,05 0,48 5,04 3,55 9,07 5 88 0,68
4,4 ú 0,83 0,08 1,42 10 0,19 0,03 0,05 0,03 0,30 2,76 2,75 5,81 5 90 0,33
4,5 3,9 0,43 0,07 0,74 6 0,18 0,03 0,05 0,02 0,28 1,46 2,75 4,49 6 91 0,16
4,8 4,0 0,57 0,06 0,98 10 0,15 0,02 0,04 0,03 0,24 1,17 2,56 3,97 6 91 0,13
5,2 4,0 0,62 0,08 1,07 8 0,18 0,02 0,04 0,01 0,25 1,00 2,56 3,81 7 91 <0,11

4,0 3,6 1,41 0,25 2,42 6 0,29 0,15 0,06 0,05 0,55 8,83 3,15 12,53 4 85 0,24
4,3 3,9 1,04 0,11 1,78 9 0,19 0,05 0,03 0,03 0,30 3,18 2,17 5,65 5 88 <0,11
4,8 4,1 0,60 0,06 1,03 10 0,24 0,15 0,03 0,03 0,45 1,82 1,58 3,85 12 78 <o,11
5,0 4,2 0,35 0,05 0,60 7 0,21 0,06 0,03 0,02 0,32 1,17 1,58 3,07 10 83 <0,11
5,3 4,3 0,27 0,04 0,47 7 0,31 0,05 0,02 0,02 0,40 1,05 1,38 2,83 14 77 <0,11
4,9 4,1 0,25 0,03 0,43 8 0,26 0,05 0,03 0,03 0,37 1,05 1,38 2,80 13 79 <0,11

4,8 4,4 1,41 0,14 2,42 10 0,28 0,11 0,05 0,07 0,51 3,92 2,56 6,&9 7 83 0,13
5,3 5,1 0,65 0,10 1,12 7 0,19 0,03 0,03 0,03 0,28 1,87 1,37 1,37 8 83 < 0,11
5,5 5,2 0,65 0,05 1,12 13 0,24 O,Q3 0,03 0,03 0,33 1,74 1 ,18 1,18 10 78 <0,11

4,2 3,9 1,62 0,29 2,79 6 0,48 0,27 0,11 0,06 0,92 10,06 3,55 14,53 6 79 0,30
4,5 4,0 1,34 0,14 2,30 10 0,22 0,06 0,04 0,03 0,35 5,09 2,36 7,80 4 87 <0,11
4,9 4,2 0,74 0,08 1,27 9 0,21 0,03 0,03 0,02 0,29 2,44 1,77 4,50 6 85 <0,11
5,1 4,8 0,48 0,07 0,82 7 0,23 0,03 0,03 0,02 0,31 1,47 1,77 3,55 9 85 < 0,11
5,4 5,0 0,31 o,ps 0,54 6 0,28 0,03 0,03 0,02 0,36 1,73 1,18 3,27 11 76 < 0,11

4,6 3,8 1,73 0,16 2,97 11 0,83 0,26 0,05 0,03 0,97 6,85 1,40 9,22 11 59 o.~
4,8 3,7 0,51 0,07 0,88 7 0,08 0,04 0,03 0,02 0,17 1,61 3,80 5,58 3 95 <0,11

PEDOLOGIA/261
TABELA 11 - Continuação

(COMPOSIÇÃO GRA~ULOMETRICA)
HORIZONTE DENSIDADE (TERRA FINA SECA AO AR) %
Solo Perfil Prot.
Locallz. N.• --
Lab. Grau de Umidade Oxido de
Esqueleto Areia Sllte Argila Argila flocula- equiva- ferro livre
Símbolc Prol. (em) Dr. Da. % 2-o,os 0,05-0,002 V0,002 natural ção lente Fe2 3 o
V2mm (mm) (mm) (mm) % % % %

PVA 7 297 A1A3 0-15 2,56 1,20 02 27 6 41 9 30 5 11 6 27 4 2 36


62
oo•37'S 07 7 298 B21 15-55 2,56 1,01 18 88 31 9 59 3 08 99 33 4 3 97
57°38'W 7 299 822 55-95 2,60 1,14 27 1 16 8 386 44 6 09 98 46,8 2,83
7 300 83 95-110 2,60 1,20 54 151 45 7 39 2 09 98 24,0 2,71

PVA 7 301 A1 0-25 2,59 1,00 4,8 30,5 45 o 24.5 84 66 291 2 40


arg 7.302 a, 25-55 2,49 1,26 7.1 17 8 44.9 37 3 16 96 24 6 319
oo•49'S 08 7 303 B21 55-90 2,51 1,17 77 14 1 44 7 41 2 11 97 24.9 3 21
5JC28'W 7 304 a22 90-125 2,52 1,20 59 13 8 43 2 43.0 11 97 26 o 3 41
7 305 a3 125-150 2,51 1,20 12 6 176 39 8 42 6 11 97 25 9 3 76

LVAd 7326 A1 0-20 2,58 1,22 27 41 o 20 o 39 o 95 76 22,0 3 73


arg 7 327 As 20-40 2,58 1,24 77 36 1 18 6 45 3 20 96 23 4 3 17
oo•54'S 22 7 328 81 40-90 2,65 1,26 86 33 6 17 8 48 6 1.0 98 24 9 3 95
56°57'W 7 329 a2 90-150 2,58 1,18 32 5 30 3 12 o 57 7 09 98 27 9 3 62

LHd - o
7 339 A1 0-30 2,54 1,45 80 13 2 68 3.3 51 79 o 10
med 7 340 A2 30-40 2,56 1,61 05 80 O 11 8 82 66 19 73 -
oo•49'S 27 7 341 a, 40-70 2,61 1,47 37 63 4 18 9 177 16 91 13 6 -
56°30'W 7 342 a2 70-140 2,61 1,41 20 51 1 25 7 23 2 1 o 96 181 -
PVAcasc 7 343 A1 0-10 2,58 0,74 10 60 33 4 17 5 49 1 131 73 47 1 418
m arg 7 344 AJ 10-25 2,61 0,91 7.40 23 1 15 3 61 6 67 89 37 7 4 41
oo•38'S 28 7 345 a, 25-50 2,47 0,96 17 00 16.8 12 o 71 2 11 98 34 8 5 34
56°28'W 7 346 a2 50-90 2,50 1,00 67 40 4 59

PVA case 7 381 A1 0-15 2,53 1,25 12 2 64 7 201 15 2 111 27 13 o 1 61


case 7 362 A3 15-30 2,58 1,32 21 6 53 4 14 o 32 6 86 74 14 9 1 97
arg. 7 363 a, 30-45 2,59 1,25 26 o 51 2 10.3 385 23 94 18 1 2 36
oo•58'S 31 7 364 a21 45-65 2,62 1,22 27 7 46 9 10 3 42 8 09 98 19 1 2 59
54°19'W 7 365 a22 65-85 2,59 1,18 111 389 10 8 50 3 1 4 97 21 2 2 96
7 366 a23 85-105 2,61 1 ,19 14 2 37 8 12 o 502 1.0 98 21 7 3 19

7 373 A1 0-10 2,50 1,14 2,2 27 3 42 o 30 7 18 4 40 34 6 11 18


aA 7 374 A3 10-25 2,54 1,18 2,0 21.5 39 2 39 2 23 8 39 33 o 11 34
arg. 7 375 a, 25-55 2,50 1,18 0,8 17 9 42.2 39 9 23.2 42 331 10 76
01 °40'5 40 7 376 a21 55-75 2,55 1,20 1,3 19 9 40.5 39 6 24.2 39 33 4 10 02
54°31'W 7.377 a22 75-100 2,57 1,23 53 18 6 37.9 43.5 25 7 41 31 7 11 59
7 378 a23 100-140 2,59 1,15 16 8 20 4 33 o 46.6 39 92 30 2 11 58

Cd med. 7 379 A1 0-35 2,53 0,97 - 27 5 34.8 37 7 20 9 45 331 6 62


01°15'5 7 380 (aj) 35-60 2,63 1,17 - 37 9 33 7 28 4 16 3 43 25 7 6.62
54°10'W 41 7 381 (821) 60-100 2,64 1,23 - 31 2 39 5 293 48 84 267 7 24
7 382 (B2zJ 100-170 2,31 1 ,11 - 31 1 34 3 346 0.9 97 31 2 600

PVAcn. 7 383 A1 0-15 2,35 0,89 84.1 636 174 19.0 95 50 28 4 7 97


arg. 7.384 A3 15-35 2,70 1,28 71.7 58.4 19 9 21 7 12 o 45 19 o 6 72
01 °27'5 42 7.385 a, 35-80 2,87 1,44 74.4 49 9 25.7 24 4 19.8 19 16 3 11 01
54°02'W 7 386 82 80-170 2,89 1,36 68.3 40 5 23 3 362 1 o 97 20 4 11 01

262/ PEDOLOGIA
COMPLEXO SORTIVO mE/100g

pH Ac.Total % PO~ v 100.AI+ ++


(CaOAc) C/N
CTC % AJ++++S
H20 KCIN mE/100g c N' MO mE/100g ca+ + Mg+ + K+ Na+ s H+ AJ+++

3,5 3,6 6,70 1 ,47 2,5 0,02 4 0,24 0,14 0,14 0,76 4,94 1,76 7,46 10,19 69,8
5,1 4,0 3,40 0,30 0,5 0,01 0,21 0,03 0,03 0,07 0,34 3,29 0,83 3,74 9,09 70,9
5,1 4,1 2,60 0,21 0,4 0,01 0,16 0,08 0,04 0,12 0,40 2,35 0,61 3,00 13,33 60,4
5,3 4,0 2,70 0,15 0,2 0,01 0,18 0,06 0,03 0,05 0,32 2,52 0,91 3,02 10,60 73,9

3,6 3,2 13,50 3,12 5,4 0,04 0,64 0,48 0,30 0,21 1,63 11,44 2,06 15,13 10,77 55,8
3,8 3,7 6,00 0,87 1,5 0,02 0,19 0,05 0,09 0,09 0,42 4,27 1,73 6,42 6,54 80,5
4,1 3,8 4,60 0,57 1,0 0,01 0,16 0,12 0,04 0,10 0,42 3,08 1,52 5,02 8,37 78,3
4,2 3,8 4,20 0,51 0,9 0,01 0,14 0,07 0,03 0,06 0,30 3,78 1,28 4,50 6,67 81,0
4,5 3,8 4,00 0,45 0,8 0,01 0,16 0,06 0,04 0,07 0,33 3,78 1,28 4,33 7,62 79,5

3,5 3,7 6,70 0,84 1 45 0,02 0,19 0,13 0,09 0,12 0,53 4,88 1,82 7,23 7,33 77,4
3,9 3,9 5,60 0,72 1 24 0,02 0,16 0,08 0,05 0,07 0,36 4,34 1,26 5,96 6 04 77,8
4,3 4,1 4,10 0,51 0,88 0,01 0,13 0,03 0,03 0,11 0,30 3,12 0,98 4,40 6,82 76,6
5,0 4,2 3,30 0,27 0,46 0,01 0,13 0,03 0,03 0,11 0,30 2,71 0,59 3,60 8,33 66,3

4,3 3,7 5,10 1,08 1,86 0,04 0,16 0,08 0,06 0,09 0,34 3,96 1,14 5,49 7,10 74,5
4,6 4,0 3,40 0,48 o 83 0,03 0,10 0,06 0,02 0,05 0,23 2,62 0,78 3,63 6,34 77,2
4,5 3,8 2,10 0,09 0,15 0,02 0,13 0,05 0,02 0,05 0,25 1,12 0,98 2,35 10,64 79,7
4,5 3,7 2,70 0,09 0,15 0,02 0,14 0,05 0,01 0,04 0,24 1,00 1,70 2,94 8,16 87,6

3,9 3,7 22,50 7,20 12 4 0,03 0,24 0,40 0,28 0,24 1,16 18,52 3,98 23,66 4,90 77,4
3,7 38 15,30 4,20 7,2 0,02 0,21 0,17 0,10 0,17 0,65 11,35 3,95 15,95 4,07 85,9
4,0 3,9 10,20 1,68 2,9 0,01 0,19 0,05 0,05 0,14 0,43 7,21 2,99 10,63 4,04 87,4
4,2 3,9 9,80 1,80 3,1 0,02 0,24 0,08 0,06 0,14 0,52 8,60 1,20 10,32 5,04 69,8

6,94 48,12 3,75

I
4,5 4,2 3,60 1,20 2,0 0,05 2,00 1,12 0,17 0,05 3,34 3,47 0,13
5,0 4,4 2,20 0,30 0,5 0,01 1,12 0,64 0,07 0,03 1,86 2,15 0,05 4,06 45,81 2,62
5,5 4,9 2,30 0,30 0,5 0,02 1,12 0,72 0,08 0,03 1,95 2,25 0,05 4,25 45,88 2,50
5,1 4,7 1,90 0,21 0,4 0,02 0,96 0,72 0,05 0,03 1,76 1,85 0,05 3,66 48,09 2,76
5,0 4,7 2,00 0,30 0,5 0,03 1,12 0,64 0,05 0,03 1,84 1,95 0,05 3,84 47,92 2,64
5,2 4,8 1,90 0,30 0,5 0,02 1,12 0,80 0,05 0,03 1,28 1,85 0,05 3,90 32,82 3,76

6,0 5,3 2,70 1,98 3,4 0,05 24,00 4,05 0,58 0,12 28,75 2,60 0,10 31,45 91,41 0,3
5,7 4,9 3,80 1,42 2,4 0,03 20,96 4,13 0,24 0,10 25,43 3,74 0,06 29,23 87,00 0,2
5,7 4,6 4,00 1,32 2,2 0,01 20,59 4,47 0,08 0,12 25,26 3,90 0,10 29,26 86,33 0,4
5,4 4,4 3,90 0,68 1,1 0,02 18,40 5,84 0,09 0,11 24,44 3,84 0,06 28,34 86,24 0,2
5,3 4,3 4,50 0,74 1,2 0,01 16,16 3,78 0,09 0,12 20,15 4,44 0,06 24,65 81,74 0,3
5,4 4,6 3,90 0,56 0,9 0,01 10,40 4,67 0,07 0,10 15,24 3,84 0,06 19,14 79,62 0,4

3,8 3,5 14,30 2,08 3,6 0,03 0,27 0,69 0,21 0,05 1,22 8,66 5,64 15,52 7,86 82,2
4,2 3,6 9,50 0,88 1,5 0,02 0,06 0,23 0,10 0,05 0,44 4,52 4,98 9,94 4,43 91,9
4,4 3,6 8,70 0,76 1,3 0,02 0,05 0,27 0,10 0,04 0,46 3,32 5,36 9,16 5,02 92,1
4,5 3,6 9,30 0,30 0,5 0,01 0,05 0,43 0,09 0,06 0,63 2,32 6,98 9,93 6,34 91,7

4,0 3,2 24,00 12,16 20,9 0,06 0,08 0,90 0,50 0,09 1,57 20,22 3,78 25,57 6,14 70,6
4,3 3,6 12,40 4,88 8,4 0,03 0,08 0,38 0,18 0,05 0,69 9,98 2,42 13,09 5,27 77,8
4,5 4,0 5,80 1,30 2,2 0,01 0,05 0,24 0,07 0,04 0,40 4,76 1,04 6,20 6,45 72,2
4,8 4,1 4,20 0,54 0,9 0,01 0,03 0,15 0,05 0,02 0,25 3,64 0,56 4,45 5,62 69.1

PEDOLOGIA/263
TABELA 11 - Conclusão

COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA
HORIZONTE DENSIDADE
Esqueleto
(TERRA FINA SECA AO AR)%
Argila
I
Grau de Umidade Oxido de
Solo Perfil Protocolo
% Areia Sllte Argila natural floculação equlva- ferro livre
Local i- N.• Lab Slmb. Prol (em) Dr Da > 2mm 2-0,05 0,05-0,002 0,002 lente
zação (mm) (mm) (mm) % % % Fe203%

PVAm 7 387 A1 0-15 2,51 1,18 - 57 o 60 37 o 18 7 49 201 2 92


arg 7 388 A31 15-35 2,52 1.19 - 45 9 46 49 5 27 1 45 22 2 3 70
02°30'8 43 7 389 A32 35-55 2,54 1,18 0,2 39 8 33 56 9 35 9 37 24 2 3 70
58°18'W 7 390 821 55-115 2,59 1,09 - 23 6 14 75 o 07 99 30 2 426
7 391 822 115-170 2,59 1,05 - 23 1 28 74 1 06 99 30 4 4 14

p VA med 7 392 A1 0-20 2,55 1,34 0,2 85,5 1,8 12,7 6,0 53 7,4 0,72
02°21 'S 44 7 393 81 20-40 2,56 1 43 0,2 77,9 2,6 19,5 12,4 36 9,5 0,87
57°35'W 7 394 821 40-90 2,60 1,37 0,1 76,3 2,5 17,5 17 10,1 1,15
7 395 822 90-160 2,58 1,47 0,2 76,5 2,5 21 ,O 1,6 92 9,0 1,01

LA d 7 433 A1 0-15 2,52 1,27 0,1 21,2 4,1 19,2 9,2 52 9,9 1,01
arg 52 7 434 A3 15-30 2,44 1,20 0,1 63,6 4,2 32,2 15,3 52 13,3 1,43
02°57'8 7 435 81 30-50 2,41 1,14 0,1 57,2 5,4 37,4 6,7 82 15,0 1,55
56°03'W 7 436 821 50-70 2,54 1,20 0,2 58,3 3,4 38,3 2,2 94 14,3 1,66
7 437 822 70-100 2,53 1,18 - 60,0 2,6 37,4 1 ,O 97 13,8 1,47
7438 823 100-160 2,42 1,25 0,1 60,9 2,4 36,7 1,5 96 13,8 0,52

7 458 A1 0-15 2,59 0,92 - 8,6 14,6 76,8 9,6 87 38,7 2,40
LAd 7 459 A3 15-45 2,47 0,81 - 7,0 9,1 83,9 13,8 83 33,9 2,57
m arg 60 7 460 81 45-70 2,47 0,93 0,1 7,3 11,2 81,5 9,4 88 34,1 2,65
02°35'S 7 461 821 70-110 2,47 0,98 0,1 5,1 16,6 78,3 1,1 98 32,6 2,69
54°01'W 7 462 822 110-150 2,53 0,97 0,1 4,6 19,3 76.1 1,1 98 32,5 2,61

I que são de boa palatabilidade e bom valor nutritivo, faz


com que a parte mais significativa do rebanho bovino e
bubalino da região se localize sobre estas terras. No
entanto, as constantes inundações que estas várzeas
sofrem anualmente, com a subida das águas do Amazo-
A produção da borracha natural, extraída dos seringais
nativos, formados principalmente pela Hevea brasiliensis,
marcou época na civilização da Amazônia. Entre os anos
1870 e 1910, a Amazônia tinha o domínio do mercado
mundial e desfrutava de incalculável riqueza.
nas, reforçada pelas águas de seus afluentes, obrigam os
criadores a permanecerem apenas uma parte do ano com o Entretanto, com o início da produção dos seringais da
seu rebanho aí, época em que a engorda, devida somente a Malásia, esta região começou a sofrer um período de
estes pastos nativos, se faz sentir mais notadamente. decadência No oriente, as plantas apresentam elevado
rendimento e resistência às doenças, produzindo a baixos
custos e, por isto, dominando o mercado internacional.
Dentre os municípios que possuem os maiores rebanhos
bovinos, destar.am-se os de Santarém, Parintins, Alen- O governo brasileiro tem feito diversas investidas para
quer, Oriximiná e Nhamundá aumentar a produção da goma elástica e, se não recuperar
o domínio do mercado mundial, pelo menos produzir a
níveis que atendam o consumo interno
63 - Extrativismo
Em Belterra, município de Santarém, existe um grande
Des?~ os tempos mais remotos, o extrativismo vegetal plantio de seringueiras, em moldes racionais, porém sua
part1c1pa com ponderável parcela na formação da econo- produção decresce anualmente, devido à falta de melhores
mia regional tratos culturais

Inicialmente, como em outras áreas da Amazônia era a O pau-rosa (Aníba rosaeodora), cuja essência constitui
a~ividade dominante, devido não só á influência qu~ exer- importante matéria-prima na indústria de perfumaria,
Cia na _balança ~omercial, mas também por permitir a empregado principalmente como fonte de produção de
ocupaçao da ma1or parte do contingente humano, que Jinalol e acetato de linolila, muito contribuiu para a eco-
trabalhava nesta área, nomia regional.

264/PEDOLOGIA
!
pH
Ac.total
"'o
I PO_f
COMPLEXO SORTIVO mE/100g
v 100.AI+ + +
(CaOAc) C/N ---
MO mE/100g ca+ + Mg+ + K+ Na+ s H+ AI++ CTC "'o Ai++++S
~o KCIN mE/100g c N

3,3 3,3 11,70 2,88 4,9 0,16 0,16 0,51 0,12 0,12 0,91 9,86 1,84 12,61 7,22 66,9
3,5 3,6 9,40 1,92 3,3 0,14 0,08 0,18 0,05 0,04 0,35 7,62 1,78 9,75 3,59 83,6
3,8 3,7 7,60 1,04 1,8 0,15 0,06 0,16 0,02 0,02 0,26 6,24 1,36 7,86 3,31 83,9
4,4 3,7 4,30 0,42 0,7 0,20 0,03 0,05 0,02 0,03 0,13 3,28 1,02 4,43 2,93 88,7
4,5 3,8 4,00 0,40 0,7 0,14 0,03 0,05 0,01 0,02 0,11 3,06 0,94 4,11 2,68 89,5

3,5 3,7 6,50 1,36 2,3 0,04 0,02 0,14 0,03 0,06 0,25 5,38 1,12 6,75 3,70 81,7
3,9 4,0 5,00 0,64 11 0,04 0,03 o 11 0,02 0,06 0,22 4,26 0,74 5,22 4,21 77,1
4,2 4,1 3,50 0,56 0,9 0,02 0,02 0,13 0,04 0,05 0,24 2,98 0,52 3,74 6,42 68,4
4,5 4,1 2,40 0,22 0,4 0,02 0,01 0,08 0,03 0,03 G,15 1,98 0,42 2,55 5,88 73,7

3,5 3,4 6,10 1,55 2,6 0,16 0,37 0,99 0,05 0,05 1,48 5,22 0,88 7,56 19,31 37,6
3,9 3,7 5,20 1,06 1,8 0,04 0,16 0,50 0,03 0,04 0,73 4,22 0,98 5,93 12,31 57,3
4,0 3,8 4,48 0,41 0,7 0,03 0,13 0,30 0,05 0,05 0,53 3,56 0,92 5,01 10,58 63,4
4,3 3,9 3.80 0,31 0,5 0,03 0,13 0,14 0,03 0,06 0,36 2,98 0,82 4,16 8,65 69,5
4,3 3,9 2,80 0,23 0,4 0,02 0,10 0,11 0,02 0,03 0,26 2,24 0,56 3,06 8,50 68,3
4,3 3,9 2.44 0,10 0,2 0,02 0,08' 0,03 0,16 0,03 0,30 1,98 0,48 2,74 10,95 60,5

3,3 35 14,06 3,68 6,3 0,05 0,21 0,67 0,10 0,11 1,09 10,90 3,16 15,15 7,19 74,3
3,8 3,9 9,94 2,08 3,6 0,01 0,13 0,37 0,04 0,06 0,60 8,08 1,66 10,54 5,69 75,6
4,1 3,9 8,10 1,28 2,2 0,01 0,16 0,42 0,02 0,04 0,64 6,64 1,48 8,74 7,32 69,5
4,7 4,1 5,00 0,68 1,1 0,01 0,13 0,25 0,01 0,03 0,42 4,14 0,86 5,42 7,75 67,2
4,9 4,1 4,24 0,48 0,8 0,01 0,11 0,07 0,01 0,03 0,22 3,68 0,56 4,48 4,93 71,8

Entretanto, a descoberta de alguns sucedâneos e o rarea-


mento desta espécie vegetal têm concorrido para o declí-
nio deste produto.
kara spp), que contribuem para a formação da economia
regional.

Vale salientar que, no aspecto comercial madeireiro ou na


extração de óleos, as principais espécies vegetais são:
I
O cumaruzeiro (Coumarouna odorata), espécie vegetal que itaúba (Mezilaurus itauba), maçaranduba (Manilkara hu-
pro?uz ~ma amêndoa, o cumaru, cuja essência tem larga beri), andíroba (Càrapa guianensis), copaíbeira (Copaifera
apl1caçao na perfumaria e charutaria, já representou spp), louro-rosa (Aniba spp), ucuuba (Viro/a spp) e cedro-
significativa importância econômia em alguns municípios vermelho (Cedrela odorata).
desta área.

O cacaueiro \!heo_broma cacao), cuja exploração ainda 7 - APÊNDICE


oc~rre na re~1a?, Já teve colheitas significativas de sua
amendoa, pnnc1palmente no município de ltaquatiara. Perfis coletados na área, mas em número selecionado para
caracterização das classes de solos ou das unidades ele
mapeamento já suficiente, ou por se tratar de perfis de
A castanha-do-pará (Bertholletia excelsa) ainda figura solos não muito representativos, foram agrupados a seguir
como ~m produto extrativo vegetal com influência na (Tabela 11), dispensando-se suas características morfológi-
~ormaçao da renda de alguns municípios desta área. A cas, constando apenas os resultados de análises físico-
epoca da safra coincide geralmente com o período chu- químicas, sua classificação e localização, seus registros
voso, quando se verificam os grandes vendavais que de campo e de laboratório, e o símbolo e profundidade dos
lançam ao solo os frutos amadurecidos.
horizontes.

Além das espécies já mencionadas, há ainda outras de que Na tabela seguinte (Tabela 111) constam os resultados analí-
se po~e extrair ~átex, tais como: maçaranduba (Manilkara ticos para avaliação da fertilidade dos solos, de amostras
hubert), maparajuba (Manilkara paraensis) e balata (Manil- superficiais e subsuperficiais, num total de 298.

PEDOLOGIA /265
TABELA 111
Resultados Analíticos das Amostras para Avaliação da Fertilidade dos Solos

CATIONS PERMUTAVEIS

PROFUND. pH p
FOLHA SOLO LOCALIZAÇAO
em H20 ppm AI+++ ea+ ++Ma++ K+
mEI100cc mE/100cc ppm

SA 21-V-A LH d ().10 3,9 3 1,5 0,6 76 Pt 01 - Próximo ao igarapé


med Cidade Velha Município de
Urucará - Estado do Ama-
100.120 5,1 < 1 ' 0,3 0,1 8 zonas.
().15 5,6 1 1 ,O 0,1 12 Pt 02 - Próximo ao rio Pi-
AOd. tinga Município de Urucará
100.120 5,6 <1 0,4 0,1 8 - Estado do Amazonas
().15 3,7 3 1,7 0,3 59 Pt 03 - Próximo ao rio Ja-
LVA d 15-40 4,7 1 1,5 0,1 16 tapu Município de Urucará -
arg 4().60 4,4 < 1 1,0 0,1 14 Estado do Amazonas
6().90 4,6 <1 0,9 0,1 14
90.130 4,5 < 1 0,8 0,1 14
0.7 4,2 1 1,0 0,1 21 Pt 04 - Próximo ao rio Ja-
LVAd. 7-25 3,9 1 1,2 0,1 14 tapu Município de Urucará -
med 25-50 4,2 < 1 0,8 0,1 8 Estado do Amazonas
50.90 4,7 < 1 0,4 0,1 8
90.130 4,8 < 1 0,4 0,1 6
().10 4,1 < 1 2,2 0,2 21 Pt.05 - Aproximadamente a
LVAd. 1().50 4,7 < 1 0,8 0,1 10 00°54'S e 58°45'W Município
arg 50.100 5,0 <1 0,8 0,1 10 de Nhamundá - Estado do
100.140 5,2 < 1 0,6 0,1 8 Amazonas
PVA ().20 3,6 1 2,8 0,1 20 Pt 06 - Próximo ao rio Ja-
cn tapu Município de Nhamundá
arg 100.130 5,2 < 1 0,5 0,1 8 - Estado do Amazonas
().25 4,5 < 1 1.3 0,5 35 Pt 07 -Aproximadamente a
LH d. 8().120 5,6 < 1 1,2 0,2 12 00°29'S e 58°35'W Município

I SA 21-V-B
med

AQd.
().20

8().100
4,8

4,7
< 1

< 1
0,1

0,2
0,1

0,1
6

6
de Oriximiná - Estado do
Pará.
Pt 08 - Próximo ao rio Ma-
puera Município de Oriximiná
- Estado do Pará
0.25 3,9 < 1 0,8 0,4 33
PVA 25-40 4,4 <1 0,3 0,1 16 Pt 09 - Próximo ao rio itapi
arg 4().60 4,5 <1 0,3 0,1 14 Município de Oriximiná -
6().85 4,7 < 1 0,3 0,1 14 Estado do Pará
85-105 5,0 <1 0,2 0,1 12
().15 3,6 1 3,2 0,3 29 Pt 10 Aproximadamente a
PVA 00°21 'S e 57°5'W Município
15-45 4,6 < 1 0,7 0,1 18
de Oriximiná - Estado do
arg 45-85 4,6 < 1 0,4 0,1 14 Pará.
SA 21-V-C ().20 4,0 < 1 3,0 0,1 14 Pt.11 -Próximo ao rio Pitin-
LVAd. ga Município de Airão - Es-
100.120 5,2 1 1,7 0,1 8 lado do Amazonas
().8 4,2 6 11 0,1 20
8-20 3,7 4 1,9 0,1 18
LAd 20.35 4,2 1 1,1 0,1 12
med. 35-55 4,5 1 1 ,o 0,1 12 Pt 12- Próximo ao rio Uatu-
55-100 4,6 1 0,8 0,1 12 mã. Municipio de itapiranga
100.150 4,8 2 0,6 0,1 12 - Estado do Amazonas.

266/ PEDOLOGIA
TABELA 111- Continuação ••.

cATJONS PERMUTAVEIS
PROFUND. pH p
FOLHA SOLO LOCAUZAÇlO
em H20 ppm AJ+++ ea+ + +Mg+ + K+
mE/100cc mE/100cc ppm

Pt 13 - Aproximadamente a
SA.21-V-C ().10 4,7 3 (),7 1,5 3 01°35'S e 59°11'W Município
LAd de Urucará - Estado do Ama-
arg. 4().50 5,4 <I 0,9 0,3 12 zonas

0.20 4,0 1 1,9 0,2 16 Pt 14- Próximo ao rio Capu-


PVA
pl capu MunicipiodeUrucará-
arg 120-140 5,7 < 1 1,5 0,1 8 Estado do Amazonas

0.20 4,4 1 1,0 0,1 10 Pt 15 - Aproximadamente a


LAd 01 °43'S e 58°58'W Município
med 60.80 6,1 <1 0,2 0,1 4 de Urucará- Estado do Ama-
zonas
0.10 4,9 1 1,3 0.1 39 Pt 16 - Aproximadamente a
PVA 01°17'S e 58°51'W Município
pl de Urucará - Estado do Ama-
arg. 100.120 4,8 < 1 1,5 0,1 8 zonas
0.15 4,1 8 3,4 2,4 308
PVA 15-40 4,2 <1 6,2 0,1 31 Pt 17- Próximo ao rio Capu-
pl 40.80 4,4 1 6,8 0.1 16 capu Município de Urucará -
arg 80.120 4,5 < 1 6,4 0,1 12 Estado do Amazonas
120.150 4,6 < 1 7,3 0,1 16

SA 21-V-D 0.12 4,3 5 1,0 0,3 14


12-30 3,6 3 1,6 0,1 10 Pt 18 - Aproximadamente a
PVA 30-45 3,7 2 1,6 0,1 12 01 •50'S e 58°29'W Município
arg. 45-80 4,2 1 1,1 0,1 10 de Urucará - Estado do Ama-

LVA
d
arg
80.120

0.15
15-30
30.45
45-60
4,6

3,9
4,3
4,2
4,2
< 1

< 1
< 1
2
1
0,8

1,5
1,3
1,4
1,2
0,1

0,1
0,1
0,1
0,1
6

31
29
16
12
zonas

Pt 19 -
mundá
Próximo ao rio Nha-
Município de Orixi-
miná- Estado do Pará
I
60.95 4,4 < 1 0,8 0,1 16
PVA 0.20 4,2 < 1 2,0 0,2 10 Pt 20 - Próximo ao rio Nha-
pl. mundá Município de Orixi-
med 80.100 4,4 < 1 1,7 0,1 8 miná - Estado do Pará

0.5 4,4 1 1,1 0,4 33


PVA 5-20 3,9 1 1,6 0,1 16 Pt 21 - Próximo ao rio Nha-
arg. 20.40 4,3 <1 1,3 0,1 12 mundá Município de Orixi-
40.60 4,4 <1 1,2 0,1 10 miná- Estado do Pará
60-90 4,7 <1 1 ,o 0,1 8

0.20 4,0 <1 1,8 0,1 16 Pt 22 - Próximo ao rio Ma-


LVAd. puera Município de Oriximiná
arg. 100.120 4,7 <1 1 ,o 0,1 6 - Estado do Pará

0.30 4,0 <1 2,0 0,3 29 Pt 23 - Aproximadamente a


Cld. 01 •o3'S e 57•01 'W Municlplo
lndlsc. de Orlxlmlná - Estado do
30.45 4,2 <1 0,8 0,1 22 Pará

PEDOLOGIA /267
TABELA 111- Continuação.

CÃTIONS PERMUTAVEIS
PROFUND. pH p
FOLHA SOLO LOCALIZAÇAO
em H20 ppm AJ+++ c.++ +Mg+ + K+
mE/100cc mE/100cc ppm

SA 21-X-A 0-20 3,9 1 2,6 0,1 37 Pt. 24 - Aproximadamente a


PVA oo•58'S e 56°59'W Municipio
arg. de Orlximinà - Estado do
100-120 4,8 < 1 1,8 0,1 16 Parà

0-20 3,8 < 1 3,8 0,1 49 Pt 25 - Aproximadamente a


PVA 00°48'8 e 56°52'W Município
pl de Oriximinà - Estado do
arg 60-100 5,1 <1 1,6 0,2 12 Parà

0-20 3,9 <1 1,8 0,1 20 Pt.26 - Aproximadamente a


LH d 00°48'8 e 56°30'W Municipio
med de Orixlminà - Estado do
50-70 4,6 < 1 1,2 0,2 12 Parà

0-15 3,7 1 1,7 0,2 27 Pt.27 - Aproximadamente a


LVA 15-35 4,3 < 1 1,4 0,1 14 00°19'8 e 55°42'W Município
d 35-55 4,3 < 1 1,2 0,1 14 de Úbidos - Estado do Parà.
arg 55-75 4,4 < 1 1,0 0,1 14
75-100 4,8 <1 0,8 0,1 18
0-20 4,2 2 1,3 0,3 55
LVAd. 20-30 4,1 1 1,3 0,2 16 Pt 28 - Próximo ao rio Cuml-
arg. 30-70 4,5 < 1 1,3 0,1 14 napanema Município de Úbl-
70-120 4,8 < 1 1,1 0,1 8 dos - Estado do Parà
120-160 5,0 < 1 1,0 0,1 6

SA 21-X-B 0-10 4,2 4 0,9 1,7 98


PVA 10-40 4,6 < 1 1,3 0,3 41 Pt 29 - Aproximadamente a

I
pl. 40-90 4,9 < 1 1,4 0,1 27 00°53'8 e 55°25'W Municipio
med 90-120 4,8 < 1 1,2 0,1 29 de Alenquer - Estado do
120-160 4,8 < 1 1,0 0,2 25 Pará

0-3 4,5 12 0,5 2,5 284


CL 3-15 3,9 1 1,5 0,3 60 Pt 30 - Aproximadamente a
d. 15-45 3,9 < 1 1,2 0,1 41 00°13'8 e 55°06'W. Município

arg 45-60 4,4 < 1 0,9 0,1 20 de Alenquer- Estado do Parà

0-5 6,0 11 0,0 12,3 94


LVAd 5-25 5,9 <1 0,0 5,2 33 Pt 31 - Aproximadamente a
arg 25-45 5,3 < 1 0,2 2,6 96 00°45'8 e 55°03'W Município
45-65 5,4 < 1 0,7 1,3 99 de Alenquer - Estado do Pará
65-85 5,3 < 1 0,7 1,2 88

0-3 4,2 1 1,2 1,1 84


LVA 3-10 4,0 1 1,6 0,6 51 Pt.32 - Próximo ao rio Mal-
d 10-20 4,0 < 1 1,5 0,2 25 curu Municiplo de Monte Ale-
arg 20-65 4,4 <1 1,1 0,1 16 gre - Estado do Parà
65-110 4,7 < 1 1,1 0,1 10

PVA 0-4 4,4 4 1,1 2,2 144 Pt 33 - Aproximadamente a


cn. 4-20 3,9 2 1,2 0,6 55 oo•35' e 54°35'W Município
arg 20-60 4,1 < 1 1,7 0,2 20 de Monte Alegre - Estado do
60-80 4,4 <1 1,1 0,1 18 Parà

268/ PEDOLOGIA
TABELA 111 - Continuação

CATIONS PERMUTAVEIS
PROFUND. pH p
FOLHA SOLO LOCALIZAÇAO
em H20 ppm AI+++ ca+++Mg++ K+
mE/100cc mE/100cc ppm

SA 21-X 8 0-15 4.4 < 1 1,0 0,8 20


PVA 15-30 4,5 < 1 0,9 0.5 14 Pt 34 - Aproximadamente a
pl 30-50 4,8 < 1 0,8 0,6 14 00°51' e 54°30'W Município
med 50-100 4,8 < 1 0,7 0.5 14 de Monte Alegre - Estado do
100-120 4,9 < 1 0,5 0,5 16 Parà
120-140 5,0 < 1 0,5 0,5 16

LVA 0-15 4,3 1 0,6 3.3 90 Pt 35 - Aproximadamente a


d 15-35 4,8 <1 1,9 0,6 59 00°49'S e 54°28'W Município
arg 35-70 4,8 < 1 1,4 0.5 41 de Monte Alegre - Estado do
70-120 5,0 < 1 1,4 0,4 37 Parà

0-5 4,5 11 0,1 7.1 78


LVA 5-15 4,6 2 0,2 2,6 31 Pt 36 - Aproximadamente a
d pl 15-30 4,4 1 0,8 0,5 14 00°57'S e 54°25'W Município
med 30-50 4,7 < 1 0,6 0,5 20 de Monte Alegre - Estado do
50-90 5,0 < 1 0,4 0,7 12 Parà
90-140 5,0 <1 0,7 0,4 10

Lid 0-20 4,1 3 2,2 1,6 49 Pt 37 - Aproximadamente a


indisc 00°30'S e 54°15'W Município
de Almeirim - Estado do
Parà

LVE 0-20 4,8 1 0,5 0,1 23 Pt 38 - Aproximadamente a


d 20-45 5,3 1 0,1 0,1 8 00°30'S e 54°13'W Município
arg de Almeirim- Estado do Parà

0-30 4,4 1 0,7 1 ,O 35


LVA 30-50 5,0 < 1 0,7 0,3 12 Pt 39 - Aproximadamente a

SA.21-X-C
d
med
50-100
100-130
130-160

0-15
5,2
5,3
5,4

3,9
< 1
< 1
< 1

< 1
0,4
0,2
0,2

1,9
0,6
0,5
0,5

0,1
8
8
8

18
00°05'S e 54 °02'W Município
deAimeirim- Estado do Parà

Pt 40 - Aproximadamente a
I
15-35 4,1 < 1 1,2 0,1 16
01 °23'S e 56°58'W Município
LAd 35-55 4,5 < 1 0,9 0,1 12
arg 55-75 4,6 < 1 0,7 0,1 12
de Oriximinà - Estado do
Parà
75-95 4,6 < 1 0,7 0,1 12

0-1-5 4,7 < 1 1 ,O 0,3 18 Pt 41 - Aproximadamente a


LA 15-55 4,6 < 1 1 ,O 0,1 16 01 °50'S e 56°50'W Município
d 55-90 4,6 < 1 1 ,O 0,1 14 de Oriximinà - Estado do
arg 90-140 4,6 <1 0,9 0,1 14 Parà

0-30 4,4 2 0,6 0,2 18 Pt 42 - Aproximadamente a


AQd 30-60 4,7 3 0,8 0,2 14 OF14'S e 56°29'W Município
60-80 5,2 < 1 0,3 0,1 12 de Oriximiná - Estado do
Parà

0-20 5,1 1 0,1 0,1 18 Pt 43 - Aproximadamente a


AQd 01 °05'S e 56°25'W. Município
de Oriximiná - Estado do
Pará

PEDOLOGIA/269
TABELA 111- Continuação ..

CATIONS PERMUTÁVEIS

PROFUND. pH p
SOLO LOCALIZAÇAO
FOLHA
em H20 ppm AI+++ ca+ + +Mg+ + K+
mE/100cc mE/100cc ppm

0-5 4,4 5 0,8 0,1 18


1 ,O 0,1 14 Pt 44 - Aproximadamente a
SA 21-X-C 5-20 4,1 1
LAd 20-40 4,2 < 1 1.0 0,1 12 01 °30'S e 56°24'W Município
med 40-60 4,5 < 1 0,8 0,1 12 de Oriximiná - Estado do
60-80 4,5 <1 0,8 0,1 12 Pará
80-140 4,3 <1 0,8 0,1 12

0-20 3,6 <1 2,1 0,1 16 Pt 45 - Próximo ao Igarapé


LAd 20-80 4,3 < 1 1.2 0,1 6 de Sapucuá Município de Ori-
med 80-120 4,7 < 1 0,8 0,1 4 ximiná- Estado do Pará
120-160 4,7 < 1 0,7 0,1 4

0-20 4,4 2 1,1 0,6 18


20-50 4,5 < 1 1,8 0,1 14 Pt 46- Próximo à bifurcação
LAd 50-70 4,6 < 1 1,7 0,1 12 do rio Trombetas com o lgara-
arg 70-100 4,7 < ~1 1,4 0,1 14 pé do Sampaio Município de
100-140 4,9 < 1 1,4 0,1 12 Oriximiná- Estado do Pará
140-170 4,9 < 1 1,5 0,1 12

Pt 47 - Aproximadamente a

4,1 1 0,9 0,1 10 01 o 43'S e 55° 50'W Município


0-40
AQd de Oriximiná - Estado do
40-140 4.9 < 1 0.2 0,1 6
Pará

Pt 48 - Aproximadamente a
LA d 0-20 1 0,9 0,1 10 01 °43'S e 55°50'W Município
4o
med 130-160 0,9 0,1 4 de Oriximiná - Estado do
4.8 < 1
Pará

I LA d
med
0-20
80-100
39
4,5 < 1
1 1 ,O
0,9
0,1
0,1
14
8
Pt 49- Km 16, estrada Orixi-
miná- Obidos, Município de
Oriximiná -

Pt 50 -
Estado do Pará

Aproximadamente a
0-20 3,9 2 3,4 0,5 51
AQd 01 °11 'S e 55°45'W Município
60-80 4,7 < 1 2,2 0,1 29
de Obidos - Estado do Pará

Pt 51 - Km 30, estrada Orixi-


LAd 0-20 3,9 1 1.0 0,1 16 mmá - Obidos Município de
med 80-120 4,7 <1 0.8 0,1 10 Obidos - Estado do Pará

0-6 4.7 5 0,3 4,1 47 Pt 52 - Aproximadamente a


4,4 1 1.0 1,3 14 01 °20'S e 55°41 'W Município
6-20
AQd 4,2 1,6 0,2 10 de Obidos - Estado do Pará
20-80 <1
80-140 4,6 < 1 1,3 0,1 12

SA 21-X-D 0-10 4.3 7 0,2 1,5 41


10-25 4,5 4 0.4 0,3 31 Pt 53 - Aproximadamente a
LA d 25-50 4,6 1 0,8 0,1 16 01 °50'S e 55°21 'W Município
med 50-80 4,9 < 1 1,2 0,1 10 de Obidos - Estado do Pará
80-110 5,0 < 1 0,9 0,1

2701 PEDOLOGIA
TA BELA 111 - Continuação ...

cATIONS PERMUTAVEIS
PROFUND. pH p
FOLHA SOLO LOCALIZAÇAO
em H~ ppm AI+++ ca+ + +Mg+ + K+
mE/100cc mE/100cc ppm

8A 21-X-D ().6 4,2 6 1,0 1,5 23


PVA 6-25 4,1 5 1,9 1,2 29 Pt 54 - Aproximadamente a
arg. 25-50 4,6 <1 2,7 0,1 33 01 °36'8 e 55°18'W Município
50-85
85-120
4,5 <1 3,7 0,2 25 de Alenquer - Estado do
4,6 <1 3,6 0,1 20 Pará

ü-7 4,1 4 4,5 2,0 66


7-25 3,9 1 6,6 0,5 27 Pt 55 - Próximo ao rio Cuml-
LHd.
25-45 4,1 <1 4,4 0,2 14 napanema Município de
arg
45-65 4,3 1 4,7 0,1 14 Alenquer - Estado do Pará
65-100 4,4 1 45 02 12
Pt 56 Aproximadamente a
Li d. 01 °18'8 e 53°57'W Município
o-s 4,2 <1 0,3 0,1 8
lndlsc. de Alenquer - Estado do
Pará.
Pt.57 Aproximadamente a
ü-15 3,8 1 2,3 0,2 21
AQd 01 °34'8 e 55° 04'W Município
Bü-100 4,6 1 1,3 0,1 10
de Alenquer- Estado do Pará.

Pt.58- Próximo ao rio


LHd
ü-20 4,5 < 1 1,0 0,5 16 Curuá. Murilciplo de Alenquer
med.
- Estado do Pará

Pt.59 - Próximo ao rio


PVAcn Q-10 4,1 4 4,4 0,5 64
Curuá. Município de Alenquer
arg. 10..40 4,0 1 4,2 0,2 21
- Estado do Pará

Pt.60- Aproximadamente a
LAd ü-15 5,1 2 0,3 2,4 35 01 °51'8 e 54°42'W. Município
cn med 60-80 5,4 1 0,9 0,5 20

I
de Alenquer - Estado do
Pará.
ü-30 5,0 4 0,0 3,5 8
3ü-55 4,9 0,7 0,5 8 Pt 61 - Aproximadamente a
< 1
AQd 55-80 4,9 <1 0,5 0,2 6 01 °56'8 e 54°36W Município
Bü-110 de Alenquer - Estado do
5,0 <1 0,8 0,2 6
Pará
110..140 4,7 <1 0,9 0,2 8

o-s 5,1 9 0,0 5,6 53


Pt.62 - Aproximadamente a
8-20 5,2 4 0,0 2,4 33
PVA Q1°11'8e54°30'W. Município
2ü-45 5,0 1 0,3 1,1 18
p1 med. de Monte Alegre - Estado
45-80 5,0 <1 0,9 0,3 14
do Pará.
Bü-120 5,0 <1 1,1 0,5 14

Pt 63 - Aproximadamente a
LI d. ü-3 4,4 1 1,4 0,5 103 01 °30'8 e 54°30'W Município
med 3-40 3,9 1 3,4 0,1 31 de Monte Alegre - Estado
do Pará

LI e. ü-40 5,4 4 0,0 7,7 198 Pt 64 - Aproximadamente a


01 °59'S e 54°18'W Município
de Monte Alegre - Estado do
Pará

PEDOLOGIA/271
TABElA 111- Continuação ••.

CATIONS PERMUTAVEIS

PROFUND. pH p
SOLO LOCALIZAÇAO
FOLHA ppm
em H20 At+++ ca+ + +Mg+ + K+
mE/100cc mE/100cc ppm

0,0 21,8 202 Pt 65 - Aproximadamente a


TRE 0-5 5,9 7
0,0 16,8 202 01°41 '8 e 54°04'W Município
e 5-10 6,1 1
0,0 9,7 129 de Monte Alegre - Estado do
arg. 10-40 6,2 <1
Pará

2,9 14 Pt 66 - Próximo ao rio Uatu-


SA.21-Y-A GPH 0-30 5,2 28 0,2
30-50 10 1,3 0,6 12 mã Município de ltapiranga
d. 4,8
1,3 0,6 10 - Estado do Amazonas
med. 50-65 4,7 9
65-95 7 1,4 0,3 6
4,8

2,4 0,2 18 Pt 67 - Aproximadamente a


SA 21-Y-B LAd. 0-20 3,6 3
1 1,4 0,1 14 02°45'8 e 58°05'W Município
arg. 20-50 4,2
1 0,9 0,1 12 de ltapiranga - Estado do
50-110 4,6
1 0,9 0,1 12 Amazonas
110-170 4,6

0,1 6 Pt 68 - Aproximadamente a
0-20 4,1 <1 0',8
AQd 0,3 0,1 6 02°20'8 e 58°00'W Município
100-120 4,7 <1
de Urucará- Estado do Ama-
zonas

7 4,0 0,5 39
LAd. 0-25 4,0 Pt 69 - Aproximadamente a
4,7 <1 2,9 0,6 6
med 25-40 02°57'8 e 57"32'W Município
de Barreirinha - Estado do
Amazonas

0-20 4,3 <1 1,3 0,1 20 Pt 70 - Aproximadamente a


AQd 0,1 6 02°08'8 e 57"11 'W Município
100-120 4,5 <1 0,4
de Faro - Estado do Pará

I LAd 0-10 3,6 1 2,1 0,1 20


SA 21-Y-C Pt 71 - Próximo ao rio Muiu-
10-20 3,8 <1 0,9 0,1 16
med uca Município de Autazes -
20-35 4,1 <1 1,6 0,1 14
Estado do Amazonas
35-50 4,4 <1 1,4 0,1 12
50-95 47 <1 13 o1 12

LAd 0-8 3,6 4 3,9 0,3 20 Pt 72 - Próximo ao furo


arg 8-15 4,0 1 3,2 0,1 16 Uni ará Município de Nova
15-45 4,4 <1 3,6 0,1 14 OI inda do Norte- Estado do
45-75 4,5 <1 3,2 0,1 14 Amazonas
75-120 4.8 <1 ?R 0.1 14
LAd 0-15 3,8 1 3,7 0,1 21 Pt 73 - Próximo ao furo
arg 15-45 4,1 <1 2,5 0,1 16 Uni ará Município de Nova
45-110 4,4 <1 2,3 0,1 14 OI inda do Norte - Estado do
110-170 4,5 <1 2,3 0,1 14 Amazonas

Pt 74 - Aproximadamente a
LAd 0-20 3,5 1 3,3 0,1 23
8A 21-Y-D
20-60 12 03°16'8 e 58°25'W Município
arg 4,4 <1 1,5 0,1
de Maués - Estado do Ama-
60-130 4,6 <1 1,3 0,1 14
130-170 O, I zonas
5,3 < 1,1 14

25 Pt 75 - Aproximadamente a
LAd 0-20 3,8 1 2,5 0,3
6 03°50'8 e 57°53'W Município
med 20-45 4,7 <1 1,2 0,1
de Maués - Estado do Ama-
zonas

272/ PEDOLOGIA
TABElA 111- Continuação ...

CATIONS PERMUTAVEIS

PROFUND. pH p
FOLHA SOLO LOCALIZAÇAO
em H20 ppm AI+++ ea+ ++Mg+ + K+
mE/100cc mE/100cc ppm

SA.21-Y-D LAd 0-20 3,8 9 1,4 0,3 39 Pt 76 - Próximo ao rio


med 60-80 5,0 <1 0,2 0,1 6 Ariaú Município de Barreiri-
nha - Estado do Amazonas

LAd. 0-40 4,1 1 1,4 0,1 12 Pt 77 - Aproximadamente a


arg 40-80 4,7 2 0,9 0,1 6 03°58'5 e 57°09'W Município
de Maués - Estado do Ama-
zonas

SA.21-Z-A LAd 0-20 3,7 1 1,6 0,1 18 Pt 78 - Próximo ao rio Llai-


med 20-50 4,6 <1 0,8 0,1 14 cu rapá Município de Parin-
50-80 4,3 <1 0,9 0,1 14 tins - Estado do Amazonas
80-150 4,8 <1 0,5 0,1 12
AOd 0-20 4,8 1 0,8 0,7 21 Pt 79 - A 5km de Faro rumo
20-50 4,1 <1 0,4 0,1 8 norte Município de Faro -
Estado do Pará

AQd. 0-20 ·4,5 2 0,5 0,1 10 Pt 80 - Próximo ao rio de Ju-


140-160 4,9 <1 0,1 0,1 6 ruti. Município de Juruti -
Estado do Pará

LAd 0-30 4,0 1 1,9 0,1 12 Pt 81 - A 14km de Juruti, ru-


med 130-160 4,7 <1 0,7 0,1 8 mo sul Município de Juruti
- Estado do Pará

LAd 0-15 3,9 2 2,5 0,1 18


med 15-50 4,3 <1 1,3 0;1 6
Pt 82 - Próximo ao rio Bran-
50-80 5,0 <1 0,9 0,1 4
4 co Município de Santarém
80-90 5,0 <1 0,8 0,1
- Estado do Pará
90-120 5.1 <1 0,8 0,1 4
120-160 5,0 <1 0,8 0,1 6

SA 21-Z-B LAd. 0-20 5,8 12 0,0 4,7 12 Pt 83 - Próximo ao rio Ara-


med 20-50 6,1 13 0,0 3,2 6 piuns Município de Santarém
50-80 6,0 10 0,0 2,5 6
- Estado do Pará
80-120 5,8 3 0,1 1,4 4

AQd 0-30 4,1 1 1,3 0,2 18 Pt 84- Aproximadamente a


30-60 4,1 <1 1,2 0,1 16 02°19'5 e 55°21 'W Município
60-100 4,6 <1 0,9 0,3 10 de Santarém - Estado Pará

LAd. 0-30 5,0 7 0,1 10,6 57


med 30-50 4,5 2 2,0 0,9 12 Pt 85 - Próximo ao igarapé
50-80 4,6 <1 1,7 0,2 8 Mapiri Município de Santa-
80-130 4,6 <1 1,3 0,3 8 rém - Estado do Pará
130-160 4,6 <1 1,2 0,1 8

AI e 0-15 6,5 84 0,1 6,8 60 Pt 86 - Km 39, via fluvial


med. 40-60 6,1 75 0,1 9,6 49 Santarém-Aienquer Muni-
cipio de Monte Alegre - Es-
tadodoPará

PEDOLOGIA/273
TABELA 111- Conclusão

CATIONS PERMUTÁVEIS
LOCALIZAÇÃO

FOLHA SOLO PROFUND. pH p AI+++ ca+ + +Mg+ + K+


em H20 ppm mE/100cc mE/100cc ppm

SB 21 Z-8 LAd 0-20 3,9 9 2,4 0.2 16 Pt 87 - km 36 via fluvial San-


med 80-120 4,9 6 1,6 0,1 10 tarém - Alenquer Município
de Monte Alegre - Estado
do Pará

PVA 0-20 3,9 8 1,4 0,1 10 Pt.BB - Aproximadamente a


arg 20-40 4,2 9 1,3 0,1 6 02°33'8 e 54°20'W. Município
40-60 4,6 18 1,1 0,1 6 de Santarém - Estado do
65-85 4,4 4 1,7 0,1 6 Pará

SA 21-Z-C LAd 0-10 3,9 5 1,4 0,1 21


med 10-30 4,6 1 1,2 0,1 16 Pt 89 - Próximo ao rio Ma-
30-60 4,5 <1 1,1 0,1 14 riaquã Município de Juruti
60-110 4,9 - Estado do Pará
<1 1,1 0,1 14
110-170 4,5 <1 0,8 0,1 12

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SEGUNDA PARTE
Aptidão Agrícola

1 - INTRODUÇÃO de um conjunto de elementos de facil coleta e julgamento,


passível de adaptação em diferentes regiões
No planejamento do uso agrícola da terra, existe a grande Este método visa fazer uma apreciação das condições do
necessidade de Identificar, caracterizar e localizar as dife- solo e clima, em relação a culturas adaptadas, sob dois
rentes manchas de solos e sugerir alternativas para uma manejos diferenciados o sistema de manejo primitivo e o
melhor utilização na agricultura sistema de manejo desenvolvido, sem irrigação
No presente trabalho, para a elaboração do Mapa de No primeiro caso, a avaliação é feita levando-se em conta
Aptidão Agrícola, foram extraídas informações do Mapa exclusivamente as práticas rotineiras,'' em que não existe
Exploratório de Solos e também considerados os elemen- nenhum processo de melhoramento nem aplicação de
tos referentes ao clima, no sentido de compatibilizar capital O sistema de manejo desenvolvido, aqui pr~coni­
melhor os ambientes delineados zado, é um estágio mais avançado, onde há alteraçoes na
O objetivo fundamental é procurar, ainda que em caráter determinação da produção e produtividade, através da
generalizado, selecionar e agrupar classes de solos com aplicação de recursos financeiros e de técnicas agronômi-
graus de limitações semelhantes, para o amanho das cas, excluindo a irrigação
culturas Isto significa que solos diferentes podem perten-
cer á mesma classe de aptidão e solos iguais podem estar
em classes diferentes. 2 - CONDIÇÕES AGRÍCOLAS DAS TERRAS E

I É evidente que este estudo não é completo, por não


satisfazer às exigências necessárias e indispensáveis para
isto. Aqui não são considerados fatores de ordem social e
econômica, elementos que muito influenciam no julga-
SEUS GRAUS DE LIMITAÇÕES

O problema causado pela falta ou escassez de gêneros


alimentícios, devido à baixa capacidade produtiva das
terras, não constitui um fato recente
mento e, portanto, na classificação, mas sim relacionadas
somente as variáveis referentes a fatores físicos, químicos Organizações nacionais e internacionais desenvolvem tra-
e climáticos. balhos procurando incrementar a produção e a produtivida-
Apesar da grande extensão da área, da insuficiência de de, de forma consentânea às necessidades, especialmente
dados e mesmo da natureza do trabalho, acredita-se que nas áreas em desenvolvimento.
os dados contidos neste capítulo muito contribuirão para
um melhor planejamento desta região. Deve-se ressaltar que, além da carência alimentar existen-
te, este acontecimento é agravado pelo desequilíbrio na
Para julgamento das terras, consideraram-se fatores como distribuição, pois os países desenvolvidos possuem a
deficiência de fertilidade, deficiência de água, excesso de maior produção e produtividade, a maior renda per capita e
água ou deficiência de oxigênio, susceptibilidade à erosão a menor taxa de crescimento populacional. Já os países
e impedimentos ao uso de implementas e máquinas agrí- em desenvolvimento, com raras exceções, não têm de-
colas. Com referência às culturas, são consideradas ape- monstrado um aumento de produto de natureza alimentar
nas aquelas aclimatadas á região, portanto, não havendo em quantidade que atenda às necessidades sempre cres-
problema de adaptação ao meio ambiente. centes de suas populações.

O sistema de classificação empregado foi o desenvolvido Para que estes problemas sejam resolvidos, é preciso a
por Bennema, Beek e Camargo (1965), por ser constituído adoção de estudos, dentre os quais os relacionados com

2761 PEDOLOGIA
as condições agrícolas das terras, com o fim de classificá- ausência de substâncias tóxicas (alumínio, manganês e
las segundo as limitações apresentadas. sais solúveis - especialmente sódio).
Nestes estudos é importante o estabelecimento do concei- Em virtude da carência de dados para interpretação basea-
to de uma terra considerada ideal para agricultura, para ser da na presença de macro e micronutrientes no solo, são
tomada como referência, em relação a outras existentes. utilizados em substituição outros dados químicos, direta
ou indiretamente importantes com relação à fertilidade. Os
A terra ideal é aquela que possui as melhores condições
valores que melhor se relacionam com a fertilidade são:
possíveis de potencialidade para o crescimento das mais
saturação de bases (V%), saturação com alumínio
exigentes formas organizadas de associações vegetais
100.AI + + +, soma de bases trocáveis (S) e atividade do
.Apresenta elevada fertilidade natural, sem deficiência de
água e de oxigênio, não é susceptível à erosão e não S + AI+++
ciclo orgânico (Floresta em relação ao Cerrado) Outros
possui impedimentos ao uso de implementas agrícolas
dados importantes, como nitrogênio total, relação
Quaisquer outras variações apresentadas que não preen- CIN, P205 total, alumínio trocável, cátions trocáveis e
cherem as exigências atribuídas às da terra ideal são capacidade de troca de cátions (T), são pouco utilizados
consideradas desvios, portanto, sem todas as condições em virtude da sua difícil interpretação, pois suas relações
com a fertilidade natural não se acham perfeitameote
necessárias e suficientes para permitirem o ótimo desen-
esclarecidas nos solos tropicais.
volvimento das culturas Os desvios das diversas terras em
relação à terra de referência (ideal) serão considerados Com base apenas nos dados químicos disponíveis, nem
como limitações ao uso agrícola e podem apresentar-se sempre é possível obter-se uma conclusão correta a respei-
em diversos graus, determinados por cinco classes nula, to da fertilidade de um solo tropical. São indispensáveis,
ligeira, moderada, forte e muito forte. portanto, as observações de campo, principalmente acerca
Em alguns casos, podem ocorrer terras com uma ou mais do uso da terra, produtividade, qualidade das pastagens
características diferentes daquela considerada ideal, po- assim com·o relações entre a vegetação natural e a fertilida~
rém com capacidade produtiva igual ou até superior a esta, de
como é o caso das terras subordinadas ao excesso de As definições dos graus de limitações para cada um dos
umedecimento, as quais, se cultivadas com arroz, dão cinco aspectos das condições agrícolas das terras geral-
excelentes resultados
mente compreendem informações referentes às relações
Serão considerados os seguintes aspectos das condições entre graus de limitações e dados facilmente observáveis e
agrícolas das terras: mensuráveis. Essas relações, entretanto, nem sempre são
precisas e devem ser usadas como um guia de orientação
- Deficiência de fertilidade
geral
- Deficiência de água
- Excesso de água (deficiência de oxigênio) As limitações são definidas com base nas condições
naturais das terras, sendo válidas, sob alguns dos aspec-
- Susceptibilidade à erosão tos, apenas para o sistema de manejo primitivo. Nestes
- Impedimentos ao uso de implementas agrícolas (meca- casos, nos sistemas agrícolas desenvolvidos, os graus são
nização) estabelecidos em função da possibilidade de remoção ou
Estes fatores não representam, entretanto, em sua total i- melhoramento da referida limitação.
dade, as _co~dições agrícolas das terras necessárias para Graus de Limitações por Deficiência de Fertilidade dos
uma aval1açao detalhada. Indicam, porém, a aptidão geral SoJos
das terras para o uso agrícola.
Nula a ligeira - Solos com boas reservas de nutrientes
Observe-se que um determinado aspecto das condições disponíveis às plantas e sem conter sais tóxicos, permitin-
agrícolas das terras está na dependência de uma ou mais do boas colheitas durante vários anos. Apresentam satura-
propriedades do solo e das condições mesológicas A ção de bases (V%) maior que 50 e menos de 50% de
susceptibilidade à erosão está, por exemplo, na dependên- saturação com alumínio. A soma de bases trocáveis (S) é
cia das seguintes propriedades declividade, textura, per- sempre maior que 3mE por 100g de terra fina seca ao ar
meabilidade, tipo de argila, profundidade, além da intensi- (tfsa). A condutibilidade elétrica do extrato de saturação é
dade e distribuição das chuvas. menor que 4mmhoslcm a 25°C.

Com uma rápida descrição da influência das diversas Quando os outros fatores são favoráveis, as reservas de
propriedades do solo e do ambiente, em cada um dos nutrientes permitem boas colheitas, durante muitos anos.
aspectos das condições agrícolas das terras, tornar-se-ão Nas regiões tropicais úmidas e subúmidas estes solos
mais compreensíveis as relações entre estas propriedades normalmente apresentam vegetação florestal.
e as referidas condições Moderada - Solos nos quais a reserva de um ou mais
nutrientes disponíveis às plantas é limitada.
2.1 - Deficiência de Fertilidade
Quando outros fatores são favoráveis, o conteúdo de
Refere-se à disponibilidade de macro e micronutrientes no nutrientes permite bons rendimentos das culturas anuais
solo, seu aproveitamento pelas plantas e presença ou somente durante os primeiros anos, após os quais os

PEDOLOGIA1277
rendimentos descrescem rapidamente, com a constante nada. Entre estas propriedades destacam-se: textura, tipo
utilização agrícola. de argila, teor de matéria orgânica e profundidade efetiva.

Necessitam de fertilização depois de poucos anos, a fim No caso dos solos de baixada, ao lado da àgua disponível
de manter a produtividade, pois correm o risco de se que pode ser armazenada, são consideradas outras pro-
empobrecerem e se degradarem a uma classe mais baixa priedades, como altura do lençol freático e condutibilidade
hidráulica.
de produtividade, devido ao uso exaustivo. Nas regiões
tropicais úmidas e subúmidas estes solos estão cobertos Os dados sobre a disponibilidade de água nos solos,
por vegetação florestal. precipitação e evapotranspiração, embora muito escas-
sos, são usados na determinação dos graus de limitaçÕes
Também são considerados nesta classe solos com sais
por deficiência de àgua, além de observações de campo,
tóxicos, devido a sais solúveis ou sódio trocável, que
principalmente relacionadas ao comportamento das pasta-
impedem o desenvolvimento das culturas mais sensíveis.
gens, tipo de culturas e vegetação natural. A vegetação
A condutibilidade elétrica do extrato de saturação está
natural, evidentemente, só poderá ser considerada nos
entre 4 e 8mmhos/cm a 25°C
casos em que é adaptada às condições da água nos solos.
Forte - Solos nos quais um ou mais nutrientes disponí-
O balanço hídrico e a relação de umidade com os tipos de
veis aparecem apenas em pequenas quantidades Apresen-
vegetação, que por sua vez estão relacionados com as
tam normalmente baixa soma de bases trocáveis (S)
regiões bioclimáticas de Gaussen, foram as principais
Quando outros fatores são favoráveis, o conteúdo de bases para o estabelecimento desta limitação. A vegetação
nutrientes permite bons rendimentos somente para certas natural reflete as condições de variação da deficiência de
culturas adaptadas, sendo baixos os rendimentos das água na área.
outras culturas ou mesmo de pastagens
Graus de Limitações por Deficiência de Água nos Solos:
A sua utilização racional requer fertilização desde o come- Nas definições seguintes, não foi dispensada bastante
ço da exploração agrícola Nas regiões tropicais úmidas e atenção à regularidade ou irregularidade de escassez de
subúmidas, estes solos apresentam-se cobertos por vege- água e os riscos decorrentes de fracassos de culturas
tação de Savana ou transição Floresta/ Savana ("carras-
co"). Nula - Solos nos quais a deficiência de água disponível
não constitui limitação para o crescimento das plantas. A
Também são considerados nesta classe os solos com sais vegetação é de Floresta Perenifólia
tóxicos, devido a sais solúveis ou sódio trocável, que
permitem o cultivo somente de plantas tol~rantes A Solos com lençol freático alto (solos de baixada), perten-
condutibilidade elétrica do extrato de saturação está entre centes a esta classe, podem ocorrer em clima com estação
8 e 15mmhos/ em a 25°C seca

Muito Forte - Solos com conteúdo de nutrientes muito Ligeira- Solos em que ocorre uma pequena deficiência de
restrito, praticamente sem nenhuma possibilidade de agri- água disponível durante um curto período, que constitui
cultura, pastagens e florestamento Apresentam soma de parte da estação de crescimento. São encontrados em
bases trocáveis (S) muito baixa e estão normalmente climas com curta estação seca (1-3 meses) A vegetação
cobertos por vegetação de Savana, nas regiões tropicais normalmente é de Floresta Subperenifólia
úmidas e subúmidas
Solos com lençol freático elevado, pertencendo a esta
Também são considerados nesta classe os solos com sais classe, podem ocorrer em climas com maior período seco.
tóxicos, devido a sais solúveis ou sódio trocável, que
permitem o cultivo somente de plantas muito tolerantes A Moderada - Solos nos quais ocorre uma considerável
condutibilidade elétrica do extrato de saturação é maior deficiência de água disponível, durante um período um
que 15mmhos/cm a 25°C Podem ocorrer em áreas despro- tanto longo. São encontrados em climas com uma estação
vidas de cobertura vegetal e crostas salinas seca um tanto pronunciada (três a sete meses) ou em
climas com uma curta estação seca quando são arenosos
ou muito rasos. A vegetação é normalmente Floresta
22 - Deficiência de Água Subcaducifólia.

A deficiência de água é uma função da quantidade de água Solos com lençol freático ou com água estagnada (tempo-
disponível às plantas e das condições climatológicas, rária), pertencendo a esta classe, podem ocorrer em climas
especialmente precipitação e evapotranspiração Nos de- com um longo período seco.
sertos e em algumas áreas superúmidas, e mesmo nas
áreas secas do Nordeste, os fatores climatológicos são os Forte- Solos nos quais ocorre uma grande deficiência de
de maior importância água disponível durante um longo período, que coincide
com a estação de crescimento da maioria das culturas.
Em alguns casos, propriedades individuais dos solos têm
grande inflUência na água disponível que pode ser armaze- Solos pertencentes a esta classe são somente encon-

278/ PEDOLOGIA
trados em climas com um longo período seco (maior que São solos que variam, normalmente, de bem até excessiva-
sete meses) ou em climas com uma estação seca menor mente drenados.
(três a sete meses), quando são arenosos ou muito rasos.
A vegetação nesta classe é Caatinga arbórea ou Floresta Ligeira - Solos que, durante a estação chuvosa, apresen-
Caducifólia. tam uma certa deficiência de ar às culturas com raízes
sensíveis ao excesso de água.
Muito forte- Solos nos quais ocorre uma grande deficiên-
cia de água disponível durante um longo período, com uma São solos moderadamente drenados ou com risco esporá·
estação de crescimento muito curta. A vegetação é a dico de inundação.
Caatinga arbustiva que apresenta o grau mais acentuado
de xerofitismo no Brasil. Moderada - Solos nos quais as plantas cultivadas que
possuem raízes sensíveis a uma certa deficiência de ar não
podem desenvolver-se satisfatoriamente, uma vez que a
2.3 - Excesso de Água (deficiência de oxigênio) aeração do solo é consideravelmente prejudicada pelo
excesso de água, durante a estação chuvosa.
O excessó de água está geralmente relacionado com a
classe de drenagem natural do solo que, por sua vez, é São solos imperfeitamente drenados ou com risco incerto
resultado de condições climatólogicas (precipitação e eva- de inundações.
potranspiração), relevo local, propriedades do solo e altura
do lençol freático. Forte - Solos nos quais as culturas com raizes sensíveis
ao excesso de água somente se desenvolvem, de modo ·
Na maioria dos casos existe uma relação direta entre satisfatório, mediante trabalhos da drenagem artificial. Em
classe de drenagem natural e deficiência de oxigênio. geral são solos mal drenados ou com risco periódico de
inundações.
As características do perfil de solo são usadas para Muito forte - Solos nos quais são necessários trabalhos
determinar a classe de drenagem sob condições naturais. intensivos de drenagem para que as plantas de raizes
No solo drenado artificialmente, a relação entre classes de sensíveis ao excesso d'água possam desenvolver-se satis-
drenagem e deficiência de oxigênio não é mais direta, fatoriamente. Os solos desta classe são muito mal drena-
enquanto o sistema funcionar adequadamente para remo- dos ou estão sujeitos a risco permanente de inundação ou
ver o excesso de água. permanecem inundados durante todo o ano.

Em solos que apresentam lençol freático elevado, o fator


mais importante é a altura do lençol, ao passo que nos 2.4 - Susceptibilidade à Erosão
solos em que o lençol freático situa-se bem abaixo da zona
de enraizamento das plantas, são consideradas as seguin- t:: considerada neste item, basicamente, a erosão pela ação
tes propriedades: estrutura, permeabilidade e presença ou das águas das chuvas, visto que a erosão eólica parece não
ausência de camada menos permeável, neste caso, impor- ser de muita importância nesta região.
tando constatar a que profundidade ela se localiza.
A referência para a susceptibilidade à erosão é a que
ocorreria em terrenos inclinados se os solos fossem
Deve-se frisar que deficiência e excesso de água são aqui usados para culturas sem a adoção de medidas conserva-
considerados como dois aspectos independentes das con- cionistas.
dições agrícolas dos solos, porque um mesmo solo pode
apresentar limitações por deficiência de água na estação A susceptibilidade à erosão está na dependência de fatores
seca, e por excesso na estação chuvosa. Nem todas as climatológicos (especialmente intensidade e distribuição
combinações são no entanto possíveis, pois um solo com das chuvas), da topografia e comprimento dos declives, do
uma forte deficiência de água, em geral, não terá mais que microrrelevo e dos seguintes fatores do solo: infiltração,
uma ligeira limitação por excesso. permeabilidade, ca:>acidade de retenção de umidade,
presença ou ausência de camada compactada no perfil,
coerência do material do solo, superfícies de deslizamento
No que tange ao excesso de água, são também considera- e presença de pedras na superfície, que possam agir como
dos os riscos de inundação, que causam uma deficiência protetores. Muitos dos fatores citados são resultantes da
temporária de oxigênio e danos mecânicos às plantas não interpretação de propriedades do solo, tais como: textura,
adaptadas ao encharcamento. estrutura, tipo de argila e profundidade.

Sob as mesmas condições de cultivo, regime de chuvas e


Graus de Limitações por Excesso de Água nos Solos relevo, um solo com B latossólico apresenta suscepti-
(deficiência de oxigênio): bilidade à erosão menor do que um solo com 8 textura!, e
este, menor do que um solo com um horizonte "pan".
Nula - Solos nos quais a aeração não é prejudicada por No decorrer do processo erosivo, pode um determinado
efeito da água durante qualquer parte do ano. solo aumentar gradativamente a sua susceptibilidade à

PEDOLOGIA /279
erosão. Isto acontece em solos nos quais houve uma Muito forte - Solos muito fortemente susceptíveis à ero-
erosão prévia, pela qual o horizonte superficial, mais são. Compreendem todos os solos com declividade supe-
poroso e menos coerente, foi erodido e onde já se formou rior a 25%, menos aqueles com declive ligeiramente supe-
um sistema de SlJicos e voçorocas. rior que apresentem muito boas condições físicas.

o grau de susceptibilidade à erosão, para uma determi- Se sopesn para agricultura, serão totalmente erodidos em
nada classe de solo, é mais facilmente determinado nos poucos anos, com o aparecimento de sulcos e voçorocas.
locais onde o solo é utilizado para agricultura, sem medi- Se usados para pastoreio, o risco de danos ainda é grande.
das preventivas contra a erosão. Em outros casos pode-se Proteção e controle, nesta classe, não são economica-
estabelecer relações entre declividade e susceptibilidade à mente viáveis.
erosão, tendo como base o conhecimento das relações
entre erosão e características do perfil do solo. 25 - Impedimentos ao Uso de Implementas Agrícolas
(mecanização)
Graus de Limitações por Susceptibilidade à Erosão dos
Solos Este -fator depende principalmente do grau e forma do
declive, presença ou ausência de pedregosidade e rocho-
Nula ~ Solos não susceptíveis à erosão. Normalmente, sidade, profundidade do solo e condições de má drenagem
são solos em relevo plano ou quase plano e que apre- natural, além da constituição do material do solo, como
sentam boa permeabilidade. Tais solos, com uso agrícola textura argilosa com argila do tipo 2:1, textura arenosa,
prolongado (de 1O a 20 anos), não apresentam ou quase solos orgânicos, microrrelevo resultante da grande quan-
não apresentam erosão em sua maior parte. tidade de cupinzeiros (termiteiros) e/ou gilgai ou solos
com muitos sulcos e voçorocas, devido à erosão
Ligeira - Solos que apresentam alguma susceptibilidade
à erosão São solos que normalmente apresentam decli- A pequena profundidade do solo tem influência nos casos
vidades suaves (2 a 6%) e boas condições físicas. Podem em que o material subjacente é consolidado ou não
ser mais declivosos quando as condições físicas forem indicado para ser trazido à superfície por aração
muito favoráveis.
Com relação à mecanização, uma área sem impedimentos
Se usados para agricultura, por um período de 1O a 20 somente é levada em conta se apresentar um tamanho
anos, terão aproximadamente 25 a 75% do horizonte A mínimo que compense o uso de máquinas agrícolas. Áreas
removido na maior parte da área. Proteção e controle são, pequenas, sem impedimentos à mecanização, são des-
em geral, de fácil execução e bastam práticas conserva- prezadas quando estão disseminadas no meio de outras
cionistas simples para controlar a erosão. Em muitos áreas, nas quais não é possivel uso de implementas
casos, o uso de culturas selecionadas pode auxiliar satis- tracionados.
fatoriamente neste controle.
Graus de Limitações por Impedimentos ao Uso de Imple-
mentas Agrícolas nos Solos (mecanização)
Moderada - Solos moderadamente susceptíveis à erosão
O relevo destes solos é normalmente ondulado e a decli-
Nula- Solos nos quais podem ser usados, na maior parte
vidade de 6 a 13%, desde que haja boas propriedades
da área, durante todo o ano, todos os tipos de imple-
físicas. Podem ter declives maiores (13 a 25%) em relevo
mentas agricolas. O rendimento do trator ê maior que
forte ondulado, quando as propriedades físicas dos solos

I
90%.
forem muito favoráveis e suavemente declivosos (2 a 6%)
quando muito desfavorá11eis.
Apresentam topografia plana e suave ondulada, com decli-
vidades menores que 6%, sem outros impedimentos rele-
vantes à mecanização
Se usados para agricultura, a erosão é reconhecida por
fenômenos moderados. Inicialmente dá-se a remoção de Ligeira - Solos nos quais, na maior parte da área, podem
todo o horizgnte A, que facilmente pode continuar-se pela ser usados quase todos os tipos de implementas agrí-
formação dê sulcos e voçorocas. Práticas conservacio- colas. O rendimento do trator é de 60% a 90%
nistas são necessárias desde o início da utilização agrícola
destes solos. Em alguns caso_s, o combate à erosão pode Esses solos apresentam
ser feito com práticas simples, como em lavouras de ciclo
longo, mas em geral são necessários controles intensivos a) declividades de 6 a 13%, com topografia ondulada,
que demandam investimentos e conhecimentos agronô- quando não se apresentam outros impedimentos de natu-
micos reza mais séria.
Forte - Solos fortemente susceptíveis à erosão São em b) topografia plana e suave ondulada, mas com ligeiros
geral solos com relevo forte ondulado e declividade de 13 a impedimentos devidos a pedregosidade (0,5 a 1 ,0%),
25%, desde que apresentem boas condições físicas. Po- rochosidade (2 a 10% ), profundidade exígua, textura are-
dem ter declives maiores, quando as condições físicas dos nosa ou argilosa com presença de argila do tipo 2:1, ou
solos forem muito favoráveis, ou declfves menores, quan- lençol freático alto
do desfavoráveis
Moderada - Solos nos quais, na maior parte da área,
Se usados para agricultura, a erosão é reconhecida por somente os tipos mais leves de implementas agrícolas
fenômenos fortes, causadores de rápidos danos aos solos. podem ser usados algumas vezes, durante parte do ano.
Proteção e controle são, na maioria dos casos, dificeis e São usados, comumente, equipamentos tracionados por
dispendiosos, ou pouco viáveis. animais. Se usados tratores, deve-se fazê-lo com cuidados

2801 PEDOLOGIA
especiais, sendo empregados somente tratores de esteira, melhoramentos das condições do solo, pela aplicação de
e o rendimento é menor que 60%. corretivos e adubos, cultivos de variedades selecionadas
ou híbridos, conservação da umidade do solo, drenagem,
Estes solos apresentam: controle de erosão e a aquisição e uso de máquinas e
implementes agrícolas. O conhecimento técnico opera-
a) declividades de 13 a 25%; com topografia que é fre- cional está representado pela tradição agrícola ou pela
qüentemente forte ondulada, quando não existem outros habilidade profissional capaz de pôr em funcionamento
impedimentos mais sérios. Se usados para agricultura, técnicas mais avançadas para permitir o aumento de
freqüentes e profundos sulcos de erosão podem estar produtividade. O tipo de tração e implementes agrícolas
presentes. que diferem nos dois sistemas de manejo resume-se em
que um emprega tração animal e implementes manuais e o
b) declividades menores que 13%, mas com moderados outro tração motorizada e imp1ementos operados meca-
impedimentos devido a pedregosidade (1 a 15%), rocho- nicamente. ·
sidade (10 a 25%), ou profundidade exígua.
Foram estabelecidas, para cada sistema de manejo, quatro
c) topografia plana e suave ondulada, com moderados classes de aptidão: boa, regular, restrita e inapta. O
impedimentos devido a textura arenosa grosseira, argilosa enquadramento de uma determinada unidade de solo em
com argila do tipo 2:1 ou lençol freático elevado. uma destas classes é feito com base nos graus de limita-
ções que, por sua vez, são determinados pelas possibi-
Forte - Solos que, na maior parte da área, podem ser lidades ou não de remoção ou melhoramento das limi-
cultivados somente com uso de implementes manuais. tações que afetam este solo.

Estes solos apresentam No sistema de man<:ljQ primitivo, não sendo viável o


melhoramento destas condições, as classes de aptidão,
a) declividades de 25 a 55%, com uma topografia monta- em função de cad;;. fator limitante, expressam os graus
nhosa, que pode ser parcialmente forte ondulada. Sulcos e atribuídos em condições naturais a cada uma das limita-
voçorocas podem constituir fortes impedimentos ao uso ções, salvo impedimentos a mecanização, cujos graus não
de implementes. têm estreita relação com as classes de aptidão, neste nível
de agricultura primitiva.
b) declividades menores que 25%, com fortes impedi-
mentos devido a pedregosidade (15 a 70%), rochosidade Deve-se ainda ressaltar que as classes de aptidão são
{25 a 70%), pequena profundidade, má drenagem, inun- atribuídas separadamente para culturas de ciclo curto e
dações freqüentes e alagamentos. ciclo longo, em virtude destas culturas apresentarem
grandes diferenças quanto às exigências de solo e tratos
Muito forte - Solos que não podem ou, somente com culturais.
grande dificuldade, podem ser usados para agricultura.
Não possibilitam o uso de implementes tracionados e Para fins de esclarecimento estão enumeradas abaixo
mesmo a utilização de implementes manuais é difícil. algumas das culturas da região, consideradas como de
ciclo curto (culturas anuais) e de ciclo longo (culturas
Estes solos apresentam perenes).

I
a) declividades maiores que 55%, em topografia escar- Culturas de ciclo curto: abóbora, amendoim, araruta,
pada. arroz, batata-doce, cará (inhame), fava, feijão, fumo, ger-
gelim, juta, malva, mandioca, melancia, melãq e milho.
b) declividades menores que 55% com impedimentos
muito fortes, devido a pedregosidade e rochosidade Culturas de ciclo longo: abacate, açaí, banana, cacau,
(maiores que 70%), profundidade muito pequena e por caju, cana-de-açúcar, citros, coco, cupuaçu, dendê, fruta-
estarem sujeitos a inundações freqüentes e prolongadas pão, goiaba, guaraná, mamão, manga, maracujá, pas-
tagem plantada, pimenta-do-reino, pupunha, sapoti,
seringueira e urucu.
3 - SISTEMAS DE MANEJO ADOTADOS
3.1 - Sistema de Manejo Primitivo e Classes de Aptidão
A interpretação dos solos para o uso agrícola, neste Agrícola
trabalho, foi desenvolvida com base em dois sistemas
principais de manejo: sistema de manejo primitivo e Neste sistema de manejo, as práticas agrícolas dependem
sistema de manejo desenvolvido (sem irrigação). A escolha de métodos tradicionais, que refletem um baixo nível de
de apenas dois sistemas de manejo possibilita a visuali- conhecimento técnico. Não há emprego de capital para
zação da utilização dos solos sob dois ângulos distintos. manutenção e melhoramento das condições agrícolas das
terras e das lavouras. Os cultivos dependem principalmen-
Os sistemas de manejo foram definidos com base nos te do trabalho braçal, com implementes manuais simples
seguintes fatores, considerados como os mais importan- Alguma tração animal é usada para implementes agrícolas
tes: nível de investimento de capital, grau de conheci- leves.
mentos técnicos operacionais, tipo de tração e implemen-
tes agrícolas. Este é o sistema agrícola que predomina na área. A
limpeza da vegetação é feita por queimadas e, no caso de
O nível de investimento de capital compreende os inves- culturas de ciclo curto, o uso da terra nunca é permanente,
timen"to.s feitos para preparo do terreno, manutenção e sendo a terra abandonada para recuperação quando os

PEDOLOGIA /281
rendime·11tos declinam fortemente. É muito comum a uso. As culturas não se desenvolvem ou não é viável o seu
consorci'l;lção de duas ou três culturas e as lavouras de cultivo. É possível que umas poucas culturas adaptadas
caráter mais permanente só são possíveis em áreas onde a possam ser cultivadas.
fertilidade dos solos é alta
Nesta classe estão as terras não enquadradas nas classes
As classes da aptidão incluem tanto culturas de ciclo curto anteriores que apresentarem uma ou mais das seguintes
como culturas de ciclo longo e estão definidas, neste condições: fertilidade natural muito baixa ou em níveis mais
sistema, em termos de graus de limitações nas condições elevados associados a impedimentos muito fortes; toxidez
naturais para uso na agricultura, como segue: devido a sais solúveis e sódio trocável (C. E. maior que 8
mmhoslcm a 25°C}; relevo montanhoso com boas caracte-
CLASSE I - boa - As condições agrícolas das terras rísticas físicas ou relevo menos acidentado em casos de
apresentam limitações nula a ligeira, pàra um grande solos rasos ou com profundos e intensos sulcos e voço-
número de culturas climaticamente adaptadas. Pode-se rocas; pedregosidade e rochosidade superior a 70%; dre-
prever bons rendimentos por um período de aproxima- nagem má ou inundações e alagamentos por prolongados
damente 20 anos, durante o qual as produções decrescem períodos; fortes riscos de danos ou fracassos de culturas,
gradualmente por irregularidade na distribuição das precipitações pluvio-
métricas, com ocorrência de uma vez ou mais em cada ano e
Nesta classe estão os solos com alta fertilidade natural, estação seca superior a sete meses.
profundos e com boas propriedades físicas; com condu-
tibilidade elétrica menor de 4mmhoslcm a 25°C; em relevo Nas áreas de campo e de vegetação aberta com estrato
plano ou suave ondulado; sem qualquer risco de inun- graminoso (Savana, Estepe, etc.), devido a fortes e muito
dação ou encharcamento e que se en·contram em áreas de fortes impedimentos ao uso para a lavoura, com cultivos
distribuição uniforme das precipitações pluviométricas, anuais ou perenes, as terras desta, classe são aproveitáveis,
com período seco nunca superior a três meses. como melhor recomendação de uso, para o pastoreio
extensivo, mesmo com baixa capacidade de suporte, já que,
CLASSE 11 - regular- As condições agrícolas das terras se utilizadas para a agricultura, tornam a prática desta
apresentam limitações ligeiras e moderadas para um atividade muito insegura e pouco recomendável, com risco
grande número de culturas climaticamente adaptadas. de perda total de produção Para a representação cartográ-
Pode-se prever boas produções durante os primeiros dez fica destas áreas usa-se, além do símbolo convencional da
anos, que decrescem rapidamente para um nível mediano classe (IV), a letra a minúscula, para distinguir da sub-
nos dez anos seguintes. classe IVb, encontrada sob vegetação de Floresta ou em si-
tuações de relevo montanhoso e solos muito rasos, sob
Enquadram-se nesta classe as terras que apresentam, vegetação de Campo, Savana ou Estepe
como limite máximo, uma ou mais das seguintes condi-
ções: média e média a baixa fertilidade natural, com boas As diversas maneiras pelas quais as condições agrícolat
propriedades físicas; livres de excesso de sais (C. E. menor influenciam este sistema de manejo são
ou e 4mmhos/ em a 25°C); relevo ondulado, sem sulcos ou
voçorocas; risco permanente de inundações ligeiras e Deficiência de fertilidade- a fertiíidade natural de um solo
ocasionais; riscos ligeiros de danos ou fracassos de é o fator mais importante para a produção agrícola Se a
culturas, por irregularidade na distribuição das chuvas, fertilidade natural for alta, as produções serão boas por
com probabilidade de ocorrência de uma vez num período muitos anos, ao passo que, sendo média, as produções
serão medianas e por menores períodos de tempo A

I
de mais de cinco anos
fertilidade natural sendo baixa ou muito baixa, não é
aconselhável cultivar neste sistema de manejo.
CLASSE 111 -restrita - As condições agrícolas das terras
apresentam limitações moderadas e fortes para um grande Deficiência de água- a disponibilidade de água propicia a
número de culturas climaticamente adaptadas. Pode-se opção na escolha das culturas e da época do plantio Apesíir
prever produções medianas durante os primeiros anos, de se tratar de região Amazônica, esta é uma limitação de
decrescendo rapidamente para rendimentos baixos, dentro grande importância, devido à ocorrência de períodos de
de um período de dez anos. seca considerável em determinada área da região.

Estão compreendidas nesta classe terras que apresentam Excesso de água - sua importância maior se faz sentir
pelo menos uma das seguintes condições: fertilidade principalmente nas culturas de ciclo longo, quando há
natural baixa, com boas características físicas; toxidez problemas de inundação ou mesmo para culturas de ciclo
devido a sais solúveis e sódio trocável (C E. de 4 a curto, com raízes não adaptadas à falta de ar.
8mmhos/cm a 25°C); relevo forte ondulado, sem pronun-
ciados sulcos ou voçorocas, em solos com boa profun- Susceptibilidade à erosão- apresenta relativamente pouca
didade; drenagem imperfeita ou má, ou risco permanente de importância para este sistema de manejo, visto as práticas
inundações freqüentes; riscos moderados de danos ou agrícolas serem pouco intensas e utilizarem-se máquinas
fracassos de culturas, por irregularidade na distribuição das simples ou implementas manuais.
precipitações pluviométricas, com provável ocorrência em
um período de um a cinco anos e estação seca variável de Impedimentos ao uso de implementas agrícolas - não é
três a sete meses. limitante neste sistema de manejo, porque os implementas
agrícolas considerados podem ser usados em quaisquer
CLASSE IV - inapta - As condições agrícolas das terras cóndições.
apresentam limitações fortes e muito fortes para um grande
número de cu Itu ras climaticamente adaptadas. Provêem-se Obs.: Há casos especiais em que as culturas admitem graus
produções baixas a muito baixas já nos primeiros anos de de limitação maiores do que os expostos nas classes de

2821 PEDOLOGIA
aptidão. Exemplos: o algodão admite certa limitação por CLASSE 111- restrita- As condições agrícolas das terras
deficiência de água, assim como o arroz irrigado e a juta apresentam limitações moderadas e fortes para uma pro-
admitem também certa limitação por excesso de água. dução uniforme de culturas climaticamente adaptadas. A
produção é mediana e a opção de culturas é muito restrita
por uma limitação que não pode ser removida ou por
3.2 - Sistema de Manejo Desenvolvido (sem irrigação) e limitações que são parcialmente removidas com melho-
Classes de Aptidão Agrícola ramentos intensivos.
As práticas agrícolas neste sistema de manejo estão O baixo rendimento médio pode também ser devido à
condicionadas a um alto nível tecnológico. Há emprego produtividade mais baixa ou a fracassos de culturas,
intensivo de capital para a manutenção e melhoramento das causados por irreg.ularidades na distribuição das precipi-
condições da terra e das culturas. As práticas de manejo são tações pluviométricas, com probabilidades de ocorrência
conduzidas com o auxílio de maquinaria de tração moto- de uma vez num período de um a cinco anos.
rizada e utilizam-se ao máximo os resultados das pesquisas
agrícolas. O conhecimento técnico operacional capaz de Estão também compreendidas nesta classe as terras que
maximizar a capacidade produtiva está presente, seja apresentam pelo menos uma das seguintes condições:
diretamente ou através de assessoramento profissional. fertilidade baixa em solos com boas propriedades físicas;
toxidez devido a sais solúveis e sódio trocável (C.E. entre4 a
Estas práticas de manejo incluem trabalhos intensivos de 8mmhoslcm a 25°C); relevo forte ondulado ou menos
drenagem, medidas de controle à erosão, combate às acentuado, quando presentes fenômenos erosivos fortes,
pragas e doenças, rotação de culturas, plantio de sementes pedregosidade e rochosidade moderadas ou solos rasos;
e mudas selecionadas, calagem e fertilização. drenagem imperieita ou risco de inundações freqüentes.
Neste sistema de maneJO, as classes de aptidão são
definidas em termos de graus de limitações para uso geral CLASSE IV- inapta- As condições agrícolas das terras
na agricultura e são determinadas de acordo com a possibi- apresentam limitações fortes e muito fortes para uma
lidade ou não de remoção ou melhoramento das condições grande variedade de culturas climaticamente adaptadas. A
naturais. Aqui também são consideradas para culturas de produção, economicamente, não é viável, devido a uma ou
ciclo curto e longo. mais limitações que não podem ser removidas. É possível
que umas poucas culturas especiais possam ser adaptadas
CLASSE I - boa - As condições agrícolas das terras a estas terras, sob práticas de manejos incomuns.
apresentam limitações nula a ligeira para uma produção
uniforme de uma larga alternativa de culturas climatica- As terras aqui classificadas possuem pelo menos uma das
mepte adaptadas. Bons rendimentos são obtidos e manti- seguintes condições fertilidade muito baixa, associada à
dos com melhoramentos simples. As restrições para as inviabilidade de melhoramentos devido à elevada saturação
práticas de manejo são de fácil remoção e a conservação com alumínio ou solo de textura arenosa; toxidez devido a
dos solos é feita com medidas simples de controle à sais solúveis e sódio trocável (C. E. superior a Bmmhoslcm
erosão. a 25°C); relevo montanhoso, com boas características
físicas, ou forte ondulado, em caso de solos rasos ou com
Nesta classe enquadram-se terras com as seguintes con- erosão pronunciada através de sulcos e voçorocas ou
dições fertilidade alta, sem toxidez devido a sais solúveis e pedregosidade e rochosidade incompatíveis com a meca-

I
sódio trocável (C.E. menor que 4 mmhosl em a 25°C); relevo nização (25 a 70%); má drenagem ou ocorrência de inun-
com declives menores que 6%, sem sulcos ou voçorocas, dações ou alagamentos duradouros sem possibilidades de
em solos de boas propriedades físicas; ausência de risco de melhoria; muito fortes riscos de perdas totais de culturas,
inundação ou encharcamento e período seco inferior a três devido a irregularidade na distribuição das chuvas e período
meses seco maior que sete meses.

CLASSE 11 - regular - As condições agrícolas das As diversas maneiras pelas quais as principais condições
terras apresentam limitações ligeiras e moderadas para uma agrícolas influenciam este sistema de manejo são:
produção uniforme de um grande número de culturas
climaticamente adaptadas. Pode-se obter boas produções, Deficiência de fertilidade - Reveste-se de importância
mas a manutenção destas e a opção de culturas e seleção menor para este sistema que para o anterior. As práticas de
das práticas de manejo são restringidas por uma ou mais adubação compreendem, além da aplicação de fertilizantes
limitações que não podem ser total ou parcialmente remo- e corretivos, o emprego de micronutrientes de acordo com
vidas. A redução do rendimento médio pode também ser as deficiências dos solos e exigências das culturas, caso
devida a rendimentos anuais mais baixos ou a fracassos de seja economicamente viável. A resposta dos solos a adu-
culturas, causados por irregularidade na distribuição das bação e calagem tem de ser considerada. O conteúdo de
precipitações pluviométricas com probabilidade de ocor- matéria orgânica é mantido e, se possível, melhorado para
rência de uma vez num período de mais de cinco anos. promover maior atividade microbiológica no solo, retenção
e disponibilidade dos nutrientes para as plantas e melho-
Nesta classe podem ser consideradas as terras que não ramento da estrutura do solo, favorecendo o desenvol-
foram enquadradas na classe anterior por apresentarem vimento e distribuição das raizes
uma o~ mais das seguintes limitações: fertilidade média,
sem toxidez devido a sais solúveis e sódio trocável (C. E. Deficiência de água - Considerando-se que este sistema
menor que 4mmhosl em a 25°C); relevo ondulado em solos de classificação não leva em conta a irrigação como prática
com boas propriedades físicas, sem ocorrência de erosão para suprir a falta de água para as culturas, este fator é de
em graus maior que ligeira; drenagem moderada ou com grande importância, porquanto limita a opção na escolha
risco de inundações esporádico. das culturas e condiciona a época de plantio. São aplicadas

PEDOLOGIAJ283
algumas práticas que auxiliam a conservação de água do ou voçorocas, ao excesso de água, os quais, na maioria das
solo, tais como: cultivo em contorno, terraceamento, vezes, são permanentes por natureza e o melhoramento não
"mulching", etc., com o objetivo de reduzir as perdas por é viável.
escoamento superficial ou por evaporação. Considera-se
também a possibilidade de incrementar a matéria orgânica 4 - AVALIAÇÃO DA APTIDÃO DAS TERRAS
nos horizontes superficiais, visando aumentar a capacidade PARA O USO AGRÍCOLA, NOS DOIS
de retenção de umidade. SISTEMAS DE MANEJO
Excesso de água - Neste sistema de manejo os trabalhos De posse da legenda do mapa de Solos, onde constam as
de drenagem podem ser executados de forma intensiva, unidades taxonômicas que compoêm as diversas unidades
eliminando total ou parcialmente os impedimentos devido de mapeamento, procuroucse fazer julgamento de todas
ao excesso de água. Há casos, no entanto, de solos mal estas classes (Tabela 111) segundo as fases em que foram
drenados situados em áreas que não podem ser melho- constatadas, de acordo com os seguintes critérios encon-
radas, devido ao nível de base dos rios que lhe são trados. eutrófico e distrófico, concrecionário, cascalhento,
adjacentes, ficando seu uso restrito para algumas culturas plíntico, textura, vegetação e relevo.
adaptadas. Além da drenagem, há que se considerar os
riscos de inundações (duração e freqüência) e a viabilidade Para obter-se a avaliação final da aptidão das terras para o
econômica de seu controle. uso agrícola, após as estimativas dos graus de limitações
das principais condições agrícolas das terras, utilizaram-se
Susceptibilidade à erosão - As práticas de manejo para o as tabelas de conversão (Tabelas I e 11) para os dois
controle da erosão, neste sistema, podem ser intensivas e sistemas de manejo adotados, tanto para culturas de ciclo
complexas, incluindo terraceamento, banquetas indivi- curto. como de ciclo longo
duaiS, canais escoadouros e drenas, cultivo em contorno,
faixas em rotação, altern'ância de capinas, cobertura morta, Com os resultados da avaliação da aptidão agrícola de cada
etc Devido ao considerável emprego de capital para o unidade taxonômica, obteve-se o julgamento das uni-
melhoramento das propriedades químicas e físicas dos dades de mapeamento, que rlada mais é senão o resultado
solos, o controle da erosão tem de ser efetivo para permitir a obtido no julgamento da classe de solo dominante ou
manutenção da produção codominante mais importante (Tabela IV)

Impedimentos ao uso de implementas agrícolas (mecani- Os significados das simbologias e abreviaturas citadas nas
zação)- A moto mecanização é usada em todas as fases da Tabelas 111 e IV são dados a seguir, assim como as áreas e
atividade agrícola As principais limitações ao uso de percentuais das classes de aptidão encontradas na área,
máquinas ou implementas são devidas ao relevo, à pedre- tanto no sistema primitivo, como no desenvolvido (Ta-
gosidade ou rochosidade, à profundidade do solo, a sulcos bela V)

2841 PEDOLOGIA
TABELA I

Conversão para Avaliação da Aptidão das Terras para Uso Agrícola.


Sistema de Manejo Primitivo

LIMITAÇOES POR
CLASSES Deficiência de Impedimento ao
CULTURAS Deficiência Excesso de Susceptibilidade
DEAPTIDAO Fertilidade Uso de Implemento&
de Água Água à Erosão
Natural Agrícolas

Ciclo Nula a Nula a Ligeira Nula a Ligeira


Curto Liaeira Ligeira Ligeira
I
BOA Ciclo Nula a Nula a Ligeira Ligeira a Moderada
Longo Ligeira Ligeira Moderada
Ciclo Ligeira a
Ligeira Moderada Moderada Moderada
Curto Moderada
li Ciclo Ligeira a Ligeira a Moderada a
REGULAR Longo Moderada Ligeira Moderada Moderada Forte
Ciclo Moderada
Forte Forte Forte
111 Curto Moderada a Forte
RESTRITA Ciclo Moderada a Moderada a
Forte Forte
Longo Forte Moderada Forte
Ciclo
Forte Forte
IV Curto Muito Forte Muito Forte Muito Forte

INAPTA Ciclo
Longo Forte Forte Forte Muito Forte Muito Forte

TABELA 11

Conversão para Avaliação da Aptidão das Terras para Uso Agrícola.


Sistema de Manejo Desenvolvido (sem Irrigação)
'
LIMITAÇOES POR
CLASSES Impedimento ao
CULTURAS
DEAPTIDAO Deficiência de Deficiência Excesso de Susceptibilidade Uso de lmplementos
Fertilidade deAgua Água à Erosão Agrícolas

Ciclo Nula Ligeira Ligeira Nula a Nula a


I Curto Ligeira Ligeira
BOA Ciclo Nula a
Ligeira Nula Ligeira Ligeira
Longo Ligeira

Ciclo Ligeira Moderada Ligeira a Ligeira Ligeira


11 Curto Moderada
REGULAR Ciclo Ligeira a Ligeira a Ligeira a Ligeira a
Longo Moderada Moderada Ligeira Moderada Moderada

Ciclo Moderada Forte Moderada a Ligeira a Moderada


111 Curto Forte Moderada
RESTRITA Ciclo Moderada a Moderada Moderada Moderada a Moderada a
Longo Forte Forte Forte

Ciclo Forte Muito Forte Forte Moderada a Forte


IV Curto Forte
INAPTA Ciclo Forte Forte Forte Forte Forte a
Longo
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PEDOLOGIA /285
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- TABELA 111
Avaliação da Aptidão das Terras para o Uso Agncola. nos do1s Sistemas de Maneto

r Esllmatlvas dos Graus de Limitações das Principais Condições Agrtcolas das Terras para os Dois Sistemas de Man&JO CLASSES DE APTIDÃO AGRICOLA
o FASE
Deflclincla de I Deficlincla de Excesso de Ague
Gl Susceptibilidade Impedimento ao Uso de Sistema da Manejo Sistema de Manejo

> Unidade
Taxonômlca
Relevo e
Vegetação
Fertilidade

Primitivo IOesenvotvldo
Agua
(Prlmlt. e Oesenv.) Primitivo Desenvolvido
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Primitivo Desenvolvido Primitivo I Desenvolvido Ciclo Ciclo Símbolo Ciclo Ciclo Símbolo
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TABELA 111- Continuação

Estln'Wivas dos Graus de llmltaqõee dal Prlnclpils COndições .Agncolas des Terras para os Dois Sistemas da Manejo CLASSES DE APTIDAO AGRICOLA
FASE
Dollclinclodo Dollclinclodo Exceaso da Agua Suac.ptlbllld- Impedimento ao Uso de Slotoma do Monejo Slotomodo Manejo
Unlllldo Relevo o Fortlllllldo Água • Erolio lmplamantos Aor•colas Prlmltho Dooenvolvldo
Taxonãmlce Vegetação (Prlmlt.oDIMnY.) PlimltiYO Desenvolvido
Prlmlllwo Dooenvolvldo Primitivo Desenvolvklo Primitivo Desenvolvido Ciclo Ciclo Símbolo Ciclo Ciclo Símbolo
Curto Longo Curto Longo Curto longo CLlrtO lo!IQO Curto lo!IQO

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(X) FASE
Dollclincla de Doflclincla de
-
Excesso de Âgua
TABELA 111- Continuação ...

Eatlmatl'llll doa Graus de Limitações dala Prfnclpels Condições Agncolu dais Terras para os Dois Sistemas de Manejo

Suacapllbllldade lmpodlrnanto ao Uso de


CLASSES DE APTIDAO AGRICOLA

Slatama de Manejo Sistema de Manejo


-o Untude Relevo e Fartllldade Ãgua Implementas Agrtcolaa Primitivo Desenvolvido
m Taxonômlca (Prlmll.alloMm.) Primitivo Desenvolvido
• Erosio
o Vagetaçio
Deaenvolvldo Simbolo Ciclo Ciclo Simbolo
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Primitivo
Curto Longo Curto Longo Curto Longo
Primitivo Desenvolvkto Primitivo Desenvolvido Ciclo
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Longo Curto Longo
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(c tese.) a Mod. Nula Ltg. Nula Nula Nula Nula a LIQ. a L•g. IV 111 lllc 111 111 Ilia
FI. Densa Forte Mod. LIQ.

S. ond./ LIQ. Nula Nula


ond. Mod. LIQ. Nula Llg. Nula Nula Nula Nula a a Nula ·a 111 111 Ilia 11 11 lia
FI. Densa. Mod. Llg. L1g.

S.ond. eond Mod. Mod.


(e/esc.) Mod. Ltg. Nula Llg. Nula Nula Nula Nula Forte a LIQ. a IV 111 lllc IV 111 lllc
FI. Densa. Forte Forte

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FI. Densa. Mod. Ltg. Nula L1g. Nula Nula Nula Nula Mod. LIQ. a L1g. 111 111 Ilia 11 11 lia

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FI. Densa Forte Mod. Mod.

F. ond. L1g.
FI. Densa Mod. L1g. Nula Ltg. Nula Nula Nula Nula Forte Mod. a Mod. IV 111 lllc IV 111 lllc
Mod.
TABELA 111- Continuação ...

Estimativas dos Graus de Limitações das Principais Condições AgrtCOias das Terras para os Dois Sistemas de Manejo CLASSES DE APTIDAO AGRICOLA

UnldMie
FASE

Relevo e
Deficiência de
Fortllldada
I Dellclincla de
Agua
Excesso de Agua Suacaptlbllldado
à Erosão
Impedimento ao Uso de
Implementas Agncolas
Slatoma de Manejo
Prlmllho
Sistema de Manejo
Dooenvolvlclo
Taxonõmlca Vegetação (Prlmlt. e Oesenv .} Primitivo Desenvolvido
Primitivo IDesenvorvldo
Curto I Longo Curto I longo I Curto I Longo
Primitivo Desenvolvkto Primitivo I Desenwlvldo Ciclo
Curto
I Ciclo
Longo
I Simbolo Cicio
Curto
I Ciclo
Longo
I Símbolo

LVAd. F ond./
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Cont.FL Forte Mod. Nula Lcg. Nula Nula Nula Nula a a Nula a IV IV IVb 111 111 ma
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Nula

Nula
Nula

Nula
Nula

Nula
Nula

Nula
Mod.

Forte
Ltg.

Mod.
Lig.

Ltg
a
a
Mod.

Mod.
111

IV
111

111
!lia

file
111

IV 111
llc

lllc
Mod.
~--"'g:_··+----+--
PLI Mod. Mod. Nula Nula Nula Nula
LVAd. 111 fila 111. llla
Nula a Nula a Nula Nula a Nula Nula a 111 111
pllnt. s. ond. Mod. llg.
Ltg. Ltg. 'V. iiiC 1r 1IC
mod. FI. Densa a a Lcg. Ltg.
Forte Mod.

~~-
S. ond. ----+-·
111 I 111
I ~
e Aberta
---·-- ~~~:;--~n:;-;-t------t-~-t-----t--t-i-+---+~+--..-;;;---+--+.-;;;---+--+---+---1----l-.--L-
ç ~

Nula Nula
PVAe. Pl.ls. ond. Nula la la
Nula Ltg. Nula Nula Nula 1. Nula a Nula Nula a
arg. FI. Aborta a Nula
e Densa Ltg.
-- --+----+---- ·-· __ ........,._
Ltg. LIQ.

------·-···-··
__ __ ___,

Ond./ Mod. LIQ. Ltg.


PVAm. ma 111 111 llla
Nula Llg. Nula Nula Nula Nula a a a Mod. 111 111
arg. f. ond. Mod. Ltg.
FI. Densa. Forte Mod. Mod

Nula Nula
PVA arg. I Pl./ s. ond.
Nula Nula a 111 111 llla lia
FI. Densa e Mod. ltg. Nula Ltg. Nula Nula Nula NUla a
Ltg. Ltg.
FI. Aborta

I e ~nsa I ·--1- N~la


S. ond. lia
Nula Ltg. I Nula Nula Nula Nula Ltg. Nula Nula 111 111 llla
FI. Densa Mod. Ltg.
Ltg.

S. ond. Ltg. Nula Nula


a a Nula a 111 111 \\la lia
"1) Ond. Mod. Ltg. Nula Ltg. Nula Nula I Nula I Nula
m FI. Densa Mod. Llg. Ltg.
o
or Ond.
FI. Densa Mod. Llg. Nula Ltg. Nula Nula I Nula I Nula Mod.
Ltg. Nula
a Ltg. 111 111 ma lia
oG) Mod Ltg. iil 111 iiC
Ltg.
;;: Ond.
f. ond. Mod. llg. Nula Ltg. Nula Nula I Nula I Nula
Mod.
a
Ltg.
a Ltg. a 111 111 li la 111 llc
Forte Mod. Mod.
1\) FI. Densa.
CXl
<O
f\)
TABELA 111 - Continuação
(O
o
Eltlm.tl'tlt dos Greua de Limitações das Prlnclpels Condições AgriCOIII das Terras pare os Dois Sistemas de Manejo CLASSES DE APTIDAO AGRICOLA
"O FASE
m Slsten\11 de Manejo Sistema de Manejo
o Unidade Rellwoe Primitivo Desenvolvido
o Taxonõmlca Vogoteçio
r
o
tp;;;;;i«.;;~o;;;;;;;;.:;;,::::::_:;:=~+--==;::.._-t~:::;:::_-iPrlmltlvo Simbolo
Curto I Longo I Curto I Longo I Curto I Longo
G)
PVAarg. I F.onll. L1g.
l> FI. [)en8a Mod. Líg. Nula Llg. Nula Nula Nula Nula Forte Mod a Mod. IV 111 tllc IV 111 lllc
Mod
-··---~---· ~----·--.-· ·- ·----·---+---- 1-----
F. ond.l
mont. I Mod. L1g. Nula Llg. Nula I Nula I Nula I Nula M. Forte Forte Mod. Forte IV IV IVb IV IV IVb
___ . . __
PVA med. 1
~'-.I:Jo!nsa...
S. ond.
FI. Densa. I Mod. Llg. Nula Llg. Nula I Nula I
---
Nula I .Nula I Ltg. I Nula 1-:~~-N~ia LIQ.
I I 111 111 I llla I --~~- na

------
Ond. Nula
FI. Densa Mod. L1g. Nula 1 Llg. Nula I Nula I Nula Nula Moo. Llg. a LIQ. 111 111 llla lia
f-· - - f--- \,IQ.

PVA Pl. Mod. Nula Nula Nula


pllnt. FI. Densa a Mod. Nula Nula f a Llg. a L1g. Nula Nula Nula a IV 111 lllc 111 111· lUa
arg. Forte L1g. LIQ. L1g.

Pl./s. ond. Mod. Nula Nula Nula Nula


FI. Densa a Mod. Nula I a Nula I a Nula I Nula a Nula Nula a IV 111 lllc 111 111 I lia
Forte L1g. Ltg. Llg. L1g.

Pl.ls. ond. Mod. Nula Nula Nula


Cont. a Mod. Nula I a Nula I a Nula I Nula a Nula L1g. Mod. IV 111 llic 111 111 llla
FI. densa/ Forte Llg. L1g. Llg.
Fonn. Plon.
·--+----·+---· Nula
S.ond. Mod. Nula Nula
FI. [)en8a a Mod. Nula a I Nula a Nula Nula L1g. Nula Nula a IV 111 lllc 111 111 li la
Forte Llg. Llg. Llg.

PVA cn.
arg.
0-·-- S. ond.l
FI. Aberta Mod.
·--+--+--t--+-+---t--+---+--+---+--+-__!.Jg.-+---l----l--+---+--.f.--
Ili 111 llla lia

Ond.l

r-F~~;~ I _:j_~:_n I I I I I L1g. Nula Nula Nula Nula ~~ I ~~ I Ltg. I ~~ I 111 I 111 I tlia I 111 I li I 1~

I I I I M~. I I I I
F.ond. llg.
Mod. IV li i lHe IV 111 lllc
FI. Densa
·---1-- - - + - -Mod.
- + - - L - I g .-+--1
Nula.L-Ug. Nula Nula! Nula! Nula! Forte Mod.

PVA caac., S. ond./


Nula Nula Nula Nula Nula
Llg.
a
Nula
a
Nula
a Lig. 111 111 llla lia
arg. ond. Mod. Lig. Llg.
FI. Densa Mod. Llg. Llg.

Ond.l L1g.
F.ond. Mod. Lig. Nula Llg. Nula I Nula J Nula Nula Forte Mod. a Forte IV 111 lllc IV IV IVb
Mod.
~~
IV Ili lllc IV IV IVb
----
F.ond.
t.-!:I:_Densa Mod. I Ug. j Nula 1 llg. I Nula j Nula I Nula f Nula I Forte Mod. Mod. Forte

PVA Pl./s.ond. Mod. Nula Nula Nula Nula


pllnt. FI. Densa a Mod. Nula a Nula I a Nula Nula a Nula Nula a IV 111 lllc li I 111 li la
mad. Forte Lig. Llg. llg. Llg.

s.ond. Mod. Nula Nula Nula


FI. Densa a Mod. Nula a Nula a Nula Nula Llg. Nula Nula a IV 111 lllc 111 111 llla
Forte ~ L_1g. Llg.

TREe. Ond. Llg. Nula Nula Llg. Nula Nula! Nula Nula Mod. L1g. Nula LIQ.
arg. FI. Densa a 111 li c lc
liQ.,_
F.ond. Nula L1g.
Nula Nula Nula Nula Forte Mod. a Mod. IV 111 lllc IV 111 lllc
FI. Densa L1g. a Nula Llg.
Llg. Mod.
TABELA 111 - Continuação

Eatlmetlvat dos Graus de Limitações das Principais Condições Agncotaa das Terras para os Dois Sistemas de Manejo CLASSES DE APTIDAO AGRICOLA
FASE
Dollc:linelade Dollclinciade Excesso de Ag\la Su-tlbllldOde Impedimento oo Uoo de Slatemo de Manejo Slstoma de Manejo
Unk:talda Relevo e Fartll- Água •erotio lmplernontos A!lriCOias Prlm"ho DaaenW>IYiclo
Taxonômlce Vegotaçjo (PrlmH.aDaaenv.) Prlmltho Desenvolvido
Primitivo DaaenW>Ivldo Primitivo Oesenvolvkto Primitivo Desenvolvido Ciclo éldo Simbolo Ciclo Ciclo Sim bolo
Curto Longo Curto Longo Curto longo Curto Longo Curto Longo
AOd. Pl. Form. forte llg. Mod.
Pion. eCont.
Form. Pion.
a
M. Forte
Forte Nula a
Mod.
Nula Nula Nula Nula Nula Nula llg.

Forte
IV IV IVb IV IV IVb
FI. Densa

Pl./s. ond. Forte LIQ. Mod.


FI. Densa a
M. Forte
Fotte Nula a
Mod.
Nula Nula Nula Nula Nula Nula LIQ.

Forte
IV IV IVb IV IV IVb

------ --
Pl./s. ond. Nula Mod.
Cont.
Ft. Densa/
M. Forte Forte a
L1g.
Mod. Nula Nula Nula Nula Nula Nula LIQ.

Forte
IV IV IVb IV IV IVb
Sav.

S. ond. Forte Nula Nula Mod.


FI. Densa a
M. Forte
Forte Nula

LIQ.
Nula Nula Nula Nula

LIQ.
Nula LIQ.

Forte
IV IV IVb IV IV IVb

S. ond./ Forte Nula L1g.


on<l.
FI. Densa

M.Forte
Forte Nula a
LIQ.
Nula Nula NuJa Nula

Mod.
LlQ. L1g. Forte IV IV IVb IV IV IVb

CL.d.arg. Ond./f.on<l. Llg. Mod. Mod.


FI. Densa Mod. •
Mod.
Nula L1g. Nula Nula Nula Nula a
Forte
Mod. Mod. a
Forte
111 111 ma IV 111 lllc

F. ond. Llg. Mod. Mod.


FI. Densa Mod. a Nula Lig. Nula Nula Nula Nula Forte a Mod. a IV 111 lllc IV 111 Hlc
Mod. Forte Forte

PL/ Ltg.. Nula Mod.


CL.d. s. ond. Mod. a Nula Lig. Nula Nula Nula Nula LIQ. a Mod. a 111 111 llla IV 111 lllc
lndisc. FI. Densa Mod. LIQ. Forte

S.ond./ Llg. Mod.


on<l.
FI. Densa
Mod. a
Mod.
Nula LIQ. Nula Nula Nula Nula Mod. LIQ. Mod.
Forte
• 111 111 llla IV 111 lllc

S. on<l.lond. Mod. Mod.


Cont.FI. a Mod. Nula Llg. Nula Nula Nula Nula Mod. Llg. Mod. a IV 111 lllc IV 111 lllc
Densa/Sav. Forte Forte

Lig. Mod. LIQ. Mod.


Ond. Mod. a Nula L1g. Nula Nula Nula Nula a a Mod. a 111 111 Ilia IV 111 lllc
FI. Densa Mod. Forte Mod. Forte

On<l.c/ Lig. Mod. Llg. L1g.


toposaplai. Mod. a Nula llg. Nula Nula Nula Nula a a a Mod. 111 111 Ilia IV 111 lllc
FI. Densa Mod. Forte Mod. Mod.
Ond.l Llg. Mod. Mod.
f. on<l. Mod. a Nula L1g. Nula Nula Nula Nula Forte a Mod. a IV 111 lllc IV 111 lllc
FI. Densa Mod. Forte Forte

Ond.lf.on<l. Llg. Mod. Mod.


c/....,.aplal. Mod. a Nula Llg. Nula Nula Nula Nula Forte a Mod. a IV 111 lllc IV 111 ltlc
FI. Densa Mod. Forte Forte

"'C Fl.ond/mont. Llg.


n, FI. Aborta Mod. a Nula Llg. Nula Nula Nula Nula M.Forte M.Forte Forte M. Forte IV IV IVb IV IV IVb
o e Densa Mod.
or
Nula
o
G)
AQHd. Pl. M. Forte Forte Nula a Lig. Mod. Llg. Mod. Nula Nula Ltg. Mod. IV IV IVb IV IV IVb
Form. Plon. l1g.
:;;: Ltg.
PI.Cont. Llg.
1\) FI. Densa/ M.Forte Forte Nula Llg. llg. a Llg, Nula Nula Llg. Mod. IV IV IVb IV IV IVb
~ Sav. Mod. Mod.
1\)
co
1\) FASE
Doflclinclo de Doflclincla de
- Excesso de Agua
TABELA 111- Continuação ...

EstllnlltlYII doa Graus de Limitações das Principais Condições AgriCOias das Terras para os Dois SJstemas de Manejo

Suocoplibllld- Impedimento ao Uso de


CLASSES OE APTIOA.O AGRICOLA

Sistema de Manejo Slatama de Manejo


-u Unidllde Relevo e Fertlll- Agua • Erosão Implementas Agncolas PrimitiVO Doaenvolvldo
m Taxonômlca v_.açio (Pflmlt. o Doaenv .) Pflmltho Dneri'IOI'VkSo
o Primitivo Doaenvo!Yido
r
o Curto Longo Curto Longo Curto Longo
Primitivo Desenvolvido Primitivo Desenvolvido Ciclo
Curto
Ciclo
Longo
Símbolo Ciclo
Curto
Ciclo
Longo
Símbolo

oG) PI.Cont. Nu ra L1g.


GHe. Form. Pion./ L1g: a Nula Nula Forte M. Forte M. Forte Nula Nula a Forte 111 IV lllb IV IV IVb
)> indlsc. FI. Densa LIQ. Forte Mod.

GPHe. Pl./s. ond. Nula


L'~
arg. Cont. L1g. a Nula Nula Forte M Forte M.Fort Nula Nula a Forte 111 IV lllb IV IV IVb
FJ. Densa/ LIQ. Forte Mod
Form. Pion.

GPHd. Pi. Mod. Mod Mod.


L'g
arg. FI. Densa Mod. LIQ. Nula Nula a Forte a Forte Nula Nula a a 111 IV lllb IV IV IVb
Forte Forte Mod. Forte

PUs. Ond. Mod. Mod Nula Ltg. Moo.


FI. Densa Mod. Ltg. Nula Nula a Forte a Forte a Nula a a 111 JV lllb IV IV IVb
Forte Forte L'g Mod. Forte

GPHe. Pl. Cont. Nula Ltg.


mdisc. Form. pron.t Lrg. a Nula Nula Forte M Forte M. Forte Nula Nula a Forte Ili IV lllb IV IV IVb
FI. Densa Ltg. Forte Mod

GPHd. Pr.ts. ond. Mod. Mod. Nula Ltg. Mod.


mdisc .. Fl. Densa Mod. LtQ. Nula Nula a Forte a Forte a Nula a a 111 IV lllb IV IV IVb
Forte Forte Ltg. Mod. Forte

LH d. arg. S.ond. Nula Ltg. Nula Nula


FI. Densa Forte Mod. Nula a ltg. a a Ltg. Ltg. Nula a Ltg. IV IV IVb Ili 111 llla
ltg. Mod. L!Q. Ltg.
-
LHd. Pl. Nula L1g. Mod. Ltg. Mod.
mdtsc. FI. Densa Forte Mod. Nula a
LIQ.
a
Mod.

Forte
a
Mod.
a
Forte
Nu ta Nula Ltg. Mod. IV IV IVb 111 IV lllb

Pl. L1g. Mod. Ltg. Mod.


Cont. FI.
Secund./Sav
Forte Mod. Nula Ltg. a
Mod.

Forte
a
Mod.
a
Forte
Nula Nula Ltg. Mod . IV IV IVb 111 IV lllb

Pl./s. ond. Nula Nula Nula LIQ.


FI. Densa Forte Mod. Nula a LIQ. Mod. Ltg. Mod. a Nula a a IV IV IVb 111 111 llla
e FI. Densa Ltg. Ltg. Lrg. Mod.
e Aberta

Pl./s. ond. Nula Mod.


Cont. Forte Mod. Nula Nula Mod. Forte Mod. Forte a Nula L!Q. a IV IV IVa. IV IV IVb
Fl. Densa L1g. Forte
Form. Pion.
LH d. S. ond./ LIQ. L1g. Nula Nula
mdisc. ond. Cont. Forte Mod Nula a Nula Ug. Nula Nula a a a Ltg. IV IV IVb 111 Ilia
FI. Densa
Sav.
Mod. a
L1g.
Mod. L1g. L1g. '"
PH Pl.
Form. Pion. M. Forte Forte Nula L1g. Mod. Forte Mod. Forte Nula Nula Mod Forte IV IV IVb IV IV IVb

Plfs. ond. L'g Nula


FI. Densa M. Forte Forte Nula a LIQ. Mod. Llg Mod. a Nula LIQ. Forte IV IV IVb IV IV IVb
Mod. LIQ.

Ae. 1ndisc. PL Cont


Form. Pion. L1g.
Nula
a
Nula
a Nula Mod M forte Mod
. M.Forte Nula Nula
Ltg .
a Mod. 11 IV lld 111 IV lllb
FI. Densa Ug. L1g. Mod.

Lld. S. ond. Mod. Nula Moá.


•ndisc Sav. Forte a Nula Mod Nula Nula Nula Nula L1g. Nula a a IV IV IVb IV 111 lllc
Forte L1g. Forte

~ A.penas para culturas anômalas, como a juta e o arroz


TABELA 111 - Conclusão

Estimativas dos Graus de Limitações dlis Principais Condições Agncolas das Terras pera os Dois Sistemas de Manejo CLASSES DE APTIDlO AGRICOLA
FASE
Dellclinclo do Dollclinclo do Excesso de Agua Suacapllbllldado Impedimento ao Uso de Sistema de Manejo Sistema de Manejo
Unld.-cte Relevo e Fortllldado Aguo • Eroaio Implementas Agncolas Primitivo Desenvolvido
Taxonõmlca Vegetação (Prlmll. o Dosonv.) Primitivo Desenvolvido
Primitivo Desenvolvido Primitivo Desenvolvkio Primitivo Desenvolvido Ciclo Ciclo Simbolo Ciclo Ciclo Símbolo
Curto Longo Curto longo Curto Longo Curto Longo Curto Longo

Lld. S.ond. Mod. Llg. Llg. L1g.


lndlsc. (c./eac.} Forte a Nula a Nula Nuta Nula Nula a a Mod. Forte 1\/ 1\/ 1\/b 1\/ IV 1\/b
FI. Densa Forte Mod. Mod. Mod.

S. ond./ond. Mod. Llg. L1g.


(e/esc.) Forte a Nula a Nula Nula Nula Nula Mod. a Mod. Forte IV IV 1\/b IV I\/ 1\/b
FI. Densa Forte Mod. Mod.

Ond. Mod. Llg. l1g. Llg.


FI. Densa Forte a Nula a NUla Nula Nula Nula Mod. a a Forte IV IV 1\/b IV IV 1\/b
Forte Mod. Mod. Mod.

