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21-SANTARÉM
VOLUMES PUBLICADOS 2 Perfil Altimétrico (*)
Ao longo de cada linha de vôo, espaçadas de cerca de
27km, foram registrados, graficamente, perfis na escala
V .1 - PARTE DAS FOLHAS SC.23 RIO SÃO FRANCISCO horizontal aproximada de 1 :400 000 ou 1 :250.000.
E SC.24 ARACAJU, 1973 (ESGOTADO)
3 Aerofotografias em infravermelho
V.2 - FOLHA SB.23 TERESINA E PARTE DA FOLHA a) Coloridas, na escala aproximada de 1:130 000, com
SB.24 JAGUARIBE, 1973 (ESGOTADO) recobrimento longitudinal e lateral de 60% e 10% res-
pectivamente, discriminadas em fotoíndice, na escala de
V.3 - FOLHA SA.23 SÃO LUÍS E PARTE DA FOLHA 1 500 000 (*)
SA 24 FORTALEZA, 1973 (ESGOTADO)
b) Em preto-e-branco, na escala aproximada de 1 75 000,
V.4 - FOLHA SB.22 ARAGUAIA E PARTE DA FOLHA ocupando a parte central da foto colorida
SC.22 TOCANTINS, 1974 (ESGOTADO)
4 Aerofotografias multiespectrais
v 5 FOLHA SA.22 BELÉM, 1974 Fotos, na escala aproximada de 1:70 000, em quatro canais
(azul, verde, vermelho e infravermelho), ocupando a parte
V6 FOLHA NA/NB 22 MACAPÁ, 1974 central da foto em infravermelho, colorida
7 Carta Planimétrica
OUTROS PRODUTOS DO AEROLEVANTAMENTO 186 folhas de 1° de latitude por 1 °30' de longitude,
impressas na escala de 1 250 000, no Sistema de Projeção
UTM
1. Imagem de Radar(*)
Faixas de aproximadamente 37km de largura, na escala
1 :400 000, com recobrimento lateral de ce1·ca de 25% (') Abrange todo o território brasileiro
ERNESTO GEISEL
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
SHIGEAKI UEKI
MINISTRO DAS MINAS E ENERGIA
PROJETO RADAMBRASIL
ACYR AVILA DA LUZ
PRESIDENTE
GEOLOGIA
GEOMORFOLOGIA
PEDOLOGIA
VEGETAÇÃO
USO POTENCIAL DA TERRA
RIO DE JANEIRO
1976
I
SUMÁRIO GERAL
11 APRESENTAÇÃO
13 PREFÁCIO
15 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA
Em envelope:
Mapa Geológico
.· ·.· ·. ·.·. I
'<,';
~
;
Em envelope:
Mapa Geomorfológico
.• .
415
Em envelope:
Mapa de Uso Potencial da Terra
Mapa de Subsídios ao Planejamento Regional
APRESENTAÇÃO
~~17N:1~·t~
Superintendente Técnico e Operacional
LOCALIZAÇÃO DA AREA
36'
O 500 km
ANTERIORES
A- VOLUME 1
B- VOLUME 2
C- VOLUME 3
D- VOLUME 4
E- VOLUME 5
F- VOLUME 6
G- VOLUME 7 44°
H- VOLUME 8
48'
<(
RIO CAPUCAPU RIO NHAMUNDÁ ÚBIDOS ALENQUER
SA.21-V-C SA.21-V-D SA.21-X-C SA.21-X-D
...1
<(
&J
w
2' 00 2' oo·
<(
z RIO UATUMÃ URUCARÁ PARINTINS SANTARÉM
I
AUTORES
PARTICIPANTES
GEOLOGIA/19
AGRADECIMENTOS
I
20/GEOLOGIA
l
SUMARIO
ABSTRACT ............ . 28
1 - INTRODUÇÃO ..... . 29
1.1_ Localização .................... . 29
1.2- Objetivos do Trabalho .......... . 29
1.3_ Método do Trabalho ........ . 29
2 - ESTRATIGRAFIA 30
2 1 _ Províncias Geológicas 30
2 1 1- Craton do Guaporé 32
2 1 2_ Craton Guianês .. 32
I
2.1.2.1_ Embasamento Guriense 32
2 1 2 2- Faixa Orogênica Tumucumaque-Vila Nova 32
2 1 2 3_ Vulcano-Piutonismo Uatumã 32
2 1 2 4_ Cobertura Tabular Prosperança 32
2 1.2 5_ Vulcanismo Toleítico Trombetas-Jatapu 33
2.1 .3_ Sinéclise do Amazonas 33
2.1.3.1- Sedimentos Paleozóicos da Sinéclise do Amazonas 33
'2.1 3 2_ Vulcanismo Toleitico Prainha-Trombetas 33
2.1.4_ Cobertura Meso-Cenozóica 33
2.2- Descrição das Unidades 33
2.2.1_ Complexo Xingu 33
2.2.2_ Complexo Guianense 34
2.2.2.1_ Generalidades 34
2.2.2.2- Posição Estratigráfica 35
2.2.2.3_ Distribuição na Área 35
2.2.2.4_ Geocronologia 35
2.2.2.5- Petrografia 36
2.2.2.5 1_ Granitos 36
2.2 2.5.2- Granodioritos 37
2.2.2.5 3_ Gnaisses 38
2.2.3_ Grupo Vila Nova 38
2 2.4_ Grupo Uatumã 39
2 2.4.1- Generalidades 39
2 2.4 2_ Formação lricoumé 39
2.2 4.2 1- Generalidades 39
2 2 4 2 2- Posição Estratigráfica 42
2.2.4.2 3_ Distribuição na Área 42
2.2.4.2.4_ Geocronologia 42
2.2.4.2.5_ Petrografia 43
2.2.4.2.5 1- Andesitos 43
2.2.4.2.5.2_ Dacitos 44
2.2.4 2.5.3_ Riodacitos 45
2.2.4 2.5.4_ Riolitos 45
2.2.4.2.5.5_ Tufos . 46
2.2.4.2.5.5.1 _Tufos de Cristais 47
2.2.4.2.5.5.2_ Tufos Líticos e de Cristais 48
2.2.4.2.5.6_ lgnimbritos . 49
2.2.4.2.6_ Análises Químicas 49
2.2.4.3_ Granito Mapuera 51
2.2.4.3.1 _ General idades . 51
2.2.4.3.2_ Posição Estratigráfica 51
2.2.4.3.3_ Distribuição na Área 51
2.2.4.3.4_ Geocronologia 52
2.2.4.3.5_ Petrografia . . 52
2.2.4.3.5.1_ Granitos e Microgranitos 52
2.2.4.3.5.2_ Adamelitos .... .. . 53
2.2.4.3.5.3_ Granodioritos e Microgranodioritos 55
- GEOLOGIA/21
2.2.4.3.5.4_ Monzonitos e Dioritos ..................................... . 56
2.2.4.3.5.5~ Granófiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ....... . 56
2.2.4.3.6- Análises Químicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .......... . 57
2.2.4.4_ Sienito Serra do Acari . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
2.2.4.4. L Generalidades . . . . . . . . . . . . . . . . . ............ . 57
2.2.4.4.2- Posição Estratigráfica . . . . . . . . . . . . . .. . 58
2.2.4.4.3- Distribuição na Area . . . . . . . . . . . 58
2.2.4.4.4- Petrografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
2.2.5- Formação Prosperança .. 59
2.2.5.1- Generalidades ..... . 59
2.2.5.2- PosiçãÕ Estratigráfica 60
2.2.5.3_ Distribuição na Area . 60
2.2.5.4_ Petrografia . . . .. 61
2.2.5.4.1_ Arcóseos e Arenitos . . . . . . .. 61
2.2.5.4.2- Meta-Arenitos e Meta-Argilitos Sílticos .. 62
2.2.6- Gabro Suretama ...... . 62
2.2.6.1- Generalidades . . . . . . . 62
2.2.6.2_ Posição Estratigráfica . . . . . . . . 62
2.2.6.3- Distribuição na Area . . ... 62
2.2.6.4_ Geocronologia 63
2.2.6.5_ Petrografia . 63
2.2.7 _Grupo Urupadi .. 64
2.2. 7 1 _Generalidades 64
2.2.7.2_ Formação Trombetas 64
2.2. 7.2.1- Generalidades 64
2.2. 7 2.2_ Posição Estratigráfica . 64
2.2. 7 .2.3_ Distribuição na Area . . 65
2.2. 7 .2.4_ Litologias . 65
2 2. 7 .2.5_ Petrografia 66
2 2.7 3_ Formação Maecuru . 66
2.2. 7 .3.1 _ Generalidades ..... . 66
2.2. 7.3.2_ Posição Estratigráfica 67
2.2. 7 .3.3_ Distribuição na Area .. 67
2.2. 7 .3.4_ Litologias . 67
2.2. 7 .3.5_ Petrografia .. 68
2.2 7.4_ Formação Ererê 68
2.2 7.4.1 _ Generalidades . . . 68
2.2. 7 4.2_ Posição Estratigráfica 69
2 2. 7 .4.3_ Distribuição na Area 69
2.2 7 4.4_ Litologias 69
2.2.8- Formação Curuá 69
2.2.8.1- Generalidades . 69
2.2.8.2- Posição Estratigráfica 70
2.2.8.3_ Distribuição na Area .. 70
2.2.8.4- Litologias 71
2.2.9- Grupo Tapajós 72
2.2.9.1- Generalidades 72
2.2.9.2_ Formação Monte Alegre . 73
2.2.9.2.1 _ Generalidades 73
2.2.9.2.2- Posição Estrat!Wáfica 73
2.2 9 2.3_ Distribuição na Area . 73
2 2.9.2.4- Litologias . . . . . 74
'2 2.9.3_ Formação ltaituba .. 74
2 2.9.3.1 _ Generalidades 74
2.2.9.3.2- Posição Estratigráfica 74
2.2.9.3.3- Distribuição na Area ... 75
2.2.9.3 4_ Litologias . . . . . . . . . . . . . 75
2.2.9.4- Formação Nova Olinda . . . . 76.
2.2.9.4.1- Generalidades . . . . . . . . . 76
2.2.9.4.2- Posição Estratigráfica . 76
2.2.9.4.3- Distribuição na Area ... 76
2.2.9.4.4- Litologias . . . . . . . . 76
2.2.10- Diabásio Penatecaua ... . 76
2.2.10.1- Generalidades . . . . . . . 76
2.2.1 0.2- Posição Estratigráfica ..... . 77
2..2.10.3- Distribuição na A'rea ................. . 77
2.2.1 0.4_ Geocronologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
22/GEOLOGIA
2.2.1 0.5_ Petrografia . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
2.2.11- Formação Barreiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ........... . 78
2.2.11. L Generalidades ............. . 78
2.2.11.2_ Posição Estratigráfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 79
2.2.11 .3_ Distribuição na Área . . . . . .... . 80
2.2.11.4- Litologias .............. . 80
2.2.12_ Aluviões . . . . . . . . . . . . . . .. 81
2.2.12. L Aluviões Antigas . . . . . .... 81
2.2.12.2_ Aluviões Recentes . . . . . .. 81
3 - ESTRUTURAS 81
3.1_ Estruturas Regionais 84
3.1.1- Sinéclise do Amazonas 84
3.1.2- Lineamento Paru de Este-Monte Alegre 84
3.1.3-Aiinhamento do Rio Cachorro 84
3.2_ Estruturas Locais 84
3.2.1 _ Falha do Cachorro 84
3.2 2_ Falha do Erepecuru (Paru de Oeste) 85
3.2.3_ Falha do Barreirinha . 85
3 2.4- Falha do Jangada . . . . 85
3.2.5_ Falha da Serra do Maicuru 85
3 2 6_ Falha do Cuminapanema 85
3.2. 7 _ Falha do Pitinga . . . . 85
3.2.8- Falha do Cidade Velha 85
3 2. 9 _ Horst do Cachorro 85
3 2 1O_Graben do Jatapu . 86
3.2 1LGraben do Médio Mapuera 86
3 2 12_Graben do Capucapu 86
3.2.13- Sinclinal do Pitinga 86
3.2.14_ Braquianticlinal de Monte Alegre 86
3.2.15_ Domo do Nhamundá . . 8&
3.2.16- Dobramentos da Serra do Jatapu 87
3.2.17 _Estruturas Circulares 87
3 2 17.1 _ Serra do Maicuru 87
3 2.17.2- Região dos Rios ltapi-Velho 87
3 2 17.3- Igarapé Tamaquaré 87
3 2 17 .4;... Igarapé Grande 87
3 2.17 5_ Serra do Acari 88
3.2.18_ Corpos Tabulares 88
3.2 19_ Outras Estruturas 88
4 - HISTÓRIA GEOLÓGICA 88
5 - GEOLOGIA ECONÔMICA 89
51_ Generalidades 89
5 2_ Ocorrências Minerais 90
5.2.1_ Minerais Metálicos 90
5.2.1 .1 _ Metais Ferrosos 90
5.2.1 1.1_ ntânio 90
5.2.1 .1 .2_ Ferro . 90
5.2.1.2_ Metais não Ferrosos 91
5.2.1.2.1- Galena 91
5.2.1.2.2_ Cobre . 91
5.2.1.2.3- Alumínio 91
5.2.1 .2.4_ Estanho 91
5.2.2- Minerais não Metálicos 92
5.2.2.1- Matéria-Prima para a Indústria Química 92
5.2.2.1 .1 _ Calcário 92
5.2.2.1 .2- Salgema .. 92
5.2,2.1.3- Gipsita . . . . . . .. 92
5.3- Possibilidades Metalogenéticas da Area . . . . , . . . . ......... . 93
5.4- Situação Legal dos Trabalhos de Lavra e Pesquisa Mineral na Área 93
5.4.1 _ Decretos de Lavra ............... ·············· 94
GEOLOGIA/23
5.4.2- Alvarás de Pesquisa 94
5.4.3_ Pedidos de Pesquisa 98
7 - RECOMENDAÇÕES 107
8 - BIBLIOGRAFIA 107
ILUSTRAÇÕES
Mapa Geológico da Folha SA 21-Santarém
FIGURAS
1 - Mapa de Localização da Folha SA.21- Santarém 29
2 Sumário da Estratigrafia . . . 31
3 lsócrona de Referência Rb/Sr para as Rochas do Complexo
Guianense . 36
4 lsócrona de Referência Rb/Sr para as Rochas da Formação lricoumé 43
5 Diagrama R das Efusivas Ácidas e Intermediárias da Formação
lricoumé , 49
6 Diagrama S dos Riolitos, Riodacitos, Andesitos e· Dacitos da
Formação lricoumé . 50
7 Diagrama de Wright. Intrusivas Subvulcânicas, Anorogênicas
Granito Mapuera 59
8 Diagramas das Feições Estruturais do Complexo Guianense,
Formação Prosperança e Diabásio Penatecaua 82
9 Diagramas das Feições Estruturais da Formação lricoumé, Granito
Mapuera e Gabro Suretama 83
10- Braquianticlinal de Monte Alegre 114
11 Intrusiva da Serra do Maicuru 115
12 Falha do Erepecuru 116
13 Inconformidade entre o Grupo Urupadi e a Formação lricoumé 11 7
14 Alinhamento do Rio Cachorro 118
15 Gabro Suretama 119
16 - Graben do Médio Mapuera 120
17 - Horst do Cachorro 121
18- Sinclinal do Pitinga 122
TABELAS
I Dados Analíticos Rb/Sr das Rochas do Complexo Guianense 36
11 Granitos 37
111 Granodioritos 38
IV Gnaisses .. 38
v Dados Analíticos e Idades Convencionais Rb/Sr das Rochas
da Formação lricoumé 43
VI Andesitos . 44
VIl Dacitos .... 45
VIII Riodacitos 46
IX Riolitos 47
X Tufos . . . . .... 48
XI lgnimbritos 49
XII Análises Químicas das Efusivas Ácidas e Intermediárias da
Formação lricoumé .... . .. 50
XIII Procedência das Efusivas Ácidas e Intermediárias da Formação
lricoumé. . . . . . . ... .. 50
XIV Valores de R e S das Efusivas Ácidas e Intermediárias da
Formação lricoumé 50
XV Dados Analíticos e Idades Convencionais Rb/Sr das Rochas
do Granito Mapuera .... 52
24/GEOLOGIA
XVI Granitos-Microgranitos ... 54
XVII Adamelitos. . .. .. .. .. . . 55
XVIII G ranod ioritos-M icrog ranodioritos 56
XIX Monzo nitos-Dioritos-M icrod ioritos 57
XX Granófiros . . . . . ......... . 58
XXI Análises Químicas do Granito Mapuera . 58
XXII Procedência das Intrusivas Subvulcânicas, Anorogênicas do
Granito Mapuera . . . . . .. 58
XXIII Arcóseos e Arenitos .... 61
XXIV Meta-Arenitos e Meta-Argilitos Silticos . . . 62
XXV Dados Analiticos e Idades K/ Ar das Rochas do Gabro Suretama 63
XXVI Diabásios..... . . . . . . . . . . . . .. 63
XXVII Dados Analíticos e Idades K I Ar das Rochas do Diabásio
Penatecaua . . . . . . ... 78
XXVIII Diabásios..... . . . . . . . . 78
XXIX Análises Químicas da Intrusiva do Maecuru .. 90
XXX Análises Químicas da Intrusiva do Maecuru .. 90
ESTAMPAS
I
I. 1 Aspecto da Cachoeira do Chuvisco no Rio Erepecuru
I. 2 Pequena Anticlinal do Braquianticlinal de Monte Alegre
u. 1 Aspecto da Fonte de Agua Sulfurosa da Formação Curuá
11. 2 Blocos do Arenito de Manaus no Lago lripixi
111. 1 Vista Aérea do Lago Localizado na Estrutura do Maecuru
111. 2- Complexo Guianense. Fotomicrografia da Amostra PT-16A
IV. 1 Complexo Guianense. Fotomicrografia da Amostra PT-596.2
IV. 2 Formação lricoumé. Fotomicrografia da Amostra PT-06
v.. 1- Fprmação lricoumé. Fotomicrografia da Amostra PT-8.2
v. 2- f!"ormação lricoumé. Fotomicrografia da Amostra PT-10
VI. 1 - Granito Mapuera-: Fotomicrografia da Amostra PT-08A
VI. 2- Granito Mapuera. Fotomicrografia da Amostra PT-16
VIl. 1 Formação Prosperança. Fotomicrografia da Amostra PT-05A
VIl. 2 Gabro Suretama. Fotomicrografia da Amostra PT-J.8
VIII. 1 Gabro Suretama. Fotomicrografia da Amostra PT-29
VIII. 2 Diabásio Penatecaua. Fotomicrografia da Amostra PT-09.8
GEOLOGIA/25
RESUMO
Neste relatório são apresentados os resultados do reco- Os processos epiroforéticos e epirogenéticos que atuaram
nhecimento geológico, utilizando principalmente interpre- na área em apreço conferiram-lhe feições estruturais de
tação de imagens de radar, complementada com trabalhos amplitudes regionais e locais, aquelas compreendendo o
de campo da Folha SA 21-Santarém, que ocupa uma área Lineamento Paru-Monte Alegre e à Sinéclise do Ama-
de 295.156km2 e abrange, administrativamente, terras dos zonas, enquanto estas são representadas por falhas e
Estados dó Pará e do Amazonas. estruturas dobradas, circulares e dos tipos horst e
grabens.
Esta área encerra rochas dos Cratons do Guaporé e Guia-
I
nês e da Sinéclise do Amazonas, além de Coberturas
Sedimentares Meso-Cenozóicas, que se distribuem desde Nos domínios desta Folha, os grandes jazimentos bauxi-
o Pré-Cambriano até o Quaternário, sendo as mais antigas tíferos do município de Oriximiná, as ocorrências de
representadas pelos Complexos Guianense e Xingu, e as gipsita do rio Cupari, o salgema da região de Aveiro e o
mais recentes pelas aluviões. ferro do rio Jatapu constituem os recursos minerais cujas
possibilidades de produção a curto prazo são as mais
Algumas unidades foram aqui submetidas a datações viáveis. É aqui também apresentado um estudo sobre as
geocronológicas, que forneceram importantes subsídios, possibilidades metalogenéticas da área, baseado na ava-
para melhor posicioná-las temporalmente, enquanto aná- liação dos litotipos amostrados e tomando-se como mo-
lises petrográficas foram efetuadas com o intuito de delo dados da metalogênese dos demais cratons do
melhor caracterizar suas litologias. mundo.
GEOLOGIA/27
ABSTRACT
This report shows the results of geological survey, using The epeirophorethic and epirogenetic processes which
mainly radar-imagery interpretation, complemented with took place in this area, brought about structural features
field work, of Sheet SA.21 Santarém, comprising an area of with local and regional range, the former comprising the
295.156 square kilometers, which legally includes parts of Paru-Monte Alegre Lineament and the Amazon Syneclt-
the States of Pará and Amazonas se, while the latter are represented by faults and folds,
rings, besides horst and graben-type structures
In the area are found rocks from the Guaporé and Guianês
Cratons, from the Amazon Syneclise and Meso-Cenozoic
28/GEOLOGIA
1 - INTRODUÇÃO Com a implantação das rodovias Transamazônica e San-
tarém-Cachimbo, os núcleos populacionais deixaram de
1.1 - Localização restringir-se apenas às margens dos rios, para se estabe-
lecerem agora também nas proximidades dessas vias,
A área, cujos resultados do levantamento geológi9o reali- abrindo novos horizontes para a ocupação efetiva da
zado através da utilizaÇão de imagens de radar sao apre- região.
sentados neste trabalho, ocupa porções quase iguais das
regiões leste do Estado do Amazonas e centro-oeste do
Estado do Pará; seus limites situam-se entre a linha 1.2 - Objetivos do Trabalho
Equatorial e o paralelo de 04°00'8 e os meridianos de
54ooo· e 60°00'WGr., que pelo corte cartográfico interna- O Projeto RADAMBRASIL tem por meta primordial mapear
cional constituem a Folha SA.21-iSantarém. e avaliar recursos naturais, em escala regional e a relativo
curto prazo, a fim de que, alcançados esses objetivos, as
A expressão fisiográfica de maior área é representada pela regiões mais promissoras sob o ponto de vista de suas
Planície Amazônica, cuja forma alongada se estende na potencialidades naturais sejam submetidas a estudos mais
direção leste-oeste, encerrando em seu eixo o rio Ama- detalhados.
zonas, ao qual está afeta toda a rede de drenagem da
região. Além do Amazonas, os rios de maior destaque são É portanto estribados nessa filosofia de trabalho que
o Jatapu, Nhamundá, Trombetas, Erepecuru e Maicuru, estamos apresentando o mapeamento geológico da Folha
que drenam a parte norte da área, enquanto na porção sul o SA 21-Santarém
Tapajós é o mais expressivo e aqui apresenta a sua maior
largura, que chega a sobrepujar a do Amazonas.
o 55
GEOLOGIA/29
- consulta bibliográfica para análise e seleção da do- angular, ocorre uma seqüência de rochas xistosas, dobra-
cumentação geológica e das ciências correlatas com infor- das e com grau metamórfico correspondendo a facies
mações da área e vizinhanças; xistos verdes a anfibolito, denominada Grupo Vila Nova.
- interpretação preliminar, utilizando-se mosaicos semi- Sobre essas unidades repousam também em discordância
controlados de imagens de radar na escala 1 :250.000, as vulcânicas e piroclásticas de caráter ácido a interme-
fotografias em infravermelho na escala 1 :130 000 e multies- diário com clastos intercalados, que constituem a For-
pectrais na escala 1 :70.000, além do uso eventual de mação lricoumé, a qual acha-se intrudida por rochas gra-
outros tipos de imagens obtidas em aerolevantamentos nitóides, comagmáticas, pertencentes ao Granito Ma-
anteriores e/ ou as tomadas por espaçonaves; puera, e rochas sieníticas e monzoníticas do Sienito Serra
do Acari, todas essas unidades constituindo o Grupo
- mapa preliminar; Uatumã.
~ locação de alvos para sobrevôo à baixa altura, objeti- A seguir a área foi submetida a uma intensa e prolon-
vando confirmar algumas discriminações litológicas da gada fase erosiva com sedimentação rápida em bacia ou
interpretação, passíveis de controle por esta atividade; bacias pouco subsidentes de clastos grosseiros a finos
que se espalharam sobre as demais unidades, formando
mapa de progresso; conglomerados, arenitos, arcóseos e siltitos, que cons-
tituem a Formação Prosperança.
seleção de pontos para verificação no campo;
O último evento na área registrado no Pré-Cambriano
trabalho de campo, utilizando-se viaturas terrestres, foram intrusões de caráter toleítico, dando origem à uni-
barcos e helicópteros, estes últimos operando tanto em dade litoestratigráfica que recebeu a designação de Gabro
clareiras naturais como nas abertas pelo RADAMBRASIL, Suretama.
onde se fizer necessário;
No final do Pré-Cambriano ou limiar do Paleozóico, pro-
- mapas de amostragem na escala 1 :250 000; cessou-se o estabelecimento da Sinéclise (rift) do Ama-
zonas, cujos sedimentos remontam do Siluriano ao Car-
- análises petrográficas, geocronológicas químicas, bonífero e são representados pelos Grupos Urupadi e
etc.; Tapajós, além da Formação Curuá (Devoniano Superior),
constituída essencialmente de folhelhos O Grupo Urupadi
- interpretação final na escala 1 :250 000 e redução à (Siluro-Meso-Devoniano) é constituído pelas Formações
escala ao milionésimo; Trombetas, Maecuru e Ererê, e representado, predomi-
nantemente, por sedimentos arenosos com facies argi-
- redação do Relatório e compilação do Mapa Geoló- loso O Grupo Tapajós (Carbonífero) abarca as Formações
gico sobre base cartográfica elaborado pelo RADAM- Monte Alegre, ltaituba e Nova Olinda, constituídas por
BRASIL arenitos, folhelhos, siltitos, margas, calcários e evapo-
ritos
Cumpre ressaltar serem o Relatório e o Mapa Geológico
aqui apresentados fruto de trabalho de equipe, mas as No decorrer do Mesozóico desencadeou-se um vulcanismo
prinçipais atividades desenvolvidas pelos autores, além básico de natureza toleítica, sob a forma de diques, si//s e
dos trabalhos de campo, foram: Araujo & Montalvão na stocks, que afetou todas as unidades da Sinécl ise do
redação da maior parte do Relatório, Lima & P Fernandes Amazonas, denominado Diabásio Penatecaua, posicio-
na interpretação das imagens e elaboração dos mapas, nado no Jurássico-Cretáceo, após o qual, e até o inicio do
exceção feita às áreas da Sinéclise do Amazonas, cuja Cenozóico, no intervalo Cretáceo-Terciário, processou-se
interpretação esteve a cargo de Cunha; Basei com a uma sedimentação com características continentais de
participação de Teixeira nas determinações radiométricas ambiente flúvio-lacustre e paludal, com um facies ma-
efetuadas em convênio com o I G. - USP (CPGeo) e na rinho, representada pela Formação Barreiras, que se
interpretação dos dados geocronológicos; C Fernandes estende predominantemente na área da sinéclise e, subor-
na geologia econômica; Araujo & Abreu na parte de petro- dinadamente, recobre áreas pericratônicas
grafia. R. S. lssler asnssorou a equipe e G Galeão da
Silva dirigiu os trabalhos. A unidade mais jovem é posicionada no Quaternário, com
depósitos de rios e lagos, constituídos por conglome-
rados, areias, síltes e argilas
2 - ESTRATIGRAFIA
A Folha SA.21-Santarém representa uma vasta região
caracterizada por even"tos geológicos que lhe conferiram 2.1 - Províncias Geológicas
feições estruturais e petrográficas distintas.
Com o intuito de reconstituir os eventos geológicos que
Essa porção apresenta unidades estratigráficas pré-cam- afetaram a área, tanto espacial quanto temporalmente, a
brianas, bem distintas e separadas entre si por discor- mesma foi dividida em Províncias Geológicas:
dância de natureza angular e paralela. A unidade basal
compreende o Complexo Guianense, constituído na
porção brasileira do· Craton Guianês por metamorfitos Craton do Guaporé
pertencentes a facies anfibolito a granulito, com dobra-
mentos de direções NW-SE, WNW-SSE e menos frequen- Craton Guianês:
temente NE-SW. Separada desta unidade por discordância Embasamento Guriense
30/GEOLOGIA
UNIDADE L ITO EST R ATI G RA F I CA
ERA PERIODO IDADE (MA) SIMBOLOGIA
COMPLEXO GRUPO FORMAÇAO LITOLOGIA
DISCORDANCIA
Halitas, Amdritas, Folhelhos e Siltitos Pretos; Calcanos e Arenitos Subor-
NOVAOLINDA
di nados
DISCORDÂNCIA
PROSPERAN-ÇA Conglomerados com Se1xos de Vulcânicas; Arenitos Arcos1anos, Arcós•os
PE:p e Arenitos Ortoquartziticos, Folhelhos e Argilitos, Grauvacas
DISCORDÂNCIA
SIENITO PE:sa Quartzo Sienitos a Quartzo Monzonitos
DISCORDÂNCIA
I P€gul- Kinz1gitos, Anfibolitos, Tr.ondjemitos, Dioritos, Granodioritos,
Granitos, Migmatitos, Gna1sses, Granulitos Ac1dos e Bás1cos,
G') Fac1es Anfibolito e Granulito.
m ~ - Migmatitos, Gna1sse, Granitos, Adamelitos, Granodioritos,
1.910
o
r
MEDIO
(REJUVENE&-
GUIANENSE/ PE:gn ; PE:x Sienitos, Dioritos, Anfibolitos, Metabasitos, Granulitos Ac1dos a
1ntermediánas Xistos e. Quartzitos. Na Folha SA.21-Santarém as
A XINGU
o
G') INFERIOR CIMENTO)
Rochas Coletadas são Predominantemente Homogêneas: Grant-
tos Granodioritos e Gna1sses.
5>
~
32/GEOLOGIA
tura ocorrem nos interftuvios Uatumã-Jatapu, Jatapu-Nha- 2.1.4 - Cobertura Meso-Cenozóica
mundá, Mapuera-Cachorro e Pitinga-Jatápu. A Formação
Prosperança é a unidade estratigráfica aue forma esta Os sedimentos mesa-cenozóicos que se apresentam em
cobertura, apresentando-se controlada, por vezes, por camadas praticamente horizontalizadas possuem sua
falhas que constituem estruturas dos tipos horst e graben. maior distribuição' sobre a Sinéclise (rift) do Amazonas,
sendo que raramente transgridem sobre o Craton Guianês.
2.1.2.5 - Vulcanismo Toleitico Trombetas-Jatapu Esta cobertura é constituída por sedimentos continentais,
de natureza flúvio-lacustre e paludal e representados por
Este evento compreende a manifestação ígnea básica de arenitos, siltitos e argiiitos, encimados ás vezes por platôs
natureza toleitica que sob a forma de diques, sil/s e stocks bauxitíferos.
intrudiu as rochas metamórficas do Complexo Guianense,
a seqoência vulcânico-plutônica do Grupo Uatumã e os Estes sedimentos constituem a Formação Barreiras,
sedimentos da Formação Prosperança, cuja unidade lito- que engloba também o denominado Arenito de Manaus,
estratigráfica correspondente recebeu a denominação de representado por arenitos e arcóseos bem silicificados.
Gabro Suretama.
Com área bem mais restrita ocorrem sedimentos recentes,
Os diques e sills que por vezes ocorrem como verdadeiros representados por aluviões e sedimentos de planície de
enxames apresentam direções NW-SE, NE-SW e dimen- inundação.
sões máximas que não ultrapassam 50km de elongação
I
nas imagens de radar. Os stocks situam-se predominan-
temente na região Trombetas"Cachorro e Jatapu-Nha- 2.2 - Descrição das Unidades
mundá.
GEOLOGIA/33
Gomes et alli (1971) obtiveram pelo método K/ Ar Idade em ayant un facies caráibe (2200MA) (Choubert, 1964, e Mai-
torno de 2000MA para rochas provenientes das serras charas, 1963)".
Misteriosa, Cinzento, Buritirama e Carajás; enquanto para
um anfibolito do rio ltacaiunas o método K/ Ar indicou Spooner, Berrangé e Fairbairn (1971) estimaram uma idade
idade de 2540 ±. 75MA. Rb/Sr em rocha total, para o "Complexo Kanuku" no
sudeste da Guiana, entre 2180 e 2020MA; no entanto,
Base i (1973) obteve pelo método K/ Ar em biotita valor ao Singh (1966) referiu-se a um episódio tectônico situado
redor de 1800MA, sendo que na região do Bacajá, numa ent-re 3000 e 2700MA representado pela faixa de dobramen-
isócrona de referência Rb/Sr em rocha total, forneceu tos Guriense e que compreende o "Complexo Kanuku".
idade de 1864 :!: 60MA.
Hurley et ali i (1972) apresentaram isócrona Rb/Sr em rocha
total, para os granulitos do "Complexo de lmataca" na
2.2.2 - Complexo Guianense Venezuela, que forneceu idade compreendida entre 3400-
3000MA.
2.2.2.1 - Generalidades
Braun & Ramgrab (1972) subdividiram as rochas do Com-
lssler et alii (1974) denominaram de Complexo Guianense plexo Basal ocorrentes no Território Federal de Roraima,
uma seqoência de metamorfitos de fa,ç}es anfibolito a nas Associações Anauá, Maracá e Rupununi; posterior-
granulito, que representam a unidade mais antiga do mente, Amaral (1974) para a mesma região dividiu o
flanco norte da Amazônia Brasileira. Complexo Cristalino em duas porções denominadas Muca-
jaí e Anauá-Uraricoera, baseando-se em graus de metamor-
O termo "Série Guayana" foi utilizado por Liddle (1928) pa- fismo diferentes. Entretanto, Montalvão et aiii (1975) não
ra os gnaisses intensamente dobrados e granitos gnáis- concordaram com as subdivisôes propostas pelos autores
sicos na porção venezuelana do Escudo da Guiana; sendo acima mencionados, referindo-se à unidade basal do Terri-
que posteriormente Newhouse & Zuloaga (1929) denomi- tório Federal de Roraima como Complexo Guianense.
naram de "Série de lmataca" um conjunto de quartzitos
ferruginosos de granulação média, com coloração cinza- Na região norte da Amazônia Brasileira diversos pesquisa-
chumbo e estratificação bem marcada. Bellizzia & Martin dores - Dequech & Klepper (1946), Ackerman (1948), Leinz
Bellizzia em 1956 redefiniram a "Série lmataca" para abar- (1949), Guerra (1952), Moraes (1957), Nagell (1962), Scar-
car a seqOência de rochas metamórficas de alto grau e os pelli (1966), Marotta et alii (1966), Neves & Menezes (1967),
quartzitos ferruginosos (Ministério de Minas y Hidrocar- Carvalho & Silva (1969), Vale et ali i (1972) e Braun (1973)-
buros, 1970), enquanto a denominação de "Complexo de estudaram as rochas mais basais e atribuiram-lhes dife-
lmataca" é devida a Chase (1964). rentes denominações, tais como· Complexo Basal, Com-
plexo Cristalino e Embasamento Cristalino
Paiva (1939) foi o primeiro a confeccionar um esboço
geológico oa região do alto rio Branco, no Território
Federal de Roraima. Lima et alii (1974) incluíram no Complexo Guianense uma
unidade constituída quase que essencialmente de gnais-
Oliveira & Leonardos (1943) assinalaram uma área extensa ses e a denominaram de Gnaisse Tumucumaque
a norte do Amazonas constituída de gnaisses e granitos,
que já tinham sido estudados petrograficamente por Oli- Oliveira et alii (1975) relatam a presença de vasta área de
veira (1929) rochas poli metamórficas pertencentes ao Complexo Guiac
nense na Folha NA.21-Tumucumaque.
Choubert (1954) designou de "Sistema llle de Cayenne", na
Guiana Francesa, uma associação semelhante à do Com- Montalvão et alii (1975) separaram, quando com controle
plexo Guianense. de campo, porções mais homogêneas constituídas de
rochas graniticas a quartzo dioriticas, produto de graniti-
Barbosa & Ramos (1959) descreveram os gnaisses e os zação, às quais atribuíram a designação de Granodiorito
quartzitos da "Série Rio Branco", de Paiva (1939), e a Rio Novo.
(,lenominaram de "Sistema Guiana".
A denominação de "Grupo Falawatra" é devida a Bosma &
Singh (1966), após desenvolver estudos geológicos e pe- Groeneweg (1973), tendo sido também adotada por Priem
trológicos de parte do Escudo das Guianas na área "South et alii (1973) para designar rochas metamórficas de alto
Savana-Rewa", situada na Guiana, reportou-se ao Grupo grau ocorrentes na área Adampada-Fallawatra, na porção
Kanuku como sendo constituído por biotita gnaisses ca- ocidental do Suriname. Recentemente De Roever (1975)
racterizados pela associação mineral biotita, granada, cor- referiu-se a esta unidade como constituída por uma se-
dierita e sillimanita - características da subfacies silli- qoência charnoquítica, sillimanita gnaisses, anfibolitos a
manlta almandina da facies almandina anfibolito; e granu- clinopiroxênio e doleritos de alto grau de metamorfismo.
litos ácidos e básicos. Kroonenberg (1975) mencionou que Mulder (1968) sugeriu a
possibilidade de correlação entre o Grupo Coeroeni, Grupo
Falawatra e Complexo Kanuku, a qual é aceita até o
Choubert (1969) relatou Idade de 4100-3770MA, na Guiana presente. No tocante à filologia do Grupo Coeroenl, Kro-
Francesa, sendo que no tocante ao "Granito Guyanais" onenberg (1975) mencionou: "Among the high-grade meta-
reportou-se: "L'âge minlmum des granites guyanais se morphic rocks of the Coeroeni Group migmatic biotite
situarait vers 26Q0-2550MA; le rejeunissement a dú se paragneisses, hornblenda gneisses and amphibolites are
produire entre 2350 et 2100MA. En même temps commen- the most common rocks types, whereas quartzites and
çaient à se formar, en profundeur, les premiers granites calesillcate rocks are rather rare".
34/GEOLOGIA
Nas áreas já trabalhadas pelo Projeto RADAMBRASIL, o apresentadas mostrando resultados variáveis entre
Complexo Guianense é constituído por rochas de origem 2000-1700MA para as rochas do Complexo Guianense.
orto e parametamórfica, fruto de metamorfismo regional,
correspondente a facies anfibolito a granulito, e que Na Folha NA.21-Tumucumaque, Oliveira et ali i (1975)
apresentam foliação com rumo predominantemente apresentaram uma isócrona de referência Rb/ Sr, em rocha
NW-SE e WNW-ESE, podendo contudo mostrar variações total, com razão inicial sr87J sr86 = O. 7077, que forneceu
locais para NE-SW. idade de 1791 ± 1OMA para as rochas polimetamórficas do
Complexo Guianense. Para Teixeira & Basei (1975) esse
Montalvão et alii (1975) mencionaram que as rochas mais valor representa um evento metassomático tardio do Tran-
comuns do Complexo Guianense são granulitos, gnaisses, samazônico.
migmatitos, anfibolitos, granitos de anatexia e metasso-
máticos, dioritos, gabros e ultramafitos; os granulitos que Na Folha NA.20-Boa Vista e parte das Folhas NA.21-Tumu-
são representados por termos ácidos e básicos têm ocor- cumaque e NB.20-Roraima, Montalvão et alii (1975) apre-
rência restrita enquanto os migmatitos possuem a maior sentaram idades K/ Ar em anfibólio e biotita das rocha&
extensão areal. dos rios Parima e Auari que revelaram idades de 1800MA.
Basei (1975) interpreta tal evento como resfriamento regio-
Na Folha SA.21-Santarém, parece-nos ser esta unidade nal das rochas do Ciclo Orogênico Transamazônico
constituída por rochas bem mais homogêneas: granitos e
granodioritos, apesar dos dados disponíveis serem escas· A região compreendida entre os rios Tacutu e Cauaburi,
sos. que forma uma faixa controlada por falhas de direções
NE-SW, apresentou isócrona de referência Rb/Sr de 1783
± 33MA, com razão inicial sr87Jsr86 = 0.702.
2.2.2.2 - Posição Estratigráfica
Para Dahlberg (1975), as rochas graníticas estão envoltas
O Complexo Guianense constitui a parte mais basal do por cinturões arqueados de depósitos geossinclinais, cor-
Craton Guianense e está sotoposto aos metamorfitos do respondendo em idade com o "Guinean Diastrophism" de
Grupo Vila Nova, ás rochas vulcânicas e piroclásticas da 2200-2050MA.
Formação lricoumé e aos sedimentos de cobertura de
plataforma de idade Pré-Cambriana, da Formação Prospe- Jharap (1975), levando em consideração que o grupo
rança. Acha-se intrudido por rochas granitóides do deno- granulítico foi altamente empobrecido em água de modo a
minado Granito Mapuera e corpos básicos designados não sofrer anatexia e que suas idades provisórias variam de
Gabro Suretama Ao sul é capeado discordantemente 2520-1820MA, conclui que o maior volume dos granulitos
pelos sedimentos paleozóicos da Sinéclise do Amazonas formou-se antes do magmatismo Transamazônico, não
sendo porém afastada a possibilidade da formação de
2.2.2.3 - Distribuição na Área granulitos durante o metamorfismo Transamazônico
Esta unidade estratigráfica mostra-se pouco representada Na Folha SA 21-Santarém foi obtida para as rochas graní-
na Folha SA.21-Santarém Suas maiores concentrações ticas e granodioríticas deste Complexo uma isócrona de
situam-se a NE e NW da área mapeada. A NE assoma na referência Rb/Sr, em rocha total, apresentando uma idade
bacia do rio Maicuru e médio rio Curuá, prolongando-se de 1910 ± 70MA (Basei & Teixeira, 1975a), com razão
para norte em direção do interflúvio dos rios Curuá e inicial sr87J sr86 = 0.7038 ± 0.0011 e que indica atuação
Cuminapanema, em uma faixa em média com 30km de do Transamazônico nessas rochas.
largura A NW expõe-se no rio Jatapu e igarapé Cidade
Velha, compondo uma zona de exposição de direção NE.
Na quadrícula SA.21-X-B, um granodiorito forneceu uma
Distribui-se ainda no rio Erepecuru, já nas proximidades idade K/ Ar em biotita, de 2040 ± 23MA. Esta deve ser
do equador e na bacia do alto rio Caxipacoro, seguindo interpretada como indicativa do resfriamento regional do
para oeste em direção aos rios Trombetas e Cachorro, Ciclo Orogênico Transamazônico
voltando a aflorar a oeste do rio Mapuera.
No limite oeste da Folha SA 21-Santarém mostra-se em Como vimos, as isócronas de referência para as rochas do
contato com sedimentos paleozóicos da bacia do médio Complexo Guianense apresentam idades diferentes,
Amazonas e Grupo Uatumã, este na região da bacia do rio apesar das suas rochas mostrarem, em geral, mesma
homônimo composição mineralógica, mesmo grau de metamorfismo,
isto aliado também ao fato desta unidade apresentar
continuidade física entre as Folhas contíguas situadas ao
2.2.2 4 - Geocronologia
norte do rio Amazonas.
Mandetta (1970) apresentou uma idade de 2527 ± 126MA,
obtida pelo método K/ Ar, para um gnaisse aflorante no rio Em vista disso, somos levados a crer que durante a
A nau á. tectogênese Transamazônica as rochas preexistentes so-
freram um fracionamento isotópico que parece estar ligado
Cordani (1974) realizou a interpretação dos dados geocro- a granitização, cuja intensidade foi variável, a episódios
nológicos da Folha NA/ NB.22-Macapá, apresentando tectotermais durante as efusões e intrusões das rochas
duas idades convencionais Rb/Sr em rocha total, com do Grupo Uatumã que afetaram toda a região em epígrafe
razão inicial sr87Jsr86= 0.706, de 2600 ± 50 MA e 2400 ou mesmo a episódios tafrogênicos que afetaram o Craton
± 45MA. Outras idades K/ Ar em biotita e muscovita foram Guianês, no decorrer de sua evolução geotectônica.
GEOLOGIA/35
sr87fSr86
080
079
078
077
076
075
074
11 1
ÀRb -1.47><10' anos'
073 (sr87tsr86J 0 -o 7038±0 0011
072
071
070
o 2 3
Fig. 3 - lsócrona de Referência Rb/Sr para as rochas do Cõmplexo Gulanense
Dados Analíticos RbiSr das Rochas do Complexo Guianense Estas rochas não se constituem, como em outras áreas já
trabalhadas, no tipo dominante da unidade.
No
Campo Quadrícula Litotogia Rb (ppm) Sr (ppm) Rb87tR~ s.87tsr86 Em escala de afloramento suas variações texturais e
mineralógicas são pouco significativas. Estes afloramen-
PT11B SA 21-X:.A Granodiorito 138 o 7404
596 SA 21-X-D Biotita Gnaisse 199
311 1 287
tos, na forma de lajeiros e boulders, apresentam invariavel-
224 2 599 07776
PT926B SA 21-X-B Granodiorito 172 469 1 019 o 7329 mente sistemas de diáclase e com certa regularidade são
PT03 SA 21-X-B Granodiorlto 90.9 706 o 3730 o 7158 cortados por diques de aplito, cuja possança pode variar
PT03A SA 21-X-0 Granodiorito 964 614 o 4550 o 7144
CA/PT02 SA 21-X-C Granodiorito 112 155 1 ()()() o 7325
de poucos centímetros a alguns decímetros.
PT11A SA 21-X-A Granito 129 254 1 479 o 7442
A coloração da rocha varia de róseo pálido a esbranquiça-
do, pontuada por máficos. A textura varia de porfiroblástica
À Rb = 1,47 x 10-11 anos-1 a granoblástica, granulação média a grosseira; localmente
pode ter grau variável de deformação devido à cataclase.
(Sr86Jsr88Jn = 0,1194
Os constituintes minerais essenciais são quartzo, micro-
Rb87JRbBS = 2,57 clina, plagioclásio sádico e menos comumente ortoclásio;
o varietal mais freqOênte é biotità, enquanto os acessórios
são zircão, apatita, opaco, mais raramente alanita, titanita
2.2.2.5 - Petrografia e muscovita.
Na Folha SA.21-Santaré·m, comparativamente a outras já Quartzo é anédrico, intersticial - como inclusão tende a
trabalhadas pelo RADAMBRASIL, esta unidade estratigrá- assumir formas arredondadas -, extinção ondulante mais
fica possui uma amostragem mais restrita, não só quanti- ou menos intensa, bordos saturados e eventualmente
tativamente mas também em variedades litológicas.Estas microfraturados com granulação variável. Seu teor na
são predominantemente de composição granodiorítica e rocha encontra-se aproximadamente compreendido entre
granítica. · 1/8 e 5/8 dos minerais totais. Dos feldspatos potássicos a
microclina é bem mais comum que o ortoclásio; especial-
Para melhor estudar estas rochas optou-se em considerar mente este pode apresentar intercrescimento pertítico,
caracteres preferencialmente mineralógicos, e ainda agru- macia de Carlsbad, enquanto na microclina a macia carac-
param-se algumas, levando-se em consideração seu as- terística é segundo a Lei de Albita-Periclina. Quanto
pecto textura!. à forma e dimensões, variam de idioblásticos a xe-
36/GEOLOGIA
noblásticos; podem formar porfiroblastos, que regu- lo-minerais. O plagioclásio, oligoclásio, é ídioblástico a
larmente têm inclusões de quartzo arredondado, pla- subidioblástico, em geral maclado polissinteticamente e
gioclásio sericitizado, biotita e eventualmente clorita. com leve substituição por sericita. Quartzo é xenoblástico,
A transformação mais comum destes feldspatos é de- apresentando microfraturas e extinção ondulante.
composição em argilo-minerais. Nestas rochas os pla-
gioclásios constituem entre 3/8 e 1/8 dos feldspatos to- Tendo em vista a composição meneralógica, algumas
tais, são fundamentalmente sádicos, havendo número mais rochas são enquadradas neste clã, mostrando-se a textura
expressivo cuja composição é oligoclásio seguido de original totalmente destruída pela ação do metamorfismo
albita. Quanto à forma, têm tendências idioblásticas, predominantemente dinâmico, do que resultaram deforma-
raramente zonados, sendo freqüentes as macias polissin- ções, cizalhamento, intenso fraturamento e o desenvolvi-
téticas Fenômenos de metassomatose potássico-sódica mento de ampla mineralogia secundária. A cataclase e
são regularmente observados, especialmente nas zonas milo'nitização comumente desenvolvem faixas mais inten-
que possuem deformações. A alteração característica é em samente fragmentadas, apresentando os grãos granulação
sericita e com menor freqüência epídoto O máfico e variável; os minerais micáceos e aciculares tendem a
varietal mais característico é biotita, sendo casual o anfi- assumir orientação paralela aos planos de cizalhamento;
bólio do tipo hornblenda-hastingsítica. A mica, normal- no plagioclásio observam-se planos de macia deformados;
mente xenoblástica, tem pleocroísmo marrom amarelado a o quartzo com forte extinção ondulante pode ter textura
marrom escuro, sendo a cor marrom avermelhado menos tipo ribbon.
comum A cloritização principia com alteração no pleocro-
ismo. birrefringência e deposição de opaco ao longo das 2.2.2.5.2 - Granodioritos
clivagens; epídoto e titanita desenvolvem-se também no
seio da biotita alterada O anfibólio tem pleocroísmo mar- Constituem o tipo litológico predominante na amostra-
rom a verde azulado e baixo ângulo 2v; na rocha em que gem São agrupadas aqui as rochas com teor de sílica
ocorre é o máfico predominante. Pode ocorrer substituição livre acima de 1/8 e abaixo de 5/8 dos minerais totais da
local do anfibólio por biotita e também clorita Os acessó- rocha e com teor de plagioclásio compreendido entre 3/8
rios mais frequentes são apatita, opaco, zircão, casual- e 7/8 dos feldspatos totais, sendo o teor de anortita nestes
mente podem conter titanita e alanita. plagioclásios inferior a 50%
As rochas aplíticas que constituem corpos na forma de Os afloramentos e relações de campo, em geral, são
diques são leucocráticas, cor creme a róseo, granulação idênticos aos dos granitos, diferindo daqueles pela menor
fina, textura granoblástica. Sua composição mineral é incidência de diques de aplito, que quando ocorrem têm a
essencialmente "ortoclásio micropertítico, quartzo e plagio- mineralogia essencial normalmente semelhante à encai-
clásio sódico, os máfícos são bastante escassos, assina- xante
lando-se a presença de muscovita-sericita, opaco, biotita,
epídoto e zircão (?) O intercrescimento pertítico é bastan- Estas rochas têm coloração de tonalidade cinza, pontuada
te suave no ortoclásio, neste mineral a alteração é em argi- por máficos. A textura hipidiomórfica granoblástica média
ocasionalmente pode tender a porfiroblástica Os mine-
TABELA 11 rais essenciais são quartzo, oligoclásio, andesina, orto-
Granitos
clásio e microclina; o varietal mais comum é biotita, sendo
também significativa a participação do anfibólio; os aces-
~
..: ..: c
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sórios são apatita, opaco, titanita e ainda de forma
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menos significativa zircão e alanita. Da assembléia de
secundários pode-se enumerar clorita, sericita, epidoto,
opaco, fluorita, carbonato, quartzo e albita.
Ou.artzo X X X X X X X
Ortodásio X(1) ?(1) X(1) O quartzo é xenoblástico e ocupa os interstícios deixados
Microclina X(2) X X X X pelos feldspatos na forma de cristais isolados, ocasional-
Oligoclásio X X X X
mente em agregados semelhantes a mosaicos, encontran-
Plagiocl Sádico X X X do-se ainda incluso na microclina e de forma secundária
Biotita X X X X X X X em veios. Extingue-se de forma ondulante e apresenta
Anfibólio X(3) X dimensões variáveis mas sempre inferiores à dos feldspa-
Opaco X X X X X X X
tos. O plagioclásio sádico, quando determinado, em mé-
Zircão X X X X ? dia apresenta composição do oligoclásio cálcico. Quanto à
A palita X X X X forma, são subidioblásticos a idioblásticos, normalmente
Titanita X X maclados polissinteticamente, ocorrendo também zona-
Epídoto X X X X X X dos. Podem apresentar diversos estágios de transformação
Alanita X ou substituição por microclina e albita, desenvolvendo-
Clorita X X X X X X se comumente nos bordos intercrescimento mirmequítico.
Muscovita )\ X X As inclusões usualmente observadas são biotita, quartzo
Se ri cita X X X X X X X
de forma arredonda, zircão e apatita. Os tipos de alteração
Carbonato X na ordem de freqüência são sericita e epídoto, raramente
Arg Minerais X X X carbonato. Ortoclásio geralmente pertítico e microclina
ocorrem ora simultânea ora independentemente. O primei-
ro tem formas melhor desenvolvidas, macia de Carlsbad e
alteração em argila-minerais. Microclina, caracteristica-
(1) Ortocfásio P13rtitico (2) Microclina Pertitica (3) Hornblenda-Hastingsitica mente geminada albita-periclina, contrasta vivamente com
X) presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada os demais feldspatos pela quase ausência de alteração.
GEOLOGIA/37
Seus cristais, quando ocorrem, são intersticiais, geralmen- O quartzo é xenoblástico com bordos suturados, tem forte
te de dimensões reduzidas, desenvolvendo-se melhor à extinção ondulante e ocupa posição intersticial, constituin-
medida que substituem metassomaticamente em especial do ainda agregados com aspecto de mosaico lentiforme,
o plagioclásio, restando deste nos estágios mais avança- talvez resquício de textura sedimentar. Os plagioclásios
dos relictos eticamente orientados. Dos máficos, a biotita têm composição albita-oligoclásio, normalmente xeno-
é a mais expressiva, seguida de pE·to pelo anfibólio. A mica blásticos, maclados polissinteticamente e em algumas ro-
tem cores de pleocroísmo marrom avermelhado, marrom chas podem ter composição ligeiramente mais cálcica, in-
escuro, sendo rara com cor esverdeada. O anfibólio típico cipiente zoneamento e formas subidioblásticas A substi-
é hornblenda com pleocroísmo de tons marrom e esverdea- tuição mais freqüente é sericita e nos bordos pode haver
do; pode encontrar-se maclada e ocasionalmente conter intercrescimento mirmequítico O feldspato potássico mais
relíquias de piroxênio. A hornblenda pode apresentar subs- freqüente neste tipo de rocha é microclina, por vezes
tituição em biotita e clorita Muscovita e clorita podem micropertitica, enquanto o ortoclásio foi observado so-
também desenvolver-se em detrimento da biolita, restando mente em uma amostra da Folha SA 21-X-B. Em geral
resíduos de opacos e epídoto ao longo das clivagens xenoblástico a subidioblástico, contrasta a microclina com
os demais por apresentar macia albita-periclina, ter a
A freqüência de rochas cataclásticas entre os granodiori- superfície mais límpida e poder formar cristais menores e
tos é menos significativa que entre as rochas de composi- intersticiais As alterações quando ocorrem são de prefe-
ção granítica rência em argilo-minerais, eventualmente em sericita. Nas
rochas estudadas. os plaoioclásio~ sódicos predominam
2.2 2 5 3 - Gnaisses ligeiramente frente' aos feldspatos potássicos Biotita é in-
variavelmente o máfico dominante, com formas subidio-
Em escala de afloramento são, via de regra, sensíveis às blásticas, regularmente orientada, cores de pleocroísmo
que variam de marrom a quase extinção, ocasionalmente
variações estruturais e texturais. São rochas de baixo a
com tons esverdeados É acompanhada em geral por zircão,
médio grau de metamorfismo, fundamentalmente caracte-
apatita, opaco e titanita. Os minerais secundários que a
ri· adas pelo bandeamento ou foliação gnáissica A colora-
substituem comumente são, clorita, opaco ao longo das
ç, o reflete a alternância de máficos a félsicos, bem como a
es~essura desses leitos As texturas mais representativas
clivagens e epídoto
s~nam granolepidoblástica a lepidoblástica com granula-
çao respectivamente média a fina, irregularmente podem
ocorrer feldspatos com tendências porfiroblásticas. TABELA IV
Gnaisses
TABELA 111
~
Granodioritos lll lll c c
>!: .... >!: ~ c;; >!: "' >!:
.o
"'j!o c;; "' <i"'
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Ortoclásio X
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Q.(/)
t!ci
0.(/)
Mlcrocllna X (1) (1J X
Alblta-OIIgocláslo X X
Quartzo X
Ortoctásio X(1J X(1) X(1i X(1)
Oligocláslo X X
Microclina Xi3J Biotlta X X X X
Ptagiocl. Sódico
Opaco X ? X
Oligoctàsio
Oligocl. Andesina Zlrcão X X ?
Homblenda X(2) A palita X
Biotita
Muscovita
Titanita X
Sericita Epídoto X X
Opaco
Pistaclta X
Zircão
A palita Clorita X X X _x
T1tanita Sericita X X X X
Fluorita
Epidoto
Argílo-Minerais X X X
Alanila
Clinozoisita (1) M1croclrna Pertít1ca
Cio ri ta
Carbonato
(X) presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada
~Le~uc~o~,ê~ni~o---+----~~-+---4----~---+---+~~~--~ ~
Arg Minerais
2 2.3 - Grupo Vila Nova
38/GEOLOGIA
metamorfitos com rochas pertencentes ao facies xistos Estratigraficamente, o Grupo Uatumã foi subdividido, a ní-
verdes e almandina-anfibolito/ (Turner & Verhoogen, 1960), vel de reconhecimento, em duas unidades: uma, constituí-
e representados em geral por quartzitos, anfibolitos, mus- da de rochas efusivas e piroclásticas, ás vezes com interca-
covita xistos, biotita xistos, biotita-granada xistos, actino- lações de sedimentos ... A segunda unidade é constituída
lita-tremolita xistos, clorita xistos, talco xistos, talco-anto- por uma fase mais grosseira com jazimento hipoabissal
filita xistos, itabiritos, minérios de manganês e ferro, e (subvulcânico) e plutônico, de composição predominan-
camadas de mármores calciferos e manganesiferos. Para temente granítica a granodioritica.
os autores acima mencionados, a ocorrência nesta unida-
de de rochas ofioliticas caracterizadas pela presença de Esta seqüência vulcano-plutônica apresenta-se com ida-
serpentinito, associado a talco, antofilita, tremolita e acti- des situadas no intervalo de 1900-1400MA, sendo que as
nolita xistos, é conclusiva para a identificação de faixa rochas com idades entre 1500 e 1400MA ocorrentes em
orogênica eugeossinclinal. Pela sua disposição estrutural, áreas isoladas podem pertencer a evento de ativação ligado
consideramos o Grupo Vila Nova como sendo uma trafro- a área cratônica.
geossinclinal (is).
Na Folha SA.21-Santarém, consideramos o Grupo Uatumã
O Grupo Vila Nova, que se apresenta assente em discor- como proposto por Montalvão {op.cit.), sendo que a se-
dância angular sobre a seqüência dobrada e granitizada do qüência vulcânica e piroclástica juntamente com as elásti-
Complexo Guianense, não está recoberto por nenhuma cas locais é aqui representada pela Formação lricoumé,
outra unidade. enquanto a seqüência plutônica a hipoabissal recebeu
denominação dé Granito Mapuera (Lima et alii, 1974) e
O Grupo Vila Nova, cuja presença na Folha SA.21-Santa- Sienito Serra do Acari (Fernandes & Moraes, 1975).
rém foi atestada somente por interpretação através de
imagens de radar, ocorre em apenas duas porções da Folha Correlacionamos ainda esse vulcanismo com o ocorrente
SA.21-X-B. Uma delas situa-se aproximadamente 15km a ao sul da Sinéclise do Amazonas, exceção feita ao de
NNW da serra do Maicuru, enquanto a outra é o prolonga- Rondônia, o qual admitimos possa pertencer a uma reati-
mento da serra do Cuiapocu, que está em sua maior parte vação tectomagmática, quiçá ligada à Orogenia Grenville.
localizada na Folha SA 22-V-A
Nos domínios da Folha SA 21-Santarém, esta unidade não 2.2.4.2 - Formação lricoumé
foi objeto de determinações geocronológicas; entretanto,
em áreas vizinhas, algumas datações foram executadas; 2.2.4.2.1 - Generalidades
assim, análises em xistos e anfibolitos da serra do Navio
indicam idade de 1750 ± 70MA, pelo método K/ Ar, em mi- A designação de Formação lricoumé, cuja seção tipo
cas e hornblenda, enquanto valores situados entre 1975 a localiza-se na serra homônima, é devida a Oliveira et alii
2530MA foram obtidos pelo método Rb/Sr em rocha total. (1975), para um conjunto não metamorfizado de vulcânicas
Hurley et alii (1968) determinaram uma isócrona Rb/Sr de intermediárias a ácidas, ocorrentes em áreas bastante
2210MA, ao passo que Cordani (1974) obteve para rochas diversas da Folha NA.21-Tumucumaque.
da serra do Navio uma isócrona de 2090MA.
A primeira referência à presença de rochas vulcânicas na
2.2.4 - Grupo Uatumã Folha SA.21-Santarém é devida a Derby (1877), quando,
depois de percorrer o rio Trombetas, escreveu: "Achamos
no rio Trombetas uma série muito semelhante a uma parte
2.2.4.1 - Generalidades da do Tapajós. É exposta na terceira cachoeira denomina-
da de Quebra-Potes e no curso inferior do rio Cachorro,
Coube _a Barbosa (1967) a denominação informal de Grupo que entra no Trombetas logo acima daquela cachoeira. A
Uatuma -_com idade pré-Siluriana - a. um conjunto de rocha varia em cor, tem camadas coradas de roxo-escuro,
rochas sedimentares, piroclásticas e vulcanitos de um outras de purpúreo e, como a do Tapajós, é marcada por
~agma an_d~sítico-riolítíco, ocorrentes nos bordos da Ba- pontos verdes. A massa é amorpha, feldspáthica, e M
Cia ~~azon1ca, tanto do seu lado setentrional como do vezes com pequenos grãos de quartzo, podendo classificá-
mend1onal. la como fel sito ou eu rito". Mais adiante, o referido autor diz
ainda: "As camadas de felsito repousam sobre o syenito já
descripto (também marcado pelo mineral verde) e inclinam-
Entretanto a designação formal de Grupo Uatumã é devida se 20° a NE com orientação N 30° 0".
a Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971 ), que situaram
localidade e seção tipo no rio homônimo, entre a cachoeira Oliveira (1928) efetuou o reconhecimento geológico do rio
Balbina e 2~m. a jusante do afluente Pitinga, sendo este Erepecuru, reportando-se à ocorrência de bostonito na
grupo constitUI do por piroclásticas, vulcânicas e intrusões soleira da cachoeira do Tronco e sienito tanto no leito do
freqüentes de rochas ácidas e intermediárias· estes auto- igarapé da Carnaúba como por mais de 6km através do
res não se referiram às rochas sedimentares ~encionadas varadouro dos Porcos, sendo que na cachoeira do Inferno
por Barbosa (op. cit.). aflora um pórfiro, que se estende até o igarapé Samaúma.
No estirão do Tapiu, referiu-se a dique de rochas felsíticas
Além de outros estudos de diversos autores recentemente verde e verde clara, atravessando granito.
esta unidade foi submetida a um reestudo 'por Montalvão
(1 ~75), que assi":l se expres~ou: "~ Grupo Uatumã consti- As rochas coletadas por Avelino Oliveira na campanha do
~ul uma seqüência vulcano-plutômca de composição ácida rio Erepecuru foram submetidas a estudo petrográfico por
mter_mediária com intercalações locais (bacias restritas) de Guimarães (1928), o qual identificou dacitos na boca de
aremtos, arcóseos e grauvacas." cima do varadouro dos Porcos, quartzo keratófiro na
GEOLOGIA/39
cachoeira Cajual e alguns pórfiros graníticos que poderiam ácidas a intermediárias (riolitos, dacitos, riodacitos com
estar associados com as vulcânicas. epidotização) e arcóseos com estratificação cruzada.
Barbosa & Ramos (1959) denominaram de Formaçao Suru- Forman (1969d) quando do estudo_do rio Tromb~ta.s descre-
mu as vulcânicas ocorrentes no Território Federal de Rorai- veu uma extensa faixa de vulcanicas const1tumdo um
ma, e as correlacionaram com o vulcanismo ocorrente nas complexo litológico, englobando termos ácidos .que gra-
demais porções da Amazônia Brasileira. dam a intermediários. Considerou este vulcamsmo, ao
qual atribui idade prê-cambriana, como r~presentante do
Ferreira (1959) referiu-se à "Série Uatumã" como constituí- último evento geológico de monta na reg1ao.
da por arenitos metamórficos, arcóseos, grauvacas, jas~e
litos, silexitos, etc., os quais estão intimamente associa- Forman (1969b) ao efetuar o reconhecimento geológico do
dos com quartzo pórfiros, keratófiros, quartzo keratófiros, rio Erepecuru mencionou que a faixa de rochas vulcânicas
tordrilitos, tsingtauitos, etc., responsáveis pelo metamor- é pouco expressiva, estendendo-se desde o norte da ilha
fismo experimentado por aqueles. da Martinha até as proximidades do igarapé P:enecauro, e
sendo representada por riolitos, tufos ácidos, dacitos,
Barron (1966) referiu-se à Formação lwokrama como sendo ignimbritos e andesitos.
constituída por lavas ácidas e intermediárias- com menor
quantidade de "Ash flow tuffs" - e maciços graníticos de No tocante ao rio Mapuera, Forman (1969c) observou que
granulação grosseira, tendendo a tiposyórfir?s _Nas v~l os riolitos mostram-se bastante subordinados em relação
cânicas e piroclásticas as camadas honzonta1s sao mu1to aos andesitos, pois enquanto estes afloram por cerca de
raras sendo que o bandeamento de fluxo ou estratificação 35km quase contínuos, aqueles apresentam apenas 5km
apre~enta normalmente mergulhos menores que 60° de extensão No tocante aos ignimbritos, estes são ainda
mais restritos, aflorantes apenas a jusante e montante da
Leonardos (1968), ao efetuar o reconhecimento geológico
ilha da Lancha.
do rio Uatumã, reconheceu efusivas ácidas e intermediá-
rias com grande variação textura!, e presença de sulfetos, No rio Curuá o vulcanismo está quase ausente, sendo que
as quais se estendem desde a cachoeira Balbina até a única referência ao mesmo é devida a Forman (1969a) que
a Usina Pau Rosa (Usina Nova), no igarapé do Caititu. A mencionou um dique de dacito pórfiro ocorrente nas
partir daí á praia dos Arrependidos observou rochas efusi- proximidades da cachoeira do Pilão.
vas, hipoabissais ácidas e intermediárias cortadas por
granitos com fraturamento intenso e epidotização associa- Kloosterman (1973) apresentou uma interpretação da geo-
da logia pré-cambriana do Escudo da Guiana, na qual se
referiu: "Several giant ringvolcanoes with diameters of
Rodrigues (1968) referiu-se á presença de rochas riolíticas many hundred of kilometers, which were emplaced between
no varadouro dos Porcos, na cachoeira do Chuvisco. 1900 and 1800 m.y" Estes vulcões fariam parte de uma
Marques (1969) corroborou a assertiva de Rodrigues faixa de rochas vulcânicas e plutônicas ácidas a interme-
(op cit ), quando se referiu á ocorrência de riolitos e piro- diárias, comagmáticas, desde o Orenoco ao Brasil Central
clásticas ácidas associadas, desde o igarapé Grande ao e talvez abaixo dos sedimentos e traps basálticos até o sul
longo do varadouro dos Porcos até a cachoeira do Caldei- do Brasil. A um desses vulcões com dimensões de 500 x
rão, sendo que a partir daí reaparecem somente no igarapé 900km designou de "Roraima ringvoicano" em virtude do
Santa Luzia Seus afloramentos apresentam-se sob a monte Roraima situar-se na sua parte central.
forma de extensos lajeiros como também em matacões
angulosos. As rochas andesíticas surgem no local denomi- Não subscrevemos esta interpretação do autor acima refe-
nado Porcos e ocorrem ae maneira esparsa até a boca do rido, pois tais estruturas gigantes não foram até o momen-
igarapé Penecauro to observadas em toda a área já trabalhada pelo RADAM-
BRASIL. Foram verificadas em toda a região norte do rio
Montalvão (1969) mapeando o rio Trombetas mencionou Amazonas apenas algumas zonas de abatimento de peque-
"Quanto à estratigrafia das vulcânicas não se tem uma nas dimensões, com granitos circulares intrusivos e vulcâ-
seqüência normal, uma vez que a área foi afetada por uma nicas.
tectônica de falhamento que impede o estabelecimento de
uma estratigrafia correta Contudo foi possível observar Berrangé (1973) assim se expressou: "The Kuyuwini Group
que, a montante da cachoeira do Viramundo até as proxi- has been dated (Rb: Sr, w.r. isochron, Berrangé, in press)
midades do rio Cachorro, as rochas de composição inter- at 1814 + 64 m.y lt is correlated with the Burro-Burro
mediárias estão sotopostas às ácidas e a partir deste ponto Group (1915 + 80 m.y.) ... " O mesmo autor considerou o
não se tem mais controle, ora as ácidas aparecem por cima Grupo Kuyuwini como sendo constituído por vulcânicas
das intermediárias ora por baixo A princípio se pensava ácidas a intermediárias e tufos consanguíneos com rochas
num vulcanismo, horizontal a subhorizontal, mas na va- graníticas subvulcânicas e granófiros, sendo que as vul-
zante máxima do rio é observado que tais rochas apresen- cânicas ocorrentes na parte sul mostram-se virtualmente
tam atitudes quase verticais causadas por uma tectônica não metamorfizadas, contrastando com as da porção sul
de dobramento que afetou a área ou mesmo por simples que denotam leve metamorfismo, que o autor não
acomodação de derrames a paleotopografia irregular" soube definir se devido à ação dinamotermal ou tér-
Esse autor associou os granitos e granófiros às vulcânicas mica causada por intrusões de plutões subvulcânicos.
que ali ocorrem. No tocante à Formação lwokrama, Berrangé (op. cit.)
considerou-a como metamorfizada na facies xistos
Leal (1969) observou no rio Jatapu que a montante das verdes, entretanto esta assertiva não encontra suporte
últimas exposições das rochas sedimentares da Sinéclise no Território Federal de Roraima, pois a Formação Suru-
do Amazonas ocorre uma seqüência de rochas vulcânicas mu, que se apresenta como uma continuidade da Formação
40/GEOLOGIA
lwokrama, é considerada desde sua definição como não Na Folha SA.21-Santarém, as rochas vulcânicas e piro-
metamorflzada. Mais recentemente Montalvão et alii (1975) clásticas da Formação lricoumé foram observadas, além
ao estudarem a Formação Surumu observaram que, nas das localidades já mencionadas, em diversas outras, como
regiões onde o me~amorfismo faz-se presente, o __seu seguem:
caráter é dinâmico, rsto é, as rochas sofreram modrfrca-
ções decorrentes de esforços mecânicos por vezes inten- No rio Jatapu, desde a montante da cachoeira Alegria até a
sos mas a baixas temperaturas. cachoeira do Pote, quase no paralelo 00°00', afloram
rochas efusivas de composição ácida a intermediária asso-
Ramgrab & Santos (1974) apresentaram uma concei~uação ciadas a outros litotipos do Grupo Uatumã. Aproximada-
para 0 Grupo Uatumã que engloba a Formação Rio Fresco, mente 1 km acima da cachoeira Alegria ocorrem rochas
0 Grupo Fumaça, as efusivas áci_das e as ~eqüências vulcâ- de composição Andesítica-Dacítica, sendo que a 0,8km a
nicas e intrusivas do rio Jamanxrm. Refenram-se ao fato de jusante do igarapé Nova Vida a rocha observada é um tufo.
que, caso estas rochas tenham idades ratificadas no Matacões e boulders de rocha piroclástica, com estrutura
intervalo 1800-1600MA, então este grupo seria correlacio- de fluxo, emergem na foz do igarapé Pongó. No igarapé
nado com os Grupos Burro-Burro e Kuyuwini, da Guiana, Cidade Velha, afluente pela margem direita do rio Jatapu,
Formação Surumu, de Roraima e a Associação Granitico- assoma uma seqüência de rochas vulcânicas com granitos
Vulcânica, do Suriname. associados. A 18km da foz, aflora em forma de lajeiro no
leito do rio com direção N35W um tufo de cristal dacítico,
Quanto às rochas aflorantes no rio Uatumã, Montalvão com fraturas de rumos N-S, N80°W e N70°W; 8km acima
(1974c) referiu-se à presença de dique de granodiorito desse afloramento, assoma, novamente em forma de lajei-
I
porfiritico na cachoeira Balbina, tufo-lava de composição ro, tufo de cristal dacítico com veios e lentes de sericita,
dacítica com estrutura de fluxo bem evidenciada na ca- estrutura de fluxo e fraturas com direções N20°E e N50°E.
choeira ltapacu, riolito em contato com tufo (15km a A 27km -da foz deste igarapé aflora na sua margem esquer-
montante do igarapé Esperança), andesitos brechados e da, em forma de lajeiro com direção E-W, andesito com
silicificados desde 15km a partir da cachoeira do Antenor pirita disseminada e fraturas com direções N70°W, N55°E
até a cachoeira Tucumaí, augita andesito desde 13km a e N20° E. Esta rocha é ai.nda observada a 6 e 15km a
montante do igarapé dos Arrependidos até as proximida- montante do afloramento anterior.
des do igarapé Jacami, andesito pórfiro possivelmente sob
a forma de dique 5km a montante da praia dos Arrependi- No rio Capucapu afloram rochas vulcânicas e piroclásticas
dos, tufo de cristal dacítico a 2km a montante da cachoeira associadas, sendo que o afloramento situado a 57km da
do lacacá, dacitos a jusante da cachoeira ltaboca e tufo sua foz, próximo ao contato com as rochas sedimentares
riolitico a 6km acima do igarapé Água Branca. paleozÓicas da Sinéclise do Amazonas, é constituído por
tufo dacítico, em forma de placas, com fraturamento de
No rio Jatapu foram observados, segundo Montalvão rumo N60°W e N10°E. A 15km deste afloramento as-
(1974b), dacito a jusante da cachoeira do Pica-Pau, tufo soma um dacito bastante fraturado. A 86km da foz foi
dacito, 1Okm a montante da foz do igarapé do Farol, dacito observado um dacito, com fraturas subortogonais, com
a 15km do igarapé Tanoé, riolitos a 3,6 e 8km acima da rumos N70°E e N20°W, devido a forças de distensões
cachoeira do Pote e 4,5km acima do igarapé Rio Novo, tufo durante o resfriamento; 35km acima deste aflora um tufo
riolitico e augita andesitos a 3km da cachoeira do Sucupira de cristal e lítico, bastante fraturado, com textura piroclás-
e dacito a 1 km desta cachoeira. tica e ainda próximo à cabeceira do rio ocorre rocha
andesítica ou dacítica bastante fraturada.
Bosma & De Roever (1975) referiram-se ao "Dalbana Rhyo-
lite" como constituído por metavulcânicas, encontradas Na mesopotâmia Jatapu-Capucapu, entre a topografia
entre rochas granitóides, representadas por riolitos, rioda- el~vada das serras de granitos assomam rochas vulcâni-
citos, dacitos e ocasionalmente andesitos, além de "ash- cas. No centro da estrutura do Pitinga aflora riodacito ou
flow tuffs"; sendo que a esse metamorfismo os autores tufo de cristais riodacítico capeados por arenitos.
acima mencionados consideram-no como sendo de caráter
regional, e de baixo grau, anterior às intrusões graníticas. No rio Cachorrinho, afluente da margem direita do rio
Anteriormente, Singh (1974) referiu-se à Formação Dalba- Cachorro, foi estudada um_a seqüência de vulcânicas e
ma como equivalente à Formação Surumu, apesar desta piroclásticas de composição ácida-intermediária, assim
não apresentar metamorfismo de caráter regional. distribuídas: a partir de sua confluência com o rio Cachor-
ro até 1 ,5km a montante aflora uma seqüência de vulcâni-
Sobre a área de "Linker Coppename", Jharap (1975) repor- cas dacíticas-andesíticas com piroclastos associados.
tou-se: "The rocks of the granitoid-volcanic suíte have Neste ponto as vulcânicas estão em contato com as rochas
been classified into tive map-units: medium to coarse grai- ácidas e piroclastos de mesma composição prolongando-
netl biotite granites and related rocks; volcanic rocks; fine se 25km rio acima, sendo essa exposição interrompida a
to medium grained porphyritic leucogranites; varicoloured 15km do contato por uma faixa de 2km de andesitos e
granophyric granites; and mylonitic gneisses". Esta se- dacitos. A 27km a montante da foz aflora novamente a
qüência foi correlacionada ao Grupo Kuyuwini, Formação seqüência de rochas andesíticas-dacíticas, que se prolon-
Caicara e tentativamente com o Grupo Uatumã. ga por mais de 25km ao longo da calha do rio. Estas
vulcânicas apresentam-se bastante fraturadas nas direções
McCandless et alii (1975) propuseram que o conjunto de N30°-60°W e N30°-40°E.
rochas ígneas ácidas ocorrentes na região drenada pelo rio
lriri, no Estado do Pará, seja correlacionado com a No rio Cachorro, afluente pela margem direita do rio
a
província petrográfica ácida representada NW pelo Grupo Trombetas, afloram vulcânicas quase que continuamente
Uatumã e Formação Surumu no Brasil, Formação lwokra- desde sua foz até a cachoeira Cair dos Pretos, e a partir
ma na Guiana e Cuchivero na Venezuela. daí, esparsamente, até pouco acima do 00°00'. Da foz até
GEOLOGIA/41.
5km as rochas são andesiticas-dacíticas, que estão em flúvios dos rios Jatapu e Cidade Velha observam-se
contato com vulcânicas ácidas (riolito), as quais se prolon- algumas ocorrências isoladas desta unidade.
gam por uns Bkm, sendo que acima da cachoeira do Chico
Gomes se alternam com rochas graníticas. A partir daí Uma outra faixa de ocorrência da Formação lricoumé
afloram novamente rochas andesíticas-dacíticas até a ca- acha-se bem caracterizada nas bacias do médio Jatapu e
choeira São Pedro, sendo interrompidas por granito intruc seu afluente Capucapu, bem como no médio curso do rio
sivo que ali emerge. Na cachoeira de São Marçal essas Nhamundá, envolvendo por total o domo do Nhamundá e
vulcânicas formam uma ilha isolada no meio dos granitos, em contato direto com os sedimentos de cobertura de
sendo que, 2km acima, novamente, a seqüência andesíti- plataforma da Formação Prosperança.
ca-dacítica expõe-se por mais de 4km, em contato com as
vulcânicas ácidas. A 15km a montante da foz do igarapé do Na parte central da Folha SA.21-Santarém duas grahdes
Ambrósio afloram vulcânicas intermediárias que se esten- áreas de ocorrência desta unidade são bem distintas. A
dem ao longo da calha do rio até as proximidades da primeira, como preenchimento do Graben do Médio Ma-
cachoeira Cair dos Pretos, onde está em contato por falha puera, no médio curso dos rios Mapuera, Cachorro e
com riolitos e tufos ácidos. No interflúvio entre o rio Cachorrinho, seguindo após para norte, onde se denotam
Cachorro e o igarapé do Ambrósio, as vulcânicas ácidas três porções bem marcantes na serra do Cachorro, morro
formam áreas isoladas sobre os granitos. do Acari e alto Mapuera. A segunda, compreendendo
talvez a maior faixa de exposição da área em foco, abran-
Na região do interflúvio Cachorro-Mapuera as rochas vul- gendo o médio e alto Trombetas, seguindo com direção NE
cânicas intermediárias afloram em faixas isoladas, envol- através da calha do rio Caxipacoro, com direção EW até a
tas por seqüência maior de vulcânicas ácidas e granitos calha do rio Paru de Oeste, em contato com sedimentos
paleozóicos, que constituem a serra de Santa Luzia.
Na estrada que liga a cachoeira da Porteira no rio Trombe-
tas até a frente de trabalhos na rodovia Perimetral Norte Na parte leste da Folha SA.21- Santarém apresenta sua
aflora, no km 9,58 a partir desta cachoeira, tufo rio- menor expressão, em porÇões isoladas e descontínuas,
lítico em forma de blocos, em contato com sedimentos nos rios Curuá e Cuminapanema, em seus trechos supe-
paleozóicos da Sinéclise do Amazonas. A partir dai ocor- riores a medianos e na pequena ocorrência no rio Azul,
rem afloramentos esparsos de traquito ou traquiandesito e afluente pela margem direita do rio Maicuru.
tufo ácido bastante cataclasado. Uma ocorrência de dacito
foi registrada no km 42,8, a qual está associada a rioda-
citos no km 48; esta seqüência parece estender-se até -:> 2 2.4 2.4 - Geocronologia
km 68,35, onde é interrompida por sedimentos e riolitos,
reaparecendo novamente no km 74,8, para acima do rio Maijer (1969) relatou: "Recent isotopic age determinations
Caxipacoro ser representada por uma variedade mais rica of a few volcanic rocks of the Avanavero region in NW
em plagioclásio e com menor teor em quartzo Suriname - in part probably equivalent to the Zuidrivier
area - revealed ages of 1800-1900 m y "
42/GEOLOGIA
TABELA V
Dados Anallticos e Idades Convencionais Rb/Srdas Rochas da Formação lrlcoumé
I
sr87;sr86
092 ./PT 25
090
088
086
084
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f/J<:/5-
082 ,'0
Na Folha SA.21-Santarém, Basei & Teixeira (1975a) obti- Santarém por rochas efusivas de composição andesitica,
veram, para as rochas vulcânicas e piroclásticas desta dacítica, riodacítica e riolítica, sendo que as duas últimas
unidade, isócrona de referência Rb/Sr que forneceu idade variedades predominam sobre as primeiras.' Variedades
de 1695 ± 40MA. piroclásticas de composição semelhante ocorrem asso-
Estas idades vêm corroborar o intervalo de 1900-1400MA ciadas às efusivas. As variedades andesíticas e dacíticas
para o Grupo Uatumã como proposto por Montalvão (1975). ocorrem mais comumente sotopostas às variedades mais
ácidas.
2.2.4.2.5 - Petrografia 2.2.4.2.5.1 - Andesitos
A Formação lricoumé está representada na Folha SA.21- Estes têm coloração freqUentemente cinza e cinza esver-
GEOLOGIA/43
deado; algumas amostras no entanto são róseo a marrom. ções. Vesículas preenchidaS" por clorita, epídoto e carbo-
A granulação é fina e a textura porfiritica, com fenocristais nato foram observadas nesse litotipo.
de feldspatos e por vezes ferromagnesianos. A matriz é em
geral afanítica, podendo-se no entanto observar em raras A matriz é de granulação muito fina, podendo-se em
amostras a textura pilotaxítica, com feldspatos ripiformes algumas lâminas discernir micrólitos de plagioclásio,
orientados. Sob a forma de pontuações são discerr>íveis mostrando arranjo de fluxo, característico da textura pilo-
clorita, epídoto e opacos. Algumas microfraturas são taxítica. Diminutos cristais de piroxênio mostram-se por
preenchidas por carbonato. vezes dispostos na matriz. A mineralogia restante é cons-
tituída por opacos apatita e leucoxênio por vezes envol-
As amostras estudadas ao microscópio apresentam tex- vendo opacos. Algumas rochas possuem fraturas preen-
tura porfirítica, com fenocristais tanto de plagioclásio chidas por carbonato, quartzo e epídoto.
como de piroxênio, havendo indistintamente predomínio
ligeiro ora de um ora de outro. O plagioclásio cuja compo- Foi coletada uma amostra cor cinza a preto, porfirítica,
sição pode oscilar entre. oligoclásio e andesina forma com fenocristais de plagioclásio - mostrando alteração a
cristais anédricos, subédricos e euédricos, os dois últimos epídoto-, raramente quartzo e máficos, tendo uma matriz
ocorrendo com mais freqüência. A macia de Albita é afanítica. Ao microscópio foi classificada como traquian-
bastante comum, por vezes associada á da Periclina. Estão desito, com textura porfirítica e a matriz microfelsítica,
presentes tanto cristais inalterados como outros nos quais !raquítica, apresentando intercrescimento quartzo/felds-
a alteração a sericita, epídoto e carbonato é acentuada. pato
Dentre os fenocristais de piroxênio, a augita tem larga Os fenocristais predominantes são de p/agioclásio, duvi-
distribuição, em cristais euédricos, incolores, maclados, dosamente de composição de andesina, geminado se-
com algumas inclusões de opacos e incipiente alteração a gundo a Lei da Albita e mostrando-se total ou parcial-
clorita mente substituído por epídoto, ocorrendo ainda sericita e
carbonato Os poucos fenocristais de ortoclá:sio têm di-
TABELA VI mensões mais reduzidas, e menor grau de alteração que o
Andesitos plagioclásio e macia de Carlsbad.
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Quartzo, biotita e opacos ocorrem tanto como fenocristais
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44/GEOLOGIA
perutico, nos quais algumas vezes e observada a macia de os fenocristais que ocorrem dispersos ou em aglomerados
Carlsbad. O quartzo está restrito à matriz e raramente são quase que exclusivamente constituídos por feldspatos
ocorre como fenocristais. e quartzo com tamanhos diversificados. Aqueles são larga-
mente dominantes sobre este e estão representados por
Os efeitos de tensão são observáveis nos minerais pelo plagioclásios e feldspatos alcalinos. Os plagioclásios
desenvolvimento de microfraturas, redução na granulação, freqüentemente apresentam ligeira predominância e têm
bordos suturados, extinção ondulante e planos de macia quase sempre a composição do oligoclásio, raramente
ora recurvados ora até mesmo rompidos. ocorrendo oligoclásio/andesina. Seus cristais são comu-
mente euédricos, porém podem apresentar formas anédri-
A matriz é microcristalina, dominantemente quartzo/felds- cas e subédricas. A macia da Albita é quase uma constan-
pática, estando a ela associados, e com granulação por te, por vezes associando-se à de Carisbad ou Periclina. Zo-
vezes mais desenvolvida, opacos, alguns com bordos de neamento foi observado em inúmeros cristais, tendo,
leucoxênio, apatita, epídoto, clorita, argilo-minerais, car- como produto de alteração, sericita, epídoto e carbonato,
bonato e zircão. Diferentemente dos riolitos e rioda- que por vezes dispõem-se preferencialmente em suas
citos, a matriz aqui não apresenta os finos e densos partes interiores.
intercrescimentos entre quartzo e feldspato. Algumas
microfraturas acham-se preenchidas por sílica, epídoto olJ Dentre os feldspatos alcalinos o ortoclásio micropertítico
carbonato. e/ou sanidina predominam largamente sobre a microclina,
que está parcialmente substituindo-o. Seus cristais podem
apresentar formas anédricas, porém as euédricas e su-
TABELA VIl bédricas são as mais constantes. Contrastam com o pla-
Oacito~
gioclásio por estarem sempre menos alterados, sendo esta
a argilo-minerais que conferem um aspecto anuviado aos
seus cristais. Inúmeras vezes não estão maclados, porém
quando esta está presente é representada pela de Carlsbad.
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* ~ O quartzo é bastante subordinado em relação aos felds-
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fenocristal ou ser restrito à matriz.
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GEOLOGIAi45
TABELA VIII li nos, mostra dominantemente cristais com tendências ao
Rlodacltos euedrísmo, porém podem ser anédrícos e subéd~icos. A
macia é do tipo Albita, raramente ocorrendo a de Carlsbad
associada. O oligoclásio é o mais comum, ocorrendo
AMOSTRAS porém albita/oligoclásio e oligoclásio/andesina em
algumas amostras. Mostra-se sempre com grau de alte-
., ração mais forte que os feldspatos alcalinos, sendo esta
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que totalmente. Por vezes são observadas algumas inclu-
sões de fluorita.
I
Hornblenda X Numa amostra, apresentando textura poiquilítica, foram
Tremolita/ Actinolita X observadas hornblenda amarelo-esverdeada, clonta e blo-
Allanita ? tita esta ainda ocorrendo em diminutos cristais na matriz
Apatita X X
X X X X X X Em' certas amostras a hornblenda constitui fenocristais,
Epídoto X X X X X X X X X X
Fluorita ?
X em geral substituídos por clorita
Opacos X X X X X X X )( X
Titanita ? X
X
Os efeitos cataclásticos presentes em todas as amostras,
? X X
Zircão X X X X X
com intensidade variável, foram responsáveis pelas
Argilo-Minerais X X X X X X X X deformações dos minerais, tais como extinção ondulante,
Carbonato X X X X X X X X X bordos suturados, variação de granulação, microfraturas,
Clorita X X x X X X X planos de macia retorcidos, por vezes deslocados, e
Sericit"a X X X X X X X X X X X muitas vezes orientação dos mesmos
Saussurita X X X
Mirmequita X
A matriz é microcristalina e sempre quartzo/feldspática,
mostrando-se em inúmeras amostras com aspecto espon-
joso, constituída por fino e denso intercrescimento entre
(x)- presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada
quartzo e feldspato Por vezes são observados localmente
esferulitos A alteração na matriz é sempre mais acentuada
lhada, róseo, róseo-escuro, marrom com tons avermelha- que nos fenocristais, notando-se argila-minerais e fre-
dos ou rosados e cinza acastanhado ou avermelhado quentemente sericita e clorita Os minerais acessórios e de
alteração são representados por freqúentes opacos, apa-
Os fenocristais são representados por feldspatcs e tita, zircão, epídoto, titanita- formando por vezes cristais
quartzo, os primeiros por vezes com aspecto alterado, bem desenvolvidos-, carbonato, fluorita e leucoxênio. As
enquanto o segundo é límpido e mostra, em diversas inúmeras fraturas que atravessam, por vezes intercruza-
rochas, formas de corrosão. A matriz é sempre afanítica, das, as amostras são preenchidas comumente por sílica e
raramente mostrando bandeamertto de fluxo, sendo por epídoto e mais raramente carbonato e material ferruginoso
vezes discerníveís clorita, opacos, epídoto e titanita Apre-
sentam-se sempre fraturadas, algumas das quais estão Existem amostras que possuem matriz com forte orienta-
preenchidas por sílica e/ou epídoto. ção, acentuada pela presença de abundante sericita e
clorita, classificadas 1 como meta-riolitos, sendo o meta-
Ao microscópio mostram sempre a textura porfirítica, com morfismo atuante de caráter dinâmico. Outra amostra
o feldspato alcalino predominante, sendo estes ortoclásio encerra fragmento de rocha de cerca de 1 em, com com-
micropertítico e/ou sanidina, no qual os primeiros, em posição semelhante à hospedeira
certas amostras, foram parcial ou totalmente mícroclíní-
zados.
46/GEOLOGIA
TABELA IX
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Quartzo X X X X X X X X X X X X X )I
Mlcrocllna X X
Ortocláslo Pert. X X X X X X X X X X X X
Feldsp. Alcal. Pertlt. X X
Plaglocláslo Sódlco X X X X
Alblta/ Ollgocláslo X
Ollgocláslo X X X X X X
Ollgoc' ./Andes i na X
Blotlta X Xl X
Hornblenda X
Apatlta X X X X X X X X X X X
Epldoto X X X X X X X X X X X X
I
Pledmontita X
Fluorlta X X X ? X
Opacos X X X X X X X X X X X X X X
Tltanita X X X
-
Leucoxênlo X X
Zlrcão X X X X X X X X X X X X X
Argilo-Minerais X X X X X X X X X X
Carbonato X X X X X X X X
Clorita X X X X X X X X
Sericlta X X X X X X X X X X
Rutilo ?
Mirmequita
Frag. Rocha X
CalcedOnia X X
GEOLOGIA/ 47
refletidos em cristais microfraturados, com bordos sutu- representados por vulcânicas, granófiros e mais raramente
rados, extinção ondulante, redução de granulação, planos tufos.
de macia retorcidos e por vezes arrebentados.
Dentre os cristais, os de feldspatos predominam sobre o
A matriz varia desde criptocristalina até com granulação quartzo, sendo que os plagioclásios são mais freqüentes
muito fina, de natureza quartzo/feldspática, e pode pos- que os feldspatos alcalinos e podem no entanto em certas
suir alguma orientação, que se faz mais acentuada quando amostras inverter esta situação. Tanto o plagioclásio
da presença de minerais micáceos. A ela estão também (oligoclásio e andesina) como os feldspatos alcalinos
comumente associados, além de sericita, clorita e espora- (ortoclásio pertítico, microclina e sanidina) têm dimensões
dicamente biotita, opacos, apatita, carbonato, titanita, e formas semelhantes, que podem variar desde euédricas
leucoxênio e zircão. Algumas das microfraturas presentes até anédricas, lascadas e pontiagudas. Nos plagioclásios a
acham-se preenchidas por quartzo e/ ou epídoto. macia é do tipo Albita, enquanto os alcalinos mostram
Carlsbad e Polissintética Cruzada. Os primeiros, tanto
2.2.4.2.5.5.2 - Tufos Líticos e de Cristais inalterados como fortemente alterados em sericita, epí-
doto e carbonato, mostram-se no conjunto. bem distintos
Nestas rochas, ao contrário das anteriores, os fragmentos dos alcalinos, pois estes estão quase sempre praticamente
de rocha são bastante freqüentes, podendo mesmo em límpidos e muito pouco argilizados. Em algumas rochas a
certas amostras sobrepujar os cristais. Suas cores são microclina acha-se substituindo parcialmente o plagio-
marrom, cinza, cinza-esverdeado e róseo; a granulação é clásio O quartzo é sempre subordinado em relação aos
fina, chegando em algumas rochas a ser afanítica. São demais fragmentos, ocorrendo em seções desde hexa-
compactas, sendo raras aquelas que denotam leve estrati-
I
gonais até arredondadas, pontiagudas etc. Certos cristais
ficação. Os constituintes discerníveis a vista desarmada denotam fortes efeitos de ação corrosiva, com profundas
são feldspatos, quartzo, fragmentos de rochas, ferro- reentrâncias Os fragmentos de rochas e cristais são mal
magnesianos e opacos. As fraturas são bastante freqüen- selecionados, podendo-se em certas amostras perceber
tes e apresentam sílica, carbonato e epídoto como material tanto disposição gradaclonal como incipiente estratifi-
de preenchimento cação
As amostras estudadas ao microscop10 mostram textura No que diz respeito aos efeitos de deformações, as mes-
piroclástica, onde são observados fragmentos de rochas e mas considerações aplicadas aos litotipos anteriores são
de cristais, hav,endo indistintamente predomínio de um válidas para as amostras aqui descritas
tipo sobre o outro. Com relação à matriz, os fragmentos
podem ser tanto subordinados como dominantes. Os A matriz na grande maioria das rochas mostra-se devi-
fragmentos de rochas possuem formas variadas e estão trificada, cripta a microcristalina e quartzo/feldspática,
TABELA X
Tufos
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Quartzo X X X X X X X X X X X X X X X X
Ortoclásio Pertitico X X X ? X X X
Microclina X X X X X
Feldspato Alcalino X X X X X X X
Plagioclásio X X X X X X X
Plagiocl. Sódico X X X
Oligoclásio X X X X X
Andes i na X X
Biotita X X X X X X
Granada X ?
Apatita X X X X X X X X X X X X
Epidoto X X X X X X X X X X X X X X
Piedmontita X
Opacos X X X X X X X X X X X X X
Lacoxênio X X X X X X X X
Titanita X X X
Zircão X X X X X X
Argilo·Minerais X X X X X X
Carbonato X X X X X
Clorita X X X X X X X X X X
Xenotima ?
Sericita X X X X X X X X X X X X X X
Calcedônla X X X
Frag de Rochas X ? X ? X X ? X X
48/GEOLOGIA
enquanto que em umas raras amostras ainda apresenta A matriz cripto a microcristalina, que pode localmente
porções vítreas. ainda ser vítrea, tem como associados: opacos, clorita,
sericita, carbonato, epídoto, apatita e fluorita. Os efeitos
A mineralogia-é complementada pela presença de epídoto, cataclàsticos imprimiram feições aos minerais, semelhan-
clorita, zircão, apatita, opacos, titanita, carbonato, cal- tes às amostras anteriormente descritas. Veios de epídoto
cedônia e pqssivelme.[lte granada. É bastante comum a e sílica atravessam diversas rochas estudadas.
presença de veios de epídoto e/ ou sílica.
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Quartzo X X X X X X X R
Ortoclásio X X 90
Felds. Alcalino X X X X
Plagiocláslo X X 80
Plaglocl. Sódlco X X X
Oligócl./ Andeslna y 70
Andes ina X
X 60
Pigeonita
Apatita X X X
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Epidoto X X X X X X X
Fluorita X
40
Opacos X X X X
Zircão X X X
30
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Argila-Minerais X X x
Carbonato X X X X
20
Clorita X X X X X X
X X X X X X X
Sericita
X X X
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Calcedônia
Frag de rochas X X X X
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GEOLOGIA/49
TABELA XII
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AI203 10,56 16,93 12,94 13,68 14,50 10;82 14,15 14,21 14,00 16,94 17,81 13,28 15,91 11,37
Fe203 1,37 0,71 0,68 0,37 nll 0,27 0,56 2,62 0,52 1,04 4,39 1,90 2,01 3,00
FeO 3,22 2,90 2,72 3,01 3,22 3,45 4,54 3,08 3,52 3,40 6,93 6,06 6,68 5,24
MnO 0,14 0,12 0,12 0,14 0,14 0,16 0,20 0,18 0,18 0,20 0,25 0,27 0,24 0,24
Ti02 0,65 0,52 0,52 0,56 0,55 0,44 0,62 0,65 0,59 0,44 1,32 0,87 0,83 0,77
CaO 0,32 0,38 0,16 0,16 0,74 0,72 0,10 1,32 0,25 0,95 0,55 6,62 3,99 5,30
MgO 0,71 0,41 0,50 0,59 0,40 0,41 0,75 0,54 0,76 0,42 3,80 3,93 6,69 5,43
Na2o 2,67 2,49 2,37 4,10 4,18 2,49 3,87 3,74 3,93 4,24 3,74 3,62 2,87 2,43
K20 6,24 7,23 7,99 6.,35 5,61 5,49 5,50 5,37 5,99 5,12 2,99 4,24 3,37 4,74
P205 0,08 0,05 0,04 0,07 0,05 0,03 0,15 0,21 0,79 0,07 0,40 0,28 0,27 0,17
H20 0,29 ni) 0,11 0,08 0,07 0,13 0,14 0,22 0,09 0,02 0,05 0,26 0,18 0,33
P F 1 000°C 0,85 0,31 0,06 0,21 nil 0,21 0,04 0,56 0,96 0,10 0,65 1,71 1,44 1,08
99,32 100,37 99,45 99,40 100,19 100,02 100,&& 99,66 99,54 100,65 99,69 99,65 100,43 99,55
TABELA XIII
Procedência das Efusivas Acldas e lntermedlllrlas da Formação lrlcoume
s
90
AMOSTRAS ROCHAS FOLHAS
80
TABELA XIV
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AMOS-
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TRAS lt~
R 3,47 3,76 1,52 6,61 6,85 1,24 12,35 2,67 8,74 5,55 49,59 33,67 45,93 29,64
s 70,03 74,38 77,12 60,76 57,30 68,80 56,70 58,95 60,38 54,70 44,43 53,94 54,01 68,11
50/GEOLOGIA
possui valores de R inferiores a 50. Por outro lado, foi Lima et alii (1974), Oliveira et alii (1975) e Montalvão (1975)
construída uma curva, que deixou de ambos os lados o incluíram o Granito Mapuera no Grupo Uatumã, represen-
mesmo número de pontos, que interceptou a reta horizon- tando a fase mais grosseira com jazimento hipoabissal
tal R = 50 numa posição cujo valor de Si02 = i= 52,5, (subvulcânico) e plutônico deste grupo.
caracterizando deste modo uma associação álcali-cálcica.
Lima et alii (op.cit.) referem-se à ocorrência do Granito
o segundo diagrama foi confeccionado nos moldes do Mapuera, na Folha NA/ NB.22-Macapá, como assomando
primeiro, sendo que a abscissa representa o teor em Si02 na sua porção sudoeste, na margem direita do rio lpitinga e
enquanto a ordenada corresponde ao valor de S. prolongando-se em direção ao Paru. Dispõe-se também no
médio curso do rio Jari e prolonga-se em direção à margem
direita do rio Mapari; uma outra unidade denominada
Na análise da figura 6, observa-se que o conjunto de Granodiorito Falsino foi correlacionada ao Grupo Uatumã.
pontos que caracterizam rochas tais como: riolitos, rioda-
citos, andesitos e dacitos, faz grosseiramente um ângulo Oliveira et alii (1975) incluíram sob a denominação de
de 45° com a abscissa Si02 e apresenta um valor médio de Granito Mapuera um conjunto ígneo formado por granitos
S igual a 60 normais, granitos peralcalinos, aplitos, granófiros, adame-
litos, monzonitos e quartzo diorito, ocorrendo geralmente
2.2 4.3 - Granito Mapuera como necks, stocks e até mesmo batólitos.
GEOLOGIA/51
!atividade dentro da Folha SA.21-Santarém, compreende Cuminapanema e para NE no médio e alto cursos deste
extensas áreas de exposiç.ão, bem como corpos menores último rio, em contato direto com as rochas polimeta-
circulares tipo necks. mórficas do Complexo Guianense. A segunda diz respeito
ao médio e alto cursos do rio Curuá e alto rio Maicuru.
A leste desta Folha, o Granito Mapuera encontra-se ex-
posto no interflúvio dos baixos rios Uatumã e Capucapu,
constituindo uma larga faixa de exposição tomando rumo,
grosso modo, para N, sendo truncado por rochas vulcâ- 2.2.4 3.4 - Geocronologia
nicas no baixo curso do rio Pitinga e pela estrutura do
Pitinga, surgindo no médio curso deste rio, espalhando-se Teixeira & Basei (1975) obtiveram para o Granito Mapuera
lateralmente até o limite mais oriental da ~='olha SA.21- na Folha NA 21-Tumucumaque, pelo método Rb/ Sr em
Santarém, e em direção aos cursos dos rios Jatapu e rocha total, idades compreendidas entre 1880 ± 60MA e
Nhamundá Outras pequenas áreas podem ainda ser cita- 1229 ± 41 MA, sem contudo chegarem a estabelecer uma
das, como na confluência dos rios Uatumã e Pitinga, bem isócrona.
como pequenos corpos circulares intrudidos nos vulca-
nitos da Formação lricoumé. Na Folha SA 21-Santarém, Basei & Teixeira (1975a) obti-
veram para o Granito Mapuera, pelo método Rb/Sr em
Na parte central da Folha em apreço esta unidade está rocha total, idades situadas entre 1790 ± 100MA e
exposta desde o baixo curso do rio Jatapu, seguindo com 141 O ± 90MA, não chegando também a obter uma isó-
direção NE, passando pelo rio Nhamundá, atingindo os crona para essa unidade Entretanto consideram que a
rios Mapuera, Cachorrinho e Cachorro, constituindo o alto intrusão destes corpos situou-se por volta de 1500MA
TABELA XV
Dados Analíticos e Idades Convencionais Rb/ Sr das Rochas do Granito Mapuera
52/GEOLOGIA
Pode substituir tanto o ortococlásio, como o plagioclásio, estar preenchendo fraturas. Ao microscópio a textura
este ainda ocorrendo como relíquias. Os feldspatos alcali- porfirítica é predominante, sendo que a sacaroidal ocorre
nos mostram variação de granulação, extinção ondulante apenas em raras amostras na Folha SA.21-V-C. A minera-
desde fraca até forte, esta presente nas amostras onde a logia é bastante simples, tendo como constituintes essen-
cataclase é mais intensa e também foi responsável por ciais feldspatos e quartzo. Os feldspatos alcalinos sobre-
impor a estes minerais microfraturas e bordos denteados. pujam os demais minerais e são representados em todas
Em alguns locais onde feldspatos alcalinos e plagioclásio as amostras pelo ortoclásio pertítico, exceção feita a uma
estão em contatos há formação de mirmequita. Os plagio- rocha situada na Folha SA.21-X-A, que está cataclasada,
clásios, em sua maioria zonados, na quase totalidade das onde ocorre também microclina, que por sinal é dominan-
amostras, sobrepujam o quartzo, sendo que raramente te Seus cristais evidenciam tendências ao euedrismo,
acontece o inverso. Foram observados cristais com com- quando constituem pórfiros, tendo formas anédricas a su-
posição osci Iando desde albita/ oi igoclásio até oi igoclá- bédricas nas restantes. A macia é Carlsbad, e a da Albi-
sio/andesina, tendo entretanto como composição mais ta-Periclina quando presente a microlina. Os cristais são
freqüente o oligoclásio. No que diz respeito a forma e a normalmente límpidos e a fraca alteração por vezes obser-
granulação, são semelhantes aos feldspatos alcalinos, vada é a argila-minerais. Localmente esboçam algum
porém normalmente têm maiores tendências ao euedris- intercrescimento micrográfico com o quartzo. Este pode
mo. Mostram comumente a macia da Albita, à qual associ- superar o plagioclásio, tendo formas anédricas, algumas
am-se alguns cristais, Carlsbad ou Periclina Apesar de faces com incipiente desenvolvimento e formas que suge-
estarem mais freqüentemente com maior grau de alteração rem corrosão bem mais acentuada que nos feldspatos
-sericita, epídoto e esporadicamente carbonato que os alcalinos e plagioclásios. Suas dimensões são compará-
feldspatos alcalinos, podem ter ainda cristais límpidos. veis às dos feldspatos e por vezes quase atingindo tama-
nho dos pórfiros. O plagioclásio é o oligoclásio, que tam-
Nas amostras mais cataclasadas, além de extinção ondu- bém pode constituir pórfiros maclados segundo a Lei da
lante, microfraturas e bordos denteados, são observados Albita e em cristais mais comumente euédricos. Estão
planos de macias recurvados e até mesmo rompidos. Com sempre com maior grau de alteração a sericita, epídoto e
respeito ao quartzo, as formas anédricas ou arredondadas raramente calcita que os feldspatos alcalinos, isto porém
são as mais comuns, com faces pouco desenvolvidas. não impedindo que alguns cristais encontrem-se límpidos.
lntercrescimentos micrográficos, apesar de observados Os demais minerais são de ocorrência bastante restrita e
numa grande quantidade de amostras, são locais e bastan- representados pór opacos, clorita, zircão, muscovita, apa-
te subordinados, o mesmo ocorrendo com os cristais que tita e titanita
mostram tendências ao euedrismo ou formas esqueletifor-
mes Inclusões com aspecto goticular foram por vezes
observadas nos feldspatos Extinção ondulante e microfra- 2 2 4 3 5.2 - Adamelitos
turas são constantes, enquanto cristais com bordos
denteados e redução de granulação estão presentes nos Destes litotipos, somente poucas amostras foram coleta-
tipos mais cataclasados A biotita, apesar de não ocorrer das, tendo coloração ora rósea ora cinza claro a médio
em proporções elevadas, tem ampla distribuição e é domi- São inequigranulares, variando desde finas a grosseiras,
nante sobre os demais máficos Seu pleocroísmo pode ser observando-se em algumas amostras desenvolvimento de
tanto verde-amarelado, pardo-amarelado, marrom, como pórfiros Macroscopicamente foram identificados feldspa-
até mesmo marrom-avermelhado. Dispõe-se tanto disper- tos, quartzo, biotita, anfibólio, opacos, titanita e pirita em
sa, como em aglomerados, em palhetas de dimensões alguns exemplares da Folha SA 21-V-A. As amostras estu-
reduzidas até bem desenvolvidas e com inclusões, por dadas ao microscópio apresentam textura hipidiomórfica
vezes, de zircão, opacos e apatita Pode apresentar-se granular porfiróide, tendo como minerais largamente do-
tanto inalterada, como totalmente substituída pela clorita, minantes os feldspatos e o quartzo Os primeiros são
havendo contudo diversos estágios de alteração Muito representados tanto pelos alcalinos como pelos plagioclá-
raramente mostra-se interdigitada com a muscovita, cuja sios, com leve ascendência ora de um tipo ora de outro. O
ocorrência é bastante restrita. A hornblenda ocorre em ortoclásio pertítico é observado em todas as amostras,
poucas amostras, tendo pleocroismo em tons de marrom é enquanto a microclina tem uma distribuição um pouco
verde, cristais subeuedrais a euedrais, com alteração tanto mais restrita e sempre subordinada. Seus cristais variam
a biotita como clorita e alguns de seus cristais encemmdo de anédricos a subédricos e muito raramente inclinam-se
relíquias de piroxênio. A hornblenda hastingsítica foi ao euedrismo; são mais comumente límpidos, sendo que a
observada em uma amostra, enquanto hornblenda actinoli- alteração a argila-minerais, quando presente, é sempre
ta o foi noutra, ambas pertencentes à Folha SA.21-X-A. fraca As macias observadas são do tipo Carlsbad e polis-
Associados tanto à biotita como à hornblenda, são obser- sintética cruzada. A microclina pode substituir em diver-
vados zircão, opacos, apatita, titanita e leucoxênio, poden- sos estágios tanto o ortoclásio como o plagioclásio. Os
do também ocorrer dispersos, juntamente com alanita, pórfiros mostram-se por vezes bem desenvolvidos e são
xenotima, ambas raríssimas, e fluorita que se dispõe no somente constituídos por feldspatos.
interior dos feldspatos e quartzo como também em cristais
individualizados por vezes com bom desenvolvimento. O plagioclásio sádico, maclado segundo a Lei da Al.b~ta
que é observado em todas as amostras, tem compos1çao
Nos microgranitos, as cores são dominantemente róseas, oligoclásica, exceção feita à rocha coletada na Folha
ocorrendo variedades avermelhadas subordinadas. A gra- SA.21-X-A cuja determinação indicou oligoclásio/andesi-
nulação é fina, notando-se com alguma constância pórfi- na. Comp~rados aos feldspatos alcalinos, seus cristais
ros de feldspatos. Quartzo e feldspatos são os minerais apresentam maiores tendências ao euedrismo, no entanto
essenciais; ocorrendo em proporções bastante reduzidas formas anédricas e subédricas são observadas. Quanto ao
com relação aos granitos, são observados clorita opacos e
epídoto, sendo que este, juntamente com a sílica, pode
e
grau de alteração a sericita e epídoto, o mesmo bastante
variado, com cristais tanto ·Hmpidos como até mesmo em
GEOLOGIA/53
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TABELA XVI
Granitos - Mlcrogranitos
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MINERAIS
Quartzo X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Microclina Pertita X X X X X X X X ? X
OrtoclàSIO Pertitico X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Plag1oclás1o Sódico X X X X X X X X X
Albita/OiigoclàSIO X X X
OliQoclàs1o X X X X X X X X
Oligoclàs1o/ Andesina X X
Biotita X X X X X X X X X X X X X
Muscovita X X X X
Mica de Litio ?
Hornblenda X X X
Hornblenda Hasting. X
Hornblenda Actin. X
Piroxêmo ?
A palita X X X X X X X X X X X X X X X
Epidoto X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Fluorita X X X X X X X
Opacos X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Tltanita X X X X X X X
Leucoxêmo X X
Zircão X X X X X X X X X X X X X X X X X
Argilo-Minerals X X ? X X X X X X X X X X X X
Carbonato X X X
Clorita X X X X X X X X X X X X X X X X X
Sencita X X X X X X X X X X X X X X X X X
Mirmequita X X X X X
Allanita X ?
Xenotima X
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feldspatos, mostrando formas anédricas, sendo que as
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MINERAIS !;_!~ ~N IDN ":'~ .... C'!
subédr~cas com desenvolvimento de poucas faces são
li:~ li:~ li:~ li:~ li:~ li:~ li:
escassas; alguns cristais possuindo reentrâncias são re-
portados a efeitos de corrosão. Numa amostra coletada na Quartzo X X X X X X X X
Folha SA.21-V-D, quartzo e feldspato alcalino podem ocor- Mlcrocllna Pertlta X X X X X
rer sob a forma de intercrescimentos micrográficos, restri- Ortocláslo Pertítlco x1 X x1 x1 X X X
tos a determinadas porções da lâmina. Anfibólio e biotita Plaglocláslo Sódlco X
estão presentes em quase todas as amostras, aquele Albita/ Olígocláslo X
comumente em proporções algo mais elevadas. A hasting- Ollgoclásio X X X X X
sita(?), que em alguns pontos da Folha SA 21-V-A é poi-
Ollgocláslo/ Andesina X
quilítica, tem distribuição mais ampla que a hornblenda;
a primeira com pleocroísmo em tons de verde a verde Biotita X X X X X X X
azulado, enquanto esta é verde marrom. Restos de piroxê- Hornblenda X X
nio ocorrem com certa freqüência no interior de ambas, Hastingsita X X X
sendo a alteração mais comum a clorita, com epídoto e Piroxênio X ? X X
opacos associados A biotita, que em raríssimas amostras Apalita X X X X X X X X
supera o anfibólio, tem pleocroísmo em tons de amarelo, Epidoto X X X X X X X X
verde, marrom e marrom-avermelhado Diversos estágios Fluorita X
de alteração a clorita são observados, chegando mesmo
Opacos X X X X X X X X
até sua ampla substituição, com opacos e zircão associa-
Titanita X X X X X
dos. Os minerais acessprios são representados por opa-
cos, apatita, titanita, zircão e fluorita, esta também encon- Zircão X X X X X X
trada no interior do plagioclásio. Aqui os efeitos de Argila-Minerais X X
cataclase foram de pouca monta e provocam nos minerais Clorita X X X X X X X
extinção ondulante, microfraturas e ligeiro denteamento Ser! cita X X X X X X X X
nos bordos Allanita X X
(1) Inclui m1crocllna
(X) presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada
224353 - Granodioritos e Microgranodioritos
palhetas intersticiais, e ainda como produto de alteração
Apresentando esta composição, poucas amostras foram do anfibólio, este representado ora por hornblenda ora por
coletadas, tendo os granodioritos coloração cinza com hastingsita, presentes em amostras distintas. Estes têm
tons claros e escuros, sendo o rosado uma exceção A formas subédricas a euédricas, pleocroísmo em tons de
granulação é média a grosseira, inequigranular, tendo sido verde e marrom, sendo a hastingsita caracterizada pelo seu
identificados feldspatos, quartzo, biotita, anfibólio, titani- baixo ângulo 2v Mostra-se também com alguma alteração
ta e sulfetos na amostra coletada na Folha SA.21-X-C. Ao a clorita Como acessórios estão presentes opacos, apati-
microscópio apresentam textura hipidiomórfica granular, ta, zircão e titanita. Quanto aos microgranodioritos, suas
havendo em algumas amostras desenvolvimento de pórfi- cores são sempre crnza, granulação fina, porfiróides, e
ros. O plagioclásio sódico destaca-se dos demais consti- constituídos por feldspatos, quartzo, biotita, anfibólio e
tuintes pela sua maior abundância aliada à tendência de opacos. Ao microscópio mostram textura porfiróide, tendo
desenvolver pórfiros. Seus cristais sào subédricos a eué- como mineral predominante o plagioclásio, cuja composi-
dricos, maclados segundo a Lei da Albita, a qual raramente ção é albita/oligoclásio, com formas anédricas a subédri-
associa-se à de Carlsbad Com certa freqüência seus cas, maclado segundo a Lei da Albita e raramente a de
cristais mostram-se zonados e com alteração variável a Carlsbad, associada A intensidade de alteração a sericita
sericita e epídoto, sendo o carbonato esporádico. Diversos e epídoto é bastante variável. Somente o plagioclásio
estágios de substituição pela microclina são observados, desenvolve pórfiros, sendo que o feldspato alcalino, repre-
havendo mesmo situações em que aparecem restos de sentado pela microclina, ocorre subordinadamente e com
plagioclásio no interior do mesmo Ortoclásio e microclina granulação fina. Apresenta-se anédrico, maclado segundo
pertiticos podem tanto coexistir na mesma rocha como Albita/Periclina e fracamente alterado a argila-minerais O
somente estar presente o segundo, fato este observado quartzo tem granulação fina, contornos irregulares, com
n~s amostras da Folha SA 21-X-C Os feldspatos alcalinos formas tendendo a arredondadas, e algumas vezes corroí-
nao alcançam as mesmas dimensões do plagioclásio, e dos
seus cristais são anédricos a subédricos, límpidos ou com
incipiente alteração a argila-minerais Alguma mirmequita Biotita, hornblenda e hornblenda hastingsítica são os
desenvolve-se ao longo de contatos entre os feldspatos. O máficos dominantes, a primeira com formas anédricas a
quartzo é anédrico e com relação aos feldspatos tem ocor- subédricas, pleocroísmo pardo a marrom e em cristais
rência subordinada e cristais bem menos desenvolvidos, desde tamanhos diminutos até bem desenvolvidos, porém
havendo mesmo alguns com caráter intersticial. A biotita sem alcançarem as maiores dimensões dos plagioclásios.
mostra ampla distribuição, podendo mesmo em algumas Freqüentemente mostra-se alterada a clorita e com inclu-
sobrepujar o anfibólio. Seus cristais são subédricos a eué- sões de titanita, apatita, quartzo, alanita e opacos.
dricos com pleocroísmo em tons de marrom, por vezes to-
talmente cloritizados, com titanita e opacos associados A hornblenda verde que ocorre em amostras situadas na
Mostra-se bem desenvolvida, como também em diminutas Folha SA 21-X-A possui cristais diminutos, anédricos, tan-
GEOLOGIA/55
to dispersos como formando agregados. A hornblenda has- sendo a alteração a argila-minerais pouco expressiva.
tingsita anédrica a subédrica, com cor marrom a esverdea- O quartzo, que é bastante restrito, pode ser tanto inters-
da, é poiquilítica, com inclusões diversas, alteração a ticial, como formar localmente intercrescimentos gráfi-
biotita e clorita, e dispõe-se em agregados cos com o feldspato alcalino, e raramente possui faces
com algum desenvolvimento. A biotita possui ampla dis-
tribuição, porém em proporções bastante variadas, pois
Os acessórios são representados por apatita, titanita, epí- tanto pode ser o máfico dominante, como estar subordina-
doto, opacos, zircão, alanita e leucoxênio (?). da aos demais Apresenta pleocroísmo em tons verde e
marrom-claro, grau de alteração a clorita variado e freqüen-
Tanto nos granodioritos como nos microgranodioritos os tes inclusões de zircão. Numa amostra na Folha SA 21-V-A,
efeitos cataclásticos foram bastante suaves, produzindo, ocorre interdigitada com hornblenda, que possui pleo-
apenas nos minerais, microfraturas e extinção ondulante. croísmo em tons esverdeados. Em outra amostra situada
na Folha SA 21-V-A a pigeonita é o máfico dominante, com
alteração a clorita, tremolita e óxido de ferro Como
2.2.4.3 5.4 - Monzonitos e Dioritos acessórios foram observados opacos e titanita
Estes li,totipos estão aqui representados por raríssimas A amostra classificada como diorito e coletada na Folha
amostras, refletindo sua ocorrência bastante restrita na SA 21-V-C possui cor cinza médio, granulação fina, textura
unidade. Os monzonitos possuem coloração cinza com hipidiomórfica granular, tendo como principal constituinte
tonalidades oscilando desde média a rosada A granulação oligoclásio/ andesina Este encontra-se zonado, mais co-
varia de fina a média, sendo identificados feldspatos, mumente maclado segundo a Lei da Albita, e altera-se a
quartzo, biotita, anfibólio, opacos, titanita e sulfeto. Apre- sericita e saussurita. Micropertita intersticial é pouco
sentam textura hipidiomórfica granular, sendo que os pla- freqüente, estando levemente alterada a argila-minerais
gioclásios oligoclásio/andesina e andesina predominam Quartzo ocupa os espaços entre os demais, com extinção
ligeiramente sobre os feldspatos alcalinos Os primeiros praticamente normal e formas que por vezes lembram
tendem ao euedrismo, estando os cristais maclados se- caracteres gráficos Biotita mar~om-avermelhada desenv?l-
gundo a Lei da Albita, que por vezes associa-se à da Peri- veu-se em detrimento do piroxen1o, o qual pode lambem
clina Alteram-se a sericita, epídoto e carbonato, com estar sendo substituído em determinados locais, quase
intensidades diferentes, dispondo-se estes minerais totalmente, pela hornblenda, e são representados por
em faixas concêntricas ou tomando o núcleo dos cris- pigeonita e hiperstênio Os acessórios são apatita e opa-
tais O ortoclásio pertítico ocorre em todas as amos- cos, tendo clorita como produto de alteração da biotita
tras, o mesmo não acontecendo com a microclina de
distribuição mais restrita Ambos são normalmente ané- Uma amostra da Folha SA 21-V-A foi classificada como
dricos, com macias Carlsbad e polissintética cruzada, meta-microdiorito granofírico, possuindo granulação fina,
cor cinza-esverdeada, estando o plagioclásio fortemente
TABELA XVIII alterado, tornando-se difícil sua determinação precisa
Granodioritos- Microgranodioritos Ortoclásio e microclina são esporádicos, ocorrendo o
quartzo tanto sob a forma de pequenos cristais interstici-
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~ <( ,...o "'o C'!~ <( <( ais, como intercrescido micrograficamente com os felds-
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cristais, formando normalmente agregados Completam a
mineralogia epídoto, clorita, carbonato e xenotima(?)
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Quartzo X X X X X X
224 355 - Granófiros
Microclina X X X X X X
Ortoclásio Pertítico X Estas rochas foram aqui englobadas levando-se em consi-
Plagioclásio Sódico X X X deração mais seus aspectos texturais
Albita/OIIgoclásio X X X
Biotita X X X X X X Macroscopicamente possuem em sua grande maioria cores
Hornblenda X X X X claras, oscilando do creme ao vermelho-claro, refletindo
Hornblenda Hastingsita X variedades de composição ácida, enquanto as de colora-
Hastingslta X
ção cinza inclinam-se a outras variedades A granulação
comumente fina pode alcançar dimensões médias, ambas
Apatita X X X X X X
possuindo cristais desenvolvidos de quartzo e feldspatos,
Epídoto X X X X
o primeiro por vezes com formas de corrosão Aliados a
Opacos X X X X X X estes minerais são também observados biotita, anfibólio,
Titanita X X X X X X opacos, epidoto e pirita em uma amostra da Folha
Leucoxênio ? SA 21-V-A
Zircão X X X X X
Argilo-Minerals X X X Ao miscroscópio, a feição mais expressiva é a presença de
Carbonato X abundantes e largamente distribuídos intercrescimentos
Clorlta X X X X X X
micrográficos entre o quartzo e os feldspatos alcalinos,
sendo que estes juntamente com o plagioclásio podem
Ser! cita X X X X
desenvolver, em diversas amostras, pórfiros Dentre os
Mlrmequlta X X X feldspatos, os alcalinos sobrepujam constantemente o
Allanlta X plagioclásio, que pode em certas amostras estar ausente.
(X)- presença do mineral sem Indicação da porcentagem estimada Nos tipos básicos, que são uma exceção, ocorre o inverso,
56/GEOLOGIA
J
TABELA XIX 2.2.4.3.6 - Análises Químicas
Monzonltos - Dlorltos- Mlcrodlorltos
Com o ~bj~tivo de melhor caracterizar as rochas intrusivas
~
"' "' subvul?amcas anorogênicas ocorrentes na Folha SA.21-
s ~~
li:~
* * ~* *
~p~
li:~
N
~
:IJ
li:~
~
Santarem, algumas dessas amostras foram submetidas a
an~li~es químicas, efetuadas no Laboratório de Análises
~u1m1cas de Rochas e Minerais do Instituto de Geociên-
Quartzo X X X X Cias da UFRGS.
Mlcrocllna Pertitlca X
Ortocláslo Pertltico X x1 X X Essas análises foram utilizadas no cálculo da razão de
Oligocláslo X alcalinidade de Wright (1969), o qual é definido como log.
Ollgocláslo/ Andeslna X X AI203 + CaO + total de alcalinos/ AI203 + CaO - total
Andes i na X de alcalinos.
Blotlta X X X X Quando Si02,> 50% e 2,5>.K20/ Na20>1, então usa-se
Hornblenda X X 2(Na20) em lugar do total de alcalinos.
Tremolita X
Plgeonlta X X
Hlperstênio X Os resultados obtidos foram posicionados no diagrama da
Apatita X X X X
razão de alcalinidade de Wright (1969), onde a ordenada
Epídoto X X corresponde aos valores de Si02%, e a abscissa represen-
X X
Opacos ta os valores dos logarítimos das razões de análises quími-
X X X
cas, estabelecendo no diagrama três campos distintos:
Titanita X X
calcoalcalino, alcalino e peralcalino
Zlrcão X
Argila-Minerais X X X
Carbonato X
Da análise da figura 7 observa-se que aproximadamente
X
Clorita
57% das amostras analisadas situam-se no campo alcali-
X X X X no, enquanto as restantes 43% das amostras analisadas
Sericlta X X X ocupam o campo calcoalcalino, porém muito próximas da
Uralita X linha divisória entre os campos alcalino e calcoalcalino,
Xenotima ? ensejando desse modo uma consangüidade entre o evento
(1) Inclui M1croclma
vulcânico-plutônico
(X) presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada
GEOLOGIA/57
TABELA XX
GranOflros
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Quartzo X X X X X X X X X X X
Microcllna X
Ortoclàsio Pertitico X >E X X X X X X
Feldsp. Ale. Pertítico X X X
Plaaloclàslo Sódico X X X X X X
Albita/OIIgoclàsio X
Oligoclàsio X X X
Biotlta X X X X X
Muscovita X
Hornblenda X X X X
Augita X X
Apatita X X X X X \(
l:pídoto X X X X X X \( X
Fluorita \(
Opacos X X X X X X X X X X
Titanita X X X ? X
Zircão X X ? X X X \( \(
Argílo-Míneraís X X X X X \( \( \( \(
Clorita X X X X X v v
Sericita
" \(
X X X X X X X
Carbonato X X \( \(
Mirmequita X X X X
(XJ - presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada
TABELA XXII
2 2 4.4 2 - Posição Estratigráfica Procedência das Intrusivas Subvulcãnícas, Anorogênicas, Mapuera
O Sienito Serra do Acari mostra-se intrudido tanto nas AMOSTRAS ROCHAS FOLHAS
vulcânicas da Formação lricoumé como nas rochas grani-
tóides do Granito Mapuera. Não foram observadas rochas
PT-12 Granito Cataclástíco SA 21-V-A
básicas, do Gabro Suretama, seccionando esta unidade,
motivo pelo qual supomos, com alguma reserva, face à PT-10A Granito SA 21-V-B
inexistência de datações radiométricas, ser o Sienito Serra PT-B3 Granito SA 21-V-C
do Acari Pós-Mapuera e Pré-Suretama. PT-33 Granito SA.21-V-C
PT-85 Adamelíto SA 21-V-C
TABELA XXI PT-J9 Granófíro SA 21-V-A
Anàllses Químicas do Granito Mapuera PT-13 Granófiro
s
SA 21-V-A
Granito Mapuera
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AMOSTRAS
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M
AI203 11,95 12,27 13,62 14,14 15,14 14,33 14,83 Si02 73.71 75.77 73.50 73.65 67.71 67.49 67.53
Fe203 0,60 0,24 0,02 nll 1,21 2,97 1,31
Razão de
FeO 1,48 1,93 1,83 1,79 2,10 2,57 3,71 Alcalinidade
0.468481 0.42057 0.384233 0.471984 0.439515 0.41333 0.40216
MnO 0,12 0,11 0,12 0,10 0,12 0,13 0,16
TI02 0,35 0,35 0,34 0,36 0,64 0,70 0,65 2 2.4.4.3 - Distribuição na Área
eao 0,72 0,23 0,48 0,47 1,14 0,30 1,03
MgO 0,62 0,29 0,31 0,33 1,11 0,57 0,53 O Sienito Serra do Acari, cuja localidade tipo é a serra
Na~ 3,12 2,81 2,93 3,62 3,80 3,24 3,43 homônima, constitui um corpo de forma eliptica, cujos
K~ 5,74 5,62 6,51 5,49 5,49 6,38 6,61 eixos maior e menor orientam-se nas direções E-W e N-S,
p~5 0,03 0,03 0,03 0,03 0,10 0,11 0,11 respectivamente. Ocupa uma pequena área, nas porções
H20 0,21 0,31 0,23 0,21 0,30 0,39 0,14 nordeste da Folha SA.2f-V-A e noroeste da Folha
P F.1.ooo•c 0,99 0,52 0,40 0,39 0,82 1,10 0,37
SA.21-V-B, tendo o seu eixo maior uma extensão de apro-
ximadamente 12km, enquanto o eixo menor estende-se
99,64 100,48 100,32 100,58 99,68 100,28 100,41
por ?km aproximadamente. Não obstante apenas esta
58/GEOLOGIA
menta de uma formação arenítica, homogênea, ~orizontal,
80 i*
~
3• .24 ... 1
apresentando até Mirapinima, ou um pouco abaixo, nume-
rosos afloramentos nas pontas aas enseadas, caprichosa-
mente re'cortadas na margem direita do Negro". A esta
seqüência referiu-se como "Arenito de Prosperança", atri-
70 6 buindo-lhe idade Eopaleozóica.
5
CALCOALCALINO • ALCALINO PERALCALINO
Fig 7 - Diagrama de Wright Intrusivas subvulcànicas, Almeida & Nogueira Filho (1957), no rio Aripuanã, atribuí-
anorogênicas Granito Mapuera ram-lhe a denominação de Formação Prainha, posicionan-
I
do-a duvidosamente no Permo-Triássico.
estrutura ter sido submeti_da a verificação de campo, outras
baseadas apenas em interpretações de imagens de radar
Swan (1958), denominou Formação Jaú aos sedimentos
estão sendo a ela correlacionadas, dentre as quais merece
acima descritos por Paiva (1929), considerando-a Pós-Car-
destaque o corpo situado aproximadamente 2km ao norte
da serra do Acari Ainda na Folha SA 21-V-B, dois corpos bonífero e Pré-Jurássico.
menores situam-se na porção SW, entre os rios Nhamundá
Bouman (1959), ainda trabalhando na mesma área, conser-
e Mapuera Outra ocorrência, com feições e dimensões
vou a denominação de Swan (op. cit ), atribuindo porém à
semelhantes à da serra do Acari, situa-se na Folha
SA 21-X-B, no seu terço superior, no interflúvio Curuá- Formação Jaú idade Pré-Siluriana
Maicuru
Roberts (1960), em trabalho de reconhecimento geológico
no rio ltuxi, aventou idade carbonífera para estes sedimen-
2 2.4.4 4 - Petrografia tos, baseando-se em correlação com camadas da mesma
idade da Bacia do Acre.
O afloramento desta unidade estratigráfica é constituído
por rochas de coloração rosa a acinzentada, com granula- A formalização do termo Formação Prosperança coube a
ção média, onde são observados feldspatos, quartzo, Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971 ), nome este deri-
anfibólio e opacos Estas rochas acham-se atravessadas vado da localidade homônima, onde foi primeiro estudada
por diques de aplito de composição granítica, de coloração por Paiva (1929); para seção-tipo consideraram a seqüência
rósea, com textura sacaróide fina, onde são observados que se desenvolve no rio Negro desde o igarapé Prosperan-
quartzo, feldspatos e com menor proporção biotita, opa- ça até 15km a jusante da localidade Mirapinima. Estes
cos e sulfetos. autores incluíram nesta formação as rochas que Moura
(1932) no alto rio Tapajós considerou c<!~o pert.ence~tes
Ao microscópio a textura é hipidiomórfica granular, tendo ao Cretáceo. Posteriormente Santos et al11 (1975) mciUiram
como mineral predominante o ortoclásio em cristais que esta seqüência no Grupo Beneficente.
podem atingir dimensões de cerca de 1 em O plagioclásio
tende a assumir formas mais perfeitas e tamanhos que não As primeiras referências á ocorrência de rochas sedimenta-
ultrapassam 0,3cm, podendo constituir agregados No res, desvinculadas da Sinéclise do Amazonas, na Folha
feldspato alcalino a macia é a de Carlsbad e a alteração a SA 21-Santarém são devidas a Freydank (1957a), que as
arg i lo-minerais, enquanto no plag ioclásio-ol igoclásio localizou em trabalho no rio Jatapu e as considerou como
cálcico aquela é da Albita e esta é representada por sericita pertencentes ao Paleozóico e Mesozóico, assim se expres-
e epídoto. O quartzo é intersticial, anédrico, com forte sando: "On the basement ridge there are some sedimenta-
extinção ondulante e microfraturas. O principal máfico, a ry residuais which either belong to the northern or sou-
hornblenda, encontra-se parcial ou totalmente substituído thern area". No tocante às rochas aflorantes no rio Capuca-
especialmente por clorita. A mineralogia restante é consti- pu, Freydank (op. cit.) referiu-se: "Ali these sedimentary
tuída por opacos, com alteração a Jeucoxênio, zircão, exposures on the basement on the rio Capu-Capu are
apatita e raramente titanita. dipping southeast not northwest as those on t~e rio Jata
pu They definitely belong to the Amaz~:mas basm a~d most
probably are of Silurian age. The r~lattvely steep dtps and
2.2.5 - Formação Prosperança the breccia Jead us to the concluston that the sedtments
were strongly displaced along faults. They represent an
2.2.5.1 - Generalidades eroslon rest, preserved in a Graben-Jike structure on the
basement". As rochas observadas foram descritas como:
As primeiras referências a esta unidade estratigráfica são granito porfirítico, arenito conglomerátlco levemente me-
devidas a Paiva (1929), que assim se referiu: "A 20km a tamorfizado, chert, arenito e breccla, além de si// de
jusante de Moura acha-se Prosperança, primeiro desponta- dlabásio.
GEOLOGIA/59
Neste mesmo trecho do rio Capucapu, a amostragem do mã, transgredindo ainda em diversas regiões sobre rochas
Projeto RADAMBRASIL indicou a presença de vulcânicas e do Complexo Metamórfico e unidades mais antigas de
piroclásticas, o que também foi corroborado pelos levanta- cobertura de plataforma - ao sul da Sinéclise do Amazo-
mentos executados pela DOCEGEO (informação verbal). nas - como a Formação Gorotire e Grupo Beneficente.
Em vista disso, somos levados a crer que os sedimentos e
metassedimentos mapeados por Freydank (op. cit.) neste Acha-se recoberta discordantemente tanto pela Formação
rio, nada mais são que piroclásticas. Trombetas como até mesmo pela Formação Barreiras, isto
verificado na Folha SB 21-Tapajós. Em subsuperfície en-
Cabe à Geomineração (1972) a designação informal de contra-se sotoposta discordantemente às Formações Aca-
Formação Sete Quedas a um conjunto de rochas sedimen- ri, Trombetas, Ererê, Curuá e Monte Alegre.
tares representadas por grauvacas e siltitos, ocorrendo sob
a forma de delgados capeamentos na serra Sete Quedas,
Sete de Setembro e Cansaço Na Folha SA 21-Santarém, acha-se sobreposta discordan-
temente tanto ao Complexo Guianense como à Formação
Esta unidade estratigráfica, quando de sua definição, foi lricoumé. No tocante ao seu contato superior com a
correlacionada à Formação Uatumã, como considerada Formação Trombetas, o mesmo não foi observado direta-
antes de Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (op. cit ). Estes mente em trabalhos de campo.
autores atualmente referem-se à seqüência de cobertura
ocorrente em ambos os flancos da Sinéclise do Amazonas, Com respeito ao seu conteúdo fossilifero, Sommer &
como Formação Prosperança. Costa (1972) estudaram algas em sedimentos tomados
como Prosperança aflorantes na região do igarapé Preto, a
I Neste trabalho a designação de Formação Prosperança sudoeste da Folha SA 21-Santarém, baseada nas quais a
que abrange os sedimentos de cobertura da plataforma Formação Prosperança é considerada Pré-Cambriana Su-
Pré-Siluriana é mantida, em detrimento da utilização da perior e Eopaleozóica Além dessa referência, no rio Ja-
denominação Sete Quedas, com base na lei da prioridade, tapu têm-se noticias sobre a presença de fósseis, os quais
aliada ao fato desta formação não ter seção-tipo. Freydank (op. cit ) reportou: "In this outcrop in a bed of
siltstones, fossils were found, which could not be defined
Segundo Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971 ), corro- up to now"
borados por Santos et alii (1975), esta unidade estratigráfi-
ca é constituída por arenitos freqüentemente arcoseanos A Formação Prosperança acha-se intrudida por inúmeros
que normalmente apresentam cores de oxidação e são diques e stocks de rochas básicas do Gabro Suretama,
geralmente de .granulação fina a média, esbranquiçados, cujas idades situaram-se no intervalo 1164 :l:: 62 e 1420 ±.
marron-claros, vermelhos, homogêneos ou com estratifi- 32MA, valores estes obtidos pelo método K/ Ar em plagio-
cação plana e cruzada, muitas vezes friáveis, com grãos clásios Esses valores, aliados ao fato do Granito Mapuera,
arredondados e grau de seleção regular. O grau de cimen- que é considerado Pré-Cambriano Superior, estar sotopos-
tação é variável, desde arenitos desprovidos de cimento to a esses sedimentos de cobertura, levaram-nos a posi-
silicoso até fortemente cimentado Os siltitos são comu- cionar a Formação Prosperança no Pré-Cambriano Supe-
mente maciços ou com interlaminação paralela, micáceos, rior
avermelhados, castanho-claros, róseos, meio moles e com
desagregação platiforme Freqüentemente, ocorrem frag- Apresenta-se em camadas horizontais a subhorizontais,
mentos de argilito, esparsos ou concentrados em certos porém, localmente, mergulhos de 7° a 9°NW até 15° a
níveis Não raro, bancos de folhelho ou argilito encontram- 35°SE foram observados, sendo estes atribuídos a intru-
se presentes através de toda a seção. Os conglomerados sões básicas e/ ou falhamentos.
são formados por seixos rolados, predominantemente de
quartzo, quartzito e riolito, com diâmetro de 1 a 25cm
2 2.5 3 - Distribuição na Área
Para Santos et alii (1974), a Formação Prosperança na
Folha SA.20-Manaus é formada por arcóseos, subarcó- A maior área de ocorrência da Formação Prosperança
seos, arenitos silicificados e arenitos argilosos, com con- situa-se na Folha SA.21-V-A, estando tanto representada
glomerados de ocorrência restrita. As cores são normal- no rio Jatapu - nos trechos compreendidos entre a
mente amareladas ou avermelhadas, tendo acentuado grau cachoeira Brilhantina e o igarapé Pongó e o igarapé Ouro
de consolidação Nas proximidades dos contatos com Preto e a cachoeira do Pote - como nos interflúvios
rochas do embasamento, a formação está representada Jatapu-Nhamundá e Jatapu-Pitinga.
exclusivamente por arcóseos, subarcóseos e conglomera-
dos, que representam a sua seção inferior. Entretanto a Na Folha SA.21-V-C seus aflorantes são esparsos, concen-
presença destas rochas não parece estar somente condi- tra(ldo-se mais na porção norte desta Folha e tornando-se
cionada a sua seção basal, pois Caputo & Sad (1974) escassos na direção sul.
indicaram, na base da Formação Prosperança, arenito
branco e variegado com porções conglomeráticas, e no Ocorre ainda no interflúvio Cachorrinho-Mapuera, na Folha
topo, arenitos e conglomerados finos, brancos a variega- SA.21-V-B, em pequenas exposições descontínuas, po-
dos, feldspáticos, caulínicos. dendo-se destacar as ocorrências nas serras do Cansaço e
Sete Quedas.
50/GEOLOGIA
De acordo com Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971) a velmente, a dínamo-metamorfismo e ação local de intru-
espessura estimada é em torno de 200m no rio ltuxi, 100m sões básicas.
no rio Aripuanã e no rio Negro 1250m. A maior espessura
penetrada em subsuperfícíe, porém incompleta, encontra-
se no poço 2-SLST-1AM, e é de 985m. 2.2.5.4.1 - Arcóseos e Arenitos
A melhor seção até o momento descrita é devida a Frey- Ao microscópio os arcóseos têm os constituintes elásticos
dank (op. cit) no rio Jatapu, no trecho compreendido entre sem nenhuma orientação visível, mal selecionamento,
o km 61 tomado a partir da cachoeira Pica-Pau e a formas dominantemente angulosas, granulação areia fina
cachoeira do Pote. Nas estações 120/121 desse levanta- a média. Frente aos clastos a matriz é reduzida, consistin-
mento, ocorrem arenitos fortemente arcoseanos, grossei- do de sericita, argilo-minerais e também sílica. Nestas
ramente acamados, endurecidos pelo cimento silicoso rochas sente-se uma significativa contribuição de minerais
na base e com estratificação cruzada no topo; granulação e fragmentos de rochas provenientes de vulcânicas, po-
fina a média, branco a róseo quando frescos e vermelhos dendo em alguns casos parecer de origem híbrida. Quanto
quando intemperizados, tendo atitudes N40°E, N50° e à natureza, as partículas são principalmente quartzo e·
N60°E,com 7-9°NW. A partir da estação 68 ocorrem areni- feldspatos, seguindo-se fragmentos de rocha, chert, opa-
tos bem acamados, com atitudes N40°E/9°NW, intem- co, epídoto, zircão, sericita, turmalina, rutilo incluso em
perízados e arcoseanos. Na estação 28 ocorre uma seqüên- quartzo, argilo-minerais e cimento silicoso. Os fragmentos
cia de folhelhos cinza com arenitos e siltitos interacama- de rocha assinalados são de vulcânica, quartzito e de
dos. A partir da estação 25, rio acima, os arenitos são rochas provenientes do -complexo. Dentre os feldspatos
diferentes dos anteriormente descritos não são mais identificam-se ortoclásio, microclina e oligoclásio.
I
arcoseanos nem friáveis, mas finamente acamados, endu-
recidos por sílica, semelhantes a quartzitos, às vezes com Os arenitos são rochas constituídas por partículas com
marcas de ondas. granulometria de areia muito fina, fina e raramente média,
bem selecionada, estratificação raramente distinguível.
Quartzo é o constituinte fundamental, podendo assinalar-
2.2.5.4 - Petrografia se m1nera1s taiS como carbonato, chert, zircao, turmalina,
sericita, opaco, rutilo, óxido de ferro. Quartzo normalmen-
Na área em estudo, considerando a amostragem realizada, te apresenta crescimento autigênico, eventualmente defor.:
predominam os arenitos ortoquartzíticos seguidos de per- mação e certa orientação desenvolvidas pela diagênese
to por arcóseos e subarcóseos; de forma menos expressiva e/ou tensão Há predomínio de cimento silicoso podendo
há conglomerados e localmente meta-arenitos e meta-argi- estar acompanhado de carbonato, óxido de ferro e argilo-
lito-síltico. A existência destes últimos prende-se, prova- minerais
TABELA XXIII
Arcóseos e Arenitos
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Quartzo X X X X X X X X X X X X X
Ortoclàslo X X
Mlcrocllna X X
Feldspato Alcalino X X X
Plagloclàslo Sódlco X
Opaco X X X X X X X X X X
Zlrcão X X X X X X X
Turmalina X X X X X
Blotlta X
Serlclta X X X X X X X X
Clorlta X
Chert X X X X X X X X X X
Epldoto X X X
Rutilo X X X X X X X
carbonato X X
Frag. de Rocha X X X X X X X
Argllo Minerais X X X X
Cimento Silicoso X
Oxido de ferro X X X X X X X X
(1) Andesina-OIIgociàsio
(X) presença do mineral sem indicação da porcentagem estimada
GEOLOGIA/51
2.2.5.4.2 - Meta-Arenitos e Meta-Argilitos Sílticos tículas; sericita ocorre com alguma freqüência Comple-
tando a mineralogia existem grãos esparsos de chert,
No âmbito desta unidade estratigráfica, há um meta-areni- zircão arredondado e raríssimos opacos.
to conglomerático coletado em um ilha do rio Uatumã, na
~olha SA.21-V-A, sobreposto à rocha vulcânica, constitu-
Indo provavelmente a base desta formação. Em lâmina 2.2.6 - Gabro Suretama
delgada, a textura elástica original encontra-se mascarada
pela recristalização ou forte diagênese sofrida. Quartzo é o
principal componente mineral, sempre anédrico, entremea- 2.2.6.1 - Generalidades
do especialmente com sericita. Chert e óxido de ferro
completam a mineralogia. Nos trabalhos executados pela Geomineração (1972) foram
mencionados afloramentos de gabros em três localidades
Na região do vale do rio Trombetas, médio curso na Folha distintas, com áreas aproximadas de 80km2, 15km2 e
SA.21-X-A, três amostras de metassedimentos' de baixe 12km2, o maior destes formando a ilha e serra do Sureta-
grau são correlacionadas às rochas da Formação Prospe ma.
rança.
Coube a Montalvão (1974a) denominar de Gabro Suretama
Uma destas rochas, a coletada a 1 ,5km a montante da as rochas básicas de idade pré-cambriana, ocorrentes na
estação SP-005 no leito do rio Trombetas, denota efeitos Folha SA.21-Santarém, e tendo como localidade tipo a
dÍnamo-metamórficos, contendo dominantemente grãos serra e ilha homônima, no rio Mapuera
de quartzo com granulometria de areia fina a média dispon-
As outras duas rochas foram coletadas num corte da vari- A presença de rochas básicas, representada por um leuco-
ante rodoviária Porteira-Perimetral Norte; no campo temos gabro, foi mencionada por Oliveira et alii (1975), na Folha
meta-argilito síltico de cor esverdeada, quebradiço, inter- NA.21/NB 21-Tumucumaque, os quais se basearam mais
calado e parecendo transicionar lateralmente para meta- em parâmetro{ de interpretação de imagens de radar, face
arenito friável, esbranquiçado, com acamamento N21 °E, à carência de confirmação no campo, e não sendo subme-
57°NW. A primeira é constituída fundamentalmente por di- tidas a determinações geocronológicas
minutas palhetas de sericita que se encontram cortando a
estratificação plana-paralela original da rocha; quartzo No Território Federal de Roraima, Montalvão et alii (1975)
ocorre como pequenos grãos dispersos, porém em deter- referiram-se às rochas básicas como Diabàsio Pedra Preta
minados níveis há maior concentração dos mesmos en- cuja datação mais aceita é devida a Snelling & McConneli
quanto zircão e opacos são também assinalados. A outra (1969) com uma isócrona Rb/Sr de 1593 ± 66MA
amostra tem textura granoblástica e evidencia os efeitos
cataclásticos; quartzo é quase que o único mineral presen- Na Folha SA 21-Santarém esta unidade em epígrafe é
te, tem granulação variável em torno de areia fina, bordos constituída por gabros e diabásios que se mostram mais
engranzados, forte extinção o-ndulante, apertado empaco- comumente com direção NW-SE As porcentagens de
tamento, notando-se por vezes desenvolvimento de cres- potássio de 1 ,095, 2,66 e 2,93 sugerem para essas rochas
cimento autigênico marcado por linhas de antigas inclu- uma associação alcalina.
sões. Efeitos de tensão fazem-se notar pelo desenvolvi-
mento de microgranulação marginal em algumas par- 2.2 6 2 - Posição Estratigráfica
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Quartzo X X X I X
Esta unidade estratigráfica está representada nas Folhas
Microclina X SA 21-V-A e SA.21-V-C, por uma grande quantidade de
Zircão X X pequenos corpos com formas alongadas ou arredondadas,
Turmalina X e cuja maior distribuição verifica-se nos interflúvios Capu-
Opaco X X capu-Jatapu e Jatapu-Nhamundá.
Chert X X
Sericita X X X X Na Folha SA.21-V-B, apesar de sua ocorrência ser mais
Biotita ? restrita, destacam-se dois grandes corpos: um deles, com
Oxido de ferro X
direção NNE, que forma a serra e ilha de Suretama e
X
apresenta-se com aproximadamente 25km de comprimento
(x; - ~resença ae mineral sem indicação da porcentagem estimada por 5km de largura, enquanto o outro, situado pouco a
62/GEOLOGIA
oeste do primeiro, possui direção N-S e prolonga-se pela As outras idades obtidas foram de 1385 ± 39 e 1375 ±.
Folha SA.21-V-D, apresentando comprimento total de 37MA esta obtida na Folha SA.21-V-A para um olivtna
40km com largura máxima de 11 ki'T' diabá~io, que corta sedimentos da Formação Prosperança.
Na Folha SA.21-X-A, a única ocorrência situa-se pouco a Na localidade tipo desta unidade estratigráfica foi obtida
NNE da serra Jundiá, enquanto na Folha SA.21-X-B so- uma idade de 1420MA (Cordani, com. verbal).
mente aflora na sua extremidade NW.
As idades obtidas para esta unidade situam-se aproxi-
madamente no mesmo intervalo de tempo das intrusões
2.2.6.4 - Geocronologia alcalinas do Mapari (Lima et alii, 1974) e que forneceram
idades compreendidas entre 1335 ± 39 e 1680 ± 63MA.
As datações geocronológicas foram executadas por Basei Estes dados, aliados ao fato das rochas do Gabro de
& Teixeira (1975a) pelo método K/ Ar em plagioclásio, e Suretama mostrarem uma tendência alcalina, parecem
situaram-se no intervalo entre 1164 + 62 e 1420 + 32MA. indicar uma possível filiação genética entre elas.
TABELA XXV
Dados Analltlcos e Idade K/ Ar das Rochas do Gabro Suretama
ERRO
N."CAMPO QUADRICULA ROCHA MATERIAL %K ERRO(%) A,40rad X 1o-5 IA,40rad X 1o-5 %ATM IDADE (MAJ ERRO
Olivina
PT-29 SA.21-V-A Dlabàslo Plagloclàslo 2,66 0,1477 17,03 0,2740 0,84 1164 + 62
Ollvlna
PT-218 SA 21-V-A Dlabàslo Plagloclàslo 0,7665 0,0140 6,178 0,1205 2,0 1375 + 37
PT 17 SA.21-V-B Dlabàslo Plagloclàslo 2,93 0,0299 23,88 0,7058 0,76 1385 + 39
PT J-8 SA.21-V-A Dlabàslo Plagloclàslo 1,095 0,0164 9,244 0,1559 3,7 1420.±.32
/.. total = O 530 X 10-9 anos-1 K = 0.585 X 10-10 anos -1 K4o = 1,19 X 10-2 do K total
2 2.6.5 - Petrografia molita-actinolita e clorita. A olivina é substituída ao longo
de bordos e fraturas em serpentina e iddingsita.
As rochas pertencentes ao Gabro Suretama são repre-
sentadas predominantemente por diabásios e, em menor Opacos podem constituir cristais desenvolvidos, com
quantidade, gabros. Essas rochas são de composição certo grau de euedrismo e significativa participação na
mineralógica normal, ocorrendo algumas variedades com rocha. Quartzo quando presente constitui intercrescimen-
olivina.
TABELA XXVI
DiabásiOS
São rochas de cor predominantemente preta a verde-es·
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curo, equigranulares, isótropas, granulação fina a média,
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<f 19
textura ofítica, raramente porfirítica e granular. :> ......
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-,N NN ~l'i g:l;j .-N ~l'i ~l'i
Dentre estas, microscopicamente distinguem-se augita s li:~ li:~ li:~ li:~ li:~ li:~ li:~
diabásios, olivina diabásios, diabásios amigdalóides e
diabásios porfiríticos. A textura mais freqüente é subofí- Quartzo X X X X X X
tica fina a média, seguindo-se a ofítica, podendo ocorrer Feldspato Alcalino X ? X
ainda variações como ofítica fina amigdalóide e porfi- Labradorita X X X X X X X
rítica. A mineralogia mais representativa é labradorita, Ollvlna X X
augita, pigeonita e opaco. Hiperstênio e olivina podem H1perstên lo X
constituir-se em varietais e até mesmo essenciais. Com
Plgeonita X X X X X
certa regularidade ocorrem como acessórios quartzo,
apatita, feldspato alcalino e biotita. O plagioclásio, labra- Auglta X X X X
dorita, normalmente constitui prismas orientados ao Hornblenda X X
acaso, equigranulares, subédricos e euédricos. Num único Hornbi.-Actlnollta X X X
exemplar estes feldspatos constituíam fenocristais per- Tremol ita-Actlnollta X
feitamente orientados, com dimensões grosseiras, euédri- Opaco X X X X X X X
cos, envolvidos por matriz subofítica fina. Os cristais Apatlta X X X X X X ?
maclados são bem mais freqüentes que os zonados; as Blotita X X X X X X
alterações desenvolvem-se tanto no núcleo como ao longo Clorita X X X X
de fraturas e clivagens, constituindo-se de sericita, saus-
Damourlta X X
surita, clorita e carbonato.
Saussurlta X X X X
Do grupo dos piroxênios os mais freqüentes são augita e Epidoto X X
pigeonita, enquanto que hiperstênio e augita titanífera Serpentina X X
ocorrem ocasionalmente. Reações de reajustes e estabili- lddlngslta X
dade são registradas entre estes minerais; nas rochas carbonato X X
portadoras de olivina a textura coronítica também ocorre. Zaóllta X
Cristais portadores de macias são ocasionais. Como prin-
cipais substituições podem apresentar: hornblenda, tre- (X) - presença do mineral sem Indicação da porcentagem estimada
GEOLOGIA/63
tos gráficos com feldspato alcalino. Nas rochas estudadas 2.2.7.2 - Formação Trombetas
contendo biotita esta é sempre pardo-avermelhada, em
pequenos cristais desenvolvidos tardiamente.
2.2.7.2.1 - Generalidades
2.2.7 - Grupo Urupadi Devem-se a Derby (1877) as primeiras descrições porme-
norizadas das rochas silurianas do rio Trombetas, as quais
2.2.7.1 - Generalidades correlacionou com o "Medina Sandstone" - sub-
divisões do período do Niagara, dos geólogos americanos
Santos et alii (1975) assim se referem: "O termo Grupo -, baseado em inúmeros fósseis, dentre os quais merece
Urupadi é usado neste trabalho para o conjunto das destaque o "Arthrophycus Harlani" de Conrad, encontrado
Formações Trombetas, Maecuru e Ererê, porção basal, no outeiro do Cachorro.
siluro-eo-mesodevoniana, da Sinéclise do Amazonas. Con-
juntamente elas oferecem uma mesma zona isomórfica nas A proposição de Trombetas a estes sedimentos é devida a
imagens de radar, definidas por topografia forte, cuesti- Derby (1898) que assim se referiu: "Logo abaixo da Ca-
forme". choeira Viramundo, a base d'esta série, que se poderá
chamar o Grés do Trombetas, está bem exposto, e vê-se-o
Possivelmente os autores acima citados basearam-se em jazendo em estratificação discordante sobre uma rocha
Cunha (1973) que assim se expressou: "Apesar de local- metamÓrfica ou ígnea, ... "
mente as expressões morfológicas possibilitarem a iden-
I
tificação das formações paleozóicas, não foi possível Ludwig (1964) criou o Grupo Trombetas, no qual incluía
estendê-las em toda a bacia, motivo por que as agrupamos desde a base da Formação Trombetas até o topo da
em três grandes unidades morfologicamente distintas, que Formação Ererê, alegando não ter observado nenhuma
gozam de individualização e boa continuidade lateral". discordância entre essas unidades
Na Folha SA.21-Santarém a designação do Grupo Uru- Lange (1 967) mostrou-se em desacordo com Ludwig, resta-
padi é mantida como a proposta por Santos et alii belecendo as unidades Trombetas, Maecuru e Ererê, sendo
(op. cit.), em face da impossibilidade de individualização que a primeira unidade foi swbdividida do topo para a base
perfeita e contínua nas imagens de radar, das Formações nos membros: Pitinga, Nhamundá, Cajari e Urubu
Trombetas, Maecuru e Ererê. Os sedimentos aqui aflo-
rantes correspondem ao flanco norte da sinéclise e a uma Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1 971) subdividiram a
porção rest:fta do flanco sul, estando expostos também Formação Trombetas, da base para o topo, nos seguintes
na parte central da braquianticlinal de Monte Alegre. membros: Autás-Mirim, Nhamundá, Pitinga e Manaca-
puru. Quanto ao primeiro, sua ocorrência foi verificada
No flanco norte, esta unidade estratigráfica penetra tanto somente através de sondagens, enquanto o Nhamundá
na área das Folhas SA 20-Manaus como SA.22-Belém, afiara unicamente na porção oeste do flanco norte Para
onde quiçá, indevidamente nesta última, recebeu a desig- estes autores o membro Autás-Mirim engloba os membros
nação de Formação Trombetas (lssler et ali i, 1974) também Urubu e Cajari, de Lange (op. cit.), enquanto o Mana-
aplicada no flanco sul. capuru corresponde á porção superior do Pitinga do
mesmo autor, sendo constituído por arenitos e siltitos
No flanco norte da Sinéclise do Amazonas, o Grupo
Urupadi afiara numa faixa contínua, com distribuição por
toda a Folha SA.21- Santarém, que apresenta largura 2.2.7.2.2 - Posição Estratigráfica
méaia em torno de 10km sendo que a serra Jundiá repre-
senta sua porção mais setentrional. A partir do meridiano Na área em apreço, a Formação Trombetas assenta direta e
de 54°00'WGr. até o rio Maicuru sua direção é ENE, discordantemente ora sobre as rochas polimetamórficas
infletindo a partir daí para WNW até alcançar o rio Trom- do Complexo Guianense, ora sobre o Grupo Uatumã.
betas, quando retoma sua direção anterior, que se pro-
longa até o rio Uatumã, a partir do qual volta a dirigir-se No rio Mapuera está em contato tipo "nonconformity" com
para WNW até alcançar o meridiano de 60°00'WGr. Ocupa o granito associado ao vulcanismo, denominado Mapuera.
também a parte central da braquianticlinal de Monte Na cachoeira Viramundo no rio Trombetas está sobre-
Alegre. posta a um corpo de granófiro. Este mesmo corpo tinha
sido identificado anos atrás por Derby (op cit ) e classifi-
Limita-se ao norte com o Complexo Guianense, Grupo cado como sienito.
Uatumã- representado pela Formação lricoumé e Granito
Mapuera -, Formação Prosperança e Gabro Suretama; Bischoff (1 957) observou que aproximadamente 15m de
enquanto ao sul mostra-se em contato com a Formação sedimentos da Formação Trombetas sobrepostos ao em-
Curuá- por quase toda sua extensão -, Grupo Tapajós e basamento acham-se metamorfizados, tendo ainda encon-
Formação Barreiras. trado resto de arenito metamorfizado incluso em rocha
granítica; entretanto trabalhos posteriores não confirma-
ram essa assertiva.
No flanco sul suas exposições na Folha SA.21-Santarém
são bastante restritas, ocorrendo nos rios TutUí e Sal obre e Na Folha SA 21-Tapajós. segundo Santos et alii (1975),
numa pequena porção dos seus interflúvios. repousa discordantemente também sobre as Formações
Gorotire e Prosperança.
Seus limites processam-se a norte com a Formação Curuá
e a sul com o Complexo Xingu. Santos et ali i (1974), no tocante às relações estratigráficas
64/GEOLOGIA
entre as Formações Trombetas e Prosperança, na Folha Freydank (1959) indicou arenitos finos bem selecionados,
SA.20-Manaus, assim se reportaram: "Mais a Oeste, no algo micáceos, com cimento silicoso ou argiloso, com os
rio Negro, um quilômetro a montante de Velho Airão, o grãos freqüentemente cimentados por material ferrugi-
contato corresponde a uma disconformidade, onde o .con- noso, mostrando cores marrom-avermelhado.
glomerado basal e horizontal da Formação Trombetas
repousa sobre um arenito silicificado da Formação Pros- Lange (1967) propôs as seguintes litologias:
perança também horizontal, através de uma superfície
irregular de descontinuidade deposicional". Membro Pitinga: a base é formada por delgadas camadas
alternantes de arenitos muito finos e siltitos, cinzentos a
Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971 ), baseados em esverdeados, os quais passam para cima, até o topo, a
estudos de Lange (op. cit.), Daemon & Contraíras (1971), siltitos e folhelhos cinza a cinza-esverdeados, nos quais se
atribuíram à Formação Trombetas uma distribuição desde encontram intercalados diversos leitos de sílex leitoso
Ordoviciano Superior até o Siluriano Inferior. (chert) amarelado. Em superfície é constituído principal-
mente de folhelhos com siltito e arenitos subordinados,
contendo localmente leitos sideríticos e hematita no topo.
2.2.7.2.3 - Distribuição na Área
Membro Nhamundá: arenitos acinzentados a amarelados,
Esta unidade estratigráfica apresenta ampla distribuição de granulação fina, locai mente quartzíticos. Em subsuper-
geográfica em ambos os flancos, estando presente no fície o membro é arenoso, sendo que em alguns locais
Arco de Gurupá, nas Bacias do Baixo e Médio Amazonas, contém delgadas inclusões de folhelhos.
acunhando-se no Arco de Purus, não mais sendo detecta-
da no poço 2-CSST-1-AM Torna a reaparecer na Bacia do Membro Cajari: siltito laminado, cinza-esverdeado a ama-
Alto Amazonas, a partir do poço 2-JTST-1-AM, para logo a relado, com planos de estratificação altamente micáceos
seguir desaparecer no Arco de lquitos. No flanco sul, em (sericita), intercala arenitos muito finos, argilosos, lami-
algumas localidades de sua porção oeste, cede lugar à nados, lentes de quartzito e leito de folhelho síltico.
Formação Maecuru, segundo Bemerguy (1964)
Membro Urubu: arenito com coloração variegada, granu-
O membro Autás-Mirim, não aflorante, tem sua distribui- lação grosseira, classificação pobre, localmente com
ção mal controlada sendo detectada em aproximadamente traços de silicificação secundária, incluindo uma ou mais
uma dezena de poços, com sua maior espessura no poço lentes de chert amarelado passando a branco na alteração
1-AM-1-AM, 290m
Forman (1969b) no rio Erepecuru observou finas camadas
O membro Nhamundá acha-se mormente confinado em de arenitos e siltitos com leitos e impregnação de óxido de
subsuperfície, com apenas alguns afloramentos na porção ferro e manganês, no rio Trombetas, indicou alternância de
oeste do flanco norte, sendo que no rio Urubu foi obser- leitos de arenitos e siltitos com níveis ferruginosos, e em
vada sua maior espessura aflorante No poço 1-RX-2-AM, diversos perfis geológicos observou que a parte basal da
foi alcançada sua maior espessura, 338m. formação que se encontra em contato com corpos de
granófiro é constituída por arenito micáceo claro, tendo
O membro Pitinga ocorre em ambas as faixas de aflora- níveis descontínuos, de material mais fino, seguindo-se
mentos da Bacia do Amazonas, tendo no flanco sul arenitos amarelados e claros, com óxido de ferro e refe-
espessuras variando de 8 a 58m, enquanto no flanco norte ridos pelo autor como pertencentes ao membro Nhamun-
oscilam de 45 até 65m No poço 2-0AST-1-PA, foi alcan- dá; no rio Mapuera, incluiu na Formação Trombetas areni-
çada a maior espessura, 248m tos ortoquartziticos, com granulometria fina a média, cor
cinza-claro a rosa-claro, tendo os grãos bem arredondados
O membro Manacapuru aflora por todo o flanco norte, ao e esféricos, podendo por vezes apresentar-se micáceos ou
passo que no flanco sul está restrito a sua porção leste A ferrificados, constituídos de 95% de quartzo e raros grãos
sua maior espessura foi detectada no poço 2-0ASTc1-PA, de feldspato, ilmenita e zircão. São bastante subordinadas
com 220m as intercalações de siltitos branco ou creme; e no rio Curuá
encontrou arenitos bem estratificados suborizontal-
2 2.7 2 4 - Litologias mente, ortoquartzíticos, com coloração róseo-claro, gra-
nulometria fina, geralmente friável, com bom grau de
No outeiro do Cachorro, Derby (1898) refere-se a uma série seleção e esfericidade dos grãos Mineralogicamente são
de grés duros em camadas finas ou lajeadas, um tanto bastante semelhantes aos do rio Mapuera.
micáceas e argilosas, com variações de cor, tendo como
matizes mais comuns vermelho e preto, com muitas listras As litologias mais aceitas, atualmente, são as proposta~
brancas As camadas inclinam-se para SSW com ângulo de por Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1911 ), que consi-
cerca de 5° Ainda o mesmo autor cita que logo abaixo da deraram
cachoeira do Viramundo ocorrem diversas camadas de
uma rocha peculiar síltico-argilosa, com caracteres de Membro Autás-Mirim: intercalações de arenitos predomi-
chert, muitas vezes listrada com cores cinza-claro a escura nantemente finos e subordl{ladamente médios, _princ.ipal-
e manchadas de vermelho. Acima destas ocorre um grés mente brancos no topo e, ~m menor proporçao, cmza-
compacto de granulação fina, branco-amarelado e fos- esverdeados castanhos e vermelhos na base, laminados,
silifero duros com ~ilicificação variável e razoável matriz caulínica
com s'iltitos e folhelhos, verde-claros e cinza-esverdeados,
Freydank (1957a) no rio Jatapu referiu-se a uma seqüência bastante micáceos, laminados e duros.
anormalmente espessa, constituída por arenitos, argilitos
e folhelhos sílticos e laminados. Membro Nhamundá: arenitos finos a médios, em geral
GEOLOGIA/65
com aspecto sacaróide, brancos ~ cinza-claros, limpps, Fragmentos de chert e quartzito podem ocorrer em di-
com cimento silicoso, bem selecionados, e com graos versas amostras, enquanto zircão, turmalina, sericita e
subarredondados. Comumente o arenito possui bioturba- opacos mostram maior distribuição. Por vezes, material
ções verticais. São poucas as intercalações de folhelhos ferruginoso sob a forma de fina película acha-se disposto
cinza no topo. entre os constituintes.
Membro Pitinga: folhelhos, siltitos com arenitos e sile- Uma amostra coletada na Folha SA.21-V-D recebeu a
xitos intercalados, estes ocorrendo apenas em flanco denominação de sericita quartzito, sendo constituíd_a
norte. Os folhelhos cinza-claros e cinza-escuros, micro- dominantemente por grãos de quartzo, com formas domi-
micáceos, laminados e plásticos têm fissilidade regular, nantemente angulares, podendo porém alguns grãos ser
nódulos de pirita e intercalam-se com siltitos do mesmo arredondados. A extinção ondulante é forte, os bordos
aspecto. Os arenitos são lenticulares, predominantemente estão saturados e as microfraturas são bastante fre-
muito finos e raramente médios, cinza-claros a brancos e qüentes, sendo o crescimento autigênico marcado por
caulínicos, com estratificação paralela e cruzada. linhas de antigas inclusões. A granulação é variada, tendo
alguns grãos de quartzo e inclusões de zircão. A serí-
Membro Manacapuru: arenitos finos a médios, micáceos cita é bastante comum, dispondo-se preferencialmente
ou não, Iam i nados, algo argilosos, cores cinza-claras, com entre os demais constituintes, havendo mesmo presença
alteração desde creme a vermelho-claro, duros e coesos. de rara muscovita. Em determinados locais a sericita
Os siltitos são intercalados, mostrando cores cinza-média dispõe-se em aglomerados, parecendo resultantes da al-
a escura, são micáceos, laminados e em parte arenosos teração de feldspato (?) Foram observados freqüentes
fragmentos de chert e quartzito, enquanto o epídoto é raro
Dentre as unidades pertencentes ao Grupo Urupadi, a O óxido de ferro tanto pode estar disseminado como
Formação Trombetas foi pelo Projeto RADAMBRASIL a dispor-se entre os minerais. Ainda restam vestígios de
mais bem amostrada; é constituída dominantemente por: incipiente acamadamento, enquanto outra amostra da
arenitos com granulação desde muito fina a fina, cores Folha SA.21-V-D, constituída por grãos de quartzo, com
claras, notadamente brancas, creme e amareladas - granulação da fração sílte, e argí}o-minerais, foi classifi-
estas com níveis esbranquiçados -, ocorrendo também cada como siltito argiloso. Os graos de quartzo possuem
coloração avermelhada e róseo-claro nas amostras onde a formas e granulometria bastante diversificadas. A sericita
impregnação por material ferruginoso foi mais intensa; é abundante em finíssimas palhetas, dispostas em níveis
friáveis, duros quando presente o cimento silicoso, por Feldspatos ~ zircão são raros, enquanto o óxido de ferro é
vezes com matriz argilosa, selecionamento moderado freqüente.
- raramente bem selecionados - grãos subarredon-
dados, alguns opacos disseminados e por vezes sericita.
As camadas são subhorizontais. Na serra Jundiá a sua
2.2.7.3 - Formação Maecuru
parte superior é constituída por arenitos de coloração
branca a avermelhada com granulação média a grosseira,
contendo seixos esparsos, planos de estratificação deci- 2.2 7.3.1 - Generalidades
métricos, e com mergulho ~e aproximadamente 4°S Em
algumas amostras o arenito possui cor cinza-claro com A designação de Grupo Maecuru é devida a Derby (1877), o
leitos serícíticos e apresenta-se fossilífero. Subordina- qual atribuiu-lhe idade devoniana inferior, correlacionan-
damente ocorrem siltítos, bem estratificados, por vezes do-o ao "Corniferous Group", dos Estados Unidos, ba-
com alternância de leitos claros e escuros, duros e com seando-se em fósseis, dentre os quais destacou: "Amphi-
opacos e serícita. Muito raramente foram observados genia elongata" e "Spirifera duodenaria". Este autor não
argilitos algo síltosos. localizou nem delimitou a região de ocorrência desta
unidade, tendo Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971)
Nas proximidades do rio Trombetas, na estrada aberta para assim se expressado: "De acordo com a fauna encontrada
atingir o eixo da rodovia Perimetral Norte foi observada e as descrições litológicas de Bastos & Moura (1929),
uma seção cuja base é constituída por arenitos que constatou-se que a seção localizou-se logo a montante da
passam na sua porção intermediária a folhelhos pretos, cachoeira Teuapixuna ou Alagação, no local denominado
sendo que sua parte superior é constituída por folhelh?s 19 Cachoeira, por Smith (1879), no rio Maecuru". Esta
cinza-esverdeados com manchas avermelhadas, algo fls- referência já tinha sido mencionada anteriormente por
seis, bem laminados e micromicáceos. Lange (1967).
As amostras de arenito estudadas ao microscópio pos- Freydank (1957a) fez referência no rio Jatapu a esta uni-
suem textura elástica, com granulometria variando de areia dade e subdividiu-a em Maecuru 1 e Maecuru 2.
muito fina a fina, estando os constituintes freqüente-
mente comprimidos uns contra os outros; os grãos variam Posteriormente Freydank (1959) apresentou-a como cons-
desde subangulares a arredondados tituída pelos membros Ariramba (superior) e Jatapu (in-
ferior), sendo qu~ os sedimentos do rio Abacate fora_m
São em sua grande maioria arenitos ortoquartziticos, com colocados tentat1vamente neste membro, apesar de nao
grãos detríticos de quartzo podendo mostrar crescimento terem sido observados fósseis e nem apresentarem a típica
autigênico, extinção ondulante variada, bordos que por aparência daqueles da Formação Maecuru.
vezes estão engranzados, e nas amostras situadas na
Folha SA.22-V-C, inclusões aciculares de rutilo. Ludwig (1964) incluiu-a no Grupo Trombetas.
66/GEOLOGIA
Para Lange (op. cit.) a Formação Maecuru é constituída sul, sendo sua espessura máxima em torno de 160m nos
pelos membros Lontra e Jatapu, superior e inferior, res- poços 2-0AST-1-PA e 2-LIST-1-AP.
pectivamente. No tocante ao membro inferior, este autor
assim se reportou: "Breitbach" aparentemente foi o pri- O membro Lontra, com exceção da regiao norte do Baixo
meiro a empregar a denominação de Membro Jatapu na Amazonas, ocorre em ambos os flanoos da bacia, alcan-
coluna estratigráfica para designar os arenitos basais da çando no flanco sul maior desenvolvimento, com espes-
Formação Maecuru". sura variando de 40 a BOm. O poço 1-RX-1-AM penetrou a
sua maior espessura que é da ordem de 118m.
A mesma subdivisão proposta pelo autor acima citado foi
adotada por Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (op. cit.).
2.2.7.3.4 - Litologias
A Formação Maecuru adentra tanto na Folha SA.20I-Ma-
naus - pelo flanco norte - como na SA.22-Belém, por Derby (op. cit.) referiu-se a grés grosso, branco ou aver-
ambos os flancos. melhado, duro ou friável.
GEOLOGIA/67
creme ou arenito micáceo com marcas ae ondas. Dado o ~ de grão tão fino que parece jaspe ou pederneira". Baseado
caráter do trabalho ter sido a nível de reconhecimento, este na presença de Spirifer, Chonetes, Tentaculites e Trilo-
autor não afastou a possibilidade de haver incluído nesta bitas, etc ... , considerou essas camadas como pertencen-
unidade alguma porção da Formação Curuá. tes ao Devoniano. Observou também a presença de abun-
dantes diques de diorito ou trap.
De acordo com Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (op. cit.),
o membro Jatapu é representado por finas intercalações de No entanto, deve-se a Derby (1877) a denominação de Série
folhelhos, siltitos e arenitos finos, fortemente bioturbados ou Grupo do Ererê ao conjunto de rochas ocupando uma
e localmente com aleitamentos regulares e irregulares; considerável área na planície central entre as montanhas
camadas lenticulares de arenito médio, cinza-claro, duro, do Ererê. O citado autor referiu-se: " ... houve, antes do
com grãos subangulares e subarredondados, enquanto o depósito das camadas terciárias, erupções consideráveis
membro Lontra, no flanco norte, na seção tipo, possui de trap e de diorito, bem como deslocações em pelo
arenitos muito finos a grossos com estratificação cruzada. menos uma região, a do Ererê ... ". Mais adiante, con-
No flanco sul os arenitos variam de finos a conglome- tinua: " ... grupo isolado de montanhas consistindo em
ráticos, com cores branca a cinza-pálido-esbranquiçado, pequenas serras monoclinaes, muito numerosas, desta-
mal selecionados, subangulares a subarredondados, cadas umas das outras e dispostas em ellipse ao redor de
friáveis, com abundante estratificação cruzada; sittitos uma planície central, resto de uma elevação anticlinal cuja
micáceos, argilosos, cor cinza-méd1o, moles, com alei- parte central e maior foi destruída pela denudação" A
tamento regular com folhelhos. serra Paituna não foi incluída neste conjunto, sendo
considerada como sinclinal
Dentre as amostras desta unidade coletadas pelo Projeto
58/GEOLOGIA
(op. cit.). A unidade estratigráfica foi subdividida nos foi observada no poço 2-CSST-2-AM. Sua presença na
membros: Cachoeira (inferior) e Ariramba (superior), este Bacia do Alto Amazonas é duvidosa. Sua maior espessura
abrangendo parte do membro do mesmo nome de Bischoff foi atingida no poço 2-LIST-1-AP, com 250m.
(1957), o qual tinha sido referido à Formação Maecuru.
Antes de Lange (op. cit.) o posicionamento estratigráfico Para Lange (op. cit.) o membro Cachoeira é constituído
da Formação Ererê sofreu diversas modificações, desde por: rocha amorfa, silicificada, com aspecto de jaspe ou
sotoposta à Formação Curuá até mesmo sobreposta ela,a corneita, coloração cinza-escuro, intercalando folhelhos e
culminando com a sua retirada da coluna da Bacia Ama- siltitos argilosos laminados, também parcialmente silici-
zônica a partir de 1957 por geólogos da Petrobrás. ficados; enquanto o membro Ariramba contém arenitos
finos a siltitos laminados, avermelhados, constituindo
Coube a Lange, como já referii:lo no item anterior, seu horizonte fossilífero; e arenitos escuros com intercalações
posicionamento entre as Formações Maecuru e Curuá, o de folhelhos.
que foi corroborado por Caputo, Rodrigues e Vasconcelos
(op. cit ), havendo divergência entre esses autores no Presentemente as litologias mais aceitas para a Formação
tocante a sua subdivisão em membros, não aceita pelos Ererê são devidas a Caputo, Rodrigues e Vasconce-los
últimos (op. cit.), e assim definidas na base: siltitos com inter-
calações de arenitos; aqueles são cinza-esverdeados,
Para Lange (op cit ) o membro Cachoeira estaria sobre- laminados, argilosos, micáceos, fossilíferos, enquanto os
posto ao membro Lontra (Formação Maecuru) e sotoposto arenitos são geralmente finos, argilosos, laminados e mi-
aos siltitos e folhelhos do membro Ariramba; este por sua cáceos. Na parte média da seção ocorrem siltitos cinza-
vez seria coberto aparentemente de modo concordante médios e escuros, interaleitadós com arenitos muito fi-
pelos folhelhos da Formação Curuá nos, cinza-claro. No topo as camadas são de arenitos finos,
argilosos, bioturbados ou laminados, passando lateral-
De acordo com Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (op. cit.), mente a siltitos cinza-escuros aleitados com folhelhos
esta unidade é concordante e parcialmente gradacional negros.
com o membro Lontra da Formação Maecuru e está
normalmente sobreposta pelo membro Barreirinha da Esta unidade deixou de ser amestrada pelo Projeto
Formação Curuá, podendo com esta unidade apresentar RADAMBRASIL, eni face das inúmeras dificuldades para
caráter tanto gradacional como abrupto; neste caso, repre- sua identificação, dentre as quais pode-se mencionar:
sentados por folhelhos cinza-médios Iam i nados (Formação caráter de reconhecimento dos trabalhos, contatos grada-
Curuá) sobrepostos a arenitos desde finos a grosseiros da cionais tanto com a Formação Maecuru como com a
Formação Ererê. Formação Ererê, e extensão de afloramentos bem restrita
em relação às demais unidades do Devoniano.
Na Folha SA.20-Manaus, .Santos et alíi (1974) não obser-
varam a presença da Formação Ererê, estando o Devoniano
representado pela Formação Maecuru e possivelmente 2.2.8 - Formação Curuá
Curuá, e alegaram que anteriormente Swa11 (1958) e Frey-
dank (1959) referiram-se somente a essas duas unidades.
Isto pcrém não invalida a presença da Formação Ererê na 2.2.8.1 - Generalidades
área, visto que, quando do trabalho destes autores, essa Dentre as unidades que compõem o Paleozóico da Siné-
unidade estratigráfica já estava em vias de ser retirada da clise do Amazonas, a Formação Curuá foi a única que, no
coluna, sendo bem possível que suas camadas tivessem mapeamento geológico através de imagens de radar, con-
sido incluídas tanto nas Formações Maecuru como Curuá. S':lguíu gozar de individualização em ambos os flancos.
Para Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (op. cit.) a Forma- Com respeito a esta unidade estratigráfica, cabe aqui
ção Ererê pertence ao Meso-Devoniano, andares Eifeliano salientar as palavras de Cunha (1973): "A unidade mais
a Givetiano. conspícua é caracterizada pela Formação Curuá, onde a
seqOência dos membros Orixlmíná-Curiri forma uma topo-
grafia escarpada facilmente seguível em quase todo o
2.2.7.4.3 - Distribuição na Area flanco sul".
Observa-se esta unidade estratigráfica no Arco do Gurupá, Santos et ali i (1975), baseados ·na interpretação do autor
nas Bacias do Baixo e Médio Amazonas, desaparecendo acima citado, mantiveram a individualidade da Formação
no Arco de Purus, onde, como a Formação Maecuru, 'não Curuá na Folha SB.21-Tapajós.
GEOLOGIA/69
A denominação da Série ou Grupo Curuá é devida a Derby rinha de Bouman, Mesner e Padden (1960), cada um deles
(1877), que lhe atribuiu idade Devoniana Superior, consis- abrangendo grosso modo uma subdivisão destes membros
tindo quase exclusivamente de "schistos pretos e aver- dos referidos autores. O membro Faro foi proposto para
melhados passando às vezes ao grés schistoso". Este substituir o membro Superior, também de Bouman, Mes-
autor não delimitou sua área de ocorrência, mencionando ner e Padden (op. cit.), compreendendo as unidades estra-
que a unidade é encontrada nos rios Maecuru, Curuá, tigráficas designadas informalmente como "Bianketshale"
e "Ciean Sand".
Trombetas e região do Ererê. Com respeito à distribuição
desta unidade estratigráfica em outras regiões, assim se Posteriormente nova subdivisão para esta formação foi
referiu: "No Tapajós certos schistos contendo "Spirophy- proposta por Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971 ), a
ton" e concreções calcárias referidas provisoriamente ao qual vem sendo utili<;ada até o presente momento e
terreno carbonífero pelo Professor Hartt pareceram-me comporta os membros Barreirinha, Curlri e Oriximiná, este
ser devonianos, e refiro-me a mesma idade aos schistos último englobando parte do membro Faro, de Lange (op.
pretos encontrados no Xingu pelo Sr Ferreira Pena". cit.), cuja seção restante foi elevada à categoria de forma-
ção, mantendo o mesmo nome (Faro). Esta unidade ocorre
Uma das primeiras tentativas para individualização de fundamentalmente em subsuperfície.
unidades estratigráficas dentro da Formação Curuá coube
a Carvalho & Oliveira (1926) que assim se reportaram 2.2.8.2 - Posição Estratigráfica
"Continuando a subir o Tapajós, logo acima da boca do
Tapacurá-assu, na margem esquerda, encontramos um Esta unidade estratigráfica, que primeiramente foi definida
alto corte, também denominado Paredão, sendo porém como sobreposta à Formação Ererê, esteve submetida
aqui constituído pelo folhelho cinzento, que denominamos durante muitos anos a modificações no seu posiciona-
"folhelho de Barreirinha". Anteriormente Hartt (1896) e mento estratigráfico.
Katzer (1933) já tinham tecido comentários acerca das
rochas ocorrentes na região de Barreirinha, porém as posi- Antes de Lange (op. cit.), esta unidade era considerada por
cionaram no Carbonífero Carvalho (op cit.), apesar de não geólogos da Petrobrás como assente sobre a Formação
se referir à idade do "folhelho de Barreirinha", cita que Maecuru - sendo o contato entre ambos de natureza
Derby colocou-o no Devoniano, o mesmo ocorrendo com gradacional - e recoberta discordantemente pela Forma-
Clark, devido à presença de "Spirophyton H ali". ção Monte Alegre. Para este autor os folhelhos pretos do
membro Barreirinha jazem em contato normal sobre os
Moura (1938) englobou os Grupos Ererê e Curuá, de Derby siltitos e folhelhos do membro Ariramba da Formação Ere-
(op. cit.), sob a denominação de Andar Curuá, posicionan- rê e passam normalmente para o topo, aos folhelhos do
do-o entre seus andares Maecuru e Ererê. Corroborou a membro Panacu. Este membro grada a folhelhos sílticos e
idade devoniana atribuída por Derby, assim se referindo: seixosos do membro Curiri, que por sua vez é capeado
"Pelos trabalhos realizados pelo Serviço Geológico, princi- discordantemente pelos arenitos da Formáção Monte Ale-
palmente por nós obtidos no Vale do Tapajós, nenhuma gre, quando o membro Faro está ausente. Quanto ao
dúvida pode haver mais a respeito". membro Faro, o seu contato é normal e concordante com o
membro Curiri, e aparentemente discordante com a Forma-
Mendes (1957) inclui a Formação Curuá na sua Série ção Monte Alegre.
Amazonas.
Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (op. cit.) consideram
Na região de Monte Alegre, Kremer (1956a) referiu-se a esta como gradacional o contato do membro Barreirinha, tanto
unidade estratigráfica como membro Curuá e que poste- com a unidade estratigráfica sotoposta (Formação Ererê)
riormente na mesma região recebeu a denominação de como com o membro Curiri, que lhe é sobreposto. O seu
Curuá 2, por Freydank (1957b). Este mesmo autor, nos rios contato é gradacional com o membro Oriximiná, enqt~anto
Jatapu e Capucapu, mencionou a presença de camadas este mostra que seu limite superior com a Formação Faro é
Curuá 1 e 2. O membro Barreirinha foi utilizado por concordante, podendo ser gradacional ou, como a maioria
Freydank (1959) como a parte basal da Formação Curuá. das vezes, abrupto Nos flancos norte e sul e no Arco de
Purus o topo da Formação Curuá é truncado pelas Forma-
De acordo com Bouman, Mesner e Padden (1960) a Forma- ções Monte Alegre ou ltaituba.
ção Curuá era constituída por dois membros: o inferior e o
superior, sendo que o primeiro tinha a denominação de Nas porções mais ocidentais da bacia paleozóica, o Cretá-
Barreirinha, podendo ser dividido em três subunidades ceo/Terciário alcança maior desenvolvimento e mostra-se
mais ou menos gradacionais. transgredindo sobre a Formação Çuruá.
Ludwig (1964) utilizou a denominação de Grupo Curuá Esta unidade é tida por Caputo, Rodrigues e Vasconcelos
para as rochas desta unidade estratigráfica, e subdividiu-o (op. cit.) como Devoniano Superior a Eocarbonífero,
em Curuá inferior, médio e superior. abrangendo desde o andar Frasniano até o Tournaisiano.
?O/GEOLOGIA
do rio Capucapu, com direção geral E-W, acompanhando Barreirinha a mesma seqüência de folhelhos bem lamina-
porém de maneira mais suave as inflexões apresentadas dos, cinza-escuros a cinza-azulados, localmente silicifica-
pelo Grupo Urupadi. Ocorre também na braquianticlinal de dos e então duros e ardosianos; poucos siltitos intercama-
Monte Alegre, ocupando sua porção mediana. dos com leitos finos, marrons a cinza, facilmente silicifica-
dos; raramente arenitos em pequenos leitos na parte
Encontra-se encravada entre os Grupos Urupadi e Tapajós, inferior do membro.
exceção feita a um pequeno trecho a montante das cabe-
ceiras do rio Robaça onde, pela ausência do Grupo Tapa- Bouman, Mesner e Padden (1960) referiram-se ao membro
jós, está limitada pela Formação Barreiras. Barreirinha (inferior) como sendo constituído . por três
subunidades mais ou menos gradacionais, sendo que a
No flanco sul está exposta na parte SE da Folha SA. porção basal consistia de folhelho cinza, muito escuro a
21-Santarém, numa faixa estreita com direção E-W com preto, carbonoso, localmente betuminoso, mostrando alta
largura máxima situada em torno de 10km - ocorrente radioatividade, piritoso; a porção média representada por
desde o limite .oriental da Folha em apreço até pouco a folhelhos finamente Iam i nados, micáceos, cinza-escuros a
oeste do meridiano 55°00'WGr. pretos; alguns siltitos e zonas de arenitos siltosos interca-
lados; e a porção superior constando de folhelhos micá-
Ao norte limita-se com o Grupo Tapajós e a Formação ceos, cinza-escuros a pretos com intercalações de siltitos
Barreiras, enquanto ao sul contacta com o Grupo Urupadi. e arenitos cinza. Ocorrem numerosos rafted pebbles de
origem glacial. Quanto ao membro superior, nenhuma
O membro Barreirinha ocorre tanto nas Bacias do Baixo e denominaçao particular foi-lhe atribuída, sendo represen-
Médio Amazonas, como também no Alto Amazonas (poço tado por intercalações de folhelhos cinza-escuros a pretos,
2-EPST-1-AM), estando ausente no Arco de Purus. A sua físseis e arenitos finos a médios.
máxima espessura foi obtida no poço 2-IBST-1A-PA, com
230m; nos flancos sul e norte, as espessuras são 120m e
150m, respectivamente. Para Lange (1967), o membro Barreirinha consistia de
folhelho preto, carbonoso e betuminoso, finamente lami-
O membro Curiri, no flanco norte, ocorre desde o rio Paru nado, bem litificado; físsil, contendo pirita e com grande
até o Capucapu, e no flanco sul aflora desde o rio Nambi quantidade de esporomorfos, além de concreções calcá-
até depois do Xingu A maior espessura observada em rias e arenosas, localmente com delgadas intercalações de
superfície foi de 120m no rio Curuá siltitos laminados. Os folhelhos são caracterizados por
uma radioatividade muito elevada; o membro Panacu era
No tocante ao membro Oriximiná, sua ocorrência em representado em subsuperfície por folhelhos argilosos,
superfície restringe-se à braquianticlinal de Monte Alegre e cinza a cinza-escuros, carbonosos a betuminosos, geral-
alguns rios vizinhos. Sua maior espessura foi alcançada no mente micáceos, finaménte laminados, com siltitos subor-
poço 2-LFST-1-AM, com aproximadamente 350m. dinados, sendo que nos flancos da bacia aparecem delga-
das intercalações de arenito fino; a parte superior do
membro Curiri consistindo de folhelho preto, arenoso,
desenvolvendo-se para a base argilitos e siltitos argilosos e
2.2 8.4 - Litologias arenosos, micáceos, cinza, com laminação indistinta e
irregular, retorcida, intercalando lâminas de arenito cin-
A característica fundamental da Formação Curuá é que, zento e contendo localmente grande quantidade de seixos;
desde a sua criação, a mesma foi sempre reportada como o membro Faro consistindo de folhelho cinza a claro,
consistindo predominantemente de folhelhos Assim sen- argiloso, micromicáceo, intercalando folhelho arenoso,
do, Derby (1877) mencionou "O terceiro grupo, o de cinza-escuro, folhelho argiloso preto físsil, siltito cinza e
Curuá, consiste quase exclusivamente em schistos pretos- arenito; arenito branco-cinza, variando de fino, silicoso, a
avermelhados passando às vezes ao grés schistoso". Refe- médio e grosseiro, poroso, com alternância de folhelhos e
riu-se posteriormente ao "schisto preto", dizendo "é bem siltitos.
laminado, tendo quase a estrutura da ardósia e na parte
inferior numerosas e grandes concreções calcárias e are-
nosas". Para Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971) a porção
basal do membro Barreirinha apresenta folhelhos com
Apesar do seu posicionamento estratigráfico diferir do de lâminas cinza-escuras e cinza-claras, micáceos, meio moc
Derby (op. cit.), Moura (1938) considerou o andar Curuá les, seguindo-se folhelhos pretos laminados, aparente-
como sendo constituído por folhelhos variegados, argilo- mente carbonosos, com raros interaleitamentos regulares
sos e silicosos, folhelhos pretos ardosianos em brancos de arenitos muito finos, micáceos, enquanto a parte
espessos, e folhelhos argilosos e sílico-argilosos, com restante da seçliO consiste de folhelhos cinza-médios a
calcários e arenitos subordinados. cinza-plúmbeos, Iam i nados, às vezes sílticos, fratura plana
a subconchoidal, duros, com aspectos subardosianos,
De acordo com Freydank (1957a) a Formação Curuá 1, no rio possuindo camadas ocasionais de síltitos calcíferos e
Jatapu, consiste de folhelhos cinza a pretos, laminados, arenitos silicificados; o membro Curiri caracterizando-se
em alguns locais betuminosos, contendo pirita em peque- por folhelhos silticos. cinza-plúmbeos a cinza-escuros,
nos cristais; enquanto a Fomiação Curuá 2, na região de laminados, ondulados, muito micáceos, intercalando-se
Monte Alegre, era representada por folhelhos e siltitos lentes de arenitos muito finos, argilosos, amarelos, extre-
avermelhados, sendo os folhelhos algumas vezes ardosia- mamente micáceos, laminados, coesos, sendo superpos-
nos, tornando-se siltosos, passando gradualmente a pe· tos por siltitos argilosos, cinza-médios a pretos, quase
quehos leitos de siltitos. maciços, meio moles, micáceos, piritosos, contendo
grãos de areia bem arrendondados e seixos disseminados
Posteriormente, Freydank (1959) denominou de membro de folhelhos, quartzo, riollto, silexito, arenito, quartzito,
GEOLOGIA/71
etc., sendo comuns diamictitos com seixos estriados; o tato entre o Carbonífero e o Devoniano Superior foi coloca-
membro Oriximiná consistindo de arenitos brancos a cin- do na base da última cuesta, que se julga pertencer à
za, muito finos a médios, piritosos, argilosos, mal classifi- Formação Curuá. Esse contato, talvez por ser discordante,
cados, com grãos subangulares, porosidade regular a po- tem boa continuidade e foi possível estendê-lo em toda a
bre, cimentação irregular e interca)ações de diamictitos.Os área. Em alguns locais, com informações de campo, é
folhelhos e siltitos intercalados são cinza-escuros e pre- possível marcar os contatos entre as formações deste
tos, fisseis, micáceos, pouco calcíferos, em geral duros, grupo.
contendo lentes de arenitos cinza-claros, argilosos, finos,
micáceos, por vezes bioturbados. Os primeiros trabalhos e observações geológicas sobre
esta unidade estratigráfica datam da segunda metade do
As verificações de campo executadas pelo Projeto RA- século XIX. Os estudos pioneiros devem-se às expedições
DAMBRASIL foram efetuadas nos flancos norte e sul, e de Thayer (1865-1866) e M organ (1870-1871 ), ambas norte-
também na região da braquianticlinal de Monte Alegre. americanas. Trabalhos e prospecções de tal natureza pro-
cessaram-se periodicamente, com intensidade variável, até
No rio Jatapu, no porto de embarque da Siderama, ocorrem nossos dias.
folhelhos pretos, carbonosos, físseis, bem laminados em
camadas subhorizontais com abundante pirita, sobrepos- Parece ter sido o major Silva Coutinho, em 1863, quem
tas por arenito esbranquiçado a amarelado, mal seleciona- primeiro coletou fósseis destes terrenos carboníferos em
do, friável e argiloso. Na estrada que liga o porto de ltaituba no Tapajós, fato este notado pelo professor Agas-
embarque à jazida da Siderama, no km 7, aflora folhelho siz em sua obra "Voyage Au Brézil" publicada em 1869.
I
cinza-escuro, algo micáceo, bem laminado, subhorizontal,
recoberto por arenito argiloso, avermelhado, friável, local- Derby (1898) menciona ter recebido em Óbidos, no ano de
mente caulínico 1871, amostras contendo fósseis tiradas ao longo do Ara-
picu, no vale do Trombetas, e do exame delas reconheceu
Nas amostras coletadas na Folha SA.21-X-D, o folhelho é e anunciou a existência da formação carbonífera no lado
preto, carbonoso subhorizontal e forma pequenos platôs. norte do Amazonas.
Segundo Montalvão & Oliveira (1975), na estrada Monte Os terrenos carboníferos dd vale do Tapajós foram desig-
Alegre- INCRA, no km 6,3 afloram folhelhos cinza-escu- nados por Hartt, em 1874, como "Série lta:ituba", constituí-
ros, finamente Iam i nados, fraturados, quebradiços, asso- da por calcário fossilifero, folhelho, arenitos e leitos de
ciados com siltitos marrom-avermelhados de aspecto maci- gipsita.
ço, com cimento silicoso, e atitude N-S 20°E. Seqüência
semelhante ocorre no km 9,6 porém com folhelho piritoso. Depois dos estudos de Katzer (1933), o antigo Serviço
No km 11,3 afloram folhelhos lilás, bem laminados e Geológico e Mineralógico do Brasil retomou as investiga-
siltitos silicificados, cinza-claros a rosados, bastante dia- ções geológicas (1921) e pesquisas por meio de sondagens
clasados visando a possibilidade de existência de carvão, e mais
tarde dirigiu o programa para pesquisa de petróleo
A 700m da variante para a serra do Ererê ocorrem blocos de
folhelhos cinza a lilás, bem laminados e arenito cinza, Na Folha SA 22-Belém, o Grupo Tapajós corresponderia
fino, silicificado, sendo que no rio Urubu somente o no flanco norte da sinécl i se à Formação ltaituba e no flanco
folhelho foi observado Uma pequena anticlinal assimétri- sul à Formação Monte Alegre
ca foi observada no km 7,6, constitui da de folhelho cinza e
arenito fino, sendo que logo adiante (100m) o folhelho No flanco norte a faixa de afloramentos do Grupo Tapajós
apresenta direção N40°W e mergulho 20°SW. segue aproximadamente a mesma orientação do Grupo
Urupadi, estendendo-se continuamente desde o limite
oriental da Folha SA.21-Santarém até a montante das
2 2 9. Grupo Tapajós cabeceiras do rio Robaça, onde sofre uma pequena inter-
rupção, para logo após continuar aflorando até pouco a
norte das cabeceiras do igarapé Cafuia. Ocupa também a
2.2 9 1 Generalidades parte externa da braquianticlinal de Monte Alegre, sendo
observado isoladamente nas proximidades do extremo
Santos et alii (1975) denominam Grupo Tapajós à seção leste da Folha em foco, envolto pela Formação Curuá
pensilvaniana da Sinéclise do Amazonas, constituída pelas
Formações Monte Alegre, ltaituba e Nova Olinda. Em
contato discordante com as formações siluro-devonianas As maiores espessuras de afloramento são observadas nas
sotopostas, o Grupo Tapajós é o equivalente litoestratigrá- regiões dos rios Maicuru e Curuá, onde podem alcançar até
fico da "Série ltaituba" definida por Hartt (1896). 45km.
Apesar das imagens de radar possibilitarem uma visão Seus limites fazem-se ao norte com a Formação Curuá e
global das formações e o reconhecimento de expressões com o Grupo Urupadi, enquanto a sul os mesmos são:
morfológicas localmente a elas relacionadas, não é possí- Formação Barreiras e sedimentos quaternários.
vel estendê-las a toda sinéclise, razão por que Cunha
(1973) foi levado a agrupá-las em três grandes unidades No flanco sul sua área de exposição é bem mais restrita,
estratigráficas morfologicamente distintas. situando-se na porção SE da Folha SA 21-Santarém, e
apresentando direção geral E-W com distribuição desde o
Na faixa de afloramentos da seção carbonífera, constituída limite leste da Folha em epígrafe até pouco a oeste do rio
por intercalações de folhelhos, calcários e arenitos, esses Tapajós, encontrando-se ausente na região compreendida
últimos formam discretas topografias cuestiformes. O con- entre o meridiano 55°00'WGr. e 5km a leste da estrada
72/GEOLOGIA
Santarém-Cachimbo, além de nas margens do rio Tapa- figuram se acham debaixo dos folhelhos, sendo porém
jós onde ocorrem sedimentos quaternários. Dentre as devonianos e não devendo ser confundidos com os areni-
unidades da Sinéclise do Amazonas que compõem este tos de Samaúma, ltapeua e imediações de ltaituba, que
flanco, é esta que apresenta maior distribuição, sendo que são do Carbonífero e que estão omissos no citado perfil.
ao longo do rio Salobra está localizada sua máxima Moura (op. cit.) cita que a montante de Paredão, na
extensão aflorante com cerca de 35km. margem esquerda do Tíipajós, os arenitos são vistos
debaixo de calcário, estendendo-se desde Samaútna até a
Ao norte limita-se com a Formação Barreiras, enquanto ao montante de Maloquinha, mostrando estar em conexão
sul seu contato é com a Formação Curuá. clara com os calcários e logo abaixo destes.
2.2.9.2 - Formação Monte Alegre Kremer (1956a) refere-se aos arenitos de cobertura do
médio Devoniano, folhelhos e siltitos, na região de Monte
Alegre, como representantes do Carbonífero Inferior, cor-
2.2.9.2.1 - Generalidades relacionáveis com os leitos carboníferos inferiores do rio
Tapajós. A seção de arenitos seria Mississipiana Superior.
A primeira referência feita a esta unidade estratigráfica Entretanto, não há evidência fossilífera para essa afirma-
deve-se a Albuquerque (1922), quando denominou o areni- ção.
to basal, da seção de calcários carboniferos, de Arenito do
Forno, nome derivado da Pedreira do Forno, no rio Jatapu. Freydank (1957b) afirma que o Arenito Monte Alegre grado
Moura (1938) refere-se aos arenitos carboníferos de Malo- no topo para siltitos e folhelhos da Formação ltaituba na
quinha, ltapeua, Samaúma, imediações de ltaituba e ou- seção tipo. O contato entre ambas teria lugar onde ocorre
tras regiões, posicionando-os na base do Carbonífero sem uma abrupta mudança ou inflexão no mergulho .
fazer referência à denominação dada por Albuquerque (op.
cit.). Dixon & Silva (1951) referem-se ao Arenito do Forno
como sendo a unidade basal do Carbonífero. Kremer Segundo Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971), " ... em
(1956b), em trabalho no vale do Tapajós, na mesma região superfície, encobre discordantemente todas as unidades
estudada por Moura (op cit ), descreve aqueles arenitos sotopostas desde o Uatumã até a Formação Faro, princi-
denominando-os Maloquinha. Freydank (1957b), em inves- palmente no flanco leste do Arco de Purus. Nas faixas de
tigações levadas a efeito na região de Monte Alegre, refe- afloramentos, em geral, sobrepõe-se ao membro Curiri da
re-se pela primeira vez aos elásticos basais do Carboní- Formação Curuá. Lateralmente grada para a Formação
fero co~o Formação Monte Alegre. Morales (1959), Capu- ltaituba, chegando a desaparecer em algumas regiões.
to, Rodngues e Vasconcelos (1971) e Santos et ali i (1975) Pelos raios gama, observa-se uma sensível redução da
também fazem uso desta denominação em seus trabalhos. curva da radioatividade nas passagens da Formação Curuá
ou Faro para a Formação Monte Alegre. Quando o contato
Naturalmente, se fôssemos considerar o termo prioritário a é feito com os Arenitos Faro, torna-se difícil sua delimita-
denominação correta para esta unidade estratigráfica se- ção. Em superfície, o contato superior é arbitrado na base
ria Arenito do Forno, com seção e localidade tipo no rio de uma camada de anidrita da Formação ltaituba".
Jatapu, pedreira do Forno; contudo, no consenso geral o
termo Monte Alegre está mais difundido. Em síntese nesta área assenta em discordância sobre a
Formação Curuá, sendo recoberta em alguns locais, tam-
Freydank (op cit ) em seu trabalho não deixou uma seção bém discordantemente, pela Formação Barreiras.
detalhada; pode-se concluir, entretanto, por seu relatório e
área de trabalho que a seção tipo encontra-se na região
leste e sul da braquianticlinal de Monte Alegre, na série de 22923 - Distribuição na Área
cristas com formato anelar, mais especialmente em ambos
os lados da estrada Monte Alegre-Mulata, próximo ao Ocorre ao longo de quase todo o flanco norte da sinéclise.
local chamado Jacaré e ainda nas serras do Ererê, Lua e É mencionada sua presença nos principais afluentes da
Paituna. margem esquerda do Amazonas. Não ocorre na região do
Arco do Gurupá, encontrando-se as últimas exposições
orientais a oeste de Monte Alegre, próximo ao limite das
2 2.9.2 2 - Posição Estratigráfica Folhas Santarém-Belém. A sudeste da área, flanco sul da
sinéclise, vale do Tapajós, encontram-se boas exposições
Derby (1877) af ir ma terem sido reconhecidas com certeza desta unidade estratigráfica.
camadas cretácicas na serra do Ererê, pois aí encontrou-
se, em 1871, madeira fossilizada classificada pelo Dr.
Dawson como Dicotiledôneas; Moura (1938) vai mais lon- Na área de Monte Alegre, Kremer (1956a) estima a espessu-
ge: refere ao Cretáceo não só a serra do Ererê mas toda a ra do arenito em torno de 300m, enquanto Bemerguy
coroa de serras de Monte Alegre. Oliveira & Leonardos (1964), na área central do flanco sul da Bacia do Médio
(1943) supõem também serem aquelas rochas cretácicas. Amazonas, calcula a espessura da Formação Monte Alegre
Cabe a Dixon (1950) e Kremer (1956a) situá-las no Carboni- com base em perfis nos rios Cupari-Tinga, Curuá-Una,
fero. Tutuí, Curuá-Tinga e a leste deste rio - tomando por base
o mergulho médio de 2°30'- entre 56 a 130m.
No corte geológico de Katzer (1933) do rio Tapajós, está
omisso o arenito carbonífero que fica sotoposto ao calcá- Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971) referem-se a sua
rio, mostrando o aludido claramente assentar-se a rocha espessura como variável até um máximo de 70m, sendo
calcária sobre os folhelhos de Barreirinha. Moura (1934) que no flanco sul pode variar de 30 a 40m desde o rio
observa tal equívoco e assinala que os arenitos que parauari até próximo ao Xingu.
GEOLOGIA/73
2.2.9.2.4 - Litologlas ções cruzadas, ocasionalmente sendo encontrados níveis
de arenitos grosseiros e camadas lenticulares de tolhe-
Esta unidade estratigráfica basal é constituída por arenitos lhos.
de coloração esbranquiçada, cinza-claro e marrom-claro,
de granulometria geralmente fina a média, com grãos de Dentro desta unidade na região da braquianticlinal de
quartzo bem compactados, subangulares ou subarredon- Monte Alegre, as amostras co latadas pelo Projeto RADAM-
dados. Na base estes arenitos são grosseiros a conglome- BRASIL representam uma seqüência de arenitos, siltitos e
ráticos com grânulos de quartzo bem rolados, encontran- folhelhos. As primeiras são as rochas constituídas predo-
do-se eventualmente seixos de granito, vulcânica, quartzo minantemente por partículas com dimensões areia média a
leitoso e folhelho. Geralmente os arenitos são friáveis e fina, bem selecionadas e subarredondadas. Eventualmen-
porosos - localmente têm silificação secundária -, te, na base da seção ocorrem particulas grosseiras, carac-
duros, densos e quartzíticos. As camadas superiores da terizando microconglomerados. A coesão das partículas
seção têm as partículas gradualmente mais finas, ocorren- varia de regular a boa, evidentemente em função do
do arenitos sílticos e siltitos argilosos com lentes de tolhe- cimento normalmente silicoso, e às vezes com significativa
lhos calei feros e calcários argilosos no topo. Macrofósseis contribuição argilosa. Suas colorações variam: branco,
não são assinalados. amarelado, marrom e também cinza-escuro.
Katzer (1933) refere-se aos arenitos do Carbonífero Inferior Os siltitos têm cores desde cinza, verde, marrom, róseo e
do Tapajós como constituídos por grãos de tamanho areia amarelado, havendo lentes interdigitadas de arenito fino e
fina com cerca de 90% de quartzo hialino, 5% de feldspato argilito. O cimento mais ou menos intenso alterna-se em
potássico, alguma hematia, limonita e 5% aproximada- silicoso e ferruginoso
74/GEOLOGIA
Freydank (1957b) menciona o contato entre ambas as riquíssima, constando de mais de cem espécies de Bra-
formações como uma gradação entre o arenito da unidade quiópodos, Lamellibranquios, Gasterópodos, Coraes, Brio-
basal e siltitos e folhelhos da superior. São alternadamen- zoários, Trilobitas. Equinodermas e Peixes. sendo estas
te cinza a esverdeados, com siltitos cinza e finos leitos de três últimas classes comparativamente raras. Assinala a
arenito. notável coincidência entre estes estratos e a seqOência car-
bonífera superior (Coai Measures) dos Estados Unidos,
Bemerguy (1964) refere-se à Formação ltaituba como su- notando ainda que as faunas carboníferas boliviana e peru-
perposta aos arenitos da Formação Monte Alegre de idade ana pertencem ao mesmo horizonte geológico, mencio-
Pensilvaniana inferior e sotoposta à Formação Nova OI in- nando ainda que, comparados com os depósitos europeus,
da, atribuída ao Pensilvaniano médio. Tanto o contato os do Brasil são, pelos seus fósseis, mais relacionados
inferior como o superior são concordantes. com os de idade Permiana do que com os de idade sub-
carbonífera ou "Mountain Limestone".
Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971) referem-se ao
contato entre a Formação Monte Alegre e a Formação !tal- Derby (1898) cita que do lago Arapicu ao lago Abui, numa
tuba como sendo gradacionai ou abrupto. No primeiro ca- distância de 34km, encontram-se superfícies expostas de
so surgem no topo do Monte Alegre intercalações de tolhe- rochas indubitavelmente carboníferas. No lago Abui cons-
lhos, calcários, dolomitos e arenitos, que passam para a tatou uma seção geológica ascendente, que é a seguinte:
anidrita da base da Formação ltaituba. Quando abrupto, as calcário argiloso, argila azulada, folhelho calcífero, calcá-
anidritas ou calcários da Formação ltaituba recobrem rio fossilífero e folhelho arenoso com fósseis do Carboní-
diretamente os arenitos inferiores. fero.
GEOLOGIA/75
rios e arenitos com alguns folhelhos subordinados e hori- sills de diabásio atravessados, cujo somatório das espes-
zontes delgados de sílex. suras pode alcançar algumas centenas de metros.
Caputo, Rodriques e Vasconcelos (1971) citam que em Caputo & Andrade (1968) em seções parciais dessa forma-
perfície assina~am a predominância de calcários na base e ção, em quase todos os rios que atravessa"':l a fai~a de
tos, arenitos, siltitos 'e folhelhos intercalados. Em subsu- afloramentos paleozóicos no flanco sul da bacia, estimam
perfície assinalam a predominância de calcários na base e as seguintes espessuras: 417 m no rio Cupari, 250m no rio
anidritas no topo, sendo comuns no Alto Amazonas cama- Urupadi, 53m no rio Parauari e 155m no rio Amanã
das de sal confundindo-se com a litologia da unidade
superior. Para Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971 ), distribuiu-
se esta unidade nas Bacias do Alto, Médio e Baixo
Santos et ali i (1975) apresentam esta formação constituída Amazonas, desde próximo ao Arco de lquitos até o Arco de
por calcários associados a arenitos, folhelhos e siltitos, Gurupá, estimando sua espessura em subsuperfície como
sendo os evaporitos raramente encontrados em superfície, superior a 1200m
dada sua fácil dissolução
Segundo Santos et alii (1975), em poços perfurados na
exploração de petróleo nos rios Maués e Abacaxis as
espessuras estariam compreendidas respectivamente en-
2.2.9 4 - Formação Nova Olinda
tre 450-897m e 930-1025m
I 2 2 9.4 1 - Generalidades
Apesar de sua não freqüente constatação de forma direta 2.2.1 O - Diabásio Penatecaua
em superfície, a paleogeografia, trabalhos de sondagem
para petróleo, trabalhos de campo e as imagens de radar
permitem prever sua presença sob espesso manto intem- 2 2 10.1 - Generalidades
périco nos vales e interflúvios dos rios Nhamundá, Trom-
betas, Paru de Oeste, Maicuru e Curuá. É de se notar ainda No tocante a essa unidade estratigráfica, lssler et alii
que sua espessura aparente e o mapeamento de superfície (1974) assim escreveram: "Neste trabalho é proposta a
sofrem influências da desnudação e recuo da unidade denominação de Diabásio Penatecaua- termo da litologia
Terciária da cobertura. mais importante da unidade e do nome de um pequeno rio
formador do Jurauçu, que corta a rodovia Transamazônica
A sudoeste de Parintins, vale do Madeira, no poço 8km a oeste da Rurópolis Pres. Médici - conforme
1-AD-1 A-AM da Petrobrás a espessura é estimada em proposição de Andrade (1973) quanto à localidade-tipo, à
1500m; a oeste de Saritarém, foz do Tapajós, no poço unidade composta de rochas básicas introduzidas durante
1-AC-1-PA, a espessura é estimada em 1250m. Deve-se o intervalo jurássico-cretáceo em sedimentos da Sinéclise
notar que destes resultados não foram descontados os do Amazonas".
76/GEOLOGIA
Entretanto a ocorrência de rochas de caráter básico, afe- Barbosa (1967) atribuiu-lhes idade triássica inferior~ men-
tando sedimentos da Sinéclise do Amazonas, é de há cionando datação de 21 OMA.
muito conhecida, sendo que Derby (1877) referiu-se:
" ... na região paleozóica, o diorito é muito comum, for- Com respeito ao Diabásio Penatecaua, na sua localidade
mando diques enormes, e às vezes, parecendo ter sahido tipo, Andrade (1973) referiu-se ao mesmo como estando
dos planos de estratificação, tomando a aparência de estratigraficamente acima dos arenitos da Formação
camadas interestratificadas nas camadas sedimentárias". Trombetas e abaixo dos folhelhos da Formação Curuá.
Mencionou também outro tipo de rocha eruptiva, a qual Entretanto, esta situação estratigráfica é aparente, pois
denominou vagamente de "trapp", e ocorrente sob a forma este corpo básico ocorre sob a forma de si//, portanto
de diques estreitos, nas regiões de Ererê, Cajubim e considerado como posterior a essas unidades, e mais
Curumu (próxima de Alenquer). precisamente de idade Jurássico-Cretáceo.
Também Hartt (1898) referiu-se a "dykes de trapp" nas Santos et ali i (1975) atribuíram para a unidade em epígrafe
regiões de Monte Alegre e Ererê. idade Jurássico-Cretáceo, baseados em datações radio-
métricas, corroborando portanto a assertiva de lssler et ali i
Posteriormente a presença de rochas em outras regiões foi (1974).
atestada por inúmeros pesquisadores, dentre os quais
destacaram-se: Albuquerque (1922) no rio Uatumã, Oliveira Na Folha SA.21-Santarém, determinações geocronoló-
(1926) em sondagem no rio Urupadi, Oliveira (1928) no rio gicas efetuadas em rochas desta unidade confirmaram
Erepecuru, Albuquerque (1922) no rio Curuá de Alenquer, também seu posicionamento no Jurássico-Cretáceo.
Moura & Bastos (1929) no rio Maicuru
Com o advento da Petrobrás, a Bacia Amazônica foi sub- 2 2 10.2 - Posição Estratigráfica
metida a estudos maiores e mais acurados; assim, Kremer
(1956a) mencionou que as rochas intrusivas na região de O Diabásio Penatecaua apresenta-se intrudido na seqüên-
Monte Alegre consistiam de diorito, diorito pegmatítíco e cia paleozóica da Sinéclise do Amazonas, sob a forma de
dial;lásio O primeiro, sob a forma de um grande stock, foi corpos concordantes e discordantes, tais como diques,
o responsável pela formação da estrutura de Monte Alegre, sills e stocks Os diques e stocks mostram-se pene-
que soergueu as camadas do Siluriano, Devoniano e trando até rochas do Carbonífero Superior, enquanto os
Carbonifero O pegmatito foi observado somente na serra sills situam-se em diversos níveis da seção paleozóica.
ltauaiuri. Os diabásios foram encontrados principalmente Essas manifestações básicas não foram até o momento
na parte norte e oeste da área observadas em rochas da Formação Barreiras, cuja sedi-
mentação teria iniciado no final do Cretáceo Inferior.
Bischoff (1957) referiu-se a dois diques de diabásio, com
direção N42°E, no rio Acapu, constituídos por plagioclá-
sio, augita, alguma olivina e minerais acessórios 2 2 1O 3 - Distribuição na Área
No rio Uatumã, Freydank (1959) observou somente um Os diques, feições mais marcantes desta unidade, apre-
afloramento de rocha básica afetando a seção paleozóica, sentam direções predominantemente NNE e N-S e secun-
sendo que o autor supôs que o mesmo era devido a uma dariamente NNW. Suas maiores concentrações situam-se
pequena exposição de um grande corpo intrusivo de na- nos domínios da Sinéclise do Amazonas, entre os rios
tureza gabróide, que afetou a parte inferior do membro Erepecuru e Maicuru, porém seus prolongamentos podem
Ariramba da Formação Maecuru e foi responsável por afetar rochas do Complexo Guianense, da Formação
mergulhos em todas as direções e inúmeras pequenas Surumu e do Granito Mapuera.
falhas
Excelente exposição desta unidade é observada no rio
No tocante à estrutura de Monte Alegre, Montalvão & Maicuru, ainda dentro dos limites da Sinéclise do Ama-
Oliveira (1975) referiram-se à mesma como sendo uma zonas, constituindo um afloramento contínuo por cerca de
"braquianticlinal", a qual se formou por intrusão de rocha 10km e que se estende lateralmente por volta de 34km.
ígnea básica toleítica Portanto, esses autores mantiveram
para a origem desta estrutura a mesma hipótese anterior- Na Folha SA 21-X-C, foi observado o maior dique desta
mente formulada por Kremer (op. cit ) unidade, o qual se estendeu por cerca de 50km.' com dir~
ção NE-SW, desde o norte do rio Trombetas ate após o no
Fato digno de menção é o dique de diorito, encontrado por Acapu.
Albuquerque (1922) no lago do Erepecu, que possivelmente
corresponde ao extenso d;que de olivina diabásio, amos- Uma outra concentração de diques situa-se na porção NE
trado pelo Projeto RADAMBRASIL, e que se estende por da Folha SA.21-V-D, os quais se prolongam em menor
mais de 60km, com direção NE-SW. Este dique é obser- quantidade pela Folha SA.21-V-B.
vado desde a região compreendida entre a margem es-
querda do rio Trombetas e o lago do Erepecu, prolon-
gando-se até após o rio Acapu e mostrando uma feição 2.2.1 0.4 - Geocronologia
bastante nítida nas imagens de radar.
Na Folha SA.22-Belém, lssler et alii (1974) mencionaram
No tocante ao posicionamento dessas rochas básicas, idades de 134 ± 4MA e 175 ± ?MA, obtidas pelo método
Oliveira & Leonardos (1943) referiram-nas ao Rético. K/ Ar, para essas rochas básicas, e reiteraram a correlação
desta unidade com a Formação Orozimbo, ocorrente na
Bemerguy (1964) citou-as como pré-cretáceas, enquanto Sinéclise do Maranhão-Piauí.
GEOLOGIA/??
Idades muito prox1mas às acima mencionadas foram 24MA. Essas idades representam até o momento a última
obtidas por Basei (1974) para o Diabásio Penatecaua na reativação que teria afetado a região cratônica.
Folha SB.21-Tapajós, utilizando o método K/ Ar, que
forneceu valores de 144 ± 6MA e 177 ± 8MA. Para as rochas da Formação Apoteri, Mandetta (1970)
obteve idades, pelo método K/ Ar, compreendidas entre
O magmatismo básico que se acha bem caracterizado no 127 e 178MA; depreende-se desse modo que este vulca-
Território Federal do Amapá, principalmente sob a forma nismo é, ao menos em parte, contemporâneo ao Diabásio
de possantes diques com rumo N0°-50°W, recebeu de Penatecaua.
Lima et ali i (1974) a denominação de Diabásio Cassiporé, e
acusou idades, pelo método K/ Ar, compreendidas entre Basei & Teixeira (1975a) forneceram idades compreendidas
180 e 250MA. Da mesma ordem de grandeza foi a idade entre 135 ± 53MA e 183 ± 14MA, obtidas pelo método
obtida pelo método K/ Ar, para um dique de diabásio, K/ Ar em plagioclásio, para o Diabásio Penatecaua, na
mencionado por Oliveira et alii (1975). como tendo 201 ± Folha SA 21-Santarém
TABELA XXVII
Dados Analíticos e Idades K/ Ar das Rochas do Diabásio Penatecaua
ERRO
N.° Camoo Quadrícula Rocha Material %K Erro(%) A,4Drac~Xws Ar4Drad x 1o-s %ATM Idade (MA) Erro
TOTAL = 0,530 X 10-9 anos -1 K = 0,585 X 10"10 anos·1 K4o = 1,9 x 1o-2 do K total
2.2.10.5 - Petrbgrafia TABELA XXVIII
Diabásios
As amostras coletadas desta unidade estratigráfica são
~
representadas por diabásios que ocorrem sob a forma de
diques, com extensões bastante variáveis. No tocante aos
seus aspectos macroscópicos, possuem normalmente
m~
~c;;
(J
-
.,. ox.
-c;;
.., o
>l:
:;!: c;;
coloração preta, que no entanto às vezes tende ao esver- s li:~ ~~ ~~
deado. A granulação é fina a média e muito raramente
grosseira, a textura é subofitica e são observados plagio- Quartzo X X
clásios e piroxênio como minerais essenciais, enquanto a Feldspato Alcalino X X
magnetita é um acessório comum e sulfetos e quartzo são Labradorita/ Andes i na X
esporádicos. Labradorita X X
Olivlna X
Ao microscópio a textura subofitica é largamente domi- Augita X
nante, sendo a ofítica bastante rara. Dentre os minerais
Pigeonita X X
essenciais o plagioclásio predomina sob o piroxêAio,
aquele representado quase sempre pela labradorita, en- Anflbólio X
quanto andesina/labradorita foi observada em uma amos- Biotíta X X X
tra da Folha SA.21-X-D Seus cristais mostram-se alon- Apatíta X X X
gados com formas euédricas a subédricas, com macias de Opaco X X X
Albita e por vezes Carlsbad. O zoneamento é freqüente, Sericita X X
sendo que a alteração é variável, mostrando como pro- Clorita X X
dutos sericita, saussurita e carbonato. Urallta X X
Carbonato X X X
Dentre os piroxênios a pigeonita apresenta maior distribui- lddlngslta X
ção do que a augita, diferenciando-se desta pelo seu baixo Zeolita ? X
ângulo 2v. O primeiro tem formas anédricas e subédricas e Epidoto ?
mostra transformações a uralita e clorita principalmente,
apresentando também pequenos cristais de biotita e zeoli- (X) - presença do mineral sem Indicação da porcentagem estimada
ta (?)associados. A augita tem formas semelhantes às da
pigeonita, mostra-se menos alterada, e quando a mesma 2.2 11 - Formação Barreiras
está presente é o anfibólio. A presença de olivina foi
observada somente em uma amostra da Folha SA.21-X-C,
ocorrendo com formas arredondadas, incolor, bastante 2.2.11 .1 - Generalidades
fraturada e mostrando formação de iddingsita. Mostra-se
por vezes circundada pelo piroxênio, não tendo sido obser-
vada, no entanto, nenhuma reação entre ambos. Opacos e A primeira referência a esta unidade estratigráfica é encon-
apatita são os acessórios mais comuns, sendo que em trada em Oliveira & Leonardos (1943) - à qual se referem
algumas amostras pode-se observar localmente intercres- como Série das Barreiras - e que assim se reportaram:
cimento micrográfico entre quartzo e feldspato alcalino. "A primeira descrição das barreiras da costa baiana encon-
78/GEOLOGIA
tr-a-se na magnífica carta em que Pero Vaz de Caminha se expressou: "Moura, em 1940, aplicou a designação
comunica ao Rei de Portugal, em abril de 1500, a desco- Série Barreiras no Recôncavo Baiano. Barnes, em 1949,
berta do Brasil. .. " usou a designação de Formação ... Recentemente Biga-
relia & Andrade (1964) definiram o Grupo, e subdividiram-
Na Região Amazônica deve-se a Albuquerque (1922) a ma i~ no em duas formações (Guararapes e Riacho Morno) e
remota tentativa para denominação do Terciário, quando Campos Silva (1966) destacou mais duas, principalmente
se referiu ao "Arenito de Manaus". Posteriormente Maury na região de Natal (Macaiba e Potengi)". f:stas formações
(1924) atribuiu outra designação ao Terciário, quando crióu estão separadas entre si por discordâncias.
a Formação Pirabas, representada pelas camadas ma-
rinhas, fossilíferas, que ocorrem a leste de Belém, na faixa Fràncisco et ali i (1971 ), para sedimentos considerados
costeira dos Estados do Pará, Maranhão e Piauí. como Terciário Inferior, propuseram a denominação infor-
mal de Formação lpixuna, sendo o Terciário Superior
No entanto, diversos autores, que se seguiram, conti- representado pela Formação Pirabas e Grupo Barreiras,
nuaram a referir-se ao Terciário de uma maneira genera- este sobrepondo-se àquela.
lizada, como se pode observar.
Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (1971) preferiram a utili-
Carvalho & Oliveira (1926), sobre o Terciário no rio Aba- zação do termo Formação Alter do Chão - na qual está
caxis, assim se expressaram: "No traçado do perfil, incluí- incluso o "Arenito Manaus" db Albuquerque (1922) - em
mos numa só faixa todas as feições do terreno terciário detrimento de Barreiras por acharem esta designação
superficial, argilas variegadas e arenitos mais ou menos imprópria para definir formações que ocorrem em bacias
friáveis, porque, como já foi demonstrado pelo Dr. Odorico diferentes, além de alegarem a não existência de seção ou
R de Albuquerque, não há ordem na sucessão, quer localidade tipo.
horizontal quer vertical, dos elementos que constituem
esta capa que reveste todo o vale do Amazonas" Entretanto, o termo Barreiras continuou a ser utilizado
tanto como Formação ou Grupo, enquanto a Formação
Paiva (1929) referiu-se ao Terciário como "Terra Geral do Alter do Chão mantém-se em uso quase que apenas por
Japurá", "Barreiras Vermelha", Arenitos e Argilitos, como técnicos da Petrobrás
tendo similaridade com os depósitos terrígenos da costa
do Brasil Nunes et alii (1973) referiram-se· "Tanto a Formação Pira-
bas como a Formação lpixuna do Terciário Inferior (Fran-
Moura (1932) assim se reportou "As formações atribuídas cisco et alii, 1971) constituem no presente trabalho va-
ao Plioceno são idênticas às da Série das Barreiras da riações de facies da Formação Barreiras, impossíveis de
costa do Brasil, sem fósseis, até hoje consideradas dessa serem representadas, devido ao caráter do mapeamento e á
idade e que, no Baixo Amazonas, constituem as terras escala utilizada".
firmes que flanqueiam o grande rio até perto do estuário,
o baixo curso dos seus tributários e as terras firmes com- Para Santos et ali i (1975), as Formações Pirabas, Manaus,
preendidas entre estes, na região do seu curso inferior" Solimões, Araguaia, Macapá e outras podem ser síncronas
Incluiu nesta Série o Arenito de Manaus e portanto uma única unidade, neste caso, Formação
Barreiras.
No tocante ao Cretáceo, Derby (1877) afirma tê-lo reco-
nhecido com certeza nas montanhas do Ererê, baseando- Neste relatório mantemos a Formação Barreiras com a
se na presença de "dicotyledones", aliado ao fato dessas mesma conceituação proposta por Santos et ali i (op cit.),
camadas que se mostram perturbadas estarem recobertas considerando no entanto que a Formação Alter do Chão
pelos depósitos horizontais referidos ao Terciário. corresponde à unidade em epígrafe
À semelhança do Terciário, o Cretáceo manteve-se sem A característica mais notável desta unidade é pertinente ao
denominação especial, sendo devida a Oliveira & Leonar- aspecto econômico, pois a mesma encerra grandes jazidas
dos (op cit ) a denominação de Série ltauajari a um de bauxita, que estão localizadas principalmente nos
conjunto de arenitos - constituindo o coroamento das municípios de Almerim, Oriximiná, Faro e Paragominas.
serras da região de Monte Alegre - predominantemente Os bauxitos do vale Amazônico situam-se nas partes
de granulação fina, friáveis, existindo subordinadamente superiores dos platôs - em camadas praticamente hori-
tipos grosseiros que às vezes passam a conglomerados, zontais - que variam de 1OOm a 200m em relação ao rio
tendo cor escura-pardacenta ou vermelha. Amazonas, e que se mostram geralmente isolados. Se-
gundo Wolf (1972), o período de bauxitização é possi-
Com respeito à Formação Alter do Chão, ela foi primeira- velmente Plio-Pieistoceno, podendo atingir até o Ho-
mente referida por Kistler (1954), porém essa denomina- loceno.
ção não parece ter sido aceita de imediato, pois o Cre-
táceo/Terciário continuou sem nenhuma designação
especial por técnicos da Petrobrás, tais como Kremer 2 2 11 .2 - Posição Estratigráfica
(1956a), Freydank (1957a) e Freydank (1959)
A Formação Barreiras, devido a sua grande distribuição
Molnar & Urdidineia (1966) não concordaram com a deno- espacial, acha-se recobrindo discordantemente inúmeras
minação de Formação Pirabas e atribuíram-lhe a categoria unidades estratigráficas, tais como: na Folha NA/NB.22-
de membro, o qual foi posicionado na Formação Alter do Macapá ao Complexo Guianense; na Folha SA.22-Belém
Chão. aos Complexos Guianenses e Xingu, Grupo Tocantins,
sedimentos do Siluriano ao Carbonífero da Sinéclise do
Brito Neves (1968), com respeito ao Grupo Barreiras, assim Amazonas e Formação ltapecuru; na Folha SB.21-
GEOLOGIA/79
TapaJÓS, ao Complexo Xingu, Formação de Cobertura de desta faixa é o rio Amazonas, enquanto o limite sul é
Plataforma e Formações do Siluriano ao Carbonífero da representado pelo flanco sul da Sinéclise do Amazonas
Sinéclise do Amazonas. Mostra-se recoberta parcialmente que aflora até próximo do rio Tapajós, após o qual os
por sedimentos quaternários aluvíonários. sedimentos da Formação Barreiras penetram na Folha
SB.21 -Tapajós.
Nos domínios da Folha SA.21-Santarém, a Formação
Barreiras mostra-se também sotoposta, em parte, aos
sedimentos quaternários aluvionares, e sobreposta às 2.2.11 .4 - Litologias
rochas do Complexo Guianense, Formação Prosperança,
Grupo Urupadi, Formação Curuá e Grupo Tapajós A Formação Barreiras é constituída mormente por sedi-
mentos continentais vermelhos, exceção feita ao facies
Uma das características que auxiliam o posicionamento Pirabas - de caráter marinho, porém com alguma in-
estratigráfico desta unidade estratigráfica é que até o fluência continental - que é constituído, segundo Molnar
presente momento não foram observados em suas ca- & Urdidineia (1966), por arenito fino e folhelho cinza,
madas corpos básicos, quer concordantes quer discor- calcífero, fossilífero, calcário, coquina, meio duro a
dantes, e cujas manifestações mais recentes na Folha macio, amarelo, forma bem desenvolvida, calcarenito
S'A.21-Santarém situam-se no intervalo de 135 ± 53MA a muito duro com estratificação cruzada, pouco fossilífero,
183 ± 14MA arenito calcífero, fino; folhelho cinza, piritoso, com restos
No tocante a sua idade, Bouman, Mesner e Padden (op vegetais, calcilutito cinza-marrom, argilas calcíferas e ar-
cit.) referiram-se a um dente de réptil - encontrado no gilas cinza-amareladas, com finas intercalações de argila
azulada.
I
poço N0-1-AM na seção pertencente à Formação Alter do
Chão - identificado pelo Dr L I Price como de "Dinos-
sauro carnívoro", posicionando-o no Cretáceo Superior
Com respeito ao Arenito Manaus, Albuquerque (1922)
Molnar & Urdidineia (op cit ) atribuíram-lhe idade Oligo- definiu-o como arenito de textura média, cimento caoli-
Piioceno, baseados no fato do Calcário Pirabas ser bem nico, branco, geralmente manchado de vermelho, consis-
posicionado no Mioceno, enquanto Francisco et ~lii tente, consolidado com impregnações de óxido de ferro e
(op cit ) admitiram idade do Mioceno ao Plioceno, porem ocorrendo em Manaus,' no rio Urubu e muitas outras
este limite superior permanecendo com alguma dúvida localidades do Baixo Amazonas. Este arenito foi identifi-
cado por Montalvão & Oliveira (1975) na margem esquerda
Para Caputo, Rodrigues e Vasconcelos (op. cit ), sua idade do rio Trombetas, na cidade de Oriximiná, constituindo o
é Eocenomaniana a Eomiocênica, podendo mesmo al- barranco do rio, onde na base ocorre conglomerado silici-
cançar o Plioceno, ao passo que para Daemon (1975) ficado com seixos de até 2cm de tamanho, cor vermelha a
situa-se no intervalo entre o Albiano Médio a Superior, até vermelha-esbranquiçada, com nódulos arredondados,
o Cenomaniano e Turoniano, restringindo-a portanto ao brancos, compostos de grãos de quartzo e feldspato, este
Cretáceo último alcançando até 5% da rocha, a matriz é cons-
tituída de arenito fino a muito fino e argila, na parte média
~ o arenito é grosseiro a conglomerático, com estratificação
Neste relatório consideramos a Formação Barreiras como cruzada, direção E-W e mergulho 35°S; na parte superior a
pertencente ao Cretáceo/Terciário e muito possivelmente granulometria é média a fina, a cor avermelhada, silicifi-
como tendo idade abrangendo desde o Albiano Médio e cado
Superior até o Plioceno, pois consideramos o calcário
Pirabas como parte desta unidade estratigráfica.
A seqüência litológica de natureza continental mais aceita
para a Formação Barreiras é constituída por intercalações
de arenitos e argilitos, com conglomerados fubordinados
2 2 11 3 - Distribuição na Área Os arenitos são finos a médios, geralmente com estra-
tificação cruzada, tendo cores vermelhas a variegados,
Esta é a unidade estratigráfica que apresenta maior distri- argilosos, caulínicos, friáveis, podendo ter bancos silici-
buição espacial na Folha SA.21-Santarém; sendo que, ao ficados e duros, mal classificados, contendo grânulos e
norte do rio Amazonas, bordeja a parte sul da braquianti- seixos de quartzo esparsos, bem como bolas de argilas
clinal de Monte Alegre, seguindo com direção oeste por Os argilitos têm cores vermelho-tijolo e variegados,
uma faixa com aproximadamente 30km de largura e que se pobremente consolidados, são maciços, Iam i nados, tendo
estende lateralmente por toda a área mapeada, tendo como bolsas de areias Os conglomerados possuem seixos
limites, ao norte, as formações paleozóicas do flanco norte subarredondados com 5cm a 15cm de diâmetro, de quartzo
da Sinéclise do Amazonas, e ao sul, o rio Amazonas Esta e arenito silicificado
faixa acha-se truncada próximo da cidade de Alenquer
pelos sedimentos carboníferos do Grupo Tapajós, vol-
tando entretanto a aflorar na confluência dos rios Curuá e No vale Amazônico os platôs bauxitíferos apresentam
Amazonas, estendendo-se através do baixo Trombetas e segundo Wolf (1972) o seguinte perfil esquemático da base
baixo Nhamundá, onde é novamente truncada por sedi- para o topo argila mosqueada rósea, vermelha e branca;
mentos mais recentes, localizados nas calhas dos rios zona de transição que consiste em bauxita, alterando-se em
Jatapu e Uatumã. caulinita (0-2m); bauxita róseo, vermelho gibbsítico (0-4m);
ferralita ferruginosa em blocos (0-1 ,5m); concreções esfe-
Ao sul do rio Amazonas ocorre desde o limite leste da roidais e disformes de óxido de ferro cimentado por
Folha SA.21-Santarém, compreendendo os rios Curuá- gibbsita (0-1 ,5m), concreções esferoidais de gibbsita e
Una e Baixo Tapajós, prolongando-se com direção SSW óxido de ferro com estrutura pisolítica e vermicular
até o extremo ocidental da Folha em apreço. O limite norte (0-1 ,5m) e argila amarela plástica (0-8m).
80/GEOLOGIA
2.2.12 - Aluviões mento de minerais durante a granitização, fluxo de mi-
nerais devido a intrusões graníticas e processos rupturais
Os sedimentos quaternários que ocorrem nos domínios da posteriores. As paráclases exibem maior incidência na
Folha SA.21-Santarém são representados pelas aluviões, direção N45°-60°E e menos comumente nas direções
que ocorrem praticamente em todos os rios da região. N60°-75°W e N30°-45°W. As juntas estão presentes em
Algumas dessas aluviões, por serem bastante extensas, todos os quadrantes, porém com maior concentração nas
puderam ser mapeadas na escala adotada neste trabalho. direções N45°E e N45°-60°W.
As estruturas causadas por forças verticais apresentam-se O Grupo Urupadi mostra maior incidência de fraturamento
controladas por fraturas ortogonais, de direções NW-SE e segundo a direção N-S, secundariamente ENE-WSW e
NE-SW, sendo truncadas por sedimentos da Bacia do WNW-SSE.
Médio Amazonas.
A Formação Curuá foi afetada principalmente por rupturas
As rochas concernentes ao Complexo Guianense, que na ortogonais, segundo as direções E-W e N-S, secundadas
Folha trabalhada ocupa porções restritas, em relação com por NE-SW e NW-SE.
as Folhas SA.22-Belém, NA.22/NB.22-Macapá e
NA.21-Tumucumaque, apresentam lineações com dire- o Grupo Tãpajós apresenta fraturas segundo N-S, ENE-
ção predominante N45°-60°E, secundadas por aquelas WSW e WNW-ESE.
com direções N30°-45°E e N60°-75°W, enquanto as menos
expressivas situam-se nas direções diretamente para leste Os diques e sills foram separados em dois grupos: o de
e oeste Essas lineações são atribuídas ao fluxo e cresci- idade entre 1400-1200MA e outros indeterminados, que
GEOLOGIA/81
DIQUES DE DIABASIO
DIABASIO PENATECAUA Leituras 128
Leituras 163
COMPLEXO GUIANENSE-LINEAÇÕES
COMPLEXO GUIANENSE-FRATURAS
Letturas 1526
Leituras 300
FORMAÇÃO PROSPERANÇA-FALHAS
Leituras 126
FORMAÇÃO PROSPERANÇA-LINEAÇÕES
FORMAÇÃO PROSPERANÇA-FRATURAS Leituras 31 O
Letturas 102
Fig 8 - Diagramas das Feições Estruturais do Complexo Gulanense, Formação Prosperança e Olabásio Penatecaua
82/GEOLOGIA
GABAO SURETAMA- FRATURAS GABAO SURETAMA-FALHAS
Leituras 35 Le1turas 24
GRANITO MAPUERA-FALHAS
Leituras 511
Fig 9 - Diagramas das Feições Estruturais da Formação lricoumé, Granito Mapuera e Gabro Suretama
GEOLOGIA/83
associamos ao Craton Guianês, que apresentam grande Esta estruturação é representada por falhas e diques
concentração na direção N1 0°-15°E e em proporções básicos, os quais podem ser correlacionados ao Diabásio
menores segundo N15°-45°W e N0°-15°W; enquanto o Penatecaua, de idade Jura-Cretáceo, de direções seme-
outro grupo, associado principalmente à Sinéclise do lhantes Mostram uma direção geral N-S e NWN e NEN,
Amazonas - Oiabásio Penatecaua -, possui direções estendendo-se desde os limites norte da Folha SA.21-V-B
dominantes segundo N15°-30°E e N0°-15°E, e raramente até o âmbito da Sinéclise do Amazonas, quando então
para N30°-45°E e N0°-15°W. foram denominados Diabásio Penatecaua.
Os se8imentos Barreiras dispõem-se subhorizontalmente Neste trato de fraturamento foram mapeadas cerca de oito
em forma de platôs com alinhamentos de drenagem se- "bossas" de cerca de 5km de diâmetro, que parecem
gundo principalmente NW-SE e NE-SW truncar este alinhamento; porém, por ausência de dados
de campo, foram referidas ao Granito Mapuera No en-
tanto, admitimos que os mesmos estejam relacionados ao
evento tectono-magmático, definido por Lima et alii
31 - Estruturas Regionais (op cit ) como Episódio Cassiporé.
Esta feição é representada por falhas, fluxo dos minerais Nos domínios da Sinéclise do Amazonas, foram interpreta-
das rochas do Complexo Guianense e diques básicos, os das cinco anomalias de drenagem
quais apresentam maior realce e intensidade nos domínios
da Sinéclise do Amazonas, devido a maior resistência à
erosão, em especial na Folha SA 21-X-D Este evento foi 3 2.1 - Falha do Cach'orro
datado através de alguns corpos básicos, pelo método
K/Ar, fornecendo idades entre'183-135MA (Jura-Cretáceo), Esta feição ruptura! acha-se bem representada na Folha
sendo correlacionável ao Episódio Cassiporé de Lima SA 21-V-B, a qual corta em sentido diagonal, adentrando
et alii (1974), definido na Folha NA.22/NB.22-Macapá, e com pouca extensão para as Folhas SA 21-V-C e
Episódio Takutu, de Berrangé et alii (1973), que ader1tra SA 21-V-D
nas Folhas NA.20/NB.20-Boa Vista, segundo Montalvão
et alii (1975) Mostra uma continuidade de aproximadamente 190km,
constituindo-se em verdade numa zona de falha (com um
jogo de falhas paralelas de cerca de 10km), a qual empresta
31 3 - Alinhamento do Rio Cachorro às rochas do Grupo Uatumã uma marcante foliação, princi-
palmente na porção média da Folha SA 21-V-A A nordeste
Corresponde a uma feição ruptura! bem marcante locali- da Folha essa zona de falha é truncada por um enxame de
zada na Folha SA 21-V-A, a leste do rio Cachorro, que diques de diabásio de direção N-S, aproximadamente, que
inclusive apresenta uni caráter subseqüente, com direção podem estar relacionados ao evento Cassiporé, de Lima et
paralela a este alinhamento. alii (1974)
84/GEOLOGIA
Por toda sua extensão, apresenta-se cortada nas falhas NNW-SSE. Apresenta-se cortada por falhamentos perpen-
secundárias de direção NW-SE, principalmente no médio diculares, dentre os quais situam-se as Falhas do Jangada
rio Mapuera, orientado perpendicularmente ao falhamento e do Barreirinha.
em foco.
Aventamos aqui a possibilidade deste sistema de falhas
Acreditamos que esta falha, pela feição mostrada em ortogonais ser responsável pelo "emplacement" da alcali-
imagens de radar, seja de deslocamento horizontal (?). na jacente na serra do Malcuru.
Intercepta o Graben do Médio Mapuera, parecendo ser
mais jovem que o evento que elaborou este baixo estrutu-
ral. 3.2.6 - Falha do Cuminapanema
Nas imagens de radar, apresenta-se de forma retilínea, Na região em foco existe um jogo de falhamentos paralelos
bem evidente apesar da feição negativa, interceptando o aos do Cuminapanema que, juntamente com o de falhas do
rio Erepecuru em sua porção média, e constitui um dos Erepecuru, compõem um extenso e interno fraturamento
mais evidentes falhamentos na direção NW-SE Este falha- em forma de leque na Folha SA.21-X-A, penetrando para
menta tem deslocamento horizontal levogiro, que é perfei- as Folhas contíguas.
tamente discernível em imagens de radar
Foi mapeada, com base em interpretação, uma estrutura 3.2 7 - Falha do Pitinga
circular, relativa ao Granito Mapuera (?), na porção média
da Folha SA-21-X-A, que trunca esta feição ruptura!, Na sinclinal do Pitinga (interflúvio Pitinga-Jatapu), Folha
enquanto que a SE indicamos outra, através de alinhamen- SA.21-V-A, a porção central da estrutura é cortada por dois
tos circulares, sem estabelecer contatos Admitimos que falhamentos de direção NE-SW e NNE-SW, em ângulo
ambas poderiam estar ligadas a este processo ruptura! ag-udo. Denominamos o primeiro de Falha do Pitinga, em
vista de sua maior extensão, aproximadamente 60km,
cortar rochas do Grupo Uatumã nas periferias dessa sin-
323 - Falha do Barreirinha clinal
Situa-se na Folha SA 21-X-B, cortando rochas do Comple- É uma falha de deslocamento horizontal, seccionando o
xo Guianense, e controla o igarapé do Barreirinha, de eixo da sinclinal na sua porção mediana Provavelmente
caráter subseqüente, afluente da margem esquerda do rio estas falhas sejam contemporânes às fraturas de direção
Maicuru N-S que cortam a estrutura, algumas vezes preenchidas
por diques de diabásio, provavelmente relacionados ao
Mostra uma extensão de cerca de 90km, direção NE-SW, a Gabro Suretama, que intrude estes sedimentos.
qual a nordeste da Folha parece ser truncada na região da
serra do Maicuru, enquanto para sudoeste estabelece
contato por falha dos polimetamorfitos do Complexo Guia- 3.2.8 - Falha do Cidade Velha
nense com vulcânicas da Formação lricoumé
Dispõe-se no canto sudoeste da Folha SA 21-V-A, na
região do médio igarapé Cidade Velha Constitui uma falha
32 4- Falha do Jangada normal, de direção NE-SW, afetando rochas do Complexo
Guianense, ao qual imprime ali uma marcante foliação
Pertence ao mesmo conjunto de fraturas, da paráclase do neste sentido Apresenta uma extensão aproximada de
Barreirinhas, à qual é paralela. Corta rochas do Complexo 70km, e o conjunto de falhas que lhe são paralelas
GUJanense, controlando em grande parte o igarapé Janga- estabelece um contato estrutural entre o Complexo Guia-
da, afluente do Maicuru, o qual lhe confere um caráter nense e o Grupo Uatumã
subseqüente Intercepta a "Falha da Serra do Maicuru" a
partir da qual, em direção a leste, perde expressão. ' Salienta-se que dentro da faixa de atuação destes falha-
mentos foram mapeados dois corpos de composição gra-
Admitimos que esta falha, juntamente com a do Barreiri- nítica, relacionados ao Granito Mapuera, dEl idade pré-
nha, possa estar ligada ao Alinhamento Jari-Falsino, defi- cambriana superior
nido por Lima et alii (1974), nos domínios da Folha
NA 22/NB 22-Macapà.
3 2.9 - Horst do Cachorro
3.2.5 - Falha da Serra do Maicuru Este alto estrutural localiza-se na Folha SA.21-V-B, na
serra homônima, interflúvio Cachorro-Mapuera.
Constitui a feição ruptura! de maior realce da Folha
SA.21-X-B, com uma extensão de cerca de 140km e direção Mostra-se limitado por falhas normais e paralelas de
GEOLOGIA/85
direção NW-SE, séndo composto por rochas do Granito Duas paráclases paralelas de direção ENE-WSW limitam a
Mapuera com exposições na sua porção central de vulcâni- estrutura a N e a S e apresentam considerável extensão
cas lricoumé. Corresponde ao mesmo evento que elaborou fora dos domínios da mesma.
o Graben do Médio Mapuera, o qual limita-se a sul.
A sinclinal é composta por sedim_entos pré-cambrianos
relacionados à Formação Prosperança que mostram mer-
3.2.10 - Graben do Jatapu gulhos fracos chegando a subhorizontais no centro da
dobra É bordejada por rochas do Grupo Uatumã, represen-
Localiza-se na serra do Jatapu, no quadrante sudeste da tadas por intrusivas subvulcânicas de composição graníti-
Folha SA.21-V-A. Limita-se por falhas normais subparale- ca (Granito Mapuera) e efusivas (Formação lricoumé), as·
las de direção NNW-SSE. A zona abatida mostra-se preen- quais mostram lineamentos concordantes com a estrutura,
chida por rochas vulcânicas da Formação lricoumé e principalmente no nariz localizado no médio curso do rio
elásticos da Formação Prosperança. Pitinga. Nesta porção assomam quartzitos com mergulhos
de até 20° dispostos em cristas bem realçadas.que perdem
Aliás, na região da serra do Jatapu, dispõe-se uma série de a expressão na parte média da estrutura, e que foram
horst e grabens basculando rochas do Grupo Uatumã e originados por metamorfismo de contato pelas intrusivas
sedimentos da Formação Prosperança, ambos de idade subvulcânicas e efusivas do Gr.upo Uatumã.
pré-cambriana.
Deve ser ainda salientado que na periferia da sinclinal
Tendo em vista o grande número de intrusões do Gabro foi interpretado e estudado no campo um conjunto de
I
Suretama, nesta região, acreditamos que essas intrusões sedimentos relacionados à Formação Prosperança, alguns
foram responsáveis, em parte, pela formação destas estru- com disposição orientada à estrutura, parecendo ter sido
turas afetados pelos mesmos falhamentos que limitam em parte
a estrutura dobrada
86/GEOLOGIA
imagens de radar, em vista da presença de cristas e A seguir faremos uma descrição sucinta de cada estrutura,
alinhamentos circulares que acompanham o dobramento, baseada em dados de campo e características evidencia-
tanto no seu interior como nas partes periféricas. Apresen- das nas imagens de radar.
tam um diâmetro de aproximadamente 22km, cujo âmago
compõe-se de rochas graníticas (Granito Mapuera), envol-
vidas por vulcânicas lricoumé que ocupam as partes arra- 3.2.17.1 - Serra do Maicuru
sadas entre as cristas, com incipiente capeamento de
sedimentos inconsolidados. Esta estrutura assoma na parte centro-leste da Folha
SA.21-X-B, cuja morfologia assemelha-se a um "cone
Falhas normais de direção NE-SW e ENE-WSW cortam e seccionado", tendo como base um diâmetro de cerca de
limitam o domo, secundadas por paráclase NNW-SSE e 10km, em cujo topo dispõem-se lagos, emprestando uma
NW-SE, truncando as foliações circulares acima referidas feição pseudokárstica à referida serra.
A W e SW desta estrutura assomam sedimentos de cober- Ocorre na intercepção de fraturamentos orientados segun-
tura de plataforma, relacionados á Formação Prosperança, do NE-SW e NW-SE, aos quais correspondem a Falha
os quais revelam nas imagens de radar feições estruturais Serra do Maicuru, Falha do Jangada e Falha do Barreiri-
e distribuição dos afloramentos indicativos de perturba- nha Observa-se também a presença de alinhamentos
ções tectônicas inerentes a forças verticais, parecendo ter circulares nas periferias do corpo
sido afetados pelo plutão do Nhamundá, caracterizando-o
como pós-Formação Prosperança, fato este sem compro- Investigações de campo indicaram a presença de canga,
I
vação in loco hematita e magnetita, sendo que as análises químicas
efetuadas revelaram alto teor em titânio e elementos traços
No entanto, devido à falta de dados de campo, aventamos indicativos de paragênese alcalina, sugerindo um bed rock
as seguintes hipóteses para a origem desta feição dômica de composição alcalina-ultrabásica, com possível associa-
ção a um carbonatito.
- evento relacionado ao Sienito Serra do Acari, segura-
mente pós-Granito Mapuera,
3 2 17 2 - Região dos Rios ltapi-Velho
- plutonismo ligado ao Gabro Soretama, representado
por uma diferenciação magmática, haja vista que estas Nas cercanias do rio ltapi, afluente da margem esquerda
rochas intrudem os sedimentos Prosperança, do rio Cachorro, nos quadrantes nordeste e sudeste da
Folha SA 21-V-B, ocorrem nove corpos circulares de cerca
- estrutura ligada a uma caldeira de subsidência, de 5km de diâmetro cada, çom feições semelhantes em
imagens de radar, inclusive com espesso capeamento
- finalmente a que adotamos neste relatório. uma fase lateritico Fazemos destaque ao locado a 16km a oeste do
tardia no Granito Mapuera, em vista de sua grande distri- rio Velho, em vista do mesmo mostrar uma série de
buição temporal e espacial alinhamentos circulares ao redor do corpo, á semelhança
de d1ques anelares, além de apresentar um lago em sua
porção mediana
3 2 16 - Dobramentos da Serra do Jatapu
Este conjunto de "bossas" parece truncar o Alinhamento
Na Folha SA 21-V-A, serra do Jatapu, assomam quatro do Cachorro e foi aqui referido ao Granito Mapuera
dobramentos idiomórficos em elásticos da Formação
Prosperança, provocados por forças verticais, que admiti-
mos referidos ao plutonismo básico Suretama, tendo em 3 2 17 3 -'- Igarapé Tamaquaré
vista as relações de campo colhidas nesta região
Na porção centro-sul da Folha SA.21-V-B, nas proximida-
O par antjclinal/sinclinal apresenta seus eixos com dire- des do igarapé Tamaquaré, afluente da margem esquerda
ção NNE-SSW, com caimento para NNE A norte destes foi do rio Mapuera, expõe-se um corpo circular com apêndices
mapeada uma estrutura dômica, com alinhamentos circu- correspondentes a mega-apófises, com diâmetro de 12km
lares bem marcantes nos sedimentos, e a sudoeste foi e relacionado ao Granito Mapuera, e cuja parte central com
indicada uma estrutura dobrada com eixo não determina- cerca de 4km de diâmetro compõe-se de vulcânicas rioda-
do cíticas da Formação lricoumé. Ao redor do corpo dispõem-
se corpos graníticos alongadcs no sentido da estrutura.
3 2 17 - Estruturas Circulares
Fraturamentos de direção ENE-WSW e NE-SW cortam o
Dentre a série de corpos circulares mapeados na Folha referido corpo
SA 21-Santarém, destacamos aqueles que pelas suas fei-
ções texturais, morfológicas e litológicas merecem uma
posição de destaque, pelo seu posicionamento estrutural, 3 2 17 4 - Igarapé Grande
ou .. então, aqueles que possam apresentar um cunho de
ordem econômica. Na Folha SA.21-X-A, na região do igarapé Grande, afluente
da margem esquerda do rio Erepecuru, afloram três corpos
Os que se situam entre os parâmetros acima citados são: circulares de diâmetro igual a Bkm, referidos ao Granito
serra do Maicuru, região dos rios ltapi e Velho, igarapé Mapuera e intrusivos nos vulcanitos lricoumé que ocupam
Tamaquaré, igarapé Grande e serra do Acari. a região arrasada
GEOLOGIA/87
Morforlogicamente, esta região parece corresponder a uma Andirá e Jatapu foi detectada através de métodos geofísi-
zona abatida de um graben, porém não existem evidências cos (sísmica de refração).
de campo para corroborar esta hipótese.
- Direção estrutural dos rios Mamuru-Arapiuns. as falhas
observadas com direção N30°E foram responsáveis pelos
3.2 17.5 - Serra do Acari visíveis alinhamentos e grandes inflexões nos rios Mamuru
e Arapiuns.
Nos limites das Folhas SA.21-V-A e SA.21-V-B em sua
parte superior dispõem-se corpos de composição sieníti- - Agrupamentos de falhas das cabeceiras dos rios Cu pa-
ca, referidos ao Sienito Serra do Acari. Apresentam forma ri, Curuá-Una e Salobre estas falhas, grosseiramente
elips~idal com. cerca ~e 13km por 8km e 11 km por 5km
paralelas e com orientação geral N60°E, sugerem um
(relaçao dos e1xos ma1or e menor dos corpos situados a sistema escalonado.
norte e a sul, respectivamente).
- Tectônica do rio Tapajós. hipótese do baixo curso do
O corpo a norte mostra um conjunto de cristas circulares rio Tapajós ter-se desenvolvido em um graben foi baseada
que podem tratar-se de diques anelares · ' na presença da grande quantidade de diques básicos e no
aspecto retilíneo das margens desse rio, que sugerem a
Estes corpos dispõem-se no contato de vulcânicas lricou- existência de falhas Os falhamentos iniciais possivelmen-
mé e intrusivas Mapuera te se desenvulveram no Jura-Triássico, sendo portanto
cQntemporâneos com as intrusões básicas Estes falha-
mentes foram reativados após a deposição dos sedimen-
tos do Cretáceo-Terciário, havendo um afundamento do
3 2 18 - Corpos Tabulares graben em direção ao norte, passando a canalizar as águas
do rio
Dentre os corpos tabulares assinalados na Folha
SA.21-Santarém, ressaltamos os que ocorrem no médio
rio Curuá e a leste do rio Cachorro Cunha (op. cit ) observou também três grandes anomalias
de drenagem: a primeira formada pelas cabeceiras dos rios
Nas Folhas SA 21-X-B e SA 21-X-D, ocorre um enxame de Aruã, Arapiuns e afluentes do rio· Mamuru, a segunda
diques com direção geral NW-SE, que de acordo com visível a montante do cotovelo do rio Piratucu; a última
dados disponíveis mostram composição ácida e básica. situada nas cabeceiras do rio Anebá.
Suas disposições geom&tricas assemelham-se em certos
locais a diques anelares e radiais Lima & P Fernandes, quando da interpretação final em
imagens de radar dos sedimentos relacionados à Sinéclise
do Amazonas, evidenciaram nos domínios do Grupo
A leste do rio Cachorro, na Folha SA 21-V-8, assomam Tapajós duas anomalias de drenagem situadas nas Folhas
Jiques básicos que compõem o já referido Alinhamento do SA 21-X-C e SA 21-X-D, atinentes às bacias dos rios
rio Cachorro Trombetas e Mamiá, respectivamente
Nos domínios da Sinéelise do Amazonas expõe-se uma A estrutura existente na bacia do Trombetas tem forma
3érie de diques básicos, cuja maior incidência situa-se na aproximadamente circular, enquanto a da bacia do Curuá
Folha SA 21-X-D, perdendo expressão em direção a oeste, apresenta estruturação elipsoidal, com eixo maior de dire-
dos quais citamos o aflorante no lago do Erepecu, que ção aproximadamente E-W, ambas foram assinaladas em
apresenta uma extensão de cerca de 50km nosso mapa geológico como estruturas não determinadas,
contudo podem estar relacionadas às intrusivas básicas
Estes diques foram definidos como concernentes ao Dia- Penatecaua, de idade Jura-Cretácea, à semelhança da
básio Penatecaua e compõem o Lineamento Paru-Monte Braquianticlinal de Monte Alegre, ou então, como possibi-
Alegre, já citado anteriormente lidade mais remota, a diapiros salinos da Formação Nova
Olinda, uma vez que as mesmas parecem situar-se nas
áreas de exposição desta unidade, segundo trabalhos de
3 2 19 - Outras Estruturas campo efetuados nos rios Trombetas e Mamiá por geólo-
gos da Petrobrás
Quando da interpretação da Bacia do Médio Amazonas,
utilizando imagens de radar, Cunha (1973) observou as
seguintes estruturas: 4 - HISTÓRIA GEOLÓGICA
- Direção estrutural do rio Urubu ao rio Crepori: esta A área em apreço é constituída por duas unidades geotec-
feição com orientação geral N45°W foi verificada na porção tônicas bem marcantes, uma representada por um bloco
noroeste da Folha SA.21-Santarém, sendo caracterizada bastante antigo, cratonizado, e a outra pelo espesso
pelo curso predominantemente reto dos rios Urubu e pacote sedimentar paleozóico que constitui a Sinéclise
Paraconi. A partir deste rio, novos alinhamentos são (rift) do Amazonas.
visíveis na região do rio Crepori, os quais também foram
responsáveis pela grande inflexão do rio Abacaxis. O embasamento crustal é composto de rochas dobradas,
pertencentes aos facies metamórficos meso e catazonais
- Direção estrutural de ltaituba ao rio Jatapu: esta dire- arrasados, com formação e transformações provavelment~
ção estrutural tem suporte nos flancos com direção geral durante os Ciclos Orogênicos Guriense e Transamazônico
N40°W, situados ás proximidades da cidade de ltaituba e O processo de ultrametamorfismo que afetou essas rochas
que se prolongam para NW. Sua continuidade pelos rios deu-lhes uma plasticidade que desenvolveu estruturas de
88/GEOLOGIA
fluxo, resultantes de uma fusão parcial (reomorfismo e formam uma topografia escarpada, com serras alcantila-
palingênese) e/ ou fusão total (anatexia). As rochas que das nas bordas da Sinéclise (rift) do Amazonas e que
representam esta fase de granitização apresentam isócro- correspondem às Formações Trombetas, Maecuru e Ererê.
na de referência Rb/ Sr de 1900MA. SeguiÚ-se uma sedimentação com clastos mais finos, de
ambiente mais profundo, compostos predominantemente
Sobre esse embasamento crustal possivelmente desenvol- por folhelhos cinza, negros, lilás, arenitos e siititos, que
veram-se rift ou rifts que foram preenchidos por psamitos, constituem a Formação Curuá, cujo baixo relevo contrasta
palitos, com lentes de calcários manganesíferos, seqüên- com os das unidades anteriores. A última seqüência a se
cias quartzosa-ferríferas, impurezas carbonosas e alumi- depositar é constituída por arenitos, folhelhos, margas,
nosas, associadas a um vulcanismo básico e ultrabásico. calcários e evaporitos, representados pelas Formações
Tais rochas foram dobradas e metamorfizadas na facies Monte Alegre, ltaituba e Nova Olinda, pertencentes ao
xistos verdes a anfibolito, por volta de 1800-2100MA. Essa Carbonifero Superior, e cujas únicas feições mais desen-
seqüência de característica geossinclinal - está bem volvidas são devidas às camadas arenosas da Formação
representada e distribuída nas Folhas NA/ NB 22-Macapá e Monte Alegre, as quais podem formar serras.
SA 22-Belém, mostrando ainda remanescentes na Folha
SA 21-X-B - pela sua disposição estrutural levou-nos a No decorrer de quase toda a Era Mesozóica não temos
considerá-la como sendo um trafrogeossinclinal(is) forma- registro de sedimentação na Sinéclise (rift) do Amazonas,
do(s) dentro do Craton Guianês. Essas rochas pertencem tendo-se processado no entanto uma reativação tectomag-
ao Grupo Vila Nova, as quais acreditamos terem sido mática de caráter básico toleitico, com intrusões de di-
formadas por uma tectogênese posterior à que deu origem ques, si//s e stocks pertencentes ao Diabásio Penatecaua
aos polimetamorfitos do Complexo Guianense; pois estes
grupos mostram-se em discordância de natureza angular e Durante o Cretáceo-Terciário a Sinéclise (rift) do Amazonas
foi transgredida por sedimentos continentais de natureza
até o presente momento não foram observadas evidências
flúvio lacustre e paludal, constituídos por arenitos e silti-
de granitização nas rochas basais do Grupo Vila Nova tos da Formação Barreiras, que cobre uma vasta região,
A seguir houve um esmorecimento dos processos de com sedimentos de formas lenticulares, mostrando por
dobramento, com predominância de falhamentos e movi- vezes uma sedimentação típica de preenchimento de canal
mentos verticais em blocos, com soerguimento de cadeias e com deposição rápida, onde são observados arcóseos e
de montanhas Durante esta fase começou uma atividade brechas do Arenito de Manaus
magmática marcante, representada por vulcanismo calco-
alcalino e intrusivas de composição alcalina a peralcalina Os sedimentos recentes são representados pelas aluviões
dos rios e sedimentos argilosos do fundo dos lagos e das
pertencentes ao Grupo Uatumã, com idades situadas no
planícies de inundação
intervalo 1900-1500MA e paroxismo marcante por volta de
1700MA
5 - GEOLOGIA ECONÔMICA
A essa atividade magmática seguiu-se uma sedimentação
de arenitos e arcóseos, com menor contribuição de siltite:s
e folhelhos que preencheram bacia ou bacias, estendendo- 51 - Generalidades
se por grandes áreas, demonstrando uma subsidência e
levantamento lento da área. Estes eventos caracterizam um Dentro dos limites abrangidos pela Folha SA.21-Santarém
estágio de transição são conhecidos os grandes jazimentos bauxitíferos no
município de Oriximiná, com trabalhos de lavra a serem
Após a deposição desses sedimentos que constituem a iniciados em 1977 pelos Grupos Jari I AI coa e Companhia
Formação Prosperança, falhas profundas foram formadas Vale do Rio Doce
ou rejuvenescidas, sendo a área intrudida por diques sills e
stocks básicos, toleiticos, que afetaram as demais unida-
As ocorrências de gipsita, no rio Cupari, cujos trabalhos
des Esse magmatismo básico, denominado Gabro Sureta-
de pesquisa realizados pela Companhia de Pesquisa de
ma e que apresenta idades situadas entre 1400 e 1200MA,
Recursos Minerais encontram-se encerrados, e salgema,
representa juntamente com outras rochas magmáticas
na região de Aveiro, em fase de pesquisaJ pela Camitá,
alcalinas o estágio de estabilizàção do Craton (Montalvão,
1975) constituem os minerais não metálicos cujas possibilida-
des de produção a curto prazo se tornaram mais evidentes.
Posteriormente a região foi submetida a reativações com A Companhia Siderúrgica da Amazônia - SIDERAMA
falhamentos e desenvolvimento de faixas cataclasadas e desenvolve esforços para que os trabalhos de lavra de ferro
milonitizadas, com direções NE-SW e N-S, que constituem do rio Jatapu ora paralisados retornem às fases de produ-
o Episódio denominado Nickeriano ou K'Muduku ou Jari- ção normal, prosseguindo os ritmos anteriormente alcan-
Falsino, cuja atuação processou-se entre 1300-1 OOOMA. çados
Como podemos observar,os grandes jazimentos existentes
Possivelmente no final do Pré-Cambriano ou início do
na Folha SA.21-Santarém encontram-se em regiões de
Paleozóico houve, ao que parece, a separação do megablo-
co que correspondia ao Craton Guianês e do Guaporé ocorrências das rochas paleozóicas e terciárias; entre-
(Escudo das Guianas-Escudo Brasileiro), processando-se tanto as demais unidades estratigráficas também eviden-
ent~o a elabo_ração da Sinéclise (rift) do Amazonas, cujos ciam grandes possibilidades metalogenéticas, daí a ne-
sedimentos sao de natureza marinha. Sua seqüência basal cessidade de um tópico mais específico sobre a economi-
é constituída predominantemente de arenitos e siltitos que cidade da região no campo da mineração.
GEOLOGIA/89
5.2 - Ocorrências Minerais No nordeste da Folha SA.21-Santarém, mais precisamente
40km a leste do rio Maicuru no ponto de coordenadas
Os litotipos observados dentro da porção que compreende ooo3o'N e 54°20'WGr., a serra do Maicuru constitui um
a Folha SA.21-Santarém revelaram uma gama bastante corpo ígneo intrusivo circular, anômalo, isolado entre
diversificada de ocorrências minerais, sendo as mesmas rochas do Complexo Guianense, este intensamente cata-
expressas neste tópico geoeconômico segundo a classifi- clasado. Estruturas planares penetrativas de direção geral
cação químico-tecnológica (industrial) de Dorokhin et alii N45° E parecem cortar este corpo intrusivo, não se obtendo
(1969). relacionamentos estruturais mais conclusivos em virtude
do espesso capeamento laterítico existente sobre a serra.
TABELA XXIX
Análises Químicas da Intrusiva do Maecuru
I ~MUD· 11
MUDo 1 2
MUDo171
s
SI~
%
0,45
0,60
0,61
AI2Qa
%
4,5
5,0
1,7
Fi12Qa
%
67,09
67,25
72,51
FoO
%
1,89
1,48
1,26
MnO
%
0,25
0,24
0,20
TI~
18,6
18,1
17,8
%
CIIO
%
traços
traços
traços
MgO
%
2,9
2,7
3,6
K20
%
om
0,02'
0,02
No20
%
0,01
0,04
0,03
0,01
P20s
%
0,47
0,32
0,11
s
%
0,45 "'0,02
0,03
0,01
0,02
uaoa
ppm
<20
<20
<20
<20
Th~
ppm
<30
<30
<30
<30
P.F
%
3,9
3,9
1,6
0,0
MUD 17 2 0,30 2,0 69,68 1,82 0,27 19,4 traços 6,0 0,01
o, o
0
MUD 17 3
0
0,50 2,2 67,10 3,30 0,30 19,2 traços 7,5 0,04 0,12 <0,10 0,02 <20 <30
MUD o17 4 0,60 4,4 73,56 0,59 0,16 11,5 traços 1,3 0,01 0,02 0,40 0,03 <20 <30 6,7
MUD o17 5 0,35 1,7 72,12 1,70 0,20 19,4 traços 4,8 0,01 0,02 0,10 0,01 <20 <30 0,0
0,78 7,4 0,13 19,9 traços 1,2 0,01 0,01 0,32 0,07 <20 <30 8,5
MUDo18 60,40 0,30
MUDo 599 1,0 3,7 73,18 0,07 0,10 8,7 traços 0,57 0,01 0,02 1,4 0,03 <20 <30 10,4
MUDO 599A 0,45 2,5 74,10 0,30 0,13 11,1 traços 1,0 0,02 0,05 1,0 0,01 <20 <30 9,3
MUDo 599B 0,55 5,2 52,30 0,44 0,18 29,7 traços 1,1 0,01 0,01 1,7 0,02 <20 <30 8;5
GEOLOGIA E SONDAGEMS L TOA (GEOSOLJ Dosagens de Si02, AI203, Fe203, FeO, MnO, Ti02, CaO, MgO K20, Na20 P205
S, U305, Th02 e PF. MnO, FeO e Fe203 por Via úmida; MgO, Ti02, Si02, AI203, P205,
S, CaO, U305 e Th02 por Fluorescência de Raios-X (Amostras Fundidas); Na20 e K20 por Fotometrla de Chama Boletim n • 12.128 B
TABELA XXX
Análises Químicas da Intrusiva do Maecuru
..
AM
~
MUO~
MUD· 12
MUDo171
11 <
<
<
ppm
Sr
10
10
10
<
<
<
ppm
w
100
100
100
Au
ppm
< 0,05
< 0,05
< 0,05
ppm
<
<
<
Ag
0,5
0,5
0,5
To
ppm
<200
<200
<200
Mo
ppm
< 10
< 10
< 10
Nb
ppm
<20
<20
<20
lr
ppm
400
380
500
ppm
< 10
< 10
< 10
y cu
ppm
22
27
25
co
ppm
106
106
110
Nl
t!eO
600
720
Cr
..... ..... .....
2000
2100
2900
<10
< 10
< 10
-
v
270
250
410
MUDo 17 2 < 10 < 100 < 0,05 < 0,5 <200 < 10 <20 190 < 10 25 150 900 1450 < 10 310
MUDo 17 3 < 10 < 100 < 0,05 < 0,5 <200 < 10 <20 160 < 10 21 160 no 790 < 10 335
MUD o17 4 < 10 < 100 < 0,06 < 0,5 <200 < 10 <20 290 < 10 39 61 630 4700 < 10 390
MUD o17 5 < 10 < 100 < 0,05 < 0,5 <200 ~ 10 <20 140 < 10 20 140 790 1400 < 10 315
MUDo16 < 10 < 100 < 0,05 < 0,5 <200 < 10 <20 400 < 10 29 <10'\ 340 4400 < 10 230
MUD- 599 < 10 < 100 <0.05 < 0,5 <200 < 10 <20 160 < 10 20 72 720 3000 < 10 160
MUD- 599A < 10 < 100 <0,05 < 0,5 <200 < 10 <20 190 < 10 25 96 720 2000 < 10 220
MUD- 5998 < 10 < 100 < 0,05 < 0,5 <200 < 10 <20 790 < 10 60 <lO 130 520 < 10 430
GEOLOGIA E SONDAGENS LTDA. (GEOSOL) Dosagens de Sr, W, Ta, Ag, Mo, Nb, Zr, Y, Cu, Co, Nt, Cr, Sn, V por Espectrografta Ótica
Boletim n.• 12128; o método usado reporta a concentração total do elemento Dosagem de Au por Absorção Atômica feitas em 40 g da amostra.
Boletim, n.• 12128 A
90/GEOLOGIA
5.2.1 .2 - Metais não Ferrosos Zinco
A este da serra do Sete de Setembro, nas proximidades do Apresentam-se em terraços de el~v~ções vari~das, com
topos normalmente aplainados e n1ve1s de ~rosao marc~n
rio Curuá com a estrada PA-56 que liga Monte Alegre à tes. Sua composição inclui argilas e/ou sedimentos argila-
Colônia da Mulata, trabalhos de prospecção geoquímica arenosos pertencentes à Formação Barreiras, tendo na
ali realizados revelaram os seguintes resultados:
base areias semiconsolidadas.
Cobre
um perfil esquemático nesta seqüência é representado
- valores inferiores a 50ppm nas áreas sem fraturamento
e diabásio. por:
a) cobertura argilosa
- próximo aos diabásios 200 a 500ppm.
b) horizonte laterítico psolítico
- valores anômalos em zoné\S de fraturas sem corpos de
diabásio têm pequena distribuição espacial e amplitude. c) horizonte de concreções ferruginosas
GEOLOGIA/91
d) zona de gibbsita cristalizada radar observa-se um ravinamento oem desenvolvido nesta
região provavelmente devido à erosão diferencial, poden-
e) horizonte de argila caulinítica do-se in loco determinar prováveis colinas ou depressões
provenientes do desmoronamento de cavernas preexisten-
f) areias semiconsolidadas. tes.
I
processo de alteração puramente químico em regiões PF 38,80 33,0
tropicais e subtropicais, implicando também em condi- Na20 0,30 0,24
ções de peneplanização generalizadas. K20 0,48 0,14
92/GEOLOGIA
Aveiro, mais precisamente na região da localidade Manoel - Pegmatitos com cassiterita, tantalita, columbita e
João, cujas coordenadas são: latitude 03°47'8 e longitude ouro;
55°20'WGr.
- Metamorfitos manganesíferos (xistos - manganesi-
A Formação Nova Olinda, unidade estratigráfica caracte- feros, anfibolitos, gonditos, rodocrosita).
rizada pela presença de evaporitos, apresenta na área desta
ocorrência blocos de siltitos e folhelhos, tendo como Grupo Uatumã
litologia complementar halita, calcários e arenitos. A
gipsita aparece na porção superior desta unidade com Formação lricoumé
espessura média de 19,88m, cor cinza-esverdeada e hábito
fibroso. A leste do rio Cupari, fragmentos de gipsita com Probabilidades metalogenéticas limitadas, entretanto
granulometria de seixos a matacões disseminados no como matéria-prima no campo das obras viárias,
capeamento são bastante freqüentes. indústria da construção civil, há amplas possibilidades
de aproveitamento.
As análises químicas obtidas foram realizadas no Labo-
ratório de Análises Minerais- CPRM, Rio de Janeiro, e o
Granito Mapuera
percentual de gipsita nas partes fraturadas, no Laboratório
de Química - CPRM da Agência Belém A composição
teórica encontrada apresenta os seguintes valores: Facies sódico (peralcalino) cassiterita, topázio, colum-
bita, tantalita, oirocloro e espécies minerais ra-
dioativas ·
CaO
Geneticamente estes evaporitos estiveram submetidos a - Diamante, ouro, espécies minerais radioativas
um controle físico-químico, caracterizando um balanço
entre a água fornecida e a evaporação deste solvente Gabro Suretama
culminando com a deposição do sulfato em ambiente
pene-salino a salino. Disseminações de sulfetos de cobre e níquel, podendo
nos lateritos sobrejacentes ocorrer minerais de ferro
níquel e cobalto '
53 - Possibilidades Metalogenéticas da Área
Veeiros de quartzo com ouro, 5.4 - Situação Legal dos Trabalhos de Lavra e Pesquisa
Mineral na Área
Caulim nos pegmatitos intemperizados
Segundo informações obtidas junto ao DNPM, através dos
Grupo Vila Nova 5. o e 8. o Distritos, é a seguinte a situação legal dos
Trabalhos de Lavra e Pesquisa nos domínios da Folha
- Graisens com cassiterita;
SA.21-Santarém.
GEOLOGIA/93
5.4.1 - Decretos de Lavra
54 2 - Alvarás de Pesquisa
O N.P M Interessado Dec. Lavra Substância Município
I
800.173/73 Idem 1406/73 Idem Acará
800 174/73 Idem 1422/73 Idem Monte Alegre
800 175/73 M in. ltapui Ltda. 1346/73 Cobre Idem
800.176/73 Idem 1347/73 lder.n Idem
800.177/73 Idem 1348/73 Idem Idem
800.178/73 Idem 1349/73 Idem Idem
800.179/73 Idem 1350/73 Idem Idem
800 180/73 Idem 1357/7~ Chumbo Idem
94/GEOLOGIA
D.N.P.M. Interessado Alv. Pesq. Substância Município
806.164/71 Cia Agro lnd. de Monte Alegre 000.426/72 Calcário Monte Alegre
806.165/71 Eduardo Dias 000.427/72 Idem Idem
806.166/71 Idem 000.~78/72 Idem Idem
806.167/71 Idem 000.428/72 Idem Idem
806.168/71 Idem 000.379/72 Idem Idem
806.169/71 Idem 000.429/72 Idem Idem
809.538/73 M in. I ri ri Ltda. 692/74 Enxofre Urucará
809.539/73 Idem 693/74 Idem Idem
809.540/73 Idem 694/74 Idem Idem
809.541/73 Idem 695/74 Idem Idem
809.542/73 Idem 696/74 Idem Idem
809.543/73 Min. ltacaiunas Lida. 868/74 Idem Idem
809.544/73 Idem 869/74 Idem Idem
809.545/73 Idem 870/74 Idem Idem
809 546/73 Idem 871/74 Idem Idem
809.595/73 Min. Santarém Lida. 789/74 Idem Idem
809.596173 Idem 775/74 Idem Idem
809.597173 Idem 726/74 Idem Idem
809.598173 Idem 735174 Idem Idem
809 599173 Idem 736/74 Idem Idem
81 o 393172 Cia. de Mineração Rio Acima 1200174 Molibdênio Oriximiná
810 396172 Idem 1201174 Idem Idem
810.397172 Idem 1202174 Idem Idem
810.399172 Cia de Mineração Rio Acima 1203174 Cobre Idem
810 401172 Idem 1204/74 Idem Idem
810 402172 Idem 1205174 Idem Ldem
811 .11417 4 Comminerium S A. 516/72 Tantalita Urucará
811 115174 Idem Idem Idem Idem
811 116174 Idem Idem Idem Idem
811 11717 4 Idem Idem Idem Idem
811 118174 Idem Idem Idem Idem
811 .119 I 74 Chromiun Min SA 630172 Idem Idem
811 120174 Idem Idem Idem Idem
811 121 I 74 Idem Idem Idem Idem
811 122174 Idem Idem Idem Idem
811 123174 Idem Idem Idem Idem
811 .124174 Aurum Mineração S.A. 631172 Idem Idem
811 125174 Idem Idem Idem Idem
811.126174 Idem Idem Idem Idem
811 127174 Idem Idem Idem Idem
811 128174 Idem Idem Idem Idem
811.573170 Otaviano R da Cruz 1751173 Bauxita Nhamundá
811.574170 Idem 1752173 Idem Idem
811 575170 Idem 1753173 Idem Idem
811 576170 Idem 1754173 Idem Idem
811 577170 Idem 1255173 Idem Idem
811.729171 J Cruz lnd & Com Ltda 625 Água Mineral Manaus
812.140173 Maria Clara P. S Tapajós 1398/74 Calcário Monte Alegre
813.634170 C ia Guanabara Com lnd 716/72 Cassiterita Manaus
813635170 Idem 690172 Idem Idem
813 636170 Atlântico Empreend. 1119 Idem Idem
813.637170 Idem 1120 Idem Idem
813.638170 Atlântico Empreend Administração 1094 Idem Idem
813 640170 Idem 1095 Idem Idem
814.288174 Min. Serra do Navio Ltda. 589/72 Cobre Urucará
814.289174 Idem Idem Idem Idem
814.290/74 Min. ltapagé Ltda. 810/72 Idem Nhamundá
814.291/74 Idem Idem Idem Idem
814.292/74 Idem Idem Idem Idem
814.293/74 Idem Idem Idem Idem
814.294/74 Idem Idem Idem Idem
814.296/74 Min. Amapari Lida. 587/72 Idem Urucará
814.297/74 Idem Idem Idem Idem
814.298/74 Idem Idem Idem Idem
814.299/74 Idem Idem Idem Idem
GEOLOGIA/95
D.N.P.M. Interessado Alv. Pesq. Substância Municlpio
I 814.337/74
814.341/74
814.342/74
814.345/74
814.346/74
814.347/74
Idem
Aporema Ltda
Idem
Min. Cassiporé Ltda.
Idem
Idem
Idem
588/72
Idem
698/72
Idem
Idem
Idem
Idem
Idem
Idem
Idem
Idem
Idem
Nhamundá
Idem
Urucará
Idem
Idem
814 348/74 Idem Idem Idem Idem
814.349/74 Idem Idem l'dem Idem
814.353/74 Min. ltacurussá Lida. 812/72 Idem Brasiléia
814.354/74 Idem Idem Idem Idem
814 355/74 Min. ltamira Ltda 811/72 Idem Idem
814.356/74 Idem Idem Idem Idem
814.357/74 Idem Idem Idem Idem
814 358/74 Idem Idem Idem Idem
814.359/74 Idem Idem Idem Idem
814.360/74 Min. ltaúba Lida. 750/72 Idem Idem
814.361/74 Idem Idem Idem Idem
814 364/74 Idem Idem Idem Idem
814 365/74 Min. Porto Santana Lida. 586/72 Zinco Urucará
814.366/74 Idem Idem Idem Idem
814.367/74 Idem Idem Idem Idem
814.368/74 Idem Idem Idem Idem
814.370/74 M in. Serra do Navio Lida 589/72 Idem Idem
814.371/74 Idem Idem Idem Idem
814.372/74 Idem Idem Idem Idem
814 373/74 Idem Idem Idem Idem
814.374/74 Idem Idem Idem Idem
814.375/74 Min. ltapagé Ltda. 810/72 Idem Idem
814.376/74 Idem Idem Idem Idem
814.377/74 Idem Idem Idem Idem
814.378/74 Idem Idem Idem Idem
814.379/74 Idem Idem Idem Idem
814.380/74 Min. Aporema Lida 588/72 Idem Idem
814,381/74 Idem Idem Idem Idem
814.382/74 Idem Idem Idem Idem
814.383/74 Idem Idem Idem Idem
814.386/74 Min. Cassiporé Lida. 698/72 Idem Brasiléia
814.387/74 Idem Idem Idem Idem
814.388/74 Idem Idem Idem Idem
814.389/74 Idem Idem Idem Idem
814.390/74 Min. ltacurussá Lida. 812/72 Idem Idem
814.391/74 Idem Idem Idem Idem
814.392/74 Idem Idem Idem Idem
814.393/74 Idem Idem Idem Idem
814:394/74 Idem Idem Idem Idem
814.396/74 M in. ltamira Lida. 811/72 Idem Urucará
814.397/74 Idem Idem Idem Idem
96/GEOLOGIA
D.N.P.M. Interessado Alv. Pesq. Substância Munlclplo
GEOLOGIA/97
5.4.3 - Pedidos de Pesquisa
I 800 583/75
800.584/75
800.637/75
800.638/75
800.639/75
Idem
Idem
Cuprum Mineração S.A.
Idem
Idem
Idem
Idem
Tantalita
Idem
Idem
Idem
Idem
Mau és
Idem
Idem
Idem
800.640/75 Idem Idem
800 641/75 Idem Idem Idem
800.642/75 Idem Idem Idem
800.643/75 lridium Mineração S. A. Idem Idem
800 644/75 Idem Idem Idem
800.645/75 Idem Idem Idem
800 646/75 Idem Idem Idem
800647/75 Idem Idem Idem
800 64817!3 Vanadium Mineração S.A. Idem Idem
800.649/75 Idem Idem Idem
800 650/75 Idem Idem Idem
800.651/75 Idem Idem Idem
800 652/75 Idem Idem Idem
800 695/74 Mibal Minerais da Bahia Ltda. Cromo Urucará
800 696/74 Idem Idem Idem
800 697/74 Idem Idem Idem
800 698/74 Idem Idem Idem
800 701/74 Min. Rio dos Marmelos Ltda. Serpentina Urucará
800.704/74 Mibal Minerais da Bahia Ltda. Níquel Nhamundá
800.705/74 Idem Idem Idem
800.879/75 lridium Mineração S.A. Ouro Mau és
800JffiÕ/75 Idem Idem Idem
800.881/75 Idem Idem Idem
800.882/75 Idem Idem Idem
800 883/75 Mineração Catinguiba Ltda. Chumbo Idem
800.884/75 Idem Idem Idem
801.885/75 Idem Idem Idem
801.886/75 Idem Idem Idem
801.887/75 Idem Idem Idem
802.106/74 Idem Cromo Urucará
802.107/74 Idem Idem Idem
802.108/74 Idem Idem Idem
802.109/74 Idem Idem Idem
802.11,0/74 Idem Idem Idem
802.678/72 Min. Urandi S.A. Chumbo Oriximiná
802.679/72 Idem Idem Idem
802.687/72 Engescabo Eng. Esc. S.A. Molibdênio Idem
802.693/72 lnd. Com. de Minérios Chumbo Idem
802.694/72 lnd. Com. de Minérios S.A. Chumbo Orixim"iná
802.695/72 Idem Idem Idem
802.696/72 Idem Idem Idem
98/GEOLOGIA
D.N.P.M Interessado Substância Munlclplo
GEOLOGIA/99
D.N.P.M lntereaaado Substância Munlclplo
806.846/75 Cia. de Pesq. de Rec. Minerais Sal gema Nova Olinda do Norte
806.847/75 Idem Idem Idem
806.848/75 Idem Idem Idem
806.849/75 Idem Idem Idem
806.850/75 Idem Idem Nova Olinda do Norte e
Borba
806.851/75 Idem Idem Idem
806.852/75 Idem Idem Idem
806.853/75 Idem Idem Idem
806.854/75 Idem Idem Idem
806.856/75 Idem Idem Idem
806.857/75 Idem Idem Idem
806.858/75 Idem Idem Nova O linda do Norte e
ltupiranga
806.860/75 Idem Idem Idem
806.861/75 Idem Idem Idem
806.862/75 Idem Idem Idem
806.963/75 Idem Idem Idem
806.864/75 Idem Idem Idem
806.865/75 Idem Idem Idem
806.866/75 Idem Idem Idem
806.867/75 Idem Idem Idem
806.868/75 Idem Carnalita Nova Olinda do Norte e
Borba
806.869/75 Idem Idem Idem
806.870/75 Idem Idem Idem
806.8'Z1/75 Idem Idem Idem
806.872/75 Idem Carnal i ta Idem
806.873/75 Idem Idem Idem
806.874/75 Idem Idem Idem
806.875/75 Idem Idem Idem
806.876/75 Idem Idem ldern
806.877/75 Idem Idem Idem
806.878/75 Idem Idem Idem
806.879/75 Idem Idem Idem
806.880/75 Idem Idem Nova O linda do Norte
806.881/75 Idem Idem Idem
806.882/75 Idem Idem Idem
806.883/75 Idem Idem Idem
806.884/75 Idem Idem Nova Olinda do Norte e
ltupiranga
806.885/75 Idem Idem Idem
806.886/75 Idem Idem Idem
806.887/75 Idem Idem Mau és
806.888/75 Idem Idem Idem
806.889/75 Idem Idem Idem
806.890/75 Idem Idem Idem
806.891/75 Idem Idem Idem
806.892/75 Idem Idem Idem
806.893/75 Idem Idem Idem
806.894/75 Idem Idem Idem
806.895/75 Idem Idem Idem
806.896/75 Idem Idem Idem
806.897/75 Idem Idem Idem
806.898/75 Idem Idem Idem
806.899/75 Idem Idem Idem
806.900/75 Idem Idem Idem
806.977/73 Mlnerobrás Limonita Juruti
806.978/73 Idem Idem Idem
806.979/73 Idem Idem Idem
806.980/73 Idem Manganês Idem
806.981/73 Idem Idem Idem
806..982/73 Idem Idem Idem
100/GEOLOGIA
D.N.P.M Interessado Substância Munlclplo
GEOLOGIA/101
D.N.P.M Interessado Substância Munlciplo
I 808.572/75
808.573/75
808.574/75
808.575/75
808.576/75
Best. Metais e Solda S.A.