Ond. Mod. Llg. Mod. Forte


f. ond.
FI. Densa
Forte a
Forte
Nula a
Mod.
Nula Nula Nula Nula Forte a
Forte
Mod. •
.M. Forte
IV IV 1\/b IV IV 1\/b

-
F. ond. Mod. Llg.
FI. Densa Forte a Nula a Nula Nula Nula Nula Forte Forte Forte M. Forte IV IV 1\/b IV IV 1\/b
e FI. Aberta Forte Mod.
e Densa
-
F. ond.J Mod. Llg. Forte Forte
mont. Forte a Nula a Nula Nula Nula Nula a a Forte M.Forte IV IV 1\/b IV IV 1\/b
Ft. Aberta Forte Mod. M.Forte M.Forte
e Densa

Mont. Mod. Forte


Refúgio Forte a Nula Mod. Nula Nula Nula Nula M. Forte a Forte M. Forte IV IV 1\/b IV IV 1\/b
Ecol6g1co Forte M.Forte
- -

-u
m
o
or
o
G)
~

"'"'w
TABELA IV
Aptidão Agrícola das Unidades de Mapeamento, nos dois Sistemas de Manejo

UNIDADES DE MAPEAMENTO CLASSES DE APTIDAO AGRICOLA

DOS COMPONENTES DAS UNIDADES DE


RELEVO E MAPEAMENTO
SIM BOLO COMPONENTE
VEGETAÇAO
Primitivo Desenvolvido Primitivo Desenvolvido

LA1 +++LAd m arg Pl FI Densa li la lia Ilia lia

LA2 + + +LAd. m arg Pl as ond Ilia lia Ilia lia


+lAd. arg. FI. Densa Ilia lia

LA3 +++LAd m arg S ond e ond Ilia lia Ilia lia


+LAd arg FI Densa Ilia lia

LA4 +++LAd m arg Ond FI Densa Ilia li c llla li c


+LAd. arg. Ilia lia

LAs + + +LAd arg Pl e s ond Ilia lia Ilia lia


+LAd med FI Densa Ilia lia

LAs + + +LAd arg S ond e ond Ilia lia Ilia lia


+LAd med FI Densa li la lia

+ + +LAd arg Ond FI Densa Ilia llc Ilia li c


LA7
+LAd med Ilia lia

LAs +++LAd arg Ond af ond Ilia llc I lia li c


+LAd med FI Densa ~lia li c

LAg + + +LAd arg S ond. e ond llla lia Ilia lia


+CLd indisc FI. Densa Ilia llic

LA10 + + +LAd arg Ond af ond li la li c Ilia li c


+Cld indisc FI Densa li Ic lilc

LA11 + + +LAd med Pl e s ond llla lia Ilia lia


+AOd FI Densa IVb IVb

LA12 + + +LA d plint med Pl FI Densa lllc llla lilc Ilia


+GPHd arg llib IVb

LA13 +++LA d. plint med Pl FI Densa Ili c Ilia lllc li la


+LH d indisc lllb IVb

+++LAd m arg Pl e/bordos I lia lia llla lia

LA14 +LAd arg dissec FI llla lia


(Li d lndisc.J Densa

LA15 + + +LAd arg S ond Ilia lia Ilia lia


+LAd m arg FI Densa Ilia lia
(LAd med)

LA16 + + +LAd arg S ond li la llc Ilia li c


+LAd med. FI Densa Ilia lia
(AQd.J

294/ PEDOLOGIA
TABELA IV- CONTINUAÇAO

UNIDADES DE MAPEAMENTO CLASSES DE APTIDAO AGRÍCOLA

DOS COMPONENTES DAS UNIDADES DE


RELEVO E MAPEAMENTO
SÍMBOLO COMPONENTE
VEGETAÇAO
Primitivo Desenvolvido Primitivo Desenvolvido

LA17 +++LAdmed. S ond Ilia li c Ilia tfc


+LAd arg. FI Densa Ilia lia
(AQd)

LA18 + + +LAd med S ond eond Ilia lia Ilia lia


+LAd ?org FI Densa Ilia lia
(CL d. indisc)

LA19 + + +LAd med S ond Ilia lia Ilia lia


+ PVA med FI Densa I lia lia
(AQd)

LA2o + + +LAd med S ond Ilia lia Ilia lia


+AQd FI Densa IVb IVb
(LAd arg)

LA21 + + +LAd arg Ond a f ond Ilia lilc Ilia Ili c


+LAd. m arg FI Densa llla Ilia
(LAd. med)
(CL d indisc )

LA22 + + +LAd med Pl es ond Ilia li c Ilia llc


+LAd arg FI Densa Ilia lia
(LAd m arg)
(PVAarg)

LA23 + + +LAd arg S ond eond Ilia lia Ilia lia

I
+LAd m arg FI Densa I lia lia
+LAd med Ilia lia

LA24 + + +LAd arg Ond. a f ond Ilia li c Ilia llc


+LAd m arg FI Densa Ilia I lia
+LAd med llla llc

LA25 + + +LAd arg S ond Ilia lia Ilia lia


+LAd med FI Densa llla lia
+PVAmed llla lia

LA26 +++LA d. arg Ond af ond Ilia li la Ilia Ilia


+LAd. med c/àreas aplal. li la Ilia
+CLd indisc Fi Densa lllc lllc

LA27 + + +LAd. med Pi es ond. Ilia lia Ilia lia


+LAd arg FI. Densa llla lia
+GPHd.arg lllb IVb

LA28 + + +LAd. med. Pl. e s. ond ma li c 111& llc


+LAd. arg. FI Densa llla lia
+AQd. IVb IVb

PEDOLOGIA /295
TABELA IV - CONTINUAÇAO

UNIDADES DE MAPEAMENTO CLASSES DE APTIDAO AGRÍCOLA

DOS COMPONENTES DAS UNIDADES DE


RELEVO E MAPEAMENTO
SÍMBOLO COMPONENTE
VEGETAÇAO
Primitivo Desenvolvido Primitivo Desenvolvido

LA29 + + +LAd med. Pl. as. ond lllc li c lllc llc


+LA d plint. arg. Cont. FI. Densa/Sav IVb IVb
+AQd IVb IVb

LA30 + + +LAd med. Pl es ond Ilia lia Ilia lia


+LA d pllnt. med FI. Densa lllc Ilia
+LH d lndisc IVb Ilia

LA31 + + +LAd. med Pl. e s. ond Ilia lia Ilia lia


+AQd. FI Densa IVb IVb
+PH IVb IVb

LA32 + + +LAd, m arg S.ond Ilia li c Ilia llc


+LAd arg FI Aberta I lia lia
+ PVA cn arg Ilia lia
(TRE earg)

LA33 +++LAdmarg Ond. e f ond Ilia Ilia Ilia Ilia


+LAd.arg FI Densa Ilia llc
+ PVA arg. I lia li c
(LAd med)

LA34 + + +LAd med Pl as ond. Ilia lia Ilia lia


+LAd arg FI Densa Ilia lia
+ CL d lndisc. Ilia lilc
(AQd)

LA35 + + +LAd med Pl e s ond. Ilia lia Ilia lia

I
+ PVA d plint med FI Densa lilc Ilia
+AO d.
(GPHd arg.) IVb IVb

LV1 +- + +LVAd. arg. Ond FI Densa Ilia lia Ilia lia


+ PVA arg. Ilia lia

LV2 + + +LVAd. arg Ond. a f ond. Ilia llc Ilia fie


+PVAarg FI Densa Ilia li c

LV3 + + +LVAd. med S ond aond. Ilia lia llla lia


+AQd FI Densa IVb IVb

LV4 + + +LVAd pllnt med Pl as. ond. llic li c lllc li c


+GPHd lndlsc. FI. Densa. Ilia lia
lilb IVb

LVs + + +LVA d. arg. F.ond lllc lllc lllc lilc


+LVAd m arg. FI. Densa llic lllc
(PVA cn. arg.J

296/ PEDOLOGIA
TABELA IV- CONTINUAÇAO

UNIDADES DE MAPEAMENTO CLASSES DE APTIDAO AGRICOLA

DOS COMPONENTES DAS UNIDADES DE


RELEVO E MAPEAMENTO
SIM BOLO COMPONENTE
VEGETAÇAO
Primitivo Desenvolvido Primitivo Desenvolvido

LVe + +LVAd med. Pl es ond llla lia li la lia


+ +AOd. FI Densa IVb IVb
(Li d lndisc )

LV7 + + +LVAd plint med S ond lllc I lia lllc Ilia


+LVAd arg Fi. Densa e Aberta Ilia lia
(LH d indisc )

LVa + + +LVAd plint arg Pl e s ond lllc llc lllc llc


+LHd indisc
(AQd) FI Densa e Aberta IVb Ilia

LV9 +++LVAdmarg Ond e/topos aplai I lia lia I lia lia


+LVAd arg FI Densa Ilia lia
(PVA cn arg)
(LVA d cn arg)

LV10 + + +LVAd arg F ond lllc lllc Ili c Ili c


+LVAd cn arg FI Densa lllc lllc
(PVA arg)
(Li d indisc)

LV11 + + +LVAd arg Pl e s ond I lia lia Ilia lia


+LVAd m arg FI Densa Ilia lia
+LVAd med Ilia lia

LV12 + + +LVAd arg Ond e f ond Ilia li c I lia llc

I
+LVAd m arg FI Densa Ilia Ilia
+PVAm arg Ilia Ilia

LV13 +++LVAd med S ond Ilia lia Ilia lia


+LVAd _arg FI Densa I lia lia
+AOd IVb IVb

LV14 +++LVAd med Pl e s ond Cont lllc llc li te li c


+LVAd plint arg F I Densa I Sav IVb I lia
+AOd IVb IVb

LV15 +++LVAd med Ond e f ond Ilia llc Ilia li c


+LVAd arg FI Densa Ilia llc
+Li d indisc

LV16 + + +LVAd arg Ond. e f ond Ilia li c Ilia li c


+LVEd arg FI Densa Ilia llc
+Li d indlsc IVb IVb

LV17 +++LVAd arg Ond.ef ond ma li c llla llc


+PVAcn.arg Fi. Densa llla llc
+LI d. indlsc. IVb IVb

PEDOLOGIA/297
TABELA IV - CONTINUAÇAO

UNIDADES DE MAPEAMENTO CLASSES DE APTIDAO AGRÍCOLA

DOS COMPONENTES DAS UNIDADES DE


RELEVO E MAPEAMENTO
SÍMBOLO COMPONENTE
VEGÉTAÇAO
Primitivo Desenvolvido Primitivo Desenvolvido

lllc lllc lllc lllc


LV18 +++LVAd arg. F. ond.
+PVAarg FI Densa lllc lllc
+LI d. indlsc. IVb IVb

llla lia Ilia lia


LV19 +++ LVAd med Ond
+PVAmed. FI. Densa I lia lia
+CL d. lndlsc. Ilia lllc

lllc lllc lllc lllc


LV20 ++LVAdarg S ond. eond.
+ +LVAd med (e/esc) lllc lllc
+ +Li d indisc FI Densa IVb IVb

S ond e ond. Cont IVb Ilia IVb Ilia


LV21 + +LVAd plint ar
+ + LH d indisc FI Densa/ Sav IVb Ilia
+ +CLd indisc. lllc lllc
- Ilia lia
+ + +LVAd m arg. Ond. c I topos apiai Ilia lia
LV22
+LVAd arg FI. Densa Ilia lia
+CLd indisc llla lllc
(LVE d arg)

Pl. e s ond. Ilia lia I lia lia


LV23 + + +LVAd med
+LVAd plint med FI Densa lllc llc
+LH d indisc IVb Ilia
(AQH d.)

lllc Ilia lllc Ilia


LV24 +++LVAd med S. ono
IVb

I
+AOd (e/esc) IVb
+Li d indisc FI Densa IVb IVb
(AR)

LV25 ++LVAd med F ond emont IVb Nb


+ +CLd indisc FI Aberta e Densa IVb IVb IVb IVb
+ +LI d indisc IVb IVb
(AQd.)

S ond eond Ilia lia Ilia lia


PB1 + + + PVA case arg
+PVAarg. FI. Densa I lia lia

S ond aond. Ilia lia I lia lia


PB2 +++PVAarg
+LVAd arg FI Densa Ilia lia

Ilia lia Ilia lla/llla


PB3 + + +PVAarg Ond
+LVAd. arg FI Densa ma lia
(PVA m. arg)

+ + +PVAarg. S. ond eond. llla lia llla lia


PB4
+LVAd arg FI. Densa llla lia
IPVA m arg.J

298/PEDOLOGIA
TABELA IV - CONTINUAÇAO

UNIDADES DE MAPEAMENTO CLASSES DE APTIDAO AGRÍCOLA

DOS COMPONENTES DAS UNIDADES DE


RELEVO E MAPEAMENTO
SÍMBOLO COMPONENTE
VEGÉTAÇAO
Primitivo Desenvolvido Primitivo Desenvolvido

PB 5 + + +PVAarg F.ond lllc lllc lllc lllc


+LVAd arg FI. Densa lllc lllc
(PVA cn arg)

PB 6 + +PVAcn arg Ond. e f ond Ilia llc Ilia llc


+ +Li d indisc FI Densa IVb IVb
(TA E e arg)

PB7 +++PVAarg Pl e s. ond Ilia lia I lia lia


+PVAe arg FI Aberta la la
(TRE e arg) e Densa
(LVA d med)

PBa + + +PVAarg Pl e s ond Ilia lia I lia lia


+PVA plint arg FI Densa lllc llla
+LVAd arg I lia lia

PBg +++PVAarg S ond. Ilia lia Ilia lia


+ PVA plint arg FI Densa lilc I lia
+LVAd arg Ilia lia

PB10 +++PVAarg S ond Ilia lia Ilia lia


+ PVA plint arg FI Densa lllc Ilia
+LH d arg IVb Ilia

+++PVAarg Ilia lia I lia lia


PB11 + PVA plint med S ond lllc li la

I
+ LVAd arg FI Densa I lia lia

+ + + PVA arg Ond. Ilia lia Ilia lia


PB12 +LVAd.arg FI Densa Ilia lia
+ TREe arg llc Ic

+++PVAarg Ond Ilia lia I lia lia


PB13 +LVAd arg FI Densa Ilia lia
+CLd indisc I lia lilc

+ + +PVA arg Ond Ilia lia Ilia lia


PB14 +LVAd arg FI Densa Ilia lia
+ Lid indisc IVb IVb

+ + +PVAarg Ond ar ond Ilia llc llla llc


PB15 +LVAd arg
FI Densa Ilia llc
+CLd lndisc. llla lllc

PEDOLOGIA/299
TABELA IV - CONTINUAÇÃO

UNIDADES DE MAPEAMENTO CLASSES DE APTIDÃO AGRiCOLA

DOS COMPONENTES DAS UNIDADES DE


RELEVO E MAPEAMENTO
SiM BOLO COMPONENTE
VEGETAÇÃO
Primitivo Desenvolvido Primitivo Desenvolvido

+ + +PVAarg Ond e f ond Ilia li c li la li c


PB16 +LVA d m arg FI Densa li la Ilia
+Cld arg llla lllc

+ + + PVA case arg Ond e f. ond lllc IVb lllc IVb


PB17 +LAd arg FI Densa Ilia li c
+Cld indisc Ilia lllc

+ + +PVAcn. arg F ond lllc lllc lllc lllc


PB18 +LA d arg FI Densa. lllc lllc
+CLd arg lllc lllc

+ + +PVA plint med Pl e s ond lllc Ilia lllc Ilia


PB19 +LVAd arg FI l'lensa Ilia lia
+ LH d indisc IVb Ilia

+ + +PVAarg. S ond eond Ilia lia Ilia lia


PB20 + PVA case arg FI Densa Ilia lia
+LVAd arg Ilia lia
(TA E e arg)

+++PVAarg Ond Ilia lia Ilia lia


PB21 + LVA d case arg. FI Densa Ilia li c
+LVAd med Ilia lia
(li d indisc)

+ + +PVAarg F ond lllc lllc lllc lllc


PB22 +LVAd arg FI Densa. lllc li Ic

I
+Li d indisc. IVb IVb
(PVA case m arg)

+ + +PVAArg F ond IVb IVb IVb IVb


PB23 +LA d arg FI Densa IVb IVb
+ CL d indisc. IVb IVb
(PVA cn arg)
-
+ + + + TREe arg F ond. lllc lllc lllc lllc
TA +Li d indisc FI Densa IVb IVb

+ + +AOd Pl Cont. Form IVb IVb IVb IVb


AQ1 +LAd med. Plon I FI Densa li la lia

AQ2 + + +AQd Pl Form. Pion IVb IVb IVb IVb


+PH IVb IVb

HA01 + + +AOH d Pl Form Plon IVb IVb IVb IVb


+AOd IVb IVb

HA02 + + +AOHd Pl Cont FI IVb IVb IVb IVb


+ LH d. lndlsc. Densa/Sav IVb lllb

300/ PEDOLOGIA
TABELA IV CONCLUSÃO

UNIDADES DE MAPEAMENTO CLASSES DE APTIDAO AGRÍCOLA

DOS COMPONENTES DAS UNIDADES DE


RELEVO E MAPEAMENTO
SÍMBOLO COMPONENTE
VEGETAÇÃO
Primitivo Desenvolvido Primitivo Desenvolvido

HG1 + + + GPH e. indlsc. Pl Cont. Form. lllb IVb lllb IVb


+GH e. lndlsc. Pion /FI Densa lllb IVb

HG2 + + +GPH e indisc. Pl Cont. Form lllb IVb lllb IVb


+GH e lndlsc. Pion /FI Densa lllb IVb
+A e. indisc. lld lllb

HL1 + + +LHd lndlsc Pl. FI. Densa IVb Ulb IVb Hlb
+PVA plint. arg lllc llla

HL2 + + +LHd lndisc Pl Cont. FI IVb lllb IVb lllb


+LA d plint med Secund /Sav IVb I lia

HL3 + + +LHd indisc Pl as ond IV a IVb IVa IVb


+ PVA plint arg Cont FI Densa/ lllc Ilia
+ GPH e arg Form.Pion lllb IVb

A +++Ae indisc Pl Cont Form lld lllb lld lllb


+GH e indisc Pion I FI Densa lllb IVb
+ GPH e indisc lllb IVb

R1 +++Lid indisc S ond Sav IVb lllc IVb lllc


+AR IVb IVb

R2 +++Lid indi.sc F ond FI aberta IVb IVb IVb IVb


+LVAd med e densa lllc Ili c

R3 + + +Li d indisc Mont Refúgio IVb IVb IVb IVb

R4
+AR
(LVE d, arg)

+ + + Lid indisc
+ PVA case arg
Ecológico

F ond FI. Densa


IVb

IVb
lllc
IVb

IVb
IVb
IVb IVb
I
+AR IVb IVb

o + + +Depósitos areno- Pl Gramineas IVb IVb


fluviais

41 Símbolos e Abreviaturas Usadas nas Tabelas 111 e IV LH Late ri ta H idromórfica


LI Solos Litólicos
LVA Latossolo Vermelho Amarelo
A Solos Aluviais LVE Latossolo Vermelho Escuro
AQ Areias Quartzosas PH Podzol Hidromórfico
AQH Areias Quartzosas Hidromórficas PVA Podzólico Vermelho Amarelo
AR Afloramentos Rochosos PVAe Podzólico Vermelho Amarelo Equivalente
CL Solos Concrecionários Lateríticos Eutrófico
Indiscriminados TRE Terra Roxa Estruturada
GH Gley Húmico +++ Dominância que ocupa mais de 50%
GPH Gley Pouco Húmico ++ Codominância qu~ ocupa menos de 50% e
LA Latossolo Amarelo mais de 20%

PEDOLOGIA/301
+ Subdominância que ocupa menos de 50% e TABELA V
mais de 20%, na qual existe outro compo-
nente com mais de 50% Area e Percentual das Classes de Aptidão, nos Dois Sistemas de Manejo
( ) Inclusão
a piai. aplainados
Sistema de Manejo
arg. textura argilosa
case casca! hento Classe de Aptidão Primitivo Desenvolvido
cn concrecionário
cont contato Km2 % Km2 %
d distrófico
dissec dissecados lia - Regular para culturas de ciclo
e eutrófico curto e longo 122 462 44,24
esc. escarpas
llc - Regular para culturas de ciclo
FI Floresta longo e Restrita para culturas
Form Formações de ciclo curto 66 234 23.92
f ond forte ondulado
indisc textura indiscriminada lld - Regular para culturas de ciclo
lig ligeira curto e Inapta para culturas de
med. textura média ciclo longo 6 370 2,30
mod moderada
fila - Restrita para culturas de ciclo
mont montanhoso
curto e longo 203 011 73.32 24 971 9,02
m arg textura muito argilosa
m forte muito forte lllb - Restrita para culturas de ciclo
ond ondulado curto e Inapta para culturas de
Pion. Pioneiras ciclo longo 11 289 4.08 7 065 2.55
pl plano
plint plintico lllc - Restnta para culturas de ciclo
Sav Savana longo e Inapta para culturas de
ciclo curto 42 208 15 25 33 707 12.18
Secund Secundária
s ond suave ondulado IVa - Inapta para culturas de ciclo
curto e longo Aproveitável
para pastore1o extensivo 3 848 1 39

5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES IVb - Inapta para o uso agricola 10 124 3 66 22 411 8 00

Com as informações obtidas do Levantamento Explora-


tório de Solos e outros dados adicionais, necessários e TOTAL 76 850 00 00 276 850 100 00
indispensáveis para a efetiva avaliação das potencialidades
das terras para agropecuária, foi elaborado o mapa de
aptidão agrícola, nos sistemas de manejo primitivo e
TERRAS 276 850 km2 93 8Q 0 io
desenvolvido

I
AGUAS FLUVIAIS
18 20%
Este trabalho revela alguns resultados de interesse para a E LACUSTRES 18 310 km2
área estudada que, de forma sintética, podem ser assim 100 00%
TOTAL DO MAPA 295 160 km2
relacionados
gêneros alimentícios e de outros produtos, como a juta e a
1) Aproximadamente 3,66% da área (1 O 124km2), em
malva, muito difundidas na região e de larga aplicação
condições naturais, é inapta á utilização agrícola e ao
industrial
. pastoreio extensivo, por possuir limitações fortes e muito
fortes, decorrentes, principalmente, da baixa fertilidade
4) Uma faixa de terra, compreendida ao longo da rodovia
dos solos
que liga os municípios de Alenquer e Óbidos, apresenta
solos com elevada fertilidade natural, portanto de grande
2) As terras que possuem melho.res condições para o uso
significado para a produção de alimentos É desta área que
agrícola pertencem á classe 11 (regular) que, no sistema
primitivo, constitui 2,30% (6.370km2) e, no sistema desen- provém uma considerável parcela da produção agrícola
volvido, corresponde a 68,16% (188 696km2) regional Estes solos são ainda utilizados para a produção
de melhores sementes, que são distribuídas por toda a
3) Para implantação de projetos específicos, são aconse- região
lháveis, e mesmo indispensáveis, estudos mais porme-
norizados, capazes de determinar, com maior precisão, as Entretanto, apesar da fertilidade favorável dos solos, o
áreas de maiores potencialidades aumento da produção não cresce a níveis desejados,
devido, principalmente, à dificuldade de acesso, à falta de
Para a obtenção de maiores conhecimentos e melhor uma política de comercialização compatível com as ne-
aproveitamento da área, além 'do ievantamento de solos, é cessidades atuais e ao uso crescente com que estão sendo
de grande importância o estabelecimento de determinados utilizados na formação de pastagens plantadas.
experimentos agronômicos, cujos resultados servirão para
garantir uma melhor orientação, no sentido de melhorar a É possível que, com a estrada Obidos-Aienquer-Monte
produtividade e concorrer para o aumento da produção de Alegre, já em vias de implantação, esta área participe

302/ PEDOLOGIA
como centro de real destaque no cenário amazomco, Fertilidade do Solo. Aptidão agrícola dos solos
tornando-se fonte abastecedora de alimentos e de se- das regiões Norte, Meio-Norte e Centro-Oeste do
mentes selecionadas, contribuindo para a autonomia da Brasil; 1. a aproximação. Mapa I. Sistema de
região neste setor. manejo A, primitivo. Rio de Janeiro, 1966a. Esc.
1·5.000.000.
5) As várzeas do rio Amazonas e parte do rio Madeira, pelo
significado que representam na região, recebem um 3 - . Aptidão agrícola dos solos sem irrigação
comentário mais extenso sobre sua contribuição no setor das regiões Norte, Meio-Norte e Centro-Oeste do
agropecuário na área. Brasil; 1. a aproximação. Mapa 11. Sistema de
manejo B, semidesenvolvido. Rio de Janeiro;
1966b. Esc. 1 :5.000.000.
Estas áreas, embora apresentem limitações pelo excesso
de água, em determinadas épocas do ano, despontam 4 - . Mapa 111 Sistema de manejo C,
como fontes produtoras para suprir o mercado regional e desenvolvido. Rio de Janeiro, 1966c. Esc
nacional de matérias-primas, como as fibras têxteis, além 1 5.000 000
de serem importantes para o estabelecimento de culturas
alimentares de ciclo curto. 5 - BRASIL. Ministério da Agricultura Divisão de Pes-
quisa Pedológica. Aptidão agrícola dos solos do
o Brasil (mesmo a Amazônia) enfrenta grandes dificul- sul do Estado de Mato Grosso Rio de Janeiro.
dades, para a aquisição de fibras que atendam ao consumo 1971 72p (Boletim Técnico, 19)
do parque industrial
6 - BRASIL Ministério da Agricultura Equipe de Pedo-
Na verdade, a produção amazônica ainda não atende às logia e Fertilidade do Solo I. Levantamento de
necesl)idades cada vez mais crescentes do consumo, pois reconhecimento dos solos da zona de lguatemi,
não existe nenhum programa objetivando o aumento subs- Mato Grosso 11. Interpretação para uso agrícola
tancial deste produto dos solos da zona de lguatemi, Mato Grosso
Rio de Janeiro, 1970 99p (Boletim. Técnico. 10)
Porém, estas várzeas, com as características que possuem
e a elevada fertilidade de seus solos, podem ser as áreas
produtoras desta matéria-prima, desde que melhor orien- 7 - I Levantamento exploratório-reconheci-
tação e maiores facilidades sejam proporcionadas aos mento de solos do Estado da Paraíba 11 Interpre-
produtores, principalmente através da aplicação de téc- tação para uso agrícola de solos do Estado da
nic.as mais racionais e de sistemas de financiamentos Paraíba. Rio de Janeiro, 1972 670p (Boletim
mais objetivos. Técnico, 15)

8 - ESCRITÓRIO TÉCNICO DE AGRICULTURA BRASIL -


6 - BIBLIOGRAFIA ESTADOS UNIDOS Manual brasileiro para levan-
tamento da capacidade de uso da terra, 3 a apro-
1 - BENNEMA, J.; BEEK, K J ; CAMARGO, M. N. Inter- ximação Rio de Janeiro, 1971 436p
pretação de levantamentos de solos no Brasil;
primeiro esboço Um sistema de classificação de
capacidade de uso da terra para levantamento de 9 - NEVES FILHO, J P , ARAUJO, J V., PERES.
reconhecimento de solos Trad. Rio de Janeiro, R. M 111 Pedologia 2 a Parte. Aptidão agrícola
Divisão de Pedologia e Fertilidade do Solo, In BRASIL. Departamento Nacional da Produção
1965. 46p Mineral. Projeto RADAMBRASJL Folha NA 21
Tumucumaque e parte da Folha NB.20121- Ro-
2 - BRASIL. Departamento de Pesquisas e Experimen- raima Rio de Janeiro, 1975. (Levantamento de
tação Agropecuárias; Divisão de Pedologia e Recursos Naturais, 9)

PEDOLOGIA I 303
ESTAM,PA I

POOZÚLICO VERMELHO
AMARElO textura argilosa
sob vegetação de Floresta
DeoSI' em relevo suave on-
dulado - Perfil n. • 37 .
Estrada Obidos-Aienquer.
Folha SA.21-X-D.

2 - Area de dominância de LATOSSOLO AMARELO OISTROFICO textura média vegetação de Floresta


Densa relevo suave ondulado: unidade de mapeamento LA.20. Estrada Orlxlmlnà-Obldos. Folha
SA.21-X-C.
ESTAMPA 11

1 - Panoràmica da areà de PODZOUCO VER MELHO AMARELO cc;>ncrec ionãrio textura multo argo losa
sob Ftor<?.Sia Densa em relevo ron e ondulado Estrada Rurópolis Presidente Médici-Santarém
Folha SA.21-Z-D.

2 - Perlil de LATEAITA HIDRO-


MÓRFICA OISTRÓFICA
lextura argilosa sob vege-
laÇ:ào de Floresta Densa em
relevo plano - próx imo ao
Perfil n • 45 - unidade d&
mapeamento: HL 1. BR-319:
Km 30 do trecho Careoro -
Manaus. Folha SA .21 -Y-C.
ESTAMPA 111

LATOSSOLO VERMELHO
AMARELO DISTROFICO
textura argilosa sob vege-
tação de Floresta Densa em
relevo suave ondulado
- próximo ao Perfil n. •
15 - unidade de mapea-
mento: PB 11. Trecho da
estrada que liga VIla Ma-
cauari â Mina Slderama.
Folha SA.21-V-C.

2 - Panorâmica da unidade de mapeamento LA 29. com dominância de LATOSSOLO AMARELO DISTROFICO


textura média sob vegetação de contáto Floresta Densa/Savana em relevo que varia de plano a suave
ondu lado. Ao fundo o rio Tapajós. Folha SA.21-Z-B.
ESTAMPA IV

1 - Panorâmica de àrea Inundada próximo a A lenquer: SOLOS ALUVIAIS EUTRCFICOS e HIDROMCRFICOS


GLEYZAOOS EUTROFICOS dominam nas unidades de m;:,oeamento A e HG1 . Folha SA.21-Z-B.

2 - Desenvolvimento da juta sobre TERRA ROXA ESTRUTtJRAOA EUTROFICA textura argilosa, pró ximo a
Obidos. Ao lundo plantio de m ilho. Folha SA.21 -X-C.
Vegetação
FOLHA SA.21- SANTARÉM
IV VEGETAÇAO
AS REGIÕES FITOECOLÓGICAS,
SUA NATUREZA
E SEUS RECURSOS ECONÕMICOS

ESTUDO FITOECOLOGICO

AUTORES

Floralim de Jesus Fonsêca Coêlllo


Henrique de Castro Ferreira
Sérgio Barros-Silva
Antonio Giacomini Ribeiro
Evaristo Francisco de Moura Terezo

PARTICIPANTES

Heliomar Magnago
Lúcia Maria Cardoso Gonçalves
Oswaldo Koury Junior
Petronio Pires Furtado
Raimundo José Rodrigues Santos
Renato Ribeiro dos Santos
Rui Lopes de Loureiro
Shigeo Doi
Waldiney Travassos Queiróz

ORIENTAÇÃO

Henrique Pimenta Veloso


Luiz Góes-Filho
I

VEGETAÇÃ0/311
SUMARIO

RESUMO ••••••• o •••••••••••••••• o •••• o •••• o ••••• o ••••••• o •• 317

ABSTRACT ....... . 318

1 INTRODUÇÃO. 319

2 METODOLOGIA...................................... 319

2.1 - Interpretação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 319


2.2 - Inventário Florestal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 319
2.2.1 - Área do Inventário .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 319
2.2.2 - Estratificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 319
2.2.3 - Amostragem . 31~
2.2.4 - Processos de Campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 320
2.2.5 - Relação Usada para Cálculo de Volume . . . . . . . . . . . . . . . . 320

3 - CONCEITUAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS DA.


FOLHA SA.21-SANTARÉM ..... . 320

3.1 - Súmula Histórica ........... .. 320


3.2 - Sistema da Savana (Cerrado) .. 320
3.2.1 - Savana Arbórea Densa (Cerradão) . 321
3.2.2 - Savana Arbórea Aberta (Campo Cerrado) 321
3.2.3 - Savana-Parque (Parque) 321
3.3 - Comparações e Hopóteses sobre a Savana Brasileira 321
3.4 - Sistema das Formações Pioneiras Aluviais 322
3.4 1 - Formação Pioneira Arbórea 322
3.4.2 - Formação Pioneira Arbustiva 324
3.4.3 - Formação Pioneira Lenhoso/Graminóide 324
35 - Sistema da Floresta Tropical Densa 325
351 - Floresta Densa das Baixas Altitudes 325
3 5.2 - Floresta Densa Submontana 325
3.6 - Sistema Floresta Tropical Aberta 325
361 - Floresta Aberta sem Palmeiras 325
3 6.2 - Floresta Aberta com Palmeiras 325
3.7 - Refúgio Ecológico 325

4 - CHAVE DE CLASSIFIC_AÇÃO DOS SISTEMAS


ECOLÓGICOS INTEGRADOS 325

I
4.1 - Regiões Fitoecológicas 325
4.1.1 - Savana (Cerrado) 325
4.1 2 - Formações Pioneiras Aluviais 326
4.1 3 - Floresta Tropical Densa 326
4.1 4 - Floresta Tropical Aberta 3Z6
4.2 - Refúgio Ecológico 326
4.3 - Áreas de Tensão Ecológica 326
4.3 1 - Contato Formações Pioneiras/ Savana (Cerrado) 326
4.3.2 - Contato Formações Pioneiras/ Floresta 326
4.3.3 - Contato Floresta/Savana (Cerrado) 326
4.4 - Áreas Antrópicas 326
4 4.1 - Vegetação Secundária . . . . ..... . 326
4.4.2 - Agropecuária . . . . . . . ........... . 326
4.4.3 - Agricultura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . 326
4.4.4 - Reflorestamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............. . 326

VEGETAÇÃ0/313
5 - SISTEMAS ECOLÓGICOS INTEGRADOS. 326

5.1 - Regiões Fitoecológicas . .. . . . 326


5.1 1 - Região da Savana (Cerrado) . . . 326
5.1.1.1- Sub-Região da Savana do Ariramb.a/Cuminapanema . 326
5.1 1.2 - Sub-Região dos "Tesos" do Rio Amazonas 329
5.1.2 - Região das Formações Pioneiras Aluviais 329
5.1.2.1 - Sub-Região da Planície lnundável do Rio Amazonas 329
5.1.2.2 - Sub-Região das Formações Pioneiras do rio Cu miná . . 330
5.1 3 - Região da Floresta Tropical Densa 331
5.1.3.1 - Sub-Região dos Baixos Platôs da Amazônia . 332
5 1 .3 2 - Sub-Região dos Altos Platôs dos Rios Xingu- Tapajós 333
5.1 3.3 - Sub-Região das Baixas Cadeias de Montanhas do Sul da
Amazônia . . . . . . . . . 333
5.1 3.4 - Sub-Região das Baixas Cadeias de Montanhas do
Compléxo Guianense . . . 334
51 3 5 - Sub-Região da Superfície Arrasada do Pará-Amapá 335
5 1 3 6 - Sub-Região da Superfície Dissecada do Complexo
Guianense . . 335
5.1 3.7 - Sub-Região dos lnterflúvios Tabulares do Planalto
Dissecado Norte da Amazônia 336
5 1.3.8 - Sub-Região Residual Paleozóica do Rio Tapajós 337
5 1 .3.9 - Sub-Região da Planície Aluvial do Rio Amazonas 338
5.1.3.10 - Sub-Região dos Terraços•da Ampzônia . . . 338
5.1.3.11 - Sub-Região Residual Paleozóica do Norte do Rio
Amazonas . . . 339
5 1 .4 - Região da Floresta Tropical Aberta 340
5.1.4.1 - Sub-Região da Superfície Arrasada dos Médios Rios Xingu/
Tapajós . 340
5.1.4.2 - Sub-Região Residual Paleozóica de ltaituba 341
5 1 .4.3 - Sub-Região Residual Paleozóica de Alenquer 341
5.1 5 - Áreas de Tensão Ecológica 341
5.1.5.1 - Contato Formações Pioneiras/Savana (Cerrado) 341
51 5 2 - Contato Formações Pioneiras/ Floresta 341
5.1 5.3 - Contato Floresta/ Savana (Cerrado) 341
5 1 6 - Áreas Antrópicas 342

6 - FLORÍSTICA 342

6.1 - Espécies da Savana (Cerrado) 342


6.2 - Espécies das Formações Pioneiras 343
6.3 - Espécies da Floresta Tropical 344

7 - CLIMA E BIOCLIMAS 352

71 - Introdução 352
72 - Circulação Geral da Atmosfera . 352
7.3 - Caracterização dos Elementos Climáticos 356
7.4 - Bioclimas . . 357
75 - Bioclimas do Brasil (3 a Aproximação) 357

8 - CONCLUSÕES 360

81 - Recursos Extrativistas 360


82 - Recursos Madeireiros 361
8.2 1 - Acessibilidade 363
8.2.2 - Explotabilidade . 363
8.2.3 - Complexos Industriais Integrados 365
8.2.4 - Potencial Econômico 365
8.3 - Recomendações . . . 366

9 - BIBLIOGRAFIA. 367

314/VEGETAÇÃO
10 - APÊNDICE I ••• o. o •• o ••• o •••••••••••••••••••• o ••••••• 369

10.1 - Expe.ri~entação Florestal e Ensaios Tecnológicos de Madeiras


Trop1ca1s ............................................. . 369
10.2 - Chave de Classificação dos Ambientes .................... . 372
10.2.1 - Regiões Fitoecológicas ............................... . 372
10.2.1.1 - Savana (Cerrado) .................................. .. 372
10.2.1 2 - Formações Pioneiras Aluviais ........................ . 373
10.2.1 .3 - Floresta Tropical Densa ............................. . 373
10.2.1.4 - Floresta Tropical Aberta . . . ......................... . 373
10.2.2 - Refúgio Ecológico ................................... . 374
10.2.3 - Áreas de Tensão Ecológica ............................ . 374
10.2.4 - Áreas Antrópicas ..................................... . 374
10.3 - Síntese Temática das Folhas de 01 °00' X 01 °30' ............ . 375
10.3.1 - Folha SA.21-Z-D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ........... . 377
10.3 2- FolhaSA.21-Z-C ................................. . 377
1O 3.3 - Folha SA.21-Y-D ............... . 380
10 3 4 - Folha SA.21-Y-C . . .. . ... . 382
103.5- FolhaSA.21-Y-A 383
·10 3.6 - Folha SA.21-Y-B 385
10.3.7- FolhaSA 21-Z-A 387
1O 3 8 - Folha SA.21-Z-B 389
10.3 9 - Folha SA 21-x~o 391
10 310- FolhaSA 21-X-C 393
10 311 - FolhaSA 21-V-D 395
10.3.12 - Folha SA.21-V-C 397
10.3 13 - Folha SA 21-V-A 398
10.3.14 - Folha SA.21-V-B 400
1O 3 15 - Folha SA.21-X-A 402
10.3 16 - Folha SA.21-X-B 404

ILUSTRAÇÕES

Mapa Fitoecológico da Folha SA 21-Santarém

FIGURAS

1 - Zonação Regional (Ambientes) . 327


2 - Zonação Regional (Sub-Regiões) 328
3 - Circulação Geral da Atmosfera- Verão Austral 353
4 - Circulação Geral da Atmosfera- Inverno Austral 355
5 Índice de Participação dos Sistemas Atmosféricos 356
6 - Variação Combinada das Normais Mensais dos Elementos
Climáticos . . . . . . . . . . . . . . . 358
7 - lsoieta Normal Anual . . . . . . . . . . . . . . . 359
8 - lsoieta Normal Mensal de Fevereiro . . . . . . . . . . . . . . . 360

I
9 - lsoieta Normal Mensal de Setembro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 361
10 - Curva Ombrotérmica de Bagnouls & Gaussen . . . . 361
11 Curvas Ombrotérmicas de Bagnouls & Gaussen . . . . . . . . . . . . 362
12 Mapa Bioclimático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 363
13- Bioclimas do Brasil- 3. • Aproximação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 364
14- Quadro de Amostragem- Inventário Florestal . . . . . . 375/376
15- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA 21-Z-D 377
16- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-Z-C . . . . . . . . . . . 379
17- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA 21-Y-D 380
18- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-Y-C 382
19 Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-Y-A 384
20- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-Y-B 385
21 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-Z-A 387
22 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-Z-B 389
23 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-X-D 391
24 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA 21-X-C . . . . . . . . . . . 393
25 Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-V-D . . . . . . . . . . . 396
26- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-V-C . . . . . . . . . . 397

VEGETAÇÃ0/315
27- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-V-A 399
28- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-V-B 400
29 Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-X-A 402
30- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-X-B 404

ESTAMPAS

I. 1 - Panorâmica de uma Savana


2 - Savana Arbórea Aberta
11. 1 - Parque de Savana
2 Formação Pioneira Graminosa
111. 1 Formação Pioneira Graminosa, Arbustiva e Arbórea
2 Floresta Densa com Cobertura de Emergentes
IV. 1 Floresta Densa com Cobertura de Emergentes
2 Destaque de um Núcleo de Patauâ em Meio à Floresta Densa
com Cobertura de Emergentes
v. 1 Floresta Densa com Cobertura de Emergentes
2 Refúgio Ecológico
VI. 1 Floresta Densa com Cobertura de Emergentes
2 Floresta Aberta com Palmeiras
VIl. 1 Floresta Aberta com Palmeiras
2 Contato Formações Pioneiras/Savana (Cerrado)
VIII. 1 Contato Formações Pioneiras/ Floresta
2 - Contato Floresta/ Savana (Cerrado)

TABELAS
I Savana- Vicariantes Homólogos Arbóreos 323
11 Savana- Vicariantes Homólogos Arbustivos . 323
111 Savana- Vicariantes Homólogos Graminosos . 324
IV Levantamento Florestal - Sub-Região das Baixas Cadeias
de Montanhas do Complexo Guianense . . . 334
v Levantamento Florestal - Sub-Região Residual Paleozóica
do Rio Tapajós . . . . . . 337
VI Levantamento Florestal - Sub-Região dos Terraços da
Amazônia . . . . 339
VIl Levantamento Florestal - Sub-Região dos Terraços da
Amazônia . . . . . . 339
VIII Variação da Participação dos Sistemas Atmosféricos no
Espaço Brasileiro durante os Invernos de 1957 e 1963 354
IX Condições de Explotabilidade 365
X Utilização Florestal . . . . . . . . . . . . . . 366
XI Potencial Econômico . . . . . . . . . . 367
XII Resultados dos Testes Efetuados com Madeiras da
Amazônia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 371

316/VEGETAÇÃO
RESUMO

A Folha em estudo, denominada de Santarém e codificada O mapa bioclimático foi realizado com base na classifi-
como SA.21, abrange parte dos Estados do Pará e Ama- cação de Bagnouls & Gaussen (1957), aplicado às normais
zonas, cobrindo uma área de 295.156km2. mensais das estações meteorológicas disponíveis, levan-
tamento fisionômico-ecológico e variação de gradientes
É delimitada pelos paralelos 00°00' e 04°00' s e pelos litológicos, pedológicos e geomorfológicos. Propõe-se,
meridianos 54°00' e 60°00' W Gr. neste relatório, a 3. • aproximação dos "Bioclimas do
Brasil"

Com o auxílio de imagens de radar, demais sensor'es Em anexo são representadas as sínteses temáticas das
(fotografias em infravermelho, coloridas, em preto-e-branco Folhas de 01 °00' por 01 °30', precedidas de mapas de
e multiespectrais), prospecções de campo e metodologia 1 1.000 000, onde a vegetação é descrita de forma dinâ-
adequada, identificaram-se e mapearam-se na área em mica.
questão quatro regiões ecológicas: Savana, Formações
Pioneiras, Floresta Densa e Floresta Aberta, além de áreas Em volume anexo são fornecidos os dados computados
de Tensão e Refúgio Ecológico, bem como áreas sub- eletronicamente, sobre o potencial madeireiro da área,
metidas à Ação Antrópica obtidos através do Inventário Florestal a nível regional

VEGETAÇÃ0/317
ABSTRACT

This study covers part of the Amazonas and Pará States, monthly normais collected by the meteorological stations
between parai leis 00°00' and 04°00' s and meridians 54°00' available, phisiognomical-ecological survey and variations
and 60°00" W Gr. presented by lithology, soil and morphology. A third
approximation of "Bioclimates of Brazil" is also proposed.
Using radar imagery, other sensors such as calor infrared,
black and white and multispectrae photographs, field
The thematic sinthesis are presented comprising quadran-
checking and an adequate methodology, it was possible to
gles of 01 °00' by 01 °30' preceeded by maps on a scale of
identify and to map four (4) Ecological Regions Viz.
1 :1 000 000 where the vegetation is described in a dy-
Savanna, Pioneer Formations, Closed Forest and Open
namic way.
Forest besides areas of Ecological Tension (Ecotono) and
Refuge as well as areas submited to human action
The electronic processed data on the timber potential of
Bioclimatic mapping was performed basing on the Bag- the area are presented on annexed volume. These data
nouls and Gaussen's (1957) classification applied to the were gathered by forest inventory at a regional levei

318/ VEGETAÇÃO
1 - INTRODUÇÃO f) elaboração das sínteses temáticas por Folha de
1:250 000;
O presente estudo fitogeográfico abrange uma superfície
de aproximadamente 295.156km2, compreendendo áreas g) redação do relatório final e anexos.
dos Estados do Amazonas e Pará, situadas entre os
paralelos 00°00' e 04°00' de latitude sul e os meridianos
54°00' e 60°00' de longitude W Gr. 2.2 - Inventário Florestal

Para a realização dos levantamentos florestqis, a Divisão


Seguindo a conceituação ecológica do Projeto RADAM-
de Vegetação do Projeto RADAMBRASIL incluiu em suas
BRASIL (Veloso et alii, 1973) que é baseada na classifi-
equipes pessoal auxiliar (1) especializado na identificação
cação fisionômica de Ellenberg (EIIenberg & Mueller-
de essências florestais pelas observações no campo e
Dombois, 1965/66), identificaram-se, com auxílio de vários
pelos botânicos na comparação de exsicatas com o apoio
sensores e vôos a baixa altura, as formações vegetais
dos herbários do IPEAN-EMBRAPA e do INPA.
xeromórficas (Sistema Ecológico da Savana) e hidromór-
ficas (Sistemas Ecológicos das Formações Pioneiras e das
Em síntese, foi essa a seqüência metodológica obedecida
Florestas Densa e Aberta). O delineamento das Forma-
para o inventário florestal:
ções, de acordo com os gradientes ecológicos funda·
mentais (climático, litológico e morfológico), apresentE
nível de abstração fixado pela escala de 1 :1 .000 000.
221 - Área do Inventário
o nível de abstração estabelecido satisfaz aos objetivos do A área definida para o inventário flo·estal compreende a
Projeto RADAMBRASIL, que se propõe a um levantamento
a nível regional. Folha SA.21, excetuadas as manchas de Savana (Cerrado),
as Formações Pioneiras e a Floresta das planícies per-
manentemente inundadas, que são objeto de estudos
florísticos e fitofisionômicos.
2 - METODOLOGIA
A metodologia adotada no presente estudo fitogeográfico
2.2.2 - Estratificação
é a mesma dada a conhecer nos volumes anteriores, uma
vez que se utilizaram os mesmos sensores, com idênticos
A área delimitada abrange variadas formas de relevo com
objetivos.
litologia e padrões de drenagem diferentes. Cada feição,
assim determinada, pode compreender um ou mais grupos
2.1 - Interpretação de populações vegetais, segundo o delineamento fito-
fisionômico.
A interpretação dos mosaicos semicontrolados das
imagens de radar em escala de 1 :250 000 foi desenvolvida 223 - Amostragem
com base em padrões de morfologia, drenagem, tom e
textura, auxiliada pelo exame de fotografias em infra- A amostragem foi realizada segundo o critério acidental
vermelho (falsa cor) na escala de 1.130 000, faixas de
estratificado, compreendendo:
imagens de radar para estereoscopia (escala 1·250 000) e
observações fitofisionômicas obtidas em vôos de reco- a) programação dos pontos - sobre as cópias off-set dos
nhecimento e documentadas com fotografias coloridas. mosaicos semicontrolados de imagem de radar (escala
1 250 000) são identificadas as diversas feições geomor-
Estudos complementares de significativa impmtância são fológicas. Em seguida são marcados os pontos para
efetuados com o inventário florestal. amostragem, procurando estendê-los a todas ou à maioria
das citadas feições, segundo as condições de acessibi-
Principais etapas das atividades que conduziram ao ma- lidade e conveniências do apoio logístico, sincronizado
peamento fitoecológico: com as atividades de campo das equipes das demais

I
divisões do Projeto RADAMBRASIL;
a) interpretação dos mosaicos de imagem de radar com
auxílio de outros sensores; b) intensidade e distribuição - a intensidade e distri-
buição amostrai são funções da div.ersificação .tit?fisio-
b) sobrevôo a baixa altura para reconhecimento fitofisio- nômica e facilidade de acesso. As areas acessJveJs por
nômico dos ambientes que foram delimitados nos sen- rodovias e hidrovias foram mais intensamente amestradas;
sores;
c) localização das amostras - na lo~ação das a~~stras
c) viagens por estradas, rios e com helicópteros para por ambiente não houve a preocupaçao de se defm1r um
realização do inventário florestal e/ ou estu·dos florísticos; ponto exato, mas sim a segurança de se es.tar amostrando
no ambiente desejado. Particularmente Importante era
d) revisão bibliográfica, incluindo estudo integrado das atingir, com a amostragem, a maioria dos ambientes;
informações geológicas, geomorfológicas e pedológicas
fornecidas pelas Divisões do Projeto RADAMBRASIL; d) unidade de amostra- a unidade de amostra foi padro-
nizada com forma retangular (500m x 20m), sendo efe-
e) revisão geral e delineamento dos ambientes para o mapa
(1) Auxiliares de Botânica treinados no reconhecimento de essê~clas
fitoecológico em escala de publicação (1 :1.000 000) sobre florestais junto ao IPEAN-EMBRAPA, INPA e/ou com multa experlencla
uma base cartográfica (blue líne) para impressão a cores; neste tipo de atividade J~~nto às Indústrias madeireiras da Amazônia.

VEGETAÇÃ0/319
tuada, às vezes, mais de uma amostra em cada ponto muitos outros naturalistas, possui uma bem estudada e
atingido variada flora

Spruce, em 1849, realizou explorações científicas no rio


2.2 4 - Processos de Campo Trombetas e nas cercanias da cidade de Santarém, en-
quanto Souza, em 1877/78 e depois em 1882, dedicou-se a
a) estabelecimento da amostra - uma vez escolhido o explorar o Paru de Oeste ou Cuminá, em busca dos
local, iniciava-se, a partir de qualquer posição na floresta, "campos gerais" que ali existem.
a abertura do transepto (picada) com 500m de compri-
mento, que serve de acesso à área amostrai, Rodrigues, em 1875, aqui coletou material, adicionando
valiosos conhecimentos ao estudo da flora desta região.
b) identificação de espécies- o processo empregado para Porém, pertence aLe Cointe a primazia de ter descoberto,
reconhecimento dos indivíduos consiste na observação das em 1895, os Campos do Ariramba, depois estudados em
folhas, flores, frutos, características da casca (estrutura, detalhe por Ducke (191 0), Sampaio (1932) e Egler (1960),
odor, coloração e sabor), do exsudato e da madeira que ali fizeram excelentes estudos ecológicos.

Quando a identificação não foi possível no campo, o A viagem de Coudreau ao Cuminá forneceu dados va-
material foi coletado e remetido, para ser estudado no liosos, não só quanto à hidrografia mas, também, quanto à
herbário fitogeografia amazônica, embora tenham sido Spruce
(1908), Ducke (1910) e Sampaio (1932) os primeiros botâ-
c) medição e instrumento - durante o levantamento nicos a empreender excursões ao Paru de Oeste ou Ere-
efetuam-se mensurações das circunferências a 1 .~om de pecuru ou Cuminá
altura ou logo acima das sapopemas e estimam-se as
alturas comerciais (até o 1 o galho) de todas as árvores (na As Savanas da área foram estudadas, além dos autores
amostra) cuja circunferência à altura do peito é maior ou citados, ainda por Massart (1929) e Lima (1959), que se
igual a um metro dedicaram ao estudo da flora dos Campos de Monte
Alegre
Os instrumentos utilizados são:
A área da planície aluvial foi a que mereceu mais atenção,
fita métrica graduada em centímetros em virtude do fácil acesso, sendo o trabalho de Black
(1950) sobre as gramíneas e o de Ducke (1910) sobre
vara de cinco metros para estimativa das alturas floresta em geral os mais completos
hipsômetro de Haga para a verificação vez por outra das Nas áreas florestadas dos platôs terciários do sul do
estimativas de alturas Amazonas, entre os rios Madeira e Curuá do Sul, Heinsdijk
(1957/1958), Glerum e Smith (1965) realizaram inventários
225 - Relação Usada para Cálculo de Volume florestais visando o aproveitamento do grande potencial
madeireiro da área
A equação básica empregada para os cálculos de volume
comercial das árvores é a seguinte Com base nestas contribuições bibliográficas valiosas, a
equipe da Divisão de Vegetação do Projeto RADAMBRASIL
v = H c2) o,7 conseguiu apoio para realizar seus estudos, objetivando a
4lf correta conceituação fisionômico-ecológica da vegetação
da área coberta pela Foi ha SA 21-Santarém.
onde

v volume (m3) 3 2 - Sistema da Savana (Cerrado)

H altura comercial (m) E um sistema ecológico de solos litólicos com chuvas


torrenciais, bem demarcadas por um curto período seco e
C circunferência (m), normalmente 1 ,30m de altura do caracterizado por formações vegetais com certo grau de
terreno esclerofilia, principalmente nos seus elementos lenhosos,
que apresentam formas biológicas adaptadas às defi-
0,7 = fator de forma (Heinsdijk, 1960) ciências nutricionais

Os estudos de Egler (1960), sobre os "Campos do Ari-


ramba", atribuem a estes uma origem edafo-climática,
3 - CONCEITUAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS associada a fatores geomorfológicos, e ressaltam a impor-
DA FOLHA SA.21-SANTARÉM tância da erosão diferencial na criação de micro-habitats,
distinguindo comunidades hidrofiticas e xerofíticas
3 1 -Súmula Histórica
Pelas descrições de Massart (1929) e Lima (1959), o mesmo
A Folha Santarém, passagem obrigatória para quantos que ocorre nos "Campos de Monte Alegre"
transitam pelo Baixo-Amazonas, é talvez uma das áreas
mais pesquisadas pelos estudiosos da vegetação As áreas de Cerrado, ao longo da planície aluvial do rio
Amazonas, foram estudadas por Ducke (191 O) somente sob
Esta área, visitada por Spix-Martius, Bates, Wallace, o ponto de vista botânico, não tecendo comentários sobre
Spruce, Coudreau, Rodrigues, Trai!, Huber, Ducke e sua origem

320/VEGETAÇÃO
De um modo geral, nestas últimas áreas, os elementos da missível conjecturar-se ser o Campo Cerrado uma for-
Savana (Cerrado) estão estabelecidos sobre Solos Con- mação subclímax
crecionários Lateriticos Hidromórficos e, levando-se em
consideração a existência de uma pequena estação bem A ação antrópica se faz sentir com mais intensidade nos
seca e bem demarcada para a área do baixo-Amazonas, "Campos de Monte Alegre", estudados por Massart (1929),
pode-se aceitar a hipótese destas Savanas terem origem onde somente as plantas corticosas resistem à ação das
edafo-climática. queimadas anuais

Já aquelas manchas de Savana estudadas por Sampaio


(1932), que se encontram dispersas em meio á Floresta, ao 3 23 - Savana Parque (Parque)
longo do rio Paru de Oeste ou Cuminá, segundo a opinião
deste autor, estão sendo dominadas pela Floresta, tendo A Savana Parque é uma formação caracterizada por gran-
em vista o processo de diagênese do solo. des extensões campestres cespitosas dominadas por
Pesquisas efetuadas em Savanas extra-amazônicas, por Paspalum sp, A ris tida sp, Andropogon sp e Bulbostylis sp,
Alvim e Araújo (1952), Arens, Ferri e Coutinho (1958) e interrompidas por fanerófitas baixas, geralmente de
Arens (1958 a, b e 1963), fornecem um acervo de dados que poucas espécies, que compõem a fisionomia natural,
permitiu deduzir sobre solos deficientes e que não há sendo comuns a Curatella americana e a Tecoma caraiba
escassez de água para as plantas do Cerrado, em virtude Acompanhando os talvegues dos vales, encontram-se
destas serem dotadas de raízes pivotantes profundas, elementos arbóreos formando as Florestas-de-Galeria
atingindo o lençol freático; assim, o pretenso xeromor-
fismo da vegetação, em geral, é um escleromorfismo Com a mesma fisionomia e apresentando as mesmas
oligotrófico, podendo ser consequência da existência de espécies dominantes nos "Campos do Ariramba" e
elementos tóxicos "Campos de Monte Alegre", assinalaram-se os Parques da
planície aluvial do rio Amazonas Nesta planície, os Par-
Sendo este raciocínio válido para o Cerrado do Centro-Sul ques com solos de laterita hidromórfica ligeiramente mais
e Centro-Oeste do Brasil, o será, com muito mais razão, elevados (vide 111 - Pedologia) têm a mesma função dos
para as Savanas da Amazônia, onde o período seco é mais "tesos" da ilha de Marajó, servindo como abrigo para o
curto e os totais pluviométricos mais elevados, o que gado na época das cheias anuais do referido rio
ocasiona maiores deficiências do solo pela lixiviação.

3.3- Comparações e Hipóteses sobre a Savana Brasileira


3 2.1 -Savana Arbórea Densa (Cerradão)
Equacionar problemas acadêmicos desse tipo será sempre
Formação de altura média entre cinco a dez metros, apaixonante pelas discussões que provocam e pelas
composta de elementos arbóreos esclerófilos, alguns de- divagações intelectuais induzidas pelas observações geo-
ciduais, contorcidos, com densa distribuição espacial, morfológicas referentes aos paleoclimas.
com as copas tocando-se, com tapete gramínóide rare-
feito, em tufos, intercalado de elementos arbustivos e Assim, ainda hoje é muito discutido, entre ecólogos, o que
algumas bromeliáceas e palmeiras anãs foi formulado no passaao pelos naturalistas como Lind-
man (1953), lhering (1907) e Pauwels (1941 ), no que se
O relevo varia de dissecado a aplainado, com afloramentos refere à ocorrência de áreas campestres dentro de um
rochosos e alguns testemunhos erodidos, guardando conjunto predominantemente florestal e à presença de
formas tabulares. ecotipos florestais dentro das Savanas, surgindo a dúvida
de qual dos grupos vegetais foi o primeiro a instalar-se em
Entre as espécies assinaladas, observaram-se Curatella determinadas áreas e qual seja o processo dinãmico do
americana, Piptadenia peregrina, Roupa/a spp, Antonia avanço de uma sobre a outra
ovata, Salvertia conval/eriodora e, no tapete gramínoso,
Andropogon sp, Paspalum 'sp e diversas espécies de O assunto foi exaustivamente discutido por Veloso et alii
Bulbostylis, sendo a mais comum Bulbostylis paradoxa. (1975), quando esses autores discutiram e comentaram as

I
várias hipóteses existentes sobre as Savanas da Amazônia
situadas no Hemisfério Norte e suas possíveis relações
3.2.2 - Savana Arbórea Aberta (Campo Cerrado) com o Cerrado do Centro-Oeste brasileiro

A fisionomia da Savana arbórea aberta apresenta árvores Sampaio (1933), estudando as manchas de Savana, ao
de altura média entre quatro e sete metros composta de longo do rio Trombetas (Cuminá), levantou a hipótese de
elementos arbustivos esclerófilos, dispersos sobre um que estes campos estão sendo gradativamente ocupados
tapete contínuo dominado por Andropogon sp, Paspa/um pelas florestas, levando em consideração os estágios da
sp e Bulbostylis spp. diagênese dos solos florestais e dos campos. Tendo
encontrado Sporobus cubensis, antes só citado para a
A Savana arbórea aberta é xeromorfa, com folhas co- Venezuela e Guiana Inglesa e Leptocoryphium lavatum,
riáceas, tapete hemicriptófito e plantas lenhosas tortuosas conhecido do México ao Uruguai e, levando-se em consi-
com xilopódios. deração serem áreas distantes entre si, defendeu a idéia de
De Candolle sobre polimorfismo para explicar tal fato
Dentro deste conceito fisionômico-ecológico e pelas ob-
servações de Egler (1960), sobre a deficiência de drenagem No caso dos chamados "Campos do Ariramba", Egler
e existência de camadas concrecionárias lateriticas nos (1960) analisou uma série de dados, 1-'revalecendo a hipó-
"Campos do Ariramba", aliadas à ação antrópíca, é per- tese de que a mata penetra nos campos e que estes são

VEGETAÇÃ0/321
relíquias de uma formação mais primitiva, dentre as quais anani (Symphonia sp), ucuuba (Viro/a sp), pau-pombo
destacou. (Tapirira sp), parapará (Jacaranda copaia Aubl), açacu
(Hura creptans L.) e ingás (lnga spp).
a) "Existência, ,nestes campos, de elementos flor_ísticos
típicos da flora dos campos que pelo desenvolvimento Através das tabelas I, 11 e 111, inicialmente elaboradas por
indicam não serem de introdução recente". Veloso et alii (1975), pode-se analisar e comparar a corres-
pondência das espécies das áreas de Savana até então
b) "Existência de indivíduos velhos em estado de decre- estudadas pela equipe de Vegetação do Projeto RADAM-
pitude vegetativa de espécies de Cerrado, envolvidos por BRASIL.
elementos pioneiros (da mata) na zona limítrofe entre o
campo e a mata".
Pela relação de espécies observadas pode-se induzir ainda
c) "Numa análise do processo de erosão a que estão mais a hipótese da existência de uma linha contínua em
submetidas as encostas íngremes, que por efeitos mecâ- passado recente de Cerrado que unia a flora do Centro-
nicos de intemperismo desagregam blocos de diferentes Oeste brasileiro com a área Amazônica.
dimensões, decompondo rochas que vão formar tipos de
solos diferentes, principalmente nas vertentes (colúvios),
predominantemente pedregosos e no pé das mesmas Esta linha foi quebrada em vários pontos, ficando apenas
(solos aluviais argila-arenosos)". relíquias isoladas que se mantêm, ainda hoje, em pontos
de plataforma continental (serra do Cachimbo) e em áreas
paleozóicas erodidas:
Além disso, a equipe de Pedologia (vide 111-Pedologia)
determinou na parte leste da Folha, em áreas paleozóicas,
caracterizadas por períodos de deficiência hídrica mais 3.4 - Sistema das Formações Pioneiras Aluviais
acentuados, justamente na área do contato Cerrado/ Flo-
resta/ Formações Pioneiras, o que reforça a hipótese de Estas formações ocupam as planícies aluviais do rio
que esta área de contato é mais antiga e apresenta grupos Amazonas e seus tributários
de Cerrados relíquias ao lado de Formações Pioneiras
Campestres e Floresta-de-Galeria recentemente insta- São formações edáficas, resultantes da deposição de
ladas. material aluvionar, variando a sua composição de acordo
com o tipo do material transportado e depositado.
Segundo Ducke (191 O), a flora da região dos Campos do
Ariramba é muito diferente daquela da Planície Amazô- À medida em que os sedimentos vão sendo depositados e
nica. Lembra a flora das partes centrais montanhosas das os fatores de formação do solo atuam, há uma sucessão de
GI.Jianas, como a Bonnetia dinizzia que tem as espécies espécies, indicadoras do processo hidrosseral em curso,
mais próximas na serra de Roraima. O Hebepeta/um humi- culminando pela instalação e estabilização de uma Flores-
rifolium, Qualea sp e Schieckia oronocens são formas que ta Densa.
representam a flora do Centro das Guianas e espécies
vizinhas da Venezuela.
Nas areas com predominância de limo e argila, em conse-
Um grupo de espécies é conhecido das áreas de Serras ou qüência, estabelecem-se aí elementos mais evoluídos, em
das de Campos das Guianas e do Brasil-Central, porém virtude da maior riqueza do solo.
com exclusão da Planície Amazônica, como Byrsonima
verbascifolia e a Tococa nitens; outras se encontram Uma característica marcante é a coloração que a água
também em algumas serras do baixo-Amazonas, como apresenta· nos rios onde predominam os depósitos areno-
Scirpus paradoxa, Antonia ovata, Dipladenia tenuifolia, ou sos, a ág~a toma uma coloraçã~ escur~, proveniente de
mesmo nos campos de Marajó, como Sa/vertia conva- ácidos húmicos lixiviados pela açao das aguas das chuvas,
liodora e a Tocoyena formosa. que provocam a acidez d~ ág'ua a P?nto.~e, em ~lguns ~i os,
atuar como inibidor da v1da aquát1ca; Ja nos nos de agua

I Dentre as espécies de Savana observadas na área com-


preendida pela Folna SA.21, pode se citar:

a) Na vegetação arbórea densa e aberta - lixeira (Cura te/la


americana L.), pau-de-arara ou colher-de-vaqueiro (Salver-
barrenta, com grande profusão de s~dimentos en; ~uspen­
são, a vida aquática é intensa e vanada em es~ec1e_s. T~!
fato justifica, regionalmente, o uso dos termos fammtos
para designar os rios de água-preta e "ricos" para os de
água-branca (Sioli, 1962).
tia convalleriodora St. Hil), tarumã-tuira (Vitex f/aves
H.B.K.), pau-terra (Qualea grandiflora Mart.), sucupira- Evidentemente, observa-se o nítido reflexo de tais caracte-
do-campo (Bowdichia virgilioides H.B.K.), ariauá (Monte rísticas sobre a vegetação das planícies aluviais, de acordo
Alegre) (Lafoensia densiflora Pohl) e pracaí-da-mata (Minas com o material depositado.
Gerais).

3.4.1 - Formação Pioneira Arbórea


b) Na vegetação graminóide: capim-barba-de-bode (Aris-
tida spp), Andropogon spp, Bulbostylis spp e Cyperus sp.
A fisionomia desta formação é florestal, com árvores
medianas (de altura aproximada entre 15 a 20m), sendo a
c) Nas Florestas-de-Galeria: buriti (Mauritia flexuosa Lícania sp, Bombax munguba, Humiria sp, Roucheria sp,
Mart.), envira (Xylopia sp), açaí (Euterpe o/eracea Mart.), Hebepetalum, Vatanea sp, Sacoglottis sp e algumas árvo-

322/VEGETAÇÃO
TABELA I

Savana - Vicariantes Homólogos Arbóreos

Á R E A s

Espécies Rio Tiriós Cachimbo Amapá Maranhão/ Centro- Santarém


Características Branco Piauí Oeste

Curare/la americana 00 o o o I I I
Salvertia convaliodora - 00 I 00 I I I
Caryocar coriaceum - - - - I - -
Qualea grandiflora - I o - 00 00 I
Ca,ryocar microcarpum I - - - - - ...:..
Hancomia speciosa - I o I I I I
Bowdichia virgilioides
* I I o - I I I
Qualea parviflora - - I - I 00 -
Tabebuia caraiba - I I I I I I
Byrsonima crassifolia o o o I I i I
Palicouria rígida I I I I I I I
Parkia p/aryceph/a * - - - - 00 - -
Caryocar brasiliensis - - o - - o -
Himatanthus articulatus
* I I - I - - -
Antonia ovata * I I o I - - 00
Myrsia pilosa - 00 - - - - -
Mauritia vinifera* - - -- - o o -
Mauritia 1/exuosa * o o I o - - I
Aracardium ocidentale I - I I - - I
Anacardium ocidentale I - - - I I -
Anacardium humile - - - - - I I
Roupa/a montana I I I - - - I
Roupa/a complicara - - I - I I -
Xylopia grandiflora I o - I
Xylopia aromatica I - I
Piptadenia Peregrina
* I o I - - - I
Piptadenia macrocarpa - - - - I o i

Legenda:

00 Dominante I Presente

O Codominante -Ausente
* Espécies assinaladas também na Floresta

Savana -
TABELA 11

Vlcarlantes Homólogos Arbustivos

A R E A s
I
Espécies Rio Tlriós Cachimbo Amapá Maranhão/ Centro- Santarém
Características Branco Piauí Oeste

Byrsonima verbascifolia 00 o o o o o I
A!lagoptera campestre - I I - o o -
Humiria balsamifera - -
I o - - -
Cassytha americana I o - I I I I
Humiria floribunda -
I I - I - I

VEGETAÇÃ0/323
TABELA 111
Savana - Vicariantes Homólogos Graminosos

A R E A s

Espécies Rio Tiriós Cachimbo Amapá Maranhãoi Centro- Santarem


Caracteristicas Branco Pia ui Oeste

Trachypogon p/umosus 00 00 - 00 I 00 -
Andropogon angustatus 00 00 00 00 I 00 -
Rhynonospora barbata I I - I - - -
Paspalum carinatum o o 00 o o o o
Bulbostylis conífera I I - I I I 00
Aristida setifolia I I o I I I -
Paspalum pulchellum o o 00 o I I -
Mesosetum lolliforme I I - I - - I
Bulbostylis /anafa - o o o - - -
Aristida tincta Trin - - - - - - o
Bulbostylis jusciformis - - - - - - o

res de Dimorphandra sp e Pocielum sp para as áreas 3.4.3 - Formação Pioneira Lenhoso-Graminóide


arenosas, segundo Ducke & Black (1954)
Esta formação é baixá, raramente atingindo mais de um
Na planície aluvial do Amazonas, com a ocorrência de metro de altura, com seus elementos interligados, forman-
ricos sedimentos, o estrato arbóreo possui alguns "gigan- do densos tapetes.
tes", como a Ceiba pentandra, Hura creptans e Calycophy-
lum spruceanum e, na sinúsia codominante, Viro/a surina- Na área do rio Amazonas, esta formação foi exaustivamen-
mensis, Tachigalia mirmecophila e a única salicácea brasi- te estudada por Black (1950), em seu trabalho "Os Capins
leira, a Salix martiana var. humboldtiana (oeirana), típica Aquáticos da Amazônia", tendo esta vegetação sido tam-
para os rios de água clara acima do rio Xingu bém estudada por Spruce (1908), em suas viagens (1849-
1864). Este tipo de vegetação é de grande importância
econômica, em virtude do valor agrostológico dos seus
As palmáceas freqüentes são a Mauritia flexuosa, Euterpe elementos, destacando-se as diversas espécies de "cana-
oleracea e Mauritia aculeata, entre outras
rana".

Comumente esta fisionomia ocupa os diques marginais Durante as grandes cheias, esta formação pode despren-
dos rios e ilhas e raramente ocupa os "igapós" ou "black- der-se do solo limo-argiloso, não consolidado, e flutuar
swamps". em grandes grupos, formando as "ilhas flutuantes" que as
vezes chegam a causar problemas à navegação

I 3.4.2 - Formação Pioneira Arbustiva

Esta fisionomia segue a mesma linha traçada para as


Formações Pioneiras, com diferentes espécies ocorrendo
para as áreas arenosas e lamacentas. Os arbustos mais
freqüentes para as áreas arenosas são Schizaea sp, Xiri-
Do ponto de vista pedológico, esta vegetação contribui
para a deposição e fixação dos sedimentos transportados
pelos rios, facilitando o estabelecimento de plantas com
sistema radicular mais desenvolvido

daceas e Eriocaulaceas, Utricularia sp, Burmania sp e Nas imagens de radar, esta formação vegetal apresenta-se,
CeP_halostema cyperaceoides, com palmeiras Leopoldinea em virtude da sua uniformidade e quantidade de água, com
ma10r.
uma tonalidade cinza-claro e textura fina.

Nas aluviões do rio Amazonas pode-se encontrar áreas


com Machaerium lunatum, mais freqüente, e Dalbergia As espécies mais comuns, citadas por Spruce (1908), Duc-
monetaria, alternando-se com Montricardia arborescens. ke (191 O) e Black (1950), são Echinocloa polystachya, Pas-
Há uma nítida predominância de uma espécie sobre outra, palum repens, Paspa/um fasciculatum, Panicum zizinioi-
dependendo do nível e duração das cheias, o que faz com des, Hymenachne amplexicaule, Oryza sp, Eicnornia spp,
que ocorra ora uma, ora outra espécie. Contudo, a caracte- .Nymphaea, Pontedenia, Pistia, Neptunia e Victoria ama-
rística desta fisionomia é o porte arbustivo da mesma zonica Poepp. Sowerbg (vitória-régia)

324/VEGETAÇÃO
3.5 - Sistema da Floresta Tropical Densa Tereza et alii (1975) analisaram a literatura existente sobre
o assunto e concordam em ser a Floresta Aberta uma
A fisionomia de Floresta Densa ocorre em dois ecossiste- degradação natural da Floresta Densa.
mas distmtos: o da Floresta das Baixas Altitudes, ocupan-
do os terraços do Quaternário e os platôs do Terciário; e o
da Floresta Submontana, que ocupa as áreas do Paleozói- 3.6.1 - Floresta Aberta sem Palmeiras
co e do Pré-Cambriano.
Esta fisionomia é caracterizada pela grande quantidade de
Os antigos trabalhos de Spruce (1908) e Sampaio (1932) fanerófitas sarmentosas (cipós)que envolvem os indivíduos
serviram de base para o conhecimento das áreas do Pré- arbóreos de altura raramente superior a 25m, apresentando
Cambriano. grande número de árvores mortas e baixo volume de
madeira.
Enquanto que para outras áreas as contribuições mais
importantes são fornecidas pelas pesquisas de Huber O~ principais cipós são: Clusia spp, Bauhinia spp e Davi/la
(1909), Ducke (1910 e 1944), Heinsdijk (1957 e 1958) e spp.
Glerum e Smith (1965), para as áreas ao sul da Folha, que
ocupam os platôs Terciários, os três últimos autores
forneceram valiosas informações quanto ao seu volume 362 - Floresta Aberta com Palmeiras
madeireiro.
Na presente Folha não há referência bibliográfica sobre
este tipo florestal Entretanto são conhecidos os trabalhos
3.5.1 - Floresta Densa das Baixas Altitudes do Projeto RADAMBRASIL referentes à Floresta Aberta
com palmeiras
Esta fisionomia refere-se á floresta localizada principal-
mente nos platôs Terciários e terraços antigos e recentes e Esta fisionomia florestal pode ser definida como um tipo
apresenta-se em dois estratos distintos: um emergente e florestal onde as copas das árvores não se tocam e o
outro uniforme. número de palmáceas adultas é igual ou superior a 50%

As principais espécies que caracterizam o estrato emer- De um modo geral, na Folha em estudo, a principal
gente são: Dinizzia excelsa, Bertholletia excelsa e Cedre- palmeira responsável por esta fisionomia é a Orbignya
linga catanaeformis. Quanto ao estrato dominado, é carac- martiana.
terizado por Manilkara spp, Protium spp e Pouteria spp.
Estas florestas apresentam alto volume de madeira de
grande valor comercial. 3.7 - Refúgio Ecológico
Comparando-se com outras áreas, é uma das mais belas A N E da área desta Folha, na serra Maicuru, a uma altitude
florestas da Amazônia, com o sub-bosque limpo, boa de 600m aproximadamente, foram encontradas espécies
regeneração natural e fácil penetração. endêmicas com características fisionômicas semelhantes
às da serra dos Carajás (Veloso et alii, 1974), com lagoas
de águas escuras A vegetação das lagoas é composta,
3.5.2 - Floresta Densa Submontana
quase que exclusivamente, de Pontederia sp, Azo/la sp e
algumas Eichornia sp.
Esta fisionomia caracteriza"se por possuir árvores menores
que ocupam um relevo dissecado do Pré-Cambriano. A vegetação predominante é herbácea e arbustiva
P~ss~i um bom volume de madeira, com grupos típicos,
prmc1palmente de Mani/kara spp, Batesia f/oribunda e Os arbustos são representados por M irtàceas, Euforbiá-
Cinometra hootmanniana. ceas e Clúsias, enquanto que o tapete herbáceo se consti-
tui quase que exclusivamente de Ananas 'J.nasoides
Nesta floresta distinguem-se dois estratos um emergente,
com Dinizzià excelsa e Cedrelinga catanaeformis, e outro Neste Refúgio, o solo é turfoso nas depressões, com
uniforme, constituindo o estrato codominante.

O sub-bosque é limpo, com poucas lianas e palmáceas.

3.6 - Sistema da Floresta Tropical Aberta


afloramentos de hematita e canga.

4 - CHAVE DE CLASSIFICAÇÃO DOS


SISTEMAS ECOLÓGICOS INTEGRADOS
I
A conceituação desta fisionomia é aquela dada por Veloso
et alii (1~74), como sendo uma floresta degradada, onde as 41 Regiões Fitoecológicas
copas nao se tocam, apresentando-se, às vezes, domina-
das por cipós ou então com ocorrência de palmeiras
411 - Savana (Cerrado)
Para a nossa conceituação são de importância os trabalhos
de Heinsdijk (1957), pois o autor encontrou trechos de I) Arbórea Densa (Cerradão) Se
fl_?resta com cipoal que considerou como uma degenera-
çao natural. Comenta, ainda, a dificuldade de penetração li) Arbórea Aberta (Campo Cerrado) Sr
na flores!a, menor número de indivíduos por hectare e
grande numero de árvores caídas. 111) Parque

VEGETAÇÃ0/325
4.1.2 - Formações Pioneiras Aluviais a) áreas de encraves Ecossistema
dominante
I) Das Áreas Inundadas Periodicamente
4.4 - Áreas Antrópicas
a) Arbórea sem Palmeiras Pl

b) Arbustiva Pa 4.4 1 - Vegetação Secundária

c) Campestre Pc I) Sem Palmeiras Fsi

413 - Floresta Tropical Densa 4.4.2 - Agropecuária

I) Floresta Aluvial
4 4.3 - Agricultura
a) das planícies aluviais Fdp
b) dos terraços Fdc 4 4.4 - Reflorestamento Rf
11) Floresta das Áreas Sedimentares
5 - SISTEMAS ECOLÓGICOS INTEGRADOS
a) dos platôs Fde
A caracterização dos Sistemas Ecológicos, proposta e
b).dos baixos platôs Fdb adotada como metodologia básica para os estudos das
inter-relações meio físico-vegetaçãO, possibilitou a deter-
c) do relevo aplainado Fda minação das Regiões Fitoecológicas, além das áreas de
Tensão Ecológica e de Ação Antrópica.
111) Floresta das Áreas Submontanas
Estas áreas foram subdivididas de acordo com os carac-
a) das baixas cadeias de montanhas Fdt teres florísticos, litológicos, morfológicos e climáticos.
b) de relevo dissecado Fdn
5.1 - Regiões Fitoecológicas
c) dos platôs Fdr
Na área em estudo foram determinadas quatro reg1oes
d) do relevo aplainado F di fitoecológicas (Savana, Formações Pioneiras e Florestas
Densa e Aberta) revestindo diferentes formas de relevo,
pertencentes ao Pré-Cambriano e Paleozóico (ár~as do
414 - Floresta Tropical Aberta embasamento e sedimentares), Terciário e Quaternário.

I) Sem palmeiras Fai


5.1.1 - Região da Savana
11) Com palmeiras Fam
Esta região compreende duas sub-regiões:
4.2 - Refúgio Ecológico Savana do Ariramba/Cuminapanema e dos "Tesos" do
Amazonas, com fisionomias arbórea densa (Cerradão),
1) Tropical < 1 OOOm de altitude arbórea aberta (Campo Cerrado) e Parque
- arbustiva Vm

I 4.3 -

431 -
Áreas de Tensão Ecológica

Contato Formações Pioneiras/ Savanà (Cerrado)


5.1.1 1 - Sub-Região da Savana do Ariramba/
Cupinapanema

A sub-região é caracterizada por pequenas áreas isoladas


de Cerrado, circundada por áreas de Floresta Densa e
Aberta e áreas de Tensão Ecológica, com dois ecossis-
a) áreas de encraves Ecossistema temas: Ecossistemas dos Campos do Ariramba e dos
dominante Testemunhos Residuais do Cumi11apanema/ Maicuru.

a) Ecossistema dos Campos do Ariramba - Estes cam-


432 - Contato Formações Pioneiras/ Floresta pos, já definidos por Egler (1960), situam-se entre o alto
Ariramba e o Jaramacuru, com altitudes que podem atingir
a) áreas de encraves Ecossistema mais de 250m.
dominante
A vegetação de Savana apresenta-se do tipo Parque,
encravado no imenso conjunto florestal amazônico, sobre
4.3.3 - Contato Floresta/ Savana (Cerrado) o relevo aplainado, com testemunhos do Paleozóico.

326/VEGETAÇÃO
REFUGIO ECOLOGICO FLORESTA ABERTA
(Relevo Dissecado <de 1OOOm Sedimentares baixas Planície aluvial ARBÓREA DENSA
de Altitude) (Clímax)

!
arbustivo
- l
Faml !
Scrp

!
Psta
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~
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FLORESTA ABERTA
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SAVANA/FLORESTA <(
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(Relevo Dissecado)
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devastação com fogo
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GRAMINOSA
(disclímax)
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§
- FJae-Fdau.------~
!
Sag
-§-----,
E
~
~
L__FLORESTA DENSA----
(Sub-Monta nas áreas do
embasamento e sedi-
r
REFÚGIO
ãi mentares do Pré-Cam- -
a: briano Paleozóico e Me- FLORESTA DE GALERIA
sozoico)

+
Fdre-Fdru

l
Fdue ----+-Fduu
FLORESTA DENSA FORMAÇÕES PIONEIRAS
Sedimentares baixas Planície aluvial Áreas sedimentares
FLORESTA DENSA
(Áreas sedimentares do
Terciário)

l
Fdpe-Fdpu
l
Fdpi

!
Fdple
!
Influência aluvial
(áreas deprimidas)

!
Padc -Pada
I
~
Fdhe-Fdhu

!
Fdte - F d t u -------'

FLORESTA DENSA-----'
DOS TERRAÇOS

!
Fdse-Fdsu

P'ig 1 - Zonação .Regional (Ambientes)

VEGETAÇÃ0/327
O DOS BAIXOS PLATÓS DA AMAZÔNIA---

! - REGIÃO DA SAVANA

.O DOS ALTOS PLATÓS DOS RIOS


XINGU/TAPAJÓS
l
SUB-REGIÃO DA SAVANA
!
SUB-REGIÃO DOS 'TESOS"
DO ARIRAMBA/CUMINAPANEMA DO AMAZONAS
+
.O DAS BAIXAS CADEIAS DE MONTANHAS-----<~
DO SUL DA AMAZÓNIA

+
-.0 RESIDUAL PALEOZÓICA DO R I O - - - - - ,
--'
::;)
(/) TAPAJÓS
g
~
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z
'º~ ~~
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UJ ~~~~0·------------------~
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-··
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(/)
UJ (3Q
cr: o a:
o_J I<( O CONTATO CONTATO CONTATO
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o
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~ iil3<(
ill~
~~ ~----------------.
FORMAÇÕES
PIONEIRAS/FLORESTA
___j j
it t t t t
FLORESTA/SAVANA FORMAÇÕES
PIONEIRAS/SAVANA

J
I<{ ::<
(9 <(
UJ
cr: <3
I
SUB-REGIÃO DAS BAIXAS CADEIAS DE MONTANHAS DO I
COMPLEXO GUIANENSE

SUB-REGIÃO DA SUPERFfCIE ARRASADA PARÁ/AMAPÁ

SUB-REGIÃO DA SUPERFfCIE DIJECADA DO COMPLEXO


GUIANENSE

SUB-REGIÃO DOS INTERFLÚVIOS TABULARES DO PLANALTO~===~~------_j


DISSECADO NORTE DA AMAZÔNIA

SUB-REGIÃO DA PLANICIE
I
SUB-REGIÃO DAS
SUB-REGIÃO DOS TERRAÇOS DA A M A Z Ô N I A - - - - - - - - - - - ' INUNDAVEL DO RIO AMAZONAS FORMAÇÕES PIONEIRAS
DO RIO CUMINÁ
SUB-REGIÃO RESIDUAL PALEOZÓICA DO NORTE DO R I 0 - - - - - - - - ' 1 ' - - - - - - - - - - '
AMAZÕNAS SUB-REGIÃO RESIDUAL SUB-REGIÃO DA SUPERFfCIE
+ PALEOZÓICA DE ITAITUBA ARRASADA DOS MÉDIOS
SUB-REGIÃO RESIDUAL PALEOZÓICA
DE ALENOUER
1 RIOS XINY/TAPAJÓS
REGIÃO DAS FORMAÇÕES PIONEIRAS
t
SUB-REGIÕES DO NORTE DA AMAZÔNIA SUB-REGIÕES DO SUL DA AMAZÔNIA

o
I<(
REGIÃO DA FLORESTA ABERTA o
~
w
(!)
w

Fig. 2 - Zonação Regoonal (Sub-Regiões)


-
>
~
(")
b) Ecossistema dos Testemunhos Residuais do Cumina- 5.1.2.1 - Sub-Região da Planície lmmdável do Rio
panema/ Maicuru. Amazonas

Este ecossistema em parte localizado acima dos "Campos Esta sub-região ocupa uma grande extensão, ultrapas-
do Ariramba" a sudeste da Folha NA-21 X B, nas proxi- sando os limites da Folha nas direções leste e oeste e
midades dos rios Cuminapanema e Maicuru, iimita-se a localizando-se ao longo do rio Amazonas e alguns dos
norte pelas áreas de Tensão Ecológica (Contatos), e a sul, seus tributários.
leste e oeste pelas áreas Antrópicas.
Constitui-se de campos alagáveis durante as cheias dos
o ecossistema em estudo difere substancialmente dos rios, os quais depositam sedimentos carreados formando
"Campos do Ariramba" por se apresentar cobrindo áreas grandes planícies.
de relevo dissecado com as fisionomias de Savana arbórea
densa (Cerradão) e arbórea aberta (Campo Cer-rado). Caracteriza-se essencialmente por uma vegetação herbá-
cea e graminóide, com predominância de geófitas, camé-
A Savana arbórea densa apresenta árvores que podem fitas, terófitas e hidrófilas que, juntamente com a fauna,
atingir 1O ou até 15m de altura sem um nítido estrato compõem uma notável paisagem neste complexo aluvial
graminóide, que reveste áreas de relevo dissecado. Pode- (Est 11.2).
se observar na área as espécies: envira (Xylopia spp),
jatobás (Hymenaea spp), paus-terra (Qualea spp), lixeira As plantas hidrófilas possuem geralmente folhas largas e
(Curatella americana L.), sucupira-do-campo (Bowdichia sua importância ecológica reside no fato de servir de
virgílíoides H. B.K.), caju-do-campo (Anacardium sp), abrigo a sáurios, répteis e peixes
murici-do-campo (Byrsonima crassifolia H.B.K.) e outras
com menor ocorrência (Est. 1.1) A. área foi objeto de excursões de diversos estudiosos
Black (1950) cita como principais espécies aquáticas
A Savana arbórea aberta (de curso dágua temporário em mururés ou aguapés (Nymphae sp, Ponterideria sp, Pistia
relevo dissecado) compreende uma área de solo coberto sp, Saboínia sp, Azzola spp, Ceratopteris sp), vitória-régia
por um tapete graminóide (Scírpus sp) e indivíduos es- (Victoria amazonica (Poeppig) Sowerby), e Prance (1974):
parsos de murici-do-campo, lixeira, pau-de-arara ou co- malícia-dágua, ou Juquiri (Neptunia o/eraceae Lour)
lher-de-vaqueiro (Salvertia convallariodora St. Hil.) e
outras, como a Dipladenia tenuífolía e Antonía ovata. Muito comum nos lagos e margem de rios é a aninga
(Montrichardia arborescens Schott) de forma biológica
geófita rizomatosa
5.1.1.2 - Sub-Região dos "Tesos" do Rio Amazonas
Além das canaranas que sã_() bastante comuns, há outras
Esta sub-região é representada pelas Savanas localizadas espécies como a piripomonga ou capim-ceneuaua (Leersia
ao longo do rio Amazonas ou próximo deste. Normal- hexandra SW) e arroz-bravo (Oryza spp), consideradas
mente Ocupa áreas mais altas de pequenas extensões como boas forrageiras
sed!mentares do Quaternário, raramente atingidas pelas
che1as. A Savana ocorre em solos Concrecionários Late- Essas espécies hidrófilas e higrófitas vivem geralmente em
ríticos Indiscriminados e Lateritas Hidromórficas, apre- associações e formam por vezes uma série da sucessão
sentando duas unidades fisionômicas distintas. para a floresta da planície aluvial, em outras ocasiões
podem estar associadas às plantas ruderais (associações
a) A Savana arbórea aberta (Campo Cerrado), com cursos vegetais que se estabelecem nos locais habitados pelo
dágua temporários e com relevo ondulado, é caracterizada homem), entre as quais Black (1950) cita:
pela grande ocorrência de lixeiras, murici-do-campo, pau-
de-arara ou colher-de-vaqueiro, caraubeira (Tecoma ca- Panicum sp, Erachtites sp, Jussieua spp (liana) e Mikania
raiba Mart) e pau-de-candeià (Piathymenia foliosa Benth). sp (liana).
No estrato graminóide destacam-se o capim-barba-de-
bode ~Arístída sp), Eragrostria sp, Paspa/um spp, Bul- As plantas hidrófilas são de importância para a agro-

I
bostylls spp e Cyperus sp (Est 1.2). pecuária na planície aluvial, em virtude de oferecerem boa
forragem para o gado, especialmente o búfalo. Segundo
b) A Savana Parque apresenta indivíduos esparsos, com o Black (1950), as espécies mais importantes são: canarana-
solo coberto por um tapete graminóide descontínuo de fluvial (Echinoch/oa po/ystachya (H.B K) Hitchcock),
gramíneas, ciperáceas e xiridáceas e, às vezes, apresenta canarana-rasteira ou pirimembecas (Paspalum repens
s.ol_os de~nudos. São freqüentes também, fazendo parte da Berg) e capim-mori (Paspalum fasciculatum Willd), se-
f1s1onom1~, as Florestas-de-Galeria, que acompanham os guidos de: canarana-roxa (Panicum zízanioides H B.K ),
c:u~sos dagua e se caracterizam por apresentar árvores canarana-folha-miúda (Hymenachne amplexicaulis (Rudge)
t1p1cas da floresta. Ocorrem em pequenas áreas desde as Ness), capim-uamá (Luziola spruceana Benth) e outras
proximidades de Santarém até as de Maués (Est. 11.1 ).
Todas essas canaranas possuem colmos decumbentes e
5.1.2 - Região das Formações Pioneiras Aluviais rizomas entrelaçados entre si, fixados na areia ou na lama,
onde proliferam com grande facilidade formando na época
Esta região foi de.te.rminada cobrindo áreas sedimentares da vazante verdadeiros campos nas várzeas
recentes da plamc1e dos rios Amazonas e Cuminá e
comp~eende d~as sub-regiões: Sub-Região da Planicie Na época das cheias essas áreas são inundadas e, com o
l~und~vel do R!o Amazonas e Sub-Região das Formações amolecimento constante da terra e por influência da cor-
P1one1ras do R1o Cuminá.
renteza, os capins são arrancados e levados em blocos rio

VEGETAÇÃ0/329
abaixo, onde vão formar as conhecidas "ilhas flutuantes", Freqüente em toda a Amazônia
às vezes, de grande extensão. Estas "ilhas" podem ficar Pará - beira do "paraná" ltuqui, rio Cupari
flutuando, até se fragmentarem nas águas do mar; ou
então ancoradas novamente nas margens dos rios onde se 13 - Panicum chloroticum Nees
fixam, iniciando-se assim um ciclo anual, onde a vazante e Pará - Fordlândia; rio Tapajós (Igapó)
a cheia têm caráter determinante na sua formação. São Amazonas - "paraná" do Ramos
comumente chamadas de "periantãs, matupis, matupás,
terras-caídas, ilhas-de-capins, camalotes" etc. 14 - Panicum elephantites Nee&.
Relativamente comum na Amazônia
Ao lado destas formações herbáceas, onde a influência ("ilhas flutuantes")
da água é bem menor, aparece uma vegetação algumas
vezes misturada já nos estágios arbustivos e arbóreo, que 15 - Panicum frondencens Meyer (não é precisamente
ocorrem em solos Hidromórficos. capim-aquático)
Beira da mata ou lugar úmido
As espécies características destas Formações Pioneiras Pará - rio Cupari
são: faveiras (Vatairea spp), oeiranas ou chorão (Salix
martiana Leyb.) e Alchornea castaneifolia A Juss ), pira- 16 - Panicum mertensii Roth ou Panicum megiston
nheira (Piranhea trifoliata Baill ), periquiteira (Buchevania Schult - capim-taboquinha em Óbidos
oxycarpa Eichl ), sucuuba (Piumiera spp), aturiá (Macha-
rerium Junatum (L Ducke) e outras (Est 111.1 ). 17 - Panicum repens (não é aquático mas vive em praias)
Pará - "paraná" do ltuqui; rio Cupari
Relação de algumas espécies da vegetação aquática na
área compreendida pela Folha SA.21-Santarém, obser- 18 - Menisuris altíssima (Povr) Hitchcock
vadas e I ou coletadas (8 lack, 1950) Pará - "paraná" do ltuqui; Cacaual Grande
Amazonas - baixo rio Branco
Oryza alta Swallen
Pará - rio Cupari; Óbidos 19 - Eragrostis g/omerata (Walt) L.H. Dewey
Pará - beira do "paraná" do ltuqui; rio Tapajós
2 - Oryza latif()lia Desv Amazonas - baixo rio Branco
Pará - beira do "paraná" do ltuqui

3 - Oryza perennis Moench 5 1.2.2 - Sub-Região das Formações Pioneiras do Rio


Pará - Fordlândia (Igapó); Urucurituba Cu miná
Amazonas - "par;:~ná" do Ramos
Foi observada ao norte da Folha SA.21, numa pequena
4 - Oryza grandiglumis (Doell) Pradochl, ou faixa de aproximadamente 50km2, limitada por áreas de
Oryza sativa Doe// var grandiglumis Floresta Densa Está melhor representada na Folha
Pará - Óbidos, Fordlândia, Urucurituba NA.21-Tumucumaque (Doi et alii, 1975) por comunidades
herbáceas em tufos isolados e representada por elemen-
5 - Leersia hexandra Wart (capim-piripomonga ou tos graminóides, subarbustivos, arbustivos e algumas
ceneuaua) - baixo-Amazonas palmáceas como: buritirana (Mauritia aculeata H.B.K.) e
Pará - beira do ltuqui; Santarém (rio Tapajós) pupunha (Guilielma speciosa Mart.). Entre as espécies
lenhosas são citados os gêneros Licania, Dymorphandra e
6 - Luziola spruceana Benth (capim-uamá) Cuphea, observando-se a presença de Bromeliácea e Cla-
Comum nas "ilhas flutuantes" donia

7 - Erioch/oa punctata (L) Desv A bacia do rio Cuminá foi também objeto de explorações
Pará - Cacaual Grande (abaixo de Santarém, científicas por diversos naturalistas estrangeiros e na-
aproximadamente 40km) cionais, preocupados em estudar a florística dessa região.

I 8 -

9 -
Paspalum dendiculatum Trin.
Pará - Monte Alegre; rio Capuri

Paspalum fasciculatum Willd (capim-mori)


Pará - Santarém - rio Capuri, beira do ltuqui,
Segundo Sampaio (1933), Spruce em 1849/64 atingiu a
cachoeira db Tranco no méctio Cuminá, registrando ao
longo do percurso exemplares diversos da flora local.
Cita na Floresta a presença de bambus, palmeira muru-
muru (Astrocaryum murumuru Mart.), castanheira (Ber-
Fordlândia tholletia excelsa H B K.), itaúba (Mezilaurus itauba
Amazonas - "~araná" do Ramos; baixo rio Branco Meissn. Taub ex. Mez ), muirapixuna (Caesa/pinia para-
ensis Ducke) e nos afloramentos da cachoeira a pequena
1O - Paspalum ri pari um Nees Podostemacea Mourera alcicornis, bem como Jonidium
Pará - Óbidos oppositifolium num banco de areia, "informando, então,
que o gênero é representado em outras regiões do Brasil"
11 - Hymenachne amplexicaulis (Budge) Nees (nas restingas e cômoros à beira mar, por exemplo) e "que
(canarana-folha-miúda, rabo-de-raposa) muitos anos depois foi de novo encontrá-lo, nos Andes de
Pará - rio Cupari; Fordlândia Quito, a 9 000 pés de altitude"

12 - Echinochioa polystachya (H.B.K.) Hitchcock Também Souza (1877/78/82) explorou a área em questão;
canarana-fluvial) entretantO-não foi possível consultar seu "Diário das Três

330/VEGETAÇJã.O
Viagens ao Rio Cu miná" (republicado em 1946). Repetiu-se Cedrorana (Cedrelinga catenaetormis Ducke)
o mesmo com Coudreau (1901 ), em relação à sua obra Jarana (Holopyxidium jarana (Hub) Ducke)
"Voyage au Cumina, 20 apvil 1900/07 septembre 1900"

A. Ducke, provavelmente entre 1905/06, explorou o baixo 4 - Sub-Região das Baixas Cadeias de Montanhas do
Cuminá e Cuminá-Mirim, registrando às margens dos Complexo Guianense
lagos diversas gramíneas como arroz-bravo, capim-de-
marreca (Paspa/um conjugatum Berg.), canarana (Panicum Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) Standl)
spectabile Ness.) e na faixa junto à água, "uma espécie de Angelim-pedra (Dinizia excelsa Ducke)
perpétua de flores esbranquiçadas" (Aiternanthera paro- Angelim-rajado (Pithecelobium racemosum Ducke)
nychioides St. Hill. var. amazonica Hub.). Na faixa ime- Pau-d'arco-amarelo (Tabebeuia serratifolia (Vahl)
diatamente anterior à mata, o mesmo autor cita a peri- Nicholson)
quiteira, cipós, Dioclea, etc., demorando-se mais no es- Castanheira (Bertholletia excelsa H.B.K.)
tudo de mata-de-várzea (Ducke, 191 0).

Sampaio (1933), designado como botânico da Expedição 5 __: Sub-Região da Superfície Arrasada do Parà/ Amapá
Rondon à serra de Tumucumaque, explotou a área do rio
Cuminá, descrevendo detalhadamente a florística da re- Castanheira (Bertholletia excelsa H.B.K.)
gião, registrando a ocorrência de grande número de es- Angelim-pedra (Dinizia excelsa Ducke)
pécies às margens do rio e das cachoeiras. Jutaí-mirim (Hymenaea parvifolia Hub)
Tachi (Tachigalia spp)
Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) Standl)
5.1.3 - Região da Floresta Tropical Densa

O domínio ecológico da Floresta Densa, com uma área .de 6 - Sub-Região da Superfície Dissecada do Complexo
cerca de 245.520km2 subdividida pelos gradientes ecoló- Guianense
gicos (litologia, morfologia e clima), apresenta a vegetação
nos seus aspectos fisionômicos e florísticos, que coin- Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) Standl)
cidem sugestivamente com os tipos florestais. Angelim-pedra (Dinizia excelsa Ducke)
Muiratauá (Apuleia molaris sp et Benth)
Constataram-se 11 sub-regiões ecológicas, guardando Cajuaçu (Anacardium giganteum Engl.)
cada uma suas características específicas: Paus-d'arco (Tabebuia spp)

1 - Sub-Região dos Baixos Platôs da Amazônia 7 - Sub-Região dos lnterflúvios Tabulares do Planalto
Dissecado Norte da Amazônia
a) Ecossistema dos Baixos Platôs
a) Ecossistema dos Platôs Graníticos
Acariquara (Minquartia guianensis Aubl.)
Sucupiras (Diplotropis sp) Andiroba (Garapa guianensis Aubl.)
Castanheira (Bertholletia excelsa H.B.K.) Paus-d'arco (Tabebuia spp)
Cupiúbas (Goupia glabra Aubl.) Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke)
Cardeiro (Scleronema micranthus Ducke) Morototó (Didymopanax morototoni Aubl.)
Acapu (Vouacapoua americana Aubt.)
b) Ecossistema dos Platôs Dissecados
b) Ecossistema dos Platôs Areníticos
Muiraúba (Mourlria brevipes Gard in Hook)
ltaúba (Mezilaurus itauba (Meiss) Taub ex Mez.) Cedro (Cedrela odorata L.)
Mandioqueiras (Qualea spp) Andiroba (Garapa guianensis Aubl.)
Maçaranduba (Manifkara huberi (Ducke) Standl)

I
Andirobarana (cf. Guarea kunthii Juss)
Piquiarana (Caryocar g/abrufn Aubl.) Amapá-doce (Parahancornia amapa (Hub) Ducke)
Jutaí-açu (Hymenaea courbaril L.)
2 - Sub-Região dos Altos Platôs do Xingu/Tapajós
8 - Sub-Região Residual Paleozóica do Tapajós
Castanheira (Bertholletia excelsa H.B.K.)
Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) Standl) Castanheira (Bertholletia excelsa H.B.K.)
Angelim-pedra (Dinizia excelsa Ducke) Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) Standl)
Piquiá (Caryocar villosum Aubl.) Andiroba (Garapa guianensis Aubl.)
Ucuuba-da-terra-firme (Viro/a melinonii - Benoist) Angelins (Dinizia sp e Pithecelobium sp)
Copaíba (Copaifera sp)

3 - Sub-Região das Baixas Cadeias de Montanhas do 9 - Sub-Região da Planície Aluvial do Rio Amazonas
Sul da Amazônia
Munguba (Bombax munguba Mart.)
Castanheira (Bertholletia excelsa H.B.K.) Tachi-do-igapó (Triplaris surinamensis Cham)
Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) Standl) Sumaúma (Ceiba pentandra L. Gaertn)

VEGETAÇÃ0/331
Mamorana (Pachira insignis Sav ) cies que melhor caracterizam este ecossistema são:
Caxinguba (Ficus spp) acariquara-roxa, breus (Protium sp), sucupira (Diplotropis
Seringa-itaúba (Hevea guianensis Aubl ) sp), castanheiras e cupiúbas, seguidas de mandioqueiras
(Qualea spp), maçaranduba e cardeiro Encontrou-se um
volume médio de 107m3tha e a média de 59 ind/ha, num
10 - Sub-Região dos Terraços da Amazônia total de 31 unidades de amostras, quando foram medidas
todas as árvores com circunferência igual ou maior a 1m.
a) Ecossistema dos Terraços Antigos
Na Folha SA 23-São Luís, Góes-Filho et ali i (1973) encon-
Castanheira (Bertholletia excelsa H B.K) traram 115m3 i ha para esse mesmo tipo de formação
Ucuuba-da-terra-firme (Viro/a melinonii Benoist) florestal, iá na Folha SB 21-Tapajós, Terezo et alii (1975)
Carapanaúba (Aspidosperma sp) encontraram 157m3tha, com a média de 59 ind/ha, o que
Amapá-doce (Brosimum sp e Parahancornia sp) mostra a floresta ser mais densa à medida que se afasta
Andiroba (Garapa guianensis Aubl.) para o sul do rio Amazonas.

b) Ecossistema dos Terraços Recentes b) Ecossistema dos Baixos Platôs Dissecados - consti-
tuído de terrenos com solos de textura média, apresenta
Acariquara (Minquartia punctata (Radik) Sleumer ) um relevo bastante movimentado, dissecado em platôs,
Cedros (Cedrela spp) com encostas ravinadas e vales estreitos, nos quais ocor-
Quaruba (Vochysia maxima Ducke) rem diversas palmeiras, tais como o açaí (Euterpe o/eracea
Seringueira (Hevea brasiliensis (H B K) Muell Arg) Mart ), bacaba (Oenocarpus bacaba Mart.), babaçu (Orbíg-
Tama,uaré (Caraipa grandiflora Mart ) nya martiana B. Rodr) Observaram-se manchas de cipoal
em meio à floresta, dando uma característica própria a este
ecossistema Obteve-se um volume médio madeireiro de
11 - Sub-Região Residual Paleozóica do Norte do 124m3tha e a média de 68 ind/ha, num total de 25
Rio Amazonas unidades amestradas
Angelim-pedra (Dinizia excelsa Ducke) Além das espécies citadas, as que melhor caracterizam
Pau-d'arco-amarelo (Tabebuia serratifolia (Vahl) Nicholson) este último são: muiraúba, itaúbas (Mezilaurus spp), man-
Macacaúba (Piatymiscium trinitatis Bth) dioqueiras (Qua/ea spp), maçaranduba, seguidas de pi-
Castanheira (Bertholletia excelsa H B K ) quiaranas, castanheira, cariperanas (Licania sp), acapu-
Maçaranduba (Mani/kara huberi (Ducke) Standl) preto e maparaiuba (Manilkara amazoníca Hub) ~Est. 111.2)

Das espécies de maior valor econômico encontradas nesta


5.1.3.1 - Sub-Região dos Baixos Platôs da Amazônia sub-região destacam-se acapu. acariquara-roxa, amapá-
doce (Parahancornia amapa Hub), andiroba, angelim-
Compreende a maior parte da área desta Folha, com pedra, angelim-rajado (Píthece/obium racemosum Ducke),
aproximadamente 111 .660km2, em terrenos sedimentares angelim-da-mata (Hymenolobium excelsum Ducke), arara-
do Terciário, da Formação Barreiras (vide l-Geologia), canga (Aspidosperma a/bum Vahl. Pichon ), cardeiro, cas-
estendendo-se na parte central da sinéclise do Amazonas tanheira, copaíba (Copaitera duckei Duryer), cupiúba, itaú-
O tipo de solo é predominantemente Latossolo Amarelo ba (Mezilaurus sp), jacarandá-preto (Dalbergia spruceana
com textura que varia de média a muito argilosa (vide Ducke), jutais (Hymenaea sp), louros, maçaranduba, man-
111-Pedologia) dioqueira (Qualea spp), maparajuba, muiracatiara (Astro-
nium gracile Engl ), muirapiranga (Brosimum rubescens
Esta sub"região, anteriormente denominada Sub-Região Taub ), paraparà (Jacaranda copaia Aubl.), pau-d'arco (Ta-
dos Baixos Platôs do Sul da Amazônia (Terezo et ali i, 1975) bebuia sp), piquiá, piquiarana, sapucaia (Lecythis usitata
e Sub-Região dos Baixos Platôs do Pará/Maranhão (Góes- Miers Var ), seringueira (Hevea brasiliensis (H.B.K.) Mu-
Filho et alii, 1973) e Sub-Região dos Baixos Platôs do ell Arg ), sucupiras (Bowdichia spp), ucuubas (Viro/a spp)
Pará/ Maranhão/ Amapá (Japlassu & Góes-Filho, 1974), e visgueiro (Parkia pendula Bth ex Walp).
(leite; Veloso; Góes-Filho, 1974), é limitada a norte pela
Sub-Região Residual Paleozóica do Norte do Rio Amazo- A presença do babaçu, que caracteriza a Floresta Aberta
nas a leste por áreas de vegetação Secundária, Floresta com palmeiras e está representada somente na parte sul do
Aberta e pela Sub-Região dos Altos Platôs dos Rios Amazonas, atinge os dois ecossistemas acima descritos.
Xingu/Tapajós, ultrapassando a oeste e a sul os limites da
Folha Com o intuito de complementar o estudo desta sub-região,
fez-se uma correlação com os primeiros inventários flores-
Considerando-se o levantamento floristico e fisionômico tais realizados na região, de 1950 a 1960, por técnicos da
da área, as interpretações da imagem e os dados do FAO em convênio com o governo brasileiro Essa missão
inventário florestal, esta sub-região foi dividida em dois florestal efetuou vários inventários, abrangendo um total
ecossistemas. de aproximadamente 20 milhões de hectares, numa faixa
de cerca de 150km de largura por 1.50Qkm de comprimen-
a) Ecossistema dos Baixos Platôs - constituído de terre- to, entre as coordenadas de 59°30' e 45°30' de longitude W
nos baixos, com declives pouco variáveis em direção à e 02°00' e 06°30' de latitude S, desde o rio Madeira até as
calha do rio Amazonas, e solos de textura pesada (argilo- proximidades do Atlântico. Foram identificadas perto de
sos), apresenta elevada ocorrência de abioranas (Pouteria 400 espécies de árvores com diâmetro igual ou maior de 25
spp), matamatás (Eschweilera spp), louros (Ocotea em (DAP), pertencendo a 47 famílias botânicas e distribui-
spp, Aniba spp), ucuubas (Viro/a spp, lryanthera spp) das em 34 tipos florestais, caracterizadas pelo volume de
e macucus (Licania spp,~ Aldina spp) Porém, as espé- madeira encontrado e pelas espécies dominantes. Os

332/VEGETAÇÃO
resultados desses estudos foram apresentados ao governo BRASIL. Em síntese, os dados florestais inventariados não
brasileiro em 12 relatórios completos, com diagramas e podem e jamais poderiam ser comparados, a não ser no
mapas (SUDAM, 1974). sentido volumétrico da madeira, que tem apenas signifi-
cação regional.
Coube ao engenheiro florestal Dammis Heinsdijk, entre
outros, o inventário das florestas situadas entre os rios
Tapajós e Xingu (Heinsdijk, 1957), bem como o inven- 5.,1.3.2 - Sub-Região dos Altos Platôs dos Rios Xingu/
tário entre os rios Madeira e Tapajós (Heinsdijk, 1958) Tapajós
e uma descrição sobre "as florestas de terra firme nos
solos Terciários e Quaternários no sul do rio Amazonas" Esta sub-região com 11.340km2, observada e descrita an-
(Heinsdijk, 1960). Este autor considerou três tipos de teriormente por Jupiassu & Góes-Filho (1974), apresenta-
florestas entre os rios Madeira e Tapajós: "Canumã", se limitada a norte pelas Sub-Regiões da Planície Inundá-
"Maués" e "Arapiuns"; seis tipos entre os rios Tapajós vai do Rio Amazonas (Formações Pioneiras) e da Planície
e Xingu com quatro tipos de "Planaltos" e dois de Aluvial do Rio Amazonas (Floresta Densa), a sul pelas Sub-
"Flanco". Os três primeiros tipos e um do "Flanco" Regiões Residual Paleozóica do rio Tapajós (Floresta Den-
acham-se englobados na Sub-Região dos Baixos Platôs da sa) e da Superfície Arrasada dos Médio Rios Xingu/Tapajós
Amazônia. A equipe da FAO assim os definiu: (Floresta Aberta), a oeste pela Sub-Região dos Baixos
Platôs da Amazônia (Floresta Densa) e a leste ultrapassa
a) Tipo "Canumã" - Caracterizado pela grande ocorrência os limites da Folha SA.21-Santarém.
de cardeiro e sem presença de cedro, muirapixuna (Cassia
scleroxilon Ducke), umiri (Humiria floribunda Mart.) e Determinou-se na área a fisionomia florestal densa, com
seringueira (Hevea brasiliensis (H.B.K.) Muel. Arg.). O indivíduos emergentes, ocupando as áreas aplainadas dos
volume médio de madeira encontrado foi de 164m3/ha em platôs, enquanto que as áreas dissecadas, normalmente,
45 amostras de 1 ha. são revestidas pelas Florestas Aberta sem palmeiras (cipo-
al) e Aberta com palmeiras (cocal).
b) Tipo "Maués" - Abrange a área entre o rio Mamuru e
aproximadamente o meridiano de 58°30'WGr: A ausência A análise dos levantamentos efetuados (A.114, A 115,
completa do cardeiro e a escassez de muirapixuna sepa- A 116, A.117 e A.118) possibilitou a avaliação da potencia-
ram-no dos outros dois tipos. Foram medidas 128 amos- lidade de madeira da sub-região.
tras, obtendo-se um volume médio de 169m3/ha; 4 sem
ocorrência de um i ri e morototó, entretanto, destacando-se Com uma média volumétrica de 219m3/ha, a sub-região é
grande presença de louros (Ocotea spp). caracterizada não só pelo alto volume, como também pela
presença de espécies de alta cotação nos mercados exter-
c) Tipo "Arapiuns" - A ocorrência de muirapixuna carac- no e interno
teriza este tipo que se estende das margens do rio Tapajós
Dentre as espécies constatadas destacam-se castanheira,
até o rio Mamuru.
maçaranduba, piquiá, louro-caneJa (Licania canella Meis-
Foram medidas 79 amostras, com um volume médio de sn), quaruba-rosa (Vochysia obscura Warm.), tachi-preto
146m3/ha. Não foi constatada a ocorrência de maparajuba (Tachigalia myrmecophylla Ducke), pau-de-remo (Chimar-
(Mani/kara amazonica Hub ) rhis turbinata DC), cumaru (Coumarouna odorata Aubl ),
quaruba-branca (Vochysia guianensis Aubl ), tanimbuca
d) Tipo "Flanco I" - Encontrado nas encostas dos pla- (Termina/ia amazonica (Gmel) Exell), andiroba, mandio-
naltos ao longo do rio Curuá-Una A maparajuba é caracte- queira-escamosa (Qualea sp), tachi-pitomba (Tachigalia
rística do grupo Foram medidas 100 amostras de 1 ha alba Ducke), carapanaúba (Aspidosperma carapanauba Pi-
apresentando a média de 130m3/ ha Os autores constata~ chom), cupiúba, piquiarana, abiorana-vermelha (Prieurel/a
ram uma alteração no volume, em função do solo e relevo, prieurii C D C.), cedro e ucuuba-da-terra-firme (Viro/a me-
isto é, em áreas de solos mais elevados, encontrou-se um Jinonii Benoist).
volume médio de 344m3/ha
Ao compararmos os dados obtidos por Japiassu & Góes-
Com base nos dados levantados pela equipe da Divisão de Filho (1974), embora com apenas uma unidade de amos-

I
Vegetação do Projeto RADAMBRASIL, determinou-se uma tras, e os obtidos por Heinsdijk (1957), com 71 unidades de
área mais extensa para os tipos florestais da FAO como amostras e um volume médio de 226m3/ ha, que ele
foi o caso do cardeiro, encontrado ao norte do rio Amazo- denominou tipo "Planalto 1", caracterizado pela ucuuba-da-
na~ Este tipo ultrapassa a faixa do Terciário e chega até o
terra firme, verificamos, nitidamente, a uniformidade de
~re-Ca~briano, no entanto, é preciso salientar que as
distribuição de espécies dentro deste tipo florestal.
areas sao atravessadas por rios, o que condiciona condi-
ções preferidas por aquela Bombacacae, que foi encontra- A validade de comparação fica evidenciada pela uniformi-
da ta';lb~m no tipo "Maués" A muirapixuna, com grande dade da sub-região geomorfológica em relação ao tipo
ocorrenc1a no tipo "Arapiuns", não foi anotada em nenhu- florestal da FAO
ma das amostras efetuadas dentro desta faixa, aparecendo
somente a leste do rio Tapajós 5133 - Sub-Região das Baixas Cadeias de Montanhas
do Sul da Amazônia
N_o entanto,_ não se pode estabelecer uma correlação entre
d1fe:r€ntes t1pos florestais da FAO com as sub-regiões do Com pequena área na Folha em estudo, cerca de 130km2,
Projeto RADAM BRASIL Isto porque os dados florísticos esta sub-região foi descrita nos relatórios das Folhas SB e
da FAO foram_ detalhados no sentido oeste-leste, ao longo SC 22 (Veloso et ali i, 1974) e da Folha SB.21 (Tereza et ali i,
da ca1ha do no Amazonas, não consfderando a sinéclise 1975), onde estes autores fazem um relato mais detalhado
que, ao contrario, foi a preocupação do Projeto RADAM- das características gerais da área.

VEGETAÇÃ0/333
Esta sub-região localiza-se a sudeste da Folha, apresen- a influência na paisagem da Floresta Aberta com cipó,
tando como limite norte a Sub-Região dos Baixos Platôs ocupando geralmente as ravinas, encostas das colinas e
da Amazônia e a sul, leste e oeste ultrapassa os limites da alguns vales estreitos, observando-se também a presença
área em estudo de palmáceas (Est IV 2)

A vegetação densa reveste as áreas de relevo submonta- O levantamento florestal (Tabela IV}, com apenas uma
nhoso (baixas cadeias de montanhas) com altitude abaixo amostragem (A 129) na Folha SA.21-X-A, forneceu um
de 600m, compreendendo granitos, gnaisses, migmatitos volume de 207m3tha, apresentando 80 indivíduos flores-
e quartzitos do embasamento cristalino (vide l-Geologia) tais e 38 espécies diferentes, com grande ocorrência de
Os vales são ocupados pelo açaí, babaçu, enquanto nas maçaranduba e qúinarana.
meias encostas observou-se o cipoal

Segundo Tereza et ali i (1975), a área apresenta-se com alto


pontencial de madeira, que pode ser constatado nas cinco TABELA IV
amostras efetuadas, onde se obteve uma média de 157m3/ Levantamento Florestal - Sub-Região das Baixas Cadeias de Montanhas
ha com 59 indivíduos. do Complexo Guianense

Dentre as espécies observadas e relacionadas por Tereza et


alii (1975) destacam-se castanheira, maçaranduba, pau- Amostras A. 129
roxo (Peltogyne lecoínteí Ducke). piquiá, tauari (Couratarí
pu/chra Sandw), cedrorana, jarana (Ho!opyxidíum jarana N. o de Individuas/ Volume e/casca
(Hub) Ducke) e matamatá-ripeiro (Eschweilera spp) Nome Vulgar Dados ha m3/ha

A exploração da madeira desta sub-região está condi- Abiorana-amarela 1 2,71


cionada à elaboração técnica de manejos específicos, em Abiorana-branca 2 3,56
bases puramente conservacionistas
Abiorana-cutite 1 1,09
Acapu 3 2,63
5.1.3.4- Sub-Região das Baixas Cadeias de Montanhas Acariquara 1 2,53
do Complexo Guianense Amarelinho 1 2,13
Angelim-rajado 1 1,13
Com grande extensão, ocupando uma área de aproximada- Cajuaçu 1 1,53
mente 9 380km2, esta sub-região localiza-se entre os para- Castanha-sapucaia 1 12,94
lelos de 00°00' e 01 °30' de latitude S A Folha integra Cumaru 2 15,93
diversos grupos e formações de rochas metamórficas do 2,28
Cumarurana 1
Pré-Cambriano, como: granitos, gnaisses, granodioritos,
Fava-orelha 1 2,41
migmatitos, granolitos e anfibolitos (vide l-Geologia)
Guariuba 1 1,13
É limitada a sul pela Sub-Região Residual Paleozóica do lnharé 1 0,50
Norte do Rio Amazonas, a leste pela Sub-Região da Super- Jutai-açu 1 9,84
fície Arrasada do Pará/ Amapá; a oeste ultrapassa os Jutai-pororoca 1 2,14
limites desta Folha e a norte penetra na Folha NA 21-Tu- Louro-amarelo 1 1,32
mucumaque, atingindo altitudes que chegam aos 600m, Louro-branco 1 0,56
nas proximidades da serra de Tumucumaque. Louro-cedinha 1 2,67
Louro-inhamuí-terra-firme 1 11,60
Na Folha em estudo, as maiores altitudes atingem os
Maçaranduba 14 54,15
500m, caracterizando um relevo bastante dissecado em
cristas e colinas que ocorrem espaçadas e baixas cadeias Marí-bravo 1 0,81
de montanhas que aparecem agrupadas Os tipos de solos Marupá 2 4,70
dominantes são Latossolo e Podzólico Vermelho Amarelo, Matamatá-preto 6 8,94

I e textura variando. de argilosa a muito argilosa (vide


111-Pedologia)

A cobertura florestal dominante é de Floresta Densa com


espécies emergentes e com dossel uniforme Destacam-se
como emergentes no estrato dominante os angelins, cas-
Muirajibóia-amarela
Muirapiranga
Pau-d'arco
Pau-de-remo
Piquiá-marfim
1
1
2
3
1
-
0,85
1,50
1,50
14,80
4,53
Preciosa 1 1,04
tanheira, maçaranduba, pau-d'arco-amarelo, piquiás (Ca-
ríocar spp), piquiá-marfim e ucuubas (Viro/a spp) e no Quinarana 9 10,65
estrato codominante, a cooaíba, sucupiras. quinarana Sucupira-amarela 3 4,22
(Geíssospermum sericeum (Sagot) Bth). tachis (Sc/ero- Tachi-pitomba 2 1,98
/obium spp e Tachiga!ía spp), louros (Ocotea spp), abiora- Tachi-preto 1 1,55
na (Poutería spp), matamatás (Eschweilera spp), etc (Est Tauarí 1 2,09
IV 1) Ucuuba-preta 2 3,27
Uxi-amarelo 3 4,32
A grande ocorrência de maçaranduba, angelins e pau-d'ar-
Uxirana 3 5.48
co-amarelo indica uma floresta bastante valiosa, não obs-
tante algumas áreas apresentarem uma cobertura arbórea
de porte médio, menos rica em espécies. Nota-se na área TOTAL 80 207,37

334/VEGETAÇÃO
Outras espécies importantes e de alto valor encontradas na vando-se superfícies aplainadas e diversos graus de dis-
amostra citada foram: acapu, acariquara, amarelinho secação. Dois tipos de solos são dominantes: Podzólico e
(Pogonophora schomburgkiana Miers ex Benth), angelim- Latossolo Amarelo com textura variando de argilosa a
rajado, cajuaçu, guariúba (Ciarísia racemosa R.E.Fr.), muito argilosa (vide 111-Pedologia).
jutaí-açu, louro-amarelo, marupá (Simaruba amara Aubl.),
muirajibóia (Swartzia spp), pau-d'arco-amarelo, piquiá- A cobertura dominante é de Floresta Densa, ora com
marfim, preciosa (Aniba canelilla (H.B.K.) Mez), sucupira- espécies emergentes, ora com espécies que apresentam
amarela (Bowdichia nítida Spruce), uxirana (Saccoglottis uma cobertura uniforme. Três outras fisionomias integram
amazonica Benth) e ucuuba-preta. essa sub-região, como a Floresta Aberta com palmeiras e
com cipó, destacando-se na primeira a presença do patauá
No sub-·bosque ralo, observou-se bastante regeneração (Oenocarpus bataua, Mart.) e do inajá (Maximiliana regia
natural de acapu. Mart.).

Conforme observações feitas durante o sobrevôo (1973 e


5.1.3.5 - Sub-Região da Superfície Arrasada do 1975), as espécies que mais se destacaram, e que melhor
Pará/Amapá caracterizam esta sub-região, foram: maçaranduba, an-
gelins, muiratauá, seguidas de cajuaçu, tauaris (Couratari
Pouco representativa na Folha, com aproximadamente spp), pau-d'arco-amarelo e pau-d'arco-roxo (Tabebuia veio-
1.500km2, esta sub-região foi caracterizada na Folha lacea Hub), todos em floração, o que facilitou bastante a
SA.22-Belém (Jupiassu & Góes-Filho; 1974), Folha identificação. A castanheira ocorre em menor quantidade e
NA/NB.22-Macapá (Leite, Veloso; Góes-Filho, 1974) e não chega a se destacar como espécie característica desta
Folha NA.21-Tumucumaque (Doi et alii, 1975). sub-região.

Esta sub-região limita-se a oeste e sul com a Sub-Região Uma observação foi feita sobre a Floresta Aberta com cipó.
da Superfície Dissecada do Complexo Guianense. Constatou-se que o comportamento do cipoal está bas-
tante condicionado às feições geomorfológicas, pois nas
A área apresenta relevo dissecado em pequenas cristas e áreas de relevo dissecado ele ocupa as ravinas e/ ou
colinas, vales estreitos e encaixados, englobando rochas estreitos talvegues, ao passo que nas áreas de relevo
metamórficas semelhantes às do Complexo Guianense aplainado ocupa grandes extensões. Conclui-se que,
(vide l-Geologia).
muito provavelmente, o cipó inicia sua ocupação através
dos talvegues, posteriormente estendendo-se às áreas
A Floresta Densa é a formação dominante desta sub-
aplainadas e dissecadas.
região, caracterizada pelo alto porte das suas espécies
arbóreas, principalmente 'das emergentes.
Realizaram-se 28 unidades de amostras nesta sub-região.
A castanheira tem participação relevante na florística desta Nas amostras de n. 0 S A.29 à A.56 obteve-se urri volume
s~b-região (considerado o total da área, englobando-se médio de madeira de 120,59m3/ ha (113,24 <x <127,93m3/
diversas Folhas) ao lado do angelim-pedra, jutaí e tachis ha) e a média de 68 ind/ha.
{Tachigalia spp).
Entre as observações dos inventários florestais, merece
No estudo da Folha SA.22 (Japiassu & Góes-Filho, 1974) constatação a presença do cardeiro, espécie cujas carac-
os autores encontraram um grande volume de madeira em terísticas e importância já foram citadas na Sub-Região
quatro unidades de amostras de um hectare, com cerc~ de Residual Paleozóica do Norte do Rio Amazonas. Sua
22Qm3/ha. ocorrência foi registrada nas amostras n. 0 S A.40 e A.42,
medidas na Folha SA.21-V-C. Também o pau-amarelo
Leite, Veloso e Góes-Filho (1974) encontraram um volume (Euxypophora paraensis Hub), uma rutacea com grande
médio de madeira em torno de 200m3/ha. dispersão no sul do. Pará foi registrado na amostra de
n. o A.29, realizada na Folha SA.21-V-A.
Os totais acima demonstram o potencial econômico desta
sub-~e.gião (considerando a sua área global), não obstante

I
as d1f1culda.des de explotação representadas pelo relevo A presença de jutairana (Cynometra cf. longicuspis Ducke)
bastante acidentado e ausência de vias éte acesso. na Folha NA 21-Tumucumaque, que Doi et alii (1975)
citaram em forma de povoamento agrupado, na Folha em
estudo não apresentou as mesmas tendências, provavel-
mente em função da litologia da área.
5.1.3.6 - Sub-Região da Superfície Dissecada do
Complexo Guianense
A maçaranduba, provavelmente com as mesmas condições
Esta sub-re~i~o~ com uma área de aproximadamente ecológicas da Folha d~ Tumucumaque (Doi et a1ii, 1975),
60.180km2, e limitada a sul pela faixa da área paleozóica a apresentou características de distribuição. Embora bas-
leste pela Sub-Região da Superfície Arrasada do Parà/ tante dispersa por toda a sub-região, em alguns pontos ela
Amapa, a oeste ultrapassa os limites desta Folha e a norte se mostra em forma de grupos ou colônias, mas não chega
prolonga-se pela Folha NA 21-Tumucumaque (Doi et alii a constituir povoamentos puros ou gregários. Ap~rece com
1975) ' mais destaque na Folha SA.21-X-A (amostra A.53).

Ocorre no Pré-?ambriano, correspondendo a diversos gru- A única espécie que apresentou tendência gregária ou que
po~ e formaçoes de rochas metamórficas (vide l-Geo- se pode citar como tal foi o roxinho, confirmada em duas
logia). O relevo apresenta-se bastante diversificado, obser- amostragens realizadas na Folha SA.21-V-C (A.42 e A.43).