Idem
Idem
Idem
Idem
Calcário
Idem
Idem
Idem
Idem
Idem
Mau és
Idem
Idem
Idem
808.700/75 Cia. de Pesq. de Rec. Min·lrais Enxofre Idem
808.711/75 Idem Carnalita Nova Olinda do Norte
808.712/75 Idem Idem Idem
808.713175 Idem Idem Idem
808.714/75 Idem Idem Idem
808.715/75 Idem Idem Idem
808.716/75 Idem Idem Idem
808.717/75 Idem Idem Nova Olinda do Norte e
Borba
808.718/75 Idem Idem Idem
808.719175 Idem Idem Idem
808.720175 Idem Idem Maués e Nova Olinda do
Norte
808.721/75 Idem Idem Nova Olinda do Norte
808.722/75 Idem Idem Maués e Nova Olinda do
Norte
808.723175 Idem Idem Maués
808.724/75 Idem Idem Maués e Nova Olinda do
Norte
808.725/75 Idem Idem Mau és
808.726/75 Idem Idem Idem
808.727/75 Idem Idem Idem
808.728/75 Idem Enxofre Nova Olinda do Norte e
Autazes
808.729/75 Idem Idem Idem
808.730/75 Idem Idem Nova Olinda do Norte
808.731/75 Idem Idem Idem
808.732/75 Idem Idem Nova Olinda do Norte e
ltupiranga
808.733175 Idem Idem Idem
808.734/75 Idem Idem Idem
808.735/75 Idem Idem Idem
808.736/75 Idem Idem Idem
808.737/75 Idem Idem Idem
808.738175 Idem Idem Idem
808.739/75 Idem Idem Idem
806.740175 Idem Idem Idem
80&.741175 Idem Idem Idem
808.742/75 Idem Idem Mau és
808.743/75 Idem Idem ltupiranga e Maués
808.744/75 Idem Idem Mau és
102/GEOLOGIA
D.N.P.M Interessado Substância Munlclplo
I
Idem Idem
808.764/75 Idem Idem Idem
808.765/75 Idem Idem Idem
808.766/75 Idem Idem Idem
808.767/75 Idem Idem Idem
808.768/75 Idem Idem Idem
808.769/75 Idem Idem Idem
808.771/75 Idem Idem Idem
808.772/75 Idem Idem Idem
808.773/75 Idem Idem Idem
808.774/75 Idem Idem Idem
808.775/75 Idem Idem Idem
808.776/75 Idem Idem Idem
808.777/75 Idem Idem Idem
808.878/73 Min. Bacajá Ltda. Idem Oriximiná
808.887/73 Emp de Mineração Curuá Ltda. Idem Idem
808.888/73 Idem Idem Idem
808.889/73 Idem Idem Idem
808.890/73 Idem Idem Idem
808.891/73 Idem ld.em Idem
808.892/73 Emp. de Min. Tapajós Ltda Idem Idem
808 893/73 Idem Idem r.ctem
808.894/73 Idem Idem Idem
808.895/73 Idem Idem Idem
808.897/73 Min. Bacajá Ltda. Idem Idem
808.905/73 Idem Idem Idem
808.906/73 Idem Idem Idem
808.907/73 Min. Capeirana Ltda. Idem Idem
808.908/73 Idem Idem Idem
808.909/73 Idem Idem Idem
808.912/73 Min. Goanhães Ltda. Idem Idem
808.913/73 Idem Idem Idem
808.914/73 Idem Idem Idem
808.976/75 Cia. de Pesq. de Rec Minerais Idem Mau és
808.977/75 Cia. de Pesq. de Rec. Minerais Salitre Maués
808.978/75 Idem Idem Maués e Urucurituba
808.979/75 Idem Idem Idem
808.980/75 Idem Idem Idem
808.981/75 Idem Idem Idem
808.982/75 Idem Idem Idem
808.983/75 Idem Idem Idem
808.984/75 Idem Idem Idem
808.985/75 Idem Idem Idem
808.986/75 Idem Idem Idem
808.987/75 Idem Idem Idem
808.988/75 Idem Idem Idem
808.989/75 Idem Idem Idem
GEOLOGIA/103
D.N.P.M Interessado Substância Munlclplo
I
809.015/75 Idem Idem Maués e Barreirinha
809.016/75 Idem Idem Idem
809.017/75 Idem Idem Idem
809.018/75 Idem Idem Idem
809.019/75 Idem Idem Barreirinha
809.020/75 Idem Idem Maués e Barreirinha
809.021/75 Idem Idem Barreirinha
809.022/75 Idem Idem Idem
809.023/75 Idem Idem Idem
809.024/75 Idem Idem Idem
809.025/75 Idem Idem Idem
809.026/75 Idem Folhelho Betuminoso Idem
809.027/75 Idem Idem Juruti e Parintins
809.028/75 Idem Idem Idem
809.562/73 C ia. Vale do Rio Doce Sal gema Urucará
809.563/73 Idem Idem Idem
809.564/73 Idem Idem Idem
809.565/73 Idem Idem Idem
809.566/73 Idem Idem Idem
809.581/73 Min. Nova Era Ltda. Idem Idem
809.582/73 C ia. Vale do Rio Doce Enxofre Idem
809.583/73 Idem Idem Idem
809.590/73 Min. Nova Era Ltda. Idem Idem
809.591/73 Idem Idem Idem
809.592/73 Idem Idem Idem
809.593/73 Idem Idem Idem
809.594/73 Idem Idem Idem
809.996/75 Cia. de Pesq. de Rec. Minerais Folhelho Betuminoso Maués e Barreirinha
809.997/75 Idem Idem Idem
809.998/75 Idem Idem Idem
809.999/75 Idem Salitre Mau és
810.064/75 Cia. Min. S. Lourenço Calcário Idem
810.065/75 Idem Idem Idem
810.066/75 Idem Idem Idem
810.067/75 Idem Idem Idem
810.068/75 Idem Idem Idem
810.069/75 Cia. lnd. Amazonense Idem Idem
810.070/75 Idem Idem Idem
810.071/75 Idem Idem Idem
810.072/75 Idem Idem Idem
810.073/75 Idem Idem Idem
810.117/75 Idem Idem Idem
810.118175 Idem Idem Idem
810.119/75 Idem Idem Idem
810.120/75 Idem Idem Idem
810.121/75 Idem Idem Idem
810.174/75 Esther S. Dreyfuss Ouro Idem
104/ GEOLOGIA
D.N.P.M Interessado Substância Municlpio
GEOLOGIA/105
D.N.P.M Interessado Substância Munlclplo
814.646/69 Rony T. P. Ramos Estanho Alenquer
814.647/69 Idem Idem Idem
817.116/73 Mineração Tapajós Ltda. Níquel Urucará
817.118/73 Idem Idem Idem
817.241/73 Idem Ouro Mau és
817.242/73 Idem Idem Idem
817.515170 Mineração Matapi Ltda. Bauxita ltaquatiara
817.516/70 Idem Idem Idem
819.633/70 Mineração do Paru Ltda. Idem Idem
819.634/70 Idem Idem Nhamundá
819.674/71 Cláudio Lemos Aguiar Água Mineral Manaus
819.675/71 Idem Idem Idem
819.796/71 Min. Trombetas Estanho Alenquer
819.797/71 Idem Idem Idem
819.798/71 Idem Idem Idem
819.799/71 Idem Idem Idem
819.800/71 Idem Idem Idem
819.895/71 Juruena Min. Ltda. Idem ttaituba
819.896/71 Min. Tinguá Ltda. Idem Alenquer
I 819.897/71
819.898/71
819.899/71
819.900/71
824.155/72
824.156/72
Idem
Idem
Idem
Idem
Rosomiro Clodoaldo A. B. T. Castro
Idem
Idem
Idem
Idem
Idem
Calcário/ Argila
Idem
Idem
Idem
Idem
Idem
Monte Alegre
Idem
824.157/72 Idem Idem Idem
824.158/72 Idem Idem Idem
824.159/72 Idem Idem Idem
826.048/72 Min. Cachoeira Grande Ltda. Molibdênio Oriximiná
826.049/72 Idem Idem Idem
826.050/72 Min. Cabo Orange Ltda. Idem Idem
826.051/72 Min. Orange Ltda. Idem Idem
826.052/72 Idem Idem Idem
826.053/72 Idem Idem Idem
826.054/72 Idem Idem Idem
826.055/72 Min. Água Branca Ltda. Idem Idem
826.056/72 Idem Idem Idem
826 057/72 Idem Idem Idem
826.058/72 Idem Idem Idem
826.059/72 Idem Idem Idem
827.386/72 Min. Cupixi Ltda. Cobre Idem
827.387/72 Idem Idem Idem
851.266/74 Micard Min. Com. Eng.a lnd. Ltda. Gnaisse e Granito ltupiranga
851.633/74 Idem Idem Idem
851.634/74 Idem Idem Idem
106/GEOLOGIA
A Formação Barreiras é a unidade estratigráfica de maior Div. Geol. Mineral., Rio de Janeiro, 199, 1959.
distribuição espacial, estando entretanto restrita ao bordo 43p.
setentrional da Sinéclise do Amazonas.
7 - AMARAL, G. Nota prévia sobre o reconhecimento
geocronológico do Pré-Cambriano dá região
7 - RECOMENDAÇÕES Amazônica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
GEOLOGIA, 23. o, Salvador, 1969. Resumo das
As áreas de exposição do Grupo Vila Nova devem ser conferências e comunicações. Salvador, Socie-
objeto de estudos mais detalhados, pois podem como em dade Brasileira de Geologia, 1969. 89p. (Bole-
outras regiões apresentar mineralizações de interesse tim especial, 1) p. 81-82.
econômico.
8 - . Geologia Pré-Cambriana da região Ama-
A realização de uma amostragem sistemática em rochas zônica São Paulo, Universidade, Instituto de
graníticas do Granito Mapuera merece ser efetuada, vi- Geociências, 1974. 212p.l Tese de Livre Docên-
sando-se cassiterita e columbita, bem como a identifi- cia.
cação de seu facies sádico para estabelecer a especia-
lização metalogenética ou fertilidades dessas intrusivas 9 -AMARAL, G. & HALPERN, M. K-Ar iind Rb-Sr age·
para espécies minerais radioativas studies on the extensive precambrian volcanism
of the Brazilian Amazon region. In: CONFERÊN-
O exame do manto lateritico desenvolvido sobre o Granito CIA GEOLÓGICA INTERGUIANAS, 10;0 , Belém,
Mapuera mostra-se bastante viável, em face desta lato- 9-16 nov 1975 Resumo Roteiro das excursões
lização poder ter retido cassiterita e outros minerais
Na faixa paleozóica estudos detalhados merecem ser efe- 11 -ARAUJO, J.F.V & DALL'AGNOL, R. Petrografia e
tuados, principalmente. nos domínios do Grupo Tapajós, amostragem do Bloco C-11; relatório analítí.co.
tendo em vista suas potencialidades em rochas calcárias e Belém, Projeto RADAM, 1974 n.p. (Relatono
evaporiticas. e nos folhelhos da Formação Curuá. visando Interno RADAM, 3-G).
sulfetos singenéticos e espécies minerais radioativas
12- ARAÚJO, J.F.V. & ABREU, A.S. Petrografia e
Estudos mais detalhados são também recomendados para ampstragem do Bloco C-111; relatório analítico
a porção superior da Formação Barreiras. visando funda- Beiém, Projeto RADAMBRASIL, out 1975. n.p.
mentalmente caulim, bauxita e argilas expansíveís (Relatório Interno RADAMBRASIL, 66oG).
GEOLOGIAI107
19- . Geocronologia: SB.22/SC.22. Belém, 33 - BRAUN, O.P.G. Projeto Roraima,2. • fase. Levanta-
Projeto RADAM, 1974. n.p (Relatório Interno mento geológico integrado; relatório do mapea-
RADAM, 17-G). mento preliminar ao milionésimo correspon-
dente à "Foto interpretação preliminar" Manaus,
20 - . Geocronologia do Território Federal de DNPMICPRM, jul. 1973. 218p.
Roraima e parte do norte do Estado do Amazo-
nas. Belém, Projeto RADAM, fev. 1975. n.p.
(Relatório Interno RADAM, 24-G). 34- BRAUN, O.P.G. & RAMGRAB, G.E. Geologia do
Território de Roraima. In: CONGRESSO BRASI-
21 - BASEI, M.A.S. & TEIXEIRA, W. Considerações LEIRO DE GEOLOGIA, 26. 0 • Belém, 1972. Resu-
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SA.21-Santarém Belém, Projeto RADAMBRA- ciedade Brasileira de Geologia, 1972. 1OOp. (Bo-
SIL, nov 1975a. 15p. (Relatório Interno RA- letim, 2) p. 68-70.
DAMBRASIL, 62-G)
22 - . Geocronologia e considerações estrati- 35 - CAMPBELL, D F Geology of the Sucunduri river
gráficas preliminares da região Cachimbo-Dar- Amazonas Belém, PETROBRÁS-RENOR, 1959.
danelos. Belém, Projeto RADAM, maio 1975b. n.p. (Relatório Técnico Interno, 26-A).
19p. (Relatório Interno RADAM, 37- G)
36- CAPUTO, M.V & ANDRADE, F.G. de Geologia
23- BASTOS, A A. & MOURA, P. de. Reconhecimentos em semidetalhe do flanco sul da bacia Amazôni-
geológicos no rio Maicuru In: BRASIL. Depar-
I
ca entre os rios Cucari e Abacaxis. Belém,
tamento Nacional da Produção Mineral. Serviço PETROBRÁS-RENOR, 1968. n.p. (Relatório Téc-
Geológico e Mineralógico. Relatório annual,
nico Interno, 589-A).
1928 Rio de Janeiro, 1929. p. 21-28
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24 - BELLIZZIA, C.M Paleotectônica dei Escudo de Negro e trecho da estrada BR-174. Belém, PE-
Guyana. In: CONFERÊNCIA GEOLÓGICA IN- TROBRÁS-RENOR, 1974. n p. (Relatório Técni-
TER-GUYANAS, 9. •, Guyana, 1972. Memória ...
co Interno, 75-A):
Guyana, Ministério de Minas y Hidrocarburos,
1972 (Boletim de Geologia Publ Espec, 6) p
251-305 38- CAPUTO, M.V.; RODRIGUES, R.; VASCONCELOS,
D.N.N de Litoestratigrafia da bacia do Amazo-
nas Belém, PETROBRÁS-RENOR, 1971 n.p
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39- CARVALHO, F P de. & SILVA, M R Reconheci-
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TROBRÁS-RENOR, 1964. n.p (Relatório Técni- 1969 5p. datilogr
co Interno, 546-A).
40- CARVALHO, P F de & OLIVEIRA, A I de Reco-
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Overseas Div, 1973. 16p. (Report, 26) Janeiro, 15, 1926 128p
28 - BISCHOFF, G.O. Geology of Erepecuru, Trombe- 41 - CHASE, R.L The lmataca Complex the Panamo
tas, Obidos and Mamuru area. Belém PETRO- amphibolite and the Guri, trondhjemite: precam-
BRÁS-RENOR,1957. 26p. (Relatório Técnico In- brian rocks of the adjuntas-Panamo quadrangle,
terno, 161-A). state Bolivar, Venezuela. Bissert Abstract,
24(11 ):4629-4630, 1964
29- BOSMA, W. & GROENEWEG, W. Review of the
stratigraphy of Suriname. Geol. Mijnb. Dienst 42 - CHOUBERT, B. Sur la constitution du precambrien
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Paris, 238:1664-1666, 1954
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recent geological studies in Suriname. Geol. 43 - _ _ _ . Essai sur la morphologie de la Guyane
Mijnb. Dienst Surinam Med., Paramaribo, Mémoire pour servir a l'explication de la carte
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31 - BOUMAN, a.C. Notes on the geology of the Rio
Negro Area. Belém, PETROBRÁS-RENOR, 1959. 44 - Les Guyano-Éburneides de I'Amérique
n.p. (Relatório Técnico Interno, 322-A). du Sud et de I'Afrique Occidentale; essais de
comparaison géologique. B B R.G M, sect. 4,
32 - BOUMAN, a.C.; MESNER, J.C; PADDEN, M. Paris, 4: 39-68, 1969
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RENOR, 1960. n.p. (Relatório Técnico Interno, 45 - CORDANI, U.G. Comentários-Amapá. Belém, Pro-
454-A). jeto RADAM, 1974 3p. datilogr.
1081GEOLOGIA
46 _CUNHA, F.M.B. da. Aspectos geomorfológicos da 61 - FERREIRA, E. O. Contribuição à litologia da série
bacia do médio Amazonas obtidos com imagem Uatumã. 8. Serv. Geol. Mineral., Rio de Janeiro,
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47- DAEMON, R.F. Contribuição à datação da forma- do Brasil e sobre a tectônica da plataforma
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Geoci., São Paulo, 5(2):78-84, 1975. GEOLOGIA, 23. o, Salvador, 1969. Resumo das
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48- DAEMON, R. F. & CONTREIRAS, C.J.A. Zoneamen- dade Brasileira de Geologia, 1969 (Boletim es-
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conhecimento geológico detalhado do _rio
49 - DAHLBERG, E. H. Granulites of sedimentary origin Curuá. Rio de Janeiro, GEOMINERAÇAO/
associated with rocks of the charnockite suíte DNPM, 1969a
along NW border zone of the bakhuis moun- 64 - Projeto Trombetas/ Maecuru, reconheci-
tains (NW Suriname). Geol Mijnb Dienst Suri- mento geológico preliminar e detalhado do_ rio
nam Med., Paramaribo, 22:59-66, 1973 Erepecuru Rio de Janeiro, GEOMINERAÇAO/
DNPM, 1969b.
I
50 - , Lithostratigraphical correlation of granu-
lite-facies rocks of the Guiana shield Geol. 65- Projeto Trombetas/Maecuru, reconheci-
Mijnb Dienst Surinam Med, Paramaribo, mento geológico preliminar e detalhado dq_ rio
23:26-33, 1975 Mapuera Rio de Janeiro, GEOMINERAÇAO/
DNPM, 1969c
51 - DALL'AGNOL, R et alii Granito Sucurucu Belém,
Projeto RADAMBRASIL, 1975 n p (Relatório 66 - . Projeto Trombetas/Maecuru; reconheci-
Interno RADAMBRASIL) mento geológico detalhado do rio !rombetas.
Rio de Janeiro, GEOMINERAÇAO/DNPM,
1969d. 59p.
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53- DEQUECH, V & KLEPPER, M R Estanho, ouro, rais 8 Mus Paraense Emílio Goeldi, Geol.,
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de Janeiro, 2 77-104, 1877 69 - Limited investigation along Easthern
and Southern Flank o! the Monte Alegre Dome
55 - ____ O rio Trombetas. 8 Mus Paraense Hist
Belém, PETROBRÁS-RENOR, 1957b. n p. (Re-
Natural Ethnogr, Belém, 2(3) 366-382. 1898 latório Técnico Interno, 165-A)
56 - DE ROEVER, E W F Provisional lithologic frame- 70- Geology of the Uatumã and Abacate
work oi the Falawatra group, W Suriname rivers Belém, PETROBRÁS-RENOR, 1959. n.p
Geol Mijnb Dienst Suriram Med., Paramaribo,
(Relatório Técnico Interno, 213-A)
23 34-44, 1975
71 - GEOMINERAÇÃO LTDA Projeto Mapuera; reco-
57 - DIXON, L H & SILVA, S O Bacia do baixo Amazo-
nhecimento geológico/ geoquímico s .1.1
nas. In BRASIL Conselho Nacional do Petró- ICOMI, 1972 101 p
leo Relatório de 1950 Rio de Janeir,). 1951 p
85-86 72 - GOMES, C B et alii Geocronologia da área dos
Carajás, Pará In: CONGRESSO BRASILEIRO
58- DOROKHINE, I V et alii Economic mineral depo- DE GEOLOGIA, 25. o, São Paulo, 1971. Resumo
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sileira de Geologia, 1971 (Boletim Especial, 1)
59 - DUARTE, A Fósseis carboníferos do rio Jatapu.
p. 162-163
Serv Geol Mineral, Rio de Janeiro, 74, 1938
18 p. 73 - GUERRA, A T. Contribuição ao estudo da geolo-
gia do Território Federal do Amapá. R. bras
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ção bateria; relatório (RADAM/NUCLEBRÁS)
Belém, Projeto RADAMIBRASIL, jul. 1975. n p. 74 - GUIMARÃES, D Rochas do rio Erepecuru. 8. Serv.
(Relatório Interno RADAMBRASIL, 53-G}. Geol. Mineral , Rio de Janeiro, 31: 41-56, 1928.
GEOLOGIA/109
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GEOLOGIAI111
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GEOLOGIA/113
I
• AluviOes
Camada com mergulho fraco
Braquianticlinal
Camada com mergulho médio
Falha tracejada onde ínferida
• Grupo Tapajós
Camada com mergulho forte Falha encobetta
• Formaçlo Curua
Flg . 10 - Braqulantlcllnal elaborada pelo plutonlsmo bâslco Penatecaua arqueando sedimentos paleozóicos da Bacia do Mlldlo Amazonas. Diques
bUicos mesozóicos de direção geral N-S cortam a astrutura. RegUlo de Monte Alegre. Folha SA.21-X-O.
114/ GEOLOGIA
Fig 11 - Plutão alcalino lntrudldo no Complexo Guianense e capeado por espesso manio de laterl:açio cujo topo mostf'4 feições psell<focArstlcaa.
Falhamentos NE-SW parecem ser truncados pala Intrusiva Serra do Malcuru. Folha SA.21-X-B.
GEOLOGIA/115
• Aluvi!les
Contato dennido
• Formaç!o Prosperança Felha de d&SIOCIImento horizontal
• Granito Mapuera
Falhe Alinhamento
• For~n~~o lricoumé
..
Flg. 12 - Falhamentos de direção NW·SE, Cortando roch_a s da Formação lrlcoumê, Granito Mapuera e FormaçAo Prosperença. com paricr- dlf
direção NE..SW e N-S RIO Erepeçuru. Folha SA.2l·X·A.
1161GEOLOGIA
I
Flg. 13 - Discordância entre sedimentos paleol61cos da Sacia do Médio Amuonas e vulcânicas pr&-cambrfânas de composição lk:lda e lntermedlirla
da Formação lrlcoumé, sendo estas bem expostas na serra Sl!te de Setembro. Região da Serra Jundlê. Folha SA.21-X-A. ·
GEOLOGIA/117
I
Flg. 14 - Diques bâslcos de direção geral N-S, compondo um marcante alinhamento conando tanto unidades pr&-cambr1anas como a Falha do Cachorro
a nona. Rio Clçhorro Folha SA 21·V·B
118/GEOLOGIA
I
.:- : ~uviOes
Flg. 15 - Corpo básico Intrusivo de forma aiongada (Gabro Suretama), em discordância com subvulcànlcas (Granito Mapuera) e vulcânicas (Formação
ltlcoumé). A NE, sedimentos pré-cambrianos ProsperanCa afetados por falhamentos NW-SE. Serra da Suretama. Folha SA 21-V-B.
GEOLOGIA/119
Flg 16 - Falhas normal& de direção NW-SE e NE-SW afetando rochas do Grupo Uatumã e formando estruturas do tipo "Graben" Rio Mapuera
Folha SA 21-V-B.
1201GEOLOGIA
I
- Gabro SUretem&
- Gtênit<i"Maf)Uera
Flg 17 - Relações de contato entre Intrusivas (Granito Mapuera) e vulc4nlcas (Formação lricoumé} " Horst" do Cachorro Serra do cachorro
Folha SA 21-V·B
GEOLOGIA /121
- Formaçao í>rosperança Foliaçllo
Braquissinclinal
- Granito Mapuara 20°
Atitude Falha. traoejada onde inferida
- Formaçllo lriooumé
- 'Rocha Básica
• Contato litolbQiQO Alln))amento. traço de camada
Flg. 18 - Sedimentos pr&-cambrianos da Formação Prosperança capeando discordantemente rochas do Grupo Uatumã Falhamentos NE-SW parecem
limitar a estrutura, sendo marcante a presença de quanzltos da, Formação lricoumé (?) bordejando os sedimentos que preencheram uma
provável caldeira de subsidêncla Serra do Urupl Folha SA 21-V-A
122/ GEOLOGIA
ESTAMPA I
2 - Pequena anticlinal causada por intrusão bàsica na parte central da braqulan\lcllnal de Monte Alegre.
ESTAM PA 11
- Aspecto da fonte de âgua su lfurosa. local izada em folhelhos da Formação Curuà. a oeste da
cidade de Monte Alegre.
- Gabro Suretama. Fotomlcrografla da amostra PT-29 - Ollvlna Olabásio LP X 40. Pageonlta envolta
parcialmente por hornblenda, observandtrse ainda iabradorlta, quartzo e opaco. Folha SA.21-V-A.
2 - Diabásio Penatecaua. Fotomi crografia da amostra PT-09.8 - Ollvlna Dlabáslo LP X 10. Grãos de
olfvina circundados por euglta-plgeonlta. entrelaçados por prismas de iabradorlta: distinguem-se
ainda opaco. biotlfa e epldoto. Folha SA.21-X-C.
Geomorfologia
FOLHA SA.21-SANTARÉM
11- GEOMORFOLOGIA
AUTORES
PARTICIPANTES
COORDENAÇÃO
GEOMORFOLOGIA/133
SUMÁRIO
2- METODOLOGIA 141
2.1 _ Material e Métodos ............................................... . 141
2.2_ Problemas da Cartografia Geomorfológica .......................... . 141
2.3_ Chave da Legenda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... . 142
2.4_ Classificação do Mapa ............................................ . 143
8_ BIBLIOGRAFIA················································· 180
ILUSTRAÇÕES
Mapa Geomorfológico da Folha SA.2~ -Santarém
FIGURAS
1 - Posição das Folhas na Escala 1 :250.000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
2 - Limites Políticos, Rios e Cidades Principais ......................... 140
GEOMORFOLOGIA/135
3 - Unidades Morfoestruturais ..................... · · · · · · · · · · · ·.. . .. 146
4 - Diques Aluviais do Rio Jatapu .................. · · · · · · · · · · · · ..... . 150
5 - Cuesta na Borda Norte da Sinéclise do Amazonas· · · . · ........... . 152
Aplainamento Conservado no Topo do Planalto Dissecado Norte
6
da Amazônia ........................ · · · · · · · · · · ·' · · · · · · · · · · · · · · · 153
7 Serra do Maicuru . , .................. · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 153
8 Unidades Morfoclimáticas .................. · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 155
9 Percentagem dos Domínios Morfoclimáticos e Faixas de Transicão · · · 156
10- Desmonte do Pediplano Plio-Pieistocênico - A···················· 160
11 - Desmonte do Pediplano Plio-Pieistocênico - B · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 160
12 - Continuidade do Pedi plano Plio-Pieistocênico ............ · ........ . 162
13- Foz do Rio Tapajós ............................................ . 164
14 Captura do Rio Urubu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... . 165
15 Anomalia de Drenagem e Inflexão do Rio Piratucu ........ . 166
16 Quadro Sinótico dos Tipos de Furos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 167
17 Pedi plano Neo-Pieistocênico e Furo Urariá ............... . 168
18 Lago de Barragem do Rio Juruti . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
19 Quadro Sinótico dos Tipos de Lagos ........... . 170
20 Sítios Favoráveis para Implantação de Hidrelétricas - A .. 175
21 Sítio Favorável para a Implantação de Hidrelétrica - B 176
22 Trecho Favorável para Instalação de Rede Hidrelétrica- A . 177
23 Trecho Favorável para Instalação de Rede Hidrelétrica- B .. 177
24 Faixa Favorável para lmplan·tação de Roçjovia - A .......... . 178
25 Faixa Favorável para Implantação de Rodovia - B. . . . . 179
ESTAMPAS
I. 1 Planície Amazônica
2 Planície Fluvial Alagada
11. 1 Superfície de Aplainamento e /nselberg
2 Aplainamento Marginal ao Rio Maicuru
111 1 Aplainamento Alagado
2 Estrutura Anticlinal Escavada
IV 1 Pediplano Neo-Pieistocênico
2 Queda Dágua em Afluente do Rio Maicuru
v 1 Vale de Fundo Chato
2 Terraço Fluvial
VI. 1 Curuá-Una
2 Superimposição do Rio Maicuru
VIl. 1 Mesas Ravinadas
2 Stock do Maicuru
VIII. 1 Lago no Stock do Maicuru
2 Dissecado em Colinas
IX. 1 /nselberg
2 Areias Quartzosas
X. 1 Stone-line Oxidado
2 Borda Norte da Sinéclise do Amazonas
XI 1 Pequeno Terraço do Rio Erepexins
2 Ria Tapajós
XII 1 Ria Fluvial
2 Vale Fluvial Afogado
XIII. 1 Colmatagem na Planície Amazônica
2 Dique Aluvial do Rio Trombetas
XIV. 1 Delta Fluvial Alongado
2 Rio Maicuru
XV. 1 Front de Cuesta
2 Superfície de Aplainamento e Relevo Residual Tabular
XVI. 1 Superimposição do Rio Mapuera
2 - Cidade de Óbidos
136/GEOMORFOLOGIA
RESUMO
A área de 295.156km2 compreendida entre os paralelos tatada, exceto o da Transgressão Flandriana no início do
00°00' e 04°00' Sul e pelos meridianos 54°00 e 60°00WGr, Holoceno. Alguns vales com foz afogada como o rio
denominada no corte internacional de SA.21 - Santarém, é Tapajós são analisados. Muitas anomalias da drenagem
o objetivo deste relatório e do mapeamento geomorfo- foram identificadas tanto na estreita faixa da Planície
lógico. O material - imagem de radar - criou problemas Amazônica como fora dela. Os numerosos fenômenos
para a interpretação e representação cartográfica. Analisa específicos da drenagem do rio Amazonas possibilitaram
as soluções propostas para os problemas de cartografia uma tipologia dos "furos" e lagos. Tanto dentro como fora
geomorfológica. Sumariza o nível de conhecimento da Planície Amazônica muitas anomalias de drenagem
acumulado pelas pesquisas anteriores. Os variados tipos refletem movimentos estruturais da reativação da Plata-
de relevo são grupados em unidade morfoestrutural, onde forma Brasileira. Direções NW-SE e NE-SW orientam rios,
os diferentes graus de dissecação permitiram correlações afogam drenagens extensas e criam basculamentos nas
diretas com a organização litológica e estrutural. As uni- superfícies de aplainamentos. Como as superfícies de
dades morfoestruturais são: P·lanície Amazônica, Depres- aplainamento têm idades conhecidas, sua movimentação
são Periférica do Norte do Pará, Planalto Rebaixado da tectônica permitiu definir eventos tardios até durante o
Amazônia, Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro, Holoceno. ~os movimentos de basculaméntos refletidos
Planalto Tapajós-Xingu, Planalto da Bacia Sedimentar do na estrutura superficial do relevo opõe-se subsidência
Amazonas, Planalto Dissecado Norte da Amazônia e Pedi- lenta em vários trechos da Planície Esta subsidência afeta
plano Rio Branco-Rio Negro. A influência de climas atuais o próprio leito do rio Amazonas que está abaixo do nível
e a cobertura vegetal definiram as unidades morfoclimáti-
cas, onde muitas formas de relevo perderam o controle
geológico. Há dois domínios morfoclimáticos e duas fai-
xas de transição no ambiente intertropical úmido Os ti-
pos de unidades morfoestruturais e morfoclimáticas são
marinho. Os processos de sedimentação holocênica na
Planície Amazônica permitiram separar áreas para melhor
utilização de terra. Para um planejamen\o racional das
chamadas "várzeas~· são separadas as partes alagadas das
inundáveis e definidos os sistemas de "furos" para faci-
I
individualizados, localizados e descritos As formas de lidade de escoamento da produção. As análises geomor-
relevo e alguns tipos de solos mostram-se desajustados fológicas, considerados os tipos de clima e a conservação
aos processos geomorfogenéticos atuais Isto permitiu a dos aplainamentos, permitiram selecionar e classificar
organização das oscilações paleoclimáticas durante o dificuldades em sítios propícios para aproveitamento
Quaternário, no Pleistoceno Mapearam-se superfícies de hidrelétrico. Identificou-se o local mais estreito do rio
aplainamentos identificadas por processos de pedipla- Amazonas com margens consolidadas, para uma presu-
nação e datadas como Pediplano Plio-Pieistocênico e mível integração futura dos sistemas hidrelétricos que
Pediplano Neo-Pieistocênico. Mapeou-se também o aplai- forem implantados a norte e sul do rio Amazonas A
namento de topo do Planalto Dissecado Norte da Amazô- elevada densidade demográfica da área e a presença de
nia. Estes Pediplanos estão relacionados às oscilações várias cidades têm sugerido planos rodoviários munici-
paleoclimáticas caracterizadas por fases de climas secos. pais. Eles são desaconselhados, de modo geral, devido á
Grandes depósitos de bauxita estão relacionados ao Pedi- grande extensão de rios navegáveis Todavia são sugeridos
plano Pllo-Pieistocênico e às oscilações paleoclimáticas novos traçados para as rodovias em planejamento, defi-
posteriores. Uma relação direta dos paleoclimas com os nindo-se os trechos a serem aproveitados ou evitados em
movimentos glácio-eustáticos não foi possível ser cons- função da evolução do relevo durante o Cenozóico
GEOMORFOLOGIA/137
ABSTRACT
An area totalling 295 156 square km, located between bauxite deposits are related to the Plio-Pieistocenic Pe-
paralells 00°00' and 04°00' south, and meridians 54°00' and diplain and to the paleoclimatic oscilations that followed. A
60°00'WGr .. called, in terms of international division, direct relationship between paleoclimates and glacio-
SA.21 - Santarém, is the object of this paper and geomor- eustatic movements could not be proven, except for the
phological mapping The radar imagery material posed Flandrian Transgression at the beginning of the Holocene
problems as to their interpretation and cartographic repre- Some flooded valleys like that of the Tapajós River are
sentation This paper analises the solutions proposed fot analized. Many drainage anomalies were identified, both
the geomorphological mapping lt summarizes the levei of on the narrow areas of the Amazon Plain, as off it The
knowledge acumulated through previous research The various specific phenomena of the Amazon River drainage
various types of relief are grouped in morphostructural made possible a typology of the "furos" and lakes Both on
units; where the different degrees of dissection permitted and off the Amazon Plain many anomalies of drainage
direct correlation with the structural and lithological orga- reflect structural movements of' reactivation of the Brazi-
nization :rhe morphostructural units are as follows: lian Plataform The rivers are NW-SE and NE-SW oriented,
Amazon Plain (Pianicie Amazônica), Peripheric Depres- comprise long drainage and create basculation of levelling
sion of Northern Pará (Depressão Periférica do Norte do surfaces Since the levelling surfaces have been dated, its
Pará), Lowered Amazonic H ighlands (Planalto Rebaixado tectonic movement permitted a definition of latter events,
da Amazônia), Dissected Highlands of the Trombetas and even during the Holocene The basculation movements
Negro Rivers (Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Ne- reflected in the superficial relief structure opposes the
138/ GEOMORFOLOGIA
1 - INTRODUÇÃO os paralelos 00°00' e 04°00'8 e pelos meridianos 54°00' e
60°00'WGr. Engloba 16 folhas na escala 1 :250.000 confor-
Este relatório trata do mapeamento geomorfológico na me mostra a articulação na figura 1 abrangendo uma área
escala 1:1.000.000 referente à Folha SA.21-Santarêm. de 295.156km2, incluindo administrativamente terras dos
Pelo corte cartográfico internacional está delimitada entre Estados do Pará e do Amazonas.
60' 00' 58' 30' 57' 00' 55' 30' 54' 00'
o• oo o· oo
4' 00'
60 00. .
58 30 57' 00 55' 30'
4• 00'
54' 00'
A sua complexa rede de drenagem corresponde totalmente terciária A estreita calha do rio Amazonas, com colma-
à bacia hidrográfica do rio Amazonas, onde ressaltam os tagem em processamento, interrompe a continuidade da
vales afogados orientados .pelas deformações estruturais cobertura terciária. Aparentemente simples, estas grandes
como a feição geomorfológica mais evidente e genera- províncias geológicas (vide l-Geologia) apresentaram
lizada nos setores externos da parte central da Bacia uma grande variação litológica, indo desde migmatitos,
Amazônica O eixo principal da bacia tem direção aproxi- gnaisses, riolitos, ignimbritos, andesitos e granitos no
mada leste-oeste, correspondendo à estreita área da Craton Guianês, até as intercalações de arenitos, siltitos e
planície holocênica Aqui o aspecto principal é dado por folhelhos da cobertura terciária As litologias paleozóicas
um complexo sistema de "furos" e diques aluviais inter- são arenitos, siltitos, folhelhos e calcários A cobertura
cruzados que isolam ilhas e lagoas de formas e dimensões vegetal é bastante diferenciada, sendo delimitadas quatro
extremamente variadas Seus afluentes principais pela grandes regiões fitoecológicas assim distribuídas Flo-
margem esquerda são Maicuru, Curuá, Trombetas, Nha- resta Densa, Floresta Aberta, Savanas e Formações Pio-
mundá, Jatapu e pela margem direita, Curuá, Tapajós e neiras, comportando também áreas de Tensão Ecológica
Madeira, conforme a figura 2 A configuração do conjunto representadas pelo contato entre os' diferentes tipos de
do relevo mantêm uma relação direta com a estrutura vegetação, além das áreas de Vegetação Secundária Esta
geológica, mostrada com nitidez pela imagem de radar região é submetida, segundo a classificação bioclimática
Assim, na parte norte da Folha o Craton Guianês, Prê- de Bagnouls & Gaussen, a um clima Xeroquimênico, apre-
Cambriano, com suas litologias polimetamórficas e sentando dias curtos, temperatura média do mês mais frio
ígneas, aparece intensamente erodido e rebaixado em superior a 15°C e um período que se estende até 40 dias
relação às seqüências paleozóicas da Sinêclise do Ama- biologicamente secos, delimitados por chuvas torrenciais
zonas, arqueadas e desdobradas em cuestas Sobre as (vide IV-Vegetação). Dentro destas condições de lito-
litologias paleozóicas pouco expostas ocorre desde o logia, vegetação e clima ocorrem grandes variedades de
contato com o Craton Guianês até os limites sul da Folha unidades de solo com predominância para os Latossolos
uma extensa cobertura, de facies continental e de idade Amarelo Distrófico, Vermelho Amarelo Distrófico, Podzó-
GEOMORFOLOGIA/139
I
Fig 2 - Limites Politicos, Rios e Cidades Principais
lico Vermelho Amarelo e Terra Roxa Estruturada Em Par'intins, ltaquatiara, Obidos, Alenquer e Monte Alegre O
ocorrências menores aparecem os Aluviais Eutróficos, na setor de transportes ainda é predominantemente por via
Planície Amazônica, e os Litólicos Distróficos (vide fluvial, que constitui o mais viável e economicamente
111-Pedologia) explorado O rio Amazonas funciona como eixo principal
de escoamento, comportando embarcações de grande
calado Como as principais cidades estão nas margens do
De modo geral, os aspectos da geomorfologia da área rio Amazonas, as interligações ficam facilitadas Esta faci-
mapeada são representados por um conjunto de relevo lidade aumenta pelo complexo sistema de "furos" e lagos
bastante diferenciado, o que é indicativo das diversas que a planície comporta. Subindo-se os afluentes do rio
condições dos processos de evolução. Predominam áreas Amazonas, todos navegáveis, estabelecem-se as ligações
dissecadas com formas de relevo colinoso e em interflú- secundárias Não obstante as facilidades das hidrovias, a
vios tabulares. Foram mapeadas também extensas áreas área imageada na Folha SA.21-Santarém tende a inter-
planas, correspondendo a duas superfícies de aplaina- ligar suas principais cidades pela ampliação das rodovias
mentos bem distintas, reconhecidas como de idade plio- municipais e interligações com algumas estaduais e
pleistocênica e neo-pleistocênica. Essas áreas planas são federais Suas principais estradas são a BR-163 Cuiabá-
englobadas em suas máximas extensões nas unidades Santarém, a PA-010 Manaus-ltaquatiara e a PA-370
morfoestruturais do Planalto Tapajós-Xingu, Planalto Santarém-Curuá-Una, sendo estas duas últimas pavi-
Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas) e da Depressão mentadas
Periférica do Norte do Pará. Em termos de ocupação
humana esta área se apresenta bem povoada, com a Os detalhes sobre a constituição geológica, as carac-
ocupação preferencial dos trechos marginais aos rios, terísticas dos solos e a composição das associações
principalmente ao rio Amazonas, sendo que para norte da vegetais estão referidos nas partes próprias dentro deste
área, a partir do paralelo 01 °00'8, essa ocupação humana volume. Quando houver necessidade de remissão a deta-
quase ~nexiste. Pela posição geográfica que ocupa, sua lhes de geologia, solos e vegetação, ela será feita pela
expansao demográfica tende a atingir índices elevados, em numeração, em algarismos romanos, seguida do título de
decorrência da existência de elevado potencial no setor seções Em todos os casos foi mantida a terminologia
dos recursos naturais. Os maiores adensamentos popu- contida nos mapeamentos correspondentes a esta área,
lacionais ocorrem nas cidades de Manaus, SaAtarém, realizados pelo Projeto RADAMBRASIL.
140/GEOMORFOLOGIA
2 - METODOLOGIA Dirimidas as dúvidas pelo sobrevôo e trabalho de campo,
inicia-se a integração dos acetatos que contêm a inter-
pretação da imagem de radar a 1 250.000. Os problemas no
2.1 - Material e Métodos fechamento de interpretação entre acetatos contíguos são
diminuídos pela fixação da legenda prévia e pela definição
A interpretação e o mapeamento geomorfológico a dos padrões. A integração é operada sucessivamente, a
1 1 000.000 seguem a metodologia básica estabelecida 1 500.000 e a 1 :1 .000.000, escala final do mapeamento As
para o Projeto RADAMBRASIL. Depois das pesquisas reduções progressivas, feitas por processos de xerocópia,
cartográficas e bibliográficas, segue-se a interpretação fixam a dimensão do fato mapeado Isto evita as discri-
preliminar, basicamente efetuada a partir de material minações subjetivas, determina ou não a necessidade de
obtido no levantamento radargramétrico realizado em grupá-lo e assegura a fidedignidade do mapeamento final.
1971/72, obedecendo à seguinte ordem de precedência Após a redução das interpretações em xerocópia para a
técnica: mosaico semicontrolado na escala 1 :1.000.000, escala a 1 :1 000.000, o mapa é montado e transposto para
mosaicos semicontrolados a 1 :250.000, faixas .estereoscó- a base cartográfica (bfue-line) também elaborada a partir de
picas na mesma escala dos mosaicos e perfis de radar- imagens de radar
altímetro. Além destes, são empregadas, como recursos
auxiliares, fotografias em infravermelho em cópias colo- 2.2 - Problemas da Cartografia Geomorfolóçica
ridas e preto-e-branco na escala a 1:130 000, fotos multi-
espectrais na escala 1 :73.000 e imagens trimetrogon na Os preceitos normativos da cartografia geomorfológica no
escala 1 40 000 quando existe cobertura A utilização Brasil foram sumarizados por Ab'Sáber (1969) e Moreira
múltipla de todos esses elementos permite boa capacidade (1969) Baseando-se neles e visando atingir aos objetivos
de resolução, ao nivel de interpretação, tornando o método do Projeto RADAMBRASIL, deveriam ser solucionados os
muito adequado para o mapeamento da área seguintes problemas:
A interpretação preliminar da imagem de radar consta do a - A necessidade de figurar a base geológica como
traçado da rede de drenagem sobre acetatos na escala elemento do mapa geomorfológico
1 250 000 até o nivel de visibilidade dado pela mesma Em
operação simultânea seguem-se a delimitação das formas b - A fixação, delimitação e descrição precisas das
de relevo e sua definição Esta obedece aos padrões de formas de relevo em si mesmas, como registro de evento
imagens previamente selecionados, contidos em um posicionado em nível de coordenadas e de planimetria
álbum de convenções onde combinações de letras-símbolo desde que a interpretação destas formas seja, por natureza.
descrevem e classificam os tipos de formas, identificadas discutível e superável
nesses padrões A utilização deste recurso elimina por
completo uma possível subjetividade no mapeamento O c - A fixação de altimetria e relacionamento entre dife-
traçado da drenagem e as delimitações dos tipos de rentes massas de relevo, já que o mapeamento abrange
formas de relevo, quando não claramente definíveis, são área onde o levantamento planimétrico e altimétrico pre-
ciso ainda está se processando
isolados como áreas de duvida e não mapeados nesta fase
Estas são resolvidas através de sobrevôo e trabalho de
campo, por consulta a outras Divisões do Projeto RADAM- d -- A representação dos domínios morfoclimáticos e
BRASIL e por auxílio bibliográfico morfoestruturais.
GEOMORFOLOGIA/141
Os problemas de representação da base geológica supe- fitoecológico Os pequenos ajustes realizados eram previ-
raram-se parcialmente, porque o Projeto RADAMBRASIL síveis porque não há termos de comparação entre a
publica carta geológica incluindo também representação proposição de esquemas e mapeamentos sistemáticos Na
dos principais dados que o mapeamento geomorfológico medida em que o mapeamento atinge áreas amazônicas,
requer Resta pequena dificuldade para a leitura a super- os desajustes são acentuados, principalmente porque
posição das duas cartas ainda que de mesma escala O ocorrem sob floresta, feições geomorfológicas antigas,
registro das formas de relevo foi solucionado pela meto- herdadas de geomorfogêneses diferentes, justapostas ou
dologia e pela interpretação da imagem de radar cujos até mesmo superpostas à feições geomorfológicas cor-
mosaicos ressaltam essas formas. A legenda completou a relacionadas à geomorfogênese atual Da mesma forma,
solução do problema A fixação de altimetria relativa das no que se refere às províncias morfoestruturais, os ex-
diversas massas de relevo resolveu-se pelo emprego de tensos depósitos de cobertura e a morfogênese umida
cores diferentes, com os tons mais fortes hierarquizados obliteram parcialmente influência~; litológicas e estru-
das partes altas para as mais baixas A solução dada ao turais. A definição das regiões de transição geomorfo-
problema de representação da idéia de altimetria relativa lógica começou a ser esboçada à medida que o mapea-
pelo emprego de cores poderia ser entendida como sub- mento progredia Em decorrência, foram mantidas as
aproveitamento de elemento gráfico de valor, se as cores proposições iniciais de Ab'Sáber como parâmetro para as
não solucionassem simultaneamente o problema da modificações que se fizerem necessárias Sem perder de
compartimentação e do grupamento das formas de relevo vista estas diretrizes, a denominação de províncias morto-
O emprego de cores dá, à média aproximação visual, a estruturais passou a ser empregada em sentido mais
idéia de altimetria relativa e de compartimentação do adaptado à realidade mapeada, adquirindo uma conotação
relevo mapeado e, à distância normal, pode-se identificar de unidades de relevo Os domínios morfoclimáticos são
as formas de relevo titulados com base nas unidades morfoestruturais, con-
tendo descrições de suas formas de relevo e das variações
O problema de representação das províncias morfoestru- fitoecológicas mapeadas pelo Projeto RADRAMBRASIL
turais e domínios morfoclimáticos foi solucionado em
nível diferente Graficamente não era possível ou reco-
mendável a superposição destas unidades seja em cores 23 - Chave de Legenda
seja em preto Resolveu-se a questão a nível de legenda,
onde as linhas de limite dos dois tipos de unidades foram A fixação de legenda aberta, depois de superadas muitas
superpostas, em esquema à parte, integradas e definidas experiências, foi resolvida por associação de letras que
Na medida em que se publicarem os mapeamentos do detalham as categorias de formas tomadas lato sensu
Projeto RADAMBRASIL, esta superposição continuará S - estruturais, E - erosivas e A - acumulação, que
O objetivo final é a divisão da extensa área territorial do iniciam o grupamento de letras sempre notadas em maius-
Brasil, delimitando-se suas unidades morfoestruturais e culas Esta categoria dá a gênese da forma As letras
os domínios morfoclimáticos podem ser combinadas entre si em raros casos (SE, EA ou
ES1 Ás letras maiusculas seguem-se associações minus-
O ponto de partida para essas divisões foram as propo- culas correspondentes ao registro da forma em si mesma
sições feitas por Ab'Sáber (1967), que serão mantidas A associação das minusculas pode co11ter também referên-
como parâmetro até que se necessitem modificações cia à sua gênese Adotou-se, para iniciar a chave de letras
plenamente justificáveis Aquele autor conceituou as uni- rr.inusculas, a letra com que se inicia o nome da forma.
dades morfoestruturais como grandes áreas onde o con- mas há também combinações de mais de uma letra,
trole da erosão é exercido primordialmente pelas con- quando a primeira estiver esgotada ou quando ocorrerem
dições geológicas Como dor11inio morfoclimático, definiu formas associadas A qualificação de gênese da forma é
as regiões onde as variações da erosão dependem de um colocada no final da combinação de letras O registro do
sistema morfoclimático, no qual a fisiologia da paisagem tipo da forma de relevo é colocado no meio, e a categoria.
está relacionada ás condições de clima, vegetação e solos lato sensu, em letra maiuscula abrindo a associação Isso
Em trabalho posterior, Ab'Sáber (1969) esquematizou, de permite uma separação clara do que é registro direto,
modo genérico, a distribuição do que chamou de "áreas portanto imutável, do que é interpretação, por isso sujeito
nucleares" dos domínios morfoclimáticos, considerando a transformação A interpretação é considerada como
que entre essas "áreas nucleares" de cada domínio exis- transitória não só dentro de um contexto cientifico global
tem processos geomorfológicos de transição, atribuídos a mas especificamente dentro do mapeamento do Projeto
influências bioclimáticas O problema de determinar os RADAMBRASIL, porque as dificuldades de comprovação
limites da preponderância de um ou outro processo foi são muitas para uma área florestada de difícil acesso Um
assim colocado por Ab'Sáber (1969) às pesquisas que destaque pelo valor pragmático, operacional e cientifico
seriam feitas posteriormente Ao admitir áreas de tran- foi dado aos tipos de dissecação, objetivando superar
sição entre "áreas nucleares", Ab'Sáber implicitamente designações inapreciáveis como forte, fraco e moderada-
não atribuiu ás palavras províncias e domínios os sentidos mente dissecado Desse modo, uma associação de letras-
específicos que têm em Geologia e Botânica. A definição símbolo qualifica seu tipo
foi de natureza geomorfológica Os mapeamentos reali-
zados pelo Projeto RADAMBRASIL ensejam a oportuni- Na lista de convenções, as letras-símbolo estão hierarqui-
dade de delimitação das áreas de transição geomorfoló- zadas em ordem alfabética apenas para facilidade de
gica entre as "áreas nucleares" porque também são consulta Esta hierarquia não implica, pois, em predo-
mapeados solos e vegetação A sensibilidade do mapa minância de uma forma sobre outra, nem indica ordem
Fitoecológico contribui para maior aproximação na divisão genética A legenda se esclarece com uma complementa-
dos domínios morfoclimáticos Desde o início do ma- ção sintética do significado de cada associação de letras
peamento constatou-se a utilidade do método de super- na área mapeada Como a legenda ê aberta, a associação
posição, porque ele começou em áreas bem individuali- de letras pode modificar-se de mapa para mapa sem perder
zadas do ponto de vista geológico, geomorfológico e homogeneidade em relação á carta precedente e sem
142/ GEOMORFOLOGIA
perder a qualificação de fatos que poderão aparecer em mapeamentos de superfícies aplainadas. A imagem de
outras Folhas a serem mapeadas. radar supre com êxito essas deficiências e justifica o
critério adotado. Sem mudar o conceito do fato, muda o
A limitação do uso de termos geomorfológicos na descri- método de identificá-lo e mapeá-lo em decorrência de
ção da legenda visa a facilitar a leitura do mapa. Esses recurso técnico utilizado
termos nem sempre são acessíveis a todos os usuários e,
algumas vezes, nem mesmo normalizados pelos especia- Dentro dos critérios usuais em que são elaborados os
listas, sobretudo em se tratando da geomorfologia da mapas geomorfológicos, o presente mapeamento apresen-
região Amazônica. Em vista dissso, estabeleceu-se uma ta limitações A primeira delas refere-se à interpretação: O
conceituação básica para a tradução das letras-símbolo, mapa identifica formas de relevo e as traduz em letras-sim-
fundamentada em três princípios o da declividade das bolo. Isto visa a torná-lo um elemento de consulta aberto a
vertentes (definidas como formas com vertentes de declive urh número maior de técnicos não especializados em
fraco e formas com vertentes de declive forte), o do grau de geomorfologia, mas que necessitam de dados sobre o
incisão dos talvegues para aprofundado, muito e pouco relevo para efeito de planejamento O levantamento das
aprofundado e o da densidade da drenagem para baixa e formações superficiais constitui-se em outro obstáculo em
alta Essa definição de cunho quantitativo não está ba- razão da dificuldade de acesso às áreas mapeadas Mapea-
seada em dados numéricos, mas decorre de uma padro- mentos em escalas que permitam melhor detalhe, comple-
nização definida por modelos de imagem de radar, pré- mentados com trabalhos de campo sistematizados, pode-
selecionados e constatados em campo rão fornecer esses informes O mapa também apresenta
deficiência dada pela dupla necessidade de apresentação
Os símbolos geomorfológicos necessários são impres- de tipos de formas simultaneamente com os processos
sos em preto, bem como os limites de formas de relevo. morfogenéticos Ao nível da escala a 1 :1 .000.000 esta
limitação não pode ainda ser superada sem prejuízos da
Deste modo o mapa atingiu, quanto á representação densidade de informes, que deveriam ser mapeados para
gráfica, a quase totalidade dos objetivos propostos por que o mapa pudesse registrar as formas e indicar proces-
Ab'Sáber (1969) e Moreira (1969), ficando ainda sem so- sos simultaneamente
lução gráfica e representação das formações superficiais e
a dinâmica da geomorfogênese As dificuldades de indi- Dentro das características da metodologia, da natureza
cação destes dois tipos de fenômenos têm sido senti- sistemática do mapeamento e da oportunidade de publica-
das até em mapeamentos feitos sobre aerofotos em escala ção em cores, o mapa geomorfológico resultante não
1 50 000 No caso do mapeamento do projeto RADAM- podia perder a informação dada pelas imagens de radar
BRASIL, especificamente para os trabalhos geomorfológi- para aumentar o conhecimento geomorfológico da área
cos, o problema cresce pelo nível de escala e pela impos- mapeada Assim, o mapeamento procurou associar, de
sibilidade de realização de trabalhos de campo, que permi- acordo com a escala, informações para uso em planeja-
tissem acompanhamento sistemático dos fatos referidos mento regional, como a compartimentação do relevo, às de
Alguns dados destes dois fenômenos podem ser deduzi- natureza essencialmente geomorfológica
dos, de modo indireto da legenda, e outros são referidos
em nível de relatório com base em bibliografia e outras
fontes Por utilizar instrumentos diferentes, por ter de solucionar
problemas de cartografia g~omorfológ.i~a para a escala
1 1 000.000 e por ter objetivos espec1f1cos, o presente
mapeamento não pode ser comparável a outros em escalas
24 - Classificação do Mapa maiores, fundamentados em aerofotogrametria e controle
sistemático de campo
O mapeamento conseguido com essa metodologia resulta
em um mapa que contém praticamente todas as formas de
relevo, determinadas até o nível atual de aproveitamento da Os mapeamentos geomorfológicos com base em sensor~s
imagem de radar remotos como o radar, fazem por merecer, pela extensao
das áre~s mapeadas e pela escala, uma classificação à
Alguns esclarecimentos preliminares tornam-se necessá- parte. Por isto não se enquadram ao lado de mapas que
rios para os usuários do mapa Geomorfológico. Usualmen- utilizam outros meios.
te aplica-se aos estudos geomorfológicos o critério de
concordância de topos de elevações para detectar os níveis
de aplainamento Nesse caso, adotou-se o critério de só se
mapearem as áreas aplainadas quando a imagem permitis- 3 - NATUREZA DOS TRABALHOS ANTERIORES
se essa identificação, as outras áreas foram qualificadas
conforme seu tipo de dissecação, identificadas por uma O levantamento bibliográfico efetuado para a Folha SA.21-
chave de letras-símbolo descritas na legenda. Deste modo, Santarém revelou a existência de trabalhos de caráter
as áreas planas que podem ser tomadas preferencialmente científico, que tratam especificamente da geomorfologia
ao uso da terra foram distintamente separadas das áreas da área mapeada. Outras referências bibliográficas consul-
em processo ativo de erosão. As rotas de sobrevôo e itine- tadas tratam, em geral, de trabalhos realizados e desenvol-
rário de campo permitiram concluir que a imagem de radar, vidos em âmbito regional na Amazônia.
ao nível da escala, é instrumento adequado para a separa-
ção das formas planas e dissecadas, as quais o planejador As primeiras informações de que se têm notícias foram
pode usar com maior objetividade. A falta de base carto- relatadas por Coudreau (1900, 1903a, 1903b e 1903c) que,
gráfica com curvas de nível precisas e a dificuldade de se fazendo os percursos dos rios Trombetas, Maicuru, Ma-
mapearem níveis aplainados por levantamentos altimétri- puera e Curuá, respectivamente, descreveu de modo geral
cos expeditos são problemas i,nerentes a quase todos os os aspectos paisagísticos destes rios do sistema amazôni-
GEOMORFOLOGIA /143
co. O mesmo ocorreu com Cruls (1973), conforme relata ca. Admite ainda a existência de aplainamento Pré-Yar-
em seu diário sobre a viagem que fez pelo rio Paru de Oeste mouth e Sangamon e do encaixamento da drenagem
ou Cuminá Pré-lllinoiano e Wisconsiniano, evidentes nos arredores de
óbidos e Alter do Chão, fato este confirmado no presente
Moura (1944), observando o curso do rio Tapajós, fez mapeamento
referências sobre a sua foz represada pelas águas do rio
Amazonas e os efeitos de preamar em Santarém e Aveiro. Ab'Sáber (1967) propôs que, após a dissecação inicial da
Gourou (1949) considerou este represamento como um Formação Barreiras, desenvolveu-se um processo de pedi-
fenômeno comum á paisagem amazônica no trecho entre mentação, relacionando os encaixamentos mais expressi-
Belém e Manaus. Identificou-o como sendo rias de água vos com o nível dos pedimentos de Santarém. Após este
doce, atribuindo diretamente a barragens efetuadas pela evento, admitiu uma alternância entre o afogamento dos
colmatagem do vale do rio Amazonas, posteriormente ao vales fluviais e a retomada de erosão, sob os efeitos das
movimento positivo do mar, o que teria inundado seu vale e variações glácio-eustáticas Diz o autor que a ação tectôni-
os de &eus afluentes Propôs também, como hipótese de ca foi a responsável pelo direcionamento de rios amazôni-
trabalho, que o entulhamento do vale Amazônico elevou o cos Identifica ainda calhas aluviais embutidas em áreas de
nivel de suas águas, represando a foz dos seus afluentes litologias terciárias e paleozóicas
Soares (1950) analisou os aspectos geomorfológicos das Efetuando reconhecimento geológico na região do rio
margens do Baixo Amazonas e Baixo Tapajós, sobretudo Trombetas, Forman (1969 d) definiu duas grandes unida-
dos níveis de terraços, vales submersos, e o afogamento e des geomorfológicas nesta área, diferenciadas pelos tipos
aprofundamento dos vales do baixo curso pela erosão, litológicos e feições estruturais A primeira unidade foi
transformando-os em verdadeiras rias de água doce. Atri- delimitada na área de ocorrência da Formação Trombetas
buiu 0 evento ao aLaixamento do nível de base desses rios, A segunda unidade foi constituída pelas áreas de ocorrên-
resultante dos movimentos eustáticos no Plioceno e Qua- cia de rochas vulcânicas, dividida em duas subunidades, a
ternário Correlacionou as falésias do Baixo Tapajós com saber áreas de terras baixas ou de "'mata de igapó", na
as falésias de Gurupá, mostrando as diferenças na evolu- planície de inundação, e áreas de "terra firme" nos planal-
ção genética das mesmas, relacionando-as com níveis de tos
terraços
Forman (1969 a), em trabalhos desenvolvidos no rio Curuá,
Em estudos sobre a Série das Barreiras, Amaral (1954) fez descreve em traços gerais os aspectos de geomorfologia
considerações, baseado em resultados de análises petro- da região, dividindo-a em três grandes zonas distintas,
gráficas em amostras coletadas ao longo das partes delimitadas pelas cachoeiras e corredeiras existentes nes-
marginais do rio Tapajós Considerou a evolução dos te rio Forman (1969 b) efetuou reconhecimento geológico
sedimentos Terciários como tendo sido depositados em detalhado e de prospecção geoquímica nos rios Erepecuru
ambiente aquoso, predominantemente lacustre. Observou ou Paru de Oeste e no Mapuera, onde foram feitas observa-
que os afloramentos à beira do rio Tapajós são devidos ao ções dos aspectos geomorfológicos, resultando em uma
trabalho de erosão fluvial e que as margens possuem mais divisão com três unidades distintas No rio Erepecuru são
ou menos de 20 a 30m de altura, com exceção de alguns caracterizadas pelas formas diferenciadas do relevo, corre-
testemunhos que formam elevações de mais de 1OOm laçionadas com rochas da Formação Trombetas, apresen-
Observou ainda a existência de dois níveis de terraços na tando platôs, morros testemunhos e pequenos canyons
cidade de Santarém Seguem-se as serras alongadas de vertentes suaves e
formas abobadadas de vertentes abruptas, relacionadas
Baseado no alinhamento paralelo com direção preferencial com as rochas de idade pré-cambriana Para o rio Mapuera
NW-SE de rios como o Urubu, Preto da Eva, Negro e a divisão em unidades foi baseada em limites de cachoei-
Uatumã, além de outras direções NE-SW, Sternberg (1950) ras, bem como nos tipos litológicos
propõe como hipótese de trabalho que a causa imediata da
padronagem hidrográfica seja um conjugado de fraturas e
falhas, que possivelmente estariam relacionadas a um Damião, Souza e Medeiros (1972), em trabalhos realizados
diastrofismo nas proximidades de Manaus, descrevem os aspectos
geomorfológicos da região, utilizando-os como guia para
Andrade (1956) apresenfou um estudo sobre a evolução prospecção de materiais" utilizáveis na indústria e constru-
dos termos "furos", "paranás" e "igarapés" como elemen- ção civil Os reflexos dessas feições geomorfológicas
tos do sistema potamográfico amazônico A partir deste foram também utilizados para explicar fenômenos de cará-
estudo, no presente relatório é proposto um conceito para ter estrutural As ocorrências de "terras caídas" foram
"furos" e "paranás" bem como uma tipologia para os observadas nas áreas de relevo baixo Referências foram
"furos" e lagos que ocorrem na Folha de Santarém feitas aos lagos, "paranás" e ilhas.
Sakamoto (1957), realizando trabalhos na Amazônia, espe- Coube a Cunha (1973) a interpretação dos aspectos geo-
cialmente com-o fim de estudar os depósitos de ferro, morfológicos da bacia considerada como Médio Amazo-
manganês, bauxita e evaporitos, fez observações de cará- nas, utilizando imagens de radar Mostrou que as direções
ter geomorfológico e sedimentológico. Referindo-se aos estruturais de rios como Urubu, Crepori, Abacaxis, Jatapu,
vales fluviais afogados, atribui sua gênese ao fenômeno Mamuru, Arapiuns e outros são coincidentes com direções
das variações glácio-eustáticas que geraram alterações no estruturais prognosticadas através de trabalhos de sís-
equilíbrio do sistema fluvial amazônico. Apresenta um mica. Relaciona os sedimentos quaternários que ocor-
corte idealizado para a Bacia Amazônica, mostrando a rem fora da planície atual de inundação dos rios Jatapu e
relação dos aplainamentos com a idade pré-pleistocênica, Uatumã, com uma reativação e soerguimento no flanco
e ao encaixamento da drenagem infere a idade pleistocêni- norte do alto estrutural do rio Jamanxim, atuante no
144/ GEOMORFOLOGIA
Eo-Devoniano (Cunha Apud Carrozzi, 1873). Considerou pós-pleistocênica. Este aplainamento prolonga-se além
ainda que o baixo curso do rio Tapajós se desenvolveu em das áreas estudadas, sendo identificado no presente ma-
um graben rift valley, cujos falhamentos iniciais se deram peamento e correlacionado com o mesmo nível altimétrico.
no período Jura-Triássico, e que após a deposição dos do Pediplano Nelo-Pieistocênico O Planalto Dissecado
sedimentos terciários teria sido reativado, havendo uma Norte da Amazonia, identificado pelos mesmos autores,
subsidência do graben passando a canalizar as águas do foi mais detalhadamente analisado por Costa & Melo
rio Este evento foi confirmado no presente relatório (1975) no estudo das Folhas NA.21-Tumucumaque e par-
te de NB 21-Roraima. Este planalto adentra na Folha SA
Tricart (1973) atribuiu ao período da regressão Pré-Fian- 21-Santarém, apresentando-se com as mesmas caracterís-
driana de Grimaldi a dissecação de interflúvios nas áreas ticas morfológicas e altimetria relativa.
próximas de Óbidos e Parintins, sob condições de clima
mais seco que o atual Responsabiliza a transgressão
Flandriana, acompanhada de oscilação climática úmida, 4 - UNIDADES MORFOESTRLJTURAIS
pelo afogamento dos vales fluviais nestas áreas Admite
ainda como hipótese que a parte localizada a oeste de A interpretação geomorfológica em imagem de radar pos-
óbidos permite estudar as relações entre a dissecação dos sibilitou reunir formas de relevo e altimetria relativa com
interfluvios e a recente evolução do rio Amazonas e de seu características semelhantes, resultando na divisão de oito
afluente, o rio Trombetas, como também pode ser estabe- Unidades Morfoestruturais em SA 21-Santarém, conforme
lecido um contexto cronológico para o Quaternário recen- a figura 3
te Considera que as diferenças na intensidade de
dissecação, que ocorre a oeste das cidades de Juruti na
Folha 8A 21-Z-A e em óbidos, Folha 8A 21-X-C, estão O Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro é a única
relacionadas a um problema conjunto disposição da rede unidade que aparece pela primeira vez no presente ma-
hidrográfica influenciada por deformações acompanhadas peamento e que possivelmente será ainda referida por
de fraturas locais, como também dos tipos litológicos ocasião do mapa e relatório da Folha SA.20-Manaus O
couraças, algumas delas bauxiticas, responsáveis pela Pediplano Rio Branco-Rio Negro e o Planalto Dissecado
conservação de formas de relevo, a exemplo das mesas Norte da Amazônia foram identificados e mapeados por
que ocorrem nestas áreas Estes eventos foram confirma- Franco, De I' Arco e Rivetti (1975) e posteriormente mapea-
dos no presente relatório O afogamento dos vales fluviais, dos por Costa & Melo (1976). As demais unidades foram
generalizado na Folha de Santarém, foi interpretado no registradas anteriormente por Barbosa, Rennó e Franco
presente mapeamento como sendo um fenômeno conjun- (1974) O Planalto Rebaixado da Amazônia foi identificado
to, principalmente relacionado com os efeitos de uma por Ventura, d'Avila e Barbosa (1975) Com exceção do
reativação tectônica de antigas estruturas falhadas de Planalto Tapajós-Xingu, todas as Unidades Morfoestrutu-
direções NE-SW e NW-8E, sobre as quais, em geral, estão rais de SA 21-Santarém prolongam-se para oeste
adaptados vários afluentes do rio Amazonas, como
também, sem maiores evidências, relacionado com os
movimentos glácio-eustáticos da transgressão Flandriana 41 - Planície Amazônica
Barbosa, Rennó e Franco (1974) ider.lificaram na Folha A Planície Amazônica é uma área alongada, estendendo-se
SA.22-Belém fenômenos que se prolongam para a Folha na Folha SA 21-Santarém na direção E-W tendo o rio
SA 21-Santarém. Assinalam a ocorrência de dois níveis de Amazonas em seu eixo O ponto extremo setentrional
aplainamentos que reconheceram como Pós-Barreiras e desta unidade de relevo ocorre no lago de Sapucuá, nas
Pleistocênico. Estas superfícies planas foram confirmadas proximidades de 01 °50'8. Para sul, o limite máximo em
e denominadas respectivamente em SA 21-Santarém como SA 21-Santarém ocorre próximo ao "igarapé" Chocolateira.
Plio-Pieistocênica e Neo-Pieistocêníca Estudaram a for- na ilha Tupinambarana, a 03°40'8. As principais cidades da
mação do rio Xíngu, onde são feitas analogias com o rio Planície Amazônica no presente mapeamento são: Alen-
Tapajós Atribuem como gênese para o rio Xingu os efeitos quer, Óbidos, Oriximiná, Parintins e ltaquatiara. Com
combinados de movimentos tectônicos e eventos eustáti- exceção de Parintins e ltaquatiara, o sítio urbano desses
cos no período Holocênico, justificando para esta ria sua municípios aproveitou-se das partes limítrofes da Planície
classificação de cherm Ventura, D'Ávila e Barbosa (1975) com outras unidades morfoestruturais mais elevadas alti-
referem-se aos efeitos de uma reativação tectônica tardia metricamente, oferecendo maior segurança no período das
em sedimentos terciários da Formação Barreiras na Folha enchentes do rio As unidades de relevo contíguas à
8B.21-Tapajós Estes efeitos são mostrados de modo Planície Amazônica são a nordeste e sul encontra-se o
genérico no encaixamento geral da drenagem em torno de Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas), a
1O a 15m dos rios das 2. a e 3. a gerações Relacionam a noroeste localiza-se o Planalto Dissecado Rio Trombetas-
retomada de erosão holocênica à subsidência e bascula- Rio Negro e a sudcst~ o Planalto Tapajós-Xíngu A leste a
mento do Pediplano Pleistocênico, no qual a retomada Planície Amazônica prolonga-se da Folha SA 22-Belém e a
encaixou os rios. Este evento também é marcado na Folha oeste estende-se para a Folha S.A.20-Manaus A vegetação
SA.21-Santarém pelo encaixamento da drenagem de 2. a e predominante nesta área é a de Campo, aparecendo tam-
3 a gerações, na faixa de relevo dissecado ao sul da área, bém os Parques e a Floresta de Várzea (vide IV-Vegetação).
por efeitos de virgações neste trecho, respectivamente no Do ponto de vista pedológico encontram-se Areias Ouart-
contato entre os sedimentos terciários da Formação Bar- zosas e principalmente Solos Hidromórficos, além de
reiras e das formações paleozóicas da Sinéclise do Amazo- Laterita Hidromórfica (vide 111-Pedologia). Pertencem a esta
nas. Franco, Dei'Arco e Rivetti (1975) no estudo das Folhas unidade geomorfológica as áreas submetidas diretamente
NA.20-Boa Vista e parte das Folhas NA.21-Tumucumaque, ao controle do rio Amazonas, que foram divididas em
NB.20-Roraima e NB.21 definiram que o aplainamento alagadas e inundáveis. A planície fluvial alagada (Apta)
denominado Pediplano Rio Branco-Rio Negro é de idade corresponde aos trechos que mesmo no período de menor
GEOMORFOLOGIA/145
l
Pediplano
Rio Branco-Rio Negro
volume das águas do no Amazonas estão submersos, zonas limitando-se com rebordos pronunciados A própria
ainda que a lâmina d'água que as recubra seja de alguns cidade de Manaus, às margens do rio Negro, most_ra esse
centímetros, dando condições de áreas embrejadas desnível, seguindo-se os exemplos de Parintins e Obidos,
(Est I 1) Com a legenda de planície fluvial inundável (Apfi) esta última localizada sobre sedimentos arenosos quater-
mapearam-se as áreas que são alagadas apenas no período nários.
das enchentes Na Planície Amazônica registram-se fatos
específicos como os "paranás", "furos", "igarapés", vales O rio Amazonas entra na Folha SA 21-Santarém com
fluviais com foz afogada ou rias fluviais, lagos com forma e direção SW-NE, nas proximidades da ilha do Careiro;
gênese diferenciadas, diques aluviais, canais e cordões do condicionado pelos sedimentos terciários da Formação
tipo slíkke e schor,e, áreas de inundação e constantemente Barreiras, dirige-se para NW-SE até o rio Madeira, onde
alagadas com brejos e "igapós", cursos fluviais anastomo- novamente procura a direção SW-NE A leste de Urucará
sados com numerosas ilhas, além de outros dirige-se novamente de NW-SE até Parintins, onde inflete
para NE Nas proximidades de Obidos, em função da
À medida que segue para o Baixo Amazonas, a Planície litologia terciária, varia sua direção para NW-SE até Santa-
torna-se mais alargada No trecho quu vai da foz do rio rém, onde, de forma alinhada, volta-se outra vez para
Uatumã até a foz do rio Tapajós é constante a faixa com SW-NE.
alargamentos consideráveis, eventualmente superiores a
35km Tanto na margem direita como esquerda, freqüen- Dos principais cursos fluviais que alimentam o potencial
temente a Formação Barreiras aproxima-se do rio Ama- hídrico do rio Amazonas e que o ajudam a elaborar a
146/ GEOMORFOLOGIA
pl'anície fluvial, os rios Madeira, Tapajós e Curuá-Una são A análise da Planície Amazônica em SA.22-Belém e em
os mais importantes pela margem direita, e o Urubu, SA 21-Santarém permite definir as proximidades do Alto
Uatumã, Nhamundá, Curuá e Maicuru, os mais significati- Estrutural de Monte Alegre como limite para diferentes
vos pela margem esquerda. Muitos são os grandes lagos aspectos nas formas de relevo Barbosa, Rennó e Franco
que aparecem na Planície Amazônica; de leste para oeste (1974) reconheceram que na foz do rio Amazonas não há
temos: lago Grande, nas proximidades de Monte Alegre, atualmente condições de colmatagem ativa, ocorrendo
lago ltandéua, nas proximidades de Alenquer, lago de abertura de canais, classificando-o como "litoral de estuá-
Sapucuá, nas proximidades da foz do rio Trombetas, lago rio". Conforme os mesmos autores, os processos de
Canaçari, nas proximidades de ltaquatiara, além de outros. colmatagem são mais eficientes à montante da foz do rio
De modo geral esses lagos estão ligados ao sistema de Xingu Entre o rio Xingu e o Alto Estrutural de Monte
drenagem por pequenos "furos" que na época da estiagem, Alegre observa-se que a Planície Amazônica é compacta
eventualmente, ficam secos Grandes ilhas também em função da intensa colmatagem que ocorreu e que se
compõem esta unidade a ilha Grande do Tapará localiza- efetiva atualmente Em SA.21-Santarém, os lagos são de
se á frente de Santarém, a ilha Tupinambarana, entre maior porte e a drenagem secundária tem características
Parintins e Nova OI inda do Norte, a ilha do Careiro, a ilha de "labiríntica", os vales fluviais alagados (rias fluviais)
da Trindade e outras são constantes e a foz de diversos "furos" que deságuam
em lagos é feita com formação de deltas fluviais (Est XIV
A Planície Amazônica repete em toda a área SA.21-Santa- 1) As diferenças nas formas de relevo coincidem com a
rém os fenômenos referidos; entretanto ressaltam-se em divisão da Bacia Sedimentar Amazônica, Cunha (1973),
trechos diferentes as características que lhes são mais combinando-se esses critérios geomorfológico e geológi-
marcantes No trecho compreendido entre o extremo leste co, passou-se a reconhecer, no presente mapeamento, o
da Folha SA 21-Santarém e o rio Trombetas, configuram- Alto Estrutural de Monte Alegre como divisor do Baixo e
se lagos de tamanho muito grande, eventualmente com Médio rio Amazonas O Médio Amazonas prolonga-se para
largura superior a 15km nas margens mais distantes As oeste, sendo que, a montante de Manaus, o rio Amazonas
ilhas demonstram o efeito da colmatagem e muitas delas é conhecido pelo nome regional de Solimões
abrigam em seu interior lagos que geralmente se ligam ao
sistema de drenagem Este fato verifica-se na ilha Grande 42 - Depressão Periférica do Norte do Pará
do Tapará que se apresenta com boa parte da área alagada.
Ocorrem na várzea cursos de água que retornam ao mesmo Trata-se de área baixa altimetricamente que acompanha a
rio de onde se originaram são os "paranás" Excepcional- borda norte da Sinéclise do Amazonas. Foi identificada em
mente esses canais de drenagem apresentam em uma das mapeamentos anteriores por Barbosa, Rennó e Franco
margens litologias diferentes da aluvial Os "paranás" são (1974), Boaventura & Narita (1974) e Costa & Melo (1976)
constantes na área e, principalmente na Folha SA 21-Z-B, Em SA 21-Santarém tem forma de semicírculo com a parte
onde aparecem também canais e cordões do tipo slikke e mais interna voltada para norte no cruzamento do paralelo
schorre, além de depósitos aluviais que funcionam de de 01° OO'S, com o meridiano 57°00'W Alonga-se na di-
maneira semelhante às restingas, referidas no presente reção E-W, geralmente entre as linhas de 01 °00' e 02°00'S
mapeamento como restingas fluviais direcionadas geral- Limita-se a norte com o Planalto Dissecado Norte da Ama-
mente a favor do fluxo de águas do rio Amazonas (Est zônia, a sul com o Planalto da Bacia Sedimentar do Ama-
XIII 1 ). zonas, a leste penetra na Folha SA 22-Belém e a oestE:
prolonga-se para a Folha SA 20-Manaus
Entre o rio Trombetas e a foz do rio Uatumã, as lagoas são
menores e assumem forma arredondada. Pela margem Elaborada sobre litologias pré-cambrianas do Complexo
esquerda do rio Amazonas aparece um emaranhado dessas Guianense (vide l-Geologia), a Depressão é coberta por
pequenas lagoas interligadas por "furos" Pela margem Floresta Densa (vide IV-Vegetação) e solos do tipo Podzóli-
direita do rio Amazonas localiza-se a ilha Tupinambarana co Vermelho Amarelo (vide 111-Pedologia) O radar-altíme-
cuja drenagem, ligada à planície, é sumamente desorgani- tro forneceu dados referentes a esta unidade de relevo !
zada, com muitos lagos alinhados e afluentes de direções atribuindo-lhe altimetria inferior a 200m Geomorfologica-
ortogonais. Esta ilha é formada pelo "furo" Urariá, que liga mente predomina uma superfície de aplainamento conser-
o rio Madeira ao rio Amazonas, e apenas parte de sua área vado (Espp) (Est 11.1 ), sobre áreas onde grande densidade
apresenta-se na Planície Amazônica (Est I 2). Os rios da drenagem promoveu a dissecação, originando formas
Abacaxis, Maués-Açu, Andirá e Mamuru, além de outros, de relevo mapeadas como colinas (c) e interflúvios tabu-
são afluentes do "furo" Urariá Nas proximidades da ilha lares densamente drenados (itd)
Flexal, ainda na ilha Tupinambarana, ocorrem diques
aluviais bem orientados, o mesmo acontecendo nas proxi- Nas Folhas SA.21-X-A, SA 21-V-B e SA 21-V-D a Depres-
midades da foz do rio Uatumã, neste caso à margem são Periférica do Norte do Pará acha-se interrompida na
esquerda do rio Amazonas (Fig 14) função do nível altimétrico mais elevado do Planalto Disse-
cado Norte da Amazônia com o Planalto da Bacia Sedimen-
O trecho da Planície Amazônica, compreendido desde a foz tar do Amazonas. Em partes das Folhas SA.21-V-A, SA 21-
do rio Uatumã até a foz do rio Negro, caracteriza-se por -V-B, SA 21-X-A e SA 21-X-B, a Depressão passa nítida-
lagos mais isolados e distantes entre si, também com mente à característica de interplanáltica. Penetra a norte
formas arredondadas, ligados por "furos" e, eventualmen- acompanhada pelo rio Mapuera, localizando-se entre os
te, ao rio Amazonas. O grande lago registrado neste trecho blocos descontínuos do Planalto Dissecado Norte da Ama-
é o Canaçari, que recebe como rios principais o Urubu e zônia.
Anebá. Este lago tem forma circular e separa-se do rio
Amazonas por restinga fluvial. No lago Canaçari nasce o Descontínuas em quase toda a unidade observam-se for-
"furo" de Silves que, após coletar as águas do rio Uatumã, mas de relevo topograficamente mais elevadas, compor-
deságua no rio Amazonas tando-se como residuais da superfície de aplainamento
GEOMORFOLOGIA/147
Estes residuais forma mapeados como inselberg (Ei) do paralelo de 04°00'S por Ventura d'Avila e Barbosa
(Est. IX.1) (1975). Prolonga-se além dos 60°00'WGr., limite oeste de
SA 21-Santarém. A leste limita-se com o Planalto Ta-
pajós- Xingu nas proximidades do rio Tapajós No Pla-
Nas Folhas SA.21-X-A, entre os rios Trombetas e Paru de nalto Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas), lado sul
Oeste, e na SA 21-X-D, próximo ao rio Curuá encontra-se da Sinéclise do Amazonas, localizam-se os centros
um nível altimétrico mais elevado na Depres~ão Periférica urbanos de Santarém, Alter do Chão, Aveiro, Ariaú, além
do Norte do Pará, em que a drenagem muito densa e de outros A litologia sedimentar terciária da Formação
aprofundada marcou formas de colinas com vales encai- Barreiras alonga-se por toda a área (vide l-Geologia), que
xados (cv), eventual mente ocorrendo cristas (k) Mui tas apresenta Latossolo Amarelo (vide 111-Pedologia), onde se
vezes estas formas, quando vistas no campo, apresentam- instalou a Floresta Densa (vide IV-Vegetação) Os rios
se com topo convexo e/ou plano. Acompanhando o curso Madeirinha ou Autás-Açu, Madeira, Tapajós e o "furo"
do rio Curuá, a Depressão Periférica liga-se ao Planalto Urariá são os principais exemplos da drenagem na unidade
Reba!xado da Amazônia (Médio Amazonas) Marginais morfoestrutural, com direção SW-NE A direção seguida
aos nos Mapuera, Trombetas e Maicuru (Est 11 2), obser- pelos rios Maués-Açu e Mamuru é SE-NW De acordo com
vam-se áreas aplainadas, conservadas (Espp), mais rebai- os padrões de drenagem de Howard (1967), a drenagem
xadas que o restante da unidade morfoestrutural e que nela regional é predominantemente subdendrítica, sendo que a
foram incluídas em seu prolongamento para norte. Sobre- sudeste da unidade, entre os rios Curuá-Una e Mamuru,
voou-se estas áreas, que também foram percorridas no assume características de dendrítica O padrão ortogonal
trecho ro~oviário ligando Cachoeira Porteira até o igarapé registra-se intenso, principalmente nas proximidades da
do Camp1xe. Em cortes da rodovia observa-se linha de ilha Tupinambarana e do "furo" Urariá No presente
seixos muito próxima da superfície do solo sobre a qual o mapeamento localizaram-se e confirmaram-se no Planalto
solo orgânico, pouco espesso, suporta a Floresta Densa Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas) algumas ano-
malias de drenagem identificadas por Cunha (1973) Uma
As altitudes inferiores a 200m e formas de relevo, predo- delas localiza-se no divisor de águas do rio Arapiuns e
minantemente colinas (c) e superfície de aplainamento dos "igarapés" afluentes do rio Mamuru Outra posiciona-
(Espp), referentes a esta unidade são correlacionáveis com se entre os rios Urupadi e Maués-Açu Ambas enquadram-
o Pediplano Rio Branco-Rio Negro, que aparece a extremo se na classificação de Howard (1967) como dendrítica e
norte da Folha SA 21-Santarém radial com enclave anular, relacionadas com possíveis
estruturas sotopostas O rio Tapajós, na foz do rio Ara-
B_arbosa, .Rennó e Franco (1974) reconheceram a Depres- piuns, apresenta-se com mais de 40km de largura em seu
sao Penfenca do Norte do Pará, com piso em rochas curso (Fig 13) Nas proximidades da cidade de Maués o
pré-cambrianas dissecado por drenagem densa, de que rio Maués-Açu chega aos 5km de largura, fato similar 'ar
resultaram formas colinosas (c) e cristas (k). Em SA.21- que ocorre nos rios Andirá, Mamuru, Abacaxis, Uaicurapá
Santarém o aplainamento registrado na unidade está con- e Juruti, além de outros rios, cujo vale assume proporções
servado (Est 11 1 ). De maneira geral, os residuais mais de lagos nas proximidades da desembocadura (Fig. 18)
elevados apresentam-se circundados por aplainamento O alargamento no leito dos rios que possuem a foz afogada
con~ervado e são inselbergs (E i) No presente mapeamento
é uma característica desta unidade de relevo Para mon-
os l1m1tes da Depressão Periférica para norte são perfei- tante esses rios se estreitam, eventualmente sem visibi-
tamente definidos no Planalto Dissecado Norte da Ama- lidade possível na imagem de radar, embora o vale de
zônia, fato que não acontece em SA 22-Belém fundo chato seja muito largo e mapeável Em sobrevôo
foram constatados muitos desses vales fluviais alagados,
43 - Planalto Rebaixado da Amazônia principalmente nas proximidades do nível de base onde a
vegetação está fixando os sedimentos. Rios como Aba-
caxis, Maués-Açu e Mamuru têm a foz colmatada e se
Esta unidade de relevo, em SA 21-Santarém, estende-se
ligam ao rio principal através de "furos", no caso dos rios
pelos dois lados da Sinéclise do Amazonas com altimetria
exemplificados, o coletor de águas é o "furo" Urariá
de. a~rox~madame.nte 1OOm Sua denominação mereceu
M_uitos afluentes desses rios são afogados (rias fluviais) e
adjetlvaçao de Ba1xo e Médio Amazonas de acordo com
nao registram grau elevado de colmatagem na foz Even-
seu posicionamento dentro da bacia hidrográfica Para uso
tualmente seus interflúvios são inundáveis no período das
d~~s~ adjetiva9ão ~e m~neira adequada aproveitou-se a
d1v1sao da bac1al h1drografica do Rio Amazonas O limite chuvas mais intensas (Est 111.1)
do Baixo e Médio Amazonas se faz no Alto Estrutural de
Monte Alegre, a 54°00'W, onde também se limitam as Fo- Entre os rios Madeira e Amazonas localiza-se a ilha
lhas SA 22-Belém e SA.21-Santarém. Barbosa, Rennó e Tupinambarana, que se apresenta com trechos na Planície
Franco (1974) mapearam e denominaram o Planalto Rebai- Amazônica e outros no Planalto Rebaixado da Amazônia
xado da Amazônia (Baixo Amazonas). Em SA 21-San- (Médio Amazonas) Esta ilha é circundada pelo "furo"
tarém. o. Planalto Rebaixado da Amazônia tem adjetivação Urariá que recebe denominações regionais tais como
de Med1o Amazonas. Segue-se uma análise dos trechos "paraná" Abacaxis, "paraná" Urariá, "paraná" do Ramos e
localizados em cada margem do rio Amazonas. "paraná" do Cabral Seus afluentes que merecem referên-
cias são os rios Abacaxis, Paraconi, Apoquitaua, Maués-
Açu, Mamuru e Andirá, todos pela margem direita e com
4 3 1 - Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio Ama- direção preferencial SE-NW O "furo" Urariá apresenta
zonas) - lado sul da Sinéclise do Amazonas trechos retilíneos e em suas margens geralmente ocorrem
lagos, alguns dos quais com forma de meandro abando-
Situada na área que se estende desde a Planície Amazô- nado, conforme a figura 17 Os rios Madeira e Madeirinha
nica acompanhando a margem direita do rio Amazonas, também apresentam em suas margens diversos lagos
esta parte da Unidade Morfoestrutural foi mapeada a partir registrados na Folha SA 21-Y-C
148/GEOMORFOLOGIA
Na ilha Tupinambarana registrou-se o alagamento de paleozóicos. Ao descrever inflexão de aproximadamente
grande parte de sua área (Est. 111.1). Mapearam-se relevos 90°, o rio Curuá segue para a direção N-S, até confluir com
dissecados em interflúvios tabulares com grande densi- o rio Amazonas. Os rios Curuá e Maicuru ocorrem a oeste
dade de drenagem (itd) e superfície de aplainamento do Alto Estrutural de Monte Aleg. e
conservada (Espp), muitas vezes inundáveis pelas águas
da chuva e esporadicamente alagadas. Outras áreas ala-
gadas e com Formação Pioneira (vide IV-Vegetação) A altitude da unidade, na margem esquerda do rio Ama-
foram mapeadas na Folha SA 21-Y-D, entre os rios Ma- zonas, também está na cota dos 100m Nos relevos
muru e Maués-Açu. Na imagem de radar a tonalidade residuais do Alto Estrutural de Monte Alegre registram-se
dessas áreas corresponde a variações do cinza e foram altitudes superiores a 200m (Est IV 1 ). No Planalto Rebai-
mapeadas como áreas de acumulação inundáveis (Aai). xado da Amazônia (Médio Amazonas), pela margem es-
A litologia sedimentar da Formação Barreiras do Planalto querda do rio Amazonas, encontra-se o contato lítológíco
Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas), na margem dos sedimentos terciários da Formação Barreiras com os
direita do rio Amazonas, constitui também muitos trechos paleozóicos que constituem a borda norte da Sinéclise do
da ilha Tupinambarana (vide l-Geologia). O aplainamento Amazonas. Embora seja constante a identificação de
identificado ao longo do mapeamento está eventualmente diques de diabásio na unidade, é o trecho entre Alenquer e
conservado e foi mapeado nas Folhas SA.21-Y-B, SA.21- óbidos que registra a maior quantidade, mapeados como
Y-C, SA 21-Y-D, SA.21-Z-A, SA.21-Z-B, SA 21-Z-C e cristas (k), com direção geralmente SW-NE.
SA 21-Z-D. De maneira geral os relevos dissecados da área
têm forma tabular (it) com incipiência no aprofundamento A superfície de aplainamento conservada (Espp) pre-
dos talvegues e densamente drenados (itd), comparando- domina em toda a unidade, notando-se apenas a inci-
se com relevos dissecados do Planalto Dissecado Rio piência de entalhamento dos talvegues. Registram-se
Trombetas-Rio Negro Outros relevos dissecados ma- colinas e ravinas (cr) a oeste da Folha SA 21-X-D e a leste
peados foram: colinas e ravinas (cr), na Folha SA 21-Z-C, da Folha SA.21-X-C O domo esvaziado existente a sudeste
com localização sudeste na unidade morfoestrutural, da Folha SA.21-X-D, no município de Monte Alegre
colinas com ravinas e vales encaixados (crv), constituindo (Est 111.2), em sua parte central, está aplainado sobre
estas formas exceção diante da generalização dos tal- rochas básicas, fato que favorece o desenvolvimento da
vagues incipientes A conservação da superfície de aplai- agricultura na área (Est IV 1) As bordas do domo de
namento nestas áreas e a incipiência no entalhe de tal- Monte Alegre configuram-se como relevos pseudo-apala-
vagues são condições muito favoráveis para sua ocupação chianos, onde se mapearam cristas (k) alinhadas e para-
e conseqüente aproveitamento econômico A instalação de lelas além de colinas e ravinas (cr)
grandes projetos neste trecho de SA 21-Santarém deman-
dará estudos detalhados, principalmente onde aparecem Na parte norte da unidade observam-se rebordos abruptos
características de inundação, fato que será referido na voltados de maneira geral para norte São os fronts de
parte do relatório dedicada às Aplicações Práticas cuestas desdobradas em diferentes camadas da litologia
paleozóica, com reverso caindo para sul Nas proximi-
O contato entre o Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio dades do rio Curuá, tanto em sua margem direita como
Amazonas) e a Planície Amazônica ocorre eventualmente esquerda, a imagem de radar registrou manchas com tom
com escarpas de falha Um exemplo deste fato localiza-se cinza-claro inseridas na superfície de aplainamento con-
entre Paríntins e a lagoa do Poção, nas proximidades da servada (Espp) Em sobrevôo foram constatados os ala-
foz do rio Juruti gados aí existentes, com Formação Pioneira responsável
pela diferenciação de tonalidade na imagem de radar Fato
4.3 2 - Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio AfTla- semelhante, em menor proporção, ocorre às margens do
zonas) - lado norte na Sinéclise do Amazonas rio Maicuru (Est. IV 2)
Ocupando trecho menor do que a unidade descrita ante- No extremo oeste da unidade, na Folha SA 21-X-C loca-
riormente, o Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio liza-se o lago Erepecu que tem aproximadamente 35km de
Amazonas) na margem esquerda do rio Amazonas esten- extensão na direção E-W, ligado diretamente a sul com o
de-se entre os paralelos de 01 °00' e 02°00'8 Limita-se a rio Trombetas O lago Erepecu é cortado na parte central
norte com os relevos residuais da borda norte da Siné- por dique de diabásio de direção SW-NE que ·aparece na
clise do Amazonas, a exemplo do que acontece com a imagem de radar, desde a margem sul do lago até a
serra Azul, próxima dos 54°00'W. A oeste, o rio Trombetas margem direita do rio Acapu, afluente pela margem direita
separa-a do Planalto Dissecado Rir, Trombetas-Rio Negro; do rio Paru de Oeste ou Cuminá ou Erepecuru, impri-
a sul, nas proximidades de Monte Alegre, Alenquer, Ori- mindo-lhe direção em trecho de aproximadamente 5km
ximiná e Óbidos limita-se com a Planície Amazônica e a À montante, às margens do rio Acapu, ocorrem diversos
leste foi identificada na Folha SA.22-Belém, por Barbosa, vales com foz afogada, sem colmatagem expressiva O
Rennó e Franco (1074) com denominação de Planalto Re- "igarapé" Ariranha, afluente do rio Paru de Oeste pela
baixado da Amazônia (Baixo Amazonas). A litologia refe- margem esquerda, deságua próximo da foz do rio Acapu.
rente ao lado norte da Sinéclise do Amazonas, no Planalto Os dois rios cortam a depressão ortoclinal formando lago
Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas), é predominan- antes da confluência com o rio principal.
temente sedimentar, das formações paleozóicas, ocorren-
do também sedimentos terciários da Formação Barreiras
(vide l-Geologia); os solos característicos da unidade são 44 - Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro
os Latossolos Amarelos (vide 111-Pedologia) cobertos por
Floresta Aberta com Palmeiras e Floresta Densa (vide Esta Unidade Morfoestrutural com áreas de planaltos
IV-Vegetação). Em sua parte norte, penetra o rio Curuá que dissecados registrou-se, pela primeira vez, no presente
se dirige a princípio para NW-SE cortando sedimentos mapeamento Limita-se a norte com os relevos residuais
GEOMORFOLOGIA /149
da borda norte da Slnéclise do Amazonas, próximos do Os principais rios que drenam a área são o Nhamundá,
paralelo de 02°00'S. A sul os vales afogados dos rios Urubu , Uatumã, Jatapu e Preto da Eva, que estão ali-
Nhamundá, Uatumã, Anebá e Urubu situam-se em seu nhados geralmente na direção NW-SE, e os tributários de
limite com a Planície Amazônica, nas proximidades da primeira ordem na direção NE-SW. Os rios Urubu e Preto
rodovia AM-01 O que liga Manaus a ltaquatiara A leste da Eva possuem vales de fundo chato com seus leitos
desta unidade de relevo está o rio Trombetas que a separa atuais divagando e descrevendo meandros mal calibrados
do Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas) e a (Est. V.1 ). Outrossim, os rios Jatapu, Uatumã e Nhamundá
oeste prolonga-se para a Folha SA 20-Manaus, contígua apresentam feições diferenciadas. Em sobrevôo observa-
à SA.21-Santarém Sua denominação definiu-se a partir se ao longo de suas partes marginais a ocorrência de
de diversos nomes, entre os quais Planalto Dissecado pequenos lagos isolados Suas margens são planas, apre-
Amazon as-Pará, Planalto Dissecado Nordeste de Manaus sentando pouco caimento em direção à calha dos rios
e Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro. O pri- (Est v 2)
meiro nome indicaria a posição geográfica do Planalto
abrangendo terras dos Estados do Amazonas e do Pará, Nas proximidades da foz, o rio Jatapu assemelha-se ao rio
que possuem como limite interestadual o rio Nhamundá Trombetas, apresentando diques aluviais que acompa-
Sua desvantagem é permitir a idéia de que o Planalto nham o curso do rio e que multas vezes colocam-se como
ocupa grande parte das terras pertencentes aos dois barreiras, entre as quais o rio corre paralelamente, con-
estados, fato que não se configura, pois sua extensão é forme a fi gura 4 A nordeste da unidade entre os rios
mais restrita. No caso de Planalto Dissecado Nordeste de
Manaus, poder-se-ia permitir a idéia de restrição da área
ocupada pela unidade às proximidades de Manaus Mesmo
não se estendendo por todo o interflúvio Rio Trom-
betas-Rio Negro, sendo entretanto limitado pelo baixo
curso desses dois canais fluviais , preferiu-se essa deno-
minação Quanto à qualificação de dissecado, deriva do
fato de as áreas aplainadas conservadas serem extrema-
mente reduzidas e, quando ocorrem, localizarem-se nos
interflúvi os Sua altimetria oscila entre 120 e 170m, regis-
trada no trecho rodoviário entre Manaus-ltaquatiara As
menores altitudes registradas foram no vale do rio Preto da
Eva, SOm, e às margens do rio Urubu, 60m A unidade de
relevo distribui-se em SA 21-Santarém sobre o lado
norte da Sinécllse do Amazonas As formas de relevo são
talhadas em rochas sedimentares terciárias, pertencentes
á Formação Barreiras (vide l -Geologia), com solos do tipo
Latossolo Amarelo (vide 111-Pedologia) coberto por Flo-
resta Densa (vide IV-Vegetação) Os rios Nhamundá, Ja-
tapu , Uatumã e Preto da Eva atravessam o Planalto Dis-
secado Rio Trombetas-Rio Neqro na direcão NW-SE.
compartimentando-o em grandes interftúvios
150/ GEOMORFOLOG.IA
Trombetas e Nhamundá o radar imageou uma área extre- apresentam-se com rebordos erosivo~ •. entreta~to em
mamente dissecada que ocorre nas proximidades do alguns trechos term·inam com fraca declividade, unmdo-se
contato litológico entre os sedimentos paleozóicos e ter- com relevos já dissecados. O "Platô de Belterr~". volta-se
ciários, onde a densidade da drenagem proporcionou para oeste com vertente erosiva de forte declividade. A
formas colinosas e vales encaixados. parte inversa desta superfície tabular possui fraca decli-
vidade para leste, misturando-se às formas de. relevo
45 - Planalto Tapajós-Xingu dissecado Entre as formas tabulares ocorrem fa1xas de
áreas com relevos dissecados em interflúvios tabulares (it),
O Planalto Tapajós-Xingu, identificado por Barbosa, interflúvios tabulares com drenagem densa (ítd) e, em
Rennó e Franco (1974), estende-se a sudeste da Folha menores proporções, dissecados em colinas e ravinas (cr)
SA 21-Santarém Limita-se a norte com a Planície Ama- compreendidas em faixas alongadas entre a superfície
zônica, eventualmente apresentando rebordos erosivos, tabular onde se localizam Belterra e o rio Curuá-Una
fato que se generaliza nas proximidades do rio Tapajós; a
sul o limite com o Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio
Amazonas) é gradativo. Na parte central, esta unidade é 4.6 - Planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas
atravessada pelo paralelo de 03°00'S e a oeste é cortada
pelo rio Tapajós que, na direção SSW-NNE, separa-a em Esta unidade de relevo tem forma alongada e semicircular,
duas partes com direção W-E, representada por relevos residuais eleva-
dos pertencentes a um setor de borda norte da sinéclise do
A parte ocidental deste planalto ocupa a área imageada a rio Amazonas. A parte sul da sinéclise não aparece neste
partir da margem direita do rio Tapajós, com altitudes mapeamento. Em sua parte mais ocidental, em SA.21-San-
oscilando entre 120m e 170m, constituindo-se de sedi- tarém, localiza-se a serra Azul com relevos de forma
mentos terciários da Formação Barreiras, depositados tabular O trecho mais setentrional ocorre nas proximida-
sobre a Sinéclise do Amazonas O principal rio que drena des da confluência do rio Cachorro com o rio Trombetas no
esta parte da unidade morfoestrutural é o rio Curuá-Una, paralelo 01 °00'N O Planalto da Bacia Sedimentar do
recebendo pela margem direita o rio Curuá do Sul como Amazonas, de Barbosa, Rennó e Franco (1974), tem, em
principal afluente Nas Folhas SA 21-Z-B e SA 21-Z-0 SA 21-Santarém, limites a norte com a Depressão Periféri-
localizam-se os fundos chatos dos vales desses rios Seus ca do Norte do Pará, de maneira geral, e, eventualmente.
meandros mal calibrados apresentam, em certos trechos, com o Planalto Dissecado da Amazônia quando este
inflexões bruscas de pequena amplitude Um exemplo interrompe a Depressão Periférica. A sul a delimitação é
disto ocorre no rio Curuá-Una, próximo à hidrelétrica do efetuada com o Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio
mesmo nome (Est Vl.1) Neste caso observa-se que a Amazonas) entre o rio Trombetas e a serra Azul, e com o
espessura de crosta ferruginosa utilizada como material de Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro, entre os rios
construção na barragem obrigou variações na direção do Trombetas e Urubu, alongando-se para SA.20-Manaus. a
rio Embora cortada pelo rio Tapajós, os rios pertencentes · oeste do presente mapeamento Suas altitudes estão entre
a esta unidade são afluentes diretos do rio Amazonas Nas as cotas dos 300 e 350m.
proximidades do rio Tapajós o desnível existente do Pla-
nalto Tapajós-Xingu para a sua m<J.rgem é de aproxima- Em alguns trechos, como por exemplo às margens dos rios
damente 150m Nesta área o caimento da superfície de Trombetas e Curuá, o Planalto da Bacia Sedimentar do
aplainamento é para leste, conforme a figura 12 Amazonas é interrompido, ocorrendo a ligação da Depres-
são Periférica e do Planalto Rebaixado da Amazônia (Mé-
A parte oriental da unidade morfoestrutural ocupa menor dio Amazonas)
espaço geográfico e caracteriza-se fundamentalmente por
relevo residual da Superfície Tabular (Estb) com aproxi- Esta unidade corresponde à borda norte da Sinéclise do
madamente 1OOkm de norte a sul e alguns outros de menor Amazonas, constituída de litologia sedimentar paleozóica
extensão. Limita-se a leste, oeste e sul com o Planalto (vide l-Geologia) e solos do tipo Latossolo Vermelho Ama-
Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas), sendo que relo (vide 111-Pedologia) coberto por Floresta Densa (vide
neste caso os limites são geralmente mais marcados e IV-Vetação) É uma área de pouca largura e muita extensão.
foram mapeados como rebordos erosivos Geralmente as locada entre os sedimentos terciários, a sul representados
formas de relevo limítrofes desta unidade fundem-se, gra- pela Formação Barreiras e a norte pelas litologias pré-cam-
dualmente, com o Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio brianas (vide l-Geologia), estas constituintes da Depressão
Amazonas), dificultando sua delimitação Periférica do Norte do Pará.
Nesta parte oriental do Planalto Tapajós-Xingu, as alti-
tudes tiimbém oscilam entre 120 e 170m e as formas de Na Folha SA.21-X-D a forma da unidade é, aproximada-
relevo são talhadas em sedimentos da Formação Barreiras mente, de uma letra V assimétrica, cujo vértice é estabele-
(vide l-Geologia). Ocorrem solos com predominâncias de cido no rio Maicuru que atravessa a unidade, apresentan-
Latossolos Amarelos com diferentes texturas (vide do-se encaixado (Est.IV.2). A partir do rio Maicuru, com
111-Pedologia) recobertos por Floresta Densa (vide direção leste, a unidade é dissecada por drenagP.m pouco
densa, originando interflúvios tabulares (it), incluindo al-
IV-Vegetação). Sua maior parte está imageada na Folha
SA.21-Z-B, com caimento da superfície para oeste a partir guns relevos cuestiformes Muitas dessas formas apresen-
da margem esquerda do rio Tapajós tam-se com encostas ravinadas (nr) (Est.Vll.1). A oeste do
rio Maicuru, até o rio Curuá, as formas de mesa (m) são
Esta unidade do relevo em SA.21-Santarém apresenta-se contínuas, entretanto, registram-se algumas cristas (k)
com extensas superfícies de forma tabular, mapeadas com direção preferencial SW-NE. Nas proximidades do rio
como superfície tabular erosiva (Estb), conhecidas e Cuminapanema, a oeste da Folha SA.21-X-D, e no extremo
denominadas na região como "platôs". Um exemplo re- leste da Folha SA.21-X-C, o Planalto da Bacia Sedimentar
presentativo é o "Platô de Belterra". As formas tabulares do Amazonas apresenta grande declividade, aproximando-
GEOMORFOLOGIA/151
se da altitude de 200m, correspondente à da Depressão A pariir da margem direita do rio Trombetas a unidade
Periférica do Norte do Pará, assumindo forma de interflü- morfoestrutural é cortada pelo rio Mapuera que a acompa-
vios tabulares (it), com drenagem incipiente. Em direção nha durante aproximadamente 70km Nesse trecho as
oeste a unidade eleva-se novamente, embora dissecada A formas residuais voltam a ser espalhadas e a área é
ligação das vertentes, no topo desses dissecados, não densamente drenada, resultando interflúvios tabulares
ocorre com grande angulosidade; constataram-se em so- (itd) Entre os rios Mapuer.a e Nhamundá mapearam-se a
brevôo o alongamento e a forma convexa desses relevos superfície tabular (Estb) e interflüvios tabulares (it). As
que a 1 .1 000 000 são mapeados como cristas (k). encostas ravinadas (nr) foram mapeadas no interflúvio
dos rios Jatapu e Nhamundá. Às margens do rio Jatapu o
Entre os rios Pa.ru de Oeste e Trombetas ocorrem cuestas e mapa geológico (vide l-Geologia) mostra aluviões localiza-
também superfícies tabulares (Estb), às vezes dissecadas, das sobre os terraços fluviais (Atf) A partir do rio Jatapu
configurando-se em interflúvios tabulares (it) e/ ou inter- para oeste o Planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas
flúvios abaulados (ia) À margem esquerda do rio Trombe- apresenta feições semelhantes às do Planalto Dissecado
tas, nas proximidades de Cachoeira Porteira, a imagem de Rio Trombetas-Rio Negro. São algumas formas da superfi-
radar registrou um relevo de cuesta com reverso conserva- cie tabular conservada (Estb) e dissecados em inlerflúvios
do e alongado na direção norte-sul, com fraco caimento tabulares (it), com entalhe da drenagem em vales de fundo
para sul (Fiç 5) chato com distâncias consideráveis entre os interflüvios
Os rios Uatumã, Jatapu e Nhamundá tiveram suas margens
alargadas e definidas como terraços fluviais (Atf) As
margens dos rios Trombetas e Mapuera também são
alargadas, entretanto, foram mapeadas como superfície de
aplainamento (Espp) prolongada da Depressão Periférica
do Norte do Pará
1521 GEOMORFOLOGIA
do Pltinga, com partes de seus flancos apresentando-se
em hog-baci<.Os rios, em certos trechos, assumem caráter
ortocllnal, como por exemplo o rio Uatumã, na Folha
SA.21-V-A, que, superimpondo-se pela parte periclinal da
Sincllnal do Pitinga, corre paralelo à direção das camadas.
O mesmo fenômeno se repete para o rio Nhamundà, na
Folha SA.21-V-A, que em alguns locais alinha-se na dire-
ção de camadas que correspondem à estrutura com forma
de hog-bacl<. Neste trecho mapearam-se os relevos res idu-
ais talhados em arenitos pertencentes ao Grupo Roraima
(vide l-Geologia).
GEOMOAFOLOGIA/153
de aplainamento rebaixada e conservada, talhada em ro- IV-Vegetação), enquadram a área no sistema intertropical
chas graníticas, subvulcânicas, de idade pré-cambriana úmido onde as ações química e bioquímica comandam a
(vide l-Geologia), com solos do tipo Podzólico Vermelho morfogênese. Nesta área de mapeamento, o "Domínio das
Amarelo (vide 111-Pedologia) e cobertos por Floresta Densa terras baixas florestadas da Amazônia", Ab'Sáber (1967a),
(vide IV-Vegetação). pode ser subdividido em dois Domínios Morfoclimáticos e
duas faixas transicionais, conforme a figura 8, aproveitan-
A densidade da drenagem com talvegues pouco aprofunda- do-se dos mapas Fitoecológico e Geomorfológico como
dos resultou em formas de colinas (c) que contrastam com recursos técnicos e seguindo-se os parâmetros propostos
as áreas planas, altimetricamente mais baixas, que acom- pelo referido autor. Segue-se a caracterização de cada uma
panham o rio Jatapu e alguns de seus afluentes. dessas unidades.
154/ GEOMORFOLOGIA
o 55 110 km
'-------'---------'
I
!::···•.:.·>..•....·:".•: ..:. :I Domfnio Morfoplimático em Planaltos
Dissecados e Areas Pediplanadas
D Faixa de Transição
em Planfcie Fluvial
- a abertura da Depressão Periférica do Norte do Pará por - os dois níveis de aplainamento no Planalto Tapajós-
circundesnudação em tempo Neo-Pieistocênico e a con- Xingu, um datado como Plio-Pieistocênico e outro Neo-
servação de trechos planos elaborados por essa fase de Pieistocênico, e seus desmontes efetuados com resulta-
aplainamento, dos morfológicos diferenciados, a exemplo do que aconte-
ce com o rio Juruti (Fíg. 10 e Fig. 11);
- o mapeamento de inselbergs nos diversos níveis de
aplainamento registrados na área, principalmente na De- - os afluentes do rio Juruti assinalando um padrão de
pressão Periférica e no Planalto Dissecado do Norte da drenagem que se entalha em toda a vertente, contrastando
Amazônia (Est.IX.1 ); com o aplainamento Plio-Pieistocêníco, do topo que está
nitidamente conservado, elaborado no mesmo tipo litoló-
- os encouraçamentos bauxíticos em relevos residuais da gíco (Fig. 18).
GEOMORFOLOGIA/155
Todos esses fatos enumerados são suficientes para se Ressalte-se que em estruturas geológicas propícias foram
reconhecer que o equilíbrio geomorfológíco estabelecido mapeadas cristas e escarpas abruptas; as Folhas SA.21-
pelas condições atuais, próprias do Domínio Morfocli- X-A e SA.21-X-D têm exemplos deste fato.
156/ GEOMORFOLOGIA
impedirá ao homem produzir desajustes que contribuirão a condições climáticas, morfológicas e pedogenéticas
para encadear desequilíbrios de ordem ecológica. diferentes das que se encontram em SA 21-Santarém
Estes fatos, acrescentados ao de que o rio Amazonas nas-
ce na região andina, o definem como um rio alóctone. Pelo
5.2 - Domínio Morfoclimático em Planícies Inundáveis fato de também ser alóctone, registrou-se em junho de
1975, em Manaus, o nível de águas na confluência dos rios
Esta unidade foi identificada por Barbosa, Rennó e Franco Negro e Amazonas cerca de 12m mais elevado do que
(1974), com o nome de Domínio Morfoclimático das Pla- anteriormente à enchente.
nícies Inundáveis recobertas por campos. Com o prolon-
gamento da unidade em SA.21-Santarém dificultando
uma visão de conjunto, esta área, que é uma Faixa de Outra situação que merece comentários mais detalhados é
Transição em planície fluvial, foi considerada como Domí- a ocorrência de Laterita Hidromórfica Distrófica a noroeste
nio Morfoclimático Em SA 21-Santarém penetra pela do lago ltandéua (vide 111-Pedologia). Há necessidade de
parte oriental, acompanhando o rio Amazonas até as pro- variação do nível hidrostático para sua formação. As
ximidades do rio Trombetas, onde suas características condições atuais dessas áreas planas indicam apenas
sofrem alterações, ocupando extensão aproximada de entre 25 a 40 dias biologicamente secos no ano (vide
9.500km2, perfazendo aproximadamente 3% do total da IV-Vegetação), o que é insuficiente para gênese desses
área mapeada (Fig 9). Os centros urbanos de Santarém solos Resulta considerar-se que a variação do nível de
Alenquer e Óbidos localizam-se em trechos das margen~ águas do rio Amazonas pode contribuir para essa pedo-
do rio Amazonas, assim como os lagos Grande, ltandéua e genização Sabe-se que este trecho leste da área SA 21-
Poção Santarém é de menor pluviosidade do que o restante da
área e a vegetação de Savana do tipo Parque aparece
Sobrepondo-se este Domínio ao mapa das Unidades Mor- com certa regularidade A reunião desses dados salienta a
foestruturais, percebe-se que há identidade de seus limites diversificação de condições fitogeográficas, pedológicas,
com os da Planície Amazônica A vegetação utilizada como geológicas e morfológicas da Planície Amazônica no con-
elemento básico em sua delimitação é caracterizada por texto geral de SA 21-Santarém Trata-se de um domínio
Vegetação Pioneira do tipo Campo em Planície Fluvial, morfoclimático do tipo Azonal, ligado à permanência de
contribuindo em muitos trechos no processo de colma- lâmina d'água submetida ao regime fluvial do rio Ama-
tagem dessas "várzeas" Essa vegetação é aproveitada zonas
para a pecuária extensiva servindo como alimento para o
gado Nas áreas alagadas apresenta-se com parte dos 53 - Faixa de Transição em Planície Fluvial.
caules submersos.
GEOMORFOLOGIA/157
Na Faixa de Transição em Planície Fluvial, geralmente em Neo-Pieistocênico e que ocupa sua maior extensão. Na
seus limites com o Domínio Morfoclimático em Planaltos parte norte desta Faixa de Transição, no contato litológico
Dissecados e Áreas Pediplanadas, encontram-se os rios de das camadas dos sedimentos paleoz6icos, há o relevo
foz afogada Neste caso, mapearam-se os rios Maués-Açu desdobrado de cuestas e fronts geralmente voltados para
e Mamuru, afluentes do "furo" Urariá, além de rios como norte e caimento do reverso para sul (Est X.2). As super-
Nhamundá, Uatumã, Urubu e Preto da Eva. A rede de fícies de aplainamento conservado (Espp) e os relevos
drenagem ligada ao rio Amazonas, neste trecho da área, dissecados em interfluvios tabulares (it) são formas que
está nitidamente controlada pelos direcionamentos estru- dependem de tipo climático favorável para intemperização
turais definidos como NE-SW e NW-SE e erosão mecânicas As condições de clima e vegetação
atuais conforme se enumerou, referem-se ao sistema
O fato de mapear-se Laterita Hidromórfica Distrófica nesta intertr~pical úmido com predominância da ação química. É
área, onde os dias biologicamente secos do ano são portanto inevitável considerarem-se aquelas formas de
inferiores a dez, é significativo. Conforme afirmou-se na relevo como herdadas.
descrição do Domínio Morfoclimático em Planícies Inun-
dáveis, para a formação desses solos há necessidade de As áreas mapeadas como Areias Quartzosas Distróficas
variação do nível hidrostático, permitindo migração e (vide 111-Pedologia) nos interflúvios entre os rios Mamuru
precipitação do ferro (neste exemplo) Considera-se por- e Maués-Açu, Folha SA 21-Y-D, referem-se a depósitos
tanto a atuação na área de um período climático mais seco, efetuados na fase de pediplanação neo-pleistocênica Mais
com estações úmida e seca mais definidas, propiciando tal uma vez configura-se em SA 21-Santarém a inadequação
efeito É significativo o fato de mapearem-se interfluvios do relevo às atuais condições climáticas
tabulares (itd) na ilha Tupinambarana O topo plano desses
interflúvios elaborados por ação erosiva de pediplanação Em IV-Vegetação reconheceu-se nos "Campos do Ari-
indica que essas formas são herdadas de períodos cli- ramba" uma possível vegetação relíquia Esta área é niti-
máticos mais secos e que o clima intertropical um ido não damente aplainada e apresenta alguns trechos em que as
teve tempo suficiente para dissecá-las mesmo em litologia litologias sedimentares paleozóicas afloram com poucos
sedimentar terciária, tenra e propícia para tanto reflexos de pedogenização. Estas características deter-
minam os "Campos do Ariramba" A vegetação relíquia é o
resultado, ainda presente, dos climas mais secos que
A planície fluvial do rio Amazonas, fundamentalmente condicionaram a área e dos solos pouco desenvolvidos nas
responsável por esta Faixa de Transição, que se carac-
litologias paleozóicas
teriza por ser azonal, apresenta-se com numerosos
"furos", "paranás", lagos, ilhas e deltas fluviais, conforme A utilização econômica desta Faixa de Transição em Áreas
a figura 13 A colmatagem que ocorre nas margens do rio Pediplanadas é efetuada com a prática da pecuária exten-
Amazonas está nitidamente ligada ao regime do grande rio siva, aproveitando-se os solos mais férteis em função da
que acrescenta sedimentos à várzea O aproveitamento decomposição de diabásios referentes aos enxames de
econômico da várzea amazônica é de grande importância diques localizados nas proximidades de Alenquer
para a região, devendo por esse motivo obedecer sistema-
tização calcada em intensivo planejamento
6 - EVOLUÇÃO DO RELEVO
54 - Faixa de Transiçi:\o em Áreas Pediplanadas
A variação das formas de relevo no texto dedicado às
Entre os paralelos de 01 °00' e 02°00'S e a leste do
unidades morfoestruturais e a variedade de condições
meridiano de 56°00'W localiza-se a Faixa de Transição em
ambientais evidenciada pelas unidades morfoclimáticas
Áreas Pediplanadas, que é cortada no sentido N-S pelos
demonstram que os processos morfogenéticos estão con-
rios Maicuru, Curuá e igarapé Ariranha. Posiciona-se entre
dicionados a situações diferenciadas em SA 21-Santarém,
o Domínio Morfoclimático em Planalto Dissecado e Áreas
causando assim efeitos contrastantes. A imagem de radar,
Pediplanadas e o Domínio Morfoclimático em Planícies
aliada a outros auxiliares, assim como os trabalhos de
Inundáveis. A vegetação que cobre a área representa-se por
campo e as referências bibliográficas possibilitaram o
Savana Arbórea Densa, Floresta Tropical Aberta sem Pal-
conhecimento da evolução do relevo em SA 21-Santarém.
meiras, Vegetação Secundária sem Palmeiras, Formações
Pioneiras Campestres e Savana Arbórea Aberta englo-
badas na região de Floresta Aberta (vide IV-Vegetação)
A classificação de Bagnouls & Gaussen considera Xero- 6 1 - Os Níveis de Aplainamento
quimênica essa área cuja temperatura média no mês mais
frio é superior a 15°C e tem entre 25 a 40 dias biologi- O nível de aplainamento mais elevado em SA 21-Santarém
camente secos (vide IV-Vegetação) Os solos da área são ocorre na faixa norte da área, no Craton Guianês de Jssler
Podzólico Vermelho Amarelo além de algumas manchas de et alii (1974), representado por relevos residuais de topo
Areias Quartzosas Distróficas (vide 111-Pedologia) Do conservado pertencentes ao Planalto Dissecado Norte da
ponto de vista geológico, nessa área ocorre o contato Amazônia, com altimetria relativa de 400m Ocorre sobre o
litológico entre os grupos sedimentares paleozóicos e os Granito Mapuera e foi mapeado anteriormente por Costa &
sedimentos terciários da Formação Barreiras (Est X.1) No Melo (1976), que o identificaram como posterior ao Graben
extremo sudeste desta Faixa de Transição localizam-se os do Takutu, de idade Jura-Cretácica segundo Montalvão et
residuais do domo de Monte Alegre (Est 111.2) A Unidade alii (1975), e anteriormente ao Pediplano Rio Branco-Rio
Morfoestrutural que engloba todos estes fenômenos é o Negro, datado por Franco, Dei'Arco e Rivetti (1975) como
Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas). A Pós-Pieistocênico. Em SA 21-Santarém os residuais desse
característica geomorfológica mais marcante da área é o aplainamento são interpenetrados pelo Pediplano Pleisto-
aplainamento conservado (Espp), elaborado no tempo cênico, dando diferença altimétrica entre eles e eviden-
158/ GEOMORFOLOGIA
ciando duas fases distintas de pediplanação. Dai poder-se Dissecado Norte da Amazônia, constituindo-se mais um
confirmá-lo como de gênese anterior à fase da pediplana- elemento comprobatório da fase climática mais seca.
ção pleistocênica.
O segundo nível de altimetria rel~tiva é def_inido _em
A superfície tabular conservada (Estb) e os diversos relevos SA 21-Santarém pelo nível pós-Barreiras (170m) IdentifiCa-
residuais de topo aplainado que ocorrem entre os relevos do por Barbosa, Rennó e Franco (1974) e pos~eri_orn:'ente
dissecados com formas convexas nas Folhas SA.21-V-A, por Ventura, D'Avila e Barbosa (1975) A mex1stenc1a de
SA.21-V-B, SA.21-X-A e SA.21-X-B indicam a maior exten- elementos que permitam uma datação mais precisa para
são da superfície de aplainamento que existiu sobre as o aplainamento de topo do Planalto Diss~~ado Nort? da
rochas pré-cambrianas, nas partes de topo do Planalto Amazônia dificulta as relações morfogenet1cas poss1ve1s
Dissecado Norte da Amazônia (Fig.6) Esse aplainamento, de se fazer e de considerá-lo de idade igual ao nível
submetido a condições morfogenéticas em clima úmido, Pós-Barreiras. Ambos são interpenetrados pelo aplaina-
entalhando talvegues e ravinando as encostas, apresenta mento pleistocênico, o que os data como antecedentes a
tipos diferentes de dissecados controlados pela estrutura. esta fase de pediplanação. Utilizando apenas a diferença
A partir dos relevos residuais do aplainamento conservado, altimétrica poder-se-ia indicar que o aplainamento de topo
na Folha SA 21-X-B, distinguem-se na imagem de radar do Planalto Dissecado Norte da Amazônia é cronologica-
pelo menos quatro níveis diferentes de dissecação condi- mente anterior ao aplainamento do nível Pós-Barreiras Os
cionados a estruturas falhadas exumadas pela erosão. Na dois níveis de aplainamento estão afetados tectonicamen-
margem direita do rio Jatapu, Folha SA.21-V-C, as formas te Em SA.21-Santarém continua-se considerando-os iso-
de relevo estão submetidas à influência tectônica com ladamente
alinhamentos de direção SW-NE e SE-NW. A escarpa de
falha de direção SW-NE localizada a oeste desses relevos No Planalto Tapajós-Xingu está muito bem representada a
está conservada, e em suas proximidades as formas apre- superfície tabular (Estb) de topo extremamente conserva-
sentam o topo aplainado No Planalto Dissecado Norte da do, pertencente ao nível pós-Barreiras Após a deposição
Amazônia este fato é generalizado Eventos de tal ordem dos sedimentos da Formação Barreiras, o que ocorreu
permitem concluir que a conservação das formas de topo desde o Cretáceo até o Plioceno, conforme Daemon (1975),
plano se deve ao controle tectônico do tipo horst-graben baseado em dados palinológicos, ocorreram os processos
combinado com a espessura do Latossolo Vermelho Ama- de pediplanação responsáveis. pela instalação do aplaina-
relo muito argiloso (vide 111-Pedologia) existente na super- mento do nível pós-Barreiras (170m) A datação da Forma-
fície, permitindo a instalação da Floresta Densa que exerce ção Barreiras e o fato de que há interpenetração do
papel protetor Costa & Melo (1976) reconheceram que Pediplano Pleistocênico desmontando suas vertentes per-
esse material impermeável submetido à morfogênese úmi- mitem datá-lo e denominá-lo em SA.21-Santarém como
da é responsável pelas formas abauladas e áreas de Pediplano Plio-Pieistocênico Sua extensão se prolonga
dissecação desse planalto em NA 21-Tumucumaque, fato pelos lados norte e sul da Sinéclise do Amazonas, sendo
que se repete em SA 21-Santarém cortado pelo rio Tapajós e mesmo pelo Amazonas (Fig 2)
No Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro o Pedi-
Rebordos erosivos acompanham o curso do rio Paru de plano Plio-Pieistocênico apresenta-se conservado no topo
Oeste, na Folha SA 21-X-A, localizando-se também na dos interflúvios tabulares (it) Muitos desses interflúvios
Folha SA.21-X-B. Na margem esquerda do rio Paru de encontram-se mascarados pela morfogênese úmida, regis-
Oeste esses rebordos são abruptos, limitando, em alinha- trando encostas ravinadas (nr). Talhadas em sedimentos
mento estrutural, áreas colinosas e o aplainamento con- da Formação Barreiras, as formas tabulares se estendem
servado, localizado no topo do Planalto Dissecado Norte desde a margem direita do rio Trombetas, penetrando a
da Amazônia Dos rebordos para leste, a drenagem corre oeste na Folha SA.20-Manaus Observando-se desde o
em direção ao rio Cuminapanema, como em um relevo aplainamento conservado no topo do Planalto Dissecado
cuestiforme Tal situação se repete em SA.21-X-B com Norte da Amazônia em Jitologias pré-cambrianas,' passan-
rebordos abruptos da superfície conservada e apresentan- do-se pela borda norte da Sinéclise do Amazonas, consti-
do reverso onde se localiza o rio Curuá, funcionando como tuída pelos sedimentos paleozóicos, e cortando os resi-
o Cuminapanema, descrito no caso anterior. Diversas duais do Pediplano Plio-Pieistocênico conservado no Pla-
falhas cortam transversalmente o rio Paru de Oeste (vide l- nalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro em litologias da
Geologia) e deixam de ser observadas quando a imagem de Formação Barreiras, até se chegar à Planície Amazônica,
radar mostra os relevos residuais da superfície de aplaina- há um desnível gradativo dessas superfícies que vai dos
mento conservada, que provavelmente ainda as mascaram 400m das áreas pré-cambrianas aos 20m da calha do rio
Neste caso também são visíveis diferentes níveis de dis- Amazonas.
secação limitados por estruturas falhadas.
Após a elaboração do Pediplano Plio-Pieistocênico insta-
A leste da Folha SA.21-X-B localiza-se um relevo mais lou-se a drenagem dos rios Tapajós, Curuá-Una, Uatumã,
elevado, denominado de serra do Maicuru, apresentando- Nhamundá e outros que cortam esse aplainamento, conse-
se com características pseudokársticas no topo onde qüentemente de gênese posterior a ele. Aproveitando-se as
ocorre espessa crosta ferruginosa. Diversas são as lagoas condições favoráveis oferecidas pela abertura desses va-
aí presentes em diferentes posições altimétricas (Est les instalou-se outro nível altimétrico de aplainamento,
Vll.2). Fato semelhante foi identificado por Barbosa, Ren- nív~l Santarém (BOm). Este aplainamento também acom-
nó e Franco (1974) na serra Maraconaí. Nas vertentes da panha as margens dos rios Amazonas e Xingu e foi bem
serra do Maicuru, mape'aram-se pedimentos ravinados, delimitado por Barbosa, Rennó e Franco (1974), definindo-
elaborados em condição climática mais seca do que a o com idade pleistocênica. Em SA.21-Santarém, estende-
atual, também responsáveis pela formação do encouraça- se pelas margens do rio Amazonas e penetra pelo vale dos
mento. A serra do Maicuru localiza-se em nível altimétrico rios Tapajós e Curuá-Una, ligando-se à Depressão Periféri-
semelhante ao dos residuais de topo aplainado do Planalto ca do Sul do Pará, mapeada por Boaventura ~1974),
GEOMORFOLOGIA/159
Barbosa, Rennó e Franco (1974) e por Ventura, d'Avíla e
Barbosa (1975), também reconhecida como plelstocénica
Como o rio Tapajós corta o Pediplano Plio-Pieistocénico,
sendo portanto posterior a essa fase de aplainamento, e
como o Pedi plano Pleístocénico acompanha o curso do rio
Tapajós, dando ao rio idade anterior ao Pedi plano Pleisto-
cênlco, esta fase de aplainamento teve sua data confirma-
da para o Neo-Pieistoceno, nome pelo qual será chamada
em SA.21-Santarém. Seu prolongamento além da margem
direita do ri o Amazonas ocorre por tod o o Planalto Rebai-
xado da Amazônlé! (Médio Amazonas), prolongando-se
além dos 20° OO'W Na margem esquerda do rio Amazonas
os processos de pediplanação neo-pleistocênica são res-
ponsáveis pela abertura da Depressão Periférica do Norte
do Pará, ligando-a ao sul com o Planalto Rebaixado da
Amazônia (Médio Amazonas). No Planalto Dissecado Nor-
te da Amazônia, o Pediplano Neo-Pieistocênico acompa-
nha os cursos de rios como o Trombetas, Mapuera, Jatapu
e Uatumã Seus efeitos são menos nítidos no Planalto
Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro, onde o clima úmido.
impediu a conclusão das formas pelos processos de
Vfc · Vale de fundo chato
pedlplanação. Este fato é também verificado às margens
dos rios da bacia hidrográfica do rio Curuà-Una. Gourou Estb Superficie tabular do Podiplano Ploo-Pieostocémco
{1949) referiu-se a " terraços de erosão" de Santarém , Est>P • Superfocie do Podiplano Noo-Pfatstocénoco
ressaltando a preservação de morros testemunhos manti- .)).....o. -l.J, · Rebordo oroso110
dos por "crosta laterítica" Sakamoto (1957) assumiu posi- Fíg 10 - Desmonte do Pediplano Pllo-Pieistocênico-A
ção diferente, relacionando os arredores de Óbidos e Atler
do Chão ao efeito de aplainamento. Em Óbidos o mesmo
autor reconheceu a espessura de 20m de areias pleistocê-
nicas e seu contato com os sedimentos terciários a 12km a
norte da cidade Nascimento (1974) não Identificou ter-
I
raços fluviais nas proxi midades de Óbidos. Em trabalho de
campo confirmou-se a existência das areias referidas por
Sakamoto, considerando-as como depósito da fase final
do Pediplano Neo-Pielstocênico (Est. Xl.1) Na Folha
SA 21-Z-B, nas proximidades de Santarém, a imagem de
radar registrou o nítido recuo das vertentes do Pediplano
Plio-Pteistocênico, deixando um nível mais baixo aplai-
nado Ab'Sàber (1967) ressaltou que regionalmente os
mais intensos encaixamentos dos talvepues se proces-
saram a partir dos " pedimentos do nlvel de Santarém"
Pode-se considerar que os chamados "terraços de Santa-
rém " tratam-se na realidade de efeitos resul tantes da fasE:
de pediplanação neo-pleistocênica.
O Pediplano Plio-Pieistocénlco teve a principio um des-
monte ocasionado pelo recuo de suas vertentes, neste
caso originando o nível do Pediplano Neo-Pieistocénico,
conforme a figura 10. Posteriormente, o ataque àquela
superfície efetuou-se pelo clima úmido, responsável pela
dissecação em suas vertentes (Fig 11 ), às vezes comanda- Vfc Vale de fundo chato
da por afluentes do rio Amazonas, como é o caso dos rios
Estb - Superlicoe tabular do Pediplano Pho-PI4tstocén'CO
Juruti, Uatumã, Urubu e outros. No caso do rio Juruti , as
vertentes do nível Pós-Barreiras estão ravinadas com dre- .))....u. - 4 - RebordO erosivo
nagem radial centrípeta, segundo padrões de drenagem de Flg 11 - Desmonte do Pediplano Pllo-Pielslocênlco-8
Howard (1967). Estes rav inamentos contrastam com a
superfície aplainada que está conservada, o que indica a pelo Pediplano Plio-Pieistocênico Esses dissecados com ·
efetivação dessas formas em condições climáticas diferen- formas convexas acompanham a faixa dos sedimentos da
tes. Onde o Pedi plano Neo-Pieistocênico recuou as verten- Formação Barreiras que faz contato com a borda sul da
tes do Pediplano Plio-Pieistocênico, geralmente ocorrem Sinéclise do Amazonas Estendem-se desde o rio Curuà do
rebordos erosivos eventualmente com desníveis superiores Sul até as proximidades do rio Maués-Açu As drenagens
a 100m. Isto acontece,. por exemplo, na Folha SA.21 -Z-B, em padrão contorcido do rio Curuá do Sul e de afluentes da
entre Belterra e o Porto de Pindobat, este último localizado margem esquerda do rio Curuá-Una modificam a antiga
no nível mais baixo. De Belterra para leste, o Pediplano direção N-S, em que corriam a montante para a direção
Plio- Pteistocênico tem caimento gradativo, fundindo-se SW- NE, e, ao lado disto, a mudança de direção do rio
com o Pediplano Neo-Pieistocênico. Os trechos mais Mamuru na confluência com o Mariaquã. Tais eventos são
dissecados localizam-se a sudeste da Folha e resultam do representativos de virgações, na direção NW, que elevaram
desmonte em clima mais úmido que aquele responsável o relevo nas proximidades das Formações Paleozóicas
160/ GEOMORFOLOGIA
Exemplos desse fato são os rios Mamuru e Andirá que marginais. No período das chuvas, mesmo os interflúvios
tiveram modificação no gradiente bem como no perfil de desses rios apresentam-se alagados, resultando pouca
equilíbrio. Ventura, d'Avila e Barbosa (1975) afirmaram que ação erosiva, praticamente paralisando a dissecação. Na
o Pediplano Pleistocênico, no lado sul da Sinéclise do Folha SA.21-Z-C existem vales fluviais com características
Amazonas, encontra-se basculado para a direção NW. No bem diferenciadas. Alguns têm o fundo chato e apresen-
interflúvio entre os rios Mamuru e Mariaquã, na Folha tam-se com a foz afogada. Outros estão encaixados e o
SA.21-X-C, notam-se formas tabulares entre as colinas gradiente permite melhores condições para erodir, ocasio-
indicando que o aplainamento acompanhava relevo ondu- nando assim a repetição constante de fenômenos de
lado. As partes mais altas do interflúvio foram intensa- captura. Nos interflúvios entre os rios Mamuru e Mariaquã,
mente dissecadas, dando uma inversão de relevo. Esses Mariaquã e Andirá, os afluentes se capturam mutuamente
eventos responsabilizam-se pela dissecação mais intensa, descrevendo posteriormente cursos semicirculares. Análi-
acrescentando-se o fato de que as litologias terciárias da se de imagem de radar sugere a seguinte seqüência para
Formação Barreiras como sedimentos de ambiente conti- tais eventos: em uma fase de clima menos úmido abriram-
nental são muito diferenciadas, apresentando-se com se os vales de fundo chato e em clima úmido houve
facies argilosos e arenosos intercalados. No interflúvio afogamento da foz de diversos rios que se instalaram
dos rios Mapuera e Nhamundá, nas proximidades_ da nesses vales. A atuação do clima úmido favoreceu a
margem direita do rio Trombetas, localiza-se uma área com dissecação dos interflúvios, generalizando o fenômeno de
índice de dissecaçao semelhante à faixa que acompanha a capturas.
b~"::::a sul da Sinéclise do Amazonas Embora em menores
proporções, as duas areas têm similitudes geomorfológi- Entre os cursos dos rios Andirá e Maués-Açu a_ imagem de
cas e litológicas radar registrou tom cinza-claro. Essa tonalidade geral-
mente representa áreas alagadas com vegetação de peque-
No Pediplano Plio-Pieistocênico, a veaetari'i.o tem m;tinr no porte. Muitas dessas manchas cinza-claro localizam-se
volume madeireiro (vide IV-Vegetação) do que a existente em interflúvios de aplainamento conservado, portando-se
nas áreas dissecadas. A floresta ao se instalar preferiu a como arreicas e/ou precariamente ligadas ao sistema de
localização sobre a superfície mais conservada onde os drenagem. Outras estão diretamente ligadas a rios que
nutrientes básicos permaneceriam no solo. Sua rápida muitas vezes as atravessam. A vegetação desses locais foi
instalação protegeu essas áreas impedindo que a disseca- mapeada como Pioneira (vide IV-Vegetação) e os solos são
ção se efetuasse sobre maior extensão territorial Nas áreas Areias Quartzosas Distróficas e Podzol Hidromórfico (vide
já dissecadas a ocupação pela floresta seria mais lenta em 111-Pedologia). Os dados apresentados permitem conside-
virtude das dificuldades de ordem topográfica e pedológi- rar essas áreas como depósitos de detritos provenientes de
I
ca, empobrecendo-se por causa dessas restrições ambien- antigos níveis mais elevados da superfície de aplainamen-
tais to. A localização atual em áreas de interflúvios deve-se à
inversão de relevo.
Entre os rios Trombetas e Amazonas ~ara leste, a Sinéclise
do Amazonas tem posição estruturalmente mais elevada A norte do lago Grande, no Planalto Rebaixado da Amazô-
pelas próprias condições estruturais ligadas ao Alto Estru- nia (Médio Amazonas), nas proximidades da cidade de
ral e domo de Monte Alegre, o que permitiu menores Monte Alegre, localiza-se a estrutura dômica escavada de
depósitos da Formação Barreiras Para oeste, estes depó- Monte Alegre. Do processo de erosão resultou a inversão
sitos chegaram até as proximidades da borda norte da do relevo de modo que no interior da estrutura dômica
Sinéclise do Amazonas. Nesse trecho a superfície do penetrou o Pediplano Neo-Pieistocênico, aproveitando-se
Pediplano Plio-Pieistocênico está quase totalmente des- da pequena resistência das rochas básicas do interior. Os
montada, como na Folha SA.21-X-D. Nas proximidades de relevos residuais dessa estrutura dão forma de relevo
Oriximiná, na margem direita do rio Trombetas, Folha pseudo-apalachiano nas partes externas de rochas mais
SA.21-X-C, ocorrem relevos residuais do Pediplano Plio- resistentes. Muitos hog-backs foram mapeados, às vezes
Pieistocênico com couraças bauxiticas, onde já se faz a em forma de chevrons. As cristas estão alinhadas acompa-
extração desse minério em altitude aproximada de 170m. nhando a estrutura.
Na Folha SA.21-Z-D, ao sul da faixa de intensa dissecação,
ocorre um relevo aplainado, conservado (Espp), ligado ao No Planalto Rebaixado da Amazônia (Médio Amazonas), os
Pediplano Neo-Pieistocênico. Este nível de aplainamento processos da pediplanação neo-pleistocênica exumaram
embutido é cortado pela rodovia Transamazônica e está diques de diabásio que cortam as rochas paleozóicas. Na
instalado sobre os depósitos paleozóicos da borda sul da Folha SA.21-X-D, próximo a Alenquer, esses diques são
Bacia Sedimentar do Amazonas, refletindo variação litoló- mais constantes, eventualmente comportando-se como
gica e controle por alinhamentos estruturais. A sul dessa inselbergs.
forma aplainada há um relevo com características cuesti-
formes, correspondendo ao desdobramento da Cuesta de
Santa Cruz mapeada por Ventura, d' A vila e Barbosa (1974). 6.2 - Evidências Geomorfológicas pela Análise da Dre-
Nos· sedimentos da Formação Barreiras as condições nagem.
litológicas favoreceram a instalação de interflúvios, alguns
dos quais com aplainamento conservado no topo (it). O A Folha SA.21-Santarém tem o rio Amazonas atravessan-
Pediplano Neo-Pieistocênico também aparece com partes do-a no sentido W-E, servindo de eixo para a rede de
conserVadas e outras em que os processos de erosão drenagem. Rios de grande porte, navegáveis, provêm tanto
entalharam talvegues incipientes, resultando formas de do hemisfério norte como do sul e deságuam no rio
topo tabular (it). Na Folha SA.21-Y-C há exemplos desses Amazonas. Pela margem esquerda, o rio Amazonas recebe
fatos. Os rios Mamuru, Uaicurapá e Maués-Açu têm vales como afluentes os rios Maicuru, Curuá, Paru de Oeste,
afogados, proporcionando alagamento em extensas áreas Trombetas, Mapuera, Jatapu, Nhamundá, Uatumã, Urubu
GEOMORFOLOGIA/161
o,___ __ _...Js km
.J..l-tl. -4.. . Rebordo erosovo
Superfície de aplatnamento
neo-pleostocênico
Superfície de aplatnamento Superfícoe de apfaonamento 8
p lio-pleistocênico plio-pleistocênoco
Superfície de ap lainamento
I
100
neo-plei stocênico
R10 Tapatós
e Preto da Eva Pela margem direita os rios importantes aluviais são em forma de "cauuél de cometa", mais alarga-
são: Curuá-Una, Tapajós, Arapiuns, Mamuru , Andirá, Ma- dos para montante do rio Tapajós e com afinamento para
raú, Maués-Açu, Madeira e Madeirinha, além do " furo" jusante. Após a deposição dos sedimentos terciários da
Urarlá Os trechos desses rios que apresentam caracterís- Formação Barreiras instalaram-se os processos de pedi-
ticas especiais mereceram análise detalhada planação que originaram o Pediplano Plio-Pieistocênico A
imagem de radar mostra a continuidade dessa superfície
Nas proximidades de Aveiro, o rio Tapajós tem o curso de aplainamento em ambas as margens do rio Tapajós,
alargado a partir do contato das fitologias paleozóicas e conforme a figura 12 Na margem direita o Pediplano
terciárias, mantendo-se largo até a foz. Outros rios, tais Plio-Pieistocênico tem caimento para leste. Na margem
como o Trombetas e o Curuá-Una, não têm foz alargada e esquerda o caimento é para oeste, fatos que indicam a
atravessam a área éle contato dessas litoiogias. Procurou- virgação do relevo nessa área A maior concentração de
se causa tectôn ica para explicar o evento, fato também diques de diabásio de Idade Jura-Triássica (vide i-Geolo-
analisado por Cunha (1973). Um corte transversal no curso gia) na margem esquerda do ri o Amazonas alinha-se com
do rio Tapajós entre Santarém e a margem esquerda do rio as margens retilíneas do rio Tapajós. Em Alter do Chão, no
Arapiuns, rio de foz afogada, perfaz a distância de 45km , poço AC-1-PA, a Petrobrás mediu 545m de espessura para
quando o rio Amazonas nesse mesmo trecho tem largura a Formação Barreiras, em local onde a lâmina d'água do rio
Inferior a 5km. O levantamento batlmétriqo do rio Tapajós, está aproximadamente 20m de altitude em relação ao nível
efetuado pelo DNPVN , registra no trecho entre Avelro e a do mar. Esses eventos Indicam que houve subsldência
foz profundidades maiores do que para montante. Essas onde se Instalou o rio Tapajós, posteriormente à fase do
maiores profundidades ocorrem justamente onde o curso Pedi plano Plio-Pieistocênlco. A subsídêncla do graben e a
do rio é mais largo, quando seria de se esperar que nos instalação do rio Tapajós são cronologicamente posterio-
trechos mais estreitos o rio drenaria em talvegue mais res à deposição dos sedimentos da Formação Barreiras e
aprofundado (Est. Xl.2). Isto é comprovativo de que o rio ao Pediplano Plio-Pieistocênico, posto que atravessam
Tapajós tem a foz afogada. A instalação de diques aluviais este aplainamento elaborado sobre as lltologlas terciárias.
no rio Tapajós tem seu limite na ilha Cupari, próxima de O Pedlptano Neo-Pieistocênlco acompanhando o vale do
Avelro, permitindo-se reconhecer nesse trecho um nivef de rio Tapajós coloca a subsldência do graben e a instalação
base regional do rio. Daí para jusante não são mais do rio como anteriores a esta etapa morfogenétlca, conse-
observados depósitos aluviais originando ilhas. Os diques QOentemente no Eo ou Meso-Pieistoceno. Com a formação
162/G EOMOAFOLOGIA
do graben, o rio Tapajós abaixou s~u nível de base margem dfreita do rio Amazonas. Situação similar de
possibilitando ao rio Amazonas invadir sua foz. Ocorrendo inflexão do curso acontece com o rio Piratucu, afluente
a Transgressão Flandriana, holocênica, e a conseqüente pela margem direita do rio Trombetas. No ângulo de
subida do nível das águas do rio Amazonas, houve amplia- inflexão no direcionamento deste rio (Fig. 15), registrou-se
ção do afogamento nas áreas onde havia subsidência, uma anomalia de drenagem do tipo dendritico com enclave
principalmente na foz do rio Tapajós (Est.XII.1 ). Esses radial anular, combinando os padrões de drenagem de
efeitos são verificados no rio Arapiuns que anteriormente Howard (1967).
meandrava em uma fase de maior energia, nas Folhas
SA.21-Z-A e SA.21-Z-B A seqüência de eventos apresenta- O rio Mamuru tem seu curso sucessivamente interrompido
dos permite classificar a ria fluvial do Tapajós como do com partes alargadas e outras apresentando curso normal
tipo cherm, assim como Barbosa, Rennó e Franco (1974) Tal fato se repete no rio Andirá, na Folha SA.21-Z-C. Nos
consideraram a ria fluvial do Xingu. trechos em que estes rios se estreitam há evidências de
alinhamentos estruturais com direção SW-NE. A drenagem
No baixo curso do rio Tapajós, nas proximidades de sua secundária é do tipo contorcida conforme os padrões de
foz, ocorre um delta fluvial digitado, conforme a classifi- drenagem de Howard (1967).
cação proposta para os deltas litorâneos por Derruau
(1972). A formação desse delta fluvial é dependente di reta- Os rios Trombetas e Paru de Oeste aparecem encaixados
mente do regime dos rios Amazonas e Tapajós O rio na Folha SA.21-X-A, mesmo nas áreas do aplainamento
Amazonas tem regime mais regularizado do que o rio deixado pela abertura da Depressão Periférica do Norte do
Tapajós. O rio Tapajós, por nascer em áreas tropicais com Pará. São rios adaptados a zonas de fraquezas e se
duas estações definidas, apresenta-se com maior volume superimpõem ao relevo de cuesta da borda norte da
d'água no período de enchente, servindo-se de um "furo" Sinéclise do Amazonas. Como esses rios cortam as litolo-
como condutor de parte de suas águas para o rio Amazo- gias terciárias da Formação Barreiras, pode-se considerá-
nas. Na vazante, o nível de água do rio Tapajós é mais los com idade posterior ao Plioceno e anterior ao Neo-
baixo, permitindo que através do mesmo "furo" o rio Pieistoceno, posto que o Pediplano Neo-Pieistocênico
Amazonas despeje parte de suas águas nas proximidades acompanha os dois cursos fluviais.
da foz daquele rio Desta maneira, a maior carga transpor-
tada pelo rio Amazonas é depositada, originando a forma Em SA.21-X-A o radar imageou o rio Cachorro inicialmente
de delta fluvial digitado, conforme a figura 13. Barbosa, correndo no sentido N-S e sua inflexão para NW-SE, após
Rennó e Franco (1974) referiram-se ao "delta de colmata- confluir com o rio lmabu, adaptando-se à linha de fraqueza
gem do rio Jarauçu" em que este rio apresenta o canal cen- tectônica. Em um trecho a montante, o rio Cachorro
tral direcionado conforme o escoamento do rio Xingu, do atrave.ssa um grupamento de relevos residuais de forma
qual é afluente Neste caso o delta é efetuado pelo rio em convexa, mapeados como colinas (c), mais elevados em
sua foz O delta interno no rio Tapajós é ocasionado pela relação à área onde se encaixa, superimpondo-se à zona de
invasão do rio Amazonas no rio Tapajós através de um fraqueza e descrevendo curvas comprimidas e anômalas.
"furo". conforme os padrões de drenagem de Howard (1967) O rio
Mapuera de direção N-S sobre rochas pré-cambrianas
A adaptação às estruturas não é condição registrada inflete bruscamente para NW-SE, comportando-se de ma-
apenas no rio Tapajós em SA.21-Santarém. O rio Uaicurapá neira semelhante ao rio Cachorro
localiza-se na Folha SA.21-Z-C e tem seus afluentes da
margem direita e da margem esquerda acompanhando o A noroeste da Folha SA.21-V-D, o rio Nhamundá tem
mesmo alinhamento Essa mesma situação se repete com direção geral NW-SE A imagem de radar mostra o paleo-
os afluentes dos rios Preto da Eva, Urubu, Uatumã e curso do rio Nhamundá, obedecendo a sua direção geral
Nhamundá, descrevendo ângulo de aproximadamente 90° Esse rio sofreu captura, obrigando-o a infletir aproximida-
na confluência Em rochas sedimentares da Formação mente 90° para SW-NE, o que é indicativo de adaptação a
Barreiras, como geralmente acontece em SA.21-Santarém, uma linha de reativação posterior à instalação do rio
a tendência é o desenvolvimento do padrão de drenagem Como o rio Nhamundá corta os sedimentos terciários da
dendrítica. O padrão de drenagem ortogonal é resultado da Formação Barreiras, sendo de idade posterior a eles, a
orientação estrutural evidenciada na área. Os rios Preto da captura de seu curso fica restringida ao período Quaterná-
Eva, Urubu, Anebá, Uatumã, Jatapu, Nhamundá e Trombe- rio
tas têm direção preferencial NW-SE Esses direcionamen-
tos parecem continuados na margem direita do rio Amazo- Analisaram-se os fatos que se seguem para uma conclusão
nas, onde se adaptaram rios como o Paraconi, Maués-Açu sobre os vales fluviais com foz afogada e/ ou rias fluviais
e Mamuru. Há também outra direção preferencial a que se em SA.21-Santarém: os rios Preto da Eva, Urubu, Anebá,
submeteram os rios Madeirinha, Madeira, "furo" Urariá e Uatumã e Nhamundá estão alinhados em trechos de fra-
Arapiuns, seguindo SW-NE. O rio Andirá inicialmente queza tectônica; o curso desses rios é capturado e os
tinha direção SE-NW e logo após confluir com o Ariaú "furos" que os ligam ao rio Amazonas dirigem-se para
inflete bruscamente para SW-NE. SW-NE; o direcionamento definido pela captura dos rios
Urubu e Anebá indica ser prolongamento do alinhamento
Os rios Urubu, Caru, Anebá e Uatumã correm na direção do curso do rio Madeira, assim como da inflexão definida
geral NW-SE e desaguavam diretamente no rio Amazonas. no curso do rio Piratucu, afluente pela margem direita do
O prolongamento do antigo curso do rio Urubu é visto na rio Nhamundá; o alinhamento que define a adaptação do
figura 14. Com a foz capturada, esses rios infletiram "furo" Urariá condiciona a captura da foz dos rios Abaca-
bruscamente para SW-NE, desaguando em um "furo" que xis, Maués-Açu, Mamuru e Nhamundá (Fig. 17); o padrão
conduz as águas para o rio Amazonas. O direcionamento ortogonal marginalmente à ilha Tupinambarana, além do
do "furo" coletor das águas desses rios coincide com um afogamento do vale do Tapajós, submetido à subsidência
prolongamento do alinhamento do rio Madeirinha, na em zona de fraqueza, são evidências que permitem con-
GEOMORFOLOGIA/163
I
164/GEOMORFOLOGIA
cluir que a drenagem cujos vales fluviais têm a foz afogada lagos marginais a esses rios, principalmente os que acom·
em SA.21-Santarém está delineada em ajustamentos tectô- panham o curso do rio Nhamundá, indicam os limites de
nicos (Est.XII.2). Aventa-se ainda, sem argumentos mais afogamento a que esses cursos se submeteram. No caso
fortes, senão o próprio afogamento dos rios, que aos deste rio, seus meandros são mal calibrados e alinhados a
movimentos positivos e negativos do mar cabe parte da montante. Nas proximidades da foz constataram-se as
responsabilidade do fenômeno. Admitindo-se o possível re- vastas áreas de "igapó", confirmando a inundação pelo rio
flexo dos movimentos eustáticos em SA.21-Santarém, sobre o terraço fluvial (Atf).
atribuir-se-ia á regressão Pré-Fiandriana o aumento dos
gradientes que permitiu a muitos rios amazônicos maior
entalhe de talvegues. Durante a Transgressão Flandriana, 6 2 1 - Conceito e Tipologia para os "Furos" e Lagos na
holocênica, esses mesmos rios tiveram a foz recuada e o Folha SA 21-Santarém
nível de base elevado, permitindo alagamento a jusante.
Esta influência entretanto ocorreria após os encalxamen- A análise da drenagem em SA.21-Santarém levou a estudo
tos dos talvegues às condições de alinhamentos da reati- mais detalhado sobre a Planície Amazônica e os tipos de
vação tectônica que aconteceu durante o Quaternário Os canais fluviais que drenam essa área A necessidade de
ld · lago de dique
lv · lago de várzea
=:: · Paleo·curso do rio Urubu
Flg 14 - captura do RIO Urubu
GEOMORFOLOGIA/165
Abacaxis temos um exemplo deste tipo de furo, Folha
SA 21-Y-C
Ftg 15 - Anomatta oe Drenagem e Inflexão do Rio Plratucu A figura 16 é um quadro sinótico dos tipos de furos
I tratar o assunto O referido autor sugere que o termo "furo" dupla origem para esse condu tor fluvial; captura e afoga-
foi adotado no sentido de Indicar a possibilidade de varar, mento tectônico de sua atual foz que ocorre na Planície
estabelecer ligação entre os riQs, "paranás", lagos e " iga- Amazônica, fato ocorrido no período Quaternário e que
rapés" Ratificando-se a sugestão de Andrade (1956), pro- está demonstrado na imagem de radar peta sua maior
poe-se o seguinte conceito para "furos" correspondem a largura em direção ao rio Amazonas
todo canal de drenagem que liga um rio a outro, um rio a
um lago ou um rio a ele mesmo, sendo, neste último caso O furo Urariá, pela sua complexidade, tem trechos que se
fora da planície aluvial Esta ressalva é feita para maio~ enquadram em mais de um tipo Ele localiza-se em área
diferenciação entre " ft•ros" e " paranás" . Andrade (1956) bastante instável, tectonicamente, com drenagem extre-
considerou que os "paranás" são necessariamente ligados mamente desorganizada. Os rios Paraconi, Apoquitaua.
à planície fluvial e que, em última análise, têm uma das Maués-Açu , Maués-Mirim , Andirà e Mamuru têm a foz
margens em sedimentos terciários. Utilizando-se essa afogada justamente no furo Urariá que serve de condutor
consideração, propõe-se o seguinte conceito para "para- para escoamento das águas desses rios Os rios Canumã e
n.ás" : correspondem a todo canal de drenagem que liga um Abacaxis apresentam nítida evidência de que se prolonga-
no a ele mesmo em áreas da planície aluvial ou com pelo vam além da margem esquerda do furo em direção ao rio
menos uma margem ligada à planície aluvial De acordo Amazonas Com adaptação às estruturas anteriormente
com a conceituação de " furos" , estabeleceu-se uma classi - falhadas, esses rios foram cortados em seu médio curso e
ficação dos tipos fundamentais encontrados em SA 21- se adaptaram ao direcionamento estrutural SW-NE, origi-
Santarém nando esse furo. Apesar de ligar o rio Madeira ao rio
Amazonas, o furo Urariá não nasceu com essa função Uma
1 Furo em captura : furo escoando âgua de rios captura- reconstituição do antigo curso do furo Urariá permite
dos Funciona como foz para um ou mais rios que deixam observar a retinitidade a que está submetido Ele teve sua
de escoar diretamente para o rio principal Ê o caso da foz fase de meandros divagantes, perfeitamente visível pelos
~o rio Preto da Eva, Folha SA.21-Y-C A figura 14 exempli- diques aluviais existentes em sua planície Dessa fase, os
flca este tipo de " furo" na foz do rio Urubu meandros passaram a mal calibrados com trechos retilinl-
zados O furo Urariá corta o Pediplano Neo-Pieistocênico
2 Furo em colmatagem furo interrompido apresentando que aparece na ilha Tupinambarana, o que indica sua idade
alguns trechos colmatados Funciona na época da cheia posterior ao aplainamento, ou seja, holocênica (Fig 17)
como condutor das âguas do rio principal para os lagos
que se encontram em colmatagem. Apresenta trechos Situação similar ao furo Urariá acontece em menores
colmatados. Exemplos sào encontrados nas proximidades proporções na margem esquerda do rio Amazonas Trata-
da foz do rio Nhamundá, Folha SA.21-Z-A (Fig . 13). se do furo responsável por conduzir as águas dos rios
Urubu , Anebá, Sanabani e Uatumã que foram capturados e
3 Furo em vale morto: furo aproveitando vale do antigo deixaram de correr diretamente para o rio Amazonas, dire-
curso fluvial. Funciona aproveitando vales abandonados c ionando-se para SW-NE, fato já referido. Neste caso, a
de rios que foram capturados. A leste da foz do rio captura dos rios Urubu e Anebá por adaptação tectônica é
166/GEOMORFOLOGIA
TIPO OCORR~NCIA FUNCIONAMENTO EXEMPLO
1 Furo em captura Geralmente em planície f lu- Como foz para um ou mais Foz do rio Urubu na Folha
via I rios que deixam de escoar SA.21-Y-A.
diretamente para o rio prin-
c i pai.
2 Furo em colmatagem Em planície fluvial Como condutor das águas Próximo à foz do rio Nha-
do rio principal para os mundá na Folha SA.21-Z-A.
lagos que se encontram em
colmatagem.
3 Furo em vale morto Em vale fluvial abandonado Como ligação entre rios Leste do rio Abacaxis na
e/ ou lagos utilizando vale Folha SA.21-Y-C.
abandonado por ocorrência
de captura.
4 Furo em contato litológico Em áreas de contato lito- Como ligação entre rios Foz do rio Preto da Eva
lógico e/ou lagos em áreas de na Folha SA.21-Y-C
contato litológico, princi-
palmente de aluviões com
sedimentos da Formação
Barreiras.
5 Furo adaptado a tectônica Em alinhamentos estrutu- Como ligação entre rios Cortando a ilha Tupinam-
rais e/ ou lagos, adaptando-se a barana na Folha SA.21-'t-D.
alinhamentos de falhas ou
diáclase.
6 Furo ligando lagos Geralmente em planície flu- Como ligação entre lagos. Internamente na ilha Gran-
via I de do Tapará na Folha
SA.21-Z-B.
evidente. Outro fato importante refere-se aos diversos rios aluviais existentes tanto em sua margem direita como na
que inicialmente eram afluentes do rio Amazonas e que, esquerda demonstram várias fases na evolução de seu
após a colmatagem da foz, passaram a se comunicar com leito. Nas proximidades da foz do rio Trombetas apresen-
o rio principal através de um furo diretamente ligado à tam-se diversos lagos separados entre si por diques alu-
planície. O rio Preto da Eva é exemplo deste fato. Neste rio viais que funcionaram como restingas fluviais. Interna-
o maior volume d'água e a maior capacid,ade de transporte mente esses lagos estão em processo de colmatagem,
do rio Amazonas estabelecem um desequilíbrio que per- sendo que alguns furos deságuam em deltas tanto no lago
mite a colmatagem na foz. Ventura, d'Avila e Barbosa Sapucuá como nos lagos Paru e das Marrecas
(1975) já exp Iicaram essa gênese. Em SA 21-Santarém
esse processo é genérico, sendo que em alguns casos A observação da imagem de radar permitiu uma classifi-
combina-se a alinhamentos estruturais com direção cação para os lagos amazônicos em SA 21-Santarém
SW-NE, como acontece no rio Uatumã e nos rios ligados Considerando-se a variedade de formas, tentou-se inicial-
ao furo Urariá. O furo localizado a sul do lago Uruá, mente estabelecer uma tipologia em função da forma.
próximo da cidade de Nhamundá, liga o rio Amazonas aos Observou-se entretanto a possibilidade de se fornecer
lagos próximos do Posto Fiscal Macuricana. Na tipologia mais elementos, permitindo uma primeira visão genética
de furos, este exemplo enquadra-se entre os furos em dos lagos. Segue-se a classificação inicial efetivada para
colmatagem, ou seja, furo interrompido apresentando SA 21-Santarém
alguns trechos colmatados. A oeste de seu canal, a
imagem de radar reflete tonalidade cinza-claro, referente à
colmatagem que se efetua em seu curso. Mais para leste 1. Lago de várzea: lagos que ocorrem na planície fluvial e
seu funcionamento é perene, refletindo tonalidade negra. estão em colmatagem: São alimentados pelo rio principal
Já o furo Aduacá liga o lago Aduacá ao rio Nhamundá, que transborda nos períodos das cheias. Após a decan-
formando neste rio um delta fluvial. Sua continuidade para tação dos sedimentos, devolvem, através de fure, as águas
leste ê o furo Bom Jardim, que serve de condutor para as ao rio na estiagem; neste caso temos o lago Piracaina, na
águas do vale afogado do rio Nhamundá, desaguando no Folha SA.21-Z-B (Fig. 13).
rio Amazonas.
2. Lago de contato litológico: ocorre em áreas de contato
O rio Cachoeri é um furo cuja confluência indica a saída litológico, geralmente de aluviões com sedimentos da
do rio L>.mazonas e o deságue no rio Trombetas. Os di.ques Formação Barreiras. Alguns lagos marginais ao furo Urariá
GEOMORFOLOGIA/167
I
na Folha SA 21-Y-D servem para exemplificar este tipo alongada Na ilha Arapiuns, Folha SA 21-Z-8, obtêm-se
(Fig 17). exemplos deste tipo de lago (Fig 14)
3. Lago de meandro. lagos que ocorrem em meandros 5 Lago de restinga ocorre Isolado do rio principal por
abandonados Resultam da recuperação fluvial e são processo de colmatagem do tipo restinga fluvial Para
isolados do rio principal por colmatagem . Alguns lagos exemplificar este tipo de lago pode-se citar os lagos Paru.
marginais ao furo Urariá, na Folha SA 21-Y-C, são exem- Marrecas e Praia, localizados na Folha SA 21-X-C Na
plos deste tipo (Fig. 17). figura 23 há exemplos deste tipo
4. Lago de dique. ocorre entre diques aluviais e tem forma 6 Lago adaptado a tectônica: ocorre em áreas de subsi-
168/ GEOMORFOLOGIA
I
dência localizada, controladas por alinhamentos estrutu- conta to litológico entre sedimentos paleozóicos e terciá-
rais; o melhor exemplo para este caso é o lago Canaçari, rios e tem direção W-E A oeste, o lago Erepecu recebe um
nas Folhas SA .21-Y-B e SA.21-Y-D afluente que, em seu curso de direção N-S, está encai-
xado. A leste deste lago localizam-se o rio Acapu e o
7 Lago de barragem ocorre a jusante dos rios que têm foz igarapé Ariranha que, na confluência com o rio Paru de
afogada ou barrada. Estes rios assumem na foz grande Oeste, formam lagos. Alguns vales fluviais que se ligam a
proporção de alargamento e são conhecidos como lagos. estes lagos aparecem com a foz afogada e drenagem
Exemplos deste tipo são os lagos Uaicurapá e Grande de ortogonal. Estes eventos indicam que o lago Erepecu é
Juruti, na Folha SA 21-Z-A (Fig. 18). A figura 19 é um um lago de contato litológico e também adaptado a
quadro sinótico dos tipos de lagos. tectônica com subsidência localizada
GEOMORFOLOGIA /169
TIPO OCORRÊNCIA GÊNESE EXEMPLO
1 Lago de várzea Em planície fluvial Áreas alimentadas pelo Lago Piracaina na Folha
transbordamento do rio SA.21-Y-D.
principal promovendo de-
cantação dos sedimentos.
2 Lago de contato litoló- Em áreas de contato lito· Áreas alimentadas por Lagos marginais ao furo
gico lógico afluentes e/ ou pelas chu- Urariá na Folha SA.21-Y-D.
vas onde ocorre contato de
litologias.
3 Lago de meandro Geralmente em planície Áreas de recuperação flu- Lagos marginais ao furo
fluvial vial, isoladas do rio princi- Urariá na Folha SA.21-Y-C.
pai por colmatagem.
4 Lago de dique Em planície fluvial Áreas onde ocorrem os pro- Lagos internos da iLha Ara-
cessos de colmatagem do piuns na Folha SA.21-Z-B.
tipo slikke e schorre, man-
tendo um lago entre os
diques aluviais.
5 Lago de restinga Em planície fluvial Antigas "baías" fluviais, Lago Paru na Folha
isoladas do rio principal SA.21-X-C.
por processo de colmata-
gem do tipo restinga fluvial.
6 Lago adaptado a tectônica Em áreas de subsidência Áreas alimentadas por Lago Canaçari nas Folhas
localizada afluentes e/ ou pelas ch4- SA.21-Y-B e SA.21-Y-D.
vas onde ocorreu subsidên-
c ia localizada controlada
por alinhamentos estru-
turais.
7 Lago de barragem Em proximidades de foz Áreas onde a foz foi bar- Lago Grande de Juruti na
fluvial rada e/ou afogada assu- Folha SA.21-Z-A.
mindo a jusante grandes
proporções em alargamen-
to.
Fig 19 - Quadro Sinótico dos Tipos de L11gos
nais com direção W-E. 1\las proximidades do rio Paru de dos de suas possíveis influências em grandes projetos de
Oeste abrem percées cortando as litologias paleozóicas desenvolvimento regional, assim como a construção de
que favoreceram a instalação de cuesta desdobrada. O rio barragens para produção de energia elétrica.
Acapu e o igarapé Ariranha posicionaram-se em depressão
ortoclinal de um desses rebordos. Nestas áreas a vegeta-
ção é extremamente heterogênea, aparecendo Floresta-de- 6.2.2 - Efeitos da Colmatagem Fluvial
Galeria, Floresta Densa, Formação Pioneira, além de ou-
tras. Os sedimentos paleozóicos permitiram a formação de Os diques aluviais registrados no curso do rio Tapajós têm
solos pouco desenvolvidos dificultando a instalação flo- forma de "cauda de cometa" e são mais alargados para
restal. Estas são sugestões de que o clima seco permane- montante e afinados para jusante. No rio Trombetas os
ceu mais tempo nessas áreas e que parte da vegetação diques aluviais são contínuos e o controlam, canalizando o
seria relíquia (vide IV-Vegetação) dessa fase climática mais curso paralelamente ao fluxo maior da água (Est. Xll1.2).
seca. São diques mais antigos, habitados por vegetação arbó-
rea. Segundo a descrição de Sakamoto (1957), esses
Pela observação da imagem de radar, após a análise da cordões são constituídos de caolinita. Esses depósitos
drenagem e das formas de relevo em SA.21-Santarém, estão ligados ao desmonte do Planalto Dissecado Rio
pode-se concluir com fatos comprobatórios que as antigas Trombetas-Rio Negro e soos limites, a montante, estão no
fraturas funcionaram como centro de adaptação, ajustan- contato desta unidade morfoestrutural com o Planalto
do-se durante o Quaternário e definindo alinhamentos nas Sedimentar da Bacia Amazônica. O tipo de diques parale-
litologias terciárias. Essas movimentações estruturais são los ao fluxo de água do rio até o presente estágio de
de tal ordem recentes que exigem estudos muito detalha- mapeamento não tinha sido registrado. Em SA.21-Santa-
170/ GEOMORFOLOGIA
rém aparecem também no rio Jatapu (Fig. 4). Eles parecem sedimentos da Formaçao Barreiras (vide l-Geologia). Este
indicar duas fases no regime desses rios. A primeira, uma tipo de depósito permite afirmar que há trechos em que a
fase de deposição quando o rio seria evidentemente mais litologia terciária está submersa. Em SA.21-Santarém o rio
largo. A segunda fase indica um período de aprofundamen- Amazonas corta os sedimentos terciários da Formação
to de talvegue, quando ocorreu a fixação do canal atual. Barreiras. O poç_o 1TR-1-AZ da Petrobrás, localizado na ilha
No rio Amazonas a colmatagem dispõe os diques aluviais da Trindade, registrou 400m de espessura dos sedimentos
linearmente ao longo das margens do rio. Ele efetua terciários. O Pediplano Plio-Pieistocênico prolonga-se pe-
também a deposição em seu leito elevando-lhe o nível de las duas margens dos rios Amazonas e Tapajós, eventual-
água e possibilitando-lhe uma translação dentro da planí- mente chegando nas proximidades desses grandes rios
cie. Sakamoto (1957) afirmou que na ilha da Trindade, na Estes fatos são suficientes para serem datados os rios
confluência do rio Madeira com o rio Amazonas, ocorrem Amazonas e Tapajós como quaternários. Em tempo neo-
100m de aluviões depositadas sobre os sedimentos da pleistocênico, instalou-se outra fase de pediplanação
Formação Barreiras. Esta ilha localiza-se no alinhamento acompanhando o curso desses rios, assim como dos rios
tectônico que direciona o curso do rio Madeira, a captura Curuá-Una e Xingu. Portanto, a drenagem amazônica em
do rio Uatumã e a inflexão no curso do rio Piratucu. Santarém se instalou entre o Plio-Pieistoceno e o Neo-
Pieistoceno, ou seja, no Meso-Pieistoceno.
Os lagos ligados á várzea, classificados entre os lagos em
colmatagem por decantação, tiveram como exemplo o lago 6.3. - Evolução da Depressão Periférica do Norte do Pará
Piracaina em SA.21-Z-B. Na Planície Amazônica esse tipo
de l~o é bastante repetitivo, posicionando-se eventual- Ventura, d'Avila e Barbosa (1975) dataram como pleistocê-
mente no interior de muitas ilhas, como são os casos das nicb o aplainamento que produziu o recuo :JOr circundes-
ilhas Arapiri e Grande do Tapará, na Folha SA.21-Z-B. nudação da Formação Barreiras E'xumando os sedimentos
Esses lagos comunicam-se através de furos com o rio das formações paleozóicas e abrindo a Depressão Periféri-
Amazonas, alguns dos quais, marginais ao grande rio, ca do Sul do Pará. Os referidos autores encontraram relevos
recebem afluentes. Na época das cheias, os rios transbor- residuais da litologia terciária entre os dissecados em
dam e os alimentam com sedimentos que decantam. Com rochas pré-cambrianas. Isso lhes permitiu considerar a
a volta dos rios ao leito maior ocorre a devolução das maior extensão da Formação Barreiras encobrindo as lito-
águas que, nesse momento, já não estão mais carregadas logias paleozóicas e mesmo pré-cambrianas em alguns tre-
de sedimentos, posto que se depositaram nos lagos; chos. Em SA.21-Santarém não se constataram na Depres-
pertencem ao tipo do lago em colmatagem por decantação são Periférica do Norte do Pará relevos residuais terciários
A colmatagem elaborada pelo rio Amazonas é também além da borda norte da Sinéclise do Amazonas. A sudeste
submetida a canais e cordões de mecanismo do tipo slikke
e schorre A colmatagem na planície fluvial (Apfi) geral-
mente é conjunta com a colonização vegetal. Observações
de campo permitem salientar os efeitos da vegetação
de Campo em áreas alagadas (vide IV-Vegetação), fixando
os sedimentos nas margens e alargando a planície fluvial
da Folha SA.21-X-A, nas proximidades da margem esquer-
da do rio Trombetas, há um relevo cuestiforme (Fig. 5),
composto de litologia sedimentar paleozóica e Formação
Trombetas, que aparece fora do alinhamento geral da
borda norte da Sinéclise do Amazonas (Est. XV.1). Isso é
indicativo de que essa litologia sedimentar esteve mais
I
(Apfi). Este fato também é visto em diques aluviais que são avançada para norte e que foi recuada. Os fatos obrigam a
fixados por gramíneas, a exemplo do que acontece nas que se considere que os processos de pediplanação recua-
margens do rio Madeira, na Folha SA 21-Y-C. ram os sedimentos paleozóicos. A partir da margem es-
querda do rio Trombetas para norte, a Depressão Periférica
Em muitos lagos de várzea nota-se a formação de deltas do Norte do Pará comunica-se com o Planalto Rebaixado
fluviais comandados pelo rio Amazonas (Est. XIV.1). De da Amazônia (Médio Amazonas), aplainado pelo Pedi plano
maneira geral a colmatagem desses deltas fluviais se dá Neo-Pieistocênico. Desta forma se estabelece a relação
com forma alongada, acompanhando o curso do furo ou rio entre Pediplano Neo-Pieistocênico e o piso da Depressão
que penetra no lago No baixo curso do rio Tapajós Periférica do Norte do Pará. Esta unidade de relevo,
também existe um delta fluvial (Fig. 13), classificado elaborada em rochas pré-cambrianas, apresenta muitos
como digitado, conforme Derruau (1972). trechos que resistiram aos processos de aplainamento,
constituindo-se em inselbergs.
Barbosa, Rennó e Franco (1974) definiram três gerações
para a drenagem amazônica. Em SA.21-Santarém os rios O rio Curuá, após cortar a Depressão Periférica do Norte do
Curuá-Una, Tapajós, Madeira, Uatumã, Trombetas, Nha- Pará, superimpõe-se ao relevo desdobrado de cuesta do
mundá, Curuá e Maicuru (Est. XIV.2), além de outros Planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas, abrindo per-
grandes rios, pertencem à primeira geração. Na segunda cées. Esse rio ao penetrar no Planalto Rebaixado da
geração enquadram-se os rios Preto da Eva, Arapiuns, Amazônia (Médio Amazonas) segue direção NW-SE, dre-
Andirá, Uaicurapá, Apoquitaua, Piratucu, Sanabani e Ane- nando uma depressão ortoclinal onde ocorre paralelo à
bá. À terceira geração pertencem rios, igarapés, paranás e direção das camadas, à frente dos desdobramentos da
furos. Alguns deles são: furo Autás-Mirim, furo de Silves, cuesta elaborada nas litologias paleozóicas. A seqüência
igarapé do Mocuricana,. rio Cachoeri, rio Parieutuba e estratigráfica dos sedimentos paleozóicos exige que o rio
paraná do Careiro. Na Folha SA.21-Z-A, próximo á lagoa Curuá, ao se dirigir para NNE-SSW, varie seu curso com
do Poção, o Pediplano Neo-Pieistocênico é cortado por muita constância à medida que encontre contatos litológi-
rios da terceira geração, ligados ao sistema hidrográfico cos descrevendo sinuosidades.
do rio Amazonas, apresentando em suas margens {IS
Florestas-de-Galeria. Acompanhando o curso dos rios Nhamundá, Jatapu, Uatu-
mã e Urubu, a imagem de radar ressalta extenso aplaina-
O lago Grande do Curuai, em SA.21-Z-B, tem em seu mento que se prolonga em residuais localizados nos inter-
interior um extenso e espraiado depósito aluvial sobre flúvios, marcando a atuação do clima seco a que se sub-
GEOMORFOLOGIA/171
meteu a área Conforme já foi demonstrado na análise de senta uma ruptura por falha com desnível bastante acen-
drenagem, esses rios estão direcionados, obedecendo a tuado, com a superfície apresentando caimento para NE.
alinhamentos estruturais, e a posição ortogonal de seus Na parte reversa desta superfície ocorrem vales assimétri-
afluentes é nítida comprovação dessa influência tectônica cos e largos que sugerem uma movimentação recente por
Com a fase de clima úmido, os interflúvios mais argilosc,s soerguimento deste bloco Neste caso é viável uma corre-
foram intensamente dissecados, originando interflúvios lação com os eventos já citados na Folha contígua NA 21-
com encostas ravinadas (inr) Nas áreas de acumulação Tumucumaque, ou seja, com a captura do rio Paru de
onde os sedimentos são mais arenosos, a infiltração da Oeste, pois a situação geomorfológica é comum ao mes-
água não deu condições para dissecação intensa e os mo bloco
talvegues são menos numerosos Trata-se de áreas de
acumulação inundáveis (Aai). Ventura, d'Avila e Barbosa (1975) também referem-se aos
efeitos· mais tardios de uma reativação tectônica, no
Nos quilômetros 153 e 155 da estrada Cuiabá-Santarém estudo da Folha SB 21-Tapajós, mostram o encaixamento
afloramentos com variação de níveis de argila e de seixos, geral da drenagem dos rios de 2 a e 3 a gerações, ·como
em áreas de interflúvios, indicam oscilação climática re- também relacionam a retomada de erosão holocênica à
cente. Este fato é reforçado pela constatação de terraços subsidência da bacia do Médio Amazonas que basculou o
nas proximidades de "igarapés" que cortam a estrada, com Pediplano Pleistocênico, no qual a retomada de erosão
acúmulo de seixos de quartzo demonstrando uma fase de encaixou os rios
grande capacidade de transporte para esses "igarapés",
A análise de conjunto da rede de drenagem regional tem se
evidentemente em condição climática diferente da atual
constituído em um elemento de grande valia na interpreta-
Na estrada Obidos-Oriximiná encontraram-se conglome-
ção dos efeitos desta recente reativação tectônica Na
rados capeados por película de óxido de ferro que, não
Folha SA 21-Santarém destacam-se rios e lagos posi-
raras vezes, impregnava os seixos
cionados sobre os sedimentos terciários da Formação
A variação nas condições climáticas holocênicas constata- Barreiras que apresentam seus cursos sensivelmente retilí-
se também no trecho de estrada percorrida entre Manaus- neos, como por exemplo os rios Urubu e Preto da Eva, o
ltaquatiara Nos quilômetros 141, 142, 160 e 185 dessa lago Andirá e certos trechos do furo Urariá Essa distribui-
rodovia há contato sem gradação das linhas de seixos com ção sistematizada na rede hidrográfica da área mapeada
óxidos de ferro e os sedimentos argila-arenosos Todos não constitui uma feição morfológica restrita à mesma,
esses ever:1tos, embora não mapeáveis na escala a sendo indentificada com regularidade ao longo da bacia
1 1 000 000, 'são comprobatórios dessa fase mais seca hidrográfica. É sobre o prolongamento dessa disposição
I
recente retilínea e paralela dos cursos dos rios que são visíveis,
nas imagens de radar, estruturas falhadas com direr::ões
preferenciais NE-SW e NW-SE cortando indiscriminada-
6.4. - Influência Tectônica Recente na Evolução do Rele- mente rochas pré-cambrianas e paleozóicas Estes ele-
vo mentos estruturais sotopostos aos sedimentos terciários
são refletidos pelas feições geomorfológicas específicas
Durante o mapeamento geomorfológico da área coberta do padrão de drenagem, sendo confirmados através de
pelo Projeto RADAMBRASIL têm sido explicados fenôme- trabalhos de sísmica realizados pela Petrobrás, conforme
nos geomorfológicos relacionados diretamente a eventos Cunha (1973) O próprio rio Amazonas apresenta-se tam-
tectônicos recentes, que permitem melhor compreensão bém nitidamente submetido ao controle destas estruturas
no estudo da evolução do relevo Esta situação tem se falhadas, com direção NE-SW no trecho entre a cidade de
comportado de rJlodo diferente em cada área, ocorrendo ltaquatiara e a ilha do Flexal, ínfletíndo neste local no
entretanto com bastante regularidade em escala regional, sentido W-E para, em seguida, retornar à mesma direção no
ao longo da Sinéclise do Amazonas, incluindo o Craton trecho entre as cidades de Parintins e Obidos A largura
Guianês e o Craton do Guaporé A evidência desta influên- incomum de sua planície holocênica, os inúmeros lagos e
cia tectônica sobre o relevo torna-se cada vez mais proe- o complexo sistema de furos que ocorre nessa faixa, entre
minente à medida em que novas áreas contíguas são ltaquatiara e Obidos, são elementos que traduzem uma
mapeadas Assim, Costa & Melo (1976), no estudo da fase de evolução recente do rio Amazonas em conseqüên-
Folha NA 21-Tumucumaque, indentificaram as capturas cia da adaptação de seu curso a essas estruturas Este fato
do rio Paru de Oeste (Folha NA 21-Z-C) e do rio Anamu, observado na Folha SA 21-Santarém e a coincidência ao
como também observaram escarpas de falhas conserva- longo destes alinhamentos estruturais de eventos geomor-
das,com facetas triangulares visíveis, como as que ocor- fológicos como, por exemplo, as capturas dos cursos dos
rem na parte sudeste da serra Acaraí Atribuem esta rios Urubu e Anebá, o padrão ortogonal de drenagem em
situação geomorfológica á ação tardia da tectônica ao torno das margens do lago Canaçari e da lagoa do Poção
longo do terciário, por soerguimento Na Folha SA 21-San- são evidências que indicam uma recente movimentação
tarém são visíveis, sobre o relevo que compõe a unidade destas antigas estruturas falhadas.
morfoestrutural do Planalto Dissecado Norte da Amazônia,
escarpas de falhas que se intercruzam diagonalmente Na parte sul da área mapeada, no limite com a Folha
compondo um pad.·ão angular dominante, compartimen- SB 21-Tapajós, ocorre uma faixa nítida em que o relevo é
tando o relevo em blocos distintos. Essa disposição predominantemente colinoso, aparecendo também formas
estrutural foi condicionante no desenvolvimento da morto- tabulares de topos conservados, residuais do Pediplano
gênese deste relevo. Assim, na Folha SA.21-X-B, a norte Plio-Pieistocênico. Esta área, que se estende na direção
do stock do Maicuru ocorrem vários níveis altimétricos em leste-oeste, apresenta uma alta intensidade de dissecação
forma escalonada, comportando tipos diferenciados de em que os processos erosivos entalharam vales com
dissecação submetidos a controle deste sistema conjuga- talvegues aprofundados. Esse relevo muda bruscamente á
do de falhas. Na Folha SA;21-X-A, um destes blocos que medida que se passa em direção ao centro da Bacia
caracteriza o Planalto Dissecado Norte da Amazônia apre- Sedimentar Amazônica, onde as áreas planas pertencentes
172/GEOMORFOLOGIA
aos Pedi planos Plio-Pieistocênico e Neo-Pieistocênico es- SA.21-Santarém durante o tempo geológico holocênico. o
tão conservadas ou pouco dissecadàs O contato de ruptu- aluvionamento linear na Planície Amazônica e a colmata-
ra deste relevo colinoso com as áreas planas coincide com gem marginal a lagos, furos e paranás permanecem como
as mudanças bruscas na direção geral da drenagem de N-S eventos atuais.
para NE-SW com disposição em padrões de formas recur-
vadas Esta situação geomorfológica é indicativa de virga-
ções que elevaram o relevo nesta área, permitindo a 7 - APLICAÇÕES PRÁTICAS
instalação dos processos erosivos em condições ideais
para o entalhe e aprofundamento dos talvegues. Este
evento pode ser atribuído a movimentações recentes de A área compreendida pela Folha SA.21-Santarém apresen-
sistema escalonado de falhas de direyão NE-SW, identifi- ta privilegiada posição geográfica dentro da Região Ama•
cadas por Cunha (1973) e visíveis nas imagens de radar na zônica. Esta posição decorre de vários componentes: da lo-
Folha SA.21-Santarém passando pelas cabeceiras dos rios calização entre os dois grandes centros regionais Belém e
Cupari, Curuá-Una e Salobre. Neste caso pode-se precisar Manaus; da configuração geomorfológica regional com a
no tempo geológico a datação desta reativação tectônica Planície Amazônica cortando a Folha de leste a oeste; da
como sendo de idade quaternária, pois o soerguimento fácil navegabilidade do rio Amazonas e de seus afluentes
destas áreas basculou o Pediplano Plio-Pieistocênico re- de seu denso sistema de furos e "igarapés", encurtand~
presentado pelos residuais de topo plano na faixa de distâncias, e da extensão da Planície Amazônica muito
dissecação. alargada nesta Folha. Acrescentam-se os recursos mine-
rais, o potencial hidrelétrico em início de aproveitamento e
as riquezas em solos e vegetação Em conseqüência
6.5 - Seqüência da Evolução Geomorfológica destas predisposições naturais, a Fotha de Santarém abri-
ga um bom efetivo demográfico e uma rede urbana em
Os fatos geomorfológicos mais antigos registrados na processo de organização A problemática da energia elétri-
Folha SA.21-Santarém datam do Plio-Pieistoceno O aplai- ca constitui um requisito básico para o desenvolvimento
namento conservado no topo do Planalto Dissecado Norte da Amazônia, estando condicionado o aproveitamento do
da Amazônia ficou sem datação precisa, considerando-se seu elevado potencial aos planos de incentivos setorizados
entretanto que é posterior ao Jura-Cretáceo e anterior ao e às variações de custos de outras formas de energia
Neo-Pieistoceno As formas de relevo plio-pleistocênicas obtidas por usina termoelétrica isolada. Este problema
foram esculpidas por geomorfogênese mecânica em clima energético da Amazônia é meta prioritária do governo
seco, responsável pela formação do Pediplano Plio-Pieis- federal através do Ministério das Minas e Energia, criando
tocênico, registrado no Planalto Tapajós-Xingu e no Pla- em 1973 as Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/ A -
nalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro ELETRONORTE, subsidiária da ELETROBRÁS, com obje-
tivos de desenvolver estudos para aproveitamento hidrelé-
Durante o Meso-Pieistoceno ocorreram os primeiros des- trico na Bacia Amazônica
montes do Pediplano Plio-Pieistocênico, com entalhe de
talvegues submetidos à morfogênese química em clima Neste quadro, o mapa geomorfológico permite a identifica-
úmido. Nesta parte intermediária do Pleistoceno deram-se ção básica das formas de relevo e a evolução dos abundan-
a subsidência do baixo curso do rio Tapajós e a instalação tes fenômenos fluviais, de modo a ser utilizado diretamen-
dos rios Amazonas, Tapajós e Curuá-Una. te para a planificação e incentivos que a Folha de Santarém
necessita Além dos informes diretos, este relatório anali-
As condições morfogenéticas durante o Neo-Pieistoceno sa, equaciona e propõe soluções para os problemas mais
foram mecânicas, controladas pelo clima seco que origi- diretamente relacionados à geomorfologia.
nou o Pediplano Neo-Pieistocênico Este pediplano deixou
suas marcas mais expressivas no Planalto Rebaixado da
Amazônia (Est. XV.2), no piso da Depressão Periférica do 7.1. -Aproveitamento do Potencial Hidrelétrico
Norte do Parà, e acompanhou as margens dos rios Amazo-
nas, Tapajós e Curuá-Una, recuando as vertentes do Pedi- A análise do conjunto dos fenômenos geomorfológicos
plano Plio-Pieistocênico. Na fase de pediplanação neo- identificados para a Folha SA.21-Santarém tem como
pleistocênica efetuaram-se as depressões ortoclinais do objetivos mostrar a não-viabilidade de aproveitamento de
rio Acapu e do igarapé Ariranha, a formação dos pedimen- sítios para implantação de hidrelétricas na área sul e
tos do "nível de Santarém", assim como a exumação dos central da Sinéclise do Amazonas, como também as
diques de diabásio no Planalto Rebaixado da Amazônia condições favoráveis que permitiram uma pré-seleção de
pelo reéuo das litologias paleozóicas. treze sítios com possibilidades de aproveitamento hidrelé-
trico, localizados a norte da bacia.
Durante o Holoceno a instalação do clima úmido favoreceu
à morfogênese química, ocorrendo eventuais períodos No capítulo que trata da evolução do relevo foram discuti-
secos,· curtos e com morfogênese mecânica. O desmonte dos e explicados fenômenos geomorfológicos, interpreta-
do Pediplano Neo-Pieistocênico pelo entalhamento de dos muitos deles como sendo reflexo de uma reativação
redes de drenagens, a retomada na dissecação do Pedi pla- tectônica de antigas estruturas falhadas, que afett~ram os
no Plio-Pieistocênico e dos relevos residuais do aplaina- sedimentos terciários da Formação Barreiras O estudo
mento conservado no topo do Planalto Dissecado Norte da comparativo da distribuição espacial desses fenômenos
Amazônia são fatos erosivos que ainda funcionam em geomorfológicos sobre estes sedimentos resulta que os
SA.21-Santarém O furo Urariá capturou o baixo curso dos mesmos ocorrem localizados de preferência ao longo de
rios Abacaxis, Maicuru e Maués-Açu, durante o Holoceno, alinhamentos estruturais, falhas de direções NE-SW e
assim como ocorreu a captura na foz dos rios Urubu, NW-SE Estas falhas, pela sua continuidade, são identifi-
Uatumã e Preto da Eva (Fig. 17). A transgressão Flandriana cadas sobre rochas de idades paleozóicas e pré-cambria-
é outro evento que possivelmente acarretou efeitos na área nas Ainda que a reativação dessas falhas antigas apresen-
GEOMORFOLOGIA/173
te pequenos rejeitas, os efeitos deste evento estão marca- as condições naturais de equilíbrio no sistema ecologico
dos sobre a área sul da Sinéclise do Amazonas e em parte Este fato foi observado, jà em processo de evolução,
localiz<>dos na área a norte Assim, rios como o Abacaxis e apesar da pequena escala, nas áreas de Oriximiná, Óbidos
Ca;1umi1, que correm em sua mínima extensão na Folha e Santarém, em conseqüência das ultimas enchentes do
SA 21- Y -C, tiveram seus cursos capturados através do furo rio Amazonas que obrigaram o homem a migrar para a
do Urariá Fenômeno similar ocorre próximo à foz dos rios "terra firme", assim como pela abertura de estradas, cuja
Urubu e Anebà que, após a captura de seus cursos, colonização não foi controlada A reunião desses fatos e
passaram a canalizar suas águas através de furo que se liga as evidências de um potencial hidráulico com possibilida-
ao lago Saracà Na mesma direção NE-SW desse furo é des favoráveis para o aproveitamento hidrelétrico na área
visto um alinhamento de falha evidenciada na inflexão norte da Bacia Amazônica são argumentos que não justifi-
brusca do curso do rio Piratucu Os rios Urubu, Preto da cam projetos para construção de barragens no curso do rio
Eva, Anebà e o Crepori, que correm em sua máxima exten- Amazonas, mas especificamete no ilusório estreito de
são na Folha SB 21-Tapajós, apresentam seus cursos óbidos Posteriormente este projeto foi encaminhado ao
visivelmente retilíneos na direção NW-SE, que constituem Instituto Hudson, nos Estados Unidos, resultando no pro-
uma feição geomorfológica indicativa de estruturas solo- jeto "Grande Lago Amazônico" do Dr Hermann Kahn, de
postas a falhas ou fraturas Na ilha Tupinambarana foi acordo com as informações de Valverde (1971 ), com larga
identificado um padrão de drenagem ortogonal com vales divulgação e debates A plena impossibilidade de exe-
afogados, quando deveria ocorrer sobre esses sedimentos cução deste projeto fica demonstrada ao nível atual dos
um padrão de drenagem dendritico Um exemplo ocorre custos e das desvantagens Na área sul mapeada, os
nas margens da lagoa do Poção e do lago Grande, que no afluentes da margem direita do rio Amazonas, como os
presente mapeamento são classificados como lagos adap- rios Tapajós, Arapiuns, Mamuru. Andirá e Maués-Açu,
tados a tectônica Cunha (1973) observou uma escarpa de apresentam os seus vales afogados e largos na maior
falha sobre a Formação Barreiras, em continuidade à qual extens.ão de seus cursos Esta área encontra-se recoberta
são vistos alinhamentos nos sedimentos recentes, na planí- por 95% dos sedimentos terciários pertencentes à Forma-
cie holocênica a norte da cidade de Monte Alegre Esses ção Barreiras São camadas horizontais de composição
fenômenos geomorfológicos são demonstrativos dos refle- litológica com intercalações de arenitos, argilitos e con-
xos causados pelos efeitos tectônicos recentes de uma glomerados, alcançando a sua maior espessura no poço da
reativação Esse fato não se constitui em dado favorável à Petrobrás 1-AC-1 PA, em Alter do Chão, medindo 545m
implantação de projetos de engenharia civil de grande Para uma construção de grande porte em terrenos desta
porte para estas áreas Um exemplo específico seria a natureza é necessária a introdução de técnicas mais sofisti-
eventual possibilidade de construção de uma barragem cadas, aumentando consideravelmente o tempo e os cus-
I
para aproveitamento hidrelétrico do rio Amazonas tos da obra Um exemplo ocorre na área do mapeamento na
Folha SA 21-Z-B, onde se constrói a Usina Hidrelétrica de
O rio Amazonas, pelo seu volume d'água, é considerado Curuá-Una (Est VI 1) O destaque já registrado para os
permanentemente navegável em áreas territoriais brasilei- fenômenos que envolvem as evidências de uma instabilida-
ras Isto é indicativo de seu regime regular, cujo equilíbrio de tectônica para os sedimentos teciários da Formação
é função dos regimes variáveis dos afluentes de sua Barreiras, a sua composição litológica, como também as
complexa bacia hidrográfica Este fato não justifica a características de afogamento e alargamento dos rios que
construção de um sistema integrado de barragens em seu drenam a parte sul da Bacia Sedimentar Amazônica reu-
curso, para fins de regularizar o regime de suas águas O nem as evidências e sugestões que contra-indicam alguns
relevo de suas partes marginais apresenta desnível pouco sítios com possibilidades para aproveitamento hidrelétri-
acentuado em uma grande extensão de área em relação a co
sua planície holocênica Um exemplo são as áreas aplaina-
das a oeste do rio Arapiuns pertencentes ao Pediplano Excluídas as possibilidades de aproveitamento hidrelétrico
Neo-Pieistocênico A largura de sua planície de inundação do rio Amazonas e do sul da área mapeada, foram delimita-
chega a atingir 49km de extensão, medida entre a cidade dos treze sítios na área a norte da Sinéclise do Amazonas,
de óbidos num corte transversal e a margem direita do rio levando-se em consideração os aspectos de ordem geo-
Amazonas Conforme um perfil realizado por Sakamoto morfológica e estrutura geológica, que definem a priori as
(1957) sobre o vale do rio, em Óbidos, a profundidade do áreas que poderão ser aproveitadas em uma fase posterior
talvegue atinge 1OOm Para este local foi apresentado um de estudos detalhados Em geral os principais afluentes da
projeto de autoria do engenheiro Eudes Prado Lopes para a margem esquerda do rio Amazonas que drenam a Folha
construção de uma barragem para aproveitamento hidrelé- SA 21-Santarém apresentam similitudes morfológicas
trico posicionada no estreito de Óbidos, cujos cálculos São rios extensos, com trechos encachoeirados e em
iniciais previam custos da ordem de 1 bilhão e meio de corredeiras, geralmente adaptadas a falhas ou diàclases
dólares Um problema que surge de imediato para a Estes rios cortam indistintamente formas de relevo e
construção da barragem são os núcleos populacionais da litologias diferenciadas, penetrando no piso plano da
Amazônia, que ocupam de preferência as "terras baixas" Depressão Periférica do Norte do Pará, onde se superim-
situadas entre cinco e dez metros de altura em relação ao põem às estruturas sedimentares das formações paleozói-
nível médio das águas A construção de uma barragem cas, passando a correr posteriormente sobre os sedimen-
neste local inundaria a planície holocênica ou áreas de tos terciários São rios submetidos a dois períodos distin-
"várzeas" que são utilizadas para agricultura e em parte tos com enchentes e vazantes sob controle de duas
para a criação, aproveitando-se as condições de fertilidade estações durante o ano Assim é que, a partir de seus
natural do solo A destruição destes núcleos populacionais médios cursos para montante, este fenômeno de ordem
e de seus cultivos promoveria a migração do homem que vive climática é bem marcado pelo abaixamento nos seus níveis
e depende das várzeas, acarretando a destruição das áreas e volume d'água, expondo afloramentos rochosos que
florestadas. Concorreria para a aceleração dos processos formam ilhas fluviais ao longo de seus cursos Os rios
erosivos, introduzidos pela ação antrópica, e modificaria Maicuru, Curuá, Paru de Oeste, Trombetas, Jatapu, Uatumã
174/GEOMORFOLOGIA
e Nhamundá e os afluentes, como Cuminapanema, Mapue- Na Folha SA.21-X-D foram selecionados três sítios, locali-
ra e Cachorro, estes três últimos tributários dos rios Curuá e zados sobre os rios Maicuru, Curuá e Cuminapanema, com
Trombetas, em SA.21-Santarém, são classificados como as seguintes características. são áreas de contato entre
pertencentes à geração Xingu mais antiga, definida por rochas paleozóicas da Formação Trombetas e rochas pré-
Barbosa, Rennó e Franco (197 4), drenando rochas de idades cambrianas, Granito Mapuera, ocorrem no limite entre as
pré-cambrianas, paleozóicâs e terciárias, estando submeti- unidades morfoestruturais da Depressão Periférica do Nor-
dos, portanto, às variações pluviométricas de ordem regio- te do Pará e do Planalto da Bacia Sedimentar do Amazo-
nal que os caracterizam. De modo geral são rios encaixados nas, que apresentam formas de relevo e altimetria diferen-
possuindo meandros mal calibrados. Em certos trechos ciadas, formando ombreiras nas gargantas de superimpo-
estão adaptados à estrutura, como os exemplos dos rios sição. Estas estão adaptadas a direções estruturais, falhas
Trombetas e Paru de Oeste na Folha SA 21-X-C. No bordo ou fraturas A análise deste fato deve preceder estudos
da Sínéclise penetram nas litologias paleozóicas formando detalhados para uma melhor comprovação e compreensão
gargantas de superimposição por vezes adaptadas a ali- dos possiveis reáíustes destas estruturas, que podem ser
nhamentos estruturais, falhas ou fraturas. movimentadas em conseqüência de um volume muito
GEOMORFOLOGIA /175
grande de água a ser represad o A montante da cachoeira consideráveis trechos desta estrada. Além disto, a mon-
do Javarl, à margem esquerda do rio Maicuru, ocorre um tante da cachoeira Porteira, o rio Cachorro apresenta no
vale ~rtoclinal, isto é, paralelo à direção das cam adas, com seu lnterfl úvio com o rio Mapuera um relevo dissecado
patamares do tipo cuesta , apresentando seu front escar- com possibilidades de se constituir em pontos de fuga
pado aberto em boqueirões do t ipo percées. Fenômeno d'água Nesta área ocorrem rochas paleozóicas, arenitos e
similar é visto no rio Cuminapanema, pela sua margem siltltos da Formação Trombetas em contato com riolltos e
direita, a montante da cachoeira Tracajá. O relevo que granóflros do Grupo Uatumã. No sitio da cachoeira Fuma-
compõe as áreas laterais do rio Curuá nas Imediações do ça as litologias são do tipo granitos e granodioritos
sítio selecionado na Cachoeira do Cajueiro apresenta-se pertencentes ao Complexo Guianense. Na Folha
dissecado em cristas Estas áreas podem constituir-se SA. 21-V-B, os rios Mapuera (Est. XV1.1) e Cachorro apre-
em pontos de fuga d'água (Fig. 20). Sugerem-se levanta- sentam três sítios com possibilidades para aproveitamento
mentos topográficos a fim de serem aval iados os pontos hidrelétrico No rio Cachorro foi selecionado o sitio locali-
especiflcos com cotas mínimas para o nlvel de água a ser zado na cachoeira Salto do Cachorro. Para o rio Mapuera
represada os dois sít ios selecionados ocorrem respectivamente na
cachoeira Cumaru e no trecho a jusante da cachoeira
Na Folha SA 21-X-C foram selecionadas a cachoeira Fu ma- Carrasco Nestas áreas os rios se superimpõem a blocos
ç_a. no rio Trombetas, e a cachoeira do Chuvisco, sobre o topograficamente elevados de relevo tabular no Planalto
no Erepecuru ou Paru de Oeste (Fig 21 ). Estes locais Dissecado Norte da Amazônia No rio Mapuera esse relevo
constituem objeto de estudos pela ELETRONORTE O sítio tabular ocorre lnterpenetrado pelo relevo plano da Depres-
da cachoeira do Chuvisco apresenta um desnível aproxima- são Periférica do Norte do Pará. Nestas áreas ocorrem
do de 20m, estando posicionado sobre um alinhamento litologias de idade pré-cambriana, Granito Mapuera No rio
estrutural , falha ou fratura de direção NE-SW. Esse local Jatapu, Folha SA 21-V-C, além das cachoeiras no r.ama-
corresponde ao contato de rochas paleozóicas arenitos e leão e Picapau , já estudadas por Llano (1974), sugere-se
siltitos da Formação Trombetas, e rochas pré-dambrianas como parte deste sistema lntegradç a cachoeira Brilhanti-
rioli tos e ignimbritos do Grupo Uatumã O relevo, ~ na Esse sitio da cachoeira Brilhantina ocorre no contato
montante da cac~oeira, nas áreas laterais ao rio, é plano, de rochas subvulcânlcas, Granito Mapuera, e os arenitos
correspondendo a Depressão Periférica do Norte do Pará arcoseãnos da Formação Roraima A montante desta ca-
limitada pelo relevo tabular do Planalto da Bacia Sedimente; choeira, o rio superlmpõe-se às superfícies tabulares ele-
do Amazonas O rio Trombetas apresenta dois locais com vadas do Planalto Dissecado Norte da Ama zôni a talhados
possibilidades, que são respectivamente as cachoeiras sobre os are nitos
Porteira, com desnível entre três a cinco metros, e a da
I Fumaça, com desni~el aproximado de 40m. Para o aprovei- A cachoeira Morena no rio Uatumã é uma das áreas
tam~nto destes si t1 os, deve-se levar em consideração o estudadas pela ELETRONORTE para a instalação de hidre-
P?Siclonamento da BR-163, recentemente construída, pró- létrica Nesse local, as áreas laterais ao leito do rio
XIma á margem esquerda do rio Trombetas, lançada sobre apresentam um relevo plano atingindo uma extensão con-
as áreas planas da Depressão Periférica do Norte do Pará siderável, passando para um relevo dissecado, com drena-
podendo ser facilmente alagada. O represamento d 'águ~ gem densa e vales com talvegues aprofundados Este
nas cachoeiras Porteira e Fumaça ocasionaria a perda de relevo plano se afunila a montante dessa cachoeira, inter-
penetrando superfícies tabulares mais elevadas que ofere-
cem melhores condições para o represamento de água
Neste local, sugere-se o sitio a jusante da cachoeira Miriti
com feições geomorfológicas mais viáveis Essa área
ocorre no contato entre rochas paleozóicas, arenitos e
sillitos da Formação Trombetas e riolitos e ignimbritos do
Grupo Uatumã
176/ GEOMOAFOLOGIA
Sitios fall()(éveia para aproveítamento Local com possibilidades para
A - hidrelétrico ····· ·-··· - instalaçOes de rede hidrelétnca
FiiJ 22 - Trecho Favorável para a Instalação de Rede HldreiMrlca - A
GEOMORFOLOGIA/177
necessária, até o ponto em que esse potencial navegável "igapó", não oferecem condições que sejam favoráveis
pode ser desenvolvido Outrossim, essa complementação para planejamento e execução de projetos rodoviários Em
rodoviária é justificável com relação ao posicionamento contraposição, o relevo plano de áreas conservadas e em
geopolítico das rodovias BR-21 O (Perimetral Norte) e posição topográfica elevada constitui local apropriado Um
BR-230 (Transamazôníca), o que requer abertura de vias de exemplo é comprovado pelas estradas construídas sobre
acesso pela posição estratégica que ocupam dentro da as superfícies dos Pediplanos Plio-Pieistocênico e Neo-
Região Amazônica. Os trabalhos de campo e sobrevôos Pieistocênico, localizados sobre o Planalto de Belterra
têm revelado a existência de extensas áreas planas alaga- (BR-163, trecho Santarém-Rurópolis) e sobre a Depressão
das sob a floresta. Estas áreas, conhecidas como matas de Periférica do Norte do Pará (trecho da BR-163, rodovia de
178/ GEOMORFOLOGIA
Faixa favorável a implantação de estrada
1:: ': ): ·:·· :·: .... l Relevo com média intensidade de dissecação
o 20 40 km
GEOMORFOLOGIA /179
O mapa do Departamento de Estradas de Rodagem do gadas e periodicamente inundáveis, que. a priori podem ser
Estado do Pará (1970) mostra a existência de um projeto selecionadas para programas de planejamento da ocupa-
para ligar as cidades de ltaituba e Juruti. A projeção desta ção humana Os resultados obtidos são: Apfi - 1 684km2
estrada, que leva a sigla PA-192, indicada no referido e Apta - 1.198km2
mapa, obedece a um posicionamento quase retilíneo. O
mapeamento geomorfológico permite transformar esse
traçado preliminar em um primeiro estudo, aproveitando-
8 - BIBLIOGRAFIA
se áreas que diminuirão o custo da obra. As modificações AB'SÃBER, A. N - Domínios morfoclimáticos e pro-
do traçado compõem a figura 25. víncias fitogeográficas do Brasil. Orientação, São
Paulo, (3): 45-48, 1967a
7 .3. - Condicionamentos Geomorfológicos para o Aprovei- 2. Problemas geomorfológicos da Amazônia
tamento da "Varzea" brasileira Atas Simp Biota Amazônica, Geoci.,
Rio de Janeiro, 1: 35-67, 1967b. ·
A ocupação da terra na Amazônia fez-se desde seu início,
com a instalação de núcleos de povoamentos localizados 3 Problemas do mapeamento geomorfológico
nas margens dos rios Acompanhando os rios amazônicos no Brasil Geomorfologia, São Paulo (6), 1969 15p
pode-se perceber a preferência do homem em habitar as
áreas marginais destes rios, como também os espaços 4 AMARAL, S E do - Nota sobre a série dos Barreiras
mais elevados da planície holocênica, já colmatada ou em no Vale do rio Tapajós 8 Soe Bras Geol., São
fase de colmatagem, mais especificamente os diques
Paulo, 3 (1 ): 29, 1954. '
aluviais mais antigos consolidados, onde a vegetação já
está fixada A ocupação humana da planície holocênica
5. ANDRADE, G O de - Furos, Paranás e Igarapés,
ou das áreas de "várzeas" é justificada pela sua riqueza
análise genética de alguns elementos do sistema
natural, facilitando o estabelecimento da agricultura e da
potamográfico amazônico B. Carioca Geogr, Rio
pecuária, como também pela facilidade das vias de comu-
de Janeiro, 9 15-50, 1956, il
nicação através dos sistemas de furos e paranás Este fator
é condicionante e promove com maior facilidade a comer- 6 BARBOSA, G V, RENNÓ, C V; FRANCO, EM S
cialização dos produtos que são de fundamental importân- - Geomortologia da Folha SA.11-Belém. In:
cia para o homem que vive e depende das "várzeas". A BRASIL Departamento Nacional da Produção Mi-
presença humana nas "várzeas" é muito dificultada nas neral Projeto RADAM Folha SA 22- Belém. Rio
épocas de enchentes do rio Amazonas Neste período os de Janeiro, 1974 (Levantamento de Recursos Na-
1801GEOMORFOLOGIA
ferida no Clube de Engenharia. Rio de Janeiro,
14. CRULS, G.- A Amazônia que eu vi: Obidos-Tumu- set 1974/datilogr
cumaque 5.• ed. Rio de Janeiro, J. Olympio, 1973.
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15. CUNHA, F. M. B. da.- Aspectos geomorfológícos da cumaque, NB 20-Roraima e NB.21 In. BRASIL
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23p. (Relatório Técnico Interno, 669-A). das Folhas NA 21- Tumucumaque, NB 20-Roraima
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17 DAMIÃO, R. N.; SOUZA, M M. de.; MEDEIROS, M. 479p. 14-23
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18 DERRUAU, M Précis de Géoinorphologie 5 ed. Paris, 1974 n.p (Relatório Interno RADAM, 6-GM)
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19 FORMAN J MA. - Projeto Trombetas/Maicuru; superpotências nacionais. In Ocupação
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Rio de Janeiro, GEOMINERAÇÃOIDNPM, 1969a. 144p p 26-35
39p datilogr
32 SAKAMOTO, T - Trabalhos sedimentológicos. geo
20 Projeto Trombetas/ Maicuru; reconhecimen- morfológicos e pedogenéticos referentes à Ama-
to geológico preliminar e detalhado do_ rio Erepe- zônia Belém, FAO/UNESCO, maio 1957 120p
curu. Rio de Janeiro, GEOMINERAÇAOIDNPM,
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21 _ _ _ Projeto Trombetas/Maicuru, reconhecimen- (179) 146-153, marlabr. 1964
to geológico preliminar e detalha9o do rio Mapuera.
22
Rio de Janeiro, GEOMINERAÇAO/DNPM, 1969c
44p datilogr
GEOMORFOLOGIA /181
ESTAMPA I
1 - Ptaníc1e Amazõnica Li!QOS de várzea. subm.e tidos ao regime do rio Amazonas. A vegetação age
atívament!! para fixação dos sed•mentos. No mlJpa geomorfológjcos estas àreas sào legendadas como
· planície fluvial alagada (Apta}. Folha SA.21-Z-B. Junho de 19·7 5.
2 - Planície Fluvial Alagada. Area de acumul<~ção fluvial, .submetida diretamente ao regime do furo Uraríà
que aparece ao fundo. Óbserva-se que mesmo os vegetais de maior porte eslào com parte do caule
submerso durante o períod o de enchen te tluvial . F~lha·SA.21-Z-A . Junho de 1975.
ESTAMPA 11
2 - Aplarnamento Marginal ao Rio Malcuru. Aplainamento que acompanha o curso do rio Malcuru, unindo-se
à planície fluvral Ambos estão cobertos pela Floresta Densa que. o período da. enchente do rio.
apresenla-se com parte dos caulês submersos. Folha SA .21 -V-B. Junho de 1975.
ESTAMPA 111
2 - Estrutura Anticlinal Escavada. Relevos residuais no domo de Monte Alegre. As rochas bãslcas existentes
em seu Interior favorecem a Instalação da agricultura. Ao fundo a rodovia PA-421 ligando Monte Alegre a
Miúdo. Folha SA .21-Z-B. Junho de 1975.
ESTAMPA IV
- Pedlplano Neo-Pfeístocênico. Em primeiro plano. érea interna do domo de Monte Alegre. mterpenetrada
pela pediptanação . Hé cobertura arenosa com vegetação herbàcea. Em segundo plano aparecem os
residuais da estrutura. Folha SA.21-X-O. Junho de 1975.
2 - Queda O'àgua em Afluente do Rio Maicuru. Cortando o Planalto Rebaixado da AmazOnica, o rio Mal curu
recebe um afluente pela margem direita. que nas proximidades da sua foz apresenta esta queda d'àgua.
Observa-se a vegetação de campos circundada pela Floresta -Densa na Faixa de Transição em Areas
Pediplanadas:·Folha SA.21-X-O. Junho de 1975.
ESTAMPA V
1 - Vale de Fundo Chato. Aio Preto da Eva em um trecho de·seu curso ret ilíneo. O vale de fundo chato, neste
caso. representa uma herança paleoclimâtica. Folha SA.21-Y-A. Junho de 1975.
2 - Terraço Fluvial. Margem esquerda do rio Uatumã. Observa-se a extensão do terraço fluvial Ao fundo
aparecem os relevos residuais do Planalto Dissecado Alo Trombetas-Rio Negro. circundados por âreas de
acumulação inundâveis. Folha SA.21-V-C. Junho de 1975.
ESTAMPA VI
1 - Curuà-Una. O rio Curuà-Una encaixa-se em sedimen.tos da Formação Barreiras sendo aproveitado pllfll
construção da usina hidrelétrica. Folha SA.21-Z-B. Junho de1975.
1 - Mesas Ravinadas . Relevos residuais do Planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas apresentando-se com
formas tabulares e vertentes ravlnadas. Observa-se o aproveitamento agríéola efetuado na área. Folha
SA.21-X-Q. Junho de 1975.
2 - Stoc~ do Maicuru. Relevo pseudokàrstic:o no topo do stock do Maícuru . Na parte Interior a estrutura
circular é erodida e suas vertentes são pedimentos ravinados. Folha SA.21-X-B. Junho de 1975.
ESTAMPA VIII
1 - Lago do Stock do Ma1curu. No topo do stock do Maicuru coofigura-se o relevo pseudokàrstico visto com
lagos circulares. Ao fundo aparecem residuais em forma de colinas e cnstas ravinadas do Planalto
Dissecado Norte da Amazõnoa. Folha SA.21·X·B. Junho de 1975.
2 - Dissecado em Colinas. Relevo da parte norte do Planalto Rebaixado da Amazônia, nas proximidades do
Planalto da Sacia Sedimentar do Amazõnas, apresentando-se dissecado em colinas. Este trecho próximo
ao rio Maicuru estâ sendo ocupado pelo homem. Folha SA.21·X·D. Junho de 1975.
ESTAMPA IX
1 - lnselberg. Residuéll, isolado pelo Pediplano Neo-Pieistocênico cujo, aplainamento apresenta-se conser-
vado. Folha SA.21 -X-D. Junho de 1975.
1 - Stone-Line Oxidado. Evidência de oscilaçào paleoclin'lática nos sedimentos ·terciârios. Corte na rodovia
PA-254, próximo ao rio Curuçamba. Folha SA.21-X-C. Abril de 1975.
1 - Pequeno Terraço do Rio Erepexins. Depósitos quaternários em contato com o arenito Manaus. 6km a
norte de Orixtmlnâ. Folha SA.21-X-C. Abril de 1975.
2 - Rio Tapajós. Falésia fluvial na ris do Tapajós. Ao fundo a superlicie do aplainamento neo-pleistocênica.
coberta pela F•oresta Densa do Oomlnlo Morlocllmâtico em Planaltos Dissecados e Áreas Pedi planadas.
Folha SA.21-Z-D. Junho de 1975.
ESTAMP A XII
1 - Ria Fluvial . Vale· fluvial afogado pelo rio Tapajós. Ao fundo observa-se a superlicie tubular do Planallo
Tapajós-X Ingu, com vertentes ocupadas pelo homem, nas proximidades do rio. A vegetação e de Floresta
Densa e em alguns trechos está devastada para a prática de atividades agro-pastoris. Fo lha SA .21-Z·D.
Junho de 1975.
2 - Vale F luvial Afogado. Afluente com a loz invadida pelo rio Amazonas. Ot)servam-se os limlles do
afogamento e a variação da vegetação que acompanha o rio para montante. Ao fundo visualiza-se a foz do
rio Puraquequara que também é uma ria fluvial. Folha SA.21-Y-C. Junho de 1975.
ESTAMPA XIII
- Colmatagem na Planície Amazônica. Furos que ligam·o rio Amazonas aos lagos existentes na ilha Grande
do Tapará. E·s tes vales fluviais estão sendo colmatados por decantação. As partes mais alias e mais
en~utas suportàm vegetação arbórea.'Folha SA.21-Z-B. Junho de 1915.
2 - Dique Aluvial do Rib Trombelas. Observa-se o desdobramento paralelo. do curso do rio Trombetas,
En1re os dois·canais fluviaiS aparece o dique aluvial longlludinal. alagaçlo em virtude da enchente do rio
Folha SA .21·X-C. Junho de 1975.
ESTAMPA XIV
- Delta Fluvial Alongado. O rio Amazonas se comunica com o lago Grande do Taparà através de luro. Assi m
efetiva-se desenvolvimento do delta lluvial do lago. A vegetação de campo contribui no processo
de colmatagem. Folha SA.21-Z-B. Junho de 1975.
2 - Rio Maicuru. O rio Maicuru corta o Planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas. Observam-se a Inflexão e
o direcionamento em seu curso. Marginais ao rio Maicuru. neste trecho, .estão as colinas cobertas pela
Floresta Densa. FolhaSA.21-X-O. Junho dê 1975.
ESTAMPA XV
- Front de Cuesta. Exposição dos sedimento$ paleozóicos em front de cuesta da borda none da Sinéclise
do Amazonas. nas proximidades do no Trombetas. A Flores(a Densa •nstalou-se onde favorecem as
cond•ções geomorlológicas e pedológicas. ~=' olha SA.21·X·D. Junho de 1975.
2 - Superfície de Aplainamento e Relevo Residual Tabu lar. Trecho em que o Pedlplano Neo-Pielstocênico
acompanha o curso do rio Malcuru. Ao fundo aparece um residual com forma tat>ular, isolado e
circundado pelo aplainamento conservado. Folha SA.21 · X· O. Junho de 1975.
ESTAM PA XVI
1 - Superimposi~ão do Rio Mapuera. O rio Mapuera corta os relevos residuais da borda norte da Sí·néclise do
Amazonas. As colinas estão cobertas pela Floresta Densa demonstrando a estabilidade bioclimâtica na
ârea. Folha SA.21-V-B. Junho de 1975.
2 - Cidade de Obidos. A parte mais elevada está sobre o Pediplano Neo-Pieistocênico, postado em
sedimentos terclàrios. Folha SA.21·X·C. Abril de 1975
Pedologia
FOLHA SA.21-SANTARÉM
111 - PEDOLOGIA
PRIMEIRA PARTE
Levantamento Exploratório de Solos
AUTORES
REDAÇAO
I
José Silva Rosatelli
João Souza Martins
Sérgio Sommer
SEGUNDA PARTE
Aptidão Agrícola
AUTORES
ORIENTAÇAO
PEDOLOGIA/201
SUMÁRIO
PRIMEIRA PARTE
Levantamento Exploratório de Solos
RESUMO ................................................ 207
ABSTRACT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 208
INTRODUÇÃO .. 209
I
2 2 6 - Siluriano . . . . . . . . . . . . . 211
2.2. 7 - Pré-Cambriano Superior . . . . . . . . . ...... ...... ... . 211
2.2 8 - Pré-Cambriano Superior a Médio . . . . . . . . . . . . ..... . 212
2.2.9 - Pré-Cambriano Médio . . . . . ............... . 212
2.2.1 o - Pré-Cambriano Médio a Inferior . . . . . . . . . . . ....... . 212
2.3 - Clima ......................................... . 212
2.3.1 - Classificação de Kõppen . . . . . . . . . . . . ..... . 212
2 3 2 - Classificação de Gaussen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 212
2.3.3 - Balanço Hídrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . 212
2.4 - Vegetação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 217
2 4.1 - Sistema da Savana (Cerradão) . . . . .... 217
2 4.2 - Sistema das Formações Pioneiras Aluviais .... 217
2 4 3 - Sistema da Floresta Tropical Densa . . . . .. . 218
2.4.4 - Sistema da Floresta Tropical Aberta . . . . . . . . . . . . ... . 218
2 4.5 - Refúgio Ecológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 218
PEDOLOGIA /203
4 - SOLOS 221
5 LEGENDA 254
7 APÊNDICE 265
8 BIBLIOGRAFIA 274
ILUSTRAÇÕES
I
Mapa Exploratório de Solos da Folha SA.21-Santarém
FIGURAS
ESTAMPAS
I. 1 -
Perfil de PODZOLICO VERMELHO AMARELO Textura Argilosa
Relevo Suave Ondulado. Folha SA.21-X-D
2 - Area de Dominância de LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFIOO
Textura Média. Folha SA.21-X-C
11 1 - Panorâmica da Area de PODZÓLICO VERMELHO AMARE-
LO Concrecionário Textura Muito Argilosa Relevo Forte
Ondulado. Folha SA.21-Z-D
2 - Perfil de LATERITA HIDROMÓRFICA DISTRÓFICA Textura Argilo-
sa Relevo Plano. Folha SA.21-Y-C
111. 1 - Perfil de LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO Tex-
tura Argilosa Relevo Suave Ondulado. Folha SA.21-V-C
204/ PEDOLOGIA
2 - Panorâmica (le Area de Dominância de LATOSSOLO AMARELO
DISTROFICO Textura Média. Folha SA.21-Z-B
IV. 1 - Panorâmica de Area Inundada Próxima a Alenquer: SOLOS ALU-
VIAIS EUTROFICOS E HIDROMORFICOS GLEYZADOS EUTROFI-
COS. Folha SA.21-Z-B
TABELAS
I - Balanço Hídrico Segundo Thornthwaite & Mather . . . . . . . . . . . . . . . . . 215
11 - Resultados Analíticos de Perfis de Solos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 260
111 - Resultados Analiticos para Avaliação da Fertilidade dos Solos ....... 266
SEGUNDA PARTE
Aptidão Agrícola
1 INTRODUÇÃO 276
6 - BIBLIOGRAFIA . 303
ILUSTRAÇÕES
ESTAMPAS
PEDOLOGIA/205
TABELAS
206/ PEDOLOGIJ\
RESUMO
Este trabalho faz parte do Levantamento dos Recursos foram fornecidas pelas respectivas Divisões do Projeto
Naturais, executado pelo Projeto RADAMBRASIL, e com- (vide I, 11 e IV)
preende uma área situada na região Norte do Brasil,
correspondendo, pelo corte cartográfico internacional, à O clima foi estudado de acordo com o método de classifi-
Folha SA 21-Santarém, abrangendo parte dos Estados do cação de Kõppen (Schmidt, 1947) e de Bagnouls & Gaus-
Pará e Amazonas, com superfície de 295.156km2. sen (1963), e o balanço hídrico foi determinado segundo
Thornthwaite & Mather (1955).
A metodologia de trabalho utilizada foi semelhante àquelas
adotadas nos trabalhos anteriores A delimitação das A legenda do Mapa de Solos leva o símbolo da unidade
taxonômica dominante ou da codominante mais impor-
unidades de mapeamento foi estabelecida, principal-
mente pela interpretação das imagens de radar- mosai- tante, citando, quando ocorrerem, também as classes
cos semicontrolados - na escala 1 250 000. subdominantes Após a classe de solo, são citados o seu
caráter distrófico ou eutrófico, quando a classe o requer,
sua textura e a vegetação e o relevo da unidade de
As classes de solos foram definidas através de amostra- mapeamento.
gens em campo e pelos resultados de laboratório, sendo
que nas áreas de difícil acesso, sem verificações de Com base no Mapa Exploratório de Solos, foi elaborado o
campo, foram determinadas por extrapolação, segundo os Mapa de Aptidão Agrícola, em dois sistemas de manejo -
padrões interpretativos, e correlacionadas com geologia, primitivo e desenvolvido - decorrentes dos julgamentos
relevo, clima e vegetação das unidades taxonômicas mapeadas na área, adotando-se
o sistema de classificação desenvolvido por Bennema,
As informações de Geologia, Geomorfologia e Vegetação Beek e Camargo (1965).
PEDOLOGIA/207
ABSTRACT
This paper is part of the Natural Resources Survey, under- The climate was analized according to the classification
taken by RADAMBRASIL Project, and comprises an area method of Ki:ippen (Schmidt, 1947) and Bagnouls & Gause-
located in the northern region of ~razil, which corres- sen (1963), and the hydric balance was determined accor-
ponds, according to the international carthographic divi- ding to Thornthwaite & Mather (1955)
sion, to sheet number SA.21-Santarém, including parts of
the states of Pará and Amazonas, with an area o f 295,156
The Map of Soil legend has the symbol of the dominante
square kilometers. The work method used was similar to
taxonomic unit, or the most important co-dominant,
those of previous papers. The mapping units delimitations mentioning also, wherever they occur, the subdominant
were established, mainly, by interpretation of radar 1m ages
classes. After the soil class, its distrophic or eutrophic
- semi-controlled mosaics - at the scale of 1 :250,000.
caracter is defined wherever required by its class, besides
its textura, and the vegetation and relief of the mapped
The classes of soils were defined through field samplings
unit
and laboratory results, while in areas of hard access,
without field work, they were determined by deduction,
according to interpretativa patterns and correlated to The Agricultura! Suitability Map was drawn on the Soil
geology, relief, climate and vegetation. Exploratory Map, with two managemerit systems- primi-
tiva and developed - having in view the judgements of the
The informations related to geology, geomorphology and taxonomic unfts mapped in the area, using the classifica-
vegetation were given by the respectiva Project Divisons tion system developed by Bennema, Beek and Camargo
(See I, 11 and IV). (1965)
208/ PEDOLOGIA
PRIMEIRA PARTE
Levantamento Exploratório de Solos
Apesar de ser uma região razoavelmente bem habitada para A legenda que acompanha o mapa com as diversas unida-
a Amazônia- quase meio milhão de habitantes - encon- des de mapeamento consta do solo dominante ou de
tra-se ainda em grande parte despovoada e desconhecida, associações de solos, onde se lê, em primeiro lugar, o solo
já que os núcleos de civilização existentes situam-se que domina ou o codoininante mais importante. Após a
margeando apenas os grandes rios. No Estado do Pará, nomenclatura do solo citam-se, além da textura, a vegeta-
constam parcialmente as seguintes microrregiões: Médio ção e o relevo dominantes na unidade.
Amazonas Paraense 12, Tapajós 13 e do Baixo Amazonas
14. sendo as duas primeiras as mais importantes; e no
Estado do Amazonas, a do Madeira 7, a do Rio Negro 8 e a 2 - CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA
do Médio Amazonas 10, sendo a última de maior expres-
são Abaixo, as microrregiões e principais cidades que
ocorrem na área (Fig. 1). Localizada entre o Alto e Baixo Amazonas e encravada no
seio da Amazônia, esta área vem demonstrar a uniformida-
de climática que se imaginava ocorresse na planície do rio,
A sua posição geográfica é limitada pela linha do equador onde, apenas por nuanças, pode-se verificar diferencia-
e pelo paralelo 04°00' ao sul e pelos meridianos 54°00' e ções climáticas.
60°00' a oeste de Greenwich. É servida por vasta redEi
hidrográfica que funciona como a mais importante via de Situa-se desde a linha do equador, entre os paralelos de 0°
transporte da área. Destaca-se ai o rio Amazonas que, em e 4° latitude sul e os meridianos 54° e 60° WGr., ocupando
sentido oeste-leste, divide-a quase ao meio. A seguir vêm uma área aproximada de 295.160km2, que é cortada por
os seus principais afluentes, entre os quais se destacam o vasta rede hidrográfica.
Madeira, Tapajós, Trombetas, Uatumã, Nhamundá,
Maués-Açu, Andirá, Curuá, Maicuru e outros. A Geomorfologia, o Clima, a Geologia e a Vegetação que
caracterizam esta região têm suas ocorrências descritas a
seguir, baseadas em resumos cedidos pelas Divisões
O sistema rodoviário é ainda escasso, sendo de pouca
competentes.
significação em proporção à área. As principais estradas
são as que ligam Manaus a ltaquatiara; Oriximiná a Óbi-
dos, Alenquer, Monte Alegre e, recentemente, a que
integra Santarém ao eixo transamazônico. Rodovias meno-
res, de pequena significação, ocorrem isoladamente, ten-
do serventia geralmente de caráter privado.
2.1 - Geomorfologia
PEDOLOGIA /209
~
L2::SJ Baixo Amazonas
Madeira Rio Negro Médio Amazonas Médio Amazonas Pa raense Tapajós
I Fig
21 2 -
1- Microrregiões Homogêneas e Principais Cidades na Folha SA 21-Santarém
Depressão Periférica do Norte do Pará direita do rio Amazonas, em sua sinéclise, apresentando
predominância de áreas dissecadas geralmente em inter-
A Depressão Periférica do Norte do Pará bordeja o Planalto flúvios tabulares com talvegues incipientes, além de coli-
da Bacia Sedimentar do Amazonas, mantendo-se periférica nas e ravinas A drenagem tem direcionamento preferen-
a esta unidade de relevo localizada no Craton Guianês cial obedecendo às direções gerais dos alinhamentos
Caracteriza-se por uma superfície de aplainamento conser- estruturais definidos para a Amazônia SE-NW e SW-NE
vado, reconhecida como de idade neo-pleistocênica Em Nesta unidade de relevo observa-se o alargamento no leito
quase toda a Depressão Periférica registram-se inse/- de diversos rios que possuem a foz afogada, como é o caso
bergs. São freqüentes os trechos desta unidade que se do rio Tapajós, classificado como ria do tipo cherm Os
apresentam dissecados pela drenagem que, eventualmen- rios Maués-Açu, Mamuru e Abacaxis também são exem-
te, aparece com alta densidade plos de rias fluviais, neste trecho da área, na parte norte da
Sinéclise do Amazonas Esta Unidade Morfoestrutural
apresenta predominância da superfície com aplainamento
conservado (Espp), observando-se eventualmente a
incipiência no entalhe dos talvegues Apresenta-se a
2.1 3 - Planalto Rebaixado da Amazônia sudeste desta 'trea a estrutura articlinal. escavada de
Monte Alegre com trechos aptainados na parte central
Esta Unidade Morfoestrutural estende-se pelas duas partes e configuração de relevo pseudo-apalachiano em suas
da Sinéclise do Amazonas, apresentando altitude aproxi- bordas O lago do Erepecu localiza-se a noroeste do
mada de 100m. Extensas áreas deste Planalto Rebaixado Planalto Rebaixado da Amazônia, na parte norte da Siné-
submeteram-se à atuação da pediplanação neo-pleistocê- clise do Amazonas. Este lago tem direção E-W, apresen-
nica A parte sul da unidade localiza-se a partir da margem tando-se ligado diretamente ao rio Trombetas
210/ PEDOLOGIA
2.1 4 - Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro chos e áreas onde a drenagem aprofundou talvegues,
resultando formas de relevos dissecados, com predomi-
O Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro apresenta nância de colinas.
formas de relevo tabulares, cujos topos foram aplainados
pela pediplanação plio-pleistocênica Estes interflúvios
apresentam suas vertentes marcadas pela morfogênese 2.2 - Geologia e Litologia
úmida, onde se instalaram ravinas. A rede de drenagem, de
modo geral, mostra padrão dendrítico com capturas flu- O estudo da Geologia e da Litologia desta região, de onde
viaiS. Os principais rios da unidade de relevo são o resultam os materiais formadores dos solos, preovenien-
Nhamundá, Urubu, Uatumã, Jatapu e Preto da Eva, todos tes da desagregação e decomposição de suas rochas por
eles apresentando a foz afogada e submetida a controles agentes físicos, químicos e biológicos, foi definido pela
de ordem estrutural Nas proximidades da margem direita Divisão de Geologia (vide I - Geologia), e. em resumo, é o
do rio Trombetas há relevos tabulares onde ocorre a que se segue:
exploração da bauxita.
221 - Quaternário
2.1.5 - Planalto Tapajós-Xíngu
Apresentando duas lítologias distintas (Qa) - aluviões
Esta unidade é cortada a leste pelo rio Tapajós, cuja idade areias, siltes e argilas; e (Qai)- conglomerados, arenitos
foi definida como meso-pleistocênica, separando esta ferruginosos, concreções lateritícas, siltes e argilas (sedi-
unidade em duas partes. O planalto apresenta-se com mentos ínconsolidados)
extensa superfície tabular erosiva elaborada pela pedipla-
nação plio-pleistocênica no topo de relevos com altitudes
entre 120 e 170m. Estes relevos foram desmontados d ife- 222 - Cretáceo-Terciário
rentemente por morfogênese úmida, resultando trechos
muito dissecados, e por morfogênese mecânica da pedi- Representado pela Formação Barreiras (Aiter do Chão)
planação neo-pleistocênica. Na margem direita do rio (Tb), é constituído por arenitos avermelhados, finos a
Tapajós, o Planalto Tapajós-Xingu tem caimento para leste grosseiros, mal selecionados, com estratificação cruzada,
e, na margem esquerda do rio, o caimento ocorre para siltitos e argilitos Inclui o Arenito Manaus
oeste.
223 - Jura-Cretáceo
2.1 6 - Planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas
Formado pelo Diabásio Penatecaua (JKp), é constituído
A unidade de relevo assim denominada é constituída pelos por diabásios finos e grosseiros, em formas de diques.
relevos residuais da borda norte da Sinéclise do Amazo-
nas. Apresenta-se geralmente dissecada por drenagem
pouco densa, originando interflúvios tabulares e mesas, 224 - Carbonífero
além de algumas cristas e poucas áreas de interflúvios
abaulados. O ca.imento da litologia paleozóica, para a Representado pelo Grupo Tapajós (Ct) e apresentando as
calha do rio Amazonas, imprime ao relevo desta unidade o seguintes Formações com suas respectivas litologias
desdobramento de relevos de cuestas que acompanham a
Folha SA.21-Santarém, no sentido E-W, desde as proximi-
dades do rio Maicuru até ao rio Trombetas A oeste do rio
Trombetas esta unidade de relevo tem feições semelhantes
ás do Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro
Nova Olinda - halitas, anidritas, folhelhos, siltitos e
arenitos, ltaituba - arenitos, folhelhos, margas e calcá-
rios, e Monte Alegre - arenitos finos, claros, com lentes
de siltitos e folhelhos I
2 2.5 - Devoniano
2.1.7 - Planalto Dissecado Norte da Amazônia
Representado pela Formação Curuá (DÇa) - folhelhos
cinza e negros, siltitos e arenitos finos - e pelo Grupo
O Planalto Dissecado Norte da Amazônia localiza- Urupadi (SDu), onde ocorrem as seguintes Formações:
se a norte da Folha SA.21-Santarém, cuja altimetria, nas Ererê - arenitos e siltitos, cinza-verde e laminados, e
á~eas de cimeira, está entre 400 e 500m É constituído por Maicuru - arenitos, conglomerados, siltitos e folhelhos
d1ve~sos blocos elevados com relevos residuais de topos
aplamados e conservados, apesar de submetidos á morfo-
gên~se úmida. Entre essas partes mais altas penetra o 226 - Siluriano
aplamamento neo-pleistocêníco, assumindo, nesse caso,
aspecto de depressão interplanáltica Na parte noroeste O Grupo Urupadi (SDu) representa este período pela For-
de~t~ Folha localiza-se a Sínclinal de Pitinga com relevos mação Trombetas, que tem a seguinte litologia: folhelhos,
prox1mos assumindo feições psendo-apalachianas siltitos e arenitos com camadas e lentes de silexitos;
arenitos micáceos com marcas de ondas e tubos de
vermes
2.1.8 - Pediplano Rio Branco-Rio Negro
PEDOLOGIA /211
Prosperança (p€p), cujas litologias são as seguintes: (pEs) verificada no Município de Óbidos, onde alcança aoenas
- gabro normal, olivina gabro e diabásio; e (pEp) - 1 .650mm por ano.
conglomerados, arenitos arcóseos, siltitos, folhelhos e
argilitos. A temperatura média anual (Fig. 3) oscila em torno dos
26°C, com pequena amplitude térmica, e a umidade rela-
tiva (Fig. 4) é sempre superior a 80%.
2.2.8 - Pré-Cambriano Superior a Médio
2.3.1 - Classificação de Koppen
Representado pelo Grupo Uatumã, é constituído pelas
seguintes Formações: Sienito Serra do Acari (pE.~sa) - De acordo com esta classificação (Fig. 5) a região estudada
quartzo sienito e quartzo monzo - sienito, forma de é dominada pelo grupo climático A (Clima Tropical Chu-
"stock"de pequena dimensão; Granito Mapuera (pE.l.m)- voso), abrangendo os seguintes tipos e variedades cli-
biotita granitos, hornblenda granitos (composição alcali- máticas·
na-calcoalcalina), jazimento subvulcãnico a hipoabissal
com variedades pórfiro e micro; e lricoumé (pEle)- ande- Am (chuvas do tipo monção) - apresenta uma estação
sitos, dacitos, riodacitos, riolitos, piroclastos, ignimbri- seca de pequena duração, mas, devido aos totais elevados
tos, intercalações locais de quartzitos metagrauvacas e de precipitação, possui umidade suficiente para alimentar
metarcóseos. florestas de características tropicais.
A_ precipitação pluviométrica (Fig. 2) é bastante homo- Os dados assim obtidos foram correlacionados com as
genea e sempre superior a 2.000mm/ano, com exceção diferentes classes texturais dos solos em dois níveis de
212/ PEDOLOGIA
58'
Fig 2 - Precipitação Total Anual em mm (isoietas) Fig 3 - Temperatura Média Anual em °C (isotermas)
Flg. 4 - Umidade Relativa Anual em % (lsohlgrasJ Flg. 5 - Tipos de Clima segundo Kéippen
PEDOLOGIA/213
profundidades considerados como zonas de maior in- potencial (E P ) de determinada área, tornando-os utili-
fluência para o desenvolvimento do sistema radicular das záveis ao julgamento das condições fito-edafo-climáticas
plantas cultivadas: 0-60cm para culturas anuais e 0-120cm
para culturas perenes. O método utiliza as temperaturas médias mensais e a
temperatura média anual de determinada localidade, que,
Os estudos que serviram à elaboração dos dados de convertidas através de um nomograma em valores de
retenção utilizados neste relatório revelam-nos que na evapotranspiração tabular mensal, são multiplicadas por
maioria dos casos existe uma significante correlação entre um fator de correção, variável de acordo com a latitude e o
as tensões com que a água se prende ao solo e a classe mês, determinando os valores de evapotranspiração po-
textura! em que ele se enquadra Assim, para solos are- tencial mensal, ponto de partida para o estabelecimento do
nosos não estratificados, as tensões são mais ou menos equilíbrio entre a água que o solo recebe pela chuva e a que
reais próximas a 1/10 de atmo~fera; para solos de textura é lançada na atmosfera por meio da evaporação e da
média, a 1/3 de atmosfera; e para solos argilosos, a uma transpiração das plantas. A partir desses dados são cal-
atmosfera. O conteúdo de umidade a 15 atmosferas é culados os valores de umidade· armazenada, em déficit e
considerado como ponto de murcha e a água disponível em excesso no solo. O excedente de água sujeito á
para as plantas é aquela compreendida entre este ponto e a percolação começa a se verificar desde que o solo fique
capacidade de campo saturado, isto é, quando o volume de chuva é maior que o
volume de água evapotranspirada, superando a capacidade
Os valores médios de água retida e que encerra a umidade de máxima retenção do solo.
disponível para as plantas estão abaixo discriminados
para solos de textura arenosa, média e argilosa: Para avaliação das disponibilidades hídricas da área estu-
dada, foram consideradas cinco estações meteorológicas
RETENÇAO HÍDRICA (mm) Santarém e Obidos (PA); Parintins, ltaquatiara e Ma-
PROFUNDIDADE
naus (AM)
textura textura textura
Todas as estações apresentam um período onde as preci-
arenosa média argilosa
pitações pluviométricas diminuem significantemente
(agosto a novembro) É neste período que ocorrem os
o- 60cm 30 50 70 meses com deficiência de umidade, ou seja, onde a
O - 120cm 50 100 150 precipitação não compensa a umidade requerida pela
evapotranspiração Como exemplo, poderemos citar a área
sob influência da estação de Santarém, onde os valores do
Convém esclarecer que tanto a presença de lençol freático déficit de umidade para solos arenosos variam anualmente
á superfície quanto à salinidade influenciam na disponi- de 336mm a 316mm. considerando-se, respectivamente.
bilidade e conteúdo de umidade e aqui não foram esti- profundidades de 60 a 120cm Os solos de textura média
mados O lençol freático superficial fornece umidade ás apresentam valores de 316mm e 268mm para a mesma
camadas superiores do solo, quando, pelos cálculos, situação. Para solos argilosos estes valores são 296mm e
haveria deficiência A salinidade relaciona-se à pressão 219mm
osmótica, influenciando positivamente na capacidade de
retenção Nesta mesma estação (Santarém) a água gravitacional
tabulada na coluna excedente do Balanço Hídrico apre-
senta níveis mais elevados para os solos arenosos.
O balanço hídrico determinado segundo Thornthwaite & decrescendo conforme a textura seja mais fina, estando
Mather (1955) tem como objetivo inter-relacionar os dados relacionada inversamente com a capacidade de retenção
quantitativos de precipitação (Precip ) e evapotranspiração dos solos
214/ PEDOLOGIA
TABELA I
Balanço Hídnco Segundo Thornthwaite & Mather.
Fonte da Situação das Estações: BALANÇO HIDRICO DO BRASIL
~~·
ARENOSA MEDIA ARGILOSA
undldade 60 em 120 em 60 em 120 em SOem 120 em
MESES R. H. 30mm 50 mm SOmm 100 mm 70mm 150 mm
l"reclp. E.P~ Del. Exe: Def. Exe. Def. Exc. Def. Exe. Def. Exe. Def. Exe.
~~·
ARENOSA MÉDIA ARGILOSA
ndldade SOem 120 em soem 120 em 60 em 120 em
MESES R. H. 30mm 50mm 50mm 100 mm 70 mm 150 mm
Precip. E. P~ Def. Exe. Def. Exe. De f. Exe. De f. Exe. Def. Exe. Def. Exe.
a:
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E E
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As conceituações dos Ecossistemas que ocorrem nesta
área (vide IV - Vegetação) podem ser assim resumidas:
000 ooo~2l~!!loo~
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...
~ ~ ~~;?;000 ~
<D chuvas torrenciais bem demarcadas por um curto período
.
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seco e caracterizado por Formações Vegetais com certo
grau de esclerofilia, principalmente nos seus elementos
...... ooooo LOC\IO>CD...,_O ON
lenhosos, cujas formas biológicas revelam adaptações a
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N
deficiências nutricionais, de causas ainda indeterminadas.
c
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Como subdivisões da Savana, podem ocorrer as seguintes
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formas:
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- Savana arbórea densa (Cerradão)
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Formação clímax de altura média entre 5 a 1Om, composta
uI:"' i5! de elementos arbóreos esclerófilos, alguns deciduais,
o o o o oom~8~!!lo
o ;! ... o~ contorcidos, com densa distribuição espacial, com as
I copas tocando-se, com tapete graminóide rarefeito, em
c( tufos, intercalado de elementos arbustivos e algumas
bromeliáceas e palmeiras anãs .
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- Savana arbórea aberta (Campo Cerrado)
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A fisionomia da Savana arbórea aberta apresenta árvores
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o o o o o de altura média entre 4 e ?m, composta de elementos
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... arbustivos esclerófilos, dispersos sobre um tapete conti-
o nuo dominado por Andropogon sp, Paspalum sp e Bul-
z bostylis spp.
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.:l ~ ~~~~oco o o o ....
.... ....
~ A Savana arbórea aberta é xeromorta, com folhas coriá-
ceas, tapete hemicriptófito e plantas lenhosas tortuosas
..
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com xilopódios.
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<Di':õ2l~!!loo~ - Savana parque (Parque)
z ... C')
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::;: :I Paspa/um sp, Aristida sp, Andropogon sp e Bulbosty/es
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,e. spp. Acompanhando os talvegues ou depressões, encon-
<D .......
........ o lõgl&l«; C\IC\ILOCOC\1
~ co,...coNo
'"' N N C') tram-se elementos ombrófitos formando as Florestas-de-
I
N .- ...... ,... C\1,....
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Q. .,; Galeria.
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o 2.4.2 - Sistema das Formações Pioneiras Aluviais
:a::E ~~~~~-2~ ~ ~
J:l
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~u_::;:<(::;:.;.; ~c7lõ~ Estas formações ocupam as planícies aluviais dos diversos
tributários do rio Amazonas, inclusive deste.
PEDOLOGIA /217
São formações edáficas, .resultantes da deposição de As principais espec1es que caracterizam o estrato emer-
material aluvional, cuja composição varia de acordo com a gente são Dinizzia excelsa, Bertholletia excelsa e Cedre-
fonte do material transportado e depositado Sofrem ainda linga catanaeformis. Quanto ao estrato uniforme, é carac-
a influência das cheias equinociais, cujo nível varia a cada terizado por Manilkara spp, Protium spp e Pouteria spp.
ano, sendo que as grandes cheias soem ocorrer aproxi- São Florestas Densas, com um alto volume madeireiro de
madamente a cada cinco anos grande valor comercial.
As palmáceas frequentes são a Mauritia flexuosa, Euterpe 24 4 - Sistema da Floresta Tropical Aberta
oleracea e Mauritia acu/eata, entre outras.
A conceituação desta fisionomia é a de uma floresta onde
as copas não se tocam, apresentando-se, às vezes, domi-
Comumente esta fisionomia ocupa os diques marginais nadas por cipós ou, então, com ocorrência de palmeiras.
dos rios e ilhas e raramente ocupa os "igapós" ou
"back-swam ps"
- Floresta Aberta sem palmeiras
- Formação Pioneira arbustiva
Esta fisionomia é caracterizada pela grande quantidade de
Esta fisionomia segue a mesma linha traçada para a ianerófitas sarmentosas, que envolvem os indivíduos arbó-
formação anterior, com diferentes espécies ocorrendo para reos de altura raramente superior a 25m, apresentando
as áreas arenosas e barrentas Os arbustos mais freqüen- grande número de árvores mortas e baixo volume madei-
reiro
tes para as primeiras são Schizaea sp, Xiridaceas e Euri-
caulaceas, Utricularia sp, Burmania sp e Cephalostema
cyperaceoides, com palmeiras Leopoldinea maior Os principais cipós são C/usia spp, Bauhinia spp e Davi/la
spp
- Formação Lenhoso-Graminóide
- Floresta Aberta com palmeiras
Esta formação é baixa, raramente atingindo mais de um
metro de altura, com seus elementos interligados, for- Esta fisionomia florestal pode ser definida como um tipo
mando densos tapetes. florestal onde as copas das árvores não se tocam e o
número de palmáceas adultas é igual ou superior a 50%.
É um tipo de vegetação de grande importância econô-
mica, em virtude do valor agrostológico dos seus elemen- De um modo geral, na Folha em estudo, a principal
tos, destacando-se as diversas -espécies de "canarana" palmeira responsável por esta fisionomia é a Orbigynia
martiana
218/PEDOLOGIA
Os arbustos são representados por Mirtaceas, Euforbia- pelas faixas estereoscópicas, que acompanham os mosai-
ceas e Clusias, enquanto que o tapete herbáceo se cons- cos, teve-se o cuidado de observar, além do relevo, fatores
titui quase que exclusivamente de A nanas anasoides. outros, como vegetação, drenagem e geologia.
Quando havia existência de rodovias que permitissem A significativa ausência de estradas na região fez com que
caminhamentos por estes ambientes, a coleta e observa- se partisse de uma legenda sumária de solos, estabelecida
ção de perfis tornavam-se mais fáceis, não necessitando durante a interpretação preliminar das unidades de ma-
da marcação prévia de pontos de amostragem. peamento - tanto por correlação das feições delineadas
com feições semelhantes, em áreas próximas, como por
Para o delineamento preliminar destes ambientes (unidade informações de trabalhos existentes - para a sua confir-
preliminar de mapeamento) com interpretação auxiliada mação ou determinação em campo, através de pontos
PEDOLOGIA /219
selecionados que representassem, do melhor modo pos- 3.3 - Métodos Analíticos de Laboratório
sível, os solos dominantes nas unidades
As amostras de solos coletadas na área foram devidamente
catalogadas e enviadas para laboratório, onde sofreram
Os pontos selecionados foram plotados em cópias "off- análises físicas e químicas, em caso de perfis seleciona-
set" dos mosaicos 1 :250 000, que serviram como material dos para melhor caracterização da unidade taxonômica, ou
básico em campo para melhor orientação na coleta das apenas analisadas para avaliação da fertilidade do solo.
amostras, observações do relevo, da vegetação e outras
anotações
A amostragem foi feita de modo a se coletarem solos em
locais selecionados, que fossem representativos das uni-
O alcance a estes pontos foi feito através de sub-bases dades delineadas. Para análises completas, as amostras
instaladas estrategicamente, de modo que toda a região foram retiradas em quantidade pouco superior a 2kg e,
pudesse ser atingida por helicóptero Clareiras e campos para avaliação da fertilidade do solo, apenas 500g.
naturais, margens de rios (praias). afloramentos de rochas
e fazendas foram usados para descida de pessoal, sempre A preparação inicial da amostra no laboratório consiste em
que coincidissem com o ponto plotado, sendo neces- pô-la sobre um tabuleiro, em lugar seco e ventilado, para
sário, no entanto, caminhamentos mais longos para torná-la seca ao ar Depois é destorroada e peneirada, em
alcançar-se o objetivo amostragem representativa da peneira de malha com furos circulares de 2mm de diâme-
unidade Na maioria das vezes, porém, a amostragem foi tro, obtendo-se, com isto, a separação da TFSA (terra fina
feita através de clareiras previamente abertas para esse seca ao ar) das frações maiores que 2mm (cascalhos e
fim calhaus)
A coleta das amostras de solos foi feita utilizando-se 331 - Análises Físicas
trados tipo "holandês" e de caneco, tipo "orchard", ou em
trincheiras abertas O trado tipo "holandês" foi usado para Análise granulométrica- tem como finalidade separar as
sondagens iniciais, antes da coleta do perfil, ou para partículas de solo, menores que 2mm, dentro dos seguin-
coleta de amostras para avaliação da fertilidade dos solos tes limites granulométricos:
O Irado de caneco foi usado nas amostragens de perfis
completos O uso de trincheira só foi possível nas proxi-
midades das sub-bases, onde havia mão-de-obra dispo- Partícula Diâmetro das Partículas (mm)
nível para isto
Nesta Folha foram coletados e descritos 61 perfis para 3.3.2 - Análises Químicas
análise completa, num total de 279 amostras de solos,
todos representativos das associações das unidades de Carbono orgânico - determinado pela ação oxidante do
mapeamento. Para avaliação da fertilidade dos solos foram biocromato de potássio 0,4N sobre a matéria orgânica,
coletados 89 pontos, num total de 298 amostras, tendo segundo o método de Tiurin, e pelo método de Walkley and
ainda sido feitas observações em 12 locais. Black, em 1934.
220/ PEDOLOGIA
Nitrogênio total - determinado pelo método de Kjeldahl V%= Sx100
que usa, como solução digP.stora, uma mistura de H2S04, -T-
CuS04 e Na2S04, a fim de decompor a matéria orgânica e
transformar o n it'rogên i o orgânico _em nitrogênio amon iacal. A saturação com alumínio trocável - calculada pela
Após a digestão, o nitrogênio amoniacal é deslocado por fórmula:
NaOH a 30% e o amoníaco é recolhido erri solução aquosa
de ácido bórico a 4% e titulado com HCI cr,01 N. 100 x AI+++
Ai+++ + S
pH - determinado em água e em- solução normal de KCI.
Si02 - após separado dos sexquióxidos, é determinado O teor dos elementos analisados é indicado em três níveis
por processo colorimétrico ou por processo gravimétrico. - baixo, médio e alto - e é citado sob duas formas·
PEOOLOGIA/221
o material de origem e sua vegetação. Acompanhando as -fraco
unidades taxonômicas estão as descrições morfológicas - franco-argilo arenoso
dos perfis e seus resultados analíticos físicos e químicos. - franco-argiloso com menos de 35% de argila
-franco-arenoso com mais de 15% de argila
4.1 - Critérios de Classific"ação dos Solos e Fases em- d) Textura arenosa- quando apresentam menos de 15% de
pregadas argila:
b) Textura argilosa- quando apresentam uma ou mais das 42 - Descrição das Classes de Solos
seguintes classes (entre 35 e 60% de argila)
A seguir serão descritas as classes de solos de maior
-argila significância encontradas na área, acompanhadas dé petfis
- argila arenosa representativos da unidade, com suas descrições morfoló-
- fraco-argiloso com mais de 35% de argila gicas e seus resultados analíticos.
222/ PEDOLOGIA
Compreende solos minerais com horizonte B latossólico, ser maciça ou fraca a moderada, pequena, granular ou
que corresponde ao óxico da classificação americana, subangular.
geralmente ácidos, muito profundos e friáveis.
A baixa fertilidade natural, associada à ocorrência em locais
o horizonte óxico caracteriza-se por possuir estágio avan- sem infra-estrutura suficiente, condiciona um aproveita-
çado de intemperização, com predominância de sesquióxi- mento limitado desses solos, muito embora apresentem
dos, argilas do tipo 1 :1, quartzo e outros materiais resisten- condições físicas e relevo favorável à mecanização e ao uso
tes. Possui baixa capacidade de troca de cátions, baixa de fertilizantes.
soma de bases trocáveis e reduzido conteúdo de argila
natural, determinando com isto elevado grau de flocula- Correspondem, na classificação americana de solos, aos
ção. Neste horizonte os minerais de argila possuem peque- grandes grupos dos Haplorthox, dos Acrorthox e, mais
na mobilidade, o que concorre para a ausência ou quase raramente, ao dos Umbriorthox.
ausência de cerosidade revestindo os elementos estrutu-
rais e pequena diferenciação textura!. Como variação desta unidade, ocorre o Latossolo Amarelo
Distrófico plíntico de textura média e argilosa.
Estes solos apresentam perfis com seqoência de horizontes
A, B e C, com profundidades que alcançam freqUentemente Associados a esta classe estão os Solos Concrecionários
mais de 200cm e predomínio de transições difusas entre os Lateríticos Indiscriminados Distróficos textura indiscrimi-
horizontes A e B, ou às vezes graduais São ácidos, bem nada, Areias Quartzosas Distróficas, Gley Pouco Húmico
drenados a acentuadamente drenados, bastante porosos e Distrófico textura argilosa, Laterita Hidromórfica Distrófica
permeáveis, razão pela qual têm significante resistência à textura indiscriminada, Podzólico Vermelho Amarelo textu-
erosão. A coloração enquadra-se nos matizes 1OYR e 7 .5YR, ra média a muito argilosa, Podzólico Vermelho Amarelo
com cromas e valores altos no horizonte B, onde domina o cascalhento ou concrecionário textura argilosa, Podzol
amarelo Hidromórfico, Terra Roxa Estruturada Eutrófica textura
argilosa e Solos Litólicos Distróficos textura indiscrimina-
A saturação de bases (V%) é caracteristicamente baixa, da
quase sempre inferior a 20%, conseqOência imediata da
pobreza mineral do material de origem, representado por Estes solos ocorrem em diversos tipos de relevo, variando
sedimentos de textura variável do Terciário (Formação desde plano a forte ondulado, sob vegetação de Floresta
Barreiras). Densa, e são originados a partir de sedimentos do Terciário
(Formação Barreiras).
O horizonte A é fraco ou moderado, correspondendo ao
"epipedon" ócrico da classificação americana Com pouca Caracterização Morfológica e Analítica da Unidade.
freqOência, pode ocorrer um horizonte A proeminente que
corresponde ao "epipedon" úmbrico da classificação ameri- PERFIL N. 0 16
cana. O "epipedon" ócrico é aquele que apresenta cores
muito claras, cromas altos, muito baixo conteúdo de Classificação- LATOSSOLO AMARELO DISTROFICO A
matéria orgânica, estrutura maciça ou em grãos simples, ou fraco textura muito argilosa ACRORTHOX
fraca a moderadamente desenvolvida. Quando seco,
apresenta-se maciço ou duro O "epipedon" úmbrico Localização- Km 20 da estrada Macauari- Mina da Side-
apresenta elevados teores de matéria orgânica (maior rama Município de Nhamundá - Estado do Amazonas
que 1% nos primeiros 30cm), que interferem diretamen-
te na coloração do horizonte, dando-lhe valores e cro-
mas mais baixos - menor que 4, quando úmico - a
saturação de base (V%) nunca chega a ultrapassar 50%
(extração com NH40Ac). Sua estrutura é suficientemen-
te forte para que o horizonte não seja considerado maciço
Folha SA 21-V-D
PEDOLOGIA /223
821 35-80cm, amarelo avermelhado (7 5YR 718), argila de caneco, em terreno com declividade de 2 a 3% e erosão
pesada, fraca pequena blocos subangulares e granu- laminar ligeira
lar, friável, muito plástico e muito pegajoso, transição
plana e difusa Material originário - Sedimentos argila-arenosos do Ter-
ciário - Formação E;larreiras
822 80-140cm, amarelo avermelhado (7 5YR 718), argila
pesada, fraca pequena blocos subangulares e granu-
lar, friável, muito plástico e muito pegajoso Relevo - Suave ondulado
Drenagem - Acentuadamente drenado
Análises Fisicas e Quimicas Lab : CES íl 316-7 320)
Cobertura vegetal - Floresta Densa
Comp Granulométrica%
Horizonte Argila
Esqueleto (t f s a) Grau de Silte
1Prof
%
Areia Silte Argila natural •j
floc % Argila
-- A1 0-15cm, bruno escuro (7 5YR 412), franco-arenoso,
fraca pequena granular e grãos simples; muito friável,
Simb1 em >2mm 2-0,05 0,05-0,002 <0,002
mm mm mm % e
não pláStiCO não pegajOSO, transição gradual
A1 0-3 9,4 14,8 75,8 15,8 79 0,19 15-70cm, (7 5YR 414), franco-arenoso, fraca pequena
A3 -15 5,8 12,1 82,1 1,2 98 0,14 granular, muito friável, ligeiramente plástico e ligeira-
mente pegajoso, transição difusa
81 -35 0,7 6,0 10,5 83,5 1,8 98 0,12
821 -80 0,8 5,1 4,3 90,6 1,1 99 0,04 15-70cm, bruno escuro (7 5YR 4/4), franco-arenoso;
822 -140 1,0 5,0 4,3 90,7 1,1 99 0,04
fraca pequena granular, muito friável, ligeiramente
plástico e ligeiramente pegajoso, transição difusa.
Dens pH
Umid Fe203 Ac total c MO po.;3 821 100-120cm, bruno forte (7 5YR 516), franco-arenoso,
Equ>v Jrvre (Cao AcJ
Dr j Da % % H 2oj KCI1N mE/100g % % mE1100g
fraca pequena granular, muito friável, ligeiramente
plástico e ligeiramente pegajoso, transição gradual
2,59 0,95 34,3 2,28 3,5 3,6 12,30 2,82 4,86 0,04
822 120-160cm + , vermelho amarelado (5YR 516); franco-
2,44 1,07 32,1 2,44 3,5 3,7 8,80 1,71 2,99 0,02 arenoso, fraca pequena granular, muito friável, ligei-
2,51 1,08 28,3 3,27 3,9 4,0 5,80 1,11 1,91 0,02
ramente plástico e ligeiramente pegajoso
2,58 1 ,09 30,7 2,87 4,5 4,4 3,30 0,30 0,52 0,01 Analises Fisicas e Ouimicas Lab: IPEAN (20 049-20 053)
I
Complexo Sorti v o mE/100g Comp Granulométrica (t f s a) %
v 100AI+3
Areia Argila
S>mb grossa <0,002
T %
2-0,2 mm mm
0,24 0,08 0,14 0,14 0,60 10,12 2,18 12,90 4,65 78,4
A1 G-15 o 71 8 13 8
0,08 0,05 0,08 0,14 0,35 6,74 2,06 9,15 3,82 85,5 A3 -70 o 2 57 14 11 18
0,03 0,03 0,04 0,12 0,22 4,76 1,04 6,02 3,75 82,5 81 -100 o 59 11 12 18
0,05 0,01 0,05 0,07 0,18 2,15 0,45 3,78 4,76 71,4 8 21 -12o o 58 13 11 18
0,16 0,16 0,03 0,11 0,46 2,95 0,35 3,76 12,23 43,2
8 22 -160 o 63 11 9 17
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com Irado 94 0,52 8,63 8,42 2,18 1,74 1,50 6,06
2241 PEDOLOGIA
B22 110-135cm; amarelo brunado (10YR 6/6); argila are-
pH(1:1J P205 100AI+3 nosa; maciça porosa; friável, plástico e pegajoso;
c N MO .Q. transição difusa.
% % % N mg/100g Al+3+ S
H20 IKCI1N
B23 135-150cm +; amarelo (10YR 7/6); argila arenosa,
3,6 3,5 1,03 0,07 1,77 15 0,49 89 maciça porosa; friável, plástico e pegajoso
4,3 4,1 0,62 0,04 1,07 16 0,13 92
4,4 4,1 0,32 0,03 0,55 11 < 0,11 90 Análises Físicas e Químicas Lab: CES (1406-7 411)
\Prof
%
Areia Silte Argila natural
floc% Argila
--
Complexo Sort ivo mE/100g Simb1 em >2mm 2-0 05 0,05-0,002 <0,002
mm mm mm %
v
ca+2. T %
A1 0-30 0,2 70,5 3,4 26,1 14,7 44 0,13
A3 -60 62,5 1,6 35,9 24,6 31 0,04
81 -85 0,1 62,8 2,0 35,2 27,1 23 0,05
0,06 0,07 0,05 0,03 0,21 3,15 1,80 5,16 4 821 -110 0,1 59,1 3,1 37,8 26,5 29 0,08
822 -135 0,1 58,7 2,6 38,7 1.6 96 0,06
0,02 0,02 0,03 0,03 0,10 4,74 1,20 6,04 2 823 -150 0,1 56,4 2,4 41,2 0.9 98 0,05
I
Umid Fe203 Ac total c MO P043
0,01 0,04 0,03 0,02 0,10 3,49 0,80 4,39 2 Equiv livre (CaOAc)
Dr Da % % H20I KCI1N mE/100g % % mE/100g
0,01 0,01 0,03 0,02 0,07 2,83 0,80 3,70 ?
I
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado 0,01 0,08 0,01 0,03 0,13 3,02 0,78 3.93 3.31 85,7
de caneco, em topo de baixo platô. com declividade de 1 a 0,01 0,10 0,01 0,02 0,14 2,82 0,58 3 54 3.95 80,5
3% e erosão nula a laminar ligeira. 0,01 0,06 0,02 0,02 0,11 2.58 0.52 3 21 3.43 82,5
A1 0-30cm; bruno (1 OYR 413); franco-argilo arenoso; Localização - Aproximadamente a 03°19'S e 57°27'W.
fraca pequena granular; friável, ligeiramente plástico Município de Barreirinha - Estado do Amazonas. Folha
e ligeiramente pegajoso, transição difusa. SA 21-Y-D
A3 30-60cm; bruno (1 OYR 5/3); argila arenosa; fraca Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
pequena granular; friável, plástico e ligeiramente de caneco, em área de relevo praticamente plano e com
pegajoso; transição difusa. erosão nula.
B1 60-85cni; bruno amarelado (1 OYR 5/4); argila arenosa; Material originário- Sedimentos argilosos do Terciário-
fraca pequena granular com aspecto de maciça in si tu; Formação Barreiras.
fr.iável, plástico e ligeiramente pegajoso; transição
d1fusa. Relevo - Plano
B21 85-11 Ocm; bruno amarelado (1 OYR 5/5 ); argila are- Drenagem - Bem drenado.
nosa; maciça porosa; friável, plástico e pegajoso;
transição difusa. Cobertura vegetal - Floresta Densa.
PEDOLOGIA /225
0-10cm; bruno (10YR 5/3); argila, fraca muito pequena Material originário- Sedimentos argilosos do Terciário -
granular, friável, plástico e pegajoso; transição Formação Barreiras
gradual
Relevo - Ondulado
A3 10-25cm; bruno amarelado (10YR 514), argila pesada,
fraca pequena granular, friável, muito plástico e Drenagem - Bem drenado
muito pegajoso, transição difusa.
Cobertura vegetal - Floresta Densa.
B1 25-55cm, amarelo brunado (10YR 616); argila pesada;
fraca pequena granular, friável, muito plástico e muito A1 0-20cm, bruno escuro (10YR 313); argila; fraca pe-
pegajoso, transição difusa quena granular; friável, plástico e pegajoso, transição
gradual
B21 55-90cm, amarelo (1 OYR 716), argila pesada, fraca
pequena a média granular, friável, muito plástico e A3 20-50cm, bruno amarelado escuro (1 OYR 414); argila;
muito pegajoso, transição difusa fraca pequena granular, friável, plástico e pegajoso;
transição difusa
B22 90-170cm; amarelo (10YR 716), argila pesada, fraca
pequena a média granular, friável, muito plástico e B1 50-?0cm, bruno amarelado (1 OYR 516); argila pesada;
muito pegajoso maciça que se desfaz em fraca pequena granular;
friável a firme, muito plástico e muito pegajoso;
Análises Físicas e Químicas Lab: CES (J 415-7 419) transição difusa
Comp Granulométrica % B21 70-110cm, bruno forte (7 5YR 516); argila pesada,
Horizonte Esqueleto Argila maciça que se desfaz em fraca pequena granular;
(t f s a 1 Grau de Silte
Simb)r:of
em >2mm
%
Areia
2-0.05 0.05-0,002 <0,002
I
Silte ! Argila natural floc % Argila
-- friável a firme, muito plástico e muito pegajoso,
transição difusa
mm mm mm %
B22 110-150cm, bruno forte (7 5YR 5/8); argila pesada,
A1 0-10 0,2 45,3 13,5 41,2 22 4 46 0,32 maciça que se desfaz em fraca pequena granular;
A3 -25 0,1 30,2 9,3 60,5 26,9 55 0,15 friável a firme, muito plástico e muito pegajoso
81 -55 0,1 25,6 7,2 67,2 1,2 98 0,10
821 -90 0,1 23,1 6,0 70,9 1,2 98 0,08
822 -170 o2 22.2 50 72,8 1o 99 006 Análises Flsicas e Químicas Lab : CES (J 424-7 428)
Dens pH
Umid Fe 2 o 3 Ac total c MO Po43 Comp Granulométrica% Argila
Dr I Da
Equiv
%
livre
%
(CaOAc)
H2ol KCI1N mE/100g % % mE/100g
Horizonte Esqueleto
Prol
%
Areia
(t f s a)
Silte , ~Argila
natural
Grau de Silte
I 2,54 1,07 30,7 2,86 4,3 3,8 4 10 o 52 o 9 0,01 A3 -50 0,3 35,5 5,4 59,1 3,3 94 0,09
2 55 1,44 2,69 4,6 3,9 3,50 81 -70 0,3 33,1 4,2 62,7 1,1 98 0,06
30.7 0,34 0,6 o 01
821 -110 0,4 33,7 4,3 62,0 1,4 98 0,06
822 -150 0,6 30,4 7,3 62,3 1,1 98 0,11
Complexo Sorti v o mE/100 g
v 100 AI +3
Dens pH
T % AI +3 ... S Umid Fe 2 o 3 Ac total c MO P043
SA 21-Z-A 0,29 0,09 0,10 0,77 11,45 3,46 15,65 4,92 81,8
o 29
0,13 0,16 0,04 0,04 0,37 8,14 1,76 10,27 3,60 82,6
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado 0,13 0,19 0,03 0,03 0,38 5,14 1,46 6,98 5,44 79,3
de caneco, em terço médio de encosta, com declividade de 0,11 0,11 0,02 0,03 0,27 3,74 1,14 5,15 19,15 80,8
8 a 9% e erosão laminar ligeira. 0,10 0,12 0,02 0,03 . 0,27 2,96 0,72 3,95 27,27 72.7
226/ PEDOLOGIA
PERFIL N. o 51
Complexo Sortivo mE/100g
V 100AI+3
Classificação - LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO A
fraco textura média. HAPLORTHOX. ca+2
Cobertura vegetal - Floresta Densa. Situação, declividade e erosão - Perfil coletado em cor-
te de estrada, em terço inferior de elevação, com declividade
A1 0-20cm; bruno escuro (7.5YR 412); franco-arenoso; de 4 a 6% e erosão laminar ligeira.
fraca muito pequenà a média granular e grãos simples;
friável, não plástico e não pegajoso; transição clara. Material originário - Sedimentos arena-argilosos do Ter-
ciário - Formação Barreiras
A3 20-40cm; bruno amarelado claro (10YR 614); franco-
argiloso arenoso; fraca muito pequena a média granu-
Relevo - Suave ondulado e ondulado.
lar e grãos simples; friável, ligeiramente plástico e li-
geiramente pegajoso; transição difusa.
Drenagem - Acentuadamente drenado.
B1 40-70cm; amarelo brunado (10YR 616), franco-argilo
Cobertura vegetal - Floresta Densa
arenoso; maciça porosa pouco coesa que se desfaz
em fraca muito pequena a média granular e blocos
subangulares; friável, ligeiramente plástico e ligeira- 0-6cm; bruno amarelado escuro (10YR 414); areia
mente pegajoso; transição difusa. franca; grãos simples; solto, não plástico e não pega-
joso; transição plana e gradual
B2 70-150cm ±;amarelo (10YR 716); franco-argilo areno- A3 6-15cm; bruno amarelado escuro (10YR 414); areia
so; maciça porosa pouco coesa que se desfaz em fra- franca, grãos simples; solto, não plástico e não pe-
c;a muito pequena a média granular e blocos subangu- gajoso; transição plana e difusa.
lares; friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pega-
joso.
Argila
B11 15-39cm; bruno amarelado (10YR 516); areia franca;
grãos simples; muito friável, não plástico e não pega-
joso; transição plana e difusa.
0-~ o o 73 10 5 12
2,56 1 ,31 9,06 0,50 3,4 3,3 5,50 1,06 1 ,8 0,04 -15 o o 70 11 8 11
2,52 1 ,37 10,87 0,56 3,6 3,7 3,40 0,43 o, 7 0,02 -39 o o 73 11 5 11
2,51 1,36 12,29 0,72 3,9 3,8 3,18 0,21 0,4 0,02 -88 o o 65 16 9 10
2,67 1,30 13,96 0,66 4,3 3,9 2,90 0,15 0,3 0,02 -165 o o 65 14 5 16
PEDOLOGIA 1227
o horizonte B tem espessura média de 150cm; coloração
Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % Àl203 bruno amarelado, amarelo avermelhado e vermelho amare-
natural de floc -- Ki Kr -- lo, nos matizes 7.5YR e 5YR, valores variando de 5 a 7 e
% % Argila Si021 AI2031Fe203 Fe 2o 3 cromas de 4 a 8. A textura pertence à classe argila pesada;
a estrutura é geralmente fraca pequena a média granular,
2 83 0,41 4,28 3,57 1,99 2,04 1,50 2,81 podendo, em alguns casos, ser de aspecto maciço in sítu;
2 82 0,72 3,80 2,55 1,59 2,53 1,81 2,51 a consistência é friável e raramente firme, quando o solo
3 73 0,45 3,08 2,04 1,19 2,57 1,81 2,69
5 50 0,90 5,73 3,06 2,58 3,18 2,07 1,86 está úmido, e, quando molhado, é plastico ou muito
7 56 0,31 5,49 5,61 2,38 1,66 1,40 3,70 plástico e pegajoso ou muito pegajoso.
2281 PEDOLOGIA
15-30cm; bruno forte (7 5YR 5/6); argila, fraca pe- Situação, declividade e erosão - Perfil coletado em corte
quena a média granular, friável, plástico e pegajoso, de estrada, em local praticamente plano e erosão nula.
transição gradual
Material originário - Folhelhos e siltitos da Formação
30-45cm; vermelho amarelado (5YR 5/6). argila, fraca Curuá.
pequena a média granular; friável, plástico e pega-
joso; transição difusa Relevo - Suave ondulado e, localmente, plano.
821 45-60cm, vermelho amarelado (5YR 516); argila, fraca Drenagem - Bem drenado
pequena a média granular; friável, plástico e pega-
joso; transição difusa Cobertura vegetal - Floresta Densa
822 60-75cm; vermelho amarelado (5YR 516); argila, fraca A1 0-20cm; bruno acinzentado muito escuro (10YR 3/2);
pequena a média granular; friável, plástico e pega- argila arenosa, fraca pequena granular com aspecto
joso; transição difusa de maciça porosa in situ, muito friável, plástico e
pegajoso; transição plana e gradual
823 75-90cm +, vermelho amarelado (5YR 516). argila
pesada, fraca pequena a média granular, friável, A31 20-40cm, bruno acinzentado escuro (1 OYR 4/2);
muito plástico e muito pegajoso argila, fraca pequena granular com aspecto de maciça
porosa in sítu, friável, plástico e pegajoso; transição
plana e difusa
Análises Físicas e Químicas Lab : CES (7 287-7 292) A32 40-65cm, bruno amarelado escuro (1 OYR 4/4); argila;
fraca muito pequena e pequena granular com aspecto
Comp Granulométrica% de maciça porosa in situ, friável, plástico e pegajoso;
1
Horizonte Esqueleto Argila
(t f s a) Grau de Silte transição plana e gradual
%
Areia;,, Silte Argila
natural
floc 0
--
/o Argila
•IProf
Simb em >2mm 2-0.05 0,05-0,002 <0,002 81 65-95cm; bruno (7 5YR 5/4); argila; fraca muito pe-
mm mm mm % quena granular com aspecto de maciça porosa in situ;
friável, plástico e pegajoso, transição plana e difusa.
A1 0-15 3.7 30,8 17,3 51,9 13,9 73 0,33
A3 -30 6,3 24,7 17,7 57,6 1,4 97 0,30 821 95-135cm, amarelo avermelhado (7 5YR 6/6); argila;
81 -45 6,3 24,0 16,8 59,2 1,2 98 0,28
fraca muito pequena granular com aspecto de maciça
821 -60 8,3 24,3 16,9 58,8 1,1 98 0,28
10,6 25,0 18,0 57,0 0,9 98 0,31
porosa in situ, friável, plástico e pegajoso; transição
822 -75
13,2 63,8 0,9 0,20 plana e difusa
823 -90 9,1 23,0 98
I
de estrada
2,58 1,15 29,1 11,80 3,5 3,7 13,00 2,01 3,4 0,16
2,61 1,18 29,8 11,80 3,8 4,0 9,80 1,38 2,4 0,24
Analises Físicas e Químicas Lab.: CES (7.310-7.315)
2,61 1,17 30,6 11,64 4,0 4,1 9,70 1,08 1,9 0,32
2,59 1,12 31,5 12,00 4,0 4,3 8,80 1,05 1,8 0,37
2,60 1,17 30,6 12,00 4,4 4,4 0,84 1,4 0,42 Comp Granulométrica% Argila
8,30 Horizonte Esqueleto (t f s a) Grau de Silte
I
2,54 1,22 30,0 11,80 4,4 4,6 6,70 0,42 0,7 0,59
\Pro f
%
Areial Silte ! Argila
natural
floc % Argila
--
Complexo SorI ivo mE/100g Simb em >2mm 2-0 05 0.05-0.002 <0,002
v 100At+3
' mm mm mm %
K~I1N
Equiv livre (CaOAc)
Dr / Da % % H20l mE/100g % % mE/100g
PERFIL N. o 15
2,54 1,12 18,8 1,18 3,5 3,5 10,60 1,56 2,7 0,07
Classificação - LATOSSOLO VERMELHO AMARELO 2,41 1,09 26,3 1,43 3,8 3,9 9,10 1,58 2,7 0,03
DISTROFICO A moderado textura argilosa. HAPLORTHOX. 2,53 1,17 25,5 1,43 4,0 3,9 6,50 1,08 1,9 0,02
2,54 1,08 25,4 1,99 4,4 4,0 4,50 0,57 1,0 0,02
Localização: - Próximo à vila Macauari. Município de 2,57 1,12 24,4 2,17 4,2 4,0 3,60 0,27 0,5 0,02
Nhamundá - Estado do Amazonas. Folha SA.21-V-C. 2,51 1,12 24,5 2,32 4,6 4,1 3,00 0,21 0,4 0,02
PEDOLOGIA I 229
Analises Físicas e Químicas Lab : IPEAN (18.948·18 953)
Complexo Sorti v o mE/100g
v 100AI+3
Comp Granulométnca (t f s a) %
AI +3 T % AI+ 3+ S Areia Argila
grossa <0.002
2·0.2 mm mm
0,08 0,06 0,10 0,12 0,36 8,33 2,27 10,96 3,28 86,3
0,08 0,08 0,03 0,05 0,24 6,86 2,22 9,34 2,57 90,2
0,06 0,08 0,03 0,09 0,26 4,85 1,65 6,76 3,85 86,4 A1 0-10 o o 3 25 71
0,06 0,07 0,03 0,16 0,32 3,41 1,09 4,82 6,64 77,3 A3 -25 o o 5 1 21 73
0,04 0,04 0,02 0,05 0,15 2,67 0,93 3,75 4,00 86,1 81 -60 o o 1 1 16 82
0,24 0,24 0,02 0,05 0,55 2,20 0,80 3,55 15,49 59,2 821 -90 o o 1 2 13 84
822 -130 o o 2 1 14 83
823 -170 o o 2 15 82
0
PERFIL N. 19
Arg1la Grau Silte Ataque por H2S04 % Al203
Classificação - LATOSSOLO VERMELHO AMARELO catural de floc -- Ki Kr --
o
o % Argila Si 0 2 \ A1 2 03 \ Fe2 03 Fe~ 3
DISTRÓFICO A moderado textura muito argilosa
ACRORTHOX.
22 69 0,35 29,32 28,82 6,16 1 ,73 1,52 7,34
Localização - Aproximadamente a 01 °13'S e 57°56'W X 100 0,28 32,22 28,05 6,75 1,95 1,69 6,52
Município de Oriximiná - Estado do Pará Folha X 100 0,19 30,78 28,69 5,96 1,82 1,61 7,55
SA 21-V-D. X 100 0,15 32,47 32,39 7,15 1 ,70 1,49 7,11
X 100 0,16 32,22 30,60 6,95 1 ,70 1,56 6,91
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado X 100 0,18 33,66 30,60 6 95 1,87 1,63 6,91
de caneco, em terço superior de encosta, com declividade
de 10 a 12% e erosão laminar ligeira pH(1:1J 100AI+3
P205
A1 0-10cm, bruno amarelado escuro (10YR 414), argila Complexo Sorti v o mE/100g
pesada; fraca pequena granular, friável, muito plás- v
tico e muito pegajoso; transição gradual. ca+2. T %
B23 130-170cm+, amarelo avermelhado (7 5YR 718), ar- Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
gila pesada; moderada pequena granular, firme, de caneco, em topo de elevação, com declividade de 4 a
muito plástico e muito pegajoso. 6% e erosão laminar ligeira
Raízes - Finas e comuns no A1, poucas no A3 e raras Material originário - Argilitos da FormaÇão Prosperança
nos demais. - Pré-Cambriano
2301PEDOLOGIA
Relevo - Ondulado e forte ondulado e, localmente, suave profundidade se acentua. Os teores de silte, como em
ondulado. todos os latossolos, são caracteristicamente baixos, como
também as percentagens de minerais primários intemperi-
Drenagem - Bem drenado. záveis que, na maioria das vezes, estão ausentes.
Cobertura vegetal - Floresta Densa. Estes solos também apresentam seqOência de horizontes
A, B e C, sendo os dois primeiros normalmente subdividi-
0-30cm; bruno forte (7 .5YR 516); argila pesada; dos em At, A 3 , 8 1 e Bz e 8 3 •
fraca muito pequena granular; friável, muito plástico
e muito pegajoso; transição difusa. O horizonte A é geralmente fraco ou moderado, com
espessura variável, sempre em torno de 40cm; a cor é
30-60cm; bruno forte (7 .5YR 516); argila pesada; bruno avermelhado escuro ou vermelho escuro; a textura é
fraca muito pequena a pequena granular; friável, argilosa; a estrutura é fraca ou moderada, pequena a média,
muito plástico e muito pegajoso, transição gradual. granular; a consistência, quando úmido, é friável e, quan-
do o solo está molhado, é plástico e pegajoso; a transição
60-95cm; vermelho amarelado (5YR 516); argila mais comum é plana e difusa, podendo eventualmente ser
pesada; moderada pequena granular; friável a firme, gradual
muito plástico e muito pegajoso; transição difusa.
O horizonte B possui espessura média de 200cm; a colora-
B2 95-140cm, vermelho amarelado (5YR 516); argila ção é sempre vermelho escuro, com matizes 2.5YR e 10R, e
pesada; moderada pequena granular, firme, muito com valores e cromas ligeiramente mais elevados que no
plástico e muito pegajoso. horizonte A, a textura é argilosa, a estrutura é fraca, peque-
na, granular, ocorrendo também com aspecto de maciça
porosa; a consistência úmida é.friável, ou friável a firme e,
Analises Físicas e Químicas Lab : CES (J 335-7 338) quando o solo está molhado, é plástico e pegajoso
Dens pH
424 - Podzólico Vermelho Amarelo Equivalente Eu-
Dr I Da
Umid
Equiv
%
Fe203
livre
%
Ac total
(CaOAc)
H2o/ KCI1N mE/100g
c
%
MO Po43
% mE/100g
tráfico
PEDOLOGIA 1231
pessura média em torno de 15cm; a coloração apresenta-se O-Bem; bruno avermelhado (5YR 414); franco-argilo
desde bruno escuro até vermelho amarelado, matiz 5YR, siltoso; moderada pequena e média granular, firme,
com valor 4 e cromas entre 4 e 6; a textura mais comum é da plástico e pegajoso; transição plana e gradual
classe franco-argilosa; a estrutura é normalmente mode-
rada, pequena e média, granular, a consistência, com o solo 8-15cm, vermelho amarelado (5YR 4/6), franco-argilo-
úmido, é firme e, com o solo molhado, é plástico e so; fraca a moderada pequena e média granular e
pegajoso; a transição para o horizonte 8 é plana e gradual blocos subangulares, firme, plástico e pegajoso, tran-
ou clara. sição plana e gradual
O horizonte B é espesso, com mais de 115cm; as cores mais 15-45cm, vermelho amarelado (5YR 418), argila; fraca
comuns variam entre vermelho amarelado e vermelho, nos a moderada pequena e média blocos subangulares;
matizes 5YR e 2 5YR, valor 4 e cromas entre 6 e 8, a textura cerosidade comum e fraca, firme plástico e pegajoso;
dominante pertence à classe argilosa; a estrutura normal- transição plana e gradual
mente encontrada é fraca a moderada pequena e média, em
blocos subangulares; a cerosidade é comum e fraca ou B, 45-90cm; vermelho (2.5YR 4/6); argila; fraca a modera-
moderada, a consistência no solo úmido é firme e, no solo da pequena e média blocos subangulares; cerosidade
molhado, é plástico e pegajoso comum e moderada; firme plástico e pegajoso, tran-
sição plana e difusa
De acordo com os dados analíticos de laboratório, a soma
de bases trocáveis (8) é bastante elevada no horizonte A, B22 90-130cm·, vermelho (2 5YR 4/6); argila; fraca a mode-
com valores desde 20,74 até 37,64mE, e no B varia de 3,05 a rada pequena e média blocos subangulares, cerosida-
4, 73mE, a capacidade de troca de cátions (T) varia de 24,83 a de comum e moderada; firme, plástico e pegajoso
42,55mE no horizonte A, e no B apresenta conteudo entre
4.66 e 7,66mE, a saturação de bases (V) é também elevada,
Análises Físicas e Químicas Lab : IPEAN (20 070-20 074)
tendo valores desde 84 até 88%, no horizonte A, sendo que
no B varia de 62 a 70%
232/ PEDOLOGIA
4.2.5 - Podzólico Vermelho Amarelo pedogenéticas, principalmente ao Latossolo Vermelho
Amarelo e ao Lotossolo Amarelo.
Esta unidade pedogenética compreende solos com horizon-
te B textura!, o horizonte argílico da classificação america- São solos que ocorrem nos mais diversificados tipos de
na, não hidromórfico e com argila de atividade baixa - relevo, sob vegetação de Floresta Densa e Aberta e origina-
valor T (capacidade de troca de cátions), após correção para dos, principalmente, pela decomposição de rochas do
carbono, inferior a 24mE/100g de argila. Pré-Cambriano e do Carbonífero, e de sedimentos argila-
arenosos referidos à Formação Barreiras, Terciário
São solos minerais, geralmente bem drenados, bem desen-
volvidos, ácidos, profundos ou moderadamente profundos. Caracterização Morfológica e Analítica da Unidade.
Possuem seqüência de horizontes A, B, e C, sendo o
primeiro subdividido em A 1 e A3 ou Ate A2, e o segundo em PERFIL N. o 05
B 1 , B2 e Bl-
Classificação - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO A
O horizonte A tem espessura variável entre 15 a 50cm; a moderado textura muito argilosa. PALEUDUL T
coloração varia de bruno escuro a bruno acinzentado, com
matizes 1OYR e 7 .5YR, valores 3 e 5 e cromas entre 2 e 4; a
Localização - Aproximadamente a 00°39'S e 58°35'W
textura mais comum varia de franco-argilo arenosa a
Município de Faro- Estado do Pará. Folha SA 21-V-A
argilosa; a estrutura geralmente_é !ra~a ~ ":lod~rad~, pe-
quena a média, granular, a cons1stenc1a um1da e fnavel a
firme e, quando o solo está molhado, varia de ligeiramente Situação, declividade e erosão -;- Perfil coletado com Irado
plástico a plástico e de ligeiramen_te pegajoso a pegajoso, de caneco, em terço superior de elevação, com declividade
a transição para o horizonte B e normalmente plana e de 35% e erosão laminar moderada.
gradual ou clarél Apresenta-se mais comumente como
moderado ou fraco, correspondendo às características do
"epipedon" ócrico da classificação americana de solos ou, Material originário - Granitos do Grupo Uatumã - Pré-
mais raramente, como proemi11ente, que tem definição Cambriano
semelhante ao "epipedon" úmbrico.
O horizonte B apresenta espessura bastante variável, sendo Relevo - Forte ondulado e, localmente, montanhoso
as mais comuns entre 70 e 135cm; as cores mais encontra-
das neste horizonte variam de bruno amarelado claro a Drenagem - Bem drenado
vermelho com matizes desde 10YR até 2 5YR, com eleva-
dos valores e cromas, a textura varia desde argila arenosa
até argila pesada, a estrutura comumente encontrada é Cobertura vegetal - Floresta Densa
fraca ou moderada, pequena a média, em blocos suban-
0-20cm; bruno escuro (1 OYR 4/3), argila, moderada
gulares, podendo, em alguns casos, encontrar-se blocos
muito pequena a pequena granular, duro, firme, plásti-
angulares; a cerosidade geralmente é pouca e fraca; a
co e pegajoso, transição gradual
consistência, com o solo úmido, varia de friável a firme e,
com o solo molhado, é plástico ou muito plástico e
I
20-50cm; bruno escuro (7 5YR 414), argila, moderada
pegajoso ou muito pegajoso.
pequena granular e fraca pequena blocos subangula-
res; duro, firme, plástico e pegajoso; transição clara
Conforme dados analíticos obtidos em laboratório, estes
solos possuem baixa soma de bases trocáveis (S), sendo 50-90cm; vermelho amarelado (6YR 5/6), argila pesada;
que o horizonte A possui valores bastante variáveis, geral- moderada pequena blocos subangulares; cerosidade
mente entre O, 15 e 0,90mE, enquanto que no B varia de 0,30 comum e moderada, duro firme, muito plástico e
a 0,45mE; baixa capacidade de troca de cátions (T), variando muito pegajoso; transição difusa
de 4,25 a 14,00mE, no horizonte A e no B de 2,60 a 5,85mE,
baixa saturação de bases, tendo valores sempre inferiores a 90-150cm+; vermelho amarelado (5YR 4/6); argila pe-
50% nos dois horizontes; a saturação com alumínio é sada· moderada pequena a média blocos subangula-
bastante elevada, geralmente acima de 50%, tanto no res; ~erosidade comum e moderada; duro, firme, muito
horizonte A como no B. plástico e muito pegajoso.
Esta unidade de solo, segundo características especiais, Lab : CES f1 293-7 296~
Analises Físicas e Químicas
apresenta, como variações, Podzólico Vermelho Amarelo
concrecionário, Podzólico Vermelho Amarelo cascalhen- Comp Granulométrica %
to, Podzólico Vermelho Amarelo plíntico e Podzólico Ver- Horizonte Esqueleto Argila
I
(t f s a.) Grau de Silte
melho Amarelo abrúptico raso. % --
>~~of
natural
Arei ai,, Silte ! Argila floc % Argila
Simb em >2mm 2-0,05 0,05-0,002 <0,002
mm mm mm %
Correspondem, na classificação americana de solos, princi-
p~lmente aos grandes grupos dos Paleudults, Tropudults e
Plmthudults e, mais raramente, a dos Tropohumults At 0-20 2,9 24,7 29,0 46,3 22,3 52 0,62
A3 -50 2,8 16,5 26,2 57,3 5,7 90 0,45
B21 -90 1,2 7,6 21,8 70,6 0,9 99 0,30
Estes solos encontram-se associados a outras unidades B22 -150 0,5 97 21,7 68,6 0,9 99 0,31
PEDOLOGIA /233
Análises Físicas e Químicas lab.: IPEAN (18.904-18.907)
Dens
o pH
Comp Granulométrica (I f s a) %
I
Umid Fe2 3 Ac total c MO POi
Dr Da
Equiv
%
livre
% H2 o/ (CaOAc)
KCI1N mE/100g % % mE/100g Argila
<0,002
mm
2,55 1,11 27,4 5,71 3,4 3,5 7,20 1,46 2,5 0,04
2,58 1,18 28,8 7,24 3,7 3,7 5,80 0,96 1,6 0,03 A1 0-5 o o 6 40
2,60 1,06 34,8 7,55 4,6 4,0 4,00 0,42 0,7 0,01 A3 -20 o 1 2 50
2,65 1 07 34,2 8,59 50 4,1 4,20 0,21 0,4 0,01 821 -45 o 1 2 62
822 -85 2 17 70
I
PERFIL N. 0 09
Drenagem - Bem drenado
Classificação - PODZÚLICO VERMELHO AMARELO A
proeminente textura muito argilosa TROPOHUMUL T
Cobertura vegetal - Floresta Densa
A1 0-5cm, bruno avermelhado (5YR 414), argila siltosa; Localização- Próximo à pista do Cachorro, no rio Cachor-
fraca pequena granular, friável, plástico e ligeiramente ro. Município de Oriximiná - Estado do Pará Folha
pegajoso; transição gradual SA 21-V-B
2341PEDOLOGIA
15-30cm; bruno escuro (7.5YR 4/3); argila; moderada A1 0-3cm; bruno amarelado (10YR 5/4); franco; fraca
pequena-e muito pequena granulare blocos subangula- pequena granular; friável, não plástico e ligeiramente
res; firme, plástico e pegajoso; transição clara. pegajoso; transição clara.
l
Horizonte Esqueleto Argila
(t f s a J Grau de Silte subangulares; firme, muito plástico e muito pegajoso;
%
Areia; I·Silte Argila
natural -- transição difusa.
floc % Argila
Simb•trof
em >2mm 2-0.05 0.05-0.002 <0,002
mm mrn mm %
822 65-100cm+; amarelo avermelhado (5YR 6/8); argila
A1 o- 15 o,5 28,0 29,9 42,1 5,7
pesada; moderada pequena e muito pequena blocos
86 0,71
A3 - 30 1,2 26,3 29,0 44,7 2,1 95 0,64
angulares e subangulares;. firme, muito plástico e
B1 - 60 10,6 20,2 24,8 55,0 0,9 98 0,45 muito pegajoso.