VEGETAÇÃ0/335
Conforme outras observações levadas a efeito na área, O tipo de solo é Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico
pode-se afirmar que a composição florestal desta sub- com textura variando de argilosa a muito argilosa e com
região é bastante heterogênea e apresenta grande nu mero algumas manchas de Solos Concrecionários Lateríticos e
de espécies de valor econômico comprovado, ocorrendo Podzólicos Vermelho Amarelo de textura argilosa (vide
em grande número, como por exemplo acapu-preto, an- 111-Pedologia)
gelfm-rajado, acariquara-roxa, araracanga ou piquiá-mar-
fim, balata (Eclinusa batata Ducke), itaúba, jutaí-pororoca Pelas observações feitas durante o sobrevôo da área e
(Dialium guianensis DC), louro-preto (Licaria canella análise floristica através dos inventários florestais, foi
Meissn), maçaranduba, piquiá, piquiarana, roxinho, su- possível dividir esta sub-região em dois ecossistemas
cupira-amarela, tento (Ormosia paraensis Ducke), ucuubas
(Viro/a spp) e uxirana (Est V 1) a) Ecossistema dos Platôs Graníticos

Outras espécies de menor ocorrência andiroba, andiro- É caracterizado por rochas do Complexo Granito Mapuera
barana, amapá-doce, angelim-da-mata, aroeira (Astronium (vide l-Geologia) e por interflúvios tabulares, vales es-
/ecointei Ducke), anani (Symphonia g/obulifera L ), casta- treitos e encaixados, bem como por uma feição mais
nheira, cardeiro, copaíba, cedro, cedrorana faeira (Roupa- dissecada em pequenas cristas e colinas. Apresenta uma
la thomensiana Mart ), guariuba, jutaí-açu, louros (Ocotea cobertura florestal densa, ora com espécies emergentes,
spp), louro-amarelo, muiracatiara, marupá, muirapiranga, ora com dossel uniforme, com pouca variação na sua
morototó, mandioqueiras (Qualea spp), muiraúba, maca- composição e estrutura Observou-se que algumas es-
caúba (Piatymiscium trinitatis Benth), muiratinga (0/me- pécies ocorrem com maior freqliência nos altos platôs,
diaperebea sp , Maquira scterophy/la (Ducke) C C Berg ), provavelmente onde encontram melhores condições de
pau-d'arco-roxo, pau-d'arco-amarelo, parapará, pau-ama- desenvolvimento, como a andiroba, pau-d'arco (Tabebuia
relo, sucupira-preta (Diplotropis purpurea (Rich) Amsh), spp), sucupiras (Oiplotropis spp e Bowdichia spp), muira-
saboeiro (Pithece/obium jupumba (Willd) Urb), tatajuba c&tiara, cedrorana, marupá. nuarubarana (Erisma unci-
(Bagassa guianensis Aubl ) e tamaquaré natum Warm ) e quinarana (Est Vl.1) Outras ocorrem nas
áreas mais baixas, instalando-se próximas aos talvegues
dos rios e também nas áreas de relevo mais dissecado, tais
Refúgio Ecológico como o morototó, jacarandá-preto (Dalbergia spruceana
Ducke), tatajuba e acapu Ao contrário, um grande número
Incrustado nesta sub-região, observa-se uma comunidade de espécies florestais não tem preferência por níveis
relíquia (Refugio Ecológico) revestindo o cume da serra de altimétricos, instalando-se indiferentemente como o
Maicuru, com menos de 1 OOOm de altitude, situada a leste amapá-doce, castanheira, maçaranduba, itaúba, angelins,
da Folha SA 21-X-C (Est V 2) marupá, parapará, muiratinga, acariquara, piquiás, piquiá-
marfim ou araracanga e outras mais
A vegetação pertencente ás famílias Rubiaceae, Myrta-
ceae, Melastomataceae, Aquifoliaceae, Orquidaceae, Gra- Convém frisar que a maçaranduba e os angelins têm um
minae e Cyperaceae apresenta as fisionomias arbustiva e comportamento mais especifico quanto às áreas bastante
lenhoso/ graminóide Este Refúgio Ecológico ocupa uma dissecadas A primeira ocorre onde o relevo mostra feição
área de aproximadamente 23km2 É interessante ressaltar mais suave e nas encostas das colinas, ao passo que os
a ocorrência de lagos no topo da serra angel i ns destacam-se nos locais mais altos ou topo dos
platôs

51 3 7 - Suo-Região dos lnterflúvios Tabulares do A castanheira, piquiás e piquiá-marfim ou araracanga


Planalto Dissecado Norte da Amazônia seguem as mesmas características das duas espécies
anteriores
!Anteriormente denominada de Sub-Re(iião da Superfície
Dissecada do Granito Mapuera ) Observou-se, outrossim, que nas áreas aplainadas e nos
topos dos platôs determinadas espécies tendem a crescer
formando grupamentos, tais como a quinarana e maça-
Esta sub-região (vide 11-Geomorfologia) com aproxima-

I damente 26 700krn2 corresponde ás ma1ores altitude~ ue randuba, enquanto no relevo dissecado o mesmo ocorre
com o acapu
toda a área, atingindo até 500m, constituída de áreas do
Pré-Cambriano de rochas com caracteres hipoabissais a
subvulcânicas, composição biotítica e textura porfirídica Com um total de 11 unidades de amostras, obteve-se a
(vide l-Geologia) média volumétrica de 116m3 de madeira, com a média de
70 ind/ha, considerado um volume razoável para este tipo
de relevo (A 1, A 2, A 3, A 4, A 7, A 8, A 9, A 1O, A 11,
Geralmente a cobertura florestal é densa, apresentando até A12,A13)
mesmo espécies de alto porte e emergentes, com an-
gelins, maçaranduba e castanheira Somente a leste do rio Muitas espécies importantes e de valor econômico foram
Paru de Oeste (Folha SA 21-X-B) esta feição morfoestru- registradas neste ecossistema, além daquelas citadas, tais
tural apresenta afloramentos de rochas, onde a vegetação como andirobarana, acariquara-roxa, anani, angelim-
assume um aspecto fisionômico de Cerrado Estas pe- rajado, araracanga, balata, cajuaçu, cuoiúba, copaíbas,
quenas manchas se destacam na imagem de radar, mas cedrorana, faeiras (Roupa/a thomensiana Mart.), freijó-
não são mapeáveis em virtude da escala de trabalho. branco (Coraia bico/ar D C), guariúba, jutaí-açu, louro-
Algumas vezes se observam outras manchas também não preto, louro-amarelo (Aniba sp), maparajuba, mandio-
mapeáveis de Formação Pioneira Arbórea em áreas de- queiras (Qualea spp), macacaúba, muiracatiara, muiraúba,
primidas ' pau-marfim (Agonandra brasiliensis Miers), piquiá, qua-

336/VEGETAÇÃO
ruba-rosa, seringueira, sucupira-amarela, sucupira-preta, TABELA V
tamaquaré, ucuubas (Viro/a spp) e visgueiro Levantamento Florestal - Sub-Região Residual Paleozóica do Rio Tapajós

b) Ecossistema dos Platôs Areniticos


AMOSTRA A.111
Este ecossistema situa-se nas Folhas SA.21-V-A e SA.21.
V-C, em relevo de formas tabulares residuais e dissecado N. o de Indivíduos/ Volume e/casca
em interflúvios tabulares, caracterizado por rochas arení- Nome Vulgar Dados ha m3/ha
ticas pré-cambrianas com espessos pacotes de sedimen-
tos continentais, imaturos, de granulação grosseira, Abiorana-amarela 1 0,74
considerados como sedimentos de cobertura de plata- Abiorana-brar.ca 2 4,80
forma (vide l-Geologia). Abiorana-cutite 2 1,48
Abi orana-casca-g rossa 1 0,56
A Floresta Densa apresenta dois tipos de cobertura· dossel
Abiorana-seca 2 4,81
uniforme e espécies emergentes, destacando-se a pre-
sença do cedro e da andiroba. Algumas áreas do ecossis- Aroeira 2 3,13
tema apresentam manchas de Floresta Aberta com cipó, Carapanaúba 1 10,83
principalmente nas encostas ravinadas e vales estreitos. Caripê 1 1,20
Cariperana 4 6,70
Com as observações feitas através dos inventários flores- Castanha-vermelha 1 0,74
tais, com duas unidades de amostras (A.5 e A.6), obteve-se Cuiarana-folha-miúda 1 0,80
um volume médio de madeira de 158m3Jha com 84 indi- Cumarurana 1 1,13
víduos/ha, o que indica uma floresta bastante densa.
Envira-bobó 1 1,20
Faveira-folha-fina 3 5,10
Embora o número de indivíduos seja elevado, est: floresta
é pouco heterogênea quanto à diversidade das espécies lmbaubarana 1 0,61
(foram relacionadas apenas 35 espécies diferentes). Obser- lngai 4 6,30
va-se uma tendência para o gregarismo de determinadas lngai-casca-vermelha 1 0,80
espécies como andiroba, andirobarana, com mais de 50% lnharé 1 0,67
de ocorrência nas duas amostras realizadas A caxinguba ltaúba 3 4,03
(Fícus insípida Willd) ocorre geralmente nas áreas depri- Louro-amarelo 1 1,22
midas entre os platôs. 1
Louro-aritu 0,96
Louro-branco 3 3,83
Outrossim, não se registrou a ocorrência de acapu r.este
ecossistema. Louro-preto 2 1,68
Macucu-fofo 1 3,93
As espécies mais importantes e de maior valor econômico Maçaranduba 1 11,53
encontradas foram amapá-doce, andiroba, andirobarana, Maparajuba 4 16,75
cedro-verdadeiro, freijó (Cordia goeldiana Huber), tama- Marupá 1 0,67
quaré e jutaí-açu. Matamatá-amarelo 1 0,61
Matamatá-preto 2 3,00
Matamatá-vermelho 1 3,56
5.1.3.8 - Sub-Região Residual Paleozóica do Muiracatiara 2 2,13
Rio Tapajós Muirajibóia-preta 1 1,44
Muiraúba 2 4,02
Compreendendo cerca de 2.140km2, limita-se a norte pelas
Pajurazinho 3 2,56
Sub-Regiões dos Altos Platôs dos Rios Xingu/Tapajós e
Para pará 1 0,84
dos Baixos Platôs da Amazônia; a oeste pelo rio Tapajós; a
leste, pela Sub-Região das Baixas Cadeias de Montanhas Periquiteira 1 1,61

I
do Sul da Amazônia, e_a sul ultrapassa os limites da Folha, Quinarana 2 1,68
onde foi estudada por Tereza et alii (1975). Rapé-de-índio 1 0,72
Sucupira-amarela 2 7,23
A vegetação densa com árvores emergentes caracteriza a Sucupira-preta 1 2,89
área situada sobre sedimentos areníticos, siltitos e tolhe- Taxi-preto 3 3,66
lhos do Siluriano, Devoniano e Carbonífero dos Grupos Ucuuba-verdadeira 2 1,78
Urupadi e Tapajós (vide l-Geologia)
Umirirana 1 5,62
Urucurana 1 4,42
Normalmente a Floresta Densa ocupa as áreas aplainadas.
Nos platôs dissecados ocorre a Floresta Aberta com Uxi-amarelo 1 2,85
palmeiras com destaque do babaçu Nos talvegues ocorre Uxirana 2 2,08
a Flor~sta Aberta sem palmeiras (cipoal), revestindo-os até Visgueiro 1 14,17
as me1as-encostas dos platôs dissecados Xixuá 1 1,71

Nesta sub-região, com apenas uma unidade de amostra


(A.111 ), motivo pela qual não foi analisada estatistica- lOTAL 79 165,66
mente, obteve-se um volume de 165m3/ ha para 79 indi·
víduos/ha e 48 espécies (Tabela V). '

VEGETAÇÃ0/337
Nesta mesma sub-região foram efetuadas oito unidades de Aubl ), faveira-pequena (Ciitorea amazonum Mart ), jeni-
amostras, obtendo-se um volume médio de 111 ,21 m3J h a, papo (Genipa americana L.), caxinguba (Ficus spp), im-
para 63 indivíduos/ha (Terezo et alii, 1975) baúba (Cecropia sp), ingà (lnga disticla Benth ), maca-
caúba-da-várzea (Piatymisceum paraense Hub ), marimari-
grande (Cassia grandis L ), louro-da-várzea (Nectandra
5.1 3 9 - Sub-Região da Planície Aluvial do amazonum Nees ), mamorana (Pachira insignis Sav.),
Rio Amazonas murupita (O/media aff. ca/ophy//a Poepp ), mutamba (Gua-
zúma ulmifolia Lam.), munguba, parapará, pau-mulato-
Abrange áreas ao longo da calha do rio Amazonas loca- da-várzea (Calycophyllum spruceanum Ben!h ), seringuei-
lizadas principalmente nas proximidades de Manaus '(oeste ra-barriguda (Hevea spruceana Muell. Arg.), sumaúma,
da Folha) e Santarém (leste da Folha), tendo como limites tamanqueira-da-vàrzea (Fagara compacta Hub ), tarumã-
norte e sul a Sub-Região dos Baixos Platôs da Amazônia. da-várzea (Vitex cymosa Benth ), taperebá (Spondias lutea
L), tachi-da-flor-amarela (Pterocarpus ancylocalyx Benth),
A Sub-Região da Planície Aluvial do Rio Amazonas é tachi-do-igapó e ucuuba-branca (Viro/a surinamensis
caracterizada pela Floresta Tropical Densa, instalada em (Rohl) Warb)
áreas periodicamente inundadas, de solos H idromórficos
originados dos depósitos do Quaternário recente. Estas espécies possuem madeiras moles, geralmente sem
valor comercial, exceto a ucuuba, sumaúma, pau-mulato,
No dizer de Huber (1909), ·· estendendo-se em ramifi- seringa-barriguda, macacaúba, tamanqueira e açacu (esta,
cações infinitas por toda a região Amazônica, a Mata das por possuir látex cáustico, apresenta problemas quanto à
aluviões fluviais (várzea) poderia se chamar a formação exploração) que são possíveis de serem utilizadas para
vegetal característica da Amazônia" produção de celulose

Nesta Folha a floresta aluvial cu "mata-de-várzea" como é As florestas das área$ permanentemente inundadas (igapó)
regionalr.;ente conhecida, ocupa faixas de largu;a pouco foram incluídas nesta sub-região por serem incompatíveis
considerável, caracterizando-se pela pequena variedade de com a escala do mapeamento
espécies florestais de porte mediano (não obstante a
ocorrência de alguns indivíduos de maior porte) e pela Segundo Pires (1957), "os igapós são os lugares da várzea
grande porcentagem de madeiras moles muito baixa e que por isso mesmo possuem água estagna-
da, que não sai pelos igarapés que são os canais de drena-
Huber (1909) estudou a área, dividindo este tipo florestal gem, quando as águas recuam" Considerando a vegeta-
em três trechos distintos. Da embocadura do Xingu á boca ção, o mesmo autor diz que "Sendo os igapós muito po-
do Trombetas, a floresta marginando o rio e os "paranás- bres e muito ácidos, sua vegetação é muito uniforme e
mirins" aparer:e pouco desenvolvida. muito pobre em número de espécies" Cita ainda, como
"relativamente comuns, espécies de Tovomita, Clusia,
O referido autor cita as oeiranas (Salix martiana Leyb e ciperáceas aquáticas (Sagittaria, Viro/a) e plantas de água
Alchornea castaneifolia A Juss) como precursoras das estagnada"
florestas do interior instaladas em frente aos imbaubais
que ocorrem imediatamente na linha das praias (Cecropia Esse tipo de vegetação apresenta, outrossim, rico desen-
paraensis Hub e Cecropia robusta Hub ) para este trecho volvimento de plantas monocotiledôneas (palmáceas,
do rio aráceas e marantáceas) e às vezes árvores grandes como a
seringa-itaúba (Hevea guianensis Aubl ), andirobinha ou
Na descrição de Huber, o segundo trecho situa-se entre as cabeça-de-cotia (Goniodiscus e/acospermus Kuhlm - fa-
embocaduras do Tapajós e do Trombetas, onde se lê: " ... a mília Celastreceae), arapari, piranheira (Piranhea trifoliata
mata-da-várzea torna-se mais luxuriante á medida que os Bai 11) e outras
campos ficam à maior distâncía do rio A existência nesse
trecho de grandes exemplares de muiratinga, pau-mulato, As palmáceas mais comuns são o jauari (Astrocaryum
guaxinguba e outras árvores de porte elevado e de massas jauary Mar! ), cujo caule é espinhoso, que ocorre em
densas de folhagem indica condições mais favoráveis à touceiras, também muito comum em terras baixas; o

I
vegetação arbórea". O referido autor cita a ocorrência de murumuru, também espinhoso; o urucuri (Attalea excelsa
"prados naturais de canarana" (Panicum spectabili Ness), Mart ), que, segundoHuber(1909),acompanhaoAmazonas
de canarana-de-fecha (Gynerium sagittatum (Aubl ) desde o estuário até além da fronteira do Peru; marajá
Beauv ) e o "aparecimento mais freqüente de algumas (Bactris maraja Mart e Bactris concinna Mar!), mais
palmàceas, como o murumuru" comuns nas terras baixas, e nos igapós o buriti (Mau-
ritia flexuosa L ), caranã e o jará (Leopoldinia pulchra
Observando-se o mapa Fitoecológico da Folha SA 21- Mart) Observou-se a ocorrência de sororoca (Ravenala
Santarém, notar-se-ão a falta de detalhes, feita por Huber, guianensis Bent ), também conhecida por pacova-soro-
e as formações mapeadas, o que se explica pela escala roca, bananeira-de-leque ou bananeira-brava, espécie
utilizada pelo Projeto RADAMBRASIL arborescente

Registraram-se, como espécies dominantes e caracte-


rísticas da Floresta das planícies aluviais, as que se 51 3 10 - Sub-Região dos Terraços da Amazônia
seguem andiroba, arapari (Macrolobium acaciaefo/ium
Benth), açacu (Hura creptans L ), breu-branco-da-várzea Sub-Região caracterizada pela Floresta Tropical Densa,
(Pr?tium !-'nifoliolatum (Spruce) Engl ), cajurana (Simaba instalada sobre os terraços próximos e/ou ao longo de
gUJanens1s (Aubl ) Engl ), castanha-de-macaco (Courupita rios, em terrenos arenosos de aluvião recente a arena-
gUJanensis Aubl.), faveira-grande (Vatairea guianensis argilosos de aluviões antigas do Quaternário Na Folha em

338/VEGETAÇÃO
estudo apresentam-se dispersas, compreendendo dois piquiá, quaruba, cedro, sorva (Couma guianensis Aubl.),
ecossistemas. seringueira, sucupira-amarela, tamaquaré e ucuuba

a) Ecossistema dos Terraços Antigos


TABELA VIl
Ocupa área relativamente extensa, em direção oeste da
Folha, constituído de aluviões antigas do Quaternário levantamento Florestal - Sub-Região dos Terraços da Amazônia
Esses terraços apresentam-se escalonados em níveis
superiores ao do leito maior dos rios Uatumã e Jatapu,
com grau de litificação mais avançado e solos melhor Amostras N. o de lndividuos/ha Volume m3/ha
definidos, classificados como do tipo Latossolo Amarelo
119 35 32,20
de textura média argilosa e muito argilosa; e Podzólico
120 43 34,82
Vermelho Amarelo de textura argilosa (vide 111-Pedologia). 124 56,81
38

As espécies florestais emergentes características deste MÉDIA 39 41,27


ecossistema sâo a castanheira, ucuuba-da-terra-firme, ca-
rapanaúba, amapá-doce, ao lado de outras encontradas na
sinúsia codominante, tais como andiroba, angelim-rajado,
provavelmente indicando uma relação com os terrenos
5 1 3 11 - Sub-Região Residual Paleozóica do Norte do
sedimentares do Terciário da Formação Barreiras. Este
Rio Amazonas
ecossistema apresentou um bom potencial madeireiro
verificado nas três unidades de amostras (Tabela VI)
Ocupa longa e estreita faixa sinuosa, ao norte do rio
Amazonas, en_tre os paralelos de 01 °00' e 02°00' de latitude
sul, disposta no sentido geral leste-oeste
TABELA VI

Levantamento Florestal - Sub-Região dos Terraços da Amazônia Esta sub-região, sobre rochas sedimentares do Paleo-
zóico, situa-se entre as áreé!S do Terciário e Pré-Cambria-
no, com formações e grupos do Siluriano, Devoniano,
Amostras N. o de lndividuos/ha Volume m3/ha chegando ao Carbonífero (vide l-Geologia)
121 57 154,55 Limita-se a norte pelas Sub-Regiões da Superfície Disse-
122 70 133,46
123
cada do Complexo Guianense e dos lnterflúvios Tabulares
88 138,99
do Planalto Dissecado Norte da Amazônia (vide 11-Geo-
MÉDIA 72 142,33 morfologia) e leste pela Sub-Região Residual Paleozóica
de Alenquer e áreas de Tensão Ecológica; a oeste ultra-
passa os limites da Folha em questão e a sul limita-se pela
Sub-Região dos Baixos Platôs da Amazônia, abrangendo
A Floresta Densa aqui ocorre com pequenos encraves de uma área de 15 61 Okm2
Floresta Aberta sem palmeiras (cipoal}
Apresenta um relevo diversificado, observando-se formas
Além das espécies acima citadas, as mais importantes e bastante dissecadas e pequenos platôs de encostas
de maior valor econômico foram cardeiro, cupiúba, itaú- ravinadas Os tipos de solos mais comuns são: Latossolo
ba, leiteira (Sapium marmiera Hub.), louro-preto, louro- e Podzólico Vermelho Amarelo Distróficos, de textura
inhamuí (Ocotea barcelensis Kost ), macacaúba, parapará, argilosa (vide 111-Pedologia).
pau-d'arco, piquiá, piquiá-marfim e sucupira-amarela
A cobertura florestal densa, com espécies emergentes
b) Ecossistema dos Terraços Recentes sobre dossel uniforme, reveste quase continuamente esta
sub-região, respondendo às feições geomorfológícas
Constituído essencialmente de terrenos arenosos e sedi- Quando ocupa relevo de platôs, a floresta destaca-se pelo
mentos holocênicos marginais aos grandes rios - Tapa- maior porte, daí sobressaindo o angelim-pedra, pau-
jós, Urubu, Maués-Açu e pequenos rios - Piratucu,
Mamuru, afluentes e subafluentes do rio Amazonas Esses
terraços ocupam níveis altimétricos mais baixos e planos,
geralmente junto ao leito maior dos rios citados, em faixas
pequenas e alongadas
d'arco-amarelo, macacaúba, castanheira e maçaranduba

A amostragem A 14 confirma o exposto, quando foi medi-


do um volume de 211 m3J ha de madeira Não foi obser-
vada a ocorrência de castanheira e maçaranduba na amos-
tra citada. Entretanto, através do sobrevôo, observou-se
I
A cobertura uniforme da Floresta Densa é interrompida, que as duas referidas espécies ocorrem nos platôs em
vez por outra, por encraves de Cipoal, contribuindo para número relativamente pequeno.
ocorrência de menor fito em determinadas áre'as. Do
levantamento florestal realizado, apenas três amostras Deve-se ressaltar a presença do cardeiro, uma Bombacácea
foram verificadas na tabela VIl. que apresenta grande regeneração natural e que na subma-
ta da floresta encontra-se geralmente em grupos, em forma
As espécies mais importantes e de maior valor econômico de canteiro de plântulas.
for.am a acariquara, amapá-doce, carapanaúba, caqui
(DI_ospyros. .sp), cedro-branco (Cedrela fissilis Ducke), co- Esta espécie possui um fuste reto, cilíndrico, sem sapope-
palba, cup1uba, itauba, çacre-da-mata (Vismia cayennensis mas e bem desenvolvido Foi registrada na amostra n. 0 20,
(Jacq) Pers), mandioqueira-lisa (Qualea aubiflora Warm), efetuada na Folha SA 21-V-C.

VEGETAÇÃ0/339
A equipe da FAO baseada em estudos desenvolvidos entre Breus (Protium spp)
1956/61 (SUDAM, 1974) recomendou ao Governo brasileiro
que se efetuassem levantamentos florestais nas proximi- Mogno (Swietenia macrophylla King)
dades do rio Madeira, no sentido de averiguar a ocorrência
desta espécie, que possui características e propriedades
para tornar-se uma madeira comerciável. 3 - SUB-REGIÃO RESIDUAL PALEOZOICA DE
ALENQUER
Também o Serviço de Treinamento e Pesquisas Florestais a) Ecossistema Serra Azul
da SUDAM, no período compreendido entre 1963/67, reali-
zou estudo sobre as propriedades físicas e mecânicas do Visgueiro (Parkia pendula Benth)
cardeiro, indicando-o como boa espécie para serrar, com
bom rendimento e provável utilização em marcenaria e Jutaís (Hymenaea spp)
movelaria, sendo seu peso específico 0,62 (algumas infor-
mações úteis sobre madeiras amazônicas, 1971/72). Pau-jacaré (Laetia procera (Poepp) Eichl.)

Convém acrescentar que a equipe de engenheiros flores- Castanheira (Bertholletia excelsa H B K )


tais da Divisão de Vegetação do Projeto RADAMBRASIL
constatou uma área bem maior de distribuição desta Babaçu (Orbignya martiana B Rodr )
espécie, diversa da apresentada pela FAO e mesmo por Le
Cointe (1934), que restringe sua ocorrência apenas à "terra b) Ecossistema do Cu miná/ Mamiá
firme" de Manaus
Babaçu (Orbignya martiana B Rodr )
Outra importante observação relaciona-se à composição
florística desta sub-região, que apresenta um elevado Castanheira (Bertholletia excelsa H B K )
número de espécies de valor econômico, destacando-se o
acapu-preto, louro-amarelo, louro-preto, maçaranduba, Tauaris (Couratari spp)
mui raúba, sucupira-amarela, sucupira-preta, sucupira-ver-
melha (Diplotropis racemosa (Hochne) Amsh), uxirana, Parapará (Jacaranda copaia D Don )
etc. Outras espécies amapá-doce, amarelinho, andiroba,
angelim-pedra angelim-rajado, anani, aroeira, castanhei- Visgueiro (Parkia pendula Benth}
ra, cedrorana, guariúba, cardeiro, ipê-amarelo, louro-rosa
(Aniba burchelli Kostern), maparajuba, marupá, macacaú-
ba, mandioqueira (Qualea paraensis Ducke), morototó, 5 1 4 1. - Sub-Região da Superfície Arrasada dos Médios
muiracatiara, muirapiranga, pau-marfim (Agonandra bra- Rios Xingu/Tapajós
siliensis BCH), pau-roxo, parapará, pau-d'arco-roxo, pi-
quiá, piquiarana, piquiá-marfim, quarubas (Vochysia spp), Localizada a sudeste da Folha, com uma área de aproxima-
roxinho, seringueira, sorva, ucuubas (Viro/a spp) e vis- damente 1 020km2, é um prolongamento da área caracteri-
gueiro. zada na Folha SB 21-Tapajós (Terezo et alii, 1975) Ultra-
passa o limite 04°00'S, penetrando na Floresta Densa da
Sub-Região Residual do Tapajós por estreitas faixas, pela
51 4 - Região da Floresta Tropical Aberta qual está limitada a sul, leste e oeste A norte é limitada
pela Floresta Densa das Sub-Regiões dos Baixos Platôs da
Esta Região, com 4.840km2, apresenta-se com as fisiono- Amazônia e Altos Platôs dos Rios Xingu/Tapajós
mias aberta sem palmeiras (cipoal) e aberta com palmeiras,
observadas e estudadas em três sub-regiões ecológicas
A sub-região cobre as áreas paleozóicas de relevo ligeira-
mente ondulado do Grupo Tapajós (vide l-Geologia) e
1 - SUB-REGIÃO DA SUPERFÍCIE ARRASADA DOS possui solo do tipo Latossolo Amarelo de textura arena-ar-
MÉDIOS RIOS XINGU/TAPAJOS gilosa (vide 111-Pedologia)

Paus-d'arco (Tabebuia spp)


Apesar da pequena superfície que ocupa na área desta
Castanheira (Bertholletia excelsa H B.K ) Folha, caracteriza-se pela dominância do babaçu, sendo
sua maior ocorrência registrada na bacia do rio lriri (Est
Mogno (Swietenia macrophylla King ) VI 2)

Tauaris (Couratari spp)


Outra característica desta floresta é a presença de man-
Babaçu (Orbignya martiana B Rodr) chas de "mata-de-cipó"

2 - SUB-REGIÃO RESIDUAL PALEOZOICA DE ITAITUBA Entre as espécies arbóreas, destacam-se a castanheira,


mogno e tauari Na sinúsia arbórea codominante são
Paus-d'arco (Tabebuia spp} comuns as abioranas (Pouteria spp}, matamatás (Eschwei-
lera spp) e ucuubas (Viro/a spp}
Faveiras (Parkia spp)
O volume médio encontrado foi de 131, 73m3/ h a, com 69,7
Abioranas (Pouteria spp) indivíduos por ha (Terezo et alii, 1975)

340/VEGETAÇÃO
5.1.4.2- Sub-Região Résidual Paleozóica de ltaituba nômicas: a Savana (Cerrado), Formações Pioneiras e Flo-
resta Densa.
Esta sub-região, caracterizada por Tereza et alii (1975) na
Folha SB.21-Tapajós, apresenta-se na Folha em pequenas
áreas de relevo aplainado a oeste do Tapajós, mais precisa- 5.1.5.1. - Contato Formações Pioneiras/ Savana (Cerra-
mente na linha do paralelo de 04°00'S entre os meridianos do)
de 55°30' e 56° OO'W Gr.
Este tipo de contato surge em ambas as margens do rio
Ocorrem nesta área testemunhos areniticos e calcoareniti- Amazonas, sobre sedimentos Quaternários recentes desde
cos com folhelhos e siltitos (vide l-Geologia), observando- as proximidades de Santarém até os arredores de ltaquatia-
se a dominância da Floresta Aberta caracterizada pelo cipó ra Apresenta encraves de Formações Pioneiras tanto
e com grande incidência de ipês (Tabebuia spp). arbustiva como graminosa, em meio à Savana (Cerrado),
gtralmente Parques de Cerrado, com Florestas-de-Galeria.
Entretanto, segundo Tereza et alii (1975), a fisionomia Este contato ocorre também em pequenas manchas dis-
desta floresta difere das outras áreas descritas, inclusive persas, quando a Savana arbórea densa (Cerradão) forma
daquelas estudadas por Veloso et ali i (1974), por apresen- encraves em meio às Formações Pioneiras arbustivas dos
tar menor número de individuas, bastante espaçados entre terraços Observou-se a presença de algumas palmáceas
si e abundância de Tabebuia spp como jauari, murumuru e marajá. Entre as espécies pró-
prias do Cerrado, destacam-se: sucupira-do-campo (Bowdi-
chia virgi/ioides H. B. K.), lixeira e murici-do-campo. Como
5 1 4.3 - Sub-Região Residual Paleozóica de Alenquer plantas arbustivas das Formações Pioneiras, citam-se:
piranheira, periquiteira e sucuuba (Est VIl 2)
Esta sub-região foi denominada de Sub-Região dos Platôs
Dissecados do Pará/ Amapá por Japiassu & Góes-Filho
(1974) Esta sub-região foi subdividida em dois ecossiste- 51 52 - Contato Formações Pioneiras/ Floresta
mas, em virtude de apresentarem ambientes diferentes
Este contato acompanha quase toda a extensão do rio
a) Ecossistema da Serra Azul Amazonas, ocorrendo em ambas as margens Ultrapassa o
limite oeste da Folha, próximo a Manaus, prolongando-se
Caracterizado pelo relevo bastante dissecado, situa-se a na direção de Santarém Acompanha também grande tre-
leste do rio Maicuru, nas proximidades da serra Azul cho do rio Madeira, estendendo-se ulém da área da Folha
Ocupa as áreas sedimentares paleozóicas do Devoniano ao longo dos "paranás" Urariá e Ramos Reveste solos
(vide l-Geologia), com diversas formações do Grupo Urupa- aluviais do Quaternário (sedimentos holocênicos), congre-
dl. Os solos foram classificados como Latossolo Amarelo gad_os de areias, argilas e cascalhos inconsolidados que
de textura média, Concrecionários Areniticos e Litólitos estao sob a influência das oscilações periódicas dos rios
Dlstróficos de textura indiscriminada (vide 111-Pedologia) (regime de cheias e vazantes)

A Flor~sta Aberta de cipó apresenta algumas manchas da Esta área de Tensão Ecológica caracteriza-se, essencial-
palmeira babaçu, geralmente instalada nos vales estreitos mente, por uma Floresta de porte médio, observando-se às
(Est VIl 1) vezes alguns indivíduos de maior porte, e por Formações
Pioneiras arbóreas arbustivas e graminosas. que ora se
As espéci~s florestais que melhor caracterizam esse ecos- ai inham ao lado da Floresta, ora formam encraves (Est
Sistema sao: visgueiro, jutaí (Hymenaea spp), pau-jacaré e Vlll1)
presença de alguns indivíduos de parapará e cedro
Dentre as espécies arbóreas destacam-se sumaúma, mun-
b) Ecossistema do Curuá/ Mamiá guba, tachi-do-igapó (Tryplaris surinamensis Cham), tachi-
da-flor-amarela, caxinguba, muiratinga, murupita, jenipa-
Lo~alizado a oeste da Folha SA 21-X-D, ultrapassa os po, .açacu, breu-branco-da-várzea seringa-barriguda, tape-
l1m1.tes desta, passando para a Folha SA 21-X-C, em áreas reba, ucuuba e algumas pc1lmáceas como o jauari, muru-
sed1me!:'tares paleozóicas do Carbonifero, com diversas muru, urucuri e marajá

I
formaçoes do Grupo Tapajós (vide l-Geologia) Este
ecossistema é li.mitado ao norte e oeste pela Sub-Região Repetem-se as mesmas espécies que ocorrem na região
~es_1~ual Pal~ozo1ca do Norte do Rio Amazonas; ao sul por das Formações Pioneiras
are~:; t.erc1anas aa Formação Barreiras e leste por áreas na
~enfena de Alenquer ocupadas pela agricultura. E caracte-
rizada pelo tipo de relevo ondulado e dominância de 51 53 - Contato Floresta/ Savana (Cerrado)
babaçu sobre solos Podzólicos Vermelho Amarelo de
textu~a argilosa, com presença destacada de castanheira e O contato reveste duas áreas distintas Uma ocorre nas
fauans áreas mais baixas e planas da calha do rio Amazonas, de
solos Lateriticos Hidromórficos de textura argilosa e La-
tossolo Amarelo de textura média (vide 111-Pedologia)
515 - Areas de Tensão Ecológica Situa-se, em grande parte, na margem direita do rio
Amazonas, desde Santarém até ltaquatiara, quando então
São ass~m denominadas as áreas que apresentam tipos de ocupa a outra margem Em ambas as margens este contato
vegetaçao que se contactam e se misturam atinge pequenas áreas do Terciário, com arenitos da
Formação Barreiras (vide l-Geologia) O encrave do Cerra-
Nesta Folha, as áreas de Tensão Ecológica têm como do em meio à Floresta ocorre com as fisionomias de
determmantes fundamentais três grandes unidades fisio- Campo Cerrado e Cerradão. As espécies de maior

VEGETAÇÃ0/341
freqüência são as mesmas identificadas na Sub-Região Concentram-se estas áreas ao longo da calha do rio
dos "Tesos" da Amazônia (Est. VIII. 2). Amazonas e seus tributários, devido à facilidade de escoa-
mento da produção oferecida pelos rios.
A outra área acompanha grande extensão do Paleozóico
(vide l-Geologia), bastante movimentada, arenítica e sofre
influência dos Campos do Ariramba, anteriormente descri- A criação de gado é suficiente para o abastecimento da
tos. população local e ainda contribui para o mercado de
Manaus. As várzeas do Amazonas, com o fluxo e refluxo
Em quatro amostragens realizadas nas manchas de Flores- anual das cheias e com a conseqüente deposição de sedi-
ta, integrante,s desta área de Tensão Ecológica, obteve-se mentos, oferecem possibilidades para a formação de exce-
um vol~me médio de madeira de 109,5Qm3J ha, para média lentes pastagens.
de 76 md/ha
As pastagens naturais apresentadas pela Savana (Cerrado)
As espécies de maior valor econômico encontradas foram: são o suporte da pecuária local durante a época das cheias
acapu, angelim-da-mata, acariquara-roxa, angelim-rajado, dos rios. As queimas anuais contribuem para manter esta
cajuaçu, coração-de-negro (Zol/ernia paraensis Ducke), vegetação em estágio disclímax, com fisionomias de Cam-
cumaru-roxo, itaúba, jutaí-açu, louro-preto, maçaranduba, po Cerrado, Parque e Campos graminosos.
mandioqueira (Qualea spp), marupá, muiratinga, pau-ama-
relo, sapucaia (Lecythis usitata Miers), piquiá-marfim,
quaruba (Vochysia spp), sucupira (Bowdichia spp), ucuu- É significativo o experimento executado pela DEMA (Dire-
bas (Viro/a spp) e visgueiro toria Estadual do Ministério da Agricultura) em Belterra,
com o plantio de seringueiras, visando classes de alta
produtividade e resistentes às doenças
5 1 .6 - Áreas Antrópicas
A Estação Experimental de Curuá-Una, da SUDAM, tam-
São as áreas que sofreram intervenção humana e estão bém é responsável pelo reflorestamento, em caráter experi-
representadas pela vegetação secundária culturas, pasta- mental, de espécies nativas e exóticas, já com alguns
gens e reflorestamento resultados positivos
As cidades de Santarém, óbidos, Alenquer, Parintins e
Monte Alegre, como grandes núcleos populacionais, fo- Assim, a paisagem destas áreas varia em função do tipo de
ram as que mais contribuíram para a substituição da atividade estabelecida pela agropecuária e reflorestamen-
floresta primitiva pelas culturas de subsistência e ativida- to, ou daquela que foi levada a efeito pela reconstituição
des afins natural (capoeiras em diversos estágios)

6 - FLORÍSTICA

6.1 - Espécies da Savana (Cerrado)

Nome Vulgar Nome Científico

Açaí Euterpe oleracea Mart


Anani Symphonia sp
Ariauá, Pracaí-da-mata Lafoensia densiflora Pohl
Açacu Hura creptans L
Burítí Mauritia f/exuosa Mart
Caju-do-campo Anacardium ocidentale L
Capim-barba-de-bode Aristida sp
Capim-cabeleira Cyperus sp

I Capim-cabeleira
Caraubeira
Enviras
Faeira
Fave ira
Bulbostyles sp
Tabebuia caraiba (Mart) Bur
Xylopia spp
Roupa/a spp
Piptadenia peregrina (L) Benth
lngá /nga spp
lngá Pithece/obium spp
lpê Tabebuia caraiba (Mart\ Bur
Jatobás Hymeneae spp.
Jenipapo-de-campo Tocoyema formosa Schm.
Lixeira Cura te/la americana L.
Macucu Ucania sp.
Murici-do-campo Byrsonima crassifolía (L) Kth.
Murici-orelha-de-veado Byrsonima verbascifolía (L) Rich.
Murici-rasteiro Palícouria rígida H.B.K.
Para pará Jacaranda copaia D Don.
Pau-de-arara, Colher-de-vaqueiro

342/VEGETAÇÃO
Bate-caixa Salvertia convallariodora St. Hil.
Pau-de-candeia Plathymenia foliosa Benth.
Pau-pombo Tapirira guianensis Aubl
Pau-terra Qualea grandiflora Mart.
Piquiá Caryocar brasiliensis Camb.
Piquiá Caryocar spp.
Sucupira-do-campo Bowdichia virgilioides H.B K
Tarumã Vitex f/aves H.B.K.
Um i ri Humiria balsamifera Aubl
Um i ri Humiria f/oribunda Mart.
Ucuuba Viro/a spp.
Antonia ovata Pohl
Aristida latifolia Dom in
Bonnetia dinizzi Tr
Bu/bostylis spp
Dipladenia tennifolia (Mik) Schum
Eragrostia sp.
Hebepetalum humirofolium (Pianch) Benth
Himatanthus sp
Leptocoryphium sp
Myrcia spp
Paspalum spp
Qualea sp.
Scirpus paradoxa Boeck
Sclieckia ononocens (H B K ) Meissn
Sporobus sp
Tachypogon spp
Tachypogon spp

6 2 - Espécies das Formações Pioneiras

Nome Vulgar Nome Cientifico

Açai Euterpe oleracea Mar!


Açacu Hura creptans L
Aguapé, Mururés Hymphae sp Pautedena sp P1stia sp.
Azzala spp, Ceratapteris sp
Aninga Mantrichardia arbarescens Schalt
Arapari Macralobium accaciaefalium Benth
Arroz-bravo Oryza spp
Aturiá Machaerium lunatum (L) Ducke
Buril i Mauritia flexuasa Mart
Buritirana Mauritia mauritiana Spruce
Canarana Panicum spectatile Ness
Canarana Panicum spp. Paspalum spp
Canarana-fluvial Echinochlaa palystachya (H B K ) Hitchcock
Canarana-folha-miuda Hymenachne amplexicaulis (Rudge) Ness
Canarana-roxa
Canarana-rasteira, Pirimenbeca
Capim-de-marreca
Capim-mori
Capim-taboquinha
Capim-uamã
Panicum zizaniaides H B K
Paspalum repens Berg
Paspalum conjugatum Berg
Paspalum fasciculatum Willd
Panicum mertensii Roth
Luzia/a spruceana Benth
I
Capins flutuantes Paspalum spp; Panicum spp; Luzia/a spp.
Caranai Mauritia acu/eata H B K
F ave ira Dimarphandra sp
F ave ira Vatairea spp
Guaxinguba Ficus spp
Jará Leopoldina pulchra Mart
Jauari Astraniúm jauari Mar!
Malícia-d'água, Juquiri Neptunia aleracea Lour
Macucu Licania spp
Marajá Bactris maraja Mart e Bactris conciuna Mart
Munguba Bambax munguba Mart

VEGETAÇÃ0/343
Murumuru Astrocarium murumuru Mart.
Oeirana ou chorão Salix martiana Leyb.
Oeirana ou chorão Alachornea castaneifolia A. Juss.
Periq u itei ra Buchevania oxycarpa Eichl
Piranheira Piranhea trifoliata Bai\1.
Piripomonga, Capim-ceneuaua Leesia hexandra SW.
Sucuuba Pfumiera sp.
Sumaúma Ceiba pentrandra L Gartn.
Tachi-do-igapo Triplaris surínamensis Cham
Um i ri Humiría sp.
Urucuri A talea excelsa Mart.
Vitória-régia Victoria amazonica (Poepp) Sowerbg
Calycophylum sp
Erachtites sp.
Erioch/oa punctata (L) Desv.
Ficus spp
Jussiema sp.
Mikania sp
Pocie/um sp.
Roucheria sp
Vatanea sp

6.3 - Espécies da Floresta Tropical

Nome Vulgar Sinonímia Nome Cientifico

Abiorana Pouteria spp


Abiorana-abio Abiorana-cabeça-de-macaco, Abiorana
bacuri Labatia macrocarpa Mart
Abiorana-amarela Abiorana-casca-grossa, Abiorana-peluda Pouteria engleri Eyma
Abiorana-bacuri Abiorana-cabeça-de-macaco, Abiorana-abio_ Labatia macrocarpa Marl
Abiorana-batinga Pouteria sp
Abiorana-branca Abiorana-da-mata Pouteria guianensis Eyma
Abiorana-caramu ri Abiorana-olho-de-veado Neoxythece sp
Abiorana-casca-fina Abiorana-seca Pouteria laurilolia Radik
Abiorana-casca-grossa Abiorana-amarela, Abiorana-peluda Pouteria eng/eri Eyma
Abiorana-cedrinho Pouteria sp
Abiorana-cutite Abiorana-folha-grande Pouteria macrophylla Eyma
Abiorana-cumaru Pouteria sp
Abiorana-da-mata Abiorana-branca Pouteria guianensis Eyma
Abiorana-douradinha Richerdella sericea Krause
Abiorana-goiabinha Pouteria melanepoda Eyma
Abiorana-maçaranduba cf Urbanella excelsa (A C Smith) Aubl
Abiorana-mangabinha Micropho/lis venulosa Mart
Abiorana-olho-de-veado Abiorana-caramuri Neoxythece sp
Abiorana-peluda Abiorana-amarela, Abiorana-casca-grossa Pouteria angleri Eyma
Abiorana-preta Pouteria oblaceo/ata Pires
Abiorana-rosadinha Chicle-bravo, Rosadinha, Abiorana-balatinha,
Balatinha Chrysophyllum anamalum Pires
Abiorana-roxa Abiorana-casca-grossa, Pariri Eglerodendron pariri (Ducke) Aubl
Abiorana-sabiá Abiorana-vermelha, Abiorana-mocambo Prieurella prieurii C D C
Abiorana-seca Abiorana-casca-fina Pouteria laurilolia Radik
Abiorana-ucuuba Abiorana-cladantha Pouteria cladantha Sandw
Abiorana-vermel ha Abiorana-sabiá, Abiorana-mocambo Prieurella prleurii C D C
Açaí Euterpe oleracea Mart
Acapu Acapu-preto Vouacapoua americana Aubl
Acapu-preto Acapu Vouacapoua americana Aubl
Acapurana Acapurana-da-terra-firme Batesia 1/oribunda Bth
Acapurana-da-terra-firme Acapurana Batesia ltoribunda Bth
Acapurana-da-várzea Campsiandra taurilolia Bth
Acariquara Acariquara-roxa Minquartia guianensis Aubl
Acariquara-branca Quinarana Geissospermum sericeum (Sagot ) Bth et Hook
Acariq uara-roxa Acariquara Minquartia guianensis Aubl
Acariquarana Rinorea guianensis Aubl
Achuá Saccoglothis guianensis Aubl
Açacu Assacu Hura creptans L
Açoita-cavalo Cacaurana Luehea speciosa Willd
Algodão-bravo Periquiteira-da-terra-firme Cochtospermum oninocense (H B K ) Stend
Amapá-amargoso Macoubea guianensis Aubl
Amapá-doce Amapá Parahancornia amapa (Hub) Ducke

344/VEGETAÇÃO
Nome Vulgar Sinonímia Nome Científico

Amapá-preto Brosimum sp
Amapá-roxo Brosimum sp.
Arnaparana Thyrsodium paraensis Hub
Amapazinho Janitá Brosimum ovatifolium Ducke
Amarelão Muirajuba, Muiratauá Apu/eia molaris Bth
Amarelinho Pogonophora schomburgkiana Miers ex Benth
Anani Anani-da-terra-firme Symphonia globulífera L
Anani-da-terra-flrme Anani Symphonia globulifera L.
Ananirana SymphÓnia sp
Andirá Morcegueira Andira retusa H B K
Andlroba Garapa guianensis Aubl.
Andirobarana cf Guarea kunthii Juss
Andirobinha Guarea membranacea Rusby
Andirobinha Cabeça-de-co tia Goniodiscus elascopermus Kuhlm
Angelim-da-mata Hymenolobium excelsa Ducke
Angelim-pedra Dinizia excelsa Ducke
Angelim-rajado Pithecelobium racemosum Ducke
Angico Piptadenia peregrina Bth
A pu i Ficus ninphaeaefolia P Muller
Arabá Pitaica, Arabá-preto, Paracutaca Swartzia acuminata Willd
Araçá-da-mata Eugenia feijoi Berg
A rapar i Macrolobium acaciaefolium Bth
Araracanga Piquiá-marfim Aspidosperma album (Vahl) R Ben
Arataciu Sagotia racemosa Baill
Aroeira Astronium lecointei Ducke
Arurá-branco Ucuuba-chorona, Arurá-bravo Osteophloeum platispermum (A D C) Warb
Arurá-bravo Arurá-branco, Ucuuba-chorona Osteoph/oeum platispermum (A D C ) Warb
Arurá-da-mata Ucuuba-da-mata Viro/a carinata Warb
Arurá-vermelho Ucuubarana lryanthera sagotiana (Bth ) Warb
Ata-brava Envira-bobó Rollinia exsucca (Dun ) DC
Axixá Castanha-de-periquito Sterculia pruriens (Aubl ) Schum
Babaçu Orbignia martiana B Rodr
Bacaba Oenocarpus bacaba Mart
Bacabi Bacabaí Oenocarpus spp
Bacabinha-quina Ferdinandusa paraensis Ducke
Bacuri-de-paca Bacuri-bravo Moronobea candida Ducke
Bacuri-pari Rheedia macrophylla (Mart ) Pl e Tr
Balata Balata-brava, Balata-branca Eclinusa batata Ducke
Balata-branca Balata-brava, Balata Eclinusa balata Ducke
Balata-rosada Rosada-brava, Mangabarana,
Abio-Mangabarana Micropholis guianensis (DC ) Pierre
Batinga Abiorana-batínga Pouteria sp
Biribarana Envira-biribá, Envira-imbiriba, Envira-vermelha,
Envira-cheirosa Xi/opia aromatica (Lam ) Mar!
Branquinha Pau-branco Lf~onia glicicarpa B et Pav
Breu Protium spp
Breu-amarelo Protium sp
Breu-branco-da- ,árzea Protium sagotianum March
Breu-de-tucano Protium sp
Breu-jatoá Protium sp
Breu-manga Protium poeppigianum Swart
Breu-mescla Protium paraense Cuart
Breu-preto

I
Protium opacum Swart
Breu-sucuruba Breu-sucuuba Trattinichia rhoifolia Willd
Breu-sucuuba Breu-sucuruba Trattinichia rhoifolia Willd
Breu-vermelho Protium decandrum (Aubl ) March.
Buluçu Tento-grande Ormosia coutinhoi Ducke
Buriti Mauritia flexuosa Mart
Buritirana Mauritia martiana Spruce
Burra-leiteira Leiteira Sapium marmieri Hub
Cacau-bravo Cacau-da-mata Theobroma speciosa Spruce
Cacaurana Açoita-cavalo Luehea speciosa Wllld
Cachimbo-de-jaboti Quaru barana Erisma uncinatum Warm
Caferana Dendrobangia boliviana Rusby
Cajazeira Taperebá Spondias lutea L
Cajuaçu Caju i Anacardium giganteum Engl
Cajuaçu-folha-miúda Caj uaçu-foi ha-peq uena Anacardium spruceanum Engl.
Cajuaçu-folha-pequena Cajuaçu-folha-miúda Anacardium spruceanum Engl.
Camusé ?
Canela-de-veado Actinostemon lanceolatus Sard
Canela-de-velho Canela-de-jacamim Rinorea passoua (D C ) Kuntz
Capitlú Capitlú-da-mata Siparuna cuspidata A DC.

VEGETAÇÃ0/345
Nome Vulgar Sinonímia Nome Cientifico

Capitiú-da-mata Capitiú Siparuna cuspidata A DC


Capoteiro Sterculia speciosa K Schum
Caqui Diospyros praitermissa Sandw
Caramuri Jaraí Sarcaulus brasiliensis Eyma
Caramurirana Sarcau/us sp
Caranai Mauritia aculeata H Br
Carapanaú ba Carapanauba-amarela Aspidosperma carapanauba Píchon
Carapanauba-branca Aspidosperma nitidum Benth
Carapanaúba-preta Aspidosperma auriculatum M G F
Cardeiro Scleronema micranthum Ducke
Caripé Licania pruinosa R Ben
Caripé-casca-grossa Licania sp
Caripé-grande Licania sp
Cariperana Licania membranacea Sagot ex Lanes
Carrapatinho Swartzia ingaifolia Ducke
Casca-de-sangue Cumatê-vermelho, Cumatê Coepia /eptostachga Huber
Casca-doce Prados ia prealta (Ducke) Aubl
Casca-preciosa Preciosa Aniba caneli/la (H B K ) Mez
Cassipá Enterolobium maximum Ducke
Castanha-amarela Matamatá-amarelo, Rípeiro-amarelo,
Jatereua Eschweilera amara Ndz
Castanha-angel i m ?
Castanha-de-arara Joanesia heveoides Ducke
Castanha-de-cotia Tapura sp
Castanha-de-jacaré Periquiteira Laetia procera (Poepp) Eichl
Castanha-de-galinha ?
Castanha-de-macaco Courupita Courupita guianensis Aubl
Castanha-de-periquito Axixá Sterculia pruriens (Aubl ) Schum
Castanha-de-porco Mahurea duckei H uber
Castanha-jarana Jarana, Jarana-branca Holopyxidium jarana (Hub) Ducke
Castanha-sapucaia Sapucaia Lecythis paraensis Aubl
Castanha-verme! ha Matamatá-vermelho, Ripeiro-vermelho Cariniana micrantha Ducke
Castanharana ?
Castanheira Castanha-do-pará Bertholletia excelsa H B K
Cauchorana Perebea guianensis Aubl
Caxinguba Caxingubarana, Gameleira Ficus insípida Willd
Cedro Cedro-vermelho, Cedro-verdadeiro Cedrela odorata L
Cedro-branco Cedre/a fissilis Ducke
Cedro-verdadeiro Cedro, Cedro-vermelho Cedrela adora ta L
Cedrorana Cedrelinga catenaelormis Ducke
Chicle-bravo Abiorana-rosadinha, Rosadinha Chrysophyllum anomalum Pires
Coataquiçaua Peltogyne paradoxa Ducke
Copaiba Copaiba-preta Copa i! era duckei Ou ryer
Copaíba-jacaré Eperua oleifera Ducke
Copaíba-preta Copaíba Copa i lera duckei Du ryer
Copa i barana Eperua schomburgkiana Benth
Coração-de-negro Quebra-machado, Pau-ferro, Pau-santo.
lngá-ferro Zollernia paraensis Ducke
Cuiarana Tanimbuca, Cuiarana-folha-fina,
Tanimbuca-amarela Terminaliâ amazonica (Gmel) Exell
Cuiarana-folha-miuda Tanimbuca-amarela, Cu iarana,
Tanimbuca Termina/ia amazonica (Gmel) Exell

I
Cumaru Cumaru-roxo Coumarouma odorata Aubl
Cumaru-amarelo Coumarouma intermedia Ducke
Cumaru-de-cheiro lmburana Torresia acreana Ducke
Cumaru-roxo Cumaru Coumarouma odorata Aubl
Cumarurana Cumarurana-da-terra- fi r me Taralea oppositifo/ia Aubl
Cumarurana-da-terra-firme Cumarurana Taralea oppositifo/ia Aubl
Cumatê Cumatê-vermelho, Casca-de-sangue Coepia /eptostachya Huber
Cumatê-vermelho Curnatê, Casca-de-sangue Coepia leptostachya Huber
Cupiuba Goupia glabra Aubl
Cuquirana Coquirana, Ucuquirana, Ucuquirana-branca,
Ucuquirana-brava Ragala spuria Ducke
Cuquirana-brava Coquirana-brava, Ucuquirana, Ucuquirana-branca, Raga/a spuria Ducke
Ucuquirana-brava
Curupita Castanha-de-macaco Courupita guianensis Aubl
Cururé Mururé Brosimopsis obovata Ducke
Di ma Maravuvuia, Dima-vermelha, Gàivotinha,
Muiravuvuia, Pau-de-índio Croton matourensis Aubl
Di ma-vermelha Muíravuvuia, Maravuvuia, Dima, Gaivotinha,
Pau-de-índio Croton matourensis Aubl
Envira Xylopia spp
Envira-amarela Envira-faia, Envira-folha-fina Xylopia benthamii R E Fríe,s

346/VEGETAÇÃO
Nome Vulgar Sinonímia Nome Cientifico

Envira-amargosa Envira-aritu Bocageopsis multiflora {Mart) R.E Fr


Envira-aritu Envira-amargosa Bocageopsis multiflora (Mart ) R E Fr
Envira-biribà Envira-vermelha, Envira-imbiriba,
Envira-cheirosa, Biribarana Xy/opia aromatica (Lam) Mart
Envira-bobó Ata-brava Rollinia exsucca (Dun) DC
Envira-bolacha Xylopia sp.
Envi ra-branca Envira-cana Xylopia nítida Dun
Envira-cana Envira-branca Xylopia nítida Dun
Envira-fofa Onychopetalum amazonicum R E Fr Fries
Envira-folha-fina Envira-faia, Envira-amarela Xylopia benthanii R E Fries
Envira-pente-de-macaco Pente-de-macaco Apeiba echinata Gaertn
Envira-surucucu Envira-torrada Duguetia echinophora R E Fries
Envira-torrada Envira-surucucu Duguetia echinophora R E Fries
Escorrega-macaco Escorrega-macaco, Pau-mulato, Mulatinho,
Mulata-preta Capirona huberiana Ducke
Espinho-preto
Esponjeira Parkia ulei (Harms) Kuhlm
Faeira Faeira-branca Roupa/á thomensiana Mart
Falso-angelim Angelim-pedra Dinizia excelsa Ducke
Fava-amarela Faveira-grande-do-igapó,
Faveira-bolacha Vatairea guianensis Aubl
Fava-amargosa Faveira-amargosa, Saboeiro Pithecelobium jupumba (Willd) Urb
Fava-angelim
Pithecelobium sp
Fava-arara-tucupi Fava-arara Parkia multijuga Bth
Fava-atanã Fava-arara Parkia gigantocarpa Ducke
Fava-benguê Faveira-benguê, Fava-coré, Fava-parque Parkia oppositifolia Bth
Fava-bolacha Fava-amarela, Faveira-grande-do-igapó Vatairea guianensis Aubl
Fava-bolota Visgueiro Parkia pendu/a Bth ex Walp
Fava-coré Fava-benguê, Fava-parque, Faveira-benguê Parkia oppositifolia Bth
Fava-de-rosca Fava-wingi, Fava-orelha-de-macaco,
Fava-orelha-de-negro Enterolobium schomburgkii Bth
Fava-folha-fina Timborana, Timbaúba Piptadenia suaveolens Miq
Fava-mapuxiqui Mapuxiqui-vermelho, Fava-vermelha Pithecelobium e/egas Ducke
Fava-orei ha-de-macaco Fava-wingi, Fava-de-rosca,
Fava-orelha-de-negro Enterolobium schomburgkii Bth
Fava-parque Fava-coré, Fava-benguê, Faveira-benguê Parkia oppositifolia Bth
Fava-pequena Clitoria amazonum Mart
Fava-pombo Dimorphandra glabifolia Ducke
Fava-pracaxi Pracaxi Pentac/enthra macro/oba (Willd) Kuntz
Fava-vermelha Fava-mapuxiqui, Mapuxiqui-vermelho Pithecelobium elegans Ducke
Fava-wing Fava-de-rosca, Fava-orelha-de-macaco,
Fava-orelha-de-negro Enterolobium schomburgkii Bth
Fave ira Vatairea paraensis Ducke
Freijó Cordia goeldiana Huber
Freijó-branco Cordia bicolor DC
Fruto-de-jaboti
Gameleira Caxinguba, Caxingubarana Ficus insipida Willd
Garrote Brosimum utile (H B K) Pittier
Gitó Guarea gradil/ora DC
Gitorana Guarea sp
Goiaba-de-anta Papa-terra Bel/ucia grossularioides (L) Triana
Goiabinha Goiabinha-da-mata, Goiabarana Myrciaria 1/oribunda (Willd) Berg

I
Guajarai Abiorana-guajarai Pouteria sp
Guariuba Guariúba-branca Clarisia racemosa R E Fr
Guariuba-branca Guariuba C/arisia racemosa R E Fr
lmbauba Cecropia paraensis Hub e C robusta Hub
lmbaúba-branca Cecropia obtusa Trecoul
lmbauba-da-mata Torém Cecropia sciadophyl/a Mart
lmbaubarana lmbaubarana-branca Pourouma aspera Trec
lnajá Maximiliana regia Mart
lnajarana Guararibea guianensis Aubl
lngá lngá-copaiba /nga gracilifo/ia Ducke e I disticla Benth
lngá-branco lngá-açu, lngá-chato, lngá-facão,
lngá-grande lnga splendens Willd.
lngà-cipó lngai lnga edulis Mart
lngá-copaíba lngá lnga gracilifo/ia Ducke
Ingà-da-várzea lnga mobilis Willd
lngá-facão lngá-açu, lngá-branca, lngà-chato,
lngà-grande lnga splendens Willd
lngà-ferro Coração-de-negro, Pau-ferro, Pau-santo,
Quebra-mulato Zollernia paraensis Hub
lngá-peludo lnga rubiginosa (Rick) DC
lngá-seringa lnga sp
lngá-vermelho lngaí-vermelho lnga paraensis Ducke

VEGETAÇÃ0/347
Nome Vulgar Sinonímia Nome Cientifico

lngá-l(lxi lngá-xixica lnga alba (SW) Willd.


lngai lngá-cipó lnga edulis Mart
lngal lngá-vermelho lnga paraensis Ducke
lngarana lngá-jarandu, lngá-jarandeua Phitecelobium /atifolium (L) Bth.
lnharé Helicostyles pendunculata Ben
lnharé-tolha-peluda Helicostyles lamentosa (Pet EJ Rusby
lpê Macrolobium campestre Hub
Ipé-amarelo Pau-d'arco, Pau-d'arco-amarelo Tabebuia serratifolia (Vahl) Nicholson
lpé-da-tolha-composta Tabebuia spp
Ipé-da-várzea Macrolobium chrysostachyum (Miq) Benth
Ipé-roxo Pau-d'arco-roxo Tabebuia violacea Hub
lperana Pau-d'arco-roxo Macrolobium pendulum (WilldJ ex Vogal
ltaúba ltaúba-preta Mezilaurus itauba (Meiss) Taub ex Mez
ltaúba-amarela Mezilaurus lindaviana Sch et Mez
1taú ba- preta ltauba Mezilaurus itauba (Meiss) Taub ex Mez
ltaubarana Sweetia nitens (Voy) Bth
Jacarandá Jacarandá-preto Dalbergia spruceana Ducke
Jacarandá-preto Jacarandá Dalbergia spruceana Ducke
Jacareuba Cal/ophyllum brasiliensis Camb
Jacitara Dismoncus spp
Jará Leopoldina pulchra Mart
Jarai Sarcaulus brasiliensis Eyma
Jarana Jarana-branca, Castanha-jarana Holopyxidium jarana (Hub) Ducke
Jarana-amarela
Eschwetlera iarana Ducke
Jarana-branca Jarana, Castanha-jarana Ho/opyxidium jarana (Hub) Ducke
Jarana-folha-miuda Ho/opyxidium sp
Jari na Plythelephas macrocarpa R e P
Jatereua Ripeiro, Ripeiro-amarelo, Matamatá-ripeiro Eschweilera amara (Aubl ) Ndz-.
Jatoá Trichilia paraensis C DC
Jatobà Jutai-cica, Jutai-açu Hymenaea courbaril L
Jauari Astrocarium jauary Mart
Jenipapo Jenipapo Genipa americana L
João-mole Neea cf oppositifolia
Jutai Jutai-açu, Jutai-cica Hymenaea courbaril L
Jutai-açu Jatobá, Jutai-cica, Jutai Hymenaea courbaril L
Jutai-cica Jatobá, Jutai-açu, Jutai-cica Hymenaea courbaril L
Jutai-mirim Jutai-vermelho Hymenaea parvifolia Hub
Jutai-mole Hymenaea sp
Jutaí-pororoca Dialium guianensis DC
J utai-vermelho Jutai-mirim Hymenaea parvifolia Hub
Jutairana Cynometra c! longicuspis Ducke
Jutairana Cynometra spruceana Bth
Lacrão-da-mata Lacre, Lacre-da-mata Vismia cayennensis (Jacq) Pers
Lacre Lacre-da-mata Lacrão-da-mata Lacrão Vismia cayennensis (Jacq) Pers
Lacre-da-mata Lacre, Lacrão, Lacrão-da-mata Vismia cayennensis (Jacq) Pers
Lacre-vermelho Vismia macrophylla H B K
Leiteira Burra-leiteira Sapium mamiere Hub
Louro-abacate Ocotea opilera Mart
Louro-amarelo Aniba sp
Louro-aritu Louro-aritu-amarelo Ucaria aritu Ducke
Louro-ar'tu-amarelo Louro-aritu Ucaria aritu Ducke
Louro-bosta Louro-tamanco Nectandra cuspidata Nees

I Louro-branco
Louro-da-várzea
Louro-caramuri
Louro-canela
Louro-casca-mole
Louro-cedrinho
Louro-abacate

Louro-cumaru

Louro-prata
Ocotea opifera Mart
Nectandra amazonum Nees
Ocotea sp
Licaria canel/a Meissn
Ocotea sp
Ocotea guianensis Aubl
Louro-cumaru Ocotea sp
Louro-faia Euplassa pinata Jonhost
Louro-inhamui Louro-mamei, Louro-mamoí-da-terra-firme Ocotea barcellensis Mez
Louro-mamei Louro-inhamui, Louro-mamei-da-terra-firme Ocotea barcel/ensis Mez
Louro-pachuri Louro-puchuri
Acrodiclidium puchury (Nees et Mart ) Mez
Louro-pimenta
Ocotea mesiana (MiqJ Kostesmans
Louro-pitiu Ocotea sp
Louro-pororoca Ocotea sp
Louro-prata Louro-cedrinho Ocotea guianensis Aubl
Louro-preto Nectandra moflis Nees
Louro-rosa Aniba burchelli Kostern
Louro-tamanco Louro-bosta Nectandra cuspidata Nees
Louro-vermelho
Nectandra (Ocotea) rubra Mez
Macacaúba
Platymiscium trinitatis Bth
Macacauba
Platymiscium u/ei Harms.

348/ VEGETAÇÃO
Nome Vulgar Sinonímia Nome Científico

Macacaúba-da-várzea Platymiscium paraense Hub


Macucu Macucu-de-sangue Licania heteromorpha Bth
Macucu-de-paca Aldina latifolia Spr ex Bth
Macucu-de-sangue Macucu Licania heteromorpha Bth
Macucu-farí nha-seca Licania micrantha Mik
Macucu-fofo Anuerá Licania macrophylla Bth
Macucu-murucí Licania sp
Macucu-torrado Hirtela Hirtela piresii Willd
Macajá Macaúba Acroconia scleroc.arpa Mart
Maçaranduba Manilkara huberi (Ducke) Standl
Maçarandubínha Manilkara sp
Mamãozinho Muirauba Mouriria brevipes Gardn in Hook
Mamoi Jacaratia spinosa A DC
Mamorana Scleronema lerox
Mamorana Pachira insignis Sav
Mamorana Mamorana-da-terra-firme Bombax paraensis Ducke
Mamorana-da-terra-firme Mamorana Bombax paraensis Ducke
Mandioqueira Mandioqueira-áspera Qualea paraensis Ducke
Mandioqueira-áspera Mandioqueira, Mandioqueira-escamosa Qualea paraensis Ducke
Mandioqueira-branca Mandioqueira-lisa, Mandioqueira-brava Qua/ea albillora Warm
Mandioqueira-brava Mandioqueira-lisa Qualea albillora Warm
Mand ioq ueira-escamosa Mandioqueira, Mandioqueira-lisa Qualea paraensis Ducke
Mandioqueira-lisa Mandi.oqueira-branca, Mandioqueira-brava Qualea albil/ora Warm
Mandioqueira-rosa Quaruba-rosa Qualea rosea Aubl
Mangabarana Abio-mangabarana, Rosada-brava Micrapholis guianensis (D C ) Pierre
Mangarana Uchi-de-morcego, Macucu-de-morcego Andira retusa H B K
Mangueirana Tovomita sp
Mão-de-gato Helicosty/es pendunculata Ben
Maparajuba Manilkara amazonica Hub
Mapati Mapatirana Pourouma paraensis Hub
Mapatirana Mapati Pourouma paraensis Hub
Mapuxiqui-vermelho Fava-mapuxiqui Pithecelobium elegans Ducke
Maranhoto Cormonema
Maravuvuia Dima, Muiravuvuia, Gaivotinha, Pau-de-índio,
Di ma vermelho Croton matourensis Aubl
Mari-bravo Poraqueiba sp
Maria-preta Anisophyllea manauensis Pires et Rodr
Maria-preta Risophyllus sp
Marimari-grande Cassia grandis L
Marirana Umarirana Poraqueiba guianensis Aubl
Marupá Simaruba amara Aubl.
Matamatá-amarelo Matamatá-ripeiro, Jatereua Eschwei/era amara Ndz
Matamatá-branco Matamatá, Matamatá-preto Eschweilera odora (PoeppJ Miers
Matamatá-cachimbo Cariniana rubra (Gardner) Miers
Matamatá-ci Eschweilera amazonica Kruiith
Matamatá-jibóia Eschweilera apiculata (Berg) Miers
Matamatá-preto Matamatá, Matamatá-branco Eschweilera odora (PoeppJ Miers
Matamatá-ripeiro Matamatá-amarelo, Jatereua Eschweilera amara Ndz
Matamatá-rosa Matamatá-roxo Eschweilera fracta Kunth
Matamatá-roxo Matamatá-rosa Eschweilera lracta Kunth

I
Matamatá-vermelho Castanha-vermelha, Ripeiro-vermelho Cariniana micrantha Ducke
Melancieira Alexa grandiflora Ducke
Mogno Agoano Swietenia macrophy/la King
Molongó Maloetia duckei Mal
Moracea-chocolate Pseudo/media multinervis Mildbr
Morcegueira Andira Andira retusa H B K
Morototó Didyinopanax morototoni Aubl
Muiracatiara Astronium gracile Engl
Muirajibóia Saboarana, Muirajibóia-preta Swartzia Jaevicarpa Amsh
Muirajibóia-amarela Swartzia sp
Muirajibóia-preta Saboarana, Muirajibóia Swartzia laevicarpa Amsh.
Muiragonçalo Hieronima laxillora
Muirapiranga Pau-rainha Brosimum paraense Hub
Muirapiranga Eperua bijuga Mart et Bth
Muirapixuna Cassia scleroxylum Ducke
Mulratauá Amarelão Apu/eia molaris Bth
Muiratinga Maquira, Rapé-de-índio Maquira sc/erophylla (Ducke) C C Berg
Mui rat i nga-folha-grande 0/medioperebea sp.
Mulratlnga-mlúda Pseudo/media multinervis Mildbr
Mulraúba Mamãozinho f31oúriria brevips Gardn in Hook
Muiraxlmbé Emmotum fagifolium Desv
Mulata-preta Mulatelro, Pau-mulato Capirona huberiana Ducke.
Mulateiro Pau-mulato, Mulata-preta Capirona huberiana Ducke.

VEGETAÇÃ0/349
Nome Vulgar Sinonímia Nome Cientifico

Mumbaca Astronium mumbaca Mart


Munguba Munguba-da-terra-firme Bombax munguba Mart
Murta Myrcia bracteata (Rich) DC
Murici-da-mata Murici Byrsonima spicata H 8 K
Murucirana Murici-da-mata, Murici Byrsonima spicata H B K
Murumuru Astrocaryum murumuru Mart
Murupita O/media cff calophyl/a Poepp
Mururé Brosimopsis obovata Ducke
Mutamba Guazuma ulmifolia Lam
Mututl Pterocarpus amazonicus Hub
Mututi-da-terra-firme Mututi-duro Swartzia racemosa Bth
Mututi-duro Mututi-da-terra-firme Swartlla racemosa Bth
Olho-de-pombo
Olho-de-burro Fava-orelha-de-negro, Orelha-de-macaco En terolobium schomburgkil Bth
Olacácea Pau-branco, Pau-vermelho Chaunochiton kappleri (Sagot ex Engler) Ducke
Pajurá Pajurazinho, Pajurazinho-de-anta,
Paj urá-da-mata Parinari montana Aubl
Pajurá-da-mata Pajurá, Pajurazinho, Pajurazinho-de-anta Parinari montana Aubl
Pajurá-pedra Parinari sprucei Hook F
Palha-preta A ttalea spectabilis Mart
Pai ha-vermel ha Attalea sp
Papa-terra Goiaba-de-anta Bel/ucia grossularioides (L) Triana
Para pará Caroba Jacaranda copaia Aubl
Pari cá Schisolobium amazonicum Ducke
Paricarana Acacia polyphylla DC
Parinari Parinari rodolphi Aubl
Paruru Vantanea parvil/ora Lam
Patauá Oenocarpus bataua Mart
Pau-amarelo Euxylophora paraensis Huber
Pau-d'arco Pau-d'arco-amarelo, lpê-amarelo Tabebuia serratilolia (Vahl) Nicholson
Pau-d'arco-amarelo Pau-d'arco. lpê-amarelo Tabebuia serratilolia (Vahl) Nicholson
Pau-d'arco-roxo I pé-roxo Tabebuia violacea Hub
Pau-de-bicho Tapura sirgularis Ducke
Pau-de-cobra Palicourea sp
Pau-de-espeto Toulicia guianensis R E
Pau-de-remo Chimarrhis turbina/a DC
Pau-jacaré Periquiteira Castanha-de-jacaré Laetia procera (Poepp) Eichl
Pau-jerimum
Pau-marfim Agonandra brasiliensis Miers
Pau-mulato Mulatinho Mulata-preta Escorrega-macaco
Macaco-escorrega Capirona huberiana Ducke
Pau-mulato-da-várzea
Tatap~rinca Ca/ycophylum spruceanum Benth
Pau-pombo
Pau-porco Pau-pombo Tapirira guianensis Aubl
Pau-rainha Muirapiranga Tapirira guianensis Aubl
Pau-roxo Roxinho Brosimum paraense Hub
Paxiuba Peltogyne lecointei Ducke
Paxiuba-barriguda lriartea sp
Paxiubinha /riartea ventricosa Mart
Peão-bravo lriartella setijera Mart
Envira-pente-de-macaco

I
Pente-de-macaco
Periquiteira Pau-jacaré, Castanha-de-jacaré Apeiba echinata L Gaertn
Peroba Laetia procera (Poepp) Eichl
Piabinha Aspidosperma macrocarpum Mart
Pindoba Attalea spp
Pintadinho Acacia huiliana Bret K
Piquiá Piquiá-verdadeiro Caryocar villosum Aubl
Piquiá-marfim Araracanga, Piquiá-marfim-preto Aspidosperma a/bum (Vahl) Pichon
Piquiá-marfim-preto Araracanga, Piquiá-marfim Aspidosperma album (Vahl) Pichon
Piquiá-verdadeiro Piquiá Caryocar villosum Aubl
Piquiarana Caryocar g/abrum (Aubl ) Pers C Flabrum
Pitaica Araba-preto, Paracutaca Swartzia acuminata Wilfd
Pitomba Pitombarana, Pitomba-da-mata, Caneleira,
Canela-do-igapó Toulicia guianensis Aubl
Pitomba-da-mata Pitombarana, Canela-do-igapó, Canelelfa Toulicia guianensis Aubl
Pitombarana Canela-do-igapó, Caneleira Toulicia guianensis Aubl
Pracuuba Mora paraensis Ducke
Preciosa Casca-preciosa Aniba canelilla (H B K) Mez
Pu punha Juilielma speciosa Mart
Pu punha-brava Pupunharana, Pincel-de-macaco Duckeodendron cestroides Kunhlm
Pupunharana Pincel-de-macaco. Pupunha-brava Duckeodendron cestroides Kuhlm
Pupunharana Cocos speciosa B Rodr
Pu rui A libutia edulis A Reis
Quaruba-branca Ouarubatinga Vochysia guianensis Aubl
Quaruba-cedro Vochysia inundata Ducke
350/VEGETAÇÃO
Nome Vulgar Sinonímia Nome Científico

Quaruba-rosa Vochysia obscura Warm


Quaruba-verdadeira Quaruba Vochysia maxima Ducke.
Quarubarana Erisma uncinatum Warm
Quarubatinga Quaruba-branca Vochysia guianensis Aubl.
Quebra-machado Coração-de-negro, lngá-ferro, Pau-ferro Zollernia paraensis Ducke
Quinarana Acariquara-branca, Quinarana-casca-seca Geissospermum sericeum (Sagot) Bth.
Quinarana-casca-seca Quinarana, Acariquara-branca Geissospermum sericeum (Sagot) Bth
Rapé-de-índio Maquira, Muiratinga Maquira sclerophylla (Ducke) C C Berg
Rim-de-paca Crudia tomentos!~ (Aubl ) Macbr
Ripeiro Jatereua, Matamatá-ripeiro,
Matamatá-amarelo Eschweilera amara (Aubl) Ndz
Ripeiro-vermelho Matamatá-vermelho, Castanha-vermelha Cariniana micrantha Ducke
Rosada-brava Mangabarana, Abio-mangabarana Micropholis guianensis (OCO) Pierre
Rosadinha Chicle-bravo, Abio-rosadinha Chrysophllum anomalum Pires
Roxinho Pau-roxo Peltogyne lecointei Ducke
Saboeiro Saboeiro-amarelo Pithecelobium jupumba (Willd) Urb
Saboeiro-amarelo Saboeiro Pithccelobium jtupumba (Willd) Urb
Sapo ta Sapateiro, Sapateiro-preto Malisia cordata H B K
Sapateiro Sapota, Sapateiro-preto Malisia cordata H B K
Sapateiro-preto Sapota, Sapateiro Matisia cordata H B K
Sapucaia Castanha-sapucaia Lecythis usitata Miers
Sapucaia Castanha-sapucaia Lecythis paraensis Aubl
Seringa-brava Seringa-cipó Micranda lopesii R E Schultes
Seringa-itaúba Seringa-vermelha Hevea guianensis Aubl
Se ri ngarana Mabea taquari Aubl
Seringueira Hevea IJrasiliensis (H B K) Muell Arg
Ser i ng uei ra-barri g uda Hevea spruceana Muell Arg
Sorva Sorva-brava, Sorva-da-mata Couma macrocarpa Earb
Sorva-brava Sorva-da-mata, Sorva Couma macrocarpa Earb
Sorva-da-mata Sorva-brava, Sorva Couma macrocarpa Earb
Sucupira Sucupira-preta Oiplotropis purpurea (Rich) Amsh
Sucupira-amarela Bowdichia nítida Spruce
Sucupira-amargosa Bowdichia sp
Sucupira-chorona Bowdichia sp
Sucupira-do-campo Bowdichia sp
Sucupira-preta Sucupira Diplotropis purpurea (Rich) Amsh
Sucupira-vermelha Diplotropis racemosa (Hoehne) Amsh
Sucuuba Himatanthus Sucuuba (Spruce) Woodson
Sumaúma Sumauma-da-terra-firme,
Sumaúma-da-mata Ceiba-pentandra L Gaertn
Su maúma-da-mata Sumaúma, Sumauma-da-terra-firme Ceiba pentandra L Gaertn
Sumaúma-da-terra-firme Sumauma-da-mata, Sumauma Ceiba pentandra L Gaertn
Sururu Mo/lia /epidota Spruce
Tacacazeira Sterculia e/ata Ducke
Tachi-branco Tachirana Sclero/obium paraense Hub
Tachi-da-folha-amarela Pterocarpus ancylocalyx Benth
Tachi-do-igapó Trip/aris surinamensis Cham
Tachi-pitomba Tachiga/ia alba Ducke
Tachi-preto Tachi-preto-folha-grande Tachigalia myrmecophyl/a Ducke
Tachi-preto-folha-grande Tachi-preto Tachigalia myrmecophylla Ducke

I
Tachi-vermelho Sclerolobium melanocarpum Ducke
Tachirana Tachi-branco Sclerolobium paraense H ub
Tamaquaré Caraipa Caraipa grandillora Mar!
Tamanqueira Fagara rhoifolia engl
Tamanq ueira-da-várzea Fagara compacta Hub
Cuiarana, Cinzeiro Termina/ia amazonica (Gmel) Exell
Tanimbuca
Tanimbuca-folha-miuda Buchenavia parvifolia Ducke
Tanimbuca-amarela
Tanimbuca-folha-grande Buchenavia grandis Ducke
Tanimbuca-amarela Buchenavia parvifolia Ducke
Tanimbuca-folha-miúda
Cajazeiro Spondias lutea L
Taperebá ·
Tarumã Vitex triflora Vahl
Tarumã-da-várzea Vitex cymosa Benth
Tatajuba Bagassa guianensis Aubl
Tatapiririca Tapirira guianensis Aubl
Pau-pombo
Tauá Couratari spp
Tauari
Tauari Couratari spp
Tauari-branco Cariniana rubra (Gard) Miers
Tauari-vermelho Couratari pu/era Sandw
Tento Tento-da-terra- f i r me Ormosia paraensis Ducke
Tento-amarelo Ormosia excelsa Benth
Tento-grande Buiuçu Ormosia coutinhoi Ducke
Tentorana Ormosia sp

VEGETAÇÃ0/351
Nome Vulgar Slnonlmla Nome Cientifico

Tinteiro Tinteiro-branco Miconia surinamensis Gleason


Triquilia Trichilia sp
Torém lmbaúba, lmbaubão Cecropia sciadophylla Mart
Ublm Jeonona spp
Uchi Uchi-verdadeiro, Uchl-de-cotia Endopleura uchi Hub
Uchi-amarelo Poraqueiba sericea Tul
Uchi-coroa Saccoglottis verrucosa Ducke:
Uchi-de-cotia Uchi-verdadeiro, Uchi Endopleura uchi Hub
Uchi-preto Saccoglottis sp
Uchirana Saccoglottis amazonica Benth
Ucuquirana Ucuquirana-brava, Ucuquirana-branca,
Cuquirana Raga/a spuria Ducke
Ucuquirana-branca Cuquirana-brava, Coquirana-brava Ragala spuria Ducke
Ucuquiràna-brava Ucuquirana, Ucuquirana-branca Ragala spuria Ducke
Ucuuba Ucuuba-preta, Ucuuba-verdadeira Viro/a melionii Benoist.
Ucuuba-amarela Viro/a sp
Ucuuba-branca Ucuuba-do-igapó Viro/a surinamensis (R D ) Warb
Ucuuba-chorona Arurá-branco Osteophloeum platlspermum Warb
Ucuuba-da-mata Arurá-da-mata Viro/a carinata Warb
Ucuuba-da-terra- f i r me Ucuuba-preta, Ucuuba-verdadeira Viro/a mellnonii 8enoist
Ucuuba- folha-grande Viro/a sp
Ucuuba-folha-peluda Ucuuba-peluda Viro/a sp
Ucuuba-peluda Ucuuba-folha-peluda Viro/a sp
Ucuuba-preta Ucuuba, Ucuuba-verdadeira Viro/a melinonii 8enoist
Ucuubo-verdadei ra Ucuuba, Ucuuba-preta Viro/a melinonii 8enoist
Ucuuba-verde Ucuuba-verdadeira, Ucuuba-preta Viro/a melinonii 8enoist
Ucuuba-vermelha lryanthera macrophylla (8th) Warb
Ucuubarana Arurá-vermelho lryanthera sagotiana (8th} Warb
Umiri-bravo Mari-bravo Poraqueiba spp
Um i ri Humiria flor/bunda Mart
Urucuri Ata/lea excelsa Mart
Urucu-da-mata 8/xa arborea Hub
Urucurana Urucurana-da-mata Slonea nítida C 8en
Urucurana-da-mata Urucurana Slonea nítida C 8en
Urucurana-folha-miuda Urucurana-pequena Slonea guianensis (Aubl) Bth
Vau na ?
Visgueiro Fava-bolota Parkia peildula 8th ex Walp
Xixuá Maytenus guianensis Aubl

7 - CLIMA E BIOCLIMAS riodes chaudes, les périodes froides, les périodes séches,
les périodes humides".
7.1 - Introdução
Bioclima é definido como complexo de relações inter-
A análise climatológica aplicada à distribuição da vege- dependentes entre o clima e a vida, baseando-se, confor-
tação natural deve realçar, em primeiro plano, dois de seus me Meher-Homji (1963), "no ritmo da temperatura e pre-
aspectos mais significativos: a distribuição espacial dos cipitação ao correr do ano", modulando o comportamento
elementos climáticos e sua variação durante o ano. Esta fisiológico vegetal e, conseqüentemente, sua distri-
relação espaço-tempo é indissociável, sendo, portanto, buição espacial.

I
refletida pela vegetação de forma integrada: o ritmo cli-
mático estimula reações fisiológicas nos seres vivos colo- 7.2 - Circulação Geral da Atmosfera
cando-se espacialmente em ambientes onde mais uni-
forme for o ritmo favorável ao seu ótimo ecológico. A análise da circulação atmosférica na área compreendida
pela Folha SA.21-Santarém tem como objetivo o enten-
Esta proposição apóia-se em Sorre (1951 ): l'ambience dimento da gênese dos elementos climáticos e sua dis-
atmospherique constituée par la série des états de l'atmos- tribuição espacial. Infelizmente não se dispõe de número
phêre au dessus d'un lieu dans leur sucession habituelle"; suficiente de estações meteorológicas para se executar um
onde capital importância é dada à sucessão habitual dos efetivo controle sobre a participação dos diferentes
estados atmosféricos, responsável pelo ritmo climato- centros de ação e correntes perturbadas atuantes na área.
fisiológico ou bioclimático do vegetal.
Para tanto, recorreu-se à bibliografia disponível (Serra &
Bagnouls & Gaussen (1957) expressam opinião análoga ao Ratisbonna, 1942, Monteiro, 1969, e N imer, 1972) onde se
afirmarem: avalia qualitativamente a atuação dos diferentes sistemas
atmosféricos.
"La classification mondiale des climats que naus pro-
posons est basée sur le rytme de la temperatura et des Atua na área de interesse, durante o Verão Austral -
precipitation au cours de l'année, en considérant les estação chuvosa (Fig. 3) - a Massa de Ar Equatorial
moyenes mensualles. Elle tien compte, essentiellement, Continental (Ec), a Convergência lntertropical (ClT) e a
des états favorables à la végétation, c'est-à-dire: les pé- Massa de Ar Equatorial Norte (En).

352/VEGETAÇÃO
V3-VOL10

36'

44'
I
48'

60° 54'
ClT - Convergência lntertroplcal Ea Massa de Ar Equatorial Atlântico Tp Massa de Ar Tropical Pacifico
Eu Massa de Ar Equatorial Norte Ep - Massa de Ar Equatorial Pacifico Pa Massa de Ar Polar Atlântico
Ec - Massa de Ar Equatorial Continental Ta - Massa de Ar Tropical Atlântico Pp Massa de Ar Polar Pacifico
Fig 3 - Circulação Geral da Atmosfera - Verão Austral

VEGETAÇÃ0/353
A Ec tem como região de origem a superfície florestada da sistemas Ea/Ta atuam na estação de controle de Parintins
Amazônia Centro-Ocidental, onde dominam as calmarias e com a freqüência de 21 ,9 e 90,0% nos anos de 1957
ventos fracos do regime de baixa pressão continental. (ano seco) e 1963 (ano chuvoso) respectivamente.
Durante o Verão Austral provoca instabilidade diuturna,
sob a forma de fortes aguaceiros, em razão de possuir No momento, a explicação da citada anomalia rítmica
elevada umidade e alta temperatura aliadas ao elevado teor d~r~nte o período seco (ou menos chuvoso) prende-se a
convectivo, caracterizado pela convergência e ascensão do h1poteses, necessitando estudos mais detalhados em
ar quente e úmido longa série de anos, para ser suficientemente entendida

A ClT, conhecida também como Frente lntertropical (FIT), A atuação da ClT durante a estação seca limita-se ao setor
não constitui uma verdadeira frente, pois a descontinui- NE da Folha SA 21, com participação reduzida a poucos
dade ai presente não separa massas de ar de densidade e dias.
temperatura significativamente distintas Temos, prepon-
derantemente, a convergência termodinâmica nos alísios Nos anos em que o Anticiclone Migratório Polar atua com
de SE gerados no Hemisfério Sul, e os alísios de NE, do mais vigor na América do Sul, sua presença é percebida na
Hemisfério Norte Durante o Verão Austral a ClT tende a Amazônia sob a forma da popular "friagem" (Serra &
deslocar-se no sentido norte-sul, atingindo o litoral Norte Ratisbonna, 1942) principalmente no setor SW da área de
brasileiro, do Rio Grande do Norte ao Amapá, e penetrando interesse
no interior da Amazônia, até alcançar a área da Folha de É muito recente entre nós a preocupação com a gênese e
Santarém nos seus limites ocidentais, onde provoca, alter- dinâmica dos climas regionais Monteiro (1969) apresenta
nadamente com a Ec, condições de instabilidade. o "índice de participação dos sistemas atmosféricos no
A En tem como região de origem o setor equatorial norte, espaço geográfico brasileiro, calculado segundo o Regis-
na superfície do Oceano Atlântico, sendo portanto con- tro Diário das Cartas Sinóticas das 12 horas CTG", em
vectivamente instável. Sua penetração no território Ama- unidades espaciais do território para quadriláteros de 4° de
zônico restringe-se ao Verão e Outono Austral, mas ainda latitude e 4° de longitude Trata-se de estudo pioneiro,
não são bem demarcados os seus limites meridionais mas restrito ao estudo comparativo entre os invernos de
Atua em todo o setor norte da área. provocando condi- 1957 a 1963 (Fig 5)
ções de relativa estabilidade, pois a umidade que carac-
A diferença fundamental entre o comportamento da cir-
teriza a sua região de origem dissipa-se gradati-
culação atmosférica durante os invernos de 1957 e de 1963
vamente durante sua trajetória continental como Alísios de
é gerada pela maior participação dos sistemas instáveis
NE, destacando-se o efeito orográfico do maciço das - Ec e ClT- durante o inverno de 1957 e ocorre o inverso
Guianas durante o inverno de 1963, maior participação dos fluxos
Durante o Inverno Austral, estação seca (Fig 4), temos a estáveis dos alísios de SE, gerados pelos sistemas Ea/Ta
atuação da Massa de Ar Equatorial Continental (Ec),
Convergência lntertropical (ClT), Massa de Ar Equatorial A análise da dinâmica atmosférica revela a gênese dos
Atlântica (Ea) e Massa de Ar Tropical Atlântica (Ta) elementos climáticos, explicando sua intensidade e distri-
buição espacial A comparação entre os invernos de 1957 e
A participação da Ea limita-se, durante o período seco, ao 1963 mostra a variabilidade encontrada ano a ano, não
setor Oeste da Folha SA.21, com as mesmas caracte- demonstrada pela análise das situações consideradas
rísticas anteriormente descritas Nesta época do ano res- normais
tringe consideravelmente sua área de influência na Ama-
zônia, cedendo lugar à penetração de fluxos provenientes TABELA VIII
da Ea/Ta
Variação da Participação dos Sistemas Atmosféricos no espaço Brasileiro
A Ea e a Ta têm como região de origem a superfície liquida Durante os Invernos de 1957 e 1963
do Oceano Atlântico, no seu setor Centro-Sul, donde
partem fluxos anticiclônicos orientados de SE-NW, os
alísios de Sudeste A umidade basal das bordas oci- Estação de Controle Sistema %1957 %1963
dentais da Ea/Ta é retida na fachada litorânea Leste-
Nordeste Brasileiro, atingindo a área de interesse com Ec 6.1 ~
umidade suficientemente reduzida para provocar dias es- TI RIOS Ea/Ta 10.8 34.1
táveis A duração e intensidade da estação seca nesta área Lat N ooooo ~04°00 ClT 78.0 57.6
dependem, portanto, da freqüência e intensidade dos Long w 54'00 ~58°00 PA ~ ~

fluxos estáveis dos Alísios de SE


OUTROS 5,1 2,9

A observação das curvas ombrotérmicas das estações de


PARINTINS Ec 35.6
Maués e ltaituba (Fig 11) revela o curso mensal da plu- ~

viosidade em discronia em relação ao modelo rítmico La I s 00 00 - 04 Q[i Ea/Ta 21.9 90.0


normal na Amazônia, notadamente durante a estação seca Long W 54"00 ~58"00 ClT 33.4 7.5
- Inverno Austral Esta anormalidade deve-se, provavel- S1tuação rnais representativa PA 4.7 2.5
mente, ao deslocamento pendular, no sentido NE-SW, do para a Folha SA 21 OUTROS 4,4 ~

"corredor menos chuvoso orientado no sentido NW-SE,


que se estende de Roraima a leste do Pará, passando pela
Ec 45 6 ~.~
zona do médio Amazonas", conforme descrito por N i me r
MANAUS Ea/Ta 15,6 65.0
(1972) Este corredor é associado a uma dorsal de alta
pressão gerada por uma deformação isobárica dos sis- Lat S 00 '00 -04'00 ClT 31.7 20,4
temas Ea/Ta, expressa pelos fluxos alísios de sudeste. Long W 58 '00 ~62 '00 PA 4,1 3,3
A variabilidade ano a ano dos diferentes sistemas atmos- OUTROS 3 o 6 c
féricos é confirmada por Monteiro (1969), (Tabela VIII) Os

354/VEGETAÇÃO
li

ClT - Convergência lntertropical Ea Massa de Ar Equatorial Atlântico Tp Massa de Ar Tropical Pacífico


Eu - Massa de Ar Equatorial Norte Ep Massa de Ar Equatorial Pacífico Pa - •Massa de Ar Polar Atlântíco
Ec - Massa de Ar Equatorial Continental Ta Massa de Ar Tropical Atlântico Pp - Massa de Ar Polar Pacífico

Fig 4 - Circulação Geral da Atmosfera - Inverno Austral

VEGETAÇÃ0/355
1957 INVERNO 1963 algum mês em particular. Sar.tarém destaca-se pela maior
duração do período seco em relação a Manaus Agosto,
setembro, outubro e novembro são meses em Santarém
com precipitação mensal inferior a 4,0% do total do ano.
Em Manaus, tal período ocorre em julho, agosto e se-
tembro, confirmando a tendência geral de que o período
seco desloca-se para o final do ano à medida que se
caminha de oeste para leste na Amazônia

- temperatura - Durante o período chuvcso em Santa-


Tiriós rém há uma sensível queda nas máximas absolutas e na
0°- 4° N/54°- 58° WGr média das máximas, caracterizando o que convencional-
mente se chama de "inverno" na Amazônia. O mesmo
ocorre em Manaus, mas durante o Verão Austral tem-se aí
queda das temperaturas mínimas absolutas, em virtude da
maior penetração do Anticiclone Migratório Polar pelo
continente em direção ao Equador, durante os meses de
junho, julho e agosto Portanto, notam-se em Manaus
amplitudes térmicas mais acentuadas que em Santarém

- evaporação - Avaliada segundo a capacidade evapo-


Panntins
rativa do ar, medida em mm, através de evaporimetros de
0°-4° S/54°- 58° WGr Pichet Portanto, é inversamente proporcional à umidade
relativa, precipitação e nebulosidade, e diretamente pro-
porcional à insolação Santarém apresenta os máximos de
evaporação nos meses de setembro, outubro e novembro,
e mínimos, de fevereiro a junho, com um total normal
anual em torno de 631 mm Manaus, com um total anual de
706mm, possui os meses com máxima evaporação de julho
a novembro e os meses com menos evaporação de janeiro
a abril, coincidentemente com a estação chuvosa

- nebulosidade - Vincula-se diretamente à quantidade


Manaus de precipitação pluviométrica É mais acentuada em
o•- 4° S/58°- 62• WGr Manaus, onde atinge valores entre 6,1-7,0 décimos na
estação seca e entre 8,1-9,0 décimos na estação chuvosa
Em Santarém a nebulosidade varia entre 3,1-4,0 décimos
na estação seca e entre 7,1-8,0 na estação chuvosa
I•· · · I ClT Pa
- insolação - Estreitamente correlacionada com a co-
n:rr:rrl Ea/Ta bertura do céu, sendo medida pelo número de horas de
brilho solar por Heliógrafo Campbell Santarém e Manaus
possuem valores totais anuais muito próximos 2091 ,5 e
c=J EnTc.FPa 2096,7 horas de brilho solar, representativamente Apenas
o rhmo mensal durante a estação seca em Santarém
Fig 5 - Índice de Participação dos Sistemas Atmosféricos apresenta anomalias devido a mesma apresentar nebulo-
sidade menos intensa
73 - Caracterização dos Elementos Climáticos
- umidade relativa- Sempre acima de 75% em ambas as
Devido á inexistência de dados completos para o já redu- estações meteorológias, o que revela um ambiente cons-
zido número de estaçõe~ meteorológicas na Folha SA 21, tantemente úmido, considerando-se o tipo de informação
tomaram-se Manaus e Santarém (EM I MA, 1970) como utilizado Como variável dependente da pluviosidade e
representativas de situações relativamente diferenciadas nebulosidade apresenta máximos e mínimos correspon-
dentro da área considerada dentes á variação destes elementos

A análise comparativa da variação combinada das normais A caracterização climática ora apresentada tem como
mensais dos elementos climáticos entre a estação de objetivo situar a área compreendida pela Folha SA 21 em
Manaus, representativa do setor da área, e a de Santarém relação ao conjunto climático brasileiro, pois os dados
(Fig 6), do setor leste, realça os seguintes aspectos: utilizados para a elaboração da figura 4 são normais de 30
anos (1931-1960)
- pluviosidade - Tratamento dos dados segundo
Schri:ieder (1956) - Santarém apresenta o seu período A distribuição espacial da pluviosidade é observada pelo
chuvoso concentrado de fevereiro a maio, principalmente comportamento das isoietas normais (Figs 7, 8 e 9),
em março- 358mm = 17,1% e em abril - 361 ,9mm = refletindo de forma significativa a circul:>ção geral da
17,3% do total anual Em Manaus o período de maior atmosfera. Nota-se, pela isoieta normal anual (Fig 7), que
precipitação pluvial vai de janeiro a abril, com médias a pluviosidade decresce no sentido SW-NE. O setor sul-
mensais em torno de 280-300mm, sem que se destaque sudoeste da Folha apresenta-se com elevados índices de

356/VEGETAÇÃO
precipitação durante o ano todo - normal anual
2750mm coincidindo com a área de maior freqOência de
= mações Pioneiras e áreas de Tensão Ecológica (contato
Floresta/ Formações Pioneiras). Sob a face mais aguda do
atuação da Massa de Ar Equatorial Continental (Ec). O clima Subtermaxérico, são observadas as Florestas Densa
inverso ocorre com o setor NE, onde a pluviosidade é e Aberta, Formações Pioneiras, Savana e áreas de contato
relativamente reduzida- normal anual = 1500mm, refle- Floresta/Savana e Formação Pioneira/Savana, além de
tindo a atuação mais acentuada dos fluxos alísios de SE áreas de vegetação Secundária e Agropecuária, anterior-
dos sistemas Ea/Ta, coincidentes com o "corredor seco" mente revestidas pela Floresta Densa.
descrito por N imer (1972).
O fato de se encontrar diferentes fitofisionomias sob um
As tendências indicadas pelas isoietas normais anuais mesmo clima ou mesma fisionomia sob climas diferentes
também são expressas pelas isoietas normais mensais de não causou espécie. Meher-Homji (1963), citando Bag-
fevereiro - mês chuvoso (Fig. 8) e pelas isoietas normais nouls & Gaussen (1957), lembra muito acertadamente que
mensais de setembro, mês seco (Fig. 9) (EM/MA, 1969). o índice xerotérmico nada mais é que um elemento do
clima, indicando apenas a secura do período seco e que
numa síntese não pode ser dissociado de outros fatores.
7.4 - Bioclimas
Assim, para explicar esta aparente disparidade, recorreu-
Sob o clima desta área, classificado como sendo de dias se à variação dos gradientes litológicos, pedológicos e
curtos, quente e úmido, observou-se a ocorrência de geomorfológicos, verificando-se primeiramente que as
quatro Regiões Ecológicas: Florestas Densa e Aberta, Formações Pioneiras e as áreas de contato Floresta/
Formações Pioneiras, Savana (Cerrado) e áreas de Tensão Formações Pioneiras e Savana/ Formações Pioneiras
Ecológica (Floresta/ Savana, Floresta/ Formações Pio- revestem solos argilosos hidromórficos do Quaternário
neiras), além de extensas áreas de Agropecuária e de recente. As áreas de Savana e contato Floresta/ Savana
vegetação Secundária, resultantes da ação Antrópica. recobrem sedimentos arenosos inconsolidados do Quater-
nário. Já as Florestas Densa e Aberta, quando ocupam
Na determinação dos bioclimas, recorreu-se ao levanta- terrenos do Pré-Cambriano, revestem predominantemente
mento fisionômico-ecológico, ao estudo da circulação solos Podzólicos e quando sobre o Paleozóico e Terciário,
geral da atmosfera (descrito no item 2) e à classificação Latossolos.
bioclimática de Bagnouis & Gaussen (1957) aplicada a
normais mensais das Estações Meteorológicas de Ma- O critério adotado para se traçar a linha bioclimática que
naus, ltaquatiara, Maués, Parintins, Óbidos, ltaituba e delimita as faces do clima Subtermaxérico foi, logica-
Santarém. mente, o da própria fisionomia da vegetação. Já no caso de
se situar a área sob clima Eutermaxérico, tornou-se neces-
O método de Bagnouls & Gaussen tem por objetivo sário recorrer ao detalhe do tipo de sub-bosque apresen-
determinar o índice xerotérmico, que exprime o número de tado pela Floresta Densa, uma vez que esta em seu estrato
dias biologicamente secos no decorrer do período seco, arbóreo não apresentou diferenças significativas. No sub-
computando para este fim a temperatura, quantidade de bosque da Floresta sob clima Eutermaxérico, a regene-
chuva, umidade relativa e o número de dias de chuva, ração natural é bastante reduzida, reflexo de uma seleção
ponto de orvalho e nevoeiro. O período desfavorável é natural feita em função da drenagem incipiente, provocada
definido quando a curva ômbrica, expressa em mm, é igual pelo relevo plano, solo de textura argilosa e elevada
ou inferior ao dobro da temperatura expressa em graus precipitação.
centígrados. Através da interseção das curvas, tem-se uma
idéia aproximada da extensão e intensidade do período Já sob clima Subtermaxérico, esta Floresta apresenta um
crítico. sub-bosque fechado, rico em regeneração natural.
Seguindo-se os critérios adotados na determinação dos
bioclimas, constatou-se na área em estudo a ocorrência de Levando-se em consideração os métodos e critérios
duas regiões climáticas: Termaxérica e Xeroquimênica. adotados foi possível elaborar o mapa bioclimático
(Fig. 12) da Folha de Santarém.
O clima Termaxérico está representado pela sub-região
Eutermaxérica, indicado pela Estação de ltaquatiara

I
(Fig. 10). Este tipo climático é caracterizado por apresentar
7.5 - Bioclimas do Brasil (3.• Aproximação)
ausência de período seco e temperaturas médias mensais
acima de 20°C.
Tendo em vista a ampliação para todo o Território Na-
O clima Xeroquimênico está representado pela sub-região cional do levantamento fitogeográfico e ecológico da vege-
. Subtermaxé~ica, que tem como característica principal tação brasileira, o Projeto RADAMBRASIL propõe a Ter-
apresentar d1as curtos e secos e temperatura média do mês ceira Aproximação dos Bioclimas do Brasil, no intuito de
~a~s frio superior a 15°C. Este clima, que compreende integrar as áreas mapeadas da Amazônia e Nordeste com o
md1ces xerotérmicos de 1 a 40, apresenta nuances na restante do país (Fig. 13).
duração e intensidadEl do período desfavorável, refletidas
pelas Estaç~es ~e Manaus, Parintins, Maués e ltaituba que Os bioclimas da área mapeada e publicada pelo Projeto
apresentam md1ces de 1 a 20 e pelas Estações de Óbidos e RADAMBRASIL são representados no mapa por linhas
Santarém com índices variando de 21 a 40 (Fig. 11 ). contínuas e correlacionados com a ocorrência da vege-
tação natural.
Sob os climas Eutermaxéríco e Subtermaxérico (de 1 a 20
DBS(1), observou-se a ocorrência de Floresta Densa, For- Para a definição dos bioclimas do restante do país,
representados por linhas pontilhadas, utilizaram-se as
(1)- dias biologicamente secos. curvas ombrotérmicas das Estações Meteorológicas de

VEGETAÇÃ0/357·
MANAUS SANTARtM

"' 220
E
g 190
.16
~ 160
~
- 130

100 +--.---r-.,--,-----,---,--,----,------,---,--,-----,-----,

Nebulosidade~~··
(décimos) ·~' Jf··.~.-~
,. ·i

400
~j ~~I
400
I~ I 1:
360 360

320 320
280 280

]240 240
o
~ 200 200

1160 160

120 120

80 80

I
40 40

o o
%Pfuviométrico

Meses

Nebulosidade (décimos)

D 31-4.0 ~ 4.1-6,0 ~ 61-7.0 ~ 7,1-8.0

% Pluviométrico

o (20 o 2.0-3.9 .4.0-82 • 83-124 • > 12.4

Fig 6 - Variação Combinada das Normais Ml!nsais dos Elementos Climáticos

358/VEGETAÇÃO
Flg. 7 - lsoleta Normal Anual

Primeira Classe do Departamento Nacional de Meteoro- Vegetação - Floresta Tropical Densa


logia, da Superintendência do Desenvolvimento do Nor- Refúgios Ecológicos •
deste (SUDENE) e da Comissão Executiva do Plano de
Lavoura Cacaueira (CEPLAC), assim como o mapa de 4 - HIPOMESAXÉRICO
vegetação de Lima (1966) e as Regiões Bioclimáticas -de
Galvão (1966). Ausência de período seco - temperatura média do
mês mais frio entre 0°-1 0°C

LEGENDA 5 - SUBTERMAXÉRICO

1 - 2 meses secos

I
1 - EUTERMAXÉRICO Temperatura média do mês mais frio >15°C
Vegetação - Floresta Tropical Densa
Ausência de período seco Floresta Tropical Aberta
Temperatura média do mês mais frio > 20°C Floresta Tropical Estacionai
Vegetação - Floresta Tropical Densa Sem idecid ual
Floresta Tropical Aberta Areas de Tensão Ecológica
Formações Pioneiras Formações Pioneiras
Campo
2 - EUMESAXÉRICO
6 TERMOXEROQUIMtNICO
Ausência de período seco
Temperatura média do mês mais frio entre 1ao e 15°C Temperatura média do mês mais frio >15°C
6a - atenuado
3 - HIPOTERMAXÉRICO 3 - 4 meses secos
Vegetação - Floresta Tropical Aberta
Ausência do período seco Contato Floresta Decidual/ Savana
Temperatura média do mês mais frio entre 15° e 20°C (Cerrado)

VEGETAÇÃ0/359
Flg. 8 - lsoleta Normal Mensal de Fevereiro

Savana (Cerrado)
Campo
8 ----: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A Folha de Santarém apresenta áreas de elevada poten-
6b - médio cialidade quanto aos recursos naturais renováveis.
5 - 6 meses secos
Vegetação - Savana Estépica
Estepe (Caatinga) A inclusão de Santarém nos "corredores" de exportação,
aliada ao excelente sistema rodoviário (estadual e federal)
6c - acentuado e rios navegáveis, faz com que esta Folha seja alvo da
7 - 8 meses secos procura de estudos detalhados por parte de investidores,
desejosos de opções.

I 7 - TERMOBIXÉRICO (duas estações secas)


Temperatura média do mês mais frio> 15°C

?a - atenuado
3 - 4 meses secos
Conquanto a Usina Hidrelétrica de Curuá-Una seja de
apenas 40mW, existe uma demanda aquém da procura, o
que permite a implantação imediata de complexos madei-
reiros integrados.

7b - médio
5 - 6 meses secos
8.1 - Recursos Extrativistas
?c - acentuado
O extrativismo é presentemente uma fonte de divisas para
a área, ressaltando-se a balata, o óleo essencial de pau-
8 - HERMERIÊMICO (subdesértico quente) rosa, a sorva e a maçaranduba. Esta última espécie tem
tendência tropical - 9 a 11 meses secos boa cotação no ·mercado e sua exploração para a produção
de látex redunda na perda da madeira. Surge então a
9 - ERÊMICO (desértico quente) necessidade de se controlar esta atividade para que este
pluviosidade inferior a 2 x temperatura recurso não seja desperdiçado.

360/VEGETAÇÃO
Flg. 9 - lsoleta Normal Mensal de Setembro

Quanto à proaução de linalol (óleo essencial de pau-rosa),


já se iniciou o reflorestamento, tendo em vista que as
ltaquatiara-AM 340
maiores concentrações de linalol acham-se contidas nas
03° OS"S/58° 25WGr
Período-1934/1974 320 folhas e nos pequenos galhos, havendo a possibilidade de
Eutermaxérico se manter uma exploração racional, com utilização apenas
Temp média:.més +frio, 20• C
Prec. anual-2222mm 280
destas partes do sistema aéreo.
Alt-18m

240 A SUDAM iniciou a implantação de uma pesquisa em


Curuá-Una, visando achar qual o melhor sistema de ma-

I
200
nejo desta espécie para a produção de óleo essencial.

160 Algumas espécies produtoras de látex têm aqui ocorrência


expressiva, podendo-se citar, entre outras, a Hevea brasi-
120 /iensis, H. benthamiana, H. panciflora. Acredita-se que,
dentro de um adequado sistema de manejo, se possa
aumentar a produção de látex.
80
'C
30
20 40 8.2 - Recursos Madeireiros
10
Com um grande potencial de madeira e razoável infra-
JASONDJFIAIJ estrutura, a área apresenta-se adequada a um desenvol-
vimento a médio prazo. A implantação dos Pólos Tapajós e
Flg. 10 - Curva Ombrotérmlca de Bagnouls & Gaussen - IIRquatlara Trombetas resultará no carreamento de insumos para a
área.

VEGETAÇÃ0/361
mm
480

400

mm
360 Maués-AM
os•12· S/57• 41' WGr
Período -1928/1941
320 Subtermaxérico 320
Temp média mês + frio > 20° C
Parintins-AM Prec. anual-2815mm
02° S8' S/56° 44' WGr 280 Alt-S4m 280
Perfodo-19S1/1970
Subtermaxérico
Temp média mensal > 20° C 240 240
Mana us-AM Prec. anual - 22S4 mm
os• 08' S/60• 01 WGr Alt-29m
Período -1910/1970 200 200
Subtermaxérico
Temp média més +frio > 20° c
Prec anual-2068mm
160 160
Alt-59m

120 120

100

80 80
'C •c •c
30 t--:'V7Z11--------..J-60 30r-~~~---------~ 30
20 20 40 2o+-------'--------J4o
10 20 10 20 W H

JASONDJFMAMJ JASONDJFMAM JASONDJFMAMJ

mm
380 mm
360

340
mm
320 320
Santarém-PA 300
02° 25' S/54° 42 WGr Óbidos-PA
280 Período-19S1/1970 01• 55' S/55° S5' WGr 280
Subtermaxérico Período -1929/1956
ltaituba-PA 260 Subtermaxérico
Temp média mês+ frio> 20° C
04° 10' S/55° S5' WGr Temp média mês+ frio> 15° C
240 Prec. anual-2091 mm 240
Período -1928/1974 Prec anual-1888mm
Alt-20m
Subtermaxérico 220
Temp média més + frio > 15° C
Prec anual-1841mm 200 200
Alt-45m 180

160 160

140

I 'C
30flv;W7.1-----------I
20
120

80
'C

30 r-~~t-----------~
100

60
•c
30
20
120

80

40
40 20
lO lO 20 10

JASONDJFMAMJ JASONDJFMAMJ JASONDJFMAMJ

Fig 11 - Curvas Ombrotérmicas de Bagnouls & Gaussen

362/VEGETAÇÃO
EUTERMAX~RICO . , . . . . . SUBTERMAX~RIC0-1-20 DBS* SUBTERMAXÉRIC0-21-40 O B S
rsJSl
Floresta Densa. Formações
Pioneiras Aluviais Áreas de
Tensão Ecológica D Floresta Densa.Formações
Pioneiras Aluviais. Áreas de
Tensão Ecológica ~
Floresta Densa.Fioresta Aberta.Savana.
Áreas de Tensão Eçológica. Formações
Pioneiras Aluviais. Areas Antrópicas

• - Estação Meteorológica

* - O B S -Dias Biologicamente Secos


Flg. 12 - Mapa Blocllmátlco

8.2.1 - Acessibilidade com capacidade de movimentar até 200 mil tlano de


carga, influindo numa área de 250 mil km2.
Quanto à acessibilidade, os rios Amazonas, Tapajós, e
parte dos rios Nhamundá, Trombetas, Maicuru e Paru de Com este quadro pode se antever o rápido desenvolvimen-

I
Oeste ou Cuminá apresentam-se como vias de acesso e to desta área, rica em recursos naturais renováveis.
escoamento da produção.
8.2.2 - Explotabilidade
De Cachoeira Porteira, no Trombetas, segue uma estrada
para a Perimetral Norte que torna mais acessível a área de A delimitação dos ambientes obe~eceu, entre outro~ gra-
relevo movimentado. É de se esperar que num futuro dientes ecológicos, ao morfológico, sendo poss1vel a
próximo suriam outras estradas vicinais. A Santarém/ separação do relevo em classes. de dificuldade para e~plc:>­
Cuiabá, Santarém/Curuá-Una, Manauslltaquatiara e Porto tação da madeira. Com o intu1to de_ fornecer uma 1dé1a
Velho/ Manaus completam o sistema rodoviário disponível, quanto às possibilidades de extraçao e transporte de
contando com a BR-254, ligando Faro a Alenquer com um madeira, adotou-se como parâmetro de classificação a
ramal para Obidos, ainda em fase de implantação. declividade, sendo que outros parâmetros como solo,
produtividade e clima podem ser encontrados no corpo do
A área conta com dois aeroportos modernos e seis com presente relatório.
razoável infra-estrutura, possibilitando rápido acesso.

Incluído no programa federal dos corredores de exporta- Tendo em vista o nível regional do levantamento, áreas
ção, a área conta atualmente com o porto de Santarém, com 0-15% de declive foram consideradas planas ou ondu-

VEGETAÇÃ0/363
-
'- '-..-' _/'"'-- {;
6a
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I ' 5

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I
I
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l

o 500 1000 km

1-Eutermaxérico
2-Eumesaxérico
3-Hipotermaxérico
4-Hipomesaxérico
5-Subtermaxérico
6-Termoxeroquimênico
6a-Atenuado
6b-Médio
Se-Acentuado
7-Termobixérico
8-Hemeriêmico
9-Erêmico

I Flg. 13 - Blocllmas do Brasil - 3 • Aproximação

ladas e classificadas como fácil; a classe 16-25%. foi deno- (Tabela IX) e, tendo em vista que o mapa base situa os rios
minada regular por necessitar de maior infra-estrutura; a e estradas (implantadas e em implantação), será fácil
classe 26-45% foi aceita como difícil por necessitar uma localizar as áreas mais promissoras
tecnologia de explotação bastante avançada; as áreas de
dificílimo acesso ficaram na classe > 45% e incluem as
áreas que, por força de dispositivo legal, deverão perma- Com relação aos rios e estradas, as melhores áreas para
necer com cobertura arbórea existente ou obedecer a pla- explotação são: Sub-Região dos Terraços da Amazônia,
nos de manejo especiais. Sub-Região dos Altos Platôs dos Rios Xingu/Tapajós,
Sub-Região dos Baixos Platôs da Amazônia e Sub-Região
Seguindo os critérios estabelecidos, elaborou-se, para da Superfície Dissecada do Complexo Guianense, próxima
as áreas inventariadas, um quadro de explotabilidade ao rio Trombetas.

364/ VEGETAÇÃO
TABELA IX
Condições de Explotabllldade

EM KM2
SUB·REGIOES
Fácil Regular Difícil Dificílimo Total

Sub-Região dos Terraços da Amazônia 5 410 270 - - 5 680


Sub-Região dos lnterflúvlos Tabulares do
Planalto Dissecado Norte da Amazônia 560 6.7_20 14 660 950 22.890
Sub-Região da Superfície Dissecada do
Complexo Guianense 15.710 19.670 20.230 - 55.610
Sub-Região Residual Paleozóica do
Norte do Rio Amazonas 1.360 6 890 3 540 1.260 13 050
Sub-Região dos Altos Platôs dos Rios
Xingu/Tapajós 5 490 450 4110 - 10 050

Sub-Região dos Baixos Platôs da


Amazônia 46.430 27 570 33.370 - 107 370

ÁREAS DE TENSÃO ECOLOGICA 4 470 2 050 490 1 990 9 000


(FLORESTA/SAVANA)

TOTAL 79 430 63 620 76 400 4200 227 650

8.2.3 - Complexos Industriais Integrados 8.2.4 - Potencial Econômico

Tendo em vista a heterogeneidade das florestas tropicais Com base em uma _pesquisa de mercado efetuada pelo
quanto ao número de espécies e visando um aproveitamen- Projeto RADAMBRASIL (dezembro, 1975) sobre os preços
to global dos recursos naturais, se faz necessária a implan- FOB de madeira em tora, e também sobre a comercializa-
tação de complexos industriais integrados. ção, foi elaborada uma tabela de potencial econômico
(Tabela XI), por sub-região, visando uma análise global da
área em estudo.
A implantação por etapas dos complexos integrados deve
iniciar-se com uma serraria, seguindo-se uma fábrica de Levando-se em consideração que há possibilidade de
laminados e/ou compensados e, dependendo de prévio expansão do mercado de celulose e tendo em vista o
estudo de viabilidade econômica, poder-se-ia implantar trabalho realizado sob os auspJcios da SUDAM (1972),
uma fábrica de polpa, utilizando as madeiras que se onde se lê na página 53 que: "a produção econômica de
prestam para a consecução de tal objetivo. Na tabela do celulose a partir das madeiras amazônicas não é mais
Anexo (Análise Estatistica dos Dados) se fornece uma apenas uma questão teórica, mas já uma certeza decorren-
lista das espécies segundo a comercialização e utilização te dos resultados das diversas experimentações realiza-
conhecidas. das", elaborou-se uma estimativa do potencial de celulose
por sub-região.
Levando-se em consideração a relação das espécies por
classes de uso, elaborou-se a tabela de utilização florestal Com o intuito de refinar os cálculos, deduziram-se 30% do
(Tabela X). Na Tabela, os valores em m3tha de madeiras volume bruto para a explotação da madeira para serraria,
para polpa devem ser acrescidos de 15% para cobrir os devido a rachaduras, podridões e outros defeitos passíveis
indivíduos das classes de diâmetro inferior a 30cm DAP. de serem encontrados e acrescentaram-se 15% para a
Também se deve considerar uma perda de cerca de 30% utilização das espécies de diâmetro inferior a 30 em DAP,
para o cálculo do volume bruto explorado referente a para produção de celulose.
podridão, rachadura e diversos defeitos segundo infor-
mação do técnico Francisco Lima Toledo, do Serviço de Ainda com o objetivo de se estimar o potencial de celulo-
Exploração Florestal da SUDAM. Esses trabalhos de explo- se, foi considerado o peso médio especifico de 0,8 t/ m3 de
tação foram desenvolvidos em Curuá-Una, na Sub-Região madeira verde no pátio de estocagem e 1/3 a relação de
dos Altos Platôs dos Rios Xingu/Tapajós. transformação da matéria-prima em celulose.
Os cálculos apresentam apenas uma estimativa do poten-
cial madeireiro, observando-se coeficientes para se con-
Pela análise da tabela apresentada, conclui-se que a me- cluir que existe um potencial na presente Folha de 1,4
lhor área para implantação de complexos industriais é a bilhão de m3 de madeira comerciável, em toras, num valor
da Sub-Região dos Altos Platôs dos Rios Xingu/Tapajós, aproximado de 27 bilhões de dólares.
seguindo-se a Sub-Região dos lnterflúvios Tabulares do
Planaldo Dissecado Norte da Amazônia, a qual, contudo, Para a celulose conclui-se existir em torno de 206 milhões
apresenta problemas de acessibilidade. de toneladas de celulose.

VEGETAÇÃ0/365
TABELA X
Utilização Florestal

Volume de SERRARIA Celulose, Lamlnado, Uso


REGIÃO SUB-REGIÃO madeira polpa laqueado e desconhecido
em pé Exportação Comércio p/papel (1) compensado (2)
interno

Dos Terraços da 38,33. 4,72 24,14 8,98 2,43 2,46


Amazônia 132,16 .. 33,08 76,06 29,05 28,11 23,02

lnterfluvios Tabulares do
Planalto Dissecado Norte 109,36 31,65 60,90 42,83 44,64 16,81
da Amazônia
FLORESTA
Superfície Dissecada do
Complexo Guianense 120,59 28,20 67,67 37,17 25,31 24,72

Residual Paleozóica do
Norte do Rio Amazonas 99,86 23,39 61,68 41,37 16,34 14,78

Altos Platôs dos


DENSA Rios Xingu /Tapajós 204,19 60,95 116,05 70,05 70,12 27,20

Baixos Platôs da
Amazônia 106,12 18,60 64,64 30,15 21 ,47 22,88

Área de Tensão Ecológica


(Florestal Savana) 101.43 26,82 51,74 28,49 33,81 22,86

- Os numeras exprimem m3/ha

• Ecossistema dos Terraços Antigos (rios Uatumã/ Jatapu)


• • Ecossistema dos Terraços Recentes (outros tributários do Amazonas)
(1) Deve-se acrescentar 15% sobre o valor, de modo a incluir as classes de DAP inferior a 30cm
(2) Foram consideradas apenas as classes de DAP superior a SOem

8.3 - Recomendações ração e plantios de enriquecimento, nas áreas onde um


inventário diagnóstico indicasse um baixo índice de rege-
a) Manejo das Áreas Florestadas neração natural.

Deverão ser observados os princípios conservacionistas Nas áreas onde o regime de industrialização indicasse
tendo em vista a relativa pobreza dos solos e a facilidade cortes rasos, ou talvez a implantação de complexos indus-
de erosão dos mesmos. triais, estes não deveriam ultrapassar 1.000ha contíguos.

A presente Folha é, talvez, uma das mais bem estudadas


até agora e possui a Estação Experimental de Curuá-Una b) Ocupação Agroflorestal
da SUDAM e as Bases Físicas de Belterra Fordlândia
Daniel de Carvalho e a Estação de Pesquisas 'Florestais d~ A agropecuária deveria, de preferência, ser implantada nos
Ta~ajós, com e~perimentos silviculturais. Já se chegou a campos naturais e cerrados, onde já tradicionalmente se
mu!tas conclusoes com respeito a manejo da floresta procede a criação de gado.
nat1va da área, principalmente em relação à dos platôs
terciários. As áreas florestadas que apresentam melhor fertilidade,
cujo declive não comprometesse os solos, deveriam ser
As espécies montanhosas e de cristas e coliroas deverão substituídas por culturas de ciclos médio e longo, mais
permanecer com suas aberturas originais ou obedecer a rentáveis.
P!anos de manejo específico, devido a seus frágeis ecos-
SIStemas. c) Planície Aluvial lnundável

Sendo anualmente fertilizadas naturalmente, estas áreas


De um modo geral a exploração florestal deveria basear-se se prestam para a criação de gado e culturas de juta, malva
em tratamentos pré-exploratórios para indução da regene- e arroz, além de outras de ciclo curto.

366/VEGETAÇÃO
TABELA XI
Potencial Econômico

VOLUMES EM m3/HA E VALORES EM US$

Volume Volume total Valor total Tonelagem de


Comércio Válor Comércio Valor Comerclável Valor comerclável em elulosea 10%
Sub-Região
Externo Interno Total em1.ooom3 1.000.000 US$ de unidade

Terraços da 4,36 97,66 16 90 308,26 21,26 405,92 8 525 163 960 261
Amazônia 23,16 518,78 53,24 971,10 76,40 1 489,66 12 759 249 1 293 693

lnterfluvios Tabulares do
Planalto Dissecado Norte 22,16 496,38 42,63 777,57 64,79 1 273,95 142149 2 795 25 058 405
da Amazônia

Superfície Dissecada do
Complexo Guianense 19,74 442,18 47,37 864,03 67,11 1 306,21 373 199 7 264 55120 632

Residual Paleozóica do
Norte do Rio Amazonas 16,37 366,69 43,18 787,60 59,55 1 154,29 70 209 1 361 13 006 728

Altos Platôs dos


Rios Xingu/Tapajós 42,67 955,81 81,24 1 481,82 123,91 2 437,63 124 530 2 450 18 773 400

Baixos Platôs da
Amazônia 13,02 291,65 45,25 825,36 58,27 1 117,01 625 645 11 993 86 325 480

Areas de Tensão
Ecológica 18,77 420,45 36,22 660,65 54,99 1 081,10 38 548 758 5 325 731

To ta I 1 395 584 27 033 205 664 330

Deveria dar-se prioridade de pesquisa quanto à melhor 5 - As plantas lenhosas dos campos cerrado•,
utilização destas áreas que têm significado socioeconô- como flora adaptada às deficiências minerais do
mico e representam um percentual considerável na presen- solo In: SIMPÓSIO SOBRE O CERRADO, São
te Folha. Paulo, 1962 São Paulo, E. Blucher I Ed. Univ.
São Pau lo, 1963. p. 285-303.
ba mesma forma se deveria conduzir estudos visando o
conheciménto de sua fauna, uma das mais diversificadas 6 - ARENS, K.; FERRI, M.G.; COUTINHO, L.M. Papel
da Amazônia.
do fator nutricional na economia d'água de plan-
tas do cerrado. R Biol., Lisboa, 1:313-324, 1958.

9 - BIBLIOGRAFIA 7 - BAGNOULS, F. & GAUSSEN, F. Les climats biolo-


giques et leu r classification Annu. Geogr.,

1 - ALGUMAS informações úteis sobre madeiras ama-


zônicas. SUDAN Documenta, Belém, 3(1/4): 135-
178, out. 1971/set. 1972.
8 -
66(355): 193-220,1957.

BLACK G.A Os capins aquáticos da Amazônia.


8. réc. lnst. AgronÔmico Norte, Belém, 19:53-94,
maio, 1950.
I
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ecological factor in the central plateau of Brazil. Meteorologia. Atlas climatológico do Brasil. Rio
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3 - ARENS, K. O cerrado como vegetação oligotrófica. 10 - ____. Normais climatológicas (Acre, Ama-
B. Fac. Fi/. Ci. Letr., São Paulo, Bot., 224(15): zonas, Pará, Maranhão). Rio de Janeiro,
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4 - - - - - · Considerações sobre as causas do xero- 11 - BRASIL. Superintendência de Desenvolvimento da


morfismo foliar. 8. Fac. Fi/. Ci. Letr., São Paulo, Amazônia. Levantamentos florestais realizados
Bot., 224(15):25-56, 1958b. pela Missão FAO na Amazônia 195611961. Trad.

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368/VEGETAÇÃO
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41 - SAMPAIO, A.J. de. Flora do rio Cuminá (Estado do 10 - APÊNDICE I


Pará-Brasil). Cyperaceas, Malpighiaceas e Legu-
minosas. Arch. Mus Nac., Aio de Janeiro 1O 1 - Experimentação Florestal e Ensaios Tecnológicos
34:49-109, 1932. de Madeiras Tropicais

42 - ____ . ___ . Resultados botânicos da Expedi- Na área da Folha SA.21-Santarém, encontram-se três
ção Rondon à Serra Tumuc-Humac em 1928. Centros de Experimentação Florestal
Arch. Mus. Nac , Rio de Janeiro, 35:9-206, 1933.
O primeiro é o Centro de Tecnologia Madeireira (CTM),
____ . Fitogeografia do Brasil São Paulo, Ed. com sede em Santarém e com duas Reservas Florestais:
43 - uma, a montante da foz do rio Curuá-Una por via fluvial,
Nacional, 1945. 372p. (Biblioteca Pedagóg1ca
aproximadamente a 115km da sede (Reserva Florestal de
Brasileira, Sér 5: Brasiliana, 35).
Curuá-Una); e, a outra, no km 62 da Rodovia PA-03 que dá
acesso á Hidrelétrica de Curuá-Una (Reserva Florestal do
44 - SCHAÓEDER, R. Distribuição e curso anual das
Palhão)
precipitações no Estado de São Paulo Bragantia,
Campinas, 15(18):193-249, ago. 1956 Estes centros são remanescentes das atividades da missão
FAO, da década de 50, hoje mantidos pela SUDAM.
45 - SERRA, A. & RATISBONNA, L. As massas de ar da
América do Sul Rio de Janeiro, Serviço de Me- O Nucleo de Pesquisas e Treinamento em Indústria Ma-
teoroloia, 1942. 48p. deireira tem como finalidade promover:

46 - SIOLI, H. As águas da região do rio Negro. B. Téc. a) Cursos para especialização de operários em técnicas
lnst. Agronômico Norte, Belém, 32:117-155, modernas de transformação da madeira.
1962.
b) Ensaios sistemáticos de serração, secagem e classi-
47 __:. SORRE, M. Les fondements de la geographie hu- ficação das diversas espécies florestais nativas e conse-
maine; les fondements biologiques 3. ed Paris, qüentes estudos de rendimento, características físico-
Lib. A. Colin, 1951 v.1. mecânicas, aplicações e usos

48 SPRUCE, R. Notes of a botanist on the amazon and O Núcleo de Operação Florestal atua nas duas Reservas
Andes London, Wallaçe 1908. v 1. Florestais e procura desenvolver técnicas modernas de
exploração mecanizada e de manejo da floresta nativa. Ele
49 - TEAEZO, E.F. de M. et alii. As regiões fitoecológi- é organicamente constituído por duas seções. A Seção de
cas, sua natureza e seus recursos econômicos.
Estudos fitogeográficos. In: BR.A:SIL. Departa-
mento Nacional da Produção Mineral. Projeto
RADAM. Folha 58.21- Tapajós. Rio de Janeiro,
1975. (Levantamento de Recursos Naturais, 7).
Explotação Florestal tem o encargo de promover estudos
de técnicas mecanizadas de abate e extração de madeira,
adaptadas às peculiaridades da área e tem vistas ao
manejo futuro na condução de povoamentos florestais
mais uniformes. A Seção de Silvicultura Tropical desen-
I
volve estudos para o estabelecimento de métodos racio-
50 - VELOSO, H.P. et alii. As regiões fitoecológicas, nais de reflorestamento, através da fenologia das espécies
sua natureza e seus recursos econômicos. l:;stu- nativas, técnicas de viveiro na seleção de sementes (seca-
do fitogeográfico de parte das Folhas SC.23-Rio gem, conservação, escarificação e germinação) e na
São Franeisco e SC.24-Aracaju. In: BRASIL. produção de mudas de espécies regionais e exóticas; e no
Departamento Nacional da Produção Mineral. estudo das técnicas de plantio, visando, particularmente,
Projeto RADAM. Parte das Folhas SC.23-Rio São povoamentos com espécies de uso geral e crescimento
Francisco e SC.24-Aracaju. Rio de Janeiro, 1973. rápido.
(Levantamento de Rec~,~rsos Naturais, 1).
Quase uma centena de espécies nativas foram utilizadas
51 - - - - - · As regiões fltoecológicas, sua natureza e nos ensaios de secagem, imunização, durabilidade natural
seus recursos econômicos. Estudo fitogeográ- e testes de características físicas e mecânicas (peso espe-

VEGETAÇÃOI369
cífico, compressão axial, módulo de elasticidade à flexão, entre as nativas, as seguintes: mogno (Swietenia macro-
choque, dureza janka, etc ); destes dois últimos foram phylla Kíng), cedro (Cedrela odorata L.), castanha-do-pará
publicados os resultados de ensaios de 31 espécies (Bertholletia excelsa H.B.K.), ucuubas (Viro/a spp), andiro-
ba (Garapa guianensis Aubl.), pau-amarelo (Euxylophora
paraensis Hub), morototó (Didymopanax morototoni Aubl),
O comportamento das espécies nativas, quanto ao uso em
quaruba-verdadeira (Vochysia maxima Ducke), cajuaçu
contato direto com o solo (para os casos de dormentes,
(Anacardium giganteum Engl), sumaúma (Ceiba pentandra
postes, estacas para cercas, esteios, etc.), foi objeto de
L. Gaertn), pau-rosa (Aniba duckei Kosterm.), cuiarana
estudo Em 1964, o CTM conseguiu alguns resultados so-
(Termina/ia amazonica (Gmell) exell), marupá (Simaruba
bre a durabilidade natural de várias espécies, quando colo-
·dmara Aubl), cupiúba (Goupia glabra Aubl) e araracanga
cadas em contacto com o solo. O critério utilizado foi o de
(Aspidosperma album (Vahl) R Ben) Entres ás exóticas
considerar o limite de tempo com a madeira perfeita, até o
destacam-se várias espécies de Euca/yptus, taca-da-índia
aparecimento de ataque de fungos, causando "podridão".
(Tectona grandis), Cordia alliodora, cadam (Anthocephalus
Algumas das madeiras que apresentaram durabilidade
cadamba), Octome/es sumatrana, Termina/ia ivorensis,
natural menor ou igual a um ano foram: ucuuba (Viro/a sp),
Termina/ia superba, Gmelia arborea, Pinus caríbaea, var.
parapará (Jacaranda copaia Aubl), morototó (Didymopanax.
hondurensis e Pinus oocarpa.
rriorototoni Aubl), muiratinga (cf Maquira sclerophyl/a
(Ducke) C C Berg), marupá (Simaruba amara Aubl), su-
maúma (Ceiba pentandra L Gaerth) e tauri (Couratari sp). Dos estudos e ensaios realizados ou em execução no CTM
Durabilidade natural moderada (dois a cinco anos): quaru- da SUDAM, obtém-se um acervo bastante significativo de
bas (Vochysia spp), louro-inhamuí (cf. Ocotea barcellen- informações, que será de grande valia para o planejamento
sis, Mez), mandioqueiras (Qua/ea spp), anani (Symphonia básico de indústrias florestais locais (Fonte: Departamen-
globulifera L ), açacu (Hura creptans L ), freijó (Cordia to de Recursos Naturais - DR - SUDAM - BELÉM I PA)
goeldiana Huber) Durabilidade natural boa (cinco a dez
anos) pracuuba (cf. Mora paraensis, Ducke), angelim-pe- O segundo Centro de Experimentação está subordinado à
dra (Dinizia excelsa Ducke}, araracanga (Aspidosperma Diretoria Estadual do Ministério da Agricultura (DEMA) e é
album (Vahl) R Ben), tatajuba (Bagassa guianensis, constituído por três bases
Aubl), sucupira (Bowdichia sp), guariúba (Ciarisia racemo-
sa R. E.Fr.) e pau-roxo (Pe/togyne sp) Durabilidade natural A base física de Belterra (281.500ha), localizada no municí-
excelente (mais de dez anos): maçaranduba (Manilkara pio de Santarém, Folha SA 21-Z-B, a montante da foz do
huberi (Ducke) Standl), preciosa (Aníba canelilla (H .B. K ), rio Tapajós, margem direita, distante da sede do município
Mez), acapu (Vouacapoua americana Aubl), jarana (Esch- 56km aproximadamente, está interligada ao Sistema Rodo-
weilera jarana Ducke), cumaru (Coumarouma odorata viário Nacional pela Rodovia BR-165 (Santarém I Cuiabá).
Aubl), pau-d'arco (Tabebuia serratifolía (Vahl) Nicholson) e
A base física de Fordlândia (718 500ha) está localizada na
piquiá (Caryocar vi/losum Aubl) Folha SA 21-Z-D, na margem direita e 133km a montante
de Belterra, no rio Tapajós, com via de acesso exclusi-
Por informação, sabe-se que um outro grupo de espécies
vamente fluvial
encontra-se presentemente em estudo, com ensaios de
durabilidade natural, na forma de esteios, com repetições
em três ambientes ecológicos distintos, objetivando sele- A base física de Daniel de Carvalho (40 OOOha) está locali-
cionar espécies nativas com capacidade de uso como zada na Folha SA-21-Z-D, também no rio Tapajós, margem
postes e esteios para fundações. Nestes ensaios, as esquerda, em frente à cidade de Aveiro
abioranas (Pouteria spp) e os matamatás (Eschweilera spp
e Cariniana spp) entraram com prioridade, em virtude da As atividades principais destas Bases Físicas são o cultivo
forma de seus fustes, dureza e uso ainda restrito e experimentação da seringueira e a pecuária

Um estudo que também merece destaque é o da produção O rendimento da exploração do látex tem decrescido nos
de celulose como matéria-prima regional De 50 espécies últimos anos Entre as causas limitantes da produção
nativas pré-selecionadas pelo CTM, 11 foram esco'hiuas estão a idade dos seringais (em média 30 anos) e a
para produção em escala industrial, após testes de labora- incidência do fungo que causa a "queimada das folhas".
tório, executados sob os auspícios da SUDAM (Tabela XII) As quadras improdutivas estão sendo reaproveitadas, seja
(algumas informações úteis sobre madeiras amazônicas, pela substituição do seringal por pastagens ou pelo replan-
1971/72) tio da Hevea

O teste industrial foi procedido na Fábrica de Celulose S Os seringais destas bases físicas são considerados como
Simão, em Jacareí/São Paulo. Partindo de 222,890kg de a única escola de heveicultura do País. A experiência
madeira das 11 espécies selecionadas e extraídas da herdada da antiga Companhia Ford e a continuidade das
Sub-Região dos Baixos Platôs da Amazônia, próximo à pesquisas em convênio com o Instituto de Pesquisas
Santarém, produziram-se pelo processo sulfato, 106,730kg Agropecuárias do Norte- IPEAN, hoje Empresa Brasileira
de celulose, com um rendimento de 47,8%. de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA), não deixam dú-
vida quanto à importância dos trabalhos de experimenta-
Segundo a firma que realizou os estudos para a SUDAM (A ção com Hevea. Po!)suem um viveiro com capacidade para
Araujo S/ A Engenharia e Montagens), a qualidade dos 4.000 000 de "cavalos de seringueiras", com 64ha, bem
papéis produzidos com esta celulose é idêntica à da bétula como um "jardim clonal" com 70 000 matrizes em forma-
e bem próxima à do eucalipto. ção, apto a produzir até 600.000 cavalos enxertados de
seringueiras.
Continuam em andamento os estudos silviculturaís tam-
bém de quase uma centena de espécies, destacando-se, Por outro lado, continua um programa de cruzamento de

370/VEGETAÇÃO
TABELA XII
Resultado dos Testes Efetuados com Madeiras da Amazônia

CLASSIFICAÇAO COZIMENTO RESISTl:NCIA A 45° S.R. COMP. DA FIBRA OBS.