B2 -100 1,7 6,6 21,8 71,6 0,8 99 0,30
Análises Físicas e Químicas Lab : IPEAN (18 917-18 921)
Dens
Umid o
Fe2 3
pH
Ac total c MO POi Comp Granulométrica (t f s a) %
Dr j Da Equiv
%
livre
% H2 oj (CaOAcJ
KCI1N mE/100g % % mE/100g Simb
Areia
grossa
Argila
<0,002
2-0.2 mm mm
2 51 0,96 36,8 2,06 3,2 3,1 23,60 4,08 7,0 0,03
2 45 1,14 30,1 2,09 3,6 3,5 12,60 1,59 2,7 0,02 A1 0-3 o 6 24 16 41 19
2.67 1,16 293 2,69 4,2 3,5 6,80 0,51 0,9 0,01 A2 -20 o 9 41 7 34 18
2 57 1,05 38 7 4,22 4,6 3,6 8,70 0,27 0,5 0,01 l:l1 -40 o 20 23 7 26 44
821 -65 o 10 14 7 22 57
Complexo Sorti v o mE/100g 922 -100 o 6 11 6 21 62
v 100AI+3
I --
T Ki Kr
natural defloc --
% % Argila Si 0 2 AI203 \Fe2 03 Fe~3
O 24
0,18
O, 19
O, 14
0,24
0,06
0,05
0,05
O, 16
0,08
0,04
0,03
0,08
0,07
0,03
0,03
0,72 14,08
0,39 6,80
0,31 1,73
0,25 1,58
9,52
5,80
5,07
7,12
24,32
12,99
7,11
8,95
2,96
3,00
4,36
2,79
92,9
93,7
94,2
96,6
5
4
19
17
X
74
78
57
70
100
2,15
1,86
0,59
0,38
0,33
10,07
9,59
16,35
19,49
20,45
11,99
13,52
16,58
16,58
17,85
2,78
3,77
3,77
4,37
5,96
1,43
1,21
1,68
2,00
1,95
1,24
1,02
1,46
1,71
1,63
6,77
5,63
6,48
5,95
4,70
I
PERFIL N. o 10
Classificação - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO pH(1:11 P205 100AI+3
abrúptico A fraco textura argilosa. PALEUDUL T c N MO .º-
% % % N mg/100g Al+3+ S
H20 IKCI1N
Localização- Próximo ao rio Pitinga. Município de Airão
- Estado do Amazonas. Folha SA.21-V-C. 3,9 3,5 1,47 0,15 2,53 10 0,38 77
3,8 3,4 0,83 0,09 1,43 9 0,27 86
Situação, declividade e erosã:J - Pedi I coletado com trato 4,5 3,9 0,50 0,05 0,86 10 0,13 92
de caneco, em terço médio de elevação, com declividade de 4,9 4,1 0,45 0,04 0,77 11 <0,11 94
6% e erosão laminar ligeira. 5,3 4,2 0,39 0,04 0,67 10 <0,11 92
PEDOLOGIA/235
PERFIL N. 0 14 pH(1:11 10QAI-t-3
P205
c N MO -º-
Classificação - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO A % % % N mg/100g Al+3+ S
moderado textura argilosa PALEUDUL T H20 IKCI1N
Localização- Próximo ao rio Jatapu. Município de Urucará 5,9 3,5 1,84 0,19 3,16 10 0,22 88
4,3 3,9 0,84 0,09 1,44 9 <0,11 88
- Estado do Amazonas Folha SA.21-V-C
4,9 4,2 0,32 0,04 0,56 8 <0,11 86
5,3 4,3 0,24 0,03 0,41 8 <0,11 70
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado 5,0 4,3 0,22 0,03 0,37 7 <0,11 79
de caneco em local com declividade de 2 a 4% e erosão
laminar ligeira. Complexo So rt ivo mE/100g
v
Material originário- Riolitos da Formação lricoumé- Pré- ca+2 T %
Cambriano
B21 45 -90cm, amarelo avermelhado (7 5YR 616); argila; Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
fraca pequena blocos subangulares; friável, plástico e de caneco, em terço médio de elevação, com declividade de
pegajoso; transição difusa. 25% e erosão laminar ligeirà.
B, 90-130cm; vermelho amarelado (5YR 518); argila, fraca Material originário - Rochas do Grupo Uatumã - Pré-
pequena blocos subangulares; friável, plástico e pega- Cambriano.
joso, transição difusa
Relevo - Ondulado a forte ondulado.
B 23 130-160cm, vermelho amarelado (5YR 518); argila; 'raca
pequena blocos subangulares, friável, plástico e pega-
joso Drenagem - Bem drenado.
2361 PEDOLOGIA
res; cerosidade comum e fraca; firme, muito plástico e Cobertura vegetal - Floresta Densa.
muito pegajoso.
A1 0-10cm; bruno acinzentado escuro (10YR 412); areia
franca; fraca pequena granular; friável, não plástico e
Análises Físicas e Químicas Lab : IPEAN (18 938-18.942) não pegajoso; transição difusa.
Amostra seca ao ar Comp Granulométrica (I f s a) % A3 10-25cm; bruno (1 OYR 513); franco-arenoso; fraca
Honzonte
Slmb ~ProfCalhau
%
em >20mm1 20-2mm
~~scalho
Areia
grossa
Areia fina Silte ,jArgila
0,2·0,05 0,05-0.002 <0,002
I pequena granular; friável, não plástico e não pegajoso;
transição clara.
2-0.2 mm mm mm mm
81 25-40cm; bruno amarelado (1 OYR 514); franco-argilo
arenoso; fraca pequena e média granular; friável,
A1 0-3 o 2 8 2 32 58
ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transi-
A3 -20 o o 5 1 25 69
ção gradual.
821 -40 o o 2 1 20 77
822 -70 o o 1 X 24 75
823 -110 o o 1 X 32 67 821 40-55cm; bruno amarelado claro (10YR 614); franco-
argiloso arenoso; fraca a moderada pequena a média
blocos subangulares; firme, ligeiramente plástico e
Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % AI203
ligeiramente pegajoso; transição gradual
natural defloc -- Ki Kr --
% % Argila Si 02 \ Al2 031 Fe203 Fe~3
B 22 PI 55-70cm +;amarelo avermelhado (5YR 618) mosque-
ado abundante médio e distinto branco (5YR 8/1) e
18 69 0,55 21,18 8,93 4,37 4,03 3,07 3,20 pouco médio e difuso cinzento rosado (5YR 712),
X 100 0,36 29,32 10,20 5,96 4,89 2,58 2,68 franco-argilo arenoso; fraca a moderada pequena a
X 100 0,25 32,22 14,54 6,95 3,77 2,89 3,28
17,85 7,55 3,30 2,60 3,71
média blocos subangulares; firme, ligeiramente plás-
X 100 0,32 34,64
X 100 0,47 34,64 20,40 7,94 2,89 2,31 4,03 tico e ligeiramente pegajoso.
I
3,5 1,99 83
4,7 4,0 1,02 0,11 1,76 9 0,13 86 %
Areia' 1 Silte ! Argila
natural --
5,2 4,0 0,63 0,07 1,09 9 <0,11 81 \Prof floc % Argila
Simb1 em >2mm 2·0,05 10.05-0,002 <0,002
5,7 5,2 0,44 0,05 0,76 9 <0,11 81 mm mm mm %
56 5,2 0,27 0,03 0,46 9 <0.11 81
A1 0-10 1,9 80,6 10,1 9,3 5,4 42 1,08
Complexo So ri i v o A3 -25 2,0 75,2 12,3 12,5 7,6 39 0,98
81 -40 2,2 59,3 18,4 22,3 16,6 26 0,82
v -55 3,0 58,7 17 1 24,2 6,9 71 0,70
ca+2 821
T %
B22p1 -70 3,2 58,5 15,4 28,1 1,3 95 0,54
o 36
0,21
0,26
0,24
0,23
0,36
0,06
0,09
0,05
0,05
0,14
0,05
0,03
0,02
0,03
0,05
0,03
0,03
0,02
0,02
0,91
0,35
0,41
0,33
0,33
12,80
3,01
1,79
1,37
1,05
4,53
2,17
1,77
1,38
1,38
18 24
5,53
3,97
3,08
2.76
5
6
10
11
12
Dr
Dens
l Da
Umid
Equiv
%
Fe2o 3
livre
%
pH
Ac total c
(CaOAc)
H2ol KCI1N mE/100g %
MO Po43
% mE/100g
I
2.50 1,34 8,7 0,08 3,7 3,2 5,50 o 96 1,65 o 05
2,58 1,38 9,1 0,16 3,6 3,5 4,00 0,48 0,83 0,06
PERFIL N. 0 21 2,58 1,44 12,9 0,27 4,1 3,8 4,00 0.33 0,57 o 02
2,59 1,43 13,5 0,35 3,8 3,8 3,70 o 28 0,46 o 01
2.59 1,43 14,5 0,37 4,0 3,7 3,40 C,12 0,21 o 01
Classificação- PODZOUCO VERMELHO AMARELO plín-
tlco A fraco textura média. PLINTHUDUL T.
Complexo Sorti v o mE/100 g
v 100AI+3
Lo~~líz_a~ão -
Próximo ao rio Nhamundá. Municipio de
Onx1m1na- Estado do Pará. Folha SA 21-V-D. T % AI+ 3 + S
PEDOLOGIA/237
Localização - Aproximadamente a 00°36'8 e 56°49'W
Complexo Sortivo mE/100g
Município de Oriximiná - Estado do Pará. Folha V 100Ai+3
SA.21-X-A.
ca+2
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
de caneco, em terço médio de elevação, com declividade de 0,91 2,05
ú,32 0,40 0,09 0,10 3,95 6,91 13,17 69,2
10 a 12% e erosão laminar ligeira 0,19 0,03 0,07 0,39 2,40 1,50 4,29
0,10 9,09 79,4
0,11 0,05 0,02 0,04 0,22 1,95 1,25 3,42 6,43 85,0
Material originário- Riolitos da Formação lricoum.é- Pré- 0,11 0,05 0,02 0,05 0,23 1,98 1,22 3,43 6,70 84,1
-Cambriano. 0,13 0,03 0,01 0,05 0,22 1,92 1,28 3,42 6,43 85,3
Dr I Da
Equiv
%
livre
% H20I (CaOAc)
KCI1N mE/100g % % rnE/100g Somb
Areia
grossa
2-0,2 mm
Argila
<0,002
mm
2,52 1,29 18,7 1,14 3,5 3,6 6,00 1,08 1,86 0,05 A1 0-10 o 15 23 3 28 46
2,58 1,29 23,4 1,63 4,2 3,8 3,90 0,27 0,46 0,02 A3 -20 o 4 20 3 26 51
2,55 1,21 27,4 1,90 4,9 3,9 3,20 0,18 0,31 0,02 81 -35 o 9 17 4 16 63
2,52 1,19 29,2 1,99 5,1 3,9 3,20 0,15 0,26 0,01 821 -50 o 6 17 4 12 67
2,55 1,14 30,6 2,26 5,1 3,9 3,20 0,18. 0,31 0,02 822 -75 o 19 4 12
8 65
2381 PEDOLOGIA
Análises Físicas e Químicas Lab.: CES (7.357-7.360)
Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % AI203
natural de floc -- Ki Kr --
% % Argila Si 0 2 \ Al2 03lFe2 0 3 Fe203 Comp Granulométrica% Argila
Horizonte Esqueleto (tf s a) Grau de Silte
16
4
65
92
0,60
0,50
22,14
23,11
11,46
11,99
4,17
3,77
3,28
3,28
2,66
2,73
4,32
4,99
%
Areia; I· Silte
Argila natural
2-0.05 0,05-0.002 <0,002
floc% Argila
--
Simb)r:o'
em >2mm
X 100 0,25 25,28 15,30 4,57 2,81 2,36 5,25 mm mm mm %
X 100 0,17 21,90 16,07 5,96 2,32 1,87 4,23
X 100 0,18 25,77 19,64 8,34 2,23 1,76 3,69
A1/ A3 0-20 6,6 43,3 20,5 36,2 19,2 47 0,56
s1 -40 1,0 33,4 20,3 46,3 1,3 97 0,43
pH(1:11 P205 100AI+3 82 -80 8, 4 24,8 21,4 53,8 1,0 98 0,39
c N MO i<. 83 -120 19,5 28,3 33,3 38,4 0,9 98 0,86
% % % N mg/100g Al+3+ S
H 2 oiKCI1N
I
4,1 3,8 1,25 0,10 2,15 13 <0,11 92 Umid Fe 2 o 3
Equiv livre (CaOAc)
4,6 4,0 0,69 0,06 1,19 12 <0,11 92
Dr Da % % H20I KC11N mE/100g % % mE/100g
5,0 4,1 0,36 0,05 0,62 7 <0,11 93
4,9 4,1 0,41 0,04 0,71 10 <0,11 91
2,52 1,11 24,6 3,77 3,8 3,7 7,60 1,65 2,8 0,04
Complexo So rt ivo mE/100g 3,8 5,20 0,72 1,2 0,02
2,52 1,12 24,8 4,18 4,0
v 2,49 1,09 27,3 5,26 4,8 4,0 3,60 0,39 0,7 0,02
ca+2 T % 2,53 1,12 26..7 5,26 5,0 4,1 3,30 0,18 0,3 0,01
0,32 0,40 0,21 0,09 1,02 6,10 1,50 8,62 11,83 59,5
PERFIL N. 0 26 0,19 0,05 0,06 0,04 0,34 3,73 1,47 5,4 6,14 81,2
0.21 0,03 0,03 0,05 0,32 2,80 0.80 3,92 8,16 71,4
Classificação - PODZOLICO VERMELHO AMARELO A 0,16 0,06 0,02 0,03 0,27 0,36 0,94 3,57 7,56 77,7
moderado textura argilosa. TROPUDUL T.
Situação, declividade e erosão - Perfil coletado com trado Classificação - PODZOLICO VERMELHO AMARELO cas-
de caneco, em terço médio de elevação, com declividade calhento A moderado textura muito argilosa. PALEUDUL T.
de 25% e erosão laminar moderada
Material originário -
Pré-Cambriano.
Granitos do Complexo Guianense -
Localização -
Município de
SA.21-X-A.
Aproximadamente a 00°10'S e 56°03'W.
Oriximiná - Estado do Pará. Folha I
Relevo - Ondulado e, localmente, forte ondulado. Situação, declívidade e erosão - Perfil coletado com trado
de caneco, em terço médio de encosta, com declividade de
Drenagem - Bem drenado. 6 a 8% e erosão laminar ligeira a moderada.
Cobertura Vegetal- Floresta Densa. Material originário - Granitos do Complexo Guianense
-Pré-Cambriano.
A,A30-20cm; bruno forte (7.5YR 516); franco-argiloso; fraca
pequena granular; friável, plástico e pegajoso; tran- Relevo- Ondulado.
sição gradual.
Drenagem - Bem drenado.
B, 20-40cm; bruno forte (7.5YR 518); argila; fraca peque-
na granular e blocos subangulares; friável, plástico e Cobertura vegetal - Floresta Densa.
pegajoso; transição gradual.
A1 0-20cm; bruno amarelado escuro (10YR 414); franco--
B2 40-80cm; vermelho amarelado (5YR 518); argila; fraca argilo arenoso; fraca pequena granular; solto, friável,
pequena granular e blocos subangulares; friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; tran-
plástico e pegajoso; transição clara. sição gradual.
B3 80-120cm•; vermelho (2.5YR 518); franco-argiloso; A3 20-45cm; bruno amarelado (10YA 5/4); argila-arenosa;
fraca pequena granular e blocos subangulares; friável, fraca pequena granular; ligeiramente duro, friável,
plástico e pegajoso. plástico e pegajoso; transição gradual.
PEDOLOGIA/239
81 45-80cm; bruno amarelado (10YR 514); argila; fraca Relevo - Suave ondulado.
pequena granular; ligeiramente duro, friável, plástico
e pegajoso; transição gradual. Drenagem - Bem drenado
Bz, 80-110cm, bruno forte (7.5YR 518), argila, fraca pe- Cobertura vegetal - Floresta Densa
quena granular e blocos subangulares; ligeiramente
duro, friável a firme, plástico e pegajoso; transição A, 0-15cm; bruno acinzentado (1 OYR 512); franco-argilo
difusa arenoso; fraca a moderada pequena granular e blocos
subangulares; friável a firme, ligeiramente plástico e
Bu 110-150cm, bruno forte (7 5YR 516), argila pesada; ligeiramente pegajoso; transição gradual.
fraca pequena granular e blocos subangulares; ligei-
ramente duro, friável a firme, muito plástico e muito A3 15-25cm, cinzento brunado claro (1 OYR 612); franco-
pegajoso argilo arenoso, moderada pequena a muito pequena
granular e blocos subangulares; friável a firme, ligei-
Raizes - Muitas no A,, A 3 e B,, comuns rio 8 21 e poucas ramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição
no 8 22 clara.
2,52 1 ,29
%
14,3
%
1,59
H2
3,6
KCI1N mE/100g
3,5 6,50
%
0,96
% mE/100g
Ca + 2 J Mg + 2 J K + I Is I I
Na+ H+ AI +3 T % AI+3+S
Dens pH
Umid Fe 2 o 3 Ae total c MO POi?
0,21
0,14
0,17
0,10
0,14
0,07
0,13
0,06
0,65
0,37
5,19
3,83
1,31
1,57
7,15
5,77
9,09
6,41
66,8
80,9
Dr j Da
Equiv
%
livre
% H2oj (CaOAe)
KCI1N mE/100g % % mE/100g
0,16 0,08 0,07 0,07 0,38 3,67 1,63 5,68 6,69 81,1
0,13 0,06 0,04 0,05 0,28 2,49 1,31 4,08 6,86 82,4
0,16 0,06 0,05 2.54 1,39 12,5 0,19 4,2 3,7 3,90 0,60 1,0 0,03
0,05 0.32 2.84 0,86 4,02 7,96 72,9
2,53 1 .34 16,3 0,23 3,7 3,7 3,90 0,48 0.8 0,02
2,53 1 ,25 19,3 0.29 4,1 3,8 3,40 0,24 0,4 0,02
PERFIL N. o 30 2,43 1,19 21,2 0,33 4,3 3,8 3,00 0,18 0,3 0,02
2,54 1 ,20 22,3 0,33 4,3 3,8 2,90 0,18 0,3 0,01
Classificação - PODZÚLICO VERMELHO AMARELO A
fraco textura argilosa TROPUDUL T. (?) Complexo Sorti v o mE/100 g
v 100 Al+3
Localização - Margem .esquerda do rio Cuminapanema
Município de Obidos - Estado do Pará. Folha SA.21-X-A T % AI +3+ S
2401PEDOLOGIA
PERFIL N. 0 32 Dens pH
c
1 Umid Fe203 Ac total MO Po-3+
Classificação - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO A Equiv livre (CaOAc)
moderado textura média. PALEUDUL T. Dr Da % % H20I KCI1N mE/100g % % mE/100g
Localização - Aproximadamente a 01 °30'S e 56°45'W. 2,40 1,12 13,4 0,79 3,9 3.0 13 60 6 40 11.0 0.07
Município de Oriximiná - Estado do Pará. Folha 2,58 1 ,44 8,4 1,09 3,6 3,7 5 40 1 20 20 0,03
SA.21-X-C. 2,54 1,32 14,2 2,21 3,7 4,0 5 50 1 02 17 0,02
2,53 1,35 16,4 2,40 4,1 4,1 4.50 o 74 1.2 0,01
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado em terço 2,58 1,31 14,9 2,32 4,2 4,1 3,60 o 54 0.9 0,01
médio de elevação, com declividade de 5 a 6% e erosão 2,58 1,34 13,8 2,17 4,3 4,0 2 50 o 28 0.5 0,01
laminar ligeira.
Complexo Sorti v o mE/100g
Material originário - Sedimentos do Terciário - Forma- v 100AI+3
ção Barreiras. % AI +3 + S
T
A, 0-10cm; bruno avermelhado (7.5YR 414); franco are- Classificação- PODZÓLICO VERMELHO AMARELO raso
noso; fraca pequena granular e grãos simples; friável, A fraco textura média. TROPUDUL T.
não plástico e não pegajoso; transição gradual.
Localização - Estrada Óbidos-Aienquer, próximo ao
povoado de Cipoal. Município de Óbidos - Estado do
A3 10-35cm; bruno forte (7 5YR 516); franco-argilo are-' Pará. Folha SA.21-X-D.
noso; fraca pequena granular; friável, ligeiramente
plástico e ligeiramente pegajoso; transição gradual. Situação, declividade e erosão- Perfil coletc..do com Irado
de caneco, em terço superior de encosta, com declividade
B2, 35-55cm; bruno forte (7 .5YR 516); franco-argilo are- de 6 a 8% e erosão laminar ligeira
noso; fraca pequena granular e blocos subangulares;
firme, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; Material originário - Sedimentos do Terciário - Forma-
transição difusa. ção Barreiras.
Relevo - Suave ondulado e ondulado.
B 22 55-75cm; bruno forte (7.5YR 516); franco-argilo are- Drenagem - Bem drenado
noso; fraca pequena granular e blocos subangulares;
firme, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; Cobertura vegetal - Floresta Densa.
transição difusa.
A 0-10cm; bruno escuro (7.5YR 312); franco-arenoso,
grãos simples; solto, não plástico e não pegàjoso.
B23 75-135cm•; amarelo avermelhado (7.5YR 618); franco-
argilo arenoso; fraca pequena granular e blocos sub- B 40-60cm; bruno escuro (7.5YR 414); franco-argilo-
angulares;,firme, ligeiramente plástico e ligeiramente arenoso; fraca pequena blocos subangulares; friável a
pegajoso firme, plástico e ligeiramente pegajoso.
Horizonte Esqueleto
Comp Granulométrica%
Argila
S>mbJProf
em
Calhau ~~scalho
> 20 mm1 20- 2 mm
Areia JAreia final Silte
grossa
Argila
0,2-0,05 0,05-0,002 < 0,002
1
(t f s a J Grau de Silte
•IProf
Simb em >2mm
%
Areia; I Silte 1 Argila
2-0.05 0,05-0,0021 <0,002
natural --
floc % Arg>la A 0-10 o
o
6
2-0,2 mm
73
52
mm
6
4
mm
11
14
mm
10
mm mm mm % 8 40-60 2 30
PEDOLOGIA/241
Análises Físicas e Químicas Lab.: IPEAN (20 OSÍI-20.063)
pH (1:11 P205 100At+3
c N MO -º-
% % % N Horizonte Amostra :eca ao ar Comp Granulométrica (t f s a) %
mg/100g At+3+ S 01
H20 IKCI1N
A11 0-8 o 6 6 36 43 15
S o ri i v o mE/100g -15 2 7 6 31 46
A12 17
v 81 -30 o 2 3 19 49 29
ea+2 T % 821 -70 o o 1 9 40 50
822 -100 o o 1 6 38 55
PERFIL N. o 37
4 73 2,86 6,46 4,34 2,98 2,53 1,76 2,28
Classificação - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO A 6 65 2,70 8,15 4,34 2,18 3,19 2,42 3,12
moderado textura argilosa. TROPUDUL T 18 36 1,68 7,90 5,61 1,99 2,39 1,95 4,42
39 22 0,80 7,18 6,38 2,98 1,91 1,47 3,38
39 29 0,69 10,07 8,16 4,37 2,10 1,56 2,93
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado em corte 5,7 4,8 1,71 0,20 2,94 9 0,98 2
5,6 4,0 1,09 0,09 1,87 12 0,60 25
de estrada, em terço médio de encosta, com declividade de 8
4,5 3,9 0,76 0,09 1,31 0,33 56
4 a 5% erosão laminar ligeira. 4,4 3,8 0,78 0,11 1,34 7 0,16 79
4,7 4,0 0,54 0,07 0,94 8 <0,11 84
Material originário - Siltitos e folhelhos da Formação
Barreiras Sorti v o mE/100g
v
T %
Relevo - Suave ondulado.
A 12 8-15cm, bruno avermelhado (5YR 414); franco; fraca a Classificação- PODZÓLICO VERMELHO AMARELO plin-
moderada pequena e média granular e blocos sub- tico A moderado textura argilosa PL/NTHUDUL T.
angulares, firme, plástico e ligeiramente pegajoso,
transiÇão plana e clara. Localização - Próximo ao paraná Madeirinha ou Autás-
Açu. Município de Autazes - Estado do Amazonas Folha
SA.21-Y-C
B, 15-30cm; bruno avermelhado (2 5YR 5/4); franco-argi-
loso, fraca a moderada pequéna e média blocos sub- Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com Irado
angulares, firme, plástico e pegajoso; transição plana de caneco, em local praticamente plano e com erosão nula
e clara.
a laminar ligeir.a
B2, 30-70cm; vermelho (2.5YR 4/8); argila; fraca a mode- Material originário- Sedimentos argilosos do Terciário -
rada pequena e média blocos subangulares; cerosi- Formação Barreiras.
dade comum e fraca; firme, plástico e pegajoso;
transição plana e difusa. Relevo - Plano a suave ondulado
2421PEDOLOGIA
A1 0-12cm; bruno acinzentado escuro (10YR 412); franco- Localização - Próximo ao rio Capixuá. Município de
argilo-siltoso; fraca pequena granular; friável, plástico Santarém - Estado do Pará. Folha SA.21-Z-B.
e ligeiramente pegajoso; transição gradual.
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
A3 12-24cm; bruno amarelado (1 OYR 514); argila siltosa; de caneco, em local praticamente plano e com erosão nula
moderada a forte pequena a média blocos suban- a laminar ligeira.
gulares; firme, plástico e pegajoso; transição gradual.
Material originário - Sedimentos do Terciário - Forma-
B 21 24-40cm; bruno amarelado (10YR 616); argila siltosa; ção Barreiras.
moderada a forte pequena a média blocos subangu-
lares; firme, plástico e pegajoso; transição gradual. Relevo - Plano e suave ondulado.
Dr Da
Equiv
%
livre
% H2ol (CaOAc)
KC11N mE/100g % % mE/100g Análises Físicas e Químicas Lab : CES (J 443-7 447)
2,52 0,85 37,6 0,99 3,4 3,1 24,00 ,7,52 12,9 0,09
2,51 1,16 27,2 2,73 3,7 3,6 9,80 1,32 2,3 0,02 Comp Granulométrica % Argila
Horizonte Esqueleto (I f s a) Grau de Silte
2,52
2,54
1,25
1,18
26,9
29,2
3,41
4,51
4,1
4,3
4,7
3,7
3,7
3.7
7,80
6,80
7,00
0,68
0,52
1,2
0,9
0,01
0,01
Pro f
%
Areia; I
Silte !I Argila
natural
floc% Argila
--
2,62 1.15 30,1 7,14 0,32 0,5 0,02
Simb em >2mm 2-0.05 0,05-0,002 <0,002 %
mm mm mm
Complexo Sorti VO mE/100 g
v 100AI+3
A1 0-5 0,4 64,9 5,6 29,5 15,0 49 0,18
A3 -15 0,9 58,4 4,5 37,1 17,9 52 0,12
T % AI +3+ S 0,2 45,0 6,0 49,0 20,9 57 0,12
81 -30
821 -60 43,8 3,5 52,7 3,7 93 0,06
0,2
45,3 6,7 48,0 1,3 97 0,13
822 -120 0,1
0,18 0,14 0,35 0,06 0,73 18,32 5,68 24,73 2,95 88,6
0,05 0,21 0,06 0,03 0,35 6,42 3,38 10,15 3,45 90,6
0,05 0,17 0,07 0,02 0,31 4,44 3,36 8,11 3,82 91,5 Dens pH
0,03 0,21 0,07 0,03 0,34 3,42 3,38 7,14 4,76 91,3 Umid Fe 2 o3 Ac total c MO POi
0,05 0,16 0,06 0,03 0,30 3,04 3,96 7,30 4,11 92,9
Dr I Da
Equiv
%
livre
% H2 ol (CaOAc)
KCI1N mE/100g % % mE/100g
2,59 1,46 15,57 1,10 3,6 3,1 11,30 3,51 6,0 0,09
PERFIL N. o 54 2,55 1,13 16,0 1,41 3,2 3,3 8,52 2,16 3,7 0,06
2,52 1,10 18,7 1,82 3,7 3,7 6,94 1,12 1,9 0,02
Classificação - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO A 2,51 1,08 19,0 2,03 4,0 3,8 5,34 0,58 0,9 0,02
moderado textura argilosa. PALEUDUL T. 2,48 1,14 18,1 1,86 4,3 3.9 2,82 0,26 0,4 0,01
PEDOLOGIA /243
Complexo Sortivo mE/tOOg Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % AI203
V 100AI+3 natural de floc -- Ki Kr --
% % Argila Si 02 \ Al2 03 \ Fe2 03 Fe~ 3
ca+2
Drenagem - Bem drenado 0,18 0,30 0,18 0,03 0,69 6,12 4,60 11,41 6
0,11 0,19 0,13 0,02 0,45 4,36 6,20 11,01 4
Cobertura vegetal - Floresta Densa 0,04 0,04 0,05 0,02 0,15 5,26 4,80 10,21 1
0,04 0.03 0,04 0,02 0,13 3,15 4,60 7,88 2
A1 0-3cm; bruno amarelado (10YR 5/4); argila; moderada 0,04 0,15 0,04 0,02 0,25 4,30 1,80 6,35 4
pequena e média granular; firme, plástico e pegajoso;
transição plana e clara
A3 3-20cm; bruno amarelado (10YR 5/6); argila; mode-
rada pequena e média granular e blocos subangulares; 4 2.6 - Terra Roxa Estruturada Eutrófica
firme, plástico e pegajoso, transição plana e clara.
8 21 20-45cm; bruno forte (7 5YR 5/6); argila pesada; Esta unidade é constituída de solos com horizonte B
moderada pequena e média blocos subangulares; textura! (horizonte argilico da classificação americana),
firme, muito plástico e muito pegajoso; transição não hidromórficos, estruturados, geralmente argilosos,
plana e difusa apresentando cerosidade e saturação de bases (V%)
8 22 45-80cm; btuno forte (7 5YR 5/8); argila pesada; sempre superior a 50%.
moderada pequena e média blocos subangulares;
firme, muito plástico e muito pegajoso; transição São solos minerais, normalmente bem desenvolvidos,
plana e gradual medianamente profundos e profundos, bem drenados e
com argila de atividade baixa, (capacidade de troca de
83 80-110cm, amarelo avermelhado (7.5YR 6/6); mos- cátions, após correção para carbono, inferior a 24mE/
queado pouco pequeno e distinto rosete (7.5YR 7/4) e 100g).
mosqueado pouco pequeno e difuso vermelho ama-
relado (5YR 5/6); argila pesada; fraca a moderada Como características adicionais, nesta área, estes solos
pequena e média blocos subangulares, firme, muito apresentam-se com elevada soma e saturação de bases
plástico e muito pegajoso. trocáveis e baixa, ou mesmo ausência de saturação de
alumínio permutável.
Analises Fisicas e Ouimicas Lab : I PEAN (20 086-20 090)
Estes solos possuem seqüência de horizontes A, B e C,
Honzonte Comp Granulométrica (I f s a) % sendo os dois primeiros geralmente subdivididos em A 1 ,
Argila A3, 81, Bz e 83.
<0,002
mm O horizonte A é moderado - "epipedon" ócrico - e
6 31 10 19 40
possui espessura média de 20cm; a cor varia de bruno
A1
A3 -20 11 23 9 21 47
avermelhado escuro a vermelho amarelado, com matizes
B21 -45 19 7 4 23 66 5YR e 2.5YR, com valores 3 e 4 e cromas variando de 4 a 6;
B22 -80 1 46 7 4 15 74 a textura é franco-argilosa; a estrutura é geralmente mode-
B3 -110 o 21 5 4 26 65 rada pequena e média, granular; a consistência, em solo
244/ PEDOLOGIA
úmido, é firme e, em solo molhado, é plástico e pegajoso; lares; cerosidade abundante e forte; firme, plástico e
a transição para o B é plana e gradual. pegajoso; transição plana e gradual.
O horizonte B possui espessura média superior a 100cm; B21 19-55cm; vermelho escuro (2.5YR 316); argila pesada;
as cores são vermelho escuro e vermelho amarelado, com moderada média blocos angulares e subangulares;
matizes 5YR e 2 5YR, valores 3 e 4 e cromas 6 e 8; a textura cerosidade abundante e forte; firme, plástico e pega-
encontra-se entre franco-argilosa e argila pesada, sendo joso; transição plana e difusa.
mais comum a classe de textura argilosa; a estrutura é
geralmente moderada, média, blocos subangulares, B22 55-95cm; vermelho escuro (2.5YR 316); argila pesada;
podendo ter blocos angulares; a cerosidade é comum ou moderada média blocos angulares e subangulares;
abundante e moderada a forte; a consistência quando cerosidade abundante e forte; firme, plástico e pega-
úmida é firme e, quando molhada, é plástico e pegajoso. joso; transição plana e gradual
De acordo com os dados obtidos em laboratório, estes B3 95-130cm; vermelho escuro (2.5YR 316); mosqueado
solos possuem elevada soma de bases trocáveis em todo o pouco pequeno e proeminente amarelo avermelhado
perfil; capacidade de troca de cátions, variando de 10,21 (7.5YR 316); argila; moderada média blocos angulares
até 25,69mE, no horizonte A, e no B, de 7,44 até 11,27mE e e subangulares; cerosidade abundante e forte; firme,
saturação de bases permutáveis sempre mais alta que plástico e pegajoso
60%.
Estão correlacionados, tentativamente, com o grande Análises Fisicas e Ouimicas Lab : IPEAN (20 054-20 058)
grupo dos Tropudalfs, da classificação americana de
solos Amostra seca ao ar
Hortzonte Comp Granulométrica (t I s a) %
%
Estes solos ocorrem associados, mais significantemente, Argila
ao Podzólico Vermelho Amarelo Equivalente Eutrófico <0.002
textura argilosa, na unidade PB7, onde domina o Podzólico mm
Vermelho Amarelo textura argilosa, e estão em relevo
suave ondulado, sob vegetação de Floresta Aberta e Ap 0-7 o 2 10 9 45 36
Densa, e são origmados a partir da decomposição de 81 -19 o 15 9 6 45 40
rochas eruptivas básicas. 821 -55 o 1 2 4 32 62
822 -95 o o X 3 37 60
Ocorrem ainda, em menor significância, em outras uni- 83 -130 o o 5 40 54
dades, associados a podzólicos ou a latossolos, ou ainda
em dominância em área pequena de diques de diabásio,
com relevos mais movimentados. Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % AI203
-- Ki --
Caracterização Morfológica e Analítica da Unidade
natural de lloc
% % Argila Si o2j Al 2 o3JFe 2 03
Kr
Fe~3
I
36 10 1,12 17,80 13,52 14,90 2,24 1.31 1,42
Classificação - TERRA ROXA ESTRUTURADA EUTRÓ- 1 98 0,51 27,21 23,46 17,87 1,97 1,33 2,06
FICA A moderado textura argilosa. TROPUDALF. X 100 0,61 29,82 24,48 17.87 2,07 1,41 2,15
X 100 0,74 32,22 • 23,46 19,26 2.33 1.53 1,91
Localização - Km 28 da estrada de Óbidos-Aienquer,
margem direita Município de Óbidos - Estado do Pará.
Folha SA.21-X-D. pH (1:11 P205 100AI+3
c N MO .Q.
% % % N mg/100g Al+3+ S
Situação, declividade e erosão - Perfil coletado em corte H201KCI1N
de estrada, topo de colina, com declividade de 5 a 6% e
erosão laminar ligeira 9 0,11 o
5,5 5,0 1,18 0,13 2,02
5,7 5,0 0,73 0,07 1,36 10 <0,11 o
Material originário - Rochas básicas (diabásio em forma 5,9 5,3 0,43 0,05 0,73 9 <0,11 o
de diques). 6,0 5,5 0,27 0,06 0,46 5 <0,11 o
6,1 5,6 0,20 0,03 0,35 7 0,16 o
Relevo - Suave ondulado a ondulado
PEDOLOGIA/245
PERFIL N. o 39 Sortivo mE/100g
Localização - Estrada Alenquer-Óbidos, a 53km da 21,20 2,06 0,60 0,05 23,91 1,78 0,00 25,69 93
margem do rio Curuá, em direção a Alenquer. Município de 4,87 1,70 0,35 0,03 6,95 3,26 0,00 10,21 58
Alenquer- Estado do Pará. Folha SA.21-X-D. 71
5,37 1,34 0,16 0,03 6,90 2,77 0,00 9,67
4,31 1,82 0,07 0,03 6,23 1,21 0,00 7,44 84
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
de caneco, em local praticamente plano e erosão nula 4 2. 7 - Areias Quartzosas Distróficas
Material originário - Folhelhos e calcários do Grupo Os solos que constituem esta unidade são pouco desen-
Tapajós. volvidos, não possuem horizonte B diagnosticador e com-
preendem solos areno-quartzosos, normalmente profun-
Relevo - Plano. dos, com muito baixos teores de argila nos horizontes
subsuperficiais - menos de 15% de argila até uma
Drenagem - Bem drenado. profundidade de 2 metros, ou menos, quando apresentam
contato lítico ou paralítico - e 95% da fração areia é
Cobertura vegetal - Floresta Aberta. constituída por quartzo, zírcônio, turmalina, rutilo ou
outros minerais, normalmente insolúveis, que não se
A1 0-10cm; bruno avermelhado escuro (5YR 314), franco- intemperizam liberando ferro ou alumínio.
argiloso; moderada pequena e média granular; firme,
plástico e pegajoso; transição gradual. São ácidos a muito ácidos, acentuada a fortemente dre-
nados, com baixa capacidade de retenção de umidade,
A, 10-20cm, vermelho amarelado (5YR 4/6); franco-argi- soma de basP.s freqüentemente baixa, e muito baixa satu-
loso, fraca a moderada pequena e média granular e ração de bases, condicionada pela baixa fertilidade natural
blocos subangulares, firme, plástico e pegajoso; destes solos São porosos, de textura arenosa, bastante
transição gradual desgastados e apresentando um horizonte A, normalmente
pouco profundo, sobrejacente ao horizonte C, bastante
81 20-35cm, vermelho amarelado (5YR 4/6), franco-argi- espesso.
loso, fraca a moderada pequena e média blocos
subangulares, firme, plástico e pegajoso; transição O horizonte A fracamente desenvolvido, com espessura
gradual
média de 30cm, corresponde ao "epipedon" ócrico da
classificação americana, entretanto apresenta coloração
B2 35-90cm +,vermelho amarelado (5YR 4/8); argila; fra- pouco mais escura, que varia de bruno escuro a bruno
ca a moderada pequena a média blocos sunangulares; acinzentado muito escuro, dentro do matiz 10YR, com
cerosidade comum e fraca, firme, plástico e pegajoso croma 3 e valores de 2 a 3,- devido à presença de matéria
Analises Fisicas e Ouimicas Lab : IPEAN (20 075-20 078) orgânica A textura é da classe areia, sem estrutura, e a
consistência é solto, tanto no solo seco como úmido, e
não plástico e não pegajoso, quando molhado, e a tran-
I
Comp Granulométrica (t f s a) %
sição é gradual e plana para o horizonte C.
Areia Argila
S1mb grossa <0,002
2-0,2 mm
Com espessura em torno de 140cm, o horizonte C apre-
senta-se diferenciado em C 1 , C,, c, e C,, sem diferen-
mm
246/ PEDOLOGIA
Terciário, e da decomposição de arenitos do Pré-Cam-
Complexo Sortivo mE/100 g
briano. V 100AI+3
ca+2
Caracterização Morfológica e Analítica da Unidade.
0,08 o,24 o;o4 0,08 0,44 3,40 0,50 4,34 1o, 14 53,2
PERFIL N. 0 53
0,08 0,22 0,02 0,03 0,35 4,36 0,62 5,33 6,57 63,9
0,08 0,19 0,01 0,02 0,30 3,34 0,42 4,06 7,39 58,3
Classificação - AREIAS QUARTZOSAS DISTRÓFICAS A 0,02 0,01 0,02 o, 11 2,60 o.2e 2,99 3,68 71,8
0,06
fraco. QUARTZ/PSAMMENT.
C, 70-120cm; bruno (10YR 513); areia franca; maciça que C, 20-50cm; bruno (10YR 413); areia franca; grãos sim-
se desfaz em grãos simples; solto, solto, não plástico ples; solto, solto, não plástico e não pegajoso; tran-
e não pegajoso; transição difusa sição difusa.
C3 120-160cm; bruno amarelado (10YR 516); areia franca; C2 50-90cm; bruno amarelado (10YR 514); areia franca;
maciça que se desfaz em grãos simples; solto, solto, grãos simples; solto, solto, não plástico e não pega-
não plástico e não pegajoso. joso; transição difusa
Raízes- Muitas no A 1 e C,, comuns no C, e poucas no C3 • C3 90-130cm; bruno amarelado (10YR 516); franco-areno-
so; grãos simples; solto, solto, não plástico e não
Análises Físicas e Quimiéas Lab.: CES f1 439·7 442) pegajoso; transição difusa.
.r~of
%
Areia;,, Silte !_!·Argila
natural --
floc % Argila
pegajoso.
Simb em >2mm 2-0,05 0,05-0,002 <0,002
mm mm mm % Raízes - Comuns nos horizontes A~o C, e c, e poucas no
C3 e c •.
A1 0-40 1,2 91,9 1,9 6,2 3,3 47 0,30
c1 -70 2.1 82,9 4,6 12.5 6,0 52 0,36 Analises Físicas e Químicas Lab.: CES [1448-7 452)
c2 -12o o,9 84,7 3,4 11,9 8,0 33 0,28
c3 -160 2.1 83,5 4,1 12,4 1,6 87 0,33 Comp Granulométrica% Argila
Horizonte Esqueleto (t f s a.) Grau de Silte
Dens pH % natural --
l Fe2 o3
Umid Ac total c MO pQ-3+ Prol Areia;,, Silte ! !·Argila floc% Argila
Equiv livre ICaOAc) Simb em >2mm 2-0.05 0.05-0,002 <0,002
Dr Da mm mm mm %
% % H20I KCI1N mE/100g % % mE/100g
PEDOLOGIAI247
Nos solos que apresentam horizonte B textura!, Identi-
Dens pH fica-se, com relativa facilidade, a presença de cerosidade,
Umid Fe2o3 Ac total c MO po-3+
principalmente junto às concreções lateríticas.
Equiv livre (CaOAc)
Dr I Da % % H20I KCI1N mE/100g % % mE/100g
Os dados analíticos de laboratório demonstram que, de um
2,60 1,55 4,7 0,64 4,1 3,8 4,58 1,36 2,3 0,04 modo geral, a soma de bases, a capacidade de troca cte
2,57 1,54 5,2 0,68 3,8 3,9 3,80 0,41 0,7 0,02 cátions e a saturação de bases trocáveis são baixas, devido
2,59 1,55 4,9 0,91 4,8 4,1 2,60 0,42 0,7 0,02 à limitada fertilidade natural.
2,59 1,44 5,3 0,91 4,8 4,1 2,16 0,22 0,4 0,02
2,61 1,50 5,0 0,66 4,9 4,1 1,62 0,10 0,2 0,02 Estes solos são encontrados em associação com outras
unidades pedogenéticas, destacando-se principalmente o
Complexo Sorti v o mE/100 g Latossolo Amarelo Distrófico textura argilosa e média, o
v 100AI+3 Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico textura média, o
Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico plíntico textura
ca+2 Al+3 T % AI+3+S
argilosa e o Podzólico Vermelho Amarelo textura argilosa.
0,10 0,25 0,04 0,05 0,44 4,06 0,52 5,02 8,76 54,2 São encontrados em relevo que varia desde o suave
0,08 0,16 0,03 0,04 0,31 3,38 0,42 4,11 7,54 57,5 ondulado até montanhoso, sob vegetação de Floresta
0,13 0,06 0,01 o 02 0,22 2,24 0,36 2,82 7,80 62,1 Densa, Aberta e contato entre Floresta Densa e Savana, e
0,08 0,03 o 01 0,03 0,15 1,98 0,18 2,31 6,49 54,5 são originados a partir da decomposição de rochas do
0,08 0,03 0,02 0,03 0,16 1,54 0,08 1,78 8,99 33,3 Pré-Cambriano e do Carbonífero e de sedimentos argilo-
. arenosos da Formação Barreiras, referida ao Terciário.
4.2 8 - Solos Concrecionários Lateríticos Indiscrimi-
nados Distróficos
Esta unidade é constituída de solos minerais, profundos 4.2.9 - Areias Quartzosas Hidromórficas Distróficas
ou medianamente profundos, geralmente bem a modera-
damente drenados, podendo apresentar horizonte B tex- São solos hidromórficos, areno-quartzosos, minerais,
tura! (argílico) ou B latossólico (óxico), diferenciando-se de pouco ou moderadamente profundos, geneticamente
outros solos pela acentuada quantidade de concreções pouco desenvolvidos, apresentando um horizonte A fraco
ferruginosas que possuem ao longo de todo o perfil. ou moderado. São ácidos a fortemente ácidos, mal dre-
nados e com teores de argila abaixo de 15%.
Estas concreções são formadas em condições especiais,
de onde resulta a perda de sílica e alumínio e, conse- A erosão destes solos é nula, uma vez que os mesmos se
qüentemente, concéntração de sesquióxidos de ferro. situam em relevo plano, sofrendo grande influência do
lençol freático, o que ocasiona a presença de cores cin-
Em outros solos, quando ocorrem estas concreções, estão zentas que indicam redução.
situadas isoladamente no perfil ou constituindo linhas
concrecionárias e, por vezes, em grandes concentrações Possuem seqüência de horizontes A e C, diferenciados em
formando bancada laterítica. A 11 , A 12 e Ct. Cz, C3 e C4 , respectivamente. A espessura de
A mais C varia entre 100 e 150cm.
Os Solos Concrecionários Lateríticos apresentam seqüên-
cia de horizontes Acn. Bcn e C, sendo os dois primeiros Convém salientar que as diferenciações morfológicas nos
geralmente subdivididos em A 1cn. A 3cn. B 1 cn. B 2cn e perfis destes solos são pequenas, o que dificulta sua
Blcn identificação.
O horizonte Acn tem espessura média de 25cm, encontra- O horizonte A, com espessura em média de 20cm, tem
se escurecido pela matéria orgânica e possui coloração, coloração variável, predominando o cinzento muito escuro,
em solo úmido, variando de bruno a bruno escuro, matiz no matiz 5Y, com valores e cromas baixos; apresenta
7.5YR, valores 4 e 5 e crema normalmente 4; a textura mais estrutura fraca, pequena a média, granular ou com aspecto
encontrada é da classe franco-argilo arenosa, podendo de maciça porosa constituída por grãos simples; a consis-
também ser argilosa; a estrutura é fraca a moderada, tência, quando seco, é macio, solto, quando úmido e não
pequena e média, granular; a consistência úmida é friável plástico e não pegajoso, quando molhado.
ou firme e, quando molhada, varia de ligeiramente plástico
a plástico e de ligeiramente pegajoso a pegajoso; a tran- O horizonte C possui espessura que varia de 70 a 120cm,
sição para o horizonte B é geralmente plana e gradual. coloração também variável, com predominância de ama-
relo claro acinzentado, bruno ou bruno acinzentado claro,
O horizonte Bcn possui espessura média de 65cm; a apresentando, nas partes inferiores, mosqueados normal-
coloração varia de amarelo avermelhado a vermelho ama- mente bruno amarelados; a estrutura se apresenta com
relado, com matizes 7.5YR e 5YR, valor 6 e cromas 6 e 8; a aspecto de maciça porosa; a consistência é solto, para
textura geralmente é da classe argilosa; a estrutura é fraca solo seco e úmido, e não plástico e não pegajoso, para
ou moderada, pequena e média, blocos subangulares; a solo molhado.
consistência úmida é friável ou firme e, quando o solo está
molhado, é plástico e pegajoso. No que concerne às propriedades físicas e químicas destes
solos, serão apenas comentadas, de modo muito geral, e
Nestes solos, por vezes, é muito difícil a caracterização baseadas em dados existentes em áreas similares ante-
da estrutura, como conseqüência da elevada concentração riormente estudadas, uma vez que, dada a insignificante
de concreções. expressão cartográfica destes solos na área levantada e o
248/ PEDOLOGIA
seu pouco interesse agrícola, não se obteve amostragem tos argilo-siltosos referidos ao Holoceno (Quaternário).
para caracterizá-los melhor em laboratório. Contudo, sabe- Encontram-se associados ao Gley Pouco Húmico Eutró-
se que são solos de fertilidade natural muito baixa. A satu- fico e Solos Aluviais Eutróficos.
ração de bases (V%), a soma de bases permutáveis (S) e a
capacidade de permuta de cátions (T) são baixos, decres- Ocupam áreas com relevo plano e são encontrados geral-
cendo com a profundidade, sendo, conseqüentemente, de mente sob vegetação de contato de Formações Pioneiras
pouco valor agrícola. com Floresta Densa, acompanhando as várzeas do rio
Amazonas e do rio Madeira.
Estão associados às Areias Quartzosas Distróficas e à
Laterita Hidromórfica Distrófica textura indiscriminada,
constituindo pequenas manchas isoladas, e se desenvol- 4.2.11 - Gley Pouco Húmico Eutrófico e Distrófico
vem a partir de sedimentos arenosos referidos ao Quater-
nário, sob vegetação de Formações Pioneiras, em relevo São solos pouco desenvolvidos, que sofrem ação do lençol
plano, ou de sedimentos arenosos inconsolidados, sob freático próximo à superfície, ou na superfície, em alguma
forma de cobertura, provenientes de rochas do Compl~xo época do ano, quando este aflora. Têm horizontes super-
Guianense- Pré-Cambriano, sob vegetação de contato de ficiais orgânico-minerais, de espessura variável, onde a
Floresta Densa com Savana, em relevo plano. matéria orgânica pode estar total ou parcialmente decom-
posta, constituindo um horizonte A moderado que corres-
pende ao "epipedon" ócrico da classificação americana.
4.2.10 - Gley Húmico Eutrófico
São solos não muito profundos, localizados em relevo
Esta classe é constituída de solos pouco desenvolvidos e plano, pouco permeáveis, imperfeitamente a mal drena-
que, devido à intensa ação da água, apresentam perfis com dos, com textura variável. A alternância de períodos com
horizontes fortemente gleyzados. A influência da água saturação de umidade e períodos onde é possível a aeração
nestes solos está normalmente condicionada pelo relevo. das camadas do solo faz com que, além da gleyzação
Quando associados a outras unidades, sempre se situam causada pela redução do ferro livre, ocorram também
nas cotas mais baixas dos terrenos. Esta situação, aliada mosqueados de coloração avermelhada, indicando oxi-
às características físicas do solo que induzem a má dre- dação.
nagem, faz com que, durante algum período do ano, os
perfis estejam saturados com água. Assim, além da gley- Estes solos variam de fortemente ácidos a moderadamente
zação, os horizontes podem apresentar mosqueamentos ácidos, apresentando saturação com alumínio com valores
em conseqüência do ferro livre sofrer, alternadamente, muito variáveis, mas que, no entanto, não representam
reduções e oxidações. O ferro trivalente, em condições de risco de toxidez aos vegetais, em razão do valor V% ser
hidromorfismo, é reduzido, dando coloração acinzentada; superior a 50, no caso dos eutróficos.
quando cessa a saturação hídric.a, permitindo introdução
de ar nas camadas do solo, toma lugar o processo de oxi- Nesta área, quando apresentam caráter eutrófico, apare-
dação do ferro, principalmente às proximidades das raízes, cem associados ao Gley Húmico Eutrófico, a Solos Alu-
fendas e poros, onde a aeração é mais fácil. O ferro assim viais Eutróficos, à Lateríta Hidromórfica Distrófica e ao
oxidado provoca o aparecimento de mosqueados de Podzólico Vermelho Amarelo plíntico, ocorrendo, carac-
coloração avermelhada. A erosão, pela situação e caracte- teristicamente, às margens do rio Amazonas e de seus
rísticas físicas do solo, apresenta-se geralmente nula. afluentes de água barrenta. Quando de caráter distrófico,
associam-se ao Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico
São solos medianamente profundos, apresentando se- plíntico, Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico e Areias
qüência de horizontes A e Cg. com saturação de bases Quartzosas Distróficas.
(V%) sempre superior a 50.
Estão correlacionados, tentativamente, aos grandes gru-
O horizonte A, que pode ou não estar subdividido em A 11 e pos dos Eutropepts e Dystropepts, da atual classificação
A12, apresenta-se como chernozêmico ou proeminente, americana de solos.
principalmente, e corresponde, na classificação ameri-
cana, ao"epipedon"mólico e úmbrico, respectivamente. O Estes solos ocupam áreas de relevo plano, apresentando-
"epipedon" mólico é um horizonte diagnóstico superficial se revestidos por vegetação de contato de Formações
formado pela decomposição de resíduos orgânicos na Pioneiras com Floresta Densa ou por Floresta Densa, e são
presença de cátions bivalentes, principalmente ca••. A originados de sedimentos argilo-siltosos referidos ao
espessura é superior a 25cm, com cromas, para cores Quaternário recente.
úm!d~s, inferiores a 4 e valores menores que 3,5; estrutura
s~f1c1entemente desenvolvida, permitindo qu~ o horizonte
Caracterização Morfológica e Analítica da Unidade.
nao seja nem maciço nem duro ou muito duro quando
s~c?; possui menos de 250ppm de P205 solúvel em ácido
PERFIL N. 0 48
c1tnco a 1% e pelo menos 1% de matéria orgânica.
Classificação - GLEY POUCO HÜMICO EUTRÓFICO A
O "epipedon" úmbrico, já descrito anteriormente, é espes- moderado textura média. EUTROPEPT.
so, escuro e aparentemente semelhante ao mólico mas
diferencia-se deste especialmente pela saturação de bases
(V%), que é inferior a 50% (pelo NH 4 0Ac). Localização - A 15 km da confluência do rio Madeira
com o rio Amazonas, a 200m da margem direita. Município
Estes solos, de textura que varia de argilosa a média, com de Nova Olinda do Norte - Estado do Amazonas. Folha
elevados teores de silte, desenvolvem-se sobre sedimen- SA.21-Y-C.
PEDOLOGIA/249
Situação, declividade e erosão - Perfil coletado com PERFIL N. 0 59
trado de caneco, em terraço aluvial, com declividade nula e
erosão nula. Classificação - GLEY POUCO HÚMICO EUTRÓFICO A
moderado textura média TROPAQUEPT.
Material originário - Sedimentos argilo-siltoso referidos
ao Quaternário. Localização - Aproximadamente a 02°24'8 e 54°01 'W.
Município de Prainha- Estado do Pará. Folha SA.21-Z-B
Relevo - Plano.
Drenagem - Mal drenado. Situação, declividade e erosão- Perfil coleta;~~o com trado
de caneco, no contato da várzea do rio AmÇi.Zonas com a
Cobertura vegetal - Formações Pioneiras. terra firme, com declividade de 1% e erosão nula.
C, 20-50cm; bruno escuro (10YR 413); mosqueado pouco Cobertura vegetal - Contato Formações Pioneiras com
pequeno e proeminente bruno avermelhado escuro Floresta Densa.
(5YR 314), franco-siltoso, moderada média blocos
subangulares; muito plástico e pegajoso; transição 0-20cm· cinzento (10YR 5/1), franco-siltoso; fraca pe-
gradual. quena granular; friável, plástico e pegajoso, transição
gradual
C2 50-90cm; bruno (10YR 413); mosqueado comum pe-
queno e proeminente bruno averr1elhado escuro (5YR 20-45cm; cinzento (10YR 511); mosqueado pouco pe-
418), franco-siltoso; maciça pouco porosa, muito queno e proeminente bruno forte (7.5YR 518) e pouco
plástico e pegajoso; transição clara pequeno e proeminente vermelho (2.5YR 418); franco-
-siltoso; maciça; plástico e pegajoso; transição abrup-
C3 g 90cm·, cinzento (10YR 511) ta.
OBS A consistência e a estrutura foram prejudicadas 45-80cm; cinzento (10YR 611); mosqueado pouco pe-
pelo excesso de umidade queno e proeminente bruno forte (7.5YR 518) e pouco
muito grande e proeminente vermelho (2.5YR 4/6);
franco-argiloso; maciça; plástico e pegajoso; transi-
Análises Fisicas e Ouimicas Lab : CES (7 412-7 414) ção difusa.
Comp Granulométriea% C 3 g 80-11 Ocm; cinzento claro (1 OYR 711 ); mosqueado pou-
Horizonte Esqueleto Argila
(I f saI Grau de Silte co pequeno e proeminente bruno amarelado (10YR
%
Areia;,, Silte , !·Argila
natural -- 518), comum médio e proeminente amarelo averme-
\Prof floe % Argila
Simb1 em >2mm 2-0 05 0,05-0,002 <0,002 lhado (7.5YR 618), comum médio e proeminente bruno
mm mm mm % forte (7.5YR 516); franco-argiloso; maciça; plástico e
pegajoso; transição difusa.
2,4 77,9 19,7 9,6 51 3,95
1,6 81,8 16,6 9,6 42 4,92 C4 g 11 0-150cm; cinzento claro (1 OYR 711 ); mosqueado
1,8 79,4 18,8 10,2 46 4,22 comum muito grande e proeminente bruno forte
(7.5YR 516) e comum médio e proeminente amarelo
Dens pH avermelhado (7.5YR 616); franco-argiloso; maciça;
Umid Fe2 o 3 Ac total c MO po-3+ plástico e pegajoso.
Dr I Da
Equiv
%
livre
%
(CaOAel
H 2ol KCI1N mE/100g % % mE/100g
2,71 1,08 31,2 3,31 4,5 3,9 Analises Fisicas e Ouimicas Lab: CES (J 412-7 414)
4,60 0,88 1,5 0,27
2,75 1,14 27,2 3,09 5,3 4,3 3,30 0.56 0,9 0,32
2,61 1,10 28,5 3,39 5,1 4,1 3,40 0,56 Comp Granulométriea% Argila
0,9 0,22 Horizonte Esqueleto
(t f s a 1 Grau de Silte
2501 PEDOLOGIA
Dens pH
solo úmido e molhado é, respectivamente, firme, pegajoso
a muito pegajoso e muito plástico.
I
Umid Fe2 o 3 Ac total c MO po-3+
Equiv livre (CaOAc)
Dr Da % % H2 ol KCI1N mE/100g % % mE/100g O horizonte C, gleyzado; normalmente possui cores que se
aproximam do neutro.
2,53 1,23 10,08 0,08 3,7 3,5 4,96 1,36 2,3 0,08
2,63 1,25 10,00 0,66 4,0 3,7 4,00 0,64 1,1 0,02 Na classificação americana de solos, correspondem ao
2,56 1,40 19,03 2,28 4,9 3,5 7,04 0,28 0,5 0,01 grande grupo dos Plinthaquults.
2,54 1,34 23,40 1,90 5,2 3,7 3,62 0,12 0,2 0,01
2,53 1,31 27,10 2,11 5,6 4,2 2,10 0,04 0,1 0,01 Estão associados a Gley Pouco Húmico Eutrófico textura
argilosa, Podzóllco Vermelho Amarelo plíntico textura
argilosa e média, Podzólico Vermelho Amarelo textura
Complexo Sorti v o mE/100g
v 100AI+3 argilosa, Latossolo Amarelo Distrófico plíntico textura
média, Latossolo Amarelo Distrófico textura média, Latos-
ca+2 Al+3 T % Al+3+ S solo Vermelho Amarelo Distrófico textura média, Latos-
solo Vermelho Amarelo Distrófico plíntico textura argilosa
e média, Areias Quartzosas Hidromórficas Distróficas e
0,48 0,54 0,09 0,07 1,18 4,06 0,90 6,14 19,21 43,3 Solos Concrecionários Lateríticos Indiscriminados Distró-
0,21 0,80 0,04 0,05 1,10 2,78 1,22 4,90 22,45 52,6 ficos textura indiscriminada.
0,16 2,45 0,14 0,17 2,92 1,80 5,24 9,96 29,32 64,2
0,70 10,50 0,13 0,32 11,65 2,46 1,16 15,27 76,29 9,0
0,40 14,80 0,18 0,40 15,78 1,86 0,24 17,66 88,25 1,5
Ocupam áreas de relevo plano e suave ondulado, com
cobertura de Floresta Densa ou contato Floresta Densa
com Savana, e são formados a partir de sedimentos
argilosos do Quaternário e do Terciár.io.
4 2.12 - Laterita Hidromórfica Distrófica
Caracterização Morfológica e Analítica da Unidade.
Compõem esta classe solos minerais, fortemente intempe-
rizados, moderada a imperfeitamente drenados, de textura PERFIL N. o 45
argilosa a muito argilosa, que apresentam, próximo à
superfície, material rico em ferro, pobre em húmus, que Classificação- LATERITA HIDROMORFICA DISTROFICA
comumente ocorre como mosqueados cinzento claros, em A moderado textura muito argilosa. PLINTHAQUUL T
matriz avermelhada, denominado de plintita que, inicial-
mente, tem consistência branda, devido a continuados Localização- BR-319, km 30 no trecho Careiro-Manaus
períodos de saturação com água, mas que permitem um Município de Careiro - Estado do Amazonas. Folha
endurecimento irreversível (plintita dura; "ironstone"; con- SA.21-Y-C.
creções ferruginosas) quando em exposição.
Situação, declividade e erosão- Perfil coletado com trado
Ocorrem em relevo plano e suave ondulado, onde a nature- de caneco, em local praticamente plano e erosão nula a
za do material originário e a presença de um substrato laminar ligeira.
lentamente permeável conferem ao solo drenagem insufi-
ciente, com o lençol freático próximo à superfície ou Material originário- Sedimentos argilosos do Terciário-
mesmo aflorando. Com isso a zona de aeração existente é Formação Barreiras.
bastante estreita, o que restringe a atividade das raízes e a
fauna do solo. A erosão normalmente é nula ou laminar Relevo - Plano.
ligeira, quando a textura do horizonte A apresenta-se bem
mais grosseira que a do B. Drenagem - Moderadamente drenado.
PEDOLOGJAI251
sa, moderada a forte pequena e média blocos suban- O horizonte A 1 , pouco espesso, apresenta cores escuras;
gulares; firme, plástico e pegajoso; transição clara. textura arenosa; estrutura em grãos simples não coerentes
e consistência solto, para solo seco e úmido, e não
8 22 pl 60-90cm +; coloração variegada, composta de ver- plástico e não pegajoso, para solo molhado. O horizonte
melho (1 OR 5/8) e cinzento claro (5Y 7/1 ); argila pesa- A 2 , de maxima eluviação, corresponde ao horizonte álbico
da; moderada a forte pequena e média blocos suban- da classificação americana e é bastante espesso, apresen-
gulares; firme, muito plástico e muito pegajoso. tando coloração muito clara que ás vezes chega ao branco;
a textura também é arenosa; a estrutura é maciça não
Análises Físicas e Químicas Lab : CES í!453-7 457) coerente, desfazendo-se em grãos simples, e a consistên-
cia para solo seco e úmido é solto e, quando molhado, é
Comp Granulométrica% não plástico e não pegajoso.
l
Horizonte Esqueleto Argila
(t f s a) Grau de Silte
Pro f
%
Areia;,, Silte Argila
natural
floc % Argila
-- O horizonte B iluvial, com espessura variável, apresenta
Simb em >2mm 2-0 05 0,05-0,002 <0,002
colorações escuras ou brunadas, respectivamente para o
mm mm mm % Bh e Bir; a textura á comumente areia franca, onde a fração
areia grossa é dominante; a estrutura é maciça e ligeira a
Ap 0,10 0,1 13,6 68,6 17,8 5,8 67 3,85 moderadamente cimentada. Quando seco, a consistência
A3 -30 0,8 9,8 66,7 23,5 10,1 57 2,83 varia de ligeiramente duro a extremamente duro, quando
81 -45 1,2 6,5 55,8 37,7 0,9 98 1,48
0,8 4,4 46,0
úmido, de friável a firme, e não plástico e não pegajoso,
821 p1-60 49,6 0,8 98 0,92
B22p1-90 0,1 2,8 28,3 68,9
quando molhado.
0,7 99 0,41
252PEDOLOGIA
alta soma de bases trocáveis (S) e elevada saturação de
bases (V%). v
ca+2 T %
Correspondem, tentativamente, ao grande grupo dos Ha-
plaquents, da classificação americana de solos.
16,80 1,70 0,31 0,10 18,91 3,59 0,00 22,50 84
Ocorrem associados ao Gley Pouco Húmico Eutrófico e 5,18 1,26 0,16 0,05 6,65 5,57 0,00 12,22 54
Gley Húmico Eutrófico, de textura variada, sob vegetação
de contato Formações Pioneiras com Floresta Densa, em
relevo plano, e são formados por sedimentos areno-silto-
sos referidos ao Holoceno, Quaternário. PERFIL N°. 55
Situação, declividade e erosão - Perfil coletado com trado Material originário- Sedimentqs argilo-siltosos referidos
holandês, em terraço aluvial, com declividade de O a 2% e ao Quaternário.
erosão praticamente nula.
Relevo - Plano.
Material originário - Sedimentos areno-siltosos referidos
ao Quaternário. Drenagem - Imperfeitamente drenado.
Hor.,zonte Amostra%seca ao ar
Lab : IPEAN (20 066-20 067)
Comp Granulométrica (t t s a) %
Argila
I
<0,002
Calhau ~:ascalho
mm
Simb jProt Areia 1Areia tina• I Silte 1 Argila
> 20 mm1 20- 2 mm grossa 0,2-0,05 0,0~0.0021 <0.002
] em 2-0,2 mm1 mm mm mm
o o X 18 64 18
A 0-20
o o 22 62 16
c 40-60 X
A 0-20 o o X 23 64 13 I
IIC 40-60 o o 59 36 4 Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % AI203
natural de tloc -- Ki Kr --
Argila Grau Silte Ataque por H2S04 % % % Argila Si 0 2 \ Al2 03l Fe2 03 Fe203
Al203
natural detloc -- Ki Kr --
% % Argila Si 02 \ AI203\Fe203 Fe~3
3,55 19,47 7,65 4,77 4,44 3,18 2 51
14 22
3,87 15,63 8,42 4,97 3,16 2.29 2 65
9 44
10 23 4,92 13.70 8,42 5,36 2,77 1,97 2,46
2 50 9 00 8,39 5,87 3,77 2.43 1,72 2,44
pH(1:1) P205 100AI+3
pH(1:1) c N MO _ç_
P205 100AI+3 N
c N MO _ç_
H 2 oiKCI1N
% % % mg/100g Al+3+ S
% % % N Al+3+ S
H20 IKCI1N mg/100g
5,9 5,1 0,67 0,06 1,16 11 13,60 o 5,7 4,2 0,59 0,08 1 ,02 7 3,30 2
5,9 4,6 0,57 0,04 0,99 14 17,40 o 6,3 4,7 0,32 0,05 0,55 6 4,30 o
PEDOLOGIA/253
Complexo Sorti vo mE/100g 5 - LEGENDA
v
ca+2. T % Consiste da relação completa de todas as unidades pedo-
genéticas, isoladas ou agrupadas para constituírem as
unidades de mapeamento.
15,00 2,30 0,10 0,08 17,48 5,87 0,40 23,75 74
Devido ao caráter generalizado do levantamento, é raro a
15,60 4,61 0,09 0,22 20,52 5,57 0,00 26,09 79
existência de uma classe de solos ser cartografada separa-
damente, sendo mais freqüente a ocorrência de unidades
de mapeamento constituídas por associações de classes
de solos.
4.2.15 - Solos Litológicos Distróficos
Para evitar maior complexidade na composição das unida-
São solos minerais, pouco desenvolvidos, rasos, que des de mapeamento, foram considerados somente os três
apresentam um horizonte A sobrejacente diretamente so- grupos de solos de maior importância, embora sejam
bre a rocha matriz, ou sobre um horizonte C, ou ainda mencionadas, noutra parte deste relatório, referências
podem possuir um horizonte B incipiente. sobre solos com menor expressão na área, considerados
como inclusões.
O horizonte A possui espessura variando de 20 a 40cm,
geralmente fraco ou moderado, de coloração que varia de Em cada unidade de mapeamento constam os nomes dos
bruno acinzentado escuro a bruno amarelado escuro; tex- componentes, o caráter eutrófico ou distrófico, desde que
tura indiscriminada variando desde franco-arenosa até haja necessidade, além da textura, vegetação e relevo ou
argilosa; a estrutura mais comum é fraca a moderada, outro caráter específico do solo.
pequena e média, granular; a consistência do solo úmido é
friável a firme e, quando molhado, varia de ligeiramente Na unidade de mapeamento, é citado em primeiro lugar o
plástico a plástico e ligeiramente pegajoso a pegajoso. componente de maior importância do ponto de vista de
extensão, ou de melhores possibilidades para o uso agrí-
Os referidos solos possuem soma de bases, capacidade de cola, quando houver equivalência. Depois, figuram os
troca de cátions e saturação de bases baixas, como outros componentes, também sempre obedecendo ao cri-
conseqüência da fertilidade natural. tério de extensão e qualidade.
Estes solos encontram-se dispersos na área estudada e A simbologia que determina cada unidade de mapeamento
estão associados principalmente ao Latossolo Vermelho tem sua origem no primeiro componente da associação.
Amarelo Distrófico textura média a argilosa, ao Podzólico Partindo deste princípio, a associação que possuir o
Vermelho Amarelo textura argilosa, ao Podzólico Vermelho Latossolo Amarelo como primeiro componente terá LA
Amarelo cascalhento textura argilosa e a Afloramentos como símbolo.
Rochosos
A avaliação da área ocupada pelas unidades é determinada
São solos que ocupam áreas com relevo que varia do suave pelo padrão apresentado na imagem de radar, após
ondulado ao montanhoso, tendo como revestimento florís- correlação estabelecida no transcorrer dos trabalhos de
tico a Floresta Densa, Aberta ou mesmo a Savana, e são campo.
I
originados de materiais provE)nientes da decomposição de
variadas rochas referidas desde ao Carbonífero até ao A seguir vêm a legenda e composição das unidades de
Pré-Cambriano Inferior. mapeamento encontradas na área.
LA2 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura muito LATOSSOLO AMARELO DJSTRÓFICO textura argi-
argilosa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFJCO losa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFJCO textura
textura argilosa Floresta Densa relevo plano a suave média Florestal Densa relevo suave ondulado e
ondulado. ondulado.
LA 3 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura muito LATOSSOLO AMARELO DJSTRÓFJCO textura argi-
argilosa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO losa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFJCO textura
textura argilosa Floresta Densa relev.o suave ondula- média Floresta Densa relevo ondulado.
do e ondulado.
LA 8 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi-
LA~ LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura muito losa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
argilosa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO média Floresta Densa relevo ondulado a forte ondu-
textura argilosa Floresta Densa relevo ondulado. lado.
LAs LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi- LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi-
losa e LATOSSOLO AMARELO DJSTRÓFICO textura losa e SOLOS CONCRECJONÁRIOS LATERITICOS
2541 PEDOLOGJA
INDISCRIMINADOS DISTRÓFICOS textura indiscri- LA24 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi-
minada Floresta Densa relevo suave ondulado e losa, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
ondulado. muito argilosa e LATOSSOLO AMARELO DISTRÓ-
FICO textura média Floresta Densa relevo ondulado
LA 1 o LATOSSQLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi- a forte ondulado.
losa e SOLOS CONCRECIONÁRIOS LATERITICOS LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi-
INDISCRIMINADOS DISTRÓFICOS textura indiscri- LA2s
losa, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
minada Floresta Densa relevo ondulado a forte média e PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textu-
ondulado. ra média Floresta Densa relevo suave ondulado.
LA 11 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura mé- LA2s LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura argi-
dia e AREIAS QUARTZOSAS DISTRÓFICAS Flores- losa LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
ta Densa relevo plano e suave ondulado. médÍa e SOLOS CONCRECIONÁRIOS LATERÍTI-
COS INDISCRIMINADOS DISTRÓFICOS textura
LAu LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO plíntico tex- indiscriminada. Floresta Densa relevo ondulado a
tura média e GLÉY POUCO HÚMICO DISTRÓFICO forte ondulado com áreas aplainadas.
textura argilosa Floresta Densa relevo plano.
LA21 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO t(:!xtum mé-
LA 13 LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO plíntico tex- dia LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
tura média e LATE RITA HIDROMÓRFICA DISTRÓFI- argÍiosa e GLEY POUCO HÚMICO DISTRÓFICO
CA textura indiscriminada Floresta Densa relevo textura argilosa Floresta Densa relevo plano e
plano. suave ondulado.
PEDOLOGIA/255
LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTROFICO
I LV,
Densa e Aberta relevo plano e suave ondulado
256/ PEDOLOGIA
LV 23 LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO indiscriminada Floresta Densa relevo suave ondu-
textura média, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO lado (com escarpas).
DISTRÓFICO plíntico textura média e LATERITA
HIDROMÓRFICA DISTRÓFICA textura indiscrimi- LVzs LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO
nada Floresta Densa relevo plano e suave ondulado. textura média, SOLOS CONCRECIONÁRIOS LATE-
RÍTICOS INDISCRIMINADOS DISTRÓFICOS textura
LV 24 LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO indiscriminada e SOLOS LITÓLICOS DISTRÓFICOS
textura média, AREIAS QUARTZOSAS DISTRÓ- textura indiscriminada Floresta Aberta e Densa rele-
FICAS e SOLOS LITÓLICOS DISTRófiCOS textura vo forte ondulado e montanhoso.
PB 5 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi- PB 14 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi-
losa e LATOSSOLO VERMELHO AMARELO OIS- losa, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓ-
TRÓFICO textura argilosa Floresta Densa relevo FICO textura argilosa e SOLOS LITÓLICOS DISTRÓ-
forte ondulado. FIGOS textura indiscriminada Floresta Densa relevo
ondulado.
PB 6 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO concrecionário
textura argilosa e SOLOS LITÓLICOS DISTRÓFICOS
PB, 5 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura arg i-
I
textura indiscriminada Floresta Densa relevo ondu-
losa, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓ-
lado e forte ondulado.
FICO textura argilosa e SOLOS CONCRECIONÁ-
PB 7 RIOS LATERÍTICOS INDISCRIMINADOS DISTRó-
PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi-
FIGOS textura indiscriminada Floresta Densa relevo
losa e PODZóLICO VERMELHO AMARELO EQUI-
ondulado a forte ondulado.
VALENTE EUTRÓFICO textura argilosa Floresta
Aberta e Densa relevo plano e suave ondulado
PB, 6 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi-
losa, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓ-
PB 8 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi- FICO textura muito argilosa e SOLOS CONCRECIO-
losa, PODZÓUCO VERMELHO AMARELO plintico NÁRIOS LATERÍTICOS INDISCRIMINADOS OIS-
textura argilosa e LATOSSOLO VERMELHO AMA- TRÓFICOS textura argilosa Floresta Densa relevo
RELO DISTRÓFICO textura argilosa Floresta Densa ondulado e forte ondulado.
relevo plano e suave ondulado.
PB 17 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO cascalhento
textura argilosa, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓ-
PB 9 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi- FICO textura argilosa e SOLOS CONCRECIONÁ•
losa, PODZÓLICO VERMELHO AMARELO plintico RIOS LATERÍTICOS INDISCRIMINADOS DISTRÓ-
textura .argilosa e LATOSSOLO VERMELHO AMA- FIGOS textura indiscriminada Floresta Densa relevo
RELO DISTRÓFICO textura argilosa Floresta Densa ondulado e forte ondulado.
relevo suave ondulado:
PB18 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO concrecionário
PB 10 PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi- textura argilosa, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓ-
losa, PODZÓLICO VERMELHO AMARELO plíntico FICO textura argilosa e SOLOS CONCRECIONA-
textura argilosa e LATERITA HIDROMÓRFICA OIS- RIOS LATERITICOS INDISCRIMINADOS DISTRÓ-
TRóFICA textura argilosa Floresta Densa relevo FIGOS textura argilosa Floresta Densa relevo forte
suave ondulado. ondulado.
PEDOLOGIA /257
PODZÓLICO VERMELHO AMARELO plíntíco textu- VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO textura média
ra média, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO Floresta Densa relevo ondulado
DISTRóFICO textura argilosa e LATERITA HIDRO-
MÓRFICA DISTRÓFICA textura indiscriminada Flo- PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi-
resta Densa relevo plano e suave ondulado losa, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓ-
FICO textura argilosa e SOLOS LITÓLICOS DISTRÓ-
PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi- FICOS textura indiscriminada Floresta Densa relevo
losa, PODZÓLICO VERMELHO AMARELO casca- forte ondulado.
lhento textura argilosa e LATOSSOLO VERMELHO
AMARELO DISTRÓFICO textura argilosa Floresta PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi-
Densa relevo suave ondulado e ondulado. losa, LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO textura
argilosa e SOLOS CONCRECIONÁRIOS LATERÍ-
PODZÓLICO VERMELHO AMARELO textura argi- TICOS INDISCRIMINADOS DISTRÓFICOS textura
losa, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓ- indiscriminada Floresta Densa relevo forte ondulado
FICO cascalhento textura argilosa e LATOSSOLO a montanhoso.
TR TERRA ROXA ESTRUTURADA EUTRÓFICA textura indiscriminada Floresta Densa relevo forte ondu-
argilosa e SOLOS LITÓLICOS DISTRóFICOS textura lado
HAQ 1 AREIAS QUARTZOSAS HIDROMÓRFICAS DISTRÓ- HAQ 2 AREIAS QUARTZOSAS HIDROMÓRFICAS DISTRÓ-
FICAS e AREIAS QUARTZOSAS DISTRÓFICAS For- FICAS e LATERITA HIDROMÓRFICA DISTRÓFICA
mações Pioneiras relevo plano. textura indiscriminada contato Floresta Densa
I Savana relevo plano
GLEY POUCO HÚMICO EUTRÓFICO textura indis- HG 2 GLEY POUCO HúMICO EUTRÓFICO textura indis-
criminada e GLEY HÚMICO EUTRÓFICO textura criminada, GLEY HÚMICO EUTRÓFICO textura
indiscriminada contato Formações Pioneiras/ Flo- indiscriminada e SOLOS ALUVIAIS EUTRÓFICOS
I
resta Densa relevo plano textura indiscriminada contato Formações Pio-
neiras/ Floresta Densa relevo plano.
A SOLOS ALUVIAIS EUTRÓFICOS textura indiscrimi- tura indiscriminada contato Formações Pioneiras/
nada, GLEY HÚMICO EUTRÓFICO textura indiscri- Floresta Densa relevo plano
minada e GLEY POUCO HÚMICO EUTRÓFICO tex-
258/ PEDOLOGIA
SOLOS LITÓLICOS DISTRÓFICOS textura indiscri- SOLOS LITÓLICOS DISTRÓFICOS textura indiscri-
minada e AFLORAMENTOS ROCHOSOS Refúgio minada, PODZÓLICO VERMELHO AMARELO cas-
Ecológico relevo montanhoso. calhento textura argilosa e AFLORAMENTOS RO-
CHOSOS Floresta Densa relevo forte ondulado.
6.1 - Agricultura
62 - Pecuária
Este ramo da atividade humana é praticado de maneira
Esta atividade, embora constitua uma das principais
I
muito rudimentar, caracterizado pelo empirismo, portanto,
sem apresentar resultados satisfatórios que promovam o fontes de divisas da área, encontra-se carente de orienta-
agricultor. ção a fim de melhorar o rendimento e proporcionar maiores
resultados para o pecuarista e para ~ região
O sistema de limpeza da área a ser cultivada é o tradi-
cional e consiste da broca, derrubada, queimada e coiva- A pecuária extensiva é o sistema vigente. Caracteriza-se
ramento, onde a madeira é totalmente destruída, sem pelas condições de criatório, em que normalmente o gado
nenhum aproveitamento, acarretando grandes prejuízos apresenta reduzido porte, pequeno desfrute e ausência
para a economia. quase completa de matrizes e reprodutores de raças me-
lhoradas.
Os solos, de uma maneira generalizada, são ácidos, com Entretanto, com as facilidades oriundas dos incentivos
baixo conteúdo de nutrientes disponíveis às culturas, o fiscais, a procura sempre crescente de carne bovina, a
que limita seriamente a produtividade. introdução de animais com melhor ganho de peso, a
implantação de pastagens de alta qualidade, é possível
A reduzida aquisição de insumos, principalmente de cor- ampliar consideravelmente o mercado produtor.
retivos e adubos, também concorre negativamente para o
desenvolvimento agrícola, considerando-se os custos ele- Outra grande vantagem desta área, como em toda a
vados e, em virtude disto, a aplicação torna-se restrita a Amazônica, é a extensão que possui e a pequena densida-
determinadas culturas, para as quais é dispensado certo de demográfica, concorrendo para a facilidade na aquisi-
grau de tecnicidade. ção e exploração de grandes glebas.
Os melhores solos, embora apresentem pequena per- As condições ecológicas permitem o desenvolvimento
centagem, podem, se utilizados corretamente, concorrer criatório com bom rendimento, desde que adotadas algu-
grandemente para elevar a produção de gêneros alimen- mas técnicas agronômicas.
tícios e suprir as necessidades cada vez mais crescentes
da população. O aproveitamento das pastagens naturais das várzeas,
PEDOLOGIA/259
TA8ELAII
Resultados Analíticos de Perfis de Solos
I LVA d
arg
01 °22'S
58°42'W
13
18 932
18 933
18 934
18 935
18 936
A1
A3
81
821
822
0-5
5-20
20-60
60-100
100-130
o
o
o
o
o
4
37
3
3
2
46
34
32
35
25
2
3
3
2
4
19
20
13
11
14
33
43
52
52
57
12
16
X
X
X
64
63
100
100
100
14,91 8,93
17,56 12,75
23,83 14,54
18,52 15,30
22,39 17,85
2,38 2,84
2,98 2,34
3,77 2,79
4,97 2,06
6,36 2,13
2,43
2,04
2,39
1,70
1,74
18 937 823 130-170 o 8 29 3 16 52 X 100 21,42 18,87 7,35 1,93 1,55
Lad
m arg 20.084 A 0-20 o o 4 2 13 81 52 36 13,21 12,75 11,92 1,76 1,10
02°46'S 56 8 80-120 o o 2 1 10 89 X 100 26,25 20,40 9,73 2,19 1,68
20 0851
54°29'W
260/ PEDOLOGIA
pH % COMPLEXO SORTIVO mE/100g
v 100.AI+ + + P205
% AI+++ +S ASSIM IL
mg/100g
4,8 4,4 2,07 0,35 3,56 6 0,18 0,27 0,13 0,08 0,66 13,88 3,94 18,48 4 86 0,16
5,7 5,0 1,36 0,14 2,33 10 0,03 0,08 0,04 0,05 0,20 4,39 177 6,36 3 90 <0,11
5,5 5,1 0,84 0",08 1,44 11 0,03 0,05 0,03 0,03 0,14 3,07 0,98 4,19 3 88 <0,11
5,6 5,1 1,88 0,29 3,23 6 7,70 1,07 0,15 0,03 18,95 3,89 0,00 22,84 83 o 0,38
6,1 5,6 0,64 0,13 1,11 5 4,11 0,91 0,06 0,03 5,11 2,27 0,00 7,38 69 o 0,98
6,2 5,9 0,40 0,08 0,69 5 1,72 0,88 0,05 0,02 2,67 1,62 0,00 4,29 62 o 1,63
6,1 5,7 0,13 0,05 0,23 3 1,33 0,80 0,05 0,02 2,20 1,13 0,00 3,33 66 o 2,16
3,9 3,4 5,12 0,43 8,81 12 0,37 0,31 0,20 0,06 0,94 17,76 4,92 23,62 4 84 0,43
4,0 3,7 1,28 0,13 2,20 10 0,21 0,14 0,05 0,03 0,43 4,63 3,15 8,21 5 88 0,13
4,9 4,2 0,58 0,08 0,99 7 0,22 0,08 0,04 0,04 0,38 2,37 2,17 4,92 8 85 <0,11
5,2 4,2 0,50 0,07 0,86 7 0,23 0,05 0,03 0,02 0,33 2,08 1,97 4,38 8 86 <0,11
5,3 4,2 0,42 0,05 0,72 8 0,16 0,05 0,03 0,03 0,27 1,79 1,77 3,83 7 88 <0,11
3,9 3,5 1,64 0,19 2,82 9 0,24 0,09 0,10 0,05 0,48 5,04 3,55 9,07 5 88 0,68
4,4 ú 0,83 0,08 1,42 10 0,19 0,03 0,05 0,03 0,30 2,76 2,75 5,81 5 90 0,33
4,5 3,9 0,43 0,07 0,74 6 0,18 0,03 0,05 0,02 0,28 1,46 2,75 4,49 6 91 0,16
4,8 4,0 0,57 0,06 0,98 10 0,15 0,02 0,04 0,03 0,24 1,17 2,56 3,97 6 91 0,13
5,2 4,0 0,62 0,08 1,07 8 0,18 0,02 0,04 0,01 0,25 1,00 2,56 3,81 7 91 <0,11
4,0 3,6 1,41 0,25 2,42 6 0,29 0,15 0,06 0,05 0,55 8,83 3,15 12,53 4 85 0,24
4,3 3,9 1,04 0,11 1,78 9 0,19 0,05 0,03 0,03 0,30 3,18 2,17 5,65 5 88 <0,11
4,8 4,1 0,60 0,06 1,03 10 0,24 0,15 0,03 0,03 0,45 1,82 1,58 3,85 12 78 <o,11
5,0 4,2 0,35 0,05 0,60 7 0,21 0,06 0,03 0,02 0,32 1,17 1,58 3,07 10 83 <0,11
5,3 4,3 0,27 0,04 0,47 7 0,31 0,05 0,02 0,02 0,40 1,05 1,38 2,83 14 77 <0,11
4,9 4,1 0,25 0,03 0,43 8 0,26 0,05 0,03 0,03 0,37 1,05 1,38 2,80 13 79 <0,11
4,8 4,4 1,41 0,14 2,42 10 0,28 0,11 0,05 0,07 0,51 3,92 2,56 6,&9 7 83 0,13
5,3 5,1 0,65 0,10 1,12 7 0,19 0,03 0,03 0,03 0,28 1,87 1,37 1,37 8 83 < 0,11
5,5 5,2 0,65 0,05 1,12 13 0,24 O,Q3 0,03 0,03 0,33 1,74 1 ,18 1,18 10 78 <0,11
4,2 3,9 1,62 0,29 2,79 6 0,48 0,27 0,11 0,06 0,92 10,06 3,55 14,53 6 79 0,30
4,5 4,0 1,34 0,14 2,30 10 0,22 0,06 0,04 0,03 0,35 5,09 2,36 7,80 4 87 <0,11
4,9 4,2 0,74 0,08 1,27 9 0,21 0,03 0,03 0,02 0,29 2,44 1,77 4,50 6 85 <0,11
5,1 4,8 0,48 0,07 0,82 7 0,23 0,03 0,03 0,02 0,31 1,47 1,77 3,55 9 85 < 0,11
5,4 5,0 0,31 o,ps 0,54 6 0,28 0,03 0,03 0,02 0,36 1,73 1,18 3,27 11 76 < 0,11
4,6 3,8 1,73 0,16 2,97 11 0,83 0,26 0,05 0,03 0,97 6,85 1,40 9,22 11 59 o.~
4,8 3,7 0,51 0,07 0,88 7 0,08 0,04 0,03 0,02 0,17 1,61 3,80 5,58 3 95 <0,11
PEDOLOGIA/261
TABELA 11 - Continuação
(COMPOSIÇÃO GRA~ULOMETRICA)
HORIZONTE DENSIDADE (TERRA FINA SECA AO AR) %
Solo Perfil Prot.
Locallz. N.• --
Lab. Grau de Umidade Oxido de
Esqueleto Areia Sllte Argila Argila flocula- equiva- ferro livre
Símbolc Prol. (em) Dr. Da. % 2-o,os 0,05-0,002 V0,002 natural ção lente Fe2 3 o
V2mm (mm) (mm) (mm) % % % %
LHd - o
7 339 A1 0-30 2,54 1,45 80 13 2 68 3.3 51 79 o 10
med 7 340 A2 30-40 2,56 1,61 05 80 O 11 8 82 66 19 73 -
oo•49'S 27 7 341 a, 40-70 2,61 1,47 37 63 4 18 9 177 16 91 13 6 -
56°30'W 7 342 a2 70-140 2,61 1,41 20 51 1 25 7 23 2 1 o 96 181 -
PVAcasc 7 343 A1 0-10 2,58 0,74 10 60 33 4 17 5 49 1 131 73 47 1 418
m arg 7 344 AJ 10-25 2,61 0,91 7.40 23 1 15 3 61 6 67 89 37 7 4 41
oo•38'S 28 7 345 a, 25-50 2,47 0,96 17 00 16.8 12 o 71 2 11 98 34 8 5 34
56°28'W 7 346 a2 50-90 2,50 1,00 67 40 4 59
262/ PEDOLOGIA
COMPLEXO SORTIVO mE/100g
3,5 3,6 6,70 1 ,47 2,5 0,02 4 0,24 0,14 0,14 0,76 4,94 1,76 7,46 10,19 69,8
5,1 4,0 3,40 0,30 0,5 0,01 0,21 0,03 0,03 0,07 0,34 3,29 0,83 3,74 9,09 70,9
5,1 4,1 2,60 0,21 0,4 0,01 0,16 0,08 0,04 0,12 0,40 2,35 0,61 3,00 13,33 60,4
5,3 4,0 2,70 0,15 0,2 0,01 0,18 0,06 0,03 0,05 0,32 2,52 0,91 3,02 10,60 73,9
3,6 3,2 13,50 3,12 5,4 0,04 0,64 0,48 0,30 0,21 1,63 11,44 2,06 15,13 10,77 55,8
3,8 3,7 6,00 0,87 1,5 0,02 0,19 0,05 0,09 0,09 0,42 4,27 1,73 6,42 6,54 80,5
4,1 3,8 4,60 0,57 1,0 0,01 0,16 0,12 0,04 0,10 0,42 3,08 1,52 5,02 8,37 78,3
4,2 3,8 4,20 0,51 0,9 0,01 0,14 0,07 0,03 0,06 0,30 3,78 1,28 4,50 6,67 81,0
4,5 3,8 4,00 0,45 0,8 0,01 0,16 0,06 0,04 0,07 0,33 3,78 1,28 4,33 7,62 79,5
3,5 3,7 6,70 0,84 1 45 0,02 0,19 0,13 0,09 0,12 0,53 4,88 1,82 7,23 7,33 77,4
3,9 3,9 5,60 0,72 1 24 0,02 0,16 0,08 0,05 0,07 0,36 4,34 1,26 5,96 6 04 77,8
4,3 4,1 4,10 0,51 0,88 0,01 0,13 0,03 0,03 0,11 0,30 3,12 0,98 4,40 6,82 76,6
5,0 4,2 3,30 0,27 0,46 0,01 0,13 0,03 0,03 0,11 0,30 2,71 0,59 3,60 8,33 66,3
4,3 3,7 5,10 1,08 1,86 0,04 0,16 0,08 0,06 0,09 0,34 3,96 1,14 5,49 7,10 74,5
4,6 4,0 3,40 0,48 o 83 0,03 0,10 0,06 0,02 0,05 0,23 2,62 0,78 3,63 6,34 77,2
4,5 3,8 2,10 0,09 0,15 0,02 0,13 0,05 0,02 0,05 0,25 1,12 0,98 2,35 10,64 79,7
4,5 3,7 2,70 0,09 0,15 0,02 0,14 0,05 0,01 0,04 0,24 1,00 1,70 2,94 8,16 87,6
3,9 3,7 22,50 7,20 12 4 0,03 0,24 0,40 0,28 0,24 1,16 18,52 3,98 23,66 4,90 77,4
3,7 38 15,30 4,20 7,2 0,02 0,21 0,17 0,10 0,17 0,65 11,35 3,95 15,95 4,07 85,9
4,0 3,9 10,20 1,68 2,9 0,01 0,19 0,05 0,05 0,14 0,43 7,21 2,99 10,63 4,04 87,4
4,2 3,9 9,80 1,80 3,1 0,02 0,24 0,08 0,06 0,14 0,52 8,60 1,20 10,32 5,04 69,8
I
4,5 4,2 3,60 1,20 2,0 0,05 2,00 1,12 0,17 0,05 3,34 3,47 0,13
5,0 4,4 2,20 0,30 0,5 0,01 1,12 0,64 0,07 0,03 1,86 2,15 0,05 4,06 45,81 2,62
5,5 4,9 2,30 0,30 0,5 0,02 1,12 0,72 0,08 0,03 1,95 2,25 0,05 4,25 45,88 2,50
5,1 4,7 1,90 0,21 0,4 0,02 0,96 0,72 0,05 0,03 1,76 1,85 0,05 3,66 48,09 2,76
5,0 4,7 2,00 0,30 0,5 0,03 1,12 0,64 0,05 0,03 1,84 1,95 0,05 3,84 47,92 2,64
5,2 4,8 1,90 0,30 0,5 0,02 1,12 0,80 0,05 0,03 1,28 1,85 0,05 3,90 32,82 3,76
6,0 5,3 2,70 1,98 3,4 0,05 24,00 4,05 0,58 0,12 28,75 2,60 0,10 31,45 91,41 0,3
5,7 4,9 3,80 1,42 2,4 0,03 20,96 4,13 0,24 0,10 25,43 3,74 0,06 29,23 87,00 0,2
5,7 4,6 4,00 1,32 2,2 0,01 20,59 4,47 0,08 0,12 25,26 3,90 0,10 29,26 86,33 0,4
5,4 4,4 3,90 0,68 1,1 0,02 18,40 5,84 0,09 0,11 24,44 3,84 0,06 28,34 86,24 0,2
5,3 4,3 4,50 0,74 1,2 0,01 16,16 3,78 0,09 0,12 20,15 4,44 0,06 24,65 81,74 0,3
5,4 4,6 3,90 0,56 0,9 0,01 10,40 4,67 0,07 0,10 15,24 3,84 0,06 19,14 79,62 0,4
3,8 3,5 14,30 2,08 3,6 0,03 0,27 0,69 0,21 0,05 1,22 8,66 5,64 15,52 7,86 82,2
4,2 3,6 9,50 0,88 1,5 0,02 0,06 0,23 0,10 0,05 0,44 4,52 4,98 9,94 4,43 91,9
4,4 3,6 8,70 0,76 1,3 0,02 0,05 0,27 0,10 0,04 0,46 3,32 5,36 9,16 5,02 92,1
4,5 3,6 9,30 0,30 0,5 0,01 0,05 0,43 0,09 0,06 0,63 2,32 6,98 9,93 6,34 91,7
4,0 3,2 24,00 12,16 20,9 0,06 0,08 0,90 0,50 0,09 1,57 20,22 3,78 25,57 6,14 70,6
4,3 3,6 12,40 4,88 8,4 0,03 0,08 0,38 0,18 0,05 0,69 9,98 2,42 13,09 5,27 77,8
4,5 4,0 5,80 1,30 2,2 0,01 0,05 0,24 0,07 0,04 0,40 4,76 1,04 6,20 6,45 72,2
4,8 4,1 4,20 0,54 0,9 0,01 0,03 0,15 0,05 0,02 0,25 3,64 0,56 4,45 5,62 69.1
PEDOLOGIA/263
TABELA 11 - Conclusão
COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA
HORIZONTE DENSIDADE
Esqueleto
(TERRA FINA SECA AO AR)%
Argila
I
Grau de Umidade Oxido de
Solo Perfil Protocolo
% Areia Sllte Argila natural floculação equlva- ferro livre
Local i- N.• Lab Slmb. Prol (em) Dr Da > 2mm 2-0,05 0,05-0,002 0,002 lente
zação (mm) (mm) (mm) % % % Fe203%
p VA med 7 392 A1 0-20 2,55 1,34 0,2 85,5 1,8 12,7 6,0 53 7,4 0,72
02°21 'S 44 7 393 81 20-40 2,56 1 43 0,2 77,9 2,6 19,5 12,4 36 9,5 0,87
57°35'W 7 394 821 40-90 2,60 1,37 0,1 76,3 2,5 17,5 17 10,1 1,15
7 395 822 90-160 2,58 1,47 0,2 76,5 2,5 21 ,O 1,6 92 9,0 1,01
LA d 7 433 A1 0-15 2,52 1,27 0,1 21,2 4,1 19,2 9,2 52 9,9 1,01
arg 52 7 434 A3 15-30 2,44 1,20 0,1 63,6 4,2 32,2 15,3 52 13,3 1,43
02°57'8 7 435 81 30-50 2,41 1,14 0,1 57,2 5,4 37,4 6,7 82 15,0 1,55
56°03'W 7 436 821 50-70 2,54 1,20 0,2 58,3 3,4 38,3 2,2 94 14,3 1,66
7 437 822 70-100 2,53 1,18 - 60,0 2,6 37,4 1 ,O 97 13,8 1,47
7438 823 100-160 2,42 1,25 0,1 60,9 2,4 36,7 1,5 96 13,8 0,52
7 458 A1 0-15 2,59 0,92 - 8,6 14,6 76,8 9,6 87 38,7 2,40
LAd 7 459 A3 15-45 2,47 0,81 - 7,0 9,1 83,9 13,8 83 33,9 2,57
m arg 60 7 460 81 45-70 2,47 0,93 0,1 7,3 11,2 81,5 9,4 88 34,1 2,65
02°35'S 7 461 821 70-110 2,47 0,98 0,1 5,1 16,6 78,3 1,1 98 32,6 2,69
54°01'W 7 462 822 110-150 2,53 0,97 0,1 4,6 19,3 76.1 1,1 98 32,5 2,61
Inicialmente, como em outras áreas da Amazônia era a O pau-rosa (Aníba rosaeodora), cuja essência constitui
a~ividade dominante, devido não só á influência qu~ exer- importante matéria-prima na indústria de perfumaria,
Cia na _balança ~omercial, mas também por permitir a empregado principalmente como fonte de produção de
ocupaçao da ma1or parte do contingente humano, que Jinalol e acetato de linolila, muito contribuiu para a eco-
trabalhava nesta área, nomia regional.
264/PEDOLOGIA
!
pH
Ac.total
"'o
I PO_f
COMPLEXO SORTIVO mE/100g
v 100.AI+ + +
(CaOAc) C/N ---
MO mE/100g ca+ + Mg+ + K+ Na+ s H+ AI++ CTC "'o Ai++++S
~o KCIN mE/100g c N
3,3 3,3 11,70 2,88 4,9 0,16 0,16 0,51 0,12 0,12 0,91 9,86 1,84 12,61 7,22 66,9
3,5 3,6 9,40 1,92 3,3 0,14 0,08 0,18 0,05 0,04 0,35 7,62 1,78 9,75 3,59 83,6
3,8 3,7 7,60 1,04 1,8 0,15 0,06 0,16 0,02 0,02 0,26 6,24 1,36 7,86 3,31 83,9
4,4 3,7 4,30 0,42 0,7 0,20 0,03 0,05 0,02 0,03 0,13 3,28 1,02 4,43 2,93 88,7
4,5 3,8 4,00 0,40 0,7 0,14 0,03 0,05 0,01 0,02 0,11 3,06 0,94 4,11 2,68 89,5
3,5 3,7 6,50 1,36 2,3 0,04 0,02 0,14 0,03 0,06 0,25 5,38 1,12 6,75 3,70 81,7
3,9 4,0 5,00 0,64 11 0,04 0,03 o 11 0,02 0,06 0,22 4,26 0,74 5,22 4,21 77,1
4,2 4,1 3,50 0,56 0,9 0,02 0,02 0,13 0,04 0,05 0,24 2,98 0,52 3,74 6,42 68,4
4,5 4,1 2,40 0,22 0,4 0,02 0,01 0,08 0,03 0,03 G,15 1,98 0,42 2,55 5,88 73,7
3,5 3,4 6,10 1,55 2,6 0,16 0,37 0,99 0,05 0,05 1,48 5,22 0,88 7,56 19,31 37,6
3,9 3,7 5,20 1,06 1,8 0,04 0,16 0,50 0,03 0,04 0,73 4,22 0,98 5,93 12,31 57,3
4,0 3,8 4,48 0,41 0,7 0,03 0,13 0,30 0,05 0,05 0,53 3,56 0,92 5,01 10,58 63,4
4,3 3,9 3.80 0,31 0,5 0,03 0,13 0,14 0,03 0,06 0,36 2,98 0,82 4,16 8,65 69,5
4,3 3,9 2,80 0,23 0,4 0,02 0,10 0,11 0,02 0,03 0,26 2,24 0,56 3,06 8,50 68,3
4,3 3,9 2.44 0,10 0,2 0,02 0,08' 0,03 0,16 0,03 0,30 1,98 0,48 2,74 10,95 60,5
3,3 35 14,06 3,68 6,3 0,05 0,21 0,67 0,10 0,11 1,09 10,90 3,16 15,15 7,19 74,3
3,8 3,9 9,94 2,08 3,6 0,01 0,13 0,37 0,04 0,06 0,60 8,08 1,66 10,54 5,69 75,6
4,1 3,9 8,10 1,28 2,2 0,01 0,16 0,42 0,02 0,04 0,64 6,64 1,48 8,74 7,32 69,5
4,7 4,1 5,00 0,68 1,1 0,01 0,13 0,25 0,01 0,03 0,42 4,14 0,86 5,42 7,75 67,2
4,9 4,1 4,24 0,48 0,8 0,01 0,11 0,07 0,01 0,03 0,22 3,68 0,56 4,48 4,93 71,8
Além das espécies já mencionadas, há ainda outras de que Na tabela seguinte (Tabela 111) constam os resultados analí-
se po~e extrair ~átex, tais como: maçaranduba (Manilkara ticos para avaliação da fertilidade dos solos, de amostras
hubert), maparajuba (Manilkara paraensis) e balata (Manil- superficiais e subsuperficiais, num total de 298.
PEDOLOGIA /265
TABELA 111
Resultados Analíticos das Amostras para Avaliação da Fertilidade dos Solos
CATIONS PERMUTAVEIS
PROFUND. pH p
FOLHA SOLO LOCALIZAÇAO
em H20 ppm AI+++ ea+ ++Ma++ K+
mEI100cc mE/100cc ppm
I SA 21-V-B
med
AQd.
().20
8().100
4,8
4,7
< 1
< 1
0,1
0,2
0,1
0,1
6
6
de Oriximiná - Estado do
Pará.
Pt 08 - Próximo ao rio Ma-
puera Município de Oriximiná
- Estado do Pará
0.25 3,9 < 1 0,8 0,4 33
PVA 25-40 4,4 <1 0,3 0,1 16 Pt 09 - Próximo ao rio itapi
arg 4().60 4,5 <1 0,3 0,1 14 Município de Oriximiná -
6().85 4,7 < 1 0,3 0,1 14 Estado do Pará
85-105 5,0 <1 0,2 0,1 12
().15 3,6 1 3,2 0,3 29 Pt 10 Aproximadamente a
PVA 00°21 'S e 57°5'W Município
15-45 4,6 < 1 0,7 0,1 18
de Oriximiná - Estado do
arg 45-85 4,6 < 1 0,4 0,1 14 Pará.
SA 21-V-C ().20 4,0 < 1 3,0 0,1 14 Pt.11 -Próximo ao rio Pitin-
LVAd. ga Município de Airão - Es-
100.120 5,2 1 1,7 0,1 8 lado do Amazonas
().8 4,2 6 11 0,1 20
8-20 3,7 4 1,9 0,1 18
LAd 20.35 4,2 1 1,1 0,1 12
med. 35-55 4,5 1 1 ,o 0,1 12 Pt 12- Próximo ao rio Uatu-
55-100 4,6 1 0,8 0,1 12 mã. Municipio de itapiranga
100.150 4,8 2 0,6 0,1 12 - Estado do Amazonas.
266/ PEDOLOGIA
TABELA 111- Continuação ••.
cATJONS PERMUTAVEIS
PROFUND. pH p
FOLHA SOLO LOCAUZAÇlO
em H20 ppm AJ+++ ea+ + +Mg+ + K+
mE/100cc mE/100cc ppm
Pt 13 - Aproximadamente a
SA.21-V-C ().10 4,7 3 (),7 1,5 3 01°35'S e 59°11'W Município
LAd de Urucará - Estado do Ama-
arg. 4().50 5,4 <I 0,9 0,3 12 zonas
LVA
d
arg
80.120
0.15
15-30
30.45
45-60
4,6
3,9
4,3
4,2
4,2
< 1
< 1
< 1
2
1
0,8
1,5
1,3
1,4
1,2
0,1
0,1
0,1
0,1
0,1
6
31
29
16
12
zonas
Pt 19 -
mundá
Próximo ao rio Nha-
Município de Orixi-
miná- Estado do Pará
I
60.95 4,4 < 1 0,8 0,1 16
PVA 0.20 4,2 < 1 2,0 0,2 10 Pt 20 - Próximo ao rio Nha-
pl. mundá Município de Orixi-
med 80.100 4,4 < 1 1,7 0,1 8 miná - Estado do Pará
PEDOLOGIA /267
TABELA 111- Continuação.
CÃTIONS PERMUTAVEIS
PROFUND. pH p
FOLHA SOLO LOCALIZAÇAO
em H20 ppm AJ+++ c.++ +Mg+ + K+
mE/100cc mE/100cc ppm
I
pl. 40-90 4,9 < 1 1,4 0,1 27 00°53'8 e 55°25'W Municipio
med 90-120 4,8 < 1 1,2 0,1 29 de Alenquer - Estado do
120-160 4,8 < 1 1,0 0,2 25 Pará
268/ PEDOLOGIA
TABELA 111 - Continuação
CATIONS PERMUTAVEIS
PROFUND. pH p
FOLHA SOLO LOCALIZAÇAO
em H20 ppm AI+++ ca+++Mg++ K+
mE/100cc mE/100cc ppm
SA.21-X-C
d
med
50-100
100-130
130-160
0-15
5,2
5,3
5,4
3,9
< 1
< 1
< 1
< 1
0,4
0,2
0,2
1,9
0,6
0,5
0,5
0,1
8
8
8
18
00°05'S e 54 °02'W Município
deAimeirim- Estado do Parà
Pt 40 - Aproximadamente a
I
15-35 4,1 < 1 1,2 0,1 16
01 °23'S e 56°58'W Município
LAd 35-55 4,5 < 1 0,9 0,1 12
arg 55-75 4,6 < 1 0,7 0,1 12
de Oriximinà - Estado do
Parà
75-95 4,6 < 1 0,7 0,1 12
PEDOLOGIA/269
TABELA 111- Continuação ..
CATIONS PERMUTÁVEIS
PROFUND. pH p
SOLO LOCALIZAÇAO
FOLHA
em H20 ppm AI+++ ca+ + +Mg+ + K+
mE/100cc mE/100cc ppm
Pt 47 - Aproximadamente a
Pt 48 - Aproximadamente a
LA d 0-20 1 0,9 0,1 10 01 °43'S e 55°50'W Município
4o
med 130-160 0,9 0,1 4 de Oriximiná - Estado do
4.8 < 1
Pará
I LA d
med
0-20
80-100
39
4,5 < 1
1 1 ,O
0,9
0,1
0,1
14
8
Pt 49- Km 16, estrada Orixi-
miná- Obidos, Município de
Oriximiná -
Pt 50 -
Estado do Pará
Aproximadamente a
0-20 3,9 2 3,4 0,5 51
AQd 01 °11 'S e 55°45'W Município
60-80 4,7 < 1 2,2 0,1 29
de Obidos - Estado do Pará
2701 PEDOLOGIA
TA BELA 111 - Continuação ...
cATIONS PERMUTAVEIS
PROFUND. pH p
FOLHA SOLO LOCALIZAÇAO
em H~ ppm AI+++ ca+ + +Mg+ + K+
mE/100cc mE/100cc ppm
Pt.60- Aproximadamente a
LAd ü-15 5,1 2 0,3 2,4 35 01 °51'8 e 54°42'W. Município
cn med 60-80 5,4 1 0,9 0,5 20
I
de Alenquer - Estado do
Pará.
ü-30 5,0 4 0,0 3,5 8
3ü-55 4,9 0,7 0,5 8 Pt 61 - Aproximadamente a
< 1
AQd 55-80 4,9 <1 0,5 0,2 6 01 °56'8 e 54°36W Município
Bü-110 de Alenquer - Estado do
5,0 <1 0,8 0,2 6
Pará
110..140 4,7 <1 0,9 0,2 8
Pt 63 - Aproximadamente a
LI d. ü-3 4,4 1 1,4 0,5 103 01 °30'8 e 54°30'W Município
med 3-40 3,9 1 3,4 0,1 31 de Monte Alegre - Estado
do Pará
PEDOLOGIA/271
TABElA 111- Continuação ••.
CATIONS PERMUTAVEIS
PROFUND. pH p
SOLO LOCALIZAÇAO
FOLHA ppm
em H20 At+++ ca+ + +Mg+ + K+
mE/100cc mE/100cc ppm
0,1 6 Pt 68 - Aproximadamente a
0-20 4,1 <1 0',8
AQd 0,3 0,1 6 02°20'8 e 58°00'W Município
100-120 4,7 <1
de Urucará- Estado do Ama-
zonas
7 4,0 0,5 39
LAd. 0-25 4,0 Pt 69 - Aproximadamente a
4,7 <1 2,9 0,6 6
med 25-40 02°57'8 e 57"32'W Município
de Barreirinha - Estado do
Amazonas
Pt 74 - Aproximadamente a
LAd 0-20 3,5 1 3,3 0,1 23
8A 21-Y-D
20-60 12 03°16'8 e 58°25'W Município
arg 4,4 <1 1,5 0,1
de Maués - Estado do Ama-
60-130 4,6 <1 1,3 0,1 14
130-170 O, I zonas
5,3 < 1,1 14
25 Pt 75 - Aproximadamente a
LAd 0-20 3,8 1 2,5 0,3
6 03°50'8 e 57°53'W Município
med 20-45 4,7 <1 1,2 0,1
de Maués - Estado do Ama-
zonas
272/ PEDOLOGIA
TABElA 111- Continuação ...
CATIONS PERMUTAVEIS
PROFUND. pH p
FOLHA SOLO LOCALIZAÇAO
em H20 ppm AI+++ ea+ ++Mg+ + K+
mE/100cc mE/100cc ppm
PEDOLOGIA/273
TABELA 111- Conclusão
CATIONS PERMUTÁVEIS
LOCALIZAÇÃO
2741PEDOLOGIA
14- Plano diretor do Projeto Corrente, divi- 27 - JOFEE, J s Pedology. New Jersey, Somerset
são Formoso Salvador, 1971173 9v datilogr. Press, 1949 662p
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SEGUNDA PARTE
Aptidão Agrícola
O sistema de classificação empregado foi o desenvolvido Para que estes problemas sejam resolvidos, é preciso a
por Bennema, Beek e Camargo (1965), por ser constituído adoção de estudos, dentre os quais os relacionados com
2761 PEDOLOGIA
as condições agrícolas das terras, com o fim de classificá- ausência de substâncias tóxicas (alumínio, manganês e
las segundo as limitações apresentadas. sais solúveis - especialmente sódio).
Nestes estudos é importante o estabelecimento do concei- Em virtude da carência de dados para interpretação basea-
to de uma terra considerada ideal para agricultura, para ser da na presença de macro e micronutrientes no solo, são
tomada como referência, em relação a outras existentes. utilizados em substituição outros dados químicos, direta
ou indiretamente importantes com relação à fertilidade. Os
A terra ideal é aquela que possui as melhores condições
valores que melhor se relacionam com a fertilidade são:
possíveis de potencialidade para o crescimento das mais
saturação de bases (V%), saturação com alumínio
exigentes formas organizadas de associações vegetais
100.AI + + +, soma de bases trocáveis (S) e atividade do
.Apresenta elevada fertilidade natural, sem deficiência de
água e de oxigênio, não é susceptível à erosão e não S + AI+++
ciclo orgânico (Floresta em relação ao Cerrado) Outros
possui impedimentos ao uso de implementas agrícolas
dados importantes, como nitrogênio total, relação
Quaisquer outras variações apresentadas que não preen- CIN, P205 total, alumínio trocável, cátions trocáveis e
cherem as exigências atribuídas às da terra ideal são capacidade de troca de cátions (T), são pouco utilizados
consideradas desvios, portanto, sem todas as condições em virtude da sua difícil interpretação, pois suas relações
com a fertilidade natural não se acham perfeitameote
necessárias e suficientes para permitirem o ótimo desen-
esclarecidas nos solos tropicais.
volvimento das culturas Os desvios das diversas terras em
relação à terra de referência (ideal) serão considerados Com base apenas nos dados químicos disponíveis, nem
como limitações ao uso agrícola e podem apresentar-se sempre é possível obter-se uma conclusão correta a respei-
em diversos graus, determinados por cinco classes nula, to da fertilidade de um solo tropical. São indispensáveis,
ligeira, moderada, forte e muito forte. portanto, as observações de campo, principalmente acerca
Em alguns casos, podem ocorrer terras com uma ou mais do uso da terra, produtividade, qualidade das pastagens
características diferentes daquela considerada ideal, po- assim com·o relações entre a vegetação natural e a fertilida~
rém com capacidade produtiva igual ou até superior a esta, de
como é o caso das terras subordinadas ao excesso de As definições dos graus de limitações para cada um dos
umedecimento, as quais, se cultivadas com arroz, dão cinco aspectos das condições agrícolas das terras geral-
excelentes resultados
mente compreendem informações referentes às relações
Serão considerados os seguintes aspectos das condições entre graus de limitações e dados facilmente observáveis e
agrícolas das terras: mensuráveis. Essas relações, entretanto, nem sempre são
precisas e devem ser usadas como um guia de orientação
- Deficiência de fertilidade
geral
- Deficiência de água
- Excesso de água (deficiência de oxigênio) As limitações são definidas com base nas condições
naturais das terras, sendo válidas, sob alguns dos aspec-
- Susceptibilidade à erosão tos, apenas para o sistema de manejo primitivo. Nestes
- Impedimentos ao uso de implementas agrícolas (meca- casos, nos sistemas agrícolas desenvolvidos, os graus são
nização) estabelecidos em função da possibilidade de remoção ou
Estes fatores não representam, entretanto, em sua total i- melhoramento da referida limitação.
dade, as _co~dições agrícolas das terras necessárias para Graus de Limitações por Deficiência de Fertilidade dos
uma aval1açao detalhada. Indicam, porém, a aptidão geral SoJos
das terras para o uso agrícola.
Nula a ligeira - Solos com boas reservas de nutrientes
Observe-se que um determinado aspecto das condições disponíveis às plantas e sem conter sais tóxicos, permitin-
agrícolas das terras está na dependência de uma ou mais do boas colheitas durante vários anos. Apresentam satura-
propriedades do solo e das condições mesológicas A ção de bases (V%) maior que 50 e menos de 50% de
susceptibilidade à erosão está, por exemplo, na dependên- saturação com alumínio. A soma de bases trocáveis (S) é
cia das seguintes propriedades declividade, textura, per- sempre maior que 3mE por 100g de terra fina seca ao ar
meabilidade, tipo de argila, profundidade, além da intensi- (tfsa). A condutibilidade elétrica do extrato de saturação é
dade e distribuição das chuvas. menor que 4mmhoslcm a 25°C.
Com uma rápida descrição da influência das diversas Quando os outros fatores são favoráveis, as reservas de
propriedades do solo e do ambiente, em cada um dos nutrientes permitem boas colheitas, durante muitos anos.
aspectos das condições agrícolas das terras, tornar-se-ão Nas regiões tropicais úmidas e subúmidas estes solos
mais compreensíveis as relações entre estas propriedades normalmente apresentam vegetação florestal.
e as referidas condições Moderada - Solos nos quais a reserva de um ou mais
nutrientes disponíveis às plantas é limitada.
2.1 - Deficiência de Fertilidade
Quando outros fatores são favoráveis, o conteúdo de
Refere-se à disponibilidade de macro e micronutrientes no nutrientes permite bons rendimentos das culturas anuais
solo, seu aproveitamento pelas plantas e presença ou somente durante os primeiros anos, após os quais os
PEDOLOGIA1277
rendimentos descrescem rapidamente, com a constante nada. Entre estas propriedades destacam-se: textura, tipo
utilização agrícola. de argila, teor de matéria orgânica e profundidade efetiva.
Necessitam de fertilização depois de poucos anos, a fim No caso dos solos de baixada, ao lado da àgua disponível
de manter a produtividade, pois correm o risco de se que pode ser armazenada, são consideradas outras pro-
empobrecerem e se degradarem a uma classe mais baixa priedades, como altura do lençol freático e condutibilidade
hidráulica.
de produtividade, devido ao uso exaustivo. Nas regiões
tropicais úmidas e subúmidas estes solos estão cobertos Os dados sobre a disponibilidade de água nos solos,
por vegetação florestal. precipitação e evapotranspiração, embora muito escas-
sos, são usados na determinação dos graus de limitaçÕes
Também são considerados nesta classe solos com sais
por deficiência de àgua, além de observações de campo,
tóxicos, devido a sais solúveis ou sódio trocável, que
principalmente relacionadas ao comportamento das pasta-
impedem o desenvolvimento das culturas mais sensíveis.
gens, tipo de culturas e vegetação natural. A vegetação
A condutibilidade elétrica do extrato de saturação está
natural, evidentemente, só poderá ser considerada nos
entre 4 e 8mmhos/cm a 25°C
casos em que é adaptada às condições da água nos solos.
Forte - Solos nos quais um ou mais nutrientes disponí-
O balanço hídrico e a relação de umidade com os tipos de
veis aparecem apenas em pequenas quantidades Apresen-
vegetação, que por sua vez estão relacionados com as
tam normalmente baixa soma de bases trocáveis (S)
regiões bioclimáticas de Gaussen, foram as principais
Quando outros fatores são favoráveis, o conteúdo de bases para o estabelecimento desta limitação. A vegetação
nutrientes permite bons rendimentos somente para certas natural reflete as condições de variação da deficiência de
culturas adaptadas, sendo baixos os rendimentos das água na área.
outras culturas ou mesmo de pastagens
Graus de Limitações por Deficiência de Água nos Solos:
A sua utilização racional requer fertilização desde o come- Nas definições seguintes, não foi dispensada bastante
ço da exploração agrícola Nas regiões tropicais úmidas e atenção à regularidade ou irregularidade de escassez de
subúmidas, estes solos apresentam-se cobertos por vege- água e os riscos decorrentes de fracassos de culturas
tação de Savana ou transição Floresta/ Savana ("carras-
co"). Nula - Solos nos quais a deficiência de água disponível
não constitui limitação para o crescimento das plantas. A
Também são considerados nesta classe os solos com sais vegetação é de Floresta Perenifólia
tóxicos, devido a sais solúveis ou sódio trocável, que
permitem o cultivo somente de plantas tol~rantes A Solos com lençol freático alto (solos de baixada), perten-
condutibilidade elétrica do extrato de saturação está entre centes a esta classe, podem ocorrer em clima com estação
8 e 15mmhos/ em a 25°C seca
Muito Forte - Solos com conteúdo de nutrientes muito Ligeira- Solos em que ocorre uma pequena deficiência de
restrito, praticamente sem nenhuma possibilidade de agri- água disponível durante um curto período, que constitui
cultura, pastagens e florestamento Apresentam soma de parte da estação de crescimento. São encontrados em
bases trocáveis (S) muito baixa e estão normalmente climas com curta estação seca (1-3 meses) A vegetação
cobertos por vegetação de Savana, nas regiões tropicais normalmente é de Floresta Subperenifólia
úmidas e subúmidas
Solos com lençol freático elevado, pertencendo a esta
Também são considerados nesta classe os solos com sais classe, podem ocorrer em climas com maior período seco.
tóxicos, devido a sais solúveis ou sódio trocável, que
permitem o cultivo somente de plantas muito tolerantes A Moderada - Solos nos quais ocorre uma considerável
condutibilidade elétrica do extrato de saturação é maior deficiência de água disponível, durante um período um
que 15mmhos/cm a 25°C Podem ocorrer em áreas despro- tanto longo. São encontrados em climas com uma estação
vidas de cobertura vegetal e crostas salinas seca um tanto pronunciada (três a sete meses) ou em
climas com uma curta estação seca quando são arenosos
ou muito rasos. A vegetação é normalmente Floresta
22 - Deficiência de Água Subcaducifólia.
A deficiência de água é uma função da quantidade de água Solos com lençol freático ou com água estagnada (tempo-
disponível às plantas e das condições climatológicas, rária), pertencendo a esta classe, podem ocorrer em climas
especialmente precipitação e evapotranspiração Nos de- com um longo período seco.
sertos e em algumas áreas superúmidas, e mesmo nas
áreas secas do Nordeste, os fatores climatológicos são os Forte- Solos nos quais ocorre uma grande deficiência de
de maior importância água disponível durante um longo período, que coincide
com a estação de crescimento da maioria das culturas.
Em alguns casos, propriedades individuais dos solos têm
grande inflUência na água disponível que pode ser armaze- Solos pertencentes a esta classe são somente encon-
278/ PEDOLOGIA
trados em climas com um longo período seco (maior que São solos que variam, normalmente, de bem até excessiva-
sete meses) ou em climas com uma estação seca menor mente drenados.
(três a sete meses), quando são arenosos ou muito rasos.
A vegetação nesta classe é Caatinga arbórea ou Floresta Ligeira - Solos que, durante a estação chuvosa, apresen-
Caducifólia. tam uma certa deficiência de ar às culturas com raízes
sensíveis ao excesso de água.
Muito forte- Solos nos quais ocorre uma grande deficiên-
cia de água disponível durante um longo período, com uma São solos moderadamente drenados ou com risco esporá·
estação de crescimento muito curta. A vegetação é a dico de inundação.
Caatinga arbustiva que apresenta o grau mais acentuado
de xerofitismo no Brasil. Moderada - Solos nos quais as plantas cultivadas que
possuem raízes sensíveis a uma certa deficiência de ar não
podem desenvolver-se satisfatoriamente, uma vez que a
2.3 - Excesso de Água (deficiência de oxigênio) aeração do solo é consideravelmente prejudicada pelo
excesso de água, durante a estação chuvosa.
O excessó de água está geralmente relacionado com a
classe de drenagem natural do solo que, por sua vez, é São solos imperfeitamente drenados ou com risco incerto
resultado de condições climatólogicas (precipitação e eva- de inundações.
potranspiração), relevo local, propriedades do solo e altura
do lençol freático. Forte - Solos nos quais as culturas com raizes sensíveis
ao excesso de água somente se desenvolvem, de modo ·
Na maioria dos casos existe uma relação direta entre satisfatório, mediante trabalhos da drenagem artificial. Em
classe de drenagem natural e deficiência de oxigênio. geral são solos mal drenados ou com risco periódico de
inundações.
As características do perfil de solo são usadas para Muito forte - Solos nos quais são necessários trabalhos
determinar a classe de drenagem sob condições naturais. intensivos de drenagem para que as plantas de raizes
No solo drenado artificialmente, a relação entre classes de sensíveis ao excesso d'água possam desenvolver-se satis-
drenagem e deficiência de oxigênio não é mais direta, fatoriamente. Os solos desta classe são muito mal drena-
enquanto o sistema funcionar adequadamente para remo- dos ou estão sujeitos a risco permanente de inundação ou
ver o excesso de água. permanecem inundados durante todo o ano.
PEDOLOGIA /279
erosão. Isto acontece em solos nos quais houve uma Muito forte - Solos muito fortemente susceptíveis à ero-
erosão prévia, pela qual o horizonte superficial, mais são. Compreendem todos os solos com declividade supe-
poroso e menos coerente, foi erodido e onde já se formou rior a 25%, menos aqueles com declive ligeiramente supe-
um sistema de SlJicos e voçorocas. rior que apresentem muito boas condições físicas.
o grau de susceptibilidade à erosão, para uma determi- Se sopesn para agricultura, serão totalmente erodidos em
nada classe de solo, é mais facilmente determinado nos poucos anos, com o aparecimento de sulcos e voçorocas.
locais onde o solo é utilizado para agricultura, sem medi- Se usados para pastoreio, o risco de danos ainda é grande.
das preventivas contra a erosão. Em outros casos pode-se Proteção e controle, nesta classe, não são economica-
estabelecer relações entre declividade e susceptibilidade à mente viáveis.
erosão, tendo como base o conhecimento das relações
entre erosão e características do perfil do solo. 25 - Impedimentos ao Uso de Implementas Agrícolas
(mecanização)
Graus de Limitações por Susceptibilidade à Erosão dos
Solos Este -fator depende principalmente do grau e forma do
declive, presença ou ausência de pedregosidade e rocho-
Nula ~ Solos não susceptíveis à erosão. Normalmente, sidade, profundidade do solo e condições de má drenagem
são solos em relevo plano ou quase plano e que apre- natural, além da constituição do material do solo, como
sentam boa permeabilidade. Tais solos, com uso agrícola textura argilosa com argila do tipo 2:1, textura arenosa,
prolongado (de 1O a 20 anos), não apresentam ou quase solos orgânicos, microrrelevo resultante da grande quan-
não apresentam erosão em sua maior parte. tidade de cupinzeiros (termiteiros) e/ou gilgai ou solos
com muitos sulcos e voçorocas, devido à erosão
Ligeira - Solos que apresentam alguma susceptibilidade
à erosão São solos que normalmente apresentam decli- A pequena profundidade do solo tem influência nos casos
vidades suaves (2 a 6%) e boas condições físicas. Podem em que o material subjacente é consolidado ou não
ser mais declivosos quando as condições físicas forem indicado para ser trazido à superfície por aração
muito favoráveis.
Com relação à mecanização, uma área sem impedimentos
Se usados para agricultura, por um período de 1O a 20 somente é levada em conta se apresentar um tamanho
anos, terão aproximadamente 25 a 75% do horizonte A mínimo que compense o uso de máquinas agrícolas. Áreas
removido na maior parte da área. Proteção e controle são, pequenas, sem impedimentos à mecanização, são des-
em geral, de fácil execução e bastam práticas conserva- prezadas quando estão disseminadas no meio de outras
cionistas simples para controlar a erosão. Em muitos áreas, nas quais não é possivel uso de implementas
casos, o uso de culturas selecionadas pode auxiliar satis- tracionados.
fatoriamente neste controle.
Graus de Limitações por Impedimentos ao Uso de Imple-
mentas Agrícolas nos Solos (mecanização)
Moderada - Solos moderadamente susceptíveis à erosão
O relevo destes solos é normalmente ondulado e a decli-
Nula- Solos nos quais podem ser usados, na maior parte
vidade de 6 a 13%, desde que haja boas propriedades
da área, durante todo o ano, todos os tipos de imple-
físicas. Podem ter declives maiores (13 a 25%) em relevo
mentas agricolas. O rendimento do trator ê maior que
forte ondulado, quando as propriedades físicas dos solos
I
90%.
forem muito favoráveis e suavemente declivosos (2 a 6%)
quando muito desfavorá11eis.
Apresentam topografia plana e suave ondulada, com decli-
vidades menores que 6%, sem outros impedimentos rele-
vantes à mecanização
Se usados para agricultura, a erosão é reconhecida por
fenômenos moderados. Inicialmente dá-se a remoção de Ligeira - Solos nos quais, na maior parte da área, podem
todo o horizgnte A, que facilmente pode continuar-se pela ser usados quase todos os tipos de implementas agrí-
formação dê sulcos e voçorocas. Práticas conservacio- colas. O rendimento do trator é de 60% a 90%
nistas são necessárias desde o início da utilização agrícola
destes solos. Em alguns caso_s, o combate à erosão pode Esses solos apresentam
ser feito com práticas simples, como em lavouras de ciclo
longo, mas em geral são necessários controles intensivos a) declividades de 6 a 13%, com topografia ondulada,
que demandam investimentos e conhecimentos agronô- quando não se apresentam outros impedimentos de natu-
micos reza mais séria.
Forte - Solos fortemente susceptíveis à erosão São em b) topografia plana e suave ondulada, mas com ligeiros
geral solos com relevo forte ondulado e declividade de 13 a impedimentos devidos a pedregosidade (0,5 a 1 ,0%),
25%, desde que apresentem boas condições físicas. Po- rochosidade (2 a 10% ), profundidade exígua, textura are-
dem ter declives maiores, quando as condições físicas dos nosa ou argilosa com presença de argila do tipo 2:1, ou
solos forem muito favoráveis, ou declfves menores, quan- lençol freático alto
do desfavoráveis
Moderada - Solos nos quais, na maior parte da área,
Se usados para agricultura, a erosão é reconhecida por somente os tipos mais leves de implementas agrícolas
fenômenos fortes, causadores de rápidos danos aos solos. podem ser usados algumas vezes, durante parte do ano.
Proteção e controle são, na maioria dos casos, dificeis e São usados, comumente, equipamentos tracionados por
dispendiosos, ou pouco viáveis. animais. Se usados tratores, deve-se fazê-lo com cuidados
2801 PEDOLOGIA
especiais, sendo empregados somente tratores de esteira, melhoramentos das condições do solo, pela aplicação de
e o rendimento é menor que 60%. corretivos e adubos, cultivos de variedades selecionadas
ou híbridos, conservação da umidade do solo, drenagem,
Estes solos apresentam: controle de erosão e a aquisição e uso de máquinas e
implementes agrícolas. O conhecimento técnico opera-
a) declividades de 13 a 25%; com topografia que é fre- cional está representado pela tradição agrícola ou pela
qüentemente forte ondulada, quando não existem outros habilidade profissional capaz de pôr em funcionamento
impedimentos mais sérios. Se usados para agricultura, técnicas mais avançadas para permitir o aumento de
freqüentes e profundos sulcos de erosão podem estar produtividade. O tipo de tração e implementes agrícolas
presentes. que diferem nos dois sistemas de manejo resume-se em
que um emprega tração animal e implementes manuais e o
b) declividades menores que 13%, mas com moderados outro tração motorizada e imp1ementos operados meca-
impedimentos devido a pedregosidade (1 a 15%), rocho- nicamente. ·
sidade (10 a 25%), ou profundidade exígua.
Foram estabelecidas, para cada sistema de manejo, quatro
c) topografia plana e suave ondulada, com moderados classes de aptidão: boa, regular, restrita e inapta. O
impedimentos devido a textura arenosa grosseira, argilosa enquadramento de uma determinada unidade de solo em
com argila do tipo 2:1 ou lençol freático elevado. uma destas classes é feito com base nos graus de limita-
ções que, por sua vez, são determinados pelas possibi-
Forte - Solos que, na maior parte da área, podem ser lidades ou não de remoção ou melhoramento das limi-
cultivados somente com uso de implementes manuais. tações que afetam este solo.
I
a) declividades maiores que 55%, em topografia escar- Culturas de ciclo curto: abóbora, amendoim, araruta,
pada. arroz, batata-doce, cará (inhame), fava, feijão, fumo, ger-
gelim, juta, malva, mandioca, melancia, melãq e milho.
b) declividades menores que 55% com impedimentos
muito fortes, devido a pedregosidade e rochosidade Culturas de ciclo longo: abacate, açaí, banana, cacau,
(maiores que 70%), profundidade muito pequena e por caju, cana-de-açúcar, citros, coco, cupuaçu, dendê, fruta-
estarem sujeitos a inundações freqüentes e prolongadas pão, goiaba, guaraná, mamão, manga, maracujá, pas-
tagem plantada, pimenta-do-reino, pupunha, sapoti,
seringueira e urucu.
3 - SISTEMAS DE MANEJO ADOTADOS
3.1 - Sistema de Manejo Primitivo e Classes de Aptidão
A interpretação dos solos para o uso agrícola, neste Agrícola
trabalho, foi desenvolvida com base em dois sistemas
principais de manejo: sistema de manejo primitivo e Neste sistema de manejo, as práticas agrícolas dependem
sistema de manejo desenvolvido (sem irrigação). A escolha de métodos tradicionais, que refletem um baixo nível de
de apenas dois sistemas de manejo possibilita a visuali- conhecimento técnico. Não há emprego de capital para
zação da utilização dos solos sob dois ângulos distintos. manutenção e melhoramento das condições agrícolas das
terras e das lavouras. Os cultivos dependem principalmen-
Os sistemas de manejo foram definidos com base nos te do trabalho braçal, com implementes manuais simples
seguintes fatores, considerados como os mais importan- Alguma tração animal é usada para implementes agrícolas
tes: nível de investimento de capital, grau de conheci- leves.
mentos técnicos operacionais, tipo de tração e implemen-
tes agrícolas. Este é o sistema agrícola que predomina na área. A
limpeza da vegetação é feita por queimadas e, no caso de
O nível de investimento de capital compreende os inves- culturas de ciclo curto, o uso da terra nunca é permanente,
timen"to.s feitos para preparo do terreno, manutenção e sendo a terra abandonada para recuperação quando os
PEDOLOGIA /281
rendime·11tos declinam fortemente. É muito comum a uso. As culturas não se desenvolvem ou não é viável o seu
consorci'l;lção de duas ou três culturas e as lavouras de cultivo. É possível que umas poucas culturas adaptadas
caráter mais permanente só são possíveis em áreas onde a possam ser cultivadas.
fertilidade dos solos é alta
Nesta classe estão as terras não enquadradas nas classes
As classes da aptidão incluem tanto culturas de ciclo curto anteriores que apresentarem uma ou mais das seguintes
como culturas de ciclo longo e estão definidas, neste condições: fertilidade natural muito baixa ou em níveis mais
sistema, em termos de graus de limitações nas condições elevados associados a impedimentos muito fortes; toxidez
naturais para uso na agricultura, como segue: devido a sais solúveis e sódio trocável (C. E. maior que 8
mmhoslcm a 25°C}; relevo montanhoso com boas caracte-
CLASSE I - boa - As condições agrícolas das terras rísticas físicas ou relevo menos acidentado em casos de
apresentam limitações nula a ligeira, pàra um grande solos rasos ou com profundos e intensos sulcos e voço-
número de culturas climaticamente adaptadas. Pode-se rocas; pedregosidade e rochosidade superior a 70%; dre-
prever bons rendimentos por um período de aproxima- nagem má ou inundações e alagamentos por prolongados
damente 20 anos, durante o qual as produções decrescem períodos; fortes riscos de danos ou fracassos de culturas,
gradualmente por irregularidade na distribuição das precipitações pluvio-
métricas, com ocorrência de uma vez ou mais em cada ano e
Nesta classe estão os solos com alta fertilidade natural, estação seca superior a sete meses.
profundos e com boas propriedades físicas; com condu-
tibilidade elétrica menor de 4mmhoslcm a 25°C; em relevo Nas áreas de campo e de vegetação aberta com estrato
plano ou suave ondulado; sem qualquer risco de inun- graminoso (Savana, Estepe, etc.), devido a fortes e muito
dação ou encharcamento e que se en·contram em áreas de fortes impedimentos ao uso para a lavoura, com cultivos
distribuição uniforme das precipitações pluviométricas, anuais ou perenes, as terras desta, classe são aproveitáveis,
com período seco nunca superior a três meses. como melhor recomendação de uso, para o pastoreio
extensivo, mesmo com baixa capacidade de suporte, já que,
CLASSE 11 - regular- As condições agrícolas das terras se utilizadas para a agricultura, tornam a prática desta
apresentam limitações ligeiras e moderadas para um atividade muito insegura e pouco recomendável, com risco
grande número de culturas climaticamente adaptadas. de perda total de produção Para a representação cartográ-
Pode-se prever boas produções durante os primeiros dez fica destas áreas usa-se, além do símbolo convencional da
anos, que decrescem rapidamente para um nível mediano classe (IV), a letra a minúscula, para distinguir da sub-
nos dez anos seguintes. classe IVb, encontrada sob vegetação de Floresta ou em si-
tuações de relevo montanhoso e solos muito rasos, sob
Enquadram-se nesta classe as terras que apresentam, vegetação de Campo, Savana ou Estepe
como limite máximo, uma ou mais das seguintes condi-
ções: média e média a baixa fertilidade natural, com boas As diversas maneiras pelas quais as condições agrícolat
propriedades físicas; livres de excesso de sais (C. E. menor influenciam este sistema de manejo são
ou e 4mmhos/ em a 25°C); relevo ondulado, sem sulcos ou
voçorocas; risco permanente de inundações ligeiras e Deficiência de fertilidade- a fertiíidade natural de um solo
ocasionais; riscos ligeiros de danos ou fracassos de é o fator mais importante para a produção agrícola Se a
culturas, por irregularidade na distribuição das chuvas, fertilidade natural for alta, as produções serão boas por
com probabilidade de ocorrência de uma vez num período muitos anos, ao passo que, sendo média, as produções
serão medianas e por menores períodos de tempo A
I
de mais de cinco anos
fertilidade natural sendo baixa ou muito baixa, não é
aconselhável cultivar neste sistema de manejo.
CLASSE 111 -restrita - As condições agrícolas das terras
apresentam limitações moderadas e fortes para um grande Deficiência de água- a disponibilidade de água propicia a
número de culturas climaticamente adaptadas. Pode-se opção na escolha das culturas e da época do plantio Apesíir
prever produções medianas durante os primeiros anos, de se tratar de região Amazônica, esta é uma limitação de
decrescendo rapidamente para rendimentos baixos, dentro grande importância, devido à ocorrência de períodos de
de um período de dez anos. seca considerável em determinada área da região.
Estão compreendidas nesta classe terras que apresentam Excesso de água - sua importância maior se faz sentir
pelo menos uma das seguintes condições: fertilidade principalmente nas culturas de ciclo longo, quando há
natural baixa, com boas características físicas; toxidez problemas de inundação ou mesmo para culturas de ciclo
devido a sais solúveis e sódio trocável (C E. de 4 a curto, com raízes não adaptadas à falta de ar.
8mmhos/cm a 25°C); relevo forte ondulado, sem pronun-
ciados sulcos ou voçorocas, em solos com boa profun- Susceptibilidade à erosão- apresenta relativamente pouca
didade; drenagem imperfeita ou má, ou risco permanente de importância para este sistema de manejo, visto as práticas
inundações freqüentes; riscos moderados de danos ou agrícolas serem pouco intensas e utilizarem-se máquinas
fracassos de culturas, por irregularidade na distribuição das simples ou implementas manuais.
precipitações pluviométricas, com provável ocorrência em
um período de um a cinco anos e estação seca variável de Impedimentos ao uso de implementas agrícolas - não é
três a sete meses. limitante neste sistema de manejo, porque os implementas
agrícolas considerados podem ser usados em quaisquer
CLASSE IV - inapta - As condições agrícolas das terras cóndições.
apresentam limitações fortes e muito fortes para um grande
número de cu Itu ras climaticamente adaptadas. Provêem-se Obs.: Há casos especiais em que as culturas admitem graus
produções baixas a muito baixas já nos primeiros anos de de limitação maiores do que os expostos nas classes de
2821 PEDOLOGIA
aptidão. Exemplos: o algodão admite certa limitação por CLASSE 111- restrita- As condições agrícolas das terras
deficiência de água, assim como o arroz irrigado e a juta apresentam limitações moderadas e fortes para uma pro-
admitem também certa limitação por excesso de água. dução uniforme de culturas climaticamente adaptadas. A
produção é mediana e a opção de culturas é muito restrita
por uma limitação que não pode ser removida ou por
3.2 - Sistema de Manejo Desenvolvido (sem irrigação) e limitações que são parcialmente removidas com melho-
Classes de Aptidão Agrícola ramentos intensivos.
As práticas agrícolas neste sistema de manejo estão O baixo rendimento médio pode também ser devido à
condicionadas a um alto nível tecnológico. Há emprego produtividade mais baixa ou a fracassos de culturas,
intensivo de capital para a manutenção e melhoramento das causados por irreg.ularidades na distribuição das precipi-
condições da terra e das culturas. As práticas de manejo são tações pluviométricas, com probabilidades de ocorrência
conduzidas com o auxílio de maquinaria de tração moto- de uma vez num período de um a cinco anos.
rizada e utilizam-se ao máximo os resultados das pesquisas
agrícolas. O conhecimento técnico operacional capaz de Estão também compreendidas nesta classe as terras que
maximizar a capacidade produtiva está presente, seja apresentam pelo menos uma das seguintes condições:
diretamente ou através de assessoramento profissional. fertilidade baixa em solos com boas propriedades físicas;
toxidez devido a sais solúveis e sódio trocável (C.E. entre4 a
Estas práticas de manejo incluem trabalhos intensivos de 8mmhoslcm a 25°C); relevo forte ondulado ou menos
drenagem, medidas de controle à erosão, combate às acentuado, quando presentes fenômenos erosivos fortes,
pragas e doenças, rotação de culturas, plantio de sementes pedregosidade e rochosidade moderadas ou solos rasos;
e mudas selecionadas, calagem e fertilização. drenagem imperieita ou risco de inundações freqüentes.
Neste sistema de maneJO, as classes de aptidão são
definidas em termos de graus de limitações para uso geral CLASSE IV- inapta- As condições agrícolas das terras
na agricultura e são determinadas de acordo com a possibi- apresentam limitações fortes e muito fortes para uma
lidade ou não de remoção ou melhoramento das condições grande variedade de culturas climaticamente adaptadas. A
naturais. Aqui também são consideradas para culturas de produção, economicamente, não é viável, devido a uma ou
ciclo curto e longo. mais limitações que não podem ser removidas. É possível
que umas poucas culturas especiais possam ser adaptadas
CLASSE I - boa - As condições agrícolas das terras a estas terras, sob práticas de manejos incomuns.
apresentam limitações nula a ligeira para uma produção
uniforme de uma larga alternativa de culturas climatica- As terras aqui classificadas possuem pelo menos uma das
mepte adaptadas. Bons rendimentos são obtidos e manti- seguintes condições fertilidade muito baixa, associada à
dos com melhoramentos simples. As restrições para as inviabilidade de melhoramentos devido à elevada saturação
práticas de manejo são de fácil remoção e a conservação com alumínio ou solo de textura arenosa; toxidez devido a
dos solos é feita com medidas simples de controle à sais solúveis e sódio trocável (C. E. superior a Bmmhoslcm
erosão. a 25°C); relevo montanhoso, com boas características
físicas, ou forte ondulado, em caso de solos rasos ou com
Nesta classe enquadram-se terras com as seguintes con- erosão pronunciada através de sulcos e voçorocas ou
dições fertilidade alta, sem toxidez devido a sais solúveis e pedregosidade e rochosidade incompatíveis com a meca-
I
sódio trocável (C.E. menor que 4 mmhosl em a 25°C); relevo nização (25 a 70%); má drenagem ou ocorrência de inun-
com declives menores que 6%, sem sulcos ou voçorocas, dações ou alagamentos duradouros sem possibilidades de
em solos de boas propriedades físicas; ausência de risco de melhoria; muito fortes riscos de perdas totais de culturas,
inundação ou encharcamento e período seco inferior a três devido a irregularidade na distribuição das chuvas e período
meses seco maior que sete meses.