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1 Guariuba 0,61 44,26 3,05 1,76 27,0 18,30 45 6.350 56,50 97,00 1,029 0,0164 dura
2 Mand Aspera 0,75 41,56 0,21 1,60 28,5 18,36 40 5100 88,50 81,00 1,254 0,0191 dura
3 Maçaranduba 0,89 36,30 0,23 4,96 19,5 17,00 39 5200 36,30 79,00 1,084 0,0159 dura
4 Amapà-doce 0,52 45,98 0,90 4,64 29,5 17,50 60 7 850 71,00 96,00 1,026 0,0206 normal
5 Fava Bolota 0,42 51,28 0,00 0,48 34,5 18,80 36 6 800 54,00 100,00 1,209 0,0218 normal
6 Ouarubarana 0,48 47,10 0,03 2,08 40,0 18,20 29 5150 44,50 92,00 1,268 0,0190 normal
1 Fava f L fina 0,71 50,13 0,28 4,32 34,0 17,30 60 6 250 43,80 104,60 1,022 0,0188 M Dura
8 Uxl 0,76 43,08 0,35 1,76 26,0 18,30 44 4 470 40,00_ 94,50 1,707 0,0206 dura
9 Quaruba rosa 0,61 45,47 0,93 0,64 26,5 18,80 33 6 550 60,50 109,00 1,078 0,0200 normal
10 Serlng~ltaúba 0,58 49,58 0,07 2,08 20,5 18,20 47 7 700 63,80 86,00 1,164 0,0213 normal
11 Mulraúba (f v ) 0,85 44,74 0,59 3,52 23,5 17,60 35 4 250 34,30 77,00 0,819 0,0177 M Dura
12 Breu sucuruba 0,44 48,23 0,00 1,60 15,0 18,35 60 5 700 48,50 77,80 1,099 0,0188 normal
13 Uxlrana 0,85 47,30 0,29 3,68 19,5 17,60 60 4 700 24,80 79,00 1,440 0,0208 dura
14 Maparajuba 0,84 40,53 0,86 3,52 17,5 17,60 34 3 620 25.50 86,00 1,229 0,0180 M. Dura
15 Castanheira 0,65 43,48 0,18 2,68 26,0 17,90 44 5 000 33,50 70,00 1 481 0,0206 normal
16 Muiraúba (f a ) 0,71 40,75 1,12 3,84 55,0 17,60 20 2 850 16,70 48,00 0,737 0,0177 normal
17 Cupluba 0,70 44,04 0,06 4,00 22,5 17,40 48 4 400 35,00 154,00 1,790 0,0279 normal
18 Mand escamosa 0,57 45,23 0,46 0,96 19,0 17,60 43 6 250 57,00 120,20 1,036 0,0186 normal
19 Caju-Açu 0,39 54,67 0,11 0,80 19,0 18,70 48 5200 42,00 104,00 0,875 0,0191 mole
20 Angellm Pedra 0,81 42,91 0,46 2,24 22,5 18,10 53 6 920 49,20 102,00 0,998 0,0171 dura
21 Pau Jacaré 0,68 49,13 0,12 6,56 19,5 16,30 29 2 770 12,40 70,00 1,795 0,0354 mole
22 Fava bolacha 0,73 46,35 0,72 1,60 44,0 18,40 35 2 600 14,80 40,00 1,435 0,0208 dura
23 Louro amarelo 0,71 45,77 0,02 3,20 46,5 17,70 58 4700 39,50 103,40 0,969 0,0183 dura
24 Quaruba verde 0,55 39,36 2,28 1,28 33,0 18,50 37 6 830 70,00 124,00 1,259 0,0192 normal
25 earaipé branco 0,84 46,60 0,24 5,12 74,0 16,90 42 4 250 26,70 91,00 1,396 0,0200 M Dura
26 Louro canela 0,61 52,30 0,14 2,40 42,0 18,00 47 6 550 47,00 100,00 1,203 0,0204 normal
27 Pau branco 0,74 43,57 0,17 6,56 21,5 16,30 47 3700 16,70 110,80 1,831 0,0268 dura
28 ltaúba 0,72 50,52 0,14 3,32 30,0 17,90 33 4100 23,50 95,00 1,370 0,0204 normal
29 Matamatà-ci 0,"81 51,45 0,72 6,72 55,0 16,20 41 3700 25,50 69,50 1,114 0,0173 M Dura
30 Taxi pitomba 0,71 50,12 0,06 3,04 25,0 17,90 70 6 900 65,00 115,50 0,869 0,0144 dura
31 Breu preto 0,76 47,94 0,00 2,24 19,0 18,10 39 6 450 64,50 146,00 0,837 0,0149 dura
32 Envlra branca 0,52 51,40 0,04 2,72 31,0 17,90 36 3 880 28,00 59,00 1,098 0,0206 normal
33 Ananl 0,58 51,35 0,46 1,12 26,5 18,50 31 5 450 47,50 106,00 1,745 O,ú208 normal
34 Abloranac g 0,81 39,85 1,40 1,76 21,0 18,30 47 5 250 50,50 106,00 1,443 0,0194 normal
35 Mulratlnga 0,58 46,34 0,00 4,48 37 o 17,20 53 6 220 31,00 114,00 1,072 0,0164 normal
36 Breu manga 0,68 41,82 1,25 2,88 22,5 17,80 48 4 020 48,50 96,60 0,865 0,0163 dura
37 lmbaubatinga 0,27 53,20 0,00 0,00 18,5 19,00 47 6 970 57,00 90,50 1,306 0,0321 normal
38 Paraparà 0,32 50,28 0,04 5,54 31,0 16 80 57 5350 39,20 86,00 0,960 0,0336 normal
39 Fava-arara-tu 0,44 53,58 0,09 0,96 26,5 18 60 47 6 020 57 50 68,00 1,244 0,0223 normal
40 Macaco escorrego 0,54 46,67 0,00 4,16 24 o 17,30 26 3 550 24,50 93,00 1,738 0,0358 normal
41 Freljó branco 0,47 53,93 0,13 4,32 21 ,O 17 20 33 4 950 30,20 68,00 1,286 0,0188 mole
42 Ucuuba 0,52 49,29 0,70 1,76 26,5 18 30 30 6800 57,50 94,00 1,279 0,0196 normal
43 Bacablnha quina 0,63 44,00 0,36 1 ,44 42,0 18,40 42 3 300 21,00 107,00 1,678 0,0205 normal
44 Marupà 0,43 43,60 0,00 2,24 25,0 18,10 45 5 550 54,00 86,50 0,978 0,0160 normal
45 Ablorana car 0,45 46,14 0,08 0,64 26,5 18,70 41 6150 46,00 89,00 1 155 0,0174 normal
46 FAV-PA: 0,47 44,07 0,90 3,36 32,0 17,20 72 6100 47,50 81,00 1,242 0,0178 normal
47 Ablorana car 0,81 47,90 0,42 4,32 54,0 17,60 48 4 050 28,50 91,50 1,077 0,0176 normal
48 Tavari 0,56 51,02 0,00 6,72 40,0 16,30 44 3800 14,50 102,50 1,375 0,0192 normal

I
49 Aço .. 0,59 43,75 0,77 2,24 28,0 18,20 36 5 000 39,00 88,50 1,339 0,0180 normal
50 Mand escamosa 0,52 43,64 0,55 1,28 30,0 18 50 39 6 000 52,00 142,00 1,128 0,0180 normal

( • ) - Sigla madeira. Provavelmente MARUPA; caractensticas semelhantes quanto ao rendimento e resistência.


( •• I - Sigla madeira. Não foi possível a Identificação

OBSERVAÇOES GERAIS:

1 - A densidade da madeira relere-se a madeira Isenta de "umidade


2 - Rendimento = "'o posta depurada sobre madeira seca
3 - Rejeito = "'o sobre madeira seca
4 - O álcali residual foi determinado no licor após o cozimento (g/1 como Na OH)
5 - Álcali ativo losado = 19% (como Na OH) sobre madeira seca
6 - Álcali ativo consumido = "'o Na OH sobre madeira seca
7 - O número de _estouro é dado em lb/pol 2 para 100 g/m2
8 - A deter~lnaçao da resistência ao estouro em lodos os testes foi feita usando 8 tolhas para o 1 ' ponto de moagem e 4 tolhas para os pontos seguintes
9 - Rosgo e dado em g para 100 g/m2. A gramatura das folhas para testes foi em média de 60 g/m2.

FONTE: SUDAM Documenta, 1972,

VEGETAÇÃ0/371
clones IAN com clones orientais da série RRIM. Prosse- dos Rios Xingu/Tapajós, compatibilizando as explorações
guem, também, os trabalhos de polinização de outros mecanizadas com a execução de programas silviculturais
clones de reposição (mediante retenção e educação das espécies
ainda imaturas de valor econômico), regeneração natural
Com relação à pecuária, encontram-se em desenvolvimen- preestabelecida e plantios de adensamento.
to a criação e melhoramento do gado bubalino e a adapta-
ção das raças bovinas: Nelore, Guzerà, Red Sindhi e e) Pesquisas sobre Produção de Mudas Florestais
Jersey A criação é de caráter semi-intensivo, com pasta-
gens artificiais e manejo racional do rebanho. Matrizes Este estudo objetiva proceder observações fenológicas a
com ótimas condições sanitárias e excelentes padrões fim de determinar a época certa da coleta, seleção e
zootécnicos, principalmente das linhagens Nelore e Guze- armazenamento de sementes; investigar, no viveiro, a me-
rà, são vendidas anualmente aos pecuaristas da região. lhor forma de produção de mudas, com base em testes e
germinação, tratamento das sementes e registros relativos
O terceiro Centro de Experimentação .Florestal também ao crescimento, comportamento fitossanitário etc.
está localizado na Base Física de Belterra. Denominado de
Estação de Pesquisas Florestais do Tapajós, faz parte de Os três Centros de Experimentação Florestal ocupam
um programa nacional de pesquisas (Projeto de Desenvol- posições estratégicas e devem tornar-se importantes como
vimento e Pesquisa Florestal - PRODEPEF), resultado de instrumentos de orientação para o planejamento básico do
acordo entre o Programa das Nações Unidas para o Desen- desenvolvimento florestal da região do Tapajós
volvimento (PNUD) através da Food and Agricultura! Or-
ganization (FAO) e o Instituto Brasileiro de Desenvolvi- É recomendável a intensificação das experimentações em
mento Florestal - IBDF (PNUD/ FAO/IBDF I BRA-45) andamento, principalmente no campo da Tecnologia de
madeiras, com substancial aumento de recursos, visando
Esta Estação de Pesquisas tem sob responsabilidade o informar no menor prazo possível as aplicações e usos
m·anejo da Floresta Nacional do Tapajós com os seguintes industriais de um grande numero de espécies
limites a leste. a BR-165 (Santarém/Cuiabá), a oeste, o rio
Tapajós. a norte, Base Física de Belterra; e a sul, o rio Também no campo de exploração florestal torna-se neces-
Cupari e BR-230 (Transamazônica). sário acelerar as pesquisas de métodos para o abate,
arraste e transporte de toras, adaptáveis às condições da
Com infra-estrutura montada na vila de Belterra, o seu área Os métodos primitivos até agora utilizados acarretam
quadro técnico é formado por engenheiros florestais brasi- um fornecimento irregular de matéria-prima (toras) às
leiros e peritos da FAO, especialistas em silvicultura industrias A falta de capital, para compensar a citada
tropical. explotação florestal, utilização de madeiras e deficiência de suprimento, causa estrangulamento do pro-
comercialização de madeiras cesso produtivo

Finalizando, deve ser dada ênfase especial e imediata á


Atualmente essa estação está desenvolvendo os seguintes
formação de mão-de-obra especializada para indústrias
projetos técnicos:
florestais, principalmente a formação de operadores de
serrarias, laminados e classificadores de madeiras
a) Estudo Tecnológico das Madeiras do Baixo Tapajós

Visa este estudo irwestigar e definir as características e 1O 2 - Chave de Classificação dos Ambientes
usos industriais de cerca de 400 espécies da região, dentre
as quais grande parte sem uso co'nhecido ou comprovado
até hoje 10 2 1 - Regiões Fitoecológicas

b) Conversão de Capoeira em. Povoamento de Rendimento 1O 2 1 1 - Savana (Cerrado)

Este experimento tem o objetivo de transformar áreas de I) Arbórea Densa (Cerradão)


baixo valor potencial em povoamentos florestais de rendi-
mento, mediante plantios de espécies de bom crescimen- das áreas de relevo acidentado
to Dentre as espécies relacionadas, destaca-se o pau-
rosa das áreas de relevo ondulado

c) Ensaios Comparativos de Espécies Madeireiras 11) Arbórea Aberta (Campo Cerrado)

Este estudo visa comparar, mediante experimentação de das áreas de relevo acidentado
curta duração, as características (comportamento, cresci-
mento, exigência em luz, "derrama natural", etc.) de das áreas de relevo ondulado
grande número de essências de valor comercial potencial
ou comprovado Baseando-se nos resultados ter-se-á uma 111) Parque
relação de espécies para reflorestamento regional.
- das áreas de drenagem densa com
d) Manejo Experimental em "Matas Altas sem Babaçu" na floresta-de- galeria
Floresta Nacional do Tapajós
das áreas de drenagem esparsa com
O estudo pretende avaliar as possibilidades de manejo em floresta-de-galeria
áreas compreendidas pela Sub-Região dos Altos Platôs das áreas de relevo acidentado

372/VEGETAÇÃO
10.2.1.2 - Formações Pioneiras Aluviais Áreas do embasamento

I) Arbórea das Áreas Inundadas Periodicamente a) das baixas cadeias de montanhas

- sem palmeiras (menos de 600m de altitude)

11) Arbustiva das Áreas Inundadas Periodicamente com cobertura arbórea uniforme

dos terraços com palmeiras Patm com árvores emergentes

das depressões sem palmeiras b) dos outeiros e colinas

111) Graminosa das Áreas Inundadas Periodic~mente - com árvores emergentes

dos terraços c) do relevo dissecado

das depressões c.1) Forte ondulado

com cobertura arbórea uniforme Fdou

10.2.1.3 - Floresta Tropical Densa com árvores emergentes


c.2) Ondulado
I) Floresta Aluvial com cobertura arbórea uniforme
a) das áreas de planície aluvial periodicamente inunda-
com árvores emergentes
das
Áreas do embasamento e sedimentares do Pré-Cani-
- com cobertura arbórea uniforme
briano e Paleozóico
b) das áreas de planície aluvial permanenemente a) dos platôs
· inundadas
com cobertura arbórea uniforme Fdru
-igapó
com árvores emergentes Fdre
c) das áreas de terraços
b) do relevo d,issecado
com cobertura arbórea uniforme
com cobertura arbórea uniforme FdUL!_
com árvores emergentes
com árvores emergentes Fdue
11) Floresta das Áreas Sedimentares
c) do relevo ondulado
a) alto platô
com cobertura arbórea uniforme Fdiu
com cobertura arbórea uniforme
com árvores emergentes Fdie
com árvores emergentes

b) baixo platô 10 2.1 4 - Floresta Tropical Aberta

com cobertura arbórea,uniforme

com árvores emergentes

c) platô dissecado
Fdhu

Fdhe
I) Sem palmeiras (cipó)

a) platô

b) relevo dissecado
Falp

E.?k
I
com cobertura arbórea uniforme c) relevo ondulado Fala

com árvores emergentes 11) Com palmeiras


d) relevo ondulado a) planície aluvial Faml

com cobertura arbórea uniforme b) platô Famp

com árvores emergentes c) relevo dissecado Famc

111) Florestas das Áreas Submontanas d) relevo ondulado Fama

VEGETAÇÃ0/373
10 2 2 - Refúgio Ecológico 111) Contato Floresta/ Savana

I) Tropical < 1.000 de altitude a) áreas de encrave FSc


a) arbustiva Pta
1O 2 4 - Áreas Antrópicas grupo~

10.2.3 - Áreas de Tensão Ecológica I) Vegetação Secundária

I) Contato Formações Pioneiras/Savana PSc a) sem palmeiras F si

a) áreas de encrave grup_o_~ b) com palmeiras Fsm

11) Contato Formações Pioneiras/Floresta PFc 11) Agropecuária Ap

a) áreas de encrave ~~~E?~ 111) Agricultura Ag

IV) Reflorestamento RI

374/VEGETAÇÃO
10.3 - Síntese Temática das Folhas 01 °00'x01 °30'

FOL-HA SA.21-V-A FOLHA SA 21-V-B

No DE N. 0 DE
IND /ha VOLUME m3tha AMOSTRA AMBIENTE IND/ha VOLUME M3tha
AMOSTRA AMBIENTE
A. 07 F d u e 53 95,03
A 01 ~+F d u e 63 90,20
.EJ!...!..!+Fdue 76 110,48 A 35 F d o o +F da 87 140,53
A. 02
A 36 61
A 03 F d u e +~ 48 49,75 ~ +F d a e 105,86
A 37 F d o e +~ 90 172,31
A 04 ~ +F ai c 56 101,43
A 05 ~ 76 157,65
A 06 ~ 90 158,11
FOLHA SA 21-V-C
A 29 ~ 69 95,43
A30 Fdae +Fa I a 83 101,61
A. 31 ~+F da u 62 117,22 A 12 ~+Fdru 70 126,02
A 32 ~ +F da u 72 199,10 A 13 ~+F d r u 68 90,32
A 33 F d o e +F da e 100 180,11 53 76,44
A 19 ~ +F d i u
A34 F d o e +~ 68 115,83 58 104,74
A 20 ~ +Fdi u
43 124,69
A 38 ~
45 76,97
FOLHA SA 21-V-D A 39 ~
76 148,83
A 40 ~
64 116,06
A 41 ~ +F d a u
A 42 F d a e +~ 62 111,42
A 14 f-º--.!_~ 93 209 90
A 43 F d a e +F da u 43 89,09
A 15 ~ 83 158,97
F d u e +F d I e 60 89,10
A 16 96 136,75 A 44 ~ +F d a u
A 21 .E..J!.j_~ +Fd i u 54 95,81 A 119 F d s u 35 32,20

~ +Fdi u A I 20 43 34,82
A 22 54 74,34 ~
A 23 F d i e +~ 41 69,46
A 24 F d i e + E.._cl__i_____! 43 61,01
A 25 F d u ~;~ 91 168,74 FOLHA SA 21-X-A

A 26 54 89,54
~
A 27 61 111,80 F d r e +~
~ A 08 63 127,99
A 46 F d o e 58 96,91 109 201,19
A 48 F d o e +F d o u
A 47 F d a e 81 160,03 86 130,06
A 49 F do_~ +F d o u
A. 54 61 110,57
~ A 50 ~ +F d o u 64 89,56
A 57 71 125;61
~ A 51 ~~+Fama 58 124,46
A 58 83 138,69
~ A 52 ~ 41 158,93
A. 59 61 114,63
~ A 53 ~+F da u 73 254,97
A 123 88 138,98
~ +F a I a A I 29 ~+Fd o e 80 207,37
A 124 F d s u +~ 38 56,80

FOLHA SA 21-X-B

FOLHA SA.21-X-C
A09
~ +F d u u 72 94,73

A 17
A
A. 28
A 60
18
~+Fd i
~
~+Fd i
~+Fd n e
e

e +F a ma
54
74
57
37
80,02
109,92
65,64
47,33
A. 10
A 11
A 45
A 55
~ +F d r u
~ +F d r u
F d o e +F A I (.
E..Q..Ju_ +F ai a
63
84
66
55
158,32
125,93
131,02
63,96
I
A. 61 E.sL.!L.l!_ + F d n e 46 70,70
FOLHA SA 21-Z-A
A 62 ~ 44 69,91
A 63 100,90
~ 68 68,51
A
A 97 ~ +F d h e +A p 48
64 ~ 60 96,55
44,66
A. 65
A98 ~ +F d h e +A p 40
~ 52 72,14
93,72
A. 66
A99 ~ +F a m p 62
~ +F dI e 52 90,80
j( 100 ~+Famp 67 118,61
A.l25 FSe 108 144,96
125,30
~+SCa+Spfe
A I 01 ~ 90
78,61
A I 02 ~ 53

Fig 14 - Quadro de Amostragem - Inventário Florestal

VEGEl AÇÃ0/375
FOLHA SA 21-Y-C FOLHA SA 21-Y-B

N ° DE VOLUME N. 0 DE VOLUME
AMOSTRA AMBIENTE IND /ha m3/ha AMOSTRA AMBIENTE IND lha
A. F d h u +F a m p m3/ha
83 61 73,43 A 74 ~
A á4 F d h e ~ F a m p 52 68,45
35 56,10 A 75 ~ 86 209,45
A 86 ~ +F d h e +F a m p 79 155,05 A 76 f._c:!_J_ !! 85 128,56
A 87 ~ +F a mp 64 111,44 A 77 ~ 68 88,85
A. 88 ~ +F d h e 59 84,32 A 78 ~ +F d h u 61 140,05
A 95 ~ +F d p I u 60 89,08 A 96 F d h e +F a m p
AI 04 F d h e + E..J!.J.....J!. 40 78,63
54 129,90 A 121 ~ +F d s u 57 154,55
A I 07 ~ +F d I e 54 71,19 A I 22 ~ +F a I a 70 133,46
A.l 08 F d h e + E...JLl!.....!, +F a m p 75 107,89
A 110 F d h e +F a m p 46 90,24
FOLHA SA 21-Y-A

FOLHA SA 21-Y-D
A .68 ~ +F d I e 73 171.66
A 69 ~ 88 198,45
A 73 F d I e 91 153,52 A. 70 ~ 88 198,45
A 80 ~ 73 125,32 A 71 ~ 68 140,14
A 81 F d h e +F a m p 56 68,78 A 72 ~ 79 147,32
A 82 ~ +F a mp 67 107,58
A 89 ~E!_ +F a mp 59 117,10
A 90 F d h e +F a mp 70 145,92 FOLHA SA 21-Z-8
A 92 ~ +F a mp 58 87,59
A 94 ~ +F d I e +F a m p 53 116,25
A I 03 ~ +F d n u 75 251,80
A 114 F d p e +F a mp 64 173,21
FOLHA SA 21-Z-D A 115 ~~ +F a mp 52 141,60
A 116 ~ +F a I p 79 188,77
A 117 ~~ +F a I p 77 234,67
A 79 ~+F a mp 64 131,87
A I 09 ~ +F dI u 72 132,02
Al11 ~ 79 165,70 FOLHA SA 21-X-D
A 112 ~ 50 103,64
A.l13 Fdhe+Fdtu 74 265,60
A 118 ~ 94 361,26
A 56 Fdae+Fal a 66 129,70

FOLHA SA 21-Z-C A 67 ~+Fd h e 103 168,47


F§ç
A I 26 E...Q...L.y +S r o +F a ma 59 81.23
A 85 ~+Fdte 60 131,12 FSe
A I 27 62 114,99
A 91 ~ +Fdt e Fdau + Sco

I
38 39,84
A 93 ~+F d h a +~ 49,09 FSe
34 A 128 76 95,72
A I 05 ~+Famp Sco + Sps + Fdiu
70 132,54
A I 06 E_Q_.L.l!_ + F a m c 64 88 17

Fig 14- Quadro de Amostragem -Inventário Florestal

376/VEGETAÇÃO
10. 3. 1 _ Folha SA.21-Z-D (Fig. 15) fisionomia graminosa. As espécies mais comuns são:
Oriza altra, O. perenes, o. grandiglumis, Paspalum den-
1- INDIVIDUALIZAÇÃO DA AREA ticulatum, P. fasciculatum e algumas forrageiras como
Eriochloa punctata e Hymenache amplexicaule.
os maiores centros populacionais da Folha estã~ situados
às margens do rio Tapajós, destacando-se as c1dades de
Aveiro e Fordlândia.
2 - Floresta Densa
A rodovia Santarém/Cuiabá atravessa a área, fazendo
j~nçâo com à Transamazônica Esta fisionomia reveste diferentes formas de relevo, que
variam dos altos platôs Paleozóicos a planícies, abrangen-
As áreas do Terciário dominam a Folha, observando-se a do 14.079km2. Esta floresta apresenta cobertura de emer-
sudeste áreas pertencentes ao Paleozóico e Pré-Cambria- gentes e nela se verificam manchas de Florestas Densa
no. Uniforme e Aberta (com e sem palmeiras). As espécies de
expressão econômica que ocorrem na área são pau-d'ar-
11 - DESCRIÇÃO FISIONÓMICA DA VEGETAÇÃO co, sucupiras, itaúba, louros, maçaranduba, cupiúba, an-
diroba, tauari e ucuubas.
A maior parte da área é ocupada pela Floresta Densa com
emergentes A Floresta Aberta com palmeiras ocorre às
margens do rio Cupari, afluente do Tapajós, em manchas 2.1 - Floresta Densa da Planície Aluvial
dispersas em meio à Floresta Densa As Formações Pio-
neiras e áreas de Tensão Ecológica são observadas nas Nas áreas quaternárias, aqui representadas pelas planícies
ilhas e margens do rio Tapajós aluviais periodicamente inundadas e terraços do rio Tapa-
jós, observaram-se em meio à Floresta Densa manchas de
1 - Formações Pioneiras Floresta Aberta com cipó e pequenas áreas de agropecuá-
Ocorrem na ilha Pirá, a sudeste da Folha, e apresentam ria As espécies mais comuns são: seringueira-barriguda,

Fig. 15 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-Z·D

. VEGETAÇÃ0/377
piranheira, caramuri, tarumã-da-várzea, arabá-preto, pau- 3 - Áreas de Tensão Ecológica
mulato, macacaóba, e nos terraços, andiroba, matamatá,
acariquara, castanheira e ucuubas São constituídas pelo contato (encrave) Floresta/ Forma-
ção Pioneira graminosa e foram observadas nas áreas
periodicamente inundadas pelo rio Tapajós A fisionomia
22 - Floresta Densa dos Tabuleiros dominante é a da Floresta Densa uniforme As áreas de
encrave somam 30km2 e as espécies mais freqUentes são
A floresta apresenta cobertura de emergentes e reveste os arapari, tachi-do-igapó, fava-grande, cajurana, marimari e
altos e baixos platôs do Terciário com relevos dissecados e arroz-bravo.
aplainados Esta floresta possui elevado potencial de
madeira, valorizado por espécies de alta cotação no merca-
do Foram realizadas as seguintes unidades de amostras:
4 - Vegetação Secundária
a) Nos Altos Platôs
Próximo á cidade de Fordlândia, com área de 86km2, a
Amostra- A.118 (Fdpe)- Pode-se observar a dominância vegetação encontra-se bastante alterada pela retirada sele-
de acariquara-roxa, andiroba, maçaranduba, cupiúba, lou- tiva de algumas espécies e regeneração de outras, como o
ro-canela e outras menos frequentes, que contribuíram lacre, parapará, cupiúba, imbaúba e murta A agropecuâ.-
para o alto volume encontrado (361, 26m3/ ha). ria se faz presente em pequena escala.
b) Nos Baixos Platôs

Amostra- A.79 (Fdhe + Famp)- As espécies dominan- 111 - RESUMINDO


tes são: abiorana (amarela, casca-fina, casca-grossa e
seca), faveira-folha-fina. matamatá-ci, pau-d'arco e quina- A área, em sua maior extensãQ, é coberta por Floresta
rana. Densa com emergentes, apresentando um elevado poten-
cial de madeira, com ocorrência de espécies facilmente
Amostra- A.109 (Fdhe + Fdtu)- As espécies dominan- comercializáveis tanto no mercado interno como externo,
tes são abiorana-casca-grossa. sucupira-amarela, acari- tais como maçaranduba, sucupira, pau-d'arco, itaúba,
quara e matamatá-ci louros, andiroba, cupiúba e ucuubas

Amostra- A.112{fdh!:)J- Dentre as espécies dominan-


tes, pode-se citar a muiracatiara e tachi-preto O acesso é efetuado pelo rio Tapajós e afluentes e pelas
estradas Santarém/Cuiabá e Transamazõnica.
Amostra - A.113 {Fdhe + Fdtu) - As espécies mais
frequentes são andiroba, tachi-preto, acariquara-roxa,
tauari, maçaranduba, cuiarana e amapá-vermelho 10 3 2 - Folha SA 21-Z-C (Fig. 16)
Não se observou diferença no tipo de sub-bosque apresen-
tado pela floresta do Terciário, ao recobrir diversas formas
de relevo O sub-bosque se apresenta denso, com poucas I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA ÁREA
palmáceas (mumbaca e inajá) e acentuada regeneração
natural de breus, louros, muiratinga, sucupira-amarela, A área desta Folha é formada, quase que totalmente, pelos
ucuuba, abioranas, matamatá, andiroba, acariquara, ange- tabuleiros Apenas pequenas áreas pertencentes ao Paleo-
lins, maçaranduba e inharé zóico e Quaternário são encontradas a sudeste

2.3 - Floresta Densa do Paleozóico 11 - DESCRIÇÃO FISIONÔMICA DA VEGETAÇÃO

Reveste os platôs e áreas dissecadas, apresentando, domi- A área apresenta-se dominada pela Floresta Densa, onde

I
nantemente, cobertura de emergentes. As áreas do Paleo- se observam manchas de Floresta Aberta (com e sem
zóico abrangem 1 892km2, tendo sido realizada uma unida- palmeiras) e de Formações Pioneiras, localizadas a oeste e
de de amostra no relevo dissecado nas ilhas do rio Tapajós

Amostra- A.111 (Fdue)- Ocorrem com mais freqüência


as seguintes especies· maparajuba, cariperana, ingaí e 1 - Formações Pioneiras Aluviais
itaúba A regeneração natural é constituída principalmente
por louros, matamatás, rosadinha, breus, maçaranduba, Pequenas áreas de Formações Pioneiras foram observadas
tachis e piquiá. A palmácea dominante é a mumbaca e o a oeste (estágios arbustivo e graminoso) e a sudeste, nas
sub-bosque é denso. Observou-se a presença de cipós. ilhas do rio Tapajós (estágio graminoso). Nesta área de
197km2, observou-se a ocorrência de arroz-bravo, capim-
marreca e canarana.

24 - Floresta Densa do Pr.é-Cambriano


2 - Floresta Densa
Reveste as baixas cadeias de montanhas (Fdde) e apresen-
ta grande número de espécies emergentes. Esta floresta A Floresta Densa recobre área de 18 000km2. Manchas de
está situada a sudeste da área e abrange 74k2. Floresta Aberta (com e sem palmeiras) são vistas revestin-

378/VEGETAÇÃO
Fdhe+ Famp

Fdte + Famc
Fdte + Famc

o 10 20 30 40 km

Fig. 16 - Mapa Fisionõmico-f:cológico da Folha SA 21-Z-C

do diversas forma~ de relevo. Nos altos platôs e terraços, bacaba, caranaí, murumuru e babaçu, destaca-se a palha-
pode-se observar area onde a cobertura vegetal é relativa- vermelha, que chega a representar, em algumas áreas,
mente uniforme. As espécies de maior valor encontradas 50% do sub-bosque
na área foram: copaíba-jacaré, cardeiro, sucupira-amarela,
louros, angelim-rajado e jacarandá-preto.
b) No Relevo Dissecado
As unidades de amostras foram feitas·
Amostra- A.93 (Fdte + Fdhe + Falp)- Esta amostra foi
a) Nos Baixos Platôs feita numa mancha de Floresta Aberta sem palmeiras.

I
Espécies dominantes: castanha-vermelha, envira-bobó
Amostra ~ A.85 (Fdhe + Fdte) - Espécies de maior louro-preto, macucu-de-sangue e maparajuba '
ocorrência: copaíba-jacaré, sucupira-amarela, macucu-
fofo, carapanaúba e jacarandá-preto. Esta amostra foi feita Amostra - A.106 (Fdte + Famc) - Espécies de maior
numa. mancha de Floresta Aberta com palmeiras, não ocorrência: piquiarana, mandioqueira-escamosa, pau-jaca-
mapeavel em nossa escala de trabalho. Espécies de maior ré, sucupira-vermelha e copaíba-jacaré
ocorrência: umiri, fava-benguê, mandioqueira-lisa, cuma-
ru e copaíba-jacaré. O sub-bosque desta floresta apresenta-se, de um modo
geral, ralo. Nas áreas de Floresta Aberta sem palmeiras
(cipoal), praticamente inexiste sub-bosque, sendo este
Amostra - A.105 (Fdhe + Famp) - Espécies de maior
ocorrência: abiorana-seca, caripé, arurá-branco e jacaran- constituído exclusivamente de paus muito finos, esparsos,
dá-preto. geralmente de uma só espécie (marupá).

Por ocasião da amostragem, verificou-se que esta floresta


apresenta o sub-bosque denso, riquíssimo em palmáceas, 3 - Floresta Aberta
onde se observa a regeneração natural de marupá, breus,
copaíba-jacaré, ucuubas, louros, tachis abioranas mata- A Floresta Aberta sem palmeiras ocorre a sudeste, abran-
matás e ucuquirana. Dentre as palmácea~, mumbac~. i najá, gendo uma área de 700km2. Esta fisionomia faz parte da

VEGETAÇÃ0/379
Sub-Região Residual Paleozóica de ltaituba, descrita por emergentes sobre os outros tipos florísticos. A Floresta
Tereza et alii (1975) Aberta com e sem cipó, ainda que em pequenas manchas,
encontra-se espalhada por toda a área.

111 - RESUMINDO As condições de acesso são precárias, pois os rios que


cortam a área só permitem navegação a pequenas embar-
Há uma evidente dominância da Floresta Densa com cações, com exceção do rio Tapajós.

10 3.3- Folha SA 21-Y-D (Fig. 17)

Fig 17 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-Y-D

I I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA AREA

Esta Folha é constituída pelas áreas do Terciário e Quater-


nário e se caracteriza por apresentar grande número de
rios, lagos, "paranás" e "furos" que cortam a região em
66km2, observou-se o Parque de Cerrado, cortado por
Florestas-de-Galeria que ladeiam a drenagem esparsa As
espécies mais representativas são mandioqueira, açai,
ucuuba e buriti, além de gramíneas e ciperáceas.

quase todos os sentidos. Os principais cursos d'água são 2 - Formações Pioneiras- Esta fisionomia encontra-se
Amazonas, Maués-Açu, Paraconi, Arariú, Andirá, Apoqui- distribuída em pequenos e médios agrupamentos disper-
taua, Urupadi, "paranás" Urariá e Ramos. As principais sos por grande parte da área, totalizando 352,50km2 A
cidades são: ltaquatiara, que se situa á margem esquerda vegetação apresenta-se sob as formas arbórea, arbustiva e
do rio Amazonas, e Maués, ás margens do rio Maués-Açu graminosa, situando-se nas áreas sujeitas às inundações
periódicas

11 - DESCRIÇÃO FISIONÔMICA DA VEGETAÇÃO 2 1 - Formação Pioneira Arbórea - A área ocupada por


esse tipo de vegetação é de 7 ,50km2 e está situada a oeste
1 - Savana- A leste da ilha Tupinambarana (próximo às da Folha, próximo a um lago formado pelo rio Arari. As
margens do "paraná" do Urariá), abrangendo uma área de espécies características são: oeirana, piranheira e faveiras.

380/VEGETAÇÃO
2.2 - Formação Pioneira Arbustiva ::- De~tre as formas meiras e agricultura de subsistência são observadas neste
observadas esta é de maior expressao, po1s ocupa uma ecossistema. As espécies encontradas com maior freqüên-
ârea de 270km2 e ocorre, predominantemente, a leste da cia foram: abiorana, breu, louro, matamatá-vermelho, ro-
Folha. As espécies dominantes são: canela-de-anta, mun- sada-brava e ucuuba-chorona.
guba e murumuru. Não foi notada a presença de palmeiras.
3.2 - Floresta Densa (cobertura uniforme) - Ocorre nas
2.3 _ Formação Pioneira Gr~m!nosa - . oc~rre. com planícies aluviais periodicamente inundadas e nos terraços
maior freqüência nas áreas depnm1das, sob mfluenc1a dos dos rios Urariá e Urupadi, onde ·se observam núcleos de
"paranâs;' do Ramos e Urariá~ As espécies que se desta- agropecuária. Essa fisionomia é vista em peq~;~enas unida-
cam nesta ârea de 75km2 sao: arroz-bravo, canarana e des que totalizam 108 50km2. Ouaruba, sucup1ra, macucu-
capim-marreca de-paca, andiroba e inunguba são as espécies mais fre-
qüentes
3 - Floresta Densa - Esta fitofisionomia ocupa uma
área de 14 352,50km2 e apresenta grande quantidade de 4 - Areas de Tensão Ecológica - Ocorrem nas áreas
espécies emergentes. O relevo varia de baixo platô (tabu- deprimidas, sujeitas à inundação periódica Essa fisiono-
leiro) a planície aluvial periodicamente inundada mia nas suas diferentes unidades cobre uma área de
1. 721 km2 e situa-se a noroeste da Folha e ao longo dos
3.1 - Floresta Densa (com emergentes)- Reveste dife- "paranás" Urariá e Ramos.
rentes formas de relevo: baixo platô (12.928km2), disseca-
do e aplainado (1.316km2). 4.1 - Contato Formação Pioneira/ Savana (Cerrado) - É
formado pelo Parque de Cerrado que ocorre nas proximida-
Nas áreas dos baixos platôs, observaram-se freqüentes nú- des do rio Amazonas (drenagem densa) e "paraná" Urariá
cleos de Floresta Aberta com ou sem palmeiras As seis (drenagem esparsa) e pela formação pioneira arbustiva das
unidades de amostra realizadas neste ecossistema revela- depressões periodicamente inundadas. As áreas de Parque
ram um volume médio de 107,204m3tha apresentam Floresta-de-Galeria, onde se destacam as
enviras... seringueiras e ucuubas. Neste ecossistema, de
Amostra - A.81 (Fdhe + FamP-) - Espécies de maio1 355Km..:, observou-se agropecuária nas áreas de drenagem
ocorrência: tachi-preto, abio-seco, envira-preta e louro- esparsa.
aritu.

Amostra - A.82 (Fdhe + Famp) - Espécies dominan- 4.2 - Contato Formações Pioneiras/ Floresta- As diver-
tes: cupiúba, tauari, quebra-machado, acariquara-branca e sas unidades totalizam a Formação Pioneira arbórea, ar-
cumaru. bustiva e graminosa dos terraços e depressões A pe-
cuária, plantio de juta e malva, assim como algumas
Amostra - A.89 (Fdhe + Famp) - Espécies mais fre- culturas de subsistência são observadas nos terraços, em
qüentes· tachi-branco, cumaru, cupiúba e muirauba-bran- pequena escala. Seringueira, sumaúma, tachi-do-igapó,
ca. munguba e macucu-de-paca são as espécies de maior
freqüência.
Amostra - A.90 (Fdhe + Famp) - Espécies de maior
ocorrência: matamatá-preto, joão-mole, louro-aritu, maça-
randuba e copaiba. 4 3 - Contato Floresta/ Savana- Foram observadas, em
meio à Floresta Densa uniforme, áreas de Savana Arbórea
Amostra - A.92 (Fdhe + Famp) - Espécies de maior Aberta (Campo Cerrado) e de Parque, que apresentam
ocorrência: tachi-preto, acariquara, fava-orelha-de-macaco drenagem esparsa e Florestas-de-Galeria. Neste contato,
e ucuuba-chorona. que ocupa uma área de 236km2, observou-se a ocorrência
de pequenas áreas de agropecuária e de vegetação secun-
Amostra - A.94 (Fdhe + Famp) - Espécies de maior dária. As espécies mais freqüentes são jatobá, breus e
ocorrência: tachi-preto, abio-seco, envira-preta e louro-ari abioranas.
tu
5 - Areas de Vegetação Secundária - Originadas da
Na área de relevo dissecado (813km2) observam-se peque- ação antrópica, na maioria dos casos estão localizadas nas
nas manchas de Floresta ~berta com palmeiras, em meio à áreas de fácil acesso e próximas a núcleos populacionais
Floresta Densa. As amostras realizadas neste ecossistema Nessa área de 80km2 observa-se a agropecuária em pe-
revelaram um volume médio de 139,422m3t ha sendo esta quena escala.
fitof!sionomia mais freqüente a sudeste da F~lha, a partir
do no Parao ri.
111 - RESUMINDO
Amostra - A.73 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência
macucu-de-sangue, abio-seco, jutaí-pororoca, louro-ama- A área apresenta um potencial de madeira regular, com
relo, copaíba-jacaré e itaúba.
volume médio de 115,86m3t ha. As espécies de maior valor
que ocorrem na área são: maçaranduba, itàúba, angelim-
Amostra - A.80 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência: pedra, angelim-rajado, abiorana, copaíba, louro, matama-
macuc~-murici, mandioqueira-branca, louro-preto, itaúba tá, parapará e tauari.
e copa1ba-preta.
Dispõe a região de uma grande rede de rios, facilitando
As á~eas de relevo aplainado ocorrem ao norte da Folha e assim tanto o acesso à área como o escoamento dos
totallzam 503km2. Manchas de Floresta Aberta com pai- produtos que dela são extraídos.

VEGETAÇÃ0/381
Em ltaquatiara e Manaus a agricultura tem se desenvolvido A exploração de pau-rosa (Aniba duckei Korsterm) visando
em pequena escala, principalmente culturas anuais de à extração do óleo essencial (llnalol) é uma atividade que
subsistência. Merece destaque, no entanto, a cultura do tende a ter um fim próximo nesta regiãc, devido à explora-
guaraná (Paulinia cupanea (Mart) Ducke var. sorbilis), ção indiscriminada, não obedecendo a qualquer técnica
notadamente em Maués, chegando mesmo a ser conside- racional de exploração Foram observadas extrações rudi-
rada a base econômica do município Essa espécie é mentares de beneficiamento às margens do "paraná"
cultivada também em Parintins, ltaquatiara, Urucutiba, Urariá, próximo ao rio Madeira.
Barrerinha, Borba e Manaus.

10 3 4 - Folha SA 21-Y-C (Fig 18)

PFc
Fdplu +
Patc

PFc
Fdplu +
Padl

Fdhe + Famp

I I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA ÁREA
Fig 18 - Mapa Fisionômico·Ecolôgico da Folha SA 21·Y·C

tação Secundária (com e sem palmeiras), Formações Pio-


neiras e áreas de Tensão Ecológica
Esta Folha tem grande parte de sua área ocupada pela
superfície dos rios Amazonas, Negro e Madeira, além de 1 - Formações Pioneiras- A leste, nas pequenas ilhas
seus principais afluentes, "paranás" e uma infinidade de do rio Amazonas, a vegetação se apresenta no estágio
lagos espalhados por toda a área graminoso tendo como espécies características a canara-
na, arroz-bravo, capim-marreca, mururé e aninga, enquan-
A noroeste, na margem esquerda do baixo rio Negro, to que as espécie::. de porte arbóreo como canela-de-anta,
situá-se a cidade de Manaus e a sul, às margens do rio murici, munguba e outras são encontradas numa pequena
Madeira, encontra-se a cidade de Nova Olinda. área à margem esquerda do rio Madeira, próximo a sua foz.
11 - DESCRIÇÃO FISIONÓMICA DA VEGETAÇÃO
2 - Floresta Densa- Esta fisionomia recobre os baixos
A área apresenta diferentes tipos de vegetação. Floresta platôs (Fdhe + Fdhu). onde se observam manchas de
Densa com manchas de Floresta Aberta, núcleos de vege- Floresta Aberta com palmeiras e relevos dissecados (Fdte

3821VEGETAÇÃO
+ Fdtu) e aplainados (Fdnu). abrangendo uma área de c) Na Área Aplainada
12.147km2. E grande a ocorrência de espécies emergentes,
observando-se uma cobertura relativamente uniforme nas Amostra - A.95 (Fdnu + Fdplu) - Espécies de maior
áreas aplainadas. ocorrência: breu-vermelho, matamatá-vermelho, louro-ari-
tu, abiorana-vermelha e cupiúba.
Nas ~reas de formação quaternária recente existem as
Florestas Densas dos terraços (Fdsu) e das planícies O sub-bosque observado nas áreas aplainadas se apresen-
aluviais ~. periodicamente inundadas (395km2), com ta denso, onde se destacam as abioranas, breus, louro,
cobertura uniforme. Foram observados nesta área alguns matamatás, ucuubas, bacaba, inajá e babaçu.
núcleos de agropecuária (Ap).
3 - Áreas de Tensão Ecológica- O encrave é formado
pela Floresta Densa uniforme das planícies nas Formações
As amostras foram feitas: Pioneiras, nos estágios graminoso e arbóreo, dos terraços
e depressões inundáveis periodicamente. Este ambiente
a) No Baixo Platô compreende uma área de 3.355km2 e é observado,
principalmente, às margens dos rios, nos "paranás", lagos
Amostra - A.83 (Fdhu + Famp) - Espécies de maior e ilhas, que apresentam problema de hidromorfismo.
ocorrência: m""ãiãmatá-preto, sucupira-amarela, tatapiririca
e ucuuba-chorona. 4 - Vegetação Secundária- As três áreas de Vegetação
Secundária que ocorrem rrn Folha foram observadas a
Amostra - A.84 - (Fdhe + Famp) - Esta amostra foi oeste e noroeste; totalizam 657km2. Observaram-se, tam-
feita na área de Floresta Aberta. Espécies de maior ocor- bém, núcleos de agropecuária. Lacre, parapará, imbuia,
rência: abiorana-cabeça-de-macaco, abiorana-maçarandu- morototó, paricá e babaçu são as espécies de maior
ba, breu-vermelho, e amapá-doce freqüência.

Amostra - A.87 (Fdhe + Famp) - Espécies de maior


ocorrência: acariquãrã';-amapá-doce, muirajibóia-amarela, 111 - RESUMINDO
louro-aritu e louro-pimenta.
A facilidade de acesso é representada pelas vias fluviais
Amostra - A.104 (Fdhe + Fdtu) - Espécies de maior que cortam a área praticamente em todos os sentidos.
ocorrência: matamatá-branco, cupiúba, castanheira e uxi-
rana. As florestas das margens dos rios de água branca apresen-
tam potencial econômico maior do que as dos rios de água
Amo:;tra - A.107 (Fdhe + Fdte) - Espécies de maior preta
ocorrência: matamatá-preto, chicle-bravo, breu-preto, aca-
riquara e ucuuba-chorona. Esta amostra foi realizada numa Os inventários efetuados revelaram a presença de espécies
mancha de Floresta Aberta. (sucupira-amarela, maçaranduba, louros etc.) de elevada
cotação nos mercados interno e externo. Porém, técnicas e
métodos devem ser desenvolvidos, para o aproveitamento
Amostra - A.108 (Fdhe + Fdhu + Famp)- Espécies de
racional do potencial de madeira que a área apresenta.
maior ocorrência: matamatá-preto, muirajibóia-amarela,
carrapatinho e cupiúba.

Amostra - ..eJ..!.Q (Fdhe + Famp) - Espécies de maior 10,3 5 - Folha SA 21-Y-A (Fig. 19)
ocorrência· matamatá-jibóia, abiorana-abio, louro-preto e
cupiúba.
I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA AREA
Por ocasião da amostragem, observou-se que a floresta
possui sub-bosque denso, apresentando regeneração na- A Folha cobre uma área de 18 411 km2, sendo constituída
de três eras geológicas Paleozóico e Mesozóico ao sul;
tural acentuada de breu-preto, matamatás, cajarana e
Quaternário (aluvião antiga), às margens do rio Uatumã; e
ucuubas. As palmáceas de maior expressão são: bacaba e
inajá. o Terciário, que abrange a maior parte da área.

O principal rio é o Uatumã, que atravessa a Folha apre-


b) No Relevo Dissecado sentando condições de navegabilidade A região é também
servida, ao sul, pela estrada Manaus/ltaquatiara.

Amostra - A.86 (Fdtu + Fdhe + Famp\ - Espécies de


maior ocorrência: cariperana, abiorana-cabeça-seca, mata- 11 - DESCRIÇÃO FISIONÔMICA DA VEGETAÇÃO
matá-branco, macucu e cupiúba
A Floresta Densa com emergentes recobre quase 100% da
Amostra - A.88 (~ + Fdhe) - Espécies de maior área, apresentando cobertura uniforme apenas nos ter-
ocorrência jarana, matamatá-jibóia, jatereua, acariquara e raços.
piquiarana. Aqui, o sub-bosque se apresenta denso, tendo
regeneração natural de abioranas, cariperana, cupiúba, ma- As Formações Pioneiras, na forma arbustiva, ocorrem em
cu cus, matamatás, louros e ucuubas. As palmáceas mais pequenas áreas próximas ao rio Uatumã, onde também se
freqüentes são:bacaba e inajá. Observou-se, também, a nota a presença de uma área de Tensão Ecológica
ocorrência de babaçu. (Contato Floresta/ Formações Pioneiras).

VEGETAÇÃ0/383
oL _ _ 10 20
__L _ _ _ _ L _
30 40 km
------......... _ _ _ _j

Fig 19 - Mapa Fisionômico Ecológico da Folha SA 21-Y-A

1 - Formações Pioneiras - ocorrem nas depressões Nesta região foram inventariadas as seguintes unidades de
periodicamente inundadas, próximas ao rio Uatumã, em amostras:
áreas que totalizam 41 km2 As espécies mais comuns são:
enviras, canela-de-anta, murici e munguba Amostra - A.68 (Fdhe + Fdte) - Espécies de maior
ocorrência. abioraiiã-Casca-fina, muiraúba, acariquara-
2 - Floresta Densa - recobre, predominantemente, as roxa, angel im-rajado e cupiúba
áreas dos baixos platôs e relevo dissecado do Terciário,

I
apresentando cobertura de emergentes e sub-bosque Amostra - A.69 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência
fechado A área florestada ocupa 18.160km2 castanha-vermelha, ripeiro-vermelho, tachi-vermelho, itaú-
ba, louro-pixuri e muirajibóia-preta
Não foi observada diferença significativa nas espécies que
compõem o sub-bosque, nas formas de relevo A regene- Amostra - A.70 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência:
ração natural é composta principalmente de abioranas, matamatá-preto, rosadinha, cardeiro, cupiúba e louro-
angelins, cardeiro, cumarus, enviras, ingás, itaúba, jarana, preto.
louros, matamatás e muiratinga Dentre as palmáceas
destacam-se o murumuru, açaí, mumbaca, babaçu, folha- Amostra- A.71 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência:
branca e espinho-preto ripeiro-amarelo, cardeiro, cupiúba e louro-aritu

O inventário realizado nesses ambientes revelou, em Amostra - A. 72 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência:
termos médios, 79 indivíduos e 162,847m3/ha. uxirana, itaúba, cardeiro, acapu-preto, muirapiranga e
abiorana-cutite.
Participam desta fisionomia manchas de Floresta Aberta
com cipó, observadas nos terraços, e trechos de agro- As espécies de valor encontradas na área são: angelim-
pecuária, cultivados nas áreas dissecadas ao longo do rio da-mata, angelim-pedra, angelir~1-rajado, itaúba, cardeiro,
Preto e da estrada Manaus/ltaquatiara. cupiúba e acapu-preto.

384/VEGETAÇÃO
3 - Áreas de Tensão Ecológica - abrangem 78km2, com ocorrência de espectes facilmente aceitas tanto no
próximas ao rio Uatumã. A Formação Pioneira arbustiva mercado interno como no externo.
das depressões periodicamente inundadas forma encraves
nas áreas de floresta. As principais vias de escoamento são o rio Uatumã e a
estrada Manauslltaquatiara, locada ao sul. O rio Urubu
apesar das cachoeiras, pode, em alguns trechos, se~
navegado por embarcações de pequeno calado.
111 - RESUMINDO
A agropecuária acha-se dispersa e é praticada a nível de
A área apresenta potencial de madeira bastante elevado, subsistência

10.3.6 - Folha SA.21-Y-B (Fig. 20)

PSc
Spf&+
~~~~~~a P•dc

Fdhe +
Famp

Fig 20 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA 21-Y-B

I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA AREA 11 DESCRIÇÃO FISIONOMICA DA VEGETAÇÃO

Esta Folha é constituída pelas áreas do Terciário (baixos Formações Pioneiras


platôs e relevo dissecado) e Quaternário antigo e recente
(terraços e depressões). Os baixos platôs encontram-se Bastante difundidas, estas formações ocorrem nos solos
distribuídos por grande parte da Folha; concentrando-se de aluviões recentes. As fitofisionomias observadas fo-
mais a sudeste as áreas de relevo dissecado ocorrem, ram: arbustiva e graminosa.
principalmente, ao norte do rio Amazonas. Os terraços e
depressões são observados às margens dos rios Ama- 1.1 - Formação Pioneira Arbustiva
zonas, Uatumã e Jatapu.
É observada nos terraços e depres~ões periodicamente
Os rios acima citados assim como inúmeros "paranás" são inundados, sobre os quais se destacam a canela-de-anta,
navegáveis. murici, munguba e murumuru.

VEGETAÇÃOI385
1.2 - Formação Pioneira Graminosa em relação ao anteriormente descrito. Observou-se, nesta
área, a ocorrência de cedro e mogno (Swietenia macro-
Ocorre nas áreas deprimidas, sujeitas às inundações pe- phylla Kinj)
riódicas. Esta fisionomia é observada ao sul da Folha e
apresenta, como espécies características, a canarana, Amostra- A.75 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência:
arroz-bravo e capim-marreca. itaúba, louro-preto, acariquara, copaiba-jacaré e maça-
randuba.

2 - Floresta Densa Amostra- A.76 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência:


matamatá-amarelo, rosada-brava, abiorana-sabiá, arurá-
Com 11.413km2, esta fisionomia abrange área do Terciário branco e matamatá-preto
e Quaternário, revestindo os tabuleiros e terraços
Amostra- A.77 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência:
matamatá-amarelo, macucu-de-sangue, louro-aritu e
21 - Floresta Densa Aluvial envira-preta
Esta floresta ocupa uma área de 2 124km2 e apresenta
manchas de Florestas Densa de cobertura uniforme e 3 - Áreas de Tensão Ecológica
Aberta (cipoal) em meio à Floresta Densa com emergentes,
de fisionomia dominante. São formadas por encraves, ocorrendo principalmente nos
terrenos baixos do Quaternário recente
As unidades de amostras realizadas neste ambiente são
descritas abaixo e revelaram um volume médio de
144m3/ ha. O sub-bosque apresenta-se pouco fechado, 3.1 - Contato Formações Pioneiras/ Floresta
com dominância de palmáceas, destacando-se o babaçu
A regeneração natural é formada principalmente de abio- Este contato, com 3.036km2, é formado por núcleos de
ranas, angelins, acariquara, andiroba, matamatá, tachis, Floresta Densa aluvial em meio das Formações Pioneiras
ucuubas e tauari arbustiva e graminosa, dos terraços e depressões perio-
dicamente inundados Seringueira, sumaúma e ucuuba
Amostra - A.121 (Fdse + Fdsu) - Espécies de maior são espécies representativas da floresta
ocorrência· acariquara-branca, tauari, tachi-preto, casta-
nheira e cupiúba
32 - Contato Formações Pioneiras/Savana (Cerrado).
Amostra - A.122 (Fdse + Fala) - Espécies de maior
ocorrência andirob~ariquara-branca, abiorana-verme- Ocorre também nas áreas sob influência aluvial e é
lha e matamatá-preto formado por encraves de Formação Pioneira arbustiva nas
áreas de Savana arbórea densa (Cerradão) e Parque de
22 - Floresta Densa das Terras Baixas Cerrado O Cerradão reveste um relevo ondulado e o
Parque apresenta drenagem esparsa, circundada de Flo-
Abrangendo uma área de 9 580km2, esta floresta reveste restas-de-Galeria A fisionomia do contato varia em função
os baixos platôs (Terciários) e relevos dissecados, apre- de freqüência dos elementos (Pioneiro-Cerrado) que o
sentando, dominantemente, cobertura de emergentes compõem. Enviras, seringueira, ucuuba, buriti, açai, li-
xeira e murici são representativos desta área de 257km2
Na área dos tabuleiros, foram observadas manchas de
Florestas Densa uniforme e Aberta com palmeiras (cocal) 33 - Contato Floresta/Savana (Cerrado)
A área destes tipos florestais ocupa 2 7;31 km2 Os três
inventários evidenciaram elevado potencial de madeira e Ocorre no relevo aplainado, a sudeste da Folha, onde se
um sub-bosque ralo, rico em palmáceas (inajá, bacaba, observam manchas de Campo Cerrado em meio à Floresta
mumbaca, açaí e caranaí) e regeneração florestal de Densa uniforme. Jatobá, abiorana, breus, lixeira e caju-
louros, umiri, abioranas e breus do-campo são espécies freqüentes nesta área de 846km2
Amostfa - A.96 (Fdhe + Famp) - Espécies de maior
oéorfência castanheira, matamatá-branco, abio-casca- 4 - Vegetação Secundária
grossa e jutaí-mirim
Ocorre em pequenas áreas, próximo a núcleos popula-
Amostra- A.74 (Fdhe)- Espécies de maior ocorrência cionais A agricultura de subsistência contribuirá para a
umiri, louro-rosa, louro-itaúba, itaúba e abio-rosadinho expansão desta fi~ionomia.
(três indivíduos com 3,32m3f ha). Esta amostra foi reali-
zada numa mancha de Floresta Aberta com palmeiras
111 - RESUMINDO
Amostrá- A.78 (Fdhe + Fdhu) - Espécies dominantes:
pupunharana, mac"'üe'U-murici, breu-vermelho, breu-preto e O fato da área estar servida por extensa rede fluvial em
louro-aritu. muito tem beneficiado a economia da região, pois serve
como via de escoamento aos produtos do extrativismo
Os inventários realizados no relevo dissecado (6.350km2) florestal (látex de maçaranduba, amapá, seringueira e
indicam possuir esta floresta elevado potencial de ma- caucho e óleos essenciais) e de madeiras de elevado valor
deira. O sub-bosque não apresenta diferença significativa comercial

386/VEGETAÇÃO
As áreas que apresentam melhor potencial de madeira sucupira-amarela, morototó, cardeiro e andiroba.
(média de 128,50m3t ha) ocorrem a norte do rio Amazonas.
Dentre as espécies de maior interesse destacam-se o A ilha de Tupinambarana apresenta ao sul grande varie-
pau-d'arco, angelim-rajado, itaúba, louro-preto, cupiúba, dade de pastagens naturais, oferecendo boas condições à
pecuária extensiva.

10.3.7 Folha SA.21-Z-A (Fig. 21)

Fig. 21 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA 21-Z-A

I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA AREA 1 - Savana- Foram delimitadas ao norte cinco áreas de


Parque de Cerrado, que recobrem um relevo plano de
Esta Folha é constituida pelas áreas sedimentares do drenagem esparsa, circundada por Floresta-de-Galeria. As
Terciário e Quaternário e abrange 18.467 km2. espécies mais freqüentes são o murici, lixeira e Aristida
sp. As áreas deste tipo fisionômico totalizam 210km2.
A área é servida por numerosos rios, "paranás" e lagos.
Dentre os principais rios, destacam-se o Amazonas,
2 - Formações Pioneiras - Estas formações se encon-
Arapiuns, Uatcurapá e Mamuru; os dois últimos formam o
lago Uaicurapá. Os lagos mais importantes são: Poção a tram bastante difundidas, ocorrendo nas áreas sujeitas às
nordeste; Uruá, situado próximo à cidade de Nhamundá, inundações periódicas do Quaternário recente. Os tipos
Juruti e Faro, que ficam próximos às cidades de mesmo fisionômicos observados foram o arbustivo e graminoso.
nome.
2.1 - Formação Pioneira Arbustiva- Ocorre nas proxi-
11 - DESCRIÇÃO FISIONOivttCA DA VEGETAÇÃO midades da cidade de Parintins e nos terraços situados a
sudoeste, ocupando 259km2. Observam-se, neste am-
As fisionomias observadas foram: Floresta Densa, apre- biente, pequenos núcleos de agropecuária. Canela-de-
sentando algumas manchas de Floresta Aberta, Forma- anta, munguba, tauari e murumuru são espécies comuns
ções Pioneiras, Savana e áreas de Tensão Ecológica. na área.

VEGETAÇÃ0/387
2 2 - Formação Pioneira Graminosa - Ocorre em pe- ocorrência: acariquara-branca, parapará, periquiteira e
quenas áreas dispersas pela Folha, totalizando 249km2. louro-preto.
A canarana e aninga são representativas tanto das de-
pressões como dos terraços inundáveis. Amostra - A.1 01 (Fdhe) - Espécies de maior ocorrência:
abiorana-sabiá, abiorana-amarela, pajurazinho, maçaran-
duba, louro-aritu e cardeiro.
3 - Floresta Densa
4 - Areas de Tensão Ecológica - Foram observados três
Esta fisionomia apresenta grande número de espécies contatos que revestem as áreas sedimentares do Quater-
emergentes, revestindo os relevos dos altos platôs dis- nário, abrangendo 4.559km2.
secados das áreas aplainadas, pertencentes às áreas
sedimentares do Terciário e do Quaternário recente. As 4.1 - Contato Floresta/Savana (Cerrado)- Ocorre numa
áreas de Floresta Densa totalizam 9.634km2. A ucuuba, área de 813km2, onde se observam encraves de Savana
seringueira e tachi-do-igapó são as espécies mais comuns. arbórea densa (Cerradão) em meio à Floresta Densa com
emergentes que revestem um relevo aplainado. Observou-
se, também, a existência de pequenos núcleos de agro-
3.1 - Floresta Densa das Terras Baixas pecuária. As espécies mais representativas da floresta são
a ucuuba e mandioqueira. As espécies do Cerrado são:
Recobrindo diferentes formas de relevo (altos e baixos murici e lixeira.
platôs. relevos dissecados e aplainados) esta fisionomia
abrange 961 km2, onde se observa a dominância da floresta 4.2 ~ Contato Formações Pibneiras/ Floresta - Este
com emergentes A Floresta Densa de cobertura uniforme contato foi observado nas áreas deprimidas e nos ter-
é observada apenas nas áreas mais aplainadas. raços sob influência aluvial, abrangendo 2.048km2. A
fisionomia deste tipo de contato (encrave) varia segundo a
Verificou.-se a ocorrência de manchas de Floresta Aberta dominância dos elementos que compõem o ambiente,
com palmeiras, observadas nos baixos platôs, e núcleos sendo mais representativas as áreas em que a floresta
de agropecuária, presentes nas áreas de relevos dissecado ocorre em meio às Formações Pioneiras graminosas As
e aplainado espécies mais características são a Victoria amazonica
(Poeppig) Sowerby, aninga e canarana
Não foi notada diferença significativa no tipo de sub-
bosque, apresentado pela floresta nos diversos tipos de 4 3 - Contato Formações Pioneiras/ Savana (Cerrado) -
relevo De uma maneira geral, o sub-bosque é pouco As fisionomias observadas nestas áreas de encrave
denso, constituído principalmente de breus, murta, lou- (1 708km2) são constituídas, principalmente, pelos con-
ros. enviras, matamatás, angelim-rajado, maçaranduba, tatos Formação Pioneira arbustiva/ Savana arbórea densa
macucu e cupiúba. A palmácea de maior expressão é o (em relevo ondulado) e Formação Pioneira graminosa/
caranaí Nas áreas de relevo dissecado, verificou-se a Parque de Cerrado (em relevo aplainado), onde se obser-
ocorrência de pau-rosa (Aniba duckei Korsterm) vam Florestas-de-Galeria ladeando uma drenagem es-
parsa
Foram realizadas seis unidades de amostras: três no relevo
dissecado e três nos baixos platôs, obtendo-se um volume A sudoeste, margem direita do rio Amazonas, delimitou-se
médio de 65,924m3t ha e 112,546m3t ha, respectivamente uma pequena área do contato Formação Pioneira arbus-
tiva/ Parque de Cerrado As espécies dominantes são:
lixeira, murici, murumuru, envira, sucupira, jatobá e jauari
a) Relevo Dissecado
De um modo geral, a agropecuária está presente nestas
Amostra- A.97 (Fdte + Fdhe + Ap)- Espécies de maior áreas de contato
ocorrência: chicle-bravo, mandioqueira-branca, caripé,
envira-preta e cupiúba. 5 - Área de Vegetação Secundária - Próximo à cidade
de Nhamundá, delimitaram-se áreas onde se observam a
Amostra- A.98 (Fdte + Fdhe + Ap) - Esta amostra foi floresta, bastante alterada pela ação antrópica, e áreas de

I feita numa mancha de Floresta Aberta que, devido à escala


de trabalho, não foi delimitada. Espécies de maior ocor-
rência: cariperana, matamatá-amarelo, caripé, ingaí e
louro-preto.

Amostra- A.102 (Fdte)- Espécies de maior ocorrência:


agropecuária que perfazem um total de 69km2.

111 - RESUMINDO

itaúba, sapota, maçaranduba, mamãozinho e caripé. As unidades de amostras realizadas revelaram um volume
médio de 88m3/ ha, o que evidencia um baixo potencial de
madeira desta área.
b) Baixos Platôs
A pecuária, a pesca e as culturas de juta e malva formam a
Amostra - A.99 (Fdhe + Famp) - Espécies de maior principal fonte de riquezas do município de Parintins. A
ocorrência: macucu-fofo, cacaurana, acaríquara-roxa, maior parte das produções de juta e malva é benefi-
abíorana-amarela e pajurazinho. ciada na cidade de Parintins, pela FABRILJUTA S/ A, que
contribui para uma melhoria d.o padrão sócioeconômico
Amostra - AJ.QQ (Fdhe + Famp) - Espécies de maior da região, dando emprego a 450 habitantes.

388/VEGETAÇÃO
10.3.8 - Folha SA.21-Z-B (Fig. 22)
PFc

PSc
Spfe
+
Padc

o 10 20 30 40 km Fdne Fdhe

Fig. 22 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-Z-B

I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA AREA reveste as áreas de relevo ondulado e acidentado As áreas


de Savana abrangem 259km2
Esta área, formada pelos sedimentos do Terciário e Qua-
ternário, apresenta-se revestida por diferentes tipos de
vegetação. 11 - Savana Arbórea Densa (Cerradão)

As principais vias de acesso são os rios Amazonas, Esta formação ocupa uma área de 15km2 e é observada nas
Tapajós, Curuá-Una, Arapiuns e as estradas Santarém I áreas de relevo ondulado (situadas a sudoeste), onde se
Cuiabá, com ligação para Belterra, e SantarémiCachoeira nota intensa atividade agropecuária, e nas áreas de relevo
do Palhão (Hidrelétrica de Curuá-Una), além de pequenas acidentado (localizadas a nordeste) As espécies mais
estradas vicinais. A Estação Experimental da SUDAM fica comuns são: lixeira, sucupira, pau-pombo, jatobá, anani e
situada às margens do rio Curuá-Una. algumas Euforbiáceas. No estrato herbáceo destacam-se
Arístída sp e Bulbostylís sp.
11 - DESCRIÇÃO FISIONÔMICA DA VEGETAÇÃO Os Parques de drenagem esparsa, circundados por Flo-
restas-de-Galeria, situam-se a noroeste e norte da Folha,
Os tipos de vegetação observados nesta Folha são: a onde se observam manchas de Cerradão e de agrope-
norte, Savana, Formações Pioneiras e áreas de Tensão. cuária. Essas áreas totalizam 514km2 e as espécies mais
Ecológica; e, a sul, Floresta Densa e Aberta, além de área comumente encontradas são: lixeira, murici-do-campo,
de vegetação Secundária, Agropecuária e Reflorestamento. pau-pombo, jatobá, caju-do-campo, sucupira, anani, bu-
riti, açaí, gramíneas, ciperáceas e xiridáceas.
1 - Savana (Cerrado)
2 - Formações Pioneiras
Esta vegetação é representada pelos Parques de Cerrado,
que apresentam drenagem esparsa, ladeada por Florestas- A Formação Pioneira graminosa ocorre dispersa a norte,
de-Galeria e pela Savana arbórea densa (Cerradão), que nas áreas deprimidas sujeitas às inundações periódicas.

VEGETAÇÃOI389
As espécies dominantes são: capim-piripomonga, piri- 4 - Areas de Tensão Ecológica
membeca e canarana-folha-miúda, além de arroz-bravo e
vitória-régia. Localizam-se nas áreas sob influência doE rios, lagos e
"paranás", sendo que algumas delas são inundadas perio-
dicamente (como as formações pioneiras) e outras espora-
3 - Floresta Densa dicamente (como o cerrado).
Abrange uma área de 7.209km2 e r~v~ste di~e~sas for.m.as
de relevo, que variam dos altos platos as plamc1es aluv1a1s. 4.1 - Contato Floresta/ Savana (Cerrado)
A fisionomia dominante é a Floresta Densa com emer-
gentes. Nas áreas de relevo ondulado situadas a oeste, obser-
vam-se encraves de Savana arbórea densa (Cerradão) na
3.1 - Floresta Densa Aluvial Floresta Densa e, nas áreas aplainadas, verificam-se
manchas de Parque de Cerrado e Agropecuária em meio à
Esta floresta apresenta cobertura uniforme E recobre os Floresta Aberta (cipoal). As espécies mais representativas
terraços do rio Tapajós e planícies inundáveis do rio destas áreas que somam 1 .336km2 são breus, louros,
Amazonas. As espécies mais freqüentes são: abiorana, ucuubas, lacre, parapará, murta, lixeira, murici-do-campo,
ucuuba, andiroba, tauari, seringueira-barriguda, tachi-do- pau-terra, sucupira-do-campo, buriti e anani
igapó, pau-mulato, taperebá e tarumã. Estas áreas tota-
lizam 71,50km2. 42 - Contato Formações Pioneiras/ Floresta

Este contato (encrave) é formado de grupos de Floresta


3.2 - Floresta Densa das Terras Baixas e Submontanas Densa uniforme na parte mais elevada e as áreas depri-
midas (inundadas periodicamente) são revestidas pela
Revestem os altos e baixos platôs e relevos dissecados e Formação Pioneira graminosa As áreas deste contato
aplainados. Esta floresta apresenta grande número de totalizam 1 440km2. Sumaúma, tacacazeiro, açacu, breu-
espécies emergentes. Observam-se, em meio à Floresta branco-da-várzea, tarumã-da-várzea, arroz-bravo, canarana
Densa com emergentes, manchas de Floresta Densa uni- e vitória-régia são espécies comuns na área
forme e Floresta Aberta sem palmeiras (cipoal), além de
áreas de vegetação Secundária e Agropecuária As uni-
dades de amostras foram realizadas: 43 - Contato Formações Pioneiras/Savana (Cerrado)
a) Nos Alto Platôs (Floresta Submontana) Ocorre disperso no norte da Folha, sendo também obser-
vado próximo à cidade de Santarém, totalizando uma área
Amostra- A.114 - (Fdpe· + Famp) - Espécies de maior de 288km2 Observam-se grupos de Formação Pioneira
ocorrência: andiroba, matamatá-preto, sucupira-amarela, graminosa nas áreas de Parque de Cerrado, que apresen-
quaruba-branca e tauari tam drenagem esparsa circundada por Floresta-de-Galeria.
As espécies dominantes são jenipapo-do-campo, pau-
Amostra- A.115- (Fdpe + Famp)- Espécies de maior terra, sucupira, lixeira e murici, além de gramíneas, cipe-
ocorrência: pau-de-remo, tachi-preto, andiroba, cumaru e ráceas e xiridáceas.
louro preto.

Amostra A.116 - (Fdpe + Falp) - Espécies de maior 5 - Vegetação Secundária


ocorrência: acapu, muiraúba, tachi-pitomba, tachi-preto e
maçaranduba. Este tipo de vegetação ocorre nas proximidades de núcleos
populacionais e é resultante da ação Antrópica. A agri-
Amostra- A.117 - (Fdpe + Falp) - Espécies de maior cultura nômade e a exploração de madeira feita sem
ocorrência: muiraúba, tachi-pitomba, maçaranduba. acapu técnica de manejo são responsáveis pelo aumento destas
e castanheira. áreas lmbaúba, lacre, parapará, jutaí e morototó são
espécies que ocorrem na área.
As unidades de amostras descritas acima revelam, em
termos médios, 68 indivíduos e 184,561m3fha. O sub-
bosque desta floresta se apresenta denso, onde se observa 6 - Agropecuária
regeneração natural de breus, rosadinha, maçaranduba,
tachis, enviras, angelim-pedra, acariquara, itaúba, andi- A agricultura ainda é praticada em escala de subsistência,
roba e cupiúba. A palmàcea de maior destaque é o babaçu, mas a pecuária, principalmente de bubalinos, é bastante
que chega a ocorrer com uma freqüência de 12 indi- difundida, ocupando áreas consideráveis.
víduos/ha.

b) No Relevo Dissecado (Floresta Submontana) 7 - Reflorestamento


Amostra - A.1 03 (EQ1e + Fdnu) - Espécies de maior É feito na Estação Experimental de Curuá-Una (SUDAM) e
ocorrência: maçaranduba, louro-branco, louro-aritu, em Belterra (IBDF), como experimentação.
itaúba-preta e cupiúba. O sub-bosque desta floresta se
apresenta ralo com dominância de breus, jacamim (ar- As espécies exóticas cultivadas são: Pinus spp, Euca-
busto) e louros. Observou-se nesta floresta a ocorrência de lyptus spp, Gme/inea arborea. Dentre as nativas, des-
araracanga, cedro e piquiá. tacam-se os experimentos com o morototó, maçaranduba,

390/VEGETAÇAO
ucuuba, cedro, cedrorana, marupá, andiroba, seringueira, ocorrência de grande número de espécies de alta cotação
angelins-rajado, pedra e da mata, parapará, mogno e no mercado (louros, sucupiras, ucuubas, cedro, maça-
piquiá. randuba, cupiúbà e acapu) e elevado potencial de madeira
(184m31ha nos altos platôs e 251m31ha nos dissecados),
111 -RESUMINDO torna esta área promissora às atividades florestais.

A facilidade de acesso pelas estradas e rios, aliada á

10.3.9 Folha SA.21-X-D (Fig. 23)

Fama + Fdie + Ap

~+Ap
Sco + Fdiu

o 10 20 30 40 km

I
Flg. 23 - Mapa Fislonõmico-Ecolóaico da Folha SA.21-X-D

I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA AREA Savana arbórea densa (Cerradão), Savana arbórea aberta


(Campo Cerrado) e P·arque de Savana
A Folha é formada de áreas do Pré-Cambriano, Paleozóico
(maior parte) e Cenozóico. A sudeste, sobre relevo acidentado, o Cerradão recobre
uma área de 132km2 Os campos da Savana ocorrem
A BR-254, em fase de implantação, atravessará a área no dispersos nas áreas de relevo tabuliforme, abrangendo
sentido leste-oeste, em d·ireção a Óbidos. 34km2

O Parque de Cerrado foi observado a sudeste, sudoeste e


11 - DESCRIÇÃO FISIONÓMICA DA VEGETAÇÃO noroeste da Folha, apresentando uma drenagem esparsa,
ladeada por Florestas-de-Galeria. As áreas de Parque
Foi observada na área a ocorrência de Florestas Densa e total izam 153km2
Aberta, Formações Pioneiras, Savana, áreas de Tensão
Ecológica, Agropecuária e vegetação Secundária As espécies mais características destas formações são:
lixeira, m,urici-do-campo, caju-do-campo, pau-terra,
1 - Savana (Cerrado) - Ocorre com as fisionomias de sucupira, anani e açai, além de gramíneas e xiridáceas

VEGETAÇÃ01391
l
2 - Formações Pioneiras - Estas formações ocorrem a As especies dominantes são: maçaranduba, abioranas,
sul, nos terraços de depressões, sujeitos às inundações matamatás e ucuubas. Dentre as palmáceas, destaca-se a
dos rios Cun.:à e Amazonas As espécies mais freqüentes ocorrência de babaçu.
são: canarana (Gramineae), aninga (Araceae), mururé e
vitória-régia (Nympheaceae) 5 - Áreas de Tensão Ecológica- A maior parte da Folha
é constituída por áreas de contato (encraves), que se
3 - Floresta Densa- Esta fisionomia quando recobre os estendem no sentido sudeste-noroeste, ocupando as áreas
platôs e relevos dissecados e aplainados do Paleozóico do Quaternário recente, Paleozóico e Pré-Cambriano.
apresenta cobertura uniforme e sub-bosque fechado A
floresta apresenta uma regeneração natural numerosa de 51 - Contato Floresta/Savana (Cerrado) - É formado
jutai, goiabinha, breus e palmáceas, com destaque do por encraves de Floresta em áreas de Savana arbórea densa
babaçu. Dominando, destacam-se no estrato arbóreo (Cerradão) e Parque de Cerrado. Nesta área de 6.368km2
breus, cumarurana, jutaí-mirim e joão-mole foram efetuadas as seguintes unidades de amostras

Sobre áreas do Pré-Cambriano, a floresta reveste diversas FSc


formas de relevo (baixas cadeias de montanhas, outeiros, a) A .126 ( ). Nesta área, observou-se
colinas e relevos fortemente ondulado e ondulado) Esta Fdiu + Sro + Fama
fisionomia apresenta grande número de espécies emer- a ocorrência de breu-manga, jutai-mirim, abiorana-cutite,
gentes, sub-bosque fechado, onde se destacam os ingás- carapanauba, cumarurana, joão-mole, jutaí-açu, jutaí-
cipó e xixi, louro-preto, iperana, inajás, e grande número pororoca e uxirana As espécies do Cerrado mais comuns
de Pteridófitas Observaram-se nesta área grupos de Flo- são a lixeira, murici-do-campo, jatobá, paus-terra e
resta Aberta com palmeiras (relevo aplainado) e sem pal- angico
meiras (relevo dissecado) No estrato arbóreo, verificou-se
a dominância de abioranas, ipês, jutais, louros, macucu, FSc
mututi-duro, pau-d'arco-amarelo, ucuuba e tauari b) A.117 ( , - - - - - - - As espécies florestais
Fdau + Sro
A Floresta Densa das terras baixas ocorre nos platôs e mais comuns são: tachis, angelim-da-mata, cumaru-roxo,
relevo dissecado do Terciário, apresentando um elevado ingá-vermelho, maçaranduba, mand!o~ueira-lisa, quar_u-
potencial de madeira Apresenta um sub-bosque rico em ba-rosa, sucupira e uxi-preto. As espec1es de Cerrado sao
bromélias e uma regeneração natural formada de breus, as mesmas descritas acima
louro-amarelo, cumarus e enviras. As palmáceas de maior
freqüência são a mumbaca, pupunharana e coco-curuá No
estrato arbóreo há ocorrência de espécies de elevada FSc
cotação nos mercados interno e externo (angelim-rajado, c) A .128 ( ). As espécies constatadas
araracanga, copaíba, itaúba, louros, maçaranduba, peroba Sco + Sps + Fdiu
e ucuuba) na floresta foram jutaí-açu, abiorana-cutite e breu-verme-
lho As espécies do Cerrado são as mesmas descritas no
As áreas da Floresta Densa abrangem 4.372,50km2, tendo item "a"
sido inventariadas as seguintes amostras·

a) Amostra - A.56 (Fdae + Fala) - Espécies de maior 5.2 - Contato Formações Pioneiras/ Floresta - Esta fi-
ocorrência: ipê, macucu, mututi-duro, abiorana-branca, sionomia ocorre nos terraços e áreas deprimidas, sob
tarumã e tauari. influência das cheias dos rios Curuá e Mamiá, totalizando
uma área de 590,50km2 Nos terraços observou-se a domi-
b) Amostra - A.67 (Fdte + Fdhe) - Espécies de maior nância da Floresta sobre as Formações Pioneiras e nas
ocorrência abiorana-rosadinha, breu-vermelho, abiorana- áreas deprimidas ocorre o inverso. Morototó, pau-pombo,
vermelha, itaúba, louro-amarelo, cumaru e peroba murta, parapará, seringa-barriguda., tarumã-de-várzea,
tachi e taperebá-do-igapó são espécies representativa$ da
4 - Floresta Aberta - Este tipo fisionômico apresenta Floresta Nas áreas das Formações Pioneiras, observou-se
a ocorrência de canarana, arroz-bravo, murumuru, aninga e
as formações Floresta Aberta com palmeiras (cocal) e sem

I
vitória-régia
palmeiras (cipoal), bastante dispersas na Folha em
questão, abrangendo 2.773km2.
53 - Contato Formações Pioneiras/Savana (Gerrado)-
A Floresta Aberta mista reveste os relevos dissecados e Ocorre próximo ao lago dos Botos, onde as áreas do
aplainados do Paleozóico, onde se observam grupos de Parque de Cerrado de drenagem esparsa com Florestas-
Floresta Densa com emergentes e áreas de agropecuária de-Galeria formam encraves na Formação Pioneira grami-
nosa das depressões periodicamente inundadas As es-
pécies mais comuns deste contato que abrange 185,50km2
O cipoal recobre os outeiros, colinas e relevos fortemente são pau-terra, sucupira, murici, buriti, açaí, anani, cana-
ondulado e ondulado do Pré-Cambriano Nesta fisionomia, rana, mururé, capim-marreca, Aristida spp e vitória-régia
observa-se também a presença da Floresta Densa com Foram observados núcleos de agropecuária.
emergentes.
6 - Vegetação Secundária - Ocorre próxima aos nú-
A nordeste, onde o cipoal ocorre como fisionomia domi- cleos populacionais e e formada pela ação Antrópica
nante, foram observados grupos de Floresta Aberta com Estas áreas são observadas a sul, sude§te e sydoeste da
palmeiras (relevo acidentado) e Floresta Densa uniforme, Folha e as espécies características ~ão: lacre, murta,
que reveste os platôs do Paleozóico. imbaúba, paricá, morototó e pau-para-tudo.

392/VEGETAÇÃO
7 -Agropecuária - É praticada numa área relativamente 111 - RESUMINDO
grande nas proximidades de Alenquer, apresentando um
bom r~ndir'nento Junto às áreas de agropecuária, verifi- As áreas do Terciário (platôs e relevo dissecado) apresen-
cam-se grupos de Cerrado, representados pelo murici, tam um potencial madeireiro considerável, não só pelo
angico e jatobá. elevado vol.ume médio por hectare, como também pela
qualidade das espécies que formam esta floresta.
10 3 10- Folha SA 21-X-C (Fig. 24)

57'00' 55'30'
J'OO'
1'00' (:\
pFdre

Fdue + Fdie

Fig 24 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA 21-X-C

I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA ÁREA

Esta Folha, que abrange 18.439km2, é constituída a norte,


leste e oeste de áreas do Paleozóico. O Terciário domina
1 - Savana (Cerrado)

A nordeste, delimitado por áreas de Tensão Ecológica,


observa-se o Parque de Cerrado de drenagem esparsa,
I
no centro e o Quaternário recente no sul. Uma pequena ladeada por F lo restas-de-Galeria As espécies mais co-
área situada a nordeste faz parte do Pré-Cambriano. muns são: pau-pombo, açacu, anani, ucuuba, ingás, envi-
ras, açaí, buriti, murici-do-campo, pau-terra, lixeira, gra-
As companhias de mineração Cruz Alta e Alcan, situadas a míneas, ciperáceas e xiridáceas
sul do rio Trombetas, fazem exploração de bauxita
Fisionomia idêntica é observada a sul, ocorrendo isolada-
mente ou associada a outras fisionomias, formando áreas
11 - DESCRIÇÃO FISIONÓMICA DA VEGETAÇÃO de contato. As áreas de Parque totalizam 87km2

As fisionomias observadas nesta área foram: Floresta 2 - Formações Pioneiras


Densa e Aberta, Savana e Formações Pioneiras; áreas de
Tensão Ecológica e vegetação Secundária. As Formações Pioneiras encontram-se nas áreas de in-

VEGETAÇÃOI393
fluência do rio Amazonas e lagos Erepecu e Faro. Foram rência: louro-preto, tachi-preto, carapanaúba, inharé e
observadas nos estágios arbustivo e graminoso, abrangen- tachi-vermelho.
do 79,50km2.
c) No Relevo Aplainado

2.1 - Formação Pioneira Arbustiva Amostra - A.60 - (Fdnu + Fdne) - Esta amostra foi
feita numa mancha de Floresta Aberta, não mapeável pela
Estas formações ocorrem numa pequena ilha do lago nossa escala de trabalho. Espécies de maior ocorrência:
Erepecu e nas depressões próximas ao lago de Faro. Nesta maçaranduba, algodão-bravo, jutai-pororoca e itaúba.
área de 38,50km2 observa-se a ocorrência de enviras,
ucuubas e munguba Amostra - A.61 - (Fdnu + Fdne) - Espécies de
maior ocorrência: castanha-vermelha, louro-preto, faveira-
folha-fina e pajurá.
2.2 - Formação Pioneira Graminosa
Observou-se diferença significativa no tipo de sub-bosque
Esta formação foi observada nas áreas deprimidas, junto apresentado pela floresta ao recobrir diferentes formas de
ás margens de rios e lagos. As áreas revestidas por esta relevo Nas áreas aplainadas, o sub-bosque é ralo, haven-
fisionomia totalizam 41 km2 e as espécies mais comuns do dominância de palmáceas, especialmente a mumbaca.
são: canarana, capim-marreca, arroz-bravo, aninga e piri- Os breus, angelins, ingás e louros se destacam na escassa
membeca. regeneração natural. O sub-bosque nos platôs e disseca-
dos varia de semidenso a denso, onde se observa a
3 - Floresta Densa regeneração natural de ucuubas, breus, abioranas, louros,
angelins, matamatás, tachis, carapanaúba e castanha-ver-
melha As palmáceas ocorrem em menor número e as mais
Recobre, em grande parte, as áreas dó Terciário, do Paleo-
freqüentes são bacaba, babaçu e mumbaca
zóico e pequenos trechos do embasamento Pré-Cambria-
no, abrangendo 13.526km2 A floresta apresenta espécies
emergentes e potencial de madeira baixo (86,338m3f ha). 33 - Floresta Densa Submontana

Esta floresta recobre os platôs e relevos dissecados e


31 - Floresta Densa Aluvial
aplainados, apresentando dominantemente cobertura de
emergentes e um volume médio de 85,193m3/ha.
Esta formação ocorre nos terraços e planícies aluviais,
apresentando cobertura uniforme As áreas ocupadas por Nas áreas de relevo dissecado e aplainado observam-se,
esta fisionomia somam 27km2 e as espécies mais comuns em meio à Floresta Densa com emergentes, grupos de
são: seringa-barriguda, arabá-preto, m;;~rimari, ucuuba, Floresta Densa uniforme e Floresta Aberta com e sem
macacauba-da-várzea, andiroba, tachi-preto e fava-folha- palmeiras, além de áreas de agropecuária.
fina
As unidades de amostras realizadas nesta área foram
32 - Floresta Densa das Baixas Altitudes
Amostra - A.17 - (Fdue + Fdie) - Espécies de
Reveste os baixos platôs e relevos dissecados e aplaina- maior ocorrê~ abiorãii'ã-Vermelha, quaruba-cedro, breu-
dos, totalizando 7.835,50km2. Esta floresta apresenta co- branco, abiorana-seca e uchirana.
bertura uniforme nas áreas aplainadas e cobertura de
emergentes nos platôs e dissecados. Amostra - A.18 - (Fdue) - Espécies de maior ocor-
rência cumatê, cupiúba, pente-de-macaco, periquiteira e
As unidades de amostras foram feitas nas seguintes áreas ucuuba.

a) No Baixo Platô Amostra- A.28- (Fdue + Fdie + Fama)- Espécies de


maior ocorrência: pau-pombo, ingaí, tinteiro, morototó e
Amostra - A.66 - (Fdhe + Fdte) - Espécies de maior marupá.
ocorrência cumatê, muirapiranga, cupiúba, angelim-ra-
jado e cumaru A norte e nordeste observou-se a Floresta Densa, recobrin-
do as baixas cadeias de montanhas e relevo fortemente
b) No Relevo Dissecado ondulado da formação Granito Mapuera (Pré-Cambriano),
apresentando cobertura de espécies emergentes. Esta
fisionomia está melhor representada na Folha SA.21-X-A.
Amostra - A.62 - (Fdte)- Espécies de maior ocorrên-
cia: envira-bobó, matamatá-preto, itaúba, cumaru e caripé.
4 - Floresta Aberta
Amostra - A.63 - (Fdte)- Espécies de maior ocorrên-
cia: chicle-bravo, louro-preto, muirapiranga, amapá-doce e Esta fisionomia ocorre a leste, numa área aplainada de
arurá-branco. 188km2, apresentando grande número de palmáceas (flo-
resta mista). Em meio a esta formação, observam-se
Amostra - A.64 - (Fdte) - Espécies de maior fre- grupos de Floresta Densa de cobertura uniforme e áreas de
qüência: pau-pombo, mandioqueira-branca e tachi-preto. agropecuária. As espécies dominantes são: maçaranduba,
castanheira, ingás, cedrorana, jutaí, caripé, mangarana,
Amostra - A.65 - (Fdte) - Espécies de maior ocor- macucu, matamatá, piquiá, louros e sucupira.

394/VEGETAÇÃO
5 - Áreas de Tensão Ecológica Estas formações ocorrem nas areas a1uv1a1s, ocupando
953km2. A Formação Pioneira arbustiva se sobrepõe à
Estes contatos foram observados no rio Trombetas, numa Savana densa (Cerradão) nas áreas de relevo ondulado.
pequena área ao centro, e em outras áreas relativamente Nas áreas de relevo aplainado, os Parques de Cerrado, que
grandes a nordeste e sudeste, próximo de lagos e do rio apresentam drenagem esparsa, são circundados de Flores-
Amazonas, totalizando 2.311,50km2 ta-de-Galeria· domina a Formação Pioneira graminosa. As
espécies m~is comuns são: lixeira, n:urici-d~-cam~~·
5.1 - Contato Floresta/Savana (Cerrado) sucupira, caju-do-campo, pau-terra, açar, ananr, buntr,
canarana e arroz-bravo.
Este contato, abrangendo uma área de 921 km2, é formado
por encraves de Savana arbórea densa (Cerradão) e Parque 6 - Vegetação Secundária
de Savana, de drenagem esparsa com Florestas-de-Gale-
ria encravado na Floresta Densa com emergentes. Ucu- Esta vegetação é resultante da ação Antrópica· e foi obser-
ub~. mandioqueira, cupiúba, marupá, morototó e lixeira vada nas proximidades de Óbidos e Oriximinà, abrangendo
são espécies comuns nestas fisionomias. Na área da uma área de 503,50km2. A agropecuária é praticada em
Floresta Densa, realizou-se uma unidade de amostras. pequena escala.

FSc
7 - Agricultura
Amostra A.125 - ( ) -As espécies de
-- Fdue+ Sca+ Spfe
maior ocorrência são acapu, cupiúba, muirajibóia, pau- As culturas de subsistência ao longo da estrada Óbidos/
Oriximiná totalizam 11 km2. As culturas de mandioca,
márfim e piquiá-marfim
milho e feijão constituem a principal atividade agrícola

52 - Contato Formações Pioneiras/Floresta


111 - RESUMINDO
Estas formações foram observadas nos terraços, planícies
e depressões periodicamente inundadas, abrangendo Em Óbidos e Oriximiná estão situadas as maiores serrarias
437 ,50km2 As fisionomias desta área de contato (encrave) da região Elas utilizam os rios como meio de transporte da
são Floresta Densa e Aberta e Formações Pioneiras matéria-prima e para escoamento dos produtos manufatu-
arbustiva e graminosa A dominância de uma determinada rados.
fitofisionomia (Floresta/ Pioneira) varia em função do grau
de umidade apresentado pelo solo. Há encraves de Forma- As espécies de reconhecido valor comercial são: itaúba.
ções Pioneiras na floresta, nas áreas mais úmidas. ocor- maçaranduba, louros, amapá-doce, mandioqueira, ange-
rendo o inverso nas áreas melhor drenadas As espécies lim-rajado, cupiúba, morototó, marupá, acapu, sucupira e
que mais se destacam na área são murumuru, canarana. ucuuba.
capim-de-marreca. arroz-bravo. abioranas. jutaís, ucuubas
e breus A agropecuária é praticada em pequena escala, apesar da
ocorrência de grandes áreas aplainadas que poderiam ser
destinadas às pastagens e culturas de ciclo longo, mais
53 - Contato Formações Pioneiras/Savana (Cerrado) rentáveis.

10:3.11 - Folha SA 21-V-D (Fig 25)

I '- INDIVIDUALIZAÇÃO DA ÁREA 1.1 Área do Embasamento


A Folha é constituída pelas áreas do embasamento e dn

I
As baixas cadeias de montanhas, de extensão variada.
cobertura arenosa do Pré-Cambriano. acham-se dispersas a norte e leste e estão cobertas pela
Floresta Densa com emergentes. As espécies mais co-
As formas tabulares e dissecadas são da cobertura de muns são: castanheira, angelins, mandioqueiras, amapás.
plataforma do Pré-Cambriano, enquanto que nas áreas do piquiá e piquiarana.
embasamento observam-se as baixas cadeias de monta-
nhas, outeiros, colinas e relevos fortemente ondulado e As áreas de outeiros e colinas abrangem 55km2 e estão
ondulado. revestidas pela Floresta Densa com cobertura de emergen-
tes. Estas feições morfológicas são observadas a norte.
11 - DESC'RIÇÃO FISIONÔMICA DA VEGETAÇÃO próximo ao rio lmabu ou Cachorro.

A vegetação dominante na área é a da Floresta Densa com Os relevos fortemente ondulado (de maior expressão, pois
cobertura de emergentes. A Floresta Densa uniforme ocor- ocupa 8.704km2) e ondulado apresentam idênticas fitofi-
re, na maioria das vezes, associada à fisionomia dominan- sionomias. Foram observados, nesta área, grupos de
te. Pequenos grupos de Floresta Aberta sem palmeiras Floresta Densa uniforme e Aberta sem palmeiras O cipoal
(cipoal) são visto.s a leste e noroeste da área. é observado a noroeste, leste e sudeste
1 - Floresta Densa Próximo às margens dos rios, o relevo apresenta-se menos

VEGETAÇÃ01395
Fdiu

A 57 •• A 58

Fdte

o 10 20 30 40 km

Fig. 25 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-V-D

movimentado, onde se verifica, com maior freqüência, a 1 2 - Áreas de Cobertura de Plataforma


ocorrência de Floresta Densa de cobertura uniforme. As As formas tabulares arenosas, que recobrem a formação
espécies mais representativas são· angelins, maçarandu- do Granito Mapuera, acham-se entremeadas com as baixas
ba, faeira, piquiarana e ucuubas
cadeias de montanhas, ocupando uma área de 1.962km2
As unidades de amostras, descritas abaixo, tiveram lugar Verificou-se, no estrato arbóreo, grande número de espé-
no relevo fortemente ondulado e revelaram um volume cies emergentes Esta fitofisionomia ocorre, principalmen-
médio de 139,569m3/ha O sub-bosque desta floresta se te, a norte e noroeste A sul, observam-se manchas de
apresenta fechado ou aberto (limpo), em vista do tipo de Floresta Densa uniforme em meio á Floresta Densa com
solo (arenoso ou argiloso). Nas áreas de sub-bosque limpo emergentes Angelim-pedra, maçaranduba, castanheira,
abioranas, piquiaranas e ucuuba são espécies caracterís-
(solo arenoso), observou-se a regeneração natural de louro-
vermelho, abiorana, cabeça-de-macaco, matamatás, cari- ticas
pé, ingás, pajurá, breus, iperana, urucurana e cariperana As áreas de relevo dissecado são cobertas por Floresta
As palmáceas mais comuns são: caranaí (dominante), Densa com cobertura de emergentes Nos testemunhos
murumuru, paxiúba, bacaba e inajá Nas áreas de sub- das antigas coberturas arenosas, observa-se a Floresta
bosque denso (solo argiloso), a uxirana, abio-vermelho, Densa uniforme Estas áreas totalizam 3 899km2.
louros amarelo e rosa, melancieira, matamatás e tauari são
as espécies representativas da regeneração natural Dentre Verificou-se, por ocasião da amostragem, que o sub-
as palmáceas destacam-se o ubim, mumbaca, açaí, muru- bosque se representa fechado, onde se observam: abio-
muru, palha-preta, bacaba, inajá e paxiúba. ranas, tamanqueira, andirobarana, palha-preta, inajá e
mumbaca.
Amostra - A.35 (Fdoe + Fdae) - Espécies de maior Na unidade de amostra (A.07 - Fdue), observou-se maior
ocorrência: abiorana-seca, melancieira, matamatá-branco ocorrência de andirobarana, freijó-branco, itaúba e louro-
e caríperana
preto
Amostra - A.37 (~ + Fdae) - Espécies de maior 111 - RESUMINDO
ocorrência: guajaraí, iperana, mangabarana e maçaran-
duba. Esta área apresenta elevado potenciai de madeira, va1on-

396/VEGET AÇÃO
zado por grande número de espectes facilmente aceitas ravinas), a Floresta Densa com cobertura de emergentes
nos mercados interno e externo. domina a área, cobrindo 18.474km2 e apresentando em
termos médios 50 indivíduos e 10031ha.
O fator limitante à explotação, ou mesmo extrativismo, é a
falta de acesso, visto que os rios são bastante encachoei- 1 - Floresta Densa Submontana
rados.

~ relevo acidentado torna inviável a prática da agropecuá- A Floresta Densa das áreas Pré-Cambrianas, que recobre
na. os relevos fortemente ondulado e ondulado, apresenta
grande número de espécies emergentes e sub-bosque
fechado, rico em palmáceas, formado principalmente por
10.3.12- Folha SA.21-V-C (Fig. 26)
abioranas, andiroba, breus, cupiúba, ingás, iperana, jutai-
rana, louros, matamatás, morácea-chocolate, pajurá, pen-
I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA AREA te-de-macaco. roxinho, tachis e ucuubas As palmáceas de
maior freqüência são: mumbaca, ubim, inajá, bacaba,
Na área coberta por esta Folha observaram-se diversos patauá, paxiúba, murumuru, palha-preta e pupunharana.
tipos de relevo, variando de platôs até áreas aplainadas,
situados no Pré-Cambriano, Paleozóico e Terciário
a) - Relevo Fortemente Ondulado
A Companhia de Minério de Ferro SIDERAMA (Siderurgica
da Amazônia) situa-se ás margens do Jatapu Amostra - A.38 - (Fdoe) - Espécies de maior ocorrên-
cia. cupiúba, sucupira-amarela e cumarurana.
11 - DESCRIÇÃO FISIONÔMICA DA VEGETAÇÃO
Amostra A.39 - (Fdoe) - Espécies de maior ocorrência:
Com exceção de pequenos grupos de Floresta Aberta jutaí-pororoca, iperana, jutairana, cariperana e andirobara-
localizados a leste (área aplainadas) e a oeste (encostas e na. Esta amostragem foi feita num grupo de Floresta

Fig 26 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA 21-V-C

VEGETAÇÃO 1397
Densa com Floresta Aberta (cipoal), não sendo significati- ta denso, observou-se a regeneração natural de iperana,
vo, portanto, para este ambiente, o volume encontrado. anani enviras. acapurana, seringueira e tamaquaré. As
palmàceas mais expressivas são: tu_cumã, inajá, aç~í e
Amostra - A.40 {f!doe) - Espécies de maior o?_orrência bacaba As unidades de amostras realizadas neste ambien-
matamatá-branco, pajurá, ucuuba-chorona, cup1uba, lou- te revelaram em média 39 indivíduos e 33,509m31 ha
ro-mamoí e cardeiro.
Amostra - ~ - (Ei!§.u) - Espécies de maior ocorrên-
cia jutairana, acapurana, cariperana, seringueira e tama-
b) - Relevo Ondulado quaré
Amostra - A.41 - (Fdae + Fdau) - Espécies de maior
ocorrência: jutairana, matamatá-vermelho, tatapiririca, im- Amostra- A.120- (Fdsu)- Espécies de maior ocorrên-
baúba e amapá-amargoso. cia: abiorana-p;:eta, fava-bolacha, paruru, seringueira e
sucupira-amarela
Amostra - A.42 - (Fdae + Fdau) - Espécies de maior
ocorrência: roxinho, matamatá-preto, cardeiro, andiroba e
tauari. 111 - RESUMINDO
Amostra - A.43 - (Fdae + Fdau) - Espécies de maior A Folha é coberta, quase que totalmente, pela Floresta
ocorrência: roxinho, andiroba, rnatamatá-preto, breu-man- Densa e apresenta um potencial de madeira médio
ga e tauari
Dentre as espécies observadas na área, as de melhor
Amostra - A.44 - (Fdae + Fdau) - Espécies de maior cotação nos mercados interno e externo são anani, andi-
ocorrência matamatá-vermelho, iperana, cumarurana e roba, angelim, amapá, aroeira, acapurana, cupiúba, cedro,
pau-d'arco-amarelo cardeiro, louros, mandioqueiras, parapará, pau-d'arco, su-
cupira e maçaranduba. Estas espécies ocorrem com maior
A Floresta Densa que ocupa o relevo aplainado do Paleo- frequência nos relevos fortemente ondulado e ondulado
zóico apresenta-se com cobertura uniforme e emergentes,
das áreas pré-cambrianas.
sendo este último tipo de floresta a forma dominante. O
sub-bosque não é muito fechado, e nele observou-se a
regeneração natural das espécies· caripé, matamatá, lou-
ros, mangabarana, macucu, acariquara e breus As palmá- 10 3 13- Folha SA 21-V-A (Fig 27)
ceas de maior ocorrência são mumbaca, tucum-preto,
bacaba, marajá e açaí. Neste ambiente foram realizadas as I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA ÁREA
seguintes unidades de amostras
A Folha com 18 537km2 é constituída pelas áreas do
Amostra- A.19- (Fdie + Fdiu)- Espécies de maior Pré-Cambriano e apresenta diversas formas de relevo, que
ocorrência: caripé, mangabarana, angelim-rajado e acari- variam desde as baixas cadeias de montanhas até as áreas
quara de relevo ondulado
Amostra - A.20 - (Fdie + Fdiu) - Espécies de maior O Jatapu é o principal rio que corta a área Dois rios têm
ocorrência: caripé, cardéiro, matamatá-vermelho, acari-
suas nascentes formadas na área o Pitinga, afluente da
quara e andiroba
margem esquerda do Uatumã, que tem sua nascente na
área das baixas cadeias de montanhas, e o rio Nhamundá,
Os baixos platôs e áreas dissecadas do Terciário estão
que tem sua nascente nas áreas de relevo dissecado dos
revestidos por uma Floresta Densa que apresenta as
platôs da formação Granito Mapuera, apresentam-se bas-
fisionomias emergente e uniforme. O sub-bosque é um tante encachoeirados.
pouco fechado e riquíssimo em palmáceas, onde se obser-
va a regeneração natural das espécies ucuubas, louros,
murta, cupiúba, tauari e timborana. As palmáceas mais 11 - DESCRIÇÃO FISIONÓMICA DA VEGETAÇÃO

I frequentes são: mumbaca, murumuru, açaí, paxiúba, ubim


e inajá. As unidades de amostras feitas nestes ambientes
estão descritas abaixo:

a) - Platôs
A Floresta Densa ocupa quase que totalmente a área da
Folha, variando em função da cobertura uniforme ou com
emergentes (maior ocorrência) Alguns grupos de Flo~esta
Aberta com cipó, observados nas encostas e ravmas,
incorporam-se à vegetação densa.
Amostra- A.12- (Fdhe + Fdru)- Espécies de maior
ocorrência: jarana-amarela, amapá-doce, louro-inhamuí, 1 - Floresta Densa - Esta fisionomia é observada nas
muiracatiara e murta áreas pré-cambrianas, recobrindo as baixas cadeias de
montanhas, outeiros, colinas e relevos fortemente ondula-
b) - Relevo Dissecado do e ondulado (áreas de embasamento) e os relevo_s
tabulares e dissecados das áreas arenosas do Pré-Cambn-
Amostra - A.13 - (Fdre + Fdru) - Espécies de maior ano, totalizando 18.477km2.
ocorrência: tauari, pente-de-macaco, matamatá-vermelho,
itaubarana e louro-inhamuí
A Floresta Densa das áreas arenosas apresenta cobertura
Os terraços do Quaternário antigo estão revestidos pela de emergentes e sub-bosque relativamente fe~h~do, ri~o
Floresta Densa uniforme. No sub-bosque, que se apresen- em espécies da regeneração natural. As espec1es ma1s

3981VEGETAÇÃO
~Fdle

fdoe + Fale

0
~Fduà
fdae+ fdau

~A32
A-31
Fdoe
Fdue

Fdre + Fdru o 10 20 30 40km Fdre+ Fdru

Fig. 27 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-V·A

expressivas do sub-bosque são abioranas, andiroba, andi- Amostra - A.06 (Fdue) - Espécies de maior ocorrência
robarana, caxinguba, ingás, louros, maçaranduba e mata- andirobarana, andiroba, ingá-branco e matamatá-branco
matás As palmáceas mais freqüentes são ubim, mumba-
ca, folha-preta. inajá e açaí. Nas áreas de relevo dissecado, 1 2 - Nas áreas de relevo fortemente ondulado a floresta
observam-se manchas de Floresta Aberta sem palmeiras apresenta, em termos médios, 75 indivíduos e 140m3/ha
(cipoal) nas encostas e grupos de andiroba e andirobarana. Grupos de Floresta Aberta com cipó foram constatados
nas ravinas e encostas dos morros.
Nas áreas de embasamento, a Floresta Densa com emer-
gentes apresenta o sub-bosque muito fechado, onde se As amostras foram feitas nas seguintes formas de relevo
observa a regeneração natural de angelim-pedra, angelim-
da-mata, abioranas, maçaranduba, matamatás, itaúba,
louros e tatajuba Dentre as palmáceas, destaca-se· a
ocorrência de mumbaca, bacaba, açaí, tucumã, paxiúba,
inajá, ubim e folha-preta. Nas áreas mais aplainadas há
a) Relevo Fortemente Ondulado

Amostra - A.29 (Fdoe) - Espécies de maior ocorrência


pau-amarelo, pajurazinho, tauari, cupiúba e louro-preto
I
ocorrência de manchas de Floresta Aberta sem palmeiras
(cipoal). Amostra- A.33 - (Fdoe + Fdae) - Espécies de maior
ocorrência· abio-cabeça-de-macaco, bacuri-pari. matama-
tá-branco, maçaranduba e itaúba.
1 1 - Nas áreas de platô (Fdre) e disseçado (Fdue) foram
feitas seis unidades de amostras. --
Amostra - A.34 (Fdoe + Fdae) - Espécies de maior
ocorrência: bacuri-pari, abiorana-branca, maçaranduba.
Amostra - A.01 (Fdre + Fdue) - Espécies de maior
itaúba e cupiúba
ocorrência: jutaí-pororoca, ingá-xixica, cupiúba, louro-
inhamuí, parapará e tauari-vermelho
b) Relevo Ondulado
Amostra - A.05 (Fdue) - Espécies de maior ocorrência:
andirobaranã,ãiidiroba, e caxinguba. Amostra - A.30 (Fdae + Fala) - Espécies de maior

VEGETAÇÃ0/399
ocorrência rosadinha, ripeiro-vermelho, piquiarana, itaúba 111 - RESUMINDO
e louro-cedrinho. A área tem como fisionomia dominante a Floresta Densa
com emergentes e apresenta um bom potencial de madei-
Amostra - A.31 (Fdae + Fdau) - Espécies de maior ra
ocorrência: matãmatá-branco, cariperana, matamatá-ver-
Os rios que cortam a Folha são encachoeirados e os
melho e cupiúba.
nucleos populacionais se encontram distantes, o que
explica a pouca ação extrativista
Amostra - A.32 (Fdae + Fdau) - Espécies de maior
ocorrência matamatá-branco, cumarurana, louro-preto e O relevo bastante dissecado é o principal fator limitante
maçaranduba aos empreendimentos agroflorestais

10.3 14- Folha SA 21-V-B (Fig 28)

I Fig 28 - Mapa Fisionõmico·Ecológico da Folha SA 21-V-B

I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA AREA Próximo às margens do rio Jatapu, a Companhia SIDERA-


MA está levando a efeito e exploração do minério de ferro.
Com 18 384km2, esta Folha apresenta diferentes tipos de
relevo, varian.do. de forten:ente ondulado a aplainado, 11 - DESCRIÇÃO FISIONÓMICA DA VEGETAÇÃO
p~rtencentes as areas do .Pre-Cambriano, Paleozóico, Ter-
Ciano e_ Quaternáno As areas dissecadas a norte são de A Floresta Densa recobre quase toda a área, com exceção
formaçao granítica Mais para o centro, já em contato com de pequenas manchas de Floresta Aberta com cipó, insta-
o Terciário, os platôs são de formação arenítica O Qua- lada nos terraços, e de pequena área de Formação Pioneira
ternário situa-se numa pequena faixa a sudoeste arbustiva, situada a leste

400/VEGETAÇÃO
1 - Formações Pioneiras 2.3 - Floresta Densa Submontana

A margem esquerda do rio Mapuera, observam-se peque- Na floresta que recobre as áreas do Paleozóico foram feitas
nas áreas inundadas periodicamente, onde ocorre uma dez unidades de amostra: uma no platô testemunho,
Formação Pioneira em estágio arbustivo, não tendo sido quatro no relevo aplainado e cinco no dissecado, tendo-se
observada a presença de seringueira, canela-de-anta, mun- obtido um volume médio por hectare em torno de 120m3,
guba, envira e murici. com média de 68 indivíduos por amostra.

Os platôs testemunhos são recobertos pela Floresta Densa


2 - Floresta Densa que apresenta muitas espécies emergentes, grande adenc
sarnento (93 indivíduos/ha) e volume em torno de
O volume de Floresta Densa está em torno de 120m3/ ha e 209,898m3Jha, tendo sido o maior volume encontrado na
com média de 67 indivíduos. As espécies comerciais área.
encontradas na área foram: maçaranduba, sucupira,
cupiúba, angelim-rajado, angelim-pedra, angelim-da- Amostra- A.14 (Fdre) - Espécies de maior ocorrência:
mata, acapu-preto, itaúba, louros e tauari. abiorana-cutite, abiorana-abio, caripé, angelim-pedra, ri-
pairo-vermelho e seringa-vermelha.
2.1 - Floresta Densa Aluvial Nas áreas aplainadas observa-se a Floresta Densa com
emergentes, apresentando um sub-bosque pouco denso,
Esta floresta ocupa os terraços do Quaternário mais onde se observam breus, matamatás, angelim-rajado, ta-
antigo, próximo ás margens do rio Jatapu, e apresenta chis, enviras, andiroba, muirapiranga, ucuuba, cupiúba,
cobertura uniforme. Foi observada a ocorrência de grupos mumbaca, bacaba, pupunharana, patauá, açaí, inajá e
de Floresta Aberta sem palmeiras (cipoal) em meio á tucum-preto.
Floresta Densa. Esta fisionomia recobre 680km2, apresen-
tando uma média de 63 indivíduos e 97,891 m3tha. Neste As quatro unidades de amostras evi.denciam o baixo po-
ambiente, foram realizadas as seguintes unidades de tencial de madeira que a floresta apresenta (75,173m3/ha}.
amostras:
Amostra - A.21 (Fdie + · Fdiu) - Espécies de maior
Amostra - A.123 (Fdsu + Fala) - Espécies de maior ocorrência: maçaranduba, piquiá, louro-preto e cupiúba.
ocorrência: ucuuba-branca, angel im-fajado, breu-verme-
lho, cardeiro e louro inhamuí. Amostra - A.22 (Fdie + Fdiu} - Espécies de maior
ocorrência. cupiúba, abioranã,lilaçaranduba, tachi-verme-
Amostra- A.124 (Fdsu + Fala) - Esta amostra foi lho, angelim-rajado e piquiá
feita numa mancha de Floresta Aberta (Fala) Espécies
de maior ocorrência· matamatá-branco, ucuuba-chorona, Amostra - A.23 (Fdie + Fdiu) - Espécies de maior
sorva, tento e itaúba. ocorrência: maçaranduba, cupiúba, urucurana, matamatá-
branco e caripé
22 - Floresta Densa das Terras Baixas Amostra - A.24 (Fdie + Fdiu) - Espécies de maior
ocorrência: matamatá-branco, angelim-rajado, abiorana-
As áreas dos baixos tabuleiros apresentam relevo disseca- cutite, abiorana-seca e fava-benguê.
do (com alguns testemunhos dos antigos platôs) e relevo
aplainado, cobertos por Floresta Densa com cobertura de No relevo dissecado foram feitas cinco unidades de amos-
emergentes que se estende por quase todo o sul, leste e tras, revelando volume médio de 133,159m3/ha e média de
margens do rio Nhamundá, totalizando 9.436km2. 77 indivíduos/ ha. A floresta sobre este relevo apresenta
sub-bosque muito fechado, rico em palmáceas (caranaí,
Este tipo de floresta apresenta sub-bosque denso, onde se mumbaca, bacaba, paxiúba e palha-preta). Observa-se a
observa a regeneração natural de abioranas, acapu-preto regeneração natural de breus, abiorana, matamatás, paju-
(dominante}, breus, louros, matamatá, angelim-pedra e rá, cariperana,, marupá e araracanga.
acariquara. As palmáceas mais freqüentes são: palha-
branca, bacaba, mumbaca, caranaí e espinho-preto. Amostra- A.15 (Fdue)- Espécies de maior ocorrência:
abiorana-amarela, acapu-preto, matamatá-preto, louro e
Três unidades de amostras foram feitas, revelando volume itaúba.
médio por hectare de 136,311 m3. Amostra - A.16 (Fdue + Fdte} - Espécies de maior
ocorrência IOli"rõ-preto, breu-vermelho, castanha-jarana,
Amostra - A.57 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência: louro-pimenta e maçaranduba.
acapu-preto, abiorana-amarela, abiorana-vermelha e serin-
gueira. Amostra - A.25 (Fdue) - Espécies de maior ocorrência:
rosadinho, cariperana e louro-amarelo.
Amostra - .8.Jlll (Fdte) - Espécies de maior ocorrênc1a:
acapu-preto, ripeiro-vermelho, abiorana-amarela e louro- Amostra - A.26 (Fdue) - Espécies de maior ocorrência:
preto. matamatá-ci, louro-preto, acapu-preto e sucupira-amarela.
Amostra - A.59 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência: Amostra - A.27 (Fdue) - Espécies de maior ocorrência:
abiorana-casca-grossa, matamatá-jibóia, uchirana, louro- matamatá-ci, abiorana-casca-grossa, ~;~biorana-vermelha,
preto e copaibarana. acapu-preto e amapá-doce.

VEGETAÇÃ0/401
2.4 - Floresta Densa Submontana mangabarana, abiorana-vermelha, itaúba, louro-preto e
acapu-preto.
A floresta cobre as áreas do Pré-Cambriano e apresenta
grande número de espécies emergentes, 66 indivíduos e b) Relevo Ondulado
122,503m31 ha, em média. Louros, abioranas, seringuei-
ras, acapu-preto, muiraúba, palha-preta, mumbaca e cara- Amostra - A.47 (Fdae) - Espécies de maior ocorrência:
naí são espécies observadas no denso sub-bosque. cupiúba, maçaranduba, arabá, muirapiranga e tauari.

As amostras foram realizadas nas áreas de relevos forte-


mente ondulado e ondulado, tendo-se nesta última forma 111 - RESUMINDO
de relevo constatado maior volume e adensamento de
árvores por hectare. Apesar da Folha ser cortada pelos rios Jatapu, Mapuera e
Nhamundá, somente este último apresenta condições de
a) Relevo Fortemente Ondulado navegação para embarcações de pequeno calado 'até os
trechos encachoeirados.
Amostra - A.56 (Fdoe) - Espécies de maior ocorrência:
acapu-preto, matamatá-ci, louro-preto, abiorana-vermelha O potencial de madeira da área está representado por
e faeira. espécies de valor comercial reconhecido, dentre as quais
se pode citar maçaranduba, cupiúba, louros, itaúba, sucu-
Amostra - A.54 (Fdoe)- Espécies de maior ocorrência pira, angelins e ucuubas.

10 3.15- Foi'J'\a SA.21-X-A (Fig. 29)

I
Fig 29 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha f'.A 21-X-A

- INDIVIDUALIZAÇÃO DA ÁREA áreas do Pré-Cambriano, representadas por grandes exten-


sões da formação do Granito Mapuera e Grupo Uatumã e
Esta Folha é formada pelas áreas do Paleozóico a sul e uma pequena área do Complexo Guianense.

4021VEGETAÇÃO
· Os rios desta Folha não apresentam condições de navega- abiorana-casca-grossa, ingá-xixi, matamatá-branco, man-
ção, mas a BR-163, que margeia o rio Trombetas, apresen- gabarana e castanheira.
ta condições de tráfego.
Por ocasião da amostragem, observou-se uma variação de
densidade dos elementos que compõem o sub-bosque
11 - DESCRIÇÃO FISIONÔMICA DA VEGETAÇÃO desta floresta, apresentando-se ora fechado (solos argilo-
sos), ora aberto (solos arenosos). Verificou-se, também,
Com exceção de pequenas áreas de Formações Pioneiras e acentuada regeneração de abioranas, matamatás, breus,
de Tensão Ecológica, a Floresta Densa se apresenta como acapu, tachis, ipê-roxo, ingás, mangabarana, muiraúba e
fisionomia dominante na área, abrangendo 17.678km2. pente-de-macaco As palmáceas mais freqüentes são:
São observados em meio à Floresta Densa, grupos de murumuru, palha-preta, mumbat::a, inajá, paxiúba, bacaba
Florestas Abertas com e sem palmeiras. e pupunharana

1 - Formações Pioneiras c) Do Relevo Ondulado


A Formação Pioneira se encontra no estágio arbustivo e é No relevo ondulado grande número de espécies emerge da
observada a nordeste da Folha em área de 25km2. As folhagem. Nas partes mais aplainadas observam-se grupos
depressões, nas quais esta fitofisionomia se desenvolve, de Florestas Abertas com ou sem palmeiras. O volume
estão sujeitas às inundações periódicas. As espécies de médio encontrado foi de 189,725m3Jha, o que evidencia a
maior freqüência são oeiranas, canela-de-anta, munguba, densidade dessa floresta
ucuuba e murumuru.
Amostra - A.51 (Fdae + Fama) - Espécies de maior
ocorrência jutaí-pomroca, abiorana-seca, acapu, copaiba-
2 - Floresta Densa rana e louro-amarelo
Esta fisionomia apresenta grande número de espécies Amostra - A.53 (Fdae + Fdau) - Espécies de maior
arbóreas emergentes e cobre diferentes formas de relevo ocorrência: maçaranduba, tauari, matamatá-branco, breu-
do Pré-Cambriano (baixas cadeias de montanhas, outeiros, mescla, breu-sucuruba e acariquara.
colinas e relevos fortemente ondulado e ondulado) e do
Paleozóico (platôs e áreas dissecadas).
22 - Floresta Densa Submontana
2.1 - Floresta Densa Submontana
Esta fisionomia recobre os platôs e relevos dissecados.
a) Das Baixas Cadeias de Montanhas ocorrendo dispersa na área e concentrando-se mais a sul e
leste Esta floresta apresenta cobertura de emergentes,
Esta formação apresenta cobertura dominante de emergen- excetuando-se um pequeno grupo de Floresta Densa uni-
tes e sub-bosque denso de palmáceas (palha-vermelha) e forme que ocorre na área das baixas cadeias de monta-
com regeneração natural de acapu. As unidades de amos- nhas, a noroeste da Folha
tras realizadas nesta fisionomia, que se estende para
outras Folhas, revelaram um volume médio de 166,416m3t Por ocasião do inventário feito neste ambiente, verificou-
ha. Nesta área realizou-se a seguinte unidade de amostra: se que o sub-bosque se apresentava bastante aberto, onde
se observaram arbustos de canela-de-jacamim e pimenta-
Amostra - A.129 (Fdde + Fdoe) - As espécies de maior longa e grande regeneração natural de acapu, tachi, mui-
ocorrência são: maçaranduba, quinarana, matamatá-preto
raúba, tauari, e as palmáceas folha-preta e mumbaca.
e acapu.
Amostra - A.08 (Fdre + Fdue) - Espécies de maior
b) No Relevo Fortemente Ondulado ocorrência acapu, tãüãri, abiorana-seca, acariquara e lou-
ro-amarelo
A cobertura florestal dos outeiros e colinas apresenta
características semelhantes às do relevo fortemente ondu-
lado. As quatro unidades de amostras realizadas revelaram
volume médio de 145,117m3Jha

Amostra - A.48 (Fdoe + Fdou) - Espécies de maior


3 - Areas de Tensão Ecológica

A leste da Folha observaram-se encraves de Savana arbó-


rea densa (Cerradão) em meio à Floresta Densa com
I
ocorrência: pente-de:macaco, pau-jacaré, ingá-xixi, mata- emergentes As espécies representativas desta área de
matá-vermelho, marupá, louro-abacate e iperana 353km2 são lixeira, sucupira e jatobá

Amostra - A.49 (Fdoe + Fdou) - Espécies de maior


ocorrência: matamatá-vermelho, ipê-roxo, mangabarana, 111 - RESUMINDO
abiorana-casca-grossa, abiorana-vermelha, itaúba e acapu.
A área apresenta elevado potencial de madeira (média de
Amostra - &§Q_ (Foe + Fdou) - Espécies de maior 167,488m31ha) formado em grande parte por espécies, de·
ocorrência: ipê-roxo, matamatá-brarico, matamatá-verme- cotação rios mercados interno e externo.
lho, abiotana-casca-grossa, maçaranduba e muiraúba.
O único meio de acesso à área é feito através da BR-163,
Amostra - A.52 (Fdoe) - Espécies de maior ocorrência: ainda em fase de implantação.

VEGETAÇÃ0/403
10.3.16- Folha SA.21-X-B (Fig. 30)

Fig 30 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA 21-X-B

I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA ÁREA As áreas de Campo Cerrado ocorrem a sudoeste da Folha e


revestem um relevo acidentado. com cursos o'água de
Esta Folha, constituída pelas áreas do Quaternário antigo cheias temporárias Esta fisionomia abrange 226km2 e as
e Pré-Camb~iano (áreas sedimentares e de embasamento), espécies dominantes são o murici e a taboquinha
ocupa uma area de 18 579km2 e apresenta várias formas de
relevo, que variam das planícies aluviais ás baixas cadeias
de montanhas 2 - Floresta Densa

I O rio Cuminapanema, a nordeste, ocupa posição oposta á


do .rio Mai~uru, ambos de pequena extensão, enquanto que
o no Curua, em posição norte/centro-sul, corre quase que
pa.r~lelo ao rio M~icuru. Nurf!ero~os campos de pouso para
av1oes mono e b1motores sao v1stos ás margens e próxi-
Esta floresta recobre as baixas cadeias de montanhas,
outeiros e colinas e relevos fortemente ondulados, formas
tabulares com testemunhos e dissecados e planícies alu-
viais do Quaternário antigo

mos a esses últimos rios O inventário realizado nessa área de 16 043km2 revelou
volume médio por hectare de 114,793m3 com média de 68
indivíduos por amostra, tendo estas sido feitas nas segu in-
11 - DESCRIÇÃO FIS/ON6MICA DA VEGETAÇÃO tes formas de relevo

As fisionomias observadas foram. Florestas Densas com a) Floresta Submontana das Formas Tabulares de Pré-
emergentes (dominante) e uniforme, Aberta sem palmeiras Cambriano
(cipoal), Savana arbórea aberta (Campo Cerrado), áreas de
Tensão (Contato Floresta/ Savana) e Refúgio Ecológico. Amostra - A.1 O (Fdre + Fdru) - Espécies de maior
ocorrência acariquara-branca, cedrorana, maçaranduba,
1 - Savana (Cerrado) breu-vermelho e abiorana-cutíte.

404/VEGETAÇÃO
Amostra - A.11 (Fdre + Fdru) - Espécies de maior Nas áreas arenosas pode-se constatar maior adensamento
ocorrência: quinarana, abiorana-branca, maçaranduba, pi- de árvores, com grande ocorrência de maçaranduba, quina-
tombarana e saboeiro. rana, cedrorana e joão-mole Nas áreas do embasamento
ocorrem com maior espaçamento grupos de Floresta
b) Floresta Submontana do Relevo Dissecado do Pré-Cam- Áberta com cipós, onde se observou, com relativa freqüên-
briano cia, a presença de cedro e balata.

Amostra - A.9 - (Fdue + Fduu) - Espécies de maior


ocorrência maçaranduba, joão-mole, cumaru-roxo, pi- 3 - Contato Floresta/Savana (Cerrado)
quiá-marfim e carapanaúba
Nas áreas de outeiros, colinas e relevos fortemente ondu-
c) Floresta Submontana do Relevo Fortemente Ondulado lado e ondulado do Pré-Cambriano, situados a sul-sudoes-
do Pré-Cambriano te, observaram-se encraves de Savana arbórea densa (Cer-
radão) na Floresta Densa com ou sem cobertura de emer-
Amostra - A.45 (Fdoe + Fale) - Espécies de maior gentes. Jatobá, murici-do-campo e lixeira são espécies
ocorrência balata, abiorana-seca, muiraúba, cedro e itaú- representativas destas áreas que totalizaram 2.237km2 A
ba. sul, formando ó mesmo tipo de contato (encraves), obser-
varam-se núcleos de Floresta Densa uniforme em meio ao
Incrustada na área de relevo fortemente ondulado, situada Parque de Savana com drenagem densa, circundada por
a leste, observou-se a ocorrência de uma área de 23km2 Florestas-de-Galeria. Este contato abrange 431 km2 e tem
revestida por um Refúgio Ecológico, constituído principal- como espécies dominantes o pau-pombo, ucuubas, anani,
mente por espécies das famílias Rubiaceae e Mirtaceae buriti e gramíneas
Esta comunidade relíquia recobre o topo da serra Maicuru,
de menos de 1 OOOm de altitude, formada por rochas
alcalinas intrusivas Verificou-se a presença de lagos no 111 - RESUMINDO
topo desta serra
o volume médio de 114,793m3 I ha é valorizado pela ocor-
d) Floresta Submontana do Relevo Ondulado do Pré-Cam- rência significativa de maçaranduba. cedrorana. cumaru.
briano piquiá, cedro, itaúba e cupiuba

Amostra- 6.2§ (Fdae + Fala)- Espécies de maior ocor- verificou-se intensa atividade extrativista .. representada
rência piabinha. abiorana-roxa, ingá-vermelho, uchirana e pela extração do látex da maçaranduba. que e ut1l1zado na
ingarana fabricação de goma de mascar

VEGETAÇÃ0/405
ESTAMPA I

1 - Panorâmica da SavaAa sobre testemunhos residuais do Cuminapanema-Maícuru. Folha SA.21-X-D.


Abri l f1973.

2 - Savana Arbórea Aberta (Campo Cerrado) nos ..Tesos'' do Amazçnas. Folha: SA.21-Z,.B. Abrll/1973.
ESTAMPA 11

1 - Parque de Savana, com Florestas-de-galena. nos "Tesos" do Amazonas. desracando-se a ucuuba


(Viro/a sp) e a palmeira buriti. Folha SA .21-Z-B. Abril/1973.

2 - Formação Pioneira Gramlnosa da planicie inundável do Amazonas. desta·cando-se os capins aquálicos:


canaranas (Paspalum sp. Echinochloa spp, Panicum spp) e aguapés (Nymphae spp, Prisria spp, Azzola
. sppJ. Folha SA .2t-Y-O. Junho / 1975.
ESTAMPA 111

1 - Formação Pioneira Arbórea. Arbusl ova e Graminóide da planície ínundável do Amazonas Folha SA.21 · Y-B
Junho / 1975.

2 - Flores'a Densa com cobertura de emergentes dos ba•xos platôs da Amazônia, destacando-se a
maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke/ Standl /. Folha SA.21·Z· A. Abrll / 1973.
ESTAMPA IV

I - Floresta Densa com cobertura de emergentes. em relevo ondulado . destacando-se o angellm pedra
(Din1U1a excelsa Ducke) e castanha-do-para IBertholletia excelsa H.B.K 1 Folha SA,21-X-O. Abril / 1973

2 - Destaque de um núcleo de palmeira pataua (Oenocarpus bataua Mart.J em me•o à Floresta Densa com
cobertura de emergentes Folha SA .2t -V-A Abri l 11973.
ESTAMPA V

1 - Floresta Densa com cobertura de emergentes em relevo dissecado. destacando-se: angetim. fava-arara
(Patkra multl}uga Bth.) e caJu açu (Ana<;<Jfdlum grganteum L ./. F o lha SA .21 · V-A. Abr ll/ 1~73.

2 - Refúgio Ecotógrco, com veg.etaç.ão arbusttva e herbácea. caractenzad a por espécoes das !amoitas
Melastomataceae. Ruboaceae Myflaceae. Gramoneae e Cyperaceae Folha SA .21-X-B. Junho ' 1975
ESTAMPA VI

1 - Floresta Densa com conenura de emergen 1es. dos on lerfluv•os labulares ao norte aa Amaz.óno3 .
deslacando-se a muoracauara (Astromum grac•le Engl 1. cedrorana (Cedrelmga catenaeform1s OucKel
e ange11ns . Folha SA 21-Y-A Abnf/1973 ·

2 - Floresta Aberta com palmeoras em relevo aplaonado. destacando-se a maçaranduba e o babaçu


/Orbtgnya. mawana 8 . Rodr.J. Folha SA .21·X-C. Abn l/1 973
ESTAMPA VIl

1 - Panorâm•c.a d.a Floresta Aberta com pa•melfas. dos ba•xos platés da Amaz.óma. oestac.ando-se o
angelim-pedra e o babaçu. Folha SA.21-X-D. Abr. i/1973.

2 - Panorâmica do Conlalo Formação Pione~ra / Savana Arbórea Aberta . Folha SA .21-Y-D. Junhol 1975.
ESTAMPA VIII

1 - Panorâmica do Contato Formações Pioneiras /Floresta Densa. nos rnterftúvlos Tabulares do Planalto
Dissecado do Norte da Amazõma. Folha SA 21·V·A. Junho/1975.

2 - Panorâmica do Contato Floresta Densa/ Savana Arbórea Abefla na planicie do Amazonas. Folha SA.21·Y·O
Junho/ 1975.
Uso Potencial da Terra
FOLHA SA. 21-SANTARÉM
V- USO POTENCIAL DA TERRA

AUTORES

lsmênia R Rossy-Gralato
Elvira Nóbrega Pitaluga
Elizeu Canuto Bezerra
Fernando Sergio Benevenuto
João Souza Martins
José Redondano Neto
Mário Assis Menezes
Mario Pestana de Araujo
Regina Francisca Pereira
Lúcio Salgado Vieira
Mario de Beaurepaire Aragão
Sergio Pereira dos Santos

I
USO POTENCIAL DA TERRA/417
SUMÁRIO

RESUMO 423

ABSTRACT 424,

INTRODUÇÃO ........................................ 425


2 OBJETIVOS .......................................... 425
3 METODOLOGIA ...................... •................. 425
4 ANÁLISE DO MAPA DE USO POTENCIAL DA TERRA ....... 425
4 1 - Exploração de Madeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... 425
4 2- Lavoura e Criação de Gado em Pasto Plantado . . . . . . . . . . .............. 426
4.3 - Extrativismo Vegetal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 427
4.4 - Criação de Gado em Pastos Naturais . . . . . . . . . . . . . . . . . ... , . . . . . ..... 428
4.5- Áreas de Proteção Ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ........ 429
4.5 1 - Por Imposição Legal e de Utilização Condicionada a Estudos Especificos .. 429
4.5 2 - Por Condições Ecológicas Particulares e para Preservação da Flora e Fauna 430
4.5.2.1 -Entidades Decretadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 431
4 5.2 2 - Entidades em Funcionamento . . . . . . . . . . . . . .. 431
4.5.2.2.1 - Ministério do Exército . .. . .. .. .. .. .. .. .. . . . .. .. 431
4.5 2.2 2 - Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) .... 431
4.5.2.2.3- Ministério da Agricultura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .432
4.5.2.2 4 - Departamento de Recursos Naturais da SUDAM . . . . . . . . . . . . .... 432
4 5 2.3- Entidades Propostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 433
4 5 2.3.1 -Parque Nacional de Parintins . . . . . . ... 433
4.5.2.3.2 - Parque Estadual do Lago das Piranhas . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 434

5 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS ....................... 435


6 BIBLIOGRAFIA ....................................... 436•

APÊNDICE 1- DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÕMICO ............ 437

1 INTRODUÇÃO ........................................ 437

I
2 METODOLOGIA ....................................... 438

3 VISÃO GERAL DA ÁREA ................................438

4 MUNICÍPIOS LEVANTADOS ............................ 441


4.1 -Município de Santarém (PA) ......................................... ;441
4.2 - Município de Alenquer (PA) ........................................... 447

USO POTENCIAL DA TERRA/419


.,
I

4.3 - Município de Aveiro (PA) ............................................ 451


4.3.1 -Complemento do Município de Aveiro (PA) ....................... 453
4.4- Município de Óbidos (PA) .......................................... 454
4.5- Município de Oriximiná (PA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 459
4.6- Município de Juruti (PA)... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 462
4.7- Município de Faro (PA)... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 465
4.8- Município de Parintins (AM) ... .. .............. . ... ...... 469
4 9 - Município de Barreirinha (AM) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 473
4.10- Município de Maués (AM) . . . . . . . . . . . . . . . . ......... 474
4.11 -Município de Urucará (AM) . . . . . . . . . . .. 477
4.12- Município de ltapiranga (AM) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ...... 479
4.13- Município de ltaquatiara (AM)..... . ...... . 481
4 14- Município de Autazes (AM) . . . . . . . . . . .. .. .. . ......... 484
4.15- Município de Careiro (AM) . .. .. .. . . . .. .. .. .. . 486

5 - BIBLIOGRAFIA ....................................... 489

APÊNDICE 11- SUBSÍDIOS AO PLANEJAMENTO REGIONAL .... 489

1 INTRODUÇÃO ........................................ 489

2 CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS ................... 490

3 DESCRIÇÃO DAS ÁREAS SELECIONADAS, RECOMENDA-


ÇÕES, VIABILIDADES E RENTABILIDADES CULTURAIS ... 490
3 1 -Áreas B . 490
3.1 1 - Descrição 490
3 1 2- Recomendações . .. . 491
3 1 3- Viabilidades e Rentabilidades Culturais 491
3 1 3 1 - Consorciação Arroz x Milho 491
3 1 3 2- Consorciação Milho x Feijão 492
3 1.3.3- Mandioca 492
3 1 3 4 - Guaraná . 495
3 1 3.5 - Seringueira . 495
3 1 3.6 - Cacau . . 496
3.1 3 7- Pimenta-do-Reino 497
3 1 3 8- Café . 497
3 1 3.9- Juta Semente 498
3 1 3.10- Malva 498
3.1 3 11 -Bovinocultura .. 498
3.2- Áreas C . . 499
3.2 1 -Descrição . 499
3 2 2- Recomendações . . 499
3 2 3- Viabilidades e Rentabilidades Culturais ..... 500
3 2 3 1 - Arroz ...... 500
3.2.3 2- Milho 501
3 2.3.3 - Feijão . . . 502
3.2 3.4 - Juta .

I
502
3.2 3 5 - Malva . . . 502
3.2.3.6 - Bovinocultura . 502
3 2.3.7- Bubalinocultura . 502
3 3- Áreas D . ... .. .. 503
3.3.1- Descrição .. . . ......... . .. .. .. . . . .... 503
3.3.2- Recomeodações . . . .. . . . ............... 505
3.3.3- Viabilidades e Rentabilidades Culturais .. . .. .. .. .. . 506
3.3.3.1 -Guaraná ................... 506

420/USO POTENCIAL DA TERRA


3.3.3.2 - Seringueira .......................................... · · · · · ...... 506
3.3.3.3 - Cacau .......................................... · .... · · · · · ...... 507
3.3.3.4 - Pimenta-do-Reino ............................ · · · · · · · · · · · · · · · · · · .509
3.3.3.5 - Bovinocultura ..................... , . . ....... · · · · . · · · · · · · · ... · · · 509

4 - BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 509

ILUSTRAÇÕES

Mapa de Uso Potencial da Terra da Folha SA.21-Santarém

Mapa de Subsídios ao Planejamento Regional - Folha SA.21-Santarém

FIGURAS

1 - Exploração de Madeira: Distribuição das Classes de Capacidade Natural 426


2 - Lavoura e Criação de Gado em Pasto Plantado: Distribuição das Classes de
Capacidade Natural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 427
3 - Ocorrência dos Diversos Produtos Extrativos Vegetais . . . . . . . . . . . . . . . . . 428
4 - Extrativismo Vegetal. Distribuição das Classes de Capacidade Natural . . . 429
5 - Criação de Gado em Pastos Naturais: Distribuição das Classes de Caoacida-
de Natural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... .. ........ .. . 430
6 - Proteção Ambiental: por Imposição Legal (PIL) e de Utilização Condicio-
nada a Estudos Especificas (UEC) . . . . . . . . . . .......... 431
7 - Localização do Parque Nacional de Parintins . . . . 433
8 - Localização do Parque Estadual do Lago das Piranhas 435

ESTAMPAS

1 - Sombreamento de Muda de Cacau


2 - Cultura de Juta
11. 1 e 2 - Praia do Rio Tapajós
111. 1 - Tanques de Tartaruga em Fordlândia
2 - Represa do Criadouro de Tartaruga da Cocrita
IV. 1 e 2 - Reserva de Curuá-Una. Plantios Homogêneos
V. 1 - Reserva de Curuá-Una. Regeneração Natural da Mata
2 .:..._ Enriquecimento da Mata com Espécies Valiosas
VI 1 - Peixe-Boi Capturado na Área Proposta para o Parque Nacional de
Parintins
2 - Peixe-Boi Criado em Aquário do INPA em Manaus
Vil 1 - Área Proposta para Criação do Parque Estadual do Lago das Piranhas

TABELA

I - Distribuição das Atividades Consideradas.................. . . . . . . . . . . . . 508

I
USO POTENCIAL DA TERRA/421
RESUMO

A Folha SA.21-Santarém está compreendida entre us para- todas as sedes municipais,


lelos 04°00' e 08°00' de latitude Sul e os meridianos 54°00' - agências de bancos oficiais ern ma1s da metade das
e 60°00' de longitude WGr , possui uma área de 295 160 cidades;
km2, en_globando parte dos Estados do Pará e Amazonas. - uma cidade média, Santarém, com ótimo oorto e ligada
Nessa area os pastos naturais foram enquadrados em ao Sul do País por rodovia
classes que vão desde a Muito Baixa até a Alta. O Apên~i?e 11 - Sub~ídios ao Planejamento Regional visa
Seu po!e~cial madeireiro é elevado e é grande a variedade a su~e;1~ areas de ~~1or potencialidade, que se constituem
de espec1es de valor econômico. Quase toda a Folha está pnontanas para ut1l1zação no processo de desenvolvimen-
incluída na classe Alta. to regional. Os critérios para a seleção executada levaram
Para lavoura e formação de pastos, existem terras que em co.nta a fertilidade, o tipo de relevo, o clima e, no caso
vanam desde a classe Não Significante até a Média espec1f1co da exploração da madeira, a volumetria por
estando as melhores nas várzeas dos rios Amazonas ~ hectare, aliada às características geomorfológicas.
Madeira
O potencial para o extrativismo vegetal é decorrente, São fornecidos aqui, também, estudos de viabilidade e
renta~ilidade de c.ulturas, tais como arroz, milho, feijão,
sob~etudo, da presença de castanheira, do babaçu e de
ma~d1oca, guarana, p1menta-do-re1no, seringueira, cacau,
espec1es produtoras de gomas não-elásticas. A sua inten-
sidade distri.bui-se por todas as classes. Entretanto, ná cate, JUta e malva, bem como da bovinocultura e sugestões
classe Alta f1gura apenas uma concentração de seringuei- sobre a bubalinocultura
ras nas proximidades do rio Tapajós Foram selecionadas três áreas principais, sendo as Árecs
Dentre as ocorrências minerais destacam-se as de bauxita B, próximas aos Municípios de Oriximiná, Óbidos, Alen-
situadas entre os rios Trombetas e Nhamundá e entre a quer e. Monte Alegre.: as de melhores possibilidades, por
cidade de Juruti e o rio Arapiuns possu1rem ássoc1açoes de solos contendo aproximada-
Foi proposta a criação do parque Nacional de Parintins e mente 25% de solos Eutróficos, relevo plano a suave
do Parque Estadual do Lago das Piranhas. ondulado e clima do tipo Subtermaxérico Foi sugerido
O Apêndice I - Diagnóstico Sócio-Econômico informa pa.ra estas áreas o assentamento de empresas pequenas,
que na área existem med1as e grandes, a serem implantadas de maneira diri-
gida, para a exploração principalmente de culturas de
- razoável densidade demográfica ao longo do Amazonas subsistência
e de seus principais afluentes; As Áreas C compreendem as várzeas de calha do Amazo-
- pouca exploração madeireira; nas e seus afluentes. Devido ao seu regime hidrológico e
- extração de castanhas e de borracha, significativa, por desempenharem papel importante na economia regio-
- boa produção de pescado, quase todo consumido nal, foi proposta uma adequadação das atividades aí exis-
localmente; tentes, onde a juta, a malva e a pecuária possuem papel
- duas lavouras comerciais importantes, a da juta e a do importante Foi sugerida a implantação de empresas de ní-
guaraná, e uma agricultura de subsistência que atende ao vel Iam i I i ar e médias para o desenvolvimento de culturas de
consumo local e colabora no abastecimento das capitais subsistências comerciais (juta e malva) e empresas médias
estaduais; ·
e grandes para engorda de bovinos criados na terra firme
- uma pecuária tradicional em fase de melhoria tanto
Visualizam, também, boas perspectivas para a bubalino-
qualitativa qu?nto quantitativa; cultura e mostram a necessidade de modernização do setor
- uma situação fundiária indefinida, um baixo nível de
pesqueiro regional
capitalização e uma infra-estrutura de assistência técnica,
boa mas pequena, que dificultam a expansão das ativida- As Áreas D são manchas de terra firme, distribuídas na
des agropecuárias; Folha, para as quais o desenvolvimento está condicionado
- algumas indústrias de transformação já estabilizadas; à implantação de empr.esas de médio e grande portes,
- potencialidades turísticas ainda não exploradas, através de uma ocupação induzida, para a exploração de
- cidades com comércio que satisfaz as necessidades madeira e cria/ recria de bovinos para corte São previstos
básicas da população; aqui empreendimentos agro-madeireiros, com cultivos de
- ensino de 1 o grau completo em todas as cidades, plantas perenes, pastagens artificiais e exploração madei-
reira controlada
- condições sanitárias e assistência médica satisfatórias
nas sedes municipais e precárias no interior, Para as empresas de médio porte, quando instaladas
- boas vias fluviais e infra-estrutura de transporte aéreo gemi nadam ente, recomendou-se a formação de reserva
adequado para casos de emergência; florestal contínua.

I
- di versas cidades com rede telefônica I igada à Em bratel; Como culturas recomendadas para estas áreas aparecem o
- .se~viço de correio em todas as cidades e de telégrafo na guaraná, a seringueira, o cacau, a pimenta-do-reino e a
ma1ona, bovinocultura.
- energia elétrica em todas as sedes municipais e em O aproveitamento dos recursos minerais aqui existentes
diversas vilas, deverá ser feito em benefício de outros recursos regionais
- infra-estrutura de hospedagem variando de acordo com e não em prejuízo destes, sendo chamada especial atenção
o movimento comercial das cidades; à lavra da bauxita próxima à cidade de Oriximiná e para o
- abastecimento de combustíveis e de lubrificantes em potencial hidrelétrico a ser aproveitado em função desta

USO POTENCIAL DA TERRA/423


ABSTRACT

The SA.21-quadrangle (Santarém), comprised between the - lodging-facility infrastructure varies according to the
parallels 04°00' and 08°00' South and the meridians amount of trade in the towns;
54°00' and 60°00' WGr., with an approximate area of 295. - oil and lubricant supplying in ali to,wns;
160km2, includes part of the states os Pará and Amazonas. - Official Bank Agencies in more than half of the towns;
- Santarém, a medium-size town, has a very good fluvial
In this area, the natural pastures were grouped in classes port and is connected by road to the south of the
ranging from very Jow to high quality. country.
lts potential of timber exploitation is high, and it has a The Appendix 11 -Subsidies for Regional Planning aims at
great variety of economically valuable species. suggesting areas of major potentiality, whose utilization
constitute priority in the developmental process of the
For farming and pasture cultivation, there are Jand classes region.
ranging, in quality, from non-significant to medium. The
The criteria for this selection took into account the fertility
best ones are found in the low land areas of the Amazon
of soil, the relief type, the climate, and, in the specific case
and Madeira rivers.
of timber exploitation, volume per hectare, aided by geo-
The vegetal extractivism activities are mainly based on morphologic characteristics
Brazil-nuts and babaçu, and on some species that produce Also given here are the studies related to the viability and
non-elastic latex, and its intensity is distributed among ali income for crops, such as rice, corn, bean, manioc,
classes. However, in the high class, shows a concentration guaraná, black pepper, rubber tree, cocoa, coffee, jute and
of rubber trees close to the Tapajós river. mallow, as well as livestock, and suggestions for buffalo-
Among the mineral ocurrences, the main one is bauxite breeding.
and is found between the Trombetas and Nhamundá rivers Three main areas were selected. Areas B, near the towna of
and towns of Juruti and Arapiuns. Oriximiná, Óbidos, Alenquer and Monte Alegre, present
The establisment of the Parintins National Park and Lago the best possibilities, because about 25% of the associa-
Piranhas State Park was proposed. ted soils are eutrophic ones, have a flat slightly ondulated
relief, and the climate is ol the subtermaxeric type. For
these areas was suggested the establishment of small,
The Appendix I - Socioeconomic Diagnostic informs that mediurn and large size companies, previously chosen,
in the area exist: mainly for the exploration of subsistence crops.
- reasonable demographic density along the Amazon river The areas C comprise the low lands of the Amazon river and
and its affluents; its tributarias. Due to its hydrological system and its
- low timber exploitation; importance in the regional economy, a suitability of the
- significant exploitation of Brazil-nuts and latex; activities there existing was proposed, for the jute, mallow
- good produc;tion of fish, mostly consumed locally; and livestock are important. The establishment of small
- two important commercial products: the jute and the and medium size companies was suggested for develop-
guaraná, and a subsistence-level agricultura that ment of the commercial (jute and mallow) and subsístantial
satisfies local demand, and contributes to the supply of crops, and medium and large size companies for cattle
the main cities; grazing, to be created in the highlands. 1t also shows good
- a traditional cattle-breeding, which is at an improving perspectivas for buffalo-breeding, plus the necessity for
stage, qualitatively as well as quantitatively; modernization of the regional fishing activity.
- an indefinite agrarian situation, a low levei of capital, an The areas Dare highland spots distributed throughout the
a good, though small, technical assistance infrastruc- map, for which the development is conditioned to the
ture, which hinder the development of Jivestock acti- establishment of medium and large companies, by means
vittes; of an induced occupation for the timber exploitation and
- some processing industries already settled; cattle-ranging for slaughter. Agricultura! and timber enter-
- tourism potentialities not yet explored; prises are foreseen, with growth of perennial crops, artifi-
- towns with a trade-level that satisfies the basic needs cial pasture and controled timber exploitation.
of the population; For medium size companies, when jointly installed, the
- complete first-Jevel school in ali towns; formation of a continuous forest reserve is recommended.
- satisfactory sanitary condit1ions and medicai assistance

I in the towns, but deficient inland; The suitable crops for these areas are guaraná, rubber
- good fluvial routes and adequate aerial transpor! infras- three, cocoa, black pepper, along with Jivestock.
tructure for emergencies; The utilization of the mineral resources here existing must
- severa! towns with telephone network connected to be done bearing in mind the benefit of other regional
EMBRATEL; resources, carefully avoiding to damage them; special
- postal service in ali towns, and telegraphic service in attention must be payed to the mining of bauxite near
most of them; Oriximiná, and to the hydroeletric potential which could be
- electricity in ali towns and in severa! villages; used to the advantage of the mining itself.

424/USO POTENCIAL DA TERRA


1 - INTRODUÇÃO 2 - OBJETIVOS
Com a elaboração do Mapa de Uso Potencial da Terra, o
A área em estudo está compreendida entre os paralelos Projeto RADAMBRASIL visa, através da avaliação da
o4o00' e 08°00' de latitude Sul e 54°00' e 60°00' de capacidade natural média do uso da terra:
longitude WGr., e engloba parte dos Estados do Pará e
Amazonas. Possui uma área de 295.160km2 e compre- ~ definir áreas favoráveis a implantação e/ ou intensi-
ende, pela divisão internacional ao milionésimo, a Folha ficação de atividades agropecuárias, madeireiras e extrati-
SA.21-Santarém A sua distribuição demográfica se prende vas, com vistas à política de desenvolvimento regional do
principalmente às margens dos rios, estando no rio Governo Federal e/ou a iniciativa privada;
Amazonas as principais cidades. Como pólo central apa-
rece a cidade de Santarém com maior adensamento po- - possibilitar a seleção de áreas programas para estudos
pulacional urbano da região, muito embora divida como detalhados;
centro de comercialização de produtos regionais a sua
liderança com outras cidades menores, como: Óbidos, - definir áreas em que as condições de solo, clima e
Alenquer, Monte Alegre, Parintins e ltaquatiara relevo, isolados ou em conjunto, conduzam à estruturação
de um quadro natural passível de desequilíbrio quando
utilizadas sem a técnica adequada,
Santarém, pela sua proximidade a Belém e posição estra-
tégica na região, ligada a outras partes do Brasil pela
- indicar áreas que pelo seu elevado potencial madeireiro
Transamazônica e Cuiabá-Santarém, além de contar com
e/ou de extrativismo vegetal devam ter o seu aproveita-
o rio Amazonas, navegável em qualquer condição e época
mento econômico definido de conformidade com a tecno-
do ano, é o mais importante centro de desenvolvimento
logia e regulamentação específica, sob a orientação e o
desta área controle do governo;

O Município de Santarém, beneficiado por esses dois - localizar áreas que por sua vegetação ou presença de
grandes eixos rodoviários, está incluído no programa de espécies em extinção devam ser preservadas,
colonização do Governo Federal e certamente deverá fun-
cionar como pólo de desenvolvimento regional, o que irá - indicar as áreas mais propicias à exploração mineral
contribuir para acelerar o processo de descentralização visando a mineração propriamente dita, a obtenção de
da importância funcional de Belém permitindo assim que corretivos para o solo e materiais para construção
haja um desenvolvimento mais equilibrado

Por outro lado, a presença de Terra Roxa, em extensão 3 - METODOLOGIA


significante, 'nos Municípios de Alenquer e Monte Alegre
poderá contribuir para colocar essa área em posição pri- A avaliação da capacidade natural média de uso da terra foi
vilegiada no plano agrícola, de acordo com a orientação feita utilizando-se a metodologia desenvolvida por Aze-
governamental de ocupação da Amazônia através do Plano vedo et aiii (1973)
de Integração Nacional (PIN) A isto devem ser acrescidos
projetos de instalação agroindustriais que tanto poderão
fornecer maior mercado de trabalho, como possibilitar o 4 - ANÁLISE DO MAPA DE USO POTENCIAL
beneficiamento e consumo de grande parte dos produtos DA TERRA
agrícolas
41 - Exploração de Madeira
Ao lado da atividade agropecuária, a constatação do
extrativismo vegetal, principalmente a castanha-do-pará, e Cerca de 80% da Folha apresentam um elevado potencial
do potencial madeireiro da região irá permitir a implan- madeireiro, situado na classe Alta. Esta classe está rela-
tação de uma economia diversificada com base na explo- cionada às áreas de Floresta Densa, distribuindo-se ao
'ração dessas atividades. norte e ao sul do rio Amazonas (Fig 1) Segundo as médias
volumétricas, ao sul, esta floresta, apesar da mesma
classe, possui um menor potencial por estar associada a
Além do mais, a densa rede hidrográfica do chamado um maior número de manchas de Floresta Aberta.
"Baixo Amazonas" como via natural de acesso ao sistema
portuário, visando o comércio exterior, é um elemento que Com relação ao comércio de exportação, há grande varie-
não deve ser esquecido dentro do planejamento desen-
dade de espécies que se destacam, entre as quais apa-
volvimentista para esta área. recem: maçaranduba (Manilkara huberi) (Ducke) Stand),
andiroba (Garapa guianensis Aubl), angelim-pedra (Dinizia
A freqüente ocorrência de solos de baixa disponibilidade excelsa Ducke), cedro (Cedrela odorata L), acapu (Vouaca-
de nutrientes aliada à presença de alta pluviosidade são os poua americana Aubl) e, também no mercado interno, a
principais fatores responsáveis pela existência de grandes

I
acariquara (Minquartia guianensis Aubl) e o cardeiro (Sc/e-
áreas com baixa capacidade natural para a lavoura e a ronema micranthum, Ducke).
criação de gado em pasto plantado. Esse contraste da
capacidade natural mostra que, de uma certa maneira, o A classe Média está localizada principalmente nas áreas
e~uilíbrio ecológico da área parece bastante frágil, neces- de terraços de determinados rios como: Urubu, Uatumã,
Sitando portanto de estudos que indiquem a melhor utili- Jatapu e Nhamundá. Na região do rio Curuá e seu afluente
zação das terras a culturas selecionadas além da tecno- Mamiá ela aparece em uma significante mancha de Flo-
logia agrícola e florestal adequada a essas condições. resta Aberta.

USO POTENCIAL DA TERRÀ/425


~
~

Ftg 1
Alta Médta
- Baixa

Exploração de Madetra dtstrtbutção das classes de capactdade natural

Entre as espécies de valor econômico desta classe, distin-


Muito Baixa Não Significante e
por Imposição Legal

As áreas avaliadas como sendo de capacidade natural


guem-se copaíba (Copaifera duckei Duryer}, ítàuba (Mezi- Baixa ocupam maior distribuição espacial na parte oriental
laurus itauba (Meiss) Taub ex Mez) e ucuuba (Viro/a da Folha, calha do rio Amazona,s e parte da região de
me!inonii Benoist) várzea Ainda que limitadas pela baixa disponibilidade de
nutrientes dos solos, contam com melhores condições
As zonas de contato (Floresta/ Savana, Formações Pionei- climáticas e com relevo suave, o que proporciona condi-
ras/ Floresta) e algumas manchas de Vegetação Secundá- ções bem mais favoráveis que as de avaliação Muito Baixa
ria, que se distribuem na sua maioria ao longo do rio (Est I}
Amazonas, foram atribuídas respectivamente às classes
Baixa e Muito Baixa. Vale assinalar, pela sua importância econômica, a ocorrên-
cia na classe Média de uma faixa de terra situada entre os
Municípios de Monte Alegre e Alenquer, que provavelmente
42 - Lavoura e Criação de Gado em Pasto Plantado poderá alcançar valores mais altos pelo elevado potencial
De uma maneira geral, a área em questão (Fig 2) não de seus solos, que são Terra Roxa Estruturada Eutrófica e
o Podzólico Vermelho Amarelo Equivalente Eutrófico. Essa

I
apresenta condições naturais condizentes com uma utili-
zação agrícola satisfatória, dadas as inúmeras restrições área é de grande valor para a Amazônia por ser produtora,
decorrentes, sobretudo, de fatores pedológicos. em grande escala, de sementes selecionadas de juta,
fundamental à produção de fibras têxteis, além de servir de
A classe Muito Baixa, que contitui a dominante, está suporte à produção de determinadas culturas que somente
ligada aos Latossolos Amarelos, Latossolos Vermelho aí encontram condições favoráveis ao seu desenvolvimento
Amarelos e Podzólicos Vermelho Amarelos, de baixa fer- como acontece com o cultivo de feijão do gênero Phaseo-
tilidade, o que, somado às condições climáticas, vem lus de forte exigência no que diz respeito às condições de
restringir o aproveitamento agrícola dessas áreas. fertilidade

426/ USO POTENCIAL DA TERRA


Da avaliação feita, parte da região de várzea do rio Amazo- cas: balata (Eclinusa balata, Ducke), sorva (Couma macro-
nas e de seu afluente pela margem direita, o rio Madeira, carpa, Earb) e maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke)
se sobressai por atingir a classe Média, isto devido à Stand) (Fig 3).
presença de solos de fertilidade natural alta, pois se trata
das associações Gley Húmico Eutrófico, Gley Pouco Hú- A castanha, juntamente com as gomas não-elásticas (em
mico Eutrófico e Distrófico e Solos Aluviais Eutróficos especial a maçaranduba), possui, dentre os produtos ex-
Estas áreas, apesar de apresentarem prólJiemas de inunda- trativos da Folha, maior distribuição espacial. Para a
ções por períodos prolongados, possuem elevada capaci- região, a castanha já foi de grande importância; hoje
dade a culturas anuais com características adaptáveis à entretanto sua exploração vem decaindo, chegando, inclu-
região, como é o caso do cultivo da juta para obtenção de sive em certas áreas, como é o caso da colônia Paes de
fibras; que aí constitui o suporte econômico (Est I) Carvalho, em Alenquer, serem as castanhas queimadas
para dar lugar à pecuária
4 3 - Extrativismo Vegetal As gomas não-elásticas aparecem em quase toda a Folha,
sendo mais expressivas a nordeste, principalmente a ma-
Constatou-se na área uma grande variedade de produtos çaranduba. Essas espécies de gomas não foram considera-
extrativos vegetais No entanto, efTl função da escala, da das ao ser feito o mapeamento da Folha SB 21-Tapajós,
maior distribuição espacial e significado econômico foram razão pela qual não têm aparecido nos mapas da área
apenas expressos cartograficamente os produtos casta- citada
nha-do-pará (Bertholletia excelsa H B K ), açai (Euterpe
/earacea Mart), babaçu (Orbignya martiana B Rodi) e Quanto ao babaçu, apresenta-se em áreas representativas
seringueira (Hevea brasiliensis Wild ex. A Juss - Muell ao sul do rio Amazonas, nas diversas manchas de Floresta
- Arg). Ainda foram representadas as gomas não-elásti- Aberta com Palmeiras

Média Baixa Muito Baixa Não Significante e


I
por Imposição Legal

Fig 2 - Lavoura e Criação de Gado ern Pasto Plantado: distribuição das classes de capacidade natural

USO POTENCIAL DA TERRA/427


-
Seringa

Castanha e Babaçu
-D
Açaí

Seringa e Açaí
Castanha

Castanha e Seringa
Gomas

Castanha, Babaçu e Gomas


D
Gomas e Castanhas

~
Ld
Inexistência e/ou Insi-
gnificância dos produtos
e por lmposiçfto Legal

Fig 3 - Ocorrência dos Diversos Produtos Extrativos Vegetais

Dos produtos mapeados o que menos se destaca é o. açaí, Vale citar, apesar de não ter sido mapeado, o extrativismo
pois sua ocorrência vai diminuindo à medida que se afasta da copaíba, andiroba, patauá, breu, cumaru, amapá, lacr~
para oeste. Localiza-se mais expressivamente a sudeste, e caucho, pelo seu significado econômico regional
aparecendo também nas cabeceiras e vales de alguns rios
Sua exploração para a àrea não apresenta valor comercial, Ainda entre os produtos extrativos da região encontramos
pois é utilizado basicamente para a alimentação da popula- o pau-rosa, cuja área de ocorrência não foi possível
ção local determinar por motivo dos dados obtidos serem insuficien-
tes.
A seringueira é aqui representada pela Hevea brasiliensis,
tendo também outras espécies do gênero Hevea de menor Já foi ele o principal suporte econômico de muitos municí-
importância Sua ocorrência está condicionada às áreas pios mas, como as áreas de mais fácil acesso já foram

I
aluviais exploradas, atualmente não é mais econômico, comparado
com seu substituto derivado do petróleo de maior pureza e
A avaliação desses produtos resultou no aparecimento de menor custo.
todas as classes (Fig. 4). As classes Média, Baixa e Muito
Baixa estão relacionadas a todos os produtos acima cita-
dos, isolados ou associados entre si, por quase toda a 4.4 - Criação de Gado em Pastos Naturais
Folha, com exceção do açai, que só aparece na classe
Muito Baixa. A pecuária é uma das maiores fontes de renda da região em

428/USO POTENCIAL DA TERRA


estudo, muito embora o sistema criatório utilizado ainda Devemos salientar que essas pastagens são utilizadas
seja o extensivo apenas na época da vazante.

Esta atividade encontra-se principalmente nas várzeas do


rio Amazonas (Fig 5) e de ':leus principais tributários e foi As Savanas Parques existentes na área não estão sendo
representada pela classe Alta As espécies encontradas aproveitadas para criação de gado.
nesses terrenos são dominantemente da família das gramí-
neas, entre as quais podem ser citadas membecá (Andro-
45 - Áreas de Proteção Ambiental
pogon virginicus L), arroz-selvagem (Oriza sp), mouri,
(Paspalum repens Berg), senéuaua (Leersia hexandra
Swartz) e canarana (Echinocloa polystachya (H.B K.) O Mapa de Uso Potencial da Terra tem buscado indicar
Hitch), sendo estas três últimas as que mais se destacam. áreas que, por condições especiais, tenham ou possam ter
sua exploração impedida ou orientada por dispositivos
Esses pastos de várzea são de modo geral de muito boa legais (Lei n. 0 4 771/65 - Código Florestal, Lei n. 0
palatabilidade e têm ainda excelentes condições para a 5 197/67 - Proteção á Fauna e Lei no 6.151/74 - 11
alimentação dos animais, especialmente para a engorda, Plano Nacional de Desenvolvimento) Essas áreas apare-
sendo sua capacidade de suporte de até 1O cab/ h a, cem sob a denominação de Áreas de Proteção Ambiental
segundo informações de pecuaristas e técnicos da região que compreendem as Por Imposição Legal e as de Utiliza-
ção Condicionada a Estudos Específicos (Fig 6)
A boa qualidade desses pastos é provavelmente devido ao
fato de ocorrerem em solos Hidromórficos Eutróficos,
tratando-se portanto de solos de boa fertilidade natural por 451 - Por Imposição Legal e de Utilização Condiciona-
sofrerem constantes processos de colmatagem da a Estudos Específicos

F2TTJ
LJ.Sij
Média Baixa Muito baixa Não significante e por
Imposição legal
Fig 4 - Extratrvrsmo Vegetal distribuição das classes de capacidade natural

USO POTENCIAL DA TERRA/429


Alta Baixa Muito baixa Não significante e por
Imposição Legal

F1g 5 - Cnação de Gado em Pastos Natura1s: d1stnbu1ção das classes de capacidade natural

As Áreas de Proteção Ambiental por Imposição Legal mento (Lei n. 0 6.151/74), uma vez que manteria o seu
totalizam aproximadamente 2% da Folha. São considera- equilíbio ecológico.
das de preservação permanente, tendo em vista serem
topos de morros, montes, montanhas, serras e encostas
com declive superior a 100% na linha de maior pendente 4 52 - Por Condições Ecológicas Particulares e para
(Lei n. 0 4.771/65). Preservação da Flora e Fauna.
São áreas em que a avaliação feita, a bibliografia botânica,
As Áreas de Utilização Condicionada a Estudos Específi- zoológica e ecológica estudada, o trabalho de campo e a
cos estão representadas no Mapa de Uso Potencial da consulta a especialista permitiram inferir como áreas mais
Terra pelo dígito O (zero) para a atividade de lavoura e propícias à investigação básica, como reservas de genes
Criação de Gado em Pasto Plantaélo e perfazem cerca de necessários ao aprimoramento de espécies economica-
mente interessantes, plano seguro de manejo florestal,

I
35% da Folha. Muitas vezes, essas áreas apresentam
capacidade natural elevada para exploração madeireira, turismo organizado etc
mas situam-se em solos de baixo conteúdo de argila, em
climas de elevada pluviosidade ou em relevo enérgico, Na área da Folha SA.21-Santarém já existem, tanto
onde uma derrubada indiscriminada provocaria a degrada- decretados quanto efetivamente estabelecidos, diversos
ção dos solos ou processos erosivos de grande intensi- tipos de entidades conservacionistas. Com o intuito de
dade. Assim sendo, torna-se mais aconselhável sua utili- colaborar na complementação dessas medidas é proposta
zação sob a forma disposta para as Florestas de Rendi- a criação de um Parque Nacional e de um Parque Estadual.

430/USO POTENCIAL DA TERRA


4.5.2.1 - Entidades Decretadas Município de Santarém, possui praias lindíssimas (Est. 11),
situadas a pouca distância do aeroporto e do hotel inter-
O Decreto n. 73.683 de 19/02/74, publicado no Diário
0
nacionais. Ao longo da rodovia Cuiabá-Santarém, o
Oficial de 20/02/74, criou, no Estado do Pará, o Parque limite da Floresta está assinalado por uma série de placas
Nacional da Amazônia, com área estimada em 1.000.000 avisando que a área pertence à Floresta Nacional do
(um milhão) de hectares. As terras desse Parque se es- Tapajós e que não pode ser ocupada.
tendem da margem esquerda do rio Tapajós para oeste,
estando em parte incluídas na Folha SA 21-Santarém.
4 5.2 2 - Entidades em Funcionamento
O Decreto n. 73.684 de 19/02/74, puplicado no Diário
0

Oficial de 20/02/74, criou, no Estado do Pará, a Floresta 4.5.2.2.1 - Ministério do Exército


Nacional do Tapajós com área estimada em 600 000 (seis-
centos mil) ha, situados entre o rio Tapajós e a rodovia O Exército possui uma grande gleba ao longo da Rodovia
Cuiabá-Santarém. A área dessa Floresta está na sua Manaus-ltaquatiara. A área está toda em mata e, nas
maioria incluída na presente Folha. Muito oportuno é o margens da estrada. existem placas avisando que se trata
Art 4. o desse decreto, que reza: "O Instituto Brasileiro de de uma propriedade do Exército Nacional. Esta é a maior
Desenvolvimento Florestal poderá destinar áreas da Flo- reserva florestal institucionalizada existente na Amazônia.
resta para Reservas Biológicas e valorização turística". A A sua localização é excepcional, próxima de Manaus e
primeira parte desse artigo é óbvia, pois é do consenso cortada por estrada asfaltada No futuro terá um valor
geral que se deve aproveitar as áreas centrais das Florestas inestimável como amostra da vegetação natural da região.
Nacionais para a localização de Reservas Biológicas que,
assim, ficam automaticamente protegidas Com respeito 4.5 2 2 2 - Instituto Nacional ,de Pesquisas da Amazônia
ao turismo, deve-se informar que o rio Tapajós, dentro do (INPA)
60'00'

60'00'
oc __ ___,55_ _ _ 110 km

P I L (Lei 4771/65} U C E (Capacidade natural reduzida Capacidade natural mais elevada


para Lavoura e Criação de Gado para Lavoura e Criação em
em Pasto Plantado} Pasto Plantado
Flg. 6 - Proteção Ambiental: Por Imposição Legal (PILJ e de Utilização Condicionada a Estudos Especificos (UCEJ

USO POTENCIAL DA TERRA/431


a) Reserva Florestal Ducke colocadas no barco, que as transportará para Fordlândia.
Nessa Base Física do Ministério da Agricultura, os- filhotes
Com entrada no Km 26 da rodovia Manaus-ltaquatiara, o são mantidos, durante 6 a 8 meses, em tanques com um
INPA possui uma área de 10 OOOha, doada, em fins de tablado, onde podem tomar sol (Est. 111) Depois desse
1962, pelo Governo do Estado do Amazonas. período é que são entregues aos criadores relacionados no
Serviço de Proteção à Tartaruga. O primeiro lote, com
A Reserva conta com laboratório, casa para pesquisado- 5.000 tartaruguinhas, foi entregue, em 1965, a um criador
res, barracão para trabalhadores e uma estação meteoro- do Município de Juruti, no Pará. Até hoje mais de 50
lógica muito bem equipada. Logo depois de instalada a críatórios receberam filhotes. Algumas dessas criações
Reserva, foi feito um trabalho intensivo de inventário e são caseiras, outras de lagos ou açudes, porém, até uma
coleta de material botânico e zoológico (Araujo, 1967). empresa de porte médio está operando no ramo. Trata-se
Uma quarta parte da área foi destinada a trabalhos expe- da Comércio e Criação de Tartarugas Ltda. (Cocrita), que
rimentais de silvicultura, principalmente, regeneração obteve financiamento do Banco do Brasil (Proterra) para
natural e artificial, para enriquecimento da mata com construir uma barragem, num lago do Município de Juruti,
espécies de alto valor econômico. Chama atenção U!ll onde colocou, em 1973, 90.000 filhotes. Os resultados, já
e~perimento de plantio em linhas de diversas espécies, em obtidos por alguns criadores, mostram que essa atividade
picadas abertas na mata, onde algumas essências, como é altamente rentável e a Cocrita tem planos para instalar
a Jacaranda copaia, o Pithecolobium racemosum e a um frigorífico. Para tanto já iniciou estudos para a ins-
Goupia g/abra, plantadas em 1963, apresentam ótimo talação de uma pequena usina hidrelétrica num dos iga-
desenvolvimento e uniformidade rapés que alimentam o lago Deve ser lembrado também
que dentro da cidade de Belém tem sido obtida a repro-
b) Reserva Florestal Walter Egler dução da tartaruga ~m tanques de cimento com uma rampa
e um pequeno areal Esse fato já havia sido observado no
E uma área em mata de 755ha, com frente para os Km 64 e Museu Goeldí e, atualmente, ocorre numa residência par-
65 da rodovia Manuas-ltaquatiara, sem nenhuma insta- ticular
lação, mas já na posse do INPA Nela vêm sendo feitas,
permanentemente, coletas de material botânico e obser-
Tudo indica que, uma vez mantido em funcionamento o
vações biológicas diversas
Serviço de Proteção à Tartaruga, a P. expansa deixará de
ser uma espécie ameaçada de extinção, pelo simples fato
4 52 2.3 - Ministério da Agricultura da oferta de exemplares obtidos nos criatórios baixar o
preço do animal, a ponto de tornar a sua captura e o seu
a) Serviço de Proteção à Tartaruga comércio clandestino atividades pouco compensadoras.

Esse serviço teve origem numa lei votada pela Câmara


Mu~icipal de Oriximiná em 1963 e num decreto do prefeito, 45224 - Departamento de Recursos Naturais da
assmado em 1964. Desde 1965 o Ministério da Agricultura SUDAM
vem ~antendo esse serviço que, atualmente, está a cargo
da Diretoria ~stadual do Ministério e da Delegacia do Desde 1957 o Departamento de Recursos Naturais da
Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal con- SUDAM mantém um Centro de Tecnologia Madeireira
tando, também, com a colaboração da Sociedade de (CTM), com sede na periferia da cidade de Santarém e uma
Preservação dos Recursos Naturais e Culturais da Ama- Seção de Silvicultura lia Reserva Florestal de Curuá-Una.
zônia (SOPREN) Até 1969 o trabalho foi dirigido por técnico da FAO e, daí
em diante, passou à responsabilidade dos engenheiros
florestais da SUDAM (Lopes, 1974)
Alfinito (1975) informa que, atualmente, as desovas das
tartarugas estão sendo protegidas em 8 tabuleiros no rio
Trombetas (Gaivota, Leonardo, Farias, Jacaré, Verana, O CTM desenvolve as seguintes atividades
Janari, Abuigrande e Praia Rosa) e em 2 no rio Tapajós
(Monte Cristo e Rolino). Os tabuleiros do rio Trombetas - treinamento e aperfeiçoamento de mão-de-obra para a
totalizam cerca de 1Okm de extensão, ficam a 150km acima indústria madeireira, em uma serraria onde, também, são
da Cidade de Oriximiná e a 6km a montante do local onde feitos testes de serração com as madeiras regionais;
vai ser instalada a mineração de bauxita Os tabuleiros do
rio Tapajós distam 25km de Fordlândia (Valle; Alfinito; - pesquisas de tecnologia de madeira, incluindo carac-
Silva; 1973). terísticas anatômicas, físico-mecânicas e o uso mais
adequado de espécies de valor comercial ainda não reco-
Em setembro, quando as tartarugas começam a se apro- nhecido;
xrmar dos tabuleiros, são instalados acampamentos para o
pessoal técnico e de guarda, pois, além da fiscalização, - pesquisas sobre secagem, preservação e aproveita-
são feitas observações sobre a biologia dos quelônios que mento econômico dos resíduos de serraria;

I
freqüentam essas praias. Além das observações sobre a
tartaruga verdadeira (Podocnemis expansa), têm sido - estudos de técnicas de exploração florestal, visando a
anotados dados sobre outras duas espécies do gênero, o racionalização, mediante o emprego de equipamentos
tracajá (P. unifilis) e o pitiú (P. sextuberculata). mecanizados;

Por ocasião da eclosão dos ovos da P. expansa, os filhotes - pesquisas de silvicultura executadas na Reserva Flo-
são colocados em caixas de 1m2, com fundo de tela, restal de Curuá-Una que, pela importância dos resultados
que são mantidas dentro do rio até o momento de serem já obtidos, merecem um relato à parte.

432/USO POTENCIAL DA TERRA


Nessa reserva, situada no rio Curuá"Una a 11 Okm de San- Não resta dúvida que o trabalho do CTM é de importância
tarém, por via fluvial, têm sido feitos os seguintes estudos: capital para o desenvolvimento da indústria madeireira e
concomitantemente para a conservação das Florestas
métodos de florestamento e reflorestamento; Amazônicas. Diversas perguntas necessárias ao funcio-
namento das Florestas Regionais de Rendimento, pro-
enriquecimento das florestas existentes em espécies postas pela SUDAM, já obtiveram respostas. Outras natu-
valiosas, ralmente virão com o tempo e a pressão exercida pelos
novos problemas que surgirão quando essas florestas
- comportamento de espec1es nativas e exóticas, em começarem a ser explotadas. Isso porque tanto a propo-
relação aos fatores climáticos, edáficos e biológicos da sição feita pela SUDAM quanto a Lei 6.151, 11 Plano
região; Nacional de Desenvolvimento, exigem que essas florestas
sejam enriquecidas de espécies nobres à medida que
- regeneração natural induzindo o enriquecimento da forem sendo explotadas.
floresta em espécies valiosas;
O CTM possui outra reserva na localidade de Palhão,
- comportamento de espécies nativas e exóticas, de Município de Santarém.
crescimento rápido, a céu aberto, em talhões puros e
mistos; 4.5.2.3 - Entidades Propostas
- fenologia de espécies nativas.
4.5.2.3 1 - Parque Nacional de Parintins (Proposto pela
Entre os resultados obtidos, com as observações e os Divisão de Vegetação)
experimentos, merecem menção especial:
Sugere-se a criação de um Parque Nacional no arquipé-
1 - a plena adaptabilidade do Pinus caribea var. hon- lago em frente à cidade de Parintins, Estado do Amazonas,
durensis (Est IV), com bom desenvolvimento e produção tendo como limite sul o rio Amazonas, a partir da boca do
de sementes férteis, além disso, essa espécie está se paraná Cabori, seguindo o paraná das Ciganas até o rio
desenvolvendo bem em terrenos arenosos, extremamente Caldeiras; a norte, pelo paraná do Cabori, até o igarapé
pobres, imprestáveis para outras essências, não só em Aduacá e, da confluência deste com o lago Mamoriacá, por
Curuá-Una mas, também, em Jarilândia (Pandolfo, 1974); uma linha seca com rumo 125° SE até o paraná Sapucaia,
seguindo-se este até sua confluência com o igarapé do
2 - o bom desenvolvimento, a céu aberto, de algumas Macuricanã; a este, a partir da confluência do paraná
espécies nativas, como a copaíba (Copaifera sp. ), angelim- Sapucaia com o igarapé do Macuricanã, subindo este até o
pedra (Dinizia excelsa) e quaruba-verdadeira (Vochysia rio Caldeirão e pelo mesmo até o rio Amazonas; a óeste,
maxima) (Est. IV); pela confluência do paraná do Cabori com o rio Amazonas
(Fig. 7).
3 - consorciação de Pinus e Cedrela e plantio de andi-
roba (Carapa guianensis), cedro (Cedre/a odorata) e mogno Justificativa
(Swietenia macrophy/la), na sombra de eucalipto;
A área proposta é habitat de uma rica fauna, tanto terrestre
4 - regeneração natural da floresta em área queimada e quanto aquática, representada por palmípedes, pernaltas,
não queimada, deixando vivas, nas vizinhanças, apenas as
matrizes de espécies valiosas (Est. V);

5 - plantios de enriquecimento em linhas e em grupos de


Anderson (Est. V).

Informações sobre altura, hábito, crescimento e solos


onde ocorrem a regeneração natural de 57 espécies re-
gionais foram publicadas recentemente por Pereira &
Pedroso (1972).

Todas essas atividades convergem para uma finalidade


comum: a "tecnificação da produção, aí incluídos os
aspectos concernentes às práticas florestais, à recom·
posição da mata e às atividades industriais" (Pandolfo,
1974). A assistência a essas últimas é dada através de
informações a empresários e dos seguintes cursos de
treinamento e aperfeiçoamento de mão-de-obra: operador
de moto-serra, operador de serraria, supervisor de serraria
L-~----------'------------_j2'42'
e classificador de madeira serrada.
o. _ __
10
_j___
20km
__J

Junto ao porto da reserva existem diversas instàlações


como rampa para embarque de toras, residê.ncia para
Parque Nacional de Parintins
técnicos e trabalhadores, viveiros para a formação de
mudas e galpões para maquinaria pesada de exploração
florestal. Fig. 7 - Localização do Parque Nacional de Parintins

USO POTENCIAL DA TERRA/433


quelônios, peixes, sáurios e répteis, além de ser uma das das regiões que oferecem a profundidade necessária ao
áreas mais propícias à sobrevivência do peixe-boi (Tri- acasalamento ( + 2m) e abundância de alimentação ofere-
chechus inunguis, Pelzaln). A área foi visitada por um dos cida pela vegetação flutuante conhecida como "matupás".
técnicos do Projeto RADAMBRASIL em julho de 1970,
conseguindo a fotografia que acompanha a presente pro- Os "matupás" flutuam durante a época das grandes
posição, e, em 1973, por uma equipe da Divisão de cheias, daí serem conhecidos como "ilhas flutuantes",
Vegetação que constatou a necessidade e oportunidade da ancoram nas várzeas altas e baixas dos rios e servem de
criação de um Parque Nacional. abrigo e alimentação ao peixe-boi.

o fato reveste-se de maior importância, devido o peixe-boi A composição destes "matupás" foi descrita em detalhe
constar na lista de espécies em extinção expedida pelo (vide IV-Vegetação) no Relatório da Folha SA.21-San-
IBDF e ter ali uma das suas últimas áreas de refúgio Seria tarém.
o primeiro Parque Nacional visando a proteção da fauna do
baixo Amazonas e, especificamente, a preservação do- A fauna destas áreas, segundo Pereira (1944), é composta
peixe-boi, unindo-se o Brasil aos esforços da Guiana, que de veados, antas, onças, capivaras, queixadas, caititus,
deverá estabelecer, dentro em breve, um Instituto Interna- pacas, macacos, surucucus, jacarés, jararacas, tartarugas,
cional para Pesquisa do Peixe-Boi tracajás, garças, jaçanãs, mutuns, cajubins etc ...

Dados Gerais sobre o Peixe-Boi Sobre esta zona ecológica escreveu Pereira: "E sob eles
vivem a fauna portentosa que ainda hoje desafia os ictió-
O peixe-boi ou manatim pertence à ordem Sirénia com logos
duas famílias Ougongidae (com uma só espécie) e a Tri-
chechidae (com três espécies) Peixes, de hábitos noturnos, ali vivem e é entre a sua
vegetação flutuante que crescem as larvas e se desenvol-
O peixe-boi é de natureza passiva e tem sido criado em vem os alevinos de modo inimaginável.
represas e canais da Guiana desde 1880
As aves ictiófagas e pássaros comuns à Região Ama-
Sua extinção iminente prende-se ao fato de sua pesca zônica ali são encontrados e sobressaindo, além das que
ocorrer quando das vazantes dos rios, em época de aca- enumeramos acima, os patos e as marrecas
salamento, ou quando a fêmea acha-se em companhia do
filhote, sendo alvo fácil para o arpoador que visa primeiro o Enormes sucuris, tartarugas e jacarés "assoalham" sobre
"bezerro", como é chamado, para em seguida atingir a eles tranqüilamente"
mãe Alia-se a este fato a dificuldade de reprodução,
dificilmente nascendo gêmeos, e o longo período de Contudo pouco se sabe da fisiologia, procriação, diges-
gestação, cerca de 152 dias ou mais. Devido a sua pesca tão, circulação, excreção e comportamento do peixe-boi,
predatória, em período impróprio para mesma, e à destrui- fazendo-se necessário pesquisas em tais áreas.
ção de seus refúgios pela ocupação humana, é fácil
entrever-se a sua extinção se não forem tomadas medidas Necessidade à Pesquisa
seguras e imediatas visando sua proteção (Est VI).
A área proposta situa-se em frente à cidade de Parintins,
Quanto ao T. inunguis do Amazonas, deve-se a Pereira que é servida por linha regular de navios e aviões tornando
(1944 ), técnico da Divisão de Caça e Pesca do Ministério da o local de fácil acesso para cientistas interessados na área
Agricultura, o melhor e mais completo estudo sobre o
assunto, embora o peixe-boi tenha sido alvo de conside- Para atender a esses pesquisadores, seria necessário
rações de Wallace (1939), Rodrigues (1972), Pereira (1944), instalar um laboratório com facilidades de confinamento,
Veríssimo (197,0), Mendes (1930) e outros preparar canais controlados para trabalho de campo e
manter áreas selvagens sob proteção, a fim de se estudar o
Utilização do Peixe-Boi melhor método de manejo objetivando o aumento da
população
Sua pesca incontrolada tem origem na ocupação portu-
guesa da Amazônia nos idos de 1786, como nos relata Do exposto, e endossando as informações de Pereira
Veríssimo (1970), reproduzindo uma carta do administrador (1944), conclui-se que a área proposta preenche todas as
do Pesqueiro Real de Vila Franca, próximo à cidade de condições para a implantação de um Parque Nacional em
Óbidos, ao seu superior, dando conta que em sua admi- Parintins, visando a proteção da fauna e, de modo es-
nistração no período de dois anos haviam sido mortos pecial, do peixe-boi
8 500 peixes-boi, sem contar com a pesca não oficial.
4 5.2.3.2 - Parque Estadual do Lago das Piranhas
Em estatística fornecida por Pereira (1944), somente a (Município de Juruti-PA)
firma Baumann do Rio de Jàneiro, no período de 1938 a

I
1942, portanto em cinco anos, recebeu 6 549 couros de A legislação federal não prevê a preservação de pequenas
peixes-boi. Não é difícil imaginar que, ante tal procura do áreas para "enlevo e benefício do povo"; entretanto, alguns
peixe-boi, o mesmo não esteja praticamente extinto. estados do Brasil decretaram e conservam alguns Parques
Estaduais, unicamente devido à beleza da paisagem ou a
Ecologia do Peixe-Boi fenômenos geológicos curiosos.

Como foi anteriormente assinalado, o peixe-boi ocupa as O Piranhas é um lago de terra firme encravado num relevo
áreas tropicais, sendo os seus refúgios os lagos e paranás que alcança até, aproximadamente, 50m acima do nível

434/USO POTENCIAL DA TERRA


das águas (Est. VIl). Devido a essa diferença de nível, 5 - CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS
braços do lago penetram entre as encostas das penínsulas
dando uma visão semelhante, se bem que em escala muito Após uma avaliação global dos recursos da terra, feita
menor, à dos fjords da Escandinávia. Dentro desse pa- objetivando subsídios à melhor utilizaÇão do espaço ama-
drão paisagístico se enquadra o contraste do negro das zônico, é possível informar que:
águas com o branco da areia das praias (Est. X).
- a área aqui estudada apresenta condições favoráveis
Nas suas águas piscosas destaca-se o tucunaré, que nesse aos empreendimentos madeireiros e agropastoris,
lago é muito procurado pelos aficionados da caça sub-
marina. Além disso, as suas praias são as preferidas dos - o elevado potencial madeireiro aliado à pecuária de
habitantes do Município de Juruti. Na época de postura do corte no sistema cria-recria de terra firme deixam prever
tracajá (Podocnemis unifilis) e do pitiú (Podocnemis sex- grandes possibilidades na ocupação de determinadas
tuberculata), o lago é procurado por pessoas, até de outros áreas desta Folha,
municípios, ávidas por coletar os ovos desses quelônios,
ocorrência que só poderá agravar-se com o crescente - a fertilidade elevada de solos, encontrados nas regiões
povoamento da Amazônia. de Alonquer e Monte Alegre, poderá servir de suporte à
economia agrícola, uma vez que as produções são com-
Sugerimos, portanto, que o Governo do Estado do Pará pensadoras mesmo com baixos níveis de insumos;
procure uma fórmula legal de decretar a área drenada por - a região de várzea, que ocupa principalmente a calha do
esse lago como Parque Estadual, a fim de que possa Amazonas pela boa fertilidade natural que apresenta,
exercer controle, evitando depredações e coletas exa- p0derá ser utilizada com cultivos de vazante aliados a
geradas engorda de bovinos e/ ou criação de bubalinos;

Propomos como limites desse parque os divisores das -- os campos de várzea do Amazonas, de uma maneira
águas que drenam para o lago das Piranhas (Fig 8) geral, pelas boas qualidades de suas pastagens foram

1.'.0. ·: : IParque Estadual do Lago das Piranhas


10 km

t===:il Áreas de Várzeas


I
Fig. 8 - Localização do Parque Estadual do Lago das Piranhas

435/ USO POTENCIAL DA TERRA


enquadrados na classe Alta, com uma capacidade de cos e faunísticos protegidos. A tas Simp. Biota
suporte que figura entre as melhores do mundo, fazendo Amazônica, Conservação da Natureza. Rio de
da pecuária, apesar do sistema criatório existente, uma Janeiro, 7:57-68, 1967.
das maiores fontes de renda da região;
3 - AZEVEDO, L. G. et alii. Uso Potencial da Terra da
- as rodovias Cuiabá-Santarém e Transamazônica, por Folha SB.23-Teresina e parte da Folha SB.24-
ocuparem posição estratégica, serão, além do rio Ama- Jaguaribe Avaliação média da capacidade natu-
zonas, dois grandes escoadouros dos produtos regionais, ral do uso da terra In BRASIL. Departamento
proporcionando a busca de novos mercados e condicio- Nacional da Produção Mineral Projeto RADAM
nando assim o aumento de produção; Folha SB.23- Teresina e parte da Folha SB 24-
Jaguaribe. Rio de Janeiro, 1973. (Levantamento
- dos produtos extrativos existentes na área, somente a de Recursos Naturais, 2)
castanha-do-pará e as gomas não-elásticas sobressaem e
possuem maior distribuição espacial na Folha, apesar de 4 - BRASIL. Instituto de Pesquisas e Experimentação
estarem incluídas nas classes Média, Baixa e Muito Baixa; Agropecuárias do Norte. Os solos da área Ma-
naus-ltacoatiara Belém, 1969. 116p. (Sér. Es-
- das ocorrências e jazidas minerais encontradas, as de tudos e Ensaios, 1 ).
bauxita são as mais importantes, não somente pela quan- 5 - BRASIL Leis, decretos, etc Código florestal brasi-
tidade e qualidade da matéria-prima a ser produzida, como leiro Diário Oficial, Brasília, 16 09.1965 Seção
também pela extensão e cubagem que apresentam; I - Parte· I, p. da frente
- a área poderá contar, também, com a facilidade de 6 - _ _ _ Decreto no 73 683 de 19 02.1974 Cria o
energia elétrica, desde que viabilizados os estudos de Parque Nacional da Amazônia e dá outras provi-
instal:~ções de hidrelétricas, conforme sugestões pro- dências Diário Oficial, Brasília, 20.02 1974 Se-
postas neste Relatório de Recursos Naturais (vide 11- ção I - Parte I p 1987
Geomorfologia),
7 _____ Decreto no 73 684 de 19 02 1974 Cria a
- a avaliação de capacidade natural média do uso da terra Floresta Nacional do Tapajós e dá outras provi-
revelou 63 combinações de classes (Tab 1), o que poderá dências Diário Oficial, Brasília, 20.02.1974. Se-
proporcionar várias opções para a utilização racional da ção I - Parte I. p. 1987.
terra nesta região, é bom ser lembrado, entretanto, que
qualquer empreendimento a ser levado a efeito deverá estar 8 - ____ . Lei n o 5 197 de 03 01 1967 Dispõe sobre
condicionado à fertilidade dos solos, à alta pluviosidade a proteção à fauna e dá outras providências
em muitas áreas e períodos de estiagem prolongados em Diário Oficial, Brasília, 05.01 1967 Seção I -
outras, fatores que restringem a diversificação de ativi- Parte I, p da frente
dades ou mesmo de culturas
9 - ____ Lei n o 6 151 de 04 12 1974 Dispõe sobre
- apesar destes fatores limitantes, são boas as perspec- o Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento
tivas para a área, desde que haja uma adequada utilização (PN D) para o período de 1975 a 1979 Diário
de sua potencialidade em função daquilo que melhor Oficial, Brasília, 06 12 1974 Seção I - Parte I,
poderá produzir. p da frente
- aqui também llão deve ser esquecido o aproveitamento 10 - BRASIL Superintendência do Desenvolvimento da
de recursos paralelos, como o turismo organizado, à Amazônia Departamento de Recursos Naturais
semelhança do que já vem sendo feito em outras áreas, Pesquisa mineral no lriri/Curuá; relatório preli-
minar. Belém, A.P C., Divisão de Documenta-
- a proteção ambiental já possui tradição na área, enti-
ção, 1972. 62p
dades conservacionistas de diversos tipos foram decre-
tadas ou estão em funcionamento, devendo-se ressaltar 11 -CARVALHO, P. F. de & OLIVEIRA, A I de. Reco-
que algumas, como a Reserva de Curuá-Una da SUDAM e o nhecimentos geológicos e sondagens na bacia
Serviço de Proteção à Tartaruga do Ministério da Agricul- do Amazonas B. Serv. Geo/. Mineral, Rio de
tura, apresentam elevado grau de eficiência; Janeiro, 15, 1926 128p
- visando complementar esse quadro propõe-se a criação 12 - COSTA, J M M da Diversificação do sistema pro-
de um Parque Nacional, no Município de Parintins (propo- . dutivo e aumento da produtividade das áreas de
sição apresentada pela Divisão de Vegetação e de autoria exploração extr;;;tiva da região Amazônica, rela-
do Dr Evaristo F. M Terezo), e de um Parque Estadual, no tório Belém, BASA, 1967 76p. (Documento, 4).
Município de Juruti
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436/USO POTENCIAL DA TERRA


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Estudos Paraenses, 2ü) 156). '

APÊNDICE I

Diagnóstico Sócio-Econômico

1 - INTRODUÇÃO Com essa atividade, a Divisão procura não apenas fornecer


subsídios aos planejadores e empresários que tencionem
Visando complementar o elenco de informações que vem operar na área, mas também recolher dados para subsidiar
sendo publicado pelo Projeto RADAMBRASIL, a Divisão de suas avaliações. Dessa forma, os diversos graus de capaci-
Uso Potencial da Terra passa, a partir do presente relató- dade natural da terra para lavoura e criação de gado,
rio a apresentar um diagnóstico sócio-econômico da área obtidos com a metodologia adotada, podem ser confronta-
da Folha estudada. dos com os resultados obtidos pelos produtores e técnicos

USO POTENCIAL DA TERRA/437


das diversas áreas pesquisadas Essa simbiose entre a Entre as madeiras extraídas em maior número de municí-
visão geral obtida com os sensores e os reconhecimentos pios, de ambos os estados, destacam-se a itaúba, o cedro,
feitos pelas diversas Divisões do Projeto e a experiência os louros e a maçaranduba. Das que são exploradas
daqueles que vivem, no dia-a-dia, os problen1as da produ- apenas nos municípios do Estado do Pará sobressaem o
ção, não é nada mais nada menos do que a tão desejada jacarandá e a muiracatiara e, do Amazonas, a virola e a
harmonia entre a teoria e a prática jacareúba.
Acrescentando esse apêndice aos seus relatórios, o que a A castanha-do-pará é• coletada em todos os municípios
Divisão deseja é que aqueles que vierem a se instalar na área pesquisados. Na área, dois municípios, Óbidos e ltaqua-
disponham não só de dados técnicos sobre a capacidade tiara, concentram o beneficiamento do produto. Além
natural da terra, mas também de informações sobre as disso uma boa parte da produção segue, em casca, para
condições sócio-econômicas que irão encontrar Manaus e Belém

A seringueira é explorada, principalmente, nos municípios


2 - METODOLOGIA da área amazonense da Folha e, atualmente, o tratamento
do látex já apresenta alguma melhoria Assim é que em
O levantamento dos dados e informações foi feito a nível Santarém funcionam três usinas para o preparo de látex
de município e fatores operacionais obrigaram a reduzir centrifugado, em Autazes uma de coagulação do látex e
esses municípios a sete, no Pará, e oito no Amazonas em ltaquatiara uma de crepe de borracha

Um questionário com 132 perguntas abrangendo todos os O pau-rosa já teve importância na área. Atualmente todas
setores econômico-sociais foi submetido, em entrevistas, as destilarias estão paralisadas devido ao aparecimento de
aos prefeitos, dirigentes de órgãos oficiais, técnicos que um sucedâneo sintético
prestam assistência aos produtores e, excepcionalmente,
a fazendeiros estabelecidos há muitos anos na área A sorva e a balata são mais comuns na área amazonense
Alg1ms dados estatísticos foram obtidos nas Secretarias
de Educação, na Superintendência das Campanhas de O babaçu é bem distribuído, mas pouco explorado. Apenas
Saúde Pública (SUGAM), na Fundação Serviços de Saúde em Juruti funciona uma extração de óleo.
Pública (FSESP) e em publicações da Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (Fundação IBGE). A bacaba, os breus (de amescla e jutaicica), o cipó-vime, a
copaíba, a maçaranduba e o patauá são explorados em
Vale lembrar que nem sempre foi possível quantificar poucos municípios.
todos os quesitos Em alguns casos essa deficiência é
geral, como acontece com os produtos consumidos local- O peixe é a principal fonte de proteína animal e, juntamen-
mente e que têm como exemplo mais ti pico o pescado. Em te com a farinha, constitui a base da alimentação regional.
outros essa falha decorreu da ausência de órgãos de
estatística no município A época de maior abundância de pescado é o verão,
quando as águas dos rios e lagos estão baixas, geralmen-
te, de setembro a dezembro
3 - VISÃO GERAL DA ÁREA
Não é possível quantitificar a produção de pescado porque
a maior parte é vendida, ainda, dentro das canoas, junto
A área da Folha SA 21-Santarém, que engloba terras do
aos portos das cidades As espécies mais comuns em toda
baixo e do méd.io. Amazonas, é povoada, praticamente,
a área são: o tambaqui, o pirarucu, o curimatã, o acari, o
apenas nas prox1m1dades da calha do grande rio e de seus
pacu, o jaraqui, a pescada e o tucunaré
tribu~ários Ao longo dessa rede hidrográfica é que se
localizam todas as sedes municipais Em cada um dos
Praticamente, não existem pescadores profissionais. A
extremos dessa faixa situam-se dois grandes pólos de
maioria deles pesca quando não há trabalho na lavoura e
atração. as cidades de Santarém e a de Manaus (cuja área
urbana não està incluída na Folha) na coleta de produtos extrativos ou, então, à noite. Os
instrumentos de pesca usados são os tradicionais: tarrafa,
rede de arrasto, anzol, espinhei, arpão, zagaia, estes dois
A porcentagem da população que vive nas sedes munici-
últimos com luz de acetileno, e a malhadeira, que é de
pais e distritais é muito variável, indo de cerca de o 5% em
introdução recente As raras colônias de pescadores exis-
Careiro até próximo de 50% em Santarém. Ao c~ntrário
tentes destinam-se, principalmente, a prestar assistência
disso, a distribuição etária da população é muito uniforme
em convênio com o Funrural
com um forte contingente de jovens Em todos os municí~
pios cerca da metade dos habitantes tem idade inferior a 15
anos. Os principais problemas que o setor enfrenta são a falta de
gelo para as embarcações e de frigoríficos nas cidades o
mercado local é que limita a produção.

I
Não existe nenhu'!l município que possa receber o qualifi-
catiVO de made1re1ro Entretanto, todos eles se dedicam a
essa a!ividade Mesmo ltaquatiara, onde não existe mais Na área existem três lavouras comerciais importantes: a
extr~ç~o de madeira, desdobra toras vindas de outros juta, a malva e o guaraná A juta é cultivada em todos os
mun1c1p1os Nessa atividade destaca-se Santarém não só municípios da calha do Amazonas e constitui-se na
pelo volume de sua produção mas, também, por ser sede do maior fonte de riqueza regional A malva é plantada em
Centro de Tecnologia Madeireira da SUDAM e de sua escala bem menor na metade dos municípios. A produção
Seção de Silvicultura, que realizam pesquisas do mais alto de guaraná qt,Je, até pouco tempo, estava concentrada em
valor para a Região Amazônica. Maués, já está sendo desenvolvida em mais três municí-

438/USO POTENCIAL DA TERRA


pios. O cultivo da seringueira há muito já está implantado fazendeiros tradicionais com mais de 1.000 cabeças e mais
em Santarém e agora inicia-se em Parintins. A produção de três projetos agropecuários do mesmo porte.
pimenta-do-reino tem expressão, apenas, em Santarém. A
lavoura cacaueira vem se expandindo e é muito bem o rebanho é quase todo formado de mestiços das raças
assitida pela CEPLAC. zebuínas, havendo, apenas, uma meia dúzia de criadores
que possuem mestiços de Zebu com Holandês
Das culturas de subsistência destaca-se, de longe, a
mandioca Seguem-se o arroz e, em menor escala, o milho É comum a compra de reprodutores, principalmente Nelo-
e o feijão. re, Guzerá e Indu-Brasil, na Exposição de Manaus e na
Feira de Fordlândia. Não é rara, também, a importação de
Com exceção das culturas permanentes, recém-instaladas outros estados.
na região, em geral assistidas pela ACAR, e que já
empregam técnicas atualizadas, os sistemas de cultivo são A criação de búfalos não está muito difundida, mas tem
os tradicionais Nos terrenos de várzea dos rios de água- dado ótimos resultados nas várzeas, onde na época das
branca uma mesma área é explorada indefinidamente. Na cheias o animal nada e mergulha para colher o capim.
terra firme o normal é derrubar e queimar a mata, plantar
uma ou, no máximo, duas vezes e depois deixar a capoeira O boi é exportado "em pé", principalmente, para Manaus,
crescer por período nunca inferior a 4 ou 6 anos, quando a onde existe um grande frigorífico (Frigomasa). Uns poucos
área é reocupada municípios do Pará mandam boi para Belém e apenas
Aveiro contribui para o abastecimento de Santarém.
A fruticultura comercial é, praticamente, inexistente mas
os pomares caseiros são comuns Não é comum as sedes municipais possuírem matadouros,
no geral os animais são abatidos nas fazendas.
A horticultura comercial está ligada á prox.imidade das
grandes cidades Ela tem vulto em Santarém e é praticada, A produção de leite é insignificante, mesmo em Santarém
em menor escala, em Aveiro e Autazes para suprimento de O único município onde essa atividade é importante é
Manaus Careiro, que chega a remeter 12.000 litros diários para
Manaus
O cooperativismo tem má tradição na área As diversas
unidades criadas foram mal administradas e prejudicaram As principais doenças que afetam o rebanho bovino são a
os lavradores aftosa, a raiva e a brucelose. As duas primeiras estão
sendo razoavelmente controladas pela vacinação. Uma
O principal problema que limita a expansão do setor é a doença carencial. a broca ou mal-do-chifre, já está
falta de tit~lação das ter~as, que reduz o teto dos emprésti- sendo controlada por uns poucos criadores, com o forn:'!ci-
mos bancanos a um n1vel desinteressante Em seguida mento de sal mineralizado
vem o baixo nível tecnológico com que a agricultura é
desenvolvida na região e a insuficiente assistência técnica A criação de porcos é muito difundida, mas apenas em
prestada aos agricultores nível doméstico Não existe na área nenhum estabeleci-
mento dedicado á produção comercial de suínos