CLASSE 11 - regular - As condições agrícolas das As diversas maneiras pelas quais as principais condições
terras apresentam limitações ligeiras e moderadas para uma agrícolas influenciam este sistema de manejo são:
produção uniforme de um grande número de culturas
climaticamente adaptadas. Pode-se obter boas produções, Deficiência de fertilidade - Reveste-se de importância
mas a manutenção destas e a opção de culturas e seleção menor para este sistema que para o anterior. As práticas de
das práticas de manejo são restringidas por uma ou mais adubação compreendem, além da aplicação de fertilizantes
limitações que não podem ser total ou parcialmente remo- e corretivos, o emprego de micronutrientes de acordo com
vidas. A redução do rendimento médio pode também ser as deficiências dos solos e exigências das culturas, caso
devida a rendimentos anuais mais baixos ou a fracassos de seja economicamente viável. A resposta dos solos a adu-
culturas, causados por irregularidade na distribuição das bação e calagem tem de ser considerada. O conteúdo de
precipitações pluviométricas com probabilidade de ocor- matéria orgânica é mantido e, se possível, melhorado para
rência de uma vez num período de mais de cinco anos. promover maior atividade microbiológica no solo, retenção
e disponibilidade dos nutrientes para as plantas e melho-
Nesta classe podem ser consideradas as terras que não ramento da estrutura do solo, favorecendo o desenvol-
foram enquadradas na classe anterior por apresentarem vimento e distribuição das raizes
uma o~ mais das seguintes limitações: fertilidade média,
sem toxidez devido a sais solúveis e sódio trocável (C. E. Deficiência de água - Considerando-se que este sistema
menor que 4mmhosl em a 25°C); relevo ondulado em solos de classificação não leva em conta a irrigação como prática
com boas propriedades físicas, sem ocorrência de erosão para suprir a falta de água para as culturas, este fator é de
em graus maior que ligeira; drenagem moderada ou com grande importância, porquanto limita a opção na escolha
risco de inundações esporádico. das culturas e condiciona a época de plantio. São aplicadas
PEDOLOGIAJ283
algumas práticas que auxiliam a conservação de água do ou voçorocas, ao excesso de água, os quais, na maioria das
solo, tais como: cultivo em contorno, terraceamento, vezes, são permanentes por natureza e o melhoramento não
"mulching", etc., com o objetivo de reduzir as perdas por é viável.
escoamento superficial ou por evaporação. Considera-se
também a possibilidade de incrementar a matéria orgânica 4 - AVALIAÇÃO DA APTIDÃO DAS TERRAS
nos horizontes superficiais, visando aumentar a capacidade PARA O USO AGRÍCOLA, NOS DOIS
de retenção de umidade. SISTEMAS DE MANEJO
Excesso de água - Neste sistema de manejo os trabalhos De posse da legenda do mapa de Solos, onde constam as
de drenagem podem ser executados de forma intensiva, unidades taxonômicas que compoêm as diversas unidades
eliminando total ou parcialmente os impedimentos devido de mapeamento, procuroucse fazer julgamento de todas
ao excesso de água. Há casos, no entanto, de solos mal estas classes (Tabela 111) segundo as fases em que foram
drenados situados em áreas que não podem ser melho- constatadas, de acordo com os seguintes critérios encon-
radas, devido ao nível de base dos rios que lhe são trados. eutrófico e distrófico, concrecionário, cascalhento,
adjacentes, ficando seu uso restrito para algumas culturas plíntico, textura, vegetação e relevo.
adaptadas. Além da drenagem, há que se considerar os
riscos de inundações (duração e freqüência) e a viabilidade Para obter-se a avaliação final da aptidão das terras para o
econômica de seu controle. uso agrícola, após as estimativas dos graus de limitações
das principais condições agrícolas das terras, utilizaram-se
Susceptibilidade à erosão - As práticas de manejo para o as tabelas de conversão (Tabelas I e 11) para os dois
controle da erosão, neste sistema, podem ser intensivas e sistemas de manejo adotados, tanto para culturas de ciclo
complexas, incluindo terraceamento, banquetas indivi- curto. como de ciclo longo
duaiS, canais escoadouros e drenas, cultivo em contorno,
faixas em rotação, altern'ância de capinas, cobertura morta, Com os resultados da avaliação da aptidão agrícola de cada
etc Devido ao considerável emprego de capital para o unidade taxonômica, obteve-se o julgamento das uni-
melhoramento das propriedades químicas e físicas dos dades de mapeamento, que rlada mais é senão o resultado
solos, o controle da erosão tem de ser efetivo para permitir a obtido no julgamento da classe de solo dominante ou
manutenção da produção codominante mais importante (Tabela IV)
Impedimentos ao uso de implementas agrícolas (mecani- Os significados das simbologias e abreviaturas citadas nas
zação)- A moto mecanização é usada em todas as fases da Tabelas 111 e IV são dados a seguir, assim como as áreas e
atividade agrícola As principais limitações ao uso de percentuais das classes de aptidão encontradas na área,
máquinas ou implementas são devidas ao relevo, à pedre- tanto no sistema primitivo, como no desenvolvido (Ta-
gosidade ou rochosidade, à profundidade do solo, a sulcos bela V)
2841 PEDOLOGIA
TABELA I
LIMITAÇOES POR
CLASSES Deficiência de Impedimento ao
CULTURAS Deficiência Excesso de Susceptibilidade
DEAPTIDAO Fertilidade Uso de Implemento&
de Água Água à Erosão
Natural Agrícolas
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Longo Forte Forte Forte Muito Forte Muito Forte
TABELA 11
PEDOLOGIA /285
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- TABELA 111
Avaliação da Aptidão das Terras para o Uso Agncola. nos do1s Sistemas de Maneto
r Esllmatlvas dos Graus de Limitações das Principais Condições Agrtcolas das Terras para os Dois Sistemas de Man&JO CLASSES DE APTIDÃO AGRICOLA
o FASE
Deflclincla de I Deficlincla de Excesso de Ague
Gl Susceptibilidade Impedimento ao Uso de Sistema da Manejo Sistema de Manejo
> Unidade
Taxonômlca
Relevo e
Vegetação
Fertilidade
Primitivo IOesenvotvldo
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(Prlmlt. e Oesenv.) Primitivo Desenvolvido
à Erosão lmplemantos Agncolas Primitivo Desenvolvido
Primitivo Desenvolvido Primitivo I Desenvolvido Ciclo Ciclo Símbolo Ciclo Ciclo Símbolo
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TABELA 111- Continuação
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FASE
Dollclinclodo Dollclinclodo Exceaso da Agua Suac.ptlbllld- Impedimento ao Uso de Slotoma do Monejo Slotomodo Manejo
Unlllldo Relevo o Fortlllllldo Água • Erolio lmplamantos Aor•colas Prlmltho Dooenvolvldo
Taxonãmlce Vegetação (Prlmlt.oDIMnY.) PlimltiYO Desenvolvido
Prlmlllwo Dooenvolvldo Primitivo Desenvolvklo Primitivo Desenvolvido Ciclo Ciclo Símbolo Ciclo Ciclo Símbolo
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TABELA 111- Continuação ...
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TABELA 111- Continuação ...
Estimativas dos Graus de Limitações das Principais Condições AgrtCOias das Terras para os Dois Sistemas de Manejo CLASSES DE APTIDAO AGRICOLA
UnldMie
FASE
Relevo e
Deficiência de
Fortllldada
I Dellclincla de
Agua
Excesso de Agua Suacaptlbllldado
à Erosão
Impedimento ao Uso de
Implementas Agncolas
Slatoma de Manejo
Prlmllho
Sistema de Manejo
Dooenvolvlclo
Taxonõmlca Vegetação (Prlmlt. e Oesenv .} Primitivo Desenvolvido
Primitivo IDesenvorvldo
Curto I Longo Curto I longo I Curto I Longo
Primitivo Desenvolvkto Primitivo I Desenwlvldo Ciclo
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Longo
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TABELA 111 - Continuação
Eatlmetlvat dos Graus de Limitações das Principais Condições Agncotaa das Terras para os Dois Sistemas de Manejo CLASSES DE APTIDAO AGRICOLA
FASE
Dollc:linelade Dollclinciade Excesso de Ag\la Su-tlbllldOde Impedimento oo Uoo de Slatemo de Manejo Slstoma de Manejo
Unk:talda Relevo e Fartll- Água •erotio lmplernontos A!lriCOias Prlm"ho DaaenW>IYiclo
Taxonômlce Vegotaçjo (PrlmH.aDaaenv.) Prlmltho Desenvolvido
Primitivo DaaenW>Ivldo Primitivo Oesenvolvkto Primitivo Desenvolvido Ciclo éldo Simbolo Ciclo Ciclo Sim bolo
Curto Longo Curto Longo Curto longo Curto Longo Curto Longo
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EstllnlltlYII doa Graus de Limitações das Principais Condições AgriCOias das Terras para os Dois SJstemas de Manejo
Estimativas dos Graus de Limitações dlis Principais Condições Agncolas das Terras pera os Dois Sistemas de Manejo CLASSES DE APTIDlO AGRICOLA
FASE
Dellclinclo do Dollclinclo do Excesso de Agua Suacapllbllldado Impedimento ao Uso de Sistema de Manejo Sistema de Manejo
Unld.-cte Relevo e Fortllldado Aguo • Eroaio Implementas Agncolas Primitivo Desenvolvido
Taxonõmlca Vegetação (Prlmll. o Dosonv.) Primitivo Desenvolvido
Primitivo Desenvolvido Primitivo Desenvolvkio Primitivo Desenvolvido Ciclo Ciclo Simbolo Ciclo Ciclo Símbolo
Curto Longo Curto longo Curto Longo Curto Longo Curto Longo
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F. ond. Mod. Llg.
FI. Densa Forte a Nula a Nula Nula Nula Nula Forte Forte Forte M. Forte IV IV 1\/b IV IV 1\/b
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TABELA IV
Aptidão Agrícola das Unidades de Mapeamento, nos dois Sistemas de Manejo
294/ PEDOLOGIA
TABELA IV- CONTINUAÇAO
I
+LAd m arg FI Densa I lia lia
+LAd med Ilia lia
PEDOLOGIA /295
TABELA IV - CONTINUAÇAO
I
+ PVA d plint med FI Densa lilc Ilia
+AO d.
(GPHd arg.) IVb IVb
296/ PEDOLOGIA
TABELA IV- CONTINUAÇAO
I
+LVAd m arg FI Densa Ilia Ilia
+PVAm arg Ilia Ilia
PEDOLOGIA/297
TABELA IV - CONTINUAÇAO
I
+AOd (e/esc) IVb
+Li d indisc FI Densa IVb IVb
(AR)
298/PEDOLOGIA
TABELA IV - CONTINUAÇAO
I
+ LVAd arg FI Densa I lia lia
PEDOLOGIA/299
TABELA IV - CONTINUAÇÃO
I
+Li d indisc. IVb IVb
(PVA case m arg)
300/ PEDOLOGIA
TABELA IV CONCLUSÃO
HL1 + + +LHd lndlsc Pl. FI. Densa IVb Ulb IVb Hlb
+PVA plint. arg lllc llla
R4
+AR
(LVE d, arg)
+ + + Lid indisc
+ PVA case arg
Ecológico
IVb
lllc
IVb
IVb
IVb
IVb IVb
I
+AR IVb IVb
PEDOLOGIA/301
+ Subdominância que ocupa menos de 50% e TABELA V
mais de 20%, na qual existe outro compo-
nente com mais de 50% Area e Percentual das Classes de Aptidão, nos Dois Sistemas de Manejo
( ) Inclusão
a piai. aplainados
Sistema de Manejo
arg. textura argilosa
case casca! hento Classe de Aptidão Primitivo Desenvolvido
cn concrecionário
cont contato Km2 % Km2 %
d distrófico
dissec dissecados lia - Regular para culturas de ciclo
e eutrófico curto e longo 122 462 44,24
esc. escarpas
llc - Regular para culturas de ciclo
FI Floresta longo e Restrita para culturas
Form Formações de ciclo curto 66 234 23.92
f ond forte ondulado
indisc textura indiscriminada lld - Regular para culturas de ciclo
lig ligeira curto e Inapta para culturas de
med. textura média ciclo longo 6 370 2,30
mod moderada
fila - Restrita para culturas de ciclo
mont montanhoso
curto e longo 203 011 73.32 24 971 9,02
m arg textura muito argilosa
m forte muito forte lllb - Restrita para culturas de ciclo
ond ondulado curto e Inapta para culturas de
Pion. Pioneiras ciclo longo 11 289 4.08 7 065 2.55
pl plano
plint plintico lllc - Restnta para culturas de ciclo
Sav Savana longo e Inapta para culturas de
ciclo curto 42 208 15 25 33 707 12.18
Secund Secundária
s ond suave ondulado IVa - Inapta para culturas de ciclo
curto e longo Aproveitável
para pastore1o extensivo 3 848 1 39
I
AGUAS FLUVIAIS
18 20%
Este trabalho revela alguns resultados de interesse para a E LACUSTRES 18 310 km2
área estudada que, de forma sintética, podem ser assim 100 00%
TOTAL DO MAPA 295 160 km2
relacionados
gêneros alimentícios e de outros produtos, como a juta e a
1) Aproximadamente 3,66% da área (1 O 124km2), em
malva, muito difundidas na região e de larga aplicação
condições naturais, é inapta á utilização agrícola e ao
industrial
. pastoreio extensivo, por possuir limitações fortes e muito
fortes, decorrentes, principalmente, da baixa fertilidade
4) Uma faixa de terra, compreendida ao longo da rodovia
dos solos
que liga os municípios de Alenquer e Óbidos, apresenta
solos com elevada fertilidade natural, portanto de grande
2) As terras que possuem melho.res condições para o uso
significado para a produção de alimentos É desta área que
agrícola pertencem á classe 11 (regular) que, no sistema
primitivo, constitui 2,30% (6.370km2) e, no sistema desen- provém uma considerável parcela da produção agrícola
volvido, corresponde a 68,16% (188 696km2) regional Estes solos são ainda utilizados para a produção
de melhores sementes, que são distribuídas por toda a
3) Para implantação de projetos específicos, são aconse- região
lháveis, e mesmo indispensáveis, estudos mais porme-
norizados, capazes de determinar, com maior precisão, as Entretanto, apesar da fertilidade favorável dos solos, o
áreas de maiores potencialidades aumento da produção não cresce a níveis desejados,
devido, principalmente, à dificuldade de acesso, à falta de
Para a obtenção de maiores conhecimentos e melhor uma política de comercialização compatível com as ne-
aproveitamento da área, além 'do ievantamento de solos, é cessidades atuais e ao uso crescente com que estão sendo
de grande importância o estabelecimento de determinados utilizados na formação de pastagens plantadas.
experimentos agronômicos, cujos resultados servirão para
garantir uma melhor orientação, no sentido de melhorar a É possível que, com a estrada Obidos-Aienquer-Monte
produtividade e concorrer para o aumento da produção de Alegre, já em vias de implantação, esta área participe
302/ PEDOLOGIA
como centro de real destaque no cenário amazomco, Fertilidade do Solo. Aptidão agrícola dos solos
tornando-se fonte abastecedora de alimentos e de se- das regiões Norte, Meio-Norte e Centro-Oeste do
mentes selecionadas, contribuindo para a autonomia da Brasil; 1. a aproximação. Mapa I. Sistema de
região neste setor. manejo A, primitivo. Rio de Janeiro, 1966a. Esc.
1·5.000.000.
5) As várzeas do rio Amazonas e parte do rio Madeira, pelo
significado que representam na região, recebem um 3 - . Aptidão agrícola dos solos sem irrigação
comentário mais extenso sobre sua contribuição no setor das regiões Norte, Meio-Norte e Centro-Oeste do
agropecuário na área. Brasil; 1. a aproximação. Mapa 11. Sistema de
manejo B, semidesenvolvido. Rio de Janeiro;
1966b. Esc. 1 :5.000.000.
Estas áreas, embora apresentem limitações pelo excesso
de água, em determinadas épocas do ano, despontam 4 - . Mapa 111 Sistema de manejo C,
como fontes produtoras para suprir o mercado regional e desenvolvido. Rio de Janeiro, 1966c. Esc
nacional de matérias-primas, como as fibras têxteis, além 1 5.000 000
de serem importantes para o estabelecimento de culturas
alimentares de ciclo curto. 5 - BRASIL. Ministério da Agricultura Divisão de Pes-
quisa Pedológica. Aptidão agrícola dos solos do
o Brasil (mesmo a Amazônia) enfrenta grandes dificul- sul do Estado de Mato Grosso Rio de Janeiro.
dades, para a aquisição de fibras que atendam ao consumo 1971 72p (Boletim Técnico, 19)
do parque industrial
6 - BRASIL Ministério da Agricultura Equipe de Pedo-
Na verdade, a produção amazônica ainda não atende às logia e Fertilidade do Solo I. Levantamento de
necesl)idades cada vez mais crescentes do consumo, pois reconhecimento dos solos da zona de lguatemi,
não existe nenhum programa objetivando o aumento subs- Mato Grosso 11. Interpretação para uso agrícola
tancial deste produto dos solos da zona de lguatemi, Mato Grosso
Rio de Janeiro, 1970 99p (Boletim. Técnico. 10)
Porém, estas várzeas, com as características que possuem
e a elevada fertilidade de seus solos, podem ser as áreas
produtoras desta matéria-prima, desde que melhor orien- 7 - I Levantamento exploratório-reconheci-
tação e maiores facilidades sejam proporcionadas aos mento de solos do Estado da Paraíba 11 Interpre-
produtores, principalmente através da aplicação de téc- tação para uso agrícola de solos do Estado da
nic.as mais racionais e de sistemas de financiamentos Paraíba. Rio de Janeiro, 1972 670p (Boletim
mais objetivos. Técnico, 15)
PEDOLOGIA I 303
ESTAM,PA I
POOZÚLICO VERMELHO
AMARElO textura argilosa
sob vegetação de Floresta
DeoSI' em relevo suave on-
dulado - Perfil n. • 37 .
Estrada Obidos-Aienquer.
Folha SA.21-X-D.
1 - Panoràmica da areà de PODZOUCO VER MELHO AMARELO cc;>ncrec ionãrio textura multo argo losa
sob Ftor<?.Sia Densa em relevo ron e ondulado Estrada Rurópolis Presidente Médici-Santarém
Folha SA.21-Z-D.
LATOSSOLO VERMELHO
AMARELO DISTROFICO
textura argilosa sob vege-
tação de Floresta Densa em
relevo suave ondulado
- próximo ao Perfil n. •
15 - unidade de mapea-
mento: PB 11. Trecho da
estrada que liga VIla Ma-
cauari â Mina Slderama.
Folha SA.21-V-C.
2 - Desenvolvimento da juta sobre TERRA ROXA ESTRUTtJRAOA EUTROFICA textura argilosa, pró ximo a
Obidos. Ao lundo plantio de m ilho. Folha SA.21 -X-C.
Vegetação
FOLHA SA.21- SANTARÉM
IV VEGETAÇAO
AS REGIÕES FITOECOLÓGICAS,
SUA NATUREZA
E SEUS RECURSOS ECONÕMICOS
ESTUDO FITOECOLOGICO
AUTORES
PARTICIPANTES
Heliomar Magnago
Lúcia Maria Cardoso Gonçalves
Oswaldo Koury Junior
Petronio Pires Furtado
Raimundo José Rodrigues Santos
Renato Ribeiro dos Santos
Rui Lopes de Loureiro
Shigeo Doi
Waldiney Travassos Queiróz
ORIENTAÇÃO
VEGETAÇÃ0/311
SUMARIO
1 INTRODUÇÃO. 319
2 METODOLOGIA...................................... 319
I
4.1 - Regiões Fitoecológicas 325
4.1.1 - Savana (Cerrado) 325
4.1 2 - Formações Pioneiras Aluviais 326
4.1 3 - Floresta Tropical Densa 326
4.1 4 - Floresta Tropical Aberta 3Z6
4.2 - Refúgio Ecológico 326
4.3 - Áreas de Tensão Ecológica 326
4.3 1 - Contato Formações Pioneiras/ Savana (Cerrado) 326
4.3.2 - Contato Formações Pioneiras/ Floresta 326
4.3.3 - Contato Floresta/Savana (Cerrado) 326
4.4 - Áreas Antrópicas 326
4 4.1 - Vegetação Secundária . . . . ..... . 326
4.4.2 - Agropecuária . . . . . . . ........... . 326
4.4.3 - Agricultura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . 326
4.4.4 - Reflorestamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............. . 326
VEGETAÇÃ0/313
5 - SISTEMAS ECOLÓGICOS INTEGRADOS. 326
6 - FLORÍSTICA 342
71 - Introdução 352
72 - Circulação Geral da Atmosfera . 352
7.3 - Caracterização dos Elementos Climáticos 356
7.4 - Bioclimas . . 357
75 - Bioclimas do Brasil (3 a Aproximação) 357
8 - CONCLUSÕES 360
9 - BIBLIOGRAFIA. 367
314/VEGETAÇÃO
10 - APÊNDICE I ••• o. o •• o ••• o •••••••••••••••••••• o ••••••• 369
ILUSTRAÇÕES
FIGURAS
I
9 - lsoieta Normal Mensal de Setembro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 361
10 - Curva Ombrotérmica de Bagnouls & Gaussen . . . . 361
11 Curvas Ombrotérmicas de Bagnouls & Gaussen . . . . . . . . . . . . 362
12 Mapa Bioclimático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 363
13- Bioclimas do Brasil- 3. • Aproximação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 364
14- Quadro de Amostragem- Inventário Florestal . . . . . . 375/376
15- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA 21-Z-D 377
16- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-Z-C . . . . . . . . . . . 379
17- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA 21-Y-D 380
18- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-Y-C 382
19 Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-Y-A 384
20- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-Y-B 385
21 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-Z-A 387
22 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-Z-B 389
23 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-X-D 391
24 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA 21-X-C . . . . . . . . . . . 393
25 Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-V-D . . . . . . . . . . . 396
26- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-V-C . . . . . . . . . . 397
VEGETAÇÃ0/315
27- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-V-A 399
28- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-V-B 400
29 Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-X-A 402
30- Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha SA.21-X-B 404
ESTAMPAS
TABELAS
I Savana- Vicariantes Homólogos Arbóreos 323
11 Savana- Vicariantes Homólogos Arbustivos . 323
111 Savana- Vicariantes Homólogos Graminosos . 324
IV Levantamento Florestal - Sub-Região das Baixas Cadeias
de Montanhas do Complexo Guianense . . . 334
v Levantamento Florestal - Sub-Região Residual Paleozóica
do Rio Tapajós . . . . . . 337
VI Levantamento Florestal - Sub-Região dos Terraços da
Amazônia . . . . 339
VIl Levantamento Florestal - Sub-Região dos Terraços da
Amazônia . . . . . . 339
VIII Variação da Participação dos Sistemas Atmosféricos no
Espaço Brasileiro durante os Invernos de 1957 e 1963 354
IX Condições de Explotabilidade 365
X Utilização Florestal . . . . . . . . . . . . . . 366
XI Potencial Econômico . . . . . . . . . . 367
XII Resultados dos Testes Efetuados com Madeiras da
Amazônia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 371
316/VEGETAÇÃO
RESUMO
A Folha em estudo, denominada de Santarém e codificada O mapa bioclimático foi realizado com base na classifi-
como SA.21, abrange parte dos Estados do Pará e Ama- cação de Bagnouls & Gaussen (1957), aplicado às normais
zonas, cobrindo uma área de 295.156km2. mensais das estações meteorológicas disponíveis, levan-
tamento fisionômico-ecológico e variação de gradientes
É delimitada pelos paralelos 00°00' e 04°00' s e pelos litológicos, pedológicos e geomorfológicos. Propõe-se,
meridianos 54°00' e 60°00' W Gr. neste relatório, a 3. • aproximação dos "Bioclimas do
Brasil"
Com o auxílio de imagens de radar, demais sensor'es Em anexo são representadas as sínteses temáticas das
(fotografias em infravermelho, coloridas, em preto-e-branco Folhas de 01 °00' por 01 °30', precedidas de mapas de
e multiespectrais), prospecções de campo e metodologia 1 1.000 000, onde a vegetação é descrita de forma dinâ-
adequada, identificaram-se e mapearam-se na área em mica.
questão quatro regiões ecológicas: Savana, Formações
Pioneiras, Floresta Densa e Floresta Aberta, além de áreas Em volume anexo são fornecidos os dados computados
de Tensão e Refúgio Ecológico, bem como áreas sub- eletronicamente, sobre o potencial madeireiro da área,
metidas à Ação Antrópica obtidos através do Inventário Florestal a nível regional
VEGETAÇÃ0/317
ABSTRACT
This study covers part of the Amazonas and Pará States, monthly normais collected by the meteorological stations
between parai leis 00°00' and 04°00' s and meridians 54°00' available, phisiognomical-ecological survey and variations
and 60°00" W Gr. presented by lithology, soil and morphology. A third
approximation of "Bioclimates of Brazil" is also proposed.
Using radar imagery, other sensors such as calor infrared,
black and white and multispectrae photographs, field
The thematic sinthesis are presented comprising quadran-
checking and an adequate methodology, it was possible to
gles of 01 °00' by 01 °30' preceeded by maps on a scale of
identify and to map four (4) Ecological Regions Viz.
1 :1 000 000 where the vegetation is described in a dy-
Savanna, Pioneer Formations, Closed Forest and Open
namic way.
Forest besides areas of Ecological Tension (Ecotono) and
Refuge as well as areas submited to human action
The electronic processed data on the timber potential of
Bioclimatic mapping was performed basing on the Bag- the area are presented on annexed volume. These data
nouls and Gaussen's (1957) classification applied to the were gathered by forest inventory at a regional levei
318/ VEGETAÇÃO
1 - INTRODUÇÃO f) elaboração das sínteses temáticas por Folha de
1:250 000;
O presente estudo fitogeográfico abrange uma superfície
de aproximadamente 295.156km2, compreendendo áreas g) redação do relatório final e anexos.
dos Estados do Amazonas e Pará, situadas entre os
paralelos 00°00' e 04°00' de latitude sul e os meridianos
54°00' e 60°00' de longitude W Gr. 2.2 - Inventário Florestal
I
divisões do Projeto RADAMBRASIL;
a) interpretação dos mosaicos de imagem de radar com
auxílio de outros sensores; b) intensidade e distribuição - a intensidade e distri-
buição amostrai são funções da div.ersificação .tit?fisio-
b) sobrevôo a baixa altura para reconhecimento fitofisio- nômica e facilidade de acesso. As areas acessJveJs por
nômico dos ambientes que foram delimitados nos sen- rodovias e hidrovias foram mais intensamente amestradas;
sores;
c) localização das amostras - na lo~ação das a~~stras
c) viagens por estradas, rios e com helicópteros para por ambiente não houve a preocupaçao de se defm1r um
realização do inventário florestal e/ ou estu·dos florísticos; ponto exato, mas sim a segurança de se es.tar amostrando
no ambiente desejado. Particularmente Importante era
d) revisão bibliográfica, incluindo estudo integrado das atingir, com a amostragem, a maioria dos ambientes;
informações geológicas, geomorfológicas e pedológicas
fornecidas pelas Divisões do Projeto RADAMBRASIL; d) unidade de amostra- a unidade de amostra foi padro-
nizada com forma retangular (500m x 20m), sendo efe-
e) revisão geral e delineamento dos ambientes para o mapa
(1) Auxiliares de Botânica treinados no reconhecimento de essê~clas
fitoecológico em escala de publicação (1 :1.000 000) sobre florestais junto ao IPEAN-EMBRAPA, INPA e/ou com multa experlencla
uma base cartográfica (blue líne) para impressão a cores; neste tipo de atividade J~~nto às Indústrias madeireiras da Amazônia.
VEGETAÇÃ0/319
tuada, às vezes, mais de uma amostra em cada ponto muitos outros naturalistas, possui uma bem estudada e
atingido variada flora
Quando a identificação não foi possível no campo, o A viagem de Coudreau ao Cuminá forneceu dados va-
material foi coletado e remetido, para ser estudado no liosos, não só quanto à hidrografia mas, também, quanto à
herbário fitogeografia amazônica, embora tenham sido Spruce
(1908), Ducke (1910) e Sampaio (1932) os primeiros botâ-
c) medição e instrumento - durante o levantamento nicos a empreender excursões ao Paru de Oeste ou Ere-
efetuam-se mensurações das circunferências a 1 .~om de pecuru ou Cuminá
altura ou logo acima das sapopemas e estimam-se as
alturas comerciais (até o 1 o galho) de todas as árvores (na As Savanas da área foram estudadas, além dos autores
amostra) cuja circunferência à altura do peito é maior ou citados, ainda por Massart (1929) e Lima (1959), que se
igual a um metro dedicaram ao estudo da flora dos Campos de Monte
Alegre
Os instrumentos utilizados são:
A área da planície aluvial foi a que mereceu mais atenção,
fita métrica graduada em centímetros em virtude do fácil acesso, sendo o trabalho de Black
(1950) sobre as gramíneas e o de Ducke (1910) sobre
vara de cinco metros para estimativa das alturas floresta em geral os mais completos
hipsômetro de Haga para a verificação vez por outra das Nas áreas florestadas dos platôs terciários do sul do
estimativas de alturas Amazonas, entre os rios Madeira e Curuá do Sul, Heinsdijk
(1957/1958), Glerum e Smith (1965) realizaram inventários
225 - Relação Usada para Cálculo de Volume florestais visando o aproveitamento do grande potencial
madeireiro da área
A equação básica empregada para os cálculos de volume
comercial das árvores é a seguinte Com base nestas contribuições bibliográficas valiosas, a
equipe da Divisão de Vegetação do Projeto RADAMBRASIL
v = H c2) o,7 conseguiu apoio para realizar seus estudos, objetivando a
4lf correta conceituação fisionômico-ecológica da vegetação
da área coberta pela Foi ha SA 21-Santarém.
onde
320/VEGETAÇÃO
De um modo geral, nestas últimas áreas, os elementos da missível conjecturar-se ser o Campo Cerrado uma for-
Savana (Cerrado) estão estabelecidos sobre Solos Con- mação subclímax
crecionários Lateriticos Hidromórficos e, levando-se em
consideração a existência de uma pequena estação bem A ação antrópica se faz sentir com mais intensidade nos
seca e bem demarcada para a área do baixo-Amazonas, "Campos de Monte Alegre", estudados por Massart (1929),
pode-se aceitar a hipótese destas Savanas terem origem onde somente as plantas corticosas resistem à ação das
edafo-climática. queimadas anuais
I
várias hipóteses existentes sobre as Savanas da Amazônia
situadas no Hemisfério Norte e suas possíveis relações
3.2.2 - Savana Arbórea Aberta (Campo Cerrado) com o Cerrado do Centro-Oeste brasileiro
A fisionomia da Savana arbórea aberta apresenta árvores Sampaio (1933), estudando as manchas de Savana, ao
de altura média entre quatro e sete metros composta de longo do rio Trombetas (Cuminá), levantou a hipótese de
elementos arbustivos esclerófilos, dispersos sobre um que estes campos estão sendo gradativamente ocupados
tapete contínuo dominado por Andropogon sp, Paspa/um pelas florestas, levando em consideração os estágios da
sp e Bulbostylis spp. diagênese dos solos florestais e dos campos. Tendo
encontrado Sporobus cubensis, antes só citado para a
A Savana arbórea aberta é xeromorfa, com folhas co- Venezuela e Guiana Inglesa e Leptocoryphium lavatum,
riáceas, tapete hemicriptófito e plantas lenhosas tortuosas conhecido do México ao Uruguai e, levando-se em consi-
com xilopódios. deração serem áreas distantes entre si, defendeu a idéia de
De Candolle sobre polimorfismo para explicar tal fato
Dentro deste conceito fisionômico-ecológico e pelas ob-
servações de Egler (1960), sobre a deficiência de drenagem No caso dos chamados "Campos do Ariramba", Egler
e existência de camadas concrecionárias lateriticas nos (1960) analisou uma série de dados, 1-'revalecendo a hipó-
"Campos do Ariramba", aliadas à ação antrópíca, é per- tese de que a mata penetra nos campos e que estes são
VEGETAÇÃ0/321
relíquias de uma formação mais primitiva, dentre as quais anani (Symphonia sp), ucuuba (Viro/a sp), pau-pombo
destacou. (Tapirira sp), parapará (Jacaranda copaia Aubl), açacu
(Hura creptans L.) e ingás (lnga spp).
a) "Existência, ,nestes campos, de elementos flor_ísticos
típicos da flora dos campos que pelo desenvolvimento Através das tabelas I, 11 e 111, inicialmente elaboradas por
indicam não serem de introdução recente". Veloso et alii (1975), pode-se analisar e comparar a corres-
pondência das espécies das áreas de Savana até então
b) "Existência de indivíduos velhos em estado de decre- estudadas pela equipe de Vegetação do Projeto RADAM-
pitude vegetativa de espécies de Cerrado, envolvidos por BRASIL.
elementos pioneiros (da mata) na zona limítrofe entre o
campo e a mata".
Pela relação de espécies observadas pode-se induzir ainda
c) "Numa análise do processo de erosão a que estão mais a hipótese da existência de uma linha contínua em
submetidas as encostas íngremes, que por efeitos mecâ- passado recente de Cerrado que unia a flora do Centro-
nicos de intemperismo desagregam blocos de diferentes Oeste brasileiro com a área Amazônica.
dimensões, decompondo rochas que vão formar tipos de
solos diferentes, principalmente nas vertentes (colúvios),
predominantemente pedregosos e no pé das mesmas Esta linha foi quebrada em vários pontos, ficando apenas
(solos aluviais argila-arenosos)". relíquias isoladas que se mantêm, ainda hoje, em pontos
de plataforma continental (serra do Cachimbo) e em áreas
paleozóicas erodidas:
Além disso, a equipe de Pedologia (vide 111-Pedologia)
determinou na parte leste da Folha, em áreas paleozóicas,
caracterizadas por períodos de deficiência hídrica mais 3.4 - Sistema das Formações Pioneiras Aluviais
acentuados, justamente na área do contato Cerrado/ Flo-
resta/ Formações Pioneiras, o que reforça a hipótese de Estas formações ocupam as planícies aluviais do rio
que esta área de contato é mais antiga e apresenta grupos Amazonas e seus tributários
de Cerrados relíquias ao lado de Formações Pioneiras
Campestres e Floresta-de-Galeria recentemente insta- São formações edáficas, resultantes da deposição de
ladas. material aluvionar, variando a sua composição de acordo
com o tipo do material transportado e depositado.
Segundo Ducke (191 O), a flora da região dos Campos do
Ariramba é muito diferente daquela da Planície Amazô- À medida em que os sedimentos vão sendo depositados e
nica. Lembra a flora das partes centrais montanhosas das os fatores de formação do solo atuam, há uma sucessão de
GI.Jianas, como a Bonnetia dinizzia que tem as espécies espécies, indicadoras do processo hidrosseral em curso,
mais próximas na serra de Roraima. O Hebepeta/um humi- culminando pela instalação e estabilização de uma Flores-
rifolium, Qualea sp e Schieckia oronocens são formas que ta Densa.
representam a flora do Centro das Guianas e espécies
vizinhas da Venezuela.
Nas areas com predominância de limo e argila, em conse-
Um grupo de espécies é conhecido das áreas de Serras ou qüência, estabelecem-se aí elementos mais evoluídos, em
das de Campos das Guianas e do Brasil-Central, porém virtude da maior riqueza do solo.
com exclusão da Planície Amazônica, como Byrsonima
verbascifolia e a Tococa nitens; outras se encontram Uma característica marcante é a coloração que a água
também em algumas serras do baixo-Amazonas, como apresenta· nos rios onde predominam os depósitos areno-
Scirpus paradoxa, Antonia ovata, Dipladenia tenuifolia, ou sos, a ág~a toma uma coloraçã~ escur~, proveniente de
mesmo nos campos de Marajó, como Sa/vertia conva- ácidos húmicos lixiviados pela açao das aguas das chuvas,
liodora e a Tocoyena formosa. que provocam a acidez d~ ág'ua a P?nto.~e, em ~lguns ~i os,
atuar como inibidor da v1da aquát1ca; Ja nos nos de agua
322/VEGETAÇÃO
TABELA I
Á R E A s
Curare/la americana 00 o o o I I I
Salvertia convaliodora - 00 I 00 I I I
Caryocar coriaceum - - - - I - -
Qualea grandiflora - I o - 00 00 I
Ca,ryocar microcarpum I - - - - - ...:..
Hancomia speciosa - I o I I I I
Bowdichia virgilioides
* I I o - I I I
Qualea parviflora - - I - I 00 -
Tabebuia caraiba - I I I I I I
Byrsonima crassifolia o o o I I i I
Palicouria rígida I I I I I I I
Parkia p/aryceph/a * - - - - 00 - -
Caryocar brasiliensis - - o - - o -
Himatanthus articulatus
* I I - I - - -
Antonia ovata * I I o I - - 00
Myrsia pilosa - 00 - - - - -
Mauritia vinifera* - - -- - o o -
Mauritia 1/exuosa * o o I o - - I
Aracardium ocidentale I - I I - - I
Anacardium ocidentale I - - - I I -
Anacardium humile - - - - - I I
Roupa/a montana I I I - - - I
Roupa/a complicara - - I - I I -
Xylopia grandiflora I o - I
Xylopia aromatica I - I
Piptadenia Peregrina
* I o I - - - I
Piptadenia macrocarpa - - - - I o i
Legenda:
00 Dominante I Presente
O Codominante -Ausente
* Espécies assinaladas também na Floresta
Savana -
TABELA 11
A R E A s
I
Espécies Rio Tlriós Cachimbo Amapá Maranhão/ Centro- Santarém
Características Branco Piauí Oeste
Byrsonima verbascifolia 00 o o o o o I
A!lagoptera campestre - I I - o o -
Humiria balsamifera - -
I o - - -
Cassytha americana I o - I I I I
Humiria floribunda -
I I - I - I
VEGETAÇÃ0/323
TABELA 111
Savana - Vicariantes Homólogos Graminosos
A R E A s
Trachypogon p/umosus 00 00 - 00 I 00 -
Andropogon angustatus 00 00 00 00 I 00 -
Rhynonospora barbata I I - I - - -
Paspalum carinatum o o 00 o o o o
Bulbostylis conífera I I - I I I 00
Aristida setifolia I I o I I I -
Paspalum pulchellum o o 00 o I I -
Mesosetum lolliforme I I - I - - I
Bulbostylis /anafa - o o o - - -
Aristida tincta Trin - - - - - - o
Bulbostylis jusciformis - - - - - - o
Comumente esta fisionomia ocupa os diques marginais Durante as grandes cheias, esta formação pode despren-
dos rios e ilhas e raramente ocupa os "igapós" ou "black- der-se do solo limo-argiloso, não consolidado, e flutuar
swamps". em grandes grupos, formando as "ilhas flutuantes" que as
vezes chegam a causar problemas à navegação
daceas e Eriocaulaceas, Utricularia sp, Burmania sp e Nas imagens de radar, esta formação vegetal apresenta-se,
CeP_halostema cyperaceoides, com palmeiras Leopoldinea em virtude da sua uniformidade e quantidade de água, com
ma10r.
uma tonalidade cinza-claro e textura fina.
324/VEGETAÇÃO
3.5 - Sistema da Floresta Tropical Densa Tereza et alii (1975) analisaram a literatura existente sobre
o assunto e concordam em ser a Floresta Aberta uma
A fisionomia de Floresta Densa ocorre em dois ecossiste- degradação natural da Floresta Densa.
mas distmtos: o da Floresta das Baixas Altitudes, ocupan-
do os terraços do Quaternário e os platôs do Terciário; e o
da Floresta Submontana, que ocupa as áreas do Paleozói- 3.6.1 - Floresta Aberta sem Palmeiras
co e do Pré-Cambriano.
Esta fisionomia é caracterizada pela grande quantidade de
Os antigos trabalhos de Spruce (1908) e Sampaio (1932) fanerófitas sarmentosas (cipós)que envolvem os indivíduos
serviram de base para o conhecimento das áreas do Pré- arbóreos de altura raramente superior a 25m, apresentando
Cambriano. grande número de árvores mortas e baixo volume de
madeira.
Enquanto que para outras áreas as contribuições mais
importantes são fornecidas pelas pesquisas de Huber O~ principais cipós são: Clusia spp, Bauhinia spp e Davi/la
(1909), Ducke (1910 e 1944), Heinsdijk (1957 e 1958) e spp.
Glerum e Smith (1965), para as áreas ao sul da Folha, que
ocupam os platôs Terciários, os três últimos autores
forneceram valiosas informações quanto ao seu volume 362 - Floresta Aberta com Palmeiras
madeireiro.
Na presente Folha não há referência bibliográfica sobre
este tipo florestal Entretanto são conhecidos os trabalhos
3.5.1 - Floresta Densa das Baixas Altitudes do Projeto RADAMBRASIL referentes à Floresta Aberta
com palmeiras
Esta fisionomia refere-se á floresta localizada principal-
mente nos platôs Terciários e terraços antigos e recentes e Esta fisionomia florestal pode ser definida como um tipo
apresenta-se em dois estratos distintos: um emergente e florestal onde as copas das árvores não se tocam e o
outro uniforme. número de palmáceas adultas é igual ou superior a 50%
As principais espécies que caracterizam o estrato emer- De um modo geral, na Folha em estudo, a principal
gente são: Dinizzia excelsa, Bertholletia excelsa e Cedre- palmeira responsável por esta fisionomia é a Orbignya
linga catanaeformis. Quanto ao estrato dominado, é carac- martiana.
terizado por Manilkara spp, Protium spp e Pouteria spp.
Estas florestas apresentam alto volume de madeira de
grande valor comercial. 3.7 - Refúgio Ecológico
Comparando-se com outras áreas, é uma das mais belas A N E da área desta Folha, na serra Maicuru, a uma altitude
florestas da Amazônia, com o sub-bosque limpo, boa de 600m aproximadamente, foram encontradas espécies
regeneração natural e fácil penetração. endêmicas com características fisionômicas semelhantes
às da serra dos Carajás (Veloso et alii, 1974), com lagoas
de águas escuras A vegetação das lagoas é composta,
3.5.2 - Floresta Densa Submontana
quase que exclusivamente, de Pontederia sp, Azo/la sp e
algumas Eichornia sp.
Esta fisionomia caracteriza"se por possuir árvores menores
que ocupam um relevo dissecado do Pré-Cambriano. A vegetação predominante é herbácea e arbustiva
P~ss~i um bom volume de madeira, com grupos típicos,
prmc1palmente de Mani/kara spp, Batesia f/oribunda e Os arbustos são representados por M irtàceas, Euforbiá-
Cinometra hootmanniana. ceas e Clúsias, enquanto que o tapete herbáceo se consti-
tui quase que exclusivamente de Ananas 'J.nasoides
Nesta floresta distinguem-se dois estratos um emergente,
com Dinizzià excelsa e Cedrelinga catanaeformis, e outro Neste Refúgio, o solo é turfoso nas depressões, com
uniforme, constituindo o estrato codominante.
VEGETAÇÃ0/325
4.1.2 - Formações Pioneiras Aluviais a) áreas de encraves Ecossistema
dominante
I) Das Áreas Inundadas Periodicamente
4.4 - Áreas Antrópicas
a) Arbórea sem Palmeiras Pl
I) Floresta Aluvial
4 4.3 - Agricultura
a) das planícies aluviais Fdp
b) dos terraços Fdc 4 4.4 - Reflorestamento Rf
11) Floresta das Áreas Sedimentares
5 - SISTEMAS ECOLÓGICOS INTEGRADOS
a) dos platôs Fde
A caracterização dos Sistemas Ecológicos, proposta e
b).dos baixos platôs Fdb adotada como metodologia básica para os estudos das
inter-relações meio físico-vegetaçãO, possibilitou a deter-
c) do relevo aplainado Fda minação das Regiões Fitoecológicas, além das áreas de
Tensão Ecológica e de Ação Antrópica.
111) Floresta das Áreas Submontanas
Estas áreas foram subdivididas de acordo com os carac-
a) das baixas cadeias de montanhas Fdt teres florísticos, litológicos, morfológicos e climáticos.
b) de relevo dissecado Fdn
5.1 - Regiões Fitoecológicas
c) dos platôs Fdr
Na área em estudo foram determinadas quatro reg1oes
d) do relevo aplainado F di fitoecológicas (Savana, Formações Pioneiras e Florestas
Densa e Aberta) revestindo diferentes formas de relevo,
pertencentes ao Pré-Cambriano e Paleozóico (ár~as do
414 - Floresta Tropical Aberta embasamento e sedimentares), Terciário e Quaternário.
I 4.3 -
431 -
Áreas de Tensão Ecológica
326/VEGETAÇÃO
REFUGIO ECOLOGICO FLORESTA ABERTA
(Relevo Dissecado <de 1OOOm Sedimentares baixas Planície aluvial ARBÓREA DENSA
de Altitude) (Clímax)
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arbustivo
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REFÚGIO
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FLORESTA DENSA FORMAÇÕES PIONEIRAS
Sedimentares baixas Planície aluvial Áreas sedimentares
FLORESTA DENSA
(Áreas sedimentares do
Terciário)
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DOS TERRAÇOS
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VEGETAÇÃ0/327
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SUB-REGIÃO DAS BAIXAS CADEIAS DE MONTANHAS DO I
COMPLEXO GUIANENSE
SUB-REGIÃO DA PLANICIE
I
SUB-REGIÃO DAS
SUB-REGIÃO DOS TERRAÇOS DA A M A Z Ô N I A - - - - - - - - - - - ' INUNDAVEL DO RIO AMAZONAS FORMAÇÕES PIONEIRAS
DO RIO CUMINÁ
SUB-REGIÃO RESIDUAL PALEOZÓICA DO NORTE DO R I 0 - - - - - - - - ' 1 ' - - - - - - - - - - '
AMAZÕNAS SUB-REGIÃO RESIDUAL SUB-REGIÃO DA SUPERFfCIE
+ PALEOZÓICA DE ITAITUBA ARRASADA DOS MÉDIOS
SUB-REGIÃO RESIDUAL PALEOZÓICA
DE ALENOUER
1 RIOS XINY/TAPAJÓS
REGIÃO DAS FORMAÇÕES PIONEIRAS
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SUB-REGIÕES DO NORTE DA AMAZÔNIA SUB-REGIÕES DO SUL DA AMAZÔNIA
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REGIÃO DA FLORESTA ABERTA o
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Este ecossistema em parte localizado acima dos "Campos Esta sub-região ocupa uma grande extensão, ultrapas-
do Ariramba" a sudeste da Folha NA-21 X B, nas proxi- sando os limites da Folha nas direções leste e oeste e
midades dos rios Cuminapanema e Maicuru, iimita-se a localizando-se ao longo do rio Amazonas e alguns dos
norte pelas áreas de Tensão Ecológica (Contatos), e a sul, seus tributários.
leste e oeste pelas áreas Antrópicas.
Constitui-se de campos alagáveis durante as cheias dos
o ecossistema em estudo difere substancialmente dos rios, os quais depositam sedimentos carreados formando
"Campos do Ariramba" por se apresentar cobrindo áreas grandes planícies.
de relevo dissecado com as fisionomias de Savana arbórea
densa (Cerradão) e arbórea aberta (Campo Cer-rado). Caracteriza-se essencialmente por uma vegetação herbá-
cea e graminóide, com predominância de geófitas, camé-
A Savana arbórea densa apresenta árvores que podem fitas, terófitas e hidrófilas que, juntamente com a fauna,
atingir 1O ou até 15m de altura sem um nítido estrato compõem uma notável paisagem neste complexo aluvial
graminóide, que reveste áreas de relevo dissecado. Pode- (Est 11.2).
se observar na área as espécies: envira (Xylopia spp),
jatobás (Hymenaea spp), paus-terra (Qualea spp), lixeira As plantas hidrófilas possuem geralmente folhas largas e
(Curatella americana L.), sucupira-do-campo (Bowdichia sua importância ecológica reside no fato de servir de
virgílíoides H. B.K.), caju-do-campo (Anacardium sp), abrigo a sáurios, répteis e peixes
murici-do-campo (Byrsonima crassifolia H.B.K.) e outras
com menor ocorrência (Est. 1.1) A. área foi objeto de excursões de diversos estudiosos
Black (1950) cita como principais espécies aquáticas
A Savana arbórea aberta (de curso dágua temporário em mururés ou aguapés (Nymphae sp, Ponterideria sp, Pistia
relevo dissecado) compreende uma área de solo coberto sp, Saboínia sp, Azzola spp, Ceratopteris sp), vitória-régia
por um tapete graminóide (Scírpus sp) e indivíduos es- (Victoria amazonica (Poeppig) Sowerby), e Prance (1974):
parsos de murici-do-campo, lixeira, pau-de-arara ou co- malícia-dágua, ou Juquiri (Neptunia o/eraceae Lour)
lher-de-vaqueiro (Salvertia convallariodora St. Hil.) e
outras, como a Dipladenia tenuífolía e Antonía ovata. Muito comum nos lagos e margem de rios é a aninga
(Montrichardia arborescens Schott) de forma biológica
geófita rizomatosa
5.1.1.2 - Sub-Região dos "Tesos" do Rio Amazonas
Além das canaranas que sã_() bastante comuns, há outras
Esta sub-região é representada pelas Savanas localizadas espécies como a piripomonga ou capim-ceneuaua (Leersia
ao longo do rio Amazonas ou próximo deste. Normal- hexandra SW) e arroz-bravo (Oryza spp), consideradas
mente Ocupa áreas mais altas de pequenas extensões como boas forrageiras
sed!mentares do Quaternário, raramente atingidas pelas
che1as. A Savana ocorre em solos Concrecionários Late- Essas espécies hidrófilas e higrófitas vivem geralmente em
ríticos Indiscriminados e Lateritas Hidromórficas, apre- associações e formam por vezes uma série da sucessão
sentando duas unidades fisionômicas distintas. para a floresta da planície aluvial, em outras ocasiões
podem estar associadas às plantas ruderais (associações
a) A Savana arbórea aberta (Campo Cerrado), com cursos vegetais que se estabelecem nos locais habitados pelo
dágua temporários e com relevo ondulado, é caracterizada homem), entre as quais Black (1950) cita:
pela grande ocorrência de lixeiras, murici-do-campo, pau-
de-arara ou colher-de-vaqueiro, caraubeira (Tecoma ca- Panicum sp, Erachtites sp, Jussieua spp (liana) e Mikania
raiba Mart) e pau-de-candeià (Piathymenia foliosa Benth). sp (liana).
No estrato graminóide destacam-se o capim-barba-de-
bode ~Arístída sp), Eragrostria sp, Paspa/um spp, Bul- As plantas hidrófilas são de importância para a agro-
I
bostylls spp e Cyperus sp (Est 1.2). pecuária na planície aluvial, em virtude de oferecerem boa
forragem para o gado, especialmente o búfalo. Segundo
b) A Savana Parque apresenta indivíduos esparsos, com o Black (1950), as espécies mais importantes são: canarana-
solo coberto por um tapete graminóide descontínuo de fluvial (Echinoch/oa po/ystachya (H.B K) Hitchcock),
gramíneas, ciperáceas e xiridáceas e, às vezes, apresenta canarana-rasteira ou pirimembecas (Paspalum repens
s.ol_os de~nudos. São freqüentes também, fazendo parte da Berg) e capim-mori (Paspalum fasciculatum Willd), se-
f1s1onom1~, as Florestas-de-Galeria, que acompanham os guidos de: canarana-roxa (Panicum zízanioides H B.K ),
c:u~sos dagua e se caracterizam por apresentar árvores canarana-folha-miúda (Hymenachne amplexicaulis (Rudge)
t1p1cas da floresta. Ocorrem em pequenas áreas desde as Ness), capim-uamá (Luziola spruceana Benth) e outras
proximidades de Santarém até as de Maués (Est. 11.1 ).
Todas essas canaranas possuem colmos decumbentes e
5.1.2 - Região das Formações Pioneiras Aluviais rizomas entrelaçados entre si, fixados na areia ou na lama,
onde proliferam com grande facilidade formando na época
Esta região foi de.te.rminada cobrindo áreas sedimentares da vazante verdadeiros campos nas várzeas
recentes da plamc1e dos rios Amazonas e Cuminá e
comp~eende d~as sub-regiões: Sub-Região da Planicie Na época das cheias essas áreas são inundadas e, com o
l~und~vel do R!o Amazonas e Sub-Região das Formações amolecimento constante da terra e por influência da cor-
P1one1ras do R1o Cuminá.
renteza, os capins são arrancados e levados em blocos rio
VEGETAÇÃ0/329
abaixo, onde vão formar as conhecidas "ilhas flutuantes", Freqüente em toda a Amazônia
às vezes, de grande extensão. Estas "ilhas" podem ficar Pará - beira do "paraná" ltuqui, rio Cupari
flutuando, até se fragmentarem nas águas do mar; ou
então ancoradas novamente nas margens dos rios onde se 13 - Panicum chloroticum Nees
fixam, iniciando-se assim um ciclo anual, onde a vazante e Pará - Fordlândia; rio Tapajós (Igapó)
a cheia têm caráter determinante na sua formação. São Amazonas - "paraná" do Ramos
comumente chamadas de "periantãs, matupis, matupás,
terras-caídas, ilhas-de-capins, camalotes" etc. 14 - Panicum elephantites Nee&.
Relativamente comum na Amazônia
Ao lado destas formações herbáceas, onde a influência ("ilhas flutuantes")
da água é bem menor, aparece uma vegetação algumas
vezes misturada já nos estágios arbustivos e arbóreo, que 15 - Panicum frondencens Meyer (não é precisamente
ocorrem em solos Hidromórficos. capim-aquático)
Beira da mata ou lugar úmido
As espécies características destas Formações Pioneiras Pará - rio Cupari
são: faveiras (Vatairea spp), oeiranas ou chorão (Salix
martiana Leyb.) e Alchornea castaneifolia A Juss ), pira- 16 - Panicum mertensii Roth ou Panicum megiston
nheira (Piranhea trifoliata Baill ), periquiteira (Buchevania Schult - capim-taboquinha em Óbidos
oxycarpa Eichl ), sucuuba (Piumiera spp), aturiá (Macha-
rerium Junatum (L Ducke) e outras (Est 111.1 ). 17 - Panicum repens (não é aquático mas vive em praias)
Pará - "paraná" do ltuqui; rio Cupari
Relação de algumas espécies da vegetação aquática na
área compreendida pela Folha SA.21-Santarém, obser- 18 - Menisuris altíssima (Povr) Hitchcock
vadas e I ou coletadas (8 lack, 1950) Pará - "paraná" do ltuqui; Cacaual Grande
Amazonas - baixo rio Branco
Oryza alta Swallen
Pará - rio Cupari; Óbidos 19 - Eragrostis g/omerata (Walt) L.H. Dewey
Pará - beira do "paraná" do ltuqui; rio Tapajós
2 - Oryza latif()lia Desv Amazonas - baixo rio Branco
Pará - beira do "paraná" do ltuqui
7 - Erioch/oa punctata (L) Desv A bacia do rio Cuminá foi também objeto de explorações
Pará - Cacaual Grande (abaixo de Santarém, científicas por diversos naturalistas estrangeiros e na-
aproximadamente 40km) cionais, preocupados em estudar a florística dessa região.
I 8 -
9 -
Paspalum dendiculatum Trin.
Pará - Monte Alegre; rio Capuri
12 - Echinochioa polystachya (H.B.K.) Hitchcock Também Souza (1877/78/82) explorou a área em questão;
canarana-fluvial) entretantO-não foi possível consultar seu "Diário das Três
330/VEGETAÇJã.O
Viagens ao Rio Cu miná" (republicado em 1946). Repetiu-se Cedrorana (Cedrelinga catenaetormis Ducke)
o mesmo com Coudreau (1901 ), em relação à sua obra Jarana (Holopyxidium jarana (Hub) Ducke)
"Voyage au Cumina, 20 apvil 1900/07 septembre 1900"
A. Ducke, provavelmente entre 1905/06, explorou o baixo 4 - Sub-Região das Baixas Cadeias de Montanhas do
Cuminá e Cuminá-Mirim, registrando às margens dos Complexo Guianense
lagos diversas gramíneas como arroz-bravo, capim-de-
marreca (Paspa/um conjugatum Berg.), canarana (Panicum Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) Standl)
spectabile Ness.) e na faixa junto à água, "uma espécie de Angelim-pedra (Dinizia excelsa Ducke)
perpétua de flores esbranquiçadas" (Aiternanthera paro- Angelim-rajado (Pithecelobium racemosum Ducke)
nychioides St. Hill. var. amazonica Hub.). Na faixa ime- Pau-d'arco-amarelo (Tabebeuia serratifolia (Vahl)
diatamente anterior à mata, o mesmo autor cita a peri- Nicholson)
quiteira, cipós, Dioclea, etc., demorando-se mais no es- Castanheira (Bertholletia excelsa H.B.K.)
tudo de mata-de-várzea (Ducke, 191 0).
Sampaio (1933), designado como botânico da Expedição 5 __: Sub-Região da Superfície Arrasada do Parà/ Amapá
Rondon à serra de Tumucumaque, explotou a área do rio
Cuminá, descrevendo detalhadamente a florística da re- Castanheira (Bertholletia excelsa H.B.K.)
gião, registrando a ocorrência de grande número de es- Angelim-pedra (Dinizia excelsa Ducke)
pécies às margens do rio e das cachoeiras. Jutaí-mirim (Hymenaea parvifolia Hub)
Tachi (Tachigalia spp)
Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) Standl)
5.1.3 - Região da Floresta Tropical Densa
O domínio ecológico da Floresta Densa, com uma área .de 6 - Sub-Região da Superfície Dissecada do Complexo
cerca de 245.520km2 subdividida pelos gradientes ecoló- Guianense
gicos (litologia, morfologia e clima), apresenta a vegetação
nos seus aspectos fisionômicos e florísticos, que coin- Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) Standl)
cidem sugestivamente com os tipos florestais. Angelim-pedra (Dinizia excelsa Ducke)
Muiratauá (Apuleia molaris sp et Benth)
Constataram-se 11 sub-regiões ecológicas, guardando Cajuaçu (Anacardium giganteum Engl.)
cada uma suas características específicas: Paus-d'arco (Tabebuia spp)
1 - Sub-Região dos Baixos Platôs da Amazônia 7 - Sub-Região dos lnterflúvios Tabulares do Planalto
Dissecado Norte da Amazônia
a) Ecossistema dos Baixos Platôs
a) Ecossistema dos Platôs Graníticos
Acariquara (Minquartia guianensis Aubl.)
Sucupiras (Diplotropis sp) Andiroba (Garapa guianensis Aubl.)
Castanheira (Bertholletia excelsa H.B.K.) Paus-d'arco (Tabebuia spp)
Cupiúbas (Goupia glabra Aubl.) Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke)
Cardeiro (Scleronema micranthus Ducke) Morototó (Didymopanax morototoni Aubl.)
Acapu (Vouacapoua americana Aubt.)
b) Ecossistema dos Platôs Dissecados
b) Ecossistema dos Platôs Areníticos
Muiraúba (Mourlria brevipes Gard in Hook)
ltaúba (Mezilaurus itauba (Meiss) Taub ex Mez.) Cedro (Cedrela odorata L.)
Mandioqueiras (Qualea spp) Andiroba (Garapa guianensis Aubl.)
Maçaranduba (Manifkara huberi (Ducke) Standl)
I
Andirobarana (cf. Guarea kunthii Juss)
Piquiarana (Caryocar g/abrufn Aubl.) Amapá-doce (Parahancornia amapa (Hub) Ducke)
Jutaí-açu (Hymenaea courbaril L.)
2 - Sub-Região dos Altos Platôs do Xingu/Tapajós
8 - Sub-Região Residual Paleozóica do Tapajós
Castanheira (Bertholletia excelsa H.B.K.)
Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) Standl) Castanheira (Bertholletia excelsa H.B.K.)
Angelim-pedra (Dinizia excelsa Ducke) Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) Standl)
Piquiá (Caryocar villosum Aubl.) Andiroba (Garapa guianensis Aubl.)
Ucuuba-da-terra-firme (Viro/a melinonii - Benoist) Angelins (Dinizia sp e Pithecelobium sp)
Copaíba (Copaifera sp)
3 - Sub-Região das Baixas Cadeias de Montanhas do 9 - Sub-Região da Planície Aluvial do Rio Amazonas
Sul da Amazônia
Munguba (Bombax munguba Mart.)
Castanheira (Bertholletia excelsa H.B.K.) Tachi-do-igapó (Triplaris surinamensis Cham)
Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) Standl) Sumaúma (Ceiba pentandra L. Gaertn)
VEGETAÇÃ0/331
Mamorana (Pachira insignis Sav ) cies que melhor caracterizam este ecossistema são:
Caxinguba (Ficus spp) acariquara-roxa, breus (Protium sp), sucupira (Diplotropis
Seringa-itaúba (Hevea guianensis Aubl ) sp), castanheiras e cupiúbas, seguidas de mandioqueiras
(Qualea spp), maçaranduba e cardeiro Encontrou-se um
volume médio de 107m3tha e a média de 59 ind/ha, num
10 - Sub-Região dos Terraços da Amazônia total de 31 unidades de amostras, quando foram medidas
todas as árvores com circunferência igual ou maior a 1m.
a) Ecossistema dos Terraços Antigos
Na Folha SA 23-São Luís, Góes-Filho et ali i (1973) encon-
Castanheira (Bertholletia excelsa H B.K) traram 115m3 i ha para esse mesmo tipo de formação
Ucuuba-da-terra-firme (Viro/a melinonii Benoist) florestal, iá na Folha SB 21-Tapajós, Terezo et alii (1975)
Carapanaúba (Aspidosperma sp) encontraram 157m3tha, com a média de 59 ind/ha, o que
Amapá-doce (Brosimum sp e Parahancornia sp) mostra a floresta ser mais densa à medida que se afasta
Andiroba (Garapa guianensis Aubl.) para o sul do rio Amazonas.
b) Ecossistema dos Terraços Recentes b) Ecossistema dos Baixos Platôs Dissecados - consti-
tuído de terrenos com solos de textura média, apresenta
Acariquara (Minquartia punctata (Radik) Sleumer ) um relevo bastante movimentado, dissecado em platôs,
Cedros (Cedrela spp) com encostas ravinadas e vales estreitos, nos quais ocor-
Quaruba (Vochysia maxima Ducke) rem diversas palmeiras, tais como o açaí (Euterpe o/eracea
Seringueira (Hevea brasiliensis (H B K) Muell Arg) Mart ), bacaba (Oenocarpus bacaba Mart.), babaçu (Orbíg-
Tama,uaré (Caraipa grandiflora Mart ) nya martiana B. Rodr) Observaram-se manchas de cipoal
em meio à floresta, dando uma característica própria a este
ecossistema Obteve-se um volume médio madeireiro de
11 - Sub-Região Residual Paleozóica do Norte do 124m3tha e a média de 68 ind/ha, num total de 25
Rio Amazonas unidades amestradas
Angelim-pedra (Dinizia excelsa Ducke) Além das espécies citadas, as que melhor caracterizam
Pau-d'arco-amarelo (Tabebuia serratifolia (Vahl) Nicholson) este último são: muiraúba, itaúbas (Mezilaurus spp), man-
Macacaúba (Piatymiscium trinitatis Bth) dioqueiras (Qua/ea spp), maçaranduba, seguidas de pi-
Castanheira (Bertholletia excelsa H B K ) quiaranas, castanheira, cariperanas (Licania sp), acapu-
Maçaranduba (Mani/kara huberi (Ducke) Standl) preto e maparaiuba (Manilkara amazoníca Hub) ~Est. 111.2)
332/VEGETAÇÃO
resultados desses estudos foram apresentados ao governo BRASIL. Em síntese, os dados florestais inventariados não
brasileiro em 12 relatórios completos, com diagramas e podem e jamais poderiam ser comparados, a não ser no
mapas (SUDAM, 1974). sentido volumétrico da madeira, que tem apenas signifi-
cação regional.
Coube ao engenheiro florestal Dammis Heinsdijk, entre
outros, o inventário das florestas situadas entre os rios
Tapajós e Xingu (Heinsdijk, 1957), bem como o inven- 5.,1.3.2 - Sub-Região dos Altos Platôs dos Rios Xingu/
tário entre os rios Madeira e Tapajós (Heinsdijk, 1958) Tapajós
e uma descrição sobre "as florestas de terra firme nos
solos Terciários e Quaternários no sul do rio Amazonas" Esta sub-região com 11.340km2, observada e descrita an-
(Heinsdijk, 1960). Este autor considerou três tipos de teriormente por Jupiassu & Góes-Filho (1974), apresenta-
florestas entre os rios Madeira e Tapajós: "Canumã", se limitada a norte pelas Sub-Regiões da Planície Inundá-
"Maués" e "Arapiuns"; seis tipos entre os rios Tapajós vai do Rio Amazonas (Formações Pioneiras) e da Planície
e Xingu com quatro tipos de "Planaltos" e dois de Aluvial do Rio Amazonas (Floresta Densa), a sul pelas Sub-
"Flanco". Os três primeiros tipos e um do "Flanco" Regiões Residual Paleozóica do rio Tapajós (Floresta Den-
acham-se englobados na Sub-Região dos Baixos Platôs da sa) e da Superfície Arrasada dos Médio Rios Xingu/Tapajós
Amazônia. A equipe da FAO assim os definiu: (Floresta Aberta), a oeste pela Sub-Região dos Baixos
Platôs da Amazônia (Floresta Densa) e a leste ultrapassa
a) Tipo "Canumã" - Caracterizado pela grande ocorrência os limites da Folha SA.21-Santarém.
de cardeiro e sem presença de cedro, muirapixuna (Cassia
scleroxilon Ducke), umiri (Humiria floribunda Mart.) e Determinou-se na área a fisionomia florestal densa, com
seringueira (Hevea brasiliensis (H.B.K.) Muel. Arg.). O indivíduos emergentes, ocupando as áreas aplainadas dos
volume médio de madeira encontrado foi de 164m3/ha em platôs, enquanto que as áreas dissecadas, normalmente,
45 amostras de 1 ha. são revestidas pelas Florestas Aberta sem palmeiras (cipo-
al) e Aberta com palmeiras (cocal).
b) Tipo "Maués" - Abrange a área entre o rio Mamuru e
aproximadamente o meridiano de 58°30'WGr: A ausência A análise dos levantamentos efetuados (A.114, A 115,
completa do cardeiro e a escassez de muirapixuna sepa- A 116, A.117 e A.118) possibilitou a avaliação da potencia-
ram-no dos outros dois tipos. Foram medidas 128 amos- lidade de madeira da sub-região.
tras, obtendo-se um volume médio de 169m3/ha; 4 sem
ocorrência de um i ri e morototó, entretanto, destacando-se Com uma média volumétrica de 219m3/ha, a sub-região é
grande presença de louros (Ocotea spp). caracterizada não só pelo alto volume, como também pela
presença de espécies de alta cotação nos mercados exter-
c) Tipo "Arapiuns" - A ocorrência de muirapixuna carac- no e interno
teriza este tipo que se estende das margens do rio Tapajós
Dentre as espécies constatadas destacam-se castanheira,
até o rio Mamuru.
maçaranduba, piquiá, louro-caneJa (Licania canella Meis-
Foram medidas 79 amostras, com um volume médio de sn), quaruba-rosa (Vochysia obscura Warm.), tachi-preto
146m3/ha. Não foi constatada a ocorrência de maparajuba (Tachigalia myrmecophylla Ducke), pau-de-remo (Chimar-
(Mani/kara amazonica Hub ) rhis turbinata DC), cumaru (Coumarouna odorata Aubl ),
quaruba-branca (Vochysia guianensis Aubl ), tanimbuca
d) Tipo "Flanco I" - Encontrado nas encostas dos pla- (Termina/ia amazonica (Gmel) Exell), andiroba, mandio-
naltos ao longo do rio Curuá-Una A maparajuba é caracte- queira-escamosa (Qualea sp), tachi-pitomba (Tachigalia
rística do grupo Foram medidas 100 amostras de 1 ha alba Ducke), carapanaúba (Aspidosperma carapanauba Pi-
apresentando a média de 130m3/ ha Os autores constata~ chom), cupiúba, piquiarana, abiorana-vermelha (Prieurel/a
ram uma alteração no volume, em função do solo e relevo, prieurii C D C.), cedro e ucuuba-da-terra-firme (Viro/a me-
isto é, em áreas de solos mais elevados, encontrou-se um Jinonii Benoist).
volume médio de 344m3/ha
Ao compararmos os dados obtidos por Japiassu & Góes-
Com base nos dados levantados pela equipe da Divisão de Filho (1974), embora com apenas uma unidade de amos-
I
Vegetação do Projeto RADAMBRASIL, determinou-se uma tras, e os obtidos por Heinsdijk (1957), com 71 unidades de
área mais extensa para os tipos florestais da FAO como amostras e um volume médio de 226m3/ ha, que ele
foi o caso do cardeiro, encontrado ao norte do rio Amazo- denominou tipo "Planalto 1", caracterizado pela ucuuba-da-
na~ Este tipo ultrapassa a faixa do Terciário e chega até o
terra firme, verificamos, nitidamente, a uniformidade de
~re-Ca~briano, no entanto, é preciso salientar que as
distribuição de espécies dentro deste tipo florestal.
areas sao atravessadas por rios, o que condiciona condi-
ções preferidas por aquela Bombacacae, que foi encontra- A validade de comparação fica evidenciada pela uniformi-
da ta';lb~m no tipo "Maués" A muirapixuna, com grande dade da sub-região geomorfológica em relação ao tipo
ocorrenc1a no tipo "Arapiuns", não foi anotada em nenhu- florestal da FAO
ma das amostras efetuadas dentro desta faixa, aparecendo
somente a leste do rio Tapajós 5133 - Sub-Região das Baixas Cadeias de Montanhas
do Sul da Amazônia
N_o entanto,_ não se pode estabelecer uma correlação entre
d1fe:r€ntes t1pos florestais da FAO com as sub-regiões do Com pequena área na Folha em estudo, cerca de 130km2,
Projeto RADAM BRASIL Isto porque os dados florísticos esta sub-região foi descrita nos relatórios das Folhas SB e
da FAO foram_ detalhados no sentido oeste-leste, ao longo SC 22 (Veloso et ali i, 1974) e da Folha SB.21 (Tereza et ali i,
da ca1ha do no Amazonas, não consfderando a sinéclise 1975), onde estes autores fazem um relato mais detalhado
que, ao contrario, foi a preocupação do Projeto RADAM- das características gerais da área.
VEGETAÇÃ0/333
Esta sub-região localiza-se a sudeste da Folha, apresen- a influência na paisagem da Floresta Aberta com cipó,
tando como limite norte a Sub-Região dos Baixos Platôs ocupando geralmente as ravinas, encostas das colinas e
da Amazônia e a sul, leste e oeste ultrapassa os limites da alguns vales estreitos, observando-se também a presença
área em estudo de palmáceas (Est IV 2)
A vegetação densa reveste as áreas de relevo submonta- O levantamento florestal (Tabela IV}, com apenas uma
nhoso (baixas cadeias de montanhas) com altitude abaixo amostragem (A 129) na Folha SA.21-X-A, forneceu um
de 600m, compreendendo granitos, gnaisses, migmatitos volume de 207m3tha, apresentando 80 indivíduos flores-
e quartzitos do embasamento cristalino (vide l-Geologia) tais e 38 espécies diferentes, com grande ocorrência de
Os vales são ocupados pelo açaí, babaçu, enquanto nas maçaranduba e qúinarana.
meias encostas observou-se o cipoal
334/VEGETAÇÃO
Outras espécies importantes e de alto valor encontradas na vando-se superfícies aplainadas e diversos graus de dis-
amostra citada foram: acapu, acariquara, amarelinho secação. Dois tipos de solos são dominantes: Podzólico e
(Pogonophora schomburgkiana Miers ex Benth), angelim- Latossolo Amarelo com textura variando de argilosa a
rajado, cajuaçu, guariúba (Ciarísia racemosa R.E.Fr.), muito argilosa (vide 111-Pedologia).
jutaí-açu, louro-amarelo, marupá (Simaruba amara Aubl.),
muirajibóia (Swartzia spp), pau-d'arco-amarelo, piquiá- A cobertura dominante é de Floresta Densa, ora com
marfim, preciosa (Aniba canelilla (H.B.K.) Mez), sucupira- espécies emergentes, ora com espécies que apresentam
amarela (Bowdichia nítida Spruce), uxirana (Saccoglottis uma cobertura uniforme. Três outras fisionomias integram
amazonica Benth) e ucuuba-preta. essa sub-região, como a Floresta Aberta com palmeiras e
com cipó, destacando-se na primeira a presença do patauá
No sub-·bosque ralo, observou-se bastante regeneração (Oenocarpus bataua, Mart.) e do inajá (Maximiliana regia
natural de acapu. Mart.).
Esta sub-região limita-se a oeste e sul com a Sub-Região Uma observação foi feita sobre a Floresta Aberta com cipó.
da Superfície Dissecada do Complexo Guianense. Constatou-se que o comportamento do cipoal está bas-
tante condicionado às feições geomorfológicas, pois nas
A área apresenta relevo dissecado em pequenas cristas e áreas de relevo dissecado ele ocupa as ravinas e/ ou
colinas, vales estreitos e encaixados, englobando rochas estreitos talvegues, ao passo que nas áreas de relevo
metamórficas semelhantes às do Complexo Guianense aplainado ocupa grandes extensões. Conclui-se que,
(vide l-Geologia).
muito provavelmente, o cipó inicia sua ocupação através
dos talvegues, posteriormente estendendo-se às áreas
A Floresta Densa é a formação dominante desta sub-
aplainadas e dissecadas.
região, caracterizada pelo alto porte das suas espécies
arbóreas, principalmente 'das emergentes.
Realizaram-se 28 unidades de amostras nesta sub-região.
A castanheira tem participação relevante na florística desta Nas amostras de n. 0 S A.29 à A.56 obteve-se urri volume
s~b-região (considerado o total da área, englobando-se médio de madeira de 120,59m3/ ha (113,24 <x <127,93m3/
diversas Folhas) ao lado do angelim-pedra, jutaí e tachis ha) e a média de 68 ind/ha.
{Tachigalia spp).
Entre as observações dos inventários florestais, merece
No estudo da Folha SA.22 (Japiassu & Góes-Filho, 1974) constatação a presença do cardeiro, espécie cujas carac-
os autores encontraram um grande volume de madeira em terísticas e importância já foram citadas na Sub-Região
quatro unidades de amostras de um hectare, com cerc~ de Residual Paleozóica do Norte do Rio Amazonas. Sua
22Qm3/ha. ocorrência foi registrada nas amostras n. 0 S A.40 e A.42,
medidas na Folha SA.21-V-C. Também o pau-amarelo
Leite, Veloso e Góes-Filho (1974) encontraram um volume (Euxypophora paraensis Hub), uma rutacea com grande
médio de madeira em torno de 200m3/ha. dispersão no sul do. Pará foi registrado na amostra de
n. o A.29, realizada na Folha SA.21-V-A.
Os totais acima demonstram o potencial econômico desta
sub-~e.gião (considerando a sua área global), não obstante
I
as d1f1culda.des de explotação representadas pelo relevo A presença de jutairana (Cynometra cf. longicuspis Ducke)
bastante acidentado e ausência de vias éte acesso. na Folha NA 21-Tumucumaque, que Doi et alii (1975)
citaram em forma de povoamento agrupado, na Folha em
estudo não apresentou as mesmas tendências, provavel-
mente em função da litologia da área.
5.1.3.6 - Sub-Região da Superfície Dissecada do
Complexo Guianense
A maçaranduba, provavelmente com as mesmas condições
Esta sub-re~i~o~ com uma área de aproximadamente ecológicas da Folha d~ Tumucumaque (Doi et a1ii, 1975),
60.180km2, e limitada a sul pela faixa da área paleozóica a apresentou características de distribuição. Embora bas-
leste pela Sub-Região da Superfície Arrasada do Parà/ tante dispersa por toda a sub-região, em alguns pontos ela
Amapa, a oeste ultrapassa os limites desta Folha e a norte se mostra em forma de grupos ou colônias, mas não chega
prolonga-se pela Folha NA 21-Tumucumaque (Doi et alii a constituir povoamentos puros ou gregários. Ap~rece com
1975) ' mais destaque na Folha SA.21-X-A (amostra A.53).
Ocorre no Pré-?ambriano, correspondendo a diversos gru- A única espécie que apresentou tendência gregária ou que
po~ e formaçoes de rochas metamórficas (vide l-Geo- se pode citar como tal foi o roxinho, confirmada em duas
logia). O relevo apresenta-se bastante diversificado, obser- amostragens realizadas na Folha SA.21-V-C (A.42 e A.43).
VEGETAÇÃ0/335
Conforme outras observações levadas a efeito na área, O tipo de solo é Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico
pode-se afirmar que a composição florestal desta sub- com textura variando de argilosa a muito argilosa e com
região é bastante heterogênea e apresenta grande nu mero algumas manchas de Solos Concrecionários Lateríticos e
de espécies de valor econômico comprovado, ocorrendo Podzólicos Vermelho Amarelo de textura argilosa (vide
em grande número, como por exemplo acapu-preto, an- 111-Pedologia)
gelfm-rajado, acariquara-roxa, araracanga ou piquiá-mar-
fim, balata (Eclinusa batata Ducke), itaúba, jutaí-pororoca Pelas observações feitas durante o sobrevôo da área e
(Dialium guianensis DC), louro-preto (Licaria canella análise floristica através dos inventários florestais, foi
Meissn), maçaranduba, piquiá, piquiarana, roxinho, su- possível dividir esta sub-região em dois ecossistemas
cupira-amarela, tento (Ormosia paraensis Ducke), ucuubas
(Viro/a spp) e uxirana (Est V 1) a) Ecossistema dos Platôs Graníticos
Outras espécies de menor ocorrência andiroba, andiro- É caracterizado por rochas do Complexo Granito Mapuera
barana, amapá-doce, angelim-da-mata, aroeira (Astronium (vide l-Geologia) e por interflúvios tabulares, vales es-
/ecointei Ducke), anani (Symphonia g/obulifera L ), casta- treitos e encaixados, bem como por uma feição mais
nheira, cardeiro, copaíba, cedro, cedrorana faeira (Roupa- dissecada em pequenas cristas e colinas. Apresenta uma
la thomensiana Mart ), guariuba, jutaí-açu, louros (Ocotea cobertura florestal densa, ora com espécies emergentes,
spp), louro-amarelo, muiracatiara, marupá, muirapiranga, ora com dossel uniforme, com pouca variação na sua
morototó, mandioqueiras (Qualea spp), muiraúba, maca- composição e estrutura Observou-se que algumas es-
caúba (Piatymiscium trinitatis Benth), muiratinga (0/me- pécies ocorrem com maior freqliência nos altos platôs,
diaperebea sp , Maquira scterophy/la (Ducke) C C Berg ), provavelmente onde encontram melhores condições de
pau-d'arco-roxo, pau-d'arco-amarelo, parapará, pau-ama- desenvolvimento, como a andiroba, pau-d'arco (Tabebuia
relo, sucupira-preta (Diplotropis purpurea (Rich) Amsh), spp), sucupiras (Oiplotropis spp e Bowdichia spp), muira-
saboeiro (Pithece/obium jupumba (Willd) Urb), tatajuba c&tiara, cedrorana, marupá. nuarubarana (Erisma unci-
(Bagassa guianensis Aubl ) e tamaquaré natum Warm ) e quinarana (Est Vl.1) Outras ocorrem nas
áreas mais baixas, instalando-se próximas aos talvegues
dos rios e também nas áreas de relevo mais dissecado, tais
Refúgio Ecológico como o morototó, jacarandá-preto (Dalbergia spruceana
Ducke), tatajuba e acapu Ao contrário, um grande número
Incrustado nesta sub-região, observa-se uma comunidade de espécies florestais não tem preferência por níveis
relíquia (Refugio Ecológico) revestindo o cume da serra de altimétricos, instalando-se indiferentemente como o
Maicuru, com menos de 1 OOOm de altitude, situada a leste amapá-doce, castanheira, maçaranduba, itaúba, angelins,
da Folha SA 21-X-C (Est V 2) marupá, parapará, muiratinga, acariquara, piquiás, piquiá-
marfim ou araracanga e outras mais
A vegetação pertencente ás famílias Rubiaceae, Myrta-
ceae, Melastomataceae, Aquifoliaceae, Orquidaceae, Gra- Convém frisar que a maçaranduba e os angelins têm um
minae e Cyperaceae apresenta as fisionomias arbustiva e comportamento mais especifico quanto às áreas bastante
lenhoso/ graminóide Este Refúgio Ecológico ocupa uma dissecadas A primeira ocorre onde o relevo mostra feição
área de aproximadamente 23km2 É interessante ressaltar mais suave e nas encostas das colinas, ao passo que os
a ocorrência de lagos no topo da serra angel i ns destacam-se nos locais mais altos ou topo dos
platôs
I damente 26 700krn2 corresponde ás ma1ores altitude~ ue randuba, enquanto no relevo dissecado o mesmo ocorre
com o acapu
toda a área, atingindo até 500m, constituída de áreas do
Pré-Cambriano de rochas com caracteres hipoabissais a
subvulcânicas, composição biotítica e textura porfirídica Com um total de 11 unidades de amostras, obteve-se a
(vide l-Geologia) média volumétrica de 116m3 de madeira, com a média de
70 ind/ha, considerado um volume razoável para este tipo
de relevo (A 1, A 2, A 3, A 4, A 7, A 8, A 9, A 1O, A 11,
Geralmente a cobertura florestal é densa, apresentando até A12,A13)
mesmo espécies de alto porte e emergentes, com an-
gelins, maçaranduba e castanheira Somente a leste do rio Muitas espécies importantes e de valor econômico foram
Paru de Oeste (Folha SA 21-X-B) esta feição morfoestru- registradas neste ecossistema, além daquelas citadas, tais
tural apresenta afloramentos de rochas, onde a vegetação como andirobarana, acariquara-roxa, anani, angelim-
assume um aspecto fisionômico de Cerrado Estas pe- rajado, araracanga, balata, cajuaçu, cuoiúba, copaíbas,
quenas manchas se destacam na imagem de radar, mas cedrorana, faeiras (Roupa/a thomensiana Mart.), freijó-
não são mapeáveis em virtude da escala de trabalho. branco (Coraia bico/ar D C), guariúba, jutaí-açu, louro-
Algumas vezes se observam outras manchas também não preto, louro-amarelo (Aniba sp), maparajuba, mandio-
mapeáveis de Formação Pioneira Arbórea em áreas de- queiras (Qualea spp), macacaúba, muiracatiara, muiraúba,
primidas ' pau-marfim (Agonandra brasiliensis Miers), piquiá, qua-
336/VEGETAÇÃO
ruba-rosa, seringueira, sucupira-amarela, sucupira-preta, TABELA V
tamaquaré, ucuubas (Viro/a spp) e visgueiro Levantamento Florestal - Sub-Região Residual Paleozóica do Rio Tapajós
I
do Sul da Amazônia, e_a sul ultrapassa os limites da Folha, Quinarana 2 1,68
onde foi estudada por Tereza et alii (1975). Rapé-de-índio 1 0,72
Sucupira-amarela 2 7,23
A vegetação densa com árvores emergentes caracteriza a Sucupira-preta 1 2,89
área situada sobre sedimentos areníticos, siltitos e tolhe- Taxi-preto 3 3,66
lhos do Siluriano, Devoniano e Carbonífero dos Grupos Ucuuba-verdadeira 2 1,78
Urupadi e Tapajós (vide l-Geologia)
Umirirana 1 5,62
Urucurana 1 4,42
Normalmente a Floresta Densa ocupa as áreas aplainadas.
Nos platôs dissecados ocorre a Floresta Aberta com Uxi-amarelo 1 2,85
palmeiras com destaque do babaçu Nos talvegues ocorre Uxirana 2 2,08
a Flor~sta Aberta sem palmeiras (cipoal), revestindo-os até Visgueiro 1 14,17
as me1as-encostas dos platôs dissecados Xixuá 1 1,71
VEGETAÇÃ0/337
Nesta mesma sub-região foram efetuadas oito unidades de Aubl ), faveira-pequena (Ciitorea amazonum Mart ), jeni-
amostras, obtendo-se um volume médio de 111 ,21 m3J h a, papo (Genipa americana L.), caxinguba (Ficus spp), im-
para 63 indivíduos/ha (Terezo et alii, 1975) baúba (Cecropia sp), ingà (lnga disticla Benth ), maca-
caúba-da-várzea (Piatymisceum paraense Hub ), marimari-
grande (Cassia grandis L ), louro-da-várzea (Nectandra
5.1 3 9 - Sub-Região da Planície Aluvial do amazonum Nees ), mamorana (Pachira insignis Sav.),
Rio Amazonas murupita (O/media aff. ca/ophy//a Poepp ), mutamba (Gua-
zúma ulmifolia Lam.), munguba, parapará, pau-mulato-
Abrange áreas ao longo da calha do rio Amazonas loca- da-várzea (Calycophyllum spruceanum Ben!h ), seringuei-
lizadas principalmente nas proximidades de Manaus '(oeste ra-barriguda (Hevea spruceana Muell. Arg.), sumaúma,
da Folha) e Santarém (leste da Folha), tendo como limites tamanqueira-da-vàrzea (Fagara compacta Hub ), tarumã-
norte e sul a Sub-Região dos Baixos Platôs da Amazônia. da-várzea (Vitex cymosa Benth ), taperebá (Spondias lutea
L), tachi-da-flor-amarela (Pterocarpus ancylocalyx Benth),
A Sub-Região da Planície Aluvial do Rio Amazonas é tachi-do-igapó e ucuuba-branca (Viro/a surinamensis
caracterizada pela Floresta Tropical Densa, instalada em (Rohl) Warb)
áreas periodicamente inundadas, de solos H idromórficos
originados dos depósitos do Quaternário recente. Estas espécies possuem madeiras moles, geralmente sem
valor comercial, exceto a ucuuba, sumaúma, pau-mulato,
No dizer de Huber (1909), ·· estendendo-se em ramifi- seringa-barriguda, macacaúba, tamanqueira e açacu (esta,
cações infinitas por toda a região Amazônica, a Mata das por possuir látex cáustico, apresenta problemas quanto à
aluviões fluviais (várzea) poderia se chamar a formação exploração) que são possíveis de serem utilizadas para
vegetal característica da Amazônia" produção de celulose
Nesta Folha a floresta aluvial cu "mata-de-várzea" como é As florestas das área$ permanentemente inundadas (igapó)
regionalr.;ente conhecida, ocupa faixas de largu;a pouco foram incluídas nesta sub-região por serem incompatíveis
considerável, caracterizando-se pela pequena variedade de com a escala do mapeamento
espécies florestais de porte mediano (não obstante a
ocorrência de alguns indivíduos de maior porte) e pela Segundo Pires (1957), "os igapós são os lugares da várzea
grande porcentagem de madeiras moles muito baixa e que por isso mesmo possuem água estagna-
da, que não sai pelos igarapés que são os canais de drena-
Huber (1909) estudou a área, dividindo este tipo florestal gem, quando as águas recuam" Considerando a vegeta-
em três trechos distintos. Da embocadura do Xingu á boca ção, o mesmo autor diz que "Sendo os igapós muito po-
do Trombetas, a floresta marginando o rio e os "paranás- bres e muito ácidos, sua vegetação é muito uniforme e
mirins" aparer:e pouco desenvolvida. muito pobre em número de espécies" Cita ainda, como
"relativamente comuns, espécies de Tovomita, Clusia,
O referido autor cita as oeiranas (Salix martiana Leyb e ciperáceas aquáticas (Sagittaria, Viro/a) e plantas de água
Alchornea castaneifolia A Juss) como precursoras das estagnada"
florestas do interior instaladas em frente aos imbaubais
que ocorrem imediatamente na linha das praias (Cecropia Esse tipo de vegetação apresenta, outrossim, rico desen-
paraensis Hub e Cecropia robusta Hub ) para este trecho volvimento de plantas monocotiledôneas (palmáceas,
do rio aráceas e marantáceas) e às vezes árvores grandes como a
seringa-itaúba (Hevea guianensis Aubl ), andirobinha ou
Na descrição de Huber, o segundo trecho situa-se entre as cabeça-de-cotia (Goniodiscus e/acospermus Kuhlm - fa-
embocaduras do Tapajós e do Trombetas, onde se lê: " ... a mília Celastreceae), arapari, piranheira (Piranhea trifoliata
mata-da-várzea torna-se mais luxuriante á medida que os Bai 11) e outras
campos ficam à maior distâncía do rio A existência nesse
trecho de grandes exemplares de muiratinga, pau-mulato, As palmáceas mais comuns são o jauari (Astrocaryum
guaxinguba e outras árvores de porte elevado e de massas jauary Mar! ), cujo caule é espinhoso, que ocorre em
densas de folhagem indica condições mais favoráveis à touceiras, também muito comum em terras baixas; o
I
vegetação arbórea". O referido autor cita a ocorrência de murumuru, também espinhoso; o urucuri (Attalea excelsa
"prados naturais de canarana" (Panicum spectabili Ness), Mart ), que, segundoHuber(1909),acompanhaoAmazonas
de canarana-de-fecha (Gynerium sagittatum (Aubl ) desde o estuário até além da fronteira do Peru; marajá
Beauv ) e o "aparecimento mais freqüente de algumas (Bactris maraja Mart e Bactris concinna Mar!), mais
palmàceas, como o murumuru" comuns nas terras baixas, e nos igapós o buriti (Mau-
ritia flexuosa L ), caranã e o jará (Leopoldinia pulchra
Observando-se o mapa Fitoecológico da Folha SA 21- Mart) Observou-se a ocorrência de sororoca (Ravenala
Santarém, notar-se-ão a falta de detalhes, feita por Huber, guianensis Bent ), também conhecida por pacova-soro-
e as formações mapeadas, o que se explica pela escala roca, bananeira-de-leque ou bananeira-brava, espécie
utilizada pelo Projeto RADAMBRASIL arborescente
338/VEGETAÇÃO
estudo apresentam-se dispersas, compreendendo dois piquiá, quaruba, cedro, sorva (Couma guianensis Aubl.),
ecossistemas. seringueira, sucupira-amarela, tamaquaré e ucuuba
Levantamento Florestal - Sub-Região dos Terraços da Amazônia Esta sub-região, sobre rochas sedimentares do Paleo-
zóico, situa-se entre as áreé!S do Terciário e Pré-Cambria-
no, com formações e grupos do Siluriano, Devoniano,
Amostras N. o de lndividuos/ha Volume m3/ha chegando ao Carbonífero (vide l-Geologia)
121 57 154,55 Limita-se a norte pelas Sub-Regiões da Superfície Disse-
122 70 133,46
123
cada do Complexo Guianense e dos lnterflúvios Tabulares
88 138,99
do Planalto Dissecado Norte da Amazônia (vide 11-Geo-
MÉDIA 72 142,33 morfologia) e leste pela Sub-Região Residual Paleozóica
de Alenquer e áreas de Tensão Ecológica; a oeste ultra-
passa os limites da Folha em questão e a sul limita-se pela
Sub-Região dos Baixos Platôs da Amazônia, abrangendo
A Floresta Densa aqui ocorre com pequenos encraves de uma área de 15 61 Okm2
Floresta Aberta sem palmeiras (cipoal}
Apresenta um relevo diversificado, observando-se formas
Além das espécies acima citadas, as mais importantes e bastante dissecadas e pequenos platôs de encostas
de maior valor econômico foram cardeiro, cupiúba, itaú- ravinadas Os tipos de solos mais comuns são: Latossolo
ba, leiteira (Sapium marmiera Hub.), louro-preto, louro- e Podzólico Vermelho Amarelo Distróficos, de textura
inhamuí (Ocotea barcelensis Kost ), macacaúba, parapará, argilosa (vide 111-Pedologia).
pau-d'arco, piquiá, piquiá-marfim e sucupira-amarela
A cobertura florestal densa, com espécies emergentes
b) Ecossistema dos Terraços Recentes sobre dossel uniforme, reveste quase continuamente esta
sub-região, respondendo às feições geomorfológícas
Constituído essencialmente de terrenos arenosos e sedi- Quando ocupa relevo de platôs, a floresta destaca-se pelo
mentos holocênicos marginais aos grandes rios - Tapa- maior porte, daí sobressaindo o angelim-pedra, pau-
jós, Urubu, Maués-Açu e pequenos rios - Piratucu,
Mamuru, afluentes e subafluentes do rio Amazonas Esses
terraços ocupam níveis altimétricos mais baixos e planos,
geralmente junto ao leito maior dos rios citados, em faixas
pequenas e alongadas
d'arco-amarelo, macacaúba, castanheira e maçaranduba
VEGETAÇÃ0/339
A equipe da FAO baseada em estudos desenvolvidos entre Breus (Protium spp)
1956/61 (SUDAM, 1974) recomendou ao Governo brasileiro
que se efetuassem levantamentos florestais nas proximi- Mogno (Swietenia macrophylla King)
dades do rio Madeira, no sentido de averiguar a ocorrência
desta espécie, que possui características e propriedades
para tornar-se uma madeira comerciável. 3 - SUB-REGIÃO RESIDUAL PALEOZOICA DE
ALENQUER
Também o Serviço de Treinamento e Pesquisas Florestais a) Ecossistema Serra Azul
da SUDAM, no período compreendido entre 1963/67, reali-
zou estudo sobre as propriedades físicas e mecânicas do Visgueiro (Parkia pendula Benth)
cardeiro, indicando-o como boa espécie para serrar, com
bom rendimento e provável utilização em marcenaria e Jutaís (Hymenaea spp)
movelaria, sendo seu peso específico 0,62 (algumas infor-
mações úteis sobre madeiras amazônicas, 1971/72). Pau-jacaré (Laetia procera (Poepp) Eichl.)
340/VEGETAÇÃO
5.1.4.2- Sub-Região Résidual Paleozóica de ltaituba nômicas: a Savana (Cerrado), Formações Pioneiras e Flo-
resta Densa.
Esta sub-região, caracterizada por Tereza et alii (1975) na
Folha SB.21-Tapajós, apresenta-se na Folha em pequenas
áreas de relevo aplainado a oeste do Tapajós, mais precisa- 5.1.5.1. - Contato Formações Pioneiras/ Savana (Cerra-
mente na linha do paralelo de 04°00'S entre os meridianos do)
de 55°30' e 56° OO'W Gr.
Este tipo de contato surge em ambas as margens do rio
Ocorrem nesta área testemunhos areniticos e calcoareniti- Amazonas, sobre sedimentos Quaternários recentes desde
cos com folhelhos e siltitos (vide l-Geologia), observando- as proximidades de Santarém até os arredores de ltaquatia-
se a dominância da Floresta Aberta caracterizada pelo cipó ra Apresenta encraves de Formações Pioneiras tanto
e com grande incidência de ipês (Tabebuia spp). arbustiva como graminosa, em meio à Savana (Cerrado),
gtralmente Parques de Cerrado, com Florestas-de-Galeria.
Entretanto, segundo Tereza et alii (1975), a fisionomia Este contato ocorre também em pequenas manchas dis-
desta floresta difere das outras áreas descritas, inclusive persas, quando a Savana arbórea densa (Cerradão) forma
daquelas estudadas por Veloso et ali i (1974), por apresen- encraves em meio às Formações Pioneiras arbustivas dos
tar menor número de individuas, bastante espaçados entre terraços Observou-se a presença de algumas palmáceas
si e abundância de Tabebuia spp como jauari, murumuru e marajá. Entre as espécies pró-
prias do Cerrado, destacam-se: sucupira-do-campo (Bowdi-
chia virgi/ioides H. B. K.), lixeira e murici-do-campo. Como
5 1 4.3 - Sub-Região Residual Paleozóica de Alenquer plantas arbustivas das Formações Pioneiras, citam-se:
piranheira, periquiteira e sucuuba (Est VIl 2)
Esta sub-região foi denominada de Sub-Região dos Platôs
Dissecados do Pará/ Amapá por Japiassu & Góes-Filho
(1974) Esta sub-região foi subdividida em dois ecossiste- 51 52 - Contato Formações Pioneiras/ Floresta
mas, em virtude de apresentarem ambientes diferentes
Este contato acompanha quase toda a extensão do rio
a) Ecossistema da Serra Azul Amazonas, ocorrendo em ambas as margens Ultrapassa o
limite oeste da Folha, próximo a Manaus, prolongando-se
Caracterizado pelo relevo bastante dissecado, situa-se a na direção de Santarém Acompanha também grande tre-
leste do rio Maicuru, nas proximidades da serra Azul cho do rio Madeira, estendendo-se ulém da área da Folha
Ocupa as áreas sedimentares paleozóicas do Devoniano ao longo dos "paranás" Urariá e Ramos Reveste solos
(vide l-Geologia), com diversas formações do Grupo Urupa- aluviais do Quaternário (sedimentos holocênicos), congre-
dl. Os solos foram classificados como Latossolo Amarelo gad_os de areias, argilas e cascalhos inconsolidados que
de textura média, Concrecionários Areniticos e Litólitos estao sob a influência das oscilações periódicas dos rios
Dlstróficos de textura indiscriminada (vide 111-Pedologia) (regime de cheias e vazantes)
A Flor~sta Aberta de cipó apresenta algumas manchas da Esta área de Tensão Ecológica caracteriza-se, essencial-
palmeira babaçu, geralmente instalada nos vales estreitos mente, por uma Floresta de porte médio, observando-se às
(Est VIl 1) vezes alguns indivíduos de maior porte, e por Formações
Pioneiras arbóreas arbustivas e graminosas. que ora se
As espéci~s florestais que melhor caracterizam esse ecos- ai inham ao lado da Floresta, ora formam encraves (Est
Sistema sao: visgueiro, jutaí (Hymenaea spp), pau-jacaré e Vlll1)
presença de alguns indivíduos de parapará e cedro
Dentre as espécies arbóreas destacam-se sumaúma, mun-
b) Ecossistema do Curuá/ Mamiá guba, tachi-do-igapó (Tryplaris surinamensis Cham), tachi-
da-flor-amarela, caxinguba, muiratinga, murupita, jenipa-
Lo~alizado a oeste da Folha SA 21-X-D, ultrapassa os po, .açacu, breu-branco-da-várzea seringa-barriguda, tape-
l1m1.tes desta, passando para a Folha SA 21-X-C, em áreas reba, ucuuba e algumas pc1lmáceas como o jauari, muru-
sed1me!:'tares paleozóicas do Carbonifero, com diversas muru, urucuri e marajá
I
formaçoes do Grupo Tapajós (vide l-Geologia) Este
ecossistema é li.mitado ao norte e oeste pela Sub-Região Repetem-se as mesmas espécies que ocorrem na região
~es_1~ual Pal~ozo1ca do Norte do Rio Amazonas; ao sul por das Formações Pioneiras
are~:; t.erc1anas aa Formação Barreiras e leste por áreas na
~enfena de Alenquer ocupadas pela agricultura. E caracte-
rizada pelo tipo de relevo ondulado e dominância de 51 53 - Contato Floresta/ Savana (Cerrado)
babaçu sobre solos Podzólicos Vermelho Amarelo de
textu~a argilosa, com presença destacada de castanheira e O contato reveste duas áreas distintas Uma ocorre nas
fauans áreas mais baixas e planas da calha do rio Amazonas, de
solos Lateriticos Hidromórficos de textura argilosa e La-
tossolo Amarelo de textura média (vide 111-Pedologia)
515 - Areas de Tensão Ecológica Situa-se, em grande parte, na margem direita do rio
Amazonas, desde Santarém até ltaquatiara, quando então
São ass~m denominadas as áreas que apresentam tipos de ocupa a outra margem Em ambas as margens este contato
vegetaçao que se contactam e se misturam atinge pequenas áreas do Terciário, com arenitos da
Formação Barreiras (vide l-Geologia) O encrave do Cerra-
Nesta Folha, as áreas de Tensão Ecológica têm como do em meio à Floresta ocorre com as fisionomias de
determmantes fundamentais três grandes unidades fisio- Campo Cerrado e Cerradão. As espécies de maior
VEGETAÇÃ0/341
freqüência são as mesmas identificadas na Sub-Região Concentram-se estas áreas ao longo da calha do rio
dos "Tesos" da Amazônia (Est. VIII. 2). Amazonas e seus tributários, devido à facilidade de escoa-
mento da produção oferecida pelos rios.
A outra área acompanha grande extensão do Paleozóico
(vide l-Geologia), bastante movimentada, arenítica e sofre
influência dos Campos do Ariramba, anteriormente descri- A criação de gado é suficiente para o abastecimento da
tos. população local e ainda contribui para o mercado de
Manaus. As várzeas do Amazonas, com o fluxo e refluxo
Em quatro amostragens realizadas nas manchas de Flores- anual das cheias e com a conseqüente deposição de sedi-
ta, integrante,s desta área de Tensão Ecológica, obteve-se mentos, oferecem possibilidades para a formação de exce-
um vol~me médio de madeira de 109,5Qm3J ha, para média lentes pastagens.
de 76 md/ha
As pastagens naturais apresentadas pela Savana (Cerrado)
As espécies de maior valor econômico encontradas foram: são o suporte da pecuária local durante a época das cheias
acapu, angelim-da-mata, acariquara-roxa, angelim-rajado, dos rios. As queimas anuais contribuem para manter esta
cajuaçu, coração-de-negro (Zol/ernia paraensis Ducke), vegetação em estágio disclímax, com fisionomias de Cam-
cumaru-roxo, itaúba, jutaí-açu, louro-preto, maçaranduba, po Cerrado, Parque e Campos graminosos.
mandioqueira (Qualea spp), marupá, muiratinga, pau-ama-
relo, sapucaia (Lecythis usitata Miers), piquiá-marfim,
quaruba (Vochysia spp), sucupira (Bowdichia spp), ucuu- É significativo o experimento executado pela DEMA (Dire-
bas (Viro/a spp) e visgueiro toria Estadual do Ministério da Agricultura) em Belterra,
com o plantio de seringueiras, visando classes de alta
produtividade e resistentes às doenças
5 1 .6 - Áreas Antrópicas
A Estação Experimental de Curuá-Una, da SUDAM, tam-
São as áreas que sofreram intervenção humana e estão bém é responsável pelo reflorestamento, em caráter experi-
representadas pela vegetação secundária culturas, pasta- mental, de espécies nativas e exóticas, já com alguns
gens e reflorestamento resultados positivos
As cidades de Santarém, óbidos, Alenquer, Parintins e
Monte Alegre, como grandes núcleos populacionais, fo- Assim, a paisagem destas áreas varia em função do tipo de
ram as que mais contribuíram para a substituição da atividade estabelecida pela agropecuária e reflorestamen-
floresta primitiva pelas culturas de subsistência e ativida- to, ou daquela que foi levada a efeito pela reconstituição
des afins natural (capoeiras em diversos estágios)
6 - FLORÍSTICA
I Capim-cabeleira
Caraubeira
Enviras
Faeira
Fave ira
Bulbostyles sp
Tabebuia caraiba (Mart) Bur
Xylopia spp
Roupa/a spp
Piptadenia peregrina (L) Benth
lngá /nga spp
lngá Pithece/obium spp
lpê Tabebuia caraiba (Mart\ Bur
Jatobás Hymeneae spp.
Jenipapo-de-campo Tocoyema formosa Schm.
Lixeira Cura te/la americana L.
Macucu Ucania sp.
Murici-do-campo Byrsonima crassifolía (L) Kth.
Murici-orelha-de-veado Byrsonima verbascifolía (L) Rich.
Murici-rasteiro Palícouria rígida H.B.K.
Para pará Jacaranda copaia D Don.
Pau-de-arara, Colher-de-vaqueiro
342/VEGETAÇÃO
Bate-caixa Salvertia convallariodora St. Hil.
Pau-de-candeia Plathymenia foliosa Benth.
Pau-pombo Tapirira guianensis Aubl
Pau-terra Qualea grandiflora Mart.
Piquiá Caryocar brasiliensis Camb.
Piquiá Caryocar spp.
Sucupira-do-campo Bowdichia virgilioides H.B K
Tarumã Vitex f/aves H.B.K.
Um i ri Humiria balsamifera Aubl
Um i ri Humiria f/oribunda Mart.
Ucuuba Viro/a spp.
Antonia ovata Pohl
Aristida latifolia Dom in
Bonnetia dinizzi Tr
Bu/bostylis spp
Dipladenia tennifolia (Mik) Schum
Eragrostia sp.
Hebepetalum humirofolium (Pianch) Benth
Himatanthus sp
Leptocoryphium sp
Myrcia spp
Paspalum spp
Qualea sp.
Scirpus paradoxa Boeck
Sclieckia ononocens (H B K ) Meissn
Sporobus sp
Tachypogon spp
Tachypogon spp
VEGETAÇÃ0/343
Murumuru Astrocarium murumuru Mart.
Oeirana ou chorão Salix martiana Leyb.
Oeirana ou chorão Alachornea castaneifolia A. Juss.
Periq u itei ra Buchevania oxycarpa Eichl
Piranheira Piranhea trifoliata Bai\1.
Piripomonga, Capim-ceneuaua Leesia hexandra SW.
Sucuuba Pfumiera sp.
Sumaúma Ceiba pentrandra L Gartn.
Tachi-do-igapo Triplaris surínamensis Cham
Um i ri Humiría sp.
Urucuri A talea excelsa Mart.
Vitória-régia Victoria amazonica (Poepp) Sowerbg
Calycophylum sp
Erachtites sp.
Erioch/oa punctata (L) Desv.
Ficus spp
Jussiema sp.
Mikania sp
Pocie/um sp.
Roucheria sp
Vatanea sp
344/VEGETAÇÃO
Nome Vulgar Sinonímia Nome Científico
Amapá-preto Brosimum sp
Amapá-roxo Brosimum sp.
Arnaparana Thyrsodium paraensis Hub
Amapazinho Janitá Brosimum ovatifolium Ducke
Amarelão Muirajuba, Muiratauá Apu/eia molaris Bth
Amarelinho Pogonophora schomburgkiana Miers ex Benth
Anani Anani-da-terra-firme Symphonia globulífera L
Anani-da-terra-flrme Anani Symphonia globulifera L.
Ananirana SymphÓnia sp
Andirá Morcegueira Andira retusa H B K
Andlroba Garapa guianensis Aubl.
Andirobarana cf Guarea kunthii Juss
Andirobinha Guarea membranacea Rusby
Andirobinha Cabeça-de-co tia Goniodiscus elascopermus Kuhlm
Angelim-da-mata Hymenolobium excelsa Ducke
Angelim-pedra Dinizia excelsa Ducke
Angelim-rajado Pithecelobium racemosum Ducke
Angico Piptadenia peregrina Bth
A pu i Ficus ninphaeaefolia P Muller
Arabá Pitaica, Arabá-preto, Paracutaca Swartzia acuminata Willd
Araçá-da-mata Eugenia feijoi Berg
A rapar i Macrolobium acaciaefolium Bth
Araracanga Piquiá-marfim Aspidosperma album (Vahl) R Ben
Arataciu Sagotia racemosa Baill
Aroeira Astronium lecointei Ducke
Arurá-branco Ucuuba-chorona, Arurá-bravo Osteophloeum platispermum (A D C) Warb
Arurá-bravo Arurá-branco, Ucuuba-chorona Osteoph/oeum platispermum (A D C ) Warb
Arurá-da-mata Ucuuba-da-mata Viro/a carinata Warb
Arurá-vermelho Ucuubarana lryanthera sagotiana (Bth ) Warb
Ata-brava Envira-bobó Rollinia exsucca (Dun ) DC
Axixá Castanha-de-periquito Sterculia pruriens (Aubl ) Schum
Babaçu Orbignia martiana B Rodr
Bacaba Oenocarpus bacaba Mart
Bacabi Bacabaí Oenocarpus spp
Bacabinha-quina Ferdinandusa paraensis Ducke
Bacuri-de-paca Bacuri-bravo Moronobea candida Ducke
Bacuri-pari Rheedia macrophylla (Mart ) Pl e Tr
Balata Balata-brava, Balata-branca Eclinusa batata Ducke
Balata-branca Balata-brava, Balata Eclinusa balata Ducke
Balata-rosada Rosada-brava, Mangabarana,
Abio-Mangabarana Micropholis guianensis (DC ) Pierre
Batinga Abiorana-batínga Pouteria sp
Biribarana Envira-biribá, Envira-imbiriba, Envira-vermelha,
Envira-cheirosa Xi/opia aromatica (Lam ) Mar!
Branquinha Pau-branco Lf~onia glicicarpa B et Pav
Breu Protium spp
Breu-amarelo Protium sp
Breu-branco-da- ,árzea Protium sagotianum March
Breu-de-tucano Protium sp
Breu-jatoá Protium sp
Breu-manga Protium poeppigianum Swart
Breu-mescla Protium paraense Cuart
Breu-preto
I
Protium opacum Swart
Breu-sucuruba Breu-sucuuba Trattinichia rhoifolia Willd
Breu-sucuuba Breu-sucuruba Trattinichia rhoifolia Willd
Breu-vermelho Protium decandrum (Aubl ) March.
Buluçu Tento-grande Ormosia coutinhoi Ducke
Buriti Mauritia flexuosa Mart
Buritirana Mauritia martiana Spruce
Burra-leiteira Leiteira Sapium marmieri Hub
Cacau-bravo Cacau-da-mata Theobroma speciosa Spruce
Cacaurana Açoita-cavalo Luehea speciosa Wllld
Cachimbo-de-jaboti Quaru barana Erisma uncinatum Warm
Caferana Dendrobangia boliviana Rusby
Cajazeira Taperebá Spondias lutea L
Cajuaçu Caju i Anacardium giganteum Engl
Cajuaçu-folha-miúda Caj uaçu-foi ha-peq uena Anacardium spruceanum Engl.
Cajuaçu-folha-pequena Cajuaçu-folha-miúda Anacardium spruceanum Engl.
Camusé ?
Canela-de-veado Actinostemon lanceolatus Sard
Canela-de-velho Canela-de-jacamim Rinorea passoua (D C ) Kuntz
Capitlú Capitlú-da-mata Siparuna cuspidata A DC.
VEGETAÇÃ0/345
Nome Vulgar Sinonímia Nome Cientifico
I
Cumaru Cumaru-roxo Coumarouma odorata Aubl
Cumaru-amarelo Coumarouma intermedia Ducke
Cumaru-de-cheiro lmburana Torresia acreana Ducke
Cumaru-roxo Cumaru Coumarouma odorata Aubl
Cumarurana Cumarurana-da-terra- fi r me Taralea oppositifo/ia Aubl
Cumarurana-da-terra-firme Cumarurana Taralea oppositifo/ia Aubl
Cumatê Cumatê-vermelho, Casca-de-sangue Coepia /eptostachya Huber
Cumatê-vermelho Curnatê, Casca-de-sangue Coepia leptostachya Huber
Cupiuba Goupia glabra Aubl
Cuquirana Coquirana, Ucuquirana, Ucuquirana-branca,
Ucuquirana-brava Ragala spuria Ducke
Cuquirana-brava Coquirana-brava, Ucuquirana, Ucuquirana-branca, Raga/a spuria Ducke
Ucuquirana-brava
Curupita Castanha-de-macaco Courupita guianensis Aubl
Cururé Mururé Brosimopsis obovata Ducke
Di ma Maravuvuia, Dima-vermelha, Gàivotinha,
Muiravuvuia, Pau-de-índio Croton matourensis Aubl
Di ma-vermelha Muíravuvuia, Maravuvuia, Dima, Gaivotinha,
Pau-de-índio Croton matourensis Aubl
Envira Xylopia spp
Envira-amarela Envira-faia, Envira-folha-fina Xylopia benthamii R E Fríe,s
346/VEGETAÇÃO
Nome Vulgar Sinonímia Nome Cientifico
I
Guajarai Abiorana-guajarai Pouteria sp
Guariuba Guariúba-branca Clarisia racemosa R E Fr
Guariuba-branca Guariuba C/arisia racemosa R E Fr
lmbauba Cecropia paraensis Hub e C robusta Hub
lmbaúba-branca Cecropia obtusa Trecoul
lmbauba-da-mata Torém Cecropia sciadophyl/a Mart
lmbaubarana lmbaubarana-branca Pourouma aspera Trec
lnajá Maximiliana regia Mart
lnajarana Guararibea guianensis Aubl
lngá lngá-copaiba /nga gracilifo/ia Ducke e I disticla Benth
lngá-branco lngá-açu, lngá-chato, lngá-facão,
lngá-grande lnga splendens Willd.
lngà-cipó lngai lnga edulis Mart
lngá-copaíba lngá lnga gracilifo/ia Ducke
Ingà-da-várzea lnga mobilis Willd
lngá-facão lngá-açu, lngá-branca, lngà-chato,
lngà-grande lnga splendens Willd
lngà-ferro Coração-de-negro, Pau-ferro, Pau-santo,
Quebra-mulato Zollernia paraensis Hub
lngá-peludo lnga rubiginosa (Rick) DC
lngá-seringa lnga sp
lngá-vermelho lngaí-vermelho lnga paraensis Ducke
VEGETAÇÃ0/347
Nome Vulgar Sinonímia Nome Cientifico
I Louro-branco
Louro-da-várzea
Louro-caramuri
Louro-canela
Louro-casca-mole
Louro-cedrinho
Louro-abacate
Louro-cumaru
Louro-prata
Ocotea opifera Mart
Nectandra amazonum Nees
Ocotea sp
Licaria canel/a Meissn
Ocotea sp
Ocotea guianensis Aubl
Louro-cumaru Ocotea sp
Louro-faia Euplassa pinata Jonhost
Louro-inhamui Louro-mamei, Louro-mamoí-da-terra-firme Ocotea barcellensis Mez
Louro-mamei Louro-inhamui, Louro-mamei-da-terra-firme Ocotea barcel/ensis Mez
Louro-pachuri Louro-puchuri
Acrodiclidium puchury (Nees et Mart ) Mez
Louro-pimenta
Ocotea mesiana (MiqJ Kostesmans
Louro-pitiu Ocotea sp
Louro-pororoca Ocotea sp
Louro-prata Louro-cedrinho Ocotea guianensis Aubl
Louro-preto Nectandra moflis Nees
Louro-rosa Aniba burchelli Kostern
Louro-tamanco Louro-bosta Nectandra cuspidata Nees
Louro-vermelho
Nectandra (Ocotea) rubra Mez
Macacaúba
Platymiscium trinitatis Bth
Macacauba
Platymiscium u/ei Harms.
348/ VEGETAÇÃO
Nome Vulgar Sinonímia Nome Científico
I
Matamatá-vermelho Castanha-vermelha, Ripeiro-vermelho Cariniana micrantha Ducke
Melancieira Alexa grandiflora Ducke
Mogno Agoano Swietenia macrophy/la King
Molongó Maloetia duckei Mal
Moracea-chocolate Pseudo/media multinervis Mildbr
Morcegueira Andira Andira retusa H B K
Morototó Didyinopanax morototoni Aubl
Muiracatiara Astronium gracile Engl
Muirajibóia Saboarana, Muirajibóia-preta Swartzia Jaevicarpa Amsh
Muirajibóia-amarela Swartzia sp
Muirajibóia-preta Saboarana, Muirajibóia Swartzia laevicarpa Amsh.
Muiragonçalo Hieronima laxillora
Muirapiranga Pau-rainha Brosimum paraense Hub
Muirapiranga Eperua bijuga Mart et Bth
Muirapixuna Cassia scleroxylum Ducke
Mulratauá Amarelão Apu/eia molaris Bth
Muiratinga Maquira, Rapé-de-índio Maquira sc/erophylla (Ducke) C C Berg
Mui rat i nga-folha-grande 0/medioperebea sp.
Mulratlnga-mlúda Pseudo/media multinervis Mildbr
Mulraúba Mamãozinho f31oúriria brevips Gardn in Hook
Muiraxlmbé Emmotum fagifolium Desv
Mulata-preta Mulatelro, Pau-mulato Capirona huberiana Ducke.
Mulateiro Pau-mulato, Mulata-preta Capirona huberiana Ducke.
VEGETAÇÃ0/349
Nome Vulgar Sinonímia Nome Cientifico
I
Pente-de-macaco
Periquiteira Pau-jacaré, Castanha-de-jacaré Apeiba echinata L Gaertn
Peroba Laetia procera (Poepp) Eichl
Piabinha Aspidosperma macrocarpum Mart
Pindoba Attalea spp
Pintadinho Acacia huiliana Bret K
Piquiá Piquiá-verdadeiro Caryocar villosum Aubl
Piquiá-marfim Araracanga, Piquiá-marfim-preto Aspidosperma a/bum (Vahl) Pichon
Piquiá-marfim-preto Araracanga, Piquiá-marfim Aspidosperma album (Vahl) Pichon
Piquiá-verdadeiro Piquiá Caryocar villosum Aubl
Piquiarana Caryocar g/abrum (Aubl ) Pers C Flabrum
Pitaica Araba-preto, Paracutaca Swartzia acuminata Wilfd
Pitomba Pitombarana, Pitomba-da-mata, Caneleira,
Canela-do-igapó Toulicia guianensis Aubl
Pitomba-da-mata Pitombarana, Canela-do-igapó, Canelelfa Toulicia guianensis Aubl
Pitombarana Canela-do-igapó, Caneleira Toulicia guianensis Aubl
Pracuuba Mora paraensis Ducke
Preciosa Casca-preciosa Aniba canelilla (H B K) Mez
Pu punha Juilielma speciosa Mart
Pu punha-brava Pupunharana, Pincel-de-macaco Duckeodendron cestroides Kunhlm
Pupunharana Pincel-de-macaco. Pupunha-brava Duckeodendron cestroides Kuhlm
Pupunharana Cocos speciosa B Rodr
Pu rui A libutia edulis A Reis
Quaruba-branca Ouarubatinga Vochysia guianensis Aubl
Quaruba-cedro Vochysia inundata Ducke
350/VEGETAÇÃO
Nome Vulgar Sinonímia Nome Científico
I
Tachi-vermelho Sclerolobium melanocarpum Ducke
Tachirana Tachi-branco Sclerolobium paraense H ub
Tamaquaré Caraipa Caraipa grandillora Mar!
Tamanqueira Fagara rhoifolia engl
Tamanq ueira-da-várzea Fagara compacta Hub
Cuiarana, Cinzeiro Termina/ia amazonica (Gmel) Exell
Tanimbuca
Tanimbuca-folha-miuda Buchenavia parvifolia Ducke
Tanimbuca-amarela
Tanimbuca-folha-grande Buchenavia grandis Ducke
Tanimbuca-amarela Buchenavia parvifolia Ducke
Tanimbuca-folha-miúda
Cajazeiro Spondias lutea L
Taperebá ·
Tarumã Vitex triflora Vahl
Tarumã-da-várzea Vitex cymosa Benth
Tatajuba Bagassa guianensis Aubl
Tatapiririca Tapirira guianensis Aubl
Pau-pombo
Tauá Couratari spp
Tauari
Tauari Couratari spp
Tauari-branco Cariniana rubra (Gard) Miers
Tauari-vermelho Couratari pu/era Sandw
Tento Tento-da-terra- f i r me Ormosia paraensis Ducke
Tento-amarelo Ormosia excelsa Benth
Tento-grande Buiuçu Ormosia coutinhoi Ducke
Tentorana Ormosia sp
VEGETAÇÃ0/351
Nome Vulgar Slnonlmla Nome Cientifico
7 - CLIMA E BIOCLIMAS riodes chaudes, les périodes froides, les périodes séches,
les périodes humides".
7.1 - Introdução
Bioclima é definido como complexo de relações inter-
A análise climatológica aplicada à distribuição da vege- dependentes entre o clima e a vida, baseando-se, confor-
tação natural deve realçar, em primeiro plano, dois de seus me Meher-Homji (1963), "no ritmo da temperatura e pre-
aspectos mais significativos: a distribuição espacial dos cipitação ao correr do ano", modulando o comportamento
elementos climáticos e sua variação durante o ano. Esta fisiológico vegetal e, conseqüentemente, sua distri-
relação espaço-tempo é indissociável, sendo, portanto, buição espacial.
I
refletida pela vegetação de forma integrada: o ritmo cli-
mático estimula reações fisiológicas nos seres vivos colo- 7.2 - Circulação Geral da Atmosfera
cando-se espacialmente em ambientes onde mais uni-
forme for o ritmo favorável ao seu ótimo ecológico. A análise da circulação atmosférica na área compreendida
pela Folha SA.21-Santarém tem como objetivo o enten-
Esta proposição apóia-se em Sorre (1951 ): l'ambience dimento da gênese dos elementos climáticos e sua dis-
atmospherique constituée par la série des états de l'atmos- tribuição espacial. Infelizmente não se dispõe de número
phêre au dessus d'un lieu dans leur sucession habituelle"; suficiente de estações meteorológicas para se executar um
onde capital importância é dada à sucessão habitual dos efetivo controle sobre a participação dos diferentes
estados atmosféricos, responsável pelo ritmo climato- centros de ação e correntes perturbadas atuantes na área.
fisiológico ou bioclimático do vegetal.
Para tanto, recorreu-se à bibliografia disponível (Serra &
Bagnouls & Gaussen (1957) expressam opinião análoga ao Ratisbonna, 1942, Monteiro, 1969, e N imer, 1972) onde se
afirmarem: avalia qualitativamente a atuação dos diferentes sistemas
atmosféricos.
"La classification mondiale des climats que naus pro-
posons est basée sur le rytme de la temperatura et des Atua na área de interesse, durante o Verão Austral -
precipitation au cours de l'année, en considérant les estação chuvosa (Fig. 3) - a Massa de Ar Equatorial
moyenes mensualles. Elle tien compte, essentiellement, Continental (Ec), a Convergência lntertropical (ClT) e a
des états favorables à la végétation, c'est-à-dire: les pé- Massa de Ar Equatorial Norte (En).
352/VEGETAÇÃO
V3-VOL10
36'
44'
I
48'
60° 54'
ClT - Convergência lntertroplcal Ea Massa de Ar Equatorial Atlântico Tp Massa de Ar Tropical Pacifico
Eu Massa de Ar Equatorial Norte Ep - Massa de Ar Equatorial Pacifico Pa Massa de Ar Polar Atlântico
Ec - Massa de Ar Equatorial Continental Ta - Massa de Ar Tropical Atlântico Pp Massa de Ar Polar Pacifico
Fig 3 - Circulação Geral da Atmosfera - Verão Austral
VEGETAÇÃ0/353
A Ec tem como região de origem a superfície florestada da sistemas Ea/Ta atuam na estação de controle de Parintins
Amazônia Centro-Ocidental, onde dominam as calmarias e com a freqüência de 21 ,9 e 90,0% nos anos de 1957
ventos fracos do regime de baixa pressão continental. (ano seco) e 1963 (ano chuvoso) respectivamente.
Durante o Verão Austral provoca instabilidade diuturna,
sob a forma de fortes aguaceiros, em razão de possuir No momento, a explicação da citada anomalia rítmica
elevada umidade e alta temperatura aliadas ao elevado teor d~r~nte o período seco (ou menos chuvoso) prende-se a
convectivo, caracterizado pela convergência e ascensão do h1poteses, necessitando estudos mais detalhados em
ar quente e úmido longa série de anos, para ser suficientemente entendida
A ClT, conhecida também como Frente lntertropical (FIT), A atuação da ClT durante a estação seca limita-se ao setor
não constitui uma verdadeira frente, pois a descontinui- NE da Folha SA 21, com participação reduzida a poucos
dade ai presente não separa massas de ar de densidade e dias.
temperatura significativamente distintas Temos, prepon-
derantemente, a convergência termodinâmica nos alísios Nos anos em que o Anticiclone Migratório Polar atua com
de SE gerados no Hemisfério Sul, e os alísios de NE, do mais vigor na América do Sul, sua presença é percebida na
Hemisfério Norte Durante o Verão Austral a ClT tende a Amazônia sob a forma da popular "friagem" (Serra &
deslocar-se no sentido norte-sul, atingindo o litoral Norte Ratisbonna, 1942) principalmente no setor SW da área de
brasileiro, do Rio Grande do Norte ao Amapá, e penetrando interesse
no interior da Amazônia, até alcançar a área da Folha de É muito recente entre nós a preocupação com a gênese e
Santarém nos seus limites ocidentais, onde provoca, alter- dinâmica dos climas regionais Monteiro (1969) apresenta
nadamente com a Ec, condições de instabilidade. o "índice de participação dos sistemas atmosféricos no
A En tem como região de origem o setor equatorial norte, espaço geográfico brasileiro, calculado segundo o Regis-
na superfície do Oceano Atlântico, sendo portanto con- tro Diário das Cartas Sinóticas das 12 horas CTG", em
vectivamente instável. Sua penetração no território Ama- unidades espaciais do território para quadriláteros de 4° de
zônico restringe-se ao Verão e Outono Austral, mas ainda latitude e 4° de longitude Trata-se de estudo pioneiro,
não são bem demarcados os seus limites meridionais mas restrito ao estudo comparativo entre os invernos de
Atua em todo o setor norte da área. provocando condi- 1957 a 1963 (Fig 5)
ções de relativa estabilidade, pois a umidade que carac-
A diferença fundamental entre o comportamento da cir-
teriza a sua região de origem dissipa-se gradati-
culação atmosférica durante os invernos de 1957 e de 1963
vamente durante sua trajetória continental como Alísios de
é gerada pela maior participação dos sistemas instáveis
NE, destacando-se o efeito orográfico do maciço das - Ec e ClT- durante o inverno de 1957 e ocorre o inverso
Guianas durante o inverno de 1963, maior participação dos fluxos
Durante o Inverno Austral, estação seca (Fig 4), temos a estáveis dos alísios de SE, gerados pelos sistemas Ea/Ta
atuação da Massa de Ar Equatorial Continental (Ec),
Convergência lntertropical (ClT), Massa de Ar Equatorial A análise da dinâmica atmosférica revela a gênese dos
Atlântica (Ea) e Massa de Ar Tropical Atlântica (Ta) elementos climáticos, explicando sua intensidade e distri-
buição espacial A comparação entre os invernos de 1957 e
A participação da Ea limita-se, durante o período seco, ao 1963 mostra a variabilidade encontrada ano a ano, não
setor Oeste da Folha SA.21, com as mesmas caracte- demonstrada pela análise das situações consideradas
rísticas anteriormente descritas Nesta época do ano res- normais
tringe consideravelmente sua área de influência na Ama-
zônia, cedendo lugar à penetração de fluxos provenientes TABELA VIII
da Ea/Ta
Variação da Participação dos Sistemas Atmosféricos no espaço Brasileiro
A Ea e a Ta têm como região de origem a superfície liquida Durante os Invernos de 1957 e 1963
do Oceano Atlântico, no seu setor Centro-Sul, donde
partem fluxos anticiclônicos orientados de SE-NW, os
alísios de Sudeste A umidade basal das bordas oci- Estação de Controle Sistema %1957 %1963
dentais da Ea/Ta é retida na fachada litorânea Leste-
Nordeste Brasileiro, atingindo a área de interesse com Ec 6.1 ~
umidade suficientemente reduzida para provocar dias es- TI RIOS Ea/Ta 10.8 34.1
táveis A duração e intensidade da estação seca nesta área Lat N ooooo ~04°00 ClT 78.0 57.6
dependem, portanto, da freqüência e intensidade dos Long w 54'00 ~58°00 PA ~ ~
354/VEGETAÇÃO
li
VEGETAÇÃ0/355
1957 INVERNO 1963 algum mês em particular. Sar.tarém destaca-se pela maior
duração do período seco em relação a Manaus Agosto,
setembro, outubro e novembro são meses em Santarém
com precipitação mensal inferior a 4,0% do total do ano.
Em Manaus, tal período ocorre em julho, agosto e se-
tembro, confirmando a tendência geral de que o período
seco desloca-se para o final do ano à medida que se
caminha de oeste para leste na Amazônia
A análise comparativa da variação combinada das normais A caracterização climática ora apresentada tem como
mensais dos elementos climáticos entre a estação de objetivo situar a área compreendida pela Folha SA 21 em
Manaus, representativa do setor da área, e a de Santarém relação ao conjunto climático brasileiro, pois os dados
(Fig 6), do setor leste, realça os seguintes aspectos: utilizados para a elaboração da figura 4 são normais de 30
anos (1931-1960)
- pluviosidade - Tratamento dos dados segundo
Schri:ieder (1956) - Santarém apresenta o seu período A distribuição espacial da pluviosidade é observada pelo
chuvoso concentrado de fevereiro a maio, principalmente comportamento das isoietas normais (Figs 7, 8 e 9),
em março- 358mm = 17,1% e em abril - 361 ,9mm = refletindo de forma significativa a circul:>ção geral da
17,3% do total anual Em Manaus o período de maior atmosfera. Nota-se, pela isoieta normal anual (Fig 7), que
precipitação pluvial vai de janeiro a abril, com médias a pluviosidade decresce no sentido SW-NE. O setor sul-
mensais em torno de 280-300mm, sem que se destaque sudoeste da Folha apresenta-se com elevados índices de
356/VEGETAÇÃO
precipitação durante o ano todo - normal anual
2750mm coincidindo com a área de maior freqOência de
= mações Pioneiras e áreas de Tensão Ecológica (contato
Floresta/ Formações Pioneiras). Sob a face mais aguda do
atuação da Massa de Ar Equatorial Continental (Ec). O clima Subtermaxérico, são observadas as Florestas Densa
inverso ocorre com o setor NE, onde a pluviosidade é e Aberta, Formações Pioneiras, Savana e áreas de contato
relativamente reduzida- normal anual = 1500mm, refle- Floresta/Savana e Formação Pioneira/Savana, além de
tindo a atuação mais acentuada dos fluxos alísios de SE áreas de vegetação Secundária e Agropecuária, anterior-
dos sistemas Ea/Ta, coincidentes com o "corredor seco" mente revestidas pela Floresta Densa.
descrito por N imer (1972).
O fato de se encontrar diferentes fitofisionomias sob um
As tendências indicadas pelas isoietas normais anuais mesmo clima ou mesma fisionomia sob climas diferentes
também são expressas pelas isoietas normais mensais de não causou espécie. Meher-Homji (1963), citando Bag-
fevereiro - mês chuvoso (Fig. 8) e pelas isoietas normais nouls & Gaussen (1957), lembra muito acertadamente que
mensais de setembro, mês seco (Fig. 9) (EM/MA, 1969). o índice xerotérmico nada mais é que um elemento do
clima, indicando apenas a secura do período seco e que
numa síntese não pode ser dissociado de outros fatores.
7.4 - Bioclimas
Assim, para explicar esta aparente disparidade, recorreu-
Sob o clima desta área, classificado como sendo de dias se à variação dos gradientes litológicos, pedológicos e
curtos, quente e úmido, observou-se a ocorrência de geomorfológicos, verificando-se primeiramente que as
quatro Regiões Ecológicas: Florestas Densa e Aberta, Formações Pioneiras e as áreas de contato Floresta/
Formações Pioneiras, Savana (Cerrado) e áreas de Tensão Formações Pioneiras e Savana/ Formações Pioneiras
Ecológica (Floresta/ Savana, Floresta/ Formações Pio- revestem solos argilosos hidromórficos do Quaternário
neiras), além de extensas áreas de Agropecuária e de recente. As áreas de Savana e contato Floresta/ Savana
vegetação Secundária, resultantes da ação Antrópica. recobrem sedimentos arenosos inconsolidados do Quater-
nário. Já as Florestas Densa e Aberta, quando ocupam
Na determinação dos bioclimas, recorreu-se ao levanta- terrenos do Pré-Cambriano, revestem predominantemente
mento fisionômico-ecológico, ao estudo da circulação solos Podzólicos e quando sobre o Paleozóico e Terciário,
geral da atmosfera (descrito no item 2) e à classificação Latossolos.
bioclimática de Bagnouis & Gaussen (1957) aplicada a
normais mensais das Estações Meteorológicas de Ma- O critério adotado para se traçar a linha bioclimática que
naus, ltaquatiara, Maués, Parintins, Óbidos, ltaituba e delimita as faces do clima Subtermaxérico foi, logica-
Santarém. mente, o da própria fisionomia da vegetação. Já no caso de
se situar a área sob clima Eutermaxérico, tornou-se neces-
O método de Bagnouls & Gaussen tem por objetivo sário recorrer ao detalhe do tipo de sub-bosque apresen-
determinar o índice xerotérmico, que exprime o número de tado pela Floresta Densa, uma vez que esta em seu estrato
dias biologicamente secos no decorrer do período seco, arbóreo não apresentou diferenças significativas. No sub-
computando para este fim a temperatura, quantidade de bosque da Floresta sob clima Eutermaxérico, a regene-
chuva, umidade relativa e o número de dias de chuva, ração natural é bastante reduzida, reflexo de uma seleção
ponto de orvalho e nevoeiro. O período desfavorável é natural feita em função da drenagem incipiente, provocada
definido quando a curva ômbrica, expressa em mm, é igual pelo relevo plano, solo de textura argilosa e elevada
ou inferior ao dobro da temperatura expressa em graus precipitação.
centígrados. Através da interseção das curvas, tem-se uma
idéia aproximada da extensão e intensidade do período Já sob clima Subtermaxérico, esta Floresta apresenta um
crítico. sub-bosque fechado, rico em regeneração natural.
Seguindo-se os critérios adotados na determinação dos
bioclimas, constatou-se na área em estudo a ocorrência de Levando-se em consideração os métodos e critérios
duas regiões climáticas: Termaxérica e Xeroquimênica. adotados foi possível elaborar o mapa bioclimático
(Fig. 12) da Folha de Santarém.
O clima Termaxérico está representado pela sub-região
Eutermaxérica, indicado pela Estação de ltaquatiara
I
(Fig. 10). Este tipo climático é caracterizado por apresentar
7.5 - Bioclimas do Brasil (3.• Aproximação)
ausência de período seco e temperaturas médias mensais
acima de 20°C.
Tendo em vista a ampliação para todo o Território Na-
O clima Xeroquimênico está representado pela sub-região cional do levantamento fitogeográfico e ecológico da vege-
. Subtermaxé~ica, que tem como característica principal tação brasileira, o Projeto RADAMBRASIL propõe a Ter-
apresentar d1as curtos e secos e temperatura média do mês ceira Aproximação dos Bioclimas do Brasil, no intuito de
~a~s frio superior a 15°C. Este clima, que compreende integrar as áreas mapeadas da Amazônia e Nordeste com o
md1ces xerotérmicos de 1 a 40, apresenta nuances na restante do país (Fig. 13).
duração e intensidadEl do período desfavorável, refletidas
pelas Estaç~es ~e Manaus, Parintins, Maués e ltaituba que Os bioclimas da área mapeada e publicada pelo Projeto
apresentam md1ces de 1 a 20 e pelas Estações de Óbidos e RADAMBRASIL são representados no mapa por linhas
Santarém com índices variando de 21 a 40 (Fig. 11 ). contínuas e correlacionados com a ocorrência da vege-
tação natural.
Sob os climas Eutermaxéríco e Subtermaxérico (de 1 a 20
DBS(1), observou-se a ocorrência de Floresta Densa, For- Para a definição dos bioclimas do restante do país,
representados por linhas pontilhadas, utilizaram-se as
(1)- dias biologicamente secos. curvas ombrotérmicas das Estações Meteorológicas de
VEGETAÇÃ0/357·
MANAUS SANTARtM
"' 220
E
g 190
.16
~ 160
~
- 130
100 +--.---r-.,--,-----,---,--,----,------,---,--,-----,-----,
Nebulosidade~~··
(décimos) ·~' Jf··.~.-~
,. ·i
400
~j ~~I
400
I~ I 1:
360 360
320 320
280 280
]240 240
o
~ 200 200
1160 160
120 120
80 80
I
40 40
o o
%Pfuviométrico
Meses
Nebulosidade (décimos)
% Pluviométrico
358/VEGETAÇÃO
Flg. 7 - lsoleta Normal Anual
LEGENDA 5 - SUBTERMAXÉRICO
1 - 2 meses secos
I
1 - EUTERMAXÉRICO Temperatura média do mês mais frio >15°C
Vegetação - Floresta Tropical Densa
Ausência de período seco Floresta Tropical Aberta
Temperatura média do mês mais frio > 20°C Floresta Tropical Estacionai
Vegetação - Floresta Tropical Densa Sem idecid ual
Floresta Tropical Aberta Areas de Tensão Ecológica
Formações Pioneiras Formações Pioneiras
Campo
2 - EUMESAXÉRICO
6 TERMOXEROQUIMtNICO
Ausência de período seco
Temperatura média do mês mais frio entre 1ao e 15°C Temperatura média do mês mais frio >15°C
6a - atenuado
3 - HIPOTERMAXÉRICO 3 - 4 meses secos
Vegetação - Floresta Tropical Aberta
Ausência do período seco Contato Floresta Decidual/ Savana
Temperatura média do mês mais frio entre 15° e 20°C (Cerrado)
VEGETAÇÃ0/359
Flg. 8 - lsoleta Normal Mensal de Fevereiro
Savana (Cerrado)
Campo
8 ----: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A Folha de Santarém apresenta áreas de elevada poten-
6b - médio cialidade quanto aos recursos naturais renováveis.
5 - 6 meses secos
Vegetação - Savana Estépica
Estepe (Caatinga) A inclusão de Santarém nos "corredores" de exportação,
aliada ao excelente sistema rodoviário (estadual e federal)
6c - acentuado e rios navegáveis, faz com que esta Folha seja alvo da
7 - 8 meses secos procura de estudos detalhados por parte de investidores,
desejosos de opções.
?a - atenuado
3 - 4 meses secos
Conquanto a Usina Hidrelétrica de Curuá-Una seja de
apenas 40mW, existe uma demanda aquém da procura, o
que permite a implantação imediata de complexos madei-
reiros integrados.
7b - médio
5 - 6 meses secos
8.1 - Recursos Extrativistas
?c - acentuado
O extrativismo é presentemente uma fonte de divisas para
a área, ressaltando-se a balata, o óleo essencial de pau-
8 - HERMERIÊMICO (subdesértico quente) rosa, a sorva e a maçaranduba. Esta última espécie tem
tendência tropical - 9 a 11 meses secos boa cotação no ·mercado e sua exploração para a produção
de látex redunda na perda da madeira. Surge então a
9 - ERÊMICO (desértico quente) necessidade de se controlar esta atividade para que este
pluviosidade inferior a 2 x temperatura recurso não seja desperdiçado.
360/VEGETAÇÃO
Flg. 9 - lsoleta Normal Mensal de Setembro
I
200
nejo desta espécie para a produção de óleo essencial.
VEGETAÇÃ0/361
mm
480
400
mm
360 Maués-AM
os•12· S/57• 41' WGr
Período -1928/1941
320 Subtermaxérico 320
Temp média mês + frio > 20° C
Parintins-AM Prec. anual-2815mm
02° S8' S/56° 44' WGr 280 Alt-S4m 280
Perfodo-19S1/1970
Subtermaxérico
Temp média mensal > 20° C 240 240
Mana us-AM Prec. anual - 22S4 mm
os• 08' S/60• 01 WGr Alt-29m
Período -1910/1970 200 200
Subtermaxérico
Temp média més +frio > 20° c
Prec anual-2068mm
160 160
Alt-59m
120 120
100
80 80
'C •c •c
30 t--:'V7Z11--------..J-60 30r-~~~---------~ 30
20 20 40 2o+-------'--------J4o
10 20 10 20 W H
mm
380 mm
360
340
mm
320 320
Santarém-PA 300
02° 25' S/54° 42 WGr Óbidos-PA
280 Período-19S1/1970 01• 55' S/55° S5' WGr 280
Subtermaxérico Período -1929/1956
ltaituba-PA 260 Subtermaxérico
Temp média mês+ frio> 20° C
04° 10' S/55° S5' WGr Temp média mês+ frio> 15° C
240 Prec. anual-2091 mm 240
Período -1928/1974 Prec anual-1888mm
Alt-20m
Subtermaxérico 220
Temp média més + frio > 15° C
Prec anual-1841mm 200 200
Alt-45m 180
160 160
140
I 'C
30flv;W7.1-----------I
20
120
80
'C
30 r-~~t-----------~
100
60
•c
30
20
120
80
40
40 20
lO lO 20 10
362/VEGETAÇÃO
EUTERMAX~RICO . , . . . . . SUBTERMAX~RIC0-1-20 DBS* SUBTERMAXÉRIC0-21-40 O B S
rsJSl
Floresta Densa. Formações
Pioneiras Aluviais Áreas de
Tensão Ecológica D Floresta Densa.Formações
Pioneiras Aluviais. Áreas de
Tensão Ecológica ~
Floresta Densa.Fioresta Aberta.Savana.
Áreas de Tensão Eçológica. Formações
Pioneiras Aluviais. Areas Antrópicas
• - Estação Meteorológica
I
Oeste ou Cuminá apresentam-se como vias de acesso e to desta área, rica em recursos naturais renováveis.
escoamento da produção.
8.2.2 - Explotabilidade
De Cachoeira Porteira, no Trombetas, segue uma estrada
para a Perimetral Norte que torna mais acessível a área de A delimitação dos ambientes obe~eceu, entre outro~ gra-
relevo movimentado. É de se esperar que num futuro dientes ecológicos, ao morfológico, sendo poss1vel a
próximo suriam outras estradas vicinais. A Santarém/ separação do relevo em classes. de dificuldade para e~plc:>
Cuiabá, Santarém/Curuá-Una, Manauslltaquatiara e Porto tação da madeira. Com o intu1to de_ fornecer uma 1dé1a
Velho/ Manaus completam o sistema rodoviário disponível, quanto às possibilidades de extraçao e transporte de
contando com a BR-254, ligando Faro a Alenquer com um madeira, adotou-se como parâmetro de classificação a
ramal para Obidos, ainda em fase de implantação. declividade, sendo que outros parâmetros como solo,
produtividade e clima podem ser encontrados no corpo do
A área conta com dois aeroportos modernos e seis com presente relatório.
razoável infra-estrutura, possibilitando rápido acesso.
Incluído no programa federal dos corredores de exporta- Tendo em vista o nível regional do levantamento, áreas
ção, a área conta atualmente com o porto de Santarém, com 0-15% de declive foram consideradas planas ou ondu-
VEGETAÇÃ0/363
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o 500 1000 km
1-Eutermaxérico
2-Eumesaxérico
3-Hipotermaxérico
4-Hipomesaxérico
5-Subtermaxérico
6-Termoxeroquimênico
6a-Atenuado
6b-Médio
Se-Acentuado
7-Termobixérico
8-Hemeriêmico
9-Erêmico
ladas e classificadas como fácil; a classe 16-25%. foi deno- (Tabela IX) e, tendo em vista que o mapa base situa os rios
minada regular por necessitar de maior infra-estrutura; a e estradas (implantadas e em implantação), será fácil
classe 26-45% foi aceita como difícil por necessitar uma localizar as áreas mais promissoras
tecnologia de explotação bastante avançada; as áreas de
dificílimo acesso ficaram na classe > 45% e incluem as
áreas que, por força de dispositivo legal, deverão perma- Com relação aos rios e estradas, as melhores áreas para
necer com cobertura arbórea existente ou obedecer a pla- explotação são: Sub-Região dos Terraços da Amazônia,
nos de manejo especiais. Sub-Região dos Altos Platôs dos Rios Xingu/Tapajós,
Sub-Região dos Baixos Platôs da Amazônia e Sub-Região
Seguindo os critérios estabelecidos, elaborou-se, para da Superfície Dissecada do Complexo Guianense, próxima
as áreas inventariadas, um quadro de explotabilidade ao rio Trombetas.
364/ VEGETAÇÃO
TABELA IX
Condições de Explotabllldade
EM KM2
SUB·REGIOES
Fácil Regular Difícil Dificílimo Total
Tendo em vista a heterogeneidade das florestas tropicais Com base em uma _pesquisa de mercado efetuada pelo
quanto ao número de espécies e visando um aproveitamen- Projeto RADAMBRASIL (dezembro, 1975) sobre os preços
to global dos recursos naturais, se faz necessária a implan- FOB de madeira em tora, e também sobre a comercializa-
tação de complexos industriais integrados. ção, foi elaborada uma tabela de potencial econômico
(Tabela XI), por sub-região, visando uma análise global da
área em estudo.
A implantação por etapas dos complexos integrados deve
iniciar-se com uma serraria, seguindo-se uma fábrica de Levando-se em consideração que há possibilidade de
laminados e/ou compensados e, dependendo de prévio expansão do mercado de celulose e tendo em vista o
estudo de viabilidade econômica, poder-se-ia implantar trabalho realizado sob os auspJcios da SUDAM (1972),
uma fábrica de polpa, utilizando as madeiras que se onde se lê na página 53 que: "a produção econômica de
prestam para a consecução de tal objetivo. Na tabela do celulose a partir das madeiras amazônicas não é mais
Anexo (Análise Estatistica dos Dados) se fornece uma apenas uma questão teórica, mas já uma certeza decorren-
lista das espécies segundo a comercialização e utilização te dos resultados das diversas experimentações realiza-
conhecidas. das", elaborou-se uma estimativa do potencial de celulose
por sub-região.
Levando-se em consideração a relação das espécies por
classes de uso, elaborou-se a tabela de utilização florestal Com o intuito de refinar os cálculos, deduziram-se 30% do
(Tabela X). Na Tabela, os valores em m3tha de madeiras volume bruto para a explotação da madeira para serraria,
para polpa devem ser acrescidos de 15% para cobrir os devido a rachaduras, podridões e outros defeitos passíveis
indivíduos das classes de diâmetro inferior a 30cm DAP. de serem encontrados e acrescentaram-se 15% para a
Também se deve considerar uma perda de cerca de 30% utilização das espécies de diâmetro inferior a 30 em DAP,
para o cálculo do volume bruto explorado referente a para produção de celulose.
podridão, rachadura e diversos defeitos segundo infor-
mação do técnico Francisco Lima Toledo, do Serviço de Ainda com o objetivo de se estimar o potencial de celulo-
Exploração Florestal da SUDAM. Esses trabalhos de explo- se, foi considerado o peso médio especifico de 0,8 t/ m3 de
tação foram desenvolvidos em Curuá-Una, na Sub-Região madeira verde no pátio de estocagem e 1/3 a relação de
dos Altos Platôs dos Rios Xingu/Tapajós. transformação da matéria-prima em celulose.
Os cálculos apresentam apenas uma estimativa do poten-
cial madeireiro, observando-se coeficientes para se con-
Pela análise da tabela apresentada, conclui-se que a me- cluir que existe um potencial na presente Folha de 1,4
lhor área para implantação de complexos industriais é a bilhão de m3 de madeira comerciável, em toras, num valor
da Sub-Região dos Altos Platôs dos Rios Xingu/Tapajós, aproximado de 27 bilhões de dólares.
seguindo-se a Sub-Região dos lnterflúvios Tabulares do
Planaldo Dissecado Norte da Amazônia, a qual, contudo, Para a celulose conclui-se existir em torno de 206 milhões
apresenta problemas de acessibilidade. de toneladas de celulose.
VEGETAÇÃ0/365
TABELA X
Utilização Florestal
lnterfluvios Tabulares do
Planalto Dissecado Norte 109,36 31,65 60,90 42,83 44,64 16,81
da Amazônia
FLORESTA
Superfície Dissecada do
Complexo Guianense 120,59 28,20 67,67 37,17 25,31 24,72
Residual Paleozóica do
Norte do Rio Amazonas 99,86 23,39 61,68 41,37 16,34 14,78
Baixos Platôs da
Amazônia 106,12 18,60 64,64 30,15 21 ,47 22,88
Deverão ser observados os princípios conservacionistas Nas áreas onde o regime de industrialização indicasse
tendo em vista a relativa pobreza dos solos e a facilidade cortes rasos, ou talvez a implantação de complexos indus-
de erosão dos mesmos. triais, estes não deveriam ultrapassar 1.000ha contíguos.
366/VEGETAÇÃO
TABELA XI
Potencial Econômico
Terraços da 4,36 97,66 16 90 308,26 21,26 405,92 8 525 163 960 261
Amazônia 23,16 518,78 53,24 971,10 76,40 1 489,66 12 759 249 1 293 693
lnterfluvios Tabulares do
Planalto Dissecado Norte 22,16 496,38 42,63 777,57 64,79 1 273,95 142149 2 795 25 058 405
da Amazônia
Superfície Dissecada do
Complexo Guianense 19,74 442,18 47,37 864,03 67,11 1 306,21 373 199 7 264 55120 632
Residual Paleozóica do
Norte do Rio Amazonas 16,37 366,69 43,18 787,60 59,55 1 154,29 70 209 1 361 13 006 728
Baixos Platôs da
Amazônia 13,02 291,65 45,25 825,36 58,27 1 117,01 625 645 11 993 86 325 480
Areas de Tensão
Ecológica 18,77 420,45 36,22 660,65 54,99 1 081,10 38 548 758 5 325 731
Deveria dar-se prioridade de pesquisa quanto à melhor 5 - As plantas lenhosas dos campos cerrado•,
utilização destas áreas que têm significado socioeconô- como flora adaptada às deficiências minerais do
mico e representam um percentual considerável na presen- solo In: SIMPÓSIO SOBRE O CERRADO, São
te Folha. Paulo, 1962 São Paulo, E. Blucher I Ed. Univ.
São Pau lo, 1963. p. 285-303.
ba mesma forma se deveria conduzir estudos visando o
conheciménto de sua fauna, uma das mais diversificadas 6 - ARENS, K.; FERRI, M.G.; COUTINHO, L.M. Papel
da Amazônia.
do fator nutricional na economia d'água de plan-
tas do cerrado. R Biol., Lisboa, 1:313-324, 1958.
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VEGETAÇÃOI367
O.H. Knowles. Belém, Coordenação de Informá- 24 - ____ Report to the government ot Brazil on the
tica, Divisão de Documentação, 1974. 2v. dry land forests in the terciary and quaternary
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12 - BRASIL. Superintendência de Desenvolvimento da 29p (Expanded Technical Assistance Program,
Amazônia. Departamento de Recursos Naturais. FAO Report, 1284).
Estudo de viabilidade da exploração industrial da
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A.P.C, Divisão de Documentação, 1972. 134p. Goeldi Hist Natural Ethnogr, Belém, 6:91-225
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N8.21. Rio de Janeiro, 1976 (Levantamento de
Recursos Naturais, 9) 27 - JAPIASSU, A.M.S. & GóES-FILHO, L As regiões
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Belém, 7:197, 1910 nal da Produção Mineral Projeto RADAM Folha
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28 - LE COINTE, P Árvores e plantas úteis Belém, Liv
16 -- DUCKE, A & BLACK, G.A. Notas sobre a fito- Clássica, 1934 , 486p (Amazônia Brasileira, 3)
geografia da Amazônia brasileira, B Téc lnst
Agronômico Norte, Belém, 29, jun 1954 62p 29 - LEITE, P F, VELOSO, H.P, GOÉS-FILHO, L As
regiões fitoecológicas. sua natureza e seus re-
17 - EGLER, W A Contribuições ao conhecimento dos cursos econômicos Estudo fitogeográfico In
campos da Amazônia I - Os campos do Ari- BRASIL Departamento Nacional da Produção
ramba 8 Mus. Paraense Emílio Goeldi, Sér Mineral Projeto RADAM Folha NA!N8 22-
Botânica, Belém, 4 1-36, jun 1960 Macapá Rio de Janeiro, 1974 (Levantamento de
Recursos Naturais, 6)
18 - ELLENBERG, H & MUELLER-DOMBOIS, O Ten-
tativa physionomic-ecologicàl classification of 30 - LIMA, O de A Viagem aos campos de Monte
plant formation of the earth Ber Geobot lnst Alegre, contribuição para o conhecimento de sua
ETH, Stiftg Rubel Zurich, 37:21-55, 196511966 flora B Téc lnst Agronômico Norte, Belém,
36 99-149, dez 1959
19 - GALVÃO, M V Regiões bioclimáticas In FUNDA-
ÇÃO IBGE Rio de Janeiro A tias nacional do 31 - Vegetação In FUNDAÇÃO IBGE. Rio de
Brasil Rio de Janeiro, 1966 n p Janeiro A tias nacional do Brasil Rio de Janeiro,
1966 n p
20 - GLERUM, B B & SMITH, G. Inventário florestal
total na região do Curuá-Una Rio de Janeiro, 32 - LINDIMAN, J C The vegetation of the coastal re-
SPVEA, 1965 51 p (Expanded Program o f Techni- gion of Suriname Amsterdam, van Eedenfonds,
cal Assistance, FAO Report, 1271, pt 7) 1953 135p (The vegetation of Suriname, v 1,
part 1)
21 - GóES-FILHO, L G et alii As regiões fitoecológi-
cas, sua natureza e seus recursos econômicos 33 - LINDIMAN, J C & MOOLENAAR, S P Preliminary
111 Estudo fitogeográfico da Folha SA 23-São Survey of the vegetation types of northern Suri-
368/VEGETAÇÃO
fico da área abrangida pela Folha SB.22-
37- NIMER, E. Climatologia da Região Norte. Introdu- Araguaia e parte da Folha SC.22-Tocantins. In:
ção à climatologia di~âmica; subsídios à .geo-
grafia regional do Brast~. R. bras. Geogr., Rto de BRASIL. Departamento Nacional de Produção
Janeiro, 34(3):124-153, JUI.Iset. 1972. Mineral. Projeto RADAM. Folha SB.22-Araguaia
e parte da Folha SC.22- Tocantins. Rio de Ja-
38- PAUWELS G. Algumas notas sobre a distribuição neiro, 1974. (levantamento de Recursos Natu-
do campo e da mata no sul do país e ·a fixidez rais, 4).
do limite que separa. R. bras. Geogr., Aio de
52 - . As regiões fitoecológicas, sua natureza e
Janeiro, 3(3):155-158, 1941. __s_e_u_s-recursos econômicos. Estudo fitogeográ-
39 _ PIRES, J.M. Noções sobre ecologia e fitogeografia fico. In: BRASIL. Departamento Nacional da
da Amazônia. Norte Agronômico, Belém, 3(3): Produção Mineral. Projeto RADAMBRASIL. Fo-
lha NA.2Q-Boa Vista e partes das Folhas NA.21-
37-54, jul. 1957.
Tumucumaque e NB.20-Roraima e NB.21. Rio de
PAANCE, G.T. Victoria amazonica ou victoria regia? Janeiro, 1975. 428p. (Levantamento de Recursos
40 Naturais, 8)
Acta Amazônica, Manaus, 4(3):5-8, dez. 1974.
42 - ____ . ___ . Resultados botânicos da Expedi- Na área da Folha SA.21-Santarém, encontram-se três
ção Rondon à Serra Tumuc-Humac em 1928. Centros de Experimentação Florestal
Arch. Mus. Nac , Rio de Janeiro, 35:9-206, 1933.
O primeiro é o Centro de Tecnologia Madeireira (CTM),
____ . Fitogeografia do Brasil São Paulo, Ed. com sede em Santarém e com duas Reservas Florestais:
43 - uma, a montante da foz do rio Curuá-Una por via fluvial,
Nacional, 1945. 372p. (Biblioteca Pedagóg1ca
aproximadamente a 115km da sede (Reserva Florestal de
Brasileira, Sér 5: Brasiliana, 35).
Curuá-Una); e, a outra, no km 62 da Rodovia PA-03 que dá
acesso á Hidrelétrica de Curuá-Una (Reserva Florestal do
44 - SCHAÓEDER, R. Distribuição e curso anual das
Palhão)
precipitações no Estado de São Paulo Bragantia,
Campinas, 15(18):193-249, ago. 1956 Estes centros são remanescentes das atividades da missão
FAO, da década de 50, hoje mantidos pela SUDAM.
45 - SERRA, A. & RATISBONNA, L. As massas de ar da
América do Sul Rio de Janeiro, Serviço de Me- O Nucleo de Pesquisas e Treinamento em Indústria Ma-
teoroloia, 1942. 48p. deireira tem como finalidade promover:
46 - SIOLI, H. As águas da região do rio Negro. B. Téc. a) Cursos para especialização de operários em técnicas
lnst. Agronômico Norte, Belém, 32:117-155, modernas de transformação da madeira.
1962.
b) Ensaios sistemáticos de serração, secagem e classi-
47 __:. SORRE, M. Les fondements de la geographie hu- ficação das diversas espécies florestais nativas e conse-
maine; les fondements biologiques 3. ed Paris, qüentes estudos de rendimento, características físico-
Lib. A. Colin, 1951 v.1. mecânicas, aplicações e usos
48 SPRUCE, R. Notes of a botanist on the amazon and O Núcleo de Operação Florestal atua nas duas Reservas
Andes London, Wallaçe 1908. v 1. Florestais e procura desenvolver técnicas modernas de
exploração mecanizada e de manejo da floresta nativa. Ele
49 - TEAEZO, E.F. de M. et alii. As regiões fitoecológi- é organicamente constituído por duas seções. A Seção de
cas, sua natureza e seus recursos econômicos.
Estudos fitogeográficos. In: BR.A:SIL. Departa-
mento Nacional da Produção Mineral. Projeto
RADAM. Folha 58.21- Tapajós. Rio de Janeiro,
1975. (Levantamento de Recursos Naturais, 7).
Explotação Florestal tem o encargo de promover estudos
de técnicas mecanizadas de abate e extração de madeira,
adaptadas às peculiaridades da área e tem vistas ao
manejo futuro na condução de povoamentos florestais
mais uniformes. A Seção de Silvicultura Tropical desen-
I
volve estudos para o estabelecimento de métodos racio-
50 - VELOSO, H.P. et alii. As regiões fitoecológicas, nais de reflorestamento, através da fenologia das espécies
sua natureza e seus recursos econômicos. l:;stu- nativas, técnicas de viveiro na seleção de sementes (seca-
do fitogeográfico de parte das Folhas SC.23-Rio gem, conservação, escarificação e germinação) e na
São Franeisco e SC.24-Aracaju. In: BRASIL. produção de mudas de espécies regionais e exóticas; e no
Departamento Nacional da Produção Mineral. estudo das técnicas de plantio, visando, particularmente,
Projeto RADAM. Parte das Folhas SC.23-Rio São povoamentos com espécies de uso geral e crescimento
Francisco e SC.24-Aracaju. Rio de Janeiro, 1973. rápido.
(Levantamento de Rec~,~rsos Naturais, 1).
Quase uma centena de espécies nativas foram utilizadas
51 - - - - - · As regiões fltoecológicas, sua natureza e nos ensaios de secagem, imunização, durabilidade natural
seus recursos econômicos. Estudo fitogeográ- e testes de características físicas e mecânicas (peso espe-
VEGETAÇÃOI369
cífico, compressão axial, módulo de elasticidade à flexão, entre as nativas, as seguintes: mogno (Swietenia macro-
choque, dureza janka, etc ); destes dois últimos foram phylla Kíng), cedro (Cedrela odorata L.), castanha-do-pará
publicados os resultados de ensaios de 31 espécies (Bertholletia excelsa H.B.K.), ucuubas (Viro/a spp), andiro-
ba (Garapa guianensis Aubl.), pau-amarelo (Euxylophora
paraensis Hub), morototó (Didymopanax morototoni Aubl),
O comportamento das espécies nativas, quanto ao uso em
quaruba-verdadeira (Vochysia maxima Ducke), cajuaçu
contato direto com o solo (para os casos de dormentes,
(Anacardium giganteum Engl), sumaúma (Ceiba pentandra
postes, estacas para cercas, esteios, etc.), foi objeto de
L. Gaertn), pau-rosa (Aniba duckei Kosterm.), cuiarana
estudo Em 1964, o CTM conseguiu alguns resultados so-
(Termina/ia amazonica (Gmell) exell), marupá (Simaruba
bre a durabilidade natural de várias espécies, quando colo-
·dmara Aubl), cupiúba (Goupia glabra Aubl) e araracanga
cadas em contacto com o solo. O critério utilizado foi o de
(Aspidosperma album (Vahl) R Ben) Entres ás exóticas
considerar o limite de tempo com a madeira perfeita, até o
destacam-se várias espécies de Euca/yptus, taca-da-índia
aparecimento de ataque de fungos, causando "podridão".
(Tectona grandis), Cordia alliodora, cadam (Anthocephalus
Algumas das madeiras que apresentaram durabilidade
cadamba), Octome/es sumatrana, Termina/ia ivorensis,
natural menor ou igual a um ano foram: ucuuba (Viro/a sp),
Termina/ia superba, Gmelia arborea, Pinus caríbaea, var.
parapará (Jacaranda copaia Aubl), morototó (Didymopanax.
hondurensis e Pinus oocarpa.
rriorototoni Aubl), muiratinga (cf Maquira sclerophyl/a
(Ducke) C C Berg), marupá (Simaruba amara Aubl), su-
maúma (Ceiba pentandra L Gaerth) e tauri (Couratari sp). Dos estudos e ensaios realizados ou em execução no CTM
Durabilidade natural moderada (dois a cinco anos): quaru- da SUDAM, obtém-se um acervo bastante significativo de
bas (Vochysia spp), louro-inhamuí (cf. Ocotea barcellen- informações, que será de grande valia para o planejamento
sis, Mez), mandioqueiras (Qua/ea spp), anani (Symphonia básico de indústrias florestais locais (Fonte: Departamen-
globulifera L ), açacu (Hura creptans L ), freijó (Cordia to de Recursos Naturais - DR - SUDAM - BELÉM I PA)
goeldiana Huber) Durabilidade natural boa (cinco a dez
anos) pracuuba (cf. Mora paraensis, Ducke), angelim-pe- O segundo Centro de Experimentação está subordinado à
dra (Dinizia excelsa Ducke}, araracanga (Aspidosperma Diretoria Estadual do Ministério da Agricultura (DEMA) e é
album (Vahl) R Ben), tatajuba (Bagassa guianensis, constituído por três bases
Aubl), sucupira (Bowdichia sp), guariúba (Ciarisia racemo-
sa R. E.Fr.) e pau-roxo (Pe/togyne sp) Durabilidade natural A base física de Belterra (281.500ha), localizada no municí-
excelente (mais de dez anos): maçaranduba (Manilkara pio de Santarém, Folha SA 21-Z-B, a montante da foz do
huberi (Ducke) Standl), preciosa (Aníba canelilla (H .B. K ), rio Tapajós, margem direita, distante da sede do município
Mez), acapu (Vouacapoua americana Aubl), jarana (Esch- 56km aproximadamente, está interligada ao Sistema Rodo-
weilera jarana Ducke), cumaru (Coumarouma odorata viário Nacional pela Rodovia BR-165 (Santarém I Cuiabá).
Aubl), pau-d'arco (Tabebuia serratifolía (Vahl) Nicholson) e
A base física de Fordlândia (718 500ha) está localizada na
piquiá (Caryocar vi/losum Aubl) Folha SA 21-Z-D, na margem direita e 133km a montante
de Belterra, no rio Tapajós, com via de acesso exclusi-
Por informação, sabe-se que um outro grupo de espécies
vamente fluvial
encontra-se presentemente em estudo, com ensaios de
durabilidade natural, na forma de esteios, com repetições
em três ambientes ecológicos distintos, objetivando sele- A base física de Daniel de Carvalho (40 OOOha) está locali-
cionar espécies nativas com capacidade de uso como zada na Folha SA-21-Z-D, também no rio Tapajós, margem
postes e esteios para fundações. Nestes ensaios, as esquerda, em frente à cidade de Aveiro
abioranas (Pouteria spp) e os matamatás (Eschweilera spp
e Cariniana spp) entraram com prioridade, em virtude da As atividades principais destas Bases Físicas são o cultivo
forma de seus fustes, dureza e uso ainda restrito e experimentação da seringueira e a pecuária
Um estudo que também merece destaque é o da produção O rendimento da exploração do látex tem decrescido nos
de celulose como matéria-prima regional De 50 espécies últimos anos Entre as causas limitantes da produção
nativas pré-selecionadas pelo CTM, 11 foram esco'hiuas estão a idade dos seringais (em média 30 anos) e a
para produção em escala industrial, após testes de labora- incidência do fungo que causa a "queimada das folhas".
tório, executados sob os auspícios da SUDAM (Tabela XII) As quadras improdutivas estão sendo reaproveitadas, seja
(algumas informações úteis sobre madeiras amazônicas, pela substituição do seringal por pastagens ou pelo replan-
1971/72) tio da Hevea
O teste industrial foi procedido na Fábrica de Celulose S Os seringais destas bases físicas são considerados como
Simão, em Jacareí/São Paulo. Partindo de 222,890kg de a única escola de heveicultura do País. A experiência
madeira das 11 espécies selecionadas e extraídas da herdada da antiga Companhia Ford e a continuidade das
Sub-Região dos Baixos Platôs da Amazônia, próximo à pesquisas em convênio com o Instituto de Pesquisas
Santarém, produziram-se pelo processo sulfato, 106,730kg Agropecuárias do Norte- IPEAN, hoje Empresa Brasileira
de celulose, com um rendimento de 47,8%. de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA), não deixam dú-
vida quanto à importância dos trabalhos de experimenta-
Segundo a firma que realizou os estudos para a SUDAM (A ção com Hevea. Po!)suem um viveiro com capacidade para
Araujo S/ A Engenharia e Montagens), a qualidade dos 4.000 000 de "cavalos de seringueiras", com 64ha, bem
papéis produzidos com esta celulose é idêntica à da bétula como um "jardim clonal" com 70 000 matrizes em forma-
e bem próxima à do eucalipto. ção, apto a produzir até 600.000 cavalos enxertados de
seringueiras.
Continuam em andamento os estudos silviculturaís tam-
bém de quase uma centena de espécies, destacando-se, Por outro lado, continua um programa de cruzamento de
370/VEGETAÇÃO
TABELA XII
Resultado dos Testes Efetuados com Madeiras da Amazônia
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1 Guariuba 0,61 44,26 3,05 1,76 27,0 18,30 45 6.350 56,50 97,00 1,029 0,0164 dura
2 Mand Aspera 0,75 41,56 0,21 1,60 28,5 18,36 40 5100 88,50 81,00 1,254 0,0191 dura
3 Maçaranduba 0,89 36,30 0,23 4,96 19,5 17,00 39 5200 36,30 79,00 1,084 0,0159 dura
4 Amapà-doce 0,52 45,98 0,90 4,64 29,5 17,50 60 7 850 71,00 96,00 1,026 0,0206 normal
5 Fava Bolota 0,42 51,28 0,00 0,48 34,5 18,80 36 6 800 54,00 100,00 1,209 0,0218 normal
6 Ouarubarana 0,48 47,10 0,03 2,08 40,0 18,20 29 5150 44,50 92,00 1,268 0,0190 normal
1 Fava f L fina 0,71 50,13 0,28 4,32 34,0 17,30 60 6 250 43,80 104,60 1,022 0,0188 M Dura
8 Uxl 0,76 43,08 0,35 1,76 26,0 18,30 44 4 470 40,00_ 94,50 1,707 0,0206 dura
9 Quaruba rosa 0,61 45,47 0,93 0,64 26,5 18,80 33 6 550 60,50 109,00 1,078 0,0200 normal
10 Serlng~ltaúba 0,58 49,58 0,07 2,08 20,5 18,20 47 7 700 63,80 86,00 1,164 0,0213 normal
11 Mulraúba (f v ) 0,85 44,74 0,59 3,52 23,5 17,60 35 4 250 34,30 77,00 0,819 0,0177 M Dura
12 Breu sucuruba 0,44 48,23 0,00 1,60 15,0 18,35 60 5 700 48,50 77,80 1,099 0,0188 normal
13 Uxlrana 0,85 47,30 0,29 3,68 19,5 17,60 60 4 700 24,80 79,00 1,440 0,0208 dura
14 Maparajuba 0,84 40,53 0,86 3,52 17,5 17,60 34 3 620 25.50 86,00 1,229 0,0180 M. Dura
15 Castanheira 0,65 43,48 0,18 2,68 26,0 17,90 44 5 000 33,50 70,00 1 481 0,0206 normal
16 Muiraúba (f a ) 0,71 40,75 1,12 3,84 55,0 17,60 20 2 850 16,70 48,00 0,737 0,0177 normal
17 Cupluba 0,70 44,04 0,06 4,00 22,5 17,40 48 4 400 35,00 154,00 1,790 0,0279 normal
18 Mand escamosa 0,57 45,23 0,46 0,96 19,0 17,60 43 6 250 57,00 120,20 1,036 0,0186 normal
19 Caju-Açu 0,39 54,67 0,11 0,80 19,0 18,70 48 5200 42,00 104,00 0,875 0,0191 mole
20 Angellm Pedra 0,81 42,91 0,46 2,24 22,5 18,10 53 6 920 49,20 102,00 0,998 0,0171 dura
21 Pau Jacaré 0,68 49,13 0,12 6,56 19,5 16,30 29 2 770 12,40 70,00 1,795 0,0354 mole
22 Fava bolacha 0,73 46,35 0,72 1,60 44,0 18,40 35 2 600 14,80 40,00 1,435 0,0208 dura
23 Louro amarelo 0,71 45,77 0,02 3,20 46,5 17,70 58 4700 39,50 103,40 0,969 0,0183 dura
24 Quaruba verde 0,55 39,36 2,28 1,28 33,0 18,50 37 6 830 70,00 124,00 1,259 0,0192 normal
25 earaipé branco 0,84 46,60 0,24 5,12 74,0 16,90 42 4 250 26,70 91,00 1,396 0,0200 M Dura
26 Louro canela 0,61 52,30 0,14 2,40 42,0 18,00 47 6 550 47,00 100,00 1,203 0,0204 normal
27 Pau branco 0,74 43,57 0,17 6,56 21,5 16,30 47 3700 16,70 110,80 1,831 0,0268 dura
28 ltaúba 0,72 50,52 0,14 3,32 30,0 17,90 33 4100 23,50 95,00 1,370 0,0204 normal
29 Matamatà-ci 0,"81 51,45 0,72 6,72 55,0 16,20 41 3700 25,50 69,50 1,114 0,0173 M Dura
30 Taxi pitomba 0,71 50,12 0,06 3,04 25,0 17,90 70 6 900 65,00 115,50 0,869 0,0144 dura
31 Breu preto 0,76 47,94 0,00 2,24 19,0 18,10 39 6 450 64,50 146,00 0,837 0,0149 dura
32 Envlra branca 0,52 51,40 0,04 2,72 31,0 17,90 36 3 880 28,00 59,00 1,098 0,0206 normal
33 Ananl 0,58 51,35 0,46 1,12 26,5 18,50 31 5 450 47,50 106,00 1,745 O,ú208 normal
34 Abloranac g 0,81 39,85 1,40 1,76 21,0 18,30 47 5 250 50,50 106,00 1,443 0,0194 normal
35 Mulratlnga 0,58 46,34 0,00 4,48 37 o 17,20 53 6 220 31,00 114,00 1,072 0,0164 normal
36 Breu manga 0,68 41,82 1,25 2,88 22,5 17,80 48 4 020 48,50 96,60 0,865 0,0163 dura
37 lmbaubatinga 0,27 53,20 0,00 0,00 18,5 19,00 47 6 970 57,00 90,50 1,306 0,0321 normal
38 Paraparà 0,32 50,28 0,04 5,54 31,0 16 80 57 5350 39,20 86,00 0,960 0,0336 normal
39 Fava-arara-tu 0,44 53,58 0,09 0,96 26,5 18 60 47 6 020 57 50 68,00 1,244 0,0223 normal
40 Macaco escorrego 0,54 46,67 0,00 4,16 24 o 17,30 26 3 550 24,50 93,00 1,738 0,0358 normal
41 Freljó branco 0,47 53,93 0,13 4,32 21 ,O 17 20 33 4 950 30,20 68,00 1,286 0,0188 mole
42 Ucuuba 0,52 49,29 0,70 1,76 26,5 18 30 30 6800 57,50 94,00 1,279 0,0196 normal
43 Bacablnha quina 0,63 44,00 0,36 1 ,44 42,0 18,40 42 3 300 21,00 107,00 1,678 0,0205 normal
44 Marupà 0,43 43,60 0,00 2,24 25,0 18,10 45 5 550 54,00 86,50 0,978 0,0160 normal
45 Ablorana car 0,45 46,14 0,08 0,64 26,5 18,70 41 6150 46,00 89,00 1 155 0,0174 normal
46 FAV-PA: 0,47 44,07 0,90 3,36 32,0 17,20 72 6100 47,50 81,00 1,242 0,0178 normal
47 Ablorana car 0,81 47,90 0,42 4,32 54,0 17,60 48 4 050 28,50 91,50 1,077 0,0176 normal
48 Tavari 0,56 51,02 0,00 6,72 40,0 16,30 44 3800 14,50 102,50 1,375 0,0192 normal
I
49 Aço .. 0,59 43,75 0,77 2,24 28,0 18,20 36 5 000 39,00 88,50 1,339 0,0180 normal
50 Mand escamosa 0,52 43,64 0,55 1,28 30,0 18 50 39 6 000 52,00 142,00 1,128 0,0180 normal
OBSERVAÇOES GERAIS:
VEGETAÇÃ0/371
clones IAN com clones orientais da série RRIM. Prosse- dos Rios Xingu/Tapajós, compatibilizando as explorações
guem, também, os trabalhos de polinização de outros mecanizadas com a execução de programas silviculturais
clones de reposição (mediante retenção e educação das espécies
ainda imaturas de valor econômico), regeneração natural
Com relação à pecuária, encontram-se em desenvolvimen- preestabelecida e plantios de adensamento.
to a criação e melhoramento do gado bubalino e a adapta-
ção das raças bovinas: Nelore, Guzerà, Red Sindhi e e) Pesquisas sobre Produção de Mudas Florestais
Jersey A criação é de caráter semi-intensivo, com pasta-
gens artificiais e manejo racional do rebanho. Matrizes Este estudo objetiva proceder observações fenológicas a
com ótimas condições sanitárias e excelentes padrões fim de determinar a época certa da coleta, seleção e
zootécnicos, principalmente das linhagens Nelore e Guze- armazenamento de sementes; investigar, no viveiro, a me-
rà, são vendidas anualmente aos pecuaristas da região. lhor forma de produção de mudas, com base em testes e
germinação, tratamento das sementes e registros relativos
O terceiro Centro de Experimentação .Florestal também ao crescimento, comportamento fitossanitário etc.
está localizado na Base Física de Belterra. Denominado de
Estação de Pesquisas Florestais do Tapajós, faz parte de Os três Centros de Experimentação Florestal ocupam
um programa nacional de pesquisas (Projeto de Desenvol- posições estratégicas e devem tornar-se importantes como
vimento e Pesquisa Florestal - PRODEPEF), resultado de instrumentos de orientação para o planejamento básico do
acordo entre o Programa das Nações Unidas para o Desen- desenvolvimento florestal da região do Tapajós
volvimento (PNUD) através da Food and Agricultura! Or-
ganization (FAO) e o Instituto Brasileiro de Desenvolvi- É recomendável a intensificação das experimentações em
mento Florestal - IBDF (PNUD/ FAO/IBDF I BRA-45) andamento, principalmente no campo da Tecnologia de
madeiras, com substancial aumento de recursos, visando
Esta Estação de Pesquisas tem sob responsabilidade o informar no menor prazo possível as aplicações e usos
m·anejo da Floresta Nacional do Tapajós com os seguintes industriais de um grande numero de espécies
limites a leste. a BR-165 (Santarém/Cuiabá), a oeste, o rio
Tapajós. a norte, Base Física de Belterra; e a sul, o rio Também no campo de exploração florestal torna-se neces-
Cupari e BR-230 (Transamazônica). sário acelerar as pesquisas de métodos para o abate,
arraste e transporte de toras, adaptáveis às condições da
Com infra-estrutura montada na vila de Belterra, o seu área Os métodos primitivos até agora utilizados acarretam
quadro técnico é formado por engenheiros florestais brasi- um fornecimento irregular de matéria-prima (toras) às
leiros e peritos da FAO, especialistas em silvicultura industrias A falta de capital, para compensar a citada
tropical. explotação florestal, utilização de madeiras e deficiência de suprimento, causa estrangulamento do pro-
comercialização de madeiras cesso produtivo
Visa este estudo irwestigar e definir as características e 1O 2 - Chave de Classificação dos Ambientes
usos industriais de cerca de 400 espécies da região, dentre
as quais grande parte sem uso co'nhecido ou comprovado
até hoje 10 2 1 - Regiões Fitoecológicas
Este estudo visa comparar, mediante experimentação de das áreas de relevo acidentado
curta duração, as características (comportamento, cresci-
mento, exigência em luz, "derrama natural", etc.) de das áreas de relevo ondulado
grande número de essências de valor comercial potencial
ou comprovado Baseando-se nos resultados ter-se-á uma 111) Parque
relação de espécies para reflorestamento regional.
- das áreas de drenagem densa com
d) Manejo Experimental em "Matas Altas sem Babaçu" na floresta-de- galeria
Floresta Nacional do Tapajós
das áreas de drenagem esparsa com
O estudo pretende avaliar as possibilidades de manejo em floresta-de-galeria
áreas compreendidas pela Sub-Região dos Altos Platôs das áreas de relevo acidentado
372/VEGETAÇÃO
10.2.1.2 - Formações Pioneiras Aluviais Áreas do embasamento
11) Arbustiva das Áreas Inundadas Periodicamente com cobertura arbórea uniforme
c) platô dissecado
Fdhu
Fdhe
I) Sem palmeiras (cipó)
a) platô
b) relevo dissecado
Falp
E.?k
I
com cobertura arbórea uniforme c) relevo ondulado Fala
VEGETAÇÃ0/373
10 2 2 - Refúgio Ecológico 111) Contato Floresta/ Savana
IV) Reflorestamento RI
374/VEGETAÇÃO
10.3 - Síntese Temática das Folhas 01 °00'x01 °30'
No DE N. 0 DE
IND /ha VOLUME m3tha AMOSTRA AMBIENTE IND/ha VOLUME M3tha
AMOSTRA AMBIENTE
A. 07 F d u e 53 95,03
A 01 ~+F d u e 63 90,20
.EJ!...!..!+Fdue 76 110,48 A 35 F d o o +F da 87 140,53
A. 02
A 36 61
A 03 F d u e +~ 48 49,75 ~ +F d a e 105,86
A 37 F d o e +~ 90 172,31
A 04 ~ +F ai c 56 101,43
A 05 ~ 76 157,65
A 06 ~ 90 158,11
FOLHA SA 21-V-C
A 29 ~ 69 95,43
A30 Fdae +Fa I a 83 101,61
A. 31 ~+F da u 62 117,22 A 12 ~+Fdru 70 126,02
A 32 ~ +F da u 72 199,10 A 13 ~+F d r u 68 90,32
A 33 F d o e +F da e 100 180,11 53 76,44
A 19 ~ +F d i u
A34 F d o e +~ 68 115,83 58 104,74
A 20 ~ +Fdi u
43 124,69
A 38 ~
45 76,97
FOLHA SA 21-V-D A 39 ~
76 148,83
A 40 ~
64 116,06
A 41 ~ +F d a u
A 42 F d a e +~ 62 111,42
A 14 f-º--.!_~ 93 209 90
A 43 F d a e +F da u 43 89,09
A 15 ~ 83 158,97
F d u e +F d I e 60 89,10
A 16 96 136,75 A 44 ~ +F d a u
A 21 .E..J!.j_~ +Fd i u 54 95,81 A 119 F d s u 35 32,20
~ +Fdi u A I 20 43 34,82
A 22 54 74,34 ~
A 23 F d i e +~ 41 69,46
A 24 F d i e + E.._cl__i_____! 43 61,01
A 25 F d u ~;~ 91 168,74 FOLHA SA 21-X-A
A 26 54 89,54
~
A 27 61 111,80 F d r e +~
~ A 08 63 127,99
A 46 F d o e 58 96,91 109 201,19
A 48 F d o e +F d o u
A 47 F d a e 81 160,03 86 130,06
A 49 F do_~ +F d o u
A. 54 61 110,57
~ A 50 ~ +F d o u 64 89,56
A 57 71 125;61
~ A 51 ~~+Fama 58 124,46
A 58 83 138,69
~ A 52 ~ 41 158,93
A. 59 61 114,63
~ A 53 ~+F da u 73 254,97
A 123 88 138,98
~ +F a I a A I 29 ~+Fd o e 80 207,37
A 124 F d s u +~ 38 56,80
FOLHA SA 21-X-B
FOLHA SA.21-X-C
A09
~ +F d u u 72 94,73
A 17
A
A. 28
A 60
18
~+Fd i
~
~+Fd i
~+Fd n e
e
e +F a ma
54
74
57
37
80,02
109,92
65,64
47,33
A. 10
A 11
A 45
A 55
~ +F d r u
~ +F d r u
F d o e +F A I (.
E..Q..Ju_ +F ai a
63
84
66
55
158,32
125,93
131,02
63,96
I
A. 61 E.sL.!L.l!_ + F d n e 46 70,70
FOLHA SA 21-Z-A
A 62 ~ 44 69,91
A 63 100,90
~ 68 68,51
A
A 97 ~ +F d h e +A p 48
64 ~ 60 96,55
44,66
A. 65
A98 ~ +F d h e +A p 40
~ 52 72,14
93,72
A. 66
A99 ~ +F a m p 62
~ +F dI e 52 90,80
j( 100 ~+Famp 67 118,61
A.l25 FSe 108 144,96
125,30
~+SCa+Spfe
A I 01 ~ 90
78,61
A I 02 ~ 53
VEGEl AÇÃ0/375
FOLHA SA 21-Y-C FOLHA SA 21-Y-B
N ° DE VOLUME N. 0 DE VOLUME
AMOSTRA AMBIENTE IND /ha m3/ha AMOSTRA AMBIENTE IND lha
A. F d h u +F a m p m3/ha
83 61 73,43 A 74 ~
A á4 F d h e ~ F a m p 52 68,45
35 56,10 A 75 ~ 86 209,45
A 86 ~ +F d h e +F a m p 79 155,05 A 76 f._c:!_J_ !! 85 128,56
A 87 ~ +F a mp 64 111,44 A 77 ~ 68 88,85
A. 88 ~ +F d h e 59 84,32 A 78 ~ +F d h u 61 140,05
A 95 ~ +F d p I u 60 89,08 A 96 F d h e +F a m p
AI 04 F d h e + E..J!.J.....J!. 40 78,63
54 129,90 A 121 ~ +F d s u 57 154,55
A I 07 ~ +F d I e 54 71,19 A I 22 ~ +F a I a 70 133,46
A.l 08 F d h e + E...JLl!.....!, +F a m p 75 107,89
A 110 F d h e +F a m p 46 90,24
FOLHA SA 21-Y-A
FOLHA SA 21-Y-D
A .68 ~ +F d I e 73 171.66
A 69 ~ 88 198,45
A 73 F d I e 91 153,52 A. 70 ~ 88 198,45
A 80 ~ 73 125,32 A 71 ~ 68 140,14
A 81 F d h e +F a m p 56 68,78 A 72 ~ 79 147,32
A 82 ~ +F a mp 67 107,58
A 89 ~E!_ +F a mp 59 117,10
A 90 F d h e +F a mp 70 145,92 FOLHA SA 21-Z-8
A 92 ~ +F a mp 58 87,59
A 94 ~ +F d I e +F a m p 53 116,25
A I 03 ~ +F d n u 75 251,80
A 114 F d p e +F a mp 64 173,21
FOLHA SA 21-Z-D A 115 ~~ +F a mp 52 141,60
A 116 ~ +F a I p 79 188,77
A 117 ~~ +F a I p 77 234,67
A 79 ~+F a mp 64 131,87
A I 09 ~ +F dI u 72 132,02
Al11 ~ 79 165,70 FOLHA SA 21-X-D
A 112 ~ 50 103,64
A.l13 Fdhe+Fdtu 74 265,60
A 118 ~ 94 361,26
A 56 Fdae+Fal a 66 129,70
I
38 39,84
A 93 ~+F d h a +~ 49,09 FSe
34 A 128 76 95,72
A I 05 ~+Famp Sco + Sps + Fdiu
70 132,54
A I 06 E_Q_.L.l!_ + F a m c 64 88 17
376/VEGETAÇÃO
10. 3. 1 _ Folha SA.21-Z-D (Fig. 15) fisionomia graminosa. As espécies mais comuns são:
Oriza altra, O. perenes, o. grandiglumis, Paspalum den-
1- INDIVIDUALIZAÇÃO DA AREA ticulatum, P. fasciculatum e algumas forrageiras como
Eriochloa punctata e Hymenache amplexicaule.
os maiores centros populacionais da Folha estã~ situados
às margens do rio Tapajós, destacando-se as c1dades de
Aveiro e Fordlândia.
2 - Floresta Densa
A rodovia Santarém/Cuiabá atravessa a área, fazendo
j~nçâo com à Transamazônica Esta fisionomia reveste diferentes formas de relevo, que
variam dos altos platôs Paleozóicos a planícies, abrangen-
As áreas do Terciário dominam a Folha, observando-se a do 14.079km2. Esta floresta apresenta cobertura de emer-
sudeste áreas pertencentes ao Paleozóico e Pré-Cambria- gentes e nela se verificam manchas de Florestas Densa
no. Uniforme e Aberta (com e sem palmeiras). As espécies de
expressão econômica que ocorrem na área são pau-d'ar-
11 - DESCRIÇÃO FISIONÓMICA DA VEGETAÇÃO co, sucupiras, itaúba, louros, maçaranduba, cupiúba, an-
diroba, tauari e ucuubas.
A maior parte da área é ocupada pela Floresta Densa com
emergentes A Floresta Aberta com palmeiras ocorre às
margens do rio Cupari, afluente do Tapajós, em manchas 2.1 - Floresta Densa da Planície Aluvial
dispersas em meio à Floresta Densa As Formações Pio-
neiras e áreas de Tensão Ecológica são observadas nas Nas áreas quaternárias, aqui representadas pelas planícies
ilhas e margens do rio Tapajós aluviais periodicamente inundadas e terraços do rio Tapa-
jós, observaram-se em meio à Floresta Densa manchas de
1 - Formações Pioneiras Floresta Aberta com cipó e pequenas áreas de agropecuá-
Ocorrem na ilha Pirá, a sudeste da Folha, e apresentam ria As espécies mais comuns são: seringueira-barriguda,
. VEGETAÇÃ0/377
piranheira, caramuri, tarumã-da-várzea, arabá-preto, pau- 3 - Áreas de Tensão Ecológica
mulato, macacaóba, e nos terraços, andiroba, matamatá,
acariquara, castanheira e ucuubas São constituídas pelo contato (encrave) Floresta/ Forma-
ção Pioneira graminosa e foram observadas nas áreas
periodicamente inundadas pelo rio Tapajós A fisionomia
22 - Floresta Densa dos Tabuleiros dominante é a da Floresta Densa uniforme As áreas de
encrave somam 30km2 e as espécies mais freqUentes são
A floresta apresenta cobertura de emergentes e reveste os arapari, tachi-do-igapó, fava-grande, cajurana, marimari e
altos e baixos platôs do Terciário com relevos dissecados e arroz-bravo.
aplainados Esta floresta possui elevado potencial de
madeira, valorizado por espécies de alta cotação no merca-
do Foram realizadas as seguintes unidades de amostras:
4 - Vegetação Secundária
a) Nos Altos Platôs
Próximo á cidade de Fordlândia, com área de 86km2, a
Amostra- A.118 (Fdpe)- Pode-se observar a dominância vegetação encontra-se bastante alterada pela retirada sele-
de acariquara-roxa, andiroba, maçaranduba, cupiúba, lou- tiva de algumas espécies e regeneração de outras, como o
ro-canela e outras menos frequentes, que contribuíram lacre, parapará, cupiúba, imbaúba e murta A agropecuâ.-
para o alto volume encontrado (361, 26m3/ ha). ria se faz presente em pequena escala.
b) Nos Baixos Platôs
Reveste os platôs e áreas dissecadas, apresentando, domi- A área apresenta-se dominada pela Floresta Densa, onde
I
nantemente, cobertura de emergentes. As áreas do Paleo- se observam manchas de Floresta Aberta (com e sem
zóico abrangem 1 892km2, tendo sido realizada uma unida- palmeiras) e de Formações Pioneiras, localizadas a oeste e
de de amostra no relevo dissecado nas ilhas do rio Tapajós
378/VEGETAÇÃO
Fdhe+ Famp
Fdte + Famc
Fdte + Famc
o 10 20 30 40 km
do diversas forma~ de relevo. Nos altos platôs e terraços, bacaba, caranaí, murumuru e babaçu, destaca-se a palha-
pode-se observar area onde a cobertura vegetal é relativa- vermelha, que chega a representar, em algumas áreas,
mente uniforme. As espécies de maior valor encontradas 50% do sub-bosque
na área foram: copaíba-jacaré, cardeiro, sucupira-amarela,
louros, angelim-rajado e jacarandá-preto.
b) No Relevo Dissecado
As unidades de amostras foram feitas·
Amostra- A.93 (Fdte + Fdhe + Falp)- Esta amostra foi
a) Nos Baixos Platôs feita numa mancha de Floresta Aberta sem palmeiras.
I
Espécies dominantes: castanha-vermelha, envira-bobó
Amostra ~ A.85 (Fdhe + Fdte) - Espécies de maior louro-preto, macucu-de-sangue e maparajuba '
ocorrência: copaíba-jacaré, sucupira-amarela, macucu-
fofo, carapanaúba e jacarandá-preto. Esta amostra foi feita Amostra - A.106 (Fdte + Famc) - Espécies de maior
numa. mancha de Floresta Aberta com palmeiras, não ocorrência: piquiarana, mandioqueira-escamosa, pau-jaca-
mapeavel em nossa escala de trabalho. Espécies de maior ré, sucupira-vermelha e copaíba-jacaré
ocorrência: umiri, fava-benguê, mandioqueira-lisa, cuma-
ru e copaíba-jacaré. O sub-bosque desta floresta apresenta-se, de um modo
geral, ralo. Nas áreas de Floresta Aberta sem palmeiras
(cipoal), praticamente inexiste sub-bosque, sendo este
Amostra - A.105 (Fdhe + Famp) - Espécies de maior
ocorrência: abiorana-seca, caripé, arurá-branco e jacaran- constituído exclusivamente de paus muito finos, esparsos,
dá-preto. geralmente de uma só espécie (marupá).
VEGETAÇÃ0/379
Sub-Região Residual Paleozóica de ltaituba, descrita por emergentes sobre os outros tipos florísticos. A Floresta
Tereza et alii (1975) Aberta com e sem cipó, ainda que em pequenas manchas,
encontra-se espalhada por toda a área.
I I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA AREA
quase todos os sentidos. Os principais cursos d'água são 2 - Formações Pioneiras- Esta fisionomia encontra-se
Amazonas, Maués-Açu, Paraconi, Arariú, Andirá, Apoqui- distribuída em pequenos e médios agrupamentos disper-
taua, Urupadi, "paranás" Urariá e Ramos. As principais sos por grande parte da área, totalizando 352,50km2 A
cidades são: ltaquatiara, que se situa á margem esquerda vegetação apresenta-se sob as formas arbórea, arbustiva e
do rio Amazonas, e Maués, ás margens do rio Maués-Açu graminosa, situando-se nas áreas sujeitas às inundações
periódicas
380/VEGETAÇÃO
2.2 - Formação Pioneira Arbustiva ::- De~tre as formas meiras e agricultura de subsistência são observadas neste
observadas esta é de maior expressao, po1s ocupa uma ecossistema. As espécies encontradas com maior freqüên-
ârea de 270km2 e ocorre, predominantemente, a leste da cia foram: abiorana, breu, louro, matamatá-vermelho, ro-
Folha. As espécies dominantes são: canela-de-anta, mun- sada-brava e ucuuba-chorona.
guba e murumuru. Não foi notada a presença de palmeiras.
3.2 - Floresta Densa (cobertura uniforme) - Ocorre nas
2.3 _ Formação Pioneira Gr~m!nosa - . oc~rre. com planícies aluviais periodicamente inundadas e nos terraços
maior freqüência nas áreas depnm1das, sob mfluenc1a dos dos rios Urariá e Urupadi, onde ·se observam núcleos de
"paranâs;' do Ramos e Urariá~ As espécies que se desta- agropecuária. Essa fisionomia é vista em peq~;~enas unida-
cam nesta ârea de 75km2 sao: arroz-bravo, canarana e des que totalizam 108 50km2. Ouaruba, sucup1ra, macucu-
capim-marreca de-paca, andiroba e inunguba são as espécies mais fre-
qüentes
3 - Floresta Densa - Esta fitofisionomia ocupa uma
área de 14 352,50km2 e apresenta grande quantidade de 4 - Areas de Tensão Ecológica - Ocorrem nas áreas
espécies emergentes. O relevo varia de baixo platô (tabu- deprimidas, sujeitas à inundação periódica Essa fisiono-
leiro) a planície aluvial periodicamente inundada mia nas suas diferentes unidades cobre uma área de
1. 721 km2 e situa-se a noroeste da Folha e ao longo dos
3.1 - Floresta Densa (com emergentes)- Reveste dife- "paranás" Urariá e Ramos.
rentes formas de relevo: baixo platô (12.928km2), disseca-
do e aplainado (1.316km2). 4.1 - Contato Formação Pioneira/ Savana (Cerrado) - É
formado pelo Parque de Cerrado que ocorre nas proximida-
Nas áreas dos baixos platôs, observaram-se freqüentes nú- des do rio Amazonas (drenagem densa) e "paraná" Urariá
cleos de Floresta Aberta com ou sem palmeiras As seis (drenagem esparsa) e pela formação pioneira arbustiva das
unidades de amostra realizadas neste ecossistema revela- depressões periodicamente inundadas. As áreas de Parque
ram um volume médio de 107,204m3tha apresentam Floresta-de-Galeria, onde se destacam as
enviras... seringueiras e ucuubas. Neste ecossistema, de
Amostra - A.81 (Fdhe + FamP-) - Espécies de maio1 355Km..:, observou-se agropecuária nas áreas de drenagem
ocorrência: tachi-preto, abio-seco, envira-preta e louro- esparsa.
aritu.
Amostra - A.82 (Fdhe + Famp) - Espécies dominan- 4.2 - Contato Formações Pioneiras/ Floresta- As diver-
tes: cupiúba, tauari, quebra-machado, acariquara-branca e sas unidades totalizam a Formação Pioneira arbórea, ar-
cumaru. bustiva e graminosa dos terraços e depressões A pe-
cuária, plantio de juta e malva, assim como algumas
Amostra - A.89 (Fdhe + Famp) - Espécies mais fre- culturas de subsistência são observadas nos terraços, em
qüentes· tachi-branco, cumaru, cupiúba e muirauba-bran- pequena escala. Seringueira, sumaúma, tachi-do-igapó,
ca. munguba e macucu-de-paca são as espécies de maior
freqüência.
Amostra - A.90 (Fdhe + Famp) - Espécies de maior
ocorrência: matamatá-preto, joão-mole, louro-aritu, maça-
randuba e copaiba. 4 3 - Contato Floresta/ Savana- Foram observadas, em
meio à Floresta Densa uniforme, áreas de Savana Arbórea
Amostra - A.92 (Fdhe + Famp) - Espécies de maior Aberta (Campo Cerrado) e de Parque, que apresentam
ocorrência: tachi-preto, acariquara, fava-orelha-de-macaco drenagem esparsa e Florestas-de-Galeria. Neste contato,
e ucuuba-chorona. que ocupa uma área de 236km2, observou-se a ocorrência
de pequenas áreas de agropecuária e de vegetação secun-
Amostra - A.94 (Fdhe + Famp) - Espécies de maior dária. As espécies mais freqüentes são jatobá, breus e
ocorrência: tachi-preto, abio-seco, envira-preta e louro-ari abioranas.
tu
5 - Areas de Vegetação Secundária - Originadas da
Na área de relevo dissecado (813km2) observam-se peque- ação antrópica, na maioria dos casos estão localizadas nas
nas manchas de Floresta ~berta com palmeiras, em meio à áreas de fácil acesso e próximas a núcleos populacionais
Floresta Densa. As amostras realizadas neste ecossistema Nessa área de 80km2 observa-se a agropecuária em pe-
revelaram um volume médio de 139,422m3t ha sendo esta quena escala.
fitof!sionomia mais freqüente a sudeste da F~lha, a partir
do no Parao ri.
111 - RESUMINDO
Amostra - A.73 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência
macucu-de-sangue, abio-seco, jutaí-pororoca, louro-ama- A área apresenta um potencial de madeira regular, com
relo, copaíba-jacaré e itaúba.
volume médio de 115,86m3t ha. As espécies de maior valor
que ocorrem na área são: maçaranduba, itàúba, angelim-
Amostra - A.80 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência: pedra, angelim-rajado, abiorana, copaíba, louro, matama-
macuc~-murici, mandioqueira-branca, louro-preto, itaúba tá, parapará e tauari.
e copa1ba-preta.
Dispõe a região de uma grande rede de rios, facilitando
As á~eas de relevo aplainado ocorrem ao norte da Folha e assim tanto o acesso à área como o escoamento dos
totallzam 503km2. Manchas de Floresta Aberta com pai- produtos que dela são extraídos.
VEGETAÇÃ0/381
Em ltaquatiara e Manaus a agricultura tem se desenvolvido A exploração de pau-rosa (Aniba duckei Korsterm) visando
em pequena escala, principalmente culturas anuais de à extração do óleo essencial (llnalol) é uma atividade que
subsistência. Merece destaque, no entanto, a cultura do tende a ter um fim próximo nesta regiãc, devido à explora-
guaraná (Paulinia cupanea (Mart) Ducke var. sorbilis), ção indiscriminada, não obedecendo a qualquer técnica
notadamente em Maués, chegando mesmo a ser conside- racional de exploração Foram observadas extrações rudi-
rada a base econômica do município Essa espécie é mentares de beneficiamento às margens do "paraná"
cultivada também em Parintins, ltaquatiara, Urucutiba, Urariá, próximo ao rio Madeira.
Barrerinha, Borba e Manaus.
PFc
Fdplu +
Patc
PFc
Fdplu +
Padl
Fdhe + Famp
I I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA ÁREA
Fig 18 - Mapa Fisionômico·Ecolôgico da Folha SA 21·Y·C
3821VEGETAÇÃO
+ Fdtu) e aplainados (Fdnu). abrangendo uma área de c) Na Área Aplainada
12.147km2. E grande a ocorrência de espécies emergentes,
observando-se uma cobertura relativamente uniforme nas Amostra - A.95 (Fdnu + Fdplu) - Espécies de maior
áreas aplainadas. ocorrência: breu-vermelho, matamatá-vermelho, louro-ari-
tu, abiorana-vermelha e cupiúba.
Nas ~reas de formação quaternária recente existem as
Florestas Densas dos terraços (Fdsu) e das planícies O sub-bosque observado nas áreas aplainadas se apresen-
aluviais ~. periodicamente inundadas (395km2), com ta denso, onde se destacam as abioranas, breus, louro,
cobertura uniforme. Foram observados nesta área alguns matamatás, ucuubas, bacaba, inajá e babaçu.
núcleos de agropecuária (Ap).
3 - Áreas de Tensão Ecológica- O encrave é formado
pela Floresta Densa uniforme das planícies nas Formações
As amostras foram feitas: Pioneiras, nos estágios graminoso e arbóreo, dos terraços
e depressões inundáveis periodicamente. Este ambiente
a) No Baixo Platô compreende uma área de 3.355km2 e é observado,
principalmente, às margens dos rios, nos "paranás", lagos
Amostra - A.83 (Fdhu + Famp) - Espécies de maior e ilhas, que apresentam problema de hidromorfismo.
ocorrência: m""ãiãmatá-preto, sucupira-amarela, tatapiririca
e ucuuba-chorona. 4 - Vegetação Secundária- As três áreas de Vegetação
Secundária que ocorrem rrn Folha foram observadas a
Amostra - A.84 - (Fdhe + Famp) - Esta amostra foi oeste e noroeste; totalizam 657km2. Observaram-se, tam-
feita na área de Floresta Aberta. Espécies de maior ocor- bém, núcleos de agropecuária. Lacre, parapará, imbuia,
rência: abiorana-cabeça-de-macaco, abiorana-maçarandu- morototó, paricá e babaçu são as espécies de maior
ba, breu-vermelho, e amapá-doce freqüência.
Amostra - ..eJ..!.Q (Fdhe + Famp) - Espécies de maior 10,3 5 - Folha SA 21-Y-A (Fig. 19)
ocorrência· matamatá-jibóia, abiorana-abio, louro-preto e
cupiúba.
I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA AREA
Por ocasião da amostragem, observou-se que a floresta
possui sub-bosque denso, apresentando regeneração na- A Folha cobre uma área de 18 411 km2, sendo constituída
de três eras geológicas Paleozóico e Mesozóico ao sul;
tural acentuada de breu-preto, matamatás, cajarana e
Quaternário (aluvião antiga), às margens do rio Uatumã; e
ucuubas. As palmáceas de maior expressão são: bacaba e
inajá. o Terciário, que abrange a maior parte da área.
VEGETAÇÃ0/383
oL _ _ 10 20
__L _ _ _ _ L _
30 40 km
------......... _ _ _ _j
1 - Formações Pioneiras - ocorrem nas depressões Nesta região foram inventariadas as seguintes unidades de
periodicamente inundadas, próximas ao rio Uatumã, em amostras:
áreas que totalizam 41 km2 As espécies mais comuns são:
enviras, canela-de-anta, murici e munguba Amostra - A.68 (Fdhe + Fdte) - Espécies de maior
ocorrência. abioraiiã-Casca-fina, muiraúba, acariquara-
2 - Floresta Densa - recobre, predominantemente, as roxa, angel im-rajado e cupiúba
áreas dos baixos platôs e relevo dissecado do Terciário,
I
apresentando cobertura de emergentes e sub-bosque Amostra - A.69 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência
fechado A área florestada ocupa 18.160km2 castanha-vermelha, ripeiro-vermelho, tachi-vermelho, itaú-
ba, louro-pixuri e muirajibóia-preta
Não foi observada diferença significativa nas espécies que
compõem o sub-bosque, nas formas de relevo A regene- Amostra - A.70 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência:
ração natural é composta principalmente de abioranas, matamatá-preto, rosadinha, cardeiro, cupiúba e louro-
angelins, cardeiro, cumarus, enviras, ingás, itaúba, jarana, preto.
louros, matamatás e muiratinga Dentre as palmáceas
destacam-se o murumuru, açaí, mumbaca, babaçu, folha- Amostra- A.71 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência:
branca e espinho-preto ripeiro-amarelo, cardeiro, cupiúba e louro-aritu
O inventário realizado nesses ambientes revelou, em Amostra - A. 72 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência:
termos médios, 79 indivíduos e 162,847m3/ha. uxirana, itaúba, cardeiro, acapu-preto, muirapiranga e
abiorana-cutite.
Participam desta fisionomia manchas de Floresta Aberta
com cipó, observadas nos terraços, e trechos de agro- As espécies de valor encontradas na área são: angelim-
pecuária, cultivados nas áreas dissecadas ao longo do rio da-mata, angelim-pedra, angelir~1-rajado, itaúba, cardeiro,
Preto e da estrada Manaus/ltaquatiara. cupiúba e acapu-preto.
384/VEGETAÇÃO
3 - Áreas de Tensão Ecológica - abrangem 78km2, com ocorrência de espectes facilmente aceitas tanto no
próximas ao rio Uatumã. A Formação Pioneira arbustiva mercado interno como no externo.
das depressões periodicamente inundadas forma encraves
nas áreas de floresta. As principais vias de escoamento são o rio Uatumã e a
estrada Manauslltaquatiara, locada ao sul. O rio Urubu
apesar das cachoeiras, pode, em alguns trechos, se~
navegado por embarcações de pequeno calado.
111 - RESUMINDO
A agropecuária acha-se dispersa e é praticada a nível de
A área apresenta potencial de madeira bastante elevado, subsistência
PSc
Spf&+
~~~~~~a P•dc
Fdhe +
Famp
VEGETAÇÃOI385
1.2 - Formação Pioneira Graminosa em relação ao anteriormente descrito. Observou-se, nesta
área, a ocorrência de cedro e mogno (Swietenia macro-
Ocorre nas áreas deprimidas, sujeitas às inundações pe- phylla Kinj)
riódicas. Esta fisionomia é observada ao sul da Folha e
apresenta, como espécies características, a canarana, Amostra- A.75 (Fdte) - Espécies de maior ocorrência:
arroz-bravo e capim-marreca. itaúba, louro-preto, acariquara, copaiba-jacaré e maça-
randuba.
386/VEGETAÇÃO
As áreas que apresentam melhor potencial de madeira sucupira-amarela, morototó, cardeiro e andiroba.
(média de 128,50m3t ha) ocorrem a norte do rio Amazonas.
Dentre as espécies de maior interesse destacam-se o A ilha de Tupinambarana apresenta ao sul grande varie-
pau-d'arco, angelim-rajado, itaúba, louro-preto, cupiúba, dade de pastagens naturais, oferecendo boas condições à
pecuária extensiva.
VEGETAÇÃ0/387
2 2 - Formação Pioneira Graminosa - Ocorre em pe- ocorrência: acariquara-branca, parapará, periquiteira e
quenas áreas dispersas pela Folha, totalizando 249km2. louro-preto.
A canarana e aninga são representativas tanto das de-
pressões como dos terraços inundáveis. Amostra - A.1 01 (Fdhe) - Espécies de maior ocorrência:
abiorana-sabiá, abiorana-amarela, pajurazinho, maçaran-
duba, louro-aritu e cardeiro.
3 - Floresta Densa
4 - Areas de Tensão Ecológica - Foram observados três
Esta fisionomia apresenta grande número de espécies contatos que revestem as áreas sedimentares do Quater-
emergentes, revestindo os relevos dos altos platôs dis- nário, abrangendo 4.559km2.
secados das áreas aplainadas, pertencentes às áreas
sedimentares do Terciário e do Quaternário recente. As 4.1 - Contato Floresta/Savana (Cerrado)- Ocorre numa
áreas de Floresta Densa totalizam 9.634km2. A ucuuba, área de 813km2, onde se observam encraves de Savana
seringueira e tachi-do-igapó são as espécies mais comuns. arbórea densa (Cerradão) em meio à Floresta Densa com
emergentes que revestem um relevo aplainado. Observou-
se, também, a existência de pequenos núcleos de agro-
3.1 - Floresta Densa das Terras Baixas pecuária. As espécies mais representativas da floresta são
a ucuuba e mandioqueira. As espécies do Cerrado são:
Recobrindo diferentes formas de relevo (altos e baixos murici e lixeira.
platôs. relevos dissecados e aplainados) esta fisionomia
abrange 961 km2, onde se observa a dominância da floresta 4.2 ~ Contato Formações Pibneiras/ Floresta - Este
com emergentes A Floresta Densa de cobertura uniforme contato foi observado nas áreas deprimidas e nos ter-
é observada apenas nas áreas mais aplainadas. raços sob influência aluvial, abrangendo 2.048km2. A
fisionomia deste tipo de contato (encrave) varia segundo a
Verificou.-se a ocorrência de manchas de Floresta Aberta dominância dos elementos que compõem o ambiente,
com palmeiras, observadas nos baixos platôs, e núcleos sendo mais representativas as áreas em que a floresta
de agropecuária, presentes nas áreas de relevos dissecado ocorre em meio às Formações Pioneiras graminosas As
e aplainado espécies mais características são a Victoria amazonica
(Poeppig) Sowerby, aninga e canarana
Não foi notada diferença significativa no tipo de sub-
bosque, apresentado pela floresta nos diversos tipos de 4 3 - Contato Formações Pioneiras/ Savana (Cerrado) -
relevo De uma maneira geral, o sub-bosque é pouco As fisionomias observadas nestas áreas de encrave
denso, constituído principalmente de breus, murta, lou- (1 708km2) são constituídas, principalmente, pelos con-
ros. enviras, matamatás, angelim-rajado, maçaranduba, tatos Formação Pioneira arbustiva/ Savana arbórea densa
macucu e cupiúba. A palmácea de maior expressão é o (em relevo ondulado) e Formação Pioneira graminosa/
caranaí Nas áreas de relevo dissecado, verificou-se a Parque de Cerrado (em relevo aplainado), onde se obser-
ocorrência de pau-rosa (Aniba duckei Korsterm) vam Florestas-de-Galeria ladeando uma drenagem es-
parsa
Foram realizadas seis unidades de amostras: três no relevo
dissecado e três nos baixos platôs, obtendo-se um volume A sudoeste, margem direita do rio Amazonas, delimitou-se
médio de 65,924m3t ha e 112,546m3t ha, respectivamente uma pequena área do contato Formação Pioneira arbus-
tiva/ Parque de Cerrado As espécies dominantes são:
lixeira, murici, murumuru, envira, sucupira, jatobá e jauari
a) Relevo Dissecado
De um modo geral, a agropecuária está presente nestas
Amostra- A.97 (Fdte + Fdhe + Ap)- Espécies de maior áreas de contato
ocorrência: chicle-bravo, mandioqueira-branca, caripé,
envira-preta e cupiúba. 5 - Área de Vegetação Secundária - Próximo à cidade
de Nhamundá, delimitaram-se áreas onde se observam a
Amostra- A.98 (Fdte + Fdhe + Ap) - Esta amostra foi floresta, bastante alterada pela ação antrópica, e áreas de
111 - RESUMINDO
itaúba, sapota, maçaranduba, mamãozinho e caripé. As unidades de amostras realizadas revelaram um volume
médio de 88m3/ ha, o que evidencia um baixo potencial de
madeira desta área.
b) Baixos Platôs
A pecuária, a pesca e as culturas de juta e malva formam a
Amostra - A.99 (Fdhe + Famp) - Espécies de maior principal fonte de riquezas do município de Parintins. A
ocorrência: macucu-fofo, cacaurana, acaríquara-roxa, maior parte das produções de juta e malva é benefi-
abíorana-amarela e pajurazinho. ciada na cidade de Parintins, pela FABRILJUTA S/ A, que
contribui para uma melhoria d.o padrão sócioeconômico
Amostra - AJ.QQ (Fdhe + Famp) - Espécies de maior da região, dando emprego a 450 habitantes.
388/VEGETAÇÃO
10.3.8 - Folha SA.21-Z-B (Fig. 22)
PFc
PSc
Spfe
+
Padc
o 10 20 30 40 km Fdne Fdhe
As principais vias de acesso são os rios Amazonas, Esta formação ocupa uma área de 15km2 e é observada nas
Tapajós, Curuá-Una, Arapiuns e as estradas Santarém I áreas de relevo ondulado (situadas a sudoeste), onde se
Cuiabá, com ligação para Belterra, e SantarémiCachoeira nota intensa atividade agropecuária, e nas áreas de relevo
do Palhão (Hidrelétrica de Curuá-Una), além de pequenas acidentado (localizadas a nordeste) As espécies mais
estradas vicinais. A Estação Experimental da SUDAM fica comuns são: lixeira, sucupira, pau-pombo, jatobá, anani e
situada às margens do rio Curuá-Una. algumas Euforbiáceas. No estrato herbáceo destacam-se
Arístída sp e Bulbostylís sp.
11 - DESCRIÇÃO FISIONÔMICA DA VEGETAÇÃO Os Parques de drenagem esparsa, circundados por Flo-
restas-de-Galeria, situam-se a noroeste e norte da Folha,
Os tipos de vegetação observados nesta Folha são: a onde se observam manchas de Cerradão e de agrope-
norte, Savana, Formações Pioneiras e áreas de Tensão. cuária. Essas áreas totalizam 514km2 e as espécies mais
Ecológica; e, a sul, Floresta Densa e Aberta, além de área comumente encontradas são: lixeira, murici-do-campo,
de vegetação Secundária, Agropecuária e Reflorestamento. pau-pombo, jatobá, caju-do-campo, sucupira, anani, bu-
riti, açaí, gramíneas, ciperáceas e xiridáceas.
1 - Savana (Cerrado)
2 - Formações Pioneiras
Esta vegetação é representada pelos Parques de Cerrado,
que apresentam drenagem esparsa, ladeada por Florestas- A Formação Pioneira graminosa ocorre dispersa a norte,
de-Galeria e pela Savana arbórea densa (Cerradão), que nas áreas deprimidas sujeitas às inundações periódicas.
VEGETAÇÃOI389
As espécies dominantes são: capim-piripomonga, piri- 4 - Areas de Tensão Ecológica
membeca e canarana-folha-miúda, além de arroz-bravo e
vitória-régia. Localizam-se nas áreas sob influência doE rios, lagos e
"paranás", sendo que algumas delas são inundadas perio-
dicamente (como as formações pioneiras) e outras espora-
3 - Floresta Densa dicamente (como o cerrado).
Abrange uma área de 7.209km2 e r~v~ste di~e~sas for.m.as
de relevo, que variam dos altos platos as plamc1es aluv1a1s. 4.1 - Contato Floresta/ Savana (Cerrado)
A fisionomia dominante é a Floresta Densa com emer-
gentes. Nas áreas de relevo ondulado situadas a oeste, obser-
vam-se encraves de Savana arbórea densa (Cerradão) na
3.1 - Floresta Densa Aluvial Floresta Densa e, nas áreas aplainadas, verificam-se
manchas de Parque de Cerrado e Agropecuária em meio à
Esta floresta apresenta cobertura uniforme E recobre os Floresta Aberta (cipoal). As espécies mais representativas
terraços do rio Tapajós e planícies inundáveis do rio destas áreas que somam 1 .336km2 são breus, louros,
Amazonas. As espécies mais freqüentes são: abiorana, ucuubas, lacre, parapará, murta, lixeira, murici-do-campo,
ucuuba, andiroba, tauari, seringueira-barriguda, tachi-do- pau-terra, sucupira-do-campo, buriti e anani
igapó, pau-mulato, taperebá e tarumã. Estas áreas tota-
lizam 71,50km2. 42 - Contato Formações Pioneiras/ Floresta
390/VEGETAÇAO
ucuuba, cedro, cedrorana, marupá, andiroba, seringueira, ocorrência de grande número de espécies de alta cotação
angelins-rajado, pedra e da mata, parapará, mogno e no mercado (louros, sucupiras, ucuubas, cedro, maça-
piquiá. randuba, cupiúbà e acapu) e elevado potencial de madeira
(184m31ha nos altos platôs e 251m31ha nos dissecados),
111 -RESUMINDO torna esta área promissora às atividades florestais.
Fama + Fdie + Ap
~+Ap
Sco + Fdiu
o 10 20 30 40 km
I
Flg. 23 - Mapa Fislonõmico-Ecolóaico da Folha SA.21-X-D
VEGETAÇÃ01391
l
2 - Formações Pioneiras - Estas formações ocorrem a As especies dominantes são: maçaranduba, abioranas,
sul, nos terraços de depressões, sujeitos às inundações matamatás e ucuubas. Dentre as palmáceas, destaca-se a
dos rios Cun.:à e Amazonas As espécies mais freqüentes ocorrência de babaçu.
são: canarana (Gramineae), aninga (Araceae), mururé e
vitória-régia (Nympheaceae) 5 - Áreas de Tensão Ecológica- A maior parte da Folha
é constituída por áreas de contato (encraves), que se
3 - Floresta Densa- Esta fisionomia quando recobre os estendem no sentido sudeste-noroeste, ocupando as áreas
platôs e relevos dissecados e aplainados do Paleozóico do Quaternário recente, Paleozóico e Pré-Cambriano.
apresenta cobertura uniforme e sub-bosque fechado A
floresta apresenta uma regeneração natural numerosa de 51 - Contato Floresta/Savana (Cerrado) - É formado
jutai, goiabinha, breus e palmáceas, com destaque do por encraves de Floresta em áreas de Savana arbórea densa
babaçu. Dominando, destacam-se no estrato arbóreo (Cerradão) e Parque de Cerrado. Nesta área de 6.368km2
breus, cumarurana, jutaí-mirim e joão-mole foram efetuadas as seguintes unidades de amostras
a) Amostra - A.56 (Fdae + Fala) - Espécies de maior 5.2 - Contato Formações Pioneiras/ Floresta - Esta fi-
ocorrência: ipê, macucu, mututi-duro, abiorana-branca, sionomia ocorre nos terraços e áreas deprimidas, sob
tarumã e tauari. influência das cheias dos rios Curuá e Mamiá, totalizando
uma área de 590,50km2 Nos terraços observou-se a domi-
b) Amostra - A.67 (Fdte + Fdhe) - Espécies de maior nância da Floresta sobre as Formações Pioneiras e nas
ocorrência abiorana-rosadinha, breu-vermelho, abiorana- áreas deprimidas ocorre o inverso. Morototó, pau-pombo,
vermelha, itaúba, louro-amarelo, cumaru e peroba murta, parapará, seringa-barriguda., tarumã-de-várzea,
tachi e taperebá-do-igapó são espécies representativa$ da
4 - Floresta Aberta - Este tipo fisionômico apresenta Floresta Nas áreas das Formações Pioneiras, observou-se
a ocorrência de canarana, arroz-bravo, murumuru, aninga e
as formações Floresta Aberta com palmeiras (cocal) e sem
I
vitória-régia
palmeiras (cipoal), bastante dispersas na Folha em
questão, abrangendo 2.773km2.
53 - Contato Formações Pioneiras/Savana (Gerrado)-
A Floresta Aberta mista reveste os relevos dissecados e Ocorre próximo ao lago dos Botos, onde as áreas do
aplainados do Paleozóico, onde se observam grupos de Parque de Cerrado de drenagem esparsa com Florestas-
Floresta Densa com emergentes e áreas de agropecuária de-Galeria formam encraves na Formação Pioneira grami-
nosa das depressões periodicamente inundadas As es-
pécies mais comuns deste contato que abrange 185,50km2
O cipoal recobre os outeiros, colinas e relevos fortemente são pau-terra, sucupira, murici, buriti, açaí, anani, cana-
ondulado e ondulado do Pré-Cambriano Nesta fisionomia, rana, mururé, capim-marreca, Aristida spp e vitória-régia
observa-se também a presença da Floresta Densa com Foram observados núcleos de agropecuária.
emergentes.
6 - Vegetação Secundária - Ocorre próxima aos nú-
A nordeste, onde o cipoal ocorre como fisionomia domi- cleos populacionais e e formada pela ação Antrópica
nante, foram observados grupos de Floresta Aberta com Estas áreas são observadas a sul, sude§te e sydoeste da
palmeiras (relevo acidentado) e Floresta Densa uniforme, Folha e as espécies características ~ão: lacre, murta,
que reveste os platôs do Paleozóico. imbaúba, paricá, morototó e pau-para-tudo.
392/VEGETAÇÃO
7 -Agropecuária - É praticada numa área relativamente 111 - RESUMINDO
grande nas proximidades de Alenquer, apresentando um
bom r~ndir'nento Junto às áreas de agropecuária, verifi- As áreas do Terciário (platôs e relevo dissecado) apresen-
cam-se grupos de Cerrado, representados pelo murici, tam um potencial madeireiro considerável, não só pelo
angico e jatobá. elevado vol.ume médio por hectare, como também pela
qualidade das espécies que formam esta floresta.
10 3 10- Folha SA 21-X-C (Fig. 24)
57'00' 55'30'
J'OO'
1'00' (:\
pFdre
Fdue + Fdie
I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA ÁREA
VEGETAÇÃOI393
fluência do rio Amazonas e lagos Erepecu e Faro. Foram rência: louro-preto, tachi-preto, carapanaúba, inharé e
observadas nos estágios arbustivo e graminoso, abrangen- tachi-vermelho.
do 79,50km2.
c) No Relevo Aplainado
2.1 - Formação Pioneira Arbustiva Amostra - A.60 - (Fdnu + Fdne) - Esta amostra foi
feita numa mancha de Floresta Aberta, não mapeável pela
Estas formações ocorrem numa pequena ilha do lago nossa escala de trabalho. Espécies de maior ocorrência:
Erepecu e nas depressões próximas ao lago de Faro. Nesta maçaranduba, algodão-bravo, jutai-pororoca e itaúba.
área de 38,50km2 observa-se a ocorrência de enviras,
ucuubas e munguba Amostra - A.61 - (Fdnu + Fdne) - Espécies de
maior ocorrência: castanha-vermelha, louro-preto, faveira-
folha-fina e pajurá.
2.2 - Formação Pioneira Graminosa
Observou-se diferença significativa no tipo de sub-bosque
Esta formação foi observada nas áreas deprimidas, junto apresentado pela floresta ao recobrir diferentes formas de
ás margens de rios e lagos. As áreas revestidas por esta relevo Nas áreas aplainadas, o sub-bosque é ralo, haven-
fisionomia totalizam 41 km2 e as espécies mais comuns do dominância de palmáceas, especialmente a mumbaca.
são: canarana, capim-marreca, arroz-bravo, aninga e piri- Os breus, angelins, ingás e louros se destacam na escassa
membeca. regeneração natural. O sub-bosque nos platôs e disseca-
dos varia de semidenso a denso, onde se observa a
3 - Floresta Densa regeneração natural de ucuubas, breus, abioranas, louros,
angelins, matamatás, tachis, carapanaúba e castanha-ver-
melha As palmáceas ocorrem em menor número e as mais
Recobre, em grande parte, as áreas dó Terciário, do Paleo-
freqüentes são bacaba, babaçu e mumbaca
zóico e pequenos trechos do embasamento Pré-Cambria-
no, abrangendo 13.526km2 A floresta apresenta espécies
emergentes e potencial de madeira baixo (86,338m3f ha). 33 - Floresta Densa Submontana
394/VEGETAÇÃO
5 - Áreas de Tensão Ecológica Estas formações ocorrem nas areas a1uv1a1s, ocupando
953km2. A Formação Pioneira arbustiva se sobrepõe à
Estes contatos foram observados no rio Trombetas, numa Savana densa (Cerradão) nas áreas de relevo ondulado.
pequena área ao centro, e em outras áreas relativamente Nas áreas de relevo aplainado, os Parques de Cerrado, que
grandes a nordeste e sudeste, próximo de lagos e do rio apresentam drenagem esparsa, são circundados de Flores-
Amazonas, totalizando 2.311,50km2 ta-de-Galeria· domina a Formação Pioneira graminosa. As
espécies m~is comuns são: lixeira, n:urici-d~-cam~~·
5.1 - Contato Floresta/Savana (Cerrado) sucupira, caju-do-campo, pau-terra, açar, ananr, buntr,
canarana e arroz-bravo.
Este contato, abrangendo uma área de 921 km2, é formado
por encraves de Savana arbórea densa (Cerradão) e Parque 6 - Vegetação Secundária
de Savana, de drenagem esparsa com Florestas-de-Gale-
ria encravado na Floresta Densa com emergentes. Ucu- Esta vegetação é resultante da ação Antrópica· e foi obser-
ub~. mandioqueira, cupiúba, marupá, morototó e lixeira vada nas proximidades de Óbidos e Oriximinà, abrangendo
são espécies comuns nestas fisionomias. Na área da uma área de 503,50km2. A agropecuária é praticada em
Floresta Densa, realizou-se uma unidade de amostras. pequena escala.
FSc
7 - Agricultura
Amostra A.125 - ( ) -As espécies de
-- Fdue+ Sca+ Spfe
maior ocorrência são acapu, cupiúba, muirajibóia, pau- As culturas de subsistência ao longo da estrada Óbidos/
Oriximiná totalizam 11 km2. As culturas de mandioca,
márfim e piquiá-marfim
milho e feijão constituem a principal atividade agrícola
I
As baixas cadeias de montanhas, de extensão variada.
cobertura arenosa do Pré-Cambriano. acham-se dispersas a norte e leste e estão cobertas pela
Floresta Densa com emergentes. As espécies mais co-
As formas tabulares e dissecadas são da cobertura de muns são: castanheira, angelins, mandioqueiras, amapás.
plataforma do Pré-Cambriano, enquanto que nas áreas do piquiá e piquiarana.
embasamento observam-se as baixas cadeias de monta-
nhas, outeiros, colinas e relevos fortemente ondulado e As áreas de outeiros e colinas abrangem 55km2 e estão
ondulado. revestidas pela Floresta Densa com cobertura de emergen-
tes. Estas feições morfológicas são observadas a norte.
11 - DESC'RIÇÃO FISIONÔMICA DA VEGETAÇÃO próximo ao rio lmabu ou Cachorro.
A vegetação dominante na área é a da Floresta Densa com Os relevos fortemente ondulado (de maior expressão, pois
cobertura de emergentes. A Floresta Densa uniforme ocor- ocupa 8.704km2) e ondulado apresentam idênticas fitofi-
re, na maioria das vezes, associada à fisionomia dominan- sionomias. Foram observados, nesta área, grupos de
te. Pequenos grupos de Floresta Aberta sem palmeiras Floresta Densa uniforme e Aberta sem palmeiras O cipoal
(cipoal) são visto.s a leste e noroeste da área. é observado a noroeste, leste e sudeste
1 - Floresta Densa Próximo às margens dos rios, o relevo apresenta-se menos
VEGETAÇÃ01395
Fdiu
A 57 •• A 58
Fdte
o 10 20 30 40 km
396/VEGET AÇÃO
zado por grande número de espectes facilmente aceitas ravinas), a Floresta Densa com cobertura de emergentes
nos mercados interno e externo. domina a área, cobrindo 18.474km2 e apresentando em
termos médios 50 indivíduos e 10031ha.
O fator limitante à explotação, ou mesmo extrativismo, é a
falta de acesso, visto que os rios são bastante encachoei- 1 - Floresta Densa Submontana
rados.
~ relevo acidentado torna inviável a prática da agropecuá- A Floresta Densa das áreas Pré-Cambrianas, que recobre
na. os relevos fortemente ondulado e ondulado, apresenta
grande número de espécies emergentes e sub-bosque
fechado, rico em palmáceas, formado principalmente por
10.3.12- Folha SA.21-V-C (Fig. 26)
abioranas, andiroba, breus, cupiúba, ingás, iperana, jutai-
rana, louros, matamatás, morácea-chocolate, pajurá, pen-
I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA AREA te-de-macaco. roxinho, tachis e ucuubas As palmáceas de
maior freqüência são: mumbaca, ubim, inajá, bacaba,
Na área coberta por esta Folha observaram-se diversos patauá, paxiúba, murumuru, palha-preta e pupunharana.
tipos de relevo, variando de platôs até áreas aplainadas,
situados no Pré-Cambriano, Paleozóico e Terciário
a) - Relevo Fortemente Ondulado
A Companhia de Minério de Ferro SIDERAMA (Siderurgica
da Amazônia) situa-se ás margens do Jatapu Amostra - A.38 - (Fdoe) - Espécies de maior ocorrên-
cia. cupiúba, sucupira-amarela e cumarurana.
11 - DESCRIÇÃO FISIONÔMICA DA VEGETAÇÃO
Amostra A.39 - (Fdoe) - Espécies de maior ocorrência:
Com exceção de pequenos grupos de Floresta Aberta jutaí-pororoca, iperana, jutairana, cariperana e andirobara-
localizados a leste (área aplainadas) e a oeste (encostas e na. Esta amostragem foi feita num grupo de Floresta
VEGETAÇÃO 1397
Densa com Floresta Aberta (cipoal), não sendo significati- ta denso, observou-se a regeneração natural de iperana,
vo, portanto, para este ambiente, o volume encontrado. anani enviras. acapurana, seringueira e tamaquaré. As
palmàceas mais expressivas são: tu_cumã, inajá, aç~í e
Amostra - A.40 {f!doe) - Espécies de maior o?_orrência bacaba As unidades de amostras realizadas neste ambien-
matamatá-branco, pajurá, ucuuba-chorona, cup1uba, lou- te revelaram em média 39 indivíduos e 33,509m31 ha
ro-mamoí e cardeiro.
Amostra - ~ - (Ei!§.u) - Espécies de maior ocorrên-
cia jutairana, acapurana, cariperana, seringueira e tama-
b) - Relevo Ondulado quaré
Amostra - A.41 - (Fdae + Fdau) - Espécies de maior
ocorrência: jutairana, matamatá-vermelho, tatapiririca, im- Amostra- A.120- (Fdsu)- Espécies de maior ocorrên-
baúba e amapá-amargoso. cia: abiorana-p;:eta, fava-bolacha, paruru, seringueira e
sucupira-amarela
Amostra - A.42 - (Fdae + Fdau) - Espécies de maior
ocorrência: roxinho, matamatá-preto, cardeiro, andiroba e
tauari. 111 - RESUMINDO
Amostra - A.43 - (Fdae + Fdau) - Espécies de maior A Folha é coberta, quase que totalmente, pela Floresta
ocorrência: roxinho, andiroba, rnatamatá-preto, breu-man- Densa e apresenta um potencial de madeira médio
ga e tauari
Dentre as espécies observadas na área, as de melhor
Amostra - A.44 - (Fdae + Fdau) - Espécies de maior cotação nos mercados interno e externo são anani, andi-
ocorrência matamatá-vermelho, iperana, cumarurana e roba, angelim, amapá, aroeira, acapurana, cupiúba, cedro,
pau-d'arco-amarelo cardeiro, louros, mandioqueiras, parapará, pau-d'arco, su-
cupira e maçaranduba. Estas espécies ocorrem com maior
A Floresta Densa que ocupa o relevo aplainado do Paleo- frequência nos relevos fortemente ondulado e ondulado
zóico apresenta-se com cobertura uniforme e emergentes,
das áreas pré-cambrianas.
sendo este último tipo de floresta a forma dominante. O
sub-bosque não é muito fechado, e nele observou-se a
regeneração natural das espécies· caripé, matamatá, lou-
ros, mangabarana, macucu, acariquara e breus As palmá- 10 3 13- Folha SA 21-V-A (Fig 27)
ceas de maior ocorrência são mumbaca, tucum-preto,
bacaba, marajá e açaí. Neste ambiente foram realizadas as I - INDIVIDUALIZAÇÃO DA ÁREA
seguintes unidades de amostras
A Folha com 18 537km2 é constituída pelas áreas do
Amostra- A.19- (Fdie + Fdiu)- Espécies de maior Pré-Cambriano e apresenta diversas formas de relevo, que
ocorrência: caripé, mangabarana, angelim-rajado e acari- variam desde as baixas cadeias de montanhas até as áreas
quara de relevo ondulado
Amostra - A.20 - (Fdie + Fdiu) - Espécies de maior O Jatapu é o principal rio que corta a área Dois rios têm
ocorrência: caripé, cardéiro, matamatá-vermelho, acari-
suas nascentes formadas na área o Pitinga, afluente da
quara e andiroba
margem esquerda do Uatumã, que tem sua nascente na
área das baixas cadeias de montanhas, e o rio Nhamundá,
Os baixos platôs e áreas dissecadas do Terciário estão
que tem sua nascente nas áreas de relevo dissecado dos
revestidos por uma Floresta Densa que apresenta as
platôs da formação Granito Mapuera, apresentam-se bas-
fisionomias emergente e uniforme. O sub-bosque é um tante encachoeirados.
pouco fechado e riquíssimo em palmáceas, onde se obser-
va a regeneração natural das espécies ucuubas, louros,
murta, cupiúba, tauari e timborana. As palmáceas mais 11 - DESCRIÇÃO FISIONÓMICA DA VEGETAÇÃO
a) - Platôs
A Floresta Densa ocupa quase que totalmente a área da
Folha, variando em função da cobertura uniforme ou com
emergentes (maior ocorrência) Alguns grupos de Flo~esta
Aberta com cipó, observados nas encostas e ravmas,
incorporam-se à vegetação densa.
Amostra- A.12- (Fdhe + Fdru)- Espécies de maior
ocorrência: jarana-amarela, amapá-doce, louro-inhamuí, 1 - Floresta Densa - Esta fisionomia é observada nas
muiracatiara e murta áreas pré-cambrianas, recobrindo as baixas cadeias de
montanhas, outeiros, colinas e relevos fortemente ondula-
b) - Relevo Dissecado do e ondulado (áreas de embasamento) e os relevo_s
tabulares e dissecados das áreas arenosas do Pré-Cambn-
Amostra - A.13 - (Fdre + Fdru) - Espécies de maior ano, totalizando 18.477km2.
ocorrência: tauari, pente-de-macaco, matamatá-vermelho,
itaubarana e louro-inhamuí
A Floresta Densa das áreas arenosas apresenta cobertura
Os terraços do Quaternário antigo estão revestidos pela de emergentes e sub-bosque relativamente fe~h~do, ri~o
Floresta Densa uniforme. No sub-bosque, que se apresen- em espécies da regeneração natural. As espec1es ma1s
3981VEGETAÇÃO
~Fdle
fdoe + Fale
0
~Fduà
fdae+ fdau
~A32
A-31
Fdoe
Fdue
expressivas do sub-bosque são abioranas, andiroba, andi- Amostra - A.06 (Fdue) - Espécies de maior ocorrência
robarana, caxinguba, ingás, louros, maçaranduba e mata- andirobarana, andiroba, ingá-branco e matamatá-branco
matás As palmáceas mais freqüentes são ubim, mumba-
ca, folha-preta. inajá e açaí. Nas áreas de relevo dissecado, 1 2 - Nas áreas de relevo fortemente ondulado a floresta
observam-se manchas de Floresta Aberta sem palmeiras apresenta, em termos médios, 75 indivíduos e 140m3/ha
(cipoal) nas encostas e grupos de andiroba e andirobarana. Grupos de Floresta Aberta com cipó foram constatados
nas ravinas e encostas dos morros.
Nas áreas de embasamento, a Floresta Densa com emer-
gentes apresenta o sub-bosque muito fechado, onde se As amostras foram feitas nas seguintes formas de relevo
observa a regeneração natural de angelim-pedra, angelim-
da-mata, abioranas, maçaranduba, matamatás, itaúba,
louros e tatajuba Dentre as palmáceas, destaca-se· a
ocorrência de mumbaca, bacaba, açaí, tucumã, paxiúba,
inajá, ubim e folha-preta. Nas áreas mais aplainadas há
a) Relevo Fortemente Ondulado
VEGETAÇÃ0/399
ocorrência rosadinha, ripeiro-vermelho, piquiarana, itaúba 111 - RESUMINDO
e louro-cedrinho. A área tem como fisionomia dominante a Floresta Densa
com emergentes e apresenta um bom potencial de madei-
Amostra - A.31 (Fdae + Fdau) - Espécies de maior ra
ocorrência: matãmatá-branco, cariperana, matamatá-ver-
Os rios que cortam a Folha são encachoeirados e os
melho e cupiúba.
nucleos populacionais se encontram distantes, o que
explica a pouca ação extrativista
Amostra - A.32 (Fdae + Fdau) - Espécies de maior
ocorrência matamatá-branco, cumarurana, louro-preto e O relevo bastante dissecado é o principal fator limitante
maçaranduba aos empreendimentos agroflorestais
400/VEGETAÇÃO
1 - Formações Pioneiras 2.3 - Floresta Densa Submontana
A margem esquerda do rio Mapuera, observam-se peque- Na floresta que recobre as áreas do Paleozóico foram feitas
nas áreas inundadas periodicamente, onde ocorre uma dez unidades de amostra: uma no platô testemunho,
Formação Pioneira em estágio arbustivo, não tendo sido quatro no relevo aplainado e cinco no dissecado, tendo-se
observada a presença de seringueira, canela-de-anta, mun- obtido um volume médio por hectare em torno de 120m3,
guba, envira e murici. com média de 68 indivíduos por amostra.
VEGETAÇÃ0/401
2.4 - Floresta Densa Submontana mangabarana, abiorana-vermelha, itaúba, louro-preto e
acapu-preto.
A floresta cobre as áreas do Pré-Cambriano e apresenta
grande número de espécies emergentes, 66 indivíduos e b) Relevo Ondulado
122,503m31 ha, em média. Louros, abioranas, seringuei-
ras, acapu-preto, muiraúba, palha-preta, mumbaca e cara- Amostra - A.47 (Fdae) - Espécies de maior ocorrência:
naí são espécies observadas no denso sub-bosque. cupiúba, maçaranduba, arabá, muirapiranga e tauari.
I
Fig 29 - Mapa Fisionômico-Ecológico da Folha f'.A 21-X-A
4021VEGETAÇÃO
· Os rios desta Folha não apresentam condições de navega- abiorana-casca-grossa, ingá-xixi, matamatá-branco, man-
ção, mas a BR-163, que margeia o rio Trombetas, apresen- gabarana e castanheira.
ta condições de tráfego.
Por ocasião da amostragem, observou-se uma variação de
densidade dos elementos que compõem o sub-bosque
11 - DESCRIÇÃO FISIONÔMICA DA VEGETAÇÃO desta floresta, apresentando-se ora fechado (solos argilo-
sos), ora aberto (solos arenosos). Verificou-se, também,
Com exceção de pequenas áreas de Formações Pioneiras e acentuada regeneração de abioranas, matamatás, breus,
de Tensão Ecológica, a Floresta Densa se apresenta como acapu, tachis, ipê-roxo, ingás, mangabarana, muiraúba e
fisionomia dominante na área, abrangendo 17.678km2. pente-de-macaco As palmáceas mais freqüentes são:
São observados em meio à Floresta Densa, grupos de murumuru, palha-preta, mumbat::a, inajá, paxiúba, bacaba
Florestas Abertas com e sem palmeiras. e pupunharana
VEGETAÇÃ0/403
10.3.16- Folha SA.21-X-B (Fig. 30)
mos a esses últimos rios O inventário realizado nessa área de 16 043km2 revelou
volume médio por hectare de 114,793m3 com média de 68
indivíduos por amostra, tendo estas sido feitas nas segu in-
11 - DESCRIÇÃO FIS/ON6MICA DA VEGETAÇÃO tes formas de relevo
As fisionomias observadas foram. Florestas Densas com a) Floresta Submontana das Formas Tabulares de Pré-
emergentes (dominante) e uniforme, Aberta sem palmeiras Cambriano
(cipoal), Savana arbórea aberta (Campo Cerrado), áreas de
Tensão (Contato Floresta/ Savana) e Refúgio Ecológico. Amostra - A.1 O (Fdre + Fdru) - Espécies de maior
ocorrência acariquara-branca, cedrorana, maçaranduba,
1 - Savana (Cerrado) breu-vermelho e abiorana-cutíte.
404/VEGETAÇÃO
Amostra - A.11 (Fdre + Fdru) - Espécies de maior Nas áreas arenosas pode-se constatar maior adensamento
ocorrência: quinarana, abiorana-branca, maçaranduba, pi- de árvores, com grande ocorrência de maçaranduba, quina-
tombarana e saboeiro. rana, cedrorana e joão-mole Nas áreas do embasamento
ocorrem com maior espaçamento grupos de Floresta
b) Floresta Submontana do Relevo Dissecado do Pré-Cam- Áberta com cipós, onde se observou, com relativa freqüên-
briano cia, a presença de cedro e balata.
Amostra- 6.2§ (Fdae + Fala)- Espécies de maior ocor- verificou-se intensa atividade extrativista .. representada
rência piabinha. abiorana-roxa, ingá-vermelho, uchirana e pela extração do látex da maçaranduba. que e ut1l1zado na
ingarana fabricação de goma de mascar
VEGETAÇÃ0/405
ESTAMPA I
2 - Savana Arbórea Aberta (Campo Cerrado) nos ..Tesos'' do Amazçnas. Folha: SA.21-Z,.B. Abrll/1973.
ESTAMPA 11
1 - Formação Pioneira Arbórea. Arbusl ova e Graminóide da planície ínundável do Amazonas Folha SA.21 · Y-B
Junho / 1975.
2 - Flores'a Densa com cobertura de emergentes dos ba•xos platôs da Amazônia, destacando-se a
maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke/ Standl /. Folha SA.21·Z· A. Abrll / 1973.
ESTAMPA IV
I - Floresta Densa com cobertura de emergentes. em relevo ondulado . destacando-se o angellm pedra
(Din1U1a excelsa Ducke) e castanha-do-para IBertholletia excelsa H.B.K 1 Folha SA,21-X-O. Abril / 1973
2 - Destaque de um núcleo de palmeira pataua (Oenocarpus bataua Mart.J em me•o à Floresta Densa com
cobertura de emergentes Folha SA .2t -V-A Abri l 11973.
ESTAMPA V
1 - Floresta Densa com cobertura de emergentes em relevo dissecado. destacando-se: angetim. fava-arara
(Patkra multl}uga Bth.) e caJu açu (Ana<;<Jfdlum grganteum L ./. F o lha SA .21 · V-A. Abr ll/ 1~73.
2 - Refúgio Ecotógrco, com veg.etaç.ão arbusttva e herbácea. caractenzad a por espécoes das !amoitas
Melastomataceae. Ruboaceae Myflaceae. Gramoneae e Cyperaceae Folha SA .21-X-B. Junho ' 1975
ESTAMPA VI
1 - Floresta Densa com conenura de emergen 1es. dos on lerfluv•os labulares ao norte aa Amaz.óno3 .
deslacando-se a muoracauara (Astromum grac•le Engl 1. cedrorana (Cedrelmga catenaeform1s OucKel
e ange11ns . Folha SA 21-Y-A Abnf/1973 ·
1 - Panorâm•c.a d.a Floresta Aberta com pa•melfas. dos ba•xos platés da Amaz.óma. oestac.ando-se o
angelim-pedra e o babaçu. Folha SA.21-X-D. Abr. i/1973.
2 - Panorâmica do Conlalo Formação Pione~ra / Savana Arbórea Aberta . Folha SA .21-Y-D. Junhol 1975.
ESTAMPA VIII
1 - Panorâmica do Contato Formações Pioneiras /Floresta Densa. nos rnterftúvlos Tabulares do Planalto
Dissecado do Norte da Amazõma. Folha SA 21·V·A. Junho/1975.
2 - Panorâmica do Contato Floresta Densa/ Savana Arbórea Abefla na planicie do Amazonas. Folha SA.21·Y·O
Junho/ 1975.
Uso Potencial da Terra
FOLHA SA. 21-SANTARÉM
V- USO POTENCIAL DA TERRA
AUTORES
lsmênia R Rossy-Gralato
Elvira Nóbrega Pitaluga
Elizeu Canuto Bezerra
Fernando Sergio Benevenuto
João Souza Martins
José Redondano Neto
Mário Assis Menezes
Mario Pestana de Araujo
Regina Francisca Pereira
Lúcio Salgado Vieira
Mario de Beaurepaire Aragão
Sergio Pereira dos Santos
I
USO POTENCIAL DA TERRA/417
SUMÁRIO
RESUMO 423
ABSTRACT 424,
I
2 METODOLOGIA ....................................... 438
I
502
3.2 3 5 - Malva . . . 502
3.2.3.6 - Bovinocultura . 502
3 2.3.7- Bubalinocultura . 502
3 3- Áreas D . ... .. .. 503
3.3.1- Descrição .. . . ......... . .. .. .. . . . .... 503
3.3.2- Recomeodações . . . .. . . . ............... 505
3.3.3- Viabilidades e Rentabilidades Culturais .. . .. .. .. .. . 506
3.3.3.1 -Guaraná ................... 506
4 - BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 509
ILUSTRAÇÕES
FIGURAS
ESTAMPAS
TABELA
I
USO POTENCIAL DA TERRA/421
RESUMO
I
- di versas cidades com rede telefônica I igada à Em bratel; Como culturas recomendadas para estas áreas aparecem o
- .se~viço de correio em todas as cidades e de telégrafo na guaraná, a seringueira, o cacau, a pimenta-do-reino e a
ma1ona, bovinocultura.
- energia elétrica em todas as sedes municipais e em O aproveitamento dos recursos minerais aqui existentes
diversas vilas, deverá ser feito em benefício de outros recursos regionais
- infra-estrutura de hospedagem variando de acordo com e não em prejuízo destes, sendo chamada especial atenção
o movimento comercial das cidades; à lavra da bauxita próxima à cidade de Oriximiná e para o
- abastecimento de combustíveis e de lubrificantes em potencial hidrelétrico a ser aproveitado em função desta
The SA.21-quadrangle (Santarém), comprised between the - lodging-facility infrastructure varies according to the
parallels 04°00' and 08°00' South and the meridians amount of trade in the towns;
54°00' and 60°00' WGr., with an approximate area of 295. - oil and lubricant supplying in ali to,wns;
160km2, includes part of the states os Pará and Amazonas. - Official Bank Agencies in more than half of the towns;
- Santarém, a medium-size town, has a very good fluvial
In this area, the natural pastures were grouped in classes port and is connected by road to the south of the
ranging from very Jow to high quality. country.
lts potential of timber exploitation is high, and it has a The Appendix 11 -Subsidies for Regional Planning aims at
great variety of economically valuable species. suggesting areas of major potentiality, whose utilization
constitute priority in the developmental process of the
For farming and pasture cultivation, there are Jand classes region.
ranging, in quality, from non-significant to medium. The
The criteria for this selection took into account the fertility
best ones are found in the low land areas of the Amazon
of soil, the relief type, the climate, and, in the specific case
and Madeira rivers.
of timber exploitation, volume per hectare, aided by geo-
The vegetal extractivism activities are mainly based on morphologic characteristics
Brazil-nuts and babaçu, and on some species that produce Also given here are the studies related to the viability and
non-elastic latex, and its intensity is distributed among ali income for crops, such as rice, corn, bean, manioc,
classes. However, in the high class, shows a concentration guaraná, black pepper, rubber tree, cocoa, coffee, jute and
of rubber trees close to the Tapajós river. mallow, as well as livestock, and suggestions for buffalo-
Among the mineral ocurrences, the main one is bauxite breeding.
and is found between the Trombetas and Nhamundá rivers Three main areas were selected. Areas B, near the towna of
and towns of Juruti and Arapiuns. Oriximiná, Óbidos, Alenquer and Monte Alegre, present
The establisment of the Parintins National Park and Lago the best possibilities, because about 25% of the associa-
Piranhas State Park was proposed. ted soils are eutrophic ones, have a flat slightly ondulated
relief, and the climate is ol the subtermaxeric type. For
these areas was suggested the establishment of small,
The Appendix I - Socioeconomic Diagnostic informs that mediurn and large size companies, previously chosen,
in the area exist: mainly for the exploration of subsistence crops.
- reasonable demographic density along the Amazon river The areas C comprise the low lands of the Amazon river and
and its affluents; its tributarias. Due to its hydrological system and its
- low timber exploitation; importance in the regional economy, a suitability of the
- significant exploitation of Brazil-nuts and latex; activities there existing was proposed, for the jute, mallow
- good produc;tion of fish, mostly consumed locally; and livestock are important. The establishment of small
- two important commercial products: the jute and the and medium size companies was suggested for develop-
guaraná, and a subsistence-level agricultura that ment of the commercial (jute and mallow) and subsístantial
satisfies local demand, and contributes to the supply of crops, and medium and large size companies for cattle
the main cities; grazing, to be created in the highlands. 1t also shows good
- a traditional cattle-breeding, which is at an improving perspectivas for buffalo-breeding, plus the necessity for
stage, qualitatively as well as quantitatively; modernization of the regional fishing activity.
- an indefinite agrarian situation, a low levei of capital, an The areas Dare highland spots distributed throughout the
a good, though small, technical assistance infrastruc- map, for which the development is conditioned to the
ture, which hinder the development of Jivestock acti- establishment of medium and large companies, by means
vittes; of an induced occupation for the timber exploitation and
- some processing industries already settled; cattle-ranging for slaughter. Agricultura! and timber enter-
- tourism potentialities not yet explored; prises are foreseen, with growth of perennial crops, artifi-
- towns with a trade-level that satisfies the basic needs cial pasture and controled timber exploitation.
of the population; For medium size companies, when jointly installed, the
- complete first-Jevel school in ali towns; formation of a continuous forest reserve is recommended.
- satisfactory sanitary condit1ions and medicai assistance
I in the towns, but deficient inland; The suitable crops for these areas are guaraná, rubber
- good fluvial routes and adequate aerial transpor! infras- three, cocoa, black pepper, along with Jivestock.
tructure for emergencies; The utilization of the mineral resources here existing must
- severa! towns with telephone network connected to be done bearing in mind the benefit of other regional
EMBRATEL; resources, carefully avoiding to damage them; special
- postal service in ali towns, and telegraphic service in attention must be payed to the mining of bauxite near
most of them; Oriximiná, and to the hydroeletric potential which could be
- electricity in ali towns and in severa! villages; used to the advantage of the mining itself.
O Município de Santarém, beneficiado por esses dois - localizar áreas que por sua vegetação ou presença de
grandes eixos rodoviários, está incluído no programa de espécies em extinção devam ser preservadas,
colonização do Governo Federal e certamente deverá fun-
cionar como pólo de desenvolvimento regional, o que irá - indicar as áreas mais propicias à exploração mineral
contribuir para acelerar o processo de descentralização visando a mineração propriamente dita, a obtenção de
da importância funcional de Belém permitindo assim que corretivos para o solo e materiais para construção
haja um desenvolvimento mais equilibrado
I
acariquara (Minquartia guianensis Aubl) e o cardeiro (Sc/e-
áreas com baixa capacidade natural para a lavoura e a ronema micranthum, Ducke).
criação de gado em pasto plantado. Esse contraste da
capacidade natural mostra que, de uma certa maneira, o A classe Média está localizada principalmente nas áreas
e~uilíbrio ecológico da área parece bastante frágil, neces- de terraços de determinados rios como: Urubu, Uatumã,
Sitando portanto de estudos que indiquem a melhor utili- Jatapu e Nhamundá. Na região do rio Curuá e seu afluente
zação das terras a culturas selecionadas além da tecno- Mamiá ela aparece em uma significante mancha de Flo-
logia agrícola e florestal adequada a essas condições. resta Aberta.
Ftg 1
Alta Médta
- Baixa
I
apresenta condições naturais condizentes com uma utili-
zação agrícola satisfatória, dadas as inúmeras restrições área é de grande valor para a Amazônia por ser produtora,
decorrentes, sobretudo, de fatores pedológicos. em grande escala, de sementes selecionadas de juta,
fundamental à produção de fibras têxteis, além de servir de
A classe Muito Baixa, que contitui a dominante, está suporte à produção de determinadas culturas que somente
ligada aos Latossolos Amarelos, Latossolos Vermelho aí encontram condições favoráveis ao seu desenvolvimento
Amarelos e Podzólicos Vermelho Amarelos, de baixa fer- como acontece com o cultivo de feijão do gênero Phaseo-
tilidade, o que, somado às condições climáticas, vem lus de forte exigência no que diz respeito às condições de
restringir o aproveitamento agrícola dessas áreas. fertilidade
Fig 2 - Lavoura e Criação de Gado ern Pasto Plantado: distribuição das classes de capacidade natural
Castanha e Babaçu
-D
Açaí
Seringa e Açaí
Castanha
Castanha e Seringa
Gomas
~
Ld
Inexistência e/ou Insi-
gnificância dos produtos
e por lmposiçfto Legal
Dos produtos mapeados o que menos se destaca é o. açaí, Vale citar, apesar de não ter sido mapeado, o extrativismo
pois sua ocorrência vai diminuindo à medida que se afasta da copaíba, andiroba, patauá, breu, cumaru, amapá, lacr~
para oeste. Localiza-se mais expressivamente a sudeste, e caucho, pelo seu significado econômico regional
aparecendo também nas cabeceiras e vales de alguns rios
Sua exploração para a àrea não apresenta valor comercial, Ainda entre os produtos extrativos da região encontramos
pois é utilizado basicamente para a alimentação da popula- o pau-rosa, cuja área de ocorrência não foi possível
ção local determinar por motivo dos dados obtidos serem insuficien-
tes.
A seringueira é aqui representada pela Hevea brasiliensis,
tendo também outras espécies do gênero Hevea de menor Já foi ele o principal suporte econômico de muitos municí-
importância Sua ocorrência está condicionada às áreas pios mas, como as áreas de mais fácil acesso já foram
I
aluviais exploradas, atualmente não é mais econômico, comparado
com seu substituto derivado do petróleo de maior pureza e
A avaliação desses produtos resultou no aparecimento de menor custo.
todas as classes (Fig. 4). As classes Média, Baixa e Muito
Baixa estão relacionadas a todos os produtos acima cita-
dos, isolados ou associados entre si, por quase toda a 4.4 - Criação de Gado em Pastos Naturais
Folha, com exceção do açai, que só aparece na classe
Muito Baixa. A pecuária é uma das maiores fontes de renda da região em
F2TTJ
LJ.Sij
Média Baixa Muito baixa Não significante e por
Imposição legal
Fig 4 - Extratrvrsmo Vegetal distribuição das classes de capacidade natural
F1g 5 - Cnação de Gado em Pastos Natura1s: d1stnbu1ção das classes de capacidade natural
As Áreas de Proteção Ambiental por Imposição Legal mento (Lei n. 0 6.151/74), uma vez que manteria o seu
totalizam aproximadamente 2% da Folha. São considera- equilíbio ecológico.
das de preservação permanente, tendo em vista serem
topos de morros, montes, montanhas, serras e encostas
com declive superior a 100% na linha de maior pendente 4 52 - Por Condições Ecológicas Particulares e para
(Lei n. 0 4.771/65). Preservação da Flora e Fauna.
São áreas em que a avaliação feita, a bibliografia botânica,
As Áreas de Utilização Condicionada a Estudos Específi- zoológica e ecológica estudada, o trabalho de campo e a
cos estão representadas no Mapa de Uso Potencial da consulta a especialista permitiram inferir como áreas mais
Terra pelo dígito O (zero) para a atividade de lavoura e propícias à investigação básica, como reservas de genes
Criação de Gado em Pasto Plantaélo e perfazem cerca de necessários ao aprimoramento de espécies economica-
mente interessantes, plano seguro de manejo florestal,
I
35% da Folha. Muitas vezes, essas áreas apresentam
capacidade natural elevada para exploração madeireira, turismo organizado etc
mas situam-se em solos de baixo conteúdo de argila, em
climas de elevada pluviosidade ou em relevo enérgico, Na área da Folha SA.21-Santarém já existem, tanto
onde uma derrubada indiscriminada provocaria a degrada- decretados quanto efetivamente estabelecidos, diversos
ção dos solos ou processos erosivos de grande intensi- tipos de entidades conservacionistas. Com o intuito de
dade. Assim sendo, torna-se mais aconselhável sua utili- colaborar na complementação dessas medidas é proposta
zação sob a forma disposta para as Florestas de Rendi- a criação de um Parque Nacional e de um Parque Estadual.
60'00'
oc __ ___,55_ _ _ 110 km
I
freqüentam essas praias. Além das observações sobre a
tartaruga verdadeira (Podocnemis expansa), têm sido - estudos de técnicas de exploração florestal, visando a
anotados dados sobre outras duas espécies do gênero, o racionalização, mediante o emprego de equipamentos
tracajá (P. unifilis) e o pitiú (P. sextuberculata). mecanizados;
Por ocasião da eclosão dos ovos da P. expansa, os filhotes - pesquisas de silvicultura executadas na Reserva Flo-
são colocados em caixas de 1m2, com fundo de tela, restal de Curuá-Una que, pela importância dos resultados
que são mantidas dentro do rio até o momento de serem já obtidos, merecem um relato à parte.
o fato reveste-se de maior importância, devido o peixe-boi A composição destes "matupás" foi descrita em detalhe
constar na lista de espécies em extinção expedida pelo (vide IV-Vegetação) no Relatório da Folha SA.21-San-
IBDF e ter ali uma das suas últimas áreas de refúgio Seria tarém.
o primeiro Parque Nacional visando a proteção da fauna do
baixo Amazonas e, especificamente, a preservação do- A fauna destas áreas, segundo Pereira (1944), é composta
peixe-boi, unindo-se o Brasil aos esforços da Guiana, que de veados, antas, onças, capivaras, queixadas, caititus,
deverá estabelecer, dentro em breve, um Instituto Interna- pacas, macacos, surucucus, jacarés, jararacas, tartarugas,
cional para Pesquisa do Peixe-Boi tracajás, garças, jaçanãs, mutuns, cajubins etc ...
Dados Gerais sobre o Peixe-Boi Sobre esta zona ecológica escreveu Pereira: "E sob eles
vivem a fauna portentosa que ainda hoje desafia os ictió-
O peixe-boi ou manatim pertence à ordem Sirénia com logos
duas famílias Ougongidae (com uma só espécie) e a Tri-
chechidae (com três espécies) Peixes, de hábitos noturnos, ali vivem e é entre a sua
vegetação flutuante que crescem as larvas e se desenvol-
O peixe-boi é de natureza passiva e tem sido criado em vem os alevinos de modo inimaginável.
represas e canais da Guiana desde 1880
As aves ictiófagas e pássaros comuns à Região Ama-
Sua extinção iminente prende-se ao fato de sua pesca zônica ali são encontrados e sobressaindo, além das que
ocorrer quando das vazantes dos rios, em época de aca- enumeramos acima, os patos e as marrecas
salamento, ou quando a fêmea acha-se em companhia do
filhote, sendo alvo fácil para o arpoador que visa primeiro o Enormes sucuris, tartarugas e jacarés "assoalham" sobre
"bezerro", como é chamado, para em seguida atingir a eles tranqüilamente"
mãe Alia-se a este fato a dificuldade de reprodução,
dificilmente nascendo gêmeos, e o longo período de Contudo pouco se sabe da fisiologia, procriação, diges-
gestação, cerca de 152 dias ou mais. Devido a sua pesca tão, circulação, excreção e comportamento do peixe-boi,
predatória, em período impróprio para mesma, e à destrui- fazendo-se necessário pesquisas em tais áreas.
ção de seus refúgios pela ocupação humana, é fácil
entrever-se a sua extinção se não forem tomadas medidas Necessidade à Pesquisa
seguras e imediatas visando sua proteção (Est VI).
A área proposta situa-se em frente à cidade de Parintins,
Quanto ao T. inunguis do Amazonas, deve-se a Pereira que é servida por linha regular de navios e aviões tornando
(1944 ), técnico da Divisão de Caça e Pesca do Ministério da o local de fácil acesso para cientistas interessados na área
Agricultura, o melhor e mais completo estudo sobre o
assunto, embora o peixe-boi tenha sido alvo de conside- Para atender a esses pesquisadores, seria necessário
rações de Wallace (1939), Rodrigues (1972), Pereira (1944), instalar um laboratório com facilidades de confinamento,
Veríssimo (197,0), Mendes (1930) e outros preparar canais controlados para trabalho de campo e
manter áreas selvagens sob proteção, a fim de se estudar o
Utilização do Peixe-Boi melhor método de manejo objetivando o aumento da
população
Sua pesca incontrolada tem origem na ocupação portu-
guesa da Amazônia nos idos de 1786, como nos relata Do exposto, e endossando as informações de Pereira
Veríssimo (1970), reproduzindo uma carta do administrador (1944), conclui-se que a área proposta preenche todas as
do Pesqueiro Real de Vila Franca, próximo à cidade de condições para a implantação de um Parque Nacional em
Óbidos, ao seu superior, dando conta que em sua admi- Parintins, visando a proteção da fauna e, de modo es-
nistração no período de dois anos haviam sido mortos pecial, do peixe-boi
8 500 peixes-boi, sem contar com a pesca não oficial.
4 5.2.3.2 - Parque Estadual do Lago das Piranhas
Em estatística fornecida por Pereira (1944), somente a (Município de Juruti-PA)
firma Baumann do Rio de Jàneiro, no período de 1938 a
I
1942, portanto em cinco anos, recebeu 6 549 couros de A legislação federal não prevê a preservação de pequenas
peixes-boi. Não é difícil imaginar que, ante tal procura do áreas para "enlevo e benefício do povo"; entretanto, alguns
peixe-boi, o mesmo não esteja praticamente extinto. estados do Brasil decretaram e conservam alguns Parques
Estaduais, unicamente devido à beleza da paisagem ou a
Ecologia do Peixe-Boi fenômenos geológicos curiosos.
Como foi anteriormente assinalado, o peixe-boi ocupa as O Piranhas é um lago de terra firme encravado num relevo
áreas tropicais, sendo os seus refúgios os lagos e paranás que alcança até, aproximadamente, 50m acima do nível
Propomos como limites desse parque os divisores das -- os campos de várzea do Amazonas, de uma maneira
águas que drenam para o lago das Piranhas (Fig 8) geral, pelas boas qualidades de suas pastagens foram
I 6 -
-
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Estudos Paraenses, 2ü) 156). '
APÊNDICE I
Diagnóstico Sócio-Econômico
Um questionário com 132 perguntas abrangendo todos os O pau-rosa já teve importância na área. Atualmente todas
setores econômico-sociais foi submetido, em entrevistas, as destilarias estão paralisadas devido ao aparecimento de
aos prefeitos, dirigentes de órgãos oficiais, técnicos que um sucedâneo sintético
prestam assistência aos produtores e, excepcionalmente,
a fazendeiros estabelecidos há muitos anos na área A sorva e a balata são mais comuns na área amazonense
Alg1ms dados estatísticos foram obtidos nas Secretarias
de Educação, na Superintendência das Campanhas de O babaçu é bem distribuído, mas pouco explorado. Apenas
Saúde Pública (SUGAM), na Fundação Serviços de Saúde em Juruti funciona uma extração de óleo.
Pública (FSESP) e em publicações da Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (Fundação IBGE). A bacaba, os breus (de amescla e jutaicica), o cipó-vime, a
copaíba, a maçaranduba e o patauá são explorados em
Vale lembrar que nem sempre foi possível quantificar poucos municípios.
todos os quesitos Em alguns casos essa deficiência é
geral, como acontece com os produtos consumidos local- O peixe é a principal fonte de proteína animal e, juntamen-
mente e que têm como exemplo mais ti pico o pescado. Em te com a farinha, constitui a base da alimentação regional.
outros essa falha decorreu da ausência de órgãos de
estatística no município A época de maior abundância de pescado é o verão,
quando as águas dos rios e lagos estão baixas, geralmen-
te, de setembro a dezembro
3 - VISÃO GERAL DA ÁREA
Não é possível quantitificar a produção de pescado porque
a maior parte é vendida, ainda, dentro das canoas, junto
A área da Folha SA 21-Santarém, que engloba terras do
aos portos das cidades As espécies mais comuns em toda
baixo e do méd.io. Amazonas, é povoada, praticamente,
a área são: o tambaqui, o pirarucu, o curimatã, o acari, o
apenas nas prox1m1dades da calha do grande rio e de seus
pacu, o jaraqui, a pescada e o tucunaré
tribu~ários Ao longo dessa rede hidrográfica é que se
localizam todas as sedes municipais Em cada um dos
Praticamente, não existem pescadores profissionais. A
extremos dessa faixa situam-se dois grandes pólos de
maioria deles pesca quando não há trabalho na lavoura e
atração. as cidades de Santarém e a de Manaus (cuja área
urbana não està incluída na Folha) na coleta de produtos extrativos ou, então, à noite. Os
instrumentos de pesca usados são os tradicionais: tarrafa,
rede de arrasto, anzol, espinhei, arpão, zagaia, estes dois
A porcentagem da população que vive nas sedes munici-
últimos com luz de acetileno, e a malhadeira, que é de
pais e distritais é muito variável, indo de cerca de o 5% em
introdução recente As raras colônias de pescadores exis-
Careiro até próximo de 50% em Santarém. Ao c~ntrário
tentes destinam-se, principalmente, a prestar assistência
disso, a distribuição etária da população é muito uniforme
em convênio com o Funrural
com um forte contingente de jovens Em todos os municí~
pios cerca da metade dos habitantes tem idade inferior a 15
anos. Os principais problemas que o setor enfrenta são a falta de
gelo para as embarcações e de frigoríficos nas cidades o
mercado local é que limita a produção.
I
Não existe nenhu'!l município que possa receber o qualifi-
catiVO de made1re1ro Entretanto, todos eles se dedicam a
essa a!ividade Mesmo ltaquatiara, onde não existe mais Na área existem três lavouras comerciais importantes: a
extr~ç~o de madeira, desdobra toras vindas de outros juta, a malva e o guaraná A juta é cultivada em todos os
mun1c1p1os Nessa atividade destaca-se Santarém não só municípios da calha do Amazonas e constitui-se na
pelo volume de sua produção mas, também, por ser sede do maior fonte de riqueza regional A malva é plantada em
Centro de Tecnologia Madeireira da SUDAM e de sua escala bem menor na metade dos municípios. A produção
Seção de Silvicultura, que realizam pesquisas do mais alto de guaraná qt,Je, até pouco tempo, estava concentrada em
valor para a Região Amazônica. Maués, já está sendo desenvolvida em mais três municí-
I
cnadores a formar pastagens na terra firme. Por outro lado,
os resultados obtidos, juntamente com a assistência pres- produtoras não ribeirinhas tornam-se precárias na época
tada pela ACAR, estão difundindo o sistema de manter o das chuvas. O mesmo ocorre com cursos d'água menores
gado na várzea no verão (período de estiagem) e na terra na época em que as águas baixam. Ao contrário disso o
firme no inverno (período chuvoso). acesso às sedes municipais, por via fluvial, é livre dura~te
todo o correr do ano.
A ma~ori<: dos criadores possui poucas cabeças; entretan-
to, nao sao raros os que possuem mais de uma centena e Praticamente todos os municípios, uns em maior e outros
na área da estrada Manaus-ltaquatiara, existem cinc~ em menor quantidade, importam gêneros alimentícios na
De um modo geral dificulta a expansão do setor industrial Em alguns municípios o número de tuberculosos não é
a falta de capital e de tradição. Nas cidades próximas a desprezível e, no interior, ainda existem leprosos
Manaus a instalação de indústrias torna-se desvantajosa
por se constituir esse centro num pólo atrativo para As gastroenterites diminuíram com a instalação dos servi-
investimentos industriais (Suframa) ços de abastecimento de água nas cidades e com o forne-
cimento de remédios pelas Unidades Sanitárias rJa FSESP
A principal atração turistica da área é viajar pelo rio e da Secretaria de Saúde, mas ainda constituem problema
Amazonas, seus paranás e afluentes. O Município de sério em toda a zona rural
Santarém possui lindas praias no rio Tapajós e a cidade
dispõe de um hotel de nível internacional e outros mais As condições alimentares, de um modo geral, são boas,
modestos. No município de Juruti, o lago das Piranhas como demonstra o aspecto físico da população, também
destaca-se pela paisagem e como local para caça submari- verificado em inquéritos especializados (Lowenstein,
na. No município de Careiro existe uma fazenda onde a 1967), o que, naturalmente, decorre da abundância de
Selvatur de Manaus hospeda turistas. peixe.
Em todas as cidades o comércio satisfaz às necessidades Cerca da metade das cidades possui hospitais, quase
básicas da população. Entretanto, naquelas mais próximas todos com mais de vinte leitos, sendo q).Je Santarém conta
a Santarém e Manaus, as pessoas que dispõem de trans- com cinco hospitais, totalizando 188 leitos, que só não
porte fazem c~mpras nessas cidades. Assim é que o atendem cirurgias muito complexas
comércio de Obidos e de Parintins é superior ao de
ltaquatiara. Apenas nessas três cidades e em Maués
pode-se obter insumos para a lavoura e a pecuária As Unidades Sanitárias da FSESP e da Secretaria de Saú-
de, uma ou outra presente em quase todos os municípios,
A agricultura é a atividade que absorve maior quantidade pr?ticam medicina curativa e preventiva Em geral pos-
de mão-de-obra. Fazem exceção Faro e Careiro, onde a suem ambulatório, sala de cirurgia e enfermaria Uma parte
pecuária ocupa maior número de pessoas. delas possui consultório dentário Além disso, aplicam as
vacinas necessárias nas crianças que são levadas à Unida-
Na área estudada não existe nenhum estabelecimento de de.
ensino superior. Entretanto as cidades maiores possuem Em quase todos os municípios residem médicos e mais da
ensino de 2. o grau com os cursos de comércio e pedagógi- metade possuem dentistas e enfermeiros diplomados
co. Em quase todos os municípios existe ensino de 1. o Fora das cidades maiores, esses profissionais são funcio-
grau completo (1. a à 8. a série). Apenas em Faro ele termina nários da FSESP ou da Secretaria de Saúde.
na 5. a série.
Na área existem estradas estaduais: PA-28 que liga Monte
Com base no recenseamento de 1970 pode-se concluir que Alegre a Obidos e a Rodovia Torquato Tapajós (AM-010,
o déficit de matriculas é grande. Por outro lado, a evasão Manaus-ltaquatiara), em grande parte asfaltada Apesar
escolar é elevadíssima: cerca de 80 a 90% da 1 a à 4. a de ainda estarem com revestimento primário, as rodovias
série, chegando a atingir mais de 95% da 1. a à 8 a federais - Cuiabá-Santarém e o ramal que liga esta a
Belterra - são muito bem construídas. No extremo
Em alguns municípios há dois períodos letivos distintos: sudoeste da Folha passa um pequeno trecho da BR-319,
um para as áreas de várzea, de agosto ou setembro, até Manaus-Porto Velho
Somente Santarém é servida pelas grandes companhias de Hotéis de categoria boa ou regular só existem nas cinco
aviação do país Nas cidades maiores a NOTA e SAGRES cidades de maior movimento comercial - Santarém, Alen-
fazem vôos regulares. A FAB faz, também, alguns vôos quer, Óbidos, Maués e ltaquatiara. Nas outras, algumas
regulares e, havendo necessidades de prestar socorro, pensões, que dão refeições, hospedam viajantes Restau-
pousa onde houver pista de, pelo menos, 600m ou na água rantes de boa categoria só existem em Santarém De
com os seus Catai i nas As companhias de táxi aéreo fazem acordo com o tamanho da cidade as refeições podem ser
vôos fretados para qualquer campo, mesmo na zona rural. obtidas em restaurantes modestos, hotéis, pensões e lojas
de mercado
Apenas as cidades menores não possuem telefones Aque- Só não existem postos de abastecimento de combustíveis.
las onde existe pelo menos um posto telefônico falam com e lubrificantes nas cidades menores; nessas, esses pro-
todo o país, via Embratel dutos podem ser obtidos no comércio retalhista.
Nenhuma cidade possui imprensa diária, mas diversas O Banco do Brasil está presente em 50% das cidades, o
possuem boletins, geralmente quinzenais, editados por Banco da Amazônia (BASA) em 20% e o Banco do Estado
paróquias ou colégios As cidades onde pousam aviões do Amazonas em 10%
recebem jornais de Belém e Manaus no mesmo dia. Nas
outras o atraso é devido ao tempo gasto pelos motores de Todas as cidades possuem delegacia de polícia com uma
linha; algumas os recebem no mesmo dia. Nas cidades ou várias celas.
menores só assinantes recebem jornais Nas cidades do
Pará circulam os jornais de Belém e nas do Amazonas os Em alguns municípios o interesse pela cultura manifesta-
de Manaus se sob a forma de Centros Sociais para o aprendizado de
artesanato, prendas domésticas e teatro amador
Estações radiodifusoras só existem duas em Santarém e
uma em ltaquatiara e Parintins. As cidades próximas a Uma terça parte das cidades possui plano urbano diretor
Manaus recebem imagens de televisão dessa cidade e
algumas outras captam imagens ou da Venezuela ou da 4 - MUNICÍPIOS LEVANTADOS
Colômbia ou de Porto Rico.
4.1 - Município de Santarém (PA)
A maioria das cidades é servida por uma Agência Postal
Telegráfica; entretanto, umas poucas possuem apenas As informações foram obtidas na prefeitura municipal, na
serviço de correio. Agência de Coleta da Fundação IBGE, no Escritório da
ACAR - Pará, em Santarém.
Todas as cidades possuem energia elétrica e a proporção
de residências ligadas à rede varia entre 40% e 90%. Em ASPECTOS FÍSICOS: o Município de Santarém, com uma
geral essa proporção é mais elevada nas cidades menores. extensão territorial de 24.057km2, situa-se na zona fisio-
Não é raro as sedes de distrito e as vilas possuírem grupos gráfica do baixo Amazonas, limitando-se com os municí-
geradores de propriedades da prefeitura, que funcionam pios de Juruti, Óbidos, Alenquer, Monte Alegre, Prainha e
com combustível pago pelos moradores. Jtaituba.
~Santarém
s
URBANA
51 009
RURAL
41170
TOTAIS
92179
Três usinas transformadoras produzem látex centrifugado,
exportado principalmente para Manaus Toda a castanha
produzida é consumida no próprio município Nenhum
A do Chão 640 4 504 5 144 desses produtos é colocado no mercado externo
Arapixuna 589 4 191 4 780
8 477
Não existe intermediarismo na comercialização e o setor é
Belterra 5 394 3 083
desprovido de unidade cooperativa
Boim 890 3 037 3 927
Curuai 965 16 337 17 302 Pesca. capturado, principalmente, nos rios Amazonas e
M dosCampos 2 129 1 277 3 406 ltuqui, nos lagos do Aramanaí e Grande do Curuaí, e nos
igarapés Urucurituba e Piracãoera, o peixe é a principal
TOTAIS 61 616 73 599 135 215 fonte de proteína animal do município
Fonte: Censo Demográfico de 1970
Distribuição Etária da População Principais Espécies de Pescado
Acarr Pirapitinga
FAIXAS ETÁRIAS
Cunmatã • Pirarucu •
+ de 60 anos Filhote Surubim'
O a 14 anos 15 a 59 anos
Pacu Tambaqui·
5 976 Pescada Tucunaré
66 507 62 732
TOTAIS
7 822
243 693
1 457 019
2,00
1,50
15,6
365,5
3 408,8
município, mas, atualmente, sua população não vai além Fonte: Ag de Coleta da F IBGE - Santarém
de algumas manchas inexpressivas. • Preços de 1974
O setor se ressente da falta de um frigorífico, do baixo o planalto de Santarém se destaca como a mais impor-
nível de capitalização dos pescadores, da inexistência de tante região produtora do município, onde estão loca-
uma estrutura de comercialização adequada para colocar o lizadas as principais propriedades agrícolas, a maioria de
pescado em outros mercados, da falta de assistência pequeno porte
técnica e da baixa percentagem de pescadores profis-
sionais Somente na horticultura emprega-se alguma adubação
mineral, porém os adubos orgânicos são, aí, mais apli-
Agricultura. embora desenvolvida tradicionalmente, sem cados Nas demais culturas não são empregados corre-
emprego de técnicas e métodos de cultivo adequados, a tivos e fertilizantes
agricultura se constitui no maior suporte econômico do Tradicionalmente, uma mesma área é explorada com o
município e principal fonte de renda de Santarém cultivo de arroz durante três anos (em média) consecutivos
e em seguida queima-se a "palhada", implantando-se uma
Com o advento da "corrida" à região, principalmente cultura de feijão, depois do que a área é abandonada.
depois de entregue ao tráfego a Cuiabá-Santarém, a Também é usual a consorciação da mandioca com o arroz
agricultura no município tem provado um dinamismo como no terceiro ano de cultivo Colhido o arroz, a área per-
nunca houvera antes e suas fronteiras vêm se expandindo manece com a cultura da mandioca, que vai sendo extraída
consideravelmente a cada ano Entretanto. muito antes, na paulatinamente Nos dois casos a área só é novamente
década de 30, estabeleceu-se no atual Distrito de Belterra cultivada depois de 4 a 5 anos, quando coberta pela mata
uma grande empresa agrícola da "Ford Motor Company", secundária e restabelecida a fertilidade natural do solo
a chamada Concessão Ford, hoje pertencente ao Minis-
tério da Agricultura Atualmente ainda existem 600 000 Realiza-se algum controle fitossanitário, principalmente
árvores em condições de corte, que ainda produzem 20t de contra pragas de armazéns (cereais) e pragas de solo em
látex a 60% de borracha seca, preparados em fábrica feijão, onde os coleópteros são as mais comuns Controle
própria Além disso, 64ha estão ocupados na produção de sistemático recebe a cultura da pimenta, contra saúva,
mudas de seringueira e o fornecimento de mudas de citros pulgão e coccídeos, que se constituem pragas, e fumagina
deve atingir, em 1976, a 40 000 unidades Completam as e mal-de-mar.iquita, ambas doenças provocadas por fungo
atividades do estabelecimento a produção de cereais,
frutas e hortaliças para consumo dos moradores e um Não é empregada a mecanização agrícola e mesmo a
pequeno plantei de gado leiteiro tração animal é pouco utilizada
Relativamente bem desenvolvida, a horticultura no muni-
cípio supre considerável parcela da demanda local.
Principais Culturas Envolvidas na Produção Agricola Existem, aproximadamente, dez hortas que produzem
Ano: 1975 (Jan/Set) alface, tomate, quiabo, couve, repolho, pimentão, maxixe
e vagem, em escala comercial
-
ÁREA
A fruticultura desenvolve-se nas fazendas e fundos de
quintais, predominando a produção de citros, banana e
CULTURAS CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
abacaxi, insuficiente para satisfazer o mercado desses
(h a) (t) (kg/ha) produtos.
Como nos demais municípios pesquisados, predomina o Abastecimento. o município não conta com armazéns para
sistema criatório extensivo, tanto na várzea como em terra produtos agrícolas não comercializados A Cibrazem
firme As constantes e cada vez mais severas enchentes possui um, que serve também ao Banco do Brasil, para o
têm contribuído para a maior fixação do criador na terra armazenamento dos produtos comprados aos agricultores
firme, onde se estima que 1O% dos pecuaristas já ado-
taram a subdivisão de pastagens como meio de seu Hà deficiente infra-estrutura física de transportes, princi-
aproveitamento mais racional, tornando-as menos vulne- palmente a rodoviária Os serviços ai prestados são pre-
ráveis aos caprichos naturais cários há falta de veículos e embarcações, provocando
especulações nos fretes e deficiência no abastecimento da
A maromba é utilizada por pecuaristas que não possuem cidade
áreas de terra firme ou que as possuem, mas não chegam a
ser grandes o suficiente para receber todo o rebanho
Dos alimentos essenciais, a carne é o mais importado e o
A capacidade de suporte dos pastos de várzea é de 3 boi chega ao mercado local "em pé", vindo de Minas
cab/ h a, onde o gado permanece quatro meses do ano. Nos Gerais, Goiás, Bahia, Alenquer, Monte Alegre e Prainha O
oito meses restantes é mantido em terra firme, onde a leite em pó, a laranja, o tomate e a cenoura são provenien-
lotação chega a 2,5 cab/ ha, se adotado o sistema de tes, principalmente, de São Paulo.
subdivisão de pastagens
O abastecimento de Santarém não sofre influência das
Das forrageiras plantadas, a Brachiaria sp e a Brachiaria condições climáticas da região
decumbens foram as que melhor se adaptaram às condi-
ções climáticas e sanitárias, no município, produzindo os Indústria: Santarém possui 85 unidades industriais e o
setor, em franca expansão, é um dos mais importantes,
melhores pastos artificiais
ocupando o terceiro lugar na economia do município
Matrizes e reprodutores Gir, Nelore, Guzerà e Indu-Brasil
Enumeram-se como indústrias de transformação de maior
são importados de Aveiro-PA, onde o Ministério da
importância 8 serrarias, 1 fábrica de fios e sacos de juta, 2
Agricultura mantém um posto de cria, de Minas Gerais, cerâmicas, 2 fábricas de massas alimentícias, 2 fábricas de
São Paulo e Goiás, financiados pelo Banco do Brasil e refrigerantes, 2 de rede de dormir, 3 de esquadrias, 5 de
BASA móveis de madeira, 2 de urnas funerárias, 1 de vinho de
cacau, 3 de gelo, 4 de vinagre de cana, 1 de vassoura, 4 de
Apesar da grande demanda - 15 000 litros/dia - que
calçados, 3 de látex centrifugado, 7 torrefações de café, 3
I
deveria servir de incentivo à iniciativa privada, a "bacia
tipografias, 20 máquinas de beneficiar arroz, 1 estaleiro, 2
leiteira" é bastante incipiente e sua produção não ultra-
passa 300 litros diários, entregues a domicílio Portanto, refinarias de sal e outras.
há uma demanda reprimida de 14 700 litros de leite in
O baixo nível de capitalização é apontado como principal
natura, que não chega de outras regiões e é substituído
fator obstante ao desenvolvimento do setor
pelo leite em pó.
O boi sai "em pé" do município, que tem em Manaus seu Constituem atrações turísticas no município· o lago Verde
principal mercado importador. de Alter do Chão, com seus panoramas maravilhosos, de
Fonte: Ag de Coleta da F IBGE - Santarém Mujuí dos Campos, distrito de Santarém, e importante
centro agrícola, está ligado à sede d~ município por duas
estradas· uma delas, com 40km, é um ramal da Cuiabá-
Numero de Matriculas na Zona Urbana Santarém; a outra, estadual, tem 46km e é toda asfaltada
Ano: 1975
1
Alter do Chão, região turística e produtora de farinha de
o 1 a a5 a série 24 179
mandioca, liga-se à Santarém por uma rodovia estadual de
Grau 6 a a8 a série 970 40km.
2 o Normal 340 Outra região agrícola, a de Moju, também é ligada à sede
Grau Comercial 317 por uma estrada estadual de 42km, ramal da Cuiabá-San-
tarém
TOTAL 25 806
Todas essas rodovias oferecem boas condições ao tráfego
durante o ano, com um custo de manutenção bastante
Fonte: Ag de Coleta da F IBGE- Santarém
elevado na época das chuvas.
Na zona rural, em 1975, matricularam-se 11.141 alunos, b) Transporte Fluvial destacam-se como principais rios
perfazendo, portanto, 36.947 matrículas em todo o muni- navegáveis no municipip: o Amazonas, o Tapajós, o Ara-
cípio. piuns, o Tapará e o ltuqui. Os dois (llti.mos permitem a
navegação de embarcações de médio calado, em qualquer
Saúde: a malária nunca chegou a atingir altos índices de época. O Arapiuns, no verão e na sua parte mais alta,
incidencia na área, o que não ocorre com as verminoses, permite apenas navegação a pequenos barcos.
que grassam entre a população, principalmente a infantil.
O porto de Santarém oferece ótimas condições de opera-
São razoavelmente comuns os casos de tuberculose e cionalidade, superiores, inclusive, às do de Belém. Nele
raros os de lepra. ancoram navios de qualquer porte e é dotado de equipa-
A região definida como Área de Influência do Porto de Quanto à imprensa escrita só existem três boletins, publi-
Santarém compreende oito municípios que fazem parte cados pela paróquia de Santarém, quinzenalmente, e de
das microrregiões homogêneas-1 (Alenquer, Monte Ale- pequena tiragem.
gre, Santarém, Óbidos e Juruti), 2 (Aveiro) e 3 (Aimeirim e
Prainha). A população da sede municipal recebe, diariamente, jor-
nais de Belém distribuídos sistematicamente Todas as
Os municípios integrantes da Área de Influência compre- revistas e periódicos de grande circulação no país chegam
endem uma área de 250.085km2, que representa 20% da a Santarém
área total do Estado do Pará e uma população de 270.124
habitantes - segundo o Censo Demográfico de 1970 - e) Energia com capacidade instalada de 1O.OOOkW, osiste-
correspondente a, aproximadamente, 12% do contingente ma termoelétrica de Santarém atende a 6.882 dos 14.263
populacional do estado naquele ano. domicílios existentes, ou seja, 41,4% da população.
É importante ressaltar que dentro do conceito de Espaço Todos os núcleos urbanos, sedes de distritos, possuem
Econômico o porto de Santarém apresenta certa analogia rede de distribuição de energia.
com o porto de Milwaukee, nos Grandes Lagos (EUA), que
para certos produtos de exportação passou a competir, f) Saneamento Básico: constantemente ampliada, a rede
com vantagem, com Chicago e Duenth Mediante uma de abastecimento de água da sede do município possui,
adequada política tarifária e eficiente serviço portuário, o atualmente, 95 225m de extensão e atende a 70% da sua
porto de Santarém poderá vir a se tornar o principal população
porto para o Brasil Central e o centro de forças ou pólo
dessa mesma região, no que tange aos meios de transpor- A água é captada de 33 poços artesianos e recebe trata-
te, se estes forem mais baratos no sentido Centro-Oeste- mento à base de cloro
Santarém do que no sentido Centro-Oeste-portos do Rio,
Santos e Paranaguá Belterra é o único núcleo do interior que conta com rede de
distribuição de água
c) Transporte Aéreo: com uma pista de 1 500m, asfaltada e
em boas condições, o aeroporto de Santarém recebe A população de Santarém não é servida por um sistema de
aeronaves do porte do Boeing 737 coleta de esgotos sanitários e o uso de fossas sépticas ou
secas é generalizado
Para o movimento atual do aeroporto, a estação de passa-
geiros já é pequena e não satisfaz às necessidades do O centro e alguns bairros da sede municipal possuem
tráfego aéreo. galerias de águas pluviais numa extensão de 11.724m
VASP, VARIG e Cruzeiro mantêm vôos comerciais diários Nenhum núcleo do interior conta com algum desses dois
para as principais regiões do pais. A NOTA, empresa aérea últimos sistemas de saneamento
emergente, realiza vôos diários para os principais municí-
pios da Região Norte. HABITAÇÃO E URBANISMO
Operam no município duas companhias de táxis aéreos -
O Município de Santarém possuía, em 1975, 2 291 prédios
Real Aerotáxi Ltda. e Santarém Aerotáxi Ltda - além de
de bom acabamento e 28 191 casas de construção inferior
vários aparelhos particulares que realizam vôos fretados.
(dados do Setor Pará da SUGAM)
Dentro em breve, Santarém contará com um aeroporto Estruturada em forma de tabuleiro de xadrez, a cidade de
internacional, atualmente em construção Santarém ocupa uma área de 8,6km2 e, segundo estimativa
da prefeitura local, a densidade demográfica urbana é de
Belterra e o canteiro de obras da Hidrelétrica de Curuá-Una 81,4 hab/ ha, correspondente a uma população de, aproxi-
são as duas únicas localidades do interior que possuem madamente, 70 000 habitantes O uso do solo urbano é
campo de pouso. misto
"':~
Acari* Tambaqui
URBANA RURAL Curimatã• Tucunaré
Pirarucu
DISTRITOS
I
Recursos Madeireiros: as principais espécies exploradas
são cedro, andiroba, jacarandá, marupá e maçaranduba. por constituir-se no único centro produtor de sementes de
Duas serrarias, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e juta da região.
Santo Antônio, servem ao setor, que tem toda a produção
consumida pelo mercado local. Essa hegemonia na produção de sementes de juta certifi-
cadas e registradas verifica-se desde 1966 quando Monte
Extrativismo Vegetal: o município já foi um grande produ- Alegre foi retirado do processo de produção dessas se-
tor de castanha. Hoje em franca decadência, os casta- mentes. Hoje a produção anual está bastante próxima das
I
Quarta 400
Quinta 519
Jà houve uma cooperativa no setor que dE!ixou de funcionar
por má administração, segundo nos informaram. Sexta 161
Sétima 114
São apontados como principais pontos estranguladores do Oitava 110
desenvolvimento da pecuária o baixo nível de capitalização TOTAL 5.242
do setor, a insuficiente assistência técnica, a tradição em
se criar na várzea fazendo da terra firme maromba, isto é, Fonte: Secretaria de Educação do Estado do Pará
As imunizações são realizadas pelo SESP, que vacina No interior existem quatro campos de pouso, rias regiões
todas as crianças e divulga as campanhas oficiais de de Confusão, Sete-Varas, são Francisco e do Retiro, no rio
vacinações. Cu miná.
O SESP mantém uma Unidade sanitária mista (medicina d) Comunicações: funcionando em sistema semi-automá-
preventiva e curativa), assistida por um médico e quatro tico e com 160 aparelhos, os serviços de telefonia na sede
técnicos em enfermagem. municipal permitem comunicação com qualquer região do
Brasil via Embratel.
Em convênio com o Ministério da Saúde, Funrural e INPS,
funciona o Hospital Santo Antonio - pertencente à paró- Uma agência de correios e telégrafos, na sede, atende a
quia local e unico do município - com 30 leitos, dois todo o município. O DER possui o único aparelho de
médicos e duas freiras enfermeiras Nesse hospital só são radiofonia, que em casos de emergência é utilizado pela
internados os pacientes portadores de doenças não conta- população.
giosas Os casos de doenças contagiosas e acidentes gra-
ves são transferidos para Santarém. Não há equipamentos Não existem emissoras de rádio local e as rádios de Belém
de Raios X e falta pessoal especializado. e Santarém são as mais ouvidas, embora emissoras de
várias regiões do pais sejam sintonizadas no município.
Cinco dentistas atendem a população e, dentre eles, Não há recebimento de imagens de TV nacionais e, espo-
apenas um é diplomado. radicamente, capta-se Caracas.
- PA-28/ Escondido (Agricultura e Pecuária)- 12km No interior, quatro núcleos populacionais possuem sis-
- PA-28/Panelas (Agricultura e Pecuária)- 60km temas de distribuição de energia, também gerada termo-
- PA-28/Sombra-da-Lua (Agricultura e Pecuária) - eletricamente, que só funcionam à noite: Vilas Curuá,
20km . Apolinário, Pacoval e do Camburão.
- PA-28/ Bom Jardim (Agricultura e Pecuária) - 66km
- PA-28/Cuamba (Agricultura e Pecuária) - 40km f) Saneamento Básico: obsoleto, o sistema de abasteci-
mento de água de Alenquer não possui elevatória e a água,
Esses ramais tornam-se intransitáveis, no inverno, deixan- captada de um poço artesiano, é bombeada diretamente
do essas áreas em quase completo isolamento. No verão, para a rede ligada a 934 imóveis. Nenhum outro núcleo
embora em condições precárias, possibilitam o acesso e urbano no município possui rede de abastecimento de
escoamento da produção. água.
b) Transporte Fluvial: a infra-estrutura hidroviária básica Não há rede de captação de esgotos e águas pluviais A
do município é constituída pelos rios Amazonas e Curuá maioria da população utiliza fossas secas.
Este último dá acesso às regiões produtoras de Macurá,
Vila Curuá, Vila Apolinário, Vila Pacoval e permite a HABITAÇÃO E URBANISMO o Município de Alenquer
navegação de embarcações de até 100 toneladas no in- possuía, em 1975, 44 casas de bom acabamento e 6.424
verno. De setembro a dezembro, período de verão, não é moradias de construção inferior (dados do Setor Pará da
navegável. SUGAM).
A sede do município possui um trapiche provisório em Com estrutura em xadrez, a cidade de Alenquer possui
péssimas condições, que não chega a satisfazer suas uma densidade demo-gráfica de 47 habitantes por hectare e
necessidades. Deverá ter início, ainda este ano, a cons- o uso do solo urbano é misto.
trução, pelo DNOS, do novo trapiche da cidade.
Quanto à urbanização, é dotada de perfis adequados;
c) Transporte Aéreo: em condições bastante precárias, o meios-fios no centro; pavimentação, em cimento, no
aeroporto de Alenquer possui uma pequena estação de centro e bairro do Aningal; arborização nas ruas centrais e
passageiros e sua pista, piçarrada e com 1.000m de uma praça ajardinada. Não há hierarquização das vias
extensão, não recebe aeronaves maiores que o DC-3. públicas.