A pecuária é uma atividade tradicional tanto no baixo
quanto no médio Amazonas Apesar dos percalços na A criação de aves para consumo doméstico é prática
época de cheias, a elevada capacidade de suporte das corrente e, além disso, já existem algumas granjas avíco-
pastagens das várzeas dos rios de água-branca parece las nas cidades maiores Em Santarém são em número de
compensar esses transtornos Informações colhidas a nível seis e Parintins e Oriximiná possuem, cada uma, uma
de município mostram para essas várzeas uma capacidade granja para produção de frangos e ovos.
de suporte de até 1 O cab/ h a; já nas várzeas dos outros rios
(água-preta e água-limpa) essa capacidade não vai além de Como no caso da agricultura, há uma predisposição contra
3 a 4 cab/~a. Nos pastos de terra firme a capacidade de o cooperativismo.
suporte vana entre 1 e 3 cab/ha Entretanto os criadores
mais evoluídos estão obtendo melhores rendimentos sub- Os principais problemas que dificultam o desenvolvimento
dividindo as pastagens Num projeto agropecuário de do setor são a falta de utilização das terras e não rotação
ltaquatiara estão conseguindo colocar até 7 cab/ ha em sistemática das pastagens de terra firme várzea
pastos divididos, na terra firme
A não ser em Santarém, onde a Cibrazem possui uma
O sistema criatório mais adotado consiste em soltar o unidade, não existe infra-estrutura de armazenagem na
gado na várzea quando as águas baixam e prender os área da Folha Nas cidades maiores, como Óbidos, Parin-
animais em marombas (curral de piso de madeira construí- tins e ltaquatiara, as indústrias e alguns comerciantes
do sobre estacas) quando as águas sobem. Entretanto, as possuem armazéns próprios.
gr~ndes enchentes dos últimos anos vêm forçando os
De um modo geral, as estradas que dão acesso às zonas

I
cnadores a formar pastagens na terra firme. Por outro lado,
os resultados obtidos, juntamente com a assistência pres- produtoras não ribeirinhas tornam-se precárias na época
tada pela ACAR, estão difundindo o sistema de manter o das chuvas. O mesmo ocorre com cursos d'água menores
gado na várzea no verão (período de estiagem) e na terra na época em que as águas baixam. Ao contrário disso o
firme no inverno (período chuvoso). acesso às sedes municipais, por via fluvial, é livre dura~te
todo o correr do ano.
A ma~ori<: dos criadores possui poucas cabeças; entretan-
to, nao sao raros os que possuem mais de uma centena e Praticamente todos os municípios, uns em maior e outros
na área da estrada Manaus-ltaquatiara, existem cinc~ em menor quantidade, importam gêneros alimentícios na

USO POTENCIAL DA TERRA/439


entressafra. Produtos alimentícios industrializados, como A malária, que antigamente era problema sério nos municí-
o leite em pó, laticínios etc., são importados por todos. pios da calha do Amazonas e se manifestava com baixa
incidência na zona do Tapajós, atualmente está sendo
Nas cidades maiores o número de indústrias de transfor- muito bem controlada com ás duas dedetizações anuais
mação é razoável. Mais da metade dos municípios pos- feitas pela SUGAM. Esse método profilático tem-se mos-
suem serrarias, sendo que Obidos e Santarém são provi- trado altamente eficiente no baixo e médio Amazonas e
dos também de marcenarias e, esta última, ainda de alguns pequenos surtos, resultantes de descuido no servi-
fábricas de móveis. O mesmo ocorre com a juta; algumas ço têm sido extintos prontamente com a aplicação de
cidades menores possuem enfardadeiras; porém, apenas inseticida.
Parintins e Santarém possuem fiação e tecelagem. O
beneficiamento da castanha se concentra em Santarém, Os índices de verminoses nunca foram elevados nos
Obidos e ltaquatiara. Muitos municípios possuem máqui- adultos e diminuíram de 30% depois que a FSESP se
nas de beneficiar arroz e olarias. instalou na área (Batista, 1967). Atualmente. a incidência
das verminoses, mesmo nas crianças, nas cidades maio-
A extração de essência do pau-rosa foi importante na área res varia entre média e baixa. Nas sedes municipais
e, atualmente, quase todas as usinas estão paradas por menores e em todo interior a incidência dos helmintos
falta de comprador para o produto. intestinais é muito elevada

De um modo geral dificulta a expansão do setor industrial Em alguns municípios o número de tuberculosos não é
a falta de capital e de tradição. Nas cidades próximas a desprezível e, no interior, ainda existem leprosos
Manaus a instalação de indústrias torna-se desvantajosa
por se constituir esse centro num pólo atrativo para As gastroenterites diminuíram com a instalação dos servi-
investimentos industriais (Suframa) ços de abastecimento de água nas cidades e com o forne-
cimento de remédios pelas Unidades Sanitárias rJa FSESP
A principal atração turistica da área é viajar pelo rio e da Secretaria de Saúde, mas ainda constituem problema
Amazonas, seus paranás e afluentes. O Município de sério em toda a zona rural
Santarém possui lindas praias no rio Tapajós e a cidade
dispõe de um hotel de nível internacional e outros mais As condições alimentares, de um modo geral, são boas,
modestos. No município de Juruti, o lago das Piranhas como demonstra o aspecto físico da população, também
destaca-se pela paisagem e como local para caça submari- verificado em inquéritos especializados (Lowenstein,
na. No município de Careiro existe uma fazenda onde a 1967), o que, naturalmente, decorre da abundância de
Selvatur de Manaus hospeda turistas. peixe.
Em todas as cidades o comércio satisfaz às necessidades Cerca da metade das cidades possui hospitais, quase
básicas da população. Entretanto, naquelas mais próximas todos com mais de vinte leitos, sendo q).Je Santarém conta
a Santarém e Manaus, as pessoas que dispõem de trans- com cinco hospitais, totalizando 188 leitos, que só não
porte fazem c~mpras nessas cidades. Assim é que o atendem cirurgias muito complexas
comércio de Obidos e de Parintins é superior ao de
ltaquatiara. Apenas nessas três cidades e em Maués
pode-se obter insumos para a lavoura e a pecuária As Unidades Sanitárias da FSESP e da Secretaria de Saú-
de, uma ou outra presente em quase todos os municípios,
A agricultura é a atividade que absorve maior quantidade pr?ticam medicina curativa e preventiva Em geral pos-
de mão-de-obra. Fazem exceção Faro e Careiro, onde a suem ambulatório, sala de cirurgia e enfermaria Uma parte
pecuária ocupa maior número de pessoas. delas possui consultório dentário Além disso, aplicam as
vacinas necessárias nas crianças que são levadas à Unida-
Na área estudada não existe nenhum estabelecimento de de.
ensino superior. Entretanto as cidades maiores possuem Em quase todos os municípios residem médicos e mais da
ensino de 2. o grau com os cursos de comércio e pedagógi- metade possuem dentistas e enfermeiros diplomados
co. Em quase todos os municípios existe ensino de 1. o Fora das cidades maiores, esses profissionais são funcio-
grau completo (1. a à 8. a série). Apenas em Faro ele termina nários da FSESP ou da Secretaria de Saúde.
na 5. a série.
Na área existem estradas estaduais: PA-28 que liga Monte
Com base no recenseamento de 1970 pode-se concluir que Alegre a Obidos e a Rodovia Torquato Tapajós (AM-010,
o déficit de matriculas é grande. Por outro lado, a evasão Manaus-ltaquatiara), em grande parte asfaltada Apesar
escolar é elevadíssima: cerca de 80 a 90% da 1 a à 4. a de ainda estarem com revestimento primário, as rodovias
série, chegando a atingir mais de 95% da 1. a à 8 a federais - Cuiabá-Santarém e o ramal que liga esta a
Belterra - são muito bem construídas. No extremo
Em alguns municípios há dois períodos letivos distintos: sudoeste da Folha passa um pequeno trecho da BR-319,
um para as áreas de várzea, de agosto ou setembro, até Manaus-Porto Velho

I março ou abril e outro, para é!-S escolas da terra firme, de


março até novembro ou dezembro.

Em todas as cidades a maioria dos professores é normalis-


ta mas, na zona rural, a quase totalidade é de leigos. As
Quase todos os municípios possuem estradas, em geral
sem revestimento, para atender às zonas produtoras que
não podem ser atingidas por via fluvial. O total dessas
vias, em geral, está entre 10 e 30km, porém em Alenquer
ele ultrapassa 100km.
cidades maiores e mesmo algumas menores, como Oriximi-
ná e Barreirinhas, possuem professores do 2. o grau diplo- Todas as sedes municipais podem ser atingidas por rios,
mados. paranás e lagos, que dão passagem a barcos motores

440/USO POTENCIAL DA TERRA


durante qualquer época do ano. Algumas áreas produto- Segundo dados colhidos pelos setores Pará e Amazonas,
ras, entretanto, só podem ser atingidas na época da da SUGAM, durante as dedetizações feitas em 1975, cerca
vazante por embarcações pequenas de 6% das casas são de bom acabamento, isto é, têm
paredes internas pintadas com caiação ou outro tipo de
No geral, as cidades não possuem nenhuma instalação no tinta. Essas porcentagens variam entre menos de 1% e
porto ou quando muito uma escadaria ou trapiche. Em 16%, sendo, de um modo geral, mais elevadas nas cidades
situação oposta está o de Santarém, melhor equipado do maiores.
que o de Belém. Além disso, Óbidos possui um trapiche
que recebe até navios do Lloyd Brasileiro e em Parintins há Todas as cidades possuem estrutura quadriculada e, a não
um porto particular pertencente a uma indústria de fiação e ser nas maiores, o uso do solo urbano é misto. Entretanto,
tecelagem de juta. em várias delas, a rua situada em frente ao porto só possui
casas de comércio
Todas as sedes municipais possuem serviços de abasteci-
mento de água instalados pela FSESP Em alguns a água Nas cidades maiores, o centro, as ruá.s e avenidas princi-
é captada de rios ou igarapés e tratada com cloro, tnas na pais possuem meio-fio e são pavimentados, geralmente,
maioria ela é obtida de poços artesianos e filtrada. · com concreto Nas outras apenas o centro e uma ou outra
rua têni calçamento. A arborização das vias públicas é
A instalação de fossas sépticas, mesmo nas cidades pouco difundida, o mesmo acontecendo com o ajardi-
maiores, é pouco generalizada, mas o uso de fossas secas namento das praças
está muito difundido, o que é devido ao trabalho das
unidades sanitárias, auxiliadas pelas prefeituras Somente em Santarém existe agremiação esportiva Entre-
tanto, os clubes sociais, com salão de dança, são uma
Quase todos os municípios possuem pistas de pouso No constante em todas as cidades e, comumente, o seu
geral, variam entre 600 a 1 200m, ora de terra batida, ora número varia entre 2 e 5 Os campos de futebol e as
piçarrada Entretanto, Óbidos e Santarém possuem pista quadras para basquete e futebol de salão não faltam e
asfaltada de 1 500m e nesta última cidade está sendo alguns, de propriedade das prefeituras, possuem arqui-
construído um aeroporto internacional bancadas

Somente Santarém é servida pelas grandes companhias de Hotéis de categoria boa ou regular só existem nas cinco
aviação do país Nas cidades maiores a NOTA e SAGRES cidades de maior movimento comercial - Santarém, Alen-
fazem vôos regulares. A FAB faz, também, alguns vôos quer, Óbidos, Maués e ltaquatiara. Nas outras, algumas
regulares e, havendo necessidades de prestar socorro, pensões, que dão refeições, hospedam viajantes Restau-
pousa onde houver pista de, pelo menos, 600m ou na água rantes de boa categoria só existem em Santarém De
com os seus Catai i nas As companhias de táxi aéreo fazem acordo com o tamanho da cidade as refeições podem ser
vôos fretados para qualquer campo, mesmo na zona rural. obtidas em restaurantes modestos, hotéis, pensões e lojas
de mercado

Apenas as cidades menores não possuem telefones Aque- Só não existem postos de abastecimento de combustíveis.
las onde existe pelo menos um posto telefônico falam com e lubrificantes nas cidades menores; nessas, esses pro-
todo o país, via Embratel dutos podem ser obtidos no comércio retalhista.

Nenhuma cidade possui imprensa diária, mas diversas O Banco do Brasil está presente em 50% das cidades, o
possuem boletins, geralmente quinzenais, editados por Banco da Amazônia (BASA) em 20% e o Banco do Estado
paróquias ou colégios As cidades onde pousam aviões do Amazonas em 10%
recebem jornais de Belém e Manaus no mesmo dia. Nas
outras o atraso é devido ao tempo gasto pelos motores de Todas as cidades possuem delegacia de polícia com uma
linha; algumas os recebem no mesmo dia. Nas cidades ou várias celas.
menores só assinantes recebem jornais Nas cidades do
Pará circulam os jornais de Belém e nas do Amazonas os Em alguns municípios o interesse pela cultura manifesta-
de Manaus se sob a forma de Centros Sociais para o aprendizado de
artesanato, prendas domésticas e teatro amador
Estações radiodifusoras só existem duas em Santarém e
uma em ltaquatiara e Parintins. As cidades próximas a Uma terça parte das cidades possui plano urbano diretor
Manaus recebem imagens de televisão dessa cidade e
algumas outras captam imagens ou da Venezuela ou da 4 - MUNICÍPIOS LEVANTADOS
Colômbia ou de Porto Rico.
4.1 - Município de Santarém (PA)
A maioria das cidades é servida por uma Agência Postal
Telegráfica; entretanto, umas poucas possuem apenas As informações foram obtidas na prefeitura municipal, na
serviço de correio. Agência de Coleta da Fundação IBGE, no Escritório da
ACAR - Pará, em Santarém.
Todas as cidades possuem energia elétrica e a proporção
de residências ligadas à rede varia entre 40% e 90%. Em ASPECTOS FÍSICOS: o Município de Santarém, com uma
geral essa proporção é mais elevada nas cidades menores. extensão territorial de 24.057km2, situa-se na zona fisio-
Não é raro as sedes de distrito e as vilas possuírem grupos gráfica do baixo Amazonas, limitando-se com os municí-
geradores de propriedades da prefeitura, que funcionam pios de Juruti, Óbidos, Alenquer, Monte Alegre, Prainha e
com combustível pago pelos moradores. Jtaituba.

USO POTENCIAL DA TERRA/441


A sede municipal, numa altitude de 36m, dista, em linha Principais Produtos e Produção (Ano: 1974)
reta, 701 km da capital do estado e possui as seguintes
coordenadas geográficas: 02°24' de latitude Sul e 54°42' de Produtos Produção (t)
longitude WGr
Seringueira• 137
O município possui seis distritos. Alter do Chão, Ara-
Maçaranduba.. 163
pixuna, Belterra, Boim, Curuaí e Mujui dos.Campos Castanha 5
Sorva.. 10
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS moram no munictpto,
segundo o Censo Demográfico de 1970, 135.215 pessoas e
a densidade populacional é de 5,6 hab/km2
• Borracha
• • Goma não-elástica
Situação Domiciliar da População
Fonte: Agência de Coleta da F IBGE - Santarém

~Santarém
s
URBANA

51 009
RURAL

41170
TOTAIS

92179
Três usinas transformadoras produzem látex centrifugado,
exportado principalmente para Manaus Toda a castanha
produzida é consumida no próprio município Nenhum
A do Chão 640 4 504 5 144 desses produtos é colocado no mercado externo
Arapixuna 589 4 191 4 780
8 477
Não existe intermediarismo na comercialização e o setor é
Belterra 5 394 3 083
desprovido de unidade cooperativa
Boim 890 3 037 3 927
Curuai 965 16 337 17 302 Pesca. capturado, principalmente, nos rios Amazonas e
M dosCampos 2 129 1 277 3 406 ltuqui, nos lagos do Aramanaí e Grande do Curuaí, e nos
igarapés Urucurituba e Piracãoera, o peixe é a principal
TOTAIS 61 616 73 599 135 215 fonte de proteína animal do município
Fonte: Censo Demográfico de 1970
Distribuição Etária da População Principais Espécies de Pescado

Acarr Pirapitinga
FAIXAS ETÁRIAS
Cunmatã • Pirarucu •
+ de 60 anos Filhote Surubim'
O a 14 anos 15 a 59 anos
Pacu Tambaqui·
5 976 Pescada Tucunaré
66 507 62 732

Fonte: Ag de Coleta da F IBGE - Santarém


Fonte: Censo Demográfico de 1970 Espécres de maror incidêncra

ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS Produção de Pescado (Ano: 1974)

Recursos Madeireiros: o município tem na exploraçãc --vãíõ~


ESPÉCIES PRODUÇÃO (kg) Preço kg • Produção em
desses recursos importante fonte de renda Constituem-sE
nas principais espécies extraídas o cedro, freijó, maça- em Cr$1 00 Cr$1 000,00
randuba, sucupira, andiroba. muiracatiara, louro, itaúba e
jacarandá, tendo sido exportados, em 1974, 9 587m3, dos Pirarucu 265 329 4,00 1 061,3
quais 174m3 para a Alemanha Ocidental No mercado Tambaqu1 556 739 2.00 1 113,4
interno Fortaleza é o principal centro importador, embora a Curimatã 201 465 2,00 403,0
exportação se dê para todas as regiões do pais Surubim 70 009 2,50 140,0
Pescada 35 557 3,50 124,4
Oito serrarias implantadas beneficiam toda a madeira 2,50
Filhote 21 983 55,0
extraída, e uma delas prepara mão-de-obra para o setor e
Tucunaré 14 581 3,50 51,0
consta do relatório do Mapa de Uso Potencial da Terra
Pacu 39 841 2,00 79,6

I Extrativismo Vegetal. de pouco significado econômico,


este setor já foi um dos mais importantes da região, em
épocas passadas Hoje, áreas de antigos castanhais e
seringais estão, em grande parte, ocupadas pe!a agri-
cultura e pecuária. O pau-rosa também já foi abundante no
Pirapitinga
Acari

TOTAIS
7 822
243 693

1 457 019
2,00
1,50
15,6
365,5

3 408,8

município, mas, atualmente, sua população não vai além Fonte: Ag de Coleta da F IBGE - Santarém
de algumas manchas inexpressivas. • Preços de 1974

442/USO POTENCIAL DA TERRA


Como se observa, é considerável a produção de pescado Quatro tipos de consorcíações são realizados pelos agri-
no município Toda ela é absorvida pelo próprio mercado cultores: mandioca x milho (o principal), arroz x milho,
locai e comercializada a preços bastante baixos, o ·que faz feijão x milho (com o milho servindo de suporte, depois de
do peixe um produto alimentar básico acessível a todas as quebrado) e mandioca x arroz.
classes da população.
Portanto, o montante da área cultivada, mostrado no
Vai de outubro a dezembro o período do ano em que a quadro, não representa o total de hectares explorados no
pesca alcança seu maior significado econômico. setor-, mas o somatório dos hectares ocupados por cultura,
que no caso das consorciadas (arroz, feijão, milho e
A colônia de pescadores presta assistência médica, mandioca) são áreas comuns a mais de uma delas, se-
através de convênio com o Funrural; assistência educa- gundo o tipo de consorciação. Infelizmente, não foi pos"
cional aos filhos dos pescadores e auxílio funerário a sível determinar a percentagem que essas áreas repre-
todos os seus associados. sentam.

O setor se ressente da falta de um frigorífico, do baixo o planalto de Santarém se destaca como a mais impor-
nível de capitalização dos pescadores, da inexistência de tante região produtora do município, onde estão loca-
uma estrutura de comercialização adequada para colocar o lizadas as principais propriedades agrícolas, a maioria de
pescado em outros mercados, da falta de assistência pequeno porte
técnica e da baixa percentagem de pescadores profis-
sionais Somente na horticultura emprega-se alguma adubação
mineral, porém os adubos orgânicos são, aí, mais apli-
Agricultura. embora desenvolvida tradicionalmente, sem cados Nas demais culturas não são empregados corre-
emprego de técnicas e métodos de cultivo adequados, a tivos e fertilizantes
agricultura se constitui no maior suporte econômico do Tradicionalmente, uma mesma área é explorada com o
município e principal fonte de renda de Santarém cultivo de arroz durante três anos (em média) consecutivos
e em seguida queima-se a "palhada", implantando-se uma
Com o advento da "corrida" à região, principalmente cultura de feijão, depois do que a área é abandonada.
depois de entregue ao tráfego a Cuiabá-Santarém, a Também é usual a consorciação da mandioca com o arroz
agricultura no município tem provado um dinamismo como no terceiro ano de cultivo Colhido o arroz, a área per-
nunca houvera antes e suas fronteiras vêm se expandindo manece com a cultura da mandioca, que vai sendo extraída
consideravelmente a cada ano Entretanto. muito antes, na paulatinamente Nos dois casos a área só é novamente
década de 30, estabeleceu-se no atual Distrito de Belterra cultivada depois de 4 a 5 anos, quando coberta pela mata
uma grande empresa agrícola da "Ford Motor Company", secundária e restabelecida a fertilidade natural do solo
a chamada Concessão Ford, hoje pertencente ao Minis-
tério da Agricultura Atualmente ainda existem 600 000 Realiza-se algum controle fitossanitário, principalmente
árvores em condições de corte, que ainda produzem 20t de contra pragas de armazéns (cereais) e pragas de solo em
látex a 60% de borracha seca, preparados em fábrica feijão, onde os coleópteros são as mais comuns Controle
própria Além disso, 64ha estão ocupados na produção de sistemático recebe a cultura da pimenta, contra saúva,
mudas de seringueira e o fornecimento de mudas de citros pulgão e coccídeos, que se constituem pragas, e fumagina
deve atingir, em 1976, a 40 000 unidades Completam as e mal-de-mar.iquita, ambas doenças provocadas por fungo
atividades do estabelecimento a produção de cereais,
frutas e hortaliças para consumo dos moradores e um Não é empregada a mecanização agrícola e mesmo a
pequeno plantei de gado leiteiro tração animal é pouco utilizada
Relativamente bem desenvolvida, a horticultura no muni-
cípio supre considerável parcela da demanda local.
Principais Culturas Envolvidas na Produção Agricola Existem, aproximadamente, dez hortas que produzem
Ano: 1975 (Jan/Set) alface, tomate, quiabo, couve, repolho, pimentão, maxixe
e vagem, em escala comercial
-
ÁREA
A fruticultura desenvolve-se nas fazendas e fundos de
quintais, predominando a produção de citros, banana e
CULTURAS CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
abacaxi, insuficiente para satisfazer o mercado desses
(h a) (t) (kg/ha) produtos.

Arroz 20 000 30 000 1 500 A colônia nordestina, destacando-se a cearense, tem


Feijão
participação relativamente alta na produção agrícola. Na
2 000 1600 800
horticultura predomina a colônia japonesa
Juta fibra • 1 800 2160 1 200
Malva 1 400 1 820 1 300 Dos produtos agrícolas exportados destaca-se a juta,
Mandioca" 10 000 26 000 2 600 colocada nos mercados do Sul, Belém e Recife, em estado
Milho 2 000 2 000 1 000 bruto e beneficiada (fios e sacos). Para o mercado externo
Pimenta-do-reino 49 247 5 000 não existe exportação desde há cinco anos, quando esse
produto era comercializado para a Argentina.

• Dados de 1974 Recentemente deixaram de funcionar as duas cooperativas


" Farinha
agrícolas do município, permanecendo o propósito de
reativá-las, segundo nos informaram.

USO POTENCIAL DA TERRA/443


Dificultam o desenvolvimento do setor agrícola a situação A sede municipal possui um matadouro, que abateu, em
fundiária (o maior número - embora reduzido - de pro- 1974, 13 192 bovinos, 93 ovinos, 3 533 suínos e 27 ca-
priedades tituladas está na várzea, que durante boa parte prinos Mujuí dos Campos e Belterra também possuem um
do ano é tomada pelas águas, e 1 308 imóveis rurais posto de matança e Santarém conta, ainda, com um
ocupados por não posseiros não são titulados definiti- abatedouro de aves
vamente), assistência técnica insuficiente; baixo nível de
capitalização; deficiente infra-estrutura tísica para es- Afetam o rebanho bovino do muntctpto a aftosa, bruce-
coamento da produção (30% da produção de 1975 con- lose, tuberculose e frieira O controle da aftosa é feito,
tinuam no campo, por falta de condições adequadas ao principalmente, com uma vacinação anual, havendo signi-
escoamento) e o baixo nível tecnológico empregado no ficativa percentagem de pecuaristas que realizam vacina;-
setor (segundo um técnico da ACAR-PA, Escritório em ções de 6 em 6 meses, mas poucos os que, corretamente,
Santarém) A falta de sementes selecionadas, citando vacinam seu rebanho três vezes ao ano.
apenas um exemplo, tem sido responsável pela baixa- no
máximo média - qualidade do arroz produzido no muni- A avicultura é desenvolvida comercialmente através de 5
cípio e séria limitação ao incremento da produtividade granjas que produzem frangos de corte e ovos Os suínos
dessa cultura são criados nas fazendas e fundos de quintais, para
consumo próprio, com razoável excedente comercial
Pecuária. segundo setor do município· em importância
econômica, possui um rebanho bovino de aproximada- Há uma cooperativa de pecuaristas no município que,
mente 60 000 cabeças, formado por mestiços das raças embora não esteja oficialmente fechada, está em quase
Nelore, Guzerá, Gir, lndu-.Brasil e alguns pequenos plan- completa inatividade
téis puros, e se constitui, ao lado do de Alenquer, num dos
mais importantes rebanhos do baixo Amazonas A buba- São obstáculos à expansão da pecuária as enchentes
linocultura (criação de búfalos) vem se desenvolvendo bem (prejudiciais aos peq.uenos criadores, que na várzea repre-
no município, ocupando atualmente 6 OOOha de várzeas, sentam um número bastante grande), a situação fundiária,
com uma população de 3 000 cabeças, que atingem 400kg a assistência técnica insuficiente e o baixo nível de capi-
- em média - no segundo ano de vida talização

Como nos demais municípios pesquisados, predomina o Abastecimento. o município não conta com armazéns para
sistema criatório extensivo, tanto na várzea como em terra produtos agrícolas não comercializados A Cibrazem
firme As constantes e cada vez mais severas enchentes possui um, que serve também ao Banco do Brasil, para o
têm contribuído para a maior fixação do criador na terra armazenamento dos produtos comprados aos agricultores
firme, onde se estima que 1O% dos pecuaristas já ado-
taram a subdivisão de pastagens como meio de seu Hà deficiente infra-estrutura física de transportes, princi-
aproveitamento mais racional, tornando-as menos vulne- palmente a rodoviária Os serviços ai prestados são pre-
ráveis aos caprichos naturais cários há falta de veículos e embarcações, provocando
especulações nos fretes e deficiência no abastecimento da
A maromba é utilizada por pecuaristas que não possuem cidade
áreas de terra firme ou que as possuem, mas não chegam a
ser grandes o suficiente para receber todo o rebanho
Dos alimentos essenciais, a carne é o mais importado e o
A capacidade de suporte dos pastos de várzea é de 3 boi chega ao mercado local "em pé", vindo de Minas
cab/ h a, onde o gado permanece quatro meses do ano. Nos Gerais, Goiás, Bahia, Alenquer, Monte Alegre e Prainha O
oito meses restantes é mantido em terra firme, onde a leite em pó, a laranja, o tomate e a cenoura são provenien-
lotação chega a 2,5 cab/ ha, se adotado o sistema de tes, principalmente, de São Paulo.
subdivisão de pastagens
O abastecimento de Santarém não sofre influência das
Das forrageiras plantadas, a Brachiaria sp e a Brachiaria condições climáticas da região
decumbens foram as que melhor se adaptaram às condi-
ções climáticas e sanitárias, no município, produzindo os Indústria: Santarém possui 85 unidades industriais e o
setor, em franca expansão, é um dos mais importantes,
melhores pastos artificiais
ocupando o terceiro lugar na economia do município
Matrizes e reprodutores Gir, Nelore, Guzerà e Indu-Brasil
Enumeram-se como indústrias de transformação de maior
são importados de Aveiro-PA, onde o Ministério da
importância 8 serrarias, 1 fábrica de fios e sacos de juta, 2
Agricultura mantém um posto de cria, de Minas Gerais, cerâmicas, 2 fábricas de massas alimentícias, 2 fábricas de
São Paulo e Goiás, financiados pelo Banco do Brasil e refrigerantes, 2 de rede de dormir, 3 de esquadrias, 5 de
BASA móveis de madeira, 2 de urnas funerárias, 1 de vinho de
cacau, 3 de gelo, 4 de vinagre de cana, 1 de vassoura, 4 de
Apesar da grande demanda - 15 000 litros/dia - que
calçados, 3 de látex centrifugado, 7 torrefações de café, 3

I
deveria servir de incentivo à iniciativa privada, a "bacia
tipografias, 20 máquinas de beneficiar arroz, 1 estaleiro, 2
leiteira" é bastante incipiente e sua produção não ultra-
passa 300 litros diários, entregues a domicílio Portanto, refinarias de sal e outras.
há uma demanda reprimida de 14 700 litros de leite in
O baixo nível de capitalização é apontado como principal
natura, que não chega de outras regiões e é substituído
fator obstante ao desenvolvimento do setor
pelo leite em pó.
O boi sai "em pé" do município, que tem em Manaus seu Constituem atrações turísticas no município· o lago Verde
principal mercado importador. de Alter do Chão, com seus panoramas maravilhosos, de

444/ l:.ISO POTENCIAL DA TERRA


inigualável beleza natural, também chamado de "Lago dos Embora não se conheça a causa mortis predominante, a
Muiraquitans", com a "Serra Pipoca", ao lado; o rio mortalidade infantil apresenta índices mais elevados na
Tapajós em Samaúma e Aramanaí,'onde chega a atingir sede municipal do que na zona rural.
16km de largura, distando apenas três horas em transporte
fluvial da cidade de Santarém; o lago Grande de Curuaí No campo da medicina preventiva atuam a SUGAM, efetu-
(antigo lago Grande de Vila Franca), no "sem-fim" das ando dedetizações e realizando campanhas de imunização
campinas de verão, lugar ideal para a equitação, além de contra a meningite e a poliomielite, e o SESP, que vacina
proporcionar a pesca, e as praias do rio Tapajós, situadas todas as crianças que são levadas à Unidade.
em terras da Floresta Nacional do Tapajós.
O município possui 5 hospitais - 4 em Santarém e 1 em
Serviços: o comércio local possui, aproximadamente, Belterra - equipados para atendimento geral, inclusive
2 000 estabelecimentos não muito diversificados e com com pronto-socorro. Ao todo são 188 leitos, 45 dos quais
distribuição física inadequada, mas sua estrutura tem se no interior. Somente os casos excepcionalmente graves
mostrado eficiente na prestação de serviços de apoio às são transferidos para Belém.
atividades econômicas desenvolvidas na área.
Servem à população, ainda, 5 médicos particulares e 24
É considerável a quantidade de mão-de-obra absorvida dentistas Todos esses médicos particulares atendem em
pelo poder público, mas o setor primário continua sendo, consultórios próprios, assim como 12 dos 24 dentistas.
aqui também, o maior' empregador do município, principal- Dos 12 dentistas restantes, 2 trabalham em Belterra, 2 na
mente a agricultura Unidade de Saúde do DER e os demais nos hospitais de
Santarém
Educação. O Município de Santarém conta com 67 unida-
des de ensino na sede e 297 no meio rural, assistidas por Não há unidades de saúde no interior Além dos postos do
1 174 professores, dentre os quais 903 leigos, 114 norma- SESP, SUGAM e do DER, a sede do município conta com
listas e 157 secundaristas licenciados. uma clínica médica que funciona como ambulatório.

Unidades de Ensino Serviços Básicos


Ano: 1975
a) Transporte Rodoviário: a Cuiabá-Santarém é o princi-
Unidades Escolas pal eixo rodoviário do município, com 120km dentro de
Escolares com mais Classe Ginásio Normal Comercial TOTAIS suas fronteiras, e carreadora de contingentes imigratórios
única provenientes do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do País.
de uma
Partindo de Santarém, apenas um pequeno trecho- de 5 a
ZONAS Sala
8km, aproximadamente - é asfaltado
Urbana 60 3 2 1 1 67 Outra rodovia federal existente no município é a SaAtarém
Rural 1 295 1 - - 'li!? -Belterra, com 46km, ligada à Cuiabá-Santarém à altura
TOTAL 364 do quilômetro 40

Fonte: Ag de Coleta da F IBGE - Santarém Mujuí dos Campos, distrito de Santarém, e importante
centro agrícola, está ligado à sede d~ município por duas
estradas· uma delas, com 40km, é um ramal da Cuiabá-
Numero de Matriculas na Zona Urbana Santarém; a outra, estadual, tem 46km e é toda asfaltada
Ano: 1975

1
Alter do Chão, região turística e produtora de farinha de
o 1 a a5 a série 24 179
mandioca, liga-se à Santarém por uma rodovia estadual de
Grau 6 a a8 a série 970 40km.
2 o Normal 340 Outra região agrícola, a de Moju, também é ligada à sede
Grau Comercial 317 por uma estrada estadual de 42km, ramal da Cuiabá-San-
tarém
TOTAL 25 806
Todas essas rodovias oferecem boas condições ao tráfego
durante o ano, com um custo de manutenção bastante
Fonte: Ag de Coleta da F IBGE- Santarém
elevado na época das chuvas.

Na zona rural, em 1975, matricularam-se 11.141 alunos, b) Transporte Fluvial destacam-se como principais rios
perfazendo, portanto, 36.947 matrículas em todo o muni- navegáveis no municipip: o Amazonas, o Tapajós, o Ara-
cípio. piuns, o Tapará e o ltuqui. Os dois (llti.mos permitem a
navegação de embarcações de médio calado, em qualquer
Saúde: a malária nunca chegou a atingir altos índices de época. O Arapiuns, no verão e na sua parte mais alta,
incidencia na área, o que não ocorre com as verminoses, permite apenas navegação a pequenos barcos.
que grassam entre a população, principalmente a infantil.
O porto de Santarém oferece ótimas condições de opera-
São razoavelmente comuns os casos de tuberculose e cionalidade, superiores, inclusive, às do de Belém. Nele
raros os de lepra. ancoram navios de qualquer porte e é dotado de equipa-

USO POTENCIAL DA TERRA/445


mentes modernos, que possibilitam a prestação de bons Não há estação repetidora de imagens de TV. Esporadica-
serviços portuários. mente captam-se Caracas e Goiânia.

A região definida como Área de Influência do Porto de Quanto à imprensa escrita só existem três boletins, publi-
Santarém compreende oito municípios que fazem parte cados pela paróquia de Santarém, quinzenalmente, e de
das microrregiões homogêneas-1 (Alenquer, Monte Ale- pequena tiragem.
gre, Santarém, Óbidos e Juruti), 2 (Aveiro) e 3 (Aimeirim e
Prainha). A população da sede municipal recebe, diariamente, jor-
nais de Belém distribuídos sistematicamente Todas as
Os municípios integrantes da Área de Influência compre- revistas e periódicos de grande circulação no país chegam
endem uma área de 250.085km2, que representa 20% da a Santarém
área total do Estado do Pará e uma população de 270.124
habitantes - segundo o Censo Demográfico de 1970 - e) Energia com capacidade instalada de 1O.OOOkW, osiste-
correspondente a, aproximadamente, 12% do contingente ma termoelétrica de Santarém atende a 6.882 dos 14.263
populacional do estado naquele ano. domicílios existentes, ou seja, 41,4% da população.

É importante ressaltar que dentro do conceito de Espaço Todos os núcleos urbanos, sedes de distritos, possuem
Econômico o porto de Santarém apresenta certa analogia rede de distribuição de energia.
com o porto de Milwaukee, nos Grandes Lagos (EUA), que
para certos produtos de exportação passou a competir, f) Saneamento Básico: constantemente ampliada, a rede
com vantagem, com Chicago e Duenth Mediante uma de abastecimento de água da sede do município possui,
adequada política tarifária e eficiente serviço portuário, o atualmente, 95 225m de extensão e atende a 70% da sua
porto de Santarém poderá vir a se tornar o principal população
porto para o Brasil Central e o centro de forças ou pólo
dessa mesma região, no que tange aos meios de transpor- A água é captada de 33 poços artesianos e recebe trata-
te, se estes forem mais baratos no sentido Centro-Oeste- mento à base de cloro
Santarém do que no sentido Centro-Oeste-portos do Rio,
Santos e Paranaguá Belterra é o único núcleo do interior que conta com rede de
distribuição de água
c) Transporte Aéreo: com uma pista de 1 500m, asfaltada e
em boas condições, o aeroporto de Santarém recebe A população de Santarém não é servida por um sistema de
aeronaves do porte do Boeing 737 coleta de esgotos sanitários e o uso de fossas sépticas ou
secas é generalizado
Para o movimento atual do aeroporto, a estação de passa-
geiros já é pequena e não satisfaz às necessidades do O centro e alguns bairros da sede municipal possuem
tráfego aéreo. galerias de águas pluviais numa extensão de 11.724m

VASP, VARIG e Cruzeiro mantêm vôos comerciais diários Nenhum núcleo do interior conta com algum desses dois
para as principais regiões do pais. A NOTA, empresa aérea últimos sistemas de saneamento
emergente, realiza vôos diários para os principais municí-
pios da Região Norte. HABITAÇÃO E URBANISMO
Operam no município duas companhias de táxis aéreos -
O Município de Santarém possuía, em 1975, 2 291 prédios
Real Aerotáxi Ltda. e Santarém Aerotáxi Ltda - além de
de bom acabamento e 28 191 casas de construção inferior
vários aparelhos particulares que realizam vôos fretados.
(dados do Setor Pará da SUGAM)

Dentro em breve, Santarém contará com um aeroporto Estruturada em forma de tabuleiro de xadrez, a cidade de
internacional, atualmente em construção Santarém ocupa uma área de 8,6km2 e, segundo estimativa
da prefeitura local, a densidade demográfica urbana é de
Belterra e o canteiro de obras da Hidrelétrica de Curuá-Una 81,4 hab/ ha, correspondente a uma população de, aproxi-
são as duas únicas localidades do interior que possuem madamente, 70 000 habitantes O uso do solo urbano é
campo de pouso. misto

Há hierarquização das ruas do centro da cidade e de alguns


d) Comunicações: os serviços de telefonia na cidade de de seus bairros, e considerável parte da urbe conta coril
Santarém permitem comunicação, via Embrarel, com todo perfis adequados; pavimentação e meios-fios existem nas
o país. Apenas a sede municipal conta com serviços principais avenidas, parte de alguns bairros e toda a zona
telefônicos, em sistema semi-automático, e 600 terminais central Apenas quatro ruas da cidade são arborizadas.
implantados.

I Servem a população do município 1 agência de correios e


telégrafos e 2 agências postais, localizadas em sua sede.

Existem duas estações radiodifusoras em Santarém. Am-


bas de pequeno alcance, possuem 0,25 e 1 kW de potência
Como locais de recreação a população conta com 12 clubes
sociais, num dos quais, o late Clube, localizado à margem
do Tapajós, praticam-se a natação e o iatismo, e os demais
possuem apenas salas de dança, 3 cinemas; 1 estádio de
futebol (municipal) e outros 4 campos; 1 quadra de espor-
tes no Centro Comunitário e outra na sede do SESI, onde
respectivamente, a primeira transmitindo em ondas mé- se praticam vôlei, basquete e futebol de salão, e o balneá-
dias e a segunda em ondas médias e tropicais. rio Mararu, no igarapé de Mararu

446/ USO POTENCIAL DA TERRA


Em equipamentos urbanos a cidade possui 10 hotéis, entre nhais, apesar da proibição por lei, estão sendo queimaaos
os quais o Tropical, de 1. • classe; 22 restaurantes (3 de para dar lugar à pecuária, principalmente.
boa categoria. Mascote, Churrascão e Panorama); 4 merca-
dos municipais; 4 supermercados; 14 postos de gasolina; Isso pôde ser verificado durante a visita que fizemos à
8 agências bancárias e 14 oficinas mecânicas. Colônia Paes de Carvalho, distante 70km da sede munici-
pal. A estrada que dá acesso a essa colônia corta uma
Santarém possui um plano de desenvolvimento urbano a extensa região de castanhais, onde a maioria das casta-
ser executado com recursos do Polamazônia. nheiras erwuntram-se reduzidas a "exuberantes" fustes
secos e parcialmente queimados que, em grande parte,
continuam de pé.
4.2 - Município de Alenquer {PA)
O cumaru- que juntamente com a castanha é comerciali-
As informações foram obtidas na prefeitura municipal, com zado por intermediários -, a batata e o babaçu são os
o secretário do Prefeito, o chefe da Exatoria Estadual de outros mais importantes produtos extraídos. O babaçu,
Rendas, o responsável pelo escritório do INCRA e um apesar de muito comum no município, é relativamente
fazendeiro. pouco explorado.
ASPECTOS FÍSICOS: situado na zona fisiográfica do baixo Belém e Manaus são os principais centros importadores
Amazonas, Alenquer limita-se com os Municípios de óbi- desses produtos e nenhum deles é colocado no mercado
dos, Almeirim, Monte Alegre e Santarém A cidade fica a externo, diretamente do município.
701 km, em linha reta, de Belém e está a uma altitude de
36m. Possui as seguintes coordenadas geográficas: 01 °56' O setor não possui cooperativa.
de latitude Sul e 54°46' de longitude WGr
Pesca: principal fonte de proteína animal da população, a
Décimo quarto município em extensão territorial do Estado
grande maioria do pescado produzido provém dos rios
do Pará, tem uma superfície de 22.856km2
Amazonas e Curuá e dos lagos Graride, Curicaca, Capintu-
Curuá constitui-se no seu único distrito. ba, Curumu e Remanso.

Os instrumentos de pesca mais utilizados são a tarrafa,


ASPECTOS DEMOGRÁFICOS: conforme o Censo Demo-
gráfico de 1970, 35.021 pessoas moram no município. malhadeira, arpão e anzol.
28.408 no Distrito de Alenquer e 6.613 no Distrito de Curuá.
A densidade demográfica é de 1,53 hab/km2. Principais Espécies de Pescado

Situação Domiciliar da População Surubim •


Acaraú-açu

"':~
Acari* Tambaqui
URBANA RURAL Curimatã• Tucunaré
Pirarucu
DISTRITOS

• Espécies de maior incidência


Alenquer 10 813 17 595
Curuá 874 5 739 A produção alcança seu maior significado econômico de
agosto a dezembro.
Fonte: Censo Demográfico de t 970

Uma colônia de pescadores (Z-28) presta assistência médi-


Distribuição Etária da População
ca e social a seus beneficiados, mas não tem conseguido
atingir esse objetivo satisfatoriamente.
FAIXAS ETÁRIAS
Oa 14 anos 15a59 anos + de60anos São apontados como principais obstáculos ao desenvolvi-
mento da pesca o baixo nível de capitalização do setor e a
16 891 16 526 1 604
falta oe assistência técnica.
Fonte: Censo Demográfico de 1970
Agricultura: é a principal atividade econômica do municí-
pio de Alenquer. Produzindo milho, feijão, arroz, mandio-
ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS ca, cacau (incipiente, mas com boas perspectivas), juta
fibra e juta semente, o município destaca-se como um dos
mais importantes da Amazônia como produtor agrícola,

I
Recursos Madeireiros: as principais espécies exploradas
são cedro, andiroba, jacarandá, marupá e maçaranduba. por constituir-se no único centro produtor de sementes de
Duas serrarias, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e juta da região.
Santo Antônio, servem ao setor, que tem toda a produção
consumida pelo mercado local. Essa hegemonia na produção de sementes de juta certifi-
cadas e registradas verifica-se desde 1966 quando Monte
Extrativismo Vegetal: o município já foi um grande produ- Alegre foi retirado do processo de produção dessas se-
tor de castanha. Hoje em franca decadência, os casta- mentes. Hoje a produção anual está bastante próxima das

USO POTENCIAL DA TERRA/447


450 toneladas, quantidade suficiente para o plantio de São realizadas consorciações do milho x feijão, arroz x
90.000 ha/ano. milho e milho x mandioca x feijão. Esta última é a mais
comum.
Os agricultores dedicados à produção de sementes de juta
localizam-se na "Colônia Agrícola Paes de Carvalho" situa- Como principal região produtora destaca-se a Colônia
da no eixo principal da estrada que liga Alenquer aos Muni- Agrícola Paes de Carvalho, que além da juta semente
cípios de Óbidos e Monte Alegre, servidos por uma rede de também produz arroz, milho, feijão e mandioca.
estradas vicinais, em solos de terra firme. Tem-se verificado
uma tendência de afastamento, a cada ano, para áreas Com exceção da juta semente, nenhuma outra cultura
mais distantes das estradas principais. Isso se deve às recebe controle fitossanitário. Igualmente, o emprego de
necessidades de novas áreas, atingindo os limites de Óbi- corretivos e fertilizantes só se dá naquela cultura. A terra
dos e Monte Alegre, pois o plantio da juta semente é reali- firme depois de explorada por dois anos consecutivos, em
zado apenas uma vez numa mesma área, pela queda do média, é abandonada, só voltando a ser cultivada 5 a 6
rendimento, maior infestação de pragas e ocupação das anos depois, quando a capoeira permite nova derrubada.
áreas pelas pastagens. Em vista disso, 1. 700ha, aproxi-
madamente, são incorporados todos os anos para cultivo Nenhuma cultura é mecanizada.
da juta semente.
A fruticultura é desenvolvida apenas em fundos de quin-
A "Base Física de Alenquer", sob a jurisdição da Diretoria tais, destacando-se a produção de citros, manga, banana e
Estadual do Ministério da Agricultura (DEMA), operando abacate.
mediante contrato com os agricultores cooperados de
Quanto à horticultura, uma horta próxima à sede municipal
áreas produtoras de sementes, fornece assistência técni-
supre significativa parte do mercado em alface, couve,
ca, sementes básicas, inseticidas, transporte e o benefi- tomate, pepino, maxixe, quiab,o, berinjela, repolho e jiló
ciamento das sementes, geralmente guardadas em tambo-
res de 200 litros em um armazém da "Base". Das colônias de imigrantes, a nordestina é a que mais
participa do desenvolvimento de atividades agrícolas, des-
A consorciação juta x milho constitui uma atividade típica tacando-se a cearense. Inclusive na produção de sementes
dos juteiros. A formação de pastagens após a colheita de de juta destaca-se a colonização nordestina.
sementes de juta visa manter o terreno livre de ervas
daninhas, sendo muitas vezes atividade complementar ao Grande parte do excedente agrícola (arroz, feijão e milho,
pagamento do uso da terra, e propicia o seu aluguel na principalmente) destina-se à exportação para o Estado do
Amazonas. A semente de juta caracteriza-se pela constân-
época de cheias das "várzeas", quando os fazendeiros são cia no preço, o que não o.corre com os outros produtos; daí
obrigados a procurar áreas de terra firme. a segurança do agricultor em ter a produção de semente
como suporte básico de formação de capital
Das duas espécies (juta-branca e juta-roxa) a primeira é a
mais produzida no município (87,9% da produção total de Laranja e banana também são exportadas: a primeira para
sementes) O número de agricultores contratados é pre- Manaus, Santarém e Belém, e a segunda para Santarém e
fixado pela "Base Física de Alenquer" e pela Cooperativa Óbidos.
Agrícola de Alenquer.
São apontados como fatores limitantes à expansão do
setor o baixo nível tecnológico empregado, a situação
Segundo dados do IPEAAOc,saíram de Alenquer, em 1972,
fundiária, a assistência técnica insuficiente e o difícil
403.540kg de sementes de juta, dos quais 365.140 para o acesso às linhas de crédito, que impedem o desenvolvi-
Estado do Amazonas, responsável por 70% da produção mento de culturas permanentes, caracterizando o baixo
de fibra de juta do país, e 38.400kg ficaram no Pará, que nível de capitalização do produtor.
retém os 30% restantes da produção nacional.
Pecuária: com aproximadamente 100.000 cabeças, forma-
Portanto, a produção de sementes de juta do Município de do por mestiços de Nelore, Gír, Guzerá e Indu-Brasil, o
Alenquer é de fundamental importância para produção de rebanho bovino de Alenquer é um dos mais importantes do
fibra dos Estados do Amazonas e Pará. baixo Amazonas.

Apenas cinco propriedades se dedicam especificamente à


Principais Culturas Envolvidas na Produção Agrícola bovinocultura e todas elas com boas condições de acesso
Ano: 1973 durante o ano.
ÁREA CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIVI-
CULTURAS Segundo depoimento dos entrevistados, o boi alcança
(HA) (T) DADE (KG/HA)
maior rendimento na terra firme do que na várzea, onde as
1 440
pastagens são mais pobres, o que conflíta com o que
Arroz 2 000 2.880
ocorre em outras áreas onde a várzea possuí pastagens
Feijão 1.000 1.200 1200
muito superiores. Isso pode ser explicado pela atual
Juta fibra 1 500 1.800 '1 200 expansão das fronteiras pecuárias, onde extensos casta-
Juta semente 1 687 448 265 nhais estão sendo substituídos por pastagens, que têm
Mandioca 3 850 34 500 8 961 possibilitado a manutenção do boi em terra firme durante
Milho 5 000 6 000 1 200 todo o ano, nessas áreas, sem o ônus verificado com a
transferência do rebanho para à várzea e vice-versa; além

448/USO POTENCIAL DA TERRA


do menor custo •de manutenção dos pastos, favorecida área de socorro, e a situação fundiária (segundo o respon-
pelo pisoteio constante do gado, que impede a prolifera- sável pelo escritório do INCRA, não existem dez proprie-
ção intensa de e~pécies formadoras de capoeira. A forra- dades tituladas no município).
geira predominantemente empregada na formação de pas-
tagens, nessas áreas (capim-elefante), encontrou, ali, con- Abastecimento: o município não conta com um sistema de
dições ecológicas propícias ao seu desenvolvimento, dan- armazenamento para produtos agrícolas. Está em projeto a
do suporte satisfatório às exigências dos rebanhos, o que, implantação, pela Cibrazem, de um armazém com capaci-
naturalmente, tem influenciado na predileção do pecuaris- dade para 50.000 sacas de 60kg.
ta pelos pastos plantados de terra firme dessas áreas No verão, os canais que dão acesso ao trapiche local
sobre os pastos naturais de várzea. '
tornam-se muito rasos, impedindo a entrada de grandes
Aqui também as enchentes mais drásticas dos últimos barcos e dificultando a ancoração dos de médio porte, o
cinco anos têm sido fator determinante na fixação do que se traduz em dificuldade no abastecimento do municí-
pecuarista na terra firme Embora a maioria deles ainda pio nesse período.
seja dependente das áreas de várzea, onde o boi é criado
extensivamente, na terra firme já há quem realize a subdivi- É muito precária a infra-estrutura de transportes rodoviá-
são de pastagens, conseguindo, a nível bastante satisfató- rios, provocando o isolamento de áreas produtoras, duran-
rio, uma lotação de 4 cab/ ha, no inverno, período em qUe a te o inverno Também são precários os serviços de trans-
várzea está submersa No verão essa capacidade de supor- portes em geral
te dos pastos de terra firme, mesmo com o aproveitamento
racional das pastagens, não chega a ser superior a uma rês Em produtos agrícolas essenciais o município importa o
por hectare Isso mostra, pelo menos no estágio em que arroz, embora esporadicamente, de Santarém; e, do sul do
atualmente se encontra a pecuária da região, a viabilidade país, pequena quantidade de feijão.
em o gado ser mantido na terra firme sob um sistema de
Indústria de pequeno significado econômico, o setor
manejo racional, na época em que a várzea está encoberta
conta com 2 olarias, 1 fábrica de gelo, 3 máquinas de
e nesta, quando as condições de clima tornam muito baixa
beneficiar arroz, 2 serrarias, 1 marcenaria e 1O padarias.
a capacidade de suporte das pastagens de terra firme
forçando a redução de 3/4 do rebanho se não transferid~ Os principais fatores que impedem a expansão da indústria
para as áreas baixas Portanto, a transferência do gado de são o baixo nível de capitalização, a falta de energia
uma área para a outra, nesses dois períodos, possibilita ao elétrica e a falta de iniciativa, já que existe disponibilidade
criador a manutenção do seu rebanho com altos níveis de de matérias-primas, como a castanha-do-pará e a juta
rendimento
O lago Curumuru é a única atração turística do município e
Há importação de matrizes e reprodutores, com vistas ao
dista 6km de sua sede. A região Campo do Alegria, no rio
melhoramento genético do rebanho Vindos de Minas
Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás, o Nelore, o Guzerá e o Curuá, tem despertado a atenção de arqueólogos ~o~te­
Gir são os mais importados. americanos, por suas inúmeras cavernas com inscnçoe~
que, segundo estudos, remontam a 1 200 anos a C. E
Em 1974, 5 000 cabeças foram exportadas para Manaus e possível que por falta de divulgação essa área não tenha
Santarém, principais mercados importadores, toda a ex- ainda se transformado em atração turística
portação é feita com o boi "em pé"
Serviços: a estrutura do comércio local não satisfaz plena-
Apesar do importante rebanho bovino Alenquer não pos- mente às necessidades da população que se abastece,
sui, ainda, um matadouro na sua sede municipal O também, em Santarém Significativa parte da demanda de
mercado é abastecido diretamente pelas fazendas, por insumos básicos é suprida pelo próprio comércio.
matanças realizadas diariamente, e não há controle rígido
sobre a qualidade da carne que chega à cidade, condições Dos setores econõm'1cos a agr'1cultura é o que mais empre-
de higiene, etc. ga mão-de-obra no município.
Brucelose, aftosa, broca e frieira são as doenças mais Educação: Alenquer conta com 6 escolas na zona urbana e
comuns. As vacinações são realizadas pela Secretaria de 47 na zona rural. Segundo dados de 1973, 163 professores
Agricultura (SAGRI), principalmente, e por dois veteriná- atuam no município 122 não normalistas, 40 normalistas e
rios que trabalham por conta própria. Contra a aftosa o 1 secu11darista licenciado.
gado recebe vacinação apenas uma vez por ano Não há
postos de revenda de vacinas e medicamentos; o comércio Número de Alunos Matriculados no 1. ~ Grau
local cobre parte dessa deficiência. Ano: 1973
SERIES NÚMERO DE ALUNOS
A avicultura e a suinocultura só são desenvolvidas em fun- Primeira 2 201
do de quintal e a produção não é suficiente para satisfazer a Segunda 990
demanda. Ovos e frangos são importados de Santarém
Terceira 747
para suprir grande parte do mercado desses produtos.

I
Quarta 400
Quinta 519
Jà houve uma cooperativa no setor que dE!ixou de funcionar
por má administração, segundo nos informaram. Sexta 161
Sétima 114
São apontados como principais pontos estranguladores do Oitava 110
desenvolvimento da pecuária o baixo nível de capitalização TOTAL 5.242
do setor, a insuficiente assistência técnica, a tradição em
se criar na várzea fazendo da terra firme maromba, isto é, Fonte: Secretaria de Educação do Estado do Pará

USO POTENCIAL DA TERRA/449


Saúde: Muito comum em épocas passadas, inclusive na Não há linhas aéreas comerciais servindo ao município. A
ronaurbana, a malária hoje está controlada com duas FAB mantém vôos quinzenais, não regulares, para Tiriós
dedetizações anuais em todo o município. A incidência de com escala em Óbidos e realiza vôos de emergência,
verminoses é bastante alta e generalizada. A amebíase é quando solicitada à base de Belém.
comum e as gastroenterites mais ou menos raras. Aproxi-
madamente 5% da população são tuberculosos e os casos Um Cessna-172, particular, é o único aparelho que serve à
de lepra são comuns na região do Curuá. população, realizando vôos fretados.

As imunizações são realizadas pelo SESP, que vacina No interior existem quatro campos de pouso, rias regiões
todas as crianças e divulga as campanhas oficiais de de Confusão, Sete-Varas, são Francisco e do Retiro, no rio
vacinações. Cu miná.

O SESP mantém uma Unidade sanitária mista (medicina d) Comunicações: funcionando em sistema semi-automá-
preventiva e curativa), assistida por um médico e quatro tico e com 160 aparelhos, os serviços de telefonia na sede
técnicos em enfermagem. municipal permitem comunicação com qualquer região do
Brasil via Embratel.
Em convênio com o Ministério da Saúde, Funrural e INPS,
funciona o Hospital Santo Antonio - pertencente à paró- Uma agência de correios e telégrafos, na sede, atende a
quia local e unico do município - com 30 leitos, dois todo o município. O DER possui o único aparelho de
médicos e duas freiras enfermeiras Nesse hospital só são radiofonia, que em casos de emergência é utilizado pela
internados os pacientes portadores de doenças não conta- população.
giosas Os casos de doenças contagiosas e acidentes gra-
ves são transferidos para Santarém. Não há equipamentos Não existem emissoras de rádio local e as rádios de Belém
de Raios X e falta pessoal especializado. e Santarém são as mais ouvidas, embora emissoras de
várias regiões do pais sejam sintonizadas no município.
Cinco dentistas atendem a população e, dentre eles, Não há recebimento de imagens de TV nacionais e, espo-
apenas um é diplomado. radicamente, capta-se Caracas.

Serviços Básicos Reaberto em agosto de 1975, depois de longo período de


inatividade, "O Popular", único jornal de Alenquer, é
a) Transporte Rodoviário: com 106km dentro de suas fron- publicado quinzenalmente à custa de muito esforço pela
teiras, a PA-28 é a principal estrada do município, ligan- precariedade de suas instalações e equipamentos. Por via
do-o a Óbidos e Monte Alegre Não é provida de pontes, aérea chegam jornais de Belém, que são distribuídos por
sendo necessárias duas transposições, em balsa, entre jornaleiros ambulantes.
Alenquer e Óbidos e uma entre Alenquer e Monte Alegre.
e) Energia: com 808 ligações, o sistema termoelétrico da
Vários ramais ligam regiões produtoras à PA-28. São os sede municipal possui hoje uma capacidade instalada de
mais importantes: 100kW.

- PA-28/ Escondido (Agricultura e Pecuária)- 12km No interior, quatro núcleos populacionais possuem sis-
- PA-28/Panelas (Agricultura e Pecuária)- 60km temas de distribuição de energia, também gerada termo-
- PA-28/Sombra-da-Lua (Agricultura e Pecuária) - eletricamente, que só funcionam à noite: Vilas Curuá,
20km . Apolinário, Pacoval e do Camburão.
- PA-28/ Bom Jardim (Agricultura e Pecuária) - 66km
- PA-28/Cuamba (Agricultura e Pecuária) - 40km f) Saneamento Básico: obsoleto, o sistema de abasteci-
mento de água de Alenquer não possui elevatória e a água,
Esses ramais tornam-se intransitáveis, no inverno, deixan- captada de um poço artesiano, é bombeada diretamente
do essas áreas em quase completo isolamento. No verão, para a rede ligada a 934 imóveis. Nenhum outro núcleo
embora em condições precárias, possibilitam o acesso e urbano no município possui rede de abastecimento de
escoamento da produção. água.
b) Transporte Fluvial: a infra-estrutura hidroviária básica Não há rede de captação de esgotos e águas pluviais A
do município é constituída pelos rios Amazonas e Curuá maioria da população utiliza fossas secas.
Este último dá acesso às regiões produtoras de Macurá,
Vila Curuá, Vila Apolinário, Vila Pacoval e permite a HABITAÇÃO E URBANISMO o Município de Alenquer
navegação de embarcações de até 100 toneladas no in- possuía, em 1975, 44 casas de bom acabamento e 6.424
verno. De setembro a dezembro, período de verão, não é moradias de construção inferior (dados do Setor Pará da
navegável. SUGAM).

A sede do município possui um trapiche provisório em Com estrutura em xadrez, a cidade de Alenquer possui
péssimas condições, que não chega a satisfazer suas uma densidade demo-gráfica de 47 habitantes por hectare e
necessidades. Deverá ter início, ainda este ano, a cons- o uso do solo urbano é misto.
trução, pelo DNOS, do novo trapiche da cidade.
Quanto à urbanização, é dotada de perfis adequados;
c) Transporte Aéreo: em condições bastante precárias, o meios-fios no centro; pavimentação, em cimento, no
aeroporto de Alenquer possui uma pequena estação de centro e bairro do Aningal; arborização nas ruas centrais e
passageiros e sua pista, piçarrada e com 1.000m de uma praça ajardinada. Não há hierarquização das vias
extensão, não recebe aeronaves maiores que o DC-3. públicas.

450/USO POTENCIAL DA TERRA


Um cinema funcionando em condições precárias, três A castanha e a borracha são exportadas para Belém e o
clubes sociais com sala de danças, um estádio de futebol e breu-de-jutaicica para São Paulo.
duas quadras de esportes cimentadas (uma no Educan-
dário Santo Antonio li! outra em um dos clubes sociais) são Nunca existiu cooperativa no setor e a comercialização é
os principais locais de recreação e cultura. feita tanto diretamente como por intermediários.

Em equipamentos urbanos, Alenquer conta com dois Pesca: o peixe é a principal fonte de proteína animal
hotéis de baixa categoria, uma delegacia de polícia, um do município e é capturado principalmente no rio Cupari,
presídio com três celas, três postos de gasolina, duas onde ocorrem grandes desovas de curimatã, no rio Andirá,
pequenas oficinas mecânicas e uma agência do Banco do no lago Enseada Grande de Brasília, no lago Enseada
Brasil. Grande do Guri, no lago do Arai pá e no lago Urussagui. No
período que vai de setembro a janeiro é que a produção
Com a área de expansão da cidade já regulamentada, a alcança maior significado
prefeitura pretende, com recursos do Polamazônia, ela-
borar e implementar um plano de desenvolvimento urbano Principais Espécies de Pescado

Aracu Pirarucu •
4.3 - Município de Aveiro (PA)
Jaraqui Tambaqui •
As informações foram obtidas na prefeitura e referem-se à Pacu Tucunaré
área efetivamente controlada pela administração muni- Pescada
cipal
• Espécies de ma10r Incidência
ASPECTOS FÍSICOS: banhada pelo rio Tapajós, limita-se
com os Municípios de Santarém, Prainha e ltaituba.
Malhadeira, zagaia, arpão, tarrafa e espinhei são os prin-
cipais instrumentos de captura empregados
A sede municipal fica na margem direita do Tapajós e dista
795km, em linha reta, da capital do estado. As suas Em 1973 somente a região dos lagos forneceu 30 tone-
coordenadas geográficas são 03°32' de latitude Sul e ladas de pirarucu seco
55°20' de longitude WGr.
O principal entrave ao desenvolvimento do setor é a falta
No seu território situa"se o Projeto Integrado de Coloni- de capital, porque a cidade de ltaituba absorve todo o
zação de ltaituba, com a Rurópolis Presidente Médici, que excedente da produção
devido à importância de sua produção agrícola será tratado
separadamente Nunca existiu colônia de pesca ou cooperativa no muni-
cípio.
Situação Domiciliar e Distribuição Etária da População
Agricultura. a agricultura ainda é praticada com métodos
primitivos. Entre os principais produtos destacam-se a
FAIXAS ETÁRIAS mandioca, o arroz, o milho e o feijão.
ZONA ZONA
TOTAL URBANA RURAL Oa 14 anos 15a59 anos + de 60anos Principais Produtos Envolvidos na Produção Agrícola

5166 540 4 626 2 484 2.467 215 AREA pRODUÇÃO PRODUTIVIDADE


CULTURAS CULTIVADA (HA! (T) (KG/HA)
Fonte: Censo Demográfico de 1970

Arroz 195 280 1 436


Feijão 90 96 1 067
ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS Mandioca 400 3000 7500
Milho 50 66 1 320
Recursos Madeireiros: entre as madeiras exploradas no
município destacam-se a itaúba, o cedro, o mogno, a Milho x mandioca é a consorciação mais comumente
maçaranduba e a andiroba. Não existe serraria na sede usada. As lavouras são feitas, principalmente, nas áreas
municipal e as toras são remetidas para Santarém e ltai- próximas às margens do rio. O terreno é cultivado, em
tuba. Até 1971 houve exportação de mogno em toras para média, durante três a quatro anos e deixado em pousio
os Estados Unidos e Inglaterra. durante cinco anos.
Extrativismo Vegetal: atualmente destaca-se a castanha Não há emprego de corretivos, fertilizantes, mecanização,
com uma coleta anual de 2.500hl, o que está muito aquém
da potencialidade do território municipal, pois entre os
rios Tapajós e Xingu há grande concentração de casta-
nheiras. A produção de borracha que, antes da abertura da
rodovia Cuiabá-Santarém, era de 100 toneladas, hoje está
reduzida a 1O toneladas. Há ainda extração de breu-de-
nem controle fitossanitário. Alguns lavradores, entretanto,
combatem a saúva. Além dessa praga, o gafanhoto ataca a
mandioca.

Apesar de feita em pequena escala, a fruticultura permite a


exportação de laranja, banana e melancia para ltaituba e
I
jutaicica usado para dar brilho aos plásticos e breu- Santarém. Não é raro o plantio de hortaliças, principal-
amescla usado para calafetar embarcações. mente tomate, para consumo caseiro.

USO POTENCIAL DA 1 ERRA/451


Na área sob controle do município nunca existiu coope- nhecidos, são tratados pelo Ministério da Saúde. Os casos
rativa. de tifo também são raros.

O principal entrave ao desenvolvimento do setor é a falta A SUCAM realiza duas dedetizações por ano e, em 1975,
de capital e de crédito, uma vez que não existe agência de vacinou contra a meningite.
banco em Aveiro. Além disso, nenhum órgão de assistên-
cia técnica opera na área sob controle da prefeitura. O Posto Médico Municipal de Aveiro distribui vermífugos e
uma equipe da Secretaria de Saúde vacina as crianças uma
Pecuária: com cerca de 7.000 cabeças, das quais 3.500 vez por ano.
pertencentes a 48 criadores particulares e outras 3.500 aos
estabelecimentos do Ministério da Agricultura situados em O posto médico possui apenas ambulatório e tem um
Fordlândia e em Daniel de Carvalho, o rebanho bovino de enfermeiro da Secretaria de Saúde.
Aveiro é constituído principalmente de Nelore e de mes-
tiços das raças zebuinas. A maioria das propriedades é de Em Fordlândia há um hospital que funciona em prédio do
acesso fácil durante todo o ano e usa o sistema extensivo. Ministério da Agricultura, com equipamento e pessoal do
É comum a compra de reprodutores Nelore de Fordlândia. Funrural. Possui ambulatório, laboratório, equipamento de
As forrageiras mais plantadas são o coloninha e o colonião Raios X, sala de cirurgia e 20 leitos.
com capacidade de suporte, tanto na várzea como na terra
firme, de 3 cab/ ha No hospital de Fordlândia trabalham um médico e cinco
enfermeiros diplomados.
O gado é vendido "em pé" para ltaituba e Belém
Serviços Básicos
A aftosa, a raiva e a broca (mal-do-chifre) são as prin-
cipais doenças que afetam o gado bovino e, a partir de a) Transporte Rodoviário dentro do município passam
1973, a Secretaria de Produção (SEPROR) e o Projeto 31 km da Cuiabá-Santarém e 91 km da Transamazônica
Rondon vêm fazendo a vacinação contra a aftosa duas Construídos pela prefeitura existem 23km de ramais li-
vezes por ano gando Aveiro às colônias e 20km já abertos da estrada que
vai ligar a vila de Brasília Legal à ltaituba Todas essas
A criação de aves e suínos é feita unicamente para rodovias dão passagem em qualquer época do ano.
consumo caseiro.
b) Transporte Fluvial apenas o Tapajós é navegável em
Os principais entraves à expansão do setor são a falta de qualquer época, entretanto, nos trechos onde o rio é mais
título definitivo das terras e o conseqüente impedimento largo, só passam embarcações com menos de 2m de
de obtenção de crédito bancário. calado. Os afluentes só dão passagem na época das
cheias
Abastecimento. a área, sob controle da prefeitura, não
possui nenhuma unidade de armazenamento. No porto de Aveiro não existe nenhuma instalação, mas
em Fordlândia há um bom trapiche
Com exceção da farinha, Aveiro importa porcentagens
variáveis de todos os alimentos e insumos, principalmen- c) Transporte Aéreo o município conta com duas pistas de
te, de Santarém. pouso, uma de 600m e piçarrada, em Fordlândia, e outra
em Daniel de Carvalho também de 600m e de terra batida
Indústria Aveiro não possui nenhuma indústria Pela Ambas permitem o pouso de táxi-aéreo de até dois mo-
beleza da paisagem apresentam potencialidade turística o tores Nenhuma empresa tem linha regular para o muni-
igarapé do Jacaré e a ilha do Prado cípio
Serviços o comércio satisfaz perfeitamente às necessida- d) Comunicações· o município não dispõe de serviço tele-
des básicas da população. fônico. Em Aveiro existe uma Agência Postal e em
Fordlândia uma Agência Postal Telegráfica.
O maior empregador do município é o Ministério da
Agriculura com 200 funcionários, seguindo-se a prefeitura Não há estação radiodifusora mas captam-se estações de
com 60; entretanto, a maior quantidade de mão-de-obra é todo o Brasil. Nenhum lugar do município recebe imagens
absorvida pela lavoura. de televisão.
Educação: em Aveíro existe um grupo escolar estadual Em Fordlândia é publicado um boletim chamado "Eco"
que atende a 132 alunos da 1. a á 5. a série. Em Fordlândia Não existe venda regular de jornais.
uma escola do Ministério da Agricultura ministra ensino da
1. a à 8. a série. Na zona rural 34 escolas de classe única e) Energia: Aveiro possui um gerador da prefeitura, de
atendem a 684 crianças da 1. a à 4. a série. Em Aveiro 45kW, e cerca de 80% da cidade está ligada à rede. Em

I
trabalham 1 professora normalista e 8 leigas e na zona rural Daniel de Carvalho há um grupo de 17kW e todas as casas
34 leigas. têm luz elétrica. Em Fordlândia existem dois grupos
geradores do Ministério da Agricultura e toda a localidade
Saúde: o município nunca foi muito malarígeno e atual- é iluminada.
mente não mais ocorrem casos de doença. A incidência de
verminoses é muito elevada, o mesmo ocorrendo com as f) Saneamento Básico: Aveiro possui 60% da cidade ligada
gastroenterites que, ocasionalmente, matam crianças. Há à rede de abastecimento de água, que é captada em poço
poucos tuberculosos e os raros leprosos, que são reco- artesiano e filtrada. Em Daniel de Carvalho todas as casas

452/USO POTENCIAL DA TERRA


são abastecidas com agua de poço artesiano e filtrada. Em Em ordem de importância destacam-se, entre os principais
Fordlândia a água é captada no rio, tratada e toda a produtos agrícolas, arroz, milho e feijão, estando em fase
localidade está ligada à rede de distribuição. de implantação as culturas do cacau e da pimenta-do-
reino.
Em Aveiro a quase totalidade das casas possui fossas, a
maioria delas secas. ·Já em Fordlândia e em Daniel de
Carvalho a maioria das fossas são sépticas. Principais Culturas Envolvidas na Produção Agrícola
Safra 1974/75
HABITAÇÃO E URBANISMO: o município possui 80 casas
de bom acabamento e 1.838 moradias de construção ÁREA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
inferior (dados do Setor Pará da SUGAM). CULTURAS CULTIVADA (HA) (T) (KG/HA)

A cidade de Aveiro é quadriculada e o uso do solo urbano é 7200 1.100


Arroz 6 562
misto.
Milho 600 400 667
Feijão 300 850 2 833
Em Aveiro existem dois clubes sociais e um campo de
futebol sem arquibancada.
Fonte: INCRA- Coordenadoria Regional do Norte
Em Daniel de Carvalho há um clube social e um campo de
futebol sem arquibancada.
De acordo com a orientação técnica recebida, os colonos
Fordlândia possui dois clubes sociais, um campo de usam o seguinte esquema de consorciação depois da
futebol sem arquibancada e uma quadra cimentada. queima, semeiam o arroz, antes da colheita plantam milho
e depois feijão
Ainda como equipamentos urbanos, Aveiro tem uma
pens~o para refeições e uma delegacia com duas celas Na área do Projeto só é permitido o plantio com sementes
certificadas, adquiridas pela Administração em São Paulo
A cidade não possui plano diretor e Goiás

Ainda não usam corretivos e fertilizantes, mas pretendem


4 3.1 - Complemento do Municipio de Aveiro (PA) empregá-los nas cult~ras permanentes; também não se
usa mecanização
Projeto Integrado de Colonização de ltaituba e Rurópolis
Presidente Médici Ainda não se sabe o tempo médio de exploração da terra.
Até então não apareceram doenças ou pragas que causem
As informações foram obtidas em Belém na sede da prejuízos.
Coordenadoria Regional do Norte do INCRA
A fruticultura e a horticultura só são praticadas com fina-
lidade de uso doméstico As hortaliças mais comuns são o
ASPECTOS FÍSICOS: a rurópolis situa-se no cruzamento tomate e a couve
da Cuiabá-Santarém com a Transamazônica e tem como
coordenadas geográficas 04°12' de latitude Sul e 55°48' de A maioria dos lavradores é nordestina
longitude WGr
Parte do excedente da: produção dos colonos é vendida ao
Ao longo das duas estradas e em ramais situam-se os lotes Banco do Brasil através da Comissão de Financiamento da
dos colonos, numa área de 917 .OOOha. Produção. O produto é entregue à Cibrazem e é comercia-
lizado pela Comissão de Financiamento da Produção.
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS: em 1975 habitavam a ruró- Alguns lavradores vendem para intermediários, que trans-
polis cerca de 1.000 pessoas e estavam assentadas na zona portam para Santarém e para ltaituba O arroz é o único
rural1.516 famílias, totalizando cerca de 7 580 moradores, produto exportado.
o que corresponde a uma densidade demográfica oe
0,9 hab/km2. A Cooperativa Agropecuária Colonial de ltaituba ainda está
em fase de implantação
ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS
O principal entrave ao desenvolvimento do setor é a
Recursos Madeireiros: as principais madeiras exploradas não-titulação das terras em virtude dos colonos não pos-
são: angelim-pedra, pequi e cedro. O INCRA possui uma suírem documentos de identidade, militar e eleitoral, o que
serraria com capacidade de 40m3/dia, que beneficia ma- conseqüentemente impede a obtenção de crédito bancário.
deira para consumo local.

Extrativismo Vegetal: no momento não está havendo extra-


tivismo na área do Projeto.

Pesca: só existe pesca para consumo familiar.


Pecuária: a principal fonte de proteína animal na área do
Projeto é a carne de caça, seguida da de galinha e de
porco.

A população bovina é mínima.


I
Agricultura: todos os lavradores do Projeto recebem Não existe matad()uro e a carne, vinda de Santarém, é
assistência técnica da ACAR, complementada pelo INCRA. vendida em dois açougues da rurópolis.

USO POTENCIAL DA TERRA/453


Abastecimento: a Cibrazem possui um armazém com capa- c) Transporte Aéreo: na área do Projeto uma pista piçar-
cidade para 60.ÕOO sacos na rurópolis e outro para 50.000 rada de 800m de extensão permite o pouso de aviões até do
sacos em Miritituba, na margem do Tapajós. porte do Búfalo da FAB. A estação de passageiros oferece
boas condições de conforto.
O acesso a Santarém pela Cuiabá-Santarém é livre du-
rante todo o ano. Entretanto a Transamazônica deu pro- A FAB faz dois pousos semanais. Um na 4. "-feira de ida
blemas no período chuvoso de 1974/75. Os ramais que para ltaituba e outro na 5. •-feira, de volta para Belém.
atendem as parcelas na época das chuvas ficam muito
danificados. As companhias de táxi-aéreo só operam com vôos fre-
tados.
Carne, leite em pó, laticínios e feijão constituem os
principais produtos alimentícios importados de Santarém. d) Comunicações: a rurópolis não dispõe de telefones
residenciais. Há apenas um posto telefônico da Telepará
Indústria: além da serraria, já mencionada, existem uma ligado por microondas a Santarém e, conseqüentemente,
usina de beneficiamento de arroz pertencente ao INCRA e ao resto do país via Embratel.
uma padaria particular.
Não existe telégrafo mas o INCRA possui aparelho de
A participação do setor na economia do Projeto é mínima, radiofonia. O serviço de correio é atendido por um fí.m-
o que decorre, naturalmente, da recente implantação da cionário da agência de Santarém, localizado na rurópolis
rurópolis.
Não existe estação radiodifusora, nem imprensa escrita,
A única atração turística é viajar pela Transamazônica e se nem se recebem imagens de televisão.
hospedar no Hotel Presidente Médici, situado na rurópolis.
Existe uma banca que vende jornais de Belém e revistas
Serviços: o comércio, além de atender ás necessidades
básicas da população, fornece pequenos insumos como e) Energia: um grupo gerador do INCRA atende as 400
ferramentas e moto-serras. edificações que constituem a rurópolis.

A maior quantidade de mão-de-obra é absorvida pela Não existe gerador na zona rural.
lavoura, seguida pelo INCRA.
f) Saneamento Básico: toda a cidade está ligada à rede de
Educação: na área do Projeto existe, para atender toda a abastecimento de água. A captação é feita em igarapé e a
população, uma escola estadual que, em 1975, atendeu a água é tratada com cloro. O serviço é feito pela FSESP.
163 alunos da 1. a à 5. a série.
Na rurópolis cada duas casas possuem uma fossa séptica
O corpo docente é constituído de 1 professor secundário
com licenciatura plena, 2 com licenciatura curta, 3 profes- Não existe galeria de águas pluviais.
soras normalistas e 3 leigas.
HABITAÇÃO E URBANISMO: a rurópolis possui cerca de
Saúde: a malária está sendo controlada pela SUCAM 200 casas de madeira com bom acabamento e na zona rural
desde o inicio da ocupação da área. A incidência de existem cerca de 1 500 moradias de qualidade inferior
verminoses é elevada e a das diarréias infantis também.
A cidade é parte em semicírculo, parte quadriculada com
as áreas comerciais e residenciais separadas.
A SUCAM aplica DDT, duas vezes por ano, em todas as
casas do Projeto e vacina contrà a febre amarela. Toda a rurópolis possui meio-fio mas não tem calçamento.
A Unidade da FSESP vacina todas as crianças da cidade Um clube social com salão de dança onde, ocasional-
contra difteria, tétano, coqueluche, sarampo, poliomielite, mente, fazem-se seções de cinema, um campo de futebol
tuberculose e as da.zona rural contra varíola, sarampo e sem arquibancada e uma quadra cimentada são os locais
tuberculose. de recreação.
A Unidade Mista da FSESP possui ambulatório, labora- Um hotel de 1. • categoria, o "Presidente Médici", um
tório, equipamento de Raios X e setor de internamento destacamento da Polícia Militar, três restaurantes que
com oito leitos. Pratica medicina curativa e preventiva. possuem alojamento para viajantes e um ponto de em-
Nela trabalham um médico e um auxiliar de enfermagem. barque e desembarque de passageiros ·de ônibus com-
pletam os equipamentos urbanos da rurópolis.
Serviços Básicos
A cidade poseui um plano-diretor elaborado pelo INCRA.

I a) Transporte Rodoviário: além da Cuiabá-Santarém e da


Transamazônica, o Projeto possui cerca de 1Okm de es-
tradas vicinais que, na época das chuvas, só dão pas-
sagem a veículos com tração nas quatro rodas.

b) Transporte Fluvial: o rio Tapajós ainda é responsável por


4.4 - Município de Óbidos (PA)

As informações foram obtidas na prefeitura municipal e na


Agência de Coleta Fundação IBGE.

50% do transporte. O Projeto é servido pelo porto de ASPECTOS FÍSICOS: situado na zona fisiográfica do baixo
ltaituba. Amazonas, limita-se com os Municípios de Juruti, Orixirni-

454/USO POTENCIAL DA TERRA


ná, Almeirim, Alenquer, Santarém e com o Suriname. É o Somente a castanha é beneficiada no município, contando
11. o município do estado em extensão territorial, com uma o setor com duas usinas de beneficiamento. Apesar disso,
superfície de 28.408km2. o produto também é exportado em estado bruto: em casca
torrada para o exterior e in natura para o mercado interno.
A sede municipal está a 37m de altitude e dista 779km em
linha reta da capital do estado. Possui as seguintes
coordenadas geográficas: 01 °54' de latitude Sul e 55°30' de A resina de jutaicica e a fava do cumaru são exportadas
longitude WGr. para S. Paulo, Rio, Minas Gerais e Rio Grande do Sul O
babaçu, produzido em pequena quantidade, sai para Be-
Flexal é o único núcleo urbano elevado à categoria de lém, enquanto a castanha tem como principais importado-
distrito no município. res, no país, Manaus, Belém e S. Paulo - no mercado
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS: segundo o Censo Demográ- externo a Inglaterra, a Alemanha Ocidental, a Itália e,
fico de 1970, a população do município é de 26.426 principalmente, os Estados Unidos.
habitantes, com uma densidade demográfica de
0,93hab/km2. Desse total, 20.751 pessoas moram no Várias empresas comercializam a castanha e todas são
próprio Distrito de Obidos e 5.6i"5 no Distrito de Flexal. exportadoras do produto· I. Amoy, Viúva Marcos Beliche,
Chocron & Cia e Abraham F. Chocron.
Situação Domiciliar da População
Os proprietários de grandes castanhais compram a produ-
ção dos pequenos coletores e baixa percentagem destes
-------- ZONAS
DISTRITOS ---------
URBANA RURAL vende seu produto a intermediários.

OBIDOS 8 611 12140 Os demais produtos são comercializados diretamente pe-


FLEXAL 314 5 361 los extratores às empresas locais.

Fonte: Censo Demográfico de 1970 Nenhuma cooperativa assiste ao setor

Distribuição Etária da População Pesca· o rio Amazonas e os lagos do Mamauru, do Janari,


-----------:-F-A-IXAS ETARIAS João Braz, do Paru, do Curumu e do Açaí são os de maior
potencialidade piscosa
De Oa 14 anos de 15 a 59 anos + de60anos
Bastante diversificado e relativamente abundante, o pesca-
12.866 12 309 1 251
do é a principal fonte de proteína animal no município.

Fonte: Censo Demográfico de 1970 Os instrumentos de pesca mais utilizados são a malhadei-
ra, a tarrafa, o arpão, o espinhei, a rede de arrastão e o
anzol.
ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS
Principais Espécies de Pescado
Recursos Madeireiros. tendo no cedro, itaúba, maçarandu-
ba, andiroba, louro, marupá e muiracatiara as principais
espécies exploradás, o setor é, mais ou menos, bem Acarau-açu Curimatã Pacu Surubim
desenvolvido, auto-suficiente e produziu, em 1974, Acari Dourada Pescada Tambaqui'
4 ooom3 de madeira. A papá Jaraqui Piramutaba Tucunaré
Aracu Jatuarana Pirapitinga
Possui cinco serrarias em funcionamento normal e uma em
Cujuba Mapará Pirarucu*
fase de implantação: Pauxis, Imperador Tropical, Raimun-
do Cruz, a da Escola Profissional São Francisco e luji
• Espécies de maior incidência
Maruoka, sendo as três últimas especializadas na fabrica-
ção de esquadrias.

Recife, Rio e São Paulo são os principais centros importa-


dores e toda a madeira exportada sai do município benefi- Produção de Pescado (Espécies mais Incidentes)
ciRda Ano: 1974

Nenhuma espécie é colocada no mercado externo. ESPÉCIE PRODUÇÃO (EM t)

Extrativismo Vegetal Tambaqui 100


Principais Produtos e Produção (Ano: 1974) Pirarucu 80
Curimatã 6 070
PRODUTOS PRODUÇÃO
Fonte: Ag de Coleta da F IBGE - Obidos
Castanha-do-pará 10 OOOhl
Babaçu
Os pescadores que atuam nas áreas circunvizinhas à sede
Fava de cumaru 51
do município são profissionais e fazem da agricultura uma
Resina de jutalcica 22t atividade secundária; mais para o interior ocorre o inverso.
Facilmente explicável, isso se dá face à proximidade do
Fonte: Agência de Coleta da Fundação IBGE - Obidos
mercado consumidor principal.

USO POTENCIAL DA TERRA/455


A produção alcança seu maior significado econômico no Nenhuma cultura é mecanizada.
verão (de setembro a novembro), quando o nível das águas
está baixo. É bastante difundido entre a população da sede municipal
o hàbito de se consumir frutas e, principalmente, verduras.
O setor possui uma colônia de pescadores que presta Com finalidade comercial, a horticultura é desenvolvida na
assistência médico-hospitalar a seus associados, através várzea, durante o verão, suprindo boa parte do mercado
de convênio firmado com o Funrural. local em alface, couve, repolho, tomate, maxixe, vagem,
chuchu, quiabo, pimentão, berinjela e caruru.
São fatores limitantes à expansão do setor pesqueiro o
pequeno mercado consumidor (principalmente), a falta de Visando especificamente o mercado do município, a fruti-
assistência técnica, o baixo nível de capitalização e a cultura é desenvolvida nas áreas de colônias, com razoável
não-utilização de gelo de boa qualidade, pelos pescadores, produção de banana, mamão, abacate, manga, abacaxi,
na conserva do pescado, o que restringe seu raio de ação maracujá, caju e citros.

Agricultura é a principal atividade ecónômica do municí- É bastante grande a participação dos nordestinos na
pio e a que mais absorve mão-de-obra. A juta é o seu produção agrícola do município, principalmente na região
principal produto de exportação e a maior fonte de renda de colônias.
do setor.
Embora importando produtos de subsistência na entressa-
fra, na safra o pequeno excedente gerado em feijão e arroz
Principais Culturas Envolvidas na Produção Agrícola
é exportado para Belém e Manaus. A farinha de mandioca é
Ano: 1973 exportada para Manaus. Das culturas industriais a de
maior significado econômico é à juta, colocada nos merca-
AREA dos do Nordeste, Rio, São Paulo, Belém e Paraná. O
CULTURAS
CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIViDADE cacau, produzido em pequena escala, sai para Belém,
(h a) (I) (kg/ha) Argentina e Estados Unidos.

Arroz 510 643 1 261 O setor é desprovido de cooperativa.


Cacau 79 76 962
Feijão 60 32 533 Como principais obstáculos ao desenvolvimento da agri-
Fumo 35 13 371 cultura, no município, são apontados a situação fundiária
Juta fibra 2.250 2 250 1 000 (das 2.800 propriedades existentes poucas são tituladas e
a maioria destas encontra-se nas várzeas); assistência
Mal va - - - técnica insuficiente, por não alcançar todos os agriculto-
Mandioca 820 12 300 15 000
res; baixo nível de capitalização e a não-diversificação de
Milho 375 337 899
culturas.

o milho é a cultura comum a todos os tipos de consorcia- Pecuária: com uma população de 33.000 cabeças o reba-
ção (milho x mandioca, milho x mandioca x feijão e milho x nho bovino é composto de mestiços, de Indu-Brasil,
feijão) e o arroz é, quase sempre, cultivado isoladamente Guzerà, Gire, principalmente, Nelore, por ser mais resis-
tente às condições climáticas da região.
Destacam-se como principais regiões produtoras as cha-
madas colônias, próximas à sede do município, responsá- Considerável número de propriedades desenvolve a bovi-
veis pela produção de significativa parcela do volume de nocultura e o acesso à maioria delas é normal durante o
arroz, milho e mandioca produzido no município .. As ano todo.
regiões Costa do Paru, Costa de Baixo, Cost;'l Fronte1ra,
Costa de Cima e Paraná de Baixo, todas de várzea, são as Alguns pecuaristas já deixaram a várzea definitivamente,
principais produtoras de juta. fixando-se em áreas de terra firme, o que não deixa de ser
benéfico ao setor.

Não hà emprego de corretivos e fertilizantes. Embora ainda predomine o sistema criatório extensivo,
está se iniciando a utiliza,ção de subdivisão de pastagens,
Uma vez retirada a cobertura florestal virgem, a terra é para melhor aproveitamento dos. pastos, mas somente em
explorada pelo cultivo de arroz, milho e mandioca - áreas fora da várzea. A maromba ainda é recurso bastante
geralmente; um ciclo de cada cultura - após o que utilizado.
implanta-se pastagem ou um bananal, quando não aban-
donada. A capoeira que substitui a mata primária perm1te Por não termos conseguido dados quantificados, o que se
derruba e queima, depois de 5 a 6 anos, em média, de pode dizer da capacidade de suporte das pastagens é que
abandonada a terra. ela é bem mais eleVada nas áreas de várzea do que nas de
terra firme.
Quanto ao controle fitossanitárío, é realizado em algumas
culturas de regiões assistidas pela ACAR. A saúva e a pra- Com o objetivo de melhorar o r~banho, hà criadores que
ga mais importante, por ser comum a quase todas a cultu- importam matrizes e reprodutores das raças Nelore, Gire
ras. A juta, por exemplo, é severamente atacada por essa Guzerà de Goiás, Minas Gerais, Belterra e Fordlãndia.
praga, assim como o arroz e o milho, em menor escala.
Essas duas últimas culturas sofrem, também, ataques da O boi é exportado "em pé" e Manaus é o print:lpal centro
graúna e outras aves depredadoras. importador.

456/ USO POTENCIAL DA TERRA


A "bacia leiteira" é pequena e não há produção no inverno. Curumu, num lago de águas pretas, também se revelam
No verão, período de safra, o leite produzido não chega a atrativas pela paisagem agressiva e contrastante.
satisfazer às necessidades da demanda.
Serviços: o comércio local satisfaz às necessidades da
Depois da implantação do "campus" avançado da Universi- população e é eficiente na prestação de serviços às ativida-
dade Fluminense, no município, a aftosa, o carbúnculo a des econômicas.
frieira, a brucelose e tuberculose, principais doenças q'ue
ali afetam os bovinos, passaram a ser controladas sistema- No setor agrícola, maior empregador, a mão-de-obra domi-
ticamente, inclusive com a realização de cursos aos cria- nante é a familiar, exceto na cultura da juta, onde se
dores e treinamento de pessoal que lida na pecuária. A contratam serviços de terceiros. A indústria é a maior
Secretaria de Agricultura do Estado do Pará (SAGRI) absorvedora de mão-de-obra, na sede municipal, onde 700
mantém na sede municipal um posto de revenda de pessoas são empregadas, de março a dezembro, somente
vacinas, medicamentos e sais minerais. Algumas casas do no beneficiamento da castanha.
comércio local também revendem esses insumos.
Educação: o município conta, na zona urbana, com 6
Parte da demanda da carne de frango é satisfeita por uma grupos escolares - da 1. • à 5. a série -, sendo 4
pequena granja existente e parte pela produção vinda do estaduais, 1 municipal e 1 particular, que funcionam em
interior. Embora essa mesma granja produza ovos, a convênio com a Secretaria de Educação do estado. Conta
demanda desse produto só é totalmente suprida pela ainda na zona urbana, com 1 escola estadual, onde
importação de Santarém. Os pintos de um dia são prove- funci~nam as 6. a, 7. a e 8. a sé'Hes. No mesmo prédio está
nientes do Sul. instalado o colégio pedagógico ou normal, que só funcio-
na à noite.
Já existiu uma cooperativa que servia aos pecuaristas, mas
que deixou de funcionar por falta de interesse e baixo nível A zona rural é servida por 86 classes únicas (18 estaduais e
de conscientização dos associados. 68 municipais).

Como na agricultura, a situação fundiária, o baixo nível de Em 1975 houve 3.381 matrículas no 1. 0 grau (985 nas 6. a,
capitalização e assistência técnica insuficiente, além da 7. a e 8. a séries) e 136 no 2. o grau (normal ou pedagógico).
não-fixação do pecuarista na terra firme, são os fatores
que mais limitam o desenvolvimento do setor. Quase todas as professoras da cidade são normalistas. Na
zona rural atuam 86 professoras, das quais 82 são leigas
Abastecimento: o município não possuí infra-estrutura de
armazenagem para estocar produtos agrícolas. Há unida- Todos os anos o "campus" avançado realiza cursos de
des de armazenamento para a juta, pertencentes a empre- reciclagem aos professores do município.
sários que comercializam, mas nenhum outro produto é
beneficiado por esse sistema. Saúde: a elevada incidência de malária, na zona rural, en:'
épocas passadas restringe-se hoje a casos e_sporádicos. E
Dentro do sistema viário, o meio de transporte fluvial é o muito alto o índice de verminoses no meio rural, menor na
que melhor atende ás necessidades básicas do município. zona suburbana e baixo na cidade.
A infra-estrutura rodoviária é inadequada, havendo regiões
produtoras que não são ligadas às estradas-tronco, o que
torna quase impossível o escoamento da produção dessas Raras na zona urbana, as gastroenterites com desidratação
áreas. são comuns entre a população suburbana. No interior, o
índice de incidência é desconhecido, mas é de supor-se
Em nenhuma época do ano o abastecimento da sede elevado. São regulares os casos de tuberculose e raros os
municipal sofre estrangulamento. de lepra.

No período de entressafra são importados os seguintes As principais campanhas contra endemias rurais são reali-
produtos básicos: arroz (de Santarém), feijão (do Sul do zadas pela SUGAM e SESP. A primeira efetua uma dedeti-
país, Belém, Alenquer e Santarém), milho (de Belém e zação anual em todo o município e a segunda distribui
Santarém), verduras (de Santarém, no inverno) e carne- anti-helmínticos no posto médico local, realizando ainda,
seca (de diversas regiões, também no inverno, entressafra todos· os anos, campanhas de vacinações de crianças e
do peixe). adultos contra varíola, tifo, febre amarela, tuberculose e
poliomielite.
Indústria: é o setor econômico que mais emprega mão-de-
obra na sede do município, constituindo-se na sua maior Apenas uma unidade sanitária, a da FSESP, realiza campa-
fonte de renda. Conta com 2 usinas de beneficiamento da nhas de vacinações.
castanha, 5 serrarias, 4 padarias, 1 fábrica de guaraná, 5
marcenarias, 2 olarias, 1 fábrica de gelo, 3 máquinas de Com 30 leitos, 1 ambulatório e equipamentos de cirurgia,
beneficiamento de arroz e 1 tipografia. partos e clínica geral, funciona o hospital da Santa Casa de
Misericórdia, em convênio com a Universidade Federal
Os problemas dominantes na indústria são o baixo nível de Fluminense. Acidentes que provoquem ferimentos maio-
capitalização do setor e a falta de recursos humanos. res que pequenas fraturas exigem o transporte do paciente
para Santarém.
A "Garganta do Amazonas", onde o rio atinge a sua menor
larg1,1ra - 1.892m -, constitui-se na principal atração Cinco médicos permanentes atendem, na cidade, em cinco
turística pela imponência da paisagem. As praias do consultórios: quatro particulares e um do SESP.

USO POTENCIAL DA TERRA/457


Os serviços dentários são prestados por dois dentistas Quando solicitada à Base Aérea de Belém, a FAB realiza
diplomados e três práticos, em consultórios particulares vôo de emeq~êncía de Óbidos para outras localidades e
vice-versa.
A única enfermeira diplomada atua na Santa Casa de
Misericórdia Não há campos de pouso no interior
Serviços Básicos d) Comunicações: a sede municipal conta com um siste-
ma automático de telefo'nia com 100 aparelhos em funcio-
a) Transporte Rodoviário: a principal via rodoviária do namento. Via Embratel fala-se com qualquer região do
município é a PA-28, que liga Óbidos a Oriximiná e país.
Alenquer, com 60km dentro de suas fronteiras.
Através de uma agência são prestados serviços completos
87km de estradas secundárias ligam algumas reg10es de correio e telégrafo.
produtoras à sede municipal, principal mercado e terminal
de exportação: Está em concorrência, atualmente, a instalação de. u~a
estação radiodifusora, que transmitirá er:n .o~das trop1ca1s.
OB/Manaus (pecuária, agricultura e pesca)- 10km Apenas um radioamador atua no mun1c1p1o e .o. DERPA
PA-28/ Curumu (agricultura) - 15km possui um sistema de fonía que, em ca~?s espec1a1_s, serve
PA-28/ Arapucu (agricultura) - 3km à população Rádios de diversas reg1oes do pa1s e do
PA-28/ Sucuriju (agricultura) - 2km mundo são captados no município.
PA-28/ Andirobal (agricultura) - 4km
PA-28/Col Nazaré (agricultura)- 3km Esporadicamente captam-se imagens de TV venezuelanas,
PA-28/Col Cantagalo (agricultura)- 6km mas nenhuma nacional Não há imprensa escrita local
PA-28/ Fuzil (agricultura) - 12km Jornais de Belém são recebidos diariamente e a distribui-
PA-28/Col Maranhense (agricultura)- 16km ção é sistemática
PA-28/ Pororoca (pecuária) - 6km
Flexal/ lgarapé-Açu (agricultura) - 1Okm
e) Energia: de geração termoelétrica Diesel, o sistema de
energia de óbidos conta com uma capacidade instalada de
A PA-28/Col Maranhense é de condições muito precárias,
536kW e atende a, aproximadamente, 45% da população.
principalmente durante o inverno, quando se torna intran-
sitável Nesse período são extremamente difíceis o acesso
Nenhum núcleo populacional, inclusive o Distrito de Fle-
à região e o escoamento da produção local.
xal, possui rede de distribuição de energia.

Dentre as demais vias, raramente alguma delas torna-se f) Saneamento Básico: a rede de distribuição de água é
intransitável bastante antiga, mas a prefeitura já possui o projeto de
ampliação, elaborado pela Fundação SESP e que deverá
b) Transporte Fluvial· os principais rios navegáveis no ser implantado brevemente.
município são: o Amazonas, o Trombetas e o igarapé
Maratuba, que corta áreas de pecuária e agricultura, permi- O fornecimento é intermitente, ou seja, realizado a deter-
tindo a navegação de embarcações de 50 toneladas no minado número de bairros/dia durante apenas seis horas
inverno e não mais de 3 no verão. É navegável, também, o consecutivas (das 6 ás 12h). O bairro que recebe água num
igarapé Mamauru (ou igarapé Grande), que liga Óbidos ao dia só voltará a recebê-la dois dias depois Portanto, os
Distrito de Flexal, cortando áreas agrícolas e possibilitan- moradores são abastecidos um dia sim e outro não, o que
do a navegação de embarcações de 3 toneladas no verão e os obriga a manter água estocada em casa para suprir suas
de 40 no inverno. necessidades no dia em que não há fornecimento.

Atualmente, o trapiche de óbidos oferece condições satis- Existem algumas torneiras públicas e não há medição de
fatórias, recebendo grandes embarcações, inclusive navios consumo nos 950 prédios ligados ao sistema.
do Lloyd. É provido de uma balsa de considerável tama-
nho, que possibilita serviços regulares durante qualquer A água é captada no lago Pauxis, não poluído, e recebe
época do ano. Está em fase de implantação o projeto do tratamento à base de cloro.
novo porto, que será dotado de serviços portuários com-
pletos. Não há rede de captação de esgotos e é comum, entre a
população urbana, o uso de fossas secas.

c) Transporte Aéreo: com boa estação de passageiros, O centro da cidade conta com 1 OOOm de galerias de águas
embora pequena, o aeroporto local, dotado de pista asfal- pluviais.
tada, com 1 .500m e em condições bastante satisfatórias,
recebe aeronaves do tamanho (máximo) do YS~11. Nenhum outro núcleo populacional do município possui
sistemas de saneamento.
A NOTA (Norte Táxi Aéreo) realiza vôos diários para
Manaus, com escalas em Parintins e ltaquatiara, e para HABITAÇÃO E URBANISMO: o município possui 36 casas
Belém, com escala em Alenquer, Monte Alegre e Santa- de bom acabamento e 4.643 moradias de construção
rém. inferior (dados do Setor Pará da SUCAM).

Óbidos é itinerário, como escala, de vôo quinzenal que a A sede municipal é dividida em cidade velha e cidade nova.
FAB realiza entre Belém e Tiriós. A cidade nova possui estrutura urbana em xadrez e a parte

458/ USO POTENCIAL DA TERRA


antiga não tem estrutura definida, com exceção do bairro Serraria do Francês), por onde passa significativa parcela
Santa Terezinha. melhor traçado e apresentando seme- do volume produzido
lhança estrutural à cidade nova
Grande percentagem desse volume é exportado para o
O comércio está localizado de frente ao porto, separado da Nordeste e Rio de Janeiro Até recentemente a França
zona residencial. De modo geral o uso do solo urbano é importava madeira do município.
misto
Extrativismo Vegetal a castanha-do-~a~á. é o principal e
Há hierarquização parcial das vias públicas e igual adequa- quase único produto extrativo do mun1C1p1o, e sua pr?du-
ção de perfis; meio-fio e arborização apenas na área central ção chegou a 51 toneladas, em 1974, segundo a prefeitura
e a cidade conta com cinco praças ajardinadas municipal
As ruas do centro e outras em número bastante reduzido, Sem nenhuma unidade transformadora, o mu_nicípio expor-
de alguns bairros, são pavimentadas em cimento ta a castanha bruta para Belém, Manaus e Obidos. Deste
último sai para o mercado externo, depois de beneficiada
Um cinema, dois clubes sociais (apenas com sala de em usinas locais
dança), uma boate e um campo de futebol (com arquiban-
cada, mas de peql!ena capacidade) são os principais locais Na comercialização do produto, predomina o intermedia-
de recreação em Obidos. rismo e o setor não é provido de cooperativa
Como equipamentos urbanos a sede do município possui Pesca setenta por cento das necessidades da população,
três pensões de baixa categoria, dois restaurantes (um em proteínas de origem animal, são satísfei~os pelo consu-
regular e outro de categoria inferior), uma delegacia, uma mo de peixe, relativamente abundante no no Trombetas e
cadeia, alguns postos de gasolina e uma agência do Banco lagos do Paru, Sapucuá e Urariá.
do Brasil

Óbidos não possui um plano urbano diretor, mas a admi-


nistração atual pretende elaborar, com recursos próprios Principais Espécies de Pescado
do município, um plano de desenvolvimento urbano, que
deverá ser implementado com recursos do Polamazônia Pirapit!nga
Dourada
Filhote Pirarucu·
45 - Município de Oriximiná (PA) Pacu· Tambaqui·
Piramutaba Tucunaré
As informações foram obtidas na prefeitura municipal
Espécies de maior incidência
ASPECTOS FÍSICOS localiza-se na zona fisiográfica do
baixo Amazonas e tem como limites os Municípios de
Faro, Óbidos, Juruti, a Guiana e Suriname Com uma área os principais meios e_mpregados na captura são a malha-
de 107 267km2, é o 3. o em extensão do estado. A sede deira, a tarrafa, o arpao, o esp1nhel e o anzol
municipal está a 37m de altitude, dista 819km em linha
reta, de Belém e tem como coordenadas geográficas Setembro, outubro e novembro são os ~e~es em q~e_ a
01 °45' de latitude Sul e 55°50' de longitude WGr pesca alcança seu maior significado econom1co A colon1~
de pescadores de óbidos instalou. re:_ce~teme:nt.e no muni-
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS: com 1/3 da sua população cípio um núcleo que presta ass1stenc1a med1ca a seus
concentrada na sede, o Município de Oriximiná apresenta associados, através de convênio firmado com o Funrural.
uma densidade demográfica baixíssima (0, 11 habitante Problemas dominantes no setor e que impedem sua
por km2). Moram no município, segundo o Censo Demo-
gráfico de 1970, 18.994 pessoas expansão:
- a maioria dos pescadores não são profissionais;
Situação Domiciliar e Distribuição EtiÍria da População ocupam-se, principalmente, da agncultura,

ZONA ZONA FAIXAS ETARIAS - falta de assistência técnica e baixo nível de capitaliza-
TOTAL URBANA RURAL Oa 14 anos 15 a 59 anos + de60anos ção,

18 994 6 771 12 223 9 031


I 9 027
I 936 - concorrência de empresas de Manaus, que colocam
peixe congelado no mercado local,
Fonte: Censo Demográfico de 1970
- falta de gelo de boa qualidade, que possibilite maior
raio de ação dos pescadores
ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS
Agricultura: das culturas de subsistência as mais impor-
Recursos Madeireiros: principal fonte de renda do municí- tantes são a mandioca, o milho e o arroz, estando a
pio, tem no cedro, louro, itaúba, macacaúba, araracanga, mandioca a ocupar maior percentagem da área total explo-
guariúba, marupá, pau-amarelo, pau-roxo e maçaranduba rada por esses cultivos. A juta e a malva são as duas
as espécies madeireiras mais exploradas. culturas industriais desenvolvidas e a primeira é a que
mais absorve mão-de-obra no setor, constituindo-se na
Três serrarias servem ao setor (São José, st•. Terezinha e a mais importante economicamente.

USO POTENCIAL DA TERRA/459


Principais Culturas Envolvidas na Produção Agrícola Pecuária: segunda principal atividade econômica, 20% da
Ano: 1973 pecuária bovina do município são desenvolvidos em terra
firme. Embora composto predominantemente por mesti-
CULTURAS
AREA
PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
ços de Nelore, o rebanho tem na sua formação o sangue
CULTIVADA
Gir, Indu-Brasil, Guzerá e Holandês. Conta com mais ou
(h a) (t) (kg/ha)
menos 30 000 cabeças. A bubalinocultura inicipiente pare-
ce promissora.
Arroz 165 198 1 200
Juta fibra 820 1 230 1 500 As condições de acesso às propriedades são boas durante
Mandioca 1 000 10000 10.000 todo o ano Relativamente é bastante maior o número de
Milho 56 50 893 propriedades cujo acesso só é possível de barco do que
aquelas ligadas à sede do município por estrada; daí a
menor influência do clima sobre as condições de acesso a
os tipos de consorciação mais comuns são o arroz x milho essas propriedades.
e arroz x milho x feijão
O sistema criatório predominante é o extensivo, no verão,
Cinco regiões destacam-se como produtoras: a região do quando o gado está na várzea Com o mais fácil acesso ao
lago de Sapucuá, em farinha de mandioca e mal~a; as financiamento (Banco do Brasil), o pecuarista, no inverno,
regiões do rio Cachoeiri e igarapé dos Currais, em Juta; a começa a fazer rotação de pastagens pela subdivisão de
região do lago Maria Pixy, em malva, e a Colônia do Poção, seus pastos na terra firme
em arroz e milho.
Nessas condições de manejo, ou seja, quando os pastos
Em nenhuma cultura empregam-se corretivos e fertilizan- na terra firme são preparados para receber o gado vindo da
várzea e são subdivididos para serem melhor aproveitados,
tes
a sua capacidade de suporte chega a alcançar 3 cab/ha Na
Geralmente uma área derrubada é cultivada por um único várzea, embora sob regime extensivo, essa capacidade
ciclo cultural, sendo abandonada em seguida. O período chega a 1 O cab I h a.
de "pousio" é de dez anos.
Com o objetivo de melhorar o rebanho, o município
A praga mais controlada é a saúva que ataca, principal- importa matrizes e reprodutores de Santarém, Fordlândia e
mente, a mandioca Outras pragas e doenças ocorrentes Minas Gerais
no município não recebem controle.
Exportado "em pé", o gado tem como principais centros
importadores os mercados de Belém e Manaus
É pouco utilizada a força de tração animal e não há
emprego de mecanização agrícola.
Um matadouro em condições precárias serve à cidade,
A demanda de verduras, legumes e frutas não é satisfeita e abatendo em média 5 cabeças/dia
tanto a fruticultura como a horticultura não são desenvolvi-
das comercialmente. Embora-existam algumas hortas pró- A bacia leiteira é pequena, produzindo de 400 a 500 litros
ximas à sede municipal implantadas na várzea, a produção por dia, não suficiente para suprir a demanda.
não chega a suprir totalmente o mercado. As frutas mais
produzidas são a manga e a laranja, enquanto couve,
tomate, quiabo, abóbora, alface e maxixe são as mais Aftosa, raiva dos herbívoros, carbúnculo, brucelose, broca
comuns na horticultura. e pneumoenterite são as doenças que mais afetam os
bovinos do município. As quatro primeiras são controladas
sistematicamente.
Dos produtos agrícolas essenciais a farinha de mandioca é
o que se exporta em maior quantidade, por produzir maior Começa a desenvolver-se a avicultura comercial, já haven-
excedente, e o principal centro importador é Manaus. do uma granja que se dedica à criação de frangos de corte
Milho e arroz também são exportados (() 1 o para Manaus e
e produção de ovos. A suinocultura só é desenvolvida nas
o 2 o para Manaus e Santarém), mas em quantidades muito fazendas e fundo de quintais, gerando pequeno excedente
pequenas, principalmente o arroz que chega a ser i in porta- para o mercado.
do pelo município na entressafra.

Juta e malva são exportadas para Óbidos. A única unidade cooperativa do setor é a Associação de
Proteção à Pecuária que faz revenda de insumos e requisi-
Pretendeu-se criar uma cooperativa agrícola, mas por falta ção de técnicos para atender a seus associados
de técnicos a iniciativa não foi à frente.
Destacam-se como fatores que limitam o desenvolvimento

I São apontados como principais entraves ao desenvolvi-


mento do setor a falta de um sistema de armazenagem; a
situação fundiária (apenas 28% da área do município são
ti.tulados definitivamente, distribuídos na várzea e terra
firme, mas nesta última a grande ma1oria das propriedades
regularizadas se dedica à extração da castanha); a assis-
da pecuária, no município, a situação fundiária atual
(número muito reduzido de propriedades tituladas); a insu-
ficiente assistência técnica; o baixo nível de capitalização
do pecuarista; o uso da terra firme como maromba e a
existência de latifúndios por exploração, ou seja, proprie-
dades de 1 a 600 módulos contendo imóveis que não
tência técnica deficiente (apenas 15% dos agricultores sãó satisfazem às condições mínimas de exploração, quer do
assistidos) e o baixo nível de educação agrícola. ponto de vista econômico, quer do ponto de vista social.

460/ USO POTENCIAL DA TERRA


Abastecimento: não existe no município infra-estrutura de O quadro docente é constituído de 20 professores leigos,
armazenagem para o estoque de produtos agrícolas, e a 96 com curso normal regional, 10 n"ormalistas e 1 secunda-
capacidade de armazenamento do agricultor é insignifican- rista formado, total izando 127.
te.
Saúde toda a área do município sempre foi muito malarí-
O abastecimento é feito, principalmente, através do trans- gena, entretanto, a incidência da doença diminuiu, sensi-
porte fluvial, que para isso conta com boa infra-estrutura velmente, depois que a SUGAM passou a realizar duas
física Cinco motores mantêm linhas comerciais entre dedetizações anuais. As verminoses alcançam altos índi-
Oriximiná e Belém, transportando mercadorias. Barcos de ces e, atualmente, a prefeitura realiza uma campanha para
diferentes localidades fazem chegar ao município produtos o uso de fossas. Tanto na cidade c0mo no interior a
de outras regiões incidência de gastroenterites tem baixado muito e o prefei-
to local atribui isso não só ao serviço de abastecimento
O abastecimento é normal durante todo o ano. de água, como à melhor assistência médica e educacional
que vem sendo prestada 5% da população têm tuberculo-
De produtos agrícolas essenciais, o município importa o se e igual percentagem é portadora de lepra
feijão e o arroz, vindos principalmente de Belém
No campo da medicina preventiva são realizadas duas
Indústria: pouco significativo, o setor conta, apenas, com dedetizações anuais e imunizações contra tifo, tuberculo-
três serrarias, uma olaria e uma máquina de beneficiar se (BCG), poliomielite e febre amarela. O SESP rotineira-
arroz mente imuniza as crianças e o Lions Club realiza vacinação
anti-ràbica nos cães
A falta de iniciativa é a principal reponsável pelo não-
desenvolvimento da indústria no município, uma vez que Só existe um ambulatório, que funciona na única unidade
matérias-primas passíveis de transformação, como a juta e sanitária do município e tem como principal finalidade
a malva, são exportadas em estado bruto para Óbidos, prevenir a população contra as doenças de massa
onde são beneficiadas
O hospital geral da cidade funciona em condições precá-
Como potencialidades turísticas o município possui a rias com dez leitos e o hospital da Associação de Proteção
cachoeira Porteira - 37m de queda livre; a praia do à Maternidade e Infância mantém convênio com o "cam-
Taboleiro, cerca de 112km da cidade; a cachoeira do pus" avançado da Universidade Federal Fluminense, em
Chuvisco -36m de queda livre- com uma gruta em sua Óbidos, que periodicamente envia médico e enfermeira
base, o lago Sapucuá e o lago Paru, que possui imensas para atuarem na Unidade
campinas ornamentadas por elevado número de bandos de
pássaros aquáticos, que ali aportam de setembro a de- Dois médicos atuam no município em caráter permanente
zembro um em consultório particular e outro no SESP, onde
também atuam oito técnicos de enfermagem (um diplorPa-
Serviços: o comércio local é desenvolvido e atende ás do e sete práticos)
necessidades da população e das atividades econômicas

O setor privado é o maior empregador e, dentro dele, a Serviços Básicos


agricultura é a atividade que mais absorve mão-de-obra.
a) Transporte Rodoviário: com 31 km dentro de suas fron-
Educação Oriximiná possui na zona urbana 5 grupos teiras, a principal estrada do município é a PA-28, que liga
escolares com as 5 sérieS, 1 escola normal regional, que Oriximiná a Óbidos e Alenquer As demais são ramais, que
corresponde ao ginásio, funcionando através de convênio partindo dessa estrada ligam regiões do interior à sede
firmado entre a paróquia e a Secretaria de Educação, 1 municipal: ORX-9, com 1.200m, dá acesso à região de
Escola Batista particular, com 1 a, 2 a e 3 a séries do 1 o lripixi (agricultura e lazer-praias); ORX-1, com 3.000m, dá
grau; 1 curso supletivo noturno e 4 jardins de infância acesso à região de Parauacuí (agricultura); ORX-2, com
mantidos pela paróquia. Toda a população urbana, em 2 500 metros, dá acesso à região de Pedreira (materiais de
idade escolar, recebe educação básica. Na zona rural onde, construção) e ORX-3, com 5 000 metros, dá acesso à
em 1974, 681 crianças ficaram sem receber assistência região de Parauacu (agriCIJitura).
educacional, o município conta com 10 classes únicas
estaduais e 43 municipais Essas são as vias secundárias mais importantes. Nenhuma
delas é pavimentada. Algumas apresentam boas con-
Número de Alunos no 1. 0 Grau e Pré-Primário dições, mas outras são carentes de manutenção. Apesar
Ano:1975 das pesadas chuvas de janeiro e abril, nenhuma das
regiões ligadas à sede municipal, por estrada, sofre iso-
ZONA ZONA lamento.
Si::RIES
URBANA RURAL
b) Transporte Fluvial: os principais rios navegáveis no
1 a à5 a 2153 1 246 município são o Trombetas, o Nhamundá e o Cachoeri. O
Mapuera, o Cachorro e o Erepecuru só permitem a nave-
s• às• 223 - gação em alguns de seus trechos, somente no inverno, por
Jardim de infância 350 - serem encachoeirados.
TOTAL 2.726 1248
O trapiche na sede do município apresenta condições
Fonte: Prefeitura Municipal de Oriximinà regulares.

USO POTENCIAL DA TERRA/461


c) Transporte Aéreo piçarrada e em boas condições de Oriximiná conta com duas pensões (uma de baixa e outra
manutenção, a pista do aeroporto local mede 1 1OOm e de regular categoria); nenhum restaurante (apenas casas
pode receber aeronaves do tamanho do YS-11 . comerciais em condições precárias que servem refeições),
Lions Club, Loja Maçônrca; dois postos de gasolina, uma
A NOTA é a única companhia de táxi-aéreo que atua no deregacra de policia; um presídio com duas celas; quatro
município e não há linhas comerciais oficinas mecânicas e uma agência bancária (do BASA)

Outro campo de pouso existente é o da Mineração Está em elaboração, pela Universidade Federal do Pará,
Andrade-Gutierrez um plano de desenvolvimento urbano para Oriximiná, que
deverá ser implementado com recursos do Polamazônia
d) Comunicações não há ligações telefônicas residenciais
e comerciais O centro telefônico da Telepará, ligado ao
sistema de microondas da Embratel, permite comunicação 4.6 - Município de Juruti (PA)
com qualquer região do país
As informações foram obtidas com o Sr. José Maria Vieira,
Não existem serviços de radiodifusão local e as rádios fazendeiro, que sempre residiu no município.
estrangeiras são mais facilmente captadas do que as
nacionais ASPECTOS FÍSICOS. com uma superfície de 10.067km2, o
Município de Juruti está localizado na zona fisiográfica do
Captam-se, esporadicamente, imagens de TV da Colômbia baixo Amazonas e limita-se com os Municípios de Faro,
e nenhuma do país Está em projeto a construção de uma Oriximiná, Óbidos, Santarém, ltaituba e com o Estado do
estação repetidora pela Mineração Andrade-Gutierrez que, Amazonas
possivelmente, beneficiará a população
A sede municipal dista 846km, em linha reta, da capital
Quanto á imprensa escrita local, só há o Boletim Paro- estadual, sendo uma das mais longínquas da metrópole
quial, publicado semanalmente Há recebimento e distri- Possui as seguintes coordenadas geográficas: 02°09' de
buição de jornais de Belém e Manaus latitude Sul 56°03' de longitude WGr. A altitude é de 40m
na sede
e) Energia com capacidade instalada de 502kW, a rede de
distribu-ição de energia de Oriximiná está ligada a 639 dos ASPECTOS DEMOGRÁFICOS. segundo o Censo Demográ-
1 545 imóveis existentes, o que corresponde ao atendi- fico de 1970, 18.684 pessoas moram no município e a
mento de 42% da população densidade populacional é de 1 ,8hab/km2, aproximada-
mente
Não há outros nucleos populacionais, no município, com
rede de distribuição de energia elétrica No interior muitos Situação Domiciliar e Distribuição Etária da População
possuem sistema motogeradcr próprio ·
ZONA ZONA
TOTAL FAIXAS ETÁRIAS
f) Saneamento Básico a sede municipal possui um sis- URBANA RURAL
tema de abastecimento d'água que atende 61% da sua Oa 14 anos 15 a 59 anos + de60 anos
população, com um consumo per capita em torno de 160
litros/dia A água é captada de poços artesianos e tratada 18 684 3 063 15 621 9 114 8 713 857
com cloro
Fonte: Censo Demográfico de 1970
Nenhum outro núcleo urbano, no município, possui rede
de distribuição de água
ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS
Está em fase de projeto o sistema de captação de esgotos
e não há rede subterrânea para escoamento de águas Recursos Madeireiros em ordem de importância econômi-
pluviais ca, as principais espécies madeireiras exploradas são: o
cedro, a maçaranduba, a maparajuba, a itaúba e o jacaran-
HABITAÇÃO E URBANISMO: o município possuía, em dá
1975, 643 casas de bom acabamento e 3 343 moradias em
condições inferiores (dados do Setor Pará da SUGAM) O setor é desprovido de serrarias e o cedro é a espécie
mais exportada, tendo CC?mo principal mercado importador
A estrutura urbana de Oriximiná é quadriculada e o uso do o município vizinhQ de Obidos.
solo urbano é misto O prefeito atual pretende criar áreas
específicas para locação dos órgãos da administração Extrativismo Vegetal: o pau-rosa, a castanha e o babaçu
municipal, segurança pública, saúde etc. são os mais importantes produtos extrativos.

I
Quase toda a cidade tem seus perfis adequados e o centro Uma usina de extração de óleo de babaçu e outra de
tem suas ruas pavimentadas e dotadas de meio-fio. A extração de essência do pau-rosa são as únicas unidades
praça da matriz é a única ajardinada e não há arborização de beneficiamento no setor.
nas vias públicas
A castanha tem como principais mercados importadores
Um clube social, duas quadras de esporte cimentadas e Óbidos e Belém, e o óleo de babaçu, Belém e Manaus
um campo de futebol são os principais locais de recreação Esses dois produtos são comercializados pelos próprios
da população urbana extratores.

462/USO POTENCIAL DA TERRA


A essência do pau-rosa com~rcializada por um consórcio Agricultura: as principais culturas desenvolvidas no muni-
existente no município é exportada, principalmente, para cípio são: a juta, a mandioca, o arroz e o milho, não
os EUA. havendo destaque de nenhuma região, dentro do municí-
pio, quanto à produção agrícola.
Pesca: o peixe é a mais importante fonte de proteína
Principais Culturas Envolvidas na Produção Agrícola
ãiíiffial do município. Muito procurado, o pescado é comer-
cializado no porto da cidade pelo próprio pescador. Ape- Ano: 1973
sar da grande procura, é vendido a preço bastante baixo, o
que o torna acessível a todas as classes da população. AREA
CULTURAS CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
o rio Amazonas e os lagos do Balaio, do lratêua e do Sal é (h a) (t} (kg/ha)
constituem-se nos mais piscosos e são os responsáveis
pelo abastecimento do mercado local. Arroz 135 170 1.259
Juta fibra 2.800 2.800 1000
Principais Espécies de Pescado
Mandioca 1 510 22 650 15.000
Milho 180 162 900
Acaraú-açu Pirarucu
Acari• Surubim
Aracu Tambaqui• A agricultura anteriormente desenvolvida nas áreas de
Curimatã• Tamuatá
várzea, principalmente, está sendo expulsa para a terra
firme, desde que as enchentes tornaram-se mais drásticas,
Mapará Traíra
de cinco anos para cá.
Pacu Tucunaré
Piramutaba Em nenhuma cultura desenvolvida empregam-se corretivo
e fertilizantes e não se faz controle fitossanitário, embora a
Espécies de maior incidência mandioca, por exemplo, sofra ataques de cupim, que
chegam a aniquilar culturas inteiras.
Os principais meios utilizados para a captura são: rede,
tarrafa, malhadeira, arpão e anzol A mecanização agrícola não é empregada e a utilização de
tração animal é muito reduzida
O período do ano em que a pesca alcança seu maior
significado econômico é o compreendido entre os meses A fruticultura é desenvolvida principalmente nas fazendas
de agosto e dezembro. O setor não possui nenhuma e quintais, sem finalidade comercial, mas já começam a
unidade cooperativa, mas está em andamento urn projeto aparecer algumas culturas de citros, com formação de
de criação de uma colônia de pescadores. pequenos pomares. Citros e mamão são os principais
produtos.
Dificultam a expansão do setor o pequeno mercado consu-
midor, o baixo nível de capitalização dos pescadores, A população não possui hábito de consumir verduras e
número reduzido de pescadores profissionais (a maioria legumes, sendo a horticultura desenvolvida nos fundos de
dos que atuam no setor tem na agricultura sua principal quintais com produção de couve, tomate e alface, princi-
atividade: trabalham na roça durante o dia e pescam à palmente
noite), falta de gelo e falta de assistência técnica.
Na terra firme cultiva-se um ou dois anos cada área
Existe no município um lago natural na propriedade do derrubada e só se volta a ela quando a vegetação secundá-
senhor que nos prestóu as informações, onde são criadas ria assume aspectos de capoeirão.
tartarugas com finalidades comerciais. Aproximadamente
90.000 tartarugas ali .se encontram e essa é a primeira Apenas a juta e mandioca (farinha) são exportadas; a
empresa da região que desenvolve essa atividade com primeira sai para Belém, Nordeste, Rio e São Paulo,
autorização do IBDF. através do porto de Óbidos e a segunda para Manaus.

Tartaruga de sete anos atinge o peso bruto de 20kg e é Segundo o que nos foi informado, imigrantes nordestinos e
vendida, hoje, ao preço de Cr$ 400,00. japoneses que chegaram ao município deixaram-no por
não terem encontrado condições básicas mínimas para se
Bastante interessante, a existência desse criatório tem a fixarem.
grande vantagem de concentrar numa pequena área (5 a
6ha, aproximadamente) um número tão grande dEl quelô- Nenhuma cooperativa possui o setor, tendo existido uma
nios. associação rural, que não sobreviveu.

Essa iniciativa mostra a viabilidade de serem preservadas Como principais obstáculos ao desenvolvimento da agri-
em condições seminaturais espécies de quelônios que cultura, no município, pode-se enumerar: a dificuldade de
correm o risco de extinção pela grande procura atual. escoamento da produção, por falta de uma infra-estrutura
de transportes rodoviários; situação fundiária (pouquíssi-
O fornecimento de indivíduos dessas espécies, pelo IBDF, mos títulos definitivos); inexistência de unidades de arma-
através de implantação de criatórios com essa finalidade zenamento; baixo nível de capitalização dos agricultores;
específica poderia, talvez, promover o desenvolvimento falta de assistência técnica e tradição em explorar quase
dessa atividade econômica e preservaclonista ao mesmo que somente as áreas de várzea, o que tem impedido o
tempo em outras regiões do País. desenvolvimento de culturas permanentes.

USO POTENCIAL DA TERRA/463


Pecuária: é a atividade de maior significaao econômico do feijão (de Belém, Alenquer e Santarém), o milho (de
município e seu rebanho, composto por mestiço de Nelo- Santarém e óbidos) são importados na entressafra, en-
re, Indu-Brasil e Guzerá, principalmente, possui 30.000 quanto a carne (em conserva) é importada durante a época
cabeças. A bubalinocultura é incipiente. da colheita da juta.

O acesso às propriedades pecuaristas é feito por rio e a Indústria: bastante pequeno, o setor se resume a uma
cavalo, essencialmente. As estradas existentes não são usina de extração de óleo de babaçu, uma usina de
transitáveis durante todo o ano. extração de essência de pau-rosa e algumas olarias,
ocupando o 3. o lugar como fonte de renda municipal,
Embora alguns criadores já empreguem a subdivisão de depois da pecuária e agricultura.
pastagens, em terra firme, o sistema criatório predominan-
te é o extensivo e o gado ainda permanece, mais ou O município ar;resenta potencialidades turísticas, repre-
menos, sete meses na várzea, não havendo quem crie sentadas pela cachoeira do Rio Branco, às margens do
permanentemente na terra firme. Emprega-se, também, a igarapé Rio Branco; pelo lago Curumucuri, distando trê'>
maromba. horas de viagem, em embarcação a motor, via rio Amazo-
nas, pelo lago grande de Juruti circundado pela verdejante
Não se realizam importações de matrizes e reprodutores serra do Juruti Velho, distando seis horas de viagem em
para melhoramento genético do rebanho e o boi é exporta- embarcação a motor, e pelo lago das Piranhas.
do "em pé", tendo como principal centro importador o
mercado de Manaus. Serviços: a estrutura do comércio local satisfaz às exigên-
cias da população, mas é deficiente para atender às
Quanto às pastagens, predominam a canarana, a premem- necessidades das atividades econômicas desenvolvidas.
beca, o capim-colônia, o seneuaua e o pancuã, todos de
várzea A capacidade de suporte dessas pastagens chega a
O maior empregador do município é o setor privado e,
atingir 10 cab/ha, enquanto que na terra firme não passa
dentro deste, a agricultura é a que mais absorve mão-de-
de uma cabeça por hectare.
obra liberada na entressafra para a pesca.
Aftosa, raiva dos herbívoros, brucelose e verminose são as
Educação: estão em funcionamento no município 3 grupos
doenças mais importantes e apenas a primeira é controla-
escolares e 2 classes únicas na zona urbana, 1 grupo
da com vacinações de 4 em 4 meses, mas nem todo o
escolar e 21 classes únicas no meio rural.
rebanho é vacinado.
O corp? docente é formado por 23 professores leigos, 1
A suinocultura e a avicultura são desenvolvidas sem nenhu-
ma adoção de técnicas adequadas e só visam o consumo normallsta e 8 com curso de professor rural, totalizando
próprio. 32.

Saúde: o município já foi muito malarígeno. Com o traba-


O cooperativismo não é desenvolvido no setor. lho da SUGAM realizando duas dedetizações por ano, o
número de casos tornou-se mínimo. Por outro lado a
A bacia leiteira do município é bastante pequena, não incidência de verminose é bastante alta.
chegando a suprir o mercado local.

Como fatores limitantes à expansão da pecuária, o princi- A grande incidência de gastroenterite, em épocas passa-
pal é a situação ,fundiária nas áreas de terra firme (embora das, tornou-se insignificante, depois da implantação do
na várzea também não seja satisfatória), seguido do baixo sistema de fornecimento de água.
nível de capitalização dos pecuaristas (conseqüência da
situação fundiária), da falta, quase total, de assistência Com assistência do campus avançado da Universidade
técnica e da não-fixação da bovinocultura na terra firme, Fluminense, implantado em Óbidos, o ambulatório da
uma vez que o alto poder de recuperação da área desmata- Casa Samaritana vacina, praticamente, todas as crianças.
da, pela formação rápida de capoeiras, torna bastante
onerosa a tarefa de limpeza e formação de pastagens. Tanto na zona urbana, como na rural, não existem Unida-
des Sanitárias.
Abastecimento: não possui o município uma infra-estrutu-
ra de armazenagem que vise estocar os produtos agrícolas. A maior causa de mortalidade infantil é a infecção de
umbigo e não existe causa predominante na mortalidade
Para o abastecimento do município, o mais importante de adultos.
meio de transporte é o fluvial, onde os serviços são
satisfatórios. A falta de um sistema rodoviário adequado e O único ambulatório, o da Casa Samaritana, possui dois
completo tem sido responsabilizada pelo alto custo de leitos para casos de urgência e nele trabalha uma enfermei-
colocação do produto agrícola local no mercado. ra diplomada (freira):

No período de julho a janeiro o suprimento do mercado Num sistema de rodízio, a Unidade Avançada mantém um
interno, em produtos agrícolas essenciais, sofre um es- médico no município, que é substituído no final de cada
trangulamento, que não chega a assumir conseqüências mês.
sérias, pela abundância de peixes na época.
Quanto à assistência odontoiOgica, o ambulatório possui
O único produto de subsistência que o município não um consultório montado, mas só esporadicamente o cam-
importa é a farinha de mandioca. O arroz (de Santarém), o pus envia dentista.

464/USO POTENCIAL DA TERRA


Serviços Básicos Os principais locais de recreação são uma quadra de
esportes e dois campos de futebol.
a) Transporte Rodoviário: o município possui poucas es-
tradas. A mais importante é a que liga a sede ao povoado Possui duas pensões de baixa categoria e nenhum hotel;
de São Pedro (núcleo agrícola). As demais são ramais que uma delegacia de polícia; uma cadeia; um posto de
partem dessa estrada, dando acesso a outras regiões abastecimento de combustível e nenhuma agência bancá-
produtoras e possibilitando o escoamento da produção. A ria.
grande maioria dessas vias secundárias foi construída
pelos próprios produtores. A cidade não possui plano diretor.

Todas essas estradas tornam-se intransitáveis de janeiro a


junho (inverno). 4.7 - Município de Faro (PA)

b) Transporte Fluvial: o Amazonas e o Juruti são os As informações foram obtidas na prefeitura.


principais rios navegáveis. O rio Juruti dá acesso à região
agrícola de Juruti Velho e nele trafegam barcos de até 100 Segundo o próprio prefeito, Faro é uma cidade estagnada
toneladas. O clima, praticamente, não exerce influência que começa a regredir, o que não ocorre com seu único
sobre a navegabilidade desse rio. distrito, Terra Santa, que se apresenta em melhores condi-
ções e em franco desenvolvimento urbano.
São precárias as condições do porto local, não havendo
prestação de serviços portuários. ASPECTOS FÍSICOS: é o município mais ocidental do
Estado do Pará e o que se encontra a maior distância de
c) Transporte Aéreo: uma pista de terra, em condições Belém (916km, em linha reta). Possui uma área de 15.476
regulares, com 600m de extensão e que pode receber km2 e situa-se na zona fisiográfica do baixo Amazonas
aeronaves do tamanho (máximo) do Catalina serve todo o limitando-se com os Municípios de Oriximiná e Jurud,
município. Estado do Amazonas e Guiana. Possui as seguintes coor-
denadas ~eográficas: 02°17' de latitude Sul e 56°51' de
Nã.o há vô~s ~egulare~. Esporadicamente, alguma compa- longitude WGr. A altitude, na sede, é de 38m.
nhia de táx1-aereo realiza voos fretados por particulares ou
órgãos oficiais. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS: moram no município, se-
gundo o Censo Demográfico de 1970, 10.054 habitantes, o
que corresponde a uma densidade populacional de 0,65
d) Comunicações: Juruti não possui serviços de telefonia e hab/km2.
toda a C()rrespondência emitida e recebida é feita através
de Óbidos, uma vez que tanto o telégrafo como a agência Desse total, 3.040 habitantes estão no próprio Distrito
postal estão fechados há seis e dois meses respectivamen- de Faro e 7.014 no de Terra Santa.
te.

Nenhuma estação radiodifusora opera no município. São


captadas as rádios de Belém, Manaus, Parintins e Santa- Situação Domiciliar da População
rém. Nenhuma imagem de TV é recebida.

~
Não há imprensa escrita local. A cidade recebe, mas não
com regularidade, jornais de Belém. Urbana Rural
s
e) Energia: com uma capacidade instalada de 75kW e
atendendo a 70% da população, o fornecimento de energia FARO 1.800 1 240
elétrica é feito somente à noite (das 18 às 23h).
TERRA SANTA 2.561 4.453
O povoado de Juruti Velho também possui um sistema
gerador de 20kW, atendendo parte da sua população.
Fonte: Censo Demográfico de 1970
f) Saneamento Básico: Juruti possui rede de abastecimen-
to de água que atende a 60% de sua população. A água é
captada de poços artesianos e não recebe tratamento.

Não pos_sui rede de coleta de esgotos e águas pluviais; a


Distribuição Etária da População
populaçao usa, principalmente, fossas secas.

HABITAÇ.Ã:O E URBANISMO: o município possuía, em


1975, 50 casas de bom acabamento e 3.895 moradias em FAIXAS ETÁRIAS
condições inferiores (dados do Setor Pará da SUCAM). Oa14anos 15a59anos + de60anos
O t~çado da cidade é quadriculado e o uso do solo urbano
496
é m1~to. Poucas ruas possuem meio-fio e arborização. Não 4.827 4.731
há ~1erarqu~zação de vias públicas, adequação de perfis e
pav1mentaçao. Fonte: Censo Demográfico de 1970

USO POTENCIAL DA TERRA/465


ASPECTOS ECONOMICO-SOCIAIS madas essas perspectivas. Trata-se da cultura do cacau,
que hoje conta com 61.000 pés plantados, dos quais uma
Recursos Madeireiros: cedro, itaúba, maçaranduba e louro pequena parte já produzindo. Esse projeto, de iniciativa
são as principais espécies exploradas economicamente e privada, recebe assistência técnica periódica da CEPLAC e
toda a produção é absorvida pelo mercado local. Apenas está implantado a 6km da sede municipal, numa área que
uma serraria, de pequena capacidade, serve ao setor. passou a denominar-se Cacaulândia.

Extrativismo Vegetal: economicamente pouco significati- Atualmente a juta, a malva e a mandioca são as mais
vo, o extrativismo vegetal já teve na extração do pau-rosa importantes culturas desenvolvidas, seguidas do arroz e
seu principal suporte. Hoje, em vias de ser abandonado milho.
forma com a castanha-do-pará os dois mais importante~
produtos extrativos. Principais Culturas Envolvidas na Produção Agrícola

A castanha é quase toda consumida no próprio município, AREA


sendo o pequeno excedente exportado para alguns municí- CULTURAS CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
. pios vizinhos. A essência do pau-rosa extraída em usinas (h a) (t) (kg/ha)
fora do município é exportada, principalmente para os
EUA. ' Arroz 140 176 1 257
Cacau 5 2 400
~uanto ~- ?omercialização, a da castanha é feita por Juta libra 180 216 1.200
mtermedtanos e a do pau-rosa pelos próprios extratores.
Mandioca 810 12150 15 000
O setor não possui cooperativa. Milho 30 26 867

Pesca: o peixe é a principal fonte de proteína animal e é Corretivos e fertilizantes são empregados apenas na cultu-
capturado, principalmente, nos rios Nhamundá, Bom Jar- ra do cacau, onde o controle fitossanitário é feito, inclusi-
dim e no lago de Piraruacá, os mais piscosos. ve, mecanicamente. É a única cultura que recebe tratamen-
to sistemático (combate e profilaxia).
Rede, malhadeira, arpão, tarrafa e anzol são os meios de
captura mais empregados A juta e a malva são afetadas, principalmente, pela cigana
(um pássaro amazônico da família dos Opistocomídeos -
Opísthocomus crístatus - semelhante aos "jacus", que
Principais Espécies de Pescado
ataca as folhas, de preferência as mais novas e os brotos) e
o camaleão, que também tem preferência por essas mes-
mas partes; o milho e a mandioca são afetados pela
Arauanã Plrapitinga lagarta, e o arroz pela graúna (pássaro também denomina-
Curimatã• Surubim do "iraúna" ou "pássaro-preto", que ataca os grãos do
Pacu• Tambaqui• cereal, quando ainda no cacho).
Pescada· Tucunaré•
Pirarucu
Praga comum a toda essas culturas é a saúva, única
controlada. Esse controle é feito por Formicida Tatu e
Espécies de maior incidência
formicidas em forma de iscas.

O período do ano em que a pesca atinge maior significado Não se realiza a consorciação de culturas e o solo uma vez
econômico vai de setembro a janeiro. limpo é explorado por um ciclo de cultura de arroz, após o
que planta-se a mandioca, deixando-se depois a área por
Pirarucu é o único peixe exportado e tem como principal conta da capoeira. Nova área passa a ser ocupada e o
importador o mercado de Belém. agricultor só retoma à primeira depois que a nova cobertu-
ra vegetal tenha atingido o estágio de capoeirão.
Não existe cooperativa no st:tor
A mecanização agrícola só é empregada na cultura do
Vários fatores dificultam a expansão e desenvolvimento cacau e mesmo a tração animal é pouco utilizada.
das atividades pesqueiras, dentre os quais o número
reduzido de pescadores profissionais (a maioria tem na Não existe hábito em se consumir verduras e legumes; a
agricultura sua principal ocupação); o baixo nível de capi- horticultura nem em fundo de quintal é desenvolvida.
talização do setor; pequeno mercado consumidor; falta de
assistência técnica; falta de gelo de boa qualidade e Laranja, mamão, abacate e banana são, embora pouco, as
dificuldade em colocar o pescado produzido em outros únicas frutas produzidas, mas somente para consumo
mercados. próprio.

~gricultura. predominantemente de várzea, a agricultura Nenhuma colônia de imigrantes se destaca no desenvolvi-


do município não chega a suprir o mercado local em mento de atividades agrícolas, estando a agricultura do
produtos agrícolas essenciais. município, praticamente, toda a cargo de agricultores
nascidos na região.
No entanto uma cultura implantada na área, recentemente,
mostra perspectivas promissoras e poderá transformar-se É insignificante o excedente agrícola de produtos essen-
no mais importante suporte econômico do setor, se. confir- ciais e toda a produção é voltada para o consumo local. A

466/USO POTENCIAL DA TERRA


farinha de mandioca, comercializada por intermediários, Existe boa estrutura de transporte fluvial para o abasteci-
tem parte de sua produção exportada para Manaus. A mento da cidade, mas a sua localização no baixo Nhamun-
malva e a juta saem para Obidos em estado bruto. dá (fora do rio Amazonas e, portanto, da rota comercial
mais importante) é um desestímulo aos donos de motores
Não há e nunca houve cooperativa agrícola no município. em realizarem fretes para a sede do município. Esse deses-
tímulo é compensado por um serviço de transporte mais
o baixo nível de capitalização, a situação fundiária (maior caro, o que faz com que os produtos cheguem onerados.
número de propriedades tituladas nas áreas de várzea,
embora reduzido), a não-fixação do homem na terra firme e No entantp, grande parte desse problema já começou a ser
a assistência técnica insuficiente, por não atingfr a todos solucionado, pois três empresas de transportes (duas de
os agricultores, são fatores que dificultam o desenvolvi- Terra Santa e uma de Faro) passaram a abastecer boa parte
mento da agricultura. do município. Duas empresas de Manaus também fazem
chegar produtos dessa capital e de Belém.
Pecuária: é a maior fonte de renda do município, com uma
populaçao bovina de aproximadamente 29.000 cabeças, Não ocorrem períodos de estrangulamento no abasteci-
compostas de mestiços de Nelore, Guzerá, Gir e Indu- mento do município.
Brasil. É considerável o número de bubalinos existElntes.
Arroz e feijão são os dois produtos agrícolas essenciais
Já existem algumas propriedades que desenvolvem a bovi- mais importados vindos, principalmente, de Alenquer,
nocultura como atividade econômica principal, com boas Santarém e Belém.
condições de acesso durante todo o ano.
Indústria: praticamente sem, nenhuma expressão econô-
Predomina o sistema criatório extensivo, mas as enchen- mica, possui o setor três unidades de transformação: uma
tes mais drásticas nos cinco últimos anos têm feito com olaria" uma fábrica de gelo e uma serraria, todas de Terra
que alguns pecuaristas comecem a utilizar subdivisão de Santa.
pastagens. Isso vem ocorrendo paulatinamente e o efeito
demonstração já é notável. A maromba ainda é utilizada Como potencialidade turística o município possui o lago
por aqueles que possuem pouca ou nenhuma área de terra de Faro.
firme.
O Muiraquitã, artefato talhado em nefrita, com várias
Matrizes e reprodutores Nelore, Gir, Guzerá e Indu-Brasil formas; às vezes de batráquios, quelônios, serpentes, etc.
são importados de Belém e Santarém. e a que se atribuem qualidades de amuleto, com sua lenda
de talismã de felicidade, é também motivo de interesse e
O boi é exportado "em pé" e tem como principal mercado atração para a terra.
importador a cidade de Manaus.
Serviços: o comércio local é deficiente, não satiSfazendo
Faro não possui matadouro municipal e a cidade é abaste- plenamente às necessidades da população e não dando
cida de carne por matanças realizadas nas próprias fazen- suporte às atividades econômicas.
das.
A pecuária absorve mais mão-de-obra.
Afetado, principalmente, pela aftosa, raiva dos herbívoros,
brucelose, carbúnculo e broca (moléstia que afeta os Educação: com dois grupos escolares na zona urbana
chifres do bovino), o rebanho recebe controle sanitário funcionando da 1. a à 5. a série e 26 classes únicas na zona
realizado pela Secretaria de Agricultura do Pará e por rural, onde o período letivo na várzea vai de agosto a março
órgãos oficiais do Amazonas que, aliás (e isso é curioso), e na terra firme de março a dezembro, o município conta
são os mais atuantes na área. A doença mais controlada é com reduzido quadro docente.
a aftosa, mas nem todo o rebanho é vacinado.
A sede municipal não possui nenhuma unidade de ensino
Tanto a suinocultura como a avicultura são desenvolvidas de 2°. grau.
somente em fundo de quintal sem objetivos comerciais.
Foram matriculados, em 1975, 470 alunos no 1. o grau: 264
A produção de leite é bastante reduzida, o que, aliado ao na 1.•, 66 na 2.•, 71 na 3.•, 39 na 4.• e 30 na 5.a séries.
desestímulo provocado pelo pequeno mercado consumi-
dor, faz com que significativa percentagem da população Saúde: embora declinando, a incidência de malária ainda é
urbana não tenha acesso ao produto in natura. bastante alta no município, tendo sido registrados muitos
casos na sede em 197-5.
Dificultam a expansão do setor a situação fundiária, a
tradição em se criar o gado na várzea e a falta de assistên- É alta também a incidência de tuberculose. Numa amostra
cia técnica (prestada precariamente pelo campus avançado de 400 pessoas tomadas ao acaso por um órgão de saúde;
da Universidade Federal Fluminense, instalado em
óbidos).

Abastecimento: o município não possuí unidades de arma-


zenagem para o estoque áe produtos agrícolas. Por outro
40 eram tuberculosas (1 0%, portanto).

Muito comuns anteriormente, tornaram-se insignificantes


as gastroenterites depois de implantado o sistema de
abastecimento de água.
I
lado é pequena a capacidade de armazenamento dos A verminose é· generalizada e existem, atualmente, seis
produtos. casos de lepra em todo o município.

USO POTENCIAL DA TERRA/467


São efetuadas duas dedetizações anuais pela SUCAM, que HABITAÇÃO E URBANISMO: o Município de Faro pos-
também realiza campanhas de vacinações contra varíola e suía, em 1975, 67 casas de bom acabamento e 2 769
poliomielite. Todas as crianças são vacinadas, em junho, moradias de construção inferior (dados do Setor Pará da
pela Secretaria de Saúde. SUCAM).

Um ambulatório, mantido pela paróquia, com apenas uma A estrutura urbana das duas cidades é do tipo quadriculada
enfermeira prática é a única unidade de saúde da sede e a ocupação do solo urbano é mista.
municipal. Terra Santa possui um posto médico, onde o
campu~ avançad<;> da Universida?e F~d.eral Flu~inense, Quanto à urbanização, Faro só possui três ruas com
em Obtdos, mantem uma enfermetra prattca, um medico- meio-fio; perfis adequados; aproximadamente 1OOm de rua
substituído todo mês - e um dentista. pavimentada no centro da cidade;uma praça e nenhuma
arborização. Terra Santa tem perfis adequados; uma praça;
Serviços Básicos nenhuma rua pavimentada; nenhum meio-fio e nenhuma
rua arborizada
a) Trans~?r~e Rodovi~ri_o:. Faro-:Terra Santa é a principal
vta rodovtana do mumctpto. Mutto precária, essa estrada Como locais de recreação, numa e noutra cidade, só há
torna-se quase intransitável no inverno quando cnuvas uma praça e um campo de futebol.
torrenciais caem sobre a região.
Os principais equipamentos urbanos de Faro são: uma
b) Transporte Fluvial· o Nhamundá é o principal rio nave- delegacia, uma cadeia com uma cela, uma pensão e um
gável e permite a navegação de embarcações de grande posto de gasolina. Em Terra Santa há um distrito policial,
porte. Não há influência negativa do clima sobre a navega- uma cadeia com uma cela, dois postos de abastecimento
bilidade. Em 1970, o nível desse rio baixou él tal ponto que de combustível e uma pensão.
dificultou bastante a navegação, tendo sido esse o único
ano que isso ocorreu A sede municipal e o distrito não possuem um plano
diretor básico de desenvolvimento urbano
Levado há alguns anos por forte enchente, o trapiche de
Faro ainda não foi recuperado. São precárias as condições
do ancoradouro e não existem serviços portuários Terra 4.8 - Município de Parintins (AM)
Santa possui bom trapiche.
As informações foram obtidas no IBGE, na Exatoria Esta-
c) Transporte Aéreo: o município possui duas pistas de dual de Rendas e na ACAR-Amazonas (Escritório de Parin-
pouso; uma em Faro, com extensão de 600m, piçarrada em tins).
precárias condições e que pode receber aparelhos maiores
do que um bimotor pequeno; a outra em Terra Santa, ASPECTOS FÍSICOS com uma área de 3.646 km2, 0
1 200m, também piçarrada, mas em boas condições de Município de Parintins acha-se situado na zona fisiográfica
operacionalidade, por ser mantida pela FAB, pode receber do médio Amazonas e tem como limites o Estado do Pará e
aeronaves do tamanho do Catalina. os Municípios de Nhamundá, Barreirinha, Urucará e Uru-
curituba É a seguinte a posição geográfica de Parintins
Nenhuma companhia de táxi-aéreo opera no município, 02°27' latitude Sul e 56°14' longitude WGr ; distancia-se,
mas são comuns vôos fretados. em linha reta, da capital do Estado, 371 km e sua altitude é
de 15m
d) Comunicações: não existem serviços de telefonia em
todo o município. Faro possui uma agência de correios e ASPECTOS DEMOGRÁFICOS: segundo o Censo Demográ-
telégrafos, enquanto Terra Santa, apenas uma agência fico de 1970, residem no município 38.086 pessoas e a
postal. densidade populacional é de aproximadamente 1O
hab/km2
Não possui radiodifusora, mas são captadas estações de
Belém, Manaus, Rio, São Paulo e outras regiões. Quanto à Situação Domiciliar e Distribuição Etária da População
televisão, nenhuma imagem é recebida.
FAIXAS ETÁRIAS
Jornais e revistas só chegam a Faro ou Terra Santa quando ZONA ZONA
TOTAL
trazidos por alguém vindo de Manaus, Belém e Santarém. URBANA RURAL
Oa 14 anos 15 a 59 anos + de 60anos

e) Energia: a sede municipal não possui rede de distribui-


38 086 16 698 21 388 19 087 17 569 1 430
ção de energia. Algumas residências têm seu próprio
sistema gerador.
Fonte: Censo Demográfico de 1970
Em Terra Santa há rede de distribuição, mas apenas 20%

I da população são atendidos.

f) Saneamento Básico: tanto Faro como Terra Santa são


dotadas de sistema de abastecimento de água e, em am-
bas, 60% da população são atendidos. A água é captada
ASPECTOS ECONOMICO-SOCIAIS

Recursos Madeireiros: a madeira é uma das principais


fontes de renda do município, sendo as suas reservas
relativamente bem diversificadas em espécies de valor
econômico. Existem quatro serrarias implantadas e em
de poços artesianos e não recebe tratamento. Não pos-
suem esgotos sanitários nem sistema de captação de funcionamento na área, sendo uma de grande porte e três
águas pluviais. de pequena capacidade.

468/LJSO POTENCIAL DA TERRA


Principais Espécies Exploradas (Ano: 1975) agosto e setembro de 1975 foram exportadas pará Belém e
outros municípios vizinhos 20 toneladas de pescado.
PREÇO m3 PREÇO m3
ESP~CIES (nome vulgar) (CrS 1 ,00) ESP~CIES (nome vulgar) (CrS 1 ,00) O período do ano em que a pesca alcança seu maior
significado econômico vai de setembro a dezembro.
Louro:
-Preto 66,33 Cedro 216,00 O setor é provido de uma colônia de pescadores, que
-Amarelo 97,50 Vi rola 50,00 presta assistência médica a seus associados, através de
97,50 Marupá 57,50 convênio firmado com o Funrural, não sendo significativa
-Abacate
Andiroba 110,70
a prestação de outros serviços.
-- lnhamui 101,66
- Branco 120,0 Jacareuba 61,66
Os principais instrumentos de pesca utilizados são a rede
ltauba-preta 150,00 Muiratinga 40,00 de arrasto, a malhadeira (também chamada de "rede de
espera"), a tarrafa, o arpão, o espinhei e o anzol.
Fonte: Exatoria Estadual de Renda- Parintins- AM
Como principais obstáculos que dificultam a expansão do
setor podem ser enumerados: o baixo nível de capitali-
A madeira bruta ou serrada de cedro, louro, marupá e zação dos pescadores; a falta de assistência técnica; a
itaúba em Parintins tem como principais destinos, no dificuldade em exportar o pescado e a falta de gelo de boa
mercado interno, os Municípios de Barreírinha (AM), Nha- qualidade (de boa duração), que restringe o raio de ação na
mundá (AM), Urucurituba (AM), Urucará (AM), Juruti (PA) e captura.
o Centro-Sul do País. No mercado externo os EUA são o
principal importador e a virola é a única espécie para lá Agricultura: como em quase todos os demais municípios
exportada pesquisados, a agricultura é desenvolvida principalmente
nas várzeas e como principais conseqüências tem acar-
Extrativismo Vegetal: em ordem de importância econô- retado a não-fixação do homem na terra firme e o não
mica a castanha-do-pará, o pau-rosa, a copaíba (óleo), o desenvolvimento de culturas permanentes, com exceção
cumaru (essência para fabrico de fixadores), o cipó (vime, de um número muito reduzido de agricultores que optaram
para fabricação de móveis) e o breu são os principais pelas áreas mais altas, desenvolvendo culturas de cacau e
produtos extraídos guaraná, mas em estágio ainda bastante incipiente.

O município conta com duas usinas de extração da essên- Fato interessante notado em Parintins é que aqueles que
cia do pau-rosa, que tem como principais mercados im- se ocupam da agricultura de várzea geralmente vão para a
portadores o Centro-Sul do País e os EUA cidade onde ficam em casa de parentes, ou mesmo
amigos, quando suas terras são tomadas pelas águas no
Os demais produtos são exportados para Manaus, Belém e inverno (período chuvoso), só retornando após a vazante
Óbidos (principal município beneficiador da castanha do
médio Amazonas). Dentre esses a castanha é a que tem Das culturas desenvolvidas a de maior significado é a juta,
maior volume comercializado. constituindo-se no suporte econômico mais importante do
setor agrícola. Ela é beneficiada no próprio município,
O sistema de comercialização predominante é o de inter- sendo exportada em forma de fios e sacos; pequena
mediarismo, o setor não possui nenhuma unidade coope- quantidade de juta em fardos sai do município.
rativa.
Principais Culturas Envolvidas na Produção Agrícola
Pesca:o peixe é a principal fonte de proteína animal do
município Constituem-se nas maiores potencialidades Ano: 1974
piscosas· o rio Amazonas, os paranás do Limão e do
Ramos, além dos lagos do Arrozal, do Poção e Macurí- ÁREA
canã. Este último é o mais importante fornecedor de CULTURAS CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
pescado para a sede do município. (h a) (t) (kg/ha)

Principais Espécies de Pescado Arroz 36 43 1 200


Juta fibra 2 929 3 515 1.200
Acarad-açu Matrinchã Surubim Mandioca 800 11.200 14 000
Aruanã* Pacu Tambaqui•
Curimatã• Pirapitinga Tucunaré O consorciamento de culturas não é realizado, havendo o
Dourada Pirarucu• desenvolvimento simultâneo, numa mesma área, das
Jaraqui· Sardinha culturas do cacau e banana, por fornecer esta a sombra
exigida pelo cacaueiro.
• Espécies de maior incidência

Fonte: Escritório do IBGE-Parintins

A comercialização é feita diretamente pelos pescadores,


Nenhuma região do município se destaca dentro do setor,
havendo um projeto de criação de uma colônia agrícola.

Os corretivos e fertilizantes são pouco empregados. O


guaraná, o cacau e a banana, por serem os mais assistidos
I
havendo considerável quantidade de peixes de escama tecnicamente, são os mais beneficiados com esses
exportada para Belém e Macapá; somente nos meses de insumos.

USO POTENCIAL DA TERRA/469


O tempo médio de exploração de uma área em terra rirme e criadores que não possuem terra firme suficiente para todo
de seis meses (no inverno), após o que o agricultor retorna o seu rebanho durante o período das cheias.
à várzea. De volta à terra firme ele passa a ocupar uma nova
área, retornand'o à primeira depois de, aproximadamente, A ACAR - Amazonas publicou, recentemente, uma série
cinco ou seis anos, quando a capoeira já atingiu carac- de informações sobre os pastos do município (Pereira &
terísticas de mata secundária. Na várzea uma mesma
Coutinho, 1974).
unidade de área é explorada indefinidamente devido à
fertilização cíclica causada pelas enchentes. Nas várzeas as forrageiras naturais mais comuns são:
canarana (Echinoch/oa polistachya Kunth), típica de áreas
O controle fitossanitário também é muito pouco realizado. alagadiças e que se espalha no solo após a vazante, sendo
Só as áreas que possuem projetos elaborados pela ACAR encontrada, freqüentemente, às margens dos lagos, rios e
são obrigadas a fazê-lo. A antracnose do guaraná, o igarapés, durante as cheias; premembeca (Andropogon
mal-do-panamá e a sigatoka da bananeira e o carieiro da viriginicus L), encontrada em áreas úmidas e alagadiças,
juta são as principais pragas e doenças controladas no de hábito decumbente, de boa palatabilidade e razoável
município. valor nutritivo, usada para pastoreio no verão e empregada
no arraçoamento no inverno, por ocasião das cheias, em
A mecanização agrícola nao é empregada e mesmo a marombas; grama de marreca, gramínea de pequeno porte
tração animal é pouco utilizada. (até 15cm), de coloração verde-pálido, que aparece normal-
mente após a vazante às margens dos lagos. rios e
Está em estágio incipiente o desenvolvimento da horti" igarapés; seneuaua (Laercia hexandra SW), que dentre as
cultura e fruticultura nas propriedades agrícolas e em gramíneas naturais é a de maior preferência no meio
fundo de quintais, mas só para consumo próprio, onde os criatório de várzea, encontrando competição apenas no
excedentes comercializados não chegam a ser suficientes capim-colônia, e o arroz-selvagem (Oriza sativa L var
para suprir o mercado. subulata), gramínea da várzea baixa, também conhecida
como arroz-de-rabo, bastante semelhante ao arroz de
Tomate, alfacs, pimentão, berinjela, quiabo, couve, re- cultura, que não chega a constituir grandes pastagens, em
polho e maxixe, na horticultura, e banana, abacate, citros, virtude das constantes cheias anuais e ataques de pás~
abacaxi e caju, na fruticultura, são os mais produzidos saros e peixes.

Quanto à participação relativa dos imigrantes na agri- A única forrageira plantada nas várzeas é a colônia (Bra-
cultura, os japoneses representam 5% do total e se chiaria mutica Fors & Stapf), conhecida em outros centros
dedicam à juta e à horticultura, principalmente. Os nor- como capim-angola, bengo, capim-de-planta, etc., que é
destinos e seus descendentes dedicam-se a diversas ati- uma gramínea tida como de bom valor nutritivo e de
vidades agrícolas e representam boa parcela dos que se excelente palatabi Iidade.
ocupam nesse setor
Na terra firme as forrageiras naturais mais comuns são
O único produto agrícola exportado é a juta. É comer- patchuly, gramínea de porte ereto, em touceira, bastante
cializada bruta para São Paulo e industrializada (fios e persistente e muito pouco apetecível, é um capim de
sacos) para o resto do país e Argentina pouco predomínio, grosseiro, não recomendável à alimen-
tação do gado bovino; taripucu, também encontrado nas
O setor já chegou a possuir três cooperativas, que foram partes mais altas das várzeas, é de pouca preferência dos
extintas por faltar boa administração e não existir uma criadores. por ser grosseiro, apesar da relativa palata-
consciência voltada para o cooperativismo. bilidade; papuam, bastante semelhante ao mato-grosso,
menos denso, de hábito decumbente, pouco resistente ao
Como principais fatores que obstaculizam o desenvolvi- pisoteio: mato-grosso (Monolepis aturensis NBK) - apa-
mento agrícola pode-se citar: a situação fundiária atual race espontaneamente em áreas recém-desmatadas e é a
(1.237 imóveis cadastrados, com reduzidíssimo número de gramínea natural mais utilizada no criatório de terra firme.
títulos definitivos emitidos); baixo nível de capitalização Apesar do seu cheiro agradável, parece ser uma gramínea
do setor; não-fixação do homem na terra firme; tradição pouco palatável e apresenta pouca resistência ao fogo.
agrícola de monocultura e assistência técnica insuficiente,
por não atingir a todos os produtores. Mais numerosas, as forrageiras de terra firme, plantadas,
são as seguintes: pangola (Digitaria decumbens Stenf)
Pecuária: com uma população bovina de aproximadamente - é um capim de ótima palatabilidade, perene e de
30.000 cabeças, o rebanho de Parintins é formado de excelente valor nutritivo Entretanto, na região, em conse-
mestiços, Nelore, Guzerá, Indu-Brasil e Gír. Embora em qüência das condições climáticas ou da falta de manejo
pequena escala, a criação de búfalos começa a ser desen- adequado, não tem resistido bem ao pisoteio, o que tem
volvida no município e está sendo bastante incentivada prejudicado a sua aceitação no meio criatório; colonião
pelas boas perspectivas que apresenta. (Panicum maximum Sacq), gramínea exigente quanto às
condições físicas do solo, vegetando bem em solo de

I O sistema criatório predominante é o extensivo, mas já


existem alguns criadores que fazem subdivisão de pas-
tagens na terra firme, visando seu mP.Ihor aproveitamento
no inverno, quando o rebanho é retirado da várzea.

Portanto faz-se rotação entre a várzea e a terra firme, que


textura média; jaraguá (Hyparrenia rufa (Nees) Stapf): esta
gramínea não tem encontrado aceitação de propagação no
município, sendo atacada por fungos na sua inflores-
cência; gramalote (Axonopus sp). de crescimento lento e
bastante aceita pelos animais, vem sendo utilizada tanto
para pisoteio como para corte, sem, entretanto, constituir
durante o ano, em média, suportam 2 cab/ha. A maromba grandes áreas cultivadas. Não é muito difundida, por ter
ainda é bastante empregada, principalmente por aqueles sido introduzida recentemente, mas bem aceita pelo seu

470/USO POTENCIAL DA TERRA


ótimo desempenho quando utilizada para corte; elefante O município é abastecido durante o ano todo, sem ocor-
(Pennisetum purpurem SCHUM): compreendendo um rência de períodos de estrangulamento.
grande número de variedades, esta gramínea vem sendo
largamente utilizada para a formação de capineiras. É um Os principais produtos de subsistência importados são o
capim que não tolera inundação ou encharcamento, produz arroz e o milho (de Santarém), o leite em pó e a carne (de
grande volume de massa verde, apresenta boa palata- Manaus e Belém) e o feijão (de Alenquer e Monte Alegre).
bilidade e valor nutritivo comparativamente elevado; bra-
chiaria: são encontradas apenas as espécies decumbens e Indústria: como indústrias de transformação Parintins
ruziziensis, com maior predomínio da primeira; legumi- possui uma usina de extração de essência do pau-rosa,
nosas: número muito pequeno é encontrado na área onde uma fábrica de refrigerantes, uma indústria têxtil de juta e
se destacam: feijoarana, puerária e beiço-de-boi. Entre- malva (Cia. Fabril-Juta de Parintins, que fabrica fios e
tanto, o manejo, o valor e vantagem desses vegetais de um sacaria, com porto próprio), uma fábrica de gelo, uma
modo geral são desconhecidos do público criador. A olaria e quatro serrarias.
leguminosa melhor adaptada é a puerária, que recente-
mente foi introduzida e que face ao comportamento apre- É o 3. o setor do município, em importância econômica,
sentado é de se esperar ser a mais indicada para a depois da agricultura e pecuária, que ocupam o 1. o e 2. o
consorciação com pastagens na área. lugares, respectivamente.

Os principais problemas existentes na indústria são a


Matrizes e reprodutores são importados da região Bragan- concorrência de indústrias localizadas em outras áreas (ex:
tina do Pará e outras regiões do País, como Uberaba (MG). Cata de Belém com a Fabril-Juta, local), e baixo nível de
As principais raças importadas são o Nelore, Indu-Brasil e capitalização do setor.
Guzerá.
Quanto ao turismo, o município não apresenta potencia-
O boi é exportado "em pé" e o principal mercado impor- lidades.
tador é o de Manaus.
Serviços: o comércio local possui estrutura que satisfaz
Existe na sede do município um matadouro em condições às necessidades básicas da população e presta, regular-
precárias funcionando diariamente, abatendo de 3 a 4 mente, serviços essenciais às atividades econômicas.
cab/dia.
O maior empregador no município é o setor privado e
Doenças carenciais como verminose, aftosa, brucelose e dentro dele a agricultura é a que mais absorve mão-de-
principalmente a raiva são as que mais afetam os bovinos. obra, seguida pela pecuária e indústria.
O controle dessas doenças é feito em 50 a 70% do
rebanho. São feitas três vacinações anuais contra a aftosa Educação: Parintins conta com 11 unidades de ensino de
e contra a raiva dos herbívoros, sendo a última de validade 1. o grau na zona urbana: 8 da 1. a à 4. • série, 2 da 1. a à 7. a
por três anos (vacina ERA). série e 1 da 5. a à 8. a. Na zona rural existem 90 escolas de
classe única.
A suinocultura e a avicultura são desenvolvidas nas fazen-
das e quintais, para consumo próprio, principalmente. Além dessas unidades, a sede do município possui dois
Existe na sede do município uma granja de postura pro- colégios particulares: Colégio N. Sra. do Carmo, com
duzindo 36.000 ovos e o consumo é de 40.000, aproxi- Normal e Técnico de Comércio, e o Colégio Batista de
madamente, por mês. Parintins, com Normal.
O setor era provido de uma cooperativa que deixou de Em 1975 concluíram a 8. • série 170 alunos e só na 1. •
existir por motivos não conhecidos. existem 1 .200 matriculados.

Como fatores que limitam o desenvolvimento da pecuária Na zona rural, devido às enchentes, o período letivo nas
no município pode-se citar: o baixo nível de capitalização regiões de várzea não é o mesmo que nas de terra firme. Na
dos pecuaristas, a situação fundiária (idêntica à da agri- várzea as aulas vão de setembro a abril e na terra firme de
cultura), a dependência do criador à várzea e assistência março a novembro, com 68 professores leigos treinados.
técnica insuficiente, não alcançando a todos os pecua-
ristas. Na zona urbana existem 285 normalistas, sendo 58 com
licenciatura de curta duração. Dessas 58, 50 são concur-
Abastecimento: o município não possui uma infra-estru- sadas e 8 não. Só existe um secundarista formado.
tura de armazenagem que possibilite o estoque dos pro-
dutos agrícolas. Por outro lado a capacidade de armaze- Saúde: as principais endemias rurais são: as gastroen-
namento do produtor é muito baixa, o que o obriga a terites, com dois a três casos de morte de crianças por mês
comercializar seus produtos assim que colhidos, dimi- no verão; as vermin9ses, bastante generalizadas entre a
nuindo a possibilidade de conseguir preços melhores por
aquilo que produz.

A infra-estrutura de transportes, a fluvial principalmente, é


adequada e suficiente, o que não ocorre com os serviços
prestados nesse setor. As deficiências desses serviços
população rural, e a malária, com dois casos mensais,
tendo sido registrados 40 em fev/75.
Em média são atendidas duas pessoas por mês, picadas
de cobra, e uma por acidentes no trabalho.
I
têm provocado a especulação de fretes, com aumento dos No campo da medicina preventiva são aplicadas as
preços dos produtos essenciais. vacinas BCG, BAV, a tríplice (DPT) e a Sabin. São reali-

USO POTENCIAL DA TERRA/471


zadas, ainda, vacinações ·contra sarampo, tétano, e anti- A maior aeronave capaz de pousar nessa pista é o DC-3,
rábica em cães. sendo utilizada, principalmente, por pequenos aviões dàs
companhias de táxis-aéreos. Duas delas, a NOTA e a
Todas as crianças do município são vacinadas pela Fun- SAGRES, mantêm vôos comerciais diários: Parintins-
dação SESP. Manaus, com escalas em Maués e ltaquatiara, e Parin-
tins-Belélm, com escalas em Santarém. ltaituba. Oriximi-
A principal campanha de endemias rurais é realizada pela ná, Obidos e Altamira. A FAB realiza vôos de emergência,
SUCAM, que aplica DDT em todas as casas do município, quando solicitada
duas vezes por ano.
Não existem outros campos de pouso na área do muni-
A sede do município conta com um hospital e uma unidade cípio.
sanitária mista - Fundação SESP - que atende adultos,
gestantes e crianças. A zona rural é desprovida de uni- d) Comunicações: está em fase de implantação na cidade a
dadel) sanitárias, sendo a sua população atendida pela rede telefônica, sistema automático. Atualmente Parintins
unidade da cidade só possui uma central telefônica, de onde se fala com
todas as partes do País, via Embratel.
O hospital geral possui 24 leitos e realiza cirurgias, partos,
cesarianas e faz clínica médica geral. Possui uma agência de correios e telégrafos, uma estação
radiodifusora (Rádio Alvorada), com 1 kW de potência, que
Existe um ambulatório, na unidade sanitária, que tem por
permanece no ar das 6 ás 22h, e várias estações de
finalidade básica realizar imunizações, tratamento pré-
radioamador.
natal e pediátrico, além de clínica geral
No município não chegam imagens de televisão de ne-
Três médicos e uma enfermeira diplomada atuam no nhuma região do País, por não haver estação repetidora
município, trabalhando no hospital geral e na unidade local Alguns aparelhos existentes captam, esporadica-
sanitária da Fundação SESP, não havendo nenhum consul- mente, imagens de Porto Rico.
tório médico particular.
O único jornal da cidade, "A Folha do Amazonas", tem
A assistência odontológica é prestada por um dentista, tiragem bastante reduzida e é publicado quinzenalmente. A
que possui o único consultório dentário da cidade. população recebe jornais de Manaus e Belém, distribuídos
diariamente por vendedores ambulantes
Todas as parteiras, ern número de 40, recebem cursos
rápidos todos os anos, através da Fundação SESP, e
notificam os partos e) Energia a ge_ração da energia local é termoelétrica, com
capacidade instalada de 1 .500kW, e dos 2.054 prédios
Serviços Básicos existentes 836 estão ligados à rede, o que significa que
apenas 47% da população são atendidos Não existe
eletrificação rural.
a) Transporte Rodoviário Parintins é servida por apenas
24km de estradas, assim distribuídos Parintins- Parana-
f) Saneamento Básico Parintins possui um sistema de
nema (1 Okm), Parintins-Macurani (Bkm) e Parananema-
abastecimento de água, com captação em poços arte-
Vila Cristina (6km) Está em fase de projeto a estrada Vila
sianos, que atende 58% da população.
Amazõnia-Juruti-ltaituba

Essas vias apresentam boas condições de tráfego durante Não é provida de rede de esgotos, valendo-se a população
todo o ano, não sofrendo danos significativos no período de fossas secas
das chuvas, apesar de não pavimentadas.
Somente o centro da cidade possui rede de galerias para
b) Transporte Fluvial· os principais rios navegáveis (com captação de àguas pluviais, com uma extensão que não
carga útil máxima possível de ser transportada durante ultrapassa a 300m.
todo o ano) são os seguintes:
HABITAÇÃO E URBANISMO o Município de Parintins
possuía, em 1975, 585 casas de bom acabamento e 7 123
Rio Amazonas (qualquer calado)
moradias de construção inferior (dados do Setor Ama-
zonas da SUCAM)
Paraná do Ramos (qualquer calado)
A estrutura urbana de Parintins é quadriculada e não
Rio Mamuru (50 t - jan/set e 10 a 20 t - out/dez)
existem áreas específicas para residências, comércio,
diversões, etc., sendo mista a ocupação do solo urbano.
Rio Uaicurapá (50 t - jan I set e 1O a 20 t - out/ dez)

I O porto e os serviços portuários locais são bastante


precários. A Fabril-Juta possui um porto em boas con-
dições, mas é de seu uso exclusivo.
No tocante à urbanização existem. hierarquização das vias
públicas somente no centro da cidade; adequação de
perfis, principalmente no bairro COHABAM; meios-fios
somente nas Avenidas Amazonas (principal do Centro),
Nações Unidas, Vicente Reis e nas Ruas Furtado Belém e
c) Transporte Aéreo: a cidade possui um aeroporto, com
uma pista não pavimentada, com 1.200m em condições Sá Peixoto; arborização na Avenida Amazonas e na Rua
precárias. Furtado Belém, e ajardinamento no Centro.

472/USO POTENCIAL DA TERRA


Como locais de recreação e cultura existem dois cinemas, Os instrumentos de pesca mais usados são a malhadeira,
um social (com sala de danças, somente), uma praça de o caniço, a tarrafa e o arrastão.
esportes em um dos colégios, um estádio de futebol com
capacidade para 3.000 pessoas e a praia de Uaicuruapá.
Principais Espécies Capturadas
Quanto aos equipamentos urbanos, possui três hotéis (um
de 2. a e dois de 3. a categorias), um restaurante de baixa Acari Dourada
categoria, uma delegacia de polícia, um presídio com Arauanã Pirarucu •
quatro celas, três bibliotecas, duas livrarias, quatro postos Carauaçu Tambaqui •
de abastecimento de combustível e três agências bancá-
Curimatã Tucunaré
rias (Banco do Brasil S.A., BASA e Banco do Estado do
Amazonas).
Espécies de maior incidência
Parintins conta com um plano diretor urbano elaborado
pelo então SERFHAU, mas ainda não implantado.
O período de maior abundância de peixe vai de agosto a
novembro, quando os lagos estão baixos.
4.9 - Município de Barreirinha (AM)
O maior entrave ao desenvolvimento do setor é o pequeno
Os dados foram coletados na prefeitura consumo.

ASPECTOS FÍSICOS: um dos menores municípios do Agricultura os principais produtos são juta e mandioca. o
Estado do Amazonas, Barreirinha possui uma área de milho, o arroz e o feijão são plantados apenas para
5.577km2 e limita-se com os Municípios de Maués, Parin- consumo no município.
tins e Uricurituba e com o Estado do Pará A sede muni-
cipal está a 16m de altitude e tem como coordenadas
geográficas 02°48' de latitude Sul e 57°04' de longitude Principais Culturas Envolvidas na Produção Agricola
WGr Dista, em linha reta, 353km da capital do estado. Ano: 1974

ASPECTOS DEMOGRÁFICOS: segundo o Censo Demográ- ÁREA


fico, moravam, em 1970, no município 13.998 pessoas, o CULTURAS CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
que representa uma densidade demográfica de 2,5 (h a) (I) (kg/ha)
hab/km2.
Arroz 18 21 1 200
Situação Domiciliar e Distribuição Etária da População Cacau 25 49 1 960
Juta fibra 355 426 1200
POPULAÇÃO ZONA FAIXAS ETÁÀIAS 13 20 1 500
ZONA Malva
TOTAL URBANA RURAL Mandioca 480 7 680 16 000
Oa 14 anos 15a59 anos +de 60anos

13 998 952 13 046 6 833 6 691 474


O paraná do Ramos é a principal região produtora e não é
comum fazerem-se cultivos consorciados.
Fonte: Censo Demográfico de 1970
Em Barreirinha não se empregam nem corretivos nem
ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS fertilizantes. Na várzea não há necessidade de pousio e na
terra firme planta-se dois anos seguidos e deixa-se o solo
Recursos Madeireiros: destacam-se entre as principais descansar durante três a quatro anos.
madeiras a itaúba, a cariúba, a andiroba e a sucupira. Em
funcionamento existe uma pequena serraria com capaci- As medidas de controle fitossanitário restringem-se à
dade para produzir quatro dúzias de tábuas por dia e, em saúva na mandioca e ao carieiro na juta.
montagem, uma grande serraria, de um empresário holan-
dês, que se destina a beneficiar madeira para exportação. É comum o hábito de consumir hortaliças, principalmente
tomate, couve, maxixe, quiabo e alface. Alguns lavradores
Extrativismo Vegetal: destaca-se a castanha, que é ex- plantam não só para consumo próprio mas, também, para
traída, principalmente, no rio Andirá. A produção de vender na cidade.
borracha é pequena e a de pau-rosa está paralisada. O açaí
e o patauá são abundantes mas não estão sendo apro- Toda a produção de juta e os excedentes de farinha de
veitados Do babaçu colhe-se apenas a palha, que é mandioca são exportados para Parintins.

I
remetida para Parintins. A castanha é exportada para
Belém, Manaus e Parintins. Os principais entraves ao desenvolvimento do setor são a
falta de títulos de propriedade das terras e o conseqüente
Nunca existiu cooperativa no setor. impedimento de obter crédito bancário.

Pesca: o peixe é a principal fonte de proteína animal do Pecuária: uma população bovina de pouco mais de 6.000
município e é capturado em grande quantidade no lago cabeças de mestiços de Nelore, Guzerá e Gir está distribui-
Meruxinga e em pequena escala no rio Andirá. da por cerca de 140 proprietários.

USO POTENCIAL DA TERRA/473


As várzeas do município chegam a suportar 10 cab/ha e na A Unidade Sanitária de Barreirinha (SESAU) possui ambu-
época das chuvas a capacidade de súporte da terra firme é latório e laboratório para verminoses, e é atendida por uma
de 3 cablha. irmã de caridade, enfermeira diplomada.
É comum a importação de reprodutores Nelore, Indu-Brasil Serviços Básicos
e Gir de Minas Gerais e a produção bovina é remetida "em
pé" para Manaus. a) Transporte Rodoviário: Barreirinha possui apenas uma
estrada de cerca de 2km, pavimentada com concreto, que
As principais doenças são a aftosa, a raiva e o mal-do-chi- liga a cidade ao porto do lago Pacu.
fre. A Secretaria de Produção vacina contra a aftosa de
quatro em quatro meses e em 1974 houve vacinação contra b) Transporte Fluvial: as principais vias fluviais são o
a raiva. paraná do Ramos e o rio Andirá, navegáveis durante todo o
ano.
A criação de suínos e aves é feita, unicamente, para
consumo caseiro. O porto possui um armazém flutuante, pertencente à
prefeitura.
O principal entrave ao desenvolvimento do setor é a falta
de financiamento. c) Transporte Aéreo· não existe campo de pouso no muni-
cípio.
Abastecimento: o município não possui unidades de ar-
mazenamento d) comunicações: não existe telefone no município e a
cidade possui uma agência postal telegráfica.
O paranà do Ramos e os rios Andirá e Maçauari constituem
as principais vias de intercâmbio do município e não Não há estação radiodifusora nem se captam imagens de
existem períodos de estrangulamento.
televisão.
Até mesmo gêneros alimentícios como o arroz e o feijão Não existe imprensa escrita e os jornais de Manaus só são
costumam ser importados de Parintins. recebidos pelos assinantes com dois dias de atraso.

lndustria além das serrarias já mencionadas, existe uma e) Energia: uma central elétrica da Celetramazon com dois
olaria que atende ao consumo local grupos geradores, um de 144kW e outro de 75kW, está
ligada a cerca de 50% da cidade.
O principal entrave ao desenvolvimento do setor é a falta
de capital. Com combustível pago pelos moradores e grupos gerado-
res pertencentes à prefeitura, estão supridas de eletricida-
Como lugares de potencialidades turísticas do município de as seguintes vilas: Pedras, Cametá, Boca do Andirá,
destacam-se as praias do rio Andirá Freguesia, Terra Preta do Castanha! e Ponte Alegre.

f) Saneamento Básico cerca de 80% da cidade está ligada


Serviços. apesar do comércio atender satisfatoriamente às à rede de água que é abastecida por um poço artesiano
necessidades básicas da população, as pessoas de mais com filtro
posses costuma~ abastecer-se em Parintins.
Quase todas as casas possuem fossa seca.
A agricultura é a atividade econômica que absorve maior
quantidade de mão-de-obra e o maior empregador indivi- HABITAÇÃO E URBANISMO: o município possuía, em
dual é a prefeitura 1975, 141 casas de bom acabamento e 2.670 moradias de
qualidade inferior (dados do Setor Amazonas da SUGAM).
Educação: Barreirinha possui um grupo escolar estadual,
que ministra ensino da 1. a à 8. a série a 445 estudantes A cidade de Barreirinha é quadriculada e possui cinco ruas
Na zona rural funcionam 70 escolas de classe única, em pavimentadas com concreto, duas ruas arborizadas, duas
convênio com o estado. praças e o uso do solo urbano é misto.

O corpo docente municipal é constituído por 14 normalis- Um centro social, com salão de baile e salão com palco
tas e 70 professoras leigas. para teatro, um clube social, só para dança, um campo de
futebol gramado com arquibancada e uma quadra cimenta-
Saúde: a ocorrência de casos de malária atualmente é rara, da com arquibancada constituem os locais de recreação de
a incidência de verminoses é elevada, assim como a de Barreirinha. ·
gastroenterites, que ainda provocam mortes de crianças,
mesmo na cidade. Os casos de lepr;i e de tuberculose são Uma delegacia com uma cela e uma pensão só para

I
raros. refeições constituem os outros equipamentos urbanos. A
cidade não possui plano diretor.
A SUGAM faz duas aplicações de DDT por ano em toda a
área municipal. 4.10 - Município de Maués (AM)

A Unidade Sanitária da Secretaria de Saúde (SESAU) As informações foram obtidas na prefeitura municipal, no
distribui medicamentos contra verminoses e gastroenteri- Escritório da ACAR, na Estação Experimental de Maués e
tes, além de aplicar vacinas nas crianças. na usina da Cia. Antártica Paulista.

474/USO POTENCIAL DA TERRA


ASPECTOS FÍSICOS: situado na zona fisiográfica do médio Principais Espécies de Pescado
Amazonas, limita-se com os municípios de Barreirinha,
Borda, Nova Olinda do Norte e Urucurituba, e com o Acará Pirarucu•
Estado do Pará. É o 14°. município do estaçlo em extensão Acari Tucunaré*
territorial, com uma superfície de 48.127km2. A sede muni- Jaraqui Tambaqui*
cipal está a 18m de altitude e dista 258km, em linha reta, Pacu
da capital do estado. As coordenadas geográficas da
cidade de Maués são: 03°23' de latitude Sul 57°93' de Espécies de maior incidência
longitude WGr.
Malhadeira, arrastão, anzol, flexa, "currico" (isca artificial)
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS: de acordo com o Censo e arpão, são os principais instrumentos empregados na
Demográfico de 1970 moram no município 24.095 pessoas captura.
e a densidade demográfica é de cerca de 0,5 hab/km2.
Situação Domiciliar e Distribuição Etária da População A pes.ca é mais rendosa de agosto a fevereiro, quando as
águas estão baixas.
FAIXAS ETÁRIAS No município funciona a Colônia de Pescadores Z-29
ZONA ZONA
TOTAL URBANA RURAL Mau és.
Oa 14 anos 15 a 59 anos + de 60 anos
O principal entrave ao desenvolvimento do setor é a falta
24 095 6 015 18 080 11 535 11 805 755 de frigorífico, o que faz com que o peixe tenha que ser
consumido no dia em que é pescado.
Fonte: Censo Demográfico de 1970
Agricultura: o que dá importância ao município de Maués é
a produção de guaraná - 280 toneladas em 1974. Atual-
ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS mente existem cerca de 7 .OOOha plantados. Entre os lavra-
dores assistidos pela ACAR, a produtividade oscila em
Recursos Madeireiros. destacam-se entre as madeiras torno de 625kg I ha Esses já usam calcário e adubos.
exploradas no município a vírola, a itaúba, o cedro e o
louro Atualmente a Cia Antártica Paulista está instalando uma
grande plantação de guaraná dentro da técnica desenvolvi-
Em Maués funcionam duas serrarias particulares que nor- da pela Estação Experimental da Embrapa, em Maués. No
malmente produzem de 20 a 40 dúzias de tábuas por dia e momento os experimentos dessa estação estão sendo
uma outra conjugada com oficina de marcenaria, perten- grandemente ampliados.
cente a uma instituição religiosa, que funciona como
escola profissional. Além do guaraná apenas a mandioca é cultivada, em larga
escala, no município. Entre os assistidos pela ACAR, a
A madeira em toras, principalmente de virola, é exportada
produtividade da mandioca varia entre 2 a 2,5t/ ha de
para Manaus, Oriximiná e o Sul do País. farinha
Extrativismo Vegetal: a castanha-do-pará, com uma pro-
Principais Culturas Envolvidas na Produção Agrícola
dução anual de 2.000hl, é o principal produto extrativo.
Como áreas de coleta destacam-se a dos rios Arari, Ano: 1974
Apoquitaua e a do lago Massauari Toda a castanha é
vendida no porto pelos donos de castanha!, para os ÁREA
comerciantes de ltaquatiara, onde ela é beneficiada CULTURAS CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
(h a) (t}
(kg/ha)

O pau-rosa ainda é encontrado na área dos rios Maués,


Apoquitaua, Paraconi e Abacaxis, mas atualmente não Arroz 30 36 1200
está havendo exploração O mesmo acontece com a serin- 30 36 1200
Cacau
gueira, que é encontrada nos rios Urupadi e Paraori. A
Feijão 25 38 1500
balata ocorre nas cabeceiras cios rios e nos chavascais. A
Juta fibra 160 160 1 000
sorva já não é encontrada nas partes baixas, mas ainda é
abundante nas cabeceiras dos rios O açaí prolifera em Milho 28 34 1 200
todas as cabeceiras dos rios Ainda como produtos extrati- Mandioca 75 1 350 18 000
vos existem no município o patauá, a bacaba e o babaçu.

A única consorciação usada no município é a mandioca


Maués já contou com nove usinas de extração de óleo com o guaraná Nas entrelinhas das covas do guaraná
de pau-rosa e atualmente existem apenas duas, que estão planta-se mandioca uma única vez.
paradas devido à descoberta de um sucedâneo sintético.
As principais regiões produtoras são os rios Preto, Apo-
Pesca: o peixe é a principal fonte de proteína animal da quitaua, Maués-Mirim e Cicantá.
população. Os lagos alimentados pelos rios de água-bran-
ca são .os mais piscosos. Dentre os paranás destacam-se As principais doenças que atacam o guaraná são a antrac-
os de água-branca, paraná do Ramos e Urariá. No municí- nose, o crestamento das folhas e o superbrotamento dos
pio ainda existe o peixe-boi. botões florais. Apenas 3% dos produtores aplicam medidas

USO POTENCIAL DA TERRA/475


de controle fitossanitário. Por outro lado, a mecanização Praticamente todos os produtos de subsistência são im-
reduz-se ao emprego de moto-serras nos desmatamentos. portados de Manaus.
Mesmo as hortas de fundo de quintal são pouco difundidas
e o consumo das hortaliças mais comuns na região - Indústria: em funcionamento só existe a usina de obtenção
tomate, pimentão e alface - é pequeno. de extrato de guaraná, que vai ser transferida para São
Paulo. Três usinas de extração de óleo de pau-rosa estão
paradas, devido à descoberta de similar sintético. No caso
A maioria dos produtores são de famílias antigas na região· do guaraná, o gerente da usina argumenta que fica mais
apenas cerca de 0,5% é de origem japonesa. ' barato transportar o guaraná em rama para São Paulo do
O guaraná em bastão é exportado, principalmente, para que trazer o álcool e depois levar o extrato de volta. Para a
Mato Grosso. Pequena quantidade é distribuída para ou- instalação de outras indústrias o principal entrave é a
proximidade de Manaus.
tras pr~ças por compradores de Manaus e de São Paulo. o
guar~na e~ r~ma (sementes torradas e descascadas) é
vendido pnnc1palmente para as fábricas de refrigerantes Os atrativos turísticos são as praias que ficam em frente à
de São Paulo. cidade e as da ponta da Maresia

A Cia. Ar:tártica Paulista possui em Maués uma usina para Serviços. o comércio local satisfaz às necessidades da
a obtençao do extrato de guaraná, mas pretende transferi- população apenas em produtos de subsistência, e os
la para São Paulo insumos necessários à produção têm que ser comprados
em Manaus
O setor possu} uma cooperativa assistida pela ACAR Em
1974 re~~1u tres toneladas de sementes de guaraná e está A lavoura de guaraná absorve a quase totalidade da mão-
tendo dificuldades de comercializar esse estoque de-obra do município

O único entrave ao desenvolvimento do setor é a falta de Educação: a cidade possui um ginásio estadual que minis-
titulação das terras, que impede a obtenção de crédito, tra ensino da 1 a à 8 a série e mais cinco grupos escolares
po1s a chamada "Lei dos Sucos" abriu novas perspectivas da 1 a à 4a série Desses, um é do estado, três funcionam
para a cultura do guaraná e, além disso, há procura do em prédios da prefeitura com professoras pagas pelo
produto pela indústria farmacêutica estrangeira, principal- estado e um pertence a uma congregação de freiras Está
mente a Japonesa Entretanto, deve-se ressaltar que ainda previsto para 1976 o início do 2 o grau, com os cursos
ex1stem problemas agronômicos sérios, como o da defini- pedagógicos e de comércio Na zona rural funcionam 112
ção das variedades, mas que estão sendo atacados com escolas de classe única 60 totalmente da prefeitura e 52
afinco pela Estação Experimental de Maués. em convênio com o estado Estudam na cidade 2.723
crianças e no interior 2 836 O corpo docente é formado por
Pecuária. a principal fonte de proteína animal é peixe 92 normal istas e 11 O professoras leigas
0
seguido da carne bovina '
Saúde: o município sempre foi muito malarígeno e o
Um rebanho bovino de 17 a 18 mil cabeças de mestiços de trabalho da SUGAM ainda não controla a endemia eficien-
Indu-Brasil, Guzerá e Nelore está distribuído entre cerca de temente, no interior. A incidência de verminose é 'elevada
130 propriedades de fácil acesso durante todo o ano. mas só raramente ocorrem casos de obstrução intestinal:
em crianças do interior, por ascaris (lombriga) Ainda
O sistema de criação é extensivo, tanto na várzea como na existem uns poucos leprosos e a incidência de tuberculose
terra firme. Para esta as melhores forrageiras são a bra- é baixa As gastroenterites são cumuns entre as crianças,
chiaria e o colonião, que chegam a suportar 3 a 4 cab/ ha. A mas os casos de morte são raros.
capacidade média de suporte das pastagens é de 4 a 5
cab/ h a na várzea e 2 cab/ h a na terra firme. Não se A SUGAM realiza duas dedetizações por ano; a FSESP
importam matrizes e apenas um pequeno número de distribui vermifugos e imuniza as crianças que compare-
reprodutores Indu-Brasil tem sido comprado do Pará e da cem à Unidade Sanitária Além disso, em colaboração
~a h ia O g~do. é pouco afetado por doenças e entre elas
com a prefeitura, vacina as crianças do interior e faz
tem 1mportanc1a a aftosa e a raiva, que são controladas campanhas para a construção de fossas.
pelas vacinações feitas pela ACAR, pelo próprio produtor e
por um técnico agrícola autônomo que dá assistência a A Unidade Sanitária da FSESP possui ambulatório e faz
alguns criadores medicina preventiva. A Unidade Sanitária Mista de Maués
da Secretaria de Saúde (SESAU) possui ambulatório, equi-
A prefeitura possui um matadouro, mas a maioria do gado pamento de Raios X, laboratório, sala de cirurgia e 38
é exportada "em pé" para Manaus leitos. Na Unidade da FSESP trabalha um médico e a da
SESAU dispõe de dois médicos, um dentista e uma
O entrave principal ao desenv.olvimento da pecuária é o enfermeira diplomada.

I
mesmo da agricultura: a falta de titulação das terras, que
impede a obtenção de crédito Serviços Básicos

a) Transporte Rodoviário· todas as estradas de Maués são


Abastecimento: o único armazém existente para a estoca- municipais - Maués-Marais com 6km, Maués-Miri com
gem do guaraná pertence á Cia. Antártica Paulista. 4km, Miri-Aeroporto com 1 ,5km, Maués-Santa Tereza com
2km, Aeroporto-Matadouro com 0,5km, Aeroporto-São
Todo o intercâmbio com outras áreas é feito por via fluvial .loão com 2km, Miri-Marais com 4km, Miri-Guaranatuba
durante todb o ano. com 6km e Boa Vista-Vila Manaus com 4km Essas estra-

476/ USO POTENCIAL DA TERRA


das dão passagem durante todo o ano, pois as chuvas Três clubes sociais, um campo de futebol com arquiban-
causam poucos danos. cada pertencente à prefeitura e três quadras cimentadas
para basquete, futebol de salão, etc. são os locais de
Há promessa de construção de uma estrada ligando Maués recreação da cidade.
a ltaituba.
Como equipamentos urbanos a sede do município possui,
b) Transporte Fluvial: as principais v1as fluviais do municí- ainda, três hotéis, dois restaurantes, uma delegacia com
pio são: rio Maués, rio Urupadi, rio Apoquitaua, rio Parao- quatro celas, um posto de abastecimento da Petrobrás,
ri, rio Arari, rio Abacaxis, paraná do Ramos e paraná situado na margem do rio, que atende a carros e a
Urariá. Todos são navegáveis, durante todo o ano, por embarcações, e dois postos de abastecimentos situados
embarcações de até 100 toneladas. em flutuantes.

Não existe nenhuma instalação no porto. Maués não possui plano diretor.

c) Transporte Aéreo: com uma pequena casa para abrigar


os passageiros, o aeroporto local dispõe de uma boa pista 4.11 - Município de Urucar~ (AM)
de terra batida com 1 .800m de extensão, onde tem pousa-
do até o Búfalo da FAB. As informações foram obtidas na prefeitura e no Escritório
da ACAR.
Tanto a NOTA como a SAGRE fazem três vôos semanais
ASPECTOS FÍSICOS: situado na zona fisiográfica do mé-
para Maués. A FAB faz um pouso semanal para Manaus e dio Amazonas, limita-se com os municípios de Airão,
outro para Belém Nhamundá, Urucurituba, e ltapiranga. É o 20!' município
do estado em extensão territorial e possui uma área de
Nas cabeceiras do rio Parauari há uma pista de pouso
37 777km2. A sede municipal está a 17m de altitude e dista
pertencente a um garimpo
261km, em linha reta, da capital estadual. A cidade de
Urucará possui as seguintes coordenadas geográficas:
d) Comunicações: a cidade possui um sistema telefônico
02°33' de latitude Sul e 57°45' de longitude WGr.
semi-automático com seis aparelhos instalados e, via
Embratel, fala-se com todo o pais
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS: conforme o Censo Demo-
gráfico de 1970, moram no município 6.550 pessoas e a
Não existe estação radiodifusora, mas ouve-se todo o país densidade demográfica é de aproximadamente 0,2
e captam-se imagens da televisão de Caracas. Não existe hab/km2.
imprensa escrita, mas os jornais de Manaus, do dia
anterior, podem ser comprados de vendedores ambulan- Situação Domiciliar e Distribuição Etária da População
tes.
ZONA ZONA FAIXAS ETÁRIAS
A cidade possui uma agência postal telegráfica. TOTAL
URBANA RURAL Oa 14 anos 115 a 59 anos I+ de60anos
e) Energia: as Centrais Elétricas do Amazonas (Celetrama-
zon) têm em funcionamento dois grupos geradores: um de
6 550 2103 4 447 3 244 I 3.044 I 262

300kW e outro de470kW. A rede distribuidora atende a 716 Fonte: Censo Demográfico de 1970
usuários, ou seja, 70% da cidade. As seguintes localida-
des possuem eletricidade produzida por grupos geradores ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS
da prefeitura: Vila Mucajá, Nova Brasília, São Pedro de
Paracuni, Boa Vista, São José do Massanária e São José Recursos Madeireiros: dentre as madeiras existentes no
da· Pedreira.
município praticamente só são exploradas a itaúba e a
virola. Essas duas madeiras são vendidas em toras para
f) Saneamento Básico: um sistema de abastecimento de Manaus.
água construído pela FSESP atende cerca de 70% da
cidade. A água é éaptada em dois poços artesianos e Na cidade há uma serraria de propriedade individual com
filtrada. capacidade de 20 dúzias de tábuas por dia.
Uma minoria das casas possui fossa séptica, mas a quase Extrativismo Vegetal: a castanha-do-pará, com uma prq-
totalidade dispõe de fossas secas. dução de 4.000hl anuais, e o pau-rosa são os únicos
produtos extrativos de importância.
A galeria de águas pluviais totaliza 350m: 250m numa rua e
1OOm em outra, ambas na parte central da cidade. As principais áreas produtoras de castanha são o
Uatumã, o rio Jatapu e o lago Castanho. O pau-rosa é
HABITAÇÃO E URBANISMO: o município possuía, em

I
extraído no rio Uatumã e no igarapé do Tapera.
1975, 345 casas de bom acabamento e 6.553 casas de
construção inferior (dados do Setor Amazonas da SUGAM). Os coletores de castanha, em geral, são financiados pelos
proprietários de regatões (embarcações que vendem ou
A cidade possui estrutura em xadrez e o uso do solo trocam mercadorias e compram ou recebem em troca
urbano é misto. Cerca de 40% das ruas têm calçamento de produtos extrativos) que recolhem a mercadoria e vendem
concreto e meio-fio, sendo que a rua em frente ao rio é para comerciantes da cidade que, por sua vez, revendem
arborizada. Há, ainda, uma praça arborizada e ajardinada. para os beneficiadores em ltaquatiara e Óbidos.

USO POTENCIAL DA TERRA/477


Nenhuma cooperativa serve o setor. Não é comum o plantio de frutas e verduras, nem existe o
hábito de consumi-las.
Pesca: 0 peixe é a principal fonte de proteína animal n~
município e é capturado, principalmente, no rio. Uatuma Nunca existiu cooperativa no município
(rico em pfrarucu), no rio Jatapu e no lago do Anpuru. O
período de maior fartura vai de setembro a novembro. O A juta é exportada para Parintins e o arroz e a farinha de
mês de fevereiro é o de maior escassez de peixe. mandioca para Parintins e Manaus.

O setor conta com a assistência técnica da ACAR e o


Principais Espécies de Pescado principal obstáculo ao seu desenvolvimento é a falta de
titulo definitivo das terras que dificulta o acesso ao
Acari (Bodó) Pacu• crédito.
Curimatã Tambaqui•
Pecuária. com uma população aproximada de 6.000 cabe-
Jaraqui Tucunaré
ças, o rebanho bovino de Urucará é composto, principal-
mente, de mestiços de Zebu com "pé-duro" e alguns
• Espécies de maior incidência
reprodutores Nelore Entre os criadores predominam os
que possuem pequeno número de reses, devendo o seu
O arrastão, nos rios e paranás, e o espinhei, nos lagos, são número estar atualmente em torno de 60
os principais instrumentos de captura empregados A
malhadeira é pouco usada Ainda predomina o sistema de' criação extensivo nos
terrenos de várzea, porém os produtores assistidos pela
O principal entrave à expansão do setor é a falta de ACAR usam o sistema de rotação de pastos
consumo, uma vez que a inexistência de frigorífico e de
embarcações providas de caixa térmica faz com que o O município importa reprodutores Nelore, geralmente, de
consumo do pescado fique restrito à população municipal Parintins

_Agricultura. afora as culturas recém-introduzidas de cacau Não existe matadouro no município e o gado é exportado
e guaraná, onde já se empregam corretivos e técnica "em pé" para Manaus
adequada, o agricultor do município ainda usa sistemas
primitivos. As verminoses, a aftosa, a raiva e as doenças carenciais
(mal-dos-chifres e raquitismo) são as principais moléstias
Em ordem de importância destacam-se as lavouras de que atacam o gado. Os animais dos criadores assistidos
mandioca, arroz e juta pela ACAR são imunizados regularmente contra a aftosa e
a raiva, com vacinas fornecidas pelo Ministério e pela
Principais Culturas Envolvidas na Produção Agricola (Ano: 1974) Secretaria da Agricultura
A suinocultura e a avicultura restringem-se a animais de
ÁREAS quintal
CULTURAS CULTIVADAS PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
(h a) (I) (kg/ha) Nunca existiu cooperativa no setor

Arroz 60 72 1 200 O principal fator limitante ao desenvolvimento da oecuária


Cacau 12 4 400 é o mesmo da agricultura falta de financiamento decorren-
Juta fibra 140 168 1 200
te da não-titulação das terras
Mandioca 190 3 040 16 000
Abastecimento. o município não possui unidades de arma-
zenamento
Mandioca x guaraná, mandioca x cacau são as consorcia-
ções mais empregadas. O regime dos rios que banham o município não cria
problemas ao abastecimento. Apenas feijão, de Alenquer,
e leite em pó e manteiga, de procedência variável, são
importados para consumo da população
As principais regiões proc!utoras são
lndustria o município conta com uma máquina de benefi-
Mandioca: Colônia do Amanari, Estrada e Marajá. arroz ciar arroz pertencente a uma organização religiosa (Cetru),
Taboari, Amanari e Marajá, juta: Paraná do Beju, cacau uma olaria, da prefeitura, duas usinas de extração de óleo
Estrada e Amanari; guaraná Estrada, Amanari, Marajá e de pau-rosa e 12 estabelecimentos de construção naval
Soro roca
A produção anual desses estaleiros é de cerca de 40
As áreas de terra firme são cultivadas durante dois ou três embarcações de 6 a Bm de comprimento Na época da

I anos e deixadas em descanso durante quatro ou cinco


anos. Os terrenos de várzea não necessitam de pousio

As principais pragas que atacam a lavoura são: na man


dloca, a lagarta militar, e no arroz, o chupão As doenças
coleta desses dados estava-se construindo um barco de
35m

As principais potencialidades turísticas são a vila de


Santarém, com o rio cheio de ilhas e praias, a vila Amauri,
que têm sido encontradas são a vassourinha, na mandio- pela água esverdeada, e a comunidade Paurá, pela vista
ca, e o bruzone, no arroz panorâmica que oferece.

478/ USO POTENCIAL DA TERRA


Serviços: o comércio satisfaz às necessidades básicas da Não existe estação de radiodifusão mas são captadas
pqpulação, mas não tem condições de fornecer insumos diversas estações do Brasil e do exterior e as imagens de
para a lavoura e a pecuária. televisão de Manaus.

A lavoura absorve a maior quantidade de mão-de-obra O ginásio publica um boletim que é vendido na cidade. Os
seguida da pecuária. ' jornais de Manaus só são obtidos por intermédio de
passageiros ou tripulantes dos rrwtores de linha.
Educação: Urucará possui apenas um ginásio estadual que
fornece ensino da 1. a à 8. a série a cerca de 800 alunos. Na e) Energia: a energia é fornecida por uma central termoelé-
zona rural a prefeitura mantém 17 escolas. de classe única, trica das Centrais Elétricas do Amazonas (Celetramazon) e
que atendem a 777 alunos da 1. • à 4. a série. O corpo
90% da cidade estão ligados à rede. A vila de São Sebas-
docente é formado de 29 professores normalistas e seis
tião tem luz de grupo gerador da Celetramazon e está com
leigas. 100% das casas ligadas à rede. A vila de Marapazinho
possui um grupo gerador pertencente à comunidade e
Saúde: a malária está controlada, ocorrendo apenas casos
também, está com 100% das casas I igadas à rede. As vi la~
esporádicos. A incidência de verminoses é moderada na de Santana, de Amanari e do Castanha! possuem grupos
cidade, mas muito alta na zona rural. Antes da instalação geradores pertencentes à prefeitura e a percentagem de
da unidade sanitária, mesmo na cidade, a mortalidade ligações varia entre 70 e 90% das casas.
infantil por gastroenterite não era baixa. Entretanto, na
zona rural ainda ocorrem esses fatos. São conhecidos f) Saneamento Básico: toda a cidade está ligada à rede de
quatro casos de lepra e. anualmente, são mandadas para abastecimento de água, que é obtida de poço artesiano e
tratamento cerca de dez pessoas com tuberculose. A tratada com cloro. Cerca de 80% da vila de São Sebastião
hepatite é comum na cidade. são abastecidos com água de poço artesiano não tratada.
A SUCAM realiza normalmente duas dedetizações por ano. Poucas casas são dotadas de fossas sépticas; quase todas
A Unidade Mista de Urucará da Secretaria de Saúde possuem fossas secas.
(SESAU) fornece medicamento para verminoses. Além
disso, pratica as imunizações correntes nas crianças de HABITAÇÃO E URBANISMO: o município possuía, em
todo o município. 1975, 65 casas de bom acabamento e 2 044 moradias de
construção inferior (dados do Setor Amazonas da
A Unidade Mista de Urucará possui ambulatório, sala para
SUCAM).
pequenas cirurgias, 20 leitos, laboratório, aparelhagem de
Raios X e gabinete dentário. Nela trabalham dois médicos,
um dentista e três enfermeiras práticas. Além disso, A estrutura da cidade de Urucará é quadriculada e o uso do
a pr.elazia de Urucará possui equipes volantes que fazem solo urbano é misto.
curativos.
Cerca de 90% da cidade possuem calçamento de concreto
e meio-fio. A explicação dada para esse fato é a de que um
Serviços Básicos prefeito usou a verba do Fundo Rodoviário para pavimentar
as ruas. Cerca de 20% da cidade estão arborizados e pos-
a) Transporte Rodoviário: o Município de Urucará possui suem duas praças não ajardinadas.
37km de estradas não revestidas, sendo 1Okm de Urucará a
lago de Castanho, 15km de Urucará a Amanari, 2km, já
construidos, da estrada que ligará Urucará a São Sebastião Para recreação existem dois clubes sociais, só com salão
e 10km da comunidade de Sororoca às colônias. No de dança, um cinema, dois campos de futebol sem arqui-
inverno essas estradas só dão passagem a veículos que bancada e uma quadra cimentada.
possuem tração nas quatro rodas.
Como equipamentos urbanos, Urucará conta, ainda, com
b) Transporte Fluvial: os rios Uatumã e Maripá e o paraná uma del_egacia, um presídio de duas celas e um posto de
de Urucará são navegáveis durante todo o ano e o lago abastecimento para barcos, com combustíveis e lubrifican-
Marajá só na época das cheias. tes

Está sendo elaborado um plano diretor para a cidade.


O posto possui apenas escadaria. Há projeto para a
construção, em 1976, de um ancoradouro, pelo estado ou
pelo DNPVN. 4.12 - Município de ltapiranga (AM)

c) Transporte Aéreo: o município não pos:>ui pista de Os dados foram levantados na prefeitura local

I
pouso. ASPECTOS FÍSICOS. com uma área de 19.996km2 situa-se
na zona fisiográfica do médio Amazonas e limita-se com
d) Comunicações: a cidade de Urucará possui serviço os Municípios de Silves, Airão, Urucará e Urucurituba.
telefônico manual e está ligada à rede de microondas da
Embratel. A sede municipal está a 18m de altitude, tem como
coordenadas geográficas 02°45' de latitude Sul e 58°01' de
Uma agência postal telegráfica atende a população da longitude WGr. e dista, em linha reta, 227km da capital do
cidade. estado.

USO POTENCIAL DA TERRA/479


Agricultura: a principal lavoura do município é da juta, a
FAIXAS ETARIAS com uma produção de 500t em 1974, que deve duplicar em
ZONA ZONA
TOTAL 1975. Seguem-se a mandioca, o arroz, o milho, o feijão-da-
URBANA RURAL Oa 14 anos 15 a 59 anos +de60anos praia e cacau.
2 646 6 77 1 969 1 295 1 242 109
A consorciação de culturas, praticamente, não é usada.

Fonte: Censo Demográfico de 1970 As principais áreas produtoras de juta são as várzeas.

Não se empregam corretivos e fertilizantes e apenas uma


ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS pequena quantidade de inseticida é usada.
Recursos Madeireiros. a itauba, a jacareuba e diversas As principais pragas agrícolas são a·saúva, na mandioca;
espécies de louro são as principais madeiras exploradas aves, como a rolinha, o periquito e o maracanã, no arroz, e
no município. Além disso, contam-se também: sucupira, os macacos, no milho.
virola, arurá, amarelinho e maçaranduba

Existe, em funcionamento, uma pequena serraria que tira Principais Culturas Envolvidas na Produção Agrícola
8 dúzias de tábuas por dia e está em instalação uma outra
para 40 dúzias, em oito horas de trabalho. ARÉA
CULTURAS CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
Praticamente, toda a madeira destina-se ao mercado inter- (ha) (I) (kg/ha)
no Mesmo as tábuas vão para Manaus.
Arroz 20 24 1 200
Extrativismo Ve_getal. uma produção de 500hl anuais de
Juta fibra 550 715 1 300
castanha é obtida no rio Uatumã. Nas cabeceiras do
Mandioca 400 4 400 11 000
mesmo rio são colhidas cerca de 2t de borracha. Com uma
produção atual de 100 tambores de essência, por ano, Milho 13 11 800
estão se extinguindo as reservas do pau-rosa O açaí,
existente nas várzeas. só é aproveitado pela população A terra firme produz mandioca e arroz durante dois a três
local para o preparo do vinho anos seguidos e necessita ficar em pousio durante cinco
anos
A castanha é embarcada, quase toda, para ltaquatiara
Apenas uma pequena parte vai para o Estado do Pará. Em A fruticultura e a horticultura são pouco difundidas e o
geral é vendida, sem intermediários, pelo dono do casta- hábito de consumo é restrito. Plantam-se, em pequena
nha! escala, abacate, banana e laranja e cultivam-se, em fundo
de quintal, tomate, couve e alface
Pesca: o peixe é a principal fonte de proteína animal do
município A maior parte da produção é obtida nos lagos O principal entrave ao desenvolvimento do setor é a falta
do Santos. Jarucu. do Arroz, Aricuru e Mabará de financiamento e de mercado comprador

O arpão, o anzol e a tarrafa são os intrumentos de pesca PecJLária. um pequeno rebanho de mestiços de Nelore e de
mais usados. A malhadeira é pouco empregada Gir é criado solto na várzea e nos pastos de terra firme O
boi "em pé" é exportado para Manaus e ltaquatiara

Principais Espécies de Pescado As principais doenças que afetam o gado são a aftosa e o
mal-do-chifre.
Curimatã Pirarucu·
Jaraqui Sardinha
A Secretaria de Produção (SEPROR) fornece gratuitamente
Pacu
a vacina contra aftosa e deu um curso para ensinar aos
Tambaqui
fazendeiros a maneira de aplicá-la.
Pescada Tucunaré
O principal entrave ao desenvolvimento do setor é a falta
Espéc1es de maior incidência
de capit.al.

Abastecimento: o município não possui nenhuma unidade


A unica espécie de produção conhecida é o Pirarucu, com
de armazenamento. Não há período em que as vias de
cerca de 30t anuais de peixe seco.
acesso dificultam o abastecimento. ltapiranga em algumas
épocas importa, de Manaus e ltaquatiara, até os gêneros
A pesca alcança maior volume, de setembro a novembro,
alimentícios mais essenciais como farinha, arroz e feijão.

I
quando as águas estão baixas.
Indústria apenas uma pequena usina de beneficiamento
Não existem no município pescadores profissionais. Qua-
de arroz funciona no município.
se toda a população pesca quando não tem trabalho na
lavoura ou no extrativismo.
Pela beleza da paisagem apresentam potencialidade tu.rís-
O maior entrave ao desenvolvimento do setor é, no mo- tica o rio Uatumã e o lago Madruba e, por cooter mUltas
mento, a falta de uma fábrica de gelo. plantas de vitória-régia, o lago Jurucu

480/USO POTENCIAL DA TERRA


Serviços: o comércio satisfaz, unicamente, às neces- HABITAÇÃO E URBANISMO: o mun1c1p1o possuia, em
sidades básicas da população e o seu movimento sofre 1975, 19 casas de bom acabamento e 813 moradias de
grande queda no periodo da entressafra. construção inferior (dados do Setor Amazonas da SUGAM).
A agricultura é o setor que absorve maior quantidade de A cidade é quadriculada e o uso do solo urbano é misto.
mão-de-obra. ·
Duas ruas totalizando 450m possuem meio-fio e calça-
Educação: funcionam em ltapiranga três grupos escolares mento
estaduais, que atendem a 471 estudantes da 1. a à 7 ... série. Dois clubes sociais, um campo de futebol sem arquiban-
Na zona rural funcionam 21 escolas de classe única, sendo cada e uma quadra em terra são os locais de diversão de
17 em convênio com o estado e quatro, unicamente da
ltapiranga.
prefeitura, que ministram ensino da 1. a à 4. a série a 493
alunos. Uma pensão, um restaurante no mercado, um posto de
abastecimento de combustíveis e lubrificantes montado
O corpo docente municipal é constituido de 11 norma- em um flutuante e uma delegacia com uma cela cons-
listas e 21 professoras leigas. tituem os demais equipamentos urbanos de ltapiranga.
Saúde: o municipio foi muito malarigeno mas, depoi,s da A cidade não possui plano diretor.
aplicaÇão do DDT, a ocorrência de casos tornou-se espo-
rádica. A incidência de verminoses ainda é elevada. As
gastroenterites são muito comuns entre as crianças da 4.13 - Municipio de ltaquatiara (AM)
zona rural, mas com letalidade baixa. Os casos de lepra e
de tuberculose são poucos numerosos As informações foram obtidas na prefeitura, na Exatoria
Estadual de Rendas e no Escritório da ACAR
A SUGAM faz duas dedetizações anuais em todas as casas
do municipio e a unidade sanitária distribui remédio contra ASPECTOS FÍSICOS· situado na zona fisiográfica do
as verminoses e vacina todas as crianças da cidade e do médio Amazonas, limita-se com os Municípios de Au-
interior que comparecem. tazes, Careiro, ltapiranga, Manaus, Nova O linda do Norte e
Urucurituba. É o 37. 0 município do estado em extensão
A Unidade Sanitária da Secretaria de Saúde (SESAU} territorial, com uma superfície de 8.000km2
possui ambulatório e conta com um médico que faz
medicina curativa e preventiva. Na sede do Sindicato Ruraj A sede municipal está a 18m de altitude e dista 176km, em
há um consultório dentário onde trabalha um dentista linha reta, da capital do estado e possui as seguintes
diplomado. coordenadas geográficas 03°09' de latitude Sul e 58°27' de
longitude WGr.
Serviços Básicos
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS: segundo o Censo Demo-
a) Transporte Rodoviário: o mun1c1p1o conta com uma gráfico, moravam, em 1970, no município 37 346 pessoas e
estrada construida com verba federal, de 6km, que liga a densidade demográfica era de 4, 7 hab/ km2
ltapiranga ao lago Madruba, com um ramal de 2km para
Terra Nova.
Situação Domiciliar e Distribuição Etária da População
b) Transporte Fluvial: a cidade é banhada pelo paraná de
ltapiranga e o ancoradouro não possui nenhuma insta- ZONA ZONA
FAIXAS ETARIAS
lação. TOTAL
URBANA RURAL
Oa 14 anos 15 a 59 anos +de60anos
c) Transporte Aéreo: o municipio não possui campo de
37 346 15 821 21 525 18 746 17 295 1 305
pouso.
Fonte: Censo Demográfico de 1970
d) Comunicações: não existe serviço de telefonia, estação
radiodifusora, imprensa escrita e não se capta imagem de
televisão. ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS

ltapiranga possui uma agência postal telegráfica Recursos Madeireiros: no município não existe mais ex-
ploração de madeira; entretanto, alimentadas por toras.
e) Energia: uma central termoelétrica da Cetetramazon vindas de outras áreas funcionam quatro serrarias: Serraria
com dois grupos geradores de 170kW, que trabalham Progresso, Nibro do Amazonas S.A., ltacoatiara Industrial
alternadamente, fornece luz a cerca de 60% da cidade. S.A. e Obras Sociais Cerâmica e Serraria.

Não existe energia elétrica nos núcleos do interior do A maioria da madeira serrada destina-se ao mercado
municipio.

f) Saneamento Básico: cerca de 70% da cidade estão liga-


dos à rede de abastecimento que distribui a água captada
no igarapé São Tomé e tratada com cloro.
externo. Apenas uma pequena parcela é consumida local-
mente.

Extrativismo Vegetal: apenas a sorva tem importância


econômica com uma produção de 78.484kg em 1975. A
batata e um pouco de castanha coletada na área do rio
I
Em ltapiranga só existem fossas secas, mas seu uso é Arari completam o quadro do extrativismo vegetal. Vale
generalizado. rembrar que, nas estatísticas, o Municipio de ltaquatiara

USO POTENCIAL DA TERRA/481


figura como grande produtor de castanha e borracha, Só é comum o emprego de corretivos e fertilizantes, entre
porque muitos municípios remetem o produto para benefi- os plantadores de guaraná e de cacau, assistidos pela
ciamento ou embarque em ltaquatiara e as partidas que ACAR. Nas várzeas e nas áreas de terra-preta não há
chegam sem certificado de origem são registradas como necessidade de pousio. Já no latossolo amarelo da terra
sendo de ltaquatiara. firme, depois de cada colheita, há necessidade de deixar o
terreno em .capoeira durante uns quatro ou cinco anos.
Pesca: o pescado é a principal fonte de proteína animal
. da população. Os tocais de maior potencialidade pesqueira Já são bem difundidas as medidas de controle fitossani-
são os lagos Canaçari, Arari, do Agostinho e do Taperebá. tário e até lavradores que não são financiados procuram
Nos rios os peixes só são verdadeiramente abundantes na espontaneamente orientação da ACAR. No município os
época da piracema, de maio a setembro. lavradores assistidos pela ACAR só podem plantar se-
mentes compradas na Agência da Secretaria de Produção.
Os instrumentos de pesca mais utilizados são o arrastão, a
malhadeira e o espinhei. Além da saúva, que é bem controlada, destacam-se entre
as pragas o carieiro da juta e a lagarta-rosca do milho.
Principais Espéc.ies de Pescado
----- Nenhuma cultura é mecanizada.
Curimatã Pirarucu *
Jaraqui • Sardinha A fruticultura é pouco difundida e apenas em fundo de
Pacu Tambaqui • quintal encontram-se plantações de abacaxi, laranja e
Pescada Tucunaré banana. O mesmo ocorre com a horticultura, pois não
existe o hábito de consumir verduras.
Espécies de maior incidência Praticamente não existem imigrantes engajados na produ-
ção agrícola.
O período de maior produção de pescado vai de junho a
dezembro Em ltaquatiara funciona a Colônia de Pesca Z-5, Os excedentes dos produtos de subsistência são vendidos
que presta assistência através do Funrural e procura para Manaus. A juta e a malva são exportadas em fardos
restringir a pesca aos seus associados, o que, entretanto, para Manaus e o Sul do País.
não consegue porque apenas 10% dos pescadores vivem
exclusivamente da profissão. Existe uma cooperativa com galpão, máquina de beneficiar
arroz e outras instalações, que está em recesso.
São entraves à expansão do setor: a falta de equipamento e
organização, de consumo e conservação, tanto que é O principal entrave ao desenvolvimento do setor é a falta
normal à tarde os barraqueiros do mercado jogarem no rio de titulação das terras, que impede a obtenção de finan-
os peixes que não conseguiram vender. Existe uma fábrica ciamento. Em seguida vem a falta de uma infra-estrutura
de gelo que fornece até para navios e está em construção para o fornecimento de insumos e a comercialização.
um frigorífico.
Pecuária: o rebanho bovino é estimado em 25.000 cabeças
Agricultura: a juta é o principal produto, com uma de mestiços de Nelore, Gir, Guzerá e Indu-Brasil. A ACAR
colheita de 4.644t em 1974; em seguida vêm a mandioca e está aconselhando o cruzamento de touro meio sangue
o cacau com uma produção de 200!. Têm, ainda, impor- holandês com matrizes Guzerá.
tância as culturas da malva, do milho e do arroz. A pers-
pectiva de exportação para a Europa e o Japão vem esti- No conjunto de municípios assistidos pelo escritório da
mulando o plantio do guaraná e está em formação uma ACAR de ltaquatiara existem cinco fazendeiros tradi-
área de 1OOha de seringueiras. ciona·ls com mais de 1 000 cabeças de gado, dois projetos
já instalados com mais de 1.000 cabeças e um em insta-
lação, também do mesmo porte
Principais Culturas Envolvidas na Produção Agrícola
Ano: 1974 Entre os assistidos da ACAR o sistema criatório predo-
minante é o de pastos divididos; nos demais é o extensivo.
AREA
CULTURAS CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE Na terra firme com os pastos divididos em quadras de 1ha,
(h a) (I) (kg/ha) a capacidade de suporte alcança 7 cab/ ha. Na várzea se
eleva a 1O cab/ ha.
Arroz 175 210 1 200
Cacau 770 231 300 Normalmente são importados do Pará e do Triângulo
Feijão 95 143 1.500
Mineiro, através do Ministério da Agricultura e da Secre-
Fumo
taria de Produção, reprodutores Guzerá, Nelore e Indu-
135 81 600
Brasil. As matrizes, em geral, também são importadas de

I
Juta fibra 3 930 5109 1300
outros estados porque, no Amazonas, com a finalidade de
Malva 160 208 1300 aumentar o rebanho estadual, tanto o Banco do Brasil
Mandioca 270 3.240 12.000 como o Banco do Estado só financiam á compra de
matrizes se elas forem adquiridas fora do estado.

Não é comum a consorciação de lavour;is; apenas cos- O boi é exportado "em pé" para Manaus (Frigomasa) por
tumam sombrear as plantações jovens de guaraná, com via fluvial ou pela estrada d~ rodagem. Na cidade o gado é
mandioca e as de cacau, com bananeiras. abatido no matadouro municipal.

482/USO POTENCIAL DA TERRA


As principais doenças que afetam o rebanho são a bru- Em 1975 estavam em tratàmento 223 leprosos e 33 tuber-
celose e a aftosa; de raiva ocorrem apenas casos espo- culosos.
rádicos. Entre os assistidos da ACAR, a vacinação contra a
aftosa é feita de quatro em quatro meses. A SUGAM faz duas dedetizações anuais e a FSESP dis-
tribui vermífugos na cidade e em algumas áreas do interior.
Não:existe nenhum produtor dedicado à suinocultura ou à As imunizações das crianças são feitas pela FSESP e pela
avtt:-ultura. Esses animais são criados, apenas, em fundo Secretaria de Saúde em todo o município.
de. quintal.
À FSESP mantém uma unidade sanitária com serviço de
Nunca existiu cooperativa no setor. ambulatório e de medicina preventiva. A unidade mista de
ltaquatiara da Secretaria de Saúde (SESAU) possui ambu-
Além do problema da titulação das terras, com sua impli- latório, laboratório, equipamento de Raios X, banco de
cação na obtenção de crédito bancário, dificulta a ex- sangue, sala de cirurgia e 40 leitos. A prefeitura, com a
pansão do setor o baixo limite de financiamento estabe- ajuda da FSESP e da SESAU, mantém 49 minlpostos nas
lecido pelos Bancos do Estado e do Brasil, para a aqui- localidades mais populosas do interior. Nesses mini-
sição de matrizes. postos o atendimento é feito por voluntários que fizeram
curso na FSESP.
Abastecimento: o município não conta com um sistema de
armazenamento para produtos agrícolas. Os comerciantes Na FSESP trabalham três médicos e um dentista, na
e industriais possuem armazéns próprios. SESAU cinco médicos, um dentista e um auxiliar de enfer-
magem. Além disso, no Funrural trabalha um dentista e o
Não existe período de estrangulamento no abastecimento. INPS e o IPASEA possuem consultórios onde trabalham os
O município importa de Manaus, por estrada de rodagem, médicos funcionários da SESAU.
e de Belém, por via fluvial, arroz, feijão, charque, leite em
pó, conservas e até um pouco de farinha. Serv1ços Básicos
Indústria apesar de contar com quatro madeireiras, duas a) Transporte Rodoviário: a cidade fica na extremidade da
beneficiadoras de castanha, uma fábrica de crepe de rodovia AM-010, Manaus-ltaq1:1atiara, em grande parte
borracha e quatro enfardadoras de juta, a participação do asfaltada. Por estradas construídas pela prefeitura, ltaqua-
setor na economia do município, atualmente, é pequena. O tiara está ligada às seguintes l-ocalidades: Duque de Ca-
fato de estar próxima a Manaus e não pertencer à Zona xias, 6km; lago Canaçari, 5km; rio Urubu, 4km; lago Serpa,
Franca desestimula a implantação de novas indústrias.
2,5km; Estoni, 2km; Cacara, 6km, e Aibu, 3km. Essas
estradas são de terra, mas apesar de ficarem muito dani-
O rio Urubu, pela paisagem e inscriçõe.s gravadas nas ficadas no período chuvoso dão passagem durante todo o
pedras, o lago de Serpa, pela paisagem; o lago Canaçari,
ano.
pela paisagefTl, e o lago Arari, pela paisagem e abundância
de aves, principalmente garças e marrecas, são os locais b) Transporte Fluvial: a principal hidrovia é o rio Amazonas
de maiores potencialidades turísticas. que dá passagem a navios de qualquer calado. O rio Urubu
que também corta o município, no verão, só permite a
Serviços. o comércio satisfaz às necessidades da popu- passagem de embarcações de até 20t.
lação em produtos essenciais, principalmente alimentos e
medicamentos. Os insumos agropecuários podem ser O DNPVN está construindo um porto pequeno mas equi-
adquiridos no Posto da Secretaria de Produção (SEPROR). pado com guindaste e armazéns.
Entretanto, muitas pessoas fazem compras em Manaus,
onde os preços são mais baixos. No inverno, época da
entressafra, o movimento do comércio diminui muito. c) Transporte Aéreo: apesar de possuir uma boa pista
piçarrada de 1 .200m e uma pequena casa para abrigar os
Dos setores econômicos, a agricultura é o que emprega passageiros, o aeroporto de ltaquatiara não está sendo
maior quantidade de mão-de-obra, seguida da pecuária e usado por nenhuma companhia. Nele já pousaram aviões
do comércio. DC-3 e Samurai. Atualmente apenas táxis-aéreos fazem
vôos fretados.
Educação: na cidade de ltaquatiara funcionam oito escolas
estaduais que ministram ensino da 1. a à 4. a série, uma
estadual com curso de comércio e uma católica com curso Não existem campos de pouso no interior.
pedagógico. No 1. o grau são atendidos 4.464 alunos, no
comercial 221 e no pedagógico 93. A zona rural é servida d) Comunicações: a cidade possui um serviço telefônico
por 116 escolas municipais de classe única, que atendem a semi-automático e está ligada, via Embratel, ao resto do
3. 723 estudantes da 1. a à 4. a série. O corpo docente é País.
formado por três secundaristas com licenciatura plena, 31

I
com licenciatura curta, 76 normalistas na zona urbana, Uma agência postal telegráfica, na sede, atende a todo o
quatro nórmalistas na zona rural e 111 professoras leigas. município.

Saúde: mesmo no passado, apenas o interior foi muito


A Rádio Difusora de ltaquatiara funciona de 6 às 22 horas e
malarígeno. Atualmente os casos de malária são raros. A as imagens de televisão de Manaus são recebidas com
incidência de verminose é alta no interior, onde existem
pessoas com amarelão. As gastroenterites são comuns na nitidez.
zona rural, onde, no verão, ocorrem casos de morte O Colégio N. S. a do Rosário publica um boletim quinzenal.
de crianças.

USO POTENCIAL DA TERRA/483


Os jornais de Manaus são vendidos, no mesmo dia, por ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS
ambulantes.
Recursos Madeireiros· destacam-se como principais espé-
e) Energia: uma usina termoelétrica fornece luz para cerca cies de madeiras exploradas no município o louro, o cedro,
de 60% da cidade. Nenhum outro núcleo possui rede de a itaúba-cotia, o marupá, e jacareúba, a andiroba e a vi rola
distribuição de energia elétrica ou ucuuba
f) Saneamento Básico: o serviço de água é deficiente mas Em Autazes funciona uma serraria, de propriedade da
está sendo ampliado. A água captada em poço artesiano é prefeitura- Indústria Madeireira de Autazes, IMA - com
distribuída a cerca de 2/3 da cidade capacidade para desdobrar cerca de 40 toras por dia A sua
Não existe rede de esgotos nem galeria de águas pluviais produção destina-se, unicamente, ao consumo do muni-
Na parte central as casas são dotadas de fossas sépticas e cípio
na periferia o uso de fossas secas é generalizado
Extrativismo Vegetal a castanha, com uma produção de
HABITAÇÃO E URBANISMO: o município possuía, em 4 OOOhl, é o principal produto extrativo Segue-se a borra-
1975, 663 prédios de bom acabamento e 6 821 moradias de cha com três toneladas de bolas e 160 tambores de látex.
construção inferior (dados do Setor Amazonas da SUCAM)
As principais áreas produtoras de castanha e borracha são
Com estrutura quadriculada, o uso do solo urbano é misto, o paraná Autás-Açu, o paraná Autás-Mirim, o rio Mamuru,
porém nas proximidades do porto a maioria dos prédios o rio Preto do Pantaleão, o lago Soares, o lago Sampaio,
são comerciais parte do rio Madeira e parte do rio Preto do lgapoaçu
Com perfis alinhados, as ruas das proximidades do porto
são calçadas e possuem meio-fio Há um programa para A maior parte da castanha é vendida diretamente para
asfaltar 1/5 da cidade em dez anos Tr-ês ruas são arbori- Manaus e ltaquatiara pelos donos de castanhais Entre-
zadas e cinco praças estão ajardinadas tanto, uma pequena parte é comprada pelos comerciantes
locais de coletores avulsos
Quatro clubes sociars, dois cinemas, um grupo de teatro
amador que se apresenta no palco do colégio religioso, Não há usina de beneficiamento de castanha mas o látex é
um campo de futebol com arquibancada, uma quadra coagulado no município
cimentada com arquibancada e uma casa de cultura com
biblioteca e orientação para artesanato constituem as Nunca existiu cooperativa no setor
oportunidades de recreação e cultura de ltaquatiara.
Pesca. o peixe é a principal fonte de proteína animal
Estacionamento de ônibus de propriedade da prefeitura, do município e é capturado, principalmente, no rio Ma-
dois hotéis confortáveis (ar condicionado) e dois de cate- muru, lago Sampaio, Acará, Guapenozinho, Guapeno-
goria inferior; quatro restaurantes; dois postos de gasolina Grande, Soares, Castanho e no paraná Autás-M i rim
para veículos, quatro postos de abastecimento para
barcos; duas oficinas para reparo de barcos e uma dele- Os instrumentos de captura mais usados são a malhadeira,
gacia com três celas são os equipamentos urbanos que a tarrafa, o arrastão, o espinhei, a linha e o arpão
ltaquatiara possui
A cidade não possui plano diretor As principais espécies são o tambaqui e o pirarucu

O período de maior abundância de peixe vai de setembro a


4 14 - Município de Autazes (AM) novembro

Os dados foram levantados na prefeitura local Apesar de existirem no município alguns pescadores pro-
fissionais, nunca existiu colônia ou cooperativa
ASPECTOS FÍSICOS: um dos menores municípios do
estado, possui uma área de cerca de 6 600km2 e está Agricultura: as principais lavouras são as de juta e de
localizado na zona fisiográfica do médio Amazonas. malva que, juntas, dão uma produção anual de 400t
Limita-se com os Municípios de Careiro, Borba, Nova Seguem-se as de mandioca, de milho e de feijão
O/inda do Norte e ltaquatiara
Principais Culturas Envolvidas na Produção Agricola (Ano: 1974)
A cidade de Autazes tem como coordenadas geográficas
03°36' de latitude Sul e 59°08' de longitude WGr , e dista,
em linha reta, 11 Okm de Manaus. ÁREA
CULTURAS CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS (ha) (!) (kglha)

I
Situação Domiciliar e Distribuição Etária da População
Feijão 60 54 900
FAIXAS ETÁRIAS Juta fibra 660 792 1 200
ZONA ZONA Malva 96 96 1 000
TOTAL URBANA RURAL Oa 14 anos 15 a 59 anos +de 60anos Mandioca 300 3 000 10.000
Milho 150 120 800
17 725 874 16 851 9140 8 046 539

Fonte: Censo Demográfrco de 1970 O vak'l do paraná Autás-Açu é a principal área de lavoura

484/USO POTENCIAL DA TERRA


A única consorciação praticada, no município, é a do Serviços: em Autazes só existe comércio retalhista que
milho com o feijão. satisfaz a população, apenas, no fornecimento de pro-
dutos de subsistência.
Não se empregam corretivos e fertilizantes e há controle
somente da saúva. A pecuária, a coleta de castanha e as lavouras de juta e
malva equiparam-se na absorção de mão-de-obra.
Na várzea planta-se todos os anos no mesmo local e na
terra firme cultiva-se durante um a dois anos e deixa-se em Educação: na cidade de Autazes existe um grupo escolar
pousio durante três. estadual que atende a 544 alunos da 1. a à 8. a série Além
disso, funciona um curso supletivo da 1. a à 4. a série com
O hábito de plantar e consumir frutas e legumes é pou~o 70 alunos. Na zona rural funcionam 75 escolas de classe
difundido, mas a região do Autás-Mirim exporta tomate e única que ministram ensino da 1. a à 4 a série a 1.514
pimentão para Manaus. crianças. Dentre essas escolas, 43 funcionam em convênio
com o estado, 20 são municipais e 12 têm professoras
Praticamente toda a população envolvida na produção pagas pelo estado (estabilizadas).
agrícola é de origem local.
O corpo docente é formado por sete normalistas e 75
A produção de juta e malva, assim como os excedentes de professoras leigas. Dessas últimas 57 estão sendo recicla-
milho e feijão, é exportada para Manaus. das por um curso da Secretaria de Educação ministrado
pelo rádio (Projeto Sumaúma)
Pecuária: com cerca de 22.000 cabeças, o rebanho bovino é Saúde: a incidência de malária .diminuiu cerca de 70%
composto de mestiços de Indu-Brasil, Nelore e Guzerá e de depois que a SUGAM passou a fazer duas dedetizações
algum gado não raceado anuais; entretanto, ainda ocorrem casos at~ mesmo na
cidade. Uma alta incidência de verminoses, associadas às
O sistema de criação ainda é o extensivo e não há
dificuldade de acesso às propriedades em nenhuma época
deficiências alimentares, prejudica muito odesenvolvi-
mento das crianças do município. As cáriell dentárias são
do ano. generalizadas e segundo a dentista da unidade sanitária é
comum o encontro de crianças de oito anos de idade com
A capacidade de suporte dos pastos, na várzea, atinge a 1O todos os dentes perdidos
cab/ h a e na terra firme, 4 cab/ ha.

Não é rara a compra de reprodutores Indu-Brasil na Expo-


sição de Manaus Ainda existem alguns leprosos no município.

Cerca de 3 000 cabeças de gado "em pé" são exportadas A SUGAM aplica DDT, duas vezes por ano, em todas as
anualmente para Manaus casas do município e a unidade sanitária vacina todas as
crianças da cidade e as do interior que são trazidas.
As principais doenças que afetam o rebanho são: a aftosa,
cuja incidência diminuiu de 70% depois da introdução da A Unidade Sanitária da Secretaria de Saúde possui ambu-
vacina, e o mal-do-chifre, que alguns criadores contro- latório e consultório dentário Faz medicina curativa e
lam fornecendo ao gado sal mineralizado preventiva. Além disso, dá curso para as parteiras práticas,
ensina enfermagem à pessoas da zona rural e faz cam-
panhas de higiene bucal. Nela trabalham uma médica, uma
Aves e suínos são criados apenas para consumo próprio dentista e uma enfermeira diplomada.

O principal entrave ao desenvolvimento do setor é a


dificuldade de financiamento, uma vez que não existe Serviços Básicos
nenhuma agência bancária no município.
a) Transporte Rodoviário: Autazes possui duas estradas
Abastecimento: o município não possui unidade de arma- municipais: uma de acesso a Rosarinho, no rio Madeira,
zenamento. Três vezes por semana um motor de linha faz com 13km, e outra, ao lago Sampaio com 25km Ambas
transporte de passageiros e carga entre Manaus e Autazes. são de terra e não têm papel importante no transporte çlos
produtos das áreas servidas Na época das chuvas ficam
Apenas uma parte do paraná Autás-Mirim e o lago Soares, quase intransitáveis.
em setembro e outubro, não dão passagem a barcos
motores. b) Transporte Fluvial: pelo Amazonas e o rio Preto do
Pantaleão o acesso a Autazes é livre durante todo o ano
Mesmo produtos de subsistência, como o arroz, o feijão e Mesmo na época em que as águas estão baixas, podem
o milho, costumam ser importados de Manaus chegar embarcações de 8m de calado

Indústria: afora a serraria da prefeitura, não existe unidade


industrial no município,

Apresentam potencialidade turística, devido à beleza da


paisagem, as seguintes áreas: rio Preto do Pantaleão, rio
O porto possui cais com abrigo

c) Transporte Aéreo: não existe nenhum campo de pouso


no município.
I
Preto do lgapoaçu, paraná do Mamori, lago do Acará e lago d) Comunicações: não existe telefone, nem estação radio-
do Castanho. difusora, mas captam-se imagens de televisão de Manaus

USO POTENCIAL DA TERRA/485


Autazes possui uma Agência Postal unicamente para Situação Domiciliar e Distribuição Etária da População
serviço de correio.
FAIXAS ETÁRIAS
ZONA ZONA
Os jornais de Manaus são recebidos no mesmo dia em que TOTAL URBANA RURAL Oa 14 anos 15 a 59 anos + de60 anos
são publicados e distribuídos por um vendedor ambulante.
40 768 166 40 602 21 682 17 575 1 511
e) Energia: Autazes possui uma central termoelétrica, da
Celetramazon, com dois grupos geradores de 140kW, que Fonte: Censo Demográfico de 1970
se alternam funcionando, cada um, uma semana inteira. A
rede distribuidora está ligada a cerca de 60% da cidade. ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS

As localidades de Novo Céu, Autás-Mirim, lago Sampaio e Recursos Madeireiros: destacam-se como as mais impor-
Urumituba possuem luz fornecida por grupos geradores da tantes espécies de madeiras exploradas a itaúba, a maça-
prefeitura randuba, o louro-preto e o louro-inhamuí.

O setor não possui serrarias e o excedente da produção


f) Saneamerto Básico uma rede de quase 3.000m de madeireira é todo exportado para Manaus, sem passar por
extensão abastece a cidade de água captada do rio Preto qualquer processo de beneficiamento.
do Pantaleão e tratada com cloro
Um grupo empresarial de Goiás pretende instalar uma
Cerca de 70% das casas possuem fossas sépticas absor- serraria na sede municipal, quando esta for transferida da
ventes e os restantes 30% possuem fossas secas. Não ilha do Careiro para o Km-102 da Manaus-Porto Velho
existe galeria de águas pluviais.
Extrativismo Vegetal: a castanha-do-pará é o principal
HABITAÇÃO E URBANISMO o município possuía, em produto extrativo, seguida do pau-rosa, balata e sorva.
1975, 91 casas de bom acabamento e 4.663 moradias de
construção inferior (dados de Setor Amazonas da SUCAM). Parte considerável da produção de castanha e pau-rosa
provém da região do Mamurí e tem em Manaus o principal
centro importador A primeira sai em estado bruto e é
A cidade é quadriculada e a parte comercial é separada da beneficiada na capital; a segunda é extraída na única
residencial destilaria de Careiro.

As quatro ruas principais e três transversais possuem Quanto à comercialização, a da castanha é feita diretamen-
meio-fio e são calçadas com placas de concreto te do coletor ao comerciante e este último financia a
coleta; a do pau-rosa se dá entre o proprietário da usina de
extração da essência - que também financia a coleta - e
Um Centro Social Cultural, praticamente concluído com o coletor, mas o intermediarismo aí se faz presente.
salão de baile, palco e equipamento para aulas de pr~ndas
domésticas, um salão de baile de boa categoria e quatro Nenhuma cooperativa serve o setor.
inferiores, um campo de futebol de terra e uma quadra
cimentada constituem os locais de recreação de Autazes. Pesca: o peixe é a principal fonte de proteína animal do
município e é capturado, principalmente, nos lagos do Rei,
Duas pensões para refeições, uma delegacia com duas Semoacà, Manaquiri e Autás-Mirim Os rios são piscosos
celas e um posto de abastecimento de combustíveis e somente na época de piracema, geralmente nos meses de
lubrificantes constituem os outros equipamentos urbanos agosto, setembro e outubro.
da cidade.
Principais Espécies de Pescado

Autazes possui um plano diretor elaborado pela prefeitura, Acarau-açu Pirarucu


mas ainda não implantado. Tambaqui•
Cuiu-cuiu dourado
Curimatã Tucunaré*
Pescada•
4 15 - Município de Careiro (AM)
Espécies de maior incidência
Os dados foram coligidos na prefeitura local.

ASPECTOS FÍSICOS: um dos menores municípios do Malhadeira, arrastão, espinhei, anzol, tarrafa e arpão são
estado, Careiro possui uma área de 7.503km2 e está os principais instrumentos empregados como meios de
localizado na zona fisiográfica do médio Amazonas. Limi- captura.

I
ta-se com os Municípios de Autazes, ltaquatiara, Manaca-
puru e Manaus A sede fica a 30m de altitude e dista de Careiro não conta com uma colônia de pescadores, estan-
Manaus 33km em linha reta. do alguns dos profissionais, que se ocupam no setor,
filiados à colônia de Manaus.

ASPECTOS DEMOGRÁFICOS: conforme o Censo Demo- Os principais entraves à expansão do setor são o mercado
gráfico de 1970, moram no município 40.768 habitantes e a consumidor pequeno, a falta de um frigorífico que possibi-
densidade populacional é de, aproximadamente 5 4 hab/ lite conservar o pescado para sua colocação em outros
km2. ' ' mercados e o desenvolvimento da pesca predatória, princi-

486/USO POTENCIAL DA TERRA


palinente a do piraruéu, que há 40 anos passados era Constituída essencialmente de minifúndios, a área do
abundante e capturado em grandes quantidades - mais de município foi desbravada por nordestinos, que até hoje se
uma centena de toneladas anuais. Hoje, o emprego constituem na mais importante colônia de imigrantes, com
indiscriminado da malhadeira reduziu a população desse expressiva participação no desenvolvimento das atividades
peixe a níveis tão baixos e a produção é tão pequena que agrícolas.
mal chega para satisfazer às necessidades de sobrevivên-
cia do pescador. Dos produtos agrícolas exportados destacam-se a juta e a
farinha de mandioca, que têm em Manaus o principal
Agricultura: embora alguns agricultores já adotem méto- centro importador.
dos adequados de cultivo, técnicas modernas no preparo
da terra e controle fitossanitário, no geral a agricultura do O setor já foi servido por uma cooperativa durante dois
município ainda continua num estágio relativamente primi- anos que chegou a funcionar satisfatoriamente, mas dirigi-
tivo de desenvolvimento. da por pessoas não ligadas à agricultura, o que fez com
que a iniciativa terminasse por fracassar. Hoje, a palavra
Em ordem de importância destacam-se como principais cooperativa é repudiada pela grande maioria dos produto-
culturas a mandioca, a juta, o milho, o arroz e o feijão. res rurais e a implantação de uma outra exigirá, com
certeza, um trabalho de base bastante profundo para que a
iniciativa não experimente novo insucesso.

Principais Culturas Envolvidas na Produção Agrícola Vários fatores se constituem em obstácul.os ao desenvolvi-
Ano: 1974 mento da agricultura, destacando-se como os mais impor-
tantes: o baixo nível de capitalização do setor; a irregular
ÁREA
situação fundiária; a assistência técnica insuficiente, por
não atender à significativa porcentagem dos agricultores, e
CULTURAS CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
dependência do setor às áreas de várzea, pela não-fixação
(h a) (I) (kg/ha) do homem na terra firme.
Juta fibra 3 050 3 660 1 200 Pecuária: com uma população aproximada de 25.000 cabe-
Malva 40 60 1 500 ças, o rebanho bovino de Careiro é composto principal-
Mandioca 165 2 310 14 000 mente de mestiços de Guzerá e Indu-Brasil. Alguns criado-
res possuem o meio-sangue Holandês, que parece ter
encontrado condições favoráveis de adaptação. Apesar de
Milho x feijão e juta x milho são os dois tipos de incipiente, a bubalinocultura mostra-se promissora.
consorciamento mais comumente empregados.
É bastante grande o número de propriedades que se
As áreas de várzea são de fundamental importância para a dedicam à pecuária, embora seja reduzido o número das
economia local, uma vez que a quase totalidade da produ- que se dedicam, unicamente, a essa atividade.
ção agrícola do município é conseguida através da explora-
ção dessas áreas, cabendo à terra firme parcela pouco Na época de cheias o acesso a algumas dessas fazendas
significativa da produção total; daí figurarem como pro- só é possível através de embarcações.
dutos mais impqrtantes as culturas temporárias.
Quanto ao sistema criatório, predomina o extensivo, com
É insignificante o emprego de corretivos e fertilizantes e o poucos criadores realizando rotação de pastagens na terra
controle fitossanitário é realizado em hortaliças por todos firme, onde a capacidade de suporte não ultrapassa a 1
os horticultores e nas culturas de arroz e milho por alguns rês/ha durante o ano. Na várzea, nenhum criador emprega
agricultores. O arroz é atacado, principalmente, pelo o sistema rotacional e a capacidade de suporte, muito
"papa-arroz", a pipira (também conhecida por tiê-sangue) e baixa comparada com a maioria dos municípios paraenses
o canário, pássaros que,atacam os .grãos desse cereal, pesquisados está em torno de 3 a 4 cab/ ha.
quando no cacho e logo após o plantio, antes de se dar a
germinação. O "rato-da-roça" é uma praga comum ao arroz O municlpio importa reprodutores Guzerá e Nelore, em
e milho e é controlado com raticida e ratoeira. grande quantidade, de Minas Gerais (Triângulo Mineiro).
Matrizes são importadas em número bastante reduzido,
A Secretaria da Agricultura do estado presta assistência
predominando as de raça Holandesa pura e meio-sangue,
motomecanizada à pequena parcela de agricultores, princi- além das duas já mencionadas.
palmente no preparo da terra para o cultivo do milho.
A "bacia leiteira" é relativamente bem desenvolvida, com
Desenvolvida na várzea, a fruticultura chegou a ocupar uma produção diária de 12.000 litros de leite escoados para
lugar de destaque na economia do município, onde a o mercado de Manaus.
grande produção de laranja e banana tinha assegurado
significativa parcela do mercado consumidor de Manaus. Para Manaus também se destina toda a produção de carne
As últimas enchentes - mais drásticas - reduziram exportada do município. O boi sai "em pé" e é comercial i·
a
consideravelmente produção frutícola, que já não ocupa zado com a Frigomasa, frigorífico de grande porte localiza-
mais a posição econômica antes ocupada. do na capital.
Na horticultura o tomate, o quiabo, o maxixe e a abóbora Careiro não possui matadouro municipal e a carne coloca-
são os mais produzidos e todo o excedente destina-se a da no mercado local é toda proveniente de matanças
Manaus. realizadas por criadores, nas próprias fazendas.

USO POTENCIAL DA TERRA/487


Aftosa e verminoses são as principais doenças que afetam res pagos pelo estado ensinam em salas da prefeitura ou
os bovinos. Campanhas anuais de vacinação contra a em suas próprias casas Em 1975 foram atendidas cerca de
aftosa são realizadas pela Secretaria da Agricultura e a 7.000 crianças.
doença está mais ou menos sob controle. Ocasionalmente
ocorrem casos de morte de animais causada por picada de O corpo docente é constituído de 9 professoras normalis-
cobra. tas e 228 leigas, das quais algumas estão fazendo o curso
Sumaúma da Secretaria de Educação (curso pelo rádio).
A suinocultura e a avicultura são desenvolvidas apenas em
escala doméstica. Saúde: o município nunca foi muito malarígeno e as
verminoses intestinais, apesar de generalizadas, não se
os pecuaristas contavam com uma cooperativa -a mesma apresentam com grandes infestações. Esporadicamente
que servia aos agricultores - que chegou a possuir um ocorrem casos de tétano Além disso, não são raras as
pasteurizador, máquina de engarrafar e uma fábrica de mortes por parto.
manteiga. Os motivos que a levaram ao fracasso foram os
mesmos citados para o setor agrícola. Entre as crianças são mais comuns as doenças da infân-
cia sarampo, catapora etc
Como fatores limitantes à expansão da pecuária destacam-
se o baixo nível de capitalização do pecuarista, o reduzidís- A SUGAM realiza normalmen:ll duas dedetizações por ano
simo número de títulos definitivos emitidos, a falta de e na última enchente vacinou contra a poliomielite, a
assistência técnica e a não-fixação do pecuarista nà terra meningite e aplicou a BCG
firme, principalmente pelo alto custo de preparo e manu-
tenção das pastagens Na cidade o Sindicato Rural mantém um posto médico em
convênio com o Funrural Nele, um médico e um dentista
Abastecimento o município não possui unidades para atendem uma vez por semana.
armazenamento de proutos agrícolas
Serviços Básicos
O Amazonas (paraná do Careiro) é a principal via abastece-
dora de Careiro e a produção agrícola local é escoada para a) Transporte Rodoviário o município possui apenas uma
a sede do município, através dos paranás e da estrada estrada, não revestida, que liga Careiro ao núcleo de
Careiro - Núcleo de Cambiche, única estrada municipal Cambiche
existente
b) Transporte Fluvial a principal via fluvial do município é
No período de verão maio a outubro - alguns para- o paraná do Careiro, que é navegável, durante todo o ano,
nás têm seus níveis tão rebaixados que só permitem o por barcos de qualquer tonelagem.
transporte, através deles, por meio de canoas, o que não
deixa de representar, de certa forma, problema para o Cerca de dez motores de linha fazem, diariamente, o
abastecimento da cidade trajeto Manaus-Careiro

Feijão, arroz e carne em conserva são os principais produ- O ancoradouro é precário, possuindo apenas escada
tos de subsistência importados, todos eles vindos de
Manaus c) Transporte Aéreo o município não possui pista de
pouso.
Indústria: é insignificante a importância deste setor na
economia do município Apenas uma usina de extração de d) Comunicações: não há serviços de telefonia e telégrafo,
óleo de pau-rosa funciona no Distrito de Mamori. O apenas uma agência postal serve a população.
principal problema que tem impedido a instalação de
indústrias é o território do município estar quase todo em Não existe estação radiodifusora. São captadas as esta-
terra de várzea sujeita a in!Jndações ções de rádio do Brasil e de outros países e as imagens de
televisão de Manaus
Quanto às potencialidades turísticas, destacam-se o lago
do Passarinho, na região do Cambiche, e a região do Não há imprensa escrita e são recebidos os jornais trazi-
Janoacá, onde a Selvatur possui uma fazenda e hospeda dos pelos passageiros dos motores da linha Manaus-Carei-
grupos de turistas. ro

Serviços. o comércio atende satisfatoriamente a popula- e) Energia: a energia é gerada por uma usina termoelétrica
çao; entretanto, as pessoas que dispõem de transporte da Celetramazon (Centrais Elétricas do Amazonas) e está
fazem compra em Manaus, onde os preços são mais ligada a toda a cidade (cerca de 40 casas).
baixos.
As vilas de Germacá e Manguiri possuem grupos geradores

I
A maior quantidade de mão-de-obra é absorvida pela de propriedades da prefeitura, estando ligadas à rede
pecuária, seguida da agricultura. quase todas as casas das vilas. No interior algumas
fazendas possuem motores próprios.
Educação: Careiro possui apenas o ensino do 1 o. grau. Na
sede um grupo escolar estadual possui as oito séries e em f) Saneamento Básico: a cidade possui abastecimento
1975 atendeu a 221 alunos. Na zona rural funcionam 96 regular de água. Uma rede de 1Okm leva a água, precaria-
escolas em convênio com estado e 96 totalmente óa mente, até Cambiche. A água é bombeada do rio e não
prefeitura, todas de classe única. Além disso, 45 professo- recebe tratamento.

488/ USO POTENCIAL DA TERRA


Na cidade todas as casas possuem fossa seca. Existe um plano para a instalação da sede municipal no
Castanho (Km 102 da rodovia Manaus-Porto Velho). O
Não existe sistema de captação de águas pluviais. motivo principal dessa transferência é que, em épocas de
grande cheia, a cidade fica parcialmente tomada pelas
HABITAÇÃO E URBANISMO: Careiro posuia, em 1975, águas.
423 casas de bom acabamento e 8.006 moradias de cons-
trução inferior (dados do Setor Amazonas da SUGAM).
5 - BIBLIOGRAFIA
A estrutura urbana de Careiro é quadriculada e o uso do
solo urbano é misto. 1 - BATISTA, D. Parasitoses amazon1cas. Atas Simp.
Biota Amazônica, Patologia, Rio de Janeiro,
Três ruas da cidade possuem meio-fio e são calçadas com 6·1-23; 1967
paralelepípedos, totalizando cerca de 300m.
2 - LOWENSTEIN, F.W. Report on nutrition surveys in
Um clube social, um campo de futebol sem gramado e uma 11 brazilian Amazon communities between 1955
quadra são os locais de recreação. and 1957. Atas Simp. Biota Amazônica Patolo-
gia, Rio de Janeiro, 6:177-184, 1967. '
Como equipamentos urbanos Careiro conta com uma
pensão e uma delegacia com duas celas. Não existe posto 3- PEREIRA, V.A. & COUTINHO, W.L. Parintins: Situa-
de abastecimento; apenas o comércio retalhista vende ção e perspectivas da bovinocultura de corte.
combustível Manaus, ACAR, 1974. 26p.

APÊNDICE 11

Subsídios ao Planejamento Regional

1-INTRODUÇÃO das pela integração econômica, ou seja, a incorporação ao


processo produtivo global, com participação efetiva no
Estudos realizados por Hébette et alii (1974) evidenciam a crescimento da economia nacional e tendo em contraparti-
dependência a que permanecerão durante ainda muito da os benefícios trazidos por esse crescimento.
tempo as regiões deprimidas, como as áreas amazônicas,
aos centros mais dinâmicos e propulsores do crescimento Satisfazendo à primeira etapa do planejamento de recursos
nacional. Por outro lado, enfatizam uma gradativa e cres- naturais, o Projeto RADAMBRASIL, através de inventário
cente diminuição desta dependência, visando um cresci- exploratório, possibilita a obtenção de antecedentes bási-
mento auto-sustentado dessas grandes regiões e propici- cos geradores de projetos. Nesta etapa é facultada a
ando as condições de reciprocidade e complementaridade seleção de grandes áreas, que, por suas características
inter-regional através de um processo de integração. gerais, viabilizam posteriores estudos, a nível de maior
detalhe, visando a implantação de projetos específicos e
Essa reciprocidade é creditada à existência de abundantes resultantes dos estudos realizados neste primeiro estágio.
recursos naturais nas áreas amazônicas - nas quais
alguns desses recursos são de importância vital à econo- Trata-se especificamente, neste item, da emissão de idéias

I
mia nacional e internacional - e ao surgimento de uma a respeito da melhor utilização dessas áreas, 1 especial-
consciência amazônica. mente no que se refere ao desenvolvimento integrado da
agricultura, pecuária e exploração madeireira, considera-
O fator isolamento da Região Amazônica brasileira- diz o das as peculiaridades regionais.
referido trabalho - faz pensar numa forma de integração
física, pela implantação de vias de acesso e de telecomuni- É, portanto, uma atividade complementar aqui apresentada
cações, que tornem possíveis interligações regionais. No por este Projeto (vide mapa de Subsídios ao Planejamento
entar)to, essas condições básicas devem ser acompanha- Regional, em anexo) na tentativa de contribuir efetivamen-

USO POTENCIAL DA TERRA/489


te no processo de integração da Amazônia às demais levantamento de seus recursos naturais, a nível de maior
regiões do País, fornecendo subsídios aos órgaos respon- detalhe, por oferecerem melhores condições ecológicas e
sáveis por planejar, mais oferecidos, sempre, a título de econômicas á sua explotabilidade.
sugestões.

O estágio final do planejamento de recursos naturais, ou 3 - DESCRIÇÃO DAS ÁREAS SELECIONA-


seja, a implantação de projetos, é alcançado através de um DAS, RECOMENDAÇÕES, VIABILIDADES
processo de aproximações sucessivas, durante o qual
E RENTABILIDADES CULTURAIS
idéias iniciais são, por vezes, rechaçadas por criarem
expectativas infundadas em torno de pretenso projeto.
isso porque a primeira etapa - a de nível exploratório - é A nível regional foram selecionadas, na Folha SA.21-San-
fundamental, mas não suficiente para a efetivação de tarém, três grandes áreas, que se constituem nas de maior
intenções. potencialidade para o desenvolvimento de atividades agro-
pecuárias e madeireiras. O critério seletivo obedeceu às
condições que determinam o uso do solo, quais sejam, a
A possibilidade técnica, aliada à viabilidade política, é
fertilidade, o tipo de relevo, o clima e, no caso específico
condição essencial para que um plano alcance o estágio
da exploração madeireira, a volumetria por hectare, aliada
final de implementação, o que está afeto ao nível decisó-
às características geomorfológ icas. Ademais, foram consi-
rio
derados fatores determinantes do uso atual da área da
Folha, responsáveis pela estrutura econômica dominante
A elaboração e o desdobramento de planos e projetos
(vide Apêndice I - Diagnóstico Sócio-Econômico)
calcados nas sugestões aqui contidas terão que ser feitos
em articulação com a SUDAM, o INCRA e o IBDF
Em "Viabilidades e Rentabilidades Culturais" são forneci-
dos dados sobre possibilidades ecológicas para algumas
culturas, custo e receita, aproximados por hectare em cada
2 - CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS área selecionada. Um dos objetivos deste item é provet o
empresário disposto a investir no setor agropecuário re-
Cada área selecionada é designada por uma letra Símbolo gional, de parâmetros técnico-econômicos que o auxiliem
acompanhada de um dígito numérico, que representa as na tomada de decisão, quanto à escolha da área em que
condições naturais existentes para sua utilização econô- alocará seus recursos.
mica, condições estas responsáveis pela seleção e divisão
dessas áreas em diversos tipos de categoria
Ressalta-se, aqui, o vínculo permanente que deve existir
Áreas A - Áreas onde a fertilidade natural dos solos entre a utilização das áreas selecionadas e o aproveitamen-
(dominância) é elevada e as condições climáticas são to da madeira, quando se torna necessária a remoção da
propícias ao desenvolvimento da maioria das culturas mata para a exploração do solo com cultivos, principal-
adaptadas às condições regionais Não apresentam limita- mente em grandes empreendimentos, como os de planta-
ções e impedimentos físicos que condicionem a explora- ções industriais Dentro das características amazônicas
ção normal da terra São áreas que oferecem condições este aspecto é da maior importância, devendo ser conside-
ótimas para o aproveitamento econômico rado atentamente pelo seu grande significado econômico.
O que parece ser mais indicado, como medida inteligente,
Áreas B - Áreas em que os solos de fertilidade elevada é a utilização de serrarias móveis, que possibilitem o
ocupam somente parte de sua superfície (subdominância). beneficiamento da madeira in loco (Albuquerque, 1969)
mas não apresentam maiores limitações físico-climáticas
ao desenvolvimento de culturas regionais São áreas com
boas possibilidades para um racional aproveitamento da 3.1 - ÁREAS B
terra

Áreas C Áreas inundáveis, com possibilidades satis- 3.1 .1 - Descrição


fatórias de acesso e utilização durante alguns meses do
ano. É a faixa contínua de terra que corta os Municípios de
Oriximiná, Óbidos, Alenquer e Monte-Alegre. Constitui-se
Áreas D - Áreas constituídas de solos quimicamente na m'elhor área de terra firme encontrada em toda a Folha
pobres, mas de propriedades tísicas satisfatórias e sem SA.21-Santarém. Nela predomina o Podzólico Vermelho
limitações drásticas ditadas pelo relevo Apresentam boas Amarelo, de textura argilosa, fertilidades alta (25% da
possibilidades à utilização agropecuária, desde que técni- área) e média a baixa. Merecem ser destacadas, aqui,
cas adequadas de manejo e emprego de insumos moder- manchas de Terra Roxa Estruturada eutrófica, de dimen-
nos sejam adotados sões não mapeáveis na escala ao milionésimo, mas que no
conjunto representam significativa parcela de terra férti I
Áreas E - Áreas constituídas de solos quimicamente existente nesta área. O Município de Alenquer é o mais

I pobres, onde algum ou alguns destes, em subdomínâncía,


apresentam propriedades físicas limitantes à utilização
econômica

Na Folha SA.21-Santarém não foram encontradas áreas do


favorecido pela presença dessas manchas, estando dentro
de suas fronteiras a porção mais ocupada, onde se dà a
maior produção de semente de juta do País e está implan-
tada uma importante colônia agrícola - a Paes de Carva-
lho -, além de extensas áreas ocupadas por pastagens
artificiais responsáveis pelo suporte de significativa per-
tipo A, e as do tipo E desprezadas pela existência de áreas centagem do rebanho bovino de 100 000 cabeças que
dos tipos B, C e O, que se constituem prioritárias para o Alenquer possui.

490/USO POTENCIAL DA TERRA


O relevo plano a suavemente ondulado e o clima, do tipo 3.1.3- Viabilidades e Rentabilidades Culturais
Subtermaxérico -21 a 40 dias biologicamente secos - ,
com precipitação de 1.500mm a 1 700mm anuais (vide Culturas de Subsistência: são todas viáveis na área. Pela
Fig. 12- "Mapa Bioclimático", do capitulo IV-Vegetação), falta de melhores dados, o cálculo dos custos foi feito com
aliados às características dos solos, dão a esta área base no sistema de manejo primitivo, o mais comumente
condições propícias ao desenvolvimento agrícola de modo empregado no desenvolvimento destas culturas, na região
geral (culturas de ciclos curto e longo) e instalação de uma' onde o nível tecnológico aplicado é bastante baixo.
bacia leiteira.
Considerados, também, os principais tipos de consorcia-
Em infra-estrutura básica para o escoamento da produção, ção de culturas realizados nos municípios a que pertence
a área conta com uma estrada estadual, a PA-28, que esta área e o tempo médio de exploração da terra, no caso,
interliga os Municípios de Oriximiná, Óbidos, Alenquer e não superior a dois anos * (Vide Apêndice I - Diagnóstico
Monte Alegre, cortando-a no sentido longitudinal desde a Sócio-Econômico), a queda do rendimento das culturas,
altura de Óbidos até Alenquer, sendo tangenciada por essa do 1 o. para o 2° ano, é pouco significativa, sendo por isso
mesma rodovia, na sua porção oeste, no trecho localizado mantida a mesma produtividade, para efeito de cálculo.
ao norte entre Oriximiná e Óbidos. Várias estradas munici-
pais dão acesso às áreas produtoras ligando-as a esse eixo No custo totál de produção estão incluídos eis itens
rodoviário. Os rios Trombetas, Curuá e Maicuru são os preparo da área (broca, derruba, queima e encoivaramen-
principais canais naturais de escoamento, por onde se to); plantio; tratos culturais (campi!las, aplicação de ins~ti­
pode fazer chegar ao rio Amazonas considerável parte da cidas, amontoa, etc.), colheita, equipamentos (plantadeira
produção (vide Apêndice l-Diagnóstico Sócio-Econômico). manual, pulverizador costal e debulhador manual, este
último apenas para o milho) e' insumos (sementes e
A Divisão de Geologia deste Projeto indica a presença de inseticidas)
duas ocorrências de calcário nesta área, que, embora
localizadas no séu extremo leste, podem concorrer para o O menor custo, no 2°. ano, deve"se à não-inclusão do item
uso adequado do solo (calagem) e alcance de maior "preparo da área", responsável por 30% do custo total e já
rendimento na exploração agrícola, a um custo relativa- realizado no 1°.
mente baixo, em face da proximidade das fontes desse A adoção de métodos e técnicas adequados, inclusive o
insumo. Uma delas, distante 36km a nordeste de Monte emprego de insumos modernos, possibilitará o alcance de
Alegre, está localizada na hoje denominada Colônia Agrí- rendimentos m·aiores do que os encontrados nos qlladros
cola da Mulata, próxima à rodovia PA-28, cujas reservas numéricos que vêm a seguir.
foram calculadas em 30 milhões de toneladas (Abreu,
1973). Dois tipos de calcário ocorrem nesta jazida o Cinza 3.1 3 1 - Consorciação Arroz x Milho
e o Negro
Análises químicas realizadas sob encomenda da Cia. Side- - Coeficientes técnico-econômicos
rúrgica da Amazônia - Siderama - (vide l-Geologia)
indicaram que o teor de MgO (determinante da qualidade Produção/ ha (produtividade média) de arroz = 1 .350kg * *
. Produção/ ha (produtividade média) de milho = 1 .040kg * *
do calcário para fins agrícolas) é de 1 ,82% no Calcário
Cinza e 2,90% no Calcário Negro. Segundo a classificação Preços mínimos pagos ao produtor (safra 76/77):
de Petdijohn F.J. ("Levantamento da Situação do Calcário
Agrícola no Brasil", DNPM 1975) aceita universalmente, .. arroz (saco de 50kg) . Cr$ 75,00
esses teores dão ao Cinza o caráter de Calcário Magnesia- . milho (saco de 60kg) . Cr$ 54,00
no e ao Negro, Calcário Dolomítico. Embora este último - Rentabilidade/ ha (preços de 1976):
possua melhor especificação química, os dois tipos se
prestam muito bem à correção de solos ácidos. . 1". ano

A outra ocorrência, também localizada no Município de Renda bruta ... Cr$ 2 943,00
Monte Alegre, situa-se na serra do Jacaré, 23km a noroeste . Custo total de produção Cr$ 2 536,00 * * *
da sede municipal, sendo propriedade do Sr. Douglas .. Receita líquida (lucro) .. Cr$ 407,00
Carneiro Botelho. Dados numéricos a respeito desta ocor-
rência são, ainda, desconhecidos. Lucro 16%
Custo Total
. 2°. ano
.. Renda Bruta . . . . . . . . . . . .. Cr$ 2.943,00
3.1 2 ....., Recomendações .. Custo total de produção ... .. Cr$1. 756,00 * * *
.. Receita líquida (lucro) •.. Cr$1 187,00
Pequenas (nível familiar), médias e grandes empresas
devem ser implantadas nesta área, tnas de modo dirigido, Lucro = 67,5%
para que sua potencialidade seja racionalmente aproveita- Custo Total
da na exploração de culturas de subsistência, culturas
comerciais e pecuária de leite, visando a auto-suficiência * Este dado só é válido para os solos distróficos da área. Para a Terra Roxa
Estruturada e para o Podzólico Vermelho Amarelo, equivalente eutrófico,
regional em produtos agropecuários básicos e gerando
esse tempo médio de exploração é consideravelmente maior.
produtos de exportação, como suporte econômico.
• • Média das produtividades médias dos municípios a que as Areas B
Quanto à Colônia Agrícola Paes de Carvalho, implantada pertencem.
numa área de aproximadamente 36.000ha, no Município de
Alenquer, sugere-se seja reativada para que alcance os •• • ACAR-PA, Escritório de Belém, e sistemas de produção para arroz e
objetivos que deram causa à sua criação. milho, 1975. ·

USO POTENCIAL DA TERRA/491


3 1 3 2. - Consorciação Milho x Feijão das hastes), depois da colheita do feijão ou arroz, quando
consorciados. E usual, também, embora menos freqüente,
- Coeficientes técnico-econômicos: plantar a mandioca no final do ciclo do arroz, quando
cultivado isoladamente no 2. o ano de cultivo, permane-
Produção/ ha (produtividade média) de milho = 1.050kg * cendo a área ocupada por esta cultura, enquanto outra é
Produção/ ha (produtividade média) de feijão = 870kg * preparada e assim sucessivamente

. Preços mínimos pagos ao produtor (safra 76/77): Portanto considera-se, para efeito de cálculo, a mandioca
como cultura isolada e ocupando uma área já explorada
. milho (saco de 60kg) ..... . Cr$ 54,00 por outra cultura, o que implica em menor custo de
. feijão (saco de 60kg) . . . . . . . ..... Cr$ 148,20 produção.

Rentabilidade/ha (preços de 1976): - Coeficientes técnico-econômicos

.1 ° ano . Espaçamento entre plantas 1m x 1m =


. Número de plantas/ha = 10.000
.. Receita bruta . . . . . . . . . . . . .. Cr$ 3.066,00 Produção/ha (produtividade média) de raízes =
Custo total de produção Cr$ 2 462,00* * 22.000kg*
Receita líquida (lucro) ....... . Cr$ 604,00 . Rendimento médio de farinha (para cultivar Anajá) =
25% ou 5.500kg/ha**
Lucro
Preço pago ao produtor (ano base de 1976)
Custo Total
. farinha (kg). . . . . . . . . . . .......... Cr$
.2 o ano
- Rentabilidade/ha (preços de 1976):
. Receita bruta ... Cr$ 3.066,00
. Custo total de produção Cr$ 1 682,00* * Receita bruta Cr$ 5 500,00
Receita líquida (lucro) Cr$ 1 .384,00 Custo total de produção .... . ..... Cr$ 3.820,00 *****
Receita líquida (lucro) . . . . . . . Cr$ 1.680,00
Lucro
= 82,2% Lucro
= 43,9%
Custo Total
Custo Total
Ensaio realizado pelo IPEAN na Estação Experimental da
Transamazônica, Altamira-PA, em Terra Roxa Estrutu- O aproveitamento da parte aérea (caule e folhas) depois da
rada, com o objetivo de observar as respostas do milho à triturada (farelo), no arraçoamento do gado leiteiro, du-
aplicação de seis níveis de fósforo (0, 30, 60, 90, 120 e rante a época de menor rendimento das pastagens é outra
150kg I h a de P205), conservando dois níveis para nitrogê- importante finalidade a que se presta a cultura da man-
nio (O e 40kg/ha) e potássio (O e 60kg/ha de K20), revelou dioca
ser a variedade WP 12 11-semidentado a mais produtiva
(6 81 Okg I ha), seguida de outros cultivares, cuja produti- Estudos realizados na Escola Agrícola ldelfonso S. Lopes,
vidade naquele solo, e em cultura isolada, é bastante por Ferreira, Lamartine Mello e André Jacevich, citados em
superior à média encontrada para as Áreas B. Albuquerque (1969), mostraram que, como forragem com-
plementar de vacas em lactação, a rama de mandioca
Quadro de Produção de Milho • • • apresenta ligeira superioridade sobre a rama de cana-de-
açúcar, empregada com a mesma finalidade, não havendo
Prod em kg/ha
Variedades problema quanto à aceitação por parte do gado. Atenção
TRE deve ser dada à dosagem do farelo no arraçoamento; para
WP 1211 semi dentado 6 810,00 isso, o pecuarista deve consultar um zootecnista, para que
Maya VI semidentado 5 847,65 o rebanho não venha a sofrer efeitos desfavoráveis de
IA C-IV semidentado 5 807,34 dosagens incorretas.
AZTECA profilico 3 692.46
SRR duro 4 527 86 Blanc de Freitas, Cruz, Bifone e Maleta, citados em Albu-
SRR dentado 4 505,70
querque (1969), levaram a efeito em Porto Rico estudos que
dão conta de que o material bruto da parte aérea da
Piramex 5 699,47
mandioca produz, em média, 1/5 de farelo e concluíram
ser boa prática realizar o 1 o corte aos quatro meses e os
3.1 .3.3 - Mandioca

I A cultura da mandioca é implantada, geralmente, no final


do ciclo da cultura do milho (na época da viração ou quebra

• Média das produtividades médias dos municípios a que as Áreas B


pertencem
•• ACAR-PA, escritório de Belém e sistemas de produção para arroz e
Produtividade esperada para a área, segundo o Dr Milton Albuquer-
que, fitotecnista do IPEAN
Albuquerque, M., 1969.

• • • • CEASA, Belém (1976)


milho, 1975
• • • Extraído do "Relatório de Atividades 1973/74" do IPEAN • • • • • Albuquerque, M , 1969

492/ USO POTENCIAL DA TERRA


demais de três em três meses, durante três anos, para as B) Organização da Empresa
condições do meio em que foram realizadas as pesquisas
Consulta feita ao Dr. Milton Albuquerque, fitotecnista da Parte Social: pode ser uma Sociedade Cooperativa, uma
Embrapa-Belém, a respeito da possibilidade de extra- Sociedade Mista, uma Sociedade Econômica ou uma
polação desses dados para a Região Amazônica, confirma Empresa Individual. ·
que, com exceção do período de cultivo (dois ao invés de
três anos), os demais se ajustam às nossas condições. Parte Agrícola: conquanto a utilização do material de par-
ticulares tenha um aspecto moral pela sua feição social e
Segundo Bangham, outro estudioso da matéria, também humanitária, não se constitui uma prática em que se possa
citado no trabalho anteriormente referido, o espaçamento basear o funcionamento da empresa Essa tem que ter a
para uma cultura de mandioca desenvolvida com o objetivo sua plantação própria, instalada em moldes fitotécnicos,
de se obter, exclusivamente, forragem para o gado, deve vindo o aproveitamento do material de terceiros em
ser de modo a permitir 30 000 plantas/ ha (0,80 x 0,40m). O segundo plano. Isso porque, além dos inconvenientes de
rendimento de cada corte é de 7,51 de massa verde/ h a, o caráter econômico da dependência, que são óbvios, têm
que num ano resultaria na obtenção de 301 de material ainda que ser levadas em conta a irregularidade do forne-
bruto (quatro cortes anuais) ou 6t de farelo. O custo, cimento, a questão do transporte e, principalmente, a
aproximado, da tonelada de farelo seria de Cr$ 870,00 mistura de cultivares.
(oitocentos e setenta cruzeiros), a preços de 1976.

A instalação de grandes plantações, com o objetivo indus- Assim sendo, a empresa deverá possuir um campo de
trial, nesta área é bastante viável pela predominância de produção com as seguintes características
Podzólico Vermelho Amarelo distrófico, de potencialidade
bastante semelhante ao Latossolo Amarelo, sobre o qual, 1) Localização Áreas B, pouco distante da cidade de
para a Amazônia, órgãos de pesquisa da região recomen- Alenquer, por onde se escoará a produção até Santarém e
dam a implantação da cultura de mandioca. dai a outros mercados através do porto local e pela
Cuiabá- Santarém:
Segundo o Dr Milton Albuquerque, uma das maiores
autoridades, senão a maior no assunto, do Bras i I, para a 2) Área e Solo: ocupará um terreno de 1O.OOOha em solo do
instalação de uma indústria de grandes proporções, que tipo Podzólico Vermelho Amarelo distrófico
visa a exploração de mandioca para obtenção de fécula
(amido), farinha de mesa e rações alimentares, são neces- 3) Instalações como medida preliminar deverá ser for-
sárias medidas de caráter geral a serem adotadas Vale mado um campo de multiplicação, destinado a fornecer
observar que suas recomendações são feitas para uma área material suficiente e de boa qualidade para a formação do
às margens da Belém-Brasília, onde predomina o La- campo de produção inicial,,tomando em consideração as
tossolo Amarelo distrófico e as condições de mercado são seguintes particularidades
outras. Entretanto, consultado sobre a viabilidade de
instalação de uma indústria nos moldes por ele recomen- a) em média uma planta fornece 20 estacas de 20cm do
dados, na área em estudo, foi categórico em afirmar que tipo recomendável para multiplicação (aproveitamento "''i
esta apresenta todas as características exigidas pelo em- parte lenhosa da haste, exclusivamente);
preendimento.
b) sob o compasso de 1 x 1m ter-se-ão 1O 000 plantas/ ha,
capazes de fornecer material para o plantio de 20ha;
Transcrevem-se, a seguir, as suas recomendações (Albu-
querque, 1969). c) esse campo ou jardim de multiplicação deverá, natural-
mente, ser localizado do modo mais eqüidistante possível
dentro da área destinada à plantação, podendo ser dividida
A) Finalidade da Empresa
em grupos;
Obtenção de produtos comerciais em bases econômicas,
destacando-se a fécula, farinha de mesa e rações alimen- d) a seleção de cultivares é, sem dúvida, o ponto mais
importante que oferece a sua formação, não somente por
tares
proporcionar a escolha do material mais aconselhável para
determinado aproveitamento, como também por evitar a
Fécula. é bem conhecido o seu largo emprego na indústria, utilização de cultivares antieconômícos pela pobreza de
principalmente em tecelagens e no preparo de textina Sua fécula, por baixa produção bruta dé raízes ou ainda por
colocação tanto no mercado interno como externo é fácil, deficiência quanto à ramagem.
dada a grande procura É um seguro produtor de divisas
Além desse itens, é possível aduzir mais alguns de menor
Farinha de mesa: produto tradicional e básico do regime importância, porém também necessários
alimentar de 2/3 da população brasileira, principalmente
do Norte e Nordeste. Tem mercado sempre certo

Rações Alimentares de ano para ano aumenta sensivel-


mente o emprego da parte aérea da planta no arraçoamento
do "gado, através de rações complementares. Na alimen-
a) treinamento prévio de pessoal nas práticas racionais de
cultivo; ·

b) estudos, na fase inicial, de organização de trabalho


objetivando eficiência, ou seja, maior rendimento.
I
tação humana é bem grande a possibilidade de seu em- Decorridos dois ciclos, ou seja, dois anos, perdem os
prego. Têm, também, mercado certo. campos a utilidade, podendo ser feita sua supressão. Isto

USO POTENCIAL DA TERRA/493


é intuitivo, pois as colheitas da plantação proporcionarão duto da trituração das folhas e hastes em quantidade
para os novos plantios o material necessário. próxima de 1O.OOOt.

Na formação do campo de produção pode ser adotado o d) Fundamentos Econômicos da Empresa


seguinte critério.
Na instalação de qualquer indústria tem-se, naturalmente,
a) divisão do campo em 1O blocos de 1 .OOOha cada, que estudar antes de tudo a situação do mercado em
relação ao produto a ser manufaturado, vindo depois o
b) plantio escalonado, obedecendo ao esquema seguinte: estudo dos outros aspectos. Assim, deverão ser vistos:
1 operíodo - A e B Mercado para o produto
2 o -A, B e C
3 o -C, De E 2 Possibilidades de cultivo
4 o - O, E e F
5o -F, G e H 3 Considerações
6. 0 -G,Hel
7. 0 -I, J e A Mercado para o produto ,- O aumento de consumo dos
8 ° - J, A e B produtos da mandioca continua em franca ascendência,
não apenas como conseqüência do aumento demográfico,
como também pelas novas formas de sua utilização na
O esquema, como se vê, possibilita a cada bloco um
repouso de cinco períodos após ser explorado durante dois indústria
períodos consecutivos Durante a fase de descanso deverá
Todos os países europeus e da América do Norte importam
ser ocupado por leguminosas restauradoras.
amido, alguns em escala bem apreciável
Obedecendo a moldes fitotécnicos atualizados, deverá o
campo ser destacado, arado, gradeado, drenado, se Cerca de 2/3 da população do Brasil consomem farinha de
necessário, etc. Destas operações a mais dispendiosa e mesa, havendo largas áreas em que ela participa da dieta
trabalhosa é o deslocamento que poderá ter a sua despesa alimentar na proporção de 50%. Na Amazônia é marcante a
coberta quase totalmente pelo aproveitamento bem diri- sua predominância sobre os produtos dàs demais culturas
gido da madeira derrubada resultante do desmatamento. de subsistência.

Parte Tecnológica constante do planejamento da empresa Poucos são os criadores de gado, hoje em dia, indiferentes
a obtenção de variados produtos, será a fábrica estruturada à utilização da mandioca no arraçoamento dos seus reba-
segundo um modelo de "Usinas Combinadas" As circuns- nhos, dado o grande valor nutritivo da parte aérea da
tâncias de ordem geral irão determinar qual o modelo mais planta, que pode fornecer matéria-prima para o praparo de
adequado a adotar rações complementares tão boas quanto a alfafa

As instalações industriais deverão ser feitas em pleria Possibilidade para o cultivo - Há franca possibilidade
plantação, levando-se em consideração, naturalmente, ecológica para o cultivo em quase toda a região. Cons-
outros aspectos de ordem econômica, tais como dispo- tituída, predominantemente, de solos do tipo Podzólico
sição, facilidade de acesso, facilidade de escoamento dos Vermelho Amarelo, pode ser esperada para a Área B uma
produtos etc · produção economicamente compensadora, desde que
sejam tomadas medidas preconizadas por instituições
c) Programa de Produção técnicas Em tal solo, não obstante sua elevada acidez e
fertilidade apenas regular, o emprego de processos fito-
Prevê a empresa, nas bases em que será instalada, a técnicos adequados poderá propiciar produções supe-
seguinte produção: riores a 22t/ha, sem qualquer fertilização artificial.

Fécula - 60% da produção bruta das raízes. Considerações - Mesmo importando grandes qi,Janti-
dades de fécula do grupo de países asiáticos (ex-colônias
Farinha de mesa - 35% da produção bruta das raízes. européias) e do México, os Estados Unidos são ainda um
mercado certo para nossa exportação, desde que o produto
Rações- 5% da produção bruta das raízes mais produção seja de boa qualidade (sabemos que foi precisamente a má
de rama qualidade a responsável pela queda vertical do volume de
nossa exportação para aquele país).

Sob um cálculo não otimista, qual seja, o de atribuir uma E) Considerações Diversas
Produção bruta de raizes de 22t/ha, em média, teremos
66 OOOt como produção total, de 3.000ha. Afora a produção de sua plantação própria, poderá a

I
empresa aproveitar a produção de terceiros, medida essa
Fécula- Na base percentual de 25% serão obtidos 9 900t que pelo seu alcance social poderá tornar-se de todo
necessária. A implantação de um empreendimento com
Farinha - Na rylesma base do precedente produzirá tais vantagens técnicas afetará certamente a economia dos
5.7751. modestos plantadores dispersados em toda a zona, muitos
deles com tradição na cultura. Urge, então, sejam tomadas
Ração - Serão destinadas cerca de 600t em forma de algumas medidas capazes de neutralizar o possível dese-
raspa, principalmente, às quais será acrescentado o pro- quilíbrio a ser provocado. Uma dessas medidas diz res-

494/ USO POTENCIAL DA TERRA


peito ao aproveitamento da produção de pequenos roçados novembro), quando a deficiência hídrica não é superior a
particulares, mediante convênio. 125mm e temperatura anual média de 26,4°C.

Culturas Comerciais*· estas culturas (guaraná, juta, pi- Recomenda-se a implantação desta cultura em solo do tipo
menta-do-reino, cacau, café, seringueira etc.) exigem para Podzólico Vermelho Amarelo, predominante na área, de
o seu desenvolvimento a adoção de um nível tecnológico preferência em relevo suave e com características seme-
bastante ·superior ao empregado, geralmente nas culturas lhantes ao Latossolo Amarelo, para que as melhores
de subsistência, dentro da área estudada Requerem solos manchas, em subdominância, sejam aproveitadas por
de boa fertilidade, o que implica na aplicação de corretivos culturas anuais onde a topografia for suave, e por culturas
e fertilizantes, já que nem todos os solos onde podem ser permanentes mais exigentes, onde o relevo apresenta-se
desenvolvidas apresentam fertilidade considerável; os mais movimentado.
tratos culturais, indispensáveis durànte o cultivo, depen-
dem em grande parte da mecanização e, até mesmo, de A recente criação do Programa Nacional da Borracha -
métodos especiais; a assistência técnica intensiva não PROBOR vem de encontro às aspirações empresariais,
pode faltar para o bom êxito do empreendimento; a aquisi- com uma política especial de linhas de crédito, assistência
ção de sementes selecionadas é imprescindível para se técnica, comercialização e outros instrumentos de fo-
conseguirem produtos de boa qualidade; o armazena- mento à heveicultura.
mento dos produtos tem que ser feito em ambientes
adequados, em muitos casos com controle da temperatura - Coeficientes técnico-econômicos
e umidade etc Tudo isso exige do produtor investimentos
quase sempre vultosos, o que faz aumentar as possibili- . Espaçamento entre plantas: 7m x 3m
dades de maiores fracassos financeiros, quando o ano
agrícola não for favorável, tornando necessárias a escolha . Primeira safra. 8. o ano
correta da área para implantação das culturas e a adoção
de métodos e técnicas preconizadas pelas entidades de . Custo de formação de 1 ha até o 7 o ano. Cr$ 20 450,00
pesquisas agropecuárias da região. (preços de 1975)

Custo de manutenção de 1ha, após o 7. o ano; 25% da


3134 - Guaraná
receita do ano em que a produção se estabilizá (13 o ano)
ou Cr$ 2 950,00 (preços de 1975).
Pela escassez de dados a respeito desta cultura, princi-
palmente sobre a amplitude pluviométrica dentro da qual a
planta encontra condições favoráveis de desenvolvimento, Produção/ha (produtividade média) de borracha seca:
não se sugere, aqui, o cultivo do guaraná na área, mas
acredita-se que o empresário rural interessado não espe- .. 8. o ano: 350kg
rará muito para que esses dados estejam disponíveis nos · 9. o ano: 450kg
órgãos de pesquisas afins, mesmo porque a existência de .. 1O. o ano: 600kg
bons solos na área e o seu uso atual a tornam atrativa 11. o ano: 750kg
também do ponto de vista da experimentação agrícola. 12. o ano: 900kg
. 13. o ano: 1 .OOOkg

3135 - Seringueira Torna-se antieconômica a extração após o 30 o ano de


cultivo.
Segundo o IPEAN, em seu "Relatório de Atividades Preço pago ao produtor por kg de borracha seca
1973/74", a seringueira (Hevea brasiliensis) ocorre espon- Cr$11,80 (preço de 1975).
taneamente em dife.rentes áreas da Amazônia, desde
aquelas em que o índice pluviométrico anual não vai além - Rentabilidade/ha (preços de 1975)
dos 1 .600mm, até as que recebem uma precipitação acima
de 3.600mm, no mesmo período. Nessas áreas o regime de
distribuição dé chuvas durante o an'o é bastante irregular, 8. o ano
possuindo algumas delas IJm pei'íodo de seca bastante
definido, onde a escassez de chuvas chega a provocar .. Receita bruta .................. . Cr$ 4.130,00
deficiências acima de 200mm. O solo onde, predominan- .. Custo total de produção ....... . Cr$ 2.950,00
temente, a seringueira é cultivada, é do tipo Latossolo .. Receita líquida (lucro) .......... . Cr$ 1.180,00
Amarelo e a temperatura apresenta, em termos médios,
valores que variam de 24,2°C (Cruzeiro do Sul, no Acre) a Lucro = 40%
34°C (Tomé Açu, no Pará). Custo Total

As Áreas B parecem oferecer essas condições em que a

I
seringueira se desenvolve naturalmente, pois apresentam . 9. 0 ano
uma precipitação pluviométrica anual em torno de
1.600mm; um período de estiagem definido (junho a .. Receita bruta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Cr$ 5.310,00
.. Custo total de produção . . . . . . . . . . . . . Cr$ 2.950,00
.. Receita llquida (lucro) . . . . . . . . . . . . . . . Cr$ 2.360,00
• Decidiu-se pelo uso do termo "comerciais'' por ser mais abrangente, o que
parece facilitar a compreensão: nele se inserem todas as culturas de Lucro
ciclos curto e longo, que são desenvolvidas com o objetivo único de = 80%
comercialização. Custo Total

USO POTENCIAL DA TERRA/495


1O 0 ano Na porção oeste da área, o período de seca é menos
drástico e a cultura poderá ser desenvolvida sobre o
Receita bruta Cr$ 7 080,00 Podzólico Vermelho Amarelo distrófico, desde que aduba-
Custo total de produção Cr$ 2.950,00 ções periódicas corretas sejam realizadas
Receita liquida (lucro) . Cr$ 4 130,00
Uma consulta técnica à CEPLAC antes da tomada de
Lucro decisão, por parte do empresário, seria iniciativa bastante
140%
Custo Total acertada para o conhecimento mais detalhado sobre a
viabilidade de cultura nas Áreas B e cultivares mais ade-
11 ° ano quados, já que essa entidade possui vários híbridos sele-
cionados para a região
Receita bruta Cr$ 8 850,00
Custo total de produção Cr$ 2 950,00
Receita liquida (lucro) Cr$ 5 900,00 - Coeficientes técnico-econômicos:

Lucro
200% Espaçamento entre plantas 3m x 3m
Custo Total Primeira safra 3 o ano
Custo de formação de 1 ha até o 4 o ano Cr$ 14 560,00
12 o ano (preço de 1975)
Custo de manutenção de 1 ha, a partir do 5 o ano Cr$
Receita bruta Cr$ 1O 620,00 3 000,00 (preços de 1975)
Custo total de produção Cr$ 2 950,00 Produção/ ha (produtividade média)
Receita liquida (lucro) Cr$ 7 670,00 3. o ano 300kg
4 o ano: 600kg
Lucro 5 o ano· 1 100kg
260%
Custo Total 6 o ano e demais 1 200kg
Preço pago ao produtor por kg do produto seco: Cr$ 8,50
13 o ano (preço de 1975)- Rentabilidade/ha (preços de 1975)

Receita bruta Cr$ 11 800,00


Custo total de produção Cr$ 2 950,00 3 o ano
Receita liquida (lucro) Cr$ 8 850,00
Receita bruta Cr$ 2 550,00
Lucro
300% Custo total de produção. Cr$ 3 000,00
Custo Total Receita liquida (negativa) Cr$ 450,00

Obs Todos os dados técnico-econômicos foram forne-


cidos pelo Dr Eurico Pinheiro. executor do convénio
SUDEVEA/FCAP 4° ano

Receita bruta Cr$ 5 100,00


31 36 - Cacau Custo total de produção Cr$ 3 000,00
Receita líquida (lucro) Cr$ 2 100,00
O cacaueiro encontra limitações climáticas na área, espe-
cificamente no que se refere à distribuição de chuvas Na
Lucro = 70,0%
principal região cacaueira da Bahia, responsável por 90%
Custo Total
da produção de cacau naquele estado (Silva 1973), os fato-
res climáticos precipitação (superior a 1.1 OOmm I ano), umi-
dade relativa do ar (80%) e temperatura (em torno de
24°C) são bastante semelhantes aos das Áreas B, com 5o ano
exceção da distribuição de chuvas, que nestas áreas não
chega a superar 60mm em cada um dos meses mais secos Receita bruta . . Cr$ 9 350,00
(agosto, setembro e outubro) A ocorrência dessa esta- Custo total de produção Cr$ 3 000,00
ção seca definida se traduz em limitação para o desenvol- Receita liquida (lucro) Cr$ 6 350,00
vimento natural do cacaueiro (IPEAN 1972) que, todavia,
poder ser removida pelo suprimento de água à cultura,

I
nesse período, através da irrigação. Lucro = 211 ,6%
Custo Total
Esta cultura deve ser implantada nas manchas de Terra Ro-
xa Estruturada e em áreas constituídas por solos do tipo
Podzólico Vermelho Amarelo equivalente eutrófico, e de 6 ° ano
preferência em relevo com maior movimentação, por pos-
suir o cacaueiro qualidades de planta preservadora das . . Receita bruta ........ . Cr$ 10.200,00
condiçoes ambientais (Silva, 1973). Custo total de produção Cr$ 3.000,00

496/USO POTENCIAL DA TERRA


Receita liquida (lucro) . . . . . . . . . . . Cr$ 7.200,00 4° ano

Lucro = 240 % Receita bruta Cr$ 48 000,00


Custo Total Custo total de produção Cr$ 17 000,00
Receita líquida (lucro) Cr$ 31 000,00
Obs Todos os dados técnico-econômicos foram conse-
guidos na CEPLAC-Belém Lucro 182,3%
Custo Total
3 1 3 7 - Pimenta-do-Reino
Nas duas regiões do Pará, consideradas como tipicamente
produtoras de pimenta-do-reino, Tomé-Açu e Belém, fo-
31 38 - Café
ram encontradas deficiências de umidade de 360mm e
32mm, respectivamente A cultura desenvolve-se bem na Segundo o IPEAN (1972), das três espec1es de cafeeiro
faixa térmica de 12°C a 40°C e em áreas sob regime mais cultivadas, Coffea arabica, Coffea Canephora (varie-
pluviométrico com dois períodos definidos um bastante dade robusta) e Coffea liberica, foi verificado que as
chuvoso e outro de estiagem (IPEAN 1972) Não há condições térmicas predominantes na Amazônia são satis-
portanto, limitações à cultura, ditadas pelas condiçõe~ fatórias às exigências das espécies canephora e !iberica A
climáticas nas Areas B limitação principal, para o cultivo da esp.écie arábica, está
Quanto ao.sol? e relevo, parece não haver maiores proble- na ausência, de modo geral, de altitudes que condicionem
mas A p1pencultura pode ser desenvolvida tanto nos temperaturas médias entre 18°C e 24°C, por ela exigidas
solos férteis da área (Terra Roxa Estruturada e Podzólico
Para a Coffea liberica foi estabelecida a média anual de
Vermelh? Amarelo equivalente eutrófico), como em áreas
26°C e para o cultivo do café rob,usta temperaturas médias
constltUidas por solos de baixa fertilidade no caso o
entre 22°C e 27°C, conforme estudo das condições térmi-
predominant!l P~dzólico Vermelho Amarelo' que possui cas das áreas onde são cultivadas essas espécies Essas
boas cond1çoes f1s1cas e pode ter corrigida a sua fertilida-
exigências parecem ser satisfeitas nas Áreas B
de através da adubação Em qualquer dos três tipos de
solo que a cultura seja implantada deve-se escolher, de
preferenc1a, terreno de topografia suave.
Em regiões de período seco definido, a Coffea Canephora
- Coeficientes técnico-econômicos· desenvolve floração condensada, mas necessita de ampla
disponibilidade de água em seguida para abertura das
Espaçamento entre plantas 2,5m x 2,5m
flores Há, portanto, necessidade de uma estação seca
Numero de plantas/ h a 1 600 pés
bem definida, o que ocorre nas Áreas B, para regular a
Cobertura morta capim seco
produção, embora não tenham sido determinados, ainda,
Primeira safra 2° ano de cultivo
l1m1tes de seca tolerados por essa espécie sem perda do
Produção por planta •
rendimento da planta
2° ano 500g I planta ou 800kg Iha
3° ano 2 OOOg I planta ou 3 200kg 1h a
4° ano 3 OOOg/planta ou 4 800kg/ha Ainda segundo aqueles autores, o café robusta encontra
condições favoráveis de desenvolvimento em regiões que
Em condições ótimas a cultura tem uma vida útil média apresentam deficiência hídrica de 50mm a 400mm e o
de 15 anos' • déficit de 125mm da área estudada está contido nesse
Número de capinas anuais: no mínimo 7* •
intervalo
Preço pago ao produtor por kg Cr$ 1O 00 (preço de
1975)'.. '

- Rentabilidade/ha (preços de 1975) Por ultimo, a ocorrência de Terra Roxa Estruturada e o


Podzólico Vermelho Amarelo equivalente eutrófico propi-
2° ano ciam o quadro completo para o desenvolvimento da cultura
Receita bruta Cr$ 8 000,00 da espécie Canephora, variedade robusta, também do
Custo total de produção Cr$ 17 000,00 • híbrido arabusta, embora se faça necessária a adubação
Receita líquida (negativa) ..... Cr$ 9 000,00 logo no 1? ano de cultivo, principalmente a fosfatada, por
possuírem esses solos baixo teor de fósforo disponível,
3° ano devendo a cultura ser implantada em terreno de topografia
suave, de preferência, o que não significa que áreas de
Receita bruta . . Cr$ 32.000,00 relevo ondulado não devam ser utilizadas, na ausência
Custo total de produção Cr$ 17 000,00 daqueles, desde que técnicas de controle da erosão sejam
Receita líquida (lucro) Cr$ 15.000,00 adotadas
Lucro
Custo Total
88,2%
Pela não-disponibilidade de dados econômicos foi impos-
sível avaliar a rentabilidade da cultura nas Áreas B
I
• ACAR-PA, Escritório de Belém
•• Albuquerque, F.C & Conduru, J.M.P, 1971
• • • Secretaria de Estado de Agricultura do Estado do Pará - SAGRI • Albuquerque, F.C. & Conduru, J.M.P., 1971

USO POTENCIAL DA TERRA/497


3.1.3.9 - Juta-Semente - Coeficientes técnico-econômicos:

Segundo Monteiro; Homma; Souza (1973), o cultivo de . Variedade recomendada: "Malva Foguete" (atinge até 4m
Juta (Corchorus Capsularis, L.) deve ser feito em solos que de altura)* .
apresentem de mediana a alta fertilidade. A variedade . Produção/ ha (produtividade média) de fibra seca
IPEAN R-69 (Juta-Roxa) vegeta melhor em terrenos secos e 1.500kg *
altos, enquanto que terrenos baixos e arenosos oferecem Época de corte (início da floração)· aproximadamente
melhores condições para a IPEAN-64 (Juta-Branca) Os seis meses depois do plantio .
terrenos escolhidos para o desenvolvimento desta cultura Preço mínimo pago ao produtor por kg de fibra seca: Cr$
devem ser, preferencialmente, planos e terra firme 3,27 (safra 75/76).

A juta exige calor e umidade para o seu bom desenvolvi- - Rentabilidade/ h a (preços de 1975):
mento, uma precipitação pluviométrica mínima de 800mm,
durante um período de quatro meses e uma temperatura de Receita bruta . . . Cr$ 4 905,00
20°C a 30°C Custo total de produção . Cr$ 2 240,00*
Receita líquida (lucro) . CrS 2.665,00
Todas essas condições são muito bem satisfeitas nas
Áreas B, de onde sai toda a semente de juta necessária á Lucro = 118 ,9 %
produção do juta-fibra dos Estados do Amazonas e Pará Custo Total
(vide Apêndice l-Diagnóstico Sócio-Econõmico), consti-
tuindo-se o Município de Alenquer no maior centro produ- 3 1 3 11 - Bovinocultura
tor de juta semente do Pais
A pecuária bovina inten_siva, em especial a leiteira, parece
- Coeficientes técnico-econõmicos ser a mais indicada às Areas B para que o espaço ocupado
por essa atividade seja o menor possível, p~oporcionando a
Produção/ ha (produtividade média) de semente 265,5kg algumas culturas aqui estudadas a possibilidade de apro-
(safra 1971 /72)* veitamento dos solos de boa fertilidade
Preço mínimo pago ao produtor por kg: Cr$ 8,50 (safra
76/77) As condições de salubridade para o gado bovino na~ Áreas
B e de mercado na região oferecem boas perspectivas ao
- Rentabilidade/ha (preços de 1976): desenvolvimento da pecuária leiteira Os municípios a que
pertence esta área e os circunvizinhos apresentam insufi-
Receita bruta .. Cr$ 2 256,75 ciente produção de leite para satisfazerem a deman-
Custo total de produção Cr$ 1 720,00* da existente ocorrendo, somente'em Santarém, um deficit
Receita liquida (lucro) Cr$ 536,75 de 14 700 litros por dia do produto in natura, suprido em
parte pelo leite em pó (vide. Apêndic~ l-Diagnóstico
Lucro 31 % Sócio-Econômico) Para que o le1te produzido nas Areas B
Custo Total alcance esses mercados faz-se imprescindível a criação de
serviços de transportes eficientes, sobre a infra-estrutura
básica já existente na região
3 1 3 10 - Malva

Produzindo a malva (Urena !abata, L) uma fibra bastante


o incremento à pecuária leiteira com certeza acarretará
mudanças no hábito alimentar dessas populações, intro-
semelhante à da juta, inclusive com plenas possibilidades duzindo em sua dieta diária um elemento básico na
de competição no mercado e com a vantagem de não estar alimentação humana e a um preço bastante inferior ao do
limitada à existência de várzeas para o seu cultivo, o produto industrializado, além de possibilitar a div~r~if!ca­
desenvolvimento dessa cultura, hoje, é deveras compen- ção desses mercados, a partir do _co~sum?_ de latiCiniOS,
sador, o que pode ser constatado com o aumento que vem que poderão ser produzidos na propna reg1ao.
sofrendo o número de hectares por ela cultivados, em
épocas próximas passadas um mero produto de extração Em última análise, é uma atividade que estará contribuindo
para o crescimento auto-sustentado da região, pela substi-
Encontra condições propícias de desenvolvimento. ~as tuição da importação desses produtos dos grandes centros
Áreas B e sua implantação em solo do tipo Podzol1co brasileiros, principalmente os do Centro-Sul, e pel_a gera-
Vermelho Amarelo (dominante) exige a determinaÇão de ção de divisas a partir da exportação do excedente, mclusl-
um nível de adubação econômico para a cultura. Ensaios ve para os mercados fornecedores, quando satisfeitos os
realizados pela EMBRAPA/IPEAN, em Capitão Poço-PA, mercados locais O porto de Santarém e a rodovia Cuiabá-
em 1973, sobre Latossolo Amarelo demonstraram ser o Santarem são dois grandes escoadouros que possibilitam
fósforo um nutriente de grande importância para o rendi- o alcance de outras regiões do Pais
mento da malva, que cai a níveis quase insignificantes

I
quando o teor desse nutriente, no solo, é baixo Segundo - Rentabilidade/ha (preços de 1976)
esses ensaios, ainda, o emprego exclusivo da calagem
apresenta resultados bastante significativos ("Relatório de Pela falta de dados econômicos completos, são fornecidos
Atividades do IPEAN"-1973/74). apenas os de custo de formação de 1 t]a de pastagem com
duas espécies de forrageiras e o custo do km de cerca
construído:

• Monteiro, LF.; Homma, A.K.O.; Souza, N.A., 1973 • Albuquerque, C.R.A. & Soares, F.A.J., 1968

498/ USO POTENCIAL DA TERRA


Custo de formação de 1 ha de capim Brachiária sp Análise química de três das espécies de forrageiras mais
. .. .. .. . .. ... Cr$ 1.000,00* . comun? das áreas de várzeas, entre Parintins (AM) e
. Custo de formação de 1 ha de capim colonião Santarem (PA}, realizada pela EMBRAPAIIPEAN em
Cr$ 900,00* amostras cqletadas pela Divisão de Uso Potencial da Terra
deste Projeto, em diversos pontos mostrou os seguinte~
Custo de 1 km de cerca de arame farpado com estacas de resultados
2 em 2m e moirões de 1O em 1Om . Cr$ 6.000,00*

3 2 - ÁREAS C Umidade RMF EE PB FB CaO P205 K20


Forrageiras % % % % % % % %
3 21 - Descrição
Mouri 8,55 19,55 0,93 10,18 34,15
Compreendem as áreas de várzeas, principalmente aque- 1,52 0,72 2,90
Canarana 8,90 10,48 1,28 11,82 35,08
las que margeiam o rio Amazonas Permanecem submer- 0,57 0,63 1,63
Seneuaua 7,78 15,18 1,59 11,50 38,60
sas durante, aproximadamente, seis a sete meses do ano 0,35 0,52 1,46
e, embora isso ocorra, desempenham papel fundamental ..
na economia da região, por gerarem considerável parcela Analise: IPEAN- Belem-PA
da produção de produtos de subsistência e juta, uma das RMF: Resíduo,Mineral Fixo
principais culturas comerciais desenvolvidas em toda a
Amazônia, além de terem sobre elas, no período de
vazante, grande parte do rebanho bovino da região E E Extrato etéreo (gordura)
P B Proteína bruta
Carreando detritos orgânicos e minerais, que são deixados F B Fibra bruta
sobre as áreas que invadem, as águas do Amazonas
funcionam como agente de fertilização natural dos solos Os dados da análise indicam que essas três forrageiras
ribeirinhos Essa fertilização natural é diretamente respon· apresentam bom teor nutritivo, satisfazendo às necessida-
sável pela presença de solos eutróficos, nas áreas de des da rês, inclusive na íase de engorda e período de
várzeas da Folha SA 21-Santarém, onde predominam o lactação Ressalva deve ser feita ao Mouri que, apesar do
Gley Pouco Húmico e, em regime de subdominância, os bom teor nutritivo que possui, não é bem aceito pelo gado,
aluviais Em conseqüência disso temos, ai, maior produti- ao que tudo indica, devido ao fator palatabilidade
vidade e maior capacidade de suporte (bovino/ h a) do que
na maioria das áreas de terra firme, contrariando perspecti- A população bovina da Folha é da ordem de 460 000
vas pessimistas daqueles que visitam as várzeas amazôni- cabeças, das quais 320 000 no Estado do Pará e 140 000 no
cas em épocas de cheias, quando a submersão de vastas Estado do Amazonas, pequena para os 295 160km2 nela
áreas baixas dá a falsa impressão de que a "tábua de inscritos Toda a carne ai produzida tem mercado garanti-
~salvação" da Amazônia está no aproveitamento das terras do na própria Amazônia A Frigomasa, maior frigorífico da
altas, tão-somente É de fato um problema que deve ser região, instalado em Manaus, abate considerável parte dos
tratado com cautela, para que não se incorra em riscos bovinos de corte criados na área e os mercados de Belém
maiores Se por um lado as várzeas são tomadas pelas Manaus e Santarém, principalmente, seguidos dos demai~
águas durante seis a sete meses do ano, por outro municípios, consomem quase a totalidade dessa produ-
oferecem condições ótimas de aproveitamento, nos cinco ção, sendo insignificante a exportação para outras regiões
a seis meses restantes, com a exploração de culturas de do Pais
subsistência- juta e pecuária bovina - raramente supe-
radas pela maioria das áreas altas, descobertas o ano todo, O peixe, principal fonte de proteína animal dos municípios
mas com restrições ditadas pela baixa fertilidade dos pesquisados, cujas sedes da maioria encontram-se nestas
solos áreas de várzeas ou próximas a elas, desempenha papel
importante na alimentação básica pela sua relativa abun-
No levantamento de dados realizado por este Projeto, a dância nas águas do Amazonas, seus afluentes, igarapés e
nível de município (vide Apêndice l-Diagnóstico Sócio- inúmeros lagos, e por ser comercializado a preços bastante
Econômico}, constatou-se que em muitas áreas de várzeas baixos - apesar de grande procura -, o que torna um
ocupadas pela pecuária bovina, 1 ha dá suporte a até dez produto acessível a todas as camadas da população (vide
cabeças, no período de vazante, embora o boi seja criado Apêndice l-Diagnóstico Sócio-Econômico)
extensivamente Na temi firme essa capacidade dificilmen-
te ultrapassa a 3 cab/ha, nos meses chuvosos, num Como infra-estrutura física para o escoamento da produ-
sistema criatório que adote subdivisões dos pastos para ção, as Áreas C contam com o rio Amazonas, seus
melhor aproveitamento das forrageiras Isso significa que, afluentes de ambas as margens e paranás (braços do
para a manutenção de um mesmo rebanho, os pastos de Amazonas), que chegam a contornar extensas áreas de
terra firme têm que possuir uma extensão, aproximadamen- várzeas
te, três vezes maior que os de várzeas nesse período,

I
portanto, os !atores fertilidade e acesso se compensam
nessas diferentes áreas, o que parece mostrar que tanto 3 22 - Recomendações
uma como a outra são vitais para a região e, por isso
mesmo, devem ser aproveitadas dentro de um sistema As Áreas C devem continuar desempenhando o papel que
integrado de utilização econômica sempre tiveram na economia regional, mas sua utilização
terá que ser adequada, possibilitando a transferência de
atividades como a cria e recria de bovinos para as áreas
• ACAR-PA, Escritório de Belém altas, dando curso á fixação do homem na terra firme,

USO POTENCIAL DA TERRA/499


atenuando, ao mesmo tempo, os efeitos diretos das en- ponível no setor, objetivando o aprov:itar:nento econômi~o
chentes anuais sobre o rebanho que se acha fixado nessa de um produto que, apesar da importancta na alimentaçao
faixa de terra amazônica. humana, vem sendo, em parte, desperdiçado pela impossi-
bilidade de colocação dos excedentes em outros merca-
dos. Essas empresas, providas de frigoríficos, "gel~i­
A estas áreas sugere-se a implantação de empresas de ras" (barcos com equipamento simples de refngeraçao,
nível familiar, para o desenvolvimento de culturas de utilizado durante a pesca), que possibilitem maior raio de
subsistência, juta e malva; empresas de médio porte, para ação na captura, e barcos frigorífico~ para o transporte do
o cultivo da juta, malva e, ainda, cultura de subsistência, e produto a ser comercializado, poderao dmamtzar o se~or
empresas de médio e grande portes, que desenvolvam tornando-o uma das maiores fontes de nqueza da regtao
atividades de cria e recria de bovinos na terra firme,
visando a rotação de pastagens com as áreas de pastos Como ocorre nos demais campos da atividade econômica,
naturais de várzeas, principalmente para a terminação a instalação de empresas no setor pesqueiro poderá estran-
(engorda) do boi. gular o pequeno pescador, aquele que d:sde sempre.faz_ da
pesca seu principal meto de subststencta. Os or_gaos
Parece viável e necessária a rotação de pastagens terra planejadores deverão ter isso em conta, pela tmportancta
firme-várzea, uma vez que, justamente no período em que dos benefícios sociais gerados por empresas pesquetras
as várzeas estão cobertas pelas águas, os pastos de terra que dependam, também, da produção de pescadores autô-
firme oferecem maior capacidade de suporte, enquanto nos nomos, além da sua própria Outra medida importante
meses não chuvosos (maio a outubro) cai sensivelmente seria deixar o suprimento de parte significativa do mercado
essa capacidade, diminuindo o rendimento do rebanho, consumidor local a cargo d.os pescadores comuns. Incenti-
período em que as várzeas, já descobertas, dão suporte a vos fiscais e acesso às linhas especiais de crédido são
um número de cabeça/ha aproximadamente dez vezes instrumentos que poderão ser utilizados como dispositi-
maior do que a lotação máxima permitida para a terra vos de controle sobre as empresas, para evitar o monopó-
firme, não superior a 1 cab/ha, nesse período lio local na produção de pescados

A elaboração de um plano dessa natureza, para o setor


A bubalinocultura é outra atividade pecuária que, bem pesqueiro, na área da Folha SA 21-Santarém, deve se dar
dirigida, poderá constituir-se em importante fonte de renda em articulação com a Superintendência do Desenvolvimen-
para as empresas pecuaristas nas áreas de várzeas. Na to da Pesca, SUDEPE
região, embora incipiente, esta atividade tem-se mostrado
promissora
32 3 - Viabilidades e Rentabilidades Culturais
Apesar da importância do peixe como alimento básico, o Culturas de Subsistência o arroz, o milho e o feijão, prin-
setor pesqueiro é bastante carente da atenção de órgãos de cipalmente, são as mais importantes culturas de susistên-
desenvolvimento atuantes na região e de maneira nenhuma cia desenvolvidas nas áreas de várzeas, de onde sai signifi-
pode deixar de estar presente nas preocupações dos cativa parcela da produção amazônica desses produtos
planejadores A modernização deste setor através da for- para suprir o mercado regional
mação e treinamento da mão-de-obra, aumento do nível de
capitalização do pescador; assistência técnica eficiente e
instalação de frigoríficos em pontos estratégicos são
iniciativas dos setores público e privado que se fazem 3.2.3 1 - Arroz
urgentes para que a potencialidade piscosa da área possa
ser integralmente aproveitada, passando o pescado a Técnica e economicamente há grandes possibilidades de
alcançar mercados não satisfeitos em outras regiões do que a rizicultura amazônica adote a sistematização das
Brasil A nível nacional essa medida estaria contribuindo várzeas, por meios de sistemas racionais de irrigação e
para o aumento do estoque de carne bovina e conseqüente drenagem (Mascarenhas, Santos Filho, Lopes, 1974)
aumento da exportação desse produto, o que significaria
maiores divisas para o País. Atualmente a Jari Indústria e Comércio S A mantém
sistematizada uma extensa área de várzea, à margem
O período em que a pesca atinge seu maior significado direita do rio Jari, quase na confluência com o Amazonas,
econômico vai de julho a outubro, meses em que as áreas onde desenvolve a rizicultura em bases econômicas
de várzeas encontram-se descobertas e a agricultura e altamente rentáveis
pecuária mais necessitam da mão-de-obra. No entanto
essa mão-de-obra é fracionada nessa época do ano e a Maiores perspectivas, portanto, são abertas para a Região
maioria dos agricultores têm na pesca uma atividade Norte pela possibilidade de se conseguirem, pelo menos,
complementar, para reforço de sua renda familiar Isso duas safras de arroz por ano numa mesma área de cultivo,
mostra que nem um dos setores de "per si" oferece boas através da irrigação artificial da cultura e drenagem da
perspectivas aos que neles se ocupam. Por outro lado na área, quando necessária, viáveis a partir de um perfeito

I época das cheias a mão-de-obra disponível pode ser


totalmente aproveitada nas áreas de terra firme, onde as
atividades agropecuárias são viáveis. Para tanto, uma
adequação racional e profunda deve ser levada a efeito,
visando o desenvolvimento integrado desses setores
controle de regime das águas.

Ensaio sobre competição de variedades realizado pelo


setor de fitotecnia da EMBRAPA/IPEAN, em 1971, na
várzea do rio Guamá, com 25 cultivares recebidos do
Instituto Agronômico de Campinas, em 1970, demonstrou
Empresas pesqueiras de médio porte devem ser atraídas à que IR - 665-33-2-5, IR-665-23-3-1, IR-665-33-3-4 e
região, para absorção da mão-de-obra especializada dis- IR-665-14-3-5, todos de grão longo e s;om um ciclo total

500/USO POTENCIAL DA TERRA


máximo de 113 dias, superaram o Batatais, o melhor aos Custo total de produção CrS 5 000,00*
cultivares da coleção do setor, antes de 1971 (Kass; Furlan Receita líquida (lucro) Cr$ 6.640,00
Jr., Lopes, 1972), conforme pode ser visto a seguir:
Lucro
-,-----,----- = 132,8%
Custo Total
Tipo Out IFev Mar IJun Rendimento
Cultivares
de grão ciclos ciclos do arroz c/
casca kglha
Este é um sistema acessível, também, a empresas familia-
res desde que cooperativas sejam criadas, possibilitando o
IR-665-33-2-5 longo 105 101 8 432
emprego de máquinas e equipamentos que, por sua vez,
exigem considerável investimento fixo Ao que tudo indi-
IR-665-23-3-1 " 104 102 i 952
ca, para estas empresas, o tamanho máximo da área
I R-665-33-3-4 " 105 100 7 868 cultivada com arroz deve ser de 1Oha, onde a colheita pode
IR-665-14-3-5 " 113 99 7 760 ser feita manuaimente
Batatais médio 103 107 5 952
- Rentabilidade/ ha em áreas sistematizadas e com per-
-Fonte: Kass. Furlan Jr: Lopes, 1972 feito controle da água (preços de 1976)

A análise do solo onde se deu o ensaio mostra os seguin- 1° ano


tes resultados, segundo, ainda, os mesmos autores
Receita bruta de duas safras Cr$ 23 280,00
Custo total da produção (incluído o cus-
to de sistematização) Cr$ 18 000,00**
Ph -4,5 Receita liquida (lucro) Cr$ 5 280,00
ct + + Mg + - 5,4me/100g
AI+++ - 2,0me/100g
P205 - 1,61me/100g Lucro = 29 . 0 %
MO - 1,72% Custo Total
C/N -8,0
2° ano e demais
Recomenda-se uma consulta às análises químicas referen-
Receita bruta de duas safras Cr$ 23,280,00
tes aos perfis 34, 48,55 e 59, do capítulo 111-Pedologia. per-
fis esses localizados, todos. nas áreas de várzeas da
Custo total de produção crs 8 ooo.oo· • •
Receita líquida (lucro) Cr$ 15 280.00
Folha, para um confronto dos resultados Esses dados
parecem credenciar um parecer positivu sobre a possibili- Lucro
dade de extrapolação dos resultados conseguidos pela ~-~~-
= 191%
Custo Total
EMBRAPA/IPEAN às Areas C embora não a todas. eviden-
temente, o que só pode ser definido a partir de um
levantamento mais detalhado Por outro lado. as condi-
ções climáticas da região onde foi realizado o experimento Não estão disponíveis, ainda, os resultados de estudos de
e as Areas C não apresentam variações significativas adubação a longo prazo. para manter esses rendimentos
Apenas o regime de cheias é diferente. com desvantagens elevados
para estas ultimas, onde o controle das águas é considera-
velmente difícil, com inviabilidade de sistematização de 3 23 2 - Milho
grande parte das várzeas Mesmo assim a irrigação é
possível e o rendimento da cultura pode ser mantido O milho, na várzea alcança maior rendimento por hectare
embora com apenas uma safra por ano. no período de do que na grande maioria das áreas de terras firmes,
vazante embora não tenham sido conseguidos dados sobre a
produtividade da cultura nas Areas C, o que torna impos-
- Coeficientes técnico-econômicos sível a previsão da rentabilidade econômica de 1 ha cul-
tivado nessas áreas
Cultivar IR-665-33-2-5
Esta cultura não tolera solos encharcados, devendo ser
implantada na várzea alta, para que a plantação não sofra
Produção/ h a (produtividade média) =
7 760kg (para que influência das cheias até o período da colheita O plantio
seja mantida uma margem de segurança quanto à produti- deve-se dar de 15 de outubro a 30 de novembro e a cultu.ra
vidade considerou-se a produção/ ha do IR-665-14-3-5) não pode ser instalada em solo de textura muito leve

I
Preço mínimo pago ao produtor
Computados os preços de uma moto-bomba de 12,5HP, vazão de
saca de 50kg = Cr$ 75,00 41m3/h, com capacidade de elevar água a 18m manométricos e tubos
para transportes de água no valor de Cr$ 10.000,00, amortizados em
5 anos, período de vida util médio do equipamento
- Rentabilidade/ ha, em áreas não sistematizadas, com
irrigação (preços de 1976) • Valor médio despendido pela Jari Industrial e Comércio S/ A, na
sistematização e cultivo de 1ha.

Receita bruta Cr$ 11 .640,00 • • • Custo aproximado de manutenção geral e cultivo de 1ha. Sistematizado

USO POTENCIAL DA TERRA/501


3 233 - Feijão Época de corte (início da floração) aproximadamente
seis meses depois do plantio
Não há, em disponibilidade, resultados de ensaios rea- Preço mínimo pago ao produtor por kg de fibra seca
lizados em áreas de várzeas e nem foram conseguidos Cr$ 3,27 (safra 75/76).
dados sobre produtividade, mesmo num sistema de cultivo
rudimentar, para avaliação da possível rentabilidade da - Rentabilidade/ ha (preços de 1976)
cultura nas Áreas C No entanto, como no caso do milho,
seu rendimento parece ser consideravelmente maior Receita bruta Cr$ 4 905,00
nessas áreas do que na maioria das terras firmes e a Custo total de produção Cr$ 2 240,00*
cultura deve ser implantada em plena várzea alta Receita líquida (lucro) Cr$ 2 665,00

Culturas Comerciais aqui destaca-se a juta, por se cons- Lucro


118,9%
tituir, em alguns municípios, no principal produto de Custo total
exportação e numa das mais importantes fontes de rendas
municipais A malva, embora predominantemente cul-
tivada na terra firme, hoje começa a ocupar áreas de 3236 - Bovinocultura
várzeas e tem se comportado tão bem, nessas áreas,
quanto a juta O aumento da população bovina a partir da expansão da
fronteira pecuária, o melhor aproveitamento dos pastos
Tanto a juta como a malva devem ser plantadas, na várzea, naturais das várzeas e a elevação da taxa de desfrute,
de acordo com o ciclo vegetativo de cada uma O da juta possível com a adoção de sistemas racionais de manejo do
sendo mais curto que o da malva faz com que aquela rebanho e rotações das pastagens, farão maiores exce-
cultura seja implantada em áreas de várzeas mais baixas dentes de carne e contribuirão para um crescimento auto-
do que esta, mas ambas atingindo o estágio de corte sustentado da região. Esse incremento possivelmente
(época do início da floração), quando o nível das águas viabilizará a instalação de um frigorífico industrial na área
começa a atingir a cultura Esse tipo de manejo é estra- da Folha pertencente ao Estado do Pará, por não possuir,
tégico por facilitar o transporte das hastes enfeíxadas, aí, nenhum frigorífico de grande porte e por ser, dos dois,
para maceração, no caso, feita no local anteriormente o que parece ter maior vocação à bovinocultura Com
ocupado pela própria cultura certeza, essa medida será de grande alcance, pelos bene-
fícios que trará à região em termos de "concentração"
econômica: aproveitamento dos subprodutos bovinos e
3 23 4 - Juta ampliação do mercado de trabalho

- Coeficientes técnico-econômicos. Infelizmente não se conseguiram dados econômicos sobre


a bovinocultura de várzea.
Cultivar recomendado IPEAN-64*
Espaçamento: 20cm x 1Ocm •
Produção/ha (produtividade média) de fibra seca = 323 7 - Bubalinocultura
2 OOOkg*
Época de corte (início da floração): 4 1/2 meses depois O valor do bufalo como elemento econômico na região,
quer na produção de carne como na de leite, não deve ser
do plantio*
Preço mínimo pago ao produtor, por kg de fibra seca: menosprezado, por apresentar-se como alternativa ra-
cional para o aproveitamento das várzeas, com a vantagem
Cr$ 3,27 (safra 75/76)
de o período de cheia anual não lhe impor limitações de
adaptabilidade Portanto é normal a criação de búfalos em
- Rentabilidade/ h a (preços de 1976)
zonas sujeitas a inundações periódicas
. Receita bruta Cr$ 6 540,00
Custo total de produção CrS 3.290,00* Além do mais, o bufalo pode ser criado em campos,
Renda líquida (lucro) . CrS 3 250,00 juntamente com os bovinos e. mais ainda, em terrenos
onde a preponderáncia de gramíneas inferiores é grande,
apresentando maior poder de assimilação de plantas
Lucro = 98, 7 % agrestes, desenvolvendo-se mais rapidamente do que os
Custo Total bovinos e produzindo maior quantidade de carne no
mesmo espaço de tempo (Comissão Nacional da Pecuária
de Leite, 1958)

- Coeficientes técnico-econômicos: O búfalo apresenta vantagens, às vezes surpreendentes,


sobre o bovino, conforme os dados a seguir, conseguidos

I
Variedade recomendada "Matva Foguete" (pode atingir do trabalho acima citado e do "Relatório de Atividade -
até 4m de altura)* • 1943174", qo Instituto de Pesquisas Agropecuárias do
Produção/ h a (produtividade média) de fibra seca = Norte - IPEAN (Embrapa)
1 500kg • • • (considerada produtividade média de terra
f1rme, por não se ter conseguido a da várzea) Produção do leite a média da produção dé leite das vacas
bufalas, em rebanhos não selecionados e em regime de
Valois. A C C & Homma A K O , 1972 pastos, é de 4 litros diários. em uma só ordenha, com a
Albuquerque. C.R A & Soares, F A J , 1968
• • • ACAR-PA, Escritório de Bel em • Albuquerque. C R A & Soares, F A J , 1968

502/USO POTENCIAL DA TERRA


percentagem média de 7% de gordura. Em boas pastagens pecuana, na várzea, promovendo a utilização integral de
pode-se contar com uma produção de 3 litros diários, uma área, que oferece sérias limitações á pecuária tradi-
durante 300 dias, ou seja, 900 litros por ano, com o total de cional, durante grande parte do ano
64kg de gordura. A prodUção poderá ser triplicada desde
que o gado seja s.elecionado e estabulado. Esse teor de Também, aqui, não foram conseguidos dados para a
gordura - dobro da encontrada no leite bovino - é análise de rentabilidade econômica
indicador de grandes possibilidades de emprego do leite
bubalino !la indústria de laticínios. Apresenta, também
superioridade em proteína, com percentagem de 3,45%, 3.3 - ÁREAS D
para 2,5% no leite bovino. Foi verificado, pela EMBRAPA/
IPEAN, que a exploração leiteira com vacas bubalinas, 3.3.1 - Descrição
feita exclusivamente em pastagem de Canarana Erecta Lisa
(Echinochloa pyramidalis), é mais econômica do que com São manchas de terra firme, de tamanhos diversos,
suplementação de concentrados. distribuídas em toda a Folha, estando mais concentradas
ao longo do rto Amazonas. Dos três tipos de áreas
selecionados, este é o que apresenta solos mais pobres,
Produção de carne: a média do peso bruto de um búfalo predominantemente o Latossolo Amarelo distrófico, que,
aos éinco anos de idade é de 600kg, quando criado em boa apesar da acidez e baixa fertilidade, possui propriedades
pastagem. No mesmo tempo e em pastos de iguais físicas que possibilitam o desenvolvimento da agricultura
condições um mestiço Zebu dará 380kg, verificando-se, permanente e pecuária bovina em pastos plantados, mas
pois, uma diferença para mais, no búfalo, de 220kg, que, exige uma exploração calcada na utilização de insumos
reduzidos a moeda, produzirão aproximadamente CrS modernos e métodos adequados de manejo. Em regime de
1. 760,00, a preços de 1976. A raça é altamente promissora subdominância aparecem o Podzólico Vermelho Amarelo
para produção de carne e oferece condições para um distrófico e o Latossolo Vermelho Amarelo, de mesmo
melhoramento mais rápido e substancial para corte caráter, que apresentam bastante semelhança ao solo
dominante.
Estudo de pastoreio rotativo de novilhos bubalinos e
bovinos realizado pelo IPEAN em pastagem de Canarana Na seleção destas áreas foram desprezadas aquelas que
Lisa, na várzea alta, deu conta de que o ganho de peso, por possuem, mesmo em subdominância, Areias Qua~tz~s~s,
hectare, em 336 dias de pastoreio foi de, respectivamente, Laterita Hidromórfica, Litossolos, Solos Concrectonanos
630,8 e 391 ,7kg para bubalinos e bovinos, o que vem Lateriticos Solos Plínticos e Concrecionários, por esses
mostrar o extraordinário desempenho do búfalo como solos ofer~cerem sérias limitações à agricultura e por não
animal produtor de carne. ser conhecida sua distribuição dentro das unidades
mapeadas Apesar da grande maioria dessas áreas não
Ficou constatado, também, nesse mesmo estudo do selecionadas possuir, em dominância, principalmente,
IPEAN, que em prova de degustação realizada a carne bu- Latossolo Amarelo distrófico, a sua inclusão entre as
balina cozida ou assada não apresentou diferença sig- selecionadas não seria recomendável, também, pela exis-
nificativa em relação á carne bovina. tência de extensas áreas com maior potencialidade agrí-
Produção de couro: o couro representa de 1O a 12% do cola e madeireira ainda não exploradas, como é o caso das
peso animal, é bem mais espesso do que o gado bovino e Áreas D
de textura mais porosa Produz uma sola mais fraca do que O fator relevo foi considerado para todas as áreas, qual-
a produzida pelo couro bovino ou eqüino, quando curtido quer que seja o solo, tendo sido incluído como aceitável o
ao tanino, rendendo 60 a 70% do seu peso bruto Presta- nível topográfico ondulado, no máximo. De um modo
se, entretanto admiravelmente, para o curtume ao cromo, geral, as Áreas D são dominadas por relevo plano a
sendo empregado sob essa forma, de preferência, no suavemente ondulado, o que favorece o emprego da meca-
fabrico de correias para a indústria. nização agrícola e atenua os efeitos da erosão em áreas
desnudadas para cultivo
Tração animal: nenhuma outra espécie adaptável ao meio
amazônico supera o búfalo como animal de tração Expe- Quanto ao clima as Áreas D estão inseridas dentro de dois
riências feitas comprovaram que ele Jem capacidade para tipos o Euterm~xérico com precipitações pluviométricas
puxar o dobro da carga de que é capaz um bovino, apre- anuais médias de 2.300 a 2.700mm e o Subtermaxérico
sentando um pouco menos de resistência aos raios com duas subdivisões: o Subtermaxéríco com 1 a 20 dias
solares, resistência essa que aumenta com o tempo biologicamente seç:;os e éom precipitações anuais de 1.800
a 2.000mm e o Subtermaxérico com 21 a 40 dias biolo-
Tudo faz crer, portanto, que a criação de búfalo pode ser gicamente secos e precipitações anuais de 1.500 a
indicado como uma das alternativas para o problema do 1.700mm (vide Fig. 16 "Mapa Bioclimático", do capítulo
fomento da produção de leite e carne- principalmente- IV-Vegetação).
na Amazônia. As Áreas C, que representam significativa o potencial madeireiro é considerável, ocorrendo a menor
porção das várzeas amazônicas, têm sob sua influência

I
volumetria em D1 (1,08 a 120m3) e a maior em D2 (122 a
- direta e indireta - grande percentagem da população 137m3), variando as condições de explotabilidade de re-
nortista (400.760 pessoas, aproximadamente, que vive gular a fácil, segundo a avaliação contida no mapa
problemas de abastecimento de leite in natura, principal- "Condições de Explotabilidade" (vide IV-Vegetação); que
mente, e carne, onde o búfalo pode vir a se constituir na se recomenda seja consultado.
solução mais viável para a auto-suficiência dessa região,
nesses produtos,, atenuando a sobrecarga que hoje pesa Como infra-estrutura básica para acesso, escoamento da
sobre o bovino, o que possibilitaria a geração de exce- produção e transferência do gado bovino da terra firme
dentes para a exportação e a diversificação da atividade para a várzea e vice-versa, as Áreas D são dotadas de rios e

USO POTENCIAL DA TERRA/503


lagos que, complementados pelas estradas já existentes e Igarapé Bacabal permite a navegação de barcos de pe-
outras sugeridas • pela Divisão de Geomorfolog ia deste queno calado.
Projeto, compoem uma rede de vias-tronco capazes de
prover estas áreas de um sistema de transporte baseado, Rio Maués-Mirim: oferece condições de navegabilidade a
principalmente, no aproveitamento dos meios naturais. barcos de médio porte desde o seu alto curso, apresen-
tando estrangulamento do leito na foz com o paraná
A implantação da rede de estradas vicinais terá que se dar Urariá, que parece dificultar a transposição
à medida que estas áreas forem sendo ocupadas
Lago Curuçá: há indícios de possibilidade de navegação
Pela falta de dados precisos sobre as condições de nave- por barcos de médio porte, com estrangulamento na sua
gabilidade dos principais rios que cortam as Áreas D, foz.
descrevem-se, a seguir, essas condições baseadas exclu-
sivamente na interpretação de imagens de radar na escala Paraná do Ramos: navegável por barcos de grande calado
1 250 000, alertando o usuário que a utilização dessas durante todo o ano.
informações está vinculada á prévia verificação no campo
Rio Ariaú navegável em todo o seu curso por embarcações
Rios à margem direita do Amazonas de médio porte

Rio Juma navegável por embarcações de tamanho médio Rio Andirá oferece condições de navegabil,idade, desde o
seu alto curso, durante o ano todo a embarcações de
Paraná do Mamori permité a navegação de embarcação de médio calado.
tamanho médio e grande
Rio Uaicurapá. navegável por barcos de grande calado
Paraná Autás-Açu navegável por embarcações de médio
porte Rio Arapiuns navegável por barcos de médio calado
durante o ano todo
Rio Preto do Pantaleão permite a navegação de barcos de
pequeno porte, do alto ao médio curso e embarcações de Rio Curuá-Una permite a navegação de barcos de médio
médio porte, do médio curso à sua foz, no Autás-Açu. porte até a Hidrelétrica de Curuà-Una
Neste último trecho sua largura é considerável, pelo repre-
samento das águas, uma vez que o deságue naquele rio se Rios à margem esquerda do Amazonas
dá por um canal bastante estreito, não se conhecendo as
condições de navegabilidade desse canal Rio Urubu permite a navegação de barcos de tamanho
médio da foz até a cachoeira Caracaraí
Rio Madeira dá plenas condições à penetração de embar-
cações de médio calado até Porto Velho durante o ano Rio Uatumã navegável por barcos de grande calado desde
inteiro sua foz, no Amazonas, até o igarapé Abacate

Paraná do Canhumã navegável por embarcações de pe- Rio Jatapu navegável por embarcações de médio calado
queno porte desde sua foz, no Uatumã, até a cachoeira Rã
Paraná Abacaxis navegável por embarcações de pequeno
calado Rio Nhamundá permite a navegação de embarcações de
grande calado até a Primeira Cachoeira.
Rio Marimari: permite a navegação de barcos de pequeno
calado Rio Trombetas: oferece boas condições de navegabilidade
a embarcações de grande calado até a cachoeira Porteira
Rio Abacaxis navegável por barcos de grande calado.

Paraná Urariá navegável por barcos de grande calado. Rio Paru de Oeste oferece condições de navegabilidade a
barcos de médio calado da sua foz, no Trombetas, até a
Rio Paraconi navegável por embarcações de médio ca- cachoeira do Tronco
lado, possuindo afluentes à margem direita que permitem
a navegação de pequenas embarcações. A sua foz, no Das jazidas minerais existentes na Folha destacam-se as
Urariá, apresenta um estrangulamento, que parece difi- de bauxita, ferro, salgema e gipsita As de bauxita, além de
cultar a transposição para aquele rio. estarem situadas dentro das Áreas C, são as de maior
significado econômico, por se constituírem em fontes de
Rio Apoquitaua permite a navegação de embarcações de uma matéria-prima, no caso o alumínio, de vital importân-
médio calado.

I
cia para a indústria mundial. A jazida de ferro localizada à
margem esquerda do rio Jatapu, Município de Urucará,
Rio Maués-Açu: navegável por barcos de grande calado até tem como coordenadas 01 °30' de latitude Sul e 58°30' de
o encontro das águas do rio Maraú e Paraori, que permitem longitude WGr. O minério de ferro dessa jazida é consti-
a navegação de barcos de pequeno porte. tuído essencialmente de hematita oolítica (80%), magne-
tita e alguma limonita. Por ora, os trabalhos de lavra que
• A plotação dessas estradas, no mapa, é Indicativa de faixas onde as vinham sendo efetuados pela Siderama - Cia. Siderúrgica
condições de relevo e solo viabilizam a sua construção, não significando da Amazônia foram suspensos, prevendo-se para o ano de
que rigidameme devam ser locadas sobre as linhas que as representam. 1976 o seu reinício (vide l-Geologia).

504/USO POTENCIAL DA TERRA


Duas ocorrências de calcário são registradas na Folha, 332 - Recomendações
além da citada na Área A e localizada no Município de
Monte Alegre (PA): uma delas à margem esquerda do Sugere-se às Áreas Da implantação de empresas de médio
médio Nhamundá e a outra ao norte do lago do Erepecuru, e grande portes, para o desenvolvimento de culturas
ambas, talvez, com possibilidades de aproveitamento na permanentes, pecuária bovina de corte e exploração ma-
correção dos solos das Áreas D mais próximas, já que são deireira Para a pecuária bovina parece ser mais interessan-
desconhecidos dados de cubagem e especificação química te a porção de terras firmes mais próximas às várzeas
dessas duas ocorrências, que devem ser estudadas pela numa faixa de, aproximadamente, 10km, marginal às Áreas
importância que representam para a agricultura local. C, o que facilitaria a transferência do rebanho para as áreas
baixas e vice-versa, segundo o sistema de rotação já
discutido anteriormente
Uma ocorrência de cassiterita no alto Curuá, Município de
Alenquer, situada a 00°31' de latitude Sul e 54°45' de Como a grande maioria das Áreas D possui bom potencial
longitude WGr , é atualmente explorada por .garimpeiros madeireiro, é imprescindível o aproveitamento da madeira
(vide l-Geologia), constituindo-se a única desse minério que, retirada, dará lugar às culturas. As empresas deverão
em toda a Folha. De titânio existem quatro, das quais a estar providas de uma infra-estrutura, que permita seja
mais importante está localizada dentro da área do Pola- toda a madeira aproveitável transformada em capital pró-
mazônia (Pólo Trombetas), a 40km a leste do rio Maicuru, prio para pagamento de outras atividades no processo de
no ponto de coordenadas 00°30' de làtitude Sul e 54°20' de ocupação Segundo Albuquerque, M de. (1969), as espé-
longitude WGr., que, segundo análises químicas (lssler et cies de madeiras comerciais que existem num hectare de
ali i, 1975), apresentam teores anômalos de cobalto, níquel mata, na Amazônia, financiam quase 100% do destaca-
cromo e vanádio. mento desse hectare

Outra possibilidade que o potencial madeireiro oferece


As demais ocorrências de titânio localizam-se entre os rios
nessas áreas é a instalação de empresas que visem desen-
Nhamundá e Mapuera, muito próximas umas das outras,
volver atividades agromadeireiras: o cultivo de parte da
no alto curso desses rios, e presume-se que essas três
propriedade por culturas permanentes e/ ou pastagens
ocorrências serão exploradas por garimpeiros, já que suas
artificiais, exploração madeireira sem a adoção de corte
reservas parecem ser de pequeno significado econômico
raso, empregando métodos silviculturais, como a extração
(vide l-Geologia)
de determinadas espécies de va1or comercial, e regenera-
ção conduzida das espécies nativas, em áreas onde a
Locados pela Divisão de Geomorfologia deste Projeto, concentração das melhores madeiras é mais significativa,
existem 13 sítios que, consideradas as características de além dos 50% que devem ser mantidos como reserva,
cada um, oferecem possibilidades de instalação de hidre- segundo o Código Florestal (Dec. Lei 4.771/65).
létricas, o que se traduz em boas perspectivas de gerar Para as empresas de médio porte, quando instaladas
energia, a baixo custo, para a região, sem perdas de áreas próximas umas das outras, seria recomendável a manuten-
provocadas por inundações Localizados ao norte do rio ção de reservas contíguas, formando um único bloco
Amazonas estão assim distribuídos esses sítios. cachoeira florestal, onde as possibilidades de preservar unidades
Miriti, no rio Uatumã, cachoeiras Brilhantina, Pica-Pau e ecológicas inteiras resultariam maiores, o que reduziria,
Rã, no rio Jatapu, cachoeiras das Ilhas e Boqueirão, no rio no todo, o retalhamento da massa vegetal, que provoca a
Mapuera; cachoeira Porteira e corredeira do Manoel José, "quebra" dessas unidades. As reservas a serem mantidas
no. rio Trombetas; cachoeira do Conde, no rio Cachorro; pelas empresas de grande porte, pelo tamanho que terão,
cachoeira do Tronco, no rio Paru De Oeste; cachoeira já são uma garantia à preservação do equilíbrio local, mas
Camaru, no rio Cuminapanerna; cachoeira do Cajueiro, no na medida do possível deverão ser contíguas às reservas
rio Curuá e cachoeira do Javari, no rio Maicuru de outras empresas, sejam de médio ou grande portes:

Estas são, portanto, as áreas de terra firme que, embora Quanto aos recursos minerais, é inolvidável que seu apro-
não apresentem a mesma potencialidade das Áreas B, v.eitamento tem que ser feito em benefício de outros
viabilizam, de imediato, levé!ntamento a nível de semi- recursos da região e não em detrimento deles ou da própria
detalhe de seus recursos naturais, para locação de pro- região. São conhecidos, por exemplo, os prejuízos causa-
jetos agropecuários, madeireiros, agromadeireiros e agro- dos indiretamente pela lavra de jazidas de bauxita, ao meio
minerais. natural, principalmente à fauna aquática.

A exploração das duas jazidas de bauxita poderá tornar o


A não-seleção das áreas em branco por si só chama a baixo Amazonas estéril, se medidas que visem minimizar
atenção dos responsáveis pela ocupação da região sobre os prejuízos causados pelo carreamento da água de lava-
os cuidados maiores que têm que ser dispensados a essas gem e detritos do minério, para os principais caudais, não
áreas, seja qual for a atividade a ser nelas desenvolvida. f>. forem tomadas
SODAM, muito acertadamente, já tem delimitada, dentre
as não selecionadas, uma área de 1.773 OOOha, para a qual
propõe a criação de uma Floresta de rendimento. É uina
iniciativa bastante oportuna, dado o alto potencial madei-
reiro ali existente que, apesar disso, encontra-se sobre
solos com poucas possibilidades de aproveitamento agrí-
cola, onde as condições de relevo, em grande parte dessa
É preciso ter em mente que não se trata de explorar um
recurso isoladamente, no caso a bauxita, mas é necessário
que se identifiquem outros recursos a ele agregados, cuja
incorporação ao processo produtivo pode abrir novas pers-
pectivas de desenvolvimento para a área.
I
área, limitam qualquer atividade que não seja a da explo- O potencial hidrelétrico da região, ao que parece, viabiliza-
ração madeireira bem conduzida e controlada. ria o tratamento desse minério na própria Amazônia,

USO POTENCIAL DA TERRA/505


através da implantação de uma metalúrgica em pont,o Nas áreas D, a cultura pode encontrar algumas limitações
estratégico, que estaria cobrindo, em grande parte, ó custo climáticas na porção inse.rida dentro do clima tipo Subter-
cobrado à região pelo depauperamento de outros recursos, maxérico com 1 a 20 dias biologicamente secos e precipi-
inclusive a possível esterilização das férteis várzeas do tações de 1.800 a 2 OOOmm (vide Fíg 16 "Mapa Bioclimátí-
baixo Amazonas, com a geração de um produto disputado co" do capítulo IV-Vegetação), embora os demais fatores
no mercado internacional, o que daria á região grandes sejam satisfatórios
possibilidades de diminuir sua dependência econômica a
outras mais dinâmicas e propulsoras do desenvolvif(lento As Áreas D a sudoeste são as que, de fato, apresentam
do País. total vocação á cultura do guaraná, por estarem sob um
regime climático do tipo Eutermaxérico, com precipitação
A atividade agropecuária, a que de fato promove a fixação
anual média de 2 300 a 2 700mm. Nessas àreas, inclusive,
efetiva do homem, seria a grande beneficiada pelo exce-
o guaraná aparece espontaneamente nas regiões compre-
dente energético a ser produzido e pela infra-estrutura
endidas entre os rios Amazonas, Madeira, paranà do Ra-
básica de transporte, comunicações, saúde, educação,
etc., que teria de ser implantada para atender ás necessi- mos e Maués-Acu. onde está localizado o Município
dades da metalúrgica e daqueles que nela se ocupassem. de Maués, que possui mais de 6 OOOha ocupados pela
Uma vez extinta a jazida, os benefícios sociais talvez cultura, tido hoje como o maior produtor do Pais.
houvessem suplantado as vantagens econômicas da explo-
ração mineral propriamente dita, e, ao invés de. apenas o Adubações periódicas calcadas em análise do solo e
espaço vazio, em forma de buraco, anteriormente ocupa- necessidade da planta são necessárias para que a cultura
do pelo minério, tivéssemos uma área onde seus recursos produza satisfatoriamente
naturais renováveis estivessem sendo explorados, conser-
vados e gerando riquezas, graças á utilização inteligente Coeficientes técnico-econômicos
de um recurso esgotável e efêmero.

3.3 3 - Viabilidades e Rentabilidades Culturais • - Espaçamento entre plantas: 4m x Sm


-Numero de plantas/ha 500 pés
Culturas Comerciais: a baixa fertilidade geralmente encon- - Primeira safra 5° ano
trada nos solos que dominam as Áreas De, até certo pon- - Produção/ ha (produtividade média) a partir do 5°. ano
to, o clima, com precipitações mínimas de 1 800mm == Q00kg ou 1kg I pé'
anuais, na grande maioria dessas áreas de terra firme (é - Custo de formação até o 4° ano Cr$ 30 000,00/ ha
bastante reduzida a superfície que se encontra inserida no (preço de 1976)'
clima Subtermaxérico com 21 a 40 dias biologicamente se- - Custo de manutenção a partir do 5° ano:
cos e precipitações anuais de 1 .500mm a 1 700mm), são CrS 6 000,00/ h a (preço de 1976)'
fatores bastante restritivos ao desenvolvimento de cultu- - Preço (aproximado) pago ao produtor por kg de semen-
ras de ciclo curto, motivo pelo qual trata-se, aqui, somente tes torradas CrS 100,00 (preço de 1976)
das culturas comerciais de ciclo longo, que. dentro do que
permite a escala cartográfica com a qual trabalhamos, 2 Rentabilidade/ha (preços de 1976)
parecem ser mais viáveis para as Areas D, além, evidente-
mente, do desenvolvimento da exploração madeireira e - 5° ano e demais
pecuária bovina de corte em pastos plantados.
Receita bruta . CrS 50 000,00
Dentre as culturas recomendadas, apenas a pimenta-do- Custo total de produção . CrS 6.000,00
reino envolve maiores problemas quanto à conservação do Receita líquida (lucro) Cr$ 44.000,00
solo, por exigir tratamentos culturais mais intensivos As
demais, em maior ou menor grau, são plantas com quali- Lucro 733%
dades preservadoras, destacando-se a seringueira e o Custo Total
cacaueiro como os mais importantes na manutenção das
condições - aproximadas - do meio natural primitivo.
3332 - Seringueira
3.3.3.1 - Guaraná
As Áreas D, sem exceção, são dotadas das condições
Como já foi dito anteriormente, não se conhece a amplitu- exigidas pela cultura da seringueira Tanto suas caracterís-
de pluviométrica dentro da qual a cultura do guaraná pode ticas climáticas como edáficas - nestas últimas desta-
ser desenvolvida Nas áreas onde ocorre naturalmente, as cando-se as boas propriedades físicas do Latossolo Ama-
temperaturas médias anuais são de 21. 3°C e 31,4°C, a relo - oferecem possibilidades bastante satisfatórias ao
umidade relativa do ar de 82% e a precipitação média anual desenvolvimento da heveicultura Ensaios de adubação
é de 2.500mm. Ocupam áreas constituídas de Latossolo realizados pela EMBRAPA/IPEAN (Relatório de Atividades
Amarelo e Latossolo Vermelho Amarelo, que apesar de qui- 1973/74) em seringal em formação, na Estação Experimen-
micamente pobres são profundos, bem drenados e, origi- tal de Tracuateua, Município de Bragança-PA , revelaram

I nalmente, apresentam uma camada de húmus proveniente


da deposição da matéria orgânica da mata (Gonçalves,
1971 ).

• ~Inexistência de dados de custos de produção da seringueira, cacau, e


que a omissão do elemento fósforo é limitante ao rendi-
mento vegetativo da cultura e que para o 2° ano de
desenvolvimento do seringal o efeito da adubação fosfata-
da é bem mais pronunciado, quando em presença de
adubações nitrogenadas e potássicas, sendo por isso
p1me!'ta-do-reino, para cada uma das Areas B e o, fez com que fossem
cons1der_!ldos os d~dos de custos· para a Região Amazônica, o que • Dados fornecidos pela Esaplan - Escritório Agropecuário de Planeja-
pressupoe a obtençao de mesmas rentabilidades nas respectivas áreas. mento Lida - Beiém/PA

506/USO POT;ENCIAL DA TERRA


indispensáveis para que a cultura atinja, na fase adulta,
altos índices de produtividade.
Receita bruta .......................... Cr$ 10.620,00
1. Coeficientes técnico-econômicos*: Custo total de produção .................. Cr$ 2.950,00
Receita liquida (lucro) ................ Cr$ 7.670,00
- Espaçamento entre plantas. 7m x 3m
- Primeira safra: a. o ano Lucro == 260 %
- Custo de formação de 1 ha até o 7°. ano: Cr$ 20.450,00 Custo Total
(preço de 1975)
- Custo de manutenção de 1ha, após o 7°. ano: 25% da - 13°. ano:
receita do ano em que a produção se estabiliza (13°. ano)
ou Cr$ 2.950,00 (preços de 1975) · Receita bruta . . . Cr$ 11 aOO,OO
Custo total de produção . Cr$ 2.950,00
- Produção/ha (produtividade média) de borracha seca: Receita líquida (lucro). . ..... . . ........ Cr$ a.a50,00

ao. ano: 350kg Lucro == 300 %


9°. ano: 450kg Custo Total
10° ano: 600kg
11 o ano: 750kg
12° ano: 900kg 3 3 3.3 - Cacau
13°. ano: 1000kg
O cacaueiro encontra plenas possibilidades de cultivo nas
- Torna-se antieconõmico a extração após o 30°. ano de Áreas D sob regime de clima Eutermaxérico (vide Fig 16
cultivo "Mapa Bioclimático" do capítulo IV-Vegetação), onde a
precipitação pluviométrica anual médja varia de 2 300mm a
- Preço pago ao produtor por kg de borracha seca: Cr$ 2 700mm Nas demais Áreas D a cultura encontra limita-
11,a0 (preço de 1975) ções na distribuição das chuvas e o seu desenvolvimento
só é possível a partir da irrigação artificial, por ser o
2. Rentabilidade/ha (preços de 1975) cacaueiro pouco tolerante à falta d'água (Dias et alii, 1975).

-ao ano· A ausência de solos ricos pressupõe a necessidade de


adubações periódicas da cultura e, de modo geral, não
Receita bruta . . . . Cr$ 4.130,00 existem limitações de relevo nessas áreas, uma vez que a
Custo total de produção. . . . Cr$ 2 950,00 implantação de cacauais pode ser feita, inclusive, em
Receita liquida (lucro). .. .. Cr$ 1.1a0,00 terreno de topografia ondulada (Silva, 1973)
Lucro == 40 % 1 Coeficientes técnico-econõm icos *:
Custo Total
- Espaçamento entre plantas. 3m x 3m
- 9° ano:
Receita bruta . . . . . . . . . . . Cr$ 5.310,00 - Primeira safra: 3°. ano
Custo total de produção ... . . . . . . . . . . Cr$ 2.950,00 - Custo de formação de 1ha até o 4°. ano: Cr$ 15 000,00
Receita liquida (lucro) ... . . . . ... Cr$ 2.360,00 (preços de 1975)
Lucro - Custo de manutenção de 1 ha, a partir do 5°. ano: Cr$
ao%
Custo Total 3.500,00 (preços de 1975)
-10°.ano: - Produção/ ha (produtividade média):
Receita bruta. . ........................ Cr$ 7 .oao,oo
Custo total de produção .................. Cr$ 2.950,00 3°. ano: 300kg
Receita liquida (lucro). . · ......... Cr$ 4.130,00 4°. ano: 600kg
5°. ano: 11 OOkg
Lucro == 140 % 6°. ano e demais: 1.200kg
Custo Total
- Preço pago ao produtor por kg do produto seco Cr$
-11°.ano: a,50 (preço de 1975)

Receita bruta ........................... Cr$ a.a50,00 2. Rentabilidade/ha (preços de 1975):


Custo total de produção .................. Cr$ 2.950,00
Receita liouida (lucro) ................... Cr%

_.=L.::.uc::..:r..::.o_ == 200 %
Custo Total
5.900,00 - 3°. ano:

Receita bruta ........................... Cr$


Custo total de produção .................. Cr$
Receita líquida (negativa) ................. Cr$
2.550,00
3.500,00
950,00
I
• Formados pelo Dr. Eurico Pinheiro. • Fornecidos pela CEPLAC-Belém.

USO POTENCIAL DA TERRA/507


TABELA I
Distribuição das Atividades Consideradas

CLASSES DE CAPACIDADE NATURAL AREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (Propostas)


AREATOTAL
ATIVIDADES AREA POR CONDIÇ0ES ECOLOGICAS PARTICULARES

EXM LAV EXV GPN km2 % km2 % km2 %

4 3 o o 440 0,15 440 0,15


4 3 3 o 289 0,10 289 0,10
4 2 4 o 74 0.02 74 0,02
4 2 3 o 4498 1.52 4 498 1,52
4 2 2 o 12 794 4,34 12 794 4,34
4 2 1 o tO 109 3,42 tO 109 3,42
4 2 o o 2805 o 95 2805 0,95
4 1 o o 2 106 o 71 2 106 0,71
4 1 1 o 16 249 5 51 16 249 5,51
4 1 2 o 44 280 15 01 25 0,01 44 305 15,02
4 1 3 o 41 326 14 01 41 326 14,01
4 o 4 o 410 o 01 41 0,01
4 o 3 o 29 685 10 13 29 885 10,13
4 o 2 o 31 658 10.72 31 658 10,72
4 o 1 o 21 525 7 30 21 525 7,3o
4 o o o 6 674 2,26 6 674 2,26
3 o o o 145 o 05 145 0,05
3 o 1 o 642 0,22 642 0,22
3 o 2 o 291 010 291 0,10
3 o 3 o 446 015 446 0,15
3 1 3 o 740 0.25 740 0,25
3 1 2 o 741 o 25 741 0,25
3 1 1 o 2 632 0.89 2 632 0,89
3 1 o o 42 o 01 42 0,01
3 2 o o 138 o 05 138 005
3 2 1 o 679 o 23 679 0,23
3 2 2 o 339 Ott 339 0,11
3 2 3 o 979 o 33 979 0,33
3 3 3 o 2 141 o 72 2 141 0,72
2 3 o o 3 764 1 27 5 000 3 769 1,27
2 3 1 o 374 013 374 0.13
2 3 2 o 808 0,26 407 o 15 1 215 0,41
2 2 2 o 755 0,25 755 0,25
2 2 1 o 203 o 07 203 0,07
2 2 o o 2 164 0,73 2 164 0,73
2 1 o o 3833 1,30 3 833 1,30
2 1 1 o 32 o 01 32 o 01
2 1 2 o 168 006 168 0,06
2 1 3 o 2 5S8 088 2 5S8 0,88
? o 3 o 1 301 0,44 1 301 0,44
2 o 2 o 74 o 02 74 0,02
2 o o o 1 799 o 61 1799 0,61
1 o o o 498 0,16 498 0,16
1 1 o o 776 C.26 776 0,26
1 2 o o 233 0,08 233 0,08
o 3 o o 1 974 0,67 1 974 0,67
o 3 o 1 436 o. 15 436 0,15
o 3 o 2 187 0,06 187 0.06
o 3 o 4 2 003 0,66 702 0,25 2 705 0,91
o 2 1 4 236 0,08 236 O,!.od
o 2 o 4 3 093 1,08 3 093 1,08
o 2 o 2 1784 0,60 1 784 0,60
o 2 o 1 268 0,10 288 0,10
o 2 o o 1 022 0,35 1 022 0,35
o 1 o o 2 943 1,00
o 1 o -, 953 0,32 1 0,00
2 943
954
1,00
0,32
o 1 o 2 618 0,21 618 0,21
o 1 o 3 12 0,01 12 0,01
o 1 1 4 28 0,01 28 0,01
o 1 1 1 39 0,01

I
39 0,01
o o o 2 719 0,24 7\9 0,24
o o o 1 35S 0,12 358 0,12
o o o o 665 0,22 665 0,22
Proteção Ambiental por
Imposição Legal 4272 1,45 4272 1,45
Aguas Fluv e Lacl.lstres 18 310 6,20

TOTAIS 275 710 93,39 1,140 0,41 295 160 100,00

508/USO POTENCIAL DA TERRA


-4°.ano: - Em condições ótimas a cultura tem uma vida útil média
de15anos*
Receita bruta . . . . . . . . . ..... . . . . . Cr$ 5.100,00 - Número de capinas ànuais· no mínimo 7* .
Custo total de produção ....... . . ... Cr$ 3.500,00 - Preço pago ao produtor por kg: Cr$ 10,00 (preço de
Receita líquida (lucro) .. . . . Cr$ 1 .600,00 1975)** .

Lucro = 45 % 2. Rentabilidadelha (preços de 1975):


Custo Total
- 2° ano:
-5°. ano: Receita bruta .............. Cr$ 8.000,00
Custo total de produção .. ............. Cr$ 17 .000,00*
Receita bruta . . Cr$ 9 350,00 Receita líquida (negativa) .. . .. Cr$ 9.000,00
Custo total de produção. . . Cr$ 3.500,00
Receita líquida (lucro) .. . . . Cr$ 5.850,00 - 3° ano:
Lucro 167% Receita bruta ......... Cr$ 32.000,00
Custo Total Custo total de produção ........ Cr$ 17.000,00
Receita líquida (lucro) . . ........ Cr$ 15.000,00
- 6°. ano:
Lucro = 88 ,2 %
Receita bruta . Cr$ 1O 200,00 Custo Total
Custo total de produção Cr$ 3 500,00
Receita líquida (lucro) . Cr$ 6 700,00 - 4° ano:
Lucro 191% Receita bruta ......... Cr$ 48.000,.00
Custo Total Custo total de produção .. . ........ Cr$ 17.000,00
Receita líquida (lucro) .... . . . . . Cr$ 31 000,00

3.3.3 4 - Pimenta-do-Reino Lucro 182,3%


Custo Total
A pipericultura encontra condições de desenvolvimento
próximas do ótimo nas Áreas D.
3335 - Bovinocultura
A existência, nessas áreas, de solos de textura média e
argilosa, que possibilitam a retenção de certa quantidade As Áreas D apresentam condições propícias à expansão da
de umidade, capaz de permitir que as plantas ultrapassem fronteira pecuária da região, principalmente aquelas mais
os períodos mais secos do ano sem que se verifique res- próximas às várzeas do rio Amazonas, por possibilitar a
secamento drástico dos tecidos, e a drenagem eficiente, rotação de pastagens terra firme - várzea que, aliada a
evitando o acúmulo de água próximo ao sistema radicular, outras medidas urgentes a serem tomadas no setor, como
são condições físicas que satisfazem às necessidades da a regularização fundiária e a assistência ,técnica e credití-
cultura, nesse aspecto Embora os solos mais ricos possi- cia além do desenvolvimento da atividade a nível de
bilitem rendimentos mais econômicos nos primeiros anos médias e grandes empresas, poderá promover o aumento
de cultivo, as condições químicas não constituem fator de dos excedentes de carne, propiciando divisas para a Re-
importância primordial na escolha do local para instalação gião Norte, a partir da exportação desses excedentes.
de um pimenta! (Albuquerque & Conduru, 1971)
Os custos de formação de pastagenslha e km de cerca
construido nestas áreas são, aproximadamente, os mes-
Quanto ao relev.o, devem ser escolhidos terrenos de topo- mos fornecidos para as Áreas B. Dados econômicos
grafia plana e suavemente ondulada, que além de facilitar a completos, que permitissem a avaliação da rentabilidade,
mecanização da cultura tem a conveniência de atenuar os não foram conseguidos
efeitos da erosão, acelerados pela necessidade de manejo
intensivo.
4 - BIBLIOGRAFIA
1. Coeficientes técnico-econômicos
1 - ABREU, S. F Recursos minerais do Brasil. 2.ed. São
- Espaçamento entre plantas: 2,5m x 2,5m Paulo, E BlücheriUniv. São Paulo, 1973. v.l.
- Número de plantaslha: 1 600 pés
- Cobertura m.orta: capim seco
2- ALBUQUERQUE, C.R.A.de. & SOARES, F.A.J. Mal-

I
- Primeira safra: 2°. ano de cultivo va. Gire JPEAN., Belém, 13: 1-27, jun. 1968.
-Produção por planta*:
3 _ ALBUQUERQUE, F.C. & ~ONDURU~- J.M.P. Cu_ltu-
2°. ano: 500 g I plantas ou 800kg I ha ras da pimenta-do-remo na reg1ao Amazômca.
3°. ano: 2.000 glplantas ou 3.200kglha JPEAN, Sér. Fitotecnia, Belém, 2(3), 1971. 149p.
4°. ano: 3.000 glplantas ou 4.800kglha
*Albuquerque, F.C & Conduru J.M.P., 1971
* ACAR-PA, Escritório de Belém • • Secretaria de Agricultura do Estado do Pará - SAGRI

USO POTENCIAL DA TERRA/509


4 - ALBUQUERQUE, M.de. A mandioca da Amazônia. 11- KASS.D.L.;FURLAN,JR.J;LOPES,A.deM.Culti-
Belém, SUDAM, 1969.276p. vares de arroz irrigado capazes de produzir três
safras por ano. Comunic. Téc. IPEAN, Belém,
33, abr. 1972. 23p.
5 - BRASIL. Comissão Nacional de Pecuária de Leite. A
criação de búfalos para fomento da produção
12- MASCARENHAS, R.E.B.; SANTOS FILHO, B.G.;
leiteira na Amazônia. Rio de Janeiro, Serv. lnt
LOPES, A.M. Sistematização de uma área de
Agrícola, 1958. 145p. (Estudol! e Ensaios, 21 ).
várzea para o cultivo de arroz com irrigação
controlada. Comunic. téc. IPEAN, Belém,
6 - BRASIL. Instituto de Pesquisa e Experimentação 47:1-18, 1974.
Agropecuária do Norte. Zoneamento agrícola da
Amazônia; 1". aproximação. 8. téc. IPEAN., 13- MONTEIRO, L.F.; HOMMA, A.K.O.; SOUZA,
Belém, 54, jun. 1972 153p. N.A.de. Considerações sobre a produção de
sementes de juta "seu centro produtor na Ama-
7 - DIAS, A C.C.P. et alii. Recomendações técnicas zônia". Cir. IPEAAOc., Manaus, 7, jun. 1973.
para cacauícultura no estado do Amazonas. 49p.
Manaus, ACAR-AmazonasiCEPLAC, 1975. 36p.
14- SILVA, L.F.da. Zoneamento agrícola da região ca-
caueira baiana. In: SIMPÓSIO FLORESTAL NA
8 - GONÇALVES, J.R.C. A cultura do Guaraná. IPEAN, BAHIA, 1°. Salvador, 28-30 nov. 1973. Anais ..
Sér. Cujturas da Amazônia, Belém, 2(1 ), 1971. Salvador, Secretaria da Agricultura, 1973 231 p
13p.
p 125-139.
9 _ HÉBETTE, J et alii. A Amazônia no processo de 15- SISTEMAS de produção para arroz e milho. Manaca-
integração nacional, Belém, Univ. Fed. do Pará, puru (AM), EMBRAPA/ACAR, jul 1975. 16p
1974. 96p. (Sér. Circular, 42).

10- ISSLER, R.S. et ali i. Magmatismo alcalino no Craton 16- VALOIS, A.C C. & HOMMA, A K O Análise econô-
Guianês. Belém, Projeto RADAMBRASIL. 1975. mica da descorticação mecânica na cultura da
22p (Relatório Interno RADAMBRASIL, 60-G). juta 8. téc IPEAAOc., Manaus, 2:1-41, 1972.

I
5101USO POTENCIAL DA TERRA
ESTAMPA I

- Método utilizado no sombreamento das mudas de cacau (Theobroma cacao L.). Fazenda cacaulàndoa.
Municipiode Faro.

2 - Cultura de juta (Corchorus capsu/ans L.}, na margem esquerda do rio Amazonas.


ESTAMPA 11

1 - Praia do rio Tapajós. Município de Santarém . Terras da Floresta Nacional do Tapajós.

2 - Praia do rio Tapajós. Município de Santarém. Terras da Floresta Nacoonal do Tapajós .


ESTAMPA 111

1 - Tanques onde são mantidos os filhotes de tartaruga na Base Física


do Ministério da Agricultura em Fordlàndia, Município de Aveiro
(Foto do Dr. Camrlo M. Vianna)

2 - Vista da represa feita para controle das âguas do lago Pretinho, ullllzado pela Cocrita para criação de
tartaruga (POdocnemrs expanss). vendo-se no canto mferior esqueroo um pequeno trt'Cho oa batragem
Munrcipro de Jurutl.
ESTAMPA IV

- Talhão de Pinus caribea var. hondurensis. ReseNa de Curu•una. 2 - Talhão de quaruba vetdadeira (Vochysle mexlme} com 15 anos.
Munlclplo de Sanlarém. Reserva de Curu•una. Município de Santarém
ESTAMPA V

1 - Regeneraçllo natural da mata na Reserva de Curuá-Una, Município de Santarém.

2 - Enriquecimento da floresta em espécies valiosas. lêcnica de grupos de Anderson . Reserva de Curuâ-Una.


Município de Santarém.
ESTAMPA VI

1 - Peixe-boi (Trlchechus lnunguis) capturado na área proposta para o Parque Nacional de Parlntlns
(Foto Of. Evaristo Terezo).

2 - Pelxe-boo(Trichechus i nunguis) que está sendo criado em aquário do INPA em Manaus.


ESTAMPA VIl

1 - Parque Estadual do lago das Ptranhas. Município de Juruti.


PROJETO RADAMBRASIL
CORPO TÉCNICO
JULHO DE 1976
DIVISÃO DE GEOLOGIA nheiros Agrônomos: Lúcio Salgado Vie1ra e Mario de
Beaurepaire Aragão (Assessores); Naturalistas: Terezinha
Geólogos: Guilherme Galeão da Silva (Diretor), Roberto Aldenora de Castro e Almeida Magalhães, Nilza dos
Silva lssler (Assessor), Abel Salles Abreu, Adalberto do Santos Silva, José Roberto Maia Barbosa; Engenheiros
Carmo Pinto, Adalberto Maia Barros, Ana Maria Dreher, Agrônomos: Hugo Moller Roessing, João Souza Martins,
Caubi André Caldeira Fernandes, Colombo Celso Gaeta Lauro Charlet Pereira, Maria Conceição de Fatima Char-
Tassinari, Dacyr Botelho dos Santos, Dilermando Alves do char, Mario Assis Menezes, Mario Pestana de Araujo;
Nascimento, Eduardo Gomes Vasconcelos, Elzira Déa de Geógrafos. Angela Maria Resende Couto, Celia Neuza
Oliveira Alves, Ewerton Reis Pereira, Garrone Hugo Silva, Fonseca de Araujo, Elizeu Canuto Bezerra, Elvira Nóbrega
Hélcio José Teixeira de Araújo, Jaime Franklin Vidal Pitaluga, Fernando Sergio Benevenuto, lsmênia R. Rossy
Araujo, Jeferson Oliveira Dei'Arco, João Bosco Monteiro Gralato, José Henrique Vilas Boas, Regina Francisca
Rodarte, José Waterloo Lopes Leal, Luciano Leite da Silva, Pereira, Sonia Maria de Brito Mota.
Luis Fernando Galvão de Almeida, Mareio Rivetti, Mário
Ivan Cardoso de Lima, Marcus Aurelius Retamal Ramos, DIVISÃO DE CARTOGRAFIA
Paulo Êdison Caldeira André Fernandes, Raimundo Mon-
tenegro Garcia de Montalvão, Raimundo Oliver Brasil dos Engenheiros Cartógrafos: Silvio Trezena Christino (Di-
Santoq, Roberto Dali' Agnol, Rubens Seixas Lourenço, retor), Jaime Pitaluga Neto, José Pinheiro Filho, Nhyro
Sandoval da Silva Pinheiro, Simão de Jesus Silva, Wilson Gonçalves Laranja Filho, Sergio Paulo dos Santos Pimen-
Teixeira tel, Geógrafos: Antonio Claudio Lima Ferreira da Silva,
Aurea Maria dos Santos, Heitor Ribeiro Crespo, lvone
DIVISÃO DE GEOMORFOLOGIA Maués Furtado, Neide Carreira Malizia, Ricardo Moisés
Leivas, Teresinha de Jesus Gomes de Souza, Vânia Marcia
Geógrafos Getúlio Vargas Barbosa (Assessor), Ailton Moreira Viana
Antonio Baptista de Oliveira, Bernardo Thadeu de Almeida
Nunes, Claudio Antonio de Mauro, Diana Maria Peixoto de CONTROLE DO AEROLEVANTAMENTO
Melo, Eliana Maria Saldanha Franco, Jaime Heitor Lisboa Engenheiros Cartógrafos Nielsen Barroso Seixas (Chefe) e
Pitthan, Margarete Prates, Maria das Graças Lobato Augusto Avelino de Araújo Lima
Garcia, Maria Manuela Martins Alves Moreira, Maria do
Socorro Moreira Franco, Regina Coeli Ribeiro da Costa, DIVISÃO DE PUBLICAÇÃO
Trento Natali Filho, Valter Jesus de Almeida
Geólogo Célio Lima de Macedo (Diretor); Engenheiros
DIVISÃO DE PEDOLOGIA Cartógrafos Francisco Nunes Ferreira, Mauro Jorge
Lomba M irândola, Paulo Trezena Christino, Rosângela
Engenheiros Agrônomos: José Silva Rosatelli (Diretor), Canellas de Andrade Câmara, Wilhelm Petter de Freire
Ademir Benedito de Oliveira, Airton Luiz de Carvalho, Bernard, Geógrafos: André Luís Lopes Rocha, Carla Cesar
Alfredo Stange, Antonio Dávila de Sousa Neves, Arnaldo Canettieri, Leila Fonseca Barbosa, Leni Machado d'Avila,
Moniz Ribeiro da Costa, Carlos Duval Bacelar Viana, Celso Mara Magda Alcoforado de Sant'Anna, Maria Fernanda
Gutemberg Souza, Dirceu Rioji Yamazaki, Jaime Pires Carvalho Joaquim, Sueli Sirena, Tereza Regina Piedras
Neves Filho, João Viana Araújo, Leonam Furtado Pereira Lopes, Vilma Sirimarco Monteiro da Silva; Técnicos em
de Souza, Manoel Faustino Neto, Mauro Sileno Saraiva Editoração Altenir Rodrigues, Onaldo Pedro Merísio,
Leão, Minoru Wake, Nelson Matos Serruya, Noel Gomes Paulo Tavares da Silva, Ruy Fabiano Baptista Rabello
da Cunha, Paulo Roberto Soares Corrêa, Raimundo Carlos
Moia Barbosa, Warley Pinto de Azevedo, Zebino Pacheco DIVISÃO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL
do Amaral Filho
José Augusto Celestino Oliveira (Diretor)
DIVISÃO DE VEGETAÇÃO
DIVISÃO DE OPERAÇOES
Engenheiro Florestal Luiz Góes-Filho {Diretor); Engenheiro Arthur Oliveira Leite (Diretor)
Agrônomo Henrique Pimenta Veloso (Assessor); Enge-
nheiros Florestais. Alfeu de Araújo Dias, Ana Tereza da BANCO DE DADOS
Rocha Araújo, Edson de Faria Almeida, Heliomar Mag-
nago, Henrique de Castro Ferreira, José Geraldo Guima- Bibliotecárias Sonia Regina Allevato (Chefe), Daisy Lemer,
rães, Luiz Alberto Dambrós, Petronio Pires Furtado, Rena- Heloisa Maria Martins Meira, Maria de Nazaré Ferreira
to Moraes de Jesus, Roberto Paulo Orlandi, Rui Lopes de Pingarilho, Maria lvany Cardoso de Lima.
Loureiro, Salim Jordy Filho, Sergio Barros da Silva, Shigeo
Doi, Ulisses Pastare, Walmor Nogueira da Fonseca; Enge- BASE DE APOIO DE MANAUS, AM
nheiro Agrônomo Oswaldo Koury Junior, Geógrafos· An- Arthur Oliveira Leite (Chefe)
tonio Gii:~eomini Ribeiro, Francisco Carlos Ferreira da
Silva, Lúcia Maria Cardoso Gonçalves, Maria Terezinha BASE DE APOIO DO RIO DE JANEIRO, RJ
Martins da Silva; Bióloga: Maria Susana Sillman. Célio Lima de Macedo (Chefe)
DIVISÃO DE USO POTENCIAL DA TERRA BASE DE APOIO DE NATAL, RN
Naturalista Sergio Pereira dos Santos (Diretor); Enge- Luis Fernando Galvão de Almeida (Chefe)
Composto e Impresso na
SANTA RÉM MI NISTÉRIO DAS MINAS E ENERGI A LEVANTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS
FOL HA SA .2l DEPARTAMENTO NACIONA L DA PRODUÇÃO MINE RAL VOLUME lO
59° 00' ssc ao· 57° 00'
LEGENDA
FORM AS EROSIVAS k - Cnstas. Drenagem muito aprofundada. resultando verten-
tes de declive forte. unidas em linha contínua no topo
kit - lnterfiUvios tabulares e cristas. Drenagem aprofundada.
resultando formas de relevo com topo aplainado. as-
sociadas a formas de relevo com vertente de declive
Superficie tabular erosiva . Superficie de topo aplainado. elabo- forte. unida no topo em linha continua
rada em litologias pré-cambrianas e/ ou paleozóicas. geral-
km - Cristas e mesas. Drenagem muito aprofundada.resu ltando
mente delimitada por rebordos e/ ou escarpas formas de relevo com vertentes de declive forte. un1das
em linha con tinua no topo. associadas a formas de rele-

D
Nível altimétrico correspondente aos tipos de dissecação da
vo de topo aplainado com vertentes de declive forte
kmr - Crista s e mesas com ravinas. Drenagem muito aprofun-
dada. resultando formas de relevo com vertentes de de-
superficie tabular erosiva clive forte. unidas em linha continua no topo. associa-
das a formas de relevo de topo aplainado com verten-

G
Superficie tabular erosiva. Superficie de topo aplainado. elabo- kp
tes de decl ive forte. remodelados por drenagem de H!
ordem
- Cristas e pontões. Drenagem muito aprofundada. resul -
rada em litologias cenozóicas . geralmente limitada por escar- tando forma s de re levo com vertentes de declive forte.
pas e/ou rebordos. eventualmente unida à superfície aplaina- unidas em linha continua no topo. associadas a formas
da mais baixa de relevo de topo convexo com vertentes de declive for-
te. eventualmente expondo a rocha

D
Nível a ltimétrico correspondente aos tipos de dissecação da
kJl( Cristas ravinadas e pontões. Drenagem muito aprofun-
dada. resultando formas de relevo com vertentes de de-
clive forte. unidas em linha contínua no topo. remodela-
superfície tabular erosiva das por drenagem de li_'l ordem. associadas a formas de
topo convexo com vertentes de declive forte. eventual-

1° 00' ,, mente expondo a rocha


Cristas ravinadas. Drenagem muito aprofundada. resul-
Superfície pediplanada. Superficie de ap lainamento conserva- tando formas de relevo com vertentes de declive forte.
do. elaborada em litologias paleozóicas e/ ou cenozóicas. unidas em linha contínua no topo. remodeladas por dre-
eventualmente un ida à superfície tabular mais alta nagem de 1SI ordem
m Mesas. Drenagem muito aprofundada. resultando formas

D
Nível altimétrico correspondente aos tipos de dissecação da
de relevo de topo apla inado com vertentes de declive
forte
mil - Mesas e interfiUvios tabulares. Drenagem aprofundada.
superficie pediplanada resultando for mas de relevo de topo aplainado. associ-
adas a forma s de relevo de topo aplainado com ver-
tentes de declive forte
mp Mesas e pontões. Drenagem mu ito aprofundada. resuf-
Superfície pediplanada. Superfície de ap lainamento conserva- tando form as de relevo de topo aplainado com verten-
do. elaborada em litologias pré-cambrianas e/ou cenozóicas tes de declive forte. associadas a formas de re levo de
topo con vexo com vertentes de declive forte . eventual-

D
Nivel altimétrico correspondente aos tipos de dissecação da
mr
mente expOndo a rocha
- Mesas rav inadas. DrenageAl muito aprofundada. resul-
tando forma s de relevo de topo apla1nado com verten--
superfície pediplanada tes de declive forte. remodeladas por drenagem de 1?
ordem

~ p
Encostas ravinadas. Drenagem de W ordem em vertentes
de declive forte. resultando entalhes incipientes
· Pontões. Drenagem mu ito aprofundada. resultando for~
Superfície pedi planada . Superficie de aplainamento conserva-
do, elaborada em litologia$ pÇllfilozQiça$ e/ ou çeno;::Qicas. mas de relevo de topo convexo com vertentes de decli-
eventualmente unida à superficie tabular mais alta ve forte. eventualmente expondo a rocha e mais eleva-
dos que as formas circundantes

D
Nivel altimétrico correspondente aos tipos de dissecação da
pdr - Pedimentos rav inados. Forma de relevo resu ltante de re-
cuo de vertente. originando encosta de declive fraco.
ligada a dois planos altimétricos diferentes e remodela-
2° 00 ' superficie pediplanada da por drenagem de 1ª ordem
- Ravinas. Drenagem de 1ª ordem. muito concentrada. em
superfic1e de declive fraco. originando entalhes incipi-
entes
lnselberg. Forma de relevo residua l. resultante de processo de rv - Ravinas com vales encaixados. Vales aprofundados. de
pedíplanação. isolada em superficie de aplainamento conser- vertentes íngremes. remodelados por drenagem de n_1
vado ordem. em entalhes inci pientes
vr Va les encaixados ravinados. Vales aprofundados. de ver-
tentes íngremes. remode lados por drenagem de 1ª or-
dem
lnselberg. Grupamento. Formas de relevo residual. grupadas
para efeito de mapeamento FORMAS DE ACUM ULAÇÃO

TIPOS DE DISSECAÇÃO
c - Colinas. Drenagem pouco aprofundada. resultando rele -
vos de topo convexo e vertentes de declive fraco Areas de acumulação mundâve1s. Áreas aplamadas com co-
ck - Colinas e cristas. Drenagem aprofundada. resultando re- bertura a renosa. penôdica e/ou permanentemente alagadas.
levos de topo convexo e vertentes de declive fraco. as- com drenagem fechada ou precanamente mcorporada a rede
sociadas a forma s com vertentes de declive forte. unidas fluv1al
no topo em linha continua
ckp - Colinas. cristas e pontões. Drenagem aprofundada. resul-

,. tando formas de relevo de topo convexo e vertentes de


declive fraco. associadas a relevos com vertentes de
declive forte. unidas no topo em linha continua. e a for-
mas de topo convexo e vertentes de declive forte. po-
Planície fluvial Área aplainada resultante de acumulação flu -
vial, SUJeita a Inundações per•ód 1cas

dendo apresentar a rocha exposta


ckr - Colinas e cristas com ravinas. Drenagem aprofundada. re-
sultando relevos de topo convexo e vertentes de declive
G
Planic1e fluvtal a lagada. Área aplainada resultante de acumu-
fraco. associadas a formas com vertentes de declive for- lação fluv1a l. constantemente alagada. geralmente compor-
3° oo· 30 00' te. un idas no toPO em linha continua e remodeladas por tando .nUmeras lagoas e eventua lmen te com canaiS anasto-
drenagem de 1ª ordem mosados
em - Col inas e mesas. Drenagem aprofundada. resu ltando for-
mas de relevo de topo convexo e vertentes de declive Apfi Apfi
fraco . associadas a formas de relevo de topo aplainado
com vertentes de declive forte Planície fluv1al mundável Área ap lainada resultante de acu-
cmr - Colinas e mesas com ravinas. Drenagem aprofundada. re- mulação fluvial. sujeita a 1nundações penódtcas
sultando formas de relevo de topo convexo e vertentes
de declive fraco. associadas a formas de re levo com to-
po aplainado e vertentes de declive forte. remodeladas
por drenagem de 1ª ordem
Planic1es e terraços fluv1a1s Área aplamada penod1camente
cp - Colinas e pontões. Drenagem aprofundada. resultando 1nundável, resultante de acumulação fluv1al . ligada com ou
formas de relevo de topo convexo e vertentes de declive sem ruptura de declive a patamar mais elevado
fraco. associadas a formas de relevo de topos convexos
e vertentes de declive forte. mais elevadas que as for-
mas circundantes
cpr - Colinas ravinadas e pontões_ Drenagem aprofundada. re- Terraço fluvia l. Patamar resultante de aprofundamento e/ou
sultando formas de relevo de topo convexo e vertentes deslocamento lateral do rio. podendo apresentar cobertura
de decl ive fraco. remode ladas por drenagem de W or- aluvial
dem. em entalhes incipientes. associadas a formas de
relevo com topos convexos e vertentes de declive forte .
SÍMBOLOS
mais elevadas que as formas circundantes
cr · Colinas e ravinas. Drenagem pouco aprofundada. resul-
tando formas de relevo com topo convexo e vertentes ~
de declive fraco. remodeladas por drenagem de W ordem "" Hog back ""
Estrutura circular elevada
crv - Colinas. ravinas e vales encaixados. Drenagem aprofun- inter iormente erodida
dada. resultando formas de relevo de topo convexo e Atitude de camada
vertentes de declive fraco. associadas a vales aprofun-- <:>
dados. remodelados por drenagem de 1ª ordem Estrutura dómica escavada

cta - Colinas de topo apla inado. Drenagem pouco aprofundada. .


~' .,..,..,. Caimento de superfície
de aplainamento
55° 00 ' resultando formas de relevo com topo aplainado e ver- ""Front ·· de cuesta
tentes de dec live fraco
ctar - Colinas de topo aplainado com ravinas. Drenagem pouco -
~- - -.--.--.- Cristas
LOCALIZAÇÃO DO MAPA FOLHAS NA ESCALA 1:250 .000 aprofundada. res ultando formas de relevo de topo aplai- ""Fronl"" de cuesta dissimulado
Base geográfica organizada no Departamento de Cart ografia · IBGE . a partir
de folhas planrmémcas . na escala 1:250.000. elaboradas mediante interpre-
PROJETO RADAMBRASIL 60'W 11' lO " li' QQ" li' oo·
Mapa e laborado com base em interpretação de mosaicos semicontrolados de
imagem radar. fotos em inf ravermelho. sobrevôo e trabalho de campo. pela
nado e vertentes de declive fraco. remodeladas por dre-
nagem de 1? ordem ~ "
Pontão isolado
ta ção de mosaicos se micontrolados de imagem radar. fo tos em infravermelho e
O' 00
RIO JATAPU RIO MAPUERA RIO TROIIBEJAS RIO MAICURU

'00"
Divisão de Geomorfologia. de junho de 1974 a outubro de 1975 cv -Colinas com va les encaixados. Drenagem aprofundada.
Escarpa de falha ou escarpa
de lin ha de falha
trabalho de campo . pela Divisão de Cartografia do Projeto RADAMBRAS IL no SA .21-V- A SA-21 -V-B SA.21 - X-A SA.21 -X- B resultando formas de relevo de topo convexo e verten-
Planejamento cartográfico e controle da execução pela Divisao de Publicação
período: março a abr il de 1973 e ma rço de 1974 a setembro de 1975
ProJeção Cônica Conforme de {.ambert
MAPA GEOMORFOLOGICO I' 00
'•oo·
tes de declive fraco. associadas a vales aprofundados
gm - Mesas. Grupamento. Drenagem muito aprofundada. resul-
~
Rebordo estrutural
Depósitos lineares fluviais
recentes
RIO CAPUCAPU RIO NHA~UNOA OBIDOS AlfNQUfR Colaboração recebida :

,..•
SA.21-V -C SA.2 1- V-D SA.21-X-C SA .21-X-0 Orgãos tederais- INCRA/MA: UFMG/MEC tando formas de relevo de topo aplainado com verten-
tes de declive forte. grupadas para efeito de mapea-
@ <O
C1dade Aerôdromo
(j)
internacional Rodovia Implanta da ESCALA :1.000 000 RIO UATU WA URUCARA PAR INTIHS SANJARtM
''W
Orgão estaduai-IDESP/PA

ia
mento
- lnterfiUvios abaulados. Drenagem aprofundada. resultan-
Rebordo erosivo
--------------
Limite de formas de re levo

NOTA: A •a•iaçOO de co•es '<lll"""nta as a~itudas reletWas. Os toM escuros corraspon-


o 10km o 10 20 30 40 50 60 70 BO 90 100km
SA.21 -Y- A SA.21-Y-B SA.21 -Z-A SA.21-Z·B
do interfiUvios alongados com bordos desarestados dem às ár8Ss el.,.,.adas As ámas mais ba i"'s s.!-o r8!1'esentadas p0r tons claros
Vila + Rodov1a em implantação
Outros aeródromos NOVA OliHO A IIAQUAJIARA RIO WAII URU AVEIRO
'•oo· iam - lnterfiUvios abau lados e mesas. Drenagem aprofundada.
00 HORH resultando interfiUvios alongados com bordos desares- UNIDADES MORFOESTRUTURAIS
Povoado. lugarejo Rod ovia temporár ia SA.21-Y-D SA.21-Z·C SA.21-Z-D
SA.21 - Y-C tados. associados a formas de relevo de topo aplainado E MORFOCLIMÁ TICAS
Rodov1a pavimentada 1976 1'00
••oo· com vertentes de dec live forte
Alde1a mdigena Outras es trad as. caminhos !O 00 53 lO 11 00 11 lO 11 oo·
iamr- lnterfiUvios abaulados e mesas ravinadas. Drenagem a-
• profundada. resultando interfiUvios alongados com bor-
Porto . fa ro l Rodovia em pavimentação Estrada de fe rro MAPA REALIZADO PELO ONPM PARA O PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL dos desarestados. associados a formas de relevo de to-
DO aplainado com vertentes de declive forte. remodela-
das por drenagem de 1ª ordem
iar - lnterfiUvios abau lados ravinados. Drenagem aprofundada.
resultando interfiUvios alongados com bordos desares-.
lados. remode lados por drenagem de W ordem
inr - lnterfiUvios com encostas ravinadas. Drenagem aproful1-
dada. resultando interfiUvios remodelados por drena-
gem de 1ª ordem

"
itd
lnterfiUvios tabulares. Drenagem aprofundada. resul tando
formas de relevo com topo aplainado
- lnterfiUvios tabulares com drenagem alta. Drenagem a- ' '
PERFI L ESQUEMÁTICO profundada resultando formas de relevo com topo aplai-
nado •• ~.,,---'"'-"'-=---~=--------L':___:_~;::.tõc•~· ••
1 - PLANICIE AMAZ0NICA
itdm - lntertiUvios tabulares com drenagem alta e mesas. Drena-
gem aprofundada. resu ltando formas de relevo com topo 2- DEPRESSÃO PEAIF~AtCA DO NORTE DO PARÁ
aplainado. associadas a formas de relevo de topo aplai- 3- PLANALTO REBAIXADO DA AMAZONIA {DO M~DIO AMAZONAS)
nado com vertentes de declive forte 4 - PLANALTO OtSSECADO AIO TROMBETAS · AIO NEGAO
itdr lnterfiUvios tabulares com drenagem densa ravinados. 5- PLANALTO TAPAJÓS · XINGU
Drenagem aprofundada. resultando formas de relevo 6- PLANALTO DA BACIA SEDI M ENTAR 00 AMAZO NAS
com o topo aplainado. remode ladas por drenagem de 7- PLA NALTO OISSECADO NORTE DA AMAZONIA
li_'l ordem 8- PEDIPLANO AIO BRANCO - AtO NEGRO
itmr - lnterfiUvios tabulares e mesas ravinados. Drenagem apro-
Domínio morfoclimático em plarlaltos dissecados e áreas pe-
fundada. resu ltando formas de relevo com topo aplai- diplanadas
nado. associadas a formas de relevo de topo aplainado
com verten tes de declive forte. remodeladas por drena- Oomin io morfoctimático em planlcies inundáveis
gem de 1ª ordem
itr lnterflúvios tabulares com ravinas. Drenagem aprofun- Faixa de transiç~o em ptanicia fluvial
dada. resultando formas de re levo com topo aplainado.
remodeladas por drenagem de 1ª ordem
Faixa de transiç~o em áreas pediptanadas
1 - PLANÍCIE AMAZÔNICA 2 - DEPRESSÃO PERIFÉ.RICA DO NORTE 00 PARÁ 3- PLANALTO REBAIXADO DA AMAZÔNIA (DO MÉDIO AMAZONAS) 4 - PLANALTO DISSECADO RIO TROMBETAS-RIO NEGRO 5 ·PLANALTO TAPAJÓS-XINGU ti-PL A NALTO DA BACIA SEDI M ENTAR DO AMA Z ONAS 7 - PLANALTO DISSECADO NORTE DA AMAZÔNIA

I''OPO<O<!<> pota ""0<01<-io 110< GfOCAAIA SIA


'"'"'"""""' CIA WITOAAGIIAfiCA 8AAB!'AO
SANTARÉM MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA LE VANTAMENTO DE RECURSOS NATURAI S
FOL HA SA.2 l DEPARTAMENTO NACIONAL DA PROD UÇÃO MINERAL VO L UME 10

LEGENDA

Aluv•ões: cascalhos. areias. silte e argila

Aluvtões. cascalhos. areias. silte e argila: terraços antigos

Formação Barre1ras: arenitos finos a médios. silt1tos e argtl1tos caulímcos. vermelhos.


amarelos e brancos. mal consolidados- horizontes de conglomerados e arenttos
grosse1ros: estrattf~eação cruzada ocaSJonal; 1nclu1 o arenno Manaus

01abás10 Penatecaua diabâstos finos a grossetros aflorando em formas de diques e


.. stocks"

Formação Nova Ollnda. halitas brancas a róseas. cnstalinas e Impuras: anidr1tas bran-

I
cas a c1nza. com folhelhos e siltitos pretos. cinza. verdes e marrons: calcários e
arenttos subordinados: Formação ltaituba: margas e calcários às vezes ooHticos. cin-
za a creme. frat ura conchoidal com anidrita dissemtnada. fossil iferos: arenttos f1nos,
sacaróides. c1ma a amarelos e brancos. micáceos: siltitos e folhelhos escuros. lami- u

nados. moles: Formação Monte Alegre: arenitos amarelos. brancos a avermelhados.


finos a médios. má triz caulinica. lnáveis. com tntercalações de lolhelhos e silti tos cin-
za a roxo. moles e com horizontes de conglomerados na base

Formaçllo Curuá: folhelhos pretos. cinza escuros e c•nza claros. lam1nados. micáceos.
pmtosos às vezes radiOBIIvos. meio moles a duros. com lnteraleitamentos de are-
nttos mut\O finos. micáceos. stlic1ficados e siltttos calcíferos; folhelhos s~ucos. c1nza
plúmbeos a c1nza escuro. lamtnados. micáceos. com intercalações de aren1tos mul-
to finos. argilosos. <!.mareies. mteáceos. lamtnados: sii\Jtos argilosos. c•nza médios a
pretos. m~eáceos. quase maciços. meio moles; arenitos brancos a c1nza. mUtto fi -
nos a mêd1os. p1ntosos. argilosos

Formação Ererê arenttos e siltttos intercalados. cinza e verdes. lam1nados. argilosos.


loss11iferos. Formação Maecuru: arennos finos a conglomeráttcos. branco a cinza. mal
selecionados com intercalações delgadas de siltitos: folhelhos. sil tttos e areMos tn-
tercalados com camadas hematíticas e sideríticas. alettados irregularmente. Forma-
ção Trombetas aren110s mtcáceos. com marcas de onda e tubos de vermes: lo-
lhelhos e silt1tos com arenitos e silexitos intercala:J os. cinza. m1cáceos. laminados,
moles. com p1rita modular

Gabro Suretama: gabros norma1s. olivtna gabros e diabásios finos a grosseirOS. em


formas de " stocks .. e diques

B
Formaçllo Prosperança. conglomerados com se~xos de vulcântcas: arenitos arcosl(lnos.
arcóstos e arenttos ortoquartzíticos. avermelhados a brancos. finos a médtos. com
estratificação plana e cruzada. argtlosas. sd11tos mteáceos. brancos a róseos. !olhe-
lhos e arg1htos claros. em geral micáceos: grauvacas.

w. '

Stentto Serra do Acan. quartzo sienitos a quartzo monzon1tos. aflorando sob forma
de "stocks "

Grantto Mapuera: gran1tos. m1crogranitos. granófiros. adamehtos. g ranodio!tlos. mi-


c rogranod ioritos. monzonitos. dioritos e microdiontos: sub-vuldin1cas. cratogên•cas.
composição alcalina a calcoalcalina

Formação lncoumé riOiitos. riodacitos. dacitos. andesilos. ptroclástiCOS e tgntmbrt tOS.


vulcan•smo fissura!. expbsivo: Intercalações locais de rneta-grauvacas. metarcós1os
e de quar!Zttos. q
3" ao·

/ I
,I Grupo Vila Nova anfibohtos. quartzitos. xistos. gondttos. lentes de mármore manga-
nesífero. XISto grafítteo e de hemama: metamodttos de eptzona e mesozona, oer-
tencemes ao fac.es x1stos verdes a almandina anfibohto. litologtas obser'-Jadas na
~ha NA/N8.22 Macapá

Complexo Gu1anense. k1nzigitos. anfibolitos. trondjemitos. diontos. granodioritos. gra-


nitos. m1gmatitos. gna1sses. granulitos ácidos e báSICOs: fac1es anfibolito e granul11o.
pCgu. Complexo Xingu: migmatitos. gnaisse. granitos. adamelitos. granodioritos. sie-
n1tos. drofllos. anlibol1tos. metabasitos. granulitos ác tdos a tntermediános. xistos e
quartzitos Na Folha SA.21 Santarém as rochas coletadas são predominantemente
homogêneas: granitos. granodioritos e gnaisses.p C•

ROCHAS ÍGNEAS

Alcalinas BáSicas D1ques de diabâsio

----------~'-=; ---------

Camada com atitude medida Falha de deslocamento honzontal.


57" oo· 55" 00' tracejado onde inferida

I OCALIZAÇÃO DO MAPA FO LHAS NA ESCALA .250.000 Camada com mergulho fraco


Base geográfica organrz ada no Departament o de Canografra -· IBGE . a part rr PROJETO RADAMBRASIL Mapa elaborado com base em interpretação de mosaicos semicontrolados de
Falha. tracejado onde inferida

de fo lhas plan rméwcas. na escala 1.250.000 . elaboradas rned ran te rnter pr e-


taç!lo de mosarcos semcontrolados de rmagem radar . fotos em mfrave rmelho e " "' o
RIO JATAPU
18' lO

RIO MAP UERA


li' ao

RIO !ROUEUS RI O U ICURU


SI'
o...
ao imagem rada r. fotos em infravermelho e trabalho de campo. pela Divisão de
Geologia. de maio de 1973 a janeiro de 1976 Camada com mergulho médio
Fratura
traba lho de campo. pe la Divrsão de Cartografrõ do Protelo RADAMBRAS IL no

'...
$A .21 -V-A $A.21 -V-B SA.21 - X·A SA.21 - X-B
período: março a abril de 1973 e março de 1974 a se temb ro de 1975 MAPA GEOLÓGICO ,.o o Planejamento cartográfico e controle da execuçao pela Divisão de Publicação

Projeção Cônrca Conforme de Lamber! Camada com mergulho forte

.
RIO CAPUCAPU RI O HHAM UHOÂ OBICOS ~l[ N QUER
Colaboração recebida: Alinhamento:delineação de es truturas.

"" ~
<f) ,. oo
SA.21 -V· C SA21 -V-O SA .21 - X-C SA .2l · X· O

'
... Órgãos federais · SUDAM / MINTER: UFRGS/ MEC
Órgão estadual · IDESP/PA
traço de camada

PCp- Q
Cidade Aeródromo ln terna c tonal Rodovta Implantada ESCALA 1.1 000 000 RIO UA!U MA URUCARA PARI HTI NS SANTA R( M Camada horizontal
o 10 k. m o 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100km
SA.2 1- V- A SA.21 -V-B SA.21 -Z-A SA .21 -Z-B
Exposição fora de escala
Vila
Ou tros

aeródromos
Rodovta em tmplantação o• oo
NnA OLI NDA IIAQU~II ARA RIO ~ A-~ URU AYEIRO
1'00
Foliação
Povoado. lugareto R<Xlovta temporána
oo ~om
SA .21 · Y· O SA.2 1· Z·C SA.21· Z· O Dique ou corpo tabular

Aldeta
.tndigena
Rodovta pavtrnentada
Ou!ras esnadas. camtnhos
1976 ,. oo
60 00
SA.21-Y· C
11 ' lO ,. 11 lO ' Contato. tracejado onde localizado

• •
aproximadamente "
Mina ou jazida
Porto. farol Rodovia em paV1rnentação Esnada de feno MAPA REALIZADO PELO DNPM PARA O PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL
bx- Bauxita
Contato litológico
11l 81 ' 17 18 ' 16 7? 1\'1 66 20 60 21 ~~ 221 8 23 H ' 24 36 25 10 26 11 27 (:8.- calcário
Fe. Ferro
+ gp- Gipsita
Domo sg _ Salgema
SEÇÕES GEOLÓGICAS ESQUEMÁTICAS

Garimpo
Braquianticlinal
Sn- Cassi terita

A A'
Eixo de anticlinal com caimento

Garimpo abandonado
PCoc
at - Ametista
cTm' Sn - Cassiterita
Eixo de sinclinal com caimento
. ~ :r Oo Oo •
'" Ocorrência

Eixo de Slf'lClinat com duplo caimento aa -Areia


arg - Argila
at - Ametista
Es trutura não determinada bx -Bauxita
01. - Calcário
' Cu - Cobre
Falha normal. tracejado onde inlerida f I - Fluorita
A - bloco alto
11 SE R R A DO C ACHO RRO Ti -Titânio
S ERRA DO J A T A PU PC su pcrm
l oco
~ p(;lc pf: Tm
'
.......... ............................ pi - Pirita
Pb ·Chumbo
pCoc pcrm
pCoc
'
p{;p<t oCo Falha normal encoberta
A · bloco alto
·, ----~

"'"""'""" .,.. • .,.,. ...... ..,. P ROS-I'l C!iiA


,,.,..,.., .... C• ~ fOITO IIA ti "" fll".AIIA~BUIO
SANTARÉM MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA LEVANTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS
FOLHA SA.2 1 DEPARTAMENTO NACIONAL DA PRODUÇÃO MINERAL VOL UME 10
57° 00' 54° 00'
0° 00'
LEGENDA

SISTEMAS ECOLÓGICOS INTEGRADOS

REGiilES FITOECOLÓGICAS ECOSSISTEMAS

REGIÃO DA SAVANA (CERRADO) SAVANA FORMAÇÕES FLORESTA


(CERRADO) PIONEIRAS
Sub-região da Savana do Ariramba /Cu minapanema
Arbórea
aberta

Parque

Sub-região dos "tesos" do Rio Amazonas


a....-- do Cont&IO s...,.. {C •...SOYFiol96ta ' ' 1 ... 1 t Arbórea
densa
Arbórea
"' aberta

'( ~.r l'


Parque

REGIÃO DAS FORMAÇÕES


PIONEIRAS
Sub-região da Planície lnundável do Rio Amazona s
Antlrionnente Oanotnil'lllda Sub-reg .... do S.ilco Ama1<lnas .'i'..'i'' ?'i'. - - - - - - - Arbórea. sem
.'i' . .'i'. palmeiras
.Y..j:i .Y.. - - - - - - - Arbustiva
..'r'. .Y .'Y.
~
(
,rT' Pty , - - - - - - - Campestre

Sub-região das Formaçõas Pioneiras do Rio Cuminá


IY.'Vi'1 - -- - - - - Arbustiva
~
REGIÃO DA FLORESTA
TROPICAL DENSA
Sub-região dos Baixos Platôs da Amazônia
Anteriorm&nta Dencm,..,,. Sub-reg1lc de. Bo i•oe. Plaoôs do Sul Oe ,6,m&-
l0nio e Sut>-<egilo de. Boi•os Pl&tóa do "-r6/MaranMo{Amao6
', ';jJnl/>
1"1
'1 - - - - - - - - - -- - - Platô

'i' Fd~ ~ - - - - - - - - - - - - - - Baixo platô


~4'~4'
=F~a~lf - -- - - - - - - - - - - Relevo aplainado
='~>~ '~>=

Sub-região dos Altos Platôs dos Rios Xingu/ Tapajós


- - -- - - - - -- - -- Platô

- - - - - - - - - - - ---Baixo platô

Sub-região das Baixas Cadeias de Montanhas do ~ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Ba ixas cadeias


Sul da Amazônia ~
de montanhas

Sub-região das Baixas Cadeias de Montanhas do ~


Complexo Guianense ~ - - - - - - - - - - - - - - Baixas cadeias
de montanhas

Sub·região da Superfície Arrasada do Parâ/ Amapé


- - - - - - - - - - - - - - Terraços

- - - - - - - - - - - - - Baixas cadeias
da montanhas
Submontana.
relevo dissecado

Sub-reg ião da SuperfiCJ8 Dissecada do Complexo ~


Gu1anense ------------- Submontana.
<i> relevo dissecado

REFÚGIO

Arbustivo ~
~
Sub-região dos lnterflúvios Tabulares do Planalto
Dissecado Norte da Amazônia - - - - - - - - - - - -- Submontana.
Ant,..iormante D&nomiMda Sub-o egllo <111 SuJ)Brfic"' Oissecada do Gran1·
platô
to Mapuera

Sub-região Residual Paleozóica do Rio Tapajós


- - - - - - - - - - - - - Submontana.
platô

3° 00 '
Sub-região da Planície Aluvial do Rio Amazona s
- - - - - - - - - - - -- Planície aluvial

Sub-região dos Terraços da Amazônia


Inclui a Sub-'eg'!o Alw,.l do Juruei'II/Ta~jOs - -- - - - - - - - - - - - Terraços

Sub-região Residual Paleozóica do Norte do Rio


Amazonas I~
"
Fdr
~

. _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Submontana.
platô
Submontana.
- - - - - - - - - - - - - relevo apla inado

REGIÃO DA FLORESTA
TROPICAL ABERTA
'" Sub-região da Superfície Arrasada do Médio Xingu/
Tapajós - -- -- - - - - - -- - Com palmeiras

Sub-região Residual Paleozóica de lta ituba


- - - - - - - - - - - - - Sem palmeiras

Sub-região Residual Paleozóica da Alenquer


AnteriormenTe Oanom1n&da SuO·regilo dos F'llotlls Dissecados do Parll/ - - - - - - - - - - - - - Sem palmeiras
Amapá

- - - - - - - - -- - - - C o m palmeiras

ÁREAS DE TENSÃO
ECOLÓGICA
LOCALIZA ÇÃO DO MAPA FOLHAS NA ESCALA 1:250 .000
Base geogrâfica organizada no Departamento de Canografra - IBGE. a parllr PROJETO RADAMBRASIL Mapa elaborado com base em interpretação de mosa icos semicontrolados de Contato Formaçõas Pioneiras/S avana (Cerrado)
.r. 9 ( y ,I, Parque
de folhas plammétricas. na escala 1:250.000. elaboradas medrante mterpre- 0'00
60' oo· li' lO' SS' lO' 'ii 'OO'
o'00'
imagem radar. fotos em infravermelho e trabalho de campo. pela Divisao de
Vegetação. de fevereiro de 1972 a outubro de 1975
u.'f.q
ta ção de mosaicos semrcontrolados de rmagem rad ar. fotos em rnfraverme lho e RIO JAIAPU RIO UPU!:RA RIO IRCUElAS RIO MA ICUR U .Y. ·'\:, .Y.. - - - -- - - Arbustiva
traba lho de ca mpo . pela Orvisão de Cartog rafia do Proje to RADAMBRASIL no SI\.21 - V- A SA.21·V-8 SA.21·X· A SA.21-X-8 Planejamento cartog ráfico e controle da execução pela Divisão de Publicação
..Y. ·" · .Y.
período: março a abril de 1973 e março de 1974 a setembro de 1975 MAPA FITOECOLÓ GICO I' 00
''00'
Projeçilo Cônica Con forme de Lambert RIO WUCAPU RIO N HA M U N O~ OelO OS ALE~QUER Colaboracao recebida : Contato Formações Pioneiras/ Floresta
.•.
,. y
SA.21 · V-C SA .21-V-D SA.21 · X· C SA .21 - X· D Órgãos federais · SUDAM/ MINTER: IPEAN-E MBRAPA IBDF/MA
·.;,; ~ Y. ' - - - - - - - Arbustiva

..
Órgão estadua i·IDESP/ PA
® Z' 00
'
""o
..
C1dade Aeródromo Jnternac1ooal Rodov1a 1m~antada ESCALA 1:1.000 .000 RIO UAIU IA URUCARA PUI~TI NS SUTAR[I T

V1la
Outros
+
aeródromos
Rodov1a em 1mplamação
10k.m O 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100k.m
,
SA.21 · Y· A

NOVA OLI NOA


SA.Z l -Y- 8

ITAQUAIIA RA
SA.21 - Z· A

RIO UM URU
SA-21-Z-8

AV(IRO
'
.•. I"' • 'r,'"'
- - - - - -- Campestre

- - -- - - - - - - -- - Densa.
00 NORH ·.> planície aluvial
Povoado, lugareJO Rodov1a 1emporâr1a SA.21 · Y·D SA.ZI · Z·C SA.Zl - Z-0

. Rodovia paVIInentada 19 76 I' 00


•O' 00'
SA.21 - Y· C
'lO' 11 00 SI lO
'00'
'
'il' oo• Contato Floresta/Savana (Cerrado)
Alde1a 1ndígena Outras estradas . cam1nhos
" Arbórea
densa
Port o. far ol Rodovia em pavimentação Estrada de ferro MAPA REALIZADO PELO DNPM PARA 0 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL
Parque

- - - - - - - - - - - ---Densa. platô

- -- -- - - - - -- - - Densa.
relevo aplainado
PERFIS ESOUEMÁ TICOS Densa.
submontana, platô

- - - - - - - - - - - - - Densa. submontana.
relevo aplainado

,I B IA, I l c ' ' C


' ;e; c ------------ Densa. baixas
A E I' REGIÃO DA FLORESTA TROPICAL DENSA A B IA A c D A cadeias de montanha
A ''
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l I
-
_ _ _ _ _ _ _ _ _ ___ Densa. submontana.
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relevo dissecado

''' '' ''' l


ÁREAS ANTRÓPICAS
I 7 i1o•?l 15 a 2 3 2 I 14 13 2 11 I g I-{_ 14 4 14 14 5 4 6 116
' f ' ' i I ,1 5íl
l i i ! I I I

, SUBTERMAXÉRICO
I
SUBTERMAXÉRICO SUBTERMAX~RICO
"
Vegetação Secundária.
Agropecuâria
i' sem Palmeiras
I '
! P A LEOZÓ ICO ! T ERC IÁ RIO P A LEO ZÓICO PRÉ-CAMBRIANO
' '
A - REGIÃO DA FLORESTA TROPIC A L DENSA 6 - REGIÃO DA FLORESTA TROPICAL ABERTA C-ÁREAS DE TENSÃO ECOLóGICA O-REGIÃO DA SAVANA E-ÁREAS ANTRÓPICAS Agricultura Reflorestamento
l - SUB-REGIÃO DA SAVANA DO ARIRAMBA/CUMINAPANEMA 2-SUB-REGIÃO DOS BAIXOS PLATÓS DA AMAZÔNIA (Anteriormente .Jenominada Sub- regl6o dos Baixos Platôs do Sul da Amazônia a Sub-regiio dos Baixos Plet6a do Perã/Maranhão / Amapb) 3 · SUB-REGIÃO DOS ALTOS PLATÓS DOS RIOS XINGU/TAPAJÓS 4 - SUB-
REGIÃO DAS BAIXAS CADEIAS DE MONTANHAS DO COM PLEXO GUIANENSE 5· SUB- REGIÃO DA SUPERFÍCIE DISSECADA DO CO MPLEXO GUIA NENSE 6- SUB-REGIÃO DOS INTERFLÚVIOS TABULARES DO PLANALTO DISSECADO NORTE DA AMAZÓNIA (Anterio rmente Denom in ada Sub-regiAo da Suporlic ie Dlnecada do
Granito Mapuera) 7- SUB -REGIÃO RESIDUAL PALEOZÓICA DO RIO TAPAJÓS 8· SUB-REGIÃO DOS TERRAÇOS DA AMAZÓNIA (Inc lui a Sub-regio!o Aluvial do Juruena/Tap,jós) g ·SUB. REGIÃO RESIDUAL PALEOZÓICA DO N ORTE DO RIO AMAZONAS 10· SUB-REGIÃO DA SUPERFICIE ARRASADA DO MÉDIO XINGU/TAPA- INVENTÁRIO FLORESTAL
JÓS 11- SUB-REGIÃO RES IDUAL PALEOZÓICA DEALENQUER (Anteriormente Denomlnede Sub-r&g iAo dos Plst6s D issecados do Perb/Am,.pâ) 12-CONTATO FORMAÇÕES PIONEIRAS/SAVANA (CERRADO) 13-CONTATO FORMAÇÕES PIONEIRAS/FLORESTA 14· CONTATO FLORESTA/SAVANA (CERRADO)
• ADJ Projeto RADAMBRASIL. Novembro de 1973 a Dezembro de 1974
15-VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA , SEM PALMEIRAS

DIVISÃO BIOCLIMATICA

D
REGIÃO DA FLORESTA TROPICAL DENSA I' c ':o:' A c! REG IÃO D A F L OREST A TRO PICAL DENSA ,I .
B IA Bl A
EUTI:RMAW!ICO
FlofiiSUI D8nSI. FOf!TIIQOM
Pioneiras Alwieis. ArMa de

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Pioneiras A~ ,._ ..,,_ de
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SU8TERMAX[RICO

-
SUBTERMAXÉRICO SUBTER MAX ÉRICO SUBTERMAXé.RICO SUBTERMAXÉRICO SUBTER MA X~RICO 21 • 40 0.8.S.
Flofesta Denso. Floresta
Absna. Soval'll, ArMs de
~=a~ c::~~/r.:~
AÇic AntrOJ)ioo
P R É-C AMBRIAN O PALEOZÓICO TERC IÁ RIO Q UA TERN Á RI O TERCIÁRIO PALEOZÓICO

A-REGIÃO DA FLORESTA TROPICAL DENSA B - REGIÃO OA FLORESTA TROPICAL ABERTA C. ÁREAS DE TENSÃO ECOLóGICA Q. REGIÃO DA SAVANA E · AREAS ANTRóPICAS
1· SUB-REGIÃO DOS " tesos " DO RIO AMAZONAS (Desmembrada do Conltto Seve"!a (Cerrado)/Fk>resta) 2 - SUB· REGIÃO DOS BAIXOS PLATÓS OA AMAZÓNIA {Anterk>rmente De nominada Sub-regiio dos Ba ixos P let6s do Sul de Am,.zOnia e Sub -regiio dos Baixos P"'t ô s do Parã/ Maranh6o/Amepá) 3-SUB-REGIÃO DOS ALTOS PLATÓS DOS RIOS XINGU / TAPAJÓS 4-SUB·REGIÃO
DAS BAIXAS CADEIA S DE MONTANHAS DO SUL OA AMAZÔNIA 5-SUBREGIÃO DA SUPERFÍCIE DISSECADA 00 COMPLEXO GUIANENSE 6 - SUB-REGIÃO DOS INTERFLÚVIOS TABULARES 00 PLANALTO DISSECADO NORTE DA AMAZÓNI .\ (A nteriormente Denominada Sub·regolo de Superficie D ia,...cad" do Gr,.nho Mapuer") 7 -SU B ·REGIÃO RESIDUAL PALEOZÓICA
DO RIO TAPAJÓS 8 · SUB· REGIÃO RESIOUAL PALEOZÓICA DO NORTE DO RIO AMAZONAS g- SUB-REGIÃO DA SUPERFÍCIE ARRASADA DO MÉDIO XINGU/T APAJÓS 10 ·CONT A TO FORMAÇL:iES PJONEIRAS/SA VANA (CERRADO) 11 · CONTATO FORMAÇÕES P!ONEIRAS/FLOREST A 12. CONTA TO FLORESTA/S AVANA (CERRADO)

"'"""'""" ~··· .,,... oi<~ P"' (;! OtA~TA S/A


'"'"''"""'" 0.0. !.DI TORA GM"CII aMilllRO
SANTARÉM MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA LEVANTAMENTO DE RECU RSOS NATURAIS
FOLH A SA.21 DEPARTAMENTO NACIONA L DA PRODUÇÃO MINERAL VO LUME l O
ao- LEGENDA

CJ
lA I
LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO

LIIIOSSOLO IIMAR ELO OISTRÓ~ICO le<t m aog 11 dMsa rei oi


c PODZÓLICO VERMELHO AMARELO

PBI - PODZÓLICO VERMElHO AMARELO case Jext atg e PODZÓLICO VER-


LA2 LA TOS SOLO AMARELO DISTRÓFICO 1e" m arg e l A TOSSOLO liMA- ME LHO AMARELO te" arg 11 densa rei ' ond e ond
RElO OISTROfiCO te>l arg 11 densa rei pl as or>d PB 2 - PODZÓliCO VE'RMELHO AMARELO text arg e LATOSSOLO VERMELHO
l A3 LATOSSOlO AMIIRELO DISTRÓFICO lext m arg e LATOSSOLO AMA- AMARELO DISTRÓF ICO lexl arg 11 denso rei s ond a ond
RELO DISIRÓ~ I CO lexl. arg fi ~~nsa rei s ond e cn<! PS 3 - PODZÓL!CO VERMElHO AMARELO text atg e LATOSSOLO VERMELHO
LA4 LATOSSOLO AMAR ELO OISTF!ÓFICO text m arg e LATOSSOLO AMA- AMARELO OISIRÓF ICO texl arg 11 densa rei ond
RELO DISTRÓFICO te>' arg 11 ~ensa rei ond P84 - PODZÓLICO VERMELHO AMf\RELO re:-1 arg e LATOSSO LO VERMELHO
LAS LATOSSOLO AMARELO DISlRÓFICO le•l arg e LATOSSOLO AMARE- AMARELO OISTRÓF ICO te xt arg 11 densa rei s ond e and
LO OISTAÓfiCO te<t me~ fi densa rei ~I e s ond PB5 - PODZÓLICO VER MELHO AMARELO :e<: arg e lATOSSOLO VER ME LHO
lA6 LA IOSSO LO AMAREl O DISIRÜF ICO text arg e LAIOSSOLO AMARE- AMARELO DISTRÓFIC O 1e<1 a<g 11 densa rei I ond
lO DISTRÓI'ICO lexl med 11 densa rol s ond e ond. PB6 - POOZÓL!CO VER MELH O AMARELO cn 1e01 arg e SOLOS LIT ÓLICOS
LA7 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO 1ext arg e LATOSSOLO AMARE- OISTRÓFICOS IOxt on dosc 11 den•a rei ond e I 0<>r:1
LO DISTRÓFICO te xl med 11 densa rei ond PB? - PODZÓLICO VERMELHO AMARElO text arg e PODZÓLICO VER MELHO
LAS LATOSSOLO AMARElO OISTRÓ~ICO 1e<1 arg e LATOSSOLO AMME - AMAR ELO EQUIVALENTE EUTRÓ~ICO texT arg li aberta e densa rei pl
e s ond
LO DISTAÓFICO text med 11 densa rei ond a I ond
PB8 - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO taxl arg , PODZÓliCO VERMELHO
LA9 LAT_OSSOLO AM~RHO OISTRÓFICO te.o arg c SOLOS CONCRECIO- AMARELO phr>1 Te•: arg e LATOSSOLO VERMELHO AMARELO OIS-
NAR IOS lATERifiCOS INDISCRIM INADOS DIS TR OFICOS text 1nd.sc TRÓFICO Te•l arg fi dansa ref 1)1 e s ond
11 ~ensa rei s. ond e ond
PB9 - POOZÓLICO VERMELHO AMARELO te<~ arg , PODZÓLICO VERMELHO AMA-
l AlO- LATOSSOLO AMA_ RELO DISTRdFiCO 1ex; arg e SOLOS CONCRECIO - RELO t>l1n1 texl atg e LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO
NARIOS LATERITICOS INDI SCR IMINADOS DISIRÓFICOS teA~ 1nd•sc 1ex1 arg fi densa T~l s ond
fi den'" rei ond a f and
PBI O - PODZÓLICO VERMELHO AMARElO tB<t arg . POOZÓLICO VER MELHO
LAJJ - LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO te>t med e AREIAS OUARTZOSAS AMARELO plonl te • t arg e LAlERITA HIOROMÓRFICA OIS TRÓFICA
DISTRÓFICAS 11 densa oel pt e s ond Je•t arg 11 densa rei ' ond
lA\2 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO pl1nt lext rned e GLEY POUCO PBII - POOZÓUCO VERMELHO AMARELO re>l arg PODZÓLICO VERME-
HÚMICO DrSTRÓf iCO 1ex1 arg fi densa rei pl LHO AMARELO ol1nt text med e LA TOSSOlO VERMElHO AMARELO
LAI3- LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO pl1n1 text med e lATERITA HI- OISTRÓFICO la<l med 11 densa rei ~ ..-'111
OROMÓRFICA DISTRÓ~ICA te xt rncbsc ti densa rei pl PBl2- PODZÓL!CO VERMELHO AMIIRELO text arg . LATOSSOLO V ERMELHO
l AI4 - LA TQSSOLO liMAR ElO OISTRÓFICO le<' m arg e lATOSSOLO AMA- AMARElO DfSTRÜFICO 1ex1 arg e TfRRA ROXA ESl RUTURADA EU-
RELO DISTRÓF ICO 1&>1 arg 11 den•~ rei pl com ba<dos drssec. TRÓF ICA text a<g 11 densa tal on~

LAI 5- LAIOSSOLO AMARELO DISTRÔFICO 1e" arg e LATOSSOLO AMARE LO PB1 3- PODZÓLICO VERMElHO AMARHO te•t atg LATOSSOLO VERMELHO
DIS!RÓFICO rex1 m arg fi densa rei ' o<rd AMARELO DISTRÓFICO text arg e SOLOS CONCRECIONÃRIOS LI\ TERf-
j O 00' T!COS INDISCRIMINADOS DISTRÓFICOS Te>t ,nd,,L 11 densa rei O<ll!
1~16 - LATOSSOlO AMA RUO OISTRÓFICO Jext arg e LATOSSOLO AMARE-
LO OISTRÓFICO lexl med fl densa rei s ond PBl~- PODZÓUCO VERM ELH O AMARELO le" arg . lATOSSOLO VERMElHO
AMARELO DISTRÓFICO t~xt arg e SOLOS liTÓ LICOS OfSTRÓFICOS
l A17- LATDSSOLO AMARE LO OISlRÓfiCO le•t med e LATOSSOLO AMARE· rext 'nd osc li deMa tel ond
LO DISIRÓffCO le<l arg. fi ~ensa <el. s o<r<! PBI> - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO 1ext aog , lA TOSSOLO VERMELHO
LAI8- lATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO texl me<! e l AfOSSOL O AMARE- AMAR ELO DISIRÓ~ICO le<t arg e SOLOS CONCRECIONÁRIOS LATE-
LO DISTRÓFICO IS >I arg 11 densa rei S ond e ond RITICOS INDISCRI MINADOS DISTRÓFICOS taxl ondisc fi densa rei ond
a f ond
LAJ9 - LATOSSOLO AMARELO OISTRÓFICO le• t m<Jd e PODZÓLICO VERME-
LHO AMARELO te"' med 11 densa rei s cnd PBI6 - POOZÓLICO VERMELHO AMARELO te•l atg LATOSSOLO VERMElHO
AMARHO DISTRÓFICO texl m a~g . e SOlOS CONCAECIONÃRIOS LA-
LA20- LATOSSOLO AMARELO DISTRÜFICO le•t mede AREIAS OUARIZOSAS TERiiiCOS INDISCRIMINADOS DISTRÓF ICOS te>t arg H densa rei
OISTRÔF ICAS fi densa rei s ond ond e f ood
LA21 - LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO <e•l org e lAIOSSOLO AMARELO PB I?- PODZÓliCO VERMELHO AMARElO case 1e" arg , LI\TOSSOLO AMARELO
DISTRÓfiCO ra x1. m arg li densa rei ond a I on<l OISTRÓFICO leXI ar~ e SOLOS CONCRECIONÁRIOS lATERiTICOS IN-
lA22- LATOSSOLO A MA RElO DISlROFICO le<t me<~ e LATOSSOLO AMARElO DISCRIMINADOS DIS TR ÓFICOS te•t •nd 'SC fi densa rei ond e I ond
DISTRd~ICO text arg fi densa rei pl e s on<l PBI8 - POOZÓLICO VERMELHO AMARELO en W>T arg _ LATOSSOLO AMARELO
L~23- LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO te>l arg LATOSSOLO AMARElO
OISTROFICO rext arg a SOLOS CONCRECIONÁRIOS LATERITICOS IN-
DISTROF!CO le,r m arg e LATOSSOLO AMARELO OISlRÓFICO texl DISCRIMINADOS DISIRÓfiCOS le>l arg U densa rei 1 onc
med fi densa rei s ond e ond PBI9- POOZÓLICO VERMELHO AMARELO plonl te<l med .. LATOSSOLO VER -
LA24- lATOSSOlO AMARELO DISTRÓFICO le xt arg LArOSSOLO A MAR ElO MElHO AMARELO DISTRÓFICO rex1 arg e LATERITA HIOROMÓRFICA
OISIRÓFICO te>l m arg e LATOSSOLO AMARELO OISTRÓF ICO lext DISTRÓFICA tOxl 1nd1Sc li densa rei . pl e S ond
me-:1 fi densa rei ond a I ond PB20- PODZÓLlCO VERMELHO AMARElO Je<T ar<J POOZÓLICO VERMELHO
LA25 - LATOSSOLO A MA RElO DISTRÓFICO text arg lATOSSOLO AMARELO AMARELO case 1~x1. org e LATDSSOLO VER MELHO AMARELO DIS-
DISTRÓF ICO text med e PDDZÓLICO VERMELHO AMARELO tBXI med TRÓFICO le<l arg li densa rei s Md e ond
11 densa rei s ond
P82 J - POOZÓLICO VERMElHO AMARELO te<\ org LATOSSOLO VERMELHO
lA26 - LAfOSSOLO AMARE LO OISTRÓFICO 1ex1 arg LATOSSOLO AMARELO AMARELO DISTRÓF!CO case Jext arg e lAIOSSOlO VERMELHO AMA-
DISTRÓFICO le<t med e SOLOS CONCAECIONÁR IOS LAfERITICOS RELO DISTRÓFICO te•t rned 11 densa rei ond
INDISCRIMINADOS DISTRÓF ICOS te <l ondiSc fi densa 1el <:Mld a I ond P622- POOZÓLICO VERMELHO AMARELO le< l arg LAIOSSOLO VER MELHO
com áreas epla1
AMARELO DISTRÓ~ICO te•t arg e SOLOS LITÓLICOS OISTRÓFICOS
lA21 - LATOSSOLO AMARHO DISTRÓF ICO Jexl med lATOSSOLO AMAREl O tc><t 1r>d•sc n ~ensa rei f 0<1d
OISlRÓ FfCO tO<t arg e GLEY POUCO HÚMICO DISTRÓFICO te•t arg P823 - POOZÓLICO VERMELHO AMARELO le>J arg . LATOSSOLO AMARELO 01&--
11 densa tel pl e s and. IRÓFICO te .< l arg e SOlOS CONCRECIONÁRIOS lATERÍTICOS INOI$-
lA28- LATOSSOLO AMARELO OISTRÔFICO texl med LATOSSOlO AMARE lO CRIMINADOS OISTRÓFICOS lexl rndr<c. li den•a rei I 0<1d a mont
DISIRÓFICO tCxl arg e AREIAS OUARTZOSAS DtSTRÕFICAS fi densa
rei pl e s ond
LA29- LATOSSOLD AMARElO DISTRÓFICO texl med

con1 1f densa I sav rei oi a s ond


LAIOSSOLO AMARELO
OISTRÓF ICO plont text arg e AREIAS OUAATZOS AS DIS TRÓF ICAS
CJ TERRA ROXA ESTRUTURADA EUTRÓFICA

Ur30- LIITOSSOLO AMARELO DISTRÓFrCO text med LA TOSSOLO AMARElO Til - TERRA ROXA ~SUtuTuAAÓA EUTRÓFICA texl a1g e SOLOS LITÓLICOS
OISTR ÓFICOS 1ex1 1ndr<c 11 densa rei 1 ono

o
DISTRÓFICO pl1n1 Je<t med e LATERITA HIOROMÓRFICA DISTRÓ~ I CA
text <ndosc fi d<!nsa rei pl e s ond
lA31 - lATOSSOlO AMA RELO OISIRÓF ICO text med . AR EIAS OUARTZOSAS
OISTRÓFICAS e POOZOL HIDROMÓR~ICO !I dens~ rei pl e s ond AREIAS OUARTZOSAS D!STRÓFICAS
lA32 - LA TOSSOLO AMARELO OISTRÓF ICO 1e<1 m arg , lA TOSSOLO AMARELO
DISTRÓFICO ~~~~ arg a PODZÓLICO VERMELHO AMARE LO cn le xt AO I AREIAS OUARTZOSAS DISTRÓFICAS e LATOSSOLO AMARELO DISTAQ--
arg 11 aberta rei s and
I'ICO IC<I med conr lorm o•on/11 don•• rei pl
LA33- LATOSSOLO AMIIRHO DISTRÓFICO te<t m ô'Q LATOSSOLO liMARE-
LO OIS I RÓFICO !e XI arg e POOZÓLICO VERMELHO AMARELO te <I
AQ2 AREIAS OUAI!TZOSAS DISTRÓFICAS e PODZOL HID ROMÓRFICO form
j)<On rei pl
arg li densa tal ond e I ond
l A34 - LATOSSOLO AMARElO DISTRÓFICO te"- mod LA TOSSOLO AMAREL O
DIST RÓ FICO 1ex1 arg e SOLOS CONCRECIONÁA IOS LATERiTICOS r-i AREIA~ OUARTZOSAS HIDROMÓRFICAS
INDISCRIMINADOS DISlRÓFICQS I~" on<!ISC 11. densa rei oi as Oncl L___j D!STROFICAS
lA35 - lATOSSOLO AMARELO OISTRÓF ICO le'l me<l PODZÓLICO VERME-
LHO M~ARElO DISTRÓFICO pl1n1 te<t meo e AREIA S OUA 11TZOS AS ~AQJ - AREI"-S OI;AP.I ZI'"AS 1-iiDI!OMORfiCAS DfSTROFICAS" AREIAS OUARI--
OISTRQFICAS 11 densa rei t> e s ond ZOS"-S DfSTRÓFICAS lorm poon •el pl
OIS I RÓfiCAS e lA I EAI TA NI-

CJ
HAI,l2 - AREIAS OUAA I Z()SAS HfDR0'-l0RFICI\S
QRQMÓRFIC.\ DIS1RÓFICA •a,l Jndr5c r-or>l ti J••n<a·sa·• rei nl
LATOSSOLO VERMELHO AMAR ELO DISTRÓFICO
r-! SOLO~ HIDROMÓRFICOS GLEYZADOS
LVI - LAIOSSOLO VER MElHO AMIIRELO DISTAÓFICO text arg e POOZÓLICO L___j EUTROFICOS
VERMELHO AMARELO te•l arg fi denso rei ~no
LV2 - lATOSSOlO VERMELHO AMARElO OISTRÔFICO te>l arg e PODZÓliCO HGI GUY POUCO HÚMICO EUTRÓFICO te" 1ndosc e GLEY HÚMICO EUlHÔ-
VERMELHO AMARELO lexl arg 11 densa tel on(J a f ond FICO te•t •M•sc cont !orm. 010n !11 densa rei pl
LV3 - LATOSSOLO VERMElHO AMARELO DISTRÓ~ICO 1ext med e AREIAS HG2 GLEV POUCO HÚM ICO EUTRÓFICO le • t 1M1sc.. GLEV HÚM!CO EUTRÓFICO
OUARTZOSAS OISTRÓFICAS fi densa rei s <:Mld a ond text •nd••c e SOLOS ALUVIAIS EUTRÓFICOS le>t rndosc. oo~l fa<m
poon I li densa rei pl
LV4 - LATOSSOLO VERMElHO A MA RELO OISTRÓFICO ohnt text med a GLEY

LV5

lV6
POUCO HÚ MI CO D!STRÓFICO le•l ,M,sc fi den•a rei pl a s ond
- LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO Te .< l arg e LATOSSOLO
VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO tex\ m arg 11 densa rei I ond
- lATOSSOLO VERMElHO AMARE LO OISTRÓF IC O texl med e AREIAS
CJ LATERITA HIDROMÓRFICA DISTRÓFICA

OU ARTZOSAS DISTRÓFICAS !I densa rei pf e s ond Hll LAfERITA HIORO MÓRFICA OISTRÓFICA 1ex1 Jndisc e PODZÓUCO VER -
MELHO AMARELO plrnl 1ex1 õtg fi densa. rei pl
LV7 - LIITOSSOlO VERME LH O AMARELO OIS TR ÓFICO plrnl text med e LA-
TOSSOlO VER MElHO AM ARElO DISTRÓfiCO tO<I arg 11 densa e HL2 lA TERITA HIDROMÓRF!CA OISlRÓFICA te~l rn drSo e LATOSSOLO AMA -
ao ena ""f s. ond RELO DIS TR ÓFICO pl1nt te<t med com 11 secund /sav rei pl
LV8 • LATOSSOLO VERMELHO AMARELO OISTRÓFICO pl1m le<l atg e LA - Hl 3 lATE RITA HIDROMÓRFICA OISTRÓFICA tax1 "'d•se PODZÓLICO VER -
TERITA HID ROMÓRFICA DISTAÓ~ICII te•t ondosc fi densa e ~t>erta MELHO AMARE LO p11nt tcxl arg e GlEY POUCO HÚMICO EUTRÓf!CO
rei pl e s ond toxl arg conl 11 densa/ lorm o•on rei pl a s onr;1
LAl

3° 00' 3° 00'
LV9

l V!O
- LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISIRÔF !CO le>! m arg e lA TO S-
SO LO VERMELHO AMARELO DIS TRÓFICO lext arg fi densa rei and
com IOPQS apla•
lATOSSOLO VERMElHO AMARElO OISTRÓfiCO 1e<t arg e LATOSSOLO
CJ SOLOS ALUVIAIS EUTRÓFICOS

VE RM ELHO AMARELO DISTRÓF!CO cn texl arg fi oensa rei I ond


A SOlOS ALUVIAIS EUTRÓ~ICOS te'l >ndrsc GLEY HÚMICO EUT AÜFICO
LV!! LAIOSSOLO VERMELHO AMARELO OISIRÓ~ICO \e>l arg . LATOSSOLO t~>l Jndosc e GLEY POUCO HÚMICO DISIRÓFICO te•l 1ndr>c ~001
VE RMELHO AMARELO DISlRÓFICO le•t m org e lATOSSOLO VER- lotm 010n fll densa ref pl
MELHO AMARELO DISTRÓ~ICO text rneo H cansa rei pl e s ond
LV I 2- LATOSSOL O VERMHHO AMARElO DIS1AÓFICO te>l arg lATOSSOLO
VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO text rn arg ~ POOZÓI.. ICO VER-
MElHO AMARELO le'l m arg 11 den'a ral ond e I cnc
CJ SOLOS LITÓLICOS DISTRÓFICOS

lV13 - LATOSSOLO VERMELHO AMARELO OISIRÓ FICO le<l m<Jd lATOSSOLO RI SOLOS LIIÓLICOS DISTRÓFICOS text ond"c e AfLORAMENTOS ROCH O-
VER MELHO AMARELO DISTRÓFICO te•t ar(! e AREI,\S OUARTZOSAS SOS sav rei s ono
DISTRÓFICAS li densa rei s ood ,
R2 SOLOS LITÓLICOS OISTRÓF ICOS lext or>d1sc e LATOSSOLO VERMELHO
LV14- LAIOSSOLO VERMElHO AMARHO DISIROFICO text mad LATOSSOLO
AMAR ELO OISTRÓFICO 1ext med 11 aosrta e densa <el f ood
VERMELHO Ar.._-TARElO DISTRÓFICO Pl 1nt text arg e A REIA S OUART-
ZOSAS DISTROffCAS con1 11 densa/ sav •el p! e s and R3 SOLOS LITOLICOS DISTRÓfiCOS le>t ondrsc. e AFLORAMENTOS ROCHO -
SOS ref~gro ecológrro rei monl
lVI5- LA TOSSOLO VERMrLHO AMARELO DISTRÓFICO te>l rroed LATOSSOLO
VER:,1HHO AMARELO DISTRÓFICO te•l arg e SOLOS lllÓliCOS 015- R4 SOLOS UTÓLICOS OISTRÓflCOS 1e xr m<liSC PODZÓLTCO VERMELHO
TRÓfiCOS 1e•T 1ndrsc. fi densa rei ond e 1 ond r~~~ElO c ase leXI arg e Af'LORAMENTOS ROCHOSOS 11 oensa •el
LYI6 - LAIOSSOLO VERMELHO ,\MARELO DISTRÓfiCO l e<l arg LATOSSOLO
VERMELHO ESCURO DISTRÓ~ICO te•l aog e SOlOS liTÓLICOS DIS-

[~%\;Wii&~~1 DEPÓSITOS ARENO


TRÓFICOS 1exl 1ndrsc 11 densa 1el 0<1d . e f ond
LVII - lATOSSO LO VER MELHO AMARELO DISTAÓF ICO text. arg PODZÓLICO - FLUVIAIS
VE RM ELHO AMAREI.O en texl arg e SOLOS liTÓUCOS DISTRÓFICOS
'"'' Jnd'sc ti den sa tPI 0<1n e 1 ond O - DEPóSITOS ARENO - fLUV IA IS g•amlneas rei pl
lVl8 - lATOSSOlO VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO 1ex1 arg PODZÓLICO
VERMElHO A MA RElO le>t arg e SOLOS LITÓLICOS DISTRÓf'ICOS NOTA
te•l ir>diSc 11 d<!nsa rei I and
- fogu>am em o<rmelf o lugar nas aSSOCIOÇÕ"' os •olcs ma's 1mpattantes soa o
lV1~ LATO SSOLO VERMELHO AMI\RELO DISTROFICO re" med PODZOLICO IX><H O da .. sta de extons~o ou no caso de e>.en'<'>es eou,valente:; '" compo-
VERMELHO AMARElO lP'I meo e SOLOS CONCRECIONÁR IOS LATt-
~~n~~~~~'! o~~~t~~~ ~~;· /!2,~~ ~:s ''' ~'."s~~a~~~i'"i~~.;.u~~~:en~:~~r::~~;
0
RITICOS IN DISCRIMINADOS O!STRÓ~ICOS te" 1nd•Se 11 densa rei ooo
sempre em funç~o dO compon;mto Quo> logu•a em ll< '"'""o lug~r
LV20 - LAIOSSO I.O VERMELHO AMARELO OIS!ROFICO te't otg LATOSSülO
VE~MELHD AMAREl(l DISTAOFICD 1~•1 m,~ e SOl OS LI IÓ LICOS DIS- 2 - E usodo a esr>ec•IICSÇAC> eunóf,cc f salu<aç~a da ba<o>s mõdo~ e oito) para o's-
TROFICOS te • I onOoSc J, densa rei ond <' on~ lcnm asc J l•ngurr de d· .. t<ófoco I>Oiur ~ç~o d< l.>ases ~''""! ""'"o m<Joma classe de soln<
Oua~dc PQr delm•càú o ola»e d~ sol~;> r.om~reender ~omen to o carát•r d•S -
lV21 - lATOSSOLO VERMELHO AMARELO DIST RQFI CO pl,nt leXI arg lATERI- trólwn ou OtJ:<OfJcO o m~>rnn •e•<i om1M0 n.1 l~getlda
TA HfDROMÓRFICA DISTRÓFICA lc•t ond,<c c SOLOS CONCRECIONA 3 - M f a"! e• de •elo,.,, e vegcloçã-Q ca• re"'"ndem á unooade oe mopeamenlo
RIOS lATERfTICOS INDISCRIMINAOOS DISTRÓfiCOS leXI rnd1sc conl
11 densa/ ""'' tel s ond e ond ABREVIATURAS
LV22 - lA TOSSOLO VERMELHO AMA RELO DISTRÓfi(Q te>l m arg. LAI'OSSOLO
VERMELHO AMARE LO DISTRÓFICO text arg e SOLOS CO NCRE- aDia• - a~arnaMs (as) meo -médra
CIONÁRIOS LATERiTICOS INDISCRIMINADOS OfSTRÓF ICOS te>l ond 1sc arg - "'9'1oso mont -mon tanhoso
fi densa rei ond com topos apla 1 case - cascalhen10 o~d -ondulado
cn - ooncrecron,\roo P•on rorone,as
LV23 - LAIOSS OLO VER MELH O AMARELO OISTRÓ~ICO te.:1 med .. LATOSSO LO con 1. - con1 a1o pl. - plano
drssec . - d1s.ecados
VERMELHO AMARELO OISTRÓfi CO Di 1nl . text. rned . e LATER IT A HI-
esc - esea<Pl\~ ~''"' - plinuoo
rei . - re laV<>
OROMÓRF!CA DISTRÓFICA 1ext rnd,.c. 11 . dons• rei oi . e s. ond . H -flo resta sav - savana
lV24 -LATOSSOLO VERME LHO AMARELO DISTRÓF ICO Jext . med AREIAS lorm - fo rm aç~es secur>d . -.secundárra
f or>d - lo<te o~dulado s ond - StJave ondulado
OUARTZOSAS DI STR ÜFICAS o SOLOS LITÓliCOS DISTRÓFICOS 1ex1. 1ndise. - lnd\Scrimrnada
LOCALIZAÇÃO DO MAPA 1nd1Sc . fi densa rei . s ond . tcom esc .) te> I. - le>lu ra
FOLHAS NA ESCA LA 1:250 .000
Base geog ráftc<l organizada no Departamento de Cartografia - IBGE . a part1r
de folhas planim}tricas, na esca la 1:250.000. elaboradas mediante interpre-
PROJETO RADAMBRASIL iO' 00' sa· 1o· ,. oo· Mapa e laborado com base em in terpretaçã o de mosaicos semicontrolados
LV25 - LATOSSO LO VER MELH O AMARELO DISTRÓFICO text med .. SOlOS
CONCRECIONÁR IOS l AIERiTICOS IN OISCRIM INAOOS DISTRÓF ICOS
m arg .- muuo argdoso

o• oo·
WJO' WOO'
o•oo· de tmagem radar. fotos em infravermelho e trabalho de campo. pela Divisão 1ex1. ;ndisc e SOlOS LfTÓUCOS OISTRÓFICOS rex1 . ondosc. fi abella e
densa rei. I or>d . e m0<11. '"' • Amo.uagem •• perfi l

tação de mosaicos semcontrolados de imagem rada r. fotos em infrave rmelho e RIO JA TAPU RIO MA PUERA RIO TROMBETAS RIO MAICURU r!e Pedologia. de outubro de 1972 a abri l de 19 75 '"' •
t
Amoslraaom <Ir! fortilidade
Verificaçao df camDo
trabalho de campo. pela Divisão de Cartografia do Projeto RADAMBRAS IL no SA-21 - V-A SA.21-V· B SA.2H(- A SA.2 1-X- B
período: março a abril de 1973 e março de 1974 a setembro de 1975 MAPA EXPLORATÓRIO DE SOLOS ,. oo Planejamento cartográfico e controle da execuçào pela D1visão de Publicação
Projeção Cônica Conforme de Lamber! '·co·

.....,
RIO CAPUCAPU RI O NH AM UNOA OBIDOS AlE NQUER
Colaboração recebida :
SA.2 1- V-C SA.2 1- V- D SA.21 · X · C SA .21 - X- D
Órgàos federars- SUDAM/ MINTER: INCRA/MA
(f) ,. oo 1' 00'
Órgão estaduai-IDESP/PA
Cidade Aeródromo internacional Rodov1a implanta da ESCA LA 1:1000.000 RIO UATUWA URUC ARÁ PARINIIHS SA NTAREM
SA .21-Y- A SA.2 1-Y- B SA21·Z · A SA.21 · Z-B
10km o 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100km
Vila
Outros •
ae ródromos
Rodovia em im plantação ,. oo·
NOVA OliNO A IT AQU ATIA RA RIO MAM URU AVEIRO
3' DO'

DO NOm
Povoado. lugareJO Rodovia temporária SA .21-Y - D SA .21 · Z·C SA.21 -Z-D

Rodovia pavimentada 1976 ··oo60 00


SA.21 -Y-C
•• 00'
14 00'
53 lO 11 00

..
Aldeia i'ndlg ena Outras estradas . carnrnhos

Porto. farol Rodovia em pav1mentaçào Estrada de ferro MAPA REALIZADO PELO DNPM PARA 0 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL

p,.,.,_ o><• '"'"'•»io<><>•


SE 11\'tÇOS Af RO,OHXHI.O.M HRlCOS CRUZEI RO 00 SUl SI A
1<'~0<*'><>-CI.O. !OifOIUIG I\IIfiCA BARB EAO
M !N! STÉR!O DAS MINAS E ENEllr.lA LEVANTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS
SANTARÉM DEPARTAM ENTO NACIONAL DA PROD UÇÃO MINERAL VOLUME lO
60° 00' 59° 00' sa• oo· 57" oo· 56" oo· 55" oo· 54" oo·
o• ao· ~---~---\~l-liõl: _ _ _ _ _-;="v""~-T71T--r~~i:C==72co-rXI:J:'F~::='=n::::::!ii~ 0° 00' LEGENDA

Areas propi<:1as il colon1zaçllo e à 1mpltmtaçlo de Empresas de Méd10 e Gtande Panes. para desen-
volvimento de culturas de subs1stê ncoa e comarc<a1s e pecuilua 1ntensrva - OCUPAÇÃO DIRIGIDA

Areas proplcoas ao desenvolvomen!o da ag,cultura de subsosténcoa. cultura comerc1el {juta). buba-


hnocultura e engorda de bov1nos Cflados em terra l~rma - ADEQUAÇÃO DA OCUPAÇÃO

Areas P•OPic1as .1 1mplantaçllo de Empresas de Mêd1o e Grande Panes oara exploraçlo de made11a.
culturas cometc1a•s e Cfla a recua de bovmos {'1eas de supone a econom1a regoonal) - OCUPAÇÃO
INDUZIDA

D
Areas de Ut1hzaçllo atua l nlo rocomendada

POTENCIAL DE MADEIRA

Volume e/ casca
m l ; ha

-108a 120

2- t22 a 137

CULTURAS SUGERIDAS

AREA 0

2° 00' ~o
"'" ' ÁREA C

'"""
!NVESTI~ENTO • '" lUCRO/
INVESTIMENTO • "" lUCRO/
INVESTIMENTO '
AriOZ NC cs NC
CN '"
'"
Arroz x M1lho

'
' ." NC NC

Cacau • " NV • "


Café
' "'
vs NV
' "'
NC
Guar;,n~ VE NV
' "'
F&oiiO NC vs NC
Juta Fobra NC NC
Juta Semente
"
NC NC
"
3° 00'
Malva

Mandooca { Far~nha) .
'" "'
NC
NC

NC
Milho NC vs NC
Milho x Feo)IO NC NC
' ""
P1menta do Remo
'
•'
.'" NV
•' "
"'
Ser.ngue~ra
• " NC • "
Bov1nocultura
" '"vs vs
" '"vs
Bubalmocultura NC vs NC

VS - V1âvel sem ~lculo de rentab1hdade

VE - V1abohdade ~ ser comprovada por expenmentos

NV -1nv1âvel

NC -Não cons1dorada

CS -Cult1vo em áreas sostemauzadas com omgação {com 2 safras anuaos)


CN -Cult1vo em áreas n!lo sostemauzadas com ~rngaçlo
LOCALIZAÇÃO DO MAPA
PROJ ETO RADAMBRASIL e · Aodov1a pavimentada
17 IJ' 18 1l' lfl li, 20 W ZIW22 11, 23, 1, 14 ~·25JC'2G C1dade
Base geográf1ca organ.zada no Departamento da CanP-
graf•a - IBGE. a parm da folhas planlfllétflcaS. na escala ,. I
Mapa elaborado com base em dados do documentaçao
cartogrãf1ca do Protelo AADAMBRASlL e trabalho de
~ •
•• MAPA DE SUBSÍD IOS AO PLANEJAMENTO REGIONAL Rodov1a em pavimentaçêo MINA OU JAZIDA GARIMPO
1 250 000. elaboradas mechante ontarpretaç.Jo de JnOS!II-
oos sem1controlados de 1magem radar fotos em onfraver-
. ..
._ ~ • Vila campo. pela 01v1são de Uso Poten c1al da Terra. da abnl
b• - Baux110 Sn - Estanho
de 1975 a março de 1976
melho e trabalho de campo. pela 01vos.Jo da Cartografia
ESCALA 1 1 500 000
Povoado_ lugareJO Rodov1a Implantada
Planetamento cartogrâfoco e controla da execuçao pela ··e - Ferro •
do Protelo RAOAMBAASlL no periodo março a abul de OCORA~NCIA
DIVISliO da Pubhcaç.Jo w- G1ps1ta
lOII.m o 10 20 30 40 ~o 60 70 so 90 lOOkm Posw 1fldigena
1973 e março de 1974 a setembro da 1975
Proteç.Jo Cón1ca Conforme da Lambari . .
Porto. farol Colaboraçao raceb1da
ill!- Salgema
M~ - Calcilno
Ti- Totânoo
Rooov1a temporlina
1976 Orgllos ledera1s. Fundaçllo Oswaldo Crut I MS,
+ FCAP, UFPAJMEC, SUDAM/M INTEA
--- - -- - -· Estrada proposta pelo RADAMB AASIL
Aeródromo mternac•onal Outras estradas. caminhos
MAPA REALIZADO PELO DNPM PARA 0 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL Orgi\o estadual· IOESP/PA
+ Potenc1al hodroelétnco
Out<os aeródromos Estr&da de ferro
SANTA RÉM MINISTÉRIO DAS MI NAS E ENE RGI A LEVANTAMENTO DE RECU RSOS NATURAIS
FOLH A SA.2l DEPARTAMENTO NACIONAL DA PRODUÇÃO MINE RAL VOLUME lO
60° 00 ' 55° 00' 54° 00'

nrnm~Rw~rum~m~~rn~
0° 00'
LEGENDA

O' oo · SISTEMA DE MANEJO PRIMITIVO

Regular oara culluras de ciclo curto


Inapta para culturas de c•clo longo

Rest11ta para culturas de coclo curto e tong.

Resmta para culturas de creio curto


Inapta para culluras de creio longo

Aestnta para culturas de creio longo


Inapta para culturas de crdo curto

Inapta para culturas de ciclo curto e longo


Aprove1tável para pastore•o extens1vo

Inapta para o uso agricola e pasroreoo extensivo

SISTEMA DE MANEJO DESENVOLVIDO


(SEM IRRIGAÇÃO!

m
tta- Regular para culturas de Ctclo curto e longo

tte -Regular para culturas de ciclo tongo


Aestma para culturas de c1clo curto

m
tt lo- Aes111ta para culturas de c1clo curto e longo

ttlb- Aestr11~ . para cui!Uras de c1cl0 curto


Inapta para cultUras de creio longo

me- Aestnta para culluras de ciclo lorgo


Inapta para culturas de creio curto

IVb .Inapta o.;ra o uso agricola e pastore10 e~tens1vo

3° 00' 3° 00'

4° 00'
60° 00' 59° 00' 55° 00'

LOCALIZAÇÃO DO MAPA FOLHAS NA ESCALA 1:250 .000


Base geográfica organizada no Departamen\0 de Cartografia - IBGE . a partn
de fo lhas planrmétrrcas. na escala I 250.000. elaboradas medrante rnt erpre-
PROJETO RADAMBRASIL 60' co· li' lO" WJO" w oo·
Mapa elaborado com base na rnterpretação do Mapa E)(ploratórro de Solos
o· oo· e trabalho de campo. pela Drvrsão de Peddogra. de outubro de 1972 a ou-
tação de mosarcos semrcontrolados de rmagem radar. lotas em rnlr avermelho e "' O' 00
RIO JAIAPU RIO U PUE RA RIO TROIIHEHS RIO MAICU RU tubro de 1975
trabalho de campo. pela Drvrsão de Cartografia do ProJeto RADAMBRAS IL no SA.2 1- V· A SA.2 1- V-B SA.2 1- X· A SA.2 1- X· B
período. março a abril de 1973 e março de 1974 a setembro de 1975 MAPA DE APTIDÃO AGRÍCOLA DOS SOLOS ''0 o
'•oo·
PlaneJamento cartográfiCO e con11 ole da execução pe la D1v1sào de Publicação
Pro1eção Cônica Conforme de Lambert RIO CAPUCAPU RIO NH U UNDA OBIOOS ~ LE~QUER
Colaboração rece010a

~ . ®
ESCALA 1:1.000 .000
,. oo
SA .2 1·V·C SA.2 1- V-O SA .21 - X-C SA .21 · X· D

'
.•. Órgàos federa1s- SUDAM/ MINTER. INCRA / MA
Órgão estaduai-IDESP/ PA

..
C1dade Aeródromo internacional Rod ovia 1mplamada RIO UATU MA URUCARA PUI NII NS SANUR( M
o o 5A.2t-Y-A SA.21-V·B SA .21 · Z· A SA.2l · Z· B
Vila
Outros

aeródrOITIOS
RodOvia em 1mplantação
10km 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100km
, NOU OLI NOA '•oo·
IT AQUAIIARA RIO MUUR U AYEIRO

•....
DO HOQH
Povoado. lugareJO RodoVIa 1emporána SA.21-Y-0 SA.2 1-Z-C SA .21·2-0
SA.2 1·Y-C
1976
',. •
Rodov1a pavimentada t ' OO
Alde1a 1ndigena Outras estradas. carrunhos
"" "" ""

Porto. farol Rodovia em paVIInentação Estrada de ferro MAPA REALIZADO PELO DNPM PARA O PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL

Hl u• n 18' 18 n• 1" 66 ' 2o 60' 21 5(' 22'a ' 23 42' 24 36' 2s lO' 21:1 1t ' 27

,.,..,.,-.o•• ••"'~"'...,"'"
SEIIVIÇOS AI AOfOIOOIIAME I ~ICOS CAUZ~o~O DO Sl!l SIA
'"'~""""'" CIA [QITO'IIO.GIIAfiCA BA~BEAO
SANTARÉM MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA LEVANTAMENTO DE RECURSOS NATURAI S
FOLI IA SA. 21 DEPAilTA~'IENTO NACIONAL DA Pf! ODUÇÃO ~llNEilAL VOL UME lO
60° 00' 59" oo· 58" 00' 57° oo· 55" 00'
0° 00'
LEGENDA

AVALIAÇ ÃO MÉDIA DA CAPACIDADE NATURA L DO USO DA TERRA

ATIVIDADES CONSIDERADAS - CLASSIFICAÇÃO

EXPLORAÇAODE LAVOU RA !: CRIAÇAO Dt GADO E.IIRAliVISIIO CRIAÇAO0!: GADO !:M

"""
R/V liA OEIRA EM PASTO f'LANIAOO VEG ETAL P.I.STOS NATURAIS

~ ~~
'~
'"
ALTA 4000 11400 0040 0004
''(

~ SIV
4030 r M~DIA 3000 0300 0030 0003
>-1
---1 4030
S/V
"""
R/V BAIXA 20011 0200 0020 0002

MUITO BAIXA 1000 011111 0010 0001

NÃO
SIGNIFICANTE 11000 00110 00110 00110

PRINCIPAIS FATORES RESTRITIVOS

LAVOURA E CRIAÇAOO< GADO CRIACAO OE GAOO EM


OI PASTO P1.ANI AOO PASTOS NATURAIS
1° 00'
CLI MA C! /C

RELEVO R/ /R

SOLO S/ /S

VEGETAÇÃO V/ IV

ATIVIDADES AVALIADAS. COM INDICAÇÃO DE ÁREAS E PERCENTUAIS

ÁREA DO MAPA · 295 160 l<m2


ÁGUAS FLUVIAIS E LACUSTRES · 18 310 km2

2° 00'

ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

3° 00'
~ lmposiçao lega l (Le i nq 4771 / 65 · Cód rgo Florestal)· 4.308 km2
w::.r.J Ar""' comoulada n& avaloaç&o 0000

- - - - PROPOSTAS POR CONDIÇÕES ECOLOGICAS PARTICULARES

Parquo Nacional de Par intms- 1128 km2

Parquo Estadual do Lago das Piranha s. 26 km 2

ÁREAS MAIS PROMISSORAS A RECURSOS M INERAIS


(Inclui as ocorrências comprovadas)

~ Bauxita. bJ : Calcârio, ca : Cassiterita. Sn: Ferro. Fe; Gipsi ta. &P: Salgema. SI! : Titânio. Ti

4° 00 '
58° 00' 56" oo· 55" 00' 54" 00'

LOCALIZAÇÃO DO MA PA FOLHA S NA ESCA LA 250 .000


Base geogràftca organ1zada no Departamento de Canograf1a IBGE . a partn PROJETO RADAMBRASIL Mapa elaborado com base em dados e documentaçao cartogrâ fica do Projeto
de folhas plan 1métr1cas. na escala I 250000. elaboradas med1ante Interpre-
tação de mosaiCOS semcontrolados de imagem radar. fotos em Infravermelho e "' . ---- ~•• uutu ...
·~·~ ~
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co· 53' lO' II'M' 11'30 l i ' 00
o ... RA DAMBRASIL. pela Divisao de Uso Potencial da Terra. de abril de 1975 a
março de 1976
' RI O J ~IAP U RI O MAPUERA RIO IR01t8ETAS RIO MAICURU
trabalho de campo. pela Divtsão de Cartografia do Proreto RADAMBRASIL no
"'•. "" li~ >
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•"' MAPA DE USO POTE NCIAL DA TERRA
SA.21 -V-A SA.21 -V-B SA.21 -X-A SA.21 -X-B Planejamento ca rtogrâl ico e con trole da execução pela Divisao de Publicaçao
periodo março a abrtl de 1973 e março de 197<1 a setembro de 1975
PrQJeçQo Cónica Conforme de lamber\ " 4. ". - I. J
tQUIOOI./ ....

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RIO CAP UC APU ~1 0 ~ H AY V N OA 0 ~1 ~0$ Al [ NQUER
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COioJ!I;>oraçãQ recebida:

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SA-21 -V-C SA.21-V·O SA.21 ·X·C SA.21 -X-0 Orgãos federais · Fundaçao Osw aldo Cruz/ MS; FCAP UFPA/ MEC
Orgão estaduai - IDESP/ PA
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-:· ESCALA 1 1 000 000
Ctdade Aerôdrorno tnternacronal Rodovra rmplamada
----, ,.'" RIO UAIU d URUC AR.i. PARINI INS SU TAR( M

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1'- \ I' ,.\,··-- SA-21 -Y- A SA.2l-V-B SA.21 ·Z-A SA.21 ·Z·B
" ' 10k.m o 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 k. m
V ria + Rodovta em rmplantação
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Outros aeródromos
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00 NORTE
HAQU ATIARA RIO U ~ URU A~E IRO
Povoado. lugareJO
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Rodovia pavrmentada ;;I '
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Porto. farol Rodo111a em pavrmentação Estrada de ferro
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11:1 s ~ 11 18 11:1 12 ut 55 2o 60 21 ~ 4 22 ~ 8 23 41 24 ) 5 zs 30 2a 21 21
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MAPA REALIZADO PELO DNPM PARA 0 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL

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