Em equipamentos urbanos, Alenquer conta com dois Pesca: o peixe é a principal fonte de proteína animal
hotéis de baixa categoria, uma delegacia de polícia, um do município e é capturado principalmente no rio Cupari,
presídio com três celas, três postos de gasolina, duas onde ocorrem grandes desovas de curimatã, no rio Andirá,
pequenas oficinas mecânicas e uma agência do Banco do no lago Enseada Grande de Brasília, no lago Enseada
Brasil. Grande do Guri, no lago do Arai pá e no lago Urussagui. No
período que vai de setembro a janeiro é que a produção
Com a área de expansão da cidade já regulamentada, a alcança maior significado
prefeitura pretende, com recursos do Polamazônia, ela-
borar e implementar um plano de desenvolvimento urbano Principais Espécies de Pescado
Aracu Pirarucu •
4.3 - Município de Aveiro (PA)
Jaraqui Tambaqui •
As informações foram obtidas na prefeitura e referem-se à Pacu Tucunaré
área efetivamente controlada pela administração muni- Pescada
cipal
• Espécies de ma10r Incidência
ASPECTOS FÍSICOS: banhada pelo rio Tapajós, limita-se
com os Municípios de Santarém, Prainha e ltaituba.
Malhadeira, zagaia, arpão, tarrafa e espinhei são os prin-
cipais instrumentos de captura empregados
A sede municipal fica na margem direita do Tapajós e dista
795km, em linha reta, da capital do estado. As suas Em 1973 somente a região dos lagos forneceu 30 tone-
coordenadas geográficas são 03°32' de latitude Sul e ladas de pirarucu seco
55°20' de longitude WGr.
O principal entrave ao desenvolvimento do setor é a falta
No seu território situa"se o Projeto Integrado de Coloni- de capital, porque a cidade de ltaituba absorve todo o
zação de ltaituba, com a Rurópolis Presidente Médici, que excedente da produção
devido à importância de sua produção agrícola será tratado
separadamente Nunca existiu colônia de pesca ou cooperativa no muni-
cípio.
Situação Domiciliar e Distribuição Etária da População
Agricultura. a agricultura ainda é praticada com métodos
primitivos. Entre os principais produtos destacam-se a
FAIXAS ETÁRIAS mandioca, o arroz, o milho e o feijão.
ZONA ZONA
TOTAL URBANA RURAL Oa 14 anos 15a59 anos + de 60anos Principais Produtos Envolvidos na Produção Agrícola
O principal entrave ao desenvolvimento do setor é a falta A SUCAM realiza duas dedetizações por ano e, em 1975,
de capital e de crédito, uma vez que não existe agência de vacinou contra a meningite.
banco em Aveiro. Além disso, nenhum órgão de assistên-
cia técnica opera na área sob controle da prefeitura. O Posto Médico Municipal de Aveiro distribui vermífugos e
uma equipe da Secretaria de Saúde vacina as crianças uma
Pecuária: com cerca de 7.000 cabeças, das quais 3.500 vez por ano.
pertencentes a 48 criadores particulares e outras 3.500 aos
estabelecimentos do Ministério da Agricultura situados em O posto médico possui apenas ambulatório e tem um
Fordlândia e em Daniel de Carvalho, o rebanho bovino de enfermeiro da Secretaria de Saúde.
Aveiro é constituído principalmente de Nelore e de mes-
tiços das raças zebuinas. A maioria das propriedades é de Em Fordlândia há um hospital que funciona em prédio do
acesso fácil durante todo o ano e usa o sistema extensivo. Ministério da Agricultura, com equipamento e pessoal do
É comum a compra de reprodutores Nelore de Fordlândia. Funrural. Possui ambulatório, laboratório, equipamento de
As forrageiras mais plantadas são o coloninha e o colonião Raios X, sala de cirurgia e 20 leitos.
com capacidade de suporte, tanto na várzea como na terra
firme, de 3 cab/ ha No hospital de Fordlândia trabalham um médico e cinco
enfermeiros diplomados.
O gado é vendido "em pé" para ltaituba e Belém
Serviços Básicos
A aftosa, a raiva e a broca (mal-do-chifre) são as prin-
cipais doenças que afetam o gado bovino e, a partir de a) Transporte Rodoviário dentro do município passam
1973, a Secretaria de Produção (SEPROR) e o Projeto 31 km da Cuiabá-Santarém e 91 km da Transamazônica
Rondon vêm fazendo a vacinação contra a aftosa duas Construídos pela prefeitura existem 23km de ramais li-
vezes por ano gando Aveiro às colônias e 20km já abertos da estrada que
vai ligar a vila de Brasília Legal à ltaituba Todas essas
A criação de aves e suínos é feita unicamente para rodovias dão passagem em qualquer época do ano.
consumo caseiro.
b) Transporte Fluvial apenas o Tapajós é navegável em
Os principais entraves à expansão do setor são a falta de qualquer época, entretanto, nos trechos onde o rio é mais
título definitivo das terras e o conseqüente impedimento largo, só passam embarcações com menos de 2m de
de obtenção de crédito bancário. calado. Os afluentes só dão passagem na época das
cheias
Abastecimento. a área, sob controle da prefeitura, não
possui nenhuma unidade de armazenamento. No porto de Aveiro não existe nenhuma instalação, mas
em Fordlândia há um bom trapiche
Com exceção da farinha, Aveiro importa porcentagens
variáveis de todos os alimentos e insumos, principalmen- c) Transporte Aéreo o município conta com duas pistas de
te, de Santarém. pouso, uma de 600m e piçarrada, em Fordlândia, e outra
em Daniel de Carvalho também de 600m e de terra batida
Indústria Aveiro não possui nenhuma indústria Pela Ambas permitem o pouso de táxi-aéreo de até dois mo-
beleza da paisagem apresentam potencialidade turística o tores Nenhuma empresa tem linha regular para o muni-
igarapé do Jacaré e a ilha do Prado cípio
Serviços o comércio satisfaz perfeitamente às necessida- d) Comunicações· o município não dispõe de serviço tele-
des básicas da população. fônico. Em Aveiro existe uma Agência Postal e em
Fordlândia uma Agência Postal Telegráfica.
O maior empregador do município é o Ministério da
Agriculura com 200 funcionários, seguindo-se a prefeitura Não há estação radiodifusora mas captam-se estações de
com 60; entretanto, a maior quantidade de mão-de-obra é todo o Brasil. Nenhum lugar do município recebe imagens
absorvida pela lavoura. de televisão.
Educação: em Aveíro existe um grupo escolar estadual Em Fordlândia é publicado um boletim chamado "Eco"
que atende a 132 alunos da 1. a á 5. a série. Em Fordlândia Não existe venda regular de jornais.
uma escola do Ministério da Agricultura ministra ensino da
1. a à 8. a série. Na zona rural 34 escolas de classe única e) Energia: Aveiro possui um gerador da prefeitura, de
atendem a 684 crianças da 1. a à 4. a série. Em Aveiro 45kW, e cerca de 80% da cidade está ligada à rede. Em
I
trabalham 1 professora normalista e 8 leigas e na zona rural Daniel de Carvalho há um grupo de 17kW e todas as casas
34 leigas. têm luz elétrica. Em Fordlândia existem dois grupos
geradores do Ministério da Agricultura e toda a localidade
Saúde: o município nunca foi muito malarígeno e atual- é iluminada.
mente não mais ocorrem casos de doença. A incidência de
verminoses é muito elevada, o mesmo ocorrendo com as f) Saneamento Básico: Aveiro possui 60% da cidade ligada
gastroenterites que, ocasionalmente, matam crianças. Há à rede de abastecimento de água, que é captada em poço
poucos tuberculosos e os raros leprosos, que são reco- artesiano e filtrada. Em Daniel de Carvalho todas as casas
A maior quantidade de mão-de-obra é absorvida pela Não existe gerador na zona rural.
lavoura, seguida pelo INCRA.
f) Saneamento Básico: toda a cidade está ligada à rede de
Educação: na área do Projeto existe, para atender toda a abastecimento de água. A captação é feita em igarapé e a
população, uma escola estadual que, em 1975, atendeu a água é tratada com cloro. O serviço é feito pela FSESP.
163 alunos da 1. a à 5. a série.
Na rurópolis cada duas casas possuem uma fossa séptica
O corpo docente é constituído de 1 professor secundário
com licenciatura plena, 2 com licenciatura curta, 3 profes- Não existe galeria de águas pluviais.
soras normalistas e 3 leigas.
HABITAÇÃO E URBANISMO: a rurópolis possui cerca de
Saúde: a malária está sendo controlada pela SUCAM 200 casas de madeira com bom acabamento e na zona rural
desde o inicio da ocupação da área. A incidência de existem cerca de 1 500 moradias de qualidade inferior
verminoses é elevada e a das diarréias infantis também.
A cidade é parte em semicírculo, parte quadriculada com
as áreas comerciais e residenciais separadas.
A SUCAM aplica DDT, duas vezes por ano, em todas as
casas do Projeto e vacina contrà a febre amarela. Toda a rurópolis possui meio-fio mas não tem calçamento.
A Unidade da FSESP vacina todas as crianças da cidade Um clube social com salão de dança onde, ocasional-
contra difteria, tétano, coqueluche, sarampo, poliomielite, mente, fazem-se seções de cinema, um campo de futebol
tuberculose e as da.zona rural contra varíola, sarampo e sem arquibancada e uma quadra cimentada são os locais
tuberculose. de recreação.
A Unidade Mista da FSESP possui ambulatório, labora- Um hotel de 1. • categoria, o "Presidente Médici", um
tório, equipamento de Raios X e setor de internamento destacamento da Polícia Militar, três restaurantes que
com oito leitos. Pratica medicina curativa e preventiva. possuem alojamento para viajantes e um ponto de em-
Nela trabalham um médico e um auxiliar de enfermagem. barque e desembarque de passageiros ·de ônibus com-
pletam os equipamentos urbanos da rurópolis.
Serviços Básicos
A cidade poseui um plano-diretor elaborado pelo INCRA.
50% do transporte. O Projeto é servido pelo porto de ASPECTOS FÍSICOS: situado na zona fisiográfica do baixo
ltaituba. Amazonas, limita-se com os Municípios de Juruti, Orixirni-
Fonte: Censo Demográfico de 1970 Os instrumentos de pesca mais utilizados são a malhadei-
ra, a tarrafa, o arpão, o espinhei, a rede de arrastão e o
anzol.
ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS
Principais Espécies de Pescado
Recursos Madeireiros. tendo no cedro, itaúba, maçarandu-
ba, andiroba, louro, marupá e muiracatiara as principais
espécies exploradás, o setor é, mais ou menos, bem Acarau-açu Curimatã Pacu Surubim
desenvolvido, auto-suficiente e produziu, em 1974, Acari Dourada Pescada Tambaqui'
4 ooom3 de madeira. A papá Jaraqui Piramutaba Tucunaré
Aracu Jatuarana Pirapitinga
Possui cinco serrarias em funcionamento normal e uma em
Cujuba Mapará Pirarucu*
fase de implantação: Pauxis, Imperador Tropical, Raimun-
do Cruz, a da Escola Profissional São Francisco e luji
• Espécies de maior incidência
Maruoka, sendo as três últimas especializadas na fabrica-
ção de esquadrias.
Agricultura é a principal atividade ecónômica do municí- É bastante grande a participação dos nordestinos na
pio e a que mais absorve mão-de-obra. A juta é o seu produção agrícola do município, principalmente na região
principal produto de exportação e a maior fonte de renda de colônias.
do setor.
Embora importando produtos de subsistência na entressa-
fra, na safra o pequeno excedente gerado em feijão e arroz
Principais Culturas Envolvidas na Produção Agrícola
é exportado para Belém e Manaus. A farinha de mandioca é
Ano: 1973 exportada para Manaus. Das culturas industriais a de
maior significado econômico é à juta, colocada nos merca-
AREA dos do Nordeste, Rio, São Paulo, Belém e Paraná. O
CULTURAS
CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIViDADE cacau, produzido em pequena escala, sai para Belém,
(h a) (I) (kg/ha) Argentina e Estados Unidos.
o milho é a cultura comum a todos os tipos de consorcia- Pecuária: com uma população de 33.000 cabeças o reba-
ção (milho x mandioca, milho x mandioca x feijão e milho x nho bovino é composto de mestiços, de Indu-Brasil,
feijão) e o arroz é, quase sempre, cultivado isoladamente Guzerà, Gire, principalmente, Nelore, por ser mais resis-
tente às condições climáticas da região.
Destacam-se como principais regiões produtoras as cha-
madas colônias, próximas à sede do município, responsá- Considerável número de propriedades desenvolve a bovi-
veis pela produção de significativa parcela do volume de nocultura e o acesso à maioria delas é normal durante o
arroz, milho e mandioca produzido no município .. As ano todo.
regiões Costa do Paru, Costa de Baixo, Cost;'l Fronte1ra,
Costa de Cima e Paraná de Baixo, todas de várzea, são as Alguns pecuaristas já deixaram a várzea definitivamente,
principais produtoras de juta. fixando-se em áreas de terra firme, o que não deixa de ser
benéfico ao setor.
Não hà emprego de corretivos e fertilizantes. Embora ainda predomine o sistema criatório extensivo,
está se iniciando a utiliza,ção de subdivisão de pastagens,
Uma vez retirada a cobertura florestal virgem, a terra é para melhor aproveitamento dos. pastos, mas somente em
explorada pelo cultivo de arroz, milho e mandioca - áreas fora da várzea. A maromba ainda é recurso bastante
geralmente; um ciclo de cada cultura - após o que utilizado.
implanta-se pastagem ou um bananal, quando não aban-
donada. A capoeira que substitui a mata primária perm1te Por não termos conseguido dados quantificados, o que se
derruba e queima, depois de 5 a 6 anos, em média, de pode dizer da capacidade de suporte das pastagens é que
abandonada a terra. ela é bem mais eleVada nas áreas de várzea do que nas de
terra firme.
Quanto ao controle fitossanitárío, é realizado em algumas
culturas de regiões assistidas pela ACAR. A saúva e a pra- Com o objetivo de melhorar o r~banho, hà criadores que
ga mais importante, por ser comum a quase todas a cultu- importam matrizes e reprodutores das raças Nelore, Gire
ras. A juta, por exemplo, é severamente atacada por essa Guzerà de Goiás, Minas Gerais, Belterra e Fordlãndia.
praga, assim como o arroz e o milho, em menor escala.
Essas duas últimas culturas sofrem, também, ataques da O boi é exportado "em pé" e Manaus é o print:lpal centro
graúna e outras aves depredadoras. importador.
Como na agricultura, a situação fundiária, o baixo nível de Em 1975 houve 3.381 matrículas no 1. 0 grau (985 nas 6. a,
capitalização e assistência técnica insuficiente, além da 7. a e 8. a séries) e 136 no 2. o grau (normal ou pedagógico).
não-fixação do pecuarista na terra firme, são os fatores
que mais limitam o desenvolvimento do setor. Quase todas as professoras da cidade são normalistas. Na
zona rural atuam 86 professoras, das quais 82 são leigas
Abastecimento: o município não possuí infra-estrutura de
armazenagem para estocar produtos agrícolas. Há unida- Todos os anos o "campus" avançado realiza cursos de
des de armazenamento para a juta, pertencentes a empre- reciclagem aos professores do município.
sários que comercializam, mas nenhum outro produto é
beneficiado por esse sistema. Saúde: a elevada incidência de malária, na zona rural, en:'
épocas passadas restringe-se hoje a casos e_sporádicos. E
Dentro do sistema viário, o meio de transporte fluvial é o muito alto o índice de verminoses no meio rural, menor na
que melhor atende ás necessidades básicas do município. zona suburbana e baixo na cidade.
A infra-estrutura rodoviária é inadequada, havendo regiões
produtoras que não são ligadas às estradas-tronco, o que
torna quase impossível o escoamento da produção dessas Raras na zona urbana, as gastroenterites com desidratação
áreas. são comuns entre a população suburbana. No interior, o
índice de incidência é desconhecido, mas é de supor-se
Em nenhuma época do ano o abastecimento da sede elevado. São regulares os casos de tuberculose e raros os
municipal sofre estrangulamento. de lepra.
No período de entressafra são importados os seguintes As principais campanhas contra endemias rurais são reali-
produtos básicos: arroz (de Santarém), feijão (do Sul do zadas pela SUGAM e SESP. A primeira efetua uma dedeti-
país, Belém, Alenquer e Santarém), milho (de Belém e zação anual em todo o município e a segunda distribui
Santarém), verduras (de Santarém, no inverno) e carne- anti-helmínticos no posto médico local, realizando ainda,
seca (de diversas regiões, também no inverno, entressafra todos· os anos, campanhas de vacinações de crianças e
do peixe). adultos contra varíola, tifo, febre amarela, tuberculose e
poliomielite.
Indústria: é o setor econômico que mais emprega mão-de-
obra na sede do município, constituindo-se na sua maior Apenas uma unidade sanitária, a da FSESP, realiza campa-
fonte de renda. Conta com 2 usinas de beneficiamento da nhas de vacinações.
castanha, 5 serrarias, 4 padarias, 1 fábrica de guaraná, 5
marcenarias, 2 olarias, 1 fábrica de gelo, 3 máquinas de Com 30 leitos, 1 ambulatório e equipamentos de cirurgia,
beneficiamento de arroz e 1 tipografia. partos e clínica geral, funciona o hospital da Santa Casa de
Misericórdia, em convênio com a Universidade Federal
Os problemas dominantes na indústria são o baixo nível de Fluminense. Acidentes que provoquem ferimentos maio-
capitalização do setor e a falta de recursos humanos. res que pequenas fraturas exigem o transporte do paciente
para Santarém.
A "Garganta do Amazonas", onde o rio atinge a sua menor
larg1,1ra - 1.892m -, constitui-se na principal atração Cinco médicos permanentes atendem, na cidade, em cinco
turística pela imponência da paisagem. As praias do consultórios: quatro particulares e um do SESP.
Dentre as demais vias, raramente alguma delas torna-se f) Saneamento Básico: a rede de distribuição de água é
intransitável bastante antiga, mas a prefeitura já possui o projeto de
ampliação, elaborado pela Fundação SESP e que deverá
b) Transporte Fluvial· os principais rios navegáveis no ser implantado brevemente.
município são: o Amazonas, o Trombetas e o igarapé
Maratuba, que corta áreas de pecuária e agricultura, permi- O fornecimento é intermitente, ou seja, realizado a deter-
tindo a navegação de embarcações de 50 toneladas no minado número de bairros/dia durante apenas seis horas
inverno e não mais de 3 no verão. É navegável, também, o consecutivas (das 6 ás 12h). O bairro que recebe água num
igarapé Mamauru (ou igarapé Grande), que liga Óbidos ao dia só voltará a recebê-la dois dias depois Portanto, os
Distrito de Flexal, cortando áreas agrícolas e possibilitan- moradores são abastecidos um dia sim e outro não, o que
do a navegação de embarcações de 3 toneladas no verão e os obriga a manter água estocada em casa para suprir suas
de 40 no inverno. necessidades no dia em que não há fornecimento.
Atualmente, o trapiche de óbidos oferece condições satis- Existem algumas torneiras públicas e não há medição de
fatórias, recebendo grandes embarcações, inclusive navios consumo nos 950 prédios ligados ao sistema.
do Lloyd. É provido de uma balsa de considerável tama-
nho, que possibilita serviços regulares durante qualquer A água é captada no lago Pauxis, não poluído, e recebe
época do ano. Está em fase de implantação o projeto do tratamento à base de cloro.
novo porto, que será dotado de serviços portuários com-
pletos. Não há rede de captação de esgotos e é comum, entre a
população urbana, o uso de fossas secas.
c) Transporte Aéreo: com boa estação de passageiros, O centro da cidade conta com 1 OOOm de galerias de águas
embora pequena, o aeroporto local, dotado de pista asfal- pluviais.
tada, com 1 .500m e em condições bastante satisfatórias,
recebe aeronaves do tamanho (máximo) do YS~11. Nenhum outro núcleo populacional do município possui
sistemas de saneamento.
A NOTA (Norte Táxi Aéreo) realiza vôos diários para
Manaus, com escalas em Parintins e ltaquatiara, e para HABITAÇÃO E URBANISMO: o município possui 36 casas
Belém, com escala em Alenquer, Monte Alegre e Santa- de bom acabamento e 4.643 moradias de construção
rém. inferior (dados do Setor Pará da SUCAM).
Óbidos é itinerário, como escala, de vôo quinzenal que a A sede municipal é dividida em cidade velha e cidade nova.
FAB realiza entre Belém e Tiriós. A cidade nova possui estrutura urbana em xadrez e a parte
ZONA ZONA FAIXAS ETARIAS - falta de assistência técnica e baixo nível de capitaliza-
TOTAL URBANA RURAL Oa 14 anos 15 a 59 anos + de60anos ção,
Juta e malva são exportadas para Óbidos. A única unidade cooperativa do setor é a Associação de
Proteção à Pecuária que faz revenda de insumos e requisi-
Pretendeu-se criar uma cooperativa agrícola, mas por falta ção de técnicos para atender a seus associados
de técnicos a iniciativa não foi à frente.
Destacam-se como fatores que limitam o desenvolvimento
Outro campo de pouso existente é o da Mineração Está em elaboração, pela Universidade Federal do Pará,
Andrade-Gutierrez um plano de desenvolvimento urbano para Oriximiná, que
deverá ser implementado com recursos do Polamazônia
d) Comunicações não há ligações telefônicas residenciais
e comerciais O centro telefônico da Telepará, ligado ao
sistema de microondas da Embratel, permite comunicação 4.6 - Município de Juruti (PA)
com qualquer região do país
As informações foram obtidas com o Sr. José Maria Vieira,
Não existem serviços de radiodifusão local e as rádios fazendeiro, que sempre residiu no município.
estrangeiras são mais facilmente captadas do que as
nacionais ASPECTOS FÍSICOS. com uma superfície de 10.067km2, o
Município de Juruti está localizado na zona fisiográfica do
Captam-se, esporadicamente, imagens de TV da Colômbia baixo Amazonas e limita-se com os Municípios de Faro,
e nenhuma do país Está em projeto a construção de uma Oriximiná, Óbidos, Santarém, ltaituba e com o Estado do
estação repetidora pela Mineração Andrade-Gutierrez que, Amazonas
possivelmente, beneficiará a população
A sede municipal dista 846km, em linha reta, da capital
Quanto á imprensa escrita local, só há o Boletim Paro- estadual, sendo uma das mais longínquas da metrópole
quial, publicado semanalmente Há recebimento e distri- Possui as seguintes coordenadas geográficas: 02°09' de
buição de jornais de Belém e Manaus latitude Sul 56°03' de longitude WGr. A altitude é de 40m
na sede
e) Energia com capacidade instalada de 502kW, a rede de
distribu-ição de energia de Oriximiná está ligada a 639 dos ASPECTOS DEMOGRÁFICOS. segundo o Censo Demográ-
1 545 imóveis existentes, o que corresponde ao atendi- fico de 1970, 18.684 pessoas moram no município e a
mento de 42% da população densidade populacional é de 1 ,8hab/km2, aproximada-
mente
Não há outros nucleos populacionais, no município, com
rede de distribuição de energia elétrica No interior muitos Situação Domiciliar e Distribuição Etária da População
possuem sistema motogeradcr próprio ·
ZONA ZONA
TOTAL FAIXAS ETÁRIAS
f) Saneamento Básico a sede municipal possui um sis- URBANA RURAL
tema de abastecimento d'água que atende 61% da sua Oa 14 anos 15 a 59 anos + de60 anos
população, com um consumo per capita em torno de 160
litros/dia A água é captada de poços artesianos e tratada 18 684 3 063 15 621 9 114 8 713 857
com cloro
Fonte: Censo Demográfico de 1970
Nenhum outro núcleo urbano, no município, possui rede
de distribuição de água
ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS
Está em fase de projeto o sistema de captação de esgotos
e não há rede subterrânea para escoamento de águas Recursos Madeireiros em ordem de importância econômi-
pluviais ca, as principais espécies madeireiras exploradas são: o
cedro, a maçaranduba, a maparajuba, a itaúba e o jacaran-
HABITAÇÃO E URBANISMO: o município possuía, em dá
1975, 643 casas de bom acabamento e 3 343 moradias em
condições inferiores (dados do Setor Pará da SUGAM) O setor é desprovido de serrarias e o cedro é a espécie
mais exportada, tendo CC?mo principal mercado importador
A estrutura urbana de Oriximiná é quadriculada e o uso do o município vizinhQ de Obidos.
solo urbano é misto O prefeito atual pretende criar áreas
específicas para locação dos órgãos da administração Extrativismo Vegetal: o pau-rosa, a castanha e o babaçu
municipal, segurança pública, saúde etc. são os mais importantes produtos extrativos.
I
Quase toda a cidade tem seus perfis adequados e o centro Uma usina de extração de óleo de babaçu e outra de
tem suas ruas pavimentadas e dotadas de meio-fio. A extração de essência do pau-rosa são as únicas unidades
praça da matriz é a única ajardinada e não há arborização de beneficiamento no setor.
nas vias públicas
A castanha tem como principais mercados importadores
Um clube social, duas quadras de esporte cimentadas e Óbidos e Belém, e o óleo de babaçu, Belém e Manaus
um campo de futebol são os principais locais de recreação Esses dois produtos são comercializados pelos próprios
da população urbana extratores.
Tartaruga de sete anos atinge o peso bruto de 20kg e é Segundo o que nos foi informado, imigrantes nordestinos e
vendida, hoje, ao preço de Cr$ 400,00. japoneses que chegaram ao município deixaram-no por
não terem encontrado condições básicas mínimas para se
Bastante interessante, a existência desse criatório tem a fixarem.
grande vantagem de concentrar numa pequena área (5 a
6ha, aproximadamente) um número tão grande dEl quelô- Nenhuma cooperativa possui o setor, tendo existido uma
nios. associação rural, que não sobreviveu.
Essa iniciativa mostra a viabilidade de serem preservadas Como principais obstáculos ao desenvolvimento da agri-
em condições seminaturais espécies de quelônios que cultura, no município, pode-se enumerar: a dificuldade de
correm o risco de extinção pela grande procura atual. escoamento da produção, por falta de uma infra-estrutura
de transportes rodoviários; situação fundiária (pouquíssi-
O fornecimento de indivíduos dessas espécies, pelo IBDF, mos títulos definitivos); inexistência de unidades de arma-
através de implantação de criatórios com essa finalidade zenamento; baixo nível de capitalização dos agricultores;
específica poderia, talvez, promover o desenvolvimento falta de assistência técnica e tradição em explorar quase
dessa atividade econômica e preservaclonista ao mesmo que somente as áreas de várzea, o que tem impedido o
tempo em outras regiões do País. desenvolvimento de culturas permanentes.
O acesso às propriedades pecuaristas é feito por rio e a Indústria: bastante pequeno, o setor se resume a uma
cavalo, essencialmente. As estradas existentes não são usina de extração de óleo de babaçu, uma usina de
transitáveis durante todo o ano. extração de essência de pau-rosa e algumas olarias,
ocupando o 3. o lugar como fonte de renda municipal,
Embora alguns criadores já empreguem a subdivisão de depois da pecuária e agricultura.
pastagens, em terra firme, o sistema criatório predominan-
te é o extensivo e o gado ainda permanece, mais ou O município ar;resenta potencialidades turísticas, repre-
menos, sete meses na várzea, não havendo quem crie sentadas pela cachoeira do Rio Branco, às margens do
permanentemente na terra firme. Emprega-se, também, a igarapé Rio Branco; pelo lago Curumucuri, distando trê'>
maromba. horas de viagem, em embarcação a motor, via rio Amazo-
nas, pelo lago grande de Juruti circundado pela verdejante
Não se realizam importações de matrizes e reprodutores serra do Juruti Velho, distando seis horas de viagem em
para melhoramento genético do rebanho e o boi é exporta- embarcação a motor, e pelo lago das Piranhas.
do "em pé", tendo como principal centro importador o
mercado de Manaus. Serviços: a estrutura do comércio local satisfaz às exigên-
cias da população, mas é deficiente para atender às
Quanto às pastagens, predominam a canarana, a premem- necessidades das atividades econômicas desenvolvidas.
beca, o capim-colônia, o seneuaua e o pancuã, todos de
várzea A capacidade de suporte dessas pastagens chega a
O maior empregador do município é o setor privado e,
atingir 10 cab/ha, enquanto que na terra firme não passa
dentro deste, a agricultura é a que mais absorve mão-de-
de uma cabeça por hectare.
obra liberada na entressafra para a pesca.
Aftosa, raiva dos herbívoros, brucelose e verminose são as
Educação: estão em funcionamento no município 3 grupos
doenças mais importantes e apenas a primeira é controla-
escolares e 2 classes únicas na zona urbana, 1 grupo
da com vacinações de 4 em 4 meses, mas nem todo o
escolar e 21 classes únicas no meio rural.
rebanho é vacinado.
O corp? docente é formado por 23 professores leigos, 1
A suinocultura e a avicultura são desenvolvidas sem nenhu-
ma adoção de técnicas adequadas e só visam o consumo normallsta e 8 com curso de professor rural, totalizando
próprio. 32.
Como fatores limitantes à expansão da pecuária, o princi- A grande incidência de gastroenterite, em épocas passa-
pal é a situação ,fundiária nas áreas de terra firme (embora das, tornou-se insignificante, depois da implantação do
na várzea também não seja satisfatória), seguido do baixo sistema de fornecimento de água.
nível de capitalização dos pecuaristas (conseqüência da
situação fundiária), da falta, quase total, de assistência Com assistência do campus avançado da Universidade
técnica e da não-fixação da bovinocultura na terra firme, Fluminense, implantado em Óbidos, o ambulatório da
uma vez que o alto poder de recuperação da área desmata- Casa Samaritana vacina, praticamente, todas as crianças.
da, pela formação rápida de capoeiras, torna bastante
onerosa a tarefa de limpeza e formação de pastagens. Tanto na zona urbana, como na rural, não existem Unida-
des Sanitárias.
Abastecimento: não possui o município uma infra-estrutu-
ra de armazenagem que vise estocar os produtos agrícolas. A maior causa de mortalidade infantil é a infecção de
umbigo e não existe causa predominante na mortalidade
Para o abastecimento do município, o mais importante de adultos.
meio de transporte é o fluvial, onde os serviços são
satisfatórios. A falta de um sistema rodoviário adequado e O único ambulatório, o da Casa Samaritana, possui dois
completo tem sido responsabilizada pelo alto custo de leitos para casos de urgência e nele trabalha uma enfermei-
colocação do produto agrícola local no mercado. ra diplomada (freira):
No período de julho a janeiro o suprimento do mercado Num sistema de rodízio, a Unidade Avançada mantém um
interno, em produtos agrícolas essenciais, sofre um es- médico no município, que é substituído no final de cada
trangulamento, que não chega a assumir conseqüências mês.
sérias, pela abundância de peixes na época.
Quanto à assistência odontoiOgica, o ambulatório possui
O único produto de subsistência que o município não um consultório montado, mas só esporadicamente o cam-
importa é a farinha de mandioca. O arroz (de Santarém), o pus envia dentista.
~
Não há imprensa escrita local. A cidade recebe, mas não
com regularidade, jornais de Belém. Urbana Rural
s
e) Energia: com uma capacidade instalada de 75kW e
atendendo a 70% da população, o fornecimento de energia FARO 1.800 1 240
elétrica é feito somente à noite (das 18 às 23h).
TERRA SANTA 2.561 4.453
O povoado de Juruti Velho também possui um sistema
gerador de 20kW, atendendo parte da sua população.
Fonte: Censo Demográfico de 1970
f) Saneamento Básico: Juruti possui rede de abastecimen-
to de água que atende a 60% de sua população. A água é
captada de poços artesianos e não recebe tratamento.
Extrativismo Vegetal: economicamente pouco significati- Atualmente a juta, a malva e a mandioca são as mais
vo, o extrativismo vegetal já teve na extração do pau-rosa importantes culturas desenvolvidas, seguidas do arroz e
seu principal suporte. Hoje, em vias de ser abandonado milho.
forma com a castanha-do-pará os dois mais importante~
produtos extrativos. Principais Culturas Envolvidas na Produção Agrícola
Pesca: o peixe é a principal fonte de proteína animal e é Corretivos e fertilizantes são empregados apenas na cultu-
capturado, principalmente, nos rios Nhamundá, Bom Jar- ra do cacau, onde o controle fitossanitário é feito, inclusi-
dim e no lago de Piraruacá, os mais piscosos. ve, mecanicamente. É a única cultura que recebe tratamen-
to sistemático (combate e profilaxia).
Rede, malhadeira, arpão, tarrafa e anzol são os meios de
captura mais empregados A juta e a malva são afetadas, principalmente, pela cigana
(um pássaro amazônico da família dos Opistocomídeos -
Opísthocomus crístatus - semelhante aos "jacus", que
Principais Espécies de Pescado
ataca as folhas, de preferência as mais novas e os brotos) e
o camaleão, que também tem preferência por essas mes-
mas partes; o milho e a mandioca são afetados pela
Arauanã Plrapitinga lagarta, e o arroz pela graúna (pássaro também denomina-
Curimatã• Surubim do "iraúna" ou "pássaro-preto", que ataca os grãos do
Pacu• Tambaqui• cereal, quando ainda no cacho).
Pescada· Tucunaré•
Pirarucu
Praga comum a toda essas culturas é a saúva, única
controlada. Esse controle é feito por Formicida Tatu e
Espécies de maior incidência
formicidas em forma de iscas.
O período do ano em que a pesca atinge maior significado Não se realiza a consorciação de culturas e o solo uma vez
econômico vai de setembro a janeiro. limpo é explorado por um ciclo de cultura de arroz, após o
que planta-se a mandioca, deixando-se depois a área por
Pirarucu é o único peixe exportado e tem como principal conta da capoeira. Nova área passa a ser ocupada e o
importador o mercado de Belém. agricultor só retoma à primeira depois que a nova cobertu-
ra vegetal tenha atingido o estágio de capoeirão.
Não existe cooperativa no st:tor
A mecanização agrícola só é empregada na cultura do
Vários fatores dificultam a expansão e desenvolvimento cacau e mesmo a tração animal é pouco utilizada.
das atividades pesqueiras, dentre os quais o número
reduzido de pescadores profissionais (a maioria tem na Não existe hábito em se consumir verduras e legumes; a
agricultura sua principal ocupação); o baixo nível de capi- horticultura nem em fundo de quintal é desenvolvida.
talização do setor; pequeno mercado consumidor; falta de
assistência técnica; falta de gelo de boa qualidade e Laranja, mamão, abacate e banana são, embora pouco, as
dificuldade em colocar o pescado produzido em outros únicas frutas produzidas, mas somente para consumo
mercados. próprio.
Um ambulatório, mantido pela paróquia, com apenas uma A estrutura urbana das duas cidades é do tipo quadriculada
enfermeira prática é a única unidade de saúde da sede e a ocupação do solo urbano é mista.
municipal. Terra Santa possui um posto médico, onde o
campu~ avançad<;> da Universida?e F~d.eral Flu~inense, Quanto à urbanização, Faro só possui três ruas com
em Obtdos, mantem uma enfermetra prattca, um medico- meio-fio; perfis adequados; aproximadamente 1OOm de rua
substituído todo mês - e um dentista. pavimentada no centro da cidade;uma praça e nenhuma
arborização. Terra Santa tem perfis adequados; uma praça;
Serviços Básicos nenhuma rua pavimentada; nenhum meio-fio e nenhuma
rua arborizada
a) Trans~?r~e Rodovi~ri_o:. Faro-:Terra Santa é a principal
vta rodovtana do mumctpto. Mutto precária, essa estrada Como locais de recreação, numa e noutra cidade, só há
torna-se quase intransitável no inverno quando cnuvas uma praça e um campo de futebol.
torrenciais caem sobre a região.
Os principais equipamentos urbanos de Faro são: uma
b) Transporte Fluvial· o Nhamundá é o principal rio nave- delegacia, uma cadeia com uma cela, uma pensão e um
gável e permite a navegação de embarcações de grande posto de gasolina. Em Terra Santa há um distrito policial,
porte. Não há influência negativa do clima sobre a navega- uma cadeia com uma cela, dois postos de abastecimento
bilidade. Em 1970, o nível desse rio baixou él tal ponto que de combustível e uma pensão.
dificultou bastante a navegação, tendo sido esse o único
ano que isso ocorreu A sede municipal e o distrito não possuem um plano
diretor básico de desenvolvimento urbano
Levado há alguns anos por forte enchente, o trapiche de
Faro ainda não foi recuperado. São precárias as condições
do ancoradouro e não existem serviços portuários Terra 4.8 - Município de Parintins (AM)
Santa possui bom trapiche.
As informações foram obtidas no IBGE, na Exatoria Esta-
c) Transporte Aéreo: o município possui duas pistas de dual de Rendas e na ACAR-Amazonas (Escritório de Parin-
pouso; uma em Faro, com extensão de 600m, piçarrada em tins).
precárias condições e que pode receber aparelhos maiores
do que um bimotor pequeno; a outra em Terra Santa, ASPECTOS FÍSICOS com uma área de 3.646 km2, 0
1 200m, também piçarrada, mas em boas condições de Município de Parintins acha-se situado na zona fisiográfica
operacionalidade, por ser mantida pela FAB, pode receber do médio Amazonas e tem como limites o Estado do Pará e
aeronaves do tamanho do Catalina. os Municípios de Nhamundá, Barreirinha, Urucará e Uru-
curituba É a seguinte a posição geográfica de Parintins
Nenhuma companhia de táxi-aéreo opera no município, 02°27' latitude Sul e 56°14' longitude WGr ; distancia-se,
mas são comuns vôos fretados. em linha reta, da capital do Estado, 371 km e sua altitude é
de 15m
d) Comunicações: não existem serviços de telefonia em
todo o município. Faro possui uma agência de correios e ASPECTOS DEMOGRÁFICOS: segundo o Censo Demográ-
telégrafos, enquanto Terra Santa, apenas uma agência fico de 1970, residem no município 38.086 pessoas e a
postal. densidade populacional é de aproximadamente 1O
hab/km2
Não possui radiodifusora, mas são captadas estações de
Belém, Manaus, Rio, São Paulo e outras regiões. Quanto à Situação Domiciliar e Distribuição Etária da População
televisão, nenhuma imagem é recebida.
FAIXAS ETÁRIAS
Jornais e revistas só chegam a Faro ou Terra Santa quando ZONA ZONA
TOTAL
trazidos por alguém vindo de Manaus, Belém e Santarém. URBANA RURAL
Oa 14 anos 15 a 59 anos + de 60anos
O município conta com duas usinas de extração da essên- Fato interessante notado em Parintins é que aqueles que
cia do pau-rosa, que tem como principais mercados im- se ocupam da agricultura de várzea geralmente vão para a
portadores o Centro-Sul do País e os EUA cidade onde ficam em casa de parentes, ou mesmo
amigos, quando suas terras são tomadas pelas águas no
Os demais produtos são exportados para Manaus, Belém e inverno (período chuvoso), só retornando após a vazante
Óbidos (principal município beneficiador da castanha do
médio Amazonas). Dentre esses a castanha é a que tem Das culturas desenvolvidas a de maior significado é a juta,
maior volume comercializado. constituindo-se no suporte econômico mais importante do
setor agrícola. Ela é beneficiada no próprio município,
O sistema de comercialização predominante é o de inter- sendo exportada em forma de fios e sacos; pequena
mediarismo, o setor não possui nenhuma unidade coope- quantidade de juta em fardos sai do município.
rativa.
Principais Culturas Envolvidas na Produção Agrícola
Pesca:o peixe é a principal fonte de proteína animal do
município Constituem-se nas maiores potencialidades Ano: 1974
piscosas· o rio Amazonas, os paranás do Limão e do
Ramos, além dos lagos do Arrozal, do Poção e Macurí- ÁREA
canã. Este último é o mais importante fornecedor de CULTURAS CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
pescado para a sede do município. (h a) (t) (kg/ha)
Quanto à participação relativa dos imigrantes na agri- A única forrageira plantada nas várzeas é a colônia (Bra-
cultura, os japoneses representam 5% do total e se chiaria mutica Fors & Stapf), conhecida em outros centros
dedicam à juta e à horticultura, principalmente. Os nor- como capim-angola, bengo, capim-de-planta, etc., que é
destinos e seus descendentes dedicam-se a diversas ati- uma gramínea tida como de bom valor nutritivo e de
vidades agrícolas e representam boa parcela dos que se excelente palatabi Iidade.
ocupam nesse setor
Na terra firme as forrageiras naturais mais comuns são
O único produto agrícola exportado é a juta. É comer- patchuly, gramínea de porte ereto, em touceira, bastante
cializada bruta para São Paulo e industrializada (fios e persistente e muito pouco apetecível, é um capim de
sacos) para o resto do país e Argentina pouco predomínio, grosseiro, não recomendável à alimen-
tação do gado bovino; taripucu, também encontrado nas
O setor já chegou a possuir três cooperativas, que foram partes mais altas das várzeas, é de pouca preferência dos
extintas por faltar boa administração e não existir uma criadores. por ser grosseiro, apesar da relativa palata-
consciência voltada para o cooperativismo. bilidade; papuam, bastante semelhante ao mato-grosso,
menos denso, de hábito decumbente, pouco resistente ao
Como principais fatores que obstaculizam o desenvolvi- pisoteio: mato-grosso (Monolepis aturensis NBK) - apa-
mento agrícola pode-se citar: a situação fundiária atual race espontaneamente em áreas recém-desmatadas e é a
(1.237 imóveis cadastrados, com reduzidíssimo número de gramínea natural mais utilizada no criatório de terra firme.
títulos definitivos emitidos); baixo nível de capitalização Apesar do seu cheiro agradável, parece ser uma gramínea
do setor; não-fixação do homem na terra firme; tradição pouco palatável e apresenta pouca resistência ao fogo.
agrícola de monocultura e assistência técnica insuficiente,
por não atingir a todos os produtores. Mais numerosas, as forrageiras de terra firme, plantadas,
são as seguintes: pangola (Digitaria decumbens Stenf)
Pecuária: com uma população bovina de aproximadamente - é um capim de ótima palatabilidade, perene e de
30.000 cabeças, o rebanho de Parintins é formado de excelente valor nutritivo Entretanto, na região, em conse-
mestiços, Nelore, Guzerá, Indu-Brasil e Gír. Embora em qüência das condições climáticas ou da falta de manejo
pequena escala, a criação de búfalos começa a ser desen- adequado, não tem resistido bem ao pisoteio, o que tem
volvida no município e está sendo bastante incentivada prejudicado a sua aceitação no meio criatório; colonião
pelas boas perspectivas que apresenta. (Panicum maximum Sacq), gramínea exigente quanto às
condições físicas do solo, vegetando bem em solo de
Como fatores que limitam o desenvolvimento da pecuária Na zona rural, devido às enchentes, o período letivo nas
no município pode-se citar: o baixo nível de capitalização regiões de várzea não é o mesmo que nas de terra firme. Na
dos pecuaristas, a situação fundiária (idêntica à da agri- várzea as aulas vão de setembro a abril e na terra firme de
cultura), a dependência do criador à várzea e assistência março a novembro, com 68 professores leigos treinados.
técnica insuficiente, não alcançando a todos os pecua-
ristas. Na zona urbana existem 285 normalistas, sendo 58 com
licenciatura de curta duração. Dessas 58, 50 são concur-
Abastecimento: o município não possui uma infra-estru- sadas e 8 não. Só existe um secundarista formado.
tura de armazenagem que possibilite o estoque dos pro-
dutos agrícolas. Por outro lado a capacidade de armaze- Saúde: as principais endemias rurais são: as gastroen-
namento do produtor é muito baixa, o que o obriga a terites, com dois a três casos de morte de crianças por mês
comercializar seus produtos assim que colhidos, dimi- no verão; as vermin9ses, bastante generalizadas entre a
nuindo a possibilidade de conseguir preços melhores por
aquilo que produz.
Essas vias apresentam boas condições de tráfego durante Não é provida de rede de esgotos, valendo-se a população
todo o ano, não sofrendo danos significativos no período de fossas secas
das chuvas, apesar de não pavimentadas.
Somente o centro da cidade possui rede de galerias para
b) Transporte Fluvial· os principais rios navegáveis (com captação de àguas pluviais, com uma extensão que não
carga útil máxima possível de ser transportada durante ultrapassa a 300m.
todo o ano) são os seguintes:
HABITAÇÃO E URBANISMO o Município de Parintins
possuía, em 1975, 585 casas de bom acabamento e 7 123
Rio Amazonas (qualquer calado)
moradias de construção inferior (dados do Setor Ama-
zonas da SUCAM)
Paraná do Ramos (qualquer calado)
A estrutura urbana de Parintins é quadriculada e não
Rio Mamuru (50 t - jan/set e 10 a 20 t - out/dez)
existem áreas específicas para residências, comércio,
diversões, etc., sendo mista a ocupação do solo urbano.
Rio Uaicurapá (50 t - jan I set e 1O a 20 t - out/ dez)
ASPECTOS FÍSICOS: um dos menores municípios do Agricultura os principais produtos são juta e mandioca. o
Estado do Amazonas, Barreirinha possui uma área de milho, o arroz e o feijão são plantados apenas para
5.577km2 e limita-se com os Municípios de Maués, Parin- consumo no município.
tins e Uricurituba e com o Estado do Pará A sede muni-
cipal está a 16m de altitude e tem como coordenadas
geográficas 02°48' de latitude Sul e 57°04' de longitude Principais Culturas Envolvidas na Produção Agricola
WGr Dista, em linha reta, 353km da capital do estado. Ano: 1974
I
remetida para Parintins. A castanha é exportada para
Belém, Manaus e Parintins. Os principais entraves ao desenvolvimento do setor são a
falta de títulos de propriedade das terras e o conseqüente
Nunca existiu cooperativa no setor. impedimento de obter crédito bancário.
Pesca: o peixe é a principal fonte de proteína animal do Pecuária: uma população bovina de pouco mais de 6.000
município e é capturado em grande quantidade no lago cabeças de mestiços de Nelore, Guzerá e Gir está distribui-
Meruxinga e em pequena escala no rio Andirá. da por cerca de 140 proprietários.
lndustria além das serrarias já mencionadas, existe uma e) Energia: uma central elétrica da Celetramazon com dois
olaria que atende ao consumo local grupos geradores, um de 144kW e outro de 75kW, está
ligada a cerca de 50% da cidade.
O principal entrave ao desenvolvimento do setor é a falta
de capital. Com combustível pago pelos moradores e grupos gerado-
res pertencentes à prefeitura, estão supridas de eletricida-
Como lugares de potencialidades turísticas do município de as seguintes vilas: Pedras, Cametá, Boca do Andirá,
destacam-se as praias do rio Andirá Freguesia, Terra Preta do Castanha! e Ponte Alegre.
O corpo docente municipal é constituído por 14 normalis- Um centro social, com salão de baile e salão com palco
tas e 70 professoras leigas. para teatro, um clube social, só para dança, um campo de
futebol gramado com arquibancada e uma quadra cimenta-
Saúde: a ocorrência de casos de malária atualmente é rara, da com arquibancada constituem os locais de recreação de
a incidência de verminoses é elevada, assim como a de Barreirinha. ·
gastroenterites, que ainda provocam mortes de crianças,
mesmo na cidade. Os casos de lepr;i e de tuberculose são Uma delegacia com uma cela e uma pensão só para
I
raros. refeições constituem os outros equipamentos urbanos. A
cidade não possui plano diretor.
A SUGAM faz duas aplicações de DDT por ano em toda a
área municipal. 4.10 - Município de Maués (AM)
A Unidade Sanitária da Secretaria de Saúde (SESAU) As informações foram obtidas na prefeitura municipal, no
distribui medicamentos contra verminoses e gastroenteri- Escritório da ACAR, na Estação Experimental de Maués e
tes, além de aplicar vacinas nas crianças. na usina da Cia. Antártica Paulista.
A Cia. Ar:tártica Paulista possui em Maués uma usina para Serviços. o comércio local satisfaz às necessidades da
a obtençao do extrato de guaraná, mas pretende transferi- população apenas em produtos de subsistência, e os
la para São Paulo insumos necessários à produção têm que ser comprados
em Manaus
O setor possu} uma cooperativa assistida pela ACAR Em
1974 re~~1u tres toneladas de sementes de guaraná e está A lavoura de guaraná absorve a quase totalidade da mão-
tendo dificuldades de comercializar esse estoque de-obra do município
O único entrave ao desenvolvimento do setor é a falta de Educação: a cidade possui um ginásio estadual que minis-
titulação das terras, que impede a obtenção de crédito, tra ensino da 1 a à 8 a série e mais cinco grupos escolares
po1s a chamada "Lei dos Sucos" abriu novas perspectivas da 1 a à 4a série Desses, um é do estado, três funcionam
para a cultura do guaraná e, além disso, há procura do em prédios da prefeitura com professoras pagas pelo
produto pela indústria farmacêutica estrangeira, principal- estado e um pertence a uma congregação de freiras Está
mente a Japonesa Entretanto, deve-se ressaltar que ainda previsto para 1976 o início do 2 o grau, com os cursos
ex1stem problemas agronômicos sérios, como o da defini- pedagógicos e de comércio Na zona rural funcionam 112
ção das variedades, mas que estão sendo atacados com escolas de classe única 60 totalmente da prefeitura e 52
afinco pela Estação Experimental de Maués. em convênio com o estado Estudam na cidade 2.723
crianças e no interior 2 836 O corpo docente é formado por
Pecuária. a principal fonte de proteína animal é peixe 92 normal istas e 11 O professoras leigas
0
seguido da carne bovina '
Saúde: o município sempre foi muito malarígeno e o
Um rebanho bovino de 17 a 18 mil cabeças de mestiços de trabalho da SUGAM ainda não controla a endemia eficien-
Indu-Brasil, Guzerá e Nelore está distribuído entre cerca de temente, no interior. A incidência de verminose é 'elevada
130 propriedades de fácil acesso durante todo o ano. mas só raramente ocorrem casos de obstrução intestinal:
em crianças do interior, por ascaris (lombriga) Ainda
O sistema de criação é extensivo, tanto na várzea como na existem uns poucos leprosos e a incidência de tuberculose
terra firme. Para esta as melhores forrageiras são a bra- é baixa As gastroenterites são cumuns entre as crianças,
chiaria e o colonião, que chegam a suportar 3 a 4 cab/ ha. A mas os casos de morte são raros.
capacidade média de suporte das pastagens é de 4 a 5
cab/ h a na várzea e 2 cab/ h a na terra firme. Não se A SUGAM realiza duas dedetizações por ano; a FSESP
importam matrizes e apenas um pequeno número de distribui vermifugos e imuniza as crianças que compare-
reprodutores Indu-Brasil tem sido comprado do Pará e da cem à Unidade Sanitária Além disso, em colaboração
~a h ia O g~do. é pouco afetado por doenças e entre elas
com a prefeitura, vacina as crianças do interior e faz
tem 1mportanc1a a aftosa e a raiva, que são controladas campanhas para a construção de fossas.
pelas vacinações feitas pela ACAR, pelo próprio produtor e
por um técnico agrícola autônomo que dá assistência a A Unidade Sanitária da FSESP possui ambulatório e faz
alguns criadores medicina preventiva. A Unidade Sanitária Mista de Maués
da Secretaria de Saúde (SESAU) possui ambulatório, equi-
A prefeitura possui um matadouro, mas a maioria do gado pamento de Raios X, laboratório, sala de cirurgia e 38
é exportada "em pé" para Manaus leitos. Na Unidade da FSESP trabalha um médico e a da
SESAU dispõe de dois médicos, um dentista e uma
O entrave principal ao desenv.olvimento da pecuária é o enfermeira diplomada.
I
mesmo da agricultura: a falta de titulação das terras, que
impede a obtenção de crédito Serviços Básicos
Não existe nenhuma instalação no porto. Maués não possui plano diretor.
300kW e outro de470kW. A rede distribuidora atende a 716 Fonte: Censo Demográfico de 1970
usuários, ou seja, 70% da cidade. As seguintes localida-
des possuem eletricidade produzida por grupos geradores ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS
da prefeitura: Vila Mucajá, Nova Brasília, São Pedro de
Paracuni, Boa Vista, São José do Massanária e São José Recursos Madeireiros: dentre as madeiras existentes no
da· Pedreira.
município praticamente só são exploradas a itaúba e a
virola. Essas duas madeiras são vendidas em toras para
f) Saneamento Básico: um sistema de abastecimento de Manaus.
água construído pela FSESP atende cerca de 70% da
cidade. A água é éaptada em dois poços artesianos e Na cidade há uma serraria de propriedade individual com
filtrada. capacidade de 20 dúzias de tábuas por dia.
Uma minoria das casas possui fossa séptica, mas a quase Extrativismo Vegetal: a castanha-do-pará, com uma prq-
totalidade dispõe de fossas secas. dução de 4.000hl anuais, e o pau-rosa são os únicos
produtos extrativos de importância.
A galeria de águas pluviais totaliza 350m: 250m numa rua e
1OOm em outra, ambas na parte central da cidade. As principais áreas produtoras de castanha são o
Uatumã, o rio Jatapu e o lago Castanho. O pau-rosa é
HABITAÇÃO E URBANISMO: o município possuía, em
I
extraído no rio Uatumã e no igarapé do Tapera.
1975, 345 casas de bom acabamento e 6.553 casas de
construção inferior (dados do Setor Amazonas da SUGAM). Os coletores de castanha, em geral, são financiados pelos
proprietários de regatões (embarcações que vendem ou
A cidade possui estrutura em xadrez e o uso do solo trocam mercadorias e compram ou recebem em troca
urbano é misto. Cerca de 40% das ruas têm calçamento de produtos extrativos) que recolhem a mercadoria e vendem
concreto e meio-fio, sendo que a rua em frente ao rio é para comerciantes da cidade que, por sua vez, revendem
arborizada. Há, ainda, uma praça arborizada e ajardinada. para os beneficiadores em ltaquatiara e Óbidos.
_Agricultura. afora as culturas recém-introduzidas de cacau Não existe matadouro no município e o gado é exportado
e guaraná, onde já se empregam corretivos e técnica "em pé" para Manaus
adequada, o agricultor do município ainda usa sistemas
primitivos. As verminoses, a aftosa, a raiva e as doenças carenciais
(mal-dos-chifres e raquitismo) são as principais moléstias
Em ordem de importância destacam-se as lavouras de que atacam o gado. Os animais dos criadores assistidos
mandioca, arroz e juta pela ACAR são imunizados regularmente contra a aftosa e
a raiva, com vacinas fornecidas pelo Ministério e pela
Principais Culturas Envolvidas na Produção Agricola (Ano: 1974) Secretaria da Agricultura
A suinocultura e a avicultura restringem-se a animais de
ÁREAS quintal
CULTURAS CULTIVADAS PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
(h a) (I) (kg/ha) Nunca existiu cooperativa no setor
A lavoura absorve a maior quantidade de mão-de-obra O ginásio publica um boletim que é vendido na cidade. Os
seguida da pecuária. ' jornais de Manaus só são obtidos por intermédio de
passageiros ou tripulantes dos rrwtores de linha.
Educação: Urucará possui apenas um ginásio estadual que
fornece ensino da 1. a à 8. a série a cerca de 800 alunos. Na e) Energia: a energia é fornecida por uma central termoelé-
zona rural a prefeitura mantém 17 escolas. de classe única, trica das Centrais Elétricas do Amazonas (Celetramazon) e
que atendem a 777 alunos da 1. • à 4. a série. O corpo
90% da cidade estão ligados à rede. A vila de São Sebas-
docente é formado de 29 professores normalistas e seis
tião tem luz de grupo gerador da Celetramazon e está com
leigas. 100% das casas ligadas à rede. A vila de Marapazinho
possui um grupo gerador pertencente à comunidade e
Saúde: a malária está controlada, ocorrendo apenas casos
também, está com 100% das casas I igadas à rede. As vi la~
esporádicos. A incidência de verminoses é moderada na de Santana, de Amanari e do Castanha! possuem grupos
cidade, mas muito alta na zona rural. Antes da instalação geradores pertencentes à prefeitura e a percentagem de
da unidade sanitária, mesmo na cidade, a mortalidade ligações varia entre 70 e 90% das casas.
infantil por gastroenterite não era baixa. Entretanto, na
zona rural ainda ocorrem esses fatos. São conhecidos f) Saneamento Básico: toda a cidade está ligada à rede de
quatro casos de lepra e. anualmente, são mandadas para abastecimento de água, que é obtida de poço artesiano e
tratamento cerca de dez pessoas com tuberculose. A tratada com cloro. Cerca de 80% da vila de São Sebastião
hepatite é comum na cidade. são abastecidos com água de poço artesiano não tratada.
A SUCAM realiza normalmente duas dedetizações por ano. Poucas casas são dotadas de fossas sépticas; quase todas
A Unidade Mista de Urucará da Secretaria de Saúde possuem fossas secas.
(SESAU) fornece medicamento para verminoses. Além
disso, pratica as imunizações correntes nas crianças de HABITAÇÃO E URBANISMO: o município possuía, em
todo o município. 1975, 65 casas de bom acabamento e 2 044 moradias de
construção inferior (dados do Setor Amazonas da
A Unidade Mista de Urucará possui ambulatório, sala para
SUCAM).
pequenas cirurgias, 20 leitos, laboratório, aparelhagem de
Raios X e gabinete dentário. Nela trabalham dois médicos,
um dentista e três enfermeiras práticas. Além disso, A estrutura da cidade de Urucará é quadriculada e o uso do
a pr.elazia de Urucará possui equipes volantes que fazem solo urbano é misto.
curativos.
Cerca de 90% da cidade possuem calçamento de concreto
e meio-fio. A explicação dada para esse fato é a de que um
Serviços Básicos prefeito usou a verba do Fundo Rodoviário para pavimentar
as ruas. Cerca de 20% da cidade estão arborizados e pos-
a) Transporte Rodoviário: o Município de Urucará possui suem duas praças não ajardinadas.
37km de estradas não revestidas, sendo 1Okm de Urucará a
lago de Castanho, 15km de Urucará a Amanari, 2km, já
construidos, da estrada que ligará Urucará a São Sebastião Para recreação existem dois clubes sociais, só com salão
e 10km da comunidade de Sororoca às colônias. No de dança, um cinema, dois campos de futebol sem arqui-
inverno essas estradas só dão passagem a veículos que bancada e uma quadra cimentada.
possuem tração nas quatro rodas.
Como equipamentos urbanos, Urucará conta, ainda, com
b) Transporte Fluvial: os rios Uatumã e Maripá e o paraná uma del_egacia, um presídio de duas celas e um posto de
de Urucará são navegáveis durante todo o ano e o lago abastecimento para barcos, com combustíveis e lubrifican-
Marajá só na época das cheias. tes
c) Transporte Aéreo: o município não pos:>ui pista de Os dados foram levantados na prefeitura local
I
pouso. ASPECTOS FÍSICOS. com uma área de 19.996km2 situa-se
na zona fisiográfica do médio Amazonas e limita-se com
d) Comunicações: a cidade de Urucará possui serviço os Municípios de Silves, Airão, Urucará e Urucurituba.
telefônico manual e está ligada à rede de microondas da
Embratel. A sede municipal está a 18m de altitude, tem como
coordenadas geográficas 02°45' de latitude Sul e 58°01' de
Uma agência postal telegráfica atende a população da longitude WGr. e dista, em linha reta, 227km da capital do
cidade. estado.
Fonte: Censo Demográfico de 1970 As principais áreas produtoras de juta são as várzeas.
Existe, em funcionamento, uma pequena serraria que tira Principais Culturas Envolvidas na Produção Agrícola
8 dúzias de tábuas por dia e está em instalação uma outra
para 40 dúzias, em oito horas de trabalho. ARÉA
CULTURAS CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
Praticamente, toda a madeira destina-se ao mercado inter- (ha) (I) (kg/ha)
no Mesmo as tábuas vão para Manaus.
Arroz 20 24 1 200
Extrativismo Ve_getal. uma produção de 500hl anuais de
Juta fibra 550 715 1 300
castanha é obtida no rio Uatumã. Nas cabeceiras do
Mandioca 400 4 400 11 000
mesmo rio são colhidas cerca de 2t de borracha. Com uma
produção atual de 100 tambores de essência, por ano, Milho 13 11 800
estão se extinguindo as reservas do pau-rosa O açaí,
existente nas várzeas. só é aproveitado pela população A terra firme produz mandioca e arroz durante dois a três
local para o preparo do vinho anos seguidos e necessita ficar em pousio durante cinco
anos
A castanha é embarcada, quase toda, para ltaquatiara
Apenas uma pequena parte vai para o Estado do Pará. Em A fruticultura e a horticultura são pouco difundidas e o
geral é vendida, sem intermediários, pelo dono do casta- hábito de consumo é restrito. Plantam-se, em pequena
nha! escala, abacate, banana e laranja e cultivam-se, em fundo
de quintal, tomate, couve e alface
Pesca: o peixe é a principal fonte de proteína animal do
município A maior parte da produção é obtida nos lagos O principal entrave ao desenvolvimento do setor é a falta
do Santos. Jarucu. do Arroz, Aricuru e Mabará de financiamento e de mercado comprador
O arpão, o anzol e a tarrafa são os intrumentos de pesca PecJLária. um pequeno rebanho de mestiços de Nelore e de
mais usados. A malhadeira é pouco empregada Gir é criado solto na várzea e nos pastos de terra firme O
boi "em pé" é exportado para Manaus e ltaquatiara
Principais Espécies de Pescado As principais doenças que afetam o gado são a aftosa e o
mal-do-chifre.
Curimatã Pirarucu·
Jaraqui Sardinha
A Secretaria de Produção (SEPROR) fornece gratuitamente
Pacu
a vacina contra aftosa e deu um curso para ensinar aos
Tambaqui
fazendeiros a maneira de aplicá-la.
Pescada Tucunaré
O principal entrave ao desenvolvimento do setor é a falta
Espéc1es de maior incidência
de capit.al.
I
quando as águas estão baixas.
Indústria apenas uma pequena usina de beneficiamento
Não existem no município pescadores profissionais. Qua-
de arroz funciona no município.
se toda a população pesca quando não tem trabalho na
lavoura ou no extrativismo.
Pela beleza da paisagem apresentam potencialidade tu.rís-
O maior entrave ao desenvolvimento do setor é, no mo- tica o rio Uatumã e o lago Madruba e, por cooter mUltas
mento, a falta de uma fábrica de gelo. plantas de vitória-régia, o lago Jurucu
ltapiranga possui uma agência postal telegráfica Recursos Madeireiros: no município não existe mais ex-
ploração de madeira; entretanto, alimentadas por toras.
e) Energia: uma central termoelétrica da Cetetramazon vindas de outras áreas funcionam quatro serrarias: Serraria
com dois grupos geradores de 170kW, que trabalham Progresso, Nibro do Amazonas S.A., ltacoatiara Industrial
alternadamente, fornece luz a cerca de 60% da cidade. S.A. e Obras Sociais Cerâmica e Serraria.
Não existe energia elétrica nos núcleos do interior do A maioria da madeira serrada destina-se ao mercado
municipio.
I
Juta fibra 3 930 5109 1300
outros estados porque, no Amazonas, com a finalidade de
Malva 160 208 1300 aumentar o rebanho estadual, tanto o Banco do Brasil
Mandioca 270 3.240 12.000 como o Banco do Estado só financiam á compra de
matrizes se elas forem adquiridas fora do estado.
Não é comum a consorciação de lavour;is; apenas cos- O boi é exportado "em pé" para Manaus (Frigomasa) por
tumam sombrear as plantações jovens de guaraná, com via fluvial ou pela estrada d~ rodagem. Na cidade o gado é
mandioca e as de cacau, com bananeiras. abatido no matadouro municipal.
I
com licenciatura curta, 76 normalistas na zona urbana, Uma agência postal telegráfica, na sede, atende a todo o
quatro nórmalistas na zona rural e 111 professoras leigas. município.
Os dados foram levantados na prefeitura local Apesar de existirem no município alguns pescadores pro-
fissionais, nunca existiu colônia ou cooperativa
ASPECTOS FÍSICOS: um dos menores municípios do
estado, possui uma área de cerca de 6 600km2 e está Agricultura: as principais lavouras são as de juta e de
localizado na zona fisiográfica do médio Amazonas. malva que, juntas, dão uma produção anual de 400t
Limita-se com os Municípios de Careiro, Borba, Nova Seguem-se as de mandioca, de milho e de feijão
O/inda do Norte e ltaquatiara
Principais Culturas Envolvidas na Produção Agricola (Ano: 1974)
A cidade de Autazes tem como coordenadas geográficas
03°36' de latitude Sul e 59°08' de longitude WGr , e dista,
em linha reta, 11 Okm de Manaus. ÁREA
CULTURAS CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS (ha) (!) (kglha)
I
Situação Domiciliar e Distribuição Etária da População
Feijão 60 54 900
FAIXAS ETÁRIAS Juta fibra 660 792 1 200
ZONA ZONA Malva 96 96 1 000
TOTAL URBANA RURAL Oa 14 anos 15 a 59 anos +de 60anos Mandioca 300 3 000 10.000
Milho 150 120 800
17 725 874 16 851 9140 8 046 539
Fonte: Censo Demográfrco de 1970 O vak'l do paraná Autás-Açu é a principal área de lavoura
Cerca de 3 000 cabeças de gado "em pé" são exportadas A SUGAM aplica DDT, duas vezes por ano, em todas as
anualmente para Manaus casas do município e a unidade sanitária vacina todas as
crianças da cidade e as do interior que são trazidas.
As principais doenças que afetam o rebanho são: a aftosa,
cuja incidência diminuiu de 70% depois da introdução da A Unidade Sanitária da Secretaria de Saúde possui ambu-
vacina, e o mal-do-chifre, que alguns criadores contro- latório e consultório dentário Faz medicina curativa e
lam fornecendo ao gado sal mineralizado preventiva. Além disso, dá curso para as parteiras práticas,
ensina enfermagem à pessoas da zona rural e faz cam-
panhas de higiene bucal. Nela trabalham uma médica, uma
Aves e suínos são criados apenas para consumo próprio dentista e uma enfermeira diplomada.
As localidades de Novo Céu, Autás-Mirim, lago Sampaio e Recursos Madeireiros: destacam-se como as mais impor-
Urumituba possuem luz fornecida por grupos geradores da tantes espécies de madeiras exploradas a itaúba, a maça-
prefeitura randuba, o louro-preto e o louro-inhamuí.
As quatro ruas principais e três transversais possuem Quanto à comercialização, a da castanha é feita diretamen-
meio-fio e são calçadas com placas de concreto te do coletor ao comerciante e este último financia a
coleta; a do pau-rosa se dá entre o proprietário da usina de
extração da essência - que também financia a coleta - e
Um Centro Social Cultural, praticamente concluído com o coletor, mas o intermediarismo aí se faz presente.
salão de baile, palco e equipamento para aulas de pr~ndas
domésticas, um salão de baile de boa categoria e quatro Nenhuma cooperativa serve o setor.
inferiores, um campo de futebol de terra e uma quadra
cimentada constituem os locais de recreação de Autazes. Pesca: o peixe é a principal fonte de proteína animal do
município e é capturado, principalmente, nos lagos do Rei,
Duas pensões para refeições, uma delegacia com duas Semoacà, Manaquiri e Autás-Mirim Os rios são piscosos
celas e um posto de abastecimento de combustíveis e somente na época de piracema, geralmente nos meses de
lubrificantes constituem os outros equipamentos urbanos agosto, setembro e outubro.
da cidade.
Principais Espécies de Pescado
ASPECTOS FÍSICOS: um dos menores municípios do Malhadeira, arrastão, espinhei, anzol, tarrafa e arpão são
estado, Careiro possui uma área de 7.503km2 e está os principais instrumentos empregados como meios de
localizado na zona fisiográfica do médio Amazonas. Limi- captura.
I
ta-se com os Municípios de Autazes, ltaquatiara, Manaca-
puru e Manaus A sede fica a 30m de altitude e dista de Careiro não conta com uma colônia de pescadores, estan-
Manaus 33km em linha reta. do alguns dos profissionais, que se ocupam no setor,
filiados à colônia de Manaus.
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS: conforme o Censo Demo- Os principais entraves à expansão do setor são o mercado
gráfico de 1970, moram no município 40.768 habitantes e a consumidor pequeno, a falta de um frigorífico que possibi-
densidade populacional é de, aproximadamente 5 4 hab/ lite conservar o pescado para sua colocação em outros
km2. ' ' mercados e o desenvolvimento da pesca predatória, princi-
Principais Culturas Envolvidas na Produção Agrícola Vários fatores se constituem em obstácul.os ao desenvolvi-
Ano: 1974 mento da agricultura, destacando-se como os mais impor-
tantes: o baixo nível de capitalização do setor; a irregular
ÁREA
situação fundiária; a assistência técnica insuficiente, por
não atender à significativa porcentagem dos agricultores, e
CULTURAS CULTIVADA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE
dependência do setor às áreas de várzea, pela não-fixação
(h a) (I) (kg/ha) do homem na terra firme.
Juta fibra 3 050 3 660 1 200 Pecuária: com uma população aproximada de 25.000 cabe-
Malva 40 60 1 500 ças, o rebanho bovino de Careiro é composto principal-
Mandioca 165 2 310 14 000 mente de mestiços de Guzerá e Indu-Brasil. Alguns criado-
res possuem o meio-sangue Holandês, que parece ter
encontrado condições favoráveis de adaptação. Apesar de
Milho x feijão e juta x milho são os dois tipos de incipiente, a bubalinocultura mostra-se promissora.
consorciamento mais comumente empregados.
É bastante grande o número de propriedades que se
As áreas de várzea são de fundamental importância para a dedicam à pecuária, embora seja reduzido o número das
economia local, uma vez que a quase totalidade da produ- que se dedicam, unicamente, a essa atividade.
ção agrícola do município é conseguida através da explora-
ção dessas áreas, cabendo à terra firme parcela pouco Na época de cheias o acesso a algumas dessas fazendas
significativa da produção total; daí figurarem como pro- só é possível através de embarcações.
dutos mais impqrtantes as culturas temporárias.
Quanto ao sistema criatório, predomina o extensivo, com
É insignificante o emprego de corretivos e fertilizantes e o poucos criadores realizando rotação de pastagens na terra
controle fitossanitário é realizado em hortaliças por todos firme, onde a capacidade de suporte não ultrapassa a 1
os horticultores e nas culturas de arroz e milho por alguns rês/ha durante o ano. Na várzea, nenhum criador emprega
agricultores. O arroz é atacado, principalmente, pelo o sistema rotacional e a capacidade de suporte, muito
"papa-arroz", a pipira (também conhecida por tiê-sangue) e baixa comparada com a maioria dos municípios paraenses
o canário, pássaros que,atacam os .grãos desse cereal, pesquisados está em torno de 3 a 4 cab/ ha.
quando no cacho e logo após o plantio, antes de se dar a
germinação. O "rato-da-roça" é uma praga comum ao arroz O municlpio importa reprodutores Guzerá e Nelore, em
e milho e é controlado com raticida e ratoeira. grande quantidade, de Minas Gerais (Triângulo Mineiro).
Matrizes são importadas em número bastante reduzido,
A Secretaria da Agricultura do estado presta assistência
predominando as de raça Holandesa pura e meio-sangue,
motomecanizada à pequena parcela de agricultores, princi- além das duas já mencionadas.
palmente no preparo da terra para o cultivo do milho.
A "bacia leiteira" é relativamente bem desenvolvida, com
Desenvolvida na várzea, a fruticultura chegou a ocupar uma produção diária de 12.000 litros de leite escoados para
lugar de destaque na economia do município, onde a o mercado de Manaus.
grande produção de laranja e banana tinha assegurado
significativa parcela do mercado consumidor de Manaus. Para Manaus também se destina toda a produção de carne
As últimas enchentes - mais drásticas - reduziram exportada do município. O boi sai "em pé" e é comercial i·
a
consideravelmente produção frutícola, que já não ocupa zado com a Frigomasa, frigorífico de grande porte localiza-
mais a posição econômica antes ocupada. do na capital.
Na horticultura o tomate, o quiabo, o maxixe e a abóbora Careiro não possui matadouro municipal e a carne coloca-
são os mais produzidos e todo o excedente destina-se a da no mercado local é toda proveniente de matanças
Manaus. realizadas por criadores, nas próprias fazendas.
Feijão, arroz e carne em conserva são os principais produ- O ancoradouro é precário, possuindo apenas escada
tos de subsistência importados, todos eles vindos de
Manaus c) Transporte Aéreo o município não possui pista de
pouso.
Indústria: é insignificante a importância deste setor na
economia do município Apenas uma usina de extração de d) Comunicações: não há serviços de telefonia e telégrafo,
óleo de pau-rosa funciona no Distrito de Mamori. O apenas uma agência postal serve a população.
principal problema que tem impedido a instalação de
indústrias é o território do município estar quase todo em Não existe estação radiodifusora. São captadas as esta-
terra de várzea sujeita a in!Jndações ções de rádio do Brasil e de outros países e as imagens de
televisão de Manaus
Quanto às potencialidades turísticas, destacam-se o lago
do Passarinho, na região do Cambiche, e a região do Não há imprensa escrita e são recebidos os jornais trazi-
Janoacá, onde a Selvatur possui uma fazenda e hospeda dos pelos passageiros dos motores da linha Manaus-Carei-
grupos de turistas. ro
Serviços. o comércio atende satisfatoriamente a popula- e) Energia: a energia é gerada por uma usina termoelétrica
çao; entretanto, as pessoas que dispõem de transporte da Celetramazon (Centrais Elétricas do Amazonas) e está
fazem compra em Manaus, onde os preços são mais ligada a toda a cidade (cerca de 40 casas).
baixos.
As vilas de Germacá e Manguiri possuem grupos geradores
I
A maior quantidade de mão-de-obra é absorvida pela de propriedades da prefeitura, estando ligadas à rede
pecuária, seguida da agricultura. quase todas as casas das vilas. No interior algumas
fazendas possuem motores próprios.
Educação: Careiro possui apenas o ensino do 1 o. grau. Na
sede um grupo escolar estadual possui as oito séries e em f) Saneamento Básico: a cidade possui abastecimento
1975 atendeu a 221 alunos. Na zona rural funcionam 96 regular de água. Uma rede de 1Okm leva a água, precaria-
escolas em convênio com estado e 96 totalmente óa mente, até Cambiche. A água é bombeada do rio e não
prefeitura, todas de classe única. Além disso, 45 professo- recebe tratamento.
APÊNDICE 11
I
mia nacional e internacional - e ao surgimento de uma a respeito da melhor utilização dessas áreas, 1 especial-
consciência amazônica. mente no que se refere ao desenvolvimento integrado da
agricultura, pecuária e exploração madeireira, considera-
O fator isolamento da Região Amazônica brasileira- diz o das as peculiaridades regionais.
referido trabalho - faz pensar numa forma de integração
física, pela implantação de vias de acesso e de telecomuni- É, portanto, uma atividade complementar aqui apresentada
cações, que tornem possíveis interligações regionais. No por este Projeto (vide mapa de Subsídios ao Planejamento
entar)to, essas condições básicas devem ser acompanha- Regional, em anexo) na tentativa de contribuir efetivamen-
A outra ocorrência, também localizada no Município de Renda bruta ... Cr$ 2 943,00
Monte Alegre, situa-se na serra do Jacaré, 23km a noroeste . Custo total de produção Cr$ 2 536,00 * * *
da sede municipal, sendo propriedade do Sr. Douglas .. Receita líquida (lucro) .. Cr$ 407,00
Carneiro Botelho. Dados numéricos a respeito desta ocor-
rência são, ainda, desconhecidos. Lucro 16%
Custo Total
. 2°. ano
.. Renda Bruta . . . . . . . . . . . .. Cr$ 2.943,00
3.1 2 ....., Recomendações .. Custo total de produção ... .. Cr$1. 756,00 * * *
.. Receita líquida (lucro) •.. Cr$1 187,00
Pequenas (nível familiar), médias e grandes empresas
devem ser implantadas nesta área, tnas de modo dirigido, Lucro = 67,5%
para que sua potencialidade seja racionalmente aproveita- Custo Total
da na exploração de culturas de subsistência, culturas
comerciais e pecuária de leite, visando a auto-suficiência * Este dado só é válido para os solos distróficos da área. Para a Terra Roxa
Estruturada e para o Podzólico Vermelho Amarelo, equivalente eutrófico,
regional em produtos agropecuários básicos e gerando
esse tempo médio de exploração é consideravelmente maior.
produtos de exportação, como suporte econômico.
• • Média das produtividades médias dos municípios a que as Areas B
Quanto à Colônia Agrícola Paes de Carvalho, implantada pertencem.
numa área de aproximadamente 36.000ha, no Município de
Alenquer, sugere-se seja reativada para que alcance os •• • ACAR-PA, Escritório de Belém, e sistemas de produção para arroz e
objetivos que deram causa à sua criação. milho, 1975. ·
. Preços mínimos pagos ao produtor (safra 76/77): Portanto considera-se, para efeito de cálculo, a mandioca
como cultura isolada e ocupando uma área já explorada
. milho (saco de 60kg) ..... . Cr$ 54,00 por outra cultura, o que implica em menor custo de
. feijão (saco de 60kg) . . . . . . . ..... Cr$ 148,20 produção.
A instalação de grandes plantações, com o objetivo indus- Assim sendo, a empresa deverá possuir um campo de
trial, nesta área é bastante viável pela predominância de produção com as seguintes características
Podzólico Vermelho Amarelo distrófico, de potencialidade
bastante semelhante ao Latossolo Amarelo, sobre o qual, 1) Localização Áreas B, pouco distante da cidade de
para a Amazônia, órgãos de pesquisa da região recomen- Alenquer, por onde se escoará a produção até Santarém e
dam a implantação da cultura de mandioca. dai a outros mercados através do porto local e pela
Cuiabá- Santarém:
Segundo o Dr Milton Albuquerque, uma das maiores
autoridades, senão a maior no assunto, do Bras i I, para a 2) Área e Solo: ocupará um terreno de 1O.OOOha em solo do
instalação de uma indústria de grandes proporções, que tipo Podzólico Vermelho Amarelo distrófico
visa a exploração de mandioca para obtenção de fécula
(amido), farinha de mesa e rações alimentares, são neces- 3) Instalações como medida preliminar deverá ser for-
sárias medidas de caráter geral a serem adotadas Vale mado um campo de multiplicação, destinado a fornecer
observar que suas recomendações são feitas para uma área material suficiente e de boa qualidade para a formação do
às margens da Belém-Brasília, onde predomina o La- campo de produção inicial,,tomando em consideração as
tossolo Amarelo distrófico e as condições de mercado são seguintes particularidades
outras. Entretanto, consultado sobre a viabilidade de
instalação de uma indústria nos moldes por ele recomen- a) em média uma planta fornece 20 estacas de 20cm do
dados, na área em estudo, foi categórico em afirmar que tipo recomendável para multiplicação (aproveitamento "''i
esta apresenta todas as características exigidas pelo em- parte lenhosa da haste, exclusivamente);
preendimento.
b) sob o compasso de 1 x 1m ter-se-ão 1O 000 plantas/ ha,
capazes de fornecer material para o plantio de 20ha;
Transcrevem-se, a seguir, as suas recomendações (Albu-
querque, 1969). c) esse campo ou jardim de multiplicação deverá, natural-
mente, ser localizado do modo mais eqüidistante possível
dentro da área destinada à plantação, podendo ser dividida
A) Finalidade da Empresa
em grupos;
Obtenção de produtos comerciais em bases econômicas,
destacando-se a fécula, farinha de mesa e rações alimen- d) a seleção de cultivares é, sem dúvida, o ponto mais
importante que oferece a sua formação, não somente por
tares
proporcionar a escolha do material mais aconselhável para
determinado aproveitamento, como também por evitar a
Fécula. é bem conhecido o seu largo emprego na indústria, utilização de cultivares antieconômícos pela pobreza de
principalmente em tecelagens e no preparo de textina Sua fécula, por baixa produção bruta dé raízes ou ainda por
colocação tanto no mercado interno como externo é fácil, deficiência quanto à ramagem.
dada a grande procura É um seguro produtor de divisas
Além desse itens, é possível aduzir mais alguns de menor
Farinha de mesa: produto tradicional e básico do regime importância, porém também necessários
alimentar de 2/3 da população brasileira, principalmente
do Norte e Nordeste. Tem mercado sempre certo
Parte Tecnológica constante do planejamento da empresa Poucos são os criadores de gado, hoje em dia, indiferentes
a obtenção de variados produtos, será a fábrica estruturada à utilização da mandioca no arraçoamento dos seus reba-
segundo um modelo de "Usinas Combinadas" As circuns- nhos, dado o grande valor nutritivo da parte aérea da
tâncias de ordem geral irão determinar qual o modelo mais planta, que pode fornecer matéria-prima para o praparo de
adequado a adotar rações complementares tão boas quanto a alfafa
As instalações industriais deverão ser feitas em pleria Possibilidade para o cultivo - Há franca possibilidade
plantação, levando-se em consideração, naturalmente, ecológica para o cultivo em quase toda a região. Cons-
outros aspectos de ordem econômica, tais como dispo- tituída, predominantemente, de solos do tipo Podzólico
sição, facilidade de acesso, facilidade de escoamento dos Vermelho Amarelo, pode ser esperada para a Área B uma
produtos etc · produção economicamente compensadora, desde que
sejam tomadas medidas preconizadas por instituições
c) Programa de Produção técnicas Em tal solo, não obstante sua elevada acidez e
fertilidade apenas regular, o emprego de processos fito-
Prevê a empresa, nas bases em que será instalada, a técnicos adequados poderá propiciar produções supe-
seguinte produção: riores a 22t/ha, sem qualquer fertilização artificial.
Fécula - 60% da produção bruta das raízes. Considerações - Mesmo importando grandes qi,Janti-
dades de fécula do grupo de países asiáticos (ex-colônias
Farinha de mesa - 35% da produção bruta das raízes. européias) e do México, os Estados Unidos são ainda um
mercado certo para nossa exportação, desde que o produto
Rações- 5% da produção bruta das raízes mais produção seja de boa qualidade (sabemos que foi precisamente a má
de rama qualidade a responsável pela queda vertical do volume de
nossa exportação para aquele país).
Sob um cálculo não otimista, qual seja, o de atribuir uma E) Considerações Diversas
Produção bruta de raizes de 22t/ha, em média, teremos
66 OOOt como produção total, de 3.000ha. Afora a produção de sua plantação própria, poderá a
I
empresa aproveitar a produção de terceiros, medida essa
Fécula- Na base percentual de 25% serão obtidos 9 900t que pelo seu alcance social poderá tornar-se de todo
necessária. A implantação de um empreendimento com
Farinha - Na rylesma base do precedente produzirá tais vantagens técnicas afetará certamente a economia dos
5.7751. modestos plantadores dispersados em toda a zona, muitos
deles com tradição na cultura. Urge, então, sejam tomadas
Ração - Serão destinadas cerca de 600t em forma de algumas medidas capazes de neutralizar o possível dese-
raspa, principalmente, às quais será acrescentado o pro- quilíbrio a ser provocado. Uma dessas medidas diz res-
Culturas Comerciais*· estas culturas (guaraná, juta, pi- Recomenda-se a implantação desta cultura em solo do tipo
menta-do-reino, cacau, café, seringueira etc.) exigem para Podzólico Vermelho Amarelo, predominante na área, de
o seu desenvolvimento a adoção de um nível tecnológico preferência em relevo suave e com características seme-
bastante ·superior ao empregado, geralmente nas culturas lhantes ao Latossolo Amarelo, para que as melhores
de subsistência, dentro da área estudada Requerem solos manchas, em subdominância, sejam aproveitadas por
de boa fertilidade, o que implica na aplicação de corretivos culturas anuais onde a topografia for suave, e por culturas
e fertilizantes, já que nem todos os solos onde podem ser permanentes mais exigentes, onde o relevo apresenta-se
desenvolvidas apresentam fertilidade considerável; os mais movimentado.
tratos culturais, indispensáveis durànte o cultivo, depen-
dem em grande parte da mecanização e, até mesmo, de A recente criação do Programa Nacional da Borracha -
métodos especiais; a assistência técnica intensiva não PROBOR vem de encontro às aspirações empresariais,
pode faltar para o bom êxito do empreendimento; a aquisi- com uma política especial de linhas de crédito, assistência
ção de sementes selecionadas é imprescindível para se técnica, comercialização e outros instrumentos de fo-
conseguirem produtos de boa qualidade; o armazena- mento à heveicultura.
mento dos produtos tem que ser feito em ambientes
adequados, em muitos casos com controle da temperatura - Coeficientes técnico-econômicos
e umidade etc Tudo isso exige do produtor investimentos
quase sempre vultosos, o que faz aumentar as possibili- . Espaçamento entre plantas: 7m x 3m
dades de maiores fracassos financeiros, quando o ano
agrícola não for favorável, tornando necessárias a escolha . Primeira safra. 8. o ano
correta da área para implantação das culturas e a adoção
de métodos e técnicas preconizadas pelas entidades de . Custo de formação de 1 ha até o 7 o ano. Cr$ 20 450,00
pesquisas agropecuárias da região. (preços de 1975)
I
seringueira se desenvolve naturalmente, pois apresentam . 9. 0 ano
uma precipitação pluviométrica anual em torno de
1.600mm; um período de estiagem definido (junho a .. Receita bruta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Cr$ 5.310,00
.. Custo total de produção . . . . . . . . . . . . . Cr$ 2.950,00
.. Receita llquida (lucro) . . . . . . . . . . . . . . . Cr$ 2.360,00
• Decidiu-se pelo uso do termo "comerciais'' por ser mais abrangente, o que
parece facilitar a compreensão: nele se inserem todas as culturas de Lucro
ciclos curto e longo, que são desenvolvidas com o objetivo único de = 80%
comercialização. Custo Total
Lucro
200% Espaçamento entre plantas 3m x 3m
Custo Total Primeira safra 3 o ano
Custo de formação de 1 ha até o 4 o ano Cr$ 14 560,00
12 o ano (preço de 1975)
Custo de manutenção de 1 ha, a partir do 5 o ano Cr$
Receita bruta Cr$ 1O 620,00 3 000,00 (preços de 1975)
Custo total de produção Cr$ 2 950,00 Produção/ ha (produtividade média)
Receita liquida (lucro) Cr$ 7 670,00 3. o ano 300kg
4 o ano: 600kg
Lucro 5 o ano· 1 100kg
260%
Custo Total 6 o ano e demais 1 200kg
Preço pago ao produtor por kg do produto seco: Cr$ 8,50
13 o ano (preço de 1975)- Rentabilidade/ha (preços de 1975)
I
nesse período, através da irrigação. Lucro = 211 ,6%
Custo Total
Esta cultura deve ser implantada nas manchas de Terra Ro-
xa Estruturada e em áreas constituídas por solos do tipo
Podzólico Vermelho Amarelo equivalente eutrófico, e de 6 ° ano
preferência em relevo com maior movimentação, por pos-
suir o cacaueiro qualidades de planta preservadora das . . Receita bruta ........ . Cr$ 10.200,00
condiçoes ambientais (Silva, 1973). Custo total de produção Cr$ 3.000,00
Segundo Monteiro; Homma; Souza (1973), o cultivo de . Variedade recomendada: "Malva Foguete" (atinge até 4m
Juta (Corchorus Capsularis, L.) deve ser feito em solos que de altura)* .
apresentem de mediana a alta fertilidade. A variedade . Produção/ ha (produtividade média) de fibra seca
IPEAN R-69 (Juta-Roxa) vegeta melhor em terrenos secos e 1.500kg *
altos, enquanto que terrenos baixos e arenosos oferecem Época de corte (início da floração)· aproximadamente
melhores condições para a IPEAN-64 (Juta-Branca) Os seis meses depois do plantio .
terrenos escolhidos para o desenvolvimento desta cultura Preço mínimo pago ao produtor por kg de fibra seca: Cr$
devem ser, preferencialmente, planos e terra firme 3,27 (safra 75/76).
A juta exige calor e umidade para o seu bom desenvolvi- - Rentabilidade/ h a (preços de 1975):
mento, uma precipitação pluviométrica mínima de 800mm,
durante um período de quatro meses e uma temperatura de Receita bruta . . . Cr$ 4 905,00
20°C a 30°C Custo total de produção . Cr$ 2 240,00*
Receita líquida (lucro) . CrS 2.665,00
Todas essas condições são muito bem satisfeitas nas
Áreas B, de onde sai toda a semente de juta necessária á Lucro = 118 ,9 %
produção do juta-fibra dos Estados do Amazonas e Pará Custo Total
(vide Apêndice l-Diagnóstico Sócio-Econõmico), consti-
tuindo-se o Município de Alenquer no maior centro produ- 3 1 3 11 - Bovinocultura
tor de juta semente do Pais
A pecuária bovina inten_siva, em especial a leiteira, parece
- Coeficientes técnico-econõmicos ser a mais indicada às Areas B para que o espaço ocupado
por essa atividade seja o menor possível, p~oporcionando a
Produção/ ha (produtividade média) de semente 265,5kg algumas culturas aqui estudadas a possibilidade de apro-
(safra 1971 /72)* veitamento dos solos de boa fertilidade
Preço mínimo pago ao produtor por kg: Cr$ 8,50 (safra
76/77) As condições de salubridade para o gado bovino na~ Áreas
B e de mercado na região oferecem boas perspectivas ao
- Rentabilidade/ha (preços de 1976): desenvolvimento da pecuária leiteira Os municípios a que
pertence esta área e os circunvizinhos apresentam insufi-
Receita bruta .. Cr$ 2 256,75 ciente produção de leite para satisfazerem a deman-
Custo total de produção Cr$ 1 720,00* da existente ocorrendo, somente'em Santarém, um deficit
Receita liquida (lucro) Cr$ 536,75 de 14 700 litros por dia do produto in natura, suprido em
parte pelo leite em pó (vide. Apêndic~ l-Diagnóstico
Lucro 31 % Sócio-Econômico) Para que o le1te produzido nas Areas B
Custo Total alcance esses mercados faz-se imprescindível a criação de
serviços de transportes eficientes, sobre a infra-estrutura
básica já existente na região
3 1 3 10 - Malva
I
quando o teor desse nutriente, no solo, é baixo Segundo - Rentabilidade/ha (preços de 1976)
esses ensaios, ainda, o emprego exclusivo da calagem
apresenta resultados bastante significativos ("Relatório de Pela falta de dados econômicos completos, são fornecidos
Atividades do IPEAN"-1973/74). apenas os de custo de formação de 1 t]a de pastagem com
duas espécies de forrageiras e o custo do km de cerca
construído:
• Monteiro, LF.; Homma, A.K.O.; Souza, N.A., 1973 • Albuquerque, C.R.A. & Soares, F.A.J., 1968
I
portanto, os !atores fertilidade e acesso se compensam
nessas diferentes áreas, o que parece mostrar que tanto 3 22 - Recomendações
uma como a outra são vitais para a região e, por isso
mesmo, devem ser aproveitadas dentro de um sistema As Áreas C devem continuar desempenhando o papel que
integrado de utilização econômica sempre tiveram na economia regional, mas sua utilização
terá que ser adequada, possibilitando a transferência de
atividades como a cria e recria de bovinos para as áreas
• ACAR-PA, Escritório de Belém altas, dando curso á fixação do homem na terra firme,
I
Preço mínimo pago ao produtor
Computados os preços de uma moto-bomba de 12,5HP, vazão de
saca de 50kg = Cr$ 75,00 41m3/h, com capacidade de elevar água a 18m manométricos e tubos
para transportes de água no valor de Cr$ 10.000,00, amortizados em
5 anos, período de vida util médio do equipamento
- Rentabilidade/ ha, em áreas não sistematizadas, com
irrigação (preços de 1976) • Valor médio despendido pela Jari Industrial e Comércio S/ A, na
sistematização e cultivo de 1ha.
Receita bruta Cr$ 11 .640,00 • • • Custo aproximado de manutenção geral e cultivo de 1ha. Sistematizado
I
Variedade recomendada "Matva Foguete" (pode atingir do trabalho acima citado e do "Relatório de Atividade -
até 4m de altura)* • 1943174", qo Instituto de Pesquisas Agropecuárias do
Produção/ h a (produtividade média) de fibra seca = Norte - IPEAN (Embrapa)
1 500kg • • • (considerada produtividade média de terra
f1rme, por não se ter conseguido a da várzea) Produção do leite a média da produção dé leite das vacas
bufalas, em rebanhos não selecionados e em regime de
Valois. A C C & Homma A K O , 1972 pastos, é de 4 litros diários. em uma só ordenha, com a
Albuquerque. C.R A & Soares, F A J , 1968
• • • ACAR-PA, Escritório de Bel em • Albuquerque. C R A & Soares, F A J , 1968
I
volumetria em D1 (1,08 a 120m3) e a maior em D2 (122 a
- direta e indireta - grande percentagem da população 137m3), variando as condições de explotabilidade de re-
nortista (400.760 pessoas, aproximadamente, que vive gular a fácil, segundo a avaliação contida no mapa
problemas de abastecimento de leite in natura, principal- "Condições de Explotabilidade" (vide IV-Vegetação); que
mente, e carne, onde o búfalo pode vir a se constituir na se recomenda seja consultado.
solução mais viável para a auto-suficiência dessa região,
nesses produtos,, atenuando a sobrecarga que hoje pesa Como infra-estrutura básica para acesso, escoamento da
sobre o bovino, o que possibilitaria a geração de exce- produção e transferência do gado bovino da terra firme
dentes para a exportação e a diversificação da atividade para a várzea e vice-versa, as Áreas D são dotadas de rios e
Rio Juma navegável por embarcações de tamanho médio Rio Andirá oferece condições de navegabil,idade, desde o
seu alto curso, durante o ano todo a embarcações de
Paraná do Mamori permité a navegação de embarcação de médio calado.
tamanho médio e grande
Rio Uaicurapá. navegável por barcos de grande calado
Paraná Autás-Açu navegável por embarcações de médio
porte Rio Arapiuns navegável por barcos de médio calado
durante o ano todo
Rio Preto do Pantaleão permite a navegação de barcos de
pequeno porte, do alto ao médio curso e embarcações de Rio Curuá-Una permite a navegação de barcos de médio
médio porte, do médio curso à sua foz, no Autás-Açu. porte até a Hidrelétrica de Curuà-Una
Neste último trecho sua largura é considerável, pelo repre-
samento das águas, uma vez que o deságue naquele rio se Rios à margem esquerda do Amazonas
dá por um canal bastante estreito, não se conhecendo as
condições de navegabilidade desse canal Rio Urubu permite a navegação de barcos de tamanho
médio da foz até a cachoeira Caracaraí
Rio Madeira dá plenas condições à penetração de embar-
cações de médio calado até Porto Velho durante o ano Rio Uatumã navegável por barcos de grande calado desde
inteiro sua foz, no Amazonas, até o igarapé Abacate
Paraná do Canhumã navegável por embarcações de pe- Rio Jatapu navegável por embarcações de médio calado
queno porte desde sua foz, no Uatumã, até a cachoeira Rã
Paraná Abacaxis navegável por embarcações de pequeno
calado Rio Nhamundá permite a navegação de embarcações de
grande calado até a Primeira Cachoeira.
Rio Marimari: permite a navegação de barcos de pequeno
calado Rio Trombetas: oferece boas condições de navegabilidade
a embarcações de grande calado até a cachoeira Porteira
Rio Abacaxis navegável por barcos de grande calado.
Paraná Urariá navegável por barcos de grande calado. Rio Paru de Oeste oferece condições de navegabilidade a
barcos de médio calado da sua foz, no Trombetas, até a
Rio Paraconi navegável por embarcações de médio ca- cachoeira do Tronco
lado, possuindo afluentes à margem direita que permitem
a navegação de pequenas embarcações. A sua foz, no Das jazidas minerais existentes na Folha destacam-se as
Urariá, apresenta um estrangulamento, que parece difi- de bauxita, ferro, salgema e gipsita As de bauxita, além de
cultar a transposição para aquele rio. estarem situadas dentro das Áreas C, são as de maior
significado econômico, por se constituírem em fontes de
Rio Apoquitaua permite a navegação de embarcações de uma matéria-prima, no caso o alumínio, de vital importân-
médio calado.
I
cia para a indústria mundial. A jazida de ferro localizada à
margem esquerda do rio Jatapu, Município de Urucará,
Rio Maués-Açu: navegável por barcos de grande calado até tem como coordenadas 01 °30' de latitude Sul e 58°30' de
o encontro das águas do rio Maraú e Paraori, que permitem longitude WGr. O minério de ferro dessa jazida é consti-
a navegação de barcos de pequeno porte. tuído essencialmente de hematita oolítica (80%), magne-
tita e alguma limonita. Por ora, os trabalhos de lavra que
• A plotação dessas estradas, no mapa, é Indicativa de faixas onde as vinham sendo efetuados pela Siderama - Cia. Siderúrgica
condições de relevo e solo viabilizam a sua construção, não significando da Amazônia foram suspensos, prevendo-se para o ano de
que rigidameme devam ser locadas sobre as linhas que as representam. 1976 o seu reinício (vide l-Geologia).
Estas são, portanto, as áreas de terra firme que, embora Quanto aos recursos minerais, é inolvidável que seu apro-
não apresentem a mesma potencialidade das Áreas B, v.eitamento tem que ser feito em benefício de outros
viabilizam, de imediato, levé!ntamento a nível de semi- recursos da região e não em detrimento deles ou da própria
detalhe de seus recursos naturais, para locação de pro- região. São conhecidos, por exemplo, os prejuízos causa-
jetos agropecuários, madeireiros, agromadeireiros e agro- dos indiretamente pela lavra de jazidas de bauxita, ao meio
minerais. natural, principalmente à fauna aquática.
_.=L.::.uc::..:r..::.o_ == 200 %
Custo Total
5.900,00 - 3°. ano:
I
39 0,01
o o o 2 719 0,24 7\9 0,24
o o o 1 35S 0,12 358 0,12
o o o o 665 0,22 665 0,22
Proteção Ambiental por
Imposição Legal 4272 1,45 4272 1,45
Aguas Fluv e Lacl.lstres 18 310 6,20
I
- Primeira safra: 2°. ano de cultivo va. Gire JPEAN., Belém, 13: 1-27, jun. 1968.
-Produção por planta*:
3 _ ALBUQUERQUE, F.C. & ~ONDURU~- J.M.P. Cu_ltu-
2°. ano: 500 g I plantas ou 800kg I ha ras da pimenta-do-remo na reg1ao Amazômca.
3°. ano: 2.000 glplantas ou 3.200kglha JPEAN, Sér. Fitotecnia, Belém, 2(3), 1971. 149p.
4°. ano: 3.000 glplantas ou 4.800kglha
*Albuquerque, F.C & Conduru J.M.P., 1971
* ACAR-PA, Escritório de Belém • • Secretaria de Agricultura do Estado do Pará - SAGRI
10- ISSLER, R.S. et ali i. Magmatismo alcalino no Craton 16- VALOIS, A.C C. & HOMMA, A K O Análise econô-
Guianês. Belém, Projeto RADAMBRASIL. 1975. mica da descorticação mecânica na cultura da
22p (Relatório Interno RADAMBRASIL, 60-G). juta 8. téc IPEAAOc., Manaus, 2:1-41, 1972.
I
5101USO POTENCIAL DA TERRA
ESTAMPA I
- Método utilizado no sombreamento das mudas de cacau (Theobroma cacao L.). Fazenda cacaulàndoa.
Municipiode Faro.
2 - Vista da represa feita para controle das âguas do lago Pretinho, ullllzado pela Cocrita para criação de
tartaruga (POdocnemrs expanss). vendo-se no canto mferior esqueroo um pequeno trt'Cho oa batragem
Munrcipro de Jurutl.
ESTAMPA IV
- Talhão de Pinus caribea var. hondurensis. ReseNa de Curu•una. 2 - Talhão de quaruba vetdadeira (Vochysle mexlme} com 15 anos.
Munlclplo de Sanlarém. Reserva de Curu•una. Município de Santarém
ESTAMPA V
1 - Peixe-boi (Trlchechus lnunguis) capturado na área proposta para o Parque Nacional de Parlntlns
(Foto Of. Evaristo Terezo).
D
Nível altimétrico correspondente aos tipos de dissecação da
vo de topo aplainado com vertentes de declive forte
kmr - Crista s e mesas com ravinas. Drenagem muito aprofun-
dada. resultando formas de relevo com vertentes de de-
superficie tabular erosiva clive forte. unidas em linha continua no topo. associa-
das a formas de relevo de topo aplainado com verten-
G
Superficie tabular erosiva. Superficie de topo aplainado. elabo- kp
tes de decl ive forte. remodelados por drenagem de H!
ordem
- Cristas e pontões. Drenagem muito aprofundada. resul -
rada em litologias cenozóicas . geralmente limitada por escar- tando forma s de re levo com vertentes de declive forte.
pas e/ou rebordos. eventualmente unida à superfície aplaina- unidas em linha continua no topo. associadas a formas
da mais baixa de relevo de topo convexo com vertentes de declive for-
te. eventualmente expondo a rocha
D
Nível a ltimétrico correspondente aos tipos de dissecação da
kJl( Cristas ravinadas e pontões. Drenagem muito aprofun-
dada. resultando formas de relevo com vertentes de de-
clive forte. unidas em linha contínua no topo. remodela-
superfície tabular erosiva das por drenagem de li_'l ordem. associadas a formas de
topo convexo com vertentes de declive forte. eventual-
D
Nível altimétrico correspondente aos tipos de dissecação da
de relevo de topo apla inado com vertentes de declive
forte
mil - Mesas e interfiUvios tabulares. Drenagem aprofundada.
superficie pediplanada resultando for mas de relevo de topo aplainado. associ-
adas a forma s de relevo de topo aplainado com ver-
tentes de declive forte
mp Mesas e pontões. Drenagem mu ito aprofundada. resuf-
Superfície pediplanada. Superfície de ap lainamento conserva- tando form as de relevo de topo aplainado com verten-
do. elaborada em litologias pré-cambrianas e/ou cenozóicas tes de declive forte. associadas a formas de re levo de
topo con vexo com vertentes de declive forte . eventual-
D
Nivel altimétrico correspondente aos tipos de dissecação da
mr
mente expOndo a rocha
- Mesas rav inadas. DrenageAl muito aprofundada. resul-
tando forma s de relevo de topo apla1nado com verten--
superfície pediplanada tes de declive forte. remodeladas por drenagem de 1?
ordem
~ p
Encostas ravinadas. Drenagem de W ordem em vertentes
de declive forte. resultando entalhes incipientes
· Pontões. Drenagem mu ito aprofundada. resultando for~
Superfície pedi planada . Superficie de aplainamento conserva-
do, elaborada em litologia$ pÇllfilozQiça$ e/ ou çeno;::Qicas. mas de relevo de topo convexo com vertentes de decli-
eventualmente unida à superficie tabular mais alta ve forte. eventualmente expondo a rocha e mais eleva-
dos que as formas circundantes
D
Nivel altimétrico correspondente aos tipos de dissecação da
pdr - Pedimentos rav inados. Forma de relevo resu ltante de re-
cuo de vertente. originando encosta de declive fraco.
ligada a dois planos altimétricos diferentes e remodela-
2° 00 ' superficie pediplanada da por drenagem de 1ª ordem
- Ravinas. Drenagem de 1ª ordem. muito concentrada. em
superfic1e de declive fraco. originando entalhes incipi-
entes
lnselberg. Forma de relevo residua l. resultante de processo de rv - Ravinas com vales encaixados. Vales aprofundados. de
pedíplanação. isolada em superficie de aplainamento conser- vertentes íngremes. remodelados por drenagem de n_1
vado ordem. em entalhes inci pientes
vr Va les encaixados ravinados. Vales aprofundados. de ver-
tentes íngremes. remode lados por drenagem de 1ª or-
dem
lnselberg. Grupamento. Formas de relevo residual. grupadas
para efeito de mapeamento FORMAS DE ACUM ULAÇÃO
TIPOS DE DISSECAÇÃO
c - Colinas. Drenagem pouco aprofundada. resultando rele -
vos de topo convexo e vertentes de declive fraco Areas de acumulação mundâve1s. Áreas aplamadas com co-
ck - Colinas e cristas. Drenagem aprofundada. resultando re- bertura a renosa. penôdica e/ou permanentemente alagadas.
levos de topo convexo e vertentes de declive fraco. as- com drenagem fechada ou precanamente mcorporada a rede
sociadas a forma s com vertentes de declive forte. unidas fluv1al
no topo em linha continua
ckp - Colinas. cristas e pontões. Drenagem aprofundada. resul-
,..•
SA.21-V -C SA.2 1- V-D SA.21-X-C SA .21-X-0 Orgãos tederais- INCRA/MA: UFMG/MEC tando formas de relevo de topo aplainado com verten-
tes de declive forte. grupadas para efeito de mapea-
@ <O
C1dade Aerôdromo
(j)
internacional Rodovia Implanta da ESCALA :1.000 000 RIO UATU WA URUCARA PAR INTIHS SANJARtM
''W
Orgão estaduai-IDESP/PA
ia
mento
- lnterfiUvios abaulados. Drenagem aprofundada. resultan-
Rebordo erosivo
--------------
Limite de formas de re levo
"
itd
lnterfiUvios tabulares. Drenagem aprofundada. resul tando
formas de relevo com topo aplainado
- lnterfiUvios tabulares com drenagem alta. Drenagem a- ' '
PERFI L ESQUEMÁTICO profundada resultando formas de relevo com topo aplai-
nado •• ~.,,---'"'-"'-=---~=--------L':___:_~;::.tõc•~· ••
1 - PLANICIE AMAZ0NICA
itdm - lntertiUvios tabulares com drenagem alta e mesas. Drena-
gem aprofundada. resu ltando formas de relevo com topo 2- DEPRESSÃO PEAIF~AtCA DO NORTE DO PARÁ
aplainado. associadas a formas de relevo de topo aplai- 3- PLANALTO REBAIXADO DA AMAZONIA {DO M~DIO AMAZONAS)
nado com vertentes de declive forte 4 - PLANALTO OtSSECADO AIO TROMBETAS · AIO NEGAO
itdr lnterfiUvios tabulares com drenagem densa ravinados. 5- PLANALTO TAPAJÓS · XINGU
Drenagem aprofundada. resultando formas de relevo 6- PLANALTO DA BACIA SEDI M ENTAR 00 AMAZO NAS
com o topo aplainado. remode ladas por drenagem de 7- PLA NALTO OISSECADO NORTE DA AMAZONIA
li_'l ordem 8- PEDIPLANO AIO BRANCO - AtO NEGRO
itmr - lnterfiUvios tabulares e mesas ravinados. Drenagem apro-
Domínio morfoclimático em plarlaltos dissecados e áreas pe-
fundada. resu ltando formas de relevo com topo aplai- diplanadas
nado. associadas a formas de relevo de topo aplainado
com verten tes de declive forte. remodeladas por drena- Oomin io morfoctimático em planlcies inundáveis
gem de 1ª ordem
itr lnterflúvios tabulares com ravinas. Drenagem aprofun- Faixa de transiç~o em ptanicia fluvial
dada. resultando formas de re levo com topo aplainado.
remodeladas por drenagem de 1ª ordem
Faixa de transiç~o em áreas pediptanadas
1 - PLANÍCIE AMAZÔNICA 2 - DEPRESSÃO PERIFÉ.RICA DO NORTE 00 PARÁ 3- PLANALTO REBAIXADO DA AMAZÔNIA (DO MÉDIO AMAZONAS) 4 - PLANALTO DISSECADO RIO TROMBETAS-RIO NEGRO 5 ·PLANALTO TAPAJÓS-XINGU ti-PL A NALTO DA BACIA SEDI M ENTAR DO AMA Z ONAS 7 - PLANALTO DISSECADO NORTE DA AMAZÔNIA
LEGENDA
Formação Nova Ollnda. halitas brancas a róseas. cnstalinas e Impuras: anidr1tas bran-
I
cas a c1nza. com folhelhos e siltitos pretos. cinza. verdes e marrons: calcários e
arenttos subordinados: Formação ltaituba: margas e calcários às vezes ooHticos. cin-
za a creme. frat ura conchoidal com anidrita dissemtnada. fossil iferos: arenttos f1nos,
sacaróides. c1ma a amarelos e brancos. micáceos: siltitos e folhelhos escuros. lami- u
Formaçllo Curuá: folhelhos pretos. cinza escuros e c•nza claros. lam1nados. micáceos.
pmtosos às vezes radiOBIIvos. meio moles a duros. com lnteraleitamentos de are-
nttos mut\O finos. micáceos. stlic1ficados e siltttos calcíferos; folhelhos s~ucos. c1nza
plúmbeos a c1nza escuro. lamtnados. micáceos. com intercalações de aren1tos mul-
to finos. argilosos. <!.mareies. mteáceos. lamtnados: sii\Jtos argilosos. c•nza médios a
pretos. m~eáceos. quase maciços. meio moles; arenitos brancos a c1nza. mUtto fi -
nos a mêd1os. p1ntosos. argilosos
B
Formaçllo Prosperança. conglomerados com se~xos de vulcântcas: arenitos arcosl(lnos.
arcóstos e arenttos ortoquartzíticos. avermelhados a brancos. finos a médtos. com
estratificação plana e cruzada. argtlosas. sd11tos mteáceos. brancos a róseos. !olhe-
lhos e arg1htos claros. em geral micáceos: grauvacas.
w. '
Stentto Serra do Acan. quartzo sienitos a quartzo monzon1tos. aflorando sob forma
de "stocks "
/ I
,I Grupo Vila Nova anfibohtos. quartzitos. xistos. gondttos. lentes de mármore manga-
nesífero. XISto grafítteo e de hemama: metamodttos de eptzona e mesozona, oer-
tencemes ao fac.es x1stos verdes a almandina anfibohto. litologtas obser'-Jadas na
~ha NA/N8.22 Macapá
ROCHAS ÍGNEAS
----------~'-=; ---------
'...
$A .21 -V-A $A.21 -V-B SA.21 - X·A SA.21 - X-B
período: março a abril de 1973 e março de 1974 a se temb ro de 1975 MAPA GEOLÓGICO ,.o o Planejamento cartográfico e controle da execuçao pela Divisão de Publicação
.
RIO CAPUCAPU RI O HHAM UHOÂ OBICOS ~l[ N QUER
Colaboração recebida: Alinhamento:delineação de es truturas.
"" ~
<f) ,. oo
SA.21 -V· C SA21 -V-O SA .21 - X-C SA .2l · X· O
'
... Órgãos federais · SUDAM / MINTER: UFRGS/ MEC
Órgão estadual · IDESP/PA
traço de camada
PCp- Q
Cidade Aeródromo ln terna c tonal Rodovta Implantada ESCALA 1.1 000 000 RIO UA!U MA URUCARA PARI HTI NS SANTA R( M Camada horizontal
o 10 k. m o 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100km
SA.2 1- V- A SA.21 -V-B SA.21 -Z-A SA .21 -Z-B
Exposição fora de escala
Vila
Ou tros
•
aeródromos
Rodovta em tmplantação o• oo
NnA OLI NDA IIAQU~II ARA RIO ~ A-~ URU AYEIRO
1'00
Foliação
Povoado. lugareto R<Xlovta temporána
oo ~om
SA .21 · Y· O SA.2 1· Z·C SA.21· Z· O Dique ou corpo tabular
Aldeta
.tndigena
Rodovta pavtrnentada
Ou!ras esnadas. camtnhos
1976 ,. oo
60 00
SA.21-Y· C
11 ' lO ,. 11 lO ' Contato. tracejado onde localizado
• •
aproximadamente "
Mina ou jazida
Porto. farol Rodovia em paV1rnentação Esnada de feno MAPA REALIZADO PELO DNPM PARA O PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL
bx- Bauxita
Contato litológico
11l 81 ' 17 18 ' 16 7? 1\'1 66 20 60 21 ~~ 221 8 23 H ' 24 36 25 10 26 11 27 (:8.- calcário
Fe. Ferro
+ gp- Gipsita
Domo sg _ Salgema
SEÇÕES GEOLÓGICAS ESQUEMÁTICAS
•
Garimpo
Braquianticlinal
Sn- Cassi terita
A A'
Eixo de anticlinal com caimento
•
Garimpo abandonado
PCoc
at - Ametista
cTm' Sn - Cassiterita
Eixo de sinclinal com caimento
. ~ :r Oo Oo •
'" Ocorrência
Parque
- - - - - - - - - - - ---Baixo platô
- - - - - - - - - - - - - Baixas cadeias
da montanhas
Submontana.
relevo dissecado
REFÚGIO
Arbustivo ~
~
Sub-região dos lnterflúvios Tabulares do Planalto
Dissecado Norte da Amazônia - - - - - - - - - - - -- Submontana.
Ant,..iormante D&nomiMda Sub-o egllo <111 SuJ)Brfic"' Oissecada do Gran1·
platô
to Mapuera
3° 00 '
Sub-região da Planície Aluvial do Rio Amazona s
- - - - - - - - - - - -- Planície aluvial
. _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Submontana.
platô
Submontana.
- - - - - - - - - - - - - relevo apla inado
REGIÃO DA FLORESTA
TROPICAL ABERTA
'" Sub-região da Superfície Arrasada do Médio Xingu/
Tapajós - -- -- - - - - - -- - Com palmeiras
- - - - - - - - -- - - - C o m palmeiras
ÁREAS DE TENSÃO
ECOLÓGICA
LOCALIZA ÇÃO DO MAPA FOLHAS NA ESCALA 1:250 .000
Base geogrâfica organizada no Departamento de Canografra - IBGE. a parllr PROJETO RADAMBRASIL Mapa elaborado com base em interpretação de mosa icos semicontrolados de Contato Formaçõas Pioneiras/S avana (Cerrado)
.r. 9 ( y ,I, Parque
de folhas plammétricas. na escala 1:250.000. elaboradas medrante mterpre- 0'00
60' oo· li' lO' SS' lO' 'ii 'OO'
o'00'
imagem radar. fotos em infravermelho e trabalho de campo. pela Divisao de
Vegetação. de fevereiro de 1972 a outubro de 1975
u.'f.q
ta ção de mosaicos semrcontrolados de rmagem rad ar. fotos em rnfraverme lho e RIO JAIAPU RIO UPU!:RA RIO IRCUElAS RIO MA ICUR U .Y. ·'\:, .Y.. - - - -- - - Arbustiva
traba lho de ca mpo . pela Orvisão de Cartog rafia do Proje to RADAMBRASIL no SI\.21 - V- A SA.21·V-8 SA.21·X· A SA.21-X-8 Planejamento cartog ráfico e controle da execução pela Divisão de Publicação
..Y. ·" · .Y.
período: março a abril de 1973 e março de 1974 a setembro de 1975 MAPA FITOECOLÓ GICO I' 00
''00'
Projeçilo Cônica Con forme de Lambert RIO WUCAPU RIO N HA M U N O~ OelO OS ALE~QUER Colaboracao recebida : Contato Formações Pioneiras/ Floresta
.•.
,. y
SA.21 · V-C SA .21-V-D SA.21 · X· C SA .21 - X· D Órgãos federais · SUDAM/ MINTER: IPEAN-E MBRAPA IBDF/MA
·.;,; ~ Y. ' - - - - - - - Arbustiva
..
Órgão estadua i·IDESP/ PA
® Z' 00
'
""o
..
C1dade Aeródromo Jnternac1ooal Rodov1a 1m~antada ESCALA 1:1.000 .000 RIO UAIU IA URUCARA PUI~TI NS SUTAR[I T
V1la
Outros
+
aeródromos
Rodov1a em 1mplamação
10k.m O 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100k.m
,
SA.21 · Y· A
ITAQUAIIA RA
SA.21 - Z· A
RIO UM URU
SA-21-Z-8
AV(IRO
'
.•. I"' • 'r,'"'
- - - - - -- Campestre
- - -- - - - - - - -- - Densa.
00 NORH ·.> planície aluvial
Povoado, lugareJO Rodov1a 1emporâr1a SA.21 · Y·D SA.ZI · Z·C SA.Zl - Z-0
- - - - - - - - - - - ---Densa. platô
- -- -- - - - - -- - - Densa.
relevo aplainado
PERFIS ESOUEMÁ TICOS Densa.
submontana, platô
- - - - - - - - - - - - - Densa. submontana.
relevo aplainado
~ : I'
l I
-
_ _ _ _ _ _ _ _ _ ___ Densa. submontana.
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relevo dissecado
, SUBTERMAXÉRICO
I
SUBTERMAXÉRICO SUBTERMAX~RICO
"
Vegetação Secundária.
Agropecuâria
i' sem Palmeiras
I '
! P A LEOZÓ ICO ! T ERC IÁ RIO P A LEO ZÓICO PRÉ-CAMBRIANO
' '
A - REGIÃO DA FLORESTA TROPIC A L DENSA 6 - REGIÃO DA FLORESTA TROPICAL ABERTA C-ÁREAS DE TENSÃO ECOLóGICA O-REGIÃO DA SAVANA E-ÁREAS ANTRÓPICAS Agricultura Reflorestamento
l - SUB-REGIÃO DA SAVANA DO ARIRAMBA/CUMINAPANEMA 2-SUB-REGIÃO DOS BAIXOS PLATÓS DA AMAZÔNIA (Anteriormente .Jenominada Sub- regl6o dos Baixos Platôs do Sul da Amazônia a Sub-regiio dos Baixos Plet6a do Perã/Maranhão / Amapb) 3 · SUB-REGIÃO DOS ALTOS PLATÓS DOS RIOS XINGU/TAPAJÓS 4 - SUB-
REGIÃO DAS BAIXAS CADEIAS DE MONTANHAS DO COM PLEXO GUIANENSE 5· SUB- REGIÃO DA SUPERFÍCIE DISSECADA DO CO MPLEXO GUIA NENSE 6- SUB-REGIÃO DOS INTERFLÚVIOS TABULARES DO PLANALTO DISSECADO NORTE DA AMAZÓNIA (Anterio rmente Denom in ada Sub-regiAo da Suporlic ie Dlnecada do
Granito Mapuera) 7- SUB -REGIÃO RESIDUAL PALEOZÓICA DO RIO TAPAJÓS 8· SUB-REGIÃO DOS TERRAÇOS DA AMAZÓNIA (Inc lui a Sub-regio!o Aluvial do Juruena/Tap,jós) g ·SUB. REGIÃO RESIDUAL PALEOZÓICA DO N ORTE DO RIO AMAZONAS 10· SUB-REGIÃO DA SUPERFICIE ARRASADA DO MÉDIO XINGU/TAPA- INVENTÁRIO FLORESTAL
JÓS 11- SUB-REGIÃO RES IDUAL PALEOZÓICA DEALENQUER (Anteriormente Denomlnede Sub-r&g iAo dos Plst6s D issecados do Perb/Am,.pâ) 12-CONTATO FORMAÇÕES PIONEIRAS/SAVANA (CERRADO) 13-CONTATO FORMAÇÕES PIONEIRAS/FLORESTA 14· CONTATO FLORESTA/SAVANA (CERRADO)
• ADJ Projeto RADAMBRASIL. Novembro de 1973 a Dezembro de 1974
15-VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA , SEM PALMEIRAS
DIVISÃO BIOCLIMATICA
D
REGIÃO DA FLORESTA TROPICAL DENSA I' c ':o:' A c! REG IÃO D A F L OREST A TRO PICAL DENSA ,I .
B IA Bl A
EUTI:RMAW!ICO
FlofiiSUI D8nSI. FOf!TIIQOM
Pioneiras Alwieis. ArMa de
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1 o 20 Dias 81oloo!c."*"-
SIICOI (DáS)
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Pioneiras A~ ,._ ..,,_ de
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SU8TERMAX[RICO
-
SUBTERMAXÉRICO SUBTER MAX ÉRICO SUBTERMAXé.RICO SUBTERMAXÉRICO SUBTER MA X~RICO 21 • 40 0.8.S.
Flofesta Denso. Floresta
Absna. Soval'll, ArMs de
~=a~ c::~~/r.:~
AÇic AntrOJ)ioo
P R É-C AMBRIAN O PALEOZÓICO TERC IÁ RIO Q UA TERN Á RI O TERCIÁRIO PALEOZÓICO
A-REGIÃO DA FLORESTA TROPICAL DENSA B - REGIÃO OA FLORESTA TROPICAL ABERTA C. ÁREAS DE TENSÃO ECOLóGICA Q. REGIÃO DA SAVANA E · AREAS ANTRóPICAS
1· SUB-REGIÃO DOS " tesos " DO RIO AMAZONAS (Desmembrada do Conltto Seve"!a (Cerrado)/Fk>resta) 2 - SUB· REGIÃO DOS BAIXOS PLATÓS OA AMAZÓNIA {Anterk>rmente De nominada Sub-regiio dos Ba ixos P let6s do Sul de Am,.zOnia e Sub -regiio dos Baixos P"'t ô s do Parã/ Maranh6o/Amepá) 3-SUB-REGIÃO DOS ALTOS PLATÓS DOS RIOS XINGU / TAPAJÓS 4-SUB·REGIÃO
DAS BAIXAS CADEIA S DE MONTANHAS DO SUL OA AMAZÔNIA 5-SUBREGIÃO DA SUPERFÍCIE DISSECADA 00 COMPLEXO GUIANENSE 6 - SUB-REGIÃO DOS INTERFLÚVIOS TABULARES 00 PLANALTO DISSECADO NORTE DA AMAZÓNI .\ (A nteriormente Denominada Sub·regolo de Superficie D ia,...cad" do Gr,.nho Mapuer") 7 -SU B ·REGIÃO RESIDUAL PALEOZÓICA
DO RIO TAPAJÓS 8 · SUB· REGIÃO RESIOUAL PALEOZÓICA DO NORTE DO RIO AMAZONAS g- SUB-REGIÃO DA SUPERFÍCIE ARRASADA DO MÉDIO XINGU/T APAJÓS 10 ·CONT A TO FORMAÇL:iES PJONEIRAS/SA VANA (CERRADO) 11 · CONTATO FORMAÇÕES P!ONEIRAS/FLOREST A 12. CONTA TO FLORESTA/S AVANA (CERRADO)
CJ
lA I
LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO
LAI 5- LAIOSSOLO AMARELO DISTRÔFICO 1e" arg e LATOSSOLO AMARE LO PB1 3- PODZÓLICO VERMElHO AMARHO te•t atg LATOSSOLO VERMELHO
DIS!RÓFICO rex1 m arg fi densa rei ' o<rd AMARELO DISTRÓFICO text arg e SOLOS CONCRECIONÃRIOS LI\ TERf-
j O 00' T!COS INDISCRIMINADOS DISTRÓFICOS Te>t ,nd,,L 11 densa rei O<ll!
1~16 - LATOSSOlO AMA RUO OISTRÓFICO Jext arg e LATOSSOLO AMARE-
LO OISTRÓFICO lexl med fl densa rei s ond PBl~- PODZÓUCO VERM ELH O AMARELO le" arg . lATOSSOLO VERMElHO
AMARELO DISTRÓFICO t~xt arg e SOLOS liTÓ LICOS OfSTRÓFICOS
l A17- LATDSSOLO AMARE LO OISlRÓfiCO le•t med e LATOSSOLO AMARE· rext 'nd osc li deMa tel ond
LO DISIRÓffCO le<l arg. fi ~ensa <el. s o<r<! PBI> - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO 1ext aog , lA TOSSOLO VERMELHO
LAI8- lATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO texl me<! e l AfOSSOL O AMARE- AMAR ELO DISIRÓ~ICO le<t arg e SOLOS CONCRECIONÁRIOS LATE-
LO DISTRÓFICO IS >I arg 11 densa rei S ond e ond RITICOS INDISCRI MINADOS DISTRÓFICOS taxl ondisc fi densa rei ond
a f ond
LAJ9 - LATOSSOLO AMARELO OISTRÓFICO le• t m<Jd e PODZÓLICO VERME-
LHO AMARELO te"' med 11 densa rei s cnd PBI6 - POOZÓLICO VERMELHO AMARELO te•l atg LATOSSOLO VERMElHO
AMARHO DISTRÓFICO texl m a~g . e SOlOS CONCAECIONÃRIOS LA-
LA20- LATOSSOLO AMARELO DISTRÜFICO le•t mede AREIAS OUARIZOSAS TERiiiCOS INDISCRIMINADOS DISTRÓF ICOS te>t arg H densa rei
OISTRÔF ICAS fi densa rei s ond ond e f ood
LA21 - LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO <e•l org e lAIOSSOLO AMARELO PB I?- PODZÓliCO VERMELHO AMARElO case 1e" arg , LI\TOSSOLO AMARELO
DISTRÓfiCO ra x1. m arg li densa rei ond a I on<l OISTRÓFICO leXI ar~ e SOLOS CONCRECIONÁRIOS lATERiTICOS IN-
lA22- LATOSSOLO A MA RElO DISlROFICO le<t me<~ e LATOSSOLO AMARElO DISCRIMINADOS DIS TR ÓFICOS te•t •nd 'SC fi densa rei ond e I ond
DISTRd~ICO text arg fi densa rei pl e s on<l PBI8 - POOZÓLICO VERMELHO AMARELO en W>T arg _ LATOSSOLO AMARELO
L~23- LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO te>l arg LATOSSOLO AMARElO
OISTROFICO rext arg a SOLOS CONCRECIONÁRIOS LATERITICOS IN-
DISTROF!CO le,r m arg e LATOSSOLO AMARELO OISlRÓFICO texl DISCRIMINADOS DISIRÓfiCOS le>l arg U densa rei 1 onc
med fi densa rei s ond e ond PBI9- POOZÓLICO VERMELHO AMARELO plonl te<l med .. LATOSSOLO VER -
LA24- lATOSSOlO AMARELO DISTRÓFICO le xt arg LArOSSOLO A MAR ElO MElHO AMARELO DISTRÓFICO rex1 arg e LATERITA HIOROMÓRFICA
OISIRÓFICO te>l m arg e LATOSSOLO AMARELO OISTRÓF ICO lext DISTRÓFICA tOxl 1nd1Sc li densa rei . pl e S ond
me-:1 fi densa rei ond a I ond PB20- PODZÓLlCO VERMELHO AMARElO Je<T ar<J POOZÓLICO VERMELHO
LA25 - LATOSSOLO A MA RElO DISTRÓFICO text arg lATOSSOLO AMARELO AMARELO case 1~x1. org e LATDSSOLO VER MELHO AMARELO DIS-
DISTRÓF ICO text med e PDDZÓLICO VERMELHO AMARELO tBXI med TRÓFICO le<l arg li densa rei s Md e ond
11 densa rei s ond
P82 J - POOZÓLICO VERMElHO AMARELO te<\ org LATOSSOLO VERMELHO
lA26 - LAfOSSOLO AMARE LO OISTRÓFICO 1ex1 arg LATOSSOLO AMARELO AMARELO DISTRÓF!CO case Jext arg e lAIOSSOlO VERMELHO AMA-
DISTRÓFICO le<t med e SOLOS CONCAECIONÁR IOS LAfERITICOS RELO DISTRÓFICO te•t rned 11 densa rei ond
INDISCRIMINADOS DISTRÓF ICOS te <l ondiSc fi densa 1el <:Mld a I ond P622- POOZÓLICO VERMELHO AMARELO le< l arg LAIOSSOLO VER MELHO
com áreas epla1
AMARELO DISTRÓ~ICO te•t arg e SOLOS LITÓLICOS OISTRÓFICOS
lA21 - LATOSSOLO AMARHO DISTRÓF ICO Jexl med lATOSSOLO AMAREl O tc><t 1r>d•sc n ~ensa rei f 0<1d
OISlRÓ FfCO tO<t arg e GLEY POUCO HÚMICO DISTRÓFICO te•t arg P823 - POOZÓLICO VERMELHO AMARELO le>J arg . LATOSSOLO AMARELO 01&--
11 densa tel pl e s and. IRÓFICO te .< l arg e SOlOS CONCRECIONÁRIOS lATERÍTICOS INOI$-
lA28- LATOSSOLO AMARELO OISTRÔFICO texl med LATOSSOlO AMARE lO CRIMINADOS OISTRÓFICOS lexl rndr<c. li den•a rei I 0<1d a mont
DISIRÓFICO tCxl arg e AREIAS OUARTZOSAS DtSTRÕFICAS fi densa
rei pl e s ond
LA29- LATOSSOLD AMARElO DISTRÓFICO texl med
Ur30- LIITOSSOLO AMARELO DISTRÓFrCO text med LA TOSSOLO AMARElO Til - TERRA ROXA ~SUtuTuAAÓA EUTRÓFICA texl a1g e SOLOS LITÓLICOS
OISTR ÓFICOS 1ex1 1ndr<c 11 densa rei 1 ono
o
DISTRÓFICO pl1n1 Je<t med e LATERITA HIOROMÓRFICA DISTRÓ~ I CA
text <ndosc fi d<!nsa rei pl e s ond
lA31 - lATOSSOlO AMA RELO OISIRÓF ICO text med . AR EIAS OUARTZOSAS
OISTRÓFICAS e POOZOL HIDROMÓR~ICO !I dens~ rei pl e s ond AREIAS OUARTZOSAS D!STRÓFICAS
lA32 - LA TOSSOLO AMARELO OISTRÓF ICO 1e<1 m arg , lA TOSSOLO AMARELO
DISTRÓFICO ~~~~ arg a PODZÓLICO VERMELHO AMARE LO cn le xt AO I AREIAS OUARTZOSAS DISTRÓFICAS e LATOSSOLO AMARELO DISTAQ--
arg 11 aberta rei s and
I'ICO IC<I med conr lorm o•on/11 don•• rei pl
LA33- LATOSSOLO AMIIRHO DISTRÓFICO te<t m ô'Q LATOSSOLO liMARE-
LO OIS I RÓFICO !e XI arg e POOZÓLICO VERMELHO AMARELO te <I
AQ2 AREIAS OUAI!TZOSAS DISTRÓFICAS e PODZOL HID ROMÓRFICO form
j)<On rei pl
arg li densa tal ond e I ond
l A34 - LATOSSOLO AMARElO DISTRÓFICO te"- mod LA TOSSOLO AMAREL O
DIST RÓ FICO 1ex1 arg e SOLOS CONCRECIONÁA IOS LATERiTICOS r-i AREIA~ OUARTZOSAS HIDROMÓRFICAS
INDISCRIMINADOS DISlRÓFICQS I~" on<!ISC 11. densa rei oi as Oncl L___j D!STROFICAS
lA35 - lATOSSOLO AMARELO OISTRÓF ICO le'l me<l PODZÓLICO VERME-
LHO M~ARElO DISTRÓFICO pl1n1 te<t meo e AREIA S OUA 11TZOS AS ~AQJ - AREI"-S OI;AP.I ZI'"AS 1-iiDI!OMORfiCAS DfSTROFICAS" AREIAS OUARI--
OISTRQFICAS 11 densa rei t> e s ond ZOS"-S DfSTRÓFICAS lorm poon •el pl
OIS I RÓfiCAS e lA I EAI TA NI-
CJ
HAI,l2 - AREIAS OUAA I Z()SAS HfDR0'-l0RFICI\S
QRQMÓRFIC.\ DIS1RÓFICA •a,l Jndr5c r-or>l ti J••n<a·sa·• rei nl
LATOSSOLO VERMELHO AMAR ELO DISTRÓFICO
r-! SOLO~ HIDROMÓRFICOS GLEYZADOS
LVI - LAIOSSOLO VER MElHO AMIIRELO DISTAÓFICO text arg e POOZÓLICO L___j EUTROFICOS
VERMELHO AMARELO te•l arg fi denso rei ~no
LV2 - lATOSSOlO VERMELHO AMARElO OISTRÔFICO te>l arg e PODZÓliCO HGI GUY POUCO HÚMICO EUTRÓFICO te" 1ndosc e GLEY HÚMICO EUlHÔ-
VERMELHO AMARELO lexl arg 11 densa tel on(J a f ond FICO te•t •M•sc cont !orm. 010n !11 densa rei pl
LV3 - LATOSSOLO VERMElHO AMARELO DISTRÓ~ICO 1ext med e AREIAS HG2 GLEV POUCO HÚM ICO EUTRÓFICO le • t 1M1sc.. GLEV HÚM!CO EUTRÓFICO
OUARTZOSAS OISTRÓFICAS fi densa rei s <:Mld a ond text •nd••c e SOLOS ALUVIAIS EUTRÓFICOS le>t rndosc. oo~l fa<m
poon I li densa rei pl
LV4 - LATOSSOLO VERMElHO A MA RELO OISTRÓFICO ohnt text med a GLEY
LV5
lV6
POUCO HÚ MI CO D!STRÓFICO le•l ,M,sc fi den•a rei pl a s ond
- LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO Te .< l arg e LATOSSOLO
VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO tex\ m arg 11 densa rei I ond
- lATOSSOLO VERMElHO AMARE LO OISTRÓF IC O texl med e AREIAS
CJ LATERITA HIDROMÓRFICA DISTRÓFICA
OU ARTZOSAS DISTRÓFICAS !I densa rei pf e s ond Hll LAfERITA HIORO MÓRFICA OISTRÓFICA 1ex1 Jndisc e PODZÓUCO VER -
MELHO AMARELO plrnl 1ex1 õtg fi densa. rei pl
LV7 - LIITOSSOlO VERME LH O AMARELO OIS TR ÓFICO plrnl text med e LA-
TOSSOlO VER MElHO AM ARElO DISTRÓfiCO tO<I arg 11 densa e HL2 lA TERITA HIDROMÓRF!CA OISlRÓFICA te~l rn drSo e LATOSSOLO AMA -
ao ena ""f s. ond RELO DIS TR ÓFICO pl1nt te<t med com 11 secund /sav rei pl
LV8 • LATOSSOLO VERMELHO AMARELO OISTRÓFICO pl1m le<l atg e LA - Hl 3 lATE RITA HIDROMÓRFICA OISTRÓFICA tax1 "'d•se PODZÓLICO VER -
TERITA HID ROMÓRFICA DISTAÓ~ICII te•t ondosc fi densa e ~t>erta MELHO AMARE LO p11nt tcxl arg e GlEY POUCO HÚMICO EUTRÓf!CO
rei pl e s ond toxl arg conl 11 densa/ lorm o•on rei pl a s onr;1
LAl
3° 00' 3° 00'
LV9
l V!O
- LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISIRÔF !CO le>! m arg e lA TO S-
SO LO VERMELHO AMARELO DIS TRÓFICO lext arg fi densa rei and
com IOPQS apla•
lATOSSOLO VERMElHO AMARElO OISTRÓfiCO 1e<t arg e LATOSSOLO
CJ SOLOS ALUVIAIS EUTRÓFICOS
lV13 - LATOSSOLO VERMELHO AMARELO OISIRÓ FICO le<l m<Jd lATOSSOLO RI SOLOS LIIÓLICOS DISTRÓFICOS text ond"c e AfLORAMENTOS ROCH O-
VER MELHO AMARELO DISTRÓFICO te•t ar(! e AREI,\S OUARTZOSAS SOS sav rei s ono
DISTRÓFICAS li densa rei s ood ,
R2 SOLOS LITÓLICOS OISTRÓF ICOS lext or>d1sc e LATOSSOLO VERMELHO
LV14- LAIOSSOLO VERMElHO AMARHO DISIROFICO text mad LATOSSOLO
AMAR ELO OISTRÓFICO 1ext med 11 aosrta e densa <el f ood
VERMELHO Ar.._-TARElO DISTRÓFICO Pl 1nt text arg e A REIA S OUART-
ZOSAS DISTROffCAS con1 11 densa/ sav •el p! e s and R3 SOLOS LITOLICOS DISTRÓfiCOS le>t ondrsc. e AFLORAMENTOS ROCHO -
SOS ref~gro ecológrro rei monl
lVI5- LA TOSSOLO VERMrLHO AMARELO DISTRÓFICO te>l rroed LATOSSOLO
VER:,1HHO AMARELO DISTRÓFICO te•l arg e SOLOS lllÓliCOS 015- R4 SOLOS UTÓLICOS OISTRÓflCOS 1e xr m<liSC PODZÓLTCO VERMELHO
TRÓfiCOS 1e•T 1ndrsc. fi densa rei ond e 1 ond r~~~ElO c ase leXI arg e Af'LORAMENTOS ROCHOSOS 11 oensa •el
LYI6 - LAIOSSOLO VERMELHO ,\MARELO DISTRÓfiCO l e<l arg LATOSSOLO
VERMELHO ESCURO DISTRÓ~ICO te•l aog e SOlOS liTÓLICOS DIS-
o• oo·
WJO' WOO'
o•oo· de tmagem radar. fotos em infravermelho e trabalho de campo. pela Divisão 1ex1. ;ndisc e SOlOS LfTÓUCOS OISTRÓFICOS rex1 . ondosc. fi abella e
densa rei. I or>d . e m0<11. '"' • Amo.uagem •• perfi l
tação de mosaicos semcontrolados de imagem rada r. fotos em infrave rmelho e RIO JA TAPU RIO MA PUERA RIO TROMBETAS RIO MAICURU r!e Pedologia. de outubro de 1972 a abri l de 19 75 '"' •
t
Amoslraaom <Ir! fortilidade
Verificaçao df camDo
trabalho de campo. pela Divisão de Cartografia do Projeto RADAMBRAS IL no SA-21 - V-A SA.21-V· B SA.2H(- A SA.2 1-X- B
período: março a abril de 1973 e março de 1974 a setembro de 1975 MAPA EXPLORATÓRIO DE SOLOS ,. oo Planejamento cartográfico e controle da execuçào pela D1visão de Publicação
Projeção Cônica Conforme de Lamber! '·co·
.....,
RIO CAPUCAPU RI O NH AM UNOA OBIDOS AlE NQUER
Colaboração recebida :
SA.2 1- V-C SA.2 1- V- D SA.21 · X · C SA .21 - X- D
Órgàos federars- SUDAM/ MINTER: INCRA/MA
(f) ,. oo 1' 00'
Órgão estaduai-IDESP/PA
Cidade Aeródromo internacional Rodov1a implanta da ESCA LA 1:1000.000 RIO UATUWA URUC ARÁ PARINIIHS SA NTAREM
SA .21-Y- A SA.2 1-Y- B SA21·Z · A SA.21 · Z-B
10km o 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100km
Vila
Outros •
ae ródromos
Rodovia em im plantação ,. oo·
NOVA OliNO A IT AQU ATIA RA RIO MAM URU AVEIRO
3' DO'
DO NOm
Povoado. lugareJO Rodovia temporária SA .21-Y - D SA .21 · Z·C SA.21 -Z-D
..
Aldeia i'ndlg ena Outras estradas . carnrnhos
Porto. farol Rodovia em pav1mentaçào Estrada de ferro MAPA REALIZADO PELO DNPM PARA 0 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL
Areas propi<:1as il colon1zaçllo e à 1mpltmtaçlo de Empresas de Méd10 e Gtande Panes. para desen-
volvimento de culturas de subs1stê ncoa e comarc<a1s e pecuilua 1ntensrva - OCUPAÇÃO DIRIGIDA
Areas P•OPic1as .1 1mplantaçllo de Empresas de Mêd1o e Grande Panes oara exploraçlo de made11a.
culturas cometc1a•s e Cfla a recua de bovmos {'1eas de supone a econom1a regoonal) - OCUPAÇÃO
INDUZIDA
D
Areas de Ut1hzaçllo atua l nlo rocomendada
POTENCIAL DE MADEIRA
Volume e/ casca
m l ; ha
-108a 120
2- t22 a 137
CULTURAS SUGERIDAS
AREA 0
2° 00' ~o
"'" ' ÁREA C
'"""
!NVESTI~ENTO • '" lUCRO/
INVESTIMENTO • "" lUCRO/
INVESTIMENTO '
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Arroz x M1lho
'
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Mandooca { Far~nha) .
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NC
NC
NC
Milho NC vs NC
Milho x Feo)IO NC NC
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P1menta do Remo
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Ser.ngue~ra
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Bov1nocultura
" '"vs vs
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Bubalmocultura NC vs NC
NV -1nv1âvel
NC -Não cons1dorada
nrnm~Rw~rum~m~~rn~
0° 00'
LEGENDA
m
tta- Regular para culturas de Ctclo curto e longo
m
tt lo- Aes111ta para culturas de c1clo curto e longo
3° 00' 3° 00'
4° 00'
60° 00' 59° 00' 55° 00'
~ . ®
ESCALA 1:1.000 .000
,. oo
SA .2 1·V·C SA.2 1- V-O SA .21 - X-C SA .21 · X· D
'
.•. Órgàos federa1s- SUDAM/ MINTER. INCRA / MA
Órgão estaduai-IDESP/ PA
..
C1dade Aeródromo internacional Rod ovia 1mplamada RIO UATU MA URUCARA PUI NII NS SANUR( M
o o 5A.2t-Y-A SA.21-V·B SA .21 · Z· A SA.2l · Z· B
Vila
Outros
•
aeródrOITIOS
RodOvia em 1mplantação
10km 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100km
, NOU OLI NOA '•oo·
IT AQUAIIARA RIO MUUR U AYEIRO
•....
DO HOQH
Povoado. lugareJO RodoVIa 1emporána SA.21-Y-0 SA.2 1-Z-C SA .21·2-0
SA.2 1·Y-C
1976
',. •
Rodov1a pavimentada t ' OO
Alde1a 1ndigena Outras estradas. carrunhos
"" "" ""
•
Porto. farol Rodovia em paVIInentação Estrada de ferro MAPA REALIZADO PELO DNPM PARA O PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL
Hl u• n 18' 18 n• 1" 66 ' 2o 60' 21 5(' 22'a ' 23 42' 24 36' 2s lO' 21:1 1t ' 27
,.,..,.,-.o•• ••"'~"'...,"'"
SEIIVIÇOS AI AOfOIOOIIAME I ~ICOS CAUZ~o~O DO Sl!l SIA
'"'~""""'" CIA [QITO'IIO.GIIAfiCA BA~BEAO
SANTARÉM MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA LEVANTAMENTO DE RECURSOS NATURAI S
FOLI IA SA. 21 DEPAilTA~'IENTO NACIONAL DA Pf! ODUÇÃO ~llNEilAL VOL UME lO
60° 00' 59" oo· 58" 00' 57° oo· 55" 00'
0° 00'
LEGENDA
"""
R/V liA OEIRA EM PASTO f'LANIAOO VEG ETAL P.I.STOS NATURAIS
~ ~~
'~
'"
ALTA 4000 11400 0040 0004
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~ SIV
4030 r M~DIA 3000 0300 0030 0003
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---1 4030
S/V
"""
R/V BAIXA 20011 0200 0020 0002
NÃO
SIGNIFICANTE 11000 00110 00110 00110
RELEVO R/ /R
SOLO S/ /S
VEGETAÇÃO V/ IV
2° 00'
3° 00'
~ lmposiçao lega l (Le i nq 4771 / 65 · Cód rgo Florestal)· 4.308 km2
w::.r.J Ar""' comoulada n& avaloaç&o 0000
~ Bauxita. bJ : Calcârio, ca : Cassiterita. Sn: Ferro. Fe; Gipsi ta. &P: Salgema. SI! : Titânio. Ti
4° 00 '
58° 00' 56" oo· 55" 00' 54" 00'
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COioJ!I;>oraçãQ recebida:
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SA-21 -V-C SA.21-V·O SA.21 ·X·C SA.21 -X-0 Orgãos federais · Fundaçao Osw aldo Cruz/ MS; FCAP UFPA/ MEC
Orgão estaduai - IDESP/ PA
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• 1' 00
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-:· ESCALA 1 1 000 000
Ctdade Aerôdrorno tnternacronal Rodovra rmplamada
----, ,.'" RIO UAIU d URUC AR.i. PARINI INS SU TAR( M
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1'- \ I' ,.\,··-- SA-21 -Y- A SA.2l-V-B SA.21 ·Z-A SA.21 ·Z·B
" ' 10k.m o 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 k. m
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Outros aeródromos
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Povoado. lugareJO
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Rodovia pavrmentada ;;I '
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Porto. farol Rodo111a em pavrmentação Estrada de ferro
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MAPA REALIZADO PELO DNPM PARA 0 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL